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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia Cachoeira - BA EDIÇÃO 78 www.ufrb.edu.br/reverso Abril |2014 QUEDA DE VENDAS CAUSAM RECLAMAÇÃO ENTRE OS COMERCIANTES Segundo lojistas queda chega a 80% P11 ESPORTE CLUBE YPIRANGA CONTINUA VIVO Campeonato Baiano Serie B já começou e animação da torcida é fator de sucesso P16 SANTA CASA DE CACHOEIRA RECEBEU R$1,3 Mi PARA REFORma TOTAL ECONOMIA P3 Centro de Qualificação Profissional de Cachoeira ofereceu gratuitamente 326 vagas Cruz das Almas ganha centro de esportes O centro contará com biblioteca, quadra polisportiva e um anfiteatro SAÚDE P5 Conheça alguns cuida- dos contra a hipertensão e continue consumindo as delicias da colinária tradicional Entrevistado, secretário de meio ambiente de Mruritiba, falou sobre as conditções do lixo no Recôncavo da Bahia, em especial as condições do ATERRO DE MUTITIBA e as polêmicas envolvidas James Lester Magalhães Novo convênio com a SESAB está viabilizando a costrução de um elevador que ajudará no deslocamento de pacientes x Torcedores de Bahia e Vitória opinam sobre contratações estrangeiras INCLUSÃO SOCIAL O Grupo de Apoio ao Menor Gotas de Espe- rança, mais conhecido como GAMGE, atua há dezessete anos com os jovens. Conheça como o projeto sobrevive RÁDIO COMUNITARIA: Estudantes do sexto ano do ensino fundamental estagiam na rádio Magnificat FM P12 CIDADE P4 P15 P14 P3 SAÚDE P6 CACHOEIRA Confira os beneficios que as ervas medicinais oferecem e vje a dife- renca entre o Boldo-do- Chile e Boldo-da-Terra

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Page 1: Reverso 78

Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia

Cachoeira - BAEDIÇÃO 78

www.ufrb.edu.br/reverso Abril |2014

QUEDA DE VENDAS CAUSAM RECLAMAÇÃO ENTRE OS COMERCIANTESSegundo lojistas queda chega a 80% P11

ESPORTE CLUBE YPIRANGA CONTINUA VIVOCampeonato Baiano Serie B já começou e animaçãoda torcida é fator de sucesso P16

SANTA CASA DE CACHOEIRA RECEBEU R$1,3 Mi PARA REFORma TOTAL

ECONOMIA P3

Centro de Qualificação Profissional de Cachoeira ofereceu gratuitamente 326 vagas

Cruz das Almas ganha centro de esportes

O centro contará com biblioteca, quadra polisportiva e um anfiteatro

SAÚDE P5

Conheça alguns cuida-dos contra a hipertensão e continue consumindo as delicias da colinária tradicional

Entrevistado, secretário de meio ambiente de Mruritiba, falou sobre as conditções do lixo no Recôncavo da Bahia, em especial as condições do ATERRO DE MUTITIBA e as polêmicas envolvidas

James Lester Magalhães

Novo convênio com a SESAB está viabilizando a costrução de um elevador que ajudará no deslocamento de pacientes

x

Torcedores de Bahia e Vitória opinam sobre contratações estrangeiras

INCLUSÃO SOCIAL O Grupo de Apoio ao Menor Gotas de Espe-rança, mais conhecido como GAMGE, atua há dezessete anos com os jovens. Conheça como o projeto sobrevive

RÁDIO COMUNITARIA: Estudantes do sexto ano do ensino fundamental estagiam na rádio Magnificat FM P12

CIDADE P4

P15

P14

P3

SAÚDE P6CACHOEIRA

Confira os beneficios que as ervas medicinais oferecem e vje a dife-renca entre o Boldo-do-Chile e Boldo-da-Terra

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INEDITORIAL

O que mudou?

Sou daqueles que ainda acha que jornal que é jornal tem que ser impresso. Gosto de tatear a folha de papel, de ler página por página, de preferência de trás para fr-ente. Com exceção da coluna de notas. Ali, na página dois, onde as fofocas mais quentes do mundo político veem em es-cadinha, e as mais venenosas não estão, precisamente, nos primeiros degraus. Mas sei que sou um tipo de leitor “em extin-ção”, pelo menos é o que vaticinam os en-tendidos em novas mídias.Pois bem, e é dessa minha prática, quase diária, de folhear jornais, somada à ex-periência de quase 25 anos na lida e nos lides de matutinos e vespertinos que per-cebi peculiaridades, não só as inerentes ao tipo de suporte papel, digital, no caso, mas também nos conteúdos dos mesmos veículos.Ainda ressoam em meus ouvidos algu-mas expressões utilizadas nas redações de jornais impressos: “retrancas”,”olhos”, “chamadas”, “IPs” “buracos” “calhaus”,

deadlines, entre outras. Uma das que mais gostava era “lamber a cria”, ou seja, fi-car se deliciando com uma matéria de sua autoria. Aquela, que o repórter sabe que “pegou na veia”. Geralmente uma ma-téria bem editada, em todos os sentidos. Sim, porque um dos poucos bônus (já que os ônus da profissão são tantos) do jor-nalista é ver sua matéria publicada, seja em que veículo, ou mídia, for. Mas no jor-nal impresso a coisa parece ganhar mais expressão. Tá lá, no topo da página, em-baixo (ou em cima) daquela fotona, a ma-téria e a assinatura. Que lindo !E as peculiaridades inerentes ao conteúdo das publicações ? Hoje, com o advento das novas tecnologias, será que é “mais fácil” trabalhar numa redação ? Não, não es-tou me referindo ao “copiar e colar”, que isso não é coisa de jornalista. Em minha opinião, ainda que as técnicas e práticas necessárias para que uma matéria seja considerada “um bom texto” continuem as mesmas – produção, apuração, reda-ção, edição e etc -,não restam dúvidas de que as novas tecnologias ajudam, e muito, para que o profissional possa realizar um bom trabalho. A internet está aí, como prova. Mas há que se ter, sempre, muito cuidado com “toda essa informação”.Mas volto à questão do conteúdo . De que adiantam computadores super-rápidos, sites maravilhosos, softwares mágicos de edição e afins, se o “cara” que comanda tudo isso não está preparado para escrev-er sobre determinado assunto ? Note-se que não elenco aqui outros entraves ao exercício da profissão, a exemplo da linha editorial do veículo (se menos ou mais progressista) ou mesmo da “qualidade” de editores e chefes-de-redação.Não foram apenas as tecnologias que ficaram mais rápidas. Tudo hoje é muito

rápido, embora isso não garanta um jor-nalismo mais “bem apurado”, ou uma matéria “mais bem escrita”. Tudo é muito mais rápido. Desde a “aparição” de deter-minado assunto na tela do computador, à ascensão de futuros profissionais de imp-rensa que, mal aprenderam a escrever um lead e já estão nas redações, seja de que tipo de veículo for. A ganância dos patrões está registrada de forma definitiva no cor-porativismo que resultou na cassação do nosso diploma, e que contou com o auxílio mais que suspeito de alguns comandantes de um certo tribunal.E ao citar esse verdadeiro absurdo contra uma categoria que, noves fora os mal-afamados , a maioria derrama seu suor nos teclados, falo, ainda, da importância no preparo do profissional. Um bom jor-nalismo se faz, sim, com boa tecnologia, mas com muita alma e muito empenho. A responsabilidade do jornalista é uma re-sponsabilidade cidadã. Escrever uma ma-téria não é e nunca foi igual a “falar da vida dos outros”, nem Jornalista deve ob-ter diploma (ainda necessário, sim) para entrar “de grátis” em evento. Não à toa os currículos das boas faculdades e escolas de jornalismo do País ainda ostentam em suas grades disciplinas como Ética, Filoso-fia, Sociologia, Psicologia (dos Meios de Comunicação) Teorias da Comunicação e afins.Embora essa matéria que você, meu ami-go e minha amiga, estão lendo agora, não tenha como objetivo encerrar nenhum as-sunto, nem ser a pedra filosofal de coisa nenhuma, fica a mesma como uma espé-cie de testemunho (opa!) às novas gera-ções. Um bom texto, volto a dizer, faz-se com alma, informação, formação, bom-senso (responsabilidade), ritmo, coerên-cia, prática e...tecnologia, claro.

Arthur Carmel CIDADE

Santa Casa de Cachoeira:Investimentos passam de R$ 1,3 milhao

Jaqueline Riquelme

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Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo

Cachoeira - BA | Abril/2014

Reitor da UFRBProf. Dr. aulo Gabriel S. Nacif

Diretora do CAHLProfa. Dra. Georgina Gonçalves

Coordenação EditorialProf. Dr.Robério Marcelo RibeiroProf. Dr. José Péricles Diniz

Diretor de RedaçãoProf. Dr. J. Péricles Diniz

Edição e diagramaçãoProf. Dr. J. Péricles DinizIvisson CostaValério Amós

www.ufrb.edu.br/reverso

/reverso

Obras já duram mais de QUATRO anos

Quase um ano após a reestruturação, requalificação e ampliação do Hospi-tal São João de Deus da Santa Casa de Misericórdia de Cachoeira, as de-ficiências continuam. Mas os serviços de reforma de áreas especificas estão sendo concluídas, como a farmácia, o almoxarifado, sala de diluentes de produtos de higienização e a lavande-ria. As áreas recém-con-cluídas são as do raio X e o mamógrafo.As obras já duram cerca de quatro anos, período no qual a Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) informou ter investido por volta de R$ 1,3 milhão. Segundo o coordenador de gestão do hospital, Luiz Antônio Araújo, as re-formas são de setores es-pecíficos e, a partir do dia 29 de janeiro deste ano a farmácia e a sala de cura-tivos estariam concluídas. O setor de cirurgia ainda precisa de melhoras, de mais conforto, um melhor revestimento de parede e mobiliário com camas mais modernas.Ele disse que esse novo

convênio com a Sesab também está viabilizando a construção de um eleva-dor, que servirá para o transporte de pacientes em macas, facilitando o des-locamento e dando maior segurança.Para o profissional da construção civil Vanderson Freitas, de 35 anos, diag-nosticado com suspeita de dengue, “depois da reforma o atendimento está

mais rápido e de qualidade”. Já a es-tudante Sheyla do Rosário, de 18 anos, discordou, dizendo que “a reforma não levou a nenhuma melhora da rapidez e qualidade no atendimento”.

Ambiente para atendimento ganha novo aspecto

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Cachoeira - BA | Abril/2014CIDADE 4|

Grupo oferece apoioao menor em Cachoeira

Lídia Ramos Filha

Apesar das poucas possibilidades de diversão que a cidade de Cachoeira tem a oferecer para o público jovem, é possível encontrar grupos que apostam na capacidade destes menores. Um ex-emplo é o Grupo de Apoio ao Menor WGotas de Esperança (GAMGE), que funciona com sede provisória na Rua J.J. Seabra, no centro, desde 12 de maio de 1997 e tem como idealizadora a médica Rita de Cássia Abreu Maluf. De acordo com seus responsáveis, a organização não-governamental (ONG) tem como público alvo crian-ças e adolescentes oriundos de bairros mais carentes da cidade, como Linha Velha e Alto do Rosarinho, todos em situação de vulnerabilidade. Um dos seus objetivos é atuar para a retirada desses menores da exposição das dro-gas e da criminalidade, inserindo-os no contexto social, tornando-os críticos e conscientes dos seus papéis enquan-to indivíduos na sociedade, utilizando a arte e a educação como um mecanis-mo de transformação em suas vidas, mostrando a necessidade de valorizar as diferenças, a ética nas relações e a solidariedade.

Desafios

Os menores são atraídos por diversas atividades oferecidas dentro da en-tidade, dentre elas dança, capoeira, karatê, reforço escolar (1ª a 4ª série), oficina de artesanato, bazar e visitas às famílias dos menores. Para participar

do projeto é necessário que crianças e adolescentes frequentem uma escola regular, enquanto os familiares destes menores recebem acompanhamento psicológico e os organizadores tam-bém fazem um acompanhamento do rendimento escolar dos adolescentes.Com o tempo, o espaço tornou-se pequeno para a quantidade de meno-res que atende e também há falta de material necessário para o andamento do projeto, que conta com o apoio de diversos profissionais com serviços de voluntariado e da população em geral.Segundo Felipe Maluf, presidente do GAMGE, a ONG recebe muitos incen-tivos morais, o que é muito importante,

Banco do BrasilAgência: 448–4Conta Corrente: 5357–0Cachoeira - Bahia

porém se faz necessário que haja mais investimentos financeiros para cobrir as despesas. “Encontramos muito apoio da comunidade, que reconhece todo a trabalho que vem sendo feito através do GAMGE, muitos até se colocam como voluntários, o que é de imenso valor, porém temos muitas despesas e necessitamos de mais recursos finan-ceiros”, disse ele. A ajuda para manter este projeto em ação pode ser feita através da conta:

SAÚDE

Reduzir o sal é o primeiro passopara escapar da hipertensao

Linda Gomes

Feijoada, maniçoba, cozido e moque-ca são alguns dos tradicionais pratos encontrados na culinária de Cachoei-ra. Seu preparo envolve produtos nat-urais, embutidos e em conserva, como carnes salgadas, defumadas, linguiças, verduras e legumes. E é aqui que se encontra uma das respostas para o aumento do número de pessoas com hipertensão arterial na cidade. Sem perceber, ao ingerimos comidas que contenham conservas estamos consumindo o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual o consumo máximo de sódio deve ser de dois gramas, o que equivale a cinco gramas

de sal por pessoa ao dia. No entanto, não pense que por isso deve parar de consumir a culinária tradicional da ci-dade. E, sim, alertar-se em relação à utilização de produtos industrializados que possuem níveis elevados de sódio

para conservação de seus produtos.Kátia Santana, conhecida como Kátia do Feijão, possui um restau-rante no mercado municipal da ci-dade e conhece bem como esses pratos são feitos. Ela contou que ex-iste uma preocu-pação em dessal-gar os produtos embutidos antes de irem para a

panela, preservando a alimentação de quem degusta suas iguarias.O médico cardiologista do município Alberto Raimundo Rangel revelou que cada vez mais jovens aparecem com níveis elevados de pressão e os sinto-mas costumam surgir somente quando ela sobe muito, dificultando a identifi-cação prévia e o tratamento.Mas é possível prevenir e controlar a doença. Adotar um estilo de vida saudável, fazer consultas médicas regulares, manter o peso adequado, praticar exercícios físicos e adquirir o hábito de consultar a tabela nutricional contida no rótulo dos alimentos, verifi-cando a quantidade de sódio contida neles, segundo recomendam os es-pecialistas. São algumas maneiras de afastar a temida hipertensão, mesmo consumindo todas as delícias da cu-linária tradicional.

O grupo de Apoio ao Menor promove ações sociais à comunidade cachoeirana

Moqueca de peixe feita por Kátia Santana

Médico cardiologista Alberto Rangel

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Adônis Matos

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Comércio de ervas medicinaissegue forte em Cachoeira

Na cidade de Cachoeira encontra-se um dos maiores mercados de ervas medicinais da região, comercializadas no mercado municipal e em outros es-tabelecimentos como o Vida Saudável Vale Ouro, que tem mais de 300 tipos de ervas naturais. As barracas localiza-das na feira livre vendem folhas, se-mentes, raízes e cascas que, além de servirem como remédios alternativos, também são utilizadas para banhos e tempero. Próximo à região da feira estão localizadas algumas farmácias, mas segundo os feirantes as ervas me-dicinais são vendidas com frequência nas barracas, mostrando que a popu-lação cachoeirana ainda recorre à me-dicina popular.Rosemeire dos Santos, conhecida por Rose de Nagé, há nove anos dedica-se

à comercialização de ervas e garante que a população de Cachoeira ainda opta por fazer compras, dos mais diver-sos destinos, na feira. Por esse motivo, mesmo com o crescimento do núme-ro de farmácias no centro da cidade, próximas à feira livre, não afetam nas vendas dos seus produtos. Seja para emagrecer, por causa de enfermidades ou para banho, são sempre bem escol-hidas e não têm contra-indicações, e claro, não exigem receita médica.

Identificação

Porém, nem tudo é tão simples na hora de se automedicar com essas ervas. Segundo o pesquisador do curso de farmácia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Sotero Ser-

rate Menguer, a identificação da planta ou da parte dela que deve ser utilizada é um ponto crítico, já que existem es-pécies bastante diferentes que recebem nomes populares iguais e outras mor-fologicamente semelhantes, mas com composição química bastante diversas. Jaqueline Oliveira, vendedora no esta-belecimento Vida Saudável Vale Ouro, explicou que “poucas pessoas sabem diferenciar o famoso Boldo, que serve para tratar problemas de estomago e fígado, do Boldo-do-Chile, que as pes-soas pensam estar consumido e que é muito raro no Brasil. Na maioria das vezes, é o Boldo-da-Terra. A identi-ficação correta é importante porque o Boldo-do-Chile e o Boldo-da-Terra possuem efeitos colaterais e, portanto, devem ser usados com muito critério

e também porque possuem diferen-ças nas indicações. De qualquer ma-neira, todos os boldos são usados pela população para problemas hepáticos”, disse Jaqueline.Ela ainda alertou para outro ponto que pode influenciar no efeito das ervas medicinais, que é a sua forma de ar-mazenamento. Na feira de Cachoeira, depois da compra, a erva é levada em sacolas plásticas, forma não indicada para a boa conservação e manutenção das propriedades da planta. O ideal se-ria que fossem embrulhadas e levadas em caixas de madeira. Entretanto, con-trário dos que muitos pensam, o perigo de se automedicar não está na escolha da planta errada, mas sim, justamente, no mal manuseamento da folha devido ao consumidor não saber a forma cor-

reta de que deve levar o produto e conserva-lo, causando mudan-ças no resultado esperado.De acordo com o professor Sotero, o armazenamento deve ser feito em lugar seco e ventilado, com embala-gens adequadas de modo a não fa-vorecer o desenvolvimento de fungos e bactérias. Os próprios vendedores admitem que a cultura de compra dessas ervas em Cachoeira não seg-ue as devidas orientações do bom armazenamento e manuseamento, porém, como afirma Rose de Nagé, “a sabedoria popular é o que vale nesses momentos e por esse motivo não tem indícios de efeitos colaterais em meus clientes até hoje”, garantiu.

Hiro

e Sa

sak

principal componente da planta, estimula a secreção de bile, substância produzida pelo fígado que age na quebra das gorduras. Por isso a erva melhora a digestão e, indire-tamente, as funções hepáticas. No entanto, suas folhas não podem ser aquecidas por muito tempo. Se a idé-ia é dar uma força à digestão, prefira batê-las com um copo de água e beber na mesma hora.

no Chile, o fruto dessa es-pécie também é consumido como ali-mento. E, por aqui, tome cuidado: não confunda a espécie com uma versão bem brasileira e facilmente encontrada

em hortas e jardins, o chamado falso-boldo (Plectranthus barbatus).

Peumus boldus

Boldo-do-chile, Bol-do-verdadeiro

O boldo-do-chile também age como anti-inflamatório inibindo a síntese de prostaglandinas, substâncias envolvidas no processo de uma inflamação.

: Para prevenir pedras na vesícula coloque em 1 xícara de água fervente, ponha 1 colher de sobremesa

de folhas picadas. Abafe por 10 minu-tos e beba sem perder tempo.

Nada de usar o boldo-do-chile a torto e a direito. Tome somente em casos isolados de mal-estar porque o excesso, em vez de fazer bem, causa intoxicação hepática. A planta também está vetada a grávidas e pessoas com asma, distúrbios renais e problemas do fígado.

Boldo-do-Chile

Adônis Matos

Fonte:

Cachoeira - BA | Abril/2014SAÚDE 6|

Jaqueline Oliveira vende ervas medicinais no centro de Cachoeira

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Comércio oferece mais de 300 tipos de ervas medicinais

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A área do aterro sani-tário pertence ao município de Gover-nador Mangabeira?

J Existe essa discussão. Atualmente, já tivemos um acerto e o aterro é pertencente ao mu-nicípio de Muritiba. Nós captamos lixo em torno de oito municípios da região: Conceição da Feira, Maragogipe, Ca-baceiras do Paraguaçu, Muritiba, Ca-choeira, São Félix, Governador Mang-abeira e Conceição do Jacuípe. Fora algumas empresas privadas. E, even-tualmente, o município de Cruz das Al-mas deposita lixo lá.

Qual a tarifa que a Prefeitura de Muritiba cobra para que cidades como Cachoeira e demais do Recôn-cavo depositem lixo naquele aterro?

No aterro sanitário existe uma empresa particular que opera com uma licença de operação. Ela já tem 12 anos operando. Esse aterro inicial-mente foi manejado pelo governo do estado, pois foi feita uma licitação e hoje ele é de Muritiba,

Fale sobre o Conselho Munici-pal de Meio Ambiente

Esse conselho é muito atuante, é independente da secretaria e da prefei-tura, funciona com representantes da nossa comunidade, do governo munic-ipal, do governo estadual, associações e sindicatos. Temos reuniões uma vez por mês. Recentemente, tivemos uma reunião sobre o que fazer com o lixo, que chegava ao município e não era selecionado. Ele era jogado numa vala comum e depois coberto com terra e vegetais. O material de chorume que é produzido pelas represas é tratado ad-equadamente com cuidado. Tivemos algumas reclamações sobre isso, mas nós sempre estamos fiscalizando e ol-hando, junto com o conselho. O at-erro está com a vida útil vencida. É preciso fazer uma segunda área para poder terrificar. Vai ser um investimento grande. Calculamos com o Prefeito em torno de R$ 3 milhões para que faça uma nova área para capitar esses re-síduos. Ele está em contagem regres-siva.

O município tem retorno fi-nanceiro?

Na verdade, to-dos os municípios que despejam seus lixos lá pagam uma

taxa por quantidade. Muritiba tem o recolhimento do Imposto Sobre Ser-viços (ISS). Então, quando um mu-nicípio joga lixo lá, paga uma taxa. A conta está mais ou menos que fechan-do. Há uma preocupação nossa: esta-mos num círculo de cidades vizinhas e elas estão tirando o problemas delas e jogando sobre o município de Mu-

ritiba. Nós temos até agosto de 2014 para dar verdadeiramente o fim a es-ses lixos ou fazer um bom sistema de reciclagem e isso nos preocupa. O ministério público tem sido atuante nisso. Nós temos participados de dis-cussões sobre a produção de resíduos sólidos e líquidos. A nossa cultura está um pouco distante da real. Nós, seres humanos, temos de parar de simples-mente comentar e ver o que verdadei-ramente estamos fazendo.

Como vai o sistema de con-trole da poluição ambiental de Muri-tiba?

Há demandas. Nós temos al-guns problemas. Por exemplo, na en-trada de São José, na primeira subida, você percebe constantemente vários lixos jogados na linha do trem. Nós fazemos de 10 em 10 dias, a catação. Mas você sabe quem é que joga lixo ali? Nosso município vizinho, Cruz das Almas. Nós temos denúncias de que comerciantes da região jogam lixo ali. E fora o lixo que é jogado em torno das comunidades.

Fale sobre as políticas de ação adotadas pela secretaria.

Nossa política de ação é discutir nas escolas a questão da conscientiza-ção das pessoas, pois eu vejo assim: se nós não fizermos essas discussões com os alunos, não vamos ter um retorno

bom. Nós também temos feito essa conscientização, com as 17 associa-ções do município de Muritiba.

Como está sendo tratada a educação sanitária e ambiental nas es-colas públicas e privadas de Muritiba? Existe união com as secretarias de edu-cação e saúde?

Nós temos uma parceria real com a Secretaria de Educação: o pro-jeto horta nas escolas, junto com a Sec-retaria de Saúde e Secretaria de Meio ambiente. Nós fazemos a distribuição de alimentos e outros produtos para as escolas, para os postos de saúde e para o hospital. Estamos trabalhando em conjunto e isso dá um retorno cole-tivo, a comunidade ganha.

Como é o sistema de moni-toramento e fiscalização da secretaria em relação a empreendimentos com potencial impacto ambiental?

Hoje, nós temos um problema que não é mais do municipal. Eu acho que é regional. É a questão da Pedreira Pedra do Cavalo. Eles deram uma lib-eração para ela funcionar sem alguns estudos reais de possíveis impactos, isso teria de ser discutido mais.

Como o senhor avalia a polêmica em torno da não distribuição de sacolas plásticas em alguns su-permercados? Essa medida pode con-tribuir para diminuir a produção de lixo plástico?

Eu acho que o nosso município tem que tomar uma atitude nessa linha. A comunidade na zona rural, por ex-emplo, era mais limpa antigamente, mas hoje em dia as sacolas plásticas sujam tudo e todos os lugares. Temos que ter uma ação geral. É uma ideia boa, mas todo tipo de proibição deve ter uma alternativa. Temos de ver qual a alternativa disso aí.

ENTREVISTA O Senhor tem algo a mais a acrescentar?

Eu só agradeço a vocês, acho que nós verdadeiramente só teremos retorno se tivermos essas ações que eu disse. A universidade (UFRB) está de parabéns. Fico feliz por saber que hoje os alunos que entram na universidade, estão tendo esse apoio de fazer trab-alho de campo, coisa que tive bastante dificuldades no meu tempo de univer-sitário. Você só vai ser um bom pro-fissional se conseguir fazer a ligação da pratica com a teoria. O nosso mu-nicípio está aberto a ideias para que a gente possa melhorar nossas ações.

Ivisson Santos Costa

Secretário de Meio Ambiente de MuritibaJames Lester Magalhães

você sabe quem é que joga lixo ali? Nosso município vizinho, Cruz das AlmasJames,sobre o lixo jogado na entrada do município de São José do Itaporã em Mutitiba

Secretário de Meio Ambientefala sobre o aterro de Muritiba

Adr

iele

Stra

da

Cachoeira - BA | Abril/2014ENTREVISTA 9|

Garrafas, potes, frascos lim-pos de produtos limpeza e produtos alimentícios, cacos de qualquer um dos itens citados acima

Envelopes, cartões e carto-linas, cadernos, papéis de embrulho limpos e papeis impressos em geral, como jornais e revistas.

Garrafas PET, tampas, em-balagens de limpeza, CD e DVD, tubos de creme dental e utensílios plásticos, canetas e escova de dente.

Lata e papel limpo de alumínio, talheres de aço, embalagens limpas de mar-mita de alumínio, panelas fios, pregos e parafusos

vidro

papel

plástico

metal

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COLETA SELETIVA DO LIXO

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Comerciantes reclamam de queda nas vendas

Segundo informações da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatísti-ca (IBGE), a Bahia teve crescimento de cerca de 7,5% comparado ao ano anterior. Os dados do comércio vare-jista ainda apontam que o aumento de tecidos, calçados e vestuários foi de de 3,1%. No entanto, os comer-ciantes de Cachoeira não acham isso.O Gerente da Cometa Calçados, Hé-

lio Aparecido Pereira, afirmou que desde 2012 o movimento não é mais o mesmo. Para ele, as vendas na Co-meta vêm caindo muito neste período. Reclamou também da grande queda nas vendas de 2013 para este ano e garantiu que “janeiro é o mês mais fraco do comércio”. Hélio revelou sua expectativa para a Copa do Mundo que acontecerá no Brasil esse ano, pois com ela as marcas investem em

Trabalho informal ésaída para desemprego

Visto como oportunidade para ganhar dinheiro e garantir o sustento da famí-lia, o trabalho informal é, hoje em dia, a opção de milhares de pessoas que vivem do comércio e se dizem satisfei-tas com os lucros obtidos. É o caso da estudante Winie Santana, 16 anos, que ajuda a madrinha e a avó a vender na feira livre de Cachoeira e Santo Ama-ro desde os seis anos de idade. “Fico satisfeita em poder ajudar, já que é o único sustento da minha família”, disse Winie.Na feira, são comercializados vários ti-pos de produtos, como legumes, frutas, carnes, doces, salgados, ovos, farinhas, mas que também roupas, DVDs e CDs, entre outros produtos. Tereza Maria de Jesus, 71 anos, comercializa roupas na feira livre. Ela contou que trabalha de segunda a sábado em Cachoeira e, aos domingos, vende em praias. Disse que optou por vender roupas porque é um trabalho mais leve, já que antes vendia frutas e verduras e o trabalho era muito mais cansativo. Tereza garantiu que há 30 anos trabal-

ha na feira livre e criou todos os filhos, que hoje já não moram mais com ela. A feira livre da cidade de Cachoeira acontece sempre às quartas e sábados, reúne pessoas da cidade e municípios vizinhos.

ECONOMIA

Beatriz dos Anjos Medeiros

A feira livre fica no centro da cidade da Cachoeira

Natália Verena

Com 71 anos, Tereza de Jesus prefere vender roupas

propagandas na televisão e isso acaba atraindo cliente. Mas confessou que “é preciso ser realista e fazer poucas com-pras, afinal, o comércio de Cachoeira passa por um momento delicado”.

Para solucionar esse problema, Simone Cerqueira, dona da loja de roupas e acessórios Simone Fashion.com, es-colheu uma maneira de atrair com-pradores, fazendo promoções e colo-cando algumas roupas em desconto para agradar seus clientes e diminuir a queda que, segundo, ela chega a 70% ou 80% nos primeiros meses do ano. “Geralmente depois do mês de dezembro que é o mês mais movi-mentado, janeiro a gente faz uma pro-moção e essa promoção colocamos um desconto de 30% a 50%, para pod-er terminar todo estoque”, declarou.

80%

Segundo Lojistas queda chega a

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Jojistas afirmam que o mês de janeiro é o mais baixo em vendas

Cachoeira - BA | Abril/2014ECONOMIA 11|10

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Projeto aproxima alunos de rádio comunitária

Murilo Santana

Karlos Vynícius

Cursos profissionalizantesqualificam para o mercado

Nove cursos profissionalizantes foram oferecidos gratuitamente pelo Centro de Qualificação Profissional de Ca-choeira em 2013. As 326 vagas foram para porteiro e vigia, caldeireiro, ele-tricistas predial e industrial, mecânico, inglês e espanhol aplicados aos ser-viços turísticos, auxiliar administrativo e recepcionista. Os conteúdos teórico e prático dos cursos não se resumem somente às especificidades de cada área, mas às disciplinas que abordam desde o conteúdo específico aos que envolvem exigências inesperadas na atuação.O curso para porteiro e vigia, por ex-emplo, dispõe das disciplinas de estru-tura, funcionamento e recepção, técni-cas de trabalho, noções de segurança, relações socioprofissionais e ambien-tais.

Curriculo diversificado

Os alunos contam também com um estímulo a mais para os estudos – a assistência estudantil. Durante os três meses de curso, o aluno que cum-prir com as determinações estabeleci-das tem direito a uma ajuda de custo mensal no valor de R$ 60,00. O que caracteriza, segundo a secretária de assistência social do município, Ana Cristina Soares, em “um diferencial a mais”. Mesmo correspondendo às exigências do curso, identificando-se com a área e absorvendo os assuntos estudados, alguns alunos têm expectativas incertas

sobre a atuação pós-curso, como re-latou a aluna de eletricidade industrial Taiana Coelho da Conceição. “As ex-pectativas são boas e ruins, pois nem todos os lugares têm vagas para eletri-cista, aqui em Cachoeira mesmo, não tem. Sendo assim, a gente vai ter que ir para fora, colocar nossos currículos. Mesmo assim, quando o curso termi-nar não pretendo guardar o material, mas continuar aprofundando nos estu-dos”, disse. Embora não exista vagas na cidade para a maioria das áreas, a secre-tária de assistência social do município acredita que em Maragojipe, com a construção do Estaleiro Enseada do Paraguaçu, a situação vai mudar. “A gente teve inicialmente por base a de-manda da mão de obra que o estaleiro possivelmente irá absorver, com isto teremos agregação de parte dos alu-nos recém qualificados”, afirmou.

Pronatec

O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec)

foi criado pelo gov-erno federal em 2011, com o ob-jetivo de ampliar a oferta dos cursos de educação profission-al e tecnológica. Em Cachoeira, o pro-grama foi adotado como uma proposta de governo do atual prefeito Carlos Perei-ra (PP) para a qualifi-cação profissional de jovens e adultos que

atuam no mercado de trabalho ou que visualizam o primeiro emprego, além de ser uma oportunidade para capac-itação de pessoas que vivem em vul-nerabilidade social no Recôncavo da Bahia.O Centro de Qualificação Profissional, situado na Rua Ernesto Simões Filho, na cidade histórica, foi inaugurado no dia 18 de outubro de 2013. A adesão ao Pronatec aconteceu, segundo a se-cretária de assistência social de Ca-choeira, Cristina Soares, a partir da indicação sobre a oferta de mão-de-obra que necessitará para o funciona-mento do estaleiro e o aprimoramento profissional nos setores requisitados em Cachoeira, tais como turismo, ho-telaria e outros.

“As expectativas são boas e ruins, pois nem todos os lugares têm vagas para eletricista, aqui em Cachoeira mesmo, não tem

Taiana, sobre o mercado em Cachoeira

Murilo SantanaKarlos Vynícius

A lunos da Esco l a Pa roqu i a l a companham a p rodução do p rog rama Manhã de No t i c i a s da r ád io Magn i f i c a t FM

O programa Mais Educação do gover-no federal tem por objetivo, de acordo com seu site oficial, ampliar o tempo de permanecia do estudante na escola e, para isto, são disponibilizadas oficinas das mais variadas categorias, geral-mente num turno oposto daquele no qual o aluno assiste às aulas tradicio-nais. Estas oficinas adaptam-se à real-idade local do estudante e contribuem no seu desenvolvimento sociocultural.Através do programa, alunos do sexto ano do ensino fundamental da Escola Paroquial Dom Antônio Monteiro, em Cachoeira, têm a chance de estagiar na rádio Magnificat FM.De acordo com o monitor Murilo San-tana, os estudantes são escolhidos a es-tagiarem a partir de seus desempenhos durante a oficina, além da aptidão nat-ural para a comunicação. “Os alunos são observados pela equipe docente da escola, sendo selecionados os mel-hores para participarem das oficinas, e

Centro de qualificação promove cursos preparatórios para o mercado de trabalho

Cachoeira - BA | Abril/2014ECONOMIA 12| 13

a partir daí eles são encaminhados a atuarem na rádio”, explicou.

OportunidadePor se tratar de uma escola que atende a alunos de baixa renda, o programa é uma oportunidade para que os estu-dantes ingressem tanto no ensino su-perior quanto conquistem o primeiro emprego. Como Cachoeira dispõe do curso de Comunicação Social com ha-bilitação em Jornalismo na UFRB, ess-es alunos, após o estágio e afirmarem sua vocação pela área, têm a chance de cursar uma universidade federal sem sair de casa, além de possuir uma experiência para atuarem profissional-mente. Após serem selecionados, os alunos são chamados a atuar na rádio Mag-nificat, sendo que nesta primeira fase eles apenas observam como ocorre a transmissão do programa Manhã de Notícias, apresentado por Jeise Ri-beiro, Roque Sena e Ivanildo Paulo,

que salientou a relação entre o estágio e a existência do curso de Jornalismo. “A nossa intenção é que, com o curso de comunicação na UFRB, seja desper-tado neles, a vocação, a vontade de atuar em algo relacionado à comuni-cação. Então, como temos aqui a Mag-nificat, que é uma rádio comunitária, nós permitimos que eles observem todo o processo justamente para que eles vejam que comunicação é uma coisa muito boa de se fazer e inclusive nessas visitas a gente já percebe em al-guns alunos a vontade, o interesse em continuar no projeto”, comentou.Em alguns alunos é evidente o interes-se pela comunicação, apesar da pouca idade. Laura Nascimento, por exemp-lo, parece estar convicta de sua escol-ha. “Eu acho tudo muito interessante, pois a gente aprende muitas coisas, como atuar na rádio, inclusive pen-so em estudar jornalismo na universi-dade”, concluiu.

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ESPORTE

Bairro carente de Cruz das Almasganha centro de esportes

Está sendo implantado em Cruz das Almas o Centro de Esportes Unificados (CEUs), um projeto do programa PAC 2, do Governo Federal, juntamente com a prefeitura, para levar inclusão social aos moradores do município, construindo praças e inserindo nelas cultura, esporte e lazer. O centro con-tará com uma bi-blioteca e quadra po-liesportiva coberta para várias modali-dades, como basquete, futsal e pista de skate, (que é uma cobrança dos jovens da cidade), além de um anfiteatro e da presença do Centro de Referência de Assistência Social para servir à comu-nidade carente do Bairro Miradouro, onde a praça está sendo construída.

FALAPOVO

Torcedores de Bahia e Vitória dizemo que acham dos novos estrangeiros

Thamires Almeida

Natália Verena

De acordo com o Secretário de Infraestrutura, Paulo Moraes, a praça tem pre-visão para o dia 29 de Julho, no aniversário da cidade, e custará para os cofres públicos R$ 1,9 milhões. “Ela pretende trazer inclusão social ao Miradouro, que é um bair-ro que havia sido esquecido

pelos governantes”, disse o secretário, acrescentando que encontrou o projeto já destinado para o bairro, “acredito que foi feito em fun-ção de uma área do tamanho ideal para a praça, mas eu também creio que seja para poder trazer mais um equipamento do mu-nicípio para aquele bairro, pois é um espaço grande e não tinha nenhuma área de lazer onde as pessoas se senti-ram mais valorizadas”.

Mobilização

Os representantes das secretarias municipais de Cruz das almas anun-ciaram que irão se unir numa mobi-

lização para conscientizar e levar à comunidade o senti-mento de perten-cimento desse ambiente, para que não degradem o espaço públi-co e possam usufruí-lo da melhor forma possível. O secretário de Esporte, Cultu-ra, Turismo e Lazer, Ronaldo Anias, falou sobre a importância das mobilidades esporti-vas para a aproximação dos jovens desse bairro “As modalidades de esco-linhas de basquete, futsal e voleibol, vão ampliar a oferta do esporte para a cida-de, onde o espaço está sendo im-plantado, numa região onde tem uma vulnerabi-lidade social muito grande. Então devemos fazer um trabalho jun-tamente com os pais para tentar ver a questão dos combates às drogas inclu-indo o esporte na vida desses jovens e crianças”, disse.De acordo com o secretário, o objetivo do CEUs é integrar no mesmo espaço físico programas e ações culturais, práticas esportivas e de lazer, trazendo prevenção à violência e promovendo cidadania em territórios de alta vulner-abilidade social. O morador do Mira-douro Diego de Almeida, de 22 anos, se disse contente com o Centro de Es-portes Unificados a ser implantado no bairro: “Vai ter uma movimentação no bairro. Esse terreno antes era baldio, feito de lixão e agora vai ter pista de skate, biblioteca e isso vai mudar muito as coisas”, afirmou.

“Eu achei que o Maxi não es-tava somando muito, então foi melhor ele sair e ir pro Bahia. É melhor porque a gente pode ter contratações que possam evoluir o time, que façam com que o Vitória consiga o Campe-onato Baiano desse ano”

Beatriz Medeiros

Secretário Paulo Moraes acompanhando as obras do CEUs

Cachoeira - BA | Abril/2014ESPORTE 15|14

16 anos, estudante de São Félix

61 anos, artista plástico, mora-dor de Cachoeira

“Eu acho que o Vitória tá vi-vendo um grande momento, o time está bem estruturado, tem recursos financeiros, mas vai perder muito com a saída do Maxi Biancucchi, ele estava muito bem entrosado no time”

“Eu, como sócio do clube, acho que o Bahia está no caminho certo, apesar de faltar contrat-ados para as posições de lateral, centroavante e meias bons. É mui-to importante que os torcedores coloquem os pés no chão na questão financeira”

62 anos, empresário de Cachoeira

A redação do Reverso foi às ruas de Cachoeira e São Félix verificar a opinião das pessoas sobre as recentes contrata-ções de jogadores estrangeiros pelo Bahia e Vitória. Os torcedores declararam sobre a atual situação dos seus re-spectivos times neste começo de ano e o que estão acharam da transferência do Maxi Biancucchi, do rubro-negro para o tricolor

29 anos, Professor em Muritiba

“Eu acho que é melhor valo-rizar os jogadores locais, até porque os brasileiros são os melhores do mundo. Apesar de tudo, eu acredito que a contratação dos primos de Messi vai trazer coisas boas pro time”Thayara Sales

* Fala Povo realizado em 19/03/2014

Gilberto Filho

José Santos

Edvan Mota

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A Fúria do Mais Queridose organiza no Recôncavo

Mesmo após mais de 50 anos sem le-vantar uma taça, o Esporte Clube Ypi-ranga - que teve torcedores ilustres, como o escritor Jorge Amado e a reli-giosa Irmã Dulce - continua contando com uma torcida apaixonada e fiel. O time aurinegro, que no próximo dia 16 de março estreia pela segunda divisão do campeonato baiano, depende da animação da torcida para que o ano de 2014 reserve muitas alegrias e o sonhado acesso à primeira divisão do certame estadual.Porém, nem só de torcedores ilus-tres vive um time. Renovação nas ar-quibancadas é necessária e isso vem acontecendo com o Mais Querido. Um desses exemplos é a Torcida Organiza-da Fúria Aurinegra, fundada no dia 16 de maio de 2012 pelos amigos Jorge Vital e Lucas Gama, na época com 17 e 16 anos, respectivamente. A data de fundação da torcida também marcou a primeira vez em que os jovens, já como

torcida organizada, foram acompan-har um jogo do Ypiranga dentro do estádio. Começaram com pé quente, pois naquela oportunidade a equipe aurinegra venceu o Ipitanga pelo plac-ar de 4 x 2.

Herança de família

A ideia de fundar uma torcida or-ganizada surgiu ainda na escola e, como é comum no esporte, as princi-pais influencias para que Jorge e Lu-cas torcessem para o Ypiranga vieram da própria família, por serem filhos e netos de torcedores assíduos do clube. Atualmente, a torcida está passando por um sistema de associação, mas se-gundo os organizadores estima-se que se tenha mais ou menos 30 membros ativos e não para por aí.A Fúria Aurinegra, fazendo jus ao adje-tivo organizada, pretende ter um setor

especifico para o Recôncavo da Bahia. A ideia de setorizar a torcida por região surgiu de Adônis Matos, diretor geral da Fúria. Segundo ele, a torcida do Ypiranga no interior é muito grande, porém não tem acesso às noticias do clube, pelo fato dele não estar tão em evidencia na mídia. Juntamente com outro torcedor da cidade de Amargosa, também no Recôncavo, criaram uma sub-sede, que foi rapidamente aceita pela diretoria, embora ainda faltem alguns requisitos para se tornar ativa, como a provável mudança de sede do time para a cidade de Santo Amaro. “No começo não gostamos muito, pois tínhamos projetos contanto com que o Ypiranga fosse jogar no Pituaçu, mas depois de uma reunião com a direto-ria vimos que era melhor para o clube, e que poderia ser bom para a gente também”, explicou Adônis.

Um pouco de história

Em 17 de abril de 1904, jovens que eram impedidos de participarem de clubes por fatores étnicos e econômi-cos resolveram fundar seu próprio time. Assim surgiu o Sport Club Sete de Setembro, nome que dois anos depois, em 1906, deu lugar ao Sport Club Ypi-ranga. Equipe que pouco tempo de-pois viria a sagrar-se campeã baiana pela primeira vez, em 1917. Após vi-eram mais nove taças estaduais: 1917, 1918, 1920, 1921, 1925, 1928, 1929, 1932, 1939, 1951.Além dos títulos baianos, “O Mais Querido” conquistou o campeonato norte-nordeste de 1951 e oito vezes o Torneio Início (1919, 1922, 1929, 1933, 1947, 1956, 1959 e 1963).

Marcus Vinícius

Div

ulga

ção

Cachoeira - BA | Abril/2014ESPORTE 16|