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FACULDADE PAULUS DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO Teoria do Conhecimento LIVRO TERIA DO CONHECIMENTO, JOHANNES HESSEN – PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULOS I AO V

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Resumo da primeira Parte do livro Teoria do Conhecimento de Johannes Hessen

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FACULDADE PAULUS DE TECNOLOGIA E COMUNICAÇÃO

Teoria do Conhecimento

LIVRO TERIA DO CONHECIMENTO, JOHANNES HESSEN –

PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULOS I AO V

SÃO PAULO – SP

2016

PATRÍCIA REZENDE SILVEIRA

RESUMO

LIVRO TERIA DO CONHECIMENTO, JOHANNES HESSEN –

PRIMEIRA PARTE – CAPÍTULOS I AO V

Trabalho da disciplina de Teoria do Conhecimento, do curso de Jornalismo, 8º semestre matutino para obtenção da nota do 1 º Bimestre. – Professor Hugo Allan Matos.

SÃO PAULO – SP

2016

1. A essência da filosofia

Ao seguir pelo caminho da filosofia deve-se saber qual sua essência. Pertencendo a teoria do

conhecimento à filosofia, esta deve também ser questionada pela essência.

Ao longo da história, filósofos como Platão, Aristóteles e Wolff apresentaram definições da

essência, que reunidas e comparadas entre si podem revelar uma definição mais exaustiva. J.

Hessen, porém, criticou as diversas definições geradas, para ele, surgiram divergências que

impediram a chegada de uma definição mais real, mais verdadeira.

Para J. Hessen. Sócrates pode ser como um parâmetro nesse pensamento. Em Sócrates, as

indagações estimulam o espírito humano à procura do conhecimento do mundo, e também do

próprio eu. Mas Platão e Aristóteles também contribuirão para a filosofia na procura pela

essência. O verdadeiro, o belo e o bom são valores altos nas reflexões de Platão. Já para

Aristóteles, a filosofia é a ciência primeira (Metafísica). Ele afirma que a filosofia é o esforço

de alcançar uma visão de mundo, através da auto-reflexão. Isso, para Hessen, de certa forma,

liga a filosofia à ciência, já que ambas falam sobre o pensamento e o conhecimento humano.

No entanto, uma se difere da outra no modo de atuação. A filosofia busca problematizar a

realidade e encontrar caminhos, enquanto que a ciência não é empírica, se baseia em

argumentos, na racionalidade discursiva.

De acordo com Hessen, a teoria do conhecimento faz parte da teoria da ciência, e deve ser

tratada como uma disciplina independente. O inglês John Locke, considerado fundador da

teoria do conhecimento, foi Locke quem primeiro tratou das questões ligadas à origem,

essência e ao conhecimento humano. A partir daí a teoria do conhecimento ganhou outras

reflexões e perspectivas com filósofos, e estudiosos como Leibniz, G. Berkeley, Kant, Fichte,

Hegel e entre outros.

Teoria Geral do conhecimento

Investigação fenomenológica preliminar:

O fenômeno do conhecimento humano e os problemas nele contido

Os problemas da teoria do conhecimento partem da relação entre sujeito e objeto como

elementos fundamentais do conhecimento humano e de sua elaboração. O conhecimento é a

conexão de um com o outro; e a apreensão de um pelo outro. Havendo, porém, relação entre

ambos, existe uma autonomia de um para com o outro no caso de uma separação.

No plano do conhecimento, os objetos são divididos entre reais e ideais. Reais ou efetivos são

aqueles que nos fornecem dados através da experiência externa ou interna ou são percebidos a

partir dela. Os ideais aparecem como irreais pensados, como, por exemplo, as estruturas

matemáticas, os números, as figuras geométricas etc.

Três coisas que marcam o conhecimento humano nas relações: Sujeito, imagem e objeto. O

sujeito é pelo qual o fenômeno do conhecimento se caracteriza a uma esfera psicológica,

porque é o sujeito que detém o objeto; já a imagem é uma estrutura lógica, que assume uma

dimensão igualmente lógica. E o objeto defronta-se com a consciência cognoscente, aquela

capaz de adquirir conhecimento enquanto algo que é, quer se trate de um ser real ou ideal.

I. Possibilidade do conhecimento

O Dogmatismo é uma posição epistemológica para a qual o problema do conhecimento não

chega a ser debatido. Este é dado pelo próprio objeto. Para o dogmatismo, aquele que já tem

uma doutrina própria, estabelecida, não existe barreiras para o conhecimento por que a relação

entre o sujeito e o objeto já está formada, já é certa pelo objeto. O dogmático não vê o

conhecimento como um problema.

Em contraste com o dogmatismo, o ceticismo já considera, examina o sujeito e põe nele o

critério de verdade para obter o conhecimento. Para o ceticismo o conhecimento através do

objeto é impossível. O cético contesta a possibilidade de contato entre o sujeito e o objeto, e,

este mantém sempre desperto o sentimento do problema.

Enquanto o ceticismo nega a verdade, o dogmatismo o absolutiza, o subjetivismo e o

relativismo se aproximam do ceticismo ao dizerem que não existem verdades universais. O

subjetivismo tem o sujeito como referência para o conhecimento. É o sujeito que determina e

avalia o critério de valor dos juízos. O relativismo não se limita aos elementos internos ao

sujeito e leva em conta os fatores fontes que afetam o conhecimento.

O subjetivismo e o relativismo se aproximam do ceticismo ao negarem mesmo que

indiretamente a existência de uma verdade universal válida para todos.

Fundada pelo americano William James, no pragmatismo o homem é um ser prático com

vontades, ativo e não um ser pensante teórico. O pragmatismo focaliza na teoria do

conhecimento a praticidade do pensamento humano. Um erro apontado por Hessen é que o

pragmatismo nega o valor e a autonomia do pensamento humano.

O criticismo está entre o pragmatismo e o ceticismo. Ele acredita que o conhecimento é

possível e que a verdade existe, mas também compartilha uma desconfiança com relação a

qualquer conhecimento determinado. O Criticismo ao mesmo tempo em que reconhece a

existência do conhecimento, questiona e avalia a validade dos seus juízos. Ele dá

possibilidade à crítica.

II. A origem do conhecimento

1. O Racionalismo

Segundo o racionalismo todo conhecimento habita na razão. O pensamento está acima de

qualquer forma de conhecimento. Para o racionalismo algumas ideias são inatas, ou seja, nós

já conhecemos, já nascemos com elas.

2. Empirismo

Como o próprio nome diz, o empirismo concentra a possibilidade de conhecimento na

experiência. O empirismo é o lado oposto do racionalismo. Para o empirismo as ideias inatas,

defendidas pelo racionalismo não existem, o conhecimento é adquirido somente através da

experiência.

3. Intelectualismo

O intelectualismo tenta associar o racionalismo com o empirismo. O intelectualismo elabora o

conhecimento de forma que tanto o racionalismo, quanto o empirismo contribuam para o

mesmo. Segundo o intelectualismo, a os conceitos são tirados da experiência, que por sua vez,

coopera na elaboração das ideias, mas nunca se encontra sem referências, sem dados.

4. Apriorismo

O apriorismo é uma outra forma que tenta associar racionalismo e empirismo. Segundo o

apriorismo, nosso conhecimento apresenta elementos independentes da experiência.

Como fundador do apriorismo, Kant acreditava que o material do conhecimento origina-se da

experiência, dessa forma o apriorismo se assemelha ao empirismo.

5. Posicionamento crítico

No posicionamento crítico há uma síntese entre os diversos posicionamentos epistemológicos,

mostrando a área de ação de cada um deles. Esses posicionamentos, porém, não devem viver

em situação de divergência. O posicionamento crítico para a teoria do conhecimento é

perceber os vários ângulos como o mesmo pode se dar.

III. A Essência do conhecimento

Soluções pré-metafísicas

a) O Objetivismo

O objeto determina o sujeito e este deve se ajustar ao mesmo. Nessa relação o sujeito é

passivo, e a realidade do objeto é um dado para a consciência do homem. Para o objetivismo,

os objetos são dados, apresentando uma condição definida que será reconstruída pela

consciência do cognoscente.

b) O Subjetivismo

O subjetivismo põe no sujeito a referência do conhecimento. Para o sujeito o conhecimento

deixa de viver num plano de ideias para viver no próprio sujeito. Agostinho foi o primeiro a

fazer essa inversão do plano objetivo para o plano subjetivo.

2. Soluções metafísicas do problema

Realismo: Para o realismo existem coisas reais, independentes da consciência humana. Há

três tipos de realismos: o realismo ingênuo, aquele que não faz nenhuma reflexão sobre a

teoria do conhecimento; o realismo natural, aquele condicionado por reflexões críticas; e o

realismo crítico, que se apoia em reflexões crítico-epistêmicas. Hessen faz diversas reflexões

sobre os três tipos de realismo. Mas apesar das reflexões, a ideia central é a de que há objetos

reais independentes da consciência.

Idealismo: É oposto ao realismo. Há quatro tipos: o metafísico e o epistemológico. No

Idealismo metafísico a realidade está baseada em forças espirituais. Já no epistemológico não

há objetos reais independentes da consciência. Há ainda o idealismo subjetivo ou psicológico,

que afirma que toda realidade está na consciência do sujeito. E o idealismo objetivo ou lógico

diferente do psicológico toma como base a consciência objetiva da ciência, tal como essa se

mostra nas obras científicas. Para o idealismo lógico o objeto não é um ser real, nem de

consciência, mas um ser lógico-ideal.

Fenomenalismo: É a teoria de que não conhecemos as coisas como elas são, mas apenas como

nos são apresentadas. Devem existir coisas reais, mas nós não conseguimos captar a sua

essência.

Posicionamento crítico: é a teoria de que realismo e idealismo não se anulam, andam

paralelamente um ao outro, mas sem confronto.

IV. Os tipos de conhecimento

Conhecer significa captar espiritualmente um objeto. Essa captação, porém, não é simples.

Pode haver o problema da intuição nela. Nem sempre a relação do sujeito com o objeto é

clara. Tudo o que nos é dado na experiência interna ou externa é captado pelo sujeito.

A intuição é um órgão do conhecimento, não se pode coloca-la como modelo, mas também

não se pode rejeitá-la. O homem é intuitivo, e muitas vezes é por meio da própria intuição

que adquirimos conhecimento.

V. Critério de verdade

O conceito de verdade

O conceito de verdade está relacionado a relação entre o pensamento e o objeto. Se aquilo que

o sujeito pensa tem relação com a coisa pensada essa é a verdade aplicada. O conceito de

verdade nos diz o que é a verdade e como nós podemos chegar nela. A verdade é, portanto, a

concordância do pensamento com a coisa (verdade transcendente), ela concorda com o objeto.

O critério de verdade

O critério de verdade diz respeito às verdades científicas que o homem aplica ao mundo do

conhecimento. É a ausência de contradições entre o ser e o pensamento. O conceito de

verdade, portanto, se usa a dois planos: aos objetos e aos pensamentos. No segundo critério a

verdade põe em duvida a validade do seu próprio juízo. Seria um juízo do juízo. Talvez esse

segundo critério seja mais profundo dentro desse ponto de vista.