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7568 SABERES E PRÁTICA DO ENSINO EM GEOGRAFIA Cintia da Silva Santos Universidade Federal de Sergipe [email protected] Eixo 01: Formação inicial de professores da educação básica RESUMO O estágio é fundamental para formação do profissional que vai exercer a docência, é o momento de exercer a prática pedagógica fundamentada na teoria aprendida na academia. Diante dessa realidade o objetivo desse artigo é abordar as experiências adquiridas nas atividades desenvolvidas no Ensino de Geografia na Escola Municipal General Freitas Brandão localizada no Bairro Suíssa no município de Aracaju/SE. Para tanto, os procedimentos metodológicos adotados para a realização deste estudo foram, levantamento bibliográficos de autores que tratam da temática e levantamento de dados em fontes secundárias na Unidade de Ensino, assim, contabilizamos positivamente uma vivência, pois, a partir do estágio colhemos ensinamentos mais proveitosos para exercer a função de professor. Palavras – Chave: Estágio, Experiência, Ensino de Geografia e Professor. RESUMEN La etapa es fundamental para la formación profesional que ejercerá la docencia, es el momento de participar en la práctica de enseñanza basado en la teoría aprendida en la academia. Ante esta realidad, el propósito de este artículo es hacer frente a la experiencia adquirida en las actividades desarrolladas en la Enseñanza de la Geografía en la Escuela Municipal de General de Freitas Brandão ubicada en Suiza barrio de la ciudad de Aracaju / SE. Por lo tanto, los procedimientos metodológicos adoptados para este estudio fueron inventario bibliográfico de autores que se ocupan de este tema y de la encuesta de datos sobre las fuentes secundarias de Unidad Docente así positivamente representó una experiencia, ya que, desde la etapa de cosechar más enseñanzas útil para ejercer la función docente. Palabras - Clave: Tarima, Experiencia, Geografía y profesor de Educación. INTRODUÇÃO O Estágio Supervisionado III foi iniciado no dia 12 de maio de 2014, como docentes estagiárias, ministrar aulas de Geografia do Ensino Fundamental para alunos do 8º Ano na Escola Municipal General Freitas Brandão localizada na Rua Porto da Folha, s/n, Bairro Suissa no município de Aracaju/SE. Etapa está, constituída de novas experiências, novos valores propagados por todos os sujeitos envolvidos no processo de construção do ensino aprendizagem.

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SABERES E PRÁTICA DO ENSINO EM GEOGRAFIA

Cintia da Silva Santos

Universidade Federal de Sergipe

[email protected]

Eixo 01: Formação inicial de professores da educação básica

RESUMO

O estágio é fundamental para formação do profissional que vai exercer a docência, é omomento de exercer a prática pedagógica fundamentada na teoria aprendida naacademia. Diante dessa realidade o objetivo desse artigo é abordar as experiênciasadquiridas nas atividades desenvolvidas no Ensino de Geografia na Escola MunicipalGeneral Freitas Brandão localizada no Bairro Suíssa no município de Aracaju/SE. Paratanto, os procedimentos metodológicos adotados para a realização deste estudo foram,levantamento bibliográficos de autores que tratam da temática e levantamento de dadosem fontes secundárias na Unidade de Ensino, assim, contabilizamos positivamente umavivência, pois, a partir do estágio colhemos ensinamentos mais proveitosos para exercera função de professor.

Palavras – Chave: Estágio, Experiência, Ensino de Geografia e Professor.

RESUMEN

La etapa es fundamental para la formación profesional que ejercerá la docencia, es elmomento de participar en la práctica de enseñanza basado en la teoría aprendida en laacademia. Ante esta realidad, el propósito de este artículo es hacer frente a laexperiencia adquirida en las actividades desarrolladas en la Enseñanza de la Geografíaen la Escuela Municipal de General de Freitas Brandão ubicada en Suiza barrio de laciudad de Aracaju / SE. Por lo tanto, los procedimientos metodológicos adoptados paraeste estudio fueron inventario bibliográfico de autores que se ocupan de este tema y de laencuesta de datos sobre las fuentes secundarias de Unidad Docente así positivamenterepresentó una experiencia, ya que, desde la etapa de cosechar más enseñanzas útilpara ejercer la función docente.

Palabras - Clave: Tarima, Experiencia, Geografía y profesor de Educación.

INTRODUÇÃO

O Estágio Supervisionado III foi iniciado no dia 12 de maio de 2014, como

docentes estagiárias, ministrar aulas de Geografia do Ensino Fundamental para alunos

do 8º Ano na Escola Municipal General Freitas Brandão localizada na Rua Porto da

Folha, s/n, Bairro Suissa no município de Aracaju/SE. Etapa está, constituída de novas

experiências, novos valores propagados por todos os sujeitos envolvidos no processo de

construção do ensino aprendizagem.

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A importância do estágio é inquestionável para quaisquer atividades profissionais

que venhamos a exercer no decorrer da vida. É este o momento de colocar em prática os

conhecimentos que construímos durante anos, juntos com os nossos professores e

colegas de turma.

Estas características são reforçadas quando pensamos na carreira docente,

independente das concepções de compreensão da realidade que cada sujeito adote para

consigo e para sua carreira no magistério é inegável a importância que as diferentes

ocasiões de estágio possuem na formação deste futuro professor, oferecendo-lhe

oportunidades de confrontação entre a realidade do ensino escolar com as teorias

aprendidas em sua formação acadêmica.

Sendo assim, a partir da experiência de observação e das aulas ministradas na

disciplina de Geografia da Segunda Unidade, relata o compartilhar, vivenciar as

experiências adquiridas, buscando desta maneira, constatar os possíveis pontos positivos

e negativos da realidade do ensino publico.

A base teórica que fundamenta o trabalho circunscreve-se aos estudos de

Mafuani (2011), Burriolla (2001), Cavalcanti (2002), Libâneo (1992) e outros renomados

educadores.

A disciplina de Estágio Supervisionado, independentemente de suas

especificidades representa perspectivas das experiências adquiridas nas atividades de

cunho docente, induz-nos a buscar não somente o cumprimento de mais uma atividade

obrigatória no processo de construção curricular, mas sim, encarar como uma

oportunidade de refletir tanto sobre sua escolha pessoal a respeito da profissão desejada

quanto vivenciar as experiências que cercam o processo de ensino e aprendizagem no

cotidiano escolar.

Durante este período, não apenas compreendemos as práticas do ensino-

aprendizagem do saber fazer docente, mas também, contribuímos para a ampliação e

enriquecimento do processo de ensino.

ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM GEOGRAFIA: UM INSTRUMENTO DE

PREPARAÇÃO PARA A PRÁTICA DO ENSINO GEOGRÁFICO

O estágio supervisionado em Geografia é o momento da vivência do graduando

nesta em sala de aula, tem como principal fundamento a formação de futuros

professores, para atuarem na sociedade, sobretudo, nas escolas de ensino fundamental

e médio estes devem propor desafios e pensar na prática exercendo a função de docente

para além do compromisso funcional.

A experiência do estágio é essencial para a formação integral doaluno, considerando que cada vez mais são requisitados

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profissionais com habilidades e bem preparados. Ao chegar àuniversidade o aluno se depara com o conhecimento teórico,porém muitas vezes, é difícil relacionar teoria e prática se oestudante não vivenciar momentos reais em que será precisoanalisar o cotidiano (MAFUANI, 2011, p.13).

É uma das principais fases do curso de Licenciatura, pois, esta experiência que

move a responsabilidade de ser docente iniciando a profissão. A prática da regência em

sala de aula o graduando escolhe a turma e a escola onde irá atuar, passando por um

processo de orientação e de elaboração do plano de aula.

Desta forma, é concebido como um campo de treinamento, um espaço de

aprendizagem do fazer concreto, onde um leque de situações, de atividade de

aprendizagem profissional se manifesta no estágio, tendo em vista sua formação

(BURRIOLLA, 2001, p.13).

O tem o papel de auxiliar na formação docente, pois, o mesmo propicia aos

licenciados vivenciar a realidade do professor de uma determinada escola pública

brasileira a partir da convivência no espaço escolar. O estágio é o único momento que o

aluno pode exercer o conhecimento aprendido no decorrer da graduação, por ser um

componente curricular de formação de professores que integra como unidade entre teoria

e prática pedagógica.

O Estágio é entendido como eixo articulador da produção doconhecimento em todo o processo de desenvolvimento docurrículo do curso. Baseia-se no princípio metodológico de que odesenvolvimento de competências profissionais implica “pôr emuso” conhecimentos adquiridos, quer na vida acadêmica, quer navida profissional e pessoal (MAFUANI, 2011, p.18).

Contudo, os objetivos do estágio supervisionado em Geografia não se limitam

estritamente em lecionar aulas, mas também construir relacionamento humano

comprometido com os aspectos afetivos, sociais, econômicos e, sobretudo, político

cultural, visto que o processo de ensino aprendizagem requer consciência crítica da

realidade.

Processo que fortalece a relação teoria e prática com base nos princípios

metodológicos de que o desenvolvimento de competência profissional implica em utilizar

conhecimentos adquiridos quer na vida pessoal ou profissional. Assim o processo de

ensino-aprendizagem, por meio da conscientização das deficiências individuais propicia a

busca pelo aprimoramento das atividades desenvolvidas.

PROPONDO UMA NOVA FORMA DE ENSINAR GEOGRAFIA

Aprender e ensinar geografia nos tempos atuais globalizados significa exercer

uma profissão repleta de novos desafios e constituição de conhecimentos de naturezas

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diversas, e ao mesmo tempo um grande desafio com ricas possibilidades de uma

abordagem mais crítica de diversos temas, conteúdos e conceitos fundamentais para o

entendimento dos fatos, fenômenos e suas características no âmbito de um mundo de

relações tão dinâmicas.

Segundo CAVALCANTI (2002, p.26), a relação do professor de Geografia com o

objeto de estudo da matéria e que compõe o quadro de seus saberes da experiência, é o

uso que ele faz do livro didático. Pois, este professor que se encontra em sala de aula, na

maioria das vezes tem certa dependência do livro que é enviado pelo governo estadual

ou federal, depois de escolhido pelos próprios professores. Muitos deles se sentem

acomodados com a facilidade e não buscm novos materiais que possibilitem a

aprendizagem dos alunos. Nessa direção Cavalcante (2002) ressalta que:

Se a atualidade exige que o profissional em sua atuaçãomodifique-se e adapte os currículos para as necessidades de seusalunos e encare com um novo olhar seus velhos problemas e para“enfrentar os desafios postos atualmente na educação escolar énecessário uma formação profissional consistente” e é essaformação que proporciona ao professor a segurança para tratar ostemas disciplinares e todos os assuntos referentes ao cotidianoescolar. Outro aspecto que se deve levar em consideração é aconstrução da identidade profissional, sendo que essa identidadeconstrói-se durante a atividade docente e seu cotidiano(CAVALCANTI, 2002, p.112).

Afirma, ainda que, o ensino de geografia tem como finalidade básica de ação,

trabalhar o aluno juntamente com suas referências adquiridas na escola e sistematizá-las

em contato com a sociedade, com o cotidiano para assim criar um pensar geográfico que

leve em consideração a análise da natureza com a sociedade e como estas se

relacionam e quais as dinâmicas resultantes deste relacionamento.

De acordo como abordam os PCNs (1997), sobre a construção dos saberes

geográfico contata-se que:

Desde o primeiro ciclo é importante que os alunos conheçamalguns procedimentos que fazem parte dos métodos de operar dageografia: observar, descrever, representar e construir explicaçõese procedimentos que podem aprender a utilizar, mesmo que aindao façam com pouca autonomia, necessitando da presença eorientação do professor (PCNs, 1997, p.128).

Observa-se que a geografia não se ocupa somente da descrição da superfície

terrestre, mas também das relações que os homens estabelecem com esse meio

envolvendo aspectos culturais, econômicos, naturais, políticos e sociais.

Sobre essa questão, Nunes e Rivas comentam que:

O aluno que pesquisa aprende a observar, catalogar informações,a analisá-las reconstruindo constantemente o seu saber,construindo assim, a sua autonomia agindo como um cidadão que

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possa contextualizar e refletir sobre o lugar que vive: sua gênese,suas relações de poder e suas possibilidades. Reconhecendo oespaço produzido e se reconhecendo como parte do mundo quese reproduz no local e nas relações cotidianas. (NUNES; RIVAS,2009, p. 4).

Para essas autoras, o ensino de geografia vai muito além de preparar o aluno

para as séries seguintes, e sim ajudá-lo a tornar-se um cidadão que busca informações e

conhecimentos para a construção efetiva do saber e da vida em sociedade, fazendo com

que o mesmo possa pensar de forma crítica elaborar perguntas problematizar

estabelecendo relações entre a construção do conhecimento.

Para Libâneo (1992, p. 51) a escola é mediadora entre o aluno e o mundo da

cultura e cumpre esse papel pelo processo de transmissão e assimilação critica dos

conhecimentos, inseridos no movimento da prática social concreta dos homens, que é

objetiva e histórica.

O professor precisa trazer novas metodologias de ensino para a sala de aula,

deixando de trabalhar somente com o livro didático e com assuntos que não tem conexão

com a realidade dos alunos. Isso acaba por gerar desinteresse pelas aulas de Geografia,

tida por muitos alunos como uma disciplina que para passar apenas precisa memorizar e

depositar na prova. Assim, a Geografia perde a sua importância como disciplina que

serve para que o aluno saiba ler e pensar o mundo que está a sua volta.

Nesse contexto, é preciso aproximar o aluno da realidade vivida, fazer relações

para que eles possam, a partir daí, interpretar diferentes situações do cotidiano. Com

essa abordagem local, fica mais fácil, posteriormente compreender fenômenos que

ocorrem em uma escala mais ampla, entretanto é preciso desenvolver habilidades e

procurar novas formas de trabalhar o conhecimento.

A escola, porém, não é só uma instituição para reprodução do sistema, ela é

instrumento de libertação, contribui em grande ou pequena escala para melhorar e

expandir a cidadania, para desenvolver o raciocínio, a criatividade e a humildade, o

pensamento crítico e reflexivo das pessoas.

Para um ensino de qualidade, é preciso criar, ousar, inovar não apenas

reproduzindo as demandas para a ampliação da modernidade, mas contribuindo para a

formação de cidadãos mais ativos e críticos.

Diante disso, torna-se necessário a renovação das práticas e metodologias

aplicadas no ensino de Geografia, de modo que, o mesmo seja atrativo e voltado para a

realidade dos discentes. Pois, ser professor de Geografia hoje exige um aperfeiçoamento

constante devido à velocidade e a complexidade das transformações que ocorrem no

mundo.

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USO DE JOGOS E RECURSOS TECNOLÓGICOS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Partindo do pressuposto de que a contemporaneidade exige por parte do

professor inovações ao uso dos recursos didáticos e tecnológicos em sala de aula,

devido as novas transformações sociais, tecnológicas e cientificas que a sociedade atual

vem passando, entende-se nesse contexto histórico, a necessidade de inserir no ensino

de Geografia, novas tecnologias como ferramentas para superar os desafios postos,

tanto no que se refere ao ensino, quanto a aprendizagem dos alunos.

Para estabelecer o ponto de partida, podemos mencionar Vitali (2007), que faz

uma alusão de como os alunos do século XXI esperam que sejam as aulas. De acordo

com o referido autor, [...] as novas gerações esperam aulas mais dinâmicas, que tragam

elementos novos para dentro da sala de aula fazendo com que o conhecimento possa ser

associado de forma sensorial à vida cotidiana de cada aluno (VITALI, 2007, p. 26).

O ensino de Geografia por meio do uso da informática permite que os educando

se insiram cada vez mais nos seus ambientes interativos, dado que os inúmeros recursos

tecnológicos podem tornar as aulas mais dinâmicas e motivadoras.

As atividades lúdicas ativam o pensamento e a memória, além de possibilitar a

expansão das emoções, sensações de prazer e a criatividade. Portanto, a Ludicidade

pode ser vista como um processo que possibilita a aprendizagem, independente do nível

em que o sujeito se encontre, objetivando ensinar Geografia, livrando os alunos do

enfadonho cotidiano teórico, fundado em cópias de mapas e lousas, além das atividades

baseadas nos livros didáticos.

De acordo com Friedmann (2006), pensar em utilizar o brincar como meio

educacional é um avanço para a educação, porque tomamos consciência da importância

de trazê-lo de volta para dentro da escola e de utilizá-lo como instrumento curricular,

descobrindo nele uma fonte de desenvolvimento e aprendizagem (FRIEDMANN, 2006,

p.126).

Entretanto é importante pesquisar, desenvolver, criar um acervo de diferentes

atividades lúdicas, como: jogar, representar, desenhar, pintar, dramatizar, dentre outras,

todavia, sempre orientadas e focadas pelos conteúdos geográficos.

Nessa perspectiva, cabe ao professor não se desfazer de tal ferramenta, tendo

em vista que é apenas uma brincadeira que não leva a nada, pois pode ser nesse

momento, que aquele aluno menos participativo e mais desmotivado comece a descobrir

o interesse pela aprendizagem. O educador deve ter consciência de que os games fazem

parte da realidade do educando.

A aplicação de desse recurso, como ferramenta metodológica ao ensino, pode

proporcionar uma aproximação e interação entre professor e aluno, e entre os próprios

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ANÁLISE SITUACIONAL

Diante das questões ressaltadas no diagnóstico da Escola referente aos aspectos

desde os físicos ao pedagógico, entende-se que para ocorrer com eficiência e êxito o

processo ensino-aprendizagem, é necessário ajustar alguns pontos imprescindíveis para

o seu funcionamento.

A Escola Municipal de Ensino Fundamental “General Freitas Brandão” atende uma

clientela de 338 alunos em três turnos de funcionamento.

Os alunos do período diurno possuem idade entre os seis e dezoito anos e os do

período noturno na faixa etária de quinze a sessenta anos. Os discentes são oriundos de

famílias carentes e na maioria, precisam trabalhar para ajudar no sustento da família

fazendo biscates, carregamento em feiras, lavagens de carros, domesticas, e outras

atividades informais.

O bairro onde está inserida a escola é uma área residencial, de classe C e E, com

poucas opções comerciais, os moradores, na sua maioria, não participam das ações da

escola, segundo a coordenadora pedagógica se tem buscado alternativa para inserir a

comunidade, porém encontram muita resistência.

... no mês de maio realizamos diversos eventos aberto a comunidade

relacionada com a violência sexual, domestica, drogas e saúde na escola, preservação

do patrimônio publico, educação ambiental e outros, mas não alcançamos nossos

objetivos que era desenvolver os projetos junto com a comunidade, o que não foi

possível, pois, a relação entre escola e comunidade não é muito presente

(Coordenadora pedagógica do E.M.E.F General Freitas Brandão).

Perguntado sobre o porquê dessa falta de relação, a coordenadora foi bem

direta.

A maioria dos alunos não são do bairro, eles vêm da periferia da cidade, do

bairro Lamarão e do Santa Maria, faltam vagas nas escolas do bairro que moram, então

a secretaria mandam para as escolas onde não existem público local, pra que estas, não

sejam fechadas.

Apesar do esforço dos docentes, suporte pedagógico e coordenação, ainda

existe um índice elevado de repetência e evasão principalmente no período noturno.

COLOCANDO EM PRÁTICA O ENSINO EM GEOGRAFIA

Ensinar Geografia é firmar o compromisso e responsabilidade com a sociedade

e com as futuras gerações, estas, destinadas a fazer a diferença a mudar a contribuir

com o desenvolvimento econômico, político e social e acima de tudo pessoal, fazer deste

mundo um lugar para se viver com dignidade e respeito ao próximo. Essa e a real função

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da educação, tornar cidadãos ativos com responsabilidade e compromissados para que

tenhamos uma sociedade justa e igualitária.

Ensinar Geografia é muito mais que uma tarefa diária exercidapelo professor desta disciplina é voar pelo espaço da imensidãodo planeta terra e nela destrinchar todos os seus mistérios denorte a sul de leste oeste. É sentir o mar, o oceano, os rios obarulho das árvores em seus respectivos biomas e nestes,apreciar as montanhas, os vales, as serras as espécies vegetais eanimais, que correm sem direção pela destruição do homem quebusca de forma descontrolada o que eles acham que é felicidadeo que eles acham que é poder de territorializar de expropriaraqueles que são indefesos, aqueles que não têm oportunidadeque vivem na marginalização de um sistema que promove adesigualdade, a perversidade e a miserabilidade em um planetanaturalmente perfeito de culturas diversas de povos diferenciadas,que fazem deste planeta, o mais belo de todos, o qual habita umaúnica raça com a grandeza de diferentes características que otornam verdadeiros habitantes do planeta terra (SANTOS; TADEU,2014, p. 09).

Assim, a formação do professor corresponde ao compromisso com uma prática

pedagógica significativa, contextualizada que promova ao educando uma visão crítica

sobre a sociedade. A atividade teórica integrada com a prática possibilita ao graduando

conhecer a realidade como objeto de conhecimento, como referência , que respeita a

singularidade dos alunos e oportuniza agir para transformar a realidade , pelo seu

trabalho pedagógico , por sua atividade prática ,fazendo da sua atividade profissional

uma práxis transformadora.

Na escola onde foi realizado o estágio, a turma do 8º ano A é composta por 20

alunos sendo que 19 frequentam regulamente, maioria são participativos, assim foi a

nossa primeira impressão durante a aula de observação que fizermos da professora

regente, a mesma estava fazendo correção de uma atividade da aula anterior sobre

Globalização, Revolução Tecnológica e Emprego. A professora regente apresenta um

excelente comportamento para com a escola, sendo assídua e pontual, muito organizada,

além de estar sempre presente nas atividades escolares/eventos realizado pela escola.

Percebemos que, espaço escolar é um lugar de transformação, mesmo com as

dificuldades enfrentadas principalmente por parte dos alunos tivemos que dinamizar para

mudar aquela esta realidade que presenciamos inicialmente, alunos desmotivados e

desinteressados, mas, no decorrer das aulas dinamizadoras, os alunos passaram a

participar, esse foi o primeiro passo para o início de uma participação efetiva nas aulas e

nas atividades.

Iniciamos o nosso estágio ministrando aulas sobre os tipos de Regionalização

Mundial e seus aspectos econômicos, físicos, culturas, políticos e sociais, através de

vídeos, aulas em laboratório de informática, apresentação de trabalhos e atividades

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lúdicas como jogos que motivados fizeram da sala de aula um verdadeiro espaço de

aprendizagem.

A professora regente, formada em Licenciatura em Geografia pela Universidade

Federal de Sergipe, proporcionou toda assistência e acompanhamento contribuindo para

a nossa formação, enquanto alunos da graduação, sempre nos deixando a vontade para

ministrar as nossas aulas, contribuindo sempre que necessário.

Durante a regência ministramos os conteúdos da unidade III, constituído de II

capítulos cujo o tema central foi A Regionalização do Mundo Contemporâneo.

No capitulo VI ministramos aulas sobre como regionalizar o espaço geográfico

mundial a partir de 4 subtítulos referentes aos conteúdos tais como: Regionalizando os

Países do Mundo; Primeiro, Segundo e Terceiro Mundo; Países Ricos e Pobres: o centro

e a periferia e por ultimo Países Desenvolvidos e Subdesenvolvidos, como forma de

compreender o processo de divisão regional e as complexas relações que configuram o

espaço mundial a partir das diferenças e semelhanças abordando os aspectos culturais,

econômicos, físicos, políticos e sociais. No capitulo VII o tema central foi o Mundo

Desenvolvido Subdesenvolvido, subdividido em Indicadores de Desenvolvimento

Humanos e Origens históricas do desenvolvimento e do subdesenvolvimento, que teve

como objetivo de contextualizar as origens históricas do desenvolvimento e do

subdesenvolvimento.

Nas aulas foi utilizada uma didática com estratégias diversificadas para o

entendimento e compreensão do conteúdo, como também foi solicitado que

acompanhassem os conteúdos do livro didático, além de outras fontes através da

pesquisa na internet, para que acompanhassem o conteúdo, pois percebemos em alguns

a falta de leitura.

Assim, as regências foram desenvolvidas com explanação dos conteúdos com

auxilio de imagens, mapas e vídeo, como também, realizando atividades dinâmicas que

facilitaram a compreensão dos conteúdos trabalhados.

Na unidade trabalhada sobre a regionalização do mundo contemporâneo,

utilizamos o laboratório de informáticas, para que os alunos pudessem pesquisar os IDH

dos países da Espanha, Canadá, Venezuela, Brasil, Moçambique, Itália e Angola.

Devolvemos a atividade da seguinte forma: primeiro dividimos a turma em

grupos em seguida foi realizada a pesquisa em quatro etapas, a primeira foi à coleta de

dados no site http://www.indexmundi.com, realizada através de pesquisa na internet; a

segunda foi ensinar - los a construir gráficos e a tabelas; terceira desenvolver trabalhos

em grupos cada um ficou com um país para pesquisar os indicadores sociais e a quarta e

ultima apresentação do resultando da pesquisa.

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De acordo Pimenta (2013, p.205) isto é, é a atividade teórica que possibilita

conhecer a realidade ( a prática objetiva),tomando-se essa realidade como objeto de

conhecimento, como referência , para , a seguir , estabelecer-se idealmente a realidade

que se quer.

Durante o período da regência, foi notório perceber as dificuldades de alguns em

associar o conteúdo com a realidade do seu dia a dia, daí a necessidade de está sempre

bem informada e atualizada.

Assim, as aulas eram iniciadas revisando os conteúdos anterior, fazendo

perguntas, problematizando situações do contexto social onde estão inseridos,

organizando rodas de conversa que proporciona umas práxis dialógica de respeito à

diversidade, a singularidade do ser, no sentido de viabilizar nos alunos habilidades e

conhecimentos necessários para a vida social participativa e consciente do seu papel

como sujeito da história.

Nas considerações sobre o contexto da sociedade atual, quedestacam a constante, ampliada e diversificada forma dedivulgação e circulação de informações e de conhecimentos, aescola continua desempenhando um papel relevante na formaçãodas pessoas. Ela é um espaço peculiar dessa formação, que temcomo referência o trabalho, congrega diferentes saberesproduzidos e veiculados em diversos cenários educativos, paraque sejam elaborados conjuntamente pelos alunos. . Para queseja assim, salienta-se a necessidade de sua articulação àdinâmica sociocultural local e global, às demandas da sociedadecontemporânea e de seus alunos, da comunidade da escola, dobairro e da cidade em que está (CAVALCANTI, 2013, p16).

A função social da escola é possibilitar ao aluno uma visão crítica da realidade, a

partir de uma proposta interacionista, dialógica tendo o professor como mediador dos

saberes, concomitantemente a formação do jovem perpassa por uma pedagogia

humanizadora e questionadora. Para tanto o professor não é um mero transmissor de

informação , mas um profissional comprometido com a formação do educando, assim o

Estágio Supervisionado oportuniza ao graduando refletir sobre a construção da

identidade da docência, a formação e a prática pedagógica.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O período de estágio na escola constituiu-se em uma experiência única tanto

para a formação acadêmica quanto a participação e engajamento nos processos

referentes à educação e especialmente, ao ensino-aprendizagem. A oportunidade de

vivenciar a realidade da educação básica nas atividades desenvolvidas na proposta

pedagógica do estágio, que não é apenas transmitir conhecimento, mas envolve um

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professor pesquisador que saiba lidar com as diferenças e proporcione ao aluno poder

fazer parte da sociedade não apenas como objeto, mas sujeito da história.

A E.M.E.F General Freitas Brandão foi um espaço pedagógico fundamental para

a construção do saber acadêmico e poder aplicar a fundamentação teórica assimilada na

academia na regência de classe. Além disso, ressaltar o empenho de vários

profissionais que independentemente das limitações da escola procuram fazer e trazer

algo de útil para os alunos que ali se encontram.

Entretanto algumas mazelas da educação permeiam na escola, tanto na

infraestrutura do prédio, como também aos materiais didáticos necessários nas aulas de

geografia, além das limitações dos alunos, visto que, muitos têm dificuldade na leitura e

na escrita, mesmo estando no 8º ano do ensino fundamental.

Assim foi constatado que na preparação das aulas precisamos cronometrar as

ações para que não haja frustrações nas tarefas interrompidas ou uma extensão de

tempo para além da necessidade, redundando em indisciplina na sala. Na previsão do

tempo destinado ás atividades houve necessidade de respeitar o ritmo de assimilação

dos alunos e suas habilidades na execução das tarefas. Não obstante, sabemos que

algumas vezes as ações não podem ser planejadas de forma rígida, pois a aula é uma

dinâmica coletiva que provoca alterações no tempo previsto.

O educador, então, precisa conhecer bem a comunidade, problematizar junto

aos estudantes seus desafios e propor formas de construção do conhecimento que

permitam a superação destes. Além disso, cabe ao educador conhecer os estudantes,

seus sonhos, suas ideias, habilidades e atitudes, suas condições para aprender, enfim,

precisa considerar tudo isso no momento que estiver planejando aulas.

O Estágio Supervisionado proporcionou conhecer a realidade do cotidiano

escolar, momentos de integração com todos os profissionais da educação e vivenciar

uma prática pedagógica dialógica fugindo da didática tradicional e ensinamentos

proveitosos no decorrer das aulas entre graduando, professor da sala e principalmente os

alunos que foram fundamentais para entender a importância da formação do professor, a

construção da identidade da docência.

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