revista espaço científico livre v.05 n.02
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OS DE NÍVEL TÉCNICO, SUPERIOR E PROFISSIONAIS DAS ÁREAS DAS CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE, CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS, CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA E DIVULGAÇÃO DE EVENTOS ACADÊMICOS, MESTRADOS E DOUTORADOS Saiba+em: http://www.espacocientificolivre.comTRANSCRIPT
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PUBLICAO DE ARTIGOS CIENTFICOS DE ALUNOS DE NVEL TCNICO, SUPERIOR
E PROFISSIONAIS DAS REAS DAS CINCIAS BIOLGICAS E SADE, CINCIAS
HUMANAS E SOCIAIS, CINCIAS EXATAS E DA TERRA E DIVULGAO DE
EVENTOS ACADMICOS,MESTRADOS E DOUTORADOS
BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015
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ESPAO CIENTFICO LIVREprojetos editoriais
ISSN 2236-9538
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Uma introduo a epidemiologia, com definies e
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Verano Costa Dutra - Farmacutico e Mestre em Sade Coletiva pela
Universidade Federal Fluminense, possui tambm habilitao em homeopatia Editor da Revista Espao Cientfico Livre
SOBRE O AUTOR DOS CURSOS:
COM CERTIFICADO Alm da atualizao e/ou introduo ao tema,
esses cursos livres podem ser utilizados como
complementao de carga horria para
atividades extracurriculares exigidas pelas
faculdades.
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EDITORIAL ..........................................................................
ARTIGOS CIENTFICOS
A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e
nuances sob o olhar dos alunos
Por Joslia Carvalho de Arajo e Moacir Vieira da Silva
Comparao da arquitetura histrica italiana e
brasileira- contexto histrico e influncias: estudo de
caso na Bahia
Por Jamille Freitas Fiuza e Francisco Gabriel Santos
Silva .....................................................................................
Avaliando a acessibilidade de portais de notcias online
com o software ASES (Avaliador e Simulador para a
Acessibilidade de Stios)
Por Carlos Estevo Bastos Sousa, Juliana Gomes
Fontinele e Marques Jordo Santos da Silveira ..............
Elicitao de requisitos de software: uma abordagem
bibliogrfica entre prototipao e entrevista
Por Janaide Nogueira de Sousa Ximenes, Rosaria
Olivindo dos Santos, Rhyan Ximenes de Brito e Fbio
Jos Gomes de Sousa .......................................................
EVENTOS ACADMICOS, MESTRADOS E
DOUTORADOS ....................................................................
NORMAS PARA PUBLICAO .........................................
BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
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Saudaes...
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do investimento. Destaco que a Revista Espao Cientfico Livre e a editora Espao Cientfico
Livre Projetos Editoriais apresentam conselho editorial.
Para maiores informaes acesse o nosso site: .
Boa leitura,
Verano Costa Dutra
Editor da Revista Espao Cientfico Livre
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EDITORIAL
BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
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Claudete de Sousa Nogueira
Graduao em Histria; Especializao em Planejamento, Implementao e Gesto Educao a
Distncia; Mestrado em Histria; Doutorado em Educao; Professor Assistente Doutor da
Universidade Estadual Paulista Jlio de Mesquita Filho (UNESP).
Davidson Arajo de Oliveira
Graduao em Administrao; Especializao em Gesto Escolar, Especializao em andamento
em: Marketing e Gesto Estratgica, em Gerenciamento de Projetos, e em Gesto de Pessoas;
Mestrado profissionalizante em andamento em Gesto e Estratgia; Professor Substituto da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Ederson do Nascimento
Graduao em Geografia Licenciatura e Bacharelado; Mestrado em Geografia; Doutorado em
andamento em Geografia; Professor Assistente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS).
Edilma Pinto Coutinho
Graduao em Engenharia Qumica; Especializao em Engenharia de Segurana do Trabalho;
Mestrado em Cincia e Tecnologia de Alimentos; Doutorado em Engenharia de Produo;
Professor Adjunto da Universidade Federal da Paraba (UFPB).
Francisco Gabriel Santos Silva
Graduao em Engenharia Civil; Especializao em Gesto Integrada das guas e Resduos na
Cidade; Mestrado em Estruturas e Construo Civil; Doutorado em andamento em Energia e
Ambiente; Professor Assistente 2 da Universidade Federal do Recncavo da Bahia (UFRB).
Ivson Lelis Gama
Doutorado em Qumica Orgnica pela Universidade Federal Fluminense, Pres. do NDE da
Faculdade de Farmcia-FACIDER da Faculdade de Colider.
Jacy Bandeira Almeida Nunes
Graduao em Licenciatura em Geografia; Especializao: em Informtica Educativa, em
Planejamento e Prtica de Ensino; em Planejamento e Gesto de Sistemas de EAD; Mestrado em
Educao e Contemporaneidade; Professor titular da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
Joseane Almeida Santos Nobre
Graduao em Nutrio e Sade; Mestrado em Cincia da Nutrio; Professora da Faculdade de
Americana (FAM).
Joslia Carvalho de Arajo
Graduao em Geografia - Licenciatura; Graduao em Geografia - Bacharelado; Mestrado em
Geografia; Doutorado em andamento em Geografia; Professora Assistente II da Universidade do
Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Juliana Teixeira Fiquer
Graduao em Psicologia; Especializao em Formao em Psicanlise; Mestrado em Psicologia
(Psicologia Experimental); Doutorado em Psicologia Experimental; Ps-Doutorado; Atua no
Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clnicas de So Paulo.
Kariane Gomes Cezario
Graduao em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; e Doutorado em andamento em
Enfermagem.
CONSELHO EDITORIAL
BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
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Livio Cesar Cunha Nunes
Graduao em Farmcia; Graduao em Indstria Farmacutica; Mestrado em Cincias
Farmacuticas; Doutorado em Cincias Farmacuticas; e Ps-Doutorado.
Kariane Gomes Cezario
Graduao em Enfermagem; Mestrado em Enfermagem; Doutorado em andamento em Enfermagem;
Professora assistente I do Centro Universitrio Estcio do Cear.
Livio Cesar Cunha Nunes
Graduao em Farmcia; Graduao em Indstria Farmacutica; Mestrado em Cincias
Farmacuticas; Doutorado em Cincias Farmacuticas; Ps-Doutorado; Professor Adjunto da
Universidade Federal do Piau.
Mrcio Antonio Fernandes Duarte
Graduao em Licenciatura Em Cincias; Graduao em Comunicao Social Publicidade e
Propaganda; Mestre em em design, pela FAAC-Unesp; Professor da Faculdade de Ensino Superior do
Interior Paulista (FAIP).
Maurcio Ferrapontoff Lemos
Graduao em Engenharia de Materiais; Mestrado em Engenharia de Minas, Metalrgica e de
Materiais; Doutorado em andamento em Engenharia Metalrgica e de Materiais; Pesquisador -
Assistente de Pesquisa III do Instituto de Pesquisas da Marinha.
Raquel Tonioli Arantes do Nascimento
Graduao em Pedagogia; Especializao em Psicopedagogia; Doutorado em andamento em
Neurocincia do Comportamento; Professor Titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Reinaldo Monteiro Marques
Graduao em Educao Fsica; Graduao em Pedagogia; Graduao em Fisioterapia;
Especializao: em Tcnico Desportivo de Especializao em Voleibol, em Tcnico Desportivo de
Especializao em Basquetebol, em Fisioterapia Desportiva; Mestrado em Odontologia; Doutorado
em Biologia Oral; Coordenador Aperfeioamento Fisio Esportiva da Universidade do Sagrado
Corao.
Richard Jos da Silva Flink
Graduao em Engenharia Quimica; Especializao em: Engenharia de Acar e lcool, em
Administrao de Empresas, em em Engenharia de Produo; Mestrado em Engenharia Industrial;
Doutorado em Administrao de Empresas; Atua no Instituto de Aperfeioamento Tecnolgico.
Verano Costa Dutra
Farmacutico Industrial; Habilitao em Homeopatia; Mestrado em Sade Coletiva; Editor da Revista
Espao Cientfico Livre; Coordenador da Espao Cientfico Livre Projetos Editoriais; Docente da
Faculdade Pitgoras de Guarapari.
CONSELHO EDITORIAL
BRASIL, V. 05, N. 01, FEV.-MAR., 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
CONSELHO EDITORIAL
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COLABORADORES DESTA EDIO
EQUIPE REVISTA ESPAO CIENTFICO LIVRE
Verano Costa Dutra
Editor e revisor Farmacutico, com habilitao em Homeopatia e Mestre em Sade Coletiva pela UFF [email protected]
Monique D. Rangel Dutra
Editora da Espao Cientfico Livre Projetos Editoriais - Graduada em Administrao na
UNIGRANRIO
Vernica C.D. Silva
Reviso - Pedagoga, Ps-graduada em Gesto do Trabalho Pedaggico: Orientao,
Superviso e Coordenao pela UNIGRANRIO
AUTORES
Carlos Estevo Bastos Sousa
Graduado em Sistemas de Informao pela
Faculdade Ieducare (FIED)
Francisco Gabriel Santos Silva
MSc. Professor Assistente/Centro de Cincias
Exatas e Tecnolgicas /UFRB
Jamille Freitas Fiuza
Graduanda em Engenharia Civil/Centro de
Cincias Exatas e Tecnolgicas /UFRB
Janaide Nogueira de Sousa Ximenes
Bacharel em Sistemas de Informao.
Faculdade Ieducare - FIED
Joslia Carvalho de Arajo
Licenciada, bacharel, mestre e doutoranda
pela UFRN. Professora Assistente do
Departamento de Geografia da Universidade
do Estado do Rio Grande do Norte (Ensino de
Geografia e Geografia Humana). Atua na rea
de Geografia Urbana enquanto pesquisadora
Juliana Gomes Fontinele
Graduanda em Letras Portugus pela Universidade Estadual Vale do Acara
(UVA)
Marques Jordo Santos da Silveira
Graduado em Administrao pela
Universidade Estadual Vale do Acara
(UVA)
Moacir Vieira da Silva
Licenciado em Geografia pela UERN,
especialista em Geografia e Gesto
Ambiental pela FIP, mestrando em
Geografia pela UFRN. Professor da rede
estadual de ensino e professor supervisor
do PIBID/GEOGRAFIA/UERN
Rosaria Olivindo dos Santos
Graduanda em Sistemas de Informao.
Faculdade Ieducare - FIED
BRASIL, V. 05, N. 02, ABR.-MAIO, 2015
ISSN 2236-9538/ CNPJ 16.802.945/0001-67
COLABORADORES DESTA EDIO
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QUANTO VALE A SUA F? A TENDNCIA CAPITALISTA DA F EVANGLICA
FORTALEZENSE NAS LTIMAS DUAS DCADAS
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de George Sousa Cavalcante
Este livro oferece uma anlise
sociolgica, antropolgica,
teolgica e, sobretudo histrica
sobre a relao entre crena e
dinheiro no Ocidente, e que tem
se exacerbado em um mundo
capitalista como o nosso, do qual
faz parte a cidade de Fortaleza.
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O ARQUITETO EM FORMAO NA ERA
DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTVEL OS NOVOS PARADIGMAS DA EDUCAO
AMBIENTAL NO ENSINO DA
ARQUITETURA E URBANISMO
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de Ctia dos Santos Conserva
O desenvolvimento traz ao mundo, alm de
conforto e comodidade, danos muito srios ao
meio ambiente pela maneira displicente pela
qual fazemos usos dos recursos da terra. O
Brasil, inserido em um mundo em pleno
desenvolvimento, enfrenta o desafio de educar
sua populao para formar cidados
comprometidos com a sustentabilidade em
seus aspectos social, econmico e ambiental.
Com a Revoluo Industrial e o crescimento
das cidades, os paradigmas mudaram, de uma
viso ecocntrica passamos para a busca de
uma viso mais complexa, a viso da
sustentabilidade. Nesse cenrio, esse livro
apresenta e analisa uma proposta de insero
da Educao Ambiental em uma comunidade
acadmica, na Asa Sul, Braslia-DF.
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A QUESTO RACIAL COMO
EXPRESSO DA QUESTO SOCIAL UM DEBATE NECESSRIO PARA O
SERVIO SOCIAL
http://www.espacocientificolivre.com/
de Renata Maria da Conceio
Este livro tem como objetivo contribuir com o
debate acerca da temtica da questo tnico-
racial no processo de formao em Servio Social.
Essa temtica se apresenta relevante para um
exerccio profissional comprometido com a
questo social e com a garantia dos direitos
humanos. A pesquisa buscou analisar se a
questo tnico-racial est inserida no processo de
formao profissional em Servio Social, com
nfase para identificar a percepo de estudantes
do curso de Servio Social da Universidade de
Braslia UnB sobre a temtica tnico-racial como expresso da questo social. A pesquisa realizada
justifica-se pelo fato da questo racial ser uma
demanda presente no cotidiano do fazer
profissional do assistente social.
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ESTUDO DA USINABILIDADE DO
POLIETILENO DE ULTRA ALTO PESO
MOLECULAR PELA ANLISE DA
FORA DE CORTE
http://www.espacocientificolivre.com/
de Luiz Otvio Corra &
Marcos Tadeu Tibrcio Gonalves
Este livro teve o objetivo realizar um estudo do
desempenho do corte do material Polietileno de
Ultra Alto Peso Molecular (UHMWPE), em
operao de torneamento, atravs da medio da
fora principal de corte, analisando-se a influncia
dos seguintes parmetros: avano, velocidade de
corte, profundidade de corte e geometria da
ferramenta. A medio da fora de corte foi feita
por um dinammetro conectado ao sistema de
aquisio de dados, durante a usinagem realizada
em um torno mecnico horizontal. A partir dos
resultados obtidos, foi possvel indicar as
condies de corte mais adequadas em relao
aos valores da fora de corte medidas, para as
condies de qualidade superficial aceitveis em
operaes de desbaste.
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Produo da protena
recombinante Fator IX da
coagulao sangunea humana
em clulas de mamfero
http://www.espacocientificolivre.com/
de Andrielle Castilho-Fernandes,
Lucinei Roberto de Oliveira,
Marta Regina Hespanhol,
Aparecida Maria Fontes &
Dimas Tadeu Covas Esse livro mostra a potencialidade do sistema
retroviral para a expresso do FIX humano em
linhagens celulares de mamfero e a existncia
de peculiaridades em cada linhagem as quais
podem proporcionar diferentes nveis de
expresso e produo do FIX biologicamente
ativo. Alm de estabelecer toda a tecnologia
para gerao de linhagens celulares
transgnicas produtoras de rFIX e futuros
estudos em modelos animais podero ser
conduzidos para a elucidao minuciosa da
molcula recombinante rFIX gerada.
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FLUXO DE CO2 DE VEGETAO
INUNDADA POR REPRESAMENTO QUANTIFICAO PR
ALAGAMENTO
http://www.espacocientificolivre.com/
de Andr Lus Diniz dos Santos,
Mauricio Felga Gobbi,
Dornelles Vissotto Junior &
Nelson Luis da Costa Dias
Alguns estudos recentes indicam que lagos de usinas
Hidreltricas podem emitir quantidades significativas de gases
de efeito estufa, pela liberao de dixido de carbono oriundo
da decomposio aerbica de biomassa de floresta morta nos
reservatrios que se projeta para fora da gua, e pela
liberao de metano oriundo da decomposio anaerbica de
matria no-lignificada. No entanto, para quantificar a
quantidade de gases de efeito estufa liberada para a
atmosfera devido ao alagamento por barragens, necessrio
quantificar tambm o fluxo de gs carbnico da vegetao
que ali estava anteriormente ao represamento. Este trabalho
procura descrever um mtodo para calcular o fluxo de gs
carbnico da vegetao antes de ser alagada, utilizando o
SVAT de interao superfcie vegetao-atmosfera conhecido
como ISBA baseado em Noilhan e Planton (1989); Noilhan e
Mahfouf (1996).
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CARACTERSTICAS SCIO-
DEMOGRFICAS DO PROJETO DE
ASSENTAMENTO RECANTO DA
ESPERANA EM MOSSOR/RN
http://www.espacocientificolivre.com/
de Maxione do Nascimento Frana Segundo
& Maria Jos Costa Fernandes
Este livro analisa os aspectos scio-
demogrficos do Projeto de Assentamento
Recanto da Esperana, situado no municpio
de Mossor, no Estado do Rio Grande do
Norte (RN).
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AGRICULTURA FAMILIAR E
AGROECOLOGIA: UMA ANLISE DA ASSOCIAO DOS
PRODUTORES E PRODUTORAS DA FEIRA
AGROECOLGICA DE MOSSOR
(APROFAM) - RN
http://www.espacocientificolivre.com/
de Eriberto Pinto Moraes &
Maria Jos Costa Fernandes
Este livro faz uma anlise da agricultura
familiar e da agroecologia praticada pela
Associao dos Produtores e Produtoras da
Feira Agroecolgica de Mossor (APROFAM)
no Municpio de Mossor (RN).
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Metodologia do ensino da
matemtica frente ao paradigma
das novas tecnologias
de informao e comunicao:
A Internet como recurso no ensino
da matemtica
http://www.espacocientificolivre.com/
de Paulo Marcelo Silva
Rodrigues
Este livro analisa alguns exemplos de
recursos encontrados na Internet,
ligados a rea da Matemtica.
Especialmente, os aspectos
pedaggicos dos mesmos, com o intuito
de contribuir para o aperfeioamento das
relaes entre professor e aluno.
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CONSTRUES GEOGRFICAS: teorizaes, vivncias e prticas
http://www.espacocientificolivre.com/
Organizadores:
Joslia Carvalho de Arajo
Maria Jos Costa Fernandes
Otoniel Fernandes da Silva Jnior
Este livro pretende ser uma fonte na qual os
profissionais da geografia podem encontrar
diversas possibilidades de no apenas
refletirem sobre, mas de serem efetivos
sujeitos de novas prticas e novas vivncias,
frente s novas configuraes territoriais que
se apresentam no mundo atual, marcada por
processos modernos e ps-modernos.
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O RINGUE ESCOLAR: O AUMENTO DA BRIGA ENTRE
MENINAS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Mara Darido da Cunha
Esta obra contextualiza historicamente as
relaes de gnero ao longo da histria;
identificando em qual gnero h a maior
ocorrncia de brigas; assim como, elencar os
motivos identificados pelos alunos para a
ocorrncia de violncia no ambiente escolar.
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O HOMEM, A MORADIA E AS GUAS: A CONDIO DO
MORAR NAS GUAS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Moacir Vieira da Silva
& Joslia Carvalho de Arajo
Este livro um estudo que objetiva analisar
as imposies socioeconmicas inerentes
condio do morar numa rea susceptvel a alagamentos, no bairro Costa e Silva,
Mossor/Rio Grande do Norte.
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Mulheres Negras: Histrias de Resistncia,
de Coragem, de
Superao e sua Difcil
Trajetria de Vida na
Sociedade Brasileira
http://www.espacocientificolivre.com/
de Adeildo Vila Nova
& Edjan Alves dos Santos
O desafio de estudar a trajetria de mulheres negras e pobres que
em sua vida conseguiram romper as mais diversas adversidades e
barreiras para garantir sua cidadania, sua vida, foi tratada pelos
jovens pesquisadores com esmero, persistncia e respeito quelas
mulheres com quem se encontraram para estabelecer o dilogo que este livro revela nas prximas pginas, resultado do Trabalho de
Concluso de Curso para graduao em Servio Social.
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AVALIAO DO POTENCIAL
BIOTECNOLGICO DE PIGMENTOS
PRODUZIDOS POR BACTRIAS DO
GNERO Serratia ISOLADAS DE
SUBSTRATOS AMAZNICOS
http://www.espacocientificolivre.com/
de Raimundo Felipe da Cruz Filho
& Maria Francisca Simas Teixeira
Existem diversos pigmentos naturais,
principalmente de origem vegetal, mas poucos
esto disponveis para aproveitamento
industrial, pois so de difcil extrao, custo
elevado no processo de extrao ou
toxicidade considervel para o homem ou
meio ambiente. A atual tendncia por produtos
naturais promove o interesse em explorar
novas fontes para a produo biotecnolgica
de pigmentos para aplicao na indstria. Este
trabalho teve como objetivo a identificao de
espcies de Serratia, e entre estas, selecionar
uma produtora de maior quantitativo de
pigmentos de importncia para a indstria
alimentcia e farmacutica.
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Moluscos e Sade
Pblica em Santa
Catarina: subsdios para a
formulao estadual de
polticas preventivas
sanitaristas
http://www.espacocientificolivre.com/
de Aisur Ignacio Agudo-Padrn, Ricardo Wagner Ad-Vncula Veado
& Kay Saalfeld
O presente trabalho busca preencher uma lacuna nos estudos
especficos e sistemticos sobre a ocorrncia e incidncia/
emergncia geral de doenas transmissveis por moluscos
continentais hospedeiros vetores no territrio do Estado de Santa
Catarina/SC, relacionadas diretamente ao saneamento ambiental
inadequado e outros impactos antrpicos negativos ao meio
ambiente.
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Mtodos de
Dimensionamento
de Sistemas
Fotovoltaicos:
Aplicaes em
Dessalinizao
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de Sandro Juc & Paulo Carvalho A presente publicao apresenta uma descrio de dimensionamento de sistemas
fotovoltaicos autnomos com trs mtodos distintos. Tendo como base estes
mtodos, disponibilizado um programa de dimensionamento e anlise econmica
de uma planta de dessalinizao de gua por eletrodilise acionada por painis
fotovoltaicos com utilizao de baterias. A publicao enfatiza a combinao da
capacidade de gerao eltrica proveniente da energia solar com o processo de
dessalinizao por eletrodilise devido ao menor consumo especfico de energia
para concentraes de sais de at 5.000 ppm, com o intuito de contribuir para a
diminuio da problemtica do suprimento de gua potvel. O programa proposto
de dimensionamento foi desenvolvido tendo como base operacional a plataforma
Excel e a interface Visual Basic.
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A paisagem urbana a caminho da
escola: leituras e nuances sob o
olhar dos alunos
THE URBAN LANDSCAPE SCHOOL PATH:
READINGS AND SHADES UNDER THE LOOK OF STUDENTS
Joslia Carvalho de Arajo Licenciada, bacharel, mestre e doutoranda pela UFRN. Professora Assistente do Departamento de Geografia da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (Ensino de Geografia e Geografia Humana). Atua na rea de Geografia Urbana enquanto pesquisadora. Natal, RN. E-mail: [email protected] Moacir Vieira da Silva Licenciado em Geografia pela UERN, especialista em Geografia e Gesto Ambiental pela FIP, mestrando em Geografia pela UFRN. Professor da rede estadual de ensino e professor supervisor do PIBID/GEOGRAFIA/UERN. Natal, RN. E-mail: [email protected]
ARAJO, J. C. de; SILVA, M. V. da. A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 28-39, abr.-maio, 2015.
RESUMO A paisagem, um dos conceitos fundantes da geografia, tem como uma das suas formas de apreenso, o olhar, apesar de poder ser apreendida igualmente por outros sentidos humanos. Assim, centrado no olhar dos alunos do Ensino Fundamental, Sries Finais, do Instituto Sonho Colorido, Mossor, Rio Grande do Norte, esse trabalho desenvolveu experincias de apreenso da realidade urbana da Cidade de Mossor (RN) por parte dos referidos alunos, em seu percurso entre a casa e a escola. O objetivo evidenciar a capacidade de apreenso e elaborao de contedos por parte do estudante na Educao Geogrfica, aportando tais apreenses em teoria que d suporte
construo deste conhecimento. A metodologia consistiu, num primeiro momento, no registro textual verbal e no verbal da apreenso da realidade, seguido de apresentao em sala de aula e discusso. Uma vez cumprida essa etapa, foram realizadas leituras sobre o conceito de paisagem, igualmente seguida de discusso em sala. Os resultados buscados foram parcialmente atingidos, uma vez que coloca em prtica um projeto acadmico sobre produo do conhecimento na escola, selando uma parceria entre o Estgio Supervisionado Obrigatrio no Curso de Licenciatura em Geografia da Universidade do Estado do RN e o seu campo de estgio. Da
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experincia, ficou evidenciada uma prtica de ensino centrada no sujeito, o qual, uma vez estimulado e apenas acompanhado
no substitudo pelo professor , capaz de construir efetivamente conhecimento.
Palavras-chave: Paisagem Urbana. Estgio. Construo do Conhecimento. ABSTRACT The landscape, one of the fundamental concepts of geography, has as one of its forms of seizure, the look, although it can be perceived also by other human senses. So focused on the look of elementary school students, Final Series of the Instituto Sonho Colorido, Natal, Rio Grande do Norte, this work developed seizure of experiences of urban reality of the city of Mossor (RN) by those students in their route between home and school. The goal is to show the seizure of capacity and development of contents by the student in Geographic Education, providing such seizures in theory that supports the construction of this knowledge. The methodology consisted, at first, in verbal and non-verbal verbatim record of the
apprehension of reality, followed by presentation and discussion in the class room. Once this step accomplished, there were readings on the concept of landscape, also followed by a discussion in class. The searched results were partially achieved, since it puts in place an academic project on production of knowledge in school, sealing a partnership between the Supervised Internship Required in Degree in Geography from the Universidade do Estado do RN and your training field. From experience, the authors emphasize a teaching practice centered on the subject, which, once stimulated and accompanied only not replaced by teacher is able to effectively build knowledge.
Keywords: Townscape. Stage. Building Knowledge.
1. INTRODUO
xpor as discusses atinentes ao conceito de paisagem em seu campo terico,
sua aplicabilidade para o ensino de geografia, algumas discusses sobre
nuances metodolgicas para o trabalho do conceito de paisagem na educao
bsica, bem como os resultados da aplicao dessa metodologia, estas foram
algumas das inquietaes que nos conduziram elaborao do presente trabalho.
No de hoje que, como vimos em algumas discusses tericas, que o conceito de
paisagem ganha relevo. E, em sendo um to importante conceito, sendo um conceito
fundante da geografia, como sabemos, h que ser devidamente trabalhado na
educao bsica, sobe pena de o professor no cumprir com a sua misso de lograr
juntos aos seus alunos um efetivo processo de construo do conhecimento.
E
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2. A PROPSITO DO CONCEITO DE PAISAGEM
paisagem apreendida, num primeiro momento, de forma esttica, por meio
das formas concretas construdas pelo ser humano. Mas, mesmo sendo
estticas, guardam em si relaes de produo que so dinmicas e
contraditrias, e escondem em si processos conflitantes, porque o espao urbano
resultado de relaes conflitantes capital/trabalho, no qual a sociedade est inserida
de forma fragmentada em camadas sociais.
Optamos por iniciar a discusso do conceito evocando esse aparente conflito entre as
nuances esttica e dinmica da paisagem, mesmo porque, a prpria trajetria do
conceito adquiriu esse tratamento, ora sendo vista de forma esttica; ora, de forma
dinmica. Alis, at mesmo a apreenso da paisagem, que num primeiro momento
das discusses, quase sempre, remete ao olhar, tambm traz em si essa dinmica,
visto que discusses metodolgicas indicam a importncia de outros sentidos
humanos, que no apenas o olhar, para a apreenso da paisagem.
Podemos, para fomentar ainda mais o debate, dizer que, mesmo sendo apreendida,
num primeiro momento, apenas por meio do olhar, esse ato de olhar , por si s,
dinmico, haja vista conseguir apreender uma gama de informaes que lhe so
possvel de acordo com a posio do sujeito na sociedade.
Desta forma, a faixa etria, a classe social, o nvel de instruo, as experincias
vividas, entre outros fatores, interferem naquilo que o sujeito capaz de ver, se
considerarmos a apreenso da paisagem at mesmo sob a perspectiva do olhar, da
consagrada definio superficial de que paisagem tudo aquilo que o olhar humano
alcana.
Desde o sculo XIX o conceito de paisagem vem sendo discutido, no sentido de
compreender as relaes que se conformam no espao geogrfico, abrangendo tanto
aspectos sociais quanto naturais.
Ora, do senso comum resultou a consagrao do termo paisagem associado viso
de fotogrfica de determinada poro do espao cuja beleza produz um efeito
prazeroso aos olhos do observador. Assim, o conceito de paisagem se apresenta em
seu modo esttico, e dessa forma, at mesmo no processo de elaborao do conceito
A
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foi influenciado, o qual sempre tratado, num primeiro momento, referindo-se ao
olhar.
Ao fazer um resgate da trajetria do conceito de paisagem na geografia, Schier (2003,
p. 80) nos lembra que:
[...] o conceito de paisagem foi originalmente ligado ao positivismo, na escola alem, numa forma mais esttica, onde se focalizam os fatores geogrficos agrupados em unidades espaciais e, num forma mais dinmica, na geografia francesa, onde o carter processual mais importante. Ambas tratam a paisagem como uma face material do mundo, onde se imprimam atividades humanas.
A nosso ver, ao tratarmos o conceito de paisagem junto aos alunos da educao
bsica, h que optarmos por essa vertente processual da qual nos fala o autor
supracitado. Isto porque entendemos que j no d mais para admitirmos uma viso
esttica ou at mesmo esttica de paisagem, quando o prprio cotidiano escolar
revela uma dinmica que lhe inerente, at mesmo ampliando a concepo de
paisagem para alm da materialidade.
Atualizando o debate Schier (2003, p. 80) ainda nos diz que, atualmente, a idia da
paisagem depende muito da cultura das pessoas que a percebem e a constroem. Ela
, assim, um produto cultural resultado do meio ambiente sob ao da atividade
humana. A partir do exposto pelo pensamento do autor, destacamos duas aes dos
sujeitos em relao paisagem: so os atos de construir e de perceber a paisagem.
Isso mesmo, o ser humano, ao produzir sua prpria sobrevivncia, produz paisagem.
E esta, uma vez produzida, passa ento a ser percebida, ou melhor, apreendida por
estes sujeitos.
E assim, entendendo que o ser humano produz paisagem, que podemos identificar
dois tipos de paisagem: a natural e a cultural, conforme defende Schier (2003, p. 80)
que,
Tradicionalmente, os gegrafos diferenciam entre a paisagem natural e a paisagem cultural. A paisagem natural refere-se aos elementos combinados de terrenos, vegetao, solo, rios e lagos, enquanto a paisagem cultural, humanizada, inclui todas as modificaes feitas pelo homem, como nos espaos urbanos e rurais. De modo geral, o estudo da paisagem exige um enfoque, do qual se pretende fazer uma avaliao definindo o conjunto dos elementos envolvidos, a escala a ser considerada e a temporalidade da paisagem. Enfim, trata-se da apresentao do objeto em seu contexto geogrfico e
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histrico, levando em conta a configurao social e os processos naturais e humanos.
Que a paisagem pode ser diferenciada entre a natural e a cultural j uma discusso
consagrada, e at mesmo de fcil apreenso, sem muito esforo metodolgico ou
cognitivo. Mas que a paisagem deve ser tratada em seu contexto espacial, segundo as
diversas escalas geogrficas; e temporal, considerando-a como uma acumulao de
fraes de tempo, como marcas da ao humana, algo relevante quando
empreendemos um processo de construo do conhecimento junto aos alunos da
educao bsica. Assim procedendo, os alunos apreendero a paisagem cotidiana de
forma processual e dinmica, inclusive, identificando-se enquanto sujeitos dessa
transformao.
Da porque sabemos que no s o olhar que apreende a paisagem, quando
discutimos o termo em geografia, principalmente, quando o tratamos junto a alunos de
faixa etria em tenra idade, os quais ainda esto se apropriando do saber universal
construdo, e elaborando seus referenciais. Nesse sentido, o professor de geografia
precisa ter o cuidado para no tolher a capacidade de o aluno apreender a paisagem
que o cerca, nem tampouco limit-la a um lance de olhar. preciso, assim, deixar que
os referidos alunos manifestem suas mais singelas experincias, as quais podem ser
lapidadas, aprofundadas e aperfeioadas, de acordo com as experincias que lhes
forem oportunizadas no sentido da construo do conhecimento.
Isto porque o conhecimento produzido continuamente. So igualmente renovadas as
tcnicas de obteno deste conhecimento. importante ressaltarmos que os
conhecimentos dos professores e dos livros no bastam aos alunos, e que estes
podem, quando incentivados e acompanhados sistematicamente, produzir
conhecimentos ao seu nvel, segundo o seu alcance.
Mas algo nos instiga a uma pergunta central nesta proposta de trabalho ora exposta: o
que , afinal, construo de conhecimento na educao bsica? E esta, certamente,
conduz-nos a outras, secundrias: quais experincias tm sido vivenciadas nas aulas
de geografia na escola bsica, que denotam efetivamente um processo de construo
de conhecimento geogrfico para o aluno? Em que medida esta prtica tem sido
exercitada, ou, quando no exercitada, o que tem contribudo para negligenciar uma
orientao j to consagrada no aporte terico atinente a ensino, especificamente,
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ensino de geografia? Quais fatores concorrem para este quadro, seja de incipiente
experincia de pesquisa na escola, seja de total ausncia da mesma?
Estas so inquietaes a ns postas cada vez que nos aprofundamos em leituras e
discusses que tenham como foco o ensino de geografia, nesse momento, voltado
para o conceito de paisagem.
Mas quando estabelecemos contatos com escolas parceiras de Estgio Curricular
Supervisionado em Geografia; e ainda mais, quando participamos de eventos
acadmicos que versam sobre a temtica, identificamos um hiato abissal entre teoria e
prtica, entre discurso e postura; por fim, entre o acadmico e o profissional. Eis que
estamos diante de um quadro que demanda uma efetiva prtica de pesquisa-ao, a
qual encontra, no estgio supervisionado, uma oportunidade de os acadmicos de
geografia, aportados nas mais recentes discusses terico-metodolgicas podero
renovar a prtica cotidiana do professor da educao bsica; e, em contrapartida,
adquirir com ele saberes que s a prtica docente pode legar.
Ora, se o ser humano, que por sua capacidade de interveno no meio em que vive,
transforma-o para a sua sobrevivncia, e o torna mais aprazvel a ela, consegue
evoluir a tcnica em seu favor, e construir grandes obras de engenharia, descobertas
para a convivncia com fenmenos aparentemente inexplicveis de imediato, por que
o conhecimento, recurso primordial para esta interao entre o ser humano e o meio,
poder continuar relegado simplria reproduo na escola, desvinculada de qualquer
questionamento ou renovao?
No ento de forma esttica que o conceito de paisagem pode ser tratado. H, sim,
que enveredarmos por prticas docentes de interao professor-aluno, de relatos de
experincias por parte dos alunos, at mesmo em seus percursos cotidianos, como
aquele desenvolvido entre a casa e a escola, e entre a escola e a casa.
Certamente, at mesmo o nvel de renda e o poder de consumo de alunos de
diferentes estratos sociais interferem na possibilidade de apreenso da paisagem por
parte dos alunos. Seno, vejamos dois exemplos. O de um aluno que, ao ir para a
escola, entra no automvel da famlia, ainda na garagem, com vidros fechados,
pelcula escura, ambiente climatizado, manuseando seus objetos eletrnicos de ltima
gerao. Da, perguntamos: o que ele conseguir apreender, ou quanto ele conseguir
apreender da paisagem que se descortina no percurso casa-escola? Quais as
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imagens, os movimentos, os sons, os cheiros, os gritos, entre outras manifestaes de
paisagem que ele poder experienciar?
Um segundo exemplo um aluno que mora num bairro popular, sai de casa a p, fica
num ponto de nibus, faz o percurso at a escola neste nibus. Ele est assim
exposto a diversas experincias que podem ser captadas pelos seus sentidos, as
quais remetem a paisagens que sua mente vai interpretando, tentando desvendar as
relaes que concorreram ou concorrem, naquele momento, para que aquele
quadro, mesmo que provisrio, esteja se configurando daquela forma.
No cumpre a ns indicar uma entre essas duas experincias to diversas como a
mais ou a menos vantajosa para a apreenso, e consequentemente, a aprendizagem
e a construo de conhecimento sobre a temtica paisagem. Apenas julgamos mister
evidenciar essas to diferentes condies, as quais cumpre ao professor administr-
las em sua sala de aula, a qual, algumas vezes, comporta alunos de diferentes
estratos sociais.
Certamente, com o processo de renovao da escola, fundamentado em um novo
modo de pensar a educao, tem desenvolvido experincias de produo de
conhecimento, mesmo que pontuais, pouco expressivas, e muitas vezes, pouco
valorizadas, pela simples falta de divulgao em eventos voltados para tal fim, os
quais, quase sempre, limitam-se academia.
Nesse contexto, interrogamos sobre o que tem feito a educao bsica no sentido da
construo do conhecimento geogrfico pelo aluno, conforme defende Cavalcanti
(2005, p. 137-166), em suas oito Proposies metodolgicas para a construo de
conceitos geogrficos no ensino escolar, a saber:
1. Propiciar atividade mental e fsica dos alunos;
2. Considerar a vivncia dos alunos como dimenso do conhecimento;
3. Estabelecer situaes de interao e cooperao entre os alunos;
4. Contar com a interveno do professor no processo de aprendizagem dos
alunos;
5. Apresentar informaes, conceitos e exercitar memorizao de dados;
6. Manter relao dialgica com alunos e entre alunos;
7. Promover a autorreflexo e sociorreflexo dos alunos;
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8. Acompanhar e controlar resultados da construo de conhecimento pelos
alunos.
Essas proposies so fundamentadas no pensamento de Vygotsky, as quais
apontam para uma prtica socio-interacionista na sala de aula, em detrimento daquela
prtica j to consagrada, do conteudismo.
Da, outra inquietao se nos descortina: qual o papel da academia na formao de
professores, visto que esta forma novos profissionais a cada ano? Ora, se de um lado,
a escola no est contribuindo para a reelaborao do conhecimento socialmente
construdo pela humanidade, por meio da descoberta de novos enfoques, diante de
tantos novos desafios apresentados a cada dia, certamente, a academia tambm tem
sua parcela de contribuio para este quadro. E neste sentido que repensar e
refazer a prtica de Estgio Curricular Supervisionado no Ensino de Geografia, sob
pena de o novo professor j entra envelhecido no processo, pelo fato de reproduzir
prticas cristalizadas de ensino, baseadas quase que exclusivamente no ato de
transcrever para o caderno o que ditado pelo professor por meio da lousa; o qual,
por sua vez, quase sempre ditado pelo livro didtico ao professor, que no af de
bater o contedo referente a determinado grupo de alunos, ocupa mais parte do
tempo em copiar, negligenciando sobremaneira o seu ato de pensar e fazer seus
alunos pensarem por meio de discusses, elaboraes e exposies, num contnuo
processo de interao em prol da construo do conhecimento. Faz-se mister,
portanto, sair da condio de bater contedo, para, efetivamente produzir
conhecimento.
Onde estariam as concepes de ensino baseadas no conceito de Zona de
Desenvolvimento Proximal, de Vygotsky? Estamos assim apontando para este
conceito, pelo fato de ser leitura presente, proficuamente discutida e defendida por
professores e alunos na academia.
E isto se faz com o mais maduro ou experiente seja o professor ou colegas de turma
conduzindo o estudante da condio real para a potencial do seu nvel cognitivo. Ou
seja,
[...] a possibilidade de formar uma zona entre si e seus alunos, com o intuito de trabalhar com funes e processos ainda no amadurecidos neles, mune o professor de um instrumento significativo na melhoria da qualidade de suas aulas, no tocante ao
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desenvolvimento intelectual dos alunos e, em conseqncia, propicia condies melhores de aprendizagem efetiva (CAVALCANTI, 2005, p. 140).
Entendemos ento que a tarefa de construo de conhecimento pelos alunos na
educao bsica se faa por meio da prtica da pesquisa, devidamente qualificada em
seu significado etimolgico, fugindo a prticas corriqueiras de busca, que ganham
cada vez mais destaque no cumprimento de atividades. Neste sentido, Bagno (2000,
p. 16) interpela: O que pesquisa para voc, professor? Isto para questionar o tipo
de pesquisa ao qual estamos acostumados a presenciar.
Mas sabemos que de grande importncia o exerccio de produo sistemtica de
conhecimentos por parte do aluno na educao bsica, para o seu desenvolvimento
intelectual e humano. Algo que certamente j ocorre: por meio das discusses em
aulas, das atividades em geral, e at mesmo das provas escritas, apesar de nem
sempre este ser considerado um momento para tal fim, dependendo da postura scio-
filosfica de educao que tenha o professor. Na verdade, este conhecimento
produzido no percebido porque no publicado regularmente, no se materializa
sob a forma de texto verbal, no-verbal, experincias e formas materiais (produtos).
Acrescentamos ainda o problema do demasiado nmero de atividades que se acumula
a cada aula. Atividades estas que sobrecarregam professor e aluno, sem muitas vezes
apresentar um produto final. Quase sempre o aluno convocado a pesquisar uma
infinidade de assuntos, sem aprofundar nenhum. Muitas vezes, em meio pressa do
fazer de ltima hora, a impresso de textos da Internet o recurso metodolgico do
qual o aluno lana mo; e o professor, envolvido num grande nmero de atividades
para avaliar, nem percebe a falta de originalidade do trabalho apresentado. Cumpre-se
uma etapa (bimestre, trimestre ou semestre), e o aluno pouco ou nada escreveu sobre
algo, pouco aprendeu, aprofundou ou exps o seu ponto de vista sobre determinado
assunto. um sujeito passivo no processo de ensino-aprendizagem: faz trabalhos,
no para desenvolver sua cognio, mas para atender ao pr-requisito de o professor
aferir uma nota.
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3. UMA EXPERINCIA CHAMADA PAISAGEM
ps esse percurso de anlise da prtica docente de geografia entre a
academia e a educao bsica, entre o aluno e o professor dessa mesma
educao bsica, entre o livro e o aluno, e por fim, entre a paisagem e o
aluno, cumpre-nos a funo de expor a experincia desenvolvida junto a um grupo de
dezesseis alunos do Ensino Fundamental, Sries Finais, do Instituto Sonho Colorido.
Partindo da prtica de defendemos, a da interao professor-aluno, da posio de
protagonismo do aluno enquanto sujeito no processo educativo, buscamos
desenvolver estudos referentes ao conceito de paisagem, aproveitando o percurso
desenvolvido por estes alunos entre a casa e a escola, e entre a escola e a casa.
Num primeiro momento, solicitamos aos mesmos que observassem, no dia seguinte, a
paisagem encontrada no percurso entre sua residncia e a escola; e que fizesse o
mesmo ao retornar, empreendendo assim o percurso escola-casa.
Num segundo momento, os alunos foram instigados a expor o que viram, indicando o
que julgavam ser paisagem. Orientamos que, ao final de cada percurso, fizesse o
registro do que eu considerava ser paisagem, por meio de um desenho, em ambos os
percursos. Considerando mais uma vez o aluno como protagonista, e tendo por base a
tese da Zona de Desenvolvimento Proximal, procuramos fomentar a troca de
experincias entre os alunos, ao exporem seus desenhos, explicarem sobre os
mesmos e acolherem observaes do professor, bem como dos demais colegas.
Em seguida, disponibilizamos aos mesmos um texto bsico sobre paisagem, o qual foi
lido e igualmente discutido. A partir do referido texto, e tendo por base a experincia
da observao feita no percurso casa-escola e escola-casa, solicitamos que os alunos
apresentassem uma definio elaborada em seu pensamento sobre paisagem. Alguns
resultados foram surpreendentes, entre os quais, alguns que expomos a seguir,
juntamente com a sua respectiva representao espacial:
Paisagem tudo aquilo que podemos no s ver, mas tambm sentir, ouvir. o que
nos chama a ateno. o que o homem constri e destri. Pode ser modificada ao
longo de tempo, se no cuidamos (Aluna do 6 Ano do Ensino Fundamental).
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Figura 01: Representao da paisagem (caminho de ida para escola)
Fonte: Pesquisa realizada com os alunos do ISC, 2014.
Como vemos, h, na fala dessa aluna (primeira anlise), erros e acertos, os quais
devem ser lapidados pelo professor, mas sem tolher a capacidade cognitiva do aluno,
nem tampouco o direito que o mesmo tem de errar. Mas, se considerarmos a idade
do aluno, admitiremos que h, em sua fala, mais acertos que alguma manifestao de
erro, a qual pode aparecer apenas ao final, ao dizer que a paisagem se destri se no
for cuidada. Mas eis que o professor est na sala de aula exatamente para promover
um processo cognitivo junto aos alunos, e saber como lidar com essa situao.
Paisagem pra mim tudo que ouvimos, vemos e tocamos, pode chegar a ser apenas
um som (canto dos passarinhos), tocamos (rvores, flores) ou vemos (carro, pessoas,
lugares) e com tudo isso a paisagem fica completa. (Aluno do 9 ano do Ensino
Fundamental).
Figura 02: Representao da paisagem (caminho de ida para escola)
Fonte: Pesquisa realizada com os alunos do ISC, 2014
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Na segunda anlise, percebemos elementos semelhantes entre os dois alunos.
Entretanto, o segundo coloca em destaque, outro elemento, a materialidade da
paisagem. O fato do tocar. Esse novo elemento abre um leque de discusso que
poderia ser tratada com os alunos. Materialidades, imaterialidade, coexistncia. A
partir do conhecimento prvio, simples, do aluno, seria possvel estabelecer dilogos
mais amplos e significativos, no qual, a produo do conhecimento se efetivasse.
4. CONSIDERAES FINAIS
nsinar saber ensinar. Isso, em todos os ambientes de sala de aula, e mais
especificamente, no estgio supervisionado do ensino de geografia. com
este pensamento que nos dispusemos a empreender esse processo
investigativo da construo do conhecimento na educao bsica, o qual, nesse
momento, discute mais uma etapa, qual seja, relativa ao estudo do conceito de
paisagem.
Pelas experincias vivenciadas, reafirmamos a postura de que o aluno deve ser
sempre protagonista no processo de ensino-aprendizagem. E ser protagonista, no
caso do trabalho desenvolvido a partir do conceito de paisagem, consistiu em lhe
orientaes, caneta, papel, lpis de cor e muitas asas imaginao.
REFERNCIAS
BAGNO, Marcos. Pesquisa na escola: o que , como se faz. So Paulo: Loyola, 2000. CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construo de conhecimentos. Campinas, Papirus,
2005. SCHIER, Raul Alfredo. Trajetrias do conceito de paisagem na geografia. Revista RAE GA, Curitiba, n. 7, p. 79-85, 2003. Editora UFPR.
ARAJO, J. C. de; SILVA, M. V. da. A paisagem urbana a caminho da escola: leituras e nuances sob o olhar dos alunos. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 28-39, abr.-maio, 2015.
Recebido em: 16 abr. 2015.
Aprovado em: 19 abr. 2015.
E
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Comparao da arquitetura
histrica italiana e brasileira-
contexto histrico e influncias:
estudo de caso na Bahia
COMPARISON OF BRAZILIAN AND ITALIAN HISTORIC ARCHITECTURES -
HISTORICAL CONTEXTO AND INFLUENCES: A CASE STUDY IN BAHIA
Jamille Freitas Fiuza Graduanda em Engenharia Civil/Centro de Cincias Exatas e Tecnolgicas /UFRB. Cruz das Almas, BA. E-mail: [email protected] Francisco Gabriel Santos Silva MSc. Professor Assistente/Centro de Cincias Exatas e Tecnolgicas /UFRB Cruz das Almas, BA. E-mail: [email protected]
FIUZA; J. F.; SILVA, F. G. S. Comparao da arquitetura histrica italiana e brasileira contexto histrico e influncias: estudo de caso na Bahia. Revista Espao Cientfico Livre, Duque de Caxias, v. 05, n. 02, p. 40-56, abr.-maio, 2015.
RESUMO O Brasil sempre foi um pas marcado pela presena de estrangeiros desde a sua colonizao. Foi possvel aprender e aproveitar com os imigrantes, que vieram para o pas tcnicas, novos mtodos e conhecimentos em geral, como aconteceu com a arquitetura brasileira. Para este trabalho analisa-se a interferncia da imigrao italiana. Divide-se essa presena italiana em dois momentos: em um primeiro momento marcado pelo perodo colonial na presena de fortificaes, que foram utilizados conhecimento de engenheiros militares italianos para a sua construo; e
em outro momento que foi o perodo ecltico, quando a populao imigrante italiana se alojou em diversas regies do Brasil e colaborou com o avano e desenvolvimento da arquitetura brasileira influenciando-a do seu modo. Utilizou-se de modelos arquitetnicos do passado para se reproduzir desejos do presente, com estes modelos do passado vieram novas tcnicas e modos de construir. Para preservar a arquitetura de uma poca necessrio conhecer mais sobre ela, sobre o material empregado e o modo que foi aplicada.
Palavras-chave: Arquitetura. Itlia. Brasil. Ecletismo.
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ABSTRACT Brazil has always been a country marked by the presence of foreigners since its colonization. It was possible to learn and enjoy the immigrants who came to the country, the techniques, new methods and knowledge in general, as happened in Brazilian architecture. This stronger Italian presence was divided in two stages: at first marked by the colonial period in the presence of fortifications, which were used knowledge of Italian military engineers for its construction, and at another time it was
the eclectic period, when the immigrant Italian population lodged in various regions of Brazil and collaborated with the advancement and development of Brazilian architecture influencing it their way, which used architectural models of the past to reproduce their current desires, these models of the past, with which came new techniques and ways to build. To preserve the architecture of a time you need to know more about it on the material used and the way it was applied.
Keywords: Architecture. Italy. Brazil. Eclecticism.
1. INTRODUO
descobrimento do Brasil foi no ano de 1500, no perodo da histria mundial
fez parte Renascimento e na histria nacional deu incio ao perodo colonial
brasileiro, a partir de ento, iniciaram as influncias estrangeiras nas novas
terras brasileiras, dentre as quais encontramos a presena portuguesa, espanhola,
holandesa e italiana.
Algumas influncias da Itlia sero descritas e sero divididas em dois perodos: o
perodo colonial do Brasil entre os sculos XVI e XVII, com a presena das
fortificaes; e perodo ecltico entre os sculos XIX e XX, presena de muitos
imigrantes no pas.
A Itlia contribuiu muito com o que temos hoje no modelo de construo do Brasil. Os
imigrantes que vieram ao Brasil de diferentes nacionalidades trouxeram seus
conhecimentos e suas aplicaes em tcnicas construtivas, materiais, mtodos, e
compartilharam com os povos brasileiros. Ao longo dos anos estes modelos se
integraram ao que melhor se adaptava realidade do Brasil, resultando no nosso
conhecimento atual.
Quando o pas dava ainda seus primeiros passos, nos sculos XVI e XVII, aproveitou-
se o conhecimento de batalhas e resistncia dos italianos nas construes de
fortificaes, e vieram para o Brasil engenheiros militares que possuam conhecimento
para construir estes fortes. Na Bahia, foram os engenheiros militares italianos os
O
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responsveis pelos fortes de Santo Antnio da Barra e Nossa Senhora de Monserrat
(OLIVEIRA, 2004).
Os motivos dos italianos imigrarem para o Brasil nos sculos XIX e XX, foi o momento
vivido pela Itlia, estava com a base econmica desestabilizada e sujeita a frequentes
epidemias e guerras, o que ajudou na emigrao dos italianos.
Na fase chamada de Ecletismo as obras que eram realizadas se inspiravam em
modelos arquitetnicos do passado - ocorreu entre os sculos de XIX e XX - fase
novamente marcada pela influncia de engenheiros e arquitetos italianos. A partir de
uma nova viso e com o grande leque de escolhas de diferentes perodos histricos,
os arquitetos e engenheiros possuam uma vasta variedade de referncias (PEDONE,
2005).
Possuir dados sobre as tcnicas e procedimentos aplicados em uma estrutura de uma
determinada poca fundamental para poder mant-la ao longo do tempo com a sua
configurao inicial.
Este artigo visa compreender as influncias italianas nas origens das construes
brasileiras, a sua representao na Bahia, observar tambm quais os mtodos e
tcnicas construtivas utilizadas pelos engenheiros e arquitetos italianos.
2. METODOLOGIA
oi realizado um trabalho de pesquisa bibliogrfica na Universidade Federal do
Recncavo da Bahia, a delimitao do tema teve a Bahia, como campo de
estudo, por ser o estado onde se desenvolve essa pesquisa. Desse modo,
optou-se por construes com caractersticas italianas em Salvador a exemplo do forte
Monserrat, do Palcio Rio Branco, o Banco Francs Italiano, o antigo Mercado
Modelo, o antigo teatro Kursaal-Bahiano, Corpo de Bombeiros, palacetes para a elite
burguesa, entre outras obras. Utilizou-se a anlise de contedo como metodologia,
recorrendo a bancos de dados peridicos, Capes, Scielo, artigos, livros, revistas, teses
e autores especialistas na rea.
F
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3. RESULTADOS E DISCUSSO
3.1. Histrico poca colonial brasileira
possvel notar a presena da influncia italiana desde o perodo colonial do Brasil,
inicialmente com a vinda de muitos europeus que povoavam as terras brasileiras. Com
o conhecimento das fortalezas trazidas de suas terras, eles construam no Brasil,
utilizando os materiais que possua maior disponibilidade na regio.
Como explana Oliveira (2004) alguns historiadores classificavam as fortalezas da
Bahia em fortificaes da Escola Italiana, aquelas fortalezas mais antigas e com
ausncia de baluartes em ponta de lana, como a de Santo Antnio da Barra e a de
Nossa Senhora de Monserrate, e segundo Oliveira (2004) uma definio que carece
de exatido, pois a fortificao abaluartada inveno dos italianos.
As escolas mais reconhecidas da arte de fortificar segundo o autor Oliveira (2004) so
a italiana, a holandesa e a francesa. A escola de fortificar italiana inicialmente tinha a
ocupao de fortificar e era desenvolvida por arquitetos do Renascimento e do
Barroco, depois que surgiram os engenheiros. Estes engenheiros italianos acabaram
praticando suas ideias muito mais no exterior do que na prpria Itlia, em diversas
naes da Europa e em colnias como o Brasil.
Os estudos na rea e a sua aplicao prtica na Itlia para defender a sua pennsula,
sujeita a ameaas inimigas, estimularam o interesse por engenheiros italianos para
prestar os servios nas cortes estrangeiras devido a seu conhecimento na arte de
defesa. Esta poca de conhecimentos coincidiu com a poca de expanso do oceano,
assim, muitos engenheiros foram enviados para lidar com estes novos territrios e
fortalecer os locais contra ataques inimigos (FINIZIO, 2006).
Era preferncia dos italianos as estruturas em alvenaria de pedra ou tijolo nas
fortificaes, de acordo com a disponibilidade do material na regio, que dava uma
maior durabilidade s fortificaes (OLIVEIRA, 2004).
O forte de Nossa Senhora de Monserrate possui uma grande importncia na
arquitetura do Brasil por ser um modelo mais arcaico de defesa que sobreviveu sem
grandes transformaes, o que o torna, talvez, o mais antigo existente do Brasil. Este
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forte definido por Oliveira: Os seus basties redondos eram muito a gosto da
arquitetura italiana da transio, embora em escala infinitamente mais modesta.
(OLIVEIRA, 2004).
Segundo Finizio (2006) os primeiros engenheiros italianos a chegarem ao Brasil
realizaram obras no Rio de Janeiro e na Bahia. Cita-se Battista Antonelli; Tiburzio
Spannocchi; Baccio dei Filicaia e D. Francisco de Sousa. Este ltimo foi denominado
engenheiro-mor, e contribuiu com o desenho do Forte de Santo Antonio da Barra,
Forte de So Alberto, Torre de Santiago em gua de Meninos e outros nas
proximidades de Salvador. Sua principal obra foi o Forte de Nossa Senhora de
Monserrate em Salvador.
3.2. Motivaes da vinda dos italianos para o Brasil
Betocchi (2011) relata que entre 1875 e meados dos anos setenta do sculo XX
chegaram cerca de um milho e meio de italianos, com um maior fluxo entre os anos
de 1887-1902 e interrompido na primeira guerra mundial, retomando esta imigrao
nos anos entre guerras de maneira singela e aps a segunda guerra de forma mais
intensa.
A Itlia e o Brasil adotaram polticas que promoviam o fluxo imigratrio vendo nele a
soluo das problemticas da poca, envolvendo fatores sociais e econmicos. O
perodo que envolveu e unificao da Itlia (1870) e os anos seguintes foi um perodo
complicado, pois a unificao contribuiu para resolver a maior parte dos problemas de
origem poltica, porm os problemas socioeconmicos ampliaram e tomaram
propores que eram preocupantes. Apesar da Itlia se encontrar unificada, haviam
barreiras e divises internas de ordem social, devido diferena que havia entre as
diversas regies. Aps mais de 20 anos de luta pela unificao da Itlia, a populao
enfrentava ainda grandes problemas de sobrevivncia, tanto em reas rurais, quanto
em reas urbanas (BETOCCHI, 2011).
O quadro social vivido na Itlia durante a unificao era bastante crtico dentro do
contexto politico, social e econmico. O auxlio financeiro de outros pases ajudou a
Itlia a iniciar seu processo de industrializao, trazendo diversos problemas para o
pas como pobreza, desemprego, fome e misria no perodo da unificao.
(CAVALIERI, 2011).
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Badalotti (2013) comenta que as condies de pobreza em que os camponeses viviam
foi uma das responsveis pela emigrao em massa desta classe. A presena de
frequentes epidemias, as guerras que ocorriam na poca da unificao do pas e o
servio militar obrigatrio que foram outros fatores que aumentaram a emigrao.
Cavalieri (2011) confirma quando explica que o governo da Itlia com o objeto de
resolver os problemas ocorridos durante o perodo da unificao ajudava os italianos a
sarem do pas, de tal forma a tentar reverter queda da economia. A emigrao para
os italianos seria uma soluo tanto para poltica como para o social da regio e com
isso os emigrantes formariam colnias nos outros pases, para assim o governo
italiano no futuro poder aumentar seu mercado ao redor do mundo.
As classes dominantes do Brasil iniciaram o incentivo a imigrao, pois responderia a
necessidade de povoar o territrio brasileiro cultivando a maior quantidade de terras
possvel, cultivando em especial o caf visando exportao. Devido abolio dos
escravos tornava-se necessrio encontrar mo de obra para a agricultura e grandes
plantaes (BETOCCHI, 2011).
3.3. poca ecltica no Brasil
No sculo XIX ocorreram diversas reutilizaes dos modelos de arquitetura do
passado no cenrio da poca, estas reutilizaes eram vinculadas necessidade de
criar e perpetuar instituies completamente novas. A revoluo industrial e social
ditou um novo cenrio com novos temas edilcios e uma mudana significativa na
infraestrutura. Os novos achados de tcnicas beneficiaram o surgimento de uma
arquitetura de natureza tecnolgica e cientfica. Simultaneamente, agravou a
separao que existia, naquela poca, entre a arquitetura como cincia e a arquitetura
como arte (PEDONE, 2005).
Claude Mignot (1994), citado por Correia (2011), aponta duas vertentes no ecletismo:
o ecletismo sinttico onde a arquitetura recorre experincia arquitetnica do
passado, buscando combinar os princpios, solues e motivos de diferentes pocas
de uma maneira nova; e o ecletismo tipolgico que dependendo do estilo que deseja
transmitir construo, o arquiteto, baseando-se em modelos antigos, remodelam
para as necessidades do presente. Estabeleceu-se uma conexo entre os estilos,
acreditando ento que a linguagem clssica se adaptava melhor nos prdios pblicos
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reparties, museus, tribunais etc - e tambm para os prdios residenciais; e os
estilos gtico, romnico ou bizantino, ficariam melhores nas igrejas.
Foi utilizado no ecletismo: a escolha do estilo, para que este expressasse a forma
julgada mais apropriada ao carter do prdio, dependente do seu uso, tornaria o
prdio um estilo de severidade e sobriedade, ou cor e alegria. Com a quebra das
barreiras da histria os arquitetos possuram um novo leque de referncias e a grande
quantidade de publicaes do perodo expandiu o domnio da arquitetura. A partir de
uma viso relativista da tradio pode-se atribuir um mesmo valor a diferentes
perodos da histria, tornando todo o passado como fonte de inspirao, abrindo
novas opes e reas de investigao, reconstruindo as suas referncias (PEDONE,
2005).
Para Pedone (2005) pode-se considerar o Ecletismo na arquitetura como um mtodo
que se adapta a arquitetura dos novos tempos utilizando elementos e sistemas
elegidos da histria, buscando criar novas composies.
Segundo Andrade Junior (2007), a arquitetura ecltica no Brasil est diretamente
vinculada Repblica Velha (1889-1930) e isso representa um avano para ruptura da
interferncia portuguesa que tanta esteve presente no Brasil na poca do Imprio. A
Repblica tambm trouxe outras implicaes do ponto de vista poltico, cultural e
ideolgico, questes que tambm acabam por interferir nas novas concepes de
construes no pas.
Buscando negar a origem portuguesa da cultura brasileira, esta nova fase buscava
associar os trabalhos arquitetnicos a outros modelos europeus, como o francs e o
italiano. Esta mudana cultural acontece com o advento da modernidade, com
ampliao de ferrovias, princpio da industrializao e os avanos no campo da
construo civil que passava a utilizar o ferro fundido e o concreto como materiais
(ANDRADE JUNIOR, 2007).
Para Puppi (2010) importante reconhecer o que os profissionais estrangeiros que
passaram por Salvador deixaram como marca no rico centro histrico, o trabalho de
inmeros profissionais que colaboraram para a Salvador moderna do incio do sculo
XX.
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Aps o declnio da cultura aucareira sem possuir uma diversificao produtiva, no
sculo XX, Salvador era sustentada basicamente como porto escoador e centro
financeiro da cultura cacaueira, apesar disto a cidade no foi impedida de realizar as
obras urbanas de modernizao. Estas obras transformaram os traos coloniais da
arquitetura e deram um novo estilo o qual era desejado pela populao burguesa que
seguia o padro europeu de sociedade (PUPPI, 2010).
J existiam modelos de construes e reformas com caractersticas da arquitetura
ecltica com o ex novo desde 1870, porm, somente a partir de 1910 que a
arquitetura ecltica se transforma na expresso oficial arquitetnica do poder pblico e
econmico, com construes mais grandiosas e expressivas de Salvador (ANDRADE
JUNIOR, 2007).
O advento de inmeros engenheiros, arquitetos e construtores imigrantes, em
Salvador, especialmente italianos, se ocuparam trabalhando na construo de prdios
institucionais e renovando antigos prdios, casas da burguesia baiana com os
recursos provenientes do trabalho industrial, do fumo no Recncavo e do cacau no sul
da Bahia (ANDRADE JUNIOR, 2007).
possvel observar alguns desses trabalhadores imigrantes que, com todo seu estilo
e trabalho, deixaram a sua marca nos edifcios brasileiros portadores de uma
renovao arquitetnica no qual afirma Godofredo Filho:
Os Chirico, os Conti, os Santoro, os Rossi, os Sercelli e tantos outros, diferentes entre si nos misteres e nos mritos, trabalharam com afinco, brindando a cidade ora de bronzes e mrmores duradouros, ora de pinturas de salo mundano em igrejas austeras e, ainda, em edifcios pblicos e particulares, da glace caricatural dos estuques, as grinaldas, os festes, as guias de bico voraz e asas abertas, e, at, de mulheres aladas ou de corpo natural inteiro, todas elas de seios duros e pontudos ede Dnae de Corregio, por onde se pudessem modelar, acaso, as taas cnicas jkdas festanas inaugurais. (GODOFREDO FILHO, 1984 apud ANDRADE JUNIOR, 2007).
De acordo com Andrade Junior (2007) e Puppi (2010) entre o perodo de 1910 e 1920,
arquitetos, engenheiros e construtores como Jlio Conti, Alberto Borelli, Michele
Caselli, Rossi Baptista e Filinto Santoro atuaram em Salvador, destacando-se os dois
ltimos como os mais importantes na poca.
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Raphael Rebechi um dos primeiros profissionais italianos que se sabe que chegou
ao Brasil. Depois podemos destacar, Antnio Virzi, possua um ateli em Salvador que
fabricava blocos de cimento balaustrados e peas em madeiras e projetou um teatro
municipal para Salvador. Segundo Antonio Virzi a obra do teatro Virzi traria cimento
armado e estrutura metlica que seria importada dos Estados Unidos, porm este
edifcio no foi construdo, tendo somente a fundao construda, devido a problemas
financeiros e polticos da poca (PUPPI, 2010).
O italiano Alberto Borelli projetou poucas obras em Salvador, mas foi autor do
Gabinete Portugus de Leitura e autor de um projeto para um prdio hospitalar. Jlio
Conti era o responsvel pelas obras governamentais em Salvador antes de Filinto
Santoro. Ele participou da parte inicial de construes importantes como o palcio Rio
Branco e o corpo de Bombeiros, responsvel tambm pelo projeto da Igreja da Ajuda,
da Impressa Oficial, do Instituto Histrico e
Geogrfico e reformas e projetos de prdios entre os anos de 1917 e 1921,
reformando e modernizando fachadas de ruas centrais (PUPPI, 2010).
Andrade Junior (2007) afirma que o destaque entre os projetistas italianos que
atuaram nesta poca na Bahia vo para Rossi Baptista e Filinto Santoro, que atuaram
de forma massiva em Salvador entre os anos de 1910 ao incio de 1920.
Filinto Santoro, formado na Real Escola de Aplicao em Npoles na Itlia, chegou ao
Brasil em 1889, passando pela capital Federal, posteriormente no Espirito Santo,
Amazonas e no Par. Em cada lugar destes deixou o seu legado construtivo de forma
importante (PUPPI, 2010).
Em 1913 Santoro se estabeleceu na Bahia. Seu primeiro trabalho foi no antigo
Mercado Modelo, e logo depois no projeto do Quartel de Bombeiros. Entre os anos de
1916-1920 ele foi responsvel por edifcios pblicos. Santoro foi o substituto de outro
italiano, Jlio Conti, que trabalhava no projeto ecltico do Palcio Rio Branco (Figura
1) e tambm do Corpo de Bombeiros. Sendo assim, Filinto Santoro foi o responsvel
por finalizar os principais edifcios governamentais da cidade: o Palcio Rio Branco e o
palcio da Aclamao. Filinto ainda projetou o antigo teatro Kursaal-Bahiano, na praa
Castro Alves, onde antes seria construdo o teatro de Virzi. O teatro de Filinto tinha a
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fachada principal tripartida e com predomnio da parte central, com presena da janela
termal, elemento de vrios edifcios eclticos de Salvador (PUPPI, 2010).
Figura 1: Palcio Rio Branco
Fonte: (ANDRADE JUNIOR, 2007)
Rossi tambm construiu a Associao dos Empregados do Comrcio e reformou o
edifcio da Companhia Aliana da Bahia (PUPPI, 2010).
Grande parte dos edifcios construdos pelos italianos no sculo XX possua uma
fachada tripartida tendo como referncia o eixo vertical a partir da porta principal, para
uma simetria perfeita. Com inteno de sempre destacar esta parte do prdio,
reforando a verticalidade. possvel notar este elemento no palcio Rio Branco, que
possui a fachada principal tripartida e com valorizao central, e tambm nota-se no
palcio da Aclamao, obra resultante da reforma do edifcio (PUPPI, 2010).
Na decorao das fachadas notam-se elementos como colunas, frontes, pilastras,
frisos e elementos de flora e fauna, que vinham distribudos de acordo com os desejos
do arquiteto, aplicados sobre as reas de fachada, comumente aplicada no ecletismo.
Em fachadas principais, as decoraes ocupavam mais espaos e, em fachadas
secundrias espaos menores, definindo uma hierarquia de fachadas (PUPPI, 2010).
Correia (2011) explica que do mesmo modo que h a presena de ornatos nos
interiores dos ambientes surgem tambm nas fachadas externas, que simboliza uma
das expresses da fase ecltica.
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3.4. Sobre as influncias trazidas da Itlia
Com o crescente esforo de pesquisadores sobre a preservao de bens histricos
que representam o patrimnio histrico de uma nao, so maiores os estudos sobre
a origem dos edifcios e das tcnicas construtivas que foram aplicadas nele, e s
ento se consegue melhorar e buscar uma maneira de preserv-los com respectivas
tcnicas e respeitando o momento histrico no qual foi implantado que de
fundamental importncia para a identidade do pas. Diversos estudos tm ampliado
este conhecimento sobre as tcnicas utilizadas s quais sero apresentadas algumas
da poca ecltica e possveis presena da arquitetura italiana.
Os autores Peres (2008), Melo e Ribeiro (2007), Noble e Valentim (2011), Ribeiro
(2003) e Santos (2007) realizaram pesquisas sobre a tecnologia construtiva difundida
na Itlia no sculo XIX e/ou tecnologia aplicada no Brasil. Na poca ecltica os
trabalhos destes autores so baseados em outras regies, porm pode-se analisar
algumas tcnicas utilizadas tambm em edifcios na Bahia devido a falta de materiais
especficos para a Bahia, apesar da possibilidade de existir alguma mudana regional
na tcnica ou na forma de construir.
Peres (2008) cita que se tratando da parte estrutural eram presentes: paredes
portantes de pedra ou tijolos, paredes no portantes de estuque e paredes no
portantes nas platibandas. O uso de alvenarias com tijolos cermicos nas paredes
externas auxiliavam para reduzir as espessuras das paredes de pedra que eram
utilizadas e facilitava a execuo e ligao entre os elementos, com planos de
assentamento regulares, devido as suas faces. A porosidade dos tijolos cermicos
melhorava a coeso com a argamassa, logo um melhor acabamento do reboco.
Para Melo e Ribeiro (2007) de forma estrutural, o emprego de ferro laminado ou
fundido era associado ao interior da construo, inserido em alicerces e/ou para
conformar colunas e vigas de sustentao, geralmente encontrado dentro de
alvenarias, sendo exposto somente em alguns casos pontuais, os quais alcanam
maiores vos e possuem um carter decorativo.
Melo e Ribeiro (2007) explica que, de maneira geral, j se encontrava a presena do
concreto em fundaes quando a importao do cimento Portland permitia a execuo
destas estruturas. Normalmente um concreto mais bruto que utilizava pedras de
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maiores dimenses. Com relao s fundaes, Ribeiro (2003) relata que elas podiam
ser rasas em concreto do tipo vala e que circundassem as paredes perimetrais da
construo. Ainda ocorria de o empreiteiro prever a possibilidade das fundaes
serem profundas e para isso tinha como soluo a introduo de toras de madeira
para trabalhar como estacas de atrito, que era um mtodo utilizado pelos antigos
romanos.
Com relao s paredes no portantes divisrias que utilizavam o estuque a autora
Peres esclarece:
O termo da lngua italiana conhecido como stucco, cujo plural stucchi foi empregado at o sc. XVI para rebocos a base de cal area e p de mrmore utilizados no preenchimento de vazios ou fendas de uma superfcie, na criao de ornatos em relevo, ou simplesmente para dar acabamento em uma parede plana. A partir da, o termo foi empregado indiferentemente s argamassas base de cal e s argamassas a base de gesso para fazer ornatos, cornijas, pilastras, msulas, capitis e cassetoni per soffitti (quadros decorativos nos tetos) (PERES, 2008).
A autora relata que esta tcnica era utilizada tambm em outros pases europeus, mas
que no recebia esta denominao.
Para Noble e Valentim (2011), o estuque presente nas paredes internas e externas se
difere quanto composio das argamassas. Nas paredes exteriores de estuque, a
argamassa proveniente da mistura de cal, areia e gua, pode ser acrescentada a uma
pequena quantidade de p de mrmore, que garantia uma maior resistncia. Com a
chegada do cimento este foi incorporado a essa mistura. Nas paredes internas de
estuque, a tcnica construtiva descrita pelos autores: dava-se a partir da
justaposio horizontal de fasquias de madeira, seja bambu ou palmeira, presos a
uma estrutura vertical composta por barrotes de madeira, que unidos com a
argamassa, vinham a substituir os tijolos. Nas ornamentaes internas de estuque o
material utilizado requintado, delicado e sensvel a intempries - o gesso. J nas
ornamentaes externas de estuques so um material resistente, durvel e menos
sensvel as intempries.
Melo e Ribeiro (2007) acrescenta ainda que os estuques eram empregados tambm
em forros, aplicados em ambientes mais nobres com possibilidades decorativas na
execuo de ornatos.
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Os autores Peres (2008), Noble e Valentim (2011) relatam ornatos de argamassa em
relevo no exterior e interior das edificaes deveriam ser executados com cuidados
para a colocao das armaduras nos ornatos. So necessrias armaduras de
sustentao, ancoradas com pinos de ferro ou fios de arame, quando h a presena
de ornatos maiores e mais pesados como capitis, festes e modernaturas. Os
ornatos menores eram colados com massa de estuque.
As esttuas eram moldadas em cimento ou em cermica alouada montadas sobre as
platibandas ou frontes das construes. Esses elementos enriqueciam e davam
imponncia s construes e atendia aos interesses da classe burguesa em
exteriorizar as suas ideologias e poder econmico (SANTOS, 2007).
Os acabamentos das estruturas eram em alvenarias revestidas com argamassa de
cal. A argamassa mais utilizada era a base de cal, tanto no emboo e no reboco, e do
leite de cal usado na pintura, uma tcnica recorrente. O cimento Portland j era
presente nas construes, mas era um produto importado e no muito utilizado ainda
(MELO e RIBEIRO, 2007).
Com relao aos arcos que geram a cpula serem semicirculares, pode-se dizer que a
abbada esfrica e, se estes arcos forem abaulados, pode-se dizer que uma
cpula abaulada. As abbadas podem ser construdas com pedras, tijolos cermicos,
argamassa aplicada sobre tramado de madeira, canas ou telas metlicas fixadas no
madeiramento. As abbadas que so feitas com estuque so apenas decorativas, os
arcos em estruturas de madeira recebem o estuque na superfcie interna. As
abbadas de tijolos ou de pedras podem receber ou no revestimento, possuindo
variadas formas (Peres, 2008).
A cobertura da edificao deveria resistir s influncias atmosfricas e aos perigos de
incndio, sendo geralmente superfcies planas inclinadas intencionadas pela cumeeira,
a forma mais simples de estrutura de sustentao a tesouras em italiano chamadas
de capriata (Peres, 2008).
A facilidade de importao de diferentes materiais ampliava as possveis solues de
telhados podendo ter diferentes aspectos. Em construes mais modestas, a mudana
limitada nas peas de madeira que obtinham um acabamento mais perfeito, com a
execuo de tesouras que eram caractersticas marcantes do perodo. O uso de
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platibandas decoradas era comum a fim de esconder o telhado. Foram possveis
maiores inclinaes do telhado com a presena da ardsia e de revestimentos
metlicos na construo (MELO; RIBEIRO, 2007).
A poca ecltica foi marcada pela presena e a facilidade de utilizar novos materiais
importados, principalmente elementos metlicos e o cimento Portland. Neste perodo
ecltico a utilizao do concreto ainda era muito rudimentar, apenas empregada de
forma pontual, geralmente um concreto mais bruto (MELO; RIBEIRO, 2007).
O autor Oliveira (1983) realizou um trabalho de pesquisa de um dos locais de
Salvador-BA, no edifcio do Palcio Rio Branco, um dos mais importantes do seu
centro histrico, analisando a estrutura do Palcio, descrito brevemente abaixo.
Com um breve histrico, pode-se analisar que em 1549 foi construdo o primeiro
edifcio em taipa e barro. Em 1647 o arquiteto Philippe Guiteau atribui pedra e cal ao
segundo palcio. Em 1661 substitudo pelo arquiteto Pedro Garim que participa da
verso seiscentista do Palcio Rio Branco. Em 1900 assumem a obra o engenheiro
Alexandre Maia Freire Bittencourt e o arquiteto Antnio Lopes Rodrigues. Em 1912
teve um bombardeio na cidade de Salvador que danificou a construo, onde abrigava
a Biblioteca Pblica do Estado, a primeira do Brasil, que foi destruda pelo fogo. As
reformas foram iniciadas pelo arquiteto italiano Jlio Conti e o engenheiro Arlindo
Cardoso Coelho. Em 1916 houve a segunda etapa da reforma do Palcio e quem
assume o engenheiro-arquiteto italiano Filinto Santoro, com a exploso da primeira
grande guerra. Em 1914 inibiu o andamento das obras devido quantidade de
material que era importado da Europa. Em 1919 foi inaugurada a reforma do Palcio
Rio Branco. Em 1978 houve um desabamento do forro de estuque e com ele os
elementos decorativos que adornavam este forro foram substitudos por uma
moldagem em fibra de vidro. Em 1981 houve um outro desabamento, agora do forro
da escadaria principal, e foi previsto um projeto para que restaurasse e consolidasse o
forro original do incio do sculo que este estudo de Oliveira.
Oliveira (1983) comenta sobre a composio da fachada, com presena de prtico
toscano, um elemento clssico. A escadaria nobre, em metal e vidro totalmente
importada da Europa, os pisos e espelhos do degrau so de vidro armado
internamente com uma tela romboidal, que caracterizam uma obra de carter ecltico.
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Todo o espao monumental da escada possua um forro de estuques com
modernaturas e pintado com alegorias.
Oliveira (1983) em seu estudo encontrou com toda probabilidade que o aglomerante
utilizado na argamassa de estuque foi o cimento, com uma colorao muito mais clara
que as argamassas de cimento atual, provavelmente a utilizao de cimentos
importados da Europa que eram mais claros devido ao teor e qualidades usados na
poca. A figura abaixo mostram o palcio Rio Branco entre 1910 e 1912.
Sobre o perodo colonial no Brasil, sobre as fortificaes, foram encontrados poucos
registros sobre as construes na Bahia nesta poca, mas pelo que se sabe sobre as
tcnicas que j eram utilizadas em pases europeus, que enfrentavam guerras muito
antes do surgimento do Brasil, os engenheiros militares estrangeiros vinham
geralmente dos pases da Holanda, Frana e Itlia.
A fase do ecletismo foi marcada pelo desejo de mudar, foi em uma poca de transio
entre perodos, o pas saa do perodo colonial para a Repblica e a elite burguesa
queria mudar o estilo das fachadas, perdendo um pouco da herana colonial
Portuguesa. Observa-se que a fase ecltica deixou aberta aos arquitetos e
engenheiros um leque de escolhas sobre estilos em pocas anteriores, que
coincidiram com a fase em que muitos italianos chegavam ao Brasil, a troca de mo
de obra que saa da poca escravista para a presena de mo de obra assalariada.
Comprovou-se atravs desse estudo que os imigrantes so portadores de novas
tcnicas e conhecimentos diferenciados, que foram aproveitados pelos brasileiros,
alm da mo de obra, entre a grande variedade de estilos a escolher, muitos
gostavam de seguir a linha italiana.
4. CONCLUSO
s construes no Brasil sofreram forte influncia das tcnicas italianas desde
o perodo colonial com as tcnicas para construo de importantes
fortificaes.
No entanto, destaca-se a influncia exercida pelos italianos no perodo ecltico, com o
uso de blocos de cimento balaustrados e peas em madeiras, composio em arcos e
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cpula, fachada tripartida tendo como referncia o eixo vertical a partir da porta
principal, para uma simetria perfeita, entre outros.
Nas obras avaliadas neste trabalho - a exemplo do Gabinete Portugus de Leitura,
Palcio Rio Branco,