revista tendências e negócios - janeiro/ 2015

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 1 Brasília, DF, Edição 33, Janeiro de 2015 Para driblar a crise, especialistas recomendam INOVAÇÃO nas empresas Brasília: uma das capitais mais EMPREENDEDORAS no ranking nacional O que esperar do TURISMO e do MERCADO IMOBILIÁRIO no Distrito Federal TEDx Chega a Brasília o maior evento do mundo para se compartilhar ideias

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2015 - Tendências para o ano

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Para driblar a crise, especialistas recomendamINOVAÇÃO nas empresas

Brasília: uma das capitais mais EMPREENDEDORASno ranking nacional

O que esperar do TURISMO e do MERCADO IMOBILIÁRIO no Distrito Federal

TEDx Chega a Brasília

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O ano de 2014 começou com grandes expectativas. A Copa do Mundo foi uma delas. Todos aguarda-vam a conquista do Brasil no Maracanã 64 anos após a derrota para o Uruguai em casa. Infeliz-mente, a espera foi em vão. A seleção não levou

o título. Contudo, essa não foi a maior decepção encara-da pelos brasileiros, nem pelos brasilienses. O ano, que prometia aquecer o comércio e alavancar a economia do país, não correspondeu às expectativas.

A previsão de especialistas do setor produtivo para 2015 é de um ano difícil. Para que os empresários co-nheçam os principais entraves que terão durante este ano, a matéria de capa deste mês começa com a opi-nião dos representantes de instituições que fomentam o empreendedorismo na capital. Na reportagem, eles falam sobre quais serão as principais dificuldades e como as organizações conseguirão atravessar esse mo-mento sem muitas perdas.

Nas páginas seguintes, destacamos as tendências para dois setores que crescem a cada dia no Distrito Federal, o mercado imobliário e o turismo. E a última matéria sobre o futuro de Brasília traz uma mensagem positiva para os empresários. De acordo com a pesquisa lançada pelo Instituto Endeavor, estamos entre as cinco capitais mais empreendedoras do país.

Neste mês, trazemos também as primeiras informa-ções sobre o TEDx, que chega à capital pela Universida-de de Brasília. O evento é derivado do TED (Tecnologia, Entretenimento, Design), que é uma fundação americana desenvolvida para espalhar ideias pelo mundo. O Grupo de Comunicação Tendências e Negócios é apoiador da iniciativa. Até março, divulgaremos informações sobre a organização e os palestrantes na revista e em nosso pro-grama na TV Brasília.

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Sumário

Capa - 22

Preparo físico - 62

Comportamento - 38 Destaque - 54

Tecnologia - 50

Capacitação - 44

O ano de 2014 foi de crise econômica em todo o Brasil. O setor produtivo da capital federal também foi afetado. Veja quais são as expectativas de especialistas do setor no DF para 2015 e as tendências que ajudarão empresas a não sofrerem com a crise.

Em busca de um melhor clima organizacional, a empresa de Gestão de Pessoas Integrah inova ao en-volver líderes e colaboradores na execução das mu-danças dentro das organizações.

Entenda como o Startaê, jovem empresa que presta serviços na área digital, vem conquistando espaço no mercado brasiliense ao valorizar a funcionalidade e o design dos sites e aplicativos que desenvolve.

Alunos da Universidade de Brasília trazem, à capital fe-deral, um dos maiores eventos mundiais para divulgação de novas ideias. O TEDx reunirá palestrantes capazes de inspirar os ouvintes a agir e impactar o mundo ao seu redor.

Entenda como funciona o coworking, modelo de trabalho em que diferentes empresas compartilham o mesmo espaço físico e aproveitam a oportunidade para trocar informações e fazer novos contatos.

Zumba, a modalidade de dança que, além de dar equilíbrio e força, aliviar o estresse e queimar gordu-ra, promete divertir os praticantes. Conheça o esporte que virou tendência nas academias brasilienses.

Teatro Nacional

Paula Fróes

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 7

Fugindo da rotina - 64

editorias

Viajar sem perder o conforto de casa, fazer amigos e ter liberdade para mudar o roteiro da viagem quando quiser. Essas são só algumas das vantagens apontadas pelos adeptos do Motorhome.

Dicas Empresariais 8

Entrevista 10

Prazeres Capitais 16

Consciência Empresarial 20

Receita do Chef 66

Wagner Augusto

Preparo Físico - página 76

Entrevista com Celina Leão, presidente da Câmara Legislativa do Distrito Federal

Zumba : diversão aliada a condicionamento físico

Divulgação

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Alex Dias

8 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 32 dezembro 2014

O volume de dados torna a Declaração do Imposto de Renda uma das mais com-plexas tarefas para o contabilista e seu cliente. Para o sucesso da empreitada, a or-ganização com prazos e a atenção duran-te o preenchimento dos formulários são essenciais. A Receita Federal tem inves-tido em ferramentas eficientes para con-

A Solução de Consulta nº 327/2014 pu-blicada no Diário Oficial da União trouxe no-vas regras sobre a contribuição previdenciária substitutiva. A regulação é válida para em-presas optantes pelo Simples Nacional e en-quadradas nos grupos 421, 422, 429 e 431 da Classificação Nacional de Atividades Econô-micas (CNAE 2.0). No entanto, essa Solução difere daquela determinada pelo artigo 19 da

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Na tentativa de fazer valer as leis trabalhistas, foi cria-do o e-Social, sistema eletrônico que permitirá ao gover-no cruzar informações de praticamente todas as operações empresariais. Agora, notas fiscais, informações sobre en-tradas de estoque nos estabelecimentos e operações com folhas de pagamento serão integradas em uma rede única que permitirá ao Fisco acompanhar, em tempo real, todas as operações da empresa. A medida, no entanto, afetará a dinâmica das férias dentro das organizações: os 30 dias de aviso prévio deverão ser registrados diretamente no e-So-cial, o que inviabilizará avisos retroativos.

Por falar em Declaração do Imposto de Renda, é possível tomar algumas medidas para agilizar o pro-cesso de preenchimento dos formulários. Uma delas é solicitar seus informes de rendimento junto à em-presa onde trabalha ou para a qual prestou serviço – mesmo que por um curto período de tempo. A em-presa deve informar todos os rendimentos tributáveis, isentos, retidos na fonte e o desconto do INSS. Tam-bém é preciso solicitar informes de rendimento junto ao banco onde você é correntista, junto ao INSS e ou-tras entidades de previdência privada.

Antes de adquirir um com-putador, o pequeno empresá-rio que deseja informatizar seu empreendimento deve pensar nos programas que vai utilizar – os softwares. Nas empresas, es-ses programas podem ser muito úteis em processos que deman-dam organização, precisão e agilidade. Os de automação de escritório são utilizados, por exemplo, na elaboração de con-tratos e planilhas eletrônicas. Já os softwares de gestão são capa-zes de gerenciar e integrar da-dos de todas as áreas da em-presa, facilitar o arquivamento deles e permitir que sejam for-necidos com rapidez aos órgãos fiscais do governo. Existem sof-twares gratuitos – os livres ou open source – e os pagos, utili-zados mediante a compra de li-cença. Mas, atenção: a cópia de programas pagos é ilegal e pode motivar sanções penais às em-presas que os utilizam.

ter a sonegação. Gastos com cartões de crédito ou compra e venda de imóveis são descobertos com o cruzamento de dados fornecidos por cartórios e operadoras de cartões. Por isso, atenção: equívocos simples ou pequenas omissões no preenchimento são descobertos com facilidade e podem acarretar penalidades como multas e juros.

Instrução Normativa nº 1436/2013 da Receita Federal – segundo ela, a regra da desoneração da folha de paga-mento se aplica às empresas optantes pelo Simples Na-cional, sujeitas à contribuição previdenciária incidente sobre a folha e cujas atividades principais estejam en-quadradas nos grupos 412, 432, 433 ou 439 da CNAE 2.0. Para ter certeza sobre a regra que se aplica à sua em-presa, é fundamental que o contribuinte consulte o Fis-co e tire todas as dúvidas.

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Câmara Legislativa mais perto dapopulação do DF

| Carol Dias

Entrevista

A deputada Celina Leão é a presidente da Câ-mara Legislativa do Distrito Federal para o mandato de 2015 e 2016. Nesta nova em-preitada, ela deixará de lado os interesses do governo, do qual foi a principal aliada em tempos de campanha, para representar os outros 23 parlamentares da Casa. A compo-sição da Mesa Diretora, que traz, pela primei-

ra vez, duas mulheres na vice e na presidência, não foi nada fácil. A briga com a oposição pela disputa acabou deixando deputados opositores sem espaço, já que não aceitaram as posições reservadas a eles. Apesar de toda a confusão, a de-putada Celina garantiu, em entrevista ao Tendências e Ne-gócios, que as conversas já voltaram.

Além de ouvir as demandas dos colegas, Celina garan-te que essa será uma gestão próxima ao povo. A presidente disse que, assim como em seu gabinete, o cidadão estará em primeiro lugar. E, para que isso aconteça, alguns projetos para se aproximar da população já estão sendo elaborados e efetivados, como a Câmara Cidadã - que terá a primeira ses-são na rodoviária do Plano Piloto -, o Painel Popular e a TV

Distrital, projeto desenvolvido na gestão anterior.

Após a eleição conturbada, como está a situ-ação com a oposição hoje?

As conversas já voltaram. Mesmo assim é bom deixar claro o que aconteceu. Fomos oposição durante quatro anos aqui, na Câmara Legislativa. Quando estava nessa situação, nunca escolhemos o lugar que ocuparíamos na Mesa. Em nosso mandato, também não deixamos a oposição de fora, separamos duas posições para eles, que eram a Primeira e a Terceira Secretarias. Contudo, a proposta não foi aceita, já que o grupo almejava a Segunda Secretaria e a vice-pre-sidência. Por fim, eles reivindicavam somente a vice. Mas o acordo foi realizado entre 15 deputados. Nem a parlamen-tar eleita para ocupar o cargo, Liliane Roriz, nem os outros parlamentares acharam justo, naquele momento, abrir mão da negociação que havia sido construída em um consenso. Quando estávamos do outro lado, não tivemos a oportunida-de de escolha. Sempre acatamos. Como minoria, tínhamos o nosso espaço, nossa representatividade, mas não era o espa-ço que gostaríamos de ter. Mesmo assim nós tentamos ne-

Como presidente, Celina Leão visa aproximar a Casa e o cidadão

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Fotos: Wagner Augusto/Magnum Alexandre

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Fotos: Wagner Augusto/Magnum AlexandreFoto: Wagner Augusto

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gociar com o bloco que tentou derrubar a nossa candidatu-ra até as vésperas da eleição. Não conseguimos. Em protesto, eles decidiram sair.

Não serão leiloados cargos. Como a senhora pretende conciliar os deputados?

O problema não era compartilhar os espaços com os de-putados e sim a forma de compartilhamento. Eu acho que você tem que dividir os espaços públicos dentro de um pro-jeto, criando metas, programas, perfis e, é claro, chamando a comunidade para participar junto, como eu acredito que vá acontecer neste primeiro momento. E acho que os parla-mentares dessa Casa precisam ser ouvidos também na com-posição das administrações. Um exemplo claro é como um deputado que teve dois terços dos votos na sua região não é ouvido na escolha de um administrador regio-nal? Ele teve aprovação popular na sua região para ser um representan-te legítimo da cidade. Alguns ingre-dientes serão necessários nesse mo-mento. Primeiro, nós não queremos fatiar o governo, mas compartilhar os projetos. E segundo, ouvir a Câmara de uma forma diferente e tentar passar por essa transição de uma forma mais pacífica.

Depois de ter vivido tantos escândalos, a po-pulação fica na defesa em relação ao papel do deputado?

Esse poder é muito transparente. É o poder que mais so-fre ataques. Você vê outros poderes encastelados. E é assim que deve ser, já que esse é o poder que emana do povo, da representatividade popular. Então, nós entendemos esse pa-pel e as cobranças. Mas acreditamos ser legítima a participa-ção dos parlamentares na forma e na escolha dos adminis-tradores, com legitimidade e metas claríssimas. Queremos compartilhar projetos para as regiões. Algo que me preocu-pa, que provavelmente não poderá ser resolvido a curto pra-zo, é o que traz o maior incômodo para a população: a falta de recursos humanos qualificados. Nós temos apenas 10%

de servidores públicos efetivos, os outros 90% são cargos co-missionados. Para melhorar de forma qualitativa, não é só a indicação popular, nós precisamos de um quadro qualifica-do permanentemente nas administrações. Para que não se perca um projeto realizado, a cada troca de governo.

Quais são os projetos para a Câmara nesse começo?

Nós vamos ter a Câmara Cidadã, em que iremos às Re-giões Administrativas. A primeira sessão popular, na primei-ra semana de fevereiro, será na rodoviária do Plano Piloto, já para ouvir os cidadãos. A intenção é levar o poder legislati-vo para mais próximo do povo. Muitas pessoas ficavam irrita-das quando nós íamos entregar panflentos nas ruas dizendo:

“Vocês só aparecem aqui na épo-ca da eleição”. Então, queremos dar uma resposta de qualidade e apare-cer logo após as eleições, escutando cada um. Incentivando a todos a tra-zerem demandas para a CLDF. A po-pulação briga muito com esse poder, pois não compreende o papel dele,

que é equilibrar os poderes, além de fazer com que os cida-dãos tenham vez e voz. Os parlamentares trabalham muito além dos três dias de votação no plenário. Nós temos as co-missões permanentes com reuniões, atendimento nos gabi-netes e nos fins de semanas. Nosso objetivo é mostrar pa-ra a população esse trabalho da Câmara e aproximá-la dele.

De que outras formas o cidadão terá uma participação maior no trabalho dos parlamen-tares?

A TV Distrital será mais uma ferramenta para que o povo possa acompanhar o nosso trabalho dentro da CL. No mo-mento, ela está em processo de legislação. Quando assumi-mos o processo estava bem adiantado. Estamos, agora, ve-rificando se os prazos foram cumpridos e os trâmites, nos conformes. Até o fim do mês, teremos a avaliação sobre o projeto para dar início ao processo licitatório, mas a primei-ra sessão não será transmitida ainda. Outro projeto é o Painel

Entrevista

“A primeira sessão popular, na primeira semana De fevereiro, será na rodoviária do Plano Piloto, já ouvindo os cidadãos.”

“a fiscalização popular vai melhorar muito a qualidade do

processo legislativo”

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Popular. Vários projetos são votados sem que os deputados saibam a opinião pública sobre eles. Então, nós pretende-mos disponibilizar essa informação aos deputados, por meio da votação do povo sobre cada projeto. Tudo interligado, os votos serão pela internet do cidadão que está acompanhan-do a sessão do plenário ou pela TV Distrital.

O fato de a população acompanhar ajuda para que não aconteça um rombo como esse do último governo?

Acredito que sim. Se a oposição tivesse sido um pou-co maior, o governador teria recuado em alguns momen-tos, gastado menos, como o estádio por exemplo. Acho que, com a fiscalização popular, vai melhorar muito a qualidade do processo legislativo.

Como a Câmara Legislativa vai se compor-tar em relação ao apelo de profissionais do setor público pela reestruturação de cargos e salários diante desse rombo orçamentário deixado pelo governador Agnelo?

Acho que a população entende o momento que estamos passando, todos os sindicatos, todas as carreiras. Estamos em um momento que pode faltar tudo em todas as áreas, é grave. Tem algumas áreas que são muito sensíveis, a Saúde por exem-plo. Se faltar dinheiro para pagar o servidor e se faltarem insu-mos, o resultado disso pode ser até a morte. Por isso, temos que gerenciar essas crises e resolver problemas graves que devem ser solucionados a curto prazo. Assim, poderemos encaminhar projetos importantes como os de reestruturação.

Como a formação em administração vai aju-dar na presidência?

A administradora tem o foco na gestão, além de eficiên-cia e eficácia. Isso vai nos ajudar. O meu gabinete, por exem-plo, apesar de ser pequeno, era todo dividido em áreas, legis-lativo, comunicação, atendimento ao cidadão; nós tínhamos um organograma; trabalhávamos com meta e foco, além de nos preocuparmos com o atendimento dos cidadãos. O me-lhor lugar do meu gabinete era a recepção. Assim como na empresa privada, esse é o lugar onde se recebe o cliente. É claro que o serviço público envolve muita política. Nos-so objetivo é mesclar as duas partes, tanto a administrativa quanto a política, para alcançarmos um foco maior. Esse se-rá um grande desafio para mim, pois todos conhecem a Ce-lina, deputada corajosa. Esse é o momento de mostrar que consigo construir um outro lado que eu tenho de gestão até por formação.

Deixe um recado para o setor produtivo.Essa Casa tem que estar de portas abertas para o setor.

Durante a campanha do Rodrigo, nós conversamos muito com os empresários do DF. Acho que eles vão ser os gran-des parceiros do governador. Vamos precisar de muita cria-tividade para tirar a cidade da crise. Quem vai trazer isso é o setor produtivo, que pensa com uma energia diferente da do governo, com rapidez e com o intuito de trazer investimen-tos para a cidade. Muitos governos têm o olhar de que o em-presário está sempre pedindo, mas dependendo da deman-da ele deve ser encarado de outra forma. O setor produtivo traz: gera emprego, renda, impostos.

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BRASIL 2015/2018: RETOMAR O CRESCIMENTO ECONÔMICO, NUM CONTEXTO DE CRISE MUNDIAL, PRESERVANDO AS CONQUISTAS SOCIAIS

*Júlio Miragaya

ARTIGO

O Brasil terá, nos próximos quatro anos, um grande desafio pela frente: retomar o crescimento eco-nômico que, no período 2004/2010, chegou a cerca de 5% ao ano, num contexto de continui-dade da crise econômica mundial, mas buscan-do preservar as conquistas sociais obtidas nos úl-timos anos. A economia voltou a apresentar um baixo crescimento e déficits acentuados em suas

transações correntes. Contudo, para enfrentar a crise, não re-correu à tradicional receita de impor sacrifícios ao povo. Apre-sentou vários aspectos positivos, o aumento do nível de empre-go e da formalização e o aumento da renda das famílias foram dois deles.

Para o próximo período de governo, o papel do Estado no crescimento econômico deve ser questionado. Há quem defen-da a continuidade da atual metodologia, com presença regulató-ria, outros defendem a redução do papel do Estado. No âmbito do debate mais amplo sobre o papel do Estado, há um específi-co sobre a atuação dos bancos públicos. Como o governo deve agir diante da participação dos bancos públicos na concessão de créditos? O subsídio pelo BNDES é nociva à saúde fiscal do go-verno federal?

Nos dois últimos anos, houve redução do nível de investi-mentos no país. Não se discute a necessidade de ampliá-lo, mas o debate é sobre as alternativas para ampliá-lo. Observando-se a estrutura de gastos públicos do governo federal, entre os 5 gran-des grupos, houve uma relativa estabilização dos gastos com “pessoal e encargos” e “custeio”; a ampliação dos “gastos sociais” e com “isenções, desonerações e subsídios” e redução dos “gas-tos com juros”, embora este se mantenha num patamar elevado, de R$ 246 bilhões em 2013, ou 5% do PIB. Como deve se com-portar a distribuição dos principais componentes dos gastos pú-blicos para facilitar a retomada do crescimento econômico?

A Constituição Federal de 1988 promoveu um importante aumento da proteção social no Brasil, processo que foi amplia-do nos últimos anos. São programas sociais de transferência de renda, como o Bolsa Família; a ampliação e melhoria da cobertu-ra previdenciária, assentada na formalização das relações de tra-balho, na universalização da aposentadoria rural e no aumento do valor real do Salário Mínimo e na implementação de inúme-ras políticas públicas, como o FIES, o Prouni e o Mais Médicos. Tais medidas, se beneficiaram milhões de pessoas, incorreram em substantiva ampliação dos gastos governamentais. O Gover-no deve manter, reduzir ou ampliar a proteção social no país?

A concessão de isenções fiscais, desonerações e subsídios, com o intuito de tornar as empresas mais competitivas e, as-

sim, estimular a atividade produtiva, cresceu de forma substanti-va nos últimos anos. O Governo deve manter, reduzir ou ampliar a renúncia fiscal como forma de estimular a atividade produti-va no país? Já os gastos com juros da dívida pública, da ordem de quase R$ 300 bilhões (5,5% do PIB) sangram o orçamento pú-blico. Como reduzir os gastos com pagamento com juros da dí-vida pública?

No cenário externo, a Balança Comercial brasileira tem sido tradicionalmente superavitária para fazer frente a uma historica-mente deficitária balança de serviços e rendas. Mas nos últimos três anos, a BC passou a apresentar equilíbrio, que somado ao enorme déficit na balança de serviços e rendas, da ordem de US$ 80 bilhões, gerou um déficit em transações correntes da mesma dimensão, ainda financiado por investimentos externos diretos. Por outro lado, o país acumulou um enorme passivo externo, o que ressuscitou o risco de vulnerabilidade externa, tão presen-te na década de 1990, muito embora tal risco seja atenuado pe-la elevação das reservas internacionais, da ordem de US$ 380 bi-lhões. A balança de transações correntes fortemente deficitária é um problema a ser corrigido? Que medidas devem ser adota-das para promover maior equilíbrio? Há risco latente de crise nas contas externas do país?

Há praticamente consenso entre os economistas que a atu-al taxa de câmbio, oscilando entre R$ 2,30 e R$ 2,40 por dólar (USA) está apreciada, impactando fortemente nossa balança co-mercial e de serviços e, consequentemente, nossas transações correntes, com reflexos importantes na atividade econômica, particularmente a industrial. Muitos apontam a taxa de câmbio apreciada como maior responsável pelo suposto processo de de-sindustrialização do país e de reprimarização de sua pauta ex-portadora. Por outro lado, sua depreciação geraria impactos ne-gativos na taxa de inflação. A atuação do Banco Central deve visar um câmbio flutuante ou deve intervir para promover a de-preciação de nossa moeda?

Por fim, o país nos últimos anos tem priorizado as rela-ções comerciais e políticas com os países do Hemisfério Sul, em particular com o Mercosul, a Unasul, o continente africa-no e os BRICS. Alguns economistas têm criticado esta opção, defendendo a retomada de relações preferenciais com os paí-ses ricos da OCDE. O Governo deve priorizar as relações com que grupos de países?

Eis algumas questões que mobilizarão a agenda econômica nos próximos quatro anos.

• Júlio Miragaya – Diretor do Sebrae/DF e Vice-Presidente do Conselho Federal de Economia

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Prazeres CapitaisCarol Dias

A missão do Nüwa é cuidar das pessoas. O zelo já co-meça na entrada, quando o cliente recebe o necessá-rio para passar o momento mais relaxante do dia, que varia de 50 minutos a qua-tro horas, dependendo do

tratamento. O relaxamento começa antes mesmo da massagem, com um banho de ervas nos pés. O convite para entrar na sa-la vem de uma voz suave. Nos quartos, de-corados com tema oriental, a pessoa se es-quece dos problemas e é capaz de viajar no tempo e no espaço.

A jornada pode ser para diferentes luga-res. Apesar da filosofia baseada em técnicas orientais, as massagens são especialidades de vários países: a ayurvédica nos remete à Índia e relaxa em meio a movimentos de alongamento; a ducha de Vichy permite co-

A arte de cuidar

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 17TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 17

Fotos: divulgaçãonhecer um pouco da França e, da China, recebe-se o shiatsu. Estela Boner, dona do spa, cuida para que os tratamentos ofere-cidos sejam fieis às origens. “Alguns deles, como a ayurvédica, eu mesma ministro aos funcionários”, garante.

A atenção com o corpo e com a ener-gia emitida por ele é a paixão de Estela que, desde os 15 anos, se interessa pelo assun-to. Apesar de ser formada em análise de sis-temas e ter trabalhado muitos anos na área, ela sempre fez cursos e estudou temas li-gados à saúde. “Por isso, há sete anos, re-solvi abrir o spa no Ícone Parque, no Setor de Clubes Sul.” Apesar do sucesso, o Nüwa mudou de endereço. Em setembro, o spa foi inaugurado no Royal Tulip. A mudança proporcionou um relaxamento ainda maior ao cliente, que sai do tratamento com uma bela vista para o Lago Paranoá.

O deslocamento para o hotel também possibilitou novos programas. Estela con-ta que, para fugir das festas do Carnaval e descansar durante o feriado, por exemplo, o spa apresenta pacotes com atividades fí-sicas, alimentação e massoterapia. “No fu-turo, pretendemos realizar esse projeto du-rante uma semana ou até mesmo um mês. Já estamos montando tudo com nossa nu-tricionista.” A receptividade dos clientes e dos hóspedes foi tão grande, que os planos são de abrir o Nüwa em outro hotel, ainda indefinido pela proprietária.

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18 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

Prazeres Capitais

Livraria de ruaHá quatro meses, quem passa pela comercial da

211 Sul tem uma surpresa inusitada: uma livraria de rua. A Le Calmon é um projeto do casal de advogados Petrônio Calmon e Adriana Beltrame que começou em 2012 com a criação de uma editora. A paixão por livros foi o principal motivo para o casal lançar a Ga-zeta Jurídica. “Nós transitamos muito por esse meio, foi como surgiu a ideia. Em menos de um ano, já ha-víamos publicado 50 títulos”, conta Adriana. Não de-morou muito tempo para que a editora expandisse os horizontes e lançasse livros fora do segmento. “Com isso, surgiu o selo Le Calmon. Foram publicadas cin-co obras literárias de advogados e três de escritores de Brasília.”

Com a livraria o processo foi diferente. O projeto, desde o início, era mesclar a leitura jurídica com lite-ratura, a área infantil, a ficção e os clássicos. “A ideia era realmente criar um espaço de convivência, onde quem estivesse passando pudesse entrar, ler um livro e aproveitar”. Para isso, o mezanino se tornou um ca-fé. O espaço aconchegante funciona como um em-pório com produtos especiais, que podem ser servi-dos na hora. Nas estantes, chás de vários sabores e uma wiskeria. “No começo, quando pensávamos nos livros jurídicos, dizíamos: ‘tem que ter wisky, né?’. Os juristas gostam”, declara em tom de brincadeira. O ambiente também se tornou palco de lançamentos e noites de autógrafos, além de incentivar projetos da cidade. “Estamos, junto com outra editora, montan-do uma prateleira para divulgar artistas brasilienses”, anuncia Adriana.

A franquia Sr. Mor instalou-se na 407 Sul sete anos após a cria-ção da matriz, inaugurada em Bue-nos Aires em 2006. Os sócios, a argentina María Georgina e o bra-sileiro Sandro Alencar, se interes-saram pela proposta da loja em oferecer diversos produtos de de-signers e artistas argentinos, e trouxeram a ideia para Brasília. Contudo, a vontade da dupla não era só essa. “Também gostaríamos de fazer um intercâmbio cultural entre Brasil e Argentina e expor-tar o trabalho de brasileiros”, re-vela Georgina. Para começar o so-nho, há pouco tempo, a Sr. Mor de Brasília lançou produtos de artis-tas conhecidos na cidade, como Cris Conde e Carol Nogueira.

Brasil na ArgentinaBrasil na Argentina

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 19

Uma baguette autêntica

Sentir o gostinho da França é um privilégio que os brasilienses usufruem há alguns anos. Depois de uma temporada de três anos em Paris, o que mais me fazia falta não eram as elegantes pâtisseries – legítimas con-feitarias francesas – nem mesmo os croissants que des-mancham na boca, mas sim as simples e comuns ba-guettes. Depois de quatro meses de volta ao Brasil, tive o prazer de comer uma autêntica, na casa de uma tia. Quando perguntei, descobri que o pão vinha da padaria francesa La Boutique, na 213 Norte.

Os proprietários Marco Túlio Pena Costa e Benoît Rataboul se conheceram quando Benoît, que é francês, passava uma temporada na Chapada dos Veadeiros. For-mado pela principal instituição de formação de padeiros e confeitos da França (Institut National de la Pâtisserie-Boulangerie) e tendo trabalhado no sul do país e na ca-pital, Rataboul entrou na sociedade em 2013.

Fotos: da redação

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Comercial Reis e as novas metas para 2015Conseguimos superar muitos obstáculos em 2014.agora, vamos iniciar o ano com muito trabalho

A rede de supermercados Comercial Reis tem muitos motivos para comemorar o ano de 2014, que foi marcado por vários aconteci-mentos positivos. Prosperamos, crescemos e alcançamos as nossas metas, consegui-mos captar novos clientes que nos propor-cionaram faturamentos e resultados satisfa-tórios. Somos merecedores desse privilégio.

No mês de dezembro, comemoramos 25 anos de luta e muito trabalho. Para nós, é uma honra contribuir anual-mente pelo crescimento e desenvolvimento da economia local do Distrito Federal.

Outro fato importante que vale ressaltar foi o aumento do quadro de menores aprendizes na empresa. Nós oferece-mos a esses jovens a oportunidade de ingressar no merca-do de trabalho por meio de treinamentos, qualificação pro-fissional e cursos sem prejudicar os estudos, com os direitos trabalhistas garantidos de acordo com a lei de estágio. Todo esse trabalho resulta na geração do primeiro emprego, ren-da e na redução da desigualdade social em nosso país.

Conforme pesquisa divulgada pela Confederação Nacio-nal da Indústria (CNI), a falta de profissionais qualificados

afeta principalmente a busca das empresas por eficiência. Hoje, o menor aprendiz que nós contratamos está prepara-do para o mercado de trabalho e, para nós, isso é motivo de orgulho e satisfação. Durante o ano, oferecemos aos nossos clientes segurança, conforto, praticidade e variedade de pro-dutos com preços acessíveis à comunidade nos supermer-cados do Paranóa e Lago Sul.

Minha expectativa é grande quanto ao novo ano que se aproxima: 2015 será um ano de muitas conquistas para a re-de de supermercados Comercial Reis. As mudanças vão co-meçar pela unidade do Paranóa e, depois, vão se estender para o supermercado do Lago Sul. Estamos investindo alto nesse processo de mudança.

Vamos trabalhar com novas tecnologias acompanhadas de equipamentos modernos para os nossos funcionários, que têm o objetivo de diminuir as filas nos caixas e melhor atender os clientes. Acreditamos que esse investimento vai proporcionar melhores resultados para a empresa.

Já conseguimos parte desses equipamentos e já esta-mos em processo de teste. Tenho certeza que nossos clien-tes vão aprovar nossas mudanças e se sentirem mais confor-táveis com o atendimento que ficará melhor.

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2015 SERÁ UM ANODIFÍCIL

Empresários devem aproveitar o momento de estagnação para avaliar o negócio e criar novas saídas para a crise | Carol Dias e Oda Paula Fernandes

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Especialistas acreditam que a crise que acometeu 2014 ainda não pas-sou e se estenderá durante, pelo me-nos, o primeiro semestre de 2015. Apesar do mau presságio, nem tudo está perdido. Para o diretor de regio-nais da Câmara Americana de Comér-cio (Amcham), Fernando Schmitt, os

próximos doze meses serão melhor aproveitados pois, ao contrário do ano anterior, não teremos Carnaval tardio, Copa do Mundo e eleições. “As empresas terão mais tempo para produzirem em relação ao ano passado”, explica. Mesmo assim, os empresários vão ter que driblar algumas difi-culdades que rondam o setor.

O presidente da Federação de Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF), Adelmir Santana, alerta para o “risco da retomada infla-cionária. Por isso, medidas duras terão de ser tomadas para evitar o retorno da inflação, a ele-vação das taxas de juros e as dificuldades em acessar o crédito”. Segundo Santana, esses se-rão os principais fatores que dificultarão o cres-cimento do setor de comércio e serviços em Brasília. “Cuidado com o endividamento!”, aler-ta o presidente da Associação Comercial do Distrito Federal (ACDF), Cleber Pires.

E esse não é um problema só das empresas. Segundo o economista sócio da Consultoria Po-sitiva Brasil, Evandro Santos, “o crescimento do consumo, nos últimos anos, esteve ligado à ex-pansão de crédito, o que resultou no maior per-centual de endividamento das famílias desde 2005”. Esse fator, associado à sinalização de mu-danças na política econômica – com destaque para o fim da desoneração tributária de diversos segmentos, forma de concessão de crédito pelo

BNDES e aumento dos juros – aponta para um cenário de baixo crescimento econômico.

Em 2015, as indústrias devem enfrentar os mesmos problemas do ano anterior, de acordo com o presidente da Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra), Jamal Jorge Bittar. As principais queixas dos empresários foram identificadas pela Sondagem Industrial do DF, pesquisa realizada mensalmente pela Fibra. Em primeiro lugar, ficou a elevada carga tributária (55,6%), seguida pela falta de demanda (42,2%) e pela escassez de mão de obra qualificada (31,1%). “Inadimplência dos clientes, competi-ção acirrada de mercado e alto custo da maté-ria-prima também compõem a lista de reclama-ções”, completa Bittar.

No comércio, as dificuldades resultaram em lojas fechadas. Levantamento feito pela ACDF entre os meses de dezembro de 2014 e janei-ro de 2015 identificou aumento de 4,12% nos comércios que não funcionam nas Asas Sul e Norte – o que representa 228 pontos inutiliza-dos. Contudo, o presidente da instituição é oti-mista: “Acredito que aqueles que deveriam en-cerrar as atividades já o fizeram”, um alívio aos empresários, mas que não indica aos trabalha-dores a garantia de emprego.

O presidente do Sindicato dos Varejistas do Distrito Federal (Sindivarejista), Edson de Cas-tro, avisa: “O comércio vai funcionar normal-mente. No entanto, as lojas terão que reduzir o número de funcionários devido ao aumento do dólar, da inflação e dos juros”. Segundo ele, muitas empresas sólidas se adequarão à nova realidade. “A economia sempre foi assim. Ela não é sempre estável. Esse é o momento de re-cuperação e ajuste do setor produtivo”, afirma.

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É unanimidade entre empresários e especialistas que o papel do governo é fundamental para que o setor ganhe força. No entanto, os acontecimentos recentes na política e o rombo deixado pelo governo anterior são motivos para desânimo en-tre os brasilienses. Segundo o economista André Clemente, a credibilidade do novo governo será um fator importante pa-ra a melhora da economia. Contudo, “esse resgate não aconte-ce de uma hora para outra. Tanto o setor produtivo, quanto a classe política e as sociedades trabalhadoras desejam resgatar a estabilidade econômica do DF. Só assim será possível plane-jar o futuro e melhorar a qualidade de vida”.

O novo formato de gerenciar as 31 Regiões Adminis-trativas causa impacto e gera incertezas na população, mas também apresenta uma esperança de solucionar, de forma pontual, a demanda de cada cidade do DF. “Isso não é ta-refa fácil. Exige o envolvimento de especialistas e trabalha-dores que doutrinem e façam”, acrescenta Clemente.

A cobrança na Fecomércio é de que o governo seja

Com a falta de perspectiva de crescimento no setor públi-co, a dica aos empresários é olhar para dentro do próprio ne-gócio. “Sem um ambiente que estimule o fortalecimento do mercado, as organizações devem descobrir onde podem bus-car forças para melhorar”, aconselha Schmmit. A melhor for-ma para driblar a crise, de acordo com o gerente da Amcham, é aumentando a produtividade por meio do melhor geren-ciamento dos investimentos, de treinamentos voltados para equipes de venda e da revisão de processos. Este último pon-to é, na crença do consultor credenciado pelo Sebrae Ricar-do Masstalerz, uma tendência para 2015. “Um grande proble-ma enfrentado pelo país é a falta de mão de obra qualificada e a ausência de procedimentos dentro das empresas”, atesta.

Segundo Masstalerz, “uma tendência vem sempre ao en-contro da resolução de problemas que foram gargalos em uma situação anterior”, por isso ele acredita que muitos ne-gócios já começam a buscar metodologias para as atividades diárias. Outro caminho que, na opinião do consultor, as em-presas deverão seguir é o de se preocuparem com o engaja-mento dos funcionários, principalmente os da nova geração. “Os anseios mudaram. Os jovens não estão focados em ganhar dinheiro. A realização pessoal é o que os move. Quem souber estimular essa mão de obra que, a cada dia, está mais capaci-tada, sairá na frente”.

Ouvir o cliente é o terceiro e mais importante direciona-mento em que Ricardo aposta para 2015. “A empresa tem que estar pronta para atender a demanda do cliente. Muitas vezes, o que é tendência para Brasília não é para o seu negócio.” Pa-ra ele, a visão externa ajuda a encontrar respostas para proble-

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A crise não assombrou alguns centros co-merciais da cidade. O Pátio Brasil, por exemplo, registrou crescimento de 14,4% nas vendas de dezembro em relação ao ano anterior – muito acima dos 2% alcançados pelo setor. “Esse é o melhor resultado do shopping nos últimos três anos”, comemora o superintendente Carlos Pas-sos. Segundo ele, os números são consequên-cia de inovação e criatividade. Outra empresa que soube aproveitar o momento foi o vizinho Venân-cio 2000. O economista pós-doutor pela Sorbonne José Ernesto está à frente da administração do sho-pping e garante que este é o momento ideal para empresários correrem riscos, investirem e planeja-rem novos negócios. A expectativa do economis-ta é que, a partir de março, já não existam sintomas dessa possível crise financeira. “Brasília tem um comportamento diferente dos outros estados. As pessoas consomem durante o ano todo por causa da renda per capta, que é uma das maiores do país”.

Um aliadomais eficiente. “Precisamos de um Estado enxuto e mais ágil nas decisões e ações que visem a implantação e o fun-cionamento das empresas”, reclama o presidente. Segundo ele, o setor público não acompanha a velocidade do priva-do, o que atrapalha no crescimento das empresas. Já Cle-ber, da ACDF, anseia por maior incentivo ao empresariado local. “As grandes obras do DF, como o estádio Mané Gar-rincha e o BRT, foram executadas por grandes consórcios do Rio de Janeiro, de São Paulo. Todos esses recursos e im-postos foram levados para outros estados”, se queixa.

No âmbito federal, Schmmit afirma que, sob um cená-rio político-econômico conservador, o país não cresce. O que, de acordo com ele, “invariavelmente não faz com que a atividade econômica tenha uma pujança muito forte. Já que o desenvolvimento das empresas está diretamente re-lacionado com a perspectiva e o crescimento do governo, uma vez que as instituições têm uma relação extremamen-te próxima”, prevê.

Renovaçãomas que parecem não ter solução. “Os empresários não estão atentos aos detalhes. Eles estão mais preocupados com o vo-lume do que com a permanência no mercado”, conclui.

Intactos

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Ano de otimismopara o mercadoimobiliário do DFImóveis compactos e empreendimentos híbridos, residenciais e comerciais, são apostas das empreiteiras para alavancar as vendas do mercado imobiliário localeste ano | Gustavo Lúcio

Divulgação

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 27TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 27

Na última década, o país entrou em fase constante de crescimen-to imobiliário. O fato ocorre devi-do a ações governamentais para es-timular o setor. Entre as políticas públicas bem sucedidas no mer-cado, estão o estabelecimento de taxas de juros mais competitivas

e correção de valores dos imóveis para a classe média, medidas que elevaram o teto para o uso do FGTS. Além disso, o governo atendeu uma de-manda habitacional antiga da população: a criação do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV), em 2009, mudou a situação de muitos brasileiros, que agora podem comprar imóveis populares com va-lores bem abaixo do praticado no mercado. Essas tendências públicas devem continuar alavancan-do o mercado imobiliário nacional em 2015.

“Os incentivos governamentais contínuos na área de habitação social, aliados a oferta de cré-dito a juros baixos, devem continuar estimulan-do o mercado imobiliário nos próximos anos. Só o programa MCMV já entregou milhões de moradias em todo o país e a expectativa é que pelo menos mais três milhões sejam entregues até 2018”, afir-mou o presidente do Conselho Regional de Corre-tores de Imóveis do Distrito Federal (CRECI / 8ª Região), Hermes Alcântara.

Por outro lado, em Brasília, a iniciativa priva-da aguarda com expectativa a aprovação de no-vos projetos imobiliários por parte do GDF, princi-

palmente pela renovação da nova equipe técnica de governo em vários setores. Na gestão do gover-nador Agnelo Queiroz (PT), o DF teve queda no número de construções privadas: em 2011, foram 85 lançamentos; em 2012, 54; já em 2013, apenas 21, e, até setembro de 2014, somente 16 edifica-ções residenciais foram entregues pelas constru-toras, conforme dados do Sindicato da Indústria da Construção Civil do DF (Sinduscon). Para Alcân-tara, “a burocracia até então existente e a demo-ra nos procedimentos para liberar alvarás de cons-trução atrasam e encarecem a entrega de obras, comprometendo, assim, o crescimento da região, os profissionais do mercado e principalmente os compradores. Com a transição para o novo gover-no, esperamos também que as parcerias público-privadas sejam uma saída para o desenvolvimen-to de toda a cadeia produtiva”.

Inicia-se um novo ano e as construtoras pos-suem empreendimentos em fase avançada de construção. A estimativa é que o mercado brasi-liense volte a subir, mas, devido à recessão dos anos anteriores, os empresários apostam na alta dos preços. “Estamos confiantes na retomada do mercado, tanto que programamos quatro lança-mentos para o primeiro trimestre do ano. Com os estoques reduzidos, a tendência será dos preços dos imóveis voltarem a subir e regiões nobres co-mo o Plano Piloto – e em especial o Noroeste – continuarem se valorizando”, garantiu o gerente comercial da Emplavi, Wilson Charles.

“Os incentivos governamentais contínuos na área de habitação social, aliados a oferta de crédito a ju-ros baixos, devem continuar estimulando o mercado imobiliário nos próximos anos”, presidente do Conse-lho Regional de Corretores de Imóveis do Distrito Fe-deral, Hermes Alcântara.

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Uma tendência mundial, e que as construtoras bra-silienses já se especializam, além de ser uma possível ferramenta para o crescimento do mercado imobiliário local, é a construção de imóveis compactos, que aliam conforto e melhores condições econômicas. Nos últi-mos anos, a população brasiliense buscou unidades menores, como quitinetes e apartamentos de um quar-to. “Esses imóveis mais compactos, como as quitinetes de 30 m2 ou apartamentos de 60m2, são cada vez mais ofertados no mercado. Essa é uma alternativa de mo-radia de boa qualidade, com boa localização e preços compatíveis”, enfatizou Hermes Alcântara.

A mudança do perfil residencial do DF se dá, princi-palmente, por três fatores distintos, todos eles interligados à forma de agir da população. Júlio Miragaya, presidente da Companhia de Planejamento do DF (CODEPLAN) até o fim de 2014, explica que o ponto que mais contribuiu foi o novo modelo familiar, cada vez mais reduzido. Um es-tudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) aponta que a mulher brasiliense tem em média um fi-lho, enquanto a média nacional é de dois para cada mãe. O segundo fator diz respeito à quantidade de divórcios: Brasília tem o maior percentual do país. Após a separa-ção, há sempre uma busca por lares menores.

O serviço público é o terceiro fator que modifica o per-fil imobiliário do DF. Esse tipo de emprego atrai pesso-as de outros estados que, muitas vezes, chegam à cidade para morarem sozinhas. Além dos elementos comporta-mentais citados, Miragaya sublinha que “a compactação dos imóveis também se dá por motivos econômicos, por exemplo, o corte nos custos de construção”. Ele destaca as regiões mais novas do DF, Águas Claras e Sudoeste, on-de os imóveis são menores e o percentual de pessoas que

moram sozinhas é maior. A cineasta Radha Nicihoca é uma dessas pesso-

as que foram atraídas para Brasília pelos estudos e tra-balho. Mesmo tendo familiares na cidade e após pas-sar anos na casa deles, atualmente mora sozinha em um apartamento de um dormitório com cerca de 40m2. “Morar na casa dos pais tem o seu lado positivo. A in-dependência é vislumbrada por todos os jovens adultos (com média de 19 a 28 anos). Hoje, posso realizar vá-rias tarefas que quero sem ter que dar satisfações. Situ-ações que jamais pude fazer morando com eles”, disse.

O Sindicato da Habitação do DF (SECOVI) confirma o crescente número de ofertas de imóveis reduzidos. Em novembro de 2014, cerca de 939 mil quitinetes e 1,5 mi-lhões de apartamentos com um dormitório estavam dis-poníveis para comercialização em todo o DF. No mesmo período do ano anterior, a quantidade de ofertas chegou a 912 mil e pouco menos de 1.45 milhões, respectivamente. A maioria desses imóveis estão localizados nas regiões ad-ministrativas ou nos bairros novos que surgem no DF, mas os empresários reclamam da burocracia governamental.

O diretor executivo da empresa imobiliária Lopes Royal, Marco Antônio, revela que a procura por esse ti-po de imóvel é alta, mas, segundo ele, os projetos para no-vos lançamentos há muito tempo não são aprovados pelo GDF. “No Plano Piloto, não existem mais construções pre-vistas de um dormitório ou quitinetes e, no Noroeste, ape-nas seis edificações vêm com essas características.”

O corretor afirma que “os novos lançamentos devem ficar nas cidades satélites. Se não houver novas aprova-ções, os imóveis que serão comercializados devem ser somente os que estão no estoque, o que vai gerar prejuí-zo a toda cadeia imobiliária do DF”.Ten

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Além dos imóveis menores, outra tendência imobiliá-ria que se destaca no DF é a construção de prédios resi-denciais sobre espaços comerciais. O Plano Piloto foi pro-jetado com blocos comerciais separados das quadras de moradias. Já nas cidades satélites, é comum encontrarmos construções híbridas, com junção de torres residenciais, comerciais e serviços dentro do mesmo condomínio.

De acordo com o o secretário de Infraestrutura e Ser-viços Públicos do DF, Júlio Perez, “essa é uma tendên-cia mundial e o Brasil não poderia ficar de fora. Devido aos enormes congestionamentos que as cidades enfren-tam diariamente, o brasileiro perde muito tempo com des-locamento entre casa, trabalho e vice-versa. Tendo estas bases em um mesmo lugar diminui gradativamente as ho-ras de deslocamento”.

Seguindo a moda, a construtora LB Valor-Empreendi-mentos desenvolve prédios residenciais interligados aos shoppings centers. De acordo com a empreiteira, esse novo produto surgiu após vários estudos de hábi-tos de consumo da população brasiliense, que prefe-re comodidade e segurança próximo às residências.

Atualmente, um empreendimento está em fun-cionamento em Águas Claras, outros dois estão em fase final de construção, em Gama e Ceilândia, e a construtora não descarta novos lançamentos em outras cidades do DF. “Estamos com a promes-sa de 12 unidades nas regiões administrativas. A concepção é a mesma com imóveis residenciais e shoppings abertos que atendem não só a popu-lação do condomínio, mas também todas que es-tão em volta dele. Só no Gama, a torre residen-cial vem com 800 unidades e a área comercial vai abrigar 31 lojas com serviços que variam en-tre banco, alimentação e saúde, além de um hi-permercado nacional”, destaca o gerente, Luiz Bezerra

Com essas tendências, os empresários apostam que 2015 será um ano favorável ao mercado, principalmente para os investido-res. Apesar de possuir o terceiro metro quadrado mais caro do Brasil, a compra de imóveis aqui tem garantia certa de re-torno. Segundo o gerente comercial da Damha Urbanizadora, Leandro Gon-çalves, a expectativa é boa. “Estamos otimistas em relação ao mercado. Primeiramente porque em 2015 te-remos um calendário mais favorável que em 2014 (ano de realização de Copa do Mundo e eleições). O atu-

Nova modaal momento de incertezas que a economia vem enfren-tando tende a incentivar investidores a comprar imó-veis por serem investimentos seguros, principalmente na praça do DF”, destacou.

Especialistas do setor ressaltam ainda a região do No-roeste como uma aposta de ótimos investimentos. Para Marco Antônio, da Royal Lopes, “o lugar será, em 2015, o principal mercado de lançamentos e lá serão construídos apartamentos de 2, 3 e 4 quartos. O momento do Noroeste é bom para se comprar. Os preços estão valorizando e su-birão ainda mais”.

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Turismo

As férias e a chegada do Carnaval des-pertam a dúvida nos brasilienses so-bre as opções para aproveitar o ve-rão. Mas quem pensa que Brasília não é uma cidade turística, engana-se. A capital, construída por brasileiros de todo o país, tem em seus traços e cur-vas a inspiração para o turismo. Nos

últimos anos, no entanto, problemas políticos e de or-dem financeira denegriram sua real beleza. E, se recen-temente, conseguimos mostrar ao mundo a verdadeira face de região acolhedora e organizada, durante a Co-pa do Mundo, essa também será a tarefa em 2015: res-gatar a imagem de Brasília através de sua cultura viva, parques e belezas naturais.

Para aumentar o alcance na área, o Distrito Federal promete consolidar a imagem da cidade em algumas frentes. O principal ponto de atenção está no Turismo de Negócio. A ideia é aproveitar a localização privile-giada de Brasília e a proximidade com os poderes fede-rais para fomentar eventos coorporativos e congressos. Jaime Recena, Secretário de Turismo, afirma que “va-mos trabalhar para que os visitantes permaneçam um dia a mais ou um final de semana para conhecer uma outra Brasília, a que não é falada”. Ele ressalta essas particularidades: terceiro polo gastronômico do país, museu a céu aberto, sede do maior parque urbano das Américas e abrigo das obras de um dos maiores arqui-tetos do século XX.

De fato, a admiração é grande ao conhecer a ci-dade. A brasiliense Carol Oliveira mora em São Paulo há quatro anos e trouxe o namorado Thomas Luk pa-ra passear na capital. O tour por Brasília foi completo.

Portas abertaspara o turismoAo contrário do que muitos acreditam, Brasília está preparada para receber e atrair pessoas de todo o mundo| Carolyna Paiva

Foto: Paula Fróes

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Lucas Lopes, 28

O paulista visitou a Catedral, o Memorial JK, o Cateti-nho, a Esplanada e a Legião da Boa Vontade. Enquanto comprava souvenirs na Feira da Torre, ele se declarou admirado com o que encontrou: “Eu pretendo voltar. Fiquei surpreso com a logística e a arquitetura de Bra-sília.” Para finalizar a viagem, o casal foi à Torre de TV e ao mirante desfrutar a vista da cidade. Perto dali, no

Congresso Nacional, os venezuelanos Jaime D’Derlee e Maira Alfonço confessaram estar impressionados: “A cidade é organizada e agradável. As pessoas são mui-to educadas”.

O turismo já trouxe melhores resultados para o co-mércio, garante a comerciante Rosita Pereira. Ela tra-balha na Torre de TV há 28 anos com a venda de pro-

Foto: Paula Fróes

Paula Fróes

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dutos temáticos sobre Brasil e Brasília e, apesar de abrir todos os dias da semana, reclama do baixo lucro. “Quando tem congressos ou férias, conseguimos au-mentar as vendas, mas ainda faltam atrações para me-lhorar o turismo.” Questões como segurança e infraes-trutura incomodam a senhora que confessa ser baixo o fluxo de pessoas: “Foi bom com a inauguração do Es-tádio Mané Garrincha e com a Copa em 2014. Quando têm eventos, conseguimos faturar bem, mas espero de-senvolvimento para 2015”.

Para Hugney Velozo, Diretor Secretário da Associa-ção Brasileira de Agências de Viagem do Distrito Fede-ral (ABAV-DF), o desinteresse na capital também está relacionado à crise do governo local e federal. “A ques-tão é acabar com a imagem de cidade fria e sem op-ções e colocá-la como portão de entrada para lugares maravilhosos. Quando um turista chega, se impressio-na por ser uma cidade tão agradável.” Na opinião dele, falta divulgação efetiva, por meio de campanhas mais atrativas.

A solução do problema, segundo Jaime Recena, já está sendo providenciada. Além de trazer shows de ar-tistas nacionais e internacionais, como Paul Mccartney e David Guetta, o secretário pretende inserir Brasília no cenário de feiras de turismo e estabelecer conta-to mais forte com agências de viagem. “Hoje em dia, há um polo cultural pulsante para quem vive ou visita a cidade, como exposições no CCBB e Centro Cultural da Caixa, Festivais de Cinema Brasileiro ou grupos de teatro. Há espaço para descobrir coisas novas.” Ainda, próximo do DF, o turismo ecológico é outra forma inte-ressante e produtiva de se divertir.

Mesmo com as incertezas no setor, a capital des-perta interesse de estrangeiros. A francesa Karine Can-nard está fazendo um tour pelo Brasil para conhecer o país e aprender português. “Como estamos utilizando o transporte terrestre para nos locomover e só temos um mês para viajar, decidimos ir ao Sul e, talvez, Brasília”, comenta. O que mais atrai a europeia é a característi-ca multicultural do DF. “Desejamos descobrir as parti-cularidades de uma cidade planejada e constituída por pessoas de todo Brasil. Por isso, pode ser um lugar in-teressante para ver o país a partir dos encontros com diferentes pessoas.”

Para o Carnaval também há novas perspectivas. O crescimento do número de habitantes inspirou o sur-gimento de novos blocos e desenvolveu os já existen-tes. Muitas pessoas são atraídas, desde o entorno a es-tados vizinhos, como Minas Gerais. O Lago Paranoá e o Parque da Cidade também oferecem opções e serão re-aquecidos este ano. Jaime Recena (foto) enfatiza saber que esses lugares ainda carecem de ações e melhorias, mas trabalhará nesse sentido, com a retomada do Pro-jeto Orla, para que esses espaços se tornem, cada vez mais, referências no Brasil e em Brasília.

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“Sempre foi um sonho, desde criança, conhecer o Brasil, que é minha segunda pátria.” Por muitos anos, Bernardino Nunes (foto), nascido em Portugal, pesqui-sou e leu sobre nosso país. Com o tempo, surgiu o amor. De início, não pensava em conhecer Brasília, tinha foco no Nordeste e Amazônia. “Várias vezes falei com pesso-as, mesmo brasileiros de outras cidades, que me diziam que Brasília não tinha nada para ver, não tinha história, era muito quente e não era cidade de turismo.”

Quando realizou o ideal de visitar a Amazônia, aca-bou passando dois dias em Brasília. “Eu era apaixona-do pelo Brasil, mas nunca imaginei que, na primeira vez que eu pisasse em suas terras, iria ser tão bem re-cebido. Em nenhum momento me senti estrangeiro.” Amigos brasilienses o levaram para conhecer a capital e provar comidas típicas. O português ficou admirado

Um turista brasilienseO português Bernardino Nunes conheceu Brasíliaem 2014 e se apaixonoupela capital

com “o trânsito fluido e em pouco tempo se atravessa a cidade nessas vias rápidas e tesourinhas para sair e mudar de sentido”.

Apesar de conhecer a arquitetura de Brasília por pesquisas, ele ficou impressionado ao vê-la pessoal-mente. Também as árvores frutíferas dentro da cida-de chamaram a atenção. Para ele, “a cidade pode não ter uma história muito antiga, mas tem grande futuro. Ela representa todo o Brasil”. O resultado da jornada foi marcante: “Nesta viagem maravilhosa, o calor que eu encontrei foi o calor humano e do sol. O frio da França é que eu não estou aguentando mais”. Com saudades, ele confessa a vontade de voltar e, por fim, se questiona: se-rá que sou um turista muito diferente dos outros?

Foto: Oda Paula Fernandes

Foto: Paula Fróes

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34 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

CAPA

Capital paraempreenderApesar do mercado fortalecido, ainda é preciso consolidar a cultura empreendedora entre os brasilienses | Taise Borges

Pesquisa recente constatou que Brasília é uma das cinco capitais mais empreendedoras do país. O estudo foi feito pela Endeavor Brasil, organização de incentivo ao empreendedoris-mo no país. Das 27 capitais brasileiras, foram analisadas as 14 que comportam, pelo menos, 1% das empresas de alto crescimento do Bra-sil, segundo dados do Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE). Brasília foi superada ape-nas por Curitiba, Vitória, São Paulo e Florianópolis.

Sete critérios e quase 50 indicadores foram utilizados na avaliação das melhores capitais para se abrir um negó-cio. Nossa cidade surpreendeu pelas boas opções de mer-cado: mesmo localizada no interior do país, fora do eixo de maior dinamismo econômico do Brasil, os empreendedo-res brasilienses encontram facilidade para comercializar

produtos e serviços localmente. De acordo com o Minis-tério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, apenas 22 mil empresas brasileiras são consideradas ex-portadoras – menos de 1% do total. Portanto, a maioria dos empreendedores não avalia o mercado de forma glo-bal, pois volta as atenções para o desenvolvimento econô-mico da própria região e o poder de compra dos consumi-dores locais.

São Paulo é a única capital que nos supera no critério “mercado”. Para a avaliação desse índice, foram analisadas as características dos clientes em potencial e o desenvolvi-mento econômico regional – renda per capita, crescimen-to real do PIB, PIB total, entre outros indicadores. A renda per capita dos potenciais clientes em Brasília é a terceira maior entre as cidades analisadas: R$ 1.781,11. Ficamos atrás apenas de Vitória (R$ 1.959,55) e Porto Alegre (R$

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 35

Foto: Alisson Carvalho

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36 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

1.941,71). Também temos o terceiro maior PIB total do país: R$ 164.482.129,00, atrás de São Paulo (cerca de R$ 477 milhões) e Rio de Janeiro (aproximadamente R$ 209 milhões).

Outro aspecto analisado está relacionado ao processo de abertura ou reforma de uma empresa, em que o empreendedor enfrenta a burocracia necessária à obtenção do registro do ne-gócio. Esses procedimentos demandam tempo e dinheiro e, por isso, influenciam no grau de incentivo da cidade ao empreende-dorismo. Em relação à complexidade do ambiente regulatório, Brasília aparece em quarto lugar no ranking. O critério compre-ende a duração dos processos para abertura do negócio, aprova-ção do projeto arquitetônico, obtenção de registro imobiliário e energia elétrica e para quitação das taxas nos tribunais locais de justiça. A avaliação incluiu, também, a análise do custo dos im-postos (alíquota média do IPTU e imposto sobre as pequenas e médias empresas).

A pesquisa concluiu que, em Brasília, o tempo para se abrir um negócio é de 75 dias. Somos superados, apenas, por Florianópolis (80 dias), Rio de Janeiro (100) e Porto Alegre (245). O tempo para obtenção de registro imobiliário também é alto em relação às demais capitais: 90 dias, menor apenas que em Fortaleza, onde o registro é obtido após espera de cin-co meses. Apesar disso, o tempo para aprovação de projetos arquitetônicos na capital federal é menor que na maioria das

cidades estudadas. Aqui, os projetos são aprovados em dois meses, prazo maior apenas que em Salvador, onde a aprova-ção ocorre em 45 dias.

Quanto à infraestrutura, Brasília aparece em sexto no qua-dro comparativo das 14 capitais. Para a análise, foram conside-rados o transporte interurbano e condições urbanas como aces-so à internet, tempo de deslocamento, custo de energia elétrica e preço médio do m2. Esses fatores impactam diretamente o co-tidiano dos empreendedores, funcionários e clientes, afetam a produtividade dos negócios e, consequentemente, o valor dos produtos e serviços. Quanto melhor a infraestrutura de logísti-ca, produção e comunicação disponível, mais atrativa a cidade é para os empreendedores.

Em relação ao preço médio do m2, só perdemos para a ca-pital carioca: aqui, paga-se R$ 8,670, enquanto lá, o valor é de R$ 9,937. Apesar disso, somente Vitória e Florianópolis nos su-peram na conexão com a internet: enquanto 70,93% de nossa população tem acesso à rede, 74,46% da cidade capixaba usu-frui do serviço. O índice na capital catarinense é o maior entre as 14 cidades: 76,96%. O custo da energia elétrica em Brasília é a segunda menor: R$ 0,25647 por KwH, valor maior apenas que em São Paulo, onde a população paga R$ 0,23844. As ca-pitais paulista e carioca também são as únicas que nos supe-ram na quantidade de voos diretos.

CAPA

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1.941,71). Também temos o terceiro maior PIB total do país: R$ 164.482.129,00, atrás de São Paulo (cerca de R$ 477 milhões) e Rio de Janeiro (aproximadamente R$ 209 milhões).

Outro aspecto analisado está relacionado ao processo de abertura ou reforma de uma empresa, em que o empreendedor enfrenta a burocracia necessária à obtenção do registro do ne-gócio. Esses procedimentos demandam tempo e dinheiro e, por isso, influenciam no grau de incentivo da cidade ao empreende-dorismo. Em relação à complexidade do ambiente regulatório, Brasília aparece em quarto lugar no ranking. O critério compre-ende a duração dos processos para abertura do negócio, aprova-ção do projeto arquitetônico, obtenção de registro imobiliário e energia elétrica e para quitação das taxas nos tribunais locais de justiça. A avaliação incluiu, também, a análise do custo dos im-postos (alíquota média do IPTU e imposto sobre as pequenas e médias empresas).

A pesquisa concluiu que, em Brasília, o tempo para se abrir um negócio é de 75 dias. Somos superados, apenas, por Florianópolis (80 dias), Rio de Janeiro (100) e Porto Alegre (245). O tempo para obtenção de registro imobiliário também é alto em relação às demais capitais: 90 dias, menor apenas que em Fortaleza, onde o registro é obtido após espera de cin-co meses. Apesar disso, o tempo para aprovação de projetos arquitetônicos na capital federal é menor que na maioria das

cidades estudadas. Aqui, os projetos são aprovados em dois meses, prazo maior apenas que em Salvador, onde a aprova-ção ocorre em 45 dias.

Quanto à infraestrutura, Brasília aparece em sexto no qua-dro comparativo das 14 capitais. Para a análise, foram conside-rados o transporte interurbano e condições urbanas como aces-so à internet, tempo de deslocamento, custo de energia elétrica e preço médio do m2. Esses fatores impactam diretamente o co-tidiano dos empreendedores, funcionários e clientes, afetam a produtividade dos negócios e, consequentemente, o valor dos produtos e serviços. Quanto melhor a infraestrutura de logísti-ca, produção e comunicação disponível, mais atrativa a cidade é para os empreendedores.

Em relação ao preço médio do m2, só perdemos para a ca-pital carioca: aqui, paga-se R$ 8,670, enquanto lá, o valor é de R$ 9,937. Apesar disso, somente Vitória e Florianópolis nos su-peram na conexão com a internet: enquanto 70,93% de nossa população tem acesso à rede, 74,46% da cidade capixaba usu-frui do serviço. O índice na capital catarinense é o maior entre as 14 cidades: 76,96%. O custo da energia elétrica em Brasília é a segunda menor: R$ 0,25647 por KwH, valor maior apenas que em São Paulo, onde a população paga R$ 0,23844. As ca-pitais paulista e carioca também são as únicas que nos supe-ram na quantidade de voos diretos.

CAPA

Números de Brasília

1º VitóriaR$ 1.959,552º Porto Alegre R$ 1.941,71

1º São PauloR$ 477 milhões2º Rio de JaneiroR$ 209 milhões

2º Goiânia60 dias

1º Florianópolis 76,96% 2º Vitória74,46%

1º São Paulo493,7392º Rio de Janeiro270,573

Renda per capita

PIB total

Aprovação de projetos

arquitetônicos

População com acesso à internet

Média de voos diretos

por ano

3º BrasíliaR$ 1.781,11

3º BrasíliaR$ 164 milhões

1º Salvador45 dias

2º Brasília60 dias

3º Brasília70,93%

3º Brasília179,656

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 37

A capital federal fica na última colocação quando analisada a cultura empreendedora dos moradores. Nes-se critério, foram avaliados o potencial empreendedor da população e a imagem do empreendedorismo na cida-de – a presença dele na mídia local, o incentivo familiar e a importância atribuída a ele para o desenvolvimento do país. Entre os brasilienses, 15% considera que empre-endedores são pessoas que exploram os funcionários – a média das capitais analisadas é de 10%. Brasília, São Pau-lo e Rio de Janeiro também são as únicas onde menos de 53% da população reconhece os empreendedores co-mo os principais responsáveis pelo progresso do Brasil.

A última colocação pode ser explicada pelo fato de termos milhares de funcionários públicos atuando na capital das decisões políticas do país. De acordo com a mais recente Pesquisa de Informações Básicas Munici-pais, promovida pelo IBGE, o Distrito Federal é a unida-de da Federação com a maior média de servidores pú-blicos entre a população economicamente ativa: são 136.668 profissionais, 5% dos brasilienses. Nesse estudo, foram considerados apenas os profissionais alocados na administração do DF.

Quando uma empresa abre as portas ou está em fase de desenvolvimento, o empreendedor precisa ter dinheiro pa-ra financiar suas ideias e investir em melhorias. No quesi-to “acesso a capital”, Brasília fica na sétima colocação. Os cálculos consideraram o capital disponível via dívida (to-tal movimentado em operações de crédito) e acesso a capi-tal de risco. Ao colocar barreiras no acesso dos empreen-dedores aos financiamentos, ficamos em desvantagem em relação às cidades analisadas que oferecem melhores con-dições para a abertura e manutenção das empresas locais.

A inovação também não é nosso ponto forte: estamos na sexta colocação. Para a análise, foram considerados a in-tensidade de investimentos públicos e privados nas áre-as de Ciências e Tecnologia e o potencial dos cidadãos pa-ra geração de ideias – pedidos de patentes, proporção de trabalhadores nas áreas de Engenharia, Matemática, Ciên-cias e Tecnologia, quantidade de mestres e doutores nes-sas áreas. Ficamos na mesma colocação em relação ao ca-pital humano disponível. A análise se baseou no acesso à mão de obra básica e qualificada e na qualidade dela – es-colaridade da população, porcentagem de matriculados em cursos de alta qualidade, entre outros indicadores.

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 37

A capital federal fica na última colocação quando analisada a cultura empreendedora dos moradores. Nes-se critério, foram avaliados o potencial empreendedor da população e a imagem do empreendedorismo na cida-de – a presença dele na mídia local, o incentivo familiar e a importância atribuída a ele para o desenvolvimento do país. Entre os brasilienses, 15% considera que empre-endedores são pessoas que exploram os funcionários – a média das capitais analisadas é de 10%. Brasília, São Pau-lo e Rio de Janeiro também são as únicas onde menos de 53% da população reconhece os empreendedores co-mo os principais responsáveis pelo progresso do Brasil.

A última colocação pode ser explicada pelo fato de termos milhares de funcionários públicos atuando na capital das decisões políticas do país. De acordo com a mais recente Pesquisa de Informações Básicas Munici-pais, promovida pelo IBGE, o Distrito Federal é a unida-de da Federação com a maior média de servidores pú-blicos entre a população economicamente ativa: são 136.668 profissionais, 5% dos brasilienses. Nesse estudo, foram considerados apenas os profissionais alocados na administração do DF.

Quando uma empresa abre as portas ou está em fase de desenvolvimento, o empreendedor precisa ter dinheiro pa-ra financiar suas ideias e investir em melhorias. No quesi-to “acesso a capital”, Brasília fica na sétima colocação. Os cálculos consideraram o capital disponível via dívida (to-tal movimentado em operações de crédito) e acesso a capi-tal de risco. Ao colocar barreiras no acesso dos empreen-dedores aos financiamentos, ficamos em desvantagem em relação às cidades analisadas que oferecem melhores con-dições para a abertura e manutenção das empresas locais.

A inovação também não é nosso ponto forte: estamos na sexta colocação. Para a análise, foram considerados a in-tensidade de investimentos públicos e privados nas áre-as de Ciências e Tecnologia e o potencial dos cidadãos pa-ra geração de ideias – pedidos de patentes, proporção de trabalhadores nas áreas de Engenharia, Matemática, Ciên-cias e Tecnologia, quantidade de mestres e doutores nes-sas áreas. Ficamos na mesma colocação em relação ao ca-pital humano disponível. A análise se baseou no acesso à mão de obra básica e qualificada e na qualidade dela – es-colaridade da população, porcentagem de matriculados em cursos de alta qualidade, entre outros indicadores.

O que é preciso melhorar

Cultura paraempreender

Foto: Alisson Carvalho

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38 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

COMPORTAMENTO

O ideal de cooperação mudou o perfil do mer-cado de trabalho. Um novo modelo de cola-borar, que supera a simples forma de cum-prir as obrigações previstas, dá espaço ao método de unir esforços em prol de um ob-jetivo maior em comum. Dedicar-se ao que gosta, fazer a diferença na sociedade e pro-mover trocas além do arquétipo tradicional

de oito horas de trabalho motivou o aparecimento de no-vas tendências. Dessa postura surgiu o coworking.

Colaborar para crescerNova forma de trabalho conhecida como coworking cria espaços em que é possível compartilhar informações, contatos e clientes com empresas de diferentes ramos | Carolyna Paiva

COMPORTAMENTO

Page 39: Revista Tendências e Negócios - Janeiro/ 2015

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 39

Em um mesmo ambiente, profissionais de diversas áreas compartilham o mesmo espaço, separados, normal-mente, por baias. Enquanto realizam suas atividades, po-dem dividir experiências com empresas diferentes, au-mentar a rede de contato, conseguir novos clientes. Tudo isso sem se preocupar com a manutenção, burocracia ou segurança do ambiente compartilhado. O contato se es-tende até para projetos em parcerias e contrato de forne-cedores de interesse geral, por exemplo. A cooperação é o fio condutor do sucesso.

O conceito ainda é jovem em todo o mundo. Não se sabe ao certo quando a prática surgiu, apesar de o no-me ter sido criado em 2005 nos Estados Unidos. Entre-tanto, antes disso, países da Europa já seguiam a ten-dência. No Brasil, o hábito é novidade e tem menos de cinco anos. Contudo, em São Paulo, o sistema já foi aperfeiçoado e as empresas o utilizam até para solucio-nar o problema de mobilidade, ao fazer com que o fun-cionário esteja conectado no horário do expediente e não perca tempo com trânsito.

Para Brasília, a tendência é ainda mais recente e causa receio em decorrência da grande força do mercado públi-co. No entanto, as empresas que apostaram na capital se surpreendem e aprimoram-se a cada dia. Armando Frei-tas, diretor do BR-Offices, empresa de coworking com se-des em Brasília e Goiânia, afirma que o crescimento vem sendo exponencial e os clientes gostam muito de traba-lhar de acordo com o modelo em que mesmo empresas concorrentes se juntam para fazer uma entrega.

Exemplo desse progresso é a criação de uma asso-ciação nacional. A instituição nasceu para dar supor-te a escritórios virtuais e, há dois anos, adicionaram o coworking. Armando Freitas, que exerce também o cargo de vice-presidente na Associação Nacional de Coworking e Escritório Virtuais (Ancev), conta que o objetivo é ge-rar o cooperativismo entre os associados. Atualmente são 80 em todo o Brasil e cinco no DF. A cooperação é práti-ca entre os associados que realizam reuniões presenciais durante o ano e criam um núcleo seguro em todo o Brasil.

Outra empresa de Brasília, a 4Legal, tem forte o sen-timento de colaboração. A sócia, Juliana Guimarães, ex-plica que muito mais do que dividir espaços, a prática consiste em uma ajuda mútua e, consequentemente, crescimento de todos que usufruem o espaço. “Se estou com uma dúvida no campo jurídico, por exemplo, mas não tenho um escritório que presta consultoria para mim, pergunto a alguém que está ao meu lado. E eles não vão cobrar por isso. Ao mesmo tempo em que se eu começar a ter uma demanda fixa, posso firmar uma consultoria”.

Juliana conta que “quando escolhemos vir a Brasília, cidade tão voltada ao serviço público, acharam que a gen-te era maluco. Mas a cidade é muito jovem e o governo, um grande comprador. Se temos o maior PIB per capita do país e há tantas pessoas querendo fazer diferente, por que ignorar esse mercado?”. Para a 4Legal, estar junto do governo faz com que Brasília não só seja lugar de empre-ender, mas também de encontrar parceiros que pensam como a empresa e apoiem projetos.

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40 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

COMPORTAMENTO

Coworking é um estilo inovador de trabalho. Ele consiste, fisicamente, em dividir recursos e um mesmo espaço, mas, ideologicamente, em compartilhar conhecimentos, contatos, experiências e até clientes. Isso é possível porque profissionais de diferentes ramos estão juntos em prol do desenvolvimento de todos.

Há alguns anos, o conceito de escritórios virtuais e a prática de home office explodiram no mercado. No entan-to, há diferenças entre esses modelos e o coworking. O es-critório virtual é uma “evolução” do aluguel de escritórios, mas com objetivo de oferecer endereço comercial ou fis-cal para diversas empresas, além de espaços reservados, como sala de reunião. Saulo Da Rós, diretor da SMART Escritórios Inteligentes, empresa de escritórios virtuais e coworking, explica que o escritório virtual não exige que o cliente esteja presente necessariamente.

Já o home office consiste em utilizar o ambiente domésti-co para desenvolver as mesmas atividades de escritório, mas contando com a facilidade e comodidade de se trabalhar em

Origem do Coworking

Coworking x Home Office Em casa, o clima dificil-mente será 100% propício à produtividade. Não só pelas distrações simples, como cama, cozinha e telefone, mas também por não haver um horário fixo de traba-lho. O coworking evita o co-modismo e estimula o cres-cimento.

Coworking x Cafeterias/Lanchonetes/RestaurantesEspaços gourmets são op-ções para realizar reuniões de negócio. No entanto, o coworking tem a vantagem de ser um ambiente prepa-rado para atender clientes. Com isso, não há risco de perder o contrato por falta de profissionalismo ou internet, por exemplo.

Coworking x Escritório virtualO isolamento do escritório virtual é um fator antagô-nico ao coworking. Neste é possível interagir e tra-balhar de forma descon-traída, além da redução de custos e da possibilidade de utilizar todos os recur-sos do local.

Coworking x Escritório particularApesar da privacidade do escritório particular, um es-paço compartilhado per-mite dividir experiências e conhecer gente nova. Des-sa forma, fomenta-se o ne-tworking, a inovação e o contato com as mudanças do mercado de trabalho.

O que é Coworking ?

Ilustrações: Radha Nicihoca

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 41

Saulo Da Rós começou o negócio com escritórios virtuais, mas, com o crescimento do processo, aderiu ao coworking. Ele explica que “é uma opção muito eco-nômica para um profissional que está começando. Vo-cê tem um espaço com direito à internet, ambiente exe-cutivo, linha telefônica, um local para fazer networking com várias pessoas que podem ser clientes ou que tam-bém estão começando”.

No entanto, não são só empresas novas que adotam a prática. A redução de custo fixo e burocracia, além do contato direto com pessoas que incentivam a ino-vação, são estímulos a instituições já consolidadas. Es-se é o caso de uma empresa de advocacia que decidiu trabalhar em um espaço compartilhado para aumentar a proximidade com um dos clientes e aproveitar para ampliar as oportunidades. O sócio Gabriel Gravina afir-ma que será muito vantajoso, porque “não preciso me preocupar com problemas do dia a dia, já que há um responsável para gerenciar isso”.

Na sala ao lado, os coworkers reconhecem o espa-ço como um ambiente propício para o desenvolvimento. “Todo mundo é focado no trabalho e quer crescer. Vo-cê acaba ajudando também. A relação de troca é muito

real”, ressalta Raphaella Rodrigues, diretora da Editora Capital. O ingresso veio do encanto pelo sistema apre-sentado. “No início foi um risco, mas com o passar do tempo, vimos todos os benefícios que temos aqui.”

Esse é outro carro-chefe do empreendimento: ofere-cer localização privilegiada que inclua facilidade de in-fraestrutura, como estar perto de cartório, correio, res-taurantes e de fácil mobilidade. Além disso, o acesso à internet de qualidade e ao espaço 24h por dia, com con-trole de entrada e saída monitorada, criam a confiança que permite segurança e privacidade. Ainda é possível desfrutar de uma secretária em comum, impressora e serviço de limpeza e, dependendo do pacote, utilizar sa-las privadas e estacionamento.

O agrado também vem com o “baixo custo em com-paração a manter um escritório tradicional, a praticida-de de não estar gerenciando o espaço e poder interagir com diversos empresários”, comenta Armando Freitas. Apesar da maioria dos empresários ser jovem e estar abrindo negócios, as multinacionais também estão en-viando funcionários para esses polos por perceber uma oportunidade de conhecer melhor o mercado local e não se acomodar.

casa. Clarice Dewes, consultora de imagem, vivenciou a expe-riência do home office e abandonou para aderir ao coworking: “A situação doméstica acaba incomodando. Tem o telefone, a campainha e, com o passar do tempo, passei a não render”.

Ao desejar voltar a ter rotina de trabalho, começou a uti-lizar o coworking. Hoje, o motivo de permanecer é outro. “Fi-

quei apaixonada pelo networking. Dificilmente alguém vai procurar um serviço fora se há uma empresa do ramo aqui dentro. Hoje, a razão de círculo profissional é muito maior que outros focos.” Ela afirma que o próprio local seleciona quem vai ficar: “O perfil das pessoas é muito parecido: gosto por no-vidade, por se comunicar e empreender”.

Benefícios do modelo

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42 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 201542:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

Educação financeira ajuda a controlar gastos

Programa de cooperativa de crédito incentiva alunos da rede pública areduzirem desperdício | Elsânia Estácio

CAPACITAÇÃO

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 43

Apesar da pouca idade e responsabilidade, as crianças devem ser conscientes da neces-sidade de se preocuparem com o amanhã. Com esse intuito, o Sistema Cooperativo de Crédito Sicoob Executivo foi para dentro das escolas ensinar às crianças como se poupa para depois não faltar. Eduarda Chaul assis-tiu às aulas e aprendeu: “Sou um tipo de pes-

soa que adora gastar. Com essas aulas, descobri como se econo-miza bastante. Assim, cuido do meu futuro”.

A primeira experiência financeira do programa “Em Dia com as Finanças”, que tem parceria da Cooperativa Oficina das Finanças, foi no Centro de Ensino Fundamental 01 da Candan-golândia. As aulas foram desenvolvidas para crianças e adoles-centes do 1º ao 9º ano de escolas da rede pública e privada, com o objetivo de apresentar uma nova metodologia nas salas de aulas, por meio de livros e atividades sobre o tema, de ferra-mentas pedagógicas e suportes para professores.

Segundo Leonardo Silva, diretor executivo da Oficina das Finanças, o programa já está presente em algumas escolas par-ticulares do Distrito Federal. Ele aposta na orientação desenvol-vida para adolescentes com especialistas do segmento de finan-ças e, por isso, quis estender as aulas à rede pública. “O nosso grande início de trabalho e novo desafio é nas escolas públicas. Ao todo queremos atender 350 crianças entre o 6º e o 8º ano dessas instituições”, garante.

O diretor da primeira escola pública a participar do “Em Dia com as Finanças”, Fabiano Pereira, diz que recebeu o programa com “a expectativa de poder contribuir na formação dos nos-sos professores. Os tutores vão lidar diretamente com a forma-

ção dos alunos, que serão os multiplicadores desse processo”.Segundo a coordenadora do projeto, Silvana Iunis, a inicia-

tiva oferece, aos alunos, disciplina para gerir o próprio dinhei-ro desde cedo. “A nossa ideia é levar educação e inteligência financeira para essas crianças desde pequenas, para que elas possam começar a pensar que o dinheiro não foi feito só para gastar, que pode guardar parte desse dinheiro com objetivos de segurança, conforto e independência.”

Durante a oficina, os estudantes tiveram palestras so-bre como administrar e poupar dinheiro com o analista de negócios do Sicoob Executivo, Átila Gomes. “Acertamos em cheio com esse projeto. Estou vibrando, porque nunca tive essa experiência de trazer, para dentro de uma sala de aula, o sistema financeiro. Mostrar como lidar com as des-pesas é muito importante na formação dessa geração que é nosso futuro”, comemora.

Os alunos que participaram das aulas se envolveram com as atividades e perceberam as mudanças que as no-vas atitudes positivas podem provocar. Foi o que aconte-ceu com o estudante Andrey Ferreira. “Depois que assisti às aulas, passei a guardar meu dinheiro. Às vezes, eu gas-to um pouco mais, mas agora procuro economizar. Além disso, as aulas ficaram mais divertidas”.

O presidente do Sicoob Executivo, Luiz Lesse, ressal-ta que a formação financeira é importante para as pessoas, principalmente quando novas. “Essas crianças precisam ser educadas não somente em relação à tecnologia, mas tam-bém devem saber como gerir suas finanças pessoais e suas riquezas para serem adultos mais conscientes da forma de usar o dinheiro”, afirma Lesse.

Átila Gomes ensina a crianças do Centro de Ensino Fundamental 01 da Candangolândia maneiras para melhor controlar os gastos

Foto: Rafael Farias

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44 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

O espírito de que boas ideias merecem ser compartilhadas invade Brasília em 2015. A cidade sediará um dos maiores eventos de inovação e capacitação do mundo: o TEDx. Estruturado por meio de experiências transformadoras, o projeto consiste em desenvolver pales-tras e ações que inspiram mudança, li-

derança e criam um olhar visionário nos envolvidos. A capital é mais uma região a abraçar a oportunida-de já vivida por centenas de comunidades voluntá-rias ao redor do mundo.

A marca TED significa tecnologia, entretenimen-to e design e, desde 1984, converge os temas para re-alizar conferências com objetivo de promover a disse-minação de grandes ideias. Com o passar do tempo, a iniciativa amadureceu. Hoje, além de reunir líde-

Capital recebe evento com objetivo de espalhar boas ideias que inspirem pessoas e gerem um mundo melhor| Carolyna Paiva

Brasília,um lugar de possibilidades

CAPACITAÇÃO

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 45

res mundiais e pessoas transformadoras nos Estados Unidos, foi criado o TEDx, ramificação independente de eventos para compartilhar ideias que façam a dife-rença em qualquer campo do mundo, como negócio, tecnologias, cultura e questões globais.

O projeto atrai diversos públicos devido ao forma-to de palestras rápidas – até 18 minutos. No centro do Brasil, quem aceitou organizar o TEDx foi um gru-po de estudantes da Universidade de Brasília (UnB). Desde 2011, os universitários tiveram contato com a proposta do TED em outros países e, há dois anos, o desejo por consolidar uma universidade melhor os incentivou a estruturar a iniciativa. Caio Cavalcante, coordenador de parcerias e aluno de Engenharia Me-catrônica, revela que “percebemos na UnB um polo de desenvolvimento social capaz de promover tecno-logia, cultura e nos aproximar do mercado de traba-lho. Por isso, decidimos expandir as oportunidades”.

Entretanto, a tarefa está além da universidade. A ideia de que Brasília é uma cidade engessada não es-tá presente na cabeça dos organizadores. Para a equi-pe, a capital é um lugar de possibilidades e o ob-jetivo do TEDx é transformá-las em realidade. Caio acrescenta: “Dentro e fora da UnB, conhecemos pes-soas admiráveis que trabalham para mudar o mundo a partir da perspectiva micro. Utilizaremos a UnB co-mo instrumento para que a gente não só permita, mas também estimule atores sociais.”

E a espera é grande. O universitário Pedro Si-queira confessa que “as expectativas são enormes, porque teremos nomes de peso fornecendo estí-mulos e levantando questionamentos. Espero que o evento rompa um pouco o senso comum de que nossa cidade respira apenas serviço público”. As-sim como ele, a engenheira eletricista Cecília da Rocha também espera adquirir grandes conheci-mentos com o TEDx Brasília: “Assisto às palestras até na academia. Estou ansiosa com a oportunida-de de participar pessoalmente de um evento que vejo apenas pela internet.”

Camila Yarla, 24 anos, organizadora do evento, garante que o cuidado é grande em prezar pela al-ma do TEDx, já que trazê-lo a Brasília não foi fá-cil. Organizar a iniciativa exige uma série de obri-gatoriedades, como licença prévia, que mantenham a qualidade do evento da mesma forma com que acontece em outros países. Precisou-se, portanto, explicar a causa e demonstrar conhecimento, in-teresse e responsabilidade. O grupo estuda o ma-terial disponível no site, além de entrar em con-tato com ex-organizadores e com a representante do TED no Brasil. “A ideia é observar todas as re-gras e estar alinhado com a equipe que representa o TED em nosso país”, explica Camila.

A primeira oportunidade de contato externo sur-giu com uma ex-organizadora de TEDx, Caroline

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46 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

CAPACITAÇÃO

Sabendo disso, o esforço é grande para trazer pes-soas responsáveis por ideias que mereçam ser com-partilhadas. E dois desses palestrantes já foram con-firmados. Um deles é Chiquinho que, há 40 anos, é responsável pela acolhedora livraria do Instituto Central de Ciências da UnB. O popular livreiro da universidade teve a importância reconhecida ao ser condecorado com o título de cidadão honorário de Brasília. Outro palestrante é Marco Gomes, fundador da Boo-box. O jovem abandonou os estudos aos 20 anos para perseguir o sonho de fundar o próprio ne-gócio. Hoje, sua empresa de tecnologia digital tem dezenas de funcionários e é especialista em estraté-gias inovadoras de publicidade.

Em relação a patrocinadores, a equipe busca empresas compromissadas com o desenvolvimento socioeconômico de Brasília e interessadas em se consolidar como líderes nas áreas em que atuam. Os organizadores – 16 estudantes de diferentes cursos – têm o apoio da universidade. Para o pro-fessor Ivan Camargo, reitor da UnB, o contato com pessoas inovadoras como os palestrantes do evento será uma gran-de oportunidade para os alunos: “Quando estamos na uni-versidade, achamos normal assistir palestras de pesqui-sadores, vencedores de prêmios Nobel. Quando saímos é que percebemos como é difícil ter acesso aos grandes in-telectuais. Por isso, tenho certeza que o conhecimento proporcionado pelo TEDx será muito significativo pa-ra nossos estudantes”.

MacDonald. A escocesa, em viagem por Miami, en-controu pessoas com o mesmo interesse pela plata-forma TED. O grande motivador foi a oportunidade de unir pessoas de origens diferentes e vivenciar a miscigenação. Dessa forma, ela coordenou o primeiro evento TEDx na cidade. Mas parar não fazia parte dos planos de Caroline, que, por fim, organizou mais três edições. “É uma descoberta do que a gente realmente é e uma oportunidade de entender o mundo.”

Com intuito de conhecer pessoas e aprender o português, ela veio ao Brasil. Tempo depois, recebeu a ligação dos atuais organizadores do TEDx em Bra-sília. Agora, contribui como conselheira e ajuda com a experiência de outras edições. “Cada TEDx é dife-

rente e tem sua identificação. A riqueza é essa em proporcionar diversidade cultural, ajudar pessoas, en-tender o meio e trabalhar junto”, afirma Caroline. As dicas variam desde apoio financeiro e logístico, até forma de escolher palestrantes.

A estrutura deve ser idealizada para que o evento dis-corra sobre uma variedade infinita de assuntos, trazendo ideias originais e interessantes. Segundo Caroline, “o de-safio maior é ter palestrantes que entendam o TED e sai-bam falar de maneira interessante durante o tempo de-terminado. Eu costumava pedir que eles fingissem que contavam uma história para suas avós”. Portanto, para ter uma experiência engrandecedora, vale desde matemáti-cos a especialistas em tubarões, por exemplo.

Alunos da Universidade de Brasília, organizadores do TEDx, se reúnem para discutir diretrizes do evento

Foto: Wagner Augusto

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 47

CAPACITAÇÃO

Ponderada a gravidade do problema nacio-nal de defasagem entre idade e ano esco-lar e a falta de ações públicas coerentes com a realidade da educação brasileira, o Programa de Aceleração da Aprendiza-gem (PAA), desenvolvido e oferecido pe-lo Centro de Ensino Tecnológico de Bra-sília (Ceteb), surge como uma alternativa

pedagógica para correção do fluxo escolar. Segun-do dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a cada cem alunos matriculados no Ensino Fundamental, apenas 15 concluem o Ensino Médio e cerca de três termi-nam o Ensino Superior.

O PAA foi pensado como uma ação específi-ca destinada a corrigir essa defasagem. Compro-metido com a aprendizagem significativa do alu-no e com o prosseguimento dos estudos, o projeto traz o estudante de volta à sala de aula, ainda que em idade diferente da regular. “Nosso projeto respon-de aos imperativos dos novos tempos, em termos de desenvolvimento de competências e habili-dades cognitivas básicas e da construção da autoestima do estudante. Também propõe regularizar o fluxo dos alunos nos anos ini-ciais do Ensino Fundamental”, explica Ro-sa Peccina, diretora do Ceteb.

Para garantir o sucesso do programa nos municípios, o Ceteb realiza uma su-pervisão que atribui competências, de-fine ações, firma compromissos, esta-belece cronogramas, avalia resultados e fornece feedbacks a todos que inte-gram o projeto. “O Programa de Aceleração de Aprendizagem vem sendo desenvolvido pe-lo Ceteb no Brasil desde 1995 e, em outros pa-íses da América Latina, desde 1999. Aproxima-damente 400 mil alunos que se encontravam em atraso escolar superior a dois anos já foram bene-ficiados”, acrescenta a diretora.

Em função dos interesses e disponibilidades fi-nanceiras dos estados e municípios, o assessora-

Aceleração da aprendizagemé alternativa à defasagem escolar

Alunos de escolas municipais são atendidos por programa desenvolvido pelo Ceteb | Oda Paula Fernandes

mento técnico-pedagógico prestado pelo Ceteb se diversifica em três formas: Capacitação Inicial, Ca-pacitação em Serviço e Avaliação do Programa. Téc-nicos pedagógicos do Ceteb são enviados até o mu-nicípio para preparar, por duas semanas, a equipe de professores e fornecer o material didático necessá-rio à execução do projeto. Em seguida, há o acompa-nhamento das aulas aplicadas por eles e, na terceira fase, é feita a avaliação de resultados junto aos alu-nos atendidos pelo PAA.

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48 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

ARTIGO

Comunicação : tendências para 2015

• João Pedro Costa

48 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 31 dezembro 2014

A transição entre o final de um ano e o co-meço de outro é um momento mágico para a maioria das empresas. Momen-to de definir e de desdobrar metas, ho-ra de formular o planejamento dos 12 meses que estão por vir, de retomar as energias e de se preparar para consoli-dar os aprendizados do ano que passou

para mirar novos objetivos. Esse sentimento é comum entre empresas de diferentes áreas e nas de comuni-cação e marketing não é diferente. Já que estamos em fase de renovação, é propício tentar entender o que es-tá por vir e usar essas informações como insumo para planejar o ano de forma mais assertiva.

O ano de 2014 foi, do ponto de vista de resultados fi-nanceiros, frustrante para a maioria dos segmentos. O va-rejo cresceu de forma geral apenas 3,7% em vendas, abai-xo da inflação acumulada no período e pior resultado em mais de 10 anos. Com exceção de alguns setores bem es-pecíficos, afetados pela Copa do Mundo no Brasil, o senti-mento geral foi de que 2014 foi um ano fraco para os ne-gócios. O começo de 2015, turbulento, do ponto de vista econômico, e cheio de incertezas, vai influenciar o com-portamento do mercado de comunicação durante o ano todo. Além disso, algumas outras tendências nos forne-cem bons indícios do que vem por aí. Nos tópicos abai-xo, listo três dos pontos que, para mim, serão decisivos no mercado da comunicação.

• Redução da Verba em Mídias Tradicionais – Em um movimento que já vem acontecendo ao longo dos últimos anos, grandes e pequenos anunciantes vão se-guir reduzindo investimento em mídias tradicionais (TV, rádio, jornal, revista) e aumentando sua verba em veículos digitais. O motivo é simples: migração de au-diência. Com cada vez menos gente consumindo as mídias tradicionais, a eficiência dessa divulgação cai ao longo do tempo, já que o preço da veiculação não diminui proporcionalmente.

• Fazer > Dizer – As pessoas esperam das marcas ca-

da vez menos discurso e mais atitude. Portanto, é natu-ral a intensificação de um movimento de marcas promo-vendo ações concretas que correspondam ao que elas dizem. Um exemplo de marca que dá show nesse aspec-to é o Itaú: Uma de suas principais plataformas de mar-ca é o mote “Isso muda o mundo”, que posiciona o banco como um vetor de impacto positivo na vida das pessoas. Para tangibilizar isso, o banco promove em várias capitais brasileiras um serviço de aluguel de bicicletas extrema-mente eficiente e acessível com impactos reais em mobi-lidade urbana nessas praças. Sem dúvida, esta ação muda o mundo e concretiza o posicionamento da marca.

• Mobilidade e Internet das Coisas – Falar no cres-cimento da internet móvel é chover no molhado: is-so já é realidade faz tempo. De qualquer forma, esse é um mercado que segue avançando, com o aumento do acesso a smartphones e tablets, principalmente nas classes C e D, barateamento do custo dos dispositivos, pacotes cada vez mais atraentes das operadoras de te-lefonia e acesso cada vez mais fácil a redes wi-fi. Além disso, a internet também tem alcançado outros dispo-sitivos. Começando com a proliferação das Smart TVs, cada vez mais utensílios do nosso dia-a-dia (relógios, geladeiras, tênis) vão começar a se integrar à internet de alguma maneira. Do ponto de vista de comunica-ção, abre-se um leque de oportunidades. Como falar com a legião de usuários de internet móvel (celular e outros dispositivos) de forma criativa e eficiente? As marcas que conseguirem achar a resposta mais rapi-damente certamente sairão na frente!

Quais são as suas crenças do que vai acontecer com o mercado da comunicação em 2015? Se quiser trocar uma ideia a respeito, manda um e-mail para [email protected] e terei o maior pra-zer em falar a respeito! Até o próximo mês!

• João Pedro Costa - empresário do setor de comunicação, sócio da Agência Look’n Feel

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 49

Foto: divulgação

TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 49

Foto: divulgação

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50 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

TECNOLOGIA

Um publicitário, um administrador, um programa-dor e um designer – todos apaixonados por tec-nologia – se juntaram, em 2002, para criar uma startup capaz de impactar a vida de outros empre-endedores. Pela iniciativa de Rafael Torales, Flavio Rudgero, Julio Protzek e Renato Carvalho nasceu o Startaê, empresa que presta serviços na área di-gital e que se destaca por valorizar, além da funcio-

nalidade, o design dos projetos que desenvolve. Hoje, a empre-sa atende, principalmente, startups em um nível mais elevado de maturidade, financeiramente estáveis.

Tecnologiaaliada ao DesignEquipe de jovens empreendedores ganha espaço entre as empresas do DF ao unir funcionalidade e estética nos sites e aplicativos que desenvolve | Taise Borges

50:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

Startups são empresas que nascem a partir de ideias inovadoras e arriscadas e de modelos de ne-gócio repetíveis, o que signifi ca que são capazes

de entregar o produto ou serviço em escala ilimita-da. Também têm baixos custos de conservação e são potencialmente escaláveis, isto é, conseguem aumentar a receita em uma velocidade maior do que a dos custos de manutenção da empresa.

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 51TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 51

O trabalho remoto não prejudica a união da equipe de profi ssionais do Startaê

No Distrito Federal, existem outros modelos para prestação de serviços digitais, mas nenhum pensa o design como elemento estratégico, capaz de contribuir para que o cliente atinja seu objetivo. “Não desenvolvemos um software sem pensar no design dele. Acreditamos que esse elemento atue junto da tecnologia para proporcionar uma expe-riência diferente e satisfatória para o usuário”, ex-plica o administrador de empresas Flavio. O Star-taê trabalha para melhorar a presença dos clientes no meio digital, definindo mensagens que são tra-duzidas em elementos visuais de sites e aplicati-vos. Também auxilia novas empresas ao fazer pro-tótipos das soluções oferecidas por elas, sempre levando em conta as necessidades dos usuários.

Entre os projetos do Startaê, está um aplicativo que ajuda comerciantes virtuais a se protegerem de fraudes e outro que possibilitou a uma construtora realizar uma pesquisa online de satisfação entre os clientes. Restaurantes, bares e cafés puderam dispo-nibilizar os cardápios na Web e dispositivos móveis graças a outro aplicativo criado pela empresa. O Star-taê também desenvolveu uma rede social para regis-tro de viagens, trocas de informações e dicas entre os usuários; um site que fornece opções de fundos de investimento para cada perfil de investidor e uma página que incentiva brasilienses e turistas a experi-mentar as atrações da capital federal.

A qualidade dos serviços, o diferencial das solu-ções oferecidas e a equipe de ponta credenciaram a empresa a competir com o mercado internacional. Um dos objetivos para este ano é exatamente estrei-tar o contato com as empresas do Vale do Silício, nos Estados Unidos. “No exterior, o foco na experiência do usuário é fundamental. Esse princípio, que norteia

nosso trabalho, não é comum no Brasil”, explica Lu-cas Lo Ami, cientista da computação que se uniu aos fundadores da empresa na composição do grupo. Em 2014, graças à crescente demanda pelos serviços, o Startaê dobrou o tamanho da equipe.

A tecnologia Ruby on Rails, utilizada pela empre-sa no desenvolvimento de softwares, converge com a filosofia do grupo sobre a importância da estética e funcionalidade dos produtos. Com o Ruby, os mem-bros do Startaê são capazes de reinventar qualquer software de forma mais rápida, dando agilidade a pro-jetos cuja conclusão seria mais demorada se utiliza-das outras técnicas. “Além de simples, o Ruby é uma tendência. No Brasil, ela é pouco comum, mas nos Estados Unidos, é uma das mais requisitadas dos alu-nos que saem da universidade”, ressalta Lucas. Ao simplificar o trabalho dos programadores, o Ruby on Rails permite que mais esforços sejam aplicados em etapas como o design dos projetos.

A simplicidade, aliás, é um dos valores que orien-tam o trabalho da equipe. O próprio Startaê surgiu a partir de uma filosofia mais simplificada sobre a fun-dação de uma empresa. “Para colocar uma ideia na prática, não é preciso um grande investimento. De-senvolva a versão mais simples e viável do seu produ-to ou serviço e coloque na mão das pessoas. Receba opiniões e invista aos poucos. O importante é entre-gar valor para o cliente”, destaca Flavio. Na época de criação da empresa, o conceito startup chegava a Bra-sília. A equipe foi uma das primeiras a levantar a ban-deira desse tipo de empreendimento.

O grupo também propõe simplificar a relação en-tre o Startaê e os clientes e a dinâmica de trabalho dentro da própria empresa. Apoiados pela tec-nologia tão presente em suas rotinas, eles resol-

Fotos:Wagner Augusto

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veram adotar a cultura do trabalho remoto: os profissionais podem trabalhar onde desejarem, seja na sede do Startaê, em casa ou em um café. “As pessoas são produtivas em momentos di-ferentes do dia, por isso incentivamos essa fle-xibilidade. Cada um faz seu horário e trabalha onde estiver, onde se sente bem”, explica Flá-vio. Além de Brasília, o Startaê tem clientes em São Paulo, Rio de Janeiro, Califórnia. “Estimu-lamos a comunicação remota até mesmo com os clientes daqui e, por meio dela, deixamos to-dos cientes do que está sendo feito pela nossa equipe”, complementa.

Outra estratégia utilizada pelo grupo tem apro-ximado empresa e clientes: a Superquadra. A esco-la virtual é um braço do Startaê em que os mem-bros compartilham informações sobre tecnologia e design. “Além de nos aproximar de pessoas inte-ressadas pela área em que atuamos, a Superquadra possibilita que nossos clientes entendam melhor alguns processos e, ao verem que somos capazes

de ensinar o que fazemos, ganhamos a confiança deles”, justifica o administrador. A Superquadra nas-ceu a partir da ideia de ensinar às pessoas como de-senvolver um site ou aplicativo próprio. Dessa for-ma, elas podem investir em outras necessidades de seus jovens empreendimentos.

Além de enxergar a união entre tecnologia e de-sign como princípio fundamental, o Startaê se destaca pela equipe multidisciplinar: cada integrante da em-presa é capacitado em uma área distinta e, juntos, são capazes de enxergar soluções diferentes para o mes-mo problema. “Para entregar um produto que tenha consistência em design e tecnologia, como a arquite-tura de um novo software, por exemplo, é fundamen-tal termos olhares de pessoas com habilidades dife-rentes e preocupadas com a mesma entrega”, explica Flavio. Lucas complementa com um desejo do grupo: “Ao optar por essa equipe, criamos um jeito próprio de trabalhar, um jeito que pode se tornar referência. E é isso o que queremos: que o Startaê seja referência para outros empreendedores”.

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54 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

DESTAQUE

O valorde umaequipeEmpresa de Gestão de Pessoas inova ao demonstrar o quanto o clima organizacional influencia o progresso dos empreendimentos | Taise Borges

equipe

Ilustrações: Jonathan FelixFoto: Magnum Alexandre

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 55

Sua empresa está em processo de evolução ou o crescimento é prejudicado pela competição entre os funcionários? Seu líder, além de preparado pa-ra direcionar as tarefas do grupo, sabe lidar com as emoções dos colaboradores? Essas e outras ques-tões são, cada vez mais, levadas em consideração pelas empresas. A tendência reflete no avanço da área de Gestão de Pessoas dentro das organiza-

ções. Mas para que as mudanças internas de atitude sejam defi-nitivas, é preciso enxergar o que está por trás das causas que li-mitam o progresso dos empreendimentos. Essa é a proposta da Integrah, empresa de Gestão de Pessoas pouco convencional, que propõe uma metodologia diferente de atuação.

Por meio do trabalho desenvolvido, os consultores da Inte-grah já resgataram empresas que estavam prestes a fechar e uni-ram sócios com dificuldades de relacionamento. Transformaram diretores em líderes mais participativos e, em outros casos, traba-lharam para que os gestores fossem menos autoritários. Atuaram, também, dentro de empresas familiares que necessitavam de or-ganização, mas desejavam que as mudanças não causassem atri-to entre os membros. “Nosso diferencial está no olhar que lan-çamos sobre as equipes e seus padrões de funcionamento. Sem essa compreensão sobre o que é realmente necessário aos profis-sionais, de nada adiantam as técnicas mais avançadas”, afirma o psicólogo Henrique Santana, fundador da empresa.

Ao contrário das consultorias tradicionais, a Integrah não sugere, às organizações, um método específico de trabalho. Seu papel é diagnosticar as neces-sidades e, a partir daí, estimular e acom-panhar a renovação das empre-sas, dando espaço para que as transformações ocor-ram de modo na-tural, conscien-te e sustentável. Os líderes e colaboradores são considerados os grandes responsáveis pelas mudanças. Por-tanto, é improvável que a renovação se-ja permanente se eles não estiverem motiva-dos. “Somos facilitadores da transformação, mas as mudanças dependem totalmente do engajamento dos profissionais. Se eles não estão dispostos a mudar, podem até acontecer alterações mas, logo, tudo volta a funcionar como an-tes”, explica o psicólogo.

Henrique Santana criou a empresa em 2012 mas, antes da In-tegrah, ele já atuava no desenvolvimento de pessoas. Para fornecer suporte a jovens que desejavam crescer e criar as próprias organi-zações, Henrique fundou a Interagir aos 18 anos de idade. A ONG promovia o Fórum de Protagonismo Juvenil, que chegou a reunir 600 participantes em uma das edições – pessoas de diferentes clas-ses sociais, vindos de diversos lugares do Brasil e da América Latina. O psicólogo empreendedor se especializou em enxergar o invisível no padrão de funcionamento das equipes, abordagem que o creden-ciou a fundar a Integrah.

Em 2014, a empresa foi consultora de mé-dias e pequenas organizações localizadas em cidades como Brasília, Manaus, Belém, Salva-dor, Teresina, São Paulo e Porto Alegre. Ho-je, ela presta quatro tipos de serviço, sendo, um deles, o desenvolvimento de Processos de Aprendizagem. Por meio de oficinas conecta-das à realidade do empreendimento, as equi-pes são incentivadas a refletir sobre as pró-prias práticas, experimentar novas formas de atuação e avaliar as diferenças entre elas.

“Somos facilitadores da transformação,

mas as mudanças dependem

totalmente do engajamento dos

profissionais.”Henrique Santana, fundador da

Integrah

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Outro serviço é a Consultoria Transformacional, na qual são avaliados os processos e a cultura das organiza-ções e sugeridas mudanças que vão ao encontro da visão da empresa. “Já atuamos no desenvolvimento de sócios que tinham objetivos diferentes para o empreendimento e, por isso, não se entendiam. Identificamos o que esta-va por trás dos conflitos e se eles deviam, ou não, continu-ar juntos”, lembra Henrique. A metodologia central do pro-cesso é o diálogo. Por meio dele, busca-se compreender o histórico da organização e o futuro desejado para ela. To-da a equipe é estimulada a perceber a dinâmica da empre-sa, o que interfere no desenvolvimento dela e no bem-es-tar dos colaboradores.

DESTAQUE

Líderes e empreendedores que desejam melhorar seus desempenhos profissionais, têm dificuldades de relacio-namento ou dúvidas sobre a carreira costumam aderir às Conversas Transformadoras. Segundo Henrique Santana, os diálogos não ocorrem de acordo com perguntas espe-cíficas, como acontece no Coaching tradicional: “Identifi-camos as características das pessoas, suas culturas, mode-los mentais e buscamos entender, por exemplo, por que ela adota uma postura negativa diante dos fatos ou por que tende a controlar e não confiar nos colegas de trabalho”.

A Biologia Cultural é uma das orientadoras dessas con-versas. Entre as várias abordagens, a metodologia estuda a tendência dos grupos humanos ao conservadorismo. Se-gundo o psicólogo, profissionais e organizações tendem a manter seus padrões culturais. Com essa atitude, permane-cem inseridos em um contexto de vícios, sem capacidade

O Processo Seletivo aplicado pela Integrah também foge do tradicional. Ele é pautado na escolha mútua: o profissional, além de avalia-do pelos selecionadores, é estimulado a refle-tir se seus valores são compatíveis com os da organização. Para decidir, ele recebe informa-ções sobre a empresa que, geralmente, não são fornecidas em uma seleção convencional. “Um colaborador que não se identifica com o propósito do empreendimento onde trabalha pode afetar negativamente o clima organiza-cional dele”, alerta o psicólogo.

para identificá-los e agir sobre eles. “Existem pessoas que se submetem a trabalhos que não gostam e sócios que, pa-ra não abalar a amizade, preferem não discutir a necessi-dade da organização de mudar e evoluir. Todas essas esco-lhas são feitas, inconscientemente, para que os padrões de funcionamento sejam mantidos”, explica.

A Integrah é formada por uma rede de consultores que utilizam as mesmas abordagens. Para o futuro, a empresa pretende atuar em outros estados do país e contribuir com organizações, equipes e profissionais que anseiam por mu-danças em seus padrões de vida e dentro dos ambientes de trabalho. “Queremos expandir a consultoria em Gestão de Pessoas e lidar com equipes que desejam efetivamen-te transformar suas atitudes, trabalhar as causas que impe-dem sua evolução e que afetam a harmonia dos colabora-dores”, almeja Henrique.

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 57TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 57

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58 :: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 201558:: TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS - Ed. 33 janeiro 2015

EMPRESA VERDE

Foto: Fellipe Abreu

Pacto GlobalONU define princípios para incentivar empresas de todo planeta a investir em iniciativas socioambientais| Oda Paula Fernandes

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 59

Organizações que praticam ações colaborativas para desenvolver economicamente, e de forma sustentável, as localidades em que atuam se destacam no atual mercado competitivo. As preocupações socioeconômicas e ambien-tais colocam as empresas à frente dos concorrentes, for-talecem suas imagens perante os investidores e contri-buem para ganharem a simpatia dos consumidores mais exigentes. Foi pensando nisso que a Organização das Nações Unidas (ONU) desenvolveu o programa Pacto Global, presente, hoje, em 145 países. O objetivo do pro-jeto é mobilizar a comunidade empresarial para adoção de práticas sustentáveis de negócio.

Detalhado em dez princípios que abordam as áreas de direitos humanos, meio ambiente, trabalho e comba-te à corrupção, o programa tem adesão de empresários de todo o planeta. Hoje, o projeto é a maior iniciativa vo-luntária do mundo relacionada à responsabilidade cor-porativa. No Brasil, a Rede do Pacto Global foi fundada em 2003 e representa a 5ª maior do mundo, com mais de 600 empresas cadastradas, sob a gestão de 39 organi-zações referências em sustentabilidade – líderes em se-tores estratégicos para a economia brasileira. O trabalho para implantação dos projetos socioeconômicos é feito em parceria com governos e sociedade civil locais e os resultados sobre o progresso dessas iniciativas são di-vulgados anualmente pelas empresas.

As organizações que aderem ao Pacto Global se com-prometem com os Dez Princípios do programa para, assim, carregarem o título de empresas socialmente responsáveis. Elas têm acesso direto às experiências e ao conhecimen-to das Nações Unidas sobre questões de sustentabilidade e têm voz ativa na construção da Agenda de Desenvolvimen-to da ONU. No entendimento da diretora executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, Renata Seabra, o ideal é que as organizações tenham a percepção do seu papel junto à comunidade. “As empresas devem se compro-meter a participar ativamente da resolução dos desafios enfrentados pela sociedade. Porém, nem o setor priva-do, nem o setor público e nem as ONGs conseguirão re-solver todos os problemas sociais de forma individual. É preciso que haja união entre esses atores para discussão de soluções em parceria”, ressalta.

A Rede Brasileira do Pacto Global possui dez Gru-pos Temáticos (GTs) que permitem o desenvolvimen-to prático, colaborativo e segmentado de uma cultu-ra sustentável dentro das organizações. Nos GTs, se desenvolvem ações relacionadas a temas estratégicos como Educação, Anticorrupção, Direitos Humanos e Trabalho, Água e Saneamento, Alimentos e Agricultu-ra. Em uma visão macro, o programa alcança toda a so-ciedade e o meio ambiente, uma vez que as ações em-presariais são amparadas pela legislação local e pela Constituição Brasileira.

Os projetos organizacionais objetivam orientar em-presas sobre iniciativas de toda natureza, que podem ser implantadas no local de trabalho, no mercado ou na comunidade. Um exemplo é o de uma empresa projetada para ajudar organizações no desenvolvimen-to de práticas para manejo da água. Outra iniciativa vi-sa a divulgação dos direitos da criança e outra, ainda, está ligada à valorização da mulher e foi criada para orientar empresas sobre a forma de capacitar as mu-lheres para o mercado de trabalho.

As organizações que fazem parte da Rede do Pacto Global são convidadas a integrar diversas pla-taformas e programas de capacitação já consolida-dos internacionalmente e que contam com apoio de empresas de destaque. É caso do site Business Part-nership Hub, plataforma interativa que favorece a formação de parcerias para projetos relacionados ao tema sustentabilidade.

Aprendizado e oportunidades

“As empresas devem participar ativamente na resolução dos desafios enfrentados pela sociedade.”

Renata Seabra, diretora executiva da Rede Brasileira do Pacto Global

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EMPRESA VERDE

A Rede Brasileira do Pacto Global possui empresas de todas as regiões do país e o suporte a essas organiza-ções é diário. No Brasil, o auxílio é responsabilidade da Secretaria Executiva da Rede Brasileira do Pacto Global, que funciona no escritório da ONU em São Paulo. Para Zilma Ferreira, gerente do Instituto Invepar, grupo que adere ao Pacto Global desde 2010, a principal vanta-gem do programa é ter um guia que direciona os esfor-ços das empresas. “Não há como fazer, sozinho, a dife-rença na sociedade. Para nos consolidarmos como uma empresa cidadã em âmbito mundial, precisamos de es-forços coletivos, não individuais. É preciso compromis-so e articulação”, define.

A Invepar é um grupo brasileiro que atua no Bra-sil e no exterior no segmento de infraestrutura em transportes. O foco da empresa é a gestão e opera-ção de rodovias, sistemas de mobilidade urbana e ae-

roportos. De acordo com Zilma Ferreira, a adesão ao Pacto foi um movimento natural, uma vez que os va-lores da Invepar convergem com os princípios do programa: “Além do Instituto, outras quatro empre-sas do grupo aderiram ao Pacto”.

No entendimento da gerente, os princípios mais fá-ceis de serem seguidos são aqueles que dependem ex-clusivamente da empresa, como o de eliminar a discri-minação no emprego. No entanto, para ela, os projetos que apresentam resultados mais relevantes são aque-les que atendem às necessidades específicas da comu-nidade onde são implantados. “Existem temas mais re-levantes para uma e outra realidade como, por exemplo, os diferentes desafios da zona rural e da zona urbana. O que faz realmente a diferença é o comprometimento da empresa na execução e melhoria contínua dos seus pla-nos de ação”, afirma.

Su

por

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Des

taq

ues As iniciativas colocadas em prática pela Invepar

se relacionam com a realização de diagnósticos parti-cipativos sobre a realidade socioambiental das comu-nidades locais. As empresas do grupo apoiam ações de plantio, educação ambiental, preservação da fauna silvestre, artesanato sustentável e formação de conse-lhos para proteção ambiental. Os destaques nas ações da Invepar, no entanto, são a adoção de um Código de Ética e Conduta – já considerando a nova lei brasi-leira anticorrupção – e a implantação de um canal de comunicação para denúncias, administrado por uma

empresa externa e independente. As ações visam garantir que todos os funcioná-

rios e fornecedores da Invepar conheçam os valores e condutas esperadas pelo Instituto e colaborem com a melhoria contínua dos processos internos das em-presas do grupo. Elas objetivam, também, informar a esses colaboradores sobre as cláusulas – presentes em todos os contratos de prestação de serviço ou for-necimento de bens – que se referem às leis trabalhis-tas e à proibição do uso de mão de obra infantil ou análoga à escrava.

Foto: Fellipe Abreu

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TENDÊNCIAS E NEGÓCIOS Ed. 33 janeiro de 2015 :: 61

Ad

esão

Para fazer parte da Rede Brasileira do Pacto Glo-bal, o empresário deve acessar o site da ONU, fazer o download da carta de adesão e preenchê-la. O docu-mento será enviado, por e-mail, ao escritório da ONU em Nova Iorque, nos Estados Unidos, para avaliação em parceria com a Rede do Pacto Global no Brasil. Quando não há restrições após a análise, a empresa é aceita pela Rede. As restrições podem estar relaciona-das, por exemplo, a processos trabalhistas ou explora-ção do trabalho infantil e escravo – ou seja, casos em que a empresa está em desacordo com a legislação e não se mostra alinhada à política do programa.

Organizações, empresas de grande, médio e pe-

queno porte, ONGs, indústrias – praticamente toda instituição pode fazer parte do Pacto Global da ONU. “Temos apenas uma restrição quanto às empresas do setor de tabaco. Elas podem aderir ao Pacto, mas não recebem ajuda financeira da ONU e não podem fa-zer uso do logo como fazem as outras instituições”, esclarece Renata Seabra. O segmento do tabaco vai de encontro à missão e aos valores do Pacto. “Quan-do todo o contexto é analisado, entendemos por que não vale a pena: empresas desse setor nem deveriam existir, devido ao mal que provocam às pessoas”, con-clui. Atualmente, apenas duas empresas de tabaco, no mundo todo, fazem parte do Pacto Global.

Os Dez Princípios do Pacto Global

Respeitar e apoiar os direitos humanos reconhecidos internacionalmente na sua área de infl uência

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Assegurar a não participação da empresa em violações dos direitos humanos

Apoiar a liberdade de associação e reconhecer o direito à negociação coletiva

Eliminar todas as formas de trabalho forçado ou compulsório

Erradicar efetivamente todas as formas de trabalho infantil da sua cadeia produtiva

Estimular práticas que eliminem qualquer tipo de discriminação no emprego

Assumir uma abordagem preventiva, responsável e proativa para os desafi os ambientais

Desenvolver iniciativas e práticas para promover e disseminar a responsabilidade socioambiental

Incentivar o desenvolvimento e a difusão de tecnologias ambientalmente responsáveis

Combater a corrupção em todas as suas formas, incluindo extorsão e suborno

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Do acaso surgiu um dos esportes hoje tendência em Brasília e no mundo. A zumba – palavra colombiana que sig-nifica “mover-se rapidamente e se di-vertir” – é uma aula de dança aeróbica inspirada em vários ritmos latinos. Isso porque seu criador, o bailarino colom-biano Alberto Perez, um dia esqueceu-

se de levar o material para a turma de ginástica. A saída do professor foi usar fitas cassete de música latina. O im-proviso rendeu o encantamento dos alunos e o começo de uma atividade divertida e prazerosa.

O exercício alcança o equilíbrio, alivia o estresse, queima gordura e produz energia e fortalecimento para todo o corpo. Com a metodologia de passos simples e fá-ceis de acompanhar, a zumba faz sucesso nas principais academias do DF. De acordo com a professora de edu-cação física da academia Premier Fitness Nayara Isabel, a atividade é indicada para todas as idades. Saber dan-çar não é um requisito obrigatório para praticar o exercí-cio. “As aulas são sempre cheias e há uma procura enor-me por ser uma aula diferente e que queima em média de 600 a 800 calorias. É um ótimo jeito de se manter em for-ma dando boas risadas.”

Valdemir Rodrigues, educador físico da Companhia Athletica, diz que “o fluxo de alunos nas aulas de zumba é grande. As salas estão sempre cheias”, garante. Ele res-salta também o diferencial da atividade para os donos das academias, que abrem cada vez mais turmas para o exer-cício. “Por ser uma aula simples que só precisa da sala, do som, de música e de muita disposição, a atividade con-quistou pessoas de todas as idades. Temos professores dando aula fixa de zumba.”

Adepto da modalidade, Eric Nunes não perde nenhu-ma aula. “O treino é viciante e trás muitos benefícios para a saúde como: autoestima, confiança e equilíbrio. Estou perdendo peso e me divertindo ao mesmo tempo”. Segun-do a presidente do Conselho Regional de Educação Físi-ca (CREF7), Cristina Queiroz Mazzini Calegaro, a modali-

dade é um estilo de dança festiva e eficaz. Ela explica: “As exigências que temos quanto às aulas de zumba é serem ministradas por profissionais de educação física, com for-mação de bacharelado para poder atuar no Brasil”.

O programa zumba, criado na década de 1990 por Al-berto Perez, foi divulgado em CDs e DVDs. Aos poucos muitos professores se juntaram a Perez, para ensinar a modalidade. O número de educadores cresceu e em con-junto com os sócios Alberto Aghion e Alberto Pearlman, croiu-se, em 2001, a marca Zumba Fitness, maior empre-sa fitness do mundo. A instituição chegou ao Brasil e es-tá nas principais capitais.

Segundo o especialista educacional de zumba e repre-sentante da marca no Brasil, Raphael Rosa, hoje a empre-sa possui aproximadamente 25 mil instrutores oficiais, em mais de 140 lugares e 185 países, garantindo cerca de 50 mil aulas. O programa surgiu no Brasil em 2010, e desde então tem apresentado ao público das academias uma malhação que reúne ritmos internacionais e coreo-grafias fáceis de acompanhar. As aulas duram de 45 mi-nutos a uma hora.

Em 2014, a empresa participou do maior evento de saúde, esporte e bem estar do país, Brasília Capital Fit-ness, realizado no Centro de Convenções Ulysses Gui-marães. O público conheceu os novos ritmos utilizados pela zumba em suas aulas, como o hip hop, pop, rap, bhangra, flamenco, dança do ventre e dança africana. “Para atingir esse objetivo, a empresa oferece cursos pa-ra formação de novos instrutores nas maiores feiras fit-ness do país. Tivemos um crescimento de alunos e tam-bém de instrutores”, comemora Rosa.

De acordo com a instrutora de zumba da academia Vasco Neto Márcia Araújo Motta, a dança aeróbica estou-rou no Brasil, há quatro anos, e se tornou sucesso em vá-rios países. “No Distrito Federal não é diferente. A pro-cura pelas aulas é grande, porém os alunos devem tomar cuidado: todo instrutor deve ser licenciado e credenciado pelo programa Zumba Fitness.” É possível verificar se o instrutor é licenciado no site: www.zumba.com.

a dança conquista o mundo das academias | Elsânia Estácio

Zumba: PREPARO FÍSICO

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Os modelos são diversos. Alguns, muito sofisticados, podem chegar a quase R$ 1 milhão. O clima no planalto central também favorece o hobby. Em dia de folga, quem é proprietário de um motorhome não pensa duas vezes antes de pegar a estrada.

O veículo é uma espécie de casa am-bulante. No DF, os “motorhomistas”, pes-soas com hábito de viajar nessa casa so-

bre rodas, garantem ser mais barato do que pagarpassagens e hospedagens. Mas a grande vantagem é outra: a li-berdade de mudar o roteiro quando quiser, sem ficar refém dos pacotes de viagem e da burocracia do check in em hotéis e ae-roportos.

No interior do automóvel, cada centímetro é aproveitado para dar ao proprietário o máximo de conforto e utilidade. Na cabine de comando, há espaço para o motorista e um acompanhante. A cozinha americana tem pia, fogão, geladeira e armários em-butidos. Espaços são pensados para guardar utensílios e estocar

Motorhome: um estilo de vida e de viagem sofisticada

ROTINAFUGINDODA

Viajar com o conforto de casa é só uma das vantagens apontadas pelos adeptos do veículo | Oda Paula Fernandes

alimentos. A área destinada à sala possui sofás fixos ou retráteis. No banheiro, há chuveiro, pia e vaso sanitário. No quarto, cama de casal e armários para as roupas.

A jornalista Nilva Rios é apaixonada por acampamento. Sua lua de mel, em 1985, foi a bordo de um trailler pelo litoral brasi-leiro. Ela e o marido, então, adquiriram um motorhome e, com o veículo, já fizeram vários passeios. Em 2014, alugaram um mo-torhome para percorrer parte da Alemanha e Suíça. “Gosto desse estilo de vida. Mas a Europa tem mais infraestrutura do que o Brasil. Lá, é muito fácil viajar em veículos assim”, enfatiza a fun-cionária pública.

Em Brasília, os donos de motorhome se encontram em bares e nas casas uns dos outros. O grupo Gaviões do Planalto promove reuniões regulares entre os proprietários dos veículos. Segundo o presidente do grupo, Gilberto Gomes, o Brasil tem potencial para atingir níveis de países adeptos ao estilo de vida. “Chegar aos padrões do primeiro mundo é o ideal, mas uma infraestrutura mínima já seria suficiente. O país tem muitos parques e natureza

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exuberante. A exploração desses locais de maneira sustentável ajudaria, não apenas a indústria dos veículos de recreação, como também a do turismo ecológico”, explica.

COMO ADQUIRIR UM MOTORHOMEA rigidez da legislação brasileira inviabiliza a abertura de no-

vas empresas no setor. A maioria das companhias estão no Sul do Brasil, o que encarece o investimento em outras regiões do país. O valor para adaptar carros pequenos, como uma Kombi ou Van, gira em torno de R$ 45 mil e pode atingir um milhão de reais quando se trata de veículos maiores. O tamanho do carro, o acabamento interno na mobília e os itens de luxo e segurança definem o preço.

A falta de infraestrutura nas praças de pedágio e postos de atendimento aos usuários nas rodovias também dificulta a práti-ca. Melhorias são esperadas com alguns Projetos de Lei que tra-mitam na Câmara dos Deputados e visam a instalação de pontos de apoio em rodovias e a isenção de impostos para produção e aquisição dos veículos.

PLANEJAMENTO DE VIAGEMEm toda viagem, seja de carro, de avião ou em qualquer ou-

tro veículo, o viajante precavido prepara o roteiro e se planeja antes de iniciar o passeio para garantir o máximo de satisfação. “Conosco não é diferente. Há muita interação via internet entre os viajantes de motorhome. Trocamos informações sobre pontos de parada, campings e outros locais aptos a nos receber”, explica Gomes, presidente do Gaviões do Planalto.

Nos acampamentos, há um grande espírito de solidariedade que dá aos aventureiros a sensação de liberdade e segurança. Se algum motorhome está com problemas mecânicos, por exemplo, há sempre alguém para ajudar. “Em Alto Paraíso, debaixo de chu-va, montamos um acampamento magnífico. Quando um novato do grupo atolou na entrada do camping, a turma não descansou enquanto ele não foi colocado em um local adequado e incluído no grupo”, lembra Gomes.

Há um espaço privado para estacionar motorhome no DF. Os proprietários dos veículos, porém, reclamam das condições do local e preço cobrado para utilização do espaço: o carro pode fi-car o mês inteiro, mas se paga uma mensalidade ao clube e mais uma quantia pela vaga no estacionamento. O valor desestimula muitos proprietários a manter os veículos no local. O funcionário público aposentado Luiz Toste é precursor no uso dessa área que fica em um clube do Lago Norte. “No auge do campismo, existiam muitos traillers e motorhomes, mas cada gestão que as-sume [o clube] modifica o espaço, diminui a área e aumenta os preços das mensalidades”, lamenta.

O casal Aldo e Darci Tavares escolheu começar a vida a dois no estilo do campismo, em uma barraca. “Depois que chegaram nossas filhas, compramos um motorhome. Somos pioneiros aqui em Brasília com esse tipo de veículo”, conta Darci. O motorhome é uma das maneiras mais sofisticadas e intimistas de se aventu-rar e explorar o mundo. Contudo, como demonstra o casal, um desejo verdadeiro, um roteiro, um mapa e uma barraca já são suficientes para cair na estrada, seja com o destino que for.

Foto: Magnum Alexandre

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Receita do ChefEste mês, o chef do restaurante La Tambuille, Laureano, preparou uma receita de um prato famoso em Portugal. O Bacalhau Lagareiro foi criado em Beira. A região é a prin-cipal produtora de azeite do país e, no passado, a receita servia para testar a qualidade do produto.

Ingredientes:• Bacalhau• Azeite• Batata• Tomate• Brócolis• Cebola • Alho• Azeitona• Sal

Modo de preparo:Fritar levemente o bacalhau com um pouco de azeite. Depois, levá-lo ao forno coberto até a metade com azeite por 20 minutos.

Acompanhamentos: Batata ao murro, tomate e brócolisAssar a batata com casca durante 20 minutos temperada com um pouco da sal e alecrim. Depois de assadas, amasse-as com as mãos fechadas. Leve ao forno novamente por mais 5 minutos. Sirva o bacalhau com a batata, tomate sem pele e brócolis cozido. Para dar um toque, frite alho laminado, refogue cebola e jogue por cima do bacalhau.

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Batata ao murro, tomate e brócolisAssar a batata com casca durante 20 minutos temperada com um pouco da sal e alecrim. Depois de assadas, amasse-as com as mãos fechadas. Leve ao forno novamente por mais 5 minutos. Sirva o bacalhau com a batata, tomate sem pele e brócolis cozido. Para dar um toque, frite alho laminado, refogue cebola e jogue por cima do bacalhau.

Foto: Alisson Carvalho

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