resumo de contratos

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ContratosAULA 1 INTRODUO, CONCEITO E NATUREZA JURDICA Os negcios jurdicos se classificam quanto manifestao de vontade em unilateral e bilateral ou plurilateral. Assim: Negcio jurdicos - quanto a manifestao de vontade {1. Unilaterais; 2. Bilaterais ou Plurilaterais.1. Unilaterais Ato de vontade de uma ou mais pessoas com um nico objetivo e na mesma direo. 1.1 Receptcios S geram efeitos aps o destinatrio tomar conhecimento da declarao unilateral de vontade. Este dever ser destinado pessoa certa. 1.2 No-receptcios Sua efetivao independe de endereo a certo destinatrio.2. Bilaterais ou Plurilaterais Declaraes de vontades de duas ou mais pessoas em sentidos opostos. Podem ser: 2.1 Simples Quando atribui direitos (benefcios) a uma das partes e obrigaes (encargos) outra. Por exemplo: doao, depsito gratuito, etc. 2.2 Sinalagmticos Concedem vantagens e nus recprocos entre ambos os sujeitos da relao jurdica. A natureza jurdica do Contrato de negcio jurdico bilateral ou plurilateral.CONCEITO acordo de duas ou mais vontades, na conformidade da ordem jurdica, destinado a estabelecer uma regulamentao entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relaes jurdicas de natureza patrimonial.NATUREZA JURDICA Negcio jurdico Bilateral ou Plurilateral.REQUISITOS DE VALIDADE DOS CONTRATOS De forma geral, seguem os requisitos elencados no artigo 104 do Cdigo Civil, quais sejam: objeto lcito, partes capazes e forma prescrita ou no defesa em lei. De acordo com estes, podemos classificar em:1. SUBJETIVOS (Individual, particular, pessoal diz respeito s Partes) Duas ou mais partes (bilateral ou plurilateral) Capacidade genrica para praticar os atos da vida civil (No pode haver incapacidade Relativa ou Absoluta - arts. 3 e 4 do CC). Na sua falta o contrato poder ser nulo ou anulvel. Aptido especfica para contratar. Diz respeito a limitao liberdade de celebrar certos contratos. Ex.: Venda de imvel de pai para filho. Consentimento das partes, no poder haver vcios erro, dolo, coao e fraude uma vez que o mesmo vincula os contraentes criando a relao jurdica. (duas ou mais vontades).2. OBJETIVOS ( Refere-se ao objeto do contrato): Licitude do objeto no pode contrariar a lei, moral , etc. Possibilidade fsica ou jurdica do objeto a impossibilidade material deve existir no momento da contratao, caso contrrio, no ser nulo o contrato, mas sim inexeqvel, com ou sem as perdas e danos, conforme existir ou no a culpa do devedor.A contrariedade legal ocorre quando o objeto contraria disposio legal. Ex.: venda de bem de famlia (CC art. 1.717); estipulao de pacto sucessrio (CC art. 426) Objeto determinado ou determinvel. Se o objeto for indeterminvel o contrato ser invlido e ineficaz. Valor econmico do objeto.3. FORMAISA regra a liberdade de forma (art. 107 CC). A contratao poder ser expressa, escrita, verbal e tcita, se houver atos que autorizem o seu reconhecimento.DIFERENA ENTRE FORMA E PROVA A Forma contratual o conjunto de solenidades que devem ser observadas para que as declaraes de vontades tenham eficcia jurdica. Clvis Bevilqua.A Prova o conjunto de meios empregados para demonstrar, legalmente, a existncia de negcios jurdicos. Os contratos admitem por meios de provas os previstos nos artigos 212 e seguintes do Cdigo Civil.AULA II PRINCPIOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO CONTRATUAL1. PRINCPIO DA AUTONOMIA DA VONTADE: o princpio que estabelece a liberdade contratual dos contraentes, consistindo no poder de estipular livremente a disciplina de seus interesses, mediante acordo de vontades, provocando efeitos tutelados pela ordem jurdica. A liberdade de criao do contrato envolve:a) a liberdade de contratar ou no contratar o poder de decidir quando e como ir se estabelecer o vnculo contratual. Exceo Quando a obrigao de contratar decorre de imposio legal. Ex.: auditoria externa em Entidades Fechadas de Previdncia Privada.b) a liberdade de escolher o outro contraente Exceo os servios pblicos concedidos sob monoplio. Ex.: CEB.c) a liberdade de fixar o contedo do contrato, mediante contratos nominados ou inominados. Contratos nominados qualquer das modalidades contratuais reguladas por lei, com as devidas adaptaes de clusulas especficas a regular os interesses particulares das partes. Contratos inominados novos tipos contratuais, distintos dos modelos previstos pela ordem jurdica. A liberdade contratual limitada, estando subordinada aos interesses coletivos, ou seja, submete-se ao princpio da supremacia do interesse coletivo, de forma que a liberdade de contratar submete-se: I s normas de ordem pblica fixam as bases jurdicas que repousam a ordem econmica e moral da sociedade; II Os bons costumes relativos moralidade social, de forma que se veda contratar, por exemplo, de usura, corretagem matrimonial, etc; III Reviso judicial dos contratos, quando houver fato superveniente extraordinrio e imprevisvel, por ocasio da formao do pacto. Da a Teoria de Impreviso ou clusula rebus sic stantibus (o vnculo subordina-se continuao do estado de fato vigente no momento da estipulao). Nas relaes de consumo a reviso do contrato em face de fato superveniente prescinde de impreviso ou extraordinariedade (Lei 8.078/90, art. 6, inc. V, e art. 51, 1 e 2).2. PRNCIPIO DO CONSENSUALISMO Considerando que a regra geral dos contratos a informalidade, basta o acordo de duas ou mais vontades, para se ter um contrato vlido. Nisto consiste o princpio do consentimento, ao qual se excepcionam os contratos solenes com formas especficas previstas na lei, portanto, para estes no basta sua validade o simples acordo de vontade.3. PRINCPIO DA OBRIGATORIEDADE DA CONVENO As estipulaes feitas no contrato devero ser fielmente cumpridas (pacto sunt servanda). O contrato validamente estipulado lei entre as partes, sendo intangvel e imutvel, a menos que as partes, em comum acordo, venham a distrat-lo ou haja escusa por motivo de fora maior ou caso fortuito. O princpio do pacto sunt servanda no absoluto, encontrado limitao na teoria da impreviso (clusula rebus sic stantibus) e nos fatos supervenientes nas relaes de consumo, nas quais independe de impreviso ou extraordinariedade.4. PRINCPIO DA RELATIVIDADE DOS EFEITOS DO NEGCIO JURDICO CONTRATUAL O contrato vincula exclusivamente as partes que nele intervieram, ou seja, s produz efeitos entre os contratantes. Exceo a) herdeiros universais (art. 1.997 CC) respondem pelas dvidas do de cujus at a fora da herana. b) A estipulao em favor de terceiros (arts. 436 a 438 CC).5. PRINCPIO DA BOA-F Consiste na atividade leal e de confiana recproca entre as partes, de maneira que haja colaborao mtua na formao e na execuo do contrato, impedindo que uma parte dificulte a ao da outra. As partes devem ter atividade de sinceridade e lisura recprocas.AULA III ELEMENTOS INDISPENSVEIS FORMAO DOS CONTRATOS1. Acordo de vontade entre as partes, que se manifesta pela oferta ou proposta de um lado e de outro pela aceitao;2. A proposta;3. A aceitao. FASES DA FORMAO DO VNCULO CONTRATUAL1. Negociaes preliminares consistem nas conversaes prvias, sondagens e estudos sobre interesses recprocos, sem criar vnculo jurdico entre os participantes, podendo excepcionalmente surgir responsabilidade civil por culpa.2. Proposta ou Policitao declarao receptcia de vontade, dirigida de uma pessoa para outra, na qual a ofertante (policitante) declara a sua inteno de se vincular ao ofertado (oblato), se a outra parte aceitar os termos da proposta.a) Caractersticas:I Declarao unilateral de vontade do proponente;II Reveste-se de fora vinculante ao proponente, salvo expressa disposio em contrrio; impossibilidade pela natureza do negcio ou das circunstncias do caso (CC artigo 427, 2 parte e 428);III Negcio jurdico receptcio (depende, para gerar efeitos, da aceitao da outra parte)IV Deve conter todos os elementos essenciais do negcio jurdico proposta (quantidade, preo, forma de pagamento, entrega do bem, documentos necessrios, etc.);V Elemento inicial do contrato, devendo ser sria, completa, precisa inequvoca.b) Obrigatoriedade da proposta: nus ao proponente decorrente da 1 parte do artigo 427. No absoluta pois a segunda parte do mesmo artigo prev a possibilidade de no obrigar o proponente que expressamente declarar, ou pela natureza do negcio ou as circunstncias do caso.O artigo 428 prev a no obrigatoriedade da proposta se feito:I a pessoa presente, sem prazo de vigncia e no aceitar imediatamente (por telefone tambm presente);II se feito sem prazo a ausente, tiver decorrido tempo suficiente a chegar ao conhecimento do policitante;III feito a ausente e com prazo estabelecido, sem resposta no prazo dado;IV se houver retratao tempestiva (ato simultneo da outra parte);* subsiste morte ou incapacidade supervenientes se antes da aceitao.3. Aceitao Manifestao da vontade expressa ou tcita do oblato em face da oferta do policitante. Caractersticas: Aceitao total proposta alternativa o aceitante deve definir qual aceita, sob pena de ficar a escolha a cargo do policitante. Tempestividade a aceitao dever ser tempestiva; conclusiva, uma vez que encerra o negcio, caso chegue oportunamente ao ofertante; Morrendo o oblato antes da aceitao os herdeiros no podero aceit-la. Porm, se a morte for aps a aceitao, gera seus efeitos.a) Requisitos:1. Informal;2. Expressa ou tcita (exceo: contrato solene);3. Tempestiva (arts. 431 e 432 CC);4. Adeso integral proposta;5. Conclusiva e coerente.b) Aceitao em contratos entre presentes:- Oferta com prazo aceitao dever ser tempestiva;- Oferta sem prazo aceitao imediata;c) Aceitao em contratos entre ausentes:- Oferta com prazo aceitao dever ser tempestiva (OBS: se a aceitao se atrasar sem culpa do oblato, o policitante dever disto cientific-lo, sob pena de perdas e danos, art. 432 CC);- Oferta sem prazo a aceitao dever ser feita dentro do tempo suficiente para chegar ao conhecimento do policitante;d) Retratao do aceitante:- Ser vlida se chegar ao policitante antes ou junto com a aceitao.AULA IV MOMENTO DA CONCLUSO DO CONTRATO o momento em que as partes se vinculam e o contrato passa a produzir seus efeitos.1. Entre presentes: No instante em que o oblato aceitar a proposta cria-se o vnculo.2. Entre ausentes: Em face de o policitante estar distncia do oblato, aps este dar o aceite proposta h um lapso de tempo at o policitante tomar conhecimento da aceitao, o que levou a doutrina a vrios posicionamentos quanto ao momento que efetivamente se fecha o crculo negocial, nascendo algumas teorias que tomaram por referncia a resposta oferta, tais como:I Teoria da Informao ou Cognio considera como concludo o negcio no momento em que o policitante toma conhecimento da aceitao, ou seja, quando l a resposta. OBS: Teoria decadencial, pois deixa o aceitante submetido vontade do policitante resolver ler a resposta.II Teoria da Agnio ou Declarao parte do princpio de que o contrato se consuma no instante em que o oblato manifesta sua aceitao. Esta teoria tem trs espcies:a) Subteoria da declarao propriamente dita: o vnculo contratual se formaria no momento em que o aceitante formula a resposta, independentemente de expedir. insubsistente, pois pode o oblato formular tempestivamente, sem expedir, o que no gera o contrato.b) Subteoria da expedio: no basta ao oblato formular a aceitao sendo necessrio envi-la ao policitante, postando-a ou transmitindo-a, esgotando as possibilidades de externar sua aceitao. Ter-se- o contrato com a expedio da aceitao.c) Subteoria da recepo: entende que o contrato se aperfeioa quando a aceitao chegar materialmente ao policitante, mesmo que ele no a leia.3. O MOMENTO DA CONCLUSO CONTRATUAL NO DIREITO BRASILEIRO: O Direito Civil Brasileiro adota a subteoria da expedio (artigo 434 CC). A expedio fecha o contrato, porm h um perodo que o oblato pode sustar seus efeitos (artigo 433 CC) - retratao. EXCEES O artigo 434 estabelece duas excees a saber: INCISO II - ...se o proponente se houver comprometido a esperar resposta. Teoria da recepo. INCISO III ... se ele no chegar no prazo convencionado. Para a doutrina majoritria no h razo para tal exceo, pois se o prazo estipulado para resposta, o contrato fecha com a expedio; e se for fixado o prazo para chegada da resposta rege-se pelo inciso II.LUGAR DA CELEBRAO DO CONTRATO Artigo 435 reputa-se celebrado o contrato no local onde foi proposto. Relevncia no Direito Internacional Privado fixar o foro competente e a legislao aplicvel relao contratual, ou seja, a que foi celebrado o contrato. No obstante, o art. 9, 2 LICC estabelece que a obrigao decorrente do contrato reputa-se constituda na residncia do proponente.AULA V - DA INTERPRETAO DOS CONTRATOS O contrato de corre de manifestao de vontade das partes e, como a lei, requer que seja interpretado, haja vista a possibilidade de existncia de clusulas de teor duvidoso e/ou contraditrio. Segundo o art. 112 do Cdigo Civil, o contrato deve ser interpretado com prevalncia da inteno dos contraentes literalidade das clusulas.Critrios (tcnicas de interpretao): I Retroagir no tempo para buscar a verdadeira vontade no momento da celebrao do contexto; II Analisar o fato submetido apreciao no na viso tcnica, mas como se fosse leigo, buscando a verdadeira vontade. Na hermenutica dos contratos nada vale a presuno de que as partes conhecem a lei;III A interpretao deve ser segundo a boa-f, s necessidades do crdito e as leis da eqidade.IV Outras normas podem ser apontadas:a) A interpretao deve ter em vista a comum inteno dos contraentes e as vantagens econmicas que as levaram a contratar;b) A interpretao dever se contra o estipulante que podendo ser claro no o foi;c) Deve-se interpretar de forma menos onerosa ao devedor;d) As clusulas contratuais devem ser interpretadas como um todo e no individualmente, colocando-as em harmonia (int. sistemtica);e) Se um contrato celebrado alterando parcialmente outro, estes devem ser interpretados como um todo orgnico;f) O melhor meio de interpretar o contrato a conduta das partes, ou seja, a forma como vinham executando o contrato antes da lide;g) As clusulas duvidosas interpretam-se em favor dos que se obrigam;h) Nas clusulas de dupla interpretao dever ser considerada aquela que poder gerar efeitos, nunca prevalecer a interpretao que resulte na ausncia de efeitos. (Ex.: O pagamento ser na moeda da poca que poca? Celebrao ou Pagamento?).i) No conflito de duas clusulas a contradio ser interpretada contra o outorgante e no contra o outorgado;j) Entre clusula datilografada e impressas prevalecem aquelas.V Nos contratos em espcie considerar-se-:a) Na compra e venda, quanto extenso da coisa, a interpretao contra o vendedor;b) Na locao a dvida resolve-se contra o locador;c) Na adeso, a clusula dbia interpreta-se em favor do aderente;d) Na dvida entre gratuidade ou onerosidade, a presuno de onerosidade;e) Os contratos benficos interpretam-se estritamente (art. 114 CC), somente considera-se o que expressamente o devedor se obrigou.* No obstante a necessidade de se conferir interpretao aos contratos, no campo processual devemos observar o teor das Smulas 05 e 07 do STJ, onde resta claro que a simples interpretao de clusula contratual no enseja a admisso do recurso especial.AULA VI CLASSIFICAO DOS CONTRATOSI Consideraes preliminares: Como qualquer classificao, a dos contratos tem por finalidade bsica agrupar as espcies de contratos acentuando suas semelhanas e diferenas, de maneira que todas as espcies fiquem em alguma categoria, possibilitando que as classificados numa rubrica se afastem das agrupadas em outras.II Classificao: Os contratos podem ser classificados em duas categorias, a saber: 1) Contratos considerados em si mesmos; 2) Contratos reciprocamente considerados.1) Contratos considerados em si mesmos: Nesta categoria os contratos podem ser classificados da seguinte forma:1.1 Unilaterais e Bilaterais:a) Unilaterais um s contraente assume obrigaes perante o outro, de modo que temos somente uma parte ativa de um lado e uma passiva de outro. Ex.: doao pura; depsito; o comodato; o comodato; o mtuo; o mandato.b) Bilaterais h dependncia recproca de obrigaes (sinalgma), ou seja, os contraentes so reciprocamente credores e devedores, produz direitos e obrigaes a ambos.OBS.: Todo contrato em sua formao ser bilateral ou plurilateral, ou seja, o consentimento jamais ser unilateral na formao do contrato. Logo, somente poder-se- falar em contratos unilaterais se considerarmos os seus efeitos, portanto, em relao bilateralidade ou unilateralidade da obrigao (efeitos) contratada e no da formao do contrato. Vantagens prticas dessa distino: Exceptio non adimplendi contractus (Exceo do contrato no adimplido). O contraente inadimplente no pode exigir o cumprimento do outro (art. 476, do Cdigo Civil).1.2 Onerosos e Gratuitos (benficos):a) Onerosos estes trazem vantagens para ambos os contraentes, pois sofrero com sacrifcio patrimonial correspondente ao proveito almejado. Ex.: locao.b) Gratuitos ou benficos oneram somente uma das partes, sem exigir da outra qualquer contraprestao, ou seja, apenas um dos contraentes obtm proveito que corresponde ao sacrifcio do outro. Ex.: doao pura e simples; mtuo sem retribuio, etc. Vantagens desta distino: No contrato benfico o ilcito somente determinado por conduta dolosa do autor da liberalidade (no h razo para se apurar o dolo do beneficiado). O doador no responde por evico ou vcio redibitrios, exceto nas doaes com encargo (art. 552 e 441, pargrafo nico, Cdigo Civil). Isto no acontece no contrato oneroso (art. 447 CC). O contrato benfico ser anulado pela ao pauliana (revocatria) independentemente de m-f (art. 158) do beneficirio; no oneroso, alm da insolvncia do devedor/vendedor, ser necessrio que a insolvncia seja conhecida de outra parte (art. 159). O contrato benfico ser interpretado restritivamente (no h interpretao tcita e sim expressa art. 114 CC). * Obs: Em regra todo contrato oneroso bilateral e o gratuito unilateral, mas pode haver contratos unilaterais e onerosos como ocorre no mtuo feneratcio, onde, alm de se restituir a coisa mutuada, deve o muturio acresc-la de juros.1.3 Comutativos e Aleatrios:a) Comutativos no ato da celebrao do contrato as partes podem aferir a equivalncia das suas respectivas prestaes. Ser comutativo o contrato oneroso e bilateral quando a extenso da obrigao de cada parte for conhecida desde a vinculao contratual, logo, a obrigao ser certo, determinado e definitivo, representando uma relativa equivalncia (subjetividade da equivalncia).b) Aleatrios (latim alea = perigo, sorte, azar, incerteza de fortuna) O contrato ser aleatrio se a prestao de uma ou de ambas as partes depender de um risco futuro e incerto, sem que se possa prever o seu montante, sendo que o risco pode ser de uma ou ambas as partes, mas a alea deve ser dos dois, sob pena de nulidade do contrato. No h idia de equivalncia por fora da incerteza. Ser oneroso e bilateral.DISTINO ENTRE CONTRATOS COMUTATIVOS E ALEATRIOS1. Nos comutativos h certeza das prestaes de cada parte desde a celebrao do contrato, pois se presume uma subjetiva equivalncia das prestaes e contraprestaes. Nos aleatrios a extenso das prestaes indeterminada em face do risco (incerteza), de forma que ambas as partes celebram o contrato sem a certeza de ganho ou de perda, podendo ser desproporcional prestao em relao a contraprestao.2. A ao redibitria somente existir nos contratos comutativos (art. 441 CC).3. O contrato aleatrio no se rescindir por leso eis que esta representada pela injusta explorao que desequilibra o contrato, tirando-lhe a equivalncia da prestao e da contraprestao.OBS.: O contrato comutativo pode se tornar aleatrio desde que neste sentido tenha clusula expressa. Ex.: a contratao de empreitada para perfurar um poo por R$ 20.000,00 (vinte mil reais), porm se o poo no produzir 20 mil litros por dia ficou ajustado que o preo se reduziria a 50%.DISTINO ENTRE CONTRATO ALEATRIO E CONDICIONAL 1. No condicional a realizao do contrato depende de evento futuro e incerto, no aleatrio o que est submetido ao futuro e incerteza, ou seja, o risco de perda ou de ganho. Assim, ainda que o evento seja pretrito, se for desconhecido dos contratantes, o contrato aleatrio poder ser firmado, pois o risco ser futuro e incerto.2. No contrato condicional ambas as partes podero ter lucro, sem que o ganho de uma represente a perda do outro; j no contrato aleatrio, em regra o ganho de um representa a perda do outro;3. No condicional o evento dever ser sempre incerto e futuro. No aleatrio o evento poder ser pretrito desde que desconhecido o resultado pelas partes, remetendo para o futuro o risco.ESPCIES DE CONTRATOS ALEATRIOS:1. Os que dizem respeito a coisa futura: Estes podem ser: I Emptio spei um dos contraentes chama a si o risco futuro de existncia da coisa, pagando o preo mesmo que a coisa no venha a existir sem culpa do vendedor (vende-se a esperana ou a probabilidade da existncia) art. 458 CC. Ex.: Compra-se os peixes que viro na retirada da rede. Se vier pouco, muito ou nada se paga o preo combinado, desde que o pescador no tenha incorrido em culpa. II Emptio rei speratae a ala (risco) versa sobre quantidade maior ou menor da coisa esperada (art. 459 CC). O preo ser devido desde que a coisa exista, independentemente da quantidade, mesmo que esta seja irrisria, desde que sem culpa do vendedor. Ex.: Vende-se safra de caf a ser colhida. Se nada colher estar desfeito o contrato, mas se colhe pouco ou muito pagar o preo fixado.2. Os que versam sobre coisas existentes: O objeto do contrato coisa que j existe, porm est submetido a risco de se perder, danificar ou depreciar, de forma que o adquirente assume o risco e o vendedor recebe o preo integral independentemente do sinistro (art. 460 CC). Se o vendedor j souber da consumao do risco (dolo) ser nulo o contrato (art. 461 CC).1.4 Contratos Paritrios e Por Adeso:a) Paritrios as partes, em igualdade, discutem o contrato, ante ao princpio da autonomia da vontade, eliminando divergncias mediante transigncia mtua. H duas ou mais, livres e coincidentes, manifestaes de vontade. Estes contratos so caracterizados pela fase da puntuao, aquela em que as partes definem os pontos dos contratos.b) Por Adeso se opem ao paritrio, pois inexiste a liberdade de conveno, uma vez que um dos contraentes (o oblato) se limita a aceitar as clusulas previamente redigidas e impressas pelo outro (o policitante), aderindo a uma situao contratual j definida. Na relao de consumo a clusula resolutria do contrato de adeso dever ser alternativa, escolha do consumidor, e a clusula que implicar limitao aos direitos do consumidor dever ser redigida com destaque e de fcil e imediata compreenso (Lei 8.078/90 art. 54). Aqui cumpre consignar que os contratos de adeso no so caracterizados apenas pelos previstos no Cdigo Consumerista, mas tambm, pelo chamados contratos coativos, ou seja, aqueles celebrados com as concessionrias prestadoras de servios pblicos. Os contratos de adeso supem:I Uniformidade, predeterminao e rigidez uniforme por ser de aceitao passiva, contedo invarivel, indeterminado quanto ao nmero e qualidade do sujeito predeterminado e rgido, pois suas clusulas devero ser de geral conhecimento prvio e sua alterao dever ser submetida aprovao dos rgos que eventualmente fiscalizem o policitante;II Permanente e geral: aberto a todos que se interessarem pelo servio do policitante;III Aceitao pura e simples do oblato;IV Superioridade econmica de um dos contratantes, que desfrute o monoplio do fato ou do direito;V Clusulas fixadas unilateralmente e em bloco pelo policitante. QUANTO FORMA:a) Consensuais no impem forma especial para celebrao, se aperfeioando pela simples manifestao de vontades. Ex.: locao, compra e venda de mveis; parceria rural, etc.b) Solenes ou formais a lei estabelece a forma especial para celebrao, sob pena de no ter validade, no existir. Ex.: compra e venda de imveis por escritura pblica (art. 108 CC) e registro (art. 1.245 CC). c) Reais S se aperfeioam com a entrega da coisa. Ex.: Comodato; mtuo; depsito, etc.QUANTO SUA DESIGNAO:a) Nominados (tpicos) So aqueles que possuem uma denominao legal prpria, estando previstos e regulados por norma jurdica (CC, leis extravagantes), formando espcies definidas. Ex.: compra e venda; troca, doao, locao (CC) incorporao (Lei 4.591/64 c/c 4.864/65) contratos bancrios (Lei 5.595/64 c/c Cdigo Comercial).b) Inominados Afastam-se dos modelos legais, pois no so disciplinados pelo Cdigo Civil ou por Leis extravagantes, sendo permitidas juridicamente em face da informalidade dos contratos e do princpio da autonomia de vontade. Em regra resulta da fuso de dois ou mais tipos de contratos nominados, criando-se clusulas particulares e gerando, assim, um novo negcio jurdico contratual. Reger-se-o pelas normas gerais dos contratos; pelas normas inseridas pelas partes; pelas normas aplicveis ao contrato nominado que oferea maior analogia e pelos princpios das modalidades que os compem. Ex.: 1) a explorao da cultura de caf (locao de servio; empreitada; arrendamento rural e parceria agrcola); 2) troca de coisa por obrigao de fazer; 3) locao de caixa forte (misto de locao e depsito). A classificao do contrato depende dos elementos que o integram e no da denominao designada pelas partes. Assim, elementos esprios e clusulas secundrias no desnaturam o contrato para atpico, a fim de subtra-lo do seu regime legal.DISTINO DOS CONTRATOS QUANTO AO OBJETO:a) Contratos de alienao de bens so os que versam sobre a transferncia de patrimnio (gratuita ou onerosa). Ex.: compra e venda, doao, troca de bens, etc.b) Contratos de transmisso de uso e gozo tm por objeto conceder a outrem a utilidade dos bens (domnio til) sem necessariamente transferir o bem. Ex.: locao, comodato, etc.c) Contrato de prestao de servios tem por objeto a realizao de servios tcnicos profissionais (mdico, engenheiro, advogado, etc.) ou de servios gerais (domsticos, limpeza, etc.).d) Contratos de contedo especial so os contratos atpicos, que fundem duas ou mais espcies de contratos tpicos.QUANDO AO TEMPO DE SUA EXECUO:a) Execuo imediata se esgotam num s instante, mediante uma nica prestao. Ex.: Compra e venda vista; troca, etc.b) Execuo continuada prtica ou absteno de atos reiterados, cumprindo-se o contrato num espao, mais ou menos, longo de tempo, de maneira que a prestao no poder ser integralmente satisfeita na celebrao do contrato. Dar-se- sempre a termo. Ex.: compra e venda prestao.Segundo Cio Mrio da Silva, temos que a execuo do contrato sobrevive com a persistncia da obrigao, at que o implemento de uma condio ou o decurso de um prazo cesse o prprio contrato, no obstante a possibilidade de solues peridicas (pagamento de prestaes ou aluguis). Efeitos prticos desta distino: I a nulidade do contrato de execuo continuada no afeta os efeitos j produzidos; II a teoria da impreviso s aplica-se aos contratos de execuo continuada; III a resciso unilateral nos contratos de execuo continuada s ser admitida excepcionalmente, salvo se esta for por prazo indeterminado (que ser sempre possvel). IV a prescrio, na execuo continuada, para resoluo do pacto por inadimplncia, ser contada de cada prestao e a prescrio para receber cada prestao independe de parcelas pretritas ou futuras. V o cumprimento simultneo das obrigaes no se aplica aos contratos de execuo continuada.QUANTO PESSOA DO CONTRATANTEa) Contratos pessoais (intuitu personae) A pessoa do contratante considerada elemento determinante na concluso do outro em contratar, o qual considera suas qualidades individuais imprescindveis na execuo da obrigao, que s poder ser pelo prprio contratante cumprida.b) Contratos impessoais A pessoa do contratante indiferente, de modo que o outro apenas exige que a obrigao seja cumprida, pouco importando quem a tenha feito. Algumas congruncias prticas desta distino: Na prtica a maior relevncia a natureza personalssima dos contratos pessoais a que acarretar o seguinte: I so intransmissveis, de sorte que a morte do contratante extingue o contrato que no poder ser executado pelos sucessores; II No admite cesso, pois substituir o devedor implica novo contrato; III So anulveis em havendo erro especial sobre a pessoa do contratante;2) Contratos reciprocamente considerados Este critrio examina objetivamente os contratos, em relao uns aos outros e podem ser distinguidos em:2.1) Principais existem por si, exercendo sua funo e finalidade independente do outro.2.2) Acessrios a existncia jurdica supe a existncia de um contrato principal, de forma que no existir sem este. Ex.: fiana locatria.2.3) Princpios fundamentais: I a nulidade da obrigao principal acarretar a do acessrio, porm a recproca no verdadeira (art. 184 CC) II - a prescrio da obrigao acessria no atinge a principal, entretanto, a prescrio da principal induz a prescrio do acessrio.AULA VII EFEITOS DOS CONTRATOS Os contratos de forma geral, criam obrigaes e estabelecem vnculo entre os contratantes, configurando verdadeira fonte de obrigaes. Tais efeitos se manifestam no princpio da fora obrigatria e na relatividade dos contratos.1. Efeitos jurdicos decorrentes da obrigatoriedade dos contratos: 1.1 lei entre as partes; 1.2 Estabelece vnculo entre os contratantes, que se submetem ao pacto sob pena de execuo ou perdas e danos; 1.3 irretratvel e inaltervel, portanto, as partes no podem dele se desvincular ou a ele modificar salvo:a) mediante mtuo consentimento distrato ou aditamento;b) clusula expressa prevendo extino unilateral;c) resulte da prpria natureza da obrigao. Ex.: fiana por ser prazo determinado;d) arrependimento;e) o juiz dever interpretar as clusulas contratuais como se fossem dispositivos legais, de forma que somente poder deixar de aplic-las ou modific-las nas hipteses de clusula rebus sic standibus ou por motivo de fora maior ou caso fortuito.2. Efeitos dos contratos quanto sua relatividade: Estuda os efeitos subjetivos, ou seja, das partes atingidas pelo ato negocial.2.1 Efeitos Gerais:2.1.1 Efeitos dos contratos em relao aos CONTRATANTES: A fora vinculante dos contratos restringe-se aos que por suas manifestaes de vontade, direta ou indiretamente, o estipularam. A manifestao indireta ser pelo gestor de negcios ou procuradores (representante).2.1.2 Efeitos dos contratos quanto aos SUCESSORES a ttulo universal e particular: Salvo se o direito for vitalcio; ii) o contrato for personalssimo ou iii) houver clusula de extino pela morte de um dos contratantes, os efeitos dos contratos podero atingir pessoas que no o estipularam, tal como os sucessores universais (testamentrios legado universal ou herdeiros) e os singulares ou particulares (cessionrio ou legatrio). A sucesso universal s vincula at a fora do legado ou da herana. Na cesso ou legado (bens particulares) os sucessores so alheios ao contrato, de forma que a cesso sem consentimento da outra parte transfere virtualmente as obrigaes contratuais, de forma que se A deve a B e determina a C pagar, esta transferncia da obrigao de A para C virtual, pois na realidade quem deve a B ainda A. 2.1.3 Efeitos relativamente a terceiros: a) Princpio geral O princpio geral que o contrato no beneficia e no prejudica terceiro, ou seja, o princpio da relatividade dos contratos segundo o qual os efeitos jurdicos dos contratos no ultrapassam s pessoas contratantes. Entretanto os efeitos dos contratos produzem efeitos sociais atingindo a terceiros, v.g., os contratos que versam sobre direitos exigveis contra todos (erga omnes) b) Estipulao em favor de terceiro (art. 436 a 438 CC) Vem a ser o contrato em que uma das partes (estipulante) convenciona com outro (promitente) certas vantagens patrimoniais em favor de terceiro (beneficirio), alheio ao pacto. Ex.: na separao um dos cnjuges convenciona doar parte de seu quinho na partilha ao nico filho do casal; doaes modais (o donatrio se obriga perante o doador obrigao em benefcio de terceiro); seguro; constituio de renda em favor de terceiro; contratos de transporte de objeto de terceiros. REQUISITOS:I Subjetivo existe vontade individual de trs partes, a saber: i) estipulante que estabelece a vantagem a terceiro; ii) o promitente ou devedor que se obriga perante o estipulante em favor de terceiro; iii) o beneficirio que favorecido, no participa do contrato, portanto, no carece de capacidade contratual e pode ser indeterminado, desde que determinvel. O estipulante e o promitente devero ter capacidade de contratar.II Objetivo o objeto h de ser lcito e possvel, alm de criar vantagem patrimonial a terceiro, gratuita ou no. (A vende imvel a B por R$ 1.000,00, obrigando este a vender a C por R$ 500,00, houve vantagem sem gratuidade). Dever ser estipulado sempre em favor e no contra terceiro, ou seja, lhe atribui vantagem aprecivel pecuniariamente. III Formal o contrato consensual, portanto, a regra geral de informalidade lhe aplicvel. NATUREZA JURDICA Existem cinco correntes, porm ao direito civil brasileiro deve prevalecer, ao nosso ver, a de que seja contrato sui generis(Clvis Bevilcqua).c) Os efeitos da estipulao em favor de terceiro estes devero ser examinados considerando:I As relaes entre ESTIPULANTE e PROMITENTE:1. Estes agem como qualquer contratante na celebrao do pacto;2. O promitente se obriga em favor de terceiros, mas isto no o desobriga perante o prprio estipulante (art. 436 CC) que poder exigir, ele prprio, o cumprimento da obrigao, ou ainda, (art. 438, pargrafo nico) reserva-se o direito de, unilateralmente, por ato inter vivos ou causa mortis, substitui o beneficirio;3. O estipulante poder exonerar o promitente de cumprir a estipulao, se no houver no contrato clusula que atribua ao beneficirio o poder de executar a obrigao (art. 437 CC);4. O estipulante poder revogar a estipulao, passando o promitente estar obrigado a cumprir a obrigao em favor do prprio estipulante, exceto se no contrato estiver vontade contrria a isto, se a natureza do contrato no permitir, ou a obrigao for personalssima.II As relaes entre o PROMITENTE e o BENEFICIRIO:1. Esta relao s aparece na fase executria do contrato;2. O promitente mero obrigado perante o estipulante e o beneficirio;3. O beneficirio poder executar a obrigao decorrente do contrato por ele aceito, nos limites das normas e condies contratuais, desde que no inovadas pelo estipulante nos termos do art. 438 CC (o estipulante reserva direito de substituir o beneficirio).III As relaes entre ESTIPULANTE e BENEFICIRIO:1. Se o estipulante no tiver deixado ao beneficirio o direito de execuo (art. 437 CC) poder exonerar o devedor; tornando sem efeito a estipulao, portanto, pare isto se evitar dever ser expressamente declarado o direito de execuo pelo beneficirio;2. A aceitao do beneficirio consolida a estipulao, tornando-a irrevogvel, salvo a substituio do art. 438 do Cdigo Civil. Antes da aceitao a estipulao ser revogvel. Contrato por terceiro: Este contrato se configura quando o contratante obtm do contratado a obrigao de fazer um terceiro, no participante deste pacto, a satisfazer uma determinada prestao, ou seja, haver um contrato celebrado para que o contratado faa que terceira pessoa cumpra determinada prestao, obtenha o consentimento do terceiro. Disto conclui-se que: O contratado cumprir a sua obrigao contratual se obtiver a aceitao do terceiro satisfazer a obrigao final; Se no obtiver sujeitar-se a perdas e danos (art. 439 CC); A aceitao do terceiro desvincula o contratado; A inadimplncia do terceiro d ao contratante o direito da ao contra este. O credor ser sempre o mesmo, porm ter ao perante o contratado at a aceitao e, aps, perante o terceiro