revista escada 11

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número 11 | ano 03 julho a setembro 2012 Publicação Sinepe/PR FINANÇAS EM SALA DE AULA Literatura Descubra como a fantasia ajuda a formar a identidade infanto-juvenil Brincadeira séria O lúdico aliado ao processo de aprendizagem das crianças LinkedIn Saiba como a rede social pode ajudar a turbinar a carreira de jovens estudantes

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Revista do Sindicato da Escolas Particulares do Estado do Paraná

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Page 1: Revista Escada 11

número 11 | ano 03 julho a setembro 2012 Publicação Sinepe/PR

finanças em sala de aula

Literatura Descubra como a fantasia ajuda a formar a identidade infanto-juvenil

Brincadeira sériaO lúdico aliado ao processo de aprendizagem das crianças

LinkedInSaiba como a rede social pode ajudar a turbinar a carreira de jovens estudantes

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Em uma sociedade cada vez mais con-sumista e imediatista, torna-se um de-safio para pais e educadores transmitir valores sólidos para as nossas crianças. Ensiná-las desde cedo a valorizar o ser e não apenas o ter faz parte do processo educacional. Porque educar não cabe apenas à escola - responsável pela parte for-mal do processo - é também função da família.

Neste sentido, conversamos com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi, autor de diversos best-sellers, que mostra caminhos para quem deseja educar as crianças de hoje de forma responsável para que no futuro elas tenham o controle da própria vida.

Trazemos também, nesta edição, informações sobre o novo Plano Nacional de Educação. Como represen-tantes da rede privada de ensino, cabe a nós analisar, criticar e participar desta proposta que reúne metas para a educação brasileira pelos próximos 10 anos.

Outros temas tratam do ensino infantil abordando a importância do lúdico no processo de aprendizado, até o ensino superior, com matéria especial sobre a rede social LinkedIn para estudantes que desejam entrar de vez no mercado de trabalho. Aproveite o conteúdo que preparamos especialmente para você e boa leitura!

Ademar Batista PereiraPresidente

4

e.di.to.ri.aladj m+f

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR.

Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52Rua Heitor Stockler de França, 356 - 1º andar - Centro Cívico - Curitiba - PR

Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br

Jornalista Responsável Taís Mainardes DRT/PR 6380

Redação Marília Bobato, Carolina Pacheco Simões, Leila Moreti, Mariana Nunes, Marina Gallucci e Priscilla Scurupa

Projeto gráfico e ilustrações D-Lab – www.dlab.com.br

Revisão Marília Bobato

Comercialização Márcio M. Mocellin, Ana Amaral e Tatiana Barboza

Críticas e sugestões [email protected]

Comercial [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista.

Conselho editorial Jacir J. Venturi, José Antonio Karam José Manoel de Macedo Caron Jr. Márcio M. MocellinAprovação Ademar Batista Pereira

Tiragem 11 mil exemplaresImpressão e acabamento Maxi Gráfica e Editora LtdaLogística e Distribuição A&D Comercial - (41) 9611-1131Versão Digital www.revistaescada.com.br

ex.pe.di.en.teadj m+f

Sinepe/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná

Conselho Diretor gestão 2010/2012 Diretoria ExecutivaPresidente Ademar Batista Pereira1º Vice-Presidente Jacir José Venturi2º Vice-Presidente Oriovisto GuimarãesDiretor Administrativo Ailton R. DörlDiretor Econômico/Financeiro Rosa Maria C. V. de BarrosDiretor de Legislação e Normas Maria Luiza Xavier CordeiroDiretor de Planejamento José Manoel de Macedo Caron Jr.

Diretoria de EnsinoDiretor de Ensino Superior José Antonio KaramDiretor de Ensino Médio/Técnico Gilberto Vizini VieiraDiretor de Ensino Fundamental Esther Cristina PereiraDiretor de Ensino da Educação Infantil Noely Luiza D. SantosDiretor de Ensino dos Cursos Livres José Luis ChongDiretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Jaime M. Marinero VanegasDiretor de Ensino das Academias Ana Dayse Cunha Agulham

Conselheiros1º Conselheiro Jorge Apóstolos Siarcos2º Conselheiro Pedro Roberto Wiens3º Conselheiro Raquel Momm de Camargo4º Conselheiro Irmão Frederico Unterberger5º Conselheiro Paulo Arns da Cunha 6º Conselheiro Durval Antunes Filho7º Conselheiro Roberto A. Pietrobelli Mongruel8º Conselheiro Juliana Toniolo Sandrini 9º Conselheiro Renato Ribas Vaz10º Conselheiro Magdal J. Frigotto11º Conselheiro Vanessa C. Sanches

Conselho FiscalEfetivos SuplentesOrlando Serbena Elvis Tadeu GilioliMárcia E. Dequech Edison Luiz RibeiroHenrique Erich Wiens Ir. Anete Giordani

Delegados Representantes - FenepAdemar Batista PereiraJosé Manoel de Macedo Caron Jr.

Diretorias regionais

SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel)Diretor Presidente Adilson J. Siqueira Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. FernandesDiretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto

SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu)Diretor Presidente Artur Gustavo RialDiretor de Ensino Superior Fouad Mohamad FakinDiretor de Ensino da Educação Básica Antonio Neves da Costa e Antonio KreftaDiretor de Ensino da Educação Infantil Rita C. R. Camargo e Edite LarssenDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Fabiano de Augustinho SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão)Diretor Presidente Ivone Maria Pretto GuerraDiretor de Ensino Superior Hélio Jair dos SantosDiretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi DonadelDiretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu PastorelloDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa)Diretor Presidente Osni Mongruel JuniorDiretor de Ensino Superior Marco Antônio RazoukDiretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites BetDiretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco RodriguesDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins

Diretoria da Regional CentralDiretor Presidente Antonia Eliane VezzaroDiretor de Ensino Superior Salette Silveira AzevedoDiretor de Ensino da Educação Básica Telma E. A. LehDiretor de Ensino da Educação Infantil Cristiane Siqueira de MacedoDiretor dos Cursos livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos

www.revistaescada.com.br

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ins.ti.tu.cio.naladj

Atualizar o conhecimento, trocar experiências e me-lhorar a formação profissional. Com o intuito de alcançar estes objetivos, o Sinepe/PR já está com a programação pronta de cursos e palestras para o 2º semestre do ano. Os eventos são voltados para todos aqueles que dese-jam se manter conectados com a realidade do mercado de trabalho educacional. Membros das instituições de ensino associadas ao Sindicato têm descontos, mas toda a comunidade também pode se inscrever e participar.

Um dos destaques do semestre é o Simpósio de Matrículas que acontece no dia 18 de agosto e é voltado aos gestores. Com vasta programação, as principais pales-tras deste simpósio vão tratar dos seguintes assuntos: Crise das dívidas soberanas da Europa, Estados Unidos e Japão e os impactos para a economia global e Bran-ding e Marketing na gestão escolar.

saiba mais: Acesse o catálogo na íntegra: www.sinepepr.org.br Ligue: 41 3078-6933

sinepe/pR divulgaCatálogo de eventosdo 2º semestReGestores, professores e educadores em geral estão convidados a participar

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Já em 10 de outubro, acontece a VI Ma-ratona de Educação Infantil - Oratória em sala de aula. O evento será coman-dado pelo ator Giovani José Cesconetto que vai mostrar como é possível aplicar as técnicas de teatro na leitura e conta-ção de histórias em sala de aula.

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ín.di.cesm

08. Sustentabilidade para o bem dos cidadãos e do planeta

10. Redação Nota 10

12. Brincadeira séria

14. Fantasia que ajuda a formar a realidade e a identidade

16. Dificuldades e aprendizagem: causas e soluções

20. Entrevista: Gustavo Cerbasi

22. Novo PNE

24. LinkedIn: rede social e ferramenta de marketing pessoal

26. Momento Cultural

27. Artigo: Escola particular para os meus filhos, um sonho possível?

28. Artigo: Ajustes necessários ao ENEM 2012

29. Artigo: Celebrar ou não as datas comemorativas na escola?

30. Artigo: O custo do Ensino Superior gratuito

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Durante a Semana Nacional do Meio Ambiente, comemorada de 3 a 9 de junho, o Sinepe/PR realizou a III Mostra da Escola Particular sobre Reciclagem de Resíduos Sólidos, no Shopping Palladium, em Curitiba. O evento contou com a participação de 23 instituições de ensino, cerca de 4 mil alunos, exposição de diversos trabalhos e presença de grande público.

Por meio do projeto Planeta Reciclável®, em parceira com o Amigo da Natureza, da empresa Meiwa Indústria e Comér-cio Ltda, a Mostra teve como objetivo fixar o conceito de sustentabilidade com ênfase na reciclagem do Isopor®, entre os alunos das instituições particulares de ensino de Curitiba e Região Metropolitana. Eles foram os grandes responsáveis em dissipar esta informação para os familiares, amigos e público que visitaram a Mostra.

Os três trabalhos vencedores de cada escola foram premiados. Os alunos vencedores ganharam uma viagem para São Paulo para conhecer a Fábrica da Meiwa Embalagens e a CORA (Co-operativa de Reciclagem de Arujá); um passeio ao Beto Carrero World; e uma excursão para Morretes pela Serra Verde Express.

paRa o bem dos Cidadãos e do planeta

T /F / Mariana Nunes

Para o coordenador do projeto Amigo da Natureza, Ivam Michaltchuk, é importante trabalhar o conceito de susten-tabilidade desde o ensino fundamental até a universidade. “A correta separação do lixo doméstico, o respeito aos 4 Rs - Reduzir, Reutilizar, Reciclar e Repensar, o incentivo à coleta seletiva e a correta destinação dos resíduos pós uso para a reciclagem - principalmente do EPS - Poliestireno Expandido, mais conhecido como Isopor® - são atitudes que as crianças aprendem e multiplicam, mudando para melhor a realidade do nosso planeta e das futuras gerações”.

O presidente do Sinepe/PR, Ademar Batista Pereira, destaca a importância de envolver desde os professores até as famílias no processo. “É fundamental tratar assuntos como reciclagem, reutilização e sustentabilidade nas escolas para que as crianças despertem a consciência desde cedo e adotem ações mais sus-tentáveis, repassando as mesmas aos demais”.

InstItuIções partIcIpantes:Centro Educacional Evangélico, Colégio Acesso, Colégio Bagozzi, Colégio Bom Jesus, Colégio Dom Bosco, Colégio Energia Ativa, Colégio OPET, Colégio Saint Germain, Colégio Stela Maris, Colégio Técnico de Curitiba, Escola Amplação, Escola Atuação, Escola da Colina, Escola Interativa, Escola Literal, Escola Pedro Apóstolo, Itecine (Colégio Madalena Sofia).

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Criação:ROGÉRIO MAINARDESTextos:ADRIANO MESSIAS

Direção:RAFAELA RICARDO | Codireção:FABIANO AMORIM | Projeto:IPAB - INSTITUTO PRÓ-ARTE BRASILElenco:GRUPO DE TEATRO DO COLÉGIO POSITIVO | Concepção dos Figurinos:DESIGN DE MODA-UNIVERSIDADE POSITIVO

A RENDA DOS INGRESSOS SERÁ REVERTIDA PARA ENTIDADES SOCIAIS DE CURITIBA

UMA HISTORIA LIVREMENTE INSPIRADANA INFANCIA DE DOM PEDRO II

Criação:ROGÉRIO MAINARDESTextos:ADRIANO MESSIAS

UMA HISTORIA LIVREMENTE INSPIRADA

11 /AGOSTO a02 / SETEMBRO

Sáb.:16h / Dom.: 11h e 16h

LOCAL:

TEATRO POSITIVOJARDIM AMBIENTAL

APRESENTAM

REALIZAÇÃO: PROMOÇÃO: APOIO:INCENTIVO: INGRESSOS:

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Redaçãonota

Ela está entre as matérias mais temidas para os vestibulandos e para quem pretende prestar o Enem. E não é pra menos, a prova de redação pode trazer questionamentos que nem sempre têm uma resposta correta. Para diminuir as chances de recorrer ao improviso, o coordenador de redação do Curso Positivo, Paulo Bearzoti Filho, explica que para escrever bem não existe atalho, mas muito trabalho.

“O bom desempenho do aluno depende de uma preparação árdua e abrangente. Para isso, é preciso escrever e ler muito”, diz Paulo. De acordo com ele, o maior equívoco dos vesti-bulandos está em ler apenas as reportagens dos jornais. “A notícia é somente um dos gêneros. O aluno deve lembrar que o jornal é constituído de opinião, charges, crônicas e não apenas de reportagens”.

A professora de língua portuguesa da 3ª série do Ensino Médio e preparatório para o vestibular do Colégio Bom Jesus, Cleuza Cecato, conta que no momento da leitura, também é impor-tante estar atento aos argumentos que constituem as diferen-tes posições em debate. “Isso vai ajudar o aluno a sustentar e a expressar as próprias ideias durante a elaboração do texto. Além disso, tornar-se um leitor perspicaz do mundo à sua volta é essencial para qualquer aluno que deseja posicionar-se adequadamente diante de questões cotidianas”.

T / Carolina Pacheco Simões

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ConfiRa algumas diCas impoRtantes de

ambos os pRofessoRes e estRutuRe bem seu

texto paRa gaRantiR nota 10 na Redação:

1) faça da leituRa um hábitoQuanto mais o candidato ler, maior facilida-de vai ter para se expressar. Fique atento aos assuntos polêmicos, às novidades e às notí-cias de grande repercussão. Além disso, para ampliar seu vocabulário, busque ler livros li-terários e as notícias que saem nos diferentes veículos de comunicação: internet, revistas e jornais impressos.

2) fique poR dentRo dos vestibulaRes anteRioResProcure saber o que foi pedido nos últimos vestibulares e tente perceber a conexão des-ses assuntos com a ética, a cidadania e as propostas democráticas. Normalmente, as questões sociais abordadas têm a ver com os temas transversais dos Parâmetros Cur-riculares Nacionais (PCN), que são: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural.

3) leia o enunCiadoO enunciado traz a proposta da redação, por isso é importante ler com atenção, entendendo o que está sendo pedido para não fugir do tema. Da mesma forma, os textos que a prova apresentar também de-vem ser bem analisados para, a partir daí, pensar em uma ideia, estruturar seu texto e defender seu ponto de vista.

4) eRRos fataisFuga ao tema e ao tipo de texto proposto são erros que levam o vestibulando a zerar a pro-va. Outra dica é relacionar bem as ideias e formar frases claras, evitando períodos longos para que não haja ambiguidade.

5) faça difeRenteVá além do senso-comum e busque apro-fundar as reflexões sobre o tema proposto. A linguagem deve ser não apenas correta e clara, mas expressiva. Para isso, o uso de ci-tações pode ajudar.

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T / Leila Moreti

Derivado da palavra latina ludi, que sig-nifica passatempo, o lúdico sempre foi uma importante ferramenta de auxílio no aprendizado, principalmente na educa-ção infantil. Sob o olhar de um bom educador, seja na escola ou em casa, as brincadeiras infantis revelam um conte-údo riquíssimo, que pode ser usado para estimular a educação. No entanto, é preciso que pais e professores estejam cientes de que a criança aprende brincando, mas que o lúdico não precisa necessariamente de um brinquedo ou objeto, mas sim de qual-quer recurso à disposição somado a forma de condução do edu-cador. “Ao propor o lúdico em sala de aula estamos envolvendo as crianças e proporcionando situações de interação, competição, socialização, memorização e imaginação. Essas características são básicas para o processo de aprendizagem”, afirma a diretora da Escola Atuação, Esther Cristina Pereira.

Desde os três anos, quando inicia o aprendizado da linguagem, atividades como os simples rabiscos de lápis de cor, tinta e giz de cera já visam estimular a criança. “Aos cinco e seis anos, a criança que passa pelo processo já se encontra pré-alfabetizada, para, aos sete, ler e escrever corretamente”, relata a diretora do Centro Infantil Picollo, Noely Luiza Deschermayer Santos. Ela comple-menta que desta forma é possível trabalhar a junção de sílabas, o som delas e a escrita espontânea.

Muitas atividades podem ser usadas para transformar o momento de aprender mais prazeroso e único, utilizando jogos, parlendas, trava-línguas, receitas, histórias em quadrinhos, curtas-metragens, livros, jogos de computador e entre outros. “O aprendizado de forma lúdica favorece também no futuro, formando estudantes com mais facilidade na interpretação de textos e matemática, pois o raciocínio foi desen-volvido sem decoreba”, diz Noely.

O lúdico aliado ao processo de aprendizagem das crianças

séRia

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eRa da infoRmátiCa

Pesquisadores citam que o século XXI é da ludicidade, onde a diversão e o entretenimento já fazem parte da rotina das pessoas. Para as crianças,

computadores, tablets e smartphones são ferramentas rotineiras desde muito cedo. Com jogos, aplicativos e possibilidades multimídias,

eles também podem ser aliados no processo de alfabetização dos pequenos.

Foi o caso de Pedro Henrique Momm Maciel, 6 anos, que aos 5 aprendeu a ler mesmo sem ter tido contato com o ensino sistematizado da alfabetização. O ambiente estimulado pela professora na sala de aula foi um dos fatores que au-xiliaram, somado aos jogos educativos no computador que

serviram para despertar a curiosidade pelo que estava escrito na tela. “Ninguém digitava o site pra ele, nós falávamos as le-

tras e ele ia procurando no teclado, assim foi entendendo a lógica das palavras”, conta a mãe, Raquel Momm, que é também diretora do

Centro Educacional Evangélico.

De acordo com Raquel, a inserção das brincadeiras no contexto educacional é importantíssima, mas ela não substitui o trabalho técnico. Com toda a experi-ência pedagógica, ela reconhece que o filho foi mais ágil que a média. “Existem crianças que, apesar dos estímulos diversificados, irão consolidar mesmo sua aprendizagem de leitura e escrita somente depois de um trabalho explicativo e organizado pelo professor”.

passatempoAs atividades lúdicas não devem ser usadas de maneira isolada, seja pelo educador ou pelos familiares. O ideal é que haja um ponto claro de onde se deseja chegar. Confira as dicas da Escada para aproveitar da melhor forma com os pequenos:

Pais» Etiquete o quarto da criança com figuras

e palavras, para despertar o interesse dela

» Não tente ensinar a criança soletrando as palavras, isto pode atrapalhar

» Cada criança tem um ritmo, não fique ansioso para ela se alfabetizar

» Quanto mais cedo ela entrar na escola, mais fácil fica o aprendizado

Professores» Quando a atividade for aliada à

educação, procure ter objetivos claros

» Jogos nunca devem ser a única forma de ensino

» O lúdico pode ser usado em todas as idades

» Deve existir um momento só para brincadeira Fo

ntes

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a do

Cen

tro

Infa

ntil

Pico

llo.

Para os pais e professores que quiserem saber mais sobre os tipos de brinque-dos e brincadeiras mais indicados para cada faixa etária, o site da Fisher-Price traz uma lista completa: www.fisher-price.com/br/playstages/

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T / Marina Gallucci

A literatura infanto-juvenil como uma forte aliada para transformar a visão de mundo

Você lembra qual era o seu personagem preferido dos livros quando criança? Ao longo do nosso crescimento, adotamos vários heróis, muito deles da literatura. Seja pela coragem, pela identificação com seus medos ou, simplesmente, pelo sonho de viver histórias parecidas – os livros des-pertam emoções, não importa a idade.

Pedagogos e pesquisadores vão ainda mais longe, durante nossa infância e adolescência, os elementos presentes na literatura são importantes fatores para construirmos nosso entendimento da realidade e, principalmente, formarmos nossa personalidade.

eRa uma vez...Há muito, muito tempo em uma terra distante... Surgia a literatura infantil! Apesar de sua origem remontar ao século 17, na Europa, com a invenção da prensa, o hábito de contar histórias para as crian-ças e jovens avança ainda mais no tempo. Transmitidos pela tradição oral, os contos infantis e populares existem desde que o ser humano adquiriu a habilidade da fala.

Embora muitas dessas histórias estejam carregadas da tradição da época e de seus povos, normalmente, a literatura apre-senta soluções para problemas universais. A fantasia sempre foi um mecanismo utilizado pelo homem para superação das dificuldades da vida real.

Os pequenos (e também os grandes!) se identificam com os heróis, mocinhas e até com os vilões e experimentam diver-sas emoções. Que criança não se encanta com os personagens fantásticos de O Sítio do Pica Pau Amarelo? Ou jovem que não se revolta com as crueldades dos Comensais da Morte em Harry Potter?

Segundo a jornalista e pesquisadora Me-lissa Sowabe, no decorrer dos séculos, em nossa sociedade sempre esteve presente o elemento do mito, que é a forma mais rudimentar de conhecimento. Sua aceita-

ção é exercida principalmente com base nos valores, crenças e tradições culturais herdados dos antepassados.

Para Melissa, os mitos são elementos re-sistentes ao tempo, assim como os livros. “São histórias da nossa busca da verdade, de sentido, de significado, através dos tempos. Todos nós precisamos contar e compreender nossa história, entender nossos rituais de passagem. Precisamos que a vida tenha significação”.

Na sua pesquisa, ela estuda o fenôme-no Harry Potter que, assim como os romances, possui a função de orientar a conduta social com base nos princípios éticos e morais. “Com o detalhe de que o referencial não é imposto. O mito é algo intrínseco, construído pelo leitor”, diz.

Melissa vai mais longe, afirma que sua ausência faz com que os jovens constru-am os próprios mitos, como a pichação, o uso exagerado de álcool, entre outros. “Grande parte da violência em que vivemos hoje é em decorrência da nossa sociedade estar desmitologizada em vários aspectos, pois os jovens não estão sendo iniciados nos mitos como eram antigamente. Alguns rituais estão sendo esquecidos e os adolescentes se agarram a prazeres de uma sociedade cada vez mais imediatista.”

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que ajuda a foRmaR a Realidade

e a identidade

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um leitoR do mundoÉ nessa linha que 0 Colégio Medianeira desenvolve o projeto Sujeitos Leitores. São realizadas entrevistas curtas com personalidades, que contam sua apro-ximação com a leitura, a importância na sua vida pessoal e profissional. “Os vídeos são veiculados em nosso blog e replicados nas redes sociais. Com isso, nossa esperança é a de que eles consigam pescar novos leitores”, diz Cezar, que também é responsável pelo projeto.

O coordenador afirma ainda que tudo influencia na formação. Tem a educação em casa, dos programas de TV, da música e até do passeio ao shopping. Se a criança ficar exposta a referências de consumis-mo, individualismo, ícones culturais duvidosos, ela provavelmente vai trilhar esse caminho na vida. “A literatura pode ser uma alternativa a isso tudo”, completa.

Uma coisa é certa. Para as fontes consul-tadas: Melissa, Juliana Guga e Cezar, um dos aspectos mais positivos da boa lite-ratura é que ela não se preocupa em dar lição de moral ou formatar pensamentos de acordo com convenções sociais. O leitor tem a possibilidade de concluir ou, melhor ainda, se abrir para as possibilida-des e diversidades do mundo.

na sala de aulaNo ambiente escolar, o objetivo do trabalho com a literatura não pode ser o de passar valores, no entanto, isso é consequência. “Ao discutir estas questões no universo da ficção, temos possibili-dade de fazer inúmeras conexões. Cabe a nós educadores, acreditarmos que um sujeito leitor consegue levantar os olhos das páginas dos livros para melhor ler o mundo”, afirma a supervisora pedagógica no Colégio Medianeira, Julia Heleno.

Em um mundo tão frenético, dedicar um tempo à leitura é a oportunidade de se desligar da rotina, dos computa-dores, das cobranças do tempo. “Essas histórias funcionam como válvula de escape e permitem que a criança vivencie seus problemas e transfira-os para os personagens”, comenta o professor de Ensino Fundamental do Colégio Ateneu, Guga Cidral. Na instituição, ele realiza

um projeto que reúne semanalmente as crianças e adolescentes na biblioteca. “O principal objetivo é estimular o hábito da leitura, mas lançando mão de outras atividades relacionadas, como a conta-ção de histórias, desenvolvemos outras potencialidades”.

Para o coordenador de Midiaeducação do Colégio Medianeira, Cezar Tridapalli, a leitura não é e nem deve ser ‘um gueto’ dentro da disciplina de Língua Portugue-sa. A literatura tem por característica inerente ser devoradora de todos os discursos que existem, de qualquer área do conhecimento. Ela se apropria disso e devolve em forma de obra literária. “Você encontra sociologia, psicologia, filosofia, matemática, astronomia, ciências natu-rais diversas, tudo isso na literatura. O curioso é que só quem é leitor sabe disso”.

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difiCuldades e apRendizagem: Causas e soluçõesA importância da parceria entre pais e escola no processo de superação

T / Priscilla Scurupa

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O processo de aprendizagem nem sempre é igual para todos. Cada criança ou adolescente tem um ritmo de desenvolvimento próprio e alguns deles apresentam mais dificuldades que outros para assimilar os conteúdos ensinados em aula. As razões, como explica a coordenadora do Colégio Sepam, Sônia Mongruel, podem ser de ordem psicoló-gica, neurológica ou estarem relacionadas à prática metodoló-gica adotada pelo professor. “Outra questão que pode influen-ciar nessa dificuldade são problemas relacionados à família do aluno. Se os pais não estiverem envolvidos e comprometidos com o processo educacional, acabam afetando o desempenho da criança ou jovem”, complementa.

De acordo com Sônia, o aluno com dificuldades de aprendiza-gem apresenta sinais como desinteresse, desatenção e ansieda-de que, posteriormente, podem gerar baixa autoestima, pro-vocar insegurança e causar problemas de relacionamento com os colegas de turma. “Cabe ao professor o papel de observar o desenvolvimento de cada criança. É somente através do contato diário que se pode identificar essas dificuldades”, esclarece. Para a coordenadora, quando percebido o problema, a escola deve conversar com os pais para que, em parceria, descubram a ori-gem do problema e decidam a melhor maneira de solucioná-lo. “O indicado é que o aluno seja imediatamente encaminhado a um profissional especializado – como o coordenador pedagógi-co, por exemplo -, que irá avaliar as particularidades do caso e orientar o processo de superação”, recomenda.

Entre as diversas alternativas para os alunos com dificuldades de aprendizagem, a mais comumente adotada é o reforço escolar, muitas vezes oferecido dentro da própria escola, em horários alternativos aos das aulas normais. “O objetivo do reforço esco-

lar é melhorar o desempenho dos alunos em nível de desigual-dade com o ritmo da turma, oferecendo a estes os conteúdos ensinados em sala de forma personalizada e exclusiva, de acordo com seus ritmos particulares de assimilação”, explica a pedagoga Daniele Oshiro. “Essas aulas precisam ser bastante atrativas e diferenciadas para que a criança se sinta estimulada a continuar seu desenvolvimento escolar”, ressalta ela.

Além das aulas de reforço tradicionais, Daniele recomenda também a adoção de formas alternativas de estudo, como vídeos, jogos e outros recursos multimídia. “São elementos riquíssimos que já fazem parte da realidade dos alunos. Inseri-los no processo educacional, é oferecer uma oportuni-dade para que a criança desenvolva autonomia e se torne um agente de sua própria aprendizagem”.

Customização: uma nova saída

Foi a partir da noção de autonomia e individualidade que o arquiteto Claudio Sassaki e o administrador de empresas Eduardo Bontempo resolveram criar a Geekie, plataforma online capaz de identificar as deficiências de aprendizagem de cada aluno e oferecer a estes formas personalizadas de estudo para que trabalhem os conteú-dos nos quais apresentam dificuldades.

De acordo com Bontempo, os jovens de hoje são digitais e a escola precisa aproximar suas realidades da sala de aula. “Usamos a inteligência artificial para captar as interações dos alunos com a plataforma e, a partir da análise dos resultados, personalizamos os conteúdos, de modo que se adaptem a cada particularidade”, explica.

Ainda em fase de desenvolvimento, a Geekie surge como um complemento aos conteúdos apresentados em sala e se destina a alunos do Ensino Médio de escolas públicas e particulares que precisam prestar o Enem. “De forma alguma queremos substituir o papel do professor e da es-cola. Pelo contrário, buscamos sempre estar muito próxi-mos a eles e auxiliá-los no ensino desses alunos”, esclarece Bontempo. “Nosso ideal é ampliar a todos a oportunidade de acesso à educação e, deste modo, ajudar a melhorar a qualidade do ensino do país”, complementa.

+ www.geekie.com.br

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T / Marília BobatoF / Eneas Gomez

en.tre.vis.ta / Gustavo Cerbasi

finanCeiRa desde Cedo

Para chegar à cifra de R$ 1 milhão, começar a poupar desde cedo pode ser o melhor caminho. Para tornar esta meta possível é preciso disciplina e planejamento que ultrapassam os limites financeiros. Uma pitada de psicologia pode ajudar.

O autor dos livros ‘Como pais inteligentes enriquecem seus filhos’ e ‘Filhos inteligentes enriquecem juntos’, entre outros best-sellers, Gustavo Cerbasi mostra, nesta entrevista exclusiva para a Revista Escada, como famílias e educadores podem trabalhar de forma conjunta para que as crianças de hoje se tornem adultos responsáveis no campo financeiro e no controle da própria vida.

Revista Escada – Em uma sociedade cada vez mais vol-tada ao consumo, como ensinar e preparar as crianças ou os filhos para o bom uso do dinheiro?

Gustavo Cerbasi – São várias dicas. Na verdade, a primeira delas é o desenvolvimento natural das crianças com o dinhei-ro. É muito ruim relacionar o dinheiro como fruto do sacrifí-cio ou da ausência dos pais em relação às crianças. Uma das recompensas do trabalho é o dinheiro para adquirir as coisas. Agora, é importante que os pais deem o exemplo. Por que nessa ausência muito grande por parte deles, há uma ten-dência em compensar a família com luxos que nem sempre são bons para as crianças. Luxos como televisão do último modelo, carro novo, ou a redecoração da casa. Muitas vezes, com estas atitudes os adultos querem se recompensar por esse ritmo alucinante do trabalho e acabam não percebendo que estão dando um péssimo exemplo para as crianças.

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19RE - O que você acha do comportamento dos pais que costu-mam recompensar os filhos com presentes? O que esse tipo de atitude pode representar mais tarde?

G - Se o adulto comprar algum produto toda vez que for ao shopping, estará sugerindo à criança que ir ao shopping é uma situação para se comprar coisas. Se toda vez que ele for ao mercado, não tiver um mínimo de planejamento aparente, a criança também sentirá vontade de sugerir aquilo que ela gosta para ser colocado no carrinho.

As compras, seja no shopping ou no mercado, requerem estraté-gia. Ter uma lista é essencial, e negociar com a criança também. Esta atitude pode ser extremamente educativa. Dá para abrir possibilidades, como por exemplo: “Você quer um iogurte? Vou dar verba para dois, e, se você quiser, pode trocar um deles por alguma coisa do mesmo preço”. Outra sugestão: se a criança vai te acompanhar nas compras, dê uma atividade a ela. Por exem-plo: colocar as coisas no carrinho, ou comparar pesos e preços. Mantendo as mãozinhas da criança ocupadas, a cabeça não vai se preocupar em querer escolher outras coisas, e ela ainda vai se sentir responsável. Dessa forma, ela vai crescer entendendo que tem escolhas a fazer.

Hoje, há também uma preocupação menor com a celebra-ção, com datas como aniversário, Dia das Crianças ou Natal. Atualmente, qualquer ida ao shopping é motivo para ganhar presente. Então, se a criança sempre ganha presentes, ela quer ganhar um superpresente nas datas festivas. E ela vê as saídas e celebrações como motivo para ganhá-los, quando isso deveria ser um fator para simbolizar uma data festiva, e não para caracterizá-la. Sugiro tomar muito cuidado ao dar tudo à criança, porque isso acaba estimulando o consumismo.

RE - E quando o filho pede um presente caro que a família não tem condições de adquirir, como explicar isso à criança? Como os pais podem agir para não terem aquele sentimento de culpa?

G - Acho que esta culpa que a família sente é mais um exemplo da falta de desfrutar o consumo. O consumismo, entre outras coisas, é fruto da falta de tempo. As pessoas vão ao shopping comprar uma roupa nova ou saem de férias em uma viagem, porém não possuem tempo de digerir aquilo. O que falta? Falta voltar das férias e convidar os amigos para jantar, mostrar as fotos, contar as experiências, aproveitar aquilo por umas semanas. Na correria da falta de grana, de muito trabalho, da falta de tempo, as pessoas não conse-guem desfrutar, e então limitam toda a sua alegria às férias.

Como as roupas novas não são aproveitadas em uma vida social, parece que toda a felicidade vem da situação do con-sumo. Na verdade, a felicidade deveria ser estar na moda, mas ela limitou-se àquele momento de estar em uma loja de ambiente colorido, com temperatura e música agradável. Como consumir é prazeroso, a pessoa só vai se lembrar do ato do consumo e vai ser induzida a consumir mais vezes.

Então, é muito oportuno resgatar a ideia do aproveita-mento. Liberar a agenda para desfrutar de momentos, de roupas que você já tem. Essas atitudes consequentemente, reduzem o consumo. Some a isso mais planos de médio a longo prazo, como férias mais interessantes, cursos, ex-periências de família, metas de fazer uma poupança para alcançar uma quantia expressiva.

Com bons argumentos para não consumir no dia a dia, ou para consumir de forma mais racional, é possível mudar o comportamento. Às vezes, por falta de objetivos claros, as pessoas acabam vendo a curto prazo um modelo de ide-alização, e a criança também.Toda criança que esperneia no supermercado, compulsiva, tem um adulto como mau exemplo. Se não é o pai, é a mãe, se não é nem pai, nem mãe, é um avô ou avó, ou um padrinho: alguém próximo, marcante na vida dela.

“O consumismo, entre outras coisas, é fruto

da falta de tempo.”

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2020

RE - Atualmente, a função da escola vai muito além de ensinar as disci-plinas básicas. À escola cabe formar cidadãos. De que forma ela pode ser uma aliada das famílias?

G - Hoje os pais estão mais distantes da escola. Isso faz com que eles tenham um menor conhecimento do grupo. São pais que conversam menos entre si, que não cultivam muitas amizades entre pais; não conhecem de forma mais global o comportamento e os modis-mos de seus filhos. Então, o que vemos é que, quando uma criança volta das férias escolares, existe uma porcenta-gem delas com Iphone, outra com Ipad e outra com Playstation. A criança vai dizer aos pais estatisticamente que a maioria tem Playstation, que a maioria tem celular, etc.

Para o pai e a mãe que trabalham muito, a sensação de que só o seu filho não tem aquele artigo é uma pressão muito gran-de, então os pais tendem a dar aos filhos algo que não é necessário. O ideal seria uma conversa entre pais antes das férias, talvez quem sabe até fazer uma enquete na escola perguntando qual é o video-game da moda, ou brinquedo, para que se compre a moda da vez. Assim, não se cria diversas modas a ponto daquilo se tornar banal.

RE - A educação é algo mais amplo, que ultrapassa os limites escolares. Ensinar a educação financeira cabe a toda sociedade?

G – Estimular a educação financeira é uma questão de escolha, uma opção vi-ável, se feita desde cedo. Muitas pessoas na metade da vida não acreditam, mas qualquer jovem que poupar R$ 70 ou R$ 80 por mês ao longo de 40 anos vai acumular um patrimônio, em valores de hoje, superior a R$ 1 milhão. Falta essa disciplina de longo prazo e, para ser a longo prazo, requer qualidade de consumo. Então essa escolha depende da educação como um todo.

RE - Qual o momento ideal para a criança receber mesada? E como orientá-la para usá-la da melhor forma?

G – A mesada só tem sentido se for usada como instrumento de educação. Ou seja, ela não pode ser dada como um direito da criança, para fazer o que ela bem entender. Não deve ser entendida como presente, nem como recompensa por atividades corriqueiras, como arrumar a cama, lavar a louça, ou manter o banheiro limpo.

A mesada deve primeiro ser negociada, ou seja, os pais deveriam perguntar aos filhos o que é um valor justo e, com os argumentos do filho - como, por exemplo, gastar na cantina da escola, comprar um acessório da moda, ir ao cinema -, os pais deveriam argumentar se aquilo está dentro do padrão de vida da família para negociar.

E a mesada tem que ser entendida, a todo o momento, não como um presente, mas como um direito da criança de administrar uma parte do dinheiro da família. Que par-te? Aquela que corresponde ao consumo da criança longe do pais, quando ela sai com os amigos, quando ela come na cantina da escola. Quanto maior a atividade social da criança, maior poderá ser a mesada, dependendo do padrão de vida da família.

RE - Dinheiro, contas, investimentos e poupança são palavras para adultos. Como inserir os filhos desde cedo neste contexto, e de que forma?

G – Eu recomendo aos pais que, ao nego-ciar a mesada, sugiram uma verbinha para poupança regular, tipo R$ 1 ou R$ 2 por se-mana, que vão ser guardados no cofrinho ou num pote de vidro. Essa quantia pode dar margem para negociações do tipo: “Você tem a verba para comer na cantina da escola, mais R$1 por semana para pou-par”. Se você quiser comer na cantina duas ou três vezes na semana e levar lanche de casa nos demais dias, poderá economizar uma quantia maior. Esse é um esforço que os pais podem fazer ao preparar o lanche e assim ajudar a criança a poupar na prática. Além de simular a poupança, é interessante estimular uma recompensa. Eu recomendo aos pais que, por exemplo, criem uma regrinha, como dobrar o valor do cofrinho quando for aberto, ou algo como 30% a mais.

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RE - Existe um momento certo de pa-rar com a mesada e deixar que o filho tome seu rumo em busca da indepen-dência financeira?

G – Quanto mais responsável a criança, maior pode ser o poder dela administrar essa mesada. Por exemplo, até assumin-do o custo de livros, de mensalidades escolares. Já é exagero, mas acho que em alguns casos é natural o pai dar isso na mão dos jovens a ponto de motivá-los a negociar com a escola, a barganhar preços para conseguir verbas para aquilo que mais lhes interessa.

21

“Quanto mais responsável a criança, maior pode ser o poder dela administrar

essa mesada.”

Deixar de dar mesada tem a ver com começar a compra e venda. Recomen-do aos pais que, enquanto o jovem recebe uma bolsa estágio, um salário de premissa, ele vá substituindo a mesada por essa renda. E aí, quando a renda for maior que a mesada, ela pode ser subs-tituída. Digamos que a mesada é de R$ 400 quando o jovem entra na faculdade. Ele passou a ganhar uma bolsa estágio equivalente ao valor do salário mínimo. Neste caso, elimina-se parte da mesada e só a complementa mediante um ar-gumento, como, por exemplo, uma ne-cessária compra de roupas sociais para

o estágio. Deve-se levar a negociação a um critério razoável, mas a princípio é interessante manter a mesada.

RE -Hoje, muitas instituições de ensino contam com projetos que ensi-nam como empreender, a exemplo do Junior Achievement. O que acha desta iniciativa por parte das escolas?

G – Não é o papel da escola, é o papel da sociedade. A escola tem um papel estrutural apenas. É como as aulas de ciência que incluem alimentação. Nestas aulas fala-se sobre o funciona-mento da gordura no corpo, mas é a prática em casa daquilo que se fala na escola que vai fazer o conhecimento se tornar consistente, ou parte da vida da criança. A escola no máximo vai dar estrutura para o conhecimento finan-ceiro. Se aquilo não for praticado em casa, será visto como alegoria, como folclore pela criança.

Então, não importa se é empreendedoris-mo, educação financeira, o que é que seja, é preciso estar sempre atento à educação para reforçar na prática aquilo que a es-cola ensinou na teoria. Caso contrário, só os alunos mais exemplares conseguirão absorver aquilo.

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Há um grande sinal de que o interesse em fazer a educa-ção brasileira avançar é crescente. A mobilização em torno do pro-jeto de lei para a criação do novo Plano Nacional de Educação (PNE) é reflexo disso. Engajados em tornar a lei o mais eficiente possível, o projeto recebeu uma enxurrada de propostas de emendas, mais de 2 mil.

As reuniões para sua aprovação foram marcadas de discussão sobre as divergências apresentadas pelo relator, deputado Angelo Vanhoni (PT-PR), o que arrastou a trami-tação por cerca de 17 meses. Esse fato é resultante das diversas distorções que o PNE apresenta, com um grande foco em recursos e a exclusão da participação de outras organizações, como da iniciativa privada, fundamentais no avanço da educação no país. Além disso, entidades apontam para a repetição de um problema também visto no antigo plano, a existência de um texto vago com expressões como ‘gestão demo-crática’, que podem gerar dúvidas no momento da execução.

Segundo a advogada da Federação Nacional de Escolas Particulares (Fenep), Anna Dianin, o primeiro ponto em que a proposta do PNE esbarrou é justamente ao igno-rar o que estabelece a Declaração Mundial sobre Educação. “O documento afirma que para atingir a educação para todos é preciso envolver todas as esferas e estar aberto à possibilidade de parcerias. A iniciativa privada também tem o compromisso com a educação de qualidade e, por isso, poderia contribuir com o PNE”.

Além de ter enfrentado a lentidão do processo

político, o Plano Nacional de Educação,

que foi aprovado pelos parlamentares

da Comissão Especial do Plano Nacional de Educação no final de

junho, apresenta vários problemas.

T / Marina Gallucci

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A advogada acrescenta que há diferen-ça entre o Estado ser responsável por controlar a educação e ter condições de ser prestador pleno desse serviço. “Nossa proposta era a de fazer como em outros países e estabelecer parcerias público-privadas”, diz. O presidente do Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), Ademar Batista Pereira, completa que os educadores das instituições particulares podem usar sua experiência para auxiliar o Governo Federal e o Congresso Nacional no ob-jetivo de cumprir e até superar as metas pré-estabelecidas.

Sob esse ponto de vista, sem ignorar que a obrigação de proporcionar educação básica para todos é prioritariamente das autoridades educacionais nos níveis

nacional, estadual e municipal, ainda há tempo de analisar criticamente se estas, nas atuais condições, estão preparadas para a tarefa. “Novas e crescentes articu-lações e alianças continuam sendo ne-cessárias em todos os níveis – dos órgãos governamentais e não-governamentais ao setor privado, comunidades locais e os grupos religiosos - sem excluir a parti-cipação das famílias”, afirma Ademar.

Quanto a injeção de dinheiro na área, a meta mais polêmica do PNE, determi-na que seja destinado, no mínimo, 7% do Produto Interno Bruto (PIB) para a Educação até 2014 e, no mínimo, 10% do PIB até o último ano de vigência do Plano. Antes, o substitutivo do PNE previa 8% até o final do Plano. Hoje, aplica-se cerca de 5%.

Nesse sentido, o presidente do Sine-pe/PR afirma que a forma como serão aplicados esses recursos é o principal desafio para uma educação de qualidade. “Nossas sugestões foram para melhor utilizar os recursos. Ao invés de finan-ciar a oferta, o aumento de vagas, como foi proposto, o Estado deveria focar no financiamento da demanda, ou seja, financiar os alunos e as famílias e elas poderiam escolher e demandar pelo en-sino. Com isso teríamos uma verdadeira revolução na educação do Brasil, pois as famílias assumiriam a educação dos seus filhos, poderiam escolher a escola e consequentemente cobrar dela. Nosso objetivo é que as escolas estejam apare-lhadas, com a infraestrutura necessária, professores e administração”, diz.

Nota da redação 1: até o fechamento desta edição em 22 de junho, o projeto do PNE não havia sido votado. A previsão para o fim da votação é em 26 de junho. Nota da redação 2: A assessoria do Deputado Angelo Vanhoni não enviou as respostas sobre o posicionamento do relator às reivindicações dos representantes da iniciativa privada até o fechamento desta edição.

o que é o pneDe acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), o objetivo do Plano Nacional de Educa-ção (PNE) é reunir metas para os dez anos seguintes, que sejam mensurá-veis e em sintonia com a Declaração Mundial sobre Educação para Todos. O plano tem data de validade e, ao término, é necessário fazer um ba-lanço para saber quais metas deram certo e quais ficaram para trás.

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O LinkedIn é a maior rede profissional do mundo e, em 2011, tornou-se referência para jovens ao lançar o StudentJob, um portal exclusivo para estudantes e recém-formados. Na plataforma, é possível cadastrar currículos gratuitamente, encontrar colegas de trabalho e fazer novos contatos, além de buscar vagas de estágio ou emprego. O site também permite o gerenciamento de carreira à medida que o profissional desen-volve seu perfil, estabelecendo assim um recurso confiável de registro de experiências e capacidades.

No mundo, o LinkedIn conta com 65 milhões de usuários – no Brasil, são cerca de 1 milhão - e várias empresas utilizam a ferramenta, já que esta permite buscas bastante específicas de candidatos potenciais. A média de idade de seus integrantes é de 44 anos, mas para os mais jovens, criar um perfil no site é uma excelente maneira de aprender suas funcionalidades e vincular-se antecipadamente a profissionais que podem servir de referência ou canal para futuras contratações.

Rede soCial e feRRamenta de maRketing pessoal

T / Priscilla Scurupa

A importância do site para a carreira de jovens estudantes

Page 25: Revista Escada 11

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Para a headhunter (recrutadora) da De Bernt Entschev Human Capital, Cristiane Domin-gues Ribas, a rede funciona como uma vitrine para novos talentos. “É um espaço onde várias pessoas terão acesso às suas informações de forma clara e rápida. A possibilidade de interagir, conhecer e entender alguns profissionais pelo LinkedIn também facilita bastante o processo de hunting (recrutamento). Com os perfis todos em um só lugar, temos grande rapidez para identificar possíveis talentos”, diz. Ainda segundo ela, cadastrar o currículo na plataforma, aumenta consideravelmente a probabilidade de surgirem oportunidades. “Nós, headhunters, estamos sempre antenados nos currículos cadastrados ali”, revela.

O professor do curso de Marketing Digital da FAE Centro Universitário, André Telles, ressal-ta que, apesar do caráter de entretenimento presente nas plataformas sociais, as discussões e interações em grupos de redes como o LinkedIn são fonte de informação, construção de reputação pessoal e conhecimento. “O profissional presente nessas redes demonstra ser atualizado e, sem sombra de dúvidas, garante um diferencial competitivo em sua carreira”.

Foi o que aconteceu com o estudante de Engenharia Elétrica da PUCPR, Marcel Clavijo. Ele conta que conseguiu seu último estágio graças ao perfil que mantém na rede. “Fiz o cadastro, me conectei a colegas de faculdade, amigos e ex-colegas de trabalho e me inscrevi em vagas que encontrei no StudentJob. Depois de cerca de quatro meses, recebi o convite para uma entrevista de estágio”. De acordo com ele, a principal razão de ter sido encontrado pelos recrutadores foi a manutenção constante de seu perfil com informações relevantes e organizadas. “Não adianta só estar cadastrado. Você tem que ser um usuário ativo, participar de grupos de discussão, acompanhar o perfil de outros profissionais da área para aprender um pouco sobre como fazem a gestão de suas carreiras e, principal-mente, sempre inserir novas habilidades”, aconselha.

Page 26: Revista Escada 11

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T / Marília Bobato e Ianna StechmanI / Divulgação

diCionáRio de agouRos e supeRtições(livro)

Quem não acredita em supertições? O Di-cionário de Agouros e Supertições traz reve-lações e segredos das mais diversas tradições antigas. Desde o motivo de acreditarmos que alguns números trazem azar até o porquê das cores das roupas que vestimos nos bebês. O livro mostra a ligação das crenças dos dias atuais com o tempo em que os acontecimen-tos e objetos tinham um significado mágico.

Classificação: A partir dos 12 anos

tuRma do infinito(livro)

Unidos, podemos fazer a diferença. Essa é a mensagem que o escritor Rai, ex-jogador da seleção brasileira de futebol, transmite em seu livro Turma do Infinito. A obra conta a história de quatro amigos que quando se conhecem na escola sentem que fazem parte do mesmo universo. O livro aborda temas como desenvolvimento, mudanças e elementos do mundo infantil. Além disso, através de ilustrações mostra as dificuldades de viver em sociedade e o que cada indivíduo representa na vida coletiva.

Classificação: A partir dos 10 anos

imagem e ação junioR - lousa mágiCa (jogo)

Imagem e Ação! Quem acertar primeiro vence. O jogo todo mundo já conhece, a novidade agora é a Lousa Mágica para desenhar o que tem que ser adivinhado. Estimula a criativida-de, raciocínio lógico e coordenação motora, não só das crianças como de quem quiser jogar. Um jogo divertido para brincar em equipe.

Classificação: A partir dos 5 anos

jogo da mesada(jogo)

Que tal um jeito divertido de aprender a lidar com o dinheiro? O jogo da Mesada ensina as crianças como fazerem pagamentos, emprés-timos, compras e vendas. Além disso, faz com que os jovens, desde pequenos, tenham con-tato, de maneira criativa, com o dia a dia dos adultos, administrando contas e enfrentando juros e dívidas.

Classificação: A partir de 6 anos

voCê tRoCa?(livro)

“Você troca um gato contente por um pato com dente?” É dessa forma que Eva Furnari brinca com as palavras em seu mais novo livro, Você troca?. Cheia de ilustrações e personagens conhecidos pelos pequenos, a obra sugere trocas interessantes e instigantes. O livro é um jeito divertido de aprender e, de forma simples, estimula a criatividade das crianças.

Classificação: A partir dos 7 anos

thomas & fRiends – Resgate na ilha misteRiosa (DVD)

O filme conta mais uma aventura de Thomas e seus amigos. Dessa vez Thomas, a loco-motiva falante azul, ajuda um amigo e como recompensa ganha uma incrível viagem por diversos lugares do continente. Durante o trajeto marítimo, ele se perde e vai parar em uma misteriosa ilha. Lá, faz amigos e percebe que vai precisar não só da sua coragem, como também da ajuda deles para voltar para casa.

Classificação: todas as idades

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27Matricular os filhos em uma boa escola particular é um dos sonhos de muitas famílias brasileiras. E fato é que milhares de famílias não o fazem por razões financeiras, e não por serem ativistas do ideal da escola pública, gratuita e de qualidade.

Meu objetivo nestas breves linhas não é estabelecer um com-parativo entre os dois modelos, até porque no meu ponto de vista não seria considerado isento, uma vez que, exonerei-me da função de professora de escola pública a fim de dedicar-me exclusivamente à educação privada.

Mas gostaria de deixar minha contribuição àquelas famílias que sonham em matricular seus filhos numa boa escola particular, e adiam sempre este sonho para o ano seguinte, exclusivamente em função das contas a serem quitadas nos próximos meses.

Em quinze anos de iniciativa privada aprendi que, matricular e manter um filho numa escola mantida através das mensalidades escolares é mais uma questão de prioridade das famílias, do que uma análise pura e simples do orçamento familiar, guardando--se as devidas proporções, é claro.

Ou seja, enquanto muitas famílias com orçamentos mais modestos, conseguem manter seus filhos na escola particular, honrando pontualmente seus compromissos assumidos junto à instituição, famílias com renda três, cinco, ou ainda mais vezes superior, não conseguem fazer o sonho sair do campo das ideias.

São três características básicas que permitem às famílias que, apesar de não serem abastadas, investirem na educação de seus filhos:

esCola paRtiCulaR paRa meus filhos, um sonho possível?

T / Raquel Momm - Conselheira do Sinepe/PR

ar.ti.gosm

A primeira delas chama-se prioridade. Cercados pela oferta fácil de crédito para troca do carro, pelas facilidades do cartão de crédito, e das compras parceladas, escolhem investir na melhor herança que podem deixar aos seus filhos. Sabem que em pouco tempo as roupas saem da moda, os brinquedos perdem a graça e o carro novo tem uma depreciação amarga, enquanto o investimento na educação de uma criança nunca sofre depreciação.

A segunda característica é o planejamento. Ou seja, entre as pessoas que pretendem matricular seus filhos numa escola particular, os que irão efetivamente conseguir são os que já no segundo semestre começam a planejar-se financeiramente para o próximo ano escolar dos filhos. O segundo semestre é a época de visitar as escolas, aproveitar o melhor parcelamento dos livros, aproveitar as promoções de uniforme escolar e usar o décimo terceiro de forma a deixar apenas as mensalidades para o ano seguinte.

A terceira característica é a perseverança. Investir na vida educacional de um filho é uma escolha para a vida, e não apenas para a época da volta às aulas. Durante todo o ano, cada orçamento mensal será sempre assombrado por apelos de con-sumo de coisas que não temos sequer onde guardá-las, mas que tentam tirar a família de seu foco principal. Por isso, perseverar na escolha é fundamental.

escola particular. um sonho possível para seu filho. Priorize, planeje e persevere. O futuro dele agradece. pense nisso.

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ajustes neCessáRios ao enem 2012

ar.ti.gosm

T / Jacir J. Venturi - 1º Vice-Presidente do Sinepe/PR

O Enem, transformado em grandioso processo seletivo, baliza e norteia todo o ensino da Educação Básica. Tornou--se a locomotiva, e os vagões são as séries do Ensino Médio e do Ensino Fundamental. Questionamentos há, mas o fato de o MEC ser o timoneiro dos conteúdos a serem ministrados permite a implementação de uma polí-tica educacional para todo o território brasileiro. Havia significativas dispari-dades entre os programas dos vesti-bulares, por exemplo, da USP, UFRJ, UFSC, UnB, ITA, etc. Até mesmo no

Paraná, um grande número de alunos que lograva êxito na UFPR reprovava no Cefet, UEL, UEM, pelas diferenças de conteúdos, critérios e pesos.

Recordemos que são muitos os países adeptos de provas e currículos unifi-cados para ingresso em suas universi-dades. O destaque é o SAT (Scholastic Assessment Test), vestibular norte--americano no qual o Enem pretendeu se modelar. Estamos caminhando na direção certa e “é caminhando que se constrói um novo caminho”.

As duas penúltimas edições foram de trapalhadas, por motivos torpes, desonestidade dos fraudadores e/ou incúria da gestão pública: em 2009, houve vazamento e anulação da prova, acarretando um prejuízo de R$ 165 mi-lhões; em 2010, falhas na encadernação da prova amarela e troca de cabeçalho no cartão-resposta levaram parte dos alunos a refazer o exame. Em 2011, tudo bem, até porque o Inep contratou por R$ 5 milhões uma empresa de gestão de risco para monitorar toda a logística, da impressão à aplicação das provas.

1º - O conteúdo programático do Enem é excessivo e merece ser mais bem descrito, enxuto. Ficou genérico demais. A grade curricular deve ser reduzida em 20% a 30%, eliminando-se subitens de todos os capítulos. Amiúde, debatemos com professores das diversas disciplinas, os quais são unânimes em afirmar que há sobrecarga de conteúdos. Um detalhamento mais primoroso do programa do Enem evita que o professor ministre temas complexos e desmotivadores, que não servem de pré-requisitos e que normalmente serão reapresentados na faculdade.

2º - Enunciados desnecessariamente longuíssimos, quando o candidato dispõe de apenas três minutos, em média, para a resolução de cada questão.

3º - Muito se avançou, porém em Matemática ainda há excesso de contextua-lização e aritmética, prescindindo-se de conteúdos mais profundos e raciocínio lógico. Não ignoramos que a Matemática tenha escopo prático e utilitarista. No entanto, mundialmente se valorizam seus bons fundamentos teóricos.

4º - O custo de toda a logística e aplicação do Enem quase triplicou de 2010 para 2011: subiu de R$ 128,5 para R$ 372,5 milhões. Um despautério que merece explica-ção, considerando que o número de candidatos teve um incremento de apenas 15%: de 4,6 para 5,3 milhões.

5º - Há peso excessivo à redação, em detrimento das demais disciplinas. As 180 questões objetivas de todas as matérias valem apenas 50%. Na outra metade, rei-na em absoluto a redação (de 30 linhas). Ademais, a correção do texto tem caráter subjetivo. Uma sugestão é que as quatro provas valham 20% cada uma, e também à redação se atribua 20%.

O Inep tem o nobre dever de demonstrar eficiência em suas ações e resgatar a cre-dibilidade perante os meios acadêmicos. A sociedade brasileira – especialmente os jovens com pouca voz e pouca vez – não merece essa quebra de expectativa, o que leva à frustração, descrença e desesperança. No ano em que a Rainha Elizabeth II passou pelo calvário de graves problemas familiares, ela cunhou uma expressão admissível ao Enem 2009 e 2010: annus horribilis.

há, pontualmente, ajustes que meReCem uma análise mais apRofundada poR paRte do meC, ouvindo-se eduCadoRes expeRientes:

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ar.ti.gosm

T / Esther Cristina Pereira - Diretora de Ensino Fundamental do Sinepe/PR

Comemorar ou simplesmente lembrar? Valem as duas opções para as escolas que trabalham as datas comemorativas do ano com as suas crianças. Existem espe-cialistas que não apoiam a proposta, mas vivenciando a escola no dia a dia, afirmo o quão valiosa ela é.

Ao trabalhar de maneira pedagógica e contextualizada as datas comemorativas com os alunos, enfatizamos a impor-tância das mesmas no meio social que vivemos. É preciso sintonia entre o cur-rículo e as datas destacadas. De forma bem pontuada pela equipe pedagógica, e escolhendo os momentos mais signi-ficativos para a comunidade em que a escola está inserida, a prática também é

uma forma de fazer com que as crianças levem adiante a nossa cultura e história. Citando o exemplo do Dia dos Pais que se aproxima, acredito que a escola deve esclarecer e trabalhar algumas questões como: o que é este dia para os filhos? E para os órfãos? E para adotivos? E que mudanças a estrutura familiar apresenta hoje? Trata-se de uma data que a ins-tituição pode aproveitar para mostrar a importância da figura paterna e o respei-to aos pensamentos, atitudes e condutas ensinados. Seja em comemoração ao Dia dos Pais, das Mães ou das Crianças, o mais valioso é celebrar o resgate da família, estrutura de maior valor para nós seres humanos.

É também função da escola lembrar outras datas festivas, como Dia da Árvo-re, Dia do Enfermeiro, Dia do Carteiro. Assim, conseguimos fixar nas crianças o valor das profissões, do meio ambien-te e da realidade que nos cerca. Datas históricas como o Dia de Tiradentes trazem um resgate de papéis, mostram a importância das figuras históricas de nosso país. Já datas como Festa Junina remetem ao folclore, aos nossos costu-mes. Todas são referências de vida que precisamos ter, que fazem parte das nos-sas raízes. Assim, o trabalho pedagógico fica mais gostoso e contextualizado, com sentido para professores, alunos e para toda a sociedade.

CelebRaR ou não as datas ComemoRativas na esCola?

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T / Ademar Batista Pereira – Presidente do Sinepe/PR

ar.ti.gosm

o Custo do ensino supeRioR gRatuitoCom um investimento de quase R$ 18 mil por aluno/ano, o Pa-raná tem o menor custo do ensino superior se comparado com outros estados brasileiros. Esse valor representa uma média de R$ 1,5 mil por mês e torna-se relativo ao compararmos com a mensalidade das grandes universidades particulares do estado em que a média é de R$ 1 mil.

Enquanto nas instituições particulares o valor de mensalidade é faturamento, no Estado é custo - sem considerar que as insti-tuições particulares pagam os impostos sobre as mensalidades e ainda obtém o lucro por serem empresas privadas. Fazendo uma conta simples, caso o Paraná resolvesse privatizar suas universidades, pagando para todos os seus alunos estudarem nas particulares, economizaria R$ 400 milhões por ano.

Em outros estados, o custo por aluno chega a ser três a quatro vezes maior que no Paraná. Para se ter uma ideia, seis estados juntos (Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Ceará) gastam R$12 bilhões/ano para 348 mil alunos com um custo de R$34,5 mil por aluno, quase R$3 mil por aluno/mês. Para fazer uma conta mais precisa, teríamos que calcular ainda os inúmeros investimentos constantes como estabilidade de funcionários, reparos nos edifícios, tecnologia e a própria estru-tura da secretaria que responde pelas universidades...

Por que o custo das públicas é tão superior ao das particula-res? Os defensores da universidade gratuita argumentam que somente as públicas investem em pesquisa, no entanto, se o Paraná terceirizasse o ensino superior, existiria uma verba de R$ 400 milhões/ano para pesquisa e, se somente os seis estados citados aderissem ao modelo, ultrapassaria R$ 8 bilhões/ano.

O modelo brasileiro de educação superior com gratuidade para todos é muito diferente dos modelos de sucesso que encontramos além-mar. Os Estados Unidos, por exemplo, não conta com ensino superior gratuito e os alunos que não têm condições de pagar recebem bolsas, as maiores e mais impor-tantes universidades americanas são privadas. Na maioria da Europa também – gratuita é a educação básica e, mesmo as-sim, a escola particular tem espaço e acesso a recursos públicos em parceria com o governo.

É claro que o problema do nosso modelo brasileiro não está apenas no ensino superior e isto é visível anualmente quando os alunos das escolas particulares são sempre os melhores classificados nos vestibulares das universidades estaduais e federais. Apesar da boa intenção das cotas e das políticas de inclusão, o ensino superior “gratuito” continua sendo desti-nado para os melhores alunos da educação básica da escola particular brasileira.

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ESCOLA DE

EDUCAÇÃO E HUMANIDADES

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A PUCPR oferece cursos de pós-graduação em todas as áreas do conhecimento e para diferentes per�s pro�ssionais. Os cursos da Escola de Educação e Humanidades são focados na qualidade do ensino e alinhados às demandas do mercado de trabalho.

Curitiba• Alfabetização e Letramento• Desenvolvimento Editorial com Ênfase em Materiais Didáticos• Educação Especial com Ênfase em Inclusão• Educação Física Escolar• Educação Infantil• Ensino de Ciências: Tecnologias de Educação e Temáticas Atuais• Família, Políticas Públicas e Instrumentalidade• Formação Pedagógica do Professor Universitário• História Social da Arte• Tecnologias Educacionais na Prática Pedagógica• Utilização de Laboratórios na Escola Básica Londrina• Teologia Bíblica