riopharma 115

36
PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA: uma realidade em construção EBOLA: Nós estamos preparados? Pág. 20 ÉTICA: Entrevista com Leonardo Boff Pág. 12 Nº 115 l Nov l Dez 2014 REVISTA ÓRGÃO OFICIAL DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Upload: crf-rj

Post on 06-Apr-2016

239 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

 

TRANSCRIPT

Page 1: Riopharma 115

P R E S C R I Ç Ã OFARMACÊUTICA: uma realidade em construção

EBOLA: Nós estamos preparados?Pág. 20

ÉTICA: Entrevista com Leonardo BoffPág. 12

Nº 115 l Nov l Dez 2014R E V I S T A

ÓRGÃO OFICIAL DO CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Page 2: Riopharma 115

índicePág. 5 EdITORIAL

O 8º Congresso de Ciências Farmacêuticas e a reconstrução profissional

Pág. 6 MEMÓRIA dA FARMÁCIAConhecer a memória é valorizar o farmacêutico

Pág. 32 CAPACITAÇÃOConheça a agenda de cursos do Qualipharma e participe

Pág. 29 SECCIONAISTrabalho da Região dos Lagos vira cartilha sobre automedicação

Pág. 12 ÉTICALeonardo Boff faz uma reflexão sobre o que é ética para o farmacêutico

Pág. 22 ACAdÊMICOCosmetologia: um mercado de trabalho promissor

Pág. 24 SOCIEdAdECRF-RJ vai à rua para prestar atenção à saúde

Pág. 20 SAÚdE PÚBLICABrasil está preparado para o risco de uma epidemia de Ebola?

2 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Pág. 11 AGORA É dIFERENTEProtocolo por malote facilita a vida de quem precisa do serviço no CRF-RJ

Criação do Bionovis é promessa de muitas opções de trabalho para os farmacêuticos

Pág. 14 dESTAQUE

Pág. 18 dESTAQUE

Quer ser voluntário nas Olimpíadas 2016? Saiba como

Pág. 8 MATÉRIA dE CAPAPrescrição foi liberada pelo CFF em agosto, mas quem realmente já prescreve?

Page 3: Riopharma 115

ExPEdIENTE

Conselho Regional de Farmácia do Rio de Janeiro Rua Afonso Pena, 115 - Tijuca - Rio de Janeiro - RJ CEP: 20270-244 Telefone: (21) 3872-9200 - Fax: (21) 2254-0331

Dúvidas e sugestões: [email protected]

Denúncias: [email protected]

Curta nossa página no Facebook e acompanhe o que acontece: facebook.com/oCRFRJ www.crf-rj.org.br

Diretoria Dr. Marcus Vinicius Romano Athila - Presidente Dra. Maely Peçanha Fávero Retto - Vice-presidente Dr. Robson Roney Bernardo - Tesoureiro

Conselheiros Efetivos Dr. Bruno Silva Freire, Dra. Carla Patrícia de Mo-rais e Coura, Dra. Celma Thomaz de Azeredo Silva, Dra. Denise Costa Ribeiro, Dr. Francisco Claudio de Souza Melo, Dr. José Roberto Lannes Abib, Dra. Maely Peçanha Fávero Retto, Dr. Mar-cus Vinicius Romano Athila, Dr. Paulo Oracy da Rocha Azeredo, Dra. Raquel Costa Dutra Nasci-mento, Dr. Robson Roney Bernardo, Dra. Tania Maria Lemos Mouço

Conselheiros Suplentes Dra. Rejane Maria F. de Oliveira Carvalho Dr. Rogério Ribeiro Dias Dra. Silvania Maria Carlos França

Conselheiro Federal Dra. Ana Paula de Almeida Queiroz

Conselheiro Federal Suplente Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense

Editora e Jornalista Responsável Adriane Lopes (MTB – 17195)

Editora ChefeSônia Lara (MTB – 16690)

RepórterPatrícia Mercês (MTB - 21451)

Estagiária de JornalismoMaria Karolina Rodrigues da Silva

Diagramação e Projeto Gráfico Grupo Letra Comunicação - Cíntia Fernandes e Jaque Medeiros

Comissão Editorial Dr. Marcus Vinicius Romano Athila Dra. Maely Peçanha Fávero Retto Dr. Robson Roney Bernardo Dr. Carlos Alberto Santarém Santos Dra. Aline Coppola Napp Dr. Bruno Silva Freire Dra. Elizabeth Zagni Schmied Gonzaga Dr. Fábio Lima Reis Dr. Luiz Fernando Secioso Chiavegatto Dr. Marcos Antonio dos Santos Alves Dr. Alex Sandro Rodrigues Baiense

8º RIOPhARMA CONGRESSO dE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS 15 a 17 de outubro de 2015 - Rio de Janeiro/RJ

Para conferir mais informações sobre estes e outros eventos, acesse: http://crf-rj.org.br/eventos.html

3 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

agenda

CICLO dE PALESTRAS SBRAFh 12 de novembro e 10 de dezembro de 2014 - Rio de Janeiro/RJ

Page 4: Riopharma 115
Page 5: Riopharma 115

Nossa luta por conquistar o espaço que nos é de direito é incessante. Ao longo de décadas, os farma-cêuticos vêm, passo a passo, traçando uma caminha-da rumo a um futuro em que sejamos reconhecidos pela sociedade como parte integrante e essencial do debate e do trabalho pela saúde do cidadão.

Vislumbramos ao longe um ponto de chegada, mas, como em qualquer caminho, muitas vezes é ne-cessário buscar informações, refletir e redefinir dire-ções. É a isso que chamaremos de reconstrução. Em nosso caso, estamos constantemente nos recons-truindo enquanto profissionais para melhor servir. Batalhamos por isso nos tribunais, nas casas legislati-vas e internamente. E a cada avanço comemoramos, mas também passamos por uma autoavaliação.

Durante os últimos meses, foram inúmeras as nos-sas vitórias. Entre elas, podemos citar, prontamen-te, a prescrição farmacêutica e a Lei nº 13.021/14, ambas com grande repercussão. Então é chegada a hora de nos reunirmos para redefinir prioridades e alçar novos rumos. Esse encontro já tem local e data marcados. O 8º RIOPHARMA - Congresso de Ciên-cias Farmacêuticas - acontecerá de 15 a 17 de outu-bro de 2015, no Centro de Convenções SulAmérica, no Rio de Janeiro. Um evento que é a própria essên-cia do profissional farmacêutico e que será marco de uma nova fase. Esperamos por todos vocês.

Um forte abraço e até lá!

Dr. Marcus AthilaPresidente do CRF-RJ

A palavra é

RECONSTRUÇÃOEdITORIAL

5 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Foto

: Hum

bert

o Te

ski

Page 6: Riopharma 115

MEMÓRIA dA FARMÁCIA

Em novembro de 1960, mais especificamente no dia 11, um acontecimento marcou a história de nossa profissão no Brasil: os Conselhos Profis-sionais de Farmácia foram criados. Com o nobre objetivo de proteger o cidadão e valorizar o far-macêutico, através de Lei Federal nº 3.820, nas-ceu o Conselho Federal de Farmácia que, dentre suas missões, deveria criar os Conselhos Regio-nais de Farmácia (CRFs). E assim foi feito: em sua segunda resolução, no dia 5 de julho de 1961, o CFF criou os CRFs, espalhados pelo país de uma forma diferente da que conhecemos hoje em dia. Na época, foram criados 10 Conselhos, organiza-dos da seguinte maneira:

6 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

A criação dos Conselhos de Farmácia

Page 7: Riopharma 115

E, desde então, os Conselhos Regionais e Federal de Farmácia vêm atuando ativamente em nosso país, exer-cendo e aprimorando a fiscalização da atividade far-macêutica, agindo em prol da valorização da profissão, promovendo a educação permanente e divulgando a importância da Assistência Farmacêutica junto à popu-lação e aos gestores de saúde. Além disso, entre tantas outras atividades, os Conselhos participam e promovem fóruns de discussão de interesse para a saúde coletiva e para a formação profissional.

Atualmente, são 27 conselhos presentes em todos os estados da federação, contando com mais de 180 mil profissionais inscritos.

Antes do CRF-RJ ser da maneira que co-nhecemos hoje, ele passou por algumas mu-danças. Inicialmente, em 1961, o Conselho era chamado “CRF-7”, e abrangia, não apenas o Rio de Janeiro, mas o Espírito Santo e a Gua-nabara. Um ano depois, uma resolução do CFF desmembrou o CRF-7. Assim, os farma-cêuticos do Rio de Janeiro ficaram sob a juris-dição do CRF-19, enquanto o Espírito Santo ficou sob os cuidados do CRF-18 e a Guana-bara sob o CRF-7. Entretanto, em 1974, os es-tados da Guanabara e do Rio de Janeiro foram fundidos, sendo, então, responsabilidade do CRF-7 que, após quase 15 anos, tornou-se o Conselho que conhecemos hoje: o CRF-RJ.

De qualquer modo, desde o início, a missão do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro é “zelar pela ética, qualidade e valorização do exercício farmacêutico, vi-sando a defesa da saúde, da segurança e do bem-estar da coletividade”, sempre tendo a ética como maior princípio; o respeito à dig-nidade profissional e à saúde da população como objetivos primordiais; e o respeito às decisões do Plenário como compromisso ins-titucional.

de CRF-7 a CRF-RJ

CuriosidadeO dia 11 de novembro tam-

bém tem outro significado es-pecial para o CRF-RJ: há quase trinta anos, em 1985, nesta data, foi inaugurada a sede do Conse-lho, conhecida na época como a “Casa do Farmacêutico”.

7 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

*O mapa mostra a primeira distribuição dos CRFs por região, na data da criação (1961).

Page 8: Riopharma 115

Após pouco mais de um ano da Resolução nº 586 do Conselho Federal de Farmácia (CFF), que regu-lamentou a prescrição farmacêutica, destaca-se o avanço conquistado em sua publicação e a reflexão dos desafios a serem superados.

Segundo o Dr. Walter da Silva Jorge João, pre-sidente do Conselho Federal de Farmácia, “após a publicação, os profissionais se inteiraram do teor da nova resolução e a população vem, aos poucos, se familiarizando com a atuação clínica do farmacêuti-co e seus benefícios”.

Segundo estudo do ICTQ/Datafolha - Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Far-macêutico, o apoio à prescrição farmacêutica pela população brasileira é de 72%. Esse é o segundo es-

Prescrição Farmacêutica:

CAPA

tudo do Instituto relativo ao tema, para o qual foram ouvidas 2.548 pessoas. No primeiro, realizado em agosto de 2013, o resultado foi de 39%, ou seja, em um ano, a aprovação da prescrição cresceu 33 pon-tos percentuais.

Para Marcus Athila, os dados são reflexos dos trabalhos realizados durante esse período: “o tema alcançou um maior destaque na mídia, o que fez com que a população avaliasse de uma forma mais efetiva todos os benefícios que, advindos deste ato, poderiam contribuir para a sua saúde. Estes pontos fizeram com que a população tivesse a convicção de que, dentro de um cenário caótico no sistema de saúde brasileiro, quantos benefícios ela receberia dos atos deste profissional”.

uma realidade em construção

APOIO à PRESCRIÇÃO FARMACÊUTICA PELA POPULAÇÃO BRASILEIRA

8 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 9: Riopharma 115

A farmacêutica Carolina Araújo Ra-mos começou a prescrever recente-mente. Segundo ela, ainda durante o processo de aprovação da Resolução nº 586/2013, alguns pacientes da dro-garia onde trabalha comentavam sobre a novidade e demonstravam interesse no assunto.

Carolina é funcionária de uma dro-garia na Tijuca, Zona Norte do Rio: “Na relação entre nós, farmacêuticos, e a po-pulação, falta o apoio da empresa, o que talvez seja um empecilho para o avanço da qualidade do serviço de saúde pres-tado. Sei disso porque o cliente vai lá procurando por mim e não pela rede. Eles procuram o profissional, a pessoa. É como se a Lei Federal nº 13.021 (Lei das Farmácias) já existisse para nós desde sempre, como se tivesse sido feita para o mercado aceitar isso.”

A profissional disse ainda que, a cre-dibilidade e a aprovação da população aumentam a sua confiança e acredi-ta que a de todos os farmacêuticos. “A procura por orientação é enorme, seja por uma ineficiência do SUS ou pela ne-cessidade de rapidez no atendimento. A farmácia é o local de atendimento mais acessível, as pessoas saem dos consultó-rios com dúvidas e vão direto para a far-mácia me perguntar sobre o que acabou de ser prescrito. Lá, falamos sobre o me-dicamento, da alimentação, dos hábitos de vida, do cotidiano e tudo se mistura para o cuidado com a saúde”, explicou a farmacêutica, que prescreve, em média, cinco receitas por mês.

O crescimento do índice de confian-ça na prescrição farmacêutica compro-va o que disse Carolina, já que abordou

também outro fator relevante para esta questão: se a prescrição realizada por farmacêuticos em farmácias e drogarias poderia facilitar o tratamento de sinto-mas simples de saúde. Da mesma forma, o resultado cresceu: em 2013, apenas 35% da população viam na prescrição farmacêutica uma forma de facilitar tra-tamentos de sintomas simples. Em 2014, este índice saltou para 63%. As capitais onde esta crença é maior estão nas regi-ões Sul e Sudeste: São Paulo (SP), com 89%; Curitiba (PR), com 87%; e Florianó-polis (SC), com 82%, segundo dados do ICTQ/Datafolha.

Para o Dr. Walter Jorge João, “con-siderando as distintas realidades e as demandas singulares da população, a sociedade clama por mais cuidado e atenção às suas necessidades de saúde. Atender a esse chamado é um grande desafio, mas também uma oportunida-de ímpar para que o farmacêutico as-suma de vez um papel relevante, como protagonista das ações em prol da saú-de da população brasileira.“

Segundo o Conselho, é preciso ca-pacitar e dar condições para que os far-macêuticos possam tornar a prescrição farmacêutica uma realidade: “Acredita-mos que a prescrição farmacêutica seja um grande marco em nossa profissão. Por este motivo, nós preparamos um conjunto de ações para capacitar e es-timular esta prática”. Entre as ações está a capacitação através de cursos. Quere-mos debater profundamente o assunto e, para isto, estamos delineando o 8º Congresso RioPharma, que tem como tema central “Prescrição Farmacêutica e os Novos Paradigmas da Profissão”.

Construindo a Prescrição Farmacêutica

9 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 10: Riopharma 115

O Conselho Federal de Medicina questionou na Justiça a Resolução nº 586/2013, do Conselho Federal de Farmácia – CFF, que autoriza a prescrição farma-cêutica. Mas o juiz federal substituto da 13ª Vara em substituição na 17ª Vara Federal, Dr. Paulo Cesar Lo-pes, indeferiu o pedido de liminar ajuizado pelo CFM.

Na decisão, o juiz disse que não vislumbra o que a resolução estabelece como extrapolação das atribui-ções legalmente definidas para o CFF, o que justifica-ria a suspensão imediata da liminar, como foi pedido.

O juiz ressaltou ainda, que a prescrição de medi-camentos, em situações que exijam prescrição mé-dica, ficou restrita aos casos previstos: “programas, protocolos, diretrizes ou normas técnicas, aprova-dos para uso no âmbito de instituições de saúde, ou quando da formalização de acordos de colaboração com outros prescritores ou instituições de saúde”, fi-cando condicionada, ainda, à existência de diagnós-tico prévio, previsão esta que estaria de acordo com a Lei nº 7.498/86.

Na contramão da construção

10 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

“Considerando as distintas realidades e as

demandas singulares da população, a

sociedade clama por mais cuidado e atenção às suas necessidades de

saúde. Atender a esse chamado é um grande

desafio, mas também uma oportunidade

ímpar para que o farmacêutico assuma

de vez um papel relevante como

protagonista das ações em prol da saúde da

população brasileira.“Dr. Walter Jorge João,

presidente do CFF

Page 11: Riopharma 115

11 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

AGORA É dIFERENTE

Protocolo por malote torna atendimento mais veloz

O setor de atendimento do CRF-RJ mudou por ini-ciativa da atual gestão e ficou mais rápido após a im-plantação do sistema de protocolo por malote. A ideia surgiu do presidente da entidade, Marcus Athila, que confessou ficar “envergonhado” com a quantidade de pessoas que esperavam o dia todo para realizar a pro-tocolização de processos, tanto de pessoas jurídicas quanto de pessoas físicas, na sede do Conselho.

Há algumas semanas, o Setor de Registro, onde o sistema de protocolo por malote foi implantado, co-meçou a funcionar da seguinte forma: usuários de di-versas empresas farmacêuticas e estabelecimentos de saúde chegam para fazer registro no Conselho, com toda a documentação. Em alguns minutos, os funcio-nários relacionam os documentos e marcam outro dia para que esta pessoa retorne e pegue os protocolos já encaminhados.

De acordo com Luís Colli (foto), chefe do setor, a espera era longa demais, sempre tinha gente que re-presentava inúmeras empresas e era obrigado a pegar dezenas de protocolos de cada grupo de documentos entregues. “A maioria chegava aqui pela manhã e já vinha preparada para passar o dia todo. Eles podiam pegar cinco protocolos por vez e, geralmente, tinham mais de vinte. Agora, apenas deixam os documentos,

nós listamos tudo que foi entregue e marcamos o re-torno. Ficou mais rápido e mais funcional, tanto para eles quanto para nós, funcionários, que conseguimos agilizar o nosso trabalho de distribuição de documen-tos, pois esse setor é encarregado de receber e dis-tribuir toda a documentação que chega ao CRF-RJ”, esclareceu.

Ainda segundo o funcionário do Setor de Regis-tro, a quantidade de documentos que chega todos os dias é enorme, porque todas as empresas ligadas ao ramo farmacêutico ou que trabalhem com fármacos são obrigadas a ter registro no Conselho. Isso deman-da bastante tempo no atendimento. Luís relata que a procura é tão grande e variada que até um represen-tante de um salão de beleza já esteve no setor para solicitar documentação, pois estava importando cos-méticos para uso profissional e precisava ter um far-macêutico contratado. Todas as empresas, inclusive as que manipulam ervas, precisam ter registro e um profissional de Farmácia, também registrado.

“Hoje não tem mais fila. O atendimento por pessoa, que levava cerca de meia

hora, hoje é uma questão de minutos”, reconhece o funcionário.

Foto

: Mar

ia K

arol

ina

Rodr

igue

s da

Silv

a

Page 12: Riopharma 115

12 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

“Ética para o farmacêutico significa cuidado”, diz filósofo

Para o filósofo Leonardo Boff, a ética natural dos profissionais de farmácia é a do cuidado. E sobre essa tese, ele escreveu dois livros: “Saber Cuidar” e “O Cuidado Necessário”, ambos pela Editora Vozes, de Petrópolis. Segundo Boff, o cuidado pertence à essência do ser humano. Mais do que o espírito, a liberdade e a criatividade, este é fundamental e a razão reside nele. Tal pensamento do filósofo con-temporâneo tem origem nos dizeres de Martin Hei-degger, no clássico “Ser e Tempo”.

E quando questionado sobre o porquê da palavra cuidado para definir a ética para o farmacêutico, Boff é categórico em seu discurso: “A razão reside nisso, pois o cuidado é tudo aquilo que deve preceder a emergência da vida ou de qualquer outro ser. Deve haver um sutil equilíbrio de todas as energias e ele-mentos materiais, sem os quais nenhum ser nem a vida emergiriam. O cuidado é, ainda, o condicionado

antecipado das ações para que elas sejam boas e não deletérias. Todos somos filhos e filhas do cuidado”.

Leonardo Boff, com profundidade tamanha, es-tende seu conceito ético relativo ao cuidado do far-macêutico com aquele mesmo exercido pelas nossas mães, quando somos meninos. “Esse cuidado que define o profissional é o mesmo comparado às nos-sas mães. Se elas não tivessem o infinito cuidado para com cada um de nós, não saberíamos como deixar o berço e buscar nosso alimento. E não estaríamos aqui para falar destas coisas. O cuidado é uma relação não agressiva face à realidade. É uma atitude de desve-lo, de solicitude e de atenção em tudo o que se faz. Isso começa com o modo cordial como se recebe o paciente e/ou cliente que busca seu remédio. O far-macêutico, naquele momento, busca ajudá-lo na sua identificação e explicação sobre os efeitos positivos e colaterais no uso dos fármacos”, ressalta.

ÉTICA

Page 13: Riopharma 115

13 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Mas, segundo ele, o cuidado também cabe igual-mente no trato dos medicamentos, na forma de acondicioná-los. Isso vale, especialmente, quando há manipulação de princípios ativos que entram na com-posição das fórmulas. “Penso principalmente nas far-mácias de manipulação. Quem trabalha nesse ramo não pode ser apenas um funcionário. Deve amar o que faz, pois tudo que amamos, cuidamos, e tudo que cuidamos, também amamos”, divaga.

Professor reconhecido mundialmente, Boff tam-bém acrescenta que, junto à ética do cuidado, acom-panha a ética da responsabilidade, que significa dar-se conta dos efeitos de nossos atos. Nessa área cabe grande responsabilidade, pois se erramos de medicamento poderemos produzir efeitos danosos para as pessoas. Responsabilidade exige seriedade, consciência atenta naquilo que se faz. O resultado é o respeito que o farmacêutico ganha da pessoa aten-dida por ele.

A ética vivida pela sociedade“Hoje, padecemos de uma abissal falta de ética,

especialmente na área pública, entre os governan-tes e parlamentares. Mas também nas grandes e pe-quenas empresas. Viemos de uma experiência nada gloriosa, que foi a colonização e a escravidão. A pri-meira criou o sentido de hierarquia, da relação de cima para baixo, desrespeitando os direitos das pes-soas e, por fim, as atitudes autoritárias que se notam nas famílias e nos que detêm algum poder, seja po-lítico ou econômico. Vivemos num país onde a ética foi enviada ao limbo. O que conta é a esperteza, ‘a lei de Gerson’, que é a de ter vantagem em tudo e, em política, o patrimonialismo, das vantagens polí-ticas ao arrepio da lei”, conceitua em observância ao comportamento da sociedade brasileira.

Leonardo Boff afirma que somos carentes da éti-ca que rege-se pelo bem comum, pela transparên-cia, pelo amor à verdade, pela retidão em tudo o que se faz. Segundo ele, essa ética vem, geralmente, da família, do exemplo dos pais e também do culti-

vo de uma espiritualidade religiosa que sempre fala da consciência reta e responsável. Por fim, ética so-cial consiste, fundamentalmente, na busca comum do bem comum, que faz com que as relações sociais sejam o menos tensas possíveis.

Quando questionado sobre as sanções de cunho ético, cível e penal, aplicadas aos profissionais de saúde, o filósofo analisa com cautela e afirma que é justa a vigilância sobre a profissão, pois ela tem rela-ção direta com a vida humana, o bem mais precioso que Deus nos regalou. Todavia, Boff ressalta que, para que tais profissionais respondam legalmente, são necessários “corpos detentores de conhecimen-to profundo no campo ético e científico para que se faça um juízo justo. Considero, por exemplo, crime de lesa-humanidade a falsificação de medicamen-tos, especialmente aqueles destinados a pacientes que dependem deles para a sobrevivência. A falsifi-cação é, sob minha análise, uma condenação lenta à morte”, finaliza.

Leonardo Boff

Page 14: Riopharma 115

O bairro de Jacarepaguá, na Zona Oeste da ca-pital fluminense, ganhará um novo cenário muito em breve. O Bionovis, um superlaboratório que produzirá medicamentos biotecnológicos, será construído aos pés do Parque Nacional da Pedra Branca, em um terreno cedido pela Fiocruz, onde funciona o campus Mata Atlântica, uma área que ocupa mais de 500 hectares. Segundo a empresa, o Rio ganhou a disputa contra São Paulo e Santa Catarina e o projeto para construção da fábrica faz parte da Política Nacional para o Desenvolvi-

mento Produtivo, que integra setores público e privado na fabricação de medicamentos.

Considerados o futuro da indústria farmacêu-tica, os medicamentos que serão produzidos pelo Bionovis são feitos a partir de células vivas e são usados para combater doenças como: câncer, ar-trite reumatoide, lúpus e Alzheimer. Hoje, são pro-duzidos principalmente nos EUA, Alemanha, Suíça e Reino Unido, mas emergentes, como Índia, Chi-na e Coreia do Sul já fabricam biotecnológicos – o Brasil importa, inclusive, da Argentina.

Bionovis: um superlaboratório e grandes oportunidades para os farmacêuticos

dESTAQUE

Odnir Finotti e a Diretoria da Bionovis

14 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 15: Riopharma 115

De que maneira a chegada do superlaboratório ao Rio de Janeiro vai influenciar as possibilidades profissio-nais dos farmacêuticos no Estado?

A Bionovis será mais uma opção de trabalho para os far-macêuticos formados no Rio de Janeiro. A empresa está cres-cendo e, à medida que o projeto evolui, várias vagas serão abertas, especificamente para farmacêuticos qualificados na área industrial, desde a garantia e controle de qualidade à produção e formulação. Embora a biotecnologia possua uma rotina um pouco diferente daquela apresentada pelas empre-sas farmacêuticas convencionais, os farmacêuticos continu-arão desempenhando um papel fundamental nas atividades do dia-a-dia do laboratório.

Com o vencimento de patentes de grandes produtos e a alta competitividade do mercado brasileiro, os bio-fármacos e biossimilares parecem ser uma tendência. Qual o panorama desse segmento no Brasil? O país tem avançado nesta área?

O envelhecimento da população brasileira lança à sociedade um novo desafio: em 2030, haverá cerca de 216 milhões de pes-soas, sendo 40,5 milhões delas com mais de 60 anos de idade.

Com essa realidade, é sabido que a demanda por medica-mentos irá crescer de forma exponencial e os gastos gover-namentais sofrerão forte expansão para fazer frente à nova realidade. Para se ter uma ideia, há 10 anos o país gastava R$ 1,9 bilhão por ano com medicamentos. Em 2012, para atender as necessidades do sistema de saúde pública, este número saltou para R$ 9,4 bilhões.

As gigantes EMS, Aché, Hypermarcas e União Quí-mica possuem, cada uma, 25% das ações do labo-ratório criado em 2012. O Grupo acredita que a em-presa tem potencial para se tornar, dentro de vinte anos, a maior farmacêutica brasileira, num mercado que movimenta US$ 160 bilhões, no mundo, e R$ 10 bilhões, no Brasil. Entre os dez medicamentos mais vendidos mundialmente, cinco são biotecnológicos.

O presidente da em-presa, Sr. Odnir Finotti, destacou o surgimento do Bionovis dentro do atual panorama da saúde nacio-nal e também para os pro-fissionais de Farmácia:

Um mercado de bilhões de dólares

15 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 16: Riopharma 115

16 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

O caso dos medicamentos biológicos é emble-mático. Embora tenham respondido por apenas 3,7% do número de unidades de medicamentos adquiridas pelo governo em 2010, esses produtos consumiram 31,9% da verba total disponível para as compras públicas destinadas à saúde, volume gasto, eminentemente, com fármacos importados. Além disso, o Brasil e o mundo vivem um momento único, onde sete importantes medicamentos estão com patente em vencimento até 2020. Muitas em-presas nacionais, incluindo a Bionovis, que é pio-neira, decidiram investir nesse campo. É por meio desses biossimilares que pretendemos dominar essa nova tecnologia.

Quais as principais vantagens/benefícios dos biofármacos e biossimilares em relação aos medicamentos sintetizados quimicamente?

Os biológicos e os biossimilares são feitos a par-tir de organismos vivos, como bactérias. Eles são usados para prolongar e melhorar a qualidade de vida de portadores de doenças graves, como o cân-cer. Entre os biossimilares que devem primeiramen-te chegar ao mercado brasileiro está a Herceptina, usada contra tumores de mama. Trata-se do princi-pio ativo do Mabthera, para linfoma não Hodgkin; do Remicade, para artrite reumatoide; do Xolair,

para asma; e do Lucentis, para degeneração macu-lar relacionada à idade.

São medicações caras. Há doses que podem chegar a até R$ 50 mil e que, por isso mesmo, têm um impacto de R$ 6 bilhões anuais no orçamento público. Por essa razão, o melhor caminho para toda a sociedade é que esses produtos sejam feitos no Brasil.

Que doenças são tratadas com esses medica-mentos?

Várias doenças podem ser tratadas com medica-mentos biológicos, como o diabetes, osteoporose, hemofilia, neutropenia, Doença de Gaucher, Doen-ça de Fabri, terapias de reposição enzimática em geral e várias outras. Os medicamentos que serão produzidos pela Bionovis, em sua primeira fase, são hoje utilizados para o tratamento de artrite reuma-toide, Doença de Crohn, psoríase, artrite psoriási-ca, esclerose múltipla, câncer colorretal, câncer de mama, linfoma, e câncer de cabeça e pescoço.

Quantos empregos diretos e indiretos serão criados pelo Bionovis? Quando o superlabo-ratório estará pronto?

O Bionovis gerará, aproximadamente, 200 em-pregos diretos de alta qualificação e boa parte será

há 10 anos o país gastava R$ 1,9 bilhão por ano com medicamentos.

Em 2012 o número saltou para R$ 9,4 bilhões.

Os medicamentos biológicos correspon-deram a 3,7% do número de unidades de medicamentos adquiridas pelo governo em 2010.

Esses produtos consumiram 31,9% da verba total disponível para as compras públicas destinadas à saúde.

Crescimento exponencialda demanda por medicamentos

Page 17: Riopharma 115

17 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

destinada aos farmacêuticos. Não temos ainda um estudo que indique quantos empregos indiretos serão criados, mas sabemos que a empresa afetará toda a cadeia de fornecimento de serviços e mate-riais, desde a fase de desenvolvimento clínico, até a fase de produção e comercialização. A Bionovis já se encontra em fase operacional; porém, a planta deverá estar finalizada e produzindo seu primeiro lote entre o fim de 2017 e início de 2018.

A pesquisa é um diferencial da empresa? Quais seus outros diferenciais?

Sim. O projeto da Bionovis é criar expertise e formar profissionais para gerarem inovação radical. Numa primeira fase, atuaremos no desenvolvimen-to e produção de biossimilares, mas o objetivo é desenvolver medicamentos inovadores em médio e longo prazos. A Bionovis já contratou seu diretor de pesquisa e desenvolvimento, Dr. Peter Kalinka, que possui experiência internacional e já desenvolveu diversos medicamentos biológicos. A empresa já iniciou um processo de estudo de novos produtos que deverão chegar ao mercado em 2020.

Podemos dizer que a alta capacidade de inves-timento de nossos acionistas, que são os principais players no mercado farmacêutico nacional, e as parcerias estratégicas com empresas multinacio-nais, com reconhecida expertise em biotecnologia, são outros diferenciais da empresa. Estas parcerias permitirão que a Bionovis dê um salto tecnológi-co, pois receberemos o conhecimento de produtos inovadores e biossimilares. Esta transferência ga-rantirá que a Bionovis tenha acesso à tecnologia de ponta de forma competitiva e aproveite esta janela de oportunidade na área biofarmacêutica.

Quais as maiores dificuldades no desenvol-vimento e lançamento desses produtos? A produção é muito mais complexa? Os inves-timentos e tempo de desenvolvimento são muito maiores em relação aos dos produtos quimicamente sintetizados?

Os desafios são enormes e passam pela falta de tecnologia e de mão-de-obra qualificada. O con-junto das indústrias nacionais que investem em

Biotecnologia Farmacêutica está alinhado junto ao Grupo FarmaBrasil (formado por nove laboratórios) na busca de soluções inteligentes para esse pro-blema. Uma delas passa pelo desenvolvimento de Centros de Formação Profissional.

Em que área os farmacêuticos vão atuar?

A biotecnologia é, definitivamente, uma opor-tunidade para os farmacêuticos. Além de todas as áreas de atuação deste profissional em uma indús-tria farmacêutica convencional, os interessados de-verão se especializar em biotecnologia, processos fermentativos, cultivo de células animais, purifica-ção de proteínas, formulação e liofilização de medi-camentos biológicos, pesquisa clínica, farmacovigi-lância, caracterização de macromoléculas, estudos pré-clínicos, além das demais áreas relacionadas à logística, transporte em cadeia fria, etc.

O governo será o maior comprador dos produ-tos Bionovis? Na sua opinião, pode haver um aumento no acesso aos medicamentos?

Esses tipos de produtos (biológicos) são geralmen-te comprados pelo governo no Brasil. O uso do poder de compra governamental, como fator de estímulo ao desenvolvimento da indústria farmacêutica nacional, também é uma ferramenta indispensável para que o país alcance seus objetivos de desenvolvimento in-dustrial, acesso à saúde e redução da dependência de produtos produzidos em outros lugares. Parcerias entre indústrias que produzem no país e laboratórios públicos, chamadas de Parcerias para o Desenvol-vimento Produtivo (PDPs), garantem a compra por parte do governo dos medicamentos desenvolvidos por esse modelo e a transferência tecnológica para os laboratórios públicos, promovendo também a moder-nização da capacidade produtiva estatal.

Quais as perspectivas de investimento do Grupo em relação a esse segmento no Brasil? Qual sua opinião sobre o futuro desse merca-do no país?

O Bionovis pretende ser o maior laboratório da América Latina até 2020. Por enquanto, nossos in-vestimentos somam 500 milhões de reais.

Page 18: Riopharma 115

18 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Com o fim da Copa no Brasil, os olhos do mundo estão voltados para outra competição esportiva que será sediada no Rio de Janeiro: os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016.

Os voluntários são a alma dos Jogos Olímpicos. E, em 2016, eles entrarão também para a categoria de he-róis. No dia 28 de agosto, no Dia Nacional do Volunta-riado, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Pa-ralímpicos lançou o Programa de Voluntários Rio 2016, que tem como maior legado a capacitação e inclusão social. As inscrições já estão abertas e vão até o dia 15 de novembro no site http://www.rio2016.com.

O CRF-RJ participa desta ação divulgando a inicia-tiva, que será um marco da atuação do setor, escri-to na história. “Procuramos o Conselho não só pela capacidade de divulgação junto à classe, mas para acompanhar de perto a inserção e o papel dos farma-cêuticos brasileiros neste evento esportivo de âmbito mundial. Também estamos trabalhando em conjunto para regulamentar a participação de farmacêuticos de outros estados e de outros países que quiserem par-ticipar durante os Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Com tantos eventos esportivos acontecendo no Brasil e no Rio de Janeiro, é importante a participação

Farmacêuticos nas Olimpíadasdo CRF-RJ”, reflete Adriano Valadão Flores, especialis-ta em Serviços Médicos do COL Rio 2016.

Segundo o coordenador de Serviços Farmacêuti-cos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, Luís Sérgio Nunes dos Santos, as competições são o ápice da preparação esportiva de vários atletas do mundo inteiro. O trabalho farmacêutico estará inserido num contexto multidisciplinar, com o principal objetivo de promover assistência especializada aos atletas e dele-gações que participarão dos Jogos Olímpicos e Para-límpicos no Rio.

A Policlínica, maior provedora de serviços de saúde dos Jogos, será a base do profissional farmacêutico. Ela será construída dentro da Vila Olímpica e, além da farmácia, contará com serviços de diagnóstico por imagem; emergência 24h, com importante participa-ção médica e de enfermagem; odontologia especiali-zada; fisioterapia; oftalmologia; e medicina do espor-te, entre outros.

Entre as principais atribuições do voluntário far-macêutico, destacamos:

n Atuar em conjunto com a WADA (Agência Mundial Antidoping) no controle do doping esportivo;

Gustavo Lemos, Luis Sérgio Nunes dos Santos e Marcus Athila

dESTAQUE

Foto

: Mar

ia K

arol

ina

Rodr

igue

s da

Silv

a

Page 19: Riopharma 115

19 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

n Executar consulta clínica especializada na dispensa-ção de medicamentos para atletas;

n Coordenar a equipe no processo logístico de dis-pensação de medicamentos e controle de estoque;

n Prestar atenção farmacêutica aos clientes da Poli-clínica;

n Garantir o cumprimento das Boas Práticas Farma-cêuticas, de acordo com a legislação e as característi-cas do serviço.

A previsão para recrutamento é para cerca de 50 farmacêuticos, além de estar prevista a participação de um grupo de acadêmicos. Estes passarão por um processo de seleção e receberão um treinamento dentro da Jornada do Voluntário para estarem aptos para a função. Cada voluntário precisa estar disponí-vel para, no mínimo, 10 dias de trabalho, que podem ser intercalados de acordo com as escalas existentes.

Os farmacêuticos que não forem selecionados para atuar como voluntários especialistas poderão ser aproveitados em qualquer uma das mais de 500 posi-ções disponíveis, caso haja interesse.

“Essa é uma oportunidade enriquecedora de am-pliar o contato com outros farmacêuticos, atletas, e delegações de outros países. Talvez seja uma chance única de participarmos de um evento desta magni-tude no Brasil nos próximos anos, e queremos repre-

sentar bem a Farmácia Nacional. Outros países que sediaram os Jogos deram o seu melhor e nós também podemos mostrar que a categoria, no Brasil, tem um alto padrão de excelência. Em vários países, a parti-cipação em trabalhos voluntários também é muito reconhecida e bem vista na formação de um bom profissional, pois demonstra espírito de equipe, com-prometimento e entusiasmo. Para algumas empresas, a participação em trabalho voluntário é um diferen-cial enriquecedor e valioso no currículo profissional”, orienta Luís Sérgio Nunes dos Santos.

O farmacêutico voluntário terá uma oportunidade ímpar de participar de uma edição dos Jogos Olímpi-cos e Paralímpicos realizada no Brasil, atuando como especialista. Esse é, sem dúvida, o maior evento es-portivo do mundo, reunindo participantes de todos os continentes. O contato com outros farmacêuticos e também com pessoas do mundo inteiro é uma exce-lente maneira de expandir a rede de contatos dentro da profissão. Além de poder conviver com atletas de alta performance de várias modalidades, em especial no período das Paralimpíadas, que é um momento de superação e quebra de barreiras e limites que serve de inspiração para todos que o vivenciam. “A chance de podermos participar dessa grande celebração no Rio de Janeiro será única”, reafirma Adriano Valadão Flores.

Os voluntários representam 33% da força de tra-balho dos Jogos Olímpicos. As vagas são para as mais diversas habilidades e perfis, inclusive para pessoas com deficiência. Algumas funções necessitam de co-nhecimentos e características específicas, que serão desempenhadas por voluntários especialistas nas áre-as de Esporte, Serviços Médicos, Tecnologia e Idiomas. É onde encontra-se inserida a Farmácia.

Para se voluntariar é necessário que o candidato realize sua inscrição através da página exclusiva do voluntário em http://www.rio2016.com/volunta-rios/. Após o encerramento das inscrições, terá início o processo seletivo dos candidatos, que prevê a rea-

COMO SE TORNAR UM FARMACÊUTICO VOLUNTÁRIO

lização de Teste de Valores e Nivelamento de Inglês, ambos on-line, além das entrevistas presenciais.

O candidato aprovado receberá uma carta convite com local de trabalho e funções a serem executadas. Esse processo será contínuo sempre que houver, in-clusive, necessidade de reposição do quadro.

O Comitê Rio 2016 oferecerá curso on-line de in-glês para todos os inscritos e os selecionados terão período adicional de aulas do idioma, além de treina-mentos específicos para a sua função. Os voluntários receberão ainda uniforme completo, alimentação e transporte nos dias de trabalho, além de certificado de participação.

Page 20: Riopharma 115

20 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Falso alarme de Ebola mostra que Brasil não está realmente prep arado

Após o alarme falso sobre o primeiro caso de Ebola no Brasil, quando o africano Souleymane Bah, de 47 anos, foi levado para a Fiocruz com suspeita da doença, o tratamento dado a um suposto aparecimento do vírus deu a níti-da impressão de que o Brasil não está preparado. Esse, pelo menos, é o entendimento do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Rio de Janeiro.

Para o Conselho, o tratamento dado ao africano, que é originário de um dos países infectados com o vírus, foi de extremo descuido, pois ele chegou ao Brasil, passou por dois estados da federação sem que as autoridades brasileiras tenham tomado a devida precaução logo na entrada em território nacional.

A notícia de que ele tinha apresentado sintomas informava também que Souleymane Bah tra-fegou livremente por outras cida-des brasileiras antes de Cascavel, no Paraná, e só foi isolado quan-do deu entrada numa unidade da UPA daquela localidade.

Entende o Conselho que, se sa-bemos que existe um vírus mortal e que o país já designou unidades específicas de atendimento em

todo o território, por que permitir que um cidadão de país infestado pela doença trafegue livremente sem que haja um cuidado maior, uma precaução? Acredita o CRF--RJ, que o risco que corremos foi alto demais, já que ele poderia ter chegado de lá com a doença. Isto porque, atualmente, nenhuma barreira ou distância em quilôme-tros é capaz de deter uma epide-mia como o Ebola.

A entidade, na pessoa de seus farmacêuticos, conclui após o alar-me falso do vírus no Brasil, que não estamos devidamente organizados para um surto ou aparecimento de caso real da doença. Sabe-se, in-clusive, que esta é uma limitação de todos os países. O governo americano já admitiu que ainda não está preparado para lidar com a epidemia do Ebola. É necessário que seja criado um efetivo plano de barreiras (terrestres, aeroviárias e marítimas), e ao mesmo tempo, que seja desenvolvido um plano agressivo de esclarecimento à po-pulação sobre os cuidados de pre-venção e identificação da doença.

A informação, neste caso, pode ser o melhor remédio.

SAÚdE PÚBLICA

Page 21: Riopharma 115

21 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Falso alarme de Ebola mostra que Brasil não está realmente prep arado

Segundo a infectologista Marília Santini, vi-ce-presidente da Diretoria de Qua-lidade da Fundação Oswal-do Cruz, é muito difícil que ocorra um surto da doença no país.

“Para chegar ao Brasil, uma pessoa infectada teria que percorrer os 12.068,32 quilômetros de distân-cia entre nós e as regiões mais afetadas (Região Oeste do Continente Africano – Serra Leoa, Libéria e Nova Guiné), o que, geograficamente, dá um pouco mais de proteção aos brasileiros. Pela distância, a pessoa que saísse de lá afetada pela doença, certamente teria a manifestação dos sintomas em algum outro país onde há barreiras, que servem como filtros. Outro fator que dificulta uma epidemia dessa natureza no Brasil é que não existe voo direto desses paí-ses afetados para cá. Há duas ou três escalas antes de chegar aqui. Ou seja, seriam, aproxi-madamente, de 36 a 48 horas de viagem. Mes-mo assim, o Ministério da Saúde tem tomado medidas bastante eficazes que vão proteger a nossa população de uma possibilidade como essa, ainda que remota”, afirma.

O laboratório onde serão processados os exames de possíveis casos suspeitos está locali-zado em Belém do Pará. Segundo a Dra. Marí-lia Santini, foi necessário instalar a base de pes-quisa científica laboratorial numa região mais distante porque esse tipo de laboratório é de nível 3, sendo que o máximo é de nível 4, limite este que não existe no Brasil. “Isto significa que é um laboratório de alta segurança, tanto para os cientistas quanto para outros funcionários que lá estarão dando suporte, trabalhando com a equipe de pesquisa. Também é impor-tante esclarecer que o nível 3 é suficiente para o vírus Ebola”, complementa.

Um outro olhar

Page 22: Riopharma 115

22 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Cosmetologia: esse mercado também é nosso

ACAdÊMICO

O interesse mundial pelo setor de cosméticos é evidente e cres-cente a cada dia, principalmente com relação à estética e com o interesse em retardar o envelhecimento. As indústrias têm feito investimento de milhões de dólares a cada ano e caminham em passos paralelos com a tecnologia em todo o mundo. Só no Brasil, são cerca de 200 milhões de habitantes que gastam boa parte do que ganham no segmento, impulsionados pela vaidade e qualida-de de vida.

De janeiro a junho deste ano, a produção do setor de cosmé-ticos cresceu 7% na comparação com o mesmo período do ano passado. O faturamento também aumentou: 12,6%, e chegou a R$ 19,5 bilhões de reais. Mas, para que essa indústria de grande interesse contemporâneo se desenvolva e se mantenha no topo, é imprescindível um profissional: o farmacêutico, que é o técnico responsável pelo desenvolvimento de fórmulas e substâncias que serão usadas em diversos setores da clínica e medicina estética.

No Brasil, quem acompanha o desenvolvimento desse enorme mercado com perspectiva para os profissionais de Farmácia é a As-sociação Brasileira de Cosmetologia, entidade que tem o Dr. Jadir Nunes como seu vice-presidente. No currículo, ele acumula mais de 30 anos de atuação no mercado cosmético e farmacêutico nas áreas de controle de qualidade, pesquisa e desenvolvimento de produtos em empresas como J&J, Schering-Plough, Natura, Chemyunion, Evic Brasil, Arch Química e Stiefel, e está nesta edição da RIOPHARMA para mostrar um pouco mais desse mercado para os farmacêuticos que têm interesse em trabalhar ou desenvolver pesquisas no ramo.

É um segmento cujos riscos existem, e exige um profissional habilitado e capacitado para assegurar a qualidade e eficácia dos produtos que chegarão aos clientes e consumidores. São fases de pesquisa e desenvolvimento, ensaios de estabilidade, produção, controle e até de caráter regulatório, que exigirão a competência técnica do farmacêutico.

Além disso, a administração dos cosméticos por um farmacêu-tico não é exclusiva, mas feita de uma maneira especial e única, exatamente pela formação profissional.

Page 23: Riopharma 115

23 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Cosmetologia: esse mercado também é nosso

O que é a cosmetologia?

É o estudo dos cosméticos, da ciência cosmética, dos conhecimentos relacionados à pesquisa, desen-volvimento, controle de qualidade, produção e co-mercialização de produtos cosméticos.

Como o farmacêutico se insere nesse merca-do? Precisa especialização? Em que nível?

O farmacêutico vem, cada vez mais, encontrando espaço para atuar na área cosmética, seja na pesquisa e desenvolvimento, controle de qualidade ou até em funções mais administrativas, como assuntos regula-tórios e marketing. A especialização é fundamental, recomenda-se inicialmente uma pós-graduação e de-pois a manutenção através de participação em feiras, congressos, seminários e workshops do setor.

É um mercado crescente no Brasil e no mun-do?

Sim, o Brasil tem tido um crescimento médio de 10% consecutivos nos últimos 17 anos, bem acima do crescimento de outros segmentos e do PIB Nacional. No mundo, o crescimento é mais estável devido à cri-se internacional que atingiu os EUA e a Europa, que são dois importantes mercados.

Como é atuação do farmacêutico nesse mer-cado?

Pela formação na área de saúde, este profissional pode atuar, tanto na concepção e produção do cos-mético, como também na sua aplicação, seja nas áre-as relacionadas a produtos para a pele ou os capilares. Outra frente que se abre é na área de testes de segu-rança e eficácia de produtos para fins regulatórios. O

farmacêutico pode colaborar muito com o desenvol-vimento e implementação de métodos alternativos ao uso de animais em testes de cosméticos, por exemplo, setor que vem recebendo uma grande atenção da so-ciedade civil e de entidades de proteção aos animais.

As clínicas de estética também representam uma opção de trabalho para esses profissio-nais?

Sim, hoje podemos ver esta tendência de atuação em clínicas de estética, pela visão ampla que o far-macêutico tem como formulador e como profissional que se relaciona diretamente com o paciente ou con-sumidor final.

Quais os produtos mais requisitados pelo mercado atualmente?

Hoje, a personalização de cosméticos para cate-gorias de consumidores específicos é o que aparece como maior tendência. Linhas para idosos, para crian-ças, para homens, para consumidores da geração Z (nascidos na década de 1990) são alguns exemplos de grupos de consumidores-chave hoje em dia. Outro aspecto muito valorizado está relacionado aos produ-tos com apelo ao verde e à sustentabilidade.

Jadir Nunes

Page 24: Riopharma 115

24 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

SOCIEdAdE

Tuiuti e Zona Sul se beneficiam com Ação Social

Equipe da Ação Social no Tuiuti

Page 25: Riopharma 115

Integrantes da CT de homeopatia do CRF-RJ

25 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

A presença no interior da comunidade, no Morro do Tuiuti, em São Cristóvão, na Zona Central do Rio, causou surpresa e grande satis-fação entre os moradores. A Ação Social ocor-reu no dia 25 de setembro, Dia Internacional dos Farmacêuticos, em parceria com a ONG JO-CUM - Jovens com uma Missão.

Os moradores foram chegando aos poucos. Alguns sozinhos, outros acompanhados dos filhos menores, que também passaram pelo atendimento para saber um pouco mais da sua saúde. Entre jovens, adultos e idosos, a mais empolgada era Dona Isa do Nascimento Para-nhos, de 80 anos. A anciã relatou que a inicia-tiva foi uma das melhores até agora na comu-nidade. Moradora do morro desde que nasceu, Dona Isa ou Vovó Isa, como todos a chamam, aferiu a pressão e também acabou tendo como surpresa um alerta: o nível de glicose estava alto e os farmacêuticos a aconselharam sobre formas mais saudáveis de alimentação, princi-palmente pela idade avançada. Sem esmorecer, ela se comprometeu a não mais abusar do açú-car, mesmo sendo a doceira mais conhecida da comunidade, e também a fazer visitas periódi-cas ao seu médico.

Outra dona de casa, também moradora an-

tiga, Silvia Regina de Barros Leal parabenizou os farmacêuticos pela iniciativa e pela contri-buição, não só social, mas para a saúde pública de uma maneira geral. “A presença deles aqui na comunidade ajudou a desafogar o posto de saúde que funciona na região e, muitas vezes, nem presta atendimento satisfatório pelo ex-cesso de procura da população para fazer esses exames”, reconheceu.

Os moradores também mostraram enorme gratidão pelas coordenadoras da JOCUM, as assistentes sociais Ellen Christina Figueiredo de Souza e Isabel Nogueira, voluntárias no projeto e responsáveis pela organização do espaço cedido à ação promovida pelo CRF-RJ. Segundo Ellen, a iniciativa na comunidade é uma contribuição de grande relevância devido à carência da popula-ção local e do abandono pelas autoridades.

“O trabalho realizado é de suma importância já que, de modo geral, o nosso Estado está cada vez mais abandonado pelas autoridades no que diz respeito à saúde pública e também às ques-tões de ordem social. Estamos presentes em outras comunidades do Município do Rio, na Baixada Fluminense e no interior, dando gran-de suporte a essas populações de baixa renda”, relatou Ellen.

“A presença deles aqui na comunidade ajudou a desafogar o posto de saúde que funciona na região e, muitas vezes, nem presta atendimento satisfatório pelo excesso de procura da população para fazer esses exames.”Silvia Regina de Barros Leal, moradora da comunidade

Page 26: Riopharma 115

ParceirosJocum:

Missão internacional, interdeno-minacional, empenhada na mobi-lização de jovens de todas as na-ções para obra missionária cristã. Fundada em 1960, tem mais de 50 escritórios e centros de treinamen-to espalhados por todo o Brasil.

Roche diagnóstica Brasil / diabetes Care:Uma das maiores empresas de saúde do Brasil, a Roche está sub-dividida em dois segmentos: Far-macêutico e Diagnóstico. Além de sua posição de liderança no País, a Roche Brasil é uma referência estratégica e operacional para ou-tros países da América Latina. A empresa fornece materiais para dosagem de glicemia capilar. Fo-ram utilizados glicosímetros e ti-ras-teste da marca Accu-chek em todas as Ações Sociais do CRF-RJ.

26 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 27: Riopharma 115

27 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Mar, céu azul e cuidado com a saúde. As-sim aconteceu, em 19 de outubro, no Posto 2, em Copacabana, Ação Social realizada pelo CRF-RJ em homenagem ao Dia Nacional do Idoso, comemorado no dia 1º do mesmo mês. O bairro tem o maior número de idosos e apo-sentados do País, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE. O evento foi uma parceria com o Centro Lions COLEPE - que abrange os bairros de Copaca-bana, Leme e Peixoto, realizando a Feira de Saúde e Cidadania há dezenove anos, men-salmente, oferecendo os serviços de tipagem sanguínea, com fator RH; verificação de pres-são; glicemia; massoterapia; shiatsu; avaliação auditiva; acuidade visual; orientação sobre

Moradores de Copacabana também recebem Ação Social

Alzheimer, autismo e questões jurídicas. Não faltaram também orientadores dos Alcoólicos Anônimos e Al-Anon, que reúne familiares e amigos de alcoólicos.

O diretor-presidente do Lions COLEPE, Sér-gio Canedo, disse que, com a participação de voluntários, parceiros e sócios, também inves-te na educação ambiental, doação de livros, artesanato, esporte e lazer, com duas redes de vôlei para a comunidade.

Canedo conta que a parceria com CRF-RJ surgiu ao conhecer a Dra. Aline Napp, coorde-nadora do projeto social e assessora do Conse-lho, através de um amigo em comum, e logo vislumbrou a possibilidade do surgimento de mais um parceiro na área de saúde. No evento

Aline Napp e Sérgio Canedo, diretor-presidente do Lions Colepe

Page 28: Riopharma 115

28 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

de Copacabana, o CRF-RJ distribuiu cartilhas com orientações sobre os cuidados com a au-tomedicação.

A acadêmica Carla Cristina Simões da Cunha de Oliveira esteve na tenda do Con-selho e elogiou a iniciativa. A estudante, que está no 4º período da Faculdade Bezerra de Araújo – FABA, integrante do Centro Acadê-mico de Farmácia, já tem um projeto voltado para saúde: o Circuito da Pessoa com Deficiên-cia – Um convite à mobilidade, com o objetivo de promover caminhadas com pessoas com qualquer tipo de deficiência. Para o futuro, ela pensa em ampliar o projeto com ações sociais.

Segundo Aline Napp, “a população recebe, em parte, o serviço com surpresa. Ela se vê dian-te de uma oferta de serviços de alta qualidade e importância para sua vida, oferecidos por pro-fissionais habilitados, capacitados e dispostos a se doar em nome da saúde.” Também, por

outro lado, acrescentou que “todas as ações sempre marcam os farmacêuticos que delas participam. São ações que, além de fazer bem à população, levam o profissional a perceber o quanto seu conhecimento acadêmico pode propiciar benefícios com o simples contato hu-mano.” Até agora já foram prestados mais de 4 mil e 500 atendimentos com essas ações.

A acadêmica Carla Cristina e o Sr. Walber Thompson estiveram em Copacabana. À direita a assessora do CRF-RJ e presidente da Anfarmag-Rio, Aline Napp

Page 29: Riopharma 115

Conheça os trabalhos desenvolvidos pela Seccional da Região dos Lagos

SECCIONAIS

Em trabalho conjunto en-tre o CRF-RJ e a Seccional da Região dos Lagos, foi criada a cartilha educativa que aler-ta sobre os riscos da autome-dicação, desenvolvida com a intenção de conscientizar as pessoas e estimular uma mu-dança de hábitos.

As cartilhas estão disponí-veis no escritório da Seccio-nal da Região dos Lagos, na Sede do CRF-RJ e também é distribuída ao público nas Ações Sociais realizadas pelo Conselho.

A Seccional da Região dos Lagos, coorde-nada pela Dra. Talita Barbosa, tem atuado com empenho nesse ano, realizando cursos, ações sociais e debates em prol do farmacêutico. “Promovemos reuniões mensais com os farma-cêuticos, para que sejam discutidos assuntos relevantes à profissão e aos interesses da so-ciedade. Projetos que o Conselho Regional de Farmácia tem realizado também fazem parte da pauta e os diretores têm a oportunidade de expressar suas observações e anseios”, conta a coordenadora.

Visando debater com a classe acerca de legislação, fiscalização nas farmácias e dro-garias, prescrição farmacêutica e áreas de atuação profissional, a Seccional organizou dois eventos: a “Tarde com o Presidente” e o “Plantão Fiscal”, que contaram com a presença de mais de 40 farmacêuticos. A Seccional da Região dos Lagos também realizou duas Ações Sociais com os temas: Automedicação e Riscos do Fumo. “Ações como essas promovem a va-lorização da nossa profissão e expõem à popu-lação o papel precioso que o farmacêutico tem na assistência à saúde”, explica Talita.

Em relação à qualificação, a Seccional pre-tende atender ao máximo a demanda que exis-te na prática do exercício farmacêutico. Assim, no início do ano, foram enviados e-mails aos

farmacêuticos da região, solicitando sugestões de temas para os cursos Qualipharma. Todos os temas propostos foram enviados à Diretoria do CRF-RJ e, até o momento, já foram realiza-dos, nos municípios abrangidos pela Seccional, os cursos de Introdução à Farmácia Hospitalar, Antibióticos e Farmacologia da Dor. “É impor-tante que os colegas participem de todos os eventos que a Seccional promove para tomar conhecimento sobre os projetos do Conselho, dar a sua contribuição à classe e se qualificar, acima de tudo”, defende a farmacêutica.

29 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 30: Riopharma 115

30 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 31: Riopharma 115

31 l Revista RioPharma l ago . set . out 2014

Page 32: Riopharma 115

Já são mil farmacêuticos certificados nos cursos do Programa, desde seu lançamento, em abril de 2014, até setembro desse ano.

Com variedade de temas, o Qualipharma atrai os profissionais que desejam se atualizar em meio ao surgimento de novas legislações ou oportunidades. Um deles foi o farmacêutico Adriano Silva Santos, que participou do curso de Interações Medicamentosas, em Duque de Caxias. Segundo ele, o curso foi espe-tacular e, sobre a professora, disse: “Simplesmente maravilhosa didaticamente e com explicação de fácil compreensão. Acredito que foi o melhor curso que re-alizei pelo CRF-RJ.”

Para o farmacêutico Samuel da Silva, que fez o cur-so Introdução à Farmácia Hospitalar, a oportunidade de aprendizado é excelente, um momento muito pro-veitoso que o enriqueceu ainda mais como profissio-

nal de saúde. Já para Ana Lúcia dos Santos Ferreira, que fez o curso de Boas Práticas em Manipulação e mais três, de maneira geral, gostou muito de todos, destacando o de Auriculoterapia. Ana Lúcia também elogiou os de Segurança do Paciente e Toxicologia Fo-rense .

Qualipharma é mais de mil

CAPACITAÇÃO

“Simplesmente maravilhosa didaticamente e com

explicação de fácil compreensão. Acredito que foi o melhor curso

que realizei pelo CRF-RJ.”Adriano Silva Santos, farmacêutico

32 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Page 33: Riopharma 115

33 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

CURSOS E CIdAdES ONdE JÁ FORAM MINISTRAdOS (dE ABRIL A SETEMBRO 2014):

1) Farmacologia da Dor: Rio de Janeiro, Cabo Frio, Campos dos Goytacazes, Itaperuna, Nova Iguaçu, Teresópolis e Vassouras

2) Antibióticos: Campos dos Goytacazes, Niterói e Nova Iguaçu

3) Interações Medicamentosas: Barra Mansa, Campo Grande/Rio e Duque de Caxias

4) Segurança do Paciente: Rio de Janeiro

Números do QualipharmaDe abril a setembro deste ano, 1050 farmacêuti-

cos foram certificados pelo Programa, o que indica bom nível de interesse nos temas, pois para a certifi-cação é preciso frequência integral.

Participação x Certificação:Cursos QUALIPhARMA (abril a setembro 2014)

Total Presenças1205

% Certificados87%

Total de Certificados

1050

5) Toxicologia Forense: Rio de Janeiro, Campo Gran-de/Rio e Duque de Caxias

6) Auriculoterapia: Rio de Janeiro

7) Boas Práticas em Manipulação - RDC nº 67/2007 – Leitura e interpretação da norma: Rio de Janeiro

8) Introdução à Farmácia Hospitalar: Duque de Ca-xias, Niterói e Rio das Ostras

Page 34: Riopharma 115

34 l Revista RioPharma l nov . dez 2014

Agenda Qualipharma:Novembro (sábados)01 - Rio de Janeiro: Perspectivas Regulatórias para Distribuição e Importação de Produtos para Saúde - Curso NOVO

01 - Vassouras: Interações Medicamentosas

01 - Casimiro de Abreu: Antibióticos

08 - Campos dos Goytacazes: Interações Medicamentosas

08 - Campo Grande/Rio: Farmacologia da Dor

22 - Campos dos Goytacazes: Introdução à Farmácia Hospitalar

22 - Teresópolis: Farmacologia da Inflamação - Curso NOVO

29 - Rio de Janeiro: Técnicas de Redação Científica para Trabalhos de Conclusão de Curso e Artigos - Curso NOVO

29 - Itaperuna: Antibióticos

dezembro (sábados)06 - Rio de Janeiro: Antibióticos

13 - Rio de Janeiro: Farmacologia da Inflamação - Curso NOVO

13 - Duque de Caxias: Farmácia Clínica - Curso NOVO

A agenda permanece em construção para levar o Qualipharma a todas as regiões do estado com cursos novos e já lançados. A abertura de inscrições para novas turmas/cursos é divulgada no Site, no Boletim Eletrônico CRF-RJ Notícias e no Facebook oficial da entidade.

Page 35: Riopharma 115
Page 36: Riopharma 115