revista da gestão escolar

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Page 1: Revista da Gestão Escolar
Page 2: Revista da Gestão Escolar
Page 3: Revista da Gestão Escolar

ISSN 2316-7610

Page 4: Revista da Gestão Escolar

RICARDO VIEIRA COUTINHOGOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA

RÔMULO JOSÉ DE GOUVEIAVICE-GOVERNADOR

MÁRCIA DE FIGUEIRÊDO LUCENA LIRASECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

APARECIDA DE FÁTIMA UCHOA RANGELGERENTE EXECUTIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

ANA CÉLIA LISBOA DA COSTAGERENTE EXECUTIVA DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL

IÁRA ANDRADE DE LIMAGERENTE DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

JERUSA PEREIRA DE ANDRADEASSESSORIA PEDAGÓGICA

PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

HUMBERTO BARBOSA DO NASCIMENTOIVANÊ LEITE DE ANDRADEIVONETE NUNES MACHADOJÚLIA GISLÂNDIA DE ARAÚJOMARINEIDE LEITE MAIA MELOTHIAGO RAFAEL SOARES DE SOUZA GUEDESVALDA AVELINO ALVES

Page 5: Revista da Gestão Escolar

RICARDO VIEIRA COUTINHOGOVERNADOR DO ESTADO DA PARAÍBA

RÔMULO JOSÉ DE GOUVEIAVICE-GOVERNADOR

MÁRCIA DE FIGUEIRÊDO LUCENA LIRASECRETÁRIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

APARECIDA DE FÁTIMA UCHOA RANGELGERENTE EXECUTIVA DA EDUCAÇÃO INFANTIL E ENSINO FUNDAMENTAL

ANA CÉLIA LISBOA DA COSTAGERENTE EXECUTIVA DO ENSINO MÉDIO E PROFISSIONAL

IÁRA ANDRADE DE LIMAGERENTE DO PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

JERUSA PEREIRA DE ANDRADEASSESSORIA PEDAGÓGICA

PROGRAMA DE AVALIAÇÃO

HUMBERTO BARBOSA DO NASCIMENTOIVANÊ LEITE DE ANDRADEIVONETE NUNES MACHADOJÚLIA GISLÂNDIA DE ARAÚJOMARINEIDE LEITE MAIA MELOTHIAGO RAFAEL SOARES DE SOUZA GUEDESVALDA AVELINO ALVES

Page 6: Revista da Gestão Escolar
Page 7: Revista da Gestão Escolar

CARO(A) EDUCADOR(A),

Como parte do todo que é a Secretaria de Estado da Educação, você é agente de uma construção coletiva,

baseada na troca de saberes e experiências, que prima pela formação de sujeitos preparados para (re)

posicionar-se diante do marcante dinamismo da sociedade atual.

Acreditamos que seu trabalho é da maior relevância para o Sistema de Avaliação da Educação da Paraíba

- Avaliando IDEPB, um dos projetos do Plano de Gestão Paraíba Faz Educação, que visa não só obter

informações sistematizadas sobre o desempenho escolar e estabelecer parâmetros de leitura e divulgação

de informações, mas prioritariamente, fomentar o movimento de ação-refl exão-ação para investigar

a prática pedagógica, de modo que as análises apontem caminhos para superação das demandas de

ensino e de aprendizagem no cotidiano escolar.

Na construção da lógica de que avaliação não é um mero complemento do processo educativo, porém,

é parte integrante e permanente da ação diária que precisa ser pensada, temos a incumbência de, num

plano maior, redimensionar as políticas públicas, para a melhoria contínua da educação. Nesse percurso,

nos deparamos com conceitos e valores que mexem com concepções didáticas construídas ao longo da

nossa prática, sendo imprescindível nos apropriarmos de conhecimentos e experiências nessa temática.

Por conseguinte, acreditamos ser essencial que abandonemos preconceitos, hábitos arraigados e abramo-

nos para acolher mais serenamente as diversidades, para que continuemos verdadeiramente no caminho

da melhoria da Educação da Paraíba e seguindo sempre em frente.

São dois anos de Avaliando IDEPB. Nesta revista, apresentamos os resultados da segunda edição-2013,

que se permitem ser analisados comparativamente com os de 2012. São dados para serem divulgados e

debatidos, uma vez que sinalizam desafi os de gestão, docência e currículo.

Somos gratos aos professores, técnicos, gestores e estudantes contribuintes dessa segunda edição do

Avaliando IDEPB, que culmina com a produção dessa revista destinada aos educadores da rede estadual

de ensino. Cada um individualmente e todos coletivamente somos responsáveis pelo êxito dessa proposta

inovadora de avaliação no contexto escolar da Paraíba. Por isso mesmo, estamos fazendo nossa parte

com muito cuidado e contamos com sua parceria para aprimorá-la por meio de seu trabalho, responsável,

competente e crítico.

Márcia de Figueiredo Lucena Lira,

Secretária de Estado da Educação

Page 8: Revista da Gestão Escolar

SUMÁRIO

EXPERIÊNCIA EM FOCO PÁGINA 10

AS RELAÇÕES ENTRE O CLIMA ESCOLAR E O DESEMPENHO ESTUDANTIL PÁGINA 16

O DESAFIO DA GESTÃO ESCOLAR AVALIAÇÃO E QUALIDADE DO ENSINO PÁGINA 08

Page 9: Revista da Gestão Escolar

OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

PÁGINA 42

EFICÁCIA ESCOLAR: DESAFIO DE GESTÃO PÁGINA 28

PADRÕES DE DESEMPENHO PÁGINA 39

EXPERIÊNCIA EM FOCO PÁGINA 22

Page 10: Revista da Gestão Escolar

1

Cara Equipe Gestora, a Revista da Gestão Escolar oferece informações gerais sobre a participação dos estudantes na

avaliação e os resultados de proficiência alcançados, apresentando, de modo sintético, os Padrões de Desempenho

estudantil, além de discussões em prol de uma educação de qualidade.

O DESAFIO DA GESTÃO ESCOLAR AVALIAÇÃO E QUALIDADE DO ENSINO

A cidadania está ancorada nas metas públicas

de uma educação de qualidade. Isso porque o

indivíduo se torna cidadão não apenas quando o

direito fundamental à vida lhe é assegurado, mas

também quando está capacitado ao exercício da

democracia, de modo a participar do destino da

sociedade. Nesse sentido, a escola é uma das

instâncias de referência para a formação deste

sujeito crítico e ativo, sendo o papel formador um

desafio para a gestão escolar. As atuais diretrizes

federais propõem às instituições públicas de ensino

autonomia no seu processo de decisões, tanto do

ponto de vista pedagógico quanto financeiro.

Para garantir uma aprendizagem de qualidade,

é preciso, antes de tudo, fazer um diagnóstico

da educação nas redes de ensino que indique

quais ações educacionais e gerenciais devem ser

tomadas, função desempenhada pela avaliação

em larga escala. Para que as ações sejam

concretizadas em prol da excelência do sistema

educacional, faz-se necessário que gestores,

professores, estudantes e comunidade escolar

conheçam, entendam e se apropriem de seus

resultados. As informações obtidas subsidiam

a elaboração de políticas públicas voltadas à

melhoria do processo de ensino-aprendizagem e

ao planejamento de propostas pedagógicas que

possam propiciar o avanço necessário.

Embora recente, a avaliação em larga escala no

Brasil tem um respaldo legal. A Lei de Diretrizes

e Bases da Educação Nacional de 1996 (LDB/96),

em seu artigo 9º, inciso VI, estabelece que cabe à

União assegurar o processo nacional de avaliação

do rendimento escolar na Educação Básica e

Superior, em colaboração com os sistemas de

ensino, objetivando a definição de prioridades

e a melhoria da qualidade da educação. Neste

contexto, as principais avaliações no país são

o Sistema Nacional de Avaliação da Educação

Básica (Saeb), o Exame Nacional do Ensino Médio

(Enem) e o Exame Nacional de Desempenho

de Estudantes (Enade), que integra o Sistema

Nacional de Avaliação da Educação Superior

(Sinaes). Ao monitorar a qualidade do ensino, as

08 Avaliando IDEPB 2013

Page 11: Revista da Gestão Escolar

TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e

tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de

qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e

3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua

Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua

trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que

apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012 2013

68,7% 74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815

Nº efetivo de estudantes 47.260

% de Participação 68,7

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861

Nº efetivo de estudantes 48.909

% de Participação 74,3

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e

tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de

qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e

3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua

Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua

trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que

apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012 2013

68,7% 74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815

Nº efetivo de estudantes 47.260

% de Participação 68,7

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861

Nº efetivo de estudantes 48.909

% de Participação 74,3

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

TRAJETÓRIA

O SISTEMA PARAIBANO DE AVALIAÇÃO

O Sistema Estadual de Avaliação da Educação da Paraíba foi criado em 2012 e

tem seguido o propósito de fomentar mudanças em busca de uma educação de

qualidade. Em 2013, os estudantes do 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e

3ª série do Ensino Médio, 4º ano do Curso Normal foram avaliados em Língua

Portuguesa e Matemática. Na linha do tempo a seguir, pode-se verifi car sua

trajetória e, ainda, perceber como tem se consolidado diante das informações que

apresentam sobre o desempenho dos estudantes.

2012 2013

68,7% 74,3%

Nº previsto de estudantes 68.815

Nº efetivo de estudantes 47.260

% de Participação 68,7

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

Nº previsto de estudantes 65.861

Nº efetivo de estudantes 48.909

% de Participação 74,3

Etapas Avaliadas 5º Ano EF

9º Ano EF

3ª Série EM

avaliações fornecem aos gestores um importante

diagnóstico para embasamento de políticas

públicas educacionais nas instâncias federal,

estadual e municipal.

A partir dessa perspectiva, a Secretaria de Estado

da Educação (SEE), em parceria com o Centro

de Políticas Públicas e Avaliação da Educação

da Universidade Federal de Juiz de Fora (CAEd/

UFJF), divulga os resultados do Sistema Estadual

de Avaliação da Educação da Paraíba. A Revista

da Gestão Escolar oferece informações gerais

sobre a participação dos estudantes na avaliação

e os resultados de proficiência alcançados,

apresentando, de modo sintético, os Padrões de

Desempenho Estudantil, além de discussões em

prol de uma educação de qualidade. Também

são disponibilizados nesta Revista depoimentos,

baseados em relatos de experiência com o

coordenador da avaliação e com um diretor de

escola da rede de ensino, de modo a aproximar a

apropriação dos resultados à prática educacional.

Revista da Gestão Escolar 09

Page 12: Revista da Gestão Escolar

É preciso ter dados verdadeiros, sérios, sobre

o resultado do trabalho que a escola oferece à

comunidade estudantil

Francisca Gisleine Candido de Sousa

Diretora da Escola Normal Estadual Ministro José Américo de Almeida

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PELO FIM DA EVASÃO E REPROVAÇÃO ESCOLAR

“Não escolhi, fui escolhida”, assim se expressa

Francisca Gisleine Candido de Sousa quando

perguntada sobre sua profissão, tamanha é

sua dedicação ao ofício. Educadora há dez

anos, licenciada em Letras e pós-graduada em

Metodologia do Ensino Médio, Francisca é hoje a

atual diretora da Escola Normal Estadual Ministro

José Américo de Almeida, do Município São João

do Rio do Peixe, na Paraíba.

A escola oferece aos seus 503 estudantes, o

Ensino Fundamental II e o Ensino Médio, na

modalidade Normal. Para isso, conta com um

corpo docente de 30 professores e 21 funcionários.

Todo esse universo é dirigido por Francisca, uma

gestora incansável na luta pelo fim da evasão e da

reprovação escolar.

“Os desafios são inúmeros, porém os maiores

são a evasão e a reprovação escolar, por mais

que a escola se organize, trabalhe projetos,

ainda não conseguimos diminuí-los, mas estamos

trabalhando com esta finalidade”, desabafa

a gestora.

Nesta empreitada, Francisca lança mão dos

recursos oferecidos pelas avaliações externas.

Em sua escola, os resultados são discutidos

coletivamente com o “objetivo de intervir no

processo educativo a fim de melhorar a parte

pedagógica, ou seja, o processo de ensino e

aprendizagem” ressalta Francisca.

10 Avaliando IDEPB 2013

Page 13: Revista da Gestão Escolar

GESTÃO COMPARTILHADA

Para a gestora, os resultados das avaliações

contribuem para que a escola amadureça

pedagogicamente. Isso acontece em função da

alta confiabilidade dos instrumentos utilizados

para aferir a proficiência do estudante. “É preciso

ter dados verdadeiros, sérios, sobre o resultado

do trabalho que a escola oferece à comunidade

estudantil”.

O esforço coletivo é muito valorizado na gestão

de Francisca. A cada divulgação de resultados,

ela reúne sua equipe para a proposição de

encaminhamentos. Vale dizer que, não só, a

avaliação externa é contemplada nas propostas

pedagógicas, mas também a avaliação interna.

“Sempre nos planejamentos, os professores

discutem os resultados tanto da avaliação externa

como interna e buscam trabalhar de forma que os

resultados melhorem a cada dia”.

Deste modo, gestão e corpo docente colaboram

mutuamente construindo uma relação de confiança.

Quando atuam em conjunto, as ações passam

a ser mais integradas produzindo, portanto, um

clima mais favorável ao aprendizado do estudante.

Ainda que os resultados não sejam os esperados,

professores e gestão buscam respostas na

comparabilidade dos resultados atuais com o de

anos anteriores.

“Reuni todos e fizemos uma comparação com os

resultados anteriores, e a partir desse momento,

começamos a desenvolver um trabalho voltado

para o ensino-aprendizagem através de projetos,

principalmente, nas disciplinas português e

matemática”, declara Francisca.

A socialização dos resultados, entre os membros

da comunidade escolar, é considerado um dos

momentos mais preciosos, segundo a gestora.

Trata-se de um espaço de reflexão sobre práticas,

saberes e propostas. “No planejamento anual

ou semanal sempre discutimos sobre possíveis

melhorias no desenvolvimento do processo

educativo e na forma de avaliação contínua.

Momentos como esses são muito oportunos para

repensar nossas práticas”, conclui Francisca.

Na Escola Normal Estadual Ministro José Américo

de Almeida, a gestão é compartilhada e claramente

direcionada para a melhoria dos indicadores

de qualidade do ensino. Firme no propósito

de combater a evasão e a reprovação escolar,

Francisca não espera, procura. Procura ajuda,

informação e experiência. Em sua caminhada

coletiva, ela segue aprendendo, propondo

mudanças e realizando projetos.

Revista da Gestão Escolar 11

Page 14: Revista da Gestão Escolar

Os professores utilizam as avaliações para

planejar atividades diversificadas, desenvolvendo,

assim, a capacidade de ler, escrever e interpretar de

seus estudantes

Petrucia Tomaz Fernandes

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental de Bandarra

QUANTO MAIS REALIZAÇÕES, MELHOR!

Diretora há três anos, a professora Petrucia Tomaz

Fernandes é licenciada em Geografia, especialista

em Educação Profissional e mestranda em Ciências

da Educação. Entusiasta das questões que cercam

o universo escolar, a gestora vem investindo

sistematicamente em sua formação. “Sempre me

identifiquei com a educação, cresci querendo ser

professora. Essa profissão me completa. Com o

passar dos anos a gestão tem sido minha grande

paixão”, declara.

Petrucia é professora e gestora. Ela divide seu

tempo entre as redes estadual e municipal de

ensino, de São João do Rio do Peixe, na Paraíba.

Como gestora, atua na Escola Estadual de Ensino

Fundamental de Bandarra que atende a 176

estudantes, distribuídos em três turnos. Atenta às

demandas contemporâneas, acredita num modelo

educativo que seja capaz de renovar o papel

da escola. Segundo ela, “a escola hoje precisa

ajudar o estudante a transformar informação

em conhecimento, percebendo como esse

conhecimento o ajudará a atuar mais criticamente

na sociedade em que vive”.

Envolvida com a proposta de elevar os índices

de qualidade do ensino em sua escola, Petrucia

faz bom uso das informações que recebe das

avaliações externas. “A avaliação externa é uma

importante ferramenta de análise e reflexão de

resultados, os quais podem ser utilizados para

o fortalecimento dos padrões de qualidade da

educação”, sintetiza a gestora.

A mobilização em torno dos resultados é

muito valorizada entre os profissionais da

escola. Professores, estudantes, funcionários e

comunidade conhecem a dinâmica de divulgação,

participam das reuniões e estabelecem metas, a

partir do diagnóstico do desempenho estudantil.

“Sempre fazemos a mobilização da comunidade

escolar para a efetivação do processo avaliativo

12 Avaliando IDEPB 2013

Page 15: Revista da Gestão Escolar

externo, e o meu papel, enquanto gestora,

é de articular as melhores condições para a

realização desse processo. Ou seja, conversar

com toda equipe escolar e com os estudantes

mostrando a importância desse momento para o

desenvolvimento e fortalecimento das redes de

ensino”, conta Petrucia.

A equipe escolar está afinada com os instrumentos

utilizados nas avaliações externas. A partir deles,

os professores repensam práticas pedagógicas

e buscam soluções para os casos críticos de

aprendizagem. Nesse sentido, o planejamento

escolar monitora o desenvolvimento dos

estudantes nas disciplinas e reorienta determinadas

estratégias de ensino. Para a diretora, “os

professores utilizam essas avaliações para planejar

atividades diversificadas desenvolvendo assim, a

capacidade de ler, escrever e interpretar de seus

estudantes”.

UMA VIA DE MÃO DUPLA

Em termos gerais, avaliação externa e escola

colaboram entre si. Essa parceria fortalece os

objetivos educacionais propostos na gestão

de Petrucia. Segundo ela, “a escola pode e

deve utilizar os resultados da avaliação em seu

planejamento coletivo”. A realização de simulados,

por exemplo, é uma estratégia que vem sendo

adotada, com a finalidade de tornar os testes mais

familiares aos estudantes. Esses por sua vez, se

sentem importantes ao representar a escola e

poder contribuir para a criação de parâmetros

entre as instituições de ensino avaliadas.

A partir das avaliações externas, muitas

intervenções pedagógicas começam a surgir na

dinâmica da escola. Petrucia conta, entusiasmada,

sobre o impacto de algumas iniciativas na melhoria

dos resultados acadêmicos dos estudantes.

“Especificamente neste ano de 2013, a escola já

desenvolveu alguns projetos que possibilitam

o desenvolvimento efetivo da aprendizagem.

Por exemplo, o projeto Eu conto, tu contas, nós

contamos e recontamos e o Problematizando com

a Geometria”. Todos eles voltados para a prática

da leitura e escrita, produção de textos, raciocínio

lógico e problemas matemáticos.

Iniciativas como essas enriquecem,

pedagogicamente, o cotidiano dessa escola,

promovendo trocas e descobertas valiosas entre

seus pares. Na gestão de Petrucia, os inúmeros

projetos refletem a disposição de uma equipe

motivada e de uma gestora comprometida com o

sucesso escolar.

Revista da Gestão Escolar 13

Page 16: Revista da Gestão Escolar

Quando os resultados são divulgados, é motivo de

grande alegria, de comemoração, é hora de fazermos

as comparações, ouvirmos as análises

Maria Rosimar Gomes dos Santos Rodrigues

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental Professor José Bento

AVALIAÇÕES EXTERNAS: UM DIAGNÓSTICO PELA CIDADANIA

Formar cidadãos críticos e conscientes, preparados

para o mercado de trabalho, é a missão da diretora

Maria Rosimar Rodrigues, que atua na Escola

Estadual de Ensino Fundamental Professor José

Bento, em Santa Helena, no sertão da Paraíba.

“Como pedagoga, sempre fui apaixonada pela

educação, e sempre vejo que se pode fazer

diferente”, acredita. Há dez anos atuando com

gestora, Maria Rosimar procura fazer o melhor

que pode com os recursos de que dispõe. Junto

com a diretora, uma equipe de 16 professores e

17 funcionários atende aos 263 estudantes de

sua escola.

Os objetivos da avaliação externa realizada pelo

estado estão na ponta da língua da gestora. “Trata-

se de uma avaliação realizada na escola por órgãos

representativos do governo, a fim de se obter o

perfil das instituições de ensino e do trabalho, ora

desenvolvido pelos seus envolvidos”, explica.

Maria Rosimar enxerga positivamente a avaliação.

Em sua visão, a divulgação dos resultados ajuda a

verificar se as expectativas em relação à escola e

seu trabalho estão condizentes com o desempenho

dos estudantes. Essa prática, para a pedagoga, é

importante no desenvolvimento do processo de

ensino e aprendizagem. “É através das avaliações

externas que se retrata a imagem do que se ensina

e se aprende na escola”, considera Rodrigues.

14 Avaliando IDEPB 2013

Page 17: Revista da Gestão Escolar

REFLETIR PARA APRIMORAR

Maria Rosimar pensa que a avaliação externa

deve ser entendida como processo, e não como

fim. “Através dos resultados, podemos traçar

novas metas a serem alcançadas, uma forma de

crescermos a cada dia enquanto instituição de

ensino da rede pública”, reflete a pedagoga.

Como diretora, Rodrigues acredita que tem a

obrigação de coordenar a mobilização da escola

em favor da avaliação, através de incentivo e

preparação para o processo. A divulgação dos

resultados também é intensa, feita através de

reuniões pedagógicas, exposição de cartazes

e faixas nas dependências da escola, em redes

sociais e emissoras de rádio da região.

“Quando os resultados são divulgados, é motivo

de grande alegria, de comemoração, é hora de

fazermos as comparações, ouvirmos as análises.

Isso ajuda muito a credibilidade da escola e nos

incentiva a fazer melhor”, destaca a gestora. Muitas

vezes, são traçados projetos de intervenções a

partir desses dados.

Maria Rosimar vê, nas avaliações externas, um

incentivo à implementação de ações voltadas para

a melhoria do processo de ensino / aprendizagem,

uma vez que os professores, sabendo do

diagnóstico que será realizado, desejarão

demonstrar o progresso de seus estudantes.

Exemplos reais aconteceram quando, a partir da

reunião de estudos sobre os resultados e detecção

dos pontos de melhoria, foi desenvolvido um

projeto interdisciplinar dinâmico de incentivo à

leitura com os estudantes do 2º ao 5º ano, e um

estudo sobre as regiões brasileiras dividido entre

as turmas, que repassaram o conhecimento umas

às outras.

Revista da Gestão Escolar 15

Page 18: Revista da Gestão Escolar

2

• O clima escolar

Mais do que analisar os resultados da

avaliação educacional em larga escala,

cabe aos profissionais envolvidos com

a educação compreender quais são os

fatores que se associam ao desempenho

estudantil e escolar; em que medida esta

associação ocorre; e quais, dentre estes

fatores, estão ao alcance da ação escolar,

podendo, desta maneira, ser apropriados

e utilizados por escolas e redes de ensino

com o intuito de melhorar a qualidade da

educação ofertada na Paraíba.

O conjunto de fatores que afetam o

desempenho de estudantes e escolas é

amplo e é importante que identifiquemos

quais são eles e o que cada um deles

tem a oferecer para nossas redes e

escolas. Entre os fatores associados

ao desempenho que estão ao alcance

da ação escolar, um dos que mais se

destacaram, em 2012, foi o clima escolar.

Mas, afinal, o clima escolar diz respeito a

quê, especificamente?

O clima escolar, muitas vezes chamado

de ambiente escolar, é um conjunto de

características psicológicas, sociais e

culturais de uma determinada escola, que

afeta a aprendizagem e o desempenho

dos estudantes. Ele é composto por uma

série de elementos estruturais, pessoais

e organizativos da escola, que interagem

através de um processo dinâmico. O

resultado das interações deste processo

é o clima escolar, um ambiente próprio,

uma espécie de estilo singular da escola,

que influencia, significativamente, a forma

como a escola desenvolve e conduz seus

processos educativos.

AS RELAÇÕES ENTRE O CLIMA ESCOLAR E O DESEMPENHO ESTUDANTIL – UM ENFOQUE SOBRE AS NORMAS ESCOLARES

16 Avaliando IDEPB 2013

Page 19: Revista da Gestão Escolar

Esta concepção do clima escolar põe

ênfase nas interações. Ou seja, o

clima escolar está relacionado, das

mais variadas maneiras, às interações

estabelecidas no interior da escola. Isso

envolve as relações que se dão entre os

atores escolares, como os professores, os

estudantes, os diretores, os funcionários,

e mesmo os pais e a comunidade, quando

presentes na escola. No entanto, as

interações que constituem o clima escolar

não ocorrem somente entre pessoas.

As relações entre os agentes escolares

e a instituição como um todo, com sua

infraestrutura física, com as normas que

regem suas ações, com a organização

da escola, entre outros aspectos, são

elementos muito importantes para a

constituição do clima escolar.

No entanto, como medir o clima escolar?

Afinal, não há nenhum instrumento

específico que nos diga se o clima

na escola é bom ou ruim. Para tanto,

é preciso construir indicadores que

nos permitam uma aproximação para

mensurar o clima da escola. Isto é feito

através da coleta de informações sobre a

percepção que estudantes, professores e

diretores possuem acerca das interações

na escola. Ou seja, o clima escolar não

é medido diretamente, mas através da

percepção que as pessoas têm em relação

às interações estabelecidas no ambiente

escolar. Desse modo, o questionário

contextual, aplicado juntamente com os

testes cognitivos, é fundamental, pois

ele será o instrumento que fornecerá

as informações necessárias para a

construção desta medida de clima escolar.

O clima escolar, além de ser baseado nas

percepções que os agentes escolares

têm de suas interações na escola e com

a escola, pode ser medido não como um

bloco único de percepções, referente a

um fenômeno homogêneo. Na verdade,

o clima escolar pode ser dividido

em diferentes contextos, todos eles

importantes e partes componentes do

clima, mas com características diversas.

Os contextos do clima escolar são:

Contexto imaginativo: este contexto

envolve a percepção do ambiente

escolar no que diz respeito ao incentivo à

criatividade e à imaginação, percebendo

ou não a escola como um local onde os

agentes escolares se sentem estimulados

Revista da Gestão Escolar 17

Page 20: Revista da Gestão Escolar

a compreender e a experimentar o mundo a partir

de suas próprias percepções e concepções;

Contexto instrucional: envolve as percepções

dos atores acerca da orientação acadêmica no

contexto da instrução do ensino. No caso dos

estudantes, como eles percebem o interesse, ou o

desinteresse, dos professores pela aprendizagem,

e também se o ambiente é propício para atingir os

objetivos educativos e adquirir habilidades;

Contexto inter-relacional: este contexto está

relacionado com a percepção da qualidade e da

frequência com que as relações entre os atores

são estabelecidas no ambiente escolar, bem como

a percepção acerca da preocupação, no nível dos

estudantes, que professores e diretores têm diante

de seus problemas e dificuldades. Ou seja, diz

respeito ao contexto de qualidade interpessoal de

confiança e bem estar entre os agentes;

Contexto normativo: envolve as percepções

acerca do nível de participação dos agentes no

estabelecimento das regras que coordenarão

suas ações, além da percepção sobre o efetivo

cumprimento das normas na escola.

A divisão do clima escolar nestes quatro contextos

é didática e importante para a análise que permite

fazer em relação aos diferentes elementos que

compõem a percepção do clima na escola. No

entanto, na prática, estes contextos se influenciam

e se relacionam de forma muito próxima, de

modo que vários elementos se apresentam

como componentes de mais de um contexto ao

mesmo tempo.

Em regra, o clima escolar tende a ser entendido,

única e exclusivamente, a partir de seu contexto

inter-relacional, ou seja, a partir das relações

estabelecidas entre as pessoas no interior da

escola. Não há dúvida de que este é um elemento

importante para a composição do clima escolar,

mas não é o único.

• O cumprimento das normas escolares nas escolas da Paraíba

Para a Paraíba, nos concentramos na análise dos

efeitos do contexto normativo do clima escolar.

Este contexto está relacionado com as normas

da escola, em como elas são criadas e em como

elas são cumpridas. No primeiro caso, se trata de

investigar o processo de criação das normas, se

de forma compartilhada, envolvendo diferentes

atores escolares, ou se de maneira centralizada,

através de que processos, entre outros aspectos.

No segundo caso, o objetivo é investigar se, na

percepção dos estudantes, o cumprimento das

normas ocorre e em que medida isso é feito. É

sob este segundo enfoque que a percepção do

contexto normativo do clima escolar está sendo

aqui analisada.

Para a construção do índice de percepção do

contexto normativo do clima escolar, para a Paraíba,

tendo como base os questionários aplicados

aos estudantes, no bojo do Sistema Estadual de

Avaliação da Educação da Paraíba, utilizamos as

seguintes variáveis:

• A escola é uma bagunça. Ficam muitos

estudantes do lado de fora da sala

fazendo barulho.

18 Avaliando IDEPB 2013

Page 21: Revista da Gestão Escolar

• Quando alguém me ameaça ou agride, não

adianta reclamar na direção. Tudo continua do

mesmo jeito.

• A turma demora a fazer silêncio, depois que

o(a) professor(a) entra em sala;

• Durante as aulas, há muito barulho e bagunça,

o que atrapalha quem quer estudar.

• Por qualquer motivo, os estudantes são

colocados para fora da sala pelo professor;

• Perdemos muitas aulas porque o professor falta

com frequência.

Todas estas questões estavam dispostas nos

questionários dos estudantes e contavam com

quatro alternativas de resposta, organizadas

em uma escala de concordância decrescente,

conforme disposição a seguir:

• Concordo muito

• Concordo pouco

• Discordo pouco

• Discordo muito

As respostas de cada uma destas variáveis

receberam valores distintos e foram reorganizadas,

em seguida, em uma escala que varia de 0 a

10. Através da escala, três grupos de respostas

foram criados, de acordo com a percepção dos

estudantes em relação ao clima escolar, em sua

dimensão normativa. Os grupos de percepção são:

• Percepção de que o contexto normativo do

clima escolar é ruim, segundo os estudantes.

• Percepção de que o contexto normativo do clima

escolar é razoável, segundo os estudantes.

• Percepção de que o contexto normativo do

clima escolar é bom, segundo os estudantes.

Para facilitar a análise, as escolas foram divididas

em três grupos diferentes, de acordo com o

valor que agregaram a seus estudantes. O valor

agregado de cada escola foi estabelecido de

acordo com a comparação entre o desempenho

médio esperado para a escola, tendo em vista

a condição socioeconômica média de seus

estudantes, e o desempenho de fato obtido pela

escola, com base nos resultados de 2012 para

Matemática, no Sistema Estadual de Avaliação da

Educação da Paraíba. Os grupos de escolas por

valor agregado são:

• Escolas sem valor agregado: são aquelas cujo

desempenho esperado para elas é menor ou

igual ao desempenho que elas, efetivamente,

obtiveram nas avaliações. No gráfico a seguir,

estão representadas pela cor azul;

• Escolas com baixo valor agregado: são aquelas

cuja diferença entre o desempenho observado

e o desempenho esperado para elas é maior

do que zero e menor do que 12,5 pontos de

proficiência (um quarto do desvio padrão).

No gráfico a seguir, estão representadas pela

cor vermelha;

• Escolas com alto valor agregado: são aquelas

cuja diferença entre o desempenho observado

e o desempenho esperado para elas é maior

do que 12,5 pontos de proficiência (um quarto

do desvio padrão). No gráfico a seguir, estão

representadas pela cor verde.

Revista da Gestão Escolar 19

Page 22: Revista da Gestão Escolar

Gráfico: Percepção do contexto normativo do clima escolar e valor agregado

Como podemos observar no gráfico anterior,

na medida em que avançamos nos grupos de

percepção do clima escolar, maior se torna o

percentual de escolas que agregam muito valor

a seus estudantes. Isso quer dizer que, quanto

melhor a percepção do clima escolar, em sua

dimensão normativa, por parte dos estudantes,

maior o percentual de escolas que agregam valor

para o aprendizado de seus estudantes.

No grupo de escolas cujos estudantes percebem

o contexto normativo do clima escolar como ruim,

78,6% das escolas não agregam valor algum a seus

estudantes, ao passo que 12,5% delas agregam

pouco valor e apenas 8,9% agregam muito valor.

Quando analisamos o grupo de escolas cujos

estudantes percebem o clima escolar, em sua

dimensão normativa, como razoável, podemos

perceber uma significativa mudança. O percentual

de escolas que não agregam valor a seus

estudantes cai para 37,6%, enquanto que o

percentual de escolas que agregam muito valor

sobe para 32,3%. As escolas que agregam pouco

valor representam 30,1% do total.

As mudanças continuam a ser percebidas quando

nossa análise recai sobre o grupo de escolas cujos

estudantes melhor avaliam o contexto normativo

do clima escolar. Neste grupo, o percentual de

escolas que não agregam valor é de 27,2%. Para

as escolas que agregam pouco valor, o percentual

é de 17%, ao passo que 55,8% delas agregam

muito valor.

A análise do gráfico é clara. Quanto melhor a

avaliação do clima escolar, tendo em vista o

cumprimento das normas, maior o percentual de

escolas que agregam valor a seus estudantes. Isso

significa que o clima escolar, em sua dimensão

normativa, é um fator importante associado ao

desempenho dos estudantes na Paraíba. Mas,

como então, o contexto normativo do clima se

relaciona com a gestão escolar?

• A gestão e seu vínculo com o clima escolar

A gestão escolar passou por muitas modificações

ao longo dos últimos anos, em relação a sua

concepção e a suas formas de efetivação. De

um administrador da escola, dedicado às tarefas

burocráticas e logísticas, o gestor tornou-se uma

figura central para a condução de processos

relacionais e pedagógicos no ambiente escolar.

Esta modificação se relaciona com a percepção

de que a gestão escolar, além das atividades

administrativas, é muito importante para o

desenvolvimento de atividades pedagógicas na

20 Avaliando IDEPB 2013

Page 23: Revista da Gestão Escolar

escola. Além disso, a construção e a manutenção

de bons relacionamentos na escola podem ser

pensadas, também, como atribuições de um gestor

comprometido com a escola.

Diante disso, o gestor escolar vê seu papel sendo

desempenhado, pelo menos, em três grupos

distintos de atividade, mas igualmente importantes.

As atividades administrativas, o desenvolvimento

de boas relações entre os atores escolares e a

condução de processos pedagógicos na escola

são atribuições da gestão escolar contemporânea.

Permeando estes diferentes aspectos, está o

princípio da gestão democrática, que postula

que a condução das atividades na escola, sejam

elas administrativas ou pedagógicas, deve ser

levada a cabo através da abertura à participação

de todos os atores envolvidos com a escola e por

meio de ampla publicidade em relação à tomada

de decisões.

Com base nestas atribuições da gestão, podemos

perceber sua relação com o clima escolar. O

estabelecimento de um clima escolar favorável

à aprendizagem se relaciona a vários fatores,

entre eles, à forma como o gestor conduz os

processos de tomada e efetivação de decisões

na escola, à maneira como conflitos são dirimidos,

à forma como as relações são estabelecidas.

Entre os componentes do clima escolar, como

vimos, existem aqueles que estão associados ao

cumprimento e efetivação das normas. A gestão

é um elemento fundamental para que as normas

sejam cumpridas, gerando, por sua vez, um

ambiente de confiança e segurança nos demais

atores escolares, em especial, nos estudantes.

A partir disso, e do entendimento de que a percepção

do clima escolar está associada ao desempenho

estudantil, podemos reconhecer a importância do

papel do gestor e do estabelecimento de um clima

escolar favorável à aprendizagem dos estudantes,

o que, por sua vez, é um fator preponderante

para que a escola obtenha um bom desempenho.

Trata-se do reconhecimento da importância de

uma gestão da escola, no lugar de uma gestão

na escola.

Revista da Gestão Escolar 21

Page 24: Revista da Gestão Escolar

O mundo, que sonhamos e precisamos, necessita

ser construído e pensado a partir da escola, e,

para isso, devemos integrar todos os âmbitos da

sociedade.

Sandra de Medeiros Santos

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fudamental e Médio Antonio Coelho Dantas

EXPERIÊNCIA EM FOCO

PARA A GESTORA A EDUCAÇÃO É O CAMINHO POSSÍVEL PARA REALIZAR AS MUDANÇAS QUE A SOCIEDADE MAIS NECESSITA

Entusiasmada com a possibilidade de realizar

mudanças efetivas na sociedade por meio da

educação, Sandra de Medeiros Santos, diretora

da Escola Estadual de Ensino Fundamental e

Médio Antonio Coelho Dantas, no Município de

Nova Palmeira, na Paraíba, percebe a avaliação

externa como um importante instrumento para a

orientação e o direcionamento do projeto político

pedagógico da escola.

De acordo com a diretora, todo o debate e

discussão em torno da avaliação externa têm

trazido melhoras significativas para a escola o que

já é possível perceber pelo crescimento do último

IDEPB, tanto do 9º ano do Ensino Fundamental,

como também das turmas da 3ª série do Ensino

Médio. Para Sandra, esse crescimento é fruto

dos debates e do comprometimento de toda a

equipe escolar que busca traçar metas, planejar

ações e compartilhar com a comunidade escolar

os resultados alcançados pelos estudantes e as

ações planejadas e realizadas a partir dos mesmos.

Um ponto importante para o qual Sandra Santos

chama a atenção é o fato de que, mesmo com

os significativos avanços que a escola vem

obtendo nas avaliações, é preciso refletir sobre

as dificuldades e as necessidades de melhoria.

E isso é feito de maneira também coletiva, cuja

participação da comunidade escolar é constante

e efetiva, motivada pelo fato de que a escola tem

22 Avaliando IDEPB 2013

Page 25: Revista da Gestão Escolar

se mostrado preocupada com o desempenho e a

aprendizagem dos seus estudantes.

As metas estabelecidas pela/para a escola

não levam em consideração apenas os seus

próprios resultados, mas buscam compará-los

aos resultados de outras escolas. Sandra acredita

que essa comparação é salutar para a escola, na

medida em que estimula a melhorar a qualidade

da educação ofertada. Segundo ela, "ninguém

quer ficar conhecido como uma escola de baixo

padrão, não é isso que se quer oferecer para a

comunidade".

A postura da equipe da E. E. Antonio Coelho Dantas

demonstra amadurecimento e comprometimento

bastante significativos em relação à importância

e aos objetivos das avaliações externas. Isso

fica claro na maneira com que a escola trabalha

seus resultados, envolvendo os professores e

a comunidade, estimulando os estudantes e

reavaliando suas propostas a partir do perfil dos

estudantes e da escola. Tudo isso articulado a

uma proposta curricular coerente, de acordo

com as orientações da GRE de Cuité e com

os Parâmetros Curriculares Nacionais. Alguns

exemplos práticos dessa postura, citados pela

diretora, são as diferentes estratégias para garantir

a aprendizagem dos estudantes e obter melhores

resultados nas avaliaçõers, dentre elas: as aulas

extras, oficinas e plantão de dúvidas. Tudo isso,

articulado à proposta curricular da escola.

Sandra, que é gestora há apenas sete meses,

vê com bastante otimismo o trabalho que a

equipe vem realizando, sobretudo em relação

às contribuições das avaliações. Fruto disso é o

aumento significativo da procura por matrículas, na

escola, pelas famílias, que buscam uma educação

de qualidade para seus filhos.

Nesse curto período, Sandra tem trabalhado,

juntamente com sua equipe, para melhorar ainda

mais a escola e, para isso, desenvolve diferentes

ações. Segundo a diretora, a avaliação externa

"veio como uma conquista de tudo o que a escola

vem passando".

Nesse sentido, Sandra e a equipe da E. E. Antonio

Coelho Dantas têm buscado fazer com que a escola

cumpra seu papel social que, segundo ela, deve

extrapolar os muros da escola, pois "o mundo, que

sonhamos e precisamos necessita ser construído e

pensado a partir da escola, e, para isso, devemos

integrar todos os âmbitos da sociedade".

Revista da Gestão Escolar 23

Page 26: Revista da Gestão Escolar

O consenso existente na escola é o de que somos

capazes de produzir frutos cada vez melhores.

José Euflávio da Silva

Diretor da Escola Estadual de Ensino Fundamental André Vidal de Negreiros

BOAS PRÁTICAS GERAM BONS RESULTADOS

A Escola Estadual de Ensino Fundamental André

Vidal de Negreiros está localizada na zona urbana

da cidade de Cuité, no Estado da Paraíba. Nela,

estudam 872 estudantes que são assistidos por

um grupo de 48 professores, fortemente engajado

na luta pela qualidade do ensino paraibano.

José Euflávio da Silva é o diretor da escola e batalha

diariamente para atingir as metas educacionais

estabelecidas, ainda que as condições de trabalho

não sejam as mais adequadas. Para ele, “além do

papel de educar, a escola deve preparar os seus

estudantes para uma sociedade cada dia mais

competitiva, sem perder de vista os princípios

éticos”, declara.

As ações pedagógicas, de modo geral, sofreram

um impacto positivo com a chegada das

avaliações externas. Além disso, segundo o

diretor, a avaliação tem sido percebida pela

comunidade escolar como um ponto positivo. “A

escola desenvolve um cuidado maior para com os

estudantes, e isso tem se refletido diretamente nos

índices alcançados”, ressalta José Euflávio. Nesse

sentido, a comunidade fica satisfeita ao ver os

filhos progredindo nos estudos, a partir do trabalho

realizado pela instituição da qual fazem parte.

Não só a gestão, mas também os professores se

beneficiam do potencial que os resultados das

avaliações revelam. Cada um, a seu modo, recorre

aos recursos disponíveis mais apropriados com

a finalidade de ampliar o leque de atividades

pedagógicas significativas para o aprendizado

do estudante. Consequentemente, foram

desenvolvidos inúmeros projetos pedagógicos

com base nos resultados das avaliações internas e

externas. “Só em 2013, a escola produziu um total

de 35 projetos interdisciplinares”, conta o diretor.

O notório compromisso dos profissionais dessa

escola se reflete nos altos índices alcançados

pelos estudantes nas avaliações externas. O

clima vai se tornando cada vez mais propício às

práticas bem sucedidas. Todos desejam manter as

boas notas e, para isso, se sentem estimulados ao

estudo, às pesquisas e à inovação.

24 Avaliando IDEPB 2013

Page 27: Revista da Gestão Escolar

O esforço coletivo é percebido e valorizado pelo

gestor, o que vem fortalecendo ainda mais o

consenso acerca das questões educativas. "O

consenso existente na escola é o de que somos

capazes de produzir frutos cada vez melhores. A

escola não abre mão dos resultados obtidos nas

avaliações externas. Cada item é discutido pelos

professores no planejamento coletivo da escola,

sempre existe a ressalva de como tal item poderá

ajudar a manter o bom nível já alcançado”, declara

o diretor.

Para que esses índices continuem melhorando,

a equipe gestora tem facilitado o acesso dos

professores a um número significativo de materiais

didáticos. Os recursos estaduais e federais têm

sido mobilizados de forma que a escola seja

atendida em suas necessidades básicas, para que,

assim, os seus profissionais consigam trabalhar

com a maior tranquilidade possível.

Outro aspecto fundamental diz respeito à

divulgação dos resultados. Por meio da rádio local,

de postagens periódicas no blog da escola e o

famoso “boca-a-boca”, a equipe gestora, liderada

por José Euflávio, procura manter a comunidade

sempre bem informada sobre os bons índices

alcançados. Desse modo, não só os profissionais

da escola se sentem reconhecidos, mas também a

comunidade como um todo.

Altas expectativas têm produzido altos índices

nesta escola. O efeito da responsabilização

também assume grandes proporções na medida

em que os profissionais se tornam cada vez mais

confiantes do seu trabalho. De algum modo, é

como se eles não se permitissem mais fracassar.

“No momento em que a comunidade externa

toma conhecimento dos bons resultados obtidos

dentro da escola, aumenta a credibilidade e a

visibilidade da instituição, bem como seu grau de

responsabilidade para com toda a sociedade”,

finaliza o gestor.

Revista da Gestão Escolar 25

Page 28: Revista da Gestão Escolar

A avaliação externa é uma resposta do trabalho

que realizamos enquanto gestores, professores,

funcionários

Maria das Graças Silva Garcia

Diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio José Rolderick de Oliveira

LAÇOS FORTES COM A COMUNIDADE E PARCERIAS INSTITUCIONAIS SÃO AS GRANDES ARMAS PARA A MELHORIA DA EDUCAÇÃO

Maria das Graças Silva Garcia é diretora da

Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio

José Rolderick de Oliveira, localizada em Nova

Floresta, na Paraíba. Responsável por quase mil

estudantes e 65 funcionários, Maria das Graças

destaca a importância das avaliações externas

e das parcerias com outras instituições para o

crescimento da sua unidade escolar. Tal postura

tem rendido importantes frutos, colhidos por meio

da melhoria dos indicadores educacionais - como

o IDEB e o IDEPB -, bem como pela aproximação

da escola com a comunidade.

A diretora reconhece e faz questão de frisar que

esse trabalho não é fruto apenas do empenho

dela, mas também de outros gestores que

buscaram fortalecer o vínculo entre a escola e a

comunidade, buscando a melhoria do desempenho

dos estudantes, segundo ela, fazendo com que

a cada semestre ocorressem “avaliações mais

positivas da comunidade em relação aos trabalhos

desenvolvidos na escola”

Utilizando diferentes formas de divulgação dos

resultados obtidos nas avaliações externas,

inclusive as redes sociais, Maria das Graças

ressalta que os resultados são analisados nas

reuniões pedagógicas e nos conselhos escolar e

de pais, a fim de que as reflexões e sugestões, ali

debatidas, possam fortalecer os planos e metas

da escola: a curto, médio e longo prazo. Esse

é mais um exemplo dado pela diretora sobre

a importância da participação da comunidade

26 Avaliando IDEPB 2013

Page 29: Revista da Gestão Escolar

nos encaminhamentos da escola, a partir dos

resultados das avaliações externas.

Na opinião da diretora, os resultados das avaliações

externas, conjugados com as singularidades de

cada local, contribuem significativamente para a

tomada de decisões na escola. Segundo ela, em

grande medida as avaliações externas são “uma

fonte rica para nos ajudar, não somente como

nossa avaliação institucional, mas também como

norte para a tomada de decisões”.

Para finalizar, a diretora reforça a importância

da utilização dos resultados da avaliação e das

parcerias institucionais, destacando um projeto da

escola com a Universidade de Campina Grande

sobre a utilização e uso da água em tempos de

seca. A sua expectativa é de que, com os “dados

colhidos na avaliação, possamos ter mais um

instrumento na formulação de nossas políticas

educacionais, ferramenta que possibilite o repensar

de nossas práticas cotidianas e nossa relação com

a comunidade ”.

Revista da Gestão Escolar 27

Page 30: Revista da Gestão Escolar

3

As escolas são espaços que promovem interações entre diversos agentes. Nelas atuam

expectativas, perspectivas e visões sobre seus rumos, suas funções, suas melhores

práticas e sobre os melhores métodos para construir um ambiente de promoção da

educação, baseada em valores mais ou menos compartilhados ou compreendidos

pela comunidade escolar. No contexto da discussão sobre a promoção da qualidade

e da equidade nos sistemas educacionais, a conjunção desses fatores deve sempre

visar ao desenvolvimento da aprendizagem para todos os estudantes.

O processo ensino-aprendizagem é mediado por diversos fatores, já amplamente

estudados pelas ciências sociais. Grande parte dos trabalhos se preocupa em

destacar a forte influência que os fatores extraescolares têm sobre os resultados dos

estudantes dentro das escolas. Nosso foco será diferente: enfatizamos a importância

do clima escolar, das disposições e práticas de gestão, e das disposições e práticas

pedagógicas. A consideração dos fatores extraescolares servirá apenas para guiar

comparações mais adequadas sobre os diferentes fatores intraescolares. Afinal de

contas, são os contextos administrativos e pedagógicos das instituições escolares

em que podemos interferir de maneira mais objetiva. Torna-se, então, fundamental

verificar em quais circunstâncias encontramos resultados escolares mais eficazes.

Os resultados a seguir são uma síntese de estudos mais amplos realizados pelos

pesquisadores do CAEd/UFJF. A intenção é dialogar com aspectos práticos da gestão

escolar, partindo de considerações gerais para elementos específicos, de maneira a

possibilitar reflexões direcionadas à melhoria do sistema de ensino.

EFICÁCIA ESCOLAR: DESAFIO DE GESTÃO

28 Avaliando IDEPB 2013

Page 31: Revista da Gestão Escolar

A realidade escolar em números

As formas de mensurar as características das escolas associadas ao sucesso escolar

variam amplamente. Sob a perspectiva das avaliações em larga escala, podemos

mensurar tanto os resultados das escolas quanto os fatores internos e externos

associados ao desempenho dos estudantes. Boas reflexões nascem da consideração

simultânea entre: 1) as características externas dos estudantes relacionadas ao

desempenho, como um controle para comparar contextos semelhantes; 2) as

características administrativas e pedagógicas das escolas capazes de modificar

os resultados; e 3) uma boa medida de desempenho das instituições, nitidamente

associada às finalidades do ensino e à noção de “sucesso escolar”.

Para o trabalho que desenvolvemos a seguir, utilizamos como controle das

características externas dos estudantes o Índice Socioeconômico dos mesmos (ISE),

elaborado a partir de suas respostas ao questionário contextual. Como síntese dos

aspectos administrativos e pedagógicos relevantes das escolas, construímos, com

diferentes fontes de informação, três índices:

1. com base na opinião dos estudantes, um índice sobre a percepção da

convivência e das práticas escolares de uma maneira geral;

2. também com base na percepção dos estudantes, um índice sobre as

disposições e práticas pedagógicas dos professores (que chamamos de

Índice da Dimensão Pedagógica – IDP); e

3. com base na percepção dos gestores, um índice sobre suas próprias disposições

e práticas de gestão escolar (Índice da Dimensão de Gestão – IDG).

Como medida da eficácia, utilizamos o percentual de estudantes nos padrões

Adequado ou Avançado dentro das escolas, em todas as etapas avaliadas. A seguir,

uma breve explicação de cada uma dessas variáveis antes de demonstrarmos os

resultados encontrados.

• O Índice Socioeconômico dos Estudantes – ISE

O ISE nos fornece uma medida comparativa para as condições de vida dos estudantes

avaliados, considerando não só aspectos econômicos, mas também alguns aspectos

sociais e culturais, e fornecendo uma rica medida de controle para fatores externos

classicamente associados ao desempenho escolar.

Revista da Gestão Escolar 29

Page 32: Revista da Gestão Escolar

Para evidenciar como tais condições afetam as escolas, após a elaboração das médias,

criamos duas categorias: escolas com valores baixos e médios1 de ISE; e escolas com

valores mais altos para o ISE. Basicamente, a categoria de valores mais altos abrange

pouco mais de 20% das escolas do sistema. A tabela a seguir mostra a relação entre

o sucesso da escola, medido pela média do percentual de estudantes nos Padrões

de Desempenho Adequado ou Avançado, segundo as categorias criadas para o ISE

dos estudantes nas escolas do estado da Paraíba. Como é de se esperar, a melhor

situação encontra-se nas escolas de ISE alto: sua média é maior, indicando maior

sucesso escolar, e seu desvio-padrão é menor, indicando menor variação em torno

desse sucesso, quando comparadas às escolas de ISE desprivilegiado.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do ISE – Paraíba 2012

ISE médio ou baixo ISE altoMédia 24,4 30,0Desvio-Padrão 20,1 18,8N° de escolas 531 145

• O Índice de Clima Escolar – ICE

Um melhor desempenho dos estudantes depende também da capacidade

das instituições escolares em gerar um ambiente acadêmico Adequado para o

desenvolvimento do conhecimento curricular. Uma forma de mensuração para tanto

é captar a percepção dos estudantes sobre aspectos como convivência, cuidado,

disciplina, exigência acadêmica, interesse e motivação, organização e segurança

dentro da escola. Com as respostas acerca desses aspectos, foi construído o Índice de

Clima Escolar (ICE).

Esse índice traduz em números a opinião positiva dos estudantes em relação ao ambiente

da escola, e sua média é considerada aqui como a medida do clima da instituição.

Para evidenciar as diferenças proporcionadas por essa variável, também criamos duas

categorias: escolas com valores baixos e médios; e escolas com valores mais altos para

o ICE. Basicamente, a categoria de valores mais altos abrange pouco mais de 30% das

1 As categorias dos índices são chamadas de “médio ou baixo” e “alto” por conta dos procedimentos utilizados na formulação dos mesmos. Num primeiro momento, foram construídas três categorias (baixo, médio e alto). De maneira a explicitar com maior ênfase os resultados atingidos pelos índices, optou-se por agregar as categorias “médio” e “baixo”, isolando, com isso, a categoria “alto”. Assim, inserem-se na categoria “alto” apenas aquelas unidades que atingiram os requisitos para tanto, localizando-se dentre os 20% superiores em relação a cada índice.

30 Avaliando IDEPB 2013

Page 33: Revista da Gestão Escolar

escolas do sistema com os maiores valores de ICE. A tabela a seguir mostra a média

do percentual de estudantes nos Padrões de Desempenho Adequado ou Avançado

segundo as categorias criadas para o ICE das escolas do estado da Paraíba.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do ICE – Paraíba 2012

ICE médio ou baixo ICE altoMédia 19,3 39,4Desvio-Padrão 14,5 23,3N° de escolas 465 210

• O Índice da Dimensão Pedagógica – IDP

Esperamos que fatores como a atuação dos professores estejam mais diretamente

relacionados ao processo de aprendizagem dos estudantes. Pensando desse modo,

criamos também um índice a respeito da atuação e disposição pedagógica dos

professores, segundo a percepção dos estudantes.

O índice da dimensão pedagógica também foi construído a partir de afirmações dos

estudantes sobre o comportamento dos professores relacionados à assiduidade, clareza,

abertura para esclarecer dúvidas e ouvir a opinião dos estudantes, persistência ao ensinar

para todos, correção do dever de casa e uso de material didático. Também criamos duas

categorias para esse índice: escolas com valores baixos e médios; e escolas com valores

mais altos para o IDP. Na categoria de valores mais altos encontramos pouco mais de

17% das escolas do sistema com os maiores valores de IDP. A tabela a seguir mostra que,

nas escolas do estado da Paraíba, o sucesso escolar para o grupo com alto IDP é quase

o dobro daquele apresentado pelo grupo com médio ou baixo IDP.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do IDP – Paraíba 2012

IDP médio ou baixo IDP altoMédia 21,7 43,7Desvio-Padrão 15,9 25,5N° de escolas 557 117

• O Índice da Dimensão de Gestão – IDG

O índice da dimensão de gestão foi elaborado com a concordância ou discordância

dos gestores a respeito de afirmações sobre sua própria atitude e comportamento

com relação à centralização ou descentralização da gestão escolar (incluindo ou não a

participação do conselho escolar), a prestação de contas da gestão para a comunidade

Revista da Gestão Escolar 31

Page 34: Revista da Gestão Escolar

escolar, além de diversas dimensões da capacidade discricionária e de iniciativa do

gestor frente a imprevistos e esferas superiores de decisão. A média desse índice

corresponde à percepção de elementos positivos sobre as atitudes e disposições dos

gestores da escola quanto a aspectos de gestão.

Na categoria de valores mais altos encontramos aproximadamente 28% das escolas

do sistema com os maiores valores de IDG. A tabela a seguir mostra apenas uma

pequena diferença de sucesso escolar entre os grupos com alto e médio ou baixo IDG

para as escolas do estado da Paraíba.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado, segundo categoria do IDG – Paraíba 2012

IDG médio ou baixo IDG altoMédia 25,0 27,7Desvio-Padrão 20,1 19,8N° de escolas 479 187

RESULTADOS

Sejamos sistemáticos: vamos avaliar um cenário de cada vez. Em primeiro lugar, é

indispensável considerarmos as características socioeconômicas dos estudantes

dentro das escolas para não beneficiarmos aquelas que recebem estudantes em

condições socialmente favoráveis e penalizarmos escolas que recebem estudantes

em condições socialmente desfavoráveis. Então, em todos os cenários a seguir, iremos

sempre distinguir, dentre as escolas da rede estadual da Paraíba, aquelas com alto

nível de ISE das demais.

Porque nossa ênfase de análise recai sobre os possíveis impactos de diferentes

posturas de gestão escolar, a outra variável que também estará sempre presente em

nossos gráficos será aquela que separa as escolas com um índice da dimensão de

gestão (IDG) alto daquelas com um IDG médio ou baixo.

Para simplificar, precisamos comparar a importância da gestão diante de dois

cenários: em escolas com diferentes condições de clima escolar (ICE); e em escolas

com diferentes condições na dimensão pedagógica (IDP). A finalidade do estudo

permanece a mesma: verificar se existem diferenças de sucesso entre as escolas

diante de diferentes posturas de gestão, sucesso esse medido pelo percentual de

estudantes com valor de proficiência dentro dos padrões Adequado ou Avançado.

32 Avaliando IDEPB 2013

Page 35: Revista da Gestão Escolar

As condições do Índice de Clima Escolar (ICE)

O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas pelo ICE como em baixo

ou médio valor. Em outras palavras, estamos vendo apenas as escolas com clima

escolar desfavorável. Dentro deste grupo, comparamos os gestores segundo o índice

da dimensão de gestão, IDG. Observamos que, para as escolas com ISE desfavorável,

as diferenças na postura de gestão pouco afetam o indicador de sucesso da escola

(menos de 1% de diferença). Esses percentuais são menores do que os observados

para as escolas com ISE considerado alto, conforme o esperado. No entanto, para as

escolas do grupo de ISE alto, aquelas identificadas com uma gestão favorável (alto

IDG) possuem 4,2 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões Adequado

ou Avançado do que aquelas nas mesmas condições de ISE, mas com uma gestão

considerada desfavorável (IDG médio ou baixo).

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com ICE médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Consideremos agora apenas as escolas com valores altos no índice de clima escolar.

O cenário muda: esperamos que as médias do percentual de estudantes nos padrões

Adequado ou Avançado sejam maiores, porque encontramos nessas escolas um clima

mais favorável para o desenvolvimento de posturas e práticas de ensino mais eficazes.

Entretanto, o padrão observado anteriormente permanece.

O gráfico a seguir mostra que, para as escolas com clima escolar favorável, mas com

ISE desfavorável, as diferenças na postura de gestão pouco afetam nosso indicador de

sucesso. Em média, temos 37% de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado

quando os diretores apresentam uma gestão desfavorável (IDG baixo ou médio), e

39,9% quando apresentam uma gestão considerada boa (IDG alto).

Revista da Gestão Escolar 33

Page 36: Revista da Gestão Escolar

No entanto, a maior diferença permanece entre o grupo de escolas com alto ISE: para

as escolas com gestores na categoria de IDG médio ou baixo, a média do percentual

de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado é de 44,9%; para escolas cujos

gestores estão na categoria de IDG alto, essa média é de 52,6%; uma diferença de

7,7 pontos percentuais. Novamente, a diferença entre o grupo com IDG alto e o grupo

com IDG médio ou baixo é maior para aquelas escolas com o ISE considerado alto. As

diferenças tendem a aumentar para os grupos de escolas em melhor clima escolar.

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com ICE alto, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Tudo isso parece muito abstrato se nos afastarmos do significado de nossos índices.

Um questionamento cabível seria: e o que isso tem a ver com o cotidiano da gestão?

Não podemos esquecer que o IDG é um índice que resume uma série de atitudes

do gestor perante a administração escolar. Vejamos a seguir uma ilustração para

essas atitudes.

Dentre as 16 questões presentes na criação do IDG, selecionamos uma para o exercício

abaixo. Aos diretores foi apresentada a seguinte afirmação: “É dever do diretor

questionar e, no limite, não aplicar normas quando os prejuízos para a comunidade

escolar forem evidentes”. Eles responderam em uma escala que vai de “concordo muito”

a “discordo muito” em relação a essa afirmação. Concordar com ela significa esboçar

um senso crítico em relação às normas, uma disposição a preservar as finalidades

da organização escolar em detrimento de seguir “cegamente” regras superiores. O

gráfico mostra que, para ambos os contextos de clima, os grupos de escolas cujos

diretores tenderam a concordar com essa informação apresentam maiores proporções

de estudantes nos Padrões de Desempenho Adequado ou Avançado; ou seja, essa

atitude na liderança da organização estaria associada ao sucesso da escola.

34 Avaliando IDEPB 2013

Page 37: Revista da Gestão Escolar

Associação entre a resposta dos gestores e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado controlada pelo ISE dos estudantes e pelo ICE na escola

As condições do Índice da Dimensão Pedagógica (IDP)

Os novos cenários a serem avaliados dizem respeito agora a diferenças na dimensão

pedagógica das escolas. O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas

pelo IDP com valor baixo ou médio. Ou seja, estamos tratando das escolas em que os

estudantes avaliaram desfavoravelmente as atitudes e disposições dos professores

em relação ao ensino realizado em sala de aula.

Observamos que, para as escolas com ISE médio ou baixo, as diferenças na postura de

gestão pouco afetam o sucesso escolar. Para o grupo de escolas com ISE desfavorável,

a média no percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado é de 20,3%

para o grupo de escolas com gestão desfavorável (IDG médio ou baixo); e 21,4% para

o grupo com gestão considerada melhor (IDG alto): diferença de 1,1%. Conforme as

nossas expectativas, para as escolas no grupo de ISE alto, os percentuais são um pouco

maiores: a média do percentual é de 24,1% quando as escolas apresentam uma gestão

desfavorável (IDG médio ou baixo); e de 29,4% quando apresentam uma melhor gestão

(IDG alto). Uma diferença de 5,3 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões

Adequado ou Avançado em favor das escolas com gestão considerada melhor.

Revista da Gestão Escolar 35

Page 38: Revista da Gestão Escolar

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com IDP médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Mas também existe o cenário em que as escolas foram identificadas como possuindo

um alto índice da dimensão pedagógica. Quer dizer, escolas em que os estudantes

identificaram nos professores uma tendência a apresentar atitudes e disposições

positivas em relação ao ensino em sala de aula. Nesse grupo de escolas esperamos,

obviamente, um sucesso maior porque o corpo docente tende a adotar posturas e

práticas mais favoráveis ao ensino.

No gráfico a seguir, não existe diferença na média do percentual de estudantes nos

padrões Adequado ou Avançado quando comparamos os grupos de escola por tipos

de gestão, para aquelas em condições desfavoráveis de ISE. Para ambos os grupos de

escolas, a média do percentual é de 40,9%.

A maior diferença ainda se encontra entre o grupo de escolas com alto ISE: quando as

escolas estão associadas à gestão desfavorável, a média do percentual de estudantes

nos padrões Adequado ou Avançado é de 54,5%; para escolas cujos gestores estão

na categoria de IDG alto, ou com boa gestão, essa média é de 59,7%; uma diferença de

5,2 pontos percentuais. Novamente, a diferença de sucesso escolar entre os diferentes

perfis de gestão é maior para aquelas escolas com o ISE considerado alto.

36 Avaliando IDEPB 2013

Page 39: Revista da Gestão Escolar

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado em escolas com IDP médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

Mais uma vez precisamos nos lembrar da direta conexão entre a realidade dos

números e a realidade das práticas. Considerando as respostas dos gestores à mesma

afirmação apresentada anteriormente, comparamos a associação entre uma atitude

mais autônoma dos diretores ao vetar regulamentos que prejudiquem a comunidade

escolar e os resultados das escolas nos diferentes contextos da dimensão pedagógica.

Podemos observar que quando o gestor concorda com a afirmação, a tendência é de

um maior sucesso escolar. Essa diferença é especialmente expressiva no grupo de

escolas com IDP alto, mas com ISE médio ou baixo. Até aqui, foi o único resultado

positivo que evidenciou mais as escolas com condições desfavoráveis para o nível

socioeconômico de seus estudantes. Todos os demais foram em favor do grupo de

escolas com mais alto ISE.

Associação entre a resposta dos gestores e o percentual de estudantes nos padrões Adequado ou Avançado controlada pelo ISE dos estudantes e pelo IDP na escola

Revista da Gestão Escolar 37

Page 40: Revista da Gestão Escolar

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em coerência com as análises que respeitam a complexidade e os paradoxos

intrínsecos ao sistema educacional brasileiro, observamos nos resultados das escolas

da Rede Estadual da Paraíba fatores positivos e negativos.

Como grande fator positivo, constatamos diferenças expressivas de sucesso das

organizações escolares para os gestores identificados com atitudes e comportamentos

relacionados à descentralização da gestão escolar (incluindo maior participação do

conselho escolar), a prestação de contas da gestão para a comunidade escolar, e

maior capacidade discricionária e de iniciativa frente a imprevistos e esferas superiores

de decisão. Esse resultado se sustentou em diferentes contextos de condição

socioeconômica, de clima escolar, e de condições pedagógicas na escola.

Como fator negativo, essas diferenças de sucesso estiveram relacionadas

principalmente aos contextos de condição socioeconômica favorável, indicando que

existe uma tendência a que as atitudes e comportamento de gestão se desenvolvam

de modo a reproduzir a desigualdade social através do sistema escolar. Esses indícios

levam a resultados que podem configurar um desequilíbrio na oferta de um ensino de

qualidade equânime para os estudantes.

O desafio, então, é incorporar no cotidiano da gestão escolar, não somente os

elementos favoráveis ao desempenho dos estudantes (melhores condições de clima

escolar, de políticas e práticas pedagógicas positivas, bem como políticas e práticas

de gestão favoráveis), mas também refletir como esses elementos se desenvolvem

no cotidiano escolar. Nossos dados não são conclusivos, mas apontam para um

cenário não desejável: as práticas de gestão favoráveis beneficiam mais os grupos

privilegiados. Nesse sentido, o sistema de ensino do estado da Paraíba envidará

maiores esforços na promoção de uma educação que busque a equidade. Desse

modo, o sistema de ensino do referido estado fortalecerá a gestão escolar, tendo em

vista a garantia da qualidade da educação para todos. O problema apresentado aqui

consistiria em como podemos tornar os elementos da gestão favoráveis à promoção

da qualidade da educação para todos os estudantes.

38 Avaliando IDEPB 2013

Page 41: Revista da Gestão Escolar

4

Esta seção apresenta os Padrões de Desempenho agrupados em quatro níveis, de acordo com

intervalos de desempenho dos estudantes na avaliação. Por meio desses Padrões, é possível

planejar e realizar ações voltadas aos estudantes a partir do nível em se encontram.

Os testes aplicados aos estudantes trazem uma medida de seu desempenho nas

habilidades avaliadas, denominada PROFICIÊNCIA. Os resultados de proficiência

obtidos foram agrupados em quatro PADRÕES DE DESEMPENHO – Abaixo do Básico,

Básico, Adequado e Avançado. Esses Padrões proporcionam uma interpretação

pedagógica das habilidades desenvolvidas pelos estudantes e oferecem à escola

o entendimento a respeito do nível em que eles se encontram. Por meio deles é

possível analisar a distância de aprendizagem entre os estudantes que se encontram

em diferentes níveis de desempenho, do mais baixo ao mais elevado. É importante

atentar-se para os estudantes que estão nos Padrões mais baixos, pois são eles os

mais vulneráveis à evasão e ao insucesso escolar.

Os níveis de proficiência compreendidos em cada um dos Padrões de Desempenho,

para as diferentes etapas de escolaridade avaliadas, correspondem a determinados

intervalos de pontuação alcançada nos testes e estão descritos mais detalhadamente

na Revista Pedagógica desta Coleção. A seguir, são apresentados os Padrões de

Desempenho e suas respectivas caracterizações.

PADRÕES DE DESEMPENHO

Revista da Gestão Escolar 39

Page 42: Revista da Gestão Escolar

Avançado

Adequado

Básico

Abaixo do Básico

O estudante que atingiu este Padrão de Desempenho revela ter

desenvolvido habilidades mais sofisticadas e demonstra ter um

aprendizado superior ao que é previsto para o seu ano escolar.

O desempenho desses estudantes nas tarefas e avaliações

propostas supera o esperado e, ao serem estimulados, podem ir

além das expectativas traçadas.

Neste Padrão de Desempenho, o estudante demonstra ter

adquirido um conhecimento apropriado e substancial ao que

é previsto para a sua etapa de escolaridade. Neste nível, ele

domina um maior leque de habilidades, tanto no que diz respeito

à quantidade, quanto à complexidade, as quais exigem um

refinamento dos processos cognitivos nelas envolvidos.

O estudante que se encontra neste Padrão de Desempenho

demonstra ter aprendido o mínimo do que é proposto para o seu

ano escolar.

Neste nível ele já iniciou um processo de sistematização e

domínio das habilidades consideradas básicas e essenciais ao

período de escolarização em que se encontra.

Neste Padrão de Desempenho, o estudante demonstra

carência de aprendizagem do que é previsto para a sua etapa

de escolaridade. Ele fica abaixo do esperado, na maioria das

vezes, tanto no que diz respeito à compreensão do que é

abordado, quanto na execução de tarefas e avaliações. Por isso,

é necessária uma intervenção focada para que possa progredir

em seu processo de aprendizagem.

PADRÕES DE DESEMPENHO ESTUDANTIL

ÁREA DO CONHECIMENTO AVALIADA

CARACTERIZAÇÃO

Língua Portuguesa até 125 até 200 até 225

Matemática até 150 até 225 até 250

Língua Portuguesa 125 a 175 200 a 250 225 a 275

Matemática 150 a 200 225 a 275 250 a 300

Língua Portuguesa 175 a 225 250 a 300 275 a 325

Matemática 200 a 250 275 a 325 300 a 350

Língua Portuguesa acima de 225 acima de 300 acima de 325

Matemática acima de 250 acima de 325 acima de 350

5º ano do Ensino Fundamental 9º ano do Ensino Fundamental 3ª série do Ensino Médio

40 Avaliando IDEPB 2013

Page 43: Revista da Gestão Escolar

Língua Portuguesa até 125 até 200 até 225

Matemática até 150 até 225 até 250

Língua Portuguesa 125 a 175 200 a 250 225 a 275

Matemática 150 a 200 225 a 275 250 a 300

Língua Portuguesa 175 a 225 250 a 300 275 a 325

Matemática 200 a 250 275 a 325 300 a 350

Língua Portuguesa acima de 225 acima de 300 acima de 325

Matemática acima de 250 acima de 325 acima de 350

INTERVALO NA ESCALA DE PROFICIÊNCIA POR ETAPA AVALIADA

5º ano do Ensino Fundamental 9º ano do Ensino Fundamental 3ª série do Ensino Médio

Revista da Gestão Escolar 41

Page 44: Revista da Gestão Escolar

Legenda explicativa para o quadro de resultados de desempenho e participação

• Resultados: é explicitado o desempenho da escola e das

demais instâncias por disciplina e etapa de escolaridade.

• Edição: ano em que a prova foi aplicada e ao qual o resultado

se refere.

• Proficiência média: grau ou nível de aproveitamento na

avaliação.

• Desvio padrão: medida da variação entre as proficiências

individuais (ou seja, das diferenças de proficiência entre os

estudantes avaliados).

» Considerando um caso hipotético, em que todos

os estudantes de uma mesma escola obtenham

exatamente o mesmo resultado no teste, o desvio

padrão é igual a zero, indicando que não houve

variação de proficiência dentre os estudantes daquela

escola. Valores menores de desvio padrão indicam,

portanto, uma situação mais igualitária dentro da

escola, pois apontam para menores diferenças entre

os desempenhos individuais dos estudantes. Por outro

lado, valores maiores de desvio padrão indicam que

os estudantes da escola constituem uma população

mais heterogênea do ponto de vista do desempenho

no teste, ou seja, mais desigual, de modo que se

percebem casos mais extremos de desempenho, tanto

para mais quanto para menos. Este dado indica o grau

de equidade dentro da escola, sendo muito importante,

pois um dos maiores desafios da Educação é promover

o ensino de forma equânime.

• Nº previsto de estudantes: quantidade de estudantes

calculada para participar da avaliação antes da realização

da prova.

• Nº efetivo de estudantes: quantidade de estudantes que

realmente responderam aos testes da avaliação.

• Participação (%): percentual de estudantes que fizeram o

teste a partir do total previsto para a avaliação.

» Este percentual é importante, pois quanto mais

estudantes do universo previsto para ser avaliado

participarem, mais fidedignos serão os resultados

encontrados e maiores as possibilidades de se

implementar políticas que atendam a esse universo de

forma eficaz.

• % de estudantes por Padrão de Desempenho: percentual de

estudantes que, dentre os que foram efetivamente avaliados,

estão em cada Padrão de Desempenho.

5

OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO

Nesta seção são apresentados os resultados dos estudantes desta escola na avaliação do Sistema Estadual de Avaliação

da Educação da Paraíba.

Para uma interpretação apropriada do desempenho da escola, encontram-se a seguir os resultados de proficiência

média, participação e distribuição dos estudantes por Padrão de Desempenho; bem como análises contextuais, baseadas

nos questionários aplicados junto aos testes. Esses resultados têm como objetivo oferecer à escola um panorama do

desempenho dos estudantes avaliados em todas as etapas de escolaridade e áreas de conhecimento no ciclo 2013.

42 Avaliando IDEPB 2013

Page 45: Revista da Gestão Escolar
Page 46: Revista da Gestão Escolar

REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

Page 47: Revista da Gestão Escolar

PARAÍBA. SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO.

SISTEMA ESTADUAL DE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO DA PARAÍBA – 2013 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação, CAEd.

v. 2 ( jan./dez. 2013), Juiz de Fora, 2013 – Anual.

MELO, Manuel Fernando Palácios da Cunha e; OLIVEIRA, Lina Kátia Mesquita de; REZENDE, Wagner Silveira, SALES, Luciana Netto de.

Conteúdo: Revista da Gestão Escolar.

ISSN 2316-7610

CDU 373.3+373.5:371.26(05)

Page 48: Revista da Gestão Escolar