reverso 95 - revista ser saudável

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Saudável SER DIET, LIGHT, INTEGRAL E ORGÂNICO: APRENDA A DIFERENCIAR VOCÊ SABE LER RÓTULOS DOS ALIMENTOS APRENDA A DECIFRÁ-LOS ALIMENTOS VS PRODUTOS ALIMENTÍCIOS ENTENDA AS DIFERENÇAS SUGESTÕES DE RECEITAS SAUDÁVEIS: 7 RECEITAS PARA INSPIRAR NÃO ADOCE A VIDA! CONHEÇA OS RISCOS DO CONSUMO DE AÇÚCAR HÁBITOS ALIMENTARES SAUDÁVEIS NA INFÂNCIA A IMPORTÂNCIA DE UMA ALIMENTAÇÃO EQUILIBRADA Os segredos dos alimentos por trás das embalagens 10 DICAS GERAIS PARA TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL UM PRODUTO FOTO: REPRODUÇÃO CACHOEIRA | DEZEMBRO 2015 | N° 95

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Page 1: Reverso 95 - Revista Ser Saudável

SaudávelSER

DIET, LIGHT, INTEGRAL E ORGÂNICO:

APRENDA A DIFERENCIAR

VOCÊ SABE LER RÓTULOS DOS

ALIMENTOSAPRENDA A DECIFRÁ-LOS

ALIMENTOS VS PRODUTOS

ALIMENTÍCIOSENTENDA AS DIFERENÇAS

SUGESTÕES DE RECEITAS SAUDÁVEIS:

7 RECEITAS PARA INSPIRAR

NÃO ADOCE A VIDA!CONHEÇA OS RISCOS DO CONSUMO DE AÇÚCAR

HÁBITOS ALIMENTARES

SAUDÁVEIS NA INFÂNCIA

A IMPORTÂNCIA DE UMA

ALIMENTAÇÃOEQUILIBRADA

Os segredos dos alimentos

por trás das embalagens

10 DICASGERAISPARA TERUMA ALIMENTAÇÃOSAUDÁVEL

UM PRODUTO

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CACHOEIRA | DEZEMBRO 2015 | N° 95

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Este é um produto laboratório do curso de Jornalismo, da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB).

REITOR DA UFRB Prof. Dr. Silvio Luiz de Oliveira Soglia

DIRETOR DO CAHL Prof. Dr. Wilson Penteado

CORDENAÇÃO EDITORIAL Prof. Dr. Robério Marcelo RibeiroProf. Dr. José Péricles Diniz

sumárioVOCÊ SABE LER OS RÓTULOS DOS ALIMENTOS? Pg.3

ALIMENTOS X PRODUTOS ALIMEN-TÍCIOS Pg.4

ALIMENTOS POR TRÁS DAS EMBALAGENS Pg.5

O SABOR DA SAÚDE VEM DE CASA Pg.6

PRODUTOS DIET, LIGHT, INTEGRAL, ORGÂNICO: DIFERENCIE Pg.7

AÇÚCAR:NÃO “ADOCE” A VIDA Pg.8

10 DICAS PARA TER UMA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL Pg.9

SUGESTÕES DE RECEITAS SAUDÁVEIS Pg.10

INTRODUÇÃO ALIMENTAR INFANTIL Pg.11

O GLÚTEN E AS ARMADILHAS DO DIA A DIA Pg.12

A expansão da industrialização dos ali-mentos ao longo dos anos tem provo-cadomudanças em nossas práticas alimentares, que trou-xeram consequências para a saúde da população sem que boa parte dela se dê conta disso. Muitas dessas do-enças (obesidade, diabetes, hipertensão) que hoje aco-metem boa parte da população poderiam ser evitadas se as pessoas simplesmente reaprendessem a comer bem, sem que isso se torne sinônimo de sacrifício em prol de benefícios estéticos. Pensando nisso, a Ser Saudável traz para você nesta edição informações sobre hábitos ali-mentares que vão te ajudar a ter uma vida mais saudável.

EDITORIAL

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A rotulagem de alimentos é designada a informar sobre sua origem e propriedades nutricionais. Na hora da compra, o consumidor deve observar os dados básicos do produto. Além da data de fabricação e prazo de validade, é importante ava-liar as condições gerais do alimento, verificar o rótulo e a tabela nutricional. A leitura correta de rótulos alimentares contribui para uma dieta saudável e equi-librada. De acordo com a Agência Nacional de Vigilân-cia Sanitária (Anvisa), órgão regulatório do governo, todos os alimentos industria-lizados devem apresentar as seguintes informações nutri-cionais:

• Porção: É a quantidade que

Podemos encontrá-las nas carnes, ovos, leites e deriva-dos e feijões.

• Gorduras: A informação nutricional no rótulo destaca a quantidade de Gorduras Totais, Gordura Saturada e Colesterol. Gorduras ou lipídios que podem ser de origem vegetal ou animal.

• Fibras: É um tipo de car-boidrato presente em muitos tipos de alimentos de origem vegetal, como frutas e horta-liças, pães integrais e outros.

normalmente uma pessoa sadia, maior de 05 anos e em bom estado nutricio-nal consome, por vez, para compor uma alimentação saudável.

• Medida caseira: É a forma de medir os alimentos sem o uso de balanças ou qualquer tipo de utensílio que se faça uma mensuração exata. Por exemplo: em fatias, biscoitos, pote, xícaras, copos, colheres de sopa entre outros.

• Valores diários (VD): São as quantidades dos nutrientes que a população brasileira deve consumir para ter uma alimentação saudável. Para cada nutriente temos um valor diário diferente. • Carboidratos: São com-ponentes do alimento que fornecem parte da energia necessária para o cresci-mento, desenvolvimento e manutenção da nossa saúde. Estão presentes nas massas, arroz, açúcar de mesa, mel, pães, frutas, farinhas, tubér-culos e doces em geral.

• Proteínas: São componen-tes do alimento necessários para construção dos nossos órgãos, tecidos, células etc.

COMPARAR OS RÓTULOSAo identificar a quantidade e qualidade dos nutrientes ali-mentícios, é possível distin-guir entre as marcas alimen-tares, qual atende melhor a sua necessidade. A informa-ção nutricional contida no rótulo é a forma mais fácil de você comparar um alimento com outro e, assim, fazer escolhas corretas. Os valo-res nutricionais podem ou não ultrapassar a marca de consumo diário dos nutrien-tes. Portanto, é fundamental verificar a porção de cada item para uma alimentação saudável. Exemplo, você pode comparar iogurtes de diferentes marcas e escolher aquele que tem menos gor-dura total, gordura saturada e colesterol e que, mesmo assim, apresente a mesma ou maior quantidade de cálcio.

QUAIS SÃO OS VALORESDIÁRIOS (VD)? Carboidratos – 300 gProteínas – 75 g Gorduras totais – 55 gGorduras saturadas – 22 gColesterol – 300 mgFibra alimentar – 25 gCálcio – 1000 mg Ferro – 14 mg Sódio – 2400 mg

O que propõem as descrições de embalagens dos alimentos industrializados.

IMPORTANTE!!!Também presente nas embalagens, a listagem de ingre-dientes é a melhor opção na hora de avaliar a composi-ção do alimento. Os valores nutricionais estão ordenados de forma decrescente, ou seja, o primeiro ingrediente da lis-ta é sempre aquele que está em maior quantidade no ali-mento e assim su-cessivamente.

VOCÊ SABE LER OS RÓTULOS DOS ALIMENTOS?

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FOTO: LAERTE SANTANA

por Laerte SantanaConhecer a composição dos alimentos é fundamen-

tal para garantir a segurança alimentar.

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PRODUTOSALIMENTÍCIOS

ALIMENTOS

Saber diferenciar os alimentos garante escolhas saudáveis para quem quer ter qualidade de vida

vs

precisa. São alimentos que ma-tam a fome, mas não nutrem o corpo”.O uso desses aditivos deve ser discriminado na embalagem dos produtos. O nome de muitos des-ses produtos químicos vem codifi-cado, para que o consumidor não se assuste ao ler os ingredientes nos rótulos.A mudança de estilo de vida do brasileiro é um fator relevante no alto consumo de alimentos industrializados e se dá por con-sequência de uma rotina corrida. Isso o faz optar por refeições fora do lar, em cantinas e lan-chonetes, o que provoca maus hábitos alimentares pelo aumento do consumo de alimentos que prometem ser rápidos e práticos. A aquisição de produtos conge-lados prontos ou semi-prontos, alimentos pré-cozidos e pré-tem-perados fazem parte da lista de compras de muita gente. Sobre isso, Fernanda Andrade explica que “a rede de indústria e comér-cio aproveita este novo padrão de comportamento do brasileiro para oferecer novos produtos muito ricos em gordura, açúcares, aditivos, mas pobres em vitaminas e sais minerais”. Se alimentar de forma saudável nos dias de hoje é difícil e exige disciplina, mas para a nutricionista Fernanda ainda é possível haver uma mudança no quadro de alimentação dos brasileiros: “É meio difícil falar da alimentação do brasileiro a longo prazo, uma vez que isso vem mu-dando a cada dia, esperamos que com esses aperfeiçoamentos da indústria, eles consigam oferecer alimentos mais naturais, que real-mente tragam benefícios a saúde do consumidor”. É perceptível que as pessoas estão se tornando cada vez mais cuidadosos com a saúde e com um estilo de vida mais saudável, atentando-se para uma alimentação mais adequada e que lhe previna doenças.

Você já parou para pensar so-bre a origem dos alimentos que você consome? Como são feitos? Quais os ingredientes contêm neles? Você saberia diferenciar produtos alimentícios de alimen-tos? O que você consome mais? A oferta de produtos nos super-mercados é grande. Para que na próxima compra você faça me-lhores escolhas com os produtos que você consome é preciso fazer uma diferenciação entre alimen-tos e produtos alimentícios. Ali-mentos ou alimento in natura, são aqueles que encontramos sem aditivos, conservantes ou produ-tos que modifiquem ou alterem sua validade. Como exemplo: as carnes, peixes, legumes, verduras. Já os produtos alimentícios, pas-sam por algum tipo de alteração que modifique sua forma original.

Há basicamente três tipos de pro-dutos alimentícios:Os minimamente processados, são os alimentos que passaram por algum processo de moagem, limpeza ou desidratação, a exem-plo do feijão, arroz, farinha e leite. Já os processados, são os tipos que recebem aditivos para du-rarem mais tempo ou para se tornar mais saboroso. Os aditivos mais usados são o sal e açúcar, presente nos produtos em con-serva, e tantos outros enlatados.E os produtos chamados ultra processados são formulas fabri-cadas pela própria indústria, com muitos aditivos, conservantes para dar gosto e ter uma boa aparência. São eles os biscoitos, salgadinhos, refrigerantes, su-cos, iogurtes, comida congelada, temperos prontos etc. A empre-

gada doméstica Marlene Santos, 58, que tem o costume de fazer compras no supermercado, não fica atenta aos rótulos e nem a distinção entre os alimentos. “Eu tenho pouco tempo para ficar no supermercado, ler os rótulos me faz perder muito tempo. Tudo para mim é comida, mas eu sei que esses produtos de pacotes não devem fazer muito bem a saúde”, disse.

Artificialidade natural

Os produtos industrializados ocupam uma parcela cada vez maior do mercado de alimentos e estão constantemente em nossas mesas, sendo naturalizados ao ponto de não imaginarmos uma vida sem eles. Esses produtos se apresentam de forma que pare-çam naturais aos olhos do con-sumidor e indispensáveis na sua alimentação, utilizando em suas embalagens imagens de comidas e sabores que nos são familiares, como por exemplo, os sucos de “fruta” que não possuem nada de fruta em sua composição. As indústrias investem pesado em novas tecnologias e em marketing para aumentar o consumo de seus produtos, que por serem tão práticos e possuírem mais tempo de validade, acabamos descon-siderando suas características nocivas à saúde. Para garantir a durabilidade e praticidade dos alimentos industrializados os fa-bricantes utilizam muitos aditivos químicos, que não fazem bem a saúde de quem os consome com frequência. De acordo com a nu-tricionista Fernanda Andrade, 24, “os industrializados são chamados de “calorias vazias”, alimentos que por muitas vezes podem vir cheios de calorias, pela quantida-de de gorduras presentes, porém não possuem a quantidade de nutrientes, vitaminas, minerais e proteínas que o nosso organismo

por Israel Santos

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Cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a qualidade do que se come. Porém, quem nunca se sentiu perdido ao se deparar com tantas opções práticas e teoricamente saudáveis na sessão de integrais de um su-permercado? E só tende a crescer o número de produtos voltados para quem deseja ema-grecer ou adotar um hábito de vida saudável.

Mas até mesmo os mais atentos estão sendo levados pelo marketing dos alimentos. O que justifica esse fato, muitas vezes, é a brecha na legislação sobre a rotulagem de alimentos e isso consequentemente, permite que a in-dústria, ofereça alimentos não tão saudáveis assim.

Nem tudo que carrega o selo de integral, tem ingredientes com essa composição.

“As pessoas deixam de usar um produto in natura, para utilizar um industrializado, com a justificativa de que está sem tempo e vê os integrais como uma via de escape, entretanto só pelo fato de ser fabricado pela indústria já possui conservantes, corantes, nitrato, nitrito e acaba por prejudicar a saúde” relatou a es-tudante técnica de nutrição, Yoanna Macêdo.

Como a palavra mesmo diz: saudável, é algo que é bom para a saúde, mas muitas vezes a fixação pela dieta acaba “cegando” os con-sumidores. A secretária Milena de Oliveira relatou que por algum tempo se deixou levar pela questão estética e que comprava produ-tos por serem light, diet e integrais. “Visitava sempre a sessão de integrais dos supermer-cados, porém com um tempo percebi que

aqueles alimentos não estavam me ajudando, resolvi parar para pesquisar e hoje faço uma dieta equilibrada, somente com produtos naturais” garantiu. Comer alimentos in natura ou apenas embalados é a opção ideal, mas

como isso nem sempre é possível, o jeito é ficar atento para não ser induzido pelas estra-tégias da indústria alimentícia.

DICAS

1. Os ingredientes são mais importantes que a informação nutricional, sempre ordenados em ordem decrescente; o que está em maior quantidade, para o que está em menor;

Os segredos dos alimentos por trás das embalagens

2. Quanto menos ingredientes melhor;

3. Aqueles mais prejudiciais à saúde são: os menos possíveis de se fazer em casa, os que possuem muitos ingredientes com nomes estranhos, com mais açúcar/glicose/xarope/glucose, e aqueles que possuem marketing chamativo para redução de calorias, diet, fit, light, detox. Seguindo essas dicas, você certa-mente saberá se livrar das armadilhas e iden-tificar melhor os falsos diets, light, integrais e outros. O nutricionista Juarez Regis exempli-ficou alguns alimentos que parecem ser uma boa opção, mas que na verdade atrapalham a busca por uma alimentação saudável.

Barrinha de cereal: muito utilizada para quem deseja uma alimentação rápida e segue uma

dieta. Entretanto o pro-cesso de industrialização adiciona muitos aditivos químicos, gordura hidro-genada e açucares. Uma alternativa saudável às barras são as frutas olea-ginosas, como castanhas, nozes e amêndoas.

Granola: é um mix de cereais, frutas secas e cas-tanhas, rica em fibras e vi-taminas, por isso ajuda na saciedade, mas também contém açúcar. Quem de-seja ter uma alimentação

saudável deve optar por uma sem açúcar ou fazer a sua em casa.

Cautela na hora da compra é uma boa fer-ramenta para se proteger das falsas promes-sas. Consumidores: leiam os rótulos inteiros, inclusive a lista de ingredientes, compare os alimentos e não se deixe levar por embala-gens coloridas e frases de efeito.

As artimanhas da indústria para induzir o consumidor a comprar alimentos teoricamente saudáveis

FOTO: JAQUELINE SANTOS

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por Jaqueline Santos

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pre o gostinho da comida caseira prepa-rada pela mãe ou pela avó. “A vantagem é que a comida que a gente leva de casa sabemos a procedência, como foram hi-gienizados os alimentos, os condimentos usados e a quantidade de sal. Sem contar que dá para economizar uma grana le-vando comida de casa”, pontuou.

Confira abaixo algumas dicas da Nutricio-nista Ticianne Moraes para preparar sua própria alimentação:

• Participar diretamente da seleção dos alimentos e de todo o processo de pro-dução da refeição• Higienizar bem o ambiente onde serão preparados • Escolher temperos naturais ao invés de produtos industrializados • Optar pela cocção mais saudável como grelhados, assados e cozidos• Buscar diversificar as refeições com fru-tas, leguminosas, grãos e saladas• Ter cuidado com a forma de armazena-mento e transporte dos alimentos

utilizados muitos condimentos e as taxas de sódio são assustadoras. A nutricionista Ticianne Moraes sugere que o primeiro passo para estabelecer uma alimentação saudável é cortar o excesso de produtos industrializados “na verdade, o que precisa ser feito é a sele-ção de alimentos na tentativa de substi-tuir o que, muitas vezes, é consumido em excesso por preparações naturais sem conservantes e ou produtos industrializa-dos”. Por isso, Taynara Deiró, 18 anos, que estuda nos dois turnos e por isso tem que almoçar fora todos os dias, sempre procura um estabelecimento de confian-ça, no qual conheça a procedência dos alimentos: “a dona é minha amiga, e a comida é bem caseira e tem variedades de salada e verduras e é tudo bom, é tudo do dia, tudo fresquinho e nunca tive problemas comendo lá”, disse a jovem.Custo. Mesmo aqueles que conseguem achar um local seguro para comer na rua enfrentam outro problema: o custo. Como reforça a nutricionista, “a questão financeira é algo a ser pensado. Ingerir alimentos saudáveis em restaurantes ou através de quentinhas requer investimen-to maior do que a produção em casa”. A jornalista Lorena Souza, apesar de não cozinhar, tenta equilibrar os gastos tra-zendo o almoço de casa, que tem sem-

A auxiliar administrativa Cecília Lima, apesar de ter uma vida corrida e enfren-tar uma jornada de trabalho de quase 10h diárias, levanta quase todos os dias da semana às 5h. Mesmo sendo can-sativo esse esforço era para o bem da própria saúde, pois ela acorda para fazer o próprio almoço. Ela encara tudo de for-ma gratificante, “Eu amo minha comida, pode demandar um pouco do meu tem-po, mas isso está na minha programação diária, não trazendo desvantagens e sim benefícios”. A correria contemporânea faz com que as pessoas passem mais tempo nas ruas. Seja estudando ou trabalhando, elas se distanciam cada vez mais do ca-minho de casa e, consequentemente, da cozinha também. No geral, nos alimenta-mos de forma mais saudável quando es-tamos em casa. É o que pensam 61% dos trabalhadores brasileiros entrevistados em uma pesquisa realizada em 2014 pela Alelo, em parceria com o Ibope. Cecília faz parte desse grupo e não abre mão desse cuidado “estar ciente do que vai ser ingerindo é uma das maiores vantagens em aprontar sua própria alimentação”. Muitas são as facilidades oferecidas nos centros urbanos, em praticamente toda esquina se encontra uma rede famosa de fast food, que se utilizam de artifícios visuais, olfativos e de paladar para nos induzir a consumir, sendo a sua única vantagem a praticidade, pois os níveis de gordura dos alimentos são altos, são

O sabor da saúde vem de casapor Madson Pomponet

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DIET, LIGHT, INTEGRAL E ORGÂNICO: Aprenda a diferenciar

quantidade adequada. Não pode-mos esquecer que esses alimentos são carboidratos, que em excesso viram gordura no nosso corpo” (é preciso ler o rótulo e se aten-tar aos ingredientes para saber se o alimento é realmente integral como diz a embalagem).

ORGÂNICOS

O alimento orgânico não é so-mente “sem agrotóxicos “ como se veicula normalmente. Além de ser isento de insumos artificiais como adubos químicos e agrotóxicos, (e isso resulta na isenção de uma infinidade de subprodutos como nitratos, metais pesados, etc) ele também deve ser isento de drogas veterinárias, hormônios e antibi-óticos e de organismos geneti-camente modificados. Durante o processamento dos alimentos é proibido o uso das radiações ioni-zantes (que produzem substancias cancerígenas, como o benzeno e formaldeído) e aditivos químicos sintéticos como corantes, aromati-zantes, emulsificantes, entre outros.

alimentos diet, há isenção total ou presença máxima de 0,5% de determinados nutrientes. “Ali-mentos ou bebidas que contém a informação “0% de gordura”, “0% de colesterol” ou “0% de açúcar” não cumprem as normas de co-municação ao consumidor sobre os produtos diet. Se faz necessário e é preciso que seja especificado o tipo de gordura (trans, total, satu-rada) que está ausente no produ-to”, acrescentou Alex.

INTEGRAL

Alimento integral é aquele que não teve sua estrutura modificada no processo de industrialização e manteve as vitaminas, minerais e fibras. Eles são excelentes também para acelerar o nosso metabolismo (energia que gastamos para vi-ver). Com isso o corpo gasta mais energia ajudando no emagreci-mento. A nutricionista Eluze Cam-pos Figueiredo explica que “nós temos diversas opções de alimen-tos integrais nos supermercados como pães, massas, cereais, aveia, biscoitos, cookies. São deliciosos, mas devem ser consumidos na

LIGHT

De acordo com a Agência Nacio-nal de Vigilância Sanitária (AN-VISA), o alimento light deve ter uma redução mínima de 25% das calorias ou de algum ingrediente em relação ao produto original, seja ele açúcar, sódio, proteínas e gorduras. Segundo Joseni Fran-ça, mestre em alimentos, saúde e nutrição, “esta redução deve ser significativa em relação a um nu-triente especifico (lipídio, glicídio ou proteína). Geralmente é um produto desenvolvido para aten-der dietas com redução calórica para controle ou redução de peso. Só recebe esta classificação quem atende ao exigido pela legislação”, afirmou.

DIET

Segundo definição do Ministério da Saúde, os alimentos dietéticos são produzidos com uma compo-sição que atenda às necessidades das pessoas com exigências físi-cas, metabólicas, fisiológicas ou com doenças específicas, como restrição ao açúcar. No caso dos

Os consumidores estão cada vez mais exigentes, procurando produtos mais saudáveis e inovadores, que sejam seguros e de prática utilização. Sendo assim, cresce o consumo de produtos indicados para quem precisa manter dietas com restrição do açúcar ou está preocupado com a estética ou em manter hábitos alimentares saudáveis. O nutricionista Alex Castro explica que isso realmente acontece por falta de infor-mações dos consumidores, já que a maioria acredita que são sinônimos. Em favor disso, surgem nos mer-cados vários produtos que disponibilizam informações equivocadas em seus rótulos, induzindo o consu-midor ao erro na hora da compra. Quando vamos ao supermercado, nos deparamos com uma enorme variação de marcas e tipos de alimentos, e muitas vezes em uma mesma marca verificamos que existe o produto tradicional, o diet, o light, o integral e o orgânico. Mas afinal, qual é a diferença entre eles?

por Alan Suzart

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saudável devem ser praticados desde quando nascemos. Quanto mais cedo desenvolvemos estes hábitos e mantemos ao longo da vida, melhor protegemos o nosso corpo. Isto é importante, pois na medida em que envelhecemos a probabilidade de adoecer é ainda mais fácil. Hábitos alimentares saudáveis nos introduzem a saúde preventiva. E quando o assunto é açúcar, Joana Andrade, estudante de nutrição e adepta ao estilo de vida saudável, conta o porquê de manter uma alimentação balan-ceada e livre de qualquer tipo de açúcar. “Ninguém quer ter hiper-tensão, resistência insulínica, dia-betes, doenças cardiovasculares, síndrome metabólica, esteatose hepática, depressão, mau funcio-namento intestinal, baixa resistên-cia imunológica, diminuição de absorção de magnésio, cálcio e câncer, mas o consumo de açúcar é um convite para todas essas doenças, por isso a importância de não o consumir”. A ingestão de açúcar é o principal culpado da maioria das doenças. Sua substân-cia viciante e nociva ao corpo não nos traz nenhum benefício, além de agir como um anti nutriente, roubando minerais e vitaminas do organismo. O processo de reedu-cação alimentar, e consequente-mente, da eliminação de ingestão de açucares, é essencial para uma alimentação saudável. “Todos os tipos de açúcar causam os mes-mos efeitos que já conhecemos

no organismo, por isso, o ideal é aprender a apreciar o verdadeiro gosto dos alimentos e não consu-mir”. É o que diz Joana, sobre sua nova forma de se alimentar.

nutricional. • Demerara: É característico pela cor marrom claro. Passa por um refinamento leve e não recebe nenhum tipo de aditivo quími-co, dessa forma mantém-se um pouco das vitaminas e retiram-se as impurezas, mas ainda assim está longe de ser um alimento nutritivo. • Mascavo: É o mais bruto, carac-terizado pelo tom mais escuro e pela leve umidade. A sua extração se dá por cristalização do melado de cana, dentre todos é o que tem mais vitaminas e minerais. • Orgânico: Do plantio à in-dustrialização, este açúcar não utiliza ingredientes artificiais nem agrotóxicos durante o plantio da matéria prima. Visualmente, este ingrediente tem cristais mais grossos e mais escuros que os outros açúcares. Possui alto teor de carboidratos e continua sendo um alimento desaconselhável do ponto de vista nutricional. • Light: Este açúcar surge da combinação do açúcar refinado com adoçantes artificiais, como o aspartame, que, por suas caracte-rísticas, adoça quatro vezes mais que açúcar comum. . Um estudo sobre alimentação saudável, feito pelas nutricionistas Carolina Sartori e Jessica Ribeiro, denominado Descomplicando a nutrição (Ebook), desmistifica a existência de um açúcar saudá-

Reeducar-se e readaptar a alimen-tação para que ela seja saudável não é uma tarefa simples. Prin-cipalmente porque isso requer a eliminação ou redução do consu-mo de açúcar. O sabor adocicado é a sua principal característica. No entanto, até que ponto esse doce pode se tornar amargo na saúde do nosso corpo? Crescemos com o hábito de adoçar os alimentos, seja com açúcar branco, demera-ra, mascavo ou até mesmo com o delicioso mel de abelha. O con-sumo de açucares causam efeitos negativos na qualidade de vida em longo prazo, podendo desen-cadear diversos tipos de doenças. A indústria alimentícia, com suas atraentes estratégias de mercado, induz o consumidor a preferir por comidas que contenham açúcar, tornando-o cada vez mais depen-dente desse paladar.

Principais tipos de açúcar:

• Cristal: Grãos transparentes ex-traídos do caldo de cana. Passam pelos processos de purificação, evaporizarão, cristalização, centri-fugação e secagem. • Refinado: Obtido a partir do açúcar cristal, é o mais branco e comum nos supermercados. O processamento utilizado é o refinamento e nele são retiradas vitaminas e minerais deixando o produto com baixa qualidade

NÃO ADOCE A VIDAÉ possível sentir os

sabores dos alimentos sem alterá-los? Será o açúcar o grande vilão

da alimentação?

por Laerte Santanavel. Em suas pesquisas, que unem conhecimento científico e prática, ressaltam que devido ao pequeno número de nutrientes e alto índice glicêmico, o açúcar tem baixo valor nutricional. Todos os diferentes tipos de açú-car, independente da qualidade, possuem alto teor de carboidratos (cerca de 98g a cada 100g) de rápida digestão e metabolizaçã

sendo para o ponto de vista nutri-cional, desaconselháveis ao uso.

Reeducando o paladar

A alimentação e o estilo de vida

FOTO: LAERTE SANTANA

FOTO: LAERTE SANTANA

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Page 9: Reverso 95 - Revista Ser Saudável

10 Dicas para ter uma alimentação saudável

LEIA SEMPRE OS RÓTULOS ANTES DE COMPRAR QUALQUER

ALIMENTO INDUSTRIALIZADO

EVITE CARBOIDRATOS REFINADOS, CONSUMA SEMPRE OS INTEGRAIS

(PÃO, ARROZ, MACARRÃO, FARINHAS, BISCOITOS ETC)

APRENDA A COZINHAR E

EVITE COMER EM RESTAURANTES

NÃO CONSUMA

INDUSTRIALIZADOS MUITO

PROCESSADOS, PREFIRA OS

ALIMENTOS DA FORMA QUE

VIERAM DA NATUREZA

NÃO GASTE DINHEIRO COM INDUSTRIALIZADOS FIT, LIGHT, DIET, ZERO.

INVISTA-0 EM ORGÂNICOS

CONSUMIR BASTANTE VEGETAIS E ALIMENTOS

FONTE DE GORDURAS BOAS (COCO, CASTANHAS, AZEITE,

PEIXES, SEMENTES)

NÃO SEGUIR DIETAS DA

MODA E EMAGRECIMENTO

MILAGROSO, PRIORIZE SUA

SAÚDE E REEDUQUE SEU

HÁBITO ALIMENTAR

NÃO CONSUMA NADA QUE CONTENHA GLUTAMATO

MONOSSÓDICO, ASPARTAME, XAROPE DE GLICOSE, GORDU-RA TRANS/GORDURA VEGETAL

HIDROGENADA ETC

NÃO CONSUMA NADA

QUE CONTEM SACAROSE, GLUCOSE,

XAROPE DE MILHO/ FRUTOSE, AÇÚCAR

LÍQUIDO/ INVERTIDO, MALTODEXTRI-

NA, CICLAMATO, ACESSULFAME,

ASPARTAME ETC

EVITE CONSUMIR AÇÚCAR DE QUALQUER TIPO,

PRINCIPALMENTE ADOÇANTES ARTIFICIAS; APRENDA A SENTIR

O GOSTO REAL DOS ALIMENTOS

Info

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SUGESTÕES DE RECEITAS SAUDÁVEIS

Muitas pessoas sentem a necessidade de se alimentar de forma mais saudável, e por isso há quem aposte na comercialização de produtos orgânicos e naturais. Arranjar um tempo para preparar o seu próprio alimento não é somente essencial, mas também uma garantia de um estilo de vida saudável. Confira dicas de receitas práticas para o seu dia-a-dia.

por Jaqueline Santos

PÃOZINHO DE QUEIJO COMBATATA DOCEIngredientes: 1 xícara de batata doce cozida e amassada, 1 ovo, 1 xí-cara de polvilho doce, 1 xícara de polvilho azedo, 2 colheres de queijo cottage, 2 colheres de azeite extra virgem, 3 colheres de água quente (pode variar um pouco, o ponto da massa é tipo massinha), 1 colher chá de sal rosa | Modo de fazer: Misture todos os ingredientes e por último adicione o sal. Depois faça bolinhas. Leve ao forno até dourar.

BOLO MESCLADO (sem glúten, sem leite, soja e sem refinados)

Ingredientes: 5 ovos, 100 gramas ou 1/2 xícara de açúcar mascavo, 8 colheres de sopa de óleo de coco, 1 xícara de “leite” de amêndoas, 1/2 xíca-ra de farinha de arroz integral, 6 colheres de sopa de cacau em pó, 1 pitada de sal marinho sem-pre moído ou não refinado, 1 colher de chá de fava de baunilha, 1 colher de sopa de fermento de boloModo de fazer: Bata as claras em neve com a pitada de

sal (reserve-as). No liquidificador bata as gemas, o açúcar, o óleo de coco, o leite, a farinha, a baunilha e por último o fermen-to. Misture 3/4 dessa massa com 3/4 das claras reservadas. E acomode em uma forma redonda já untada com óleo de coco. Nos outros 1/4 de massa misture o cacau e depois misture esse 1/4 de massa com 1/4 de clara que sobrou. E essa mas-sa com cacau coloque sobre a massa que já está na forma, mas de uma forma que não seja uniforme. “Mescle” a massa, dei-xe que ela se acomode sozinha. Forno pré aquecido ao 180º por 25 a 30 minutos.

PÃO (BOLO) DE BA-NANA COM CASTA-NHA DE CAJU (sem glúten e sem lactose)

Ingredientes: 4 bana-nas amassadas, 1 xícara de castanha do Pará picada 3 ovos, 1/2 xícara de óleo de gi-rassol, 1 xícara de açúcar deme-rara,1 coher de sobremesa de canela em pó, 2 xícaras de farinha

de arroz (usei integral),1 colher de sopa de fermento em pó | Modo de fazer: Em um recipiente misturar os ovos, o óleo, o açúcar e a canela. Acrescentar a farinha (peneirada) e misturar até in-corporar os ingredientes. Acrescentar as bananas e as castanhas e misturar mais uma vez. Por Por último acres-centar o fermento. Assar em forno pré aquecido ao 180º de 40 a 50 minutos.

COOKIES DE FARINHA DE COCO

BOLINHO DE BATATA DOCE COM GRÃO DE BICO E DIP DE MAIONESE DE TOFU

PÃO DE GRÃOS E SEMENTES

BOLACHAS AMANTEIGADAS COM GOTAS DE CHOCOLATE

Ingredientes: 2 xícaras de fari-nha de coco, 3 ovos, 1 xícara de farinha de trigo integral, 1 xícara de açúcar mascavo (ou demerara), 1 colher de chá de fermento | Modo de fazer:Misturar todos os ingredien-tes, fazer bolinhas, e colocar em forma untada por 30 mi-nutos no forno a 180/200°

Misture a mesma quantidade de batata doce cozida e grão de bico cozido. Acrescente tem-peros: orégano, cebolinha, salsinha, sal do hi-malaia, pimenta do reino e raspinhas de limão. Amasse tudo e misture até formar uma massa homogênea. Faça bolotas, passe na farinha de linhaça e leve ao forno por 10 minutos pra dou-rar. A maionese: bata no liquidificador +1 xícara de tofu + 2 cascas de limao +1 colher de vinagre maçã + manjericão + sal + 2colheres de água.

Ingredientes: 1 xícara de chá de semente de girassol, 1/2 xícara de semente de linhaça, 1/2 xícara de avelãs ou amêndoas, 1 1/2 xícara de flocos de aveia (com ou sem glúten, o que sua digestão preferir), 2 colheres de sopa de chia, 4 colher de sopa de psylium (tem em casas de produtos naturais), 1 colheres de chá de sal rosa moído (ou menos, se prefe-rir), 1 colher de sopa de mel ou melado,3 colheres de sopa de óleo de coco na forma lí-quida, 1 1/2 xícara de chá de água | Modo de fazer: Misture os ingredientes secos e mo-lhados separadamente, depois incorpore um com o outro, mexendo com cuidado. Deixe descansar por 2 horas. Coloque em uma forma e asse por 20 minutos. Após esse tempo, retire da forma e vire o pão, assando por mais 30 a 40 minutos. Espere esfriar para fatiar.

Ingredientes: 80 gramas de manteiga ghee (manteiga clarificada), 1 xícara de farinha de arroz, 1/2 xícara de polvilho doce, 1/2xícara de fécula de batata, 1/2 xícara de amêndo-as, 1/2 xícara de açúcar demerara, 1 colher de chá de goma xantana, 1 colher de chá de fermento para bolo, 1 pitada de sal, 2 ovos, Gotas de chocolate | Modo de fazer: Misture os ingredientes secos. Adicione a manteiga (em pedaços), use as pontas dos dedos para mexer até formar uma farofa grossa. Adi-cione os ovos e volte a misturar. Faça uma bolinha, envolva com plástico filme e deixe descansar na geladeira por três horas. Em uma superfície untada com fécula de bata-ta, misture a massa. Para abrir, polvilhe mais um pouco de fécula. Fazer os moldes e assar em forno pré-aquecido ao 180º até dourar.

Infografia: Anna Caroline

FOTOS: REPRODUÇÃO

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Hábitos alimentares saudáveis devem começar na infância

Uma alimentação saudável durante a infância é essencial para o forne-cimento dos nutrientes e energia necessários ao bom crescimento e desenvolvimento das crianças. A ali-mentação nutricionalmente correta pode também representar um dos principais fatores de prevenção de doenças na fase adulta. “Desde pequenos, com a introdução de outros alimentos, além do leite materno, as crianças necessitam ser estimuladas a ingerir alimentos saudáveis. A família é responsável pela formação do comportamen-to alimentar da criança através da aprendizagem social, os pais têm o papel de primeiros educadores nu-tricionais e devem dar o exemplo de uma boa alimentação, pois as crian-ças se espelham muito nos pais”, afirmou o nutricionista Alex Castro.A prática de bons hábitos alimenta-res deve começar logo na infância, por isso os pais devem estar pre-sentes durante a educação alimen-tar de seus filhos; isso poderá evitar a incidência de obesidade, por exemplo. A participação dos pais durante as refeições é fundamental. Além disso, os pais também devem ficar atentos ao costume alimentar dos filhos durante todo o dia.

adulta.

Dicas de como introduzir uma alimentação saudável na infância:

- Adotar hábitos saudáveis e apre-sentar modelos aos filhos – por exemplo, comendo frutas e vege-tais/legumes diante deles.

- Minimizar as fontes de estresse que geram ansiedade na criança – por exemplo, evitar argumentações prolongadas quando ela se recusa a comer.

- Reservar tempo suficiente para as refeições (mais de 10 minutos), mas não exigir que a criança permaneça à mesa de refeições por mais de 30 minutos.

- Estimular conversas agradáveis entre os membros da família.

- Evitar fatores de distração, tais como televisão ou jogos durante a refeição.

-Dar à criança utensílios pequenos, fáceis de usar.

Anna Clara, de três anos, está den-tro do peso e da altura normais para a idade, mesmo assim, na hora de comer, a mãe Meilin Freitas tem dificuldades para alimentar a filha. “Ela é muito difícil, ela come o que ela quer. Só que agora que ela vai entrar na escolinha e acredito que com outras crianças, vai aprender a comer alimentos saudáveis”, expli-cou.A educação em casa é primordial, mas a participação da escola inter-fere na mudança de hábitos dessas crianças. Segundo o nutricionista Alex Castro, quando a criança é inserida na escola, o processo de educação nutricional passa a ter influência do meio. “A criança pas-sa a fazer refeições fora de casa, o alimento começa a ter uma re-presentação social importante e a escola torna-se a principal fonte de conhecimento sobre alimentação”, relatou Alex. A família, a escola e a sociedade têm a responsabilidade de favorecer a adoção de um com-portamento saudável por parte das crianças para que estas se tornem capazes de encontrar um equilí-brio alimentar e alcancem uma boa qualidade de vida com repercussões positivas na adolescência e na vida

Uma alimentação equilibrada garante o crescimento e o desenvolvimento adequado

das crianças e pode evitar problemas futuros.

por Alan Suzart

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alimentos. Determinou que a partir de 2008 todos os produtos alimentícios com menos de 20ppm (partes por milhão) de glúten podem ser considerados aptos para a maioria dos celíacos e receber a inscrição “Não contém glúten”. O Brasil se-gue esse código e suas normas abrangem os principais alimentos, sejam estes pro-cessados, semiprocessados ou crus.

Analisar as embalagens dos produtos é um habito de quem tem DC(doença celí-

aca) devido à possibilidade de acontecer uma contaminação cruzada. Saber quais os cuidados ao ingerir esses alimentos é importante tanto para pessoas que pos-suem intolerância à substância, quanto para quem não possui, já que o glúten traz algumas mudanças em nosso orga-nismo.

ver nesses rótulos informações acerca do glúten e por vezes essas informações con-fundem ainda mais o consumidor. A Lei nº 10.674, constituída pela Anvisa, determi-na que todos os fabricantes da indústria alimentícia devem escrever se contém ou não contém glúten nas embalagens de todos os alimentos industrializados. Contudo, algumas fábricas desconhecem ou não se importam com o problema da contaminação e continuam vendendo seus produtos, sem uma devida análise da total inexistência de glúten. É frequente o consumo de alimen-tos contaminados, mesmo que na em-balagem conste que não contém glúten. Danielle Novaes diz que sofre constan-temente com essas contaminações. “A contaminação é fácil demais de acontecer. Glúten é igual à pra-ga, se espalha rápi-do. Na semana que eu falo que não vou comer glúten e sinto que fiquei inchada, eu sei que foi por causa da contamina-ção cruzada”.A contaminação cru-zada é uma transfe-rência de traços ou partículas de glúten de um alimento para outro alimento, diretamente ou indireta-mente. O Codex Alimentarius (código alimentar) é um fórum internacional de normatização do comércio de alimentos estabelecido pela Organização das Nações Unidas.Tem a finalidade de proteger a saúde dos consumidores e assegurar práticas justas no Comercio regional e internacional de

O glúten é uma proteína encontrada em amido e cereais como centeio, cevada, trigo, triticale e malte. Todos os alimentos derivados dessas sementes contém glú-ten em sua composição. Essa substância tem diversas finalidades na produção de alimentos e serve como proteína para o corpo. O problema da ingestão do glúten não está na substância em si, mas nos ali-mentos produzidos com esses ingredien-tes, pois as características dos alimentos ricos em glúten são bastante energéticas e como a energia no nosso corpo é ar-mazenada em forma de gordura, esses alimentos podem gerar obesidade e posteriormente desenvolver doenças car-diovasculares. Já para quem tem doença celíaca os cuidados devem ser dobrados.

Doença celíaca

A doença celíaca não se caracteriza como uma intolerância ou alergia. Ela é uma patologia autoimune. Ao ingerir glúten os celíacos criam anticorpos contra seu pró-prio intestino, causando lesões e dificulda-des para que o organismo absorva outros nutrientes e se não tratada pode levar a morte. A estudante Daniele Novaes, 21, descobriu que era celíaca no ano passado. “Antes de descobrir que era celíaca come-cei a engordar e ficar com a barriga muito inchada. Tinha crises de fadiga, dores na barriga e muita dor de cabeça” disse. Ela ainda salienta que os rótulos deveriam ser mais explicativos e sem armadilhas para o consumidor. A doença não tem cura e o tratamento consiste numa dieta isenta de glúten.

O titulo não contém glúten pode não ser suficiente.

Quando se trata dos nomes de substân-cias encontradas nas embalagens dos produtos industrializados, algumas infor-mações contidas se mostram insuficientes e sem a devida clareza. É muito comum

A doença celíaca ou enteropatia do glúten é uma patologia autoimune que atinge crianças e adultos geneticamente predispostos

O glúten e as armadilhas do dia a dia

por Israel Santos

FOTO: REPRODUÇÃO

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