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Uso da Matriz Derivada do Esmalte – Emdogain Dr. Ronaldo Barcellos de Santana e Dra. Carolina Miller Leite de Mattos Antes de cortar um dente, converse com um Ortodontista. Dra. Aline Magalhães Galindo Revista ABO Niterói Setembro - Novembro Edição 3 Revista ABO Regional Niterói

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Revista ABO Niterói ed 3 Setembro - Novembro -2011

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Uso da Matriz Derivada doEsmalte – EmdogainDr. Ronaldo Barcellos de Santana eDra. Carolina Miller Leite de Mattos

Antes de cortar um dente, converse com um Ortodontista.Dra. Aline Magalhães Galindo

Revista ABO NiteróiSetembro - NovembroEdição 3

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ExpedientePresidente ABO NiteróiPaulo César Lopes Bonfim /CRO-RJ 8135

RevistaRevista ABO Niterói

Administração / Projeto da RevistaIdéia Publicidade e Consultoria - Márcia Nana

Jornalista Responsável Kamila Marins SalgueiroREG. MTB: 31.145/RJ

Redação/ Revisão e Edição Kamila M. Salgueiro

Projeto Gráfico e ImpressãoRodrigo Maia Design www.behance.net/cronosdesignTel.: (21) 9159-8747 - [email protected]

Designer Gráfico Responsável (Produção / Digramação / Capa)Rodrigo Maia

ComercialCarolina Castro - Tel: (21) 7643-7431

AnúnciosGraça Fernandes – Tel ( 21) 9446-8326

Marketing e Publicidade Idéia Publicidade e Consultoria - Márcia NanaTel.: (21) 2653-1370 / 8545-4607 [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares

Responsabilidade Editorial Os conceitos e afirmações constantes nos originais são de inteira responsabilidade

do(s) autor(es).O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade dos anunciantes.A reprodução total ou parcial dos textos é permitida desde que citadas as fontes.

Endereço ABO Niterói:Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 55 /607Centro-Niterói cep 24020-070email: [email protected]: www.aboniteroi.org.br tel: 21 2620-2488 / 2717-7277 / 4126-6807 / 8290-6786

EditorialParar ou ousar?

Com tantos temas para es-crever nosso editorial e eu não sabia sobre o que falar, até que resolvi dividir com vocês a minha sensação de desânimo frente à informação que recebi há poucos dias. O colega que tem espírito de classe talvez en-tenda aonde quero chegar, uma vez que a militância de classe

é algo de muito pessoal e o sucesso de qualquer administração é compartilhado por todos, mas a derrota é solitária.

Eu tenho um sonho, esta frase já está bem gasta, mas ilus-tra perfeitamente o que sinto, o sonho de expandir a nossa ABO Niterói. Apesar de poucos recursos e muitas negociações com empresas, não foi possível a compra de um imóvel que estáva-mos em vista. Infelizmente há poucos dias soube que foi vendido o tão sonhado espaço.

Fiquei extremamente chateado com a perda, foram vários dias pensando. Por quê? Porque não tínhamos condições de arcar com o pagamento das parcelas mensais à instituição financei-ra credora. Porque não tivemos o apoio esperado das empresas do ramo, que só querem ganhar. Porque não tivemos o apoio da classe, que não entendeu ou não soube da campanha. Porque

não fomos levianos em comprar sem nos preocuparmos em como pagar. O que fazer? Parar ou ousar?

Parar nunca! Ousar com responsabilidade, sempre, com par-ticipação das empresas, dos colegas associados, dos não sócios, dos governos municipal, estadual e federal, pois com ousadia chegaremos ao sucesso e todos sairemos vencedores.

Já temos em vista um novo imóvel e se conseguirmos o apoio de todos, será de fácil aquisição. Na minha cabeça isso é muito fácil, pois juntos somos fortes, fortes para a luta, afinal difícil mesmo é sobrevivermos com os valores irrisórios aos quais os convênios nos submetem, mas isto já é outra briga nossa...

Voltando ao nosso objetivo da nova sede, vamos ousar juntos, ou melhor, vamos comprar juntos?

Paulo BonfimPresidente ABO- Niterói

Sugestões e críticas para [email protected]

Presidente | Paulo BomfimVice- Presidente | José Rodolfo E. Verbicário1º Tesoureiro | Milan Bohumil Benes 2º Tesoureiro | Antonio Augusto Carvalho de Sá1º Secretário | Aline Magalhães Galindo 2º Secretário | Mauro Cardoso Diretor científico | Edson de Almeida Murta JuniorDepartamento cultural | Raul Feres Monte Alto / Edson

Murta / Marcelo Comin Diretora de Eventos Comunitários | Manuela Braga Departamento Social | Ana Paula Porto Amorim Machado / Aline Magalhães Galindo / Manuela Braga / Michele BariloConselho DeliberativoMarcelo dos Santos Comin / Odilard da Silva Pontes / Cândida Nazário M. Miller / Carlos Alberto B. B. Junior / Nilson CardosoJosé Djalma Viana / Margarida M. Osório da Costa / Cauby Alves

da Costa / Eduardo Gomes C. Castro / Carlos Alberto RodriguesConselho Fiscal: Membros EfetivosLuiz Paulino Victoria Neto / Edmundo Paulino E. Santo / Aldir Nascimento MachadoMembros SuplentesAntonio Carlos Vieira Filho / Beatriz Pereira da Costa Russo / Carlos Alberto A. Finóquio

Diretoria

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A possibilidade de reformulação do Código de Ética Odontológica vem se tornando realidade após a convocação, pelo CFO, da

4ª Conferência Nacional de Ética Odontológica (CONEO), que se realizará entre 07 e 10 de dezembro próximo, objetivando uma ampla discussão das normas atualmente em vigor.

Com essa perspectiva, o CRO-RJ também formou uma comissão encarregada de codificar as sugestões de diversos segmentos da Odontologia previamente encaminhadas ao Conselho, e criou uma ata para a discussão no encontro regional.

Analisadas detidamente pelos 50 participantes de todas as categorias odontológicas presentes a pré-conferência que realizada no último dia 10/08, na sede da ABO-RJ, as sugestões aprovadas formalizaram as propostas que serão enviadas ao Conselho Federal em nome da classe odontológica do estado do Rio de Janeiro.

Como presidente do CRO-RJ temos convivido com inúmeras situações que, julgadas pela Comissão de Ética do Conselho revelam, na sua maioria, além do desconhecimento do Código, uma discordância da classe odontológica em relação a alguns de seus preceitos.

Entretanto, sem que o Código seja atualizado, tornado contemporâneo às mudanças que a sociedade brasileira vive, ainda teremos muitos percalços a serem enfrentados pela nossa classe, face ao veloz crescimento dos meios de comunicação.

Gostaria de destacar algumas das sugestões apresentadas na pré-conferência, na expectativa de que possam merecer a reflexão de todos.

A primeira delas abre o leque de pessoas físicas e jurídicas a serem abrangidas pelo novo Código, prevendo prevê que ele passará a ser válido também para as instituições públicas de odontologia e os profissionais que nelas atuam (Capítulo I, das Disposições Preliminares, Artigo 1º )

Outra sugestão que merece destaque é a feita ao capítulo II Dos Direitos Fundamentais, Artigo 3º, para regulamentar a recusa em executar atividades que não sejam de sua competência legal” .

Outro item importante, inclusive com reflexos na remuneração dos profissionais da Odontologia , é a sugestão de “adotar como padrão mínimo e ético de remuneração dos procedimentos odontológicos,..... para o sistema de saúde suplementar, a classificação brasileira hierarquizada de procedimentos odontológicos (CBHPO)), incluindo suas instruções gerais e valores” ( adendo ao texto do artigo 13º Capítulo VII, Dos Honorário Profissionais)

Outro destaque é o que propõe como dever do cirurgião -dentista denunciar a violência nas relações sociais, com a inclusão do texto que obriga a “notificar à autoridade competente, os casos de que tenha conhecimento, envolvendo suspeita ou confirmação de maus-tratos contra crianças, adolescentes ou idosos”, como um novo inciso ao Capítulo III, Dos Deveres Fundamentais

No polêmico CAPÍTULO XIV , DA COMUNICAÇÃO uma proposta vai abrir o leque de opções do artigo 31 , Parágrafo 2º , para que seja permitida a”propaganda em todos os meios de comunicação disponíveis, desde que observadas as normas contidas no Código atual”.

Essas sugestões do Rio de Janeiro e outras que, com certeza, estão sendo definidas nos demais estados do país, serão discutidas em dezembro próximo, com objetivo de fazer adaptações que promovam a modernização do atual Código de Ética Odontológica, como é desejo da nossa classe.

Afonso Fernandes Rocha CDPresidente do CRO-RJ

Por um Código de ÉticaOdontológica contemporâneo Municipais de Saúde Bucal

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Palavra ABO - RJ 5

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Marketing na OdontologiaNite

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Entre os vários fatores que influenciam no sucesso de um consultório odontológico, destaco o controle financeiro.

Independente do tamanho do consultório ou do tempo em que está no mercado, sabemos que a gestão dos recursos financeiros é de fundamental importância para proporcionar a sobrevivência e o desenvolvimento no dia a dia.

O ponto de partida é separar suas contas pessoais das contas do consultório.

Como qualquer empresa um consultório odontológico tem compromissos financeiros que se referem aos pagamentos fixos, como aluguel, luz, água, empregados, fornecedores e taxas. É necessário também ter sempre uma reserva para gastos eventuais ou para períodos onde a frequência de pacientes torna-se reduzida.

Todos os compromissos financeiros devem ser sempre anotados, existem muitos softwares no mercado que auxiliam nesta tarefa, mas alguns optam pelos antigos livros de caixas ou até mesmo um caderno de entrada e saída e compromissos a cumprir.

Ter ciência do quanto se pode gastar e do que é necessário lucrar para investimentos futuros facilita a vida dos dentistas.

Antes de tomar qualquer decisão de compra, de contratações ou ampliação das instalações recorra a planilha financeira e verifique até que ponto os novos investimentos irão interferir na rotina.

É certo, que trabalhamos a captação de novos pacientes, mas é prudente contar com os rendimentos dos já fidelizados para evitar transtornos futuros.

Um novo paciente significa mais entradas financeiras, mas também representa gastos com material físico e humano. Então atente-se a cada passo, pois a boa saúde financeira do consultório representa o ponto fundamental do seu sucesso.

Márcia [email protected]

www.ideiaconsultoria.blogspot.com

Gestão financeira, Fundamental para o sucesso.

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Variedades

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7Agradecimento

No dia 15 de julho terminou as conferências de Saúde nos municípios brasileiros. A etapa municipal foi preparatória para a

conferência Estadual e para eleger os delegados para as conferências estaduais.

A 14ª. CNS foi convocada no dia 3 de março. Por meio de decreto presidencial publicado no Diário Oficial da União (DOU), com o objetivo de discutir a política nacional de saúde, segundo os princípios da integralidade, da universalidade e da equidade. O evento ocorrerá no período de 30 de novembro a 4 de dezembro de 2011, em Brasília.A etapa estadual está sendo realizada de 16 de julho a 31 de outubro.

O tema definido para está edição da CNS é:-Todos usam o SUS! -SUS na Seguridade Social,-Política Pública,

-Patrimônio do Povo Brasileiro,tendo como eixo Acesso e acolhimento com qualidade:Um desafio para o SUS.

Entre as questões que serão discutidas no eixo aprovado destacam-se a política de saúde na seguridade social, a participação da comunidade e controle social e a gestão do SUS (financiamento; pacto pela saúde e relação público-privado; gestão do sistema, do trabalho e da educação em saúde).

Mais informações sobre a 14º,CNS podem ser obtidas em:

www.conselho.saude.gov.br/14cns.html.

Paulo Murilo O. Fontoura CDPresidente ABO -RJ

14ª. Conferência Nacional De Saúde

Palavra ABO-RJ

A ABO-Niterói, agradece aos professores Drª Beatriz da Costa Russo, Dr. Henrique Eduardo Oliveira e Drª Patrícia Panicali Lana, que apesar de não fazerem mais parte de nossa equipe do Curso de Especialização de Endodontia, muito contribuíram para o sucesso desta Associação. Desejamos que continuem deixando a sua marca de profissionalismo e competência as quais tivemos o prazer de compartilhar.

Nova Equipe de ProfessoresO curso de especialização em Endodontia da ABO-Niterói contou durante muitos anos com ótimos professores, contudo, visando a renovação e buscando sempre a excelência, a direção apresenta a nova equipe de professores, que a partir de Setembro de 2011, ficará responsável pelo curso.

Alexandre HarnistEspecialista em Endodontia – UERJPresidente do IOWP(Instituto Odontológico

Wladimir Pereira)

Felipe Ferreira CostaEspecialista em Endodontia – OCEXEspecialista em Radiologia – UNIGRANRIODoutorando em Ciências Odontológicas(área de

concentração clínica Integrada) – FOUSP

Philipe Lopes PeixotoEspecialista em Endodontia – UFFProfessor do CME(Centro de Microscopia em

Endodontia)

Marcos César P. de AraújoEspecialista em Endodontia – UFRJDoutor em Odontologia – UFRJProfessor Associado II da Faculdade de Odontologia

– UFRJ

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Materia CientificaNite

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Introdução

Uso da Matriz Derivada do Esmalte – Emdogain

Ronaldo Barcellos de Santana (Doutor e Pós-Doutorado em Periodontia, Boston University, EUA)Carolina Miller Leite de Mattos (Mestre e Doutoranda em Odontologia, Universidade Federal Fluminense)

Associação Brasileira de Odontologia, Niterói, Curso de Cirurgia Periodontal e Periimplantar

– no tratamento regenerativo de recessões gengivais múltiplas por meio de retalhos avançados coronariamente

Resumo: recessões gengivais classe I de Miller, na face vestibular dos elementos 13 e 14 foram tratadas por meio de retalhos avançados coronariamente em adição com terapia regenerativa biomimética. Após elevação de retalho envelope, as raízes foram biocompatibilizadas com a aplicação de EDTA gel por dois minutos e Matriz Derivada do Esmalte – Emdogain. O retalho foi avançado coronariamnete e suturado em posição. A área operada cicatrizou de forma assintomática. A paciente foi acompanhada trimestralmente no primeiro ano e anualmente pelo período de dez anos após a cirurgia. Os resultados clínicos obtidos demonstraram obtenção e manutenção a longo-prazo de total recobrimento das recessões gengivais, ganhos de tecido queratinizado e excelente combinação cromática e volumétrica dos tecidos moles com as áreas adjacentes. A manutenção de recobrimento radicular total com concomitante ganho de tecido queratinizado, documentados ao longo de dez anos de acompanhamento clínico, no presente relato de caso, parecem confirmar a eficácia da MDE em otimizar os resultados a longo prazo das técnicas de RPC.

Palavras-chave: recessão gengival; retalho posicionado laleralmente; retalho posicionado coronariamente

Os objetivos globais da terapêutica periodontal baseiam-se em eliminar e/ou controlar os fatores etiológicos; paralisar a progressão da doença; obter resultados terapêuticos compatíveis com os requisitos biológicos e funcionais; atender, se possível, aos anseios do paciente quanto à estética (18). O arsenal terapêutico periodontal inclui diversos procedimentos clínicos e cirúrgicos elaborados no intuito de se atingir os objetivos

supra-citados e dentre estes recursos encontram-se as cirurgias plásticas periodontais. Estas objetivam eliminar ou controlar as condições patológicas que afetam a região muco-gengival. As recessões gengivais constituem uma destas condições, e parecem representar um problema clínico de repercussão funcional, uma vez que geralmente são relacionadas com progressiva perda de inserção e consequente desnudamento radicular associado a estreitas faixas residuais de gengiva inserida. Também parecem constituir importante problema estético quando presentes em dentes anteriores, devido à desarmonia no contorno gengival e ao aumento das dimensões coronárias do elemento afetado (13,20).

As modalidades terapêuticas cirúrgicas para recobrimento radicular constituem de diferentes técnicas de cirurgia plástica periodontal, como enxertos livres de tecido mole e enxertos pediculados de tecido mole, o qual inclui os procedimentos de retalho avançado (retalho posicionado coronariamente) e procedimentos de retalho reposicionado (retalho posicionado lateralmente). Além disso, são utilizados para cobertura radicular, regeneração tecidual guiada e substâncias bioativas. Uma vez que tenha se optado pela correção cirúrgica da recessão gengival, os retalhos pediculados parecem ser a melhor escolha, em virtude de manterem suas ligações vasculares com os tecidos adjacentes, o que aumenta as chances de sobrevivência do retalho sobre a superfície radicular avascular (17). Dentre os retalhos pediculados, o retalho posicionado coronariamente (RPC) tem sido avaliado para este fim, e parece ser capaz de obter resultados significativos (1,5,10,12,24). O

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9procedimento apresenta a possibilidade de cobrir a recessão com gengiva mais harmônica com a região adjacente com a utilização de apenas um ato cirúrgico (18). Deste modo, o objetivo do presente relato foi demonstrar a eficácia da técnica de RPC associadas a matriz derivada de esmalte no tratamento de recessões gengivais.

Relato de CasoPaciente sistemicamente saudável e não-fumante com idade de 22 anos, portadora de recessões gengivais classes I e II de Miller foi tratada. Foram realizados exames intra e extra orais completos que incluíram: (a) inspeção da cavidade oral, (b) avaliação das condições de saúde periodontal através de mensurações de profundidade de sondagem (PS), nível de inserção (IP), recessão gengival (REC), largura de gengiva inserida (LGI), sangramento à sondagem e índices de mobilidade dentária); (c) avaliação oclusal em oclusão cêntrica e nos movimentos excursivos da mandíbula; (d) avaliação radiográfica com o uso de películas periapicais e oclusais. Todas as medidas clínicas foram realizadas com uma sonda UNC #15 (PCPUNC 15 – Hu-Friedy, Chicago, USA) antes da cirurgia e repetidas após 6 meses da execução da cirurgia para recobrimento radicular.

Instrumentação radicular cuidadosa foi realizada com instrumentos manuais, rotatórios e ultrassónicos. Após instrumentação, as superfícies radiculares foram lavadas com soro fisiológico estéril na tentativa de remover qualquer fragmento tecidual do defeito e leito cirúrgico. O procedimento de RPV foi realizado como um retalho envelope de espessura mista/híbrida (dividido-total-dividido). Uma incisão horizontal consistindo de incisões submarginais oblíquas foi realizada na áreas interdentais mesial e distal das recessões a serem tratadas, seguida por incisão intrasulcular nos defeitos de recessão. O epitélio foi excisado na porção papilar localizada coronariamente as incisões interdentais oblíquas, enquanto que apicalmente, o retalho foi dividido mesio-distalmente. Um retalho envelope mucoso-mucoperióstico combinado foi cuidadosamente elevado de modo a expor 3 a 4mm da crista óssea vestibular, mantendo o restante da tábua óssea recoberta pelo perióstio e tecido conjuntivo gengival visando obter-se completa liberação de tensões teciduais, evitando-se, entretanto, perfurações e dilacerações. Por meio de cuidadoso seccionamento periostial, o retalho foi facilmente alongado e posicionado coronariamente. As superfícies radiculares foral condicionadas com gel de EDTA (PrefGel, Straumann, Switzerland) por dois minutos, sendo abundantemente lavadas

com solução salina estéril e levemente secas com gaze. Sequencialmente, as superfícies radiculares foram condicionadas com Emdogain (Straumann, Switzerland), o retalho foi avançado e posicionado 1 a 2 mm coronariamente a junção cemento-esmalte. Síntese foi obtida por meio de suturas simples e suspensórias interrompidas.

Cimento cirúrgico foi colocado sobre a área operada, sendo mantido por um total de quinze dias, com uma troca aos sete dias de pós-operatório. As suturas foram mantidas clinicamente funcionais por duas semanas. Controle de placa foi mantido a base de digluconato de clorexedina a 0,12% de 8x8 horas por 6 semanas, bem como o uso de clorexedina gel no sítio operado, na concentração a 2%, por um mês, após às refeições.

A área operada cicatrizou de forma assintomática. A paciente foi acompanhada trimestralmente no primeiro ano e anualmente pelo período de dez anos após a cirurgia. Os resultados clínicos obtidos demonstraram obtenção e manutenção a longo-prazo de total recobrimento das recessões gengivais, ganhos de tecido queratinizado e excelente combinação cromática e volumétrica dos tecidos moles com as áreas adjacentes.

DISCUSSÃOAs técnicas de avanço ou rotação de retalho são comummente utilizadas para tratar recessões gengivais localizadas e múltiplas. Estudos clínicos controlados demonstraram que os resultados destas técnicas são similares quanto a profundidade clínica de sondagem, ao ganho de inserção clínica e grau de recobrimento radicular obtido (1-24) sugerindo, deste modo, que ambas as técnicas são métodos aceitáveis para o tratamento de recessões gengivais localizadas.

Em contradição com estudos anteriores (4,5,10,13,14,20), estudo recente demonstrou que as áreas tratadas com RPC resultaram em mínimas alterações na quantidade de gengiva inserida, as quais foram significativamente inferiores aos ganhos observados após tratamento com RPL, resultados estes que diferem de estudos prévios que compararam diretamente as técnicas de RPC e RPL (5,10). Estas discrepâncias poderiam ser explicadas pelo fato de que, em vários estudos, o RPC foi realizado como uma técnica sequencial ao aumento da faixa de gengiva inserida por meio de EGL. A eficácia de EGL em aumentar faixas de tecido queratinizado é amplamente documentada (9) e parece explicar os ganhos de gengiva inserida após RPC relatados nos estudos supra-citados. Entretanto, estudos mais recentes (2,11,16,21,22) utilizando técnicas de RPC em tempo único, sem

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10a colocação de EGL prévio, conforme realizado no presente caso, relatam ganhos mais modestos de tecido queratinizado.

Estudos clínicos comparativos sugerem que o RPC demonstra resultados equivalentes ao EGL (13), ETC (23) e RPL (5,10), e resultados inferiores a RTG para redução da recessão gengival assim como para ganho de gengiva inserida (21). Deste modo, a técnica demonstrada no presente estudo parece exibir desempenho clínico similar aos procedimentos clínicos utilizados rotineiramente para o tratamento de recessões gengivais localizadas. Entretanto, estudos clínicos controlados e histológicos tem demonstrado

que a adição de PDE melhora significativamente o desempenho clínico do RPC (7,8,15,19). Uma revisão sistemática com meta-análise ( 7 ) demonstrou resultados significativamente melhores para recobrimento radicular completo, redução de recessão, ganho de inserção e tecido queratinizado quando a MDE foi adicionado ao procedimento de RPC. A manutenção de recobrimento radicular total com concomitante ganho de tecido queratinizado, documentados ao longo de dez anos de acompanhamento clínico, no presente relato de caso, parecem confirmar a eficácia da MDE em otimizar os resultados a longo prazo das técnicas de RPC.

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Referência BibliográficaALBANO, E. ; CAFFESSE, R. G. ; CARRANZA, F. Estudio 1. biometrico de colgajos desplazados lateralmente. Revista Associacion Odontologica Argentina, v.61, n.1/2,p.12-15, ene./feb., 1973.ALLEN, E. P., MILLER Jr., P. D. Coronal positioning of existing 2. gingiva: short term results in the treatment of shallow marginal tissue recession. Journal of Periodontology, v. 60, n. 6, p. 316-319, 1989.BALDI, C, PINI-PRATO, G., PAGLIARO, U., et al. Coronally 3. advanced flap procedure for root coverage. Is flap thickness a relevant predictor to achieve root coverage? A 19-case series. Journal of Periodontology, V.70, n. 9, p.1077-84, 1999.BERNIMOULIN, J.P., LUSCHER, B., MUHLEMANNL, H.R. 4. Coronally repositioned periodontal flap. Clinical evaluation after one year. Journal of Clinical Periodontology, v. 2, n.1, p. 1-13, 1975.CAFFESSE, R. G., GUINARD, E. A. Treatment of localized 5. gingival recessions. Part IV. Results after three years. Journal of Periodontology, v.51:p.167-170, 1980.CARVALHO, J.C.M. Cirurgia muco-gengival In Lascala, N.T. 6. Periodontia clínica. Artes Médicas. São Paulo, 1981. CHENG, Y.F., CHEN, J.W., LIN, S.J., LU, H.K. Is coronally 7. positioned flap procedure adjunct with enamel matrix derivative or root conditioning a relevant predictor for achieving root coverage? A systematic review. Journal of Periodontal Research, v. 42, p. 474 – 485, 2007.

CUEVA, M.A., BOLTCHI, F.A., HALLMON, W.W., NUNN,M.E., 8. RIVERA-HIDALGO, F., REES, T.A. A comparative study of coronally advanced flaps with and without the addition of enamel matrix derivative in the treatment of marginal tissue recession. Journal of Periodontology, v. 75, p. 949-956, 2004.de TREY, E., BERNIMOULIN, J.P. Influence of free gingival 9. grafts on the health of the marginal gingiva. Journal of Clinical Periodontology, V.7, n.5, p.381-93, 1980. GUINARD, E. A., CAFFESSE, R. G. Treatment of localized 10. gingival recessions. Part. 3: comparision of results obtained with lateral sliding and coronally repositioned flaps. Journal of Periodontology, v.49, p.457- 461, 1978. HARRIS, R.J., HARRIS, A.W. The coronally positioned pedicle 11. graft with inlaid margins: a predictable method of obtaining root coverage of shallow defects. International Journal of Periodontics and Restorative Dentistry, V.14, n.3, p.228-41, 1994. KUNJAMMA, S; VARMA, B.R.R., NANDAKUMAR, K. A 12. comparative evaluation of coverage of denuded root surface by gingival autograft and lateral sliding flap operation. Journal of the Indian Dental Association,V.58, p..527-534 ,1986. LANEY, J.B., SAUNDERS, V.G., GARMICK, J.J. A comparison 13. of two techniques for attaining root coverage. Journal of Periodontology,V.63, n.1, p.19-23, 1992. MATTER, J. Free gingival graft and coronally repositioned flap. A 14. 2-year follow-up report. Journal of Clinical Periodontology, V.6, n.6, p.437-42, 1979.

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Palavra do Especialista

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Quando fui convidada a escrever neste espaço, tentei escolher um tema que fosse de interesse do Clínico em Odontologia. Um

tema que aliasse a minha especialidade ao dia a dia dos consultórios em geral.

Pois bem, venho aqui para falar de Dentes Extruídos. O que fazer? Onde a Ortodontia pode ajudar? Quanto tempo para resolver este problema? Qual o tipo de aparelho?

A situação é bem conhecida, pacientes que por qualquer motivo perderam dentes posteriores e há extrusão dos dentes antagonistas. São necessários implantes, pontes fixas, mas não há espaço suficiente. Qual o dentista que já não se deparou com este problema? A solução já é bastante conhecida, basta cortar o dente extruído, na maioria das vezes tratar o canal, colocar um núcleo e uma restauração. É corriqueiro mas não é tão simples, pois muitas vezes trata-se de um dente hígido e não é nada fácil convencermos o paciente.

A intrusão de dentes posteriores era um ponto fraco na Ortodontia. Era um movimento extremamente difícil onde tínhamos que utilizar aparelhos complexos externos, que dependiam da colaboração do paciente ou aparelho fixo em todos os dentes da arcada onde ainda assim nos deparávamos com uma triste constatação, pois durante o alinhamento o dente a ser intruído não se movia, enquanto os dentes vizinhos é que extruíam para acompanhá-lo, gerando um aumento da dimensão vertical.

Necessitávamos então de um dispositivo capaz de ancorar este e outros movimentos mais

complexos. Os estudos foram intensos nesta área através de placas e microparafusos cirúrgicos e mais tarde com o desenvolvimento dos implantes osteointegrados como elementos de ancoragem.

As pesquisas evoluíram e os microprafusos também, foram redesenhados com esta finalidade e o seu uso tem sido bastante eficiente. Há aproximadamente cinco anos a ortodontia vem utilizando os Minimplantes de Titânio com freqüência como recursos para várias situações. São inúmeras as suas vantagens, por não se movimentarem servem de ótimo apoio ortodôntico, têm custo reduzido e são de fácil instalação e remoção.

Os minimplantes mais utilizados são auto-perfurantes e instalados no osso após um pequeno ponto de anestesia, através de uma chave manual e aparafusados entre as raízes dentárias, tendo-se o devido o cuidado de radiografar para a perfeita localização dos mesmos, a fim de que não haja danos radiculares.

Normalmente para a intrusão de um molar são necessários dois minimplantes, sendo um pela vestibular e outro pela palatina ou lingual. Podem ser colados acessórios ortodônticos a este dente e através de cadeias elásticas realizar-se a movimentação ortodôntica.

A grande vantagem é que não há a necessidade de colocação de aparelho ortodôntico nos outros dentes, pois estes pacientes são adultos e nem sempre estão dispostos ao tratamento ortodôntico convencional. O tempo aproximado vai depender da intrusão necessária, mas na maioria dos casos, bastam dois a três meses. Após a colocação de

Antes de Cortar um dente,converse com um Ortodontista

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14um provisório no espaço conseguido podem ser removidos com a mesma chave e sem anestesia.

Espero que tenha ajudado a aumentar as opções de tratamento para problemas como este, pois apesar da técnica já estar bastante difundida entre os ortodontistas, pude observar que alguns clínicos ainda não tiveram acesso a

estas informações e o nosso trabalho em equipe é sempre mais proveitoso.

Dra. Aline Magalhães GalindoCRO-RJ nº 12357

Especialista em Ortodontia

Utilização da chave para a instalação do minimpnate

Molar Extruído

Minimplante instalado e molar ativado

Após a intrusão

Caso concluído

Minimplante colocado Esquema de ativação ortodôntica

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Congressos & Eventos16

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