resumo da história do piauí

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Resumo da Histria doPiau: da colonizao e independnciaMuito tempo antes do descobrimento do Brasil, o Piau, segundo alguns sinais existentes, parece ter sido habitado por povos civilizados. Estes sinais foram mostrados pelo professor austraco, Ludwig Schwennhagen, que acreditava ter sido a Pedra do Sal, em Parnaba, a estao martima dos antigos navegantes, e as Sete Cidades, em Piracuruca, o centro de suas reunies.O Piau era tambm habitado por indgenas, em virtude da influncia do rio Parnaba e seus numerosos afluentes e da lagoa de Parnagu. Dentre,os grupos indgenas encontrados no Piau, na poca do descobrimento, pode-se citar os tupis, os tapuias e carabas.Inicialmente, as terras do Piau receberam a denominao de Piag, nome dado pelos seus indgenas. Mais tarde, chamaram-nas Piago. Somente depois que ficaram conhecidas por Piau, que quer dizer "rio (i) de piaus (uma espcie de peixe).Durante muito tempo aps o descobrimento, o Piau ficou em completo esquecimento. S mais tarde um bandeirante paulista, Domingos Jorge Velho, penetrou em terras piauienses. Ele desbravou o territrio, cultivou a terra, construiu currais e criou gado, mas logo continuou o seu caminho, desbravando novas regies. Foi ele quem deu a atual denominao de Parnaba ao rio que antes era conhecido como rio Grande dos Tapuias, Par ou Punar.Pouco depois da passagem de Domingos Jorge Velho, chegou Domingos Afonso Mafrense, o colonizador do estado. margem do riacho Mocha, instalou a fazenda de Cabrob, na qual residiu por algum tempo. Logo depois, formou-se um povoado, prximo a essa fazenda, com o mesmo nome, e mais tarde chamado Nossa Senhora da Vitria do Brejo da Mocha do Serto do Piau.Com o desenvolvimento da lavoura e da criao de gado, o povoado desenvolveu-se e foi elevado categoria de vila, com o nome de Mocha. Mais tarde, passou condio de cidade com o nome de Oeiras.Logo aps a criao da vila de Mocha, foram criadas no Piau as seguintes vila: Parnagu, Jerumenha, Campo Maior, So Joo da Parnaba (atual cidade de Parnaba), Marvo (atual Castelo do Piau) e Valena.Foi o gado, que na segunda metade do sculo XVII abriu caminho para a ocupao do estado do Piau, demarcando as suas fronteira. Os rebanhos trazidos por sertanistas, deixando o rio So Francisco, desceram os rios Gurguia e Piau, percorrendo a regio que vai do Gurguia ao Poti para se fixarem em terras piauienses.As principais povoaes do Piau, depois transformadas em vilas e cidades, cresceram a partir das fazendas de criao de gado. A carne, como alimentao, e o couro no vesturio, permitiram a sobrevivncia dos desbravadores pioneiros.Parnaba foi a primeira vila piauiense a tomar parte nos movimentos pela independncia, por causa da sua localizao geogrfica, prxima ao litoral. A 19 de outubro de 1822 foi proclamada, em Parnaba, por Simplcio Dias da Silva, Joo Cndido de Deus e Silva, Domingos Dias, entre outros, a independncia do Piau e D. Pedro I aclamado imperador constitucional. Nessa data, hoje comemorado o Dia do Piau. Entretanto, o Piau ficou sob domnio portugus at 24 de janeiro de 1823, quando o Brigadeiro Manoel de Sousa Martins declarou o estado independente em Oeiras.Em 13 de maro de 1823, travou-se, margem do rio Jenipapo, em Campo Maior, a mais sangrenta, e possivelmente nica, batalha entre brasileiros e portugueses pela independncia nacional, a Batalha do Jenipapo, onde centenas de piauiense e voluntrios cearenses perderam a vida ou foram capturados, escrevendo com o seu sangue uma das pginas mais gloriosas da histria nacional.Independe o Piau, a vila da Mocha foi escolhida para a capital, com o ttulo de cidade e o nome de Oeiras, em homenagem ao conde de Oeiras, mais tarde Marqus de Pombal. Como cidade floresceu rapidamente, tornando-se o centro mais importante do novo estado.Desde os tempos coloniais, entretanto, pensava-se em se mudar a capital do Piau, de Oeiras para as margens do rio Parnaba, por ser aquela cidade de difcil comunicao, criando dificuldades ao governo e o comrcio. Apesar de justos os motivos, a mudana s se fez muito tempo depois, no ano de 1851, graas ao Conselheiro Jos Antnio Saraiva. Foi escolhido a Chapada do Corisco para a criao da Nova Vila do Poti, as margens do rio Parnaba. Pouco depois surgiram as primeiras casas e a Igreja de Nossa Senhora do Amparo.No ano seguinte a Nova Vila do Poti foi elevada categoria de cidade, com o nome de Teresina, em homenagem a D. Teresa Cristina, imperatriz do Brasil.A instalao definitiva da capital em Teresina foi realizada no dia 16 de agosto de 1852.

Fonte:Governo do Estado doPiau

RESUMO DE HISTRIA DO PIAUPorThais PacievitchAntes da colonizao do Brasil, a regio onde atualmente est situado oestado doPiau, era povoada por ndios de diferentes tribos. H a estimativa de que na poca da colonizao, existiam cerca de 150 tribos no territrio do Piau. O extermnio dos ndios o grande obstculo para que se possa afirmar com preciso quais eram essas tribos. Sabe-se que na regio, existiam ndios Tremembs, Pimenteiras, Guegus, Gamelas, Jenipapos, Guaranis, Cabuus, Muipuras, Aitatus e Amoipirs, entre as demais tribos que foram dizimadas.Apesar das inmeras expedies terem sido enviadas com o objetivo de ocupar a regio, somente na segunda metade do sculo XVII a colonizao foi efetivada. Em 1961, instalaram-se na regio e formaram o primeiro povoado os colonos que vieram daBahiae do interior de So Paulo (Bandeirantes). O primeiro povoado logo foi elevado categoria de vila, com o nome de Mocha, quando se transformou emcidade, a vila Mocha passou a ter o nome de Oeiras. Outras levas de colonos vieram do Maranho e do Cear, com o objetivo de desenvolver a atividade pecuria na regio, o que resultou no rpido desbravamento do territrio.Merece destaque ahistriado sesmeiro Capito Domingos Afonso Mafrese Domingos Serto. Ainda no sculo XVII, o capito fundou trinta fazendas de pecuria, tornando-se o fazendeiro que mais prosperou na regio. Deixou suas fazendas, aps sua morte, para os padres da Companhia de Jesus, que desenvolveram ainda mais esse patrimnio, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de toda a regio nordeste, abastecido pela sua produo, em meados do sculo XVIII. Aps a expulso dos jesutas do Brasil, as fazendas entraram em declnio.O Piau tornou-se uma capitania em 1811, quando j tinha mais de dez vilas e centenas de fazendas de gado. A luta pela independncia durou at 1823. Outros movimentos que agitaram o Piau foi a Balaiada, insurreio de cunho popular e social iniciado no Maranho, e aConfederao do Equador.A partir de 1852, Teresina passou a ser a capital do estado, substituindo a cidade de Oeiras. Aps a proclamao da republica, a poltica da regio se estabilizou. No entanto, o desenvolvimento socioeconmico do estado lento, em comparao com os estados vizinhos.Referncias:PIAU. Governo do estado do Piau. Disponvel em: http://www.pi.gov.br/piaui.php?id=1HISTRIA DO PIAU. Disponvel em: http://www.brasilturbo.com.br/piaui/historia.htm

Histria do Estado do Piaulbum de fotos

Foto: Parnaba-PIHistria do Estado do Piau01 - As autoridades portuguesas enviaram vrias expedies colonizadoras regio do Piau no decorrer de todo o sculo XVII, mas a ocupao efetiva do territrio s se deu na segunda metade do sculo, mais precisamente a partir de 1661 e dos anos seguintes, quando l se fixaram as primeiras levas de colonos procedentes da Bahia e de sertanistas de So Paulo. Dessa poca em diante, a regio foi rapidamente desbravada. Antes disso, seu territrio percorrido por algumas expedies oficiais sem maiores consequncias. A ocupao feita basicamente pelo avano da atividade pecuria extensiva, em correntes provenientes do Maranho, do Cear e da Bahia.02 - Ocupao do Estado - Houve pelo menos trs grandes correntes de ocupao do Piau na fase de desbravamento do territrio. Uma partindo do Maranho, pelos vales dos rios Itapicuru e Poti; uma do Cear, pela serra do Ibiapaba; e a principal da Bahia, pelo serto do Cabrob. Foram colonos baianos que assumiram o controle inicial do Piau, estabelecendo-se na regio que corresponde hoje ao sudeste do estado, pois penetram pelo rio So Francisco, ao receberem da Coroa portuguesa generosas doaes de terras. Trata-se de uma ocupao catica, dada a ausncia total do poder metropolitano, que desconhecia at mesmo os limites da regio do Paiu.03 - Bandeirantes paulistas e colonos combatem e eliminam os grupos indgenas mais hostis - como ocorre com os ndios tremembs - e instalam os primeiros povoados na regio. Ao longo dos rios Piau, Canind e Paranaba so construdos os currais de gado.04 - Em 1811, o Piau separa-se do Maranho e torna-se capitania. Nessa poca, j contava com centenas de fazendas de gado e mais de uma dezena de vilas consolidadas. Para garantir sua autonomia, os piauienses aderem causa da independncia e enfrentam as foras portuguesas, ao lado de maranhenses e cearenses, at 1823.05 - Entre 1838 e 1841, a provncia do Piau novamente agitada por uma insurreio de carter social e popular irradiada do Maranho, a Balaiada.06 - Na Segunda metade do sculo XIX, com a capital provincial j instalada em Teresina, o Piau atravessa um longo perodo de relativa estabilidade poltica, mas tambm de pouco crescimento econmico...

O ESPECIAL PIAU 251 ANOS - 02/10/2010 s 13h16Conhea a 'histria' do Piau e saiba 'quando' e 'como' surgiu!Uma breve histria do surgimento de nosso Estado, que este ano completa 250 anos Compartilhar Entendamos a histria de nosso estado a partir dos estudos de nossos historiadores que trabalham pela histria do Piau. O Piau um nesgo de serto de gente que no se cansa dos 500 sculos de sua ventura. Do mar veio o Joo, do serto o Jos: dir-se-ia que aquele do oco do mundo e este da brenha dos grotes. Um a Oeiras vindo; outro, da Oeiras sado. assim belo o Piau, filho do sol do Equador, fecundado nas grotas serts que do de beber ao mar, escreveu Fonseca Neto em seu artigo Piau, 250 anos.E o Piau quando surgiu? Quais foram os primeiros habitantes? Em que regio se instalaram? Como vieram parar aqui? Voc sabe as respostas destas perguntas? No? Ento est na hora de saber um pouco mais sobre seu estado. O portal180grausfez um levantamento no s histrico, mas tambm arqueolgico e informa a voc de forma resumida um pouco da histria do Piau.ASSIM SURGIU O PIAU...

O Piau enquanto capitania real dentro da ento Amrica Portuguesa surge no dia 20 de setembro de 1759 data que marca a posse do primeiro governador do Estado, Joo Pereira Caldas porm bem antes dessa data o estado existia como capitania integrada a jurisdio do Estado Colonial do Maranho e era habitado por populaes nativas.As terras piauienses eram habitadas por vrias tribos indgenas e por muito tempo foram esquecidas e serviam apenas como corredor que ligava grandes capitanias do nordeste. Entretanto quando desbravadas pelos bandeirantes paulistas Domingos Jorge velho e Domingos Afonso Mafrense houve um extermnio em massa dos ndios que aqui viviam. Como a principal atividade econmica aqui realizada era a pecuria, devido o Piau possuir terras boas para pasto, a mo-de-obra utilizada nessa atividade era mnina, assim aqueles ndios que resistiam ao trabalho eram perseguidos at a morte, e aqueles que conseguiam escapar fugiam para as terras vizinhas.Com a chegada desses bandeirantes o Piau passa a ser povoado e instalam-se aqui grandes fazendas de gado, surgindo povoados ao redor delas. Destaca-se nessa poca a Fazenda Cabrobr, que com a evoluo do povoado que ao redor dela existia, foi elevada a Vila da Mocha e mais tarde torna-se cidade passando a ser chamada de Oeiras. Nesse mesmo perodo surgiram outras vilas: Parnagu, Jerumenha, Campo Maior, So Joo da Parnaba (Parnaba), Marvo (Castelo do Piau) e Valena.A pecuria com o passar dos anos torna-se mais forte e vai ser essa atividade que demarca as fronteiras do Estado do Piau. A populao piauiense sobrevive da venda dos produtos derivados do gado como o couro, a carne e o leite. Essas so as principais manifestaes dos primeiros anos do Piau.ORIGEM DO NOME PIAUEm vrias aulas da disciplina Histria do Piau na Universidade Federal do Piau (UFPI), o professor e historiador Fonseca Neto sempre conta a seus alunos a origem do nome Piau. Assim que ele comea a ministrar a disciplina sempre tem aquele aluno que pergunta: Professor de onde veio o nome Piau? E voc sabe de onde veio esse nome?Segundo professor Fonseca Neto, o nome Piau foi dado pelos indgenas que habitavam essas terras. Os ndios moravam prximos a rios e esses eram cheios de peixes da espcie piaus, quando os nativos iam pescar ficavam a beira do rio pronunciando: piaus, piaus, piaus. Assim as terras daqueles indgenas passaram a ser chamadas de Piau.OS PRIMEIROS HABITANTES DO PIAUSituada ao sul do Piau, no municpio de Coronel Jos Dias o Parque Nacional Serra da Capivara abriga boa parte dos vestgios deixados pelos primeiros habitantes no s do Piau, mas do Brasil e da Amrica tambm, porm alguns estudiosos discordam dessa informao. Brigas intelectuais a parte, nesse parque que existem vestgios que remontam h 60.000 anos.No parque podem ser encontradas muitas pinturas nos paredes de pedras, fogueiras, utenslios e vrios outros vestgios que caracterizam a presena de vida humana a milhares de anos atrs. Atualmente o parque coordenado pela famosa arqueloga, Nide Guidon, que realiza escavaes e pesquisas que nos revelam quem eram esses habitantes, como viviam e de que viviam aqui no Piau.O parque conta ainda com o Museu do Homem Americano, que traz a exposio de pesquisas realizadas h 36 anos no parque, so dados e vestgios encontrados e que retratam a vida dos primeiros habitantes das terras piauienses. Entretanto nem tudo so flores, o parque passa por srias dificuldades por falta de investimentos. E mais o aeroporto que contribuiria e muito para a visitao de turistas e estudiosos acarretando assim num crescimento econmico no s da cidade mas do Estado, est h 13 anos esperando pela concluso de sua obra, porm at agora nada. Isso mostra o descaso dos governantes com a sua prpria histria, pois o trabalho realizado nesse parque contribui para a histria e o crescimento do estado do Piau.

Ednalva da Silva Arajo bateu na trave

O HINO DO PIAU SURGIU...Composio do poeta Antnio Francisco da Costa e Silva, com msica de Firmina Sobreira Cardoso e Leopoldo Damascena Ferreira, o hino do Piau foi composto na ocasio do centenrio da Independncia do Brasil e foi adotado pela Lei 1078 de 18 de julho de 1923.HINO DO PIAUSalve terra que aos cus arrebatasNossas almas nos dons que possuis:A esperana nos verdes das matas,A saudade nas serras azuis.Piau, terra querida,Filha do sol do equador,Pertencem-te a nossa vida,Nosso sonho, nosso amor!As guas do Parnaba,Rio abaixo, rio arriba,Espalhem pelo sertoE levem pelas quebradas,Pelas vrzeas e chapadas,Teu canto de exaltao!Desbravando-te os campos distantesNa misso do trabalho e da paz,A aventura de dois bandeirantesA semente da Ptria nos traz.Piau, terra querida,Filha do sol do equador,Pertencem-te a nossa vida,Nosso sonho, nosso amor!As guas do Parnaba,Rio abaixo, rio arriba,Espalhem pelo sertoE levem pelas quebradas,Pelas vrzeas e chapadas,Teu canto de exaltaoSob o cu de imortal claridade,Nosso sangue vertemos por ti,Vendo a Ptria pedir liberdade,O primeiro que luta o Piau.Piau, terra querida,Filha do sol do equador,Pertencem-te a nossa vida,Nosso sonho, nosso amor!As guas do Parnaba,Rio abaixo, rio arriba,Espalhem pelo sertoE levem pelas quebradas,Pelas vrzeas e chapadas,Teu canto de exaltaoPossas tu, no trabalho fecundoE com f, fazer sempre melhor,Para que, no concerto do mundo,O Brasil seja ainda maior.Piau, terra querida,Filha do sol do equador,Pertencem-te a nossa vida,Nosso sonho, nosso amor!As guas do Parnaba,Rio abaixo, rio arriba,Espalhem pelo sertoE levem pelas quebradas,Pelas vrzeas e chapadas,Teu canto de exaltaoPossas Tu, conservando a purezaDo teu povo leal, progredir,Envolvendo na mesma grandezaO passado, o presente e o porvir.

Publicado Por:Thayse OliveiraTpicos Como, Conhea, Histria, Piau, Quando, Saiba, Surgiu Compartilhar VEJA TAMBM 19/10/2012Parabns Piau pelos seus 190 anos de muita histria! 19/10/2011Piau Terra Querida Filha do Sol do Equador Pertence te a Nossa vida nosso sonho e Amor 22/03/2011Rio Parnaba: Rio Abaixo, Rio Arriba. Uma das maiores riquezas naturais do PiauiDespertar para as necessidades de Conhecer, Desenvolver e Preservar - O Parnaba 01/01/2011No dia da posse: Wilso lana a nova logomarca do governoAs duas peas, criadas pela S/A Propaganda sob a superviso da CCOM 19/10/2009HISTRIA DO PIAU: Lutas at chegar a atualidade. Veja! 19/10/2008Hoje Dia do Piau! Comemore e veja o especial aqui do 180grausO 180graus preparou uma homenagem ao Piau, contando pouco de sua histria 08/10/2008continua....1 16/08/2008' terra quente!' Que tal conhecer um pouco mais de THE em fotos?Diz o hino: 'Do verde exuberante que te veste, ao sol que doura a pele tua gente'Casal turista morrem aps cair de penhasco ao posar para foto'Imprio': Aps oferta, Cristina faz carta afirmando no ser filha de Jos AlfredoNeymar posta foto do pai com filho e faz declarao na web: 'Amor sem limites'Viviane Arajo revela dieta que a fez perder 4 kg e afinar a silhuetaHomem com leucemia morre 20 dias aps realizar sonho de casarHomem tem casa invadida e aciona polcia pelo Facebook; 2 presosltimas Notcias20h05Paissandu ganha do Assentamento pelo placar de 2 x 020h02Fronteiras recebe governador Z Filho para uma reunio politica19h39Cocal de Telha vence Boqueiro e confirma vaga na Semi-final da Copa da Amizade19h30Governador Z Filho visita o municpio de Campo Grande, e bem recebido pela populao e autoridades19h22Neymar posta foto do pai com filho e faz declarao na web: 'Amor sem limites'19h20Viviane Arajo revela dieta que a fez perder 4 kg e afinar a silhueta19h15Conhea sete benefcios da gua de coco para a sade e a beleza19h00THE: Grupo Abracadabra emociona pblico com 'O Pequeno Prncipe'18h57'Imprio': Aps oferta, Cristina faz carta afirmando no ser filha de Jos Alfredo18h54Dentro de casa, River empata com o Moto Club pela Srie D no Alberto18h18Festival de Louvor e Sorvete neste sabado dia 16 de Agosto18h15Claudia Leitte revela seu apelido no colgio: Zagueiro18h13Geena Davis vai participar da srie 'Grey's Anatomy'18h10Corinthians bate Robinho pela 1 vez e frustra Santos em dia de festa18h03Neta encontra mala com um milho de cruzeiros guardados pelo av18h02Homem tem casa invadida e aciona polcia pelo Facebook; 2 so presos18h01Homem com leucemia morre 20 dias aps realizar sonho de casar17h50Jovens que estavam desaparecidos voltam para casa; localizados no MA17h40Lzaro do PI j trabalha na campanha eleitoral; at comps jingle para Acio17h33Kourtney Kardashian usa look decotado em evento para grvidas17h31MP vai investigar irregularidades em transporte de alunos em municpio17h22Alcancando o sertao do nordeste do Brasil para Jesus17h17Homem morto a facadas no centro de THE; ele era acusado de estupro17h13Chay Suede revira o ba e posta foto antiga para homenagear o pai17h10HOMEM tem morte imediata aps grave acidente em rodovia

VdeosA Lagoa Dourada, O Rio do Sono: se resolve em sangue a sede de ouro.Os corpos no campo. Para o pasto das feras. Passados espadaAcoroazes. Pimenteiras. GueguezesRaa extinta, lembrana extinta, nomes, naes apagados no prprio sangue.H. Dobal El MatadorThe golden lagoon, the River of Sleep: the golden ambition is resolved in blood.The bodies on the field. To the banquet of the beasts. Killed by swordAcoroazes. Pimenteiras. GueguezesAn extinct race, an extinct memory, names, entire nations drowned in their own blood.H. Dobal El Matador

O Piau um Estado muito grande, o terceiro maior do Nordeste, com mais de 250 mil km (maior que o Reino Unido), possuindo diversas paisagens naturais em seu territrio. Entre elas, destacam-se o cerrado do extremo sul, a caatinga do semi-rido e os manguezais do litoral. O Meio-Norte uma rea de transio entre a caatinga e a Amaznia, onde hoje est localizada Teresina. Ocupa parte do Piau e do Maranho, possuindo uma vegetao tpica, a Mata de Cocais, composta por palmeiras como a carnaba, o babau, o tucum e o buriti. Provavelmente foi um cenrio semelhante a este carnaubal alagado s margens da BR-343, entre Teresina e Campo Maior, que os colonizadores encontraram quando da fundao da nova Capital do Piau, em meados do sculo XIX.H. Dobal (1927-2008) foi o maior poeta teresinense contemporneo. Dono de obra elogiada e premiada, morou em Londres, Berlim, Braslia e Teresina, todas cidades que influenciaram seu trabalho. Foi vencedor do prmio Jorge de Lima, da Cmara Nacional do Livro, e membro das Academias Piauiense e Brasiliense de Letras. Expressou como ningum a imagem do Piau do sculo XX, em sua feio rural e em sua feio urbana.Piau State has a very large territory, with more than 250,000 square kilometers, being the third largest State of the Brazilian Northeast (even largest than the United Kingdom). Many different landscapes can be seen within its boundaries, as the savanna-like cerrados of the southern lands, the xeric shrubland and thorn forest typical of the caatinga and the mangroves of the coastline. The Middle-North is a transitional territory between the caatinga and the Amazon forest, where now is located Teresina, occupying part of Piau and Maranho States, forested by the so-called Mata de Cocais, composed of palm trees like carnauba, babau, tucum and buriti. In the middle of the 19th century, the settlers of the new Capital of Piau probably found a landscape like this one, a swampy field of carnauba palm trees along the road between Teresina and Campo Maior.H. Dobal (1927-2008) was the most important of the contermporaneous poets born in Teresina. His work was acclaimed and awarded, and he was member of several Academies of Letters. He lived in London, Berlin, Braslia and Teresina, cities that left impressions in his writings. He, like nobody else, engraved the image of Piau of the 20th century in his books, either in its urban look or in its rural expression.As primeiras incurses colonizadoras ao territrio piauiense datam de 1606, feitas por tropeiros que transitavam entre Maranho e Pernambuco. No entanto, os primeiros habitantes do territrio foram os ndios, diversas naes deles, destacando-se os Tremembs, que habitavam o litoral, os Guegus (ou Gueguezes), que viviam na poro central do Estado, e os Pimenteiras, na fronteira com Pernambuco. O navegador portugus Nicolau de Resende, sobrevivente de um naufrgio ocorrido em 1571 e descobridor do Delta do Rio Parnaba, foi provavelmente o primeiro homem branco a habitar o Piau, vivendo entre os ndios durante dezesseis anos. Entretanto, a convivncia entre os ndios e os colonizadores foi funesta para aqueles, escravizados e dizimados pelos homens brancos. Domingos Jorge Velho, paulista, e Domingos Afonso Mafrense, portugus, foram os desbravadores do territrio piauiense no final do sculo XVII e os responsveis por sua colonizao, feita atravs da criao de numerosas fazendas de gado; em suas incurses pelo Nordeste Brasileiro, entretanto, exterminaram naes indgenas inteiras. A escultura do no balo de acesso ao Centro Esportivo da Universidade Federal do Piau, de autoria de Carlos Martins, mostrada nas duas primeiras fotos (primeira imagem, Marcelo Mesquita), retrata o extermnio dos ndios piauienses, temtica tambm abordada pelo notvel escritor teresinense H. Dobal na obra "El Matador". Domingos Jorge Velho foi ainda o responsvel pela destruio do Quilombo de Palmares, comandado pelo legendrio Zumbi, em Alagoas. A terceira imagem mostra um belo edifcio de estilo ecltico do comeo do sculo XX, localizado na Avenida Miguel Rosa, em Teresina, onde funcionou, durante muitos anos o Colgio Domingos Jorge Velho, recentemente restaurado e que hoje abriga o Memorial Zumbi dos Palmares. A arte do Grupo Abad de capoeira, retratado na quarta imagem em uma apresentao no Parque Ambiental Encontro dos Rios ( Mrcio Anderson), prova da resistncia e da importncia da cultura negra no Piau.The first incursions into the territory of Piau date from 1606, made by settlers moving from Maranho to Pernambuco. However, the first inhabitants of the State were the Indians, being the most important the Tremembs (living along the coastline), the Guegus (also called Gueguezes, occupying the central part of the land) and the Pimenteiras (living at the border of Piau and Pernambuco). The Portuguese sailor Nicolau de Resende, after surviving a shipwreck in 1571, was probably the first white man to live in Piau, residing among the Indians during sixteen years. Nevertheless, the coexistence of Indians and white men was deadly to the former, since they were made slaves and killed by the colonizers. Domingos Jorge Velho and Domingos Afonso Mafrense, the former born in So Paulo and the latter born in Portugal, have colonized most of what is today the territory of the State of Piau during the late 17th century, settling many farms to raise livestock. However, they also slaughtered entire nations of Indians to the last man during their incursions in the Brazilian Northeast. The first and the second images show a sculpture by the artist Carlos Martins (first image, Marcelo Mesquita), along the access to the Sports Center of the Federal University of Piau, which deals with the extermination of the local Indians. The famous poet H. Dobal, born in Teresina, also approaches this subject in his great work El Matador. Domingos Jorge Velho also exterminated the famous Quilombo dos Palmares, a community of fugitive slaves in the State of Alagoas, commanded by Zumbi dos Palmares, a national hero. The third image shows a nice building dating back to the early years of the 20th century, located at Miguel Rosa Avenue, in Teresina, which was the seat of Domingos Jorge Velho School during decades. It was recently modified to harbor the Zumbi dos Palmares Memorial. This presentation of capoeira by the the Abad Group, shown in the fourth image ( Mrcio Anderson), proves that the African roots are still present in the culture of Piau.A colonizao do Piau foi, ao contrrio dos demais Estados nordestinos, feita do interior para a costa, o que explica a silhueta alongada de seu mapa e seu estreito litoral. O desbravamento do serto foi feito essencialmente atravs da criao de gado, atividade econmica que ainda hoje uma das principais do Estado. Aps a criao da Capitania de So Jos do Piau, em 1761, durante o auge do ciclo do gado, a Capital foi instalada em Oeiras (antiga Vila da Mocha), no interior do territrio, vila surgida a partir de uma das muitas fazendas de gado bovino da regio, a Fazenda Cabrob. O isolamento e o difcil acesso a Oeiras foram fatores determinantes para a criao de uma nova Capital em local mais propcio. Inmeras obras de arte na Regio Metropolitana de Teresina fazem referncia pecuria e ao vaqueiro, smbolo do Estado, como este painel em madeira na entrada do Centro Artesanal (primeira foto), esta escultura em ferro, tambm localizada no Centro Artesanal Mestre Dezinho, em seu ptio interno (segunda foto) e esta indumentria tpica de couro exposta no museu do Monumento Batalha do Jenipapo, em Campo Maior (terceira imagem). O vaqueiro, alis, foi tombado pelo Patrimnio Histrico e Artstico Nacional como bem cultural imaterial do Brasil.The colonization of Piau State was made, unlike other northeastern Brazilian States, from the inland to the shoreline, the reason of its elongated shape and of its narrow coastline. The State was initially occupied by farmers looking for fields to raise livestock, one of the most important economic activities of Piau until today. After the creation of the Capitany of So Jos do Piau, in 1761, the Capital was settled in Oeiras (formerly called Vila da Mocha), a village originated from one of the many stockbreeding farms in the region, the Cabrob Farm. Given that Oeiras was isolated and difficult to reach, a new Capital was necessary for the State to get developed. Many works of art in the Greater Teresina Area portray the cowboy (vaqueiro), one of the State symbols, like this wooden panel in the hall of the Handicraft Center (first image), this iron sculpture also located in the Handicraft Center, inside its courtyard (second photo) and the typical leather clothing used by "vaqueiros" at work, exposed in the museum of the Monument to the Jenipapo Battle, in Campo Maior (third image). The iconic figure of the "vaqueiro" was recently declared part of the immaterial national heritage.A colonizao do local onde hoje se encontra Teresina comeou no sculo XVIII. J h registros de uma comunidade de pescadores no local em 1760, localizada prxima confluncia dos Rios Poty e Parnaba, onde hoje se encontra o Parque Ambiental Encontro dos Rios. A povoao de pescadores cresceu e tornou-se uma vila, a Vila do Poty, que, apesar de ser o stio primariamente imaginado para a construo da nova Capital, foi preterida por ser sujeita a enchentes (note, na primeira foto, a inundao das reas ribeirinhas do Rio Parnaba na grande cheia de 2008). Por este fato, a nova Capital foi construda uma lgua mais acima, em meados do sculo XIX, inicialmente chamada de Vila Nova do Poty e posteriormente rebatizada como Teresina. Mesmo aps quase 250 anos, a profisso subsiste, com pescadores tirando seu sustento das guas em uma buclica atividade margem da cidade grande. As canoas retratadas na segunda imagem foram fotografadas em um fim de tarde na margem esquerda do Rio Poty. No local da antiga Vila do Poty, hoje se localiza o bairro Poty Velho, tradicional reduto de pescadores, oleiros e artesos. Este prtico, mostrado na terceira foto, marca a entrada do Plo Cermico do bairro.There were signs of human presence in the place where Teresina is now located dating back to the 18th century. Historical data indicate that since 1760 a small fishermen dwelling was present there, nearby to the confluence of Poty and Parnaba Rivers, where is now located the Urban Park of the Meeting of the Rivers. The fishermen dwelling grew up to a village called Vila do Poty that was, however, disregarded as the starting point for the novel Capital because of constant floods (note the inundation of the riverbanks of the Parnaba River during the flood of 2008 in the first image); the new city was built three miles away, in the middle of the 19th century, in a higher position, being formerly called Vila Nova do Poty and soon re-baptized as Teresina. The fishermen remain active even after 250 years, making their lives from the rivers in a bucolic kind of work, different from the usual occupations of big city life. These fishing canoes, shown in the second image, were shot by late afternoon, in the left banks of Poty River. The place where the old "Vila do Poty" was formerly located is now the Poty Velho District, traditionally known by their fishermen, ceramists and craftsmen. This portico, seen in the third image, identifies the entrance of the local nucleus of ceramic handicraft.

PIAU

Carlos Flix Ferreira CastroTeresina2006ApresentaoO homem o nico animal histrico que faz e conta a histria e que vive historicamente, tendo conscincia do tempo eespaoque ele ocupa. Enquanto a organizao social das outras espcies obedece a uma determinao natural, que se repete gerao aps gerao, uma espcie humana ao longo da histria, organiza- se em diferentes modelos da sociedade, geralmente de acordo com os interesses dos grupos dominantes. Sendo a histria uma obra coletiva, o processo de ensino-aprendizagem de histria s alcanar sucesso na medida em que resultar da ao conjunta de todos os envolvidos e interessados de modo especial professores e alunos.Para um bom desenvolvimento de ensino de histria deve-se acreditar que mais importante do que conhecer os fatos histricos aprender a pensar historicamente. Para isso necessrio um ensino para a reflexo crtica, para a auto-conscientizao do ser que conquista direitos de cidadania, para estimular nele o crescimento da autonomia do pensamento. Como conseqncia disto, ter-se- um aluno capaz de pensar sem ser dirigido por algum, habilitado a emitir opinies prprias, tendo conscincia de suas necessidades e de sua realidade.Esta apostila tem como principal objetivo trazer para o aluno a Histria do Piau contextualizada com a brasileira e a mundial, buscando contribuir para um entendimento mais consciente dos acontecimentos que foram marcantes para o processo de formao da realidade atual piauiense.ndice1.1 Introduo

1.2 So Raimundo Nonato

1.3 Texto Complementar

Capitulo 1 A Pr-Histria PiauienseCaptulo 2 O Piau Colonial2.1 Processo de Povoamento 2.2 Evoluo Poltica 2.3 Sociedade e Economia 2.4 O Piau na Luta pela Independncia.Captulo 3 Piau Imprio3.1 O Piau no Primeiro Reinado 3.2 O Piau no Perodo Regencial. 3.3 O Piau no Segundo Reinado.Captulo 4 Piau Repblica4.1 A Repblica Velha no Piau. 4.2 A Era Vargas no Piau 4.3 O Perodo Democrtico no Piau. 4.4 A Ditadura Militar no Piau. 4.5 A Nova Repblica no Piau.F Pr-Histria Piauiense1 Introduo:Uma das maiores polmicas da Arqueologia atual determinar a data de povoamento do continente americano e as rotas utilizadas pelo homem pr-histrico para chegar nesta regio. Durante muito tempo, estas dvidas eram explicadas por uma Teoria Tradicional que afirmava que o caminho seguido pelo homem para chegar Amrica, foi atravessando o Estreito de Bering, durante o perodo de glaciao, passando da sia para a Amrica pelo Alasca, numa data aproximada de 20000 anos.Porm, descobertas atuais em stios arqueolgicos da Amrica do Sul, passam a questionar esta teoria, tanto na data do povoamento quanto nos caminhos percorridos pelo homem americano. Destes stios, o que apresenta as descobertas mais polmicas o de So Raimundo Nonato no Piau, onde as pesquisas chefiadas pela arqueloga Nide Guidon mostram indcios fortssimos que esta regio foi uma das primeiras a ser ocupada.2 So Raimundo Nonato:2.1 Caractersticas Gerais:Nesta regio, entre os rios Piau e Itaueira, a mais de 700 quilmetros a Sudeste de Teresina, uma misso arqueolgica franco-brasileira, dirigida por Nide Guidon, conseguiu identificar mais de 220 abrigos sob rochas, a maioria repleta de detalhadas pinturas rupestres monocromticas e policromticas.O clima rido e o isolamento do local (a densidade populacional de 4,1 habitantes por quilmetro quadrado) permitiram a conservao, durante milnios, de painis de at 200 metros de comprimento com representaes do cotidiano de um povo completamente desconhecido. O que mais surpreende a idade deste acervo. Segundo criteriosos testes com o processo do carbono 14, realizados pelo Centro Nacional de Pesquisa Cientfica de Paris, a datao de carves localizados junto a restos de fogueiras atingiu 50.0 anos.O acervo indica a existncia no passado de um ecossistema bastante diferente, de uma fauna e flora exuberante. O material utilizado na fabricao das cores encontradas nas pinturas ainda um mistrio. Suspeita-se apenas que o vermelho ocre tenha sido retirado do xido de ferro, o amarelo, do Dixido de ferro, o preto, da hematita e o cinza e o branco das argilas, assim com o azul meio acinzentado.2.2 Interpretaes das descobertas:A anlise de fsseis de plantas indicou que na regio existia densa floresta tropical, habitada por cavalos, tigres-dentes-de-sabre, lagartos, capivaras, preguias e tatus gigantes. Muitos desses animais podem ter sido fonte de alimentao para os povos que habitavam a regio. Esses povos praticavam a caa e utilizavam o fogo para cozinhar, defender-se e atacar os inimigos.Entre os sinais que deixaram, os arquelogos identificaram mais de 25 mil pinturas rupestres, em mais de 200 abrigos. Foram encontrados, ainda, fragmentos de fogueiras, machados, facas e raspadores. Acredita-se que estes vestgios podem chegar a ter 50 mil anos de idade. Aps estas descobertas, todas as teorias tiveram de ser revistas. Atualmente, vrios indcios levam os especialistas a sustentar a hiptese de uma corrente migratria da Polinsia ao norte do Brasil, em frgeis embarcaes atravs do Pacfico e do Atlntico.Muitos pesquisadores, entretanto, questionam os resultados das pesquisas realizadas em SoRaimundo Nonato. Como l no foram encontrados fsseis humanos com idade superior a 20 mil anos, eles acreditam que as fogueiras e as pedras polidas podem ter sido produzidas pela ao de incndios ou raios e no por seres humanos.2.3 Principais Conquistas:Dado a importncia da grande concentrao de stios arqueolgicos da Serra da Capivara, situada na regio de So Raimundo Nonato, em 1991, a rea foi transformada pela Unesco (Organizao para Educao, Cincia e Cultura da ONU) em Patrimnio Cultural da Humanidade.O Parque Nacional da Capivara foi criado pelo Decreto Federal no 83.548/79, assinado pelo presidente Joo Batista Figueiredo. Alm de So Raimundo Nonato, o parque ocupa terras dos municpios de So Joo do Piau, Joo Costa, Coronel Jos Dias e Brejo do Piau. A curiosidade sobre os mistrios que envolvem a origem do homem e de seus ancestrais atrai a ateno da comunidade cientfica e de turistas do mundo inteiro para o Parque Nacional da Serra da Capivara.Visando preservar os stios arqueolgicos e garantir a integridade total do Parque Nacional daCapivara, a equipe de pesquisadores da Misso cientfica Franco-Brasileira, criou a Fundao Museu do Homem Americano (FUMDHAM), entidade cientfica, estruturada em forma de sociedade civil, sem fins lucrativos e filantrpica, que tem como objetivos a preservao do patrimnio cultural e natural do parque; a pesquisa cientfica interdisciplinar, abrangendo o estudo da interao homem-meio, da pr-histria aos dias atuais e a integrao da populao local atravs de programas que visem desenvolver a educao, a sade e criar um sistema auto-sustentado de produo alternativa.2.4 Texto Complementar:O Quebra-Cabea da Pr-HistriaO bero da maior polmica e, quem sabe, dos primeiros americanos a Toca do Boqueiro da PedraFurada, o stio mais importante do Piau. Ali foram achados, em 1992, fragmentos de uma fogueira datados de 50 mil anos atrs. A idade surpreendente dessa chama remota revolucionou o que se imaginava at ento sobre a ocupao do continente americano.Povos primitivos podem ter chegado ao Brasil de barco, pelo oceano Pacfico ou pelo Atlntico, ou mesmo caminhando a partir da sia, da Sibria ao Alasca. O caminho dos ancestrais, porm, um dado secundrio. O ponto de fervura desta discusso o tempo a presena dos seres humanos na Amrica 30 mil anos antes das teorias mais aceitas.Os restos de carvo da Serra da Capivara despertaram muitas dvidas no mundo cientfico. Com a datao e a teoria migratria referente ao crnio de Luzia achado no stio de Lapa Vermelha, perto das cidades de Lagoa Santa e Pedro Leopoldo, em 1975, definiram-se no pas duas correntes de pensamentos sobre os primeiros americanos. Luzia, de famlia asitica e feies dos negros atuais, teria andado pelo interior de Minas h 13,5 mil anos. Alguns habitantes da Serra da Capivara, de origem incerta, viveram ali h talvez 50 mil anos.Os arquelogos contrrios teoria, usam, na maioria das vezes, um argumento simples e slido. Para eles, os fragmentos da Pedra Furada no indicam necessariamente que o homem esteve ali e ateou fogo madeira para se aquecer ou assar um pedao de carne. A chama pode ter sido gerada pela natureza raios durante uma tempestade ou combusto espontnea.Niede Guidon e os demais cientistas de sua equipe contestam e seguem insistindo em provar a veracidade da relquia. Recentemente, a pesquisadora Gisele Daltrini Felice realizou, para uma tese de mestrado, sondagens detalhadas de todo o vale da Pedra Furada. E no encontrou nenhuma outra frao de fogueira dispersa pela rea. Para Niede, esse novo estudo tambm ratifica a sua teoria. Um fogo de causas naturais deixaria sinais espalhados por uma rea maior, e no concentrados num nico ponto, como ocorreu, avalia.mais antigos j encontrados. Mais velhos, at, que o crnio de Luzia

Amostras dos fragmentos esto sendo novamente datadas, com mtodos mais modernos, na Austrlia. A tendncia, Niede acredita, que a barreira do tempo seja novamente quebrada. Mais: trs dentes humanos e um pedao de maxilar desenterrados h anos na toca do Garrincho foram analisados a pouco num laboratrio de Miami. A datao, calibrada, situa os fsseis entre 14 mil a 15 mil anos atrs portanto, os fsseis humanosQuestes1) Para o estudo do modo de vida das comunidades primitivas do Piau, podemos recorrer a:I. Utenslios domsticos, pintura em pedras e a escrita. I. Ossadas humanas, a escrita, utenslios domsticos e artsticos. I. Ossadas humanas, pinturas rupestres, utenslios domsticos e artsticos. Assinale a opo correta:a)Apenas I verdadeira. d) Apenas I e II so verdadeiras.

b)Apenas I verdadeira. e) Apenas I e I so verdadeiras.

c)Apenas I verdadeira.

2) Leia, com ateno, o texto abaixo sobre a Pedra Furada (Piau, Brasil).A partir da datao de supostos instrumentos e fogueiras identificados nesse stio, escavado por N.Guidon e F. Parenti, afirma-se que os seres humanos esto na Amrica h mais de 40 mil anos. Mas muitas das concluses apresentadas plos pesquisadores so questionadas por alguns especialistas. (PILETTI, Nelson e PILETTI, N. Histria & Vida. 5o srie. So Paulo: tica, 2201, p.3).A partir deste texto, podemos afirmar corretamente que:a)A histria carece de teorias a respeito da ocupao da Amrica.

b)O stio, ao qual o texto faz referncia, diz respeito a um lugar de criar e plantar.

c)A presena do Homem na Amrica, h 40 mil anos, tornou-se incontestvel com as pesquisas de Pedra

d)Estudos sobre o incio da presena do homem na Amrica dizem respeito arqueologia e no interessa

e)Existem diferentes teorias sobre a ocupao da Amrica.

Furada. histria.3) Mesmo antes da inveno da escrita, o homem j era produtor de arte. As pinturas rupestres, encontradas no Parque nacional da Serra da Capivara (Piau), executadas h mais de cinco mil anos, expressam:(Parte1de 12)1. 12. 23. 34. 45. 56. 67. 7prxima I. Smbolos, com os quais oshomensrepresentavam o mundo onde viviam. I. Formas de comunicao com outros homens. I. Aspectos da luta cotidiana pela sobrevivncia. IV. Descrena na existncia de seres sobrenaturais.a)Apenas I verdadeira. d) Apenas IV verdadeira.

b)Apenas I e Isoverdadeiras. e) Apenas I, I e I so verdadeiras.

b)

b)

c)Apenas I e IVsoverdadeiras.

Com base nasassertivas, podemos concluir que:4) Estendo o meu olhar pela vastido do queainda um pedao do paraso, a Serra da Capivara, que poderes nada ocultos insistem em ignorar, em destruir. (Carta aberta de Niede Guidon aos Cientistas e Homens do futuro. C&T Jovem, 20-09-2004). O lamento da pesquisadora apresentado acima est associado ao fechamento do Museu do Homem Americano, e s ms condies de preservao do Parque Nacional da Serra da Capivara, reconhecido pela Unesco como Patrimnio Cultural da Humanidade. Sobre a importncia do Museu e do Parque, analise as afirmaes abaixo.I. As dataes obtidas com o teste do Carbono 14, na rea estudada permitiram inovar as teorias sobre o povoamento da Amrica, recuando milhares de anos e contestando a primazia da Amrica do Norte. I. As pesquisas revelaram a existncia de uma fauna abundante de mastodontes, cavalos, preguias e tatus gigantes que conviveram com o homem. I. O Museu foi fechado e o parque desprezado pelas autoridades, pois as descobertas sobre o homem prhistrico, feitas, ali so insignificantes, se comparadas com as das cavernas da Frana e da Austrlia. IV. Alm de animais da megafauna, o museu rene colees de pedras lascadas e polidas pr-histricas, cermicas, mmias e esqueletos humanos de milhares de anos atrs. Assinale a alternativa correta. A) Apenas I e I so verdadeiras. B) Apenas I verdadeira. C) Apenas I e IV so verdadeiras. D) Apenas I, I e IV so verdadeiras. E) Apenas I e IV so verdadeiras.5) H aproximadamente 12.0 anos, o homem passou de uma etapa, em que era exclusivamente caadorcoletor, para outra, em que cultivou plantas silvestres e criou animais. Sobre esse processo, analise as afirmaes abaixo e assinale-as com V (verdadeiro) ou F (falso).1 ( ) Esse processo de cultivo de plantas e criao de animais conhecido como Revoluo Neoltica. 2 ( ) Em virtude da domesticao das plantas e dos animais, surgiram as sociedades agrcolas. 3 ( ) Em virtude da domesticao das plantas e dos animais, o homem tornou-se sedentrio. 4 ( ) Os povos do continente americano no conheceram a etapa de domesticao de plantas e de animais.a)A Amrica foi o ltimo continente a ser habitado pelo homem pr-histrico, tendo este, chegado aqui,

b)Pesquisas realizadas na toca do Boqueiro da Pedra Furada, sudeste do Piau, revelam a presena do

6) Sobre a chegada do homem pr-histrico na Amrica, pode-se afirmar que: por volta de 12000 anos atrs, segundo as recentes pesquisas realizadas em territrio piauiense.c)Pesquisas realizadas em So Raimundo Nonato pe em dvida a teoria tradicional sobre a chegada do

Homo Erectus neste continente h pelo menos 50.0 anos.d)Uma das dificuldades de afirmao da teoria da antroploga Niede Guidon sobre a data da chegada do

Homo Sapiens na Amrica, ao constatar vestgio da presena humana com uma datao equivalente a 50.0 anos atrs.e)As pesquisas arqueolgicas do Piau no conseguiram localizar nenhum vestgio humano anterior ao

Homo Sapiens Amrica, que a mesma no encontra sustentao em recentes descobertas realizadas em outras partes da Amrica. perodo datado pela teoria tradicional sobre a chegada do homem na Amrica. Continua a ser aceita a teoria que situa esse evento por volta de 35.0 anos atrs.a)A arqueloga Niede Guidon quem chefia as pesquisas na regio.

b)Entre as descobertas mais importantes feitas at agora esto a de um esqueleto humano (9.670 anos) e

c)Mesmo com a realizao da Conferncia sobre o povoamento da Amrica, realizada em 1993 em So

7) (Prof. Desdeute) Sobre as pesquisas arqueolgicas de So Raimundo Nonato, assinale a alternativa errada: de carvo vegetal na Toca do Boqueiro da Pedra Furada (50.0 anos).d)As pesquisas feitas no Piau comprovam a chegada do Homo Erectus na Amrica a aproximadamente

e)As pinturas rupestres encontradas em So Raimundo Nonato apresentam cenas de caa, rituais

Raimundo Nonato, alguns arquelogos americanos continuam questionando a origem humana da datao de 50.0 anos no Piau. 50.0 anos. religiosos, lazer, etc., e pertencem chamada Tradio Nordeste. 8) Analise as proposies abaixo:IEm convnio realizado entre o governo brasileiro e o francs, foi criado, em So Raimundo Nonato

IO maior stio arqueolgico da Amrica encontra-se no municpio de So Raimundo Nonato, com o

IAs pesquisas realizadas pela arqueloga Niede Guidon, em So Raimundo Nonato, revolucionaram

IVAs pesquisas realizadas em So Raimundo Nonato demonstraram uma certa fragilidade nas

o maior museu do homem pr-histrico das Amricas, denominado de Museu do Homem Americano. nome de Boqueiro da Pedra Furada. a teoria sobre a chegada do homem em nosso continente. dataes que se utilizam do mtodo do carbono 14, o mais antigo e ultrapassado.a)I, I e IV. d) I e I.

b)I e I. e) I, I e IV.

c)I, I e II.

Esto corretas as proposies: F O Piau Colonial1 Processo de Povoamento1.1 A Presena do ndio no Piau Devido s caractersticas climticas e geogrficas da regio, o territrio piauiense funcionava como um corredor de migrao de vrias tribos indgenas nmades, que se deslocavam da Bacia do So Francisco e do litoral nordestino para a Bacia do Amazonas e vice-versa. No entanto, existiam tribos que, apesar de nmades, se fixavam por muito tempo em determinados lugares. Estudos indicam que o Piau foi palco de encontro, de abrigo e de moradia dos trs grupos mais importantes de ndios que habitaram o Brasil: Tupis, Tapuias e Carabas. Os ndios que povoaram grandes reas brasileiras povoaram com grande intensidade o territrio do Piau. Nos primeiros tempos da colonizao, ocupavam as terras de forma primitiva, em regime comunal de propriedade, delas tirando o seu sustento cotidiano. Quando da chegada dos primeiros colonizadores, numerosas tribos e naes sediavam desde o baixo e mdio delta do Parnaba s cabeceiras do rio Poti e, nos limites com Pernambuco e Cear, ocupando praticamente todo o territrio piauiense. Na regio do Delta dominavam os Tremembs, geis nadadores. Na chapada das Mangabeiras e no Alto Parnaba situavam-se os aroaques, carapotangas, aroaguanguiras, aranheses, aitatus e corers. Os abetiras, os beirts, coars e nongazes viviam no Mdio Parnaba. Nas cabeceiras do Rio Gurguia viviam os acoros, os rodeleiros e os beiudos. Na extenso do mesmo rio, eram encontrados os bocoreimas, os corsias, os lanceiros, jaics e coroatizes. Na Serra da Ibiapaba, habitavam os alongazes, os anassus e os tabajaras. Nas cabeceiras do rio Piau viviam os acums e os arais. A maioria destas tribos que habitavam as terras piauienses apresentavam caractersticas guerreiras, no aceitando pacificamente o domnio dos europeus. Os que no migraram para outras regies, fugindo da explorao promovida pelos colonos portugueses, promoveram um conflito desigual contra os europeus e, devido s diferenas de poder blico, ocorreram grandes massacres da populao indgena. No final do sculo XVIII, no havia mais luta contra os ndios na Capitania. As tribos indomesticveis foram aniquiladas ou expulsas do Piau. As mais fracas foram aldeadas e finalmente pacificadas. Como conseqncias destes acontecimentos, resta atualmente uma memria difusa e quase apagada sobre as caractersticas, realizaes e fim das sociedades indgenas piauienses. Determinados costumes e hbitos indgenas ainda permanecem, mas no so assimilados como tais: a populao desconhece de onde vm. Tudo foi destrudo e no existem no nosso territrio atualmente tribos indgenas organizadas.1.2 Precursores da Colonizao Existe uma sria polmica na historiografia piauiense em relao ao incio da colonizao desta regio. Durante muito tempo, acreditou-se que, diferente de outros territrios nordestinos, a colonizao teria sido feita do interior para o litoral, devido penetrao da pecuria, desenvolvida longe da costa onde se cultivava a cana-de-acar. Por proibio rgia, no comeo do sculo XVIII (1701), a criao de gado s era permitida distncia de 10 lguas a partir da costa martima. A esta altura, as fazendas criatrias j se achavam adentradas pelo serto nordestino, at o interior do Piau e Maranho. Eram chapadas distantes do mar, onde se localizaram os primeiros currais, aproveitando as vrzeas dos rios e onde as populaes indgenas tinham seu habitat, de acordo com Jacob Gorender. E segundo as mais recentes pesquisas realizadas por Pe. Cludio Melo nos arquivos portugueses, o povoamento do norte do Piau antecedeu ao do sul. Ele acentua que nossa civilizao comeou pelo litoral, ainda no sculo XVI, que Domingos Jorge Velho realmente se antecipou a Mafrense e que a implantao dos primeiros currais teve sua marcha pela Ibiapaba e no pelos vales do Piau e Gurguia. Com esta reviso historiogrfica, Pe. Cludio coloca mais lenha na fogueira da polmica sobre a poca da penetrao, incio da colonizao e prioridade do povoamento pelo colonizador. Segundo ele, no final do sculo XVI, o nufrago Nicolau de Resende esteve no litoral, mais especificamente no Delta do rio Parnaba, mantendo contato com os nativos Tremembs durante 16 anos, o que contradiz a historiografia tradicional de que as primeiras penetraes do colonizador teriam se dado pelos idos dos anos de 1660/70. Os primeiros colonizadores do Piau tornaram-se grandes proprietrios de fazendas de gado em terras doadas em sesmarias. H certa polmica com relao ao pioneiro colonizador, uns atribuindo a Domingos Jorge Velho e outros a Domingos Afonso Mafrense, (ou Serto). No se intenciona polemizar a respeito dessa questo; mas o certo : tanto um quanto outro apoderaram-se de grandes extenses de terras e eram predadores de ndios, destacando-se como aventureiros e conquistadores. Antes da instalao dos primeiros povoadores das terras piauienses, estas j eram conhecidas, portanto usar o termo descobridores para os Domingos no se justifica. Desde o sculo XVI, diversas expedies se sucederam percorrendo todo o territrio, e atravs delas, pouco a pouco divulgaram-se informaes sobre a Bacia do Parnaba e a Serra do Ibiapaba. Porm, eram estas expedies passageiras, onde apresentavam como objetivo, migrar de Pernambuco para o Maranho ou vice-versa. por volta de 1600 1700 que a regio torna-se objeto de penetrao mais intensa: Bandeirantes paulistas, preadores de ndios visitam-na por diversas vezes, e fazendeiros baianos, fazendo guerra aos ndios, comearam a marcar suas presenas. neste contexto, que se destacam as expedies promovidas por Domingos Jorge Velho e Afonso Mafrense. O motivo inicial que promoveu a ocupao efetiva do territrio do Piau, como ponto de atrao, foi o ndio, objeto de caa, que se prestava tanto, para mo-de-obra como para elemento militar. Porm, este fator inicial de atrao foi sendo substitudo pelo interesse dos criadores de gado, principalmente da Bahia, pelos belos pastos naturais e pela abundncia de terras encontradas na regio piauiense.1.3 A Casa da Torre A Casa da Torre ficava na regio de Tatuapara, no litoral baiano. Foi fundada por GarciaDvila Pereira, portugus que viera para o Brasil trazendo os primeiros gados da ilha de Cabo Verde. Fundou o primeiro curral de vacas da Bahia, tornando-se o maior criador de gado do serto baiano, de onde os currais se espalharam pelos sertes de Sergipe, Pernambuco, Piau e Maranho. Sua primeira fazenda em Tatuapara passou a chamar-se Casa da Torre por causa de um forte ali construdo, sob a forma de um torreo. Em 1674, Francisco Dias Dvila, o poderoso senhor da Casa da Torre da Bahia, organizou uma expedio militar contra os ndios que infestavam suas fazendas de gado nas margens do So Francisco, esta expedio atingiu o territrio piauiense, indo combater os ndios ali refugiados. Os fazendeiros baianos descobriam, ento, que alm daquelas serras que separam as bacias do So Francisco e do Parnaba havia uma vastido de terras disponveis, grandes planuras entrecortadas por frteis vales. Em 1676, os ndios so derrotados e os fazendeiros baianos solicitam concesses de terras no Piau. Domingos Afonso Mafrense, Julio Afonso Serra, Francisco Dias de vila e Bernardo Pereira Lago recebem do Governo de Pernambuco as primeiras sesmarias. A cada um couberam 10 (dez) lguas em quadro nas margens do rio Gurguia. Comeou, assim, a verdadeira ocupao do solo piauiense. Domingos Afonso Mafrense e seu irmo Julio Afonso Serra iro desempenhar importante papel nessa ocupao. Como se pode verificar o processo de ocupao da terra no Piau, se deu paralelamente ao fenmeno do devassamento, o que vem ser questo, a tese de uma ocupao anrquica (dada a ausncia total do poder metropolitano) tendo em vista que desde o incio do chamado devassamento, a Coroa (evidentemente interessada na ocupao colonial da rea) utilizou-se do sistema sesmarial, que na prtica se constituiu na distribuio da terra a quem empreendesse a conquista. Aproveitando-se de tal medida, os criadores expandiram o espao pecuarista conquistando novas reas ainda no monopolizadas pelos grandes senhores. Se, por um lado intensificou-se a conquista do territrio, por outro, resultou na formao do latifndio que viria a ser uma das principais caractersticas do Piau. Domingos Afonso Serto e um irmo comandaram expedies organizadas pelo poderosoFrancisco Dias Dvila, proprietrio de um verdadeiro imprio a Casa da Torre. A primeira expedio penetrou no interior piauiense no ano de 1674, travando-se violentos combates com os ndios Guegus que povoaram os vales do rio Gurguia. Os ndios, derrotados, foram feitos prisioneiros ou assassinados; as mulheres e crianas, escravizadas. A Casa da Torre, aps esse episdio, em 1676, requer as primeiras sesmarias no rio Gurguia, concedidas pelo governador de Pernambuco, correspondendo a 24 lguas de terra em quadra para cada um dos 4 irmos, e em 1681, mais 10 lguas (Renato Castelo Branco diz que foram 12 lguas em quadra para cada um: Francisco Dias Dvila, Pereira Gago (seu irmo) e os irmos Domingos Afonso Serto e Julio Serra). As terras entre o Gurguia e o Canind ficaram com Dias Dvila e Serto, e as do Canind ao Poti, com Domingos Jorge Velho. Em 1676, Domingos Afonso Serto estende o seu domnio, obtendo 10 lguas de sesmarias que se constituiro em fazendas e stios menores e a Casa da Torre toma posse de uma propriedade de 180 km de comprimento por 120 de largura. Domingos Jorge Velho estabeleceu-se no Piau entre os anos de 1662 a 1663, implantando cerca de 50 fazendas, fixando residncia por quase vinte e cinco anos. Em 1687, foi chamado pelo governador de Pernambuco para comandar a destruio do Quilombo de Palmares, organizando uma das maiores expedies da poca. Foi combater no s o quilombo, mas tambm os ndios. A sua fama de homem rude e violento, que detestava ndios, lhe garantiu o feito histrico de destruir uma organizao de negros livres de mais de 90 anos Palmares, e de dizimar a populao indgena durante sua marcha. No Piau, deixou plantaes, gados (vacum, caprino, ovino), as terras que conquistara a custa de sangue e seguiu para campanha longnqua a fim de servir ao Rei, mas tambm esperando conquistar domnio de terra na rica orla martima.1.4 Conflitos entre Sesmeiros e Posseiros O Piau do sculo XVII, quando comearam as penetraes das expedies e as doaes das primeiras sesmarias, era juridicamente Terra de Ningum. As sesmarias eram doadas por governantes da Bahia, de Pernambuco, do Par e do Maranho. Juridicamente, o Piau pertencia, desde 1621, ao Estado do Maranho, criado por carta rgia, que compreendia o que hoje so os Estados do Par, Maranho, Piau, Amazonas, parte do Cear, Norte do Mato Grosso e Gois, Acre, Rondnia, Roraima e Amap. Dessa forma, diversas autoridades podiam doar terras no Piau, pois a legislao confusa permitia essa prtica. As terras do Piau eram distribudas levianamente em sesmarias a potentados absentestas, homens ricos e de prestgio, moradores do litoral que as obtinham sem lhes haver custado mais que pedi-las. Muitos desconheciam a extenso dessas terras, verdadeiros latifndios. As disputas pela terra do Casa da Torre da Bahia a fama de prepotente e cruel, embora no fosse a nica a exercer a tirania e a opresso. Os sesmeiros teriam certamente poderes iguais aos de um nababo, podendo estender a posse de suas terras por dezenas de lguas, impunemente (...) com direito a escravizar e a dilapidar. Os sesmeiros podiam estender os seus domnios muito alm do estipulado na doao. Estes sesmeiros tinham procuradores no Piau com cargos de capito-mor, dspotas e truculentos que eram a lei e a autoridade a servio da prepotncia. As questes de terras e a guerra contnua com os ndios provocaram srios conflitos e desassossegos para os habitantes do Piau. Pelos anos de 1697, havia no Piau 129 fazendas de gado, habitantes por 441 pessoas entre brancos, negros, ndios, mulatos e mestios. Para pr fim s questes de terra no Piau, entre sesmeiros, ndios e posseiros, a CortePortuguesa, em 1774, atravs de Carta Rgia, estabelecia que as terras doadas em sesmarias deveriam medir somente 3 lguas, o que, no entanto, no impediu a formao de extensos latifndios e a penetrao de uma populao livre extorquida pelos sesmeiros que lhe obrigavam pagar 10 mil ris por ano pela posse da terra. Somente em 1795, atravs de um Alvar do rei D. Joo VI, regularizou-se, de certa forma, o problema das doaes, os muitos abusos e a imensa ganncia dos sesmeiros. Era to desmesurada a ambio de possuir vastos domnios territoriais que at chegavam a pedir despropsitos. Discutindo o Texto1) Determine a importncia do territrio piauiense para as tribos indgenas que habitavam a regio durante o perodo colonial.2) Cite algumas caractersticas dos grupos indgenas que habitavam as terras do Piau. 3) Explique os fatores que promoveram o incio da ocupao do territrio piauiense pelo homem branco. 4) Por que o processo de ocupao do territrio piauiense foi diferenciado do restante do Nordeste? 5) Explique os motivos que provocaram o atraso no efetivo processo de ocupao do Piau pelo portugus. 6) Determine a importncia da Casa da Torre no processo de povoamento do Piau.7) Explique a seguinte afirmao: A colonizao do homem branco provocou a descolonizao do ndio no Piau8) Quais foram os fatores que provocaram os conflitos entre sesmeiros e posseiros no Piau durante os sculos XVII e XVIII?2 Evoluo Poltica2.1 Criao da Capitania do Piau As terras doPiau, a partir de 1635 at o ano de 1714, eram de jurisdio ora de Pernambuco, ora da Bahia, pois somente em 1715 passou por ato rgio jurisdio do Maranho, assim permanecendo at 1811 quando se tornou governo independente. Devido s realizaes do governo do rei D. Jos I, promovidas principalmente pelo Marqus de Pombal, em meados do sculo XVIII, foi promovida uma poltica de reestruturao do Estado Portugus no Brasil. Com o intuito de tornar a administrao colonial mais eficiente, foram criados alguns rgos fiscais e instaladas novas Capitanias, o que era, na prtica, uma forma concreta de controlar o poder real na regio meio norte do Brasil,at ento dominada pelo autoritarismo dos donos de terras. Expressando esse sentimento, D. Jos I instaurou, em 1758, a Capitania de So Jos do Piau, que tinha sido criada oficialmente 40 anos atrs, (1718). Com a instaurao, ocorreu a nomeao do coronel de cavalaria Joo Pereira Caldas como primeiro governador da Capitania, que toma posse em 20 de setembro de 1759.2.2 Governo Joo PereiraCaldas Foi dado a Pereira Caldas, atravs de Carta Rgia, as misses de proteger o gentio dos constantes ataques dos jesutas e colonizadores e de criar o maior nmero de vilas. Ao assumir o comando poltico de nossa terra, encontrou o Piau com apenas um municpio, cuja sede era a Vila da Mocha, pequena povoao quase desarticulada das demais, tanto por causa das longas distncias, como pela ausncia de estradas. A justia era mal administrada, quer porque centralizada apenas na vila, quer porque as atribuies dos juzes ordinrios eram bastante limitadas, sendo pouco mais que as dos delegados de hoje. Quanto criao de vilas, Pereira Caldas se viu diante de uma rdua tarefa. Teve que empreender diversas viagens pelo interior da Capitania de So Jos do Piau, em lombo de cavalo. Apressandose em cumprir com as determinaes reais, comeou elevando a Vila da Mocha categoria de cidade para ser a capital. Deu, ento, vila, o nome de Oeiras, em homenagem ao Marqus de Pombal, no dia 13 de novembro de 1761. No ano de 1762, saiu de Oeiras e criou as seguintes vilas: Valena, Marvo, Campo Maior, Parnaba, Jerumenha, Parnagu, Piracuruca, Jaics, So Gonalo e Poty. Destacam-se, ainda, as suas realizaes para a promoo da montagem da mquina administrativa, como a criao da Secretaria de Governo, a Provedoria Real da Fazenda, o almoxarifado e outros organismos administrativos; a criao das Foras Regulares, a criao de um correio para as correspondncias oficiais e a construo dos primeiros prdios pblicos.2.3 Principais Governantes Coloniais Gonalo Loureno Botelho de Castro: na sua administrao fraca e obscura, destaca-se apenas a incorporao Coroa Real dos bens seqestrados dos jesutas e a criao da Misso de So Gonalo do Amarante (Regenerao). Ainda em sua gesto, o Piau foi anexado ao Maranho, perdendo a sua independncia como Capitania. A partir de ento, o Piau passou por um perodo de 2 anos (1775-1797) de juntas trinas governativas, todas com sede em Oeiras e marcadas pela anarquia administrativa de seus membros. Baltazar de Sousa Botelho de Vasconcelos: as principais realizaes de sua administrao foram: construo de escolas em Oeiras, Parnaba e Campo Maior; criao da alfndega de Parnaba e organizao de uma tropa de linha e outra de artilharia. Elias Jos Ribeiro de Carvalho: foi o ltimo governador do Piau Colonial, onde suas principais realizaes foram: criao dos correios com o Maranho; instalao de uma Vara de Juiz de Fora em Oeiras e enfrentou um plano revolucionrio para derrubar o seu governo.3 Sociedade e Economia 3.1 Formao da Sociedade Ricos de latifndios, dinheiro e poder, esses homens tornam a fazenda uma espcie de organizao privada, compondo com a famlia os dois grandes pilares em que se sustenta a sociedade em formao. Oportuno, pois, que se conheam mais de perto esses fatores bsicos da formao da sociedade piauiense. A partir da dcada de 70 do sculo XVII, as fazendas se multiplicam. Viu-se, antes, a escala ascendente da estatstica desses estabelecimentos. altura do tempo em que se situa o presente estudo, h 548 fazendas (no primeiro censo de 1697 havia 129), em toda Capitania. Por a se v a importncia que, progressivamente, foi conquistando a fazenda como agncia de desenvolvimento econmico, social e poltico do Piau, vindo mesmo a ser o ncleo fundamental da sociedade em germinao. Todos quantos nela mourejam, e todos mourejam, dedicam-se criao. O gado, comeo e fim da empresa, absorve-lhe, integralmente, a fora-de-trabalho. Quem vlido, moo ou velho, faz o campo, prosseguindo na linhagem dos vaqueiros, que vem de longe. E, quando passa a poca do couro, continua o boi como objeto de todas as ocupaes. Em virtude dessa convergncia de aes, a fazenda vem a converter-se em unidade econmica sem concorrentes, dentro do sistema geral de economia de subsistncia, pois as fazendas quase nunca chegam a ligar-se por relaes comerciais recprocas. Tomando o conceito de classes sociais em todo o rigor cientfico (complexo de relaes coletivas, no mbito de uma situao objetiva, e que, diferenciadoras de uma atividade no contexto geral das ocupaes da sociedade, so exercidas por determinado grupo dotado de conscincia prpria), torna-se difcil, muito difcil, a individualizao de classes sociais no Piau, pelo menos at a primeira dcada da centria passada. Reduzidos sua real expresso, os grupos humanos dos sculos XVII e XVIII compem-se apenas dos senhores de terras, os latifundirios, coincidentemente os mesmos senhores dos imensos rebanhos, e os escravos por lei considerados coisas. E como a existncia de classes pressupe que os grupos estejam uns em relao aos outros, no se poderia conceber a classe nica. Com esse raciocnio de ortodoxia sociolgica, tambm os proprietrios de terras, coincidentemente os proprietrios dos escravos, seus instrumentos de trabalho, no formam uma classe. Portanto, no h classes sociais no perodo em referncia. Tudo parece resumir-se na camada dirigente, que so os fazendeiros, e nos escravos, que, socialmente, pouco alteram o status ainda por longos anos, mesmo aps 1888, em situao similar que descreve Ferreira de Castro em A Selva. Como opina Manuel Diegues Jnior, essas classes mdias, na variedade da sua configurao, nem se tornam uma fora aprecivel; e isso como conseqncia do prprio ambiente onde surgiram, abafadas que foram pelo poderio ou domnio da grande propriedade. O latifndio esmagou o papel que poderiam ter as classes mdias, e isso justamente que faz com que se negue a sua existncia em confronto com o papel hoje exercido por elas nos meios urbanos.3.2 Caractersticas e funes das Principais classes Sociais Como a formao da sociedade piauiense ocorreu paralelamente ao desenvolvimento da pecuria, apresentava como caractersticas principais a baixa densidade demogrfica, a fraca mobilidade social, onde nas grandes fazendas uma massa de trabalhadores formados por escravos, vaqueiros e posseiros vive dentro de uma relao aristocrtica, autoritria e militarizada, em que os militares eram, em sua maioria, donos das posses de terra no Piau. O acesso terra dava a essa sociedade o status necessrio a formao de uma elite piauiense. A estratificao do corpo social do Piau, nesse perodo, era bastante simples, resumindo-se a dois grupos: o primeiro, formado por pessoas livres (grandes fazendeiros sesmeiros, vaqueiros, posseiros e os sitiantes) e o segundo, por escravos. Os sitiantes eram homens que no possuindo a posse da terra, arrendavam lotes e tornavam-se proprietrios de gado e escravos. Dessa camada social que surge de uma diviso no seu interior, o agregado, que se liga a uma famlia, passando a ser dado como membro dela. Incorporado em uma camada intermediria est o vaqueiro. Smbolo mximo da economia e da sociedade pecuarista, esse elemento administrava o patrimnio do sesmeiro, dentro de uma relao de parceria. Podemos dizer que o vaqueiro era um tipo de scio do fazendeiro, pois a forma de pagamento, na maioria das vezes, era realizada no contrato de quarta (de cada quatro bezerros nascidos, um seria do vaqueiro). Isso permitia que, em um tempo de cinco anos, ele viesse a se transformar em criador. Por isso mesmo, a condio de vaqueiro era ambicionada pela maioria das pessoas livres.3.3 Importncia da Escravido Negra O regime escravista no Piau no foi implantado levando em considerao somente o aspecto puramente econmico. bvio que a estrutura da produo pecuria e de subsistncia poderia existir sem que necessitasse recorrer a essa forma de trabalho compulsrio, podendo comportar a utilizao de pessoas livres para os trabalhos demandados por essa economia. A escravido do Piau ocorreu dentro do fato histrico do Brasil Colnia. A colonizao portuguesa, no Brasil, estava calcada dentro do sistema mercantilista e que tinha como objetivo central a acumulao de riquezas. No Piau, o desbravamento, realizado no sculo XVII, se fez com pessoas vindas de outras regies, como vimos aqui. Essas pessoas traziam consigo no somente o gado, como tambm os primeiros escravos para o Piau. Com isso, a cultura escravista foi tomando forma na sociedade colonial piauiense. O trfico negreiro para o Piau se fez atravs de trs rotas: de leste para oeste, da Bahia e dePernambuco saam os negros para o comrcio de Caxias, no Maranho; de oeste para o leste, vindos de So Lus e cruzando o Piau, o comrcio negreiro se integrava ao mercado internacional; e, por ltimo, o comrcio ilegal de escravos se fazia no litoral, no grande Delta do Parnaba, sem sabermos a sua origem. Do sculo XVII ao XVIII, a populao escrava era dominante. O percentual de escravos em proporo ao de homens livres era de 3:1, ou seja, de 3 pessoas livres havia um escravo, segundo a historiadora Miridan Britto.3.4 A Economia As primeiras incurses, com objetivos econmicos, ao territrio do que hoje o Estado doPiau, j no incio do sculo XVII, foram as expedies para caa e aprisionamento dos ndios, no desejo malogrado de transform-los em mo-de-obra escrava para o trabalho nos engenhos do litoral. Esses episdios no deixam de ser classificados como uma atividade de caa e coleta. Em seguida, a caa ao ndio teve motivos polticos. Sob o eufemismo da necessidade de pacificao dos ndios rebelados, cometeu-se a extrema crueldade do seu extermnio. A pacificao dos ndios era considerada ato de bravura, podendo ser retribuda com favores do governo. No caso, atravs do atendimento ao pedido de concesso de sesmarias de terra, no que se pode considerar como a primeira combinao entre o poder poltico e o poder econmico no processo de estratificao social do Piau. Isto significa que, nas condies da poca, somente uma atividade econmica poderia permitir a ocupao das terras: a pecuria. Segundo Srgio Buarque de Holanda, o portugus veio buscar no Brasil a riqueza que custasse ousadia, no a riqueza que custasse trabalho. Os primeiros desbravadores do Piau tiveram, realmente, a ousadia de penetrar em territrio desconhecido, guerreando com os ndios, mas souberam encontrar, na pecuria, a frmula para aumentar seu patrimnio com o mnimo de riscos financeiros, confiando a terceiros a administrao de suas fazendas. A criao de gado nos sertes piauienses, desde meados de 1674, quando Mafrense estabeleceu as primeiras fazendas na regio dos rios Piau e Canind, teve xito apenas como instrumento de ocupao do territrio. Como atividade produtiva, foi um fator determinante para a formao de um sistema econmico frgil e incapaz de fazer germinar outras atividades produtivas. Em conseqncia, moldou uma sociedade com iniciativas prprias bastante limitadas, desde cedo acostumada a ser dependente. Primeiro, os moradores das fazendas dependiam dos senhores da terra, e estes dependiam da natureza; depois, a populao acomodou-se aos desgnios dos governantes, os quais, muitas vezes, s podiam esperar, em vo, os auxlios do poder central para realizarem as obras mais significativas. A pecuria extensiva, tal como se implantou no Piau, resultou em uma economia primitiva, tradicional e passiva dentro do sistema econmico em formao no Brasil, do qual cada vez mais se distanciava. Em resumo, as caractersticas principais da pecuria extensiva podem ser assim descritas: Investimentos A exigncia de pouco capital fixo ou nenhum capital fixo e nenhum capital de giro podia ser uma vantagem inicial, mas a longo prazo inibia o desenvolvimento das atividades produtivas e favorecia o absentesmo do proprietrio das terras. Para formar uma fazenda de gado, eram suficientes umas poucas cabeas de gado e alguns escravos (no necessariamente) como o investimento inicial. A construo de casa e currais rsticos era feita com materiais locais, sob a responsabilidade do vaqueiro e dos demais moradores, e s em alguns casos a casa-sede da fazenda havia imobilizao de algum recurso financeiro. Alm disso, claro, eram necessrias as terras, muitas terras, obtidas de graa, atravs das sesmarias, situadas invariavelmente margem dos rios. Do negcio, o tempo e a natureza cuidavam, com a ajuda do vaqueiro. A acumulao do capital e os reinvestimentos eram basicamente o resultado da multiplicao biolgica dos rebanhos, que avanavam por novas terras recomeando o processo. Mo-de-obra Uma fazenda de gado requeria poucas pessoas em sua administrao, ao contrrio de um engenho de acar, ou, em termos modernos, da agroindstria. O escravo era parte tanto do capital quanto do trabalho. A mo-de-obra no tinha remunerao monetria, cabendo ao vaqueiro uma parte das crias, geralmente uma em cada quatro. Este sistema de pagamento, a desnecessria presena do dono das terras e a crise do acar brasileiro foram fatores decisivos para a rpida multiplicao do nmero de fazendas no Piau. Produto e Renda Com manejo inadequado, falta de pastos e de gua nos perodos secos e sem melhoramentos genticos, formou-se uma nova raa, de gado p-duro, embora por isso mesmo dotada de grande resistncia e capacidade de adaptao s condies desfavorveis. O gado chegava aos mercados consumidores magro e cansado das longas viagens, ou morria pelos caminhos, o que reduzia muito a renda dos criadores e comerciantes. Nos primeiros tempos, a atividade podia apresentar lucros extraordinrios, apesar das distncias e considerando-se, ainda, o capital empregado. Oliver Onody cita observao de Johann E. Pohl em seu livro Viagem no Interior do Brasil, de 1837, de que um boi que na Bahia se comprava por 2 florins a pea era vendido em Minas a 300 florins. Em todo caso, os rendimentos da explorao exclusiva da pecuria extensiva no criaram um mercado consumidor interno que incentivasse o aparecimento de outras atividades econmicas. A renda estava concentrada nas mos dos poucos donos de terra e dos seus vaqueiros. Os primeiros aplicavam seus excedentes fora do Piau, onde moravam, ou, quando radicados nas suas fazendas, compravam mais terras para a formao de novas fazendas, enquanto os vaqueiros de maior sorte podiam tornar-se pequenos criadores independentes, adquirindo suas prprias terras. Mercados Por estarem as fazendas de gado situadas nos vales midos, os rebanhos piauienses eram considerados os melhores de todo o norte. O Piau forneceu carne aos ncleos urbanos do litoral nordestino, quando ocorreu a expanso da economia canavieira, e tambm para as regies mineradoras de Minas Gerais, mas j no final do sculo XVIII o gado de regies mais prximas e o charque do Rio Grande do Sul ocuparam esses mercados. Dequalquermodo, o gado piauiense sempre foi usado para recompor os rebanhos do serto semi-rido dos outros Estados nordestinos, como observou Caio Prado Jnior. Tambm Lus da Cmara Cascudo fez observaes sobre as viagens dos vaqueiros e tropeiros do Rio Grande do Norte: No Piau, as guas vinham em novembro. Iam vaqueiros de toda parte comprar bois de carro e de corte e novilhos para reproduo e engorda. Encontravam-se em Crates, de onde partiam juntos para Campo Maior, Valena, Oeiras, So Joo do Piau e Picos. Como notvel folclorista, registra, no cancioneiro antigo do Estado potiguar, referncias dos vaqueiros a essas viagens pelo Piau. Por suas caractersticas, a pecuria no propiciou a criao de um mercado interno. A agricultura era de subsistncia, obrigando muitas vezes a buscar-se, noMaranho, o abastecimento de produtos agrcolas. Nas condies em que se desenvolveu e logo declinou, a pecuria no foi capaz de criar uma classe mdia no Piau. Ao contrrio, consolidou aos poucos umnvelde concentrao de renda dos maiores em todo o Brasil.Transportese Comunicaes Outra caracterstica da pecuria extensiva, praticamente a nica atividade econmica do Piau at a primeira metade do sculo XIX, era a de dispensar a construo de estradas que tambm pudessem favorecer o intercmbio comercial e cultural da Capitania, depois Provncia do Piau. O gado transportava-se sozinho, abrindo seus prprios caminhos. Na verdade, como escreveuCaio Prado Jnior, estradas coloniais, quase sem exceo, eram abaixo de toda crtica, apenas transitveis, mesmo s para pedestres e animais, e isso em tempo seco. Nas vias fluviais, o contrrio se d: na seca, o leito dos rios fica descoberto, as guas no do calado para as embarcaes. ainda Caio Prado Jnior quem descreve: O n principal das vias interiores nordestinas se encontra no Piau, nesta rea central da Capitania onde est sua capital, Oeiras. Tal regio se liga intimamente com o Maranho (...) e, ao mesmo tempo, pelo Parnaba, com o litoral piauiense. Em sentido oposto, partem dela trs grandes linhas de comunicaes que se dirigem respectivamente para leste, sudoeste e sul. Todas trs constituem roteiro do comrcio de gado de que o Piau , em todo o Nordeste, a principal fonte de abastecimento. Grandes distncias separavam uma fazenda de outra, ou uma povoao de outra, impedindo o intercmbio social e cultural entre as populaes. O contato com outras comunidades e pessoas ocorria raramente, nos festejos religiosos ou nas feiras de gado. Discutindo o texto 1) Relacione a criao da Provncia do Piau com a administrao do Marqus de Pombal. 2) Determine as principais realizaes do governo de Joo Pereira Caldas. 3) Cite as principais caractersticas da sociedade piauiense do perodo colonial. 4) Relacione a escravido negra com a pecuria no Piau. 5) Qual a importncia do casamento dentro da sociedade piauiense colonial? 6) Caracterize as condies de vida do vaqueiro e do sitiante. 7) Por que a economia piauiense era marginalizada pelo governo portugus? 8) Explique as vantagens e os limites da pecuria piauiense durante o perodo colonial.4 O Piau nas Lutas pela Independncia Aps o grito de independncia do Brasil proclamado por D. Pedro I, a 7 de setembro de 1822, s margens do riacho Ipiranga, em So Paulo, as vilas de Campo Maior e Parnaba foram as primeiras do Piau a se manifestarem favorveis Independncia. Os parnaibanos aderiram com simpatia e levaram frente sua campanha separatista. A 19 de outubro de 1822, Parnaba proclama a sua Independncia, sob liderana do Dr. Joo de Deus e Silva, Jos Pereira Meireles, Capito Bernardo Antnio Saraiva e Tenente Joaquim Timteo Brito. Governador das armas no Piau, o sargente-mor Joo Jos da Cunha Fidi, ao tomar conhecimento desse movimento, para l se dirigiu, a fim de acalmar os manifestantes. Ao chegar, toma de conta da cidade e permanece por algum tempo.Aps a sada de Fidi de Oeiras, as manifestaes a favor da Independncia se intensificaram na capital, a ponto de levar proclamao de sua Independncia, fato ocorrido na noite de 24 de janeiro de 1823. Um grupo de conspiradores tomou os quartis, a casa da plvora e o Palcio Municipal. Foi feita a aclamao de D. Pedro I e eleito um governo provisrio, que ficou chefiado por Manuel de Sousa Martins.Fidi, informado das ocorrncias em Oeiras, deixou Parnaba e partiu para a capital, para fazer prevalecer o regime portugus derrubado na noite de 24 de janeiro.Em Piracuruca conseguiu sufocar um pequeno movimento. Em seguida, vai em direo Vila de Campo Maior, onde j se preparavam as tropas independentes para combat-lo.Ao amanhecer de 13 de maro de 1823, as tropas seguiram para barrar a marcha portuguesa. s margens do riacho Jenipapo, se desenrolaria a mais sangrenta batalha para a Independncia do Brasil.4.1 A Batalha do Jenipapo No se sustenta a viso de que as manifestaes a favor da libertao do domnio portugus estavam praticamente ausentes no Piau em fins do sculo XVIII e incio do XIX, justificada pela pouca interferncia da Coroa Portuguesa nos interesses piauienses e pelo isolamento geogrfico que dificultava, ou at mesmo impedia o contgio das idias e manifestaes pr-independncia, que comeavam a surgir em vrios pontos do pas. Contra essa viso existe outra de que o Piau, desde o final do sculo XVIII constitua-se em importante canal de comunicao com diferentes regies do estado.O rio Parnaba, que separa e une ao mesmo tempo o Piau e Maranho, ligava o Piau aoNordeste pelo litoral. Alm desta importante via de comunicao, existem outras que ligavam o Piau e o Maranho com ramificaes diferentes a Leste, Sudeste e Sul do Brasil, atingindo Pernambuco atravs do Cear e Paraba, bem como a Bahia e Gois, unindo, dessa maneira, grande parte do Brasil ao Piau localizado no centro do Nordeste. Os rios Canind e Gurguia completavam o sistema de comunicao, atravessando os chapades.No entanto, importante ressaltar outros pontos: as Provncias do norte brasileiro mantinham estreitas ligaes com a metrpole portuguesa, estando, realmente, muito mais ligadas administrativa e comercialmente a Portugal do que ao Rio de Janeiro, quer pelas facilidades de navegao, quer pelo interesse que Portugal tinha em transformar o norte do Brasil em uma colnia separada do resto do pas, a exemplo do que era o Estado do Maranho. Com o processo de independncia nas colnias da Amrica Latina, Portugal planejava assegurar esta parte do Brasil.Com as idias de independncia em expanso por todo o territrio nacional, no ano de 1821, aCoroa portuguesa ordenou Colnia prestar juramento Constituio lusa, exercendo presso poltica atravs de Cartas Rgias e decretos que tinham um carter de recolonizao do pas. O governador das Armas das provncias recebia instrues diretamente de Lisboa. Nesse ano, chegou ao Piau o major Jos da Cunha Fidi, elegendo-se a Junta Governativa que jurou fidelidade Constituio portuguesa.O governo portugus, pretendendo ficar com o Norte aps a Independncia, tomou algumas medidas concretas: enviou armas e munies para o Piau, desembarcadas em So Lus em outubro de 1820, bem como despachou, s pressas, Joo Jos da Cunha Fidi como governador das Armas um major, militar experiente, feroz defensor dos interesses de Portugal e veterano de guerra contra as tropas de Napoleo Bonaparte.A efervescncia poltica intranqilizava as autoridades lusas, e o ambiente na capital, Oeiras, era de tenso. As principais vilas como Campo Maior, Parnaba e a prpria capital, se agitavam com o aparecimento de pasquins sediciosos concitando o povo a rebelar-se contra os portugueses, boletins subversivos e panfletos de contedo liberal lanavam idias alarmando a Junta de Governo que exigiu do Juiz da Parnaba, Joo Cndido de Jesus e Silva, a abertura de uma devassa para descobrir os autores. Alegando que perseguir os culpados naquela hora seria fatalmente despertar simpatias pelo Brasil, em prejuzo dos interesses portugueses, este juiz se nega a fazer a devassa, despertando desconfiana nas autoridades de Oeiras, de um possvel envolvimento seu com os autores annimos dos panfletos. Desconfianas justificadas: o juiz tornou-se um dos lderes da Independncia em Parnaba. No Piau, a primeira vila a aderir ao ato de D. Pedro em 7 de setembro, foi Parnaba, num ato que surpreende alguns historiadores piauienses (19 de outubro de 1822 Dia do Piau).Imediatamente, as foras militares portuguesas sediadas na capital mobilizaram-se em direo a Parnaba para sufocar e reprimir o movimento. O Comandante das Armas Portuguesas cercou a vila, e suas principais lideranas foram foradas a se retirarem para o Cear a fim de escaparem da represso e buscarem apoio.Um dos mais sangrentos e conhecidos combates no Piau tornou-se um marco das lutas pelaIndependncia: a Batalha do Jenipapo serve para exemplificar o processo das lutas em que se constituiu a Independncia no Piau.A caracterstica marcante deste episdio est na composio das foras em luta. Enquanto as tropas portuguesas eram bem armadas, municiadas, disciplinadas e organizadas sob o comando de Major Fidi Comandante e Governador Geral das Armas os sertanejos formavam um exrcito organizado por voluntrios e convocados, armados de faces, chuos, ferres, machados, foices, algumas espingardas (usadas para as caadas) e at paus tostados foram utilizados como lanas. Estes dois exrcitos se confrontaram num combate no qual houve muita morte. Para combater o elemento portugus que significava a opresso, a populao foi convocada a pegar em armas e cada um, o vaqueiro e o roceiro foi mais pronto em alistar-se para o tributo de sangue. Ningum se recusou a acudir ao apelo e, dentro de trs dias, as fileiras engrossaram-se e uma numerosa multido ficou espera para o combate.Na ausncia do Major Fidi, em Oeiras (a capital), em 24 de janeiro de 1823 formalizou-se a independncia. Chamado com urgncia para acalmar os nimos, o Comandante das armas deslocou-se com parte da tropa, deixando guarnecida a vila de Parnaba. No percurso, no municpio de Campo Maior, deu-se o encontro de suas foras com os sertanejos piauienses e cearenses; um combate violento com durao de mais ou menos cinco horas, debaixo do forte sol do ms de maro de 1823 (dia 13). As tropas portuguesas foram vitoriosas, colocando em retirada as foras independentes.Considerando a organizao das foras em combate, os brasileiros (piauienses, maranhenses e cearenses) eram numericamente superiores aos portugueses, o que no garantiu a vitria; no campo de combate, os brasileiros esto entre o maior nmero de mortos e feridos. Os portugueses tinham a superioridade militar. Mas a luta continuou com os que conseguiram escapar. O Major Fidi, fustigado por grupos que resistiram e que adotaram tticas guerrilheiras contra o Exrcito portugus foi expulso do Piau depois de um ataque de surpresa, tomando-lhe praticamente todo o seu armamento e munio.Na continuidade das lutas que se estenderam durante aproximadamente seis meses, as tticas de guerrilhas foram usadas pelas foras brasileiras que conseguiram derrotar as foras militares portuguesas, em combates sucessivos. As vilas piauienses, pouco a pouco, uma a uma, vo aderindo Independncia no Piau e Maranho.A vila de Caxias foi ltima a aderir no Maranho, depois de duro combate e cerco. Era defendida pelo Comandante das Armas do Piau, que foi preso e enviado para Oeiras. De l para o Rio de Janeiro e depois para Portugal. Discutindo o Texto1) Explique os objetivos do governo portugus ao mandar o comandante das armas Joo Jos da Cunha Fidi para o territrio piauiense.2) Por que o processo de independncia no Piau foi diferenciado do restante do Brasil? 3) Cite e explique os significados das trs datas importantes do processo de independncia piauiense. 4) Determine a importncia histrica da Batalha do Jenipapo. 5) Explique os fatores que promoveram a vitria portuguesa na Batalha do Jenipapo.Questes de Vestibulares1) (UFPI 86) O surgimento da pecuria na formao econmica do Piau no se deu de forma espontnea, como se as condies inerentes ao desenvolvimento desta atividade ali estivessem por fora da prpria natureza, como se deu na descoberta do ouro em Minas Gerais. O aparecimento desta atividade deu-se, principalmente, em funo de todo um processo de expanso econmica e diviso do trabalho engenho/fazenda que j se vinha operando na principal explorao econmica colonial, o acar, sob um capitalismo comercial bastante desenvolvido (Bacellar, Olavo I. de B.. carta CEPRRO no 1, jan/jul/1981). Assinale a alternativa correta, tendo por base o texto acima.a)A pecuria piauiense estava ligada diretamente ao capitalismo comercial europeu.

b)A economia piauiense, na fase colonial, resultou dos recursos naturais disponveis.

c)O surgimento da pecuria no Piau deu-se de forma espontnea.

d)A pecuria no Piau veio substituir o cultivo da cana-de-acar.

e)A base econmica da sociedade piauiense resultou do desenvolvimento da economia nordestina no

perodo colonial.a) implantao da agroindstria aucareira no Meio-Norte.

b)s presses estrangeiras em seu litoral, especialmente holandesas e francesas, desencadeadoras da

c) implantao do mercado internacional ao qual nossa economia estava atrelada.

d) expanso da pecuria como desdobramento da interiorizao do gado a partir do Vale do So

2) (UFPI 87) O processo de povoamento no Piau, realizado no perodo colonial, se associa: construo de fortes e formao de ncleos urbanos.e) crise do sistema colonial representada pela implantao de uma economia auto-suficiente de

Francisco. substituio de importaes.3) (UFPI-90) No Piau, o povoamento se processou em duas direes convergentes para o Mdio Parnaba (entre o Gurguia e o Poti). Uma onda povoadora, cujas vanguardas foram os paulistas de Domingos Jorge Velho, instalou-se na confluncia do Parnaba com o Poti. A outra era:a)Composta de baianos e pernambucanos, vindos dos sertes de Cabror para noroeste, estabelecendo-se

b)Formada de cearenses oriundos do Cariri que se fixaram em Jerumenha (Santo Antnio do Gurguia),

c)Organizada por paraibanos provenientes da Chapada do Araripe, que se fixaram na freguesia de

na regio da povoao de Mocha. quase na confluncia do Gurguia com o Parnaba.d)Liderada por maranhenses que se deslocaram do povoado de Nossa Senhora da Graa ou Arari, no

e)Formada por Tapuias do Cariri que fixaram em Marvo (Nossa Senhora do Ran