revista linha direta abril 2012

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MAIO 2012 - 14ª edição - ANO VI - QUADRIMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA www.sintetel.org [email protected] Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo EM REVISTA São sete décadas de lutas e conquistas. Conheça a história do Sintetel contada por alguns de seus principais protagonistas. 70 ANOS DE HISTÓRIA ENTREVISTA O presidente do Sintetel, Almir Munhoz, conta sua trajetória de vida sindical, aponta os principais rumos da entidade e as perspectivas para o futuro. 1960 1985 1997 2011 2012

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Linha Direta - Revista do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações no Estado de São Paulo – SINTETEL-SP Less

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Page 1: Revista Linha Direta Abril 2012

MAIO 2012 - 14ª edição - ANO VI - QUADRIMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA - VENDA PROIBIDA

[email protected]

Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo

EM REVISTA

São sete décadas de lutas e conquistas. Conheça a história do Sintetel contada por alguns de seus principais protagonistas.

70 ANOS DE HISTÓRIA

ENTREVISTAO presidente do Sintetel, Almir Munhoz, conta sua trajetória de vida sindical,

aponta os principais rumos da entidade e as perspectivas para o futuro.

19601985

1997

2011

2012

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Sintetel lança novosite na internet

O Sintetel lançou em março o novo site da entidade, mais intuitivo e com novos recursos para facilitar a navegação.

As notícias diárias agora contam com mais espaço de destaque. Além da área rotativa, na qual cinco notas aparecem de forma alternada, outros três temas ficarão em evidência no lado direito. A página prin-cipal passa a ter, portanto, oito informações destacadas – com a possibilidade de ampliar esse número quando necessário.

No menu lateral, as opções foram diminuídas. Achar exatamente o que procura ficou mais fácil. Ao passar o mouse sobre a opção, uma aba lateral será aberta para evidenciar o conteúdo interno da pasta.

A página de abertura também foi remodelada. Além de pequenas alterações nas cores, o conteúdo foi reorganizado para destacar as principais ferramentas e informações.

Este é mais um presente do Sintetel para os trabalhadores em comemoração aos 70 anos da entidade. Então, não perca tempo, acesse www.sintetel.org e fique por dentro das últimas informações de política, economia e do mundo do trabalho.

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LINHA DIRETA em revista 3

EM REVISTA

Entrevista – “O Sintetel é minha vida”Presidente da entidade fala da trajetória político-sindical e dos rumos, perspectivas e desafios do Sindicato nos próximos anos.

Política – A verdade vem à tona Governo aposta na transparência que a Comissão da Verdade trará para consolidar ainda mais a democracia

Tecnologia – Entenda o que são as siglas SOPA e PIPA Projetos de leis que tramitam no Congresso norte-americano geram manifestações entre os usuários e empresas de internet

Capa – Uma história construída por gente Neste ano comemorativo, importantes personagens contam por meio de suas histórias a construção do Sindicato dos Tra-balhadores em Telecomunicações de São Paulo.

Cultura – Homenagens ao mestre O ano de 2012 rende prêmios, filmes e marcas históricas a Antônio Carlos Jobim.

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EDITORIAS

ARTIGOS

32 – Nosso Aniversário

João Guilherme Vargas Netto

34 – Memorial SP

Artigo do Leitor

4 – Editorial

15 – Saúde

17 – Aposentados

24 – Economia

28 – Aconteceu

33 – Passatempo

Page 4: Revista Linha Direta Abril 2012

Caros leitores,

Em 15 de abril, o Sintetel completou sete décadas de lutas, conquistas e vitórias. É um prazer estar à frente de uma das mais tradicio-nais e representativas enti-dades sindicais do Brasil.

O Sintetel, desde sua fundação, acumula as mais importantes vitórias para a classe trabalhadora. Nesses anos todos de história, temos sido pioneiros em diver-sas conquistas, tais como: o Abono de Natal, quando não existia o 13º salário, 30 dias de férias, quando todos ti-nham apenas 20, redução da jornada de trabalho para seis horas diárias, no caso das telefonistas. Esses são alguns exemplos significativos.

Nosso objetivo permanente é, acima de tudo, defender a dignidade do trabalhador em telecomunicações, com responsabilidade e diálogo. Por meio de nossa atuação durante todos esses anos, já fazemos parte da história do movimento sindical brasileiro com destaque e louvor.

Tenho orgulho de dizer que o Sintetel está com suas contas em dia, graças ao empenho e transparência da atual admi-nistração. Nossos alicerces estão firmes e investimos em nossa infraestrutura com objetivo de melhorar ainda mais o atendimento aos trabalhadores em telecomunicações.

Nossa próxima meta é ampliar o quadro de associados. Queremos atingir um alto percentual de sócios e bater mais esse recorde. O título de maior sindicato em teleco-municações da América Latina já é nosso. Agora vamos buscar o de entidade com maior porcentagem de tra-balhadores associados.

Parabéns Sintetel, parabéns trabalhadores!

Almir Munhoz

Presidente4 LINHA DIRETA em revista

70 anos de história

Almir Munhoz, presidente do Sintetel

DIRETORIA DO SINTETEL

Presidente: Almir Munhoz

Vice-Presidente: Gilberto Rodrigues Dourado

Diretoria Executiva: Cristiane do Nascimento, Fábio Oliveira da Silva, José Carlos Guicho e Marcos Milanez Rodrigues.

Diretores Secretários: Alcides Marin Salles, Ana Maria da Silva, Aurea Meire Barrence, Germar Pereira da Silva, José Clarismunde de Oliveira Aguiar,

Maria Edna Medeiros e Welton José de Araújo.

Diretores Regionais: Elísio Rodrigues de Sousa, Eudes José Marques, Jorge Luiz Xavier, José Roberto da Silva, Ismar José Antonio,

Genivaldo Aparecido Barrichello e Mauro Cava de Britto.

Jurídico: Humberto Viviani [email protected]

OSLT: Paulo Rodrigues [email protected]

Recursos Humanos: Sergio Roberto [email protected]

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Diretor Responsável: Almir Munhoz

Jornalista Responsável: Marco Tirelli (MTb 23.187)

Redação: Emilio Franco Jr. (MTb 63.311), Marco Tirelli

Estagiárias: Renata Sueiro e Renata Moraes

Diagramação: Agência Uni (www.agenciauni.com)

Fotos: F.F. Fotografia e Andréa Dias

Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto, Paulo Rodrigues e Theodora Venckus

Impressão: Gráfica Unisind Ltda. (www.unisind.com.br)

Distribuição: Sintetel

Tiragem: 10.000 exemplares

Periodicidade: Quadrimestral

Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64

Vila Buarque | 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899 www.sintetel.org | [email protected]

SUBSEDES

ABC: (11) 4123-8975 [email protected]

Bauru: (14) 3231-1616 [email protected]

Campinas: (19) 3236-1080 [email protected]

R.Preto: (16) 3610-3015 [email protected]

Santos: (13) 3225-2422 [email protected]

S.J.Rio Preto: (17) 3232-5560 [email protected]

V. Paraíba: (12) 3939-1620 [email protected]

O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e àForça Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam

exclusivamente a opinião de seus autores.

EDITORIAL

Page 5: Revista Linha Direta Abril 2012

LINHA DIRETA em revista 5

Em seus cinco anos de existência, Linha Direta em Revista já passou por remodela-ções em seu estilo gráfico e na abrangên-cia de suas pautas. Esses constantes aper-

feiçoamentos servem para que nós, jornalistas da publicação, continuemos a garantir uma leitura lim-pa e agradável para você, nosso leitor. Este primeiro exemplar de 2012, a 14ª edição, traz novidades im-portantes para manter a revista dentro de um padrão de qualidade adequado.

A primeira delas é a mudança na fonte. Para facilitar a leitura e torná-la menos cansativa aos olhos, o ta-manho da letra utilizada nas matérias passou de 10 para 12. O espaço entre linhas e parágrafos recebeu nova padronização e os textos estão organizados, ago-ra, em apenas duas colunas.

Essas mudanças permitirão leitura menos pausada e de maior fluidez. Para manter as páginas arejadas, o branco entra em campo. Espaços sem preenchimento de letras ou imagens ajudarão a manter o texto limpo e agradável. A coordenação da revista optou por re-duzir de forma discreta a quantidade de caracteres para focar em conteúdos concisos, diretos e objeti-vos. A opção, aliada às novidades de diagramação, deixará a revista mais atrativa.

Veja a comparação abaixo:Outra alteração significativa ocorreu nas imagens. Elas estão maiores para destacar em fotos o que é

retratado pelas matérias. Em alguns casos, quando

relevante, passaram a ocupar uma página inteira com o intuito de deixar a revista ainda mais atraente e informativa em seu visual. Essa novidade pode ser notada com facilidade na seção “aconteceu”, páginas 28 e 29, antigamente chamada de notas.

Em seu conteúdo editorial, Linha Direta em Revis-ta segue o princípio de informar e entreter. Assim, as matérias abordam temas políticos e econômicos, com a visão de quem defende os trabalhadores, mas também assuntos culturais e de comportamento. Isso porque o Sintetel acredita que diversão, informação e lazer são fundamentais na vida dos trabalhadores.

Boa leitura!

Conheça as novidades a partir desta edição

Linha Direta em Revista altera projeto visual e define linha editorial

por Emilio Franco Jr.

APRESENTAÇÃO

antes

depois

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6 LINHA DIRETA em revista

ENTREVISTA

O Sintetel completa 70 anos de existên-cia em 2012. Para falar de momentos relevantes da entidade, dos desafios enfrentados no passado e no presente

e das conquistas acumuladas ao longo dessas sete dé-cadas, Linha Direta em Revista conversou com o atual presidente do Sindicato, Almir Munhoz.

Ao falar do futuro, Almir foi enfático. “O trabalhador vai ter orgulho de pertencer à categoria telefônica”. Nesta entrevista, o presidente analisa a estruturação e os avanços do Sintetel e ainda relembra a trajetória percorrida nesses anos. Além disso, promete: “só es-tará na nova diretoria quem trabalha pela base”.

Linha Direta em Revista: Como surgiu o interesse de fazer parte do movimento sindical?

Almir Munhoz: Em 1980, na greve dos Metalúrgi-cos, quando o Lula era presidente do sindicato e eu trabalhava na Ford. Desde jovem, na comunidade católica e no SENAI, ocupei cargos de liderança. Sempre fui líder. Participei das grandes assembleias no estádio da Vila Euclides. Por isso, perdi o emprego e não consegui mais trabalhar na área metalúrgica.

LD: Como foi o seu primeiro contato com o Sintetel?

AM: Ao ser admitido na Telesp em 1981, perguntei sobre o Sindicato. Falaram que era fraco. Só me as-sociei em 1983 pelos benefícios oferecidos. Foi bom. Vi que não era nada daquilo e comecei a ajudar os delegados sindicais. Eu conversava muito com os companheiros Paulo Rodrigues [atualmente assessor da OSLT], Pio Falcão e Carlos Paludetto, que eram da minha área de projetos. Assim me aproximei do Sindicato.

LD: Como foi sua trajetória dentro do Sintetel?

AM: Começou em 1985 com a primeira grande greve do movimento telefônico. Definiu-se que os delega-dos iriam comandar o movimento. A ordem era para fazer piquete cruzado. Quem era da Vila Mariana faria greve no Ipiranga, do Ipiranga no Jabaquara, tudo isso para que os chefes não reconhecessem as pessoas e não houvesse represália.

Ninguém se apresentou para fazer o movimento na Vila Mariana. Paludetto e eu nos oferecemos, embora eu não fosse delegado sindical. Ao final de cada dia, nos reuníamos no sindicato para avaliação. Isso du-rou quatro ou cinco dias. O movimento foi ganhan-do adesão. Ali começou a surgir o Almir sindicalista das telecomunicações. Eu e o Paludetto pegávamos no microfone. Eu dava as pancadas sutis e ele as mais fortes. Assim a gente começou a dar trabalho para a

Almir Munhoz, presidente da entidade, fala de sua trajetória político-sindical e dos rumos, perspectivas e

desafios do Sindicato nos próximos anos

“O Sintetel é minha vida”

por Emilio Franco Jr. e Marco Tirelli

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ENTREVISTA

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diretoria do Sindicato na época.

LD: Desde seu ingresso na direção do Sindicato, qual foi o episódio mais marcante?

AM: Foi na década de 80 quando criamos a chapa Unidade na Luta. Percebemos que o Geraldo de Vilhena, então presidente, era mal assessorado. Nós fazíamos reuniões depois do expediente, aos finais de semana e distribuíamos boletins com nossos próprios recursos. A repercussão foi grande e a diretoria do sindicato ficou preocupada.

Na eleição de 85, eu participava da chapa, mas não fui escolhido para a executiva. Eles precisavam de mim para fazer campanha. Pude ver a repercussão do movimento Unidade na Luta. Eu era conhecido em todos os lugares. Fui liberado em 87 para me dedicar exclusivamente ao Sindicato. O presidente da época era o Rossato, foi o começo da minha vida sindical efetiva.

Em 89 fiz um curso na extinta União Soviética. Ali nasceu o dirigente sindical Almir Munhoz. Aprendi que o autoritarismo e a ditadura não servem. Nem a de esquerda e nem a de direita. Eu presenciei o quan-to o povo sofria.

Uma ligação telefônica para o Brasil deveria ser agen-dada com três dias de antecedência. Quando fui à festa da organização metalúrgica, caiu minha ficha. Bebida, que era proibida para a população, à von-tade. Comida também. Mas o que me marcou foi quando um companheiro perguntou se eu queria telefonar para casa. Eu disse que não tinha paciência de esperar os três dias. Ele tirou o telefone do gan-cho e falou “liga”. Eu fiquei indignado. Percebi que a cúpula tinha tudo e o povo não tinha nada.

LD: Qual acontecimento merece destaque na história do Sintetel desde sua entrada para a dire-toria?

AM: Foi quando a gente executou o programa do

grupo Unidade na Luta. Criamos as subsedes e as equipamos. Estruturamos o sindicato. Outro mo-mento relevante foi a abertura do estatuto para repre-sentar toda a categoria, incluindo as terceirizadas. De 35 mil trabalhadores representados quando o setor era estatal, passamos de imediato para mais de 60 mil, e atualmente estamos em quase 250 mil.

Organizamos as contas e hoje nosso caixa está posi-tivo. Em 98, o Sintetel estava com a condição finan-ceira delicada. Nos dois primeiros anos de mandato, eu tive que fazer empréstimo. Crescemos estrutural-mente, financeiramente e agora é a hora de fazer o acabamento na grande casa do trabalhador.

LD: Na sua vida política existiu alguém que te serviu de inspiração ou que te incentivou a trilhar este caminho?

AM: Carlos Lamarca, o grande capitão da guerri-lha. Ele me inspirou porque não precisava ter feito o que fez. Incentivou muita gente a lutar por direi-tos, dignidade e liberdade. O Leonel Brizola, apesar de polêmico, me inspirou pelo nacionalismo e pela forma como falava o que pensava. Tive o privilégio de conhecê-lo. Ainda tem o Luís Carlos Prestes. Co-nheci em um evento no RJ, na época da privatização. Ele foi uma pessoa que dedicou sua vida à busca da liberdade por um país melhor.

Meus familiares também me inspiraram. Foi com eles que aprendi sobre caráter, dignidade e formei minha personalidade.

Outro grande incentivador foi o Pio. Ele fez parte da minha formação política, pessoal e intelectual. Nessa formação, o Paulo Rodrigues ajudou muito, assim como nosso assessor político João Guilherme.

No sindicato, o Geraldo de Vilhena Cardoso, ex-presidente. Com ele aprendi que não é possível fazer tudo que se quer. Eu entendi o que era ser líder. E o Rossato, também ex-presidente, ensinava na prática o que era certo.

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Soma-se a todos esses, o jornalista José Luiz Passos Jorge. Ele sempre teve incrível capacidade de encon-trar saídas nos momentos conturbados. Nesse mesmo time estão os companheiros Antônio Toschi e Fer-nando Blanco [ambos assessores do Sindicato e da Federação]. E tem o finado Dr. Santos, advogado que me sugeriu a abertura do estatuto. Esse foi meu prin-cipal mentor.

LD: Em qual momento de sua trajetória você per-cebeu, ou alguém notou, que era sua hora de as-sumir a presidência da entidade?

AM: Eu vim para o sindicato com a intenção de ser um soldado. E foi por ser assim que me creden-ciei a ser presidente. Talvez tenha sido pela falta de obsessão pelo poder. Eu não tinha maldade, nunca puxei o tapete de ninguém e sempre acreditei que as pessoas crescem pela competência. Eu via diretor que não queria trabalhar e me voluntariava para ir à base no lugar deles. Comecei a fazer várias tarefas dentro do sindicato. Quando era hora de decidir, o Geraldo e o Rossato sempre me chamavam. Isso porque eu ia até à base para ouvir os trabalhadores. Sem ter a in-tenção de ser presidente, eu estava começando a me preparar.

LD: Qual episódio foi mais difícil de ser superado? E quais grandes desafios a serem enfrentados?

AM: Foi a eleição de 98. Eram três chapas. Fazer eleição assim no estado inteiro é muito desgastante. Os companheiros José Luiz e Branca de Neve foram fundamentais. Eles ajudaram a resistir à pressão das outras chapas. Quando a oposição ameaçou invadir o sindicato, o Branca foi até a porta e espantou todo mundo sozinho.

A privatização foi outro desafio importante. Nós fo-mos ouvidos pelas empresas e conseguimos respeito. Isso nos fortaleceu.

Para o futuro, temos que aumentar a presença na base, dar sustentação às reivindicações dos trabalhadores e elevar o número de associados. É deixar a entidade

forte pela junção desses elementos. Nossos alicerces estão prontos.

LD: O Sintetel completa 70 anos em 2012. O que o trabalhador pode esperar neste ano?

AM: Muito trabalho. Só estará na nova diretoria quem trabalha pela base. Eu passei a maior parte da minha vida aqui dentro, mas o começo foi na base. Ao olhar a trajetória deste sindicato, o que ele era e o que se tornou, a certeza é que nunca faltou em-penho. O trabalhador vai ter ainda mais orgulho de pertencer à categoria telefônica.

Para ler a entrevista na íntegra acesse http://www.sintetel.org/novo/entrevistas

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POLÍTICA

Em novembro de 2011, a presidenta Dilma Rousseff sancionou as leis de acesso às In-formações Públicas (nº 12.527) e de cria-ção da Comissão Nacional da Verdade (nº

12.528). A primeira permite que os cidadãos con-sultem documentos e informações produzidos pelos poderes públicos, além de acabar com o sigilo eterno. A segunda tem a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas entre os anos de 1946 e 1988, período que inclui o da ditadura militar (1964-1985).

A partir de agora, o sigilo de documentos só será jus-tificável em casos de proteção da segurança do Es-tado e de informações de caráter pessoal. O tempo para manter ocultos papéis ultrassecretos será de 25 anos, prorrogável uma única vez por igual período. Os classificados como secretos, 15 anos, e reservados, cinco.

A Comissão da Verdade, por sua vez, será compos-ta por sete membros nomeados pela Presidência da República. Para Dilma, a Comissão tem grande sig-nificado e o Congresso demonstrou isso com o apoio de todos os partidos. “O silêncio e o esquecimento são sempre grande ameaça. Não podemos deixar que a verdade se corrompa”, disse.

Durante cerimônia no Palácio do Planalto, a presi-denta destacou que as leis “representam um passo decisivo na consolidação da democracia brasileira”.

A partir de maio, os órgãos públicos terão que di-vulgar na internet informações de atuação, gestão e disponibilidade orçamentária. “A pluralidade de ini-ciativas para permitir o reencontro do Brasil com sua história recente demonstra a importância das novas leis”, comemora Jaime Antunes da Silva, diretor-geral do Arquivo Nacional e Coordenador Geral do Memórias Reveladas (ver box ao final).

Só em 2010, o Arquivo Nacional recebeu cerca de 50 mil páginas de registro do extinto Centro de Infor-mações da Aeronáutica (CISA), documentação antes dada como destruída, a exemplo de outros acervos ainda desaparecidos. Para Rose Nogueira, presidente do Grupo Tortura Nunca Mais/SP e integrante do Comitê Paulista pela Memória, Verdade e Justiça, a Lei de Acesso às Informações Públicas é fundamental para conhecer a história brasileira. “Temos uma su-cessão de fatos absurdos censurados”. A Comissão da Verdade, para ela, é a oportunidade de resgatar acon-tecimentos recentes do país. “Faz parte da Justiça de Transição, o que não tivemos”.

A Comissão analisará casos de torturas, mortes, de-saparecimentos forçados e ocultação de cadáveres, mesmo se ocorridos no exterior. Também identificará os locais, as estruturas, instituições e circunstâncias de prática de violações de direitos humanos, assim como eventuais ramificações nos aparelhos estatais e na sociedade. Ela deverá, ainda, encaminhar aos órgãos públicos competentes todas as informações

Governo aposta na transparência que a Comissão da Verdade trará para consolidar ainda mais a democracia

A verdade vem à tona

por Marco Tirelli

10 LINHA DIRETA em revista

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LINHA DIRETA em revista 11

DESAPARECIDOS

Para que não se esqueça. Para que nunca mais aconteça.

Ainda existem mais de 140 desaparecidos políticosno país. Ajude a encontrá-los.

Infelizmente

até hoje.

Se você tem informações ou documentos sobre o período de 1964 a 1985, acesse www.memoriasreveladas.gov.br ou ligue 0800 701 2441. O sigilo de sua identidade é garantido.

Cartaz_Desaparecidos_Geral_F.indd 1 14.10.09 19:08:11

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que possam auxiliar na localização e identificação de corpos e restos mortais dos 140 desaparecidos políti-cos do período.

Os integrantes terão acesso a todos os arquivos do poder público sobre o período e poderão convocar vítimas ou acusados de violações para depoimentos. Ao fim de dois anos, a Comissão poderá publicar relatório com os principais achados. Levantamento feito pelo Arquivo Nacional com base em mais de 30 experiências internacionais de Comissão da Verdade demonstrou que predominam aquelas que funciona-

ram por menos de dois anos. “A primeira experiência bem sucedida de Comissão, na Argentina, durou ape-nas oito meses. No Chile, somente um ano”, pontua Jaime Antunes da Silva.

O grupo não terá, todavia, a obrigação de divulgar tudo o que descobrir. Caso elabore uma lista com nomes de torturadores, por exemplo, a Comissão pode optar por encaminhá-la somente à presidenta e ao ministro da Defesa. “A Comissão certamente não trará todas as respostas, isso é humanamente impos-sível, mas permitirá conhecer muito e, quanto mais soubermos, mais perguntas faremos”, conclui Jaime Antunes da Silva.

O exercício permanente da busca da verdade pela mí-dia colabora para que venha à tona a verdade sobre os anos de chumbo. Exemplo é a entrevista da Folha de S. Paulo, de 05/02/2012, com Silvaldo Leung Vieira, fotógrafo do cadáver do jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-Codi, em 1975. “Sem revanche ou vingança, a grande imprensa ajuda a esclarecer fatos obscuros do passado”, destaca João Guilherme Vargas Netto, assessor sindical.

Acesse www.sintetel.org/entrevistas e leia as entre-vistas completas com Rose Nogueira e Jaime Antunes da Silva.

Memórias Reveladas

O Centro de Referência das Lutas Políticas no Brasil, denominado “Memórias Reveladas”, foi implantado no Arquivo Nacional para reunir informações recentes sobre a história política do País.

O Centro constitui um marco na democratização do acesso à informação e se insere no contexto das comemorações dos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos. O “Memórias Reveladas” coloca à disposição os arquivos sobre o período entre 1960 e 1980 e das lutas de resistên-cia à ditadura militar, quando imperaram no País censura, violação dos direitos políticos, prisões, torturas e mortes.

Saiba mais em www.memoriasreveladas.gov.br

“A Comissão da Verdade está integrada em um processo maior de promoção dos direitos humanos e, em especial, do direito à memória e à verdade”.

“Espero que a tortura que levou tantos brasileiros à morte e deixou em quem sobreviveu sequelas indeléveis, receba o legíti-mo tratamento jurídico. Tortura nunca mais!”

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LINHA DIRETA em revista 13

TECNOLOGIA

Em janeiro deste ano, uma notícia em relação à censura na internet gerou grande polêmica no ambiente virtual e causou uma onda de protestos. Isso porque o Congresso dos Esta-

dos Unidos apresentou dois projetos de leis que visam à proteção dos direitos autorais e o combate à pirataria digital: o SOPA (Stop Online Piracy Act - Pare com a pirataria, em português) e o PIPA (Protect iP Act - Ato para Proteção da Propriedade Intelectual).

O objetivo dessas leis é bloquear os sites cujos con-teúdos desrespeitam as leis de propriedade intelectual. Tais medidas atingiriam qualquer portal que veicule cópias ilegais e downloads de músicas, vídeos e filmes, por exemplo.

Caso sejam aprovadas, os usuários que forem moni-torados compartilhando conteúdo pirata por dez ou mais vezes, em um período de seis meses, poderão pa-gar multas e sofrer penas de até cinco anos de deten-ção. Já os sites poderão ter conteúdos bloqueados ou até mesmo serem retirados do ar.

Estas medidas podem ser consideradas uma forma de censurar a internet e a liberdade de expressão, explica Marco Perez, Gestor de Tecnologia da Informação. “Os grandes riscos são abrir a possibilidade de cen-sura em qualquer outra atividade que o Governo ache necessário coibir e deixar os usuários sem uma ferra-menta para troca de experiências e desenvolvimento comunitário”, alerta.

De acordo com o Dr. Victor Haikal, advogado espe-cializado em direito digital do escritório Patrícia Peck Advogados, estas leis apenas atingiriam os Estados Unidos. “Os usuários prejudicados seriam os localiza-dos em território norte-americano, pois o governo não tem autonomia para interferir no acesso à internet em outros países”. A lei brasileira de direitos autorais na internet nada diz sobre medidas ligadas à nova econo-mia, portanto, não especifica a questão virtual.

Outra polêmica foi gerada quando o ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Au-torais) começou a cobrar taxas dos internautas que compartilhavam vídeos do youtube em seus blogs. “O Google mantém acordo de subsídio dos valores de direitos autorais, o que viabiliza a utilização livre dos

Projetos de leis que tramitam no Congresso norte-americano geram manifestações entre os usuários e empresas de Internet

Entenda o que são as siglas SOPA e PIPA

por Renata Moraes

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conteúdos postados”, esclarece Haikal. Após a reper-cussão, o ECAD cancelou as cobranças.

Quem é contra o SOPA e O PIPA?

Gigantes da Internet como Google e Facebook regis-traram mensagens de protesto em suas páginas. Eles interpretaram a medida como censura à liberdade de expressão. A enciclopédia digital Wikipédia, na versão em inglês, ficou 24 horas fora do ar em protesto.

Muitas são as manifestações em oposição às leis. Edu-ardo Pereira, internauta, diz: “Por mais que se criem leis para controle, haverá formas de burlá-las”. Não só controlar e fechar sites ou punir usuários garante um controle geral na troca de informação.

Uma proposta em contraposição às leis está sendo di-vulgada na rede.

Quem é a favor?

Em contrapartida, os projetos contam com o apoio de grandes gravadoras, estúdios cinematográficos e produ-toras. Este mercado continua a lutar por sanções legais

para se obter maior lucratividade e reduzir a pirataria. Apple e Microsoft estão na lista das que apoiam publi-camente SOPA E PIPA.

Devido à reação negativa dos usuários, estes projetos de leis estão suspensos e aguardam votação no Con-gresso Americano. O Dr. Victor Haikal alerta: “não se sabe até que ponto o recuo se deu por evidente desco-berta de falhas ou se realmente houve um golpe bem sucedido da comunidade da internet. Talvez um pouco dos dois”.

Eduardo Ferreira, bancário e usuário da rede, acredita que as redes sociais tem grande poder de influenciar as decisões da sociedade “Temos como exemplo Barack Obama, que fez 30% de sua campanha na internet e foi eleito”.

Esta discussão ainda será levada adiante, pois são duas vertentes em jogo: o direito à proteção da propriedade intelectual e o combate à pirataria digital de um lado, e de outro, o direito a navegar livremente pela internet sem restrição à liberdade de expressão e ao conheci-mento.

Manifestantes protestam contra os projetos de lei SOPA e PIPA

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LINHA DIRETA em revista 15

Desde pequenos meninos são educados para serem durões, não sentirem dor, não chorar, não mostrarem fraqueza. Na fase adulta, esse paradigma tranfor-

ma-se em preconceito na hora de cuidar da própria saúde. Para a maioria dos homens, ir ao médico é sinal de fragilidade, principalmente se for para fazer exames que julgam afrontar a virilidade, como os de colonoscopia e toque. Convencer esses “machões” de que eles precisam se consultar com frequência é uma tarefa árdua.

Na tentativa de “sair pela tangente”, a maioria cos-tuma dizer que não vai ao médico porque não tem tempo e porque não estão doentes. Mas será que isso é verdade? Segundo o Censo Demográfico de 2010, na mesma proporção que nascem mais homens do que mulheres no Brasil, a quantidade de mortes tam-bém é maior. Devido ao índice de mortalidade, o número de homens é de 96 para cada 100 mulheres, excedente de 3.941.819 mulheres. O índice pode es-tar relacionado ao descaso deles com a própria saúde. Além disso, a expectativa de vida é seis anos menor que a delas.

Independente de gênero, cuidar da saúde é essencial para se ter uma longevidade saudável. Para os ho-mens, algumas doenças devem ter atenção redobra-da, como o câncer de próstata. Segundo previsão di-vulgada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) no final do ano passado, o tumor maligno na próstata

continuará sendo a principal ameaça para os homens em 2012. A próstata é uma glândula do órgão re-produtor masculino, responsável por produzir parte do material do sêmen. A estimativa é de 62 casos a cada 100 mil homens, total de 60.180 novas ocor-rências por ano em todo o País.

A falta de conscientização ainda é um dos problemas para o alto nível de mortalidade. Embora o gover-no, por meio do Ministério da Saúde, tenha criado a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem – desenvolvido em parceria entre gestores dos SUS (Sistema Único de Saúde), sociedades cientí-

Quando o assunto é consulta médica, os homens torcem o nariz

Próstata sem preconceito

por Renata Sueiro

SAÚDE

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ficas e sociedade civil organizada – o projeto ainda tem pouca visibilidade e divulgação, o que atrapalha a diminuição de vítimas da doença.

Por outro lado, a Associação pela Saúde da Próstata (A.S.P) busca suprir essa carência. Com o apoio da Câmara Municipal de São Paulo, a organização au-xilia homens e seus familiares para que tomem cui-dado com a saúde da próstata. Orienta nos aspectos de prevenção, diagnóstico, tratamento e quanto à recuperação social e familiar dos pacientes por meio da educação, do suporte e do exercício da cidadania. Segundo o vereador Gilberto Natalini (PSDB), um dos idealizadores do projeto, a conscientização ainda é muito baixa, e isso deve ser revertido. “A divulga-ção de campanhas está aquém do que realmente é preciso para melhorar a saúde do homem no Brasil. Aos poucos, com iniciativas como as da ASP, estamos mudando essa realidade”, declara.

A resistência dos homens em realizar os exames especí-ficos é um dos grandes vilões. Poucos deles sabem que esse tipo cancerígeno é o mais curável do gênero, mas desde que detectado no início. Para Alcides Marin Salles, diretor da Secretaria de Segurança, Higiene e Medicina do Trabalho do Sintetel, é preciso mudar essa cultura, principalmente entre os trabalhadores. “Geralmente, o homem mascara a dor tomando um comprimido qualquer e só procura o médico quando a doença já se tornou crônica. Às vezes perde a vida

por descuido ou preconceito”, afirma.

Cuidados com a saúde

Para manter uma vida saudável, o homem deve ir ao médico com frequência, ter boa alimentação e prati-car atividades físicas. Em relação à próstata, o mo-nitoramento deve começar a partir de 40 anos para quem tem histórico de câncer na família (pai e tio) e aos 45 anos para os demais.

A prevenção da doença é feita com a realização dos exames de PSA – por meio de exame de sangue –, de toque retal e de ultrassonografia transretal. “Essa prevenção é fundamental para a saúde do homem”, ressalta Marin.

Os exames de PSA e principalmente o de toque são chaves para diagnosticar o câncer de próstata e de-vem ser realizados anualmente, conforme explica o Urologista Carlos Alfredo Goldenberg (foto). “O homem deve entender que o exame é primordial para a saúde. Por isso deve fazê-lo todos os anos”.

Se algum nódulo ou massa tumoral for encontrada, o paciente segue para biópsia para confirmar o diag-nóstico do câncer. Os tratamentos para eliminar a doença são sessões de radioterapia e cirurgia local.

Goldenberg indigna-se com o preconceito sobre o exa-me de toque retal “Às vezes por dez segundos de ma-chismo perde-se a vida inteira. Isso tem que mudar”.

Para manter o bom desempenho e a vitalidade pelo maior tempo possível, são necessários alguns cuidados na dieta e no trato do corpo. O uro-logista Carlos Alberto Goldenberg dá dicas de como prevenir o câncer de próstata e prolon-gar a disposição juve-nil e jovial em seu livro “Nutrição para a saúde prostática e qualidade de vida sexual”.

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APOSENTADO

Rosalino Benitez nasceu em 30 de agosto de 1934, em Mato Grosso do Sul, na ci-dade de Ponta Porã. Ainda pequeno, foi morar em Campo Grande com a família.

Eram os pais e mais quatro irmãs. “Só eu de homem”, conta. A infância foi bem difícil. Rosalino cresceu na época da Segunda Guerra Mundial e da crise do café. “Tudo era racionado e para comprar pão enfrentáva-mos fila de 100 metros”, lembra.

Casado, pai de quatro filhos, Rosalino já é bisavô. Genny Andrade, sua esposa, foi telefonista da Com-panhia Telefônica de Rio Preto. Ele a conheceu em um passeio dela por Campo Grande. “Foi atração fatal”, diverte-se. A saudade da amada levou Rosa-lino para Rio Preto em 1960. Para ficar na cidade, trabalhou nas lojas Americanas. Para conseguir em-prego fixo, fez diversos cursos.

O primeiro registro foi em loja de confecções. De-pois trabalhou em farmácia e na Rede Ferroviária Noroeste Brasil. Em 1963, foi admitido na Compa-nhia Telefônica de Rio Preto com uma leve mentira. “Falei que era motorista profissional. Eu havia tirado a minha habilitação em 1956, mas nunca tinha di-rigido caminhão na vida”, recorda-se.

A vida na Companhia Telefônica

Rosalino ficava apreensivo com a possibilidade de a empresa precisar dele para dirigir. Durante o período

de experiência se aproximou dos motoristas e, nas horas de folga, aprendia com eles. “Foi assim que me tornei motorista profissional”, conta.

O primeiro cargo na empresa foi de auxiliar técnico em equipamentos. “Fazia de tudo, desde a limpeza das salas até conserto dos equipamentos”. Rosalino conta que um companheiro de empresa chamado Aparecido Simões entendia muito de mesas telefôni-cas e foi importante para o seu crescimento profis-sional. “Durante a semana eu trabalhava interno na estação e nos finais de semana acompanhava o Apare-cido em viagens pelas cidades da região sem receber nada, ia para aprender”, lembra-se.

Movimento vitorioso

Depois que o Sindicato conseguiu, em 1960, reduzir a jornada das telefonistas de 8h para 6h, as empre-sas foram obrigadas a contratar mais gente. Algumas localidades não contrataram mais profissionais, sob alegação de não ter condições, o que gerou sobre-carga. A nova jornada necessitava de revezamento e cobertura de folgas. Eram quatro turnos de seis ho-ras, sete dias por semana. E começaram a pressionar as telefonistas para aumentar a produtividade. As su-pervisoras se posicionavam atrás das trabalhadoras.

Em 1969, houve um movimento pouco conhecido. As moças se revoltaram, fizeram abaixo-assinado e o encaminharam à diretoria da empresa. “Participei

Muito bem humorado, Rosalino Benitez conta sua história numa agradável conversa com Linha Direta

De bem com a vida

por Marco Tirelli

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indiretamente do movimento fazendo as denúncias chegarem aos diretores”, conta Rosalino, que já era representante sindical, mas não tinha estabilidade. “Mesmo assim ajudei. Comunicava ao Sindicato o que estava ocorrendo”, relembra.

O resultado do movimento foi positivo. A empresa trocou as supervisoras e a situação melhorou.

Período difícil

Também em 1969, a Companhia foi encampada pelo Estado por se tratar de setor estratégico, conforme determinava a Lei de Segurança Nacional do general Emilio Garrastazu Médici. Foram proibidas greves nos setores petrolífero, de energia e de telecomuni-cações. “Atrás de uma revolução sempre tem grandes mudanças”, reflete Rosalino.

De 1969 a 1973 existia certa tensão no ar com a ex-pectativa de demissão. “Vieram os ‘emissários do rei’ fazer limpeza no quadro de funcionários e substituir por gente de São Paulo, mas éramos competentes e eles viram com bons olhos nosso trabalho”, destaca. Naquela época, Rosalino chegou ao cargo de repara-dor de mesas em consequência do aprendizado com Aparecido Simões.

Vida sindical

Após a promoção, Rosalino viajou pelas localidades da antiga CTB. Na época ele já era representante do Sintetel, ao qual se associou em 1º de março de 1964. ”Eu entrava em contato com os trabalhadores e divulgava o Sindicato”, conta. Alguns anos depois, foi escolhido delegado sindical e eleito suplente da diretoria da Fenattel. “Nossa grande reivindicação era trazer uma subsede para Rio Preto”, destaca.

Quando isso aconteceu, Rosalino foi convidado para ser diretor regional. “Agradeci à diretoria e abri mão do cargo em solidariedade ao companheiro Sérgio Morello”, acrescenta.

Greve de 1985

Durante a grande greve dos trabalhadores telefôni-cos em 1985, Rosalino, Alício Vieira e Joel Alves dos

Santos foram convocados pelo então presidente da entidade, Geraldo de Vilhena Cardoso, para ir a São Paulo engrossar o movimento. Na capital, após assem-bleia que deflagrou a greve, eles foram escalados para ajudar em Campinas. “Como soldados, embarcamos rumo àquele município de madrugada”, conta.

Eles foram para a praça em frente ao prédio central da Telesp, que estava repleta de viaturas policiais. A empresa ainda estava fechada, mas eles tinham bo-letins para distribuir e faixas para fixar. “Voltar com todo aquele material seria covardia e nós resolvemos enfrentar a situação”, destaca.

Rosalino então foi conversar com as autoridades. O excesso de adrenalina lhe deu coragem para falar com o chefe da operação. “Eu disse que eramos do sindi-cato, que estávamos em greve e que teríamos que dis-tribuir comunicados e estender faixas”, conta. “Ex-pliquei que a intenção não era depredar o prédio, mas esclarecer sobre os motivos da greve”.

O comandante da corporação autorizou, mas não aceitou que impedissem as pessoas de entrar na em-presa. “Quando notei a praça estava cheia e ninguém havia entrado para trabalhar. A empresa viu que éramos capazes e passou a nos respeitar ainda mais” comemora.

Rosalino Benitez aposentou-se em 1996 após ser demitido. Ocupava o cargo de técnico de comutação. Atualmente, mora em São José do Rio Preto e visita frequentemente a subsede do Sintetel da cidade.

Rosalino (1º à esq.) no Bloco da Central AGF – Estação 21.

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CAPA

Em 15 de abril o Sintetel completou 70 anos. Linha Direta em Revista garimpou personagens que ajudaram a construir a entidade para mostrar os legados deixados

por esses batalhadores. “Se olharmos a nossa tra-jetória, o que era e o que se tornou, a certeza é que nunca faltou trabalho”, comemora Almir Munhoz, presidente do Sintetel.

O setor cresceu com a contribuição de muita gente. São histórias e esforços depositados na construção do maior sindicato de telecomunicações da América Latina em número de trabalhadores, 250 mil.

Muitos lutaram. Mas por questão de espaço, infe-lizmente alguns ficarão de fora desta matéria. Linha Direta em Revista se baseou nas entrevistas publica-das pelos veículos de comunicação do Sintetel nos últimos 20 anos para selecionar os batalhadores. “É importante ressaltar que o Sintetel não se esquece de ninguém e sabe o valor de cada um”, enfatiza Almir.

A seguir, um pouco da história do Sindicato por meio da trajetória de vida de alguns personagens im-portantes.

Galeria de batalhadores

Associado de número 16, um dos mais antigos ainda

vivo, Ângelo Forte assinou, em 1942, sua ficha de fi-liação a uma associação do ramo dos telefônicos, em-brião do que viria a ser o Sintetel. Até pouco tempo, este sócio fundador ocupava uma pequena sala no Centro de Convívio dos Aposentados, da qual co-mandava a extinta ASASETESP, uma Associação de Aposentados Complementados.

“O Sindicato sempre me deu tudo que precisei. Foi onde conheci meus melhores amigos e tive meus melhores momentos. Não há como agradecer o que fizeram por mim”. Com essas palavras, Ângelo Forte resumiu a importância do Sindicato. Atualmente, aos 95 anos, mudou-se para o município de Atibaia, onde desfruta de sua aposentadoria.

Se Ângelo Forte deixou o Departamento de Aposen-tados, uma simpática senhora continua firme por lá, atrás do balcão de atendimento. Trata-se de Odette Franco da Cunha, ou simplesmente dona Odette. Ela começou a trabalhar na CTB (Companhia Telefônica Brasileira) em 2 de maio de 1942, menos de um mês após a fundação do Sintetel – sob o comando de seu primeiro presidente, Mário Mello.

Em 1º de outubro de 1954, Odette associou-se ao Sintetel e logo foi conduzida ao cargo de delegada sindical. Naquele tempo, a empresa dificultava a ação sindical e por isso haviam muitos obstáculos. “Era

Neste ano comemorativo, importantes personagens contam por meio de suas histórias a construção do Sintetel - SP.

Uma história construída por gente

por Emilio Franco Jr. e Marco Tirelli

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Alguns momentos históricos dos 70 anos de luta

1960: Grande assembleia das telefonistas 1985: Vitoriosa greve de telecom

1990: paralisação por aumento salarial 1995: ato pela Qualidade Real dos Salários

1997: passeata em Brasília em defesa do patrimônio público 2011: passeata em defesa dos direitos dos trabalhadores

Ângelo Odette Salles Gonçala Geraldo Germar Rossato

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complicado ser delegada porque a CTB não aceitava o sindicato”, conta.

Uma lembrança importante para Odette é a conquis-ta do turno de 6h15 para as telefonistas, sem redução de salários. Isso aconteceu graças a uma mobilização, em 1960. Três anos mais tarde, Odette participou da campanha que elegeu o então presidente do Sintetel, Hélcio Maghenzani, deputado federal pelo PTB. “O Hélcio foi um grande presidente, ele conseguiu que conquistássemos três aumentos salariais num mesmo ano”, afirma.

Quem trabalha ao lado desses antigos companheiros é Germar Pereira da Silva, diretor do Centro de Con-vívio dos Aposentados. Ele ingressou na CTB em 3 de janeiro de 1968 e em 3 de março se tornou sócio do Sintetel. No final do ano, foi indicado para ser delegado sindical.

Em dezembro de 1985, como diretor de base, se en-gajou na histórica greve daquele ano. “Em plena dita-dura militar, o Sintetel conseguiu mobilizar a catego-ria”, conta. A greve entrou para a história. O então Ministro das Telecomunicações, Antônio Carlos Magalhães, não se conformava, pois os outros estados tinham aceitado o aumento oferecido. “O Sintetel saiu deste movimento fortalecido”, comemora Ger-mar. Ele destaca que na greve surgiram vários líderes que fazem parte da diretoria da entidade.

Germar se aposentou em 1994 e se desligou da em-presa em 1997. Foi destacado para organizar o setor de aposentados do Sintetel. Após muito esforço e com o apoio da diretoria, em 1999 foi criado o Centro de Convívio dos Aposentados, que leva o nome de outro ex-presidente, Geraldo de Vilhena Cardoso.

Geraldo presidiu o Sintetel de 1981 a 1987. Foi du-rante sua gestão, em 1985, que a categoria organizou a primeira greve geral dos telefônicos. Quando en-trou na CTB em 1965, logo se associou ao Sindi-cato. “Naquela época a empresa boicotava a atividade sindical. Em cargo de supervisão, eu não podia ser delegado, então, aceitei o convite para ser colabora-

dor”, contou em sua última entrevista.

O ex-presidente faleceu em 11 de abril de 2008, dei-xou muitas lembranças, todas relatadas em entrevis-tas concedidas no passado. “Trocar um cargo de che-fia pelo sindicalismo era considerado loucura. Desde a inscrição como candidato até a posse, fui isolado na empresa”, relatou.

Em 1981, na transição do regime autoritário para o civil, jovens da classe média passaram a atuar politi-camente. “Naquele ano me candidatei à presidência da entidade com uma chapa renovada. Reorganiza-mos o Departamento de Aposentados e fomos eleitos com quadro de delegados e representantes do interi-or”, relembrou Geraldo. “Nessa renovação, eu trouxe o companheiro Rossato, que se tornou grande lide-rança e organizador das bases”, complementou.

Nos anos em que Geraldo esteve à frente do Sindi-cato, houve fatos relevantes: o primeiro dissídio cole-tivo, a organização dos trabalhadores da CETERP e a primeira greve geral dos telefônicos.

Geraldo completou sua entrevista dizendo que o Sindicato foi uma segunda casa à qual se entregou de corpo e alma e agradeceu a compreensão da famí-lia. “Na luta pela justiça social, posso dizer que saí plenamente realizado”, afirmou. Ele rompeu tabus ao trazer para a diretoria executiva o primeiro negro e a primeira mulher, Damasceno e Gonçala.

Gonçala Aparecida Cruvinel, falecida em 16 de ju-nho de 2010, entrou na Telesp em janeiro de 1967. Anos mais tarde, em 82, ingressou no quadro de delegados sindicais. Dois anos depois, Geraldo a convidou para a diretoria. “Quando entrei no movimento sindical, a mulher tinha medo de participar, pois achava que era coisa de homem. Foi difícil, mas ensinamos às mu-lheres a lutarem por seus direitos”, contou Gonçala em seu último relato.

Em meados dos anos 80, o Sintetel criou o Depar-tamento Feminino, que, posteriormente, foi elevado à Secretaria da Mulher por Osvaldo Rossato. Em

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sua gestão, o Dia Internacional da Mulher ganhou comemoração oficial na entidade. Em 2012, são 20 anos de eventos realizados para as mulheres. Gonçala foi a protagonista e o alicerce para a participação das mulheres no Sindicato.

Sempre ao lado dela, o companheiro Benício Flo-rêncio Sales deu sua contribuição para a história da entidade. Em 17 de maio de 1975, entrou na Telesp como operador de linha. Três anos depois partici-pou da fundação do Partido dos Trabalhadores (PT). “Foi nessa época que conheci a turma toda, o Djalma Bom, Santo Dias, Lula, José Genoíno, José Dirceu, Eduardo e Marta Suplicy, entre outros”, conta.

Em 1981, ele se tornou sócio do Sintetel. Como já se destacava, foi convidado pelo então presidente do Sindicato, Geraldo, para ser membro da diretoria da Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações). “Muita gente sentiu ciúmes, di-zia que eu não sabia ler, nem falar. Sabe como eu tapei a boca deles? Mostrando resultados”, conta.

Sales se destacou ao procurar Carlos de Paiva, presi-dente da Telesp na época, e reivindicar a implantação do tíquete e da insalubridade. “Saímos vitoriosos e todos que me crucificavam tiveram que me engolir”. Sales ainda foi diretor do Sintetel até 1999, quando se aposentou e retornou para a Bahia. Ficou por lá dois meses. “Comprei uma casa, um jipe, mas não me acostumei e voltei para São Paulo. Como ficar em casa é uma droga, eu vinha até o Sindicato ajudar”. Atualmente, ele assessora a diretoria. Faz assembleia, distribui jornais e boletins.

Muito importante, também, é o único ex-presidente do Sintetel vivo, Osvaldo Rossato. Conhecido como firme e enérgico sindicalista pelos companheiros que trabalharam com ele quando presidiu a entidade (1987 a 1997), Rossato foi admitido na CTB em 31 de março de 1966 e se associou ao Sindicato já em abril. Passou a atuar como delegado sindical em Presi-dente Prudente em 1978, onde trabalhou até 1984. A partir de então, entrou para a Diretoria como as-sistente. Chegou à presidência em 1987. Ocupou o

cargo por 10 anos e, em seguida, foi Diretor Finan-ceiro até se aposentar em junho de 1999.

Reconhecido pela boa gestão, o ex-presidente atribui não só à eficiência da equipe as vitórias alcançadas, mas também ao contexto histórico. Era tempo de efervescência política, com o surgimento do PT e da CUT (Central Única dos Trabalhadores). O senti-mento de reivindicação brotava na classe trabalhado-ra. A ditadura, desgastada, dava espaço a liberdades inexistentes. “Conseguíamos aumento salarial a cada três meses, fizemos três greves em um único ano, então fica evidente que a conjuntura era favorável”, pontuou.

Durante o mandato, foram concretizadas algumas das reivindicações mais representativas da categoria: aquisição do vale-refeição, da cesta básica, do vale-transporte, entre outros. “Nossa categoria sempre esteve à frente das demais, sempre foi vanguardista, então nós éramos empurrados pelos trabalhadores e abraçávamos a causa”, explicou. Hoje, Rossato ad-ministra a Colônia de Férias de Ilha Comprida.

Sintetel lançará livro com a história da entidade

Para conhecer mais a história do Sintetel, aguarde a edição do livro comemorativo que de-verá ser lançado até o final de 2012. Por meio de depoimentos daqueles que ajudaram a construir a grandeza da entidade, o leitor poderá saber em que campos e condições adversas se deram as batalhas que alicerçaram a estrutura do sindi-cato. Ao saber quantos companheiros (alguns já falecidos) lutaram bravamente para que isso acontecesse, nossa categoria e, sobretudo, nossas novas lideranças certamente darão ainda mais valor a atual grandeza do Sintetel.

Texto escrito por Paulo Rodrigues, assessor do Sindi-cato e organizador do livro.

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Certos termos econômicos aparecem com frequência no noticiário e, inevitavel-mente, passam a fazer parte da vida das pessoas, seja alguém habituado ao mun-

do econômico, investidor, ou um cidadão comum que pensa estar longe de ser afetado por palavrões como Selic. Sabe o que essa sigla significa? E como isso afeta o dia a dia da população? Linha Direta em Revista explica o que são os juros definidos pelo Ban-co Central (BC) e seu reflexo na economia do País.

Para começo de conversa, Selic é uma sigla que sig-nifica Sistema Especial de Liquidação e Custódia. Pois bem, apesar de ainda não ter ajudado muito, saber o nome completo dessa taxa é o primeiro passo. E é isso que ela é, uma taxa fixada pelo BC - órgão independente do governo - que determina as demais taxações de crédito e de aplicações financeiras. Por que ela existe? Porque o governo efetua captação de recursos para custear suas obras e dívidas por inter-médio da venda de títulos públicos e paga juros aos compradores. A média desses juros pagos é denomi-nada taxa Selic.

Certo, mas como os juros são definidos? É aí que está. Vários fatores são levados em conta para decidir se a taxa irá subir, cair ou se será mantida. A decisão é tomada sempre pelo Comitê de Política Monetária, o COPOM. A cada 45 dias este pequeno grupo se reúne e analisa o comportamento atual e as tendên-cias futuras da economia brasileira. Eles levam em

conta fatores como a atividade industrial e a oscila-ção da inflação.

O básico é entender que, quanto mais alta a taxa, mais caro o dinheiro fica para quem toma emprésti-mos, isso desestimula o investimento industrial e a compra de bens em longo prazo. O reflexo é menos investimento, menor geração de emprego, e menos gente comprando. Então baixa logo essa taxa, certo? Calma, incentivar a expansão do mercado é colocar mais dinheiro em circulação, aumentar o número de vendas e, possivelmente, gerar o aumento do custo de vida. “Crédito fácil sempre representa risco, pois os brasileiros não efetuam planejamento para fazer compras”, alerta o professor Marcelo Silva, pós-graduado em Administração Contábil e Financeira pela FAAP.

Pela lógica simples da economia, se a demanda cresce além da oferta, os preços sobem. É por isso que o Brasil, até hoje, não realizou cortes robustos na Selic. O modelo mais ortodoxo de segurar a alta dos preços é desestimulando o consumo. Para isso, a receita clás-sica é aumentar os juros. A equipe comandada por Alexandre Tombini, entretanto, trouxe políticas no-vas para o BC e tem se utilizado de outros mecanis-mos para conter a inflação, que fechou 2011 no limite do teto da meta do governo, em 6,5%, contrariando a previsão alarmista de muitos analistas econômicos. Marcelo concorda completamente com o novo presi-dente da instituição. “O país se preparou desde FHC

Uma explicação sobre o que é a taxa de juros e como ela afeta o dia a dia do povo brasileiro

Juros, Selic, crédito. O que é isso, mesmo?

por Emilio Franco Jr.

ECONOMIA

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MULHER

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para enfrentar toda e qualquer crise financeira que acontecesse”, explica. “Nos períodos mais difíceis, 2008 e 2011 [com Lula e Dilma, respectivamente], o Brasil se preparou com políticas econômicas e mone-tárias que trouxeram crescimento”.

Claro que, apesar de não seguir ordens do Planalto, o BC pode ter sua atuação alinhada com as expec-tativas do governo. Isso nem sempre aconteceu no mandato de Lula, quando o órgão era presidido por Henrique Meirelles, mas ocorre com Dilma, quando o chefe passou a ser Tombini. Desde 2010, ainda com alta nos preços, o Copom começou a cortar juros. A alegação foi que o reflexo das mudanças na taxa não acontece de forma imediata, mas sim após alguns me-ses. Nas últimas reuniões, a Selic vem despencando, e está, atualmente, em 9%. A tendência segue sendo de queda, mas as centrais sindicais reclamam que o ritmo de cortes está lento.

“Temos de continuar dizendo ao governo que é pre-ciso reduzir juros para gerar empregos e estimular a

produção”, defende o deputado federal e presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva. O profes-sor Marcelo explica o porquê da insatisfação dos mo-vimentos representativos dos trabalhadores. “O au-mento da taxa de juros só é positivo aos bancos que emprestam dinheiro, para a população, é negativa, pois o custo do dinheiro se torna alto”.

Uma das formas de controlar os juros e a inflação é cortando gastos públicos. O governo, quando contrai dívidas, tende a repassar o custo aos empresários e à população por meio de impostos. Por isso a equipe econômica cortou R$ 50 bilhões do Orçamento no ano passado e R$ 55 bilhões neste ano. A intenção é permitir a queda da Selic para estimular o consumo interno, aposta do governo para impedir efeitos no Brasil da crise externa. “Os trabalhadores vão conti-nuar mobilizados para derrubar de forma drástica os juros, só assim o país poderá se desenvolver”, afirmou em nota Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, presi-dente da CGTB.

Alexandre Tombini é responsável por presidir o Banco Central e o Comitê de Política Monetária. Grupo se reúne a cada 45 dias em Brasília para decidir os juros.

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MULHER

Na primeira semana de 2012 a sociedade recebeu um “presente polêmico” do governo. A edição da MP (Medida Pro-visória) que institui o Sistema Nacio-

nal de Cadastro, Vigilância e Acompanhamento da Gestante e Puérpera (mulher que deu à luz há bem pouco tempo) para Prevenção da Mortalidade Ma-terna. A MP cria a obrigatoriedade de cadastrar toda mulher grávida, atendida tanto pelo Sistema Único de Saúde (SUS) quanto por médico particular.

A medida teria a finalidade de melhorar cobertura e qualidade do atendimento. Comissões cadastrariam as gestantes em início de pré-natal para monitorar as gestações de risco e direcionar para atendimentos adequados. A intenção é diminuir os índices de mor-

talidade no País. Além disso, a MP garante auxílio-transporte para realização de pré-natal e parto, desti-nado a qualquer gestante que solicite o benefício.

Mas a medida sancionada pela presidenta Dilma Rousseff em 26 de dezembro de 2011 gerou revolta de feministas, juristas e profissionais da saúde. No-tas divulgadas pela internet apontaram problemas na Lei, como o desrespeito à saúde da mulher.

Do ponto de vista da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos (RFS) – articulação nacional de mulheres da área –, a criação da MP foi completamente desnecessária. Por meio do blog Vi o Mundo, a rede pontuou os pos-síveis equívocos. Segundo elas, o cadastro já existe, mas não é eficaz e salientam que é desnecessária a criação de outros meios de acesso ao atendimento.

Elas argumentam que, se bem administrados, os meios já existentes seriam suficientes para oferecer atendimento digno e de qualidade. Além disso, a medida desrespeita os compromissos assumidos pelo Brasil junto à ONU sobre o direito das mulheres em decidir sexualidade, saúde sexual e, principalmente, a liberdade de escolher sobre a maternidade.

Para a assessora técnica do CFEMEA (Centro Femi-nista de Estudos e Assessoria), Kauara Rodrigues, uma das maiores indignações é o nivelamento dos direitos dos fetos em gestação aos das gestantes. A medida caracterizava o nascituro como personalidade

Governo cria cadastro nacional de gestantes e recebe críticas

Iniciativa impopular

por Renata Sueiro

A feminista Kauara Rodrigues contesta a Medida Provisória

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civil com direito ao pré-natal. Criada na contramão da Constituição Federal, que protege o direito à vida a partir do nascimento, e não desde a concepção. “Fe-lizmente, depois de diversos documentos em protesto, a cláusula foi retirada”, afirma Kauara. A modificação do documento foi solicitada pela presidenta Dilma após reconhecer a inconstitucionalidade.

Outro ponto de indignação é a maneira como a me-dida foi aprovada. A MP 557 foi editada no período de recesso do Congresso Nacional. Não houve debate com organizações da sociedade civil que há anos con-tribuem para a formulação de políticas públicas. Para a secretária da mulher do Sintetel, Maria Edna Me-deiros, faltou diálogo prévio. “Diversas conferências de mulheres foram realizadas no ano passado, mas nada foi falado sobre o assunto. A forma como foi aprovada fere os direitos da mulher”, acredita.

O ditado popular “nem toda boa intenção torna-se boa ação” cabe perfeitamente na cláusula que prevê o pagamento do auxílio-transporte para as gestan-tes. A MP autoriza a União a fornecer benefício de R$ 50,00 após a realização do cadastro para o trans-porte das gestantes para exames de rotina e parto.

Devido o benefício ser pago com dinheiro público, as

informações serão disponibilizadas no portal do go-verno. Qualquer pessoa terá acesso à identificação das gestantes. Desde a avaliação inicial até o pós-parto. Essa publicidade pode ter resultados sociais negativos. Além disso, a MP não respalda as gestantes quanto à privacidade dos dados cadastrais.

Os grupos feministas levantam a hipótese de esse sistema ser usado para fins de controle social. Isso facilitaria perseguições de entidades religiosas contra o aborto. “O cadastro é problemático. O monitora-mento deveria ser sobre serviço e não sobre pessoas”, indigna-se Kauara.

Para tentar solucionar o problema, recentemente Kauara e representantes feministas de todo o Brasil se reuniram com o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Elas apresentaram novamente argumentos contrários na tentativa de revogar a medida e solici-taram a criação de uma política integral para a saúde feminina com investimentos na área.

A Medida Provisória 557 continuava no Congresso Nacional para ser debatida quando esta edição foi fechada. “Diversas emendas foram apresentadas para corrigir o retrocesso e minimizar os danos, mas quere-mos a revogação completa da lei”, salienta Kauara.

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ACONTECEU

Dia Internacional da Mulher em São Paulo (foto 1); Mulheres da categoria (foto 2); Sindicato, trabalhadores da Atento e familiares durante o 1º Torneio de Futebol Society do Teleatendimento (fotos 3); Monique Marti é homena-geada pelo Sindicato (fotos 4 e 5); Encontro do secretário-geral do Sintetel Marcos Milanez com o ministro secretário-geral da presidência Gilberto Car-valho (foto 6); Bola rolando no torneio de futebol (foto 7).

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Almir Munhoz, eleito presidente da Federação (foto 8); Aprovação nas as-sembleias de teleatendimento (fotos 9, 10 e 11); Mais de 200 trabalhadores participaram da OSLT do Teleatendimento (foto 12); Mesa com dirigentes da Fenattel (foto 13); Almir Munhoz, Antônio Carlos Guicho e João Guilherme Vargas Netto (foto 14)

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Se ainda estivesse vivo, Antônio Carlos Jobim teria muitos motivos para nunca esquecer 2012. Completaria 85 anos em 25 de janei-ro, seria convidado para participar da maior

festa da indústria fonográfica mundial, veria nas telas homenagem à sua obra pelas mãos de Nelson Pereira dos Santos e Dora Jobim - neta do cantor, composi-tor, violonista e pianista - e ainda comemoraria os 50 anos da canção “Garota de Ipanema”.

Símbolo da bossa nova ao lado de músicos como João Gilberto e Vinicius de Moraes, Tom é um dos responsáveis pela internacionalização desse estilo que mistura o jazz norte-americano com os traços do samba. “Tom conhecia a música brasileira em todos os sentidos”, resumiu Nelson Pereira dos Santos em entrevista à revista Época. Ele ressalta principalmente as influências do candomblé, do samba carioca e de diversas outras fontes da música nacional.

“É fantástico ver quantas novidades o Tom introduziu na Bossa Nova”, se entusiasma a fã Carolina Virgílio, 24 anos, desde pequena acostumada à bossa nova e à MPB por influência do pai. Para ela, crescida ao som dos discos de Tom e Vinicius, as notas e letras das canções daquela época são incomparáveis. “Era melhor não só musicalmente como as pessoas eram mais sentimento”, acredita. “Hoje somos todos muito preocupados com a perfeição e a felicidade, e não nos damos o prazer de curtir uma paixão ou uma fossa”.

São inúmeros discos e músicas de sucesso. Começa

com “Chega de Saudades”, em 1957, e continua com “Água de Beber” e “Desafinado”, que rendeu o co-biçado Grammy a Jobim. Fez sucesso no cinema com “A Felicidade” e “O Nosso Amor”, trilha sonora do filme francês “Orfeu Negro”. “Tom fez várias trilhas, ele era o mais requisitado e tinha capacidade especial de fazer música para cinema”, apontou Pereira dos Santos na mesma entrevista.

Em 1960, junto com Vinicius, compõe “Insensatez”. Repete a parceria dois anos mais tarde com o megas-sucesso “Garota de Ipanema”. Essa canção, por sinal, abriu o caminho para brilhar também no exterior. No mesmo ano, o saxofonista Stan Getz e o guitarris-ta Charlie Byrd gravaram o LP “Jazz Samba”, líder de vendas por semanas consecutivas. Assim, os Estados Unidos abriram as portas para o talento de artistas brasileiros, com direito a apresentação no Carnegie Hall, local em que Jobim voltaria já na década de 80 para abrir temporada de shows internacionais na América e também na Europa.

Entre os anos 60 e 70, por exemplo, trabalhou em diversos discos para os grandes estúdios norte-americanos. Em 1967 fez a famosa parceria com Frank Sinatra, quando gravaram juntos o disco “Francis Al-bert Sinatra e Antônio Carlos Jobim”, com a versão em inglês de Garota de Ipanema e Dindi. Foram muitos sucessos, regravados em diversos idiomas.

Mas, mesmo após a fama fora do país, Tom ainda comporia clássicos inesquecíveis, como “Águas de

O ano de 2012 rende prêmios, filmes e marcas históricas a Antônio Carlos Jobim

Homenagens ao mestre

por Emilio Franco Jr.

CULTURA

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LINHA DIRETA em revista 31

Março”, em 1970. “Ele com certeza foi uma das peças mais importantes da música brasileira e da Bossa Nova”, afirma Carolina. Antes da turnê pelo mundo na década seguinte, Tom voltou ao país e se dedi-cou bastante à televisão e ao cinema. “Quando você fica mais assediado, começa a se esconder. Não quero viver dentro de um avião, indo de uma cidade para outra”, afirmou Tom em entrevista ao programa Bar Academia, da extinta TV Manchete.

O ano de 2012

Tom Jobim foi agraciado, de forma póstuma em 12 de fevereiro, com o Grammy pelo conjunto da car-reira. Foi a primeira vez que um brasileiro recebeu tal honraria. Em cerimônia televisionada para milhões de pessoas pelo mundo, Tom foi homenageado ao lado de outros seis grandes artistas da música, entre os quais Diana Ross.

Outra homenagem recebida neste ano foi o lançamen-to do documentário “A Música segundo Tom Jobim”, compilado de seus principais álbuns e canções. Sem nenhum depoimento, narração ou qualquer interrup-ção, o diretor optou por mostrar a trajetória musical

do artista brasileiro apenas por meio da música, seja interpretada por ele ou por outros artistas nacionais e internacionais. “A linguagem musical me basta”, disse no passado o próprio Tom. Inspirado na frase, o documentário é para os fãs, para ouvir, sem querer saber nada sobre o músico além de suas canções.

Entre as de maior sucesso, ele próprio reconhecia Ga-rota de Ipanema, que completa 50 anos em 2012. A música teve como inspiração as passagens de Helô Pinheiro em frente ao bar Veloso - hoje com o nome da canção - enquanto ia para a praia, escola e outros afazeres. Apesar disso, a composição não fora feita no bar, como reza a lenda. Tom e Vinicius compuseram melodia e letra, respectivamente, de forma separada e depois se reuniram para os retoques finais. A fonte de inspiração, entretanto, demorou para saber que a música falava dela. Apenas três anos depois, Tom e Vinicius fizeram a revelação.

Falecido em Nova Iorque, em 8 de dezembro de 1994, Tom não poderá aproveitar este ano em que sua obra, merecidamente, ganha homenagens e atinge marcas históricas, mas ficaria feliz de saber que o mundo continua e continuará admirando sua obra.

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* João Guilherme Vargas Netto é assessor sindical do Sintetel e de outras entidades.

João Guilherme *

Eu e o Sintetel somos malungos. Nascemos em 1942, em plena Guerra Mundial. Nossas vidas seguiram separadas até o início da década de 80, quando comecei a assessorar a diretoria do Sindicato. De lá para cá, posso testemunhar a pujança da entidade, sua unidade e sua crescente representatividade.

Relembro a inesquecível primeira greve dos telefônicos, quando o centro de São Paulo foi pequeno para acolher as assembleias dos grevistas comandadas pelo Sindicato. Não me esqueço nunca da batalha longa e persistente do Sintetel contra a privatização da telefonia, que poderia (como havia acontecido na Inglaterra e em outros países) ocasionar o desemprego maciço da categoria.

Mas fico vaidoso quando constato que, uma vez consumada a privatização, apesar das propos-tas alternativas apresentadas pelo Sindicato, a diretoria conseguiu dar a volta por cima, aco-lheu os novos trabalhadores do setor e transformou o Sintetel em um dos maiores sindicatos de telefônicos, de trabalhadores de empreiteiras e de trabalhadores em teleatendimento do mundo inteiro.

Ao longo dos anos, o Sintetel afirmou-se como uma voz reconhecida no mundo sindical com a unidade na luta sendo a marca registrada. Sem o Sintetel e seus quadros dirigentes não con-sigo conceber o papel universal da UNI; sem o Sintetel, os trabalhadores unidos na Fenattel perderiam sua âncora.

Com este artigo, quero homenagear, na longa e vitoriosa história do Sintetel, os companheiros presidentes que conheci: o saudoso Geraldo de Vilhena, que abriu o caminho da renovação, o Osvaldo Rossato, um dos mais cultos dirigentes sindicais que conheci na minha vida, e o Almir Munhoz, mente esclarecida e cheio de vontade.

Sou feliz em minha vida, longa vida para o Sintetel.

Nosso aniversário

ARTIGO

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PASSATEMPO

Comemorar datas e aniversários de casamento é tradição em diversas culturas. Para os brasileiros, celebrar bodas de prata (25 anos) e de ouro (50 anos) tornou-se um evento social festejado com familiares e amigos.

A boda, que significa promessa, pode ser comemorada anual-mente pelos casais apaixonados. Saiba o nome de cada boda de casamento.

Bodas de casamento/Bodas

1 ano - Bodas de Algodão

2 anos - Bodas de Papel

3 anos - Bodas de Couro

4 anos - Bodas de Seda

5 anos - Bodas de Madeira

6 anos - Bodas de Jacarandá

7 anos - Bodas de Lã

8 anos - Bodas de Coral

9 anos - Bodas de Opala

10 anos - Bodas de Estanho

11 anos - Bodas de Topázio

12 anos - Bodas de Ônix

13 anos - Bodas de Safira

14 anos - Bodas de Quartzo

15 anos - Bodas de Cristal

16 anos - Bodas de Turma-lina

17 anos - Bodas de Âmbar

18 anos - Bodas de Ágata

19 anos - Bodas de Água marinha

20 anos - Bodas de Por-celana

21 anos - Bodas de Zircão

22 anos - Bodas de Louça

23 anos - Bodas de Marfim

24 anos - Bodas de Turque-za

25 anos - Bodas de Prata

26 anos - Bodas de Alexan-drita

27 anos - Bodas de Crisopá-sio

28 anos - Bodas de He-matita

29 anos - Bodas de Erva

30 anos - Bodas de Pérola

31 anos - Bodas de Nácar

32 anos - Bodas de Pinho

33 anos - Bodas de Crizo

34 anos - Bodas de Oliveira

35 anos - Bodas de Rutilo

36 anos - Bodas de Cedro

37 anos - Bodas de Aven-tura

38 anos - Bodas de Car-valho

39 anos - Bodas de Már-more

40 anos - Bodas de Rubi

41 anos - Bodas de Aço

42 anos - Bodas de Linho

43 anos - Bodas de Azevi-che

44 anos - Bodas de Carbo-nato

45 anos - Bodas de Platina

46 anos - Bodas de Alabasto

47 anos - Bodas de Jaspe

48 anos - Bodas de Granito

49 anos - Bodas de He-liotrópio

50 anos - Bodas de Ouro

55 anos - Bodas de Ame-tista

60 anos - Bodas de Jade

65 anos - Bodas de Ferro

70 anos - Bodas de Vinho

75 anos - Bodas de Dia-mante

80 anos - Bodas de Nogueira ou Carvalho

85 anos - Bodas de Girassol

90 anos – Bodas de Álamo

95 anos – Bodas de Sândalo

100 anos – Bodas de Jequi-tibá

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2012

BANCO 15

RACLCESARLATTES

TANGERINACENTEIOTOMESCANTODA

AITERRIERROLIMADCI

NENEAHATRAPALHADAGARIEBECO

UDEVERACALCOVITEIRO

SAONUSARPENACHOSRFAAOLEVE

SORVAIAR

EI

IX

SA

Físicocodesco-bridor dosmésons

Tornar rijo

Aprovar;ratificar

Terra doTango

Mamíferoherbívoro

Opçõespara incre-mentar arabanada

Unidadedo hospital

Plantamedicinal

Substânciaexistente

nagranada

Guardiãode casas

dediversões

MexericaSubstância

usadaem pães

O segundonome deMachadode Assis

(?) Cruise,ator de

"Colateral"

Número deanos de

umapessoa

Córner(fut.)

Certa raçade cãesJovial;risonho

Carrorústico demadeira(p. ext.)

601, emalgarismosromanos

Confusão;desordem

BebêO Maluco

Belezada MPB

Banda pop que gravou"Take On Me"

Capistrano de (?),historiador brasileiro

Acontecer

ChamarRua

estreitae curta

Limpadorde ruasMexeri-queiro

Encargo;obrigaçãoCaules debambus

Japonêsque imigra

para aAmérica

Enfeite dococar do

índio

(?)-line: conectado à internet

Utilizar;empregar

Menorregião do

Brasil(abrev.)

Sem valor; insigni-ficante(fem.)

Naquelelugar

De poucopeso

Ideia (?): caracte-

riza o obsessivo

Antônio Olinto, escritor

brasileiroApupar

"Das (?)",música deCaymmi

2/on. 3/a-ha. 5/rosas. 6/rolimã. 7/centeio. 9/sancionar. 11/césar lattes.

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ARTIGO DO LEITOR

No auditório principal do complexo cultural do Memorial da América Latina, um coro de vozes masculinas especializado em música erudita da República da Finlândia se apresenta para um público seleto. A noite do mês de junho, feriado de “Corpus Christi”, está fria e o termômetro da empresa de refrigerantes, instalado no estacionamento da estação de trem Barra Funda, sinaliza 10 graus centígrados.

Numa cidade cosmopolita, a despeito de um frio ferrenho, o seu aspecto urbano fervilha, quan-do, num mesmo momento, uma multidão, de maior parte jovem, expõe direitos expressivos à cidadania. É uma parada ambulante que acontece e marcha avenida principal afora, cantando, dançando, e por fim se aglomerando num tradicional centro histórico. Entre edifícios de sécu-los passados, acinzentados e molhados pela garoa habitual, participantes e policiais militares de prontidão se observam complacentes às atitudes motivacionais.

Com carícias, ingestão lícita e ilícita e a brados de ordem, a massa, que parece organizada, tam-bém é caos “inferno”, e lá do céu, no helicóptero da emissora de TV que mostra o fato para o mundo, o repórter transmite aos telespectadores o apinhado humano, um dos maiores pela liberdade da diversidade de viver.

Concomitantemente meninos de rua se amontoam sob e sobre papelões para se esquentarem, na praça da catedral, se suicidando à mercê da fé, fumando crack. Um garoto torcedor vestindo a camisa do seu time de futebol se aproxima e diz: “Tiozão, o senhor não acha que Deus é injusto ao fazer gente pobre e gente rica? Ele bem que podia ‘faze nóis’ tudo igual. É por isso que eu meto a mão. É um assalto!”

Memorial SP

Osmar Ferreira - Sócio Aposentado São José dos Campos

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONALIZANTE SINTETEL

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CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONALIZANTE SINTETEL

Cursos Profissionalizantes:- Recepcionista/Telefonista

- Fibra óptica/ Linhas e aparelhos

- Cabista (fibra óptica/metálica)

O Sintetel, em parceria com a APSE, disponibilizará processos seletivos para diversas vagas em call center e telecomunicações.

Informações e Inscrições: Rua Santa Isabel, 36- Vila Buarque - São Paulo/SPPróximo ao metrô República. Telefone: (11) 3367-6777

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