resumo contratos em espécie

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Resumo de Contratos em espécie (Ana Carolina Trindade) LOCAÇÃO A locação é o contrato pelo qual uma das partes, mediante remuneração paga pela outra, se compromete a fornecer-lhe, durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa infungível, a prestação de um serviço apreciável economicamente ou a execução de alguma obra determinada. Infere-se daí as três espécies de locação: a) locação de coisa, se atinente unicamente ao uso e gozo de bem infungível, pois, se for fungível, ter-se-á mútuo. O locatário deverá restituir o mesmo objeto locado, de tal sorte que a ação humana se limite à função acessória de manter a coisa em estado de servir ao seu destino econômico (arts. 565 a 578); b) locação de serviço, se relativa a uma prestação de serviço economicamente apreciável, considerada em si mesma, independentemente de resultado (arts. 593 a 609); locação de obra ou empreitada, se objetivar a execução e certa obra ou de determinado trabalho, tendo em vista um fim ou efeito (arts. 610 a 626). Locação de coisas A locação de coisas (art. 565) é o contrato pelo qual uma das partes (locador) se obriga a ceder à outra (locatário), por tempo indeterminado ou não, o uso e gozo de coisa infungível, mediante certa retribuição. Elementos essenciais a) Objeto – a cessão de uso da coisa não fungível, em razão das conseqüências do contrato, uma vez que a mesma deverá ser restituída da forma que foi entregue. As coisas que foram consumidas pelo uso não podem ser cedidas no contrato de locação. O bem não precisa ser alienado (ainda que a pessoa não seja proprietária, pode ser locadora), ou seja, basta a posse para que uma coisa seja alugada. b) Prazo (determinado ou indeterminado) – Não se diz que um contrato de locação foi celebrado por um prazo, digo, sem prazo, mas sim por prazo indeterminado. Não é da natureza desse tipo de contrato a perpetuação do negócio jurídico. Isso confere segurança ao contrato (art. 571). O previsto no art. 572 equivale parcialmente ao disposto no art. 413, isto é, estabelece a alteração, pelo magistrado, da multa fixada no caso de quebra do contrato (cláusula penal). A diferença está na terminologia (“deve”, “faculdade”). A multa pode ser arbitrada pelo juiz, no caso de não prevista. Parte da doutrina a considera como indenização, e não como multa. c) Remuneração (retribuição) – o pagamento em pecuniário não é essência do contrato. Ex: remuneração por benfeitoria Deveres do locador (arts. 566, 567) – de entrega, manutenção e garantia da coisa (posse). Deveres do locatário (art. 569) – pagar aluguéis, conservar a coisa e restituí-la ao locador. Sanção prevista no art. 570, uma vez que está configurado o adimplemento do negócio jurídico. Alienação da coisa – Se a coisa for alienada durante o contrato de locação, o adquirente não ficará obrigado a respeitar o contrato anteriormente estabelecido, ante o princípio da relatividade dos efeitos do contrato (art.576). 1

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  • Resumo de Contratos em espcie

    (Ana Carolina Trindade)

    LOCAO

    A locao o contrato pelo qual uma das partes, mediante remunerao paga pela outra, secompromete a fornecer-lhe, durante certo lapso de tempo, o uso e gozo de uma coisa infungvel, aprestao de um servio aprecivel economicamente ou a execuo de alguma obra determinada.

    Infere-se da as trs espcies de locao: a) locao de coisa, se atinente unicamente ao uso e gozo debem infungvel, pois, se for fungvel, ter-se- mtuo. O locatrio dever restituir o mesmo objeto locado,de tal sorte que a ao humana se limite funo acessria de manter a coisa em estado de servir aoseu destino econmico (arts. 565 a 578); b) locao de servio, se relativa a uma prestao de servioeconomicamente aprecivel, considerada em si mesma, independentemente de resultado (arts. 593 a609); locao de obra ou empreitada, se objetivar a execuo e certa obra ou de determinado trabalho,tendo em vista um fim ou efeito (arts. 610 a 626).

    Locao de coisas

    A locao de coisas (art. 565) o contrato pelo qual uma das partes (locador) se obriga a ceder outra(locatrio), por tempo indeterminado ou no, o uso e gozo de coisa infungvel, mediante certaretribuio.

    Elementos essenciais

    a) Objeto a cesso de uso da coisa no fungvel, em razo das conseqncias do contrato, umavez que a mesma dever ser restituda da forma que foi entregue. As coisas que foramconsumidas pelo uso no podem ser cedidas no contrato de locao. O bem no precisa seralienado (ainda que a pessoa no seja proprietria, pode ser locadora), ou seja, basta a possepara que uma coisa seja alugada.

    b) Prazo (determinado ou indeterminado) No se diz que um contrato de locao foi celebradopor um prazo, digo, sem prazo, mas sim por prazo indeterminado. No da natureza desse tipode contrato a perpetuao do negcio jurdico. Isso confere segurana ao contrato (art. 571).

    O previsto no art. 572 equivale parcialmente ao disposto no art. 413, isto , estabelece a alterao,pelo magistrado, da multa fixada no caso de quebra do contrato (clusula penal). A diferena estna terminologia (deve, faculdade). A multa pode ser arbitrada pelo juiz, no caso de noprevista. Parte da doutrina a considera como indenizao, e no como multa.

    c) Remunerao (retribuio) o pagamento em pecunirio no essncia do contrato. Ex:remunerao por benfeitoria

    Deveres do locador (arts. 566, 567) de entrega, manuteno e garantia da coisa (posse).

    Deveres do locatrio (art. 569) pagar aluguis, conservar a coisa e restitu-la ao locador. Sanoprevista no art. 570, uma vez que est configurado o adimplemento do negcio jurdico.

    Alienao da coisa Se a coisa for alienada durante o contrato de locao, o adquirente no ficarobrigado a respeitar o contrato anteriormente estabelecido, ante o princpio da relatividade dosefeitos do contrato (art.576).

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  • Direito de reteno (art. 578) No caso de benfeitorias necessrias ou teis realizadas pelolocatrio, este goza do direito de reteno. No cabe, no entanto, direito de reteno de aluguis.

    Lei 8245/91 Lei de locaes

    1- mbito de aplicao - Todos os princpios da teoria dos contratos so aplicados aos contratos delocao, mesmo no havendo previso expressa dos mesmos. Diz o art. 79 da lei, em caso delacuna da lei especial, tero aplicao subsidiria o CC e o CPC.

    2- Deveres do locador e locatrio (arts. 22 e 23)

    3- Garantias (art.37) a lei prev quatro garantias, vedada, sob pena de nulidade, mais de umadessas modalidades no contrato de locao. I cauo (depsito de trs meses do aluguel)II- fiana (atravs de outro contrato, o terceiro fiador assume o pagamento das prestaes. umaobrigao subsidiria). De acordo com o art. 39, o fiador est vinculado at a entrega das chaves,salvo disposio em contrrio.III- seguro de fiana locatciaIV- cesso fiduciria de quotas de fundo de investimento

    4- Prazo de sua essncia, no existe contrato de locao perptuo.a) Determinado dentro do prazo, o locador no pode reaver o imvelb) Indeterminado O art. 3 norma geral. O prazo do contrato pode ser qualquer um. Ser

    necessria a autorizao conjugal caso o prazo do contrato seja igual ou maior a 10 anos. Se olocatrio quiser devolver o imvel antes do prazo, pagar multa pactuada, de acordo com oart. 4. Esta independente de prejuzo. Se estiver previsto no contrato, pode cobrarindenizao suplementar (art. 416 CC)

    O contrato por prazo determinado pode se tornar em contrato por prazo indeterminado.

    5- Forma no h forma prescrita em lei, contudo alguns efeitos dependem da forma prescrita. (art.46)

    6- Alienao do imvel o locador pode dispor do seu direito de alienar o imvel. Via de regra, ocontrato de locao no produz efeitos perante terceiros. Contudo, diz o art. 8 que terceiroadquirente poder denunciar o contrato de locao. Se o contrato for por prazo determinado,clusula de vigncia e averbao no registro de imveis competente.

    7- Direito de preferncia (art. 27 em diante) O locatrio tem preferncia para adquirir o imvel. Olocador o notificar e tambm sobre a proposta do terceiro interessado. Em 30 dias ele deverresponder se pretende adquirir o imvel.

    8- Extino (art. 9)

    9- Transformao subjetiva ( admitida, uma vez que no contrato personalssimo)

    A morte do locador acarreta a transferncia do contrato aos herdeiros. Contudo, o herdeiro no obrigado a continuar como locador. (art. 10)

    A morte do locatrio determina a sub-rogao nos seus direitos (art. 11, I se o locatrio for casado, afaculdade ao cnjuge e sucessivamente aos herdeiros necessrios e os dependentes economicamentedo de cujus que com ele residiam).

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  • Em caso de separao de fato, separao judicial, divrcio ou dissoluo da unio estvel, a locaoprosseguir automaticamente com o cnjuge ou companheiro que permanecer no imvel (art. 12).

    Sublocao um contrato acessrio. O sublocador o locatrio na relao jurdica primitiva. Osublocatrio responde, subsidiariamente, ao senhorio pela importncia que dever ao sublocador,quando este for demandado, e ainda pelos aluguis que se vencerem durante a lide (art. 16).

    Locao residencial est voltada para o exerccio do direito de habitao. O locador no pode reaver oimvel locado na vigncia do prazo de durao do contrato. Admite-se, contudo, a retomada ao finaldeste, nas locaes ajustadas por escrito e por prazo igual ou superior a trinta meses. A resoluo opera-se com o fim do prazo, independentemente de notificao ou aviso (art. 46).

    Prazo indeterminado

    Inferior a 30 meses (art. 47)

    Superior a 30 meses (art. 46)

    Antes de alcanar o prazo de 30 meses, o contrato se prorroga automaticamente, por prazoindeterminado. D uma garantia maior para o locatrio, pois no cabe denncia vazia (quando o locadorpode denunciar o contrato sem motivo), somente cheia.

    J no contrato superior a 30 meses, durante o prazo do contrato, o locador no pode exercer a tomadado imvel. Se o locatrio permanecer no imvel por mais de 30 meses, e o locador no se opor, entende-se que o prazo foi prorrogado como indeterminado. A cabe denncia vazia.

    OBS: O limite para denncia vazia de 5 anos. S caber denncia cheia quando o prazo for inferior a 30meses.

    Findo o contrato por prazo determinado, o locador tem prazo de trinta dias para ingressar com ao dedespejo. Esta deve ser proposta em seguida ao escoamento do prazo concedido na notificao, ou seja,nos trinta dias seguintes, sob pena de perder a eficcia.

    Locao por temporada Tem por finalidade lazer, realizao de cursos, tratamento de sade, feitura deobras dentro de seu imvel e outros que tenham finalidade temporria, No h inteno definitiva depermanecer neste imvel. No h previso legal para a forma deste contrato, contudo a doutrinaentende como por escrito.

    Seu prazo de 90 dias. De acordo com o art. 50, se foi alugado o imvel por 30 dias e o locatriocontinua no imvel por mais 30 dias e o locador no se absteve, o contrato passa a ser indeterminado.Neste caso, para retomar o imvel, somente aps 30 meses, ou se houver denncia cheia.

    Locao no-residencial Por excluso. Se no for residencial, nem por temporada, no-residencial.Nesta modalidade de contrato, e somente nesta, cabe direito renovao compulsria (art. 51).

    I contrato escrito, prazo determinado

    II- prazo mnimo de 5 anos

    III- 3 anos naquela atividade

    Principais aes locatcias:

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  • a) Ao de despejo cabvel para a retomada do imvel. Culmina com o fim do contrato delocao ou inadimplemento (arts. 5 e 59)

    b) Ao de consignao do aluguel prpria do locatrio quando enfrenta problemas nopagamento dos alugueis (art. 67)

    c) Ao revisional de aluguel reajustar o valor do aluguel ao valor do mercado. Os contratos, emgeral, possuem clusula de reajuste anual. Pode acontecer desta clusula no ser suficiente,cabe a a ao revisional, para trazer o equilbrio econmico. (art. 68)

    d) Ao renovatria (art. 71) Para o exerccio do direito renovao compulsria. Pode ser ajuizadadesde que o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; oprazo mnimo deste seja de 5 anos e o locatrio esteja explorando seu comrcio, no mesmo ramo,no prazo mnimo e ininterrupto de trs anos (art. 51). Deve ser proposta no interregno de um anoat seis meses anteriores ao final do contrato. Ser intempestiva se ajuizada antes ou depois desseprazo que, por ser decadencial, no se suspende, nem se interrompe.

    EMPRSTIMO

    o contrato pelo qual uma pessoa entrega a outra, gratuitamente, uma coisa, para que dela se sirva, com a obrigao de restituir.

    Comodato: emprstimo de uso, em que o bem emprestado dever ser restitudo em espcie, ou melhor, em sua individualidade, razo pela qual no poder ser fungvel ou consumvel;

    Mtuo: emprstimo de consumo, pois a coisa emprestada, sendo fungvel ou consumvel, no poderser devolvida, de modo que a restituio se far no seu equivalente, ou seja, por outra coisa do mesmognero, quantidade ou qualidade.

    No mtuo operar-se- uma transferncia do domnio da coisa a quem a emprestou, que poder atmesmo alien-la, o que no ocorrer com no comodatrio, sob pena de incorrer nas penas do crime deestelionato. O comodatrio apenas ter o direito de usar a coisa restituindo-a posteriormente aocomodante. O muturio, por se tornar proprietrio da coisa emprestada, assumir os riscos pela suaperda, o que no ocorrer com o comodatrio, de modo que, se o bem emprestado se perder por foramaior ou caso furtuito, o comodante que sofrer com isso.

    Comodato

    O comodato contrato unilateral, a ttulo gratuito, pelo qual algum entrega a outrem coisa (mvel ouimvel) infungvel, para ser usada temporariamente e depois restituda.

    Apresenta as seguintes caractersticas:

    a) Unilateral: coloca s uma das partes na posio de devedor, ficando a outra na de credor, umavez que s uma delas se obriga em face a outra. Desta forma, s o comodatrio ter, em regra,obrigaes, embora excepcionalmente o comodante poder contra-las, caso em que serbilateral;

    b) Gratuito: cesso sem contraprestao, onerando um dos contraentes, propiciando ao outrouma vantagem. O comodatrio, no entanto, pode assumir a obrigao de pagar imposto ou taxaque recaia sobre a coisa dada em comodato, i.e., o fato de o comodatrio ter-se obrigado aresponder por determinado encargo no desqualifica o comodato, pois no h acorrespondncia entre as prestaes;

    c) Real, porque s se completar com a tradio do objeto, quando o comodatrio ter a possedireta do objeto. No entanto, sua posse precria, logo insuscetvel de geral aquisio dapropriedade por usucapio;

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  • d) Infungibilidade e no consumibilidade do bem dado em comodato. Desde que infungvel, acoisa emprestada poder ser mvel ou imvel ou consistir na fruio de determinado lugar.

    e) Temporariedade, pois o uso da coisa dada em comodato dever ser temporrio, podendo oprazo para a sua restituio ser determinado ou indeterminado, caso em que o tempopresumido do contrato ser o necessrio para que o comodatrio possa servir-se dela para ofim a que se destinava. O comodante no poder exigir a restituio do bem, salvo necessidadeimprevista e urgente reconhecida pelo juiz. No se admite, portanto, comodato perptuo, eisque caracterizada estaria a doao.

    Requisitos para o comodato:

    a) Subjetivo, visto que, alm de exigir a capacidade genrica para praticar atos da vida civil, o CC,art. 580, tem por escopo impedir que administradores de bens alheios venham retirarvantagem pessoal obtendo simuladamente algum lucro indevido, mediante emprstimo decoisas por eles administradas. Por no serem proprietrios e por no considerar como ato deadministrao normal a cesso gratuita de uso, j que ela diminui o patrimnio semcompensao, no havendo nenhum proveito ao administrado, no podero d-los emcomodato, salvo autorizao especial pelo dono;

    b) Objetivo, i.e., s podem ser dados em comodato bens infungveis e inconsumveis, mveis ouimveis, que devero ser entregues ao comodatrio, que os receber como se encontram, semque exista para o comodante qualquer dever de repar-los;

    c) Formal, pois sua forma livre, no exigindo forma solene da manifestao da vontade para seuaperfeioamento, , por isso, um contrato consensual.

    Obrigaes do comodatrio

    a) Guardar a coisa emprestada como se fosse sua (art. 582, CC), procurando no desgast-la oudesvaloriz-la, evitando qualquer procedimento que possa inferir negligncia ou desdia. Deveagir diligentemente para no arcar com a responsabilidade civil pelar perdas e danos. Ficaropor conta do comodatrio os nus oriundos da guarda e manuteno do bem, no podendorecobrar do comodante as despesas ordinrias feitas com o seu uso e gozo. Mas o comodatriopoder recobrar despesas extraordinrias e necessrias, feitas em caso de urgncia, quando ocomodante no podia ser avisado oportunamente para autoriz-las, podendo reter a coisaemprestada at que tais despesas lhe sejam pagas, se se tratar de benfeitorias, visto que possuidor de boa-f.

    b) Limitar o uso da coisa ao estipulado no contrato ou de acordo com a sua natura (art. 582), sobpena de responder por perdas e danos.

    c) Restituir a coisa emprestada in natura no momento devido, e, se no houver prazoestipulado, findo o tempo necessrio ao uso concedido, caso contrrio o comodatrio praticaresbulho, sanvel pela ao de reintegrao de posse. O comodante obrigado a respeitar arelao jurdica e s poder pedir devoluo do bem que emprestou antes do prazoconvencionado se provar necessidade urgente e imprevista por ocasio do emprstimo,reconhecida pelo juiz (art. 581).

    d) Responder pela mora, suportando os riscos, arcando com as consequncias da deteriorao ouperda da coisa emprestada (art. 399), e pagar aluguel arbitrado, com base no valor do mercado,pelo comodante, pelo tempo de atraso em restituir, ou, corresponder s perdas e danos,calculados em execuo por arbitramento, desde a propositura da ao, incluindo todos osnus sucumbenciais. O comodatrio no passa a ser locatrio, visto que tal aluguel umapenalidade pela mora na devoluo do bem emprestado. Se assim no fosse, o comodatrioseria forado a praticar uma liberalidade contra a sua vontade.

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  • e) Responder pelos riscos (deteriorao ou perda) da coisa no caso do art. 583 do CC. Percebe-seque, como a propriedade permanece com o comodante, a ele caber o nus ante o risco de acoisa parecer por caso fortuito ou fora maior, embora o comodatrio seja responsvel se,correndo o risco o objeto do comodato juntamente com outros que lhe pertencerem,antepuser a salvao dos seus, abandonando o do comodante, salvo se provar iseno de culpa.

    f) Responsabilizar-se solidariamente, se houver mais comodatrios, devido ao carter benfico docomodato e ao disposto no art. 585 do CC, pelo qual a responsabilidade de cada um solidriaem face do comodante, para melhor assegurar a restituio da coisa, o recebimento do aluguelem caso de mora, ou das perdas e danos, havendo perda ou deteriorao culposa da coisa, antea gratuidade desse contrato.

    Obrigaes do comodante

    a) No pedir a restituio do bem dado em comodato antes do prazo estipulado ou do necessriopara o uso concedido, excetuando-se o previsto no art. 581 do CC. Mas se o prazo forindeterminado, o bem poder ser retomado a qualquer momento sem necessidade dejustificativa.

    b) Pagar as despesas extraordinrias e necessrias para a conservao da coisa e os gastos norelacionados com a fruio do bem dado em comodato.

    c) Responsabilizar-se, perante o comodatrio, pela posse til e pacfica da coisa dada emcomodato, se procedeu dolosamente.

    Extino

    a) Advento do prazo convencionado, e, se no houver termo ajustado, o comodato cessar aps ouso da coisa de acordo com o fim para que foi emprestada.

    b) Resoluo por inexecuo contratual, pois nada obsta a que o comodante rescinda o contratoantes do termo do prazo, pleiteando perdas e danos, se o comodatrio utilizar-se do bem demodo diverso do estipulado.

    c) Risilio unilateral, pois a) o comodante, devido gratuidade do contrato, poder resolv-lo, seprovar a supervenincia de necessidade urgente e imprevista poca do negcio, reconhecidapelo magistrado; e b) o comodatrio poder, a qualquer tempo, resilir tal negcio, porque, sefoi contrado em seu interesse, no estar obrigado a conservar objeto cujo uso sedesinteressou.

    d) O distrato, se ambos os contraentes resolverem extinguir o contrato antes do trmino do prazo.e) A morte do comodatrio, se se convencionou que o uso da coisa ser estritamente pessoal; tal

    fato extinguir o contrato, pois as vantagens dele decorrentes no podero ser transmitidas aseus herdeiros.

    f) Alienao da coisa emprestada, exceto se o adquirente assumir a obrigao de manter ocomodato.

    Mtuo

    Mtuo o contrato pelo qual um dos contraentes transfere a propriedade do bem fungvel ao outro, quese obriga a lhe restituir coisa do mesmo gnero, qualidade e quantidade (CC, art. 586).

    Classificao

    a) Real, pois s se perfaz com a tradio, i.e., com a entrega do objeto emprestado; b) Gratuito, porque o mutuante nada recebe do muturio em troca do favor que lhe faz, podendo

    ser oneroso, se houver alguma contraprestao por parte do muturio, como, p. ex.,pagamento de juros nos emprstimos de dinheiro ou outra coisa fungvel;

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  • c) Unilateral, j que, uma vez entregue o bem emprestado, apenas o muturio contrair, em regra,obrigaes;

    d) Temporalidade, pois o mtuo geralmente, concludo por certo prazo, visto que, se fosseperptuo, ter-se-ia uma doao. O art. 592 prescreve quais os prazos a serem aplicados no casode no ter sido convencionado o tempo de durao do contrato;

    e) Fungibilidade da coisa emprestada, embora possa recair sobre coisa inconsumvel pelo uso que,por conveno ou por destinao, se torne fungvel;

    f) Translatividade de domnio do bem emprestado, que, por ser fungvel, e, em regra, consumvel,possibilita a transferncia de sua propriedade ao muturio com a simples tradio. Logo, omuturio poder us-lo como quiser, bem como arcar com riscos dela desde a tradio.

    g) Obrigatoriedade da restituio de outra coisa da mesma espcie, qualidade e quantidade, casocontrrio ter-se-ia troca ou compra e venda. O mutuante, conforme art. 590, poder exigir agarantia dessa restituio se, antes de vencido o prazo, o muturio vier a sofrer notriamudana na sua situao econmica. Se o muturio no cumprir essa exigncia, ter-se- ovencimento antecipado da dvida. H, ainda, em caso de morte do muturio, o dever dos seusherdeiros de restituir a coisa mutuada, nas condies estipuladas.

    Requisitos

    a) Subjetivo: O mutuante dever ter aptido para dispor da coisa emprestada, por ser condioessencial do mtuo a transmisso da coisa de seu patrimnio para o do muturio.

    Mtuo a menor: O art. 588 prev que o mtuo feito a pessoa menor, sem prvia autorizaodaquele cuja guarda estiver, no poder ser reavido nem do muturio, nem dos fiadores, porser nulo o contrato. Com isso, protege-se a inexperincia do menor de exploraoespeculadora. No se aplicar essa norma, contudo, se: (i) houver ratificao posterior dapessoa responsvel pelo menor, suprindo, assim, a falta de autorizao e tornando o atoplenamente eficaz; (ii) o emprstimo for contrado para o provimento dos alimentos habituaisdo menor, estando ausente o responsvel; (iii) o menor tiver bens adquiridos com seu trabalhoou atividade profissional, caso em que a execuo do credor no poder ultrapassar as forasdo patrimnio do menor; (iv) o emprstimo reverteu-se em benefcio do menor, evitando-se,assim, o enriquecimento indevido; (v) o menor obteve o emprstimo maliciosamente. Deveras,no se pode o beneficiar pessoa cuja malcia indica grau de desenvolvimento capaz de levar aengodo a outra parte.

    b) Objetivos: por ser emprstimo de consumo, requer que o objeto emprestado seja fungvel, i.e.,bem mvel que possa ser substitudo por outra da mesma espcie, qualidade ou quantidade.

    O Mtuo feneratcio ou oneroso permitido em nosso direito, conforme art. 591 do CC, ouseja, destinando-se o mtuo a fins econmicos, os juros os juros devidos sero fixados segundoa taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos Fazenda Nacional,se no houver conveno entre as partes ou disposio legal diversa, sob pena de seremreduzidos ou restitudos por meio da condictio indebiti. Trata-se, hoje, segundo alguns autores,da taxa Selic ou, como outros preferem, a do art. 161, 1, CTN. So nulas as estipulaesusurias, assim, consideradas as que estabeleam, nos contratos civis de mtuo, taxas de jurossuperiores s legalmente permitidas. Isto no se aplicar: (i) s instituies financeiras e demaisinstituies autorizadas a funcionar pelo BC, bem como s operaes realizadas no mercadofinanceiro, de capitais e de valores imobilirios, que continuam regidas pelas normas legais eregulamentares que lhe so aplicveis; (ii) s sociedades de crdito que tenham por objetosocial exclusivo a concesso de financiamento ao microempreendor; (iii) s organizaes da

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  • sociedade civil, ou melhor, sociedades simples de interesse pblico, devidamente registradas noMinistrio da Justia, que se dedicam a sistemas alternativos de crdito e no tem qualquertipo de vinculao com o Sistema Financeiro Nacional. Os juros constituem o proveito tiradodo capital emprestado e podem ser compensatrios, se representam a renda ou fruto dodinheiro mutuado, e moratrios, se foram pagos a ttulo de indenizao pelo atraso verificadono adimplemento do contrato.

    c) Formais: por no requer a lei modo especial para a sua celebrao, ter forma livre, exceto sefor oneroso, caso em que dever ser convencionado expressamente. A prova o mtuo poderser feito, p. ex., com a emisso da nota promissria, a confisso formal da dvida e o recibo daquantia emprestada. Mas os tribunais tm entendido que o cheque no pode servir para acomprovao do mtuo, por representar to somente meio de pagamento.

    Efeitos jurdicos

    a) Gerar obrigaes ao muturio, como as de: (i) restituir o que recebeu de mesma espcie,qualidade e quantidade, dentro do prazo estipulado e, se for impossvel tal devoluo, porcausa que lhe inimputvel, poder devolver o equivalente pecunirio. No pode, ainda,compelir o mutuante a receber pro parte, se isto no tiver sido convencionado; (b) pagar osjuros, se feneratcio o mtuo;

    b) Conferir direitos ao mutuante, como os de: (i) exigir garantia real ou fidejussria da restituio,se o muturio vier a sofrer, antes do vencimento do prazo, notria mudana no seu patrimnioou na sua situao econmica, que dificulte o recebimento do quantum emprestado; (ii)reclamar a restituio de coisa equivalente, uma vez vencido o prazo ajustado. Se no houvefixao do termo do contrato, a exigncia para devoluo poder ocorrer a qualquer tempo; (iii)demandara resoluo do contrato se o muturio, no mtuo feneratcio, deixar de pagar osjuros

    c) Deveres do mutuante, que so elementos imprescindveis para a formao do contrato: (i)entregar a coisa objeto do mtuo; (ii) abster-se de interferir no uso (ou seja, consumo) da coisadurante toda a vigncia do contrato, no exigindo a sua restituio antes do trmino do prazoconvencionado, exceto se houver algum motivo que autoriza a resciso contratual; (iii) arcarcom a responsabilidade pelo vcio oculto apresentado pela coisa depois da tradio e pelosdanos que, culposamente, causar.

    Causas extintivas

    a) Vencimento do prazo convencionado;b) Ocorrncia das hipteses do art. 592 do CC;c) Resoluo por inadimplemento das obrigaes contratuais;d) Distrato, se o mutuante ou o muturio resolverem, de comum acordo, pr termo ao contrato

    antes do seu vencimento;e) Resilio unilateral por parte do devedor, visto que se presume que o prazo foi concedido em

    seu favor, salvo se o contrrio resultar do contrato ou das circunstncias.

    PRESTAO DE SERVIOS

    Consideraes gerais

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  • Da locao de servio, que abrangia toda e qualquer prestao de atividade remunerada, destacou-se ocontrato de trabalho, que pressupe a continuidade, a dependncia econmica e a subordinao, masno aboliu a prestao civil de servios.

    Conceito e caracteres

    Segundo Caio Mrio, a prestao de servios o contrato em que uma das partes (prestador) se obrigapara com a outra (tomador) a fornece-lhe a prestao de uma atividade mediante remunerao.

    Classificao

    a) Bilateralidade, por gerar obrigaes para ambos os contratantes: a remunerao para otomador e a prestao para o empregado, que dever execut-la da forma devida, em tempoconveniente, de acordo com as normas tcnicas que presidem a arte ou ofcio oi segundo oscostumes, cumprindo-o, ainda, no lugar estabelecido pelo contrato ou pelas circunstncias;

    b) Onerosidade, porque origina vantagens para ambos os contraentes, mediante obrigaesrecprocas;

    c) Consensualidade, pois se aperfeioa com o simples acordo de vontade das partes,independentemente de qualquer materialidade externa, i.e, trata-se de contrato de forma livre.Se porventura houver contrato escrito e uma das partes no souber ler ou escrever, poder oinstrumento ser assinado a rogo e subscrito por testemunhas (art. 595), apresentando a umaexceo ao princpio de que a assinatura a rogo se d perante o serventurio pblico. Se,contudo, no for observada essa regra, nenhuma consequncia advir, visto que o contratopode ser provado por qualquer meio admitido em direito. Na verdade, se observada a regra, aavena ter exequibilidade judicial (CPC, 585, II).

    d) Individual, j que o coletivo reservado para o contrato de trabalho.

    Objeto

    O objeto desse contrato uma obrigao de fazer, i.e., a prestao de atividade lcita, no vedada pelalei e pelos bons costumes, oriunda de energia humana aproveitada para outem, e que pode ser materialou imaterial (art. 594). Se o executor no foi contratado para certo e determinado trabalho, entender-se- que sua obrigao diz respeito a todo e qualquer servio compatvel com as suas foras e condies(art. 601). contrato intuitu personae, em regra, e no poder, por isso, ocorrer a mudana subjetivasem o consenso das partes.

    Locao de servios x empreitada

    Embora tenham idntico objeto, apresentam as seguintes diferenas: (i) na locao de servio, otrabalhador coloca sua atividade disposio do locatrio, mediante remunerao, por conta e riscodeste, assumindo uma obrigao de meio ou de resultado, quanto na empreitada, como o trabalhadorobriga-se a fazer determinada obra ou realizar certo servio, mediante preo ajustado, trabalhando porconta prpria, assumindo os riscos inerentes sua atividade, h uma obrigao de resultado; (i) naprestao de servio, h certa subordinao entre prestador e tomador, trabalhando aquele sob asordens e fiscalizao deste. Na empreitada, h independncia entre os contratantes e o que importa oresultado do servio; (iii) na locao de servio, a remunerao corresponde aos dias e horas detrabalho, ao passo que na empreitada a remunerao proporcional ao servio executado, sem atenoao tempo empregado.

    Remunerao

    A remunerao constitui elemento essencial da prestao de servio, sujeita ao arbtrio doscontratantes, que a estipulam livremente, mas, se no o fizerem, aplicar-se- o disposto no art. 596 do

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  • CC. Em regra, a remunerao em dinheiro, mas nada obsta a que parte dela seja em alimentos,vesturio, conduo, moradia. Se o servio for prestado por quem no tenha ttulo de habilitao tcnicaou que no preencha os requisitos legais, ela no poder cobrar a retribuio, a no ser que haja trazidovantagem para a outra parte, caso em que ter uma retribuio razovel.

    Tempo de durao

    A prestao de servio no poder ser convencionada por mais de 4 anos (CC, art. 598), tendo-se emvista a inalienabilidade da liberdade humana. Pelo art. 599. Se no houver prazo estipulado, nem sepuder inferir da natureza do contrato ou do costume do lugar, qualquer uma das partes, a seu arbtrio,por aviso-prvio (resilio sem indicao de motivos) ou denncia imotivada, poder resolver o contrato. uma garantia o aviso-prvio que, caso no observada, poder acarretar no pagamento das perdas edanos. No so contar no prazo do contrato o tempo em que o prestador, por culpa sua, deixou de servir(art. 600).

    Modos terminativos do contrato de prestao de servio

    Extinguir-se- o contrato de locao de servio sem justa causa, quando no houver culpa por um doscontraentes, ou por justa causa, quando houver culpa.

    EMPREITADA

    Noo e caracteres

    Locao de obra ou empreitada o contrato pelo qual um dos contraentes (empreiteiro) se obriga, semsubordinao ou dependncia, a realizar, pessoalmente ou por meio de terceiro, certa obra para o outro(dono da obra), com material prprio ou por este fornecido, mediante remunerao determinada ouproporcional ao trabalho executado. obrigao de resultado.

    O contrato para elaborao de um projeto no implica a obrigao de execut-lo, ou de fiscalizar-lhe aexecuo (art. 610, 2). Sua ideia deve ser levada a efeito por outrem, sem que o projetista tenha odever de fiscalizar tal execuo.

    Caractersticas:

    a) Bilateralidade, por criar obrigaes recprocas. Um credor da obra, e o outro, do preo;b) Comutatividade, porque cada parte recebe da outra prestao equilavente sua, podendo,

    desde logo, apreciar tal equivalncia;c) Onerosidade, pois cada um dos contraentes transfere ao outro certos direitos e vantagens,

    mediante contraprestao;d) Consensualidade, j que no exige, para sua validade, forma especial. Aperfeioa-se com o

    simples consentimento dos contraentes, desde que tenham capacidade e legitimao paratanto;

    e) Indivisibilidade, visto que objetiva a concluso da obra. No se permitir, em regra, a suaexequibilidade fracionada. Todavia, esse carter no absoluto, pois a obra poder ser realizadapor partes, sempre que o negcio estipulado o permita (art. 614);

    Modalidades

    Empreitada por preo fixo: Se a retribuio for estipulada para a obra inteira, sem considerar ofracionamento da atividade. O preo ser fixado de antemo, em quantia certa e invarivel. Se no

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  • admitir qualquer alterao na remunerao, seja qual for o custo da me de obra ou dos materiais, ter-se- empreitada por preo fixo absoluto, e o empreiteiro no poder exigir do dono da obra quantiamaior que a estipulada (art. 619). Todavia, essa espcie de empreitada no ser incompatvel com oparcelamento das prestaes, pois no deixar de ser global o preo, pela circunstncia de se ajustar opagamento escalonadamente, desde que determinado em funo da obra como conjunto.

    Indaga-se a admissibilidade ou no da aplicao da rebus sic stantibus. Admite-se a possibilidade dereviso dos contratos em caso grave, quando a supervenincia de acontecimentos extraordinrios eimprevisveis, por ocasio da celebrao do ajusto, torna muito oneroso o contrato, gerando aimpossibilidade subjetiva de sua execuo.

    Empreitada por medida: Se na fixao de preo se atender ao financiamento da obra, considerando-seas partes em que ela se divide ou a medida. H presuno de que a obra paga est verificada, por serdireito do comitente averiguar, antes do pagamento, se o que foi entregue podia ser aceito. Essa espciede obra favorece o dono da obra, possibilitando-lhe alterar o projeto principal, aumentando oudiminuindo os trabalhos contratados.

    Empreitada de valor reajustvel: Se contiver clusula permissiva de variao de preo em consequnciade aumento ou diminuio valorativa da mo de obra e dos materiais.

    Empreitada por preo mximo: Se se estabelecer um limite de valor que no poder ultrapassar oempreiteiro.

    Empreitada por preo de custo: Se o empreiteiro se obrigar a realizar o trabalho, ficando por suaresponsabilidade o fornecimento de materiais e o pagamento de mo de obra, mediante o reembolso dodispendido, acrescido do lucro assegurado.

    Empreitada de lavor: Se o empreiteiro assumir apenas a obrigao de prestar o trabalho necessrio paraa confeco, a produo, a construo ou a execuo da obra.

    Empreitada de materiais ou mista: Se o empreiteiro, ao se obrigar realizao de uma obra, entrar, emrazo de lei ou contrato (art. 610, 1), com o fornecimento dos materiais necessrios sua execuo ecom a mo de obra, contraindo, concomitantemente, uma obrigao de fazer e de dar.

    Direitos e obrigaes do empreiteiro

    a) Perceber a remunerao convencionada. Tem direito ao preo da obra e aos acrscimos feitospor solicitao do comitente. O empreiteiro, frustrada a execuo da obra pelo dono, far jus remunerao proporcional ao servio realizado, ao pagamento das despesas feitas e a umaindenizao razovel calculada em funo do que teria sido ganho se conclusse a obra. O prazoprescricional para a ao de cobrana do preo de dez anos.

    b) Exigir do dono da obra que a aceite, uma vez concluda nos termos do contrato (art. 615).c) Requerer a medio das partes concludas, quando a obra se constitui por etapas, presumindo-

    se a seu favor a verificao de tudo o que foi pago. d) Reter a obra, em funo do trabalho a que se obrigou, recusando-se a entrega-la at que o

    comitente satisfaa a sua obrigao (art. 476).e) Constituir o comitente em mora, consignando judicialmente a obra.f) Ceder o contrato de empreitada, desde que no seja personalssimo, dando origem a

    subempreitada, parcial ou total, que se dar quando o empreiteiro contratar sob suaresponsabilidade, com outra pessoa, a execuo da obra que se encarregara, com anuncia docomitente.

    g) Suspender a obra, na forma do art. 625.

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  • h) Corrigir os vcios ou defeitos que a obra apresentar, pois o comitente no obrigado a receb-ladefeituosa, podendo resolver o contrato, enjeitando a obra, ou receb-la com abatimentoproporcional no preo.

    i) Pagar os materiais que recebeu do dono das obra se, por impercia ou negligncia os inutilizar, eresponder por perdas e danos se, sem justa causa, suspender a execuo da obra empreitada,rescindindo-a unilateralmente, tendo, porm, para que no haja enriquecimento indevido docomitente, direito remunerao ao trabalho j realizado.

    Direitos e deveres do dono da obra

    a) Suspender a obra, desde que pague ao empreiteiro as despesas e os lucros alusivos aos serviosj executados, e ainda uma indenizao razovel, calculada em funo do que teria ganho, seconclusse a obra (art. 623).

    b) Rejeitar a obra ou pedir abatimento no preo, no caso do art. 616 c/c 615, 2 parte, i.e., sehouver descumprimento do ajuste (afastamento das instrues recebidas e dos planos dados)ou das regras tcnicas da arte.

    c) Ressarcimento, no caso de diminuio no preo do material ou mo de obra superior a umdcimo do preo global convencionado em se tratando de empreitada mista (art. 620).

    d) Cientificar o projetista no caso de necessidade de alterao do projeto (art. 621).

    Responsabilidade do empreiteiro quanto:

    a) solidez e segurana do trabalho nas empreitadas relativas construes de grandeenvergadura, respondendo, independentemente da ideia de culpa, durante o prazo mnimo degarantia de cinco anos (art. 618). Aparecido o vcio dentro do prazo de cinco anos, o dono daobra ter cento e oitenta dias para propor a ao.

    b) Aos riscos da coisa, se ele forneceu os materiais, at o momento da entrega de quem aencomendou, se este no estiver em mora. Estado, correro os riscos por sua conta (art. 611).

    c) Ao preo dos materiais empregados na obra, perante os fornecedores, se a empreitada formista.

    d) Aos danos causados a terceiros, em regra, nas construes de grande porte, ano ser que odono da obra o tivesse escolhido e empregado mal, hiptese em que a responsabilidadeabrangeria o comitente.

    Responsabilidade do comitente quanto:

    a) Aos riscos de transporte da coisa confeccionada, se ela for remetida por ordem sua para lugardiverso daquele que estava ajustado no contrato, exceto se o empreiteiro se afastar de suasinstrues.

    b) Aos riscos da obra, se a empreitada for s de lavor. Enquanto o trabalho no se concluir, cadacontratante responder pelo que lhe pertence, o comitente pela coisa, o empreiteiro pela mode obra.

    Cessao

    a) Execuo da obra ou adimplemento da obrigao;b) Morte do empreiteiro, se o contrato for personalssimo, caso contrrio seus sucessores

    continuaram a obra;c) Resilio unilateral, por parte do comitente, que indenizar o empreiteiro das despesas por ele

    feitas e do valor da mo de obra, pagando, ainda, o lucro razovel que poderia ter tido seviesse a conclu-la;

    d) Impossibilidade da prestao, por caso fortuito ou fora maior;

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  • e) Resoluo por inexecuo contratual, caso em que o inadimplemente dever ressarcir as perdase danos.

    DEPSITO

    O depsito contrato pelo qual um dos contraentes (depositrio) recebe do outro (depositante) umbem mvel, obrigando-lhe a guarda-lo, temporria e gratuitamente, para restitu-lo quando lhe forexigido (art. 627).

    Caractersticas

    a) Unilateral, por originar obrigaes apenas para o depositrio, embora s vezes se converta embilateral no curso da execuo, produzindo, p. ex., a obrigao para o depositante de pagar asdespesas com a conservao da coisa ou de remunerar o depositrio;

    b) Gratuito, Gratuito, embora a gratuidade no seja de sua essncia, pois pode ser oneroso,quando, p. ex., advm da atividade empresarial exercida pelo depositrio (art. 628, p. .);

    c) Real, pois necessria a entrega da coisa para que se perfaa. No h, todavia, qualquertransferncia de propriedade, nem permisso para o uso da coisa;

    d) Temporalidade, j que da essncia do contrato a devoluo do objeto depositado no termoprefixado ou quando o depositante exigir. No h perpetuidade no depsito.

    Requisitos

    a) Subjetivo. No reclama esse tipo de contrato que o depositante seja proprietrio da coisadepositada, bastando que tenha capacidade para administrar;

    b) Formais, sendo livre sua forma, por no estar adstrito a forma escrita; a lei, porm, reclama adprobationem o instrumento escrito para o depsito voluntrio, dispensando-se esse requisitopara o depsito necessrio, que se prova por todos os meios admitidos em direito (art. 648).

    Modalidades

    Depsito voluntrio ou convencional

    O depsito voluntrio (arts. 627 a 646) advm de livre conveno dos contraentes, visto que odepositante escolhe espontaneamente o depositrio, confiando sua guarda coisa mvel corprea paraser restituda quando reclamada. Sem sofrer quaisquer presses das circunstncias externas. Somente seprova por escrito (art. 646).

    Depsito necessrio

    O depsito necessrio (arts. 647 a 652) aquele que independe da vontade das partes, por resultar defatos imprevistos e irremovveis, que levam o depositante a efetu-lo, entregando a guarda de um objetoa pessoa que desconhece, a fim de subtra-lo de uma runa imediata, no lhe sendo permitido escolherlivremente o depositrio, ante a urgncia da situao. Pode ser provado por qualquer meio admitido emdireito, ate a urgente necessidade de sua efetivao. No se presume gratuito (art. 651), pois odepositrio ser mais cuidadoso e atento.

    a) Depsito legal, se feito em desempenho de obrigao legal (art. 647, I);b) Depsito miservel, se efetuado por ocasio de alguma calamidade;c) Depsito do hospedeiro (art. 649).

    Depsito regular e irregular

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  • O depsito regular o atinente coisa individuada, infungvel e inconsumvel, que deve ser restituda innatura, i. e., o depositrio dever devolver exatamente a coisa depositada.

    O depsito irregular recai sobre bem fungvel e consumvel, de modo que o dever de restituir no tempor objeto a mesma coisa depositada, mas outra de mesmo gnero, qualidade e quantidade (art. 645),regendo-se pelo disposto acerca do mtuo (arts. 586 a 592). Tem sempre em vista o interesse dodepositante, que pode exigir a restituio do bem a qualquer momento, mesmo que haja prazoconvencionado para tal devoluo essa a principal diferena entre esse depsito e o mtuo. Odepsito irregular no se transforma em emprstimo, pois visa assegurar a disponibilidade da coisa; odepositrio, ao guard-la, no aumentar seu patrimnio.

    Depsito judicial

    O depsito judicial ou sequestro o determinado por mandado do juiz, que entrega a terceiro a coisalitigiosa (mvel ou imvel), com o intuito de preservar a sua incolumidade, at que se decida a causaprincipal, para que no haja prejuzo aos direitos dos interessados. Esse depsito remunerado econfere poderes de administrao, necessrios conservao dos bens.

    Direitos e obrigaes do depositrio

    O depositrio ter direito de:

    a) Receber do depositante as despesas necessrias feitas com a coisa e a indenizao dos prejuzosoriundos do depsito (art. 643);

    b) Reter a coisa depositada at que se lhe pague a retribuio devida e o valor lquido dasdespesas necessrias e dos prejuzos a que se refere o art. 643 (art. 644);

    c) Requerer o depsito judicial da coisa, quando por motivo plausvel a no puder guardar e odepositante no lhe queira receber (arts. 635 e 641) e nos casos do art. 633. Com isso, liberar-se- p depositrio da responsabilidade com o risco e perda da coisa e resguardar-se- osdireitos do depositante sobre ela.

    Todavia, ter obrigao de:

    a) Guardar a coisa em seu poder, sendo-lhe permitido invocara a ajuda de terceiros, que ficarosob sua responsabilidade;

    b) Ter na custdia da coisa o cuidado e a diligncia que costuma ter com o que lhe pertence (art.629), respondendo pela sua perda ou deteriorao se contribuiu dolosamente ou culposamentepara que isso acontecesse;

    c) No se utilizar da coisa emprestada sem autorizao expressa do depositante, sob pena deresponder por perdas e danos (art. 640);

    d) Manter a coisa no estado em que lhe foi entregue;e) Restituir a coisa custa do depositante (art. 631) no local estipulado ou no lugar do depsito.f) Responder pelos riscos da coisa, mesmo por caso fortuito ou fora maior: (i) se houver

    conveno neste sentido; (ii) se estiver em mora de restituir a coisa emprestada, (iii) se o casofortuito sobreveio quando o depositrio, sem licena do depositante, se utilizava do bemdepositado. Portanto, em regra, tais riscos sero suportados pelo depositante, ante o princpiores perit domino;

    g) No transferir o depsito sem autorizao do depositante.

    Direitos e deveres do depositante

    Ter direito de:

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  • a) Exigir a restituio da coisa emprestada, com todos os seus acessrios, a qualquer tempo,mesmo antes do vencimento do prazo estipulado;

    b) Impedir o uso da coisa depositada, se no o autorizou;c) Exigir a conservao da coisa no estado em que a entregou.

    Ter o dever de:

    a) Pagar a remunerao do depositrio, se convencionada;b) Reembolsar ex lege o depositrio das despesas necessrias feitas com a coisa, indenizando- o

    dos prejuzos resultantes do depsito;c) Responder pelos riscos do contrato de depsito, por ser ele o proprietrio da coisa depositada;d) Dar cauo (real ou fidejussria) idnea, exigida pelo depositrio, se as dvidas, as despesas ou

    prejuzos no forem provados suficientemente ou foram ilquidos.

    Extino

    a) Pelo vencimento do prazo;b) Pela manifestao unilateral do depositante, que tem direito de exigir a restituio do bem a

    todo tempo;c) Por iniciativa do depositrio que, se no quiser mais custodiar o bem, devolv-lo- ao

    depositante, e, se este se recusar a receb-lo, poder o depositrio, tendo motivo plausvel parano o guardar, requerer o seu depsito judicial;

    d) Pelo perecimento da coisa depositada, em razo de fora maior ou caso fortuito, sem sub-rogao em outro bem;

    e) Pelo decurso do prazo de 25 anos, quando no reclamado o bem (Lei n. 2.313/54; Dec. N.50.395/56).

    f) Pela morte ou incapacidade superveniente do depositrio, se for personalssimo o contrato.Com o falecimento do depositrio, seu herdeiro dever restituir ao depositante a coisa. Se oherdeiro alienar de boa-f o bem depositado, por ignorar a existncia de depsito, dever, porno ter agido culposamente: (i) assistir o depositante na reivindicatria por ele movida contra oadquirente da coisa alienada; b) restituir ao comprador o preo recebido, pois tem o dever dedevolver a coisa ao depositante.

    MANDATO

    Mandato o contrato pelo qual algum (mandatrio ou procurador) recebe de outrem (mandante)poderes para, em seu nome, praticar atos ou administrar seus interesses (art. 653). uma representaoconvencional, em que o representante pratica atos que do origem a direitos e obrigaes querepercutem na esfera jurdica do representado. Possibilita, assim, que pessoa interessada na realizaode certo ato negocial, desde que no seja personalssimo, que no possa ou no saiba pratic-lo, oefetue por meio de outra pessoa. O mandatrio que exceder os poderes do mandato, ou procedercontra eles, ao assumir obrigaes com terceiros, sem que haja retificao do mandante, pelo excessocometido, e reputar-se- mero gestor de negcios (art. 665).

    contrato: a) bilateral, por gerar deveres tanto para o mandatrio (art. 667) quanto para o mandante(art. 675); b) gratuito ou oneroso, conforme se estipule ou no uma remunerao ao representante,presumindo-se oneroso nos casos em que o mandatrio o em razo de seu ofcio (art. 658); c)personalssimo, pois celebrado em considerao s qualidades pessoais do mandatrio, predominandoa mtua confiana dos contratantes; d) consensual, visto que o simples acordo de vontades sersuficiente para sua formao. Apesar do art. 653 determinar que a procurao o instrumento domandato, admite, o art. 656, que este pode ser expresso ou tcito, verbal ou escrito. Sua forma livre,podendo ser feito verbalmente ou por instrumento pblico ou particular, embora em certos casos

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  • especiais se exija instrumento pblico. A outorga do mandato, porm, dever seguir a forma exigida porlei para o ato que ser praticado pelo mandatrio em nome do mandante (art. 657).

    Revogabilidade: qualquer dos contraentes poder ad nutum pr fim ao contrato, sem anuncia do outro,sem qualquer justificativa, mediante simples manifestao volitiva unilateral. H a revogao por partedo mandante e a renncia por parte do mandatrio. Excees: a) Art. 683. Se o mandante vier a revogarmandato que contenha clusula de irrevogabilidade, dever, pelo inadimplemento da obrigao de nofazer, pagar ao mandatrios as perdas e danos, alm da remunerao que tiver sido ajustada; b) Art. 685.Se for em causa prpria a procurao dada, i. e., outorgada no interesse exclusivo do mandatrio e nodo mandante, isentando, por isso, o mandatrio da necessidade de prestao de contas, dando-lhespoderes ilimitados, equivalendo tal mandato venda ou cesso, e, alm disso, permitindo aomandatrio acionar em seu prprio nome. , portanto, que contiver clusula em causa prpria,converte o mandatrio em dono do negcio, dando-lhe poderes para administr-lo como coisa prpria,auferindo vantagens ou benefcios dele resultantes, atuando em seu nome e por sua conta. modalidade de cesso indireta de direitos, estipulada no exclusivo interesse do mandatrio. Essemandato importa em cesso de direito ou transferncia de coisa mvel ou imvel, objeto do mandato,observandose as formalidades legais. Se o mandante revogar o mandato com clusula em causaprpria, esse seu ato no produzir qualquer efeito, uma vez que a procurao foi outorgada nointeresse exclusivo do mandatrio, que passa a atuar em seu nome e por sua conta; c) Art. 684. Noscasos, em geral, em que for condio de contrato bilateral (p. ex., preliminar de compra e venda), ouque for estipulada para atender a benefcio ou a interesse exclusivo do mandatrio ( P. ex., mandato paravender veculo do mandante, para que este pague seu dbito para com o mandatrio), e o mandantemesmo assim o revoga-lo, este seu ato no produzir efeito; d) Art. 868, p. . Contiver poderes decumprimento ou confirmao de negcios encetados, aos quais se ache vinculado, resguardando-seterceiros de boa-f que confirmarem naqueles atos negociais ao efetiv-los com o mandatrio.

    No contrato escrito, a procurao servir-lhe- de instrumento. A procurao consubstancia umaautorizao representativa, i. e., uma declarao de vontade do mandante, podendo ser particular,exceto nos casos previstos em lei e que exijam forma pblica. O reconhecimento da firma noinstrumento particular ser condio essencial sua validade em relao a terceiros. Para sesubstabelecer, no h qualquer forma rgida.

    Poder ser classificado, alm do mais, quanto pessoa do procurador: a) mandato singular ou simples,se o encargo for cometido a um procurador; b) mandato plural, se vrios forem os procuradores. Se elesno puderem agir separadamente, ser conjunto ou simultneo, caso em que no ter eficcia o atopraticado sem interferncia de todos, salvo havendo retificao que retroagir data do ato; Sersolidrio, se puderem agir de forma singular, independentemente de ordem de nomeao, exercer ospoderes outorgados; Fracionrio ou distributivo, se a ao de cada mandatrio estiver delimitada;Substitutivo ou sucessivo, se um puder agir na falta do outro pela ordem de nomeao.

    Quanto ao contedo, classificar-se- em: a) mandato em termos gerais (art. 661) se s conferir poderesde administrao ordinria; b) mandato com poderes especiais, se envolver atos de alienao oudisposio, exorbitando poderes de administrao ordinria.

    direito do mandatrio ad judicia substabelecer os seus poderes representativos. Se feito com reservade poderes, o substabelecente outorgou poderes ao substabelecido sem perde-los. Os poderes passam aser cumulativos, cada um os tem e qualquer dos dois poder exerc-los. A responsabilidade , todavia,do substabelecente. Se for sem reserva de poderes, ter-se- a transferncia total e definitiva dospoderes por haver renncia do mandato, mas subsistir a responsabilidade do procurador se o clienteno for comunicado.

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  • O mandatrio, ao aceitar o encargo, passa a ter o direito de: a) pedir ao mandante que adiante/reembolse a importncia das despesas necessrias execuo do mandato (art. 675, fine); b) reter oobjeto que estiver em seu poder por fora do mandato at ser reembolsado do que, no desempenho dafuno, houver despendido (art. 681). Mas tal direito de reteno no se estender remunerao, nemaos pagamento de perdas e danos, mas somente aos que o procurador despendeu na execuo domandato. Ter, todavia, o direito de reteno quando bastar para o pagamento de tudo o que lhe fordevido em consequncia do mandato; c) obter do mandante a quitao de seus encargos, ao prestar ascontas. Ter, ainda, o dever de: a) dever de diligncia; b) dar execuo ao mandato, agindo de acordocom as instrues e poderes conferidos pelo mandante e a natureza do negcio que deva efetivar; c)dever de informao; d) responder somente por culpa in elegendo, se fez substabelecimento comautorizao do mandante; e) apresentar o instrumento do mandato s pessoas com que tratar em nomedo mandante, sob pena de responder a elas por atos que exorbitem os poderes recebidos.

    O mandante, por sua vez, ter o direito e dever de: a) acionar o mandatrio que comprou em nomeprprio algo que deveria, por disposio expressa do mandato, adquirir algo que deveria, por disposioexpressa no mandato, adquirir para o mandante (art. 671), com fundos ou crdito deste. Procura-seproteger o mandante contra atos de improbidade do mandatrio que agir de m-f, obrigando-o aentregar a coisa comprada.

    A morte de qualquer dos contraentes extingue o contrato, visto sua caracterstica personalssima, salvose conferido com clusula em causa prpria. Se o mandatrio estiver de m-f, contratando comterceiro de boa-f, o ato ter validade, mas o procurador dever responder pelas perdas e danos peranteos herdeiros de seu constituinte (art. 686).

    COMISSO

    A comisso o contrato pelo qual uma pessoa (comissionrio) adquire ou vende bens, em seu prprionome e responsabilidade, mas por ordem e por conta de outrem (comitente), em troca de certaremunerao, obrigando-se para com terceiros com quem contrata (art. 693).

    O comissionrio contratar diretamente com terceiros em seu nome, ou no de sua firma, vinculando-seobrigacionalmente, respondendo por todas as obrigaes assumidas; logo, as pessoas com que contratarno podero acionar o comitente, que tambm no poder acion-las, a no ser que o comissionriotenha cedido seus direitos a qualquer das partes.

    Apresenta-se, no dizer de alguns autores, sob a feio de mandato sem representao. H, na verdade,uma representao indireta ou imperfeita, visto que o comissionrio no representante direto docomitente. Produz efeitos anlogos aos do mandato, distinguindo-se dele pela maneira de agir dorepresentante. No mandato, o representante age em nome do representado ao passo que, na comisso,o comissionrio deve negociar em nome prprio, porm em favor e conta do comitente, cujas instruesdeve seguir, apresentando, por isso, essa figura contratual vantagens de: dispensar a exibio dedocumento formal que habilite o representante perante as pessoas com quem tratar; afastar o risco deexcesso de poderes do representante; permitir o segredo das operaes do representado, para evitarque os concorrentes conheam a marcha de seus negcios; utilizar o crdito do comissionrio na praaonde se estabelece.

    Todavia, a comisso poder converter-se, na lio de Orlando Gomes, em mandato pera ratificao docomitente, que assume o contrato realizado pelo comissionrio, passando a ter ao direta contra oterceiro que contratou com o comissionrio.

    Caractersticas: a) bilateral, por criar deveres tanto para o comissionrio como para o comitente; b)oneroso, pois reclama do comitente uma contraprestao monetria pelos servios prestados pelo

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  • comissrio (art. 701); c) personalssimo, eis que baseado na confiana depositada no comissrio; d)consensual, no exigindo a lei nenhum modo especfico para a sua formao, podendo esse tipo decontrato ser provado por todos os meios admitidos em direito.

    Aplica-se subsidiariamente as disposies atinentes ao mandato, no que couber, na omisso legal oucontratual.

    Pela prpria natureza do contrato de comisso, o comissionrio no responder pela solvncia daspessoas com que negocias, cabendo, ento, esse risco ao comitente (art. 697), exceto no caso dacomisso del credere, que, pela clusula del credere, o comissionrio assume a responsabilidade pelasolvncia daquele com quem vier a contratar no interesse e por conta do comitente, recebendo aquele,neste caso, uma comisso mais elevada.

    O comissionrio ter direito de: a) pedir ao comitente os fundos necessrios para realizar os negcios deque for incumbido, bem como o reembolso das despesas e dos prejuzos; b) direito de reteno para oreembolso, bem como a ttulo de garantia ao pagamento de sua remunerao (art. 708). Ocomissionrio, havendo concurso creditrio, credor privilegiado na falncia ou na insolvncia docomitente, pelas comisses a que tenha direito ou reembolso das despesas realizadas. Por outro lado,assumir as obrigaes de: a) seguir as instrues do comitente. Se, porventura, no as recebeu, nopodendo pedi-las a tempo, dever executar o contrato, agindo com zelo, como se tratasse de negcioprprios, de acordo com os usos em caso semelhante (art. 695); b) prestar contas; c) responder pelasobrigaes assumidas perante terceiros.

    Se o comissionrio for despedido por justa causa (art. 705), ter direito a ser remunerado pelostrabalhos prestados e de ser ressarcido pelas perdas e dano resultantes de sua dispensa. No caso dedispensa motivada, o comitente ter direito de exigir, a ttulo de compensao, indenizao pelosprejuzos sofridos em razo do ato que motivou a dispensa do comissrio.

    AGNCIA

    A agncia vem a ser contrato pelo qual uma pessoa se obriga, mediante retribuio, a realizar certosnegcios, em zona determinada, com carter de habitualidade, em favor e por conta de outrem, semsubordinao hierrquica. O agente atua livremente ao exercer a atividade para a qual foi contratado,dentro de determinado limite territorial, sem ter o dever de seguir qualquer diretriz que no tenha sidoacordada de modo expresso. A coisa, objeto do negcio, fica em poder do representado, devendo oagente pleite-la, assim que o negcio se concretizar. A agente no tem, portanto, a disponibilidade dobem a ser negociado. H na agncia uma atividade de intermediao exercida profissionalmente pelorepresentante comercial, sem qualquer dependncia hierrquica, mas de conformidade com asinstrues dadas pelo representado, tendo por finalidade recolher ou agenciar propostas para transmiti-las ao representado.

    Muito embora no haja um relao de subordinao hierrquica entre os contraentes, h umasubordinao do representante s ordens do representado, seguindo as instrues dadas. Isto, porm,no configura vnculo de dependncia, pois o agente gozar de toda autonomia na execuo do servio.

    No se confunde com a corretagem, visto que esta atividade eventual em relao ao comitente, agindoo corretor no interesse das duas partes, enquanto que o representante comercial age,permanentemente, profissional e habitualmente, em prol da empresa representada.

    Caractersticas: a) bilateral; b) oneroso; c) personalssimo; d) consensual.

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  • O proponente no poder constituir, salvo ajuste em contrrio, ao mesmo tempo, mais de um agente namesma zona, com idntica incumbncia, nem tampouco poder o agente assumir o encargo de nelatratar de negcio do mesmo gnero, conta dos proponentes.

    Se o contrato for por tempo determinado, qualquer dos contratantes poder resolv-lo, a qualquertempo, mediante aviso prvio, com antecedncia de 90 (noventa) dias, desde que da celebrao docontrato at a data daquele aviso haja transcorrido prazo compatvel com a natureza e o vulto doinvestimento exigido do agente.

    DISTRIBUIO

    A distribuio, pela sua generalidade, admite a subordinao; assim, o distribuidor, autorizado pelocontrato de distribuio, poder utilizar-se de rede prpria de subdistribuidores para providenciar acolocao do produto no mercado consumidor, mas tal subdistribuio dever sujeitar-se s normasditadas pelo fabricante.

    uma espcie de contrato de agncia, dele se distinguindo, visto que, na distribuio, o fabricante vendeo produto ao distribuidor, para posterior revenda, e na agncia o fabricante vende o produtodiretamente, por intermdio do agente. Alm disso, o agente age em nome e por conta da empresaagenciada, e, na distribuio, o distribuidor age por conta prpria, adquirindo o produto do fabricantepara revend-lo ao mercado consumidor. Caracteriza-se a distribuio pelo fato de o distribuidor ter sua disposio a coisa a ser negociada, que ser entregue quele com quem efetuar o negcio (art. 710)e de ter poderes de representao, semelhantes aos do mandato, na concluso do negcio (art. 710),outorgados pelo fabricante dos produtos negociados.

    contrato tpico e misto por abranger a compra e venda dos produtos a serem distribudos, a agncia, ofornecimento de estoques de mercadorias, a prestao de servio de assistncia tcnica, o uso da marcaetc. E tem os caracteres da bilateralidade, onerosidade, comutatividade, consensualidade, sendo, ainda,contrato personalssimo.

    Trata-se de promessa de venda e revenda, por o concedente vendedor, e o cessionrio, revendedorexclusivo, de tal sorte que na relao contratual dever-se- fixar as condies da revenda, no que atinaao preo, embalagem, publicidade e propaganda etc.

    O contrato de distribuio requer, ainda, a delimitao da rea geogrfica de atuao do distribuidor,seja ela exclusiva ou no, para que a revenda se realiza dentro dela, a fim de que o distribuidor no sejaperturbado por outro distribuidor concorrente, estabelecendo-se distncias mnimas entre osestabelecimentos de distribuidores da mesma rede, fixadas segundo critrios de potencial de mercado.

    CORRETAGEM

    aquele pelo qual uma pessoa, no vinculada a outra por virtude de mandato, prestao de servios ou por qualquer relao de dependncia, obriga-se, mediante remunerao, a intermediar negcios para a segunda, conforme as instrues recebidas, fornecendo a esta todas as informaes necessrias para que possam ser celebrados com xito. (art. 722)

    O corretor aproxima as pessoas interessadas na realizao de determinado negcio, fazendo jus a umafutura retribuio. Comitente aquele que contrata a intermediao do corretor. Trata-se de uma

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  • obrigao de resultado assumida por este. Somente se far jus comisso se a aproximao entrecomitente e terceiro resultar na efetivao do negcio (art. 725).

    Os corretores podem ser livres (pessoas que, sem nomeao oficial, exercem, com ou sem exclusividade,a atividade de intermediao de negcios, em carter contnuo ou intermitente) ou oficiais (de valorespblicos, de mercadorias, de navios, etc.).

    classificado como bilateral, consensual, de natureza acessria (uma vez que prepara a concluso deoutro negcio, que o principal), oneroso, aleatrio (corre o risco de no obter sucesso da aproximao)e no solene.

    A profisso de corretor disciplinada pela lei 6530/78. De acordo com o art. 729 CC, a legislao especialtem aplicao subsidiria ou complementar.

    O principal direito do corretor receber a remunerao (art. 724). Tem como dever executar a mediaocom diligncia e prudncia. (art. 723)

    TRANSPORTE

    Conceito/Estrutura: Contrato de transporte aquele pelo qual algum mediante retribuio se obriga areceber pessoas ou coisas e lev-las at o destino, com segurana, presteza e conforto (730 CC). Ocontrato celebra-se entre o transportador e a pessoa que vai ser transportada, ou a pessoa que querentregar o objeto (expedidor ou remetente). classificado como: bilateral, oneroso, comutativo,consensual

    Transporte cumulativo (733 CC): o transporte pelo qual diferentes trechos do percurso so realizadospor mais de um transportador. Nesse caso, a regra geral que cada transportador responsvel pelo seurespectivo percurso. Se o prejuzo causado gerar atraso ou interrupo da viagem, o responsvelresponder em relao totalidade do percurso.

    Transporte de pessoas:

    a) Responsabilidade dos transportadores: Esses se obrigam a transportar as pessoas de um local paraoutro em tempo certo e previamente estabelecido no horrio publicado, ou segundo estipulado (737 CC sob pena de responder por perdas e danos), e acoberto de risco (734 CC)

    b) Clusula de incolumidade (734 CC): Essa clusula reza que o transporte deva ser seguro aostransportados e que esses cheguem ao destino sem danos a seu corpo ou bagagens. Est implcita.

    c) Responsabilidade objetiva (735 CC): A responsabilidade do condutor contratual, ou seja, eleresponde objetivamente pelos sinistros ocorridos pela viagem, que resulte dano (734 CC). No importadolo ou culpa do mesmo, e somente se h dano. Mesmo que o dano seja causado por terceiro, no afastada a sua responsabilidade, cabendo apenas ao regressiva contra esse.

    d) Caso fortuito ou de fora maior: nica possibilidade de excludente de responsabilidade por parte docondutor, uma vez que qualquer clusula dessa natureza nula (734 CC).

    e) Culpa de terceiros: essa culpa no exclui a responsabilidade do condutor, devendo ele indenizar. Cabeapenas o direito de ao de regresso contra o terceiro culpado sobre o valor pago na indenizao (735CC).

    f) Culpa da vtima (738 PU CC): A pessoa transportada est sujeita s normas estabelecidas pelotransportador. Se o mesmo sofre um dano resultante de uma infrao a essas normas, pode o juiz

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  • reduzir a indenizao, de acordo com o que a vtima tiver concorrido com o dano. possvel que o danodecorra de fato exclusivo da vtima, nesse caso no haver indenizao.

    g) Recusa de passageiros (739 CC): Em regra, o transportador no tem esse arbtrio, pois se acha emestado permanente de oferta. Todavia o artigo referido enumera as excees. Cumpre observar que oregulamento a que faz referncia o Cdigo deve ser entendido como um ato normativo e no o criadounilateralmente pelo transportador.

    h) Resilio unilateral do contrato (740 CC): O cdigo concede ao passageiro o direito potestativo derestringir o contrato antes de iniciada (c e 2) a viagem ou at mesmo durante sua execuo (1). Emtodas essas hipteses, cabe o direito de reteno correspondente a 5% do valor da passagem a ttulo demulta compensatria.

    i) Direito de Reteno (742 CC): Nas hipteses de em que a retribuio do passageiro deve se dar noincio ou durante a viagem, cabe ao transportador o direito de reteno da bagagem do inadimplente ato seu devido adimplemento.

    Transporte de Coisa

    a)Determinao da coisa (743, CC) / Destinatrio - As coisas transportadas devem estar perfeitamenteindividualizadas. Essa identificao se efetiva atravs de um documento chamado conhecimento (744,CC), no qual, obrigatoriamente, devem constar dados tanto do transportados quanto do destinatrio.

    Caso o remetente d informao inexata, o transportador ser indenizado pelo prejuzo que sofrer (745,CC). Caso haja dvida acerca do destinatrio, dever depositar em juzo (art.755, CC). Se a coisa fordeterminada, porm sabidamente ilegal, dever recusar o transporte (747, CC). A recusa torna-sefacultativa quando a embalagem no adequada (746 CC)

    Embora o destinatrio no seja parte no contrato, poder estar sujeito a obrigaes eventuais. Porexemplo, quando recebe a coisa, ele tem o nus de verificar o seu estado (art.754, CC). Outro quando opagamento se faz no destino, se esse no for efetuado, cabe ao transportador reter a coisa e depois atvend-la (753 1 CC)

    b) Resilio do contrato (748 CC): Pode ocorrer antes do transporte. E modificao do destinatriodurante o transporte.

    c) Responsabilidade Objetiva (753 CC): O transportador responde objetivamente pela deteriorizaocoisa transportada, salvo se a coisa se deteriore por motivo de fora maior (753 CC). Suaresponsabilidade dura at a entrega da coisa (750 CC). Nos casos de impedimento definitivo ou atrasoque torne a coisa intil ao destinatrio, o transportador dever consultar o remetente, caso esse silencie:no havendo culpa o transportador, depsito em juzo da coisa ou do seu valor aps a venda (1);havendo culpa, dever guardar a coisa, independente de resposta do remetente (2).

    SEGURO

    Conceito (art.757, CC) O segurador se obriga, mediante o pagamento de um prmio, a garantir, contrariscos determinados do segurado, os interesses legtimos.

    Classificao

    a) Bilateral (Obrigaes para ambos)

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  • b) Oneroso (Benefcios e vantagens para os dois)

    c) Aleatrio (Segurador assume os riscos)

    d) Consensual (Forma escrita no exigida, apenas como elemento de prova)

    e) Por adeso (Cabe ao segurado apenas aceitar as clusulas impostas, podendo haver modificaes)

    Elementos

    a) Instrumento A natureza desse contrato exige o instrumento escrito, a fim de que fiquem explicitas ascondies especificas (759, 760, CC). Esse contrato deve obedecer um certo ritual:

    I) Proposta Documento emitido pela seguradora, em formato padronizado, que aborda os limites dosinteresses das partes na contratao do seguro e as condies iniciais, bem como valor do prmio e daindenizao. Nenhum contrato pode ser adquirido sem esse assinado pelo interessado ou seurepresentante (759 CC).

    II) Aplice Documento principal regulador das responsabilidades e obrigaes de cada uma das partese se constitui no contrato institudo pela seguradora. o instrumento do contrato, que, na forma daproposta dever conter as suas condies gerais, inclusive as vantagens garantidas pelo segurador;consignar os riscos assumidos; o termo inicial e final de sua vigncia; os casos de decadncia, caducidadee eliminao ou reduo dos direitos do segurado ou beneficirios includos. O contrato reputa-seformado com a emisso da aplice, ainda que a vigncia date momento diverso.

    Pode ser simples, determinando com preciso o objeto do seguro (Ex: de vida); ou flutuante, quando seestipulam condies gerais, admitindo-se a faculdade de efetuar substituies (Ex: a incluso e exclusode empregados de uma empresa no seu seguro).

    Pode ainda ser ao portador, ou seja, transfervel por tradio simples, salvo no caso de seguro depessoas; ou nominativa (760 CC), quando menciona o nome do segurado.

    OBS: Em vrias situaes, principalmente nas modalidades de seguro parametrizados pela lei ouregulamentos de rgos pblicos, pode ser utilizado o bilhete seguro, que dispensa a obrigatoriedade daproposta e substitui a aplice (Exemplo: DPVAT e DUT).

    b) Risco Hipottico evento causador do dano fsico, moral ou patrimonial ao assegurado e em razo doqual contratado o seguro. o objeto do contrato, devendo ser lcito. Cumpre observar os ilcitosespeciais, tais como: o seguro que valha mais que a coisa segurada e a pluralidade de seguro sobre omesmo bem (Cumulativo), com exceo do de vida (781, 782, 789, CC).

    c) Sinistro Ocorrncia do evento danoso previsto na contratao do seguro.

    d) Prmio o valor pelo qual o segurado paga para obter a garantia do seguro e que recebido pelaseguradora como pagamento da assuno do risco. (763-4, 770 CC)

    e) Cobertura o valor garantido pela seguradora na hiptese de ocorrncia do sinistro

    f) Carncia Perodo de tempo em que o segurado paga sua contraprestao, mas o segurador no temobrigao de indeniz-lo.

    g) Franquia limite de valor que dever ser suportado pelo prprio segurado, e a partir desse passa a serresponsabilidade da seguradora.

    FIANA

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  • Conceito (818 CC): uma garantia que o credor tem da segurana do pagamento, em que um terceiroestranho relao contratual, se compromete a solver o eventual dbito.

    Classificao: Unilateral (s o fiador tem obrigaes), gratuito (s cria vantagens para o afianado),personalssimo (baseado na confiana), acessrio (pressupe a existncia da obrigao principal).

    Relao entre Fiador e Credor: O credor tem o direito de exigir do fiador o pagamento da dvida emgarantia. Demandado, tm o fiador os benefcios:

    a) de ordem Cabe exigir, at a contestao da lide, que seja primeiramente executado o devedor (827CC). Esse benefcio pode ser recusado nos casos previstos no 828 CC.

    b) da diviso Ocorre quando h pluralidade de fiadores ou co-fiana. o princpio que os co-fiadores sepresumem solidrios (829 CC). a regra geral, devendo o solvente demandar dos demais co-fiadores proparte. Pode haver estipulao contrria, passando a ser pro rata, podendo at ser estipulada as partes(830 CC). Nesse caso, o credor poder apenas exigir a parte prevista.

    Relao entre fiador e devedor.

    a) Sub-rogao O fiador que paga sub-roga-se na qualidade de credor, e tem o direito de exigir dodevedor que o reembolse do que despendeu. Responde ainda pelas perdas e danos que o fiador pagar epelos prejuzos que esse sofrer (832 CC), alm dos juros pela taxa estipulada na obrigao (833 CC). Coma morte do fiador as obrigaes oriundas da fiana passam aos herdeiros (836 CC).

    Extino da fiana: A fiana pode cessar por 3 ordens de causas:

    I) Fato do fiador (835 CC): Quando o prazo indeterminado, o fiador pode exonerar-se mediante avisoprvio.

    II) Fato do credor (838 I, II e III e 839 CC)

    III) Extino da obrigao garantida (do fiador):

    a) quando extinta a obrigao principal.

    b) se a obrigao terminar por qualquer das causas extintivas.

    c) 837 CPC.

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