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ESTA REVISTA TAMBÉM

É SUA! PARTICIPE!

Agradecemos a todos os associados da Anec que tem contribuído com o sucesso de cada edição, através do envio de artigos, informes, projetos e matérias que tem tornado a REVISTA INFORMATIVA um veículo de comu-nicação de extrema importância para o conhecimento e análise do maravilhoso trabalho desenvolvido pelas Instituições Católicas de educação do Brasil.

Encaminhem mais matérias para que possamos superar as expectativas a cada edição!

Todos os associados da ANEC podem enviar matérias para serem publicadas gratuitamente na REVISTA INFORMATIVA. [email protected]

Você faz parte deste sucesso! Anec

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sumário

Informativa - Revista ANEC | sumário 3

50. Pureza e qualidade nas matérias-primas far-

macêuticas

52. Foco na excelência: Unileste comemora 40

anos de tradição e qualidade no Vale do Aço

56. UniSALESIANO incorpora orientações apre-

sentadas por dirigentes salesianos, em Barcelona,

no final de 2008

57. Ex-aluno do UniSALESIANO recebe prêmio no

Estado do Pará

educação básica58. Projeto “ Viva a diferença”, faz a diferença no

Colégio João Paulo II

60. Aluno pesquisador, comunicativo e solidário:

É possível?

64. O “SANTA” ADVERTE: uma alimentação equi-

librada leva a uma Vida Saudável!

68. Passeio ao Criadouro Conservacionista São Braz

projetos sociais70. Rede Mercedária de Ensino: Por uma educa-

ção integral e libertadora

72. Uma educação que começa onde acaba o as-

falto

considerações finais78. A entrega incondicional produz o gênio, o po-

der e a magia...

04. expediente

05. mural

acontece na anec

06. Encontro Macro-regional ANEC-CNBB

07. I Reunião da Nova Diretoria e do Conselho Su-

perior da ANEC

08. AEC/SC e SINEPE/SC realizam a I Jornada Pe-

dagógica

jurídico10. O polêmico Cineb e seus aspectos jurídicos

artigo16. Educação indígena brasileira

22. Ação evangelizadora na e da universidade dis-

cípula e missionária

26. Darwin 200

28. Cultura planetária

32. Uma celeste ajuda para o professor e a educação

38. Uma ponte para o possível

40. Campanha da Fraternidade 2009: uma chance

à paz

educação superior42. Complexo de Prontos-Socorros auxilia no ensi-

no dos alunos de medicina da PUC-Campinas

46. Do sonho de um homem à realidade da vida de

milhares de pessoas

30.

50.42.

60.

sumário

Informativa - Revista ANEC | sumário 3

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expediente

Informativa - Revista ANEC | expediente4

DIRETORIA NACIONAL

DIRETOR PRESIDENTE Reitor Pe. José Marinoni, SDB

DIRETOR 1º VICE-PRESIDENTEReitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ

DIRETOR 2º VICE-PRESIDENTEReitor Ir.Clemente Ivo Juliatto, FMS

DIRETORA 1º SECRETÁRIA Ir. Ana Maria Paes

DIRETOR 2º SECRETÁRIOReitor Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MI

DIRETOR 1º TESOUREIROIr. Joaquim Juraci de Oliveira, FMS

DIRETOR 2º TESOUREIROPe. Guido Aloys Johanes Kuhn, S.J

SECRETÁRIO EXECUTIVOProf. Dr. Dilnei Lorenzi

CONSELHO SUPERIOR

PRESIDENTEReitor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães

VICE-PRESIDENTEReitor Prof. Wolmir Therezio Amado

SECRETÁRIOReitor Pedro Rubens Ferreira Oliveira

CONSELHEIROSIr. Teresinha Maria de Sousa, MCIr. Nelso Antônio Bordignon, FSCPe. Wilson DenadaiProfessor Roberto Prado Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDBPe. Miecryslaw Smyda, SJ

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃOLuciene Lopes PereiraNelismar de Souza

ASSESSORIA DA COMUNICAÇÃOPriscilla Lira

COLABORADORRobson Torriceli

PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO

Fone: 61 3033-6212

IMPRESSÃOCidade Gráfica Editora LTDAFone: 61 3552-5066

As ilustrações foram cedidas pelas instituições

ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL - ANECSRTV/Sul Quadra 701 Bloco 2 Sala 601 Ed. Centro Empresarial Assis Chateaubriand CEP: 70340-000 - Brasília-DFFone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3322-5539E-mail: [email protected]

ApresentaçãoPalavra do Diretor Presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil.

A primeira reunião do Conselho Superior e da Diretoria da ANEC

aconteceu nos dias 12 e 13 de fevereiro deste ano, em Brasília.

Com uma pauta longa e de suma importância para os encaminha-

mentos das atividades deste ano. Destaco algumas questões fun-

damentais das nossas discussões: Manutenção do Plano Estratégi-

co da ANEC; início do processo de abertura das filiais da ANEC,

em diversos Estados; definição das Câmaras da ANEC – Mantene-

doras, Educação Superior e Educação Básica; divulgação do plano

de ações políticas para 2010; fortalecimento das relações institu-

cionais; apoio em projetos de pastoral educacional. Vários outros

assuntos, ainda, foram tratados ao longo dos dois dias, como o

Portal Educacional Católico e o posicionamento da ANEC frente à

posição do governo referente à filantropia.

É fato que, temos muito trabalho pela frente, principalmente, no

papel de reforçar a educação católica em nossa sociedade. Por

isso que, mais uma vez, queremos contar com a ajuda de todos os

envolvidos no processo de educar, nossos colaboradores, profes-

sores, alunos, gestores, dirigentes, presidentes de mantenedoras

e outros. Pois os desafios que temos são imensos e só consegui-

remos vencê-los com o apoio e dedicação de todos para um bem

maior.

No primeiro número da Revista Informativa de 2009 apresentamos

uma série de artigos com temáticas que envolvem o cotidiano de

nossas atividades educacionais e, também, a divulgação de ações

das nossas instituições, sempre com a intenção de reforçar nossa

presença em sociedade.

Lembro que a Revista Informativa tem como objetivos ampliar a co-

municação entre as instituições afiliadas à ANEC e facilitar a troca

de experiências no meio educacional católico.

Pe. José MarinoniDiretor-Presidente da ANEC

branding & design

Informativa - Revista ANEC | expediente

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mural

Informativa - Revista ANEC | mural 5

A programação completa estará disponível no site da ANEC.

I Seminário de Educação Básica: A escola católica e os desafios contemporâneos

1º Seminário Nacional de Comunicação das Instituições Católicas – ANEC

1º Seminário de Gestão de Mantenedoras da ANEC

6º Encontro da Pastoral das Universidades – ANEC

18º Encontro de Gestores Administrativos, Acadêmicos e Assessores Jurídicos das IES da ANEC. 5º Encontro de pro-reitores de graduação

I Seminário de Educação Básica: A escola católica e os desafios contemporâneos.

Local: Data: Recife 24 e 25 de abril Belém 15 e 16 de maioCuritiba 26 e 27 de Junho

Local: Data: Porto Alegre 4 e 5 de maio São Paulo 7 e 8 de maioBelo Horizonte 11 e 12 de maioRecife 14 e 15 de maio

Local: Data: PUC Rio 15 e 16 de junho

Local: Data: Brasilia-DF 10 e 12 de junho

Local: Data: Brasilia-DF Maio

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acontece na anec

Informativa - Revista ANEC | acontece na anec6

No Encontro Macro-regional, sobre a ação evangelizadora

na e da universidade, realizado em Florianópolis, em ou-

tubro de 2008, contou com a participação de 60 repre-

sentantes de universidades católicas, dioceses, arquidioceses e IES

públicas e privadas. Foi relevante a presença do coordenador na-

cional de pastoral das universidades da ANEC, Itacir Piasson, do

Bispo responsável pelo setor universidades da CNBB, Dom Eduardo

Benes e da assessora do Setor Universidade da CNBB, Eugenia Ló-

ris. As expectativas dos participantes referentes à evangelização no

meio universitário reforçam a necessidade de que a CNBB e ANEC

viabilizem um plano nacional para a ação evangelizadora na uni-

versidade, proporcionando objetivos e diretrizes gerais e que ofe-

reçam formação e subsídios sobre a ação evangelizadora no meio

universitário.

acontece na anec

Informativa - Revista ANEC | acontece na anec6

Encontro Macro-regional

ANEC-CNBB

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Informativa - Revista ANEC | acontece na anec 7

I Reunião da Nova Diretoria e do

Conselho Superior da ANEC

O Conselho Superior e a Diretoria Nacional da Associação

Nacional de Educação Católica do Brasil-ANEC, estiveram

reunidos, nos dias 12 e 13 de fevereiro, em Brasília - DF.

Durante a reunião foi discutida a análise de questões administrati-

vo-financeiras, a avaliação da Assembléia Geral Nacional realizada

em 2008, Plano Estratégico da ANEC, Calendário de eventos de

2009 e o processo de incorporação das Associações de Educação

Católica regionais e outros assuntos.

Foram criadas comissões para estudar a atualização estatutária,

a definição do modelo do Prêmio ANEC para Educação Católica do

Brasil em 2010, a estruturação das Câmaras Mantenedoras, Educa-

ção Superior e Educação Básica, e o Plano das Ações Políticas da

ANEC para este ano.

7

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acontece na anec

Informativa - Revista ANEC | acontece na anec8

AEC/SC e SINEPE/SC realizam a

I Jornada Pedagógica

Aconteceu em Santa Catarina de 9 a 12 de fevereiro a I Jorna-

da Pedagógica/Administrativa com a participação de apro-

ximadamente quatro mil gestores escolares, professores e

técnicos administrativos. O evento foi resultado da bem sucedida

aliança entre a AEC/SC e o Sindicato das Escolas Particulares de

Santa Catarina. Durante quatro dias os especialistas em educação

Cloves Amorim, Lucília Panisset Travassos, Mario Sérgio Cortella,

José Manoel Moran e Marcos Meier, percorreram as principais cida-

des pólos do Estado – Lages, Joinville, Criciúma, Itajaí e Chapecó -

e mais a capital Florianópolis, debatendo com os educadores sobre

questões pedagógicas e gerenciais.

A I Jornada foi organizada pelo Programa de Formação Con-

tinuada – PFC – do Sinepe/SC em parceria com a Associação das

Escolas Católicas de Santa Catarina – AEC/SC, com o propósito de

mostrar que a escola pode transformar-se em um conjunto de espa-

ços ricos de aprendizagens significativas que motivem os alunos a

aprender ativamente, a pesquisar o tempo todo, a serem pró-ativos,

a saber tomar iniciativas e a saber inter-agir, a partir do pressuposto

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Informativa - Revista ANEC | acontece na anec 9

que o conhecimento se constrói

a partir de constantes desafios

e atividades significativas, que

excitem a curiosidade, a imagi-

nação e a criatividade.

Na presidência da AEC/SC a

professora e mestre em Educação

Rosa Assunta de Cezaro desta-

cou durante os trabalhos o forte

carisma das escolas católicas e o

empenho do Sinepe/SC pelo de-

senvolvimento da gestão de qua-

lidade, ressaltando o interesse

mútuo dos organizadores com a

realização da I Jornada Pedagó-

gica / Administrativa. O objetivo,

segundo frisou professor Marcelo

Batista de Sousa, presidente do Si-

nepe/SC, foi conclamar os educado-

res às novas experiências na área do

conhecimento, a partir de variáveis

críticas no processo de ensino para a

aprendizagem e tecnologias que fa-

cilitem aprender em qualquer lugar

e a qualquer hora, flexibilizando os

processos de ensinar e de aprender,

abrindo as escolas para o mundo e

trazendo o mundo para as escolas,

em tempo real. Com esta perspecti-

va, a educação, além de se constituir

em fator essencial para a formação

do caráter dos alunos, é um meio de

congraçamento entre os povos – e

como tal, é um instrumento para a

paz e a compreensão entre todas as

comunidades.

Aldo Grangeiro

Jornalista e historiador

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Informativa - Revista ANEC | jurídico

jurídico

10

O Polêmico Cineb

e seus Aspectos Jurídicos

Com a volta às aulas, ressurge a retórica sobre a legalidade ou

ilegalidade do Cadastro de Informações dos Estudantes Bra-

sileiros – CINEB - divulgado pela Confederação Nacional dos

Estabelecimentos de Ensino (CONFENEN). Antes, porém, de reacen-

dermos esta discussão, façamos aqui breves esclarecimentos sobre o re-

ferido cadastro para que o leitor possa entender melhor os argumentos

daqueles que o defendem, bem como daqueles que o atacam.

O CINEB nasceu de um convênio entre a CONFENEN (Confederação

Nacional dos Estabelecimentos de Ensino) e a empresa CHECK-CHECK,

que trabalha com base de dados inerente ao crédito, em âmbito nacio-

nal. Em miúdos, é um cadastro de inadimplentes restrito às instituições

de ensino, cuja base de dados é mantida e organizada pela empresa

acima citada. É acessível a todas as escolas no âmbito nacional que se

filiarem à CHECK-CHECK por meio do convênio firmado com a CONFE-

NEN. O sistema funciona basicamente da seguinte forma: após 90 dias

de inadimplência (período usualmente observado) uma determinada

escola envia ao banco de dados do CINEB o nome e o CPF do contra-

tante (e não do aluno menor), após prévio aviso e tentativa conciliatória

para recebimento amigável do débito. A partir daí esta negativação do

inadimplente fica acessível a todas as Instituições de Ensino filiadas à

CHECK-CHECK, podendo ser consultada através de pesquisa do CPF,

feita diretamente no site www.cineb.com.br.

Assim, antes de se firmar um contrato de prestação de serviços com

um pretenso cliente, poderá a escola obter informações sobre o histó-

rico de inadimplência daquela pessoa, através da consulta ao cadastro

em comento.

Até aí, tudo bem! A discussão começa quando o estabelecimento

de ensino, com base neste cadas-

tro, recusa a matrícula deste pre-

tenso contratante, ou a matrícula

de seu(s) filho(s), ante ao histórico

de inadimplência ali lançado. Com

isso, veio à baila a discussão sobre

a legalidade ou ilegalidade deste

cadastro, como ferramenta para

“barrar” a matrícula de contratan-

tes com histórico de inadimplên-

cia ocorrida em outros estabeleci-

mentos de ensino.

Segundo a CONFENEN, trata-

se de uma medida protetiva às

Instituições contra os chamados

“inadimplentes propositais”, sen-

do estes aquelas pessoas que se

matriculam, ou matriculam seus fi-

lhos, em determinadas instituições

de ensino, nada pagam duran-

te todo o ano e, ao final, pedem

transferência para outro estabele-

cimento onde repetem este pro-

cedimento. Ainda sob o ponto

de vista da CONFENEN, tanto as

escolas como os alunos saem pre-

judicados em tal “manobra”, uma

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Informativa - Revista ANEC | jurídico 11

Daladier Rodrigues de Alcântara Júnior

Técnico-Contábil e Advogado - Sócio do escritório de advocacia Almei-

da, Alcântara e Coelho Advogados Associados em Belo Horizonte-MG.

Especialista em Direito Público e Social nas áreas do direito do Trabalho,

Processual, Previdenciário e Constitucional.

vez que esta diminuição de receita

desqualificaria a escola bem como

aumentaria o custo de seu ensino,

fatores que consequentemente

são suportados pelos contratantes

adimplentes.

As críticas dos que defendem

este cadastro não se voltam ape-

nas para os “inadimplentes pro-

positais” mas, também, à brecha

legal deixada pela Lei 9.870/99,

intitulada por eles de “a lei do ca-

lote”, principalmente após a alte-

ração implementada pela Medida

Provisória n. 2.173-24/2001.

Segundo o art. 5° da mencio-

nada Lei, os alunos matriculados

terão direito à renovação de sua

matrícula, salvo se inadimplentes,

observado o calendário escolar, o

regimento da escola ou cláusula

contratual. Por outro lado, a fami-

gerada Medida Provisória acres-

centou o § 1° ao artigo 5° desta

Lei que proíbe o desligamento do

aluno, durante o ano ou semes-

tre, por motivos de inadimplência.

Ainda segundo esta vertente, o

§ 2° deste artigo estabelece que

as instituições de ensino funda-

mental, médio e superior devem

expedir os documentos de trans-

ferência do aluno, mesmo que

inadimplente, e independente-

mente de qualquer medida judi-

cial de cobrança do débito.

Assim, para os que defendem

o CINEB, a própria Lei teria cria-

do mecanismos para fomentar a

inadimplência, impedindo as ins-

tituições de desligarem o aluno

inadimplente no decorrer do ano

ou semestre, bem como as obri-

gando a fornecer os documentos

de transferência, facilitando, com

isso, esta “manobra” do “inadim-

plente proposital”.

Segundo dados da CONFE-

NEN, antes das alterações da Lei

9.870/99 a inadimplência nacional

girava em torno de 3%. Hoje, gira

ela, em média, entre 6% e 10%,

havendo momentos em que pode

chegar a 20% em determinados

períodos e escolas.

Com o propósito de diminuir

esta inadimplência e resguardar a

segurança nas contratações, criou-

se, então, o polêmico CINEB, para

que as instituições de ensino pu-

dessem dele se utilizar como uma

ferramenta acautelatória.

Já do outro lado da mesa, te-

mos os órgãos de defesa do con-

sumidor (em geral os PROCONS

estaduais) e as Associações de

Pais em ferrenha crítica ao cadas-

tro, suscitando, inclusive, sua ile-

galidade e abusividade.

Também contrários ao cadas-

tro são a Federação Nacional das

Escolas Particulares (FENEP), o

Sindicato dos Estabelecimentos

de Ensino no Estado de São Paulo

(SIEESP) e o Sindicato das Entida-

des Mantenedoras de Estabeleci-

mentos de Ensino Superior no Es-

tado de São Paulo (SEMESP).

Para os que hasteiam esta ban-

deira, o cadastro de inadimplente

seria algo tão restrito às escolas

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Informativa - Revista ANEC | jurídico

jurídico

12

que o inadimplente sequer tomaria conhecimento prévio desta “nega-

tivação”, o que o impossibilitaria de negociar sua dívida antes de seu

nome ser lançado no rol de devedores. Neste sentido baseiam-se nos

direitos do consumidor de terem acesso a banco de dados no qual seu

cadastro está inserido e na obtenção de informações objetivas, claras,

verdadeiras e em linguagem de fácil compreensão.

Argumentam ainda que este procedimento tente a “lançar” o aluno

inadimplente ao sistema público de ensino que, por sua vez, é desprovi-

do de um número suficiente de vagas, o que causaria relevante impacto

na educação nacional.

Expostos os dois lados da moeda, fica a questão: em verdade, é ou

não ilegal o Cadastro de Informações dos Estudantes Brasileiros - CI-

NEB?

Antes de mais nada, há de se ressaltar que numa discussão como

esta os extremismos e radicalismos devem ceder espaço à ciência jurídi-

ca e aos pilares principiológicos nos quais se alicerçam o Ordenamento

Jurídico Pátrio.

Se de um lado os defensores do CINEB argumentam que a Lei

9.870/99 “favoreceu o calote”, não podemos nos esquecer que o nosso

direito privado é baseado no princípio da liberdade contratual e da livre

iniciativa das partes.

Assim, não há razão para se vincular uma contratação ao seu efetivo

pagamento, obstaculizando os documentos de transferência do aluno

sob o motivo de que este não cumpriu com suas obrigações contra-

tuais. Também não haveria motivos para o desligamento imediato do

aluno inadimplente no decorrer do ano letivo por dois motivos: Um,

porque tal procedimento po-

deria prejudicar os chamados

“inadimplentes involuntários ou

ocasionais”, sendo aqueles que

por uma circunstância alheia à

sua vontade não conseguiram

adimplir, ao tempo e modo, com

suas obrigações contratuais, mas

buscam, em determinado mo-

mento, acertar esta situação.

Dois, porque nosso ordenamen-

to constitucional determina que

a educação é dever do Estado e

da família e, como tal, deve ser

vista sob o prisma de um munus

público, um bem maior de cará-

ter social.

Em plena crise do capitalis-

mo global não se pode dar mais

valor o aspecto financeiro do

ensino em detrimento do alu-

no que, na esmagadora maioria

das vezes, nada tem a ver com

a inadimplência de seus pais ou

contratantes. Se o ente privado

assume este “dever” Estatal-

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Informativa - Revista ANEC | jurídico 13

abertura e transparência deste

cadastro aos consumidores, para

pesquisa e informações, também

lhe daria melhor convalidação ju-

rídica nos termos do Código de

Defesa do Consumidor.

Sabe-se perfeitamente que

o consumidor, mesmo inadim-

plente, possui direitos. Todavia,

não podemos esquecer que este

também possui deveres e, o uso

desregrado e abusivo dos direi-

tos pode causar insegurança jurí-

dica com o descrédito da legisla-

ção vigente.

Assim, parece-nos que a solu-

ção para o impasse encontra-se

numa melhor adequação do pro-

cedimento de inclusão do deve-

dor no banco de dados do CINEB,

dando-lhe maior transparência e,

consequentemente, maior credi-

bilidade, uma vez que o Código

de Defesa do Consumidor autori-

za a criação de tais cadastros, ob-

servados os requisitos legais.

familiar, deve ele, antes do aspecto financeiro, prezar pelo caráter

social de suas funções sem, é claro, esquecer dos custos que este

empreendimento lhe acarreta.

Para o problema inadimplência existem várias medidas extraju-

diciais e judiciais que visam controlar, neutralizar ou minimizar esta

“manobra”, que devem ser tomadas antes que a situação tome pro-

porções significativas, com a utilização prudente e consciente de to-

das as ferramentas que estão ao alcance dos estabelecimentos de

ensino, inclusive dos cadastros de proteção ao crédito.

Todavia, aos que atacam o referido cadastro, há de se ressaltar

que a Legislação Consumerista (Código de Defesa do Consumidor)

prevê sim a possibilidade de criação de banco de dados de proteção

ao crédito, como denotamos nos artigos 43 e 44 deste diploma legal.

Por outro lado, querendo ou não, o inadimplente já é inscrito nos

cadastros regionais de proteção ao crédito tais como SPC, SERASA,

CCF, etc., sem que se gerasse tamanho impasse.

Trata-se, aparentemente, de uma questão de bom senso e ade-

quação. Se o Código de Defesa do Consumidor prevê a criação e

manutenção de banco de dados de inadimplente, resta aos hosti-

lizadores do CINEB o argumento de que este banco deve ser mais

transparente e de livre acesso aos consumidores, como determina o

artigo 43 do Código Consumerista.

Neste sentido, parece-nos que a questão pode ser resolvida com

a adequação procedimental da inserção de dados no CINEB, que

se faria através dos cuidados prévios que a Instituição deve tomar

quando da negativação do inadimplente. Por outro lado, uma maior

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informativo publicitário

Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário14

s Entidades Filantrópicas (Beneficentes de Assistência Social) se

organizam através de associações e fundações sem finalidade

lucrativa/econômica, que prestam serviços conforme a LOAS e a

PNAS.

Todas essas ações devem ser registradas e divulgadas através das

informações contábeis.

Existe uma grande variedade de tributos (Impostos e Contribuições

Sociais) aonde as Entidades Filantrópicas são imunes/isentas, tendo como

base a Constituição Federal e sua regulação pelo Código Tributário Nacional

(Lei Complementar nº 5.172/66) e outras leis ordinárias. Tendo que para o

gozo da isenção das contribuições sociais, será exigida a posse do

Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social e reconhecimento

da Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme regulamentação.

Estas Entidades possuem obrigações específicas nas mais diversas

áreas (contábil, fiscal, entre outras). O cumprimento destas exigências serve

para, entre outras, manterem seu Certificado de Entidade Beneficente de

Assistência Social (CEBAS) e por conseqüência a isenção das contribuições

sociais ou previdenciárias.

A Lei Federal nº 8.212/91, em seu artigo 55, trata das isenções

destinadas às entidades Beneficentes de Assistência Social que atendam

suas exigências.Este artigo remete às contribuições previstas nos artigos 22

e 23, quais sejam:

� 20% sobre folha de salários e serviços de autônomos e individuais;

� RAT/SAT(1%, 2% ou 3% ) ?15% sobre serviços prestados por cooperativas

� COFINS – 3%

� CSLL - Contribuição Social de 10% sobre o Lucro Líquido

As Entidades Beneficentes, além da Legislação, deverão observar as

normas contábeis a elas aplicáveis aprovadas pelo Conselho Federal de

Contabilidade, em especial a Resolução CFC nº 877/2000, que aprova a

NBC T 10.19, discriminando contabilmente os valores aplicados em

gratuidade e o valor das isenções de contribuições previdenciárias

usufruídas, bem como que estas informações devem constar em Notas

Explicativas: “c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a

atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade

não gozasse de isenção conforme normas do INSS; ”

A partir do ano de 2007 a Receita Federal e a Previdência Social se

uniram criando a RECEITA FEDERAL DO BRASIL (Super Receita), e em

suas fiscalizações (representações e autuações) vem exigindo o

www.audisaauditores.com.br | [email protected]

FILIAL - Recife/PEAv. Conselheiro Aguiar, 2333 - Sala 104Boa Viagem - 51020-020Fone/Fax: (81) [email protected]

NOVA FILIAL - Porto Alegre/RSRua Visconde do Herval, 1309 - Sala 204Menino Deus - 90130-151Fone/Fax: (51) [email protected]

MATRIZ - São Paulo/SPAlameda Olga, 422 - 2º andar - Bloco BPerdizes - 01155-040Fone: (11) [email protected]

cumprimento da Resolução do CFC No.

966/03, que transcrevemos em parte:

“... evidenciação em Notas Explicativas, das

isenções de tributos e contribuições, suas

receitas com e sem gratuidades de forma

segregada, e os benefícios gozados.”

Além disso, a Receita Federal entende

que a falta do registro contábil das isenções

usufruídas se caracteriza em omissão na

contabilidade de informações obrigatórias e

de fatos geradores, procedendo com

autuações e cobranças. Em alguns casos

até “enxergando reflexos penais”.

Nesse entendimento a RECEITA

FEDERAL DO BRASIL, baseado na

literalidade dos artigos 22 e 23 da Lei

8 . 212 /91 , ex i ge a ev i denc i ação

discriminada nas Notas Explicativas das

contribuições sociais:

�INSS s/ Folha de Pagamento (Cota Patronal);

�S.A.T.;

�Terceiros;

�INSS s/ Folha de Autônomos;

�INSS s/ Prestação de Serviços de Cooperativas;

�COFINS s/ a receita;

�Contribuição Social s/ Lucro (CSLL).

A part i r destas considerações

supracitadas e sempre visando o exercício

da profissão de forma preventiva e

prudente, sugerimos que as Entidades

Beneficentes de Assistência Social devem

escriturar em seu sistema patrimonial (livro

diário) e assim evidenciado em suas

demonstrações contábeis e Notas

Explicativas, o montante da isenção das

contribuições sociais usufruída.

Quanto a Contribuição Social sobre

Lucro Líquido, entendemos que é

OBRIGAÇÃO DA APURAÇÃO E DO REGISTRO CONTÁBIL DA ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

NA CONTABILIDADE DAS ENTIDADES BENEFICENTES

A

AUDISA AUDITORES ASSOCIADOS

inaplicável às entidades sem fins lucrativos, pois, não possuem “lucro”

conforme conceituação da legislação tributária, sendo impossível aplicar sua

regra de incidência.

Por fim, as entidades devem ao comparar e registrar suas Gratuidades e

devem fazê-lo observando esse montante de Contribuições Sociais

usufruído.

Levando em consideração as Normas Brasileiras de Contabilidade

vigentes em consonância com as Normas Internacionais (NIC 1), que o

Brasil está aderindo, onde não podemos compensar ativos com passivos

e nem receitas com despesas, salvo alguma NIC (Norma Internacional de

Contabilidade) específica, demonstraremos uma sugestão de

contabilização das isenções usufruídas:

REGISTRO DA DESPESA E OBRIGAÇÃO:

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

GRUPO ISENÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - PREVIDENCIÁRIAS

D – Despesa c/ Contribuição Social - Cota Patronal

D – Despesa c/ Contribuição Social - Autônomos

D – Despesa c/ Contribuição Social – Cooperativas

D – Despesa c/ Contribuição Social – Terceiros

D – Despesa c/ Contribuição Social – SAT

D – Despesa c/ Contribuição Social – COFINS

PASSIVO CIRCULANTE

C – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – PATRONAL a Pagar

REGISTRO DA ISENÇÃO USUFRUÍDA E

BAIXA NA OBRIGAÇÃO:

PASSIVO CIRCULANTE

D – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PATRO-

NAL a Pagar

RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

C – RECEITA - ISENÇÃO DE CONTRI-

BUIÇÕES SOCIAIS–PATRONAL-

USUFRUÍDA

Esta forma de contabilização faz com

que a Entidade demonstre em seu sistema

patrimonial a isenção usufruída, sem alterar o

resultado do exercício. E ainda, cabe

salientar que a rubrica “RECEITA-ISENÇÃO

D E C O N T R I B U I Ç Õ E S S O C I A I S

–PATRONAL-USUFRUÍDA” não faz parte da

receita base para o cálculo dos 20%,

conforme interpretação literal do Decreto

Federal 2.536/98 e diversos precedentes em

pareceres da Consultoria Jurídica do

Ministério da Previdência Social.

Temos, pois, que com registro e

evidenciação das Gratuidades e Isenções, a

Contabilidade proporcionará melhor

qualidade e segurança das informações aos

Gestores, ao Fisco e à Sociedade em geral.

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Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário 15

s Entidades Filantrópicas (Beneficentes de Assistência Social) se

organizam através de associações e fundações sem finalidade

lucrativa/econômica, que prestam serviços conforme a LOAS e a

PNAS.

Todas essas ações devem ser registradas e divulgadas através das

informações contábeis.

Existe uma grande variedade de tributos (Impostos e Contribuições

Sociais) aonde as Entidades Filantrópicas são imunes/isentas, tendo como

base a Constituição Federal e sua regulação pelo Código Tributário Nacional

(Lei Complementar nº 5.172/66) e outras leis ordinárias. Tendo que para o

gozo da isenção das contribuições sociais, será exigida a posse do

Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social e reconhecimento

da Secretaria da Receita Federal do Brasil, conforme regulamentação.

Estas Entidades possuem obrigações específicas nas mais diversas

áreas (contábil, fiscal, entre outras). O cumprimento destas exigências serve

para, entre outras, manterem seu Certificado de Entidade Beneficente de

Assistência Social (CEBAS) e por conseqüência a isenção das contribuições

sociais ou previdenciárias.

A Lei Federal nº 8.212/91, em seu artigo 55, trata das isenções

destinadas às entidades Beneficentes de Assistência Social que atendam

suas exigências.Este artigo remete às contribuições previstas nos artigos 22

e 23, quais sejam:

� 20% sobre folha de salários e serviços de autônomos e individuais;

� RAT/SAT(1%, 2% ou 3% ) ?15% sobre serviços prestados por cooperativas

� COFINS – 3%

� CSLL - Contribuição Social de 10% sobre o Lucro Líquido

As Entidades Beneficentes, além da Legislação, deverão observar as

normas contábeis a elas aplicáveis aprovadas pelo Conselho Federal de

Contabilidade, em especial a Resolução CFC nº 877/2000, que aprova a

NBC T 10.19, discriminando contabilmente os valores aplicados em

gratuidade e o valor das isenções de contribuições previdenciárias

usufruídas, bem como que estas informações devem constar em Notas

Explicativas: “c) as contribuições previdenciárias relacionadas com a

atividade assistencial devem ser demonstradas como se a entidade

não gozasse de isenção conforme normas do INSS; ”

A partir do ano de 2007 a Receita Federal e a Previdência Social se

uniram criando a RECEITA FEDERAL DO BRASIL (Super Receita), e em

suas fiscalizações (representações e autuações) vem exigindo o

www.audisaauditores.com.br | [email protected]

FILIAL - Recife/PEAv. Conselheiro Aguiar, 2333 - Sala 104Boa Viagem - 51020-020Fone/Fax: (81) [email protected]

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MATRIZ - São Paulo/SPAlameda Olga, 422 - 2º andar - Bloco BPerdizes - 01155-040Fone: (11) [email protected]

cumprimento da Resolução do CFC No.

966/03, que transcrevemos em parte:

“... evidenciação em Notas Explicativas, das

isenções de tributos e contribuições, suas

receitas com e sem gratuidades de forma

segregada, e os benefícios gozados.”

Além disso, a Receita Federal entende

que a falta do registro contábil das isenções

usufruídas se caracteriza em omissão na

contabilidade de informações obrigatórias e

de fatos geradores, procedendo com

autuações e cobranças. Em alguns casos

até “enxergando reflexos penais”.

Nesse entendimento a RECEITA

FEDERAL DO BRASIL, baseado na

literalidade dos artigos 22 e 23 da Lei

8 . 212 /91 , ex i ge a ev i denc i ação

discriminada nas Notas Explicativas das

contribuições sociais:

�INSS s/ Folha de Pagamento (Cota Patronal);

�S.A.T.;

�Terceiros;

�INSS s/ Folha de Autônomos;

�INSS s/ Prestação de Serviços de Cooperativas;

�COFINS s/ a receita;

�Contribuição Social s/ Lucro (CSLL).

A part i r destas considerações

supracitadas e sempre visando o exercício

da profissão de forma preventiva e

prudente, sugerimos que as Entidades

Beneficentes de Assistência Social devem

escriturar em seu sistema patrimonial (livro

diário) e assim evidenciado em suas

demonstrações contábeis e Notas

Explicativas, o montante da isenção das

contribuições sociais usufruída.

Quanto a Contribuição Social sobre

Lucro Líquido, entendemos que é

OBRIGAÇÃO DA APURAÇÃO E DO REGISTRO CONTÁBIL DA ISENÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

NA CONTABILIDADE DAS ENTIDADES BENEFICENTES

A

AUDISA AUDITORES ASSOCIADOS

inaplicável às entidades sem fins lucrativos, pois, não possuem “lucro”

conforme conceituação da legislação tributária, sendo impossível aplicar sua

regra de incidência.

Por fim, as entidades devem ao comparar e registrar suas Gratuidades e

devem fazê-lo observando esse montante de Contribuições Sociais

usufruído.

Levando em consideração as Normas Brasileiras de Contabilidade

vigentes em consonância com as Normas Internacionais (NIC 1), que o

Brasil está aderindo, onde não podemos compensar ativos com passivos

e nem receitas com despesas, salvo alguma NIC (Norma Internacional de

Contabilidade) específica, demonstraremos uma sugestão de

contabilização das isenções usufruídas:

REGISTRO DA DESPESA E OBRIGAÇÃO:

DESPESAS NÃO OPERACIONAIS

GRUPO ISENÇÕES DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS - PREVIDENCIÁRIAS

D – Despesa c/ Contribuição Social - Cota Patronal

D – Despesa c/ Contribuição Social - Autônomos

D – Despesa c/ Contribuição Social – Cooperativas

D – Despesa c/ Contribuição Social – Terceiros

D – Despesa c/ Contribuição Social – SAT

D – Despesa c/ Contribuição Social – COFINS

PASSIVO CIRCULANTE

C – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS – PATRONAL a Pagar

REGISTRO DA ISENÇÃO USUFRUÍDA E

BAIXA NA OBRIGAÇÃO:

PASSIVO CIRCULANTE

D – CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PATRO-

NAL a Pagar

RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS

C – RECEITA - ISENÇÃO DE CONTRI-

BUIÇÕES SOCIAIS–PATRONAL-

USUFRUÍDA

Esta forma de contabilização faz com

que a Entidade demonstre em seu sistema

patrimonial a isenção usufruída, sem alterar o

resultado do exercício. E ainda, cabe

salientar que a rubrica “RECEITA-ISENÇÃO

D E C O N T R I B U I Ç Õ E S S O C I A I S

–PATRONAL-USUFRUÍDA” não faz parte da

receita base para o cálculo dos 20%,

conforme interpretação literal do Decreto

Federal 2.536/98 e diversos precedentes em

pareceres da Consultoria Jurídica do

Ministério da Previdência Social.

Temos, pois, que com registro e

evidenciação das Gratuidades e Isenções, a

Contabilidade proporcionará melhor

qualidade e segurança das informações aos

Gestores, ao Fisco e à Sociedade em geral.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo16

Educação Indígena Brasileira

Falar em inclusão dos saberes indígenas, de sua cultura na educa-

ção, é falar do Brasil, ou negá-lo. É como falar de cultura grega,

sem seus escultores, sem a Ilíada de Homero, a filosofia de Platão

e Sócrates; ou da civilização romana antiga, do povo italiano, sem en-

volver os povos etruscos, pois é a base de sua origem, e assim, tantos

outros povos construtores de sua pátria.

A sabedoria milenar dos povos indígenas revela um carisma original,

manifestado em outras formas aprendizagem, da criação de brinque-

dos, flechas, danças, vestes, pinturas, mitos, línguas, sons, habitação,

o índio, ícone da vivência holística, uma rara folhagem, manifestação

das raízes mais profundas da tradição brasileira de educar, mosaico da

identidade e formação da cultura nacional, da indigedade americana e

latino-americana. Por isto, o saber indígena é importante, encontrado

nos mais diversos lugares:

1. Entre os índios “sem contato” – permanecem em seu habitar original, com língua própria, sem o vín-

culo, invisíveis à sociedade vigente e vice-versa. Há indícios da existên-

cia de mais de 43 grupos indígenas ainda não contatados na Amazônia

brasileira.

2. Com índios das aldeias:a) Sem escola: Os Kocama no Alto Solimões de família lingüística tu-

artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo16

“A sabedoria milenar dos povos indígenas revela um carisma original, manifestado em outras

formas aprendizagem”

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Informativa - Revista ANEC | artigo 17

Edison Hüttner

Professor da Faculdade de Teologia da PUCRS

Coordenador do Núcleo de Estudos e Pesquisa em

Cultura Indígena (NEPCI – PUCRS)

pi-guarani (7.000 índios). Somente

os índios idosos falam a língua ko-

cama, por isto a língua vigente é o

português. Um professor kocama

Antonio Samias da Aldeia Sapotal

em Tabatinga ensina a língua ko-

cama utilizando-se de uma gramá-

tica Cocama/espanhol1, elaborada

para os Kocamas do Peru; a etnia

Jamamadi na Boca do Acre da fa-

mília lingüística Aruak (300 índios)

não possuem gramática própria.

Em janeiro deste ano estive na ci-

dade da Boca do Acre e conversei

com representantes do povo Ja-

mamadi. Estavam de passagem.

Em diálogo com eles, na beira do

rio, fiquei admirado, pois a maior

preocupação de um índio jovem e

professor era a organização da es-

cola na aldeia. Mesmo sem auxilio

da secretaria da educação local,

solicitou cadernos, livros e caneta

para começar a dar aula.

b) Com escola organizada bi-

língüe. Entre outras etnias que já

possuem tradição bilíngüe, como

os Tucano do Alto Rio Negro

(AM); os Kaingang da Terra Indí-

gena Guarita, Rio Grande do Sul;

os Terena no Mato Grosso do Sul.

Podemos focar um olhar sobre os

Ticuna do Alto Solimões (30.000

índios). Segundo estudos, os Ti-

cuna possuem uma língua pró-

pria “independente” e “isolada”,

“sem filiação com outra língua

conhecida” (Montes Rodriguez,

M. E. P. pp. 24-25). Esta etnia con-

tatada desde o século XVI hoje

representa uma referência para a

educação indígena brasileira, pelo

interesse e persistência que sem-

pre manifestaram através da par-

tilha de seus mitos e saberes, de

abertura ao novo2.

_______________________________

1 Em 2007 envie cópia desta gramática ao professor kocama Antonio Samias da aldeia Sapotal em Tabatinga – como instrumento de referência para o estudo da língua Kocama. Seria urgente um estudo profundo para elaboração de uma gramática kocama/português.

2 Muitos estudos e trabalhos importantes de pesquisadores e índios contribuíram à educação indígena Ticuna. Cito o estudo da língua escrita dos Ticuna teve sua sistematização com a gramática de Frei Fidelis de Alviano (ALVIANO, F. Gramática, Dicionário, Verbos e Frases e Vocabulário Prático da Língua dos Índios Ticunas. Rio de Janeiro: Ed. do IHGB, 1945); o trabalho da professora Jussara Gomes Gruber junto aos professores Ticuna em vista da valori-

zação da tradição oral e de cursos bilíngües. Fruto deste trabalho e a publicação do livro Torü Duu’ugü (nosso povo).

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo18

Dados sobre a educação Ticuna dizem:constatamos que, em 1998, havia 7.458 alunos, com apenas 841

nas classes de 5ª a 8ª série, ao passo que em 2005 o censo escolar

apresentava um total de 16.100 alunos, dos quais 4.580 encontra-

vam-se nas classes finais do Ensino Fundamental e nos cursos de

Ensino Médio... As escolas municipais são dirigidas por professores

Ticuna, que também desempenham em alguns municípios ativida-

des de supervisão e coordenação de pólos. Existem 118 escolas

municipais e duas estaduais (Educação Ticuna. Povos Indígenas do

Brasil - Instituto Sócio Ambiental (ISA).

No Brasil: Segundo o Educacenso de 2007, o Brasil possui mais de 178

mil estudantes indígenas matriculados em 2.517 escolas indígenas

em 24 estados da Federação (Conferências levam contribuição para

melhorar ensino de 178 mil indígenas. Ministério da Educação).

A atuação de professores autóctones em suas próprias aldeias

favorece um novo modelo educacional, a escola indígena, renovan-

do-se nas conjunturas sócio-político-educacionais, instigante, po-

rém, crítica. Como bem expressa professor Zacarias Kapiaar Gavião

(da Tribo Gavião), coordenador da Educação Escolar Indígena em

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Informativa - Revista ANEC | artigo 19

Ji-Paraná (RO). Ao entrevistar-

mos chamou-nos atenção a sua

visão sobre educação indígena:

Na aula de história do Bra-

sil por exemplo. Eu não parei...

vamos estudar o que esta acon-

tecendo lá fora. Nós aqui não

fazemos feriado no dia 7 de

setembro. Pois como podemos

comemorar com aqueles que

tiraram nossas terras. Eles que

fizeram independência. Mas de

quê? Realmente é isto mesmo?”

e continua “Eu já disse que os

livros didáticos que chegam não

mostram como é mesmo nossa

cultura e nossa gente, não esta

mostrando a história verdadeira.

(NEPCI/PUCRS - 26/01/2006)

Várias são as críticas sobre o

conteúdo e o método aplicado

na aprendizagem bilíngüe, pois

coloca em jogo a credibilidade,

a pureza da interpretação da tradição e cultura de uma etnia. Gon-

záles Camacho nos apresenta neste sentido algumas dificuldades

percebidas com os Ticuna da Colômbia:

• No aspecto lingüístico: a carência de um alfabeto unificado e

de estudos práticos sobre a gramática e a tecnologia;

• De ordem técnica: a indústria nacional não conta com a ca-

pacidade de produzir textos de acordo com os signos tipográficos

exigidos pelos idiomas nativos;

• De ordem formal: o apoio aos mestres bilíngües com texto

escolar;

• De ordem conjuntural: se refere à desconfiança de muitos adul-

tos de que os trabalhos dos investigadores em conjunto com os

anciãos gerem publicações somente para escritores;

• De ordem estrutural: não tem um grupo significativo de mes-

tres e leitores Ticuna3. (Camacho Gonzáles, H. A. p. 88)

3. Com os índios universitáriosA Universidade do Estado do Mato Grosso – UNEMAT (desde

2001) – destaca-se por ser a pioneira no Brasil com a formação de

professores indígenas do nível superior. Em 2007 foi criado o Pro-

grama de Educação Superior Indígena Intercultural:

Os Cursos de Licenciatura Específica para a Formação de Pro-

fessores Indígenas têm por objetivo a formação e a habilitação de

_______________________________

3 Continua Hugo Camacho: “El aprendizaje de la cultura Tikuna no es posible a través de los textos escritos y menos fuera de los espacios y tiempos culturales apropia-dos para ello: la chagra, el río, las jornadas de cacería, las horas de compartir alimentos, las actividades comunitarias, los rituales, entre otros”. (CAMACHO, GONZÁLES, H. A. pp. 92-93).

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo20

professores indígenas para o exercício docente no Ensino Funda-

mental e em disciplinas específicas do Ensino Médio, nas escolas

das aldeias... São oferecidos cursos superiores de licenciatura nas

áreas de Línguas, Artes e Literaturas; Ciências Matemáticas e da

Natureza; e Ciências Sociais (Cursos. PROESI).

O número de índios na universidade é outro fator de relevância

à educação indígena. A estimativa é de mais de 5.000 índios univer-

sitários freqüentando universidades brasileiras4.

Considerações A educação indígena brasileira vive nova fase. Os números con-

firmam isto, a presença de milhares de indígenas nas escolas, em

todos os níveis. O protagonismo da presença indígena na educa-

ção veicula-se: à compreensão e superação de uma tendência so-

cial ainda latente no povo brasileiro, o preconceito, conseqüência

de literaturas e livros didáticos impróprios, da política e suas leis

ideológicas, dos meios de comunicação social – diria aqui um índio:

“não mostram a nossa verdadeira imagem”; à pesquisa e ao ensino

- através da revisão sistemática dos saberes tradicionais, das narra-

tivas orais e sua apropriada divulgação, indispensável à necessidade

de conteúdo atual para o ensino da cultura indígena5; à avaliação

dos métodos de aprendizagem, do conteúdo programático e seus

_______________________________

4 A LEI No 11. 096 proporcionou o acesso dos índios na Universidade. - Institui o Programa Universidade para Todos – PROUNI, ou seja, institui a reserva de vagas para indígenas e afrodescendentes nas universidades.

5 A história e cultura indígena é conteúdo obrigatório no currículo oficial da rede de ensino, conforme Lei Nº 11.645/08.

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Informativa - Revista ANEC | artigo 21

conceitos, do material didático,

da pedagogia desenvolvida, do

espaço físico da escola, porém,

avaliação inserida em seu con-

texto.

Os povos indígenas do Bra-

sil entendem que o caminho é

a educação. Cristovam Buarque

ao elogiar Darcy Ribeiro, refere-

se ao que ele sempre defendeu:

“O progresso não vem do chão de fábrica, vem dos bancos de escola. Não pre-cisamos de uma revolução que acabe com os ricos. Pre-cisamos de uma revolução que acabe com a falta de edu-cação (Cristovam Buarque, p. 15).”

Bibliografia

CAMACHO GONZÁLES, H. A. “Escuela, Tradición oral y Educación propia entre los Tikuna de Tra-

pecio Amazónico Colombiano”. In: Os Ticunas Hoje. n 5, jan./dez., Manaus: Ed. da Universidade

do Amazonas, 1999.

BUARQUE, Cristovam. Universidade e Carnaval. In: Coe, Frank Azevedo e Ramos, André Raimun-

do Ferreira. (Org.). Séculos Indígenas no Brasil: catálogo descritivo de imagens. Porto Alegre:

EDIPUCRS, 2008. Disponível em http://www.pucrs.br/edipucrs/nepci/frame.htm. Atualizado em

12/02/2009.

FAUST, Norma. Gramática cocama: Lecciones para el aprendizaje del idioma cocama. Serie Lingüís-

tica Peruana, 6. Yarinacocha - Peru: Instituto Lingüístico de Verano. 1972.

MONTES RODRIGUEZ, M. E. “Tonologie de la Langue Ticuna. Langue indépendante de l’Amazonie

Colombienne”. (Thèse doctorale), Université, Paris VII, D.R.L. 1994.

Educação Ticuna. Fonte: Povos Indígenas do Brasil - Instituto Sócio Ambiental (ISA). Disponível em

http://pib.socioambiental.org/pt/povo/ticuna/1350. Atualizado em 12/02/2009.

Cursos. Fonte: Programa de Educação Superior Indígena Intercultural - PROESI. Disponível em

http://indigena.unemat.br/modules/xt_conteudo/index.php?id=8. Atualizado em 12/02/2009.

Conferências levam contribuição para melhorar ensino de 178 mil indígenas. Fonte: Minis-

tério da Educação. Disponível em http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content

&task=view&id=11847. Atualizado em 12/02/2009.

Entrevistas

Professor Zacarias Kapiaar Gavião (da Tribo Gavião) – Entrevistado no município de Ji-Paraná (RO),

na “Terra Indígena Igarapé Lourdes” onde se localiza a escola da aldeia Gavião (Entrevista conce-

dida em 23 de janeiro de 2006 ao Núcleo de Estudos e Pesquisa em Cultura Indígena da PUCRS).

Entrevista realizada na Boca do Acre no dia 11 de janeiro de 2009 com representantes da etnia

Jamamadi (NEPCI/PUCRS)

Leis brasileiras

LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 2008. Fonte: Presidência da República - Casa Civil. Disponível

em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/ L11645.htm. Atualizado em

12/02/2009.

LEI No 11.096, DE 13 DE JANEIRO DE 2005. Fonte: Presidência da República - Casa Civil. Disponí-

vel em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/lei/L11645.htm. Atualizado em

12/02/2009.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo22

Ação evangelizadora na e da

universidade:Universidade discípula e missionária.

Discípulos e missionários na realidade acadêmicaUma universidade chamada a ser discípula e missionária é desa-

fiada a comungar em sua realidade saber e práxis. Atenta à herança

de seus princípios fundantes deve inserir-se na realidade atual e

nela encontrar os sinais do Reino; o Cristo que passa, educa, liberta;

a presença e a pedagogia de Deus.

A história da ação evangelizadora ano âmbito da universidade

sempre esteve ligada a muitos fatos históricos. Os diversos con-

textos pelos quais passou sempre influenciaram a identidade e a

estruturação da ação pastoral na e a partir da academia. No Brasil,

foram notáveis grandes ideologias e ou teologias que emergiram

de mobilizações estudantis. A busca de compreender a realidade

e seus desafios sempre clamou por uma pastoral da inteligência, a

partir da cultura. Por vezes até mesmo com conflitos, a universidade

sempre foi um local pelo qual se observou a realidade e se buscou

transformá-la.

Na atualidade, o contexto e influência da universidade tornaram-

se muito evidentes e dignos de atenção, sobretudo pela organiza-

ção e difusão do Ensino Superior, não ideal, mas muito maior que há

poucos anos atrás, sobretudo quando pensamos no Brasil. Nossas

universidades, pólos de irradiação do conhecimento aprimorado,

merecem também atenção devido à sua vocação de ser locus de

convergência de tudo aquilo que é essencial. Na pluralidade de

artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo22

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Informativa - Revista ANEC | artigo 23

expressões que perpassa a reali-

dade, a universidade é chamada

a ser o lugar da virtude, a con-

cretização da expressão latina

“in médio virtus”.

Como discípula, portanto,

a universidade deve descobrir

na realidade os sinais do reino,

os apelos do Cristo pela busca

da verdade e pela promoção

da vida em sua integralidade.

Olhando para o evangelho,

deve educar-se por ser espaço

de respeito às diferentes inicia-

tivas, dando ênfase à pluralida-

de de expressões, purificando

os excessos e radicalismos e re-

construindo as que por ventura

se acomodam no conformismo,

ou num certo espiritualismo seja

fundamentalista ou relativista.

É dessa atenção e inserção

à realidade que podem ser evi-

Ir. Adriano Brollo

Articulador da PdU – ANEC/CNBB – Região Sul

Diretor do Setor de Pastoral da PMBCS

Assessor de Pastoral da PUCPR

[email protected]

denciados com maior clareza a identidade e missão da universidade

que se propõe a ser cristã, discípula do Cristo encarnado. Numa

linha marcadamente humano-cristã, ler e inserir-se no contexto dos

sujeitos para conhecê-los em suas potencialidades e fraquezas se

faz essencial para que a missão seja fecunda, visto que sem sinto-

nia social não há processos de conhecer e investigar que estejam a

serviço do bem comum da comunidade humana (cf. Documento de

Aparecida, n. 463, d).

Discípulos e missionários em novos areópagosA eclesiologia reafirmada em Aparecida reflete na universidade

e a convoca a passar de uma pastoral de conservação para uma pas-

toral missionária, a passar de uma fé de tradição a uma fé de convic-

ção. Sem a premissa da sintonia social a universidade se exime de

denunciar as fraquezas de seu tempo e de profetizar uma Boa Nova

sensível à realidade e com potencial para transformá-la.

O desafio que se impõe à Pastoral no meio universitário é re-

conhecer os diferentes sujeitos da ação evangelizadora, reconhe-

cendo neles seus potenciais, e inculturar o Evangelho para que fale

do lugar das pessoas, acompanhando-as e, por vezes, fazendo a

mudança das estruturas para responder às dores daqueles sujeitos

históricos que adentram à comunidade educativa; isso requer uma

nova e profunda espiritualidade.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo24

Uma pastoral somente sacramental é muito reducionista para ser

uma pastoral da universidade. Uma universidade discípula, sempre

atenta ao Evangelho e aos sinais do Reino em meio à realidade,

torna-se consequentemente missionária. Dos apelos concretos vê-

se vocacionada a reconhecer e desencadear conexões com os no-

vos areópagos da contemporaneidade (cf. Doc. Aparecida, n. 491),

o mundo das comunicações, o mundo digital, o diálogo inter-reli-

gioso, o desenvolvimento dos povos, a ecologia, a biotecnologia, a

cultura e a experimentação científica e, principalmente, na forma-

ção de pensadores e líderes cristãos.

A pergunta ‘mater’ que se impõe à ação evangelizadora das

IES é como disponibilizar suas estruturas para a transformação de

uma pastoral conservadora, que por vezes não promove a educação

e a formação na fé? A missionariedade impõe a contemplação da

integralidade do processo. A visão do todo amplia o horizonte da

pastoral fazendo-a deixar de ser apenas um conjunto de atividades

e passar a se fazer presente nos centros de decisões acadêmicas,

aprofundando a formação e o acompanhamento de professores e

gestores. A resposta às urgências da pólis em suas novas configu-

rações impõe à cátedra um posicionamento ético e estético com

linguagem e discurso pastoral capaz de capilaridade na sociedade,

24

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Informativa - Revista ANEC | artigo 25

nidade formada por discípulos e

missionários. Essa universidade

não é um simples lugar de pro-

dução de conhecimento, tão

pouco um castelo de elucubra-

ções. Promove o diálogo em seu

meio e ao mesmo tempo com

as universidades parceiras. Es-

sas, juntas, são panópticos que

servem para o bem comum da

comunidade. Nesse sentido, a

economia não deveria impor a

veracidade dos saberes e dos

encontros, não deveria coloni-

zar a capacidade investigativa e

criativa de alunos, professores e

pesquisadores. A universidade,

para ser discípula e missionária,

necessita buscar a verdade, ser

livre, autêntica e mais que uma

simples produtora de títulos.

na igreja e na instituição de ensino.

Os atores responsáveis pela ação evangelizadora na universida-

de precisam dessa compreensão holística sobre a universidade. Em

última instância serão sempre eles os articuladores de processos

que envolvem estratégias específicas (Doc. Aparecida, n. 338, 343),

como por exemplo a discussão sobre o currículo, o dialogo perma-

nente com pró-reitorias e o corpo docente. É necessário superar a

pastoral que apenas reune minorias. Fazer pastoral na universida-

de implica em inculturar os valores de Jesus Cristo na cultura da

organização desencadeando um agir ético e estético em todas as

instâncias da universidade.

Emerge assim uma pastoral concebida como evangelização das

pessoas, das estruturas e dos saberes, que é mais que simples ce-

lebração de sacramentos, e passa a atuar como evangelização das

ciências e da cultura, que é especificidade da ação pastoral na uni-

versidade. Conforme a Ex Corde Ecclesiae, “a pastoral universitária

(...) concretiza a missão da Igreja na Universidade e faz parte inte-

grante da sua atividade e da sua estrutura”.

Ainda, paralelamente ao processo de descobertas de amplos

processos de evangelização deve haver sempre em meio a universi-

dade cristã a preocupação com a formação de uma verdadeira comu-

“Como discípula, portanto, a universidade deve descobrir na realidade os sinais do reino,... Olhando para o evangelho, deve educar-se por

ser espaço de respeito às diferentes iniciativas”

Informativa - Revista ANEC | artigo 25

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo26

Darwin 200

As homenagens, os congressos, as publicações e as exposições

serão inúmeras. Sociedades científicas, filosóficas e teológicas,

universidades e museus de história natural, têm já programadas

as mais diversas atividades sobre a vida e a obra do relevante cientista,

nascido em 12 de fevereiro de 1809. A Universidade de Cambridge,

a título de exemplo, tem programado para o próximo mês de julho o

Darwin Festival, um evento científico e cultural de extrema relevância.

Do mesmo modo, o Natural History Museum de Londres já inaugu-

rou a Darwin Exhibition, esplêndida e altamente documentada exposi-

ção sobre o autor.

Não deixa de chamar a atenção a trajetória universitária do grande

naturalista, observador e colecionador. Iniciou os estudos de medicina

na Universidade de Edimburgo. Vale acrescentar que o pai dele era mé-

dico. Abandonou essa opção antes de ter concluído o curso. Ingressou

na Universidade de Cambridge para estudar artes.

Nessa época, aproximou-se das línguas clássicas, da filosofia, da teo-

logia e, por incrível que pareça, da matemática e da física.

Nem o mundo das humanidades nem o das ciências divinas configu-

rou, contudo, sua indiscutível e preclara opção intelectual: a observação

atenta e crítica da natureza.

Duas experiências marcaram definitivamente o futuro do notabilíssi-

Comemoramos em 2009 o

segundo centenário do nasci-

mento de Charles Robert Dar-

win. Um homem admirado,

estudado e até considerado

polêmico por alguns.

artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo26

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Informativa - Revista ANEC | artigo 27

mo cientista: uma viagem e o jar-

dim da sua casa.

A viagem, realizada no Beagle,

durou cinco anos e permitiu-lhe

observar, escrever, desenhar e co-

lecionar animais e plantas numa

longa singradura. Dois terços des-

sa viagem passou-os em terra fir-

me.

Por sinal, de abril a junho de

1832, esteve no Brasil e alugou

uma propriedade na baía de Bo-

tafogo. De volta à pátria comprou

uma casa, Down House, a dezes-

seis milhas de Londres. O gran-

de jardim nela existente foi o seu

laboratório. A leitura dos dados

obtidos na viagem, o exame dos

espécimes coletados e seus ex-

perimentos com orquídeas, pom-

bas, baratas e minhocas, entre os

Prof. Dr. Joaquim Clotet

Reitor da PUCRS

outros muitos por ele realizados,

o inspiraram à formulação de sua

teoria da seleção natural e prepa-

raram a edição da Origem das Es-

pécies, 1859.

A vida e a obra do bicentená-

rio autor são ainda hoje objeto

de acendrado estudo, pesquisa e

debate, atingindo o patamar da

transdisciplinaridade. Esse reco-

nhecimento do valor e significado

da sua produção,contrasta com a

discrição do avisado viajante e do

erudito pesquisador, pois ele pró-

prio afirmava que não era especia-

lista em nenhuma disciplina.

Continua ainda hoje o estudo

e o debate entre criacionismo,

ou doutrina bíblica da criação, e

evolucionismo, proveniente da

seleção natural. O papa Pio XII

na sua carta encíclica Humani Ge-

neris, 1950, convida e estimula o

aprofundamento de ambas as te-

orias. A Academia Pontifícia das

Ciências, do Vaticano, dedicou

sessões extraordinárias ao tema

no passado mês de novembro.

Afirmou-se a existência de pro-

vas que evidenciam a evolução.

Destaca-se, porém, que o ser hu-

mano, o homem e a mulher, não

são o resultado do caos, mas que

foram pensados e amados pelo

Criador. Uma conferência inter-

nacional sobre a conciliação entre

a fé e a teoria da evolução está

programada pela mesma entida-

de para o próximo mês de março.

Não é em vão que Darwin tam-

bém estudou teologia e era ho-

mem que amava o diálogo.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo28

Cultura planetária

Muito já se disse sobre a crise do planeta Terra. Entretanto, é

preciso recomeçar sempre, porque poucos escutam. E nunca

foi tão urgente. Os sinais se manifestam em todo o cená-

rio do Planeta: explosão demográfica; crescente aumento da miséria;

analfabetismo, que impede os seres humanos de se tornarem sujeitos

da história; violência, que desordena e degrada a convivência social e

ambiental; corrupção de políticos e agentes públicos, que buscam o

bem individual em detrimento do bem comum; contínuas guerras, em

nome da ganância, do poder e muitas vezes em nome de Deus; aque-

cimento global, poluição, secas, degelo das calotas polares, furacões,

ciclones, alagações, desmatamentos, queimadas, chuva ácida, extinção

de animais e de plantas. O’ Sullivan (2004, p. 341), alerta que: “nosso

mundo, o lugar onde nos encontramos e onde vivemos os acontecimen-

tos significativos de nossa existência, manda-nos sinais de perigo. Temos

de reconhecer que o planeta que habitamos está em apuros”.

Por isso, a existência e a vida do Planeta devem ser vistas como

conteúdos essenciais da escola, impregnando as disciplinas em pro-

jetos consistentes e contínuos. Thomas Berry, no prefácio do livro de

O’Sullivan (2003, p. 20) afirma que “(...) o bem-estar da Terra e o bem-

estar do ser humano no seio da comunidade terrestre têm de ser o

centro unificador da educação do futuro”. O ser humano precisa ser

educado para a cultura planetária: atitude de olhar para o Planeta e o

envolvimento em projetos sociais e ambientais. A profissão e os pro-

gressos intelectuais, além de trazerem benefícios pessoais e familiares,

devem trazer benefícios sociais e planetários.

artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo28

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Informativa - Revista ANEC | artigo 29

Nesse contexto, Thomas Berry (2004, p. 23) escreve também: “Toda

profissão e toda ocupação dos seres humanos têm de estabelecer-se

dentro do funcionamento integral do Planeta”. O’Sullivan (2004, p.

27) pensa que, no advento do período pós-moderno, “o quadro de

referências educacional apropriado para esse movimento tem de ser

visionário e transformador e deve ir além das perspectivas educacio-

nais convencionais que cultivamos durante os últimos séculos”. E mais

adiante, o autor questiona: “Como é que nós, educadores, nos encai-

xamos em mudança tão profunda”?

A humanidade passa por uma fase de transformação, ou seja, tran-

sição paradigmática. A Era Moderna não cumpriu a dádiva da felici-

dade. É preciso, por isso, buscá-la na Era Pós-Moderna. Há, porém,

impressão de caos: se já não se deseja o modernismo, ainda não se

vê o rosto do pós-modernismo. Tem-se consciência de que os valores

modernos não trazem felicidade, mas ainda são poderosos e é difícil

imaginar-se sem eles. Embora exista no ar sensação de novidade, o ser

humano continua predominantemente racional, insensível, individua-

lista, consumista, depredador do meio ambiente.

Seria ingenuidade, porém, pensar que a escola dá conta de resolver

todos os problemas. “Mas ela, certamente, poderá ajudar na formação

de uma consciência ecológica e na promoção do aprendizado da bus-

ca do sentido das coisas, do sentido da vida” (Moraes, 2004, p. 321).

Pergunta Assmann (1998, p. 14): “Quem duvida que a educação é,

hoje, mais que nunca, a mais avançada tarefa emancipatória?”

A transição paradigmática não decorre de um ato de vontade indivi-

dual ou de grupo. É um processo

mais complexo que se constata

no movimento de transformação

da realidade, que sucede de um

complexo conjunto de fatores,

condições e circunstâncias cien-

tíficas, econômicas, tecnológicas,

epistemológicas e sociais. Entre-

tanto, a educação deve assumir

postura protagonista, envolven-

do o professor na formação con-

tinuada e na práxis transformado-

ra.

O salto paradigmático acon-

tece no processo de integrar a

visão antropocêntrica à cosmovi-

são que olha para a existência e

para a vida. O princípio antrópico

induziu a uma visão antropocên-

trica do cosmos, isto é, de colo-

car a natureza a serviço do ser hu-

mano, que a explora e a devasta.

O princípio antrópico se divide

em forte e fraco. O primeiro afir-

ma que o universo comportou-se

Lauro Daros

Diretor gerall do marista de Cascavel. Pós-graduado em

Língua Portuguesa e Estudos Literários. Administração e

supervisão escolar. Mestrado em Educação.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo30

lidade, quantidade e qualidade,

objetividade e subjetividade,

horizontalidade e verticalidade,

indivíduo e sociedade, imanen-

te e transcendente. Integrar os

dualismos, para que se harmoni-

zem e se completem, é essencial

para que a educação seja prota-

gonista da transformação.

Para dar respostas aos pro-

blemas sociais e ambientais, o

compromisso da escola é com o

cidadão planetário. Um ser hu-

mano intelectualmente desen-

volvido, capaz de refletir e de

produzir conhecimento, capaz

de viver os valores e as virtudes,

capaz de conviver com o outro e

com a natureza, é capaz, com o

auxílio da ciência e da tecnolo-

gia, de progredir e de cuidar da

existência e da vida.

O triplo gatilho – conheci-

mento, caráter e convívio – para

a formação completa do cida-

de forma a se adaptar ao ser humano. Para o segundo, o universo

se comportou de forma a surgir o ser humano. Hawking (198, p.

180) pensa que “vemos o universo da maneira como ele é porque,

se fosse diferente, não estaríamos aqui para vê-lo”. O ser humano

de visão antrópica vê-se no centro da criação e da evolução, e nessa

condição, dá-se o direito de dominar e explorar o Planeta. Por ou-

tro lado, a cosmovisão é o olhar integral e holístico sobre o mundo,

que não exclui a visão antropocêntrica, mas a integra à existência

e à vida. O ser humano acolhe a natureza e com ela mantém rela-

ção de respeito e de promoção. A cosmovisão apresenta a visão

do todo e a educação, em tal contexto, de acordo com O’ Sullivan

(2004, p. 33), olha para a Terra em primeiro lugar.

Integrar é um verbo muito importante nesta era de dualismos.

Segundo Houaiss (2004, p. 1630), significa “incluir-(se) um elemento

num conjunto, formando um todo coerente; unir-se, formando um

todo harmonioso; completar-se; complementar-se”. A definição de

dualismo vem de Abbagnano (2003, p. 294): “(...) o fundador do

dualismo seria Descartes, que reconheceu a existência de duas es-

pécies diferentes de substâncias: a corpórea e a espiritual. Essa pa-

lavra, todavia, foi estendida para indicar outras oposições reais...”

Entre as tantas, além da dicotomia visão antropocêntrica e cosmo-

visão, podem ser citadas: teoria e prática, ser humano e natureza,

ciência e vida, ciência e fé, ciência e política, masculino e feminino,

chrónos (tempo do relógio) e kairós (tempo da vida), razão e emo-

ção, saber cotidiano e saber científico, local e global, sonho e rea-

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Informativa - Revista ANEC | artigo 31

Bibliografia

ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filoso-

fia. São Paulo: Martins Fontes, 2003.

ASSMANN, Hugo. Reencantar a Educação.

Rumo à sociedade aprendente. 7ª ed. Petró-

polis: Vozes, 1998.

BALESTRO, Virgílio. Samurais e Bandeiran-

tes: contrastes e confrontos inexoráveis.

Curitiba: Gráfica e Editora Kaygangue Ltda,

2008.

HAWKING, Stephen W. Uma breve história

do tempo. Trad. Maria Helena Torres. Rio:

Rocco, 1988.

HOUAISS, Antônio. Dicionário Houaiss da

Língua Portuguesa. Rio: Objetiva, 2004.

MORAES, Maria Cândida. Pensamento Ecos-

sistêmico – educação, aprendizagem e ci-

dadania no século XXI. Petrópolis: Vozes,

2004.

O’SULLIVAN, Edmund. Aprendizagem Trans-

formadora: uma visão educacional para o

século XX. Trad. Dinah A. de Azevedo. São

Paulo: Cortez, 2004.

dão, apto ao progresso apro-

priado, é defendido por Bales-

tro (2008, p. 146): “A educação

de triplo gatilho, a um só tem-

po do caráter, do convívio e do

conhecimento, constitui a pe-

dra de toque da civilização, ao

passo que a sua falta é a gran-

de pedra de escândalo de nos-

sos dias...”. Balestro completa:

“Tudo o mais viria como natural

e inelutável...” (p.112).

Precisa-se cuidar das pessoas

e dos demais seres vivos. Cuidar

da água, do solo, do ar. Cuidar

das florestas. Cuidar das cida-

des, com ruas arborizadas, pra-

ças, bosques, parques; cuidar

das casas, prédios públicos e

privados, com jardins e espaços

naturais. Cuidar do meio am-

biente cultural e natural onde se

manifesta a vida humana e dos

demais seres. Enfim, cuidar da

existência e da vida.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo32

Uma celeste ajuda

para o professor e a educação

artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo32

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Informativa - Revista ANEC | artigo 33

A realidade Assusta-nos o que revelam as pesquisas sobre a situação da edu-

cação no Brasil. O ENEM, a cada ano, revela uma parte e alguns as-

pectos. Várias reportagens e estudos têm mostrado um pouco mais.

Ora, é sabido que, sem um alto investimento em educação, nenhum

país consegue progredir. Afinal por que há tão pouca valorização dos

governos e das famílias pelas crianças e jovens e pelo futuro delas e,

conseqüentemente, pelo futuro do país?

Não basta, porém, melhorar o “ensino” e o processo de aprendi-

zagem. É essencial “educar”, pois afinal, somos humanos, portanto,

perfectíveis, necessitados de valores e de referenciais para o sentido

da vida. Neste sentido, não existe educação sem trabalhar seriamen-

te ética, moral, Direitos Humanos, valores, cidadania, religiosidade...

Mas como educar se o que hoje manda é o consumo, a lei do levar

vantagem, o desprezo pela ética e pela moral, o egoísmo, a guerra

contra a vida, contra o planeta e a religião, a banalização do crime,

da violência e da corrupção?... Como educar se, cada vez mais, os

pais – primeiros e principais educadores de seus filhos -, pouco zelam

pela educação dos valores em casa e na sociedade? Como educar se

a família e a sociedade cobram apenas “passar no vestibular e fazer

uma faculdade”, “subir na vida”, “aproveitar a vida”...

Um Padroeiro dos professoresDiante do que está acontecendo é essencial não desanimarmos,

antes precisamos firmar a fé em

nossa vocação e missão de edu-

cadores. Para isso, relembro um

importante documento do Papa

Pio XII, sobre a valorização que

a Igreja dá à vocação e missão

do professor e o fato de termos

um celeste padroeiro. Cito aqui

três parágrafos do referido do-

cumento, intitulado Quod Ait,

do dia 15 de maio de 1950:

Estas palavras de São Boa-

ventura “Verdadeiro mestre é

tão somente quem souber ilu-

minar e enriquecer a mente e

infundir a virtude no coração do

aluno” deveriam ser meditadas,

mais do que nunca, nestes tem-

pos em que vemos o ensino da

juventude, muitas vezes, não so-

mente dissociada da formação

moral, porém, contribuindo,

muito eficazmente, para a ruína

Ir. Israel José Nery fisc

Irmão Lassalista, é educador, catequeta, conferencista, escritor, com 53 livros publicados.

Atualmente é Secretário Provincial Lassalista, membro do GRECAT/CNBB, e presidente de

SCALA (Sociedade de Catequetas Latino-americanos).

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo34

soais aos pobres e envolveu-se

plenamente com aquele grupo e

deu-lhe um rumo. A associação

se transformou num Instituto de

Religiosos Irmãos Educadores, a

primeira Congregação religiosa

de Irmãos. Quando La Salle mor-

reu, em 1719, havia 100 Irmãos

e 32 escolas. E ele deixava 22

livros publicados. Eis alguns de

seus pensamentos:

Pais: “Os professores pre-

cisam falar assiduamente com

os pais para que empreguem

todos os meios para assegurar

aos filhos a necessária instrução,

enviando-os à escola” (La Salle:

Guia das Escolas, 8).

Educação Integral: “Em vossa

profissão deveis unir o zelo pelo

bem da Igreja como o zelo pelo

das almas, especialmente quando se lhe acrescenta o desprezo de

Deus e da Religião.

Por isso, cerca a Igreja com solícito afeto os que se consagram à

educação da juventude, porquanto é deles que dependem, em gran-

de parte, a salvação e o progresso da comunidade cristã. Ora, existiu

um homem, eminente em santidade e ciência, São João Batista de La

Salle que, pessoalmente e por meio do Instituto que fundou, deu e

continua a dar aos jovens uma formação sã e integral e zelou igual-

mente pela cuidadosa preparação dos mestres...

Estimando que à educação deve ser dada a máxima importância,

e para que tenham novos motivos e novo estímulo para desempenha-

rem conscientemente função de tamanha responsabilidade os que se

consagram à formação das almas juvenis, de boa vontade..., pelas

presentes letras e, para sempre PROCLAMAMOS E DECLARAMOS

São João Batista de La Salle ESPECIAL PADROEIRO, junto de Deus,

de todos os professores que se dedicam à educação da infância e da

juventude.

Alguns pensamentos do Padroeiro dos professores La Salle (França, 1651 – 1719), era sacerdote e de família muito

rica. Com poucos anos de ordenado padre, assumiu uma nascente

associação de professores, que teve início com um professor cha-

mado Adriano Nyel. Em seguida, decidiu distribuir seus bens pes-

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Informativa - Revista ANEC | artigo 35

bem do Estado. O bem da Igreja, o promovereis fazendo os vossos

alunos verdadeiros cristãos. O bem do Estado, ensinando-lhes tudo

o que vos cabe na área do conhecimento...” (La Salle, Medtação160).

Professores: “Se tendes para com os vossos alunos a firmeza de

pai para tirá-los e afastá-los do mal, deveis ter-lhes também a ter-

nura de mãe para atraí-los e fazer-lhes todo o bem que depende de

vós” (La Salle, Meditação 101,3); “É preciso acostumar os profes-

sores a terem semblante descarregado, fisionomia serena, exterior

que manifeste espírito firme, porém cheio de bondade” (La Salle:

Guia das Escolas, 6); “Vós exerceis um emprego que vos coloca na

obrigação de mover os corações dos vossos alunos, o que só é pos-

sível realizar pelo Espírito Santo” (La Salle, Meditação 43,3); “Em

vossa profissão de educadores vós sois ministros, embaixadores e

representantes de Jesus Cristo e é assim que os alunos devem vos

considerar. Comportai-vos de acordo com esta vossa dignidade”

(La Salle, Meditações 133, 155, 203); “Uma das qualidades que o

bom pastor deve possuir é conhecer todas as ovelhas distintamen-

te. Esta também deve ser uma das atenções primordiais dos que

se dedicam à educação dos outros: conhecê-los bem e discernir o

modo de tratar com eles” (La Salle, Meditação 33,1); “Convencereis

muito mais os alunos com vosso exemplo de uma vida correta, do

que com muitas palavras” (La Salle, Meditação 33,2).

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Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário36

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo38

Uma ponte para o possível

Do latim communicatione, o termo comunicação traz a ideia de

compartilhar ou tornar comum. Os dicionários a definem como

“capacidade de trocar ou discutir idéias, dialogar, com vista

ao bom entendimento entre pessoas”1. Aqui tratamos de um processo

mais complexo, que envolve não apenas pessoas e ideias, mas orga-

nizações e instituições e a forma como estas transmitem informações,

compartilham e trocam ideias e valores com os segmentos da sociedade

com os quais têm de se comunicar.

A explosão do processo comunicacional, que alcança no início des-

te século proporções inimagináveis com a popularização da internet,

transferiu para os meios de comunicação debates que se desenvolviam

em espaços públicos concretos. Em lugar de praças, feiras e ruas, a mí-

dia tornou-se a instância mediadora na configuração do espaço público

moderno. Transitar neste novo espaço sem tropeços é o desafio que se

apresenta às organizações.

Qualquer que seja a instituição e o ramo de atividade, necessita do

aval da sociedade para que esta indique se o que está sendo feito pela

instituição está de acordo com interesses e necessidades da sociedade

na qual está inserida. Utilizar a imprensa para tornar público o trabalho

de uma instituição tem por fim prestar de contas.

Os serviços de assessoria de imprensa e comunicação surgem como

pontes naturais e imprescindíveis,

estabelecendo a ligação entre o

mundo organizacional e a socie-

dade. Alimentar a mídia com in-

formações precisas e seguras, em

linguagem acessível, garantindo

transparência, talvez seja a única

forma de assegurar o desejado e

necessário entrosamento.

Contudo, a assessoria de im-

prensa e comunicação não pode

ser a única responsável pela ima-

gem pública de uma entidade,

seja uma instituição de ensino ou

de qualquer outro ramo. Se o pro-

duto ou serviço oferecido não es-

tiver de acordo com as expectati-

vas do público a que se destina, a

comunicação não vai consertar os

estragos na imagem provocados

por má administração.

_______________________________

1 Novo dicionário da língua portuguesa, Aurélio Buarque de Olanda. 2ª edição – Rio de Janeiro, RJ: Nova Fronteira, 1986.

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Informativa - Revista ANEC | artigo 39

A melhor forma de assegurar

o sucesso de uma estratégia de

comunicação é atuar de forma

integrada e afinada com os inte-

resses e valores defendidos pela

organização. É necessário que o

projeto de comunicação seja de-

finido em conjunto com a cúpula

administrativa, com base em valo-

res, princípios e diretrizes comuns.

A comunicação deve considerar

as formas de relacionamento com

os diversos públicos de interesse

da organização.

O relacionamento direto com a

mídia, ensina Wilson da Costa Bue-

no2, não pode ser resumido a ter o

nome de jornalistas ou o título de

jornais e revistas em um cadastro,

que produz etiquetas. Também vai

além de gerar releases via fax, cor-

reio ou e-mail. Por se tratar de uma

relação fundamental para assegu-

rar a boa imagem da instituição, é

importante profissionalizar o ser-

viço de modo a não correr riscos

desnecessários e aumentar a efici-

ência desses relacionamentos.

O sucesso da estratégia de

comunicação passa ainda pela

empatia e confiança estabelecida

entre dirigentes da organização e

profissionais contratados. Confiar

e saber utilizar bem as estruturas

e profissionais de assessorias de

imprensa e comunicação, enxer-

gar a mídia como ombudsman da

sociedade e respeitá-la como seu

porta-voz é um passo decisivo para

garantir melhora no relacionamen-

to com a imprensa e com a opinião

pública.

Joyce Russi

Jornalista especializada em Gestão da Comunicação nas Organizações, é consultora

de Comunicação da Companhia de Notícias (CDN) e mestranda na linha de Jornalismo

e Sociedade da Universidade de Brasília (UnB).

_______________________________

2 Comunicação Empresarial: teoria e pesquisa. Barueri-SP, Manole, 2003.

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artigo

Informativa - Revista ANEC | artigo40

Campanha da Fraternidade 2009:

uma chance à paz!

A Campanha da Fraternidade 2009 põe diante de cada institui-

ção educacional católica a oportunidade de contribuir para

o fortalecimento da consciência ética e responsabilidade

social. Seu tema, “Fraternidade e Segurança Pública”, colocará em

pauta as violências, a justiça social, a insegurança e a cultura de paz

– questões que interessam não somente à Igreja, mas também a pro-

fessores, pais, crianças e adolescentes.

A frase do Profeta Isaías escolhida como lema da CF 2009 – “A paz é

fruto da justiça” – nos convoca a refletirmos sobre as condições neces-

sárias para o estabelecimento de uma sociedade, comunidade, escola

e/ou família pacíficas.

A paz, assim como a violência, é uma construção humana. Ambas são

resultantes de múltiplos processos históricos, econômicos, sociais e cul-

turais – os quais, por sua vez, fundamentam-se em determinados valores.

Há valores que conduzem à paz, tais como a cooperação, o diálogo, a

solidariedade, a diversidade, a generosidade e a empatia. Por outro lado,

há valores que favorecem a violência: o egoísmo, a competição, a do-

minação, a noção de superioridade, o fundamentalismo, a exclusão, a

vingança, a omissão etc. Cada um é livre para escolher os valores em que

deseja acreditar e praticar, e deve ser responsável por sua escolha. Ser um

cidadão de paz é muito mais do que não ser um indivíduo violento. Fazer

o bem é algo infinitamente maior do que não fazer o mal.

A violência não é inerente à espécie humana. Mas a paz também

Fonte: http://www.cnbb.org.br

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Informativa - Revista ANEC | artigo 41

potencialidades físicas, mentais,

emocionais e espirituais do ser

humano.

A incorporação e a aplicação

de valores morais em todos os

níveis de decisão e atuação é ou-

tro desafio. Para isso, é preciso

ressacralizar o mundo, salvando-

o da unidimensionalidade mate-

rialista. Isso pode ser feito em

uma abordagem transreligiosa,

buscando nas tradições espiritu-

ais da humanidade os princípios

éticos universais e atemporais.

Essa é a preciosa oportuni-

dade que a CF 2009 oferece ao

Brasil: revermos nossa cultura,

questionarmos os valores pesso-

ais e coletivos, e escolher o ca-

minho da justiça, o qual nos con-

duzirá à paz. Permita Deus que

estejamos a altura dela e saiba-

mos aproveitá-la.

não brota por geração espontâ-

nea. A paz é uma meta ainda por

ser assumida e priorizada pelas

pessoas, escolas e sociedades. No

caso do Brasil, os desafios para a

construção de uma Cultura de Paz

são múltiplos. Abordaremos três

dos principais: a justiça social, a

educação e a ética.

Justiça social significa redução

das desigualdades, em especial a

econômica, a social, as que exis-

tem entre os sexos, entre as raças

e, na aplicação da justiça. Essas

cinco formas de opressão vem se

perpetuando desde o início da

história do Brasil. Para que não se

chegue à guerra civil, faz-se mis-

ter a combinação de estratégias

– políticas públicas visando uma

efetiva redistribuição de renda, a

reforma agrária e o apoio ao pe-

queno produtor, a erradicação da

miséria, ações afirmativas para os

afrodescendentes, a melhoria da

qualidade de vida nas áreas mais

carentes etc.

A educação desempenha

papel crítico na construção da

justiça e da paz. É preciso ga-

rantir o acesso, a permanência

e o sucesso de todas crianças e

adolescentes à rede de ensino, e

que a escola promova um apren-

dizado significativo e coerente

com a cultura de paz. A escola

não pode ter como objetivo su-

premo preparar os estudantes

para atender às demandas do

mercado. Quando o conheci-

mento técnico e as habilidades

intelectuais são desenvolvidos

sem a equivalente formação éti-

ca, geram-se monstros. A educa-

ção precisa ser integral, visando

ao pleno desenvolvimento das

Prof. Dr. Feizi Milani

Fundador do Instituto Nacional de Educação para a Paz e os Direitos Humanos (INPAZ). Doutor em

Saúde Pública. Professor da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública. Médico de adolescentes.

Consultor educacional e conferencista internacional. Blog: www.feizimilani.blogspot.com E-mail:

[email protected]

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educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior42

Complexo de Prontos-Socorros

auxilia no ensino dos alunos

de Medicina da PUC-Campinas

Trazer benefícios para a sociedade, mas também acrescentar

na formação do estudante de Medicina. Estes foram os princi-

pais benefícios que a inauguração do Complexo dos Prontos-

Socorros (Adulto, Infantil, Ortopedia e Ginecologia/Obstetrícia) do

Hospital e Maternidade Celso Pierro (HMCP) da PUC-Campinas, no

dia 6 de fevereiro, trouxe para Campinas e região.

Para o diretor da Faculdade de Medicina da PUC-Campinas, José

Espin Neto, com a nova infra-estrutura os alunos da Faculdade de

Medicina terão melhores condições para o exercício da atividade e

para um aprendizado mais qualificado. Já os pacientes ganham no

aumento do conforto e da comodidade que a ampliação proporcio-

nou. “O Pronto Socorro está mais amplo, o que permite uma maior

capacidade de recepcionar o paciente e isso tem um impacto direto

no ensino. Com as melhorias é fortalecido o relacionamento paciente

e médico”, afirmou o diretor.

Espin ainda destaca que o estudante de Medicina da PUC-Cam-

pinas tem um grande diferencial em sua formação, já que conta com

um Hospital inteiro que é utilizado no processo pedagógico. “Pou-

cas faculdades particulares confessionais têm um Hospital próprio

como nós. Isso faz com que o acesso seja ilimitado para os estudan-

tes aprenderem.”, finaliza o professor.

O reitor da PUC-Campinas, padre Wilson Denadai salientou a im-

portância do Hospital da Universidade no processo de aprendizagem,

não apenas para a Faculdade de Medicina, mas para os alunos de

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 43

todos os cursos da área da saú-

de. “Nas atividades da Universi-

dade, é evidente que esse novo

pronto-socorro estará avançan-

do nos trabalhos correspondidos

na pesquisa e na extensão”.

Para o arcebispo Metropoli-

tano de Campinas e grão-chan-

celer da PUC-Campinas, dom

Bruno Gamberini, com a inaugu-

ração das novas instalações do

Hospital é necessário agradecer

a todas as pessoas, que na di-

mensão do trabalho na Federa-

ção exercem obras tão importan-

tes como estas.

O Pronto Socorro começou

seu funcionamento, efetivamen-

te, no último dia 16 de feverei-

ro, e a expectativa é de dobrar

o atendimento atual, de oito

mil consultas mensais, para 16

mil. “Trata-se de uma obra im-

portante e que atende todos

os critérios e parâmetros que o

Ministério da Saúde estabelece

de acolhimento, humanização e

segurança para o profissional da

saúde”, afirmou o ministro da

Saúde, José Gomes Temporão.

Ainda de acordo com o mi-

nistro, com a ampliação da infra-

estrutura do Pronto Socorro da

PUC-Campinas, há um ganho na

qualificação dos atendimentos

de Campina e de toda a região.

“Esperamos com essas no-

vas estruturas atender de uma

forma cada vez melhor a popu-

lação, principalmente a mais ca-

rente de Campinas e região, que

chega à emergência”, explica

o superintendente do Hospital

e Maternidade Celso Pierro da

PUC-Campinas, Antônio Celso

de Moraes. A expectativa do su-

perintendente com a reforma é

reduzir as filas que costumam se

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educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior44

formar na parte externa das unidades, agilizar a triagem obrigatória

de pacientes e melhorar os sistemas de sinalização que garantam

fluidez no atendimento e autonomia ao usuário.

A reforma dos Prontos-Socorros aumentou a área ocupada de

558,22 metros quadrados para 1.328,03, o que possibilitará um me-

lhor fluxo de atendimento dos pacientes. O número de leitos de re-

taguarda para pacientes críticos do Pronto-Socorro Adulto passou de

3 para 5, que possibilitará melhorias no acolhimento dos pacientes, já

do Pronto-Socorro Infantil permanecerá com 5 unidades. Segundo o

diretor, outras melhorias estão no aumento do número de alunos que

poderão freqüentar o Hospital, o aumento nos esquemas de plantões

e divisões de áreas privativas. “Todas essas melhorias faz com que o

paciente se sinta mais confortável dentro do hospital, se sinta um ci-

dadão” disse.

A obra seguiu as diretrizes do Programa QualiSUS, que preconiza

criar, nos hospitais, grupo de humanização no atendimento, além de

reorganizar o funcionamento com a priorização de leitos para pacien-

tes da emergência, instituir a triagem classificatória de risco e capaci-

tar profissionais.

Participaram da inauguração do complexo hospitalar o ministro

da Saúde, José Gomes Temporão, o secretário da Saúde do Estado

de São Paulo, Luiz Roberto Barradas Barata, o prefeito de Campinas,

Hélio de Oliveira Santos, o secretário de Saúde de Campinas, José

Francisco Kerr Saraiva, o arcebispo Metropolitano de Campinas, dom

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 45

Bruno Gamberini, o vice-presi-

dente da Sociedade Campineira

de Educação e Instrução (Scei),

Sebastião Carlos Biasi, o reitor

da PUC-Campinas, padre Wilson

Denadai e o superintendente do

HMCP, Antônio Celso de Moraes.

Classificação de RiscoA classificação de risco, con-

siderada um dos pontos mais

importantes do Programa Qua-

liSUS, realiza o atendimento de

acordo com a necessidade. No

HMCP, as cores azul, amarelo e

vermelho, são as que identifi-

cam a gravidade do estado de

saúde dos pacientes. Pacientes

em estado grave, trazidos por

resgate, SAMU e concessioná-

rias de rodovias (cor vermelha)

serão atendidos em caráter de

emergência, não precisando es-

perar atendimento. Para a cor

amarela estarão restritos pacien-

tes considerados de urgência,

que apresentam, por exemplo,

queixa de dor aguda. Já na cor

azul ficarão pacientes com quei-

xas crônicas, como lombalgia,

que receberão a indicação de

atendimento em Unidades Bási-

cas de Saúde (UBS). Segundo o

superintendente do HMCP, An-

tônio Celso de Moraes, muitos

pacientes procuram os prontos-

socorros com um quadro clínico

não emergencial (cor azul). “Esse

perfil de paciente acaba desvian-

do a atenção da equipe, que de-

veria ser destinada aos pacien-

tes em urgência e emergência”,

avalia. Segundo estimativas das

Unidades de Urgência e Emer-

gência do Hospital, a população

atendida hoje no Pronto-Socorro

Adulto do Hospital e Maternida-

de Celso Pierro é de 80% azul.

_______________________________

Assessoria de imprensa da PUC-Campinas

Atendimento à população, nas novas instalações

dos Prontos-Socorros (Adulto, Infantil, Ortopedia e

Ginecologia/Obstetrícia) do Hospital e Maternidade

Celso Pierro (HMCP) da PUC-Campinas.

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educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior46

educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior46

Do sonho de um homem à

realidade da vida de milhares de pessoas

Passado e presente da PUC

Minas, idealizada por Dom

Antônio dos Santos Cabral,

são marcados pelo serviço

à sociedade, por meio do

ensino, pesquisa e extensão

de qualidade.

Fachada do campus Coração Eucarístico

-Crédito: Marta Carneiro

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 47

O ano é 1958. Marcado pela primeira conquista brasileira em uma

Copa do Mundo, pela escolha do Papa João XXIII para assumir o Vati-

cano, e, em Minas Gerais, pelo lançamento da pedra fundamental de

construção da Usiminas, o ano também marca o início da Universidade

Católica de Minas Gerais. Em 12 de dezembro de 1958, nasceu a Uni-

versidade, fruto do sonho de um homem, conhecido e eternizado pelo

bairro que leva o seu nome: Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom

Cabral. O sonho desse homem hoje faz parte diretamente da vida de

alunos, professores e funcionários, e, indiretamente, da vida de milhares

de pessoas beneficiadas por projetos de extensão e pesquisa e pelos

profissionais eticamente formados na Universidade desde a sua criação.

A história da PUC Minas começa em 1884, em Propriá, Sergipe. Lá,

nasceu Dom Cabral, que veio para Belo Horizonte em 1922 para ser o

primeiro bispo da jovem capital mineira. Veio com a missão de dotar a

cidade da assistência de uma Igreja que auxiliaria o funcionamento e o

crescimento da capital. A diocese foi elevada a arquidiocese em 1924

e praticamente não tinha bens. Com seu espírito empreendedor, Dom

Cabral, que também se elevou de bispo a arcebispo, pôs-se a trabalhar

para formar algum patrimônio e construir as paróquias. Dentre as aqui-

sições da nova Arquidiocese, a Fazenda Pastinho, no bairro Bela Vista,

hoje bairro Dom Cabral, que abrigou, inicialmente, o Seminário Eucarís-

tico de Jesus. Uma parte desse terreno foi comprada pelo próprio Dom

Cabral, com a herança herdada do pai.

O professor padre Geraldo Magela Teixeira, reitor da PUC Minas

entre 1987 e 2003, conheceu Dom Cabral quando ainda era seminaris-

ta. Ele se lembra bem da visão moderna que o arcebispo trouxe para

Belo Horizonte: “Era tão ligado

à educação, que, no seminário, a

biblioteca era o centro das cons-

truções”, lembra. O prédio onde

funciona atualmente o Centro de

Registros Acadêmicos no campus

Coração Eucarístico foi a inovado-

ra biblioteca do seminário.

O nascimento da Instituição

A exemplo das universidades

católicas que já haviam sido cria-

das no Rio de Janeiro, em São

Paulo e em Porto Alegre, Belo Ho-

rizonte também queria a sua uni-

versidade católica. Padre Magela

lembra-se bem da influência que

Dom Carlos Carmelo de Vascon-

celos Motta, cardeal de São Paulo,

exerceu sobre Dom Cabral para a

criação da Universidade Católica

de Minas Gerais. “Preocupadíssi-

mo com a formação católica dos

universitários, o Cardeal Motta

criou, em 1946, a Universidade

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educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior48

Católica de São Paulo. Dom Mot-

ta era mineiro de Bom Jesus do

Amparo e sempre foi muito ligado

a Minas Gerais, preocupando-se,

também, com a formação dos mi-

neiros”, lembra Padre Magela.

O alvo da criação de uma uni-

versidade católica em Belo Ho-

rizonte era oferecer à juventude

que emergia dos colégios, quase

todos religiosos, uma opção de

Universidade comprometida com

a saúde física e mental das pes-

soas, com o resgate dos pobres e

com a justiça e os direitos funda-

mentais dos cidadãos. Em junho

de 1948, foi criada a Sociedade

Mineira de Cultura, mantenedora

da futura Universidade. As primei-

ras escolas a se incorporarem à

Sociedade foram a Faculdade de

Filosofia, Ciências e Letras Santa

Maria e a Faculdade Mineira de

Direito, em 1949, seguidas da Es-

cola de Enfermagem Hugo Wer-

neck e da Faculdade de Ciências Médicas, em 1951, e da Escola de Edu-

cação Física, em 1952. Em 1954, a Escola de Serviço Social foi incorporada

com todo o seu patrimônio, incluindo seu imóvel e sua vasta biblioteca,

cumprindo, assim, as exigências do Ministério da Educação. Em 12 de de-

zembro de 1958, o então presidente da República, Juscelino Kubitschek, e

o ministro da Educação, Clóvis Salgado, assinaram o decreto de criação da

Universidade Católica de Minas Gerais.

50 anos depoisCampus de Arcos, Guanhães, Poços de Caldas, Serro e Belo Horizonte

(unidades Coração Eucarístico, São Gabriel, Barreiro, Praça da Liberdade),

núcleos universitários de Betim e de Contagem.

• 56 cursos de graduação, com mais de 48 mil alunos

• 297 cursos de pós-graduação lato sensu, com mais de 8 mil alunos

• 24 programas de pós-graduação stricto sensu, com 1.372 alunos

• 69 cursos de extensão, com mais de 1.600 alunos

• dois cursos seqüenciais, com quase 300 alunos;

• cerca de 2 mil professores e cerca de 2 mil funcionários.

Educação como força transformadoraDo sonho de Dom Cabral até a concretização de uma grande Univer-

sidade, a PUC Minas passou pelo trabalho inicial fundamental do primeiro

reitor, padre José Lourenço da Costa Aguiar; pela capacidade de articula-

ção e resistência de Dom Serafim Fernandes de Araújo; pelo título de Pon-

educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior48

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 49

tífícia que veio em 1983 e marcou a gestão do professor Gamaliel Herval;

pelo desenvolvimento tecnológico e criação dos cursos de pós-graduação

na gestão do padre Lázaro Assis Pinto; pelo grande crescimento e expan-

são na gestão do padre Geraldo Magela Teixeira; e pela sintonização com

as demandas da sociedade contemporânea, que marcaram a gestão do

professor Eustáquio Afonso Araújo. Hoje, a PUC Minas, sob a gestão do

professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães desde agosto de 2006,

vive o desafio de continuar a construção do sonho de Dom Cabral: uma

Instituição que, afetiva e efetivamente, dê a sua contribuição para uma so-

ciedade mais justa e mais digna, em um mundo mais humano.

Nesses 50 anos, Belo Horizonte foi muito além da marca de cem mil ha-

bitantes prevista por seus idealizadores. O Brasil passou por diversas crises,

por um governo militar, pelo processo de redemocratização e hoje enfrenta

os desafios da globalização. “A PUC Minas sempre acreditou na educação

como o melhor caminho para a transformação da sociedade. E se mantém

atenta e sensível aos desafios da contemporaneidade no que tange ao pro-

gresso tecnológico e à complexificação da própria sociedade”, afirma o

reitor, professor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães.

Assistência judiciária gratuita, clínicas de psicologia, de fisioterapia, de

fonoaudiologia e de odontologia, convênios com organizações não-gover-

namentais que prestam serviços comunitários, concessão de bolsas de es-

tudos para alunos de baixa renda, parcerias para a criação e manutenção

de projetos sociais, apoio à inclusão de portadores de necessidades espe-

ciais, são iniciativas que se somam a um projeto de educação integral para

levar adiante o sonho de Dom Cabral.

Entre as melhoresO Índice Geral de Cursos

(IGC) de 2008, do Ministério da

Educação, confirmou a PUC Mi-

nas entre as melhores instituições

de ensino do País. O ICG avalia a

qualidade dos cursos de gradua-

ção, mestrado e doutorado, dis-

tribuídos em campi e municípios

onde as universidades atuam. A

PUC Minas ocupou o primeiro

lugar entre as particulares em

Minas Gerais. Este ano, a Uni-

versidade deu início a um novo

desenho estrutural para sua atu-

ação acadêmica, capaz de colo-

cá-la ainda mais ágil e forte para

enfrentar o quadro de mudanças

estabelecidas para a educação

superior no Brasil. É a certeza,

para seus quase 60 mil alunos,

dois mil professores e dois mil

funcionários, que a chama do so-

nho de Dom Cabral permanece

acesa e não se apagará.

Dom Antônio dos Santos Cabral

Crédito: Centro de Memória e de

Pesquisa Histórica

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educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior50

Pureza e qualidade nas

matérias-primas farmacêuticas

Antes de fazer uso de um medicamento recomenda-se a leitura

atenta da bula. Mas até uma substância chegar ao público, existe

um longo processo, invisível aos leigos, mas fundamental à indústria

farmacêutica. Para caracterizar, avaliar e monitorar os insumos utili-

zados na produção de medicamentos, contribuindo para o desenvol-

vimento tecnológico e industrial do setor farmoquímico nacional, foi

criado o Laboratório Analítico de Insumos Farmacêuticos (LAIF), que

começou a operar no final de 2008 na PUCRS.

Dotado de uma estrutura inédita na América Latina, o LAIF está

situado no Parque Científico e Tecnológico da Universidade (Tecno-

puc). Reúne o que existe de mais avançado em equipamentos para

verificar a qualidade de uma matéria-prima. Com eles, é possível

fazer a identificação de materiais, o teor e o grau de pureza, a veri-

ficação da presença de metais pesados (como chumbo e mercúrio),

a determinação do tamanho de partículas e o seu grau de toxici-

dade ao organismo humano, entre outros. As aquisições de R$ 4,5

milhões são de recursos do Ministério da Saúde, por intermédio

da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “O ambiente e o

reconhecimento do Tecnopuc, aliados ao trabalho da Agência de

Gestão Tecnológica da PUCRS foram fundamentais para receber o

apoio financeiro”, analisa a diretora da Faculdade de Farmácia Flá-

via Thiesen.

Sob a liderança do professor

e farmacêutico José Aparício

Funck, o Laboratório tem im-

pacto direto em quatro frentes:

no ajuste regulatório às normas

exigidas pela Agência Nacional

de Vigilância Sanitária (Anvisa),

que criará, em breve, o Sistema

de Registro de Matérias-Primas;

na criação da Rede de Laborató-

rios Analíticos – da qual o LAIF

será referência; no treinamento

de profissionais para atuar nesse

tipo de ambiente; e na produção

de mais especificações do que as

hoje constantes da Farmacopéia

Brasileira – código oficial farma-

cêutico do País, onde se esta-

belecem, entre outras coisas, os

requisitos mínimos de qualidade

para fármacos, insumos, drogas

vegetais, medicamentos e pro-

Por Eduardo Borba - Repórter da Assessoria de Comunicação da PUCRS

educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior50

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 51

dutos para a saúde.

Conforme Flávia, o carro-

chefe do LAIF é a prestação de

serviços, mas sem descuidar da

área de pesquisa e desenvol-

vimento de metodologia. Os

principais clientes são labora-

tórios de produtos farmoquími-

cos e importadores de insumos.

Eles estão vinculados a entida-

des como a Abiquif, a Associa-

ção Brasileira das Indústrias de

Química Fina, Biotecnologia e

suas Especialidades, a ANVISA

e a Associação dos Laboratórios

Farmacêuticos Oficiais do Brasil,

que auxilia instituições públicas

em licitações para compras com

especificações adequadas.

A diretora da Faculdade infor-

ma que estão sendo elaborados

cursos de extensão para capaci-

tar profissionais a trabalharem

no local e em outros laborató-

rios que atuem com insumos far-

macêuticos. “A tendência é que

novas estruturas, similares ao

LAIF, sejam construídas no País

nos próximos anos”, projeta.

Atualmente, alunos da gradu-

ação, da disciplina de Controle

de Qualidade de Medicamentos,

bem como estagiários, usufruem

do Laboratório. “O Ministério da

Saúde irá aportar mais recursos

para a capacitação de pessoal

e contratação de técnicos, que

atuarão na assessoria nacional

e internacional para acreditação

(certificação) do Laboratório”,

diz Funck. Isso permitirá ao LAIF

integrar a Rede Brasileira de La-

boratórios Analíticos em Saúde

Pública.

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Informativa - Revista ANEC | educação superior52

Foco na excelência: Unileste comemora 40 anos de

tradição e qualidade no Vale do Aço

educação superior

Informativa - Revista ANEC | educação superior52

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 53

Dita em 1969, essa frase ecoa, cada vez mais presente, nas

mentes dos mais de 700 colaboradores que compõem o Cen-

tro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG). Seu

autor, Padre José Maria de Man, chegou ao leste mineiro em 1963,

acompanhado de sacerdotes da Congregação Padres do Trabalho,

que dariam início à construção do maior complexo educacional da re-

gião.

“Padre de Man idealizou uma instituição que não fosse apenas

grande, mas que respondesse aos anseios da região”, ressalta doutor

Genésio Zeferino, reitor do Unileste. Os mais de oito mil alunos que

transitam hoje pelo Centro Universitário, distribuídos em 28 cursos de

graduação e 26 de pós-graduação, demonstram o caráter visionário

dessa Instituição, que em 40 anos de história, venceu crises, superou

barreiras e comprometeu-se com o desenvolvimento social e profissio-

nal da população do Leste de Minas Gerais.

RaízesDitadura militar, repressão política, desenvolvimento urbano, im-

pulso industrial. Atendendo às necessidades de educação, emergen-

tes a partir do processo de urbanização promovido pela instalação de

indústrias metalúrgicas na região, surge no Vale do Aço a Universidade

do Trabalho, que implanta o curso de Licenciatura Polivalente em Le-

tras, Estudos Sociais e Ciências. Mais tarde, nasceriam também os cur-

sos de Engenharia de Operação, Eletrônica Industrial, Eletrotécnica,

Mecânica de Manutenção e Siderurgia.

Os desafios foram muitos: a contratação de professores para le-

cionar em uma região ainda em processo de estruturação urbana; a

manutenção financeira da Instituição; e o apoio aos alunos, que se

viam, muitas vezes, obrigados a se deslocar de outros municípios, per-

correndo longas distâncias.

Para Iolanda Torres Maga-

lhães, graduada pela primeira

turma de alunos da Universidade

do Trabalho, e atual professora

do curso de Direito do Unileste,

a história de 40 anos da Institui-

ção mostra que vencer desafios

é missão para aqueles que têm

perseverança. “A força emanada

do fundador, Padre de Man, e o

apoio dos que o ajudaram, impul-

sionaram nosso desenvolvimento

enquanto escola. E esses são os

maiores diferenciais do Unileste:

a raiz, a força e a tradição que o

movem até hoje”, ressalta.

TransformaçãoEm 1976, o patrimônio da Uni-

versidade do Trabalho é transfe-

rido para a Universidade Católica

de Minas Gerais (UCMG), poste-

riormente transformada em Pon-

tifícia Universidade Católica de

Minas Gerais (PUC-Minas). Com

essa transferência, novos desafios

e novas conquistas, mas a missão

continua a mesma: a formação

“Uma ideologia vence, não pela força, mas pela perseverança”.

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Informativa - Revista ANEC | educação superior54

técnica e humanística, e o aprimoramento contínuo de seus alunos,

professores e funcionários.

Quinze anos depois, a PUC-Minas deixa a Instituição sob o controle de

seus dirigentes locais e da Diocese. Cria-se, então, o Instituto Católico de

Minas Gerais (ICMG), que dá sequência ao projeto de formação iniciado. A

Instituição passa por momentos difíceis, agravados por um contexto eco-

nômico nacional instável. Mais uma vez, fé, perseverança e trabalho fazem

a diferença e possibilitam a criação do Projeto ICMG 2000. O objetivo era

reestruturar a Instituição, visando sua transformação em Centro Universitário.

Reconhecimento Em junho de 2001, o ICMG se transforma no Centro Universitário do Les-

te de Minas Gerais (Unileste-MG). Nos anos seqüentes, a Instituição vive uma

fase de ampliação da oferta de cursos, com crescimento significativo em re-

lação à qualificação docente, pesquisa e iniciação científica e atuação junto à

comunidade por meio de ações e projetos de extensão.

Com vistas ao fortalecimento da Instituição, em 2005 o Unileste incorpora

a União Brasiliense de Educação e Cultura (Ubec) como mantenedora, que o

insere em uma rede de outras oito instituições de ensino superior e colégios

no Distrito Federal, no Estado do Tocantins e no Leste de Minas Gerais.

Atualmente, 90% dos cursos de graduação do Unileste alcançaram con-

ceito máximo em avaliações do MEC. Cursos de graduação tecnológica fo-

ram implantados, com vistas à formação de profissionais capazes de atender

a demandas cada vez mais específicas do mercado de trabalho. E estruturas

de experimentação e pesquisa, como laboratórios e projetos acadêmicos

foram aprimorados, se concretizando, por exemplo, em um sistema de bi-

bliotecas que abrange mais de 97 mil títulos, um centro tecnológico com

cerca de 200 computadores de livre navegação e mais de 170 laboratórios

disponíveis para atividades acadêmicas.

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 55

Para o reitor da Instituição, tamanho crescimento “é fruto de todo o tra-

balho feito pelo Centro Universitário em prol do oferecimento de melhores

condições de aprendizagem, tanto em termos acadêmicos, na excelência

do corpo docente e na configuração de sua proposta didático-pedagógica,

quanto em termos estruturais, com uma infra-estrutura que permite expe-

rimentações condizentes com as exigências do mercado de trabalho. Não

é à toa que somos comprovadamente a Instituição de ensino superior mais

lembrada do Vale do Aço”, salienta Zeferino.

Diferenciais de qualidadePotencializando a relação aluno-professor, os estudantes do Unileste têm

acesso ao Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA), espaço em que o do-

cente disponibiliza, com antecedência, tudo aquilo que utilizará em sala de

aula. Uma Central de Atendimento ao Aluno recebe e processa de maneira

centralizada solicitações acadêmicas e administrativas inerentes ao dia-a-dia

dos graduandos. Tudo isso sem perder o foco na vocação humanística e fi-

lantrópica da Instituição. Apenas em 2008 foram investidos cerca de R$ 7,8

milhões em Bolsa Social e Pro-Uni, facilitando o acesso de jovens do Vale do

Aço ao ensino superior.

“Temos contato com equipamentos e softwares de ponta. E sentimos

que o Unileste tem se aprimorado em favor da melhoria de nossas ativida-

des e do desenvolvimento de nossa formação profissional”, afirma Fernanda

Sanches, aluna do 7º período do curso de Publicidade e Propaganda.

“Vivenciamos hoje uma fase de pleno desenvolvimento institucional,

cientes de que estamos dando continuidade ao sonho do Padre de Man.

Outros desafios virão como oportunidades de reforço da qualidade e dos

princípios praticados nos 40 anos de tradição do Unileste”. finaliza o reitor.

Informativa - Revista ANEC | educação superior 55

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Informativa - Revista ANEC | educação superior56

UniSALESIANO incorpora orientações

apresentadas por dirigentes salesianos, em

Barcelona, no final de 2008

Além de uma reunião realizada com professores do Centro Universitá-

rio Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO de Araçatuba, que

tinha por objetivo apresentar e discutir a pauta normal do planeja-

mento para o primeiro semestre de 2009, foi aberto um tópico para trans-

mitir o traçado da Assembléia Geral da IUS – EngG. Salesian Institution For

Higher Education - Engineering Group, que aconteceu no final de 2008, em

Barcelona, na Espanha

Pelo UniSALESIANO de Araçatuba participaram o Pe. Luigi Favero, Dire-

tor Geral, e o professor Nelson Hitoshi Takiy, como delegado representante.

No encontro foi definido o planejamento de atividades da IUS - EngG para

o triênio 2009-2011, que envolve características importantíssimas para o de-

senvolvimento do intercâmbio entre as instituições salesianas.

Estiveram presentes ao evento o coordenador geral da IUS – EngG, Pe.

Carlos Garulo, de Roma, representantes do Brasil, Espanha, Filipinas, Índia,

Japão, Equador, Bolívia e El Salvador. Na oportunidade foram acordadas as

responsabilidades de cada representante na formatação da rede internacio-

nal de relacionamentos entre as instituições.

Além das atividades da programação da IUS-EngG, foram desenvolvidos

também vários passeios a locais históricos, centenários e turísticos da cidade.

Prof. Nelson Hitoshi Takiy, coordenador

dos Cursos de Engenharia, durante

reunião em que repassou informações

trazidas da Espanha para professores

que atuam na área.

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Informativa - Revista ANEC | educação superior 57

Ex-aluno do UniSALESIANO recebe

prêmio no Estado do Pará

O acadêmico Vinícius Alves Parrilha, ex-aluno do Centro Uni-

versitário Católico Salesiano Auxilium – UniSALESIANO

de Araçatuba recebeu o Prêmio Destaques Profissionais

de 2008 do município de Santa Maria das Barreiras, no Estado do

Pará. A solenidade de entrega da honraria ocorreu no dia 6 de de-

zembro de 2008.

Vinícius foi homenageado pelo trabalho realizado com a co-

munidade durante o ano de 2008, realizando palestras educativas e

atuando como coordenador, de segunda a sexta-feira, de uma uni-

dade de Saúde daquela cidade. Já nos fins de semana ele trabalha

como na Unidade de Urgência e Emergência do Hospital Regional

de Conceição do Araguaia, que fica próxima a Santa Maria das Bar-

reiras.

“Isto é motivo de orgulho para nós, do UniSALESIANO, pois ve-

mos que temos ex-alunos nossos se destacando pelo Brasil”, co-

mentou a coordenadora do Curso de Enfermagem, Cláudia Cyrillo.

Ela lembrou, ainda, que Vinícius está concluindo uma Pós-Gradua-

ção em Enfermagem do Trabalho e que em breve assumirá outra

função em uma empresa da região.

Vinícius Alves Parrilha: talentos do UniSALE-

SIANO de Araçatuba reconhecidos pelo país

Informativa - Revista ANEC | educação superior 57

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Informativa - Revista ANEC | educação básica58

Projeto “ Viva a diferença”, faz a diferença no Colégio João Paulo II

Todo ano é assim: a escolha dos temas dos projetos a serem

apresentados em nossa, já tradicional, Feira de Cultura, cau-

sa várias indagações.

A primeira (e mais importante), porque sua resposta definirá

como os trabalhos serão desenvolvidos é: qual o assunto que cada

turma irá trabalhar?

A turma do 2º ano/E.F I, do Colégio João Paulo II, encontrou

rapidamente esta resposta.

Um dos conteúdos propostos pelo material didático utilizado

por eles, neste 4° bimestre, foi o tratamento dado aos Portadores

de Necessidades Especiais. Este estudo revelou a preocupação dos

alunos diante de atitudes preconceituosas em relação a essas pes-

soas.

Ficou evidente que algo deveria ser feito a fim de modificá-las.

Surgiu então o Projeto “Viva a diferença!”

O projeto “Viva a Diferença!” caiu como uma luva...possibilitou

discussões, propiciou a vivência de situações que os P.N.E’s enfren-

tam e, acima de tudo tornou mais real e humano o contato com

eles.

Foi emocionante ver a turmi-

nha realizando desenhos com as

mãos pra trás e o pincel na boca

(foto1), após observarem calen-

dários produzidos por artistas

sem mãos.

Ao propor esta atividade, a

Prof. Heloísa de Paiva, permi-

tiu que os alunos valorizassem,

ainda mais, o trabalho destes

artistas.

A visita, à nossa escola, do

Prof. de Libras, Reginaldo e de

sua aluna Luciana (surda, desde

o nascimento) foi outro ponto

alto do Projeto. A história de

vida de Luciana, que mesmo

diante de todas as dificuldades

inerentes a sua condição, está

Por Sandra Helena de Araújo Lima - Coordenadora Pedagógica Colégio João Paulo II

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 59

concluindo a faculdade de Pedagogia, no município de Campos dos

Goytacazes, emocionou e propiciou reflexões importantíssimas aos

nossos educandos.

Ler e entrar no mundo da pequena Marcela, protagonista do livro

“A Felicidade das Borboletas”, de Patrícia Secco, verificar possíveis al-

terações a serem feitas na estrutura física de nossa escola a fim de que

a mesma atenda melhor aos P.N.E”s,entre outras atividades não menos

importantes, contribuíram para o sucesso da culminância do Projeto que

ocorreu na já citada Feira de Cultura, em 26 de novembro (foto 2).

O melhor de tudo foi percebermos que este Projeto não terminou

neste dia, porque as lições que nossos alunos aprenderam levarão por

toda a vida.

A nós, resta a certeza de que cumprimos nosso papel de educado-

res: não nos limitamos a trabalhar conteúdos de Línguas, Matemática

e outras disciplinas. Entendemos que a formação da sociedade justa

e solidária que tanto buscamos perpassa pela formação de crianças e

adolescentes mais humanos e conscientes da importância de valores

essenciais à vida humana, como o amor, a amizade, o respeito às dife-

renças e a fé.

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Informativa - Revista ANEC | educação básica60

Aluno pesquisador, comunicativo e

solidário: É possível?

O título deste artigo foi objeto de mesa redonda, durante as

comemorações dos 45 anos de presença Marista em Bra-

sília. Vamos pensar o tema em três perspectivas.

Na primeira, negaremos a possibilidade de educar para o perfil

de pesquisa, comunicação e solidariedade. A atividade do estudan-

te, construtora da autonomia, exige o acolhimento de seu potencial

e de suas fragilidades, bem como do contexto em que vive. É o que

diz Bransford (2006)1 sobre como as pessoas aprendem. Quantas

escolas estão conseguindo contribuir para que o aluno construa o

perfil de pesquisa, comunicação e solidariedade? Na segunda pers-

pectiva, afirmamos que é possível educar para o perfil em questão.

Nenhuma escola correria o risco de rejeitar essa resposta. Trata-se

de um discurso assumido nos projetos pedagógicos, mas raramente

praticado. No que se refere ao perfil de pesquisa e comunicação,

os atuais ingressantes no ensino superior quase sempre estão habi-

tuados a copiar e têm sérias dificuldades para a expressão escrita e

oral do pensamento. Por fim, na terceira perspectiva, vamos afirmar

que é possível, mas depende. Então de que dependeria? Depende

do professor, da escola e da sociedade. Antes, vamos retornar à

base da pergunta colocada: aluno pesquisador, comunicativo e so-

lidário. O que se quer dizer com esses termos?

Um aluno pesquisador é capaz de formular perguntas e pro-

por respostas. Ora, a criança faz perguntas e ensaia respostas. Faz

isso pelo simples fato de estar no mundo e desconhecê-lo. Se um

Por Prof. José Leão da Cunha Filho - Diretor Educacional do Colégio Marista de Brasília

_______________________________

1 BRANSFORD, John D.; BROWN, A. L. & COCKING, R. R. (Org.). Como as pessoas aprendem: cérebro, mente, experiência e escola. São Paulo: Editora SENAC. 2007.

educação básica

Informativa - Revista ANEC | educação básica60

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 61

tempo depois, na escola, preci-

sa aprender, em que momento

desaprendeu? Por outro lado,

o adolescente e o jovem conti-

nuam a fazer perguntas, agora

qualificadas com o traço políti-

co da contestação. Eles também

desaprenderam? Então, o que é

que realmente precisam apren-

der na escola? A resposta a essa

pergunta é fundamental.

E o aluno comunicativo, do

que deve ser capaz? De dizer

seus sentimentos e ideias com

clareza? Não é isso que o ado-

lescente faz quando fala? Seus

familiares e amigos não o enten-

dem quando a eles se dirige? Há

como melhorar? Certamente.

Sabe o aluno redigir com clare-

za e coerência seu pensamento?

Nesse ponto a presença da es-

cola é inquestionável.

E quanto ao aluno solidário?

Deve ser capaz de indignar-se com a fome, a injustiça, a violência,

a intolerância. Não é o jovem capaz de tal postura? Dizem os po-

etas que experimentamos nossos melhores e ousados sonhos de

liberdade e fraternidade justamente na juventude; um tempo bom

para a utopia. Em geral, adolescentes e jovens são muito sensíveis,

especialmente ante a miséria e a injustiça. Então o que precisam

aprender na escola?

As escolas querem ensinar o que de certo modo seus alunos já

sabem, pelo simples fato de gozarem de saúde física e mental, de

serem da espécie que pensa e ama e de viverem numa sociedade

inundada pela informação. Certo tipo de escola é estéril, por neu-

tralizar a curiosidade e induzir à cópia, precarizando os primeiros

contatos com as ciências.

Pesquisa, comunicação e solidariedade: o que há para aprender

na escola? O aluno precisa aprender a deslocar-se da curiosidade

espontânea à curiosidade metódica (pesquisa); da linguagem vulgar

à linguagem considerada culta, com a qual deve exercer sua profis-

são e interagir na sociedade (comunicação); e do sentimentalismo

e da pieguice à ética (solidariedade). Para esse triplo deslocamento

a escola é fundamental. Por isso educar para a pesquisa, para a co-

municação e para a solidariedade é possível, mas depende. Como

dissemos acima, depende do professor, da escola e da sociedade.

Vamos pensar um pouco sobre cada um desses fatores.

Depende do professor. Demo (1996; 2004)2 tem insistido na

_______________________________

2 DEMO, Pedro. Educar pela pesquisa. Campinas, SP: Autores Associados, 1996.Professor do futuro e reconstrução do conhecimento. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.

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Informativa - Revista ANEC | educação básica62

importância de entender a pesquisa também como princípio edu-

cativo, perspectiva apropriada ao fazer da escola. Pesquisa como

princípio educativo significa aprender a questionar e a elaborar por

conta própria. Negar a cópia. Mas como um aluno que passa horas

ouvindo ou copiando o discurso – oral ou escrito – de um professor

vai aprender a formular e elaborar por conta própria? Professor

pedagogicamente mal-formado, focado na aula como repetição do

discurso alheio e na prova como mecanismo de reprodução e pu-

nição, é incompatível com a proposta educativa que estamos exa-

minando.

Segundo Freire (1983; 1997)3 , comunicar não é apenas capaci-

dade de expressar sua palavra, mas capacidade de dialogar, isto é,

escutar o outro, acolher sua palavra, pensar juntos. De novo, como

um aluno vai aprender a dialogar se sua palavra não é acolhida? Se

o professor prescreve, e o aluno obedece e reproduz? Um professor

que não dialoga não ensina a dialogar. Igualmente, quando se pen-

sa o termo solidariedade, o aluno dependerá de um professor soli-

dário. Um professor que adote postura arrogante, distanciando-se

das dificuldades de seus alunos, não lhes ensinará a solidariedade;

um professor que ensine conteúdos sem qualquer referência aos

desafios do contexto social não ensinará a aprofundar o pensamen-

to solidário. O aluno não aprenderá a fazer uso do conhecimento

para sonhar com um mundo mais justo.

O segundo fator é a escola. O professor de quem todos cobram

_______________________________

3 FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1983.Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1997.

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 63

não cai pronto do céu. A escola necessita fazer sua parte. Deve

cuidar da seleção de seus professores. Deve exigir domínio da ma-

téria a ser ensinada, pedagogia e paixão pela vida. Deve avaliá-

los continuamente. Deve valorizá-los. Boas escolas cuidam bem de

seus professores. Mas bons professores não podem tudo. O modelo

administrativo da escola, o estilo de gestão, o desenho pedagógico

e os recursos disponíveis, tudo isso concorre para os objetivos pro-

postos. Uma escola onde a pergunta é intrusa, o diálogo é ausente,

e a solidariedade é apenas letra morta não colabora para a forma-

ção do aluno com o perfil em questão.

O último fator é a sociedade. Vivemos na sociedade do hipercon-

sumo, como afirma Lipovetsky (2007)4. Trata-se de uma lógica que se

baseia no individualismo, no sensacionalismo e na descartabilidade.

Essa lógica neutraliza o ato de perguntar para ressaltar a adesão rápi-

da e incondicional, base para o consumo compulsivo. O efeito é tão

perverso que mesmo quando não se é nem se tem, o sistema resol-

ve, fazendo parecer ser ou ter. A distância escandalosa entre ricos e

pobres e a ostentação são como pólvora e faísca para a escalada da

violência e do vazio existencial dos tempos atuais. Nesses termos, a

sociedade é inquestionável obstáculo ao sucesso de professores e

da escola.

Aluno pesquisador, comunicativo e solidário é possível sim, mas

depende do professor, da escola e da sociedade. Pode-se dizer que

também depende do aluno, mas é assunto para outro momento.

_______________________________

4 LIPOVETSKY, Gilles. A sociedade da decepção. Barueri, SP: Manole, 2007.

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Informativa - Revista ANEC | educação básica64

O “SANTA” ADVERTE:

uma alimentação equilibrada leva a uma Vida Saudável!

As crianças da 1ª série do Ensino Fundamental de 9 anos , que

se sentem muito felizes por estudarem no Colégio Santa Teresi-

nha de Taquara, desenvolveram um projeto sobre o estudo dos

alimentos para uma vida saudável.

Este trabalho teve início a partir do estudo do corpo. O interesse sur-

giu por parte dos alunos e famílias, que contribuíram para enriquecer o

processo, pesquisando, ensinando, dando dicas e sugestões nos passeios

e visitas de estudos. A turma foi trazendo receitas culinárias, materiais

bibliográficos (revistas, livros, enciclopédias, artigos da Internet, assuntos

de jornais...), como também dialogando, observando, pesquisando e bus-

cando novas informações. As crianças convidaram as mães da turma que

são Nutricionistas e os pais que são médicos para visitarem a sala de aula.

E eles, muito atenciosos e interessados, deram valiosas orientações sobre

o tema em estudo: “Alimentação para a saúde do corpo” tendo como

objetivo também a integração entre alunos, a escola e a família.

A partir destes enfoques, chegou-se ao levantamento das hipóteses

e curiosidade dos alunos, o desejo de aprender e de buscar respostas às

duvidas, como:

• Para que serve a pirâmide dos alimentos?

• podemos comer doces, refri, batatinha-frita todos os dias?

• só devemos comer aqueles “alimentos” dos quais gostamos?

• como cuidar da saúde do corpo?

• como se monta um prato saudável?

A continuidade do projeto “Alimentação para a saúde do corpo”, se

Por Professora: Jaqueline Scheffel, Colégio Santa TeresinhaTaquara – RS

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 65

deu por fotos ilustrativas, monta-

gem de painéis e da pirâmide dos

alimentos, experiências; preparo

de receitas culinárias trazidas pelas

crianças na cozinha experimental

do colégio, com direito ao uso de

avental confeccionado pelas crian-

ças, verdadeiros: “mestre – cucas”,

prepararam o “espetinho de fru-

tas”, o “sanduíche natural” e o

“refrigerante natural”. O Cardápio

ficou uma delícia!

Planejou-se, então, um traba-

lho interdisciplinar, para o conhe-

cimento mega global, envolvendo

na disciplina de Educação Física,

pais professores e a professora

da turma, os quais prepararam as

“Olimpíadas da saúde” em um

Parque. Foram atividades diverti-

das, abrangendo disciplina, prazer,

interação e o respeito aos cuida-

dos com o corpo.

Na Matemática, construiu-se

um gráfico: “A comida preferida”,

onde o feijão e o arroz receberam

seu merecido destaque.

Na Língua Portuguesa foram re-

alizados jogos, elaboração de tex-

tos, leitura de poesias, criação de

versos, declamação de parlendas,

cantigas, trava – línguas, músicas...

Não faltou o Livro em forma de

prato que os escritores produzi-

ram.

Em Artes, teve a confecção da

“Pirâmide dos Alimentos”, mode-

lar alimentos com massa de mo-

delar comestível e não comestível,

montando um prato; a construção

de uma cesta de alimentos com

materiais reciclados; a montagem

de um vaso com garrafa PET plan-

tando sementes de hortaliças ou

chás. Integrando também com a

disciplina de Ciências, os estudan-

tes foram experimentando, viven-

ciando em aulas práticas as origens

dos alimentos (origem vegetal,

animal e mineral) e os reinos dos

alimentos (alimentos construtores,

alimentos reguladores e energéti-

cos).

O resultado dos estudos teve

como grande proveito muitas in-

formações expostas pelas crian-

ças, em um “momento especial

aos pais” na Entrega da Avaliação

do 2º trimestre, onde socializaram

seus estudos através de um jogo

interativo, demonstrando algumas

CURIOSIDADES sobre os alimen-

tos pesquisados: o morango é rico

em vitamina C. A maçã é conside-

rada a rainha das frutas. O feijão e

a lentilha são uma ótima opção de

fonte de ferro. As frutas, verduras e

legumes são saborosos e nos dão

energia. O peixe contém ÔMEGA

3 e é muito nutritivo. Os dez ali-

mentos considerados os mais sau-

dáveis do mundo: batata-doce, to-

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Informativa - Revista ANEC | educação básica66

mate, espinafre, maçã, repolho, banana, legumes, queijo, iogurte e aveia.

Um dos aspectos gratificantes deste projeto foi perceber os alunos

“cobrando” o lanche saudável dos colegas, por exemplo: “Salgadinho

só de vez em quando!”; “O “fulano” nunca traz fruta!” “Profe. olha o

meu lanche é bem saudável, trouxe sanduíche e uma maçã!”. Igualmen-

te demonstraram a preferência por sucos, água, evitando o refrigerante;

houve uma preocupação pelo combate ao desperdício de alimentos,

referindo-se a alguns colegas que antes colocavam no lixo a banana

inteira, ou davam uma mordida e jogavam fora o lanche. Foi ressaltado

que seria possível melhorar essa situação, pois no Brasil (conforme uma

pesquisa realizada) chegou-se à conclusão de que se joga fora mais

alimentos do que se come.

Dicas para combater o desperdício de alimentos:• A casca de laranja fresca pode ser aproveitada em pratos doces, à

base de leite, como arroz-doce;

• Pode-se preparar bolinhos, sopas e saladas com as folhas de ce-

noura que são ricos em vitamina A.

• Os talos de alimentos como salsa, brócolis, couve, beterraba con-

têm fibras e podem ser aproveitadas em sopas, no feijão e em refoga-

dos.

Este projeto gerou muito interesse em comer o que é saudável, como

também proporcionou uma melhor compreensão sobre a Alimentação.

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 67

Assim, quanto à alimentação, pergunta-se:

O quê?

Nosso corpo precisa se alimentar para funcionar bem

Por quê?

Os alimentos contêm nutrientes que dão energia ao corpo e fa-vorecem o crescimento.

Como?

Precisamos comer de tudo, de maneira variada e equilibrada.

Onde?

Os alimentos são preparados na cozinha. Alguns precisam ser guardados na geladeira para não estragar. As verduras e frutas devem ser bem lavadas.

É importante destacar que é possível incentivar os hábitos alimen-

tares saudáveis dos alunos das séries iniciais, com atividades ricas em

significados lúdicos e que aprendam que, mais do que saciar a fome, os

alimentos são necessários para uma vida saudável, fornecendo a ener-

gia gasta; e que comer bem não é comer só as coisas gostosas. Comen-

do corretamente, estaremos mantendo a saúde e evitando muitas

doenças!

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Informativa - Revista ANEC | educação básica68

Passeio ao Criadouro

Conservacionista São Braz

Foi com grande alegria e entusiasmo que os alunos do turno da

tarde: Educação Infantil e Ensino Fundamental do 1º Ano à 4ª

série da Escola Medianeira de Santa Maria-RS realizaram um pas-

seio de estudo ao Criadouro Conservacionista São Braz.

O criadouro recebe animais abandonados, apreendidos, mutilados

ou que sofreram maus tratos. Tem como objetivo reabilitar esses ani-

mais e reintegrá-los ao seu habitat natural.

Foi um momento de conhecer a realidade destes animais, relacio-

nando-os ao lema da Escola Medianeira “Educação, Serviço à Vida”. É

necessário cuidar e preservar todas as formas de vida, pois a preserva-

ção do planeta terra está em nossas mãos e depende de cada um de

nós.

A escola valoriza a iniciativa da direção do criadouro que faz a opção

de escolher pela vida e para isso conta com o apoio e parceria de pes-

soas e empresas da comunidade.

A exposição dos animais é exclusiva para as escolas, visando à cons-

cientização dos alunos na formação de valores como este.

Por Professora Janete Marion Escola Medianeirae Professor Luis Augusto - Escola Medianeira

educação básica

Informativa - Revista ANEC | educação básica68

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Informativa - Revista ANEC | educação básica 69

Ainda, os alunos tiveram a

oportunidade de conhecer vários

animais, alguns ameaçados de ex-

tinção, seus hábitos alimentares

e suas defesas. Divertiram-se no

passeio de pônei e nas brincadei-

ras da pracinha.

Criar uma consciência ecológi-

ca é um dos objetivos das ativida-

des vivenciadas na escola Media-

neira.

Essa consciência começa da

Educação Infantil, perpassando

por todas as séries. Acreditamos

que mesmo após deixarem à es-

cola, nossos alunos serão capazes

de olhar para o mundo que os cer-

ca com outros olhos, procurando

transmitir para seus familiares o

aprendizado aqui adquirido.

A utilização do amplo espaço

existente na escola serve como in-

centivo aos alunos que através do

projeto da horta, plantam, obser-

vam o crescimento dos vegetais e

após realizam a colheita dos mes-

mos, levando para casa ou consu-

mindo na própria escola.

Os passeios também procuram

levar os alunos à convivência com

a diversidade de flora e fauna do

nosso município fazendo com que

seja vivenciado o lema da nossa es-

cola: “Educação, Serviço à Vida”.

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projetos sociais

Informativa - Revista ANEC | obras sociais70

Universidade Católica de Pernambuco

Rede Mercedária de Ensino: Por uma

educação integral e libertadora

O Beato Padre João Nepomuceno Zegrí, fundador da nossa Congre-

gação, - Irmãs Mercedárias da Caridade - impulsionado pelo espí-

rito e pela urgência do amor de Cristo Redentor, entre os objetivos

da Congregação fixou perfeitamente desde o princípio, que a instrução e a

educação das crianças e jovens... Eram elementos importantíssimos de sua

ação apostólica. Segundo seus ensinamentos, as linhas de ação educativa

dos Colégios da Congregação se fundamentam numa:

1 – Educação evangelizadora - libertadora:• Integral - que abranja a formação intelectual, moral e religiosa;

• Adaptada à capacidade dos alunos, respeitando o próprio ritmo;

• Enraizada na própria cultura, assumindo-a e construindo-a a partir de

seus próprios elementos;

• No diálogo e participação.

2 - Educação inspirada no amor, justiça e liberdade:• Atenta e aberta aos sinais dos tempos;

• Dando a todos as mesmas oportunidades, com atenção especial aos

setores da sociedade mais necessitados;

• Orientada à aquisição de valores e atitudes: respeito, solidariedade, ser-

viço, afabilidade, convivência e paz, disponibilidade, diálogo e participação.

Por Ir. Silvana Mendes da Congregação das Irmãs Mercedárias da Caridade.

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Informativa - Revista ANEC | obras sociais 71

Rede Mercedária de Ensino: Por uma

educação integral e libertadora

“Só o ensino cristão pode cultivar o verdadeiro bem-estar, a verda-deira felicidade da sociedade, da família e dos indivíduos. Só ele pode cicatrizar as feridas produ-zidas em nossa atual sociedade, por tantos erros e absurdos di-fundidos por aqueles que, presos a uma visão materialista, crêem que o mundo pode viver sem Deus, sem fé, sem esperança e sem caridade.” (Padre Zegrí)

3 - Educação impregnada de um profundo amor a maria: • Fomentando o amor a Nossa Mãe como modelo dos crentes;

• Transmitindo a simplicidade e alegria da Virgem;

• Vivendo como Maria a serviço da palavra.

Ao longo de todos esses anos, e desde a sua fundação, a Con-

gregação foi assumindo, sem abandonar suas peculiaridades, as

diversas reformas educativas. A Rede Mercedária de Ensino, quer

fomentar cada vez mais os valores evangélicos na formação de seus

alunos e na educação acadêmica. Sonhamos com um mundo melhor

proporcionado a busca constante da vivência desses valores na vida

de nossos alunos.

Pretendemos favorecer o desenvolvimento integral e harmonio-

so da personalidade do aluno para que, consciente de seu papel

social, seja capaz de acolher a fé e dar uma resposta livre, pessoal e

comprometida. Cremos que a vida de nossos alunos, unidos ao tes-

temunho dos educadores e pais, é a maior garantia de que nossas

opções se encaminharão para desenvolver pessoas maduras que

dêem razão de sua Fé e de sua Esperança em Cristo. Acreditamos

que, unidos - escola e família - podemos construir essa escola que

sonhamos.

“Queremos fomentar cada vez mais os valores evangélicos na formação dos alunos e na educação acadêmica.”

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projetos sociais

Informativa - Revista ANEC | obras sociais72

Uma educação que começa

onde acaba o asfalto

Fé e Alegria é um Movimento de Educação Popular Integral e

Promoção Social que surgiu, em 1955, na Venezuela. Uma iniciativa

do padre José Maria Vélaz, jesuíta imbuído de sentimento solidário

para com os empobrecidos, e que trazia consigo um claro objetivo:

“Não dar aos pobres uma pobre educação e sim uma Educação de

Qualidade para os mais pobres. Lá, onde termina o asfalto e a cidade

muda de nome, começa Fé e Alegria”.

Apesar de hoje estar presente em outros continentes, trata-se

de uma experiência genuinamente latino-americana cujo referencial

educacional é inspirado na pedagogia de Paulo Freire.

Embora de iniciativa de um jesuíta e de inspiração cristã, a pro-

posta educativa de Fé e Alegria não apenas é ecumênica e aberta a

outras religiões, mas congrega outras ordens religiosas, dioceses e

leigos. A proposta associa educação à vida em seus diversos desa-

fios e dificuldades, formando crianças, adolescentes e jovens para

a participação e transformação da sociedade. Fé e Alegria surge e

se organiza a partir da comunidade e em parceria com o poder pú-

blico, instituições diversas, obras jesuítas associadas a outras con-

gregações, envolvendo também outros atores sociais. Nesse tripé:

comunidade, poder público e organizações da sociedade civil é que

Fé e Alegria fortalece a continuidade de suas ações até nos rincões

mais distantes e, pode expandi-las à medida em que esse tripé se

consolida, tornando-se a base de sustentação dessa estrutura social.

Presente na América Latina, Caribe, Europa e África, atualmente

Por Sérgio Baeta Neves - jornalista

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Informativa - Revista ANEC | obras sociais 73

Uma educação que começa

onde acaba o asfalto

Fé e Alegria atua em 19 países.

No Brasil, desde 1981, a entidade

mantém programas e desenvolve

projetos em 14 estados da fede-

ração: Bahia, Rio Grande do Nor-

te, Ceará, Pernambuco, Espírito

Santo, Minas Gerais, São Paulo,

Rio de Janeiro, Tocantins, Amazo-

nas, Mato Grosso, Paraná, Santa

Catarina e Rio Grande do Sul.

Marco situacionalDotada de uma proposta edu-

cativa popular direcionada aos

pobres e a partir deles, Fé e Ale-

gria assume a Educação Popular

de forma Integral, incluindo a

Promoção Social. De acordo com

padre Carlos Fritzen, diretor pre-

sidente, Fé e Alegria é um mo-

vimento que sensibiliza e agrupa

pessoas e instituições, na luta

pela mesma causa, em contínua

atitude de crescimento e inova-

ção, procurando sempre adotar

uma postura de autocrítica. O

foco e a estratégia do movimen-

to é a educação, porque busca

a formação de crianças, adoles-

centes, jovens e adultos cons-

cientizando-os de suas poten-

cialidades, desenvolvendo seus

talentos e capacitando-os para a

transformação da realidade que

os rodeia. É popular não somen-

te porque opta pelos mais des-

favorecidos, mas porque utiliza

uma metodologia que fomenta

o desenvolvimento dos educan-

dos, com o objetivo de formar

cidadãos democráticos, agentes

de mudanças e protagonistas de

suas próprias histórias. Nesse

sentido, trata-se de uma forma-

ção integral, porque entende a

educação em seu sentido mais

amplo, de forma a abarcar a pes-

soa em todas as suas dimensões,

possibilidades, capacidades e

necessidades.

Para Fé e Alegria a educa-

ção é a estratégia fundamental

para alcançar uma sociedade

justa, democrática e equitativa.

“Todo mundo deveria ter uma

educação de qualidade”, enfati-

za padre Carlos ao explicar que

a pedagogia da entidade é ins-

pirada no método desenvolvido

pelo pedagogo Paulo Freire, e

enriquecida pelas experiências

acumuladas e por métodos de-

senvolvidos pela própria Fé e

Alegria. A organização atua nas

diversas áreas da educação for-

mal e não formal e, a promoção

humana se transforma em fato

por meio de ações tais como: a)

Educação escolar composta de

redes com programas de educa-

ção infantil, fundamental, média

e técnica; b) Rádios educativas e

“Todo mundo deveria ter uma educação de qualidade”

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projetos sociais

Informativa - Revista ANEC | obras sociais74

comunitárias com programas de alfabetização, educação básica para

jovens e adultos e programas abertos (noticiário e opinião), que têm

por finalidade a formação cidadã e humano-cristã; c) Programas e

atividades sócio-educativas complementares à educação formal di-

rigidas a crianças, adolescentes, jovens e adultos, acompanhamento

da aprendizagem, capacitação de jovens para o trabalho, etc.; d) Pro-

gramas de desenvolvimento comunitário: atendimento e abrigamen-

to de crianças em situação de rua e vulnerabilidade social, formação

de líderes comunitários, dentre outros; e) Atividades de sensibili-

zação dos direitos humanos, participação em conselhos e fóruns; f)

Programa internacional de formação de educadores populares, for-

mação continuada para docentes e formação inicial e profissional de

educadores.

Ações permanentes Se, por um lado, a educação pressupõe ações permanentes e ar-

ticuladas, por outro, é preciso investir em novas parcerias, mobilizan-

do recursos humanos e financeiros novos. O diretor presidente da

Fundação Fé e Alegria enfatiza que a necessidade de se buscar novas

alternativas e o aperfeiçoamento das atuais formas de mobilização

de recursos, são prioritárias para aprimorar e ampliar sua presença

nas diversas regiões do Brasil. No entanto, ele reconhece que ações

paralelas são necessárias para que este intento seja alcançado ressal-

tando: “Precisamos trabalhar no sentido de fortalecer tanto o concei-

projetos sociais

Informativa - Revista ANEC | obras sociais74

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Informativa - Revista ANEC | obras sociais 75

to de responsabilidade social das

empresas privadas, bem como as

parcerias com as outras obras da

Companhia de Jesus (Universida-

des, Colégios, etc.) e com outras

organizações e instituições religio-

sas, as quais resultem num maior

estreitamento de vínculos. É vital

a ampliação do acesso aos recur-

sos públicos, o fortalecimento da

relação com os meios de comuni-

cação de massa – especialmente

em nível local –, e o aumento da

visibilidade da instituição. Quere-

mos criar instrumentos que des-

pertem o interesse de potenciais

parceiros públicos e privados e

que sensibilizem os diversos pú-

blicos doadores.”

Em 2008 Fé e Alegria benefi-

ciou diretamente mais de 25.000

crianças, adolescentes, jovens e

adultos, e indiretamente outras

100.000 pessoas das periferias

das cidades e de regiões do inte-

rior do Brasil. “Entendemos que o

futuro da Educação Popular em Fé

e Alegria depende da sustentabi-

lidade de seus programas e pro-

jetos, tanto do ponto de vista dos

recursos financeiros, quanto dos

recursos humanos. Para isso, so-

bretudo no Brasil atual, não ape-

nas se faz indispensável trabalhar

a participação nas políticas pú-

blicas, como também consolidar

parcerias entre as congregações

religiosas, dioceses e instituições

da sociedade civil”. Padre Carlos

reitera que: “se o problema so-

cial tem muitas facetas e é preci-

so uma ação bem articulada para

além das iniciativas isoladas, por

outro lado, não se pode trabalhar

mais sem contar com a parceria

de outros se quisermos que nosso

trabalho contemple a esperança

de um mundo melhor para todos”.

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informativo publicitário

Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário76

Newsletter: Ferramenta essencial de

comunicação no Terceiro Setor

Boletim on-line é caminho seguro para aproximar entidades de stake-holders

A tecnologia é uma escada que auxilia as ações das organizações

do Terceiro Setor para a concretização de projetos variados. Agora, o

tema é newsletter, ou boletim informativo. Usar essa ferramenta de co-

municação na difusão das notícias e objetivos da instituição de forma

eficiente é o maior entrave para que ela flua dentro da administração

e da comunicação. O modo como deve ser desenvolvida, gerenciada,

produzida e enviada, é o que trataremos a seguir.

Regras para profissionalizarAs quatro principais regras para obter sucesso na produção de um

boletim on-line são: conceito e conteúdo; acessibilidade; envio; e pon-

tualidade.

A primeira – conceito e conteúdo – leva em consideração o como e

o quê será comunicado. É necessário definir uma identidade visual que

se alinhe às demais ferramentas da organização, como site e papela-

ria. Em questão de conteúdo, definir quantidade e espécie de notícias,

ordenando-as por importância, sendo que a informação sobre os obje-

tivos da instituição é a mais importante, deixando as notícias da própria

organização como secundárias. Isso porque é necessário que se crie

uma necessidade e constância em sua leitura, trazendo o interesse do

leitor pelo que será informado.

A segunda regra – acessibilidade – precisa ser definida de acordo

com o tamanho e formato do arquivo e o modo de ser enviado.

Por Marcio Zeppelini

_______________________________

Marcio Zeppelini. Consultor em comunicação para o Terceiro Setor, editor da

Revista Filantropia, produtor editorial pela Universidade Anhembi Morumbi e

diretor-executivo da Zeppelini Editorial & Comunicação.Artigo publicado na edição 36 da Revista Filantropia

Mesmo com a expansão da banda

larga, ainda faz diferença anexar

arquivos com mais de 100 kb, pois

muitos são enviados ao mesmo

tempo. No site da organização é

interessante que haja um espaço

que mostre a newsletter, dando a

possibilidade de ler as anteriores

e permitindo o cadastramento de

nome e e-mail do internauta inte-

ressado.

A terceira regra – envio – re-

quer cuidado. Se seu mailing ul-

trapassa mil nomes, já é funda-

mental pensar em profissionalizar

essa questão, utilizando algum

sistema ou software de disparo de

newsletters, que faz a transmissão

de e-mail por um sistema dife-

rente do Outlook, contemplando

o envio de centenas e milhares ao

mesmo tempo. Há empresas ter-

ceirizadas especializadas em ge-

renciamento de mailing que tam-

bém oferecem esse serviço.

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Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário 77

Newsletter: Ferramenta essencial de

comunicação no Terceiro Setor

Linkswww.acaovoluntaria.org.br

www.antispam.brwww.ramacrisna.org.br

Um deles é o Notícia Digital,

um sistema desenvolvido e comer-

cializado por uma empresa parcei-

ra da Revista Filantropia que cria,

gerencia e dispara boletins on-line

para organizações com e sem fins

lucrativos. “O diferencial do sis-

tema é que, além de ele disparar

mais de 10 mil e-mails por hora,

possui um controle de opt-ins e

opt-outs, prevalecendo a vontade

de o leitor receber ou não seu in-

formativo”, comenta Ricardo Oli-

veira, criador do Notícia Digital.

A quarta e última regra – pon-

tualidade – é aquela que não pode

jamais ser quebrada, pois é a par-

tir dela que se desperta o inte-

resse e a continuidade de recebi-

mento por parte dos internautas.

Antes de enviar a primeira edição

é necessário avaliar qual a melhor

periodicidade da newsletter.

Uma forma razoável de defi-

nir isso é medindo o volume de

notícias geradas pela instituição

ou dos assuntos de interesse dos

stakeholders.

Notícias de sucessoUma das organizações que

está obtendo resultados positivos

com o uso da newsletter é o Cen-

tro de Ação Voluntária de Curitiba

(CAV), no Paraná. Desde 2004, a

entidade envia semanalmente o

Boletim Informativo VOluntáriOs,

que chega a 5 mil pessoas.

“A ação se tornou tão profis-

sional no CAV, que a ONG editou

até um Manual de Redação pró-

prio que orienta a produção do

boletim e de outros materiais de

comunicação”, explica Fernanda

Rocha dos Santos, coordenadora

do CAV de Curitiba.

Em Betim, Minas Gerais, outra

organização que aproveita bem a

ferramenta é a Missão Ramacris-

na, que a envia para um mailing

ainda pequeno, de 710 pessoas,

mas bastante dirigido. “Defini-

mos também que trabalharíamos

apenas duas notícias em cada bo-

letim, para que o público possa

saber das ações da Ramacrisna de

forma rápida e direta”, explica So-

lange Bottaro, responsável pelas

ações de comunicação da organi-

zação.

Informação e captação de recursos

Além do rápido e eficiente

canal de comunicação, a orga-

nização pode aproveitar para

engatar uma forma de captar re-

cursos para a instituição, garan-

tindo um espaço aos doadores a

fim de divulgar logotipos e ban-

ners. Portanto, a newsletter é

uma excelente ferramenta para

divulgar a missão e os valores da

organização e deve ser cada vez

mais aprimorada.

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considerações finais

Informativa - Revista ANEC | considerações finais78

A entrega incondicional produz o gênio,

o poder e a magia... Por Priscilla Lira

De acordo com Bulwer-Lytton, “A pessoa talentosa faz o que pode,

o gênio faz o que tem que ser feito!”. Mas como tornar-se um gê-

nio, como conseguir quebrar barreiras e fazer a coisa certa no seu

trabalho e na sua vida?

Normalmente, quando estamos apaixonados e amamos o que fazemos, a

entrega incondicional produz o gênio, o poder e a magia e somos capazes

de fazer tudo de forma esplendorosa, simplesmente por que existe vontade

e dedicação no que é feito, este é o poder da genialidade.

Na atual conjuntura que vivemos, aterrorizados pela crise econômica e pelo

desemprego, o que pode ser sentido em diversos ambientes de trabalho é

o medo e a sensação das pessoas de não saber o que será de suas carreiras

e de suas vidas. Na verdade, o foco está errado, distorcido e a energia, mal

aproveitada. Não só em tempos de crises, mas em qualquer momento, a

entrega para tudo que é feito na vida contribui para o sucesso. E este é o

grande segredo do gênio. O foco deve estar na certeza do trabalho bem

feito e não no medo ou na pressão. O trabalho bem feito sempre faz eco e

isto é o que realmente importa.

No ambiente de trabalho, o mais importante é saber que a vitória de uma

pessoa não implicará na derrota dos outros. Sempre existirá espaço para to-

dos e o ambiente de trabalho será mais suave se houver sintonia, vontade e

dedicação de todos em prol da vitória e do crescimento da entidade, empre-

sa, organização...

Construa sua trajetória de sucesso!

Assessoria de Comunicação da ANEC / BR

considerações finais

Informativa - Revista ANEC | considerações finais78

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A entrega incondicional produz o gênio,

o poder e a magia... Por Priscilla Lira

79

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