saiba+ - outubro de 2013

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DESDE 2006 9 DE OUTUBRO DE 2013 FACULDADE DE JORNALISMO - PUC CAMPINAS Grupo motiva a adoção de cães abandonados pela internet. +CONTEÚDO A8 Campanha traz Outubro Rosa a Campinas A campanha do Ou- tubro Rosa na cidade é uma iniciativa da PUC-Campinas com apoio da Sociedade de Medicina de Campinas. Edi- fícios públicos e privados re- ceberão iluminação especial e terão eventos que vão alertar a população para a necessi- dade do diagnóstico preco- ce da doença. O movimento tem capacidade para atingir cerca de 200 mil mulheres da RMC (Região Metropolitana de Campinas) com mensa- gens sobre o câncer de mama e informações que abrangem desde o diagnóstico precoce e opções de tratamento até os direitos previdenciários das pacientes. + ESPECIAL A7 Palácio é base para reurbanizar centro Nos planos do ex -prefeito de Campinas, Antô- nio da Costa Santos, o edifí- cio do Palácio dos Azulejos, sede do Museu de Imagem e Som (MIS), seria restaurado com base na construção ori- ginal. O Palácio já recebeu uma série de melhorias e atualmente aguarda recursos financeiros para que se reali- ze a última fase de obras. + COTIDIANO A7 Pesquisa propõe solução ao deslocamento de retina Uma pesquisa reali- zada pelo Instituto Schepens Eve apresenta soluções para os casos de deslocamento de retina. A retina tem re- ceptores fotossensíveis que convertem a imagem lumi- nosa em impulsos elétricos que são enviados ao cére- bro através do nervo ótico. O descolamento interrom- pe o processo, e se não for tratado convenientemente e depressa, pode evoluir para perda total da visão. Os descolamentos podem ocor- rer em qualquer idade, mas costumam ser mais frequen- tes depois dos 40 anos. Os principais fatores de risco para a enfermidade são: alto grau de miopia, cirurgia an- terior de catarata, glaucoma, trauma nos olhos, na face ou na cabeça, diabetes descom- pensado, tumores, processos inflamatórios, história fami- liar da doença e degeneração do vítreo própria do enve- lhecimento. O descolamento não está associado a nenhum processo doloroso. Os sinto- mas são outros: visão turva e embaçada, sombra central ou periférica dependendo da região da retina afetada, que progride à medida que o deslocamento evolui, flashes luminosos, entre outros. + SAÚDE A3 Foto: Camila Correia Foto: Vinícius Duran Foto: Fabiana Rosa Azulejos aguarda verbas para última fase de reformas

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Page 1: Saiba+ - Outubro de 2013

DesDe 2006 9 de OutubrO de 2013 FaculDaDe De Jornalismo - Puc camPinas

Grupo motiva a adoção de cães abandonados pela internet. +COnteúdO A8

Campanha traz Outubro Rosa a Campinas

A campanha do Ou-tubro Rosa na cidade é uma iniciativa da PUC-Campinas com apoio da Sociedade de Medicina de Campinas. Edi-fícios públicos e privados re-ceberão iluminação especial e

terão eventos que vão alertar a população para a necessi-dade do diagnóstico preco-ce da doença. O movimento tem capacidade para atingir cerca de 200 mil mulheres da RMC (Região Metropolitana

de Campinas) com mensa-gens sobre o câncer de mama e informações que abrangem desde o diagnóstico precoce e opções de tratamento até os direitos previdenciários das pacientes. + espeCiAl A7

Palácio é base parareurbanizar centro

Nos planos do ex-prefeito de Campinas, Antô-nio da Costa Santos, o edifí-cio do Palácio dos Azulejos, sede do Museu de Imagem e Som (MIS), seria restaurado com base na construção ori-

ginal. O Palácio já recebeu uma série de melhorias e atualmente aguarda recursos financeiros para que se reali-ze a última fase de obras. + COtidiAnO A7

Pesquisa propõe solução ao deslocamento de retina Uma pesquisa reali-zada pelo Instituto Schepens Eve apresenta soluções para os casos de deslocamento de retina. A retina tem re-ceptores fotossensíveis que convertem a imagem lumi-nosa em impulsos elétricos que são enviados ao cére-bro através do nervo ótico. O descolamento interrom-pe o processo, e se não for tratado convenientemente e depressa, pode evoluir para

perda total da visão. Os descolamentos podem ocor-rer em qualquer idade, mas costumam ser mais frequen-tes depois dos 40 anos. Os principais fatores de risco para a enfermidade são: alto grau de miopia, cirurgia an-terior de catarata, glaucoma, trauma nos olhos, na face ou na cabeça, diabetes descom-pensado, tumores, processos inflamatórios, história fami-liar da doença e degeneração

do vítreo própria do enve-lhecimento. O descolamento não está associado a nenhum processo doloroso. Os sinto-mas são outros: visão turva e embaçada, sombra central ou periférica dependendo da região da retina afetada, que progride à medida que o deslocamento evolui, flashes luminosos, entre outros.+ sAúde A3

Foto: Camila Correia

Foto: Vinícius Duran

Foto: FabianaRosa

Azulejos aguarda verbas para última fase de reformas

Page 2: Saiba+ - Outubro de 2013

+OPINIÃO

CARTA AOLEITOR

Nesta edição do jornal Saiba + você encontra informações sobre saúde com a pesquisa estadunidense sobre desloca-mento de retina, que renova a esperança da medicina sobre a enfermidade, descobre quais os primeiros sinais de perda de audição gerada pelo uso excessivo dos fones de ouvi-do, assim como a dificuldade dos autistas em ingressar no mercado de trabalho. A cam-panha do “Outubro Rosa” re-cebe destaque este mês, pois

pela primeira vez Campinas realizará ações do movimento. Edifícios da cidade estão rece-bendo iluminação especial e um grande laço rosa, marca registrada da campanha. Os 240 anos de Campinas são lembrados pela tradicional história do Palácio dos Azu-lejos, que preserva a memó-ria arquitetônica e cultural da cidade. A dança colombiana Zumba ganha expressivida-de por ser a nova febre nas academias da região, já que

apresenta uma solução para quem deseja fazer exercícios e perder peso de forma diver-tida. Mitos automobilísticos realizados por motoristas com intuito de economizar são des-vendados e esclarecidos por um especialista no assunto. Para finalizar, a proteção de animais abandonados é retra-tada por ações promovidas na internet pelo projeto “Focinho Abandonado” que se destaca pelo número de animais doa-dos nas feiras de adoção.

ARTIGOS

O ciclo das lutas e revoltas da juventude sempre trocam osporquês

Claudia MüllerEstudante deJornalismo

S Será que só a juventu-de é volátil ou também a sociedade como um todo? A vulnerabilida-

de independe de idade ou faz parte de fases da vida? Os atuais jovens, por exemplo, seguem suas emo-ções, mesmo que inconscien-temente, para tomar suas de-cisões. Via de regra, ao me-nos os mais “esclarecidos”, tendem a protestar contra ati-tudes de abuso, de violência, de maus tratos, enfim, algo que fira os direitos humanos, a dignidade do cidadão. Por isso, lutam contra a situação dos presídios, onde muitos estão amontoados, em condi-ções sub-humanas, em meio ao calor, sujeira, falta de co-mida, más condições de hi-giene e, com certeza, nenhum conforto. Também revoltam-se com a condição dos mendigos nas ruas, que apanham, que sofrem e que são “invisíveis” para a maioria das pessoas. Sem contar os favelados, que crescem na desigualdade, so-frem a pobreza e sofrem uma desilusão com a vida. Sem es-

perança de melhora, acabam sendo conduzidos, natural-mente, ao crime, à violência, a uma forma de liberar essa revolta e conseguir dinheiro para o sustento – às vezes, muito mais do que o sustento. E assim seguem esses jovens – ou essa sociedade -, protestando e lutando por esses ideais. Saindo às ruas, fazendo petições, exprimindo opinião nas redes sociais, em blogs e em todos os lugares em que possam mostrar essa causa. Mas então acontece uma tragédia. Alguém morre bru-talmente, alguém é violenta-do, alguém desse ambiente sofre algum tipo de violência e então essa onda de revolta se quebra. Esse empenho e determinação por essas lutas

foram feridos, levaram um banho de água fria, decepcio-naram-se. Agora a revolta, a luta e determinação têm ou-tro apelo, agora clamam por “justiça”. Querem que os cul-pados sejam punidos, querem que a dor cesse, querem que as coisas se acalmem. Agora as certezas foram abaladas, os porquês perderam a razão, as vozes se calaram, os âni-mos murcharam. Então logo outra luta recomeça tão inflamada quanto antes. Agora é preciso brigar pela nova vítima. Ví-tima da sociedade, vítima do sistema. Depois de um tempo, as coisas se acalmam, a dor é engolida, os guerreiros foram vencidos pelo cansaço, pelo desânimo, pela impunidade. Porém, depois desse marasmo, as lutas recome-çam. As vítimas dos deter-minismos voltam a entrar em cena, a luta pelas injustiças sociais volta às telas e esse ciclo continua, dando voltas e voltas, inevitavelmente, já que sempre essa harmonia será abalada.

“Agora a revolta e determinação tem outro apelo, agora clamam por ‘justiça’”

Quem desvaloriza a educação no Brasil?

Guilherme BonetoEstudante de Jornalismo

Diz-se muito por aí, especialmente após as manifesta-ções de junho, que

o governo brasileiro desvalo-riza a educação. De fato, pode ser que isso seja verdade. Po-rém, no Brasil, os governan-tes não são o único agente a fazer pouco de educadores e educandos – as pessoas, mu-nidas de opiniões medievais e lamentáveis, vêm fazendo o mesmo há muito tempo, espe-cialmente quando se trata das graduações espalhadas pelo país. É muito fácil verifi-car a razão disso. Em outras nações, onde a democracia é mais madura, estudantes fina-lizam a escola e vão à univer-sidade sem precisar trabalhar. Na maioria dos casos, os pais financiam esse processo, com um dinheiro que guardam du-rante toda a vida dos filhos, numa atitude que demonstra extrema maturidade – e que a imensa maioria dos brasi-leiros simplesmente não têm. Logo, a maior parte dos es-tudantes brasileiros que vão à universidade são obrigados a trabalhar para financiar os próprios estudos, já que o

processo seletivo para ingres-sar em universidades públi-cas requer uma longa carga diária de estudos, em boas escolas particulares, que mui-tos pais não têm condições de pagar. Isso resulta numa equação muito simples. As pessoas trabalham durante todo o dia, por vezes até dez, onze horas, para depois to-mar os livros entre as mãos e ir à universidade. O apro-veitamento disso, certamen-te, é mínimo. O estudante se posiciona como um mero espectador, a participação em pesquisas que auxiliariam o desenvolvimento da discipli-na é mínima, quando há. Não existe tempo hábil para apro-fundamento. Muitas das escolas de ensino superior espalhadas pelo Brasil acabam “ajudan-do” o aluno nesse processo, diminuindo a carga de leitura

e de aula das disciplinas. Ao final a graduação, que já se-ria prejudicada pelo cansaço do estudante após horas de trabalho, acaba ficando ain-da pior pela negligência da própria universidade. Não é o caso, como se sabe, da PUC-Campinas, que têm um nome a zelar. Porém, mesmo as me-lhores universidades são obri-gadas a se adaptar, de certo modo, à forma como o ensino brasileiro se posiciona, ofere-cendo cargas horárias de três a quatro horas diárias. Volto, aqui, ao início da minha pontuação, quando digo que os brasileiros, de modo geral, desvalorizam a educação. Pais que permitem aos filhos uma vida de so-mente estudo e busca por um estágio na área escolhida são vistos, por muitas pessoas, como financiadores do ócio. E os estudantes que, depois dos vinte anos de idade, têm a chance de só estudar, e não precisar trabalhar, são taxa-dos como pouco-dedicados, dentre outros adjetivos me-nos agradáveis de se dizer. Vê-se que o pouco caso com a educação, no Brasil, é cul-tural.

NOTAS

Salão de Humor vai até 20 de outubro em PiracicabaA 40ª edição do Salão Inter-nacional de Humor de Pira-cicaba (SP) se prepara para os últimos dias da mostra. A exposição poderá ser visitada gratuitamente até o dia 20 de outubro, de terça a domingo. Nesta edição, 442 obras foram selecionadas a partir de quatro mil trabalhos inscritos, entre cartuns, caricaturas, charges e tiras de artistas de 64 países. Serviço 40º Salão Internacio-nal de Humor de Piracicaba Data e horário: até o dia 20 de outubro, de terça a sexta-feira, das 14h às 18h, e, aos finais de semana, das 10h às 20h. Onde: Parque do Enge-nho Central (Avenida Mauri-ce Allain, 454). Informações: (19) 3403-2615. A entrada é gratuita.

Valinhos sem carnavalValinhos não terá o tradicional desfile das escolas de samba em 2014, pelo segundo ano consecutivo e pela terceira vez desde 2010. Segundo in-formações da Secretaria da Cultura, três das cinco escolas de samba da cidade rejeitaram a proposta da Prefeitura de Va-linhos, que ofereceu a verba de R$ 80.000 para cada agre-miação, o que foi considerado insuficiente pelos representan-tes. Acadêmicos do Moinho Velho, campeã em 2012, e Arco-Íris se dispuseram a des-filar; Leão da Vila, Unidos da Madrugada e Mocidade Inde-pendente optaram por aguar-dar 2015 e reunir recursos.

A2 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

“O pouco caso com a educação, no Brasil, é cultural”

SAIBA +Jornal laboratório produzi-do por alunos da Faculda-de de Jornalismo da PUC - Campinas. Centro de Co-municação e Linguagem (CLC): Diretor Prof. Dr. Rogério E. R. Bazi; Dire-tora-Adjunta: Professora ME. Maura Padula; Dire-tor da Faculdade: Professor ME. Lindolfo Alexandre de Souza. Tiragem: 2 mil.

Professor responsável: Luiz R. Saviani Rey (Mtb 13.254)Editora: Angélica CortezDiagramador: Larissa de Albuquerque

MACC realiza mostra de fotografias

O Museu de Arte Contempo-rânea de Campinas inaugura na quarta-feira (9), a exposi-ção “Açúcar, um doce meio amargo”, cuja curadoria per-tence à jornalista holandesa Stijntje Blankendaal. A expo-sição contará com fotografias de seis artistas, que retratarão a produção de açúcar na Ho-landa, no Suriname, na Indo-nésia e no Brasil.

Page 3: Saiba+ - Outubro de 2013

+SAÚDE

Autistas ainda encontram dificuldades para ingressar no mercado de trabalhoMesmo com a lei que obriga as empresas a contratar pessoas com deficiência, empresários ainda possuem preconceitos

Carlos Eduardo Vasconcelos, autista, conseguiu trabalhar com informática na área de T.I.

Vinicius Duran De cada 110 pessoas no mundo uma é autista, no entanto, a maioria das infor-mações recorrentes sobre o assunto diz respeito ao trata-mento e ao desenvolvimento infantil e pouco se comenta sobre a inserção do autista no mercado de trabalho. As pessoas diagnosticadas com autismo podem ter uma vida normal se o tratamento for re-alizado corretamente. Porém, algumas características do Transtorno de Espectro Autis-ta não são bem aceitas pela so-ciedade e, consequentemente, entrar no mercado de trabalho ainda é um tabu. No ultimo mês, a em-presa alemã, SAP, lançou um projeto a fim de contratar pes-soas com autismo para desen-volver softwares e, segundo os diretores da empresa, eles querem aproveitar uma das principais características de pessoas que tem esse trans-torno: a concentração em uma determinada ação. Segundo a psicóloga Maria Regina Silva, fora do Brasil isso é muito comum em em-presas de T.I. (Tecnologia da Informação), pois pessoas com autismo tendem a ter fa-cilidade com números e infor-mática. Outro exemplo de su-cesso é o da empresa dinamar-quesa de teste de softwares,

Specialisterne, que possui 80 dos 100 profissionais da em-presa com autismo. De acordo com Hernandes, a capacidade de concentração de um autista deveria ser melhor analisada pelas empresas. “Por muito tempo foi dito que o autista só conseguia se concentrar na-quilo que deseja e isso é ver-dade, mas com o devido trata-mento o autista consegue tirar

proveito desta característica e focar no trabalho”, declara. O CORA (Centro de Otimização para Reabilitação do Autista) desenvolveu um programa de capacitação para pessoas com autismo. Esse projeto oferece desde testes de habilidades até dicas para entrevistas, além do acompa-nhamento no trabalho. A psi-cóloga Maria Regina explica

que um programa como esse é muito importante, pois a in-dependência da pessoa com autismo é difícil. Existe também o pro-jeto “Inclusão no Mercado de Trabalho”, da Associação para o Desenvolvimento dos Au-tistas em Campinas – ADA-CAMP. O programa desen-volve oficinas que apresentam uma nova visão sobre o mer-

cado de trabalho para pessoas com o transtorno e também mostra exemplos de sucesso, como autistas que consegui-ram se inserir no mercado. Carlos Eduardo Vas-concelos, 26, foi diagnostica-do com autismo aos 4 anos de idade. Ele tem a Síndro-me de Aspenger, que pode ser considerada uma forma mais leve de autismo. Carlos conta que quando começou a trabalhar em uma empresa de T.I., a maior dificuldade foi a interação com os colegas de trabalho, pois era um mundo com o qual ele não estava fa-miliarizado. “Mesmo durante a faculdade, sempre fiquei no meu canto, fazia sozinho os trabalhos” afirma. Apesar do tratamento desde criança, a interação é uma dificuldade para ele, que também conta que muitas pessoas não enten-dem algumas de suas atitudes. Muito deve ser fei-to no País para mudar o pa-norama sobre o mercado de trabalho para pessoas com autismo. Algumas associa-ções procuram agilizar o pro-cesso, porém, várias empresas persistem no preconceito e até desconhecem as capaci-dades das pessoas com autis-mo. Entretanto, com os novos tratamentos e com as novas tecnologias, cada vez mais o mercado de trabalho aceitará pessoas com deficiência.

Pesquisa testa solução para descolamento de retina Testes realizados nos EUA com células-tronco renovam a esperança da medicina

Diego Berlanga Uma pesquisa feita pelos cientistas americanos do instituto Schepens Eve mostra uma evolução, e até um pos-sível tratamento com sucesso, para o caso de descolamento de retina. O uso de células tronco pluripotentes pode re-generar áreas danificadas da retina. Hoje, o máximo que é possível fazer quando há um descolamento de retina é a operação, que segundo o médico Everardo de Carvalho vai apenas evitar a progressão dos danos. “Nas áreas onde já está instalado o deslocamen-to, o tecido da retina não se recupera mais”, declara. A es-perança da medicina mundial é que com o tratamento sejam formadas novas células para que substituam as que morre-ram devido ao deslocamento.

Isso se deve ao fato da célula ser pluripotente. Esse tipo de célula é capaz de gerar células dos três folhetos embrionários (tecidos primordiais do está-gio inicial do desenvolvimen-to embrionário que darão ori-gem a todos os outros tecidos do organismo). A equipe americana usou a manipulação de célu-las-tronco pluripotentes, onde é feito uma reprogramação com células retiradas da pele de um adulto. A retina tem receptores fotossensíveis que convertem a imagem lumino-sa em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro atra-vés do nervo ótico. O desco-lamento de retina interrompe o processo, e se não tratado, pode agravar e se descolar to-talmente gerando a perda total da visão. O alto grau de mio-pia, trauma nos olhos ou na

cabeça, diabetes descompen-sado e glaucoma podem cau-sar o descolamento da retina. Há casos como o de Amaro Lopes, 75, deficien-te visual há mais de 38 anos. Devido ao seu alto grau de miopia, sua retina começou a descolar. Mesmo com a ope-ração feita com sucesso, a re-tina continuou se descolando, e ainda hoje, não existe expli-cação do porque ele perdeu totalmente sua visão. “Os mé-dicos disseram que gostariam de estudar meu caso e que eu teria que passar por mais uma série de exames e testes, mas eu recusei”, declara. Após a recusa a passar por testes na-quela época, Lopes afirma que a pesquisa será realmente um grande passo para a medicina e torce para que seja realmen-te possível haver um trata-mento seguro futuramente.

A seta indica a retina sendo descolada após a degeneração do vítreo

A3 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

Foto: Vinicius Duran

Foto: Reprodução

Page 4: Saiba+ - Outubro de 2013

+ESPECIAL

Campinas realiza 1º Outubro RosaIluminação de espaços públicos e mutirões de exames clínicos são algumas das ações promovidas pela campanha

Jéssica Galassi

Campinas realiza-rá, pela primeira vez em sua história, as ações do “Outu-bro Rosa”. A campanha, que ocorrerá durante todo o mês, tem como objetivo conscien-tizar a população sobre a ne-cessidade do diagnóstico pre-coce do câncer de mama. Por meio de eventos e palestras, os organizadores pretendem atingir inicialmente cerca de 200 mil mulheres. Em torno do laço rosa, marca registrada da causa, a Prefeitura de Campi-nas em parceria com a PUC-Campinas pretende alertar a sociedade Campineira sobre a real importância da pre-venção do câncer de mama. A doença, que é a segunda causa de morte entre mulhe-res de Campinas e a primeira causa de morte por câncer, possui maior chance de cura se diagnosticada previamen-te. A Coordenadora da Saúde da Mulher da Prefeitura de Campinas, Celina Sollero, alerta sobre a necessidade de iniciativas como esta. “Mui-tas mulheres na faixa etária de maior risco não fazem sua consulta anual e muitas delas nunca fizeram mamografia. A coragem para procurar o tra-tamento às vezes só aparece quando o caso não tem mais tratamento efetivo”, declara. A cantora Sandy foi convidada para ser a madri-nha do evento e abriu mão do cachê em prol da ação. A pre-sença da cantora intensifica a importância da prevenção também em mulheres mais jovens. Mesmo a doença ocorrendo com maior frequ-ência em mulheres acima dos 40 anos, é essencial alertar as jovens sobre a necessidade

de realizar consultas periódi-cas. Para divulgar a cam-panha, a habitual iluminação em rosa será feita em pontos importantes da cidade como Sanasa, CPFL, Viracopos, PUC, CAISM e Câmara Mu-nicipal. No dia 26 de Outubro está programada a realização de um almoço beneficente no restaurante Giovanetti além de duas caminhadas nos dias 5 e 27 na Lagoa do Taqua-ral. Os terminais Rodoviário, Ouro Verde, Campo Grande e Barão Geraldo estão entre os locais de intervenção para auxiliar as mulheres com fo-lhetos informativos e muti-rões de exames clínicos. Para o professor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, Everardo de Carvalho, “o mais interessan-te do Outubro Rosa de Cam-pinas é que, diferentemente de outras cidades no Brasil e no mundo, além das ativi-dades de conscientização e visibilidade, teremos ações concretas de identificação de mulheres que podem estar doentes e encaminhá-las para o tratamento”. O evento contará também, ao longo do mês, com palestras sobre temas que envolvem o câncer de mama como a reconstrução da mama, opções de trata-mento, impacto do câncer na vida familiar e sexualidade pós-mastectomia (cirurgia de remoção completa da mama). O encerramento do “Outubro Rosa” está previs-to para o dia 31 de Outubro e contará com a presença do Prefeito de Campinas, Jonas Donizette, e a primeira-dama Sandra Ciocci.

OutubrO rOsA nO mundO

A iniciativa teve início quan-do um laço cor-de-rosa foi lançado pela “Fundação Su-san G. Komen for the Cure” e distribuído aos participan-tes da primeira “Corrida pela Cura”, realizada em Nova York, em 1990. Desde então, a ação é promovida anual-mente na cidade. Em 1997, entidades de Yuba e Lodi, também nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e criar ações vol-tadas à prevenção do câncer de mama, denominando o movimento como “Outubro Rosa”. Como forma de atrair a população, as cidades eram enfeitadas com laços cor de rosa, principalmente em lo-cais públicos. Nos últimos anos, ao redor do mundo, diver-sos pontos turísticos como o famoso Palácio de Buckin-gham, residência oficial da realeza britânica, o Empi-re State Building, em Nova York, e as torres de Tóquio e Tokyo Sky Tree, ambas na capital japonesa, foram ilu-minadas para simbolizar o movimento. Em 2009 nos EUA, a American Cancer Society (ACS) criou uma parceria importante com a NFL (Na-tional Football League) que inseriu a cor rosa em todos os equipamentos usados em campo pelos jogadores. A compra dos objetos foi per-mitida aos torcedores por meio de lojas esportivas e o dinheiro das vendas revertido a ACS. A NFL, graças a gran-de repercussão do evento, in-corporou a ação ao calendário da Liga, que atualmente é um marco no campeonato.

Foto: Jéssica Galassi/Divulgação

Sandy, madrinha do evento, abriu mão do cachê em prol da ação

A5 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

Infográfico: Larissa Albuquerque/Imagens: Divulgação

Page 5: Saiba+ - Outubro de 2013

+ESPECIAL

“Não tive medo de morrer, a minha cura começou quando eu aceitei a doença”A dentista Cynthia Marques fala sobre suaexperiência e superação do câncer de mama

Débora otte

A história da dentista Cynthia Marques, 44, se mis-tura com tantas outras histó-rias de mulheres que atraves-saram ou ainda atravessam esse momento tão difícil em suas vidas: a chegada de um câncer de mama. A vida de Cynthia mudou em 2003. Na época com 33 anos de idade e sem nenhum caso na família e também sem muita preocupação em fazer exames preventivos, foi du-rante o banho que a dentis-ta sentiu algo diferente em uma das mamas. “Comecei a tentar movimentar aquele caroço que era como se fosse uma lombada e ele não me-xia. Eu gelei e pensei: não, mas tá tudo bem. Para, pensa, raciocina vamos ver o que a gente tem que fazer. No dia seguinte de manhã, liguei na minha ginecologista, falei pra ela, que descobri um ca-roço”, conta. Nesse período co-nheceu o mastologista José Carlos Torres, que cuidou da dentista durante toda a doen-ça. Chegando até o consultó-rio do Dr. Torres, Cynthia já sentia a profunda certeza de que tinha câncer, só não sabia o que iria acontecer dali pra frente, mas que iria enfrentar. Cynthia conta que durante essa consulta, aconteceu seu primeiro momento de fragili-dade e desespero: a possibili-dade de retirar toda a mama. “Eu desabei. Comecei a cho-rar. O chão abre, você pensa: como assim toda a mama? Eu sempre tive muito medo

de ter um câncer. Lembro que me veio à mente, uma imagem de uma página de re-vista. Era sobre uma campa-nha de combate ao câncer de mama com uma modelo mui-to bonita. De um lado da foto, ela inteira, de frente, nua com os dois seios, e do outro lado da página era ela estava de costas. E ai, dividido no meio da linha pontilhada falava as-sim: junte A com B. Quando você juntava tinha a mesma modelo, só que um lado com uma mama, e o outro lado sem, reto. Quando ele falou ‘pode ser que a gente tenha que tirar toda a sua mama’, aquela imagem me veio na cabeça’’, declara. Cynthia passou o final de semana angustiada não sabendo mais o que faria de sua vida. O diagnóstico que confirmava a existência do câncer de mama não de-morou muito para chegar e a dentista o enfrentou sem medo. “Tem gente que nega, eu não tenho câncer. Só que a hora que você assume, você aceita, não, eu tenho essa do-ença, mas eu também tenho uma coisa a favor, que é a força de vontade e a força de querer viver. Eu quero viver, e eu não vou deixar isso aca-bar com a minha vida”, desa-bafa. E foi assim que ela começou todo o processo de tratamento. Com vontade de viver. Mas, um segundo momento difícil da doença se aproximava. Cynthia, por causa de uma anemia, não poderia realizar a cirurgia

Durante o tratamento, Cynthia encontrou no artesanato uma maneira de superar a doença

A dentista Cynthia com outros membros na inauguração da ONG Campinas Rosa

de reconstrução de mama no mesmo procedimento cirúr-gico em que faria a retirada da mama com o tumor. Sem conseguir se imaginar sem umas das mamas, novamente a imagem da revista invade sua vida. “Ali adquiri a cons-ciência de que não dava pra você ficar fazendo planos, eu tinha que viver um dia de cada vez”, declara. Realizada a cirurgia, chega outro momento, agora não só temido pelas mulheres que sofrem com o câncer de mama, mas todas as pessoas que enfrentam outros tipos de câncer. A quimioterapia. Em 26 de agosto de 2003, dia em que completava 34 anos,

a dentista passou pela primei-ra vez no oncologista, onde realizaria a quimioterapia. “Nessa consulta a primeira coisa que eu perguntei: vai cair cabelo?”, conta. E foi o que aconteceu. Em 2004 finalmente realizou a cirurgia de recons-trução da mama. A decisão foi de reconstruir a mama com o músculo do reto abdo-minal, o que reduziria ainda mais a chance de engravidar. O reto abdominal é onde, du-rante uma gestação, susten-ta a elasticidade da barriga. Diante disso, mais uma vez, a doença prevaleceu. “Não dava mais. Só eu sei o que é acordar, tomar banho e ir dormir. As outras horas do dia usava o sutiã, estava tudo bem. O cabelo já estava cres-cendo porque eu já tinha pa-rado de fazer a quimio, mas a mama não. Eu olhava no espelho, era a hora que eu me via. Era a hora que eu voltava pra realidade”, declara. Fo-ram exatamente oito horas de cirurgia. Mas, por fim estava feliz. Ela tinha acabado de vencer o câncer. Em 2007, Cynthia viu novamente sua vida mu-dar totalmente de rumo. Nes-se ano ela descobriu uma me-tástase na lombar. Era uma célula da mama que começou a desenvolver um novo tu-mor, mas agora em uma das vértebras da lombar. “Foi ou-tra virada. Outra abertura de chão”, comenta. Agora a dentista te-ria que abrir mão totalmente da ideia de um dia ser mãe. Porque para início do novo

A4 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

tratamento, a dentista teria que entrar em menopausa, o que resultou na retirada dos seus ovários. “Eu nunca me imaginei grávida. Mas, quan-do alguém chega e diz: você não pode ter. A decisão já não era minha. Alguém estava determinando que eu não po-deria ter filhos”, conta. Esse alguém era a doença. Sem alta médica há 10 anos e continuando o tratamento, a dentista conta sua história com um sorriso no rosto e afirma que a Cynthia antes do câncer não é muito diferente da Cynthia depois do câncer. Seus valores não mudaram, mas sua ordem de prioridade sim. “Hoje eu não deixo de fazer uma coisa que eu gosto porque eu tenho que traba-lhar”, declara. Vivendo mais feliz, hoje Cynthia já não tem mais medo. E continua vivendo um dia de cada vez. “Eu descobri a guerreira que eu tenho den-tro de mim. Que todo mundo tem”, finaliza.

A experiênCiA que trAnsfOrmA OutrAs vidAs

Cynthia junto com o mastologista José Carlos Tor-res fundaram a ONG “Campi-nas Rosa”, que completou um ano recentemente. A dentista é secretária geral da ONG e conta que seu objetivo é cha-mar atenção o ano todo sobre esse tema tão importante. Nes-te mês a ONG também realiza ações especiais com a campa-nha de combate ao câncer de mama Outubro Rosa.

Foto: Arquivo Pessoal

Foto: Débora Otte

Page 6: Saiba+ - Outubro de 2013

+SERVIÇOS

anDré martins

Com o aumento do preço do combustível, prin-cipalmente da gasolina, que é vendida na região em mé-dia por R$ 2,49, a primeira preocupação dos motoristas campineiros é economizar. Porém, nem sempre a tenta-tiva de poupar é eficaz, como explica o consultor técnico da Hyundai, Daniel Bornia. “Existem alguns mitos com relação a economizar gaso-lina. Enquanto algumas pes-soas pensam estar gastando menos, estão, na verdade, consumindo muito mais”. De acordo com Bor-nia, entre os principais mitos está o ato de desligar e ligar o motor em um curto intervalo de tempo, como no semáforo, por exemplo. “É aconselhá-vel que o motorista só desli-gue o veículo quando o inter-valo de tempo parado for de vários minutos, como em um congestionamento”, explica. Isso se deve ao fato de que ao ligar o carro no-vamente, a quantidade de combustível gasta pode che-gar a 30% a mais do que se o veículo estivesse desligado. Porém, se o carro tiver o sis-tema star-stop, instalado em

carros mais novos, principal-mente nos da marca alemã BMW, essa preocupação é menor. Com esse programa, desenvolvido pela empresa francesa Valeo em 2004, um computador reconhece que o carro está parado e, automa-ticamente, desliga o motor, evitando gastos indesejáveis. Contudo, nem todos sabem sobre essa informa-ção. Sem conhecimento so-bre o assunto, o vendedor e dono de um Chevrolet Opala, Cauê Rossi, conta que para tentar economizar combus-tível, desliga o motor em semáforos. “Meu Opalão é um beberrão de gasolina, faz menos de dez quilômetros por litro. E sem saber, a fim de economizar, costumo des-ligar o motor em semáforos, inclusive em descidas”, co-menta. Outra atitude incor-reta dos motoristas, segundo Bornia, é andar com os vidros abertos. “Isso a física explica. Ao andar com os vidros aber-tos, em qualquer velocidade, ocorre um fenômeno chama-do ‘efeito paraquedas’, que aumenta a turbulência do ar na aerodinâmica do veícu-lo. Para isso, muitas pessoas apostam no ar-condiciona-

Renata Vilar

Malhar o corpo todo sem ver a hora passar, essa é a Zumba Fitness. A modali-dade que mistura vários rit-mos como salsa, merengue, cúmbia e samba, virou febre nos EUA e na Europa. A dan-ça desembarcou há pouco tempo em solo brasileiro e as academias já a incluem em sua grade de aulas. O ritmo tem se tornado hit entre as brasileiras que desejam fazer exercícios físicos de forma divertida. É possível perder até 1.000 calorias em uma aula de 60 minutos. De acordo com o educador físico e professor de Zumba na academia Pro-jeto 1 Fitness de Valinhos, Luis Rogério da Silva, o ins-trutor não ensina ninguém a dançar, mas sim criar condi-cionamento físico, uma vez que a aula tem como objetivo

trabalhar todas as partes do corpo. “O segredo da zum-ba é simplificar e se divertir, pessoas de qualquer idade conseguem fazer a aula”, afir-ma. Desde que chegou às academias da região, as salas de aula tem cada vez mais adesão de homens e mulheres que desejam entrar na “dan-ça”. O maior desafio da aula é vencer a preguiça e a ver-gonha de se jogar. “O exercí-cio tradicional é chato, com a zumba aprendi o prazer de movimentar o corpo e ainda por cima perder peso”, desta-ca a advogada Tatiane Cury. Segundo o educador físico, muitas alunas não satisfeitas em fazer apenas uma aula por dia, voltam nas aulas do perí-odo noturno para praticar ain-da mais e se apelidam entre si de “zumbaníacas”. A Zumba Fitness foi desenvolvida pelo colombia-Alunas perdem até 1.000 calorias em uma aula de 60 minutos

Zumba, uma nova febre invade as academiasDança que mistura vários ritmos ganha adeptos e lota as academias

Especialista explicamitos e dá dicas de direção econômica

Andar em marcha alta, em carro com injeção eletrõnica, economiza mais gasolina

do. Esse mecanismo, porém, pode aumentar ainda mais a injeção de combustível”, des-taca. Bornia ainda dá ou-tra dica importante: ao descer uma ladeira, ao invés de co-locar em ponto morto, tam-bém chamado de banguela ou marcha lenta - na crença de gastar menos - o certo é dei-xar na marcha mais alta pos-sível, quarta ou quinta, para que o carro possa rolar. A explicação para isso é que os carros com injeção eletrônica possuem um mecanismo cha-mado sonda da lambda, que regula o envio do combustí-

vel ao motor de combustão, que o queima fazendo com que o carro se locomova. Em veículos fabricados até 1988, que não contam com esse tipo de sistema, o gasto é me-nor. Sem mencionar o fato de que sem trocar de marcha, o motorista força o carro a an-dar numa alta rotação, o que prejudica o motor. É importante tam-bém, para evitar gastos in-desejáveis de combustível, deixar o carro sempre em or-dem, levando-o para revisão, balanceando e calibrando os pneus e trocando o óleo na quilometragem correta.

Ao dirigir, lembre-se de pisar leve no acelerador assim que obtiver a veloci-dade de preferência. E quan-do for abastecer, evite andar quilômetros à procura de um posto mais barato por causa de alguns centavos de dife-rença. Não vale a pena. E por fim, evite andar com o tanque na reserva, já que assim, for-ça a bomba de combustível, que irá queimar com o tem-po, consumindo mais gasoli-na, além de correr o risco de ocorrer problemas no meio da estrada. E uma boa via-gem.

Na tentativa de poupar, motoristas desligam o carro em paradas e semáforos e gastam mais combusível

no Beto Perez, 42, em mea-dos dos anos 1990. A moda-lidade foi criada quase sem querer, quando Beto chegou à academia onde trabalhava e precisou improvisar uma aula de aeróbica com fitas-cassete de música latina. Desde então, a dança vem fazendo sucesso até entre as celebridades, como as canto-ras Shakira e Cláudia Leitte.

O CursO

Para ministrar a Zumba Fitness, não existe obrigatoriedade de ser for-mado em educação física ou ser um profissional de dança, já que ela pode ser aplicada por qualquer pessoa que tiver interesse. O curso de forma-ção é realizado em dois dias e tem como material de apoio apostila, CD e DVD sobre a modalidade.

A6 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

Foto: André Martins

Foto: Renata Vilar

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raFael menDes

O uso de fones de ouvido se tornou algo co-mum na ultima década, prin-cipalmente entre os jovens, depois da popularização dos MP3 players, que trouxeram maior portabilidade aos seus usuários. Junto com essa po-pularização, aparecem vá-rias preocupações com o uso excessivo e indevido desses aparelhos, que podem levar à perda de audição. Mesmo cientes dos riscos, os jovens continuam a utilizar os fones de ma-neira indevida, o que tem aumentado o número de pessoas com sintomas de zumbido na audição. O estu-dante Pedro Arissa, 20, cos-tuma ouvir música através dos fones em grande parte de seu dia. “Eu utilizo bastante os fones, já que moro em apartamento e gosto de es-cutar música alta, aí fica um pouco complicado por causa dos vizinhos”, explica. De acordo com o otorrinolarin-gologista, Rogério Panhoca, um dos maiores problemas de usar os fones de ouvido é o volume alto por um longo período. “Deve-se evitar uti-lizar o aparelho no volume máximo porque o som está sendo jogado diretamente Pedro Arissa, 20, costuma usar os fones em alto volume

Zumbidos são os primeiros sinais de perda de audição provocada por fonesMais de 30 milhões de pessoas foram diagnosticadas com os sintomas este ano no Brasil em razão do uso constante de headphones

no ouvido da pessoa, o que é muito diferente da música alta ser jogada num ambien-te, por exemplo”, declara. Um aparelho de MP3 pode chegar em média a um som de intensidade de 110 decibéis. Em compara-ção, o barulho do motor de um ônibus alcança 95 de-cibéis, o choro de um bebê atinge 100 decibéis e um congestionamento intenso pode medir 115 decibéis. Além disso, deve-se levar em conta que, além da potência em que os apare-lhos de MP3 expõem seus usuários, essa intensidade é constante e por períodos de tempo mais longos que ou-tros tipos de poluição auditi-va. O recomendado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia é o uso dos fones em um volu-me de até 85 decibéis, por um período máximo de 8 horas por dia. Os primeiros sintomas da perda de au-dição ocasionada pelo uso inadequado dos fones de ou-vido são a dificuldade para ouvir conversas, zumbidos semelhantes aos de abelhas, chiados de água e apitos de panela de pressão. “É difícil surgir algum sintoma que não esteja relacionado ao

ouvido nesses tipos de caso. Primeiramente aparecem os zumbidos e depois, aos pou-cos, ocorre a perda de audi-ção, principalmente de sons agudos”, afirma Panhoca. Em 2013, foram registrados no Brasil, 30 milhões de ca-sos de pessoas que apresen-tam sintomas de zumbidos na audição, o que pode estar relacionado ao mau hábito no uso de fones de ouvido. Para prevenir qual-quer problema ligado à per-da de audição, o recomen-dado é utilizar os fones até metade do seu volume total, por curtos períodos de tem-po. Um dos sinais que pode demonstrar que o volume está acima do recomendado é se a pessoa ao lado conse-guir ouvir a música que está sendo tocada nos fones. De acordo com Pa-nhoca, não existe um mode-lo mais recomendado, pois todos os fones causam os mesmos danos. “Os fones que cobrem toda a orelha criam uma isolação acústi-ca melhor, o que evita que a pessoa tenha que aumentar muito o volume”, afirma. Para Panhoca não é necessário deixar de utilizar fones de ouvido e sim, ter prudência em sua utilização.

Palácio dos Azulejos: de residência a museuO edifício preserva a memória histórica e arquitetônica de Campinas

camila correia

É difícil perceber de-vido a fachada semelhante, mas o imponente Palácio dos Azulejos, entre as ruas Ferrei-ra Penteado e Regente Feijó, é composto por dois edifícios geminados. Originalmente, os prédios foram construídos como duas residências. Hoje, o Palácio é sede do Museu de Imagem e Som (MIS). Patri-mônio histórico e arquitetô-nico, o Palácio dos Azulejos reflete a pujança do período áureo do café e é símbolo da modernidade campineira do século XIX. O prédio foi constru-ído pelo Barão de Itatiba em 1878. A família do Barão, em 1909, doa o prédio à Prefeitu-ra, que é instalada ali. Assim, o edifício recebe este nome como sede do poder político da cidade e devido a decora-ção externa com azulejos por-tugueses. Em 1968, o novo

paço municipal é inaugurado e o Palácio dos Azulejos pas-sa ao controle da Sanasa. Durante as ocupa-ções, houveram muitas mu-danças na construção ori-ginal, como a substituição de telhados e remoção de paredes. Para o historiador Henrique Anuziata do CON-DEPACC (Conselho de De-fesa do Patrimônio Artístico e Cultural de Campinas), uma das alterações mais sig-nificativas foi a descaracte-rização da quina do edifício. “Na década de 20, a cidade precisava de áreas onde fosse possível fazer curvas, daí sur-giu a necessidade de se fazer chanfros. O edifício perdeu a quina e vários elementos rebuscados”, explica. Com as mudanças, o Palácio dos Azulejos teve a sua conser-vação bastante prejudicada. Em 2001, com a posse do prefeito Antônio da Costa Santos, a restauração ganha

força. Segundo o arquiteto e amigo do prefeito Ari Vicente Fernandes, ele queria pleitear o tombamento internacional do Palácio. “Toninho prezava pela fidelidade com que o res-tauro iria ser feito em relação à construção original porque ele visava o reconhecimento do edifício como patrimônio mundial”. A luta de Antônio da Costa Santos em defesa ao patrimônio histórico de Cam-pinas começou em 1985, com a Fundação Febre Amarela - responsável pela preservação de prédios históricos da cida-de. “Antônio considerava o Palácio dos Azulejos o início do plano de revitalização do centro da cidade. Ele acredi-tava que, se fizesse do Palácio o seu gabinete (como o fez), o governo daria um exemplo a ser seguido. Ele queria que todos desfrutassem do centro da cidade”, explica a viúva do prefeito, Roseana Garcia.

O Palácio dos Azulejos é um dos poucos prédios tombados pelo IPHAN no interior do Estado de São Paulo

+COTIDIANOA7 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

Foto: Rafael Mendes

Foto: Camila Correia

Page 8: Saiba+ - Outubro de 2013

+CONTEÚDO

Internet promove proteção a animais abandonadosProjeto“Focinho Abandonado” se destaca pelo número de cachorros e gatos adotados em Campinas

Fabiana Rosa Feiras de adoção, denúncias de maus tratos e divulgação de animais desa-parecidos, são algumas das ações que as redes sociais têm alavancado. De acordo com o presidente da Associa-ção Amigos dos Animais de Campinas (AAAC), Flávio Lamas, a rede social em prol da causa animal causou um impacto tão grande quanto a própria causa animal. “Hoje estamos integrados não só no país, mas no mundo todo e as informações chegam pra gente quase que instantanea-mente. Além disso, a mobili-zação é mais rápida e muito maior”, afirma. Se procurarmos em um dicionário a definição para as redes sociais, não va-mos encontrá-la. Apesar de ser bastante conhecido e até mesmo atrelado ao nosso co-tidiano, o termo é novo. Na prática, por sua vez, as re-des sociais nada mais são do que o espaço onde as pesso-as podem se relacionar com outras, trocar informações, exprimir a sua opinião e até mesmo compartilhar arqui-vos, fotos, entre outros. E isso vale para qualquer área de interesse. Frente a isso, protetores de animais, assim como ONGs e entidades es-

pecializadas na causa ani-mal estão utilizando desses meios para ampliar o alcance da ajuda. Alguns casos de maus tratos a animais, por exemplo, só chamam a aten-ção das autoridades diante da repercussão nas redes. É o caso dos mais de 200 ca-chorros mortos, em junho de 2013, na cidade de San-ta Cruz do Arari, na Ilha de Marajó, no Pará, onde o pre-feito Marcelo Pamplona foi acusado de decretar a caça aos cães de rua. N a época, choveram denúncias e mensagens de indignação nas redes sociais, o que cha-mou a atenção do Ministério Público para o caso. E foi diante de casos como este, que quatro amigas resolve-ram se unir para tirar animais abandonados das ruas. A ar-quiteta, Isabella Bittencourt, a nutricionista, Aline Suppo, a engenheira civil, Fernan-da Santoro e a empresária, Renata Negrão, criaram em Março deste ano, um projeto de recuperação e adoção de cães abandonados, o Focinho Abandonado. As quatro amigas usam da força das redes so-ciais para divulgar infor-mações sobre os animais resgatados e também para

pedir ajuda com os gastos de casos mais graves. Para isso, foi criada uma conta no Instagram e, desde então, a página já conta com 14 mil seguidores, entre eles, alguns famosos engajados na prote-ção animal, como as atrizes, Thayla Ayala e Giovanna Ewbank. Isabella Bittencourt atribui o sucesso inicial do Focinho Abandonado ao apoio dessas personalida-des. “Essa parceria com as artistas foi o que fez toda a diferença pra gente. Elas acreditaram no nosso projeto

e começaram a divulgar em suas redes sociais”, destaca. Porém, o sucesso maior do Focinho Abandonado está nos números. Em apenas sete meses de existência, já foram doados cerca de 120 animais, entre cães e gatos. Um núme-ro que chama a atenção. A todo o momento as redes sociais são utiliza-das como aliadas do projeto. A começar pelas denúncias – em média dez por dia – que chegam via Instagram, Facebook e até mesmo por e-mail. Além disso, desde o

Feira “cantinho da adoção” é organizada pela ONG Focinho Abandonado

20 animais são adotados em um diaUm dos momentos mais aguardados por todos que acompanham o projeto Fo-cinho Abandonado, é quando

são realizadas as feiras de adoção, no caso, o

Cantinho da Adoção. É nessas feiras que as pessoas podem ter contato com os ca-chorros e gatos res-gatados, que che-garam ao projeto amedrontados e com machucados espalhados pelo corpo, mas que, com o decorrer do tempo, e sob

os devidos cui-dados, foram

se recuperando e se tornaram mais sociáveis. A última edi-

ção do Cantinho da Adoção foi realizada

no dia 14 de setem-bro, no estaciona-mento da clínica ve-

terinária e petshop, Estimma. Um sábado ensolarado e bas-tante movimentado em que foram adotados 19 cachor-ros e 1 gato. Entre as pesso-as que passaram pela feira, a nutricionista, Giovanna Costi, esposa do jogador do São Paulo, Paulo Henrique Ganso, também esteve pre-sente. Giovanna e o marido já haviam adotado há alguns meses, a cachorrinha, Bran-ca e, neste dia, a nutricionis-ta acabou levando para casa mais um filhote. Ao final do longo dia, era visível no rosto das quatro amigas que funda-ram o projeto, o semblante de alegria e a sensação de dever cumprido. Aqueles que tiverem interesse em adotar um dos animais do Focinho Aban-donado, devem seguir algu-mas recomendações e pro-cedimentos. A pessoa deve ter mais de 18 anos e portar consigo no dia da feirinha, RG, CPF e comprovante de

residência. Além disso, é ne-cessário assinar um termo de responsabilidade, no qual se compromete a cuidar do novo “membro” da família. Por fim, paga-se uma taxa de R$ 50,00, que é cobrada para a manutenção do projeto. Para quem quer aju-dar, mas não tem como ado-tar, há outras formas de con-tribuir. O projeto só existe por conta da ajuda de volun-tários que se disponibilizam em oferecer lar temporário, e isso sem custo algum, já que o Focinho Abandonado fornece tudo o que for neces-sário, como ração, caminhas e remédios. Outra forma de ajudar é através da contribui-ção financeira ou até mesmo da doação de comida e remé-dios, por exemplo. Além da conta no Instagram, a instituição tam-bém possui o site www.fo-cinhoabandonado.com.br e uma Fanpage.

momento em que os animais são resgatados, fotos e infor-mações são divulgadas nas redes, para que as pessoas possam ver a evolução dos bichinhos e até mesmo aju-dar com doações para cobrir os custos veterinários. Isa-bella Bittencourt que a van-tagem da internet é manter contato com os donos dos animais adotados. “É mui-to gratificante poder ver os focinhos – termo carinhoso dado aos animais resgatados – felizes e recebendo todo o amor que merecem”, afirma.

Renata Negrão, Fernanda Santoro, Isabella Bittencourt e Aline Suppo, fundadoras do “Focinho Abandonado”

A8 Quarta-Feira, 9 de Outubro de 2013.

Foto: Fabiana Rosa/Divulgação

Foto: Fabiana Rosa