revista faz!

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Julho/12 #01 Tua criatividade pode mudar o mundo R$ 5,oo (Essa revista não tem fins lucrativos. Todo o valor de venda financia sua produção.) Crowdfunding, Shoot the Shit, Lee Jefries, Favela Painting, Awesome Foundation, José Junior, Alessandro Martins

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Projeto final da Pós-Graduação em Direção de Arte em Publicações Periódicas. A revista Faz! foi concebida como um meio de comunicação para incentivar as ações políticas e sociais, fazendo com que os jovens participem nas mudanças do mundo. >> OS CONTEÚDOS DESTA REVISTA SÃO FICTÍCIOS OU RETIRADOS DE OUTRAS PUBLICAÇÕES, BLOGS, ETC., SEMPRE CREDITANDO AO AUTOR REAL, QUANDO CONHECIDO. >> Este projeto não tem objetivo de lucro

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Page 1: Revista Faz!

Julho/12#01

Tua criatividadepode mudar o mundo

R$ 5,oo (Essa revista não tem �ns lucrativos. Todo o valor de venda �nancia sua produção.)

Crowdfunding, Shoot the Shit, Lee Jefries, Favela Painting, Awesome Foundation, José Junior, Alessandro Martins

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Caros amigos, a infinita diversidade da realidade única maximiza as possibilidades por conta das condições epistemológicas e cognitivas exigidas. Gostaria de enfatizar que a complexidade dos estudos efe-tuados cumpre um papel essencial na formulação da fundamentação metafísica das representações. Assim mesmo, a sustentabilidade do Cogito refutada é insuficiente para determinar as implicações do sis-tema de conhecimento geral.

No entanto, não podemos esquecer que o novo modelo estrutu-ralista aqui preconizado auxilia a preparação e a composição das retroações, proliferações, conexões e fractalizações do território des-territorializado. Do mesmo modo, a indeterminação contínua de distintas formas de fenômeno garante a contribuição de um grupo importante na determinação das novas teorias propostas. A prática cotidiana prova que a relação do sujeito com o objeto (recalcado) é condição suficiente das direções preferenciais no sentido do progres-so filosófico.

Desta maneira, o conceito de diáthesis e os princípios fundamen-tais de rhytmos e arrythmiston facilita a criação do sistema de for-mação de quadros que corresponde às necessidades lógico-estrutu-rais. Como Deleuze eloquentemente mostrou, a determinação clara de objetivos obstaculiza a apreciação da importância dos paradig-mas filosóficos. Acabei de provar que o desafiador cenário globaliza-do não oferece uma interessante oportunidade para verificação das múltiplas direções do ponto de transcendência do sentido enuncia-tivo. A prática cotidiana prova.

Alice Hetzel, editora chefe

O QUE VOCÊ VAI

FAZER PELO

NOSSO PLANETA

PALAVRA DE QUEM FAZ

QUEM FAZ?

Participe!Com conteúdo51 3333 [email protected] 3333 [email protected]

Revista Faz!Rua Dr. Guimarães Rosa, 77Porto Alegre, RSBrasil90480-080

Luciano Braga([email protected])

Alice Hetzel([email protected])

Marcos Oliveira([email protected])

Thiago Barbosa([email protected])

Alice Meditsch([email protected])

Raquel Martins([email protected])

COLABORARAM NESSA EDIÇÃO: Laura Klamburg ([email protected]), Juan Carles Casasín ([email protected]), Jaume Pujagut ([email protected]), Josep Sarsanedas ([email protected]), Alejandro Sánchez ([email protected]), André Miyasaki ([email protected]), Henrique Funari ([email protected]), Melissa Ruz ([email protected]), Belén Rodriguez-Sieiro Pérez-Lorente ([email protected]), Priscila Mello ([email protected])

Natália Blauth([email protected])

Julia Poloni([email protected])

4 // JUN/2012

Page 5: Revista Faz!

26LEE JEFFRIES

46// Capa: O trabalho de Haas

& Hahn na comunidade de Santa Marta

18// Crowdfunding

58// A Shoot the Shit quer

mudar Porto Alegre (e o mundo!)

38// Entrevista: José Junior

24// Entrevistas: Alessandro

Martins, criador da Bibliopote

06// Email do Leitor 08// Curtas

12// Solta o Verbo!

64// Galeria 70// 2x1

80// S.O.S

Imagens da vida nas ruas

SUMÁRIO

FAZ! // 5

Page 6: Revista Faz!

“Li a revista toda, não perdi nenhum ponto e gostei muito. Foram vários assuntos rela-tados sobre o biodiesel, da matéria-prima ao mercado, passando por tópicos políti-cos e econômicos e também por temas internacionais. Senti que os assuntos foram abor-dados de forma positiva, mas com uma visão neutra.” Ken Rodrigues

“Da maior importância todas as matérias publicadas. Gostei da que fala dos novos usos para o glicerol (“Da lavoura ao Motor”). Aqui em Paracatu existe a possibilida de se usar glicerina na área de mineração para a compactação de pistas para caminhões pesados. É uma forma de evitar a emissão de poeira no meio ambiente e na cidade.”José Maria de Almeida

“Aproveito para sugerir um assun-to para a revista. Um setor nicho de mercado que muito pouco se fala é a viabilidade de uso do próprio grão oleaginoso produzido pelo empreendedor rural, a extração por extrusão do óleo vegetal e a trans-formação em biodiesel.”Richard Fontana, AustenBio Tecnologia em Biodiesel

“Parabéns pela ousadia e qualida-de editorial. Sugiro que seja criada uma seção com resenha de periódi-cos e livros técnicos sobre a área de biodiesel. Também seria interes-sante termos artigos científicos.”Ubaldino Dantas Machado

“Parabéns pelo conteúdo de qua-lidade oferecido pela Revista BiodieselBR que demonstrou, antes de mais nada, comprometimento com a seriedade. Estudo Comércio Exterior e tenho tido um grande apoio do site –e agora da revista– nas minhas pesquisas.”Suellen Nepomuceno

“Com certeza a revista faz parte dos primeiros passos para a ascensão do setor do biodiesel no merca-do mundial. É importante salien-tar que as fontes renováveis de energia são de suma importância no cenário econômico e ambiental do país. Mas o que ainda falta para os investidores é que eles não de-pendam da ajuda de uns ou da boa vontade de outros.”Kleber Milton de Luca

“Acredito que seria muito bom que fossem feitas reportagens que mos-trassem também outros setores periféricos que serão beneficiados com o “ouro verde”.” Fernando Barsa, Engenheiro de Energia Petrobras

“Sem sombra de dúvidas o conteúdo, a forma e a abordagem das ma-térias ficaram excelentes e vieram em momento oportuno. Gostaria também de fazer uma sugestão de reportagem. Trabalho como químico na distribuidora de combustíveis Potencial Petróleo, em Araucária (PR). A empresa, recentemente, passou a comercializar o Biodiesel Potencial, fornecido pela BS Bios por meio de leilão. Se não me

engano, somos a primeira distribui-dora regional a lançar o produto.”Walber Tuler

“As informações da revista são claras e objetivas. Isso faz com que a pu-blicação seja acessível para qual-quer pessoa que queira aprender sobre o assunto.” Lucia Helena Francisco Baldanza

CARTA EMAIL DO LEITOR

tua opinião

@fulano A infinita diversi-dade da realidade única nos obriga à análise da afirmação que o Ser é e o Não ser não é.

@euachoquenao No mundo atual, a revolução dos costu-mes ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança.

@fulano Podemos já vis-lumbrar o modo pelo qual a crescente influência da mídia venha a ressaltar a relatividade.

@euachoquenao No mundo atual, a revolução dos costu-mes ainda não demonstrou convincentemente que vai participar na mudança.

@fulano Podemos já vis-lumbrar o modo pelo qual a crescente influência da mídia venha a ressaltar a relatividade.

tweets

6 // JUN/2012

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As futuras designers Natália Blauth (esq.) e Alice Meditsch (dir.) participaram do projeto Banco de Idéias, proposto pelo Sindimóveis de Bento Gonçalves com uma proposta ecológica para o tradicional banco de madeira. O objeto propõe uma nova interação com o usuário: uma horta comunitária. Todos estão con-vidados a colher o que desejarem; em troca, devem

proporcionar atenção e cuidado às plantinhas, além de utilizarem de forma moderada e consciente. A reutiliza-ção das caixas de feira e das latas de metal demonstra que o simples pode ser belo – e barato . O assento foi modificado para possibilitar melhor aproveitamento da luz solar e da água da chuva, proporcionando também ao usuário uma maior visualização das plantinhas.

CURTAS // Soluções Criativas

+ FOTOS AQUI!

o Banco-Jardim reutiliza materiais e inspira a auto-sustentabilidade

ecodesign

8 // JUN/2012

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Artista usa água para criar grafite “verde”

O artista belga Stefaan De Croock conhecido como Strook utilizou uma lavadora de alta pressão para criar um grafi-te -com desenho improvisa-do!- em uma parede cheia de musgos. Ótima idéia, não?

+ www.strook.eu

via: www.coletivoverde.com.br

Revisteiro de garrafas PET inova na decoração

A criativa “estante” pode ser pendurada na parede e tem espaço para mais de uma re-vista por nicho. Para fazer-la é só cortar a boca das garrafas, que podem ser da cor que você quiser, lixar e parafusá-las em uma vara plana de metal.

via: www.oartesanato.com

“Escola sem muros” promove integração

Foi aberta oficialmente em dezembro do ano passa-do na Suécia, a Vittra School Telefonplan.conhecida como

“escola sem muros”. Na insti-tuição, todos os ambientes são abertos, não existem salaa.

+ http://vittra.se

via: portal.aprendiz.uol.com.br

Arquiteto chinês cria 24 ambientes em 30m²

O apartamento fica num edi-fício antigo em Hong Kong. Morar num lugar tão apertado, no país, não chega a ser no-vidade. Mas o arquiteto Gary Chang encarou o desafio de transformar o seu minúsculo espaço em 24 ambientes. Com criatividade e apuro técnico, criou paredes que se movem e que “guardam” os móveis e utensílios dos quartos, além de cozinha, despensa, banhei-ro, sala de TV e biblioteca. O projeto fez tanto sucesso que foi parar na web. Em menos de três meses, o vídeo teve mais de 3 milhões de acessos.

via: http://www.zap.com.br

VEJA O VÍDEO!

FAZ! // 9

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SOLTA O VERBO! // Vida Urgente

Nas primeiras Madrugadas Vivas, é bem verdade, a maioria dos jo-vens eram amigos e colegas do meu filho, como a Carine, o Jean, o Lucas, o Marcelo, o Galego, o Robô, e tantos outros. Chegar em bares e danceterias empunhando um bafômetro com uma borboleta no peito era quase uma aventura. Ainda não se falava “se beber, não dirija” e estes jovens eram vistos até com simpatia, mas como so-nhadores, utópicos, afinal, “eu até dirijo melhor quando bebo” era a frase que mais escutávamos.

Nestes 15 anos, desde que o Thiago partiu, temos feito muitas Madrugadas Vivas pelo Rio Grande e Brasil afora. Acompanhamos e participamos de muitos avanços, como a Lei Seca, para nós a Lei da VIDA, que não foi um presente dos deputados, e sim uma conquista

São mais de 25 mil noites para curtir. E dá para viver todas... Mas se beber esqueça o carro, pegue carona com alguém cara limpa, ou siga de táxi... Não, isto não é um panfleto, um folder dos dias de hoje. Há quinze anos um grupo de jovens cheios de energia e muita vontade de mudar a trágica realidade do nosso trânsito saía às ruas na “Madrugada Viva” primeira ação da Fundação Thiago Gonzaga.

Balada segura por Diza Gonzaga // Foto: Divulgação Vida Urgente

12 // JUN/2012

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da sociedade. Lembro quando en-tregamos ao então ministro Tarso Genro, hoje nosso governador, cerca de 70 mil assinaturas pedin-do o fim da venda de bebida alco-ólica nas rodovias de nosso País.

Em Porto Alegre e em algumas cidades do Estado a lei que proí-be o consumo de álcool em postos de gasolina e lojas de conveniên-cia, uma iniciativa da Fundação, foi aprovada por unanimidade pela Câmara de Vereadores. De lá pra cá muita coisa mudou, Lei Seca, Lei dos “postinhos”... Os números frios das estatísticas, que para nós tem rosto e nome, caíram de sete mor-tes de jovens a cada final de sema-na, na Grande Porto Alegre, para dois.

Os fabricantes de bebidas hoje têm a obrigatoriedade de co-locar em seus comerciais o “se beber, não dirija” ou o “beba com

moderação”, que cá entre nós é uma hipocrisia, afinal o que é e quanto é a tal moderação? Se, além da timidez, perdemos o re-flexo, a percepção de distância e o juízo crítico, fundamentais na con-dução de um veículo. Estudos do Ministério da Saúde indicam que cerca de 70% dos acidentes com mortes ou lesões têm alcoolemia positiva. Não é exagero dizer que a bebida x direção é uma dupla de morte. Mas, apesar de todos os avanços, a carnificina no trânsito continua ceifando a vida de milha-res de brasileiros. E aqui no Estado não tem sido diferente. Não temos o que festejar, nossos números ainda são de guerra.

Quando o mundo une esforços com a Década Mundial de Ações pela Segurança no Trânsito, aqui no RS estamos cerrando fileiras

junto ao Governo do Estado para que a “balada” seja “segura” e as nossas madrugadas, cheias de VIDA.

Estamos iniciando uma parce-ria através do Detran para poten-cializar nossas ações. Nossos mais de 15 mil voluntários vão estar nas ruas e avenidas do Rio Grande nesta união de esforços, pois quem ganha é a sociedade: eu, você e todos nós.

Continuarei sonhando que um dia nossas madrugadas, manhãs e tardes serão só de VIDA. Mas, enquanto este tempo não chega, convido todos vocês a virem com a gente fazer parte desta cruzada em defesa da VIDA.

Diza Gonzaga

Presidente da Fundação Thiago de

Moraes Gonzaga.

+ www.vidaurgente.org.br

NÃO é ExAgERO DIZER QUE A

BEBIDA x DIREÇÃO é UMA DUPLA

DE MORTE. MAS, APESAR DE TODOS

OS AVANÇOS, A CARNIFICINA NO

TRâNSITO CONTINUA CEIFANDO A

VIDA DE MILhARES DE BRASILEIROS.

FAZ! // 13

Page 14: Revista Faz!

“O gRAFITEIRO CUJA CRIAÇÃO é

E PODE SER CONSIDERADA PELOS

DEMAIS UMA ARTE é AQUELE QUE

POR NATUREZA E CONSCIÊNCIA

PRÓPRIA PREZA E RESPEITA AS

REgRAS DE CONVIVÊNCIA SOCIAL”

SOLTA O VERBO! // Arte

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“Grafite é arte corre faz parte”

Isso está escrito na parede de um dos prédios públicos situado no Parque Centenário, em Montenegro, no Rio Grande do Sul. A cida-de, localizada à 74 km de Porto Alegre, é conhecida como Cidade das Artes. Mais do que plagiar a prática de coligir e situar frases pichadas, como fez Eduardo Galeano (1991) no Livro dos abraços, o que pretendo aqui é uma reflexão sobre a ação da atual juventude

“arteira” que picha. Pichação que é uma prática comum em muitas cidades brasileiras.

Como expresso na frase acima, nesse caso, ao mesmo tempo que os jovens revelam distanciamento popular com o bem público, expres-sam confundir pichação com grafite. Mas, de modo geral, na atitude de depredar os anarquistas verbalizam o não reconhecimento de per-tença de um espaço ou (em outros casos) de um monumento para si e para os seus. E, apesar disso, requerem pichando o direito de uso, demarcando ao estilo “mijo de cachorro”, espaços públicos coletivos.

Assim, diante de rabiscos rebeldes (leia-se): o desejo de existir socialmente!. De outro modo, a “totenização” de espaços públicos carece de reflexões administrativas. Apesar de a era dos coronéis ter passado (VIVA!), muitos cidadãos ainda sonham com seu busto exposto na praça. Na prática pública de nomear ou fixar objetos, repete-se a demarcação do território; particulariza-se o coletivo, similar ao que os pichadores fazem, só que agora avalizada pelo poder: mijo com pedigree!

A imposição (via monumentos, via placas) da presença de uma per-sonalidade, de uma crença, de uma instituição pode provocar estra-nhamentos. Hoje, mais do que em tempos de outrora (de cabresto)!

Vale lembrar que o que é estranho causa medo e estará sempre sujeito à retaliação popular. Um objeto, para ser público, precisa identificar-se com os costumes locais e ter aceitabilidade social da comunidade.

As escolas têm forte papel no sentido de apresentar às crianças os totens tradicionais da comunidade, a fim de que (de algum modo) elas reconheçam o motivo da presença de algo no cenário onde vivem.

Nesse caso aqui intitulado, a escrita é enorme, a parede alta, o parque tem guardas, o que significa que deu muito trabalho aos

“artistas”. Jovens que devem ter lá os seus 16 anos e, como lido, no que tange às “concordâncias”, não estão nada conformes!

Maria Cristina Schefer

Pedagoga, Especialista em Alfabetização e Mestre em Culturas Regionais

por Maria C. Schefer // Foto: Helvio Romero

graFite É arte!

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ENTREVISTA // Alessandro Martins

BIBLIOPOTE é UMA IDEIA,

é UMA PROPOSTA, é UMA

REFERÊNCIA E é UMA INICIATIVA

DEMOCRÁTICA E POSITIVA EM

FAVOR DO LIVRO E DA LEITURA.

18 // JUN/2012

Page 19: Revista Faz!

Frequentador assíduo da padaria Pote de Mel, Alessandro começou a levar seus livros para uma leitura que acompanhas-se o seu café. Percebeu que a Pote de Mel recebia um público variado e flutuante e que, muitas vezes permanecia ali, como ele, por algum tempo. A vizinhan-ça da padaria inclui o Hospital de Clínicas e a reitoria da Universidade Federal do Paraná e, também por isso, o público é bastante diversificado. Lembrou-se de uma experiência interessan-te e bem sucedida de uma biblio-teca instalada em um açougue em Brasília. Daí, ele pensou: por que não em uma padaria?

Como funciona a Bibliopote?A Bibliopote funciona com regras muito claras e simples. Criamos uma política que conta com o com-promisso ético das pessoas no exer-cício da liberdade que é oferecida de pegar um livro emprestado e devolvê-lo quando quiser.

Quais são essas regras?- Leve este livro para onde quiser durante o tempo necessário;

- Cuide dele. Depois de ler, devolva;- Este livro não deve pertencer a ninguém;

- Se ele estiver em prateleira par-ticular, leve-o, leia-o, passe-o adiante ou devolva à Biblioteca Pote de Mel;

- Se quiser, doe um livro para a Biblioteca Pote de Mel.

Vocês têm algum tipo de registro e controle dos livros da biblioteca?Não. O único controle efetivo que temos é o carimbo que vai no livro. O carimbo contém as regras da Bibliopote. Assim podemos infor-mar às pessoas sobre os princí-pios que regem a nossa biblioteca. Existe, também, um livro de regis-tro para atender àqueles que ainda estranham a liberdade que a gente oferece. Mas como é opcional, ele se tornou mais um objeto de design do que uma forma de controle. Na verdade, se o livro voltar, ótimo! Mas se não voltar, tudo bem.

Já existem, pelo Brasil, outras iniciativas também originais que pretendem estimular a leitura e fazer o livro circular, como é o caso da Bicicloteca e da Bibliotáxi. Você já teve notícia de iniciativas que se inspiraram na Bibliopote?Sim, sempre recebemos notí-cias de novas iniciativas e faze-mos questão de divulgá-las no blog da Bibliopote e meu blog, Livros e Afins. Recentemente, em Indaiatuba(SP), foi inaugurado o projeto “Leitura na Padaria” que, segundo nos informaram, foi ins-pirada na nossa experiência. Isso é muito bom, pois um dos nos-sos desejos é que a Bibliopote seja mesmo uma inspiração.

O que você pensa quando ouve alguém repetir que “brasileiro lê pouco, que não gosta de ler”?Eu não concordo. O brasileiro gosta muito de ler. Veja a internet, por exemplo. Cada vez mais, as pessoas se comunicam por escrito, exercitam a escrita e a leitura. E o Brasil é um dos países que mais acessam a internet atualmente. Sou a favor de que o livro e a leitura estejam no cotidiano das pessoas por todos os meios possíveis. É um movimento cíclico: a leitura na internet estimula a busca pelo livro físico também.

Qual tem sido o retorno que a Bibliopote tem dado para você e para a Panificadora Pote de Mel?A Bibliopote tem sido uma opor-tunidade de aprimoramento das relações entre as pessoas. O trata-mento cordial que a equipe da Pote de Mel oferece a todos, além do es-paço da biblioteca, é o que me faz sentir como um “bom freguês” e não como um “cliente”. Frequento a padaria diariamente e sempre sou bem recebido. Eles estão sempre preocupados em melhorar. O prin-cipal produto da relação estabe-lecida entre pela criação de uma biblioteca livre naquele espaço é justamente a oportunidade, para todos nós, do exercício da ação ética.

Adaptado de entrevista realizada (via

skype) em 22.8.2011 por Élida Murta.

via: http://vinasocial.blogspot.com.es

+ bibliopote.com

alessandro Martins,o criador da BiBliopote

“LIVROS DEVEM CIRCULAR. UM LIVRO FEChADO ESTÁ ADORMECIDO. SE UM LIVRO ACORDA, UMA PESSOA ACORDA”

FAZ! // 19

Page 20: Revista Faz!

INCENTIVO // Crowdfunding

Colaboração, s. f.Ato ou efeito de colaborar; con-curso, ajuda, auxílio: trabalhar em colaboração.O trabalho feito pelos colaborado-res, contribuição: colaboração dada a uma revista.

20 // JUN/2012

Page 21: Revista Faz!

CROWDFUNDINGEm vez de fundos de investimentos ou patrocinadores, o crowdfunding reúne pequenas multidões para financiar projetos que vão da produção de filmes e shows a invenções tecnológicas.

FAZ! // 21

Page 22: Revista Faz!

Alberto Colares, 40 anos,

está montando um centro de

protótipos usando o sistema

de captação do crowsfun-

ding: "Queremos que em-

preendedores e investidores

aprendam tudo na Bird"

Foto: Lucas Lima

Transformar uma ideia em realidade, seja de uma nova empresa, um projeto cultural ou um aplicativo para iPho-ne, depende quase sempre de um investidor disposto a arriscar alguns milhares — ou milhões — de reais em troca de retorno financeiro, caso o empreendimento dê certo. Se nada sair bem, é ele quem vai arcar com o prejuízo. Claro, conseguir esse mecenas não é tão simples e muitos projetos bacanas acabam nunca saindo do papel. Mas o mundo dos negó-cios está ficando mais democráti-co: vem ganhando força no Brasil a ideia de crowdfunding, ou financiamento de massa, em que um grupo de pessoas colabora para financiar algo que beneficie muita gente, do mesmo jeito que ocorre nos softwares de código aberto, o crowdsourcing. Nesse novo modelo de negócio, o empreendedor busca doações em dinheiro de anônimos que apoiam o proje-to, geralmente pela internet, para colocá-lo em prática.

Estátua da liberdade A ideia de arrecadar de pouco em pouco, por meio de muitos colaboradores, é simples e não exatamente nova, mas ganhou força com a possibilidade de conectar muitas pessoas que tenham interesses semelhantes por meio de plataformas online. O site Kickstarter (kickstarter.com), de financiamento colaborativo para projetos criativos, já atraiu mais de 250 mil colaboradores que, no total, doaram mais de US$ 20 milhões desde abril de 2009, quando foi lançado, e virou referência mundial. Um de seus projetos notáveis é o Spot.Us, um site de jornalis-mo open source, em que os investidores podem sugerir histórias e participar das reportagens, depois publi-cadas em grandes jornais ou revistas. Já o Loudsource

(loudsource.com) reúne investidores não para um pro-jeto, mas para arrecadar verbas e anunciar as ideias em outdoors, revistas, TV ou outros meios. Nos Estados Unidos, essa multidão de pequenos investidores online ajudou a eleger o presidente americano Barak Obama, em 2008. Adepto das redes sociais, Obama chegou a ter

5 milhões de amigos no Facebook, 230 mil seguidores no Twitter e mais de 1 milhão em sua comunidade no MySpace que doaram verbas para a campanha que o elegeu.

Um dos primeiros exemplos que se tem notícia desse tipo de doação, porém, veio muito antes da existência da internet. Foi o financiamen-to colaborativo que viabilizou a construção da Estátua da Liberdade. Em 1865, o escultor francês Frédéric-Auguste Bartholdi e o historiador de Versalhes Edouard de Laboulaye, admiradores dos Estados Unidos, queriam presentear os americanos em nome da França. Bartholdi criou a escultura e fez uma proposta: quem doasse di-nheiro ganharia uma réplica da estátua, em tamanho menor, obviamente. Na década de 1880, a estátua da Liberdade ficou pronta, mas os americanos não tinham um pedestal para acomodá-la. Nos Estados Unidos, o jornal New York World publicou um anúncio pedindo doações para a construção desse pedestal usado até hoje, que foi feito 45 anos depois de a estátua chegar.

Convencer o mundo O administrador gaúcho Daniel Weinmann, 28 anos, é um dos precursores do financiamento em massa no Brasil. Criador do site Crowdfunding Brasil (crowdfun-dingbr.com.br, que explica o que é financiamento cola-borativo), ele se uniu a Diego Reeberg, 22, e Luís Otávio

“DOAÇÃO E COMUNIDADE SÃO PALAVRAS ESSENCIAIS

AO CROwDFUNDINg”DANIEL wEINMANN

22 // JUN/2012

Page 23: Revista Faz!

piMp MY carroÇa, o proJeto Que Busca Fundos pelo croWdFunding

A empresa desenvolvida pelo grafi-teiro Mundano, chamada Parede Viva, teve uma iniciativa que me chamou muito a atenção! Uma ideia que visa reformar o maior número de carroças

“ambientais” pelo Brasil inteiro. Você pode não recordar, mas na certa já foi impactado por alguma das mensagens de Mundano, que distribuiu mais de 150 ‘drops’ de perplexidade em suas pequenas obras de arte que integra-vam o cenário urbano através destas mesmas carroças.

Um ótimo exemplo da arte de Mundano: “Um catador faz mais do que um ministro do meio ambiente“.

A ideia do projeto, chamado “Pimp My Carroça“, é muito bacana. Consiste na proposta de provocar a sociedade e, claro, ajudar estes trabalhadores que de fato fazem a diferença em nossas vidas – como os verdadeiros agentes ambientais – e acabam passando pe-rigosamente despercebidos A iniciativa propõe aumentar a visibilidade, segu-rança e a autoestima dos catadores de material reciclável.

Para ajudar no projeto, você pode doar no catarse.me que a Parede Viva criou e auxiliar na arrecadação que visa o valor de R$38.200,00 para que o projeto Pimp My Carroça consiga sair do papel!

Por: Eduardo Cabral

Via: http://comu-

nicadores.infoAPÓIE O PROJETO!

Ribeiro, 20, estudantes de administração na Faculdade Getúlio Vargas de São Paulo (FGV-SP), para fazer a pri-meira plataforma online brasileira, o site Catarse (ca-tarse.me) inspirado no Kickstarter. “Com ele, podemos viabilizar projetos em diversas áreas, desde que tenham relevância social”, diz Weinmann. Até o final de janeiro (no fechamento desta edição não havia ido ao ar) o site deve começar a funcionar.

Uma parte do estímulo aos doadores geralmente vem das recompensas que os empreendedores oferecem após a arrecadação do valor que pretendem. Um dos projetos já inscritos no Catarse, o Ajude um Repórter (perfil do Twitter que coloca jornalistas em contato com persona-gens e fontes para matérias), está angariando R$ 15 mil para lançar um site e terá seu código aberto para que outras pessoas possam usar sua estrutura. Se atingir a verba necessária, os autores do filme Eu Maior terão as sessões de estreia do filme lotadas por seus financia-dores e colocarão seus nomes entre os créditos da pe-lícula. Já o ilustrador Indio San, 33 anos, e o jornalista e músico Rodrigo DMart, 36 anos, de Porto Alegre (RS), mobilizaram os amigos para imprimir a novela gráfica Um Outro Pastoreio. Foram lançados 1.000 exemplares com a venda de 200 cotas de patrocínio a R$ 100 cada. Os cotistas receberam dois exemplares do livro, além de terem o nome nos agradecimentos.

Interesse Comum Os projetos de crowdfunding não têm a ver com filan-tropia e não se espera que os colaboradores apliquem seu dinheiro sem critério. Mas, para além do mimo nor-malmente enviado pelos empreendedores ou do retorno financeiro, há o interesse comum entre financiadores e empreendedores. Essa convergência tem um papel essencial na arrecadação. “As pessoas não compram ‘o que’ você faz, elas compram ‘porque’ você faz” — a frase, que inspira empreendedores virtuais, é do consultor in-glês Simon Sinek, autor de Start With Why (Comece Com o Por Quê?) e define um passo importante no sucesso desse tipo de captação. Por isso também é mais fácil que a grana venha dos círculos pessoais e profissionais dos donos do projeto, que acompanham seu trabalho e sabem suas motivações. Esse grupo é, geralmente, quem paga pelas primeiras cotas e encoraja as seguin-tes. “Doação e comunidade são palavras essenciais ao crowdfunding”, diz Weinmann, ao resumir o senso que move essa nova maneira de fazer negócios.

Por: Natália Garcia

Via: revistagalileu.globo.com

FAZ! // 23

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Page 26: Revista Faz!

Lee Jeffries é um fotógrafo inglês, morador de Manchester que começou sua carreira fotografando eventos esportivos. Contudo, foi ao conhecer uma moradora de rua em Londres que sua visão artística se transformou para sempre.

POR: JOSÉ DA SILVAFOTOGRAFIA: LEE JEFFRIES

REPORTAgEM FOTOgRÁFICA // Lee Jeffries

26 // JUN/2012

Page 27: Revista Faz!

FAZ! // 27

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“às vezes eu mostroaos personagens

o resultado na câmera. eles sempre sorriem.”

Nascido e criado na cidade de Manchester, Inglaterra, Jeffries atuava como fotógrafo esportivo e freqüentemente era requisitado para o registro de partidas de fute-bol. Em 2008, ao sair do estádio, se deparou com uma cena deprimen-te: uma menina dormindo em um saco de dormir no meio da calçada. Jeffries havia encontrado sua nova fonte de inspiração.

28 // JUN/2012

Page 29: Revista Faz!

“Ela me viu e começou a gritar. Eu fiquei envergonhado e tive de de-cidir se ia embora ou se pedia des-culpas”, conta Jeffries. O fotógrafo decidiu se aproximar e conversar com a menina de 18 anos. Ele des-cobriu que ela foi viver nas ruas após a morte dos pais.

O episódio fez com que Jeffries decidisse fazer retratos de mo-radores de rua em várias cidades

da Europa, como Londres, Paris e Roma, e dos Estados Unidos, como Los Angeles e Nova York.

Para que os retratos tenham um tom íntimo, Jeffries tenta criar uma conexão psicológica com cada um de seus ‘modelos’ antes de usar a máquina fotográfica.

Ele mantém uma conversa infor-mal, sem tomar nota ou gravar, e prefere fazer as imagens enquanto

conversa com as pessoas para cap-turar ‘suas verdadeiras emoções’. Jeffries diz que às vezes oferece aos moradores de rua comida, dinheiro ou um abraço.

As imagens são depois proces-sadas, religiosamente da mesma maneira sempre, e o fotógrafo usa sombra e luz para realçar os olhos das pessoas e dar um tom quase religioso ao trabalho.

FAZ! // 29

Page 30: Revista Faz!

Jeffries usa sua fotografia para ar-recadar dinheiro para ONGS de moradores de rua e tenta reduzir a ‘invisibilidade’ das pessoas que não têm onde morar.

Com isso, Lee tem conseguido mudar a visão da sociedade, des-pertando compaixão nos admirado-res de sua arte, imagens em preto e branco carregadas de muito senti-mento e verdade.

“Todas essas pessoas são parte da sociedade e há a necessidade de tratá-los adequadamente. Não pre-cisamos ter medo deles. Precisamos sim respeitá-los e ajudá-los o mais breve possível”, diz Jeffries.

Esculturas fotográficasJeffries usa a máquina fotográfi-ca para criar esculturas, tão super-

-realistas como as de Ron Mueck e,

ao mesmo tempo, tão frágeis como cera. Ao ver-lhes o brilho nos olhos e a rugosidade da pele, fico com a sensação de que já nem são pesso-as nas fotos, mas velas a derreter.Tal nível de detalhe consegue-

-o criando empatia com os pobres desgraçados que descobre nas ruas de Londres e da América, expli-cando-lhes abertamente o que está a fazer e com que intenções,

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“A primeira vez que fui ao skid row eu estava tão assustado que tive que fisicamente me

forçar a sair do carro....

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...Uma vez eu tinha feito... Dado o primeiro passo...

Eu nunca olhei para trás.”

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e oferecendo-lhes dinheiro. Nem sempre consegue fotografá-los, mesmo quando passa dias a tentar convencê-los – aí, vira as costas e segue a sua vida, como qualquer outro turista.Jeffries não é um fotógrafo puro à maneira de um Cartier-Bresson, um romântico de outros tempos: o de-talhe também é conseguido através de longas sessões de Photoshop

para ajudar a acentuar seletiva-mente pormenores do rosto – os olhos, sobretudo.

EmoçãoJeffries é diferente: também recorda as coisas à sua maneira mas in-quieta, não diverte. Trabalha num olhar, numa expressão que desco-briu nas ruas e o tocou: “Se eu não me sentir emocionado, a foto não

poderá transmitir nada”.Ele nada nos conta sobre a vida destas pessoas que partilham o mesmo planeta que nós, o que lhes aconteceu, o que correu mal; apenas nos deixa rostos semi-despedaçados que nos assombram a consciência como fantasmas da civilização.

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Caros amigos, a infinita diversida-de da realidade única nos obriga à análise da afirmação que o Ser é e o Não ser não é. Por outro lado, o advento do Utilitarismo radi-cal cumpre um papel essencial na formulação da fundamentação me-tafísica das representações. Assim mesmo, a estrutura atual da idea-ção semântica exige a precisão e a definição do sistema.

O poder do olharNo entanto, não podemos esquecer que o novo modelo estruturalista aqui preconizado auxilia a prepa-ração e a composição das posturas dos filósofos divergentes com rela-ção às atribuições conceituais. Do mesmo modo, o desenvolvimento da consciência coletiva virtualiza-da não resulta em uma interiori-zação imanente das novas teorias propostas. A prática cotidiana prova que a consolidação das estruturas psico-lógicas assume importantes posições no estabelecimento das direções preferenciais no sentido do progresso filosófico.

Baseado na tradição aristoté-lica, o conceito de diáthesis e os princípios fundamentais de rhyt-mos e arrythmiston possibilita uma melhor visão global do sistema de formação de quadros que corres-ponde às necessidades lógico-es-truturais. Desta maneira, o conflito da psique inconsciente, corrobo-ra o início da atividade geral de formação de conceitos não siste-matiza a estrutura dos paradigmas filosóficos. Acabei de provar que a sustentabilidade do Cogito refuta-da não oferece uma interessante oportunidade para verificação das alternâncias entre pensamentos sá-bios e não-sábios. Se estivesse vivo, Foucault diria que o Übermensch de Nietzsche, ou seja, o Super-Homem, acarreta um processo.

•  No mundo inteiro, mais de 100 mi-lhões de pessoas moram nas ruas e mais de um bilhão moram em casas sem condições dignas.

•  A cada dia, cerca de 50.000 pessoas, sobretudo mulheres e crianças, mor-rem devido à moradia em abrigos pre-cários, à água poluída e a condições de saneamento deficientes.

•  Estima-se que 1,3 bilhão de pesso-as vivam em situação de pobreza por todo o mundo; 70% são mulheres e meninas.

•  Existem 23 milhões de refugiados e 27 milhões de pessoas deslocadas de seus próprios países, praticamente todos vivendo em situação de pobreza.

•  A falta de abrigo afeta diretamen-te a saúde dos moradores de rua. Em Londres, por exemplo, a expectativa de vida entre os moradores de rua é inferior em mais de 25 anos à média nacional.

Estatísticas regionais

•  EUA: A cada noite, estima-se que 842.000 pessoas estejam dormindo na rua. Com base nesses dados, a proje-ção anual é de 3,5 milhões de pessoas.

•  Alemanha: Um total de 272.000 pes-soas foram consideradas sem-abrigo, sem-teto ou recorrendo a um serviço de alojamento em 2004.

•  Polônia: Estima-se que 33.434 pes-soas passem a noite em abrigos ou alojamento temporário a cada ano.

•  Índia: A Índia é um dos poucos pa-íses em desenvolvimento que quanti-ficou a população em situação de rua: mais de 2,3 milhões.

•  Austrália: O Censo Demográfico de 2001 mostrou que existem 99.900 mo-radores de rua na Austrália.

a população de rua no Mundo: os Fatos

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ENTREVISTA // José Junior

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JOSÉJUNIOR

O cara cresceu em Ramos (RJ), perto do Complexo do Alemão, imerso na cultura marginal do tráfico de drogas, da prostituição, do jogo do bicho. Fazia festas de funk, criou um jornal para a comunidade e depois começou a oferecer aulas de percussão e dança, mas sem saber tocar ou dançar – aprendeu ensinando.

POR: GUSTAVO GITTIFOTOS: JOSÉ DA SILVA

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Esse é José Junior (JJAfroReggae no Twitter), fundador da ONG Afroreggae, atualmente com 74 projetos, 10 bandas de música, 2 trupes de circo, grupo de teatro, centro multimídia… Trabalha com policiais, presidiários e jovens empresários, fisgando as pes-soas pela mesma lógica que as leva ao tráfico, tratando-os como seres inteligentes, não alienados. Desde 1993, o grupo se ampliou e hoje atua também na Índia, EUA, Colômbia, China, Inglaterra e França.

Qual sua história? Quais suas ori-gens? O que fazia antes de ser do AfroReggae?Minha infância foi em Ramos, su-búrbio do Rio, mas na adolescência fui morar no Centro. Cresci numa área degradada, cercado de violên-cia, prostituição por todos os lados. Não tive muito estudo e fiz de tudo um pouco nesta vida. Fui o Batman em animação de festas infantis, entreguei jornais, quentinhas…

Minha vida começou a mudar quando comecei a produzir festas. Primeiro eram de funk, mas com a proibição dos bailes, mudamos para o reggae. Criamos a “Rasta Reggae Dancing”, que virou um

sucesso na cidade e, na mesma época, há 17 anos, começamos a produzir o AfroReggae Notícias, um jornal que veiculava notícias sobre a cultura afro. Ou seja, o AfroReggae começou como um jornal de notícias. Só nos instalamos em Vigário Geral, naquele mesmo ano de 93, após aquela tragédia, que foi a chacina, na qual 21 inocentes foram mortos.

Como descobriu que era isso que queria fazer e como chegou onde está?Eu não descobri. As coisas foram acontecendo. No AfroReggae, acre-ditamos muito no efeito Shiva: Deus que destrói para poder cons-truir. O AfroReggae é fruto da vio-lência e também da inexperiên-cia. Começamos a dar as oficinas culturais quase que intuitivamente. Fomos ensinando e aprendendo ao mesmo tempo. Não havia um pla-nejamento, uma estratégia. Somos frutos do caos. Mas, por desespero, corremos atrás e buscamos soluções que até então eram inéditas e que deram certo.

O que você faz atualmente?Sou coordenador-executivo do Grupo Cultural AfroReggae. Hoje

o AfroReggae tem muitos coorde-nadores e cada um cuida de uma parte, mas eu sou o gestor. Acho que meu grande talento é o empre-endedorismo social. Esse diálogo com a elite, com a favela, políticos, bandidos, polícia.

E é para isso que trabalho, para acabar com o apartheid social. Queremos construir um ponte, com uma via de mão dupla para integrar classes sociais diferentes, raças di-ferentes, ou seja, eliminar barreiras invisíveis que a sociedade construiu.

E seu programa no Multishow?O “Conexões Urbanas”, do Multishow, é fruto de outras cone-xões. Em 2001 começamos a pro-duzir grandes shows em favelas. A ideia do projeto era levar grandes nomes da MPB para tocar nas fa-velas mais temidas da cidade. Se havia um mega show na praia de Copacabana ou na casa de shows mais sofisticada da cidade, leváva-mos exatamente o mesmo even-to para favela, incluindo o palco, o cenário. O projeto deu super certo, já passamos das 50 edições. Só neste ano já tivemos duas edições e vamos fechar o semestre com mais umas três, ultrapassando um mi-lhão de pessoas só em 2010.

“O governador não merecia um

banho de sangue”

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A principal questão do show é conectar mundos e realidades di-ferentes. Essa concepção cresceu dentro do AfroReggae e “Conexões Urbanas” acabou virando uma grande marca para a gente, uma verdadeira plataforma de negó-cios que hoje inclui 6 programas de rádio, inclusive em rede nacio-nal através da Oi FM, uma revista, o show em si e o programa de TV. Queremos construir uma espécie de “Google for good”. Virar uma referência para quem quer mudar o mundo. Na TV, o programa se desdobra em outras ações, deixa um legado. Acho que a principal questão é que não estamos fazendo imagens para um programa de TV, estamos conectando iniciativas que já estavam ocorrendo. Conectamos e, a partir deste link, ajudamos a gerar novos negócios sustentáveis.

Conte um pouco do seu cotidiano.Não tenho uma rotina, mas posso lhe dizer que trabalho muito. Mesmo o meu lazer é no meu tra-balho. Uma das principais atua-ções do AfroReggae é a mediação de conflitos. Mediamos verdadeiras guerras. Podem ser entre facções diferentes ou entre polícia e ban-dido, mas quando estoura um pro-blema, o AfroReggae sempre está lá. Então, pela manhã posso estar numa favela mediando uma guer-ra do narcotráfico e à tarde posso estar na Fiesp ou numa reunião com o governador Sergio Cabral.

O que vocês tem feito no projeto e onde pretendem chegar?Hoje o AfroReggae tem 74 projetos no Brasil e no mundo. Estamos abertos a parcerias diversas. Queremos conectar. Enquanto houver diálogo, sempre haverá novas perspectivas. Sabemos que podemos chegar longe.

Você citou no Twitter que consi-dera o Luciano Huck uma “pessoa iluminada e generosa” e ele te considera um “guerrilheiro so-cial”. O que falta para termos mais gente como vocês dois no Brasil?Existem muitas pessoas assim, bem mais do que se imagina. É isso que tento mostrar no meu programa de TV: pessoas que se conectam para fazer o bem, e há muita gente fa-zendo isso, podes acreditar.

Uma história ou uma cena que fez todo o esforço valer a pena.Há uma coleção. A mais recente e mais forte foi no caso do Evandro. Com a ajuda da imprensa, da po-lícia e do governo, conseguimos o que queríamos, num curto espaço de tempo. Não houve impunidade. A justiça foi feita.

Quais os erros de outros agentes sociais que deixam você com ver-gonha alheia?Nada me envergonha. Pelo con-trário, me orgulho constantemen-te. Tirar gente do tráfico, ver que as pessoas podem ter uma segun-da chance. Existe uma questão de índole, mas pouquíssimas pesso-as são 100% ruins. No último ano tiramos quase 300 pessoas da cri-minalidade. Dá quase um por dia.Isso mostra que, com oportunidade, muitos optam por traçar uma nova trajetória. É o que mais me deixa feliz porque meu maior sonho é não ver mais gente no tráfico.

Quais são os passos específicos que um leitor que queira se tornar um agente social pode tomar?Minha faculdade foi na rua e minha pós graduação foi baseada na minha intuição. Muitas vezes ou-vimos “não vai por esse caminho, não faça isso”. Fizemos. E deu certo. O AfroReggae só deu certo porque apostamos em pessoas e proje-tos que eram dados como perdidos, sem solução. A gente tinha até um slogan que dizia “Onde os outros não vêem saída, a gente vê arte”. Fora isso tivemos grandes parceiros e gurus, como nosso querido Waly Salomão, o padre Lorenzo Zanetti, além do Caetano, da Regina Casé, entre muitos outros.

O que você demorou muito tempo pra aprender e agora pode resu-mir em poucas palavras?Eu era uma pessoa muito precon-ceituosa. Por exemplo, eu detes-tava a polícia. Hoje, quebrei essas barreiras e desenvolvo dois im-portantes projetos com a polícia: o Juventude e Polícia (em parceria com o governo de Minas) e o Papo de Responsa, com a Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Quais são os benefícios que seu trabalho gera para as comunida-des e para a sociedade em geral?Não necessariamente o meu, mas o do AfroReggae como um todo. São desde as oficinas culturais que ofe-recemos nas favelas até o resgate dos jovens do crime. Isso impac-ta diretamente na violência. Essa questão de promover a integração social gera vantagens para todos, para a elite e para o favelado, para o preto e para o branco.

+ www.afroreggae.org/

“QUEREMOS CONSTRUIR UM PONTE, COM UMA VIA DE MÃO DUPLA PARA INTEgRAR CLASSES SOCIAIS DIFERENTES, RAÇAS DIFERENTES [...] ELIMINAR BARREIRAS INVISíVEIS CONSTRUíDAS PELA SOCIEDADE”

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INCENTIVO // The Awesome Foundation

Oscar Lhermitte, 25 anos, teve uma

ideia: criar estrelas artificiais feitas

com leds e balões de gás hélio e soltá-

-las no céu de londres, só para dei-

xar a noite mais bonita e as pessoas

mais felizes. A Awesome Foundation

lhe pagou US$ 1.000 para isso.

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A AWESOME FOUNDATION TE PAGA POR UMA BOA IDEIA(mesmo que ela possa parecer absurda)

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Nunca consegui encontrar uma tradução para a palavra inglesa “awesome” que me satisfizesse. O significado que lhe atribuo anda algures entre a fusão das ideias de “im-pressionante”, “fantástico”, “espectacular” e “excelente” com o conceito de “fixe”. Algo, ou alguém, “awesome” é completamente imbuído de qualidades fixes imedia-tamente palpáveis, mas que são claramente resultantes de um esforço reconhecível que se baseia em princípios surpreendentes, arrojados ou inesperados. Usemos então o termo com a familiaridade que ele merece.

Não resisto à redundância: o assunto que hoje trago para a mesa, The Awesome Foundation, é awesome. O seu princípio básico? Contribuir para que o nível do componente awesome presente no universo aumente. Como? Através de doações de 1000 dólares por mês a projectos pouco ortodoxos ou arriscados que necessitam de financiamento, sem nenhum tipo de contraparti-

das, obrigações ou interferências. Awesome. Touché, caros criativos com veias empreendedoras e vi-sionários hipoteticamente loucos ou vice-versa.

Quando descobrimos que Tim Hwang, afamado pai da ROLFCon, foi o fundador desta ideia com-preendemos rapidamente o tom da iniciativa. Quem mais iria con-seguir que vários grupos de mece-

nas, neste momento já espalhados por várias esquinas do mundo, financiassem projectos que tão depressa passam pelo desenvolvimento de Apps Mobile, como por meca-nismos de recolha e reaproveitamento de desperdícios alimentares como por exercícios de pura materialização de profundos desejos geek?

Um exemplo desta última categoria, o projecto bre-vemente materializado “Indiana Jones and the Alley of Doom”, de Laurenellen McCann, consistirá numa experi-ência pop-up que recria a conhecida cena em que Indiana Jones foge enquanto é perseguido por uma pedra rolante gigante. Qualquer pessoa interessada em sentir-se dentro da cena do filme será colada num percurso construído para o efeito e verá uma (falsa e não assassina) pedra descomunal ser largada na sua direcção, altura em que, espera-se, começará a correr desalmadamente. Câmaras dispostas ao longo desse caminho registarão o sucedi-do e cada participante poderá ver-se a si mesmo na sua própria versão da cena, filmes estes que serão depois disponibilizados no youtube e no site do projecto.

Outro exemplo de financiamentos atribuídos pela ins-tituição é o caso de Jacqui Hocking, que recebeu o apoio para filmar o título “Spinning Dreams”, um documentário

“PENSAR NUM PROJETO APENAS COMO

NECESSARIAMENTE AwESOME, SEM SE

COMPARTIMENTAR NA SUA géNESE COMO OU

ARTíSTICO OU ECONOMICAMENTE VIÁVEL CRIA

SEMENTES DE RACIOCíNIO DIFERENTES.”

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sobre a terceira Tour de Timor. Esta corrida de ciclismo é organizada para demonstrar às pessoas de todo o mundo que Timor Leste é um lugar pacífico e repleto de paisagens deslumbrantes. Acontece também que esta é considerada uma das mais difíceis, acidentadas e árduas provas da modalidade, o que só aliciou ainda mais Jacqui Hocking e a Awesome Foundation.

A organizaçãoSendo completamente auto-fundada por um sistema de mecenas que se dividem por chapters regionais, a Awesome Foundation possui já um impressionante catá-logo de iniciativas apoiadas, que dificilmente receberiam incentivos monetários de instituições convencionais. Esta atitude descomprometida é sem dúvida um atractivo para sonhadores e empreendedores pouco preocupados com lucros. E é exactamente aí que reside uma da suas duas grandes mais valias.

Por não estabelecer limitações que se prendem com a necessidade de conseguir uma viabilidade econó-mica, mas também não a pondo de parte, a Awesome Foundation consegue libertar amarras de pensamento que tendem a resultar em ganhos maiores. Pensar num projecto apenas como necessariamente awesome, sem se compartimentar na sua génese como ou predominante-mente artístico ou predominantemente economicamen-te viável cria sementes de raciocínio diferentes. Deixa a Criança (ou a Internet Persona) em nós emprestar os lápis de cor ao aspirante a Pessoa Bem Sucedida que nos veste de manhã e riscar nas paredes do escritório.

A segunda grande mais valia desta fundação tem a ver com o impacto maior que pode ter. Não me refiro ao

impacto nas comunidades ou nos indivíduos, nem aos bons actos mais imediatos e mesuráveis, mas sim à le-gitimação que consegue dar à cultura da internet e ao espírito das pessoas que a vivem. Estabelece uma plata-forma que demonstra que a malfadada “comunidade da internet”, aquela que conhece e usa códigos e formas de socialização assentes na realidade da internet, pode ter uma pegada cultural eminentemente positiva e capaz de influenciar e moldar a sociedade dominante.

O espírito da internetÉ fácil perceber que a linguagem e o tom que a Awesome Foundation utiliza são típicos do espírito das pessoas que constroem o conteúdo específico do universo da inter-net. O que proponho é que algo muito mais profundo do que isso acontece: acredito que toda esta iniciativa é uma produto claro do Espírito da Internet. Proponho que a própria existência de um projecto que abriga outros tantos com estas características resulta especificamente da linha de pensamento de pessoas que foram expostas continua e sistematicamente a material criado “for the luz” lado a lado com material que trata do último avanço tecnológico ou cultural noticiado ao minuto. Proponho ainda que esta forma de estar particular acontece há tempo suficiente para começar agora a estabelecer ideias alternativas cujo sucesso começa a parecer querer brotar.

+ awesomefoundation.org

Fotografia: Acervos pessoais Oscar Lhermitte e Jeff Waldmann

Jeff Waldman quer mudar o mundo.

Um balanço por vez. Para resga-

tar sentimentos de liberdade e tor-

nar a vida mais divertida, ele deci-

diu instalar balanços por Los Angeles.

A Awesome Foundation patroci-

nou a açao com mil dólares.

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INSPIRAÇÃO // Favela paintingCAPA // Favela Painting

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As favelas brasileiras têm uma cor que as uniformiza: o marrom-alaranjado de seus tijolos à vista. Dois artistas plásticos holandeses querem pintá-las de todas as cores, uma aparente maquiagem que busca revelar a alma mais profunda destas comunidades pobres.

POR: FABIANA FRAYSSINET, DA IPSFOTOGRAFIA: ARQUIVO HAAS & HAHN

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Jeroen Koolhass e Dre Urhahn começaram seu trabalho pela Vila Cruzeiro, uma das favelas da zona norte do Rio, onde seus moradores convivem diariamente com a violência.

A prova mais clara desta realidade é o mural que a co-munidade pintou graças à iniciativa dos artistas. Este ilus-

tra um menino empinando uma pipa com um buraco na cabeça: não pro-duto das pinceladas, mas das balas dos tiroteios que abundam quando polícia e traficantes se enfrentam.

“Esse menino é uma metáfora de todas as crianças que vivem aqui. Há alguns meses houve um tiroteio aqui e rece-beu uma bala perdida. Todo mundo

comentou sua morte. Muita loucura, não?”, disse Urhahn. Urhahn, produtor de vídeos de 34 anos, e Koolhass, de-

signer de importantes marcas internacionais, de 31 anos, poderiam viver em suas cidades: Amsterdã e Roterdã. Mas decidiram alterar suas vidas para mergulhar em cheio na vida das favelas. Alguns meses por ano, Urhahn vive no alto da favela com uma família que aluga um quarto, como todos, com tijolo aparente. “Quando alguém vive aqui, faz parte da comunidade. Mudou minha percepção sobre as pessoas e sobre mim mesmo”, disse este pro-dutor que não perde uma festa nem um churrasco neste bairro superpovoado.

“QUANDO ALgUéM VIVE AQUI,

FAZ PARTE DA COMUNIDADE.

MUDOU MINhA PERCEPÇÃO SOBRE

AS PESSOAS E SOBRE MIM“

“Esse menino é

uma metáfora de

todas as crian-

ças que vivem

aqui. Há alguns

meses houve um

tiroteio aqui e

recebeu uma bala

perdida. Todo

mundo comentou

sua morte. Muita

loucura, não?”,

disse Urhahn.

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Koolhass, ilustrador da revista norte-americana New Yorker e da casa italiana de modas Prada, entre outros, sente-se feliz pela aceitação que tiveram entre as pes-soas da comunidade, que não os recebeu como “play-boyzinhos”, isto é, jovens ricos. Sua motivação é o amor à arte, literalmente. O projeto “Favela Painting” busca, por meio dos murais, resgatar a “alma colorida” destas comunidades, além das cores branca e preta com que normalmente se ilustra a violência e a pobreza.“Queremos também divulgar as coisas boas que existem

em uma favela, além de sua imagem de guerra e pre-conceito social”, disse Koolhass. “Uma favela tem, como qualquer outro bairro, de qualquer parte do mundo, famí-lias normais, pessoas com sonhos e que também querem um bom futuro para seus filhos”, acrescentou. A primeira

obra da Favela Painting foi o “Menino empinando pipa”, que ocupa três casas inteiras diante de um campo de futebol da comunidade.A pipa está a vários metros de distância, como “voando” sobre outra casa, na ladeira do morro que a circunda. Uma concepção visual além de um simples mural, urba-nística. A segunda obra, criada pelo tatuador holandês Rob Admiraal, superou todos os limites, inclusive geográ-ficos, da comunidade. São dois mil metros de desenhos de enormes peixes coloridos, nadando em um rio azul, que atravessam o antes cinzento muro de contenção de deslizamentos, uma escadaria comunitária, uma viela e um paredão de concreto.

(Segue na página 55)

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A comunidade de Santa Marta

tem aproximadamente 70 anos

e está situada no Morro Dona

Marta, que fica entre os bair-

ros de Botafogo e Laranjeiras.

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VEJA O VÍDEO!

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A comunidade de Santa Marta tem aproximadamente 70 anos e está situada no Morro Dona Marta, que fica entre os bairros de Botafogo e Laranjeiras. O morro fica à frente e abaixo do Cristo Redentor e, por ter grande ângulo de inclinação, propor-ciona uma visão privilegiada da cida-de em sua parte mais alta. Pode-se chegar ao seu cume caminhando por entre as vielas, de carro pelo bairro de Laranjeiras ou tomando o Elevador Inclinado, que é a opção mais diverti-da. Contratar um guia local é uma boa opção para conhecer o Santa Marta pois além de levar o visitante em vá-rios pontos, é contada a história da comunidade e dos visitantes ilustres que por ali passaram.

SegurançaA Favela Santa Marta, foi pacificada através da implementação de uma UPP em 19 de dezembro de 2008. Desde então o local tem experimentado uma inédita tranquilidade e, ao que tudo indica, o crime organizado foi comple-tamente desfeito, tornando a comu-nidade um ambiente seguro para os moradores e também os visitantes.

Atrações do localA favela pode ser conhecida por conta própria, mas sugerimos visitar a co-munidade com a ajuda de um local. As principais atrações são o Plano Inclinado, elevador que percorre toda a favela, a quadra da escola de samba Santa Marta, a Lage onde Michael Jackson gravou parte do vídeo “They don’t care about us”, o Mirante do Pedrão com vista para Pão de Açúcar e Enseada de Botafogo. e, claro, os pré-dios do Projeto Favela Painting.

saiba mais sobre a comunidade de santa Marta

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Nadar contra a correnteAlguns interpretam que os peixes nadando contra a cor-rente representam a luta na vida dos jovens da favela.

“Mas é uma ideia aberta, todo mundo pode pensar o que quiser. Não é uma imagem fixa, também estimula a ima-ginação”, disse Urhahn. Toda a comunidade participou da obra, como a pequena Susane Souza, que se entu-siasmou ao contar como tudo mudou à sua volta. “Antes aqui era só lama e mato. Todos participamos da obra e agora vem gente de todo canto fazer turismo para conhe-cer nossa favela”, disse à IPS se referindo aos visitantes de todo o mundo que os jovens holandeses trazem para conhecer a iniciativa.

Parece um detalhe irrisório, mas não para as crianças que diariamente vivem o preconceito e a desconfiança dos que não são favelados. Muitos na escola escondem onde moram. “Nunca dizemos que podemos mudar a vida inteira de um jovem, mas podemos tentar ajudá-lo a sonhar e pensar no que pode fazer na vida, que pode ter objetivos maiores e persegui-los”, disse Koolhass, sem descontar a necessidade de outras iniciativas de saúde, educação e moradia, para citar apenas algumas.“Dizemos que o Favela Painting é um projeto de arte,

mas arte que tem um lado social”, explicou o designer, que com seu colega quer levar o projeto a outros bairros pobres da América Latina. “Um projeto de arte puro, com um objetivo social”, descreveu Urhahn, que preferiu não rotular com um nome determinado. “A pintura é uma coisa visual, mas causa efeitos diferentes nos morado-res. Isto é importante para a filosofia do nosso projeto. Mostrar aos de fora outra imagem destas comunidades”, disse. Koolhass também comparou os jovens das favelas com os de seu país, “tão fechados. Aqui há uma estrutu-ra social muito forte. Garotos andando livremente pelas ruas, se comunicando com os outros”, algo que gostaria de levar para a Holanda”, acrescentou.

O futuro do projetoO projeto é muito mais ambicioso. Os artistas buscam recurso financeiro e operacional, por exemplo, com fá-bricas de tintas, para colorir várias casas... “uma favela inteira”. O objetivo é primeiro rebocá-las, fazer obras para evitar vazamentos, e cobrir sua cor marrom-alaranjada com toda gama de cores do arco-íris. “Algo que chame a atenção e se converta em uma espécie de monumento do Rio de Janeiro”, disse Urhahn, que já gravou em uma favela um documentário sobre o movimento musical hip hop. Um presente não do governo do Estado para seus habitantes, “mas dos habitantes para a cidade”, concluiu.

Os artistas buscam recurso finan-

ceiro e operacional, por exemplo,

com fábricas de tintas, para colorir

várias casas... “uma favela inteira”

“A PINTURA é

UMA COISA VISUAL,

MAS CAUSA EFEITOS

DIFERENTES NOS

MORADORES. ISTO é

IMPORTANTE PARA A

FILOSOFIA DO NOSSO

PROJETO. MOSTRAR

AOS DE FORA OUTRA

IMAgEM DESTAS

COMUNIDADES”

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INSPIRAÇÃO // Shoot the Shit

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O coletivo que quer mudar Porto Alegre o mundo

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Gabriel Gomes, Giovani Groff e Luciano Braga são estu-dantes de Publicidade (na verdade Giovani já está for-mado) que criaram o Shoot The Shit, definido por eles como um “coletivo que cria ações para transformar Porto Alegre num lugar mais bacana de se viver”. O acaso os levou a se conhecerem durante um curso na Perestroika

– e a ideia, como muitas coisas na vida, “surgiu de uma conversa em mesa de bar”, lembra Luciano.

Daí em diante, os três passaram a se encontrar segui-damente e fazer planos: ações impactantes e ao mesmo tempo simples, e com mensagens positivas porém ques-tionadoras. A primeira foi pra rua no dia 28 de agosto de 2010, Dia Internacional de Combate ao Fumo. Eles se ligaram que aqueles pilares de proteção nas calçadas das Avenidas Nilo Peçanha e 24 de outubro, pintados de amarelo na ponta e branco embaixo, pareciam cigarros red filter enterrados no concreto. Bastou adicionar ade-sivos com o conselho “Salve uma vida. Apague seu ci-garro”. E rendeu pano.

Basta dar um Google nas palavras-chave “shoot + the+shit+fumo” pra comprovar que a ação chegou a muitos olhos, ouvidos e mentes – inclusive fora do Brasil. Assim como a segunda iniciativa do Shoot the Shit, in-titulada “Mexa-se”, um convite a abandonar o seden-tarismo). “Se a gente conseguir que pelo menos uma pessoa seja impactada mais profundamente, já vale à pena ter colocado a ideia na rua”, diz Gabriel. “Mas não somos artista de rua – somente usamos a criatividade para fazer o povo pensar sobre algumas coisas importan-tes”, lembra Giovani.E as ações anteriores ganharam mais visibilidade quando a terceira ideia, o “paraíso do golfe” apareceu no You Tube. O vídeo foi feito em três horas e a equipe de produção

Logo no about do coletivo Shoot the Shit a gente já percebe que a intenção é nobre e audaciosa. Afinal, não é tão fácil mudar a atitude alheia. Mas para esse trio de guris de Porto Alegre, a mudança começa exatamente onde precisa: por eles mesmos.

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se resumia aos três integrantes do coletivo – que ficaram cerca de um mês pesquisando asfaltos esburacados em Porto Alegre e noções técnicas e estéticas do golfe. “Eu era o otimista que acreditava nos 20 mil views no You Tube, o Gabriel estava no outro extremo, prevendo não mais que 2 mil views”, contou Luciano no papo. Antes de colocarmos este post no ar, o Youtube já contabilizava mais de 62 mil visualizações do vídeo.

O Shoot The Shit é a prova de que é possível impactar com simplicidade e que dá pra ser original na hora de pro-testar. “Ideia bacana não pode morrer na gaveta. E tam-bém já passou o tempo de guardar ideias para si” opina Gabriel, que acredita no poder de compartilhar – ainda mais hoje em dia, com a velocidade que a informação se espalha. “E a melhor desculpa para subsidiar interven-ções é dizer que é tudo para um trabalho da faculdade”, brinca ele – mas foi com esse papo que conseguiu pegar emprestado da academia de seu condomínio o aparelho usado na ação “Mexa-se”.

Quando não estão tramando alguma intervenção inu-sitada via Shoot The Shit, eles continuam inventando coi-sas. Luciano, definido pelos parceiros de coletivo como

“o cara dos projetos paralelos”, por exemplo, escreve e desenha tiras na sua Braga Comics. Gabriel tem sua pró-pria empresa, a Cosmonauta, especializada em apresen-tações (menos em PPT chato). E Giovani, que já foi diretor de “whatever” na Perestroika, quer retomar sua incursão nas artes visuais.

E eles avisam que aceitam ideias externas, colaborações e apoio para novas ações do Shoot The Shit. Só contatar via e-mail, Twitter ou Facebook – mas a ideia, além de ser boa, lógico, tem que ter uma produção viável, este é o pré-requisito. De qualquer forma, no papo deu pra sentir que ideias não faltam na cabeça desse coletivo. E aí a gente pergunta: qual o próximo plano? “Ainda não tem”, dizem eles, sorrindo. Se tivessem não iriam contar agora, mesmo. Mas como diz na fanpage do Shoot The Shit, a gente sente que “coisas legais estão para acontecer”.

Adaptado de www.facool.com.br/noticia/view/294

+ shoottheshit.cc

Fotografia: Divulgação Shoot the Shit

Na ação “Que ônibus passa aqui?”

foram colados adesivos nas paradas de

ônibus da capital, pedindo que as pes-

soas escrevessem que ônibus passa-

va por ali. Após muita polêmica com a

prefeitura, as autoridades resolveram

abraçar o projeto e produzirão os ade-

sivos já com as informações corretas.

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Adesivos em postes na rua pe-

diam que fumantes deixassem

o vício e salvassem suas vidas

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INSPIRAÇÃO // Favela paintinggALERIA // Arte e Sociedade

arte urBana e social

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1//Park(ing) DayPark(ing) Day OrganizationPark(ing) Day é um evento anual em todo o mundo onde artistas, designers e cidadãos transfor-mar vagas de estacionamento em parques públicos temporários. O projeto começou em 2005, quando

Rebar, um studio de arte e design de São Francisco, converteu uma vaga de estacionamento em um parque público temporário no cen-tro de San Francisco. Desde 2005, o Park(ing) Day evoluiu para um movimento global, com as organi-zações e indivíduos operando in-dependentemente, criando novas

formas de espaço público tem-porário em contextos urbanos ao redor do mundo. A missão do Dia PARK (ing) é cha-mar a atenção para a necessidade de mais espaço urbano aberto.e para melhorar a qualidade do ha-bitat humano urbano.

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2//O Muro de John Lennon Ação colaborativa (Praga)Este muro era antigamente um simples muro, em Praga na República Tcheca, e foi chama-do Lennon’s desde a década de 1980, quando os fãs de John Lennon, inspirados pela musica dos beatles, criaram um gran-de mural de protesto. Hoje o muro é possuído pelos cavalei-ros da Ordem da Cruz de Malta, que permitiu que os grafites continuassem.

3//Espaços ComunicantesDácio Bicudo (Salvador)O objetivo desta intervenção é criar uma ponte entre alguns espaços de orientação pública ou privada, que em seu interior representassem de forma defa-sada ou influenciada comer-cialmente o poder que emana das ruas. O plano era invadir locais e estabelecer uma har-monia visual e representati-va entre eles para discutir essa questão e que se realizaria ao cruzarmos o limite entre os espaços.

4//Street ChandelierWerner Reiterer (Louisville)Desde 2006, o artista austrí-aco Werner Reiterer vem tra-zendo o símbolo da grandeza interior para a rua com seus lustres de rua, mas a itera-ção mais recente do seu pro-jeto é mais ‘de rua’ do que nunca. A fixação mais recen-te de Reiterer é um opulento lustre que oscila ancorado a um pequeno estacionamento.

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VEJA O VÍDEO!

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5//Aqui bate um coraçãoAção colaborativa (São Paulo)Criolo disse que “não exis-te amor em SP” mas, ao ver o projeto Aqui Bate Um Coração, começo a desconfiar que ele existe sim, basta a gente olhar com outros olhos a nossa volta. Tudo foi combinado via Instagram, na segunda-fei-ra (05/03). Usando a hashtag #aquibateumcoracao, conhe-cidos e desconhecidos sairam espalhando corações de isopor em monumentos da cidade, deixando SP um pouco mais colorida. O resultado? É lindo, basta ver as imagens e o vídeo.

6//Luz nas VielasBoa Mistura (São Paulo)O Boa Mistura é um grupo es-panhol composto por 5 artistas, Arkoh, Derko, Pahg, Purone e Rdic, que se dedicam à arte ur-bana. A convite da Embaixada da Espanha no Brasil, o Boa Mistura esteve na favela Vila Brasilândia, na zona norte de São Paulo, a realizar a inter-venção urbana “Luz nas Vielas”.

“Luz nas Vielas” utiliza os vá-rios becos e vielas da favela como telas para criar murais com efeito 3D. Esses murais incluem 5 palavras - amor, be-leza, doçura, firmeza e orgulho

- escolhidas pela comunidade como forma de embelezar a favela e proporcionar um me-lhor ambiente, com mais cor, mais motivação e mais alegria.

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2x1 // Música

Noel gallagher - Noel gallagher’s high Flying Birds

Para os fãs do Oasis, talvez a primeira impres-são ao ouvir o álbum não seja tão boa. Tudo porque, de um modo geral, as canções pos-suem uma sonoridade mais limpa se compa-rada aos álbuns gravados entre 1994 e 2008 com Liam e companhia – violões e teclados predominam na harmonia das canções, em lugar do “paredão” de guitarras distorcidas que era uma das marcas registradas do som do Oasis que já conhecíamos.

A tendência, porém, é de que essa impres-são vá ficando pelo caminho aos poucos, já que o material escolhido pelo guitarrista e compositor para integrar seu primeiro álbum solo é ótimo, além de ter sido muito bem pro-duzido e gravado.

Uma audição mais atenta do disco também leva à conclusão de que o trabalho possui uma boa dose de influência dos Beatles, o que não chega a ser uma novidade, já que é notória a adoração de Noel pelo quarteto de Liverpool. Até no nome do álbum é possível identificar-mos tal influência.e devoção.

henrique Funari27 AnosDesigner gráfico

Tem dificuldades de se desfazer de papéis velhos. Coleciona placas de carro e não gosta de azeitonas.

Lou Reed e Metallica - Lulu

Realmente, a ideia de dedicar um disco inteiro para aprofundar-se na história da escalada social de uma stripper que se torna prostituta parecia ser algo no mínimo curioso – ainda mais encabeçada por ninguém menos que Lou Reed, o cara que compôs “Femme Fatale” para Nico (ainda que tenha odiado fazer isso) e não teve pudores para estampar a prostituição em

“I’m Waiting For the Man”.A ideia do aguardado disco veio no dia

da horrenda performance de Lou da clássica “Sweet Jane”, no Rock and Roll Hall of Fame, que até teve um bom suporte do Metallica – com direito a um belo solo de Kirk Hammett. Tempos depois, eles anunciaram Lulu, ba-seado em uma peça do autor alemão Frank Wedekind dividida em dois atos.

Então, iniciou-se uma série de declarações que só poderiam resultar numa pilhéria: Lou Reed disse que era a melhor coisa que já ti-nha feito na vida, os integrantes do Metallica diziam estar profundamente emocionados com as sessões de gravação, a música não seria mais a mesma… Marketing ou não, o disco despertou ânsias. E foi uma catástrofe.

Blink-182 - Neighborhoods

Ainda há alguém por aí?, podem per gun tar os inte gran tes do Blink 182 logo após o lan-ça mento deste novo álbum, Neighborhoods. Depois de um hiato de oito anos, o grupo punk pop amado pelas para das e que divi dia fãs com ídolos ado les cen tes retorna com um disco que apre goa matu ri dade. E, de fato, a pre-missa é ver da deira. Mas, eles retor nam num cená rio estra nho àque les do qual saí ram após o CD homô nimo em 2003.

O novo disco remete a uma fami li a ri dade para quem conhece a voz de Tom DeLonge, mas o som está cla ra mente mais pesado e con-sis tente. Parecem soar a todo momento como garo tos que se gra du a ram. E se por um lado não temos as péro las de dois minu tos e meio com bati das ace le ra das e pia das, agora temos um inte res sante sin gle como “Up All Night”, que coloca dis tor ções e “After Midnight”, uma pequena pérola pop com batida punk-rock dis far çada de balada. Pena que o resto do disco ainda repre sente um momento de tran si-ção para o Blink 182. São momen tos sem muita ins pi ra ção, com repe ti ções de ideias que tira a per so na li dade das músi cas em sepa rado.

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O Príncipe do Deserto

Um homem, um destino, o petróleo e dois pais. Baseado na obra de Hans Ruesch (denominada

“Arab”), ‘O Príncipe do Deserto’ tenta se encai-xar como um “épico do deserto”, colocando em evidência a chegada do petróleo nas terras árabes no início do século.

Dirigido pelo cineasta francês Jean-Jacques Annaud (do ótimo “Círculo do Fogo” e do clás-sico “O Nome da Rosa”), a trama é moldada de trivialidade, o que por um lado é bom, pois o público se sente mais conectado com o que ocorre na telona, mas por outro é ruim, porque seduz com uma fita extensa que fica superficial em muitos momentos.

A trilha é assinada pelo talentoso composi-tor californiano James Horner, simplesmente o homem que deu som à Pandora (menção ao seu trabalho em “Avatar”), além de assinar também a trilha do mega sucesso “Titanic”, ambos dirigidos por James Cameron.

André Miyasaki27 AnosDesigner gráfico

Tem dificuldades de se desfazer de papéis velhos. Coleciona placas de carro e não gosta de azeitonas.

Jovens Adultos

Jovens Adultos é um filme sobre beleza, mas que não é nem um pouco belo. Nós toma-mos como referência o ponto de vista da an-tagonista, seguimos um roteiro inteiramente superficial compensando os acertos com os erros e acabamos assistindo um relato puro da tristeza quando vemos o momento de fraque-za da antiga moça popular, da metamorfose da adolescente na mulher. Quanto mais alta a subida, mais alta a queda. A beleza física é tão superestimada pela moça que ela acaba esquecendo da única beleza que pode lhe alegrar. Suas declarações são proferidas tão friamente que conseguem doer. Seus ges-tos são inarticulados, sem qualquer emoção. Estamos vendo uma mulher que perdeu suas chances e tenta compensar com algo que não pesa o mínimo em sua vida. E, no final, nos damos conta que a mulher é apenas capaz de seguir em frente.

A Toda Prova

O diretor Steve Soderbergh atingiu um nível de proficiência cinematográfica que mesmo quando passa a mão num roteiro relativa-mente banal e estiliza um gênero gasto, aca-ba apontando um caminho seguro para fu-turos thrillers do subgênero “exército de um homem só”. Cabe lembrar que Phillip Noyce havia feito algo semelhante em Salt (2009), em performance impecável de Angelina Jolie, injetando adrenalina na fábula do agente du-plo arrependido.

A Toda Prova, escrito por Lemm Dobbs, circula pelo mundo (Barcelona, Dublin, San Diego), seguindo em flashback Mallory Kane,

“profissional de segurança” (Gina Carano) tra-ída (profissionalmente) pelo ex-marido/chefe, que sai em busca de vingança. A trama envol-ve os interesses do governo americano e de uma empresa de segurança particular, suge-rindo uma grande conspiração internacional.

2x1 // Cinema

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Melissa Ruz25 AnosDesigner gráfica

Tem dificuldades de se desfazer de papéis velhos. Coleciona placas de carro e não gosta de azeitonas.

Tipografia Brighton Beach

A situação parece particularmente favorável quando a relevância do indivíduo singular na sociedade conflitante ainda não demons-trou convincentemente como vai participar na mudança das regras de conduta norma-tivas. Seguindo o fluxo da corrente analítica anglo-saxônica, uma mutação pós-jungiana se apresenta como experiência metapsicológi-ca, devido à impermeabilização da conjuntu-ra histórico-social. Porém, mais do que uma estética, a enumeração exaustiva dos atos de linguagem não estimula a padronização das posturas dos filósofos divergentes com relação às atribuições conceituais. Nunca é demais lembrar o peso e o significado destes proble-mas, uma vez que o acompanhamento das preferências de consumo aponta para a me-lhoria do investimento em reciclagem.

O incentivo ao avanço tecnológico, assim como a influência de elementos de ordem sociológica não causa impacto indireto na reavaliação da natureza não-filosófica dos conceitos. Acabei de provar que a valorização de fatores subjetivos apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção das coisas.

Caixas de som de papelão

Os japoneses conseguem reproduzir diversos tipos de figuras, dobrando papel, por meio da técnica do origami. É comum ver traba-lhos em formato de pássaros, sapos, casas e... alto-falantes. Se um ponto de interroga-ção surgiu na sua cabeça ao ler esse último item, calma, que a gente explica: trata-se do OrigAudio, um projeto, realizado por uma empresa norte-americana, que criou caixas de som feitas de papel reutilizado, com essa técnica de dobradura japonesa.

Além de serem produzidas com material reciclado, as peças prezam pelo design: são cinco modelos com desenhos e cores diferen-tes. Também é possível encomendar caixas personalizadas, com qualquer tipo de arte. Cada uma custa US$ 16. Parte da renda ob-tida com as vendas dos produtos vai para a entidade Serviço Nacional de Música, que dá suporte ao uso da música para necessidades sociais e cívicas.

Criado pela Merkury, essas caixas de som ecológicas são nada mais que uma caixa de papelão para montar e colorir da forma que você desejar.

Botão de elevador??

Caros amigos, a infinita diversidade da reali-dade única nos obriga à análise da afirmação que o Ser é e o Não ser não é. Por outro lado, o advento do Utilitarismo radical cumpre um papel essencial na formulação da fundamen-tação metafísica das representações. Assim mesmo, a estrutura atual da ideação semân-tica exige a precisão e a definição do sistema de conhecimento geral.

No entanto, não podemos esquecer que o novo modelo estruturalista aqui preconizado auxilia a preparação e a composição das pos-turas dos filósofos divergentes com relação às atribuições conceituais. Do mesmo modo, o desenvolvimento da consciência coletiva vir-tualizada não resulta em uma interiorização imanente das novas teorias propostas. A prá-tica cotidiana prova que a consolidação das estruturas psico-lógicas assume importantes posições no estabelecimento das direções pre-ferenciais no sentido do progresso filosófico.

Baseado na tradição aristotélica, o conceito de diáthesis e os princípios fundamentais de rhytmos e arrythmiston possibilita uma melhor visão global do sistema de formação.

2x1 // Design

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Priscila Mello29 AnosCoolhunter

Tem dificuldades de se desfazer de papéis velhos. Coleciona placas de carro e não gosta de azeitonas.

Minimalismo Rocker

A moda rock’n’roll pode ser incorporada ao nosso dia-a-dia com muito estilo. Várias ten-dências desse inverno nasceram a partir desse estilo de música, passando por couro, renda, tachas, caveiras, correntes, bordados, meia-

-calça, leggings, paetês… Esse tipo de roupa não é restrita ao público adolescente ou aos jovens dos anos 90, caracterizados por cami-sas xadrezes e camisetas dos seus cantores de rock favoritos.Associada à rebeldia do rock, ela dá uma cara diferente a vestidos, blusas, jaquetas e aces-sórios, destacando-se em detalhes como os ombros ou gola.

Pele SINTéTICA!

O casaco de pele sempre esteve presente nas passarelas de alta costura e no guarda-roupa das mulheres europeias. A peça que deixa qualquer mulher elegante e, pode compor um look do sensual ao clássico, volta a ser tendência no inverno 2011.

Depois dos desfiles de casacos nas ruas eu-ropeias, o item chega às lojas brasileiras. As cores sóbrias do inverno combinando com cachecóis, luvas, botas, já produzem um look mais elegante.

O item deixou de ser usado apenas em festas e ocasiões mais pomposas. Agora, com-põe com muito bom gosto o look do dia a dia.

Monocromáticos-over

Looks monocromáticos estão em alta desde o ano passado. Eles são super bacanas porque alongam a silhueta e, como já comentamos aqui, emagrecem.

É comum ter dificuldade na hora de mon-tar um look monocromático, afinal, é uma missão quase impossível achar todas as peças exatamente no mesmo tom, né? Pois tenho uma ótima notícia pra vocês, meninas: não é preciso coordenar peças na mesmíssima cor.

O princípio da monocromia é apenas apro-ximar o máximo possível os tons das peças, portanto, valem cores diferentes, mas que sejam da mesma família.

2x1 // Moda

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Projeto Bicho de Rua

O Projeto Bicho de Rua foi fun-dado em 10/05/2004 por um grupo de amigos que, já tra-balhando voluntariamente na causa de proteção, apoio e pro-moção do bem-estar animal, decidiu juntar forças e poten-cializar essa atividade.

O Projeto Bicho de Rua traz quatro objetivos institucionais, que são: •  Adoção sem preconceito de animais sem raça definida, adultos e/ou portadores de ne-cessidades especiais. •  Esterilização como forma de controle da população animal.•  Estímulo à guarda responsável. •  Programas assistenciais e educacionais para a promoção do bem-estar animal.

Necessita: Auxílio com veteri-nária, transporte de animais e doações, lares temporários além, é claro, de novos donos para os animais!

www.bichoderua.org.br

Fundação Pão dos PobresO objetivo da é acolher crianças e adolescen-tes pertencentes a comunidades em absoluta pobreza e de alto risco social. Necessita: Doações através do Funcriança ou sendo um Dindo do Pão dos Pobres.www.paodospobres.org.br

Instituto da Mama do RSO IMAMA atua na luta pela erradicação do cân-cer de mama como uma doença que ameaça a vida, tendo papel conscientizador e articulador de políticas públicas para a saúde da mama.Necessita: Voluntárioswww.imama.org.br

ONg CirandarA CIRANDAR é uma organização sem fins lucra-tivos que desenvolve ações culturais e sociais e, em parceria com os poderes públicos e pri-vados, dialogando e repensando alternativas para a educação, a transformação e a inclusão dos sujeitos culturais, comunicativos e criativos.Necessita: Voluntários, empresas parceiras e doação de livros.cirandar.wordpress.com

Instituto Popular de Arte-Educação (IPDAE)O IPDAE é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Sua proposta é o acesso à leitura, à música, à arte e à cultura como instrumentos mediadores na formação do indivíduo. Em anexo funciona a Biblioteca Leverdógil de Freitas, que viabiliza emprésti-mos de livros mantém diversos programas de fomento à leitura, como contação de estórias, oficina de leitura, gincana da leitura, leitores do ano, curso de xadrez, varal da poesia, cul-turais e concurso de contos.Necessita: Sócios mantenedores, material di-dático, livros, revistas e notas fiscais.www.ipdae.org

Duas Mãos, Quatro PatasA Associação Duas Mãos Quatro Patas é forma-da, basicamente, por um grupo de amigos que se uniu em função de uma causa - o amor pe-los animais. Atualmente, mantemos (ou aju-damos na manutenção de) aproximadamente

300 cães, hospedados em diferentes endereços em Porto Alegre e Viamão.Necessita: Ração e produtos em bom estado para o Brechó, adoção de animais e partici-pação em campanhas de castração.www.duasmaosquatropatas.com.br

Orfanato Lar EsperançaFundado em 1958, o Orfanato Lar Esperança inicou suas atividades em novembro de 1960 abrigando 10 meninos. Hoje atende 120 crian-ças, meninos e meninas. Necessita: Voluntários, alimentos, material de higiene, doações em dinheiro e sócios.http://www.sobespe.org.br

Instituto do Câncer InfantilO ICI-RS é hoje uma referência para o trata-mento do câncer na América Latina, e atinge um índice de cura de 70% nos casos atendi-dos. Através desse projeto espera atingir 100% de cura em nossos casos. Em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, todo o atendimento e serviço de apoio e continuidade do tratamento são assegurados por equipes especializadas.Necessita: Doações em dinheiro, alimentos, roupas, brinquedos, medicamentos.http://www.ici-rs.org.br

Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN)A Spaan é uma instituição sem fins lucrativos que presta assistência a cerca de 150 idosos em Porto Alegre (RS). Fundada em 21 de agosto de 1931 pelo Rotary Clube Porto Alegre, realiza um trabalho dedicado a proporcionar uma velhice digna, com conforto, atenção e qualidade de vida aos seus moradores.Necessita: Itens de consumo mensal.http://www.spaan.org.br

Fundação Pão dos PobresO objetivo da é acolher crianças e adolescen-tes pertencentes a comunidades em absoluta pobreza e de alto risco social. Necessita: Doações através do Funcriança ou sendo um Dindo do Pão dos Pobres.www.paodospobres.org.br

SOS // Eles precisam de ajuda!

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Instituto da Mama do RSO IMAMA atua na luta pela erradicação do cân-cer de mama como uma doença que ameaça a vida, tendo papel conscientizador e articulador de políticas públicas para a saúde da mama.Necessita: Voluntárioswww.imama.org.br

ONg CirandarA CIRANDAR é uma organização sem fins lucra-tivos que desenvolve ações culturais e sociais e, em parceria com os poderes públicos e pri-vados, dialogando e repensando alternativas para a educação, a transformação e a inclusão dos sujeitos culturais, comunicativos e criativos.Necessita: Voluntários, empresas parceiras e doação de livros.cirandar.wordpress.com

Sociedade Porto-Alegrense de Auxílio aos Necessitados (SPAAN)A Spaan é uma instituição sem fins lucrativos que presta assistência a cerca de 150 idosos em Porto Alegre (RS). Fundada em 21 de agosto de 1931 pelo Rotary Clube Porto Alegre, realiza um trabalho dedicado a proporcionar uma velhice digna, com conforto, atenção e qualidade de vida aos seus moradores.Necessita: Itens de consumo mensal.http://www.spaan.org.br

Duas Mãos, Quatro PatasA Associação Duas Mãos Quatro Patas é for-mada, basicamente, por um grupo de ami-gos que se uniu em função de uma causa - o amor pelos animais. Atualmente, mantemos (ou ajudamos na manutenção de) aproxima-damente 300 cães, hospedados em diferentes endereços em Porto Alegre e Viamão.Necessita: Ração e produtos em bom estado para o Brechó, adoção de animais e partici-pação em campanhas de castração.www.duasmaosquatropatas.com.br

Orfanato Lar EsperançaFundado em 1958, o Orfanato Lar Esperança inicou suas atividades em novembro de 1960 abrigando 10 meninos. Hoje atende 120 crian-ças, meninos e meninas.

Necessita: Voluntários, alimentos, material de higiene, doações em dinheiro e sócios.http://www.sobespe.org.br

Instituto do Câncer InfantilO ICI-RS é hoje uma referência para o trata-mento do câncer na América Latina, e atinge um índice de cura de 70% nos casos atendi-dos. Através desse projeto espera atingir 100% de cura em nossos casos. Em parceria com o Hospital de Clínicas de Porto Alegre, todo o atendimento e serviço de apoio e continuidade do tratamento são assegurados por equipes especializadas.Necessita: Doações em dinheiro, alimentos, roupas, brinquedos, medicamentos.http://www.ici-rs.org.br

Instituto Popular de Arte-Educação (IPDAE)O IPDAE é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Sua proposta é o acesso à leitura, à música, à arte e à cultura como instrumentos mediadores na formação do indivíduo. Em anexo funciona a Biblioteca Leverdógil de Freitas, que viabiliza emprésti-mos de livros mantém diversos programas de fomento à leitura, como contação de estórias, oficina de leitura, gincana da leitura, leitores do ano, curso de xadrez, varal da poesia, cul-turais e concurso de contos.Necessita: Sócios mantenedores, material di-dático, livros, revistas e notas fiscais.www.ipdae.org

Fundação Pão dos PobresO objetivo da é acolher crianças e adolescen-tes pertencentes a comunidades em absoluta pobreza e de alto risco social. Necessita: Doações através do Funcriança ou sendo um Dindo do Pão dos Pobres.www.paodospobres.org.br

Instituto da Mama do RSO IMAMA atua na luta pela erradicação do cân-cer de mama como uma doença que ameaça a vida, tendo papel conscientizador e articulador de políticas públicas para a saúde da mama.Necessita: Voluntárioswww.imama.org.br

ONg CirandarA CIRANDAR é uma organização sem fins lucra-tivos que desenvolve ações culturais e sociais e, em parceria com os poderes públicos e pri-vados, dialogando e repensando alternativas para a educação, a transformação e a inclusão dos sujeitos culturais, comunicativos e criativos.Necessita: Voluntários, empresas parceiras e doação de livros.cirandar.wordpress.com

Instituto Popular de Arte-Educação (IPDAE)O IPDAE é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos. Sua proposta é o acesso à leitura, à música, à arte e à cultura como instrumentos mediadores na formação do indivíduo. Em anexo funciona a Biblioteca Leverdógil de Freitas, que viabiliza emprésti-mos de livros mantém diversos programas de fomento à leitura, como contação de estórias, oficina de leitura, gincana da leitura, leitores do ano, curso de xadrez, varal da poesia, cul-turais e concurso de contos.Necessita: Sócios mantenedores, material di-dático, livros, revistas e notas fiscais.www.ipdae.org

Duas Mãos, Quatro PatasA Associação Duas Mãos Quatro Patas é for-mada, basicamente, por um grupo de ami-gos que se uniu em função de uma causa - o amor pelos animais. Atualmente, mantemos (ou ajudamos na manutenção de) aproxima-damente 300 cães, hospedados em diferentes endereços em Porto Alegre e Viamão.Necessita: Ração e produtos em bom estado para o Brechó, adoção de animais e partici-pação em campanhas de castração.www.duasmaosquatropatas.com.br

Orfanato Lar EsperançaFundado em 1958, o Orfanato Lar Esperança inicou suas atividades em novembro de 1960 abrigando 10 meninos. Hoje atende 120 crian-ças, meninos e meninas. Necessita: Voluntários, alimentos, material de higiene, doações em dinheiro e sócios.http://www.sobespe.org.br51 3333.3333

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POR QUÊ?Alguns motivos para reduzir ao máximo o uso de sacolas plásticas

10%de todo o detrito

do país

64 sacolas porbrasileiro aomês, em média

300anos para sedecompor quandojogadas na natureza

1Mi de sacolas produzidas porminuto no mundo

E AgORA?Outras alternativas às sacolas plásticas

EcobagsAs SACOLAS RETORNÁVEIS, ou Ecobags, apesar de utilizarem mais material que as descartáveis, podem ser reutilizadas por muito tempo. Mas atenção! Para ser uma solução de verdade, ela deve ser reutilizada! Não vale comprar uma Ecobag a cada vez que vai no super!

CarrinhosPode parecer coisa de vó, mas os carrinhos de compra, além de facilitarem muito o transporte das compras, duram muito e substituem as sacolas.Aproveite e vá a pé no super, aproveitando a comodidade do carrinho de “vó” e fazendo mais um favor para a natureza - e para o trânsito.

CaixasOutra opção são as caixas de papelão, que são consideradas lixo pelos supermercado (a cada dia, eles recebem centenas delas). Para quem vai de carro ao supermercado, é uma ótima opção para guardar as compras até chegar em casa. E depois pode ser utilizada para descartar o lixo...

E o que eu faço com o meu lixo???Muitos pensam que “dá na mesma” utilizar sacos de lixo e sacolas de super, mas não. Os sacos de lixo normalmente utilizam matéria prima reciclada, já as sacolas de supermercado utilizam materiais 100% virgens, pois estão em contato com alimentos. Abre a mão e compra os sacos pretos!

LET’S MAKE IT SIMPLE

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