revista escada ed.17

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número 17 | ano 05 jan a mar de 2014 Publicação Sinepe/PR A importância das avaliações externas para a qualidade do ensino no Brasil ENTREVISTA Marcos Meier aborda a educação do ponto de vista da matemática à psicologia ENSINO SUPERIOR Confira as tendências de algumas instituições particulares do Paraná para 2014

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Page 1: Revista Escada ed.17

número 17 | ano 05 jan a mar de 2014Publicação Sinepe/PR

A importância das avaliações externas para a qualidade do

ensino no Brasil

EntrEvistaMarcos Meier aborda a educação do ponto de vista da matemática à psicologia

Ensino supErior Confira as tendências de algumas instituições particulares do Paraná para 2014

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SISTEMA POSITIVO DE ENSINO. EDUCAÇÃO SE FAZ COM CONFIANÇA.Imagine mais de 300 profissionais, entre especialistas, mestres e doutores, dedicados ao desenvolvimento de nosso material didático. Imagine o conhecimento desses profissionais somado à prática de professores do Brasil inteiro. Com o Sistema Positivo de Ensino, as escolas participam da elaboração dos materiais didáticos e ainda contam com a experiência de um grupo com mais de 40 anos dedicados à educação. Confie você também.

EDUCAÇÃO SE FAZ COM CONFIANÇA.

Para mais informações:0800 724 [email protected]/sistemapositivo facebook.com/editorapositivo twitter.com/editorapositivo

Prof. Gilson Laender FilhoColégio Sant’Ana,

Itaúna – MG, há 23 anos conveniado ao

Sistema Positivo de Ensino.

Profa. Marta Ubeda Miranda de SouzaMestra em Educação, Editora Positivo.

Page 3: Revista Escada ed.17

SISTEMA POSITIVO DE ENSINO. EDUCAÇÃO SE FAZ COM CONFIANÇA.Imagine mais de 300 profissionais, entre especialistas, mestres e doutores, dedicados ao desenvolvimento de nosso material didático. Imagine o conhecimento desses profissionais somado à prática de professores do Brasil inteiro. Com o Sistema Positivo de Ensino, as escolas participam da elaboração dos materiais didáticos e ainda contam com a experiência de um grupo com mais de 40 anos dedicados à educação. Confie você também.

EDUCAÇÃO SE FAZ COM CONFIANÇA.

Para mais informações:0800 724 [email protected]/sistemapositivo facebook.com/editorapositivo twitter.com/editorapositivo

Prof. Gilson Laender FilhoColégio Sant’Ana,

Itaúna – MG, há 23 anos conveniado ao

Sistema Positivo de Ensino.

Profa. Marta Ubeda Miranda de SouzaMestra em Educação, Editora Positivo.

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Iniciamos mais um ano letivo e com ele sentimos muitas expectativas, tanto por parte do corpo docente como dos alunos. Para entrar no ritmo da volta às aulas perguntamos aos educadores sobre a semana pedagógica em suas instituições e o que cada um pretende fazer de diferente este ano.

Nesta edição, também aproveitamos para fazer um balanço das formas de avaliações da educação brasileira. Apesar de importantes, acreditamos que as avaliações externas ainda precisam de ajustes para gerar mudanças e inovações no sistema educacional.

Confira estas matérias e também artigos de opinião e notícias das instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR, que já passam de 2 mil.

Boa leitura!

Jacir José VenturiPresidente4

e.di.to.ri.aladj m+f

Revista Escada Publicação periódica de caráter informativo com circulação dirigida e gratuita. Desenvolvida para o Sinepe/PR.

Editada pela Editora Inventa Ltda - CNPJ 11.870.080/0001-52Rua Heitor Stockler de França, 356 - 1º andar - Centro Cívico - Curitiba - PR

Conteúdo IEME Comunicação www.iemecomunicacao.com.br

Jornalista Responsável Taís Mainardes DRT/PR 6380

Projeto gráfico e ilustrações D-Lab – www.dlab.com.br

Revisão Marília Bobato

Comercialização Editora Inventa

Críticas e sugestões [email protected]

Comercial [email protected]

Os artigos assinados são de responsabilidade de seus autores e não expressam, necessariamente, a opinião desta revista.

Conselho editorial Fátima Chueire Hollanda José Antonio Karam José Manoel de Macedo Caron Jr. Márcio M. Mocellin Noely Luiza D. Santos

Aprovação Jacir J. Venturi

Impressão e acabamento Maxi Gráfica e Editora LtdaLogística e Distribuição CorreiosVersão Digital www.revistaescada.com.br

ex.pe.di.en.teadj m+f

Sinepe/PR Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino do Estado do Paraná

Conselho Diretor gestão 2012/2014 Diretoria ExecutivaPresidente Jacir J. Venturi1.º Vice-Presidente José Manoel de Macedo Caron Jr.2.º Vice-Presidente Paulo Arns da CunhaDiretor Administrativo Ailton R. DörlDiretor Econômico/Financeiro Rosa Maria C. V. de BarrosDiretor de Legislação e Normas Maria Luiza Xavier CordeiroDiretor de Planejamento Ademar Batista Pereira

Diretoria de EnsinoDiretor de Ensino Superior José Antonio KaramDiretor de Ensino Médio/Técnico Gilberto Vizini VieiraDiretor de Ensino Fundamental Esther Cristina PereiraDiretor de Ensino da Educação Infantil Noely Luiza Deschermayer SantosDiretor de Ensino dos Cursos Livres José Luis ChongDiretor de Ensino dos Cursos de Idiomas Jaime M. Marinero VanegasDiretor de Ensino das Academias Ana Dayse Cunha Agulham

Conselheiros1.º Conselheiro Jorge Apóstolos Siarcos2.º Conselheiro Pedro Roberto Wiens3.º Conselheiro Raquel Adriano M. M. de Camargo4.º Conselheiro Ir. Frederico Unterberger5.º Conselheiro Eduardo Vaz da Costa Júnior6.º Conselheiro Durval Antunes Filho7.º Conselheiro Roberto A. Pietrobelli Mongruel8.º Conselheiro Juliana Toniolo Sandrini9.º Conselheiro Renato Ribas Vaz10.º Conselheiro Magdal J. Frigotto11.º Conselheiro Volnei Jorge Sandri

Conselho FiscalEfetivos SuplentesOrlando Serbena Fabrizzio Ferreira RibasCarolina Batista Pereira Frizon Edison Luiz RibeiroHenrique Erich Wiens Ir. Anete Giordani

Delegados Representantes - FenepJacir J. VenturiAdemar Batista Pereira

Diretorias regionais

SINEPE/PR - Regional Oeste (Cascavel)Diretor-Presidente Airton Bonet Diretor de Ensino Superior Maria Débora Venturin Diretor de Ensino da Educação Básica Lauro Daros Irmã Mareli A. FernandesDiretor de Ensino da Educação Infantil Ione Plazza Hilgert Diretor dos Cursos livres/Idiomas Denise Veronesi Trivelatto

SINEPE/PR - Regional Cataratas (Foz do Iguaçu)Diretor-Presidente Artur Gustavo RialDiretor de Ensino Superior Fouad Mohamad FakinDiretor de Ensino da Educação Básica Antonio Neves da Costa e Antonio KreftaDiretor de Ensino da Educação Infantil Rita C. R. Camargo e Edite LarssenDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Fabiano de Augustinho SINEPE/PR - Regional Sudoeste (Pato Branco/Francisco Beltrão)Diretor-Presidente Ivone Maria Pretto GuerraDiretor de Ensino Superior Hélio Jair dos SantosDiretor de Ensino da Educação Básica João Carlos Rossi DonadelDiretor de Ensino da Educação Infantil Amazilia Roseli de Abreu PastorelloDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Vanessa Pretto Guerra Stefani SINEPE/PR - Regional Campos Gerais (Ponta Grossa)Diretor-Presidente Osni Mongruel JuniorDiretor de Ensino Superior Marco Antônio RazoukDiretor de Ensino da Educação Básica Irmã Edites BetDiretor de Ensino da Educação Infantil Maria de Fátima Pacheco RodriguesDiretor de Ensino dos Cursos Livres/Idiomas Paul Chaves Watkins

Diretoria da Regional CentralDiretor-Presidente Dilcemeri Padilha LizDiretor de Ensino Superior Salette Silveira AzevedoDiretor de Ensino da Educação Básica Telma E. A. LehDiretor de Ensino da Educação Infantil Cristiane Siqueira de MacedoDiretor dos Cursos livres/Idiomas Marcos Aurélio Lemos de Mattos

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Colégio Medianeira, há 57 anos educando para uma sociedade mais justa e solidária.

Nós, do Medianeira, acreditamos na excelência humana e acadêmica da pessoa toda e de todas as pessoas, tecendo a possibilidade de um mundo melhor.

| (41) 3218-8000 | f colmedianeira | www.colegiomedianeira.g12.br

Bicentenário da restauração da Companhia de Jesus. “Dois períodos de uma mesma história, num mesmo espírito”. Acesse www.bicentenariosj.com.br e conheça mais.

Af_an_1pag_escada.indd 2 17/02/14 14:24

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ín.di.cesm

Universo das associadas

História

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Veja as ações de algumas instituições de ensino associadas ao Sinepe/PR

Colégio Medianeira: 57 anos de compromisso com a educação

agenda26Calendário dos cursos e palestras voltados aos educadores

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artigo

artigoBrasil: menos pior no último Pisa, por Jacir J. Venturi

artigo

MeMóriaConheça a história de Francis Linel - Monsieur le Consul a Curityba

ensino sUperior22 Confira as tendências de algumas instituições particulares do Paraná para 2014

entrevista12Marcos Meier aborda a educa-ção do ponto de vista da mate-mática à psicologia

ensino inFantiL

edUcação sob anáLise

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Alimentação saudável é disciplina obrigatória nas escolas do Paraná

A importância das avaliações externas para a qualidade do ensino no Brasil

opinião08Educadores contam como foi a semana pedagógica e o que pretendem fazer de diferente em sala de aula em 2014

INSCRIÇÕES ABERTAS.

POSSIBILIDADESNA EDUCAÇÃOE HUMANIDADES.

www.pucpr.br/pos

A PUCPR oferece diversos cursos de Pós-Graduação na área de Educação e Humanidades e em mais 8 Escolas, abrangendo todas

as áreas do conhecimento. Seja para se atualizar, para iniciar uma carreira ou até mesmo para mudar de rumo, procure novas

possibilidades: conheça os cursos da PUCPR.

VOCÊNOPLURAL.

• A Política Nacional de Assistência Social na Perspectiva do SUAS• Alfabetização e Letramento• Antropologia Cultural• Desenvolvimento Editorial com Ênfase em Materiais Didáticos• Educação Especial com Ênfase em Inclusão• Educação Infantil• Estatística com Ênfase em Pesquisa• Ética em Perspectiva• Formação a Distância para Educadores da Primeira Infância

E S C O L A D E E D U C A Ç Ã O E H U M A N I D A D E S

• Formação Pedagógica do Professor Universitário: Didática do Ensino Superior• Gestão de Políticas, Projetos e Programas Sociais• História Contemporânea e Relações Internacionais• História Social da Arte• Leitura e Escrita• Língua Inglesa: Metodologia do Ensino e Tradução• Materiais Didáticos no Ensino de Ciências e Matemática – Semipresencial• Pastoral Familiar• Políticas Públicas para as Cidades com Ênfase na Habitação• Psicopedagogia• Sociologia da Educação

2014: Ano da Copa do Mundo no Brasil, por Dilcemeri Padilha de Liz

Pedagogia da escuta: um percurso a ser desvendado e compreendido, por Elisabet Ristow

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INSCRIÇÕES ABERTAS.

POSSIBILIDADESNA EDUCAÇÃOE HUMANIDADES.

www.pucpr.br/pos

A PUCPR oferece diversos cursos de Pós-Graduação na área de Educação e Humanidades e em mais 8 Escolas, abrangendo todas

as áreas do conhecimento. Seja para se atualizar, para iniciar uma carreira ou até mesmo para mudar de rumo, procure novas

possibilidades: conheça os cursos da PUCPR.

VOCÊNOPLURAL.

• A Política Nacional de Assistência Social na Perspectiva do SUAS• Alfabetização e Letramento• Antropologia Cultural• Desenvolvimento Editorial com Ênfase em Materiais Didáticos• Educação Especial com Ênfase em Inclusão• Educação Infantil• Estatística com Ênfase em Pesquisa• Ética em Perspectiva• Formação a Distância para Educadores da Primeira Infância

E S C O L A D E E D U C A Ç Ã O E H U M A N I D A D E S

• Formação Pedagógica do Professor Universitário: Didática do Ensino Superior• Gestão de Políticas, Projetos e Programas Sociais• História Contemporânea e Relações Internacionais• História Social da Arte• Leitura e Escrita• Língua Inglesa: Metodologia do Ensino e Tradução• Materiais Didáticos no Ensino de Ciências e Matemática – Semipresencial• Pastoral Familiar• Políticas Públicas para as Cidades com Ênfase na Habitação• Psicopedagogia• Sociologia da Educação

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o.pi.ni.ãosubst.

Inge Suhr | Coordenadora Pedagógica do Centro Universitário UNINTER.

“A Jornada Acadêmica organizada para os professores da graduação pre-sencial do Centro Universitário UNINTER teve uma diversidade de ativi-

dades, desde entrega de livros, teatro, música e poesia até palestras e oficinas. O objetivo foi atingir os docentes por meio de várias linguagens, criando um ambiente propício para um semestre letivo produtivo. Os benefícios para o ano letivo serão observados no decorrer do tempo, mas, como os temas esta-vam ligados aos desafios da prática pedagógica no ensino superior na atuali-dade, creio que os conteúdos abordados serão de grande valia. Devo ressaltar que os docentes gostaram muito da atividade realizada pela Dra. Sheying Ramos Ling, do departamento jurídico acadêmico, orientando-os sobre as atitudes e posturas que devem ser adotadas em sala com o objetivo de minimizar conflitos e mesmo demandas jurídicas”.

EducadoR, como foi a sEmana pEdagógica na sua instituição? o quE você pREtEndE fazER dE difEREntE Em sala dE aula Em 2014?

Edna Percegona | Diretora-geral do Colégio Opet.

Sheila Tojeiro | Professora da Escola da Colina.

“A Jornada Pedagógica do Colégio Opet foi uma importante oportu-nidade de integração e estudo. Professores e equipes pedagógicas se

dedicaram ao planejamento de ações que promoverão melhores índices de aprendizagem para os alunos Opet. Neste ano, o foco será o estudo e a implementação de metodologias de ensino inovadoras, envolvendo o uso de tecnologias digitais, como o uso de tablets e de recursos promove-dores da Construção Interativa do Conhecimento, que pressupõe o aluno como protagonista de sua aprendizagem”.

“A semana pedagógica na Escola da Colina foi ótima. Realizamos dinâmi-cas direcionadas ao trabalho em equipe, a formação continuada com um

estudo sobre a importância de um planejamento claro e objetivo, entre outros assuntos. No final da semana fomos presenteadas com um passeio cultural em Curitiba. Lá, visitamos vários pontos turísticos, dentre

os quais, o Memorial. O benefício apresentado pelos gestores foi um plano de meritocracia no qual o principal objetivo é a valorização do fun-cionário. Quanto ao que pretendo fazer de diferente na minha sala em 2014 é ter um olhar mais crítico para com o meu trabalho e abordar vários projetos, visando o crescimento intelectual dos alunos”.

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quER sugERiR uma pERgunta paRa Esta sEção ou opinaR soBRE os tEmas pRopostos? EnviE EMail Para [email protected] E ParticiPE!

“O Grupo Bom Jesus promoveu uma série de encontros com professores, asses-sores e coordenadores das mais de 30 unidades diretas e conveniadas espalha-

das pelo Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Brasília. O objetivo foi informar e capacitar todo o corpo docente sobre os encaminhamentos pedagógicos para o ano letivo de 2014. Em Curitiba, o Encontro Pedagógico contou ainda com duas grandes atrações: a apresentação do monólogo “Gandhi – a mudança que queremos ver”, interpretado pelo ator João Signorelli, que proporcio-nou um momento de reflexão e autoconhecimento aos participantes, e a palestra da advogada especialista em direito digital, Patrícia Peck, que falou aos docentes sobre o uso da internet e das redes sociais entre edu-candos e educadores”.

Giselli de Fatima Padilha Hümmelgen | Gestora Pedagógica do Centro de Estudos e Pesquisas (CEP) do Colégio Bom Jesus.

Carolina B. Pereira Frizon | Coordenadora pedagógica da Escola Atuação.

Sheila Tojeiro | Professora da Escola da Colina.

Juliana Boff | Coordenadora do Ensino Integral do Sion Solitude.

“No Sion não trabalhamos apenas a parte didática e assuntos de sala de aula. Comple-mentamos o planejamento com atividades, palestras e oficinas práticas. Neste ano,

por exemplo, uma das atividades foi a dança circular, onde tratamos sobre cooperação, trabalho em grupo e cumplicidade. Também fizemos um retiro com o Padre Libanio, que nos acrescentou bastante na questão espiritual, algo fundamental em nosso trabalho. Entendemos que a formação dos professores deve ser completa, em que ele conhece bem a si mesmo para poder conhecer o pró-ximo. Quando o professor olha para si, ele consegue olhar também para o aluno. É isso que nos diferencia. E, a cada ano, temos um tema em nossa agenda que acaba norteando todo o trabalho. Neste ano trabalharemos o Caminhar”.

“A semana pedagógica é organizada e preparada com o intuito de instru-mentalizar os professores no sentido de um estudo contínuo viabilizando

o encontro dos docentes, a possibilidade da troca de experiências e a expo-sição de ideias. Foi exatamente na troca de experiências que nasceu a ideia de um projeto inovador, com o objetivo de estimular e propiciar aos alunos que possuem interesse e habilidade na área de exatas, estudos extras rela-cionados a assuntos que possam aprimorar o conhecimento mais signifi-cativo com um grau de profundidade mais complexo que o esperado para a fase, possibilitando um estudo de maior intensidade. Os encontros acon-

tecerão no contraturno e os alunos foram selecionados pelos professores, seguindo basicamente o critério de possibilidade, curiosidade e interesse”.

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A lei federal nº 11.947, de junho de 2009, ga-rante a alimentação escolar saudável em todos os tipos de redes de ensino - escolas públicas, privadas, filantrópica e comunitária. Nesta ques-tão, o Paraná saiu na frente em 2004 com a lei estadual 14.423, que determina que os serviços de lanches nas unidades educa-cionais deverão obedecer a padrões de qualidade nutricional e de vida, indispensáveis à saúde dos alunos.

Tamanha atenção ao tema dá-se por estatísticas preocupantes. A Pesquisa de Orçamento Familiar (POF), realizada em 2008-2009 pelo IBGE em parceria com o Ministério da Saúde, revelou que 33,5% das crianças estão acima do peso. Em 1974, apenas 1,4% das crianças entre 5 e 9 anos eram obesas, saltando para 16,6% em 2009. Há, ainda, a falta de exercícios físicos. A Pesquisa Nacio-nal de Saúde do Escolar (PeNSE), realizada pelo IBGE em 2012, apontou que a maioria dos adolescentes (45,1%) foi classificada como insuficientemente ativos. E o significativo aumento de peso das crianças brasileiras, além do consequente desenvolvimento de doenças, tem uma causa principal: a má alimentação.

Em Curitiba, na Escola Atuação, a prática da alimentação sau-dável funciona muito antes da existência de uma lei específica. As duas sedes da instituição contam com horta, onde os alunos aprendem a plantar e podem levar o alimento para casa para desfrutar com seus familiares. Além disso, os estudantes do período integral fazem todas as refeições do dia, de acordo com um cardápio elaborado por uma nutricionista.

A proposta é que o aluno experimente um pouco de tudo que está no cardápio, com ênfase nas saladas. “Cada dia propomos um leguminoso ou uma verdura, e essa prática vai virando uma rotina”, conta a coordenadora do 1º ao 5º ano, Jacqueline Mann Pereira. A aluna Maria Vitoria Sacher, de sete anos, já aprendeu a comer alfa-ce, tomate, rúcula, cenoura e frutas. “Gostei muito de experimentar a couve-flor, mas a cenoura ainda estou aprendendo a gostar”.

De acordo com a nutricionista da instituição, Letícia Marquardt Pech, não podemos negar aquelas comidas prediletas das crianças, mas o importante é sempre oferecer variedades. A base do cardápio deve ter, no mínimo, quatro tipos de salada, grãos e cereais, como arroz e feijão, acompanhamentos, carne e sobremesa – sempre com alguma fruta fresca”, diz Letícia.

Na hora do lanche, o Colégio OPET – Unidade Centro Cívico, em Curitiba, também segue à risca a oferta de produtos saudá-veis. Na cantina da instituição há sucos naturais, chás, vitami-nas, salada de frutas, salgados e tortas assadas, bolos caseiros e sanduíches naturais.

T / Elisa CordeiroF/ Escola Atuação

en.si.no in.fan.tilsm adj

_lui

za a

bend

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bons Hábitos

Entender a importância da alimentação saudável é um passo consciente para quem precisa evitar guloseimas, fast-food e comidas industrializadas. “Doenças como alergias, diabetes e a famosa intolerância à lactose estão cada vez mais comuns entre as crianças, e todas elas estão ligadas aos maus hábitos alimen-tares”, comenta a nutricionista Andressa Petla, que montou a empresa Pequeno Comilão, especializada em lanches infantis balanceados com serviço de entrega diária no horário do lanche nas escolas. De acordo com a profissional, as crianças podem consumir qualquer tipo de comida, mas o que faz mal é o excesso e a rotina de sempre servir os mesmos alimentos. “O três segredos são a proporção, variedade e quantidade. Tendo esses pontos, já conseguimos obter uma alimentação saudável. E a reeducação alimentar não é apenas fornecer o alimento que as crianças gos-tem, deve haver um trabalho psicológico. Além da conversa com os pais e professores, teatros e palestras nas escolas são opções de reeducação”, observa. A nutricionista lembra ainda que a educa-ção alimentar deve começar em casa, com o exemplo dos pais.

EducadoR, como você tRaBalha o tEma alimEntação Em sua Escola? EnviE sEu coMEntário Para [email protected]

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T / Priscilla ScurupaF / Estúdio Cafeína

DA mATEmáTICAà psicologia

en.tre.vis.ta / Marcos Meiersf

Marcos Meier é professor de matemática, psicólogo, mestre em educação, escritor e palestrante. Uma coisa levou a outra e todas tem em comum o foco na educação. De acordo com ele, trabalhar seus pontos fortes o levaram a estas mudanças na carreira.

Como palestrante, viaja todo o Brasil conversando com professores e visitando escolas. Para ele, “professor bem formado, atualizado e motivado é o tesouro de uma escola”. A missão é difícil, mas Meier acredita que é preciso investir nacionalmente num plano de carreira que valorize o mérito desses profissionais de forma justa.

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REvista Escada - O que significa educar para você?

maRcos mEiER - Antigamente edu-car era ensinar. Se um professor en-sinasse numa universidade e suas pesquisas fossem famosas, ainda que irrelevantes, ele seria um bom educador, um bom professor. Hoje não é mais assim, ou melhor, não deveria ser. Educar é fazer o aluno aprender. Se o aluno não aprende, de que servem nossas aulas?

Educar também significa desen-volver autonomia de pensamento. E uma pessoa autônoma, pode pensar por si mesma, aprender sem a dependência por alguém que a ensine. Quanto mais ‘inútil’ para o aluno o mestre se tornar, melhor mestre terá sido, pois não ensinou apenas o conteúdo, foi além: ensi-nou a conquistar os conteúdos de forma autônoma.

RE - Você é muito requisitado por instituições de ensino para palestrar em semanas pedagógicas. Quais as principais expectativas das escolas e quais as principais queixas apresen-tadas pelos professores?

mm - As escolas precisam de profes-sores motivados, animados e com muita vontade de fazer com que seus alunos aprendam de verdade. No entanto, há professores cansados (e com razão), desanimados e que não leram nenhum livro durante o ano, nem nas férias. Suas aulas serão iguais as do ano anterior. Que motivação o aluno terá? Para que os problemas não se agravem, muitas escolas contratam palestrantes que tenham conteúdo e bom humor para mostrar novos caminhos aos professores ou para animá-los no caminho que já decidiram seguir. Formação continuada dos profes-sores é um dos principais fatores do sucesso de uma escola. O Reino Unido investiu durante 50 anos em metodologias, processos, tecnologias para aumentar a média dos alunos na alfabetização. Não conseguiu. Quando investiu na formação do

professor, em apenas três anos houve um crescimento significativo. Professor bem formado, atualizado e motivado é o tesouro de uma escola.

RE - Vemos o número de pessoas que de-sejam seguir a carreira de professor em queda. Como você enxerga este cenário e o que pode ser feito para mudar este quadro no Brasil?

mm - Quando me formei em Matemá-tica, o salário de um professor era um terço do salário que uma empresa pa-garia para quem tivesse curso superior na área de exatas. Não é fácil tomar a decisão de ir para a sala de aula. Se fosse exclusivamente pelo dinhei-ro, a situação seria ainda pior. Mas, ainda bem, a carreira na educação não depende apenas de salários, mas da realização profissional, do gostar de ensinar. Precisamos ter um plano sério e maduro para a carreira de professor no Brasil. Um plano para 20, 30 anos, e não apenas para durar enquanto o mandato político estiver valendo.

Deveríamos ter um plano que aten-desse às necessidades de um país em desenvolvimento. Se o discurso político era de crescimento, já se sabia que faltariam profissionais no futuro, então milhares de vagas nas universi-dades deveriam ter sido abertas. Não foram, pois não havia e não há um plano que seja obedecido. E o discurso demagógico dos políticos responsáveis pela educação sempre afirma: “Edu-

cação é prioridade”. Não sabem nem planejar, quanto mais compreender educação como processo necessário ao desenvolvimento.

Precisamos investir nacionalmente num plano de carreira que valorize o mérito de forma justa e que tenha coragem de dizer ao péssimo profes-sor: “Procure outra coisa para fazer, pois você está atrapalhando a vida de muitas crianças que deveriam estar aprendendo e não estão”. Obviamente sei do perigo que um plano assim traz, mas continuar da forma como está é dar espaço à incompetência.

Resumindo, o quadro pode ser mudado, sim, basta que as escolas, os municípios, os estados e o governo federal invistam de verdade na formação continuada em serviço. Há vários casos de municípios maravilhosos que aumentaram sua nota no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) melhorando a qualida-de de seus professores.

RE - Você deixou as salas de aula como professor de Matemática para se dedicar às palestras. Nesta transição cursou Psicologia. O que o levou a escolher a carreira de professor e como foi esta mudança de carreira?

mm - Sempre amei as matérias rela-cionadas ao ensino e aprendizagem, mesmo quando cursava Matemática. Estudar Psicologia foi continuar a buscar respostas para a pergunta: “Por

“Precisamos investir nacionalmente num plano de carreira que

valorize o mérito de forma justa”

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que alguns alunos amam Matemática e outros odeiam?”. Quando estudamos o comportamento humano, aprendemos a ser mais eficientes na forma de lidar com alunos, tanto nas questões de aprendi-zagem, quanto nas comportamentais, de disciplina. Todo professor deveria ter formação em psicologia das relações, do comportamento, da adolescência. Mas o que temos nos cursos de educação, pedagogia ou licenciatura? Aulas de psi-cologia do desenvolvimento sob o ponto de vista psicogenético. Faltam aulas sob o ponto de vista psicossocial.

Os maiores problemas dos professores estão relacionados à indisciplina, à falta de respeito dos alunos pelo pro-fessor e por seus colegas que pensam diferentemente deles. Como melhorar a interação entre os alunos e com ele próprio? A universidade não ensinou. Por essa razão cursei Psicologia, para poder compreender melhor todo esse processo riquíssimo das relações esta-belecidas em uma sala de aula.

Depois, ainda durante minha atuação como professor, comecei a ser cha-mado para ensinar outros professores por meio de palestras. Com o passar do tempo os convites eram tantos, que não pude mais continuar com o con-sultório de psicologia, nem com sala de aula fixa. E decidi trabalhar exclusiva-mente com cursos e palestras. Posso dizer que estou realizado com o que faço, amo ensinar, amo educação.

RE - Passar dos números e estatísticas para a psicologia foi uma mudança radical. Como foi trabalhar isso e quais os benefí-cios para sua vida profissional/pessoal?

mm - Minha realização profissional e pessoal vem dos feedbacks que recebo quando ensino professores, pais ou adolescentes a interagir melhor. É uma delícia ver que é possível dar uma aula cada vez mais significativa, mais ani-mada, mais eficaz. E se pude contribuir para isso, fico cada vez mais feliz.

Todos nós temos pontos fortes e fracos. Quando um trabalho exige muito de nossos pontos fracos, enquanto os fortes não são valorizados nem neces-sários, podemos até mesmo entrar em depressão. Já passei por isso. Então decidi trabalhar em tudo aquilo que valorizasse meus pontos fortes e não exigisse dos meus pontos fracos. Fui um bom diretor de escola. Dei o meu me-

lhor, mas me entristeci. Gestão, administração e contabilidade não eram meus pontos fortes, mas eram os mais exigidos pela função que eu exercia. Saí para palestrar, dar aulas, cursos... E me realizei, pois para dar uma excelente palestra, preciso colocar em prática exatamente os pontos em que sou melhor avaliado.

RE - Pode nos contar um episódio que tenha te marcado enquanto estudante e outro como professor?

mm - Como aluno fui humilhado em sala de aula por não saber o plural de pires. A professora percebeu que eu estava distraído e perguntou diretamen-te para mim. Eu respondi: ‘pirezes’. Meus colegas se rolavam de rir, o que eu acharia até normal, mas ela debochou da minha resposta dizendo: “Dá pra ver que você não entendeu nada do que eu disse. Vê se melhora”. Me senti um burro, mas na verdade eu havia prestado atenção, percebido que o assunto era fácil e parei de ouvi-la. Só sabia que tinha que por um ‘S’ no final para cons-truir plurais. Decidi, então, jamais humilhar um aluno, por pior que fossem suas perguntas, respostas ou contribuições em sala.

Como professor, lembro-me de uma oitava série de uma escola municipal em Campinas (SP). Eu os desafiava a aprender além dos livros, os incentivava a conquistarem seus sonhos. Era uma escola de periferia, alunos muito pobres. Decidiram fazer uma formatura linda, mas logo perceberam que seria mui-to cara. Já haviam desistido quando lhes mostrei que era possível conseguir dinheiro com festas na escola, com ‘sábado da pizza’, com rifas e aquele monte de coisas que a gente inventa para conseguir dinheiro. Deu certo. A formatura foi inesquecível. E no último dia do meu trabalho naquela escola, encontrei todos os alunos de pé sobre as carteiras, em silêncio, apenas me olhando nos olhos quando então ouvi uma menina com uma voz linda cantando ‘Ao mestre com carinho’. Logo todos estavam cantando a plenos pulmões e chorando. Nem precisa dizer que eu também.

RE - Hoje os estudantes têm acesso à informação de uma forma muito rápida e até mesmo excessiva. A sala de aula deixa os estudantes entediados/ desestimulados? É possível mudar esta realidade?

mm - Eles têm muitas informações, mas não as constroem. São consumido-res, não geradores de conhecimento, como diria Reuven Feuerstein, o maior educador vivo atualmente. E é claro que a escola fica chata se tentar fazer a mesma coisa que a internet ou os tablets: dar informações. Como professores não conseguimos explicar um conceito com sons, música, movimentos, três dimensões, etc. A tecnologia consegue. Então precisamos parar de tentar informar e deixar isso para os vídeos, softwares, e todas as outras tecnologias que já existem e que ainda serão criadas. O que a escola precisa fazer é ensinar

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“O aluno adolescente vencedor do prêmio Jovem

Cientista de 2013 desenvolveu um aplicativo para celular

durante a greve dos professores de sua escola.

Isso deveria ser no mínimo provocativo para nós”

Page 15: Revista Escada ed.17

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a criar, a desenvolver, inovar, a pro-duzir textos de qualidade, a inventar. Copiar já era. O aluno adolescente vencedor do prêmio Jovem Cientista de 2013 desenvolveu um aplicativo para celular durante a greve dos professo-res de sua escola. Isso deveria ser no mínimo provocativo para nós, pois ele criou, desenvolveu, trabalhou, estudou, aplicou, produziu enquanto a escola não o atrapalhava. A escola em que ele estuda é excelente, mas foi isso que ocorreu. É cômico, mas deve nos fazer refletir sobre o tipo de escola que temos e a que precisamos.

RE - Se o perfil dos alunos mudou, o professor deve mudar também para atender essa nova sociedade? Como as famílias devem se encaixar neste proces-so educacional?

MM - Professor atualizado é sempre melhor avaliado por seus alunos. Professor que não muda, vai ficando para trás. Imagine uma ilustração bem simples: uma professora alfabetiza-dora começa a lecionar com 21 anos de idade (ou mais, ou menos, mas em torno disso). Seus alunos tem 6 anos de idade. No ano seguinte, ela terá 22 e seus alunos (nova turma) 6. E assim por diante. Logo terá 40, 50 e seus alunos continuarão com 6. Se ela não se atualizar, compreender como pensam as novas crianças, como interagem com o conhecimento, como se relacionam com outras crianças e com adultos, ela estará ingenuamente lecionando para aquele tipo de aluno que ela tinha quando começou. Lá deu certo. Mas e agora?

Em relação às famílias, é preciso que assumam a responsabilidade do acom-panhamento dos estudos de seus filhos e dos princípios e valores que devem nortear suas ações.

RE - Você é um dos autores do livro Mediação da aprendizagem na educação

especial. Atualmente, existe um movimen-to para inclusão dos especiais em escolas regulares. Acredita que este é o caminho?

mm - A inclusão não é a melhor opção para todas as crianças. Muitas delas não estão sendo respeitadas, pois, ao invés de aprenderem um pequeno pas-so a partir do lugar onde estão, tentam ouvir aulas abstratas inatingíveis que entram por um ouvido e saem por ou-tro. É uma injustiça essas crianças se-rem empurradas para as séries seguin-tes sem entender nada dos conceitos mais simples de cada matéria. É, e deve continuar sendo, um direito delas, mas jamais deveria ser uma imposi-ção. Há crianças sendo machucadas psicologicamente quando, não apenas não desejam estar na escola, como não entendem nada e se entristecem todos os dias. Além disso, o trabalho cogni-tivo que poderia ajudá-las de verdade não está sendo feito, pois elas estão ‘na escola regular’. Não dá pra fazer inclusão ‘goela abaixo’, não a inclusão humana, comprometida com o respei-to e a valorização das pessoas. Além desse problema, há a falta de apoio ao professor. Como os professores estão trabalhando atualmente? Exaustos, estressados, sem ajuda, sem salários dignos, com excesso de alunos indis-ciplinados, etc. E ainda querem exigir mais deles? Sem cursos? Sem ajuda? Sem apoio pedagógico? É demais. É injusto com eles e com as crianças.

Por outro lado, a inclusão é uma con-quista maravilhosa, que atende muito bem muitas crianças que estariam perdendo tempo em escolas ‘especiais’, pois dão conta de aprender numa escola regular e a interação com outras crianças é algo muito positivo. Cada caso deveria ser avaliado em separado e decidido com sabedoria.

10 - Em ano de Copa do Mundo no Brasil e eleições a educação fica em segundo plano no Brasil?

“Tá na hora de exigir seriedade na gestão do que é nosso: o Brasil.”

Qual EntrEvistado você gostaria dE vEr aQui nEstE EsPaço na PróxiMa Edição? EnviE sua sugEstão Para [email protected]

mm - O Brasil precisa ter mais maturidade em relação ao turis-mo. Os ganhos que a Copa trará são inegáveis. E nos últimos anos o investimento que o governo fez em educação básica é mais que o dobro do que o gasto com a Copa. Talvez muito mais se considerar-mos os investimentos em todos os segmentos da educação. A Copa, definitivamente, não é o problema. O problema todo é a falta de plane-jamento e de investimento sério na educação, no turismo, na saúde, na infraestrutura...

Apenas como exemplo, vamos avaliar a situação dos taxistas. A maioria não sabe história, nem falar inglês, e atende ao turista de forma muito precária. Foi hoje que descobrimos que sediaremos a Copa? Obviamente que não. Então por que nossos taxistas não rece-beram cursos de inglês e espanhol gratuitamente? Em 2007, fomos es-colhidos como país sede da Copa de 2014. Em sete anos, quantos cursos de línguas um taxista poderia ter feito? E os atendentes nos hotéis? Ainda temos estádios para termi-nar, isso é sinal do que?

Precisamos continuar sediando Copas, Olimpíadas, grandes eventos mundiais. Mas, principalmente, pre-cisamos sediar escolas de qualidade. E se o país quer crescer, precisa valo-rizar seus professores, pois são eles que formarão toda uma massa de gestores, trabalhadores, profissionais de todas as áreas. Sem professores, sem vagas nas universidades, sem investimentos sérios na educação, logo teremos que importar físicos, matemáticos, médicos, engenheiros e uma série de outros profissionais. Só não precisaremos importar políticos, pois esses, por incrível que possa parecer, não precisam ter edu-cação formal. Se souberem escrever o nome, poderão até mesmo fazer parte de comissões de educação. Tá na hora de exigir seriedade na gestão do que é nosso: o Brasil.

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T / Priscilla Scurupa

es.pe.ci.aladj

Prática comum de controle da atuação e da eficácia das escolas, programas de avaliações externas vem sendo adotados por sistemas educacionais de diversos paí-ses. Partindo do entendimento de que a educação é ferramenta essencial de transformação social, essa tendência busca estabelecer um processo sistemático pelo qual se possa promover melhorias e aperfeiçoar a qualidade da aprendizagem e da formação dos alunos.

Apesar de vantajosos no sentido de orientar mudanças necessárias, tais índices ainda provocam polêmicas. Primeiramente em relação à publicação de resultados que, no entendimento de diversos especialis-tas, causam um desserviço ao enaltecer algumas instituições e estigma-tizar outras.

“A utilização dos resultados das avaliações externas na elaboração de rankings causa uma distorção importante: algumas instituições concentram seus esforços em ações que permitam melhorar seus indicadores e, consequentemente, suas posições nos rankings, mesmo que essas ações não promovam nenhum tipo de melhoria na qualidade de ensi-no”, avalia o Pró-Reitor de Graduação da PUCPR, Vidal Martins.Além disso, há ressalvas quanto a aplicação unilateral dessas avaliações a sistemas educa-cionais de contexto social, político e econômico distintos.

“Alunos do Sul, Norte, Nordeste, todos fazem a mesma prova. Não se pode desconsi-derar a realidade na qual estão inseridas essas escolas e alunos”, ressalta a presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares (Fenep), Amábile Pácios. Para ela, os mais prejudicados com a promoção de rankings, são os alunos de escola pública, que normal-mente acabam ocupando as piores posições. “Isso tira do aluno a esperança de continuar estudando”, diz.

No Brasil, os exames nacionais foram instituídos, principalmente, com base na reforma expressa pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), que regulamenta o sistema educa-cional (público ou privado) do país (da educação básica ao ensino superior). Para atender às novas diretrizes previstas e medir a adequação das instituições a estas, passou-se a adotar um sistema de testes educacionais para todos os níveis de ensino.

Um dos primeiros foi o chamado “Provão”, criado em 1996, e substituído pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) em 2004. Integrado ao Sistema Na-cional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), o Enade é realizado a cada três anos,

e tem como objetivo avaliar o rendimento dos alunos de graduação em relação aos conteú-dos programáticos, suas habilidades e competências.

No Enade 2012, foram avaliados 7.228 cursos pertencentes a 1.646 institui-ções de Educação Superior brasileiras das áreas de ciências sociais aplicadas e ciências humanas, além de cursos de tecnologia. Segundo o MEC, cerca de 30% dos cursos ficaram abaixo da média considerada aceitável.

O Enade tem notas de 1 a 5. Os resul-tados 1 e 2 são considerados insatisfa-tórios, o 3 é razoável e o 4 e 5 são bons. A maior parte dos cursos teve nota 3 no exame (43,9%), avaliação mínima acima da média. Outros 19% dos cur-sos avaliados tiveram nota 4, e apenas 5,4% conseguiram a nota máxima no exame nacional, avaliação 5.

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A participação do estudante habilitado ao Enade é condição indispensável ao registro da regularidade no histórico escolar, assim como à expedição do diploma pela instituição de ensino superior. Ao todo, 536 mil estudantes, do último e penúltimo semestre da gra-duação, fizeram a prova, que teve ainda 20,1% de abstenção em todo o país. Já em 2013, 13,7% dos estudantes deixaram de realizar o exame.

De acordo com Amábile, o boicote dos estudantes, que acaba prejudicando a avaliação das instituições, indica que não há um compromisso destes com o resultado do exame. “Para que esse índice fosse eficiente, o ideal seria que compusesse a certificação do aluno no Ensino Superior. Tem que se exigir essa contrapartida do aluno”, ressalta.

Em 1998, o MEC criou o Exame Nacio-nal do Ensino Médio (Enem), utilizado para avaliar a qualidade do Ensino Médio no país. Seu resultado também serve para acesso ao ensino superior em universidades públicas brasileiras através do Sistema de Seleção Uni-ficada (SiSU) e como certificação de conclusão do ensino médio em cursos de Educação de Jovens e Adultos (EJA). A prova ainda é feita por pessoas com interesse em ganhar bolsa integral ou parcial em universidade particular através do ProUni (Programa Univer-sidade para Todos), para obtenção de financiamento através do Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior).

Para a diretora da Fenep, por ser um exame que se propõe a avaliar os alunos, selecioná-los para a universidade e ainda certificar o EJA, o Enem é pouco eficien-te. “São muitas dimensões para uma proposta só”, afirma.

Na opinião de Martins, em linhas gerais, o exame cumpre sua finalidade. No entanto, pondera: “As maiores preocu-pações estão relacionadas à sua execução (questões adequadas, fraudes, correções de questões abertas, etc.) e ao uso que se faz dos indicadores produzidos”.

Segundo o educador, a publicação dos resultados, apesar de acirrar a com-petição entre as instituições, ainda

proporciona acesso a importantes informações. “Tenho convicção de que as instituições sérias, que desejam efetivamente melhorar a qualidade do ensino que oferecem, preocupam-se não apenas com suas posições nos rankings”.

Internacionalmente, outro indi-cador importante para avaliar a qualidade do ensino no mundo é o Pisa (Programme for International Student Assessment - Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), aplicado a estudantes na faixa dos 15 anos, idade em que se pressupõe o término da escolari-dade básica obrigatória na maioria dos países. Realizado a cada três anos, o relatório abrange três áreas do conhecimento: Leitura, Mate-mática e Ciências.

Em 2012, o Pisa avaliou 510 mil ado-lescentes de 15 anos em 65 países. O Brasil amargou as últimas posições do ranking: 57.º em Matemática; 54.º em Ciências; e 58.º em Leitura, ficando atrás de países como Jordâ-nia, Tunísia, Albânia e Argentina. Em relação a 2009, a nota do país melhorou em Matemática (389 para 391), piorou em Leitura (421 para 410) e ficou no mesmo patamar em Ciências (405 pontos).

De acordo com o presidente do Sin-dicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR), Jacir Venturi, o resultado é pífio, e estende de 2022 para 2030 a meta estabelecida pelo governo brasileiro de se igualar à média dos países ricos. “A nossa velocidade de melhoria do ensi-no é levemente crescente, mas é indispensável que se aumente a sua celeridade”, diz.

Hoje, o Brasil investe em média US$ 26.765 (R$ 64 mil) por aluno nas idades entre 6 e 15 anos. O valor representa menos de um terço do que gastam os países desenvolvidos avaliados pelo Pisa 2012: US$ 83.382 (cerca de R$ 200 mil) por estudante.

Chama atenção, no entanto, a província chinesa de Xangai que, com o tamanho de São Paulo e o

mesmo nível de renda do Brasil, ocupa a primeira posição do ranking. Nas últimas décadas o investimento chinês em educação vem subindo de 2% do PIB para os atuais 4%, valor ainda abaixo dos 5% investidos no Brasil. Comprovam, assim, que é possível promover um bom desempenho escolar, gastando pouco.

Para Venturi, ainda que haja uma relação positiva entre o aumento de gastos e o desempenho dos estudantes, é preciso preocupar-se também com a qualidade desse investimento.

“Elevar os gastos do setor não é sufi-ciente, embora necessário para que os alunos permaneçam mais tempo na escola e para remunerar condignamente os nossos bons profissionais. Como já faltam recursos em outros setores, um salto dos atuais 5,8% para 10% do PIB para a educação pode ser trágico se mantivermos o atual status quo de de-ficiências na gestão, de descontrole nos gastos, na falta de comprometimento dos pais”, ressalta.

Apesar de concordarem quanto à im-portância dos resultados das avalia-ções externas para gerar mudanças e inovações do sistema educacional, os especialistas sugerem que essas devem ser trabalhadas nas instituições de ensino de uma forma diferente da que vem sendo realizada. O primeiro passo seria a participação de diversos setores da sociedade na construção de um modelo educacional que funcione para a nossa realidade.

Segundo a presidente da Fenep, essas mudanças envolvem, principalmente, a inclusão de aspectos qualitativos ao processo de avaliações. “Além de levar em conta a identidade e particularidades das instituições de ensino, é preciso en-trevistar professores, avaliar a estrutura das escolas, os alunos e engajar os pais nas decisões a serem tomadas”.

Para Venturi, o que falta ao país é indig-nação e espanto com os maus resultados, e a percepção de que é preciso mudar de curso. “Se a população brasileira fisca-lizasse a educação com o mesmo fervor com que o faz em relação ao futebol, esta teria avançado muito. Comunidade silenciosa perpetua o fracasso”, diz.

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his.tó.riasfT/ Marília BobatoF/ Divulgação Medianeira

Em 24 de fevereiro de 1957, o Colégio Medianeira abriu suas portas em Curitiba para receber os 188 alunos matriculados no Jardim de Infância, Pré-Primário e três anos do Curso Primário, confiados à direção e orientação das Irmãs Franciscanas de São Bernardino de Sena. A missão de fundar a instituição na cidade foi confiada ao jesuíta Pe. Oswaldo Go-mes, que imediatamente passou a buscar verbas que viabilizassem a construção da escola, no terreno de 145 mil metros quadrados às margens da BR116, doado pelo governo estadual, por intervenção do governador Bento Munhoz da Rocha.

Ao completar 57 anos de história em 2014, o Medianeira segue seu compromisso com a educação. A instituição é uma das caçulas entre os 15 colégios e 4 universi-dades da Companhia de Jesus es-palhados pelos Brasil. Um projeto com mais de 460 anos, quando a Companhia de Jesus foi fundada pelo Santo Ignácio de Loyola.

Com tantos anos de existência, a instituição formou pessoas que se tornaram grandes nomes na capital paranaense. Dentre eles,

Carlos Alberto Faraco que foi reitor da Universidade Federal do Paraná de 1990 a 1994. “Fui um daqueles 188 alunos que adentraram pela primeira vez as portas do Medianeira. São ainda fortes as lembranças daqueles primeiros dias”, disse Faraco em depoimento ao livro Colégio Medianeira - 50 anos. Depois de formado, ele trabalhou na instituição como professor e, no momento de escolher a escola para seus dois filhos, também não teve dúvidas: “trouxe-os para o Medianeira”.

colégio MEdianEira: 57 ANOS DE COmPROmISSO COm A EDUCAçãO

Os princípios da educação jesuíta aplicados no Medianeira são voltados ao pleno desenvolvimento de cada ser humano, fundamentado no respeito, no amor e no serviço ao próximo, numa ética da solidariedade permeada pela espiritualidade inaciana.

Hoje, a família jesuíta é composta por mais de 2,1 milhões de alunos estu-dando em instituições de ensino pelo mundo, sendo 221 de Ensino Superior e 1713 escolas de Ensino Fundamental e Médio, incluindo as redes de educa-ção à distância via internet. E para a formação de todos estes estudantes, trabalham mais de 4,5 mil jesuítas e quase 124 mil leigos, entre professores, funcionários e voluntários.

rede JesUíta de edUcação

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1950nesta década o projeto original do Medianeira já era considerado inovador por pedagogos italianos, alemães e franceses.

1970marcou a formatura e despedida da primeira turma a cursar desde o Jardim de Infância até o 3º Científico. As mulheres também passaram a fazer parte do Colégio como alunas.

conFira aLgUns dos principais Marcos na LinHa do teMpo do Medianeira

1980a aplicação do ensino educacional no padrão tradicional pedia por mudanças. Havia um fervilhamento político e foi a passagem do processo do movimento autoritário para a redemocratização. Em 1987, iniciou-se no Medianeira um trabalho de reescrita do marco referencial da escola. Todas as áreas e equipes de serviço escolheram um eixo de conteúdo que servisse de fio condutor para a ciência ou série trabalhada, através de estudos, seminários, reuniões semanais, formulação e objetivos, definição de estrutura de conteúdos e uma infinidade de outros detalhes. Cada professor, então, visitou a ciência que dava suporte ao conteúdo escolar com que trabalhava, dando-lhe uma visão de totalidade e condições de autonomia e de possibilidade de interferência, redefinindo e reestruturado os conteúdos.

2014O Medianeira acredita muito na arte como um elemento essencial na formação de excelência humana e acadêmica. Parte de uma das estratégias adotadas pelo Colégio desde 2012, tem sido patrocinar músicos da cena local que desenvolvam um trabalho autoral de qualidade e que fuja da triste pasteurização do mainstream. Em 2012 foi o lançamento do DVD/CD Da Tamancalha ao Sampler, do Grupo Fato, e em 2013 o CD Invento, da cantora Juliana Cortes. A novidade para 2014 é que a instituição vai lançar um edital público de incentivo à música chamado Medianeira Nossa Música.

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T / Thays Kloss

en.si.no su.pe.ri.orsm + adj

ENSINOsupEriorO que você verá no ensino superior paranaense em 2014

Quem entra para um curso de ensino superior quer ter uma boa prepa-ração para o mercado de trabalho e espera encontrar oportunidades para colocar suas habilidades em prática e tornar-se um bom profissional.

Com o início do ano letivo e o mercado de trabalho cada vez mais exigente, as instituições aproveitam para trazer novidades e melhorar suas estruturas para oferecer aos seus antigos e novos alunos um ensino de qua-lidade que os acompanhe por toda a sua carreira. Com 2014 já em andamento, confira as novidades e tendên-cias de algumas das principais instituições particulares do Paraná:

Uma das grandes discussões na educação é a presença da tecnologia nos métodos de ensino. Em 2014, ela será ainda mais presente. Cada vez mais dentro da sala de aula, a tecnologia servirá também para aproximar alunos que muitas vezes possuem dificuldades com o ensino presencial. Pensando nisso, a Universidade Positivo (UP) está lançando o Universidade Positivo Online, um programa de ensino à distância que oferta cursos de graduação, pós-graduação e extensão nas áreas de Gestão, Educação e Tecnologia da Informação. Contando com 26 polos pelo país, em 2014 o número de cursos irá aumentar. “A Educação a Distância é uma modalidade de ensino acessí-vel, que promove a capacitação profissional e, consequentemente, a inclusão social. É um setor em expansão e com certeza é uma grande tendência para a educação – não apenas em nível superior, mas de maneira geral”, diz o diretor-geral da área de Ensino do Grupo Positivo, Paulo Arns da Cunha.

O UP Online, como é mais conhecido, funciona com o apoio de um tutor online. O estudante percorre uma rota de aprendizagem com atividades se-manais, como leitura de textos didáticos – fornecidos em formato de e-book –, videoaulas e exercícios. Os materiais são preparados por especialistas da UP e podem ser acessados em desktops, notebooks, tablets ou smartphones. Nos encontros presenciais – quinzenais, para a graduação, e trimestrais, para a pós-graduação –, acontecem jogos de negócios, projetos colaborativos e avaliações. Os cursos de extensão são os únicos inteiramente online. Dessa forma, o aluno pode organizar melhor seus horários e ter uma formação profissional mesmo que à distância.

tecnoLogia

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quEREmos saBER quais as novidadEs no Ensino supERioR da sua instituição. EscREva paRa [email protected]

A experimentação é outra tendência no ensino superior para 2014. Alinhada com a tecnologia, a experimentação beneficia os alunos ao promover expe-riência em projetos, pesquisas ou até mesmo em situações que colocam em prática o conteúdo aprendido dentro da sala de aula.

A Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR) inaugurou no dia 4 de janeiro seu novo Centro de Simulação Clínica, onde os alunos do setor de saúde, principalmente os estudantes de Medicina, poderão treinar suas habilidades em um ambiente que reproduz a realidade dos hospitais. "Neste local, nossos estudantes poderão treinar suas habilidades de comunicação e psicomotricidade. Teremos um aumento na segurança no momento de atendimento ao paciente real. Tudo isso servirá para tornar esses profissio-nais mais humanos e capazes de tomar decisões cruciais no menor tempo possível", afirma o coordenador do Centro de Simulação Clínica, Emilton Lima Junior. A PUCPR também pretende aumentar o espaço para pesquisa dentro da instituição, investindo em infraestrutura e em talentos, além de aumentar os investimentos no ensino superior.

O UP online também traz espaço para a experimentação através de exercícios e atividades em que o aluno precisa fazer em conjunto, além da disciplina em organizar seus horários. Essa experimentação é essencial na formação, pois prepara o aluno para a realidade do mercado de trabalho.

personaLização O mercado de trabalho exige profissionais cada vez mais qualificados em suas áreas. Os cursos de pós-graduação, MBAs , mestrados, douto-rados e extensão ajudam o profissional a desenvolver suas habilidades e ter um diferencial.

A FAE Centro Universitário está trazendo, nesse sentido, novos cursos de pós-graduação, como o MBA em Gestão Hospitalar e Sistemas de Saúde, em parceria com o Hospital IPO; a Pós-graduação em Educação e Prevenção às Drogas; Pós-graduação em Educação Especial; Pós-graduação em Proprie-dade Intelectual, em parceria com a ABAPI e o Curso de Extensão: Programa de Contabilidade Internacional (IFRS). Além disso, outra novidade é o Mó-dulo Internacional, em que os alunos de qualquer curso de pós-graduação poderão incluir na grade curricular e que será realizado na Baldwin-Wallace University, nos Estados Unidos. “Esse é o momento ideal para que os alunos aproveitem as oportunidades que o mercado tem oferecido e também para que levem ao ambiente profissional uma visão mais inovadora, empreende-dora e moderna aos processos corporativos”, declara o diretor dos cursos de pós-graduação, Antoninho Caron.

Seguindo esta tendência da personalização, com cursos para atender neces-sidades específicas dos alunos, a PUCPR também abre o Mestrado Profis-sional em Gestão de Cooperativas. O novo curso enfatiza a importância das relações externas e a construção de potencialidades internas, organizando e envolvendo a sociedade, o cooperado e o mercado. O principal objetivo é treinar o profissional para compatibilizar os aspectos internos com os exter-nos e construir um alinhamento entre todos os níveis de organização.

experiMentação

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univErso das Escolas associadas

as.so.ci.a.dasadj

sEmanas REcREativas no cEntRo dE Educação infantil picollo

No mês de janeiro aconteceram as Semanas Recreativas na Picollo. As atividades foram elaboradas para a diversão e socialização das crianças.

As recreações foram bem diversificadas e devi-do, às altas temperaturas, as crianças puderam brincar na piscina e ficar a vontade na grama do parque. Com certeza foi um ótimo início de ano para as crianças e todos da equipe!

Famílias curitibanas com baixa renda que precisam de orien-tação jurídica, com atendimento gratuito, especialmente com pendência na área de família, podem recorrer ao Núcleo de Prática Jurídica (NPJ) do curso de Direito da Faculdades Opet.

O atendimento é feito por acadêmicos do 7º período do curso de Direito e a prática jurídica é um componente obrigatório da grade curricular. Funciona com disciplinas nas quais os alunos aprendem a teoria, a execução de peças processuais e aplicam o conhecimento. Os alunos trabalham sob a supervisão de duas Ad-vogadas, a Coordenadora do NPJ, Simone C. Lima, e a Doutora Thatyane K. Lacerda Scandelari.

Para se beneficiar do serviço o cidadão deve possuir uma renda familiar de três salários mínimos nacionais. Mais informações: (41) 3028-2863 e 3512-1607.

No início de fevereiro, a comunida-de sionense perdeu um importante participante: Padre João Batista Libanio. O padre vinha duas vezes por ano ao Sion ministrar palestras e retiros para a coordenação e profes-sores e se tornou parte fundamental do Colégio e da contínua busca por desenvolvimento e espiritualidade.

Para Maria Cecilia Piccoli, professo-ra de Ensino Religioso e Catequese do Sion Batel, conhecer o Padre Li-banio foi um divisor de águas. “Com espiritualidade profunda, Libanio era um Pastor amoroso e muito sen-sível. Ele sempre mostrou o amor e a misericórdia de Deus. Ensinou o quanto Deus nos ama”, diz.

A ex-aluna e ex-professora do Sion, Maria da Graça Puppi e Silva, participou de vários dos encontros com o padre. “Falar do Libanio é falar de sabedoria, entusiasmo, amor e ternura. É falar do silêncio, da oração e da presença de Deus”, destacou.

padRE liBanio é lEmBRado E homEnagEado no sion

atEndimEnto juRídico gRatuito à população dE Baixa REnda

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REsidência pEdagógica na univERsidadE positivo

O curso de Pedagogia da Universidade Positivo implantou em 2013 a proposta de estágio no modelo de Residência Pedagógica, com o objetivo de possibilitar a inserção dos acadêmicos no cotidiano das ins-tituições de ensino. Dessa forma, possibilita as vivências em situações nas quais os professores utilizam os conhecimentos sobre o conteúdo a ser ensinado, os princípios gerais de ensino e aprendizagem e a didática, representando uma oportunidade para aprender a ensinar, integrando as dimensões teóricas e práticas.

O modelo de Residência Pedagógica apresenta uma carga horária amplia-da, distribuída entre a realização de práticas e observações nas instituições de ensino. A supervisão é realizada em grupo com a orientação de um professor que discute as ações pedagógicas observadas, estabelecendo uma análise da prática com as teorias estudadas, e reforça a importância da reflexão coletiva sobre os processos de formação, além do planeamento de atividades realizadas pelo acadêmico na instituição de estágio.

sEmana pEdagógica na Escola da colina

A Escola da Colina promoveu a semana pedagógica entre os dias 27 e 31 de janeiro. A equipe pedagógica preparou uma série de atividades que tiveram como objetivo a formação continuada do corpo docente.Para celebrar o retorno às atividades e a chegada de novos colegas, os docentes participaram de dinâmi-ca de integração, dirigida pela Psicóloga e Orienta-dora Educacional da Instituição, Vanessa Andreoli. A proposta foi de fortalecer o espírito de equipe, garantindo o auxílio mútuo entre os colaboradores.Na ocasião, também foram abordados e apresenta-dos temas relacionados a metodologia do projeto Eco Escola do qual a Instituição faz parte desde 2010. Este projeto consagrou a instituição como a 1ª Eco Escola do Brasil.

O Sinepe/PR, por meio do seu departamento de Informação Educacional, preparou material com uma análise sobre o Índice Geral de Cursos Avaliados da Instituição. O IGC é calculado por instituições de ensino superior (IES), a partir de uma média ponderada dos conceitos dos cursos de graduação e de pós-graduação stricto sensu. O conceito da graduação é calculado com base nos Conceitos Preliminares de Cursos (CPC) e o conceito da pós-graduação stricto sensu é calculado a partir de uma con-versão dos conceitos fixados pela Capes. Para ponderar estes conceitos, utiliza-se a distribuição dos estudantes das IES entre os diferentes níveis de ensino (Graduação, Mestrado e Doutorado). Nas instituições sem cursos ou programas de pós-graduação stricto sensu avaliados pela Capes, o IGC é simplesmente a média ponderada dos cursos de graduação. Ou-tras informações, bem como a relação dos cursos e instituições, podem ser solicita-das ao Departamento de Informação Educacional do Sinepe/PR, por meio do e-mail [email protected].

sinEpE/pR analisa o índicE gERal dE cuRsos

avaliados da instituição

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agEnda

a.gen.dasf

cUrso para secretários Atualização - Educação Básicadata e horário: 12 e 13/03/2014 – 8h30 às 12h 13h30 às 17h30público-alvo: Secretários (as) das escolas de Ensino Fundamental e médioLocal: Plenário Sinepe/PR. Rua Guararapes, 2.028 – Vila Izabel, Curitibainvestimento: Cortesia para instituições de ensino associadas e R$ 60,00 para não associadasencerramento das inscrições: 07/03/2014

paLestrasQualidade no atendimento: motivação no desenvol-vimento pessoal e profissional. O fantástico sucesso de viver com mais qualidade de vida não é questão de sortedata e horário: 15/03/2014 - das 8h às 12hpúblico-alvo: Pessoal da limpeza, zeladoria, portaria, cozinha e secretaria.Local: Auditório da Faculdade Uninter – Unidade Garcez. Rua Luiz Xavier, 103, Centro – Curitibainvestimento: R$ 10,00 para instituições de ensino associadas, com direito a 01 (uma) cortesia e R$ 20,00 para não associadasencerramento das inscrições: 10/03/2014

eventos nas regionaispalestras: Família: eu, tu e eles - vínculos e disciplina: Quando o Professor se torna um mestreHorário: 19h às 22hpúblico-alvo: Gestores, coordenadores e professoresinvestimento: R$ 10,00 para instituições de ensino associadas, com direito a 01 (uma) cortesia e R$ 20,00 para não associadas

paLestraDocumentação e Registros EscolaresHorário: 16h30 às 18h30público-alvo: Secretários (as) das escolas de Ensino Fundamental e médioinvestimento: R$ 10,00 para instituições de ensino associadas, com direito a 01 (uma) cortesia e R$ 20,00 para não associadas

regionaL caMpos gerais (ponta grossa/pr)data: 24/03/2014 Local: Auditório da ACIPG - Ponta Grossa

regionaL centraL (gUarapUava e União da vitória/pr)data: 25/03/2014 Local: Sala D. Tereza - Grande Hotel, em Guarapuava

regionaL sUdoeste (pato branco e Francisco beLtrão/pr)data: 26/03/2014 Local: Luz Hotel, em Pato Branco

regionaL oeste (cascaveL/pr)data: 27/03/2014 Local: Sala madrid - Bourbon Cascavel Hotel, em Cascavel

regionaL cataratas (Foz do igUaçU/pr)data: 28/03/2014 Local: Sala Siena - Hotel Bella Itália, em Foz do Iguaçu

Mais informações: (41) 3078-6933 e www.sinepepr.org.br

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T / Jacir J. Venturi - presidente do Sinepe/PR.

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Foi um gesto destemido do ministro Paulo Renato inscrever o Brasil no exame Pisa, em 2000. O então presidente, Fernando Henrique, teria questionado: “E se formos o último colocado?” O ministro argumentou que o Pisa é um dos instrumentos de maior credibilidade em avaliação educacional do mundo. Foram 32 países participantes do Pisa naquele ano. Bingo: nos posicionamos em último: 56% dos estudantes de 15 anos avaliados em Matemática, Leitura e Ciências tiveram um desempenho de “quase analfabetos funcionais”, a boa distância do penúltimo colocado (o México, com 44%).

O Pisa 2012 – agora com 65 países avaliados e cujo resultado foi divulgado poucos dias atrás, em um relatório de 32 páginas – mantém o Brasil entre os últimos: 57.º em Matemática; 54.º em Ciências; 58.º em Leitura, atrás do Chile, Uruguai, México, Turquia, Cazaquistão, Costa Rica e Emirados Árabes, entre outros. Essa prova é aplicada a cada três anos e o Pisa 2012 demonstrou que o Brasil avançou na média das três áreas em 9,2% no comparativo com o Pisa 2000, estacionou em relação ao Pisa 2009 em Leitura e Ciências, e incrementou 1,3% em Matemática.Com esse pífio resultado, a meta estabelecida pelo governo brasileiro de se igualar à média dos países ricos (da OCDE) – prevista para 2022 – se estende para 2030. A nossa velocidade de melhoria do ensino é levemente crescente, mas é indispensável que se aumente a sua celeridade. Cada 40 pontos do Pisa equivalem a um ano de

escola. A partir dessa premissa, o nosso gap em relação à média dos países ricos é de 2,4 anos e, em relação ao 1.º colocado (Xangai), é de 4,7 anos. Para ser mais didático, um chinesinho de Xangai de 10,3 anos tem a mesma proficiência de um aluno brasileiro de 15 anos.

Em educação não há mágica. Elevar os gastos do setor não é suficiente, embora necessário para que os alunos permaneçam mais tempo na escola e para remunerar condignamente os nos-sos bons profissionais. Como já faltam recursos em outros setores, um salto dos atuais 5,8% para 10% do PIB para a educação pode ser trágico se mantiver-mos o atual status quo de deficiências na gestão, de descontrole nos gastos, na falta de comprometimento dos pais. E, após 43 anos vivenciando intensamente o ecossistema educacional, em todos os níveis, permita-me um depoimento: reverencio profundamente cerca de dois terços dos nossos professores, pedagogos e gestores, mas o outro terço compro-mete profundamente um bom trabalho pedagógico pelo despreparo, pelo corpo-rativismo e pelas ideologias.Da lista dos 65 participantes do

Pisa, os sete primeiros colocados são asiáticos. No entanto, quem ocupou as manchetes internacionais foi 17.° colocado: o Vietnã ficou próximo de Finlândia e Alemanha, e foi classificado como o país que tem menor custo por aluno. Reconhecidamente, os asiáticos têm em comum a cultura de valorização e respeito ao professor, e intensa participação e cobrança dos pais no rendimento escolar do filho e na qualidade do ensino.

O Brasil pontuou entre os últimos. Indignação manifesta das famílias ou da sociedade? Nenhuma ou quase nada. Agora, imaginemos o Brasil no embate com México, Croácia e Camarões, caso não se classificasse na primeira fase da Copa do Mundo de 2014 e se posicionasse entre os últimos. Tragédia nacional, com Felipão e jogadores empalados em praça pública. Cláudio Moura Castro se faz oportuno ao afirmar que, se a população brasileira fiscalizasse a educação com o mesmo fervor com que o faz em relação ao futebol, a educação teria avançado muito. Comunidade silenciosa perpetua o fracasso!

brasil: MEnos pior no últiMo pisa

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Loris Malaguzzi, na sua paixão pelas crianças, entusiasmou-se com as ideias e ações que se desenvolviam na Villa Cella (Itália) logo depois da Segunda Guerra. Ali, apaixonou-se, fez morada e idealizou um projeto educativo que hoje chama-mos de Pedagogia da Escuta, praticado em Reggio Emilia e em muitos outros municípios da Itália e que se multiplicam pelo mundo globalizado. Loris não queria copias, reproduções, teorias decoradas. Idealizava, sim, uma pedagogia que pode-ria refletir o contexto, como um percurso político, social, histórico e cultural, que fazia do professor um “ser pensante”, um “insaciável” pela perfeição e pelo respeito à criança, ao seu modo, que é próprio de “ser, compreender e viver o mundo”. Loris buscava incansavelmente a qualidade de atendimento daquelas crianças da Villa Cella, com instrumentos metodológicos específicos, provocando mudanças de re-flexão e ação no profissional da educação, para que este se colocasse em posição de escuta diante da competência e do pro-tagonismo da criança e da infância. E, foi por esse ideal de formação que me apaixo-nei e tenho me dedicado incansavelmente há mais de 10 anos a estudar, aprender e promover com maior qualidade a forma-ção continuada em serviço no contexto dos professores da Educação Infantil. Hoje, com muita alegria, vejo um mundo de pessoas interessadas na Pedagogia da Escuta. Vejo a Pedagogia da Escuta e a Teoria das Cem Linguagens idealizada por Loris Malaguzzi ser objeto de pesquisa e de grande interesse de muitos pesqui-sadores e formadores das Universidades e empresas; vejo seus ideais marcados nas políticas públicas e nos vários docu-mentos que orientam o atendimento das crianças de 0 a 5 anos, como as Diretrizes

Curriculares Nacionais da Educação In-fantil que, por si só, deveria ser mais bem conhecida, compreendida e praticada nas instituições públicas e privadas. Vejo com muito entusiasmo os interesses diversos que buscam conhecer as experiências das escolas públicas italianas como modelo para se fazer Educação Infantil no nosso país. Mas, vejo também com muita preo-cupação as várias formas equivocadas de “se promover a escuta das crianças”.

Nesse itinerário da Pedagogia da Escuta, após ter visitado muitas vezes a cidade de Reggio Emilia, na Itália, busquei um itinerário próprio e fui conhecer outros contextos italianos. Assim, estive no ano de 2011 na Itália nas cidades de Bologna, Milão, Pistóia, Módena, Parma e San Miniato conhecendo in loco as instituições públicas e conveniadas, entrevistando coordenadores, professores, secretários e a gestão pública de cada município, diag-nosticando e compreendendo a essência que nutre de modo apaixonante o fazer da formação dos profissionais e da qualidade do atendimento das crianças de 0 a 5 anos. E, nesse aprofundamento constante, aproximei-me de San Miniato. Trouxe de lá o pesquisador Aldo Fortunati pela primeira vez a Curitiba, para um evento privado, no ano de 2013, para o nosso Seminário “Política em Ação e Formação Continuada no Contexto – a Creche e a Pré Escola em foco”, onde este ministrou uma formação para um grupo seleto de pesquisadores, formadores, professores, secretários municipais. A partir dessa aproximação, firmamos um conveniamen-to da Pantákulo – Assessoria, Consultoria e Projetos com a La Bottega di Gepetto de San Miniato - cujo diretor é Aldo Fortuna-ti. Assim, no inicio desse ano levamos para

T / Elisabet Ristow - Sócia-diretora da Pantákulo Assessoria, Consultoria e Projetos Ltda

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pEdagogia da Escuta:um percurso a ser desvendadoe compreendido

San Miniato, Itália, um grupo seleto de pesquisadores, diretores, coordenadores, pedagogos e professores para imersão e estudos, ampliando a compreensão das ações na prática educativa italiana e conhecer, como se desenvolve uma escola como projeto de comunidade.

Assim, acreditamos que a melhor com-preensão sobre a Pedagogia da Escuta por parte dos profissionais da Educação Infan-til demanda de estudos, aperfeiçoamentos e, principalmente, formação continuada em serviço no contexto, com especialistas da área, que se dedicam à teoria e à prática educativa das crianças de 0 a 5 anos, e conhecem e aperfeiçoam continua-mente o árduo caminho de formação do profissional de cada contexto. Precisamos urgentemente superar aquelas pedagogias que consideram a criança como um “vir a ser”, como aquele que ainda não tem marca, não está pronto para aprender a construção de significados e conhecimen-to. Precisamos ampliar a formação dos profissionais da Educação Infantil com a Pedagogia da Escuta, para que se enxergue a criança hoje e não futura. Uma criança rica em saberes e que produz cultura. Um sujeito de direitos, ao qual precisamos dar “voz e vez”, reconhecendo que a criança tem o seu modo que é próprio de Ser, Compreender e Viver o mundo, ainda que ela repita as palavras e ações dos adultos. “Uma criança competente, ativa, crítica; uma criança, portanto, ‘incômoda’ à medida que produz mudanças, movi-mentos dinâmicos nos sistemas nos quais está inserida, sejam sociais, familiares, escolares; produtora de cultura, de valor e de direitos, e competente para viver e conhecer” (CEPPI e ZINI, 2001).

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T / Dilceméri Padilha de Liz - diretora da Escola Aldeia do Sol e diretora da regional Central do Sinepe/PR

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“A educAção tAmbém fArá pArte dA copA no brAsil. os professores

terão umA ótimA oportunidAde pArA AproveitAr esse momento e trAbAlhAr

didAticAmente, tAnto em termos esportivos, quAnto culturAis ”

Inicia-se o ano letivo com a preparação do evento da Copa no Brasil. Ano em que as escolas tiveram que ajustar seus calendários para cumprir o mínimo de 200 dias letivos e de 800 horas anuais estabelecido pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (9.394/1996).

Os gestores escolares estão preocupados em possibilitar condições para que o evento mundial não tenha impacto negativo no processo de ensino e aprendizagem, pois cada sistema teve a oportunidade de optar pelo melhor calendário possível para atender a essa realidade. É possível observar maiores alterações nas cidades-sede.

Sendo o futebol uma paixão nacional, todo o país estará focado neste evento, seja participando dos jogos, em manifestações ou na recepção dos turistas que aqui vierem. E a escola, como fica?

A educação também fará parte da Copa no Brasil. Os professores terão uma ótima oportunidade para aproveitar esse momento e trabalhar didaticamente, tanto em termos esportivos, quanto culturais, temáticas relativas ao evento, pois com a presença de inúmeras pessoas vindas de outras partes do mundo, torna-se um extraordinário momento de aprendizagem intercultural. Ao mesmo tempo, os docentes poderão elencar reflexões sobre o que desejamos para nosso país, e também analisar o papel social do torcedor, visto que recentemente tivemos conflitos nos jogos internos do país.

Uma vez que todo o Brasil estará de olho na Copa, cabe aos pais uma grande responsabilidade e cooperação na observação do calendário letivo, incentivando os estudantes a não faltarem as aulas e dedicarem-se ainda mais aos estudos.

Assim, administrar com competência o tempo, motivar os projetos pedagógicos sobre o tema, e divulgar o calendário escolar antecipadamente para a organização das famílias, são tarefas dos gestores. Já que todos estão motivados para este evento mundial, a escola também fará a sua parte.

2014:ANO DA COPA DO MUNDO NO BRASIL

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O médico curitibano Paulo Furtado tem em mãos um documento de muito valor históri-co e cultural para a cidade. Trata-se da parti-tura original da canção “Monsieur Le Consul à Curityba”, ganhadora do primeiro Grande Prêmio da Canção Francesa, de 1950. A desco-berta foi feita em 15 de junho de 1964, pelo tio de Paulo, o dentista curitibano Arlindo Furtado, hoje residente no Rio de Janeiro. A intenção dos dois é doar o registro a um museu lo-cal para que todos os curitibanos tenham acesso a parte dessa história, de 62 anos, praticamente desconhecida.

Como conta o médico, na década de 60 o tio, graduado em odontologia, foi a Paris para fazer uma especialização. Os colegas do instituto onde Arlindo estudava na França sabiam que ele era de Curitiba e certa vez, em uma brincadeira, perguntaram se ele não seria o cônsul de Curitiba. Foi assim

me.mó.rias.f.

Blas goMM O CONSUL DE CURITIBA

que ele ficou sabendo da história dessa música, premiada no grande Prêmio da França, de 1950, no cassino da cidade de Deauville, norte de Paris. Curioso, ele foi atrás e percorreu os Bouquinists (espécie de quiosques de livros e discos antigos) nas margens do Rio Sena, até que encontrou a partitura origi-nal e o disco, conta Paulo.

A canção tem a música assinada por Marc Hevral e a letra de Fernand Vimont e Henry Le Marchand. A mesma já foi regravada por, pelo menos, outros quatros artistas e gravado-ras diferentes. Classificada como um samba lento, a letra da canção, em resumo, fala de alguém que está no Brasil em uma cidade pequena e charmosa, um canto tranquilo onde a vida é doce e que se chama Curitiba. Em cada linha da partitura, é descrita como vive bem a pessoa que, na música, é chamada de senhor cônsul de Curitiba

O cônsul de que fala a canção era o cônsul da Inglaterra em Curitiba, Blas Gomm, que recebeu em sua casa o autor da canção. A casa é aquela tombada pelo Patrimônio e que foi removida do seu local original e o grande terreno naquele tempo, todo belamente ajardinado de que fala a canção é o local onde está atualmente o Shopping Center Pátio Batel, na avenida do Batel.*

Assista o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=65uO9s4IfVk

*informAções reproduzidAs dA internet.

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