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O uso do laser no auxílio à descolagem de bráquetes cerâmicos. Por Dra Thaís Magalhães Galindo Porque Dentística? Na opinião de Dr Paulo Campos e equipe Revista ABO Niterói Março - Maio 2012 Edição 5 Revista ABO Regional Niterói

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Revista ABO Niterói ed 5 Março- Maio - 2012

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O uso do laser no auxílio à descolagem de bráquetes cerâmicos.Por Dra Thaís Magalhães Galindo

Porque Dentística? Na opinião de Dr Paulo Campos e equipe

Revista ABO Niterói

Março - Maio

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ExpedientePresidente ABO NiteróiPaulo César Lopes Bonfim /CRO-RJ 8135

RevistaRevista ABO Niterói

Administração / Projeto da RevistaIdéia Publicidade e Consultoria - Márcia Nana

Projeto Gráfico e ImpressãoRodrigo Maia Design

www.behance.net/cronosdesignTel.: (21) 7833-1078 - 963*15329 9159-8747 [email protected]

Designer Gráfico Responsável (Produção / Digramação / Capa)Rodrigo Maia

ComercialCarolina Castro - Tel: (21) 7643-7431

AnúnciosGraça Fernandes – Tel ( 21) 9446-8326

Marketing e Publicidade Idéia Publicidade e Consultoria - Márcia NanaTel.: (21) 2653-1370 / 8545-4607 [email protected] Tiragem: 3.000 exemplares

Responsabilidade Editorial Os conceitos e afirmações constantes nos originais são de inteira responsabilidade do(s) autor(es).

O conteúdo dos anúncios é de inteira responsabilidade dos anunciantes.A reprodução total ou parcial dos textos é permitida desde que citadas as fontes.

Endereço ABO Niterói:Avenida Ernani do Amaral Peixoto, 55 /607Centro-Niterói cep 24020-070email: [email protected]: www.aboniteroi.org.br tel: 21 2620-2488 / 2717-7277 / 4126-6807 / 8290-6786

Editorial

Como está a classe odon-tológica em nosso país? Como está a nossa clien-

tela? Você está feliz com o que ganha com a odontologia? O que fazermos para não sermos explorados pelos planos odon-tológicos e convênios? Dia-riamente ouvimos as mesmas perguntas de colegas. O que responder?

A classe odontológica no Brasil, passa por um momento muito especial e muito difícil. O número de faculdades de odontologia ainda é grande com uma demanda enorme de formandos onde a maioria é despreparada para exercer a profissão, e depara-se com a pouca oferta de em-pregos. A saída são os cursos de atualização e especialização e o surgimento de cursos para concursos. As melhores alternativas tornam-se então as forças armadas e forças auxiliares, que lhes oferecem uma segurança no início da carreira, enquanto procu-ram se firmar como profissionais autônomos.

O sonho do consultório próprio vai sendo adiado, mas não esquecido, trabalhar sem patrão e do jeito que sempre sonha-ram. Porém percebemos que nossos novos colegas, estão cada

vez menos preparados para assumirem esta nova função, pois a grande maioria não sabe a diferença entre pessoa física e pessoa jurídica.

Penso que é hora de constar nos currículos de nossas facul-dades de odontologia, as disciplinas de Gestão e Economia, para que saibam calcular o custo de cada procedimento e aprendam a negociar para terem bom relacionamento com seus clientes, for-necedores e agentes financeiros. Quais são os impostos obriga-tórios e quais as nossas atribuições ao contratarmos uma auxi-liar de serviços bucais. São apenas algumas medidas essenciais ao perfeito funcionamento de um consultório odontológico para não ficarmos reféns de tabelas de convênios indecentes.

Temos que conhecer o básico de uma previsão orçamentária, para sabermos cobrar e principalmente sabermos gastar.

Infelizmente, este quadro de total ignorância no assunto sem-pre foi uma constante, onde tivemos que aprender quase sempre com os nossos erros. Por isso sugiro incluir em nossa progra-mação cultural conferências sobre o tema “Economia e Gestão”, temo pela freqüência, mas cabe o risco. Precisamos cuidar de nossos sonhos, sem sair da real.

Paulo BonfimPresidente ABO- Niterói

Sugestões e críticas para [email protected]

Presidente | Paulo BomfimVice- Presidente | José Rodolfo E. Verbicário1º Tesoureiro | Milan Bohumil Benes 2º Tesoureiro | Antonio Augusto Carvalho de Sá1º Secretário | Aline Magalhães Galindo 2º Secretário | Mauro Cardoso Diretor científico | Edson de Almeida Murta JuniorDepartamento cultural | Raul Feres Monte Alto / Edson

Murta / Marcelo Comin Diretora de Eventos Comunitários | Manuela Braga Departamento Social | Ana Paula Porto Amorim Machado / Aline Magalhães Galindo / Manuela Braga / Michele BariloConselho DeliberativoMarcelo dos Santos Comin / Odilard da Silva Pontes / Cândida Nazário M. Miller / Carlos Alberto B. B. Junior / Nilson CardosoJosé Djalma Viana / Margarida M. Osório da Costa / Cauby Alves

da Costa / Eduardo Gomes C. Castro / Carlos Alberto RodriguesConselho Fiscal: Membros EfetivosLuiz Paulino Victoria Neto / Edmundo Paulino E. Santo / Aldir Nascimento MachadoMembros SuplentesAntonio Carlos Vieira Filho / Beatriz Pereira da Costa Russo / Carlos Alberto A. Finóquio

Diretoria

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As arbitrariedades nos contratos e os valores ínfimos constantes na tabela da rede prestadora de serviços odontológicos Unna

estão mobilizando a classe em todo o País.Os profissionais do Rio de Janeiro também já

estão se mobilizando. Os cirurgiões-dentistas de Resende, Barra Mansa, Volta Redonda, Macaé e Rio da Ostras decidiram parar o atendimento aos pacientes da Bradesco Dental, num protesto que defende o direito dos profissionais e também o dos pacientes, que “devem receber tratamento odontológico de qualidade”, segundo comunicado divulgado nos consultórios.

Outro exemplo vem do estado da Bahia, onde a união das empresas Odontoprev; Bradesco Dental, Biodent, Protodente, Rede Dental; Care Plus Dental, Dental Corp e Odonto Serv provocou a realização de várias assembléias para discutir que atitudes serão tomadas pra a melhoria nos contratos e alteração da tabela. O CRO-BA está orientando os profissionais a não assinarem contrato com a nova empresa. O Conselho Regional de Odontologia da Bahia resolveu ainda, entrar com uma ação na Justiça contra a Rede Unna. A ação tem como objetivo exigir o retorno da antiga tabela de preços, que foi substituída por uma nova com até 65% dos preços mais baixos. No final de janeiro os cirurgiões- dentistas baianos já tinham

decidido fazer um boicote à rede, rompendo o atendimento.aos pacientes conveniados.

Por sua vez o Conselho Federal de Odontologia, mostrando preocupação com o rumo que está tomando a questão dos planos de saúde, principalmente no que diz respeito à baixa remuneração paga aos profissionais e as exigências feitas por algumas operadoras, decidiu-se pela aproximação com as cooperativas formadas por cirurgiões –dentistas, baseado no entendimento de que, sendo entidades formadas por representantes da própria classe, possam vir a se transformar na solução para “ o enfrentamento com o mercado predatório que explora e desrespeita os profissionais da Odontologia”.

A Diretoria do CRO-RJ acredita que somente com a união de todos será possível criarmos mecanismos de defesa que contemplem as necessidades e anseios da nossa classe.

Para isso está agendando assembléias com cirurgiões –dentistas de diversos municípios que já manifestaram interesse em buscar solução para o impasse.

Afonso Fernandes Rocha CDPresidente do CRO-RJ

CDs de todo o país mobilizados contra a rede UNNA

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Marketing na OdontologiaNite

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A pesquisa de satisfação é uma das ferramentas que auxiliam os dentistas a acompanharem o grau de satisfação de

seus pacientes em relação à qualidade oferecida nos consultórios odontológicos.

A pesquisa, para gerar efeito, não pode ser extensa e de preferência que seja sem identificação, o que significa uma maior liberdade para o paciente opinar sobre os serviços, as melhorias, o que o surpreende e o que deve ser mudado no consultório.

O objetivo da pesquisa de satisfação é mensurar o que tem ou não agradado aos pacientes e quais os pontos que devem ser tratados com atenção.

As reclamações mais comuns nos consultórios são:

Falta de pontualidade nas consultas;•Pouca atenção por parte das atendentes;•Altos preços dos serviços;•Agenda superlotada;•Estrutura do consultório;•Falta de estacionamento•

Os resultados da pesquisa são informações preciosas que devem ser utilizadas para orientar as decisões .

As insatisfações que existem precisam ser tratadas e não ignoradas. Buscar minimizar o que não agrada o cliente, não é solução, o melhor é buscar o porquê dos problemas e resolvê-los.

Se a insatisfação é sobre a falta de pontualidade nas consultas, descubra o motivo e o solucione. Pode ser um simples acerto na agenda, como marcar os procedimentos mais demorados para o final do dia, ou reorganizar seu horário de atendimento.

Se o problema está nas atendentes, que tal proporcionar um treinamento para sua equipe ?

Ás vezes por mais que saibam da responsabildiade de oferecer um atendimento de qualidade, as recepcionistas, ACD’s e toda a equipe, podem esquecer deste precioso detalhe no dia a dia, e com certeza seu trabalho ficará comprometido.

Avalie os preços cobrados. São justos ? Estão de acordo com sua clientela ?

Seu consultório possui estrutura adequada para atender seu público alvo ?

Um consultório de odontopediatra precisa ter uma estrutura diferenciada de um consultório de odontogeriatra. O público atendido interfere na diretamente na estrutura do consultório. É importante que haja espaços adequados para todos os pacientes.

Se seu público é adolescente, que tal apostar na colocação de alguns laptops e a instalação de uma internet sem fio ? Certamente esta é uma forma de fazer com que os pacientes sintam-se confortáveis.

Mas lembre-se que a pesquisa de satisfação não aponta apenas os problemas, mas também menciona o que tem agradado aos pacientes. E isto é certamente satisfatório e recompensador.

O retorno que vem dos resultados das pesquisas é uma das formas mais acertadas e econômica de mensurar as ações que tem sido realizadas no consultório.

Márcia NanaMarketing e Gestão Estratégica

[email protected]

Pesquisa de satisfação

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Variedades

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7Recordando... Jantar do Dentista - Outubro 2011

Dr. Paulo Bomfim CD, Dra. Aline Magalhães Galindo, Dr. Milan B. Benes e seu filho.

Dr. Paulo Bomfim CD, Dra. Aline Magalhães Galindo, Dr. Milan Bohumil Benes, Dr. Mauro Cardoso e seu neto.

Banda formada por CDs - Enquanto ela deixar.

Dr. José Rodolfo Estruc Verbicario dos Santos / Dr. Paulo Bomfim CD e Dr. Plinio Cesar Verbicário dos Santos.

Banda formada por CDs - Enquanto ela deixar.

Festa.

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Materia CientificaNite

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Desde o advento do laser de rubi na década de 60, muitos experimentos foram feitos nessa área até que foi descoberta a possibilidade

de utilizar o laser para a terapêutica odontológica e então para a descolagem dos bráquetes cerâmicos. A energia do laser modifica a resina utilizada para fazer a colagem do bráquete de forma que não seja necessária uma força muito alta para removê-lo, minimizando assim o risco de fratura do bráquete e do esmalte no momento de sua descolagem. O objetivo deste trabalho é, através de uma revisão de literatura, atualizar o clínico quanto aos avanços conquistados no que diz respeito ao uso do laser no auxílio à descolagem de bráquetes cerâmicos.

Palavras-chave: Descolagem; bráquetes; laser.

IntroduçãoO aparelho fixo cerâmico trouxe para a ortodontia pacientes que anteriormente não aceitavam o tratamento devido ao grande comprometimento estético, principalmente os adultos. Entretanto com o passar do tempo e a propagação da técnica foi possível observar algumas de suas desvantagens. A alta resistência ao cisalhamento apresentada pelos bráquetes cerâmicos pode causar fratura do bráquete e até fratura do esmalte dentário no momento de sua descolagem1. Sendo assim, tornaram-se necessárias pesquisas para que fossem desenvolvidas técnicas de descolagem para bráquetes cerâmicos que eliminassem os riscos provenientes da remoção destes 1. Desta forma surgiram a eletrotermia, alicates especiais, aparelhos de ultra-som e o Laser.

O Laser (Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation), em português, Luz Amplificada pela Emissão Estimulada de Radiação, vem sendo usado na odontologia desde 1965 e seu uso pode ser aplicado em várias situações, tais como: dores na ATM, paralisia facial, herpes simples, herpes zoster, hipersensibilidade dentinária, afta, alveolite, bioestimulação óssea,

cárie, endodontia, exodontia, língua geográfica, lesão traumática, nevralgia do trigêmeo e parestesia2.

Muitas pesquisas vêm sendo realizadas para aprimorar o uso do Laser na descolagem de bráquetes cerâmicos, porém seu uso na ortodontia ainda não está bem difundido.Este estudo tem como objetivo aprofundar os conhecimentos em relação às técnicas de remoção de bráquetes cerâmicos com o auxílio do Laser para ajudar o ortodontista no aprimoramento de sua prática clínica.

Revisão de literaturaNa prática clínica, a força adequada para descolagem de um bráquete deve estar entre 6 e 8 MPa3. A força deve ser mantida nesta faixa para evitar danos ao dente e às estruturas periodontais, porém a descolagem de bráquetes cerâmicos pode atingir valores próximos a 20 MPa4,5.

A alta resistência ao cisalhamento é uma característica presente nos bráquetes cerâmicos, que pode causar no momento de sua descolagem desconforto e dor ao paciente, fratura do bráquete e, a mais grave de todas, fratura do esmalte 6.Portanto, técnicas alternativas de descolagem foram estudadas até que se chegou ao uso do laser para auxiliar na remoção deste tipo de bráquete.

A energia do laser degrada a resina composta utilizada na colagem através de três métodos: amolecimento térmico, ablação térmica e fotoablação. O amolecimento térmico ocorre quando o laser aquece a resina até que ela amoleça. Clinicamente isto resulta no deslizamento do bráquete pela superfície dentária devido à força da gravidade. A ablação térmica acontece quando o aquecimento é rápido o suficiente para aumentar a temperatura da resina até que seja atingida sua faixa de vaporização antes que o descolamento por amolecimento térmico ocorra. Como resultado disso o bráquete é arrancado, sendo o termo em inglês blown off, da superfície

Resumo

O uso do laser no auxílio Thaís Magalhães Galindo – Ortodontista formada pela Odontoclínica Central da Marinha

à descolagem de bráquetes cerâmicos

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9dentária. Com a fotoablação, o bráquete também é arrancado do esmalte. Isso ocorre quando há a interação de uma energia muito alta da luz do laser com o material adesivo e o nível de energia das ligações entre os átomos da resina ultrapassa seu nível de dissociação, resultando na decomposição do material7.

O amolecimento térmico é um processo relativamente lento. Isto significa que pode levar a um aumento da temperatura tanto do bráquete quanto do dente. A ablação térmica e a fotoablação são processos mais rápidos onde há pouquíssima difusão de calor, sendo assim dente e bráquete permanecem em uma temperatura perto da fisiológica7.

Em 1965, Zach e Cohen8 testaram a resposta pulpar ao calor aplicado externamente aos dentes de macacos, e afirmaram que em 15% dos dentes submetidos ao calor houve necrose pulpar quando a temperatura aumentou em 5,5°C. A partir deste estudo as pesquisas realizadas com o uso do laser começaram a utilizar este limite de aumento de temperatura como uma marca de segurança.

Hayakawa9 testou bráquetes mono e policristalinos colados com resinas à base de Bis-GMA e 4-META/MMA e removidos com o laser Nd:YAG nas potências de 1, 2 e 3 J. Seus resultados mostraram diferenças significantes entre os grupos não irradiados com laser e os que receberam a irradiação. No grupo irradiado na potência de 3 J não houve diferença significativa entre o tipo de bráquete utilizado, porém esta diferença foi evidenciada no grupo de 2 J. Além disso, muitas amostras tiveram bráquetes removidos apenas com a irradiação do laser, sem necessidade de aplicação de forças. O aumento de temperatura máximo encontrado pelo autor foi de 5.1°C quando utilizada a potência de 3J em bráquetes monocristalinos colados resina à base de 4-META/MMA.

Oztropak et al.10 escolheram para sua pesquisa o laser de Er:YAG. Eles testaram a resistência ao cisalhamento de bráquetes policristalinos (Transcend series 6000, 3M Unitek) colados com Transbond XT (3M Unitek) após a aplicação do laser na potência de 4,2 W por 9 segundos. Os resultados mostraram uma diferença significativa entre o grupo controle e o grupo experimental. Para o grupo controle o valor médio da resistência ao cisalhamento foi de 20,75 megapascal (MPa), enquanto que para o grupo experimental foi de 9,52 MPa.

A pesquisa de Nalbantgil et al.11 testou a resistência ao cisalhamento de bráquetes policristalinos colados com Transbond XT (3M Unitek) após serem irradiados com o laser Er:YAG

na potência de 4,2 W durante 3, 6 e 9 segundos. Foi encontrada uma diferença significativa entre o grupo controle e os grupos experimentais. Para o grupo controle o valor médio da resistência ao cisalhamento encontrado foi de 22,76 MPa, sendo que para os grupos experimentais foi de 12,38; 10,75 e 8,81 MPa, sendo estes irradiados por 3, 6 e 9 segundos respectivamente. O aumento de temperatura médio foi de 1,27°C; 2,79°C e 4.59°C para os grupos testados durante 3, 6 e 9 segundos, respectivamente.

DiscussãoNalbantgil et al.11 e Oztropak et al.10 testaram em suas pesquisas o laser de Er:YAG na potência de 4,2 W. Após irradiar os bráquetes cerâmicos colados aos dentes por 3, 6 e 9 segundos foi possível observar uma queda significante nos valores médios da resistência ao cisalhamento em todos os grupos testados na pesquisa de Nalbantgil et al.11. Além disso, o aumento da temperatura intrapulpar ocorreu dentro do limite seguro de 5,5°C estabelecido por Zach e Cohen8. O estudo de Oztropak et al.10 também detectou uma redução significativa da resistência ao cisalhamento dos bráquetes irradiados com o laser de Er:YAG. Estes achados demonstram a eficácia e segurança na utilização desta técnica. Outra vantagem apresentada é a de que não foi necessária a aplicação de força durante a irradiação do laser, o que facilita o seu uso na clínica. Com a irradiação, a resina foi decomposta pela evaporação da água do monômero, permanecendo nesta nova composição mesmo após seu resfriamento, permitindo assim a descolagem com menor aplicação de força 45 segundos após a irradiação do laser.

No estudo de Hayakawa et al.9 foi possível observar, além da diminuição da resistência ao cisalhamento, que alguns bráquetes se soltaram da superfície dentária apenas com a irradiação do laser. Acredita-se que isto se dá devido aos fenômenos de termo e fotoablação, que geram uma pressão gasosa na interface bráquete/resina, causando uma pequena explosão capaz de remover o bráquete sem o uso de alicates.

Quando as pesquisas sobre o uso do laser para a remoção de bráquetes começaram, a principal desvantagem encontrada pelos autores era o aumento da temperatura intrapulpar, já que a irradiação do laser transmitia calor ao bráquete. Porém nos estudos vistos neste trabalho foi possível observar que é possível fazer o uso do laser com segurança, sem que

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As pesquisas realizadas até então utilizaram diferentes unidades de medidas, tornando difícil a comparação entre elas. Além disso, os estudos ainda se restringem ao laboratório, sendo necessário expandi-los para os estudos in vivo de modo que a eficácia e a segurança da técnica sejam sedimentadas e os ortodontistas tenham acesso ao uso do laser em sua prática clínica.

Conclusão1 - O uso dos lasers de alta intensidade se mostrou satisfatório para auxiliar na descolagem

dos bráquetes cerâmicos, já que houve a diminuição da força necessária para a remoção dos bráquetes, diminuindo a incidência de fratura do bráquete e do esmalte, porém sem o aumento da temperatura intrapulpar que prejudicaria a saúde da polpa.

2 – A escolha da técnica a ser utilizada ainda se mostra difícil, pois diferenciadas aplicações e tipos de laser se mostraram eficazes. Porém, a irradiação de laser de Er:YAG durante seis segundos, na potência de 4,2 W, sendo aplicado com movimento de varredura parece ser um meio eficiente, de rápida aplicação e onde há aumento seguro da temperatura intrapulpar.

Técnica convencional de descolagem de bráquete cerâmico através do uso de alicates

Aplicação do laser sobre a superfície do bráquete

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11Referência Bibliográfica

Proffit W.R. – Ortodontia Contemporânea. 4ª ed. Rio de Janeiro: 1. Elsevier; 2008.Gerbi, M.E.M.M. Laser in Dentistry: Reality and Myths. Brazilian 2. Dental Journal. 2004;15(supl):64-5.Reynolds I.R. A review of direct orthodontic bonding. Br J 3. Orthod. 1975;2:171-8.Gwinnett AJ. A comparison of shear bond strengths of metal 4. and ceramic brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1988;93: 346-8.Joseph VP, Rossouw E. The shear bond strengths of stainless 5. steel and ceramic brackets used with chemically and light-activated composite resins. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1990;97: 121-5.Karamouzos A, Athanasiou AE, Papadopoulos MA. Clinical 6. characteristics and properties of ceramic brackets: a comprehensive review. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1997;112:34-40.

Tocchio R.M.; Williams P.T.; Mayer F.J.; Standing K.G. Laser 7. debonding of ceramic orthodontic brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 1993 Fev;103(2):155-62.Zach L.; Cohen G. Pulp response to externally applied heat. 8. Oral Surg Oral Med Oral Pathol. 1965;19:515-30.Hayakawa K. Nd: YAG laser for debonding ceramic 9. orthodontic brackets. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2005 Nov;128(5):638-47.Oztoprak M.O.; Nalbantgil D.; Erdem A.S.; Tozlu M. Debonding 10. of ceramic brackets by a new scanning laser method. Am J Orthod Dentofacial Orthop. 2010 Ago;138(2):195-200.Nalbantgil D.; Oztoprak M.O.; Tozlu M.; Arun T. Effects of 11. different application durations of ER:YAG laser on intrapulpal temperature change during debonding. Lasers Med Sci. 2011 Nov;26(6):735-40.

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Muitas vezes ao optar por se atualizar ou fazer um curso de especialização em Dentística o

profissional é questionado por outros: Por que Dentística, se todo mundo sabe fazer?” Será isto a realidade, todos os dentistas fazem? Estarão eles atualizados?

Então por que profissionais que se especializaram em Dentística recebem indicações de outros profissionais que também aprenderam na faculdade a fazer estes mesmos procedimentos? Por que ao precisarem de tratamento em sua própria boca, estes que questionaram a necessidade de fazer atualização em Dentística, selecionam tanto quem vai realizar estes procedimentos?

A resposta é simples. Estes profissionais que recebem indicações, são os que se dedicam a estudar e praticar esta especialidade e por isso adquirem maior conhecimento e experiência na área.

Com o conhecimento sobre Dentística que adquiri na faculdade, sem ter continuado a estudar e me capacitar, hoje seria um leigo, por exemplo, em adesão - um dos principios básicos da Odontologia Estética (resinas compostas e blocos e facetas cerâmicas).

Outro aspecto importante é que com a grande procura pela Estética, o primeiro profissional que deve estar capacitado a observar e intervir

com qualidade é o Dentista Clínico. Estando ele preparado, poderá realizar vários procedimentos que hoje estão ao alcance e que além do ganho financeiro, há o ganho profissional por resolver situações que repercutem na auto estima do cliente e consequentemente na divulgação do trabalho profissional.

Mas pode-se perguntar, que procedimentos são estes? Hoje o Dentista especialista ou que tenha feito um curso de atualização deve e pode estar preparado para:

Clareamento Dental•Restaurações Estéticas simples ou •complexas (Diastemas, conóides, fraturas, Reanatomização de Sorrisos, ...) Blocos e Facetas Cerâmicas•Recuperação da Guia de mastigação •pelo canino (atua na função mastigatória e proteção dos dentes e restaurações anteriores e posteriores)Cimentação de pinos estéticos (fibra de •vidro)

Concluindo, poder realizar estes procedimentos, baseado em conhecimento científico e treinamento adequado, possibilita uma percepção mais apurada de detalhes, aumento da capacidade diagnóstica e de resolução, o que resultará em restaurações mais naturais (estéticas) e duráveis (funcionais).

Porque Dentística?Texto realizado pela equipe do curso de Atualização em Dentística:

Paulo Campos, Gisele Damiana, Livia Meneses e Isabel Barbosa.

Paulo Campos

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Indicador Profissional 17CIRURGIA ORALDR. EDSON MURTA - CRORJ17.968Cirurgia Oral e Maxilo-Facial, Implantes, EnxertosRua Miguel de Frias 51, 1004 Icaraí - Niterói - RJTel: 2721-1118

PRÓTESEDRA. NAZARÉ DE MARTIND. CURADO CRO-RJ 15.527.Clín. Geral Atuando emImplante, Endodontia eEstética. R Conselheiro Pau-lo de Mello Kale, 122Piratininga – Niterói- RJ Tel: 2619-3356 email: [email protected]

IMPLANTODONTIA ODONTO RANHOLClinica Geral,ImplantesCirurgia Avançada,SedaçãoEst. Francisco Cruz Nunes 6723/ 303-304 Itaipu- Nite-rói- RJ TEL. 2608-2429 email:[email protected]

ODONTOLOGIA INTEGRALDRA. TATIANA TOMAZ –CRO- RJ 21.502Próteses Parciais e Fixas/Clareamento, ClínicaGeral, Facetas Estéticas.Est. Francisco Cruz Nunes6090 Sl 204 Piratininga –Ni-terói- RJ Tels. 2608-7622/9156-1025 email: [email protected]

ORTODONTIADRA. ALINE MAGALHAESGALINDO – CRO-RJ 12.357Atend. de 2 e 4 14hs as 18:30 /3 e 5 das 14 as 18:30Rua Miguel de Frias 77 - 14/16 Icaraí - Niterói - RJTels: 2717-0579 / 2613-4052

PERIODONTIADR. JOSE LUIS CARNEIRO– CRO-RJ 6385Exclusivamente PeriodontiaAtend. 3 e 5 manhã e tardeAv Amaral Peixoto 60/ 709 Centro- Niterói -RJTel.2620-1241

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