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2013 ESCOLA E CONTEXTOS REVISTA CONTEXTUAL DO PAEBES ISSN 2237-8324

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2013

ESCOLA E CONTEXTOS

revista contextual do paebes

ISSN 2237-8324

Page 2: REVISTA CONTEXTUAL - paebes.caedufjf.net · O ambiente escolar é fruto da interação entre importantes agentes. Professores, diretores e estudantes estão em permanente contato,

GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

JOSÉ RENATO CASAGRANDE

VICE- GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GIVALDO VIEIRA DA SILVA

SECRETÁRIO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

KLINGER MARCOS BARBOSA ALVES

SUBSECRETÁRIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

CARMEM LUCIA PRATA

GERENTE DE INFORMAÇÃO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

EDUARDO MALINI

SUBGERÊNCIA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

FABÍOLA MOTA SODRÉ (SUBGERENTE)CLAUDIA LOPES DE VARGASDENISE MORAES E SILVAGLORIETE CARNIELLISILVIA MARIA PIRES DE CARVALHO LEITE

SUBGERÊNCIA DE ESTATÍSTICA EDUCACIONAL

DENISE PEREIRA DA SILVA (SUBGERENTE)ELZIMAR SOBRAL SCARAMUSSAREGINA HELENA SCHAFFELN XIMENESTATIANA LEÃO LEITE TOSTES

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� Introdução ......................................................................................... 4

� Perfis ................................................................................................... 6

Os estudantes do Paebes ....................................................................................................7

Os estudantes do Paebes Alfa ......................................................................................... 12

Os docentes da rede estadual ......................................................................................... 18

Os diretores da rede estadual ......................................................................................... 22

� Eficácia escolar: desafio de gestão ........................................... 25

A realidade escolar em números .................................................................................... 26

O Índice Socioeconômico dos Estudantes – ISE .......................................................... 27

O Índice de Clima Escolar – ICE ........................................................................................ 27

O Índice da Dimensão Pedagógica – IDP....................................................................... 28

O Índice da Dimensão de Gestão – IDG ........................................................................ 29

Resultados .............................................................................................................................29

As condições do Índice de Clima Escolar (ICE) ............................................................. 30

As condições do Índice da Dimensão Pedagógica (IDP) ............................................ 31

Considerações Parciais ......................................................................................................33

� Considerações Finais .................................................................... 34

� Anexo: Análises específicas ........................................................ 35

Evolução anual dos indicadores: Práticas pedagógicas, Práticas de gestão, Práticas de Convivência e Clima escolar ........................................................................ 35

Resultados .............................................................................................................................41

SumárioGOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

JOSÉ RENATO CASAGRANDE

VICE- GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

GIVALDO VIEIRA DA SILVA

SECRETÁRIO DO ESTADO DA EDUCAÇÃO

KLINGER MARCOS BARBOSA ALVES

SUBSECRETÁRIA DE ESTADO DE PLANEJAMENTO E AVALIAÇÃO

CARMEM LUCIA PRATA

GERENTE DE INFORMAÇÃO E AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

EDUARDO MALINI

SUBGERÊNCIA DE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL

FABÍOLA MOTA SODRÉ (SUBGERENTE)CLAUDIA LOPES DE VARGASDENISE MORAES E SILVAGLORIETE CARNIELLISILVIA MARIA PIRES DE CARVALHO LEITE

SUBGERÊNCIA DE ESTATÍSTICA EDUCACIONAL

DENISE PEREIRA DA SILVA (SUBGERENTE)ELZIMAR SOBRAL SCARAMUSSAREGINA HELENA SCHAFFELN XIMENESTATIANA LEÃO LEITE TOSTES

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Introdução

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O ambiente escolar é fruto da interação entre importantes agentes. Professores, diretores e estudantes estão em permanente contato, contribuindo para a construção de ambientes escolares coletivos e multifacetados. São pessoas de diferentes origens e de diferentes características. Suas atitudes, seus pensamentos e suas orientações se materializam no cotidiano escolar. Com isso, é importante conhecer quem são as pessoas que constroem o ambiente escolar, que ensinam, que aprendem, que convivem. É esse o intuito ao qual esta revista se propõe.

Nesta edição, com base nas informações colhidas na avaliação do Paebes 2013, apresenta-se os perfis dos estudantes da rede estadual do Espírito Santo, além dos perfis de professores e diretores que responderam corretamente os questionários contextuais. Constam ainda índices sobre fatores intraescolares, como clima escolar, gestão e práticas pedagógicas e seu impacto nos resultados, em termos de proficiência, com foco no papel da gestão escolar na produção desses resultados.

Os resultados aqui apresentados são de suma relevância para os responsáveis pela gestão escolar capixaba, ao jogar luz sobre a realidade dos atores envolvidos na educação do estado.

Boa leitura!

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1 Perfis

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Os estudantes do Paebes

Nesta seção, apresenta-se o perfil dos estudantes da rede estadual avaliados no Paebes 2013 que preencheram corretamente os questionários contextuais apresentados. Os estudantes cujos questionários contextuais do Paebes 2013 retornaram corretamente preenchidos somam 43.125. São, em sua maioria, do sexo feminino (54,4%) e de cor parda (49,8%). Os estudantes que se declaram brancos são 29,4%, e os pretos representam 15,3% do total.

Masculino45,6%

Feminino54,4%

Sexo

Branco29,4%

Pardo49,8%

Preto15,3%

Amarelo3,5%

Indígena2,0%

Cor

Quando observamos a escolaridade dos pais dos estudantes da rede estadual do Espírito Santo, obtemos que a maior incidência, tanto para mães, quanto para os pais, está localizada no Ensino Fundamental (Anos Iniciais) completo. Nessa categoria, situam-se 26,9% das mães e 25,3% dos pais. Em seguida, aparecem 23,3% das mães na categoria de Ensino Médio completo, com 19,2% de pais com a referida escolaridade máxima atingida.

Escolaridade dos Pais

12,6%

26,9%

15,4%

23,3%

8,4%

13,4%13,5%

25,3%

14,5%

19,2%

5,5%

22,1%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Escolaridade dos pais

Escolaridade da mãe Escolaridade do pai

7Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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De maneira a compreender melhor a realidade socioeconômica dos estudantes da rede pública do Espírito Santo, são dirigidos vários itens que conformam um indicador sintético de nome Índice Socioeconômico (ISE). Ele representa o resultado de itens sobre acesso aos serviços públicos, posse de bens, além dos dois itens sobre escolaridade dos pais apresentados acima. A seguir, apresentamos os resultados para cada item, de forma isolada. O índice será apresentado mais adiante.

No primeiro gráfico, são apresentados os resultados de acesso a serviços públicos, como água, rede de esgoto, coleta regular de lixo e asfaltamento nas ruas onde habitam os estudantes avaliados, além da presença de algum familiar beneficiário do Programa Bolsa Família e de empregada doméstica ou faxineira trabalhando no domicílio. As barras somam 100%. As respostas aqui oferecidas pelos alunos são de “sim” e “não”. A parte inferior das barras representa o percentual de respostas “sim”, enquanto a parte superior, de cor mais clara, representa o percentual complementar para se atingir 100%, correspondendo aos percentuais de respostas “não”.

Observando os dados abaixo, temos que o fornecimento de luz elétrica e de água atingem quase a totalidade dos estudantes, representando 98,2%. Não chegam a ser maioria as residências onde se encontra pelo menos um beneficiário do Programa Bolsa Família, representando 32,6%.

Presença ou ausência de serviços públicos e beneficiário do Programa Bolsa Família

98,2% 98,2%83,7%

69,9%

32,6%

1,8% 1,8%16,3%

30,1%

67,4%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Luz elétrica Fornecimento deágua

Coleta de lixo Calçamento Bolsa Família

Sim Não

De forma a completar as informações acerca do perfil dos estudantes avaliados, ao mesmo tempo contemplando os subsídios necessários para a formulação do Índice Socioeconômico, adicionaram-se alguns itens aos anteriores. Desta vez, trata-se de informações sobre posse e quantidade de bens de consumo e itens de conforto domiciliar. O gráfico abaixo apresenta os resultados em questão.

As barras verticais somam 100% das respostas, que vão de “nenhum” a “2 ou mais” dos itens listados. Televisão em cores e dicionário de línguas são os itens que mais constam nas residências

8 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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(seus percentuais para “nenhum” são de 4,5% e 4,2%, respectivamente). Geladeira (19,4%) e algum tipo de veículo automotivo (36,4%) são os itens menos presentes.

Posse e quantidade de bens de consumo

4,5% 4,2%12,7% 12,6% 15,3% 19,4%

36,4%

47,4%

82,5%

47,5%

77,0% 68,2%

40,0%

43,1%

27,8%

13,3%

47,7%

10,3% 16,5%

40,6%

20,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

TV em cores Dicionário deLíngua

Portuguesae/ou outras

línguas

Máquina delavar roupa

Sanitário Aparelho deDVD

Geladeira Automóvel(carro/moto)

Nenhum 1 2 ou mais

Aos estudantes também foi perguntado sobre a frequência com que leem alguns itens selecionados. Somam 63,8% aqueles que responderam não ler nunca revistas de informação geral. São 45,7% aqueles que nunca leem jornais, ao passo que 65,8% leem livros, sendo 47,4% “às vezes” e 18,4% “sempre”.

Frequência de leitura de itens selecionados

63,8%

45,7%

34,2%

29,3%

41,6%

47,4%

6,9%

12,7%

18,4%

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

Revistas de Informação Geral

Jornal de Notícias

Livros

Não, nunca Sim, às vezes Sim, sempre

9Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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A partir da pergunta anterior, abre-se espaço para algumas indagações acerca da leitura. Pode-se inferir, por exemplo, que uma possível causa para a infrequência de leitura por parte dos estudantes seja o fato de não haver livros acessíveis aos mesmos.

Como se percebe, através da leitura do gráfico abaixo, a maioria dos estudantes afirma ter entre um e 20 livros, o que, de forma estimada, daria para encher uma prateleira de estante. Apenas 4% afirmam possuir mais de 100 livros. Em contraste, 23% dos estudantes alegam não possuírem livros em casa.

Quantidade de Livros

Não tenho livros na minha

residência.22,8%

1 a 20 livros.60,2%

21 a 100 livros.13,2%

Mais de 100 livros.3,8%

Quantidade de livros

Outra investigação interessante a se fazer é avaliar a frequência com que os estudantes veem seus pais lendo, o que poderia servir de incentivo, exemplo, ou, mais agudamente, poderia indicar um ambiente positivo de cultura na residência do respondente. São 27% aqueles que dizem ver seus pais lendo “sempre”, enquanto 9% alegam que nunca os viram ler.

Frenquência que vê os pais lendo

Sempre.26,6%

Às vezes.44,0%

Raramente.20,1%

Nunca.9,3%

Frequência que vê os pais lendo

Enquanto 26,6% dos estudantes afirmaram que veem seus pais lendo “sempre”, somam 81,1% aqueles que alegam que são incentivados por eles à leitura.

10 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Incentivo à leitura por parte dos pais

Sim.81,1%

Não.18,9%

Incentivo à leitura por parte dos pais

Com relação a hábitos pessoais de leitura, a maioria dos estudantes afirma que lê “às vezes” (54,2%), ao passo que aqueles que dizem não ler “nunca” somam apenas 4,2%.

Frenquência com que lê

Sempre.25,9%

Às vezes.54,2%

Raramente.15,6%

Nunca.4,2%

Frequência com que lê

Por fim, foram feitas duas perguntas que oferecem informações sobre bem estar e nível socioeconômico. A primeira, com relação à posse de computador e ao acesso à internet. Para essa, 61,9% dos estudantes afirmaram ter computador com acesso à internet. A segunda questão é sobre empregar faxineira ou empregada doméstica em casa. A maioria dos estudantes afirmou não haver empregada doméstica ou faxineira trabalhando em suas residências, enquanto 6,2% deles dizem que uma faxineira trabalha uma ou duas vezes, por semana, na limpeza de suas casas.

Posse de computador

Sim, com acesso à internet.

61,9%

Sim, mas sem acesso à internet.

12,3%

Não.25,8%

11Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Empregada doméstica

Não.89,2%

Sim, uma diarista, 1 ou 2

vezes por semana.

6,2%

Sim, uma, todos os dias.

3,7%

Sim, duas ou mais.0,9%

Empregada doméstica

O índice socioeconômico é uma estimativa das condições de vida dos estudantes e é calculado pela combinação dos indicadores expostos anteriormente. Em síntese, para as análises, esse índice, que possui uma distribuição normal, foi dividido em quatro categorias: baixo, médio baixo, médio alto e alto. O critério utilizado para tal categorização foi com base nos desvio-padrão da distribuição. Com isso, os estudantes que se localizam a dois desvios-padrão acima da média são classificados como pertencentes à categoria “alto”, ao passo que aqueles que se localizam a dois desvios padrão abaixo da média são os da categoria “baixo”. É importante ressalvar que o Índice Socioeconômico refere-se ao universo de estudantes avaliados, não sendo possível extrapolar para o restante da população do Espírito Santo, nem ser comparado com qualquer outra unidade da federação. Como se nota, os maiores percentuais localizam-se nas categorias intermediárias, o que é uma característica de distribuições “normais”. Ao todo, 16,3% dos estudantes foram classificados como pertencendo à categoria de ISE “alto”.

Categoria de ISE Baixo Médio Baixo Médio Alto Alto

Percentual 14,8% 35,5% 33,5% 16,3%

Os estudantes do Paebes Alfa

Pelo segundo ano consecutivo, a Secretaria de Estado de Educação do Espírito Santo e o CAEd/UFJF optaram pela aplicação de um questionário contextual para os pais ou responsáveis dos estudantes de 1º a 3º anos do Ensino Fundamental, que prestam o teste do Paebes Alfa. O questionário possui características análogas aos aplicados para estudantes de 5º e 9º anos e 3ª série do Ensino Médio. Foram 36.369 questionários enviados, tendo retornado 15.809, o que representa um percentual de 43,5% do total1. Os respondentes dizem que os estudantes sob sua responsabilidade são em sua maioria do sexo feminino (51,7%), sendo 56,7% de cor parda e 32,2% de cor branca.

1 As causas para o não preenchimento correto dos questionários são muitas: desde a devolução do mesmo em branco, até marcações incorretas no cartão resposta, o que acaba por invalidar os cartões.

12 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Masculino48,3%Feminino

51,7%

Sexo do estudante

Branco (a)

32,2%

Pardo (a)56,7%

Preto (a)8,4%

Amarelo (a)

1,9%

Indígena0,7%

Cor do estudante

Grande parte dos responsáveis que responderam é do sexo feminino (75,9%). A maioria se declara de cor parda (56,1%), sendo ainda 29,5% de cor branca.

Masculino24,1%

Feminino75,9%

Sexo

Branco (a)

29,5%

Pardo (a)56,1%

Negro (a)11,6%

Amarelo (a)

1,8%

Indígena0,9%

Cor

Dentre aqueles responsáveis que responderam, 75,0% são as mães dos estudantes. Além delas, 18,0% correspondem aos pais e 3,1% aos avós.

Grau de parentesco com o estudante

18,0%

75,0%

1,7% 0,9% 3,1% 1,0% 0,4%0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

80,0%

Sou o pai. Sou amãe.

Sou o(a)tio(a).

Sou avô. Sou avó. Sou outrofamiliar.

Não souparente.

Grau de parentesco com o estudante

13Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Os respondentes foram perguntados também sobre se eram os chefes do domicílio. A definição de chefe do domicílio diz respeito àquele que se considera o responsável pela residência. No caso dos responsáveis pelos alunos do Paebes Alfa, 59,5% se disseram chefes do domicílio.

Chefe de domicílio

Sim59,5%

Não40,5%

Chefe do domicílio

Dos 59,5% dos respondentes que afirmam ser os chefes do domicílio, 75,0% são mães dos estudantes. Ao responderem à pergunta sobre quem seria o chefe do domicílio do estudante 59,3% disseram “o pai”2.

Quem é o chefe do domicílio

59,3%

29,5%

0,9% 3,7% 4,3%0,5% 1,8%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

O pai. A mãe. O(a) tio(a). O avô. A avó. Outrofamiliar.

Outrapessoa.

Quem é o chefe do domicílio

Perguntou-se, também, o estado-civil do(a) respondente. Essa é uma medida que se relaciona com a questão do arranjo familiar. Na teoria sobre estratificação social, tem-se que arranjos familiares estáveis tendem a produzir um ambiente domiciliar que permite maior atenção ao educando em período escolar, permitindo acompanhamento mais próximo de seus estudos. Ao todo, 67,0% afirmam que são casados ou vivem com algum companheiro.

2 Esses resultados completamente discrepantes mostram certo nível baixo de compreensão do questionário e/ou alto grau de desatenção na hora de responder.

14 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Estado civil

Solteiro(a).22,3%

Casado(a) ou vivo com

companheiro(a)67%

Separado(a) ou divorciado(a).

8,6%

Viúvo(a).2,6%

Estado civil

O gráfico abaixo apresenta a escolaridade do respondente3. A maior incidência de escolaridade para os pais e responsáveis do Paebes Alfa é de Ensino Médio completo (27,1%), seguida do Ensino Fundamental Anos Finais incompleto (18,8%).

Escolaridade dos pais ou resposáveis

1,5%

11,8%9,0%

18,8%

10,6% 11,8%

27,1%

4,0%2,3% 3,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Escolaridade dos pais ou responsáveis

Por fim, indagou-se sobre a situação do respondente no mercado de trabalho. Somam 26,2% aqueles respondentes que trabalham como “dona de casa”. Além desses, 7,9% se colocam como desempregados ou sem rendimentos. Isso significa que 65,9% dos responsáveis encontram-se ocupados e com rendimentos, mesmo que não sejam rendimentos fixos.

3 Neste gráfico, EF significa “Ensino Fundamental”; EM significa “Ensino Médio”; comp. quer dizer “completo”, sendo incomp. “incompleto”. Tais abreviações foram utilizadas por uma questão de clareza na exposição visual do gráfico.

15Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Situação de trabalho

29,5%

8,7%

1,7% 0,8%

16,0%

6,1%

26,2%

1,3% 1,7%

7,9%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

Situação de trabalho

De modo a compor o perfil socioeconômico do público aqui exposto, conhecendo melhor a realidade domiciliar dos estudantes do Paebes Alfa, foram dispostos vários itens referentes ao acesso aos serviços públicos e posse de bens, bem como emprego de domésticas na residência e presença na família de algum beneficiário do Programa Bolsa Família. Os resultados aparecem no gráfico abaixo.

Presença ou ausência de serviços públicos e beneficiário do Programa Bolsa Família

99,5% 99,3%86,5%

68,5%

37,4%

0,5% 0,7%13,5%

31,5%

62,6%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

Luz elétrica Fornecimento deágua

Coleta de lixo Calçamento Bolsa Família

Sim Não

16 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Com base nos dados, percebemos que luz elétrica e fornecimento de água estão presentes em praticamente todos os domicílios dos estudantes do Paebes Alfa 2013, enquanto 37,4% afirmam haver algum morador beneficiário do Programa Bolsa Família.

Uma série de itens foi direcionada para saber sobre posse e quantidade de bens de consumo nos domicílios dos estudantes avaliados pelo Paebes Alfa 2013. Os resultados são apresentados no gráfico abaixo. Pelos dados, temos que os bens mais presentes, com pelo menos um em cada residência, é o banheiro (98,4%), ao passo que veículos automotores são os menos presentes (48,4% afirmam não possuir nenhum).

Posse e quantidade de bens de consumo

48,4%37,4%

23,0% 18,8% 15,5%3,1% 2,1% 1,6%

41,5%43,7% 66,3% 76,9%

75,0%

61,8%

91,0%81,7%

10,1%18,9%

10,7% 4,3% 9,5%

35,1%

6,9%16,6%

0%10%20%30%40%50%60%70%80%90%

100%

Nenhum. 1 2 ou mais

Com relação à posse de livros, 58,1% dos respondentes afirmam possuir livros suficientes apenas para encher uma prateleira, ao passo que 32,1% dizem não haver livros em suas residências.

Posse de livros

Não tenho livros na minha

residência.32,1%

1 a 20 livros.58,1%

21 a 100 livros.8,3%

mais de 100 livros. 1,5%

Posse de livros

17Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Mesmo havendo tantos domicílios sem livros, a frequência de leitura suplanta essa dificuldade. Somam 29,0% os respondentes que dizem ler “sempre”, sendo 52,3% que afirmam fazê-lo “às vezes”.

Frenquência de leitura

Sempre.29,0%

Às vezes.52,3%

Raramente.13,4%

Nunca.5,3%

Frequência de leitura

Diferente do que foi percebido, anteriormente, com relação ao Paebes 2013, para o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, 49,2% dos responsáveis que responderam ao Paebes Alfa 2013 alegam não possuir computador, enquanto 41,5% possuem com acesso à internet.

Posse de computador

Sim, com acesso à internet.

41,5%

Sim, mas sem acesso à internet.

9,3%

Não.49,2%

Posse de computador

Os docentes da rede estadual

Os instrumentos contextuais do Paebes 2013, também, foram aplicados aos professores. Ao todo, 5.132 responderam, o que representa 60,9% do total de questionários aplicados. Os docentes da rede estadual são, em sua maioria, do sexo feminino (74,1%) e de cor branca (51,1%). Os professores que se declararam de cor parda representam 37,4%, ao passo que os de cor preta são 9,8% do universo avaliado.

18 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Masculino25,9%

Feminino74,1%

Sexo

Branco51,1%

Pardo37,4%

Preto9,8%

Amarelo 1,5%

Indígena0,2%

Cor

Com relação ao nível de escolaridade completo dos professores do Espírito Santo, 62,3% possuem graduação mais especialização de no mínimo 360 horas. São 3,8% com mestrado e 0,2% com doutorado ou superior.

Nível de escolaridade completo

0,2% 1,5%7,3%

17,6%

6,9%

62,3%

3,8%0,2%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

70,0%

Nível de escolaridade completo

Sobre a experiência dos docentes que responderam ao questionário contextual do Paebes 2013 são duas as perguntas: a primeira, trata de há quantos anos o professor atua como tal; a segunda, indaga sobre há quantos anos o professor atua como professor daquela escola pela qual respondeu o questionário. Com isso, temos que as maiores incidências em termos de experiência como professor, independente da unidade de atuação, estão nas faixas de tempo “Entre 6 e 10 anos” (22,9%), “Entre 1 e 5 anos” (21,2%) e “Há mais de 21 anos” (21,0%). Já com relação à escola pela qual responderam o questionário contextual do Paebes 2013, as faixas mais recorrentes de resposta são “Há menos de um ano” (35,7%) e “Entre 1 e 5 anos” (35,2%).

19Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Experiência como docente

5,1%

21,2%22,9%

17,2%

12,6%

21,0%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

Há menos de 1ano.

Entre 1 e 5anos.

Entre 6 e 10anos.

Entre 11 e 15anos.

Entre 16 e 20anos.

Há mais de 21anos.

Experiência como docente

Experiência como docente nesta escola

35,7% 35,2%

13,6%

6,0%4,6% 4,8%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

Há menos de 1ano.

Entre 1 e 5anos.

Entre 6 e 10anos.

Entre 11 e 15anos.

Entre 16 e 20anos.

Há mais de 21anos.

Experiência como docente nesta escola

Quando perguntados sobre os rendimentos médios mensais, os professores responderam com mais frequência que recebem entre R$ 2.712,01 e R$ 3.390,00, representando 26,1% do total. Em seguida, aparecem 22,5% que afirmam receberem entre R$ 1.356,01 e R$ 2.034,00.

20 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Renda média

0,6%

5,6%

22,5% 21,6%

26,1%

15,3%

7,0%

1,3%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

Até R$678,00.

R$ 678,01 aRS 1.356,00.

R$ 1.356,01 aR$ 2.034,00.

R$ 2.034,01 aR$ 2.712,00.

R$ 2.712,01 aR$ 3.390,00.

R$ 3.390,01 aR$ 4.068,00.

R$ 4.068,01 aR$ 6.780,00.

Mais de R$6.780,01.

Renda média

Por fim, instados a responderem sobre a principal disciplina que lecionam, 30,2% dos docentes capixabas alegaram que tal disciplina é Língua Portuguesa. Para 19,7% é Matemática e 21,2% dizem que é alguma outra disciplina não listada no gráfico.

Principal disciplina lecionada

30,2%

19,7%

2,2%

13,6%12,1%

0,7% 0,2%

21,2%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

LínguaPortuguesa.

Matemática. Outra ciênciahumana.

Outra ciênciaexata.

Biologia. Línguaestrangeira.

EducaçãoFísica.

Outradisciplina.

Principal disciplina lecionada

21Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Os diretores da rede estadual

De maneira a completar nossas apresentações de perfis dos atores relacionados à Educação do estado do Espírito Santo, expõem-se os dados dos questionários respondidos pelos diretores. A maioria dos diretores é do sexo feminino (74,7%), reproduzindo o padrão observado com relação aos professores. Com relação à cor, a maioria se declara de cor branca (58,5%), sendo também 35,6% de pardos e 5,7% de pretos.

Masculino25,3%

Feminino74,7%

Sexo

Branco(a)58,5%

Pardo(a)35,6%

Preto(a)5,7%

Amarelo(a)

0,3%

Cor

O nível de escolaridade completo mais recorrente, repetindo o que foi observado com relação aos professores, é o de especialização (mínimo de 360 horas). Não chegam a 4% aqueles que possuem mestrado, sendo 6,2% aqueles que escolheram o caminho da Licenciatura durante a graduação.

Nível de escolaridade completo

0,0% 0,0%5,1% 6,2%

1,3%

83,6%

3,8% 0,0%0,0%

10,0%20,0%30,0%40,0%50,0%60,0%70,0%80,0%90,0%

Nível de escolaridade completo

22 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Com relação à experiência profissional, fez-se exercício análogo ao que fora feito para professores: ou seja, experiência como diretor, de modo geral, e como diretor na escola pela qual respondeu ao questionário do Paebes 2013. A maior frequência de anos como diretor é entre 1 e 5 anos (46,1%), seguida de 6 a 10 anos (22,6%).

Experiência como diretor

13,2%

46,1%

22,6%

11,1%

4,9%2,2%

0,0%

5,0%

10,0%

15,0%

20,0%

25,0%

30,0%

35,0%

40,0%

45,0%

50,0%

Há menos de 1ano.

Entre 1 e 5anos.

Entre 6 e 10anos.

Entre 11 e 15anos.

Entre 16 e 20anos.

Há mais de 21anos.

Experiência como diretor

Quando perguntados há quanto tempo trabalham como diretores na escola pela qual responderam ao questionário do Paebes 2013, 50,9% afirmam serem diretores há um período entre 1 e 5 anos, sendo 19,9% aqueles que dizem sê-lo há um período entre 6 e 10 anos.

Experiência como diretor desta escola

15,1%

50,9%

19,9%

8,1%4,9%

1,1%0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

Há menos de 1ano.

Entre 1 e 5anos.

Entre 6 e 10anos.

Entre 11 e 15anos.

Entre 16 e 20anos.

Há mais de 21anos.

Experiência como diretor desta escola

23Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Quando instados a responder sobre seus rendimentos, 54,2% dos diretores recebiam, em média, valores correspondentes à faixa salarial que vai de R$ 4.068,01 a R$ 6.780,01, enquanto 6,5% afirmaram receber mais que o referido valor.

Renda média

0,8% 1,3%

9,7%

27,5%

54,2%

6,5%

0,0%

10,0%

20,0%

30,0%

40,0%

50,0%

60,0%

De R$ 1.356,01 aR$ 2.034,00.

De R$ 2.034,01 aR$ 2.712,00.

De R$ 2.712,01 aR$ 3.390,00.

De R$ 3.390,01 aR$ 4.068,00.

De R$ 4.068,01 aR$ 6.780,00.

Mais de R$6.780,01.

Renda média

Por fim, 87,1% dos diretores atuam, exclusivamente, nessa função, enquanto 10,8% se dividem como professores em outras escolas.

Outras funções

Sim, sou professor(a) em

outra escola.10,8%

Sim, uma atividade fora do magistério.

2,2%

Não.87,1%

Outras funções

24 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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2 Eficácia escolar: desafio de gestão

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As escolas são espaços que promovem interações entre diversos agentes. Nelas atuam expectativas, perspectivas e visões sobre seus rumos, suas funções, suas melhores práticas e sobre os melhores métodos para construir um ambiente de promoção da educação, baseada em valores mais ou menos compartilhados ou compreendidos pela comunidade escolar. No contexto da discussão sobre a promoção da qualidade e da equidade nos sistemas educacionais, a conjunção desses fatores deve sempre visar ao desenvolvimento da aprendizagem para todos os estudantes.

O processo de ensino-aprendizagem é mediado por diversos fatores, já amplamente estudados pelas ciências sociais. Grande parte dos trabalhos se preocupa em destacar a forte influência que os fatores extraescolares têm sobre os resultados dos estudantes dentro das escolas. Nosso foco será diferente: enfatizamos a importância do clima escolar, das disposições e práticas de gestão, e das disposições e práticas pedagógicas. A consideração dos fatores extraescolares servirá apenas para guiar comparações mais adequadas sobre os diferentes fatores intraescolares. Afinal de contas, são os contextos administrativos e pedagógicos das instituições escolares em que podemos interferir de maneira mais objetiva. Torna-se, então, fundamental verificar em quais circunstâncias encontramos resultados escolares mais eficazes.

Os resultados a seguir são uma síntese de estudos mais amplos realizados pelos pesquisadores do CAEd/UFJF. A intenção é dialogar com aspectos práticos da gestão escolar. Partindo de considerações gerais para elementos específicos, de maneira a possibilitar reflexões direcionadas à melhoria do sistema de ensino.

A realidade escolar em números

As formas de mensurar as características das escolas associadas ao sucesso escolar variam amplamente. Sob a perspectiva das avaliações em larga escala, podemos mensurar tanto os resultados das escolas quanto os fatores internos e externos associados ao desempenho dos estudantes. Boas reflexões nascem da consideração simultânea entre: 1) as características externas dos estudantes relacionadas ao desempenho, como um controle para comparar contextos semelhantes; 2) as características administrativas e pedagógicas das escolas capazes de modificar os resultados; e 3) uma boa medida de desempenho das instituições, associada às finalidades do ensino e à noção de “sucesso escolar”.

Para o trabalho que desenvolvemos a seguir, utilizamos como controle das características externas dos estudantes o Índice Socioeconômico dos mesmos (ISE), elaborado a partir de suas respostas ao questionário contextual. Como síntese dos aspectos administrativos e pedagógicos relevantes das escolas, construímos, com diferentes fontes de informação, três índices, que envolvem a percepção de todos os envolvidos, quando pertinente:

1. um índice sobre o clima da convivência e das práticas escolares de uma maneira geral;

26 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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2. um índice sobre as disposições e práticas pedagógicas dos professores (que chamamos de Índice da Dimensão Pedagógica – IDP); e

3. um índice sobre suas próprias disposições e práticas de gestão escolar (Índice da Dimensão de Gestão – IDG).

Como medida da eficácia, utilizamos o percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado dentro das escolas, em todas as etapas avaliadas. A seguir, uma breve explicação de cada uma dessas variáveis antes de demonstrarmos os resultados encontrados.

O Índice Socioeconômico dos Estudantes – ISE

O ISE nos fornece uma medida comparativa para as condições de vida dos estudantes avaliados, considerando não só aspectos econômicos, mas também alguns aspectos sociais e culturais e fornecendo uma rica medida de controle para fatores externos, classicamente, associados ao desempenho escolar.

Para evidenciar como tais condições afetam as escolas, após a elaboração das médias, criamos duas categorias: escolas com valores baixos e médios de ISE; e escolas com valores mais altos para o ISE. As escolas situadas nas categorias de valores mais altos possuem, em média, 29,4% de estudantes com ISE alto. São, ao todo, 95 escolas nessa classificação. A tabela a seguir mostra a relação entre o sucesso da escola, medido pela média do percentual de estudantes nos padrões de desempenho proficiente ou avançado, segundo as categorias criadas para o ISE dos estudantes nas escolas do Estado do Espírito Santo.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado, segundo categoria do ISE do Paebes20131

ISE MÉDIOOU BAIXO ISE ALTO

Média 29,6 29,4

Desvio-Padrão 22,5 17,0

N° de escolas 376 95

O Índice de Clima Escolar – ICE

Um melhor desempenho dos estudantes depende também da capacidade das instituições escolares em gerar um ambiente acadêmico adequado para o desenvolvimento do conhecimento curricular. Uma forma de mensuração para tanto é captar a percepção dos agentes envolvidos no ambiente escolar sobre aspectos como convivência, cuidado, disciplina, exigência acadêmica, interesse e

1 A diferença para os dados de ISE, de maneira diversa do que foi observado em outros índices, não é tão expressiva. Para compreender essa realidade, seria necessária uma investigação bastante mais aprofundada, o que foge ao escopo desta revista.

27Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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motivação, organização e segurança dentro da escola. Com essas respostas, foi construído o Índice de Clima Escolar (ICE).

Esse índice traduz em números as opiniões em questão e sua média é considerada aqui como a medida do clima da instituição. Para evidenciar as diferenças proporcionadas por essa variável, também criamos duas categorias: escolas com valores baixos e médios; e escolas com valores mais altos para o ICE. Basicamente, a categoria de valores mais altos abrange 47,9% das escolas do sistema com os maiores valores de ICE. A tabela, a seguir, mostra a média do percentual de estudantes nos padrões de desempenho proficiente ou avançado segundo as categorias criadas para o ICE das escolas do Estado do Espírito Santo.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado, segundo categoria do ICE do Paebes2013

IDP MÉDIO OU BAIXO ICE ALTO

Média 25,0 47,9

Desvio-Padrão 16,1 29,4

N° de escolas 377 94

O Índice da Dimensão Pedagógica – IDP

Esperamos que fatores como a atuação dos professores estejam mais diretamente relacionados ao processo de aprendizagem dos estudantes. Pensando desse modo, criamos também um índice a respeito da atuação e disposição pedagógica dos professores, segundo a percepção dos estudantes.

O índice da dimensão pedagógica, também, foi construído a partir de afirmações sobre o comportamento dos professores relacionados à assiduidade, clareza, abertura para esclarecer dúvidas e ouvir a opinião dos estudantes, persistência ao ensinar para todos, correção do dever de casa e uso de material didático. Também criamos duas categorias para esse índice: escolas com valores baixos e médios e escolas com valores mais altos para o IDP. Na categoria de valores mais altos encontramos 36,1% das escolas do sistema com os maiores valores de IDP. A tabela a seguir mostra que, nas escolas do Estado do Espírito Santo, o sucesso escolar para o grupo com alto IDP difere em 8,2 pontos percentuais das escolas com baixo IDP.

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado, segundo categoria do IDP do Paebes2013

IDP MÉDIO OU BAIXO IDP ALTO

Média 27,9 36,1

Desvio-Padrão 21,5 20,3

N° de escolas 377 94

28 Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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O Índice da Dimensão de Gestão – IDG

O índice da dimensão de gestão foi elaborado com a concordância ou discordância dos envolvidos sobre afirmações com relação à sua própria atitude e comportamento ante a centralização ou descentralização da gestão escolar (incluindo ou não a participação do conselho escolar), a prestação de contas da gestão para a comunidade escolar, além de diversas dimensões da capacidade discricionária e de iniciativa do gestor frente a imprevistos e esferas superiores de decisão. A média desse índice corresponde à percepção de elementos positivos sobre as atitudes e disposições dos gestores da escola quanto a aspectos de gestão.

Na categoria de valores mais altos encontramos, aproximadamente, 32,5% das escolas do sistema com os maiores valores de IDG. A tabela a seguir mostra alguma diferença de sucesso escolar entre os grupos com alto e médio ou baixo IDG para as escolas do Estado do Espírito Santo (3,7 pontos percentuais, aproximadamente).

Média e desvio-padrão do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado, segundo categoria do IDG do Paebes2013

IDG MÉDIOOU BAIXO IDG ALTO

Média 28,8 32,5

Desvio-Padrão 21,9 19,9

N° de escolas 377 94

Resultados

Sejamos sistemáticos: vamos avaliar um cenário de cada vez. Em primeiro lugar, é indispensável considerarmos as características socioeconômicas dos estudantes dentro das escolas para não beneficiarmos aquelas que recebem estudantes em condições socialmente favoráveis e penalizarmos escolas que recebem estudantes em condições socialmente desfavoráveis. Então, em todos os cenários a seguir, iremos, sempre, distinguir, dentre as escolas da rede estadual do Espírito Santo, aquelas com alto nível de ISE das demais.

Porque nossa ênfase de análise recai sobre os, possíveis, impactos de diferentes posturas de gestão escolar, a outra variável que, também, estará sempre presente em nossos gráficos será aquela que separa as escolas com um índice da dimensão de gestão (IDG) alto daquelas com um IDG médio ou baixo.

Para simplificar, precisamos comparar a importância da gestão diante de dois cenários: em escolas com diferentes condições de clima escolar (ICE) e em escolas com diferentes condições na dimensão pedagógica (IDP). A finalidade do estudo permanece a mesma: verificar se existem diferenças de sucesso entre as escolas, diante de diferentes posturas de gestão, sucesso esse medido pelo percentual de estudantes com valor de proficiência dentro dos padrões proficiente ou avançado.

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As condições do Índice de Clima Escolar (ICE)

O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas pelo ICE como baixo ou médio valor. Em outras palavras, estamos vendo apenas as escolas com clima escolar desfavorável. Dentro deste grupo, comparamos os gestores segundo o índice da dimensão de gestão, IDG. Observamos que, para as escolas com ISE desfavorável, as diferenças na postura de gestão afetam o indicador de sucesso da escola (3,4 pontos percentuais de diferença). Essa diferença de percentuais é menor do que a observada para as escolas com ISE considerado alto, o que poderia ser esperado, em função da atuação intraescolar. As escolas do grupo de ISE alto, aquelas identificadas com uma gestão favorável (alto IDG), possuem 9,1 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões proficiente ou avançado do que aquelas nas mesmas condições de ISE, mas com uma gestão considerada desfavorável (IDG médio ou baixo).

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado em escolas com ICE médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

24,1% 24,9%27,5%34,0%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ISE médio ou baixo ISE alto

ICE médio ou baixo

IDG médio ou baixo IDG alto

Consideremos agora apenas as escolas com valores altos no Índice de Clima Escolar. O cenário muda: esperamos que as médias do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado sejam maiores, porque encontramos nessas escolas um clima mais favorável para o desenvolvimento de posturas e práticas de ensino mais eficazes. Mas o padrão observado, anteriormente, em parte se altera.

O gráfico a seguir mostra que, para as escolas com clima escolar favorável, mas com ISE desfavorável, as diferenças na postura de gestão mantêm-se independentes dos resultados. O gráfico mostra que, numa situação de clima escolar alto, os estudantes situam-se nos padrões proficiente ou avançado mesmo quando a gestão é percebida negativamente. Em média, temos 53,0% de estudantes nos padrões proficiente ou avançado, quando os diretores apresentam uma gestão desfavorável (IDG baixo ou médio), e 37,8% quando apresentam uma gestão considerada boa (IDG alto). A quantidade de escolas situada no grupo de ISE alto e clima escolar alto é muito pequena (dois casos), o que

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gera limitações na interpretação desses resultados. Ou seja, embora a diferença percentual seja, consideravelmente, grande, ela se refere a casos isolados. Esse cenário pode explicar o fato de a gestão não ser a variável principal de influência nos poucos casos em questão.

Nas escolas de ISE alto, a diferença segue no mesmo sentido, embora o percentual de estudantes localizados nos padrões de desempenho mais altos seja maior.Para as escolas com gestores na categoria de IDG médio ou baixo, a média do percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado é de 58,7%; para escolas cujos gestores estão na categoria de IDG alto, essa média é de 47,8%; uma diferença de aproximadamente 10,9 pontos percentuais. Esses resultados indicam que, nas escolas de clima escolar mais alto, as práticas de gestão parecem independentes dos outros componentes do ambiente escolar.

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado em escolas com ICE alto, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

53,0%58,7%

37,8%

47,8%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ISE médio ou baixo ISE alto

ICE alto

IDG médio ou baixo IDG alto

As condições do Índice da Dimensão Pedagógica (IDP)

Os novos cenários a serem avaliados dizem respeito, agora, às diferenças na dimensão pedagógica das escolas. O gráfico a seguir compara apenas as escolas identificadas pelo IDP com valor baixo ou médio. Ou seja, estamos tratando das escolas em que os estudantes, diretores e professores avaliaram desfavoravelmente as atitudes e disposições dos professores e dos diretores em relação ao ensino realizado em sala de aula.

Observamos que, para as escolas com ISE médio ou baixo, as diferenças na postura de gestão não conseguem afetar o sucesso escolar, repetindo o fenômeno observado para as boas práticas de gestão. Para o grupo de escolas com ISE desfavorável, a média no percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado é de 28,3% para o grupo de escolas com gestão desfavorável (IDG médio ou baixo); e 27,5% para o grupo com gestão considerada melhor (IDG alto): diferença de 0,8 ponto percentual. Apesar de contrariar as expectativas, pode-se dizer que o percentual de

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estudantes que ocupa os níveis de proficiência proficiente ou avançado é relativamente alto. Já para as escolas no grupo de ISE alto, os percentuais se comportam de forma distinta, sinalizando a atuação da gestão mais positivamente. A média do percentual é de 26,5% quando as escolas apresentam uma gestão desfavorável (IDG médio ou baixo); e de 31,5% quando apresentam uma melhor gestão (IDG alto). Uma diferença de 5,0 pontos percentuais a mais de estudantes nos padrões proficiente ou avançado em favor das escolas com melhor gestão. Isso pode se explicar em função da configuração de ISE alto e práticas de gestão altas, comportando-se de forma independente das práticas pedagógicas.

Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado em escolas com IDP médio ou baixo, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

28,3% 26,5%27,5%31,5%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ISE médio ou baixo ISE alto

IDP médio ou baixo

IDG médio ou baixo IDG alto

Mas, também, existe o cenário em que as escolas foram identificadas como possuindo um alto índice da dimensão pedagógica. Quer dizer, escolas em que os atores envolvidos identificaram nos responsáveis pelas práticas pedagógicas uma tendência a apresentar atitudes e disposições positivas em relação ao ensino em sala de aula. Nesse grupo de escolas, esperamos, obviamente, um sucesso maior porque o corpo docente tende a adotar posturas e práticas mais favoráveis ao ensino.

No gráfico a seguir, o primeiro ponto a se observar é o alto percentual de estudantes nos padrões mais elevados, muito explicado pela mudança de cenário, agora mais positivo. Quando o índice de prática de gestão é baixo, temos 33,5% de alunos em estágios mais avançados; quando o índice é alto, temos 37,2%. Isso mostra que, em escolas que se encontram com práticas pedagógicas boas, há impacto das práticas de gestão nos resultados em termos de proficiência.

A diferença se mantém quando observamos os grupos de ISE alto. Quando todos os fatores convergem, positivamente, temos que 40,4% dos estudantes ocupam padrões mais elevados. Mesmo quando as práticas de gestão são avaliadas como negativas, 39,6% deles localizam-se nos padrões Proficiente ou Avançado.

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Associação entre o IDG e o percentual de estudantes nos padrões proficiente ou avançado em escolas com IDP alto, controlada a média do ISE dos estudantes na escola

33,5%39,6%37,2%

40,4%

-10%

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

ISE médio ou baixo ISE alto

IDP alto

IDG médio ou baixo IDG alto

Considerações Parciais

Em coerência com as análises que respeitam a complexidade e os paradoxos intrínsecos ao sistema educacional brasileiro, observamos nos resultados das escolas da rede estadual do Espírito Santo fatores positivos e negativos.

Os resultados aqui apresentados parecem apontar para o impacto positivo que o clima escolar e, principalmente, como apontam os dados, que as práticas pedagógicas demonstram quando interagem com as práticas de gestão. Na combinação em que aparecem ISE alto, práticas pedagógicas altas e gestão alta, tem-se um cenário que sugere maior equidade, ou seja, quase não há diferença entre os grupos de ISE em relação aos melhores desempenhos. O último gráfico aponta para o esforço empreendido pelas práticas pedagógicas no sentido de alavancar o maior número possível de estudantes em termos de aproveitamento.

No entanto, também, como visto, a situação socioeconômica, ainda, é uma barreira para a plena exploração de boas práticas. Isso demanda nova formulação de ações de modo a diminuir o hiato existente entre as diferentes situações socioeconômicas. Além disso, nem sempre a melhor percepção de gestão, de clima ou de práticas pedagógicas significa melhores resultados. Seria necessária a verificação empírica dessa combinação para se ter certeza de como ela se expressa na vida escolar.

Os resultados aqui apresentados se prestam a insumos para reflexão de todos os envolvidos na gestão educacional capixaba. Espera-se, com isso, gerar elementos para discussão e sinalizações para ações e políticas que resultem na melhoria dos resultados da rede, na direção de maior equidade.

33Escola e contextos | Revista Contextual do Paebes 2013

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Considerações FinaisEsta revista se propõe a apresentar os perfis dos três macro-atores que interagem no ambiente escolar, de maneira a fornecer a todos os envolvidos e interessados insumos para, conhecendo suas realidades, poder formular ações mais específicas e direcionadas ao público com que lidam cotidianamente. Naturalmente, que diretores e professores estão próximos do seu corpo discente, compartilham impressões, eventualmente se conhecem melhor, mas nem sempre é possível ter essa impressão do todo de uma rede escolar. É nesse sentido que as análises aqui propostas se prestam a auxiliar.

Os resultados apontam para uma configuração de pais e alunos em constante transformação. Essas transformações precisam ser percebidas ao longo dos anos. Naturalmente que características de toda uma rede estadual não se transformam de um ano para o outro. No entanto, através dos anos, com base em instrumentos afinados com a realidade estadual, é possível captar toda e qualquer mudança de perfil, atendendo às novas demandas dos estudantes, professores e diretores da rede estadual do Espírito Santo. A esses e a muitos outros propósitos convergem este documento e a avaliação do Paebes 2013.

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Anexo: Análises específicasEsse anexo explora, a partir da proximidade entre os questionários aplicados nas últimas edições do Paebes, a comparação entre diversos indicadores de características escolares. Como ocorre, anualmente, nas revistas contextuais, uma análise específica é proposta com base nos dados colhidos através dos questionários contextuais.

A análise tem como referência as práticas de gestão, de maneira a apontar a influência dos fatores internos na condução da vida escolar. Com isso, busca-se mostrar como práticas de gestão e práticas pedagógicas podem ou não mitigar os efeitos da situação socioeconômica dos estudantes das escolas do Espírito Santo. Toma-se como base o estudo feito para os resultados de 2011 e 2012, a fim de mostrar as variações entre os indicadores propostos1 para representar as múltiplas esferas que interagem nas escolas capixabas, mas não só. Além disso, expõe-se o estudo de práticas de gestão e sua evolução ao longo dos anos considerados.

Evolução anual dos indicadores: Práticas pedagógicas, Práticas de gestão, Práticas de Convivência e Clima escolar

De maneira a analisar de que forma se altera a percepção dos múltiplos atores escolares ante a realidade contemporânea, são criados alguns indicadores temáticos para caracterizar a rede estadual de educação do Espírito Santo. É importante informar que, embora os itens expostos nos questionários sejam praticamente os mesmos, anualmente, o universo de estudantes avaliados se altera, já que, a cada ano, os estudantes avançam pelas etapas. Como não se tem uma coorte, que permitiria uma análise longitudinal, apresenta-se um retrato do que foi sentido por estudantes, professores e diretores ao longo do ano de 2013. Inicialmente, são apresentadas as médias dos indicadores para estudantes, professores e diretores. Os indicadores construídos foram sintetizados de acordo com as seguintes dimensões: (a) práticas pedagógicas; (b) práticas de gestão; (c) práticas de convivência; e (d) clima escolar. Em seguida, é apresentada a análise de práticas de gestão, práticas pedagógicas e clima escolar, já referida acima.

Dimensões analisadas:

a. Práticas Pedagógicas

A escolha da ênfase pedagógica aplicada em sala de aula varia de acordo com uma série de aspectos, tais como o perfil dos estudantes reunidos em uma mesma sala de aula, a proposta e os objetivos da escola, bem como as próprias concepções educacionais do professor. Não há sentido,

1 Convém destacar que a composição dos indicadores apresentados no anexo não é a mesma dos indicadores expostos na seção “Eficácia escolar: desafio de gestão”, embora sejam semelhantes em seu conteúdo.

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portanto, em se tentar medir a prática pedagógica de professores classificando-a como boa ou ruim. Não existe apenas uma forma de se ensinar, e a adequação da ênfase pedagógica em sala de aula é subjetiva e variável. Os indicadores que compõem esse aspecto são os seguintes:

• Atenção ao aluno

• Avaliação da Aprendizagem

• Compromisso com a Aprendizagem

• Condições e Práticas de Ensino

b. Práticas de Gestão

A organização e a gestão da escola têm influência considerável no poder que a escola tem de afetar o desempenho de seus estudantes. A dedicação que os profissionais da escola têm no efetivo cumprimento de suas funções é um fator preponderante para o bom desempenho da própria escola. Nessa categoria de fatores, é importante destacar o papel do diretor. A eficácia escolar vincula-se ao comportamento do diretor no exercício de sua função. Um diretor reconhecido como líder, por parte dos professores que compõem o quadro docente, assim como pelos funcionários da escola, exerce uma influência positiva e mais acentuada no desempenho de todos os envolvidos, criando uma atmosfera positiva de ensino.

Para aferir um diagnóstico sobre as atuais práticas de gestão na rede estadual do Espírito Santo, foram produzidos três indicadores:

• Apoio e Monitoramento

• Aplicação de Normas

• Interação com a Comunidade

c. Práticas de Convivência

O ambiente da escola, ou o seu clima, é um tema bastante popular dentre as discussões acerca de eficácia escolar, configurando-se inclusive como uma das quatro dimensões analisadas no Paebes. Para criar e manter um clima favorável ao aprendizado, além de aspectos ligados a práticas pedagógicas e de gestão, as práticas de convivência, também, são de grande importância. Regras e normas fazem parte do dia a dia da escola, preservando a estrutura hierárquica organizacional necessária para o seu bom funcionamento. Contudo regras em demasia, ou impostas de forma autoritária, podem acabar denegrindo o ambiente e prejudicando as relações entre os atores na escola. Logo é necessário encontrar um equilíbrio entre a existência de normas e o bom relacionamento entre todos, evitando que a aplicação de regras crie um ambiente opressivo e autoritário dentro da escola.

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Tendo isso em mente, dois indicadores foram produzidos para analisar esta dimensão escolar.

• Respeito às Normas

• Respeito e Diálogo

d. Clima Escolar

Para a criação e perpetuação de uma cultura ou clima escolar positivo, é necessária a criação de uma comunidade de aprendizagem, de objetivos análogos, entre os membros da equipe da escola. Dessa forma, é possível que membros ajam como amigos críticos, compartilhem suas boas práticas e se engajem num processo mútuo de educação/reeducação. Essa cooperação e boa comunicação entre os membros da equipe, além de constituírem objetivos comuns, são essenciais para uma cultura positiva.

Muitas das características já mencionadas nas três dimensões anteriores podem contribuir para um ensino de maior qualidade e equidade. Uma abordagem participativa na administração e no processo de tomada de decisões da escola, por exemplo, contribuiu para um sentimento de pertencimento e “posse” da escola pelos seus funcionários. Por sua vez, esse sentimento estimula maior dedicação e interesse dos professores pelo aprendizado de seus estudantes.

Além de subjetiva, portanto, a percepção do clima escolar está atrelada a diversos aspectos da escola. Para a avaliação do Paebes 2013, buscou-se mensurar esta percepção do clima a partir de cinco indicadores:

• Desenvolvimento Acadêmico e Profissional

• Conforto e Segurança

• Interação

• Pertencimento e Inclusão

• Satisfação e Motivação

O quadro a seguir apresenta a composição de cada um desses indicadores, produzidos a partir de questões dos três questionários aplicados a alunos, professores e diretores. Todos os indicadores elaborados para esta publicação foram calculados a partir da opinião de pelo menos dois dos três atores entrevistados, com o intuito de produzir indicadores mais fidedignos à realidade das escolas capixabas.

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QUADRO 1: COMPOSIÇÃO DE INDICADORESDimensão Indicador Questões que compõem o indicador

Práticas

Pedagógicas

Apoio e monitoramento

Questões direcionadas ao diretor:

Os professores têm que usar bem os recursos pedagógicos disponíveis na escola./A infrequência dos alunos é investigada para se conhecer as razões da ausência.

Avaliação da aprendizagem

Questões direcionadas ao aluno:

Aprendo a matéria que o(a) professor(a) ensina. / O(A) professor(a) sempre corrige o dever de casa.

Questões direcionadas ao professor:

Sempre corrijo e discuto a correção do dever de casa com os alunos. / Utilizo os resultados da avaliação para melhorar o que faço.

Questões direcionadas ao diretor:

Esse indicador não utiliza questões direcionadas aos diretores.

Compromisso com a

aprendizagem

Questões direcionadas ao aluno:

O(A) professor(a) explica até que todos entendam a matéria. / Para o(a) professor(a) a turma toda pode aprender. / Eu capricho na hora de fazer os meus trabalhos.

Questões direcionadas ao professor:

Não aceito trabalho mal feito pelos alunos. / Todos os alunos têm capacidade de aprender o que é ensinado. / Ensino o mesmo assunto de várias maneiras, se for necessário, para que todos aprendam. / Sinto-me responsável pela aprendizagem dos alunos.

Questões direcionadas ao diretor:

Esse indicador não utiliza questões direcionadas aos diretores.

Condições e práticas de

ensino

Questões direcionadas ao aluno:

O(A) professor(a) é claro ao explicar a matéria. / Acho as aulas interessantes e animadas. / O(A) professor(a) sempre usa livro didático para ensinar.

Questões direcionadas ao professor:

As minhas aulas são sempre bem planejadas. / Procuro utilizar vários recursos para tornar as aulas mais atraentes. / Procuro passar trabalhos interessantes e desafiadores para os alunos. / Participo das decisões relacionadas ao meu trabalho. / Os professores se esforçam para coordenar o conteúdo das matérias entre as diferentes séries.

Práticas de

Gestão

Aplicação de Normas

Questões direcionadas ao aluno:

Esse indicador não utiliza questões direcionadas aos alunos.

Questões direcionadas ao professor:

O diretor é zeloso e exigente no cumprimento das regras. / Brigas e confusões, quando acontecem, são resolvidas na própria escola. / Todos sabem o que pode e o que não pode ser feito na escola.

Questões direcionadas ao diretor:

As transgressões às normas de funcionamento e convivência da escola são resolvidas na própria escola.

Interação com a Comunidade

Questões direcionadas ao aluno:

Esse indicador não utiliza questões direcionadas aos alunos.

Questões direcionadas ao professor:

Com apoio da comunidade a escola promove várias atividades importantes para os alunos. / Os pais estão sempre presentes nas reuniões e eventos da escola. / Sempre informo os pais sobre o desempenho dos seus filhos.

Questões direcionadas ao diretor:

O diálogo e a participação da comunidade é a melhor maneira de proteger a escola. / É obrigação da direção da escola prestar contas das providências, melhorias e resultados alcançados.

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QUADRO 1: COMPOSIÇÃO DE INDICADORESDimensão Indicador Questões que compõem o indicador

Práticas de

Convivência

Respeito e Diálogo

Questões direcionadas ao aluno:

Por qualquer motivo, os alunos são colocados para fora da sala pelo professor. / Perdemos muitas aulas porque o(a) professor(a) falta com frequência.

Questões direcionadas ao diretor:

Os professores desta escola fazem esforço para interagir com a comunidade.

Respeito às normas

Questões direcionadas ao aluno:

A escola é uma bagunça. Ficam muitos alunos do lado de fora da sala fazendo barulho. / Quando alguém me ameaça ou agride, não adianta reclamar na direção. Tudo continua do mesmo jeito. /

A turma demora a fazer silêncio, depois que o(a) professor(a) entra em sala. / Durante as aulas há muito barulho e bagunça, o que atrapalha quem quer estudar

Questões direcionadas ao professor:

Consigo manter na sala de aula um clima de ordem e respeito.

Questões direcionadas ao diretor:

Os professores me apoiam no cumprimento das regras da escola.

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QUADRO 1: COMPOSIÇÃO DE INDICADORESDimensão Indicador Questões que compõem o indicador

Clima

Escolar

Conforto e segurança

Questões direcionadas ao aluno:

Sinto-me em segurança nesta escola / Acho a escola limpa e bem cuidada/ O prédio da escola é muito bom.

Questões direcionadas ao professor:

Sinto-me em segurança nesta escola. / Acho a escola limpa e bem cuidada. / O prédio da escola é muito bom.

Interação

Questões direcionadas ao aluno:

Eu me dou bem com todos nesta escola / Eu gosto de estar com meus colegas / Na escola todos se tratam com respeito / A escola promove festas e eventos em que todos participam

Questões direcionadas ao professor:

O bom relacionamento é uma qualidade desta escola. / Eu gosto de estar com meus colegas de trabalho. / Na escola todos se tratam com respeito.

Questões direcionadas ao diretor:

O bom relacionamento é uma marca desta escola. /Gosto de lidar com todos na escola. / Na escola todos se tratam com respeito.

Pertencimento e Inclusão

Questões direcionadas ao aluno:

Sinto-me bem cuidado nesta escola. / Sinto que sou valorizado nesta escola. / Tenho orgulho de ser aluno desta escola.

Questões direcionadas ao professor:

Sinto que sou valorizado nesta escola. / Gosto de fazer parte da equipe desta escola.

Questões direcionadas ao diretor:

Sinto que sou valorizado nesta escola.

Satisfação e Motivação

Questões direcionadas ao aluno:

Gosto de estudar nesta escola. / Eu me sinto cheio(a) de energia e animado(a) na escola. / Gosto de ir para a escola.

Questões direcionadas ao professor:

Gosto de trabalhar nesta escola. / Eu me sinto cheio(a) de energia e animado na escola. / Gosto de ir para a escola.

Questões direcionadas ao diretor:

Gosto de trabalhar nesta escola. / Eu me sinto cheio(a) de energia e animado(a) na escola. / Gosto de ir para a escola.

Desenvolvimento Acadêmico e Profissional

Questões direcionadas ao aluno:

Tenho participado de coisas interessantes na escola. / Acho que vale a pena estudar nesta escola. / Estou sempre aprendendo coisas novas nesta escola.

Questões direcionadas ao professor:

Se pudesse voltar no tempo, faria a opção pelo magistério novamente. / Tenho realizado coisas importantes no meu trabalho. / Eu me sinto gratificado(a) pela carreira que escolhi. / A experiência nesta escola me faz crescer profissionalmente.

Questões direcionadas ao diretor:

Foi uma decisão acertada ter me candidatado a diretor desta escola. / Tenho realizado coisas importantes no meu trabalho. / Ser diretor(a) de escola é gratificante. / A experiência como diretor desta escola me faz crescer profissionalmente

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ResultadosO índice de práticas pedagógicas foi composto pelos mesmos indicadores utilizados nos anos de 2011 e 20122. Há oscilações em relação aos valores de 2013. Eles podem ser explicados pela mudança no universo de estudantes avaliados (mesmo com a junção das informações de professores e diretores). A média geral ficou em 5,9.

NOME DOS INDICADORES 2011 2012 2013

Atenção ao aluno 7,7 8,3 6,9

Avaliação da aprendizagem 6,6 5,6 5,6

Compromisso com a aprendizagem 6,9 7,3 5,0

Condições e práticas de ensino 8,2 6,1 6,1

Práticas Pedagógicas 7,3 6,8 5,9

Já o índice de Práticas de Gestão manteve sua média praticamente estável ao longo dos três anos avaliados, o que mostra uma robustez nas referidas práticas. A média oscilou negativamente de 7,8 para 7,6, o que pode ser considerado uma situação de estabilidade. O indicador de apoio e monitoramento teve leve melhora em relação a 2012, ao passo que aplicação de normas teve a maior redução.

NOME DOS INDICADORES 2011 2012 2013

Apoio e Monitoramento 8,8 7,9 8,1

Aplicação de normas 8,6 8,6 7,9

Interação com a comunidade 7 6,8 6,7

Práticas de Gestão 7,8 7,7 7,6

O índice que reflete as Práticas de Convivência aparece com valores mais baixos nos dois indicadores avaliados. Tanto respeito às normas, quanto respeito e diálogo foram percebidos com valores menores do que nos anos anteriores. Respeito às normas teve média de 5,4.

NOME DOS INDICADORES 2011 2012 2013

Respeito às normas 7,0 6,4 5,4

Respeito e Diálogo 7,2 7,4 5,8

Práticas de Convivência 7,1 6,9 5,6

Por fim, o índice de clima escolar teve leve variação negativa em relação aos anos anteriores. Ele havia subido de 7,3 para 7,4 entre 2011 e 2012, reduzindo-se para 7,0 em 2013. Um indicador que pode ter contribuído para uma média geral menor foi o de desenvolvimento acadêmico/profissional, com valor percebido de 6,3.

NOME DOS INDICADORES 2011 2012 2013

Desenvolvimento acadêmico/profissional 7,1 7,2 6,3

Conforto e segurança 7 6,9 7,1

Interações dentro da escola 6,7 7,5 6,9

Pertencimento e Inclusão 7,7 7,5 7,5

Satisfação e Motivação 8 7,9 7,1

Clima Escolar 7,3 7,4 7,0

2 Embora não, necessariamente, pelos mesmos itens. A tabela que expõe os itens utilizados na composição de cada indicador mostra essa relação. Os itens são retirados da composição dos indicadores em função de pequena correlação estatística ou por mudanças pontuais nos questionários aplicados.

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

COORDENAÇÃO DE INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃORENATO CARNAÚBA MACEDO

COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO DE PROCESSAMENTO DE DOCUMENTOSBENITO DELAGE

COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

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REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORAHENRIQUE DUQUE DE MIRANDA CHAVES FILHO

COORDENAÇÃO GERAL DO CAEdLINA KÁTIA MESQUITA DE OLIVEIRA

COORDENAÇÃO TÉCNICA DO PROJETOMANUEL FERNANDO PALÁCIOS DA CUNHA E MELO

COORDENAÇÃO DA UNIDADE DE PESQUISATUFI MACHADO SOARES

COORDENAÇÃO DE ANÁLISES E PUBLICAÇÕESWAGNER SILVEIRA REZENDE

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COORDENAÇÃO DE MEDIDAS EDUCACIONAISWELLINGTON SILVA

COORDENAÇÃO DE OPERAÇÕES DE AVALIAÇÃORAFAEL DE OLIVEIRA

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COORDENAÇÃO DE DESIGN DA COMUNICAÇÃOHENRIQUE DE ABREU OLIVEIRA BEDETTI

COORDENADORA DE PESQUISA E DESENVOLVIMENTO EM DESIGNEDNA REZENDE S. DE ALCÂNTARA

ESPÍRITO SANTO. Secretaria de Estado da Educação.

PAEBES – 2013 / Universidade Federal de Juiz de Fora, Faculdade de Educação

CAEd. v. 4 ( jan./dez. 2013), Juiz de Fora, 2013 – Anual.

Conteúdo: Revista Contextual

ISSN 2237-8324 CDU 373.3+373.5:371.26(05)

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