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Revista ANEC
Revista infoRm
ativa educacional
No 19 :: An
o V :: jun
ho de 2012
junho de 2012 :: Ano V :: No 19
Pesquisadores da PuCRS pretendem desvendar como o sistema imune se altera ao longo do envelhecimento
entrevista com o presidente da Comissão de educação e Cultura da Câmara dos deputados, newton Lima neto (PT/SP), sobre as metas prioritárias da educação para este ano no Parlamento
Artigo: Brasil-Santa Sé. A subcomissão número um
CoMo AjudARSeu FILho nA eSCoLA
ISSN 2238-3093
Sumário
25
18
61
42
36
30
2 Palavra do diretor-Presidente
4 CUltUra
6 MUral de notÍCias
8 aConteCe
ARTIGOS
13 Brasil-santa sé
14 educar e evangelizar
16 Binômio inseparável: conhecimento e aprendizagem
17 a educação para a Cidadania
18 nova disciplina normativa e cuidados do empregador
22 tempos de analfabetismo afetivo
POLÍTICA
24 educação e profissionalização
25 educar
GESTÃO
26 Blindagem contra fraudes
28 levar quem gosta de ensinar até quem quer aprender
30 Comunicação on-line
32 a leitura de clássicos da literatura e o interesse dos alunos
34 educação para um mundo sustentávels
MATÉRIA DE CAPA
36 Como ajudar o seu filho na escola
EDuCAçÃO SuPERIOR
42 as alterações do sistema imune em idosos
44 Circo e universidade
46 Pindorama completa dez anos
48 Centro de reabilitação retoma atendimento à população
49 Milionésimo beneficiado pelo ProUni
50 Uma década de bons resultados
EDuCAçÃO BÁSICA
54 encontro das escolas Católicas reúne 600 educadores
56 a Casa da Cultura e dos esportes
58 estudante representa Brasil em evento da onU
61 Projeto irmãos da alegria
62 Bote Fé em Brasília
ESPECIAL
74 entrevista com o presidente da CeC
76 JMJ 2013: o Brasil em festa
69 educação em pauta
71 Mudanças no enade
74 serviÇos
76 Plano de aUla
80 reFleXÃo
DIRETORIA NACIONALDiretor-Presidente
Reitor Pe. José Marinoni, SDBDiretor 1º Vice-Presidente
Ir. Frederico Unterberger, FMSDiretora 2º Vice-Presidente
Ir. Mariluce Nilo Morcourt, SSDDiretora 1º Secretária
Irani RupoloDiretor 2º Secretário
Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MIDiretor 1º Tesoureiro
Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJDiretor 2º Tesoureiro
Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDBSecretário Executivo
Prof. Daniel Torres de Cerqueira
CONSELHO SUPERIORPresidente
Prof. Wolmir Therezio AmadoVice-Presidente
Dom Flávio Giovenale, SDBSecretário
Ir. Paulo Fossatti, FSC
CONSELHEIROSPe. Luiz Claudemir BotteonPe. João Júlio Farias Júnior Ir. Teresinha Maria De Sousa, MCProf. Francisco Angel Morales CanoIr. Clemente Ivo Juliatto, FMSIr. Maria Teresa Diniz
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DEEDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL
Palavra do Diretor-Presidente
Pe. José MarinoniDiretor-presidente da ANEC
IMPRESSÃOParque Gráfico da Editora FTDFone: 11 3545-8600
As ilustrações foram cedidas pelas instituições
ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL - ANECSCLN Quadra 102 - Bloco C - Sala 102CEP:70722-530 - Brasília-DFFone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3533-5070E-mail: [email protected]
Caros Irmãos e Caras Irmãs em Cristo!
Paz e Bem!
Passamos por um tempo de grandes desafios e grandes oportunidades.
Cada vez mais, a flexibilização moral da sociedade contemporânea se torna algo
preocupante e que nos obriga a uma tomada de posição. Por isso mesmo, é ne-
cessário que, no nosso tempo, a escola católica saiba afirmar-se de maneira efi-
caz, persuasiva e atual. Não se trata de pura adaptação, mas de impulso missio-
nário: é dever fundamental da evangelização ir até onde está o homem para que
acolha o dom da salvação.
A declaração sobre educação cristã – Gravissimum Educationis, em outubro
de 1965, considera “a educação como extremamente importante na vida do ho-
mem e reconhece como suas influências têm se tornado cada vez mais signifi-
cativas para o progresso social, ao longo dos tempos, evidenciando a gravíssima
importância da educação na vida do ser humano e seu reflexo cada vez maior
no progresso social do nosso tempo”. Ainda mais explícito nesse sentido é o
Proêmio do referido documento, quando afirma que:
[...] “a Igreja Católica insiste na importância da educação integral e de quali-
dade e no direito que ela tem de atuar, com toda a liberdade e apoio do Estado,
no campo da educação, domínio fundamental para o trabalho de evangelização
e de promoção da liberdade e da dignidade de pessoa humana”.
No mesmo sentido, o texto final da V Conferência Geral do Episcopado La-
tino-Americano e do Caribe, conhecido como “Documento de Aparecida”, afir-
ma que “a escola católica é chamada a uma profunda renovação. Devemos res-
gatar a identidade católica de nossos centros educacionais por meio de um im-
pulso missionário corajoso e audaz, de modo que chegue a ser uma opção pro-
fética plasmada em uma pastoral da educação participativa. Tais projetos devem
promover a formação integral da pessoa, tendo seu fundamento em Cristo, com
identidade eclesial e cultural, e com excelência acadêmica. Há de gerar solida-
riedade e caridade para com os mais pobres”.
Afinal, o tema “educação” na Igreja é tão antigo quanto à própria Igreja, que
recebeu de seu Mestre o mandato: “Ide e ensinai a todas as gentes...”. Este man-
dato engloba e pressupõe o desenvolvimento integral da pessoa humana; é da
pessoa humana, em seu todo, que a Igreja deve ocupar-se. Somente assim, fare-
mos a diferença na vida das pessoas.
DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃOLuciene Lopes PereiraNelismar de SouzaWillian Ribeiro
JORNALISTASLana CanepaPablo Mundim
Rua Bela Cintra, 178, Cerqueira CésarSão Paulo/SP - CEP 01415-000
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ISSN 2238-3093
2 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Dirigido por Mara Mourão, o documentário Quem se
importa é definido como mais que um filme, e sim
um movimento. A ideia é inspirar pessoas a serem
transformadoras por meio das histórias de vida de 18
empreendedores sociais do Brasil e do mundo.
Entre os personagens retratados está o bengalês Muhammad
Yunus, vencedor do Prêmio Nobel da Paz em 2006. Yunus criou o
Greemen Bank há cerca de 30 anos, com o objetivo de promover
autonomia à população miserável da região. Conhecido como
o “banco dos pobres”, o Grameen Bank foi a primeira instituição
financeira no mundo especializada em microcrédito. Ela hoje
possui filiais em 44 países, inclusive no Brasil. Um dos brasileiros
apresentados é Joaquim Melo, criador do Banco Palmas. Para ele,
“não existe território pobre, o que existe é a perda de poupanças
locais”. Então, nada mais justo que incentivar o comércio legal
e estimular o dinheiro a não sair do próprio bairro. Melo criou, Informaçõeswww.quemseimporta.com.br
então, uma moeda própria, a “Palmas”, aceita hoje até mesmo pelo
Banco Central.
O site do documentário tem uma área especialmente dedicada
às escolas. Dirigido a jovens, educadores sociais e professores, o
projeto educativo do longa metragem abre um amplo debate
sobre ética, cidadania, afeto, cuidado e os potenciais de todos de
promover mudanças locais e globais. No site, é possível fazer o
download de um guia exclusivo para debater o filme.
“Quem se importa é um filme sobre empreendedores sociais ao
redor do mundo. Pessoas brilhantes com ideias inovadoras, que
apontam novos caminhos e um olhar ético nos vários campos
em que atuam”, diz Mara Mourão, diretora do longa, que está em
cartaz em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Londrina.
Quem se importa
4 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Cultura
InformaçõesExposição Planeta InsetoOnde: Museu do Instituto Biológico – www.biologico.sp.gov.br/museu.php Endereço: Rua Amâncio de Carvalho, 546, Vila Mariana – São PauloDe terça a domingo, das 9h às 16h.
A exposição Planeta Inseto, que
está no museu do Instituto
Biológico, mostra a importân-
cia desses organismos na vida
humana. A mostra retrata os diversos
aspectos sobre os insetos, de forma
interativa, e sensibiliza o público para sua
importância na sustentabilidade ambi-
ental, produção de alimentos e saúde
pública.
A exposição também demonstra quais
são os povos que utilizam insetos como
fonte de alimento, e quais os treinam para
competirem em campeonatos de lutas. O
visitante poderá ver de perto as abelhas
produzindo o mel, lagartas produzindo
o fio da seda, formigas trabalhando de
forma organizada, cupins reciclando ma-
terial orgânico, entre outras atrações.
O projeto é coordenado pelo Instituto
Biológico (IB-APTA), órgão da Secretaria
da Agricultura e Abastecimento do Estado
de São Paulo, tendo como parceiros
a Secretaria da Cultura e o Catavento
Cultural e Educacional.
Exposição Planeta Inseto – Museu do Instituto Biológico
Abelha na flor do maracujá
Percevejo sendo predado por outro percevejo
João Justi Junior
Fabi
ano
F. Al
bert
oni
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 5
Mural de notícias
6 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Recursos para transporte e alimentação na zona rural
Alunos que vão para o ensino médio permanecem no fundamental A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios
(Pnad), realizada em 2009 pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que
31,09% dos estudantes do país que avançaram
para o ensino médio ainda permanecem no
fundamental. De acordo com os dados, 50,9%
dos jovens com idade entre 15 e 17 anos
estudam no ensino médio, o que é totalmente
compatível com a faixa etária. A situação é pior
nas regiões Norte e Nordeste, já que de cada
dez estudantes, apenas quatro estão na faixa de
ensino de acordo com a idade correta. Já 0,7%
concluiu ou está em processo de vestibular,
0,2% ainda cursa a etapa básica de alfabetização
e 1,2%, estão no Programa de Alfabetização
de Adultos na etapa fundamental. O objetivo
do Programa Todos Pela Educação é que
toda criança de 4 a 17 anos esteja na escola.
Entretanto, segundo a pesquisa, atualmente
14,8% das crianças estão fora da escola.
www.todospelaeducacao.org.br
Descredenciamento da Universidade São MarcosFoi publicada no Diário Oficial da União, no
dia 26 de março, a resolução do Ministério da
Educação para descredenciar a Universidade São
Marcos de São Paulo após terem sido verificadas
diversas irregularidades administrativas que
comprometeram o funcionamento da iInstituição.
Dentre os problemas encontrados estão a falta
de recredenciamento, descumprimento de
medida cautelar e inviabilidade financeira. De
acordo com a norma do MEC, a São Marcos será
responsável por todo o acervo acadêmico e
pelo kit de transferência do aluno de graduação
e pós-graduação, incluindo estudantes que
estavam com a matrícula trancada. Além das
determinações acima, a instituição tem prazo
de até 10 dias para criar uma comissão que
fique responsável pela transferência dos
alunos para outras universidades, entrega de
documentação e comunicado em jornais de
grande circulação, informando onde será feito
o atendimento ao estudante.
www.mec.gov.br
Polêmica sobre material escolar de combate à homofobiaO Projeto de Lei de autoria do vereador Carlos
Bolsonaro (PP-RJ), que sugere a proibição
da distribuição de materiais didáticos nas
escolas da Rede Municipal do Rio de Janeiro
que contenham informações sobre a prática
da homoafetividade ou qualquer assunto
correlacionado foi aprovado em 1ª instância
por 21 votos a favor e 9 contra. Os vereadores
foram pressionados a votarem contra o projeto
por entidades e defensores dos direitos de gays,
lésbicas, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTT)
em 2ª Instância. O deputado federal Jean Wylliys
(PSOL) enviou ofício ao prefeito do Rio de Janeiro,
Eduardo Paes, pedindo pronunciamento público
e o compromisso de vetá-lo, caso seja de fato
aprovado. Em último estudo divulgado em 2009
pelo Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), de
uma amostra de 18,5 mil pessoas entrevistadas,
entre estudantes, pais, diretores, professores e
funcionários das escolas, 87,3% afirmaram ter
preconceito quanto à orientação sexual.
www.agenciabrasil.gov.br
Já está disponível para as Secretarias Estaduais e Municipais de Educação
a primeira de nove parcelas do Programa Nacional de Apoio ao Transporte
do Escolar (Pnate), no valor de R$ 42.964.531,28 para estudante do
ensino básico, residentes na zona rural. Este recurso deverá ser utilizado
para quitar despesas com a reforma, seguros, licenciamento, impostos e
taxas, serviços de mecânica, elétrica e funilaria, recuperação de assentos,
combustível e lubrificantes de veículo ou de embarcação utilizada para
o transporte de alunos. Para a merenda escolar, o Programa Nacional
de Alimentação Escolar (Pnae) também já liberou R$ 268.899.924,00
referentes à segunda parcela para as Secretarias de Educação dos
Estados, municípios e do Distrito Federal. O cálculo para o repasse da
verba tem como base R$ 0,30 por dia para alunos da pré-escola, ensinos
fundamental e médio e Educação de Jovens e Adultos. Para creches e
estudantes indígenas, a base segue R$ 0,60 e para o período integral do
Programa Mais Educação, R$ 0,90 por dia para cada aluno.
www.mec.gov.br
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 7
Aumento nas bolsas de pós-graduação da CapesO Ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
anunciou que haverá reajuste no valor das bolsas
de Estudos, da Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes). Segundo
Mercadante, há uma diferença que precisa ser
corrigida "o mais rápido possível". Apesar do
anúncio, não foi informado qual será o percentual
de aumento e nem quando entrará em vigor a
nova medida. Desde 2008, o valor do benefício
permanecia o mesmo, e na atual gestão o
repasse é de R$ 1,3 mil para bolsa de mestrado
e R$ 1,8 mil para doutorado. Desde o início de
2011, a Associação Nacional de Pós-Graduandos
(ANPG) reivindica correção de 40%, com base
em estudo de demanda e com o reajuste da
inflação, segundo Elisangela Lizard, presidente
da instituição. A Capes atende hoje cerca de 71
mil bolsistas.
www.agenciabrasil.gov.br
Experimentos desnecessários com animais vivosAs Faculdades Unipam (Centro Universitário de
Patos de Minas) e Facisa (Faculdade de Ciências
da Saúde), de Unaí, receberam petição do
Ministério Público Federal de Minas Gerais para
que paralisem os estudos científicos utilizando
animais vivos e saudáveis. A recomendação do
MPF é com base na lei nº 9.605/98, que “torna
crime qualquer ato de abuso ou maus tratos, ferir
ou mutilar animais vivos durante experimentos
científicos”, explica o Procurador da República
Onésio Amaral. Segundo o Ministério Público,
já existem outros métodos mais avançados
utilizados atualmente por diversas instituições no
Brasil e em muitos países, fato esse que fortalece
o pedido de encerramento de atividades
obsoletas de pesquisa com animais vivos. A pena
para quem descumprir a lei prevê de três meses a
um ano de reclusão, podendo chegar a 16 meses,
no caso de morte do animal.
www.mp.mg.gov.br
USP avalia alterações nas regras de pós-graduaçãoPrincipal referência e formadora de pós-graduados
do Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) estuda
mudanças no processo de avaliação de mestrados
e doutorados. “A proposta da Comissão de Pós-
graduação visa melhorar a avaliação dos alunos
e dos próprios programas”, explica o pró-reitor de
pós-graduação, Vahan Agopyan. A comissão dos
estudantes não está de acordo com a medida, e
pleiteia mais discussões sobre o assunto. O texto
estabelece que o aluno passe por uma avaliação
até um ano e meio após o início do curso. Isso
permite saber com antecedência se o aluno tem
vocação para a pesquisa, mas cada curso decidirá
se irá manter o exame inicial, explica a reitoria. Já
para a representação estudantil, a USP quer acelerar
o processo de finalização de cursos pelos alunos,
elevando artificialmente a produtividade, numa
visão internacional.
www.usp.br
Brasileiro lê poucoA pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, desenvolvida pelo Instituto Pró-Livro,
revela que aproximadamente 50% das 5 mil pessoas entrevistadas em mais
de 315 municípios do país são consideradas leitoras. O resultado foi baseado
em um dos critérios da pesquisa, que consiste em cada pessoa ter lido pelo
menos um livro nos últimos três meses. Dentre todos os entrevistados, 64%
concordaram com a afirmação "ler bastante pode fazer uma pessoa vencer
na vida e melhorar sua situação econômica”. Já 30% responderam não gostar
de ler, 37% leem um pouco e 25% gostam muito de ler. Entretanto, 21%
preferem outras atividades, e 53% relacionaram o desinteresse pela leitura à
“falta de tempo”.
www.agenciabrasil.gov.br
Reforma educacional de Nova York será modelo para o BrasilCom referência à reforma educacional de Nova York, em 2002, um projeto
piloto que acrescenta à escola um coordenador para auxiliar os pais de alunos
e tutores e professores em sala de aula será ampliado e chegará ao Rio de
Janeiro e ao Espírito Santo. O Programa Excelência em Gestão Educacional
será utilizado em cerca de 1.140 instituições de ensino da rede pública,
resultado da parceria da Fundação Itaú Social com prefeituras e governos. Em
São Paulo, primeira cidade a receber o programa, dez escolas da região leste
receberam, durante três anos, o auxílio de tutores e coordenadores de pais. A
Fundação Itaú Social ainda está avaliando o resultado final do projeto em São
Paulo, que termina este ano e está orientando a Secretaria de Educação para
que possa dar continuidade ao projeto em outros municípios.
www.fundacaoitausocial.org.br
Acontece
8 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Em entrevista à ANEC, o doutor na
área de Sistemas de Informação da
Pontifícia Universidade do Rio Grande
do Sul (PUCRS), professor Jorge Audy,
falou sobre o 3° Fórum das Instituições de Ensino
Superior (IES) Católicas do Brasil, realizado pela
associação no mês de maio.
Um dos convidados a participar do evento
realizado em Campo Grande (MS), o especialista
detalha o projeto que foi base de exposição
durante o Fórum. “A Rede InovaPUC congrega
o conjunto de atores, ações e mecanismos
institucionais relativos ao processo de inovação
e empreendedorismo na PUCRS. Seu objetivo
é promover este processo na universidade,
articulando, para tal, os atores envolvidos nas
ações de ensino, pesquisa e extensão. O foco da
atuação da instituição por meio da InovaPUC
é promover um esforço multidisciplinar para
buscar soluções e oferecer respostas às demandas
da sociedade em termos de desenvolvimento
econômico, ambiental, social e cultural.
Desta forma, a relação entre a universidade
e a sociedade ocorre em dois sentidos: tanto
problemas identificados na sociedade podem dar
origem ao desenvolvimento de pesquisas, quanto
os resultados e conhecimentos já disponíveis na
universidade podem ser aplicados na solução de
Jorge Audy fala com a ANEC sobre experiências inovadorasproblemas existentes”, conta.
Quando perguntado sobre quais inovações
podem surgir como consequência do projeto, o
professor é enfático: “Ao longo dos últimos anos,
diversas ideias geradas no contexto do Fórum
InovaPUC, por meio dos agentes de inovação,
deram origem a novos projetos, setores e ações da
universidade, como, por exemplo, a Certificação
Adicional na Graduação, a criação do Núcleo
Empreendedor e do Núcleo de Apoio à Gestão da
Inovação (NAGI) na Faculdade de Administração, a
construção de um hotel no campus universitário,
a criação de uma agência de empreendimento na
pró-reitoria de administração, etc.”
Antes de encerrar a entrevista, o professor
gaúcho destacou a importância dos educadores
e gestores buscarem novidades em eventos
como o Fórum realizado pela ANEC. “A troca
de experiências e as oportunidades de
estabelecimentos de contatos e redes entre as
IES comunitárias e confessionais me parece um
papel central que a ANEC busca propiciar por
meio destes eventos. O conhecimento e o diálogo
entre nossas IES são elementos fundamentais para
crescermos como segmento, qualificando ações
e projetos institucionais e angariando com isto
maior reconhecimento tanto da sociedade quanto
do Governo”, finaliza.
Professor Jorge Audy, Doutor na área de Sistemas de Informação da PUCRS
ANEC promove encontro sobre saúde pública e bioética no ESEducadores de escolas, instituições de
ensino superior e projetos de educação
popular ligados à Igreja Católica, assim
como educadores de instituições públicas
e privadas de ensino do Estado do Espírito
Santo, participaram no mês de março de um
encontro de reflexão sobre a saúde pública e
a bioética.
O evento, realizado pela ANEC no Teatro
Marista de Vila Velha, contou com a
participação do especialista em Bioética no
Brasil e diretor geral da Congregação dos
Camilianos no Brasil, Pe. Léo Pessini.
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 9
ANEC entrevista Gildásio Mendes sobre Fórum em MS
ANEC – Como elas podem colaborar com o ensino?Pe. Gildásio Mendes – As redes sociais têm muito
a colaborar com o ensino e também com a pesqui-
sa e a extensão. Um grupo de alunos do curso de
Administração da Universidade Luterana do Brasil
realizou um estudo e identificou que estudantes
utilizam as redes sociais primeiramente para di-
versão e lazer; segundo para estudar e pesquisar.
O Departamento Darthmouth da Universidade de
Massachussets, nos Estados Unidos, em uma pes-
quisa entre 2007 e 2008 revelou que 61% dos que
responderam ao estudo usam as redes sociais para
pesquisar e estudar.
Em 2007, o British Council, em outro estudo, inti-
tulado “Ensinando e aprendendo através das redes
sociais”, concluiu que, em países como a China, es-
tudantes têm mais acesso à informação pelas redes
sociais que em sala de aula e que aprendem muito
mais durante buscas e partilhando entre colegas
estudantes do que com o professor na sala de aula.
Imagino, por exemplo, as IES presenteando seus
alunos com um Ipad e, junto a eles, estabelecendo
orientações e normas para o uso destes instrumen-
tos em sala de aula; professores acompanhando e
participando de grupos de pesquisas com seus alu-
nos e fortalecendo em rede projetos de pesquisas
com outras IES, no Brasil e outras nações, utilizando
as redes sociais para estrategicamente organizar e
distribuir o conhecimento, gerando patentes e atu-
ando no mercado competitivo das empresas, ou
introduzindo nos currículos dos cursos o uso das
redes sociais para a busca do conhecimento.
ANEC – Qual a importância dos educadores e gestores buscarem novas experiências em even-tos como este, promovido pela ANEC?Pe. Gildásio Mendes – A ANEC tem oferecido,
nestes últimos quatro anos, eventos de qualidade.
Participei de alguns deles, marcados pela compe-
tência dos conferencistas, pela organização e atu-
alidade das temáticas. Por meio de seus eventos, a
associação tem contribuído com a integração en-
tre o universo acadêmico e a inovação, por meio da
pesquisa, do empreendedorismo na gestão das IES
e da importância da organização política da ANEC,
tanto internamente quanto na sua representati-
vidade diante do Ministério da Educação (MEC) e
outros órgãos nacionais de educação.
O 3° Fórum das Instituições de Ensino Su-perior (IES) Católicas do Brasil foi reali-zado pela ANEC, em parceria com a Uni-
versidade Católica Dom Bosco (UCDB), nos dias 10 e 11 de maio em Campo Grande (MS).
Esperado por muitos, o evento reuniu experi-ências inovadoras aplicadas nas instituições de ensino católicas e que podem servir de mode-lo. As apresentações foram feitas por reitores e especialistas dos mais diversos segmentos durante palestras. Entre os convidados esteve o filósofo, mestre e doutor em Comunicação pelo Department of Communication da Wayne State University (EUA), Pe. Gildásio Mendes.
Membro da International Communication Asso-ciation (ICA), da The Society for the Psychological Study of Social Issues (SOSSI), National Communi-cation Association (NCA) e da Congregação Salesia-na de Dom Bosco (SDB), ele falou sobre o Fórum e o tema da palestra em entrevista à ANEC.
ANEC – Qual o efeito das redes sociais na educa-ção superior?Pe. Gildásio Mendes – Imaginemos um estudan-
te universitário de 19 anos que tem uma rede de
amigos e estudantes nas mídias sociais. Ele passa
grande parte do seu tempo conectado, se rela-
cionando com as pessoas, buscando informações
para seus estudos e sua carreira profissional, escu-
tando música, seguindo seus colegas no Twitter, no
Facebook, Orkut e MSN. Não é normal que queira
também aprender e aplicar os seus conhecimentos
dentro deste mundo conectado que respira e vive
diariamente?
O Brasil está entre os países líderes mundiais no uso
da internet e redes sociais. Segundo pesquisas fei-
tas pelo Ibope/Nielsen, somos 78 milhões (a partir
de 16 anos – setembro/2011) de internautas. E este
número cresce cada vez mais.
É verdade que no Brasil o uso das redes sociais na
educação está na sua fase inicial. O impacto ainda
é pequeno considerando os Estados Unidos, China
e Índia. Penso que todos nós, que estamos nas IES,
devemos nos perguntar que tipo de universidade,
centro universitário ou faculdade estamos prepa-
rando para as novas gerações que pensam, escre-
vem, trabalham e se relacionam com a mentalida-
de de rede e de mundo digital.
Acontece
10 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
ANEC e Arquidiocese preparam passagem da Cruz Peregrina no DFO secretário-executivo da ANEC, Daniel Cerqueira, participou de reunião
no dia 27 de março, na sede da Associação Nacional de Educação
Católica do Brasil, com o vigário geral da Arquidiocese de Brasília, Pe.
George de Alburquerque, e o Pe. João Firmino, também representante da
Arquidiocese local.
O encontro selou a parceria entre a ANEC e a Arquidiocese quanto aos
preparativos para a passagem da Cruz Peregrina e do ícone de Nossa Senhora
em Brasília, programada para 12 e 13 de maio deste ano. A peregrinação dos
ícones faz parte da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio 2013.
Outro encontro foi realizado com a participação de diretores de escolas
católicas do DF, dirigentes de instituições de educação superior (IES),
presidentes de entidades mantenedoras, diretores de obras sociais,
coordenadores de pastoral e de catequese. O evento foi será realizado no
Colégio Marista João Paulo II.
Além do secretário Cerqueira, participaram do encontro os secretários da
Câmara de Mantenedoras da ANEC, Guinartt Diniz, da Câmara de Educação
Básica, Janaina Paim, e da Câmara de Ensino Superior, Francine Junqueira. Reunião com o vigário geral da Arquidiocese de Brasília, Pe. George de Alburquerque, e com o Pe. João Firmino
Seminário da ANEC reúne especialistas em RecifeO estado de Pernambuco foi sede do seminário “Gestão de mantenedoras” no mês de março. Realizado
pela ANEC, reuniu cerca de 120 participantes em torno dos paradigmas e observâncias jurídicas nos
processos de renovação do Certificado das Entidades.
Especialistas renomados do segmento, como o advogado e membro honorário da União Brasileira dos
Canonistas Hugo Sarubbi de Oliveira, o advogado e mestre em Politicas Públicas Dyogo Batista Patriota, e
o advogado e contador Napoleão Alves Coelho, estiveram presentes.
O encontro em Recife apresentou um ciclo de palestras sobre o tema, que a ANEC também levou para
outros estados: São Paulo (13 de março), Minas Gerais (14 de março) e Rio Grande do Sul (16 de março).
ANEC realiza reunião para discutir Jogos Escolares Católicos 2012Em 29 de março, a ANEC realizou, em Belém
(PA), uma reunião com profissionais da área
de educação física das escolas católicas. O
encontro, no escritório de representação
da associação na região, teve como pauta o
projeto esportivo para a realização dos Jogos
Escolares Católicos 2012.
De acordo com a coordenadora da ANEC
no Pará, Viviane Leal, algumas providências
já estão sendo tomadas na elaboração do
projeto. “Elas visam sempre cultivar os valores
humanos nas ações esportivas, como cortesia,
disciplina, solidariedade, respeito, organização
e espiritualidade”, explica.
A equipe organizadora dos Jogos Escolares
Católicos voltará a se reunir.
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 11
ANEC e Assembleia Legislativa do RS realizam grande expedienteO tema “Fraternidade e a saúde pública – que a
saúde se difunda sobre a Terra” foi pauta do grande
expediente realizado na Assembleia Legislativa
do Rio Grande do Sul no dia 4 de abril. O discurso,
realizado pelo deputado estadual Miki Breier (PSB),
é fruto da parceria entre a Assembleia, por meio da
Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH),
e a ANEC.
Segundo o pronunciamento na tribuna, a questão
abordada vem ao encontro do tema da Campanha
da Fraternidade 2012: Fraternidade e saúde pública.
Na ocasião, o parlamentar explicou que a parceria
entre a CCDH e a ANEC originou dois projetos:
Parceria Assembleia/Escola, mais abrangente e que
denota relacionamento ideológico; e o Curta Saúde
na Educação, envolvendo a Escola do Legislativo
com a proposta de anualmente contribuir na
discussão dos temas propostos pela Campanha da
Fraternidade, além de sugerir que sejam realizadas
atividades práticas de síntese e reflexiva sobre
a campanha nas escolas.
O deputado afirmou que a Assembleia Legislativa,
por meio da CCDH, percebeu, no trabalho instituído
pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
(CNBB) e ANEC, uma opção materializada, bem
constituída para, em forma de parceria, poder
estabelecer, alastrar e difundir uma visão sobre
sociedade que perceba a saúde pública como
um direito humano. “O intuito é instituir, de forma
eficaz, a parceria entre a CCDH e a ANEC no projeto,
que objetiva, fundamentalmente, apurar a sintonia
entre o Poder Legislativo e as entidades, escolas
públicas ou particulares e órgãos públicos em nível
municipal ou estadual, que tratem da complexa
realidade da educação”, explica.
Ainda segundo Breier, “a metodologia proposta no
Curta Saúde na Educação possibilita a participação
do jovem e das escolas, estabelecendo uma relação
que não quer ser sazonal ou episódica entre
aqueles que têm a incumbência de legislar e o setor
responsável, via conhecimento, pelo desvelamento
da verdade das coisas e fatos – o setor da
Educação”, enfatiza.
Ao final do pronunciamento, foi interpretado
o hino da Campanha da Fraternidade 2012 pelos
professores Cesar Ritter e Fabiano Truccolo,
dos Institutos São Francisco e La Salle Dores,
respectivamente.
Estiveram presentes no Plenário durante o grande
expediente o secretário adjunto de Estado da
Saúde, Elemar Sand; o arcebispo metropolitano
dom Dadeus Grings; o representante da CNBB,
padre Ademar Agostinho Sauthier; o promotor
de Justiça e coordenador do Centro de Apoio de
Direitos Humanos, Alceu Schoeller de Moraes; o
secretário da Associação Nacional de Educação
Católica do Brasil no Rio Grande do Sul, Harlei
Antônio Noro; e a presidente da União dos
Dirigentes Municipais de Educação do Rio Grande
do Sul, Márcia Adriana de Carvalho.
Secretário da ANEC participa de Encontro Nacional da RSEBrasília foi sede do X Encontro Nacional de Rede
Salesiana de Escolas (ENARSE) realizado no dia
28 de março. O evento reuniu 200 pessoas, entre
especialistas, educadores e diretores de 119
escolas da Rede Salesiana (RSE). O Secretário-
Executivo da ANEC, Daniel Torres de Cerqueira,
participou do encontro.
“A Rede Salesiana de Escolas é hoje a maior e uma
das mais importantes redes de escolas católicas do
nosso país. Além disso, para a ANEC, a RSE é um
dos parceiros mais importantes, não só pelo fato de
termos dois diretores salesianos, Pe. Pessinati e Pe.
José Marinoni, mas principalmente pelo enorme e
incondicional apoio que a RSE sempre nos ofereceu”,
afirma Cerqueira, durante a abertura do evento.
Ainda segundo o secretário executivo, a educação
católica se faz forte no Brasil na medida da força
de suas instituições de ensino, “assim como na
medida da força de sua representação. E com uma
educação católica forte, naturalmente fortalece-se
a própria Igreja Católica no Brasil”, conta.
A mesa de abertura também contou com a
presença da madre geral do Instituto das Filhas
de Maria Auxiliadora, Irmã Yvonne Reungoat; o
presidente da Cisbrasil e da Rede Salesiana Brasil,
Pe. Nilson Faria dos Santos; a presidente da CIB e
vice-presidente da Rede Salesiana Brasil, Irmã Rosa
Idália Pesca; e os diretores executivos da Rede
Salesiana de Escolas, Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti e
Irmã Ivanette Duncan de Miranda.
Diretor executivo da Rede Salesiana de Escolas, Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, e o secretário executivo da ANEC, Daniel Torres de Cerqueira
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 13
Artigo
Com o objetivo de colocar em prá-
tica o acordo Brasil–Santa Sé, cria-
ram-se uma comissão geral e vá-
rias subcomissões, sendo que
cada subcomissão ficou encarregada de
parte do acordo.
Dom Odilo Scherer recebeu a incum-
bência de presidir a subcomissão nº 1,
que trata dos artigos 3º, 5º e 15º. Além
do presidente, a integram a irmã Maria
Tereza Diniz, de Brasília; Guinartt Diniz
(secretário da Câmara de Mantenedoras
da ANEC), de Brasília; dr. Paulo Leão,
do Rio de Janeiro; dr. Hugo Cisneros,
de Brasília; dr. Leandro Machado, de
São Paulo; dr. Sérgio Monello, de São
Paulo; e Edson Luiz Sampel (professor
da Escola Dominicana de Teologia).
O grupo se reuniu no dia 7 de
dezembro de 2011, no Seminário de
Teologia Bom Pastor. Desse ditoso e fra-
ternal encontro foi preparado um rela-
tório com propostas concretas que vi-
sam a orientar os organismos (eclesiás-
ticos e estatais) responsáveis pela im-
plementação do pacto ultimado entre o
Brasil e a Santa Sé.
Nos termos das recomendações do
presidente da subcomissão nº 1, comu-
nicadas em carta datada de 2 de novem-
bro do ano passado, a equipe teve qua-
tro objetivos: 1) levantamento daqui-
lo que já existe no ordenamento jurídi-
co e administrativo (civil e canônico);
2) levantamento dos previsíveis casos,
nos quais esses artigos são aplicáveis;
3) levantamento das dificuldades já en-
contradas, ou presumíveis, na aplicação
diversas dioceses vizinhas, conforme
as circunstâncias de pessoas e de luga-
res, e para se estimularem as relações
dos bispos diocesanos, as Igrejas parti-
culares mais próximas sejam compostas
em províncias eclesiásticas, delimitadas
territorialmente”.
C) ArquIdIoCEsE E dIoCEsE Pode-se dizer, cum grano salis, que a dio-
cese é o gênero do qual a arquidiocese é
a única espécie. Ou, em outras palavras, a
arquidiocese também é uma diocese ou
Igreja particular. Assim, por exemplo,
afirma-se que no município de São Paulo
há cinco dioceses: 1) Arquidiocese de
São Paulo; 2) Diocese de Santo Amaro;
3) Diocese de Campo Limpo; 4) Diocese
de São Miguel Paulista; e 5) Diocese de
Osasco (parte dela).
Preceitua o cânon 369: “A diocese é
uma porção do povo de Deus confiada
ao pastoreio do bispo, com a colaboração
do presbitério, de modo tal que, unin-
do-se ela a seu pastor e, pelo evangelho
e pela eucaristia, congregada pelo bispo
no Espírito Santo, constitui uma Igreja
particular, na qual está verdadeiramen-
te presente e operante a Igreja de Cristo,
una, santa, católica e apostólica”.
desses artigos do acordo; 4) propor su-
gestões para a implementação do acordo
e para a superação das eventuais dificul-
dades no tocante a esses artigos.
Vamos conhecer, nas próximas refle-
xões, as instituições canônicas apontadas
no artigo 3º, que gozam de personalida-
de jurídica reconhecida pelo Estado.
A) ConfErênCIA EpIsCopAlÉ uma espécie de confederação dos bis-
pos. Com efeito, reza o cânon 447: “A
conferência dos bispos, instituto perma-
nente, é a união dos bispos de uma na-
ção ou de certo território que exercem
conjuntamente funções pastorais em fa-
vor dos fiéis, a fim de promover o bem
que a Igreja provê aos homens, princi-
palmente através de formas de aposto-
lado devidamente adaptadas às circuns-
tâncias de tempo e de lugar, conforme
o direito”.
B) provínCIA EClEsIástICADá-se aqui um tipo de ajuste entre as
Igrejas particulares ou dioceses seme-
lhante ao que se denomina de “região
metropolitana” com referência aos mu-
nicípios. Estatui o cânon 431: “Para se
promover a ação pastoral comum de
Brasil-santa sé
por Edson luiz sampel, Professor da EDT
A subcomissão número um
A diocese é o gênero, do qual a arquidiocese é a única espécie. Ou, em outras palavras, a arquidiocese também é uma diocese ou Igreja particular
14 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Artigo
O ensino religioso é reconhecido na
legislação brasileira como uma
disciplina da área do conheci-
mento e que tem como objeto o
fenômeno religioso. No entanto, nas ins-
tituições católicas de ensino, muitas ve-
zes há pouca compreensão sobre as dife-
renças entre esta disciplina e a catequese.
A Igreja Católica, tanto em âmbito mun-
dial quanto nacional, tem tratado a questão
em diversos documentos e é com base ne-
les que pretendemos fomentar uma refle-
xão que auxilie o trabalho de professores e
coordenadores das escolas católicas.
A Educação é um tema central para a
Igreja Católica, que o considerou em docu-
mentos resultantes do Concílio Vaticano II
e das conferências episcopais latino-ameri-
canas de Medellín (1968), Puebla (1979),
Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007).
Em todos eles, a preocupação da Igreja é
com a formação integral do ser humano
e com o respeito à liberdade religiosa. Nos
textos, a escola católica aparece como res-
ponsável por ajudar a desenvolver a educa-
ção da fé. Entretanto, quando se faz referên-
cia ao ensino religioso, é tratado como ensi-
no da religião, pastoral educacional, educa-
ção pastoral, educação religiosa escolar, etc.
A diversidade de termos permitiu que, ao
Educar e evangelizar
Por Antonio Boeing, Gerente de Pastoral da RSE
As diferenças entre ensino religioso e catequese
O ensino religioso escolar é uma disciplina com as mesmas exigências das outras e deve ser ministrado com o mesmo rigor
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 15
longo da história, houvesse uma interpreta-
ção dúbia quanto à natureza, conteúdo, ob-
jetivos e identidade do ensino religioso que
é ministrado na escola.
Em nosso país, também a Conferência
Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sem-
pre tratou a Educação como uma questão
fundamental para a Igreja Católica. Desde
sua instalação até os dias atuais, tem dedi-
cado tempo e espaço para a Educação em
geral – e para a Educação católica mais es-
pecificamente – em seus debates e docu-
mentos, e manifesta preocupação constan-
te com o ensino religioso, exercendo sobre
ele grande influência.
No caso dos documentos emitidos pela
CNBB, fica mais claro o posicionamento da
Igreja Católica de diferenciação entre o en-
sino religioso e a catequese. O primeiro é
considerado parte integrante de uma área
do conhecimento e deve ser ministrado
com respeito à diversidade cultural e reli-
giosa do povo brasileiro e de acordo com
a legislação nacional. Essa concepção vem
se fortalecendo ao longo dos anos e está ex-
pressa em diversos documentos, entre eles
o Documento da CNBB 47, “Educação,
Igreja e sociedade”, no qual a conferência
preocupou-se com a identidade do ensi-
no religioso, seus objetivos, métodos e re-
lações com as demais disciplinas. No texto,
afirma-se que “O ensino religioso escolar
visa a educação plena do aluno, a formação
de valores fundamentais através da busca
do transcendente e da descoberta do sen-
tido mais profundo da existência humana,
levando em conta a visão religiosa do edu-
cando. O ensino religioso deve encaminhar
os alunos para a respectiva comunidade de
fé, onde, nas Igrejas cristãs, se dá a evan-
gelização, através da catequese, da celebra-
ção, da prática e da vivência religiosas”.
Nossa compreensão, com base nessa
reflexão histórica, é de que a relação entre
o ensino religioso na escola e a cateque-
se é de distinção e complementaridade.
O ensino religioso penetra no âmbito da
cultura e nas relações com outras formas
do saber; faz parte do saber veiculado na
educação pelas diferentes disciplinas cur-
riculares e colabora para a aquisição das
diferentes formas de conhecimento do
universo cultural que o aluno é capaz de
interiorizar e aprender.
O ensino religioso escolar é uma dis-
ciplina com as mesmas exigências das ou-
tras, e deve ser ministrado com o mesmo
rigor. Não se situa como um acessório na
escola, e precisa fazer o diálogo interdisci-
plinar no mesmo patamar das demais dis-
ciplinas curriculares que buscam a forma-
ção da personalidade do aluno. Com isso,
o ensino, mediante o diálogo interdisci-
plinar, desenvolve e completa a ação edu-
cadora da escola.
Enquanto a catequese é o campo espe-
cífico para tratar o conteúdo da doutrina
cristã, o ensino religioso necessita de lin-
guagem pedagógica e seu conteúdo preci-
sa respeitar a diversidade cultural religiosa
do educando. Quando ambos trabalham o
mesmo conteúdo, com a mesma metodo-
logia e linguagem, corre-se o risco de criar
no aluno certa antipatia por determinados
temas e até mesmo certo afastamento de
futuros aprofundamentos na própria dou-
trina cristã.
O professor não precisa, e não deve, es-
conder sua opção religiosa, assim como a
escola católica, enquanto instituição, não
pode esquecer que é uma escola confessio-
nal. O que ressaltamos é que o ensino reli-
gioso escolar pode levar o aluno a compre-
ender que os grandes problemas existen-
ciais são comuns a todas as religiões e di-
ferentes culturas. E pode ajudá-lo na bus-
ca de aprofundamento e conhecimento
da mensagem cristã, em sua comunidade
eclesial. Mas, para isso, é importante que o
professor tenha profundo conhecimento da
matéria e adote postura inclusiva e dialo-
gante. Assim, a educação cristã na família,
a catequese na comunidade eclesial ou no
contraturno escolar e o ensino religioso na
escola, cada qual com suas próprias carac-
terísticas, estão correlacionados com a for-
mação integral das crianças, dos adolescen-
tes e jovens.
16 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Artigo
Feliz a escola que tem o seu fazer le-
tivo alicerçado na construção de co-
nhecimentos geradores de ilimita-
das possibilidades para o melhor
viver da humanidade.
É o conhecimento que abre as portas
para a compreensão de nós mesmos e do
mundo que nos rodeia; ele é o facilitador
da construção de nossa autonomia diante
de escolhas e discernimentos; é o propul-
sor do desenvolvimento de nossas capaci-
dades para produzir, sobreviver, comuni-
car e amar. O não conhecimento nos con-
duz aos porões escuros, solitários e asfixian-
tes da ignorância, pois nos fechamos dentro
de nós mesmos, fechando-nos, consequen-
temente, para o mundo, para o outro e, com
certeza, para Deus.
De que vale um conhecimento científi-
co se for ele por ele mesmo? Conhecimento
e aprendizagem demandam transforma-
ção e transcendência. Quanto o conheci-
mento tem tornado nossos lares mais feli-
zes? Nosso “ser” melhor? Nossa sociedade
mais tolerante? Nosso mundo mais susten-
tável? A escola, em sua inteireza, tem a real
compreensão de seu papel na construção
dos conhecimentos? Como ela conduz a
aquisição dos saberes para a vida? Que tipo
de vida? Esses conhecimentos estão dando
suporte aos aprendizes para uma compre-
ensão e ação perante os desafios que carac-
terizam a sociedade atual: violência, indi-
ferença, “normose”, incertezas, poder, cor-
rupção, exclusões... e tantos outros?
É fundamental que as escolas tenham
programas específicos que, por meio dos
conhecimentos científicos trabalhados, pos-
sam minimizar os estragos permitidos pela
nossa sociedade extremamente excludente.
Se por um lado existe um mundo cruel
em suas articulações desumanas, por outro
há um mundo em que pessoas e/ou institui-
ções de corações abertos, generosos e ope-
rantes lutam, com todas as forças, para pro-
duzir saberes capazes de transformação. E
esses saberes somente farão de nós agentes
transformadores se estiverem a serviço de
uma educação que privilegia, na sua essên-
cia, o ser humano em sua humanidade no-
bre e digna.
Feliz também é a escola que se permite
ensinante-aprendente. Estudos, reflexões,
encontros, diálogos, registros e..., certamen-
te, auxiliarão seus educadores na aprendiza-
gem de uma melhor “ensinagem”.
É preciso aprender a aprender, sem-
pre! Aprender a converter o conhecimento
científico em sabedoria compartilhada do
bem-viver.
Binômio inseparável: conhecimento e aprendizagem
Por Dianir Clari Mariani, Coordenadora Pedagógica Geral do Colégio Divino Salvador
É preciso aprender a aprender, sempre! Aprender a converter o conhecimento
científico em sabedoria compartilhada do bem-viver
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 17
Artigo
As Faculdades de Educação, desde
que foram criadas, têm tido por es-
pecificidade formar profissionais
da educação. Profissionais capazes
de submeter conceitos e valores constituti-
vos da ação educativa à análise racional. E
são as ciências, em especial as da educação,
que hoje passam a ser as bases de sustenta-
ção para a investigação filosófica, delas pro-
cedendo os conceitos que poderão tanto va-
lidar as teorias pedagógicas quanto permitir
a escolha dos fins da ação educativa.
Faz-se nitidamente necessário desen-
volver um estudo sistemático sobre o obje-
tivo educacional expresso em nossa legisla-
ção de ensino: “formação para o exercício
da cidadania”. Buscamos compreender, à
luz da filosofia política, o significado dessa
proposição, explicitando os pontos compa-
tíveis dos pressupostos da cidadania liberal.
E assim contribuir para a formação de pro-
fissionais do magistério conscientes da im-
portância do fortalecimento da democracia,
sem a qual dificilmente nosso país poderá
caminhar para uma sociedade mais justa,
humana e fraterna.
Essas poucas linhas se inscrevem no
processo da produção do conhecimento
acerca da formação para a cidadania, a par-
tir de um estudo filosófico-crítico dos pres-
supostos da cidadania liberal à luz de seus
condicionantes históricos e sociais. Dentre
tantos pensadores, destacamos Hobbes, Lo-
cke e Rousseau, já que estes estão no cerne
do conceito liberal de cidadania.
Essa questão vem sendo retomada,
não só por causa do momento histórico
em que vivemos, mas pela questão que
agora nos parece mais evidente: o que é,
hoje, educar para a cidadania. Embora essa
seja uma questão clássica, como reconhe-
ce Saviani, ela nem sempre ocupou lugar
de destaque nas discussões sobre os fins da
educação brasileira.
Na medida em que se apresentam na so-
ciedade os fins da educação, deve-se instru-
mentalizar os indivíduos para que eles ve-
nham a ter o desempenho necessário à sua
melhor integração. Nos direitos do cidadão,
não aparece a cidadania política, pois esta
pode ameaçar a ordem necessária ao pro-
gresso. Restringe-se aos direitos sociais, em
que a educação, a proteção à família e ao
trabalhador são garantidos a priori pelo Es-
tado; não são, portanto, resultado de lutas,
nem tampouco de conquistas. O Estado as-
sume, assim, as feições paternalistas, como
organismo capaz de atender aos interesses e
às necessidades dos indivíduos. Que cida-
dania seria essa, senão uma cidadania inati-
va, conformista, em que a sociedade dita o
comportamento necessário ao ajustamento
do indivíduo? A harmonia social procede,
assim, não das disputas entre classes ou gru-
pos, mas da elaboração técnico-burocrática
de programas capazes de atender às deman-
das sociais. Não deixa de ser, portanto, uma
racionalidade que visa à dominação. Aqui,
o indivíduo e o seu bem-estar são o funda-
mento dessa proposta.
Desse modo, o indivíduo é anterior ao
todo e relaciona-se com esse todo somente
no sentido que tem para ele. Ora, esse senti-
do está bem próximo dos interesses, que, de
acordo com o contexto social, ganham for-
mas variadas.
O indivíduo sendo consciente de sua si-
tuação no mundo, na sociedade, busca no
A Educação para a Cidadania
André Ricardo Gan, Professor e Mestrando em Filosofia
outro o seu interlocutor. É na diversidade
que o homem se mostra capaz de ampliar
a compreensão, elevando-a ao patamar da
explicação, em que estão presentes o ou-
vir e o calar. É pelo diálogo, portanto, que
os homens, enquanto indivíduos-cidadãos
constroem a inteligibilidade das relações so-
ciais. Trata-se, pois, de eliminar tudo aqui-
lo que possa prejudicar a comunicação en-
tre as pessoas, pois só através dela pode-se
chegar a um mínimo de consenso.
A cidadania passa, assim, pela dispu-
ta política em fazer algumas representações
tornarem-se falsas e outras verdadeiras, me-
diante o recurso da argumentação, da per-
suasão. A cidadania aparece, assim, como
o resultado da comunicação, intersubjeti-
va, em que os indivíduos livres concordam
em construir e viver numa sociedade me-
lhor. Não se pode negar o idealismo dessas
concepções, na medida em que esquecem
que as relações entre o homem e o mun-
do material, e que as estruturas básicas da
sociedade impõem limitações aos sistemas
de significados nos quais os indivíduos es-
tão situados.
Falamos em cidadania, tentamos criar
mecanismos para desenvolver uma educa-
ção voltada para essa área, mas, mesmo as-
sim, me parece que fica uma lacuna sobre a
explicação do próprio termo – cidadania –
quanto a sua articulação com o Estado. Nes-
se sentido, temos por pressuposto que a or-
ganização do poder nas sociedades moder-
nas se sustenta em três princípios: o princí-
pio do Estado, do mercado e da comunida-
de. De acordo com o maior ou menor peso
relativo desses princípios, se banaliza o es-
paço do cidadão. Assim, os educadores são
chamados a admitir e difundir uma forma-
ção da cidadania como a possibilidade de
educar os alunos para participarem ativa-
mente da formação de uma sociedade me-
lhor, mais igualitária, em que possa haver
uma comunicação intersubjetiva. E sob esse
enfoque, a educação para a cidadania deve
lidar com os valores e motivações das expe-
riências dos próprios alunos, visando sem-
pre o diálogo unificador dos homens.
18 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Artigo
emprego. O emprego é uma situação em
decorrência de um contrato, celebrado
entre empregado e empregador, gerando
todas as obrigações decorrentes da assi-
natura da carteira de trabalho. O traba-
lhador não necessariamente é empregado,
podendo ser um profissional liberal, autô-
nomo que presta serviços de modo even-
tual. O empregado possui vínculo empre-
gatício com o empregador e o trabalhador
pode ter vínculo, a depender de quantos
dias presta serviços durante a semana bem
como não possuir vínculo pela natureza da
prestação de serviço não habitual.
Antes da referida norma em análise,
o art. 6º da CLT possuía a seguinte reda-
ção: Não se distingue entre o trabalho reali-
zado no estabelecimento do empregador e o
executado no domicílio do empregado, des-
de que esteja caracterizada a relação de em-
prego. Desta forma, resta evidenciado que
Atualmente muito se está falando a
respeito da lei que alterou o art.
6º da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT). A modificação da
norma trouxe a extensão da relação de em-
prego para os trabalhos realizados à distân-
cia por meios telemáticos e informatizados
de comando, controle e supervisão. A an-
tiga redação do art. 6º da CLT não possuía
a expressão “realizado à distância”. Sem
dúvida, esta alteração acarretará mudan-
ças importantes para as empresas que fa-
zem contato profissional com o trabalha-
dor após o expediente.
Analisemos, pois, os aspectos jurídi-
cos da mencionada alteração e suas impli-
cações legais e práticas. Primeiramente, ca-
be-nos esclarecer que o dispositivo nor-
mativo que abarca a legislação trabalhista
basilar, tanto no que se refere à atividade
do trabalhador e empregado quanto à ati-
vidade do empregador, é a Consolidação
das Leis Trabalhistas . É a CLT que emba-
sa o conceito de direito do trabalho, di-
tame este muito importante para a com-
preensão da nova lei sobre o art. 6º, que
trata da relação de emprego. Conforme
Maurício Godinho Delgado, a relação de
emprego pode assim ser definida: Após a
Emenda Constitucional 45/2004, entende-se
que “é o complexo de princípios, regras e insti-
tutos jurídicos que regulam as relações de tra-
balho, englobando, também, os institutos, re-
gras e princípios jurídicos concernentes às re-
lações coletivas entre trabalhadores e tomado-
res de serviços, em especial através de suas as-
sociações coletivas”.
Cumpre-nos ressaltar que existe di-
ferença entre empregado e trabalhador,
bem como relação de trabalho e relação de
Nova disciplina normativa e cuidados do empregador
Hugo José Sarubbi Cysneiros de Oliveira, Advogado
As empresas devem passar a tratar o assunto com mais sensibilidade, pois o legislador favoreceu o trabalhador e a prática de trabalho à distânciao trabalho realizado quando da relação de
emprego, ou seja, o trabalhador que reali-
zava atividades ligadas às funções do em-
prego no seu domicílio teria o direito de
reclamar por extensão da hora de labor.
A nova redação do referido artigo, altera-
do pela lei nº 12.551/2011, apresenta-se
da seguinte maneira: Não se distingue en-
tre o trabalho realizado no estabelecimento
do empregador, o executado no domicílio do
empregado e o realizado à distância, desde
que estejam caracterizados os pressupostos
Informativa Educacional 2011 :: Revista da ANEC 19
da relação de emprego. Parágrafo único. Os
meios telemáticos e informatizados de co-
mando, controle e supervisão se equiparam,
para fins de subordinação jurídica, aos meios
pessoais e diretos de comando, controle e su-
pervisão do trabalho alheio.
Percebe-se que fora acrescentada a
expressão “realizado à distância” ao tex-
to original. Além dela, o legislador acres-
centou o parágrafo único ao art. 6º, ex-
plicando de que se trata o trabalho reali-
zado à distância.
O trabalho realizado à distância por
meios telemáticos (conjunto de servi-
ços informáticos fornecidos por meio de
uma rede de telecomunicações) e infor-
matizados de comando, controle e su-
pervisão, caracterizam, a partir dessa
nova lei, a relação de emprego, contan-
to que estejam presentes os pressupostos
da relação de emprego.
O empregador que acionar o trabalha-
dor por e-mails, telefone, celular ou qual-
quer outro meio de telecomunicação ou
informatizado para alguma atividade que
caracterize a relação de emprego terá que
acrescer ao salário horas extras. Isto ocor-
re pelo fato de que encerrando o expe-
diente entende-se que o empregado des-
cansará das atividades que o comprome-
tem da relação de emprego. Ao receber li-
gações, e-mails, contatos por outro meio
informatizado ou de telecomunicação,
decorrentes do trabalho, seja em casa ou
em qualquer lugar que esteja, entende-se
por meio da nova redação legal que pror-
rogará a jornada de trabalho, pois o empre-
gado, apesar de ter deixado o seu local de
trabalho, não estará gozando do descanso
entre duas jornadas a que tem direito.
O texto legal é claro ao dispor que não
se distingue do trabalho realizado no es-
tabelecimento do empregador, o realizado
em domicílio ou à distância e que, estan-
do os pressupostos da relação de emprego
presentes, ensejar-se-á trabalho idêntico ao
realizado no local de trabalho.
Para mais esclarecimentos, abordare-
mos os pressupostos da relação de empre-
go, que são subordinação, não eventuali-
dade (habitualidade), dependência e re-
muneração. Já os pressupostos da relação
de trabalho são esforço intelectual ou físico
destinado à produção.
No caso do art. 6º com a nova reda-
ção, o legislador fala sobre a relação de
emprego, ou seja, para os casos em que
o empregado, em qualquer lugar que es-
teja, receba ligações, e-mails, etc, rela-
cionados ao trabalho exercido no estabe-
lecimento, contemplando os requisitos
acima mencionados.
Em relação ao valor da hora extra
que será devida ao empregado, nada
foi falado, permanecendo, então, os va-
lores e porcentagens de acordo com as
convenções coletivas de trabalho, ou de
acordo com o contrato.
É importante informar que o Tribunal
Superior do Trabalho (TST) ainda não se
pronunciou em relação à nova redação do
art. 6º da CLT. Apesar da ainda não mani-
festação, a nova redação do art. 6º é clara
ao equiparar as situações do trabalho tan-
to fora quanto dentro da empresa, garan-
tindo todos os direitos trabalhistas ao em-
pregado que, por exemplo, faz home offi-
ce (trabalho em casa) – daí a discussão so-
bre hora extra.
Compreende-se que o trabalhador ao
desempenhar suas atividades fora do esta-
belecimento e não sofrer controle da jorna-
da não tem direito a horas extras. Todavia,
se o empregador determinar um horá-
rio para estar online, a fim de atendimen-
to de alguma necessidade relacionada ao
seu emprego, desta forma se configuraria
a hora extra.
O jornal O Estado de S.Paulo, em
13 de janeiro de 2012, publicou repor-
tagem com uma importante visão sobre
o caso, em que possivelmente haverá al-
teração da súmula do TST, que trata do
“sobreaviso”: O tema deve levar o Tribunal
Superior do Trabalho (TST) a alterar a sú-
mula do sobreaviso, isto é, quando o traba-
lhador não está a serviço, mas pode ser con-
vocado pela empresa a qualquer momento.
Antes, o tribunal não considerava que o uso
Existe uma diferença entre empregado e
trabalhador, bem como relação de trabalho e
relação de emprego
20 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2011
de aparelhos eletrônicos após o expediente
configurava sobreaviso – situações onde o
trabalhador tem o direito de receber o equi-
valente a um terço do pagamento normal
por hora trabalhada.
A nova redação do art. 6º gera pre-
ocupação para as empresas que têm e-
-mails coletivos, enviados aos trabalha-
dores depois do expediente, bem como
as empresas que agendam reuniões, ati-
vidades e enviam por e-mails, ou qual-
quer outro meio eletrônico, após o horá-
rio de trabalho.
A súmula do TST que trata do sobre-
aviso, caso seja mudada, deverá esclare-
cer o tratamento acerca da remuneração
da hora de trabalho à distância. O em-
pregado receberá como hora normal de
trabalho ou será hora extra?
Há ainda casos em que o emprega-
dor, para ter controle das “sobrejorna-
das” de algum funcionário, chegará ao
ponto de fiscalizar os e-mails de traba-
lho, havendo então uma grande possibi-
lidade de quebra do direito de privaci-
dade. Se ele não tem acesso, como terá
controle das atividades referentes ao tra-
balho? O empregador terá que cance-
lar os e-mails corporativos após o expe-
diente? Não nos parece sensato que in-
cida hora extra nos casos de mensagens,
por exemplo, enviadas aos trabalhadores
após o expediente de trabalho caso não
haja imposição de que o empregado a
responda fora do seu expediente ou que
não solicite alguma atividade por parte
do empregado a ser executada também
fora do seu horário de trabalho.
Todavia, o modelo home office, ado-
tado por milhares de brasileiros, causa-
rá grande discussão no TST sobre a apli-
cação imediata da lei nos moldes em que
foi legislada, pois a emblemática situação
abre um leque de entendimentos.
A nova lei, ao ser aplicada, exigi-
rá também fiscalização por meio digi-
tal, um direito mais moderno voltado às
novas tecnologias, à extensão do traba-
lho realizado no estabelecimento para
a residência e, agora, para qualquer lu-
gar no qual se tenha acesso remoto a e-
-mails ou telefone, podendo gerar refle-
xos trabalhistas.
A relação de emprego, após a altera-
ção do art. 6º, deve também ter o seu
conceito atualizado, já que atualmen-
te são inúmeras as empresas que funcio-
nam da casa do empregador e na casa do
trabalhador. O mesmo vale para a rela-
ção de trabalho.
A discussão é bastante importante, e
o que já se sabe é que exercer alguma
atividade relacionada à subordinação ao
emprego ensejará em hora extra.
Portanto, as empresas devem passar
a tratar o assunto com mais sensibilida-
de, pois o legislador favoreceu o traba-
lhador e a prática de trabalho à distân-
cia, por acesso remoto e outros meios
que utilizam aparelhos eletrônicos. Após
o expediente isso poderá ser valorado
como hora extra e, ainda, sofrer os refle-
xos trabalhistas dela decorrentes.
É válido ressaltar que a configuração
da relação de emprego depois do expe-
diente depende dos requisitos do pará-
grafo único do art. 6º: comando, contro-
le e a supervisão de trabalho alheio no re-
cebimento de e-mails, contato por acesso
remoto ou qualquer outro meio informa-
tizado e de telecomunicação. Estando au-
sentes estes requisitos do parágrafo único,
não há que se falar em labor após o expe-
diente que ensejariam horas extras.
A nova redação do já citado art. 6º
necessita de pressupostos caracterizado-
res da relação de emprego, todavia não
só estes conceitos devem ser atualizados,
mas os meios de se supervisionar o tra-
balho à distância.
Isso surpreende o direito trabalhista,
que em maio de 2011 viu editada a sú-
mula do regime de sobreaviso, na qual
o funcionário que fica aguardando o co-
mando do empregador por meios ele-
trônicos não caracterizava o tal regi-
me. Agora, o legislador ressalta no tex-
to do novo artigo da CLT que o empre-
gado que, por um meio telemático ou
informatizado de telecomunicação, re-
cebe avisos de comando, controle ou
supervisão, terá direito à remunera-
ção como se estivesse trabalhando no
estabelecimento.
Por fim, vê-se que o poder legislati-
vo, neste momento, buscou uma norma
mais moderna, diante das necessidades
e tecnologias utilizadas pelos trabalha-
dores, e o TST editou uma súmula com
considerável atraso no que tange ao tra-
balho à distância, que necessariamente
sofrerá alterações.
Após a análise da nova redação do
art. 6º da CLT, parece-nos claro que os
comandos passados aos empregados fora
do seu expediente de trabalho, seja por
qualquer meio de comunicação (e-mail,
telefone, bip, pager, etc) e que exijam
destes um cumprimento de tarefa ou res-
posta imediata, serão tratados como ho-
ras trabalhadas, podendo ensejar hora
extra ou caracterizar o regime de sobre-
aviso. Desta forma, recomenda-se muito
cuidado aos empregadores que desejem
enviar qualquer tipo de mensagem vir-
tual ou telemática aos seus empregados
fora do expediente de trabalho.
É importante informar que o Tribunal Superior do Trabalho (TST) ainda não se pronunciou em relação à nova redação do art. 6º da CLT
22 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Artigo
A pressão que as escolas vêm so-
frendo para ministrar um volu-
me de conteúdos cada vez mais
extenso e fazer face aos exames
de larga escala (Enem, vestibulares, SAEB,
Prova Brasil e Pisa, entre outros) tem feito
com que uma importante contribuição do
sistema educacional seja paulatinamente
deixada de lado: a “alfabetização afetiva”.
Por trás desse quadro existem concepções
de ensino atreladas a uma visão economi-
cista da sociedade e do sistema educacio-
nal e um desconhecimento, por parte dos
pais e da sociedade em geral, da importân-
cia da formação emocional para o bom de-
senvolvimento da criança e do jovem.
As escolas se organizam, de modo ge-
ral, em torno ou a partir de um Projeto
Político Pedagógico (PPP), norteador e
clarificador das práticas pedagógicas, bra-
ços operativos das concepções de ensi-
no da escola (ou de suas mantenedoras).
Tais concepções se mostram entranhadas
no cotidiano escolar, tanto nos aspectos
formais (organização do currículo, tem-
pos e sequências escolares, programa de
formação de docentes, organização admi-
nistrativa da escola), quanto nos aspectos
não-formais (relações entre funcionários,
com alunos e pais, etc).
Concepções prevalentes na sociedade
penetram capilarmente nas escolas; isso
sempre aconteceu, na medida em que es-
colas são equipamentos sociais usualmente
alinhados com o pensamento socioeconô-
mico hegemônico. Nas sociedades indus-
triais e pós-industriais contemporâneas,
de fornecimento de equipamentos, entre
outras. Em meio a tantas pressões, à escola
não resta outra alternativa a não ser “dan-
çar conforme a música”, como diz a sabe-
doria popular. Assumir um posicionamen-
to discordante, talvez calcado em concep-
ções mais “humanizantes” de ensino, pode
trazer constrangimentos de ordem finan-
ceira, legal e psicológica. Assim, as condi-
ções sociais acabam por conformar (dar
forma) a escola, que se um dia teve a “uto-
pia” de poder formar um aluno pensante
e emocionalmente equilibrado, dela se viu
obrigada a abrir mão, pelas questões con-
tingenciais apontadas. Contingência tam-
bém deriva da equação tempo x custos:
aumentar os tempos escolares (talvez para
se poder fazer um trabalho mais reflexivo)
implica em aumentar custos, e isso não
permite que as contas “fechem”.
A questão AfetivANesse quadro geral, onde se encontra
o afeto? Onde se encontram as relações
humanas, berço das aprendizagens de
tolerância, respeito ao outro, afeto, ela-
boração das emoções? Como o desen-
volvimento emocional é visto pela so-
ciedade, pelos pais? Que compreensão
se tem dessa área e de sua importância?
o pensamento econômico vem ganhando
relevância cada vez maior como forma de
“apreensão do mundo”. “Pensamento eco-
nômico”, aqui, são conceitos ligados à ma-
terialidade da vida (bens materiais, posse
individual, culto a produtos que simboli-
zam status) e a representações de mundo a
partir de construtos como eficiência e efi-
cácia de processos, inclusive o educacio-
nal, medidos a partir de indicadores cada
vez mais matemáticos (notas, rankings). O
pensamento econômico também vê o de-
sempenho individual a partir de parâme-
tros econométricos e, como vem se tor-
nando hegemônico, acaba por suplantar
e suprimir os pensamentos discordantes,
desqualificando-os a partir de seu próprio
arcabouço teórico, num processo circular,
tendendo ao dogma.
A escola particular (universo das con-
fessionais) se vê pressionada de vários la-
dos: pelos pais, que bebem da fonte do
pensamento econômico hegemônico; pelo
governo, que estabelece parâmetros curri-
culares, conteúdos mínimos, avaliações de
grande escala, normas e regras de funcio-
namento escolar; pela grande mídia (ca-
nais abertos de TV e revistas de circulação
nacional, dominados por especialistas em
cujas veias circula o pensamento econô-
mico messiânico); pelos alunos, que des-
de cedo sorvem a cartilha da sociedade em
que crescem; por professores e funcioná-
rios administrativos, oriundos das facul-
dades que professam a mesma crença eco-
nômica; e pelas demandas trabalhistas, do
mercado concorrente, editoras, empresas
Tempos de analfabetismo afetivo
Sebastião V. Castro, Psicólogo, Biólogo e Diretor do Axis Instituto
O afeto é tão importante, ou talvez até mais, quanto as nossas habilidades e competências cognitivas
Informativa Educacional 2012:: Revista da ANEC 23
Entende-se que a escola deva ter algum
papel nesse desenvolvimento?
Afeto é diferente de inteligência e cog-
nição. É outra dimensão da nossa perso-
nalidade. É a dimensão do sentimento, do
carinho, do reino da vasta gama de emo-
ções; é fundamental na relação com o ou-
tro, com o mundo objetivo e simbólico
que nos cerca, com os animais, as plan-
tas, o nosso trabalho. São os afetos que
nos confortam nos momentos difíceis,
que nos permitem controlar nossos de-
sejos e paixões; é o afeto que, somado à
nossa inteligência e à nossa cognição, nos
permite viver no mundo, nos relacionar-
mos, lidarmos com as frustrações diárias,
aprendermos a respeitar o espaço do ou-
tro, lidarmos com a diversidade de pesso-
as que cruzam pela nossa vida; o afeto é
tão importante, ou talvez até mais, quanto
as nossas habilidades e competências cog-
nitivas. A ênfase social dada ao intelecto
(para o bom desempenho acadêmico, nos
exames de larga escala, para ser o primei-
ro lugar!) é temerária, na medida em que
um intelecto muito desenvolvido, aliado
a um subdesenvolvimento afetivo ou ao
desequilíbrio emocional, pode significar
um adulto intelectualmente brilhante,
mas imaturo emocionalmente, com bai-
xa tolerância à frustração, irritável, egoís-
ta, tendente à explosão (e aos comporta-
mentos agressivos daí advindos), impulsi-
vo, pouco reflexivo, voluntarioso, imedia-
tista, arrogante, presunçoso, egocêntrico.
Enfim, com atitudes e comportamentos
infantilizados em um corpo adulto.
Com o pouco tempo que os pais têm
para cuidar e viver efetivamente com seus
filhos, levando-os cada vez mais cedo para
a escola, esta deveria ser vista, pelos pró-
prios pais, Ministério da Educação (MEC)
e sociedade em geral, como importan-
te local também de “alfabetização afetiva”,
onde a criança, e depois o jovem, apren-
da a conviver, a respeitar, lidar com regras
e normas; onde aprenda a ser, a esperar, a
ter paciência, a ser reflexiva, a tolerar frus-
trações. Esse aprendizado emocional per-
manece para toda a vida, de forma mui-
to mais perene que os conteúdos escolares,
formando a base afetiva sobre a qual se as-
sentará toda a vida futura, com suas vicissi-
tudes e contingências. Não compreender a
importância dessa base, dimensão distinta
da intelectual, é não compreender a pessoa
humana e sua intrincada estrutura mental
e psíquica. A partir dessa compreensão da
integralidade da pessoa, os pais precisam
ajudar a escola na tarefa complexa que é
a alfabetização afetiva. Relações amigáveis
e de parceria com a escola, mais respeito-
sas, carinhosas e mais pacientes são espe-
radas, coerentes com a postura de educar
as crianças em sua integralidade.
Para uma sociedade pautada pelo res-
peito ao outro, pelo respeito às leis e aos
códigos de conduta socialmente desejá-
veis, não podemos ter analfabetos afeti-
vos. Somente a partir da compreensão da
relevância do desenvolvimento emocional
equilibrado é que poderemos sonhar com
uma sociedade melhor, que respeite a vida
no e do planeta.
A partir dessa compreensão da integralidade da pessoa, os pais precisam ajudar a escola na tarefa complexa que é a alfabetização afetiva
24 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Política
O desenvolvimento econômico e
sustentável do País passa pela
formação e capacitação de pro-
fissionais habilitados para de-
senvolver soluções inovadoras, operar
máquinas e equipamentos de ponta, e
elevar a produtividade da produção na-
cional. Por isso, são fundamentais a arti-
culação da sociedade, dos setores públi-
co e privado, em torno de várias ações
envolvendo a melhoria da educação bá-
sica, a ampliação do acesso à formação
universitária e a larga oferta de cursos
profissionalizantes.
O esforço para vencer a batalha
da educação no Brasil e saltar décadas
de atraso nessa área é tremendo e exi-
ge a cooperação de todos os setores da
sociedade. O Plano de Expansão da
Rede Federal de Educação Superior e
Profissional fortalece as políticas nacio-
nais em torno dessa necessidade, sobre-
tudo em virtude do acirramento da com-
petitividade global.
Trata-se da terceira fase da expan-
são universitária e profissional, progra-
ma iniciado no governo do ex-presi-
dente Lula. O Plano prevê a criação, até
2014, de quatro universidades federais,
bem como a abertura de 47 campi uni-
versitários e de 208 unidades dos insti-
tutos federais de educação, ciência e tec-
nologia. Ele permitirá a oferta de mais
250 mil vagas nas universidades federais
e de 600 mil matrículas nos institutos fe-
derais de educação, ciência e tecnologia.
Os números são expressivos, mas não
jovens de 14 a 18 anos nas séries finais
do ensino fundamental.
Na distribuição dos investimentos
nos municípios, o governo da presiden-
te Dilma levou em conta a universaliza-
ção do atendimento aos territórios de ci-
dadania, a alta porcentagem de extre-
ma pobreza, os municípios ou micror-
regiões com população acima de 50 mil
habitantes e os municípios com arran-
jos produtivos locais (APLs). O Estado
de Pernambuco será contemplado com
nove unidades de educação profissional
e mais um novo campus, em Garanhuns,
para a Universidade Federal Rural (UFR/
PE). Eles serão essenciais diante da nova
realidade de expansão econômica que
o Estado vive e permitirão oferecer as
oportunidades para os pernambucanos
crescerem profissionalmente e participa-
rem desse novo ciclo de desenvolvimen-
to do Estado e do País.
Os empreendimentos que chegam a
Pernambuco representam mais empre-
go, maior renda, alavancarão mais inves-
timentos na infraestrutura urbana, com
reflexos nos setores de comércio e ser-
viços. Mas esses resultados também de-
pendem da capacidade de o Estado aten-
der às novas demandas por trabalhado-
res. O Plano do governo é fundamental
nesse sentido, permitindo o aproveita-
mento da mão de obra local e promo-
vendo melhorias na qualidade de vida
dos pernambucanos.
Publicado na edição do Jornal do Commercio
basta nos atermos a essa análise quan-
titativa. A proposta está inserida nos no-
vos paradigmas da educação de alta qua-
lidade, dentro de uma tendência mun-
dial de enfatizar também a formação téc-
nica e profissionalizante, e responde à
pressão da economia por profissionais
em setores de alta tecnologia, como o de
petróleo e gás e de telecomunicações.
Além de procurar atender aos desa-
fios globais de qualificação profissional,
o programa olha também para a reali-
dade nacional e diversidades regionais.
Reafirma, portanto, a preocupação do
governo da presidente Dilma com a qua-
lificação dos trabalhadores nas diferentes
regiões, contribuindo para a interioriza-
ção e melhor distribuição do desenvolvi-
mento no País.
Para definir os Estados que recebe-
riam campi universitários e escolas de
educação profissional, o governo fede-
ral utilizou uma série de critérios, como
os baixos índices de desenvolvimento
da educação básica e a porcentagem de
Educação e profissionalizaçãoToda a sociedade precisa participar dessa luta
Além de procurar atender aos desafios globais de
qualificação profissional, o programa olha também
para a realidade nacional e diversidades regionais
Humberto Costa, Senador pelo PT de Pernambuco
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 25
Política
Vamos deixar de lado, por um
instante, aquilo que a educa-
ção no Brasil tem de números,
numa matemática cruel que
pouco soma e muito subtrai – um dos
piores cenários da exclusão social no
âmbito da nossa sociedade – e falar de
outro tipo de déficit educacional: o défi-
cit da qualidade.
Não existe, sabemos, a menor possi-
bilidade de uma nação figurar entre as
grandes do mundo – e essa é uma justa
e viável aspiração do povo brasileiro –
se os bancos escolares não servirem de
ponto de partida para o nascimento
de cidadãos plenos, bem-informados e
academicamente preparados. Mas, tam-
bém, cidadãos donos de suas próprias
ideias e convicções, resultado de um es-
forço coletivo aluno-professor-institui-
ção que vá muito além das demandas
do mercado de trabalho.
Trato desse tema hoje e escolho essas
palavras para fazer uma homenagem ao
escritor Bartolomeu Campos de Queirós,
falecido este ano. Reconhecido interna-
cionalmente, reverenciado em Minas
Gerais e respeitado por tantos autores
nacionais, Bartô – permitam-me o afe-
to da amizade – dedicou sua inteligência
apurada e sua militância sensível às cau-
sas da educação e da literatura.
“O homem é feito de real e de ideal”,
dizia ele, no depoimento que acompa-
nhou o manifesto fundador do Instituto
Brasil Literário, organização não gover-
namental cuja causa ele abraçou com de-
dicação. Sendo assim, prosseguia, a edu-
cação não pode se contentar em informar
EducarAécio Neves, Senador pelo PSDB de Minas Gerais
Como disse nosso escritor: ‘A gente só suporta o dia de hoje porque têm uma perspectiva do amanhã’
Não existe, sabemos, a menor possibilidade de uma nação figurar entre as grandes do mundo – e essa é uma justa e viável aspiração do povo brasileiro – se os bancos
escolares não servirem de ponto de partida
o que já foi feito e, sim, abrir a porta para
a imaginação e a fantasia.
Se a escola é o lugar da transforma-
ção, e não somente o da informação, não
há como aceitar a redução dos currículos
à acumulação estatística de saberes espe-
cíficos. Ao liberar o direito de todos de
criar, recriar, imaginar e romper o limite
do provável – dizia ele – a educação es-
tará exercendo o imprescindível dom da
democratização.
Em lugar de impor dogmas, cabe
fermentar, no cultivo da dúvida e da
inquietação, o direito cidadão de fir-
mar sua trajetória cultural e intelectual.
Refletir deixa de ser, assim, um privilé-
gio de classe.
Aprendemos muito com pessoas
como Bartolomeu. Ele estava convenci-
do de que a literatura poderia ser o grau
zero para o profícuo estímulo da imagi-
nação criadora. Dirão os céticos: tudo
isso é romântico demais quando se tra-
ta de reparar, já, agora, deficiências bem
pragmáticas no ensino brasileiro.
As prioridades cobram atitudes ime-
diatas, é verdade, mas que qualquer ini-
ciativa se assente em base humanista,
sem desprezar a dimensão que a educa-
ção encerra de valores fundamentais ao
ser humano.
Como disse nosso escritor: “A gente
só suporta o dia de hoje porque tem uma
perspectiva do amanhã”.
Publicado no Jornal Folha de S. Paulo
26 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Gestão
Assim como a maioria das
ferramentas de avaliação
da educação já criadas no
Brasil, o Exame Nacional de
Desempenho dos Estudantes (Enade)
também acaba de passar por mu-
danças, de acordo com a Portaria
Normativa nº 6, de 14 de março de
2012, publicada no Diário Oficial da
União do dia seguinte.
O motivo: 30 instituições de en-
sino superior (IES), inclusive a co-
nhecidíssima Universidade Paulista
(Unip), estariam selecionando ape-
nas os melhores alunos para a prova,
do mesmo modo como se um padei-
ro adicionasse fermento extra na mas-
sa, para dobrar artificialmente o tama-
nho do pão. Com o uso desse ingre-
diente, só os mais preparados partici-
pariam da avaliação, elevando as no-
tas dos cursos.
Em 22 de março, uma semana
após a publicação da portaria, o MEC
anunciou a realização de auditoria,
com prazo de 60 dias, para investi-
gar a Unip. Esse processo está a car-
go do Instituto Nacional de Estudos
e Pesquisas Educacionais (Inep) e da
Secretaria de Regulação e Supervisão
do Ensino Superior (Seres).
Para aprofundar as investigações,
o ministério também está fazendo a
avaliação in loco de todos os cursos
dessa universidade, em especial os em
fase de renovação de reconhecimento,
licença necessária para poder funcio-
nar e emitir diplomas.
Anunciadas pelo ministro da
Educação, Aloizio Mercadante, as no-
vas regras já valem para a edição des-
te ano, que será aplicada em 18 de no-
vembro, a partir das 13 horas. Uma
das alterações mais significativas é
que, a partir de agora, além dos for-
mandos em 2012, também estão obri-
gados a participar do exame os estu-
dantes com expectativa de conclusão
do curso até agosto de 2013. Aqueles
que tiverem concluído, até o término
das inscrições, mais de 80% da carga
horária mínima do currículo do cur-
so, também estão convocados.
Blindagem contra fraudes
Luciano Guimarães, Jornalista
De acordo com as instituições particulares, a medida afetará principalmente os cursos técnicos que têm duração de dois anos
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 27
Na edição de 2012, o Enade ava-
liará o desempenho dos alunos que
se formarão com diploma de bacha-
rel, matriculados nos cursos de admi-
nistração, ciências contábeis, ciências
econômicas, comunicação social, de-
sign, direito, psicologia, relações in-
ternacionais, secretariado executivo e
turismo.
O mesmo vale para os estudantes
dos cursos que conferem diploma de
tecnólogo em gestão comercial, gestão
de recursos humanos, gestão finan-
ceira, logística, marketing e processos
gerenciais. A área de comunicação so-
cial poderá ser organizada em subgru-
pos que permitam a avaliação de com-
ponentes específicos do setor.
Segundo a portaria do MEC, estão
dispensados do Enade 2012 os estu-
dantes que colarem grau até 31 de
agosto deste ano, assim como os dis-
centes que estiverem oficialmente ma-
triculados e cursando atividades cur-
riculares fora do Brasil, na data da re-
alização do exame, em órgão conve-
niado com a instituição de ensino su-
perior (IES) de origem do aluno.
O Inep divulgará o Manual do
Enade até o dia 1º de junho, e este
poderá ser baixado no site oficial do
exame, em: http://enade.inep.gov.br.
A publicação traz todas as instruções
e os instrumentos necessários às IES
para a inscrição dos estudantes habi-
litados a prestar o exame. Neste ano, a
inscrição poderá ser feita de 16 de ju-
lho a 17 de agosto.
O MEC alerta às IES de que a au-
sência de inscrição de alunos habilita-
dos para participação no Enade 2012,
nos termos e prazos estipulados, po-
derá levar à suspensão de processo se-
letivo para os cursos.
Cabe às instituições de ensino su-
perior divulgar amplamente aos seus
alunos a lista dos estudantes habilita-
dos ao exame, e esse documento será
colocar à disposição pelo Inep, para
consulta pública, de 21 a 31 de agos-
to. Durante esse mesmo período, caso
sejam necessárias, inclusões ou retifi-
cações deverão ser solicitadas à pró-
pria IES.
CRÍTICAS À PORTARIABasicamente, as mudanças realizadas
pelo MEC em algumas das regras do
Enade 2012 caíram como uma bomba
no colo dos gestores de instituições de
ensino superior e de cursos técnicos
e de tecnologia. No dia 17 de março,
logo após a publicação da Portaria nº
6, representantes de diversas entida-
des do ensino superior privado redi-
giram uma carta criticando as novas
regras.
O próprio Fórum das Entidades
Representativas do Ensino Superior
Particular cita a legislação que insti-
tuiu o Sistema Nacional de Avaliação
da Educação Superior (Sinaes), se-
gundo a qual prevê apenas a partici-
pação de alunos ingressantes e con-
cluintes na prova.
Dessa maneira, reclama a entida-
de, qualquer mudança deveria ser
feita na própria legislação e não por
meio de portaria. Porém, deixou cla-
ro que “não endossa as estratégias que
algumas instituições vêm adotando
para elevar seus indicadores”.
De acordo com as instituições par-
ticulares, a medida afetará principal-
mente os cursos técnicos que têm du-
ração de dois anos. Elas argumentam
que o aluno do penúltimo semestre
teria cumprido uma parcela pequena
da grade curricular e seria prejudica-
do na avaliação por não ter visto todo
o conteúdo, defendem os represen-
tantes das instituições:
“Esses alunos não terão cursado,
no mínimo, 25% do conteúdo cur-
ricular. Além de punir os estudan-
tes dessa faixa do penúltimo semes-
tre letivo, pune, ainda, as instituições
cujos cursos estejam incluídos no exa-
me deste ano e que confiaram nas re-
gras estabelecidas [anteriormente].”
Em outras palavras, é o mesmo que
fazer uma lei proibindo motociclistas
de levar carona, só porque aumentou
a quantidade de assaltos praticados a
partir desta modalidade, como que-
riam os legisladores do estado de São
Paulo. Afinal, é mais fácil punir a to-
dos do que elevar a rigidez da fiscali-
zação no cumprimento da lei.
Assim como a maioria das ferramentas de avaliação da educação já criadas no Brasil, o Enade também acaba de passar por mudanças
28 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Gestão
No ano de 1990, em Jomtien,
na Tailândia, foi realizada
a Conferência Mundial so-
bre Educação para Todos,
na qual os participantes defenderam a
ideia de que todos têm direito à educa-
ção de qualidade.
Dez anos depois, no Fórum Mundial
de Educação, realizado em Dacar, no
Senegal, 180 nações se comprometeram
a assegurar educação de qualidade a to-
das as crianças até 2015 e expandir sig-
nificativamente oportunidades de edu-
cação para jovens e adultos.
A Constituição da República Federativa
do Brasil, de 1988, em seu Capítulo III,
Seção I, art. 205, diz que: “A educação é
direito de todos e dever do Estado e da fa-
mília, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao ple-
no desenvolvimento da pessoa, seu prepa-
ro para o exercício da cidadania e sua qua-
lificação para o trabalho”.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB – 9.394/1996) estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional.
Seu Título II, art. 2º, reforça que: “A educa-
ção, dever da família e do estado, inspira-
da nos princípios de liberdade e nos ideais
a frequência beira os 100%. As turmas
não têm mais de dez estudantes, e o es-
tudo de Geografia pode enveredar para
outros assuntos, como Matemática,
História e Química. As aulas são ilus-
tradas com Ziraldo, Portinari, Sebastião
Salgado e Van Gogh, as avaliações são
frequentes e as notas servem para
avaliar o professor, para que se saiba
que assuntos precisam mais atenção.
Ninguém é deixado para trás: a maté-
ria só avança quando todos aprende-
ram. Os pais voltam a estudar em tur-
mas paralelas para acompanhar os fi-
lhos. Pois é, a comunidade não só ima-
ginou, mas gerou uma resposta efetiva
e eficiente. Hoje são mais de 130 so-
licitações de novas unidades no País.
Pessoas físicas e jurídicas creditam
nas ações do ESF com financiamentos de
projetos e apoios pontuais e institucio-
nais, pois resultados e impactos são ava-
liados com indicadores mensuráveis de
conteúdo, método e interação. Essa rede
de apoio é consecução das ações que
aprimoram conhecimentos e libertam
novos saberes dos alunos. Estes, por sua
vez, empoderam-se do exercício da cida-
dania e rompem fronteiras, multiplicando
de solidariedade humana, tem por finali-
dade o pleno desenvolvimento do educan-
do, seu preparo para o exercício da cida-
dania e sua qualificação para o trabalho”.
Também o Estatuto da Criança e do
Adolescente (Lei 8.069/1990), diz em seu
Capítulo IV, art. 53: “A criança e o adoles-
cente têm direito à educação, visando ao
pleno desenvolvimento de sua pessoa, pre-
paro para o exercício da cidadania e quali-
ficação para o trabalho”.
O Instituto Educadores Sem Fronteiras
(ESF), em resposta a normatizações nacio-
nais e internacionais, nasceu como organi-
zação sem fins lucrativos, em 2007, para
fomentar metodologias e tecnologias que
proporcionem políticas públicas de educa-
ção de qualidade no País.
Imagine um lugar em que os alu-
nos vão se quiserem. E, mesmo assim,
Levar quem gosta de ensinar até quem quer aprender
Por Ana Carolina Zanoti, Jornalista
Imagine um lugar em que os alunos vão se quiserem.
E, mesmo assim, a frequência beira os 100%
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 29
saber e proporcionando – de fato – o pro-
tagonismo libertador de saberes.
Assim é a missão do ESF: “apoiar a es-
cola formal, proporcionando o desenvol-
vimento das potencialidades do cidadão,
por meio da educação complementar e
da democratização do conhecimento”.
Na esperança ativa, contra toda a espe-
rança, de “melhorar, de maneira signi-
ficativa, a educação para comunidades
carentes, fomentando políticas públicas
eficientes, para não mais existir”.
Depois do planejamento organizado
entre voluntários, familiares, entidades
não governamentais e escolas das regi-
ões, os educadores sem fronteiras reali-
zam suas atividades com a participação
da equipe transdisciplinar, comunidade,
familiares, parceiros e, principalmente,
educandos, na construção dos projetos e
programas, assim como no seu monito-
ramento e avaliação.
Portanto, o ESF não se trata de uma es-
cola, pois não há diplomas. E também não
se trata de “reforço”; o que se faz é comple-
mentar o que a escola oficial ensina para
que o aluno fique em dia com o que se es-
pera dele em função de idade e série. Esse
lugar existe e não fica na Finlândia.
Como suas aulas, o sonho dos edu-
cadores também não é nada convencio-
nal. O objetivo é chegar a um ponto em
que a organização não seja mais neces-
sária. O objetivo é poder comemorar o
próprio fim, numa grande festa para ce-
lebrar o fato de o Brasil ter superado os
índices educacionais de uma Finlândia.
Os critérios de admissão no Educadores Sem Fronteiras
são simples: 1. Estar matriculado em uma escola oficial;
2. Ter muita, mas muita vontade de aprender. O educando deve despertar pela inspiração do espanto: “Nossa, então
esse conteúdo tem relação com este outro!”. E nasce o pensamento, e aprimora-se o conhecimento e gera a
libertação dos saberes.
O ESF não se trata de uma escola, pois não há
diplomas. E também não se trata de ‘reforço’; o que se
faz é complementar o que a escola oficial ensina
Até lá, a organização espera poder
contribuir com ideias para a própria es-
cola oficial. E já estão em cursos progra-
mas específicos para escolas públicas de
São Paulo, nas quais haverá a formação
dos professores na metodologia transdis-
ciplinar e a experimentação de educan-
dos do ESF na formação de outros alu-
nos da escola oficial na arte de estudar e
aprender e aplicar conhecimentos. Esse
é o grande objetivo.
Enquanto isso não acontece, o ESF
busca apoios e novos educadores no
mundo para expandir o modo “prazero-
so” de ensinar. Acreditando que é possí-
vel aproximar quem gosta de ensinar a
quem gosta de aprender.
30 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Gestão
Que as tecnologias e a utilização
de ferramentas como computa-
dores, internet e celulares, além
de outros dispositivos, são um
caminho sem volta para a sociedade no
que diz respeito ao consumo de informa-
ções já se sabe. O que ainda é um desafio,
especialmente no campo da educação, é
como utilizar essas informações em sala
de aula, de modo a gerar interesse e, so-
bretudo, aprendizagem para os alunos.
As ferramentas de comunicação
online disponíveis são diversas. Sites,
blogs e redes sociais, apenas para citar
alguns, são os mais comuns. Há infor-
mações aos montes, múltiplas fontes,
visões diferentes de mundo. Educar
hoje é mais complexo, pois a socieda-
de também é mais complexa.
Educacional do Colégio Bandeirantes,
de São Paulo. “O aluno precisa ser
orientado pelo professor, que passa a
ter um papel de facilitador no apren-
dizado, guiando-o a fazer as perguntas
corretas, a estabelecer critérios na esco-
lha de sites, a avaliar as diferentes pági-
nas web e, cada vez mais, a adquirir au-
tonomia”, completa.
Para José Manuel Moran, diretor de
Educação à Distância da Universidade
Anhanguera (UNIDERP) e professor
aposentado em Novas Tecnologias da
Universidade de São Paulo (USP), a pa-
lavra-chave é interação. “O professor
disponibiliza os materiais para os alu-
nos e propõe discussões, aprofunda-
mentos. Muda a metodologia das aulas,
pois a questão da informação se resolve
“Esses são recursos que enriquecem
o processo de aprendizagem. O pro-
fessor não apenas deve transmitir con-
teúdos, mas ensinar o aluno a apren-
der”, destaca Sílvia Vampré Ferreira
Marchetto, coordenadora de Tecnologia
Comunicação on-lineDebate e intercâmbio na educação
Por Cinthia de Paula, Jornalista
Não há receita, pois as possibilidades são
inúmeras. As redes sociais, por exemplo, são ambientes
propícios ao debate e à interação entre os
próprios alunos
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 31
virtualmente. Na sala de aula há intera-
ção”, resume.
Segundo ele, o primeiro passo para
o professor lidar com essas mudanças
é dominar as possibilidades que as tec-
nologias trazem, testá-las. Não é preci-
so ser especialista, mas ter o domínio
técnico sobre como usar e o pedagógi-
co, de como aplicar para o aluno apren-
der melhor. “Por exemplo, um blog. O
professor precisa ler, dominar, acompa-
nhar, testar em uma aula e ter domínio
para se sentir seguro em relação àquela
ferramenta”, ressalta Moran.
Não há receita, pois as possibili-
dades são inúmeras. As redes sociais,
por exemplo, são ambientes propícios
ao debate e à interação entre os pró-
prios alunos – que transitam confor-
tavelmente pelo ambiente – e também
ao enriquecimento com agentes exter-
nos, que podem participar do projeto.
“Para os alunos é muito interessante,
especialmente quando o professor se
coloca na posição de aprender junto.
Ele não precisa ser especialista em tec-
nologia; os alunos têm mais facilidade
e podem ajudar. É muito positivo, pois
eles estão prontos para isso, não têm
medo de testar”, afirma o diretor.
No Colégio Bandeirantes, a fórmu-
la funciona e já existem blogs desenvol-
vidos para os alunos e também por eles
e que são trabalhados em sala de aula.
“Um exemplo é o blog de Redação, no
qual os alunos são incentivados a ler so-
bre temas diversos e comentar o assun-
to para criar um repertório de informa-
ções que os auxiliem na argumentação
de um tópico e no desenvolvimento de
um texto”, destaca Sílvia. O Facebook
também é utilizado na instituição, tan-
to em projetos curriculares quanto por
iniciativa dos próprios jovens, que se
organizam em grupos de estudos.
“Li uma vez em uma reportagem o
exemplo de um ambiente colaborativo
em que os alunos propunham conjun-
tamente uma peça de teatro. O proje-
to não estava evoluindo como o espe-
rado e um jovem, então, propôs incluir
o material no Facebook, que é um am-
biente com o qual eles têm familiarida-
de. A proposta foi aceita e funcionou
muito bem”, conta Moran.
Algumas escolas, no entanto, ain-
da apresentam dificuldade em romper
as barreiras, mas é preciso se preparar.
E o mesmo acontece com os professores,
pois as novidades exigem outra organi-
zação das aulas, mais qualificada, uma
vez que o educador precisa acompanhar
os debates, presenciais e on-line. Dar aula
não é só o tempo de estar com os alu-
nos em sala.
Para isso, é preciso também ter
pró-atividade e atitude do professor
no sentido de catalisar essas mudan-
ças de paradigmas e ser um dos prota-
gonistas de um processo enriquecedor
para ambas as partes. A interação gera
provocação, trocas de experiências e
evolução no modo de aprender. E os
alunos estão prontos para isso.
No Colégio Bandeirantes, os jovens
também fazem pesquisas de textos jor-
nalísticos, postam notícias e as comen-
tam. Para a coordenadora da institui-
ção, esse é um meio de incentivá-los
a ler informações noticiosas e contri-
buir para que escrevam melhor. Outro
grupo de estudantes utiliza o Facebook
para discutir questões relacionadas
à cidade de São Paulo; dicas de luga-
res turísticos, problemas da cidade, as-
pectos culturais, imagens e vídeos, en-
tre outros materiais, são postados pe-
los alunos e comentados pelos colegas,
possibilitando um debate constante.
EQUILÍBRIO SEMPREA transição para a utilização de tec-
nologias e dos meios de comunicação
on-line e interação em sala de aula não
deve ser repentina. O professor precisa
estar preparado e é recomendado que
teste a novidade que se quer aplicar em
aula em uma pequena escala para en-
tão levar para grandes grupos.
Uma possibilidade é a própria esco-
la criar um portal, um ambiente para
os professores incluírem suas expe-
riências, socializarem suas vivências
e debaterem. Dessa forma, educado-
res de diversas áreas e com experiên-
cias distintas podem aproveitar as des-
cobertas do outro, confrontar e apren-
der juntos.
Além disso, algumas vezes a lousa
pode funcionar bem, assim como revis-
tas ou livros. “Trabalhar com o que já é
conhecido é o caminho normal, mas
é possível combinar soluções. Não traba-
lhar com exclusão, mas por integração”,
ressalta o Moran. “A educação é um pro-
cesso humano e é preciso pessoas para
avançar. A tecnologia contribui, mas só
ela não resolve. Sozinha ela não traz ne-
nhuma grande mudança; é o bom profis-
sional que faz a educação de qualidade.
A tecnologia apoia”, finaliza o diretor.
Uma possibilidade é a própria escola criar um
portal, um ambiente para os professores incluírem
suas experiências, socializarem suas vivências
e debaterem
32 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Gestão
A leitura de obras clássicas da litera-
tura, sejam brasileiras ou estran-
geiras, é apontada por especialistas
não somente como enriquecedo-
ra no ensino e na aprendizagem da leitu-
ra e da escrita, mas também fonte funda-
mental para a integração do aluno-leitor
no contexto sociocultural.
A escola, e, especialmente, o profes-
sor, têm papel fundamental nesse proces-
so, pois dão oportunidade para a criança
e o jovem conhecerem o mundo dos li-
vros, sejam clássicos infantis, contos, len-
das, histórias em quadrinhos ou outros.
Segundo Cintia Barreto, doutoranda
em Literatura Brasileira e Professora uni-
versitária no Rio de Janeiro, os clássicos
devem ser lidos dentro e fora do espaço
escolar. “Não pela exigência, na maioria
das vezes, de vestibulares ou exames de
desempenho de alunos, mas porque têm
uma característica comum: a qualidade
literária. Eles são perenes, atemporais e
falam da condição humana”, afirma.
Incentivar essa leitura em uma era
tão tecnológica e repleta de fontes de in-
formação é um desafio a ser enfrentado
e que começa antes dos anos escolares.
“Os alunos carecem do incentivo à lei-
tura e essa carência tem origem no pró-
prio ambiente familiar. O meio em que a
criança ou o jovem está inserido é fator
decisivo para o desenvolvimento de de-
terminadas habilidades, e a leitura é uma
A leitura de clássicos da literatura e o interesse dos alunos
Por Cinthia de Paula, Jornalista
delas. Se os jovens não encontrarem nos
pais a mola propulsora para essa prática,
acabam não atribuindo à leitura o valor
que ela realmente requer”, ressalta a pro-
fessora Vânia Duarte, integrante da equi-
pe do portal Brasil Escola.
Apesar disso, também cabe ao pro-
fessor o importante papel de protago-
nista na tarefa de incentivar a leitura
de clássicos. Cintia sugere as releituras
e adaptações. “Levar os alunos para as-
sistirem a filmes e peças teatrais inspi-
radas nas obras, incentivá-los a assistir a
minisséries na televisão e levar os clássi-
cos em sala de aula em formato de qua-
drinhos ou até mesmo em cordel são al-
gumas possibilidades que despertarão a
curiosidade dos jovens”, destaca.
Vânia acrescenta que o professor
também deve se mostrar um aprecia-
dor da leitura dos clássicos como for-
ma de incentivo e, a partir disso, colo-
car em prática estratégias que contribu-
am para o despertar do gosto dos alunos
pela atividade. “A começar pela leitura
de um poema, por exemplo, a expressão
corporal, as entonações de voz do pro-
fessor, entre outros fatores, são recursos
que farão diferença no sentido que terá
a leitura para os aprendizes. Outro as-
pecto importante é o contexto em que
se dará a prática. O ambiente da biblio-
teca possibilita que o trabalho se desen-
volva de forma plena. Por isso, a assidui-
dade de visitas a esse espaço se apresen-
ta como fator fundamental na conquista
dos objetivos”, reitera.
A leitura não deve estar relacionada,
porém, somente ao prazer dos alunos,
mas ter também o objetivo de promover
a capacidade reflexiva e crítica, com dis-
cussões sobre o tema. “A cobrança das
antigas fichas de leitura deve ser substi-
tuída por uma roda de debate sobre os li-
vros lidos. As provas bimestrais baseadas
nos clássicos devem ser trocadas por tra-
balhos não apenas de análise das obras,
mas por atividades mais dinâmicas, cria-
tivas, interativas e lúdicas”, exemplifica a
professora Cintia.
Existem ainda outras possibilida-
des, como organizar uma feira literária,
A literatura gera um leitor mais capacitado para a compreensão e
interpretação de textos diversos porque o texto
literário é subjetivo
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 33
a montagem de peça teatral sobre uma
obra – nem que seja apenas um impro-
viso em sala de aula – ou uma pesqui-
sa que vai além da leitura, destacando o
contexto histórico, político e social da
produção do livro. “Os clássicos contri-
buem para a formação de alunos mais
críticos, experientes, com mais repertó-
rio e conhecimento de mundo, textual e
linguístico”, acrescenta Cinthia.
TECNOLOGIA COMO ALIADAAo contrário do que se pode pensar, a
era da tecnologia que vivemos atualmen-
te pode ser grande aliada dos professores
no despertar do interesse e no desenvol-
vimento de atividades relacionadas à lei-
tura de clássicos. Isso porque os avanços
tecnológicos, a globalização e o extensi-
vo acesso a informações na rede, em si-
tes, blogs, enciclopédias digitais – as wi-
kis – e até mesmo nas redes sociais con-
tribuem para o hábito da leitura literária
e não literária.
“Esses espaços podem, e devem, ser
utilizados pela escola como ferramentas
de aprendizagem e práticas de leitura e
escrita. Além do mais, na internet en-
contramos excelentes softwares educati-
vos que podem ser usados por professo-
res e alunos”, afirma Cintia.
Vânia reitera que é preciso ter cuida-
do com a realidade do “tudo pronto” da
internet, por meio da qual o aluno en-
contra o que procura sem precisar se es-
forçar. “De toda forma, as mídias eletrô-
nicas podem colaborar com o processo
de despertar do interesse dos alunos pela
leitura de clássicos, desde que apoiem
esse objetivo. Uma visita ao laboratório
de informática, com o intuito de familia-
rizar a turma sobre um autor e estimu-
lar comentários no blog do professor, por
exemplo, são atividades benéficas e im-
portantes, e pode ser estratégia utilizada
no sentido de contribuir para que a lei-
tura literária realmente faça sentido para
os alunos”, destaca a professora.
RIQUEZA DE VOCABULÁRIO E LINGUAGEMAlém de todo o aspecto comporta-
mental e social da formação dos alu-
nos por meio da leitura dos clás-
sicos, é fundamental observar que
essa atividade promove, de maneira
considerável, o aumento do vocabu-
lário, a experimentação de diversas
possibilidades de linguagem e a ri-
queza de ideias, levando à constru-
ção de uma fala desenvolta. “A lite-
ratura gera um leitor mais capacita-
do para a compreensão e interpreta-
ção de textos diversos porque o texto
literário é subjetivo, intertextual (re-
fere-se a outros textos), polissêmico
(joga com os diferentes significados
das palavras) e figurativo (lança mão
de figuras de linguagem). Além disso,
possibilita mais de uma interpretação.
Por isso, desenvolve nos alunos habi-
lidades e competências de leitura que
contribuem para a formação do leitor
crítico”, finaliza a professora Cintia.
Incentivar essa leitura em uma era tão tecnológica
e repleta de fontes de informação é um desafio
a ser enfrentado e que começa antes dos anos
escolares
34 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Gestão
Após vivermos durante séculos
sem preocupações com o esgo-
tamento dos recursos naturais do
planeta, temos que aprender, ago-
ra, a viver de forma sustentável. E a maior
parte desse desafio é estimular mudanças
de atitude e comportamento, uma vez que
nossas capacidades intelectuais, morais e
culturais impõem responsabilidades para
com todos os seres vivos e para com a na-
tureza como um todo.
Pensando nisso, a Organização das
Nações Unidas para a Educação, a Ciência
e a Cultura (UNESCO) foi designada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas como
a agência líder para promover e coordenar
internacionalmente a Década da Educação
para o Desenvolvimento Sustentável – pois
a educação não é somente prioritária, mas
indispensável –, quando há desafios como
pobreza, consumo desordenado e degra-
dação ambiental.
A iniciativa é ambiciosa e comple-
xa. Seus fundamentos conceituais, reper-
cussões socioeconômicas e incidência no
meio ambiente e na cultura afetam todos
os aspectos da vida. O objetivo global da
no âmbito da educação para o desenvol-
vimento sustentável; e desenvolver estra-
tégias em todos os níveis, visando fortale-
cer a capacidade no que se refere à EDS.
Tais conceitos foram elaborados por-
que as Nações Unidas viram a educação
como a chave para o desenvolvimento
sustentável. Mas em que esta convicção se
fundamenta? Por que o desenvolvimento
sustentável está tão intrinsecamente liga-
do ao processo educacional?
Segundo Ben Sangar, presidente da
Sangari Brasil e do Instituto Sangari,
“ainda que seja importante defender ati-
vidades pontuais, como a reciclagem da
água e insumos, o reaproveitamento do
lixo, redução dos gases nocivos à atmos-
fera e produção de combustíveis alter-
nativos, entre muitas outras, é preciso
Década é integrar os valores inerentes ao
desenvolvimento sustentável em todas as
abordagens da aprendizagem, com o in-
tuito de fomentar mudanças de comporta-
mento que permitam criar uma sociedade
sustentável e mais justa.
Essa Década fundamenta-se na visão
de um mundo no qual todos tenham a
oportunidade de se beneficiar da educação
e de aprender os valores, comportamentos
e modos de vida exigidos para um futuro
sustentável e para a transformação positi-
va da sociedade, traduzindo-se em cinco
objetivos: valorizar o papel fundamental
que a educação e a aprendizagem desem-
penham na busca comum do desenvol-
vimento sustentável; facilitar os contatos,
a criação de redes, o intercâmbio e a in-
teração entre as partes envolvidas no pro-
grama Educação para o Desenvolvimento
Sustentável (EDS); fornecer o espaço e as
oportunidades para aperfeiçoar e promo-
ver o conceito de desenvolvimento susten-
tável e a transição a ele, por meio de todas
as formas de aprendizagem e de sensibili-
zação dos cidadãos; fomentar a melhoria
da qualidade do ensino e da aprendizagem
Educação para um mundo sustentável
Por Juliana Fernandes, Jornalista
É necessário ampliar a abrangência do conceito de sustentabilidade para muito além das fronteiras ambientais
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 35
articular, desde já, processos educativos
que possibilitem uma mudança radical
no olhar da humanidade em relação ao
seu ambiente, algo que exige novas ma-
neiras de educar”.
Por essa razão, é necessário ampliar a
abrangência do conceito de sustentabili-
dade para muito além das fronteiras am-
bientais, levando-o até onde ele realmen-
te é decisivo, ou seja, na articulação de
uma educação para a sustentabilidade.
CARACTERÍSTICAS DA EDUCAÇÃOA educação para o desenvolvimento sus-
tentável não deve ser comparada à edu-
cação ambiental, uma disciplina que en-
fatiza a relação dos homens com o am-
biente natural, as formas de conservá-lo,
preservá-lo e de administrar seus recursos
adequadamente.
Portanto, desenvolvimento susten-
tável engloba educação ambiental, colo-
cando-a no contexto mais amplo dos fa-
tores socioculturais e questões sociopolí-
ticas de igualdade, pobreza, democracia e
qualidade de vida. O conceito deve ser in-
tegrado em outras disciplinas e não pode,
em função do seu alcance, ser ensinado
de maneira independente.
“Hoje, os índices de aprendizado no
Brasil evidenciam com enorme clareza o
fato de que nossa educação é tudo me-
nos sustentável, pois os estudantes dei-
xam a escola sem terem aprendido o que
se esperava que aprendessem. Essa visão
imediatista da educação, que se preocu-
pa extremamente com indicadores como
alunos matriculados, número de escolas
e quantidades de livros, precisa adotar
como principal referência a questão da
aprendizagem, pois esse é o único dado
que realmente importa quando falamos
de educação”, sugere Sangar.
INVESTIMENTO EM EDUCAÇÃOA relação direta entre educação e sus-
tentabilidade pode ser vista por meio
de estudos como o de Ricardo Paes de
Barros, diretor do Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA), e Rosane
Mendonça, doutora em Economia pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ), que buscaram avaliar a relação
entre “Investimento em Educação e de-
senvolvimento econômico”.
Segundo o estudo, a eliminação do
atraso educacional amplia o crescimen-
to da renda per capita dos salários indus-
triais e das exportações entre 15 e 30%, ao
mesmo tempo em que melhora as opor-
tunidades e a qualidade de vida das pes-
soas em função do fato de que mais ins-
trução diminui o tamanho das famílias.
A análise revela ainda que a elimina-
ção do atraso educacional amplia entre
20 e 25% o tempo de vida dos indiví-
duos, que passam a receber e compre-
ender melhor informações sobre saúde,
higiene e alimentação, além do fato de
que gera mais qualificação para o traba-
lho, ampliando o acesso à renda.
Esse aumento da qualidade de vida
reflete-se, ainda, nos indicadores de esco-
laridade, pois a eliminação do atraso edu-
cacional eleva a presença de estudantes
no nível secundário em 17%, o que expli-
ca de modo absoluto por que investimen-
tos em educação melhoram a qualificação
das pessoas para a vida profissional.
Há, portanto, uma relação direta en-
tre educação e sustentabilidade que pre-
cisa fazer parte dos debates que cercam a
preocupação com o ambiente. “Embora
ações pontuais de proteção ambiental
sejam importantes e necessárias, preci-
samos compreender que somente uma
revolução educacional vai permitir mu-
danças realmente significativas a médio e
longo prazo no que diz respeito à susten-
tabilidade de nossas atividades econômi-
cas”, conclui Sangar.
· Ser interdisciplinar e holística: aprendizado voltado para o desenvolvimento sustentável como parte integrante do currículo como um todo, não como uma matéria separada;
· Ter valores direcionados: é imprescindível que as normas assumidas sejam explícitas de modo que possam ser analisadas, debatidas, testadas e aplicadas;
· Favorecer o pensamento crítico e as soluções de problemas: que gere confiança para enfrentar os dilemas e desafios em relação ao desenvolvimento sustentável;
· Recorrer a múltiplos métodos: palavra, arte, teatro, debate, experiência, pedagogias diferentes que deem forma aos processos. É preciso passar do ensino destinado unicamente a transmitir conhecimento para um enfoque em que professores e alunos trabalhem juntos para conquistar conhecimentos e transformar o espírito das instituições educacionais do entorno;
· Participar do processo de tomada de decisões: alunos participam das decisões relativas ao modo como devem aprender;
· Ser aplicável: as experiências de aprendizagem oferecidas estão integradas ao cotidiano tanto pessoal quanto profissional;
· Ser localmente relevante: tratar as questões locais assim como as globais, empregando a linguagem que os alunos usam mais comumente.
A educação para o desenvolvimento sustentável deve possuir as seguintes características:
Há, portanto, uma relação direta entre educação
e sustentabilidade que precisa fazer parte dos debates que cercam a
preocupação com o ambiente
36 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Capa
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 37
Como ajudar
o seu filho na escola
A vida moderna impõe uma série de distrações aos alunos da atualidade. Os livros têm que concorrer com o computador, videogame, televisão. Em al-guns casos, e por uma série de fatores, as crian-ças e jovens podem apresentar dificuldades em sala de aula, como o atraso no aprendizado e re-sultados negativos nas provas.
Infelizmente, não existe uma receita pronta para superar estas difi-culdades, mas algumas ações são consideradas consenso entre os educadores e, principalmente, entre os pais que já enfrentaram si-tuações como estas. Uma delas é relativamente simples: quando os pais participam e se envolvem com a escola, os filhos se envol-vem ainda mais.
Por Lana Canepa, Jornalista ANEC
38 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
O Ministério da Educação (MEC) faz
uma série de recomendações para aju-
dar os pais na difícil tarefa de partici-
par do universo escolar. A principal é
que eles precisam estar de corpo pre-
sente: conhecer os professores, os co-
ordenadores, ouvir deles sobre o com-
portamento dos filhos. Isso é válido em
momentos além da clássica reunião de
pais e mestres. Outra dica é, de vez em
quando, olhar a agenda e o caderno do
filho, perguntar como foi o dia na esco-
la, o que ele aprendeu, quais aulas teve,
se conseguiu fazer corretamente a tare-
fa, se, em casa, antes de deitar no sofá
para ver televisão ou ligar o computa-
dor, já estudou o conteúdo que apren-
deu naquele dia, se leu algo a mais, es-
creveu um texto novo.
Parece muita coisa, mas não é! Na
verdade, isso é participar, apontam os
especialistas. Outras ações recomenda-
das pelo Ministério da Educação para
aproximar os pais da escola é verificar
se o colégio em que o filho está matricu-
lado tem o funcionamento autorizado
pela Secretaria de Educação e se o alva-
rá sanitário está em dia. Também é im-
portante checar a qualificação dos pro-
fessores e se existe o número suficien-
te de profissionais para a quantidade de
alunos em cada sala. É válido, ainda,
verificar se a instituição de ensino tem
uma proposta pedagógica aprovada e se
a família é chamada para reuniões pelo
menos duas vezes ao ano.
No caso da educação infantil é es-
sencial saber o nome dos funcionários
O caminho mais saudável é acompanhar
os resultados dos pequenos de perto,
mas sem transformar a cobrança em algo
negativo
e professores que lidam diariamente
com o filho, o que ele produz em sala
de aula e sempre observar atentamen-
te o comportamento da criança quan-
do chega da escola: se ela está feliz ou
se demonstra sinais de sofrimento, ner-
voso, ansiedade.
Já para os alunos que estão no ensi-
no fundamental e médio, a primeira re-
comendação do Governo é manter em
casa o hábito da leitura. Neste caso, o
ideal é que os pais deem o exemplo.
E para atrair a atenção e o reforço
dos pais, as escolas criam estratégias.
Um exemplo é o que acontece no La
Sallle de Águas Claras, bairro a pouco
mais de 20 km de Brasília. Todo ano,
a coordenação do colégio organiza um
evento chamado “Superação”. E não po-
deria ter um nome mais apropriado, já
que em meio às brincadeiras de uma
gincana esportiva, os pais se informam
sobre o funcionamento da escola, os
nomes dos funcionários e professores,
e sobre o comportamento do filho em
sala de aula. É em situações desse tipo
que problemas podem ser identificados
e tratados pelos familiares.
A coordenadora da Câmara de
Educação Básica da ANEC, Janaína
Paim, alerta para a importância da pre-
sença dos responsáveis em eventos: “As
nossas escolas católicas são um bom
exemplo para a comunidade no que diz
respeito à interação da família com a es-
cola, porque além de trabalharmos as
competências exigidas pelo Ministério
da Educação, primamos em cultivar
valores humanos em parceria com as
famílias.”
No “Superação” do La Salle, as equi-
pes disputam 16 provas em modalida-
des como natação, esgrima, canoagem,
ciclismo, futebol, basquete, dança, gi-
nástica rítmica, ginástica olímpica, han-
dball, levantamento de peso, surf, tênis,
arco e flecha e artes marciais. Mais de
mil alunos participaram e os pais tam-
bém entram na brincadeira.
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 39
O vice-diretor do colégio, Tércio
Mendes de Sousa, garante que quando
o encontro começou, há 12 anos, nin-
guém imaginava que os resultados se-
riam tão bons a ponto de o evento fun-
cionar como uma ponte entre a escola
e a família. “O projeto fomenta o diálo-
go entre os alunos, professores, pais e
todos os demais funcionários do colé-
gio, o que contribui para o rendimento
do aluno dentro e fora da sala de aula.
Após o ‘Superação’, o olhar dos alunos
aos professores é diferente, assim como
o olhar dos professores para os alunos.
Há solidariedade, empenho, supera-
ção”, afirma.
A ideia é simples e pode mudar a
rotina de aprendizagem ao longo do
ano, e até ao longo da vida, já que en-
sina a trabalhar em grupo e a cooperar
com os colegas para vencer. “Este pro-
jeto muda a vida dos alunos e não ape-
nas pelo viés pedagógico. Todo ano al-
cançamos o nosso objetivo de fazer com
que a escola seja única. O aluno tem a
consciência de ajudar o próximo, co-
nhecer a comunidade”, conclui Sousa.
E os pais aprovam. Túlio de Queiroz
Magalhães tem filhas gêmeas matri-
culadas no terceiro ano do colégio.
Segundo ele, o evento envolve toda a
família e aproxima os pais da escola. “O
‘Superação’ começa muito antes do dia
das provas. A escola nos envolve, mos-
trando a importância do projeto. Para
as minhas filhas é uma festa; elas se es-
forçam e dão o melhor de si, e também
cultivam laços de amizade que duram
para sempre”, conta.
Mas é preciso cuidado para não exa-
gerar. Alguns pais, na ânsia de auxiliar os
filhos nos estudos, muitas vezes, e sem
perceber, pecam por excesso, como ex-
plica Valéria Rodrigues Silveira, psicólo-
ga colaboradora do Núcleo de Pesquisa
e Extensão sobre o Bebê e a Infância
(NUPEBI) da Universidade Federal do
Rio Grande (FURG): “Auxiliar na tarefa
é diferente de fazer a tarefa para a crian-
ça. O papel dos adultos nesse momento
é ajudar e ensinar a criança a pensar so-
bre o assunto em questão de modo que
ela seja capaz de desenvolver e aprimo-
rar seu raciocínio, ou seja, sua capacida-
de cognitiva. O hábito de dar a respos-
ta pronta pode atrapalhar o desenvol-
vimento dessa capacidade. Além disso,
podemos dizer que o aprendizado não é
O Ministério da Educação (MEC) faz uma série de recomendações para ajudar os pais na difícil tarefa de participar do universo escolar
O projeto é desenvolvido há 12 anos e reuniu mais de 1,2 mil estudantes em 2012
40 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
apenas da matéria, mas também social,
pois a família, que é o primeiro ambien-
te de relações sociais da criança, tem o
papel de ensinar como se dão tais rela-
ções. Se a família ensina que a criança
não precisa se esforçar, pois ‘os outros’
lhe darão as respostas, parece coerente se
ela lidar dessa forma em outros contex-
tos de sua vida, em outras etapas de seu
desenvolvimento.”.
O caminho mais saudável é acom-
panhar os resultados dos pequenos de
perto, mas sem transformar a cobran-
ça em algo negativo. “Há formas de tor-
nar esse momento mais agradável para
a criança. Ao invés de tratar a questão
com cobranças do tipo ‘se você não fizer
a tarefa antes do jantar ficará sem so-
bremesa’ costuma-se indicar a partici-
pação do adulto. Auxiliar nas dúvidas e
propor discussões sobre o tema da aula
são boas estratégias motivacionais”, re-
comenda a especialista.
Para as séries iniciais uma dica que
costuma dar bons resultados no desem-
penho escolar é criar um momento de
leitura da criança para a família. “O tex-
to pode ser escolhido por ela própria e a
família combina o dia e horário. Assim,
todos estarão atentos ao desenvolvi-
mento escolar e o aluno poderá se mo-
tivar por essa atenção que a família lhe
está dedicando”, explica.
E se nada der certo em um primeiro
momento, é preciso averiguar se a famí-
lia está passando por algum processo de
mudança, pois é comum que isso inter-
fira no desempenho escolar dos filhos.
“Costuma-se indicar que a procura por
um tratamento não seja apenas quan-
do ‘as coisas não têm mais jeito’, como
quando o filho está prestes a repetir o
ano. É aconselhável que se busque a
orientação de um profissional da área,
como um psicólogo ou psicopedagogo,
nos primeiros sinais de que os peque-
nos estão com dificuldades. Nem sem-
pre haverá a necessidade dessa orienta-
ção evoluir para um tratamento, mas é
importante saber por onde se está cami-
nhando, se trata-se de alguma dificul-
dade pontual ou se há outras questões
envolvidas. Para essa percepção, no en-
tanto, é preciso estar atento e partici-
par da vida escolar dos filhos”, conclui
a psicóloga.
A ideia é simples e pode mudar a rotina de aprendizagem ao longo
do ano, e até ao longo da vida, já que ensina a trabalhar em grupo e a cooperar com os colegas para vencer
Crianças participam das atividades na escola e aprendem a importância do coletivo
42 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Ensino Superior
Desvendar como o sistema imu-
ne se altera ao longo do enve-
lhecimento, entender os fatores
que aceleram esse processo e
promover estratégias em busca de uma
melhor qualidade de vida. Esses são
os objetivos do grupo de pesquisa em
Imunologia do Estresse e Imunossenes-
cência, do Instituto de Pesquisas Bio-
médicas (IPB) da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul (PUC/RS),
único da América Latina a desenvolver
estudos com seres humanos. A linha de
O grupo está realizando um gran-
de estudo com idosos atendidos pelo
Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto
Alegre. Uma triagem em postos de saúde
da Capital, em parceria com o Instituto
de Geriatria e Gerontologia da PUC/RS,
identifica pacientes com perfil de risco
imunológico. Dados da literatura médica
indicam que entre 15 e 20% das pesso-
as da terceira idade (superior a 60 anos
no Brasil) têm alterações nos linfócitos
que estão associados com mais doenças
e morte precoce.
As alterações do sistema imune em idosos
Vanessa Mello, Assessoria de Comunicação Social da PUC/RS
No laboratório, os pesquisadores buscam compreender como os
hormônios se alteram e aceleram o envelhecimento
pesquisa levou à inauguração do Labora-
tório de Imunologia do Envelhecimento,
em 2011, localizado no IPB do Hospital
São Lucas.
Grupo de pesquisa em Imunologia do Estresse
e Imunossenescência da PUC/RS (IPB)
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 43
Outro estudo analisou, em 2006, idosos saudáveis que cuidam de pacientes com Alzheimer, na maioria das vezes, cônjuges
A linha de pesquisa levou à inauguração do Laboratório de Imunologia do Envelhecimento, em 2011, localizado no IPB do Hospital São Lucas
No total, a pesquisa deve envolver
até mil participantes, que passam por
coletas de sangue, avaliação psiquiátrica,
neurológica, nutricional e bioquímica
em um estudo multidisciplinar. A inten-
ção é vacinar os pacientes contra o vírus
da gripe em 2012 e acompanhá-los, du-
rante dois anos, investigando a respos-
ta imune para a vacina em idosos com e
sem perfil de risco imunológico.
Os resultados devem ser aplicados
em ações pelo SUS e em políticas públi-
cas. “Queremos ver o quanto as alterações
emocionais e cognitivas levam a esse tra-
ço vulnerável imunológico”, explica Moisés
Bauer, coordenador do Laboratório de
Imunologia do Envelhecimento e profes-
sor da Faculdade de Biociências da PUC/RS.
“A hipótese é a de que idosos com
perfil de risco imunológico respondem
fracamente à vacina para gripe e apre-
sentam uma reatividade maior para cito-
megalovírus, que pode ser um fator im-
portante para acelerar o envelhecimen-
to do sistema imune”, completa Moisés.
No laboratório, os pesquisadores bus-
cam compreender como os hormônios
se alteram e aceleram o envelhecimen-
to. As pesquisas com humanos consis-
tem em entrevistas sobre o estado emo-
cional, dosagens hormonais por meio de
coleta de saliva e sangue e análise imuno-
lógica no sangue. A equipe multidiscipli-
nar conta com psicólogos, neurologistas,
psiquiatras e nutricionistas. Entre os pro-
fissionais estão o professor da Faculdade
de Medicina, Vinicius Duval da Silva; o
membro do laboratório e professor da
Faculdade de Psicologia, Rodrigo Grassi
de Oliveira; e a professora da Faculdade
de Biociências, Cristina Bonorino.
A primeira pesquisa, realizada em
2002, mostrou como fatores emocio-
nais do tipo estresse, depressão e ansie-
dade podem acelerar o envelhecimento.
As análises revelaram que idosos sau-
dáveis são mais estressados que jovens
adultos de 20 a 40 anos, e apresentam
níveis mais altos de hormônios de es-
tresse (cortisol), que contribuem para
um envelhecimento imunológico mais
acelerado.
Outro estudo analisou, em 2006,
idosos saudáveis que cuidam de pa-
cientes com Alzheimer, na maioria das
vezes, cônjuges. Os resultados mostra-
ram que pessoas com o estado de saú-
de muito bem preservado enfrentam
melhor situações de estresse e apre-
sentam menos alterações hormonais e
imunológicas.
Em 2010, uma pesquisa mostrou
que o efeito de relaxamento produzi-
do pela acupuntura retardou o processo
de envelhecimento em idosos saudáveis.
“Houve alterações biológicas e psico-
lógicas, com respostas imunes tão boas
quanto a de um jovem”, completa Bauer.
Conhecer as variáveis do processo
de envelhecimento é fundamental para
promover estratégias, prevenir ou re-
tardar doenças que surgem com a ida-
de. “Acupuntura, relaxamento, exercí-
cio moderado, bem-estar emocional, in-
serção social e atividades como ioga tra-
zem benefícios para a imunidade”, fina-
liza Bauer.
Conhecer as variáveis do processo de envelhecimento
é fundamental para promover estratégias
44 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Ensino Superior
Cerca de 190 pessoas, incluindo
crianças, coordenadores e arte-
-educadores da Escola de Cir-
co Dom Fernando, vinculada à
Pró-Reitoria de Extensão e Apoio Es-
tudantil da Pontifícia Universidade Ca-
tólica de Goiás (PUC-GO), assistiram,
em fevereiro, ao espetáculo Varekai, do
Cirque du Soleil, apresentado em Bra-
sília (DF). A viagem, a primeira para
muitas das crianças, foi a realização
de um sonho. Para a aluna Talita Al-
ves, 12 anos, a alegria dos artistas foi
contagiante. “O que mais me marcou
em março. Do montante, 70% dos re-
cursos arrecadados foram destinados à
Escola de Circo da PUC-GO e à Escola
de Circo Laheto, e 30% para a Rede
Circo Mundo Brasil, da qual o Cirque
du Soleil é associado.
“O Cirque du Solei trabalha na re-
qualificação da arte circense no mun-
do. O circo é qualificado como um ins-
trumento de inserção social e isso coin-
cide com a missão da Escola de Circo
Dom Fernando: é mais do que um es-
paço lúdico e de aprendizagem, é
uma forma de se exercer a cidadania”,
no espetáculo foi a alegria dos artis-
tas ao compartilhar essa alegria com
a gente”.
Além da emoção de assistirem ao
espetáculo, as crianças ainda recebe-
ram de presente uma cota de cem in-
gressos para uma das apresentações do
novo espetáculo do Cirque du Soleil,
Circo e universidadeBelisa Monteiro, Assessoria de Comunicação da PUC/GO
A viagem, a primeira para muitas das crianças, foi a realização de um sonho
Alunos durante o espetáculo Varekai, do Cirque du Soleil, em Brasília (DF)
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 45
A Escola de Circo da PUC-GO trata a arte circense como ferramenta de
transformação
Turma da Escola de Circo Dom Fernando, em Goiânia (GO), na apresentação do Cirque du Soleil
pontuou a pró-reitora de Extensão e
Apoio Estudantil da PUC-GO, profes-
sora Márcia Alencar Santana.
O convite para assistir ao espetácu-
lo veio da Rede Circo do Mundo Brasil,
formada por organizações não gover-
namentais, das quais a Escola de Circo
Dom Fernando é integrante. Localizada
na região leste de Goiânia, no Jardim
Dom Fernando I, a Escola de Circo
atende a crianças e adolescentes de 6 a
16 anos em situação de vulnerabilida-
de social.
ESCOLA DE CIRCO DOM FERNANDOA Escola de Circo é um programa de
extensão da PUC-GO que é vinculado
ao Instituto Dom Fernando. O proje-
to, que não tem objetivo profissionali-
zante, atende apenas a alunos que es-
tejam devidamente matriculados no
ensino regular. As crianças atendidas
participam de oficinas, produções de
espetáculos, seminários, entre outras
atividades que visam garantir os direi-
tos no que concerne à cultura, a edu-
cação e ao lazer. Alguns dos projetos
desenvolvidos na Escola ganham des-
taque por sua atuação e inserção na co-
munidade, como é o caso do Projeto
Picadeiro, que realiza oficinas e pro-
duções de espetáculos. A família das
crianças e adolescentes também recebe
atenção especial da Escola: visitas, reu-
niões e atendimentos ocorrem cons-
tantemente, integrando-os no projeto.
Na Escola de Circo Dom Fernando,
tudo é um espetáculo. A começar pela
estrutura montada e pelos equipa-
mentos para a realização das ativida-
des. Atividades essas que a comuni-
dade tem a oportunidade de assistir
nas apresentações e arraial da cultu-
ra popular realizados. Prova do gran-
de alcance do projeto e da inserção
na vertente do circo social, a Escola
foi contemplada com dois expressi-
vos prêmios: em 2010, com o prê-
mio Carequinha de Estímulo ao Circo,
concedido pela Fundação Nacional de
Artes (Funarte) e, em 2009, com o prê-
mio Ludicidade/Pontinhos de Cultura,
do Ministério da Cultura.
A Escola de Circo da PUC-GO trata a
arte circense como ferramenta de trans-
formação e, no segundo semestre de
2011, realizou 6.590 atendimentos en-
volvendo os alunos e a comunidade.
46 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Ensino Superior
Há uma década, a Pontifícia
Universidade Católica de São
Paulo (PUC-SP) se tornava pio-
neira entre as universidades ca-
tólicas de todo o mundo ao oferecer o
Pindorama (programa de oportunida-
de de estudos e inserção de jovens in-
dígenas na universidade). Segundo um
de seus coordenadores, Benedito Prezia
(Pastoral Universitária), o programa é
único no mundo até hoje.
Nestes dez anos, 120 estudantes de di-
ferentes etnias indígenas já passaram pelo
Pindorama, dos quais 42 se formaram na
PUC-SP em diversas áreas. São jovens das
tribos Atikum, Fulni-ô, Guarani Mbyá,
Guarani Nhandeva, Kaimbé, Krenak,
Kaxinawá, Pankararu, Pankararé, Pataxó,
Pindorama completa dez anosPor Bete Andrade, Assessora de Comunicação
Nestes dez anos, 120 estudantes de diferentes
etnias indígenas já passaram pelo Pindorama,
dos quais 42 se formaram na PUC-SP, em diversas áreas
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 47
Potiguara, Terena, Xukuru do Ororubá,
Xukuru-Kariri e Xavante, que integram ou
já passaram pelos cursos de Administração,
Artes do Corpo, Ciências Biológicas,
Ciências da Computação, Ciências
Contábeis, Ciências Sociais, Economia,
Direito, Enfermagem, Engenharia Elétrica,
Engenharia Biomédica, Fisioterapia,
Fonoaudiologia, Geografia, Gestão
Ambiental, História, Letras, Multimeios,
Pedagogia, Psicologia, Secretariado,
Serviço Social, Turismo e Tecnologia e
Mídias Digitais.
Nos últimos anos, as graduações em
Serviço Social, Pedagogia e Tecnologia e
Mídias Digitais são as que têm mais par-
ticipantes do Pindorama. Há ainda três
ex-alunos do programa que estão cur-
sando Medicina: dois em Cuba e um
na Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar).
AUtoNoMIAFormado em Serviço Social, Edcarlos
Pereira do Nascimento trabalha, atu-
almente, em uma Instituição de Longa
Permanência para Idosos (ILPI). O
profissional conta que encontrou no
Pindorama a oportunidade que pre-
cisava para obter formação mais
completa.
“Sem o programa, muitos de nós não
teríamos concluído, entrado ou até mes-
mo conseguido nos manter em uma uni-
versidade com a qualidade da PUC-SP”,
considera. “Precisamos de uma boa for-
mação para trabalharmos para nossas
comunidades e conquistarmos autono-
mia na execução das atividades profis-
sionais em nossas áreas (territórios)”, sa-
lienta Nascimento.
Da etnia Pankararu, ele acredi-
ta que o programa não serve apenas
como mecanismo de inserção social,
mas permite também a desmitificação
da imagem que a sociedade faz do in-
dígena. “Lembro que o primeiro dia de
aula foi curioso, pois participei do tro-
te e tive meus cabelos cortados. Em
uma aula, a professora comentou que,
entre os alunos, havia um indígena na
sala. Todos ficaram procurando quem
seria e eu estava o tempo todo bem ali
na frente deles. Então, me apresentei
como indígena Pankararu e alguns es-
tudantes me perguntaram se eu era ín-
dio de verdade. Para muito deles era
estranho o fato de eu não ter a pele
vermelha e os cabelos longos e lisos.
Expliquei que a ausência desses itens
não me fazia menos indígena, pois eu
tinha tradição, princípios e ideologia
cultural Pankararu”, conta.
RAízESAlém do bom aproveitamento acadêmi-
co, os bolsistas do Pindorama têm de se
comprometer a participar de reuniões
mensais, nas quais são discutidas ques-
tões ligadas à vivência universitária. “O
grande desafio para o projeto é fazer
com que se envolvam nas lutas e ativi-
dades de suas comunidades de origem”,
enfatiza Prezia.
Para Alexsandro Mesquita, alu-
no do segundo ano de Tecnologia e
Mídias Digitais, as reuniões, além de
possibilitar o contato entre os alunos
indígenas de diferentes cursos, tam-
bém são a chance que o grupo tem de
falar de suas tradições e raízes. “Sou
neto de índios, vim para São Paulo
pequeno e tive pouco contato com a
cultura indígena. Acho muito interes-
sante esse momento de reflexão”, afir-
ma. “O programa me possibilitou ter
a formação e trabalhar na área que
eu queria, ao mesmo tempo em que
pude entrar em contato com minhas
origens”, ressalta.
Estagiando no Serviço Nacional de
Aprendizagem Comercial (Senac), no
cargo de designer educacional, Mesquita
também está desenvolvendo um projeto
de iniciação científica intitulado “O re-
curso educacional flashmeeting no pro-
jeto colaborativo de aprendizagem aber-
ta Openlearn entre Open University e
PUC-SP/Tidd”.
Para Prezia, se não fosse o Pindorama
muitos desses jovens, a maioria de famílias
financeiramente carentes, nunca teriam a
chance de estudar em uma universidade
particular com o nível da PUC-SP.
Coordenado inicialmente pelas psi-
cólogas Ana Maria Battaglin e Marisa
Penna, o Pindorama está atualmente sob
coordenação de Prezia e dos professo-
res Lúcia Helena Rangel (Departamento
de Ciências Sociais) e Miguel Perosa
(Departamento de Psicologia), da ba-
charel em Letras Maria Cícera Oliveira
(ex-integrante do Pindorama) e de
Camila Matoso Violani (Pastoral
Indigenista de São Paulo).
Além do bom aproveitamento acadêmico, os bolsistas do Pindorama têm de se comprometer
a participar de reuniões mensais
48 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Ensino Superior
O Centro de Reabilitação Geral
(CRG) do Centro Universitário do
Leste de Minas Gerais (Unileste)
reiniciou, neste semestre, os aten-
dimentos à população do Vale do Aço e re-
gião. O serviço destinado aos portadores
de deficiências físicas, motoras e sensoriais
é credenciado ao Sistema Único de Saúde
(SUS) e, portanto, gratuito.
O professor e fisioterapeuta, Roberto
Martins de Andrade, coordenador do
Centro de Reabilitação, explica que os
atendimentos realizados pelo CRG têm
como intuito a prescrição, avaliação, ade-
quação, treinamento e acompanhamento
da entrega de órteses, como talas, coletes,
tutores, botas ortopédicas, cadeiras de ro-
das e de banho e, ainda, auxiliares de lo-
comoção: bengala, muleta e andador.
O serviço do Centro é conduzido por
uma equipe multiprofissional compos-
ta por médico ortopedista, enfermeiro, fi-
sioterapeuta, psicólogo e terapeuta ocu-
pacional e abrange um total de 35 muni-
cípios, que compõem as microrregiões de
Coronel Fabriciano, Ipatinga e Caratinga.
Além da prescrição e avaliação para
será dada a confirmação da necessidade
do atendimento ou de materiais ortopédi-
cos auxiliares de locomoção.
CIDADES ATENDIDASAo todo, 35 municípios que integram
as microrregiões de Coronel Fabriciano,
Ipatinga, Caratinga e seus municípios
adscritos podem ter acesso ao atendi-
mento. Sendo a microrregião de Coronel
Fabriciano composta pelos municípios
de Antônio Dias, Coronel Fabriciano,
Córrego Novo, Dionísio, Jaguaraçu,
Marliéria, Pingo D’água e Timóteo; da
microrregião de Ipatinga fazem parte os
municípios de Açucena, Belo Oriente,
Braúnas, Bugre, Dom Cavati, Iapu, Ipaba,
Ipatinga, Joanésia, Mesquita, Naque,
Periquito, Santana do Paraíso e São João
do Oriente. Já a microrregião de Caratinga
é composta por Bom Jesus do Galho,
Caratinga, Entre Folhas, Imbé de Minas,
Inhapim, Piedade de Caratinga, Santa
Bárbara do Leste, Santa Rita de Minas,
São Domingos das Dores, São Sebastião
do Anta, Ubaporanga, Vargem Alegre e
Vermelho Novo.
Assessoria de Comunicação da Unileste
Centro de Reabilitação retoma atendimento à população
entrega dos equipamentos, a equipe faz
um trabalho de orientação geral e familiar
sobre o uso do material, proporcionan-
do a reinserção social e melhora da qua-
lidade de vida do deficiente. Completa o
coordenador do Centro: “O CRG é uma
grande conquista para a nossa região, a
partir da sua criação, pessoas que antes
tinham de se deslocar até Belo Horizonte
em busca desse tipo de atendimento, ago-
ra podem se tratar aqui mesmo, graças à
presença de uma equipe multifuncional.
Trabalhamos para que a cada ano nossos
serviços possam ser aperfeiçoados, aten-
dendo a um número cada vez maior de
pessoas”.
FUNCIoNAMENtoAs pessoas que necessitam dos serviços
ofertados pelo CRG do Unileste devem
se encaminhar até a unidade de saúde
mais próxima de sua residência para se-
rem avaliadas por um profissional da saú-
de ou, ainda, dirigirem-se diretamente ao
Centro de Reabilitação do Unileste, para
serem avaliadas pelos profissionais do se-
tor. Somente com essa avaliação é que
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 49
Ensino Superior
Uma cerimônia, realizada no Pa-
lácio do Planalto, marcou a con-
cessão da milionésima bolsa de
estudo do Programa Universida-
de para Todos (ProUni). Vitor Lima Lobo,
20 anos, estudante de Medicina da Uni-
versidade Católica de Brasília (UCB) foi o
beneficiado de número 1 milhão e assi-
nou o ato de matrícula junto ao reitor da
UCB, prof. Cícero Gontijo, tendo como
testemunha o então Ministro da Educa-
ção, Fernando Haddad.
A presidente Dilma Rousseff esteve
no evento e elogiou o programa que leva
os jovens brasileiros a romper a barrei-
ra da oportunidade. “Nós temos de me-
dir uma sociedade pelo grau de oportu-
nidades que ela oferece”, afirmou. No
seu discurso, Dilma agradeceu a pre-
sença do reitor da UCB, representando
decidiu continuar estudando para
Medicina. Agora, com a boa pontuação no
Enem 2011, Vitor garantiu a única vaga
para cursar Medicina com bolsa integral na
Universidade Católica de Brasília e já fez
a matrícula. Ele sonha em ser um médico
com visão humanista. “Não se pode tratar
o paciente como um número, dar uma re-
ceita sem olhar na cara. O médico precisa
ouvir, ser mais humano”, diz.
PROUNI Criado em 2004, o ProUni concedeu as
primeiras bolsas de estudos integrais e
parciais de 50% do valor da mensalidade
no início de 2005. De 2005 ao primei-
ro processo seletivo de 2012, o progra-
ma colocou em cursos de graduação em
instituições privadas de ensino superior
1 milhão de estudantes.
todas as instituições de ensino presentes,
e contou a história da estudante Lorene
Laiane, também estudante de Medicina
da UCB, que, graças ao ProUni, reali-
zou o sonho de cursar Medicina. “Graças
ao ProUni, hoje, ela estuda em uma
das melhores escolas do País, que é a
Universidade Católica de Brasília”, afir-
mou a presidente.
O futuro médico Vitor Lima Lobo, 20
anos, nasceu e reside em Goiânia (GO)
e é filho único de uma servidora públi-
ca aposentada. Bolsista, o estudante fez
todo o ensino médio em escola privada
e cursos preparatórios para vestibular e
para o Exame Nacional do Ensino Médio
(Enem). Antes do resultado, ele fez diver-
sos vestibulares para Medicina, sem suces-
so. Foi aprovado em Direito e Engenharia
Civil em Universidades Federais, mas
Milionésimo beneficiado pelo ProUni
Assessoria de Comunicação da UCB
Vitor Lima durante cerimônia de assinatura no Palácio do Planalto
50 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Ensino Superior
Animação da construção da FEI ao longo de dez anos desde a fundação
Criado em dezembro de 2001
por resolução do Ministério
da Educação (MEC), o Centro
Universitário da FEI uniu a
Faculdade de Engenharia Industrial
(FEI), a Faculdade de Informática (FCI)
e a Escola Superior de Administração
de Negócios (ESAN) em torno de um
projeto que visava, essencialmente,
ampliar a excelência de seus cursos.
Uma década depois, a Instituição fes-
teja os resultados alcançados e traça os
rumos para o futuro, alinhados às no-
vas demandas da educação superior.
Ao longo desses dez anos, o Centro
Universitário contabiliza uma série de
resultados importantes, especialmen-
te relacionados à formação superior, à
pesquisa e à geração de conhecimen-
tos. Segundo o reitor da FEI, profes-
sor doutor Fábio do Prado, alguns as-
pectos devem ser considerados como
fundamentais para esse sucesso. Um
deles é a estrutura organizacional
Uma década de bons resultados
Assessoria de Comunicação da FEI
A solidez da estrutura do Centro Universitário e a credibilidade da FEI
também se refletem na evolução do número
de alunos inscritos e matriculados nos últimos
processos seletivos
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 51
enxuta e suas células administrativas
horizontalizadas, que permitem um
diálogo eficiente entre todos os agen-
tes acadêmicos e, consequentemente,
agilidade nas decisões e ações.
Outro ponto importante é o am-
biente favorável a um processo de ar-
ticulação e diálogo para a indução de
projetos e iniciativas inter- e multi-
disciplinares, o que tem resultado em
encaminhamentos de propostas con-
juntas entre diferentes áreas e cursos.
“Esse ambiente tem possibilitado que
bons docentes passem a ter espaço em
qualquer área, o que contribui para a
rápida formatação de redes e fóruns
informais de discussão, que é o ponto
de partida da investigação intelectual e
científica”, reforça o reitor, ao enfatizar
que essas redes suportam, sustentam e
dão massa crítica a novas metodologias
pedagógicas, a linhas de pesquisa e à
geração do conhecimento.
O professor doutor Fábio do Prado
também destaca a importância de a
FEI ter se voltado fortemente à pesqui-
sa nos últimos anos, com a criação de
um ambiente de investigação científica
muito saudável e bem-fundamentado,
que cria oportunidades que vão além
do saber em sala de aula. “Os alunos
têm potencial e o ambiente da pesqui-
sa pode estimular para que se interes-
sem cada vez mais pela busca de novos
conhecimentos”, argumenta.
RECoNHECIMENto PÚBLICoDesde que começou a instituciona-
lizar a pesquisa, a FEI vem colhendo
importantes resultados que se refle-
tem em prêmios. Entre os exemplos
estão o International Italian Textile
Technology Award, conquistado por
alunas da Engenharia Têxtil, e o prê-
mio do Conselho Regional de Química
pelo projeto sobre obtenção de celu-
lose utilizando resíduos de produtos
agrícolas. A FEI também foi premiada
pela Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
por ter sido a Instituição de ensino pri-
vada que mais utilizou as normas técni-
cas da base ASTM internacional em ati-
vidades de ensino, pesquisa e extensão
no ano passado. Além disso, recebeu
conceito 4 no Índice Geral de Cursos
(IGC) do MEC, que avalia as institui-
ções a partir de indicadores como o
Exame Nacional de Desempenho dos
Estudantes (Enade) e o percentual de
professores com doutorado; e ficou em
primeiro lugar na pesquisa do Guia do
Estudante, da Editora Abril, como me-
lhor Centro Universitário do Brasil na
categoria Organização Acadêmica –
Centros Acadêmicos.
“Temos a responsabilidade de per-
petuar todas essas conquistas por meio
de trabalho sério e atento às novas de-
mandas sociais. Os alunos exigem qua-
lidade e temos de dar a eles o que espe-
ram”, enfatiza o reitor Fábio do Prado.
A solidez da estrutura do Centro
Universitário e a credibilidade da FEI
também se refletem na evolução do nú-
mero de alunos inscritos e matricula-
dos nos últimos processos seletivos, com
destaque para a concorrência às vagas
dos cursos diurnos de Engenharia. Além
disso, houve um aumento efetivo da par-
ticipação da FEI em editais públicos do
Ministério da Educação e do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação
em nível de graduação e pós-gradu-
ação. A Instituição também conquis-
tou sua participação em diversos pro-
gramas que prestigiam a qualidade aca-
dêmica, como o Programa CNPq/PBIC
Institucional, o Programa Ciência sem
Fronteiras do Governo Federal e o
acesso gratuito ao Portal de Periódicos
da CAPES, entre outros. “A FEI não é
apenas uma ótima Instituição de ensi-
no superior, mas tornou-se referência
em educação superior. A FEI é um pro-
jeto consistente e este é o momento de
consolidarmos a sua expansão”, con-
clui o reitor.
Uma década depois, a Instituição festeja os resultados alcançados e traça os rumos para o futuro, alinhados às novas demandas da educação superior
Agenda ANECCalendário de Eventos do Segundo Semestre de 2012
Legenda/Público-Alvo - (Eb): Educação Básica (Es): Ensino Superior (Ma): Mantenedoras
Julho 05 a 08. ExpoCatólica - SP (Eb/Es/Ma) 17 a 10. IV Congresso Nacional Marista de Educação - SP (Eb/Es) 23 a 27. Congresso da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC) - SP
Agosto 16, 17 e 18. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - GO (Eb/Es) 18. Encontro de Educadores Católicos - ES (Eb/Es) 23 e 24. Fórum de Pró-Reitores - SP (Es) 23. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb) 24. Encontro: Cultura Indígena na Escola - RS (Eb) 31. Encontro Nacional da Pastoral na Educação - RS (Eb/Es) 30 e 31. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PR (Eb/Es)
Setembro 01. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PR (Eb/Es) 04. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb/Es) 13. II Encontro de Educadores Católicos - RS (Eb/Es) 14. Curso de Capacitação da Pastoral - RS (Eb/Es) 13, 14 e 15. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PA (Eb/Es) 17 e 18. Assembléia Ordinária da ANEC e V Fórum Nacional de Mantenedoras da ANEC (Eb/Es/Ma) 27. Seminário de Informação Pro�ssional - ES (Eb)
Outubro 04 e 05. Seminário de Gestão Acadêmcia - PR (Es) 05. Escola em Pastoral - ES (Eb/Es) 05 e 06. Encontro de Educadores de Obras Sociais - SP (Eb/Es) 07. Missa dos Professores - GO (Eb/Es) 12 a 14. Encontro Brasileiro de Universitários Cristãos (Es) 18, 19 e 20. Pré-Congresso Regional de Educação Católica - PE (Eb/Es) 28. Missa dos Vestibulandos - GO (Eb)
Novembro 08 e 09. Seminário de Gestão Acadêmica - ES (Es) 09. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - RS (Eb/Es) 22. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - ES (Eb/Es) 22 e 23. Seminário de Gestão Acadêmica - BA (Es) 24. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - SP (Eb/Es) 25. Missa de Ação de Graças pelo Término do Ano Letivo - GO (Eb/Es) 30. Lançamento da Campanha da Fraternidade 2013 - PR (Eb/Es)
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54 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2011
Jeline Rocha, Assessoria de Imprensa do Colégio La Salle Abel (RJ)
Realizado no Teatro Abel, o evento contou com quase
600 educadores de oito colégios
Entre os preparativos para o início do ano letivo de
2012, as instituições católicas de Niterói (RJ) estive-
ram reunidas no já tradicional Encontro das Escolas
Católicas de Niterói que, pelo quarto ano consecuti-
vo, teve o Colégio La Salle Abel como anfitrião. Realizado
no Teatro Abel, o evento contou com quase 600 edu-
cadores de oito colégios: São Vicente de Paulo, São José,
Salesiano (Santa Rosa e Região Oceânica), Assunção, Divina
Providência e Sagrado Coração, Nossa Senhora das Mercês e
o Abel. Juntas, essas instituições levam a formação humana
e cristã a 12 mil alunos da cidade.
Encontro das Escolas Católicas reúne 600 educadores
Educação Básica
Informativa Educacional 2011 :: Revista da ANEC 55
Evento reúne 600 educadores de oito colégios no Teatro Abel em Niterói (RJ)
O educador precisa se preparar para enfrentar a crise produzida pelo somatório de várias crises
vividas nos últimos anos
Organizado pela professora Solange
Lemos, coordenadora de Ensino
Religioso do Abel, e pela Ir. Jussara
Alves, diretora do Mercês, o encontro
foi aberto pelo Ir. Walysson Guimarães
(que acaba de chegar à Comunidade
de Irmãos Lassalistas de Niterói para
integrar o Serviço de Pastoral da es-
cola), e teve missa celebrada pelo
Pe. Marcelo Gomes (dos colégios Nossa
Senhora das Mercês e do São José) e
pelos Pe. Antônio Sobrinho e Ronnie
Diniz, sacerdotes do Abel. Na missa, o
Pe. Marcelo frisou a importância da fé
e da sabedoria no dia a dia dos educa-
dores, abençoados no fim da celebração
seguida de coffee break.
Em seguida, os convidados ouviram
a palestra “os desafios da Educação na
nova sociedade do conhecimento”, da
psicóloga e psicanalista Viviane Mosé,
doutora em Filosofia e comentarista
da CBN, do Sistema Globo de Rádios.
Viviane recepcionou a plateia desta-
cando a vida como bem maior e inse-
rindo o importante papel dos professo-
res na formação dos cidadãos, em es-
pecial, crianças e jovens. Em uma hora
de fala com momentos provocantes,
emocionantes e descontraídos, a psi-
cóloga alertou para a necessidade de
os educadores se atualizarem e busca-
rem sempre a inovação como forma de
acompanharem as mudanças na socie-
dade. Disse a especialista: “Afinal, a so-
ciedade vem substituindo o modelo de
estrutura vertical, do eu mando e você
obedece, pelo modelo horizontal, em
que todos participam da construção do
conhecimento. O educador precisa se
preparar para enfrentar a crise produ-
zida pelo somatório de várias crises vi-
vidas nos últimos anos. Ele precisa se
atualizar tecnologicamente e entender
que os novos recursos virtuais tornam
o processo ensino-aprendizado muito
mais interessante e eficiente”.
O conteúdo da palestra de Viviane
vem sendo seguido à risca no La Salle
Abel, com atividades como cursos e
encontros que proporcionam a atua-
lização profissional. Um exemplo é a
Jornada Pedagógica realizada em todo
início de ano letivo como forma de in-
tegrar os professores depois das férias
e informar sobre as novidades. “Esse
ano mesmo, estamos com uma série
de novidades no Serviço de Pastoral,
que ganhou uma equipe maior para
desenvolver mais projetos com foco
em emoções sociais e em frentes que
atraiam ainda mais a participação de
nossos jovens nos grupos pastorais”,
diz o Ir. Arno Lunkes, que dirigiu o
Abel desde 2007 e assumiu no dia 1º de
fevereiro a Direção da Missão Educativa
e de Pastoral da Nova Província La Salle
Brasil-Chile, responsável por mais de
70 unidades lassalistas existentes no
Brasil, Chile e Moçambique.
56 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Educação Básica
O Colégio São Luís em São
Paulo, vai criar mais um mar-
co histórico na instituição.
Comemorando 145 anos em
2012, e seguindo as ações previstas no
planejamento estratégico (2010-2014),
o Colégio vai ganhar um novo complexo
esportivo e cultural.
A obra de grande porte, que foi apro-
vada pelo Pe. Geral Adolfo Nicolás – com
autorização de Roma –, é mais um inves-
timento dos jesuítas na qualidade de en-
sino e na modernização das instalações
do seu mais antigo Colégio no Brasil.
dança dos alunos, com iluminação e tra-
tamento acústico adequado. A geometria
e o acabamento do prédio serão recon-
figurados para que se atinjam níveis de
excelência de conforto térmico, acústi-
co e visual.
As arquibancadas fixas serão subs-
tituídas por uma removível, o que per-
mitirá ter duas quadras para treinos no
lugar de uma só. No novo edifício, ain-
da serão construídas salas para a prá-
tica de esportes e cursos extras, vesti-
ários e um campo de futebol de gra-
ma natural, cercado por uma pista de
Além de um novo ginásio poliespor-
tivo, que substituirá o antigo, construído
na década de 1950, o projeto prevê um
espaço para apresentações de música e
A Casa da Cultura e dos Esportestuna Serzedello e Marcia Guerra, Assessoria de Comunicação do CSL
O projeto prevê um espaço para apresentações de
música e dança dos alunos, com iluminação e tratamento acústico
adequado
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 57
Prevista para iniciar em julho deste ano, a obra está
sendo planejada desde o ano passado
atletismo ao ar livre para compor um
“telhado verde”.
A sala de bolas e a sala dos professo-
res de educação física também serão re-
posicionadas e modernizadas, tornando-
-se mais acessíveis e mais bem integradas
às atividades dos alunos.
CoNFoRto tÉRMICoAproveitando o porte da obra, o
Colégio vai atender a uma antiga so-
licitação dos pais e cobrir a área da
piscina semiolímpica que já existe ao
lado da lanchonete. A cobertura terá
um sistema de vedação que permitirá o
uso seguro e confortável, tanto duran-
te os meses de chuva quanto no inver-
no, completando a qualificação inicia-
da pela instalação do sistema de aque-
cimento de água.
Os vestiários passam a ser exclusi-
vos da natação, ampliados e moderni-
zados, além de mais acessíveis e segu-
ros, agora situados no mesmo nível da
piscina. Já as quadras descobertas ga-
nham nova iluminação, mais confortá-
vel visualmente e adequada às práticas
esportivas.
PREPARAtIVoSPrevista para iniciar em julho deste ano,
a obra está sendo planejada desde o ano
passado, quando teve sua aprovação
final. O mais importante para o Colégio
São Luís é que, durante os trabalhos,
seus alunos continuem mantendo as
mesmas aulas de educação física e es-
portes, porém nas demais quadras dis-
poníveis em todo o Colégio. A equipe
de esportes já preparou uma grade horá-
ria prevendo a não utilização do Ginásio
por um período.
O novo espaço multiuso do São Luís
se destacará no entorno pelo projeto ar-
quitetônico arrojado e pelas soluções
tecnológicas que minimizarão o impacto
das obras e contribuirão para uma maior
sustentabilidade ecológica do edifício.
Toda a equipe de manutenção e segu-
rança do Colégio já está envolvida nes-
se projeto e estudando cada detalhe para
que a rotina dos alunos e da região seja
mantida.
O novo espaço multiuso se destacará pelo projeto arquitetônico arrojado
O projeto prevê a substituição das
arquibancadas fixas por removíveis
58 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Educação Básica
Carolina Quirino, aluna do 3º
ano do Ensino Médio da Rede
Salesiana de Escolas/Instituto
São José de Resende (RJ), foi
uma das cinco pessoas escolhidas
no Brasil para fazer parte da coorde-
nação jovem da “Rio+20”. A confe-
rência, realizada em junho de 2012
no Rio de Janeiro (RJ), é promovida
pela Organização das Nações Unidas
(ONU) e reune líderes de todo o mun-
do para discutir meios de transformar
o planeta em um lugar melhor para
se viver.
O objetivo dos chamados “coor-
denadores jovens” será expandir e di-
vulgar a conferência para a juventude.
Carolina recebeu a confirmação so-
bre sua participação em janeiro. “Era
madrugada quando o e-mail chegou.
Nem acreditei quando li a mensagem,
que veio em inglês”, contou a estu-
dante, aluna da RSE desde a Educação
Infantil. A ONU não divulga quantas
Estudante representa Brasil em evento da ONU
Por Ana Cosenza, Assessora de Imprensa da RSE
A aluna é redatora da Revista Viração, publicação nacional voltada aos jovens
Carolina e um líder de Curitiba ficaram responsáveis por
desenvolver o tema "alimentação, estudando e
apontando as deficiências e necessidades do País
nesse assunto
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 59
pessoas participaram da seleção, mas
estima-se que eram milhares de candi-
datos de todo o Brasil.
COMPROMISSO A aluna salesiana conheceu o concur-
so pelas mídias sociais e, para concor-
rer, se inscreveu no site das Nações
Unidas. Lá, manifestou o interesse em
se envolver com a sustentabilidade e
escreveu sobre a sua experiência com
trabalhos voluntários, que realiza des-
de os 14 anos por intermédio da esco-
la salesiana.
Carolina sempre participa de ati-
vidades solidárias, como distribuição
de alimentos e monitoramento esco-
lar. Em 2011, criou o projeto “Jovem
Amigo”, que incentiva os estudantes a
realizar trabalhos voluntários em abri-
gos, asilos e comunidades carentes.
Na inscrição, ela citou também a sua
atuação como redatora para a Revista
Viração, uma publicação nacional vol-
tada para os jovens.
As informações foram suficien-
tes para a sua seleção. Dos cinco elei-
tos, ela é a mais nova, com apenas 17
anos. Os outros quatro têm entre 21 e
26 anos e são dos Estados do Rio de
Janeiro, São Paulo e Paraná. Cada país
participante tem um grupo de coorde-
nadores jovens.
ARTICULAÇÃO No Brasil, outras nove pessoas atu-
am em parceria com a coordenação.
Carolina já passou a se reunir todos
os dias, via internet, com os colegas.
O primeiro trabalho concreto será um
levantamento básico dos problemas
do Brasil na área de sustentabilida-
de e como a juventude pode colaborar
para melhorá-los. A estudante já parti-
cipou de uma videoconferência em in-
glês, acompanhada por coordenadores
do mundo inteiro. “Estou entrando em
um universo novo, muito interessan-
te. Tem até gente do Afeganistão e do
Carolina Quirino durante trabalho voluntário que realiza desde os 14 anos
Sudão me adicionando no Facebook”,
revela a aluna.
As frentes de trabalho foram divi-
didas. Carolina e um líder de Curitiba
ficaram responsáveis por desenvol-
ver o tema “alimentação”, estudando e
apontando as deficiências e necessida-
des do País nesse assunto.
O grupo também recebeu da ONU
subsídios para palestras e workshops.
Carolina está preparando uma forma
de divulgar o tema e a Rio+20 em blo-
gs e redes sociais. A aluna pensa ain-
da em desenvolver alguma atividade li-
gada ao tema no colégio. Ela frisa que
esse grupo não trabalha na ONU e nem
fala em nome da instituição, mas re-
conhece que está sendo uma experiên-
cia única. “Meu grande sonho é traba-
lhar na UNICEF, e tenho certeza de que
esse trabalho vai me dar vivência para
buscar esse objetivo”, concluiu.
A aluna salesiana conheceu o concurso pelas mídias sociais e, para concorrer, se inscreveu no site das Nações Unidas
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 61
Educação Básica
A Escola Franciscana Nossa
Senhora de Fátima, a partir
das atividades desenvolvidas
nas aulas de teatro, atendeu
e apoiou a implantação de um proje-
to dos educandos de atender as crian-
ças carentes, internadas em hospitais,
creches e até alunos de escolas da rede
pública.
Conhecido como Projeto Irmãos da
Alegria, a atividade baseou-se na ideia
de Michael Christensen, um palhaço
americano que, em 1986, levou alegria
às crianças enfermas que não puderam
estar presente durante a sua apresenta-
ção no hospital de Nova York.
Em 1991, Wellington Nogueira –
que fez parte da trupe de Michael
Christensen na década de 1980 – de-
senvolveu um trabalho semelhante
“Desde o momento em que me ar-
rumava para essa nova experiência, já
batia um frio na barriga e o medo de
dar errado. Até chegar ao local, ia pen-
sando em cada rostinho que iria ver.
Tentava, de qualquer jeito, lembrar do
amor e do carinho que meus pais ti-
veram comigo quando eu era criança.
Então, eu tentava passar esse amor e
carinho para as crianças. Ao final, sem-
pre conseguia o que mais queria: um
sorriso. E isso me deixou feliz por fa-
zer a diferença, nem que fosse por um
segundo, ser a felicidade no momento
da tristeza”.
A escola pretende voltar a aplicar
o projeto este ano. Segundo os coor-
denadores da instituição de ensino, a
atividade atendeu todas as expectativas
dentro e fora da sala de aula.
no Hospital e Maternidade Nossa
Senhora de Lourdes, em São Paulo,
o projeto “Os Doutores da Alegria”.
Estudos realizados em torno dos pro-
jetos revelaram que atividades lúdicas
favorecem significativamente o estado
clínico das crianças.
Com o Projeto Irmãos da Alegria, a
escola Franciscana pretende abrir uma
nova perspectiva, uma alegria transfor-
madora e uma metodologia com o pro-
pósito de ser participativa, crítica e li-
bertadora. A alegria de Francisco se
traduz no esvaziamento do egoísmo,
na renúncia de possuir e dominar, na
humildade e paciência.
A aluna do 8° ano, Maria Elizabete
Ferreira, integrante do projeto, descre-
ve o importante papel do grupo diante
da tarefa de transmitir a alegria:
Projeto Irmãos da AlegriaAssessoria de Comunicação da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima
O projeto baseou-se na ideia de Michael Christensen, um palhaço americano
62 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Educação Básica
Há pouco mais de um ano para
ocorrer a Jornada Mundial da
Juventude (JMJ), que será re-
alizada pela primeira vez no
Brasil (entre os dias 23 e 28 de julho
de 2013, no Rio de Janeiro), o Colégio
Marista João Paulo II recebeu repre-
sentantes da Arquidiocese de Brasília,
diretores de escolas católicas e coor-
denadores de Pastoral e Catequese em
uma reunião.
No Salão de Atos da Escola, o
Arcebispo de Brasília, Dom Sergio da
Rocha, em parceria com a ANEC, orga-
nizou e motivou os presentes a participa-
rem do projeto Bote Fé, em preparação
ao recebimento da Cruz Peregrina e do
Ícone de Nossa Senhora, que estarão em
Brasília nos dias 12 e 13 de maio.
O Bota Fé promove um conjunto
de atividades que une todos em vol-
ta desta visita da Cruz e do Ícone para
3 milhões de jovens de todas as partes
do mundo no encontro.
Em 1984, durante o Jubileu
Internacional da Juventude, em Roma, o
Papa João Paulo II entregou aos jovens
um símbolo: uma grande cruz de madei-
ra, para que a levassem por todo o mun-
do, a todos os lugares e a todo tempo.
No ano de 2003, o mesmo papa con-
fiou aos jovens um segundo símbolo de
fé para ser levado pelo mundo: o Ícone
de Nossa Senhora, Salus Populi Romani,
uma cópia contemporânea de um antigo
e sagrado ícone encontrado na primei-
ra e maior basílica para Maria, a Mãe de
Deus, no ocidente: Santa Maria Maior.
A Cruz da JMJ, como ficou conheci-
da, e o Ícone de Nossa Senhora chega-
ram ao Brasil, mais precisamente em São
Paulo, no dia 18 de setembro de 2011 e
percorrerão todo o país até chegar ao Rio
de Janeiro no ano que vem.
celebrar a mensagem própria que es-
ses símbolos carregam e proporcionar
situações propícias para o desenvolvi-
mento da evangelização da juventu-
de em cada realidade. “Somos convi-
dados a peregrinar juntos na vida fra-
terna, assumindo, com os jovens, a
grande causa da evangelização”, diz
o arcebispo.
Jornada Mundial da JuvEntudE A JMJ foi criada pelo Papa João Paulo
II, em 1985, e consiste num encon-
tro de centenas de milhares de jovens
católicos. Ela acontece a cada dois ou
três anos, em uma cidade escolhida
para celebrar a grande jornada, e conta
com participação de pessoas do mun-
do inteiro.
A capital do Rio de Janeiro foi sele-
cionada pelo Papa Bento XVI para sediar
a JMJ em 2013. São esperados mais de
Bote Fé em BrasíliaAssessoria de Comunicação do Colégio Marista João Paulo II
Evento recebeu representantes da Arquidiocese de Brasília, diretores de escolas católicas e coordenadores de Pastoral e Catequese
64 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Especial
A Câmara dos Deputados ele-
geu no mês de março de 2012
o novo presidente da Comissão
de Educação e Cultura (CEC).
Escolhido por unanimidade entre os
membros da Comissão, o deputado fede-
ral Newton Lima Neto (PT/SP) ocupará a
pasta por dois anos.
Doutor em Engenharia pela Escola
Politécnica da USP, Newton foi reitor
da Universidade Federal de São Carlos
(UFSCar) de 1992 a 1996 e prefeito de
São Carlos (SP) entre 2001 e 2008. O de-
putado já ocupou a função de presiden-
te do Sindicato Nacional dos Docentes
das Instituições de Ensino Superior
(ANDES) e da Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais
de Ensino Superior (ANDIFES), as-
sim como os cargos de vice-presiden-
te do Instituto Universidade-Empresa
(UNIEMP), de secretário-geral da
Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e
Conselheiro da Financiadora de Estudos
e Projetos (FINEP).
centros gratuitos de difusão da leitura.
Isso pode e deve ser feito por intermédio
dos pontos de cultura e do vale cultura,
instrumentos de popularização do aces-
so à leitura.
Considerando a educação, podemos
melhorar a qualidade para que mais bra-
sileiros sejam não só alfabetizados, mas
tenham capacidade de compreender a lei-
tura. São desafios muito grandes que go-
vernadores, prefeitos e o governo federal
certamente estão cada vez mais empenha-
dos, mas isso depende também das metas
do Plano Nacional de Educação (PNE),
que estamos discutindo na Câmara, pois
estabelece indicadores bastante ousados
de universalização da educação de tempo
integral, fundamental para que tenhamos
melhor qualidade de ensino e valorização
do magistério.
Eu tenho dito que valorizar o magis-
tério e promover educação em tempo in-
tegral são os dois elementos integrais para
que a gente possa atrair cada vez mais jo-
vens para a carreira, que é estratégica, e
Para falar sobre as metas prioritárias
da educação para este ano no Parlamento,
assim como conhecer mais o novo presi-
dente da Comissão, a Associação Nacional
de Educação Católica do Brasil entrevista
o deputado Newton Lima Neto.
ANEC – Como a Comissão de Educação
pode ajudar a reverter o número de não
leitores no Brasil?
Newton Lima – Do ponto de vista da
cultura, promover maior acesso ao livro,
isso quer dizer: diminuir custos e criar
Entrevista com o presidente da CEC
Por Lana Canepa, Jornalista da ANEC
Eu tenho dito que valorizar o magistério e promover educação em tempo integral são os dois elementos integrais para que a gente possa atrair cada vez mais jovens para a carreira
Newton Lima Neto (PT/SP), Deputado federal e Presidente da Comissão de Educação e Cultura da Câmara dos Deputados
Câm
ara
dos D
eput
ados
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 65
que os jovens tenham na escola uma edu-
cação integral bem integrada. Quando eu
falo em educação integrada, entra a cultu-
ra e, daí, o convênio assinado entre os dois
ministérios (da Cultura e da Educação),
promovendo na educação fundamental
maior participação das atividades cultu-
rais, particularmente da leitura. Teremos
um canal extraordinário para isso.
A dupla jornada de ensino não será de
reforço escolar, só para suprir as carências
que vêm se acentuando ano após ano na
formação do estudante brasileiro. Um dos
meios pedagógicos mais corretos de me-
lhorar a qualidade de ensino é ter ativida-
des complementares, que envolvam a so-
ciabilidade do jovem. Isso é possível com
o esporte e a educação profissional em di-
versos níveis da educação básica.
A decisão da presidenta Dilma é an-
tecipar a meta da metade das escolas ter
dupla jornada, ou seja, curso integral,
para 2014. Isso é demais auspicioso e vai
nos ajudar na superação dos indicadores
de baixo grau de leitura. Eu acredito que
existem outros mecanismos fundamen-
tais e que podem ajudar, como as organi-
zações governamentais trabalhando, des-
ta forma, a própria perspectiva de melho-
ra econômica que vem acontecendo no
Brasil e leva os pais a se letrarem mais, te-
rem mais interesse pela leitura. Uma coisa
que todos nós, que tivemos acesso e gos-
tamos da leitura, sabemos é a importância
do papai e mamãe da gente contar histó-
ria quando somos criança. E isso só se dá
quando o nível de escolaridade aumenta.
O principal desafio então está no
PNE, para que governadores e prefeitos
cumpram a sua tarefa de, ao lado da uni-
versalização da educação básica, da am-
pliação das áreas de educação superior e
do fortalecimento da educação técnica, ofe-
recer, de fato, valorizar o professor como
mola mestra deste processo.
ANEC – E quanto ao novo PNE. Como
está a negociação em torno do tema?
Newton Lima – Desde o início do or-
çamento, sabíamos que a emenda n° 20
seria mais complexa. No primeiro PNE,
quando o então presidente Fernando
Henrique Cardozo apreciou o resultado
do Congresso Nacional, foi vetado, jus-
tamente, entre outras metas, a dos 7%,
que deveríamos ter atingido em 2010.
Conclusão: terminamos com 3,5% do
PIB (Produto Interno Bruto), o que res-
ponde a todas as nossas indagações so-
bre o porquê da baixa qualidade, dos
baixos salários e dos altos índices de eva-
são e repetência.
Os países que fizeram a opção por
maior investimento são os que mais se
dão bem hoje no comércio exterior de
bens manufaturados com valor agrega-
do. É simples assim! Nós, então, precisa-
mos lutar pelo máximo possível. Há uma
vantagem: o presidente Lula incorporou a
proibição do veto presidencial a tal dispo-
sitivo. Desta forma, a presidenta Dilma,
quem a suceder daqui dez anos e estiver
no comando da nação para definir o ter-
ceiro PNE não vai poder vetar essa meta –
ao menos que o Congresso mude o que já
foi conquistado por Proposta de Emenda
a Constituição (PEC). Essa é uma diferen-
ça fundamental e o governo, responsavel-
mente, em função das questões macroe-
conômicas e perspectiva de crescimento
da economia e conflitos internacionais,
estabeleceu o número de 7% do PIB, o
que já representará aumento. Com o fi-
nal do governo Lula chegamos a 5% do
PIB, ainda insuficientes, mas uma eleva-
ção bastante razoável que nos permitiu
duplicar as várias universidades públicas,
estabelecer o Programa Universidade para
Todos (ProUni), ajudar os estados e mu-
nicípios a ampliar escolas, fazer um con-
junto de avanços educacionais inigualá-
veis e incomparáveis. Contudo, ainda es-
tamos muito carentes.
O ideal, sempre defendi isto, são os
10%, não porque qualquer nação do
mundo pratique isto, mas pelo fato de que
assim podemos resgatar e voltar a um pa-
tamar – quer por questões demográficas,
quer por atendimento – de valores mé-
dios na ordem dos 7%, padrão praticado
na OCDE (Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico), por
exemplo. Então, o relator chegou a um
valor na ponta do lápis, expandindo algu-
mas das metas, que será apresentado nos
próximos dias. Esperamos que possa en-
trar mais rapidamente em votação, antes
de junho, pois após esse perído as coisas
complicam, já que há eleições.
ANEC – Além do PNE, quais são as
metas da CEC para este ano?
Newton Lima – Na cultura, estamos tra-
tando de assuntos muito importantes,
como acompanhar a evolução de pon-
tos de cultura e direitos autorais. Na pas-
ta da educação, que tem à frente o ministro
Mercadante, temos necessariamente qua-
tro compromissos imediatos: aprovar efeti-
vamente 70 mil vagas para a educação su-
perior dos institutos federais de educação
técnica e tecnológica, que inclusive já pas-
saram por duas comissões; quanto ao piso
salarial, definir o mecanismo de atualiza-
ção dos valores, já aprovado na Casa mas
em rediscussão, buscando um que não pre-
judique a atualização da remuneração dos
professores na direção daquilo que que-
remos ter daqui há dez anos: o salário do
magistério equiparado ao de mercado e, ao
mesmo tempo, uma regra que não coloque
os governadores e prefeitos em confronto
com a Lei de Responsabilidade Fiscal; a Lei
de Responsabilidade Fiscal, em debate na
Casa; e retomar as questões da reforma da
educação superior. Certamente são temas
que já estão pautados.
Do ponto de vista da cultura, promover maior acesso ao livro, isso quer dizer: diminuir custos e
criar centros gratuitos de difusão da leitura
66 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Especial
A comunidade católica do
Brasil está em festa. Os tra-
balhos minuciosos nos dife-
rentes estados da Federação
apontam para o maior e melhor even-
to dos últimos anos da história da
Jornada Mundial da Juventude (JMJ),
que em 2013 será realizado no Rio de
Janeiro (RJ).
Inédito no país, o encontro foi cria-
do em 1986 pelo então João Paulo II e já
reuniu, segundo estimativas do Vaticano,
aproximadamente 13 milhões de jovens
católicos, e não católicos, ao longo de 25
anos. Até hoje, de cidades já receberam
a jornada: Buenos Aires, na Argentina
(1987); Santiago de Compostela, na
Espanha (1989); Czestochowa, na
Polônia (1991); Denver, nos Estados
Unidos (1993); Manila, nas Filipinas
do pontífice ao Brasil e a primeira ao
Rio – ele esteve no país em maio de
2007, mas visitou apenas a capital
paulista e o santuário de Aparecida do
Norte. Antes de se tornar papa, Joseph
Ratzinger esteve no país duas vezes,
sendo a primeira delas em 1985 e a
segunda em 1990.
Os símbolos de representação da
Jornada Mundial da Juventude, Cruz
da JMJ e o Ícone de Maria, já estão
cumprindo um itinerário pelas paró-
quias do Brasil. Eles desembarcaram
aqui em setembro do ano passado e vão
peregrinar por todo o país e também
pelos vizinhos do Cone Sul. Os símbo-
los foram recebidos em São Paulo e es-
tão percorrendo todas as 17 regionais
da Conferência Nacional dos Bispos
do Brasil (CNBB). Até 30 de outubro,
(1995); Paris, na França (1997);
Toronto, no Canadá (2002); Colônia, na
Alemanha (2005); e Sidney, na Austrália
(2008) e Madri, na Espanha (2011).
Durante a última edição, reali-
zada em Madri (Espanha), o papa
Bento XVI confirmou o Brasil como
destino para a próxima JMJ. A vinda
do papa representará a segunda visita
JMJ 2013: o Brasil em festaPablo Mundim, Jornalista da ANEC
É um desafio, obviamente, uma vez que há
necessidade de preparação para o evento
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 67
a Cruz da JMJ e o Ícone de Maria pas-
saram pelas sete províncias eclesiásti-
cas do Regional Sul 1 da CNBB, que
corresponde ao estado de São Paulo.
Depois, os símbolos seguiram para o
Regional Leste 2, composta por Minas
Gerais e Espírito Santo, onde ficaram
ao longo de novembro. No mês seguin-
te, foi a vez da Regional Nordeste 3,
composta pelos estados da Bahia e de
Sergipe, recebê-los.
A peregrinação segue ao longo de
todo o ano de 2012. Em dezembro
deste ano a Cruz e o Ícone deixam o
Brasil e visitam os vizinhos Paraguai,
Uruguai, Chile e Argentina. Já em ja-
neiro de 2013, retornam para con-
cluir o itinerário no Sul do Brasil.
A etapa final acontecerá no Sul de
Minas Gerais, no Vale do Paraíba
(SP) e, finalmente, no estado do Rio
de Janeiro, onde os símbolos chegam
em abril.
Em Brasília, a passagem da Cruz
da JMJ e do Ícone de Maria está pre-
vista para os dias 12 e 13 de maio.
Toda a articulação e os preparativos
para a festa na capital federal estão
sendo realizados pela ANEC e pela
Arquidiocese local.
Reuniões entre representantes da
Associação Nacional de Educação
Católica do Brasil e o arcebispo do
Distrito Federal, Dom Sérgio da
Rocha, além de diretores de esco-
las católicas do DF, dirigentes de
Instituições de Educação Superior
(IES), presidentes de entidades man-
tenedoras, diretores de obras sociais e
coordenadores de pastoral e cateque-
se estão sendo fundamentais para que
o evento ocorra conforme o progra-
mado. No Rio de Janeiro, a festa, em
2011, teve show musical e apresenta-
ções artísticas de dança e teatro.
De acordo com o membro da
Comissão Administrativa da CNBB
para a Jornada Mundial da Juventude,
Hugo José Cysneiros, cerca de 20 mil
pessoas participaram do Evento Bota
Fé Brasília.
Cysneiros enfatiza que o foco da
peregrinação é o fiel, o povo, a juven-
tude sobretudo. “Este evento foi pen-
sado, desde o primeiro momento, es-
pecificamente para o jovem, tanto que
o nome dele em português (Jornada
Mundial da Juventude) ou em inglês
(World Day of Youth) tem a figura
do jovem como o sujeito central. E o
evento completa tantos outros que a
Igreja promove em searas como a fa-
mília e a vida consagrada. Como isto
pode representar um reforço ou reavi-
var a fé da juventude? Primeiro, é de-
monstrando que a juventude é prota-
gonista na Igreja, assim como é mui-
to importante. Segundo, a Igreja de-
posita na juventude a continuação de
seu espaço, da sua obra, sua missão,
portanto é um chamamento mui-
to forte, e nunca esquecendo de que
quem a criou foi o papa João Paulo II,
o que de fato dá um apelo muito for-
te à juventude.
O membro da Comissão
Administrativa da CNBB acredita que
o evento reunirá cerca de 4 milhões
de pessoas no Rio de Janeiro em 2013.
“Há a expectativa de que o evento te-
nha participação expressiva, uma vez
que a última JMJ na América Latina
ocorreu na década de 1980, e, logi-
camente, não desconsiderando que o
Brasil é o país com a maior população
católica do mundo e também tem vi-
zinhos nos quais o catolicismo é mui-
to forte. É um desafio, obviamente,
uma vez que há necessidade de pre-
paração para o evento”, complemen-
ta Cysneiros.
O encontro foi criado em 1986 pelo então João Paulo II e já reuniu, segundo estimativas do Vaticano, aproximadamente 13 milhões de jovens católicos, e não católicos, ao longo de 25 anos
Hugo José Cysneiros, Membro da Comissão Administrativa da CNBB para a Jornada Mundial da Juventude
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 69
Especial
Há pouco tempo na cadeira de
Ministro da Educação, Aloizio
Mercadante já expôs algumas di-
retrizes que considera importan-
tes para a educação brasileira. Durante au-
diência pública na Comissão de Educação
e Cultura da Câmara dos Deputados no
mês de março, ele falou aos parlamentares
sobre metas até 2014, que segundo previ-
são do governo incluem a construção de
creches e pré-escolas, redução da taxa de
evasão da escola e analfabetismo entre as
crianças com menos de oito anos, reajuste
do piso do magistério, entre outros temas.
O Ministro da Educação defendeu
a aprovação, ainda para o primeiro se-
mestre deste ano, do Plano Nacional de
Educação (PNE), que prevê metas para o
próximo decênio. Em análise na Câmara,
o Projeto de Lei 8035/10, que trata do
Plano, tramita no Congresso desde de-
zembro de 2010. Entre os temas mais po-
lêmicos da matéria esta a porcentagem
a ser investida em educação conforme o
Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente,
União, Estados e Municípios aplicam,
juntos, 5% do PIB na área. O governo ha-
via sugerido o aumento desse índice para
7% em uma década, mas entidades da
sociedade civil pedem pelo menos 10%.
Mercadante não defendeu nenhum dos
índices, mas afirmou que qualquer valor
aprovado deve ser “viável e sustentável no
longo prazo”.
Outro assunto enfatizado por
Mercadante é quanto ao piso salarial dos
professores, que neste ano foi reajusta-
do em cerca de 20% e soma R$ 1.451.
Prefeitos e governadores reclamam da fal-
ta de verbas para cumprir a lei do piso,
aprovada pelo Congresso em 2008. Uma
proposta em análise na Câmara fixa fór-
mula para reajuste anual do valor. O
texto envolve duas vertentes: reajuste pelo
Índice Nacional de Preços ao Consumidor
(INPC) ou pelo INPC somado ao per-
centual de crescimento do Fundo de
Manutenção e Desenvolvimento da
Educação Básica (FUNDEB). Mercadante,
no entanto, alertou que qualquer regra
sobre o tema deve prever um aumento
real, acima da inflação, para o valor do
piso. “Se quisermos melhorar a educa-
ção no País, devemos ter uma boa carrei-
ra, que seja atraente para os melhores pro-
fissionais”, argumentou.
O Ministro também pediu apoio aos
membros da Comissão para aprovação
do Projeto de Lei 2134/11, de autoria do
Poder Executivo, que cria 44 mil postos
efetivos, cargos de direção e funções gra-
tificadas em universidades públicas fede-
rais e escolas técnicas federais (institutos
federais de educação, ciência e tecnologia
– IFETS). “Se não tivermos essas vagas de
professores, não temos como expandir o
ensino técnico. Essa é uma questão supra-
partidária e precisamos nos mobilizar em
torno dela”, disse.
A proposta, que tramita de forma con-
clusiva, já foi aprovada pelas comissões
de Educação e Cultura; e de Trabalho,
Educação em pautaPablo Mundim, Jornalista da ANEC
de Administração e Serviço Público. Ela
ainda será analisada pelas comissões de
Finanças e Tributação, e de Constituição
e Justiça e de Cidadania.
O encontro também serviu para o
Ministro Mercadante anunciar as no-
vas regras para o Exame Nacional de
Desempenho de Estudantes (ENADE),
com o objetivo de reduzir fraudes.
Segundo ele, a prova, aplicada uma vez
ano e atualmente prestada somente pelos
formandos, será realizada também pelos
alunos do penúltimo semestre. Na práti-
ca, a medida vai evitar que universidades
atrasem a formatura de seus piores alu-
nos para melhorar suas médias gerais no
exame. De acordo com denúncias enca-
minhadas ao Ministério da Educação, isso
vinha ocorrendo na Universidade Paulista
(UNIP), mas a instituição nega qualquer
tipo de manobra ou irregularidade.
Segundo Mercadante, a medida deve
evitar qualquer “procedimento que não
assegure a efetiva avaliação dos alunos”.
O Ministro também ressaltou a importân-
cia de medir a qualidade do ensino ofere-
cido. Além das novidades para o ENADE,
outros mecanismos de avaliação interna e
externa serão utilizados em breve.
Câmara dos D
eputados
Ministro Aloizio Mercadante durante audiência na Câmara dos Deputados
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 71
Especial
O Exame Nacional de Desempenho
de Estudantes (ENADE) foi cria-
do em 2004 com o objetivo de
avaliar o rendimento dos alu-
nos dos cursos de graduação em relação
ao conteúdo programático. A ideia é que
todos os cursos e alunos sejam avaliados
no mínimo a cada três anos, garantindo a
qualidade do ensino oferecido no Brasil, o
que faz com que fiscalização seja cada vez
mais necessária.
Dados do Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (INEP)
mostram que o ensino superior cresceu
pelo menos 110% na última década: hoje
são mais de 3,5 milhões de alunos matri-
culados. O número reflete muitos fatores,
entre eles a mudança provocada pelo de-
senvolvimento da economia e das opor-
tunidades de ensino, e também um gran-
de aumento da oferta de cursos pelo Brasil
afora. São mais de 2,3 mil instituições de
ensino superior no país. Mas aluno ma-
triculado não é sinônimo de aprendizado
se a qualidade do ensino não for boa. Por
conta disso, o exame foi criado e é obri-
gatório, além de condição indispensável
para a emissão do histórico escolar, con-
forme consta no site oficial do Ministério
da Educação (www.mec.gov.br).
As tentativas de fraudes para bur-
lar o exame são frequentes. Uma das for-
mas mais comuns de maquiar o resultado
do exame é reprovar alunos com pior de-
sempenho em algumas matérias e aprovar
no último semestre os melhores da turma.
Desta maneira, chegam primeiro no está-
gio exigido pelo governo para a realização
da prova e, assim, parecem ser maioria.
Para evitar fraudes como a seleção dos
alunos, o Governo anunciou mudanças no
exame que entram em vigor já neste ano.
universidades é fruto da qualidade dos
alunos admitidos e não da qualidade do
ensino das instituições”, ressalta.
Soares enfatiza que uma boa avalia-
ção de ensino gera efeito positivo. “O
aluno, em qualquer nível de ensino, tem
o direito de ser avaliado pelos seus pro-
fessores para que suas deficiências de
aprendizado possam ser sanadas. Mas
o Estado que autoriza o funcionamen-
to das escolas precisa também conhecer
como elas estão atendendo seus alunos,
ou seja, são necessárias avaliações inter-
nas e externas. Ambos os tipos são preci-
sos e vão gerar sempre algum desconfor-
to aos avaliados, mas fazem parte do ce-
nário educacional”, complementa.
A coordenadora da Câmara de
Educação Superior da ANEC, Francine
Junqueira, acredita que neste sentido as
católicas estão em vantagem, pois, além da
tradição, as instituições estão sempre pre-
ocupadas em medir a qualidade do ensino
oferecido. “Avaliar é prioridade para as ins-
tituições de ensino superior católicas. São
mecanismos de avaliação inteligentes que
estimulam a competitividade e a transpa-
rência e podem produzir efeitos significati-
vos em termos de qualidade para o ensino
superior”, avalia a coordenadora.
A medida foi publicada mediante
portaria no Diário Oficial da União ofi-
cializando as mudanças. O documen-
to refere-se aos concluintes dos cursos
de Administração, Ciências contábeis,
Ciências econômicas, Comunicação social,
Design, Direito, Psicologia, Relações inter-
nacionais, Secretário executivo e Turismo.
Além das habilitações em tecnologia das
áreas de Gestão comercial, Gestão de recur-
sos humanos, Gestão financeira, Logística,
Marketing e Processos gerenciais.
Agora, além dos formandos, serão obriga-
dos a fazer a prova os alunos que, até o tér-
mino das inscrições para o teste, tenham
concluído 80% da carga horária do curso.
Alguns especialistas questionam
o efeito da medida. É o caso de José
Francisco Soares, especialista em avalia-
ção da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). Para ele, incluir mais
uma prova não vai resultar em menos
fraudes das universidades particulares.
“O problema é endêmico e as causas des-
te comportamento são várias. A consta-
tação feita recentemente de que algumas
universidades selecionam, por meio de
estratégias variadas, os alunos para fa-
zerem o ENADE, repete algo que ocorre
também em outros níveis de ensino. Por
exemplo, o INEP divulga a nota das esco-
las de ensino médio no Exame Nacional
do Ensino Médio (ENEM) consideran-
do apenas os alunos que fizeram a pro-
va, apesar de saber que este grupo não
representa de forma adequada as esco-
las. Esta decisão enseja a seleção de alu-
nos. Na Prova Brasil, o percentual de au-
sentes no dia do teste chega a mais 25%
no nono ano – oitava série”, exemplifica.
De acordo com ele, é necessário criar
sistemas eficientes que garantam um re-
trato verdadeiro sobre a qualidade do en-
sino. “No ensino superior, o que o país
precisa é criar sistemas que permitam ve-
rificar quanto cada instituição de ensi-
no superior, pelos seus méritos próprios,
agregou a seus alunos. Isto será possível
com o uso do ENEM como linha de base.
Neste caso, a comparação será mais jus-
ta, a descrição muito melhor e espera-se
resistência menor. E os resultados tam-
bém seriam muito diferentes. Grande
parte do que hoje é observado em muitas
Mudanças no ENADELana Canepa, Jornalista da ANEC
Serviços
74 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Inscrições do Enem estão abertasAs inscrições para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) estão abertas e podem ser feitas
pelo site do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). A taxa é de R$ 35, e
os alunos de escolas públicas estão isentos. Os candidatos terão até às 23h59 do dia 15 de junho
para se inscrever. O pagamento da taxa de inscrição poderá ser realizado até o dia 20 de junho.
http://sistemasenem2.inep.gov.br/inscricao/
Apoio com leituras obrigatórias de vestibularesO projeto “A Hora e a Vez do Vestibular”, promovido pela Prefeitura de São Paulo,
oferece palestras sobre as obras literárias listadas pelos principais vestibulares
do país. As aulas são dadas por professores de literatura e acontecem em vários
bibliotecas municipais e no Centro Cultural da Juventude Ruth Cardoso (CCJ). A
programação completa pode ser conferida no site.
www.prefeitura.sp.gov.br
Novas regras para correção das redações do Enem
As novas regras de correção das redações do Enem devem
triplicar o número de textos que passam pelo terceiro corretor, na
comparação com o que aconteceu em 2011. Na última edição do exame,
360 mil redações, ou seja, 10% dos textos corrigidos, foram para uma terceira
avaliação por causa da discrepância de mais de 300 pontos entre as duas
primeiras correções. Pelo novo modelo de correção, haverá mais uma
instância de correção. Se mesmo assim persistir a discrepância na avaliação, a
redação será relida, desta vez por uma banca presencial de três membros.
Guia de Livros Didáticos 2013Professores dos anos iniciais do ensino fundamental podem consultar a relação
dos livros que vão adotar nas escolas da rede pública a partir do ano que vem.
O Guia de Livros Didáticos 2013, com resumos e informações de cada uma das
obras selecionadas para o Programa Nacional do Livro Didático (PNLD), pode
ser consultado na internet e também terá a forma impressa, a ser distribuída nas
escolas públicas. O período de escolha dos livros será de 15 de junho a 1º de julho,
exclusivamente pela internet.
http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-guia-do-livro-didatico
Google lança portal para facilitar pesquisas de professores e estudantesPara ensinar estudantes e professores a fazer pesquisas mais qualificadas, o
Google lançou no mês de maio o site Search Education. Ainda em inglês,
o site possui vídeos e dicas que explicam a funcionalidade do portal, que
é destinado, principalmente, a professores interessados em ensinar estratégias
de pesquisa a seus alunos ou a usuários que querem otimizar suas buscas.
“Nós decidimos ensinar a pesquisar porque o Google tem uma gama de
ferramentas, mas a maioria das pessoas só conhece parte delas”, afirmou a
educadora da empresa, Tasha Bergsin-Michelson.
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 75
Gabarito do exame da oABA Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) divulgou o gabarito preliminar
da primeira fase do 7ª Exame de Ordem Unificado, realizado no dia 27 de
maio. Ele pode ser consultado no site da OAB e no site da Fundação Getúlio
Vargas. Ao todo, 111.909 estudantes de Direito se inscreveram para o exame,
que requer pelo menos 50% de acertos para aprovação. O gabarito oficial
e o resultado final da primeira fase serão divulgados no dia 19 de junho. A
segunda fase, que consiste de uma prova prático-profissional, acontecerá no
dia 8 de julho. Os resultados finais serão divulgados no dia 14 de agosto. Na
última edição, foram aprovados apenas 24% dos candidatos.
Fernando Pessoa recebe homenagem no mês que completaria 124 anosEm junho, uma programação especial vai homenagear o aniversário
de Fernando Pessoa, no Sesc Carmo, na capital paulista. Exposição,
espetáculo teatral, shows, bate-papo e até um almoço especial vão
celebrar os 124 anos de nascimento do poeta português. “Pessoa
atravessou os mares com suas obras. O que queremos é homenagear
a obra dele e o que ela significou para a literatura mundial”, declarou
Humberto Peron, responsável pele evento, que começa no dia 4 com a
exposição Pessoa de Lisboa. A ideia, segundo ele, é provocar o público
com uma programação bem variada sobre o poeta que criou várias
personalidades (heterônimos) para assinar sua obra.
o Saci e a preservação da naturezaO Saci é um dos personagens mais populares do folclore brasileiro. Simpático
e divertido, ele é conhecido por suas brincadeiras. No livro O saci e a
reciclagem do livro (Moderna, 16 pp., R$ 26,50), que tem texto de Samuel
Murgel Branco e ilustrações de Weberson Santiago, ele decide aprontar
algumas de suas travessuras e acaba recebendo da natureza uma importante
lição: a importância de reciclagem do lixo. A obra de tem como objetivo
ensinar mais sobre a reciclagem para os pequenos leitores e mostrar seu
papel na preservação e no equilibro da natureza.
Recursos para escolas infantis e quadrasRecursos de aproximadamente R$ 13 milhões estão à
disposição de diversos municípios de todas as regiões
do Brasil para a construção de escolas de educação
infantil e para adequação de quadras esportivas
escolares. A liberação, sob responsabilidade do Fundo
Nacional do Desenvolvimento da Educação, faz
parte da segunda etapa do Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC 2). Os valores detalhados
podem ser conferidos no site do Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação.
76 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Plano de aula
A educação deve formar seres aptos
para governar a si mesmos e não para
ser governados pelos outros
Herbert Spencer
A autoavaliação é um instrumento es-
sencial para a composição de um pro-
cesso avaliativo significativo. Assim
como as avaliações escritas são consti-
tutivas do calendário escolar, a autoa-
valiação complementa o processo, pois
auxilia o aluno a tornar-se reflexivo e
capaz de conduzir o seu aprendizado.
Nessa concepção, a autoavaliação
assume um papel essencial de regu-
lação das aprendizagens, como afir-
ma Jussara Hoffmann em seu livro
“Avaliar para promover” (Porto Alegre:
Mediação, 2001, p. 78): “um proces-
so de autoavaliação só tem significado
enquanto reflexão do educando, to-
mada de consciência individual sobre
suas aprendizagens e condutas coti-
dianas, de forma natural e espontânea
como aspecto intrínseco ao seu desen-
volvimento, e para ampliar o âmbi-
to de suas possibilidades iniciais, fa-
vorecendo a sua superação em termos
intelectuais”.
O objetivo maior da autoavalia-
ção deve ser propiciar situação em
que os alunos reflitam e registrem suas
impressões. O registro escrito é mui-
to importante, pois documenta um
momento e as metas definidas a par-
tir das reflexões sobre esse momento.
Com a prática, os alunos poderão par-
ticipar da construção do documento
de autoavaliação.
Como reflexão, a autoavaliação
deve ser aplicada ao final de cada pe-
ríodo escolar, seja bimestre ou trimes-
tre. E pode ser feita por disciplina, ou
pela visão conjugada de todo o traba-
lho desenvolvido.
Confira no box uma sugestão de
proposta inicial de autoavaliação.
que os alunos identifiquem seus avan-
ços, percebam em que precisam me-
lhorar e desenvolvam uma abordagem
construtiva do erro. Essa perspecti-
va contribui para que o professor as-
suma o caráter crítico e analítico dos
alunos, capazes de aprender por seus
próprios caminhos e também de de-
finirem metas e corrigirem o que for
necessário para atingi-las.
A autoavaliação possibilita a aqui-
sição de conhecimentos e habilidades,
assim como contribui para a forma-
ção de atitudes e valores. Os primei-
ros instrumentos de autoavaliação de-
vem ser oferecidos como roteiro para
AutoavaliaçãoRenata Alessandra Bueno, Assessoria Pedagógica Nacional da FTD
Reflexões sobre a aprendizagem – bimestre/trimestre
Objetivo: Propiciar ao aluno a reflexão sobre o processo de aprendizagem,
reconhecendo seus progressos e seus pontos a melhorar.Procedimentos:
· Os alunos deverão colocar sobre a mesa todo o material utilizado no período: livros, pasta com as folhas de atividades, cadernos, etc.
· Deve-se propor que façam um levantamento de tudo o que foi trabalhado, enquanto o professor anota,
na lousa, os itens apontados pelos alunos.A folha preparada para a atividade deve ser entregue
para que os alunos possam completá-la.
Informativa Educacional 2012 :: Revista da ANEC 77
1. Escreva, na tabela abaixo, o que foi mais fácil aprender em cada área de conhecimento/disciplina.
MatemáticaCiências da naturezaCiências humanasLinguagem
2. O que você acha que precisa aprender um pouco mais? Anote na tabela.
MatemáticaCiências da naturezaCiências humanasLinguagem
3. Qual regra combinada na sua classe você conseguiu cumprir adequadamente?_______________________________________________________________________________________
4. Qual regra você sentiu maior dificuldade em cumprir?_______________________________________________________________________________________
5. O que você pode fazer para melhorar suas atitudes em relação a essa regra?_______________________________________________________________________________________
6. Avalie seu empenho nas tarefas de classe e de casa usando a legenda.
Legenda
Fiz um bom trabalho sempre.Fiz um ótimo trabalho sempre.Nem sempre realizei com atenção.Nem sempre realizei com capricho.
Tarefas de classe Tarefas de casaFolhas FolhasCaderno CadernoPesquisa PesquisaAtividades no livro Atividades no livroLeitura Organização da pasta
7. Pinte, no quadro abaixo, somente os aspectos que você pode melhorar.
Relacionamento com os colegas. Realização das tarefas de casa.Relacionamento com os professores e os demais funcionários da escola.
Organização do material em cima da mesa e na mochila.
Prestar atenção durante as aulas. Capricho na realização das tarefas.
Realização das tarefas de classe.Ouvir os colegas nos trabalhos em grupo.
8. O que você vai fazer para melhorar no próximo bimestre/trimestre? Escreva duas mudanças de atitude que você se esforçará para alcançar.
9. O que seus professores podem fazer para ajudar você a alcançar essas mudanças?Escreva um recado para eles.
Para realizar as propostas a seguir você consultará os itens que o professor anotou na lousa.
Uma nova educação é possível?
Pré-Congresso Regionalde Educação Católica
Inscrições: www.aneceventos.org.br/precongresso
Associação Nacional de Educação Católica do BrasilEndereço: SCLN Quadra 102, Bloco C, Salas 102CEP: 70722-530, Brasília/DFTel.: 61 3533-5058 Fax: 61 3533-5070 www.anec.org.br | [email protected]
Centro-Oeste - Goiânia/GO16,17 e 18 de agosto de 2012
Teatro Madre Esperança Garrido
Sudeste e Sul - Curitiba/PR30, 31/08 e 1º de setembro de 2012
Colégio Marista Santa Maria
Norte - Belém/PA13, 14 e 15 de setembro de 2012
Colégio Gentil Bittencourt
Nordeste - Recife/PE18, 19 e 20 de outubro de 2012
Faculdade Frassinetti do Recife - FAFIRE
Locais e Datas:
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
anuncio_precongresso.pdf 1 28/05/2012 11:44
Treinamentos em Gestão Social
Inscrições e informaçõeswww.dialogosocial.com.br(11) [email protected]
Venha conhecer a estrutura da Diálogo Social!
Apoio:
Acesse o site pelo seu smartphone
Oficina Intensiva em Infância e Adolescência: Da teoria à práticaCarol Zanoti, Felipe Mello , Maria Iannarelli
Elaboração de projetos sociais e editais públicosMichel Freller
Técnicas artísticas para educadores e profissionais que lidam com crianças e adolescentesMara Paixão
Como escrever projetos para apresentação no SICONV:Treinamento práticoFernanda Lyra
Semana intensiva de captação de recursos: da teoria à práticaMarcelo Estraviz
Oficina Intensiva em Siconv:Gestão de convênios e repasse de recursos do Governo Federal para o Terceiro SetorFernanda Lyra, Rosana Pereira
Lei de incentivo ao esporte captação de recursos para projetos esportivosMichel Freller
Venda de produtos e serviços e outras formas de geração de renda para projetos sociaisDanilo Tiisel, Michel Freller
São Paulo - SP02 a 06 de julho
11 de julho
12 de julho
13 de julho
16 a 20 de julho
23 a 27 de julho
30 de julho
02 de agosto
anuncio_ds_2012.indd 1 20/06/12 13:07
Reflexão
80 Revista da ANEC :: Informativa Educacional 2012
Prezados Irmãos e Irmãs,
Como temos insistido nos últimos
meses, a nossa ANEC existe para servir
a seus associados. Dentre nossos objeti-
vos institucionais, temos a função de re-
presentar politicamente a educação católi-
ca no Brasil, auxiliar as instituições de en-
sino e suas mantenedoras no trato admi-
nistrativo com as diversas instâncias do
Estado brasileiro, oferecer suporte peda-
gógico e de gestão que auxilie no contí-
nuo aprimoramento das escolas e institui-
ções de ensino superior e intermediar ne-
gociações com fornecedores de bens e ser-
viços, sempre buscando a otimização de
recursos e a qualidade da educação ofere-
cida aos nossos mais de 2,3 milhões de es-
tudantes em todo o Brasil, bem como pro-
vocar reflexões sobre o carisma e a mística
da educação católica no Brasil. Ou seja, a
ANEC existe por existir a educação católi-
ca. E sua função é ser a síntese da voz cole-
tiva, sempre presente e vigilante em defesa
dos interesses de suas associadas.
da própria educação católica. Para ser-
mos a voz presente, atenta e atuante
em defesa dos nossos interesses, pre-
cisamos contar com um suporte ad-
ministrativo e financeiro que dê conta
dos enormes desafios que diariamente
nos são apresentados.
Pedimos, pois, a ajuda de vocês:
atentem para as suas obrigações asso-
ciativas. Convidem outras instituições
católicas que ainda não estão filiadas
à ANEC a se juntarem a nós. E bus-
quem sempre manter acesa a chama
que nos criou. Como costuma dizer o
nosso Presidente, Pe. José Marinoni,
“a qualidade da educação que ofere-
cemos é o primeiro testemunho da fé
que professamos”.
A educação católica se faz forte no
Brasil na medida da força de suas insti-
tuições de ensino e na medida da força
de sua representação. E com uma educa-
ção católica forte, se fortalece a própria
Igreja Católica no Brasil!
Reunida em comunhão de prin-
cípios com a Conferência Nacional
dos Bispos do Brasil (CNBB) e com a
Conferência dos Religiosos do Brasil
(CRB), a ANEC é o somatório da expe-
riência, da tradição, da qualidade, da
credibilidade, da história, do respal-
do político e social de toda a educa-
ção católica no Brasil, não se restrin-
gindo à diretoria ou aos seus escritó-
rios. A ANEC somos todos nós, todas
as suas associadas. Nossa força coleti-
va, nossa atuação em prol do desenvol-
vimento do país, nossa presença nacio-
nal. Estamos em cerca de 900 municí-
pios brasileiros, com aproximadamen-
te 2 mil colégios, 150 instituições de
ensino superior e 430 entidades man-
tenedoras. Somos uma força enorme
que se materializa exatamente na me-
dida de nossa união.
No entanto, para a ANEC continuar
existindo e servindo a suas associadas
precisa, permanentemente, do apoio
Por uma educação católica forte
Daniel Cerqueira, Secretário-Executivo da ANEC
Revista ANEC
Revista infoRm
ativa educacional
No 19 :: An
o V :: jun
ho de 2012
junho de 2012 :: Ano V :: No 19
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CoMo AjudARSeu FILho nA eSCoLA
ISSN 2238-3093