revista taxicultura 11

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Edição 11 A mistura de charme e muito sabor Botecos Um dos maiores acervos da América Latina está de casa nova Museu de Arte Contemporânea Apaixonado pela metrópole, o compositor fala de sua trajetória e novos trabalhos Arrigo Barnabé Leitura de Bordo www.taxicultura.com.br Um refúgio para quem quer escapar do cotidiano urbano, sem ter que ir tão longe Piedade

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Page 1: Revista TAXICULTURA 11

Edição 11

A mistura de charme e muito sabor

Botecos Um dos maiores acervos da América Latina está de casa nova

Museu de Arte Contemporânea

Apaixonado pela metrópole, o compositor fala de sua trajetória e novos trabalhos

Arrigo Barnabé

Leitura de Bordo

www.taxicultura.com.br

Um refúgio para quem quer escapar do cotidiano urbano,

sem ter que ir tão longe

Piedade

Page 2: Revista TAXICULTURA 11

2 TAXICULTURA|Novembro

Page 3: Revista TAXICULTURA 11

Dezembro|TAXICULTURA 3

TAXICULTURA é uma publicação da Editora Porto das Letras Ltda.

Redação, publicidade, administração e correspondência: Rua do

Bosque, 896, casa 24, CEP 01136-000. Barra Funda, São Paulo (SP).

Telefone (11) 3392-1524, E-mail [email protected].

Proibida a reprodução parcial ou total dos textos e das imagens desta

publicação, exceto as imagens sob a licença do Creative Commons. As

opiniões dos entrevistados publicadas nesta edição não expressam a

opinião da revista. Os anúncios veiculados nessa revista são de inteira

responsabilidade dos anunciantes.

Talvez fique apenas no nível do imaginário o desejo de que um dia a população brasileira pos-sa ter pleno acesso ao enorme acervo de cultura de excelente qualidade produzida no nosso país - seja na literatura, na dança, na música, nas artes plásticas e no cinema - sem ter que ficar restrita ao monopólio de programas de auditório e reali-tys shows sofríveis e deprimentes.

Apesar da luta desigual, por vezes podemos comemorar algumas vitórias, como a mudança do Museu de Arte Contemporânea da USP para o Palácio da Agricultura, um edifício projetado por Oscar Niemayer e que até recentemente abrigava o Detran/SP.

Realizada no final de janeiro, a mudança promete ampliar de forma significativa a in-teração do museu com o grande público, que passará a ter acesso mais amplo a um acervo que conta com mais de 10 mil obras, de ar-tistas como Picasso, Matisse, Miró, Kandinsky, Modigliani, Calder, Braque, Henry Moore, Tar-sila do Amaral, Di Cavalcanti, Volpi, Flávio de Carvalho, Julio Plaza, Antonio Dias e Regina Silveira, entre tantos outros.

EditorialCultura é para todos

Nesse processo de dar visibilidade à cultura de qualidade, realizamos nesta edição uma en-trevista com o músico e arranjador Arrigo Bar-nabé. Dono de um trabalho de rara radicalidade dentro do contexto da MPB, Arrigo atualmente apresenta o Programa Supertônica, pela Rádio Cultura, e relata um pouco de sua trajetória e novos projetos em desenvolvimento.

Em uma cidade onde o prazer da gastronomia por vezes assume o status de verdadeira arte, levamos aos leitores um breve roteiro com al-ternativas em que a simplicidade de bares e bo-tecos se mistura com a sofisticação e estilo de chefs experimentados, resultando em espaços gourmet com diferentes comidinhas e bebidi-nhas de dar água na boca.

E para quem deseja dar um tempo da lou-cura da nossa amada pauliceia, mas sem ter que ir muito longe, apresentamos a cidade de Piedade, onde além de esportes radicais os visitantes podem curtir o gosto da vida no campo seja realizando a colheita de caquis ou saboreando deliciosas alcachofras em dife-rentes formas e alternativas.

Boa viagem e boa leitura!Os Editores

EXPEDIENTE

DiretoriaAdilson Souza de AraújoDavi Francisco da SilvaFábio Martucci FornerónIsabella Basto Poernbacher([email protected])

Redação

EditorWaldir MartinsMTB 19.069

Edição de ArteCarolina Samora da GraçaMauro Bufano

Projeto Editorial Editora Porto das Letras

Reportagem Arnaldo Rocha, Estela Guerreiro, Marina Schmidt e Miro Gonçalves

Colaboradores Fernanda Monteforte, Fernando Lemos, Adriana Scartaris e Mery Hellen Jacon Pelosi

FotografiaDavi Francisco da Silva

RevisãoNaira Uehara

Publicidade

DiretorFábio Martucci Fornerón

Assessoria jurídicaPaulo Henrique Ribeiro Floriano

ComercialSuporte AdministrativoAna Maria S. Araújo SilvaBruna Donaire Bissi

Assinaturas e mailling([email protected])

ImpressãoWgráfica

Tiragem25.000 exemplaresDistribuição Gratuita

Page 4: Revista TAXICULTURA 11

MorarBem

38São Paulo

Tem

36Bandeira

Livre

32Qualidade

de vida

30Beleza

28

Agenda24

Capa16

São Paulo: um mundo todo

14Tecnologia12

Paulistanos08

4 TAXICULTURA|Março

Qualidade de Vida

16

Mundo&Cia36

Morar Bem32

Tecnologia30

48

Capa38

Bandeira LIvre

18

44

Agenda22

Charme e Beleza

28

SUMÁRIO | TAXICULTURA

06Onde fica?

Trabalho, cultura e lazer

16Capa

Arrigo Barnabé

32Bandeira Livre

Piedade

42Horizonde Vertical

Simplesmente óbvio

36São Paulo Tem

Teatro Drive-Thru

38Morar Bem

Oasis dentro de casa

40Mundo Cão

Identificação animal

20Agenda

Programe-se

28Beleza

A hora do cuidado

30Qualidade de vida

Alicerce sólido

08Especial

USP

12TecnologiaSmart Window

14Um Mundo Todo

Comida de boteco

A cidade imperdívelAlém dos locais apresenta-dos na matéria A cidade im-perdível (Ed. 10) na agenda da revista impressa, seria legal que o site da revista pudesse manter uma agenda atualizada de eventos e atrações que a ci-dade oferece.Luciana Castro

Prezada Luciana,Agradecemos o seu contato e aprovei-tamos para informar que já realizamos esse trabalho de divulgação de eventos através do nosso endereço no facebook e estamos trabalhando para montar uma agenda semanal em nosso site, que a partir do mês de março poderá ser acessada no endereço: www.taxicultura.com.br.

Atenciosamente,A redação

Para nós, sua participação é fundamental. Para enviar suas críticas, elogios, sugestões ou comentários basta enviar um email para: Assim que recebermos sua mensagem entraremos em contato para atender a sua solicitação.

ESPAÇO LEITOR

[email protected]

Page 5: Revista TAXICULTURA 11

224638 Nunc sollicitudin, nisl id cur-sus tempor, lorem dui con-

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venenatis ligula.

16Arrigo BarnabéPaulistano por opção e apaixonado pela metró-pole, Arrigo Barnabé fala de sua trajetória e novos trabalhos

08Museu de Arte

Contemporânea da USPUm dos maiores acervos da

América Latina está de casa nova e amplia os espaços para divulgação

e ensino de arte na cidade

14Botecos: a mistura de charme e muito sabor Escolher o lugar para curtir o

happy hour ou fazer o esquenta antes da balada é um desafio que

leva em conta um sem número de fatores e atrações

Comida vegetarianaAcredito que um dos grandes empeci-lhos para que as pessoas abandonem a carne e passem a fazer uma alimenta-ção mais saudável é o mito que a comi-da vegetaria é sem gosto e sem sabor. Por isso achei muito legal a divulgação de diferentes alternativas existentes na cidade, dos mais simples e tradi-cionais, até outros com sofisticação e nível internacional.

Reinaldo Rodrigues

Abandono de animaisInacreditável que as pessoas ainda tratem os animais como se fossem coisas e depois os descartem como se não tivessem qualquer valor ou significado. Seria importante a realização de uma grande campanha em nível nacional para conscientizar as pessoas para terminar com a violência contra os animais.

Daniela Pereira

Prezado Reinaldo,A proposta da TAXICULTURA é mostrar as diferentes alternativas que a cidade ofe-rece nas mais variadas áreas e isso não é diferente na gastronomia. E não é à toa que a cidade desfruta do título de Capital Mun-dial da Gastronomia.

Atenciosamente,A redação

Prezada Daniela,Acreditamos que o trabalho de cons- cientização é uma prática de todo dia. Em nossa coluna sobre os pets buscamos oferecer informações que possam contribuir para a me-lhoria da qualidade de vida e pelo término de todas as violências con-tra todos os animais.

Atenciosamente,A redação

Piedade Estância Turística de Piedade

pode ser considerada um refú-gio para quem quer escapar do

cotidiano urbano, sem ter que ir tão longe

32

Março|TAXICULTURA 5

Page 6: Revista TAXICULTURA 11

6 TAXICULTURA|Março - Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br

GANHADORES

Trabalho, cultura e lazer

Colosso do Vale

Na edição passada, a TAXICULTURA mostrou o edifício Mirante do Vale ou Palácio Zarzur, considerado o prédio mais alto da cidade, com 51 andares, 170 metros de altura e 75 mil metros quadrados de área construída. O prédio está localizado no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo.

Aarquitetura impressiona pela ousadia, pelas cores e pelas formas. O complexo por si só já poderia ser considerado uma obra de arte, mas ele vai

além: abriga um centro cultural com 7,5 mil m2 e sete salas para exposições, um setor educativo com quatro ateliês, espaço para seminários, área de documentação e um hall, com restaurante, livraria e loja. Mas isso tudo corresponde a apenas dois pavimentos do espaço, inau-gurado em 2001.

No total são 65 mil m2, integrando trabalho, cultura e lazer em um único empreendimento. Uma das torres cor-responde a um edifício de 22 andares e um heliponto. A outra, em forma de trapézio invertido, possui seis andares com equipamentos de tecnologia de última geração.

O projeto arquitetônico foi precedido por uma série de estudos e visitas a instituições culturais nacionais e in-ternacionais. Fora isso, ainda foram realizadas pesquisas e inúmeros testes, tudo para que, ao final, as escolhas resultassem em um espaço agradável, onde a arte integra o ambiente, desde os desenhos internos até o instituto cultural que o complexo abriga. O arquiteto responsável pelo empreendimento foi premiado na 9ª Bienal de Ar-quitetura de Buenos Aires, em 2001.

Por Miro Gonçalves

Os primeiros 10 leitores que identificarem a localização da foto acima ganharão um par de ingressos para o teatro.

Sua resposta deverá ser enviada para o e-mail: [email protected] resultado sairá na próxima edição junto com os nomes dos ganhadores.

Você sabia? O complexo e o centro cultural homenageiam

uma importante artista japonesa, naturalizada brasileira. O premiado arquiteto, responsável pelo empreendimento e um dos mais impor-

tantes profissionais do Brasil, é filho dela

Zete Amorim

Bruno Santos

Alexandre Pannia

Madalena Curi

Gilberto Carrascoza

ONDEFICA?

Marivaldo Barbosa

Cassia Soares

Aline Silva

Marta Nascimento

Silvestre Paixão

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Page 7: Revista TAXICULTURA 11

Dezembro|TAXICULTURA 76 TAXICULTURA|Março - Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br

Page 8: Revista TAXICULTURA 11

Inaugurado no último dia 28 de janeiro, o novo espaço do Museu de Arte Contemporânea da USP, o MAC-USP, abre importantes perspec-

tivas para aquele que é um dos mais tradicionais museus da cidade de São Paulo, dono de um acervo composto por mais de 10 mil obras, entre pinturas, desenhos, gravuras, fotografias, esculturas, objetos e obras de arte conceitual e arte contemporânea. A relação de artistas inclui Picasso, Matisse, Miró, Kan-dinsky, Modigliani, Calder, Braque, Henry Moore, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Volpi, Flávio de Carvalho, Julio Plaza, Antonio Dias e Regina Silveira, entre tantos outros.

Projetado por Oscar Niemeyer no ano de 1954, o prédio, que até recentemente era ocupado pelo Detran/SP, está passando por uma total adaptação para receber as peças e contará ao final das refor-mas com um total de 23 mil m² de área expositiva. O espaço atende a uma antiga necessidade, que acom-panha o MAC desde sua fundação, em 1963, de pos-suir uma sede maior.

Antes de ocupar o seu novo espaço, o museu tinha disponibilidade para expor menos de 5% do seu acervo, o que dificultava em muito a realização de mostras permanentes. Situação que, segundo o curador Tadeu Chiarelli, deverá se alterar em pou-co tempo. “A pretensão é que até o final de 2012 a nova sede do MAC-USP já esteja operando a todo vapor, isso se a Secretaria de Estado da Cultura não tiver problemas e consiga terminar os detalhes que faltam para a adaptação do edifício à sua função de museu”, ponderou Chiarelli.

Idas e vindas

A reforma no prédio começou em dezembro de 2008 e as dificuldades não foram poucas, a começar pelo processo de aprovação das alterações do pro-jeto original, uma vez que a construção é tombada pelos órgãos do patrimônio histórico nas esferas municipal, estadual e federal.

Aparentemente nada ficará de fora do processo de adaptação do prédio para sua nova função. Es-

Museu de Arte Contemporânea da USP Um dos maiores acervos da América Latina está de casa nova e amplia os espaços para divulgação e ensino de arte na cidade

ESPECIAL

8 TAXICULTURA|Março - é leitura de bordo dos taxis paulistanos

tão previstas obras nas instalações elétricas e hi-dráulicas, de ar-condicionado, modernização dos elevadores e instalações dos brises (quebra-sóis). Também serão construídas paredes expositivas e duas torres para escadas de segurança e de ser-viço. Além disso, o piso e a cobertura do prédio principal serão refeitos.

Apesar das mudanças, ao término dos trabalhos, o edifício deverá manter as linhas traçadas por Nie-meyer e, ao mesmo tempo, caracterizar-se como um museu inteiramente acessível, equipado com o que há de mais moderno em termos de tecnologia.

Estrutura a serviço da arte

O prédio principal tem o térreo destinado à recep-ção e às áreas de circulação e no mezanino, cafete-ria. No 1º andar, há um auditório para 152 pessoas, salas multimídia e biblioteca. A área expositiva do museu irá ocupar do 2º ao 7º andar, além de áreas no térreo, onde hoje está instalada a exposição O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia, e também no mezanino.

No oitavo e último andar será instalado um res-taurante, que irá oferecer uma vista panorâmica e privilegiada do Parque do Ibirapuera. Além do prédio principal, o anexo existente, com 3.271 m², já foi restaurado e adaptado para também receber exposições. Foram construídos ainda dois outros prédios anexos, um para reserva técnica e admi-nistração e outro para abrigar equipamentos, como geradores e ar-condicionado.

Para o Secretário de Estado da Cultura, Andrea Matarazzo, a inauguração do novo espaço do MAC-USP segue a filosofia de trabalho da secretaria de tornar a arte e a cultura acessível para toda a popu-lação. “O MAC-USP está agora em um espaço com-patível com a importância do seu acervo e da sua história”, avalia Matarazzo. “Além disso, integra o polo cultural da região do Ibirapuera, que já con-ta com outros museus projetados por Niemeyer, como a Oca, o Museu de Arte Moderna e o Museu Afro Brasil.”

Por Waldir Martins

Page 9: Revista TAXICULTURA 11

Divulgação

O Mac possui um acer-vo com mais de 10 mil obras entre pinturas,desenhos, gravuras,

fotografias, esculturas e outros objetos

leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 9

ESPECIAL

Page 10: Revista TAXICULTURA 11

A primeira exposição

Para marcar a abertura da nova sede,

o museu, sob a curadoria de Chiarelli,

montou a exposição O Tridimensional no

Acervo do MAC: Uma Antologia, com 17

obras que ajudam a compreender a com-

plexidade da arte entre os anos 1940 e o

final dos anos 1990. Embora concisa - a ex-

posição com dezoito obras ocupa apenas

o térreo do edifício - a mostra apresenta a

crise que atravessam as artes visuais, so-

bretudo a partir do final da Segunda Guer-

ra, focando sua atenção no esfacelamento

do conceito tradicional da escultura ocor-

rido nas últimas décadas.

“Embora possua uma importante

coleção de obras modernistas, brasileiras

e internacionais, o MAC-USP é um museu

cuja vocação primeira é preservar, estudar

e divulgar a arte contemporânea. Foi neste

sentido que, para a primeira exposição da

nova sede, foi pensada uma que servisse

como introdução às várias questões liga-

das à produção atual”, explica Chiarelli.

Os espaços amplos e a iluminação bem cuidada permitem aos visitantes uma perfeita interação com as obras

10 TAXICULTURA|Março - Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

ESPECIAL

“Não tenho dúvidas de que o visitante,

se percorrer a mostra com calma e ler o

texto de apresentação, entrará em contato

com vários dos problemas que atingem a

produção artística contemporânea, brasilei-

ra e internacional, tornando-o mais familia-

rizado com a mesma e, portanto, preparado

para usufruir de maneira mais produtiva as

exposições que virão”, continua.

Dentro dessa proposta, a mostra apre-

senta ao visitante trabalhos dos artistas

Frida Baranek, Eduardo Climachauska e

Paulo Climachauska, Sérvulo Esmeraldo,

Carlos Fajardo, Carmela Gross, Liuba Wolf,

Maria Martins, Cildo Meireles, Henry

Moore, Ernesto Neto, Gustavo Rezende,

Chihiro Shimotani, François Stahly, Sofu

Teshigahara, Ângelo Venosa, Franz Weiss-

mann e Haruhiko Yasuda.

Além disso, ainda segundo Chiarelli,

a mostra inaugural dá o tom de como o

MAC-USP pretende propor a série de ex-

posições, que terá o compromisso de com-

plementar a implantação do Museu. “Para

os próximos meses está sendo preparada,

pelo corpo de curadoras do MAC-USP, uma

série de exposições dedicadas a artistas

com forte representação no acervo: Ra-

fael França, Julio Plaza, Leon Ferrari, José

Antonio da Silva e Di Cavalcanti. Como se

pode ver pelo elenco de nomes, o público

terá a oportunidade de entrar em contato

com obras de artistas brasileiros e inter-

nacionais, desde o modernismo até a atu-

alidade, a partir de obras pertencentes ao

acervo do museu”, destaca.

Page 11: Revista TAXICULTURA 11

Um prédio que é uma atração

A importância do novo espaço vai além

de simplesmente abrigar o incrível e pou-

co conhecido acervo do MAC. Projetado

por Niemeyer, o prédio, por si só, já pro-

voca uma enorme mudança na percepção

dos paulistanos em relação ao museu e

suas obras, tornando-se ele próprio uma

atração que termina por atrair inúmeros

visitantes, inclusive aqueles que ainda não

têm como hábito realizar visitas periódi-

cas a museus.

O casal formado pelo engenheiro

mecânico César Gallagi e a farmacêutica

Renata Rinaldi, moradores da Vila Mari-

ana, estão entre os visitantes que, pela

primeira vez, mobilizados pela beleza

do prédio, decidiram realizar uma visita.

“Fiquei surpreso com a reforma, real-

mente chama a atenção, quase tanto

quanto a exposição”, declara Gallagi. “A

beleza das formas, a iluminação, a acessi-

bilidade, o resultado é um trabalho muito

interessante mesmo”, pondera.

Início promissor

Na outra ponta, o artista Plástico Beto

Paiva, que trabalha na área de cenografia e

se caracteriza como um visitante contumaz

de museus e espaços de cultura da cidade,

observa que a adequação do MAC à sua

nova sede se mostra muito promissora,

mas ainda é preciso promover muitas me-

lhorias: “Sempre frequentei o MAC e acho

ótimo que ele passe a ter um espaço dele,

com capacidade para ampliar suas ativi-

dades e exposições”.

O cenógrafo se disse ainda bastante de-

cepcionado com a exposição inaugural do

espaço e algumas precariedades que iden-

tificou no local. “Pena que a inauguração

não seja completa e que o prédio ainda

apresente problemas como falta de estacio-

namento e todo o calçamento do entorno

esteja em péssimas condições”, reclamou.

A exposição O Tridimensional no Acervo do MAC: Uma Antologia, apresenta 17 obras que ajudam a compreender a complexidade da arte entre os anos 1940 e o final dos anos 1990

Visite e indique: facebook taxicultura - Março|TAXICULTURA 1110 TAXICULTURA|Março - Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

ESPECIAL

Outra visitante que percorreu a ex-posição inaugural, a bióloga e escritora Martha Argel, também se divide entre uma expectativa muito positiva diante das enormes possibilidades que se abrem para o desenvolvimento de novas ativi-dades no museu e certa decepção pelo fato do prédio ser inaugurado sem ter suas obras totalmente concluídas.

“É um espaço incrível e muito promis-sor, com uma localização privilegiada e um prédio lindo. A amplidão do espaço ajuda a valorizar as peças, permitindo que você possa observar de longe; a ilu-minação está muito bem feita e com um excelente controle da temperatura. Mas a exposição deixa um pouco a desejar, com poucas peças e com o trabalho de reforma ainda em andamento. Espero que o restaurante do oitavo andar fique pronto logo, acho que vai ser muito bom almoçar por lá”, finaliza Argel.

A mostra inaugural dá o tom de como o MAC-USP pretende propor novas exposições

Page 12: Revista TAXICULTURA 11

12 TAXICULTURA|Março - É leitura de bordo dos taxis paulistanos

Smart Window

Dispositivo de substituição sensorial

History Viewer

ACES, a maior feira de tecnologia para con-sumidores, aconteceu nos Estados Unidos no início do ano e trouxe muitas novidades.

Entre os destaques apontados pelos visitantes estava o SMART WINDOW, um dispositivo que está sendo chamado de janela do futuro.

De design arrojado, a proposta desse invento é subs- tituir uma janela comum. Do lado externo, a janela se mostra transparente como uma janela normal e do lado interno, apesar de transparente e permitir a

passagem de luz natural, vai agir também como um monitor, permitindo que o usuário assista a vídeos, veja fotos, e também navegue pela web.

Na verdade, essa inovação é uma tela que vai contar com alguns widgets para ações sim-ples como poder checar a previsão do tempo e até mais avançadas como acessar redes sociais e ler notícias. Como se trata de um gadget digital, quando o usuário quiser escurecer o am-biente, será possível fechar as cortinas virtuais e impedir a luz natural.

Uma das grandes preocupações no uni-verso da tecnologia sempre foi criar possibilidades que apoiem pessoas

com necessidades especiais. No caso das vi-suais, o progresso sempre foi muito difícil. Mas agora, uma novidade muito importante está chegando ao mercado.

Um gadget chamado DISPOSITIVO DE SUBS-TITUIÇÃO SENSORIAL foi desenvolvido para permitir que pessoas que perderam a visão possam enxergar novamente. O equipamento, com o formato de óculos, usa um algoritmo para traduzir dados visuais em efeitos sonoros, ativando o córtex visual de pessoas cegas, for-mulando imagens.

MMuitas vezes, quando esta-mos operando

um PC, precisamos voltar para resgatar dados ou in-formações em algum site ou arquivo que utilizamos

há pouco. Por isso é importante ter o histórico do que fazemos no PC. Nos browsers, a função favoritos armazena sites específicos, que escolhemos como mais importantes, mas não é um histórico de fato.

Uma dica interessante é o aplicativo HISTORY VIEWER que, após ser instalado, faz aparecer um menu do lado esquerdo da tela onde você escolhe as opções histórico dos sites acessados ou dos arquivos abertos ou pesquisados. Após essa seleção, o históri-

TECNOLOGIAPor Fernando Lemos

Fernando Lemos é estrategista de Tecnologia e idealizador do Projeto Tecnologia Para Todospalestras@tecnologiaparatodos.tcwww.tecnologiaparatodos.tcwww.facebook.com/tecnoparatodos

Div

ulga

ção

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ulga

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Com algum treinamento, pessoas com deficiên-cias visuais poderão interpretar esses sons, per-mitindo identificar, por exemplo, sua localização, forma, posição de pessoas e objetos e até chegar ao ponto de conseguir a leitura de textos.

co aparece do lado direito da tela, o que possi-bilita a visualização de maneira organizada de tudo o que se tem feito.

O HISTORY VIEWER trabalha com as infor-mações que já estão armazenadas no sistema e, por isso, assim que você realizar a instalação poderá acessar todas as informações agrupa-das em categorias, o que ajuda bastante.

E na opção do histórico do computador, você passa a ter os documentos que aces-sou, caminhos de acesso e até pendrives ou unidades externas que foram conecta-das nas portas USB.

Uma ferramenta que ajuda muito a moni-torar tudo que acontece em um PC, mas, de maneira simples e gratuita. Disponível para download em www.HISTORYVIEWER.net.

Page 13: Revista TAXICULTURA 11

12 TAXICULTURA|Março - É leitura de bordo dos taxis paulistanos

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Page 14: Revista TAXICULTURA 11

Escolher o lugar para curtir o happy hour ou fazer o esquenta antes da balada é um desafio que leva em conta um sem número de fatores e atrações

Botecos: mistura de charme e muito sabor

Na cidade de São Paulo, a variedade de bares e botecos é impressionante: são mais de 15 mil estabelecimentos à espera da animada

galera que diariamente parte em busca de diversão, boa comida e bebida.

E as alternativas não deixam por menos, não im-porta se na Vila Madalena, no Itaim Bibi, na Vila Nova Conceição, no Centro ou no Tatuapé, e o paulistano sempre encontrará um boteco com diferentes atra-ções de cardápio, decoração, carta de vinhos e cerve-jas, para encontrar os amigos e curtir momentos de descontração. Veja a seguir alguns exemplos muito charmosos e cheios de sabor.

Cervejaria Patriarca

Com petiscos saborosos, a Cervejaria Patriarca se destaca por especialidades como a costela no bafo, o polvo à provençal e paninis feitos no forno a lenha com massa de pizza. A casa apresenta ainda outras atrações como as costeletas de porco grelhadas e o escondi-dinho à gaúcha com costelas assadas no bafo e desfia-

das, servidas com creme de mandioquinha e gratinadas com Catupiry.

Para beber, além de chope sempre ge-lado - vindo de duas chopeiras exclusiva-mente desenvolvidas para a casa - também é possível encontrar uma elaborada carta de drinques com clássicos internacionais e fa-mosas criações 100% nacionais como o Caju Amigo e o Samba Berlim.

SÃO PAULOUM MUNDO TODO

Por Estela Guerreiro

Divulgação

14 TAXICULTURA|Março- Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

O Bar Brahma, no famoso cruzamento da Ipiranga com a São João, oferece um cardápio repleto de clássicos acompanhado por um dos melhores chopes da cidade

A onda de boa comida em

bares invade as tardes e noites

paulistanas

Page 15: Revista TAXICULTURA 11

Eu Tu Eles

O bar segue uma proposta bem ao gosto do brasileiro: batidas, cervejas e churrasco servidos com excelência, em um clima descontraído e informal, porém acolhedor. O cardápio diver-sificado esbanja opções como pastéis misto e especial, escondidinho no rosti, bruschetas de tomate, manjericão e pesto, ou ainda um ines-quecível caldinho de feijão.

Um dos destaques da carta de bebidas é a seção de batidas, que reforçam o clima de descontração do ambiente. Entre as opções es-tão as batidas de kiwi e a de açaí. Para as cai-pirinhas, algumas boas escolhas são a caipirosca de laranja com maracujá e limão, a saqueirinha com uva e hortelã e a caipirosca de carambola com manjericão.

Charles Edward

Um dos mais tradicionais bares da cidade de São Paulo, o Charles Edward, com sua mistura de bar novaiorquino e pub inglês, mantém cli-entes fiéis desde sua abertura, em outubro de 1995, e ainda atrai as novas gerações por meio de sua programação noturna, com diversas ban-das do cenário musical do pop e do rock que se apresentam no palco da casa.

Forneria Melograno

O nome da casa é uma justa homenagem ao vistoso pé de romã (melograno, em italiano) que se encontra no seu jardim. Combinando requinte com rusticidade, a Melograno ofere-ce uma carta de cervejas com mais de 160 ró-tulos e um cardápio para saborear diferentes tipos de bolinhos e paninis – como o de feijão

SÃO PAULOUM MUNDO TODO

recheado com calabresa, de abóbora, de man-dioca ou de mortadela, entre muitos outros.

Do seu forno a lenha saem todos os san-duíches, feitos com massa de pizza, além de pratos como a cebola recheada com quatro queijos (parmesão, mussarela, mussarela de búfala e gorgonzola).

Bar Jordão

O cardápio do Jordão faz jus à concepção de boa comida em bares que invadiu a cidade, e explora cada vez mais a combinação de bebidas com deliciosas comidinhas.

Para atender essa demanda foram criadas re-ceitas especiais como os canapés de gorgonzola no pão preto, com queijo gouda e mostarda escura; o queijo coalho com abacaxi e mel; a panelinha de polenta mole com shimeji e par-mesão e o escondidinho de carne de panela.

Na seção de chopes existe um leque de op-ções, mas o grande chamariz é a caneca servin-do 510 ml de chope Brahma claro.

Bar Brahma Centro

No famoso cruzamento das avenidas Ipiranga e São João, o Bar Brahma é um verdadeiro pon-to turístico na cidade de São Paulo. O cardápio é repleto de clássicos de botecos como a picanha servida na pedra com pão, farofa, vinagrete, ba-con e o acebolado da casa; frango à passarinho, lula à dorê, entre outros.

Uma atenção especial para o chope do bar, conhecido como um dos melhores da cidade, servido na temperatura ideal, com colarinho

Visite e indique: facebook taxicultura - Março|TAXICULTURA 1514 TAXICULTURA|Março- Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

Cervejaria PatriarcaAv. Hélio Pellegrino, 198 – Vila Nova Conceiçãowww.cervejariapatriarca.com.br

Eu Tu ElesAv. Faria Lima, 2902 – Itaim Bibi Tel.: 11 3071-4535www.eutuelesbar.com.br

Charles EdwardAv. Pres. Juscelino Kubitschek, 1426 - Itaim Bibi Tel.: 11 3079-2804www.barcharles.com.br

Melograno Rua Aspicuelta, 436 – Vila Madalena Tel.: 11 3031-2921www.melograno.com.br

Jordão BarRua Apucarana, 1452 – TatuapéTel.: 11 2671-0670 www.jordaobar.com.br

Bar Brahma CentroAv. São João, 677 – Centro Tel.: 11 3333-3030www.barbrahma.com.br

Onde beber e comer:

cremoso, perfeito para acompanhar os petis-cos do cardápio. A carta de bebidas oferece caipirinhas, coquetéis, doses e uma seleção de cachaças.

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CAPA

Por Waldir Martins

Natural da cidade de Londrina,

Paraná, Arrigo Barnabé é um

paulistano por opção que, da

mesma maneira, também foi aceito e

acolhido pela cidade. Dono de um es-

tilo arrojado e totalmente experimen-

tal, sofreu influências da vanguarda

da música erudita clássica e contem-

porânea, MPB e rock’n’roll, adentrando

a cena musical paulistana no final dos

anos 70, quando venceu o Festival

ArrigoBarnabéD

avi Francisco

Universitário da TV Cultura com a música Di-versões Eletrônicas.

Já em seu primeiro álbum, Clara Crocodilo, gravado em 1980, Arrigo mostrava um estilo eclético, com uma capacidade ímpar de tra-duzir a metrópole e seus impensáveis perso-nagens. Inquieto, atua em diferentes frentes, compondo para cinema e teatro, além de participar como ator em diversos filmes. Se podemos dizer que a Rita Lee tem a cara de São Paulo, não resta dúvida que Arrigo Barna-bé possui a alma da urbe paulistana.

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TAXICULTURA:

Queria que você falasse um pouco de Lon-drina... quando você nasceu?

Arrigo Barnabé:

Nasci em 1951. Em 14 de setembro de 1951, em Londrina, onde vivi até 1969, quando fui para Curitiba estudar. Em 1970 vim pra São Paulo, onde comecei a fazer arquitetura na FAU [Faculdade de Arquitetura da USP]. Depois en-trei na ECA [Escola de Comunicações e Artes] para estudar música, mas também não concluí o curso. Fiquei na ECA até 1979, quando parti-cipei do Festival da TV Cultura, um festival uni-versitário com uma divulgação intensa no meio universitário de São Paulo e também no meio musical, que todo mundo comentava.

Era um festival sem vício nenhum, organizado pelo Eduardo Gudin e com júri formado por [Maurício] Kubrusli, Tom Zé, quer dizer, um pes-soal com outra cabeça; eu acabei ganhando jun-to com a Regina Porto com a música Diversões Eletrônicas; depois consegui me classificar com a música Sabor de Veneno para o Festival da [TV] Tupi, um festival em nível nacional e que aconteceu no final do mesmo ano.

A Neusa Pinheiro que cantou comigo ganhou como melhor intérprete e eu como melhor ar-ranjo. No ano seguinte montei a banda Sabor de Veneno e comecei a fazer shows.

TAXICULTURA:

Queria voltar para o começo: quando apare-ceu a música? Sua família tem músicos?

Arrigo Barnabé:

Não, não tinha nada especial. Minha mãe [Ida Fórgia Barnabé] era uma pessoa muito voltada para cultura, sabe? Ela lia demais e declamava também; era uma declamadora, declamava muito bem e sua formação foi apenas até o quarto ano primário. O pai dela, nessa época em que ela terminou o primário, perdeu tudo e, então, tiveram que se mudar para o Paraná. Lá ele virou charreteiro, que, de certa forma, é um taxista (risos). Depois ele comprou um Mor-ris [Morris Garage, automóvel inglês], um Biri-binha como a gente chamava, e aí era um táxi mesmo, que ele comprou e colocou no ponto da cidade. Ele continuou com a charrete e ficou aquele Morris com um preposto.

Nessa luta, minha mãe não pôde estudar, aprendeu corte e costura e virou costureira. Depois que se casou com o meu pai [Fagundes Barnabé], parou de costurar e ficou em casa. Ela queria que os filhos estudassem música, que tivessem uma formação artística. O Marcos, que era o mais velho, estudou desenho e vio-lino, eu estudei piano e o Paulo, piano, depois violão e bateria.

Antigamente isso era comum, principalmente porque não tinha televisão. Em Londrina, a tele-visão chegou quando eu já tinha quatorze anos. Então, você tinha outro tipo de vivência.

TAXICULTURA:

Quando a música virou uma prioridade?

Arrigo Barnabé:

Olha, fui começar mesmo a me interessar por música junto com os festivais, quando apa-recem músicas como Ponteio, Roda Viva, Do-mingo no Parque. Também nessa época eu con-heci o trabalho do Claude Debussy [compositor francês do século XIX], quando o maestro João Carlos Martins ou o irmão dele, o José Eduardo, não lembro, foi a Londrina dar um curso sobre Debussy. Na época eu namorava uma menina cuja irmã era uma das pianistas desse curso. Então fui assistir o curso sobre Debussy e com-ecei a me interessar, pois eu já gostava muito de Bach, começava a entender Bach.

Nesse mesmo período estávamos eu e o Mário Lúcio, um amigo meu, falando que não existiam mulheres compositoras, que nenhuma mulher compunha; aí o Mário chegou um dia e disse: “Arrigo, descobri uma compositora: Béla Bartók” (risos). Aí eu liguei para Marta, que era a irmã da minha namorada e perguntei para ela: “Marta, você conhece essa compositora: Béla Bartók?” A Marta riu e disse: “Não! Isso é um homem. Isso é um nome húngaro, é masculino em húngaro. Estou estudando uma peça dele; se vierem aqui toco para vocês”. Nós fomos e ela tocou. Quando ela tocou senti um impacto, senti que aquilo ali, que alguma coisa naquele âmbito estético eu conseguiria fazer.

Depois disso, escutando o disco branco do Caetano Veloso (1969), tinha uma faixa chamada Acrilírico, que era um negócio todo estranho e experimental, com sons gravados e tal. Quando eu ouvi aquilo eu falei: “Puxa, isso aí é demais!”

Em seus últimos trabalho Arrigo passou também a atuar como intérprete, cantando músicas de outros autores, o que não fazia no começo de sua carreira

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18 TAXICULTURA|Março - Visite e indique: twitter@taxicultura

CAPATAXICULTURA:

Quando veio para São Paulo?

Arrigo Barnabé:

Eu já estava em São Paulo. Estudava na FAU e fui para o Festival de Inverno de Ouro Preto com alguns amigos; fiz um curso de piano e estava lá o Smetak [Anton Walter Smetak - músico suíço que viveu no Brasil a partir de 1937]. Ficávamos conversando até altas horas da noite. Aí tran-quei a matrícula na FAU e voltei para Londrina. Foi quando conheci o Itamar Assumpção [com-positor, cantor, instrumentista, arranjador e produtor musical brasileiro]. No ano seguinte, lá em Londrina, montamos um espetáculo chama-do “Na boca do bode”, uma produção local que tinha o Itamar, eu (mas com participação bem pequena), tinha o meu irmão, o Paulinho que já tocava com o Itamar e com mais gente de lá, e outras pessoas como o Valter Guimarães e o Robson Borba, que depois produziu o Clara Crocodilo comigo.

Depois participei de um festival universitário de lá também, com a Neuza Pinheiro cantando, e ganhei como melhor intérprete, melhor músi-ca, melhor arranjo e então comecei a pensar seriamente em fazer música.

TAXICULTURA:

Seu trabalho tem uma relação intensa com a metrópole. Como você define a sua relação com São Paulo?

Arrigo Barnabé:

Eu não sei...

TAXICULTURA:

Ter vindo para São Paulo foi definitivo?

Arrigo Barnabé:

Foi... nossa! Demorei a me acostumar aqui. Sei lá como se fala isso, é uma coisa... São Paulo é um lugar muito de solidão, você é sozinho aqui. Enquanto não tem um círculo, você é uma pessoa sozinha. O que aparece muito na minha música é essa solidão, eu acho. Nessa coisa frenética, um puta negócio frenético e você está sozinho. Os personagens da minha música são meio assim, pessoas sós em um universo comple-tamente frenético.

TAXICULTURA:

Sua música é para músicos? Sua música é difícil? O que é música difícil?

Arrigo Barnabé:

Eu acho o seguinte, tem músicas que você

tem que entender a poética do cara, o universo

estético do cara, se você não entende esse uni-

verso estético, você não entende porque ele é

legal. Tem que ficar ouvindo, ouvindo, ouvindo

até que: “pô, peraí! Isso aqui é bacana!” Se você

não entende o universo estético do artista, você

não entra na obra, não entra na música.

Na minha música tem um negócio que facilita

muito, porque ela tem esse negócio frenético

da cidade, agitado, pulsante, e, por outro lado,

tem um negócio de teatro, meio de história em

quadrinhos, uma narrativa. São pequenas peças

em cena, quase como histórias em quadrinhos.

Minha música está amarrada na dissonância

e na assimetria rítmica. E essas dissonâncias são

conduzidas e atraentes pela forma com que eu

uso o ritmo, que dá esse lado frenético e pul-

sante. E esse ritmo não é uma coisa repetitiva,

tem sempre uma surpresa, um negócio ines-

perado. Para quem não se dispõe a escutar um

pouquinho é difícil, mas para quem se dispõe a

ouvir, a pessoa entende o que estou fazendo.

TAXICULTURA:

E como faz para sobreviver, Arrigo?

Arrigo Barnabé:

(Gargalhadas) Olhe, eu faço de tudo. Pô, já pensei várias vezes em ser motorista de táxi, mas é que eu não dirijo (gargalhadas). Nos anos 70 e 80 eu me perguntava: “putz, como vou sobreviver?” Faço tudo, tudo o que apa-rece. Faço trilha de filme, faço música para teatro, dou aula...

TAXICULTURA:

É diferente fazer música por encomenda?

Arrigo Barnabé:

Muito. Muito diferente. Você tem um tema proposto pela pessoa. No caso de uma peça de teatro há uma determinada cena, tem toda uma coisa pronta e você vai entrar naquilo. Mas é gostoso. Por exemplo, um filme tem uma cena

que tem música daqui até aqui e o diretor quer uma música assim ou assado; você vai ter que, dentro daquilo que o cara quer, encontrar uma solução. Isso é gostoso de fazer. Mas eu faço tudo: dou aula, durante muito tempo eu dei aula, faço trilha, faço programa de rádio, o Su-pertônica, que já estou com ele há sete anos.

TAXICULTURA:

Como pintou o Supertônica?

Entre os inúmeros trabalhos realizados merecem destaque os trabalhos Clara Crocodilo, os Tubarões Voadores e a trilha sonora do filme Cidade Oculta

Page 19: Revista TAXICULTURA 11

leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 19

CAPA

Dono de um estilo arrojado, Arrigo

inovou ao trazer o dodecafonismo de Schöenberg para o universo da MPB

Arrigo Barnabé:

O Supertônica pintou por causa, se não me engano, do João Batista, que era diretor da Rádio Cultura, e do Clodoaldo Medina, que, na época, era diretor de ELM [Escola Livre de Música]. Eles estavam conversando sobre uma parceria entre a Rádio Cultura e a ELM e o Clodoaldo apresentou os nomes que ele tinha lá. Quando ele falou meu nome o João Batista disse: “Ah, eu quero o Arrigo, vamos fazer um programa com o Arrigo” e me chamaram e eu disse que queria muito fazer. Fizemos uma reu-nião e eu comecei a dizer como estava pensan-do o programa.

TAXICULTURA:

Qual é o seu público no programa?

Arrigo Barnabé:

É engraçado, porque no rádio tenho um pú-blico de pessoas mais velhas, diferente do que acontece nos shows. Mas tem uma audiência legal. Outro dia recebi um e-mail da filha do Tom Jobim, a Elizabete, falando que a gente deveria entrevistar o Paulinho Jobim. O Pau-linho da Viola que também ouve o programa, me disse: “Ouvi seu programa. Ouço todo do-

mingo à noite lá no Rio”. No Rio de Janeiro ele é muito bem ouvido, também em Londrina e aqui em São Paulo. Também tem um pessoal mais novo que escuta, toda semana tem al-guém me dizendo que escutou o programa.

TAXICULTURA:

Quais suas referências na musica popular brasileira?

Arrigo Barnabé:

Gosto muito dos caras antigos, muito. Gosto muito de Lupicínio Rodrigues. Gravei agora um DVD só com músicas dele. Acho demais! Dori-val Caymmi também é o máximo. Alguns caras são pouco conhecidos, como o Pedro Caetano e o Claudionor Cruz, uma dupla, que fizeram várias coisas maravilhosas. J Cascata e Leonel Azevedo também fizeram várias coisas mara-vilhosas. Ah, o Ismael Silva, o Wilson Batista e o Noel Rosa, muita gente.

Tem também o Nelson Cavaquinho e o Carto-la, que foram redescobertos; esses caras foram demais! Tem muita gente boa. Eu gosto muito do período pré anos 50. Adoro o Orlando Silva. Eu tenho esse lado sentimental brasileiro.

TAXICULTURA:

E entre os novos talentos, quem você aponta com um trabalho de qualidade?

Arrigo Barnabé:

Entre os novos, eu acho o Kiko Dinucci muito legal. Esse é um cara muito interessante. Entre as meninas, uma que também faz coisas muito legais é a Andréia Dias, que é autora e escreve. Claro que há todas essas pessoas que já são fa-mosas, como o Chico Cesar, o Carlos Careqa, o Zeca Baleiro, já reconhecidos. Tem mais gente, mas não me lembro agora. Isso na área da com-posição.

TAXICULTURA:

Novos projetos?

Arrigo Barnabé:

Estou fazendo muita coisa, estou preparan-do um trabalho novo para lançar este ano. No final do ano passado eu lancei o DVD “Caixa de Ódio – O universo de Lupicínio Rodrigues”, mas está em litígio com a editora, porque para cobrir o valor que eles querem para autorizar, teríamos que pegar todo o dinheiro das vendas e dar tudo para eles. A produção é do Canal Brasil e a Casa de Francisca [teatro-restauran-te, localizado na Rua José Maria Lisboa, 190 - Jardim Paulista].

Também no ano passado participei como protagonista do filme “Nervos de Aço”, do Mau-ricio Capovilla, que deve ir para o Festival de Gramado; fiz uma pontinha no filme “A primeira missa” da cineasta Ana Carolina e estou com um projeto para fazer um outro filme com o João Batista de Andrade, que será um musical e vou fazer a trilha. Agora estou também muito numa área de intérprete, cantando músicas de outras pessoas, coisa que não fazia antes.

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AGENDA MarçoEVENTOS

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A mega produção The WallUm dos mais aguardados shows internacionais previstos para ocorrer este ano no Brasil

é o do fundador e um dos principais compositores da banda Pink Floyd, Roger Waters. A concepção do espetáculo The Wall, apresentado por Waters no Brasil entre 25 de março e 3 de abril, é de autoria do próprio músico. A turnê passa por Porto Alegre (25/3), Rio de Janeiro (29/3) e São Paulo (1º e 3/4).

Um muro, de 137 metros de largura e 11 metros de altura, dá forma ao telão que estará presente em cada um dos estádios onde as apresentações serão realizadas. Os efeitos es-peciais criados por Waters também vêm na bagagem.

Estádio do Morumbi Dias 1º de abril, às 19h30, e 3 de abril, às 21hPraça Roberto Gomes Pedrosa, nº 1 — Morumbi Ingressos: www.ticketsforfun.com.br Telefone para vendas: 4003 5588 (válido para todo o país), das 9h às 21h, segunda a sábadoBilheteria: Credicard Hall - diariamente, das 12h às 20h (Av. das Nações Unidas, 17.981 - Santo Amaro – São Paulo/SP)

Família AddamsO Brasil é o primeiro país, fora dos Estados Unidos, a fazer uma montagem para o musical A

Família Addams, uma das produções mais bem sucedidas da Broadway, onde estreou em 2010. O espetáculo entra em cartaz em São Paulo a partir de 2 de março, no Teatro Abril, com Marisa Orth e Daniel Boaventura representando o casal Morticia e Gomez Addams.

Quem completa o elenco são: Laura Lobo, como Wandinha; Nicholas Torres, no papel do filho Feioso; Iná de Carvalho é a Vovó Addams; Claudio Galvan é Fester; e Rogério Guedes faz o mordo-mo Lurch. A versão brasileira do musical é assinada por Claudio Botelho.

Teatro Abril Estreia: 02 de março de 2012Av. Brigadeiro Luís Antônio, 411 – Bela VistaQuintas e sextas, às 21hSábados, às 17h e 21hDomingos, às 16h e 20hVendas por telefone: 4003-5588 (válido para todo o país), das 9h às 21h, de segunda a sábadoVendas pela internet: www.ticketsforfun.com.brSite oficial: www.afamiliaaddams.com.br

Visita aos Imperadores Romanos Até 22 de abril é possível conferir a exposição Roma

– A Vida e os Imperadores, em cartaz no Museu de Arte de São Paulo (MASP). De Júlio Cesar à conquista dos continentes europeu, africano e asiático, os nú-cleos expositivos, divididos em quatro, retratam em ordem cronológica o processo de estabelecimento do Império até o seu apogeu.

O acervo exposto saiu da Itália pela primeira vez, vindo de importantes instituições culturais italianas, como o Museu Arqueológico Nacional de Florença, o Museu Nacional Romano, o Museu Nacional de Ná-poles, o Antiquário de Pompeia, o Museu Arqueoló-gico de Fiesole e a Galeria Uffizi, e inaugura a progra-mação do MASP no Momento Itália Brasil 2011-2012.

MASPAté 22 de abrilAvenida Paulista, 1578Terças a domingos e feriados, das 11h às 18h Quintas, das 11h às 20hTel.: 11 3251-5644www.masp.art.br

Giacometti na PinacotecaA tão aguarda mostra individual do artista plástico Alberto

Giacometti (1901–1966) é apresentada pela primeira vez no Brasil a partir de 24 de março na Pinacoteca do Estado. A exposição Alberto Giacometti: Coleção da Fondation Alberto et Annette Giacometti, Paris traz para São Paulo cerca de 280 trabalhos, sendo 80 esculturas de tamanhos variados, 40 pinturas, 80 trabalhos sobre papel, 56 fotografias e do-cumentos.

Considerado um dos mais importantes artistas do século 20, o suíço Giacometti ganha espaço de destaque na Pinaco-teca, onde a exposição permanece até 17 de junho.

Pinacoteca do EstadoDe 24 de março a 17 de junhoTerça a domingo, das 10h às 18h Praça da Luz, 02 Tel.: 11 3324-1000

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Arte e consciênciaA mostra fotográfica Ameaçados – Lugares em Risco no Século

21, do fotógrafo Érico Hiller, no Museu da Casa Brasileira, conta com 45 imagens, em grandes e médios formatos, e fica em car-taz até 25 de março.

Entre os pontos ameaçados, as fotografias revelam o impacto do derretimento do manto de gelo groenlandês sobre o estilo de vida no Ártico. Dos lugares em risco neste século, talvez o caso mais emblemático seja o das Ilhas Maldivas, país mais baixo do mundo, que pode ser a primeira nação a ficar submersa pelo aumento no nível da água dos oceanos.

Museu da Casa BrasileiraAté 25 de marçoDe terça a domingo, das 10h às 18hAv. Faria Lima, 2705 - Jardim Paulistano Tel.: 11 3032-3727www.mcb.org.br

Tim Maia: Vale Tudo, o MusicalBaseado na biografia do cantor Tim Maia, escrita por Nelson Motta (que

também assina o texto do espetáculo), o musical estreia em São Paulo neste mês, após temporada de sucesso no Rio de Janeiro. Com direção de João Fonseca e o jovem Tiago Abravanel (neto de Silvio Santos) como protagonista, a peça narra a trajetória do cantor em blocos temáticos.

O espetáculo é conduzido de forma surpreendente pelo protagonista que, aos 24 anos, já conta com sete musicais no currículo. Fica em cartaz no Teatro Procópio Ferreira até junho.

Teatro Procópio FerreiraDe 9 de março a 24 de junhoRua Augusta, 2823Tel.: 11 3083-4475Bilheteria: 14h às 19h (terças, quartas e domingos); 14h às 21h (quinta a sábado)http://timmaiaomusical.com.br

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Índia! – Lado a LadoCom obras inéditas no Brasil, a exposição Índia! – Lado a Lado, em cartaz no SESC

Belenzinho até 29 de abril, exibe o trabalho de 20 artistas indianos que vêm obtendo destaque no cenário internacional. Fotografias, esculturas, pinturas, vídeos e instalações revelam momentos distintos da cultura indiana ligados a questões históricas, sociais, econômicas e urbanísticas.

Para lidar com o preconceitoEstá em cartaz, no Centro Cultural Banco do Brasil, a

peça Filha, Mãe, Avó e Puta, adaptada do livro homônimo escrito pela ex-prostituta Gabriela Leite. A autora da obra é interpretada nos palcos por Alexia Deschamps, que re-vela ao público as aventuras e experiências da mulher, na época estudante universitária da USP, que decidiu se pros-tituir. Hoje, Gabriela Leite encabeça a luta para conquista de direitos e dignidade das prostitutas.

Centro Cultural Banco do BrasilAté 19 de abril de 2012Terça a quinta, às 20hRua Álvares Penteado, 112 - CentroTel.: 11 3113-3651/52

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SESC BelenzinhoAté 29 de abrilTerça a domingoR. Padre Adelino, 1000 – BelémTel.: 11 2076-9700www.sescsp.org.br Entrada franca

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Uma excelente leitura para você e para o próximo passageiro - Março|TAXICULTURA 2322 TAXICULTURA|Março - Visite e indique: twitter@taxicultura

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24 TAXICULTURA|Março - é leitura de bordo dos taxis paulistanos

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Quem quer ser Marilyn Monroe?Um mês é o tempo que os fãs da diva do cinema Marilyn Monroe (1926-1962) têm para

conferir a exposição que chega ao Brasil após grande sucesso de público nos principais mu-seus da Europa, Estados Unidos e Canadá. Em cartaz até 1º de Abril na Cinemateca Bra-sileira, Quero Ser Marilyn Monroe! celebra os 50 anos de morte da protagonista de “Os Homens Preferem as Louras” e “O Pecado Mora ao Lado”.

Pinturas e fotografias completam a exposição, que conta com trabalhos de Andy Wa-rhol, Allen Jones, Peter Blake e Henri Cartier-Bresson. No total, os visitantes podem ver 125 obras, entre elas a famosa imagem de Marilyn Monroe sobre as grades de ventilação do metrô.

Cinemateca Brasileira Até 1º de AbrilDiariamente, das 10h às 22hConsultar programação de filmes em www.cinemateca.gov.br Largo Sen. Raul Cardoso, 207 – Vila ClementinoTel.: 11 3512-6111Grátis

O sertão no Museu Afro BrasilEste é o último mês para conferir, no Museu Afro Brasil,

a exposição O sertão: da caatinga, dos santos, dos beatos e dos cabras da peste. Com curadoria de Emanoel Araújo, diretor executivo do museu, a mostra é um dos destaques na comemoração do sétimo aniversário da instituição.

Composta por 800 obras, entre pinturas, esculturas, gra-vuras, roupas, fotografias, instalações e documentos, re-produz o universo do homem sertanejo. A exposição pode ser vista até 1º de abril.

Museu Afro BrasilAté 1º de abril De terça a domingo, das 10h às 17hAv. Pedro Alvares Cabral, s/n - Pq. IbirapueraTel .: 11 3320-8900Entrada gratuita www.museuafrobrasil.org.br

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Convite à viagemUma mostra com mais de cem trabalhos de 45 artistas brasileiros inaugura a pro-

gramação 2012 do Itaú Cultural. A exposição Convite à Viagem – Rumos Artes Visuais 2011/2013 tem curadoria de Agnaldo Farias e é resultado do último edital do progra-ma Rumos Artes Visuais.

O convite da instituição é para uma viagem pelo Brasil e por sua diversidade na pro-dução de arte contemporânea, em todas as linguagens artísticas.

Itaú Cultural Até 22 de abril 2012Terça a sexta, das 9h às 20hSábado, domingo e feriado, das 11h às 20h Avenida Paulista, 149 – ParaísoTel.: 11 2168-1777www.itaucultural.org.br

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Uma semana para prestigiar o teatro ibero-AméricanoEntre 13 e 18 de março, a Fundação Memorial da

América Latina realiza o 5º Festival Ibero-Américano de Teatro de São Paulo (Festibero). De terça-feira a domingo, com entrada franca, o público poderá con-ferir espetáculos como O Beijo no Asfalto, de Nelson Rodrigues, dirigida por Marco Antonio Braz, e peça es-panhola Katastrophe, de Alex Serrano e Pau Palacios.

Memorial da América Latina – Auditório Simón BolívarDe 12 a 18 de marçoAv. Auro Soares de Moura Andrade, 664 - Barra FundaTel.: 11 3823-4600 www.memorial.sp.gov.brEntrada gratuita

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Novembro|TAXICULTURA 2524 TAXICULTURA|Março - é leitura de bordo dos taxis paulistanos

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26 TAXICULTURA|Março - Visite e indique: twitter@taxicultura

INFORMATIVO

Dia 18/03/2012 | 08:00 hrsEm Extrema-MG, a cerca 1h30min de São Paulo, a Serra do Lopo, se ele-

va majestosamente a 1.750 metros de altitude.

De seu ponto mais alto, o Pico do Lopo, tem-se uma privilegiada vista de 360 graus que abrange a Serra da Mantiqueira, vilas e cidades do entorno.

A caminhada em si, na trilha que leva ao Pico do Lopo, dura cerca de 3 horas, com dificuldade baixa e que pode ser feita por qualquer pessoa que tenha disposição para participar e não tenha dificuldades de locomoção.

Março Serra do Lopo – Extrema-MG

Abril Santos – SP

Maio Parque Estadual da Serra do Mar (EMAE)

Junho São Luiz do Paraitinga

Julho Campos do Jordão

Nosso passeio à Serra da Cantareira, desafiando a ló-

gica da meteorologia que previa um domingo chuvoso,

teve clima ameno, excelente para a caminhada, e lumino-

sidade na medida para ver, do alto, a imensa metrópole.

Aliás, no corre-corre paulistano, às vezes a gente

até esquece que no princípio, mais que o verbo, era a

mata. E não percebemos que aqui mesmo no municí-

pio, temos uma área como a Serra da Cantareira com

sua Pedra Grande, que nos oferece diariamente, sem

cobrar nada, um respiro a todos e a cada um de nós.

Vale uma visita; vale uma reverência. Sempre.

Foi bonito!Pedra Grande da Cantareira

Próxima Parada: Serra do Lopo – Extrema-MG

Programação

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Novembro|TAXICULTURA 27

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leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 2928 TAXICULTURA|Março - Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br

Aproveite o período do outono para recuperar sua pele dos excessos do verão e prepare-se para os rigores do inverno

A hora do cuidado

Três meses de sol, praia e calor. Foi muito bom, mas o verão está aca-bando, deixando, em alguns casos, mais do que saudade. Algumas

queixas em relação à pele são comuns depois deste período e agora é o momento de correr para sanar o prejuízo e prepará-la para os dias mais frios.

Marcas do verão

“Após o verão, pode ser comum a ocor-rência de micoses, causadas pelo calor e umidade, principalmente em áreas de do-bras como virilha; bicho geográfico, resul-tado do contato com areia contaminada por fezes de cachorros, e também de brotoejas, decorrentes do entupimento das glândulas do suor pelo calor”, explica a dermatologista Lena Figueiredo, especialista em medicina estética e diretora do Instituto Brasileiro de Dermatologia e Estética Médica (Ibderma).

“Além disso, pode haver uma piora da acne (espinhas), principalmente pelo uso de filtros solares oleosos, e aumento de man-

BELEZA Por Marina Schmidt

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chas na pele, pela falta de uso do protetor solar ou aplicação inadequada”, acrescenta. Mas não adianta colocar a culpa apenas no calor ou no sol, a melhor maneira de escapar desses problemas ainda é a prevenção. “O correto seria usar protetor solar e evitar exposição ao sol nos horários de maior in-cidência de radiação ultravioleta (UV), entre 10h e 16h”, explica a médica.

Quem costuma perder a medida e exa- gerar na dose já deve conhecer bem pelo me-nos uma dessas situações. O consolo é que quando não há prevenção ainda é possível remediar. “No caso de queimaduras podem ser utilizadas loções calmantes”, sugere Lena.

Já quando não há uniformidade do bronzeado, a saída é manter o uso do filtro solar e usar a base como aliada (alguns filtros já têm essa característica) ou, ainda, usar um bronzeador para igualar o tom de pele. Em casos extremos, é necessário consultar um médico, adverte Lena. “As manchas são trata-das com aplicação correta de protetor solar e

Ingestão de líqui-dos e aplicação de protetores solares

ajudam a man-ter a pele sempre saudável, não im-

porta em que esta-ção do ano

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leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 29

clareadores de pele, que devem ser indicados

por um dermatologista”.

Transição

Entre o período mais quente para o mais

frio do ano há uma trégua entre as tempe-

raturas extremas, época ideal para recuperar

a pele e iniciar a prevenção. Alguns cuidados

devem ser mantidos por todo o ano e outros

reforçados em épocas sazonais, como o verão

e o inverno.

O outono começa nesse mês e é importante

conhecer o impacto do frio e como evitá-lo

para manter a pele saudável. “No frio, a pele

está mais propensa ao ressecamento e aler-

gias resultantes dele”, alerta Lena. “Os vasi-

nhos na pele, no caso de quem tem tendência

a telangiectasias, podem dilatar e aumentar”.

Aprenda a se proteger

Em geral, para garantir uma pele bonita e

saudável durante o ano todo, basta ingerir

bastante água; consumir frutas, legumes e

verduras; evitar exposição ao sol nos horários

não recomendados, e usar filtro solar adequa-

damente. E atenção: esses cuidados devem

ser mantidos sempre. “Embora a tendência

seja sentirmos menos sede no frio e ingerir-

mos menos água, é importante manter o con-

sumo de líquidos”, reforça.

BELEZA

• Beba bastante água

• Consuma frutas, verduras e legumes

• Evite a exposição ao sol entre 10h e 16h

• Nos horários de maior inten- sidade, use protetor solar

Rotina diária de cuidado

Fora isso, no período do frio, “podem ser

utilizados sabonetes hidratantes e loções

emolientes, que formam uma barreira pro-

tetora e evitam o ressecamento excessivo”,

indica a médica. Para quem tem pele seca

é necessário um pouco mais de cuidado,

pois é durante os dias mais frios que a pele

tende a ressecar mais. “Essas pessoas de-

vem evitar banhos muito quentes ou pro-

longados, aumentar a ingestão de líquidos

e a aplicação de hidratantes”, sugere.

Além da prevenção contra os efeitos do

frio, é possível, ainda, aproveitá-lo para

melhorar o aspecto da pele. “O inverno é

uma ótima época para utilizar ácidos que

auxiliam a renovação celular e estimulam

a produção de colágeno. Porém, isso deve

ser feito sob orientação e acompanha-

mento do dermatologista”.

No consultório

“O principal agente preventivo é o pro-

tetor solar, que evita manchas, envelheci-

mento precoce e, principalmente, o câncer

da pele”, reforça Lena. “Mas se há flacidez,

ressecamento, linhas de expressão, man-

chas ou oleosidade em excesso é impor-

tante consultar um dermatologista, pois

ele indicará produtos adequados para o

tratamento e a prevenção de tais pro-

blemas”. Portanto, na hora de recorrer à farmácia ou aos cremes estéticos, é sempre recomendável conferir antes a opinião de um dermatologista, que sa-berá indicar qual é o melhor produto de acordo com cada tipo de pele.

Page 30: Revista TAXICULTURA 11

30 TAXICULTURA|Março- Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

Por Fernanda Monteforte

QUALIDADEDE VIDA

Fernanda Monteforte é consultora de qualidade de vida e ministra aulas do Método DeRose Maiores informações: Tel.: 11 4125-6658fernanda.monteforte@ metododerose.org

Sólido alicerce para voar Não há como pensar em transformação, renovação e liberdade sem que esteja implícita a necessidade de mudança

Desde que nascemos até o final de nossas vidas, nossa estrutura fisiológica segue mudando a cada segundo. Seguindo esse

exemplo que se processa no âmbito corporal, nossas emoções, percepções, intelecto e ações também precisam seguir esse natural mote de transformação.

Se um membro físico não é utilizado ele en-fraquece. Da mesma maneira, uma emoção não gerenciada termina por inibir o potencial inter-no. O cérebro atrofia se não for estimulado. Até mesmo a água, se ficar parada, apodrece.

Por mais assustador que possa ser sair de uma área de conforto e enfrentar novos desafios, in-ternos e externos, nada pode ser pior do que estagnar, ficar inerte, paralisado pelo medo ou, pior ainda, por preguiça, em um conformismo pernicioso. Mudar dá trabalho, exige esforço e é preciso querer.

A mudança cobra reflexão sobre o que somos e sobre o que queremos ser, o que realizamos em nossa vida até então e até onde pretende-mos chegar, como estão os relacionamentos que construímos e como gostaríamos que estives-sem. Requer cautela para planejar e estruturar as ações. Mais do que tudo, implica em muita predisposição e humildade para aprender.

A ética como alicerce para qualquer mudança sustentável

Quando pensamos em edificar qualquer cons-trução, sabemos que é o alicerce que torna a obra sólida. O mais imponente edifício corre grandes riscos de desabar se estiver assentado numa base vulnerável.

Na fronteira entre o eu e os outros pulsa o desejo de ser plenamente humano. É justamente nesse liame onde estão encerradas as maiores responsabilidades, e também, as me-lhores possibilidades de realização pessoal.

Nesse contexto, a atitude ética e responsável liberta e fo-menta mudanças profundas. Sustentados por esse alicerce, conquistamos o poder interno necessário para alçar voo em direção de nossos sonhos.

Fácil e prazeroso

Muitas vezes as pessoas se perdem em verdadeiros círculos viciosos e não sabem como iniciar um processo de renovação na própria vida. Uma boa sugestão é olhar para a ferramenta mais básica que dispomos para fazer uma boa travessia na vida: o nosso corpo.

Se estivermos atentos à nossa necessidade de mudança, al-gumas práticas bem simples podem ser definitivas para que você descubra que isso pode ser bem mais fácil do que pa-rece, e também muito prazeroso. Aproveite.

Div

ulga

ção

Dicas:1. Desenvolva suas habilidades através da boa alimen- tação, boa forma e boa cabeça2. Assuma a responsabilidade por suas escolhas, palavras e ações; é a única forma de conquistar autoconfiança que lhe traga prazer3. Construa hábitos alinhados aos seus objetivos. Eles se tornarão grandes facilitadores para você convergir ações em resultados4. Desenvolva estabilidade emocional e proatividade, torne-se responsável pelo seu próprio destino5. Seja solidário e generoso, agregando sempre respeito e carinho em todas as relações humanas

Page 31: Revista TAXICULTURA 11

Novembro|TAXICULTURA 31

Page 32: Revista TAXICULTURA 11

Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br - Março|TAXICULTURA 3332 TAXICULTURA|Março - é leitura de bordo dos taxis paulistanos

Por Marina Schmidt

A Estância Turística de Piedade é refúgio para quem quer escapar do cotidiano urbano, sem ter que ir tão longe

Apesar da curta distância da Capital (100 km), as diferen-ças entre a vida na metrópole

e o município de Piedade são nítidas. Não acredita? Pois, então, troque as compras do supermercado pela colhei-ta; isso mesmo, basta experimentar o “Colha e Pague do Caqui Fuyu” para notar a diferença. Abra mão da correria diária por passeios no tranquilo Jardim Oriental ou caminhadas ao ar livre em áreas remanescentes de Mata Atlân-tica. Pronto! Em questão de minutos, você está em outro mundo.

Turismo rural e esportes radicais

Piedade é uma cidade com cerca de 52 mil habitantes. Mesmo não sendo um dos maiores municípios do Estado, é responsável por 30% do abaste-cimento de hortifruti da Grande São Paulo. Só por aí já dá para notar que ali a vida rural e o contato com a na-tureza são intensos, tornando possível realizar uma série de atividades, dos esportes mais radicais, como rapel e tirolesa, a visitas aos sítios da cidade.

A essa altura você nem se lembra mais da Selva de Pedra. Localizada en-tre montanhas e abundante em rios e represas, Piedade oferece, além da paisagem verde, um clima ameno. Quer se sentir ainda mais distante da

Piedade: tão perto e tão longe de São Paulo

capital paulista? Então, visite Piedade entre os me-

ses de junho e julho para conferir o florescimento das

Cerejeiras do Japão. Todos os anos, em julho, a comu-

nidade japonesa promove a Festa da Cerejeira, que

conta com comércio de artesanato, produtos da região

e comida japonesa. Mas ao longo do ano todo é pos-

sível aproveitar a cidade.

Visitar e saborear

Um dos grandes destaques de Piedade é a alcachofra,

que representa 90% da produção nacional. Para quem a

aprecia, vale a pena visitar um dos quatro mil sítios da

cidade, alguns dos quais oferecem ao turista a possibili-

dade de conhecer as plantações e o processo produtivo.

Um exemplo é a propriedade de George Osako e sua

esposa Regina, donos das Conservas Regina, e um dos

mais importantes produtores de alcachofra da região.

A marca surgiu de forma espontânea, baseada na re-

ceita caseira que, de tanto sucesso, começou a receber

pedidos. A imigrante japonesa e seu marido investiram

em uma cozinha industrial, sem perder o cuidado de es-

tudar cada ingrediente agregado ao produto. Além da

visita, os turistas também podem levar alcachofras in

natura, conservas ou o botão de alcachofra no azeite.

Além da alcachofra, Piedade é reconhecida pela di-

versidade de produtos cultivados, com destaque para

o morango, o caqui e cogumelos das espécies shitake,

shimeji e agaricus. A gastronomia, portanto, também

não deixa a desejar. Nos restaurantes e pousadas da ci-

dade, as opções de pratos preparados com alcachofra

é grande, especialmente em setembro, quando ocorre

o Roteiro Gastronômico da Alcachofra.

BANDEIRA

LIVRE

Page 33: Revista TAXICULTURA 11

Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br - Março|TAXICULTURA 33

Anderson Bianchi

Localizada entre montanhas e abundante em rios e represas, Piedade oferece paisagem verde e clima ameno

Page 34: Revista TAXICULTURA 11

34 TAXICULTURA|Março - Visite e indique: twitter@taxicultura

Natureza nunca é demais

As opções para quem quer curtir a na-tureza, longe das produções agropecuárias, também são variadas. Trilhas, rapel, ti-rolesa, arvorismo e incursões em grutas e cavernas, além da diversidade de rios e cachoeiras, fazem com que a viagem ganhe um pouco de aventura aliada a momentos de contemplação.

No alto de uma pedra de granito com 20 metros de altura, uma casinha desponta como um alvo a ser alcançado, pelo menos, para os praticantes de montanhismo, trek-king e rapel. Mas o ponto turístico também atrai pela beleza. Situado no bairro Ciríaco em frente a um vale, o alto da pedra pro-porciona uma vista privilegiada da cidade.

Para quem curte o contato com o meio ambiente, um dos melhores lugares para visitar é o Horto Florestal, ideal para tri-lhas entre plantas nativas da Mata Atlântica e lagos. Além das 15 mil mudas de plantas cultivadas anualmente, há também uma pequena área para plantas medicinais.

Cachoeiras e outras atrações

Nos dias mais quentes, as cachoeiras

figuram entre as atrações principais do mu-nicípio e arredores. A principal delas é a Ca-choeira da Fumaça, cujo nome foi dado pe-los próprios moradores da cidade por conta da impressão de que uma névoa encobre o local.

Em meio a tantas opções verdes, uma se destaca: a árvore Paineira. Considerada o símbolo ecológico de Piedade, a árvore tem 250 anos e fica bem no centro da cidade, um dos principais pontos de encontro e de lazer dos habitantes.

Outros pontos turísticos que não devem passar batido na visita são o Mirante do Cruzeiro e a Pedra do Elefante. Conhecido como “Cruzeirão”, o mirante fica em um dos pontos mais altos da cidade, de onde se avista boa parte de Piedade. Já a Pedra do Elefante, a 2,5 km do centro, é referên-cia da cidade porque a formação rochosa se assemelha ao formato de um elefante.

Comer, meditar e descansar

Piedade, no entanto, pede um pouco menos de agito do turista. Claro que os passeios, aventuras e lazer não devem

BANDEIRA

LIVRE

As cerejeiras florescem entre os meses de junho e julho

Page 35: Revista TAXICULTURA 11

leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 35

ser deixados de lado, mas a tranquilidade também merece ser exercitada. E, talvez, resida aí o segredo e a grande vantagem da viagem. Afinal, paz e silêncio são funda-mentais para recarregar as energias.

Tanto é assim que um espaço para medi-tação também integra a diversificada gama de pontos turísticos da cidade: o Jardim Ori-ental. O ambiente fica dentro da Igreja Mes-siânica, a 18 km do centro, e é ideal para a busca de paz em contato com a natureza.

Quer agregar um pouco mais à viagem? Então, prove os sabores e o visual do res-taurante Estação Boca do Monte. Uma es-tação ferroviária dá a cara do lugar, onde é possível comer tanto dentro do trem, nos trilhos, como na estação. A boa comida é o atrativo principal, é claro, mas a arte não fica de lado. O espaço, idealizado pelo artista plástico gaúcho Paulo de Andrade, possui um acervo permanente de escul-turas, telas e ilustrações.

BANDEIRA

LIVRE

Alternativas para curtir Piedade

Ronco do Bugio – Pouso e Gastronomia Tel.: 11 8259-7788 | 15 3299-8600 www.roncodobugio.com.br Restaurante Boca do MonteTel.: 15 3244-1699www.estacaobocadomonte.com Conservas Regina – propriedade de George OsakoTel.: 15 3299-4242www.conservasregina.com.br Passeios – Agência Sem FronteirasTel.: 15 3244-2513

Um mergulho na tranquilidade

E para não sair do clima nem mesmo na hora de dormir, a dica é a hospedagem no Ronco do Bugio, lugar que concentra boa gastronomia e lazer em um ambiente rústi-co e sustentável, com o uso de materiais de demolição vindos de antigas fazendas de Minas Gerais ou das casas de tropeiros pau-listas, que relembram parte da história co-lonial do país. Mas nem por isso o conforto é deixado de lado.

Além de quartos bem equipados, o espaço possui piscina natural com dois decks, sauna, sala de fitness e de jogos, espaço terapêu-tico e DVDteca, além da oferta de passeios que podem ser contratados na chegada. O destaque, claro, vai para o espaço terapêu-tico, inspirado nos fundamentos da filosofia oriental e da tradicional medicina chinesa. Luz e ambiente naturais fazem com que as massagens e os banhos, realizados por equi-pe qualificada, ganhem um toque a mais. A opção de estadia acaba se mostrando uma extensão confortável do contato com a na-tureza.

Pertinho da capital, Piedade parece um mundo bem distante de São Paulo.

Page 36: Revista TAXICULTURA 11

36 TAXICULTURA|Março - Visite e indique: facebook taxicultura

Havia um teatro no meio do caminho

SPTEM

Por Arnaldo Rocha

Estrategicamente disposta no meio do caminho como a pedra inesquecível de Drummond, a cabine convida para

uma experiência diferente, expressa e inten-sa. Lá dentro, separados por uma divisória de acrílico, ator e expectador se observam. Aqueles poucos minutos que compartilham só fazem sentido porque um está diante do outro. Eles trocam olhares, experiências e sentimentos. Não serão mais os mesmos depois daquele momento.

De que a arte tem um poder transformador ninguém duvida, mas encenar um monólogo para um único expectador em cinco minutos é realmente novidade. E a Cia. Teatro Enlatado é a criadora dessa inovação. Há três anos, o grupo montou a cabine Drive-Thru pela pri-meira vez, na Praça Roosevelt, e conquistou o público. Depois disso, o Drive não saiu mais de cena e passou a rodar o país.

“E se a gente colocasse o público dentro da peça? Porque é basicamente isso que acon-tece. Não tem como ser passivo”, relata Maíra de Grandi, uma das idealizadoras do projeto e integrante do elenco. “O mais legal é falar para um público que não costuma frequentar teatro”, afirma, atestando que o Drive-Thru acabou tornando-se um formador de público.

“Não recebemos crítica”, destaca a idea-lizadora. “A gente tem um público que acom-panha o nosso blog para saber onde vamos estar. Eles não só assistem aos monólogos, como também gostam de acompanhar o mo-vimento das pessoas que entram na cabine e ver como elas saem modificadas dali”.

Estilo fast food, mas é intimistaA estética, as cores e a abordagem lem-

bram muito o serviço das redes de fast food,

Saiba onde o Drive-Thru está: www.prontoparaconsumo.blogspot.com.br

Elenco:Fernanda MandagaraMaíra De GrandiMariana MantovaniMarcio Bueno Dias

Div

ulga

ção

mas essa ideia perdura só até a apresentação. Na chegada, o clien-te-expectador encontra um menu com as opções de monólogos dis-poníveis. Até aí, a oferta do serviço é feita de maneira comum.

“Bem vindo ao Drive-Thru, o único serviço de teatro expresso do Brasil e do mundo”, e você já está embarcando em algo novo. A expectativa aumenta dentro da ca-bine escura e, de repente, a luz se acende. Nada mais será como an-tes. O serviço fast food se dissolve na medida em que o texto avança.

“O Drive é uma porta no meio do caos”, afirma Maíra. Ao abrir essa porta, há o impacto do olho no olho e os sentimentos são coloca-dos à prova. “Os temas abordados são questões pertinentes, como a morte, a solidão, entre outros”, de-talha a atriz.

Não deixa de ser algo rápido, ex-presso, talvez mais rápido do que o atendimento nos drive-thrus das redes de comida fast food. Mas, ao apagar da luz, ao fim daquela breve relação entre o ator e seu único ex-pectador, fica a certeza de que ali aconteceu algo que não acontece o tempo todo ou em qualquer lugar. É, talvez, como deparar-se com uma pedra no meio do caminho, que sur-preende até as retinas fatigadas de um nobre poeta.

Page 37: Revista TAXICULTURA 11

Novembro|TAXICULTURA 37

Divulgação

Page 38: Revista TAXICULTURA 11

38 TAXICULTURA|Março - Uma excelente leitura para você e para o próximo passageiro

MORAR

BEM Por Adriana Scartaris

Aprenda a fugir da mesmice e desfrute um verdadeiro oásis dentro de casa

Normalmente colocados em segun-

do plano dentro de um trabalho

de decoração, os banheiros são

fundamentais quando se pensa em bem-es-

tar e conforto que um projeto arquitetôni-

co pode oferecer.

Independente de seu tamanho e for-

mato, alguns cuidados podem transformar

o seu banheiro em um verdadeiro refúgio

onde você poderá desfrutar momentos de

prazer e relaxamento, mesmo que possua

um espaço reduzido.

BanheirosUm olhar atento poderá garantir mais prati-

cidade, além de aumentar a sensação de es-

paço. Confira algumas sugestões para deixar o

seu banheiro com o máximo de estilo, charme

e conforto. Aproveite!

Soluções para ampliar o espaço

Espelhos sempre irão transferir ao proje-

to o resultado desejado quando a proposta

é ampliar a sensação de espaço. Colocados

de maneira estratégica, também trazem ao

ambiente um ar sofisticado. Experimente

grandes espelhos atrás da bancada da pia

Div

ulga

ção

Adriana ScartarisDesigner desenvolve projetos de

design de interiores aplicando técnicas acadêmicas

e de terapias espaciais www.adrianascartaris.com.br

Carl

os T

orre

s

Page 39: Revista TAXICULTURA 11

38 TAXICULTURA|Março - Uma excelente leitura para você e para o próximo passageiro

MORAR

BEM

ou em meia parede com um imponente roda-

meio como acabamento. Apenas evite refletir

o vaso sanitário para que fique mais elegante.

Cores claras são outra opção interessante

e de ótimos resultados. Se optar por uma

parede com cor forte ou estampa, o ideal é

que as demais paredes sejam neutras.

Paredes claras, espelho e bancada na par-

te superior do rodameio e cuba em vidro

são alternativas que contribuem para tor-

nar o conjunto mais leve. A parede abaixo

do rodameio revestida em couro e o piso

em porcelanato espanhol, padrão croco,

conferem suntuosidade ao lavabo.

Banheiro com banheiras

Banheiros com banheiras pedem aten-

ção especial para que possam oferecer

praticidade com conforto. Caso o espaço

não seja suficiente para instalar banheira

separada do box, o aconselhável é abrir

mão da banheira e criar um box maior, pois

não é nada prático utilizar chuveiros ou

duchas dentro de banheiras, que dificulta

muito a limpeza no dia a dia.

leitura de bordo dos taxis paulistanos - Março|TAXICULTURA 39

Para ampliar o espaço de circulação, uma

solução é utilizar a cuba de semiencaixe, de

modo a permitir uma bancada menos pro-

funda. A aplicação de filme adesivo no box

confere charme.

A utilização de cromoterapia em banhei-

ros e chuveiros tem conquistado tamanho

sucesso, que já estão saindo direto de fá-

brica diversos acessórios para esse fim. Caso

prefira uma solução mais simples e também

charmosa para seu banheiro, instale sobre a

banheira um embutido com lâmpada azul,

que tenha acionamento independente das

demais lâmpadas. A banheira cheia de espu-

ma e apenas a luz azul acesa resulta em uma

atmosfera super relaxante.

Para completar o clima, uma pequena tv

pode ser instalada, adotando-se cuidados

para evitar umidade e proteger o equi-

pamento. Com muito espaço, o banheiro

permite instalar banheira dupla, tv e uma

grande bancada para a pia. Nas paredes

porcelanato 120 x 60 com faixas em pasti-

lhas de vidro e piso e acabamentos em mar-

moglass completam o projeto.

Aumentar o colorido

Banheiros para adolescentes pedem apli-

cação de cor. Contudo é preciso que a inter-

venção seja realizada de modo adequado,

cuidando de todos os detalhes para que o es-

paço continue leve visualmente. Várias são as

paginações possíveis para aplicação de reves-

timentos coloridos como cerâmicas, pastilhas

de vidro, mosaicos e outros.

A base dos revestimentos deve ser neutra e

lisa como cerâmicas e porcelanatos para um

resultado harmonioso.

Page 40: Revista TAXICULTURA 11

40 TAXICULTURA|Março - Gostou da matéria? Você também a encontra em taxicultura.com.br

Por Dra. Mery Hellen Jacon Pelosi

MUNDOCÃO&CIA

Identificação Animal

No ano passado, ganhou destaque na-cional a história do cão “Pimpoo”, tido como membro da família, extraviado no

aeroporto durante um voo entre Porto Alegre e Vitória. O caso ganhou destaque na televisão, jornais e revistas. O animal permaneceu desa-parecido por duas semanas, até ser encontrado e entregue à sua dona.

No Brasil existem cerca de 82 milhões de ani-mais de estimação, mas a grande maioria sofre de um grave problema: a falta de identificação.

Registro Animal

Atualmente, existem duas formas de iden-tificar o seu animal. A forma mais comum é a obtenção do Registro Geral Animal (RGA), um registro fornecido pelas prefeituras de algumas cidades. Na cidade de São Paulo, por exemplo, o RGA é obrigatório por lei, tanto para cães quan-to para gatos. Para adquirir o RGA do seu ani-mal, você deve procurar o Centro de Controle de Zoonoses ou estabelecimentos veterinários credenciados.

O RGA é uma maneira eficiente para identifi-cação do animal, pois é a sua carteira de identi-dade. O animal registrado recebe uma plaqueta com um número e deve usá-la permanente-mente presa à coleira. O número do RGA do ani-mal é único e permanente.

Microchip

Outra forma de identificação é o “Microchip”, um sistema moderno de identificação homo-logado não só no Brasil como em grande parte dos países.

Do tamanho de um grão de arroz, o microchip é implantado nas costas do animal, sob a pele.

O procedimento é simples e indolor. É como se o animal estivesse sendo vacinado. Uma serin-ga descartável, de calibre pequeno, introduz o chip, que dura por toda a sua vida. Nele há informações como sexo, idade, histórico de va-cinas, dados do proprietário e castração.

Assim que aplicado no animal, o número do microchip e os dados do animal são cadastra-dos em um banco de dados mundial. A base de dados é disponível para consulta via inter-net, facilitando a procura de animais perdidos e também a localização dos donos de animais encontrados. O cadastramento é rápido, sim-ples e seguro.

Na cidade de São Paulo, existe uma lei que garante a obrigatoriedade da implantação de microchip em animais que forem comercializa-dos ou doados.

Para implantar um microchip em seu animal você deve procurar por estabelecimentos vete-rinários que ofereçam o serviço. Fique atento! A aplicação do microchip em seu animal deve ser realizada por um médico veterinário devi-damente registrado no Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV).

Por lei, todos os cães e gatos encontrados nas ruas devem ser apreendidos. Se o animal esti-ver devidamente identificado, seja através da plaqueta com o número do RGA ou através de microchip, o proprietário é facilmente encon-trado e chamado para retirá-lo.

Lembre-se: não é raro encontrar animais perdidos sem nenhuma forma de localizar sua origem. Nem sempre o destino deles tem um final feliz. Com a identificação do seu animal, isso pode ser facilmente evitado.

Div

ulga

ção

Obrigatória por lei na cidade de São Paulo, a identificação animal confere mais segurança e tranquilidade para os animais e seus donos

Dra. Mery Hellen Jacon PelosiEspecialista em clínica médica e cirúrgica de pequenos animais,

integra a equipe da Clínica Veterinária Estação Zoo

Fone: 11 5084-6912 | 5083-6495www.estacaozoo.com.br

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Page 42: Revista TAXICULTURA 11

42 TAXICULTURA|Março - Seja gentil: deixe a revista a bordo para o próximo passageiro

nosso rosto parece uma metáfora e um

enigma de formas iguais e diferentes

que se dedica a es-conder e a revelar nós

para nós mesmos e para os outros

SIMPLESMENTE ÓBVIO(ou quando chove forte em São Paulo)

HORIZONTEVERTICAL

Crônicas de uma São Paulo que ninguém vêTexto: Ivan Forneron

E le riu quando lhe contaram que todo mundo, sem exceção, tem um sósia, alguém de aspecto físico bem semelhante a nós mesmos. Depois

de rir, disse que sabia o que era um sósia e que não precisava explicar, mas foi interrompido quando o aler-taram que mais do que a aparência física, era o idên-tico da nossa personalidade, do nosso gesto, do nosso pensamento e da nossa atitude o que realmente nos aproxima desse sósia, e é por isso que a aparência física torna-se evidente, chegando mesmo a mudar de cor se for necessário.

Aí ele desatou a rir e foi custoso voltar a esse pensa-mento sem que o deboche não participasse de qual-quer consideração sua. Seu riso, no entanto, não es-condia o medo que travestia todas as suas fugas, pois homem de fugas ele também era, daí o riso largo de dentes grandes procurando espantar o que cedo ou tarde ele já sabia que o arrastaria. O que o intrigou foi a ameaça do encontro: “Quando a gente encontra este outro eu, o tal do sósia, um dos dois se anula, pois o encontro de si é a morte do que era. O que nunca se sabe é quem fica e quem vai.”

Achava mais engraçado ainda a última sentença e repetia pra si mesmo: “O que nunca se sabe é quem fica e quem vai.” Foi então que o outro, ou ele mesmo, começou a se aproximar sem que ele soubesse, apenas sentisse, uma vez que sua sombra denunciava aproxi-mações inusitadas. Tornou-se comum, por exemplo, a reclamação de amigos que diziam que o haviam cum-primentado, fosse na rua ou em qualquer outro lugar, sem que ele retribuísse a saudação passando por or-gulhoso, tendo sempre que se desculpar alegando que não era ele. Apesar de incômodo, a princípio não relacionava tais ocorrências com a tal história do sósia que, para ele, era tão só uma lenda e, portanto, fantas-magoria popular.

Mesmo assim, os encontros desencontrados, ou desencontros que se encontram iam aumentando até fazer do seu riso de deboche um conjunto de rugas sérias que retesavam e alteravam os principais traços

do seu rosto. Principiou a sentir um cheiro forte e estra-nho em si mesmo, e após confusões e horizontes chu-vosos constatou ser o cheiro do grande e velho medo que dele se apropriava com domínio cruel e irrestrito.

Suava, como se diz, em bicas, e também em tripas e em calafrios. Até mesmo sua voz começou a ficar úmida de tanto suor. Falava como débil, gaguejava e mergulhou, por fim, em desatino atrás de desatino. Começou a mentir, a mentir muito. Tosou a vasta ca-beleira que tinha, fugindo em busca de uma piedade para a sua própria agonia. Por onde passava, deixava sua marca de dúvida e desgosto.

Suas mãos frias adquiriram um aspecto gelatinoso e se debatiam em pontos de fuga e poças de ácido que as gotas do seu suor formavam nos transcorrer dos seus passos. As criaturas abjetas, mesmo elas, já recusavam um mero contato seu. Sabia de tudo sem pronunciar uma só palavra: era incrivelmente burro e inteligente ao mesmíssimo tempo, e 25 anos ele envelheceu num só. “Ah, desatino da dúvida que eu segui, mentira que eu bebi sem vomitar, mágoa que engendrei no mundo com o amor que me deram!”

Ele repetia ao fim de cada dia, em feitio de mantra-maldição e reza, e seu aspecto nem ele jamais sabia por tanta alma e espelhos em luto. Cada vez mais só no mundo, a sua mentira o vestia de verdade, e como companhia desde o café da manhã ele respirava a seu lado com a ofegância de um mamífero caçado.

Uma última reflexão, já tardia, pois ele se decom-punha, desvendou o simplesmente óbvio de que todo drama, na verdade, reside na indagação: quem é sósia de quem, quem é o original e quem a cópia? A ameaça de ser igual o incapacitou para saber o que era melhor ou pior, mas principalmente o orgulho e a vaidade em ser ou não ser o que queria ou o que não queria an-teciparam uma cordilheira de abismo. Não querer ser parecido com o outro fez pesar a máscara forjada com tanta estupidez cega e existência reticente. Foi uma lás-tima. Disseram que era bonito.

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Novembro|TAXICULTURA 43

SIMPLESMENTE ÓBVIO(ou quando chove forte em São Paulo)

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