saiba+ - setembro de 2013
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Desde 2006 30 de Setembro de 2013
Falta de manutenção coloca acervo de museus campineiros em risco
O Palácio dos Azulejos, onde funciona o Museu de Imagem e Som (MIS), é um dos prédios históricos que
sofrem com a falta de atenção e investimento. O Museu da Cidade (Muci) está em situação semelhante. Pág. 8
Blogs
Redação da TVB: como na pesquisa que mapeia a atuação dos jornalistas em todo o Brasil, a maioria é mulher, mas não está na direção
Márcio Silva:
“Considero a
Clínica uma nova forma de ver o ser humano” Pág. 4
André Montejano
rentes áreas, como o
chef Alexsander Guerra
(foto) transformam blogs
balham em casa.
Arquivo Pessoal
Novos esportes radicais fazem sucesso entre os brasileiros
O slackline e o drift trike apareceram há pouco tempo no
pinas (Unicamp) e a praça Arautos da Paz. Pág. 5
Bruno Accorsi
Convênios diagnosticam, mas não tratam distúrbios de sono
Viaduto Cury: Acidentes e camelôs são os problemas
Div
ulg
ação
Praticante de Slackline treina equilíbrio e concentração
Pág. 3 Pipoqueira completa 40 anos de atuação na PUC-Campinas
Os distúrbios do sono são perigosos, mas há tratamento.
rios impede a maioria de se tratar. Pág. 7
Marlene Aparecida Batista é a comerciante mais antiga
ela trabalha vendendo pipoca no campus. Pág. 6
Crônica: “Eu não sou de ninguém, eu sou de todo mundo...” Pág. 2
30 de setembro de 2013Página 2
CRÔNICA
“Eu sou de
ninguém, eu
sou de todo
mundo...”
LARA HUTTEMBERGUE
ESTUDANTE DE JORNALISMO
Toda aquela conquista do anos 30 e 60, do
homem apaixonado, bem vestido e perfumado, que gastava horas em baixo da sacada da mulher mais cobiçada da cidadezinha,
o texto decorado para fa-lar de amor, pelo visto só existe na memória dos
-tismo, tudo uma projeção para as mulheres sonha-doras que ainda estão se adaptando à fase do “sou independente de homens e
E elas dançam até o chão na balada, enchem a cara no bar e disparam beijos nos rapazes que acabaram
Mas e aquela história de véu e grinalda, vesti-do branco, encontros na quermesse, meu primeiro namorado e único mari-do, até que a morte os se-
que aconteceu com os pla-
evidente que elas estejam cada vez mais bem resol-vidas, são independentes,
-mente homens na vida dessas mulheres são um capricho, uma carência ou
Mas e os homens nessa
muitas mulheres não te-nham o tempo totalmente reservado a eles, em ques-tões domésticas, maternas e íntimas, muitas mulheres conseguem administrar
Quanto às solteiras, o ho-mem não precisa ensaiar a serenata na janela ou es-crever o soneto, porque, de fato, poesia é um agrado
“você é maravilhosa”, “es-tava te olhando desde que
RÁPIDAS
PUC-Campinas realiza mostra de pro"ssões
A PUC-Campinas realiza, entre os dias 3 e 5 de outubro, a 2ª Mostra de pro#ssões, no esta-cionamento do Shopping Iguatemi Campinas.O evento, que recebeu mais de 5 mil estu-dantes em sua primeira edição, realizada em 2012, tem como objetivo auxiliar os jovens na escolha da carreira. Para isso, serão disponibi-lizados mais de 40 stands de Cursos de Gra-duação e Pós-Graduação oferecidos pela uni-versidade, onde alunos e professores poderão orientar e esclarecer dúvidas dos estudantes sobre cada pro#ssão. O evento é gratuito e alunos de escolas públicas e privadas estão convidados a participar.
Caminhada contra obesidade será dia 13/10
No dia 13 de outubro de 2013 será realizada a VI Caminhada de Prevenção à Obesidade. O evento terá início no portão 1 da Lagoa do Taquaral, em Campinas, às 8h, e é uma ini-ciativa do Grupo Multidisciplinar de Preparo para Cirurgia Bariátrica do Hospital de Clíni-cas (HC) da Unicamp. Na ocasião, os interes-sados poderão, também, se inscrever para o programa de cirurgia bariátrica do HC, além de fazer teste de glicemia, orientação nutricio-nal, e cálculo do índice de massa corpórea.
Espaço para arte contemporânea é inaugurado
O Espaço Fernandes Naday de Arte Contem-porânea de Campinas tem, como sua primeira exposição, o trabalho “Polimorfos e sequen-tes”, de Sylvia Furegatti. A mostra é composta por objetos, desenhos, e uma instalação artís-tica. A exposição #cará aberta ao público de 23 de setembro a 8 de novembro de 2013, de segunda a sexta feira, das 14h às 18h. O Es-paço Fernandes Naday se localiza na rua An-tonio Lapa, 1.180, no bairro do Cambuí, em Campinas.
CARTA AO LEITOR
Esta edição do Saiba +, produzida por alunos da turma 42 de jornalismo da Ponti-fícia Universidade Católica de Campinas (PUC- Campinas), tem como destaque a
segunda reportagem da série “Campinas 240 Anos”, que começou a ser publicada na
Entre as outras reportagens, na editoria de esporte, o Saiba + apresenta ao leitor o trike
e o slackline, modalidades que crescem no Brasil e chamam atenção por suas peculia-
Marlene Aparecida Batista, dona de um quiosque de pipoca, que é a mais antiga comer-Saiba + mostra como
-te para progredir uma boa comunicação, um beijo, uma noite, um até mais, 2 ou 8 anos de namoro,
-
e os relacionamentos não se conservam mais como
predisposição dos homens ou a independência das
relacionamentos tendem a esfriar com muito mais fa-
-
um “objeto encontrado”, mas um produto que re-quer esforço e boa vonta-
por horror à solidão, mas esse outro se mantém a uma distância que permi-
Hoje o tempo é curto, a comunicação é bem mais explorada e a liberdade
pessoas não têm mais dis-posição de focar em um único individuo, conhecê-lo e viver a maior parte do tempo com ele, sendo que todo mundo tem um conteúdo a oferecer em to-
limita os casais a conviver menos pessoalmente, o que resulta em desenten-
os modernos, quebramos o acordo de “até que a morte
Hoje, dizer eu te amo é epidêmico, estamos ca-minhando para uma socie-dade em que todo mundo distribui frases apaixona-
existe uma falta que bate e pode ser satisfeita por uma grande quantidade de poucas parcerias em detri-
-sim que funciona, é este o
SAIBA +
Jornal laboratório produzido por alunos da Faculdade de Jornalismo da PUC-Campi-
-
Professor responsável:
Editor: Bruno AccorsiDiagramação: André Montejano e Bruno Machado
Obra de Sylvia Furegatti que compõe a mostra
30 de Setembro de 2013Página 3
Blogs se transformam em profissãoProfissionais de diversas áreas ganham dinheiro com postagens na internet
Amanda Leal
TECNOLOGIA
No Brasil, segundo da-
dos do Ibope/NetRa-
tings, que mede a audiência
em sites da internet, existem
cerca de 100 milhões de
blogs em funcionamento.
De acordo com o mesmo
ranking, quase metade dos
internautas brasileiros aces-
sa esse tipo de site. Assim,
ser blogueiro se tornou pro-
crativo para muita gente.
Priscila Paes, de 24 anos,
escreve o blog Passando
Blush, que virou mania en-
tre as meninas que querem
dades sobre maquiagem,
moda e cuidados com o
cabelo. Tudo começou em
vídeos tutoriais no Youtube,
site de compartilhamento
de vídeos, mas o que co-
meçou sem querer acabou
virando a fonte de renda
da blogueira, formada em
publicidade. “Criei o blog
em janeiro de 2010. Poucos
meses depois, decidi lar-
gar meu emprego para po-
der me dedicar totalmente
ao blog e transformá-lo na
anos e meio me dedicando
100% a ele”, conta Priscila.
zem sucesso os blogs de
gastronomia. Cuecas na
Cozinha
e completou seis anos em
maio, sendo um dos blogs
mais antigos ainda em ati-
vidade na internet. Escrito
pelo empresário Alessander
Guerra, de 35 anos, o blog
blog eu me tornei escritor de
livros, palestrante e desen-
volvo linha de produtos com
a marca Cuecas na Cozi-
nha.” Entre os produtos es-
tão canecas e kits culinários.
Quem olha de fora pode
pensar que a vida de bloguei-
cila, que têm, cada um, uma
mensais, contam que traba-
lham cerca de 14 horas por
dia. “O leitor sabe quando
você faz por dinheiro. Tem
lhar todos os dias, estudar
sobre o assunto, ler muito
outros blogs e livros, se de-
dicar mesmo”, conta Prisci-
qualquer outra, com todas as
exigências que uma pessoa
competente deve ter em re-
lecimento chamado internet
não fecha as portas nunca.”
A renda dos blogueiros
vem em forma de patrocí-
nios, vindos de marcas de
esmaltes e salões de beleza,
no caso de Priscila, e, para
Guerra, lojas de viagem,
ros, já que o público alvo do
B. Priscila conseguiu recen-
temente vender espaço em
seu blog para a Petrobras,
que publicou uma campa-
nha de incentivo a mulheres
ao volante. “Se eu gostar
da marca e for compatível
com meu público, eu acho
válido vender o espaço”.
Passo a passoRicardo Wargas, gerente
da Unidade de Inovação e
acesso à Tecnologia do Se-
brae/RJ, explica que, para
quem quer se aventurar
“nesse mundo”, o importan-
linguagem mais informal
do que site institucional de
empresas. “Quando falamos
em fonte de renda, devemos
apenas nos atentar para fazer
nalismo. Existem algumas
maneiras de ganhar dinheiro
com blog como programa de
foprodutos, venda de espaço
publicitário, entre outros.”
Segundo Wargas, para
um blog pessoal, não há ne-
cessidade de investimento,
mas, para quem busca um
vestimento será inevitável.
“Depois de algum tempo,
o blog acaba pagando os
tenção. Mas isso não acon-
tece do dia para a noite, por
isso, o blogueiro terá inves-
no início de suas ativida-
Blogueira Priscila Paes acompanha página pelo telefone
Arquivo Pessoal
www.passandoblush.com.br
Sete dicas para fazer um
blog de sucesso
1Encontrar um as-
sunto que você gos-
te. O melhor a fazer
goste, assim sempre es-
tará motivado para es-
crever.
2Pesquisar constan-
temente sobre o
tema. Para manter seu
so fazer muita pesquisa
sobre o tema que você
escreve. Você deve estar
sempre informado dos
assuntos que envolvem
as características do
blog.
3Ser diferente dos
demais com algu-
mas novidades. Para se
destacar dos demais,
com conteúdos novos.
para conseguir credibi-
lidade.
4Testar todas as fer-
ramentas para blog
antes de iniciar. Antes
de dar os primeiros pas-
sos na construção de seu
as diversas ferramentas.
lher em qual plataforma
irá desevolvê-lo. Um
mente usa o WordPress
e para isso você deverá
serviço de hospedagem.
5Aprender o bási-
Trabalhar com blogs e
sites requer um mínimo
de conhecimento da lin-
ou procurar saber mais
sobre esta área.
6Relacione-se bem.
Utilize das redes
sociais para se relacio-
nar com os seguidores.
Twitter, Instagram e Fa-
cebook são as ferramen-
tas mais utilizadas para
divulgação dos traba-
de outros blogs, mas
evite fazer propaganda
neles e, quando postar,
escreva algo com conte-
údo de qualidade.
7Ser constante na
manutenção do
blog. Ele não pode ser
esquecido. A publicação
diariamente faz com que
os leitores o acessem
mais vezes, dando maior
rio que atualize sempre
todos os recursos ofere-
cidos pela plataforma.
Guerra tem blog há 6 anos
30 de setembro de 2013Página 4
Fernanda Farrenkopf
Márcio Silva ministrando palestra sobre #loso#a clínica
Pedro de Freitas Jr.
Ansiedade, estresse,
melancolia, medo. O
século XVIII se foi, mas
algumas das característi-
cas do chamado “Mal do
Século” continuam. Tanto
quanto o físico, o psico-
lógico também deve ser
cuidado. Em busca de me-
lhorar a qualidade de vida,
algumas pessoas buscam
por tratamentos com psi-
-
prática surgida no Brasil no
trato com as questões exis-
tenciais da pessoa”, como
-
cio José Andrade da Silva,
-
ce-presidente da Associa-
ção Nacional de Filósofos
-
ca uma nova forma de ver
o ser humano. A humani-
dade, durante sua história,
criou fórmulas, métodos
para abordar, compreender
e lidar com suas questões
em sua origem, sempre
questões do cotidiano. A
ao trato com as questões
existenciais da pessoa. A
-
duzida no Brasil por Lúcio
Packter que, com forma-
ção na área médica, estava
incomodado com o sofri-
mento das pessoas diante
das limitações causadas
por tantas questões encon-
tradas na área hospitalar.
Ele constatou que muitos
desses problemas eram de
ordem existencial e não
médica. A busca por uma
resposta a esses problemas
existenciais o levou, na dé-
na Europa, várias formas
de terapias, entre elas a
-
-
problemas existenciais. De
volta ao Brasil, retomou
suas pesquisas em clínica,
utilizando uma espécie de
anamnese. Com as respos-
tas obtidas procura encon-
-
res que haviam abordado
tais questões. Esse proce-
dimento o levou a iden-
independente dos contex-
tos culturais dos quais as
pessoas advinham.
-
Basicamente, a diferen-
ça está no método. Na
filosofia clínica, traba-
lhamos com a história
de vida da pessoa rela-
tada o máximo possível
dentro de uma crono-
logia e evitando-se os
chamados saltos lógi-
de assunto. Outra carac-
terística, esperamos que
o partilhante - como
chamamos quem nos
procura para partilhar
sua vida - se expresse.
Não sei quem é aquela
pessoa que adentra mi-
nha sala, como rotulá
-la, visto que cada um,
em relação com o que
lhe cerca, se constituiu
como um ser único,
singular. Um conceito
mais complexo para ex-
plicar é que, para a filo-
sofia clínica, não exis-
te a questão da cura e,
portanto, da doença, do
normal versus patológi-
co. Existe a pessoa e a
forma que ela se consti-
tuiu em sua relação com
o mundo. O tempo ideal
de tratamento depen-
de do partilhante, visto
que ele é único.
uma instituição de Ensino
Superior reconhecida pelo
Ministério da Educação é
necessária. As pessoas sem
-
dem frequentar o curso,
mas receberão a titulação
clínica, sem poder de exer-
citar a prática clínica. Há,
-
-
que há dois momentos na
-
co. No primeiro, o básico,
daí o “B”, o estudante tem
acesso à parte do instru-
A essa formação, todos os
possuidores de um certi-
acesso. O segundo mo-
mento é o avançado, “A”,
que apenas os formados
-
quentar. Nesta etapa, são
realizados os estágios.
-
-
-
-
Lúcio utilizou parte dos
sistemas formulados pelos
à estruturação teórica da
forma, para entendermos
o que é historicidade, ne-
cessitamos do que Hegel
e Dilthey pensaram, e não
todo o sistema hegeliano.
Assim, para compreender
melhor como a pessoa via
o mundo, buscamos au-
-
nos fala que “o homem é
a medida de todas as coi-
o mundo por meio das ré-
guas que possui. Também
nos apoiamos na releitura
que Schopenhauer faz de
o mundo é minha repre-
sentação. Ao analisarmos
o discurso do partilhante,
Aristóteles e Wittgenstein
-
-
-
tencialmente a pessoa em
cada momento de seu re-
lato de vida. Eles funda-
mentam-se nos escrito de
Aristóteles e Kant. Assim
temos o ‘assunto’, que in-
dica por que a pessoa pro-
com que, verdadeiramen-
te, devemos nos ocupar. O
segundo tópico a ser ana-
lisado é a ‘circunstância’,
tudo o que está ligado ao
relato da pessoa e que não
-
vidade, como o contexto
social. Aí, vem o ‘lugar’.
analisar como a pessoa se
sente e pensa a propósito
do ambiente em que está
-
camos o ‘tempo’, quando
nos interessa saber como
a pessoa se relaciona com
o tempo convencionado,
-
analisamos a ‘relação’, o
comportar-se de determi-
nada maneira. Acho que os
exames categoriais se di-
ferenciam da anamnese da
psicanálise, que é baseada,
salve engano, em uma en-
trevista com a pessoa. Na
-
relato que a pessoa me faz.
-
-
-
-
-
nica, o que irá distingui-la
como uma intervenção te-
instrumental teórico e sua
prática clínica.
-
-
Como eu saberei se essa
pessoa é ou não é possui-
dora desses rótulos e de
tantos outros que o “psi-
-
vida. Não negamos que
esses casos existam. Por
exemplo, uma pessoa iden-
sérias, como possuidora de
um problema psíquico, se
ela quiser, poderá fazer um
trabalham em hospitais
psiquiátricos, participando
de equipes multidiscipli-
nares.
ENTREVISTA
30 de setembro de 2013Página 5
Bruno Accorsi
Slackline e drift
ESPORTE
Modalidades radicais
ganham adeptos no Brasil
Para muita gente os ter-
mos slackline e drift
trike
Mas a verdade é que es-
sas palavras dão nome a
dois esportes radicais em
sla-
ckline
País já faz um tempo e o
drift trike, que chegou há
pouco, também conquista
do, os caçadores de aven-
tura, encontram novas prá-
ticas e, no momento, essas
duas ganham adeptos em
mento é o fato de que sur-
campeonatos e a procura
por informações sobre as
modalidades não para de
ideia, a procura pelos ter-
mos, no Google, de acordo
com o próprio site, cresce
nos últimos anos e atin-
giu o pico de consultas
como um dos países que
mais originaram pesqui-
slackline chegou
de leve nos anos 1990,
principalmente em regi-
ões litorâneas, mas hoje é
praticado das metrópoles
sustar algumas pessoas, e
necessitar de técnicas es-
slackline é um esporte de
equipamentos em mão,
Em Campinas, a prova do
crescimento desse esporte
está no número de prati-
cantes que se reúnem em
tos da Paz, no Taquaral, e
no campus da Universida-
de Estadual de Campinas
Pessoas de qualquer
idade podem praticá-lo,
mas, de qualquer maneira,
é preciso buscar alguma
orientação ou referência
antes de se aventurar na
Bernardi, de 20 anos, é ini-
ciante no slack, e, antes de
“Foi um esporte com que
eu me dei muito bem já de
tware Lucas Lima, de 24
anos, pratica skate
que seu desempenho no
shape depois do slackline
Desde que comecei a pra-
ticar, me sinto muito mais
(skate de maiores propor-
ções)
meto a descer qualquer la-
deira com a certeza de que
não vou cair”
algumas modalidades va-
riantes do slackline. No
trickline, são feitas mano-
hi-
ghline é feito em grandes
alturas, o longline entre
grandes distâncias e o wa-
catraca, o que muda é o ob-
slackline
está sempre sugerindo no-
vas possibilidades, como o
yogaline, que consiste na
aplicação de movimentos
Drif trike
drift trike é um espor-
Nova Zelândia por volta
de 2008 e já se espalhou
do esporte lembra bastan-
te um carrinho de rolimã
e sua aparência remete ao
velotrol, ou triciclo para
“brinquedo” faz sucesso
tanto entre crianças quanto
entre adolescentes e adul-
descer ladeiras
em alta velo-
p r e f e -
r ê n c i a
dos
praticantes é por locais
bastante íngremes e com
muitas curvas, para que
rar melhor as possibilida-
Pelas suas características,
o drift trike é bastante
praticado em cidades com
Muitos dos praticantes
conhecem o esporte pela
internet, e recorrem às
poucas opções do merca-
te de publicidade Marco
nheci o trike pela internet,
pesquisei, e achei uma em-
Quem quiser comprar
um trike vai gastar por vol-
ta de R$ 500,00, mas uma
das vantagens do esporte
é a possibilidade de cons-
truir um com suas próprias
mãos, já que os materiais
utilizados são facilmente
encontrados e o processo
e guidão de bicicleta BMX
na parte dianteira, enquan-
to o chassi pode ser mon-
tado a partir de um quadro,
t a m -
bém de bicicleta, ou algum
Já na traseira são utiliza-
das duas rodas de menores
proporções, rodas de kart
ou até mesmo canos PVC
moldados no formato ade-
tal Renato Tortelli, de 26
portes radicais e, em 2011,
ao ver o drift trike em um
programa de TV, resol-
maluco, parei para prestar
atenção nas peças do ne-
gócio e percebi que talvez
eu conseguisse montar um
Na internet, principal-
mente no Youtube, é pos-
sível encontrar diversos
tutoriais que ensinam a
montar um trike
com a evolução do esporte
no país, o drift trike ainda
caminha em direção a um
competições da modali-
dade e a maioria das que
Mas já é possível encon-
trar pessoas empenhadas
foi fundada a Liga Paulista
de Drift Trike (LPDT), que
está promovendo o Primei-
ro Campeonato Paulista de
Drift Trike
pa do evento foi realizada
Slackline e drift trike
Waterline é uma variação do slackline: equilíbrio e concentração na & ta suspensa sobre a água
Foto
s: D
ivulg
ação
O estudante Marco Freire pratica dri trike em Itupeva nos seus momentos de lazer
30 de Setembro de 2013Página 6
40 anos de pipocas e quitutesMarlene Aparecida Batista é a comerciante mais antiga da praça de alimentação da PUC-Campinas
Ayla Kimura
PERFIL
Quem é aluno, funcio-
nário ou professor da
Pontifícia Universidade Ca-
tólica de Campinas (PUC-
Campinas) certamente já
comprou pipoca na praça de
alimentação do Campus 1.
Por trás de cada pacote ven-
dido ao cliente está a histó-
ria de uma mulher que faz a
mesma atividade na univer-
sidade há 40 anos, sustentou
com esse trabalho.
Nascida em Icém (a 408
km de Campinas), Marlene
Aparecida Batista veio para
Campinas aos 15 anos. Seu
pai era segurança e entrou
no ramo de pipocas quando
chegaram à cidade. Os ne-
gócios deram tão certo que,
em pouco tempo, ele já pos-
suía seis carrinhos que ven-
diam o quitute instalados em
alguns pontos, como na La-
goa do Taquaral, no colégio
Evolução, no Bosque dos
Jequitibás e num cinema do
de semana, também alugava
o equipamento para festas e
eventos.
Aos 17 anos, Marlene
começou a trabalhar com
o pai em um carrinho nos
arredores do Campus 1, na
Avenida Ana Maria Silves-
os bares. Após um ano e
meio trabalhando na rua,
o dono de uma cantina da
universidade convidou para
que os dois começassem a
trabalhar na parte interna do
campus, pagando uma pe-
quena taxa para ele.
Durante 6 anos, Marle-
ne manteve o acordo com
o dono da cantina e instalou
seu carrinho ao lado da lan-
-
va instalada no prédio H3,
onde hoje funciona um xé-
rox. Pouco tempo depois, a
lanchonete mudou de dono
e ela deixou de pagar a taxa,
uma vez que, naquela épo-
ca, não havia contrato for-
mal para atuar no campus.
Então com 18 anos, Mar-
lene já era casada quando
assumiu totalmente os ne-
gócios do pai na universi-
dade. Por causa disso, ela
conseguia estabilizar seus
horários e manter mais de
um carrinho funcionando
em outro lugar. “Meu pai
preferia que eu trabalhasse
na PUC pois era mais segu-
na rua”, conta.
-
lho, Fábio, e trabalhou du-
rante toda sua gestação. "Eu
fui trabalhar até o último dia
de gravidez, levava comi-
go a sacola da maternidade
caso chegasse a hora de ele
-
1980, foi a mesma rotina.
Os dois meninos tiveram
sua infância inteira na PUC,
ajudando a mãe e sendo pa-
paricados por alunos e pro-
fessores.
Durante seu trajeto como
vendedora de pipoca, Mar-
lene arrumou outros em-
pregos no horário em que
não estava na universidade.
Trabalhou como promotora
de vendas, vendedora e co-
zinheira. Com essa experi-
ência, em 1991, montou, em
parceria com uma amiga,
sua própria rotisseria.
"Minha amiga me disse
que ela entraria com o di-
nheiro e eu com o que sabia
de culinária." A Rotisseria
Capellette, como foi nomea-
da, era localizada na Aveni-
da Andrade Neves, no Cas-
telo, e funcionou durante 9
anos com a ajuda de seus
funcionários. Marlene divi-
dia seu tempo trabalhando
na parte da manhã na Ca-
pellette e na parte da noite
no seu carrinho de pipoca.
Com o tempo, quem passou
a comandar os negócios da
"Fernando era meu braço
direito, ele me ajudava em
tudo”.
Quando Fernando com-
pletou 18 anos, o menino
decidiu seguir seus sonhos
e foi para os Estados Unidos
à procura de trabalho. Isso
-
queira, acostumada com a
ajuda do caçula. A saúde,
nessa época, não estava tão
boa e, também por isso, ela
optou por fechar a rotisseria
e se dedicar exclusivamente
ao carrinho de pipoca. Até
então, ela só ia à PUC à noi-
te, mas passou a fazer suas
vendas também no período
matutino. “Deu certo. Está
dando até hoje”, diz.
No período de férias da
universidade, Marlene não
além de conhecer novos lu-
gares, também aproveitava
para trabalhar em empregos
temporários como arruma-
deira, garçonete e faxineira.
Em 2005, a PUC inaugu-
rou a praça de alimentação
e a pipoqueira adquiriu um
novo carrinho para começar
no novo ambiente.
Até então, a pipoca era
feita numa panela simples,
com um botijão de gás. Algo
bem artesanal. Mas, na pra-
ça, as regras de segurança
passaram a ser mais rígidas.
A administração exigiu que
o gás fosse trocado por uma
máquina elétrica, semelhan-
te às utilizadas nos cinemas.
Marlene montou um quios-
que, onde vende pipoca e
outras guloseimas como
chocolates e doces caseiros.
A primeira máquina foi en-
Unidos. Os doces ajudaram
a completar as vendas, mas
hoje são responsáveis pela
maior parte do lucro. Pipoca
mesmo já não vende como
antigamente, ainda mais no
período da manhã e nos dias
de calor.
SaborA pipoca de Marlene tem
um sabor peculiar. No bal-
-
lho que é a marca registrada
do quitute. Herança do pai,
todo cliente cativo sabe que
esse é um dos atrativos, um
tanto picante, um tanto cítri-
co, disponível para temperar
a pipoca quentinha. A uni-
versitária Ana Vitória Beno-
toque especial. Ela, inclusi-
ve, já tentou imitá-lo, mas
o sabor não agradou tanto.
“O único problema é que a
pipoqueira chega muito tar-
de, quase com o intervalo
acabando”, diz a estudante
do matutino. Marlene diz
que o horário é determinado
pela distância que precisa
percorrer. Como mora em
Hortolândia, gasta pelo me-
nos uma hora para chegar ao
Campus.
FamíliaDepois de já ter criado dois
a missão de criar a peque-
na Ana Júlha, de 3 anos. "A
Ana Júlha nasceu de outra
barriga, mas era pra ser mi-
é neta biológica de seu atu-
al marido, porém os pais a
abandonaram quando tinha
menos de um ano. Desde
então, ela mora com o casal,
que a adotou legalmente.
Marlene já é chamada de
“mamãe” pela garota. Antes
de vir para a universidade,
ela também precisa deixá-la
na escola.
Quem mais ajuda a co-
merciante atualmente é seu
sobrinho Gustavo, de 17
anos. Ele trabalha com a tia
desde 2008. Fernando con-
tinua nos Estados Unidos;
Fábio trabalha na área de
marketing em Campinas.
O "Cantinho da Pipoca" já
evoluiu, mas ainda há novi-
dades por vir. A pipoca doce
está no projeto e a máquina
de cartão de crédito também
deve chegar em breve.
É com bom humor que Marlene vende sua pipoca na PUC
Ayla Kimura
Acervo Pessoal
Marlene com seus dois filhos, Fábio e Fernando, na PUC-Campinas em 1983
30 de agosto de 2013Página 7
Dormir fácil pode ser problema graveDistúrbios causam sonolência, cochilo ou noites turbulentas; tratamento é inacessível para a maioria
Carol Estevam
SAÚDE
Você tem grandes
chances de cochilar
assistindo à televisão, no
trânsito como passageiro,
sentado quieto no cinema
ou teatro, conversando com
alguém ou até mesmo len-
do? Pode parecer que você
tem facilidade para dormir,
mas, na verdade, o que
pode existir é um problema
com o seu sono. Essas são
algumas das características
dos chamados distúrbios
do sono, tratados por pneu-
mologistas, neurologistas e
otorrinolaringologistas.
Essa facilidade para dor-
mir pode vir acompanhada,
durante à noite, de outros
sintomas que indicam pro-
blemas mais sérios. Ron-
car é um deles. Há ainda
a Síndrome das Pernas In-
quietas, que ocorre quando
a pessoa movimenta ex-
cessivamente os membros
inferiores antes de dormir,
o que impede o início do
sono e acaba acarretando
também insônia. O sonam-
bulismo, que normalmente
ocorre na infância, se mani-
festa quando a criança fala,
senta e anda pelo quarto ou
outros ambientes da casa.
Já o bruxismo é caracteri-
zado por ranger os dentes
durante o período do sono e
a narcolepsia é a sonolência
diurna, que ainda está sen-
do estudada, embora já se
estime que haja 1 caso em
cada 2 mil pessoas.
Mais do que um proble-
ma para quem dorme com
você, roncar é um problema
para sua saúde. A qualidade
do sono cai, acorda-se mui-
to à noite, pode causar dor
de cabeça, nariz obstruído
e sudorese em excesso. A
apneia é caracterizada por
pausas respiratórias que du-
ram mais de dez segundos
e são consideradas fora do
normal quando ultrapassam
cinco manifestações por
hora de sono.
De acordo com pesqui-
sas do Instituto do Sono
de São Paulo, 30% dos
homens e 40% das mulhe-
res roncam rotineiramente.
No Brasil, estima-se que
20 milhões de pessoas ron-
quem, sendo que 6 milhões
delas apresentam proble-
mas respiratórios durante
o sono. O dado alarmante
é que, provavelmente, 20
mil brasileiros morram por
ano devido a complicações
cardiovasculares desen-
cadeadas pelos distúrbios
respiratórios do sono. O
excesso de peso também
está ligado ao ronco, e a
pneumologista Lia Bitten-
cout do Instituto do sono
da Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo): “A
maioria dos pacientes com
apneia tem a garganta (fa-
ringe) estreitada e com um
formato mais arredondado,
devido ao acúmulo de gor-
dura na região e à posição
da mandíbula e do maxilar,
que se projetam para trás.”
Para detectar a doença,
existe um exame chamado
ta os diversos distúrbios
que podem ocorrer durante
a noite. Nele, é avaliado o
padrão do sono do pacien-
te, por meio de sensores, a
atividade elétrica cerebral,
o movimento dos olhos, a
atividade dos músculos, a
xo e esforço respiratório,
a oxigenação do sangue, o
ronco e a posição corpórea.
O caminho entre achar
que ronca e saber
que realmente tem ap-
neia do sono, pode ser
até considerado rápido
se a pessoa tem convê-
nio médico. O aposenta-
do Jair Zaccarias, de 65
anos, sempre soube que
roncava e percebia que
havia perdido a qualida-
de do seu sono. Então,
foi até o médico otorri-
nolaringologista Júlio
César Berselli e obteve
uma guia para realizar,
pelo convênio, o exame
receber a guia e ir até o
Instituto do Sono de So-
rocaba realizar o exame,
passaram-se em torno de
20 dias. Por
sorte, o con-
vênio não
fez nenhuma
objeção.
Após o
diagnóstico
de apneia,
começou a
segunda ba-
talha. Como
adquirir a
CPAP (em
inglês, a
sigla para
Contiunous Positive Ai-
rway Pressure), ou seja,
um equipamento com
o qual precisará dormir
para o resto da vida para
não roncar. A máquina é
essencial ao tratamento,
mas o grande problema
para a maioria das pes-
soas é que uma CPAP
mais simples custa entre
R$ 800,00 e R$ 1,6 mil.
Esse valor não dá direi-
to à máscara também
necessária para o ajuste
do equipamento nem ao
máquina funcionar ade-
quadamente. Com esses
acessórios, o custo chega
a R$ 1,5 mil. Os convê-
nios, segundo a Associa-
ção Nacional de Saúde
(ANS), não são obriga-
dos a custear o equipa-
mento. Há ainda a possi-
bilidade de aluguel, por
R$ 200,00 mensais, sem
direito à máscara, de uso
pessoal e custa, pelo me-
nos, R$ 300,00. “Seria
importante que os convê-
nios auxiliassem na com-
pra. Não adianta nada dar
o diagnóstico e não pos-
sibilitar o tratamento”,
O uso da CPAP (máscara) é essencial para o tratamento, porém é inacessivel à maioria, inclusive, em convênios
Divulgação
Convênio dá diagnóstico,
mas não garante terapia
30 de Setembro de 2013Página 8
História em perigoSituação do MIS e do Museu da Cidade colocam memória e atividades culturais em risco
Paulo Orlando
CULTURA
Construído em 1878, o Palácio dos Azulejos, no Cento, intimida com suas paredes ruídas e picha-das, mas é nesse edifício de aspecto carcomido pelo tempo, que está um acervo museológico com enorme importância para o patri-mônio histórico e cultural de Campinas, o Museu de Imagem e Som (MIS).
Esse patrimônio público tão mal guardado, é cons-tantemente ameaçado por falta de condições de arma-zenamento e conservação de seu acervo, imprescin-díveis para manter sua qua-lidade. Desde 1990, o con-trole operacional do edifício passou à Secretaria Munici-pal da Cultura e Turismo, que, surpreendentemente, investe menos no museu do que as iniciativas dos pró-prios frequentadores, como o “Amigos do MIS”, gru-po que fomenta atividades dentro do espaço e chega
te, com doações, para sua preservação. Em 2004, a Petrobras patrocinou o pro-jeto de revitalização do edi-fício, mas, em menos de dez anos, já se vê uma estética mais desgastada. O diretor municipal de Cultura, Ga-briel Rapassi, garante que o projeto de revitalização do espaço não terminou e já apresenta substanciais melhorias na cobertura, ve-dação das águas, caxilharia, fachada e, principalmente, nos azulejos portugueses no piso superior, que acabaram “batizando” o prédio.
Campinas conta atual-mente com outros cinco museus pertencentes à Se-cretária Municipal de Cul-tura de Campinas, mas, infelizmente, o descaso da prefeitura não se resume
a um só ambiente. O Mu-seu Da Cidade (Muci), por exemplo, não recebe nenhu-ma intervenção parar repa-rar sua infraestrutura desde o início dos anos 1990. O
ções, problemas estruturais e rede elétrica comprometi-da, deixando em risco mais de 6 mil peças que fazem parte da história de Cam-pinas, itens como objetos indígenas e móveis encon-tram-se embalados com plástico bolha e papel. Um pequeno acervo de poltro-nas da 1ª Câmara Muni-cipal permanece entre os objetos em risco. O Museu da Cidade possui também, em risco, peças do acervo do antropólogo e etnógra-fo Desidério Aytai (1905-1988), húngaro radicado no Brasil que, ao lado de Dar-cy Ribeiro (1922-1997), foi responsável por uma série de expedições e pesquisas sobre os costumes indí-genas no Brasil. Parte de suas pesquisas estão repre-sentadas em materiais hoje
pertencentes ao Muci, onde não está em exposição, no Museu Universitário da Pontifícia Universidade de Campinas (PUC-Campi-nas) e no Museu Municipal Elizabeth Aytai, em Monte Mor, na Região Metropoli-tana de Campinas (RMC), fundado pelo antropólogo.
Símbolo da modernida-de de Campinas no século 19, o Palácio dos Azulejos foi residência de grandes barões do café até 1908, quando se tornou sede da Prefeitura. Em 1972, o Pa-lácio dos Jequitibás, atual sede do Poder Executivo, foi inaugurado e, três anos depois, o prédio centenário na Rua Regente Feijó, pas-sou a abrigar o MIS.
Toda a concepção do museu foi idealizada a partir de um grupo de fotógrafos, cineastas e cineclubistas da região, com o objetivo principal de difundir, pre-servar e produzir o conte-údo audiovisual da cidade que, até os anos 1950, teve, inclusive, uma produção ci-
nacional. “Como frequenta-dora, vejo a localização do MIS no Palácio dos Azule-jos como um alento cultural acessível a todo transeunte de um região tão árida cul-turalmente”, explica Izide Elias.
Quem entra no MIS tem a grata surpresa de se depa-rar com um enorme acervo de fotos, cartazes, livros e uma discoteca com incrí-veis 30 mil LPs. O gramofo-ne na mesa de cabeceira do museu toca vinis raríssimos de Noel Rosa, Adoniran Barbosa e Dorival Caymmi, alguns deles, peças únicas.
seu espaço no museu, que
lícula, muitas vezes sugeri-dos pelos próprios frequen-tadores. Na tela, obras que saem do circuito hollywoo-diano, propondo debates no
espectadores. Orestes Tole-do, professor de história e
ma que 80% do público que
comparece a essas mostras
e extremamente engajado em debater as questões le-
bidos: “Às vezes, a pessoa vem aqui e não sabe qual é
mas sabe que sempre tem
debate positivo pra todos no
Além de acumular todas essas funções, o museu ain-da disponibiliza exposições,
plásticas, cinema e música. O museu conta com a ajuda de doações livres, anúncios
cial e um conselho de cul-tura local, recém-formado com a intenção de proteger a integridade de seu fun-cionamento. O sociólogo Rodrigo França sintetiza o carinho que os frequentado-res nutrem pelo museu: “O MIS deve continuar a fazer história junto aos grupos e entidades que se reunem e se utilizam de seus espa-ços e estrutura. Sem verbas, isso já acontece. Imagina se houvesse um mínimo de in-vestimentos!”
Outro campineiro que se encantava com a estru-tura neoclássica do edifício era o prefeito assassinado Antônio da Costa Santos, o Toninho (1952-2001). Com formação em arquitetura, ti-nha como projeto transferir o gabinete do prefeito do 4° andar do Palácio dos Je-quitibás para o Palácio dos Azulejos.
Toninho dizia que lhe agradava o fato de que, no prédio da rua Regente Feijó,
metros do chão, uma rela-ção simbólica que levaria o prefeito para mais próximo da população e sua função pública.
Fotos: André Montejano
Há dez anos o
Museu da Imagem
e Som não recebe
reparos em sua
estrutura