creditperformance setembro 2013

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A Credit Performance é a primeira e única revista especializada na indústria brasileira de crédito e cobrança. A publicação é idealizada pela CMS - Credit Management Solutions, a organização líder em interação e conteúdos da indústria latina de crédito com atuação em 19 países da América e Europa, e conta com o apoio do Instituto GEOC e Serasa Experian. Com periodicidade trimestral e tiragem de 5.500 exemplares, a revista oferece conteúdo especialmente desenvolvido para executivos líderes de grandes corporações e empresas da área. Distribuição exclusiva e gratuita.

CONSELHO EDITORIAL: Carlos Zanchi, Egberto Blanco, Elane Cortez, Jair Lantaller, Jefferson Frauches, Luis Barbuda, Luis Carlos Bento, Luiz Hidalgo, Pablo Salamone, Paulo Busch, Victoria Iturrieta.

REDAÇÃO: Christiane MoraesCamila BalthazarIsabela BarrosIsaura Daniel

EDITORA E jORNALISTA RESpONSávEL:Elane CortezMTB 0000687|MA

REvISÃO E COLABORAÇÃO:Olivia Mussato

E-mAIL DA REDAÇÃO:[email protected]

DIAgRAmAÇÃO:Leandro Hoffmann www.hoffmannestudio.com

FOTOS:Paulo Bau

COmERCIAL:Madleine Rose M. Sprocatti [email protected]. (11) 3868-2883/ 3865-7013

Credit Performance, a revista da indústria de crédito e cobrança. www.creditperformance.com.br

Credit performance é uma publicação da CMS – Credit Management Solutions. Todos os direitos reservados, proibida a reprodução total ou parcial sem prévia autorização.

O crescimento da indústria de Crédito e Cobrança nos últimos anos é inegável, mas será que com a desaceleração do crescimento, temos chance de ser gigan-tes nesse segmento?

P24 CApABRASIL: O PAÍS DO CRÉDITO GIGANTE?

P06 ENTREvISTA

DELFIM NETTOEconomista e ex-Ministro da Economia que encabeçou a era do Milagre Econômi-co brasileiro mostra na entrevista à Credit Performance uma perspectiva positiva em relação ao que se pode esperar do país nos

próximos meses.

A faixa etária com mais de 65 é o vice-cam-peão em inadimplência no Brasil. O que faz com que o sonho da aposentadoria se torne um pesadelo para quem sempre esteve em dia com as contas?

P18INDICADORESTERCEIRA IDADE EM DÍVIDA:

Um mercado que ainda engatinha, mas que promete abrir novas oportunidades de negócios, que vão das transações conside-radas tradicionais à criação de fundos de

investimento.

COMPRA E VENDA DE CARTEIRAS:

P36 TENDÊNCIAS

Em um mundo cada vez mais conectado e mediado por relações virtuais, o bom e velho contato pessoal na formação de uma consistente rede de relacionamen-tos profissionais se mostra mais atual do que nunca.

P30DESTAQUESNETWORKING:

Reflexo do consumo ou responsável pelo seu crescimento? Qualquer que seja a linha escolhida pelos especialistas, o fato é que mais e mais integrantes se somam cada dia a essa classe, que pretende do-minar as estatísticas e exigir muito mais.

P14SEgmENTO E gLOBALIZAÇÃO

A NOVA CLASSE MÉDIA:

SumárioSETEmBro 2013 Nº17P05

EDITORIAL

GOLFE: o esporte aristocrático tende a ganhar cada vez mais adeptos entre os executivos no Brasil pela capacidade de trabalhar habilidades fundamentais no mundo corporativo.

P42SOFISTICAÇÃO & LUXO

P12IDEIAS E TENDENCIASTecnologia a serviço do combate às fraudes nas transações não presenciais: Artigo de Fabio Wendling.

P28OpINIÃOREALIDADES DE 2013 E PERSPECTIVAS PARA 2014, por Egberto Hernandes Blanco

P46 pELO mUNDO SANTIAGO: A sede do 11º Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança é o ambiente perfei-to para a geração de negócios, com muitas atrações culturais e gastronômicas.

P34mERCADO NA mIRACASE EM DESTAQUE: A CP abre um espaço especial voltado às melhores práticas da indústria de C&C. A estreia da seção fica por conta da Way Back, uma empresa com mais de 20 anos de experiência e que aposta em um amplo portfólio de produtos sob medida para atrair e reter a carteira de clientes.

P20pROgRESSO E DESENvOLvImENTOA TECNOLOGIA CONTRA O RISCO: A automatização do ciclo do crédito é uma realidade, ainda mais com a democratização trazida pela internet. Agora, pequenas e médias empresas também podem aderir à onda high tech.

P40NOvIDADES E AgENDAConfira as principais notícias rápidas da indústria de crédito e cobrança, além de se programar para os próximos eventos da CMS em todo o mundo.

A DESCOBERTA DE ATLANTA: a capital do estado da Georgia e atualmente a região de maior crescimento dos EUA foi cenário da troca de experiências e de conhecimento no CMS Field Trip - C&C Best Practices Meeting.

P10ACONTECEU NO mERCADO

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O elo das alianças inteligentes espera por você

Editorial

PaBlo SalamonE Presidente CMS

Esse é um dos melhores e mais desafiadores períodos do ano. A preparação para a 9ª edição do Congresso Nacional de Crédito e Cobrança está a pleno vapor. O trabalho não para, mas nosso objetivo faz com que todo o esforço seja recompensado: queremos mais uma vez reunir cerca de 2 mil tomadores de decisão da indústria, para trocar experiências, compartilhar conhecimento, ampliar a rede de networking e, claro, fechar negócios. Como resultado de nossa constante renovação, desenvolvemos muitas novidades para 2013. Nova sede e maior capacidade de público são alguns dos itens da lista que evidenciam o crescimento deste evento que já é o maior encontro latino-americano do setor.

Durante os dias 22 e 23 de outubro, cerca de 80 speakers passarão pelos palcos do Expo Center Norte. Destaco a palestra de

abertura do ex-ministro Antonio Delfim Netto, cujo tema será “O gigante acordou ou adormeceu?”. Durante uma entrevista exclusiva à revista, o

economista, um dos mais renomados do país, concedeu uma prévia de suas famosas opiniões que serão detalhadas no Congresso. Em sua opinião, o horizonte da economia brasileira é muito mais azul do que a maioria do empresariado brasileiro pensa. E há muito espaço para crescer no nosso segmento, principalmente no crédito imobiliário.

Com esse pensamento positivo e consciente de que nosso mercado crescerá 40% até 2015, estruturamos a programação do evento com base no tema principal “Alianças Inteligentes: O Crédito no Brasil pensado estrategicamente para gerar crescimento”. Isso porque, como todos sabem, no contexto atual, nenhuma empresa ou líder pode estar

isolado. Precisamos, juntos, pensar estrategicamente para alcançar os níveis de crescimento desejados para a economia e para a nossa indústria.

Dessa constatação nasce outra novidade para o Congresso: o Credit Networking Lab. Em formato de mesas de discussão, esta atividade especial terá como líder um dos headhunters mais respeitados do cenário nacional e internacional, Robert Wong. A dinâmica evidenciará ainda mais porque o networking é um dos pilares das Alianças Inteligentes.

Cada um dos temas que serão apresentados no Congresso podem ser lidos nesta edição da revista. A ideia é fazer um aquecimento para os assuntos que serão aprofundados durante os dois dias. Costumo dizer que é um teaser, pois o melhor ainda está por vir. Na matéria de capa, por exemplo, procuramos entender o panorama do assunto que será exposto pelos presidentes e VPs de grandes entidades financeiras no evento. É verdade que o crédito virou gigante no Brasil nos últimos anos, porém ainda é pequeno se comparado ao de países desenvolvidos. Ou seja, vamos trabalhar para crescer. Estamos ansiosos e animados para compartilhar tudo o que preparamos até agora. Enquanto isso, aproveitem o conteúdo da revista e das entrevistas com os principais executivos do setor. Espero que gostem e que nos encontremos no 9º Congresso Nacional de Crédito e Cobrança. Esse é o primeiro passo para formar a maior das Alianças Inteligentes, que fará nossa indústria se desenvolver consistentemente.

Vamos em frente!

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EntrEVista

um brasil de oportunidades iguais

“Houve uma expansão muito grande do crédito que foi muito saudável. Talvez tenha sido mais importante do que o aumento de renda: a bancarização do brasileiro, levando- o a tomar crédito”.

delfim nettoEconomista e ex-Ministro

Por Cristiane Moraes

Durante a entrevista, mes-mo sorrindo e brincando, o professor fala com muita tranquilidade e firmeza so-

bre sua visão da economia brasileira e como vê um horizonte muito mais azul que a maioria do empresariado brasilei-ro. Delfim Netto é economista, formado pela Faculdade de Economia e Admi-nistração da Universidade de São Paulo (FEA/USP), onde é professor emérito. Foi Ministro da Fazenda (1967/74), da Agricultura (1979) e Ministro-chefe da Secretaria de Planejamento da Presi-

dência da República (1979/85). Durante o período em que esteve na Fazenda, a economia brasileira registrou as maiores taxas de crescimento na história, cerca de 10% ao ano, considerado o Milagre Econômico.

Na opinião do economista - um dos mais renomados do País, autor de vários livros sobre os problemas da economia brasi-leira e colunista de dois importantes jor-nais - apesar do crescimento longe dos dois dígitos, o Brasil cresceu em igualda-de de oportunidade e a bancarização do

Credit Performance – desde o início de 2013 temos acompanhado um au-mento da taxa selic. Essa alta é pre-ocupante? na sua visão o Brasil pode voltar ao patamar de dois dígitos?Delfim Netto - Pelo contrário. O Banco Central aceitou a sua missão. Durante muito tempo aceitou a dominância fis-cal. Hoje, o BC não aceita mais e está cumprindo a sua função, que é a de tentar manter a expectativa de infla-ção para 4,5%. Na minha visão deve continuar muito bem nessa tarefa. É desagradável, mas é necessário. De qualquer forma, a taxa de juro real hoje é ainda muito menor do que era no passado e não acredito que possamos chegar aos dois dígitos.

CP - isso depende necessariamente da inflação?DN - Depende da taxa de juros e da contribuição da demanda pública. O que é inflação? É o excesso de de-manda com relação à oferta. Existe a demanda pública e a demanda privada. A demanda pública não depende da taxa de juro, já que tem relação com a vontade do governo. Por outro lado, se restringir a demanda privada, aumen-tando a taxa de juros, a consequência é

uma redução da demanda. Como você tem que reduzir a demanda global até o nível da oferta global, a taxa de ju-ros vai onde tiver que ir para fazer esse controle. Honestamente, não acredito que hoje o Brasil tenha algum risco de perder o controle da inflação. Ela deve se manter em 5,5% e, se o Banco Cen-tral tiver sucesso em um horizonte de 24 meses, ela caminha para 4,5%. Com essa inflação e uma taxa de juro real que não pode ser muito superior a 3%, a probabilidade de juros permanente-mente de dois dígitos é muito pequena. Ocasionalmente pode acontecer, en-quanto a inflação estiver em 6%, mas são poucas as chances.

CP - recentemente, o Banco Central acabou agindo para controlar a alta do dólar. Como essa questão afeta a economia e a confiança do mercado?DN - O Brasil não tem nenhum risco fiscal, ainda que a política fiscal seja expansiva. O déficit nominal fica entre 2,5% a 3%, o que não é nada fora de propósito. E a dívida bruta é em torno de 60% do PIB. Essa é talvez o dobro do que deveria ser em um país com o nosso nível de renda e estágio de de-senvolvimento. Mas também não ofe-

rece nenhum risco. Permanece estável e vai continuar. O Brasil não tem risco fiscal e monetário. Não existe nenhum risco do país perder o controle da in-flação. A inflação tem mantido o limite superior da banda como acontece em todo o país que tem banda. Porém, existia um erro grave no câmbio. Desde 2008, um pouco antes talvez, se come-çou uma política de aumento de salá-rios nominais muito acima do ganho de produtividade da mão de obra e muito acima da inflação. Esses aumentos sa-lariais vão para onde? Eles só têm duas saídas: fazer a demanda ser superior à oferta global com aumento de inflação ou déficit em contas correntes. O ex-cesso de demanda se dissipa em infla-ção ou conta corrente, que é o que está acontecendo. O Brasil terá esse ano um déficit de conta corrente parecido com US$ 80 bilhões.

CP – E como esse déficit afeta no dólar?DN – Contas correntes significam tudo aquilo que você importa e exporta. Você está usando US$ 80 bilhões de poupança externa para financiar o dis-pêndio interno. Nos últimos cinco anos, são mais de US$ 200 bilhões em contas

brasileiro, que passou a tomar crédito, foi muito importante para uma evolução e crescimento das oportunidades no Bra-sil. “As desigualdades na distribuição de renda foram reduzidas. Portanto, a re-dução do crescimento não é um defeito em si. Acho que poderíamos ter feito um pouco melhor, mas provavelmente nunca voltaremos àquele crescimento de 10% porque hoje as preocupações são outras”, ressalta. Para ele, ainda exis-te espaço para crescer no segmento de C&C e o crédito imobiliário será uma escolha adequada nessa direção.

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correntes. Essa elevação do dólar é sim-plesmente a resposta do mercado para esse desequilíbrio. Como corrigir isso? Elevando a taxa do dólar ao câmbio real. O que acontece é que estamos no regime de tripé, buscando um equilí-brio fiscal, monetário e da flutuação do câmbio. Com esse sistema ficou claro que não existe controle sobre o tama-nho da economia interna. Isso porque a taxa de juros interna menos a externa determina o movimento de capital e isso valoriza o câmbio nominal. Com os salários nominais crescendo muito e o câmbio nominal descendo muito, o que aconteceu com o câmbio real? O câmbio real é o quociente do câm-bio nominal e o salário nominal. Se um está subindo e outro está descendo, o quociente está caindo dramaticamente. A valorização do câmbio produziu esse problema sério no balanço de contas correntes e ainda há um problema mais grave, que foi a destruição do sistema industrial brasileiro, submetendo a uma

competição totalmente desleal. O mer-cado corrigiu e o movimento do câm-bio, ao contrário de demonstrar um de-siquilíbrio, na verdade foi em direção ao desequilíbrio que estava perdido. Ele mostra outras coisas também, como, por exemplo, que em um país desen-volvido como o nosso, tem que prestar atenção na sua política monetária por-que ela precisa manter o país em pleno emprego. Se essa política é perturbada pela política monetária externa, você tem que induzir alguma restrição no movimento de capitais.

Foi o que aconteceu no passado. Na época, as pessoas criticaram o gover-no e o ministro, que diziam existir uma guerra cambial. É curioso como o efeito mostrou que o Guido (Ministro Guido Mantega) estava certo. Naquela época se dizia: “imagina se a política monetá-ria americana está valorizando o câmbio brasileiro”. Quando se tentou montar a política deles foi uma desformalização

muito rápida do câmbio brasileiro, ou seja, a causa era aquela mesma. Isso, na minha opinião, está superado e não é um problema grave.

CP - Em 2010, por conta da crise mundial, o governo brasileiro apostou no consumo e na ascensão da classe média, para estimular o consumo e garantir o crescimento embasado no crédito. Como o senhor analisa essa estratégia? Quais outras ferramentas podem ser aplicadas para estimular o crescimento?DN - Claro que a estratégia de manter o nível de atividade é correta. O go-verno não pretendia simplesmente au-mentar o consumo. Ele não conseguiu com sua política cooptar o setor priva-do para os investimentos. Isso basica-mente mostra que o governo está em uma situação muito delicada. Se não houver sucesso nos leilões das conces-sões, não vai aumentar o investimento e, portanto, vai crescer muito pouco. Se você olhar o crescimento do segun-do trimestre de 2013 contra o de 2012, você vai ver que esse espanto que as pessoas tiveram com o crescimento de 1,5% simplesmente mostra que há uma desconexão entre a realidade e a con-cepção da realidade. Você vai ver que não existe nada de misterioso nisso. Isso foi produzido por dois efeitos interes-santes. Um deles foi uma safra agríco-la importante. Do lado da oferta, uma pequena recuperaçao da indústria e, do lado da demanda, o consumo cresceu praticamente o mesmo. O que aumen-tou foi o investimento e isso diminuiu o buraco na conta corrente, mostrando que os investimentos foram maiores neste ano do que no passado na mesma época. Concluindo, as empresas esta-vam mais otimistas que agora. Mesmo assim, parece que o esporte nacional é o pessimismo. Quem for mais pessimis-ta leva o prêmio. Isso é o que os empre-sários estão pensando, mas a realidade é diferente.

CP - neste segundo semestre, a inadimplência tem apresentado uma estabilidade, mesmo com o aumento da taxa de juros. os consumidores es-tão gastando menos ou estão pagan-do mais em dia? DN - Estamos aprendendo. Houve

EntrEVista

uma expansão muito grande do crédi-to que foi muito saudável. Talvez tenha sido mais importante do que o aumento de renda: a bancarização do brasileiro, levando-o a tomar crédito. Antes, era ridículo: tínhamos uma relaçao crédito--dívida-PIB de 25% e, hoje, está em 49%. Ainda é muito pequena e existe margem para crescer. Acontece que, como foi muito violenta, houve um esgorjamento, ou seja, as pessoas fica-ram entupidas. Mas vejo que já estão aprendendo e, por conta disso, o nível de inadimplência estabilizou. Mesmo assim, claro que isso depende da natu-reza do crédito.

CP - tivemos um estímulo grande do crédito para o consumo, que agora está mais voltado para a compra da casa própria. Esse é o caminho certo?DN - Acho que a expansão do crédito imobiliário é feita de maneira adequa-da. É um empréstimo cuja probabilida-de de ter um desarranjo no pagamento é muito pequena. Seria preciso uma tragédia na economia para que isso acontecesse. Não existe nenhuma ra-zão para imaginar uma coisa dessas. CP - Quando o senhor foi Ministro da Economia e de Planejamento, entre as décadas 70 e 80, foi um dos  res-ponsáveis pelo Milagre Econômico, período de crescimento excepcional do País. É claro que a época e o con-texto eram outros, porém quais es-tratégias e iniciativas daquela época poderiam ser aplicadas hoje? aquele crescimento seria possível nos dias atuais?DN - Nunca houve milagre. Milagre é efeito sem causa. Neste caso é muito simples. Qual é a carga tributária bruta no tempo em que o Brasil crescia 10% ao ano? Na verdade, o Brasil cresceu 7,5% ao ano por 30 anos seguidos. Qual era o segredo? A carga tributária bruta nos anos de 1970 era 24% e hoje é de 36%. Ou seja, você produzia 100 e o governo ficava com 24. Hoje você produz 100 e o governo fica com 36. E quanto era devolvido em termos de infraestrutura? 5%! Foi por isso que se construiu Itaipu, os portos e as estradas. Hoje se devolve menos de 2%. Visto dessa forma, justi-fica-se porque o crescimento murchou. Mas tem uma contrapartida que foi a

criação da classe média, que é quem vai acabar produzindo o crescimento que nós precisamos nas estradas. As desigualdades na distribuição de renda foram reduzidas. Portanto, a redução do crescimento não é um defeito em si. Acho que poderíamos ter feito um pouco melhor, mas, provavelmente, nunca voltaremos àquele crescimento de 10% porque hoje as preocupações são outras. A Constituição Brasileira é a grande mudança. Ela deu solidez às instituições. O Brasil hoje é um país que quer uma república, ou seja, que todos estejam sujeitos à mesma lei. E mais, quer uma democracia em que de qua-tro em quatro anos haja uma eleição livre. Todos sabem como é para votar e depois de oito horas sabem quem ganhou a eleição, não existe roubalhei-ra. O Brasil é um país que quer que a igualdade de oportunidade cresça. Essa é a grande diferença. Isso está na Cons-tituição e significa igualdade de oportu-nidade. Quer dizer que não interessa se você foi fabricada na suíte presidencial de um hotel de luxo ou se foi fabricada em um sábado à noite com o pai meio bêbado no Museu do Ipiranga. Uma vez produzida, você tem direitos.

CP - Que direitos são esses? DN - Direitos de construir seu aparato de apreensão do mundo igual ao dele, ou seja, a justiça se faz no ponto de par-tida, e não no ponto de chegada. Todos têm que sair no mesmo lugar, precisam ter duas pernas para poder correr. Por-que o capitalismo é um processo de corrida terrível. Onde você vai chegar? Depende do seu DNA, da sorte e de uma porção de coisas. Mas, se o ponto de partida for o mesmo, tem uma relati-va justiça. A injustiça está em você fixar o ponto de chegada e não tomar co-nhecimento do ponto de partida. Isso está dentro da Constituição. Os valores da Constituição são diferentes e ela não está pedindo uma sociedade em que apenas o crescimento econômico seja o fator principal. Ela pede por uma sociedade mais justa, que é justamen-te a maior igualdade de oportunidade, entre outras coisas. Naquele tempo (quando foi ministro) ninguém pensa-va, por exemplo, no meio ambiente. Es-sas coisas foram adquiridas e aos pou-cos vamos aprendendo. Eu não tenho a

menor dúvida de que o Brasil melhorou dramaticamente, ainda que a taxa de crescimento tenha sido reduzida.

CP – Por isso o senhor defende que os empresários estão sendo mais pes-simistas que deveriam? DN - Há uma desconfiança mútua, que é totalmente injustificada. Tenho uma enorme admiração pela presidenta Dilma. É competente e, acima de tudo, tem uma seriedade inacreditável. Ela não tem a menor complacência com o mal feito. Tudo que ela fez estava certo. Tentar reduzir a tarifa de energia elétri-ca, melhorar os portos. Só que a forma de fazer é bruta, tudo é no jogo de bra-ço. Porém, isso vai ter resultado. Daqui a dois anos esse ruído desaparece e os efeitos do ganho de produtividade vão aparecer. Esta é a direção correta. Só que as visões de cada lado estão dis-torcidas. O governo acha que o setor privado é egoísta, só pensa nele, tem interesses subalternos e quer um capi-talismo com lucro zero e comandado por ele. E o setor privado? Acha que o governo é um socialista querendo mu-dar o regime. Então, é uma dificuldade enorme em chegar a um acordo entre eles.

CP - o que esperar para o cenário econômico do Brasil para 2013-2014? DN - É preciso cooptar o setor privado e dar uma injeção de ânimo. Qual é o ingrediente para essa injeção? Na mi-nha opinião, é um grande sucesso dos leilões de infraestrutura. Se isso aconte-cer, não tenho dúvida que teremos um segundo semestre um pouco melhor do que o esperado. Se não tiver suces-so, ou seja, se não conseguir cooptar o setor privado, teremos um crescimento medíocre e o Brasil vai terminar o ano com crescimento de 2,3% ou 2,4%. O mercado está esperando um cresci-mento negativo no segundo semestre, com relação ao segundo semestre de 2012. Acho isso um exagero. Se houver um relativo sucesso nos leilões, não está fora de propósito crescer 1% no quarto e terceiro trimestres. Assim teremos um crescimento um pouco maior, em torno de 3%, o que não seria um crescimento ruim com a situação em que o mundo está hoje. Vejo que assim teríamos um 2014 mais otimista. •

“Eu não tenho a menor dúvida que o Brasil melhorou dramaticamente, ainda que a taxa de crescimento tenha sido reduzida”.

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Metrópole mundial e centro de negócios, Atlanta é a capital do estado norte-americano da Geórgia e, atualmente, é

a região de maior crescimento econômico e populacional dos Estados Unidos. En-contrando como cenário esse espaço para conhecimento e troca de experiências na indústria de Crédito e Cobrança, líderes do setor participaram do CMS Field Trip – C&C Best Practice Meeting, em Atlan-ta, entre os dias 14 e 16 de agosto. Em sua primeira edição, os 20 participantes do Tour Corporativo visitaram quatro gran-des empresas da indústria – Convergent, GalaxyAsset Management, Equifax e Cre-digy– em uma oportunidade única para observar de perto o mercado e realizar um benchmarking das melhores tecnologias e ferramentas de gestão.

Com participantes de todo o mundo, o encontro teve forte adesão dos executi-vos brasileiros, contando com 13 líderes representando sete empresas. Na opi-nião do diretor geral de Vendas e Canais da Altitude Software, Frederico Dias, foi possível conhecer a realidade do mercado estadunidense e compartilhar experiências com os participantes. “O evento foi muito rico no que diz respeito ao intercâmbio de práticas realizadas no mercado de crédito e cobrança. Um ponto forte foi a possibilidade de fortalecer o networking entre executivos e empresas visitadas”, afirma.

Com 60 anos de experiência, a Convergent – uma das maiores empresas de Business Process Outsourcing (BPO) da América – foi cenário da primeira imersão. O pre-sidente de Contact Center Solutions da

Convergent, Casey Kostecka, recepcionou os executivos e apresentou as estratégias da companhia, enfatizando o software CEScore, focado na gestão de pessoas. “Nossas melhores práticas começam com as pessoas. Contratar os colaboradores certos e conseguir retê-los, mantendo o foco em performance, é o que diferencia as empresas medianas das excelentes. Seria ótimo se o sistema se espalhasse pelo mundo, aju-dando os colaboradores a perceberem seu potencial, trazendo mais resultados para as empresas e deixando os consumidores felizes”, analisa Kostecka.

Para o superintendente de Recuperações do Santander, Fabio Orso, a experiência relacionada à equipe de cobranças foi um dos pontos mais altos do tour. “Além disso, as exposições da Galaxy sobre compra e

aContECEu no MErCado

Executivos de todo o mundo compartilharam experiências de sucesso da indústria de C&C durante evento inédito que viabilizou imersões a grandes empresas do setor com sede em Atlanta.

intercâmbio de boas práticas

venda de carteiras, detalhando modelos e precificação também foram muito interes-santes. As informações colhidas geraram discussões sobre novas sistemáticas e práti-cas”, aponta Orso. A visita à empresa global de compra de ativos recebíveis, fundada em 2007, aconteceu no dia 15. O CEO da Galaxy Asset Management, Tye Hanna, e o vice-presidente Juan Blanco dividiram suas experiências e participaram do intercâmbio de informações produzido durante a reu-nião. “Foi muito educativo para ambos os lados. A CMS realizou um ótimo trabalho nesse tour em Atlanta”, comenta Blanco.

De acordo com Tatiana Pomar, gerente comercial da Localcred, a compra e venda de carteiras foi destaque, uma vez que o mercado nos Estados Unidos já é bastan-te consolidado. “Além disso, aprendemos a importância dada ao banco de dados e como a informação é trabalhada para ser revertida em resultados. Isso evidenciou que o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer, pois não temos acesso à quan-tidade e qualidade de informações que o mercado americano tem”, reflete Tatiana.No terceiro dia do encontro, a agenda foi reservada para o tour nas empresas Equifax e Credigy, esta última presente também no Brasil desde 2001. Focada na compra e

venda de carteiras de créditos vencidos, a Credigy ocupa a primeira posição no seg-mento em que atua - tanto nos Estados Unidos, quanto no Brasil. Já a Equifax é uma das multinacionais que atua em soluções de informação para empresas e consumidores.Listada na Bolsa de Nova York, a empresa atua em outros 15 países, estando presente no Brasil há 23 anos e disponibilizando in-formações de apoio à decisões comerciais e de crédito.

Após os três dias de atividade, os brasileiros retornaram ao país com novas ideias a pôr em prática no mercado local. “Entre as dis-cussões que tivemos, destaco a maturidade do mercado americano, a eficácia do pro-cesso de cobrança local – apoiado por uma legislação clara em que se permite estimar todos os custos, prazos e probabilidades de atingir os objetivos de cobrança almejados –, a riqueza de informações disponíveis no mercado para que se possa avaliar o perfil de cada devedor e as estratégias mais eficazes de abordagem para cada perfil. Foi uma oportunidade importante de evidenciar as práticas de um mercado mais maduro, que, via de regra, serve como indicador do futuro para o qual irá se dirigir o nosso mercado brasileiro”, conclui o diretor geral de Vendas e Canais de Altitude Software. •

Grupo de executivos de diversos países da América Latina visitaram importantes empresas dos EUA para conhecer de perto o “american way of business”.

explorando atlanta

Além dos encontros corporativos, a programação do CMS Field Trip incluiu a visita a algumas empre-sas que evidenciam por que a capital da Georgia é a oitava maior economia dos Estados Unidos e a 17a do mundo. A cidade ocupa o terceiro lugar em concentração de empresas listadas no ranking das 500 maiores corporações dos Estados Unidos - publicação anual feita pela revista Fortune -, sendo a sede mundial de empresas como Coca-Cola, UPS e Delta Airlines. A mídia também é um fator importante da economia local, com CNN, TBS e NBC Universal operando seus estúdios em Atlanta.

O final do segundo dia foi aproveitado para co-nhecer The World of Coca-Cola, onde foi possível observar o processo de engarrafamento em plena operação e degustar os mais de 60 sabores vendi-dos para todo o mundo. Muitos participantes ainda aproveitaram a estada para visitar a sede mundial do canal de televisão CNN e experimentar o ver-dadeiro sentido da expressão “behind the scenes”. Outro programa típico realizado na capital foi o Georgia Aquarium, o maior do mundo com mais de 30 milhões de litros de água doce e salgada. Além dos enormes tanques com espécies vindas de diversos países, os turistas têm a chance de mergulhar com tubarões e interagir com golfinhos.

Por CaMila Balthazar

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detecção e prevenção à fraudes em situações como essas, quando a transação aconte-ce sem a presença física do consumidor. Trata-se do Safety, tecnologia que apresenta três componentes totalmente flexíveis: um modelo de score não presencial voltado à avaliação do risco de fraude do cliente que efetua a compra, a alteração de cadastro ou a operação com cartão de crédito por Internet ou telefone; outro componente para avaliação da reputação de risco do dispositivo (computador, tablet, smartphone e TV) que está acessando o site; e a plataforma para a automação da decisão, criada a partir de dados disponíveis sobre a transação ava-liada e o histórico de operações feitas pelo consumidor.

A maior novidade para o mercado brasileiro é o módulo que avalia a reputação do equi-pamento usado para acessar a web, seja em uma loja de e-commerce, site de Internet, proposta online para um cartão de crédito ou Internet banking. A função possibilita con-siderar o risco associado ao histórico de uso do device em casos de fraudes, informações inconsistentes relacionadas ao aparelho e seu uso e a associação do dispositivo com

Nos últimos anos, observamos o au-mento de operações não presenciais, aquelas em que o cliente não está

fisicamente no local da transação. Incluem--se nesta categoria vendas por Internet e telefone, solicitações online de cartões de crédito, autenticações de dados via call center, alterações online de cadastro e ne-gociações financeiras realizadas de forma remota. Mas o gosto pela praticidade de transações como estas não chamou a atenção apenas dos consumidores. Os criminosos também vislumbraram um novo nicho para a prática de crimes e vêm se especializando em fraudes eletrônicas.

No caso do e-commerce, o risco deriva da impossibilidade de uma verificação física do cartão de quem paga a conta, tal como acontece no comércio tradicional, em que ocorre a digitação da senha, a comprovação de assinatura e/ou a identificação mediante a conferência de documento com foto. Os cartões com chip, por exemplo, também foram criados como um contra-ataque efi-ciente aos fraudadores, embora nem todos os emissores já trabalhem com a tecnologia.

Nas operações que envolvem Cartão Não Presente (CNP), porém, cartões com ou sem chip podem ser igualmente fraudados. A ação dos criminosos é facilitada porque, em geral, os únicos dados solicitados na efetivação da venda são o número, a data de validade e o código de segurança. Caso não haja nenhuma irregularidade – notifi-cação de cancelamento, roubo ou perda –, a administradora gera a autorização e o lojista procede aos trâmites de envio do produto. O não reconhecimento da compra por parte do dono do cartão ocorre só mais tarde, geralmente quando ele consulta a fatura. Ao ser acionada pelo cliente, a admi-nistradora, por sua vez, dará o chargeback à loja virtual, cancelando o crédito daquele vendedor. Resultado: o lojista arca com 100% dos prejuízos, incluindo – na maioria das vezes – até o valor do frete.

A Serasa Experian, líder na América Latina em serviços de informações para apoio na tomada de decisões das empresas, criou uma solução inédita no mercado voltada à

idEias E tEndênCias

tecnologia a serviço do combate às fraudes nas transações não presenciais

Fabio Wendling É superintendente de produtos da serasa experian

redes de fraudes. O grande diferencial do módulo está na base de mais de 1,4 bilhões de dispositivos identificados por meio de uma chave atribuída a cada um. Onde estiver no mundo, o dispositivo será reconhecido e sua reputação poderá ser avaliada. Outro benefício da solução é a consolidação de todas as informações acerca do dispositivo em uma pontuação de risco que torna o uso da reputação do device muito simples na tomada de decisão.

mAIS BENEFíCIOS E SEgURANÇA

A associação entre a reputação do device, os scores criados a partir da base de dados da Serasa Experian e a plataforma que permite estabelecer regras de decisão trazem grande eficiência ao Safety. Como principal bureau de crédito do país, a Serasa Experian agrega valor ao processo por dispor de informações do mundo físico e virtual, garantindo mais assertividade na detecção de fraudes tam-bém em transações não presenciais.

O cruzamento de dados durante a análise também afasta o risco de as empresas rejei-tarem uma operação idônea por ela ter sido considerada potencialmente fraudulenta em verificações tradicionais. Equívocos deste tipo fazem as companhias perderem dinheiro e credibilidade junto aos clientes. O grau de automação do Safety reduz custos com mesa de análise e garante processos mais rápidos e seguros.

O crescimento exponencial do e-commerce e de outras transações passíveis de serem realizadas sem a presença física, por tele-fone ou via mobile – segmento que registra expansão de vendas – é um caminho sem volta. A falta de tempo pelo excesso de atividades da vida moderna, o trânsito das grandes cidades e a busca por comodidade são fatores que levam os consumidores a optar por operações não presenciais. Mas, os ganhos advindos desse mercado ativo não devem ser comprometidos por danos financeiros ocasionados pela fraude. Para a conta fechar, as empresas precisam investir em soluções de melhoria da capacidade de gestão e mitigação de riscos nas transações remotas em geral. •

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14 Credit Performance

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eles vieram para consumir e exigir maisEspecialistas defendem que um dos grandes reflexos do crescimento da classe média no Brasil é a expansão do consumo. Pagando imposto, esse novo grupo também quer melhores serviços públicos.

Por isaBela Barros e isaura Daniel

Eles são vistos nas lojas comprando móveis novos, nas agências de tu-rismo programando viagens dentro

do Brasil e para o exterior, no comércio de equipamentos eletrônicos adquirindo notebooks, tablets e celulares de última geração. Foi esse grupo que ajudou o Brasil a manter seu equilíbrio econômico e chegar a um crescimento de 0,9% no ano passado, quando algumas das maiores economias do mundo amargaram recessão. O ingresso de 32 milhões de pessoas na classe média em dez anos (2001-2011) trouxe principalmente uma injeção de consumo para o Brasil.

“Houve uma expansão grande de consumi-dores, milhões de brasileiros que não tinham acesso a certos produtos passaram a ter, desde passagens de aviões a geladeiras”, afirma o presidente do Instituto Data Po-pular, Renato Meirelles. Um levantamento do Data Popular mostra que, no ano pas-sado, a classe média planejava 4,2 milhões

de viagens internacionais e 14,2 milhões nacionais, além da compra de 6,8 milhões de tablets; 11,3 milhões de notebooks; 4,8 milhões de sofás; 4,9 milhões de fogões; 7,3 milhões de televisores e 4,3 milhões de máquinas de lavar.

São várias as definições de classe média mundo afora, mas o governo brasileiro classifica nessa faixa as pessoas que têm

Credit Performance 15

A entrada de mais gente no trabalho for-mal, no entanto, trouxe a exigência de melhores serviços públicos. “As pessoas passaram a pagar imposto retido na fonte, a ter um entendimento maior do que pa-gam de taxas e isso faz com que haja uma cobrança maior por serviços públicos de qualidade”, afirma Meirelles. De acordo com Lamounier, a pressão sobre o governo em função da má prestação de serviços foi um dos componentes das manifestações populares ocorridas em junho desse ano por todo o Brasil.

Apesar da desaceleração do crescimento da economia brasileira, poucos acreditam

que acabou por aqui a festa da classe mé-dia. “O Brasil segue em pleno emprego”, diz Meirelles, lembrando que virão por aí também eventos que ajudarão a manter o processo de crescimento, como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, em 2016. O professor Vartanian fala em um crescimento moderado da classe C nos próximos anos e Lamounier acredita que o avanço dependerá de bons serviços públicos, sobretudo de educação. Mas o escritor faz críticas ao crescimento, à polí-tica educacional e ao aumento da inflação atuais, prevendo estancamento da nova classe média, caso não haja melhora.

Alessandra Ninis afirma que o maior salto da classe média já ocorreu, mas que há ainda espaço para crescimento até meados desta década. A manutenção desse processo, segundo ela, está atrelada à continuidade de políticas públicas que deram resultado, como o aumento do salário mínimo e da qualificação dos brasileiros, a formalização do trabalho, entre outras. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou uma taxa de desemprego de 5,6% em julho desde ano. O percentual está próximo da média do ano passado, que foi 5,5%, um valor bem menor que o de dez anos atrás, quando a taxa estava acima de dois dígitos.

ACESSO AO CRéDITO

Os especialistas concordam. “Além do aumento da demanda por alimentação, a presença quase que integral da classe média nas cidades amplia o dinamismo da economia e do consumo”, diz o professor de Economia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo, Pedro Raffy Vartanian, destacando a importância desse grupo também na demanda por crédito no país. A classe média foi responsável pela circulação de R$ 1 trilhão na economia brasileira em 2011.

Como esse grupo galgou posições para chegar ao novo patamar social? O aumento do salário e o crescimento do mercado formal de trabalho foram os principais pilares. A criação de empregos somou 16 milhões de vagas e a renda média dos trabalhadores cresceu 24% entre 2001 e 2011 no Brasil. Sociólogo e autor do livro “A Classe Média Brasileira: ambições, valores e projetos de sociedade”, Bolívar Lamounier cita ainda outros fatores de fun-do, como a prosperidade mundial durante duas décadas antes da crise 2008-2009, a derrubada da inflação pelo Plano Real e os mecanismos de transferência de ren-da (segundo ele instituídos por Fernando Henrique Cardoso e rebatizados por Luiz Inácio Lula da Silva).

alessandra ninisGerente de Projetos da SAE

Pedro raFFY VarTanianProfessor de Economia da Universidade Presbiteriana

Mackenzie em São Paulo

renaTo MeirellesPresidente do Instituto Data Popular,

renda per capita familiar entre R$ 291 e R$ 1.019. Segundo projeção divulgada pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE), o Brasil tem 102 milhões de pessoas na classe média. A gerente de Projetos da SAE, Alessandra Ninis, afirma que o principal reflexo do crescimento da classe média nos últimos anos é o fortalecimento da economia. “São milhares de consumidores gerando e circulando renda”, afirma ela.

Page 9: Creditperformance Setembro 2013

16 Credit Performance

sEgMEnto E gloBalização

AS FRONTEIRAS FICARAm mENORES

CONSUmINDO mAIS, mAS AINDA NA CLASSE TRABALHADORA

Projeção do Instituto Data Po-pular aponta que a classe média representará 57% da população brasileira em 2022, contra 52% no ano passado. Com isso, a pressão por melhores serviços deve seguir aumentando, assim como o consumo. As compras de bens duráveis não poderão crescer tanto como no passa-do, já que uma residência não precisa mais do que um ou dois fogões, por exemplo. Mas, se-gundo Meirelles, haverá mais demanda por tecnologia, edu-cação e turismo.

A lógica é que, por ter um tra-balho com carteira assinada, o brasileiro seja obrigado a tirar férias e tenha um terço de adi-cional no salário, estímulo para investir em viagens e lazer.

Com mais acesso à tecnologia e internet, essas pessoas também terão mais oportunidade de se manifestar e, portanto, exigirão mais transparência do poder público. “Se a escola está sem iluminação, (a pessoa) vai co-brar na internet”, diz Meirelles.

Foi amor à primeira vista. Aos 15 anos, a professora licenciada Tânia Leão, de Arapiraca, Ala-goas, se apaixonou pela Itália ao assistir o filme “Candelabro Italiano”, do diretor Delmer Da-ves. De lá para cá, nunca mais deixou de sonhar com o país da bota. Esse ano, com as três filhas adultas, criadas e tocando suas próprias vidas, matou o desejo, numa viagem na companhia de uma amiga. Para ela, a conquis-ta é uma prova do aumento do poder de consumo na classe média no Brasil. “Sonhei, sonhei e consegui conhecer a Itália”, diz. “Tirei fotos em todos os lo-cais onde o filme foi gravado e me sinto realizada”.

Para ela, a vida “mudou mui-to” e “para melhor” nas últimas décadas. “Atualmente, a classe média se depara com a facilida-de no parcelamento dos cartões de crédito, pode programar me-lhor as necessidades e sonhos de consumo”, explica.

Por tudo isso, e pelo cresci-mento da economia do Brasil,

Autor da obra “Nova Classe Média?” diz que aumento da renda foi observado também nos Estados Unidos e na Europa, mas sem essa classificação

Para o Presidente da Fundação Perseu Abramo e professor da Universidade Estadual de Campinas, Marcio Pochmann, não faz sentido a ideia de surgi-mento de uma nova classe no país. Muito menos de uma nova classe média. Autor do livro “Nova Classe Média?”, publicado pela Boitempo Editorial em 2012, ele argumenta que a saída da condição de pobreza e o aumento do poder de consumo não retiram a maior parte dessa população emergente da chamada classe trabalhadora.

“A adequação da renda, com um maior consumo, é uma experiência ocorrida em várias partes do mun-do, como nos Estados Unidos e na Europa”, explica. “E em nenhuma literatura isso é identificado como nova classe média”, diz. “Mesmo que nesses locais o operário tenha carro e casa própria, por exemplo”.

Segundo Pochmann, houve uma mudança clara de aumento de consumo no Brasil, principalmente a partir de 2002, com a adoção de medidas de ampliação da renda entre as camadas menos favorecidas. Nessa linha, o futuro de uma possível nova classe média dependeria também de uma reformulação do estado. “Mas essa é uma pauta que vem sendo reivindicada desde os anos 1970 e 1980”, diz.

Em “Nova Classe Média?”, Pochmann explica ainda que, mesmo com os avanços recentes, a discussão em torno de uma possível nova classe social vai além da inserção de brasileiros no mercado de consumo.

mAIS TECNOLOgIA, EDUCAÇÃO E LAZER

Tânia acredita que as suas filhas cresceram com um padrão de vida superior ao que ela teve na infância e na juventude. “O mundo evoluiu”, diz. “Vivemos na era da globalização, com mais oportunidades de cres-cimento pessoal e profissional. Sem dúvida, o padrão de vida das minhas filhas é melhor do que o meu quando casei”.

Sempre prosperando, Tânia já tem outros planos na mira para as suas economias. “Quero viajar, viajar e viajar”, conta. “E assistir a um show do Roberto Carlos num cruzeiro em alto mar”.

Paulo Marcelo lessa MoreiraPresidente da Fundação Perseu Abramo e professor da Universidade

Estadual de Campinas

Tânia leãoProfessora Licenciada

Page 10: Creditperformance Setembro 2013

Credit Performance 1918 Credit Performance

indiCadorEs

Terceira idade ou melhor idade. Não importa a denominação que se escolha, mas a realidade é que, com o avançar dos anos, existe um aumento

nos gastos com saúde e a consequente perda do poder aquisitivo devido à passagem de trabalhador ativo para a condição de aposentado. A falta de planejamento financeiro para nessa nova fase faz com que a conta não feche no final do mês. A solução é a tomada de crédito para despesas de rotina, emergências e, algu-mas vezes, até para presentear ou ajudar familiares.

a inadimplência na terceira

idadePesquisa mostra que a faixa etária acima de 65 anos ocupa o segundo lugar dos cadastros negativos. Na

opinião de especialistas, a falta de educação financeira ainda é o fator mais preocupante

Por Cristiane Moraes

Esse ciclo vicioso acaba atrapalhando a vida financeira de quem alcançou a senioridade e tem se tornado mais preocupante nos últimos anos.

Recente pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Diri-gentes Lojistas (CNDL) revelou que a maior parte dos cadastros negativos concentra-se em CPF’s de consumidores entre 30 e 39 anos de idade (23,30%), o que pode ser justificável pela fase de vida: formação de uma família, gastos com filhos, compra de imóveis, etc. Mas o que chama atenção na pesquisa é que em segundo lugar estão as pessoas com mais de 65 anos (22,28%), de acordo com os dados do mês de julho de 2013. Na série histórica, esse comportamento tem se mantido, inclusive com maiores altas nos meses de março (27,70%) e abril (25,96%), mostrando uma evo-lução de crescimento da terceira idade nesse quesito.

Na opinião de Flávio Borges, gerente financeiro do SPC Brasil, a redução da renda e o aumento de despesas, principalmente com saúde, são algumas das causas desse cenário, porém, existem fatores mais preocupantes que contribuem com o crescimento desse gênero entre os inadimplentes. “Temos hoje de 7% a 8% da população acima de 65 anos e temos pouco conhecimento desse cenário de longevidade. Essa abundância de crédito, principalmente de

PLANEjAMENTO E CONSCIENTIzAçãOJá Sabóia tem uma visão mais dura da situação e diz que os aposentados que buscam uma atividade ou renda extra não conseguem resolver a questão porque não aguentam uma atividade mais pesada e acabam fazendo trabalhos degradantes e que pagam pouco, como boy de algumas empresas por conta da fila nos bancos. “Todo esse estresse traz doenças e o ciclo para se endividar”, aponta.

Pelo lado da concessão, os consignados, mesmo que não sejam contabilizados nos índices de inadimplência, acabam tendo alguma responsabilidade, já que existe uma redução da renda e o idoso passa a utilizar o crédito para necessidades básicas. Se precisar fazer supermercado com cartão de crédito há um tem problema claro no orçamento. A falta do planejamento leva à canibalização financeira de gerações de uma família para outra, levando ao empobrecimento da família e, consequentemente, do país”, ressalta Sabóia.

Borges do SPC também destaca que o planejamento financeiro é a solução e que não existe idade para começar. “Se você gasta mais do que ganha existe um incêndio. De-pois que conseguiu apagá-lo é preciso se planejar para guardar e garantir as questões básicas. Sabemos que é uma questão cultural, mas precisamos conscientizar os idosos para tomar o crédito com consciência”, acentua Borges. “Adoraria fazer uma campanha de educação financeira para os idosos. Mostrar para ele que o dinheiro acaba. Tem que saber usar a renda dentro da realidade. Não dá para assistir novela e sair comprando o que está na última moda”, acrescenta Sabóia.

ONDE FOI PARAR A RENDA?

O consultor financeiro, Augusto Sa-bóia, que atende uma grande parcela de clientes na terceira idade, diz que o maior problema na aposentadoria no mundo é a falta de renda. “Existe uma queda natural pelo afastamento do tra-balho, mas também existe uma redução da renda por conta da inflação no Brasil. Se a pessoa recebe uma aposentadoria de R$ 2 mil pelo INSS e perde 5% desse valor no ano, em 10 anos vai ter metade da renda. Ou seja, mesmo que ele gaste com as mesmas coisas, não vai conseguir comprar as mesmas coisas”, acentua.

Na visão dele, essas pessoas não estão consumindo mais. A questão é que a medicina melhorou, mas a velhice ainda tem problemas. “O idoso vai precisar de remédio para tratamento, para pagar o táxi e isso tudo não está no planejamen-to. Como resolver? Com a tomada de crédito. Esse ciclo vicioso leva a um en-dividamento crônico”, explica.

Essa questão fica mais evidente nas clas-ses de baixa renda, porém, o consultor diz que mesmo a classe alta sofre com a queda no padrão de vida e muitos pre-cisam vender imóveis e mudar-separa o interior para reduzir as despesas com moradia e saúde. “Hoje, temos algumas cidades preocupadas com essa po-pulação e que oferecem atendimento público de qualidade, mas a verdade é que o Brasil não tem experiência com

longevidade e não está preparado para cuidar dos nossos velhinhos. Precisamos de conforto térmico (para frio e calor excessivo), banheiros adequados e ser-viços gratuitos”, exemplifica.

A advogada Karen Ebaid, do Duarte e Tonetti Advogadas Associados, diz que o ideal seria o jovem em idade laboral se planejar melhor e poupar para che-gar com segurança na terceira idade. Se o idoso já se encontra nessa fase, deve buscar alternativas como o atendimen-to médico público, bem como a distri-buição gratuita de remédios. O consultor financeiro Mauro Calil também concor-da que esse é um ciclo vicioso, mas diz que o aposentado não deve esperar que o governo resolva sua situação.

A sugestão de Calil é eventualmente vol-tar ao mercado de trabalho, em áreas em que sua experiência é valorizada. “Vive-mos o apagão de mão de obra e as no-vas gerações se preocupam muito mais em curtir a vida do que serem bons pro-fissionais. As atitudes dos ‘antigos’pode ser de grande valor para melhorar o cli-ma organizacional”, comenta. Para ele, muitas habilidades foram perdidas pelas novas gerações. “Construir brinquedos, fazer pequenos reparos e mesmo cuidar de crianças pode ser um conhecimento comercializado na forma de serviços”, acrescenta o consultor.

Estudo histórico do SPC Brasil mostra que consumidores acima de 65anos ocupam o segundo lugar nos cadastros negativos

Janeiro: 29%Fevereiro: 10,38%Março: 27,70%Abril: 25,96%Maio: 25,46%Junho: 24,22%Julho: 22,28%Fonte: SPC Brasil

pERCENTUAL DA TERCEIRA IDADE NOS íNDICES DE INADImpLÊNCIA

consignado, acaba comprometendo a renda do aposentado, o que o leva a financiar algum produto, algumas vezes até supérfluo”, explica.

Como hoje boa parte da sociedade vive sem comprovação de renda, com trabalho infor-mal, o familiar com aposentadoria algumas vezes é o único com essa comprovação para tomada de crédito, fazendo com que o CPF do aposentado fique entre os negativados. Porém, a questão mais preocupante para Borges é a falta de educação financeira. “Essa pessoa que não se planejou na idade economicamente ativa terá consequente-mente um problema quando se aposentar, o qual será agravado pela oferta de crédito e falta de consciência”, destaca.

“A inadimplência na terceira idade é maior que entre os universitários atual-mente. Houve uma mudança no perfil do consumidor, que nessa idade não deveria ter maiores necessidades de consumo”, aponta Luiz Rabi, economista da Serasa Experian. Ele também concorda que a falta de conhecimento para utilização de recursos é um dos fatores principais que levam à inadimplência, com a utilização de consignado. Por outro lado, a pesquisa do Indicador de Educação Financeira realizada pela entidade aponta que poucos jovens pagam INSS e previdência. Além disso, os veteranos (aposentados) gastam mais em crédito com seguros para proteger o que construíram durante a vida, diferentemente dos jovens que gastam com telefonia.

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Credit Performance 2120 Credit Performance

ProgrEsso E dEsEnVolViMEnto

Softwares hospedados na web popularizaram a automatização do ciclo de crédito. Se anteriormente apenas grandes companhias possuíam acesso a essas ferramentas, agora pequenas e médias empresas também aderiram à onda high tech.

Menos riscos coM Mais tECnologia

Por CaMila Balthazar

O gerente de Políticas de Crédito, Co-brança e Fraude da Dacasa Financeira, Jean Lucio, cita algumas soluções de gerenciamento de crédito que ajudama minimizar riscos. Dentre as diversas tecno-logias disponíveis no mercado, seis ações são adotadas pela empresa, que conta com mais de três milhões de clientes adquirindo empréstimo pessoal ou bens nos lojistas credenciados.

“Destaco os sistemas especialistas de po-lítica de crédito, cobrança e fraude, que permitem redução de gastos com birôs de crédito e cadastro; personalização de regras para concessão de crédito de acordo com o risco do público e do produto; maior agilidade na implantação e/ou alteração de regras; mais participação de decisões automáticas; redução do tempo de análise das propostas e implantação de procedi-mentos exclusivos para prevenção a frau-

Nos últimos dez anos, a deman-da por crédito aumentou seis vezes, mais que dobrando sua representatividade sobre o PIB.

Tais dados são amplamente divulgados e, acima de tudo, refletem o boom que as empresas de crédito e cobrança vivem atualmente. O salto creditício foi acom-panhado pelo maior investimento em tec-nologias, que assegura ganho de escala e flexibilidade na gestão das operações.

Esse amadurecimento tecnológico da in-dústria ajudou a integrar o capital intelectual com a governança de todo o processo de gerenciamento de risco.

des”, explica Lucio. Fundado em 1995, o Conglomerado Financeiro Barigüi é mais um adepto da automatização do crédito com o objetivo de apoiar a tomada de de-cisão e definir os fluxos para checagem dos documentos e dados cadastrais. Segundo Celso Vanelli, gerente geral da empresa, a plataforma de concessão, alicerçada em

análise comportamental do cliente via score interno e do mercado e aliada à automati-zação dos processos, garante a evolução do negócio com menor risco e redução de custos. “Com a evolução do crédito, passamos a buscar oportunidades para melhorar ainda mais a recuperação dos ativos. Foi quando decidimos construir uma nova empresa no grupo, a Central Brasileira de Cobranças (Cebraco), especializada na recuperação de crédito”, conta Vanelli.

Os resultados da operação iniciada em 2011 não demoraram a aparecer. Em apenas seis meses, a projeção de inadimplência no Crédito Direto ao Consumidor (CDC), que girava em torno de 20%, caiu para 8,5%. Os custos operacionais seguiram a mesma tendência de queda, tornando as operações mais rentáveis. Na prática, o que aconteceu foi uma unificação da equipe com o sistema tecnológico, possibilitando a geração de

“O aprendizado constante com as diferen-tes políticas – retroalimentando o proces-so e a escalabilidade – garante resultados mais consistentes e, consequentemente, melhoram a relação custo-recompensa de uma empresa, seja ela de pequeno, médio ou grande porte”, expõe Vander Nagata, superintendente de Informações sobre Consumidores da Serasa Experian. De acordo com ele, se antes apenas grandes companhias tinham acesso a essas tecnolo-gias, atualmente, a diversidade de platafor-mas e o conceito de serviços hospedados na internet possibilitaram que empresas de pequeno e médio porte também au-tomatizassem seus processos e políticas.

Vander nagaTaSuperintendente de Informações sobre

Consumidores da Serasa Experian

celso VanelliGerente geral do Conglomerado Financeiro Barigüi

TECNOLOgIA ApLICADA NO DIA A DIA

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22 Credit Performance

ProgrEsso E dEsEnVolViMEnto

Quando se fala de inteligência tecnológica voltada à tomada de decisões nos mercados, certamente você já ouviu falar em Big Data. A expressão significa o conjunto das ferramentas tecnológicas que analisam grandes volumes de informações digitais em diferentes formatos com maior velocidade. Cada segundo de conexão na internet gera inúmeros bytes estruturados e não-estruturados (vídeos, imagens, posts nas redes sociais, geolocalização etc.) que podem ser inter-pretados por meio de algoritmos e softwares. Para explicar esse cenário, o consultor de Tecnologia da Informação e sócio-fundador da rede social Sharefood, Marcos Trinca, dá um exemplo simples: “Se antes eram necessárias pesquisas qualitativas e quantitativas para acessar uma informação acerca do consumidor, agora é possível saber sobre essa percepção e ainda

O MUNDO EM ByTES: INFORmAÇÃO REUNIDA pARA A TOmADA DE DECISÃO

relatórios gerenciais e também a elaboração de modelagem estatística de cada cartei-ra. “Isso permitiu uma visão mais ampla e consistente, facilitando a gestão.”, diz o gerente geral, evidenciando estar alinhado com as estratégias utilizadas também pela Dacasa Financeira.

Frente às possibilidades tecnológicas disponíveis, o superintendente da Serasa Experian destaca que a inteligência é o maior e mais inovador valor que pode ser aportado ao processo de gerenciamento de risco. Ou seja, os profissionais mais qualificados somados às informações mais atualizadas não resolvem a equação caso não haja investimento em processos, políticas e tomadas de decisão. “Quanto mais flexível for a plataforma, mais valor da relação risco-recompensa será extraído. Refiro-me à plataformas que permitem fácil e ágil integração com diversas fontes de dados, sistemas intervenientes e que, além disso, ainda proporcionem flexibilidade para a construção de workflows em que as políticas são parametrizadas”, explica Nagata. •

O mercado creditício estadunidense possui particularidades distin-tas do Brasil. Para Simone Oliveira, CEO da Ame-rica Export – consultoria sediada no Sul da Flórida que auxilia empresários brasileiros que querem expandir divisas –, o Bra-sil tem muito a aprender com a realidade local no que se refere à prevenção e controle de concessão de crédito e inadimplên-cia. “Começo essa análise com fatores contribuintes para que todo o sistema funcione de forma justa: o cumprimento das leis, algo que não acontece no Brasil”, afirma Simone.

A executiva ilustra essa questão com a política de pagamento do cartão de crédito em vigor nos Es-tados Unidos. “Os órgãos controladores aceitam o fato de que os consumi-

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Otimize a recuperação de créditoem suas campanhas.

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entender sua relevância dentro do contexto”, expõe o executivo, ressaltando para a importância de ter profissionais qualificados para analisar e relacionar esses dados. Outro desafio refere-se à tomada de decisões, uma vez que as organizações precisarão identificar as informações relevantes e saber como aplicá-las às suas necessidades.

Na realidade, o Big Data é um dos componentes de uma grande estratégia e um caminho sem volta no setor corporativo (estima-se que esse mercado crescerá 40% em apenas dois anos), inclusive na indústria do crédito, na qual a compilação e tratamento de milhões de dados cadastrais, por exemplo, podem fazer toda diferença na análise de concessão ou mesmo na efe-tividade da cobrança.

siMone oliVeiraCEo da America Export

dores paguem apenas o mínimo exigido pelo car-tão de crédito. No entanto, se a quitação for feita após a data de vencimento da fatura, a nota do seu crédi-to será diminuída”, explica a CEO, que acredita que a falta de uma forma de classificação pessoal con-siderada no momento da concessão leva o consumi-dor brasileiro a descumprir datas e dívidas.

“Outro ponto que esti-mula a inadimplência no Brasil é a prática de compra parcelada. A entrega do produto é feita antes do recebimento, estimulando a inadimplência”, afirma.

Com o início do funciona-mento do Cadastro Po-sitivo no dia 1º de agosto deste ano, a expectativa é de que logo a avaliação de crédito individual vire uma realidade no Brasil. A Serasa Experian divulga informações do Banco Mundial que apontam uma redução de 43% dos índices de inadimplência nos países que adotaram essa ferramenta de avalia-ção de bons pagadores. Já a concessão do crédito au-mentou aproximadamente 90%. Nos Estados Unidos, a prática dobrou o acesso dos consumidores aos financiamentos de 40% a 80%.

EXpERIÊNCIA AmERICANA

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Credit Performance 2524 Credit Performance

CaPa

O crédito se agigantou no Brasil nos últimos dez anos, mas é pequeno se comparado ao de países desenvolvidos. Apesar de mais moderado, há espaço para crescimento, principalmente na área imobiliária.

Para a compra do terreno, da casa, do carro, para o capital de giro. Mais adiante para pagar a viagem, o eletrodoméstico, o equipamen-to da empresa. E a fila de quem tomou um

dinheirinho no banco ou na financeira para satisfazer sonhos e necessidades foi crescendo no Brasil. De milhão em milhão, o País saiu de um estoque de crédito de R$ 388,5 bilhões, 24,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em setembro de 2003, ano em que a corrida pelo crédito se deflagrou, para R$ 2,5 trilhões, em junho deste ano. O valor aumentou mais de seis vezes e, atualmente, os empréstimos representam 55,2% do PIB, segundo o Banco Central (BC).

É muito? Que nada! O crédito brasileiro está imenso diante do que foi no passado, mas é apenas um me-nino se comparado ao tamanho que tem em nações desenvolvidas como os Estados Unidos, nos quais ultrapassa o valor do PIB. Ou seja, mesmo bem cres-cidinhos, os financiamentos ainda podem ganhar altura e corpo no país sem comprometer a própria sustentabilidade, segundo especialistas. E dois dos braços para onde eles mais podem avançar são o imobiliário e o produtivo. “Estamos ainda na segunda divisão, temos espaço para crescer e esse espaço está no mercado imobiliário”, afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi.

Impulsionado principalmente pela demanda de pes-soas físicas, o volume de empréstimos aumentou em ritmo acelerado até 2010, quando a avalanche perdeu força. Nos últimos doze meses até junho, o cresci-mento do volume de crédito no sistema financeiro nacional ficou em 16,4%. Em 2010, o aumento foi de 20,6%. Em junho deste ano as concessões caíram 3,8% sobre maio, mas, no segundo trimestre, houve avanço de 14% em relação ao primeiro. “Teremos um crescimento mais lento”, diz o Consultor da Méthode Consultoria Empresarial e professor de Finanças da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), Adriano Gomes.

Ele lembra que o comprometimento de renda do bra-sileiro está elevado. “As pessoas estão mais reticentes em tomar crédito em função da sua capacidade de pagamento e da incerteza quanto à economia”, afirma

o consultor, que cita o aumento da taxa básica de juros e o esgotamento de fontes de recursos como fatores de inibição do crédito veloz. “Com o comprometi-mento de renda, os bancos estão mais cautelosos para conceder crédito”, complementa o professor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração de Contabilidade da Uni-versidade de São Paulo (FEA-USP), Simão Silber.

A puxada no freio de mão das concessões ocorreu depois que a inadimplência começou a disparar, no começo de 2011. A inadimplência dos consumidores brasileiros cresceu 21,5% em 2011, na comparação com 2010, conforme revela o Indicador Serasa Ex-perian de Inadimplência do Consumidor. Foi a maior elevação verificada desde 2002, quando houve um crescimento de 24,7% ante 2001.Essa alçada de voo da inadimplência fez a maioria das instituições finan-ceiras acertar o rumo e procurar ser mais criteriosa nas concessões, sobretudo nos empréstimos de veículos, que em função dos prazos alongados e facilidades para a aquisição, resultaram em boa parte dos pro-blemas que o mercado teve com dívidas e calotes nos últimos anos.

Por isaura Daniel

siMão silberProfessor do Departamento de Economia da Faculdade de Economia, Administração de Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP),

BrasiL: o PaÍs Do

crÉDiTo gigantE?

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26 Credit Performance Credit Performance 27

CaPa

A LARgADA DO CRéDITOO que fez o Brasil agigantar o seu financiamento a partir de 2003? Os ingredientes desse bolo foram um endividamento baixo da população, a queda das taxas de juros e o alongamento de prazos de pagamentos. “O crédito era muito concentrado em cartão de crédito, cheque especial”, diz o economista da Serasa Experian. Assim que o consumidor se deparou com os empréstimos para veículos, imobiliário, pessoal, tudo com prazos maiores e juros menores, que cabiam dentro do orçamento doméstico, não hesitou em tomá-los. A taxa de desemprego caiu e a renda au-mentou, lembra o economista Silber. O cenário macroeconômico favorável também fez com que os bancos ficassem mais seguros em conceder empréstimos para pagamentos alongados e os consumidores mais confiantes. Com economia estável e inflação sob controle, ficou mais fácil prever o futuro.

Rabi lembra ainda de mudanças importantes introduzidas para a expansão do crédito, como a criação do crédito consignado, a nova lei de falências e as novas regras do financiamento imobiliário. Esse movimento acabou trazendo junto uma indústria que se alavancou no Brasil, como empresas de cobrança e recuperação de crédito, reestruturação de dívidas, análises de balanço, birôs de crédito, além da própria expansão das instituições financeiras.

O economista da Serasa Experian acredita que até 2020 o crédito deve convergir para uma taxa de crescimento de 9%. “Isso na au-sência de reformas”, diz. Rabi não vê possibilidade de alongamento de prazos dos financiamentos para impulsionar o crédito, mas afirma que há espaço para queda na taxa de juros, por meio da redução do spread bancário. “Um dos componentes do spread bancário é a inadimplência”, expõe.

Ele acredita que o Cadastro Positivo, que começou a ser imple-mentado no Brasil, pode ajudar a reduzir a inadimplência e com isso também os juros cobrados pelos bancos. O banco de dados de bons pagadores está sendo formado e vai reunir informações sobre a relação do consumidor com o crédito. Em vez de informar apenas se o cliente está registrado nos órgãos de proteção ao crédito, como atualmente, dará uma visão completa do cliente, com histórico de pagamentos e pontualidade ao longo dos anos. Com isso, os bancos poderão tomar uma decisão mais acertada quanto à liberação de um empréstimo.

Nos balanços do segundo trimestre, os ban-cos divulgaram crescimento nas carteiras de financiamento e previsões de avanço para o ano. O movimento ocorreu tanto no Itaú Unibanco e no Bradesco quanto na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil. Mas enquanto os dois primeiros revisaram para baixo as suas estimativas para crescimento do crédito, os bancos públicos revisaram para cima.

A Caixa espera alta de 34% a 38% no crédito em 2013, ante uma previsão de 33% a 35% ao final do primeiro trimestre, e o Banco do Brasil revisou suas projeções de 16% a 20% para 17% a 21%. Já no Itaú Unibanco a estimativa caiu de 11% a 14% para 8% a 11% e no Bradesco de 13% a 17% para 11% a 15%. Com o movimento dos bancos pú-blicos, o mercado entende que o governo segue apostando no crédito para animar a

pARA ONDE IR?Os especialistas indicam o financiamento imobiliário como a área em que o crédito pode prosperar mais nos próximos anos. O Brasil possui um déficit habitacional de 5,4 milhões de moradias, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Enquanto os empréstimos totais somam mais da me-tade do PIB, os imobiliários estão em 7,5%. Em grande parte dos países desenvolvidos, esses créditos representam de 30% a 80% da economia. “Vai demorar para atingirmos um padrão internacional”, afirma Rabi.Gomes acredita que o crédito tem espaço para avançar também no setor produtivo, em que há, segundo ele, necessidade de linhas para a produção e a inovação. O consultor da Méthode é crítico do crescimento econômico galgado com base no crédito para o consumo. “O crescimento econômico dos últimos anos, ainda que pequeno, foi tocado a crédito”, afirma.

rogério calderón. Diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco,

economia, apesar do aumento da taxa de juros promovido nos últimos meses para conter a inflação.

Os bancos privados acreditam no crédito, porém estão mais cautelosos. “Ajustamos nosso guindance para 8% a 11% em função da desaceleração da economia. No começo do ano, quando divulgamos a previsão, tínhamos a estimativa para o PIB de crescimento de 3,5% em 2013. Com as mudanças que ocorreram nesse primeiro semestre, vimos a necessidade de ajustá-lo. Ainda nos mantemos otimistas e acreditamos na retomada da atividade doméstica ao longo dos próximos meses, mas por hora, em função do cenário, promovemos esse ajuste”, afirma o diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón.

SINAL vERDE pARA O CRéDITO

O movimento de busca por carteiras de menor risco pode ser visto no balanço do segundo trimestre dos bancos. O Itaú Unibanco teve um bom desempenho com crédito desde o começo do ano, mas deixa claro que buscou fincar sua bandeira em terreno mais seguro. As carteiras de crédito imobiliário, consignado e para grandes empresas estiveram entre as que mais aumentaram. “Essas carteiras tiveram crescimento maior porque são as ope-rações em que estamos nos concentrando por causa do menor risco e das maiores garantias”, afirma o diretor corporativo de Controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderón.

DIFERENTE DOS ESTADOS UNIDOSAo ver o crédito subindo degraus acima no Brasil, muitos perguntam se o país não está no mesmo caminho dos EUA, onde os financiamentos imobiliários inconsistentes, por exem-plo, se tornaram estopim de uma crise financeira da qual os norte-americanos se recuperam até hoje. Os especialistas dizem que o país não corre o mesmo risco. Um dos motivos é justamente a rigidez na concessão de crédito para compra de imóveis no Brasil. “Aqui é preciso comprovante de renda, temos burocracia, temos um mercado regulamentado”, afirma

o professor Simão Silber.O Brasil, explica Luiz Rabi, viveu algo parecido, do ponto de vista da natureza do movimento, mas em uma proporção bem menor, com o crédito de veículos. Em função da crise de 2008, o governo deu uma série de estímulos para compra de automóveis, na tentativa de reativar a economia. Só que, em 2010, quando as condições do país melhoraram, as medidas seguiram em vigor e acabaram pressionando a inflação. O juro subiu e o resultado foram calotes. “Isso mostra que o crédito tem que ser avaliado com muita cautela, pois a euforia momentânea pode gerar um problema lá na frente”, afirma.

Já as taxas de inadimplência dos empréstimos imobiliários estão entre as mais baixas do país e, por isso, essa carteira é considerada mais segura. Como os empréstimos para com-pras de veículos não são tão longos como os dos imóveis, que chegam a 35 anos, houve mais facilidade para o mer-cado limpar esses créditos de má qualidade e se recuperar. Silber alerta para algum risco de algo parecido aos EUA no programa Minha Casa, Minha Vida, voltado para compra de imóveis para baixa renda, caso ocorram problemas nas taxas de emprego.

O sinal vermelho costuma ligar no mercado de crédito com a combinação de subida de taxa de juros à piora significativa dos níveis de emprego e de renda. No Brasil, apesar do au-mento dos juros, o desemprego ficou em 5,7% no primeiro semestre – segundo o IBGE - e há previsões de avanço da renda no País, com entrada de mais pessoas pobres na classe média nos próximos anos.

luiz rabiEconomista da Serasa Experian

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vieram as mensagens por SMS, com alta de 4,58% - o maior crescimento entre os meios de comunicação. Por último, ficaram as postagens com elevação de 2,91%. É consenso que estamos investindo cada vez mais para conseguir retornos semelhantes aos de anos anteriores ou resultados ainda melhores.

As associadas também constataram que precisaram, em média, fazer quatro con-tatos com o inadimplente para conseguir um retorno. Em momentos de certa insta-bilidade ou crise financeira, a inadimplên-cia tende a ser maior, mas com o cenário econômico desfavorável, também é mais difícil recuperar o crédito.

As empresas de recuperação de crédito, porém, não têm medido esforços em seus investimentos estratégicos, tecnológicos e em capacitação e qualificação de sua mão de obra e o IGEOC tem sido parceiro das associadas nesta busca incansável pela eficiência nos resultados.

Por isso, temos aprimorado a cada dia os programas de qualificação de pessoal, pro-

Entramos na reta final de 2013 e, de certa forma, caminhamos com muito mais dificuldades do que o que foi previsto no início do ano,

em todos os setores da economia, mas, principalmente, no nosso segmento de re-cuperaçao de crédito, no qual a expectativa era de um ano melhor e mais tranquilo.

O PIB patinou, a inflação subiu, o desem-prego também e o dólar saiu da confortável cotaçao, oscilando em torno dos dois reais por um período considerável. Ao longo do ano, o Governo Federal teve que to-mar algumas medidas amargas para que a inflação não explodisse, entre elas a alta dos juros, que sempre representa um freio a mais na economia. O resultado foi um temor generalizado e o crédito estagnado.

Com um cenário macroeconômico não tão confortável como se esperava e os protestos que paralisaram o país, as em-presas de recuperação de crédito tiveram que investir mais do que já vinham fazendo para conseguir manter as performances e os resultados desejados. No primeiro trimestre do ano, o contato com os deve-dores teve uma elevação de 3,5%, segundo levantamento feito pelo IGEOC junto às empresas associadas.

O telefone fixo foi a principal forma de comunicação entre as empresas de re-cuperação de crédito e os inadimplen-tes, com elevação de 2,71%, em relação ao mesmo período do ano anterior. As ligações por celular ficaram em segundo lugar como a forma de contato mais ativa-da, com elevação de 3,49%. Em seguida,

realidades de 2013 e perspectivas para 2014egberTo Hernandes blancoPresidente do instituto GeoC

movendo a excelência através da educação continuada, ministrando cursos como o MBA Gestão de Negócios com Ênfase em Crédito e Cobrança, voltado para executivos da área, não restrito apenas às associadas, possibilitando assim o acesso de todos os interessados.

Temos aprimorado também a certificação das empresas associadas, através do já tra-dicional Selo de Qualidade e recentemente com a edição do 3º Fórum de Inovações, que despertou um amplo debate, com apresentações do que há de mais moder-no e tecnológico no mercado nacional e internacional.

Desta forma, com as empresas cada vez mais aparelhadas, com os créditos sendo concedidos com mais rigor e com a eco-nomia dando sinais de que pode retomar os caminhos da estabilidade para pensar na retomada do crescimento, mesmo que timidamente, podemos acreditar que as perspectivas para 2014 são boas e os pri-meiros sinais desses novos ventos poderão ser observados ainda no último trimestre de 2013.•

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Prepare-se para falar e ouvir. Para dar e receber, abusando de bom senso e boa vontade para ir adiante, aju-dando e tendo ajuda de volta. Essa

é a fórmula simplificada do networking. Muito difundido no plano individual como um método de se obter um “upgrade” na carreira ou recolocação profissional, o hábito de fortalecer a rede de contatos está no centro das atenções das empresas e é usado cada vez mais como ferramenta de geração de novos negócios. Um jeito de garimpar oportunidades numa via de mão dupla. Nesse sentido, se fortalecem iniciativas como eventos e os grupos de networking entre corporações, que organi-zam os contatos e dão visibilidade a quem quer ampliar o leque de relacionamentos.

Robert Wong, um dos headhunters e consultores mais famosos do mundo, defende que o networking é uma ferra-menta muito eficaz, até pela etimologia da palavra, que significa “jogar a rede”. “É como uma pessoa que tenta fisgar peixes com uma só vara ou com uma rede. Qual metodologia é mais eficaz? Existem muitas ferramentas de geração de novos negócios, tais como: marketing, branding, eventos,

propaganda, promoções e merchandising. Porém, em minha opinião, a mais eficiente é o bom relacionamento, que é o contato pessoal com seu cliente”, ressaltaÉ claro que isso é mais do que uma simples troca de cartões. Para Marcos Martins, diretor da BNI Brasil, organização presente em mais de 50 países com foco na criação de redes de relacionamento, é com ele que se intensifica o marketing boca a boca. “É muito mais fácil fechar uma venda quando alguém faz uma recomendação do que investindo em outras formas de comunica-ção”, explica. Martins lembra que estreitar relacionamentos com esse foco significa pensar em médio e longo prazos. “E isso exige esforço e disposição para conhecer o outro e seu negócio”, aponta.

Outro observador atento do networking, o diretor executivo do Grupo Empreenda, Milton Camargo, chama a atenção para a importância de oferecer diferenciais, de ser relevante nesse contexto de ganha-ganha. “Essas relações precisam ser pautadas em conteúdo”, orienta. “Quer se relacionar bem com alguém ou com uma empresa? Torne-se relevante, ajude quem quer que

dEstaQuE

Entenda mais sobre essa importante ferramenta no mundo dos negócios e aproveite para participar do CMS Credit Networking Lab, uma das novidades do Congresso de C&C 2013, que traz Robert Wong, um dos maiores headhunters do mundo e verdadeiro mestre no assunto.Por isaBela Barros

relacionamentos que geram negócios

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Para inserir você nesse mundo dos relacionamentos e fazê-lo praticar essa importante ferramenta no mundo dos negócios, o 9º Congresso de Crédito e Cobrança traz o CMS Credit Networking Lab. A novidade dessa edição do evento será conduzida pelo consultor internacional Robert Wong. Para que as empresas trabalhem melhor o networking, Wong de-fende que é importante promover esse relacionamento em oportunidades de trocas de ideias e conhecimento.

Essa semente pode gerar a confiança um no outro, levando eventualmente à conclusão de bons negócios mútuos. “Algumas iniciativas interessantes nessa direção incluem juntar pessoas que tenham sinergia entre si, eventos e oportunidades que possibilitem essa troca, sempre com o propósito claro que a pessoa sentirá que lhe agregará valor”, finaliza.

CMs networking Credit labQuando: 22 e 23 de outubro de 20139º Congresso nacional de Crédito e Cobrança.Expo Center Norte, São Paulo.

dEstaQuE

+ NETwORkINg Em 2013 mUITA CALmA E ATENÇÃO NESSA HORAReconhecida a importância dos relacionamentos para você e sua empresa, com todas as coordenadas para arregaçar as mangas, é importante estar atento a erros muito comuns nessa área. “Tem muita gente que tenta vender seus produtos ou serviços logo no início do processo. São os chamados ‘ca-çadores’, aqueles que agem de modo a afastar os empresários”, ressalta Martins, do BNI Brasil.

Além de controlar a ansieda-de, equipe-se com os materiais adequados aos seus objetivos. É importante ter recursos como cartões de visita, ou folhetos, além de saber explicar de forma rápida e objetiva o seu negócio.

Ampliar os horizontes, mesmo que isso não represente opor-tunidades imediatas a curto prazo, é outro ponto destaca-do. Segundos especialistas,

é um grande erro achar que só devemos cultivar relações com pessoas que podem vir a comprar o que temos a oferecer. Às vezes, mais importante do que gerar uma oportunidade é obter uma informação dife-renciada, trocar experiência, discutir alternativas.

Quer mais? Nunca confunda “oportunidade com oportunis-mo”. Não é porque você trocou cartão com alguém durante um evento que pode sair oferecen-do qualquer coisa a essa pessoa. Muito menos qualquer coisa de qualquer jeito e nunca esque-ça de que é a sua imagem que está em jogo. Wong também comenta os erros mais comuns na prática do networking: “con-vidados não portarem crachá ou alguma identificação clara de identidade e não propiciar tempo de qualidade para a in-teração entre as pessoas”.

seja em seus desafios profissionais. Assim você será lembrado de maneira positiva”. Para o executivo, gerar oportunidades, mui-tas vezes, é conseguir juntar o “injuntável”. “É muito comumaproximarmos clientes para que eles criem negócios juntos. Ações que uma parte não faria sozinha, ou porque não tem competência ou porque não en-xergou a oportunidade” cita. O resultado pode ir muito além das expectativas.

“Outro dia aproximamos dois clientes que desenvolveram um negócio específico para pequenas empresas, uma iniciativa que deve faturar R$ 50 milhões em 2014. Eles nem se conheciam, mas nós enxergamos uma oportunidade e os aproximamos com um propósito claro. Isso é networking”, acentua.

Prefere agir por conta própria, sem o intermédio de empresas e profissionais especializados? Não existe fórmula mágica, mas é importante ser relevante, cultivar a relação e ter bom senso. “Não dá para forçar a barra, mas também não se pode deixar tudo solto. Outras dicas que ajudam a fazer a diferença: troque experiências, peça opiniões. Amplie seus contatos dentro das empresas com as quais se relaciona. Dê o primeiro passo”, ensina.

Disposto a começar a cultivar melhor os seus contatos, lembre-se de que a since-ridade, nesse campo, é outra ferramenta poderosa. “É preciso ter uma rede que se paute pela sinceridade e pela vontade de também ajudar, não só pedir”, explica o headhunter Marcos Próspero, executivo da consultoria Robert Wong.

roberT WongHeahunter e Consultor

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MErCado na Mira

Credit Performance 35

o segredo está no capital intelectual A partir dessa edição, a Credit Performance conta com um espaço cativo para falar sobre as principais iniciativas das empresas do mercado de crédito e cobrança para conquistar seu lugar ao sol.

Por Cristiane Moraes

Quais são as novidades no merca-do de crédito e cobrança? Para onde o vento está soprando e quais são as inovações das

empresas para garantir um diferencial? Para responder a essas dúvidas e mostrar diferentes visões de negócios, a Credit Performance inaugura a editoria “Merca-do na Mira”, um espaço para as empresas compartilharem seus cases e experiências. Nessa primeira matéria, trazemos a história da Way Back – Recuperação de Créditos | BPO, que está há mais de duas décadas no mercado de C&C, tem apresentado crescimento de 30% ao ano e aposta em um amplo portfólio de produtos sob medida para atrair e reter a carteira de clientes.

Para o empresário Jefferson Frauches Viana, diretor executivo e fundador da Way Back Cobranças e Serviços, criada em 1991, inovação sempre foi o norte para o crescimento dos negócios. Quando Via-

ATUAçãO inTErnACiOnALCom a grande gama de clientes e produtos, de diferentes segmentos, foi primordial para a empresa viver se reinventando e inovando seus processos. Foi isso que aconteceu em 2001, quando a empresa deu um passo audacioso com a cobrança internacional. Os executivos lembram que foi um grande desafio, ao qual encararam de frente atu-ando inicialmente como “Service Provider”, “Agent”, até vencer mais uma vez e assumir a condição de “Shareholder”(acionista) da rede mundial de cobrança, o TCM Group, com atuação em mais de 155 países. “Nossa presença foi tão efetiva junto ao grupo que nosso diretor executivo foi eleito como diretor para América do Sul”, conta Dias.

Outro serviço oferecido é a logística re-versa, que trata da Recuperação de Ativos Não Financeiros. O trabalho consiste em identificar, contatar e recuperar os chama-

na abriu a empresa com a esposa, tinha como principal cliente um laboratório farmacêutico de grande porte. Naquela época, o executivo enxergava um potencial do mercado de crédito e cobrança e ao mesmo tempo observava que o segmento carecia de inovação, tanto na forma com o qual o serviço era prestado, quanto no relacionamento com os contratantes.

Ao longo desses 22 anos a empresa inves-tiu nessa visão, ampliando o portfólio de serviços, sua infraestrutura tecnológica e também seu quadro de colaboradores. Para Sandro Nicolau Dias, superintendente Administrativo e Financeiro da Way Back, o grande diferencial da empresa sempre foi o capital intelectual. “Não oferecemos produtos de prateleira e temos todo o co-nhecimento e tecnologia dentro da própria casa para desenvolver um produto sob medida para o cliente. O nosso lema é inovar, empreender e trabalhar”, aponta.

dos POS (máquinas de cartão de crédito e débito). Esse trabalho novamente mostra a capacidade de aliar tecnologia e sistema com logística para garantir um resultado eficiente, que garantiu que a empresa te-nha uma diferenciação, já que a única do mercado a prestar esse tipo de serviço, atendendo a CIELO, líder em soluções de pagamentos eletrônicos na América Latina.

E na área de produtos financeiros, com a essência na recuperação de crédito, a em-presa também investiu e cresceu, buscando novos horizontes e desafios. Ao longo dessa história a Way Back se consolidou como um efetivo provedor para importantes bancos, financeiras, empresas de secu-ritização e outros fornecedores ligados a produtos financeiros, tanto de concessão como administração de crédito. Neste pri-meiro semestre de 2013, o faturamento da

Essa atuação capaz de entender a neces-sidade do mercado e desenvolver desde a tecnologia até a capacitação humana é atribuída ao knowhow da equipe interna e percebida pelos cases da empresa. Um dos serviços desenvolvidos internamente foram as remessas expressas, um produto que tem evoluído nos últimos 15 anos, tra-zendo grande experiência e conhecimento de todas as particularidades que envolvem o transporte nacional e internacional, não só no que se refere à forma de cobranças, mas também entendendo as razões que motivam a falta de pagamento. “Nossa expertise permite inclusive encontrar so-luções e melhorias nos processos para os contratantes. Dominar a operação tem permitido que a Way Back ofereça um serviço eficiente que atende os líderes do segmento, como UPS, DHL, Fedex, entre outras”, cita Dias.

empresa cresceu 40%, mostrando a solidez e a inovação constante de toda equipe. E a empresa tem garantido resultados surpre-endentes também nos últimos três anos, com crescimento de 30% ao ano. “Tudo isso faz com que a empresa se empenhe cada vez mais em desenvolver soluções e serviços inovadores e sustentáveis”, finaliza o superintendente. •

sandro nicolau dias, Superintendente Administrativo e Finan-

ceiro da Way Back

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tEndênCias

Credit Performance 37

“Não há como ser um país capitalista sem que se tenha crédito”, afirmou o ex-presidente Luiz Inácio

Lula da Silva durante a abertura do Fó-rum Brasil-México, realizado em março de 2008. Na época, também estava em pauta a comemoração do avanço na indús-tria do crédito registrada nos cinco anos anteriores: a concessão havia saltado de R$ 300 bilhões para R$ 1 trilhão. A tendência crescente seguiu firme nos anos seguin-tes. De acordo com Alexandre Gontijo, coordenador do setor de Recuperação de Crédito do Siqueira Castro Advogados, o Brasil registrou um aumento de 22% entre os anos de 2008 e 2012.

A leitura deste números está intimamente ligada ao mercado de compra e venda de carteiras, que começa a ganhar mais força no cenário brasileiro. “Com o aumento na concessão de crédito, espera-se para os próximos anos um considerável aumento na inadimplência. Assim, especula-se um aquecimento do mercado – não apenas com a compra de carteiras entre os bancos, mas também entre empresas privadas”, analisa Gontijo, enfatizando o fato de que a desaceleração da economia brasileira aquece o mercado de compra e venda de ativos. “Além de aumentar a participação das empresas brasileiras nesse negócio,

dívidas que geram lucro

O mercado brasileiro de compra e venda de dívidas vencidas começa

a amadurecer, abrindo novas oportunidades de negócios, que vão das transações consideradas tradicionais à criação de fundos de investimento.

Por CaMila Balthazar

há uma grande perspectiva do ingresso de companhias estrangeiras especializa-das tanto em investimentos de compra e venda, como na qualidade de gestão das carteiras”, comenta.

Tais operações trazem vantagens para os bancos e empresas de varejo, pois a cessão dos créditos inadimplentes reduz os custos de cobrança e permite que as empresas ven-dedoras liberem-se para a reconstituição de sua liquidez, concedendo novos créditos aos clientes. O diretor da área de Reestrutu-

ração da KPMG no Brasil, Nicolas Otegui, também destaca os benefícios fiscais e regulatórios, a redução de estoque para utilizar a equipe de cobrança nos créditos mais novos e com melhor possibilidade de recuperação, além da melhora na alocação de ativos. “Estimamos que existam mais de R$ 500 bilhões em carteiras de crédito vencidas acima de 90 dias. Muitas institui-ções estão começando a ver os benefícios desse negócio e preparam-se para entrar no mercado”, afirma Otegui.

Com a filosofia de reconhecer possibilida-des onde outros enxergam problemas, a Brasil Distressed (BrD) foi uma das primei-ras empresas a atuar nessa área de aquisição de créditos com deságio. O sócio-fundador Carlos Catraio, que já atuou em bancos como Bank of America, Itaú e BPNBra-sil, explica que o foco da empresa está no crédito distressed, ou seja, dívidas que sofreram quebra contratual do devedor para com o credor. “Podemos incluir nas nossas negociações, entre outras possibi-lidades, desconto sobre o valor original, doação de bens, troca por direitos que o devedor possui e revenda de crédito. Sempre priorizamos a solução, sem nos envolvermos com o histórico que levou à dívida. Assim geramos resultado para os credores, devedores e nosso próprio negócio”, diz Catraio. Ao analisar o histórico

de transações da empresa, fica evidente que a estratégia está no caminho certo. Em junho de 2011, o valor de face acumu-lado das transações nas quais a BrD atuou como cedente ou cessionário foi de R$ 28,6 milhões. Em dezembro de 2012, o valor atingiu R$ 337,1 milhões – crescimento de 1200% em apenas um ano e meio.

TRANSFORmAÇÃO CULTURALEntre os especialistas, a opinião de que o Brasil ainda não tem uma cultura de compra e venda de carteiras tão forte quanto os ou-tros países é unânime. Os motivos para isso variam. Segundo Marcel Cecchi, sócio da Laplace Finanças (antiga Arion Capital), o perfil do investidor brasileiro ainda é pouco sofisticado. “Existe uma acomodação. O brasileiro está acostumado com a renda fixa e sua pequena parcela de risco. No momento em que o retorno ficar muito

baixo, o investidor começará a procurar alternativas. Com o amadurecimento do perfil de investimento no Brasil, novos produtos vão aparecer”, aponta o sócio da Laplace.

Essa consciência pode ampliar o interesse nos Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) – tipo de aplicação da Bolsa de Valores em que a maior parte dos recursos é destinada à aquisição desses créditos que uma empresa tem a receber. Ou seja, as ações não são a única forma de investir no mercado de capitais. Por outro lado, o executivo acredita que ainda deve haver uma mudança cultural não apenas dos investidores, como também dos bancos. “No momento em que os bancos precisa-rem ser mais eficientes com o capital, eles vão começar a abrir mão do que não vai bem e buscarão ser mais criativos com a locação de capital. Talvez esse mercado de compra e venda de carteira seja um bom caminho”, pondera Cecchi.

A espanhola Paloma Cabello, sócia da CALLIGRAM Partners e assessora da TPG Credit na Espanha, analisa a experi-ênciabancáriade outros países e aponta que as instituições financeiras tendem a esgotar suas possibilidades de gestão interna até que as exigências dos Bancos Centrais – ou sua posição de solvência relacionadas às normas internacionais – obriguem-nas a provisões contábeis que façam com que uma venda externa seja atrativa. “Os bancos brasileiros não parecem ter esses fatores pesando em suas costas neste momento. Esta é uma das razões pelas quais faz sentido pensar em um desenvolvimento mais pre-coce da compra e venda de carteiras, pois as provisões tendem a ser mais agressivas do que em casos de operações seguras, como as hipotecas”, opina.

Aproveitando para compartilhar a experi-ência de seu país, Paloma relata o histórico espanhol e explica que, em relação ao uni-verso sem garantias, houve um momento inicial de venda de grandes carteiras de-tidas por bancos e prestadores de servi-ço, como o setor de telecomunicações. “Posteriormente, a parte sem garantia foi se desenvolvendo com altos e baixos, porém sempre de forma positiva. Mais recentemente aconteceu uma mudança importante devido a dois fatores: a consoli-dação do mercado bancário com a fusão de entidades e o momento em que as provisões obrigatórias passaram a ser mais agressivas”, comenta a especialista, ressaltando ainda a importância dos mercados emergentes observarem as experiências de sucesso de outros países para evitar erros passados.

Marcel ceccHiSócio da Laplace Finanças

nicolas oTeguiDiretor da área de reestruturação da KPMG

Paulo grandiProfessor de Economia da IBE-FGV

carlos caTraioSócio-fundador da Brasil Distressed

O DESAFIO DA pRECIFICAÇÃOAlguns países já praticam a compra e venda de carteiras de crédito há mais de duas décadas. Apesar de estar despertando agora, o Brasil pode aprender com essas experiências. O professor de Economia da IBE-FGV, Paulo Grandi, ilustra esse tema com o caso da venda de carteiras ocorrida nos Estados Unidos antes da crise de 2008. “As carteiras foram vendidas para instituições europeias e, com a chegada da crise, foi ruim para quem comprou. Não que seja um mau negócio, a questão a ser considerada é a precificação, que ainda é o grande ponto de interrogação”, expõe Grandi.

Segundo o professor de Economia, a expe-riência internacional mostra que cobrar 20% do valor da dívida é uma prática comum, no entanto não é possível estabelecer esse número como padrão. “Isso não significa que não existam negociações por 50%”, diz. Como o grande boom da concessão de crédito e a consequente inadimplência ainda são recentes no Brasil, os bancos estão observando o cenário de perto.

“Com certeza os bancos têm uma carteira que gostariam de negociar. Alguns irão vender; outros vão no sentido contrário, mantendo a estrutura de cobrança e com-prando carteiras de outras instituições. A experiência vai criar um mercado cada vez mais maduro para isso, porém ainda não há como saber quanto vai ser recuperada de cada transação”, completa o especialista, deixando a polêmica da precificação no ar para futuras discussões.•

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40 Credit Performance40 Credit Performance Credit Performance 41

O emprego formal faz diferen-ça: com renda comprovada e potencial para futuras ativida-

des de crédito, adultos com cerca de 30 anos e renda mensal média de R$ 1.428,78 impulsionaram o aumento da demanda por cartões de crédito no Bra-sil em 2013. Esta é uma das conclusões obtidas por um estudo econômico da Serasa Experian.

O grupo, que representava 12% do to-tal de consumidores brasileiros de car-tões de créditos no ano passado, agora equivale a 16% deste mesmo total – um salto da quarta para a segunda posição

A pesquisa ainda apresentou outra revelação: dentre todos os solicitantes, 78% buscam por crédito ou serviços em mais de uma

instituição. Este fator, se combinado ao aumento das adesões na classe E, alerta para a possibilida-de de superendividamento e inadimplência futuros caso não haja planejamento financeiro – risco que precisa ser adequadamente monitorado, uma vez que estes novos consumidores normalmente não possuem vivência no mercado de crédito.

“Estes cidadãos estariam começando a aprender a lidar com crédito justamente numa modalidade em que os juros são altos. Assim, o risco de terem uma primeira experiência frustrante de crédito não é desprezível.”, aponta o presidente da Serasa Ex-perian, Ricardo Loureiro.•

11° Congresso latino-americano e 8º Congresso nacional de Crédito & Cobrança5 de Novembro de 2013 | Chile | Santiago

5º Congresso internacional de Crédito e Cobrança e 1ª Conferência internacional de Crédito e Cobrança.5 de Novembro de 2013 | Venezuela | Caracas

aBril 2014Fortaleza aBril 2014Curitiba

no ranking dos grupos que mais buscam este tipo de serviço. A primeira posição – com 26% do total – continua sendo ocupada por adultos entre 20 e 30 anos, com baixa renda e empregos que exi-jam pouca qualificação ou mesmo in-formais. Para fazer esse mapeamento, a Serasa Experian usou informações de 1 milhão de CPFs e fez comparativos entre os primeiros trimestres de 2009 a 2013. Os números revelaram ainda um crescimento de adesões e participações da classe E, cuja representatividade pas-sou de 6,2%, em 2009, para 16,8% em 2013, num processo crescente a cada ano.

CRESCE DEMANDA POR CARTãO DE CRÉDITO ENTRE JOVENS COM CARTEIRA ASSINADA

BUSCA POR CRÉDITO E INADIMPLÊNCIA: OS RISCOS DE PERDER O CONTROLE

O estudo da Serasa Experian mostrou também que a inadimplência nos pri-meiros quatro meses após a aquisição do cartão de crédito registrou uma que-da neste ano. Em 2011, 3,2% dos novos consumidores ficaram com pendências nesse período – que, na transição para 2012, sofreu um aumento de 36%, ele-vando a 4,4% a participação de novos consumidores inadimplentes. Este ano, o índice sofreu uma nova queda, de 14% - baixando a participação destes cida-dãos inadimplentes para 3,8%.•

APÓS FUSAO, NASCE UMA NOVA LOCALCRED

No dia 29 de agosto, a Localcred--Brascobra anunciou o término do processo de fusão e a mu-

dança definitiva de nome para Local-cred, oficialmente adotado a partir do dia 1º de setembro. Por meio de um modelo de gestão mais inovador, a as-sociada do IGEOC promove um pro-cesso de construção e posicionamento da sua marca. Recentemente, realizou uma pesquisa com clientes e colabora-dores para a escolha do nome, que até então mantinha o formato composto pela razão social da empresa. O resulta-do definiu “Localcred”.

Em uma segunda etapa e seguindo o conceito da empresa de humaniza-ção, todos os colaboradores votaram para escolher a nova logo. A Localcred contou ainda com o apoio de uma re-nomada consultoria internacional para

Entre 14 e 20 de outubro, a Serasa Experian realizou a primeira edi-ção do Feirão Limpa Nome On-

line no Brasil. Consumidores de todo o país puderam obter vantagens e condi-ções especiais de renegociação de suas pendências financeiras diretamente com as empresas participantes, com condições personalizadas e descontos especiais sem sair de casa, por meio do site www.serasaconsumidor.com.br/limpa-nome.

Em setembro, a Serasa Experian pro-moveu, em parceria com a CDL For-taleza/SPC Brasil, a primeira edição do Feirão Limpa Nome na capital cearen-se. No total, 16 instituições estiveram presentes: Caixa Econômica Federal, Banco do Nordeste, Banco Pan, Casa

Pio, C.Rolim, Loja Esplanada, FortBra-sil, Avon Cosméticos, Sapataria Nova, CDL de Fortaleza, Hilpro Idiomas Al-deota, Tijuca Alimentos, GK Fashion, Casas Bahia, Coelce e Imperjet.

Segundo a superintendente de servi-ços ao consumidor da Serasa Experian, Maria Zanforlin, estas são ótimas opor-tunidades para o consumidor colocar a sua vida financeira em ordem. “Para o consumidor, negociar uma dívida fren-te a frente com a empresa aumenta as chances de um acordo mais satisfatório para ambas as partes. Cada empresa oferece uma proposta individualizada com o objetivo de facilitar a conversa e proporcionar um bom resultado ao final do acordo”.•

noVidadEs

SERASA ExPERIAN REALIZA PRIMEIRO FEIRãO LIMPA NOME ONLINE DO BRASIL

sua reestruturação e, também no dia 29, divulgou aos colaboradores seu novo organograma.

O executivo e membro do conselho, Adilson Melhado, assume a presidên-cia, seguido por uma linha de diretores executivos composta pelos sócios da empresa. “A nova estrutura menos ver-ticalizada e mais ágil, é parte das inova-ções estratégicas que adotamos e cor-respondem às demandas do mercado e da economia globalizada”.

Neste cenário altamente competitivo, buscamos ainda mais proximidade com as pessoas, desde os clientes até cada um dos nossos colaboradores, por isso adotamos também um novo slogan promocional ‘Localcred - Sempre mais com você’, que reflete claramente este posicionamento”, comenta o novo pre-

sidente da empresa. Nesta nova fase, os esforços estarão concentrados na busca pelos desafios comuns à empresa e seus clientes, alcançando novos patamares de resultados e performances.•

adilson MelHadoPresidente da Localcred

Maria zanForlinSuperintendente de Serviços ao Consumidor

da Serasa Experian.

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42 Credit Performance

sofistiCação E luxo

O esporte atrai cada vez mais executivos, que desenvolvem na prática habilidades como foco, concentração e equilíbrio emocional. Ainda pouco difundido no Brasil, o golfe pode virar atração com a volta aos Jogos Olímpicos em 2016, após 104 anos longe da competição.

Por CaMila Balthazar

reuniões descontraídas no campo de golfe

Não faltam exemplos para provar que os maiores executivos do mundo jogam golfe. Barack Obama está na lista, bem como

nove em cada dez presidentes dos Esta-dos Unidos. O fundador da Microsoft Bill Gates também é adepto, além de diversos esportistas de outras modalidades, como o goleiro Júlio César, o automobilista Ru-bens Barrichello, o jogador de basquete Michael Jordan e os reis do futebol Ro-naldo Fenômeno e Kaká. O palestrante, consultor corporativo e autor dos livros “Liderança e Golfe” e “Tacadas de Vida”, Guillermo Piernes, pratica golfe desde os 9 anos e explica por que o esporte atrai tantos executivos. “O golfe treina quali-dades importantes do mundo corporativo, como foco, concentração, equilíbrio emo-cional, além da habilidade de lidar com a frustração”, comenta Piernes, iniciado no esporte em Buenos Aires, sua cidade natal, mas golfista durante toda a vida e por todos os países por onde passou.

De acordo com o consultor, no campo de golfe é possível conhecer a real perso-nalidade das pessoas. “São quatro horas de grandes desapontamentos e alegrias. Tudo é muito intenso. Há situações di-ficílimas, sendo possível ver como cada pessoa reage. Além disso, no golfe você é seu próprio árbitro, por isso tem que jogar limpo. Sempre falo que, no campo, as pessoas são como deveriam ser sempre”, analisa Piernes, acrescentando que um dos grandes problemas dos executivos jovens que vivem na atual economia co-nectada é a falta de foco. “No esporte você é obrigado a bater em uma bolinha pequena com um taco que chega a 150 km/h. É muito difícil e exige concentração. Apenas 8% das tacadas são satisfatórias. Você desenvolve a assertividade querendo ou não”, expõe Piernes, ressaltando que os negócios são fechados fora do campo, depois do networking feito durante o jogo.

O diretor da Unidade de Automação Comercial da RMS, Claudio Reina, vi-veu na prática a parceria do golfe com os negócios. Em 2008, o executivo brasileiro

expatriado trabalhava em uma empresa em Madri, na Espanha, e via muitas coisas acontecendo no campo. “Acabei sendo induzido a começar a jogar por causa dos negócios. É uma oportunidade boa para estar de três a quatro horas com o executivo em um ambiente bonito, ao ar livre, e sem estresse. Não é como uma sala de reunião onde todos ficam olhando o relógio impacientemente”, compara. Ao voltar para o Brasil, Reina buscou cam-pos próximos a São Paulo, percebendo que a facilidade encontrada lá fora não condizia com a realidade brasileira.“O esporte ainda não é muito conhecido por aqui. Na Espanha, por exemplo, você vê famílias inteiras jogando aos sábados e domingos”, lembra.

Atualmente, o Brasil conta com 10 mil jogadores federados e 115 campos, nú-meros inexpressivos quando comparados

aos 28 milhões de jogadores dos Estados Unidos, ou até mesmo com os 250 mil golfistas da vizinha Argentina. Piernes atribui esse fato à falta de incentivo das empresas e da própria mídia, que não transmite o esporte em TV aberta, por exemplo. No entanto, esse cenário deve mudar em breve, com a volta do golfe no programa olímpico. Depois de 104 anos fora do evento, o esporte será dis-putado nos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, sendo que pelo menos 30 países terão representantes nos torneios masculino e feminino.“É previsível que os Jogos Olímpicos gerem uma atração. Vejo meninos jogando golfe eletronicamente, sem nunca ter visto um campo, o que significa um potencial muito grande. A qualquer momento o esporte vai decolar”, comenta Piernes, na constante torcida para que mais brasileiros apaixonem-se pelo golfe.•

claudio reinaDiretor da Unidade de Automação Comercial da rMS.

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46 Credit Performance

terra do vinho, das paisagens e da poesia de nerudaSantiago do Chile sedia 11o Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança em ambiente perfeito para negócios e com muitas atrações culturais e gastronômicas.

PElo Mundo

Por Cristiane Moraes

“Nega-me o pão, o ar, a luz, a primavera, mas nunca o teu riso, porque então morreria”, declamou Pablo Neruda. A

intensidade das palavras do poeta chileno é motivo de grande orgulho para o país, que fez da casa construída pelo artista, em 1953, na capital chilena, o Museu “La Chascona”, reunindo em seu interior móveis, objetos antigos e uma pinacoteca que revelam momentos íntimos da trajetória do escritor e de sua amada Matilde. Todo esse romantismo faz da cidade um destino frequente de casais apaixonados e, no mês de novembro, também será a escolha de destino de muitos líderes da indústria para o 11o Congresso Latino-Americano de Crédito e Cobrança.

Antes mesmo de pousar em Santiago para a imersão nos negócios de C&C, a beleza da Cordilheiras dos Andes arranca suspiros ao olhar pela janela do avião. Mas é ao aterrissar que você percebe o clima europeu com um toque que lembra também algumas cidades americanas. Essa verdadeira “mistura” logo é admirada pelas turistas que conferem a organização impecável, educação exemplar e gastronomia diferenciada com exóticos frutos do mar temperados com coentro e regados a uma taça de vinho nacional - uma

das riquezas do país e impossível de não provar nas horas de lazer.

Santiago não é uma cidade festeira, mesmo sendo capital. São inúmeras opções de restaurantes e experiências culturais, porém, não é um destino para os amantes da noite ou das cidades 24 horas. Esse aspecto pode ser explicado pelo toque de recolher do Regime Militar que durou mais de 20 anos. Foi somente depois que o ditador Augusto Pinochet entregou o poder ao presidente eleito, em 1990, que o Chile passou por uma importante transformação econômica, política e social. Mesmo assim, essa rigidez que permaneceu por duas décadas ainda está presente nas famílias e reflete-se na educação mais séria e reservada, mas de grande simpatia e de atendimento impecável. É impossível visitar a cidade e não lembrar com alegria do colorido das incríveis paisagens, da organização das ruas floridas e, claro, dos frutos do mar, que reservam um sabor e textura diferenciados por conta das águas geladas do Oceano Pacífico. Quando estiver na cidade, não deixe de provar as deliciosas machas, a “Centella”, um caranguejo gigante, e o pisco sauer, uma alcoólica bebida doce ideal para o entardecer, quando a temperatura cai mesmo no verão. Já no café da manhã,

abuse das saborosas e doces frutas, como o melão e as cerejas.

A cidade possui toda a infraestrutura para receber empresários e turistas, com uma gama de hotéis de primeira linha e muitas atividades ao ar livre. Entre as atrações imperdíveis estão o passeio pelas ruas do bairro Las Condes, a visita a uma estação de esqui e a vista das praias do litoral de Valparaíso. Outro programa que não pode ficar de fora é conhecer uma das diversas vinícolas para entender um pouco sobre o plantio a produção do licor precioso. Uma das mais tradicionais e antigas de Santiago é a Vinícola Concha Y Toro, que oferece diferentes tipos de tours, do tradicional - que custa em média 20 dólares, até uma Experiência Don Melchor, passeio e imersão com vinho premiado, que pode custar em torno de 140 dólares por pessoa. Os passeios, que acontecem de segunda a domingo, das 10h às 17h, preferencialmente devem ser agendados e todos incluem acesso à adega, plantação e degustação de alguns rótulos da casa. Mesmo que você não ganhe um certificado de enólogo, sairá com muito mais informação e conhecimento sobre o mundo dos vinhos e, dificilmente, não se tornará um apreciador. •

11o Congresso Latino-Americano e 8 o Congresso Nacional de Crédito e Cobrança

Data: 05/11/2013Local: Santiago - ChileInformações: www.cmspeople.com/eventos/2013/chile/11-latam/

Informações importantesIdioma oficial: espanholMoeda: Peso chilenoVisto: brasileiros são isentos

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