revista anec junho de 2012 :: ano v :: n como ajudar seu ... · mural de notícias 6 revista da...

84
Revista ANEC JUNHO DE 2012 :: ANO V :: N O 19 Pesquisadores da PUCRS pretendem desvendar como o sistema imune se altera ao longo do envelhecimento Entrevista com o presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados, Newton Lima Neto (PT/SP), sobre as metas prioritárias da educação para este ano no Parlamento Artigo: Brasil-Santa Sé. A subcomissão número um COMO AJUDAR SEU FILHO NA ESCOLA ISSN 2238-3093

Upload: doliem

Post on 30-Nov-2018

224 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Revista ANEC

Revista infoRm

ativa educacional

No 19 :: An

o V :: jun

ho de 2012

junho de 2012 :: Ano V :: No 19

Pesquisadores da PuCRS pretendem desvendar como o sistema imune se altera ao longo do envelhecimento

entrevista com o presidente da Comissão de educação e Cultura da Câmara dos deputados, newton Lima neto (PT/SP), sobre as metas prioritárias da educação para este ano no Parlamento

Artigo: Brasil-Santa Sé. A subcomissão número um

CoMo AjudARSeu FILho nA eSCoLA

ISSN 2238-3093

Page 2: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 3: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Sumário

25

18

61

42

36

30

2 Palavra do diretor-Presidente

4 CUltUra

6 MUral de notÍCias

8 aConteCe

ARTIGOS

13 Brasil-santa sé

14 educar e evangelizar

16 Binômio inseparável: conhecimento e aprendizagem

17 a educação para a Cidadania

18 nova disciplina normativa e cuidados do empregador

22 tempos de analfabetismo afetivo

POLÍTICA

24 educação e profissionalização

25 educar

GESTÃO

26 Blindagem contra fraudes

28 levar quem gosta de ensinar até quem quer aprender

30 Comunicação on-line

32 a leitura de clássicos da literatura e o interesse dos alunos

34 educação para um mundo sustentávels

MATÉRIA DE CAPA

36 Como ajudar o seu filho na escola

EDuCAçÃO SuPERIOR

42 as alterações do sistema imune em idosos

44 Circo e universidade

46 Pindorama completa dez anos

48 Centro de reabilitação retoma atendimento à população

49 Milionésimo beneficiado pelo ProUni

50 Uma década de bons resultados

EDuCAçÃO BÁSICA

54 encontro das escolas Católicas reúne 600 educadores

56 a Casa da Cultura e dos esportes

58 estudante representa Brasil em evento da onU

61 Projeto irmãos da alegria

62 Bote Fé em Brasília

ESPECIAL

74 entrevista com o presidente da CeC

76 JMJ 2013: o Brasil em festa

69 educação em pauta

71 Mudanças no enade

74 serviÇos

76 Plano de aUla

80 reFleXÃo

Page 4: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

DIRETORIA NACIONALDiretor-Presidente

Reitor Pe. José Marinoni, SDBDiretor 1º Vice-Presidente

Ir. Frederico Unterberger, FMSDiretora 2º Vice-Presidente

Ir. Mariluce Nilo Morcourt, SSDDiretora 1º Secretária

Irani RupoloDiretor 2º Secretário

Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MIDiretor 1º Tesoureiro

Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJDiretor 2º Tesoureiro

Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDBSecretário Executivo

Prof. Daniel Torres de Cerqueira

CONSELHO SUPERIORPresidente

Prof. Wolmir Therezio AmadoVice-Presidente

Dom Flávio Giovenale, SDBSecretário

Ir. Paulo Fossatti, FSC

CONSELHEIROSPe. Luiz Claudemir BotteonPe. João Júlio Farias Júnior Ir. Teresinha Maria De Sousa, MCProf. Francisco Angel Morales CanoIr. Clemente Ivo Juliatto, FMSIr. Maria Teresa Diniz

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DEEDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL

Palavra do Diretor-Presidente

Pe. José MarinoniDiretor-presidente da ANEC

IMPRESSÃOParque Gráfico da Editora FTDFone: 11 3545-8600

As ilustrações foram cedidas pelas instituições

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL - ANECSCLN Quadra 102 - Bloco C - Sala 102CEP:70722-530 - Brasília-DFFone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3533-5070E-mail: [email protected]

Caros Irmãos e Caras Irmãs em Cristo!

Paz e Bem!

Passamos por um tempo de grandes desafios e grandes oportunidades.

Cada vez mais, a flexibilização moral da sociedade contemporânea se torna algo

preocupante e que nos obriga a uma tomada de posição. Por isso mesmo, é ne-

cessário que, no nosso tempo, a escola católica saiba afirmar-se de maneira efi-

caz, persuasiva e atual. Não se trata de pura adaptação, mas de impulso missio-

nário: é dever fundamental da evangelização ir até onde está o homem para que

acolha o dom da salvação.

A declaração sobre educação cristã – Gravissimum Educationis, em outubro

de 1965, considera “a educação como extremamente importante na vida do ho-

mem e reconhece como suas influências têm se tornado cada vez mais signifi-

cativas para o progresso social, ao longo dos tempos, evidenciando a gravíssima

importância da educação na vida do ser humano e seu reflexo cada vez maior

no progresso social do nosso tempo”. Ainda mais explícito nesse sentido é o

Proêmio do referido documento, quando afirma que:

[...] “a Igreja Católica insiste na importância da educação integral e de quali-

dade e no direito que ela tem de atuar, com toda a liberdade e apoio do Estado,

no campo da educação, domínio fundamental para o trabalho de evangelização

e de promoção da liberdade e da dignidade de pessoa humana”.

No mesmo sentido, o texto final da V Conferência Geral do Episcopado La-

tino-Americano e do Caribe, conhecido como “Documento de Aparecida”, afir-

ma que “a escola católica é chamada a uma profunda renovação. Devemos res-

gatar a identidade católica de nossos centros educacionais por meio de um im-

pulso missionário corajoso e audaz, de modo que chegue a ser uma opção pro-

fética plasmada em uma pastoral da educação participativa. Tais projetos devem

promover a formação integral da pessoa, tendo seu fundamento em Cristo, com

identidade eclesial e cultural, e com excelência acadêmica. Há de gerar solida-

riedade e caridade para com os mais pobres”.

Afinal, o tema “educação” na Igreja é tão antigo quanto à própria Igreja, que

recebeu de seu Mestre o mandato: “Ide e ensinai a todas as gentes...”. Este man-

dato engloba e pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa humana; é da

pessoa humana, em seu todo, que a Igreja deve ocupar-se. Somente assim, fare-

mos a diferença na vida das pessoas.

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃOLuciene Lopes PereiraNelismar de SouzaWillian Ribeiro

JORNALISTASLana CanepaPablo Mundim

Rua Bela Cintra, 178, Cerqueira CésarSão Paulo/SP - CEP 01415-000

Tel.: 55 11 2978-6686www.zeppelini.com.br

Uma empresa do Grupo ZP

PRODUÇÃO EDITORIAL

Para anunciar nesta revista:Departamento de Publicidade (Zeppelini Editorial)

[email protected].: +55 11 2978-6686

ISSN 2238-3093

2 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Page 5: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 6: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Dirigido por Mara Mourão, o documentário Quem se

importa é definido como mais que um filme, e sim

um movimento. A ideia é inspirar pessoas a serem

transformadoras por meio das histórias de vida de 18

empreendedores sociais do Brasil e do mundo.

Entre os personagens retratados está o bengalês Muhammad

Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006. Yunus criou o

Greemen Bank há cerca de 30 anos, com o objetivo de promover

autonomia à população miserável da região. Conhecido como

o “banco dos pobres”, o Grameen Bank foi a primeira instituição

financeira no mundo especializada em microcrédito. Ela hoje

possui filiais em 44 países, inclusive no Brasil. Um dos brasileiros

apresentados é Joaquim Melo, criador do Banco Palmas. Para ele,

“não existe território pobre, o que existe é a perda de poupanças

locais”. Então, nada mais justo que incentivar o comércio legal

e estimular o dinheiro a não sair do próprio bairro. Melo criou, Informaçõeswww.quemseimporta.com.br

então, uma moeda própria, a “Palmas”, aceita hoje até mesmo pelo

Banco Central.

O site do documentário tem uma área especialmente dedicada

às escolas. Dirigido a jovens, educadores sociais e professores, o

projeto educativo do longa metragem abre um amplo debate

sobre ética, cidadania, afeto, cuidado e os potenciais de todos de

promover mudanças locais e globais. No site, é possível fazer o

download de um guia exclusivo para debater o filme.

“Quem se importa é um filme sobre empreendedores sociais ao

redor do mundo. Pessoas brilhantes com ideias inovadoras, que

apontam novos caminhos e um olhar ético nos vários campos

em que atuam”, diz Mara Mourão, diretora do longa, que está em

cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Londrina.

Quem se importa

4 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Cultura

Page 7: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

InformaçõesExposição Planeta InsetoOnde: Museu do Instituto Biológico – www.biologico.sp.gov.br/museu.php Endereço: Rua Amâncio de Carvalho, 546, Vila Mariana – São PauloDe terça a domingo, das 9h às 16h.

A exposição Planeta Inseto, que

está no museu do Instituto

Biológico, mostra a importân-

cia desses organismos na vida

humana. A mostra retrata os diversos

aspectos sobre os insetos, de forma

interativa, e sensibiliza o público para sua

importância na sustentabilidade ambi-

ental, produção de alimentos e saúde

pública.

A exposição também demonstra quais

são os povos que utilizam insetos como

fonte de alimento, e quais os treinam para

competirem em campeonatos de lutas. O

visitante poderá ver de perto as abelhas

produzindo o mel, lagartas produzindo

o fio da seda, formigas trabalhando de

forma organizada, cupins reciclando ma-

terial orgânico, entre outras atrações.

O projeto é coordenado pelo Instituto

Biológico (IB-APTA), órgão da Secretaria

da Agricultura e Abastecimento do Estado

de São Paulo, tendo como parceiros

a Secretaria da Cultura e o Catavento

Cultural e Educacional.

Exposição Planeta Inseto – Museu do Instituto Biológico

Abelha na flor do maracujá

Percevejo sendo predado por outro percevejo

João Justi Junior

Fabi

ano

F. Al

bert

oni

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 5

Page 8: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Mural de notícias

6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Recursos para transporte e alimentação na zona rural

Alunos que vão para o ensino médio permanecem no fundamental A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

(Pnad), realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que

31,09% dos estudantes do país que avançaram

para o ensino médio ainda permanecem no

fundamental. De acordo com os dados, 50,9%

dos jovens com idade entre 15 e 17 anos

estudam no ensino médio, o que é totalmente

compatível com a faixa etária. A situação é pior

nas regiões Norte e Nordeste, já que de cada

dez estudantes, apenas quatro estão na faixa de

ensino de acordo com a idade correta. Já 0,7%

concluiu ou está em processo de vestibular,

0,2% ainda cursa a etapa básica de alfabetização

e 1,2%, estão no Programa de Alfabetização

de Adultos na etapa fundamental. O objetivo

do Programa Todos Pela Educação é que

toda criança de 4 a 17 anos esteja na escola.

Entretanto, segundo a pesquisa, atualmente

14,8% das crianças estão fora da escola.

www.todospelaeducacao.org.br

Descredenciamento da Universidade São MarcosFoi publicada no Diário Oficial da União, no

dia 26 de março, a resolução do Ministério da

Educação para descredenciar a Universidade São

Marcos de São Paulo após terem sido verificadas

diversas irregularidades administrativas que

comprometeram o funcionamento da iInstituição.

Dentre os problemas encontrados estão a falta

de recredenciamento, descumprimento de

medida cautelar e inviabilidade financeira. De

acordo com a norma do MEC, a São Marcos será

responsável por todo o acervo acadêmico e

pelo kit de transferência do aluno de graduação

e pós-graduação, incluindo estudantes que

estavam com a matrícula trancada. Além das

determinações acima, a instituição tem prazo

de até 10 dias para criar uma comissão que

fique responsável pela transferência dos

alunos para outras universidades, entrega de

documentação e comunicado em jornais de

grande circulação, informando onde será feito

o atendimento ao estudante.

www.mec.gov.br

Polêmica sobre material escolar de combate à homofobiaO Projeto de Lei de autoria do vereador Carlos

Bolsonaro (PP-RJ), que sugere a proibição

da distribuição de materiais didáticos nas

escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro

que contenham informações sobre a prática

da homoafetividade ou qualquer assunto

correlacionado foi aprovado em 1ª instância

por 21 votos a favor e 9 contra. Os vereadores

foram pressionados a votarem contra o projeto

por entidades e defensores dos direitos de gays,

lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT)

em 2ª Instância. O deputado federal Jean Wylliys

(PSOL) enviou ofício ao prefeito do Rio de Janeiro,

Eduardo Paes, pedindo pronunciamento público

e o compromisso de vetá-lo, caso seja de fato

aprovado. Em último estudo divulgado em 2009

pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de

uma amostra de 18,5 mil pessoas entrevistadas,

entre estudantes, pais, diretores, professores e

funcionários das escolas, 87,3% afirmaram ter

preconceito quanto à orientação sexual.

www.agenciabrasil.gov.br

Já está disponível para as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação

a primeira de nove parcelas do Programa Nacional de Apoio ao Transporte

do Escolar (Pnate), no valor de R$ 42.964.531,28 para estudante do

ensino básico, residentes na zona rural. Este recurso deverá ser utilizado

para quitar despesas com a reforma, seguros, licenciamento, impostos e

taxas, serviços de mecânica, elétrica e funilaria, recuperação de assentos,

combustível e lubrificantes de veículo ou de embarcação utilizada para

o transporte de alunos. Para a merenda escolar, o Programa Nacional

de Alimentação Escolar (Pnae) também já liberou R$ 268.899.924,00

referentes à segunda parcela para as Secretarias de Educação dos

Estados, municípios e do Distrito Federal. O cálculo para o repasse da

verba tem como base R$ 0,30 por dia para alunos da pré-escola, ensinos

fundamental e médio e Educação de Jovens e Adultos. Para creches e

estudantes indígenas, a base segue R$ 0,60 e para o período integral do

Programa Mais Educação, R$ 0,90 por dia para cada aluno.

www.mec.gov.br

Page 9: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 7

Aumento nas bolsas de pós-graduação da CapesO Ministro da Educação, Aloizio Mercadante,

anunciou que haverá reajuste no valor das bolsas

de Estudos, da Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (Capes). Segundo

Mercadante, há uma diferença que precisa ser

corrigida "o mais rápido possível". Apesar do

anúncio, não foi informado qual será o percentual

de aumento e nem quando entrará em vigor a

nova medida. Desde 2008, o valor do benefício

permanecia o mesmo, e na atual gestão o

repasse é de R$ 1,3 mil para bolsa de mestrado

e R$ 1,8 mil para doutorado. Desde o início de

2011, a Associação Nacional de Pós-Graduandos

(ANPG) reivindica correção de 40%, com base

em estudo de demanda e com o reajuste da

inflação, segundo Elisangela Lizard, presidente

da instituição. A Capes atende hoje cerca de 71

mil bolsistas.

www.agenciabrasil.gov.br

Experimentos desnecessários com animais vivosAs Faculdades Unipam (Centro Universitário de

Patos de Minas) e Facisa (Faculdade de Ciências

da Saúde), de Unaí, receberam petição do

Ministério Público Federal de Minas Gerais para

que paralisem os estudos científicos utilizando

animais vivos e saudáveis. A recomendação do

MPF é com base na lei nº 9.605/98, que “torna

crime qualquer ato de abuso ou maus tratos, ferir

ou mutilar animais vivos durante experimentos

científicos”, explica o Procurador da República

Onésio Amaral. Segundo o Ministério Público,

já existem outros métodos mais avançados

utilizados atualmente por diversas instituições no

Brasil e em muitos países, fato esse que fortalece

o pedido de encerramento de atividades

obsoletas de pesquisa com animais vivos. A pena

para quem descumprir a lei prevê de três meses a

um ano de reclusão, podendo chegar a 16 meses,

no caso de morte do animal.

www.mp.mg.gov.br

USP avalia alterações nas regras de pós-graduaçãoPrincipal referência e formadora de pós-graduados

do Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) estuda

mudanças no processo de avaliação de mestrados

e doutorados. “A proposta da Comissão de Pós-

graduação visa melhorar a avaliação dos alunos

e dos próprios programas”, explica o pró-reitor de

pós-graduação, Vahan Agopyan. A comissão dos

estudantes não está de acordo com a medida, e

pleiteia mais discussões sobre o assunto. O texto

estabelece que o aluno passe por uma avaliação

até um ano e meio após o início do curso. Isso

permite saber com antecedência se o aluno tem

vocação para a pesquisa, mas cada curso decidirá

se irá manter o exame inicial, explica a reitoria. Já

para a representação estudantil, a USP quer acelerar

o processo de finalização de cursos pelos alunos,

elevando artificialmente a produtividade, numa

visão internacional.

www.usp.br

Brasileiro lê poucoA pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro,

revela que aproximadamente 50% das 5 mil pessoas entrevistadas em mais

de 315 municípios do país são consideradas leitoras. O resultado foi baseado

em um dos critérios da pesquisa, que consiste em cada pessoa ter lido pelo

menos um livro nos últimos três meses. Dentre todos os entrevistados, 64%

concordaram com a afirmação "ler bastante pode fazer uma pessoa vencer

na vida e melhorar sua situação econômica”. Já 30% responderam não gostar

de ler, 37% leem um pouco e 25% gostam muito de ler. Entretanto, 21%

preferem outras atividades, e 53% relacionaram o desinteresse pela leitura à

“falta de tempo”.

www.agenciabrasil.gov.br

Reforma educacional de Nova York será modelo para o BrasilCom referência à reforma educacional de Nova York, em 2002, um projeto

piloto que acrescenta à escola um coordenador para auxiliar os pais de alunos

e tutores e professores em sala de aula será ampliado e chegará ao Rio de

Janeiro e ao Espírito Santo. O Programa Excelência em Gestão Educacional

será utilizado em cerca de 1.140 instituições de ensino da rede pública,

resultado da parceria da Fundação Itaú Social com prefeituras e governos. Em

São Paulo, primeira cidade a receber o programa, dez escolas da região leste

receberam, durante três anos, o auxílio de tutores e coordenadores de pais. A

Fundação Itaú Social ainda está avaliando o resultado final do projeto em São

Paulo, que termina este ano e está orientando a Secretaria de Educação para

que possa dar continuidade ao projeto em outros municípios.

www.fundacaoitausocial.org.br

Page 10: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Acontece

8 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Em entrevista à ANEC, o doutor na

área de Sistemas de Informação da

Pontifícia Universidade do Rio Grande

do Sul (PUCRS), professor Jorge Audy,

falou sobre o 3° Fórum das Instituições de Ensino

Superior (IES) Católicas do Brasil, realizado pela

associação no mês de maio.

Um dos convidados a participar do evento

realizado em Campo Grande (MS), o especialista

detalha o projeto que foi base de exposição

durante o Fórum. “A Rede InovaPUC congrega

o conjunto de atores, ações e mecanismos

institucionais relativos ao processo de inovação

e empreendedorismo na PUCRS. Seu objetivo

é promover este processo na universidade,

articulando, para tal, os atores envolvidos nas

ações de ensino, pesquisa e extensão. O foco da

atuação da instituição por meio da InovaPUC

é promover um esforço multidisciplinar para

buscar soluções e oferecer respostas às demandas

da sociedade em termos de desenvolvimento

econômico, ambiental, social e cultural.

Desta forma, a relação entre a universidade

e a sociedade ocorre em dois sentidos: tanto

problemas identificados na sociedade podem dar

origem ao desenvolvimento de pesquisas, quanto

os resultados e conhecimentos já disponíveis na

universidade podem ser aplicados na solução de

Jorge Audy fala com a ANEC sobre experiências inovadorasproblemas existentes”, conta.

Quando perguntado sobre quais inovações

podem surgir como consequência do projeto, o

professor é enfático: “Ao longo dos últimos anos,

diversas ideias geradas no contexto do Fórum

InovaPUC, por meio dos agentes de inovação,

deram origem a novos projetos, setores e ações da

universidade, como, por exemplo, a Certificação

Adicional na Graduação, a criação do Núcleo

Empreendedor e do Núcleo de Apoio à Gestão da

Inovação (NAGI) na Faculdade de Administração, a

construção de um hotel no campus universitário,

a criação de uma agência de empreendimento na

pró-reitoria de administração, etc.”

Antes de encerrar a entrevista, o professor

gaúcho destacou a importância dos educadores

e gestores buscarem novidades em eventos

como o Fórum realizado pela ANEC. “A troca

de experiências e as oportunidades de

estabelecimentos de contatos e redes entre as

IES comunitárias e confessionais me parece um

papel central que a ANEC busca propiciar por

meio destes eventos. O conhecimento e o diálogo

entre nossas IES são elementos fundamentais para

crescermos como segmento, qualificando ações

e projetos institucionais e angariando com isto

maior reconhecimento tanto da sociedade quanto

do Governo”, finaliza.

Professor Jorge Audy, Doutor na área de Sistemas de Informação da PUCRS

ANEC promove encontro sobre saúde pública e bioética no ESEducadores de escolas, instituições de

ensino superior e projetos de educação

popular ligados à Igreja Católica, assim

como educadores de instituições públicas

e privadas de ensino do Estado do Espírito

Santo, participaram no mês de março de um

encontro de reflexão sobre a saúde pública e

a bioética.

O evento, realizado pela ANEC no Teatro

Marista de Vila Velha, contou com a

participação do especialista em Bioética no

Brasil e diretor geral da Congregação dos

Camilianos no Brasil, Pe. Léo Pessini.

Page 11: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 9

ANEC entrevista Gildásio Mendes sobre Fórum em MS

ANEC – Como elas podem colaborar com o ensino?Pe. Gildásio Mendes – As redes sociais têm muito

a colaborar com o ensino e também com a pesqui-

sa e a extensão. Um grupo de alunos do curso de

Administração da Universidade Luterana do Brasil

realizou um estudo e  identificou que estudantes

utilizam as redes sociais primeiramente para di-

versão e lazer; segundo para estudar e pesquisar.

O Departamento Darthmouth da Universidade de

Massachussets, nos Estados Unidos, em uma pes-

quisa entre 2007 e 2008 revelou que 61% dos que

responderam ao estudo usam as redes sociais para

pesquisar e estudar.

Em 2007, o  British Council, em outro estudo, inti-

tulado “Ensinando e aprendendo através das redes

sociais”, concluiu que, em países como a China, es-

tudantes têm mais acesso à informação pelas redes

sociais que em sala de aula e que aprendem muito

mais durante buscas e partilhando entre colegas

estudantes do que com o professor na sala de aula.

Imagino, por exemplo, as IES presenteando seus

alunos com um Ipad e, junto a eles, estabelecendo

orientações e normas para o uso destes instrumen-

tos em sala de aula; professores acompanhando e

participando de grupos de pesquisas com seus alu-

nos e fortalecendo em rede projetos de pesquisas

com outras IES, no Brasil e outras nações, utilizando

as redes sociais para estrategicamente organizar e

distribuir o conhecimento, gerando patentes e atu-

ando no mercado competitivo das empresas, ou

introduzindo nos currículos dos cursos o uso das

redes sociais para a busca do conhecimento.

ANEC – Qual a importância dos educadores e gestores buscarem novas experiências em even-tos como este, promovido pela ANEC?Pe. Gildásio Mendes –  A ANEC tem oferecido,

nestes últimos quatro anos, eventos de qualidade.

Participei de alguns deles, marcados pela compe-

tência dos conferencistas, pela organização e atu-

alidade das temáticas. Por meio de seus eventos, a

associação tem contribuído com a integração en-

tre o universo acadêmico e a inovação, por meio da

pesquisa, do empreendedorismo na gestão das IES

e da importância da organização política da ANEC,

tanto internamente quanto na sua representati-

vidade diante do Ministério da Educação (MEC) e

outros órgãos nacionais de educação.

O 3° Fórum das Instituições de Ensino Su-perior (IES) Católicas do Brasil foi reali-zado pela ANEC, em parceria com a Uni-

versidade Católica Dom Bosco (UCDB), nos dias 10 e 11 de maio em Campo Grande (MS).

Esperado por muitos, o evento reuniu experi-ências inovadoras aplicadas nas instituições de ensino católicas e que podem servir de mode-lo. As apresentações foram feitas por reitores e especialistas dos mais diversos segmentos durante palestras. Entre os convidados esteve o filósofo, mestre e doutor em Comunicação pelo Department of Communication da Wayne State University (EUA), Pe. Gildásio Mendes.

Membro da International Communication Asso-ciation (ICA), da The Society for the Psychological Study of Social Issues (SOSSI), National Communi-cation Association (NCA) e da Congregação Salesia-na de Dom Bosco (SDB), ele falou sobre o Fórum e o tema da palestra em entrevista à ANEC.

ANEC – Qual o efeito das redes sociais na educa-ção superior?Pe. Gildásio Mendes –  Imaginemos um estudan-

te universitário de 19 anos que tem uma rede de

amigos e estudantes nas mídias sociais. Ele passa

grande parte do seu tempo conectado, se rela-

cionando com as pessoas, buscando informações

para seus estudos e sua carreira profissional,  escu-

tando música, seguindo seus colegas no Twitter, no

Facebook, Orkut e MSN. Não é normal que queira

também aprender e aplicar os seus conhecimentos

dentro deste mundo conectado que respira e vive

diariamente?

O Brasil está entre os países líderes mundiais no uso

da internet e redes sociais. Segundo pesquisas fei-

tas pelo Ibope/Nielsen, somos 78 milhões (a partir

de 16 anos – setembro/2011) de internautas. E este

número cresce cada vez mais.

É verdade que no Brasil o uso das redes sociais na

educação está na sua fase inicial. O impacto ainda

é pequeno considerando os Estados Unidos, China

e Índia. Penso que todos nós, que estamos nas IES,

devemos nos perguntar que tipo de universidade,

centro universitário ou faculdade estamos prepa-

rando para as novas gerações que pensam, escre-

vem, trabalham e se relacionam com a mentalida-

de de rede e de mundo digital. 

Page 12: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Acontece

10 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

ANEC e Arquidiocese preparam passagem da Cruz Peregrina no DFO secretário-executivo da ANEC, Daniel Cerqueira, participou de reunião

no dia 27 de março, na sede da Associação Nacional de Educação

Católica do Brasil, com o vigário geral da Arquidiocese de Brasília, Pe.

George de Alburquerque, e o Pe. João Firmino, também representante da

Arquidiocese local.

O encontro selou a parceria entre a ANEC e a Arquidiocese quanto aos

preparativos para a passagem da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora

em Brasília, programada para 12 e 13 de maio deste ano. A peregrinação dos

ícones faz parte da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.

Outro encontro foi realizado com a participação de diretores de escolas

católicas do DF, dirigentes de instituições de educação superior (IES),

presidentes de entidades mantenedoras, diretores de obras sociais,

coordenadores de pastoral e de catequese. O evento foi será realizado no

Colégio Marista João Paulo II.

Além do secretário Cerqueira, participaram do encontro os secretários da

Câmara de Mantenedoras da ANEC, Guinartt Diniz, da Câmara de Educação

Básica, Janaina Paim, e da Câmara de Ensino Superior, Francine Junqueira. Reunião com o vigário geral da Arquidiocese de Brasília, Pe. George de Alburquerque, e com o Pe. João Firmino

Seminário da ANEC reúne especialistas em RecifeO estado de Pernambuco foi sede do seminário “Gestão de mantenedoras” no mês de março. Realizado

pela ANEC, reuniu cerca de 120 participantes em torno dos paradigmas e observâncias jurídicas nos

processos de renovação do Certificado das Entidades.

Especialistas renomados do segmento, como o advogado e membro honorário da União Brasileira dos

Canonistas Hugo Sarubbi de Oliveira, o advogado e mestre em Politicas Públicas Dyogo Batista Patriota, e

o advogado e contador Napoleão Alves Coelho, estiveram presentes.

O encontro em Recife apresentou um ciclo de palestras sobre o tema, que a ANEC também levou para

outros estados: São Paulo (13 de março), Minas Gerais (14 de março) e Rio Grande do Sul (16 de março).

ANEC realiza reunião para discutir Jogos Escolares Católicos 2012Em 29 de março, a ANEC realizou, em Belém

(PA), uma reunião com profissionais da área

de educação física das escolas católicas. O

encontro, no escritório de representação

da associação na região, teve como pauta o

projeto esportivo para a realização dos Jogos

Escolares Católicos 2012.

De acordo com a coordenadora da ANEC

no Pará, Viviane Leal, algumas providências

já estão sendo tomadas na elaboração do

projeto. “Elas visam sempre cultivar os valores

humanos nas ações esportivas, como cortesia,

disciplina, solidariedade, respeito, organização

e espiritualidade”, explica.

A equipe organizadora dos Jogos Escolares

Católicos voltará a se reunir.

Page 13: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 11

ANEC e Assembleia Legislativa do RS realizam grande expedienteO tema “Fraternidade e a saúde pública – que a

saúde se difunda sobre a Terra” foi pauta do grande

expediente realizado na Assembleia Legislativa

do Rio Grande do Sul no dia 4 de abril. O discurso,

realizado pelo deputado estadual Miki Breier (PSB),

é fruto da parceria entre a Assembleia, por meio da

Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH),

e a ANEC.

Segundo o pronunciamento na tribuna, a questão

abordada vem ao encontro do tema da Campanha

da Fraternidade 2012: Fraternidade e saúde pública.

Na ocasião, o parlamentar explicou que a parceria

entre a CCDH e a ANEC originou dois projetos:

Parceria Assembleia/Escola, mais abrangente e que

denota relacionamento ideológico; e o Curta Saúde

na Educação, envolvendo a Escola do Legislativo

com a proposta de anualmente contribuir na

discussão dos temas propostos pela Campanha da

Fraternidade, além de sugerir que sejam realizadas

atividades práticas de síntese e reflexiva sobre

a campanha nas escolas.

O deputado afirmou que a Assembleia Legislativa,

por meio da CCDH, percebeu, no trabalho instituído

pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil

(CNBB) e ANEC, uma opção materializada, bem

constituída para, em forma de parceria, poder

estabelecer, alastrar e difundir uma visão sobre

sociedade que perceba a saúde pública como

um direito humano. “O intuito é instituir, de forma

eficaz, a parceria entre a CCDH e a ANEC no projeto,

que objetiva, fundamentalmente, apurar a sintonia

entre o Poder Legislativo e as entidades, escolas

públicas ou particulares e órgãos públicos em nível

municipal ou estadual, que tratem da complexa

realidade da educação”, explica.

Ainda segundo Breier, “a metodologia proposta no

Curta Saúde na Educação possibilita a participação

do jovem e das escolas, estabelecendo uma relação

que não quer ser sazonal ou episódica entre

aqueles que têm a incumbência de legislar e o setor

responsável, via conhecimento, pelo desvelamento

da verdade das coisas e fatos –  o setor da

Educação”, enfatiza.

Ao final do pronunciamento, foi interpretado

o hino da Campanha da Fraternidade 2012 pelos

professores Cesar Ritter e Fabiano Truccolo,

dos Institutos São Francisco e La Salle Dores,

respectivamente.

Estiveram presentes no Plenário durante o grande

expediente o secretário adjunto de Estado da

Saúde, Elemar Sand; o arcebispo metropolitano

dom Dadeus Grings; o representante da  CNBB,

padre Ademar Agostinho Sauthier; o promotor

de Justiça e coordenador do Centro de Apoio de

Direitos Humanos, Alceu Schoeller de Moraes; o

secretário da Associação Nacional de Educação

Católica do Brasil no Rio Grande do Sul, Harlei

Antônio Noro; e a presidente da União dos

Dirigentes Municipais de Educação do Rio Grande

do Sul, Márcia Adriana de Carvalho.

Secretário da ANEC participa de Encontro Nacional da RSEBrasília foi sede do X Encontro Nacional de Rede

Salesiana de Escolas (ENARSE) realizado no dia

28 de março. O evento reuniu 200 pessoas, entre

especialistas, educadores e diretores de 119

escolas da Rede Salesiana (RSE). O Secretário-

Executivo da ANEC, Daniel Torres de Cerqueira,

participou do encontro.

“A Rede Salesiana de Escolas é hoje a maior e uma

das mais importantes redes de escolas católicas do

nosso país. Além disso, para a ANEC, a RSE é um

dos parceiros mais importantes, não só pelo fato de

termos dois diretores salesianos, Pe. Pessinati e Pe.

José Marinoni, mas principalmente pelo enorme e

incondicional apoio que a RSE sempre nos ofereceu”,

afirma Cerqueira, durante a abertura do evento.

Ainda segundo o secretário executivo, a educação

católica se faz forte no Brasil na medida da força

de suas instituições de ensino, “assim como na

medida da força de sua representação. E com uma

educação católica forte, naturalmente fortalece-se

a própria Igreja Católica no Brasil”, conta.

A mesa de abertura também contou com a

presença da madre geral do Instituto das Filhas

de Maria Auxiliadora, Irmã Yvonne Reungoat; o

presidente da Cisbrasil e da Rede Salesiana Brasil,

Pe. Nilson Faria dos Santos; a presidente da CIB e

vice-presidente da Rede Salesiana Brasil, Irmã Rosa

Idália Pesca; e os diretores executivos da Rede

Salesiana de Escolas, Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti e

Irmã Ivanette Duncan de Miranda.

Diretor executivo da Rede Salesiana de Escolas, Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, e o secretário executivo da ANEC, Daniel Torres de Cerqueira

Page 14: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 15: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 13

Artigo

Com o objetivo de colocar em prá-

tica o acordo Brasil–Santa Sé, cria-

ram-se uma comissão geral e vá-

rias subcomissões, sendo que

cada subcomissão ficou encarregada de

parte do acordo.

Dom Odilo Scherer recebeu a incum-

bência de presidir a subcomissão nº 1,

que trata dos artigos 3º, 5º e 15º. Além

do presidente, a integram a irmã Maria

Tereza Diniz, de Brasília; Guinartt Diniz

(secretário da Câmara de Mantenedoras

da ANEC), de Brasília; dr. Paulo Leão,

do Rio de Janeiro; dr. Hugo Cisneros,

de Brasília; dr. Leandro Machado, de

São Paulo; dr. Sérgio Monello, de São

Paulo; e Edson Luiz Sampel (professor

da Escola Dominicana de Teologia).

O grupo se reuniu no dia 7 de

dezembro de 2011, no Seminário de

Teologia Bom Pastor. Desse ditoso e fra-

ternal encontro foi preparado um rela-

tório com propostas concretas que vi-

sam a orientar os organismos (eclesiás-

ticos e estatais) responsáveis pela im-

plementação do pacto ultimado entre o

Brasil e a Santa Sé.

Nos termos das recomendações do

presidente da subcomissão nº 1, comu-

nicadas em carta datada de 2 de novem-

bro do ano passado, a equipe teve qua-

tro objetivos: 1) levantamento daqui-

lo que já existe no ordenamento jurídi-

co e administrativo (civil e canônico);

2)  levantamento dos previsíveis casos,

nos quais esses artigos são aplicáveis;

3) levantamento das dificuldades já en-

contradas, ou presumíveis, na aplicação

diversas dioceses vizinhas, conforme

as circunstâncias de pessoas e de luga-

res, e para se estimularem as relações

dos bispos diocesanos, as Igrejas parti-

culares mais próximas sejam compostas

em províncias eclesiásticas, delimitadas

territorialmente”.

C) ArquIdIoCEsE E dIoCEsE Pode-se dizer, cum grano salis, que a dio-

cese é o gênero do qual a arquidiocese é

a única espécie. Ou, em outras palavras, a

arquidiocese também é uma diocese ou

Igreja particular. Assim, por exemplo,

afirma-se que no município de São Paulo

há cinco dioceses: 1) Arquidiocese de

São Paulo; 2) Diocese de Santo Amaro;

3) Diocese de Campo Limpo; 4) Diocese

de São Miguel Paulista; e 5) Diocese de

Osasco (parte dela).

Preceitua o cânon 369: “A diocese é

uma porção do povo de Deus confiada

ao pastoreio do bispo, com a colaboração

do presbitério, de modo tal que, unin-

do-se ela a seu pastor e, pelo evangelho

e pela eucaristia, congregada pelo bispo

no Espírito Santo, constitui uma Igreja

particular, na qual está verdadeiramen-

te presente e operante a Igreja de Cristo,

una, santa, católica e apostólica”.

desses artigos do acordo; 4) propor su-

gestões para a implementação do acordo

e para a superação das eventuais dificul-

dades no tocante a esses artigos.

Vamos conhecer, nas próximas refle-

xões, as instituições canônicas apontadas

no artigo 3º, que gozam de personalida-

de jurídica reconhecida pelo Estado.

A) ConfErênCIA EpIsCopAlÉ uma espécie de confederação dos bis-

pos. Com efeito, reza o cânon 447: “A

conferência dos bispos, instituto perma-

nente, é a união dos bispos de uma na-

ção ou de certo território que exercem

conjuntamente funções pastorais em fa-

vor dos fiéis, a fim de promover o bem

que a Igreja provê aos homens, princi-

palmente através de formas de aposto-

lado devidamente adaptadas às circuns-

tâncias de tempo e de lugar, conforme

o direito”.

B) provínCIA EClEsIástICADá-se aqui um tipo de ajuste entre as

Igrejas particulares ou dioceses seme-

lhante ao que se denomina de “região

metropolitana” com referência aos mu-

nicípios. Estatui o cânon 431: “Para se

promover a ação pastoral comum de

Brasil-santa sé

por Edson luiz sampel, Professor da EDT

A subcomissão número um

A diocese é o gênero, do qual a arquidiocese é a única espécie. Ou, em outras palavras, a arquidiocese também é uma diocese ou Igreja particular

Page 16: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

14 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Artigo

O ensino religioso é reconhecido na

legislação brasileira como uma

disciplina da área do conheci-

mento e que tem como objeto o

fenômeno religioso. No entanto, nas ins-

tituições católicas de ensino, muitas ve-

zes há pouca compreensão sobre as dife-

renças entre esta disciplina e a catequese.

A Igreja Católica, tanto em âmbito mun-

dial quanto nacional, tem tratado a questão

em diversos documentos e é com base ne-

les que pretendemos fomentar uma refle-

xão que auxilie o trabalho de professores e

coordenadores das escolas católicas.

A Educação é um tema central para a

Igreja Católica, que o considerou em docu-

mentos resultantes do Concílio Vaticano II

e das conferências episcopais latino-ameri-

canas de Medellín (1968), Puebla (1979),

Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007).

Em todos eles, a preocupação da Igreja é

com a formação integral do ser humano

e com o respeito à liberdade religiosa. Nos

textos, a escola católica aparece como res-

ponsável por ajudar a desenvolver a educa-

ção da fé. Entretanto, quando se faz referên-

cia ao ensino religioso, é tratado como ensi-

no da religião, pastoral educacional, educa-

ção pastoral, educação religiosa escolar, etc.

A diversidade de termos permitiu que, ao

Educar e evangelizar

Por Antonio Boeing, Gerente de Pastoral da RSE

As diferenças entre ensino religioso e catequese

Page 17: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

O ensino religioso escolar é uma disciplina com as mesmas exigências das outras e deve ser ministrado com o mesmo rigor

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 15

longo da história, houvesse uma interpreta-

ção dúbia quanto à natureza, conteúdo, ob-

jetivos e identidade do ensino religioso que

é ministrado na escola.

Em nosso país, também a Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sem-

pre tratou a Educação como uma questão

fundamental para a Igreja Católica. Desde

sua instalação até os dias atuais, tem dedi-

cado tempo e espaço para a Educação em

geral – e para a Educação católica mais es-

pecificamente – em seus debates e docu-

mentos, e manifesta preocupação constan-

te com o ensino religioso, exercendo sobre

ele grande influência.

No caso dos documentos emitidos pela

CNBB, fica mais claro o posicionamento da

Igreja Católica de diferenciação entre o en-

sino religioso e a catequese. O primeiro é

considerado parte integrante de uma área

do conhecimento e deve ser ministrado

com respeito à diversidade cultural e reli-

giosa do povo brasileiro e de acordo com

a legislação nacional. Essa concepção vem

se fortalecendo ao longo dos anos e está ex-

pressa em diversos documentos, entre eles

o Documento da CNBB 47, “Educação,

Igreja e sociedade”, no qual a conferência

preocupou-se com a identidade do ensi-

no religioso, seus objetivos, métodos e re-

lações com as demais disciplinas. No texto,

afirma-se que “O ensino religioso escolar

visa a educação plena do aluno, a formação

de valores fundamentais através da busca

do transcendente e da descoberta do sen-

tido mais profundo da existência humana,

levando em conta a visão religiosa do edu-

cando. O ensino religioso deve encaminhar

os alunos para a respectiva comunidade de

fé, onde, nas Igrejas cristãs, se dá a evan-

gelização, através da catequese, da celebra-

ção, da prática e da vivência religiosas”.

Nossa compreensão, com base nessa

reflexão histórica, é de que a relação entre

o ensino religioso na escola e a cateque-

se é de distinção e complementaridade.

O ensino religioso penetra no âmbito da

cultura e nas relações com outras formas

do saber; faz parte do saber veiculado na

educação pelas diferentes disciplinas cur-

riculares e colabora para a aquisição das

diferentes formas de conhecimento do

universo cultural que o aluno é capaz de

interiorizar e aprender.

O ensino religioso escolar é uma dis-

ciplina com as mesmas exigências das ou-

tras, e deve ser ministrado com o mesmo

rigor. Não se situa como um acessório na

escola, e precisa fazer o diálogo interdisci-

plinar no mesmo patamar das demais dis-

ciplinas curriculares que buscam a forma-

ção da personalidade do aluno. Com isso,

o ensino, mediante o diálogo interdisci-

plinar, desenvolve e completa a ação edu-

cadora da escola.

Enquanto a catequese é o campo espe-

cífico para tratar o conteúdo da doutrina

cristã, o ensino religioso necessita de lin-

guagem pedagógica e seu conteúdo preci-

sa respeitar a diversidade cultural religiosa

do educando. Quando ambos trabalham o

mesmo conteúdo, com a mesma metodo-

logia e linguagem, corre-se o risco de criar

no aluno certa antipatia por determinados

temas e até mesmo certo afastamento de

futuros aprofundamentos na própria dou-

trina cristã.

O professor não precisa, e não deve, es-

conder sua opção religiosa, assim como a

escola católica, enquanto instituição, não

pode esquecer que é uma escola confessio-

nal. O que ressaltamos é que o ensino reli-

gioso escolar pode levar o aluno a compre-

ender que os grandes problemas existen-

ciais são comuns a todas as religiões e di-

ferentes culturas. E pode ajudá-lo na bus-

ca de aprofundamento e conhecimento

da mensagem cristã, em sua comunidade

eclesial. Mas, para isso, é importante que o

professor tenha profundo conhecimento da

matéria e adote postura inclusiva e dialo-

gante. Assim, a educação cristã na família,

a catequese na comunidade eclesial ou no

contraturno escolar e o ensino religioso na

escola, cada qual com suas próprias carac-

terísticas, estão correlacionados com a for-

mação integral das crianças, dos adolescen-

tes e jovens.

Page 18: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

16 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Artigo

Feliz a escola que tem o seu fazer le-

tivo alicerçado na construção de co-

nhecimentos geradores de ilimita-

das possibilidades para o melhor

viver da humanidade.

É o conhecimento que abre as portas

para a compreensão de nós mesmos e do

mundo que nos rodeia; ele é o facilitador

da construção de nossa autonomia diante

de escolhas e discernimentos; é o propul-

sor do desenvolvimento de nossas capaci-

dades para produzir, sobreviver, comuni-

car e amar. O não conhecimento nos con-

duz aos porões escuros, solitários e asfixian-

tes da ignorância, pois nos fechamos dentro

de nós mesmos, fechando-nos, consequen-

temente, para o mundo, para o outro e, com

certeza, para Deus.

De que vale um conhecimento científi-

co se for ele por ele mesmo? Conhecimento

e aprendizagem demandam transforma-

ção e transcendência. Quanto o conheci-

mento tem tornado nossos lares mais feli-

zes? Nosso “ser” melhor? Nossa sociedade

mais tolerante? Nosso mundo mais susten-

tável? A escola, em sua inteireza, tem a real

compreensão de seu papel na construção

dos conhecimentos? Como ela conduz a

aquisição dos saberes para a vida? Que tipo

de vida? Esses conhecimentos estão dando

suporte aos aprendizes para uma compre-

ensão e ação perante os desafios que carac-

terizam a sociedade atual: violência, indi-

ferença, “normose”, incertezas, poder, cor-

rupção, exclusões... e tantos outros?

É fundamental que as escolas tenham

programas específicos que, por meio dos

conhecimentos científicos trabalhados, pos-

sam minimizar os estragos permitidos pela

nossa sociedade extremamente excludente.

Se por um lado existe um mundo cruel

em suas articulações desumanas, por outro

há um mundo em que pessoas e/ou institui-

ções de corações abertos, generosos e ope-

rantes lutam, com todas as forças, para pro-

duzir saberes capazes de transformação. E

esses saberes somente farão de nós agentes

transformadores se estiverem a serviço de

uma educação que privilegia, na sua essên-

cia, o ser humano em sua humanidade no-

bre e digna.

Feliz também é a escola que se permite

ensinante-aprendente. Estudos, reflexões,

encontros, diálogos, registros e..., certamen-

te, auxiliarão seus educadores na aprendiza-

gem de uma melhor “ensinagem”.

É preciso aprender a aprender, sem-

pre! Aprender a converter o conhecimento

científico em sabedoria compartilhada do

bem-viver.

Binômio inseparável: conhecimento e aprendizagem

Por Dianir Clari Mariani, Coordenadora Pedagógica Geral do Colégio Divino Salvador

É preciso aprender a aprender, sempre! Aprender a converter o conhecimento

científico em sabedoria compartilhada do bem-viver

Page 19: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 17

Artigo

As Faculdades de Educação, desde

que foram criadas, têm tido por es-

pecificidade formar profissionais

da educação. Profissionais capazes

de submeter conceitos e valores constituti-

vos da ação educativa à análise racional. E

são as ciências, em especial as da educação,

que hoje passam a ser as bases de sustenta-

ção para a investigação filosófica, delas pro-

cedendo os conceitos que poderão tanto va-

lidar as teorias pedagógicas quanto permitir

a escolha dos fins da ação educativa.

Faz-se nitidamente necessário desen-

volver um estudo sistemático sobre o obje-

tivo educacional expresso em nossa legisla-

ção de ensino: “formação para o exercício

da cidadania”. Buscamos compreender, à

luz da filosofia política, o significado dessa

proposição, explicitando os pontos compa-

tíveis dos pressupostos da cidadania liberal.

E assim contribuir para a formação de pro-

fissionais do magistério conscientes da im-

portância do fortalecimento da democracia,

sem a qual dificilmente nosso país poderá

caminhar para uma sociedade mais justa,

humana e fraterna.

Essas poucas linhas se inscrevem no

processo da produção do conhecimento

acerca da formação para a cidadania, a par-

tir de um estudo filosófico-crítico dos pres-

supostos da cidadania liberal à luz de seus

condicionantes históricos e sociais. Dentre

tantos pensadores, destacamos Hobbes, Lo-

cke e Rousseau, já que estes estão no cerne

do conceito liberal de cidadania.

Essa questão vem sendo retomada,

não só por causa do momento histórico

em que vivemos, mas pela questão que

agora nos parece mais evidente: o que é,

hoje, educar para a cidadania. Embora essa

seja uma questão clássica, como reconhe-

ce Saviani, ela nem sempre ocupou lugar

de destaque nas discussões sobre os fins da

educação brasileira.

Na medida em que se apresentam na so-

ciedade os fins da educação, deve-se instru-

mentalizar os indivíduos para que eles ve-

nham a ter o desempenho necessário à sua

melhor integração. Nos direitos do cidadão,

não aparece a cidadania política, pois esta

pode ameaçar a ordem necessária ao pro-

gresso. Restringe-se aos direitos sociais, em

que a educação, a proteção à família e ao

trabalhador são garantidos a priori pelo Es-

tado; não são, portanto, resultado de lutas,

nem tampouco de conquistas. O Estado as-

sume, assim, as feições paternalistas, como

organismo capaz de atender aos interesses e

às necessidades dos indivíduos. Que cida-

dania seria essa, senão uma cidadania inati-

va, conformista, em que a sociedade dita o

comportamento necessário ao ajustamento

do indivíduo? A harmonia social procede,

assim, não das disputas entre classes ou gru-

pos, mas da elaboração técnico-burocrática

de programas capazes de atender às deman-

das sociais. Não deixa de ser, portanto, uma

racionalidade que visa à dominação. Aqui,

o indivíduo e o seu bem-estar são o funda-

mento dessa proposta.

Desse modo, o indivíduo é anterior ao

todo e relaciona-se com esse todo somente

no sentido que tem para ele. Ora, esse senti-

do está bem próximo dos interesses, que, de

acordo com o contexto social, ganham for-

mas variadas.

O indivíduo sendo consciente de sua si-

tuação no mundo, na sociedade, busca no

A Educação para a Cidadania

André Ricardo Gan, Professor e Mestrando em Filosofia

outro o seu interlocutor. É na diversidade

que o homem se mostra capaz de ampliar

a compreensão, elevando-a ao patamar da

explicação, em que estão presentes o ou-

vir e o calar. É pelo diálogo, portanto, que

os homens, enquanto indivíduos-cidadãos

constroem a inteligibilidade das relações so-

ciais. Trata-se, pois, de eliminar tudo aqui-

lo que possa prejudicar a comunicação en-

tre as pessoas, pois só através dela pode-se

chegar a um mínimo de consenso.

A cidadania passa, assim, pela dispu-

ta política em fazer algumas representações

tornarem-se falsas e outras verdadeiras, me-

diante o recurso da argumentação, da per-

suasão. A cidadania aparece, assim, como

o resultado da comunicação, intersubjeti-

va, em que os indivíduos livres concordam

em construir e viver numa sociedade me-

lhor. Não se pode negar o idealismo dessas

concepções, na medida em que esquecem

que as relações entre o homem e o mun-

do material, e que as estruturas básicas da

sociedade impõem limitações aos sistemas

de significados nos quais os indivíduos es-

tão situados.

Falamos em cidadania, tentamos criar

mecanismos para desenvolver uma educa-

ção voltada para essa área, mas, mesmo as-

sim, me parece que fica uma lacuna sobre a

explicação do próprio termo – cidadania –

quanto a sua articulação com o Estado. Nes-

se sentido, temos por pressuposto que a or-

ganização do poder nas sociedades moder-

nas se sustenta em três princípios: o princí-

pio do Estado, do mercado e da comunida-

de. De acordo com o maior ou menor peso

relativo desses princípios, se banaliza o es-

paço do cidadão. Assim, os educadores são

chamados a admitir e difundir uma forma-

ção da cidadania como a possibilidade de

educar os alunos para participarem ativa-

mente da formação de uma sociedade me-

lhor, mais igualitária, em que possa haver

uma comunicação intersubjetiva. E sob esse

enfoque, a educação para a cidadania deve

lidar com os valores e motivações das expe-

riências dos próprios alunos, visando sem-

pre o diálogo unificador dos homens.

Page 20: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

18 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Artigo

emprego. O emprego é uma situação em

decorrência de um contrato, celebrado

entre empregado e empregador, gerando

todas as obrigações decorrentes da assi-

natura da carteira de trabalho. O traba-

lhador não necessariamente é empregado,

podendo ser um profissional liberal, autô-

nomo que presta serviços de modo even-

tual. O empregado possui vínculo empre-

gatício com o empregador e o trabalhador

pode ter vínculo, a depender de quantos

dias presta serviços durante a semana bem

como não possuir vínculo pela natureza da

prestação de serviço não habitual.

Antes da referida norma em análise,

o art. 6º da CLT possuía a seguinte reda-

ção: Não se distingue entre o trabalho reali-

zado no estabelecimento do empregador e o

executado no domicílio do empregado, des-

de que esteja caracterizada a relação de em-

prego. Desta forma, resta evidenciado que

Atualmente muito se está falando a

respeito da lei que alterou o art.

6º da Consolidação das Leis do

Trabalho (CLT). A modificação da

norma trouxe a extensão da relação de em-

prego para os trabalhos realizados à distân-

cia por meios telemáticos e informatizados

de comando, controle e supervisão. A an-

tiga redação do art. 6º da CLT não possuía

a expressão “realizado à distância”. Sem

dúvida, esta alteração acarretará mudan-

ças importantes para as empresas que fa-

zem contato profissional com o trabalha-

dor após o expediente.

Analisemos, pois, os aspectos jurídi-

cos da mencionada alteração e suas impli-

cações legais e práticas. Primeiramente, ca-

be-nos esclarecer que o dispositivo nor-

mativo que abarca a legislação trabalhista

basilar, tanto no que se refere à atividade

do trabalhador e empregado quanto à ati-

vidade do empregador, é a Consolidação

das Leis Trabalhistas . É a CLT que emba-

sa o conceito de direito do trabalho, di-

tame este muito importante para a com-

preensão da nova lei sobre o art. 6º, que

trata da relação de emprego. Conforme

Maurício Godinho Delgado, a relação de

emprego pode assim ser definida: Após a

Emenda Constitucional 45/2004, entende-se

que “é o complexo de princípios, regras e insti-

tutos jurídicos que regulam as relações de tra-

balho, englobando, também, os institutos, re-

gras e princípios jurídicos concernentes às re-

lações coletivas entre trabalhadores e tomado-

res de serviços, em especial através de suas as-

sociações coletivas”.

Cumpre-nos ressaltar que existe di-

ferença entre empregado e trabalhador,

bem como relação de trabalho e relação de

Nova disciplina normativa e cuidados do empregador

Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, Advogado

As empresas devem passar a tratar o assunto com mais sensibilidade, pois o legislador favoreceu o trabalhador e a prática de trabalho à distânciao trabalho realizado quando da relação de

emprego, ou seja, o trabalhador que reali-

zava atividades ligadas às funções do em-

prego no seu domicílio teria o direito de

reclamar por extensão da hora de labor.

A nova redação do referido artigo, altera-

do pela lei nº 12.551/2011, apresenta-se

da seguinte maneira: Não se distingue en-

tre o trabalho realizado no estabelecimento

do empregador, o executado no domicílio do

empregado e o realizado à distância, desde

que estejam caracterizados os pressupostos

Page 21: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2011 :: Revista da ANEC 19

da relação de emprego. Parágrafo único. Os

meios telemáticos e informatizados de co-

mando, controle e supervisão se equiparam,

para fins de subordinação jurídica, aos meios

pessoais e diretos de comando, controle e su-

pervisão do trabalho alheio.

Percebe-se que fora acrescentada a

expressão “realizado à distância” ao tex-

to original. Além dela, o legislador acres-

centou o parágrafo único ao art. 6º, ex-

plicando de que se trata o trabalho reali-

zado à distância.

O trabalho realizado à distância por

meios telemáticos (conjunto de servi-

ços informáticos fornecidos por meio de

uma rede de telecomunicações) e infor-

matizados de comando, controle e su-

pervisão, caracterizam, a partir dessa

nova lei, a relação de emprego, contan-

to que estejam presentes os pressupostos

da relação de emprego.

O empregador que acionar o trabalha-

dor por e-mails, telefone, celular ou qual-

quer outro meio de telecomunicação ou

informatizado para alguma atividade que

caracterize a relação de emprego terá que

acrescer ao salário horas extras. Isto ocor-

re pelo fato de que encerrando o expe-

diente entende-se que o empregado des-

cansará das atividades que o comprome-

tem da relação de emprego. Ao receber li-

gações, e-mails, contatos por outro meio

informatizado ou de telecomunicação,

decorrentes do trabalho, seja em casa ou

em qualquer lugar que esteja, entende-se

por meio da nova redação legal que pror-

rogará a jornada de trabalho, pois o empre-

gado, apesar de ter deixado o seu local de

trabalho, não estará gozando do descanso

entre duas jornadas a que tem direito.

O texto legal é claro ao dispor que não

se distingue do trabalho realizado no es-

tabelecimento do empregador, o realizado

em domicílio ou à distância e que, estan-

do os pressupostos da relação de emprego

presentes, ensejar-se-á trabalho idêntico ao

realizado no local de trabalho.

Para mais esclarecimentos, abordare-

mos os pressupostos da relação de empre-

go, que são subordinação, não eventuali-

dade (habitualidade), dependência e re-

muneração. Já os pressupostos da relação

de trabalho são esforço intelectual ou físico

destinado à produção.

No caso do art. 6º com a nova reda-

ção, o legislador fala sobre a relação de

emprego, ou seja, para os casos em que

o empregado, em qualquer lugar que es-

teja, receba ligações, e-mails, etc, rela-

cionados ao trabalho exercido no estabe-

lecimento, contemplando os requisitos

acima mencionados.

Em relação ao valor da hora extra

que será devida ao empregado, nada

foi falado, permanecendo, então, os va-

lores e porcentagens de acordo com as

convenções coletivas de trabalho, ou de

acordo com o contrato.

É importante informar que o Tribunal

Superior do Trabalho (TST) ainda não se

pronunciou em relação à nova redação do

art. 6º da CLT. Apesar da ainda não mani-

festação, a nova redação do art. 6º é clara

ao equiparar as situações do trabalho tan-

to fora quanto dentro da empresa, garan-

tindo todos os direitos trabalhistas ao em-

pregado que, por exemplo, faz home offi-

ce (trabalho em casa) – daí a discussão so-

bre hora extra.

Compreende-se que o trabalhador ao

desempenhar suas atividades fora do esta-

belecimento e não sofrer controle da jorna-

da não tem direito a horas extras. Todavia,

se o empregador determinar um horá-

rio para estar online, a fim de atendimen-

to de alguma necessidade relacionada ao

seu emprego, desta forma se configuraria

a hora extra.

O jornal O Estado de S.Paulo, em

13 de janeiro de 2012, publicou repor-

tagem com uma importante visão sobre

o caso, em que possivelmente haverá al-

teração da súmula do TST, que trata do

“sobreaviso”: O tema deve levar o Tribunal

Superior do Trabalho (TST) a alterar a sú-

mula do sobreaviso, isto é, quando o traba-

lhador não está a serviço, mas pode ser con-

vocado pela empresa a qualquer momento.

Antes, o tribunal não considerava que o uso

Existe uma diferença entre empregado e

trabalhador, bem como relação de trabalho e

relação de emprego

Page 22: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

20 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2011

de aparelhos eletrônicos após o expediente

configurava sobreaviso – situações onde o

trabalhador tem o direito de receber o equi-

valente a um terço do pagamento normal

por hora trabalhada.

A nova redação do art. 6º gera pre-

ocupação para as empresas que têm e-

-mails coletivos, enviados aos trabalha-

dores depois do expediente, bem como

as empresas que agendam reuniões, ati-

vidades e enviam por e-mails, ou qual-

quer outro meio eletrônico, após o horá-

rio de trabalho.

A súmula do TST que trata do sobre-

aviso, caso seja mudada, deverá esclare-

cer o tratamento acerca da remuneração

da hora de trabalho à distância. O em-

pregado receberá como hora normal de

trabalho ou será hora extra?

Há ainda casos em que o emprega-

dor, para ter controle das “sobrejorna-

das” de algum funcionário, chegará ao

ponto de fiscalizar os e-mails de traba-

lho, havendo então uma grande possibi-

lidade de quebra do direito de privaci-

dade. Se ele não tem acesso, como terá

controle das atividades referentes ao tra-

balho? O empregador terá que cance-

lar os e-mails corporativos após o expe-

diente? Não nos parece sensato que in-

cida hora extra nos casos de mensagens,

por exemplo, enviadas aos trabalhadores

após o expediente de trabalho caso não

haja imposição de que o empregado a

responda fora do seu expediente ou que

não solicite alguma atividade por parte

do empregado a ser executada também

fora do seu horário de trabalho.

Todavia, o modelo home office, ado-

tado por milhares de brasileiros, causa-

rá grande discussão no TST sobre a apli-

cação imediata da lei nos moldes em que

foi legislada, pois a emblemática situação

abre um leque de entendimentos.

A nova lei, ao ser aplicada, exigi-

rá também fiscalização por meio digi-

tal, um direito mais moderno voltado às

novas tecnologias, à extensão do traba-

lho realizado no estabelecimento para

a residência e, agora, para qualquer lu-

gar no qual se tenha acesso remoto a e-

-mails ou telefone, podendo gerar refle-

xos trabalhistas.

A relação de emprego, após a altera-

ção do art. 6º, deve também ter o seu

conceito atualizado, já que atualmen-

te são inúmeras as empresas que funcio-

nam da casa do empregador e na casa do

trabalhador. O mesmo vale para a rela-

ção de trabalho.

A discussão é bastante importante, e

o que já se sabe é que exercer alguma

atividade relacionada à subordinação ao

emprego ensejará em hora extra.

Portanto, as empresas devem passar

a tratar o assunto com mais sensibilida-

de, pois o legislador favoreceu o traba-

lhador e a prática de trabalho à distân-

cia, por acesso remoto e outros meios

que utilizam aparelhos eletrônicos. Após

o expediente isso poderá ser valorado

como hora extra e, ainda, sofrer os refle-

xos trabalhistas dela decorrentes.

É válido ressaltar que a configuração

da relação de emprego depois do expe-

diente depende dos requisitos do pará-

grafo único do art. 6º: comando, contro-

le e a supervisão de trabalho alheio no re-

cebimento de e-mails, contato por acesso

remoto ou qualquer outro meio informa-

tizado e de telecomunicação. Estando au-

sentes estes requisitos do parágrafo único,

não há que se falar em labor após o expe-

diente que ensejariam horas extras.

A nova redação do já citado art. 6º

necessita de pressupostos caracterizado-

res da relação de emprego, todavia não

só estes conceitos devem ser atualizados,

mas os meios de se supervisionar o tra-

balho à distância.

Isso surpreende o direito trabalhista,

que em maio de 2011 viu editada a sú-

mula do regime de sobreaviso, na qual

o funcionário que fica aguardando o co-

mando do empregador por meios ele-

trônicos não caracterizava o tal regi-

me. Agora, o legislador ressalta no tex-

to do novo artigo da CLT que o empre-

gado que, por um meio telemático ou

informatizado de telecomunicação, re-

cebe avisos de comando, controle ou

supervisão, terá direito à remunera-

ção como se estivesse trabalhando no

estabelecimento.

Por fim, vê-se que o poder legislati-

vo, neste momento, buscou uma norma

mais moderna, diante das necessidades

e tecnologias utilizadas pelos trabalha-

dores, e o TST editou uma súmula com

considerável atraso no que tange ao tra-

balho à distância, que necessariamente

sofrerá alterações.

Após a análise da nova redação do

art. 6º da CLT, parece-nos claro que os

comandos passados aos empregados fora

do seu expediente de trabalho, seja por

qualquer meio de comunicação (e-mail,

telefone, bip, pager, etc) e que exijam

destes um cumprimento de tarefa ou res-

posta imediata, serão tratados como ho-

ras trabalhadas, podendo ensejar hora

extra ou caracterizar o regime de sobre-

aviso. Desta forma, recomenda-se muito

cuidado aos empregadores que desejem

enviar qualquer tipo de mensagem vir-

tual ou telemática aos seus empregados

fora do expediente de trabalho.

É importante informar que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ainda não se pronunciou em relação à nova redação do art. 6º da CLT

Page 23: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 24: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

22 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Artigo

A pressão que as escolas vêm so-

frendo para ministrar um volu-

me de conteúdos cada vez mais

extenso e fazer face aos exames

de larga escala (Enem, vestibulares, SAEB,

Prova Brasil e Pisa, entre outros) tem feito

com que uma importante contribuição do

sistema educacional seja paulatinamente

deixada de lado: a “alfabetização afetiva”.

Por trás desse quadro existem concepções

de ensino atreladas a uma visão economi-

cista da sociedade e do sistema educacio-

nal e um desconhecimento, por parte dos

pais e da sociedade em geral, da importân-

cia da formação emocional para o bom de-

senvolvimento da criança e do jovem.

As escolas se organizam, de modo ge-

ral, em torno ou a partir de um Projeto

Político Pedagógico (PPP), norteador e

clarificador das práticas pedagógicas, bra-

ços operativos das concepções de ensi-

no da escola (ou de suas mantenedoras).

Tais concepções se mostram entranhadas

no cotidiano escolar, tanto nos aspectos

formais (organização do currículo, tem-

pos e sequências escolares, programa de

formação de docentes, organização admi-

nistrativa da escola), quanto nos aspectos

não-formais (relações entre funcionários,

com alunos e pais, etc).

Concepções prevalentes na sociedade

penetram capilarmente nas escolas; isso

sempre aconteceu, na medida em que es-

colas são equipamentos sociais usualmente

alinhados com o pensamento socioeconô-

mico hegemônico. Nas sociedades indus-

triais e pós-industriais contemporâneas,

de fornecimento de equipamentos, entre

outras. Em meio a tantas pressões, à escola

não resta outra alternativa a não ser “dan-

çar conforme a música”, como diz a sabe-

doria popular. Assumir um posicionamen-

to discordante, talvez calcado em concep-

ções mais “humanizantes” de ensino, pode

trazer constrangimentos de ordem finan-

ceira, legal e psicológica. Assim, as condi-

ções sociais acabam por conformar (dar

forma) a escola, que se um dia teve a “uto-

pia” de poder formar um aluno pensante

e emocionalmente equilibrado, dela se viu

obrigada a abrir mão, pelas questões con-

tingenciais apontadas. Contingência tam-

bém deriva da equação tempo x custos:

aumentar os tempos escolares (talvez para

se poder fazer um trabalho mais reflexivo)

implica em aumentar custos, e isso não

permite que as contas “fechem”.

A questão AfetivANesse quadro geral, onde se encontra

o afeto? Onde se encontram as relações

humanas, berço das aprendizagens de

tolerância, respeito ao outro, afeto, ela-

boração das emoções? Como o desen-

volvimento emocional é visto pela so-

ciedade, pelos pais? Que compreensão

se tem dessa área e de sua importância?

o pensamento econômico vem ganhando

relevância cada vez maior como forma de

“apreensão do mundo”. “Pensamento eco-

nômico”, aqui, são conceitos ligados à ma-

terialidade da vida (bens materiais, posse

individual, culto a produtos que simboli-

zam status) e a representações de mundo a

partir de construtos como eficiência e efi-

cácia de processos, inclusive o educacio-

nal, medidos a partir de indicadores cada

vez mais matemáticos (notas, rankings). O

pensamento econômico também vê o de-

sempenho individual a partir de parâme-

tros econométricos e, como vem se tor-

nando hegemônico, acaba por suplantar

e suprimir os pensamentos discordantes,

desqualificando-os a partir de seu próprio

arcabouço teórico, num processo circular,

tendendo ao dogma.

A escola particular (universo das con-

fessionais) se vê pressionada de vários la-

dos: pelos pais, que bebem da fonte do

pensamento econômico hegemônico; pelo

governo, que estabelece parâmetros curri-

culares, conteúdos mínimos, avaliações de

grande escala, normas e regras de funcio-

namento escolar; pela grande mídia (ca-

nais abertos de TV e revistas de circulação

nacional, dominados por especialistas em

cujas veias circula o pensamento econô-

mico messiânico); pelos alunos, que des-

de cedo sorvem a cartilha da sociedade em

que crescem; por professores e funcioná-

rios administrativos, oriundos das facul-

dades que professam a mesma crença eco-

nômica; e pelas demandas trabalhistas, do

mercado concorrente, editoras, empresas

Tempos de analfabetismo afetivo

Sebastião V. Castro, Psicólogo, Biólogo e Diretor do Axis Instituto

O afeto é tão importante, ou talvez até mais, quanto as nossas habilidades e competências cognitivas

Page 25: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012:: Revista da ANEC 23

Entende-se que a escola deva ter algum

papel nesse desenvolvimento?

Afeto é diferente de inteligência e cog-

nição. É outra dimensão da nossa perso-

nalidade. É a dimensão do sentimento, do

carinho, do reino da vasta gama de emo-

ções; é fundamental na relação com o ou-

tro, com o mundo objetivo e simbólico

que nos cerca, com os animais, as plan-

tas, o nosso trabalho. São os afetos que

nos confortam nos momentos difíceis,

que nos permitem controlar nossos de-

sejos e paixões; é o afeto que, somado à

nossa inteligência e à nossa cognição, nos

permite viver no mundo, nos relacionar-

mos, lidarmos com as frustrações diárias,

aprendermos a respeitar o espaço do ou-

tro, lidarmos com a diversidade de pesso-

as que cruzam pela nossa vida; o afeto é

tão importante, ou talvez até mais, quanto

as nossas habilidades e competências cog-

nitivas. A ênfase social dada ao intelecto

(para o bom desempenho acadêmico, nos

exames de larga escala, para ser o primei-

ro lugar!) é temerária, na medida em que

um intelecto muito desenvolvido, aliado

a um subdesenvolvimento afetivo ou ao

desequilíbrio emocional, pode significar

um adulto intelectualmente brilhante,

mas imaturo emocionalmente, com bai-

xa tolerância à frustração, irritável, egoís-

ta, tendente à explosão (e aos comporta-

mentos agressivos daí advindos), impulsi-

vo, pouco reflexivo, voluntarioso, imedia-

tista, arrogante, presunçoso, egocêntrico.

Enfim, com atitudes e comportamentos

infantilizados em um corpo adulto.

Com o pouco tempo que os pais têm

para cuidar e viver efetivamente com seus

filhos, levando-os cada vez mais cedo para

a escola, esta deveria ser vista, pelos pró-

prios pais, Ministério da Educação (MEC)

e sociedade em geral, como importan-

te local também de “alfabetização afetiva”,

onde a criança, e depois o jovem, apren-

da a conviver, a respeitar, lidar com regras

e normas; onde aprenda a ser, a esperar, a

ter paciência, a ser reflexiva, a tolerar frus-

trações. Esse aprendizado emocional per-

manece para toda a vida, de forma mui-

to mais perene que os conteúdos escolares,

formando a base afetiva sobre a qual se as-

sentará toda a vida futura, com suas vicissi-

tudes e contingências. Não compreender a

importância dessa base, dimensão distinta

da intelectual, é não compreender a pessoa

humana e sua intrincada estrutura mental

e psíquica. A partir dessa compreensão da

integralidade da pessoa, os pais precisam

ajudar a escola na tarefa complexa que é

a alfabetização afetiva. Relações amigáveis

e de parceria com a escola, mais respeito-

sas, carinhosas e mais pacientes são espe-

radas, coerentes com a postura de educar

as crianças em sua integralidade.

Para uma sociedade pautada pelo res-

peito ao outro, pelo respeito às leis e aos

códigos de conduta socialmente desejá-

veis, não podemos ter analfabetos afeti-

vos. Somente a partir da compreensão da

relevância do desenvolvimento emocional

equilibrado é que poderemos sonhar com

uma sociedade melhor, que respeite a vida

no e do planeta.

A partir dessa compreensão da integralidade da pessoa, os pais precisam ajudar a escola na tarefa complexa que é a alfabetização afetiva

Page 26: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

24 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Política

O desenvolvimento econômico e

sustentável do País passa pela

formação e capacitação de pro-

fissionais habilitados para de-

senvolver soluções inovadoras, operar

máquinas e equipamentos de ponta, e

elevar a produtividade da produção na-

cional. Por isso, são fundamentais a arti-

culação da sociedade, dos setores públi-

co e privado, em torno de várias ações

envolvendo a melhoria da educação bá-

sica, a ampliação do acesso à formação

universitária e a larga oferta de cursos

profissionalizantes.

O esforço para vencer a batalha

da educação no Brasil e saltar décadas

de atraso nessa área é tremendo e exi-

ge a cooperação de todos os setores da

sociedade. O Plano de Expansão da

Rede Federal de Educação Superior e

Profissional fortalece as políticas nacio-

nais em torno dessa necessidade, sobre-

tudo em virtude do acirramento da com-

petitividade global.

Trata-se da terceira fase da expan-

são universitária e profissional, progra-

ma iniciado no governo do ex-presi-

dente Lula. O Plano prevê a criação, até

2014, de quatro universidades federais,

bem como a abertura de 47 campi uni-

versitários e de 208 unidades dos insti-

tutos federais de educação, ciência e tec-

nologia. Ele permitirá a oferta de mais

250 mil vagas nas universidades federais

e de 600 mil matrículas nos institutos fe-

derais de educação, ciência e tecnologia.

Os números são expressivos, mas não

jovens de 14 a 18 anos nas séries finais

do ensino fundamental.

Na distribuição dos investimentos

nos municípios, o governo da presiden-

te Dilma levou em conta a universaliza-

ção do atendimento aos territórios de ci-

dadania, a alta porcentagem de extre-

ma pobreza, os municípios ou micror-

regiões com população acima de 50 mil

habitantes e os municípios com arran-

jos produtivos locais (APLs). O Estado

de Pernambuco será contemplado com

nove unidades de educação profissional

e mais um novo campus, em Garanhuns,

para a Universidade Federal Rural (UFR/

PE). Eles serão essenciais diante da nova

realidade de expansão econômica que

o Estado vive e permitirão oferecer as

oportunidades para os pernambucanos

crescerem profissionalmente e participa-

rem desse novo ciclo de desenvolvimen-

to do Estado e do País.

Os empreendimentos que chegam a

Pernambuco representam mais empre-

go, maior renda, alavancarão mais inves-

timentos na infraestrutura urbana, com

reflexos nos setores de comércio e ser-

viços. Mas esses resultados também de-

pendem da capacidade de o Estado aten-

der às novas demandas por trabalhado-

res. O Plano do governo é fundamental

nesse sentido, permitindo o aproveita-

mento da mão de obra local e promo-

vendo melhorias na qualidade de vida

dos pernambucanos.

Publicado na edição do Jornal do Commercio

basta nos atermos a essa análise quan-

titativa. A proposta está inserida nos no-

vos paradigmas da educação de alta qua-

lidade, dentro de uma tendência mun-

dial de enfatizar também a formação téc-

nica e profissionalizante, e responde à

pressão da economia por profissionais

em setores de alta tecnologia, como o de

petróleo e gás e de telecomunicações.

Além de procurar atender aos desa-

fios globais de qualificação profissional,

o programa olha também para a reali-

dade nacional e diversidades regionais.

Reafirma, portanto, a preocupação do

governo da presidente Dilma com a qua-

lificação dos trabalhadores nas diferentes

regiões, contribuindo para a interioriza-

ção e melhor distribuição do desenvolvi-

mento no País.

Para definir os Estados que recebe-

riam campi universitários e escolas de

educação profissional, o governo fede-

ral utilizou uma série de critérios, como

os baixos índices de desenvolvimento

da educação básica e a porcentagem de

Educação e profissionalizaçãoToda a sociedade precisa participar dessa luta

Além de procurar atender aos desafios globais de

qualificação profissional, o programa olha também

para a realidade nacional e diversidades regionais

Humberto Costa, Senador pelo PT de Pernambuco

Page 27: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 25

Política

Vamos deixar de lado, por um

instante, aquilo que a educa-

ção no Brasil tem de números,

numa matemática cruel que

pouco soma e muito subtrai – um dos

piores cenários da exclusão social no

âmbito da nossa sociedade – e falar de

outro tipo de déficit educacional: o défi-

cit da qualidade.

Não existe, sabemos, a menor possi-

bilidade de uma nação figurar entre as

grandes do mundo – e essa é uma justa

e viável aspiração do povo brasileiro –

se os bancos escolares não servirem de

ponto de partida para o nascimento

de cidadãos plenos, bem-informados e

academicamente preparados. Mas, tam-

bém, cidadãos donos de suas próprias

ideias e convicções, resultado de um es-

forço coletivo aluno-professor-institui-

ção que vá muito além das demandas

do mercado de trabalho.

Trato desse tema hoje e escolho essas

palavras para fazer uma homenagem ao

escritor Bartolomeu Campos de Queirós,

falecido este ano. Reconhecido interna-

cionalmente, reverenciado em Minas

Gerais e respeitado por tantos autores

nacionais, Bartô – permitam-me o afe-

to da amizade – dedicou sua inteligência

apurada e sua militância sensível às cau-

sas da educação e da literatura.

“O homem é feito de real e de ideal”,

dizia ele, no depoimento que acompa-

nhou o manifesto fundador do Instituto

Brasil Literário, organização não gover-

namental cuja causa ele abraçou com de-

dicação. Sendo assim, prosseguia, a edu-

cação não pode se contentar em informar

EducarAécio Neves, Senador pelo PSDB de Minas Gerais

Como disse nosso escritor: ‘A gente só suporta o dia de hoje porque têm uma perspectiva do amanhã’

Não existe, sabemos, a menor possibilidade de uma nação figurar entre as grandes do mundo – e essa é uma justa e viável aspiração do povo brasileiro – se os bancos

escolares não servirem de ponto de partida

o que já foi feito e, sim, abrir a porta para

a imaginação e a fantasia.

Se a escola é o lugar da transforma-

ção, e não somente o da informação, não

há como aceitar a redução dos currículos

à acumulação estatística de saberes espe-

cíficos. Ao liberar o direito de todos de

criar, recriar, imaginar e romper o limite

do provável – dizia ele – a educação es-

tará exercendo o imprescindível dom da

democratização.

Em lugar de impor dogmas, cabe

fermentar, no cultivo da dúvida e da

inquietação, o direito cidadão de fir-

mar sua trajetória cultural e intelectual.

Refletir deixa de ser, assim, um privilé-

gio de classe.

Aprendemos muito com pessoas

como Bartolomeu. Ele estava convenci-

do de que a literatura poderia ser o grau

zero para o profícuo estímulo da imagi-

nação criadora. Dirão os céticos: tudo

isso é romântico demais quando se tra-

ta de reparar, já, agora, deficiências bem

pragmáticas no ensino brasileiro.

As prioridades cobram atitudes ime-

diatas, é verdade, mas que qualquer ini-

ciativa se assente em base humanista,

sem desprezar a dimensão que a educa-

ção encerra de valores fundamentais ao

ser humano.

Como disse nosso escritor: “A gente

só suporta o dia de hoje porque tem uma

perspectiva do amanhã”.

Publicado no Jornal Folha de S. Paulo

Page 28: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

26 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Gestão

Assim como a maioria das

ferramentas de avaliação

da educação já criadas no

Brasil, o Exame Nacional de

Desempenho dos Estudantes (Enade)

também acaba de passar por mu-

danças, de acordo com a Portaria

Normativa nº  6, de 14 de março de

2012, publicada no Diário Oficial da

União do dia seguinte.

O motivo: 30 instituições de en-

sino superior (IES), inclusive a co-

nhecidíssima Universidade Paulista

(Unip), estariam selecionando ape-

nas os melhores alunos para a prova,

do mesmo modo como se um padei-

ro adicionasse fermento extra na mas-

sa, para dobrar artificialmente o tama-

nho do pão. Com o uso desse ingre-

diente, só os mais preparados partici-

pariam da avaliação, elevando as no-

tas dos cursos.

Em 22 de março, uma semana

após a publicação da portaria, o MEC

anunciou a realização de auditoria,

com prazo de 60 dias, para investi-

gar a Unip. Esse processo está a car-

go do Instituto Nacional de Estudos

e Pesquisas Educacionais (Inep) e da

Secretaria de Regulação e Supervisão

do Ensino Superior (Seres).

Para aprofundar as investigações,

o ministério também está fazendo a

avaliação in loco de todos os cursos

dessa universidade, em especial os em

fase de renovação de reconhecimento,

licença necessária para poder funcio-

nar e emitir diplomas.

Anunciadas pelo ministro da

Educação, Aloizio Mercadante, as no-

vas regras já valem para a edição des-

te ano, que será aplicada em 18 de no-

vembro, a partir das 13 horas. Uma

das alterações mais significativas é

que, a partir de agora, além dos for-

mandos em 2012, também estão obri-

gados a participar do exame os estu-

dantes com expectativa de conclusão

do curso até agosto de 2013. Aqueles

que tiverem concluído, até o término

das inscrições, mais de 80% da carga

horária mínima do currículo do cur-

so, também estão convocados.

Blindagem contra fraudes

Luciano Guimarães, Jornalista

De acordo com as instituições particulares, a medida afetará principalmente os cursos técnicos que têm duração de dois anos

Page 29: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 27

Na edição de 2012, o Enade ava-

liará o desempenho dos alunos que

se formarão com diploma de bacha-

rel, matriculados nos cursos de admi-

nistração, ciências contábeis, ciências

econômicas, comunicação social, de-

sign, direito, psicologia, relações in-

ternacionais, secretariado executivo e

turismo.

O mesmo vale para os estudantes

dos cursos que conferem diploma de

tecnólogo em gestão comercial, gestão

de recursos humanos, gestão finan-

ceira, logística, marketing e processos

gerenciais. A área de comunicação so-

cial poderá ser organizada em subgru-

pos que permitam a avaliação de com-

ponentes específicos do setor.

Segundo a portaria do MEC, estão

dispensados do Enade 2012 os estu-

dantes que colarem grau até 31 de

agosto deste ano, assim como os dis-

centes que estiverem oficialmente ma-

triculados e cursando atividades cur-

riculares fora do Brasil, na data da re-

alização do exame, em órgão conve-

niado com a instituição de ensino su-

perior (IES) de origem do aluno.

O Inep divulgará o Manual do

Enade até o dia 1º de junho, e este

poderá ser baixado no site oficial do

exame, em: http://enade.inep.gov.br.

A publicação traz todas as instruções

e os instrumentos necessários às IES

para a inscrição dos estudantes habi-

litados a prestar o exame. Neste ano, a

inscrição poderá ser feita de 16 de ju-

lho a 17 de agosto.

O MEC alerta às IES de que a au-

sência de inscrição de alunos habilita-

dos para participação no Enade 2012,

nos termos e prazos estipulados, po-

derá levar à suspensão de processo se-

letivo para os cursos.

Cabe às instituições de ensino su-

perior divulgar amplamente aos seus

alunos a lista dos estudantes habilita-

dos ao exame, e esse documento será

colocar à disposição pelo Inep, para

consulta pública, de 21 a 31 de agos-

to. Durante esse mesmo período, caso

sejam necessárias, inclusões ou retifi-

cações deverão ser solicitadas à pró-

pria IES.

CRÍTICAS À PORTARIABasicamente, as mudanças realizadas

pelo MEC em algumas das regras do

Enade 2012 caíram como uma bomba

no colo dos gestores de instituições de

ensino superior e de cursos técnicos

e de tecnologia. No dia 17 de março,

logo após a publicação da Portaria nº

6, representantes de diversas entida-

des do ensino superior privado redi-

giram uma carta criticando as novas

regras.

O próprio Fórum das Entidades

Representativas do Ensino Superior

Particular cita a legislação que insti-

tuiu o Sistema Nacional de Avaliação

da Educação Superior (Sinaes), se-

gundo a qual prevê apenas a partici-

pação de alunos ingressantes e con-

cluintes na prova.

Dessa maneira, reclama a entida-

de, qualquer mudança deveria ser

feita na própria legislação e não por

meio de portaria. Porém, deixou cla-

ro que “não endossa as estratégias que

algumas instituições vêm adotando

para elevar seus indicadores”.

De acordo com as instituições par-

ticulares, a medida afetará principal-

mente os cursos técnicos que têm du-

ração de dois anos. Elas argumentam

que o aluno do penúltimo semestre

teria cumprido uma parcela pequena

da grade curricular e seria prejudica-

do na avaliação por não ter visto todo

o conteúdo, defendem os represen-

tantes das instituições:

“Esses alunos não terão cursado,

no mínimo, 25% do conteúdo cur-

ricular. Além de punir os estudan-

tes dessa faixa do penúltimo semes-

tre letivo, pune, ainda, as instituições

cujos cursos estejam incluídos no exa-

me deste ano e que confiaram nas re-

gras estabelecidas [anteriormente].”

Em outras palavras, é o mesmo que

fazer uma lei proibindo motociclistas

de levar carona, só porque aumentou

a quantidade de assaltos praticados a

partir desta modalidade, como que-

riam os legisladores do estado de São

Paulo. Afinal, é mais fácil punir a to-

dos do que elevar a rigidez da fiscali-

zação no cumprimento da lei.

Assim como a maioria das ferramentas de avaliação da educação já criadas no Brasil, o Enade também acaba de passar por mudanças

Page 30: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

28 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Gestão

No ano de 1990, em Jomtien,

na Tailândia, foi realizada

a Conferência Mundial so-

bre Educação para Todos,

na qual os participantes defenderam a

ideia de que todos têm direito à educa-

ção de qualidade.

Dez anos depois, no Fórum Mundial

de Educação, realizado em Dacar, no

Senegal, 180 nações se comprometeram

a assegurar educação de qualidade a to-

das as crianças até 2015 e expandir sig-

nificativamente oportunidades de edu-

cação para jovens e adultos.

A Constituição da República Federativa

do Brasil, de 1988, em seu Capítulo III,

Seção I, art. 205, diz que: “A educação é

direito de todos e dever do Estado e da fa-

mília, será promovida e incentivada com a

colaboração da sociedade, visando ao ple-

no desenvolvimento da pessoa, seu prepa-

ro para o exercício da cidadania e sua qua-

lificação para o trabalho”.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação

Nacional (LDB – 9.394/1996) estabelece

as diretrizes e bases da educação nacional.

Seu Título II, art. 2º, reforça que: “A educa-

ção, dever da família e do estado, inspira-

da nos princípios de liberdade e nos ideais

a frequência beira os 100%. As turmas

não têm mais de dez estudantes, e o es-

tudo de Geografia pode enveredar para

outros assuntos, como Matemática,

História e Química. As aulas são ilus-

tradas com Ziraldo, Portinari, Sebastião

Salgado e Van Gogh, as avaliações são

frequentes e as notas servem para

avaliar o professor, para que se saiba

que assuntos precisam mais atenção.

Ninguém é deixado para trás: a maté-

ria só avança quando todos aprende-

ram. Os pais voltam a estudar em tur-

mas paralelas para acompanhar os fi-

lhos. Pois é, a comunidade não só ima-

ginou, mas gerou uma resposta efetiva

e eficiente. Hoje são mais de 130 so-

licitações de novas unidades no País.

Pessoas físicas e jurídicas creditam

nas ações do ESF com financiamentos de

projetos e apoios pontuais e institucio-

nais, pois resultados e impactos são ava-

liados com indicadores mensuráveis de

conteúdo, método e interação. Essa rede

de apoio é consecução das ações que

aprimoram conhecimentos e libertam

novos saberes dos alunos. Estes, por sua

vez, empoderam-se do exercício da cida-

dania e rompem fronteiras, multiplicando

de solidariedade humana, tem por finali-

dade o pleno desenvolvimento do educan-

do, seu preparo para o exercício da cida-

dania e sua qualificação para o trabalho”.

Também o Estatuto da Criança e do

Adolescente (Lei 8.069/1990), diz em seu

Capítulo IV, art. 53: “A criança e o adoles-

cente têm direito à educação, visando ao

pleno desenvolvimento de sua pessoa, pre-

paro para o exercício da cidadania e quali-

ficação para o trabalho”.

O Instituto Educadores Sem Fronteiras

(ESF), em resposta a normatizações nacio-

nais e internacionais, nasceu como organi-

zação sem fins lucrativos, em 2007, para

fomentar metodologias e tecnologias que

proporcionem políticas públicas de educa-

ção de qualidade no País.

Imagine um lugar em que os alu-

nos vão se quiserem. E, mesmo assim,

Levar quem gosta de ensinar até quem quer aprender

Por Ana Carolina Zanoti, Jornalista

Imagine um lugar em que os alunos vão se quiserem.

E, mesmo assim, a frequência beira os 100%

Page 31: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 29

saber e proporcionando – de fato – o pro-

tagonismo libertador de saberes.

Assim é a missão do ESF: “apoiar a es-

cola formal, proporcionando o desenvol-

vimento das potencialidades do cidadão,

por meio da educação complementar e

da democratização do conhecimento”.

Na esperança ativa, contra toda a espe-

rança, de “melhorar, de maneira signi-

ficativa, a educação para comunidades

carentes, fomentando políticas públicas

eficientes, para não mais existir”.

Depois do planejamento organizado

entre voluntários, familiares, entidades

não governamentais e escolas das regi-

ões, os educadores sem fronteiras reali-

zam suas atividades com a participação

da equipe transdisciplinar, comunidade,

familiares, parceiros e, principalmente,

educandos, na construção dos projetos e

programas, assim como no seu monito-

ramento e avaliação.

Portanto, o ESF não se trata de uma es-

cola, pois não há diplomas. E também não

se trata de “reforço”; o que se faz é comple-

mentar o que a escola oficial ensina para

que o aluno fique em dia com o que se es-

pera dele em função de idade e série. Esse

lugar existe e não fica na Finlândia.

Como suas aulas, o sonho dos edu-

cadores também não é nada convencio-

nal. O objetivo é chegar a um ponto em

que a organização não seja mais neces-

sária. O objetivo é poder comemorar o

próprio fim, numa grande festa para ce-

lebrar o fato de o Brasil ter superado os

índices educacionais de uma Finlândia.

Os critérios de admissão no Educadores Sem Fronteiras

são simples: 1. Estar matriculado em uma escola oficial;

2. Ter muita, mas muita vontade de aprender. O educando deve despertar pela inspiração do espanto: “Nossa, então

esse conteúdo tem relação com este outro!”. E nasce o pensamento, e aprimora-se o conhecimento e gera a

libertação dos saberes.

O ESF não se trata de uma escola, pois não há

diplomas. E também não se trata de ‘reforço’; o que se

faz é complementar o que a escola oficial ensina

Até lá, a organização espera poder

contribuir com ideias para a própria es-

cola oficial. E já estão em cursos progra-

mas específicos para escolas públicas de

São Paulo, nas quais haverá a formação

dos professores na metodologia transdis-

ciplinar e a experimentação de educan-

dos do ESF na formação de outros alu-

nos da escola oficial na arte de estudar e

aprender e aplicar conhecimentos. Esse

é o grande objetivo.

Enquanto isso não acontece, o ESF

busca apoios e novos educadores no

mundo para expandir o modo “prazero-

so” de ensinar. Acreditando que é possí-

vel aproximar quem gosta de ensinar a

quem gosta de aprender.

Page 32: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

30 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Gestão

Que as tecnologias e a utilização

de ferramentas como computa-

dores, internet e celulares, além

de outros dispositivos, são um

caminho sem volta para a sociedade no

que diz respeito ao consumo de informa-

ções já se sabe. O que ainda é um desafio,

especialmente no campo da educação, é

como utilizar essas informações em sala

de aula, de modo a gerar interesse e, so-

bretudo, aprendizagem para os alunos.

As ferramentas de comunicação

online disponíveis são diversas. Sites,

blogs e redes sociais, apenas para citar

alguns, são os mais comuns. Há infor-

mações aos montes, múltiplas fontes,

visões diferentes de mundo. Educar

hoje é mais complexo, pois a socieda-

de também é mais complexa.

Educacional do Colégio Bandeirantes,

de São Paulo. “O aluno precisa ser

orientado pelo professor, que passa a

ter um papel de facilitador no apren-

dizado, guiando-o a fazer as perguntas

corretas, a estabelecer critérios na esco-

lha de sites, a avaliar as diferentes pági-

nas web e, cada vez mais, a adquirir au-

tonomia”, completa.

Para José Manuel Moran, diretor de

Educação à Distância da Universidade

Anhanguera (UNIDERP) e professor

aposentado em Novas Tecnologias da

Universidade de São Paulo (USP), a pa-

lavra-chave é interação. “O professor

disponibiliza os materiais para os alu-

nos e propõe discussões, aprofunda-

mentos. Muda a metodologia das aulas,

pois a questão da informação se resolve

“Esses são recursos que enriquecem

o processo de aprendizagem. O pro-

fessor não apenas deve transmitir con-

teúdos, mas ensinar o aluno a apren-

der”, destaca Sílvia Vampré Ferreira

Marchetto, coordenadora de Tecnologia

Comunicação on-lineDebate e intercâmbio na educação

Por Cinthia de Paula, Jornalista

Não há receita, pois as possibilidades são

inúmeras. As redes sociais, por exemplo, são ambientes

propícios ao debate e à interação entre os

próprios alunos

Page 33: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 31

virtualmente. Na sala de aula há intera-

ção”, resume.

Segundo ele, o primeiro passo para

o professor lidar com essas mudanças

é dominar as possibilidades que as tec-

nologias trazem, testá-las. Não é preci-

so ser especialista, mas ter o domínio

técnico sobre como usar e o pedagógi-

co, de como aplicar para o aluno apren-

der melhor. “Por exemplo, um blog. O

professor precisa ler, dominar, acompa-

nhar, testar em uma aula e ter domínio

para se sentir seguro em relação àquela

ferramenta”, ressalta Moran.

Não há receita, pois as possibili-

dades são inúmeras. As redes sociais,

por exemplo, são ambientes propícios

ao debate e à interação entre os pró-

prios alunos – que transitam confor-

tavelmente pelo ambiente – e também

ao enriquecimento com agentes exter-

nos, que podem participar do projeto.

“Para os alunos é muito interessante,

especialmente quando o professor se

coloca na posição de aprender junto.

Ele não precisa ser especialista em tec-

nologia; os alunos têm mais facilidade

e podem ajudar. É muito positivo, pois

eles estão prontos para isso, não têm

medo de testar”, afirma o diretor.

No Colégio Bandeirantes, a fórmu-

la funciona e já existem blogs desenvol-

vidos para os alunos e também por eles

e que são trabalhados em sala de aula.

“Um exemplo é o blog de Redação, no

qual os alunos são incentivados a ler so-

bre temas diversos e comentar o assun-

to para criar um repertório de informa-

ções que os auxiliem na argumentação

de um tópico e no desenvolvimento de

um texto”, destaca Sílvia. O Facebook

também é utilizado na instituição, tan-

to em projetos curriculares quanto por

iniciativa dos próprios jovens, que se

organizam em grupos de estudos.

“Li uma vez em uma reportagem o

exemplo de um ambiente colaborativo

em que os alunos propunham conjun-

tamente uma peça de teatro. O proje-

to não estava evoluindo como o espe-

rado e um jovem, então, propôs incluir

o material no Facebook, que é um am-

biente com o qual eles têm familiarida-

de. A proposta foi aceita e funcionou

muito bem”, conta Moran.

Algumas escolas, no entanto, ain-

da apresentam dificuldade em romper

as barreiras, mas é preciso se preparar.

E o mesmo acontece com os professores,

pois as novidades exigem outra organi-

zação das aulas, mais qualificada, uma

vez que o educador precisa acompanhar

os debates, presenciais e on-line. Dar aula

não é só o tempo de estar com os alu-

nos em sala.

Para isso, é preciso também ter

pró-atividade e atitude do professor

no sentido de catalisar essas mudan-

ças de paradigmas e ser um dos prota-

gonistas de um processo enriquecedor

para ambas as partes. A interação gera

provocação, trocas de experiências e

evolução no modo de aprender. E os

alunos estão prontos para isso.

No Colégio Bandeirantes, os jovens

também fazem pesquisas de textos jor-

nalísticos, postam notícias e as comen-

tam. Para a coordenadora da institui-

ção, esse é um meio de incentivá-los

a ler informações noticiosas e contri-

buir para que escrevam melhor. Outro

grupo de estudantes utiliza o Facebook

para discutir questões relacionadas

à cidade de São Paulo; dicas de luga-

res turísticos, problemas da cidade, as-

pectos culturais, imagens e vídeos, en-

tre outros materiais, são postados pe-

los alunos e comentados pelos colegas,

possibilitando um debate constante.

EQUILÍBRIO SEMPREA transição para a utilização de tec-

nologias e dos meios de comunicação

on-line e interação em sala de aula não

deve ser repentina. O professor precisa

estar preparado e é recomendado que

teste a novidade que se quer aplicar em

aula em uma pequena escala para en-

tão levar para grandes grupos.

Uma possibilidade é a própria esco-

la criar um portal, um ambiente para

os professores incluírem suas expe-

riências, socializarem suas vivências

e debaterem. Dessa forma, educado-

res de diversas áreas e com experiên-

cias distintas podem aproveitar as des-

cobertas do outro, confrontar e apren-

der juntos.

Além disso, algumas vezes a lousa

pode funcionar bem, assim como revis-

tas ou livros. “Trabalhar com o que já é

conhecido é o caminho normal, mas

é possível combinar soluções. Não traba-

lhar com exclusão, mas por integração”,

ressalta o Moran. “A educação é um pro-

cesso humano e é preciso pessoas para

avançar. A tecnologia contribui, mas só

ela não resolve. Sozinha ela não traz ne-

nhuma grande mudança; é o bom profis-

sional que faz a educação de qualidade.

A tecnologia apoia”, finaliza o diretor.

Uma possibilidade é a própria escola criar um

portal, um ambiente para os professores incluírem

suas experiências, socializarem suas vivências

e debaterem

Page 34: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

32 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Gestão

A leitura de obras clássicas da litera-

tura, sejam brasileiras ou estran-

geiras, é apontada por especialistas

não somente como enriquecedo-

ra no ensino e na aprendizagem da leitu-

ra e da escrita, mas também fonte funda-

mental para a integração do aluno-leitor

no contexto sociocultural.

A escola, e, especialmente, o profes-

sor, têm papel fundamental nesse proces-

so, pois dão oportunidade para a criança

e o jovem conhecerem o mundo dos li-

vros, sejam clássicos infantis, contos, len-

das, histórias em quadrinhos ou outros.

Segundo Cintia Barreto, doutoranda

em Literatura Brasileira e Professora uni-

versitária no Rio de Janeiro, os clássicos

devem ser lidos dentro e fora do espaço

escolar. “Não pela exigência, na maioria

das vezes, de vestibulares ou exames de

desempenho de alunos, mas porque têm

uma característica comum: a qualidade

literária. Eles são perenes, atemporais e

falam da condição humana”, afirma.

Incentivar essa leitura em uma era

tão tecnológica e repleta de fontes de in-

formação é um desafio a ser enfrentado

e que começa antes dos anos escolares.

“Os alunos carecem do incentivo à lei-

tura e essa carência tem origem no pró-

prio ambiente familiar. O meio em que a

criança ou o jovem está inserido é fator

decisivo para o desenvolvimento de de-

terminadas habilidades, e a leitura é uma

A leitura de clássicos da literatura e o interesse dos alunos

Por Cinthia de Paula, Jornalista

delas. Se os jovens não encontrarem nos

pais a mola propulsora para essa prática,

acabam não atribuindo à leitura o valor

que ela realmente requer”, ressalta a pro-

fessora Vânia Duarte, integrante da equi-

pe do portal Brasil Escola.

Apesar disso, também cabe ao pro-

fessor o importante papel de protago-

nista na tarefa de incentivar a leitura

de clássicos. Cintia sugere as releituras

e adaptações. “Levar os alunos para as-

sistirem a filmes e peças teatrais inspi-

radas nas obras, incentivá-los a assistir a

minisséries na televisão e levar os clássi-

cos em sala de aula em formato de qua-

drinhos ou até mesmo em cordel são al-

gumas possibilidades que despertarão a

curiosidade dos jovens”, destaca.

Vânia acrescenta que o professor

também deve se mostrar um aprecia-

dor da leitura dos clássicos como for-

ma de incentivo e, a partir disso, colo-

car em prática estratégias que contribu-

am para o despertar do gosto dos alunos

pela atividade. “A começar pela leitura

de um poema, por exemplo, a expressão

corporal, as entonações de voz do pro-

fessor, entre outros fatores, são recursos

que farão diferença no sentido que terá

a leitura para os aprendizes. Outro as-

pecto importante é o contexto em que

se dará a prática. O ambiente da biblio-

teca possibilita que o trabalho se desen-

volva de forma plena. Por isso, a assidui-

dade de visitas a esse espaço se apresen-

ta como fator fundamental na conquista

dos objetivos”, reitera.

A leitura não deve estar relacionada,

porém, somente ao prazer dos alunos,

mas ter também o objetivo de promover

a capacidade reflexiva e crítica, com dis-

cussões sobre o tema. “A cobrança das

antigas fichas de leitura deve ser substi-

tuída por uma roda de debate sobre os li-

vros lidos. As provas bimestrais baseadas

nos clássicos devem ser trocadas por tra-

balhos não apenas de análise das obras,

mas por atividades mais dinâmicas, cria-

tivas, interativas e lúdicas”, exemplifica a

professora Cintia.

Existem ainda outras possibilida-

des, como organizar uma feira literária,

A literatura gera um leitor mais capacitado para a compreensão e

interpretação de textos diversos porque o texto

literário é subjetivo

Page 35: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 33

a montagem de peça teatral sobre uma

obra – nem que seja apenas um impro-

viso em sala de aula – ou uma pesqui-

sa que vai além da leitura, destacando o

contexto histórico, político e social da

produção do livro. “Os clássicos contri-

buem para a formação de alunos mais

críticos, experientes, com mais repertó-

rio e conhecimento de mundo, textual e

linguístico”, acrescenta Cinthia.

TECNOLOGIA COMO ALIADAAo contrário do que se pode pensar, a

era da tecnologia que vivemos atualmen-

te pode ser grande aliada dos professores

no despertar do interesse e no desenvol-

vimento de atividades relacionadas à lei-

tura de clássicos. Isso porque os avanços

tecnológicos, a globalização e o extensi-

vo acesso a informações na rede, em si-

tes, blogs, enciclopédias digitais – as wi-

kis – e até mesmo nas redes sociais con-

tribuem para o hábito da leitura literária

e não literária.

“Esses espaços podem, e devem, ser

utilizados pela escola como ferramentas

de aprendizagem e práticas de leitura e

escrita. Além do mais, na internet en-

contramos excelentes softwares educati-

vos que podem ser usados por professo-

res e alunos”, afirma Cintia.

Vânia reitera que é preciso ter cuida-

do com a realidade do “tudo pronto” da

internet, por meio da qual o aluno en-

contra o que procura sem precisar se es-

forçar. “De toda forma, as mídias eletrô-

nicas podem colaborar com o processo

de despertar do interesse dos alunos pela

leitura de clássicos, desde que apoiem

esse objetivo. Uma visita ao laboratório

de informática, com o intuito de familia-

rizar a turma sobre um autor e estimu-

lar comentários no blog do professor, por

exemplo, são atividades benéficas e im-

portantes, e pode ser estratégia utilizada

no sentido de contribuir para que a lei-

tura literária realmente faça sentido para

os alunos”, destaca a professora.

RIQUEZA DE VOCABULÁRIO E LINGUAGEMAlém de todo o aspecto comporta-

mental e social da formação dos alu-

nos por meio da leitura dos clás-

sicos, é fundamental observar que

essa atividade promove, de maneira

considerável, o aumento do vocabu-

lário, a experimentação de diversas

possibilidades de linguagem e a ri-

queza de ideias, levando à constru-

ção de uma fala desenvolta. “A lite-

ratura gera um leitor mais capacita-

do para a compreensão e interpreta-

ção de textos diversos porque o texto

literário é subjetivo, intertextual (re-

fere-se a outros textos), polissêmico

(joga com os diferentes significados

das palavras) e figurativo (lança mão

de figuras de linguagem). Além disso,

possibilita mais de uma interpretação.

Por isso, desenvolve nos alunos habi-

lidades e competências de leitura que

contribuem para a formação do leitor

crítico”, finaliza a professora Cintia.

Incentivar essa leitura em uma era tão tecnológica

e repleta de fontes de informação é um desafio

a ser enfrentado e que começa antes dos anos

escolares

Page 36: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

34 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Gestão

Após vivermos durante séculos

sem preocupações com o esgo-

tamento dos recursos naturais do

planeta, temos que aprender, ago-

ra, a viver de forma sustentável. E a maior

parte desse desafio é estimular mudanças

de atitude e comportamento, uma vez que

nossas capacidades intelectuais, morais e

culturais impõem responsabilidades para

com todos os seres vivos e para com a na-

tureza como um todo.

Pensando nisso, a Organização das

Nações Unidas para a Educação, a Ciência

e a Cultura (UNESCO) foi designada pela

Assembleia Geral das Nações Unidas como

a agência líder para promover e coordenar

internacionalmente a Década da Educação

para o Desenvolvimento Sustentável – pois

a educação não é somente prioritária, mas

indispensável –, quando há desafios como

pobreza, consumo desordenado e degra-

dação ambiental.

A iniciativa é ambiciosa e comple-

xa. Seus fundamentos conceituais, reper-

cussões socioeconômicas e incidência no

meio ambiente e na cultura afetam todos

os aspectos da vida. O objetivo global da

no âmbito da educação para o desenvol-

vimento sustentável; e desenvolver estra-

tégias em todos os níveis, visando fortale-

cer a capacidade no que se refere à EDS.

Tais conceitos foram elaborados por-

que as Nações Unidas viram a educação

como a chave para o desenvolvimento

sustentável. Mas em que esta convicção se

fundamenta? Por que o desenvolvimento

sustentável está tão intrinsecamente liga-

do ao processo educacional?

Segundo Ben Sangar, presidente da

Sangari Brasil e do Instituto Sangari,

“ainda que seja importante defender ati-

vidades pontuais, como a reciclagem da

água e insumos, o reaproveitamento do

lixo, redução dos gases nocivos à atmos-

fera e produção de combustíveis alter-

nativos, entre muitas outras, é preciso

Década é integrar os valores inerentes ao

desenvolvimento sustentável em todas as

abordagens da aprendizagem, com o in-

tuito de fomentar mudanças de comporta-

mento que permitam criar uma sociedade

sustentável e mais justa.

Essa Década fundamenta-se na visão

de um mundo no qual todos tenham a

oportunidade de se beneficiar da educação

e de aprender os valores, comportamentos

e modos de vida exigidos para um futuro

sustentável e para a transformação positi-

va da sociedade, traduzindo-se em cinco

objetivos: valorizar o papel fundamental

que a educação e a aprendizagem desem-

penham na busca comum do desenvol-

vimento sustentável; facilitar os contatos,

a criação de redes, o intercâmbio e a in-

teração entre as partes envolvidas no pro-

grama Educação para o Desenvolvimento

Sustentável (EDS); fornecer o espaço e as

oportunidades para aperfeiçoar e promo-

ver o conceito de desenvolvimento susten-

tável e a transição a ele, por meio de todas

as formas de aprendizagem e de sensibili-

zação dos cidadãos; fomentar a melhoria

da qualidade do ensino e da aprendizagem

Educação para um mundo sustentável

Por Juliana Fernandes, Jornalista

É necessário ampliar a abrangência do conceito de sustentabilidade para muito além das fronteiras ambientais

Page 37: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 35

articular, desde já, processos educativos

que possibilitem uma mudança radical

no olhar da humanidade em relação ao

seu ambiente, algo que exige novas ma-

neiras de educar”.

Por essa razão, é necessário ampliar a

abrangência do conceito de sustentabili-

dade para muito além das fronteiras am-

bientais, levando-o até onde ele realmen-

te é decisivo, ou seja, na articulação de

uma educação para a sustentabilidade.

CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃOA educação para o desenvolvimento sus-

tentável não deve ser comparada à edu-

cação ambiental, uma disciplina que en-

fatiza a relação dos homens com o am-

biente natural, as formas de conservá-lo,

preservá-lo e de administrar seus recursos

adequadamente.

Portanto, desenvolvimento susten-

tável engloba educação ambiental, colo-

cando-a no contexto mais amplo dos fa-

tores socioculturais e questões sociopolí-

ticas de igualdade, pobreza, democracia e

qualidade de vida. O conceito deve ser in-

tegrado em outras disciplinas e não pode,

em função do seu alcance, ser ensinado

de maneira independente.

“Hoje, os índices de aprendizado no

Brasil evidenciam com enorme clareza o

fato de que nossa educação é tudo me-

nos sustentável, pois os estudantes dei-

xam a escola sem terem aprendido o que

se esperava que aprendessem. Essa visão

imediatista da educação, que se preocu-

pa extremamente com indicadores como

alunos matriculados, número de escolas

e quantidades de livros, precisa adotar

como principal referência a questão da

aprendizagem, pois esse é o único dado

que realmente importa quando falamos

de educação”, sugere Sangar.

INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃOA relação direta entre educação e sus-

tentabilidade pode ser vista por meio

de estudos como o de Ricardo Paes de

Barros, diretor do Instituto de Pesquisa

Econômica Aplicada (IPEA), e Rosane

Mendonça, doutora em Economia pela

Universidade Federal do Rio de Janeiro

(UFRJ), que buscaram avaliar a relação

entre “Investimento em Educação e de-

senvolvimento econômico”.

Segundo o estudo, a eliminação do

atraso educacional amplia o crescimen-

to da renda per capita dos salários indus-

triais e das exportações entre 15 e 30%, ao

mesmo tempo em que melhora as opor-

tunidades e a qualidade de vida das pes-

soas em função do fato de que mais ins-

trução diminui o tamanho das famílias.

A análise revela ainda que a elimina-

ção do atraso educacional amplia entre

20 e 25% o tempo de vida dos indiví-

duos, que passam a receber e compre-

ender melhor informações sobre saúde,

higiene e alimentação, além do fato de

que gera mais qualificação para o traba-

lho, ampliando o acesso à renda.

Esse aumento da qualidade de vida

reflete-se, ainda, nos indicadores de esco-

laridade, pois a eliminação do atraso edu-

cacional eleva a presença de estudantes

no nível secundário em 17%, o que expli-

ca de modo absoluto por que investimen-

tos em educação melhoram a qualificação

das pessoas para a vida profissional.

Há, portanto, uma relação direta en-

tre educação e sustentabilidade que pre-

cisa fazer parte dos debates que cercam a

preocupação com o ambiente. “Embora

ações pontuais de proteção ambiental

sejam importantes e necessárias, preci-

samos compreender que somente uma

revolução educacional vai permitir mu-

danças realmente significativas a médio e

longo prazo no que diz respeito à susten-

tabilidade de nossas atividades econômi-

cas”, conclui Sangar.

· Ser interdisciplinar e holística: aprendizado voltado para o desenvolvimento sustentável como parte integrante do currículo como um todo, não como uma matéria separada;

· Ter valores direcionados: é imprescindível que as normas assumidas sejam explícitas de modo que possam ser analisadas, debatidas, testadas e aplicadas;

· Favorecer o pensamento crítico e as soluções de problemas: que gere confiança para enfrentar os dilemas e desafios em relação ao desenvolvimento sustentável;

· Recorrer a múltiplos métodos: palavra, arte, teatro, debate, experiência, pedagogias diferentes que deem forma aos processos. É preciso passar do ensino destinado unicamente a transmitir conhecimento para um enfoque em que professores e alunos trabalhem juntos para conquistar conhecimentos e transformar o espírito das instituições educacionais do entorno;

· Participar do processo de tomada de decisões: alunos participam das decisões relativas ao modo como devem aprender;

· Ser aplicável: as experiências de aprendizagem oferecidas estão integradas ao cotidiano tanto pessoal quanto profissional;

· Ser localmente relevante: tratar as questões locais assim como as globais, empregando a linguagem que os alunos usam mais comumente.

A educação para o desenvolvimento sustentável deve possuir as seguintes características:

Há, portanto, uma relação direta entre educação

e sustentabilidade que precisa fazer parte dos debates que cercam a

preocupação com o ambiente

Page 38: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

36 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Capa

Page 39: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 37

Como ajudar

o seu filho na escola

A vida moderna impõe uma série de distrações aos alunos da atualidade. Os livros têm que concorrer com o computador, videogame, televisão. Em al-guns casos, e por uma série de fatores, as crian-ças e jovens podem apresentar dificuldades em sala de aula, como o atraso no aprendizado e re-sultados negativos nas provas.

Infelizmente, não existe uma receita pronta para superar estas difi-culdades, mas algumas ações são consideradas consenso entre os educadores e, principalmente, entre os pais que já enfrentaram si-tuações como estas. Uma delas é relativamente simples: quando os pais participam e se envolvem com a escola, os filhos se envol-vem ainda mais.

Por Lana Canepa, Jornalista ANEC

Page 40: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

38 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

O Ministério da Educação (MEC) faz

uma série de recomendações para aju-

dar os pais na difícil tarefa de partici-

par do universo escolar. A principal é

que eles precisam estar de corpo pre-

sente: conhecer os professores, os co-

ordenadores, ouvir deles sobre o com-

portamento dos filhos. Isso é válido em

momentos além da clássica reunião de

pais e mestres. Outra dica é, de vez em

quando, olhar a agenda e o caderno do

filho, perguntar como foi o dia na esco-

la, o que ele aprendeu, quais aulas teve,

se conseguiu fazer corretamente a tare-

fa, se, em casa, antes de deitar no sofá

para ver televisão ou ligar o computa-

dor, já estudou o conteúdo que apren-

deu naquele dia, se leu algo a mais, es-

creveu um texto novo.

Parece muita coisa, mas não é! Na

verdade, isso é participar, apontam os

especialistas. Outras ações recomenda-

das pelo Ministério da Educação para

aproximar os pais da escola é verificar

se o colégio em que o filho está matricu-

lado tem o funcionamento autorizado

pela Secretaria de Educação e se o alva-

rá sanitário está em dia. Também é im-

portante checar a qualificação dos pro-

fessores e se existe o número suficien-

te de profissionais para a quantidade de

alunos em cada sala. É válido, ainda,

verificar se a instituição de ensino tem

uma proposta pedagógica aprovada e se

a família é chamada para reuniões pelo

menos duas vezes ao ano.

No caso da educação infantil é es-

sencial saber o nome dos funcionários

O caminho mais saudável é acompanhar

os resultados dos pequenos de perto,

mas sem transformar a cobrança em algo

negativo

e professores que lidam diariamente

com o filho, o que ele produz em sala

de aula e sempre observar atentamen-

te o comportamento da criança quan-

do chega da escola: se ela está feliz ou

se demonstra sinais de sofrimento, ner-

voso, ansiedade.

Já para os alunos que estão no ensi-

no fundamental e médio, a primeira re-

comendação do Governo é manter em

casa o hábito da leitura. Neste caso, o

ideal é que os pais deem o exemplo.

E para atrair a atenção e o reforço

dos pais, as escolas criam estratégias.

Um exemplo é o que acontece no La

Sallle de Águas Claras, bairro a pouco

mais de 20 km de Brasília. Todo ano,

a coordenação do colégio organiza um

evento chamado “Superação”. E não po-

deria ter um nome mais apropriado, já

que em meio às brincadeiras de uma

gincana esportiva, os pais se informam

sobre o funcionamento da escola, os

nomes dos funcionários e professores,

e sobre o comportamento do filho em

sala de aula. É em situações desse tipo

que problemas podem ser identificados

e tratados pelos familiares.

A coordenadora da Câmara de

Educação Básica da ANEC, Janaína

Paim, alerta para a importância da pre-

sença dos responsáveis em eventos: “As

nossas escolas católicas são um bom

exemplo para a comunidade no que diz

respeito à interação da família com a es-

cola, porque além de trabalharmos as

competências exigidas pelo Ministério

da Educação, primamos em cultivar

valores humanos em parceria com as

famílias.”

No “Superação” do La Salle, as equi-

pes disputam 16 provas em modalida-

des como natação, esgrima, canoagem,

ciclismo, futebol, basquete, dança, gi-

nástica rítmica, ginástica olímpica, han-

dball, levantamento de peso, surf, tênis,

arco e flecha e artes marciais. Mais de

mil alunos participaram e os pais tam-

bém entram na brincadeira.

Page 41: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 39

O vice-diretor do colégio, Tércio

Mendes de Sousa, garante que quando

o encontro começou, há 12 anos, nin-

guém imaginava que os resultados se-

riam tão bons a ponto de o evento fun-

cionar como uma ponte entre a escola

e a família. “O projeto fomenta o diálo-

go entre os alunos, professores, pais e

todos os demais funcionários do colé-

gio, o que contribui para o rendimento

do aluno dentro e fora da sala de aula.

Após o ‘Superação’, o olhar dos alunos

aos professores é diferente, assim como

o olhar dos professores para os alunos.

Há solidariedade, empenho, supera-

ção”, afirma.

A ideia é simples e pode mudar a

rotina de aprendizagem ao longo do

ano, e até ao longo da vida, já que en-

sina a trabalhar em grupo e a cooperar

com os colegas para vencer. “Este pro-

jeto muda a vida dos alunos e não ape-

nas pelo viés pedagógico. Todo ano al-

cançamos o nosso objetivo de fazer com

que a escola seja única. O aluno tem a

consciência de ajudar o próximo, co-

nhecer a comunidade”, conclui Sousa.

E os pais aprovam. Túlio de Queiroz

Magalhães tem filhas gêmeas matri-

culadas no terceiro ano do colégio.

Segundo ele, o evento envolve toda a

família e aproxima os pais da escola. “O

‘Superação’ começa muito antes do dia

das provas. A escola nos envolve, mos-

trando a importância do projeto. Para

as minhas filhas é uma festa; elas se es-

forçam e dão o melhor de si, e também

cultivam laços de amizade que duram

para sempre”, conta.

Mas é preciso cuidado para não exa-

gerar. Alguns pais, na ânsia de auxiliar os

filhos nos estudos, muitas vezes, e sem

perceber, pecam por excesso, como ex-

plica Valéria Rodrigues Silveira, psicólo-

ga colaboradora do Núcleo de Pesquisa

e Extensão sobre o Bebê e a Infância

(NUPEBI) da Universidade Federal do

Rio Grande (FURG): “Auxiliar na tarefa

é diferente de fazer a tarefa para a crian-

ça. O papel dos adultos nesse momento

é ajudar e ensinar a criança a pensar so-

bre o assunto em questão de modo que

ela seja capaz de desenvolver e aprimo-

rar seu raciocínio, ou seja, sua capacida-

de cognitiva. O hábito de dar a respos-

ta pronta pode atrapalhar o desenvol-

vimento dessa capacidade. Além disso,

podemos dizer que o aprendizado não é

O Ministério da Educação (MEC) faz uma série de recomendações para ajudar os pais na difícil tarefa de participar do universo escolar

O projeto é desenvolvido há 12 anos e reuniu mais de 1,2 mil estudantes em 2012

Page 42: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

40 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

apenas da matéria, mas também social,

pois a família, que é o primeiro ambien-

te de relações sociais da criança, tem o

papel de ensinar como se dão tais rela-

ções. Se a família ensina que a criança

não precisa se esforçar, pois ‘os outros’

lhe darão as respostas, parece coerente se

ela lidar dessa forma em outros contex-

tos de sua vida, em outras etapas de seu

desenvolvimento.”.

O caminho mais saudável é acom-

panhar os resultados dos pequenos de

perto, mas sem transformar a cobran-

ça em algo negativo. “Há formas de tor-

nar esse momento mais agradável para

a criança. Ao invés de tratar a questão

com cobranças do tipo ‘se você não fizer

a tarefa antes do jantar ficará sem so-

bremesa’ costuma-se indicar a partici-

pação do adulto. Auxiliar nas dúvidas e

propor discussões sobre o tema da aula

são boas estratégias motivacionais”, re-

comenda a especialista.

Para as séries iniciais uma dica que

costuma dar bons resultados no desem-

penho escolar é criar um momento de

leitura da criança para a família. “O tex-

to pode ser escolhido por ela própria e a

família combina o dia e horário. Assim,

todos estarão atentos ao desenvolvi-

mento escolar e o aluno poderá se mo-

tivar por essa atenção que a família lhe

está dedicando”, explica.

E se nada der certo em um primeiro

momento, é preciso averiguar se a famí-

lia está passando por algum processo de

mudança, pois é comum que isso inter-

fira no desempenho escolar dos filhos.

“Costuma-se indicar que a procura por

um tratamento não seja apenas quan-

do ‘as coisas não têm mais jeito’, como

quando o filho está prestes a repetir o

ano. É aconselhável que se busque a

orientação de um profissional da área,

como um psicólogo ou psicopedagogo,

nos primeiros sinais de que os peque-

nos estão com dificuldades. Nem sem-

pre haverá a necessidade dessa orienta-

ção evoluir para um tratamento, mas é

importante saber por onde se está cami-

nhando, se trata-se de alguma dificul-

dade pontual ou se há outras questões

envolvidas. Para essa percepção, no en-

tanto, é preciso estar atento e partici-

par da vida escolar dos filhos”, conclui

a psicóloga.

A ideia é simples e pode mudar a rotina de aprendizagem ao longo

do ano, e até ao longo da vida, já que ensina a trabalhar em grupo e a cooperar com os colegas para vencer

Crianças participam das atividades na escola e aprendem a importância do coletivo

Page 43: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 44: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

42 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Ensino Superior

Desvendar como o sistema imu-

ne se altera ao longo do enve-

lhecimento, entender os fatores

que aceleram esse processo e

promover estratégias em busca de uma

melhor qualidade de vida. Esses são

os objetivos do grupo de pesquisa em

Imunologia do Estresse e Imunossenes-

cência, do Instituto de Pesquisas Bio-

médicas (IPB) da Pontifícia Universidade

Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS),

único da América Latina a desenvolver

estudos com seres humanos. A linha de

O grupo está realizando um gran-

de estudo com idosos atendidos pelo

Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto

Alegre. Uma triagem em postos de saúde

da Capital, em parceria com o Instituto

de Geriatria e Gerontologia da PUC/RS,

identifica pacientes com perfil de risco

imunológico. Dados da literatura médica

indicam que entre 15 e 20% das pesso-

as da terceira idade (superior a 60 anos

no Brasil) têm alterações nos linfócitos

que estão associados com mais doenças

e morte precoce.

As alterações do sistema imune em idosos

Vanessa Mello, Assessoria de Comunicação Social da PUC/RS

No laboratório, os pesquisadores buscam compreender como os

hormônios se alteram e aceleram o envelhecimento

pesquisa levou à inauguração do Labora-

tório de Imunologia do Envelhecimento,

em 2011, localizado no IPB do Hospital

São Lucas.

Grupo de pesquisa em Imunologia do Estresse

e Imunossenescência da PUC/RS (IPB)

Page 45: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 43

Outro estudo analisou, em 2006, idosos saudáveis que cuidam de pacientes com Alzheimer, na maioria das vezes, cônjuges

A linha de pesquisa levou à inauguração do Laboratório de Imunologia do Envelhecimento, em 2011, localizado no IPB do Hospital São Lucas

No total, a pesquisa deve envolver

até mil participantes, que passam por

coletas de sangue, avaliação psiquiátrica,

neurológica, nutricional e bioquímica

em um estudo multidisciplinar. A inten-

ção é vacinar os pacientes contra o vírus

da gripe em 2012 e acompanhá-los, du-

rante dois anos, investigando a respos-

ta imune para a vacina em idosos com e

sem perfil de risco imunológico.

Os resultados devem ser aplicados

em ações pelo SUS e em políticas públi-

cas. “Queremos ver o quanto as alterações

emocionais e cognitivas levam a esse tra-

ço vulnerável imunológico”, explica Moisés

Bauer, coordenador do Laboratório de

Imunologia do Envelhecimento e profes-

sor da Faculdade de Biociências da PUC/RS.

“A hipótese é a de que idosos com

perfil de risco imunológico respondem

fracamente à vacina para gripe e apre-

sentam uma reatividade maior para cito-

megalovírus, que pode ser um fator im-

portante para acelerar o envelhecimen-

to do sistema imune”, completa Moisés.

No laboratório, os pesquisadores bus-

cam compreender como os hormônios

se alteram e aceleram o envelhecimen-

to. As pesquisas com humanos consis-

tem em entrevistas sobre o estado emo-

cional, dosagens hormonais por meio de

coleta de saliva e sangue e análise imuno-

lógica no sangue. A equipe multidiscipli-

nar conta com psicólogos, neurologistas,

psiquiatras e nutricionistas. Entre os pro-

fissionais estão o professor da Faculdade

de Medicina, Vinicius Duval da Silva; o

membro do laboratório e professor da

Faculdade de Psicologia, Rodrigo Grassi

de Oliveira; e a professora da Faculdade

de Biociências, Cristina Bonorino.

A primeira pesquisa, realizada em

2002, mostrou como fatores emocio-

nais do tipo estresse, depressão e ansie-

dade podem acelerar o envelhecimento.

As análises revelaram que idosos sau-

dáveis são mais estressados que jovens

adultos de 20 a 40 anos, e apresentam

níveis mais altos de hormônios de es-

tresse (cortisol), que contribuem para

um envelhecimento imunológico mais

acelerado.

Outro estudo analisou, em 2006,

idosos saudáveis que cuidam de pa-

cientes com Alzheimer, na maioria das

vezes, cônjuges. Os resultados mostra-

ram que pessoas com o estado de saú-

de muito bem preservado enfrentam

melhor situações de estresse e apre-

sentam menos alterações hormonais e

imunológicas.

Em 2010, uma pesquisa mostrou

que o efeito de relaxamento produzi-

do pela acupuntura retardou o processo

de envelhecimento em idosos saudáveis.

“Houve alterações biológicas e psico-

lógicas, com respostas imunes tão boas

quanto a de um jovem”, completa Bauer.

Conhecer as variáveis do processo

de envelhecimento é fundamental para

promover estratégias, prevenir ou re-

tardar doenças que surgem com a ida-

de. “Acupuntura, relaxamento, exercí-

cio moderado, bem-estar emocional, in-

serção social e atividades como ioga tra-

zem benefícios para a imunidade”, fina-

liza Bauer.

Conhecer as variáveis do processo de envelhecimento

é fundamental para promover estratégias

Page 46: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

44 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Ensino Superior

Cerca de 190 pessoas, incluindo

crianças, coordenadores e arte-

-educadores da Escola de Cir-

co Dom Fernando, vinculada à

Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Es-

tudantil da Pontifícia Universidade Ca-

tólica de Goiás (PUC-GO), assistiram,

em fevereiro, ao espetáculo Varekai, do

Cirque du Soleil, apresentado em Bra-

sília (DF). A viagem, a primeira para

muitas das crianças, foi a realização

de um sonho. Para a aluna Talita Al-

ves, 12 anos, a alegria dos artistas foi

contagiante. “O que mais me marcou

em março. Do montante, 70% dos re-

cursos arrecadados foram destinados à

Escola de Circo da PUC-GO e à Escola

de Circo Laheto, e 30% para a Rede

Circo Mundo Brasil, da qual o Cirque

du Soleil é associado.

“O Cirque du Solei trabalha na re-

qualificação da arte circense no mun-

do. O circo é qualificado como um ins-

trumento de inserção social e isso coin-

cide com a missão da Escola de Circo

Dom Fernando: é mais do que um es-

paço lúdico e de aprendizagem, é

uma forma de se exercer a cidadania”,

no espetáculo foi a alegria dos artis-

tas ao compartilhar essa alegria com

a gente”.

Além da emoção de assistirem ao

espetáculo, as crianças ainda recebe-

ram de presente uma cota de cem in-

gressos para uma das apresentações do

novo espetáculo do Cirque du Soleil,

Circo e universidadeBelisa Monteiro, Assessoria de Comunicação da PUC/GO

A viagem, a primeira para muitas das crianças, foi a realização de um sonho

Alunos durante o espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, em Brasília (DF)

Page 47: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 45

A Escola de Circo da PUC-GO trata a arte circense como ferramenta de

transformação

Turma da Escola de Circo Dom Fernando, em Goiânia (GO), na apresentação do Cirque du Soleil

pontuou a pró-reitora de Extensão e

Apoio Estudantil da PUC-GO, profes-

sora Márcia Alencar Santana.

O convite para assistir ao espetácu-

lo veio da Rede Circo do Mundo Brasil,

formada por organizações não gover-

namentais, das quais a Escola de Circo

Dom Fernando é integrante. Localizada

na região leste de Goiânia, no Jardim

Dom Fernando I, a Escola de Circo

atende a crianças e adolescentes de 6 a

16 anos em situação de vulnerabilida-

de social.

ESCOLA DE CIRCO DOM FERNANDOA Escola de Circo é um programa de

extensão da PUC-GO que é vinculado

ao Instituto Dom Fernando. O proje-

to, que não tem objetivo profissionali-

zante, atende apenas a alunos que es-

tejam devidamente matriculados no

ensino regular. As crianças atendidas

participam de oficinas, produções de

espetáculos, seminários, entre outras

atividades que visam garantir os direi-

tos no que concerne à cultura, a edu-

cação e ao lazer. Alguns dos projetos

desenvolvidos na Escola ganham des-

taque por sua atuação e inserção na co-

munidade, como é o caso do Projeto

Picadeiro, que realiza oficinas e pro-

duções de espetáculos. A família das

crianças e adolescentes também recebe

atenção especial da Escola: visitas, reu-

niões e atendimentos ocorrem cons-

tantemente, integrando-os no projeto.

Na Escola de Circo Dom Fernando,

tudo é um espetáculo. A começar pela

estrutura montada e pelos equipa-

mentos para a realização das ativida-

des. Atividades essas que a comuni-

dade tem a oportunidade de assistir

nas apresentações e arraial da cultu-

ra popular realizados. Prova do gran-

de alcance do projeto e da inserção

na vertente do circo social, a Escola

foi contemplada com dois expressi-

vos prêmios: em 2010, com o prê-

mio Carequinha de Estímulo ao Circo,

concedido pela Fundação Nacional de

Artes (Funarte) e, em 2009, com o prê-

mio Ludicidade/Pontinhos de Cultura,

do Ministério da Cultura.

A Escola de Circo da PUC-GO trata a

arte circense como ferramenta de trans-

formação e, no segundo semestre de

2011, realizou 6.590 atendimentos en-

volvendo os alunos e a comunidade.

Page 48: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

46 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Ensino Superior

Há uma década, a Pontifícia

Universidade Católica de São

Paulo (PUC-SP) se tornava pio-

neira entre as universidades ca-

tólicas de todo o mundo ao oferecer o

Pindorama (programa de oportunida-

de de estudos e inserção de jovens in-

dígenas na universidade). Segundo um

de seus coordenadores, Benedito Prezia

(Pastoral Universitária), o programa é

único no mundo até hoje.

Nestes dez anos, 120 estudantes de di-

ferentes etnias indígenas já passaram pelo

Pindorama, dos quais 42 se formaram na

PUC-SP em diversas áreas. São jovens das

tribos Atikum, Fulni-ô, Guarani Mbyá,

Guarani Nhandeva, Kaimbé, Krenak,

Kaxinawá, Pankararu, Pankararé, Pataxó,

Pindorama completa dez anosPor Bete Andrade, Assessora de Comunicação

Nestes dez anos, 120 estudantes de diferentes

etnias indígenas já passaram pelo Pindorama,

dos quais 42 se formaram na PUC-SP, em diversas áreas

Page 49: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 47

Potiguara, Terena, Xukuru do Ororubá,

Xukuru-Kariri e Xavante, que integram ou

já passaram pelos cursos de Administração,

Artes do Corpo, Ciências Biológicas,

Ciências da Computação, Ciências

Contábeis, Ciências Sociais, Economia,

Direito, Enfermagem, Engenharia Elétrica,

Engenharia Biomédica, Fisioterapia,

Fonoaudiologia,  Geografia, Gestão

Ambiental, História, Letras, Multimeios,

Pedagogia, Psicologia, Secretariado,

Serviço Social, Turismo e Tecnologia e

Mídias Digitais.

Nos últimos anos, as graduações em

Serviço Social, Pedagogia e Tecnologia e

Mídias Digitais são as que têm mais par-

ticipantes do Pindorama. Há ainda três

ex-alunos do programa que estão cur-

sando Medicina: dois em Cuba e um

na Universidade Federal de São Carlos

(UFSCar).

AUtoNoMIAFormado em Serviço Social, Edcarlos

Pereira do Nascimento trabalha, atu-

almente, em uma Instituição de Longa

Permanência para Idosos (ILPI). O

profissional conta que encontrou no

Pindorama a oportunidade que pre-

cisava para obter formação mais

completa.

“Sem o programa, muitos de nós não

teríamos concluído, entrado ou até mes-

mo conseguido nos manter em uma uni-

versidade com a qualidade da PUC-SP”,

considera. “Precisamos de uma boa for-

mação para trabalharmos para nossas

comunidades e conquistarmos autono-

mia na execução das atividades profis-

sionais em nossas áreas (territórios)”, sa-

lienta Nascimento.

Da etnia Pankararu, ele acredi-

ta que o programa não serve apenas

como mecanismo de inserção social,

mas permite também a desmitificação

da imagem que a sociedade faz do in-

dígena. “Lembro que o primeiro dia de

aula foi curioso, pois participei do tro-

te e tive meus cabelos cortados. Em

uma aula, a professora comentou que,

entre os alunos, havia um indígena na

sala. Todos ficaram procurando quem

seria e eu estava o tempo todo bem ali

na frente deles. Então, me apresentei

como indígena Pankararu e alguns es-

tudantes me perguntaram se eu era ín-

dio de verdade. Para muito deles era

estranho o fato de eu não ter a pele

vermelha e os cabelos longos e lisos.

Expliquei que a ausência desses itens

não me fazia menos indígena, pois eu

tinha tradição, princípios e ideologia

cultural Pankararu”, conta.

RAízESAlém do bom aproveitamento acadêmi-

co, os bolsistas do Pindorama têm de se

comprometer a participar de reuniões

mensais, nas quais são discutidas ques-

tões ligadas à vivência universitária. “O

grande desafio para o projeto é fazer

com que se envolvam nas lutas e ativi-

dades de suas comunidades de origem”,

enfatiza Prezia.

Para Alexsandro Mesquita, alu-

no do segundo ano de Tecnologia e

Mídias Digitais, as reuniões, além de

possibilitar o contato entre os alunos

indígenas de diferentes cursos, tam-

bém são a chance que o grupo tem de

falar de suas tradições e raízes. “Sou

neto de índios, vim para São Paulo

pequeno e tive pouco contato com a

cultura indígena. Acho muito interes-

sante esse momento de reflexão”, afir-

ma. “O programa me possibilitou ter

a formação e trabalhar na área que

eu queria, ao mesmo tempo em que

pude entrar em contato com minhas

origens”, ressalta.

Estagiando no Serviço Nacional de

Aprendizagem Comercial (Senac), no

cargo de designer educacional, Mesquita

também está desenvolvendo um projeto

de iniciação científica intitulado “O re-

curso educacional flashmeeting no pro-

jeto colaborativo de aprendizagem aber-

ta Openlearn entre Open University e

PUC-SP/Tidd”.

Para Prezia, se não fosse o Pindorama

muitos desses jovens, a maioria de famílias

financeiramente carentes, nunca teriam a

chance de estudar em uma universidade

particular com o nível da PUC-SP.

Coordenado inicialmente pelas psi-

cólogas Ana Maria Battaglin e Marisa

Penna, o Pindorama está atualmente sob

coordenação de Prezia e dos professo-

res Lúcia Helena Rangel (Departamento

de Ciências Sociais) e Miguel Perosa

(Departamento de Psicologia), da ba-

charel em Letras Maria Cícera Oliveira

(ex-integrante do Pindorama) e de

Camila Matoso Violani (Pastoral

Indigenista de São Paulo).

Além do bom aproveitamento acadêmico, os bolsistas do Pindorama têm de se comprometer

a participar de reuniões mensais

Page 50: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

48 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Ensino Superior

O Centro de Reabilitação Geral

(CRG) do Centro Universitário do

Leste de Minas Gerais (Unileste)

reiniciou, neste semestre, os aten-

dimentos à população do Vale do Aço e re-

gião. O serviço destinado aos portadores

de deficiências físicas, motoras e sensoriais

é credenciado ao Sistema Único de Saúde

(SUS) e, portanto, gratuito.

O professor e fisioterapeuta, Roberto

Martins de Andrade, coordenador do

Centro de Reabilitação, explica que os

atendimentos realizados pelo CRG têm

como intuito a prescrição, avaliação, ade-

quação, treinamento e acompanhamento

da entrega de órteses, como talas, coletes,

tutores, botas ortopédicas, cadeiras de ro-

das e de banho e, ainda, auxiliares de lo-

comoção: bengala, muleta e andador.

O serviço do Centro é conduzido por

uma equipe multiprofissional compos-

ta por médico ortopedista, enfermeiro, fi-

sioterapeuta, psicólogo e terapeuta ocu-

pacional e abrange um total de 35 muni-

cípios, que compõem as microrregiões de

Coronel Fabriciano, Ipatinga e Caratinga.

Além da prescrição e avaliação para

será dada a confirmação da necessidade

do atendimento ou de materiais ortopédi-

cos auxiliares de locomoção.

CIDADES ATENDIDASAo todo, 35 municípios que integram

as microrregiões de Coronel Fabriciano,

Ipatinga, Caratinga e seus municípios

adscritos podem ter acesso ao atendi-

mento. Sendo a microrregião de Coronel

Fabriciano composta pelos municípios

de Antônio Dias, Coronel Fabriciano,

Córrego Novo, Dionísio, Jaguaraçu,

Marliéria, Pingo D’água e Timóteo; da

microrregião de Ipatinga fazem parte os

municípios de Açucena, Belo Oriente,

Braúnas, Bugre, Dom Cavati, Iapu, Ipaba,

Ipatinga, Joanésia, Mesquita, Naque,

Periquito, Santana do Paraíso e São João

do Oriente. Já a microrregião de Caratinga

é composta por Bom Jesus do Galho,

Caratinga, Entre Folhas, Imbé de Minas,

Inhapim, Piedade de Caratinga, Santa

Bárbara do Leste, Santa Rita de Minas,

São Domingos das Dores, São Sebastião

do Anta, Ubaporanga, Vargem Alegre e

Vermelho Novo.

Assessoria de Comunicação da Unileste

Centro de Reabilitação retoma atendimento à população

entrega dos equipamentos, a equipe faz

um trabalho de orientação geral e familiar

sobre o uso do material, proporcionan-

do a reinserção social e melhora da qua-

lidade de vida do deficiente. Completa o

coordenador do Centro: “O CRG é uma

grande conquista para a nossa região, a

partir da sua criação, pessoas que antes

tinham de se deslocar até Belo Horizonte

em busca desse tipo de atendimento, ago-

ra podem se tratar aqui mesmo, graças à

presença de uma equipe multifuncional.

Trabalhamos para que a cada ano nossos

serviços possam ser aperfeiçoados, aten-

dendo a um número cada vez maior de

pessoas”.

FUNCIoNAMENtoAs pessoas que necessitam dos serviços

ofertados pelo CRG do Unileste devem

se encaminhar até a unidade de saúde

mais próxima de sua residência para se-

rem avaliadas por um profissional da saú-

de ou, ainda, dirigirem-se diretamente ao

Centro de Reabilitação do Unileste, para

serem avaliadas pelos profissionais do se-

tor. Somente com essa avaliação é que

Page 51: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 49

Ensino Superior

Uma cerimônia, realizada no Pa-

lácio do Planalto, marcou a con-

cessão da milionésima bolsa de

estudo do Programa Universida-

de para Todos (ProUni). Vitor Lima Lobo,

20 anos, estudante de Medicina da Uni-

versidade Católica de Brasília (UCB) foi o

beneficiado de número 1 milhão e assi-

nou o ato de matrícula junto ao reitor da

UCB, prof. Cícero Gontijo, tendo como

testemunha o então Ministro da Educa-

ção, Fernando Haddad.

A presidente Dilma Rousseff esteve

no evento e elogiou o programa que leva

os jovens brasileiros a romper a barrei-

ra da oportunidade. “Nós temos de me-

dir uma sociedade pelo grau de oportu-

nidades que ela oferece”, afirmou. No

seu discurso, Dilma agradeceu a pre-

sença do reitor da UCB, representando

decidiu continuar estudando para

Medicina. Agora, com a boa pontuação no

Enem 2011, Vitor garantiu a única vaga

para cursar Medicina com bolsa integral na

Universidade Católica de Brasília e já fez

a matrícula. Ele sonha em ser um médico

com visão humanista. “Não se pode tratar

o paciente como um número, dar uma re-

ceita sem olhar na cara. O médico precisa

ouvir, ser mais humano”, diz.

PROUNI Criado em 2004, o ProUni concedeu as

primeiras bolsas de estudos integrais e

parciais de 50% do valor da mensalidade

no início de 2005. De 2005 ao primei-

ro processo seletivo de 2012, o progra-

ma colocou em cursos de graduação em

instituições privadas de ensino superior

1 milhão de estudantes.

todas as instituições de ensino presentes,

e contou a história da estudante Lorene

Laiane, também estudante de Medicina

da UCB, que, graças ao ProUni, reali-

zou o sonho de cursar Medicina. “Graças

ao ProUni, hoje, ela estuda em uma

das melhores escolas do País, que é a

Universidade Católica de Brasília”, afir-

mou a presidente.

O futuro médico Vitor Lima Lobo, 20

anos, nasceu e reside em Goiânia (GO)

e é filho único de uma servidora públi-

ca aposentada. Bolsista, o estudante fez

todo o ensino médio em escola privada

e cursos preparatórios para vestibular e

para o Exame Nacional do Ensino Médio

(Enem). Antes do resultado, ele fez diver-

sos vestibulares para Medicina, sem suces-

so. Foi aprovado em Direito e Engenharia

Civil em Universidades Federais, mas

Milionésimo beneficiado pelo ProUni

Assessoria de Comunicação da UCB

Vitor Lima durante cerimônia de assinatura no Palácio do Planalto

Page 52: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

50 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Ensino Superior

Animação da construção da FEI ao longo de dez anos desde a fundação

Criado em dezembro de 2001

por resolução do Ministério

da Educação (MEC), o Centro

Universitário da FEI uniu a

Faculdade de Engenharia Industrial

(FEI), a Faculdade de Informática (FCI)

e a Escola Superior de Administração

de Negócios (ESAN) em torno de um

projeto que visava, essencialmente,

ampliar a excelência de seus cursos.

Uma década depois, a Instituição fes-

teja os resultados alcançados e traça os

rumos para o futuro, alinhados às no-

vas demandas da educação superior.

Ao longo desses dez anos, o Centro

Universitário contabiliza uma série de

resultados importantes, especialmen-

te relacionados à formação superior, à

pesquisa e à geração de conhecimen-

tos. Segundo o reitor da FEI, profes-

sor doutor Fábio do Prado, alguns as-

pectos devem ser considerados como

fundamentais para esse sucesso. Um

deles é a estrutura organizacional

Uma década de bons resultados

Assessoria de Comunicação da FEI

A solidez da estrutura do Centro Universitário e a credibilidade da FEI

também se refletem na evolução do número

de alunos inscritos e matriculados nos últimos

processos seletivos

Page 53: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 51

enxuta e suas células administrativas

horizontalizadas, que permitem um

diálogo eficiente entre todos os agen-

tes acadêmicos e, consequentemente,

agilidade nas decisões e ações.

Outro ponto importante é o am-

biente favorável a um processo de ar-

ticulação e diálogo para a indução de

projetos e iniciativas inter- e multi-

disciplinares, o que tem resultado em

encaminhamentos de propostas con-

juntas entre diferentes áreas e cursos.

“Esse ambiente tem possibilitado que

bons docentes passem a ter espaço em

qualquer área, o que contribui para a

rápida formatação de redes e fóruns

informais de discussão, que é o ponto

de partida da investigação intelectual e

científica”, reforça o reitor, ao enfatizar

que essas redes suportam, sustentam e

dão massa crítica a novas metodologias

pedagógicas, a linhas de pesquisa e à

geração do conhecimento.

O professor doutor Fábio do Prado

também destaca a importância de a

FEI ter se voltado fortemente à pesqui-

sa nos últimos anos, com a criação de

um ambiente de investigação científica

muito saudável e bem-fundamentado,

que cria oportunidades que vão além

do saber em sala de aula. “Os alunos

têm potencial e o ambiente da pesqui-

sa pode estimular para que se interes-

sem cada vez mais pela busca de novos

conhecimentos”, argumenta.

RECoNHECIMENto PÚBLICoDesde que começou a instituciona-

lizar a pesquisa, a FEI vem colhendo

importantes resultados que se refle-

tem em prêmios. Entre os exemplos

estão o International Italian Textile

Technology Award, conquistado por

alunas da Engenharia Têxtil, e o prê-

mio do Conselho Regional de Química

pelo projeto sobre obtenção de celu-

lose utilizando resíduos de produtos

agrícolas. A FEI também foi premiada

pela Coordenação de Aperfeiçoamento

de Pessoal de Nível Superior (CAPES)

por ter sido a Instituição de ensino pri-

vada que mais utilizou as normas técni-

cas da base ASTM internacional em ati-

vidades de ensino, pesquisa e extensão

no ano passado. Além disso, recebeu

conceito 4 no Índice Geral de Cursos

(IGC) do MEC, que avalia as institui-

ções a partir de indicadores como o

Exame Nacional de Desempenho dos

Estudantes (Enade) e o percentual de

professores com doutorado; e ficou em

primeiro lugar na pesquisa do Guia do

Estudante, da Editora Abril, como me-

lhor Centro Universitário do Brasil na

categoria Organização Acadêmica –

Centros Acadêmicos.

“Temos a responsabilidade de per-

petuar todas essas conquistas por meio

de trabalho sério e atento às novas de-

mandas sociais. Os alunos exigem qua-

lidade e temos de dar a eles o que espe-

ram”, enfatiza o reitor Fábio do Prado.

A solidez da estrutura do Centro

Universitário e a credibilidade da FEI

também se refletem na evolução do nú-

mero de alunos inscritos e matricula-

dos nos últimos processos seletivos, com

destaque para a concorrência às vagas

dos cursos diurnos de Engenharia. Além

disso, houve um aumento efetivo da par-

ticipação da FEI em editais públicos do

Ministério da Educação e do Ministério

da Ciência, Tecnologia e Inovação

em nível de graduação e pós-gradu-

ação. A Instituição também conquis-

tou sua participação em diversos pro-

gramas que prestigiam a qualidade aca-

dêmica, como o Programa CNPq/PBIC

Institucional,  o  Programa Ciência  sem

Fronteiras do Governo Federal e o

acesso gratuito ao Portal de Periódicos

da CAPES, entre outros. “A FEI não é

apenas uma ótima Instituição de ensi-

no superior, mas tornou-se referência

em educação superior. A FEI é um pro-

jeto consistente e este é o momento de

consolidarmos a sua expansão”, con-

clui o reitor.

Uma década depois, a Instituição festeja os resultados alcançados e traça os rumos para o futuro, alinhados às novas demandas da educação superior

Page 54: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Agenda ANECCalendário de Eventos do Segundo Semestre de 2012

Legenda/Público-Alvo - (Eb): Educação Básica (Es): Ensino Superior (Ma): Mantenedoras

Julho 05 a 08. ExpoCatólica - SP (Eb/Es/Ma) 17 a 10. IV Congresso Nacional Marista de Educação - SP (Eb/Es) 23 a 27. Congresso da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC) - SP

Agosto 16, 17 e 18. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - GO (Eb/Es) 18. Encontro de Educadores Católicos - ES (Eb/Es) 23 e 24. Fórum de Pró-Reitores - SP (Es) 23. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb) 24. Encontro: Cultura Indígena na Escola - RS (Eb) 31. Encontro Nacional da Pastoral na Educação - RS (Eb/Es) 30 e 31. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PR (Eb/Es)

Setembro 01. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PR (Eb/Es) 04. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb/Es) 13. II Encontro de Educadores Católicos - RS (Eb/Es) 14. Curso de Capacitação da Pastoral - RS (Eb/Es) 13, 14 e 15. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PA (Eb/Es) 17 e 18. Assembléia Ordinária da ANEC e V Fórum Nacional de Mantenedoras da ANEC (Eb/Es/Ma) 27. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb)

Outubro 04 e 05. Seminário de Gestão Acadêmcia - PR (Es) 05. Escola em Pastoral - ES (Eb/Es) 05 e 06. Encontro de Educadores de Obras Sociais - SP (Eb/Es) 07. Missa dos Professores - GO (Eb/Es) 12 a 14. Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos (Es) 18, 19 e 20. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PE (Eb/Es) 28. Missa dos Vestibulandos - GO (Eb)

Novembro 08 e 09. Seminário de Gestão Acadêmica - ES (Es) 09. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - RS (Eb/Es) 22. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - ES (Eb/Es) 22 e 23. Seminário de Gestão Acadêmica - BA (Es) 24. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - SP (Eb/Es) 25. Missa de Ação de Graças pelo Término do Ano Letivo - GO (Eb/Es) 30. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - PR (Eb/Es)

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

eventos2012_2semestre.pdf 1 01/06/2012 11:32

Page 55: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

IE17.indb 77 14/12/11 19:09IE17.indb 77 14/12/11 19:09

IE17.indb 77 14/12/11 19:09

Page 56: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

54 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2011

Jeline Rocha, Assessoria de Imprensa do Colégio La Salle Abel (RJ)

Realizado no Teatro Abel, o evento contou com quase

600 educadores de oito colégios

Entre os preparativos para o início do ano letivo de

2012, as instituições católicas de Niterói (RJ) estive-

ram reunidas no já tradicional Encontro das Escolas

Católicas de Niterói que, pelo quarto ano consecuti-

vo, teve o Colégio La Salle Abel como anfitrião. Realizado

no Teatro Abel, o evento contou com quase 600 edu-

cadores de oito colégios: São Vicente de Paulo, São José,

Salesiano (Santa Rosa e Região Oceânica), Assunção, Divina

Providência e Sagrado Coração, Nossa Senhora das Mercês e

o Abel. Juntas, essas instituições levam a formação humana

e cristã a 12 mil alunos da cidade.

Encontro das Escolas Católicas reúne 600 educadores

Educação Básica

Page 57: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2011 :: Revista da ANEC 55

Evento reúne 600 educadores de oito colégios no Teatro Abel em Niterói (RJ)

O educador precisa se preparar para enfrentar a crise produzida pelo somatório de várias crises

vividas nos últimos anos

Organizado pela professora Solange

Lemos, coordenadora de Ensino

Religioso do Abel, e pela Ir. Jussara

Alves, diretora do Mercês, o encontro

foi aberto pelo Ir. Walysson Guimarães

(que acaba de chegar à Comunidade

de Irmãos Lassalistas de Niterói para

integrar o Serviço de Pastoral da es-

cola), e teve missa celebrada pelo

Pe. Marcelo Gomes (dos colégios Nossa

Senhora das Mercês e do São José) e

pelos Pe.  Antônio Sobrinho e Ronnie

Diniz, sacerdotes do Abel. Na missa, o

Pe. Marcelo frisou a importância da fé

e da sabedoria no dia a dia dos educa-

dores, abençoados no fim da celebração

seguida de coffee break.

Em seguida, os convidados ouviram

a palestra “os desafios da Educação na

nova sociedade do conhecimento”, da

psicóloga e psicanalista Viviane Mosé,

doutora em Filosofia e comentarista

da CBN, do Sistema Globo de Rádios.

Viviane recepcionou a plateia desta-

cando a vida como bem maior e inse-

rindo o importante papel dos professo-

res na formação dos cidadãos, em es-

pecial, crianças e jovens. Em uma hora

de fala com momentos provocantes,

emocionantes e descontraídos, a psi-

cóloga alertou para a necessidade de

os educadores se atualizarem e busca-

rem sempre a inovação como forma de

acompanharem as mudanças na socie-

dade. Disse a especialista: “Afinal, a so-

ciedade vem substituindo o modelo de

estrutura vertical, do eu mando e você

obedece, pelo modelo horizontal, em

que todos participam da construção do

conhecimento. O educador precisa se

preparar para enfrentar a crise produ-

zida pelo somatório de várias crises vi-

vidas nos últimos anos. Ele precisa se

atualizar tecnologicamente e entender

que os novos recursos virtuais tornam

o processo ensino-aprendizado muito

mais interessante e eficiente”.

O conteúdo da palestra de Viviane

vem sendo seguido à risca no La Salle

Abel, com atividades como cursos e

encontros que proporcionam a atua-

lização profissional. Um exemplo é a

Jornada Pedagógica realizada em todo

início de ano letivo como forma de in-

tegrar os professores depois das férias

e informar sobre as novidades. “Esse

ano mesmo, estamos com uma série

de novidades no Serviço de Pastoral,

que ganhou uma equipe maior para

desenvolver mais projetos com foco

em emoções sociais e em frentes que

atraiam ainda mais a participação de

nossos jovens nos grupos pastorais”,

diz o Ir.  Arno Lunkes, que dirigiu o

Abel desde 2007 e assumiu no dia 1º de

fevereiro a Direção da Missão Educativa

e de Pastoral da Nova Província La Salle

Brasil-Chile, responsável por mais de

70 unidades lassalistas existentes no

Brasil, Chile e Moçambique.

Page 58: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

56 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Educação Básica

O Colégio São Luís em São

Paulo, vai criar mais um mar-

co histórico na instituição.

Comemorando 145 anos em

2012, e seguindo as ações previstas no

planejamento estratégico (2010-2014),

o Colégio vai ganhar um novo complexo

esportivo e cultural.

A obra de grande porte, que foi apro-

vada pelo Pe. Geral Adolfo Nicolás – com

autorização de Roma –, é mais um inves-

timento dos jesuítas na qualidade de en-

sino e na modernização das instalações

do seu mais antigo Colégio no Brasil.

dança dos alunos, com iluminação e tra-

tamento acústico adequado. A geometria

e o acabamento do prédio serão recon-

figurados para que se atinjam níveis de

excelência de conforto térmico, acústi-

co e visual.

As arquibancadas fixas serão subs-

tituídas por uma removível, o que per-

mitirá ter duas quadras para treinos no

lugar de uma só. No novo edifício, ain-

da serão construídas salas para a prá-

tica de esportes e cursos extras, vesti-

ários e um campo de futebol de gra-

ma natural, cercado por uma pista de

Além de um novo ginásio poliespor-

tivo, que substituirá o antigo, construído

na década de 1950, o projeto prevê um

espaço para apresentações de música e

A Casa da Cultura e dos Esportestuna Serzedello e Marcia Guerra, Assessoria de Comunicação do CSL

O projeto prevê um espaço para apresentações de

música e dança dos alunos, com iluminação e tratamento acústico

adequado

Page 59: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 57

Prevista para iniciar em julho deste ano, a obra está

sendo planejada desde o ano passado

atletismo ao ar livre para compor um

“telhado verde”.

A sala de bolas e a sala dos professo-

res de educação física também serão re-

posicionadas e modernizadas, tornando-

-se mais acessíveis e mais bem integradas

às atividades dos alunos.

CoNFoRto tÉRMICoAproveitando o porte da obra, o

Colégio vai atender a uma antiga so-

licitação dos pais e cobrir a área da

piscina semiolímpica que já existe ao

lado da lanchonete. A cobertura terá

um sistema de vedação que permitirá o

uso seguro e confortável, tanto duran-

te os meses de chuva quanto no inver-

no, completando a qualificação inicia-

da pela instalação do sistema de aque-

cimento de água.

Os vestiários passam a ser exclusi-

vos da natação, ampliados e moderni-

zados, além de mais acessíveis e segu-

ros, agora situados no mesmo nível da

piscina. Já as quadras descobertas ga-

nham nova iluminação, mais confortá-

vel visualmente e adequada às práticas

esportivas.

PREPARAtIVoSPrevista para iniciar em julho deste ano,

a obra está sendo planejada desde o ano

passado, quando teve sua aprovação

final. O mais importante para o Colégio

São Luís é que, durante os trabalhos,

seus alunos continuem mantendo as

mesmas aulas de educação física e es-

portes, porém nas demais quadras dis-

poníveis em todo o Colégio. A equipe

de esportes já preparou uma grade horá-

ria prevendo a não utilização do Ginásio

por um período.

O novo espaço multiuso do São Luís

se destacará no entorno pelo projeto ar-

quitetônico arrojado e pelas soluções

tecnológicas que minimizarão o impacto

das obras e contribuirão para uma maior

sustentabilidade ecológica do edifício.

Toda a equipe de manutenção e segu-

rança do Colégio já está envolvida nes-

se projeto e estudando cada detalhe para

que a rotina dos alunos e da região seja

mantida.

O novo espaço multiuso se destacará pelo projeto arquitetônico arrojado

O projeto prevê a substituição das

arquibancadas fixas por removíveis

Page 60: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

58 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Educação Básica

Carolina Quirino, aluna do 3º

ano do Ensino Médio da Rede

Salesiana de Escolas/Instituto

São José de Resende (RJ), foi

uma das cinco pessoas escolhidas

no Brasil para fazer parte da coorde-

nação jovem da “Rio+20”. A confe-

rência, realizada em junho de 2012

no Rio de Janeiro (RJ), é promovida

pela Organização das Nações Unidas

(ONU) e reune líderes de todo o mun-

do para discutir meios de transformar

o planeta em um lugar melhor para

se viver.

O objetivo dos chamados “coor-

denadores jovens” será expandir e di-

vulgar a conferência para a juventude.

Carolina recebeu a confirmação so-

bre sua participação em janeiro. “Era

madrugada quando o e-mail chegou.

Nem acreditei quando li a mensagem,

que veio em inglês”, contou a estu-

dante, aluna da RSE desde a Educação

Infantil. A ONU não divulga quantas

Estudante representa Brasil em evento da ONU

Por Ana Cosenza, Assessora de Imprensa da RSE

A aluna é redatora da Revista Viração, publicação nacional voltada aos jovens

Carolina e um líder de Curitiba ficaram responsáveis por

desenvolver o tema "alimentação, estudando e

apontando as deficiências e necessidades do País

nesse assunto

Page 61: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 59

pessoas participaram da seleção, mas

estima-se que eram milhares de candi-

datos de todo o Brasil.

COMPROMISSO A aluna salesiana conheceu o concur-

so pelas mídias sociais e, para concor-

rer, se inscreveu no site das Nações

Unidas. Lá, manifestou o interesse em

se envolver com a sustentabilidade e

escreveu sobre a sua experiência com

trabalhos voluntários, que realiza des-

de os 14 anos por intermédio da esco-

la salesiana.

Carolina sempre participa de ati-

vidades solidárias, como distribuição

de alimentos e monitoramento esco-

lar. Em 2011, criou o projeto “Jovem

Amigo”, que incentiva os estudantes a

realizar trabalhos voluntários em abri-

gos, asilos e comunidades carentes.

Na inscrição, ela citou também a sua

atuação como redatora para a Revista

Viração, uma publicação nacional vol-

tada para os jovens.

As informações foram suficien-

tes para a sua seleção. Dos cinco elei-

tos, ela é a mais nova, com apenas 17

anos. Os outros quatro têm entre 21 e

26 anos e são dos Estados do Rio de

Janeiro, São Paulo e Paraná. Cada país

participante tem um grupo de coorde-

nadores jovens.

ARTICULAÇÃO No Brasil, outras nove pessoas atu-

am em parceria com a coordenação.

Carolina já passou a se reunir todos

os dias, via internet, com os colegas.

O primeiro trabalho concreto será um

levantamento básico dos problemas

do Brasil na área de sustentabilida-

de e como a juventude pode colaborar

para melhorá-los. A estudante já parti-

cipou de uma videoconferência em in-

glês, acompanhada por coordenadores

do mundo inteiro. “Estou entrando em

um universo novo, muito interessan-

te. Tem até gente do Afeganistão e do

Carolina Quirino durante trabalho voluntário que realiza desde os 14 anos

Sudão me adicionando no Facebook”,

revela a aluna.

As frentes de trabalho foram divi-

didas. Carolina e um líder de Curitiba

ficaram responsáveis por desenvol-

ver o tema “alimentação”, estudando e

apontando as deficiências e necessida-

des do País nesse assunto.

O grupo também recebeu da ONU

subsídios para palestras e workshops.

Carolina está preparando uma forma

de divulgar o tema e a Rio+20 em blo-

gs e redes sociais. A aluna pensa ain-

da em desenvolver alguma atividade li-

gada ao tema no colégio. Ela frisa que

esse grupo não trabalha na ONU e nem

fala em nome da instituição, mas re-

conhece que está sendo uma experiên-

cia única. “Meu grande sonho é traba-

lhar na UNICEF, e tenho certeza de que

esse trabalho vai me dar vivência para

buscar esse objetivo”, concluiu.

A aluna salesiana conheceu o concurso pelas mídias sociais e, para concorrer, se inscreveu no site das Nações Unidas

Page 62: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 63: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 61

Educação Básica

A Escola Franciscana Nossa

Senhora de Fátima, a partir

das atividades desenvolvidas

nas aulas de teatro, atendeu

e apoiou a implantação de um proje-

to dos educandos de atender as crian-

ças carentes, internadas em hospitais,

creches e até alunos de escolas da rede

pública.

Conhecido como Projeto Irmãos da

Alegria, a atividade baseou-se na ideia

de Michael Christensen, um palhaço

americano que, em 1986, levou alegria

às crianças enfermas que não puderam

estar presente durante a sua apresenta-

ção no hospital de Nova York.

Em 1991, Wellington Nogueira  –

que fez parte da trupe de Michael

Christensen na década de 1980 – de-

senvolveu um trabalho semelhante

“Desde o momento em que me ar-

rumava para essa nova experiência, já

batia um frio na barriga e o medo de

dar errado. Até chegar ao local, ia pen-

sando em cada rostinho que iria ver.

Tentava, de qualquer jeito, lembrar do

amor e do carinho que meus pais ti-

veram comigo quando eu era criança.

Então, eu tentava passar esse amor e

carinho para as crianças. Ao final, sem-

pre conseguia o que mais queria: um

sorriso. E isso me deixou feliz por fa-

zer a diferença, nem que fosse por um

segundo, ser a felicidade no momento

da tristeza”.

A escola pretende voltar a aplicar

o projeto este ano. Segundo os coor-

denadores da instituição de ensino, a

atividade atendeu todas as expectativas

dentro e fora da sala de aula.

no Hospital e Maternidade Nossa

Senhora de Lourdes, em São Paulo,

o projeto “Os Doutores da Alegria”.

Estudos realizados em torno dos pro-

jetos revelaram que atividades lúdicas

favorecem significativamente o estado

clínico das crianças.

Com o Projeto Irmãos da Alegria, a

escola Franciscana pretende abrir uma

nova perspectiva, uma alegria transfor-

madora e uma metodologia com o pro-

pósito de ser participativa, crítica e li-

bertadora. A alegria de Francisco se

traduz no esvaziamento do egoísmo,

na renúncia de possuir e dominar, na

humildade e paciência.

A aluna do 8° ano, Maria Elizabete

Ferreira, integrante do projeto, descre-

ve o importante papel do grupo diante

da tarefa de transmitir a alegria:

Projeto Irmãos da AlegriaAssessoria de Comunicação da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima

O projeto baseou-se na ideia de Michael Christensen, um palhaço americano

Page 64: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

62 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Educação Básica

Há pouco mais de um ano para

ocorrer a Jornada Mundial da

Juventude (JMJ), que será re-

alizada pela primeira vez no

Brasil (entre os dias 23 e 28 de julho

de 2013, no Rio de Janeiro), o Colégio

Marista João Paulo II recebeu repre-

sentantes da Arquidiocese de Brasília,

diretores de escolas católicas e coor-

denadores de Pastoral e Catequese em

uma reunião.

No Salão de Atos da Escola, o

Arcebispo de Brasília, Dom Sergio da

Rocha, em parceria com a ANEC, orga-

nizou e motivou os presentes a participa-

rem do projeto Bote Fé, em preparação

ao recebimento da Cruz Peregrina e do

Ícone de Nossa Senhora, que estarão em

Brasília nos dias 12 e 13 de maio.

O Bota Fé  promove um conjunto

de atividades que une todos em vol-

ta desta visita da Cruz e do Ícone para

3 milhões de jovens de todas as partes

do mundo no encontro.

Em 1984, durante o Jubileu

Internacional da Juventude, em Roma, o

Papa João Paulo II entregou aos jovens

um símbolo: uma grande cruz de madei-

ra, para que a levassem por todo o mun-

do, a todos os lugares e a todo tempo.

No ano de 2003, o mesmo papa con-

fiou aos jovens um segundo símbolo de

fé para ser levado pelo mundo: o Ícone

de Nossa Senhora, Salus Populi Romani,

uma cópia contemporânea de um antigo

e sagrado ícone encontrado na primei-

ra e maior basílica para Maria, a Mãe de

Deus, no ocidente: Santa Maria Maior.

A Cruz da JMJ, como ficou conheci-

da, e o Ícone de Nossa Senhora chega-

ram ao Brasil, mais precisamente em São

Paulo, no dia 18 de setembro de 2011 e

percorrerão todo o país até chegar ao Rio

de Janeiro no ano que vem.

celebrar a mensagem própria que es-

ses símbolos carregam e proporcionar

situações propícias para o desenvolvi-

mento da evangelização da juventu-

de em cada realidade. “Somos convi-

dados a peregrinar juntos na vida fra-

terna, assumindo, com  os jovens, a

grande causa da evangelização”, diz

o arcebispo.

Jornada Mundial da JuvEntudE A JMJ foi criada pelo Papa João Paulo

II, em 1985, e consiste num encon-

tro de centenas de milhares de jovens

católicos. Ela acontece a cada dois ou

três anos, em uma cidade escolhida

para celebrar a grande jornada, e conta

com participação de pessoas do mun-

do inteiro.

A capital do Rio de Janeiro foi sele-

cionada pelo Papa Bento XVI para sediar

a JMJ em 2013. São esperados mais de

Bote Fé em BrasíliaAssessoria de Comunicação do Colégio Marista João Paulo II

Evento recebeu representantes da Arquidiocese de Brasília, diretores de escolas católicas e coordenadores de Pastoral e Catequese

Page 65: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 66: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

64 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Especial

A Câmara dos Deputados ele-

geu no mês de março de 2012

o novo presidente da Comissão

de Educação e Cultura (CEC).

Escolhido por unanimidade entre os

membros da Comissão, o deputado fede-

ral Newton Lima Neto (PT/SP) ocupará a

pasta por dois anos.

Doutor em Engenharia pela Escola

Politécnica da USP, Newton foi reitor

da Universidade Federal de São Carlos

(UFSCar) de 1992 a 1996 e prefeito de

São Carlos (SP) entre 2001 e 2008. O de-

putado já ocupou a função de presiden-

te do Sindicato Nacional dos Docentes

das Instituições de Ensino Superior

(ANDES) e da Associação Nacional dos

Dirigentes das Instituições Federais

de Ensino Superior (ANDIFES), as-

sim como os cargos de vice-presiden-

te do Instituto Universidade-Empresa

(UNIEMP), de secretário-geral da

Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e

Conselheiro da Financiadora de Estudos

e Projetos (FINEP).

centros gratuitos de difusão da leitura.

Isso pode e deve ser feito por intermédio

dos pontos de cultura e do vale cultura,

instrumentos de popularização do aces-

so à leitura.

Considerando a educação, podemos

melhorar a qualidade para que mais bra-

sileiros sejam não só alfabetizados, mas

tenham capacidade de compreender a lei-

tura. São desafios muito grandes que go-

vernadores, prefeitos e o governo federal

certamente estão cada vez mais empenha-

dos, mas isso depende também das metas

do Plano Nacional de Educação (PNE),

que estamos discutindo na Câmara, pois

estabelece indicadores bastante ousados

de universalização da educação de tempo

integral, fundamental para que tenhamos

melhor qualidade de ensino e valorização

do magistério.

Eu tenho dito que valorizar o magis-

tério e promover educação em tempo in-

tegral são os dois elementos integrais para

que a gente possa atrair cada vez mais jo-

vens para a carreira, que é estratégica, e

Para falar sobre as metas prioritárias

da educação para este ano no Parlamento,

assim como conhecer mais o novo presi-

dente da Comissão, a Associação Nacional

de Educação Católica do Brasil entrevista

o deputado Newton Lima Neto.

ANEC – Como a Comissão de Educação

pode ajudar a reverter o número de não

leitores no Brasil?

Newton Lima – Do ponto de vista da

cultura, promover maior acesso ao livro,

isso quer dizer: diminuir custos e criar

Entrevista com o presidente da CEC

Por Lana Canepa, Jornalista da ANEC

Eu tenho dito que valorizar o magistério e promover educação em tempo integral são os dois elementos integrais para que a gente possa atrair cada vez mais jovens para a carreira

Newton Lima Neto (PT/SP), Deputado federal e Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados

Câm

ara

dos D

eput

ados

Page 67: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 65

que os jovens tenham na escola uma edu-

cação integral bem integrada. Quando eu

falo em educação integrada, entra a cultu-

ra e, daí, o convênio assinado entre os dois

ministérios (da Cultura e da Educação),

promovendo na educação fundamental

maior participação das atividades cultu-

rais, particularmente da leitura. Teremos

um canal extraordinário para isso.

A dupla jornada de ensino não será de

reforço escolar, só para suprir as carências

que vêm se acentuando ano após ano na

formação do estudante brasileiro. Um dos

meios pedagógicos mais corretos de me-

lhorar a qualidade de ensino é ter ativida-

des complementares, que envolvam a so-

ciabilidade do jovem. Isso é possível com

o esporte e a educação profissional em di-

versos níveis da educação básica.

A decisão da presidenta Dilma é an-

tecipar a meta da metade das escolas ter

dupla jornada, ou seja, curso integral,

para 2014. Isso é demais auspicioso e vai

nos ajudar na superação dos indicadores

de baixo grau de leitura. Eu acredito que

existem outros mecanismos fundamen-

tais e que podem ajudar, como as organi-

zações governamentais trabalhando, des-

ta forma, a própria perspectiva de melho-

ra econômica que vem acontecendo no

Brasil e leva os pais a se letrarem mais, te-

rem mais interesse pela leitura. Uma coisa

que todos nós, que tivemos acesso e gos-

tamos da leitura, sabemos é a importância

do papai e mamãe da gente contar histó-

ria quando somos criança. E isso só se dá

quando o nível de escolaridade aumenta.

O principal desafio então está no

PNE, para que governadores e prefeitos

cumpram a sua tarefa de, ao lado da uni-

versalização da educação básica, da am-

pliação das áreas de educação superior e

do fortalecimento da educação técnica, ofe-

recer, de fato, valorizar o professor como

mola mestra deste processo.

ANEC – E quanto ao novo PNE. Como

está a negociação em torno do tema?

Newton Lima – Desde o início do or-

çamento, sabíamos que a emenda n° 20

seria mais complexa. No primeiro PNE,

quando o então presidente Fernando

Henrique Cardozo apreciou o resultado

do Congresso Nacional, foi vetado, jus-

tamente, entre outras metas, a dos 7%,

que deveríamos ter atingido em 2010.

Conclusão: terminamos com 3,5% do

PIB (Produto Interno Bruto), o que res-

ponde a todas as nossas indagações so-

bre o porquê da baixa qualidade, dos

baixos salários e dos altos índices de eva-

são e repetência.

Os países que fizeram a opção por

maior investimento são os que mais se

dão bem hoje no comércio exterior de

bens manufaturados com valor agrega-

do. É simples assim! Nós, então, precisa-

mos lutar pelo máximo possível. Há uma

vantagem: o presidente Lula incorporou a

proibição do veto presidencial a tal dispo-

sitivo. Desta forma, a presidenta Dilma,

quem a suceder daqui dez anos e estiver

no comando da nação para definir o ter-

ceiro PNE não vai poder vetar essa meta –

ao menos que o Congresso mude o que já

foi conquistado por Proposta de Emenda

a Constituição (PEC). Essa é uma diferen-

ça fundamental e o governo, responsavel-

mente, em função das questões macroe-

conômicas e perspectiva de crescimento

da economia e conflitos internacionais,

estabeleceu o número de 7% do PIB, o

que já representará aumento. Com o fi-

nal do governo Lula chegamos a 5% do

PIB, ainda insuficientes, mas uma eleva-

ção bastante razoável que nos permitiu

duplicar as várias universidades públicas,

estabelecer o Programa Universidade para

Todos (ProUni), ajudar os estados e mu-

nicípios a ampliar escolas, fazer um con-

junto de avanços educacionais inigualá-

veis e incomparáveis. Contudo, ainda es-

tamos muito carentes.

O ideal, sempre defendi isto, são os

10%, não porque qualquer nação do

mundo pratique isto, mas pelo fato de que

assim podemos resgatar e voltar a um pa-

tamar – quer por questões demográficas,

quer por atendimento – de valores mé-

dios na ordem dos 7%, padrão praticado

na OCDE (Organização para Cooperação

e Desenvolvimento Econômico), por

exemplo. Então, o relator chegou a um

valor na ponta do lápis, expandindo algu-

mas das metas, que será apresentado nos

próximos dias. Esperamos que possa en-

trar mais rapidamente em votação, antes

de junho, pois após esse perído as coisas

complicam, já que há eleições.

ANEC – Além do PNE, quais são as

metas da CEC para este ano?

Newton Lima – Na cultura, estamos tra-

tando de assuntos muito importantes,

como acompanhar a evolução de pon-

tos de cultura e direitos autorais. Na pas-

ta da educação, que tem à frente o ministro

Mercadante, temos necessariamente qua-

tro compromissos imediatos: aprovar efeti-

vamente 70 mil vagas para a educação su-

perior dos institutos federais de educação

técnica e tecnológica, que inclusive já pas-

saram por duas comissões; quanto ao piso

salarial, definir o mecanismo de atualiza-

ção dos valores, já aprovado na Casa mas

em rediscussão, buscando um que não pre-

judique a atualização da remuneração dos

professores na direção daquilo que que-

remos ter daqui há dez anos: o salário do

magistério equiparado ao de mercado e, ao

mesmo tempo, uma regra que não coloque

os governadores e prefeitos em confronto

com a Lei de Responsabilidade Fiscal; a Lei

de Responsabilidade Fiscal, em debate na

Casa; e retomar as questões da reforma da

educação superior. Certamente são temas

que já estão pautados.

Do ponto de vista da cultura, promover maior acesso ao livro, isso quer dizer: diminuir custos e

criar centros gratuitos de difusão da leitura

Page 68: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

66 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Especial

A comunidade católica do

Brasil está em festa. Os tra-

balhos minuciosos nos dife-

rentes estados da Federação

apontam para o maior e melhor even-

to dos últimos anos da história da

Jornada Mundial da Juventude (JMJ),

que em 2013 será realizado no Rio de

Janeiro (RJ).

Inédito no país, o encontro foi cria-

do em 1986 pelo então João Paulo II e já

reuniu, segundo estimativas do Vaticano,

aproximadamente 13 milhões de jovens

católicos, e não católicos, ao longo de 25

anos. Até hoje, de cidades já receberam

a jornada: Buenos Aires, na Argentina

(1987); Santiago de Compostela, na

Espanha (1989); Czestochowa, na

Polônia (1991); Denver, nos Estados

Unidos (1993); Manila, nas Filipinas

do pontífice ao Brasil e a primeira ao

Rio – ele esteve no país em maio de

2007, mas visitou apenas a capital

paulista e o santuário de Aparecida do

Norte. Antes de se tornar papa, Joseph

Ratzinger esteve no país duas vezes,

sendo a primeira delas em 1985 e a

segunda em 1990.

Os símbolos de representação da

Jornada Mundial da Juventude, Cruz

da JMJ e o Ícone de Maria, já estão

cumprindo um itinerário pelas paró-

quias do Brasil. Eles desembarcaram

aqui em setembro do ano passado e vão

peregrinar por todo o país e também

pelos vizinhos do Cone Sul. Os símbo-

los foram recebidos em São Paulo e es-

tão percorrendo todas as 17 regionais

da Conferência Nacional dos Bispos

do Brasil (CNBB). Até 30 de outubro,

(1995); Paris, na França (1997);

Toronto, no Canadá (2002); Colônia, na

Alemanha (2005); e Sidney, na Austrália

(2008) e Madri, na Espanha (2011).

Durante a última edição, reali-

zada em Madri (Espanha), o papa

Bento  XVI confirmou o Brasil como

destino para a próxima JMJ. A vinda

do papa representará a segunda visita

JMJ 2013: o Brasil em festaPablo Mundim, Jornalista da ANEC

É um desafio, obviamente, uma vez que há

necessidade de preparação para o evento

Page 69: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 67

a Cruz da JMJ e o Ícone de Maria pas-

saram pelas sete províncias eclesiásti-

cas do Regional Sul 1 da CNBB, que

corresponde ao estado de São Paulo.

Depois, os símbolos seguiram para o

Regional Leste 2, composta por Minas

Gerais e Espírito Santo, onde ficaram

ao longo de novembro. No mês seguin-

te, foi a vez da Regional Nordeste 3,

composta pelos estados da Bahia e de

Sergipe, recebê-los.

A peregrinação segue ao longo de

todo o ano de 2012. Em dezembro

deste ano a Cruz e o Ícone deixam o

Brasil e visitam os vizinhos Paraguai,

Uruguai, Chile e Argentina. Já em ja-

neiro de 2013, retornam para con-

cluir o itinerário no Sul do Brasil.

A etapa final acontecerá no Sul de

Minas Gerais, no Vale do Paraíba

(SP) e, finalmente, no estado do Rio

de Janeiro, onde os símbolos chegam

em abril.

Em Brasília, a passagem da Cruz

da JMJ e do Ícone de Maria está pre-

vista para os dias 12 e 13 de maio.

Toda a articulação e os preparativos

para a festa na capital federal estão

sendo realizados pela ANEC e pela

Arquidiocese local.

Reuniões entre representantes da

Associação Nacional de Educação

Católica do Brasil e o arcebispo do

Distrito Federal, Dom Sérgio da

Rocha, além de diretores de esco-

las católicas do DF, dirigentes de

Instituições de Educação Superior

(IES), presidentes de entidades man-

tenedoras, diretores de obras sociais e

coordenadores de pastoral e cateque-

se estão sendo fundamentais para que

o evento ocorra conforme o progra-

mado. No Rio de Janeiro, a festa, em

2011, teve show musical e apresenta-

ções artísticas de dança e teatro.  

De acordo com o membro da

Comissão Administrativa da CNBB

para a Jornada Mundial da Juventude,

Hugo José Cysneiros, cerca de 20 mil

pessoas participaram do Evento Bota

Fé Brasília.

Cysneiros enfatiza que o foco da

peregrinação é o fiel, o povo, a juven-

tude sobretudo. “Este evento foi pen-

sado, desde o primeiro momento, es-

pecificamente para o jovem, tanto que

o nome dele em português (Jornada

Mundial da Juventude) ou em inglês

(World Day of Youth) tem a figura

do jovem como o sujeito central. E o

evento completa tantos outros que a

Igreja promove em searas como a fa-

mília e a vida consagrada. Como isto

pode representar um reforço ou reavi-

var a fé da juventude? Primeiro, é de-

monstrando que a juventude é prota-

gonista na Igreja, assim como é mui-

to importante. Segundo, a Igreja de-

posita na juventude a continuação de

seu espaço, da sua obra, sua missão,

portanto é um chamamento mui-

to forte, e nunca esquecendo de que

quem a criou foi o papa João Paulo II,

o que de fato dá um apelo muito for-

te à juventude.

O membro da Comissão

Administrativa da CNBB acredita que

o evento reunirá cerca de 4 milhões

de pessoas no Rio de Janeiro em 2013.

“Há a expectativa de que o evento te-

nha participação expressiva, uma vez

que a última JMJ na América Latina

ocorreu na década de 1980, e, logi-

camente, não desconsiderando que o

Brasil é o país com a maior população

católica do mundo e também tem vi-

zinhos nos quais o catolicismo é mui-

to forte. É um desafio, obviamente,

uma vez que há necessidade de pre-

paração para o evento”, complemen-

ta Cysneiros.

O encontro foi criado em 1986 pelo então João Paulo II e já reuniu, segundo estimativas do Vaticano, aproximadamente 13 milhões de jovens católicos, e não católicos, ao longo de 25 anos

Hugo José Cysneiros, Membro da Comissão Administrativa da CNBB para a Jornada Mundial da Juventude

Page 70: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 71: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 69

Especial

Há pouco tempo na cadeira de

Ministro da Educação, Aloizio

Mercadante já expôs algumas di-

retrizes que considera importan-

tes para a educação brasileira. Durante au-

diência pública na Comissão de Educação

e Cultura da Câmara dos Deputados no

mês de março, ele falou aos parlamentares

sobre metas até 2014, que segundo previ-

são do governo incluem a construção de

creches e pré-escolas, redução da taxa de

evasão da escola e analfabetismo entre as

crianças com menos de oito anos, reajuste

do piso do magistério, entre outros temas.

O Ministro da Educação defendeu

a aprovação, ainda para o primeiro se-

mestre deste ano, do Plano Nacional de

Educação (PNE), que prevê metas para o

próximo decênio. Em análise na Câmara,

o Projeto de Lei 8035/10, que trata do

Plano, tramita no Congresso desde de-

zembro de 2010. Entre os temas mais po-

lêmicos da matéria esta a porcentagem

a ser investida em educação conforme o

Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente,

União, Estados e Municípios aplicam,

juntos, 5% do PIB na área. O governo ha-

via sugerido o aumento desse índice para

7% em uma década, mas entidades da

sociedade civil pedem pelo menos 10%.

Mercadante não defendeu nenhum dos

índices, mas afirmou que qualquer valor

aprovado deve ser “viável e sustentável no

longo prazo”. 

Outro assunto enfatizado por

Mercadante é quanto ao piso salarial dos

professores, que neste ano foi reajusta-

do em cerca de 20% e soma R$  1.451.

Prefeitos e governadores reclamam da fal-

ta de verbas para cumprir a lei do piso,

aprovada pelo Congresso em 2008. Uma

proposta em análise na Câmara fixa fór-

mula para reajuste anual do valor. O

texto envolve duas vertentes: reajuste pelo

Índice Nacional de Preços ao Consumidor

(INPC) ou pelo INPC somado ao per-

centual de crescimento do Fundo de

Manutenção e Desenvolvimento da

Educação Básica (FUNDEB). Mercadante,

no entanto, alertou que qualquer regra

sobre o tema deve prever um aumento

real, acima da inflação, para o valor do

piso. “Se quisermos melhorar a educa-

ção no País, devemos ter uma boa carrei-

ra, que seja atraente para os melhores pro-

fissionais”, argumentou.

O Ministro também pediu apoio aos

membros da Comissão para aprovação

do Projeto de Lei 2134/11, de autoria do

Poder Executivo, que cria 44 mil postos

efetivos, cargos de direção e funções gra-

tificadas em universidades públicas fede-

rais e escolas técnicas federais (institutos

federais de educação, ciência e tecnologia

– IFETS). “Se não tivermos essas vagas de

professores, não temos como expandir o

ensino técnico. Essa é uma questão supra-

partidária e precisamos nos mobilizar em

torno dela”, disse. 

A proposta, que tramita de forma con-

clusiva, já foi aprovada pelas comissões

de Educação e Cultura; e de Trabalho,

Educação em pautaPablo Mundim, Jornalista da ANEC

de Administração e Serviço Público. Ela

ainda será analisada pelas comissões de

Finanças e Tributação, e de Constituição

e Justiça e de Cidadania.

O encontro também serviu para o

Ministro Mercadante anunciar as no-

vas regras para o Exame Nacional de

Desempenho de Estudantes (ENADE),

com o objetivo de reduzir fraudes.

Segundo ele, a prova, aplicada uma vez

ano e atualmente prestada somente pelos

formandos, será realizada também pelos

alunos do penúltimo semestre. Na práti-

ca, a medida vai evitar que universidades

atrasem a formatura de seus piores alu-

nos para melhorar suas médias gerais no

exame. De acordo com denúncias enca-

minhadas ao Ministério da Educação, isso

vinha ocorrendo na Universidade Paulista

(UNIP), mas a instituição nega qualquer

tipo de manobra ou irregularidade.

Segundo Mercadante, a medida deve

evitar qualquer “procedimento que não

assegure a efetiva avaliação dos alunos”.

O Ministro também ressaltou a importân-

cia de medir a qualidade do ensino ofere-

cido. Além das novidades para o ENADE,

outros mecanismos de avaliação interna e

externa serão utilizados em breve.

Câmara dos D

eputados

Ministro Aloizio Mercadante durante audiência na Câmara dos Deputados

Page 72: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 73: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 71

Especial

O Exame Nacional de Desempenho

de Estudantes (ENADE) foi cria-

do em 2004 com o objetivo de

avaliar o rendimento dos alu-

nos dos cursos de graduação em relação

ao conteúdo programático. A ideia é que

todos os cursos e alunos sejam avaliados

no mínimo a cada três anos, garantindo a

qualidade do ensino oferecido no Brasil, o

que faz com que fiscalização seja cada vez

mais necessária.

Dados do Instituto Nacional de

Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP)

mostram que o ensino superior cresceu

pelo menos 110% na última década: hoje

são mais de 3,5 milhões de alunos matri-

culados. O número reflete muitos fatores,

entre eles a mudança provocada pelo de-

senvolvimento da economia e das opor-

tunidades de ensino, e também um gran-

de aumento da oferta de cursos pelo Brasil

afora. São mais de 2,3 mil instituições de

ensino superior no país. Mas aluno ma-

triculado não é sinônimo de aprendizado

se a qualidade do ensino não for boa. Por

conta disso, o exame foi criado e é obri-

gatório, além de condição indispensável

para a emissão do histórico escolar, con-

forme consta no site oficial do Ministério

da Educação (www.mec.gov.br).

As tentativas de fraudes para bur-

lar o exame são frequentes. Uma das for-

mas mais comuns de maquiar o resultado

do exame é reprovar alunos com pior de-

sempenho em algumas matérias e aprovar

no último semestre os melhores da turma.

Desta maneira, chegam primeiro no está-

gio exigido pelo governo para a realização

da prova e, assim, parecem ser maioria.

Para evitar fraudes como a seleção dos

alunos, o Governo anunciou mudanças no

exame que entram em vigor já neste ano.

universidades é  fruto da qualidade dos

alunos admitidos e não da qualidade do

ensino das instituições”, ressalta.

Soares enfatiza que uma boa avalia-

ção de ensino gera efeito positivo. “O

aluno, em qualquer nível de ensino, tem

o direito de ser avaliado pelos seus pro-

fessores para que suas deficiências de

aprendizado possam ser sanadas. Mas

o Estado que autoriza o funcionamen-

to das escolas precisa também conhecer

como elas estão atendendo seus alunos,

ou seja, são necessárias avaliações inter-

nas e externas. Ambos os tipos são preci-

sos e vão gerar sempre algum desconfor-

to aos avaliados, mas fazem parte do ce-

nário educacional”, complementa.

A coordenadora da Câmara de

Educação Superior da ANEC, Francine

Junqueira, acredita que neste sentido as

católicas estão em vantagem, pois, além da

tradição, as instituições estão sempre pre-

ocupadas em medir a qualidade do ensino

oferecido. “Avaliar é prioridade para as ins-

tituições de ensino superior católicas. São

mecanismos de avaliação inteligentes que

estimulam a competitividade e a transpa-

rência e podem produzir efeitos significati-

vos em termos de qualidade para o ensino

superior”, avalia a coordenadora.

A medida foi publicada mediante

portaria no Diário Oficial da União ofi-

cializando as mudanças. O documen-

to refere-se aos concluintes dos cursos

de Administração, Ciências contábeis,

Ciências econômicas, Comunicação social,

Design, Direito, Psicologia, Relações inter-

nacionais, Secretário executivo e Turismo.

Além das habilitações em tecnologia das

áreas de Gestão comercial, Gestão de recur-

sos humanos, Gestão financeira, Logística,

Marketing e Processos gerenciais.

Agora, além dos formandos, serão obriga-

dos a fazer a prova os alunos que, até o tér-

mino das inscrições para o teste, tenham

concluído 80% da carga horária do curso.

Alguns especialistas questionam

o efeito da medida. É o caso de José

Francisco Soares, especialista em avalia-

ção da Universidade Federal de Minas

Gerais (UFMG). Para ele, incluir mais

uma prova não vai resultar em menos

fraudes das universidades particulares.

“O problema é endêmico e as causas des-

te comportamento são várias. A consta-

tação feita recentemente de que algumas

universidades selecionam, por meio de

estratégias variadas, os alunos para fa-

zerem o ENADE, repete algo que ocorre

também em outros níveis de ensino. Por

exemplo, o INEP divulga a nota das esco-

las de ensino médio no Exame Nacional

do Ensino Médio (ENEM) consideran-

do apenas os alunos que fizeram a pro-

va, apesar de saber que este grupo não

representa de forma adequada as esco-

las. Esta decisão enseja a seleção de alu-

nos. Na Prova Brasil, o percentual de au-

sentes no dia do teste chega a mais 25%

no nono ano – oitava série”, exemplifica.

De acordo com ele, é necessário criar

sistemas eficientes que garantam um re-

trato verdadeiro sobre a qualidade do en-

sino. “No ensino superior, o que o país

precisa é criar sistemas que permitam ve-

rificar quanto cada instituição de ensi-

no superior, pelos seus méritos próprios,

agregou a seus alunos. Isto será possível

com o uso do ENEM como linha de base.

Neste caso, a comparação será mais jus-

ta, a descrição muito melhor e espera-se

resistência menor. E os resultados tam-

bém seriam muito diferentes. Grande

parte do que hoje é observado em muitas

Mudanças no ENADELana Canepa, Jornalista da ANEC

Page 74: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 75: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 76: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Serviços

74 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Inscrições do Enem estão abertasAs inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão abertas e podem ser feitas

pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A taxa é de R$ 35, e

os alunos de escolas públicas estão isentos. Os candidatos terão até às 23h59 do dia 15 de junho

para se inscrever. O pagamento da taxa de inscrição poderá ser realizado até o dia 20 de junho.

http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao/

Apoio com leituras obrigatórias de vestibularesO projeto “A Hora e a Vez do Vestibular”, promovido pela Prefeitura de São Paulo,

oferece palestras sobre as obras literárias listadas pelos principais vestibulares

do país. As aulas são dadas por professores de literatura e acontecem em vários

bibliotecas municipais e no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ). A

programação completa pode ser conferida no site.

www.prefeitura.sp.gov.br

Novas regras para correção das redações do Enem

As novas regras de correção das redações do Enem devem

triplicar o número de textos que passam pelo terceiro corretor, na

comparação com o que aconteceu em 2011. Na última edição do exame,

360 mil redações, ou seja, 10% dos textos corrigidos, foram para uma terceira

avaliação por causa da discrepância de mais de 300 pontos entre as duas

primeiras correções.  Pelo novo modelo de correção, haverá mais uma

instância de correção. Se mesmo assim persistir a discrepância na avaliação, a

redação será relida, desta vez por uma banca presencial de três membros.

Guia de Livros Didáticos 2013Professores dos anos iniciais do ensino fundamental podem consultar a relação

dos livros que vão adotar nas escolas da rede pública a partir do ano que vem.

O Guia de Livros Didáticos 2013, com resumos e informações de cada uma das

obras selecionadas para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pode

ser consultado na internet e também terá a forma impressa, a ser distribuída nas

escolas públicas. O período de escolha dos livros será de 15 de junho a 1º de julho,

exclusivamente pela internet.

http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-guia-do-livro-didatico

Google lança portal para facilitar pesquisas de professores e estudantesPara ensinar estudantes e professores a fazer pesquisas mais qualificadas, o

Google lançou no mês de maio o site Search Education. Ainda em inglês,

o site possui vídeos e dicas que explicam a funcionalidade do portal, que

é destinado, principalmente, a professores interessados em ensinar estratégias

de pesquisa a seus alunos ou a usuários que querem otimizar suas buscas.

“Nós decidimos ensinar a pesquisar porque o Google tem uma gama de

ferramentas, mas a maioria das pessoas só conhece parte delas”, afirmou a

educadora da empresa, Tasha Bergsin-Michelson.

Page 77: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 75

Gabarito do exame da oABA Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou o gabarito preliminar

da primeira fase do 7ª Exame de Ordem Unificado, realizado no dia 27 de

maio. Ele pode ser consultado no site da OAB e no site da Fundação Getúlio

Vargas. Ao todo, 111.909 estudantes de Direito se inscreveram para o exame,

que requer pelo menos 50% de acertos para aprovação. O gabarito oficial

e o resultado final da primeira fase serão divulgados no dia 19 de junho. A

segunda fase, que consiste de uma prova prático-profissional, acontecerá no

dia 8 de julho. Os resultados finais serão divulgados no dia 14 de agosto. Na

última edição, foram aprovados apenas 24% dos candidatos.

Fernando Pessoa recebe homenagem no mês que completaria 124 anosEm junho, uma programação especial vai homenagear o aniversário

de Fernando Pessoa, no Sesc Carmo, na capital paulista. Exposição,

espetáculo teatral, shows, bate-papo e até um almoço especial vão

celebrar os 124 anos de nascimento do poeta português. “Pessoa

atravessou os mares com suas obras. O que queremos é homenagear

a obra dele e o que ela significou para a literatura mundial”, declarou

Humberto Peron, responsável pele evento, que começa no dia 4 com a

exposição Pessoa de Lisboa. A ideia, segundo ele, é provocar o público

com uma programação bem variada sobre o poeta que criou várias

personalidades (heterônimos) para assinar sua obra.

o Saci e a preservação da naturezaO Saci é um dos personagens mais populares do folclore brasileiro. Simpático

e divertido, ele é conhecido por suas brincadeiras. No livro O saci e a

reciclagem do livro (Moderna, 16 pp., R$ 26,50), que tem texto de Samuel

Murgel Branco e ilustrações de Weberson Santiago, ele decide aprontar

algumas de suas travessuras e acaba recebendo da natureza uma importante

lição: a importância de reciclagem do lixo. A obra de tem como objetivo

ensinar mais sobre a reciclagem para os pequenos leitores e mostrar seu

papel na preservação e no equilibro da natureza.

Recursos para escolas infantis e quadrasRecursos de aproximadamente R$ 13 milhões estão à

disposição de diversos municípios de todas as regiões

do Brasil para a construção de escolas de educação

infantil e para adequação de quadras esportivas

escolares. A liberação, sob responsabilidade do Fundo

Nacional do Desenvolvimento da Educação, faz

parte da segunda etapa do Programa de Aceleração

do Crescimento (PAC 2). Os valores detalhados

podem ser conferidos no site do Fundo Nacional de

Desenvolvimento da Educação.

Page 78: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

76 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Plano de aula

A educação deve formar seres aptos

para governar a si mesmos e não para

ser governados pelos outros

Herbert Spencer

A autoavaliação é um instrumento es-

sencial para a composição de um pro-

cesso avaliativo significativo. Assim

como as avaliações escritas são consti-

tutivas do calendário escolar, a autoa-

valiação complementa o processo, pois

auxilia o aluno a tornar-se reflexivo e

capaz de conduzir o seu aprendizado.

Nessa concepção, a autoavaliação

assume um papel essencial de regu-

lação das aprendizagens, como afir-

ma Jussara Hoffmann em seu livro

“Avaliar para promover” (Porto Alegre:

Mediação, 2001, p. 78): “um proces-

so de autoavaliação só tem significado

enquanto reflexão do educando, to-

mada de consciência individual sobre

suas aprendizagens e condutas coti-

dianas, de forma natural e espontânea

como aspecto intrínseco ao seu desen-

volvimento, e para ampliar o âmbi-

to de suas possibilidades iniciais, fa-

vorecendo a sua superação em termos

intelectuais”.

O objetivo maior da autoavalia-

ção deve ser propiciar situação em

que os alunos reflitam e registrem suas

impressões. O registro escrito é mui-

to importante, pois documenta um

momento e as metas definidas a par-

tir das reflexões sobre esse momento.

Com a prática, os alunos poderão par-

ticipar da construção do documento

de autoavaliação.

Como reflexão, a autoavaliação

deve ser aplicada ao final de cada pe-

ríodo escolar, seja bimestre ou trimes-

tre. E pode ser feita por disciplina, ou

pela visão conjugada de todo o traba-

lho desenvolvido.

Confira no box uma sugestão de

proposta inicial de autoavaliação.

que os alunos identifiquem seus avan-

ços, percebam em que precisam me-

lhorar e desenvolvam uma abordagem

construtiva do erro. Essa perspecti-

va contribui para que o professor as-

suma o caráter crítico e analítico dos

alunos, capazes de aprender por seus

próprios caminhos e também de de-

finirem metas e corrigirem o que for

necessário para atingi-las.

A autoavaliação possibilita a aqui-

sição de conhecimentos e habilidades,

assim como contribui para a forma-

ção de atitudes e valores. Os primei-

ros instrumentos de autoavaliação de-

vem ser oferecidos como roteiro para

AutoavaliaçãoRenata Alessandra Bueno, Assessoria Pedagógica Nacional da FTD

Reflexões sobre a aprendizagem – bimestre/trimestre

Objetivo: Propiciar ao aluno a reflexão sobre o processo de aprendizagem,

reconhecendo seus progressos e seus pontos a melhorar.Procedimentos:

· Os alunos deverão colocar sobre a mesa todo o material utilizado no período: livros, pasta com as folhas de atividades, cadernos, etc.

· Deve-se propor que façam um levantamento de tudo o que foi trabalhado, enquanto o professor anota,

na lousa, os itens apontados pelos alunos.A folha preparada para a atividade deve ser entregue

para que os alunos possam completá-la.

Page 79: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 77

1. Escreva, na tabela abaixo, o que foi mais fácil aprender em cada área de conhecimento/disciplina.

MatemáticaCiências da naturezaCiências humanasLinguagem

2. O que você acha que precisa aprender um pouco mais? Anote na tabela.

MatemáticaCiências da naturezaCiências humanasLinguagem

3. Qual regra combinada na sua classe você conseguiu cumprir adequadamente?_______________________________________________________________________________________

4. Qual regra você sentiu maior dificuldade em cumprir?_______________________________________________________________________________________

5. O que você pode fazer para melhorar suas atitudes em relação a essa regra?_______________________________________________________________________________________

6. Avalie seu empenho nas tarefas de classe e de casa usando a legenda.

Legenda

Fiz um bom trabalho sempre.Fiz um ótimo trabalho sempre.Nem sempre realizei com atenção.Nem sempre realizei com capricho.

Tarefas de classe Tarefas de casaFolhas FolhasCaderno CadernoPesquisa PesquisaAtividades no livro Atividades no livroLeitura Organização da pasta

7. Pinte, no quadro abaixo, somente os aspectos que você pode melhorar.

Relacionamento com os colegas. Realização das tarefas de casa.Relacionamento com os professores e os demais funcionários da escola.

Organização do material em cima da mesa e na mochila.

Prestar atenção durante as aulas. Capricho na realização das tarefas.

Realização das tarefas de classe.Ouvir os colegas nos trabalhos em grupo.

8. O que você vai fazer para melhorar no próximo bimestre/trimestre? Escreva duas mudanças de atitude que você se esforçará para alcançar.

9. O que seus professores podem fazer para ajudar você a alcançar essas mudanças?Escreva um recado para eles.

Para realizar as propostas a seguir você consultará os itens que o professor anotou na lousa.

Page 80: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Uma nova educação é possível?

Pré-Congresso Regionalde Educação Católica

Inscrições: www.aneceventos.org.br/precongresso

Associação Nacional de Educação Católica do BrasilEndereço: SCLN Quadra 102, Bloco C, Salas 102CEP: 70722-530, Brasília/DFTel.: 61 3533-5058 Fax: 61 3533-5070 www.anec.org.br | [email protected]

Centro-Oeste - Goiânia/GO16,17 e 18 de agosto de 2012

Teatro Madre Esperança Garrido

Sudeste e Sul - Curitiba/PR30, 31/08 e 1º de setembro de 2012

Colégio Marista Santa Maria

Norte - Belém/PA13, 14 e 15 de setembro de 2012

Colégio Gentil Bittencourt

Nordeste - Recife/PE18, 19 e 20 de outubro de 2012

Faculdade Frassinetti do Recife - FAFIRE

Locais e Datas:

C

M

Y

CM

MY

CY

CMY

K

anuncio_precongresso.pdf 1 28/05/2012 11:44

Page 81: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Treinamentos em Gestão Social

Inscrições e informaçõeswww.dialogosocial.com.br(11) [email protected]

Venha conhecer a estrutura da Diálogo Social!

Apoio:

Acesse o site pelo seu smartphone

Oficina Intensiva em Infância e Adolescência: Da teoria à práticaCarol Zanoti, Felipe Mello , Maria Iannarelli

Elaboração de projetos sociais e editais públicosMichel Freller

Técnicas artísticas para educadores e profissionais que lidam com crianças e adolescentesMara Paixão

Como escrever projetos para apresentação no SICONV:Treinamento práticoFernanda Lyra

Semana intensiva de captação de recursos: da teoria à práticaMarcelo Estraviz

Oficina Intensiva em Siconv:Gestão de convênios e repasse de recursos do Governo Federal para o Terceiro SetorFernanda Lyra, Rosana Pereira

Lei de incentivo ao esporte captação de recursos para projetos esportivosMichel Freller

Venda de produtos e serviços e outras formas de geração de renda para projetos sociaisDanilo Tiisel, Michel Freller

São Paulo - SP02 a 06 de julho

11 de julho

12 de julho

13 de julho

16 a 20 de julho

23 a 27 de julho

30 de julho

02 de agosto

anuncio_ds_2012.indd 1 20/06/12 13:07

Page 82: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Reflexão

80 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012

Prezados Irmãos e Irmãs,

Como temos insistido nos últimos

meses, a nossa ANEC existe para servir

a seus associados. Dentre nossos objeti-

vos institucionais, temos a função de re-

presentar politicamente a educação católi-

ca no Brasil, auxiliar as instituições de en-

sino e suas mantenedoras no trato admi-

nistrativo com as diversas instâncias do

Estado brasileiro, oferecer suporte peda-

gógico e de gestão que auxilie no contí-

nuo aprimoramento das escolas e institui-

ções de ensino superior e intermediar ne-

gociações com fornecedores de bens e ser-

viços, sempre buscando a otimização de

recursos e a qualidade da educação ofere-

cida aos nossos mais de 2,3 milhões de es-

tudantes em todo o Brasil, bem como pro-

vocar reflexões sobre o carisma e a mística

da educação católica no Brasil. Ou seja, a

ANEC existe por existir a educação católi-

ca. E sua função é ser a síntese da voz cole-

tiva, sempre presente e vigilante em defesa

dos interesses de suas associadas.

da própria educação católica. Para ser-

mos a voz presente, atenta e atuante

em defesa dos nossos interesses, pre-

cisamos contar com um suporte ad-

ministrativo e financeiro que dê conta

dos enormes desafios que diariamente

nos são apresentados.

Pedimos, pois, a ajuda de vocês:

atentem para as suas obrigações asso-

ciativas. Convidem outras instituições

católicas que ainda não estão filiadas

à ANEC a se juntarem a nós. E bus-

quem sempre manter acesa a chama

que nos criou. Como costuma dizer o

nosso Presidente, Pe. José Marinoni,

“a qualidade da educação que ofere-

cemos é o primeiro testemunho da fé

que professamos”.

A educação católica se faz forte no

Brasil na medida da força de suas insti-

tuições de ensino e na medida da força

de sua representação. E com uma educa-

ção católica forte, se fortalece a própria

Igreja Católica no Brasil!

Reunida em comunhão de prin-

cípios com a Conferência Nacional

dos Bispos do Brasil (CNBB) e com a

Conferência dos Religiosos do Brasil

(CRB), a ANEC é o somatório da expe-

riência, da tradição, da qualidade, da

credibilidade, da história, do respal-

do político e social de toda a educa-

ção católica no Brasil, não se restrin-

gindo à diretoria ou aos seus escritó-

rios. A ANEC somos todos nós, todas

as suas associadas. Nossa força coleti-

va, nossa atuação em prol do desenvol-

vimento do país, nossa presença nacio-

nal. Estamos em cerca de 900 municí-

pios brasileiros, com aproximadamen-

te 2 mil colégios, 150 instituições de

ensino superior e 430 entidades man-

tenedoras. Somos uma força enorme

que se materializa exatamente na me-

dida de nossa união.

No entanto, para a ANEC continuar

existindo e servindo a suas associadas

precisa, permanentemente, do apoio

Por uma educação católica forte

Daniel Cerqueira, Secretário-Executivo da ANEC

Page 83: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona
Page 84: Revista ANEC junho de 2012 :: Ano V :: N CoMo AjudAR Seu ... · Mural de notícias 6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012 Recursos para transporte e alimentação na zona

Revista ANEC

Revista infoRm

ativa educacional

No 19 :: An

o V :: jun

ho de 2012

junho de 2012 :: Ano V :: No 19

Pesquisadores da PuCRS pretendem desvendar como o sistema imune se altera ao longo do envelhecimento

entrevista com o presidente da Comissão de educação e Cultura da Câmara dos deputados, newton Lima neto (PT/SP), sobre as metas prioritárias da educação para este ano no Parlamento

Artigo: Brasil-Santa Sé. A subcomissão número um

CoMo AjudARSeu FILho nA eSCoLA

ISSN 2238-3093