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Revista ABO Caxias ed 4 Setembro- Dezembro 2011

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Duque de Caxias, 26 de Setembro de 2011

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Expediente

Conteúdo

Presidente ABO - DCAbílio Carneiro de Souza Filho / CRO. 19895

Administração / Projeto da RevistaIdéia Publicidade e Consultoria - Márcia Nana

Jornalista ResponsávelKamila Marins Salgueiro REG. MTB: 31.145/RJ

Redação/ Revisão e EdiçãoKamila M. Salgueiro

Projeto GráficoRodrigo Maia Tel.: (21) 9159 - 8747

Designer Gráfico Responsável (Produção / Digramação / Capa)Rodrigo Maia

AnúnciosCarolina Castro Tel: (21) 7643-7431

Marketing e PublicidadeIdéia Publicidade e Consultoria - Márcia Nana Tel.: (21) 2653-1370 / 8545-4607 [email protected]

ImpressãoRodrigo Maia E-mail: [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares

O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade dos anunciantes. A reprodução total ou parcial dos textos é permitida desde ue citadas as fontes.

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Editorial

Palavra do CRO - RJ

6Marketing

7Braquetes auto ligados e sua importân-cia na diminuição do atrito

10Cirurgia Plástica Periodontal

14Eventos & Congressos

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Duque de Caxias, 30 de Setembro de 2011

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Edito

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Estamos fazendo chegar às suas mãos, caro leitor, o exemplar da Revista da ABO - Duque de Caxias, referente a setembro / dezem-bro, esperando atender as expectativas de cada um. Este trimestre compreende realizações importantes relativas ao “Dia do Cirur-gião Dentista Brasileiro” (25 de Outubro) e é nosso pensamento comemorar, como em todos os anos, condignamente, mesmo com as dificuldades pós incêndio que mudou completamente os nossos rumos. Usamos o incidente, não para lamentações (até cabíveis), mas com muita luta, coragem e confiança, para alavancarmos a

nossa ABO a planos maiores, o que conseguimos, através de muito trabalho e certeza na capacidade de sua equipe e na ajuda dos nossos grandes amigos. Ela foi reerguida em sede própria fato que não acontecia anteriormente, nossos cursos continuam com toda força e as atividades gerais se normalizaram. Convidamos você para em uma visita informal conhecer as novas instalações da nossa ABO, e sentir, como todos nós estamos sentindo, o orgulho de ser ABO - Duque de Caxias.

Aceitem nosso abraço esperando ansiosamente por você.

Eli Guimarães CDPresidente Interino ABO Caxias

Editorial

DiretoriaDiretoriaPresidenteAbílio Carneiro de Souza FilhoVice- Presidente:Eli Guimarães1º Tesoureiro:Sady Oliveira Silva Junior2º Tesoureiro:Marcelo Cunha da Silva1º Secretário: Marco AntonioLenz2º Secretário: Álvaro Von HeldDiretor cultural:Julio AzambujaDiretor Esporte:Aurélio da Costa PiresDiretor Patrimônio: Gláucio Danilo de Lima Figueiredo

Diretor de Informática: Caio Glória Pontes1º Diretora Social:Lucila Von Held Marques2º Diretora Social:Tatiane AraujoDiretor de Publicidade:Guilherme Alves Palhares

Conselho Fiscal:José Maria PimentelVivaldo DoreaKátia FéoHeuseler de Souza

Diretores Acadêmicos:Marcelo Rocha BarreiraMario Patrício NetoLuciana Roberta S. da SilvaJoão Cavalcante

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Duque de Caxias, 30 de Setembro de 2011

Dia do Cirurgião-Dentista deve ser comemorado

O reconhecimento do verdadeiro papel da Odontologia e a sua importância para saúde da população brasileira cada vez mais demandam ações políticas dos cirurgiões-dentistas e da repre-sentatividade das entidades e associações da nossa classe.

Inúmeras frentes de luta estão sendo abraçadas por profis-sionais que tiveram despertadas suas atenções para o valor das reivindicações coletivas, da participação em manifestações pú-blicas de protesto contra o descaso das autoridades governa-mentais com a saúde pública e para a necessidade de se estrei-tar os laços com parlamentares sensíveis às questões da saúde em nosso país.

Graças a essa maior participação em ações sociais e po-líticas, nossa classe vem conseguindo algumas vitórias que transcendem o recesso dos nossos consultórios e ampliam os horizontes como profissionais de saúde que somos, essenciais à ampliação do bem estar de inúmeros segmentos da população que antes não tinham acesso ao tratamento odontológico.

Este sim, tem sido um grande motivo, se não o maior dos últi-mos anos, para comemorarmos o Dia do Cirurgião-Dentista.

A busca do apoio parlamentar às nossas questões está abrindo inúmeras portas para o trabalho na Odontologia. Hoje são pelo menos 39 projetos de Lei ou emendas constitucionais específicos para a Odontologia, que tramitam no Congresso com o objetivo de ampliar os benefícios profissionais que tanto alme-jamos.

Exemplos recentes desses projetos que estão no parlamento aguardando votação, mas que ainda demandam o nosso empe-nho, é o Projeto de Lei do Senado, nº 467 de 2008 que inclui o cirurgião dentista no imposto super simples nacional.

Outras duas propostas de Emenda à Constituição que vol-taram a ter sua votação cogitada, vão melhorar a vida dos Ci-rurgiões-dentistas: a primeira delas, PEC 05 / 2010 prevê o piso

salarial para os profissionais de saúde que atuam no serviço público, enquanto a Proposta de Emenda à Constituição nº 215-a / 2003, vai permitir aos militares das forças auxiliares, especial-mente o corpo de saúde, poder acumular dois cargos na esfera pública de saúde.

Este é um caso é emblemático, já que no estado do Rio, os profissionais militares estão passando por uma situação salarial extremamente difícil, onde grande contingente desses servido-res, forçados por um verdadeiro achatamento salarial, se viram obrigados a prestar concursos e ingressarem em outros cargos públicos.

Apesar de todas as dificuldades que levam os profissionais de saúde a encarar a jornada dupla de trabalho, estão sendo obrigados a optar por um dos cargos.

Para solucionar esse impasse, e para livrar esses colegas da dependência aos governos estaduais, se faz necessária a mobilização dos profissionais da Odontologia e a ajuda de parla-mentares no Congresso nacional, para que eles dêem seu apoio a essa PEC, e que ela entre logo em votação, já que sua trami-tação está acontecendo lentamente. Desde junho de 2004 tem pareceres aprovados por unanimidade e mais recentemente, em julho de 2011, foi apresentado um novo requerimento, para que seja incluído na pauta de votações pela mesa diretora da Câmara.

Diante dessas vitórias teremos enfim razão para comemo-rar o próximo e outros tantos Dias do Cirurgião-Dentista.

Afonso Fernandes Rocha Presidente do Conselho regional de Odontologia do Rio de Janeiro

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Neste mês de outubro comemoramos o dia do dentista. São vários eventos realizados que tem por objetivo pres-tar homenagens a este profissional que tem como objeto

de trabalho a construção de belos sorrisos.Todas as transformações que ocorreram no mercado odonto-

lógico modificaram a forma do profissional de odontologia ser visto pela sociedade.

Temos atualmente que a percepção do dentista é de um pro-fissional qualificado, competente que trabalha não apenas na ex-tinção da dor, mas sim na execução de serviços bem aprimorados que permitem as pessoas lindos sorrisos e como consequência melhorias na autoestima e confiança dos seus pacientes.

A relação paciente x dentista deixou de ser uma relação de medo, angustia e ansiedade e passou a ser uma relação de con-fiança, credibilidade e amizade.

Diante de tantas técnicas e tecnologias diferenciadas como o paciente pode resistir a procurar este profissional que tem a sabedoria de arquitetar aquele sorriso maravilhoso, tão desejado por milhares de pessoas?

Se existe a necessidade e o desejo despertado no paciente, e o profissional certo para realizar o tratamento, podemos afirmar

que a equação possui um denominador comum.Ou seja,“Paciente + necessidade ou desejo = dentista”E na sequência temos:“Dentista + trabalho realizado com competência e dedicação

= paciente fidelizado”Tudo bem, não é tão simples assim. Sabemos que na cons-

trução destes relacionamentos existem alguns detalhes a mais, clientes diferentes, especialidades diversas, e desejos variados, tudo enfim tem que ser trabalhado passo a passo e buscando sempre surpreender o cliente.

Mas, hoje, o que temos a afirmar é que o dentista faz parte do nosso dia a dia e é impossível viver sem a competência deste profissional.

E por todo o trabalho realizado, as horas passadas em seu consultório, a paciência, as consultas exaustivas e até mesmo pelos casos mais complicados, temos que dizer

Obrigado doutor pelo seu trabalho!Parabéns a todos os dentistas pelo seu dia!!

Marcia NanaMarketing e Gestão Estratégica

[email protected]

Marketing na Odontologia

Roteiro ResumidoAs ações de marketing para atingirem seus objetivos precisam ser delineadas de acor-do com a situação econômica, política e social do mercado e as oportunidades que o mesmo oferece. É preciso que seja re-alizado um estudo que permita distinguir o que, quando e como fazer, para que os resultados sejam alcançados.

Um bom plano de marketing precisa in-cluir algumas etapas, como:

Análise do mercado, onde são verifica-1. das a situação politica, econômica e social do país, a expansão e desenvolvimento do mercado odontológico e as oportunidades que tem surgido nos últimos anos. Mapea-mento das forças e fraquezas do segmento de odontologia e o que pode ser favorável ao seu consultório. Conhecimento da con-corrência.

Definição dos objetivos a curto, médio 2. e longo prazo.

Estudo do perfil do consumidor, seus 3. posicionamentos em relação à odontolo-

gia, uso e costumes, necessidades, expec-tativas e desejos.

Os 4 P’s do marketing, onde devem ser 4. analisados Ponto, Produto (serviço), Pro-moção e Preço.

Ponto (localização) – verificar se Xo acesso ao consultório é facilitado, se possui estacionamentos, rampas para público cadeirante, pontos de ônibus ou metrô nas proximidades.

Produto (serviço)- análise do Xserviço oferecido em relação as neces-sidades dos clientes, se as especialida-des estão de acordo com a demanda, o atendimento é de qualidade, existe pontualidade nas consultas, os resul-tados dos serviços realizados são de excelência.

Promoção - quais os canais que Xestão servindo de divulgação do con-sultório, estes canais são de acesso do seu público alvo, qual o retorno obtido das mídias.

Preço - verificar se os valo- Xres cobrados pelos serviços estão de acordo com os valores da con-corrência, se são justos, ou seja, cobrem os custos, a mão de obra utilizada pelos serviços e se estão de acordo com o perfil do público atendido.5) Elaboração das estratégias de

marketing a serem utilizadas. Quais as ações que serão implantadas, por quem e por quanto tempo.

6)Monitoração dos resultados, onde serão avaliados periodicamente se as ações de marketing utilizadas estão de acordo com os objetivos traçados e se existe alguma dificuldade na implanta-ção do plano.

Caso a avaliação demonstre que os resultados não estão satisfatórios com as metas e expectativas é necessário que seja feita uma revisão no estudo do mercado e no posicionamento do consultório.

Plano de Marketing para Consultórios Odontológicos

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Endodontia

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Os bráquetes auto ligados tomaram um importante papel na ortodontiacontem-porânea . Com o desenvolvimento dos bráquetes totalmente programados por ANDREWS na década de 70, e , o aparecimento dos fios de níquel-titânio que

permitem grandes deflexões, sem aumento significativo na tensão/carga possibilitou-se a utilização de arcos com menos dobras, tornando a mecânica mais simples e prática. Neste contexto, o atrito relacionado à resistência ao deslize dos fios pelas canaletas dos bráquetes passou a ser um fator de importante consideração na mecânica orto-dôntica.

Durante a mecânica de deslizamento, a força aplicada ao dente não é dirigida in-tegralmente ao periodonto porque o atrito provocado pelo contato entre o arco e a canaleta do braquete consome parte desta força. Portanto, a força ortodôntica deve , inicialmente, vencer o atrito , e a fração remanescente desta forçaé que promovera a remodelação óssea permitindo assim, a movimentação dentária.

Braquetes auto ligados e sua importância na diminuição do atrito:

Mauro FróesEspecialista e Mestre em Ortodontia

Professor coordenador do curso de ortodontia da ABO Caxias

Entendendo melhor as vantagens do sistema.

através de um clip ativo (sistema ativo) ou através de uma trava que desliza à frente das aletas, transformando os bráquetes como se fossem tubos (sistema passivo). A ausência de ligaduras, principalmente elásticas, confere queda no atrito e, por-tanto, na resistência à movimentação, permitindo a utilização de forças de me-nor intensidade, mais compatíveis com a resposta periodontal de remodelação ós-sea, gerando menores áreas de hialiniza-ção e promovendo movimentações mais rápidas e eficientes.

“O uso de ligaduras elásticas aumenta a resistência ao movimento em 50 a 175g”“O uso de ligaduras elásticas em 8 aumenta a resistência ao movimento em 70 a

220%”O atrito pode ser conceituado em estático e dinâmico :O atrito estático nada mais é do que a força necessária para iniciar o movimento de

um corpo e, em ortodontia, é considerada a força mínima necessária para que o dente inicie a sua movimentação, vencendo a tendência de permanecer em sua posição inicial, dada pela intercuspidação, contatos com dentes adjacentes, musculatura peribucal, contato do fio com o bráquete e dispositivo de amarração.

Quanto ao atrito dinâmico, ele ocorre durante a movimentação, principalmente na fase de retração anterior onde o fio precisa deslizar pelas canaletas dos dentes poste-riores para que os dentes anteriores sejam movimentados.

A preocupação com o atrito colaborou para a revolução que os bráquetes auto-ligados vêm causando na Ortodontia. Cabe destacar que os primeiros bráquetes auto-ligados não tinham a pretensão de causar baixa fricção. O pensamento era de facilitar a inserção dos fios e diminuir o tempo de trabalho. Porém, ao eliminar o contato do material de amarração do fio, o efeito foi a redução significativa do atrito na mecânica ortodôntica.

O bráquete auto-ligado consiste em um sistema livre de ligadura, com um disposi-tivo acoplado ao bráquete para providenciar o fechamento da canaleta, que pode ser

Braquete Passivo

Braquete Ativo

Nesta mecânica torna-se muito impor-tante utilizarmos fios de baixo calibre no inicio do alinhamento. Agindo desta for-ma, conferimos ao sistema, uma grande liberdade do fio dentro da canaleta, sem pressionamento. Essa é a chave do sis-tema. Com a fricção reduzida os dentes nivelam e alinham com mais eficiência e

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com força muito menor que a necessária para os bráquetes convencionais. Esta li-berdade do fio dentro da canaleta faz com que os dentes sofram a pressão do nivela-mento, porém sem forçar o movimento. Desta forma, o dente tende a caminhar para as áreas de menor resistência, ou seja, onde há mais espaço e onde não há resistência ao movimento dentário. Este deslizamento permite que o comprimen-to do fio que é maior quando inserido, pois precisa realizar deflexões para en-caixar nos dentes mal posicionados , não provoque expansão exagerada nos arcos que leva os dentes para posições excessi-vamente vestibularizadas, Pois ele desliza pelos bráquetes adjacentes com facilidade e sobra na distal do último dente inserido no nivelamento, permitindo maior con-trole na movimentação dentária e menor efeito expansivo quando do nivelamento de casos sem extração.

ConclusãoPodemos concluir que os braquetes

autoligados vieram para fazer parte de nosso arsenal de opções para tratamento das maloclusões dentárias. A diminuição do atrito é um fator importante especial-mente na técnica dos braquetes pré pro-gramados Entretanto devemos salientar que o diagnóstico é soberano , o limite da estética facial não deve ser ultrapassa-do. Em muitos casos as extrações ainda são bem indicadas. Não devemos enten-der que a utilizaçao deste sistema substi-tui nosso talento em planejar e executar nossos casos ele deve ser considerado mais um importante instrumento a ser utilizado na difícil porem fascinante arte da Ortodontia.

Alinhamento na mecânica convencional vestibularizando os dentes

Alinhamento na mecânica do auto ligado favorecendo o movimento transversal

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A instituição do ensino odontológico no Brasil data de 1884. O Decre-to nº 9.311, de 25 de outubro de

1884, que “dá novos Estatutos às Facul-dades de Medicina”, é ordenado por Sua Majestade, o Imperador D. Pedro II, ex-tinguindo as licenças conferidas aos bar-beiros e sangradores, as “cartas da pro-fissão de tirar dentes” e, por último, os rudimentares exames realizados perante comissão julgadora integrada por mé-dicos, cuja prova prática consistia numa extração dentária em cadáver. 1

Os Estatutos, integrados por 565 arti-gos, dispõem, no seu artigo 1º:

“Cada uma das Faculdades de Medi-cina do Império se designará pelo nome da cidade em que tiver assento; será re-gida por um Diretor e pela Congregação dos Lentes, e se comporá de um curso de ciências médicas e cirúrgicas e de três cursos anexos: o de farmácia, o de obste-trícia e ginecologia e o de odontologia.”

A Odontologia praticada no século XVI, a partir da descoberta do Brasil por Pedro Álvares Cabral em 22 de abril de 1500, restringia-se quase que só as extrações dentárias. As técnicas eram rudimenta-res, o instrumental inadequado e não havia nenhuma forma de higiene ou anestesia.

O barbeiro ou sangrador devia ser forte, impiedoso, impassível e rápido. Os médicos (físicos) e cirurgiões, diante tanta crueldade, evitavam esta tarefa, alegando os riscos para o paciente (possibilidade de morte) de hemorragias e inevitáveis in-fecções (inevitável, já que não havia um mínimo de higiene). 2

Para exercer a atividade os profissio-nais dependiam de uma licença especial dada pelo “cirurgião-mor mestre Gil”, sendo os infratores autuados, presos e multados em três marcos de ouro (se-gundo a norma da Carta Régia de 25 de outubro de 1448, de El-rei D. Afonso, de Portugal, dando “carta de oficio de cirur-gião-mór destes reinos”).

A carta de ofício não se referia aos barbeiros e sangradores, havendo a pos-sibilidade destes profissionais terem obti-do licença do cirurgião-mór de Portugal.

Somente em 09 de novembro de 1629 houve, através da Carta Régia, os exames aos cirurgiões e barbeiros. A reforma do

regimento em 12 de dezembro de 1631 determinava a multa de dois mil réis às pessoas que “tirassem dentes” sem licen-ça. 2

Em 1728, na França, Piérre Fauchard (1678-1761) com seu livro: Le Chirugien Dentiste au Traité des Dents, revoluciona a odontologia, inovando conhecimentos, criando técnicas e aparelhos, sendo junta-mente cognominado “o pai de Odontolo-gia Moderna”.

Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792) praticou a Odontologia que apren-dera com seu padrinho, Sebastião Ferreira Leitão. Seu confessor, Frei Raymundo de Pennaforte disse sobre ele: “Tirava com efeito dentes com a mais sutil ligeireza e ornava a boca de novos dentes, feitos por ele mesmo, que pareciam naturais”.

De acordo com dados do Conselho Federal de Odontologia – CFO, existem hoje no Brasil 238.879 cirurgiões dentis-tas, no município do Rio de Janeiro são 15.216 dentistas e em Duque de Caxias são 401 profissionais. 3

Temos no Brasil 193 Faculdades de Odontologia (CFO) entre federais, esta-duais, municipais e particulares, e um nú-mero superior de cursos de especialização e atualização que capacitam e qualificam o odontólogo.

Um perfil completamente diferente da odontologia da época do Império.

Várias conquistas foram solidificadas neste período, entre elas a criação das entidades odontológicas, que trabalham pelo desempenho ético da profissão, va-lorização do dentista e promoção da saú-de bucal da população.

As inovações e os avanços tecnológicos vieram contribuir com o trabalho deste profissional, permitindo rapidez e exati-dão nos diagnósticos e precisão das técni-cas e procedimentos.

Cabe ainda ressaltar, que a pesquisa odontológica brasileira é tida como uma das mais respeitadas no meio científico internacional, 4 e que a excelência destes trabalhos é mérito dos nossos Cirurgiões Dentistas, que há 127 anos não medem esforços para a o perfeito exercício da profissão.

Agradecemos o empenho de Vicente C. F. Sabóia e Thomas Gomes dos San-tos Filho, criadores do texto denominado “Reforma Sabóia”, que deu origem ao Decreto nº. 9311/1844.

25 de Outubro – Dia do Dentista127 anos dos cursos de Odontologia no Brasil

MOYSÉS, S. J. A humanização da edu-1. cação em odontologia. Pro- Posições/UNI-CAMP, v.14, n.1, p.40-74. 2003

APCD Ipiranga. História da Odontologia . 2. Disponível em: http://www.apcdpiracicaba.org.br/se/?author=1&paged=2. Acesso: 25/09/11

CONSELHO FEDERAL DE ODONTOLOGIA 3. – CFO – Dados Estatísticos. Disponível em: http://cfo.org.br/servicos-e-consultas/Dadosestatisticos/?elemento=faculdades&estado=AC. Acesso: 25/09/11

CORMARCK, E.; SILVA FILHO, C. F. A pes-4. quisa científica odontológica no Brasil. Rev Assoc Paul Cirur Dent, São Paulo, v. 54, n. 3, p. 242-247, mai./jun. 2000.

Referências

Marcia NanaGestão & Marketing

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Cirurgia Plástica Periodontal

Bernardo Oliveira de CamposDoutorando e Mestre em Periodontia – UERJEspecialista em Periodontia – PUC/RJCoordenador da Especialização em Periodontia – ABO – Duque de Caxias

A cirurgia plástica periodontal é de-finida como um procedimento ci-rúrgico que elimina ou corrige os

defeitos anatômicos causados por trauma na gengiva ou mucosa alveolar (Duarte, 2003). A cirurgia é utilizada para retra-ções gengivais, alterações de papila, per-das de espessura e altura de tecidos moles ao redor de dentes e implantes (Takei et al. 2007).

As recessões gengivais constituem a migração da gengiva marginal em dire-ção apical em relação à junção cemento-esmalte com conseqüente exposição da superfície radicular (Langer & Langer, 1985). Diversos fatores estão relacio-nados às recessões, como o trauma por escovação, a falta de gengiva inserida, in-serção de freios e bridas, inflamação gen-gival, tábua óssea fina e/ou presença de fenestrações e deiscências ósseas (Glise & Monnet-Corti, 2002). O tratamento das recessões não se limita exclusivamente à função estética, compreende também a parte funcional como, por exemplo, o tratamento da hipersensibilidade, e pre-venção do risco de cárie radicular e lesões de abrasão e erosão.

Existem diversas técnicas cirúrgicas periodontais para a realização do reco-brimento radicular. As principais e mais conhecidas são: Retalho reposicionado coronalmente (Bernimoulin et al. 1975) associados ou não a enxertos de tecido conjuntivo (Langer & Langer, 1985); Re-talho semilunar posicionado coronalmen-te (Tarnow, 1986), enxertos pediculados (Nelson, 1987) Todas as técnicas, quando bem indicadas e executadas, apresentam um bom resultado, porém, de acordo com as pesquisas, a técnica do enxerto conjun-tivo tem se mostrado bastante confiável a longo prazo.

Diversos autores apresentam modi-ficações para a técnica original de Lan-ger & Langer, 1985. Dentre elas, uma alternativa tem sido a técnica do enxerto conjuntivo “envelopado” descrita pela primeira vez por Raetzke em 1985. Essa técnica apresenta uma vantagem estética pela ausência de incisões relaxantes ver-ticais, o que permite um melhor poten-cial vascular e um resultado estético mais favorável.

Caso ClínicoPaciente A.B.B. sexo feminino, 27 anos apresentou-se para tratamento em clí-nica particular com queixa de hipersen-sibilidade no elemento 44 (Figura A). A cirurgia foi iniciada após raspagem supra-gengival para “limpar” a superfí-cie dental. Com uma lâmina de bisturi 15c no sulco gengival uma incisão do retalho de espessura parcial foi realizada em direção apical (Figura B). A dissecção deve ser minuciosa, a fim de evitar que o retalho seja fenestrado (Figura C). O retalho deve ser dividido até a extensão que comporte o enxerto a ser interposto dentro do envelope. Após a área recepto-ra preparada, começa-se a trabalhar na área doadora. A região escolhida para re-moção do tecido conjuntivo foi a região posterior direita do palato. Uma nova lâmina 15c foi utilizada para a remoção do enxerto segundo HÜRZELER e WENG (1999), a qual consiste da realização de uma única incisão perpendicular ao longo eixo dos dentes, que se estende profun-damente no palato até atingir a altura do enxerto desejada. Uma segunda incisão no mesmo ponto, porém mais superficial é feita até encontrar o ponto em que se terminou a primeira incisão, removendo tecido conjuntivo com uma espessura

aproximada de 1,5 mm (Figura D). O enxerto conjuntivo foi cuidadosamente retirado. Este tipo de incisão para remo-ção do enxerto favorece a cicatrização e diminui a morbidade do paciente no pós-operatório.

O enxerto de tecido conjuntivo foi co-locado na região criada em contato com a superfície radicular no leito receptor. Este tecido foi assentado e devidamente imobilizado por sutura em colchoeiro. A sutura foi utilizada para manter o en-xerto em posição e em íntimo contato com os tecidos adjacentes (Figura E). As margens da área doadora também foram suturadas para coaptar seus bor-dos e com isso acelerar a cicatrização. Foi prescrito à paciente medicação anal-gésica em caso de dor e bochecho com clorexidina 0,12% três vezes ao dia por 15 dias.

As suturas foram removidas após 15 dias As áreas cirúrgicas apresentaram uma boa cicatrização, como podemos verificar aos 45 dias de pós-operatório quando um completo recobrimento da raiz foi obtido (Figura F). O caso foi acompanhado até 12 meses após e um excelente resultado estético foi observado na região, com a raiz tendo sido completamente recoberta e ganho de gengiva queratinizada sendo conseguido (Figura G).

ConclusãoDe acordo com o caso clínico apresentado e uma breve revisão da literatura, a téc-nica do enxerto conjuntivo “envelopado” pode ser empregada com sucesso, desde que haja boas indicações do caso e treina-mento prévio por parte do operador. Esta técnica oferece bons resultados estéticos, menor morbidade e um período mais cur-to de cicatrização.

Recobrimento radicular com a utilização de enxerto conjuntivo

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Figura A – Vista pré-operatória na região do elemento 44

Figura B – Incisão intra-sulcular

Figura C – Realização do retalho de espessura parcial criando um “envelope” onde será introduzido o enxerto conjuntivo Figura D – Remoção do tecido conjuntivo da região palatina

Figura E - Sutura do enxerto em colchoeiroFigura F – 45 dias de pós-operatório

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ReferênciasDUARTE, C. A. Cirurgia Periodontal Pré-protética e Estética. 2.ed.[S.l.]: Livraria Santos Editora Comp. Imp. Ltda., cap 6, 2003.1.

TAKEI, H.H.;AZZI R.R.; HAN, T.J.; Cirurgia Estética e Plástica Periodontal. In: Carranza. Periodontia Clínica. 10 ed., Editora Elsevier, Rio de 2. janeiro, p. 1005-1028, 2007.

LANGER, B., LANGER, L. Subepithelial connective tissue graft for root coverage. J Periodont., v.56, p. 715-720, 1985.3.

GLISE, J. M.; MONNET-CORTI, V. Enxerto de conjuntivo utilizando a técnica do envelope. In: BORGHETTI, A.; MONNET-CORTI, V. Cirurgia 4. plástica periodontal. Porto Alegre: Artmed, 2002. cap. 13, p. 238-245.

TARNOW, D. P. Semilunar coronally repositioned flap. J Clin Periodontol, v. 13, n. 3, p. 182-185, Mar. 1986.5.

NELSON, S. W. The subpedicle connective tissue graft: a bilaminar reconstructive procedure for the coverage of denuded root surfaces. 6. J Periodontol, v. 58, n. 2, p. 95-

102, Feb. 1987.7.

RAETZKE, P. B. Covering localized areas of root exposure employing the “envelope” technique. J Periodontol, v. 56, n. 7 p. 397-402, July 8. 1985.

HÜRZELER, M.B.; WENG, D. A single-incision technique to harvest subepithelial connective tissue grafts from the palate. Int J Periodon-9. tics Restorative Dent, v. 19, n. 3, p. 279-287, Jun. 1999.

Figura G – 12 meses após a cirurgia

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XVII Encontro Nacional da Sociedade Brasileira de Reabilitação Oral - SBROData: 14 e 15 de outubro de 2011Local: Hotel Copacabana Mar Hotel/ Rio de JaneiroInformações e inscrições: http://rvmais.com.br/sbro

1º Congresso Internacional de Auxiliares e Técnicos em Saúde Bucal1º Encontro Nacional de Formadores e Capacitadores de ASB e TSB1º Encontro Nacional de Câmaras Técnicas de TSB e ASBs dos CROsData: 15 e 16 de outubro de 2011Tema: PREVENÇÃO E EDUCAÇÃO EM SAÚDE BUCALLocal: Centro de Convenções Rebouças- S. PauloAvenida Rebouças 600, ao lado do Hospital das ClínicasApoio: CFO/ ABOInformações: Tel. (11) 3167-6997 /5087-9497.

100 anos de Odontologia no CBMERJData: 18 de outubro de 2011Sessão Solene: 18/10/2011Local: Quartel Central - Praça da RepúblicaPrograma: Comemoração do Centenário da Odontologia no Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro.

14º Congresso da Asociación Odontológica UruguayaData: 17 a 21 de outubro de 2011Local: Montevidéu – UruguaiInformações: [email protected]

III Congresso Internacional de Odontologia de Vitória da Conquista Data: 20 a 22 de outubro de 2011 Promoção : ABO - Vitória da Conquista (BA) Apoio: ABO-BA / CRO-BA / Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista Tema: Odontologia : Uma Questão de Excelência e Compromisso Social Informações e inscrições: [email protected] . Tel.(71) 3014-9157.

17ºCongresso Internacional da SBOE & 7º World Congress IFEDData: 02 a 05 de novembro de 2011Local: Hotel Windsor Barra - Av. Lúcio Costa, 2630 - Barra da Tijuca - RJTelefone: (21) 2239-4370Site: www.sboe.com.br

4º Congresso Maranhense de Odontologia Data: 09 a 12 de novembro de 2011 Local: São Luís - MA Informações: www.abo-ma.com.br

Eventos & Congressos

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