revista versificados - ed 1 out 2015
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Primeira edição da Revista literária online Versificados.TRANSCRIPT
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2CARTADAEDITORASobreacrescente
desvalorizaçãodaliteraturaeomovimentocontraa
corrente.
4FALAIAIÁ
Desculpa.Obrigada.Denada.Fiqueàvontade.
5ACONTECIMEN-
TOSSetembropassou,outubrochegoueoquemaischamounossaatenção?
6BIENALDOLIVRO
NossamatériaprincipaldomêstrazumretratopoucoconvencialdaXVIIBienal
doLivroRJ.
9JOUTJOUT
Rolouencontrocoma(diva)JoutJoutPrazernaBienaldoLivro.Nãofoi?Quersabertudoqueaconteceu?
10COLUNADOBIGODE
Booktuber,apaixonadoporlivrosetecnologia.Rafael,conhecidopelocanalBigodeLiterário,contatudodasuasegundaBienal.
11ENTREVISTA
AutoralançadanoBrasilpelaeditoraValentinadáentrevistaexclusivapara
nossaequipe.
13NACIONALIZAN-
DOReniérePimentelfalasobreaimportânciaevalorizaçãodaliteraturanacionalnumcenário
editorialdecontrovérsias.
15VOZDONOVO
AUTORThiagoMarques,autornacionaleestudantedeLetras,trazumtextobem
desenvolvido.
PHOTOBYKHANACADEMY
17LARIINDICAAutora,blogueira,
booktubereroteirista,LarissaSirianitemboasdicasdelivrosparaquemestáquerendoumaleituranova.
19HASHTAGBIENAL
Quandofotosresumem13diasdeforma
inesquecível.Permitidodesejarvoltarnotempo!
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SUMÁRIO
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Não sei d izer quando a l i tera tura passou a ser realmente importante para mim. Foi quase
como um romance: começa devagar, você nem nota a té ser tarde demais – está
completamente apaixonado e seu tema pr incipal é seu amor. Em um minuto eu estava com
meus pr imeiros l ivros na mão, pensando “hum, isso é interessante” e no seguinte defendia
que l i tera turanãosópodecomodefa tomudavidas.
CARTADAEDITORAporCamilleThomazLabanca
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
(Des)ValorizaçãodaLeitura
Aomesmo tempoque bat ia recordes pessoais de le i tura, eu conseguiame comunicarmelhor,
acumulava coragem para seguir com meus sonhos e quando estava a ponto de desist i r de
algumacoisa, l ia umahistór ianaqual apersonagemt inha tudocontraelaeseprovoucapaz.
Isso fo i inspirador: uma pessoa ser capaz de conquistar coisas que ninguém julgou que ela
conseguir ia.Aindaporc imaquandofeztudoporqueelaqueria fazer.
Então eu comecei a ouvir pessoas dizendo amesma coisa que eu: o quanto a l i tera tura t inha
mudado suas v idas em todos os aspectos. Pensei o quanto Mário Quintana estava certo ao
dizer “ l ivros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os
livros só mudam as pessoas” e quest ionei se as pessoas estavam entendendo a
mensagemquepassavamquandodiz iamquesim,a l i tera turaé importanteparaasociedade.
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Ainda tenho minhas dúvidas, pr incipalmente quando começo a estudar e ver na minha
frente o quanto a l i tera tura está desvalor izada, o quanto as pessoas a veem como forma
de ganhar dinheiro sem fazer a di ferença na v ida de outra pessoa. Pior, o quantomuitas
delasseocupamjulgandooquevocêescolhe ler.
Sevocêestáaqui , lendo isto,precisoquesaibaqueaindaguardoesperanças.Ainda faço
parte de um movimento de incent ivo real à le i tura, como forma de contr ibuir para uma
sociedade commais respeito, amor e sol idar iedade do que descontento, ódio e egoísmo.
Ainda acredito que se você se predispôs a baixar essa revista, acredita um pouco nisso
também.
É nessa deixa de esperança que compart i lho um trecho de A Li tera tura em Perigo, de
TzevetanTodorov:"A l i tera turapodemuito.E lapodenosestenderamãoquandoestamos
profundamentedeprimidos,nos tornar a indamaispróximosdeoutros sereshumanosque
nos cercam, nos fazer compreender melhor o mundo e nos ajudar a v iver. [ . . . ] E la pode
também, em seu percurso, nos transformar a cada um de nós a part i r de dentro. A
l i tera tura temumpapel v i ta l a cumprir ; maspor isso é preciso tomá-la no sent ido amplo
e intenso que hoje é marginal izado. [ . . . ] A l i tera tura é pensamento e conhecimento do
mundopsíquicoesocia l emquevivemos.Areal idadequea l i tera turaaspiracompreender
é,s implesmente,aexper iênciahumana."
Vamos juntos?
Camil leThomazLabanca
Ed i to ra che fe Vers i f i cados
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Melhor já começar me desculpando, porque esse texto é só um ensaio. Ao contrár io do
restante do conteúdo que você vai encontrar nessa revista, essa página será dedicada a
tentat iva e erro, um t ipo de aventura em forma de crônica. O motivo? “As crônicas são
observações do cot id iano mas isso não signif ica que o cronista exper imentou cada um dos
fatos que rela ta. A premissa, normalmente, é verdade mas os argumentos são construções
cr ia t ivas do escr i tor”, me ensinou Antônio Prata durante um bate-papo no Cubovoxes na
últ imaBienal doRio então, na hora de escolher o que fazer naminha colunadaRevistaVersi
não t ive dúvidas: quero escrever a crônica! Poderia ter escolhido não ter coluna algumamas
ser ia in justoexcluir umgênero já tãomarginal izadoda l i tera tura.
Marginal izado sim, disse Gregório Duviv ier no mesmo encontro, quando contou sobre a
histór ia das crônicas “nascem na urgência, n inguém t inha os textos na gaveta e o jornal
resolveu usar, os textos surgiram para preencher um lugar nos jornais. É na pressa que elas
nascem”. Essa aqui não, na contramão, nasce do tempo porque nossa fechamento editor ia l
estábemplanejadomasnempor issootempofo i bemut i l izado.
Mas, se escrever é tão complexo porque eume atrevo a tentar?A respota veio, em forma de
lembrança resgatada na caix inha de memórias, sobre certa vez que, zapeando os canais da
televisão, ouvi de um senhor (que nãome recordo o nome) aquela que acredito ser amelhor
def in ição sobre o processo cr ia t ivo de um escr i tor quando este fo i quest ionado sobre a
existência da“ inspiração” forma de intervenção div ina que tornava lúcido e em ordem logica
e sequencial os pensamentos para que saíssemda cabeça pro papel . Comuma certa i ronia e
muita convicção, e le fo i claro ao dizer: “Escrever não depende de inspiração e s im de
transpiração. E dor. Dói muito. As costas, o pescoço e os punhos por f icar horas na mesma
posição, refazendo, tentando, apagandoe recomeçando”.Edesdeentãoeupassei a respeitar
mais os escr i tores por isso, e parei deme esconder nas desculpas fáceis do t ipo“não tenho
nenhumaideiahoje”a téquef iz daescr i taumexercíc io.
Esse é o meu exercíc io, contar em forma de crônica as maiores ment iras sobre alguma
verdade.Medesejemsorte
(ev ida longaàRevistaVersi )
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Desculpa.Obrigada.Denada.Fiqueàvontade.
FALAIAIÁ!porFláviaMariaAlvim
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..........................................................................................................................................................................ACONTECIMENTOSEMDESTAQUEporCamilleThomazLabancaeFláviaMariaAlvim
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
GREY SURPREENDEN-TE
TEVENDOUMCACHORRO
DESTINADO FILHODOURADO DESAPARECIDAS [RUÍDO] UMACHAMAENTREASCINZAS
RESENHAS
CAPITOLINA:OPODERDASGAROTAS SURPRESAIRRESISTÍVEL
OJEITODISNEYDEENCANTAROSCLIENTES MAZERUNNER:PROVADEFOGO
IBienaldoLivrodeContagem
Aconteceu nos dias 25, 26 e 27 de Setembro a I Bienal do Livro de Contagem. O
eventocontoucomGregórioDuviv ier eLauraConrado.
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..........................................................................................................................................................................REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
BIENALDOLIVROporIgraínneMarques
OtrâmitedesvinculaliteraturadeliteratoseacademiadaintelectualidadedoséculoXXI
ABienal é umgrande evento l i terár io que acontece anualmente emumadasmaiores c idades
brasi le iras da a tual idade: ou Rio de Janeiro ou São Paulo. Em 2015, fo i a vez das terras
car iocas receberem essa fe ira de proporções inacreditáveis, cedendo espaço a editoras
conhecidasnacional e (muitas vezes)mundialmente.Dessa vez, prometia-seuma feiramaior,
com um número de v is i tantes excedendo o esperado. Expectat ivas que, no úl t imo dia de
evento,não foram frustradas. Venderam-semais l ivrosdoquequalquerBienal doLivro,mais
autores foram convidados e mais palestras foram real izadas. O sucesso fo i integral – os
problemas,poucos.
Ésempreumaconquistaconseguir a tra ir novos le i toresaomundodos l ivros.Semaisescolas
vis i tam o evento, s ignif ica que haverámais le i tores no futuro.Autores jovens, t ra tados como
popstars, são um espetáculo à parte. Perseguidos por mult idões, esperados por grupos de
300ou400pessoas;senhasquenãodãocontadaespera.
Emmeioaessecontexto,oquemaischamaaa tençãonãoéo fanat ismo,aeufor iaousequer
o gosto pela le i tura. O que chama a a tenção, agora, é outra coisa. Os l i tera tos insistem em
ignorar,maséumaverdade instaurada:o le i tor vemmudando.Enãoépouco.
AMUDANÇADEPÚBLICO
Literatura, hoje, deixou de ser a lgo el i t izado. L i tera tura, agora, só faz sucesso quando é
popular izada. E é isso que as Editoras querem.A renda, a venda, o lucro e o reconhecimento
garant ido.V irou produto, embora também seja arte. E por que uma coisa haver ia de el iminar
aoutra?
Masel imina.Muitasemuitas vezes.Confessoque jamais l i l ivroa lgumde vlogueiro (seja e le
qual for ) ou blogueiros. Tenho a cur iosidade quase gr i tante de ler os l ivros da Bruna Vie ira,
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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porexemplo,quecomeçouaescreverbemnovaechamouaa tençãodeeditorasconsagradas (ou
ser iam as editoras que se consagrarampor causa dela?) . De qualquer forma, é um novo espaço,
umnovo t ipo de autor, umnovo t ipo de escr i tor – que, d iante dasdi f iculdadesde se alcançar as
editoras convencionais (que só aceitam or ig inais por correio - isso quando aceitam), arranjam
umanovaformadechegaraopúbl ico.Usandoa internet.
V ivemos nummundo rápido, instantâneo. Ler umamatér ia não é a tra t ivo diante da possibi l idade
de se assist i r a essa mesma matér ia. É a velha questão do “ l ivro ou adaptação?”. Por esse
mesmo motivo, jovem hoje em dia prefere assist i r a ler uma resenha. Dar play no Youtube a
procurar uma reportagem sobre um assunto polêmico. Por que não ouvir uma opinião de gente
tão jovem quanto? Por que não pr ior izar o discurso da menina de 17 anos em vez de olhar
pr imeirooJornal Nacional?
Éacoisamaisnatural domundoprocuraror ientaçãoemmeioaos iguais.Oproblemanãoéesse.
O problema é quando a academia espera algo di ferente e recr imina o t ipo de públ ico que
consometal conteúdo, taxando-osderasos.
Damesma forma,porém,compreendoooutro ladodamoeda.Nãopor ju lgar ta is jovens,maspor
ju lgar quem os publ ica. L i tera tura nasceu e vai morrer sendo arte. Arte, por s i só, v isa muito
mais que entreter; v isa promover ref lexão.O l ivro, assim que escr i to, deixa de ser do autor para
ser domundo. E essa é a beleza da arte, seja e la qual for. Damesma forma, o v ídeo, assim que
divulgado,deixadeserdov logueiro.Oproblemanãoéoconvite.
Escreveréoportunidade;seaeditora temumapropostae isso impl icaemganhardinheiro,quem
não far ia? Na minha torpe opinião, “tem mais é que aceitar”, af inal , oportunidade se agarra e
nãoseempurra.
Masacontecequeessepessoal nuncaescreveu.
Easportascont inuamfechadasparaquemescreve.
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REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Competir contra os novos famosos (os famososde internet) é inviável , é impossibi l i tar qualquer
meio de divulgação própr ia. Assim como todo famoso, esses têm uma legião de fãs que os
defenderão de qualquer cr í t ica – mesmo que seja construt iva. Lutar contra isso ser ia dar um
tiro no própr io pé. Não se tra ta de tomar o lugar do outro. Trata-se de l imitar o espaço na
editoraparaapenasesse t ipodeautorbrasi le iro.Quandosev ivenumpaísondeaartenacional
émenosprezada e vulgar izada, onde a l i tera tura premiada nemmesmo é conhecida – e se é, é
porqueé l ivroestrangeiro– i r contra issoéquaseumamissão impossível .
Se a l i tera tura escr i ta por pessoas (que não costumavam escrever) conquista tanta gente,
imaginacomodeve serboaa l i tera tura cr iadapor aquelesque vivempara isso?Nãohápúbl ico
já instaurado,éverdade,maséumterreno inexplorado.Minasnuncasãoencontradassenãose
está procurando por e las. Não se tra ta de l i tera tura nacional ter ou não qual idade: a l i tera tura
contemporânea atual não tem (supostamente) qual idade porque ninguém está dando a
oportunidadeparaela.Eesseéoverdadeiroproblema.
Editora pr ior iza invest imentos em bolsos, deixando em segundo plano (às vezes descartando) a
l i tera turaquefazpensar.
Eu, como l i tera ta, como prof issional da área de Letras, entendo que os espaços jovens comuns
vêm se dinamizando. Mais do que isso, se expandindo e recr iando. Condenar esse t ipo de
popular ização é ser, acima de tudo, u l trapassado. E condenar a l i tera tura popular é ser, no
mínimo, quadrado. Ninguém começa lendo Bukowski. O contemporâneo pode, s im, entrar no
cânone e eu sou a pr imeira a levantar essa bandeira. Basta que hajam espaços comuns, que
sejamofertadasnas l ivrar iaspoetasnovos–epara isso,aseditorasprecisamabrir portas.
A culpa não é do jovem, não é do le i tor e muito menos do escr i tor. A culpa é um revest imento
social que permeia empresas de grande porte e inst i tu ições preparadas para condenar o que é
apreciadopelamaior iadapopulação–porquedepoisquepopular iza,“(des) intelectual iza”.
Como escr i tora, percebo que a l inha que separa o autor brasi le iro do le i tor é muito tênue. A
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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únicadi ferençaéqueautornacional nãodádinheiro,enquantoo le i tor,ah,esses im.
JOUTJOUT,PRAZERNAXVIIBIENALDOLIVRORIO
PorFernandaDias
No dia 6 de setembro rolou o tão esperado encontro de Jout Jout lovers na bienal . As pessoas
foram chegando aos poucos. As 15 pr imeiras pessoas ganharam l ivros e as 5 pr imeiras de
batom vermelho também! A famíl ia se div id iu em grupos para se conhecerem, se amarem e
responderas50,5perguntasdaJoutJout.Tudo tranqui loa téqueaconvidadamaisesperadada
noitechegouefo i umaeufor iasó.
Fel ic idade transbordava dos olh inhos de cada uma das 400 pessoas que estavamal i . Jul ia fo i a
pessoamais fofa domundo! Ela fa lou com todos, fo i super recept iva, conversou como pessoal ,
t i rou fotos. . . . Posso dizer que em nenhummomento ela deixou de sorr i r (nem eu!) . Fizemos um
sorteio de canecas l indas com fotos da Jout para o pessoal e, claro, também demos uma para
ela.Tudo issocomdire i toabraços,br incadeiraseumabelafotoemfamíl ia.
Algumaspessoas não puderam f icar a té o f inal , então nós as chamamospara que pudessem ter
seusmomentos fe l izes com a nossa diva. No f inal do nosso encontro, organizamos a galera em
umaf i la paraquecadaumpudessedarumabraço, fa lar e t i rar fotoscomaJul ia.Osbooktubers
gravaramvídeosparaseuscanaise t i raramfotoemgrupo.
Tudo deu certo e só temos a agradecer por esse dia tão maravi lhoso, pela presença da Jout
Jout, por e la ter um coraçãomaior que omundo que espalhou amor e quemesmo cansada, não
parou de distr ibuir car inho. Jul ia é incr ível , s impát ica e verdadeira. Eu quer ia poder vol tar no
tempoef icar láparasempre!
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..........................................................................................................................................................................REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
COLUNADOBIGODEporRafaelRibeiro
Minhasegundaexper iênciacomaBienal ,apr imeiraveznoRiodeJaneiro.Oquepossodizer
sobre isso?Bem,háumanopudeconheceradinâmicadeumaBienal doLivro indonadeSão
Paulo e posso dizer que a exper iência fo i ót ima. Sendo um booktuber, conheci vár ios amigos
meus pessoalmente, com quem t inha contato apenas de modo onl ine. Claro que fo i um
deslumbre.
Me acabei comprando l ivros, já que na época eu t inha um pouco mais de dinheiro do que
tenho atualmente, conheci muita gente. Foi nesse ano que eu t ive total compreensão das
proporçõesqueomeutrabalhocomobooktuberestavatomandocomaquant idadedepessoas
que encontrei no pr imeiro encontro de booktubers para inscr i tos. Sabendo disso, as
oportunidadeséclaroquesurgem.
Vejo a Bienal do Livro, tanto no Rio quanto em São Paulo, como a personif icação do nosso
trabalho onl ine, onde nos encontramos com quem conversamos apenas vir tualmente. Temos
essecontatoverdadeiro.
Bienal não é só um lugar para encontrar seus autores favor i tos ou então fazer a festa
comprando todos os l ivrosque vemospela frente,mas simum lugar para termos certezaque
não somos só pessoas que leem l ivros sozinhas, sentadas no quarto ou em qualquer lugar,
massimumagrandecomunidade le i tora,contrar iandoosdadosdequeobrasi le ironão lê.Lá
podemostercertezaqueexistemmuitaspessoasnessemundo l i terár io.
Foi nesse ano que eu pude ter certeza que a Bienal está valor izando a le i tura na v ida dos
jovens, jáqueo l ivromais vendido fo i odaKéfera.V i muitosdeles se inser indonessemundo
fantást icoda le i tura.Claroquehá ressalvas,masenxergo issocomoumaaberturadeportas,
onde o jovem começa por um, depois conhece outro, e outro e mais outro. Tudo isso por
causadaBienal! <3
BienaldoLivroRio2015,oqueachei?
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S.C. Stephens adora escrever
histór ias bem românticas, recheadas
de emoção e paixão. Intenso Demais
é sua estreia no meio editor ia l . No
Brasi l , a tr i logia fo i publ icada pela
editoraValent ina.
Você disse em uma entrevistapara o site Maryse.net quepublicou a série Rock Starprimeiramente em um site. Jánesta época você pensava emescrever profissionalmente ouera apenas uma forma dediversão?
SC: Na verdade, eu nunca t inha
realmente considerado escrever
prof issionalmente. Nessa época era
purohobby.
Você nos contou que escreverIntenso Demais foi umprocesso bastante longo, jáque você escreveu algumascenas primeiro e só entãodecidiu linká-las com ahistória. Você continuou comesse processo nos outroslivros ou seu jeito de escreversofreuadaptações?
SC: Escrevo de um je i to muito
diferente agora.Normalmente começo
pelo começo mesmo e lentamente
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAA
caminho para o f im. Se tenho ideias ao longo do
processo, escrevo-as no f im do documento para não
esquecer.
Às vezes, quando autores estão escrevendoseus livros, eles sabem que uma cenarealmente importante vai acontecer e, àsvezes, eles querem escrevê-la logo. Issoacontece com você? Como você lida com aansiedade?
SC: Não tenho problemas em esperar para escrever
cenas importantes, acho todos os pequenos passos para
chegara téessepontobonstambém!
>>
FOTOPORTARAELLISPHOTOGRAPHY
.......................................................................................................................................................................... REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
ENTREVISTAporCamilleThomazLabanca
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Você sabe quando seuslivros estão sendonegociados para seremtraduzidos e publicados emoutro país ou só descobrequando precisa assinar umcontrato?
SC: Sou informada quando países
compram os dire i tos de publ icação
dos meus l ivros, mas normalmente
não f ico sabendo quando serão
lançados. Meus fãs são os
pr imeirosasaber!
Como é sua rotina hoje?Você continua escrevendotodos os dias ou outroscompromissos literáriosacabamtomandoseutempo?
SC: Eu vejo a escr i ta como um
trabalho em tempo integral , então
trabalho de segunda a sexta e t i ro
os f inais de semana para mim.
Durante o dia, passo a maior parte
escrevendo, então a tual izo minhas
redes socia is e por f im respondo os
e-mai ls. Tento manter uma
quant idade mais ou menos f ixa de
palavrasporsemana
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Confiraaresenhanoblog:
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Ler não é uma ação comum aos jovens – e, muitas vezes, nem aos adultos. Também pudera:
todos sempre em busca de algo, seja um futuro melhor ou a certeza de comida na mesa no dia
seguinte.Comoencaixarumluxocomoa l i tera turanessemeio?
Uma esperança é que há quem encontre na le i tura uma fuga da real idade, e, minor ia das
minor ias, quem veja nela o essencial para abr ir hor izontes, mudar pensamentos e impulsionar a
diferençatãonecessár iaemnossasociedade.Aquestãoéexatamenteapalavra“minor ia”.
Nós, le i tores que enxergam além de letras em um papel , achamos um tanto preocupante essa
real idade-éa lgoquasedesconcertantediantedomundodasentrel inhas.
Se acha que a s i tuação está fe ia, acompanhe: boa parte, e estou sendo ot imista de não
chamá-la de maior ia, desses le i tores dão preferência à l i tera tura estrangeira (seja
americana,sejaeuropeia- poucofogedestepadrão).
Nesse contexto, qual o espaço real da l i tera tura nacional? Eu sei que a resposta está na
pontadasua l íngua.
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
NACIONALIZANDOporReniérePimentel..........................................................................................................................................................................
SociedadeeLiteraturaNacional
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Tudo isso ainda é intensif icado por meio de paradigmas que carregamos: l ivros nacionais são
clássicos e todos estes são chatos, da época que nos obr igaram a ler quando mal sabíamos o
portuguêsdenossaépoca,ouosdeauto-ajudaousimplesmenteruins.
Na real idade, não fomos instruídos a apreciar os l ivros clássicos, apenas f izemos a le i tura do
l ivro, e muitas vezes apelamos para o resumo, a f im de obter nota suf ic iente para passar em
determinadadiscip l ina.Não fomos incent ivadosa ter gostopelas artes e isso, é claro, se ref lete
napopulação.
Nós,leitoresqueenxergamalémdeletrasemumpapel,achamos
umtantopreocupanteessarealidade-éalgoquase
desconcertantediantedomundodasentrelinhas.
..........................................................................................................................................................................REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
Foi ref let indo sobre tudo isso que decidi tomar um
passo para mudar essa real idade. Enquanto
part ic ipante do projeto Versi f icados, que une um
grupo de pessoas com real interesse em disseminar
o gosto pela le i tura, desenvolvo a coluna
Nacional izando.
Aqui é o espaço dos autores nacionais, para que, juntos, incent ivemos a le i tura de l ivros de
diversosgêneros.
Apresentaremos t í tu los novos e ant igos,mostraremos que existem sim romances (românticos ou
não)doseugênerofavor i to,comhistór iasapaixonantesepersonagens inesquecíveis.
Serão le i turas recentes, opiniões s inceras e impressões pautadas em narrat ivas escr i tas por
pessoas como eu e você, brasi le iras. Vamos além do comum, do s imples, do normal. Vamos
explorar todasassuasvertentese levá-laparaaprát ica.
Af inal ,épossível aprendermesmocomaqui loqueconsideramosumadistração,umapaixão: ler.
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Quero deixar as coisas muito claras aqui : eu
nãomeimporto; nãomesmo.
Peço por gent i leza a você, le i tor ou le i tora,
que se desarme de seu pensamento
pol i t icamente correto que por acaso sur ja; o
que virá adiante não tem a ver com o que eu
tenhoquasecertezaquevocê imaginou.
Poisé,eunãomeimporto.
Nãome importo se f ico com fr io ou semi-fr io,
praqueelapossaf icaraquecida.
Não me importo de passar a madrugada
conversando com ela, sabendo dos
compromissos do dia que se seguirá;
realmente não me importo. E digo mais: a té
gosto.Gostonão.. .amo!
Não me importo de f icar em si lêncio, mesmo
tendo um turbi lhão de palavras doidas para
sair demeu ínt imo;nãome importodeouvi- la
dizer tudo o que temadizer, ouvi- la com toda
apaciênciaecalma.
Não me importo em demorar a responder; se
demoro, é porque estou formulando,
raciocinando, pensando em como dar uma
resposta sat isfa tór ia; nessa demora coloco
uma pitada de preocupação em fazer com que
ela se s inta segura e bem; então, não me
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
importo.
Não me importo de não fa lar sobre coisas
que gosto quando estou com ela; valemais
pra mim deixar que ela fa le, que ela
desabafe, que ela me expl ique aqui lo que
eupor vezes não consigo entender; nãome
importo se passei o dia formulando um
discurso mega interessante pra dizer a e la
quando a v isse; me importa a natural idade
doassunto.
Nãomeimporto.
Não me importo que as pessoas me olhem
estranho quando ando com f lores pelas
ruas; não mesmo! Algumas acham graça,
outros nem tanto, outros olham
curiosamente.
Eu,s inceramente,nãomeimporto.
Não sinto vergonha disso, penso na alegr ia
nafe l ic idade.
O queme interessa é, ao f inal de tudo, ser
premiado com sorr isos, abraços apertados,
"eus te amos"; é com isso queme importo.
Me importo em saber se ela está bem,
como está a saúde, como está a famíl ia,
comoestãoosestudos.. .
Me interessasaber isso.
Daquiloquenãomeimporta(edoquemeimportatambém)
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
VOZDONOVOAUTORporThiagoMarques..........................................................................................................................................................................
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Nãome importa se se importamdemais como
fatodeeunãomeimportar.
O queme importa é o amor, representado nos
gestosmaissut isdeafeto.Écom issoqueme
importo
E nãome importa se vão reparar que não pus
os pontos f inais na frase anter ior ; tudo está
emprocesso,daquiparaalém.
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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FOTOPORBLOGPÁSSAROAZUL
LARIINDICAporLarissaSiriani
REVISTAVERSIFICADOSED.1-OUTUBRO2015
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Bienal do l ivro é sempre uma época
perigosíssima do ano pra mim. Sempre
faço uma l ista imensa de compras, e
mesmo que não siga tudo à r isca, nem
compre tudo o que pretendia, sempre
gastomuitodinheiro.
Comoeradeseesperar,em2015nãofo i
d i ferente, e f iz um pequeno estrago na
Bienal do Rio de Janeiro. Mas entre os
vár ios l ivros cobiçados, a lguns eram
mais especiais. Então trouxe pra vocês
hoje os l ivros mais legais que comprei
nessaBienal!
Clássicos da Zahar: resolv i
classi f icar tudo num pacote, porque sou
apaixonada pelas edições de capa dura
da Zahar. E les já lançaram vár ios
clássicos comoOMágico deOz,Al ice no
País das Maravi lhas, a lém de edições
l indíssimas de l ivros da Jane Austen.
Mas nessa Bienal , comprei O Pequeno
Príncipe e Peter Pan, dois clássicos
infant is que eu não t inha t ido chance de
ler a inda e que f inalmente estão na
minha cabeceira! Além de capa dura, as
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
A
ediçõescontémi lustraçõesor ig inaisebiograf iasdos
autores.
Trono de Vidro: este é o pr imeiro l ivro de uma
série de fantasia que quero ler há bastante tempo.
Nem vou tentar uma sinopse porque ainda não l i , e
acho que soar ia meio fa lso, mas sabe aquele l ivro
que basicamente todas as pessoas da sua vida te
indicam? Pois então. Teve tanta gente insist indo pra
eu ler que, quando encontrei o l ivro na Bienal ,
prat icamente me joguei em cima dele. Agora já
possomataracur iosidade.
Surpreendente: pr imeiro l ivro do brasi le iro
Mauríc io Gomyde pela Editora Intr ínseca, o l ivro
conta a histór ia de um rapaz que se reúne com os
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FOTOPORINTRÍNSECA
amigos para tentar fazer seu pr imeiro
f i lme.Sou fãde longadatadoGomyde,e
por acompanhar seu trabalho já há
muitos anos, comprei o l ivro de olhos
fechados. O nível de conf iança no
trabalho desse cara é tamanho que
comprei antesmesmo de saber do que a
histór ia se tra tava. Como todo l ivro do
Mauríc io, já estava na minha wishl ist
muitoantesdeser lançado.
Além desses, t iveram mil outras aquis ições, mas isso é papo pra outros dias. Como sempre,
minha l ista de desejados aumentou em vez de diminuir, e vol te i consideravelmente fa l ida. Mas
quevaleuapena…issovaleu!
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EXPEDIENTE
FLÁVIAMARIAALVIM
At r i z , p rodu to ra execu t i va , ex-
l i v re i ra e p isc iana com
ascendente em gêmeos .
Apa ixonada por a r te em todas
suas fo rmas e expressões .
CAMILLELABANCA
Be le t r i s ta . Au to ra de um l i v ro ,
qua t ro con tos e uma nove la .
Parecer i s ta e soc ia l med ia
f ree lancer, in tegran te do
Núcleo ,da Fundação Es tudar.
IGRAÍNNEMARQUES
Auto ra de um l i v ro e um con to ,
bachare l em le t ras e
pesqu isadora de l i t e ra tu ra .
Rev iso ra a f i c ionada por nu te l la
que sonha emv ive r sua p rópr ia
u top ia .
RAFAELRIBEIRO
Booktuber com orgu lho ! Adora
l i v ros de todos os t ipos ,
apa ixonado por tecno log ia ,
games , mús ica e a té de v ia ja r,
a f ina l quem não gos ta de sa i r
e conhecer o mundo?
RENIÉREPIMENTEL
Amante da l i t e ra tu ra e da a r te ,
es tudan te de A rqu i te tu ra e
Urban ismo. Le io de tudo e
ma is um pouco , na hora que
der,quando puder.
THIAGOMARQUES
Cur ioso e aprec iador das
le t ras , das pa lav ras e das
sen tenças . Admi rador das doze
ou t reze no tas mus ica is
(bemó is e sus ten idos con tam! )
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LARISSASIRIANI
Escr i to ra , book tuber e
pro fessora de ing lês .Sonha em
v ia ja r o mundo , encabeçar a
l i s ta de bes tse l le rs e conhecer
o pr ínc ipe encan tado - não
necessar iamente nessa o rdem.
FERNANDADIAS
18 anos , cu rsando ps ico log ia e
sou yog i há um mês . "Não
impor ta o que acon teça na
v ida , se ja bom para as
pessoas . Ser bom para as
pessoas é um marav i lhoso
legado para de ixa r pa ra t rás"
(Tay lo r S . )
Dúvidas,críticasesugestões
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..........................................................................................................................................................................PARCERIAS