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Revista FAPES

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2ª edição Revista Fapes

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Revista FAPES

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Revista FAPES

Editorial

Conselho Científico

DR HARRY DAVIDOWICZDR ANTONIO CARLOSDR MARIO GIORGI DR DANIEL OLSEWER

Conselho Consultivo

TPD JOSE LUIS BREITENBACHDRA SANDRA TIBERIODRA MARIA LUISA SPERANDEODRA LUCIANA ROMANIDR RICARDO PASSADOREDRA RITA SPERADEODRA DENISE TIBERIO

A FAPES é uma instituição criada para divulgar e unificar critérios baseados nas evidências científi-cas mais atuais dentro da odontologia. Nascida em 2002 com o propósito de servir como uma conexão en-tre os comedidos conceitos convencionais de saúde, associado aos paradigmas científicos, que precisam ser discutidos e debatidos para poder atingir o verdadeiro papel da saúde populacional. Hoje congrega cursos de excelência em especialização, atualização e práticas integrativas para os dentistas interessa-dos em completar a sua formação. Temos como objetivo principal abrir espaço para discutir ciência sem emocionalismos, com a mente aberta na procura da verdade, razão pela qual tentamos ver a ciência da odontologia como um caminho de progresso com diferentes meios de obtenção, estando aberta a dis-cussão científica que dê sustentação e base a sua proclamação. Para isso, estamos localizados em uma região nobre de São Paulo, bairro das Perdizes, oferecendo uma estrutura avançada e moderna:

- Auditório para 120 pessoas- 4 Salas de Aula Climatizadas- Clínica Odontológica- Sala de Raio-x

A FAPES possui um convênio com a Facudade Campos Elíseos (FCE), que certifica todos os cursos de es-pecialização. Reconhecida pelo Ministério da Educação portaria nº 2413 do dia 07 de Julho de 2005, a FCE está sempre buscando alcançar a excelência em seus cursos de saúde através da parceria firmada com a FAPES.

- Centro de Esterilização- Laboratório Multidisciplinar- Lanchonete e Churrasqueira- Estacionamento

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INTRUSÃO DE MOLARES SUPERIORES UTILIZANDO COMO RECURSO BARRA PALATINA E MINI-IMPLANTES

Profª Drª Sandra Tiberio Coordenadora do Curso de Especialização emOrtodontia da FAPES

Prof Dr André Marçal Guerreiro Professor do Curso de Especialização em Ortodontia da FAPES

Dr Henrique de Oliveira Moreira Especialista em Ortodontia

Profª Drª Semyra Giovannini Maccheronio Professora do Curso de Especialização em Ortodontia da FAPES

Prof Dr Maxwell Lopes de CarvalhoProfessor do Curso de Especialização em Ortodontia da FAPES

Resumo A utilização de mini-implantes para intrusão de molares tem sido difundida nestes últimos anos. Este artigo aborda a inclusão de uma barra palatina ao tratamento, tornando-o mais simples e mais econômi-co. O caso clínico apresentado neste artigo apresenta uma extrusão acentuada nos molares superiores de ambos os lados devido a falta de todos os molares in-feriores. Para solucionar o problema foi instalado um mini-implante por vestibular entre o primeiro e o se-gundo molar superior, em cada hemi-arco, alem da confecção de uma barra palatina com ganchos para a utilização de elásticos intra-orais.

Unitermos: dente molar, barra palatina, mini-implantes

Abstract The use of mini-implants for intrusion of mo-lars has been widespread in recent years. This article discusses the inclusion of a palatal arch to treatment, making it simpler and more economical. The case pre-sented in this paper presents a marked extrusion of molars in both sides due to the absence of all molars. To solve the problem has installed a mini-implant on vestibular between the first and second molar in each hemi-arch, beyond the making of a palate bar with hooks for the use of intra-oral elastics. Uniterms: molar, palatal arch, mini-implants

Introdução A extrusão dos molares superiores é conse-qüência da falta de contato oclusal com os molares antagonistas. O tratamento para estes casos é um obs-táculo muitas vezes intransponível para os ortodontis-tas. A técnica mais utilizada é a instalação de dois mini-

implantes, sendo um por vestibular e outro pela face palatina, associados com elásticos intra-orais. Com a introdução dos microparafusos na prática ortodôntica, surge uma nova opção de ancoragem absoluta7,8. Esta técnica eficiente e consagrada pelo uso, confor-tável, de grande aceitação por parte do paciente, que torna a mecânica ortodôntica mais efetiva, por meio do maior controle da unidade de ancoragem, sem pre-sença de movimentos recíprocos indesejáveis4. Ainda assim algumas vezes apresenta dificuldades quando o mini-implante tem de ser instalado entre as raízes dos molares na região posterior do palato8. Outra técnica descrita na literatura seria a instalação cirúrgica de mini placas de titânio, porém o seu uso está indicado especialmente em situações de grande amplitude, en-volvendo um problema vertical1.

Ao invés disto, o ortodontista pode solicitar a con-fecção de uma barra palatina modificada contendo ganchos, onde elásticos intra-orais podem ser en-caixados e a força de intrusão seja exercida pela face palatina, balanceando a força feita pela face vestibular através do mini-implante. A barra transpalatina atual-mente é um dispositivo de eleição na prática ortodôn-tica, por ser um aparelho versátil, de fácil confecção e manuseio5 e pode provocar bloqueio do crescimento vertical do processo dento-alveolar ou até mesmo in-trusão dos molares2 pela pressão que a língua exerce sobre a BTP3. Alem disso, numa população onde uma grande porcentagem das pessoas é de baixa renda, esta técnica diminui bastante os custos do tratamento.

RELATO DE CASO CLÍNICO Paciente do gênero feminino, com 27 anos e 5 meses, relatando como queixa principal a falta dos órgãos dentários perdidos e o desejo de reabilitação.Apresentou clinicamente mordida profunda de 5mm,

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ausência de todos os molares inferiores, curva de Spee superior revertida, com lingualização dos incisivos su-periores, discreto apinhamento nos dentes anteriores superior e inferior e uma severa extrusão dos molares superiores bilateralmente, o que impossibilitaria a rea-bilitação protética sem o preparo ortodôntico para se conseguir altura adequada.

Fig.1 Fotos de frente e perfil da paciente.

Fig.2 Fotos iniciais intra-bucais, da paciente.

O tratamento começou com a instalação do aparelho fixo superior, seguindo a técnica do arco continuo, com prescrição Roth de slot .022 x .030.

Logo de inicio, o foco principal do tratamento foi intruir os molares superiores. Com isto, foram ad-quiridas radiografias inter-proximais para observar o espaço entre as raízes dos molares para a instalação dos mini-implantes. Depois de uma avaliação criterio-sa é necessário que o ortodontista determine o centro de resistência do dente ou grupo de dentes a ser movi-mentado e, a partir deste diagnóstico e planejamento, determine o melhor posicionamento do mini-implan-te, assim como o local do dente ou arco onde haverá a aplicação da força6. As radiografias mostraram uma grande convergência radicular entre o 1º e o 2º molar de ambos os lados, acarretando falta de espaço cirúr-gico. Após esta constatação, iniciou-se uma mecânica ortodôntica com intuito de promover uma divergência entre as raízes dos molares, aumentando o espaço dis-

ponível. Para tanto, foi utilizado uma seqüência de fios de níquel-titanio somado a mudanças de angulação nos tubos dos órgãos dentários 16, 17, 26 e 27.

Fig.3 Nivelamento dentário com aparelho fixo para con-seguir divergência entre as raízes dos molares superiores e diminuir a sobremordida.

Quando se obteve o espaço necessário, foi realizada uma cirurgia para instalação dos mini-implantes. Am-bos foram implantados entre a raiz disto-vestibular do 1º molar direito e a raiz mesio-vestibular do 2º molar esquerdo. Somado a isto, a equipe dos mestres e espe-cialistas que acompanharam o caso, projetaram uma barra palatina contendo ganchos. Nestes ganchos foram adaptados elásticos intra-orais (1/8 curto) liga-dos a botões linguais soldados às bandas dos molares, com o objetivo de contrabalancear a força exercida por elásticos intra-orais, da mesma espessura, adaptados pela face vestibular entre os mini-implantes e os tubos dos molares.

Dentro de poucos meses uma discreta intrusão foi ob-servada. Após 6 meses, utilizando os elásticos intra-orais, o resultado máximo e definitivo foi alcançado e as fotos finais mostraram um aumento considerável no espaço protético entre o rebordo posterior inferior e a face oclusal dos molares superiores bilateralmente.

Fig.4 - Vista oclusal da barra palatina com ganhos e laterais dos mini-implantes após 6 meses de uso de elásticos intra-orais.

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Fig. 5 – Comparação das fotos iniciais e final de nivelamento superior, com o aumento conseguido do espaço posterior para reabilitação protética.

Conclusão A associação de uma barra palatina a mini-implantes mostrou-se válida para solucionar casos de extrusão dos molares superiores. A barra palatina serve como opção quando há dificuldade na instalação do mini-implante em regiões desfavoráveis como as regiões posteriores do palato alem de possuir um cus-to menor.

Referências

1- Araújo TM, Nascimento MHA, Bezerra F, Sobral MC. Ancoragem esquelética em orto-dontia com miniimplantes. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial; 2006 11(4): 126-156.

2- Barbosa JA, Caram CSB, Suzuki. Uso da barra transpalatinano controle da rotação da mandíbula. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial 2005; 10(5): 55-71.

3- Barbosa JA. Controle vertical do processo dento alveolar com uso da barra transpalati-na. RGO 2003; 51(4): 267-298.

4- Nascimento MHR, Araújo TM, Bezerra F. Microparafuso ortodôntico: instalação e ori-entação de higiene periimplantar. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial 2006; 5(1): 24-31. 5- Vedovelo Filho M. Barra transpalatina. RGO 2004; 52(5): 373-376.

6- Villela HM. Microparafusos ortodônticos de titânio autoperfurantes: mudando os para-digmas da ancoragem esquelética na orto-dontia. Rev. Imp. News 2006; 3(4): 369-375.

7- Villela HM, Sampaio ALS, Bezerra F. Uti-lização de microparafusos ortodônticos na correção de assimetrias. Rev. Dent. Press Ortodon. Ortop. Facial 2008; 13(5).

8- Lacerda CH. Mini-implante ortodôntico auxiliando o tratamento ortodôntico. In: Tibe-rio S. Ortodontia: contemporânea e multidis-ciplinar. São Paulo: Santos; 2010. cap 5

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ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAxILARES NOS TRATAMENTOS DAS DISFUNçõES TEMPOROMANDIBULARES (DTMS)

SPERANDÉO, MLA; TAVARES, P; SPERANDÉO, RCA; BITTENCOURT, MC; PEREIRA, C; ALBERTONI, CAP; PERGOLI, CSFTitularidade: 1- Especialista em Ortopedia Funcional dos Maxilares (OFM), Máster e Doutoranda em Biologia Fun-cional e Molecular – UNICAMP- Campinas, Coordenadora do curso de Especialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares da FAPES – São Paulo. 2- Especialista em Ortodontia -ABO-SP, Aluna do curso de Especialização em OFM da FAPES. 3, 4, 5, 6 e 7 - Alunas do curso de Especialização em OFM da FAPES.

RESUMO A Disfunção Temporomandibular (DTM) apresenta uma ampla etiologia que pode envolv-er aspectos de desequilíbrios morfológicos e fun-cionais do sistema estomatognático (SE), como também sintomatológicos e psicoemocionais no indivíduo acometido. Este artigo apresenta um caso clínico diagnosticado e tratado com as técni-cas específicas da OFM.

INTRODUçÃO A Síndrome da Disfunção Temporoman-dibular (DTM) apresenta uma etiologia ampla, sendo multifatorial, envolvendo desequilíbrios de aspectos sintomatológico, morfológico, fun-cional e psicoemocional.O Sintomatológico refere-se aos sintomas de-scritos pelo paciente, tais como: dor na região facial, craniofacial e articular; dores escapulares e cervicais; cansaço facial e crânio-facial; ruído articular; zumbido e ou dor no ouvido; ver-tigem; espasmos musculares; trismo; aumento ou diminuição do fluxo salivar.O Psicoemocional trata-se de informações da-das pelo paciente tais como: insônia; irritabili-dade; cansaço físico e emocional; alteração de humor; ansiedade e depressão. O Morfológico e Funcional são averiguados pelo método de diagnóstico sintomatológico de Planas e pelo traçado de simetria de pan-orâmica. Esses métodos podem evidenciar al-terações como: mastigação viciosa (MV) uni-

Palavras-chave: Temporomandibular, DTM, Ortopedia Funcional dos Maxilares, OFM, Dor orofacial.

lateral; AFMP menor no lado da MV; desvio de linha mediana clínico; desvio de postura da mandíbula; crescimento assimétrico da maxila e ou mandíbula no sentido transversal e ou an-teroposterior e ou vertical; má oclusão; hiper-trofia do masseter no lado da MV; assimetrias faciais; alterações posturais do longo eixo da coluna cervical; alterações posturais da cabeça em relação à coluna cervical.Ângulos Funcionais Mastigatórios Planas (AFMPs): quando a mandíbula se movimenta para direita ou esquerda descreve dois ângu-los em relação a um plano horizontal (na incisal dos incisivos superiores) e ao plano vertical (linha mediana). O lado que apresenta o AFMP menor é o da MV, que é também o da mínima dimensão vertical (PLANAS, 1988). O alimento duro e seco é o estímulo fisiológico para a ma-nutenção do equilíbrio do SE e das ATMs (PLA-NAS, 1988). Assim, os alimentos moles solicitam apenas movimentos de abertura e fechamento e deixam de provocar estímulos neurais ade-quados das partes deslizantes das ATMs, o que pode resultar em DTM (CHEIDA, 2004). Com relação ao tipo de má oclusão a Sobremordida (SM) é a que tem maior prevalência na DTM, a qual se caracteriza por um excessivo trespasse vertical incisivo (overbite), retrusão mandibu-lar (Classe II de Angle), redução ou bloqueio do movimento de lateralidade da mandíbula produzindo assim, um padrão mastigatório vertical patológico (TEIXEIRA, MARCUCCI, LUZ,

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1999). Pode então causar uma hiperatividade da musculatura mastigatória principalmente nos músculos masseter e temporal promoven-do espasmos e ou fadiga muscular. A SM tam-bém está associada à alteração crânio-cervical, com anteriorização de cabeça e retificação da coluna cervical (BIASOTTO-GONZALEZ et al., 2008). A instabilidade oclusal gerada pela per-da de dentes posteriores é outro fator causal da DTM. Existe uma associação positiva entre ausência de dentes posteriores mandibulares e presença de deslocamento do disco articular. Sinais intracapsulares de desordens de ATM e sensibilidade muscular estão freqüentemente associados a fatores oclusais (BARBOSA, 2003; ALMEIDA et al., 2008; BRITO, 2009; WANG et al., 2009 ). Além disso, estudos indicam que pa-cientes com DTM vivenciam maior ansiedade no seu cotidiano e que a DTM seria apenas uma das várias manifestações somáticas do estresse. Costen (1934) relacionou pela primeira vez, si-nais otológicos e oclusão dental denominando “Síndrome de Costen”, cujos sintomas eram: crepitação e ou estalido nas ATMs, zumbido, dor periauricular, possível perda de audição, verti-gens, dores de cabeça e miofaciais. O autor os atribuía à má oclusão dental, especificamente SM, e como tratamento indicava procedimen-tos que objetivassem aumento da dimensão vertical da oclusão. Moulton (1955) realizou os primeiros trabalhos indicando uma possível eti-ologia psicológica para a DTM e, concluiu que pacientes ansiosos tendiam a expressar sua an-siedade através de sintomas físicos. Afirmando assim, que a tensão e ansiedade adquiridas durante a vida, em um determinado momento desencadeiam os sintomas dentais. Schwartz (1959) comprovou o que chamou de “síndrome da dor e da disfunção miofacial”. Defendeu que, a desarmonia da oclusão dental levava à dis-função e que, a tensão física muscular estava presente em diversos pacientes com sintomas tais como: dores musculares e espasmos faciais, dores próximas à região auricular, limitação dos movimentos mandibulares, musculatura tensa na face e ao redor do côndilo, ruídos, crepitação e zumbido na região de ATMs. Laskin (1969) afirmou que os pacientes com DTM desenvol-viam hábitos orais, como bruxismo e ou aper-tamento dental, devido a tensões psíquicas e estresse. Este “excesso” de uso da musculatura

oral pode ocasionar fadiga da musculatura. Bell (1970) publicou que a tensão emocional pode causar desarmonia oclusal que se manifesta de várias formas, tais como: apertamento e ranger dos dentes que aumentam a atividade e o tô-nus muscular. Isto leva ao aumento da pressão intra-articular prejudicando sua função, que provoca fadiga e espasmo da musculatura oro-facial. Assim, pode ocorrer aumento do estresse e da ansiedade gerando um ciclo vicioso, onde o paciente se torna seu próprio refém. Areias (1999) definiu: “estresse é toda agressão ao or-ganismo, de origem interna ou externa, que perturbe o equilíbrio homeostático causando um desgaste geral desse organismo”. O estresse é dividido em três níveis diferentes: Nível Motor (tensões musculares); Nível Vegetativo (exci-tação do sistema nervoso autônomo: taquicar-dia, sudorese, aumento glicêmico e das funções respiratórias); Nível Subjetivo ou Emocional (ansiedade, medo, perda de concentração e memória e irritação) em maior ou menor inten-sidade dependendo de cada indivíduo.

Objetivos - Diagnosticar DTM por meio dos méto-dos utilizados pela OFM; tratar com os métodos da OFM e manter o equilíbrio morfofuncional do caso tratado.

Materiais e Métodos Neste trabalho é apresentado um caso clínico, paciente LT, 25 anos, gênero feminino. O caso foi diagnosticado e tratado com as Técnicas da OFM.

Apresentação do caso clínico Paciente LT, 25 anos, gênero feminino. Diagnóstico Sintomatológico: dificuldade masti-gatória, ruído e dor articular, cefaléia constante, dor facial e cervical, olhar desfocado, cansaço fa-cial e físico. Diagnóstico Psicoemocional: ansie-dade, angústia, irritabilidade e depressão. Estes sintomas apareceram gradualmente.

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Figuras 1a, 1b, 1c, 1d e 1e: Rosto em norma frontal e lateral - Assimetria facial com masseter direito hipertro-fiado; ponto Gn desviado para esquerda; hemi-mandíbu-la esquerda maior, alterações posturais da cabeça em relação às cervicais. Classe II- 2; AFMP direito menor; MV direita, porém, com movimento vertical da mandíbula. Faltam contatos oclusais nos segmentos posteriores em lateralidade direita, cêntrica e lateralidade esquerda.

Figuras 1f, 1g, 1h, 1i e 1j: Ficha Gnatostática de Planas: Desvio de postura de mandíbula para a esquerda; desvio de linha mediana clínica para a direita. Ficha Calcográ-fica de Planas: Retrusão da maxila e mandíbula; ausência dos quatro primeiros premolares; maxila direita maior no sentido transversal e anteroposterior; mandíbula desvia-da para esquerda; mandíbula esquerda maior no sentido anteroposterior. Os modelos gnatostáticos em norma frontal posterior mostram a assimetria do plano oclusal (sentido vertical). Em norma frontal anterior mostram planos oclusais: direito e esquerdo, praticamente planos e patológicos. Panorâmica: eminência articular direita verticalizada (lado de trabalho); eminência articular es-querda horizontalizada (lado de balanceio); côndilo di-reito com remodelado regressivo avançado.

As assimetrias ósseas e musculares relaciona-das evidenciam os aspectos de desequilíbrio referentes à DTM.

Tratamento: Aparelho Ortopédico Funcional (AOF) Pistas Indiretas Planas Simples II (PIPS) durante um ano, AOF Pistas Indiretas Planas Compostas com Equiplan por um ano e meio, Desgaste Seletivo e mastigação bilateral alter-nada no final.

Figuras 1k, 1l, 1m, 1n, 1o e 1p: Rosto em norma frontal e lateral da paciente LT com 27 anos e meio – ponto Gn centralizado no plano sagital mediano; hemi-mandíbula direita aumentou deixando a face mais simétrica. Melho-ra considerável da postura da cabeça em relação às cervi-cais. O AFMP esquerdo que era muito maior que o direito está agora igualado. Há contatos dentários em cêntrica, lateralidade direita e esquerda tanto no lado de trabalho como no balanceio. A última foto mostra o AOF- Planas Composto com Equiplan na boca da paciente.

Figuras 1k, 1l, 1m, 1n, 1o, 1p e 1q: Ficha Gnatos-tática Planas sem desvio de postura de mandíbula e de linha mediana. O sinal de > indica que a região de Tragus direita está maior. Os modelos gnatos-táticos em norma frontal posterior mostram sime-tria do plano oclusal (sentido vertical). Em norma lateral direita e esquerda – plano oclusal com cur-vas de decolagem fisiológicas; em norma frontal an-terior contato entre os dentes e diminuição da SM; maxila e mandíbula simetrografadas.

Conclusões O tratamento das DTMs realizado com as Técnicas Ortopédicas Funcionais (TOF) resultou em equilíbrio: Morfológico, Funcional, Sintom-atológico e Psicoemocional na paciente LT após 2 anos e meio de tratamento atingindo os obje-

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tivos iniciais. As TOFs têm sido de grande valia tanto para diagnosticar quanto para tratar ess-es casos de DTM proporcionando aos pacientes, alívio rápido dos sintomas e recuperação das estruturas que compõem o SE. Além disso, re-integram os indivíduos à sociedade, pois com o alívio dos sintomas se rompe o circuito de retroalimentação neural proporcionado pelas dores. Quando ocorre a diminuição gradual da dor e até mesmo o seu desaparecimento, os sintomas psicossomáticos também vão dimin-uindo, porque os neurotransmissores que se encontravam em desequilíbrio começam a se equilibrar. Assim, é de fundamental importân-cia estabelecer o equilíbrio morfológico e fun-cional do SE para se obter o equilíbrio do indi-víduo (MOULTON, 1955; KANDEL, 2000).

Referências

ACOSTA OR, BLANCA PRS. Una revisión de la literatura sobre la relación causal entre los factores oclusales (FO) y los desórdenes tem-poromandibulares (DRM) I: estudios epide-miológicos descriptivos. Rev Fac Odont Univ Ant; 17 (2): 67-85. 2006.

AREIAS MEQ. Saúde mental, estresse e tra-balho dos servidores de uma Universidade (tese). Campinas: Universidade Estadual de Campinas. 1999.

BELL WE. Recent concepts in the managent of temporomandibular joint disfunction. J. Oral Surg. 28(8):596-9. 1970.

BIASOTTO-GONZALEZ DA, ANDRADE DV, GONZALEZ TO, MARTINS MD, FERNANDES KPS, CORRÊA JCF, BUSSADORI SK. Correlação entre disfunção temporomandibular, postura e qualidade de vida. Rev Bras Crescimento Desenvol Hum; 18(1): 79-86. 2008.

CHEIDA AP. 2004. Hiperbolóide – instrumento de mastigação. Ícone Editora. São Paulo.

COSTEN JB. A syndrome of ear and sinus symptoms dependent upon disturbed func-tion of temporomandibular joint. Ann Otol Rhinol & Laryngol, 43(1):1-15, 1934.

GARBUI IU, MAGNANI MBBA, NOUER PRA, GUMIEIRO EH. A study of the possible altera-tions in the temporomandibular joint struc-tures during treatments with mandibular advance. Rev Paul Odontol; 24(2): 23-26, mar.-abr. 2002.

KANDEL, E. R.; SCHWARTZ, J. H.; JESSEL, T. M. 2000. In: Principles of Neural Science. N.Y.: McGraw-Hill.

LASKIN DM. Etiology of the pain dysfunction syndrome. J Am Dent Ass, 79(7):147- 153. 1969.

MOULTON RE. Psychiatric considerations in maxillofacial pain. J Am Dent Assoc;51(4): 408-14. 1955.

PLANAS P. Reabilitação Neuro-Oclusal. San Paulo. Mesdi, 1988.

SCHWARTZ L. Disorders of temporomandib-ular joint. Philadelphia: W. B. Saunders. Co., p. 223-225. 1959.

TEIxEIRA ACB, MARCUCCI G, LUZ JGC. Prevalência das maloclusões e dos índices anamnésicos e clínicos em pacientes com disfunção da articulação temporomandibular. Rev Odontol Univ São Paulo, v. 13, n. 3, p. 251-256, jul./set. 1999.

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Odontologia Atípica

Dra. Brigitte Viviane D. Pétri EsgaibTel:5641-8817/5641-0672

Introdução A dor facial atípica continua sendo pouco compreendida. Quando e se apresenta com sintomas envolvendo os dentes, ela é denominada de Odontal-gia Atípica. É uma das condições mais frustrantes que afrontam o profissional da odontologia (Okeson, 1995)

Sintomas É uma “dor de dente” de causa desconhecida, caracterizada como uma dor persistente em dentes aparentemente normais. A dor é sentida como uma sensação moderada, dolorida, e persistente. É uma dor crônica, muitas vezes presente a vários meses ou até anos, sem alteração significativa em suas característi-cas clínicas. Pode aumentar e diminuir em intensidade, mas raramente se resolve.Diagnóstico Até o momento não existe nenhum teste diag-nóstico especifico, sendo negativos os exames labora-toriais e radiográficos. A confirmação do diagnóstico é feito por exclusão. O conhecimento da existência dessa condição é o primeiro passo para o diagnóstico. Normalmente a Odontalgia Atípica é diagnos-ticada somente após o insucesso de inúmeros pro-cedimentos dentários invasivos. A razão disso é que o paciente está totalmente convencido de que a dor é de origem dentária. Pode chegar até a localizar o dente exato ou pelo menos considerado responsável pela dor. Quando o tratamento é falho o paciente fre-quentemente encorajará ou ate mesmo exigirá que o dentista continue com tratamentos tradicionais.Este fato pode ser responsável por inúmeros processos entre pacientes e profissionais no futuro.

Etiologia A literatura aponta três mecanismos:dolorosa causou a depressão. A hipótese de serem os fatores psicológicos as causas primárias não são mais aceitas.

1. Psicológico – muitos pacientes com depressão (42%) apresentam Odontalgia Atípica, mas a questão é a depressão causa a condição dolorosa ou a condição dolorosa causou a depressão. A hipótese de serem os fatores psicológicos as causas primárias não são mais

aceitas.

2. Vascular – se constatou que não se encaixava ness-es critérios por a dor ser contínua, o que é improvável numa dor vascular ou neurovascular.

3. Desaferentação – (origem neuropática) é uma dis-função do nervo periférico, causada por hipoatividade do sistema supressor ou inibitório da dor, resultando em dor a estímulos não nocivos. Por ser uma condição dolorosa crônica a dor é constante e até mesmo de-scrita como em queimação ou tração. Não há períodos de remissão. Pode ser desencadeada por trauma em al-gum elemento dentário, o qual afeta a polpa dentária. É importante lembrar que a remoção de tecido pulpar ou exodontia representam procedimentos de desafer-entação.

Características diferenciais:1. Dor constante no dente sem origem de qualquer patologia local.

2. A provocação no local do dente ou nos tecidos cir-cunvizinhos não altera a dor. O estimulo por calor, frio ou carga mastigatória não afeta significativamente a dor.

3. A odontalgia mantem-se constante por semanas ou meses, diferenciando-se da dor pulpar, que tende a melhorar ou piorar com o tempo.

4. Os tratamentos dentários falharam na resolução da dor.

5. A resposta à anestesia local é equivocada.A confusão no diagnóstico é que a Odontalgia Atípica pode estar associada com inflamação neurogênica levando a hiperalgesia secundária. Quando a dor é sentida no dente a inflamação neurogênica secundária pode estar no ligamento periodontal.Sempre é necessário suspeitar que a Odontalgia Atípi-ca EXISTE, em especial quando as causas locais não forem óbvias.

Prevalência• Aproximadamente 3% dos pacientes do gênero femi-nino submetido a tratamentos endodônticos rotinei-ros desenvolvem Odontalgia Atípica. • Atinge a região de pré-molares e molares.• Ocorre mais em mulheres entre 40 e 50 anos.• Pode também afetar os homens.

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• Não há relatos em crianças.

Tratamento Até o momento o tratamento dessas dores é uma área em estudo, tanto excitante quanto frus-trante. Pacientes com Odontalgias Atípicas recebem freqüentemente tratamentos dentários e cirúrgicos ineficazes. A Odontalgia Atípica é considerada nos EUA, um problema médico-legal importante, sendo respon-sável por um grande número de processos, particular-mente envolvendo endodontistas. Antes de se tentar empregar qualquer tipo de tratamento irreversível para esta condição, deve-se propor como primeira escolha o tratamento farma-cológico. O uso de medicação com antidepressivos tricí-clicos tem sido usado não como tratamento da de-pressão, mas utilizando-se os efeitos analgésicos de doses relativamente baixas. Eles inibem a reabsorção da serotonina e norepinefrina aumentando a eficácia do sistema inibitório descendentes. Os antidepressivos tricíclicos mais conhecidos são: TRYPTANOL, TOFRANIL, ANAFRANIL, SURVECTOR, PAMELOR. Aconselha-se que sejam administrados com a supervisão médica.

Podem-se usar também pomadas de Capsai-cina no local do dente dolorido, para reduzir a capaci-dade das fibras de estimularem ainda mais o neurônio. Devem ser aplicadas na área 4 vezes ao dia durante 1 mês. Se o tratamento for muito dolorido pode-se mis-turar com anestésico tópico. Nome comercial da po-mada de Capsaicina é o MOMENT creme com 0,025 mg ou com 0,075 mg. Não existe, até agora, tratamento para a erradi-cação total da dor.

Considerações finais• Existem muitas dificuldades no estabelecimento do diagnóstico da Odontalgia Atípica.• As modalidades terapêuticas disponíveis atualmente apresentam limitações para o tratamento desta con-dição.• Existe um amplo campo de pesquisa para ser abor-dado. • É importante que os profissionais tenham o conheci-mento da sua existência para considerá-la no diagnós-tico diferencial de dores em dentes aparentemente normais e para evitar intervenções desnecessárias e às vezes contra indicadas. • Ocorre mais em mulheres entre 40 e 50 anos.• Pode também afetar os homens.

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Formatura da turma de Especialização em Implantodontia

A Diretoria da FAPES, com grande satisfa-ção, apresenta os cumprimentos aos colegas da turma II e III pela conquista de seu título de espe-cialista em Implantodontia, coordenado pelo Prof. Dr. Antonio Carlos. Convém salientar que no período de 02 anos, os egressos construíram uma base sólida de conhecimento e, principalmente, laços de ami-zade e respeito entre alunos e professores. A turma apresentou excelentes trabalhos

de monografia com maravilhosos resultados, tanto teóricos quanto práticos, fica aqui os agradecimentos de toda a equipe da FAPES. Parabéns a equipe coordenada pelo Dr. Antônio Carlos Bernardi Rodrigues da Silva, e muito suc-esso a todos os formandos.

Equipe FAPES

Page 13: Revista Fapes 2ª edição

Revista FAPES

Coordenadores FAPESDr. Antônio Carlos B. Rodrigues da Silva

Dr. Mario Sérgio Giorgi

Dr. Daniel Olszewer

Dra. Luciana Romani

Dra. Sandra Tibério

Dr. Harry Davidowicz

Dra. Maria Luiza Sperandéo

• Doutor em Prótese (USP)• Mestre em Implantodontia e Patologia Médica• Especialista em Implantodontia• Coordenador do Curso de Es-pecialização em Implantodontia - FAPES

• Mestre em Homeopatia • Diretor do Núcleo de Práticas Integrativas - FAPES

• Graduado em Odontologia• Especialista em Implantodontia• Diretor-Presidente da FAPES• Coordenador do Curso de Auxiliar em Saúde Bucal

• Mestre e Especialista em Or-todontia e Ortopedia Facial dos Maxilares• Coordenadora do Curso de Espe-cialização em Ortodontia (Mensal) - FAPES

• Mestre e Especialista em Orto-dontia Facial• Coordenadora do Curso de Especialização em Ortodontia (Semanal) - FAPES

• Doutor em Odontologia (Endo-dontia)• Coordenador do Curso de Especialização em Endodontia - FAPES

• Doutoranda em Biologia Funcional e Molecular• Mestrado em Biologia Funcional e Molecular• Especialista em Odontopediatria e Ortopedia Funcional dos Maxilares• Coordenadora do Curso de Espe-cialização em Ortopedia Funcional dos Maxilares - FAPES

Dr. Ricardo Passadore

• Membro da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral• Idealizador do Mini-Expansor Ósseo para Maxila Posterior• Idealizador do Dispositivo para Determinação de Curvas Médias de Compensação.• Coordenador do Curso de Atual-ização em Integração Implante-Pró-tese-Reabilitação - FAPES

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Cursos FAPES OdontologiaCursos de especialização Cursos de atualização

Práticas Integrativas

ENDODONTIACoordenação: Dr. Harry Davidowicz

IMPLANTODONTIACoordenação: Dr. Antônio Carlos B. Rodrigues da Silva

ORTODONTIACoordenação: Dra. Sandra Tibério

ORTOPEDIA FUNCIONAL DOS MAxILARESCoordenação: Dra. Maria Luiza Sperandéo

INTEGRAçÃO IMPLANTE-PRÓTESE-REABILITAçÃOCoordenação: Dr. Ricardo Passadore

ORTODONTIACoordenação: Dra. Luciana Romani

TOxINA BOTULÍNICACoordenação: Dr. Antônio Carlos B. Rodrigues da Silva

CREDENCIAMENTO EM IMPLANTES ZIGOMÁTICOSCoordenação: Prof. Dr. Antônio Carlos Bernardi Rodrigues da Silva e Prof. Dr. Lívio Di Pillo

PÓS-GRADUAçÃO EM HOMEOPATIACoordenação: Dr. Omar Kalil Eid (Medicina), Dra. Jussara S. Jorge Giorgi (Odonto) e Dra. Cristine Miyazaki (Farmácia)

AUxILIAR EM SAÚDE BUCALCoordenação: Dr. Daniel Olszewer

ENDODONTIA AO ALCANCE DE TODOSCoordenação: Dr. Harry Davidowicz

ATUALIZAçÃO NAS PRÁTICAS INTEGRATIVASCoordenação: Dr. Mário Sérgio Giorgi

Telefone:(11) 3672.1122(11) 3873.4000

Email:[email protected]

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