revista linha direta

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Revista do Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo, edição Setembro de 2012 - 15ª Edição.Administrar dinheiro público exige muito mais responsabilidade.O que fazer com o lixo da copa do mundo Para cada perfil um jogo eletrônico O Futuro incerto da TV Cultura Qual futuro queremos?

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Curta o Sintetel no Facebook!

Já curtiu a página do Sintetel no Facebook? Essa é a ferramenta mais rápida para ficar por dentro de tudo o que acontece nas operadoras, prestadoras de serviço e no teleatendimento. A principal rede social do momento é mais uma forma de integrar trabalhadores e Sindicato.

O Facebook do Sintetel traz links diretos para as notícias postadas no site da entidade. São informações que abordam também temas como política, economia e o setor de telecomunicações de forma mais ampla. O objetivo é deixar o trabalhador o mais informado possível de uma maneira rápida, fácil e gratuita.

Por lá, também divulgaremos a agenda de eventos do Sindicato, desde assembleias até festas. Então não perca tempo e curta logo o Sintetel no Facebook!

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LINHA DIRETA em revista 3

Entrevista – “Administrar dinheiro público exige muito mais responsabilidade do que administrar nosso próprio dinheiro”Em entrevista, José Carlos Guicho, atual diretor de finanças do Sintetel, fala sobre sua vida e sobre a saúde financeira do Sindicato.

Meio Ambiente – O que fazer com o lixo da Copa?Especialistas em sustentabilidade se reúnem para discutir o des-tino correto dos resíduos sólidos durante o período da Copa do Mundo de 2014.

Tecnologia – Para cada perfil, um jogo eletrônico O mercado brasileiro de games se mantém aquecido, mesmo tendo que enfrentar os altos impostos e a pirataria.

Capa – Qual o futuro que queremos? Rio+20 e Código Florestal agitaram debate sobre o meio am-biente no primeiro semestre do ano.

Cultura – O futuro incerto da TV CulturaA reestruturação da emissora ainda gera desconfiança sobre um possível processo de privatização.

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EDITORIAS

ARTIGOS

32 – Três processos

João Guilherme Vargas Netto

34 – Poemas – Fim de uma paixão e Que pena!

Artigo do Leitor

4 – Editorial

8 – Saúde

17 – Aposentados

24 – Economia

26 – Mulher

28 – Aconteceu

33 – Passatempo

Linh

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Page 4: Revista Linha Direta

Recentemente o mundo vol-tou seus olhos para o Brasil, mais precisamente para o Rio de Janeiro. A cidade foi palco da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvi-mento Sustentável. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de rea-lização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento (Rio-92).

Nosso País vive um momento de busca pela conscientiza-ção ecológica. Além da realização da Rio + 20, tivemos a recém aprovação do novo Código Florestal. Infelizmente, os resultados não foram ideais. Se por um lado o novo Código não agradou os ambientalistas, a Rio + 20 repetiu o ultrapassado plano de falsas soluções que ficam no cam-po das intenções, não apresentando nada de concreto.

Não existem prazos, nem medidas concretas (como o Pro-tocolo de Kyoto), que nos deem alguma garantia. Dife-rente da ECO92, na qual o mundo se inflou de esperança e ações para agir na defesa de um mundo sustentável, a Rio+20 teve mais nome que ação.

Nós, dirigentes do Sintetel, entendemos que é importante qualquer iniciativa que tenha por objetivo preservar os re-cursos naturais e a redução de resíduos sólidos. O Planeta não pode mais sofrer com as agressões. Algo tem que ser feito pela preservação da natureza.

Nesta edição, reservamos duas matérias sobre o tema eco-logia e sustentabilidade, sendo que uma delas é a princi-pal, a matéria da capa.

Almir MunhozPresidente

4 LINHA DIRETA em revista

A sustentabilidade está em pauta

Almir Munhoz, presidente do Sintetel

DIRETORIA DO SINTETEL

Presidente: Almir Munhoz

Vice-Presidente: Gilberto Rodrigues Dourado

Diretoria Executiva: Cristiane do Nascimento, Fábio Oliveira da Silva, José Carlos Guicho e Marcos Milanez Rodrigues.

Diretores Secretários: Alcides Marin Salles, Ana Maria da Silva, Aurea Meire Barrence, Germar Pereira da Silva, José Clarismunde de Oliveira Aguiar,

Maria Edna Medeiros e Welton José de Araújo.

Diretores Regionais: Elísio Rodrigues de Sousa, Eudes José Marques, Jorge Luiz Xavier, José Roberto da Silva, Ismar José Antonio,

Genivaldo Aparecido Barrichello e Mauro Cava de Britto.

Jurídico: Humberto Viviani [email protected]

OSLT: Paulo Rodrigues [email protected]

Recursos Humanos: Sergio Roberto [email protected]

COORDENAÇÃO EDITORIAL

Diretor Responsável: Almir Munhoz

Jornalista Responsável: Marco Tirelli (MTb 23.187)

Redação: Emilio Franco Jr. (MTb 63.311), Marco Tirelli

Estagiárias: Renata Sueiro e Renata Moraes

Diagramação: Agência Uni (www.agenciauni.com)

Fotos: F.F. Fotografia e Jota Amaro

Colaboradores: João Guilherme Vargas Netto, Paulo Rodrigues e Theodora Venckus

Impressão: Gráfica Unisind Ltda. (www.unisind.com.br)

Distribuição: Sintetel

Tiragem: 10.000 exemplares

Periodicidade: Quadrimestral

Linha Direta em Revista é uma publicação do Sindicado dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo | Rua Bento Freitas, 64

Vila Buarque | 01220-000 | São Paulo SP | 11 3351-8899 www.sintetel.org | [email protected]

SUBSEDES

ABC: (11) 4123-8975 [email protected]

Bauru: (14) 3231-1616 [email protected]

Campinas: (19) 3236-1080 [email protected]

R.Preto: (16) 3610-3015 [email protected]

Santos: (13) 3225-2422 [email protected]

S.J.Rio Preto: (17) 3232-5560 [email protected]

V. Paraíba: (12) 3939-1620 [email protected]

O Sintetel é filiado à Fenattel (Federação Nacional dos Trabalhadores em Telecomunicações), à UNI (Rede Sindical Internacional) e àForça Sindical. Os artigos publicados nesta revista expressam

exclusivamente a opinião de seus autores.

EDITORIAL

Carta“Aprecio muito os temas abordados e a forma

dinâmica com a qual tratam destes.” Roberto Novaes Alves – São Paulo

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LINHA DIRETA em revista 5

ENTREVISTA

Casado, pai de cinco filhos e avô de qua-tro crianças, José Carlos Guicho, dire-tor financeiro do Sintetel, nasceu em Ourinhos e cresceu politicamente em

Presidente Prudente. Aos 18 anos, formou-se técnico em edificações e foi trabalhar na barragem da usina de Capivara, em 1975. Em seguida viajou para São Paulo, onde trabalhou nas obras do Cebolão. Em ou-tubro do ano seguinte, foi admitido na Telesp para tra-balhar no prédio da Vila Mariana. “Lá era um celeiro de sindicalistas”, conta. De lá também saíram Osvaldo Rossato (ex-presidente do Sintetel) e Almir Munhoz (atual presidente).

Em 1977, Guicho foi transferido para Prudente. Lá se formou em Ciências Contábeis com extensão em Economia e Administração. Em janeiro de 1978 se filiou ao Sintetel e, anos depois, tornou-se colaborador da entidade. Foi diretor regional de Bauru e chegou à diretoria executiva como vice-presidente. Na gestão seguinte, passou a comandar as finanças do Sindicato. Em entrevista a Linha Direta em Revista, Guicho conta sua história e faz um balanço de sua gestão como dire-tor financeiro.

Linha Direta em Revista: Como foi seu início no setor de telecomunicações?

José Carlos Guicho: Meu primeiro cargo na Telesp foi de auxiliar técnico em mediações de projetos. O objetivo era alinhar as plantas de redes subterrâneas com a de outras empresas para não haver conflitos. Depois, fui para o setor de gerenciamento de contra-tos. Quando fui transferido para Prudente, cheguei quando a Telesp encampou as empresas regionais, fez as expansões e instalou o DDD. Fui para o interior com a intenção de ser projetista, mas como a mão de obra era escassa, virei também gerenciador de contra-tos e fiscal de obras. Enfim, eu era um coringa. Foi ótimo, pois aprendi muito.

LDR: Como começou sua vida sindical?

JCG: O ex-presidente Rossato era meu chefe na época. Ele era delegado sindical e eu, desde 1982, era colabo-rador. Algum tempo depois, ele voltou para São Paulo e eu fiquei na vaga dele. Não tínhamos a facilidade que se tem hoje, nosso trabalho sindical era difícil. Acompanhávamos os processos que os trabalhadores moviam contra a empresa na região.

Na greve de 1990, nosso grupo se destacou. Não tí-nhamos experiência em paralisação, mas nosso pessoal ganhou os trabalhadores no convencimento. A Vanda, a Célia e o Emildo se destacaram e conseguimos parar

Em entrevista, José Carlos Guicho, atual diretor financeiro do Sintetel, fala sobre sua vida e sobre a saúde financeira do Sindicato

“Administrar verba pública exige muito mais responsabilidade do que administrar nosso próprio dinheiro”.

por Emilio Franco Jr. e Marco Tirelli

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6 LINHA DIRETA em revista

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LINHA DIRETA em revista 7

Presidente Prudente, Assis e Presidente Venceslau.

Em 1998, fui destacado para a diretoria regional de Bauru junto com o companheiro Jorge Luiz Xavier, que foi muito importante na minha vida sindical. Rea-lizamos muitas coisas boas em um momento difí-cil, pois estavam em curso os PDVs e PDIs na então Telefônica. Não posso deixar de citar dois compa-nheiros que muito me ajudaram, o ex-presidente Ge-raldo Cardoso e o Dr. José dos Santos Neto.

LDR: Como ingressou na diretoria executiva?

JCG: Após quatro anos como diretor regional, fui designado para vice-presidente, cargo que ocupei de 2002 a 2005. Quando cheguei, o Sindicato estava começando a organizar o departamento de negocia-ções e também a OSLT (Organização Sindical nos Locais de Trabalho) pela necessidade de reorganizar a nossa base. Após a privatização, havia a necessidade de encontrar meios para adaptar o Sindicato à nova reali-dade com a chegada de empresas de teleatendimento e prestadoras de serviços.

O Sintetel representava cerca de 30 mil trabalhadores naquela época, hoje representa mais de 200 mil. Nosso sindicato foi um dos únicos, senão o único, a crescer após a privatização. O departamento de negociações pegou quem efetivamente trabalhava com Telecom e trouxe para a categoria. Hoje, o Sintetel representa toda a cadeia produtiva do setor. Desde os fabricantes até a ponta da instalação.

LDR: O Sr. acredita que sob sua gestão houve avan-ço na administração financeira do Sindicato?

JCG: Não dá para comparar a atual administração com as anteriores. Isso porque o sindicato cresceu muito. Nós fizemos um novo e informatizado plano de con-tas. O gasto tem que ser planejado com aplicação da sobra de caixa. Fazemos previsão de gastos. Elabora-mos a previsão orçamentária anual e, no final do ano, fazemos o balanço. Tudo é mostrado em assembleia aberta para os associados, responsáveis por aprovar os números. A verdade é que administrar dinheiro públi-co exige muita responsabilidade.

LDR: Quais são os gastos mais relevantes do Sin-tetel?

JCG: Creio que sejamos o único Sindicato a manter quatro colônias de férias. Temos sete subsedes e uma frota de mais de vinte carros para servir a base. Não adianta ter frota velha porque o custo de manutenção é alto. Fazemos mais de cem mil impressões mensais entre jornais, boletins e revistas. Mantemos ativistas, estruturas físicas da sede e das subsedes. Temos ad-vogados à disposição, setor de homologação e CCP. A entidade mantém mais de 100 funcionários.

LDR: Como está a situação financeira do Sintetel?

JCG: Positiva. Podemos dizer que o Sindicato está sanado e estamos ampliando a estrutura. Queremos construir um clube campestre. Compramos a subsede em Ribeirão Preto e vamos inaugurá-la até agosto de 2013. Queremos todas as subsedes próprias. Desde que a Unidade na Luta assumiu, o Sindicato cresceu muito.

LDR: Quais são os planos de investimentos futu-ros?

JCG: Meu sonho é instalar lan houses para os trabalha-dores. Locais onde eles possam ter internet gratuita. Estamos também negociando com a Telefônica para assumir a administração de alguns Telesp Clubes. Que-remos ficar cada vez mais próximo do trabalhador. Uma das minhas metas é formar novos dirigentes sindicais. Outra ideia é usar o casarão para fazer cursos de forma-ção profissionalizante. Nós precisamos formar mão de obra qualificada para o nosso setor. Já fizemos isso no passado e precisamos voltar a fazer.

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8 LINHA DIRETA em revista

O mercado do tabaco brasileiro passou por uma grande reestruturação nos úl-timos anos. Quem se lembra dos co-merciais da Marlboro exibidos na dé-

cada de 90 e dos maços vendidos a preços pequenos, consegue mensurar essas mudanças. O governo ali-nhou estratégias e novas medidas na área econômica com o objetivo de controlar a cultura do fumo, a política de preços, a arrecadação tributária e coibir o mercado ilegal no País. Entre as modificações, destaca-se a elevação dos tributos sobre o produto e a implantação da Lei do Preço Mínimo, ocorrida em maio deste ano.

Um comparativo de mercado mostra que em 2000, o Brasil mantinha-se entre os países com o cigarro mais barato do mundo. O maço custava pouco menos de um real. Nos anos seguintes o valor apresentou au-mentos gradativos. Em 2012, o produto teve reajuste de 41% no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O Brasil ocupa a quinta posição no ranking de países com cigarro mais caro do mundo, com base nos fatores salariais e custo de vida.

Segundo estudo do Dieese (Departamento Inter-sindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos), o Índice de Custo de Vida subiu 0,68% em abril deste ano, impulsionado pela alta no preço dos cigarros.

Eficácia da Lei do Preço Mínimo

O aumento de preços é parte de uma política de con-

trole aplicada pelo Governo Federal. Segundo estudo realizado pelo Ministério da Saúde em 2000, o au-mento dos impostos sobre o cigarro é a maneira mais eficaz de reduzir o consumo do produto e elevar a contribuição tributária, principalmente entre os jo-vens e pessoas de baixa renda. No entanto, as me-didas aplicadas drasticamente no começo deste ano dividem opiniões.

“Vai ter aumento de contrabando”. Foi com essa frase que o analista e coordenador do núcleo de Projetos da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), José Alberto Schontag, expressou a sua opinião ao jornal online Valor Econômico. Ele afirmou que o reajuste brusco iria fazer com que os consumidores de baixa renda encontrassem alternativas para sustentar o vício. Um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), em parceria com a Souza Cruz – uma das maiores empresas de tabaco do País –, respalda a afir-mação do coordenador ao mostrar que o aumento provoca um movimento negativo no setor, entre elas, a migração do consumidor para o mercado ilegal.

Inácio da Silva, dono de uma banca de revista na Praça da República, em São Paulo, compartilha da mesma opinião. “O aumento pode impulsionar o crescimento do mercado paralelo, pois quem com-prava o cigarro por menor valor, com a alta, pode passar a buscar produtos ilegais”, afirma. Além disso, para Inácio, a Lei do Preço Mínimo não faz diferença no combate aos produtos marginais. “Já faz alguns

Eficácia da Lei do Preço Mínimo para cigarros divide opiniões.Para os fumantes, sustentar o vício do cigarro está cada vez mais caro

Preço mínimo, arrecadação e lucro ao máximo

por Renata Sueiro

SAÚDE

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anos que o cigarro legal supera o valor de R$ 3, não vejo utilidade na legislação aplicada”, desabafa.

Com o objetivo de impedir as vendas marginais, em 1º de maio entrou em vigor a Lei do Preço Mínimo, que estabelece o piso de R$ 3 no valor dos cigarros. O varejista que não cumprir a lei poderá ter a mer-cadoria apreendida e fica sujeito a pagar multa e à proibição de venda de cigarros por cinco anos.

A medida foi implantada com o objetivo de coibir a evasão tributária que ocorre no setor de cigarros pela prática predatória de preços – quando as empre-sas reduzem os valores de venda abaixo do seu custo, com o objetivo de eliminar os concorrentes do mer-cado. Assim, o produto não comporta o montante dos tributos federais e estaduais. O policial federal do departamento de narcotráfico, Cristiano Souza, con-sidera que a medida é positiva para o mercado. “Toda determinação que vem para coibir a ilegalidade deve ser implantada”, declara.

Além disso, a fixação de preços mínimos impulsio-nará a recuperação de arrecadação tributária do setor, direcionando os gastos à saúde pública com doenças

derivadas do tabagismo.

Para os teleoperadores Caroline Pirello, 20, e Wesley Gabriel Silva, 19, a mudança tem apenas o objetivo de encher os cofres públicos sem retorno para o brasi-leiro. “Se o preço continuar aumentando, as pessoas vão comprar os cigarros mais baratos ou deixar de comprar produtos necessários para sustentar o vício”, afirma Caroline. “Acho difícil fiscalizar tantos pontos de venda. Aqui no centro, cigarros como o Eight são vendidos a R$ 2 em quase todos os bares e botecos”, ressalta Wesley.

Campanha pelo cumprimento da medida legislativa

Para garantir o cumprimento da nova legislação, a Souza Cruz lançou uma campanha nacional que deve abranger mais de cinco mil municípios brasileiros. Serão distribuídos cartazes, panfletos, anúncios, ade-sivos e outros materiais de conscientização. Para An-drea Martini, presidente da empresa, a campanha será positiva entre os consumidores e lojistas. “A ação busca construir um ambiente que garanta a sustentabilidade do nosso negócio e o futuro do país”, alega.

Eight, cigarro contrabandeado do Paraguai.

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MEIO AMBIENTE

A reforma ou a construção dos estádios que receberão os jogos da Copa do Mundo de 2014, no Brasil, estão a todo vapor, mas pouco ainda se fala do destino dos resídu-

os sólidos - lixo que pode ser reciclado - dessas cons-truções e de todo o evento.

Preocupados com essa temática, especialistas em sus-tentabilidade e entidades do setor debatem o destino e a reciclagem dos resíduos sólidos nas cidades-sede da Copa do Mundo. “O objetivo é discutir a política nacional de resíduos sólidos, sua implantação, os de-safios e as perspectivas”, comenta o ex-secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, Nabil Bonduki.

Segundo o Ministério do Meio Ambiente, cada brasileiro produz em média 1,1 kg de lixo por dia. O

País coleta diariamente 188,8 toneladas de resíduos sólidos. Desse total, em 50,8% dos municípios, os resíduos ainda têm destino inadequado e vão parar nos 2.906 lixões que o País possui.

Apesar da importância que tem para o processo de reciclagem, a coleta seletiva só existe em 443 cidades brasileiras (8% do total), segundo pesquisa feita pela Associação Compromisso Empresarial para Recicla-gem (CEMPRE).

Até o ano de 2010, no Brasil não existia uma lei ou algum tipo de política que regulamentava a questão dos resíduos sólidos. Depois de 21 anos de tramita-ção no Congresso, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) foi aprovada em 2 de agosto do mes-mo ano, durante a segunda gestão do governo Lula.

A lei estabelece três principais pontos: fechamento dos lixões até 2014; destinação dos rejeitos (parte dos resíduos que não pode ser reciclada) para os aterros sanitários e elaboração de políticas municipais de re-síduos.

A meta do Ministério do Meio Ambiente é que o plano nacional seja executado até meados de agosto de 2014, porém o prazo com que os projetos têm sido realizados é um dos fatores de maior preocupa-ção. Cidades como São Paulo e Rio de Janeiro ainda estão muito atrasadas. Segundo Roberto Laureano Rocha, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). “Tudo

Especialistas em sustentabilidade se reúnem para discutir o destino correto dos resíduos sólidos durante o período da Copa do Mundo de 2014

O que fazer com o lixo depois da Copa?

por Renata Moraes

10 LINHA DIRETA em revista

“As cidades-sede da Copa são prioridade no plano de resíduos sólidos do Ministério do Meio Ambiente”, afirma Nabil Bonduki.

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está muito devagar. São Paulo, por exemplo, não tem nem 6% de coleta seletiva”.

No inicio de junho, depois de 34 anos, deixou de existir oficialmente o Aterro Sanitário do Jardim Gra-macho, no Rio de Janeiro. Considerado o maior lixão a céu aberto do Brasil, recebia até 9,5 mil toneladas de resíduos por dia.

O presidente do Conselho de Sustentabilidade da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo do Estado de São Paulo (FecomércioSP), José Goldemberg, ressaltou que ações adotadas para re-ceber os jogos de futebol servirão de exemplo para que as cidades-sede, posteriormente, tenham uma política mais séria em relação aos resíduos orgânicos e recicláveis. “A reciclagem ainda é incipiente nos esta-dos brasileiros, mas eu creio que haverá uma tomada de consciência importante porque a Copa vai deixar consequências”, opina. “Se for feito um trabalho ade-quado, isso permanecerá após o evento”.

Investir em uma política de reeducação ambiental é imprescindível. A população continua descartando lixo em locais irregulares e não utiliza os ecopontos adequadamente.

Para ajudar a cumprir o plano nacional de resíduos sólidos e reforçar a conscientização da população, o Governo Federal lançou um programa de tratamento

do lixo, baseado em três eixos batizados de Brasil sem Lixão, Recicla Brasil e Pró-Catador.

O primeiro terá ações conjuntas entre estados, mu-nicípios e governo federal para eliminar todos os lixões até agosto de 2014. O segundo investirá na re-ciclagem e o terceiro vai estruturar as cooperativas e o trabalho dos catadores. O programa está em fase final de elaboração.

O Governo Federal deu o pontapé inicial, mas, para que as exigências desta lei sejam cumpridas, é necessária participação ativa dos governos estaduais e municipais com ações efetivas. E também preparar a população para uma mudança de comportamento em relação à coleta seletiva, benéfica ambiental, social e economicamente.

Aterro Sanitário do Jardim Gramacho, antes de seu fechamento.

Roberto Laureano Rocha, representante do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR)

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12 LINHA DIRETA em revista

TECNOLOGIA

Os jogos eletrônicos estão por toda parte. Quem nasceu entre as décadas de 1960 e 1980 acompanhou de perto a evolução no mundo do entreteni-

mento. Este universo teve início com a criação da máquina de jogos eletrônicos Arcade – semelhante ao fliperama – e dos primeiros consoles domésticos como o Atari 2600. Foi nesse ambiente de novas cri-ações que surgiu o Game Boy – sistema portátil que cabia na palma da mão – e os consoles da Nintendo e da Sega com jogos do Mario Bros e Donkey Kong. Tais joguinhos popularizaram os games no mercado.

Diego Santos, 27 anos, amante de jogos eletrônicos desde pequeno, recorda que o Atari foi o seu primeiro videogame. “Jogava muito o River Ride, era o meu favorito”. Com a evolução tecnológica e a massifica-ção da internet, os games ficaram mais sofisticados. Hoje, os jogadores do mundo todo estão interligados

em tempo real. Os progressos trouxeram uma diver-sidade de jogos e dispositivos como Sony Playstation 2 e 3, Microsoft Xbox 360, Nintendo Wii, computado-res, celulares, Smartphones e iPhones.

Com tantas opções, fica difícil definir o público con-sumidor. Para Daniel Trócoli, diretor executivo da Atrativa Game House, sempre existiu uma concep-ção errônea sobre os jogos eletrônicos. “Claro que no início os games tiveram forte apelo infantil, mas es-sas crianças cresceram”, afirma. Atualmente existem jogos para todas as idades. “Em todo lugar as pes-soas jogam, seja paciência no escritório, aplicativos no celular enquanto esperam o ônibus ou em redes sociais”, ressalta o diretor.

Para Guilherme Tsubota, sócio da 8D Games e dire-tor da ACIGAMES (Associação Comercial Industrial e Cultural de Games), essa popularização é resultado do grande incremento da indústria nos últimos anos. “Hoje, para cada jogo um perfil de cliente é obser-vado”, explica.

No Brasil, o mercado está aquecido. Segundo dados da Newzoo, empresa internacional de estudo e pes-quisa no mercado, o País figura na quarta posição do ranking entre os maiores consumidores. São 35 milhões de usuários com idade entre 10 a 65 anos.

Criação: custo e direito autoral

O segmento de jogos é maior que das indústrias

O mercado brasileiro de games se mantém aquecido, mesmo tendo que enfrentar os altos impostos e a pirataria

Para cada perfil, um jogo eletrônico

por Renata Sueiro

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LINHA DIRETA em revista 13

fonográfica e cinematográfica juntas. Os custos com ferramentas de criação chegam a ser superiores aos de filmes norte-americanos. O GTA IV teve investimento de 100 milhões de dólares, contra 37 milhões gastos no filme Crepúsculo. O retorno do mercado também é alto. No Brasil, estima-se que até 2016 os jogos eletrônicos devem gerar R$ 3 bilhões para o País.

Esse segmento é o mais complicado no que se refere à proteção da obra intelectual. O registro dos jogos não é obrigatório, mas o criador o faz para se resguardar dos plágios e das cópias idênticas. Segundo Renato Opice Blum, presidente do Conselho de Tecnologia da Informação da Fecomércio, nos jogos não se pro-tege a ideia, mas sim o código fonte das imagens, dos textos, dos sons e do conteúdo multimidiático. “To-dos devem ser registrados separadamente” alerta.

Segurança da informação

Na era da informação e automação, os jogos eletrôni-cos, principalmente os onlines, sofrem diariamente com práticas ilícitas como a apropriação e divulgação indevida de dados. Para Renato Blum, as empresas devem dobrar os cuidados com a segurança. “Sei de casos em que o usuário teve seus dados fraudados, outros que receberam vírus e até situações de seques-tros devido à fragilidade na hora de proteger as infor-mações”, afirma.

Para driblar a situação, as empresas investem em equi-pamentos, gerenciamento e armazenamento de infor-mações e fazem revisões periódicas dos sistemas.

Gargalos

Alguns osbstáculos ainda seguram a expansão da indústria brasileira. São três principais gargalos. O primeiro é a falta de mão de obra qualificada. “Falta investimento na educação de profissionais, e isso é um problema”, afirma Guilherme Tsubota.

O segundo são os tributos. “Os altos impostos co-brados impedem que o Brasil seja visto como polo de investimento. Consequentemente, as empresas in-ternacionais escolhem países que não são proibitivos, como a Argentina”, lamenta Daniel Trócoli.

Para Tsubota, as altas cargas tributárias incentivam a pirataria, terceiro gargalo do setor. Os tributos im-pactam na acessibilidade e no preço final. Com isso, os jogadores optam por produtos pirateados. “Infeliz-mente, essa é uma realidade no mercado”, afirma. “É preciso buscar novas formas de cobranças e redução dos tributos”, sugere Trócoli.

Para remediar a situação, algumas empresas popula-rizam seus produtos. A Apple, por exemplo, passou a vender os aplicativos do iTunes a 99 centavos de dólar. As desenvolvedoras de jogos online também sofrem com essa pedra no sapato. Muitas disponibi-lizam seus jogos por preços irrisórios ou sem cobrar nada, como é o caso da Atrativa Games. “Os usuários pagam uma pequena mensalidade e têm acesso aos jogos com comodidade e segurança”, afirma Trócoli. Mas nem sempre resolve. “Mesmo os jogos sendo de graça, as pessoas pirateiam, isso está na cultura do brasileiro e precisa ser mudado”, desabafa Tsubota.

Page 14: Revista Linha Direta

14 LINHA DIRETA em revista

São Paulo é considerada por muitos como a locomotiva do País. A participação da ci-dade no Produto Interno Bruto (PIB) brasi-leiro, que é a soma de todas as riquezas pro-

duzidas, baseia essa ideia. Só que PIB não é suficiente para refletir também o grau de produção cultural, intelectual, de inovação e até mesmo social de um determinado lugar. Essa é a conclusão da Fecomer-cio paulista ao lançar o “Índice de Criatividade das Cidades”.

Elaborado pela instituição durante um ano, o estudo traz novos dados sobre o potencial dos munícipios e estados brasileiros. Para isso, leva em conta não só o PIB - considerado ultrapassado para medir a chama-da economia criativa - mas também as conexões, a criatividade e as inovações. “O indicador traz infor-mações inéditas e fornece subsídios para adoção de medidas públicas e privadas”, alerta Guilherme Di-etze, da Fecomercio de São Paulo.

Cidades e estados mais criativos

E quem são os destaques brasileiros na pesquisa com os 27 estados e as 50 maiores cidades? O campeão no índice geral – soma dos campos econômico, so-cial e criativo – é o Distrito Federal, líder nos dois primeiros quesitos. Perde apenas para o Rio de Ja-neiro em criatividade. O estado que abriga a cidade maravilhosa, por sinal, aparece em segundo na classi-ficação geral. Resta a São Paulo a medalha de bronze.

A lanterna da pesquisa coube ao Maranhão.

Quando o estudo foca nas cidades, São Paulo reto-ma sua condição de locomotiva. Mas a responsável por isso não é a economia, como se imaginava. Isso porque a pesquisa, neste aspecto, leva em conta ou-tros fatores além do PIB, como a renda por pessoa e o número de empresas por habitantes. Os paulistanos perdem nesse quesito específico para outras cinco ci-dades. Porto Alegre tem o melhor desempenho. Na média econômica, social e criativa, a capital paulista é o grande destaque. Mérito do fator social, que in-clui saúde, segurança, acesso à tecnologia e emprega-bilidade.

Campinas e Santos

Quem surpreende no ranking é Campinas. Quarta colocada geral, a cidade lidera em criatividade, cuja definição ainda é bastante abstrata. Santos é o ter-ceiro município no campo econômico. “Poderia facilmente estar melhor se desse mais atenção para fatores sociais e criativos”, pontua Dietze.

Entretanto, a metodologia de análise para esse novo conceito desperta críticas. “Fico preocupada quando falamos que tal lugar é menos criativo e tal cidade é mais”, pondera Ana Carla Fonseca Reis, assessora em economia criativa para a Organização das Nações Unidas (ONU). Para ela, o conceito engloba vários fatores e não pode ser retratado facilmente em da-

Estudo mede o desenvolvimento de cidades brasileiras em quesitos que vão além do PIB

Criatividade em alta

por Emilio Franco Jr.

CIDADES

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dos. A explicação é simples. Um local criativo não é apenas onde ideias nascem e projetos são postos em prática, mas principalmente o aproveitamento que as pessoas fazem do espaço.

Arte nas ruas

A medição deve ser feita pela soma de inventividade, conexão entre os diferentes grupos sociais e cultura, defende a especialista. “Uma cidade com arte nas ruas e boa música coloca o cidadão no contexto da criati-vidade”, exemplifica ao ressaltar que as pessoas devem ser estimuladas a serem criativas. Isso acontece, por exemplo, na Virada Cultural, que reúne durante 24 horas as mais variadas atrações, grande parte delas de graça, no centro decadente da cidade de São Paulo. O evento atrai público de todas as regiões do mu-nicípio.

Mas o ideal são iniciativas que durem mais de um fi-nal de semana por ano. Nesse aspecto, Londres serve como referência. Os famosos ônibus de dois andares, por exemplo, propiciavam aos usuários a visão de partes da cidade que poucos notavam. Esses lugares eram geralmente mal cuidados, principalmente em-baixo de pontes. O governo, pensando em estimular os passageiros no caminho para o trabalho, resolveu preencher aqueles espaços com grafites e mensagens otimistas.

Ou seja, intervenções artísticas na rua também são bem-vindas. Malabaristas em semáforos, músicas nas calçadas e grafites em lugares degradados, tudo co-labora para que a cidade se cerque de ideias criativas que ajudam as pessoas a relaxarem em meio à correria do dia a dia.

Call Parade

Antenada nesse conceito, a Vivo, que substituiu a marca Telefônica em todo o Estado, inovou durante o processo de troca dos telefones públicos. No lugar dos antigos “orelhões” verdes-limão, espaço para o colorido da nova marca e para intervenções artísticas. O projeto se chama Call Parade. Na tradução livre, seria algo como Parada Telefônica.

Alguns telefones receberam cores diferentes e vi-brantes e outros ganharam visuais mais arrojados.

Os pedestres que caminham pela Avenida Paulista, um dos locais do projeto, se deparam com orelhões que são verdadeiras obras de arte. A quantidade de pessoas tirando fotos e o visível encantamento delas mostram que pequenas mudanças para tornar as ci-dades mais criativas ajudam a despertar o senso artís-ticos e o bom humor.

São iniciativas como essa que o estudo da Fecomercio ainda busca formas de medir. A tarefa de incluir o aproveitamento cultural e criativo do espaço público é tarefa complicada. A economista e pesquisadora Lídia Goldenstein resume o problema. “A discussão ainda está muito pobre porque continua atrelada ao velho paradigma, ao jeito antigo de pensar o Brasil”.

Por isso, a assessora da ONU, Ana Carla, acredita que o Índice, em uma segunda edição, precisa dar menos atenção para a questão econômica e mais para o aproveitamento do espaço criativo. Pena que o exemplo da Vivo seja apenas temporário.

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APOSENTADO

Stefan Fediczko viveu sua infância em plena Segunda Guerra Mundial. No início, em 1941, os alemães invadiram a Ucrânia. “Meu pai e minha madrasta foram capturados para

trabalhar a troco de comida em uma fazenda na Áus-tria”, conta.

Enquanto seus pais trabalhavam, Stefan frequentava a escola alemã; assim ele estudou por dois anos, foi al-fabetizado e aprendeu seu segundo idioma. Ele conta que o sistema era muito rígido e que as crianças não brincavam. “Após as aulas, éramos designados pelos nazistas para levar lanche aos prisioneiros italianos e franceses que estavam trabalhando nos campos”, recorda.

Stefan recorda que os dois anos na escola alemã foram terríveis. “Estávamos em aula, de repente to-cava a sirene e saíamos correndo para nos esconder no abrigo antiaéreo”, lembra. “Quando terminavam os bombardeios, saíamos às ruas e só víamos fumaça e destruição”. Em 1944, todas as aulas foram suspen-sas devido à intensidade dos bombardeios.

Após a guerra, até 1947, a família permaneceu em um campo de refugiados sustentado pela ONU (Or-ganização das Nações Unidas). Quando as escolas reabriram, Stefan foi obrigado a estudar em uma ins-tituição polonesa por um ano. Assim, aprendeu seu terceiro idioma. Quando os aliados conseguiram ins-talar uma escola ucraniana, Stefan estudou nela por

mais dois anos.

Como no campo havia gente de diversas nacionali-dades, era preciso repatriá-las. A opção era permane-cer na Áustria ou imigrar para Austrália, Brasil, Áfri-ca do Sul ou América do Norte. “Meu pai escolheu o Brasil”, lembra Stefan.

Em junho de 1947, a família Fediczko desembarcou no porto do Rio de Janeiro. A exceção foi sua irmã mais velha, que já era casada e o marido queria ir para Inglaterra.

Após 15 dias na cidade maravilhosa, a família viajou para São Paulo, onde existia um programa social do governo em parceria com a ONU que abrigava os refugiados. “Certo dia chegou ao abrigo um capataz italiano recrutando imigrantes para trabalhar na la-voura de café. Então lá fomos nós para o município de Colina, interior do Estado”, conta Stefan.

A fazenda de café pertencia a uma tradicional e rígi-da família da região. Eles eram obrigados a comprar mantimentos no armazém da fazenda. “Não estáva-mos acostumados com a comida brasileira, nós con-sumíamos mais massas e farinha, o que era muito caro na época. A conta de nossa família no armazém era altíssima e com o que ganhávamos na lavoura não conseguíamos pagar a dívida”, relembra.

O pai de Stefan não se conformou com a situação.

Vindo de família de cinco irmãos, o ucraniano Stefan Fediczko nasceu em 1934 numa pequena cidade na fronteira com a Polônia chamada Starjava

Da Ucrânia para a CTB

por Marco Tirelli

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Com as poucas joias que a família havia trazido da Ucrânia, saudou a dívida e foram para Barretos. Lá, seu pai foi trabalhar como marceneiro. Com a con-vivência com a criançada brasileira, Stefan aprendeu seu quarto idioma.

Algum tempo depois, a família transferiu-se para São Paulo e Stefan aprendeu, com seu pai, o ofício de marceneiro.

Admissão na CTB

Em 1953, Stefan Fediczko estava com 19 anos de idade quando foi admitido na Companhia Telefônica Brasileira para ocupar o cargo de marceneiro nos bar-racões da Rua Garibaldi. Quando Stefan foi preencher a ficha de admissão, precisou citar qual idioma falava. “Eu escrevi lá que falava alemão, polonês, ucraniano e português. O chefe chamou o pessoal e disse: ‘olha, temos um poliglota’. Foi uma situação muito engra-çada”, diverte-se.

Em 1957, Fediczko casou-se com Stela e constituiu família. O casal tem dois filhos, quatro netos e uma bisneta de cinco meses.

Após 17 anos de empresa, em 1970, Stefan foi pro-movido a chefe de setor. “Passei a coordenar as áreas de marcenaria, relojoaria e obras civis e dávamos ma-nutenção em toda Capital e Grande São Paulo”, ex-plica.

No dia 31 de dezembro de 1982, Stefan trabalhou pela última vez como funcionário da Telesp após 29 anos de empresa.

Associado número 7016

Stefan Fediczko associou-se ao Sintetel em 1º de fe-vereiro de 1956. “Nós contribuímos voluntariamente para construir a atual sede do Sintetel. Nós doávamos um salário descontado em dez vezes para levantar o prédio que está aí hoje”, orgulha-se. Em seguida, os trabalhadores também se mobilizaram para construir as colônias de férias com o mesmo sistema de con-tribuição voluntária. “Eu sempre participava das reu-niões e das assembleias”, salienta.

Após a aposentadoria, Stefan conta que montou uma empresa e prestou serviços para a Telesp por mais 15 anos. Em 1998, veio a privatização e os espanhóis acabaram com tudo. Desde 2003, Stefan reside no município de Piracaia, onde leva uma vida tranquila ao lado da esposa. Mas faz questão de não perder o vínculo com o Sintetel e por isso comparece em todos os eventos voltados aos aposentados.

Uma grande alegria na vida deste experiente ucrania-no foi o reencontro com sua irmã, que reside na Ho-landa. “Após 53 anos, por meio da Cruz Vermelha dos Estados Unidos, descobri o paradeiro dela e fui visitá-la, foi uma emoção muito grande”, comemora.

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CAPA

Há exatos 20 anos, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se a capital mundial da ecologia ao sediar a Conferên-cia das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desen-volvimento (conhecida como Cúpula da Terra ou Eco 92). E a história se repetiu com a RIO+20, também conhecida como a Conferência Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável.

A Rio+20 aconteceu entre os dias 13 e 22 de junho. O evento reuniu chefes de Estado e governo de 193 nações, além de milhares de participantes da sociedade civil, com o objetivo de debater os rumos que o pla-neta deve tomar em relação ao crescimento sustentável e as formas de reduzir as agressões ao meio ambiente.

As discussões oficiais foram baseadas em dois temas: “a economia verde” e “a erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sus-tentável”.

Os debates mais aprofundados também abordaram questões como balanço dos últimos 20 anos em rela-ção ao meio ambiente e os direitos das mulheres, vis-

tas como protagonistas desta nova sociedade.

Cúpula dos Povos

Organizada pelo Comitê Facilitador da Sociedade Civil Brasileira para a Rio+20, a Cúpula dos Povos aconte-ceu em paralelo à discussão principal da Conferência. O objetivo foi discutir Justiça Social e Ambiental.

O evento reuniu cerca de 15 mil representantes da sociedade civil e de movimentos sociais de vários países entre os dias 15 e 23 de junho, no Aterro do Flamengo. As discussões giraram em torno das causas e de possíveis soluções para a crise socioambiental e também do fortalecimento dos movimentos sociais no Brasil e no Mundo.

Passados 20 anos da discussão inicial da Rio 92, os participantes da Cúpula alegam que nada mudou e que as ações da ONU não foram cumpridas. A pauta sugerida pela Rio+20 sobre economia verde é con-siderada insatisfatória pelos movimentos, devido aos modelos de produção e consumo capitalistas.

Rio+20 e Código Florestal agitaram debate sobre o meio ambiente no primeiro semestre do ano

Qual o futuro que queremos?

por Emilio Franco Jr. e Renata Moraes

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Documento final: O futuro que queremos

Após muitas discussões e negociações, o documento fi-nal “O Futuro que Queremos” foi assinado pelos chefes de Estado e governo, tendo como principais questões o fortalecimento do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a manutenção dos princí-pios da Rio+20 e a criação dos Objetivos de Desenvol-

vimento Sustentável para 2015.

O documento final englobou temas como fim da po-breza, ampliação da capacidade de estratégias ambi-entais e criação de um conselho com todos os estados membros da ONU e de um fórum para discutir a sustentabilidade. Ficou acordado que o conceito de economia verde será trabalhado de acordo com as

Cúpula dos Povos reprova o resultado da Rio+20 Presidenta Dilma Roussef defende o documento final da Conferência Rio+20

Protestos e Reinvindicaçoes marcaram a RIO+20

Greenpeace apresentou a proposta de desmatamento de popular A Rio + 20 serviu de inspiração para a clássica escultura

de areia da Praia de Copacabana, tendo ao fundo o Forte, onde foi realizado o Humanidade 2012

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características dos países.

O governo analisou a Conferência como positiva, não apenas pelo relatório conclusivo, mas por todas as dis-cussões e pela efetiva participação dos países.

Mas as resoluções da Rio+20 receberam muitas críti-cas dos ambientalistas e dos movimentos sociais, que o classificaram como “pouco ambicioso” e sem “ações concretas” para o desenvolvimento sustentável.

Para protestar, integrantes da sociedade civil assina-ram uma carta endereçada aos governantes com o título de “A Rio+20 que não queremos”, na qual clas-sificaram o texto da conferência como fraco.

O documento oficial “o futuro que queremos” deixou a desejar em relação aos avanços conquistados nos úl-timos 20 anos, desde a Rio 92. A carta dos movimen-tos sociais diz que a sociedade civil não aceita o texto da Rio+20 e expressa decepção com os resultados e com as decisões tomadas.

Mais de mil ambientalistas e representantes das ONG’s assinaram a carta aberta para demonstrar a indignação popular. “Registramos nossa profunda decepção com os chefes de Estado, pois foi sob suas ordens e orien-tações que trabalharam os negociadores e esclarecemos que a sociedade civil não compactua nem subscreve esse documento”, diz um trecho da carta.

O Sintetel se junta às vozes críticas e reintera que o documento final da Rio+20 deixou a desejar. “A população está cada vez mais consciente de que é pre-ciso crescer com a preservação do meio ambiente. O documento deveria ser mais ambicioso e estabelecer metas rígidas para os países”, afirma Almir Munhoz, presidente do Sintetel.

Código Florestal

Outro tema ligado ao verde que ocupou as discussões populares no primeiro semestre deste ano foi a vota-ção do novo Código Florestal brasileiro. De um lado, os ruralistas, e de outro, os ambientalistas. A dife-rença é que enquanto os primeiros estavam isolados na defesa de seus interesses, o segundo grupo contava

com maciço apoio da sociedade civil.

O imbróglio começou ano passado. A Câmara dos Deputados aprovou o projeto de Lei do novo Có-digo Florestal mesmo com a orientação do governo para que a base aliada votasse contra. Assim, o texto seguiu os trâmites normais e foi para o Senado Fe-deral. Por lá, os parlamentares modificaram diversos pontos que desagradavam ambientalistas e a equipe do governo.

Com as mudanças, a proposta continuou a não ser ideal para os defensores do meio ambiente, mas inco-modava muito mais os donos de terras produtivas. A percepção, à época, era de que os defensores do verde sairiam vitoriosos, mesmo com pequenos reveses. Mas como existiram alterações no projeto aprovado inicialmente, a norma do Congresso Nacional manda o texto voltar para a casa de origem.

Na Câmara, onde existe uma forte e bem articulada bancada ruralista, o texto foi retalhado e os avan-ços conseguidos no Senado, na visão do governo, se perderam. Com a proposta novamente nas mãos dos deputados, foram diversas mudanças para proteger interesses dos pecuaristas e fazendeiros. No final das contas, o governo saiu derrotado com a aprovação de um projeto que não deixava claro as obrigações dos proprietários de terra na conservação do ambiente e os livrava de possíveis punições.

Os principais motivos de polêmica eram a definição do tamanho da Área de Preservação Permanente (APP) nas propriedades – que são os locais vulneráveis como beira de rios, topo de morros e encostas -, a área de reserva legal – mata nativa que deve ser preservada dentro da propriedade - e a ausência de punição aos desmatadores.

Com essas e tantas outras polêmicas, o projeto seguiu para análise e sanção presidencial sob forte pressão contrária da opinião pública. Durante o período regi-mental para Dilma e sua equipe sancionarem o pro-jeto, explodiram pelo Brasil manifestações pedindo o veto do Código Florestal aprovado na Câmara.

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Ministros anunciam vetos ao Código Florestal

Protesto em Brasília contra o Código

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Veta, Dilma

Foram muitas as pressões desde o momento em que o texto passou pelo crivo dos deputados. A partir do sim ao projeto pelos parlamentares, a decisão final es-tava na mão da presidenta Dilma. Vetar ou não vetar, essa era a questão.

Organizações não governamentais deram início às campanhas “Veta, Dilma” ou “Veta Tudo, Dilma”. Até mesmo a atriz Camila Pitanga entrou na história. Du-rante a entrega do título de Doutor Honoris Causa concedido por cinco universidades públicas do Rio de Janeiro ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a artista, que trabalhava como mestre de cerimônias, in-terrompeu o protocolo oficial para pedir à presidenta o veto. Até o personagem Chico Bento, do cartunista Maurício de Sousa, se juntou aos insatisfeitos.

Com esses tipos de manifestações, o movimento pas-sou a ganhar ainda mais visibilidade. Diversos abaixo-assinados circularam pela internet e por grandes eventos realizados nas capitais. Na Virada Cultural paulistana, por exemplo, ativistas recolhiam assinatu-ras contra o projeto. Com o claro apoio da popu-lação, Dilma mediu o risco político de contrariar a escolha da maioria dos parlamentares. Ela sabia que o veto total poderia não cair bem. Assim, dedicou-se ao que era mais grave. Barrou 12 artigos do projeto e alterou a redação de outros 32.

Para viabilizar o veto, encaminhou ao Congresso, junto com o comunicado sobre sua decisão, uma Medida Provisória (MP) para regular as questões que ficaram abertas. Mesmo assim, a decisão da presiden-

ta não agradou por completo os militantes de causas ambientais. “A decisão de não exercer o veto total é sinal de que ela [Dilma] aceitou o tratoraço ruralis-ta”, esbravejou, em nota, Márcio Astrini, integrante do Greenpeace.

O que o governo fez foi recuperar, em boa parte, o projeto aprovado pelos senadores. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, explicou a decisão do governo. “O veto parcial foi feito para não per-mitir a redução da proteção da vegetação e para pro-mover a reestruturação ambiental sem que ninguém pudesse ser anistiado ou ter as regras flexibilizadas”, explicou ao listar ainda problemas de inconstitucio-nalidade e insegurança jurídica no projeto aprovado na Câmara.

No fim das contas, tanto ambientalistas quanto ru-ralistas teceram críticas ao novo Código Florestal. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, entretanto, defendeu a decisão final da presidenta. “O código não é dos ambientalistas e nem dos ruralistas. É o código daqueles que acreditam que o Brasil pode produzir com respeito ao meio ambiente”.

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A presidenta Dilma Rousseff parece ter en-contrado a principal linha de ação de seu governo para este ano: a guerra contra os juros altos. Depois de passar os primeiros

12 meses de mandato se dedicando a estruturar e re-estruturar a equipe de governo, a presidenta continua sua tentativa de colocar o Brasil no rumo.

Em 2011, ministros envolvidos em escândalos de corrupção foram limados da administração e os car-gos de segundo escalão, divididos entre partidos alia-dos, sofreram trocas significativas. Postos de chefia em empresas estatais estratégicas, principalmente no setor energético – especialidade da presidenta -, estão sendo ocupados por pessoas de confiança da petista.

Para além dos ajustes éticos e técnicos, Dilma começou 2012 empunhando a bandeira da redução significativa dos juros. O primeiro movimento veio por parte do próprio governo. A taxa Selic, referên-cia para os juros praticados no País, vem sofrendo sucessivas e contínuas quedas. Já está no menor nível da história. O objetivo é tornar o investimento mais barato, aquecer o mercado consumidor e ajudar no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

O Copom (Comitê de Política Monetária), órgão do Banco Central responsável pela fixação dos juros, está alinhado com o projeto do governo. Até agora, as atitudes tomadas pelo colegiado não contrariaram em nada os anseios da equipe econômica de Dilma.

Poupança

Quando os juros caíram para 8,5% ao ano, a presi-

denta precisou ter pulso firme para mexer na re-muneração da poupança e encarar o medo dos brasileiros em relação a alterações na caderneta. Os que viveram a época Collor, quando os depósitos foram confiscados, ficaram relativamente receosos. Mas o próprio mercado tratou de acalmar os ânimos. No final das contas, o governo conseguiu fazer a mu-dança sem nenhum trauma.

A alteração foi necessária por um motivo simples. A remuneração da poupança, de 6% ao ano mais a Taxa Referencial (TR), tornava a caderneta mais atrativa do que fundos de investimento sempre que a Selic estivesse igual ou menor a 8,5%. Isso poderia fazer com que houvesse migração maciça de dinheiro desses fundos para a poupança, o que causaria pro-blemas, pois o governo usa esses investimentos para financiar a dívida do País.

Por isso, a administração federal decidiu impor a seguinte regra: toda vez que a Selic estiver igual ou menor que 8,5% ao ano, o cálculo para o rendimento da poupança passa a ser de 70% da taxa de juros mais a TR. Dessa forma, a caderneta não atrai os recursos de outros fundos. A regra, entretanto, só atinge os depósitos feitos depois de maio. Para os demais, o cálculo continua igual mesmo com a taxa abaixo dos 8,5%.

Juros bancários

Com o governo fazendo aos poucos sua parte, Dilma elegeu outro vilão para a economia e para o desen-volvimento do País. O alvo passou a ser o sistema fi-

Governo federal inicia batalha contra os juros altos do País

Agora é Guerra

por Emilio Franco Jr.

ECONOMIA

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nanceiro. O spread – diferença entre o que os bancos pagam para captar recursos e o quanto cobram para emprestá-los – foi duramente atacado pela presidenta em cadeia nacional de rádio e televisão.

Apesar da chiadeira de setores do mercado, os ban-cos entenderam o recado, se não por bem, na marra. As instituições públicas, Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil, logo atenderam ao apelo da presi-denta e começaram a cortar significativamente os ju-ros cobrados de pessoas físicas e empresas. Financiar imóveis, automóveis e pegar dinheiro emprestado, por exemplo, ficou mais barato. Aos bancos privados, só restou seguir a tendência. Bradesco, Itaú/Uniban-co e Santander anunciaram pouco depois cortes de até 50% nas taxas cobradas.

O movimento é contínuo. Cai a Selic, os bancos vol-tam a reduzir as taxas. A preocupação que surge com o acesso ao dinheiro facilitado é o aumento da inadim-plência. Apesar disso, o governo assegura que não há risco de acontecer por aqui a mesma crise que assolou

os Estados Unidos em 2008, quando as pessoas não conseguiram honrar as dívidas com a aquisição de casas e apartamentos, o que levou a falência de insti-tuições do sistema financeiro.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o aumento da renda dos brasileiros e a entrada de novos empregados formais no mercado de trabalho impedirá a perda de controle por parte dos consu-midores. “A situação no Brasil é bastante saudável”, afirmou o ministro a jornalistas em Brasília. “Está ha-vendo queda da inadimplência e aumento gradual do crédito”, completou. Para Mantega, a crise europeia deixou os brasileiros mais cautelosos, por isso o au-mento da renda foi usado para quitar dívidas.

As atitudes tomadas pelo governo Dilma visam man-ter aquecida a economia brasileira nesse momento de grave crise nos mercados internacionais. Para isso, o País busca se aproximar, nas palavras da presidenta, “de níveis civilizados de juros”.

Por enquanto, Alexandre Tombini, presidente do Copom, segue à risca os desejos da presidenta Dilma.

Ministro da Fazenda garante que acesso facilitado ao crédito não aumentará inadimplência.

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MULHER

Após oito anos de discussão, o Supremo Tribunal Federal (STF) descriminalizou o aborto em mulheres grávidas de fetos anencéfalos (sem cérebro ou com parte

dele). Elas poderão agora optar por interromper a gravidez com direito a assistência médica da rede pública ou particular de saúde.

A anencefalia é caracterizada pela ausência de caixa craniana e ou pela maior parte do encéfalo. “É uma anomalia congênita e multifatorial que pode ser causada por fatores genéticos, hereditários, geográ-ficos, nutricionais ou pela associação de todos”, ex-plica o ginecologista Thomaz Gollop, especialista em Medicina Fetal e docente da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Ele explica que o feto anencéfalo pode ter uma sobrevida vegetativa por al-

guns dias ou semanas, mas a sua morte é inevitável.

O Brasil está em 4º lugar nos casos de anencefalia. De cada mil nascidos, um apresenta a anomalia. Com apenas 12 semanas de gestação, já é possível diagnos-ticar a alteração cerebral por meio de ultrassom.

Dr. Thomaz alerta que os riscos para a mãe em man-ter a gravidez de um anencéfalo são muitos, dentre eles possíveis hemorragias após o parto, pois normal-mente estes bebês se encontram em posições anor-mais e também apresentam os ombros mais largos, o que dificulta na hora do parto. “O papel dos médicos é orientar e apontar os dois lados, porém a decisão de interromper a gravidez cabe somente à mulher e, em alguns casos, ao seu companheiro”, afirma.

A legalização total do aborto

Com a decisão do STF em descriminalizar o aborto de anencéfalos, inicia-se uma discussão para a am-pliação do direito integral da prática. Feministas e instituições de Direitos humanos afirmam que cabe somente à mulher o direito de escolher em prosseguir ou não com a gestação.

O aborto é uma realidade no Brasil. Segundo a pes-quisa Nacional do Aborto, produzida em 2010 por uma equipe de pesquisadores da Universidade de Brasília, uma em cada cinco brasileiras até 40 anos já fez aborto.

A jovem V.A.Z (que prefere não ser identificada) faz parte desse grupo. Hoje com 27 anos, ela relata já

Discussão avança

por Renata Moraes

Supremo Tribunal Federal decide que aborto de feto sem cérebro não é crime

Ultrassonografia de um bebê

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Dr. Thomaz Gollop, especialista em Medicina Fetal e docente da Universidade de São Paulo.

Padre Sérgio Grigoletto, Mestre em Teologia e doutor em Bioética.

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ter feito aborto mais de uma vez. “O primeiro fiz os 19 anos, namorava há pouco mais de um ano um rapaz de 20 e eu estava me preparando para entrar na faculdade”. V.A.Z revela que o casal não estava preparado para ter aquele filho e que seu pai a apoiou na decisão.

O procedimento foi feito em uma clínica especializa-da, que lhe cobrou na época R$ 2 mil reais. A jovem conta que o aborto foi tranquilo e que o corpo res-pondeu bem. “Senti uma cólica breve e mais nada”.

O ginecologista e obstetra Alberto Madeiro, também pesquisador do Anis (Instituto de Bioética, Direitos Humanos e Gênero), alerta para os benefícios da le-galidade do aborto. “Em locais onde é permitido, e, portanto realizado em condições seguras, a frequên-cia de hemorragias, infecções, perda do útero e até mesmo morte é rara”.

O aborto realizado em condições inseguras é causa de doença e de morte entre as mulheres, principalmente as mais jovens e pobres. Segundo o Dr. Alberto, a experiência em outros países mostra que a legalização não aumenta o número de abortos, mas apenas pro-tege a saúde das mulheres.

Em contrapartida, nem todos são favoráveis a esta le-galização. Movimentos religiosos se declaram contra, mesmo nos casos de anencefalia. A Igreja Católica,

por exemplo, acredita que “embora a gestação de uma criança com anencefalia seja um drama para a família e especialmente para a mãe, considerar o feto anen-céfalo como ‘não pessoa’ é o mesmo que destituí-lo do direito fundamental à vida e descartar um ser hu-mano frágil e indefeso”.

V.A.Z acredita que não há sofrimento para o feto quando é realizado o aborto. “A verdade é que o sistema nervoso não está formado no início da gesta-ção, por isso o feto não sente nada, nem dor, nem medo”, afirma. “Precisamos parar de hipocrisia e tra-tar o assunto sob o ponto de vista médico, e não mais da religião”.

Com 12 anos de experiência no sacerdócio, o Padre Sérgio Grigoletto, Mestre em Teologia e doutor em Bioética, defende que o aborto traz, principalmente, graves consequências emocionais à mulher. “Mesmo quando é realizado com todas as condições médicas necessárias, as feridas emocionais são as mais difíceis de serem superadas”.

V.A.Z concorda que o lado emocional é pior. ”Eu penso muito sobre isso, me questiono e me culpo em alguns momentos, mas não me arrependo”, afirma. Para a surpresa de alguns, a jovem relata vontade de ser mãe. ”Eu quero ter filhos, mas quero ter a certeza de que seja no melhor momento”.

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ACONTECEU

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Almir Munhoz, presidente do Sintetel, recebe das mãos do vereador Cláudio Prado a Salva de Prata, honraria concedida pela Câmara Municipal de SP (foto 1); José Carlos Guicho, diretor de Finanças, discursa na comemoração do Dia Internacional da Mulher em S.J. do Rio Preto (foto 2); Diretoria do Sintetel é homenageada na Câmara Municipal de SP pelos 70 anos da entidade (foto 3); José Carlos Guicho e Almir Munhoz (Sintetel), Carlos Ortiz (Secretário Estadual das Relações de Trabalho), Major Olímpio (deputado estadual) e Gilberto Dourado (Contcop) durante a homenagem (foto 4); Comemoração do Dia Internacional da Mulher ocorrida em S.J.do Rio Preto (foto 5); Subsede de Campinas realiza confraternização do Dia das Mães (foto 6).

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Aprovação da Convenção Coletiva 2012/ 2013 nas prestadoras. (foto 7 e 8); Germar Pereira da Silva, diretor de Aposentados, e José Carlos Guicho, diretor de Finanças durante a Festa das Telefonistas (foto 9); Comemoração do Dia das Telefonistas no auditório do Sintetel (foto 10); Sintetel rea-liza protesto em frente ao prédio da Vidax pelo fim das irregularidades (foto 11); Sub-sede de Santos promove evento esportivo em comemoração aos 70 anos do Sintetel (foto 12).

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Bambalalão, Vitrine, Castelo Rá-tim-bum e Cocoricó são programas que marcaram época quando a TV Cultura era consi-derada referência nacional de emissora

pública, cultural, educativa e sem fins lucrativos. A Cultura é mantida pela Fundação Padre Anchieta - administrada por um conselho de intelectuais - e pa-trocinada, em grande parte, com verba do Governo de São Paulo.

A TV tem orçamento de R$ 187 milhões, sendo que R$ 85 milhões são provenientes do Estado. O res-tante vem de prestação de serviços às secretarias de Educação e de Trabalho e Emprego, além de receitas com publicidade.

Mas já faz algum tempo que o governo de São Paulo adota uma política de cortes e demissões na Rádio e TV, o que tem sacrificado o emprego de jornalistas e radialistas.

De acordo com o jornal Unidade, do sindicato dos jornalistas do Estado de São Paulo, na atual gestão do economista João Sayad, indicado pelo ex-governador José Serra (PSDB), houve mais de mil demissões, ex-tinção de programas culturais, empobrecimento de material próprio e entrega da programação a veículos privados, como o jornal Folha de São Paulo.

Em meio aos debates, no mês de maio, a Comissão de Educação e Cultura da Assembleia Legislativa realizou uma reunião com a finalidade de ouvir o diretor-presidente da Fundação Padre Anchieta, João Sayad, para falar sobre o assunto.

A reestruturação era necessária, diz Sayad

Segundo Sayad, era preciso readequar a estrutura. “Reduzimos o quadro, pois saímos da TV Assembleia e da TV Justiça”, conta. Isso significou o corte de 250 pessoas. “Estávamos fugindo do nosso foco e por isso abandonamos as atividades que não faziam parte do objetivo e nos davam prejuízos”, explica. Ele defende que a TV aumentou as horas de produção interna em 20% com 30% a menos de funcionários.

Sobre um possível desmonte da Cultura, Sayad foi categórico: “não há nada que se possa chamar de privatização ou terceirização. Temos a intenção de, no futuro, abrir para produções independentes”.

A TV manteve na grade programas tradicionais como Roda Viva, Ensaio e Jornal da Cultura e in-troduziu produções novas como Quintal da Cultura e Cartãozinho Verde. “Ainda estrearemos o Show do Cocoricó ao vivo e, no segundo semestre de 2013, chegarão novidades”, conta Sayad ao adiantar que uma delas é o programa Pedro e Bianca, sobre o co-tidiano de crianças da rede pública de ensino. “Hoje nossa grade é composta por 2/3 de programação in-fantil”, destaca.

Além disso, Sayad salienta que a missão da TV Cul-tura é apresentar uma programação diferenciada. “O telespectador tem que experimentar coisas novas. Não queremos audiência a qualquer custo”, pontua.

O perigo de abandonar o caráter público

A abertura da TV Cultura para programas da inicia-tiva privada preocupa deputados, entidades sindi-

A reestruturação da emissora ainda gera desconfiança sobre um possível processo de privatização

O futuro incerto da TV Cultura

por Marco Tirelli

CULTURA

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cais, sociedade civil e militantes da luta pela demo-cratização da comunicação. Atualmente, já existe a TV Folha e, futuramente, programas do jornal O Estado de São Paulo e da revista Veja. “Eu não vejo nada de excepcional na TV Folha que justifique sua entrada numa TV Pública. Os profissionais da Cultu-ra podem fazer melhor”, afirma o deputado estadual Carlos Gianazzi (PSOL).

O deputado estadual Simão Pedro (PT), presidente da Comissão de Educação e Cultura e membro do Conselho Curador da Fundação Padre Anchieta, afir-ma que o debate é importante, pois há vozes críticas no conselho e a TV Folha será reavaliada após seis meses no ar.

Para a deputada Leci Brandão (PC do B), a Cultu-ra ainda é uma alternativa à mediocridade das TVs comerciais. “As maiores audiências estão nos piores

programas”, discursa. A cantora acrescenta ainda que o programa Manos e Minas só está no ar devido à grande manifestação pública.

O programa havia sido extinto em agosto de 2010, quando João Sayad, então recém-empossado presi-dente da TV Cultura, decretou o seu fim junto com outros programas. Tal fato gerou revolta, com grande manifestação contrária nas redes sociais. Assim, Ma-nos e Minas voltou ao ar em novembro do mesmo ano. “Esta atração não pode sair pois é uma manifes-tação do universo do jovem da periferia e da cultura de rua”, defende Leci.

Diante de toda essa situação, o telespectador torce para que a TV Cultura continue sendo a voz destoante da programação comercial para trazer conhecimento à sociedade e fugir da massificação dos lixos culturais representado pelos realities shows.

João Sayad, presidente da Fundação Pa-dre Anchieta.

Leci Brandão, deputada estadual e can-tora e compositora.

Simão Pedro, presidente da Comissão de Educação e Cultura da Assembleia.

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32 LINHA DIRETA em revista

* João Guilherme Vargas Netto é assessor sindical do Sintetel e de outras entidades.

João Guilherme *

Dois grandes processos jurídicos deformaram a história brasileira e um terceiro ameaça fazer nela um grande mal.

O primeiro processo foi a Devassa ordenada contra a Conjuração Mineira de 1789. A repressão foi feroz, com delações, prisões, suicídios e condenações à morte. De 1789 a 1792, quando as penas foram aplicadas e Tira-dentes enforcado (porque as outras foram comutadas), o terror esteve na ordem do dia de forma tão exagerada que até a corte portuguesa criticou a ferocidade do visconde de Barbacena, governador de Minas Gerais.

Mas, de fato, as autoridades coloniais portuguesas conseguiram, com a Devassa, consolidar a ideologia que justi-ficou durante anos a repressão aos movimentos independentistas brasileiros. O processo de Tiradentes conseguiu adiar até 1822 nossa independência, retirando-a do quadro revolucionário da independência norte americana e da Revolução Francesa e transferindo-a para a conjuntura política mundial de hegemonia do reacionarismo sob a batuta do Congresso de Viena.

O segundo processo cujos efeitos foram daninhos à democracia e à representação partidária das lutas do povo brasileiro foi o da cassação do registro do partido comunista pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 1947, decidida naquela corte com votação apertada (três a dois) e com base em argumentos muito fracos como as diferenças no texto dos Estatutos e a partícula “do” no nome do PC do B, que demonstrava a filiação estrangeira dos comunistas. Seguiram-se à cassação do registro, a cassação dos mandatos, a intervenção em sindicatos e a intermitente suspensão de jornais e outras publicações.

Com a ilegalidade do PC, canhestramente enfrentada pelo partido e seus dirigentes postos na clandestinidade, o fantasma da Guerra Fria passou a assombrar desde cedo a democracia brasileira excitando o anticomunismo, de-formando a representação partidária, retardando o avanço das forças de esquerda e manchando a Constituição.

O terceiro processo está em curso; é o do mensalão. O processo em si é o processo do “caixa dois”, porém os meios de comunicação, a opinião publicada e a oposição veem nele o processo da política, contrapondo a ela um moralismo exacerbado, hipócrita e pervertido. Tenta-se transformar aquilo que seria normal, um julgamento de procedimentos ilegais, posto que infelizmente corriqueiros, com provas, condenações e absolvições, em um linchamento da política e de políticos com efeitos deformantes que já se fazem sentir e serão sentidos mais à frente. Observe-se, que em geral, os moralistas não são favoráveis ao financiamento público das campanhas eleitorais, exigência democrática oculta entre os ar-roubos condenatórios.

Dois processos deformaram nossa história; o terceiro, esperemos que não faça o mesmo.

Três processos

ARTIGO

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PASSATEMPO

O ser humano busca o amor, amar e ser amado de alguma maneira. Para expressar esse sentimento, usa-se o termo “EU TE AMO”, que independente do idioma, expressa carinho e

afeição. Linha Direta em Revista traz como curiosidade desta edição a forma de dizer “EU TE AMO” em diversos idi-omas. Aprenda!

Como se diz EU TE AMO

Albanês = te dua

Alemão = ichliebdich

Árabe = anabehibank

Armênio = yeskezsiru-men

Búlgaro = obicham te

Cambojano = soro lahn nhee ah

Chinês = ngo aiy ney a

Catalão = t’estimo’

Coreano = sarang heyo

Croata = volim te

Dinamarquês = jeg el-sker dig

Holandês = ik hou van jo

Inglês = i love you

Eslovaco = lu’ bim ta

Espanhol = te quiero – te amo

Esperanto – mi amas vin

Estiope = afgreki’

Francês = je t’aime

Grego s’agapo

Havaiano = aloha wau ai oi

Húngaro = szeretlek

Icelândico = eg elska tig

Indonesiano = saya cinta padamu

Italiano = ti amo

Japonês = aishiteru

Latino = te amo

Libanês = bahibak

Lituano = tave myliu

Mandarin = wo ai ni

Marroquino = ana moajaba bik

Norueguês = jeg el-sker deg

Persa = doo-set daaram

Polonês = kocham ciebie

Português = eu te amo

Romero = te ubesk

Russo = ya tebya liub-liu

Sérvio= volim te

Sueco = jag alskar dig

Suiço = ichlieb di

Taiwanese = wag a ei li

Turquia = seni seviyo-rum

Ucraniano = ya tebe kahayu

Vietnamita – anh ye u em

Yiddish = ikh hob dikh

CAÇA-PALAVRAS

Solução

www.coquetel.com.br © Revistas COQUETEL 2012

27

Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

R O B E R T O E D D I E R J O H U M B E R T O U N L A G U G U I L A D E L T O N N I R A N I H M P A O L A O I M D A A A R M G L L I M A A V A A U G N R T I O C O O N U R B N X I N E I U O I G O X T R A N O A J J U N I O R R A K R I S T E N T N E V E T S

Quem nasce sob o signo de Áries (21 de março a 20 de abril) poderá ser uma pessoa de ação, coragem, franqueza, egoísmo, teimosia, persistência, autoritarismo e com vocação para a liderança. Aqui, alguns arianos famosos.

Ana MARIA BragaANTÔNIOBRUNO GagliassoEDDIE MurphyELTON JohnGUGU LiberatoHUMBERTO MartinsJORGE Ben JorJULIANA PaesJÚNIORKRISTEN StewartLady GAGALIMA DuarteMAURÍCIO MattarPAOLA OliveiraQuentin TARANTINOROBERTO CarlosRONALDINHO GaúchoSTEVEN TylerVLADIMIR BrichtaXUXA

Arianos famosos

Z Z T H Q F W X R A G R O B E R T O D W Ç Ã X Z R A O E L F V J E M T B O N L E D D I E R N H B Ã A W E A J B O H U M B E R T O U A N Z E L F V Y Q V L L A G Ã G U G U Z L I Ã L X H C Q B H Z C A B D R E L T O N J Q N X I A J U R H Q N K A N N Z Õ Õ I K D W Y A O H Ç G M M P A O L A Ã O T N D I F S M L N T P C Z Q D G V A Õ S Ã A W T W A W Z R D M Y C G Õ Ç L R L I M A L K M A K V A P A J U U T D U G V N O Z F R C Z X X R O T B H D I L O E N Ã Q O W J Y C O O N U R B N X A R I N K E G L W I Ç U G O I I G O E Õ O E Ã X L T G R Y U C H G E D A N W O X V W R V Ç C G A E J O J U N I O R O R A Z V N A G F O N L A K R I S T E N I O D T Q W Ç H N E V E T S Õ

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34 LINHA DIRETA em revista

Os textos publicados nesta página são de inteira responsabilidade dos seus autores. E não expressam, necessariamente, a opinião do Linha Direta em Revista.

ARTIGO DO LEITOR

Triste, quando uma paixão vai chegando ao fim,

Quando o abraço, já não é mais apertado,

O beijo molhado se tornou seco e apagado,

O brilho nos olhos mostra o não ao invés do sim.

Triste, quando o silêncio começa a ser constante,

As lembranças vão castigando a saudade,

É a suave e doce paixão que já está muito distante,

É a solidão que se aproxima, fria e sem piedade.

Triste, quando um assunto se torna banal,

Onde os pensamentos agora são diferentes,

Os objetivos que não alcançaram o seu ideal,

Nessa paixão não houve sobrevivente.

Triste, quando a paixão perde as forças,

E o desânimo vai crescendo dentro da gente,

Um sentimento jogado ao deleite das moscas,

A frieza que vai se alojando em cada mente.

Triste, quando não há mais lugar para o prazer,

E tudo é realizado por obrigação,

Vai se perdendo o tesão de se viver,

A alegria vai se transformando em desilusão.

Triste, quando a emoção vira conversar sem sentido,

E tudo se encaminha para a dor da separação,

A esperança da tentativa corre perigo,

é amizade que insiste em substituir a paixão.

Que pena, que amor não resistiu e se acabou,

Não suportou tantas brigas e discussões,

Que pena, que a paixão aos poucos se dissolveu,

Não aguentou amarguras e tantas desilusões.

Que pena, que aquele sentimento forte enfraqueceu,

Não suportou o silêncio triste e sem ação,

Que pena, que o arrepio do corpo não mais aconteceu,

Não aguentou o desprezo de uma alma sem emoção.

Que pena, alegria do início aos poucos se evaporou,

Não suportou o tédio e a mesmice do dia a dia,

Que pena, que o sorriso do rosto se desmanchou,

Não aguentou e chorou ao ver que alguém partia.

Que pena, a união nunca foi assim tão completa,

Não suportou o ciúme e o egoísmo pessoal,

Que pena, foi embora a alma gêmea que se acha certa,

Não aguentou o diálogo frio e formal.

Que pena, que sonho a dois não deu certo,

Não suportou o pesadelo de uma história rotineira,

Que pena, que a pessoa querida não está por perto,

Não aguentou o sacrifício de compreender a vida inteira.

Que pena!

FIM DE UMA PAIXÃO QUE PENA!

José Miguel dos Santos – São PauloConheça outros trabalhos do autor no

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