revista da cip - dez/2012 a jan/2013

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REVISTA DA dez 2012 jan 2013 Uma luz na escuridão: educação e cultura para deficientes visuais kislev tevet shevat 5773 e o movimento judaico liberal

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A Revista da CIP traz atualidades, judaísmo, gastronomia e conteúdo sobre cultura, educação e juventude, além das informações sobre os eventos realizados pela Congregação.

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Page 1: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

REVISTA DA

dez 2012 jan 2013

Uma luz na escuridão: educação e cultura para deficientes visuais

kislev • tevet • shevat 5773

e o movimento judaico liberal

Page 2: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

Participe do coral da CIP, formado por voluntários que adoram cantar músicas judaicas e MPB.Não é necessário ser profissional.

Solte a voz, venha cantar e se divertir!

Quartas-feiras, das 20h30 às 22h, na CIP,com o maestro Felipe Grytz

Informações: [email protected](11) 2808.6299

Em 2013 solte sua voz!

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Começo este meu editorial com alegria e preocupa-ção. Alegria pelo trabalho que estamos empreendendo na CIP e preocupado com a situação em Israel.

Em Iom Kipur falei sobre inovação dentro da comu-nidade e, ao mesmo tempo, respeito pelas nossas tradi-ções. E busquei mostrar que os desafios atuais não são novos. Mas que precisamos encarar a inovação buscan-do as necessidades atuais de nossa comunidade sem esquecer nosso passado. Toda a equipe da CIP se de-dicou muito para este momento, quando temos a gran-de maioria de nossos sócios dentro de casa. Se, por um lado, temos muitos dos nossos sócios frequentando so-mente uma vez, é nesta vez que percebemos que nosso trabalho vale muito a pena. Neste momento único onde reforçamos, juntos, a continuidade do judaísmo.

A novidade é que, para 5774, o salão do Centro de Eventos São Luis não estará disponível. Esperamos em janeiro comunicar a todos nossos sócios onde será o serviço religioso que tradicionalmente era re-alizado na rua Luis Coelho.

Estamos começando uma mudança na parte mu-sical da CIP, buscando um serviço mais participati-vo. Neste novo formato, teremos uma maior parti-cipação do público, e estamos criando novos grupos corais. Venham aos shabatot conhecer as primeiras mudanças no modelo.

Há um esforço também no sentido de abrir a CIP para a comunidade como um todo. Queremos evitar a replicação de esforços e buscar uma comunidade que melhor dialogue entre si. Fizemos diversos eventos juntos com a Comunidade Shalom e a Sinagoga Beth El, e anunciamos agora uma parceria com o Colégio I. L. Peretz. Nesta última, estamos apoiando os alu-

Diálogo com a comunidade

SÉRGIO KULIKOVSKYPRESIDENTE

nos do Peretz inicialmente nos cursos de Bar-mitsvá (que serão oferecidos nas instalações da escola) com o intuito de fortalecer ainda mais a juventude de nossa comunidade. E falando de juventude, não se esqueçam das inscrições das colônias, machanot e acampamen-tos que estão a pleno vapor. Em julho tivemos mais de 450 jovens e algumas atividades com lotação esgotada!

O Lar das Crianças da CIP, para celebrar os 75 anos de trajetória, lançou um livro contendo depoi-mentos de jovens que por lá passaram durante sua história. Isto foi feito no evento realizado em no-vembro junto com a Casa de Amparo.

Chanucá é a festa das luzes e, nesta edição, fala-mos sobre as diversas formas de se iluminar. Fala-mos sobre uma melhoria do serviço infantil durante as Grandes Festas; sobre como iluminar alguém que não pode ver, mas pode enxergar; sobre a recordação às vitimas do Holocausto, para que não deixemos esta escuridão pairar novamente em nossos dias; sobre como investimos hoje nesta juventude para que te-nham olhos abertos e dirijam com intensidade nossa comunidade e persistam no futuro.

Comemoramos no mês de novembro a cerimônia da Smichá de nosso Rabino Uri. Uma cerimônia em Jerusalém, de muita alegria, mas que num momento de emoções conflitantes. Estamos muito preocupados com os acontecimentos atuais em Israel. Defendemos Israel e sua necessidade de defesa e renovamos nossa esperança de convivência em paz e harmonia.

Participe do coral da CIP, formado por voluntários que adoram cantar músicas judaicas e MPB.Não é necessário ser profissional.

Solte a voz, venha cantar e se divertir!

Quartas-feiras, das 20h30 às 22h, na CIP,com o maestro Felipe Grytz

Informações: [email protected](11) 2808.6299

Em 2013 solte sua voz!

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ONDE ESTOU EU?

E perguntou Deus: “Onde você está?” (Gênesis, capítulo 3)Natureza, morte e renovação são os temas do período que serão encontrados nesta

edição da Revista da CIP. Em dezembro celebramos Chanucá e em janeiro teremos

o Dia de Recordação das Vítimas do Holocausto e a festa talmúdica de Tu b’Shevat.

Na primeira, nos lembramos da renovação de Jerusalém e da luz de seu tem-

plo. Na segunda ocasião lembramos a matança sistemática e a perda irreparável

durante a Shoá e, na terceira, o chamado ‘aniversário das árvores’.

Gostaria de propor um enfoque humano e responsável dos três eventos. Uma

leitura que pergunte com coragem: “Como me posiciono eu, como indivíduo,

como judeu e como membro da CIP e da humanidade, diante desses eventos?”.

Sugiro que olhemos para Chanucá não como a festa do milagre do azeite, que

é apenas uma pequena lenda que ocupa uma linha do Talmud, e sim como a fa-

çanha dos macabeus, documentada em vários livros e pesquisas, que escolheram

o desafio de pegar a sua história nas mãos e sacrificar suas vidas para recuperar

sua autodeterminação.

Do mesmo modo, no Dia de Recordação das Vítimas do Holocausto, ao nos

enfrentarmos com a tragédia, proponho evitar a tentação de apenas especular

com a pergunta de “Onde estava Deus?” - sempre imprescindível e sem respos-

ta - e nos focarmos na pergunta de onde estava o homem e onde ele está hoje a

respeito da Shoá.

Por fim, que em Tu b’Shevat não nos contentemos com saber que os antepas-

sados celebravam a natureza com gratidão, e sim verifiquemos o nosso vínculo

com ela hoje.

A CIP, como comunidade liberal, teve sempre por vocação fazer história, in-

tervir na sua história à luz dos valores judaicos e fazer a diferença. Proponho

continuar essa linha.

Em Chanucá, nos perguntarmos o que fazemos para desenvolver nossa liber-

dade judaica. Diante da Shoá, valorizarmos e reforçarmos nosso posicionamento

político local e internacional. E, em Tu b’Shevat, não nos contentarmos com

um plantar simbólico, por vezes em locais que não precisam dele. Em vez disso,

verificarmos onde realmente podemos fazer diferença no cuidado da natureza e

do planeta em geral. O que nos cabe fazer em prol da sustentabilidade de nossa

herança recebida e em prol de sua transmissão.

Sairemos de férias, descansaremos e nos encontraremos com nossas famílias,

com paisagens e com o tempo. Voltemos depois com as forças renovadas com

vontade sincera de participar na significação e no aprimoramento de nossas his-

tórias e de nossas vidas. UM FORTE ABRAçO,RABINO RUBEN STERNSCHEIN

PresidenteS é r g i o K u l i k o v s k y

RabinatoM i c h e l S c h l e s i n g e rR u b e n S t e r n s c h e i nU r i L a m

Vice-presidente de Relacionamento com o SócioTa t i a n a H e i l b u t K u l i k o v s k y

Diretora de Comunicação e MKTL a u r a F e l d m a n

Colaboradores desta edição: A b r a h ã o K e r z n e rA n d r é a K u l i k o v s k yA n d r é i a H o t zA n i t a E f r a i mD é b o r a S o rG u i t a F e l d m a nL o r e n a Q u i r o g aM a d r i c h i m d a A v a n h a n d a v aM i c h e l S c h l e s i n g e rR u b e n S t e r n s c h e i nTa m a r a S i e b n e r F r a n k e nT h e o H o t zU r i L a m

Editora e jornalista responsávelA n d r é i a H o t z ( M T B 6 1 . 9 8 1 )

MarketingS i m o n e R o s e n t h a l

Projeto Gráfico J a m D e s i g n

FotosArqu i vo C IP e Shu t te rs tock

Esta é uma publicação da Congregação Israelita Paulista. É proibida a reprodu-ção total ou parcial de seu conteúdo. Os artigos assinados são de inteira respon-sabilidade de seus autores e não necessa-riamente representam a opinião da CIP.F a l e c o m a C I PPA B X : ( 1 1 ) 2 8 0 8 . 6 2 9 9c i p @ c i p . o r g . b rw w w . c i p . o r g . b r

Administrativo/Financeiro: (11) 2808.6244Comunicação: (11) 2808.6256Diretoria: (11) 2808.6257Escola Lafer: (11) 2808.6219Juventude: (11) 2808.6214Lar das Crianças: (11) 2808.6225Marketing: (11) 2808.6247Rabinato: (11) 2808.6230Relacionamento com o Sócio: (11) 2808-6258Serviço Social: (11) 2808.6211

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Índice

GASTRONOMIA 9

Ataiyef (panquecas sírias)

Receita de Poopa Dwek

CAPA 24

O Iluminismo Judaico e o movimento judaico liberal

texto do rabino Uri Lam

VALORES JUDAICOS 35

O CIAM e a inclusão religiosa de pessoas

com deficiência intelectual

texto do presidente do CIAM, Abrahão Kerzner

S E Ç Õ E S

R E L A C I O N A M E N T O C O M O S Ó C I O 6

R A D A R 8

CULTO 10

ACONTECE 12

LAR DAS CRIANÇAS 16

AÇÃO SOCIAL 18

RABINATO 20

JUVENTUDE 28

ESCOLA LAFER 31

PARALELOS 33

MEMÓRIAS 34

COM A PALAVRA 36

360 GRAUS 38

3 6

9

Page 6: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

6

COLA

COLA

COLA

COLA

COLA

COLA

COLA

Junte os amigos e percorra

o caminho até o shofar.

Recorte os peões e o dados e cole as partes

indicadas. Cada participante é uma cor e quem

tirar o maior número no dado começa o jogo.

O próximo jogador será aquele que estiver

à direita de quem começou. Jogue os dados

e ande o número de casas indicado.

Ganha o jogo quem chegar ao final primeiro.

Siga as instruções das casas e boa diversão.

Isso e muito mais você encontra nas atividades

do Shabat Ieladim e do Shaat Sipur, realizadas

todas as sextas-feiras e sábados na CIP.

Informações: 2808.6214

ou [email protected]

Grandes Festas dos pequenos

Qual o instrumento

que se toca em

Rosh Hashaná?

Pule 2 casas se

acertar a resposta.

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

CIP_kids_GF.pdf 2 9/

11/12 8:31 PM

Aprendizado e continuidade

Este ano, uma das maiores preocupações da CIP para as Grandes Festas foi promover experiências significa-tivas e enriquecedoras também para nossas crianças. Para isso, uma equipe formada pelos rabinos, pelo she-liach André Wajnberg e pela coordenadora dos proje-tos Shabat Ieladim e Shaat Sipur – de conteúdo judaico para crianças -, Rebeka Anbinder, começou a se reunir em fevereiro para desenvolver as atividades.

Enquanto os pais acompanhavam os serviços re-ligiosos de Rosh Hashaná e Iom Kipur, as crianças, acompanhadas da coordenadora do projeto e de ma-drichim da CIP, foram dividias por faixa etária para participar de atividades que abordaram o conteúdo das Grandes Festas de forma prazerosa e lúdica. Hou-ve também um momento de reza e leitura da Torá, adaptado às características dos grupos.

Uma peça teatral, que foi escrita especialmente para a ocasião e apresentada por três atores profis-sionais, foi apresentada para o grupo formado pelas crianças maiores. O texto trouxe uma mensagem so-

por Tamara Siebner Franken, coordenadora de Relacionamento com o SócioR E L A C I O N A M E N T O C O M O S Ó C I O

Grandes Festas dos Pequenos reuniu cerca de 200 crianças em atividades sobre Rosh Hashaná e Iom Kipur

SEMPRE ESTAMOS FAZENDO TANTAS COISAS, SEMPRE CORRENDO DE UM LADO PARA O

OUTRO. POR ISSO DEUS CRIOU MOMENTOS DE PAUSA PARA REFLETIRMOS. A AMIDÁ É UM

DESSES MOMENTOS, ENTÃO VAMOS PENSAR:

1. FRASES BONITAS QUE PODEMOS DIZER ÀS PESSOAS QUANDO QUEREMOS AGRADECER OU

MOSTRAR COMO SÃO ESPECIAIS PARA NÓS.

2. PEDIR A DEUS QUE NOS AJUDE A VIVER EM PAZ, E COMO AJUDAR OS OUTROS A VIVER EM PAZ.

3. COISAS BOAS QUE FAZEMOS E QUE NOS AJUDAM A SER INSCRITOS NO LIVRO DOS ACERTOS.

OSSE HASHALOM BIM’ROMAV, HU IAASSÊ SHALOM ALÊNU VEAL CÓL ISRAEL VEAL COL

IOSHVÊ TEVÊL, VEIMRÚ AMEN.

PEDIMOS A DEUS QUE NOS AJUDE A VIVER EM PAZ COM TODAS AS PESSOAS DO MUNDO E QUE

SEJAMOS INSCRITOS NO LIVRO DOS ACERTOS.

NESTE MOMENTO PEDIMOS A DEUS QUE TENHAMOS UM BOM ANO, QUE PERDOE OS NOSSOS

ERROS, QUE SEJAMOS INSCRITOS NO LIVRO DA VIDA, QUE CURE OS DOENTES E QUE NOS

PROTEJA EM MOMENTOS DIFÍCEIS. PEDIMOS QUE ELE NOS ENSINE A CARIDADE E O AMOR.

AVÍNU MALKÊNU, CHONÊNU VAANÊNU, KI EIN BÁNU MAASSIM,

ASSE IMANU TSEDACÁ VACHÉSSED VEHOSHIÊNU.

NOSSO PAI, NOSSO REI, CONCEDE-NOS GRAÇA E ATENDE-NOS! POIS

CARECEMOS DE BOAS AÇÕES. MOSTRA-NOS CARIDADE E AMOR E SALVA-NOS.

AMIDÁ DE SHACHARIT

OSSE SHALOM

AVINU MALKEINU

Shaná Tová Umetucá!

OSSE HASHALOM BIM’ROMAV, HU IAASSÊ SHALOM ALÊNU VEAL CÓL ISRAEL VEAL COL

IOSHVÊ TEVÊL, VEIMRÚ AMEN.

PEDIMOS A DEUS QUE NOS AJUDE A VIVER EM PAZ COM TODAS AS PESSOAS DO MUNDO E QUE

SEJAMOS INSCRITOS NO LIVRO DOS ACERTOS.

OSSE SHALOM

LEEL ORÊCH DINNESTE MOMENTO, LEMBRAMOS QUE DEUS SABE DE TUDO, INCLUSIVE SOBRE AQUELAS

COISAS QUE QUEREMOS ESQUECER QUE FIZEMOS, QUE QUEREMOS FINGIR QUE NUNCA

ACONTECERAM. POR ISSO É IMPORTANTE TENTARMOS NOS AVALIAR DE UMA MANEIRA

JUSTA, SEM NOS ENGANAR, PORQUE DEUS TAMBÉM ESTÁ VENDO TUDO ISSO.

UVECHEN, LECHÁ TAALE KEDUSHA, KI ATA ELOHÊNU MÉLECH MOCHEL

VESSOLEACH.

QUE EXAMINA OS CORAÇÕES NO DIA DO JUÍZO.

QUE REVELA O OCULTO NO JUÍZO.QUE ENUNCIA A INTEGRIDADE NO DIA DO JUÍZO.

QUE MANIFESTA DISCERNIMENTO NO JUÍZO.

QUE FIELMENTE PRATICA A BENEVOLÊNCIA NO DIA DO JUÍZO.

E ASSIM, POSSA A SANTIFICAÇÃO ASCENDER A TI, POIS ÉS NOSSO

DEUS E REI, QUE ABSOLVE E PERDOA.

LEVOCHÊN LEVATOTO BEIOM DIN LEGOLÊ AMUCOT BADIN.

LEDOVER MESHARIM BAIOM DIN LEHOGUÊ DEOT BADIN.

LEVATIK VEOSSÊ CHESSED BEIOM DIN LEZOCHER BERITÔ BADIN.

LECHOMEL MAASSÁV BEIOM DIN LETAHER CHOSSAV BADIN.

LEIODÊA MACH’SHAVOT BEIOM DIN LECOVESH CAASSÔ BADIN.

Chatimá Tová!

bre relações familiares, brigas, desculpas, respeito e conteúdo a respeito de Iom Kipur.

O projeto propiciou uma importante integração religiosa entre filhos e pais. Cerca de 200 crianças participaram das atividades.

O resultado final superou as expectativas e vá-rios pais comentaram que ficaram felizes e satis-feitos com o resultado do projeto. “Vimos crianças saindo com novos conteúdos e significados, pais saindo felizes e satisfeitos, madrichim se divertin-do e tendo a certeza de que fizeram a diferença na nossa comunidade. Sentimos a troca, o aprendi-zado, a continuidade”, comentou a coordenadora Rebeka Anbinder.

Colaborou Rebeka Anbinder, coordenadora do Shabat Ieladim, Shaat Sipur e Grandes Festas dos Pequenos.

Page 7: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

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Outros

DançasSegundas-feiras (lehacat Eretz), às 20hTerças-feiras – harcadá iniciante às19h30/ harcadá intermediário às 20h15Quintas-feiras (lehacat Nefesh), às 19h

Coral ABANIBIQuartas-feiras, às 20h30

Ensino

Escola Lafersegundas, terças e quartas-feiras, das 16h30 às 19h30 quintas-feiras, das 14h30 às 15h30

Ação Social

Informática para SêniorSegundas e quartas, das 9h às 13h

Costura da Boa VontadeTerças-feiras, às 13h

Coral SameachQuartas-feiras, às 15h

Culto

Grupo de Estudos da ParasháSegundas-feiras, às 20h

Princípios Básicos do JudaísmoTerças e quintas, das 19h30 às 21h30

Juventude

ManhigutSextas-feiras, às 16h

Chazit HanoarSábados, às 14h

AvanhandavaSábados, às 14h Shaat SipurSábados, às 14h30

ATIVIDADES REGULARES DA CIP

Visite o site da CIP para

acompanhar toda a programação

de eventos:www.cip.org.br

A CONGREGAÇÃO ISRAELITA PAULISTA DÁ AS BOAS-VINDAS AOS NOVOS ASSOCIADOS DE SETEMBRO E OUTUBRO

• André Malbergier e Neli Wajsfeld Malbergier

• Denis Szyfman e Natalia Tafla Barbara Arruda Silva

• Eduardo Perlmann e Cintia Michailovici

• Julio Cesar Moreira de Vasconcellos

e Irit Iona Epelbaum Iberkleid

• Marcos Tcherniakovsky e Simone Tcherniakovsky

• Marisa Stella de Falcão Ballio

• Phillip Scheinberg e Priscila Scheinberg

• Ricardo Kochen e Ionah Murahovschi Kochen

• Rodrigo Helcer e Luciana Costa

• Ruth Hamburger

• Simone Siebner Mendes de Almeida

BRUCHIM HABAIM

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Oy Vey... Eventos? Oy, oy, oy.... Eventos! Dor de cabe-

ça. Sim. Aquela que você não escolhe e nem sabe quando

chega. Mas ela vem... Isso é certeza.

Assim como era certeza a vontade de integrar e me

integrar. E de dores de cabeça e vontades, deu-se passe

de mágica: dirigir o setor que tem como obrigação míni-

ma garantir o prazer e diversão de todos, assegurando

conteúdo judaico, diversidade e continuidade. Ser quem

traduz tudo isso em festas, encontros, palestras, jantares

e até pedaladas. E fazer isso com todos, e para todos.

Como foi em outubro na nossa sucá, que viu várias

gerações juntas ajudando na construção, na decoração,

fazendo história. Ali, em 120 metros quadrados de bagun-

ça, bem bagunçada e muito organizada, todos os departa-

mentos fizeram suas atividades, integrando a comunidade.

Até agora o sabor do salmão ao molho de alcaparras com

aquela panqueca de palmito está aqui na memória...

E logo já era hora de mais alegria: alegria da Torá.

Com direito a darbuka como tambor chefe das hakafot

e o emocionante momento em que vi lágrimas nos olhos

de alguns marmanjos: a abertura de dois rolos da Torá,

a leitura das frases e versículos... E as crianças se lam-

buzando em gargalhadas tão doces quanto as balas e

pirulitos nos saquinhos. A molecada até agora está me

perguntando por que não temos Simchat Torá duas ou

três vezes ao ano!

Na corrida desde Iom Kipur, com direito a Shabat, Su-

cot, Simchat Torá, sem tempo para respirar, mais via

o esforço da equipe, mais vinha a vontade de superar

os obstáculos. E porque falar de obstáculos, se até nos

multiplicamos, feito bom milagre! Duas equipes: uma cui-

dando do jantar de 75 anos do Lar das Crianças da CIP,

com renda revertida ao próprio Lar e à Casa do Amparo

por Lorena Quiroga, d iretora de EventosR A D A R

Lorena Quiroga, diretora de Eventos

Conteúdo e curtição

(onde a Paula Lima deu um show de voz e de presença!)

enquanto a outra criava a programação da Festa das Lu-

zes. Chanuka para ninguém reclamar: desde palestra de

liderança no judaísmo até uma bela sessão da Cinemateca

do Rabino, passando pelo renovado Festival de Chazanim

e uma novidade re-inventada: a Cerimônia Judaica para

Formandos Universitários iluminada pela Orquestra de

Cordas Laetare.

E em 2013 teremos uma programação rica, contínua e

acima de tudo, com muita energia e variedade. Começa-

mos com o importante Ato pelo Dia de Recordação das

Vítimas do Holocausto, realizado em conjunto com fortes

instituições, para que sigamos recordando para nunca

mais esquecer da grande dor do nosso povo.

As festas judaicas, plataforma principal do calendário,

serão cada vez mais agitadas, criativas e sempre de por-

tas abertas para todas as gerações, com sua alegria e

suas novas ideias.

Sem esquecer que a CIP e todos nós, de todos os depar-

tamentos, estamos fazendo um esforço enorme para trazer

uma grande surpresa à comunidade em agosto de 2013.

Este evento externo promete ser inesquecível e vibrante.

Bem, um pouco de mistério não faz mal a ninguém...

Eventos, sim. Mas com conteúdo judaico forte e gosto-

so. Tangível e educativo. Com o apoio de todos, a partici-

pação de muitos, e a alegria da comunidade. Aliás, porque

não temos Simchat Torá duas ou três vezes ao ano...?

Page 9: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

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ga

str

on

om

ia

Ataiyef (panquecas sírias)

Ingredientes 2 xícaras de farinha de trigo1 colher de chá de bicarbonato1 colher de sopa de açúcar½ colher de chá de fermento½ colher de chá de sal1 ovo ligeiramente batido1 xícara de ricota1 xícara de óleo vegetal1 xícara de calda de açúcar com água de flor de laranjeira

Receita extraída do livro Aromas of Aleppo, de Poopa Dwek.

modo de fazerPré-aqueça uma frigideira, leve-mente untada com óleo. Junte a farinha, o bicarbonato de sódio, o açúcar, o fermento e o sal. Adi-cione o ovo e 2 xícaras e meia de água à mistura. Mexa até que esteja macia e sem grumos.Frite as panquecas, colocando a mistura a colheradas, para formar círculos de 8 cm aproximadamen-te. Frite somente de um lado, até que bolhas apareçam na superfí-cie das panquecas. Cubra as pan-quecas quando retiradas do fogo, com um pano limpo.

Em Chanucá temos duas tradições gastronômicas diferentes: a primeira, e mais difundida, é a de comermos co-midas fritas em óleo, para relembrar o óleo que milagrosamente queimou por oito dias até que mais óleo casher pudesse ser providenciado; a segunda é de comermos queijo em homena-gem a Judith, que seduziu o general Holofernes com queijo e vinho. Os pratos ashkenazim mais tradicio-nais para a festa são sufganiot (sonhos) e latkes (bolinhos de batata). Nesta edição trazemos uma receita sefaradi, da comunidade síria, extraída do livro Aromas of Aleppo, de Poopa Dwek. A receita combina a fritura com o queijo, unindo assim ambas as tradições gas-tronômicas da festa.

Andréa Kulikovsky, chef e consultora gastronômica

Recheie cada panqueca com uma colher de sopa de ricota, dobre em formato de meia lua, e aperte bem as pontas, para que colem. Este passo deve ser feito rapidamente, para que as panquecas não ressequem.Aqueça bem o óleo em uma pa-nela média. Frite as panquecas dos dois lados por aproxima-damente 3 minutos ou até que fiquem da cor marrom. Unte as panquecas na calda de açúcar e as disponha em uma bandeja, sem que se sobreponham.

Page 10: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

10

cu

lto

Serviços Religiosos

Manhãde segunda a sexta-feira, às 8haos sábados, às 9h30aos domingos e feriados, às 8h30Noitede domingo a sexta-feira, às 18h45aos sábados:1, 8 e 15/dez, às 19h1522 e 29/dez, às 19h305, 12, 19 e 26/jan, às 19h30

ShabatÀs sextas:Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na Sinagoga Etz Chaim

Shabat Ieladim, às 18h45, para crianças

Cabalat Shabat e Arvit com prédica, às 18h45, na sede do Lar das Crianças da CIP (dia 7 de dezembro)

Aos sábados:Shacharit, às 9h30, com leitura da Torá e prédica na sinagoga Etz Chaim

Shacharit Neshamá, às 9h30, participativoe igualitário, com leitura da Torá na Sinagoga Pequena

Produtos judaicos

Você sabia?...

...que a História dos Macabím não está contada no Tanach?Durante o período helenista na terra de Israel, o aramaico e o

hebraico deixaram de ser as línguas mais faladas pela população ju-daica, e foram substituídas, aos poucos, pelo grego.

Em três gerações, praticamente desapareceram as pessoas que co-nheciam os idiomas judaicos. Na época dos Macabím, quase todos os livros e documentos foram escritos em grego, incluindo os livros de Judite, Tobias, Sabedoria, Ben Sirach e os dois livros de Macabeus.

No processo judaico de canonização dos textos bíblicos, os textos gregos não puderam fazer parte da Bíblia Hebraica e não foram in-cluídos no cânon judaico.

Mais tarde, durante o processo cristão de canonização dos textos bíblicos, a igreja romana (de tradição greco-latina) não viu proble-mas em incluir textos originalmente gregos em seu cânon.

Deste modo, os livros citados anteriormente foram incluídos e podem ser facilmente encontrados em qualquer edição católica de uma bíblia cristã.

Contudo, a história dos bravos Macabím era pública e notória. Sua luta pela liberdade religiosa e pela independência da Judeia (nome

grego da terra de Israel), representa-das pela reconsagração e reinaugura-ção do Templo de Jerusalém, passa-ram a ser comemoradas anualmente, por oito dias seguidos, a partir de 25 de Kislêv, mesmo que esta história não esteja em nosso Tanach.

por Theo Hotz, moré da Escola Lafer, baal corêe coordenador do Departamento de Culto da CIP

Vsite a CIP e adquira belíssimos

produtos judaicos para Chanucá.

Para informações sobre os horários

de atendimento, entre em

contato através do email:

[email protected].

Chanukiot

Page 11: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

11

Sevivonim

Chevra Kadisha da CIPA CIP está pronta para ajudar as famílias neste momento tão do-loroso da perda de um ente querido, cuidando de todas as provi-dências e detalhes burocráticos e religiosos. Plantão permanente: entre em contato com Sérgio Cernea, pelo tel/fax 3083-0005, cel. 9204-2668, ou e-mail: [email protected]

FalecimentosDawid Hersz Rabinowicz, em 17 de setembro aos 87 anos.Rywka Zymberg, em 11 de outubro aos 78 anos. Moszek Chil Rubinsztain, em 2 de novembro aos 99 anosPaola da Silva Worms, em 4 de novembro aos 64 anosIzrael (Izidoro) Knobloch, em 13 de novembro aos 96 anosLeonor Margarita Jacoby, em 16 de novembro aos 65 anosIrene Esther Edit Oppenheimer Weil, em 18 de novembro aos 97 anosMark Hotimsky, em 26 de novembro aos 84 anos.

Leitura da ToráDezembroDIA 1 Vaishlach DIA 8 Vaieshev (Erev Chanucá) DIA 15 Mikêts (Chanucá VII) DIA 22 VaigashDIA 29 Vaiechi

JaneiroDIA 5 Shemot (Shabat Mevarchim)DIA 12 Vaerá (Rosh Chodesh)DIA 19 BoDIA 26 Beshalach (Shabat Shirá)

Kipot

Mazal TovSIMCHAT BATGiovana Fiori WajchenbergLetícia Zaroni FruchtengartenRachel Zac Halabi

BAR-MITSVÁHenry Mendes WolfRafael EjnismanMatias David MollinRaphael HarrisEduardo Roger LowenthalJulien Berry MinerboMarcelo Giulian de Castro SchajnovetzMário Victor Fraiman GraziniDanny Marmelsztejn Dubner

ANIVERSÁRIOS DE BAR-MISTVÁLuiz Felipe Eisencraft

CASAMENTOSMichel Zitman e Gabriela SinaiAltair Larrúbia e Gerson ZalcbergMaurício Orel e Débora TarasautchLaura Affonso e Benny SpiewakVivian Feldman e Marco Antonio LourençoMichele Zitune e Daniel TawilManuela Belda e Rony Hamaoui

AUF RIFMarcelo Milnitzky

Livro Madrich, de Nessim Hamaoui, cuja venda é revertida para o Shnat 2013

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1. e 4. Rabinos e representantes da sinagoga Beth El, Comunidade Shalom e CIP prestigiaram a palestra do professor Tzvi Bekerman, da Universidade Hebraica de Jerusalém, que conduziu um bate-papo sobre identidade judaica e educação. O encontro foi promovido em conjunto pelas três entidades. 2. O rabino Uri Lam esteve presente à entrega do prêmio Cidadão Sustentável prestigiando Alexandre Chut, que ganhou na categoria 'Intervenção urbana' por seu trabalho de plantio de árvores na cidade de São Paulo. 3. A Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crian-ças da CIP apresentou-se com o violonista Turíbio Santos no Museu da Casa Brasileira. Quase 500 pessoas acompanharam a apresentação. 5. No primeiro encontro da Cinemateca do Rabino, a comunidade recebeu o premiado diretor Amir Admoni, que participou de uma animado bate--papo com a comunidade após a exibição de três de seus curtas de animação. Na foto, o diretor acompanhado do rabino Michel Schlesinger e de funcionários e representantes da diretoria e presidência da CIP.

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6. O rabino Michel Schlesinger conduziu o encontro do projeto Beheraion, que promoveu um bate-papo sobre os desafios da maternidade e da paternidade nos dias de hoje através de um olhar judaico. Participaram o Dr. Eduardo Vieira da Motta, ginecologista e obstetra; Dra.Claudio Reingenheim, pediatra intensivista neo-natologis-ta; Dra. Gisela Castanho, psicóloga e terapeuta de casais e famílias; e Dr. Decio Blucher, mohel e cirurgião infantil. 7. e 9. Comunidade reunida para um jantar especial de Sucot com palestra conduzida pelo rabino Ruben Sterns-chein sobre Cabala e participação dos rabinos Michel Schlesinger e Uri Lam, além dos chazanim Avi Bursztein e Alê Edelstein. 8. A Orquestra Jovem de Violões do Lar das Crianças da CIP apresentou-se para os frequentado-res do Clube das Vovós Lotte Pinkuss em homenagem ao mês das crianças. 10. Cerca de 120 pessoas, entre chanichim e madrichim, participaram do Dia do Amigo da Avanhandava, que teve como objetivo reunir os membros do grupo e dar a possíveis novos participantes a oportuni-dade de conhecer as atividades realizadas pela Ava.

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11. Mais recente encontro do projeto Shutafim, que contou com a participa-ção da psicóloga Flávia Jungerman e da pedagoga Alzyra Ryngelblum, além do rabino Michel Schlesinger, reuniu na CIP uma boa quantidade de pais de jovens que participam dos movimentos juvenis e projetos da Juventude da Congregação. 12. A CIP recebeu a visita do rabino Marcelo Rittner, que fez parte do rabinato da Congregação entre as décadas de 1970 e 1980 e que hoje trabalha na Comunidade Beth El, na Cidade do México. 13. O rabino Ruben Sternschein conduziu mais um seminário do projeto Shidrug, cujo tema foi chaguim, festas judaicas. 14. As psicólogas Claudette Yedid Ba-roukh e Mônica Levi, do Projeto Psicologia, conduziram uma palestra sobre qualidade de vida na terceira idade. Acompanharam o evento o coordenador voluntário do projeto Disk Shalom Idoso, Sergio Heldiman, e a coordenado-ra de projetos da Terceira Idade do Departamento de Ação Social da CIP, Débora Sor.

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15. Os rabinos Michel Schlesinger e Uri Lam participaram da XVIII Assembleia Nacional do Diálogo Catálico Judaico realizada em Belo Horizonte. 16. Crianças, jovens e adultos da comuni-dade participaram da decoração da sucá da CIP, que foi con-duzida pelos jovens da Avanhandava. 17.e 18. Cerca de 600 pessoas estiveram presentes no evento Uma Noite Brilhante, realizado no Buffet França pela Casa do Amparo e pelo Lar das Crianças da CIP. Além do jantar especial, do leilão e do show com a cantora Paula Lima, a noite contou ainda com a partici-pação do ator e apresentador Dan Stulbach e da apresentadora Faa Morena como mestres de cerimônia. 19. Formatura da 19º turma do Curso de Informática para a Terceira Idade, realizado pelo Departamento de Ação Social da CIP. 20. Jovens da Chazit Hanoar foram voluntários no evento Uma Noite Brilhante.O gru-po cuidou dos lances oferecidos no leilão silencioso.

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Noite de sucessoA Casa do Amparo Jesus de Nazaré e o Lar das Crian-

ças da CIP se uniram em prol das crianças e realizaram

em novembro um jantar beneficente com show da can-

tora Paula Lima, no Buffet França, em Higienópolis. Na

ocasião, o Lar das Crianças da CIP comemorou 75 anos

da sua Fundação.

Com o ator Dan Stulbach e a apresentadora Faa Mo-

rena como mestres de cerimônia, o evento, intitulado

“Uma Noite Brilhante – May Help Dinner 2012”, reuniu

cerca de 600 convidados, que disputaram lance a lance

os itens de leilão, que contou com obras de arte de reno-

mados artistas, como Victor Brecheret, Volpi, Gregório

Gruber, Antonio Peticov, Gregory Fink, Aldemir Martins,

entre outros.

As Voluntárias do Grupinho, que há mais de 20 anos

realizam os eventos de arrecadação do Lar das Crian-

ças, receberam os convidados que lotaram o salão da

mansão França.

Entre os presentes no evento, estavam o presidente

da Casa do Amparo, Gilberto Giardino, a diretora do Lar

das Crianças, Luciana Mautner, o presidente da CIP, Ser-

gio Kulikovsky, os vice-presidentes Marcos Lederman e

Dora Lucia Brenner, o vice-presidente e o diretor da Casa

do Amparo, Rubens Krausz e Juan Reppucci, o leiloeiro

Sérgio Altit, os rabinos Ruben Sternschein e Michel Schle-

singer, os artistas plásticos Antonio Peticov, Dolly Moreno

e Gregory Fink, entre outros. Também presentes, Esther e

Murillo Schattan, que presentearam todos os convidados

com lindos brindes ORNARE. Foi entregue também aos

convidados o livro de histórias do Lar, retratando diversos

momentos de crianças que por lá passaram.

As crianças das entidades fizeram lindos desenhos,

entregues a todos os convidados, como reconhecimen-

to a grande colaboração de todos nesta festa.

Fonte: Tagline Consultoria e Lar das Crianças.

L A R D A S C R I A N Ç A S

Acesse o link

www.lardascriancas.org.br/uma-noite-brilhante

e veja mais fotos do evento.

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Uma Noite Brilhante May Help Dinner 2012

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Família Eigier e MorenoJayme Sverner

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Realização e divulgação:

Uma Noite Brilhante May Help Dinner 2012 May Help Dinner 2012

Lilian, Meyer Joseph Nigri e Família

Betty e A. Jacob Lafer z´l

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Chanucá nos lembra de nossa capacidade e res-ponsabilidade de efetivar o mundo ao nosso redor e nos prontifica a fazer brilhar a luz na

vida dos outros, com atos diários de bondade. Assim como uma chama acende outra sem perder sua lumi-nosidade, acendemos a chanukiá criando luz na escu-ridão, permitindo viver uma vida mais significativa e profunda, elevar-se, vencer desafios. Assim é processo de envelhecimento, viver sem perder a luminosidade, viver uma vida mais significativa, vencer os desafios.

Não é de repente que a pessoa se torna idosa, enve-lhecer é um processo. O processo de envelhecimento depende de como cada um vivenciou e elaborou suas

por Débora Sor, coordenadora de projetos da Terceira Idade do Depto. de Ação Social da CIPA Ç Ã O S O C I A L

experiências anteriores, como se percebeu no mundo e como as suas relações foram construídas. É um pro-cesso singular. Ao envelhecer, o indivíduo se depa-ra com alterações físicas, psicológicas e emocionais, além de mudanças principalmente no que se refere ao seu lugar na estrutura familiar e social.

Nesta etapa da vida podem ocorrer várias perdas, como o afastamento do trabalho remunerado, a perda de pes-soas queridas, a sensação de insegurança, o não perten-cimento e a fragilidade. Por outro lado, o indivíduo que consegue encontrar gratificações consigo e com os que estão a sua volta preserva a sua independência e encontra possibilidades produtivas, mesmo na longevidade.

Um novo olhar para o envelhecimento

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Em 2040, os maiores de 60 anos poderão representar quase 30% da população brasileira.

Entre os principais desafios que a longevidade pode trazer para o idoso, podemos citar:

• dificuldades para realizar tarefas diárias, sendo necessário aprender a lidar com as perdas orgânicas;

• realização de exercícios apropriados à faixa etária;• manter boa alimentação;• praticar exercícios de memória e raciocínio;• aproveitar bem o tempo livre, afastando o tédio

ou a depressão;• não se isolar socialmente, participar de grupos e manter contato com pessoas;• receber o processo da aposentadoria como forma de viver com independência.

Nem sempre a família está preparada para perceber e lidar com tantas mudanças que ocorrem no período de envelhecimento. É preciso oferecer ao idoso um ambiente afetivo e acolhedor para manter a sanidade física e mental, pois ele continua tendo vontades pró-prias e mantém seus planos para o futuro.

Há, também, idosos que, por não possuírem vín-culos familiares ou por não terem condições físicas e psicológicas para ter uma vida independente, passam a residir em instituições de longa permanência, onde recebem assistência e formam novos vínculos.

Segundo o IBGE, até 1970, a população brasileira ainda crescia. Mas a partir de então houve um pro-cesso de declínio provocado pela diminuição da taxa de fecundidade. Em 2040, os maiores de 60 anos po-derão representar quase 30% da população brasileira.

Assim, com o crescimento continuo da população, vários elementos vêm contribuindo para melhorar a qualidade de vida dos idosos. Por um lado, viver mais é uma das maiores conquistas da humanidade, por outro, o desafio do crescente envelhecimento em todo mundo é assegurar melhores condições de vida.

Muitos grupos da terceira idade dentro da comu-nidade judaica oferecem diferentes atividades todos

os dias da semana. Os projetos da terceira idade re-alizados pela CIP preocupam-se em proporcionar alternativas para um envelhecimento saudável com objetivo de manter vínculos com pessoas da tercei-ra idade, aumentar a rede de convivência e suporte social, além de, possibilitar ou reforçar informações sobre este momento de vida.

Em 2013, a Congregação irá realizar um ciclo de palestras informativas com convidados especializados trazendo informações importantes aos sócios, idosos e familiares sobre vários assuntos que dizem respeito ao envelhecimento saudável e a outros temas transversais.

A CIP, por ser referência na comunidade judai-ca em prestar serviço de contratação de cuidadores para idosos, e com intuito de proporcionar bem es-tar às famílias e qualidade no cuidado com o idoso, oferecerá também no ano que vem um curso de ca-pacitação para pessoas que queiram trabalhar como cuidadores de idosos. Realizado em parceria com a OLHE (Observatório da Longevidade Humana e En-velhecimento), o curso tem como objetivo melhorar cada vez mais a qualidade de vida, incentivar a auto-nomia da pessoa idosa e fortalecer a família quanto ao processo de cuidar.

Para saber mais sobre os projetos da CIP voltados para a terceira idade e sobre o serviço de contratação de cuidadores, entre em contato com o departamento de Serviço Social da CIP através do telefone 2808-6210 ou do email [email protected].

Colaborou Paula Barouchel, analista de Recursos Humanos do Departamento

de Ação Social da Congregação.

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por rabino Michel Schles inger R A B I N A T O

O versículo da Torá que descreve a praga da

escuridão que abateu os egípcios por três

dias consecutivos abre margem para uma

interpretação metafórica daquela situação.

Os escravizadores tinham perdido toda a sua sensibili-

dade, estando completamente cegos para o sofrimento

dos israelitas. Não eram capazes de enxergar a huma-

nidade do próximo ainda que esta estivesse a poucos

centímetros de seus olhos.

Talvez tenha sido esta a praga da escuridão. Pode ser

que não se tratou de ausência de luz, mas de uma falta de

empatia e consideração com a mazela alheia. Por isso, a

Torá descreve a situação desta forma: ‘não viram uns os

outros’, ou seja, perderam a capacidade de se importar, ‘e

não se levantou nenhum homem de seu lugar’, aceitaram

as determinações do Faraó com uma omissão covarde.

Três mil e quinhentos anos depois, a Europa nazifascis-

ta demonstrou não ter aprendido a lição. Os novos egíp-

cios requintaram seus métodos de tortura e assassinato.

O laboro escravo passou para os campos de trabalho. Não

apenas os meninos recém-nascidos eram mortos, mas to-

dos os que a loucura ariana considerasse inferiores.

Diferentes pensadores se perguntaram como Deus per-

mitiu que o Holocausto acontecesse? Como é possível

acreditar em Deus depois de Auschwitz? Onde estava

Deus um dos mais terríveis capítulos da história humana?

Para o professor Richard Rubenstein, a única res-

posta intelectualmente honesta para o Holocausto é

a rejeição de Deus e o reconhecimento de que toda a

Deus, o homem

Lo rahu ish et achiv, velo kamu ish mitachtav.Não viram uns os outros, e não se levantou nenhum homem de seu lugar.(Shemót 10:23)

e o Holocausto

Memorial do Holocausto na Universidade Bar Ilan, em Israel

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existência é sem sentido. Para ele, não existe plano ou

proposta divinos e Deus não se importa com o mundo.

Já Emil Fackenheim propõe que se olhe atentamente

para o Holocausto e se encontre lá a nova revelação de

Deus. Para este, rejeitar Deus por causa do Holocausto

significa dar a vitória póstuma a Hitler.

O rabino Eliezer Berkovits defende que o livre-arbítrio

humano depende da capacidade de Deus de permanecer

oculto. Se Deus intervém na história, anula a liberdade

humana de fazer escolhas. O rabino Harold Kushner, por

sua vez, acredita que Deus não é onipotente, portanto,

não existe contradição entre a existência de um Deus

bom e a maldade de certos humanos.

Na peça O Julgamento de Deus, de Elie Wiesel, o Cria-

dor do Mundo é colocado no banco dos réus. A obra se

baseia em eventos que Wiesel testemunhou durante sua

adolescência em Auschwitz. No tribunal, vários argumen-

tos são levantados contra Deus e a seu favor.

Questionar-se sobre o lugar de Deus no Holocausto

é importante para toda e qualquer pessoa de fé. No en-

tanto, acredito, existe um questionamento ainda mais

difícil do que ‘onde estava Deus durante o Holocausto?’.

A pergunta que devemos nos fazer repetidamente é:

‘onde estava o homem?’. A Shoá não foi realizada por

Deus, mas por pessoas. Pessoas incapazes de enxergar

o outro mesmo quando a luz era abundante.

e o Holocausto

Lo rahu ish et achiv, velo kamu ish mitachtav.Não viram uns os outros, e não se levantou nenhum homem de seu lugar.(Shemót 10:23)

Somente quando buscamos a responsabilidade do ho-

mem nos tornamos senhores da história e desenvolve-

mos a possibilidade de educar as novas gerações para

a moderação e a paz.

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por rabino Ruben SternscheinR A B I N A T O

Esta emblemática passagem que reforça o valor da

paz e que mostra a guerra como último recurso, mostra

também uma sensibilidade especial pelas árvores. Quando

não houver alternativa, e for necessário se defender em

uma luta, no mínimo as árvores precisam ser protegidas

da barbárie humana. São diversas as interpretações sobre

a motivação desta sensibilidade aparentemente ecológica.

Alguns sábios comentaram que as árvores precisam ser

protegidas porque de nada serve a conquista de um territó-

rio se elas forem destruídas. O homem depende natureza

para sua subsistência e o que não fez a guerra, o faria a

ausência de árvores. Ganhar a guerra mas ficar sem árvo-

res traria a morte de qualquer maneira.

Outros sábios propuseram uma leitura interrogativa. Se-

gundo eles, a última frase que compara o homem com a

árvore não é uma afirmação, e sim uma pergunta retórica:

acaso a árvore é como o homem (que pode fugir de um

bombardeio)? E a resposta é obvia: não. Portanto, dizem

estes sábios, o texto nos obriga a salvar as árvores uma

vez que elas não têm como fazê-lo por si próprias.

Ou seja, os primeiros sábios cuidam das árvores para

cuidar das pessoas. Os segundos cuidam das árvores das

pessoas. Eles cuidam do que as pessoas fazem às árvores

com nossas guerras e demais intervenções.

Os primeiros querem as árvores para as pessoas. Os

últimos as querem para as árvores mesmas. A primeira

é uma interpretação utilitarista: cuidar da árvore por meu

próprio interesse. A segunda, uma interpretação ética: cui-

dar da arvore pela árvore em si, para ela. Pelo “direito”

dela a existir.

Também as argumentações ecológicas e sustentáveis

de nossos dias apresentam essas duas linhas: a de cuidar

do planeta por interesse próprio, por nossa própria saúde

e vida, e a de cuidar do planeta pelo planeta em si. Uma

posição mais antropocêntrica e outra mais altruísta.

Existe uma posição intermediária que diz cuidar do

planeta pelas gerações futuras, pelos filhos e os netos,

e também pelo fato de que recebemos um planeta com

árvores, sustentado e sustentável, e não seria justo nem

ético “devolvê-lo” em menores condições.

Esta posição intermediária aparece na literatura rabínica

no famoso relato dos jovens que encontraram um idoso

plantando uma árvore. “Quantos anos levará essa árvore

para dar frutos?”- perguntaram os jovens. E o ancião res-

pondeu: “Setenta”. Os jovens replicaram: “E quantos anos

tem o senhor?” E o idoso respondeu: “Setenta também”.

“E o senhor acha que poderá comer dos frutos dela?” E o

senhor explicou: “Quando cheguei ao mundo, o achei cheio

destas árvores, que outros plantaram para mim. Agora é

minha vez de plantar árvores para os que virão depois. Eu

vivi daquelas que plantaram os antepassados e os descen-

dentes viverão das que eu deixar plantadas para eles”.

A festa de Tu b’Shevat é um apelo ao respeito pela natu-

reza, ao convívio pacifico e harmônico com ela. Cuidar dela

O homem como árvore

“Quando te aproximares de uma cidade para lutar com ela, clama primeiro pela paz... (...) E, se tiver que lutar, não destrua suas árvores, pois como o homem é a árvore.”(Deuteronômio, 20:10 e 20:19)

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pelo nosso bem, o bem das gerações e o bem do mundo

em si mesmo. O bem do bem representado no mundo, nas

árvores, na ética e na retidão para com eles.

Assim, costuma-se, anualmente em Israel, que cada jo-

vem em idade escolar plante uma árvore durante a festa.

No século XVI, na cidade de Safed, os cabalistas da linha

Luriana foram mais longe ainda e acharam uma forma de

relacionar a natureza com as essências humanas. Criaram

um Seder para Tu b’Shevat, como o seder de Pessach, por

exemplo, no qual as taças de vinho são de cores diversas

e representam a dinâmica das quatro estações e seu im-

pacto transformador na vida das pessoas. Uma taça de

vinho branco representando o frio, a neve e a necessidade

de proteção; uma taça de vinho branco com gotas de vi-

nho tinto representando o começo da primavera; uma taça

meio a meio; e uma taça apenas com vinho tinto.

Também atribuíram a diversas frutas as características

básicas das personalidades humanas e dos relacionamen-

tos humanos: frutas com muita casca, dura e rígida repre-

sentam pessoas distantes, que se defendem antes de tudo;

frutas com semente grande representando a criatividade e o

avanço dentro da pessoa, o renascimento constante; frutas

com casca suave e fina que pode comer-se junto; frutas com

semente e casca comíveis representando a integridade e a

totalidade dispostas às transformações e a se brindar.

No nosso século, esse velho Seder de Tu b’Shevat foi

renovado em kibutzim e nas comunidades liberais. Foram

acrescentados, além das taças e das frutas, quatro valores

que o mundo precisa para se aprimorar: a verdade, a bon-

dade, a sabedoria e a justiça. Incluíram–se canções atuais

que chamam à consciência ecológica e à sustentabilidade

social e ética, assim como foram escritas novas rezas,

evocando esses valores.

Que este Tu b’Shevat nos permita desfrutar da natureza

em paz, cuidando dela, cuidando de nós com ela e vendo

nossas essências e pendências através dela.

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rabino Uri LamC A PA

queriam contato com não judeus - e já viviam em grandes

cidades como Berlim, por exemplo. Se antes a principal au-

toridade na comunidade judaica era o rabino, que enfatizava

a importância das práticas religiosas e era ao mesmo tempo

professor, juiz, conselheiro e líder religioso, com a chegada

do Iluminismo, os judeus, influenciados pelo mundo moder-

no, tornaram-se cada vez menos religiosos. Com isso, a figu-

ra de autoridade do rabino também se enfraqueceu.

Dependendo do ponto de vista, a influência da Haskalá

pode ser vista como um movimento que afastou o obscu-

rantismo religioso, visto como supersticioso e retrógrado

Ao longo da nossa história, nós judeus nos mantivemos firmemente enraizados na tradição judaica, assim como

aprendemos muito dos nossos encontros com outras culturas. A grande contribuição do Judaísmo Reformista é que ele

permitiu ao povo judeu: introduzir a inovação e ao mesmo tempo preservar a tradição; abraçar a diversidade e manter

o senso de comunidade; afirmar as crenças judaicas sem rejeitar aqueles que delas duvidam; e acreditar nos textos

sagrados, sem sacrificar a leitura crítica.”

Central Conference of American Rabbis

Pittsburg, 1999

Na Europa do final do século 18, mais especificamente

na Alemanha Ocidental, a Haskalá, termo que se refere ao

Iluminismo Judaico, invadiu a vida judaica tradicional crian-

do um novo conjunto de princípios judaicos que pavimentou

o caminho para o Judaísmo Liberal.

A Haskalá defendia a adoção de valores até então evita-

dos na maior parte das comunidades judaicas e hoje em dia

tão comuns entre judeus religiosos e não religiosos - como

a educação laica, comum a todos os cidadãos europeus da-

quele tempo. Naquela época, a maioria dos judeus havia dei-

xado as aldeias judaicas - nas quais quase não tinham nem

O Iluminismo Judaico

judaico liberal

e o movimento

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– ou, ao contrário, pode ser entendida como um processo

de assimilação que escureceu as chamas das crenças reli-

giosas e levou à descaracterização da identidade judaica.

A primeira base de mudança criada pelo Iluminismo

Judaico ocorreu na educação. Antes, os estudos judaicos

estavam centrados nos estudos talmúdicos, aos quais os

líderes da Haskalá buscaram somar o conhecimento tam-

bém ensinado aos demais setores da população europeia,

assim como as línguas modernas e o aprendizado de uma

profissão, a fim de incentivar a integração judaica na socie-

dade. Quando, em 1780, houve uma determinação de go-

vernos europeus de que os judeus deveriam colocar seus

filhos em escolas públicas, os iluministas judeus não só não

se opuseram, como apoiaram a decisão, por entenderem

que, antes de se estudar Talmud e ter um ensino religioso,

era preciso formar uma nova geração de judeus versados

em ciências naturais, filosofia e outras disciplinas, para

haver mais chances de se integrarem à sociedade maior.

Neste período foram criadas muitas escolas judaicas nas

quais as crianças tinham tanto estudos judaicos quanto um

currículo comum às demais escolas – como são, aliás, mui-

tas das nossas escolas judaicas até hoje.

A segunda grande mudança trazida pela Haskalá foi a eli-

minação da barreira da língua entre judeus e não judeus na

sociedade europeia. Moshé Mendelssohn (1729-1786), um

dos principais pensadores da Haskalá, era um entusiasta da

tese de que os judeus deveriam aprender as línguas moder-

nas, tais como o alemão e o francês, que o hebraico fosse

adotado como o principal idioma religioso e que o iídiche,

até então o dialeto mais falado pelos judeus europeus, fosse

abandonado. O próprio Mendelssohn, mais do que um pio-

neiro, era fruto de sua época, pois desde o fim do século

17 os filhos das famílias judias mais abastadas da Alemanha

aprendiam francês e alemão, o que facilitava os negócios e

a vida social com os não judeus. Ao mesmo tempo, o iídiche

era visto por estes como um dialeto de pessoas incultas

– nada mais distante da realidade; o iídiche foi a língua de

alguns dos maiores escritores judeus nos séculos 19 e 20.

Poderia se imaginar que todo este processo provocado

pela Haskalá levasse a um tal avanço na assimilação que,

em pouco tempo, talvez em duas gerações, os judeus dei-

xassem de existir, de tão integrados na sociedade maior.

Mas a tese tão difundida ainda hoje de que, entre judeus

laicos e liberais, não se sabe se seus netos serão judeus,

não se sustentava já no século 19. Apesar de, de fato, o

Iluminismo ter levado a um aumento nos casamentos inter-

-religiosos e à assimilação, a população judaica pulou de

1% para 2% da população europeia ao longo do século 19.

O aumento populacional judaico provocou uma maior de-

manda pela igualdade de direitos das minorias entre a popu-

lação europeia. Desta luta participaram muitos judeus, fruto

da Haskalá, como Heinrich Heine e Nathan Rothschild, que

lutaram não apenas pelo direito dos judeus, mas pelo direito

de todas as minorias à liberdade. Os ideais da Revolução

Francesa de igualdade, liberdade e fraternidade fizeram

com que a França fosse o primeiro país no qual os judeus

foram reconhecidos como cidadãos plenos, em 1791, dois

anos apenas depois da Revolução. Esta tendência avançou

por toda a Europa, destacadamente a Alemanha.

Ilustração do compositor alemão Louis Lewandowski.

Page 26: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

Este processo colocou muitos judeus em uma encruzi-

lhada. Para muitos, era preciso escolher entre permanecer

judeu e religioso, por um lado, ou assimilar os costumes

locais e mergulhar na sociedade maior, abandonando as

crenças e práticas judaicas.

Foi neste contexto que surgiu o Judaísmo Liberal, no sé-

culo 19. Ao contrário de ser um movimento assimilacionis-

ta, como foi e é acusado por seus adversários, o Judaísmo

Liberal buscou desde o início uma releitura judaica de uma

forma que não entrasse em conflito com os princípios bá-

sicos do judaísmo, mas que ao mesmo tempo o tornasse

possível para que os judeus se tornassem parte da socie-

dade maior sem perder a sua identidade religiosa e cultural.

Algumas décadas antes, no final do século 18, Hirschl

Levin, o rabino-chefe da comunidade judaica em Berlim,

defendia as ideias de Mendelssohn e entendia que havia

necessidade de mudanças na comunidade judaica, pois

segundo ele o judaísmo tradicional havia perdido o apelo,

o que colocava o povo judeu em grave risco de dissolu-

ção. Inspirado nos valores da Haskalá, o Judaísmo Liberal

buscou separar a religião judaica da nacionalidade judaica

– termo que, 200 anos depois, causa estranheza em mui-

tos judeus, exceto pela nacionalidade judaica israelense. Os

primeiros judeus liberais abraçaram os ideais nacionalistas

de seus países e os consideravam como suas pátrias. O

então recém-criado movimento sionista foi rejeitado pelos

primeiros judeus liberais, que haviam abandonado a ideia

de um exílio judaico que viria ter fim com a chegada de um

messias. Curiosamente, uma coisa os judeus liberais e seus

adversários – que iriam reagir e criar diversos grupos que no

conjunto, apesar da flagrante diversidade interna, viria a ser

conhecido como Judaísmo Ortodoxo – tinham em comum:

ambos eram antissionistas. Os liberais, porque se viam

como cidadãos de religião judaica e leais aos seus países;

os ortodoxos, porque entendiam que Eretz Israel só voltaria

a ser o Lar Nacional Judaico com a chegada do Mashiach.

Outra curiosidade é que, apesar de tantas tentativas

de mudança – no idioma, na estética dos serviços religio-

sos, nas rezas e na arquitetura das sinagogas, para citar

algumas – os judeus liberais acabavam justificando suas

tradições através de leis e regras criadas por seus pró-

prios rabinos, inspirados no Tanach (a Bíblia Hebraica), no

Talmud e em toda a tradição que se seguiu até os dias

atuais. Ao contrário do que se imagina, os judeus tradi-

cionais não rejeitavam a uma só voz os liberais – alguns,

por exemplo, evitavam usar o termo “reformista”, mas se

referiam aos mesmos com a expressão “Comunidade de

Frankfurt” (como na “Torá - A Lei de Moisés” de Matzliah

Melamed), o que no final das contas apontava para a mes-

ma direção. Afinal, os líderes dos primórdios do judaísmo

liberal não queriam se distanciar do judaísmo rabínico,

mas revitalizá-lo, à luz dos tempos em que viviam.

Um dos exemplos de novos caminhos “iluminados” pela

Haskalá é a transformação das sinagogas e seus serviços

religiosos de um modo que hoje soa tão tradicional, com

reflexos tão fortes na própria CIP e em outras congrega-

ções liberais ao redor do mundo. A fim de atrair judeus

que não mais se identificavam com o judaísmo europeu

pré-Revolução Francesa e que se sentiam atraídos por

outros “templos”, como as universidades, as rodas de in-

telectuais, escritores, músicos, poetas, entre outros - em

Moses Mendelssohn

Page 27: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

27

1817 surgiu a primeira sinagoga com serviços religio-

sos liberais, dirigidos quase que inteiramente em ale-

mão, com algumas citações em hebraico. O conceito

por trás disso – e até hoje defendido por muita gente

em nosso meio – era o de que os judeus manteriam

suas tradições se fossem capazes de entender o que re-

zavam e estudavam em seu próprio idioma. Além desta

mudança, foram introduzidas outras que já foram muito

populares no mundo judaico liberal e que hoje já são vis-

tas como parte do “judaísmo reformista clássico”, como

o coral litúrgico, introduzido sem maiores problemas; e

o órgão – este sim sofreu maior resistência, mas acabou

prevalecendo por mais de 150 anos - para acompanhar

e abrilhantar os serviços religiosos. Grandes arranjos fo-

ram compostos para a liturgia judaica por compositores

como Louis Lewandowski (1821–1894) e interpretados

por grandes cantores e chazanim, cujos estilos influen-

ciaram não só a música na CIP e o estilo de nossos

chazanim, como também o estilo de chazanim das mais

tradicionais e ortodoxas sinagogas ashkenazis do mun-

do, nem sempre de modo consciente, e se consciente,

quase nunca de modo admitido.

Hoje em dia ainda sentimos a influência da Haskalá

e de suas luzes no judaísmo liberal contemporâneo.

Progressivamente, novas luzes vão se acendendo, como

as luzes de Chanucá, e iluminam novos campos que bus-

cam incluir cada vez mais judeus e judias na vida judaica.

Se em outros tempos o intuito dos primeiros judeus re-

ligiosos liberais era lançar luz sobre questões que dis-

cutiam, por exemplo, o afastamento das superstições, a

compreensão mais clara do que se reza, a priorização do

pensamento racional sobre o místico na vida religiosa,

atualmente lançamos luz sobre outros temas relevantes

para nós hoje. Assim, por exemplo, cada vez mais ilumi-

namos as discussões em torno do papel da mulher na vida

religiosa judaica e na vivência sinagogal; alterações na

liturgia tradicional que marcaram os primeiros sidurim (li-

vros de rezas) liberais vêm sendo revistas: algumas rezas

têm retornado à forma tradicional, mas ganham uma re-

leitura à luz dos valores judaicos e humanistas modernos;

dilemas éticos modernos são pensados e repensados, e

não poucas vezes acabam incluídos em nossas orações e

práticas. O Estado de Israel entrou definitivamente na vida

religiosa, em uma das maiores mudanças no judaísmo li-

beral em seus quase 200 anos de existência.

O judaísmo liberal, hoje, lembra pouco o judaísmo liberal da Europa do século 19. E é bom que seja assim. Porque as luzes que iluminavam o espírito judaico de então têm hoje tonalidades diferentes.

O judaísmo liberal, hoje, lembra pouco o judaísmo liberal

da Europa do século 19. E é bom que seja assim. Porque

as luzes que iluminavam o espírito judaico de então têm

hoje tonalidades diferentes. Porque cada época tem as

suas próprias velas, que iluminam a realidade durante um

certo tempo, até se apagarem e darem espaço a novas

velas, a novas chanukiot. As luzes se apagam e outras são

reacesas para que o espírito judaico permaneça. Talvez

uma das maiores lições que Chanucá nos traz é o da per-

manente reinauguração do Templo, com novas luzes, ma-

cabeus renovados, judeus que a cada geração repensam

os caminhos tantas vezes trilhados por nossos antepassa-

dos e os iluminam e renovam assim como fizeram também

nossos antepassados, cada geração à luz de sua época.

Renovar a tradição, lançar novas luzes sobre nossos valo-

res judaicos permanentes - é o que permite com que estes

continuem vivos e significativos.

Page 28: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

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A nossa chamaAssim como a festa de Chanucá, a Avanhandava

também pode ser entendida como uma chanukiá, acesa aos poucos ao longo de seis meses.

Começamos nosso semestre com um acampamen-to extraordinário que aconteceu em São José dos Campos. Tivemos novos madrichim, muita diver-são nas atividades e um super fogo de conselho para acender a primeira chama do semestre.

Durante o período fomos acendendo as outras velas, cada uma representando os grandes momentos que ti-vemos: todos os sábados de incríveis peulot, o Ecoday, a Intertnuot, a construção da sucá em conjunto com a CIP, o encontro de bogrim e o Dia do Amigo.

Cada vela bem acesa que se mantém como aprendi-zado para chanichim e madrichim é um milagre espe-cial para nós. Mas no nosso caso o milagre não vem sozinho: em cada sábado, evento e, principalmente, no acampamento, damos tudo de nós, nos dedicamos para que cada faísca vire uma grande fogueira.

Agora estamos no momento de começar uma nova chanukiá para 2013. Gostaríamos da ajuda de todos para acender esse novo shamash com muita força, para que ele brilhe por muito e muito tempo.

Chag Sameach!Madrichim da Avanhandava

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No mês de outubro foi realizado o Chodesh da Chazit, uma competição esportiva e intelectual en-tre as kvutzot. Foi incrível! Essas duas semanas não foram apenas dias sem as peulot normais de todo o sábado, mas um conjunto de momentos que fortale-ceram a união de cada kvutzá, além do vínculo dessas com seus madrichim.

O foco que os madrichim tiveram com suas kvut-zot foi mostrar que a competição é, na verdade, um incentivo para o conhecimento. Não apenas o conhe-cimento das partes que compunham as apostilas do Chidon, que eram Israel, Chazit, mundo e juventude e Sionismo. Mas o autoconhecimento, o conhecimento daqueles que fazem parte da kvutzá, da importância que há no trabalho em grupo, etc.

O Chodesh terminou, como acontece desde sua primeira edição, com o anúncio dos três primeiros colocados. Porém, todos aqueles que tiveram opor-tunidade de participar deste marco da Chazit saíram ganhando.

Depois deste evento realizado com êxito pelos pei-lim da tnuá, restam só mais três sábados de peulot no ano de 2012. Mas ainda não acabou.

Para fechar o ano com chave de ouro, teremos a machané da Chazit Hanoar. Ela será realizada dos dias 14 a 20 de dezembro para chanichim do 4o ano do Ensino Fundamental ao 2o ano do Ensino Médio, e dos dias 16 a 20 para chanichim do 2o e 3o ano do Ensino Fundamental. Ninguém pode perder essa!

Chazak Vê Ale. Anita Efraim, Rosh Harchavá

Competição como aprendizado

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Nitzanim 7 a 10 anos18 a 23 de dezembro de 2012

Alonim 11 anos até Bat/Bar-mitsvá 18 a 27 de janeiro de 2013

Sharsheret Bat/Bar-mitsvá até 15 anos6 a 17 de janeiro de 2013

Informações: [email protected] ou (11) 2808.6214

COLÔNIA DE

Campo de Estudos Fritz Pinkuss, em Campos do Jordão

FÉRIAS DA CIP

CAMPODE

ESTUDOSFRITZ PINKUSS

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Foi realizado pela CIP um Cabalat Shabat Especial em ho-

menagem às bnot-mitsvá de 2012 da Escola Lafer. Foi um

momento de celebração, aprendizado e confraternização.

Durante a cerimônia, as meninas fizeram quatro participa-

ções, cantando o nigun de abertura, o Ma Tovu, o Ossê Sha-

lom e o Adon Olam. A participação foi muito bonita e festiva,

tornando o serviço de Cabalat Shabat ainda mais especial.

“Aqui na CIP, nos orgulhamos profundamente de nossas

meninas. Temos certeza de que colocamos dentro de cada

uma delas uma semente bem forte de judaísmo, que vai

florescer e ajudá-las a formar lindas famílias. Garantindo a

continuidade de nossa comunidade. Mas, acima de tudo,

ficamos muito felizes pelas famílias terem nos escolhido

para ajudá-las a trilhar este lindo e importante caminho,

por terem nos confiado suas pequeninas para que nós lhes

ensinássemos o primeiro passo para se tornarem mulheres

judias”, comentou a diretora do Ensino, Andréa Kulikovsky,

durante o serviço religioso.

Finalizado Cabalat Shabat, foi oferecido um jantar de

confraternização para as famílias das meninas que contou

com as presenças do rabino Ruben e sua família, dos rabi-

nos Michel Schlesinger e Uri Lam, do chazan Avi Bursztein

e do maestro Felipe Grytz. A comida, carinhosamente pre-

parada pelas famílias, estava deliciosa, e as sobremesas,

caprichadíssima. Um verdadeiro banquete.

Após o jantar, as meninas fizeram uma animada apresen-

tação de dança israeli - uma surpresa preparada especial-

mente para as mães. Este foi o piloto de um projeto para a

introdução de aulas de dança no currículo da Escola Lafer

para o próximo ano.

As bnot-mitsvá ainda presentearam seus pais com um

álbum de família, preparado com a orientação das morot

do Ensino. Em retribuição, as mães deram a suas filhas

seus primeiros candelabros de Shabat. Foi um momento

de muita emoção entre as famílias.

Para terminar o evento, houve música e dança, e as meninas

surpreenderam a equipe toda do ensino envolvida no processo

de preparação para o Bat-mitsvá com uma linda lembrança.

Andréa Kulikovsky, diretora de Ensino

Confiança e orgulho

Ensaio final das bnot-mitsvá para sua participação no Cabalat Shabat Especial e jantar realizados em outubro

Nitzanim 7 a 10 anos18 a 23 de dezembro de 2012

Alonim 11 anos até Bat/Bar-mitsvá 18 a 27 de janeiro de 2013

Sharsheret Bat/Bar-mitsvá até 15 anos6 a 17 de janeiro de 2013

Informações: [email protected] ou (11) 2808.6214

COLÔNIA DE

Campo de Estudos Fritz Pinkuss, em Campos do Jordão

FÉRIAS DA CIP

CAMPODE

ESTUDOSFRITZ PINKUSS

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Cultura e tradição judaica, além de convivência social, fazem parte do compromisso da Escola Lafer com você e sua família.

Matrículas abertas para crianças que farão Bat-mitsvá em 2014 e Bar-mitsvá em 2015

(11) [email protected]

Prepare seus filhos para o Bar e Bat-mitsvá

Participação dos rabinos Michel Schlesinger, Ruben Sternschein e Uri Lam

Page 33: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

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Cultura e tradição judaica, além de convivência social, fazem parte do compromisso da Escola Lafer com você e sua família.

Matrículas abertas para crianças que farão Bat-mitsvá em 2014 e Bar-mitsvá em 2015

(11) [email protected]

Prepare seus filhos para o Bar e Bat-mitsvá

Participação dos rabinos Michel Schlesinger, Ruben Sternschein e Uri Lam

Muito do que torna a vida mais difícil – uma batidinha no

carro, uma porta que alguém não segurou quando você

passou – se deve à falta de consideração. Imagine só

como seria o mundo se todos fossem um pouquinho mais

gentis. Ao tentarmos entrar numa rua movimentada, por

exemplo, alguém nos cede a passagem; no supermerca-

do, você deixa alguém apressado entrar na sua frente na

fila do caixa; no metrô lotado, você se levanta para dar

lugar a quem parece cansado.

Uma nova teoria, chamada “sobrevivência do mais gen-

til”, diz que foi graças à gentileza que a espécie humana

prosperou. O professor Sam Bowles, do Instituto Santa

Fé, nos Estados Unidos, analisou sociedades antigas e

verificou que a gentileza era componente fundamental

da sobrevivência das comunidades. “Grupos com muitos

altruístas tendem a sobreviver”, diz ele. “Os altruístas co-

operam e contribuem para o bem-estar dos outros inte-

grantes da comunidade.”

Isso quer dizer que temos em nós a capacidade de aju-

dar os outros, principalmente os que nos são próximos, a

fim de garantir nossa sobrevivência.

Para ter saúde: altruísmo

A gentileza nos faz bem de outras maneiras. O profes-

sor Stephen Post, autor de Why Good Things Happen to

Good People (Por que coisas boas acontecem a pessoas

boas), examinou os indícios de que ser gentil faz bem

à saúde. Um estudo com 2.016 frequentadores de en-

tidades religiosas verificou que os que ajudavam os ou-

tros regularmente tinham mais saúde mental e menos

depressão. Outros estudos constataram que as pessoas

solidárias têm menos probabilidade de sofrer de doenças

crônicas, e seu sistema imunológico tende a ser melhor.

“Existe uma relação direta entre bem-estar, felicidade e

saúde nas pessoas gentis”, diz Post.

A gentileza talvez ajude a regular as emoções, o que

causa impacto positivo sobre a saúde. Se nosso instinto

biológico automático do tipo “lutar ou correr” ficar ativo

PA R A L E L O Spor Cla i re Buckis

demais por causa do estresse, o sistema cardiovascular

é afetado e a imunidade do corpo enfraquece.

A recompensa não pode ser dinheiro

“Muito do que faz a vida valer a pena depende de que

pelo menos alguns de nós sejamos altruístas de vez em

quando”, diz Bowles. “Não podemos enfrentar problemas

como a mudança climática global, a disseminação de

doenças e a violência mundial apelando apenas para o

individualismo.”

A boa notícia é que é fácil aprender a ser gentil. “Basta

praticar mais atos de gentileza do que estamos acostu-

mados, e de forma regular; por exemplo: cinco atos de

gentileza toda segunda-feira”, diz Sonja Lyubomirsky.

A gentileza, portanto, é apenas uma questão de opção:

é uma atitude que adotamos e que pode fazer diferença,

ainda que pequena, na vida dos outros.

Gentileza, o segredo da felicidade

Jaso

n Cl

arke

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Trecho de artigo publicado na revista Seleções (Reader’s Digest)

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Possui alguma foto interessante sobre esses 75 anos de CIP? Compartilhe com a comunidade! Entre em contato através do e-mail: [email protected] e saiba como fazê-lo.

Personalidades e formadores de opinião que participaram de eventos da CIP1. Paulo Coelho, escritor, jornalista e compo-sitor. 2. O compositor e violonista Toquinho. 3. Maurício de Souza. 4. O jornalista e apre-sentador Serginho Groisman. 5. Heródoto Barbeiro, jornalista. 6. Bóris Casoy. 7. Viviane Senna, empresária e irmã do piloto tricam-peão mundial Ayrton Senna. 8. O escritor e professor Moacyr Scliar.

M E M Ó R I A S

34

O Arquivo Histórico Judaico Brasileiro é uma entidade de utilidade públi-ca da comunidade judaica. Colabore doando fotos, livros, jornais, docu-mentos pessoais (passaportes, certidões) e objetos litúrgicos. Visite o site e conheça mais do trabalho do AHJB www.ahjb.org.br

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Acolher e integrarA iniciativa de criação de uma entidade que atendesse no

âmbito escolar crianças e jovens com deficiência intelectu-

al e dificuldade de aprendizado partiu de um diretor do Lar

das Crianças da CIP, Sr. Henrique Rattner. Ele procurava

um formato institucional adequado a crianças que viviam

no Lar e, na sua avaliação, precisavam de outro modelo de

atendimento. Foi quando, em decorrência desta iniciativa,

houve uma mobilização do Conselho de Mães da Federação

das Sociedades Israelitas do Estado de São Paulo. Assim,

juntamente com psiquiatras, psicólogos e educadores, foi

criado o CIAM (Centro Israelita de Assistência ao Menor),

em reunião no dia 19 de junho de 1958, com finalidade de

atender este público que necessitava de um atendimento

verdadeiramente especializado.

Num primeiro momento, atenderia crianças provindas do

Lar das Crianças da CIP e do lar da OFIDAS (Organização

Feminina Israelita de Assistência Social). Então, a família

Fromer fez uma doação de um imóvel no bairro do Jagua-

ré, onde passou a funcionar o internato e semi-internato

chamado Instituto Harry Fromer. Entre 1960 e 1965, a en-

tidade recebeu um total de 272 crianças e jovens oriundos

de entidades e escolas, judaicas ou não.

O CIAM, hoje Centro Israelita de Apoio Multidisciplinar, es-

tatutariamente tem por objetivo atender necessitados sem

qualquer distinção quanto à nacionalidade, gênero, credo,

cor ou religião dos beneficiários.

Atualmente, contamos com duas unidades. Uma delas é

a Unidade do Jaguaré, onde o atendimento vai de 0 a 18

anos, com os seguintes programas: Centro de Estimula-

ção Essencial , Centro Integrado de Habilitação de Crian-

ças e Adolescentes, Tecnologia Assistiva de Baixo Custo

e Introdução ao Mundo do Trabalho. Neste local, temos

apenas um assistido de origem judaica.

A outra é a Unidade da Aldeia da Esperança, no municí-

pio de Franco da Rocha, onde mantemos uma residência

assistida para pessoas com deficiência intelectual a partir

dos 18 anos, além dos programas Aldeia dia e Aldeia hotel.

Na Aldeia, temos hoje 55 residentes, dos quais 19 são de

origem judaica.

V A L O R E S J U D A I C O Spor Abrahão Kerzner, presidente do CIAM

Para manter a entidade, temos um quadro de sócios con-

tribuintes, doadores, adote um residente, eventos, nota fis-

cal paulista, projetos no FUMCAD e parcerias com iniciativa

privada e esfera governamental.

Procuramos manter nossa identidade judaica e somos

filiados à Federação Israelita do Estado de São Paulo. Man-

temos e comemoramos algumas de nossas tradições. Às

sextas-feiras, realizamos a cerimônia de Kabalat Shabat,

onde é feito o kidush e a brachá da chalá (produzida em

nossa cozinha). Em Iom Kipur, dispensamos nossos funcio-

nários e em Chanucá instalamos e acendemos uma cha-

nukiá. Promovemos anualmente almoços alusivos a Pessa-

ch e Rosh Hashaná. Como neste último, procuramos ter a

presença de um chazan e coro e, às vezes, a de um rabino.

Nos almoços dessas datas são servidas comidas típicas e

tradicionais, de acordo com a ocasião. E os eventos são

frequentados por nossos residentes de qualquer origem,

seus familiares, nossos diretores, conselheiros, funcioná-

rios e convidados.

*Alguns dados históricos foram tirados do livro Historia do Ciam, de agosto de 2004.

Almoço de Rosh Hashaná ocorrido na Aldeia da Esperança em 2012e que contou com a participação de residentes do CIAM.

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UMA LUz NA ESCURIDãO

Segundo dados do IBGE de 2010, no Brasil, mais de 6,5 milhões de pessoas têm alguma

deficiência visual. Desse total: 528.624 pessoas são incapazes de enxergar (cegos); e 6.056.654 pessoas possuem grande dificuldade permanente de enxergar (baixa visão ou visão subnormal). Do total da po-pulação brasileira, 23,9% (45,6 milhões de pessoas) declararam ter algum tipo de deficiência. Entre as deficiências declaradas, a mais comum foi a visual, atingindo 3,5% da população.

Colocada a dimensão da deficiência visual em nossa sociedade, fica claro que a construção de uma verdadeira sociedade inclusiva passa pelo respeito às pessoas com deficiências e o atendimento adequado de suas necessidades.

Glaucoma, retinopatia diabética, atrofia do nervo ótico, retinose pigmentar e degeneração macular re-lacionada à idade (DMRI) são as principais causas da cegueira na população adulta. Entre as crianças, as principais causas são glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade e toxoplasmose ocular congênita.

A Organização Mundial da Saúde aponta que, se houvesse um número maior de ações efetivas de pre-venção e tratamento, 80% dos casos de cegueira po-deriam ser evitados. A prevenção parte de uma me-lhoria nas condições de vida da população que resulta em melhoria da saúde em geral, inclusive a ocular.

Neste sentido, a avaliação oftalmológica permite a detecção de problemas visuais, o diagnóstico e a in-dicação do tratamento adequado para a garantia da saúde ocular. Para evitar a cegueira na infância é im-portante ainda a vacinação de mulheres adultas, fun-damental na prevenção da rubéola, do sarampo, da toxoplasmose, que podem levar doenças congênitas

às crianças cujas mães a possuem. Já o adulto deve fazer o acompanhamento regular de doenças meta-bólicas e preexistentes, como pressão alta e diabetes, que também podem causar cegueira.

A Fundação Dorina Nowill para Cegos em seus quase 67 anos de existência, colaborou com a melho-ria de vida de muitas pessoas com cegas e com baixa visão, por meio do acesso à educação e a cultura. A instituição oferece programas de clínica de visão sub-normal, educação especial, reabilitação e emprega-bilidade, além de produzir e distribuir livros braille, falados e digitais acessíveis.

Os serviços de reabilitação são gratuitos e têm como objetivo oferecer, à pessoa com deficiência vi-sual de todas as faixas etárias, tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu po-tencial individual e suas condições sociais, educacio-nais e econômicas, visando a sua inclusão social.

O trabalho é desenvolvido com equipe interdis-ciplinar composta por profissionais das áreas de: Serviço Social, Psicologia, Pedagogia, Fisioterapia, Professores de Orientação e Mobilidade, Terapia Ocupacional, Ortóptica e Oftalmologia.

Com tratamento precoce, atendimento educacio-nal adequado, programas e serviços especializados, a perda da visão não significa o fim de uma vida inde-pendente e produtiva.

COMO A FUNDAÇÃO DORINA NOWILL PARA CEGOS OFERECE EDUCAÇÃO E CULTURA PARA DEFICIENTES VISUAIS.

Page 37: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

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A reabilitação ajuda a iluminar a vida das pessoas com deficiência visual. Vale lembrar que um serviço especializado, na área de reabilitação, de educação e de todas as faixas etárias, tratamento adequado às suas necessidades, proporcionando condições para um desenvolvimento pleno, de acordo com seu po-tencial individual e situação social, educacional e econômica, visando a sua inclusão social.

A Fundação Dorina acredita que a leitura é um dos meios mais importantes de incluir e transformar o mundo das pessoas com deficiência visual. Nosso trabalho é árduo na produção de livros acessíveis, se-jam eles em áudio, em braille ou no formato Daisy (Digital Accessible Information System). O hábito de ler, seja o material produzido em qualquer formato, promove o enriquecimento nas ideias, a mudança no modo de pensar e traz à luz sonhos que sempre fica-ram engavetados.

A leitura é, para a pessoa cega ou para qualquer outro indivíduo, o veículo fundamental de desenvol-vimento da comunicação. Não se restringe apenas à satisfação da necessidade de ler por prazer ou para obtenção de informação genérica, mas representa fa-tor decisivo para a formação e desenvolvimento edu-cacional, cultural, técnico e científico.

Temos muito orgulho de trabalhar com respeito, ética, perseverança e dedicação para ajudar a ilumi-nar com a reabilitação, e os livros acessíveis, o ca-minho das milhares de pessoas com deficiência vi-sual que passam pela Fundação Dorina a cada ano. Renascimento e Transformação são as palavras que expressam melhor essas vidas. O mais importante é que se perceba que na muita coisa há para ser feita, mesmo sem enxergar.

Conheça mais sobre a instituição. Visite o site www.fundacaodorina.org.br.

Fonte: Fundação Dorina Nowill para Cegos

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por Gui ta Feldman3 6 0 º

Doações milionárias

Dois milionários doaram seis e sete milhões de dóla-res para a construção do Museu Histórico dos Judeus Poloneses da Varsóvia, cuja abertura está prevista para 2013. Localizado onde foi o Gueto de Varsóvia, conta-rá a história dos judeus desde a Idade Média até os dias de hoje. A Polônia, onde antigamente habitavam 3,5 milhões de judeus, era uma base importante do judaís-mo europeu e motivo de orgulho para muitos polone-ses, a ponto do diretor do Instituto Histórico Judaico da Polônia dizer “não há historia da Polônia sem os judeus e história de judeus sem a Polônia”.

“Os homens estão equivocados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem. Na verdade, envelhecem quando deixam de se apaixonar.” (G.G.Marques)

China e IsraelAo longo dos próximos cinco anos um acordo trará

cerca de mil executivos, funcionários do governo e em-presários da cidade chinesa de Nanjing para Israel para cursos intensivos dados pelo programa de Educação Executiva Lahav da Universidade de Tel Aviv (TAU). "A China sabe que não pode prosperar apenas de produção e mão de obra barata, eles querem aprender sobre nossos programas para a comercialização de invenções e sobre propriedade intelectual, o papel do capital de risco, entre outros”, diz Udi Aharoni, diretor do programa. Conhecer o Parque Industrial de Omer, reuniões com empresários de alta tecnologia em varias áreas, visitas a hospitais, bancos além de locais turísticos, farão parte da progra-mação e do projeto de transferência e troca de tecnolo-gia. "Eles querem entender por que um país tão pequeno como o nosso, sem recursos naturais, tem 100 empresas classificadas NASDAQ, enquanto os chineses têm muito menos", explica Aharoni.

Bicicleta para todosIzhar Gafni, inventor da bicicleta feita quase que in-

teiramente de cartão, diz que esse invento pode trans-formar totalmente o meio de transporte em países cuja população não pode comprar bicicletas tradicionais. A bicicleta não tem nenhuma parte de metal; os pedais, o freio e as rodas são feitas de materiais reciclados.

O cartão recebe um tratamento com uma mistura secreta de materiais orgânicos para torná-lo imperme-ável e anti-fogo e, por último, recebe uma cobertura com laca para dar uma boa aparência. Leve e barata, após passar meses submersa em água, ela passou na prova de durabilidade, mantendo-se intacta.

Page 39: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

39

A doação pode ser feita em qualquer valor pelo sitehttp://fumcad.prefeitura.sp.gov.br,direcionada à Congregação Israelita Paulista – Lar das Crianças.

Mais informações: Eve Pekelman (11) 2808-6226 - [email protected]

www.lardascriancas.org.br

VOCÊ PODE DESTINAR UMA PARTE DO SEU IMPOSTO DE RENDA PARA AJUDAR O DESTINO DE CENTENAS DE CRIANÇAS.Escolha um dos projetos do Lar das Crianças da CIP aprovados pelo FUMCAD e receba isenção fiscal, dedutível do imposto de renda em até 1% para pessoas jurídicas e 6% para pessoas físicas. Assim, tanto a empresa quanto seus colaboradores podem ajudar a dar um futuro digno para crianças e jovens que recebem alimentação, atendimento em saúde, atividades educativas, sociais, culturais e recreativas no Lar das Crianças, entidade com 75 anos de existência. Conheça nossos projetos no FUMCAD:

1- Crescer para a Vida: Atende crianças de 4 e 5 anos que frequentam o Lar das Crianças no contraturno escolar.2- Capacitar: Atende jovens de 12 a 14 anos, ajudando sua colocação profissional por meio de cursos de preparação, visitas a empresas e palestras com profissionais de diferentes áreas. 3- Orquestra Jovem de Violões: Oferece curso de formação musical, gratuito e de qualidade, a crianças e jovens oriundos de escolas públicas.

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Page 40: Revista da CIP - dez/2012 a jan/2013

Informações: 2808-6299 ou [email protected]

Venha acender as velas com a gente

8 a 15/12Encontros e sufganiot

1ª veladia 8, sábado20h30 Acendimento da 1ª vela.20h45 Venha descobrir a experiência em Uman, na Ucrânia, através de um bate-papo com Israel Grytz e o maestro Felipe Grytz, que estiveram lá recentemente. Participação dos rabinos da CIP. 2ª veladia 9, domingo18h45 Tefilá e acendimento das velas. 3ª veladia 10, segunda-feira18h45 Tefilá. Participe do encontro sobre "Liderança no judaísmo e os Macabeus" com o rabino Ruben Sternschein.20h30 Acendimento das velas. 4ª veladia 11, terça-feira18h45 Tefilá.20h30 Acendimento das velas e homenagem aos voluntários da CIP. Festival de Chazanim com a presença de diversos chazanim do Brasil e convidados especiais. Entrada franca.

5ª veladia 12, quarta-feira18h45 Tefilá.19h30 Cinemateca do Rabino. Após o filme, venha debater o tema com os rabinos sob a ótica do judaísmo. Acendimento das velas e homenagem à juventude da CIP.

6ª veladia 13, quinta-feira18h45 Tefilá.20h30 Acendimento das velas e homenagem aos profissionais da CIP. 7ª veladia 14, sexta-feira18h45 Acendimento das velas de Chanucá e Cabalat Shabat. Kidush recheado de sonhos! 8ª veladia 15, sábado18h30 Shaat Sipur especial, atividade para crianças e pais.19h30 Tefilá.20h30 Acendimento das velas. Apresentação da Orquestra de Cordas Laetare com a maestrina Muriel Waldman. Cerimônia em homenagem aos jovens formandos universitários de 2012 com uma brachá especial.

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