rota da cerveja de santa catarina
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Rota da Cerveja em Santa CatarinaHistria Guia das cervejarias artesanais Tipos produzidos Combinaes com pratos tpicos
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SECRETARIA DE ESTADO DEDESENVOLVIMENTO REGIONAL
DA GRANDE FLORIANPOLIS
WWW.SOO.SDR.SC.GOV.BR
Rota da Cerveja em Santa CatarinaHistria Guia das cervejarias artesanais Tipos produzidos Combinaes com pratos tpicos
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Rota da Cerveja em Santa Catarina
I Bem-vindo terra da cerveja: uma nova rota em Santa Catarina ........6
O comeo de tudo: colonos europeus iniciaram tradio ...................................... 10
O renascimento: estado expoente de nova gerao de cervejarias .................... 16
II Alquimistas do Sculo XXI: os segredos dos mestres cervejeiros ....20
O poder dos ingredientes: a lei da pureza os limita a quatro ............................... 22
Acertando a mistura: o passo a passo da produo .............................................. 25
Os tipos catarinenses: a diversidade da cerveja no estado ................................... 27
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Sumrio
III Os roteiros: por dentro das cervejarias catarinenses ......................36
Vale do Itaja ........................................................................................................... 40
Norte ....................................................................................................................... 56
Florianpolis e Sul.................................................................................................. 62Meio-Oeste .............................................................................................................. 65
Chopes de outubro ................................................................................................ 68
IV Harmonizao: a arte de combinar cervejas com pratos tpicos.....70
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A cidade de Blumenau
(acima), praia deFlorianpolis e a estrada da
Serra do Rio do Rastro, que
d acesso ao Planalto Serrano:
cerveja artesanal novo item
da diversidade catarinense
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Diversidade
e qualidade
so marcas
registradas de
Santa Catarina,
e a cerveja
artesanal o mais
novo ingrediente
da frmula que
diferencia o estado
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anta Catarina um es-
tado caracterizado pela
diversidade. O litoral de mais
de 500 quilmetros exibe
algumas das praias mais
bonitas do Brasil, disputa-dssimas no vero, enquan-
to na Serra, mil metros acima do
nvel do mar, costuma nevar no inverno.
A diversidade cultural notvel: vrias re-gies foram colonizadas por diferentes et-
nias, com destaque para italianos, alemes
e aorianos, mas incluindo tambm austr-
acos, belgas, poloneses, russos... Eles se
juntaram aos portugueses e espanhis dos
tempos do Brasil Colnia e aos negros e
ndios escravizados e espoliados, mas hoje
integrados como peas fundamentais ao
mosaico cultural que notabiliza o estado.
Nos ltimos anos Santa Catarina cresceu
muito, com destaque para os municpios
da Grande Florianpolis, recebendo gente
de toda parte. Apesar do avano da urba-nizao, Santa Catarina um dos estados
brasileiros com maior populao rural:
cerca de 17% de seus seis milhes de ha-
bitantes vivem no campo, em pequenas
propriedades familiares. Tamanha varieda-
de geogrfica, climtica, tnica e cultural
se concentra em apenas 95 mil quilme-
tros quadrados, o que pouco mais que1% do territrio nacional. Mas ainda cabe
muita novidade no estado.
Prova disso que nos
ltimos anos desenvolveu-
-se uma atrao capaz deagradar, e muito, o turista
que visita Santa Catarina e tambm seus
moradores, porque ningum ferro. Trata--se da cerveja, produzida em dezenas de
pequenas fbricas espalhadas pelo esta-
do. Quase todas as cervejarias artesanaisseguem a Reinheitsgebot, a Lei de Purezaeditada h quase 500 anos na Bavria e em
vigor at hoje na Alemanha, determinando
que a cerveja s pode ter quatro ingredien-
tes: gua, lpulo, malte (de cevada ou detrigo) e fermento. Ou seja, nada de conser-
vantes ou cereais no mal-
tados na mistura. Esse fatod algumas pistas sobre a
cerveja que se produz emSanta Catarina. A primeira
delas a qualidade. Alis, como em tudo
o que produzido no estado, a qualidade uma marca registrada. Basta olhar para
a indstria, um dos pilares da economia
catarinense, que exporta para quase todosos pases do mundo produtos alimentcios,
cermicos, eletromecnicos, txteis, de ma-
deira e muitos outros. Nossa cerveja nofoge regra: muito boa, pode ter certeza!
A lei alem seguida risca no esta-do tambm d pistas sobre qual regio
Bar da Cervejaria
Eisenbahn, de Blumenau:
cerveja elevada a
produto sofisticado
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a mais cervejeira. No poderia mesmo ser
outra seno o Vale Germnico, como tam-
bm conhecido o Vale do Itaja. Ali os
traos da colonizao alem so notveis,
seja na arquitetura, nos jardins, na gastro-
nomia, nos olhos claros e cabelos loirosde boa parte da populao. E na cerve-
ja, que comeou a ser produzida ainda
no sculo XIX. Blumenau, a maior cida-
de do Vale, realiza desde os anos 1980 a
segunda maior festa alem do mundo, a
Oktoberfest, que s perde para a verso
original da celebrao da cerveja realiza-
da em Munique. Portanto, nunca faltou
tradio cervejeira no Vale. O que faltava
era elevar a cerveja a um produto sofisti-
cado, com qualidade, sabor e variedade,
que fugisse do lugar-comum da cerveja
tipo Pilsen industrial, produzida aos mi-
lhes de litros para ser bebida to gelada
a ponto de anestesiar o paladar do con-
sumidor e disfarar a falta de qualidade.
No foi por acaso, portanto, que quandoo mercado pediu cerveja de qualidade a
resposta surgiu no Vale do Itaja, onde
hoje se encontra a maior concentrao de
cervejarias artesanais do pas, em cidades
como Blumenau, Brusque e Pomerode,
que conformam o eixo principal do Ro-
teiro das Cervejas, um dos mais novos e
apreciados roteiros tursticos de Santa Ca-tarina. Nele a bebida, em toda sua varie-
dade, pode ser harmonizada com pratos
tpicos da culinria europeia.
Mas engana-se quem pensa que cer-
veja assunto s dos descendentes de
alemes. A primeira cervejaria do estado,
alis, de Joinville, no Norte catarinense,e foi fundada por suos em 1852. Hoje o
Norte um roteiro essencial do novo ci-
clo cervejeiro, com destaque para as cida-
des de Joinville, Jaragu do Sul e Canoi-
nhas. O litoral tambm conta com boas
cervejarias, assim como o Sul do estado.
At na regio Oeste abundam marcas de
qualidade sejam em municpios de co-
lonizao austraca, como Treze Tlias, ou
de cultura italiana, como Chapec e Con-
crdia. Em todos esses cantos as possibi-
lidades de combinar boas cervejas com avariada gastronomia so infinitas. Por is-
so, conhecer as belezas de Santa Catarina
tendo como eixo o Roteiro das Cervejas
uma experincia inigualvel e inesque-
cvel e este livro deve ser lido como um
convite.Ein prosit!
SantaCatarina
Terradesol,mar,neve.
..
Populao:6 milhes
Municpios:293
Territrio:95,4 mil km
Litoral:561 km
Turistas:8 milhes/ano
...e cerveja
20 Cervejarias20 Tipos de cerveja produzidos
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O comeo de tudoA cerveja tornou-se uma tradio europeia por
meio dos monges da Idade Mdia e chegou a Santa
Catarina pelas mos dos colonos no sculo XIX
A cerveja no uma inveno euro-
peia. H registros de que uma bebida fe ita
da fermentao de cereais no necessa-
riamente cevada era apreciada no Egito
dos faras, h seis mil anos. H cinco mil
anos os sumrios registraram a primeira
receita para a obteno de cerveja, numa
inscrio conhecida como Pedra Azul,
hoje guardada cuidadosamente no museu
do Louvre, em Paris. A bebida teria surgi-
do na Europa por volta de 1300 a.C., na
atual regio da Catalunha, na Espanha. Emboa parte da histria sua produo esteve
associada agricultura, e por utilizar os
mesmos ingredientes do po era chama-da de po lquido. Nos monastrios da
Idade Mdia, onde a bebida se celebrizou,
o po lquido servia para aplacar a fome
dos monges nos longos perodos de je-
jum, em que eram proibidos os alimen-
tos slidos. Foram desenvolvidas ento
variedades mais encorpadas para reforar
a nutrio dos religiosos o que decertoajudou-os tambm a alcanar o sentido
do sagrado. Nesses tempos em que quase
todo o conhecimento pertencia Igreja,
as tcnicas de produo da bebida foramdesenvolvidas pelos seus mestres cerve-
jeiros, que no fizeram feio: adicionaram
o lpulo formulao da cerveja.
Ela chegou ao Brasil por mos ho-
landesas, em 1637, quando Maurcio de
Nassau aportou no Recife trazendo um
mestre de sua terra para montar uma cer-
vejaria em sua residncia oficial. A comi-
tiva de D. Joo VI, que veio de mala e
cuia para o Brasil, em 1808, fugindo da
sanha expansionista de Napoleo Bona-
parte, trouxe muita cerveja na bagagem,
e continuou importando a bebida da In-
glaterra nos anos subsequentes. Ao povo,
no entanto, restava satisfazer-se com uma
verso rudimentar da cerveja, feita em ca-
sa com ingredientes bastante heterodoxos:farinha de milho, gengibre, acar, casca
de limo e gua, com direito a algumas va-
riaes. Tratava-se da popular gengibirra.
A sede dos colonosEngana-se quem pensa que os pri-
meiros colonos alemes que chegaram a
Santa Catarina em 1829, no hoje municpiode So Pedro de Alcntara, vieram carre-
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Na Blumenau do final do sculo XIX a
cerveja produzida localmente era um artigo
importante para a vida social da cidade
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gados de barris de cerveja. Ao contrrio,
devem ter sentido muita falta dela, pois
se embrenharam em meio a densas flo-
restas tropicais (na verdade subtropicais,
situadas pouco abaixo do Trpico de Ca-
pricrnio, mas ainda assim escaldantes no
vero) e suaram muito no cabo da enxa-
da para tornar o ambiente habitvel. Mes-
mo os pioneiros da colnia de Blumenau,
que chegaram ao Vale do Itaja em 1850,
contavam somente com a brasileirssima
aguardente para relaxar depois de um dia
de trabalho rduo.
Para sorte de alguns colonos, suas
mulheres (as hausfrau, ou donas de ca-
sa) possuam avanados dotes culinrios
e produziam uma espcie de cerveja ca-
seira. Elas na verdade transformavam suas
cozinhas em laboratrios culinrios, on-
de produziam fiambres, cortes defuma-
dos e pratos sofisticados e sugestivos
como a biersuppe, uma sopa de cerveja
com passas, e o famoso marreco reche-ado (geffulte ente). J a primeira cerveja-
ria em terras catarinenses foi erguida em
1852, na Colnia Dona Francisca, atual
cidade de Joinville. O autor da proeza foi
o suo Gabriel Schmalz, que sem poder
contar com cevada elaborava sua bebida
com milho.
Essa adaptao de ingredientes,alis, uma caracterstica dos proces-
Rtulos antigos, blumenauenses de
primeira gerao brindando mesa
e equipamentos de cervejarias do
sculo XIX: a bebida tem histria
sos de imigrao. Para alguns colonos
em Santa Catarina o po de milho e o
po de aipim eram at melhores que o
po de centeio a que estavam acostuma-dos na Europa. Em lugar de trigo usava-
-se fub e farinha de mandioca e para
substituir a batata, aipim e palmito. Ba-
nanas e laranjas entraram no cardpio
em substituio s frutas europeias. Ape-
sar desse esboo de sincretismo gastro-
nmico, uma caracterstica marcante da
colonizao alem foi a luta pela manu-teno de identidade, lngua e hbitos.
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Em outras palavras, os germnicos no
eram muito de se misturar. Assim que
as colnias foram se desenvolvendo
e enriquecendo passaram a importaralimentos e ingredientes tpicos, como
chocolate, queijo fundido, vinhos e ce-
vada para as cervejar ias.
O desenvolvimento das colnias
europeias foi fundamental para a con-
formao socioeconmica do estado.
Elas trouxeram mtodos agrcolas avan-
ados e conhecimento de processosindustriais, alm de um forte esprito
empreendedor. Foram os imigrantes ale-mes, italianos, poloneses e outros que
lanaram as bases para a industrializa-
o catarinense, criando as primeirasserrarias, curtumes, laticnios, fbricas
de linguia e salsicha, indstrias tx-
teis e outras atividades. Para se ter uma
ideia de como a colonizao alem foi
bem-sucedida, Blumenau, elevada ca-
tegoria de municpio em 1880, possua
ento mais de 16 mil habitantes, cente-
nas de engenhos de farinha e acar eoito cervejarias.
As primeiras cervejariasCom sua cervejaria na Colnia Do-
na Francisca, Gabriel Schmalz iniciou uma
tradio que perdurou por meio sculo.Em 1860 foi a vez de Blumenau ganhar
sua primeira fbrica da bebida, pelas mosdo alemo Heinrich Hosang. A colnia co-
meava a organizar melhor sua vida as-
sociativa e foram criadas a Sociedade de
Canto (Gesangverein), um grupo de teatro
amador e o Clube de Caa e Tiro (Scht-
zenverein). Este era o principal cliente dacervejaria de Hosang, pois promovia gran-
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des festas em ocasies especiais, como o
natal. Um jornal de Joinville, o Kolonie
Zeitung, chegou a afirmar que nessas fes-
tas de Blumenau era enorme o consumo
de salsichas e cerveja.
A colnia demandava bons produ-
tos e em 1875 o alemo Carl Rischbieter
comeou a produzir em Blumenau, aps
tornar-se mestre cervejeiro no Rio de Ja-
neiro. Lanou as marcas Bavria, de cerve-ja clara, e Favorita (escura). Sua produo
tinha status de industrial, com capacida-
de para 100 mil garrafas anuais. Blume-
nau e a cerveja iam adquirindo um novo
perfil. Em 1890, um representante da se-
gunda gerao de imigrantes, Otto Jen-
rich, ex-funcionrio da Hosang, montou
uma cervejaria prpria com um bar ane-
xo, ao estilo das bierstubede Munique,
para vender as cervejas Estrela, Polar e
Kulmbalch. Claus Feldmann fundou sua
cervejaria em Blumenau em 1898, crian-
do marcas que ficaram na histria, comoa Massarandubense. E, em 1908, Luiz
Kaesemodel inaugurou a Canoinhense,
em Canoinhas, no Norte do estado, a 220
quilmetros de Blumenau.
Pode-se dizer que a Canoinhense foi
a ltima da primeira gerao de cervejarias
catarinenses. Infelizmente, todas sucum-
biram ante o processo de massificao daproduo e do consumo. A honrosa exce-
A Cervejaria Canoinhense
dos primeiros tempos
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o a Cervejaria Canoinhense, que hoje
se apresenta como a mais antiga do estadoe uma das mais antigas do Brasil. Em 1924
a empresa foi vendida para Otto Loeffler,
um militar da Bavria, que passou o ne-
gcio para o controle do filho, Rupprecht,
em 1938, quando ele contava apenas 17
anos. Rupprecht Loeffler dedicou-se com
paixo ao trabalho, preservando a tradi-
o at falecer, em 2011, aos 93 anos de
idade. Ele manteve a produo artesanal,
se valendo de equipamentos trazidos da
Alemanha h mais de um sculo e utili-
zando gua da mesma fonte dos tempos
da fundao da cervejaria. A decorao dobar, repleta de animais empalhados, ins-
pirada nos sales de chope de Munique,
impressionante.
A Canoinhense um museu vivo da
cerveja de Santa Catarina, que inspira a
nova gerao de empreendedores a reno-var a tradio secular do estado. Apesar da
morte do mestre cervejeiro, a histria daCanoinhense continua pelas mos da vi-va de Rupprecht, a senhora Gerda Loeffler,
de 87 anos. Ela comanda a produo dequatro tipos diferentes de cerveja: a escu-
ra N de Pinho, a Pilsen Jahu, a Mocinha,uma Pilsen clara e adocicada, e a Malzbier.
Os mesmos tipos que fizeram a fama e a
glria da Canoinhense entre os aficionadospela boa cerveja por um sculo.
Uma das ltimas imagens do mestre
Rupprecht Loeffler, falecido em 2011, e vistaexterna de sua Cervejaria Canoinhense
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O renascimento da tradioAgregando tcnicas modernas aos conhecimentos
dos imigrantes, Santa Catarina tornou-se o maior
expoente brasileiro em cervejas artesanais
O mundo cervejeiro viveu um pro-
cesso de desertificao ao longo do sculoXX. Mal comparando com o que ocorre ao
meio ambiente, a diversidade original foi
sendo gradualmente abatida pelo avano
inclemente da monocultura. No perodo,
a grande indstria cervejeira consolidou omercado, adquirindo ou inviabilizando as
pequenas empresas, e massificou o con-
sumo em torno de poucas marcas e de
praticamente um nico tipo de cerveja, a
Pilsen. Eram tempos em que se sentava
mesa de um bar e pedia-se uma cerve-
ja, pois pouca diferena havia entre qual-
quer bebida que fosse servida. Mas feliz-mente os tempos mudaram. A insatisfao
dos amantes da boa cerveja detonou um
processo conhecido por The Craft Beer
Renaissance, ou renascimento da cerveja
artesanal, que resgatou tradies da pro-
duo e do culto bebida. O processo
se traduziu primeiramente no avano da
produo caseira. O passo seguinte foi osurgimento das microcervejarias, que pas-
saram a oferecer ao mercado novos estilosde bebida. Agregaram-se inmeros predi-
cados na forma de aromas e sabores e a
cerveja virou um produto gastronmico,
ideal para combinaes com pratos diver-
sos desde aqueles conhecidos como co-mida de boteco, tambm referidos como
baixa gastronomia, at os preparados
mais sofisticados, como se ver adiante.
O mercado artesanal ainda mui-
to pequeno se comparado ao industrial
representa apenas 1% da produo totalde mais de 10 bilhes de litros de cerveja
por ano no Brasil. Mas cresce rapidamen-
te, numa razo de 15% ao ano, e h mais
de 100 cervejarias artesanais registradas
no pas, a maior parte delas na regio Sul.
Santa Catarina ocupa um espao privile-
giado nesse segmento, com jovens em-
preendedores unindo a tradio colonial tecnologia de ponta e estratgias moder-
nas de marketing. Fazendo cerveja com
variedade e qualidade, criando ambientes
para consumo junto s cervejarias para
permitir ao visitante conhecer o proces-
so de fabricao e servindo acompanha-
mentos associados cultura regional, eles
transformaram o estado no principal pal-co do renascimento da cerveja no Brasil.
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As novas pioneirasA primeira das cervejarias catarinen-
ses da nova leva emblemtica desse pro-
cesso. A Borck, de Timb, no Vale do Ita-
ja, foi criada em 1996 por Brunhard Borck,
neto do imigrante prussiano Otto Ludwig
Ferdinand Borck, que chegou ao estado em
1868. A inteno inicial era fornecer peque-
nas quantidades de cerveja para eventos
comunitrios e festas familiares, a exemplo
dos antigos cervejeiros que animavam os
encontros nos clubes de caa e tiro espalha-
dos pelo Vale do Itaja, frequentados pelo
seu av. Brunhard no poupou esforos pa-
ra fazer um produto de qualidade. Foi bus-car os equipamentos e o mestre cervejeiro
na Hungria, um dos beros da boa cerveja.
Outra catarinense, a Opa, de Joinville, tam-
bm ligada tradio cervejeira do esta-
do. Passadas cinco geraes, um grupo de
Vrios tipos de
chopes especiais
produzidos pela
Cervejaria da Ilha e
ingrediente utilizado
pela Eisenbahn:
tecnologia avanadade produo
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jovens empresrios seguiu os passos de Ga-
briel Schmalz, o suo que criou a primeira
cervejaria do estado, na mesma cidade da
Opa que significa av em alemo. Mas
ao contrrio do antigo empreendimento a
Opa, criada em 2006, foi minuciosamente
planejada. E como a pioneira, tira vantagem
de uma caracterstica nica: a gua de Join-
ville, considerada perfeita para a fabricao
da bebida por no ser necessria qualquer
retirada ou agregao de minerais.
Como essas, uma srie de cervejarias
com sugestivos nomes como Schorns-
tein, Knigs, Das Bier, WunderBier, Hei-
mat, ZeHn, Bierland, Bierbaun, Fall Bier eoutras fazem parte da j reconhecida Rotada Cerveja de Santa Catarina. Uma cerve-
jaria, entretanto, ajudou especialmente aprojetar o estado: a Eisenbahn, de Blume-
nau. Inaugurada em 2002, produz 15 tiposde cervejas baseadas em receitas seculares,
seguindo risca a Reinheitsgebot, a Lei
Alem de Pureza. Isso tudo aliado ao queh de mais moderno em tcnicas de pro-
duo, como tanques de ao inoxidvel,
leveduras cultivadas em laboratrio, mal-te e lpulo importados. Um mestre cerve-
jeiro alemo com 30 anos de experinciafoi contratado para iniciar as operaes e
o investimento em pesquisa e desenvolvi-
mento constante. A Eisenbahn tornou--se a cervejaria mais premiada do Brasil
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em concursos internacionais, levando a
locomotiva que estampa seu rtulo aos
quatro cantos do mundo. E despertou acobia de grandes cervejarias, tendo sido
comprada pela Schincariol em 2008. Com
a venda da Schincariol para o grupo japo-ns Kirin, passou a fazer parte de uma cor-
porao multinacional. Ainda assim a Ei-senbahn continua sediada em Blumenau,
sob a direo executiva dos membros da
famlia Mendes, os fundadores, que garan-tem a qualidade do produto. A Eisenbahn
a prova material do vigor e da qualida-de da nova tradio cervejeira de Santa
Catarina.
Cerveja de cara nova:
produo e instalaes
de cervejarias em
Brusque (ZeHn, na
pgina ao lado), em
Gaspar (Das Bier, em
cima) Blumenau e
Pomerode (Bierland eSchornstein, ao lado)
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Alquimistas do Sculo XXI
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Os mestres cervejeiros
catarinenses so
responsveis por
uma notveldiversidade: mais de 50
cervejas distintas so
produzidas no estado
t h poucos anos uma
cerveja podia ser de dois
tipos: estupidamente gela-
da ou desagradvel ao pa-
ladar limitado dos bebedo-
res. Mas se a pobreza sensorial
do fregus devia-se pouca oferta de ti-
pos, marcas e procedncias, hoje pode-
-se dizer que os apreciadores da boa cer-
veja vivem dias gloriosos. H dezenas de
tipos disponveis no mercado fracas e
fortes, claras e escuras, amargas e doces,
cristalinas e turvas, puro malte ou de ce-
reais diversos, muitos aromas... incluindo
todas as combinaes possveis entre es-sas e outras caractersticas e os seus meio-
-termos (por exemplo, so infinitas grada-
es no espectro que define o amargor).
No caso de Santa Catarina, as cervejarias
artesanais produzem ao menos 20 tipos
diferentes de cerveja, algumas delas oriun-
das de formulaes tradicionais desenvol-
vidas h mais de 100 anos no prprio es-tado; outras originrias de outras plagas.
Mas parar por aqui seria dizer pou-co da complexidade encontrada na be-
bida. Para cada tipo de cerveja, em cada
cervejaria, a qualidade dos ingredientes,
sua origem e o processo de fabricao
conferem predicados nicos, e portanto
uma identidade prpria a cada rtulo di-ferente que se apresenta mesa. Assim,
por exemplo, uma cerveja tipo Weizen-
bier (de trigo), produzida pela cervejaria
A, certamente ser distinta da Weizenbier
da cervejaria B. Considerando os vrios
tipos produzidos em cada uma das cerve-
jarias, temos mais de 50 cervejas diferen-
tes feitas em Santa Catarina. Leve-se em
conta que cada uma delas produz efeitos
sensoriais distintos se combinadas com
diferentes pratos e tem-se uma ideia das
possibilidades experimentais do Roteiro
das Cervejas de Santa Catarina.
Por trs de toda essa diversidade h
muita tcnica envolvida ou magia, co-
mo talvez prefiram os mais msticos, cer-tos dos poderes transcendentes da cerveja.
Digamos ento que os mestres cervejeirosso os alquimistas do sculo XXI, capazes
de selecionar e misturar ingredientes para
obteno de ouro (lquido). Nas prximaspginas alguns de seus segredos sero re-
velados, como os ingredientes e a frmula
bsica da cerveja, assim como os resulta-dos de todo esse trabalho, as dezenas de
tipos de cerveja catarinense. E, claro, o
melhor jeito de degust-las.
Instalaes e cervejeiro da
Schornstein, de Pomerode:
segredo associar equipamentos
modernos, bons ingredientese conhecimento de mestres
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O poder dosingredientes
Eles so apenas quatro,
mas a qualidade,
o processamento e
as dosagens fazem
toda a diferena
Conforme a Lei de Pureza Alem, se-
guida por quase todas as cervejarias catari-
nenses, a boa cerveja deve ter apenas qua-
tro ingredientes: gua, malte (de cevada
ou trigo), lpulo e fermento. A observn-
cia dos ditames e, claro, da qualidade
dos ingredientes faz toda a diferena noresultado final. Para se ter uma ideia da
importncia da lei alem, ressalte-se que
a legislao brasileira considera cerveja
a bebida que contm malte de cevada em
uma proporo de 50% ou mais sobre o
chamado extrato primitivo. Isso quer di-
zer que se permite a mistura de cereais
como arroz, milho e aveia na cerveja nu-ma razo de at 50%, o que torna a be-
bida mais barata e de qualidade inferior.
O malte de cevada ou trigo, que para os
mestres o responsvel pelo carter da
bebida, est 100% presente nas melhores
cervejas, conhecidas como puro malte.
Cevada/Malte
O malte obtido a partir da ceva-
da, e responsvel pelo corpo, cor e par-
te do sabor da cerveja. A cevada um
gro tpico de climas temperados, cultiva-
do quase que exclusivamente na regio
Sul. parente do trigo, tambm prprio
para a malteao. A cevada possui pou-
co acar e muito amido, o que fornece
uma boa dose de nutrientes bebida. Na
malteao a germinao da cevada (ou
do trigo) induzida e controlada, com o
objetivo de ativar enzimas (que transfor-
mam amido em acar) e tornar o ami-do mais solvel. Inicialmente realiza-se a
macerao, quando o cereal colocado
em contato com gua e ar durante alguns
dias, para em seguida brotar em uma cai-
xa de germinao. Da obtm-se o malte
verde. Interrompida a germinao, inicia-
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-se o processo de secagem. As variaes
nessa etapa que permitem a obteno
de diferentes tipos de malte claros, tos-
tados, caramelizados, defumados , que
geraro sabores e aromas distintos para
diferentes tipos de cerveja.
Lpulo
O lpulo o broto de uma trepa-
deira da mesma famlia do cnhamo, pro-
veniente de regies da Europa cujos cli-
mas lhe so propcios. Trata-se, portanto,
de um ingrediente totalmente importado,que pode ser utilizado in natura ou na
forma de pelletes (grnulos prensados).
O lpulo o responsvel pelo sabor e
aroma caractersticos da cerveja ele po-
de possuir mais de 20 substncias amar-
gas. Dentre os vrios tipos de lpulo h
60 variedades utilizadas na produo de
cerveja h aqueles que se destacam porserem aromticos e ctricos, outros leve-
mente adocicados, outros ainda picantes
etc... Por isso so muito importantes para
a alquimia cervejeira.
Leveduras
So os fungos responsveis pela fer-
mentao da cerveja, ou seja, pela trans-
formao de acar em lcool. Existem
centenas de tipos de leveduras, divididas
em duas famlias, as de alta e de baixa
fermentao, o que acaba por definir as
duas principais famlias de cerveja, a Ale
e a Lager. Enquanto fermentam os aca-
res do mosto de cereais, as leveduras ge-
ram gs carbnico, resultando na gaseifi-
cao da bebida. Tambm so agentes de
sabor e aromas.
gua
Diz-se no mundo cervejeiro que a
gua, que representa 90% da cerveja, j
no to determinante para a qualida-
de do produto, porque processos qumi-
cos industriais so capazes de garantir a
pureza e a quantidade adequada de saisminerais. Mas para os puristas da cerve-
ja artesanal no bem assim. Talvez por
que Santa Catarina possua algumas das
fontes de gua mais puras do pas... Va-
le comparar!
Pesquisa essencial para
o desenvolvimento de
cervejas com personalidade
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Na brassagem, etapa inicial do processo, o malte misturado gua aquecida para aformao do mosto. Aps a maturao a cerveja est pronta para o envase
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Acertando a misturaPasso a passo, as etapas de produo para obteno da cerveja
nessa etapa que se pem provaa arte e a habilidade dos mestres cerve-
jeiros. Seja em cervejarias primitivas, co-
mo algumas ainda encontradas em Santa
Catarina, dotadas de equipamentos cen-
tenrios e receitas ancestrais, seja nas
cervejarias mais tecnolgicas, com lu-
minosos tanques de ao inoxidvel e le-
veduras cultivadas em laboratrio paraobteno dos melhores resultados. De
um jeito ou de outro e at mesmo pa-
ra quem se arrisca a fazer cerveja em
casa, o princpio o mesmo. Como nas
coisas boas da vida, a diferena est nos
detalhes.
Brassagem
O malte descascado e modo, de-
pois misturado com gua aquecida. O pro-cesso favorece a ao das enzimas que
transformam o amido em acar fermen-
tvel. O processo dura de duas a trs ho-
ras. Aps a filtrao, obtm-se o chamadomosto primrio.
boas cepas de leveduras. Na temperaturaideal elas se multiplicam, consumindo o
oxignio. Comea ento a fase anaerbica,
na qual se d o processamento qumico
do acar, e cujos subprodutos so lcool
e gs carbnico. Em tanques fechados, a
etapa dura de quatro a 10 dias. As leve-
duras de alta fermentao agem na parte
superior do tanque, e as de baixa fermen-tao na base. So elas que definem o ti-
po de cerveja e o teor alcolico.
Maturao
o perodo de descanso da cerveja
(nesse momento chamada de cerveja ver-de), que pode durar de uma semana a 40
dias, em tanques especiais, com tempera-
turas prximas a zero grau. Durante esse
processo a cerveja incorpora aromas e ga-
nha brilho. As leveduras mortas e os res-
duos de protenas se acumulam no fundo
dos tanques, clarificando a cerveja. Aps
isso a cerveja pode ser filtrada ou no, efinalmente est pronta para ser envasada.
Cozimento ou fervuraNo tanque de fervura o mosto rece-
be o lpulo no incio do processo adi-
ciona-se o lpulo responsvel pelo amar-
gor, e ao final, o aromtico. nessas doses
que se revelam os segredos de cada mes-
tre cervejeiro. Durante a fervura a tem-
peraturas entre 80C e 100C ocorrem as
mutaes que distinguiro cor, aroma esabor da cerveja, alm da concentrao
de acar.
Resfriamento
Aps uma troca de tanque, o mosto
lupulado resfriado para eliminao de
resduos. Dependendo do tipo de cerve-ja, as temperaturas variam de 8C a 25C.
Fermentao
a hora das leveduras agirem. H
cervejarias que animam esse processo
com msica clssica ou jazz, na crena (ou
esperana) de que elas realizem um tra-balho melhor... Mas melhor contar com
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Os tiposcatarinenses
Conhea as cervejas
produzidas em Santa
Catarina em toda sua
diversidade e esplendor, e
tambm com o que cada
uma delas combina
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Santa Catarina produz os principais
tipos de cerveja existentes no
mundo. Cada tipo guarda suas
particularidades e caractersticas,
definidas pelos ingredientes e
processos de produo. Para
comear a entender e classificar
o complexo universo da cerveja,
uma grande diviso necessria,
pois existem dois troncos dos
quais se ramificam um sem-
nmero de variedades. Estamosfalando das cervejas de baixa
fermentao, ou tipo Lager, e
das de alta fermentao, as Ale.
Lager
As Lager so fermentadas em tem-
peraturas baixas, fazendo com que os
fermentos se acumulem no fundo dos
tanques. Em geral so cervejas leves e
translcidas, podendo ser claras ou escu-ras. Em outras palavras, so cervejas mais
suaves a exemplo da Pilsen, o gnero
mais consumido no Brasil e no mundo.
Apresentam sabores que remetem aos ce-
reais, e suas notas frutadas costumam ser
menos intensas. As cervejas Lager so ori-
ginrias da Alemanha.
Ale
A outra famlia de origem in-
glesa. Nas Ale a fermentao feita em
temperaturas mais elevadas, levando os
fermentos para o alto dos tanques. Co-
mo resultado tm-se cervejas mais encor-padas, escuras (opacas) e amargas. Sua
complexidade gustativa e aromtica al-
ta, assim como o teor alcolico, que pode
chegar a 12%. Podem ser claras ou escu-
ras e mesclam aromas de cereais e notas
de frutas. No devem ser consumidas em
temperaturas muito baixas.
h
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O que difere o chope da
cerveja que o primeiro
no pasteurizado
Cerveja e chope
Alm da questo da fermentao, h
outra distino essencial na categoriza-
o cervejeira. Trata-se da diferena entre
chope e cerveja. Desde os ingredientes e
ao longo da maior parte do processo deproduo, as duas bebidas so idnticas.
S que, ao final, a cerveja pasteurizada.
Isso significa que elevada a uma tem-
peratura de aproximadamente 60C e de-
pois resfriada rapidamente, para elimina-
o de micro-organismos. Por isso o seu
prazo de validade mais alto. O chope,
por no passar pelo processo, tem vidacurta. , portanto, uma bebida mais leve
e fresca que a cerveja e geralmente com
menor teor alcolico. Usualmente a cer-
veja envasada em garrafas e o chope
em barris, mas em casos especiais a si-
tuao pode se inverter. Assim como as
cervejas, os chopes podem ser dos tipos
Lager ou Ale.
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LAGER
Amber Lager
De colorao acobreada e corpo m-dio, apresenta elegantes aromas de mal-
te. Em boca seca, revela-se um pouco
amarga, com final equilibrado. tima pa-
ra acompanhar petiscos, entradas e pra-
tos leves. A Eisenbahn 5 leva uma segun-
da adio de lpulo na maturao, para
equilibrar o adocicado do malte. Paladar
de malte, caramelo, po e lpulo.Quem faz: Eisenbhan
Bock
originria do norte da Alemanha.
Por ser rica em corpo, considerada uma
cerveja de inverno. Escura, repleta dearomas de malte e seu gosto apresenta
baixo amargor, inclusive tendendo ao do-
ce. Agradvel para massas com molhos de
carne, embutidos e queijos de mdia ma-
turao. Em Santa Catarina, produzida
na forma de chope.
Quem faz: Bierbaum, Bierland, Fall Bier,
Handwerk, Knigs, Saint Bier, Schornstein e
ZeHn Bier
Dunkel
Cerveja encorpada, feita com mal-
tes torrados, possui amargor mediano em
equilbrio com sensao doce e notas aro-
mticas que lembram o caf, o carame-
lo e o chocolate. Harmoniza bem com ochurrasco e fils com molhos encorpados,
como o de funghi. Tambm vai bem com
feijoada. E com um bom charuto.
Quem faz: Bierbaum, Eisenbahn e Holzweg
Lager Hell
Pode ser considerada uma ancestral
da Pilsen, sendo ainda mais suave e no
to seca. A diferena se forma no processo
de cozimento: os acares no fermenta-
dos so mantidos no mosto, o que confere
Lager Hell um sabor mais adocicado. A
WunderBier oferece a cerveja nas verses
filtrada e no filtrada.Quem faz: WunderBier
Malzbier
Escura, de espuma encorpada, essacerveja, de origem alem, recebe adio de
acar, tem sabor levemente adocicado eacentuado teor nutritivo. Boa para acom-
panhar sobremesas com chocolate e caf
na sua formulao. Popularmente indi-cada para mulheres em fase de amamen-
tao, mas diga-se que isso no reco-
mendvel devido ao teor alcolico de 4%.Quem faz: Borck, Canoinhense e Knigs
Pilsen
a cerveja mais popular do mundo,
respondendo por nada menos que 80%
do consumo global. Nascida na cidade
de Pilsen (Plzen), na antiga Bomia, hoje
territrio da Repblica Checa, transl-cida e suave. De colorao amarela-clara,
tem espuma abundante, com final de boca
que revela um delicado amargor. Combi-
na com preparos tambm leves, como en-
tradas, petiscos e pratos base de carnes
brancas e frutos do mar. Vai bem com sal-
sichas, pratos da culinria alem e queijos
semiduros. As vrias marcas catarinensesapresentam variaes mais ou menos en-
corpadas, de maior ou menor amargor. A
Eisenbahn oferece a Pilsen Orgnica, fei-
ta com ingredientes sem agrotxicos ou
fertilizantes sintticos.
Quem faz: Todas as cervejarias
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ALE
Brown Ale
De origem inglesa, tem baixo teorde lpulo, portanto no muito amarga.
O malte especial com que elaborada lhe
proporciona cor intensa. Normalmente en-corpada, com notas doces, pode acompa-
nhar sobremesas com sabor intenso. Teor
alcolico de 6,5%.
Quem faz: Das Bier
Klsch
A cerveja originria de Colnia, na
Alemanha, produzida em Santa Catarina
com quatro tipos de malte, entre eles o de
trigo. De corpo leve, tem colorao dou-
rada. O paladar seco, com baixo amar-gor. Apresenta notas levemente frutadas
em seus aromas. Excelente para saladas,
pratos com frutos do mar e ostras in na-
tura, bem como para acompanhar pratos
da culinria oriental.
Quem faz: Eisenbahn
Kulmbach
Cerveja de origem alem, de cor es-
cura. Aromas tostados com notas de caf.
Boca fresca, com leve amargor final, do
a ela o tom gustativo. Acompanha pratos
de carne assada, cozidos intensos e podeficar interessante com ostras, numa har-
monizao radical. A produzida em Santa
Catarina pela Canoinhense tem baixo teor
alcolico: 3,2%.
Quem faz: Canoinhense
Pale Ale
Sua origem inglesa. Possui cor aco-breada, notas de especiarias, lpulo, cara-
melo e amargor acentuado no final, mas
h variaes. O subtipo Mild Ale mais
suave, enquanto a Indian Pale Ale e a
American Pale Ale so mais amargas, e
com teor alcolico mais elevado (at 7,5%,contra 5% das tradicionais). Vai bem com
salsichas, salames, chucrute e carnes com
tendncia mais adocicada, como as de
porco e de carneiro. Combina com quei-
jos intensos, com tendncia cida ou doce.Quem faz: Bierland, Das Bier, Eisenbahn,
Opa Bier e Schornstein
Porter
uma cerveja forte, feita com malte
torrado e muito lpulo. Sua cor pode va-
riar do castanho ao preto. Ao olfato revela
aromas tostados, com notas de chocola-
te e caf. Tem muita espuma e amarga,podendo apresentar toques que lembram
caramelo. Pode ser tambm de baixa fer-
mentao. Acompanha pratos intensos de
carne e inclusive a feijoada.
Quem faz: Bierbaum, Fall Bier, Opa Bier e
ZeHn Bier
Rauchbier
Rauch significa fumaa em alemo.
Especialidade da cidade alem de Bam-
berg, produzida a partir de maltes de-
fumados. Tem colorao avermelhada e
paladar seco, com sabor levemente defu-
mado. Acompanha bem embutidos e lin-guias defumados, costelinha de porco
assada com molho barbecue, moluscos,
queijos defumados e pratos preparados
com esses ingredientes. uma opo tam-
bm para o charuto.
Quem faz: Eisenbahn
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Strong Golden Ale
Dourada e de alto teor alcolico
(8,5% no caso da Eisenbahn), esta cerve-
ja tem origem inglesa mas utiliza um fer-
mento de origem belga. Apresenta inten-
sos aromas frutados, de especiarias, notasde lpulo e lcool e corpo generoso.
indicada para queijos fortes, E Combina
bem com carnes vermelhas.
Quem faz: Bierland e Eisenbahn
Stout
uma cerveja muito amarga e escu-
ra, quase preta, que apresenta notas de
caramelo e caf. forte e aromtica, pois
tem grande concentrao de malte e l-
pulo. Sua origem irlandesa. A gradua-
o alcolica varia: pode ser baixa ou de
at 12% no tipo Imperial Stout.
Quem faz: Bierland, Saint Bier e Schornstein
Weihnachts Ale
uma receita especial de Natal, com
teor alcolico mais elevado e presena
marcante do lpulo. Em estilo belga, re-
vela aromas frutados e sabor encorpado.
Quem faz: Eisenbahn
Weizenbier
Cerveja de trigo leve e fresca, tem
colorao naturalmente turva. Apresenta
aromas frutados e notas de especiarias,
como o cravo. Seu corpo denso e tem
espuma abundante, o que a torna muitogastronmica. Vai bem com carnes gor-
durosas e condimentadas, pratos p icantes
das culinrias orientais, antepastos italia-
nos e petiscos alemes, como o roll mops
e queijos com mofo branco.
Quem faz: Bierbaum, Bierland, Borck, Cer-
vejaria d Ilha, Das Bier, Eisenbahn, Fall Bier,
Opa Bier, Saint Bier, Schornstein, Strauss Biere WunderBier
Weizenbock
Feita de trigo e no-filtrada, essa cer-
veja escura encorpada, com mdio amar-
gor, aliando caractersticas da Weizen e daBock. Possui espuma densa e um com-
plexo aromtico que revela frutas, espe-
ciarias e toques de torrefao. Combina
com queijos intensos, pratos da culinria
chinesa e cozidos de carne.
Quem faz: Eisenbahn
ESPECIAISAlgumas cervejas ou derivaes no
cabem nas categorias bsicas de baixa e
alta fermentao. Fabricantes catarinenses
oferecem opes interessantes para quemgosta de experimentar.
Champenoise
Trata-se de um hbrido, que mui-
tos sequer consideram cerveja. Depois da
fermentao e maturao na cervejaria, acerveja verde vai para uma vincola. Re-
cebe fermentos e passa pelo processo tra-
dicional de produo de champanhes desegunda fermentao na garrafa, ao lon-
go de trs meses. Ganha corpo, aromase perlage. Tem sabor frutado e paladar
refrescante, tendendo ao doce. Indicada
para acompanhar pratos elegantes de car-nes leves e frutos do mar, sushi, queijos
intensos da famlia grana padano e quei-jos com leite de cabra e ovelha. Tambmacompanha sobremesas leves, com frutas e
cremes. A Eisenbahn produz a Lust Cham-penoise e a Eisenbahn Lust Prestige. Esta,
depois da segunda fermentao, entra naetapa chamada cuve, que dura um ano.Quem faz: Eisenbahn
il d d j
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Destilado de cerveja
Uma vez que o chope est pronto,
isto , a cerveja ainda no est pasteuri-
zada, inicia-se o processo de destilao.
O resultado uma bebida com paladar
semelhante ao do usque, porm comamargor diferenciado devido presen-
a do lpulo.
Quem faz: Bierbaum
Licor de cerveja
feito a partir da cerveja tipoDunkel. Apresenta agradveis aromas de
caf e chocolate. timo como aperitivo
ou para acompanhar queijos fortes, co-
mo gorgonzola e roquefort, sobremesas e
charutos. O Bierlikr da Eisenbahn su-
ave e refinado, com notas de chocolate,
caf e baunilha e teor alcolico de 30,5%.
Quem faz: Eisenbahn
A cerveja Bock, encorpada
e de baixo amargor,
considerada uma
bebida de inverno
A t d b b
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A arte de beber(e de servir, cheirar...)
Com tantos tipos diferentes de cerveja para experimentar, convm
conhecer as regras gerais e a melhor maneira de degustar cada um deles
Georg Nuber, neto
de imigrantes,
resgatou a tradio
em Indaial, com a
Heimat. Na outra
foto, bar da ZeHn,
em Brusque
A complexidade do universo cerve cervejas mais aromticas pedem copos ar Olfativa
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A complexidade do universo cerve-
jeiro sugere rituais especficos para sua
degustao e prticas diferenciadas para
os tipos existentes. No nada to radical
quanto ocorre com o vinho, para o qualmuitos puristas (tambm conhecidos como
enochatos) no aceitam qualquer desli-ze na degustao ou harmonizao. Com
a cerveja tudo mais leve. Ainda que um
determinado copo no seja considerado oideal para extrair as melhores qualidades
de um determinado tipo, sua qualidadeno ser comprometida de modo termi-
nal. Mas, para aproveitar ao mximo as
boas cervejas, h algumas regras de ouro.
Temperatura
As caractersticas das Lager so maisbem notadas entre 3C e 5C. As Ales,
mais ricas em aromas e sabores, devem
ser servidas entre 5 e 10.
Copos
O formato ajuda na degustao. Os
retos, com a base um pouco mais estreitado que a boca, so melhores para as cer-
vejas mais leves, as do tipo Lager. A tulipa
ajuda na percepo dos aromas e na for-mao da coluna de gs carbnico. J as
cervejas mais aromticas pedem copos ar-redondados, com haste e bojo largo, que
se fecha medida que a curva termina. Osbojudos realam o bouquet e a consistncia
das cervejas encorpadas. J as cervejas detrigo so mais bem apreciadas em copos de
corpo delgado e boca bojuda, pois a espu-ma se concentra no topo e abre o leque de
aromas. Quanto ao tamanho dos copos, os
pequenos e mdios so melhores para as
Lager, pois elas no devem esquentar nocopo. O mesmo problema no ocorre com
as Ale, que pedem copos maiores, impor-tantes para a definio do sabor. Detalhe
importante: em qualquer caso os coposdevem ser transparentes (tanto faz se de
vidro ou cristal) para que se possa obser-
var a colorao e a formao de espuma.
Anlises:
Visual
Revela cor, brilho, limpidez ou tur-
bidez, as bolhas e a espuma. Cervejas co-
mo a Pilsen devem ser lmpidas, brilhan-
tes e apresentar uma bela coroa, que se
sustente por no mnimo dois minutos. J
uma Weizenbier, de trigo e no filtrada,
normalmente turva e tambm apresenta
uma imponente coroa de espuma.
Olfativa
O leve agitar do copo pode revelar
toda a complexidade e qualidade arom-
tica de uma cerveja. No caso das Lager,
aromas de cereais, malte e lpulo. Nas
escuras se revelam aromas de torrefao,caf e chocolate. Nas Ale, notas ctricas e
florais, vindas do lpulo, e aromas fruta-
dos, como de banana, papaia e abacaxi,
entre outros. Notas de especiarias (cravo,
por exemplo) podem aparecer em Ale.
Aromas que lembram manteiga no so
desejveis, pois costumam indicar defei-
to na cerveja.
Gustativa
Deve-se tomar um gole e fazer a be-
bida girar pela boca, para que contamine
o paladar e diversas sensaes sejam ob-
tidas. Deve-se tentar perceber a intensida-de e o equilbrio entre os quatro saboresbsicos: doce, salgado, cido e amargo. O
corpo de uma cerveja, resultado da fora
alcolica e da soma dos demais compo-
nentes, tambm se sente na boca. O equi-
lbrio de todas essas sensaes refora a
qualidade da bebida.
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36 Os roteiros
Por onde passam as
tradies e a riquezacultural de Santa
Catarina h sempre um
bom caneco da bebida
a sugerir experincias
nicas e inesquecveis
anta Catarina uma expe-
rincia inesquecvel. Quem
visita o estado reconhece isso,tanto que Santa Catarina foi eleita
em 2011, pela quinta vez conse-
cutiva, o melhor destino turstico
do Brasil pela revista Viagem e
Turismo, da Editora Abril. As mo-
tivaes da preferncia so conhecidas
e passam pela diversidade de atraes e
belezas naturais, tudo associado a uma ri-queza cultural impressionante. Essa com-
binao oferece ao visitante a possibilida-
de de vivenciar experincias nicas, que
associam emoo ao conhecimento.
Conhecer o estado tomando por ba-
se os roteiros da cerveja uma proposta
nova e incomparvel. Pois alm de pro-
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37da cerveja
porcionar prazer, em Santa Catarina cerve-
ja cultura. Alm de encantar o visitante,
esse tipo de turismo temtico, a exemplodo que realizado em pases europeus
e regies brasileiras como o Vale dos Vi-
nhedos, no Rio Grande do Sul, impulsio-
na economias regionais e une cidades.
No caso de Santa Catarina, pode-se dizer
que os roteiros so frutos da associao
perfeita de trs grandes caractersticas: as
belezas naturais, a riqueza cultural e a vo-cao empreendedora. Ao retomar antigos
conhecimentos e tradies revestindo-os
com elevada tecnologia e marketing mo-
derno, a atual gerao de empreendedo-
res cervejeiros catarinenses criou uma no-
va atividade no estado.
Os caminhos da cerveja vo alm
do Vale do Itaja (tambm conhecido por
Valeu Europeu, ou Vale Germnico) e das
atraes de outubro. Encontra-se boa cer-veja e ambientes propcios para degust-
-la e experimentar combinaes com pe-
tiscos tpicos em vrias regies, e no ano
inteiro. O mapa a seguir resume as princi-
pais opes de roteiros pelas diversas regi-
es do estado. Na sequncia, cada regio
ser apresentada, com destaque para suas
principais cidades, assim como para suasrespectivas cervejarias. Tudo temperado
com um pouco de histria de cada uma,
o que produzem e quais os horrios e as
condies de visitao. A interseo entre
a boa cerveja e os demais atrativos e as-
pectos culturais apresentados certamente
resultar numa nova e rica experincia.
Distncias roDovirias em
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relao a Florianpolis
cdd KBelo Horizonte 1.286Braslia 1.698Campo Grande 1.305Curitiba 310
Fortaleza 3.838Goinia 1.536Manaus 4.343Natal 3.662Porto Alegre 470Recife 3.375Rio de Janeiro 1.144Salvador 2.682So Paulo 705
cdd KBlumenau 157Brusque 121Canoinhas 352Concrdia 459Cricima 197Forquilhinhas 212Gaspar 132Ibirama 218Indaial 166
Jaragu do Sul 189
Joinville 194Lontras 201Pomerode 167Presidente Getlio 228
Timb 171Treze Tlias 419
cdd KAssuno (Paraguai) 1.331Buenos Aires (Argentina) 1.539Montevidu (Uruguai) 1.360Santiago (Chile) 2.885
-
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Um pedacinhoV l d It j
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Um pedacinho
Com destaque para a cultura alem, a regio
fortemente marcada pela presena de diversas
etnias europeias e pela abundncia de boa cerveja
Vale do ItajaVale Europeu, como tambm
designado o Vale do Itaja, con-
siderado a regio mais alem doBrasil. Natural, portanto, que se-
ja um importante polo cervejeiro.
Dentre as regies catarinenses que con-
tam com cervejarias estruturadas, a que
se destaca pelo maior nmero de estabe-
lecimentos e, portanto, o eixo principal
da Rota da Cerveja de Santa Catarina. At
meados do sculo XIX a regio no entor-no do rio Itaja-Au, circundada por mon-
tanhas verdejantes, era habitada apenas
por ndios das etnias Kaingang, Xokleng
e Botocudo, e algumas poucas famlias
de imigrantes europeus. Os germnicos
s chegaram para valer aps 1850, con-
fiando no projeto colonizador do filsofo
alemo Dr. Hermann Blumenau. Pode-se
afirmar que fizeram uma aposta certeira:
Blumenau tornou-se a cidade de coloni-
zao alem mais influente do pas, abri-
gando o maior polo txtil brasileiro.
Ao longo do sculo XX, quase 40
desmembramentos de territrio de Blu-
menau deram origem a novos municpios,conformando a regio que hoje se conhe-
ce por Vale do Itaja. A influncia germ-
da Europa
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da Europa
nica elevada na regio, destacando-se
a arquitetura, a culinria, o idioma dia-
letos germnicos so utilizados por fam-lias como primeiro idioma at hoje , o
artesanato, as festas tpicas, as ruas flori-
das e os jardins bem cuidados. Na maior
parte dos municpios a cultura germnica
preponderante, mas no nica. H ci-
dades como Itaja, Rodeio e Nova Trento
com predominncia da cultura italiana.
Os italianos chegaram regio cerca de25 anos depois dos alemes. H tambm
poloneses, suos, eslavos e descendentes
de portugueses, que habitaram o Vale do
Rio Tijucas e posteriormente se desloca-
ram para o Vale do Itaja.
Foi o descendente de um prussia-
no (a Prssia localizava-se no atual nor-
te da Alemanha) que fundou em Timb,
uma cidadezinha vizinha a Blumenau, a
primeira das cervejarias da nova gerao
no estado, a Borck, em 1996. O modelo
das cervejarias alems, caracterizadas pelobar anexo fabrica, tanques de fabricao
expostos aos clientes e acompanhamento
de comidas tpicas, est presente em v-
rias cidades do Vale do Itaja, como Brus-
que, Pomerode, Gaspar, Indaial, Ibirama,
Vista de Blumenau com
o Rio Itaja-Au e detalhe
do Museu da Cerveja:
influncias notveis da
colonizao germnica
Presidente Getlio e Lontras, alm, cla- pelos amantes da cerveja. A Oktoberfest,
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ro, de Blumenau. Conhecidos pelo espri-
to festeiro, os moradores do Vale gostam
de comer e beber para celebrar. O rotei-
ro das cervejarias valoriza as cidades e a
gastronomia regional. A cerveja acompa-
nha petiscos como salsichas ao molho demostarda e raiz-forte, bolinhos de batata e
rollmops, que so enroladinhos de fils dearenque cru, e pratos tpicos como o chu-
crute (repolho fermentado e salmoura),
marreco com repolho roxo, joelho de por-
co (eisbein) e bisteca de porco (kassler).
BlumenauCom cerca de 300 mil habitantes,
Blumenau a cidade-polo do Vale do Ita-
ja. Ao longo de sua trajetria de cresci-
mento desenvolveu uma pujante inds-
tria, com destaque para os setores txtil e
de confeces. Tambm se destacam os
setores metalmecnico e de informtica
alm do de bebidas, claro. Hoje em
dia, mais do que um centro industrial,
um dos mais importantes polos de servi-
os de Santa Catarina, com destaque para
o turismo. Oferece boa infraestrutura ho-
teleira, gastronmica e de servios, alm
de fcil acesso s cidades de seu entor-
no. O poderio de Blumenau para a rea-
lizao de grandes eventos conhecido
realizada desde 1984, anualmente, e com
18 dias de durao, atrai perto de um mi-
lho de pessoas e considerada a maior
manifestao de cultura alem fora da Ale-
manha. A cidade possui o maior Centro
de Eventos de Santa Catarina, o ParqueVila Germnica.
Blumenau um privilegiado cen-
tro de compras, oferecendo os tradicio-
nais artigos txteis e cristais, alm de mui-tos outros produtos exibidos nas lojas da
belssima Rua XV de Novembro, o centropulsante da cidade. Blumenau tambm
conhecida pelos cuidados com o meio am-biente, tendo trs parques protegendo a
mata atlntica em seu entorno: os parques
Spitzkopf, So Francisco de Assis e Artex.
Alm da Oktoberfest e das vrias
cervejarias, Blumenau oferece aos apre-
ciadores a oportunidade de conhecer o
Museu da Cerveja, o nico do gnero no
Brasil. Pode-se tomar o museu como pon-
to de partida para o circuito das cerveja-
rias. L so fornecidas informaes sobre
os mtodos de produo e as rotas que
podem ser seguidas para apreciao da
bebida. O museu permite um vislumbre
dos primrdios da cerveja na regio, pois
mantm peas antigas como geladeiras,
termmetros, arrolhadores e balanas do
sculo XIX e incio do sculo XX.
receber uma aula sobre a histria da cer-
b d b b d lAU
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Fundada em 2002, a Eisenbahn al-
canou status de estrela internacio-
nal, pois j amealhou importantes prmios,
medalhas e menes em concursos de di-versos pases, tornando-se a cervejaria bra-
sileira mais premiada no exterior. Os re-
sultados obtidos so frutos de um projeto
muito bem elaborado pela famlia Mendes,
de Blumenau. Eles adotaram o conceitode cerveja artesanal, produzida de acordo
com a Lei Alem de Pureza, mas no abri-
ram mo de equipamentos sofisticados ematrias-primas da melhor qualidade. Tu-
do costurado por uma boa estratgia demarketing, como o prprio nome e rtulo,
que remetem s tradies germnicas e
Blumenau antiga. Eisenbahn significa fer-
rovia em alemo, numa referncia esta-
o de trem do bairro onde fica a empresa.
O Bar Estao Eisenbahn separa-
do da fabrica por uma parede de vidro, e
dele pode-se acompanhar a produo. Ocardpio inclui salsichas de diversos tipos
e canaps da tradicional linguia tipo Blu-menau. As cervejas podem ser encontradas
em mercados, bares e casas especializadas
no pas todo, mas a cervejaria reserva tra-tamento especial para quem visita a fbri-
ca. L, pode-se acompanhar a produo,
vejaria e sobre os tipos da bebida, alm
de degustar um chope tirado diretamentede um dos tanques de fabricao.
A Eisenbahn foi adquirida em 2008
pelo Grupo Schincariol, que, por sua vez,
teve o controle acionrio comprado pe-la japonesa Kirin em 2011. A essncia da
cervejaria guardada pelo mestre cerve-
jeiro Gerhard Beutling, o mesmo que cui-
da do sabor da Eisenbahn desde os seus
primrdios.
Cervejas Dunkel, Kolsch, Pale Ale, Pilsen, Pilsen
Orgnica, Weihnachts Ale (sazonal), Weizenbier,Weizenbock, Rauchbier, Strong Golden Ale,
Oktoberfest (sazonal), Amber Lager, Lust e Bierlikr.
Chopes Dunkel, Pilsen, Pale Ale e Weizenbier.
Servio Visitao da fbrica: segunda a sbado,
das 14 horas s 19 horas, com visitas de hora
em hora. Agendamento: (47) 3488-7307. Preo:
R$ 5,00, com degustao de chope retirado do
tanque.
Bar Estao Eisenbahn: segundas a quartas-feiras,
das 16 horas s 24 horas. Quintas e sextas-feiras
das 16 horas at 01h da manh. Sbados das 10
horas at 01h da manh.
Endereo Rua Bahia, 5.181 | Salto Weissbach |
Blumenau | (47) 3488-7371 | www.eisenbahn.com.br
BLUMENA
Harmonizaes com petiscos
( esq.), o bar da cervejaria e
produtos da Eisenbahn: cervejaria
mais premiada do Brasil
Num outro roteiro turstico de Blu-
d Vil I di
Cervejas Pilsen, Weizen, Pale Ale, Bock,
AU
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menau, o da Vila Itoupava, distante cerca
de 25 quilmetros do centro, tambm se
pode encontrar resqucios da velha tradi-
o cervejeira. O Centro Cultural da Vila
Itoupava funciona na sede da antiga Cer-
vejaria Feldmann, fundada pelo mestrecervejeiro Heinrich Feldmann em 1898,
e que perdurou at 1978. O estilo arqui-
tetnico preserva paisagens e costumes
que remetem Alemanha e ao passado
da colonizao do Vale do Itaja. Cerca
de 90% dos moradores da regio falam
alemo fluentemente e produzem cho-
colates caseiros, doces, compotas e lico-res artesanais.
J o contato com a nova tradio cer-vejeira, que associa inmeras variedades
de bebida aos petiscos tradicionais, porm
modernizados, pode iniciar-se pelo bairroSalto Weissbach, onde se encontra a cer-
vejaria Eisenbahn. Do outro lado da RuaBahia, onde situam-se suas instalaes,
funcionava a antiga estao de trem do
bairro, que acabou inspirando o projetovencedor da famlia Mendes, cujas garra-
finhas de cerveja estampam uma locomo-tiva no rtulo.
Outros roteiros fundamentais para
se capturar o esprito de Blumenau so
conhecer as construes em estilo enxai-
mel com empenas voltadas para a late-
A Bierland foi fundada em 2003 por
trs jovens empresrios do comrcio que
queriam se lanar na produo de alimen-tos. Pesquisando o mercado e suas verda-
deiras vocaes, optaram por abrir uma
cervejaria, que afinal alcanou grande su-
cesso. Em 2011 a Bierland recebeu meda-
lha de prata no respeitado concursoBier-
land Vienna, no European Beer Star. Os
jurados avaliaram cor, aroma e sabor de
cervejas do mundo todo, premiando ascomprometidas com o modo tradicionaleuropeu de produzir a bebida como o
respeito Reinheitsgebot. Mesmo seguindo
risca a tradio, na Bierland tudo feito
com maquinrio moderno, como tanques
inox e moinho prprio para triturar oscomponentes, e controle microbiolgico.
Localizada em Itoupava Central,
bairro tradicional de descendentes de
imigrantes alemes, possui um bar de
fbrica com decorao inspirada nas cer-
vejarias europeias, em estilo rstico e
separado da fbrica por uma parede de
vidro. Dentre os petiscos esto lombo e
picanha defumados, salame cracvia, lin-
guias e salsichas. Na fbrica, bebe-se o
chope direto da fonte.
Vienna, Imperial Stout e Strong Golden Ale.
Chopes Pilsen, Weizen, Pale Ale e Winebier
(chope de vinho).
Servio Visita fbrica: previamente agendada,de segunda a sexta-feira, a partir das 8 horas at as
17 horas. Sbado das 8 horas s 11 horas.
Bar: de tera a sexta-feira das 15h30min at a meia-
noite e aos sbados das 10 horas meia-noite.
Endereo Rua Gustavo Zimmermann, 5.361
Itoupava Central | Blumenau | (47) 3323-6588
www.bierland.com.br
BLUMENA
Produtos da Bierland, com destaque
para a Strong Golden Ale (no centro) e
bar da cervejaria: chope direto da fonte
PomerodeO i i d P
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Casa tpica de Pomerode: estilo enxaimel
e jardins floridos so a marca registrada
da cidade mais alem do Brasil
ral, varandas frontais e guas-furtadas e
os fartos cafs coloniais que oferecem ummix de bolos, pes, geleias, tortas, sucos e
frios. H ainda a possibilidade de conhe-
cer algumas das principais indstrias da
cidade, que so abertas visitao turs-
tica em horrios determinados. Os desta-
ques so as cristalerias (Cristal Blumenau
e Glaspark) e a Cia Hering, uma das mais
antigas e atualmente a maior companhia
txtil do pas, que mantm um museu com
a sua histria e a da cidade. Dentre as
empresas que podem ser visitadas est a
Cachaas Inox, uma destilaria de cacha-
a premium que se destaca em concursos
internacionais. Uma sugesto para quem
quiser dar um tempo na cerveja.
O pequeno municpio de Pomero-
de, de 28 mil habitantes, pode ser consi-
derado uma radicalizao de Blumenau
quando se leva em conta as tradies ger-
mnicas. Pomerode se emancipou de Blu-
menau em 1959, cerca de 100 anos aps oincio da colonizao da regio, por imi-
grantes vindos da Pomernia, regio no
norte da Alemanha. Se autointitula (e
amplamente reconhecida como) a cidade
mais germnica do Brasil, porque quase
todo mundo tem ascendncia germnica,
se comunica em dialetos alemes e mui-
tas casas so construdas no melhor esti-lo enxaimel, com jardins floridos e cuida-
dosamente mantidos. Quem transitar pela
Rota do Enxaimel ter a oportunidade de
ver 100 casas tombadas pelo patrimnio
histrico.
As tradies tambm so mantidas
por meio das festas, da msica e da gas-
tronomia. A maior festa da cidade, a Fes-
ta Pomerana, acontece em janeiro, mas
ao longo de todo o ano a animao ga-
rantida por bandinhas tpicas, grupos fol-
clricos, clubes de caa e tiro e at mes-
mo por corais ligados a igrejas e clubes
sociais, alm de um considervel jardim
zoolgico. Mas ao mesmo tempo a cida-
dezinha oferece muita tranquilidade para
quem procura paz de esprito. De um jei-
Detalhes e a sede da WunderBier
em Blumenau: visitante pode
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A cervejaria WunderBier foi criada
em 2007, para participar da Oktoberfest,e desde ento se firmou como uma das
principais do gnero na cidade. A ideia
foi do empresrio Bento Linhares, dono
de restaurantes na cidade, que convidou
o mestre cervejeiro Fabio Steinbach a par-
ticipar do projeto. Steinbach um aficio-
nado que desde garoto ajudava o av a
fazer, em casa, a cerveja que os adultosda famlia consumiam. J adulto, produ-
zia a prpria cerveja em seu stio, usan-
do um fogo a lenha e experimentando
diversos ingredientes, at que se agregou
WunderBier, que hoje tem capacidade
para produzir 30 mil litros/ms.
O prdio do bar de fbrica da Wun-
derBier, em estilo enxaimel, foi projeta-
do para que o visitante acompanhe do
salo os passos da fabricao das be-
bidas. D para ver de perto como so
elaborados os chopes degustando petis-
cos e pratos tpicos como o Bockwurst
e Weisswurst salsichas alems acom-
panhadas de diferentes tipos de mostar-
das e raiz-forte.
Cervejas Pilsen, Lager Hell, Schwarzbier
(chope escuro), Hefe-weinzen (trigo) e
Winebier (chope de vinho).
Servio
Visita fbrica: segunda a
sexta-feira, das 9 horas s 11 horas e das
15 horas s 17 horas, com agendamento.
Bar: de tera a domingo, a partir das
18 horas.
Endereo Rua Fritz Spernau, 155
Fortaleza | Blumenau | (47) 3339-0001
www.wunderbier.com.br
BLUMENAU em Blumenau: visitante pode
acompanhar a produo de cerveja
to ou de outro, em Pomerode tudo pode
ser acompanhado por uma excelente cer-
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ser acompanhado por uma excelente cer
veja. A Schornstein, uma das cervejarias
artesanais mais conhecidas do estado,
sediada na cidade, ocupando o espao de
uma antiga fbrica.
BrusqueA colnia de Brusque foi fundada
em 1860 por um nobre austraco, o Ba-
ro Von Schneeburg, que foi seguido em
sua navegao triunfal rio acima por um
grupo de esperanosos colonos alemes.
Hoje a Praa Von Schneeburg o princi-pal endereo da cidade, e nela funciona
uma choperia tpica. Mas a principal cer-
vejaria da cidade, a ZeHn Bier, que tem
mais a dizer sobre a Brusque que se de-
senvolveu desde ento. A cervejaria um
projeto do fundador de um dos maiores
grupos industriais da cidade, o Zen, do
setor metalrgico. Aps anos frente do
grupo que criou com o irmo em 1960,
Hilrio Zen decidiu dedicar-se produ-
o de cerveja.
Desde os primrdios da coloniza-
o, Brusque se destacou pelo pioneiris-
mo industrial. Algumas de suas fbricas,
como a Renaux, de tecidos, belssima,
construda em tijolos, conservam as anti-
gas caractersticas. Se a indstria a base
da economia local, a venda de seus pro-
dutos transformou a cidade num grande
polo comercial de vesturio e artigos de
cama, mesa e banho. Brusque possui umorquidrio e um bromelirio e se destaca
em duas modalidades de turismo bastan-
te distintas: o religioso e o de aventuras.
Uma fazenda modelo retrata a vida dos
primeiros colonizadores. A principal festada cidade a Fenarreco Festa Nacional
do Marreco , que integra o roteiro de
festas de outubro.
Construes em estilo germnico em
Brusque: cidade um importante centro
industrial e comercial do Vale do Itaja
Chopes Pilsen (filtrado e no filtrado) Braunes
Ale, Weizen e Pale Ale.
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Cerveja, sossego, muito verde e
at uma boa pescaria o que oferece aDas Bier Chope Artesanal, instalada jun-
to a um lago no belo bairro rural de Bel-
chior Alto, em Gaspar. A antiga casa do
primeiro morador do lugar, do incio do
sculo passado, foi restaurada e ampliada
para abrigar a cervejaria, inaugurada em
2006. Paredes de vidro separam a fbrica
do bar onde podem ser degustados cin-co tipos de chope, dentre eles o Braunes
Ale, com traos de chocolate e perfume
de lpulo. No final de 2011 foi lanado
o chope Pale Ale, uma escolha do pbli-
co, que votou em uma promoo realiza-
da atravs das redes sociais. No total, a
cervejaria produz 250 mil litros por ano.
A cervejaria possui ainda uma espcie de
poro em estilo medieval, onde funciona
uma cachaaria, a Schnapskeller.
No bar da Das Bier so servidos pe-
tiscos de diversos tipos, incluindo opes
da gastronomia tpica alem como oHa-
ckepetere um mix de salsichas. E, para as
refeies, marreco recheado com repolho
roxo, fils de tilpia eKassler, alm de op-
es de carne e peixe.
GASPAR
Ale, Weizen e Pale Ale.
Servio Bar e fbrica (esta com agendamento
prvio): quarta a sexta-feira, das 17 horas s
24 horas. Sbados, das 15 horas s 24 horas.
Domingos, das 11h30min s 19 horas.Espao Pesca e Lazer: sextas, das 14 horas s
18h30min. Sbados e domingos, das 7h30min s
18h30min.
Endereo Rua Bonifcio Haendchen, 5.311
Belchior Alto | Gaspar | (47) 3397-8600
www.dasbier.com.br
Sede da Das Bier e o peculiar poro em
estilo medieval onde tambm funciona
uma cachaaria, a Schnapskeller
Cervejas e chope Pilsen
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O proprietrio da Heimat, Georg
Nuber, resgatou a receita da cerveja ca-seira fabricada pelos seus ancestrais na
Idade Mdia e trazida ao Brasil pelo av,que era natural de Lindau, no sul da Ale-
manha, no incio do sculo passado. Ge-
org fez um curso de mestre cervejeiro no
Rio de Janeiro e em 2005 fundou a cerve-jaria, adaptando a receita do av s novas
tecnologias e ingredientes obtendo seuchope Heimat, do tipo Pilsen. Heimat sig-
nifica Terra Natal em alemo. A receita
e o processo de fabricao so os mes-
mos para o chope (comercializado em
barris) e para a cerveja, engarrafada em
embalagens long neck. A cervejaria tem
capacidade para produzir 1.500 litros/dia.
No h bar na fbrica, mas visitas
para conhecer as instalaes e eventu-
almente tomar um chope direto da fon-
te so permitidas desde que agendadas
com antecedncia. Oferece suvenires co-
mo bons, canecas, camisetas e copos.
INDAIAL Servio Visita fbrica: de segunda a sexta-
feira, das 14 horas s 17 horas.
Endereo Rua Marechal Deodoro da Fonseca,
1.498 | Bairro Tapajs | Indaial | Fone: (47) 3333 1793
Instalaes da Heimat: cervejaria
tem capacidade de produo
de 1.500 litros por dia
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A Cervejaria Borck, de Timb, tem a honra de ter sido
a primeira da leva de novas e modernas cervejarias artesanaiscatarinenses. Inaugurada em 1996, ela fruto do sonho do pro-
prietrio Brunhard Borck, ex-bancrio que largou o emprego,juntou as economias e foi para a Hungria comprar equipamen-
tos e buscar o mestre cervejeiro que o ajudou a implantar onegcio. No incio a cervejaria apostou no diferencial das cer-
vejas Ale, de alta fermentao, mas acabou migrando para otipo Pilsen, mais palatvel para o consumidor brasileiro mdio.
Quinze anos depois da fundao o mestre cervejeiro seu
filho, Tiago Borck, engenheiro qumico responsvel pela produ-
o dos trs tipos de chope que so comercializados em barris
retornveis de inox e lato descartvel de cinco litros. A Borckretomou a aposta no estilo mais europeu com a produo do
chope de trigo, de alta fermentao. A capacidade de produo
de 30.000 litros/ms. No possui bar de fbrica.
Chopes Pilsen, Malzbier e Weizenbier.
Servio Visitas s instalaes: aos sbados, das 9 horas s 12 horas, com
agendamento prvio.
Endereo Rua Pomeranos, 1.963 | Timb | (47) 3382 0587 | www.borck.com.br
TIMB
A pioneira da nova gerao volta s origens: Borck
retoma produo de cervejas tipo Ale, de alta
fermentao, alm de fazer o tipo Lager (na foto)
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A Holzweg Cervejaria Artesanal fi-
ca na tranquila Lontras, cidade do Valedo Itaja que tem a agropecuria como
principal atividade econmica. O nome
Holzweg significa caminho da madeira,
e se trata de uma referncia ao nome da
estrada que fazia a ligao entre as diver-
sas colnias do Vale no incio da ocupa-
o da regio pelos imigrantes alemes.
A cervejaria elabora chopes com maltes
e lpulos importados seguindo a lei da
pureza alem. Possui bar junto fbrica
decorado com motivos germnicos, que
serve petiscos, pratos da gastronomia t-
pica e buf de sopas.
Chopes Pilsen e Munich Dunkel.
Endereo Rua Paulo Alves do Nascimento, 387
Centro | Lontras | (47) 3523-0277 / 8819-8817
www.holzweg.com.br
LONTRAS
Vistas externa e interna do
bar de fbrica da cervejaria
Holzweg: nome remete antiga
estrada de colonos da regio
DE
do Mundo de 2006. Tem capacidade pa-
ra produzir 32.000 litros/ms em Pome-
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impensvel visitar Pomerode
sem conhecer a cervejaria Schornstein,que j virou atrao da cidade. Construda
junto a uma velha fbrica tombada pelo
patrimnio histrico, ela preserva a anti-
ga chamin de 30 metros de altura feita
em tijolos macios Schornstein signifi-
ca chamin em alemo. Turistas podem
fazer visita monitorada fbrica, degus-
tar o chope tirado diretamente dos tan-
ques e conhecer os processos de fabri-
cao. Junto cervejaria funciona o bar
Schornstein Kneipe, que tem petiscos t-
picos feitos com ingredientes produzidos
artesanalmente na regio, cujas receitas
so harmonizadas com as vrias cervejas
ali produzidas.
A Schornstein foi fundada em 2006
por um grupo de seis empresrios que
constataram o bvio: apesar de Pomero-
de ser considerada a cidade mais alem
do Brasil, no contava com uma cervejariacomo aquelas que tanto sucesso fazem na
Europa. O momento era ideal e inclusi-
ve orientou a bem-sucedida estratgia de
marketing. A cervejaria foi inaugurada no
dia da estreia da seleo alem na Copa
POMEROD rode, e possui tambm uma filial em Ho-
lambra (SP).
Chopes Pilsen filtrado e no filtrado, Weiss,
Bock, Indian Pale Ale e Imperial Stout.
Servio Bart Schornstein Kneipe: quarta a
sexta-feira a partir das 17h30min. Aos sbados
e domingos a partir das 11h30min. Nos outros
dias recebe visitas de grupos ou realiza eventos
previamente agendados.
EndereoRua Hermann Weege, 60 | Centro
Pomedore | (47) 3399-2058 | www.schornstein.com.br
Fachada da Schornstein, seus petiscos
e a produo: alm da boa cerveja,
a imponente chamin de uma velha
fbrica chama a ateno dos visitantes
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Um prdio antigo que antes de ser cervejaria j foi
fbrica de mveis, fecularia, atafona (moinho) e curtume,e que por tudo isso tem muita histria para contar, abrigaa Handwerk, em Ibirama. O lugar foi restaurado, mas as
caractersticas rsticas foram preservadas, incluindo uma
roda dgua que h um sculo foi responsvel pelo incioda gerao de energia na ento colnia de Hamnia. No
primeiro andar fica o restaurante, de onde se pode obser-var por meio de paredes de vidro a produo do chope na
fbrica, que fica embaixo. Os chopes utilizam matria-pri-
ma importada malte, lpulo e fermento de acordo comas leis da pureza alem. O nome da cervejaria sugesti-
vo: Handwerk significa, em alemo, feito a mo, artesanal.
A cervejaria foi inaugurada em 2010, a partir da as-
sociao de quatro empresrios da regio. A capacidade
de produo de 28 .000 litros/ms. O bar recebe at 230
pessoas, e o estacionamento tem capacidade para 120 car-
ros. No cardpio, especialidades alems, petiscos ba-
se de carne e peixe e lanches acompanhados de chope.
Chopes Pilsen e Bock.
Servio Restaurante: de quarta a domingo, das 18 horas meia-
noite. Fone: (47) 33574624
Endereo Rua Duque de Caxias, 239 | Centro | Ibirama
(47) 33573343 | www.handwerk.ind.br
IBIRAMA
TLIO
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A cervejaria Breslau Bier, que fa-
brica chope artesanal de acordo com a
lei da pureza alem, foi inaugurada em
2011. Comercializa barris de chope de
10, 20, 30 e 50 litros.
Endereo Rua Morstifer, 91 | Bairro Morstifer
Presidente Getlio | (47) 8406-1760 ou
(47) 3352-0205 | www.breslaubier.com.br
PR
ESIDENTEGET
A ZeHn possui um belo bar em Brusque
(acima), equipamentos modernos e
produz cervejas e chopes engarrafados,
alguns deles premiados em concursos
E
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ZeHn pronuncia-se tzehnquer
dizer dez, em alemo, mas tambm co-mo se fala o sobrenome dos proprietrios,
os Zen, uma tradicional famlia da cidade.
O gosto pela cerveja foi trazido da Ale-
manha, de onde vieram seus antepassa-
dos por volta de 1875, e antes de ter sua
prpria marca eles j fabricavam cerveja
para consumo prprio nas celebraes fa-
miliares. Em 2003 resolveram tornar pbli-
ca sua receita e abriram a cervejaria, que
hoje atrao na cidade.
O mestre cervejeiro Curt Zastrow,
diplomado em Munique, especialista na
produo de chope e cervejas artesanais.
Seus produtos so premiados pela Asso-
ciao Brasileira de Degustadores de Cer-
veja, com medalha de ouro na categoria
Cerveja Nacional, estilo Porter (2011), ede Prata na categoria Cerveja Nacional,
estilo Bock (2011). A ZeHn fabrica cinco
tipos da bebida e deve lanar mais dois.
Produz 40 mil litros por ms de cervejas
e chopes engarrafados.
O bar da cervejaria anima as noites
de Brusque e ainda agrada aos turistas,
pois tambm funciona como restaurante.
BRUSQUE
No cardpio, petiscos, sanduches, sala-
das, massas, frutos do mar, carnes e pra-tos tpicos alemes harmonizados com as
bebidas.
Chopes e cervejas Pilsen, Porter e Heller Bock.
Servio Visita fabrica: de segunda a sexta-feira,
entre 10 horas e 12 horas e das 14 horas s 18
horas, com agendamento prvio: (47) 3351-6685.
Bar e restaurante: segunda a sbado a partir das
17 horas.
Endereo Rua Benjamin Constant, 26
So Luiz | Brusque | Fone (47) 3351-0033
www.zehnbier.com.br
Os pioneirosNorte
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Antiga terra de prncipes, a regio recebeu
colonos, inaugurou a primeira cervejaria do
estado e se tornou potncia industrial
onsta que a primeira indstria que
funcionou em solo catarinense foi
a Serraria do Prncipe, na Colnia Do-na Francisca, em 1856, cinco anos
aps sua fundao, com o objetivo
de fornecer madeiras para o Rio de Ja-
neiro. Tratava-se de um empreendimento
nobre (apesar do que seria hoje conside-
rado um crime ambiental): pertencia ao
prprio Prncipe de Joinville. O prncipe
em questo era Franois Ferdinand, um
nobre francs que desposou, em 1843,
Dona Francisca Carolina, filha de Dom
Pedro I, e recebeu como dote uma ge-
nerosa gleba no norte de Santa Catari-
na. Anos depois, em crise financeira, o
prncipe vendeu parte das terras a uma
sociedade colonizadora, que atraiu cen-
tenas de imigrantes europeus alemes
principalmente para a Colnia DonaFrancisca, que posteriormente se cha-
maria Joinville.
Mas, quatro anos antes do advento
da Serraria do Prncipe, Dona Francisca jcontava com um estabelecimento que ri-
valizava em nobreza com ela ao menos
para os colonos mais sedentos. Era a cer-
vejaria de Gabriel Schmalz e Margaretha
do caneco
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Zenger Schmalz, a primeira de que se tem
notcia no estado. Joinville evoluiu rpido.
Muitos enriqueceram com a erva-mate, queno sculo XIX valia tanto que era conheci-da como ouro verde. A cidade chegou a
ter 20 cervejarias, e surgiram as indstrias.
Mudava o perfil econmico local, que re-fletia as mudanas no Brasil: a decadncia
do Imprio e um surto de industrializao.J uma linda residncia de vero, ornadacom gigantescas palmeiras imperiais, cons-
truda para deleite dos prncipes em Join-ville jamais os recebeu, e acabou se trans-
formando no museu da colonizao.Jaragu do Sul outra importante
cidade do Norte catarinense que teve ori-
gens imperiais. Suas terras equivaliam aodote recebido pelo Conde dEu quando
se casou com a Princesa Isabel, filha de
Dom Pedro II, em 1864. Sua fundaooficial data de 1876, mas a cidade s se
desmembrou de Joinville em 1934. Desdeento se firmou como um importante polo
Palmeiras imperiais foram plantadas
em 1873 para ornar a residncia
de vero dos prncipes, que acabou
se tornando um museu
industrial, sede do grupo WEG, maior fa-bricante de motores eltricos do mundo,
e de outras companhias de grande porte
centro cultural, turstico e de eventos. O
Festival de Dana rene mais de 4 mil
bailarinos e entrou para o Guinnes Book
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e de outras companhias de grande porte.
Tradio e modernidadeO Norte catarinense cresceu puxa-
do por Joinville, que seria conhecida nosanos 1960 como Manchester catarinense,
uma aluso ao importante polo industrial
ingls. Tambm receberia outros eptetos,
como Cidade das Flores, Cidade dos Prn-
cipes e Cidade das Bicicletas. Este ltimo
graas ao arraigado hbito de milhares de
operrios das fbricas de se deslocarem
para o trabalho sobre duas rodas. Mas
no poderia ser chamada de Cidade da
Cerveja, pois todas as velhas cervejarias
artesanais sucumbiram. At que a nova
gerao surgiu.
Joinville hoje a maior cidade de
Santa Catarina, com 600 mil habitantes.
Alm da importncia econmica, um
bailarinos e entrou para o Guinnes Book
como o maior do gnero no mundo. Join-
ville a nica cidade fora da Rssia a
contar com uma unidade do Bal Bol-
shoi de Moscou. Outro conhecido even-to a Festa das Flores, realizada h mais
de 60 anos. Joinville o eixo principal
de um roteiro turstico que inclui vrias
cidades (o Caminho dos Prncipes), en-
tre elas a histrica So Francisco do Sul,
a terceira cidade mais antiga do Brasil,
fundada em 1504.
Mas se o roteiro em questo for o dacerveja, o melhor destino a cidade de
Canoinhas, que fica a oeste de Joinville,
distante cerca de 190 quilmetros. l, nacidade conhecida como capital da erva-ma-
te, que se encontra a cervejaria artesanal
mais antiga em atividade no Brasil, a Ca-noinhense, fundada em 1908. Imperdvel.
O bar-moinho e o
prtico de Joinville ,
construdos em
arquitetura tpica
da regio
LE
complexo que rene cinco restaurantes:
Baro, especializado em carnes e costela
ao bafo; Alles Picanha, as pizzarias Qua-
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A garrafa amarela, de alumnio,
e a inscrio OPA em letras literalmen-
te garrafais foi a maneira inovadora de
comemorar os cinco anos da cervejaria
Opa Bier, de Joinville, completados em
2011. Dentro dela, meio litro de Pilsen
Puro Malte, um dos carros-chefes da cer-
vejaria. Tratou-se, afinal, da afirmao de
uma tradio. A Opa da cidade em que
surgiu a pr