roteiro de sistematização de práticas de desenvolvimento local, 2005

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  • Roteiro de Sistematizao de Prticas de Desenvolvimento Local

    UFBA

    Carlos Sanchez Milani

  • Roteiro de Sistematizao de Prticas de Desenvolvimento Local

    Coordenador

    Carlos Sanchez Milani

    Bolsistas

    Diana Aguiar

    Karine Oliveira

    Naiana Guedes

    Rafael Issa

    Sheila Cunha

    Uliana Esteves

  • Universidade Federal da Bahia Naomar Monteiro de Almeida Filho

    Escola de AdministraoReginaldo Souza Santos

    Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gesto Social

    Prof Tnia Fischer

    Roteiro de Sistematizao de Prticas de Desenvolvimento Local

    Outubro 2005

    Coordenador

    Carlos Sanchez Milani

    Bolsistas

    Diana Aguiar

    Karine Oliveira

    Naiana Guedes

    Rafael Issa

    Sheila Cunha

    Uliana Esteves

  • R843 Roteiro de sistematizao de prticas de desenvolvimento local. / Carlos Sanchez Milani.....[et al.]. __ Salvador: CIAGS, 2005.

    Outros autores: Diana Aguiar; Naiana Guedes; Rafael Issa, Sheila Cunha; Uliana Esteves, Karine Oliveira

    1. Desenvolvimento Local Metodologia 2. Praticas Sociais I. Milani, Carlos Sanchez II. Aguiar, Daina III.Guedes, Naiana IV. Issa, Rafael V.Cunha, Sheila VI. Esteves, Uliana. VII. Oliveira, Karine.

    CDD: 307.14

    Universidade Federal da Bahia

    Naomar Monteiro de Almeida Filho

    Escola de Administrao

    Reginaldo Souza Santos

    Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gesto Social

    Tnia Fischer

    Pesquisa Capital Social, Participao Poltica e Desenvolvimento Local:

    Atores da Sociedade Civil e Polticas de Desenvolvimento Local na Bahia

    Coordenador

    Carlos Sanchez Milani

    Bolsistas

    Diana Aguiar

    Karine Oliveira

    Naiana Guedes

    Rafael Issa

    Sheila Cunha

    Uliana Esteves

    Revisores

    Neubler Nilo

    Rodrigo Maurcio Freire Soares

    Visite: www.adm.ufba.br/capitalsocial

  • Vrias discusses foram realizadas com gestores de Organizaes da Sociedade Civil, estudantes, pesquisadores e professores sobre este roteiro. Aqui agradecemos a todas as pessoas que contriburam com suas sugestes e crticas; agradecemos em particular aos membros da Rede Pintadas de Solidariedade, do Movimento de Organizao Comunitria (MOC), da Associao de Pequenos Produtores Rurais do Estado da Bahia (APAEB), da Comisso de Articulao e Mobilizao dos Moradores da Pennsula de Itapagipe (CAMMPI), da Fundao Terra Mirim (FTM), do GAPA-BA, bem como aos estudantes das duas turmas de especializao do Programa Desenvolvimento Local e Gesto Social (PDGS) da UFBA. Para informaes sobre o projeto, visite o nosso website: www.adm.ufba.br/capitalsocial

  • Sumrio

    Breve introduo sistematizao de prticas sociais 11

    1. O que significa sistematizar prticas sociais e experincias de

    desenvolvimento local? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11

    2. Reflexes sobre a prtica da sistematizao. . . . . . . . . . . . . . 13

    Metodologia de Sistematizao: a proposta de um roteiro 17

    1. Identificao dos integrantes da OSC que participam da

    sistematizao . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    2. mbito geral da Organizao e da(s) experincia(s) a ser(em)

    sistematizada(s) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18

    3. mbito particular da experincia (ou das experincias) . . . . . . 21

    4. Anlise do carter participativo da experincia. . . . . . . . . . . . 23

    5. Anlise da prxis desenvolvida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .26

    Glossrio 29

    Referncias Bibliogrficas 37

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    R O t E I R O D E S I S t E m A t I z A O D E P R t I C A S D E D E S E n V O L V I m E n t O L O C A L

    Breve introduo sistematizao de prticas sociais

    1. O que significa sistematizar prticas sociais e experincias de desenvolvimento local?

    Sistematizar construir a memria de uma experincia de desenvolvimento local, divulgar saberes relacionados a prticas (lies e ensinamentos), estimular o intercmbio e a confronta-o de idias, bem como contribuir a reconstituir vises integra-das dos processos de interveno social. Ou seja, sistematizar contar o que a Organizao da Sociedade Civil (OSC) faz na sua prtica a fim de ajud-la a aprender com seus prprios processos.

    A sistematizao pode ser feita tanto por membros de uma OSC, quanto por elementos externos. Estes elementos externos podem ser oriundos da universidade ou de uma agncia de coo-perao. Ela ser preferencialmente uma obra coletiva. Pode ser sistematizada a experincia propriamente dita, por exemplo, a histria de uma Organizao, mas a sistematizao pode visar a construir conhecimentos sobre prticas desenvolvidas, a reori-entar a ao, a retro-alimentar a conscincia dos atores da expe-rincia (por exemplo, em processos de autoformao) ou ainda a formar aqueles que podero, futuramente, acompanhar experin-cia da OSC. Nesse sentido, ela pode ser um registro importante dos aprendizados da OSC. Alm disso, podem ser sistematizados conjuntos de experincias para desses conjuntos extrair-se uma sntese e construir um esquema representativo da interveno.

    De uma srie de projetos implementados ao longo dos anos pode resultar uma prtica consolidada, um conjunto de meto-

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    dologias implementadas em contextos diversos; trata-se do que aqui chamamos de uma prtica social.

    A prtica social mais do que um projeto. Ela mais que uma interveno pontual. A sistematizao de uma prtica social mais do que uma avaliao. Ela no visa simplesmente chamar ateno para os xitos de uma experincia. A sistematizao d nfase aos processos de difcil mensurao, pois o tempo essen-cial para revelar prticas sociais efetivas. A sistematizao revela conhecimentos, deixa razes, transforma histrias de vida, inter-fere em processos sociais. Podemos afirmar que a sistematiza-o permite relacionar teorias e prticas tanto da ao individual quanto da ao coletiva. Ela pode ajudar a dar sentido aos inme-ros atos individualizados em um mbito mais amplo e complexo da ao do grupo. Ela pode contribuir a repensar a teoria do cam-po social em que a experincia se situa, por exemplo, trazendo luz os aprendizados sobre gesto urbana, educao de adultos ou sade preventiva a partir das prticas das OSC. Ela pode, igual-mente, pr em evidncia os questionamentos crticos, os limites e os fundamentos necessrios sobre a prpria prtica social.

    A sistematizao, ao estabelecer esta relao entre a teoria e a prtica, pode ser elemento central no processo de transformao individual e coletiva. O esquema, a seguir, resume rapidamente este pensamento:

    Reflexo Reflexo

    Ao Ao

    Sistemat

    izao

    da expe

    rincia

    Siste

    mat

    iza

    o

    da ex

    peri

    ncia

    Prtica

    Teoria

    Tempo

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    2. Reflexes sobre a prtica da sistematizao

    Na prtica de sistematizao, sempre fundamental debater e refletir sobre ela antes de iniciar-se o processo. Afinal, ele pode ter custos, leva tempo, necessita de pessoas que se dediquem com afinco; alm disso, no existem normas absolutas sobre como fazer a sistematizao: necessrio questionar-se acerca da metodologia do processo de sistematizao.

    Com o objetivo de auxiliar a reflexo, deixamos aqui registra-das algumas respostas que nos foram dadas sobre a relevncia do processo de sistematizao de prticas sociais. As respostas so fruto dos dilogos com gestores de OSC, estudantes, pesquisa-dores e professores com os quais mantivemos contato durante a nossa pesquisa.

    2 1 O que sistematizar?Sistematizar estabelecer um sistema, com previso de en-tradas e sadas do sistema; estabelecer uma linha imaginria entre o que entra na e o que sai da prtica ou experincia; selecionar informaes; analisar, ver se h mecanismos de causa e efeito nos pro-cessos;Sistematizao materializar e produzir conhecimentos; construir saberes; visualizar; perguntar-se: qual a essncia da prtica?No simplesmente registrar o andamento de um projeto, pois requer anlise e distncia crtica dos resultados obtidos com a experincia.

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    2 2 Sistematizar para qu?Para ter uma memria, a histria da experincia;Para rever mtodos de trabalho;Para pensar e comprovar a apropriao e o aprendizado da prtica;Para delimitar as fronteiras da experincia;Para compreender, ordenar, registrar, organizar, metodizar avanos e conquistas;Para ter um melhor controle dos processos;Para comprovar hipteses;Para orientar outras prticas, trabalhar com a idia de retro-alimentao;Para conhecer a eficincia da prtica e dar correo aos ru-mos do processo de desenvolvimento local;Para difundir.

    2 3 Com quem sistematizar?Com os atores sociais envolvidos na prtica ou experincia (lembrar que o princpio trabalhar com TODOS os atores envolvidos, mas caso A e B no queiram participar, fun-damental saber o porqu);Com os responsveis pela gesto da experincia;Com quem eventualmente tenha se beneficiado da prtica;Com o auxlio de especialistas (externos);Com quem eventualmente tenha financiado a experincia;Com atores internos e externos experincia;Nunca sistematizar sozinho (afinal, trata-se de um trabalho coletivo);

    Saiba mais sobre as palavras e expresses em destaque no Glossrio da pgina 29

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    No existem frmulas para se fazer uma boa sistematizao, mas voc pode discutir este roteiro e t-lo como ponto de partida.

    2 4 O que sistematizar?Um aspecto da experincia (dando um recorte), desde que este seja relacionado com os objetivos mais globais da prtica;O contexto (anlise situacional) e antecedentes da experincia;Fatos relacionados com a experincia;Conceitos produzidos no mbito da experincia;Processos e procedimentos, bem como resultados.

    2 4 Como sistematizar?Munindo-se de um roteiro e procurando segui-lo, ao mesmo tempo, com rigor e flexibilidade;Registrando a experincia de sua idealizao (concepo) a sua implementao e avaliao ex post;Utilizando fotos, vdeo e texto;Fazendo levantamento das concluses;Acompanhando e fazendo uma reflexo contnua;Trabalhando com relatos e histrias de vida (testemunhos);Estabelecendo registros das etapas da experincia;Usando mtodos contnuos que sejam participativos e efetivos.

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    metodologia de Sistematizao: a proposta de um roteiro

    O roteiro que apresentamos a seguir tem perguntas que vi-sam a abarcar grande quantidade de situaes possveis. Ele no exaustivo. Deve, ademais, ser adaptado e repensado para cada contexto e cada processo de sistematizao que se inicie. Portan-to, nem todas as perguntas a seguir podero ou precisaro ser respondidas.

    Cada OSC deve tentar entender o porqu de pergunt-las para, ento, decidir se as questes so importantes para seu o caso particular. Em outras palavras, a metodologia aqui proposta d idias, mas no impe regras definitivas para a sistematizao de prticas sociais. Somos contra a ditadura das metodologias; pensamos que as prprias OSC podem inovar e criar seus rotei-ros e ferramentas de sistematizao.

    Este apenas um roteiro, que apresentamos como fruto de nossa experincia de pesquisa e trabalho nos ltimos anos, no Brasil e no exterior. O roteiro contm cinco partes principais:

    Identificao dos integrantes do movimento social, da escola, ONG, associao, fundao, cooperativa, que participam da sistematizao;mbito geral da Organizao e da(s) experincia(s) a ser(em) sistematizada(s);mbito particular da experincia;Anlise do carter participativo da experincia;Anlise da prxis desenvolvida.

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    1. Identificao dos integrantes da OSC que participam da sistematizao

    1 1 Os SistematizadoresIdentificar as pessoas da Organizao e os eventuais agentes ex-ternos que participaro do processo de sistematizao. Ser ne-cessrio obter informaes sobre cada indivduo envolvido.

    1 2 Os MembrosObter dados de todos os membros da Organizao, separando-os por sexo (masculino e feminino), idade, funo (por exemplo, trabalho voluntariado ou assalariado) com seu respectivo salrio, tempo de atuao e experincias na Organizao e localizao da funo na hierarquia. Definir as relaes verticais e horizontais existentes na Organizao.

    1 3 Processo de recrutamento de membrosProcurar saber como se d o processo de recrutamento dos mem-bros da Organizao, qual a motivao do membro da Organiza-o para ali trabalhar.

    2. mbito geral da Organizao e da(s) experincia(s) a ser(em) sistematizada(s)

    2 1 PerfilNome da Organizao e sigla.Surgimento: Data de incio das atividades. Por que e como surgiu a Organizao: o que embasou a sua criao? Quais foram as motivaes (individuais, culturais, polticas)?Interveno geogrfica: rea de atuao (abrangncia territo-rial). Escala geogrfica (local e regional) especificao dos

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    municpios ou bairros onde atua e das atividades desempe-nhadas pela Organizao nessas localidades (se possvel, ilus-trao em mapa). Trata-se de uma Organizao com atuao nacional e/ou internacional? Localizar a atuao nos mbitos nacional e/ou internacional.Articulao institucional e fontes de financiamento (parcei-ros): Papel do poder pblico (Unio, Estado e Municpio). Parceria com organizaes no governamentais e sociedade civil. Financiadores privados envolvidos (nacionais e inter-nacionais). Redes de colaborao. Participao em fruns, Qual a qualidade das relaes existentes entre os parceiros (freqncia dos encontros/reunies, consenso na tomada de decises, importncia, confiana)?Situao normativa e legislao pertinente: A experincia se encontra em processo de institucionalizao? Se a experin-cia for institucionalizada atravs de lei, decreto, etc., que le-gislao a regulamenta (Lei orgnica, plano diretor, etc.)?Programas e projetos desenvolvidos: Listar todos e explicar como funcionam. Relatar as unidades responsveis pela im-plementao de cada atividade. Estruturar cada programa e projeto hierarquicamente. Observar as relaes verticais e horizontais existentes. Buscar entender se h interdependn-cia entre as atividades. Construir organograma e fluxograma.

    A importncia desse desenho pode estar em propiciar organizao uma visualizao

    de como efetivamente os projetos se inter-relacionam, dialogam entre si, e de como as

    relaes so firmadas entre os membros que participam de diferentes projetos O orga-

    nograma permite visualizar as hierarquias (cargos e funes de acordo com a respectiva

    importncia na Organizao), ao passo que o fluxograma possibilita entender como cir-

    culam as informaes e analisar o processo de tomada de decises quanto realizao de

    programas e projetos

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    Por que tais projetos foram desenvolvidos e de que modo eles contriburam para a consolidao da prtica social da Orga-nizao?

    2 2 Concepo do iderioConceitos predominantes nos valores da Organizao: Ativis-mo e democracia local; educao popular; empreendedoris-mo; protagonismo; descentralizao poltica e administrativa; planejamento participativo; gesto democrtica e governana urbana; legitimidade poltica; economia solidria; associati-vismo, sustentabilidade, autonomia, capital social (coopera-o, solidariedade, confiana, reciprocidade, etc.), etc. Como os conceitos iluminam a prtica e so, ao mesmo tempo, o seu reflexo? Como se articulam os conceitos selecionados com as prticas da Organizao? Por que a Organizao adere aos conceitos?Objetivos da Organizao: Definir o principal objetivo da Or-ganizao (objetivo central) e a relao com os parceiros para a efetivao desse objetivo. Em seguida, definir os objetivos secundrios (da Organizao) que conduzem efetivao do objetivo central. Definir cada unidade da Organizao respon-svel pelo objetivo(s) secundrio(s). Como se deu o processo de deciso dos objetivos? Quais so os resultados esperados? Quem os decidiu? Os parceiros participaram e interferiram nessa deciso? E os financiadores, de que forma?Proposta de inovaes: A Organizao prope inovaes na articulao com os atores sociais, polticos e econmicos? Por exemplo: na relao governo-sociedade; nos mecanismos de articulao intersetorial e interinstitucional; fontes e formas alternativas de financiamento incluindo a gesto por parte da comunidade; alternativas tecnolgicas e processos de produ-

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    o (adequao escala, s condies do local, necessidade de gerao de emprego e renda); formas de participao (con-selhos, redes, por exemplo) e instrumentos de controle social (atravs de organizaes coletivas, por exemplo, comits, co-misses temticas, fruns, plenrias, etc.).

    3. mbito particular da experincia (ou das experincias)

    3 1 PerfilCada programa/projeto sistematizar as suas prticas indepen-dentemente. Nesta parte da sistematizao, cada roteiro corres-ponder ao grupo responsvel pelo projeto. Pode-se fazer uma escolha prvia de que projetos ou programas sistematizar.

    Grupo ou unidade institucional responsvel pelo exerccio da atividade especfica: Nome; objetivo(s) do qual responsvel.Surgimento: Necessidades que estimularam a criao do pro-grama ou projeto. Data do incio da atividade.Interveno geogrfica: Localidades ou regies em que se d a experincia.Articulao institucional e fonte de financiamento (Parceiros da experincia em particular)Articulao intra-organizacional: Como se relacionam os di-ferentes projetos dentro da Organizao? Existe, de fato, in-terdependncia?

    3 2 Experincia desenvolvida (interna e externa)Mecanismos de gesto: Organograma e fluxograma de funcio-namento da experincia.Fases de implementao e desenvolvimento: Processo de de-senvolvimento da experincia; suas atividades; suas etapas.

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    Procedimentos metodolgicos adotados para o funcionamento da experincia: Instrumentos tcnicos utilizados (diagnsti-co, indicadores, etc.); sistemtica de definio de prioridades; formas de participao popular; articulao entre os atores; tipos e instrumentos de avaliao previstos; aspectos peda-ggicos utilizados, sistemas de aprendizagem e importncia dada capacitao; meios de divulgao da experincia (tele-viso, rdio, cartilhas, jornais, murais).Recursos financeiros: Critrios de captao e alocao de re-cursos (estratgia e atividades geradoras de recursos para a Organizao e recursos obtidos junto a financiadores).Recursos administrativos: Pessoal tcnico envolvido: nme-ro de equipes, nmero de pessoas por equipe em relao s atribuies previstas; prestadores de servios (ONGs, con-sultorias) em relao a atribuies; base material disponvel (espao que ocupa, equipamentos que so utilizados).Estratgia: Qual estratgia usada na concepo do projeto? Quais so as principais dificuldades encontradas durante a sua implementao? Concebe-se a experincia estrategicamente? Como? Por exemplo, faz-se um planejamento estratgico? Monitoramento: Verificar o monitoramento oferecido ao programa/projeto da experincia: quais os mecanismos? O monitoramento atende s necessidades do programa/proje-to e da funo? A equipe de funcionrios segue um moni-toramento regular? H necessidades especficas (em mto-dos participativos, em monitoramento em direitos humanos, educao para a cidadania, questes sobre democracia, cria-o de redes, etc.) para o monitoramento do programa/pro-jeto na organizao? Quais instrumentos so utilizados para a aprendizagem, fixao e manuteno das informaes e sa-beres partilhados?

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    R O t E I R O D E S I S t E m A t I z A O D E P R t I C A S D E D E S E n V O L V I m E n t O L O C A L

    4. Anlise do carter participativo da experincia

    Esta parte do roteiro de sistematizao tem o objetivo de des-crever e qualificar o processo participativo da experincia. Ela visa a analisar os instrumentos e as tcnicas de fomento ao pro-cesso participativo, procurando saber, por exemplo, se a expe-rincia leva em considerao a necessidade da comunidade (de acordo com o que ela mesma acredita que seja necessrio), se os beneficirios e participantes interferem na escolha das atividades e da forma de implementao das atividades, se h um comit que faa a mediao entre os responsveis pela experincia e os beneficirios e participantes, entre outros aspectos. Dividimos esta parte em duas sees:

    4 1 Como (re)contar a histria do conceito de participao a partir da experincia?Como definir, a partir desta experincia, a idia de participa-o? Por que querer a participao? De que participamos: qual o objeto do debate? Quem deter-mina o contedo dos debates? Qual o objetivo da operao de participar: controle, consulta, negociao, co-produo, co-gesto, deciso, dilogo, colaborao, ? Trata-se de um debate sobre questes de curto, mdio ou longo prazo?

    4 2 Quais seriam as particularidades da experincia em termos de prtica participativa?Quais so os dispositivos ou os mecanismos de participao? Como evoluram no tempo (grau de formalizao)? As regras da participao foram definidas a priori? Por quem? Trata-se de regras definidas uma nica vez ou so elas revisadas pe-riodicamente? A implementao dos dispositivos e das re-

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    gras se fez com base em algum modelo, uma experincia de referncia?Com que temporalidade se organiza a participao (durao, ritmo, tempos mortos, intensidade)? Trata-se de um ciclo participativo (um processo) ou de uma participao pontual (com que grau de institucionalizao)?Em que escala se pratica a participao? Na escala do bairro, de um setor urbano, da cidade, da regio (que pode ser uma regio metropolitana ou um consrcio de municpios)? No caso de escalas mltiplas, qual delas tem a prioridade na deci-so? A participao se funda em critrios geogrficos ou mais bem temticos?Quem participa? Com quem participamos? Somos indiv-duos, cidados, atores sociais, atores institucionais, atores econmicos, atores da sociedade civil, etc.? Participamos en-quanto indivduos ou grupo (ou representando um grupo)? Qual o perfil do participante? H uma profissionalizao da participao? H rotao dos participantes? Como?Por que participar? O que estimula as pessoas a fazer parte das discusses e das decises (contexto scio-cultural e his-trico, motivaes pessoais, etc.)? Quem leva vantagem no processo de participao (quem ganha/quem perde)? A parti-cipao foi instaurada de cima para baixo ou foi conquistada? Qual o grau de implicao dos movimentos sociais na ins-taurao da participao? Trata-se de uma participao im-posta, reivindicada, negociada? Em que medida os habitantes se sentem movidos pelas estruturas de participao (grau de apropriao)?Que desigualdades subsistem na participao: acesso ao de-bate, voz, escuta? Em que medida os dispositivos de par-ticipao levam em considerao as diferenas (sociais, tni-

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    R O t E I R O D E S I S t E m A t I z A O D E P R t I C A S D E D E S E n V O L V I m E n t O L O C A L

    cas, sexuais, de idade, de instruo formal, de linguagem, etc.) entre os cidados? Quem so os excludos da participao? Quem excludo e quem se exclui? Por qu? Como integr-los? Este um objetivo desta experincia?Que relao h entre participao e interesses? Os interesses expressos so similares, contrrios, antagnicos? Os partici-pantes so pessoas prximas ou distantes (do ponto de vista social, espacial, etc.) na vida quotidiana? A participao bus-ca confrontao ou harmonizao dos interesses? A partici-pao concebida como um espao de expresso e regulao dos conflitos? Em que cenrio de poder e de relaes de fora se inscreve a participao? A participao permite a essas re-laes de fora e de poder de expressar-se e transformar-se? Como se d o processo de construo do interesse coletivo? Quais so as relaes entre o interesse particular, o interesse corporativo e o interesse geral? Como ultrapassar os interes-ses particularistas?Em que medida a participao questiona o conceito de legi-timidade? A legitimidade dos diferentes participantes a to-mar a palavra e a ter voz reconhecida?Qual a linguagem empregada pelos diferentes participantes: todos os registros lingsticos so utilizados? Como se d o dilogo entre os diferentes registros? Quais so as hierarquias entre eles?A participao se encontra fundada em um sistema (poltico, social, econmico) ou a participao contesta o sistema? A participao um projeto de emancipao? Qual o seu po-der de transformao social, e quais os seus limites ? Em que medida a participao permite uma transformao da cultura poltica?

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    C E n t R O I n t E R D I S C I P L I n A R D E D E S E n V O L V I m E n t O E G E S t O S O C I A L

    Quanto s relaes entre participao e poder, a participao busca a transferncia de poder (para quem)? Ou seria a parti-cipao uma ferramenta de gesto?

    5. Anlise da prxis desenvolvida

    5 1 Com relao aos resultadosResultados: Como comparar a situao anterior versus a situ-ao posterior experincia? Teriam ocorrido as mudanas encontradas se no houvesse sido implantada a experincia? H algum resultado no esperado que tenha sido produzido (positivo ou negativo, no curto ou longo prazo)? Ou somen-te os resultados j esperados foram produzidos? H algum resultado esperado que no tenha sido alcanado? Quando so comparadas as vises da Organizao e da comunidade, como considerada a opinio da comunidade quanto aos re-sultados da experincia?Eficcia: Em que grau em que o objetivo e as metas foram alcanados? Houve eficcia social (ou seja, h indicadores de melhoria da qualidade de vida da populao? Quais so os principais indicadores?)? Houve eficcia espacial (ou seja, houve aumento da abrangncia espacial entre o comeo e o fi-nal da experincia?)? Houve eficcia econmica, por exemplo, tendo sido fomentadas a capacidade de gerao de emprego e renda e de desenvolvimento local pela experincia?Eficincia: Como comparar os nveis de utilizao de recur-sos com os resultados alcanados? Os resultados foram atin-gidos da forma mais econmica possvel? Por exemplo, com indicadores relativos aos recursos financeiros utilizados, h eficincia maior da experincia caso ela tenha conseguido re-duo dos gastos previstos.

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    R O t E I R O D E S I S t E m A t I z A O D E P R t I C A S D E D E S E n V O L V I m E n t O L O C A L

    Legitimidade: Quais so as fontes de legitimidade da prtica? Quais so os meios de construo dessa legitimidade? O que pensam os beneficirios e participantes da experincia? E os parceiros? Pertinncia: O projeto responde s verdadeiras necessidades da populao de beneficirios e participantes?Impacto: Que mudanas de longo prazo so operadas no es-tado social da populao?

    5 2 Com relao ao modelo proposto e prtica polticaComo analisar a experincia luz do contexto atual? Para que serviu? Com pensar a experincia sob a tica da realida-de atual?A experincia enquanto aprendizado: como a experincia afronta opresses e dominaes sofridas pela populao be-neficiada sem que ela mesma (a experincia) acabe por opri-mir e dominar? Como a experincia promove a conscincia individual e coletiva? Como a experincia ajuda a construir modelos alternativos de desenvolvimento (novas relaes econmicas, por exemplo, por meio da economia solidria, da construo de redes sociais ou do fomento ao capital so-cial)? Como a experincia ajuda na construo coletiva de sa-beres e conhecimentos?Qual o testemunho dos atores? O que cada beneficirio e participante aprendeu? O que a experincia significou para cada um? Como a experincia tornou o grupo mais ou menos coeso (ou disperso)? Como pensar a sustentabilidade da experincia? Como anali-sar as dimenses ambiental, tcnica, financeira, institucional e administrativa da sustentabilidade?

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    Qual a capacidade de difuso da experincia? Como a expe-rincia difundida e de que modo?Articulao: como se d a relao com a mdia? Quais so as relaes com agentes do governo (municipal, estadual e fe-deral)? E as relaes com as empresas privadas? E as relaes com agentes e organizaes da sociedade civil? E as relaes com agncias internacionais?

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    GlossrioAssociAtivismo: Prtica de grupos de se congregarem em associ-

    aes representativas (rgos de classe, sindicatos, cooperativas, etc.), para a defesa de interesses coletivos (setoriais ou no). Par-te da mxima de que a unio faz a fora.

    ArticulAo intersetoriAl: a articulao de setores diver-sos, incluindo a participao de rgos e entidades governamen-tais, em torno de programas, projetos ou prticas que fazem parte de setores tambm diversos (educao, segurana, sade, dentre outros).

    Mais informaes: Intersetorialidade na Rede Unida. Divul-gao em sade para debate. Portal da Rede Unida. Disponvel em: http://www.redeunida.org.br/producao/div_interset.asp

    ArticulAo interinstitucionAl: a articulao entre indi-vduos de vrias instituies da sociedade, incluindo a participa-o de rgos e entidades governamentais e no-governamentais. Tem-se, por meio dessa articulao, uma diversidade de saberes, poderes e vontades para enfrentar problemas sociais de forma compartilhada.

    Mais informaes: FARAH, Marta Ferreira Santos; SPINK, Peter. Mudanas na relao Estado, Sociedade Civil e Mercado (e entre agentes estatais e cidados). Ncleo de Estudos e Tecno-logias em Gesto Pblica. Disponvel em: http://nutep.adm.ufrgs.br/projetos/fundateormarta.htm

    Ativismo: tomar parte ativa e lutar por uma causa considerada justa; uma prtica efetiva de transformao da realidade.

    Mais informaes: http://wiki.projetometafora.org/index.php? edit=ativismo

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    AutonomiA: capacidade de se autogovernar. Faculdade que possui determinada pessoa ou instituio de traar as normas de sua conduta, sem que sinta imposies restritivas de ordem estra-nha. Direito de um indivduo ou instituio de tomar decises livremente.

    controle sociAl: do ponto de vista poltico, a capacidade que tem a sociedade organizada de intervir nas polticas pblicas, in-teragindo com o Estado na definio de prioridades e na elabo-rao dos planos de ao do municpio, estado ou do governo federal. Os instrumentos ou meios que a sociedade tem para con-cretizar o controle social so: os Conselhos, o Ministrio Pblico, o Tribunal de Contas, a Ao Popular, o Cdigo do Consumidor, as Universidades, os Sindicatos, os Partidos Polticos, as ONGs, para citar alguns.

    Mais informaes: http://www.adm.ufba.br/capitalsocial http://www.controlepopular.org.br

    DemocrAciA locAl: Transferncia equilibrada de competncias e de recursos a favor do governo local, manifestando a participa-o cidad na defesa dos interesses gerais.

    DescentrAlizAo polticA e ADministrAtivA: o proces-so que fortalece a iniciativa municipal e comunitria uma vez que envolve a redistribuio de poder do governo para a socie-dade civil. A descentralizao administrativa pea fundamental para aumentar a democratizao e a eficincia do nosso sistema; quanto mais prximo estiver um governo de seus cidados, mai-or credibilidade ter.

    Mais informaes: http://www.omep.org.br/artigos/palestras/ 02.pdf http://www.ipea.gov.br/pub/td/td_2000/td_706.pdf http://mnoticias.8m.com/administracao.htm.

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    economiA soliDriA: Economia em que a sociedade se sobre-pe competio e que pretende ser uma alternativa superior ao capitalismo por proporcionar s pessoas uma vida melhor, com solidariedade e igualdade.

    Mais informaes: FRANA FILHO, Genauto Carvalho de. Esclarecendo terminologias: as noes de terceiro setor, economia social, economia solidria e economia popular em perspectiva. In: Revista de Desenvolvimento Econmico. Ano III. N 5. Salvador: Dezembro, 2001.

    eDucAo populAr: uma educao essencialmente democr-tica que busca unir a aplicao dos contedos no desvelamento da realidade, reconhecendo como indispensvel a presena das classes populares na prtica da escola sendo esta um centro aber-to comunidade.

    Mais informaes: FREIRE, Paulo. Poltica e Educao. Edi-tora Cortez, So Paulo, 2001.

    eficciA: o alcance total do resultado esperado ao realizar um trabalho. o resultado obtido em comparao com o objetivo traado. atingir realmente um objetivo que foi estabelecido, de modo que funcione da maneira desejada e/ou planejada. Refere-se contribuio dos resultados da organizao para que esta atinja seus objetivos.

    Mais informaes: http://www.geocities.com/Athens/Atlantis/ 7763/efic.htm http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php? id=12315

    eficinciA: a capacidade de executar um trabalho da melhor maneira possvel, com qualidade e sem cometer erros. Refere-se a um melhor uso dos recursos disponveis para obter o resultado planejado. E obter os resultados com a menor quantitade de re-cursos e meios possvel (sentido de economia de meios).

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    Mais informaes: http://www.geocities.com/Athens/Atlantis/ 7763/efic.htm http://ciberduvidas.sapo.pt/php/resposta.php?id=12315

    emAncipAo inDiviDuAl e coletivA: Processo de libertao e independncia individual e coletiva. Processo de tornar-se ca-paz de pensar e atuar criticamente, constituindo-se como atores sociais dotados de interesses prprios.

    empreenDeDorismo urbAno: Modelo de gesto para os go-vernos locais que visa a potencializar a vida econmica atravs da criao de novos padres e estruturas urbanas de produo, mercado e consumo. Nesta interveno, um bairro degradado scio-espacialmente, de uso majoritariamente residencial, pode ser transformado em rea comercial e de servios de lazer e de consumo turstico-cultural.

    Mais informaes: CASTILHO, Cludio Jorge Moura de. Tu-rismo, Trabalho e Desenvolvimento Socioespacial em Recife/Bra-sil: O Programa Comunidade Solidria e o Centro Pblico de Promoo do Trabalho e Renda como Propostas de Integrao. Scripta Nova REVISTA ELECTRNICA DE GEOGRAFA Y CIENCIAS SOCIALES. Disponvel em: http://www.ub.es/geo-crit/sn/sn119130.htm COMPANS, Rose. Empreendedorismo urbano: Entre o discurso e a prtica. Editora Unesp: So Paulo, 2005.

    estrAtgiA: a soma das decises e aes que visam articula-o de meios e recursos para atingir um objetivo, explorando-se as condies favorveis.

    Mais informaes: http://www.capitalderisco.gov.br/vcn/ e_CR.asp; http://iscte.pt/EstrategiaI/conceito%20estrategia.pdf

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    fluxogrAmA: a representao grfica do fluxo ou seqncia das etapas de um processo. Nele, podem ser visualizados os movi-mentos e operaes de pessoas, documentos e materiais entre as diversas unidades de uma organizao. O fluxograma possibilita uma viso ampla da seqncia de operaes de um sistema para verificar se estas so executadas de maneira eficiente pelos r-gos e pessoas certos.

    Mais informaes: CHINELATO FILHO, Joo. O&M integrado informtica. Rio de janeiro: LTC, 2001 http://www.afamconsultoria.com.br/noticias.htm http://www.nc.ufpr.br/coreme/multiprofissional/provas/enfermagem.doc

    gesto DemocrticA: , fundamentalmente, fazer com que a comunidade envolvida possa participar no processo de formula-o e avaliao da administrao e do projeto ou poltica de que faz parte e na fiscalizao de sua execuo atravs de mecanis-mos institucionais, com autonomia e representatividade social.

    Mais informaes: http://www.aracaju.se.gov.br/servicos/servicos09.asp BASTOS, Joao Baptista. Gesto Democrtica. Porto Alegre: Editora DP&A , 2002.

    governAbiliDADe: capacidade de governar; atributo de um lder ou governante de ser reconhecido pela comunidade representada como gestor legtimo de determinada organizao ou localidade, tendo assim capacidade real de governar.

    governAnA urbAnA: Capacidade do governo local de articular diversos meios (atores, foras sociais, recursos) para a concreti-zao de seu papel de gesto pblica da cidade.

    legitimiDADe: Crenas de determinadas pocas que presidem a manifestao do consentimento e da obedincia.

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    Mais informaes: http://www.loveira.adv.br/material/tge5.htm http://www.politicaparapoliticos.com.br

    legitimAo: Processo pelo qual as instituies obtm a sua legi-timidade, ou seja, os meios pelos quais elas explicam e justificam os seus atos perante a sociedade

    Mais informaes: http://www.intercom.org.br/papers

    monitorAmento: Acompanhamento realizado atravs de obser-vaes de parmetros, indicadores da dinmica do fato ou coisa monitorada. Monitoramento o estudo e o acompanhamen-to contnuo e sistemtico do comportamento de fenme-nos, eventos e situaes especficas, cujas condies desejamos identificar, avaliar e comparar. Desta forma, possvel estudar as tendncias ao longo do tempo, ou seja, verificar as condies presentes, projetando situaes futuras.

    prxis: a prtica em relao com a teoria. A teoria contribui para a prtica ao dinamizar as relaes sociais e a prtica enriquece a teoria por meio das novas construes que proporciona.

    Mais informaes: CHAGAS, Henrique. Subsdios Filo-sfico-Culturais para a Formao da Conscincia Crtica - Parte II Site institucional Verdes Trigos. Disponvel em: http://www.verdestrigos.org/sitenovo/site/cronica_ver.asp?id=404

    orgAnogrAmA: a representao grfica da estrutura formal de uma instituio, atravs da disposio hierrquica dos rgos e posies. Possibilita a verificao dos nomes e os limites das atri-buies de cada unidade e cargo, e esquematiza as relaes de dependncia existentes.

    Mais informaes: CHINELATO FILHO, Joo. O&M inte-grado iformtica. Rio de janeiro: LTC, 2001.

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    pArticipAo ciDAD: Processo de fortalecimento da sociedade civil atravs da atuao organizada dos indivduos, grupos e as-sociaes.

    Mais informaes: TEIXEIRA, Elenaldo. O Local e o Global. Limites e desafios da participao cidad. Editora Cortez, Salva-dor, 2002.

    plAnejAmento pArticipAtivo: um instrumento para o tra-balho comunitrio. Por meio de discusses e exerccios que au-xiliam a ampla compreenso de uma realidade, analisa-se um problema central e as propostas para solucion-lo, resultando na elaborao de um plano de ao para combat-lo. A participao conjunta dos membros de uma ou mais organizaes e/ou dos moradores, comits, instituies governamentais e no governa-mentais cria elos que promovem compromissos sociais.

    proceDimentos metoDolgicos: Conjunto de regras e proce-dimentos estabelecidos para realizar uma pesquisa ou ao. Diz respeito ao mtodo a ser utilizado diante dessa pesquisa e as eta-pas a serem cumpridas, como o levantamento de dados, coleta de material, anlise de informaes, critrios para a seleo das pessoas que iro participar, dentre outros.

    Mais informaes: KISIL, Rosana. Elaborao de Projetos e Pro-postas para Organizaes da Sociedade Civil. So Paulo: Coleo GESTAO E SUSTENTABILIDADE, GLOBAL EDITORA, 2001.

    relAes verticAis e horizontAis: Por relaes verticais podem ser entendidas as relaes existentes entre pessoas que participam com diferentes nveis de poder de deciso dentro de uma organizao. As relaes horizontais so aquelas firmadas entre pessoas que possuem mesmo nvel decisrio, no existindo subordinao de uma em relao a outra.

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    Mais informaes: AMARAL, Vivianne. Redes: uma nova forma de atuar. Mapa do 3 Setor. Disponvel em: http://www.mapadoterceirosetor.org.br/adm/download/redes.pdf

    representAo polticA: Delegao de poderes pelo povo a certas pessoas, por meios de votos, para que ajam em seu nome.

    Mais informaes: CAMPILONGO, Celso Fernandes, Representao poltica, editora tica; pgina da internet: http://148.215.4.212/rev/107/10705109.pdf.

    sustentAbiliDADe: Segundo a ONU, o atendimento das neces-sidades das geraes atuais, sem comprometer a possibilidade de satisfao das necessidades das geraes futuras (ONU, Rela-trio Brundtland, na publicao Our Common Future, Oxford University Press, 1987, p.43). Um processo tem sustentabilidade quando se mantm ao longo do tempo com qualidade crescen-te, autonomia de manuteno (contar com suas prprias foras), pertence a uma rede de coadjuvantes tambm sustentveis e visa harmonia das relaes sociedade-natureza.

    Mais informaes: SANTOS, Tacilla. As diferentes dimenses da sustentabilidade em uma organizao da sociedade civil bra-sileira: o caso do Gapa-Bahia. Salvador, Escola de Administrao (UFBA), Dissertao de Mestrado, 2005.

    vAlores DA orgAnizAo: So as crenas sobre o que bom para a organizao e funcionam como uma ideologia. Podem ser definidos como princpios ou crenas organizados hierarquica-mente, relativos s metas organizacionais, sustentando e man-tendo atitudes, determinando o julgamento de posturas e moti-vando a ao, como as regras de um jogo.

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    Referncias BibliogrficasPara ir mais alm na discusso dos temas abordados nesta pupli-cao, consulte, entre outras, as seguintes referncias:

    BROSE, Marcus (org.). Metodologia participativa: uma introdu-o a 29 instrumentos. Porto Alegre: Tomo Editorial, 2001.

    CENPEC. ONG: Identidade em Mutao. So Paulo: CENPEC/Ita/Unicef, Projeto Educao e Participao, 1999.

    CETRULO, Ricardo. Alternativas para uma Accin Transforma-dora. Educacin Popular, Ciecias Sociales y Poltica. Montevi-du: Ediciones Trilce, Instituto Del Hombre, 2001.

    CHIANCA, Thomaz et alii. Desenvolvendo a Cultura de Avali-ao em Organizaes da Sociedade Civil. So Paulo, Institu-to Fonte/Global Editora, Coleo Gesto e Sustentabilidade, 2001.

    FREIRE, Paulo. Conscientizao, Teoria e Prtica da Libertao. So Paulo: Editora Moraes, 1980.

    GUARESCHI, Pedrinho. Sociologia Crtica, Alternativas de Mu-dana. Porto Alegre: Mundo Jovem, 2000.

    LINS BARBOSA, Maria Nazar e FELIPPE DE OLIVEIRA, Ca-rolina. Manual de ONGs, Guia Prtico de Orientao Jurdica. FGV Editora, 2001.

    MARINO, E. Manual de Avaliao de Projetos Uma Ferramen-ta Para o Desenvolvimento e Aprendizagem de Organizaes do Terceiro Setor. Instituto Ayrton Senna. 1999.

    ROCHE, Chris. Avaliao de Impacto dos Trabalhos de ONGs, Aprendendo a Valorizar as Mudanas. So Paulo: Cortez/ABONG, 2000.

  • Este roteiro foi desenvolvido pela equipe do Projeto Capital social, participao poltica e desenvolvimento local na Bahia, financiado pela Fundao de Amparo Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) e com o apoio do Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gesto Social (CIAGS) da Universidade Federal da Bahia. A equipe composta por: Carlos Milani (coordenador do projeto), Professor-adjunto da Escola de Administrao e Pesquisador do Ncleo de Estudos sobre Poder e Organizaes Locais (NEPOL) e os estudantes: Diana Aguiar, Karine Oliveira, Naiana Guedes, Rafael Issa Portinho, Sheila Cunha e Uliana Esteves, todos bolsistas de iniciao cientfica do projeto, alm de Hlose Nez e Jrmie Cave, ambos estudantes do convnio UFBA-Sciences-Po (Paris).

    CIAGS Centro Interdisciplinar de Desenvolvimento e Gesto SocialAv Reitor Miguel Calmon, s/n, Escola de Administrao, 3 andar, sala 21,

    Universidade Federal da Bahia, Vale do Canela, Salvador-BA, CEP 41 110-903 Telefax CIAGS: (71) 3331-2949 / Tel : 3237-4544, r 278 / ciags@ciags org br

    Tel NEPOL (71) 3247-5477 / Fax NEPOL: (71) 3336-3462 / nepol@ufba br

    Breve introduo sistematizao de prticas sociais1. O que significa sistematizar prticas sociais e experincias de desenvolvimento local? 2. Reflexes sobre a prtica da sistematizao

    Metodologia de Sistematizao: a proposta de um roteiro1. Identificao dos integrantes da OSC que participam da sistematizao2. mbito geral da Organizao e da(s) experincia(s) a ser(em) sistematizada(s)3. mbito particular da experincia (ou das experincias)4. Anlise do carter participativo da experincia5. Anlise da prxis desenvolvida

    GlossrioReferncias Bibliogrficas