resumo de história

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  • Pr-Vestibular Comunitrio Vetor

    Calendrio das aulas de Histria Geral em 2006:

    1a Parte do Curso - Aulas com durao de uma hora:

    Aula no. 0 - Apresentao e reflexo sobre o vestibular Aula no. 1 - O feudalismo e a crise do feudalismo na Europa ocidental Paixo de Cristo Aula no. 2 - A Formao dos estados nacionais, enfoque sobre o caso de Portugal Aula no. 3 - O Estado moderno: absolutismo e mercantilismo Aula no. 4 - O Renascimento Semana Santa Primeira aula especial: Passeio pelo centro histrico do Rio de Janeiro Aula no. 5 - A Amrica pr-colombiana Aula no. 6 - A colonizao da Amrica Aula no. 7 - As reformas religiosas na Europa Corpus Christi Aula no. 8 - As revolues inglesas Aula no. 9 - A Revoluo cientfica e o Iluminismo do sculo XVIII Aula no. 10 - O Despotismo esclarecido Segunda aula especial: Vdeo Aula no. 11 - A Independncia dos Estados Unidos Aula no. 12 - A Revoluo industrial, aula 1: as causas da Revoluo industrial Aula no. 13 - A Revoluo industrial, aula 2: a revoluo e suas conseqncias Aula no. 14 - A Revoluo francesa, aula 1: causas da Revoluo Francesa Aula no. 15 - A Revoluo francesa, aula 2: as eras das instituies e das antecipaes

    2a parte do curso - aulas com durao de duas horas:

    Aula no. 16 - O Imprio napolenico e a independncia dos pases latino-americanos Aula no. 17 - As revoltas e revolues, idias e ideologias da Europa do sculo XIX Aula no. 18 - A industrializao da Europa continental e unificaes italiana e alem Terceira aula especial: Msica e Histria Aula no. 19 - A guerra de Secesso americana e expansionismo dos EUA Aula no. 20 - O imperialismo na frica e na sia Aula no. 21 - A Amrica Latina no sculo XIX e a Revoluo Mexicana Aula no. 22 - A primeira guerra mundial Aula no. 23 - A revoluo russa Aula no. 24 - A crise de 1929 e a depresso dos anos 30 Aula no. 25 - Os fascismos e a segunda guerra mundial Aula no. 26 - A Guerra fria Aula no. 27 - A revoluo chinesa Aula no. 28 - As lutas de libertao nacional na frica e na sia Aula no. 29 - A Amrica Latina contempornea Aula no. 30 - O Oriente Mdio contemporneo e o mundo rabe Aula no. 31 - O fim da URSS e a nova ordem mundial

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    Histria Geral - Aula no 1 - O feudalismo e crise do feudalismo na Europa ocidental

    1. O Feudalismo, conceituao: . O que foi: Feudalismo foi o modo de organizao da sociedade na Idade Mdia (sculos V ao XV) na

    Europa. Sua caracterstica maior a servido, relao social de produo onde h dependncia e explorao entre o senhor e o servo. Basicamente, o servo trabalhava nas terras do senhor e o senhor tinha que defender o servo. Vejamos outras caractersticas do feudalismo.

    . Descentralizao poltica: Apesar de haver reis e reinos com grandes territrios, quem realmente tinha o controle das diversas regies da Europa eram os senhores feudais, cada um tendo controle sobre o pequeno senhorio, estando a Europa dividida, portanto, em pequenssimos estados, cada um com o seu senhor.

    . Produo para o consumo: Diferentemente do capitalismo, no regime feudal produziam-se bens essencialmente para o consumo dos habitantes do prprio senhorio. Assim, produzia-se apenas o po que iria ser consumido no senhorio e no mais do que isso, a produo no era feita em funo do comrcio, apenas o excedente de produo era vendido para o mercado.

    . Pequeno comrcio e pouca movimentao de pessoas: O comrcio entre as diversas regies da Europa era pequeno assim como a movimentao das populaes, principalmente na primeira parte da Idade Mdia, a Alta Idade Mdia (sculos V ao X). O comrcio e a urbanizao aumentaram na Baixa Idade Mdia (XI-XV).

    . Trs ordens sociais: A sociedade medieval poderia ser dividida em trs ordens ou grupos. Os que lavram, os camponeses que eram servos; os que guerreiam, a nobreza feudal que lutava nas guerras; e os que oram, o clero, membros da Igreja que, nesse perodo tinham grande prestgio. Tanto a nobreza os cavaleiros como o clero eram proprietrios de terra e, portanto, senhores feudais.

    . Predomnio da Igreja romana e teocentrismo: A Igreja catlica era muito poderosa nesse tempo, podendo ser considerada a maior fora da Idade Mdia, mais que os reis e senhores feudais. Tudo nesse perodo era explicado atravs da religio, de Deus e a superstio era muito forte entre todas as pessoas.

    . Condenao do lucro e da usura (juros) pela Igreja: Um ponto importante da doutrina da Igreja nesse perodo era a condenao do lucro e da usura, que se tornaram empecilhos para o crescimento do artesanato e comrcio, tornando-se um ponto de conflito entre a Igreja e a burguesia que estava surgindo na Baixa Idade Mdia. Essa condenao do lucro e o fato de a produo no ser voltada para o comrcio eram empecilhos para o desenvolvimento da burguesia.

    2. Crise e queda do feudalismo: . A Baixa Idade Mdia (XI-XV): Aps o fim das invases brbaras da Alta Idade Mdia, a populao na

    Europa comea a crescer, levando em seguida expanso do comrcio e ao surgimento das cidades, o que iria trazer grandes mudanas para a Europa.

    . Expanso do feudalismo: As inovaes tcnicas, o aumento da mo-de-obra e o fim das invases permitiram a produo de um excedente da produo nos senhorios que era vendido. Isso cria um certo comrcio e uma classe mercantil, que transportava e comercializava essa produo. Novas terras comeam a ser exploradas e o feudalismo se expande, surgindo grandes movimentos mercantis como o comrcio martimo e as Cruzadas, expanso do feudalismo europeu para o Oriente.

    . Feiras e burgos: Com o aumento do comrcio, surgem as feiras, lugar onde se vendia o excedente de produo dos senhorios. Elas logo cresceram e deixaram de ser temporrias para serem permanentes, virando cidades ou burgos. Os comerciantes e artesos que se estabeleciam nessa regio compravam as terras dos senhores e faziam burgos livres dos senhores feudais. Para l fugiriam os servos, reforando a produo dessas cidades.

    . Burguesia: O artesanato nas cidades se organizava atravs das corporaes de ofcio, que eram as unies hierarquizadas de artesos que faziam um mesmo produto. Os chefes dessas corporaes, mestres de ofcio, e os comerciantes se enquadram no perfil da nova classe que estava surgindo, a burguesia.

    . Crise do sculo XIV: Nesse sculo, uma grande crise de fome, peste e guerras assola a Europa matando um tero da sua populao. Essa crise ir acentuar as modificaes que j vinham ocorrendo no campo e, principalmente, ir acentuar a fuga de camponeses para as cidades.

    . Crise final do sistema: Com a fuga de servos para as cidades, a revolta de outros e a morte de mais camponeses com a peste e a fome, os senhores feudais entram em crise e muitos vo perder seus postos. As relaes no campo na Europa Ocidental no vo mais se basear na servido. Era a decadncia do feudalismo e o fim da Idade Mdia.

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    Histria Geral - Aula no 2 - A formao dos estados nacionais, enfoque sobre Portugal

    1. A formao dos estados nacionais, caractersticas gerais: . Acordo entre nobreza, clero e burguesia: Com o enfraquecimento da classe feudal os senhores de terra ,

    as monarquias vo conseguir se fortalecer no panorama europeu. As novas monarquias so chamadas de absolutas, caractersticas da Era Moderna na Europa (sculos XV-XVIII). Essa monarquia onde aparentemente o rei tem todo o poder do Estado , na verdade, um Estado com a preponderncia do clero e da nobreza, tendo tambm a presena importante da burguesia.

    . Mercado nacional unificado: Interessa ao comrcio e produo dos burgos um estado nacional onde no se precise pagar taxas para atravessar os senhorios (como acontecia na Idade Mdia), onde os pesos e medidas sejam os mesmos em todo o territrio nacional e a moeda seja a mesma em todo o reino. Tudo isso cumprido no novo estado que est surgindo. O mercado nacional unificado pelos interesses do comrcio e da produo da burguesia.

    . Lngua nacional: nesse mesmo perodo que surgem as lnguas nacionais europias. Elas so importantes para que todos no pas se entendam na fala e na escrita e o Estado se faa presente em todo o territrio com uma lngua comum. O surgimento das lnguas nacionais marcado pela publicao de grandes obras literrias nacionais.

    . Reduo do poder da Igreja e do papa: Se durante a Idade Mdia, o poder do papa se fazia presente em toda a Europa fragmentada em pequenos senhorios, agora na Era Moderna, o poder papal encontrar dificuldade de se impor diante de poderosos estados nacionais. H diversos conflitos entre a Igreja e os Estados recm-surgidos.

    . Casos particulares: Apesar de haver caractersticas gerais ao surgimento dessa nova forma de organizao poltica, o estado nacional, cada pas se unificou em condies especficas: A Espanha se unificou pela luta de vrias casas de nobreza contra os muulmanos na pennsula ibrica, a chamada guerra de Reconquista. No final do conflito, o rei de Arago se casou com a rainha de Castela unificando o territrio; a Frana fortaleceu a sua monarquia e o seu exrcito com a guerra dos cem anos contra a Inglaterra; a Inglaterra teve a especificidade de manter forte os poderes regionais atravs do parlamento durante a Idade Mdia, que no era completamente submisso ao rei; Itlia e Alemanha no conseguiram se unificar, s o fazendo no sculo XIX, j no contexto das revolues burguesas.

    2. A unificao de Portugal: . Uma regio voltada para o mar: Tambm dominada pelos mouros muulmanos ibricos assim como

    a Espanha, Portugal surgiu na luta de Reconquista contra os mouros, que chegaram na pennsula no sculo VIII. Desde cedo, Portugal mostrou uma forte tendncia para a pesca e o comrcio, visto que era o entreposto martimo entre as duas principais regies de comrcio da Europa, as cidades italianas e Flandres. Assim, conseguiu se organizar facilmente para a expulso dos mouros. No sculo XII, todos j tinham sido expulsos da regio, diferentemente da Espanha que s expulsou os ltimos muulmanos do seu territrio em 1492.

    . Feudalismo diferente, centralizado: O condado Portucalense surge como um estado vassalo de Castela, tornando-se independente em 1139. Portugal se caracterizava no incio por ter um feudalismo muito centralizado, diferente de outros feudalismos na Europa. O rei tinha mais poder do que em outras regies da Europa, o feudalismo iria acabar no pas com a Revoluo de Avis de 1385.

    . Decadncia do feudalismo em Portugal: O rei era forte em Portugal e, opondo-se aos senhores feudais, faz um amplo incentivo fuga dos servos e tambm a criao das feiras de comrcio. Os senhores feudais vo se enfraquecer e desesperadamente tentam se aliar a Castela para manter o poder sobre os senhorios. Isso detona a guerra que trar a formao do moderno estado portugus, a chamada Revoluo de Avis.

    . Revoluo de Avis: Em uma disputa dinstica, dois postulantes ao trono se confrontam em uma guerra. A casa de Borgonha era aliada aos senhores feudais portugueses e ao poderoso reino de Castela. Do outro lado, Dom Joo da casa de Avis, aliado dos comerciantes portugueses, dos pescadores e mestres de ofcio. A vitria de Dom Joo I e marca o fim do feudalismo em Portugal e o incio do estado nacional monrquico portugus. Com essa unificao adiantada do pas, os lusitanos sero o primeiro povo a navegar pelos oceanos em busca de riqueza. Nesse momento, Portugal uma das regies mais avanadas comercialmente da Europa, sendo o primeiro Estado a se unificar de fato.

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    Histria Geral - Aula no 3 - O Estado moderno: absolutismo e mercantilismo

    1. Apresentao: A poca moderna um perodo de transio entre o feudalismo medieval para o capitalismo

    contemporneo. Apesar de formas de trabalho semelhantes servido continuarem comuns no campo, existe uma burguesia mercantil e manufatureira com certo poder. Em funo desse quadro social complexo em que coexistem burguesia e nobreza, existe uma forma prpria de Estado, o estado absolutista e uma teoria e poltica econmica de forte interveno do Estado tambm restrita a esse perodo histrico, o mercantilismo.

    2. O Absolutismo: . Conceituao: O nome absolutismo d a falsa idia de que o rei tem poderes absolutos, totais. Na

    verdade, o rei serve como um ponto de equilbrio entre os conflitos existentes entre as classes sociais daquela sociedade burguesia, nobreza e campesinato. Em funo desse quadro contrastante, o rei representava o poder que terminaria com todos os conflitos. Na verdade, o rei tinha que jogar com as presses desses grupos sociais. A classe hegemnica daquele meio, no entanto, era a classe que se sustentava a partir do controle da terra, ou melhor, a nobreza e o clero.

    .Antigo regime: o nome dado ao regime absolutista pelos iluministas do sculo XVIII de uma forma pejorativa. Na histria sinnimo de monarquia absoluta ou absolutismo.

    . Tericos do absolutismo: O poder absoluto era legitimado atravs de discursos. Esses discursos foram importantssimos para que o regime se consolidasse e fosse aceito por todos. As principais teorias so:

    . O Direito divino dos reis: Le Bret, Bodin e Bossuet so tericos franceses que afirmam que os reis tm uma origem divina e por isso tm a legitimidade para governar. Essa a principal base de sustentao terica do regime absolutista. Portanto, a figura do rei nos tempos modernos sagrada.

    . O Leviat: Hobbes afirma que o homem o lobo do homem e sem um governo forte e coercitivo, o homem pode se destruir. Diante dessa animalidade humana, necessrio um governo forte na mo de um rei.

    . Maquiavel: Esse autor escreveu o livro O Prncipe mostrando como os reis italianos de seu tempo agiam, como eram anti-ticos e arbitrrios, mostra como eram os regimes absolutistas de seu tempo.

    3. Mercantilismo . O que : a teoria e a prtica econmica dos estados modernos, das monarquias absolutas. Tem como

    caracterstica fundamental a interveno do Estado na economia para o fomento da riqueza nacional. Pressupe que a riqueza no se reproduz, ela limitada na natureza, por isso os estados europeus vo ter longas e numerosas guerras para ter essa riqueza. Essas medidas tm o objetivo tambm de fortalecer o poder dos ainda fracos Estados nascentes. Existem ainda aspectos especficos do mercantilismo:

    . Metalismo ou bulionismo: o fator maior do sistema mercantilista que vai explicar todas as outras caractersticas desse sistema. Pensava-se na poca que toda a riqueza do mundo estava nas pedras preciosas e outras riquezas naturais, principalmente o ouro e a prata. A riqueza de um pas media em quanto ouro e prata havia em seu territrio. Diante disso, os pases europeus restringem a sada de ouro e prata dos seus territrios, tentando trazer o mximo desses metais para dentro se suas fronteiras.

    . Balana comercial favorvel: Os pases europeus traaram vrias formas de se conseguir essa riqueza em metais. Com a balana comercial favorvel, exportando-se mais do que se importava, o reina adquiria metais de outros reinos. Todos os pases europeus tentavam manter esse saldo positivo na balana.

    . Colonialismo: Consistia na aquisio matrias-primas de alto valor, ouro e prata nas colnias no ultramar e a venda de produtos manufaturados para estas regies. Era mais uma forma de enriquecimento.

    . Industrialismo: Era o fomento da produo de manufaturas, principalmente para exportao, objetivando uma balana favorvel. Essa uma caracterstica mais tardia do mercantilismo, dos sculos XVII e XVIII. As unidades fabris desse perodo no so as mesmas da Revoluo Industrial, so manufaturas.

    . Populacionismo: O poder de uma nao tambm era medido pela populao que havia no reino. Isso porque a populao mostrava o tamanho do exrcito que o pas podia montar e a produo de alimentos e manufaturas que esse pas podia ter, especialmente em perodos de guerra.

    . Contraste com o liberalismo: A teoria econmica que surge no final do sculo XVIII e consolida-se no sculo XIX, o liberalismo, nasce da crtica dessas prticas mercantilistas. O liberalismo defende a no interveno do Estado na economia, j que as leis naturais do mercado regulariam automaticamente a economia.

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    Histria Geral - Aula no 4 - O Renascimento

    1. Renascimento, conceituao: . O que foi: Foi a efervescncia artstica e cultural vivida nos sculos XV e XVI na Europa Ocidental que

    marca o incio da Era Moderna e o nascimento do universo burgus, especificamente em sua face cultural. No Renascimento, fica claro o rompimento com a Idade Mdia em grande parte de seus elementos. , sobretudo, a exposio do universo e dos valores da nova classe emergente, a burguesia.

    . Quando e onde: O Renascimento foi um movimento restrito Europa Ocidental catlica. Seu epicentro foi certamente a Itlia e de modo mais especfico, a cidade de Florena. Desde o meio da Baixa Idade Mdia j se via um florescimento das artes e da cultura, mas isso tomou uma forma ampla mesmo apenas no sculo XV. A partir deste momento ela sair da Itlia e ganhar todo o espao da Europa Ocidental.

    2. Elementos do Renascimento: . Estudo dos clssicos greco-romanos: Um dos elementos que sublinham o afastamento com a Idade

    Mdia a visitao dos textos e livros clssicos da Antiga Grcia e do Imprio Romano. Reliam-se os textos polticos, admirava-se a arte daqueles povos e os seus conhecimentos sobre a natureza e o mundo. Inclusive a religio pag desses povos antigos traz interesse, mas o catolicismo no chega a perder fora diante disto.

    . Humanismo: Ao contrrio do extremo peso que tinha a Igreja e Deus na cultura medieval, agora a ateno voltada para o homem. Este, agora, constri o seu mundo, o homem pode construir o seu conhecimento, conhecimento que pode modificar o mundo. O prprio conhecimento e as aes do homem na Terra no se justificam mais unicamente por Deus. Fala-se de um antropocentrismo o homem no centro de tudo moderno ante um teocentrismo medieval.

    . O indivduo e a razo: A noo individual do mundo passa a ser valorizada contra uma viso mais comunal ou religiosa, caracterstica da Idade Mdia. E esse indivduo usa a razo para compreender o mundo. A razo, durante a Idade Mdia, era menos importante do que a f, era submissa a esta.

    . Avano do conhecimento e da tcnica: Surge nesse perodo a origem do que depois ser chamado de cincia. A razo agora ser valorizada, mas ainda no ser mais importante do que a f. O conhecimento racional das coisas comea a ganhar corpo para depois triunfar no Iluminismo no XVIII. Durante o Renascimento e os sculos seguintes, constata-se um grande avano de todos os campos do conhecimento e da tcnica.

    . As artes: De forma bem ampla, as artes vo ser renovadas. Novas tcnicas, novas formas de se fazer arte e tambm novos elementos artsticos sero introduzidos enriquecendo e diversificando bastante o campo das artes na Europa. As artes vo ser financiadas pelos mecenas, homens ricos burgueses ou nobres que patrocinavam os artistas para que estes fizessem as suas obras de arte. Com esse financiamento, surgem alguns artistas profissionais, o que antes no existia. Essa arte, porm, no voltada para as massas, mas para uma pequena elite apenas.

    . A imprensa, as lnguas e as grandes obras literrias: Um grande avano tcnico do perodo a inveno da imprensa. Com ela, as obras literrias sero difundidas mais rapidamente, haver um pequeno impulso para a reduo do analfabetismo, mas a maioria da populao europia ainda continuar analfabeta. Nesse momento surgiro as lnguas nacionais, principalmente a partir de grandes obras literrias nacionais. Cada pas que se unifica e ganha a sua lngua prpria, tendo tambm a sua prpria obra-me. Assim, Os Lusadas de Lus de Cames tido como a certido de nascimento da lngua portuguesa, junto com outros escritos portugueses do mesmo perodo. O Dom Quixote de Miguel de Cervantes a principal obra espanhola do perodo e um marco para a fundao do idioma castelhano. A Utopia de Thomas Morus e as obras de Shakespeare so marcos fundantes da lngua inglesa e assim por diante.

    . O elitismo do Renascimento: Vale lembrar que nessa poca poucos eram os que sabiam ler e tambm eram poucos os que tinham acesso arte. Essa arte que surge no Renascimento era fortemente elitista, poucos tinham acesso a esta arte e poucos tambm podiam entend-la.

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    Histria Geral - Aula no 5 - A Amrica pr-colombiana e a colonizao da Amrica

    1. A Amrica Pr-colombiana: Diversidade: A Amrica, antes da chegada dos europeus em 1492, era densamente habitada. Estima-se

    entre 80 a 100 milhes o nmero de habitantes do continente naquele perodo. Havia grupos em vrios estgios de desenvolvimento, desde grupos semi-nmades que usavam a agricultura de maneira no generalizada como os ndios encontrados no Brasil at as grandes civilizaes Inca, Asteca e Maia. Os maias tinham como organizao a cidade-estado e desapareceram como civilizao antes da chegada dos europeus. Os incas e astecas se organizavam em grandiosos imprios onde hoje ficam aproximadamente o Peru e o Mxico. Ambas civilizaes foram destrudas pelos espanhis.

    2. A conquista e a colonizao: . O Genocdio: Se existiam por volta de 100 milhes de habitantes na Amrica no final do sculo XV, no

    final do sculo XVI, os indgenas no passavam de 10 milhes devido conquista europia. Foi o maior genocdio da Histria. As duas grandes civilizaes foram dominadas e seus complexos sistemas produtivo e poltico foram tomados pelos espanhis. Milhes de ndios foram escravizados pelos conquistadores. A violncia da invaso fez tambm minguar e at fez desaparecer as culturas desses povos.

    . Traos gerais das colonizaes: Todas as dominaes feitas pelos diversos povos europeus foram marcadas pela extrema violncia dos brancos e pelo objetivo maior da colonizao, o enriquecimento dos conquistadores e de seus pases de origem.

    . O Colonialismo: A colonizao da Amrica se deu dentro do quadro do mercantilismo europeu, ela buscava o enriquecimento da nao de origem. A colnia deveria se especializar na produo de produtos primrios de alto valor no mercado europeu, como o ouro, a prata, o acar, o tabaco, o algodo, o cacau, etc. Esses produtos s podiam ser vendidos para a metrpole colonizadora o exclusivo comercial que revenderia os mesmos produtos no mercado europeu. A metrpole vendia tambm produtos manufaturados do reino para as colnias e estas eram proibidas de produzir qualquer artigo que concorresse com a produo metropolitana. Tambm importante era o comrcio de mo-de-obra, o trfico de escravos africanos e indgenas que davam tanto lucro aos comerciantes metropolitanos e locais. Esses princpios norteavam todas as colonizaes na Amrica, com a exceo de regies conquistadas mas no colonizadas, como o Norte das treze colnias inglesas e outras poucas regies da Amrica.

    . A colonizao espanhola: Segundo o Tratado de Tordesilhas de 1494 que em seguida no foi respeitado a Espanha ficaria com a maior parte do continente americano. Os espanhis foram o primeiro povo europeu a chegar nas novas terras, o primeiro a achar grandes riquezas e a iniciar a colonizao no incio do XVI. Logo, foi descoberto ouro no Mxico asteca e prata em grande quantidade no Imprio Inca, regies do atual Peru e Bolvia. Fez-se uma grande empreitada mineradora, usando-se mo-de-obra compulsria (obrigatria) indgena, seguindo formas de trabalho que existiam na regio antes da chegada dos europeus. Outras reas da Amrica hispnica se especializaram na pecuria, agricultura e atividade porturia em funo daquelas reas mineradoras.

    . Colonizao portuguesa: Um pouco mais tardia que a espanhola, foi especializada na produo de produtos agrcolas, como a cana-de-acar e derivados na costa Nordeste do Brasil atual, utilizando-se do trabalho escravo indgena e africano. No XVIII, houve forte minerao de ouro e diamante no interior do territrio, com a utilizao do mesmo tipo de mo-de-obra.

    . Colonizao francesa: Mais atrasada, deu-se em regies teoricamente j dominadas pelas potncias ibricas, como Quebec (leste do Canad atual), Louisiana (atual regio dos EUA), na costa portuguesa fundando cidades como o Rio de Janeiro e So Luiz depois reconquistadas pelos portugueses , no Haiti e outras localidades. No sculo XVIII, desenvolveu uma poderosa produo escrava aucareira no Haiti.

    . Colonizao inglesa: A mais tardia, deu-se apenas no sculo XVII, majoritariamente na costa Leste da Amrica do Norte. Na faixa Sul do territrio, desenvolveu-se a colonizao de fato com grandes propriedades e trabalho escravo que produziam tabaco, acar e outros produtos para exportao. No Norte do territrio, no h colonialismo ou pacto colonial , h apenas uma faixa livre de terra para onde perseguidos religiosos e polticos de toda a Europa fugiam. L, eles se estabeleciam gratuitamente em pequenas propriedades.

    . Colonizao holandesa: De menor importncia, estabeleceu territrios nas Antilhas e no Norte da Amrica do Sul o atual Suriname principalmente com produo de cana-de-acar. Muito importante tambm foi a ocupao holandesa no Nordeste da Amrica portuguesa de 1630 a 1654.

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    Histria Geral - Aula no 7 As Reformas religiosas

    1. Introduo: . Conceituao e contextualizao: As reformas religiosas ocorreram no sculo XVI na Europa e tm

    certa diversidade. Trata-se de um grande movimento, mltiplo, de contestao da velha religio catlica em sua forma medieval. Este movimento adequou a religio aos novos tempos, nova sociedade que emergia nos tempos modernos com a marcada presena da burguesia. O velho catolicismo feudal, do dzimo obrigatrio, das missas em latim, da condenao da usura e do grande lucro no davam mais conta dos interesses e modo de vida dessa classe ascendente, a burguesia, e de toda nova vida material existente na Europa Ocidental.

    2. A reforma protestante: . Crticas Igreja: A primeira reforma e a detonante de todas as outras, a reforma luterana, parte de uma

    crtica interna na Igreja. As crticas de Martim Lutero se dirigiam corrupo do clero, ao enriquecimento da Igreja, venda de indulgncias uma forma de perdo religioso e de outros artigos religiosos diversos, inclusive terrenos no cu. Criticava-se tambm a condenao feita pela Igreja aos juros, ao lucro e a outras prticas dos comerciantes e burgueses em geral.

    . O Luteranismo: Lutero, um monge alemo da Igreja, faz essa srie de crticas a esta em 1517, tornando-se logo um inimigo dela at ser excomungado. Ele defendia que a Bblia fosse traduzida nas lnguas nacionais e no fosse s em latim como era at ento, defendia a salvao pela f e condenava o excesso dos ritos catlicos. Consegue uma legio de seguidores na Alemanha, dentre camponeses, comerciantes e prncipes. Os camponeses alemes interpretam os ensinamentos luteranos como palavras de libertao contra a opresso senhorial e fazem uma revolta. So massacrados pelos prncipes alemes com o apoio de Lutero.

    . Calvinismo: Calvino um suo seguidor de Lutero, ele reformula as palavras deste, dando origem a outra seita protestante em seguida, surgiro vrias destas. Cria a teoria da predestinao, onde o homem j nasce com um destino certo aps a morte escolhido por Deus, certo j se ele ir para o inferno ou o paraso.

    . Expanso e guerras: O protestantismo rapidamente se expandiu a partir da Alemanha e da Sua, passando a ser a religio dominante do Norte da Europa. Essa expanso levou a vrias guerras entre catlicos e protestantes entre os pases europeus e tambm dentro desses pases.

    3. A Reforma Anglicana: . Uma religio nacional: O rei da Inglaterra nunca teve muito poder em seu pas devido fora da

    nobreza representada no parlamento, existente desde a Idade Mdia. Henrique VIII, rei ingls, resolve nacionalizar em nome da Coroa todas as propriedades da Igreja catlica no pas, sendo apoiado pelo Parlamento. Vrios sacerdotes catlicos foram mortos e a Igreja Catlica passa a ser Igreja Anglicana em 1534, onde o rei era o chefe supremo da mesma. A Coroa fica com as enormes propriedades rurais catlicas em seu pas, vendendo e alugando essas terras. Isso leva a um grande incremento do poder real no pas.

    4. A Reforma Catlica ou Contra-Reforma: . Planejamento do contra-ataque: A Igreja Catlica no ficou parada ao ver seu poder sendo atacado.

    Convocou o Conclio de Trento (1545-1563) que reformulou a Igreja Catlica, preparando o contra-ataque ao protestantismo. Vrias so as mudanas e medidas desse Conclio.

    . Fatores da Contra-Reforma: A prpria Igreja Catlica se reformou, adequando-se aos novos tempos e nova sociedade europia. Muitas das crticas luteranas feitas Igreja foram admitidas pela hierarquia catlica e decises foram tomadas a respeito. Criticava-se que muitos padres no estavam preparados para exercer a funo e s viravam padres as pessoas com maior projeo social. Foram criados ento os seminrios, onde os padres iriam ser preparados para exercer a funo. Foi instalado nos pases majoritariamente catlicos Portugal, Espanha, Itlia, Frana e outros o Tribunal do Santo Ofcio, a Inquisio, que perseguia os hereges, os judeus, protestantes e outros, condenando-os a punies diversas. Foi criado o ndice, lista de livros proibidos que deveriam ser queimados nos pases catlicos. Foi criada a Ordem dos Jesutas que tinha o objetivo de propagar a f catlica pelo mundo. Estes foram muito importantes na Amrica portuguesa e espanhola, sendo donos de fazendas, usavam largamente o trabalho compulsrio indgena em misses e fazendas e tinham a funo de educar os filhos da elite colonial. A dureza das decises do Conclio levou judeus estabelecidos em Portugal e Espanha a fugirem para pases com religio livre como os Pases Baixos ou a virar cristos novos nesses pases.

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    Histria Geral - Aula no 8 - As revolues inglesas do sculo XVII

    1. Conceituao da Revoluo inglesa: . O que foi: A Revoluo inglesa ou revolues do sculo XVII se deu entre 1640 a 1688 e marca o fim

    do regime absolutista na Inglaterra. o primeiro grande pas europeu a dar fim monarquia absoluta. No toa, ser o primeiro pas industrializado do mundo e a maior potncia do sculo XIX. Vejamos atravs do desenvolvimento do pas desde o fim da Idade Mdia porque isso ocorreu primeiramente na Gr-Bretanha.

    2. A mercantilizao da sociedade, do sculo XIII ao sculo XVII: . A Magna Carta e o parlamento: Desde a Baixa Idade Mdia, a nobreza britnica no aceita facilmente a

    centralizao do poder na Coroa. Atravs da Magna Carta de 1215, os nobres ingleses exigem que se crie um parlamento que, depois, no sculo XIV ser dividido entre Cmara dos Lordes e Cmara dos Comuns para limitar o poder real.

    . A criao de ovelhas e os cercamentos: A partir do sculo XIV, a Inglaterra passa a ser um grande criadouro de ovelhas para exportao de l para a Holanda. Para tal, expulsam-se os camponeses de suas terras e transformam-se propriedades coletivas em privadas pertencentes aos nobres , so os cercamentos. Os camponeses sem terra passam a trabalhar por salrios ou a arrendar (alugar) terras de proprietrios. Os camponeses perdem o controle das terras e estas passam a ser propriedades privadas comercializveis. importante ressaltar a violncia desse processo com os camponeses. Estes fizeram vrias revoltas massacradas duramente pelo Estado. Muitos acabaram virando desocupados sem terra.

    . As manufaturas: Aos poucos se desenvolveram tambm nessas reas rurais manufaturas de l e, em menor escala, de outros produtos. Utilizavam essa mo-de-obra ociosa do campo expulsa pelos processos de cercamentos. Existiam, inclusive, leis que obrigavam essas pessoas desocupadas a trabalhar em regime semi-escravo nas manufaturas dessa burguesia agrria que tinha seus rendimentos principais do arrendamento da terra.

    . A Guerra das duas rosas e o absolutismo: Esta guerra (1455-85) foi a luta de duas casas de nobres pelo controle da monarquia, que estava sem herdeiros. Ao final da guerra, a nobreza estava enfraquecida e o rei detinha grande poder, formando-se o absolutismo ingls com Henrique VIII, Elizabeth I e outros.

    . A reforma anglicana: Henrique VIII s pode dar o golpe da Reforma anglicana porque passava por uma conjuntura de centralizao do poder no rei. Essa Reforma ajudou a introduo do capitalismo no campo, com a venda e arrendamento das terras da Igreja confiscadas pelo Estado. Este processo j estava em curso com os cercamentos e arrendamentos. No entanto, o anglicanismo no foi a nica religio que surgiu na Gr-Bretanha no perodo, vrias seitas protestantes - chamados em conjunto de puritanos - surgem na ilha nesse instante, opondo-se aos anglicanos.

    3. Etapas das Revolues inglesas: . Revoluo puritana (1642-49): O reinado de Carlos I (1625-49) foi de forte perseguio aos puritanos e

    acmulo de poder real. O parlamento, os puritanos e a burguesia rural os que exploravam a terra buscando lucro juntaram-se contra o rei e seus cavaleiros e venceram.

    . Protetorado de Cromwell (1649-1658): O lder dos parlamentares, Oliver Cromwell, instaurou uma ditadura marcada pelas prticas mercantilistas atravs dos Atos de Navegao. Colonizou-se a Jamaica e incentivou-se a marinha mercante, dando grande fora ao comrcio britnico.

    . Perodo a restaurao monrquica (1660-1688): Com a morte de Cromwell, os reis voltaram a governar a Inglaterra convidados pelo Parlamento. No entanto, o rei Jaime II tentou novamente o absolutismo e as Cmaras reagiram. O rei foi expulso do pas sem ser preciso derramamento de sangue. Nesse perodo, foi institudo o habeas corpus no pas, instrumento jurdico que defende o indivduo contra o poder arbitrrio do Estado.

    . Revoluo Gloriosa (1688): Jaime II foi expulso do pas e Guilherme de Orange foi convidado a ser rei da Inglaterra, tendo antes que assinar um juramento, a Declarao de Direitos, onde o poder do rei era quase nulo e o Parlamento governava.

    .Concluso: A partir de 1688 no h absolutismo na Inglaterra, o poder poltico est concentrado no Parlamento e a sociedade, fortemente mercantilizada, faz seu rumo em direo industrializao.

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    Histria Geral - Aula no 9 - A Revoluo Cientfica do sculo XVII e o Iluminismo setecentista

    1. Introduo: . A cincia: Pode-se dizer que a Cincia como ela mais ou menos hoje surgiu na Europa do sculo

    XVII, principalmente com os trabalhos de Galileu, Descartes e Newton. Trata-se de uma forma de pensar nova, baseada na relao de conhecimento entre sujeito e objeto e tem como primado central o uso da razo.

    . O Iluminismo ou Ilustrao: Foi um movimento de pensadores do XVIII herdeiros de Descartes e que defendiam a liberdade, o racionalismo, o progresso do homem, o fim do absolutismo e o anticlericalismo. O movimento iluminista mais conhecido o francs, mas h iluministas em outros pases. Foi importantssimo, pois deu embasamento terico s revolues burguesas e todo o mundo burgus do sculo XIX.

    2. O surgimento da cincia moderna: . O mtodo cientfico: O sculo XVII marcado pelo surgimento do mtodo cientfico e, por

    conseqncia, da prpria cincia. Condenava-se a tradio e todas as formas de conhecimento no racionais. Descartes foi o principal nome nesse assunto. Ele criou o modelo de cincia com a relao de sujeito com o objeto. Ainda, a nova cincia deveria ser experimental, ou melhor, comprovar-se com o experimento.

    . O avano cientfico: Estudos feitos no sculo XVI e XVII ajudaram a institucionalizar essa nova forma de conhecimento. Importantssimos so os estudos de Galileu sobre a astronomia e a gravidade. A consolidao dessas teorias se d com Newton e as leis da fsica.

    3. A Ilustrao: . Quadro geral: O Iluminismo pode ser considerado uma viso especfica da burguesia sobre a realidade,

    ou melhor, trata-se de uma ideologia burguesa. Das obras dos autores da Ilustrao, importantes so os escritos sobre poltica: falam do quadro poltico daquele perodo e sobre a forma ideal de governo. O que se pregava para a Frana da poca era a revoluo para que se findasse o absolutismo no pas como ele acabou na Inglaterra. Alguns filsofos ganharam grande destaque nesse perodo.

    . Locke e a Revoluo Gloriosa: John Locke, que pode ser considerado um precursor da Ilustrao dos setecentos, foi um pensador ingls do sculo XVII que escreveu seu principal livro, o Tratado do Governo Civil, logo aps a Revoluo Gloriosa na Inglaterra de 1688, legitimando-a. Ele dizia que todo povo tinha direito de escolher seu governante sendo a revoluo seria legtima em casos de mau governo, dizia tambm que as principais funes do Estado deveriam ser a defesa da propriedade privada e das liberdades individuais. Este o liberalismo poltico que influenciou bastante os iluministas franceses.

    . Voltaire: Escreveu as Cartas Inglesas, obra que no pode ser chamada de um estudo terico, mas um panfleto contra o absolutismo francs. Era profundamente anticlerical e anti-absolutista.

    . Montesquieu: Para este filsofo, cada povo tem o governo que lhe cabe, isto est claro em sua obra O Esprito das Leis. Dizia que o absolutismo na Frana no condizia com o anseio do povo francs, que queria um regime constitucional. Defendia, baseando-se em Locke, o Estado em trs esferas: Executivo, Legislativo e Judicirio, cada poder limitaria o outro para que assim no houvesse tirania de um desses poderes.

    . Rousseau: Diferente dos outros filsofos, no consenso de que se trata de um pensador iluminista, muitos o situam na corrente do Romantismo. Defendia a democracia total com votos de todos, diferentemente dos outros pensadores ilustrados. Dizia que a propriedade era a origem de toda a desigualdade e sofrimento dos homens no seu livro O Contrato Social. Esta propriedade acabou com o estado de natureza humana onde reinaria a paz e a solidariedade.

    . Enciclopedistas: DAlembert e Diderot com o auxlio de outros filsofos empreenderam esse grande esforo, compilar todo o conhecimento racional humano em uma grande obra, a Enciclopdia.

    . Fisiocratas: So tericos da economia que questionam o mercantilismo, defendendo a no interferncia do Estado na economia laissez-faire, laissez-passer. Para esses pensadores, sobretudo franceses, s gera valor que produzido na agropecuria. Eles defendem que a economia regida por leis naturais.

    . Adam Smith e os liberais: Adam Smith um iluminista, mas tambm o pai fundador do liberalismo na economia. O liberalismo econmico ser uma doutrina hegemnica no XIX. Assim como os fisiocratas, ele era crtico do mercantilismo e favorvel no-interveno estatal na economia nacional. Todo a riqueza, para Smith vinha do trabalho e no do ouro e prata ou da agricultura. Dizia que os homens em um mpeto individualista produziam para a sociedade e essa produo se auto-regulava pela mo invisvel da economia, a lei a oferta e da demanda. Assim, a liberdade econmica geraria a prosperidade.

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    Histria Geral - Aula no 10 - O Absolutismo ilustrado ou despotismo esclarecido

    1. Aspectos gerais: . Conceituao: Foi a prtica poltica de alguns reis da periferia europia na segunda metade do sculo

    XVIII de utilizar em seus governos idias e ideais iluministas, com o objetivo de dinamizar e modernizar a estrutura do Estado alm de dar uma imagem mais progressista ao reino.

    . Objetivos: O objetivo dessa prtica que estes pases se tornassem to desenvolvidos quanto as potncias europias do perodo: Inglaterra e Frana. Pretendia fomentar a burguesia nacional e reafirmar o poder monrquico. Apesar de esclarecido, o absolutismo persiste e os objetivos, em geral, no foram atingidos.

    . Como: O mtodo para se atingir esse fim era o reforo do mercantilismo. Assim, fiscalismo, balana favorvel, metalismo, fomento do comrcio so caractersticas das prticas dos dspotas esclarecidos.

    . Traos gerais: Apesar de se diferenciar razoavelmente de pas para pas, o absolutismo ilustrado tinha certas caractersticas gerais, que eram: a racionalizao da administrao pblica, os conflitos com a Igreja Catlica no caso da Rssia com a Igreja ortodoxa , a modernizao do exrcito, o fomento da economia atravs de prticas mercantilistas e o aumento das liberdades individuais, com muitos limites.

    2. Casos particulares: . A importncia dos casos particulares: importante conhecer os casos isolados, pois estas reformas

    trouxeram grandes mudanas a estes pases e s suas colnias. Por exemplo, as reformas bourbnicas na Espanha vo ser importantssimas para o processo de independncia das colnias hispano-americanas e as reformas pombalinas em Portugal vo transformar a colonizao na Amrica portuguesa.

    . Prssia: As reformas ocorreram, sobretudo, com Frederico II (1740-1786) que imps as seguintes medidas: concedeu liberdade de expresso populao, liberdade religiosa e, principalmente, instituiu uma ampla rede escolar na Prssia, que fez do pas um dos melhores do mundo em termos de educao bsica. Essa escolarizao vai ser muito importante no futuro, na industrializao alem, pois o pas vai ter disponvel uma ampla mo-de-obra especializada. A escolarizao tambm ser importante para o exrcito prussiano o mais organizado, eficiente e nacionalista da Europa que ao longo do sculo XIX ir unificar a Alemanha. Vale lembrar que as medidas de liberdade podiam ser e foram revogadas de acordo com o interesse do monarca. Portanto, os benefcios de liberdade individual no se estenderam por muito tempo.

    . ustria: Jos II (1780-90) imps uma forte centralizao administrativa, acabou com a servido em seu pas, deu liberdade religiosa e igualdade jurdica aos cidados, expulsando ainda os jesutas do territrio austraco. O resultado disto tudo foi um enorme aumento do poder real. Novamente, as reformas eram revogveis e no uma conquista perptua da populao, mas um simples exerccio provisrio do poder real.

    . Rssia: Pedro, o Grande na primeira metade do sculo XVIII j pode ser considerado um monarca absoluto ilustrado por suas reformas modernizantes, mas Catarina II (1762-94) quem empreende as maiores reformas iluministas bem maneira particular russa. Ao contrrio de Jos II, ela no acaba com a servido, mas a reafirma, nacionaliza e doa as terras da Igreja ortodoxa russa aos nobres e incentiva-os a manter o trabalho servil, sobretaxa os servos e camponeses livres e expande territorialmente o Imprio Russo. Isso tudo vai criar o enorme e arcaico Imprio servil que chega a ir da Polnia ao Alasca. A servido se manter at 1861.

    . Espanha: No reinado de Carlos III (1759-1788), o ministro Aranda teve grande peso no que ficaram conhecidas como as reformas bourbnicas. Assim como Portugal, o grande foco das reformas foi a colonizao na Amrica, esta foi completamente reformulada. Os jesutas foram expulsos da Espanha e da Amrica espanhola. Novas medidas fiscalistas conseguiram diminuir bastante o contrabando, que era gigantesco antes das reformas. Isso atrapalhou a vida dos colonos que tinham vantagens em comerciar ilegalmente com os britnicos e outras medidas endureceram a colonizao, desagradando as elites criollas no Novo mundo. Isso vai levar a um carter de revolta dessas elites, que comeam a formular as independncias.

    . Portugal: Durante o reinado de Jos I (1750-77) o ministro Marqus de Pombal ganha uma projeo nacional muito forte e se torna uma figura central na administrao do Estado, principalmente a partir da reconstruo de Lisboa, abalada pelo terremoto de 1755. Assim como a Espanha, ele vai reformular a colonizao portuguesa no ultramar. A capital do Brasil muda em 1763 de Salvador para o Rio de Janeiro, mais prximo das minas de ouro. Os jesutas so expulsos da metrpole e da colnia em 1759. O fiscalismo aumenta de modo absurdo, instituindo-se a derrama, que vai ser o motivo maior para a Inconfidncia mineira. Assim, os primeiros projetos de independncia na colnia vo surgir aps esse enrijecimento do colonialismo.

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    Histria Geral - Aula no 11 - A independncia dos Estados Unidos da Amrica

    1. Apresentao: A primeira coisa a se refletir sobre esse assunto a forma como ele geralmente exposto. Chama-se

    geralmente esse tema de Revoluo americana, h a um erro. No se trata de uma revoluo, pois este termo pressupe que haja uma mudana profunda na estrutura social existente com modificaes na economia, na poltica e cultura, o que no ocorre. O que h a independncia de uma regio da Amrica que se tinha tentado estabelecer um pacto colonial tardiamente. O novo pas cria uma forma relativamente nova de poder, baseada nos ideais iluministas. Tratava-se, porm, de uma democracia fortemente reduzida, com o predomnio dos grandes fazendeiros e sem o voto feminino e o voto dos escravos. Estes ltimos continuaram a existir aps a independncia.

    2. A situao da Inglaterra e das colnias inglesas na Amrica: . A colonizao inglesa na Amrica: A Inglaterra s se estabelece no sculo XVII na Amrica, depois das

    outras potncias europias. So fundadas treze colnias na Amrica do Norte, a colnia da Jamaica e outras de menor importncia. A Jamaica e a regio Sul das treze colnias so colonizados nos moldes do colonialismo moderno. O Norte das treze colnias ficou como um espao livre para perseguidos religiosos e polticos ingleses e europeus. H terra livre para esses colonos e no h interferncia da Coroa britnica na regio.

    . As treze colnias nos sculos XVII e XVIII: Enquanto o Sul do territrio era colonizado nos moldes do colonialismo, com grandes plantations escravistas que produziam tabaco, arroz e acar para a exportao, o Norte recebia grande leva de perseguidos europeus. Essa regio ia desenvolver uma forte ordem de pequenas propriedades policultoras com trabalho livre e com certa urbanizao e comrcio. No incio do sculo XVIII no havia mais terras para os imigrantes.

    . A ruptura do no-pacto: No havia uma fiscalizao muito rgida em relao colnia por parte da metrpole e os impostos tambm eram poucos e baixos. No entanto, aps a Guerra dos Sete anos (1756-1763) entre a Inglaterra e a Frana, a Coroa britnica, fortemente endividada, passa a arrochar a situao da colnia. Ela estabelece um aparato fiscalista digno do colonialismo no Norte e no Sul. Essa ruptura de um no-pacto colonial cria revolta em toda a colnia. Eram as leis coercitivas como a lei do selo que previa o uso de selo real em todos os documentos que transitavam na colnia, a lei do acar que taxava o comrcio de acar das treze colnias com colnias no-britnicas, leis que impediam o contrabando e a interdio do avano das pequenas propriedades do Norte da colnia para reas mais adentro do territrio ou para o Canad.

    3. A independncia e a organizao do novo Estado: . A organizao da resistncia: Desde as primeiras dcadas da colonizao, as questes pblicas dos

    cidados apenas os homens livres da colnia eram decididas em assemblias, isso um ponto importantssimo para a escolha posterior do regime republicano. A partir da dcada de 1760, organizam-se os Congressos continentais, reunies com representantes de cada uma das treze colnias. Com a consecuo das diversas leis coercitivas, a situao se radicaliza e os colonos decidem pela ruptura. Em 1776 declarada a independncia dos Estados Unidos da Amrica, o que d incio guerra de independncia.

    . A guerra: A Inglaterra envia tropas s treze colnias, mas os colonos contavam com a ajuda de uma coalizo que reunia Frana, Espanha, Rssia, Holanda, Dinamarca e Sucia. As tropas rebeldes, ento, vencem as tropas leais. assinado o tratado de Paris em 1783, onde a Gr-Bretanha admite a independncia dos EUA.

    . A formao do novo governo: A independncia no faz esconder os conflitos de idias que existiam entre sulistas e nortistas. Os nortistas desejavam um governo mais centralizado e os sulistas uma confederao, como nos tempos da guerra. Forma-se um pacto, cria-se uma federao presidencialista, onde cada Estado tem a sua Constituio prpria tendo que respeitar uma Constituio da Unio criada em 1787 com um lder mximo da nao, o presidente da Repblica. A organizao do poder se baseia nas idias de Montesquieu. A escravido mantida. No entanto, logo adiante o conflito entre Norte e Sul se tornar intolervel e ser decidido em uma guerra civil (1861-5) onde dois modelos de pas estaro em disputa.

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    Histria Geral - Aulas no 12 e 13 - A Revoluo industrial inglesa

    1. Introduo: . O que foi: A Revoluo industrial foi a generalizao do modelo fabril pela Inglaterra que ocorreu no

    perodo de 1780 a 1840. Esse modelo fabril caracterizado pela conjugao do trabalho humano coletivo com o uso de mquinas. Diferentemente das manufaturas, onde as ferramentas pertenciam aos prprios trabalhadores, nas fbricas as mquinas pertencem ao industrial que emprega a mo-de-obra em regime assalariado. Mais importante que os avanos tcnicos desta revoluo so as conseqncias sociais que ela trouxe.

    . Conseqncias: A principal conseqncia da Revoluo Industrial , talvez, o surgimento da classe operria. Essa classe operria formada por ex-camponeses expulsos do campo pelo processo de capitalizao do campo ingls e tambm por ex-artesos que no podem mais competir com a produo dessas novas indstrias. Esses homens vo vender o nico bem que lhes resta, sua fora de trabalho ficando dependente de quem possui a fbrica e as mquinas, o industrial. Existe uma parcela de trabalho que no paga ao operrio, a mais-valia.

    . Expanso da Revoluo Industrial: Em diferentes dimenses, a Revoluo tcnica e social que se inicia na indstria txtil inglesa se estender a todos os campos. Primeiramente, outras indstrias e empresas na Inglaterra adotaro o modelo e a tecnologia das primeiras indstrias. A agricultura tambm passar por uma modernizao em decorrncia das mudanas nas fbricas. Ainda, a industrializao no ficar restrita Inglaterra, ela se espalha para outros pases no sculo XIX.

    2. Por que a Revoluo Industrial correu na Inglaterra? . Transformaes no campo: As mudanas no campo ingls ocorridas principalmente do sculo XVI ao

    XVIII que levam concentrao das propriedades rurais em poucas mos e consolidao das figuras do arrendatrio e do assalariado rural vo ser determinantes para a Revoluo Industrial. Por um lado, aumenta-se a produo agrcola permitindo o aumento da populao. Ainda, gera-se uma classe rural consumidora dos bens produzidos nas cidades e liberada uma mo-de-obra do campo para as cidades no interior da Inglaterra.

    . Mercado interno e externo: S se criariam mquinas que fazem muito mais produtos que as pessoas em um modo de produo artesanal podem consumir porque havia uma forte demanda. Os tecidos de algodo tinham uma grande procura tanto na sociedade inglesa como em toda Europa e Amrica. Montou-se uma poderosa produo de algodo no Sul dos Estados Unidos que serviram de base para essa indstria. Os produtos de algodo produzidos industrialmente eram baratos, podendo ser consumidos por qualquer trabalhador livre. Tanto o mercado interno como o externo foram importantes para criar essa enorme demanda.

    . Onde: As indstrias no surgem na cidade de Londres, mas no interior da Inglaterra, onde h depsitos de carvo e ferro usados nas indstrias e onde h a populao que sai do campo sem emprego.

    . As mquinas: As mquinas da Revoluo Industrial so muito simples, utilizando-se de conhecimentos adquiridos no sculo XVII. Apenas em meados do sculo XIX, a produo cientfica ser voltada diretamente para a criao de tcnicas e tecnologia industriais.

    . A energia: Inicialmente as fbricas vo utilizar energia da combusto do carvo e energia hidrulica que, na verdade, no eram novidades. O carvo e o ferro sero explorados como nunca no interior do pas.

    3. As conseqncias da Revoluo Industrial: . As idias: Em funo de uma nova nao industrial, surgir a escola clssica de economia que defende a

    no-interveno do Estado na economia e a liberalizao do comrcio atravs das baixas taxas de alfndega. So os liberais como Smith, Malthus e Ricardo. Ora, em um momento em que a Inglaterra a oficina do mundo, muito favorvel a este pas uma poltica universal de no interveno na economia e baixas taxas alfandegrias, o que abriria todos os mercados para os produtos industriais ingleses. Assim, a Gr-Bretanha permaneceria sendo a nica nao industrializada do planeta. De fato, neste momento toma forma a Diviso Internacional do Trabalho, onde alguns pases so especializados na produo de bens industriais neste momento apenas a Inglaterra e outros se especializam na produo de bens primrios.

    . A emergncia do capital industrial: Com a consolidao das fbricas, fortalecem-se os industriais tambm chamados de burguesia industrial , logo superando em riqueza e poder as classes proprietrias de

  • terras e os grandes comerciantes. Eles formaro a classe hegemnica da sociedade inglesa e, logo, iro dominar a poltica daquele pas.

    . As condies de trabalho: Os trabalhadores nas indstrias e minas viviam em condies de superexplorao. No havia qualquer regulamentao por parte do governo, o que levava ao trabalho infantil, o trabalho com alta periculosidade, sem frias, nos sete dias por semana, por mais de dez horas dirias, com salrios irrisrios etc. Alguns presos e vagabundos entenda-se, desempregados eram obrigados a trabalhar nas fbricas.

    . A resistncia operria, os luditas e cartistas: Os operrios no aceitaram quietos essa situao. Reuniram-se e organizaram-se. Primeiramente, puseram a culpa nas mquinas, eram os luditas que quebravam mquinas e eram duramente perseguidos pela polcia. Para estes, as mquinas eram as culpadas por suas pssimas situaes. Depois, houve uma mudana de estratgia e decidiu-se pela paralisao do trabalho, as greves, com uma carta com reivindicaes trabalhistas e polticas, j que essas classes no tinham nenhum direito poltico. Eram os cartistas, que mostraram mais sucesso, apesar das sucessivas represses patronais e da polcia. Este deu origem ao moderno sindicalismo.

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    Histria Geral - Aula no 14 e 15 - A Revoluo Francesa

    1. Introduo: .O que foi: Foi a grande revoluo que ps fim ao Antigo Regime na Frana, destruindo as estruturas

    sociais daquele regime e levando a burguesia ao poder. Apesar dos principais eventos terem ocorrido em Paris e no interior do pas, ela se espalhou por toda a Europa e influenciou todo o mundo no sculo XIX.

    . A sociedade francesa: O estado monrquico francs dividia a sociedade em trs estados, que na verdade no correspondiam realidade scio-econmica daquele pas. O primeiro estado constitudo por todos membros do clero. O segundo, pelos nobres, tanto do interior como da Corte. O terceiro estado era o resto da sociedade e era o nico que pagava impostos, sendo que muitas vezes o 1o e 2o estados eram sustentados por esses tributos.

    . Subproduo e fome: Apesar de a economia francesa ter se desenvolvido bastante no sculo XVIII, nos anos imediatamente anteriores Revoluo, assistiu-se a uma grande seca no campo, que levou fome no pas. Isso vai ser um dos fatores imediatos para a Revoluo.

    . Crise financeira da Coroa: As freqentes guerras e a extravagante corte tinham deixado o Estado francs extremamente endividado, levando a uma srie crise financeira da Coroa. Lus XVI, o rei francs do perodo, tentou fazer uma reforma tributria onde o 1o e 2o estado pagassem impostos, mas esta foi barrada por estes. D-se uma crise poltica que leva o Rei a convocar os Estados Gerais, rgo consultivo do rei que era dividido entre os trs estados, com um voto para cada um. A deciso final, no entanto, seria sempre do monarca.

    . Diviso cronolgica da Revoluo: A Revoluo Francesa dividida geralmente em trs perodos. A Era das Instituies (1789-92), onde a burguesia chega ao poder; a Era das Antecipaes (1792-4), onde so antecipadas prticas polticas igualitrias; e a Era das Consolidaes (1794-1815), onde a alta burguesia se consolida no Estado.

    2. A Era das Instituies: . A Assemblia Constituinte: Em maio de 1789, so convocados os Estados Gerais. Tudo o que o terceiro

    estado propunha era barrado pelo clero e pela nobreza. O Terceiro Estado se isola e declara-se Assemblia Constituinte, dando um golpe no poder da nobreza e do clero, a chamada Revoluo dos Advogados.

    . A tomada da Bastilha: Como o rei e os dois primeiros estados, desconfiados, colocam o exrcito de prontido, a populao de Paris, apoiando a Assemblia, toma a priso da Bastilha. Nessa priso havia armas, com as quais a populao se armou para defender a Assemblia Constituinte.

    . O grande Medo: Enquanto isso, em algumas partes do interior da Frana, os camponeses ocupam as terras dos senhores (clero e nobreza) e queimam seus ttulos de propriedade em um sentido de destruir a ordem senhorial no campo. Eles fazem uma diviso da terra entre eles, o Grande Medo.

    . Constituio jurada: Em agosto do mesmo ano, promulgada a Declarao dos Direitos Humanos. Os bens da Igreja so confiscados e no final do ano, promulga-se uma Constituio que o Rei obrigado a assinar. Institucionaliza-se uma monarquia constitucional.

    . Guerra: As monarquias vizinhas Frana, preocupadas com a agitao no pas, resolvem invadir o pas para restituir Lus XVI ao seu cargo. O exrcito francs, liderado por um general leal ao Imperador, sofre sucessivas derrotas, deixando a populao desconfiada. Descobre-se um acordo entre o rei e os exrcitos estrangeiros, levando condenao de Lus XVI guilhotina em 1792. Tem fim a monarquia constitucional, d-se a Repblica.

    3. A Era das Antecipaes: . A nova Assemblia: Uma nova assemblia constituda por sufrgio universal com uma diviso clara

    entre os girondinos compostos pela alta burguesia direita e os jacobinos compostos pela populao mdia e pobre de Paris esquerda, alm da plancie, no centro.

    . Golpe jacobino: Diante das tropas estrangeiras porta de Paris, os jacobinos do um golpe de Estado estabelecendo medidas emergenciais: tabelam os alimentos a preos baixos, empreendem uma ampla reforma agrria no campo, criam um novo exrcito composto por voluntrios para combater na frente, acabam com a escravido nas colnias. Alm disso, os jacobinos, para se manter no poder, perseguiam duramente seus adversrios polticos, mandando-os para a guilhotina, assim, morreram quase todos girondinos. o chamado Terror.

  • . Nove Termidor: Os exrcitos revolucionrios conseguem sucessivas vitrias e conseguem expulsar os invasores para alm da fronteira original francesa. Com a reverso da situao de emergncia, os jacobinos levam um golpe de Estado dado pelos termidorianos compostos pela alta burguesia sendo levados guilhotina em sua maioria.

    4. A Era das Consolidaes: . O Diretrio: Os termidorianos estabelecem o seu governo, revertendo as medidas dos jacobinos. Eles

    restabelecem o sufrgio censitrio, liberalizam os preos dos alimentos prejudicando as classes pobres das cidades francesas e fazem uma rdua proteo da propriedade, principalmente no campo. Com a vitria inicial dos exrcitos revolucionrios, a Frana comea uma grande expanso militar com certa estabilidade interna.

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    Histria Geral - Aula no 16 - O Imprio Napolenico e o Congresso de Viena

    1. O governo de Napoleo: . Dezoito Brumrio: Mesmo com o sufrgio censitrio, os termidorianos ainda sofrem com uma oposio

    dentro da Assemblia e decidem ento pelo golpe militar. Chamam o jovem general Napoleo Bonaparte para dar esse golpe. Em 1799 dado o golpe, consolidando o governo da alta burguesia com uma ditadura.

    . O Imprio napolenico, plano interno: O governo de Napoleo dividido em dois perodos, o Consulado que vai at 1804 e o Imprio, at 1815. Internamente, Napoleo executou uma srie de reformas que beneficiavam a burguesia: reformulou o sistema bancrio criando uma moeda nacional francesa, o franco, e o Banco da Frana; criou as escolas normais, com ensino laico por toda a Frana; criou o Cdigo Civil; tentou retornar a escravido nas colnias, no conseguindo e perdendo a colnia do Haiti; fez ainda um amplo incentivo indstria e o comrcio nacional da Frana.

    . O Imprio napolenico, plano externo: Por volta de 1805, Napoleo tinha subjugado toda a Europa continental, tendo reinos controlados por parentes seus e outros subordinados Frana. Napoleo, no entanto, no conseguia vencer a Inglaterra por no ter uma marinha capaz de derrotar a frota britnica.

    . Bloqueio Continental: Napoleo criou em 1806 o Bloqueio Continental que proibia qualquer pas do continente europeu de comerciar com a Gr-Bretanha. Isso visava fomentar a indstria francesa, provendo o continente de produtos industrializados e tambm visava liquidar o poderio industrial e naval ingls. Porm, a indstria francesa no dava conta de suprir todo o continente como a Inglaterra supria. Alm disso, as ilhas britnicas eram grandes compradoras de cereais e outros produtos primrios da Europa continental, o que a Frana no era, pois era auto-suficiente na produo agrcola. Isso desagrada fortemente os pases que eram antigos exportadores de produtos primrios para a Inglaterra. Alguns pases vo renunciar ao Bloqueio, sofrendo a conseqente invaso francesa, o caso de Portugal em 1807 e da Rssia em 1812. A famlia real portuguesa transfere a sede do Estado portugus para o Rio de Janeiro, fugindo das tropas francesas.

    . A campanha da Rssia: No entanto, na Rssia, Napoleo sofre srias perdas humanas e militares, levando quase total destruio do exrcito napolenico devido s estratgias do exrcito russo e ao rigoroso inverno daquele pas. Em 1814, forma-se um exrcito conjunto europeu para destruir o exrcito francs, liquidando Napoleo e seu Imprio.

    . O restabelecimento do Antigo Regime na Frana: Em 1815, Lus XVIII posto no trono francs pelas tropas vencedoras das guerras. A Frana ficar sob ocupao militar at 1820 e as questes territoriais europias sero resolvidas no Congresso de Viena. O Antigo Regime na Frana tem vida curta, visto que suas bases sociais tinham sido destrudas.

    2. O Congresso de Viena e a Santa Aliana: . O Congresso de Viena: Os lderes europeus se reuniram em 1815 em Viena para decidir o que fazer do

    mapa geopoltico europeu. Quem dava as cartas no encontro eram a ustria, a Prssia, a Rssia e Inglaterra, os vencedores das guerras napolenicas. Todos esses quatro pases vo anexar territrios e crescer no cenrio europeu. A Rssia que tinha o maior exrcito da Europa e vrios planos expansionistas para o Ocidente, anexa vrios territrios na Europa Oriental. Tambm, a ustria e a Prssia vo anexar amplas regies, criando a semente para os grandes imprios centrais, o Alemo e o Austro-Hngaro, existentes na Europa no final do sculo XIX.

    . A Santa Aliana: uma aliana militar constituda inicialmente por ustria, Prssia e Rssia e depois, por Inglaterra e Frana que visa a represso de movimentos radicais tais como a Revoluo Francesa. Essa aliana foi ativa nas revolues de 1820, porm teve fim durante as revolues de 1830 devido a discordncias entre seus membros, no atingindo seus objetivos.

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    Aula de Histria Geral - Aula no 16 - Independncia das colnias da Amrica Latina

    1. Introduo: As colnias da Amrica espanhola chegaram s suas independncias na mesma poca e no mesmo

    contexto histrico, com poucas excees como Cuba, por exemplo. No entanto, nesse incio do sculo XIX no se pode falar ainda das naes latino-americanas, estas se formam ao longo do sculo XIX e apesar da emancipao poltica, esses pases recm-surgidos no so independentes economicamente da Europa.

    A independncia do Haiti: A colnia francesa do Haiti teve uma independncia diferente de todas as outras regies da Amrica. L, houve um processo revolucionrio, uma independncia que surge de uma revolta escrava que ps fim escravido. A revolta e o processo de independncia comeam em 1791 e esta se consolida em 1804, com aa aceitao da independncia pela Frana.

    2. As reformas bourbnicas: . Quadro geral: As reformas bourbnicas de fins do sculo XVIII so anlogas s reformas de Pombal no

    Imprio portugus, apesar de haver pequenas diferenas entre as duas. Trata-se de uma ampla mudana no Estado espanhol no sentido de dinamizar e modernizar esse Estado. Elas eram, sobretudo, dirigidas s colnias e reforavam o colonialismo com uma explorao maior das reas coloniais. Enquadram-se no chamado absolutismo ilustrado que um recrudescimento das prticas mercantilistas e absolutistas.

    . Pontos fundamentais da reforma: As reformas bourbnicas visavam, sobretudo, fortalecer o Estado espanhol e aumentar a arrecadao atravs da racionalizao da administrao e do endurecimento fiscal. Algumas medidas importantes foram a expulso dos jesutas das colnias o que leva a um srio problema educacional na regio , a fiscalizao ostensiva que fez diminuir significativamente o contrabando e ainda o incentivo s manufaturas do reino, para que a Espanha no precisasse mais importar manufaturados inglesas e francesas e pudesse sozinha abastecer de manufaturados a Amrica. As medidas tiveram certo xito para o Estado espanhol e os grandes comerciantes, mas feriu fortemente os interesses das elites coloniais.

    . Contestao da colonizao: A partir da implementao das reformas, surgem os movimentos de contestao da colonizao espanhola e no apenas das reformas bourbnicas defendendo a independncia de regies na Amrica. o caso, por exemplo, do movimento indigenista de Tupac Amaru no Peru.

    . Os criollos: A elite colonial era formada pelos criollos, filhos de espanhis nascidos na Amrica que eram ou grandes comerciantes ou grandes fazendeiros, tendo interesses a defender. Esse criollos foram feridos em seus interesses com a poltica bourbnica. Eles queriam o livre comrcio com outros pases europeus e sero muito importantes para os processos de independncia na Amrica hispnica, sendo os principais interessados na emancipao.

    3. O processo de independncia: . A deposio de Fernando VII: Napoleo invadiu a pennsula ibrica em 1807 e destronou o rei espanhol

    Fernando VII, colocando outro rei em seu lugar. As colnias espanholas se auto-organizaram a partir dos cabildos as cmaras municipais da Hispano-Amrica e rejeitaram o rei escolhido por Napoleo como o novo rei espanhol. Ps-se em prtica o livre comrcio com os outros pases europeus, sobretudo a Inglaterra.

    . O interesse ingls: Os capitalistas ingleses, muito prejudicados com o Bloqueio Continental, estavam interessados na aplicao do livre comrcio na Amrica ibrica e o Estado ingls passou a apoiar os movimentos de independncia desses pases a partir de 1810.

    . A retomada do colonialismo e as guerras de independncia: Em uma regio perifrica da Espanha, criou-se uma resistncia invaso francesa. Essa resistncia pretendia manter ainda os laos com a Amrica espanhola. Aps o fim das guerras napolenicas e com a volta do absolutismo na Espanha, tenta-se repor em prtica o antigo colonialismo. As elites criollas que estavam desfrutando do livre comrcio e da auto-organizao rejeitam essa tentativa de recolonizao. Os generais San Martin e Simon Bolvar lideram as tropas que libertaro quase toda a Amrica do Sul espanhola at 1824.

    . A organizao dos estados: Diversas repblicas foram criadas ao contrrio do sonho do lder Bolvar, que idealizava uma grande confederao unindo toda a antiga Hispano-Amrica. O projeto no foi adiante pela inexistncia de um poderoso grupo capaz de faz-lo e tambm pela antipatia da Inglaterra ao projeto.

    . A Amrica para os americanos: No incio dos anos vinte do XIX, os EUA adotaram a chamada doutrina Monroe, que era o apoio s independncias dos pases latino-americanos, o que era conveniente para os comerciantes norte-americanos que poderia comercializar livremente com os pases nascentes.

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    Aula de Histria Geral - Aula no 17 - Doutrinas sociais do sculo XIX

    1. A base material para o surgimento das idias: Surgiram na Europa do sculo XIX diversas doutrinas sociais, idias e ideologias. Por que tantas

    surgiram naquele contexto? No existiam condies materiais que faziam o homem pensar vrias coisas novas? Havia. Essas novas idias tm tudo a ver com o novo contexto vivido na Europa e algumas partes do mundo. A industrializao, a urbanizao, a grande desigualdade social, a misria em meio a abundncia e outras novidades trazidas pela sociedade capitalista ou sociedade burguesa fizeram nascer algumas formas de pensar que legitimassem as mudanas e outras que confrontassem essas mudanas. Essas idias no se restringem ao pensamento poltico, mas tambm a todo o pensamento cientfico, social, econmico, artstico e filosfico.

    2. As doutrinas sociais: . Liberalismo: Pensamento essencialmente burgus, existe em vrias vertentes: poltica, econmica e

    outras, mas todas tm caractersticas comuns. Defende a propriedade privada e sua permanncia como um direito absoluto e reformas sociais graduais que nunca interfiram no regime de propriedade. Defende ardorosamente as liberdades civis e de mercado, como a livre iniciativa. Condena a interferncia forte do Estado na vida das pessoas e na economia. Associa-se ao darwinismo, afirmando uma natureza humana desigual, o que explica a desigualdade na propriedade.

    . Romantismo: Ponto de oposio ao Iluminismo e ao Liberalismo, no se restringe apenas s artes. um movimento muito heterogneo que critica a nova sociedade capitalista e louva caractersticas da sociedade do Antigo Regime e da Idade Mdia como a vida rural. Condena o racionalismo iluminista e tende para um sentimentalismo, em oposio ao racionalismo crescente daquelas sociedades.

    . Nacionalismo: Princpio burgus de defesa dos interesses de uma elite local sobre uma dada regio nao , revestida de traos de unio de um povo comum. Muitas vezes vem associado ao romantismo na crtica do liberalismo. Defende que para cada povo haja uma nao. A nao seria constituda por uma lngua, uma religio e cultura comuns. Defende os interesses do comrcio e da indstria nacionais protecionismo e louva os smbolos e a cultura nacional frente aos das outras naes.

    . Socialismo utpico: De carter romntico, defende a transformao da sociedade em uma mais igualitria e solidria, mudando o regime de propriedade. Fizeram-se diversas experincias de comunidades socialistas que nunca deram completamente certo e no tinham possibilidade de mudar toda a sociedade. No h uma elaborao muito profunda nem uma crtica sistemtica sociedade capitalista.

    . Socialismo cientfico: Muitas vezes usado como sinnimo de marxismo e comunismo, foi criado pelos filsofos alemes Karl Marx e Friederich Engels, vai ser o mais importante movimento anti-capitalista. Ao contrrio do socialismo utpico, no defendia uma sociedade ideal baseada em temas medievais. Tentava entender as contradies da sociedade capitalista para super-la, constituindo uma sociedade socialista moderna, posterior ao capitalismo, com o primado da igualdade. Uma filosofia extremamente complexa que via as sociedades constitudas por classes sociais e as idias vinculadas intimamente vida social. Foi de extrema importncia para as revolues do sculo XX.

    . Sindicalismo: Tem, de certa forma, como origem o cartismo dos operrios ingleses. Visa a unio dos trabalhadores para aquisio de direitos polticos, trabalhistas e tambm a transformao da sociedade e do regime de propriedade. H diferenas em seu seio. H os reformistas que defendem a negociao e a mudana gradual e h os radicais, que defendem a mudana rpida, com o uso da violncia em ltima instncia.

    . Anarquismo: Uma radicalizao total do liberalismo, defende o fim do Estado, da propriedade e de toda forma de poder. Afirma que todos os males sociais vm dessas formas de poder. A sociedade deveria se organizar atravs da livre iniciativa e da livre associao. Alguns grupos anarquistas defendem atos extremos contra o Estado, como atentados.

    . Doutrina social da Igreja: Diante das mudanas sociais na Europa, das pssimas condies de vida dos trabalhadores e da radicalizao dos movimentos sociais, a Igreja tambm se posicionou em relao s questes sociais, criando uma doutrina, o catolicismo social. No defendia a luta, mas o entendimento entre os grupos opostos, a unio entre as classes sociais, a melhoria das condies dos trabalhadores e a caridade. No questionava o sistema de propriedade vigente.

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    Aula de Histria Geral - Aula no 17 - Revoltas e revolues na Europa do sculo XIX

    1. Terreno comum: . Burguesia almejando o poder: Apesar de as revoltas e revolues na Europa do sculo XIX serem

    muitas, elas tm caractersticas comuns. Trata-se da tentativa de tomada de poder pela burguesia e da reao das foras do Antigo Regime. Assim, os grupos sociais do progresso, a burguesia, medem foras contra o grupo social antigo, da reao, a nobreza e o clero, classes dirigentes no Estado absolutista.

    . Crises de fome e crises econmicas: Apesar do motivo essencial nessas revolues ser a mudana de poder da antiga nobreza para a burguesia emergente, fatores imediatos tambm foram importantes para se entender esses movimentos, como as constantes fomes e as crises econmicas. As fomes, por exemplo, levavam a populao pobre a se rebelar, o que era usado muitas vezes pela burguesia, culpando o velho regime pela fome, para se fazer uma tomada de poder.

    . A industrializao e as lutas operrias: Se a industrializao vai fortalecer as burguesias nacionais para que essas possam tomar o poder, tambm vai criar um operariado que, em pssimas condies de trabalho, vai lutar pelos seus direitos contra a burguesia. Assim, em vrias revoltas, o proletariado tambm vai fazer suas reivindicaes parte. Se em alguns momentos, haver uma aliana entre o operariado e a burguesia contra a nobreza e o clero, essa aliana no vai ser duradoura.

    . Socialismo: um elemento novo que surge nas ltimas revoltas do sculo, nas revolues de 1848 e na Comuna de Paris, de 1871. O socialismo no uma ideologia burguesa, mas operria. Ou melhor, no caracteriza mais a vontade da burguesia, mas a vontade do proletariado, de igualdade e mudana no regime de propriedade.

    2. As revolues: . Revolues de 1820: Em 1820, d-se o primeiro ciclo de revoltas e revolues burguesas na Europa que

    atingem Portugal, Espanha e outras regies da Europa. A maioria delas massacrada pela Santa Aliana. . Revolues de 1830: Comearam na Frana e se espalharam por toda a Europa, o liberalismo e o

    nacionalismo guiaram essas revoltas. Assim, as lutas centrais eram pelas liberdades individuais e por governos eleitos, mesmo que no por voto universal. Na Frana, instaurou-se uma monarquia constitucional. A Blgica ficou independente da Holanda, a Grcia tambm conseguiu sua independncia do Imprio Otomano e outras revoltas nacionalistas explodiram na Itlia, Alemanha e Polnia, mas foram todas massacradas.

    . Revolues de 1848: As revolues de 1848 foram mais marcadas ainda pelo nacionalismo. Cada povo lutava pela sua independncia frente aos grandes imprios europeus. Ainda, surge pela primeira vez e de forma ainda tmida o socialismo, com destaque para a publicao do Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels neste ano. A dinastia Bourbon teve fim na Frana com a proclamao da Repblica. No Imprio austraco, eclodiram diversos movimentos nacionalistas, todos esmagados pelo exrcito austraco com a ajuda do exrcito russo. Ainda, revoltas nacionalistas na Itlia e na Alemanha demonstraram o que iria acontecer logo, a unificao das duas regies em Estados Nacionais.

    . Comuna de Paris: Durante dois meses de 1871 em Paris ocorreu a primeira experincia socialista da Histria. Depois da derrota do exrcito francs na guerra franco-prussiana, guardas locais se organizam para a resistncia nas cidades francesas. O governo francs assina um armistcio e a guarda de Paris, composta pela populao pobre urbana, passa a governar a cidade. Instaurou-se um novo governo, popular, onde o exrcito seria composto pelas camadas pobres da populao, o Estado seria separado da Igreja, o sufrgio seria universal e as indstrias teriam como donos e administradores os prprios operrios. A comuna foi massacrada pelo exrcito prussiano a pedido do governo francs. Trinta mil pessoas foram mortas, muitas outras presas e deportadas.

    . Lutas operrias na Inglaterra: Apesar de a Inglaterra j no ter um antigo regime na poltica nacional, a histria nacional do pas no sculo XIX tambm foi bem violenta. Prevaleciam os conflitos entre os numerosos operrios ingleses contra os industriais do pas. A legislao liberal proibia greves, sindicatos, reunies etc. Com bastante luta e insistncia, as organizaes clandestinas inicialmente desses operrios foram conquistando direitos trabalhistas bsicos e polticos, j que esses operrios no tinham direito de voto ou de se eleger. Os sindicatos serviram, portanto, tambm para as exigncias polticas dos trabalhadores, que queriam direito ao voto, assalariamento dos cargos polticos e liberdade para formar seus prprios partidos.

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    Histria Geral - Aula no 18 - A industrializao europia no sculo XIX

    1. As mudanas na indstria: . Segunda Revoluo Industrial ou revoluo tecnolgica: Um conceito muito utilizado para definir o

    tema desta aula o de Segunda revoluo industrial, porm ele no correto. A Revoluo industrial (inglesa de fins do sculo XVIII) teve como inovao maior a generalizao da relao assalariada entre os empresrios e os trabalhadores. Na chamada segunda revoluo industrial do sculo XIX no houve mudana nessa relao de produo, houve sim um nmero tremendo de inovaes tecnolgicas, uma nova organizao do capital com a sua concentrao e a diversificao geogrfica dessa indstria. Assim, o que temos uma inovao tecnolgica, puxada por novas formas de produo e novas fontes de energia.

    . As ferrovias, uma grande mudana: O invento da locomotiva e das estradas de ferro no incio do sculo XIX trouxe uma grande mudana tanto para o mundo como para a prpria organizao do capitalismo. A construo dessas ferrovias necessitava um grande montante de dinheiro, o que faz concentrar o capital, aproxima mercados distantes, dinamiza a produo, dentre outras conseqncias.

    . A nova organizao do capital: A concentrao dos capitais em poucas mos uma caracterstica do capitalismo nesse perodo. Os bancos ganharam uma importncia decisiva, visto que eles eram os grandes investidores nos grandes empreendimentos, como as ferrovias. A unio entre o capital bancrio e o capital industrial forma o capital financeiro, onde os bancos tm preponderncia sobre a indstria. Surgem ainda grandes complexos empresarias dominados pelo capital financeiro ou capital monopolista como os trustes, cartis, holdings.

    . Novas fontes de energia: O carvo e a fora hidrulica simples, fontes de energia da Primeira Revoluo Industrial vo passar a conviver com novas fontes de energia. A fora hidrulica passa a ser usada de forma extensa, como nas grandes hidreltricas. A eletricidade, descoberta h pouco tempo, passa a ser utilizada industrialmente. E o petrleo vai ser utilizado largamente para a gerao de fora por combusto.

    . Inovaes tecnolgicas e invenes: O perodo conhecido pelas inovaes na indstria, no surgimento de novos ramos industriais e nas invenes. Assim, alguns exemplos so os novos mtodos para se fazer o ao, agora produzido industrialmente. A indstria qumica surge com os seus sintticos, dispensando o uso de algumas matrias-primas outrora usadas, como o anil, o acar de cana, a seda do bicho-da-seda, etc. As invenes so muitas, como o automvel, a lmpada, o dirigvel e a mquina de escrever. Os transportes tambm ganham um grande impulso com navios mais rpidos e os grandes canais de Suez (1869) e Panam (1915).

    2. A diversificao geogrfica da indstria e as crises de superproduo: . Novas reas industrializadas: Se no incio do sculo XIX, a nica nao do mundo industrializada a

    Inglaterra, durante o XIX, alguns pases vo entrar nesse clube privilegiado. Assim, a Blgica se industrializar a partir de 1830, a Frana a partir de 1860, a Alemanha no mesmo perodo e principalmente depois de sua unificao (1871), os EUA aps a guerra civil (1865), a Rssia no ltimo quartel do sculo XIX, o Japo a partir da Revoluo Meiji (1868) e a Itlia precariamente a partir da sua unificao (1870).

    . Origens da industrializao da Europa continental: Alguns fatores importantes, mas no decisivos, para a criao da uma pequena indstria em algumas regies da Europa continental foram as reformas napolenicas e o Bloqueio Continental. Este ltimo travando o acesso desses pases aos produtos ingleses fez nascer uma pequena indstria. Assim, surgiram as sementes para estes processos de industrializao.

    . Protecionismo: O ponto decisivo para a criao de uma indstria nesses pases foi a atitude anti-liberal do protecionismo econmico, adotado por estes pases. O protecionismo era a defesa da produo nacional ante os produtos importados especialmente da Inglaterra industrial atravs das altas taxas de importao. Assim, na segunda metade do sculo XIX, todos os pases mencionados acima impuseram altas taxas de importao aos produtos industrializados vindos do exterior, incentivando a indstria nacional. Sem essa ajuda do Estado, no poderia haver a industrializao. Em alguns pases, como a Prssia, o Estado no s fez altas taxas como participou ativamente da industrializao, comprando produtos e educando os operrios.

    . As crises de superproduo: Com toda essa industrializao, no havia um mercado forte para absorver uma produo to alta, visto que os operrios no ganhavam o suficiente para consumir o que produziam. Assim, havia as crises de superproduo de mercadorias ou melhor, a produo alm da capacidade de consumo , como a grandiosa de 1873, que levou os pases europeus a buscarem mercados em outros lugares do mundo no que ficou conhecido como Imperialismo.

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    Histria Geral - Aula no 18 - As unificaes italiana e alem

    1. Aspecto comum e unificao italiana: . Uma dominao: Na verdade, as chamadas unificaes no passaram de dominaes de uma regio

    interessada em ter sob seu domnio outras regies e mercados. Assim, foi o mais industrializado Piemonte que unificou a Itlia e, principalmente, foi a poderosa Prssia que conquistou os pequenos reinos alemes. Ambas as unificaes se deram com o uso do discurso nacionalista, onde os ocupados apoiavam a unificao.

    . Carter da unio italiana: A unificao italiana foi menos autoritria do que a alem , tambm, foi feita com maior dificuldade do que aquela. Em todas as regies anexadas por Piemonte, houve plebiscitos de aceitao ou no da anexao, ganhas facilmente a favor, visto que havia um forte discurso nacionalista que lembrava os tempos do Imprio Romano. Paralelo ao processo de unificao, houve tambm lutas populares pela melhoria das condies de vida do povo pobre.

    . A situao em 1815: O que viria a ser a Itlia era dividida em vrios reinos. No Norte havia o reino livre de Piemonte-Sardenha e outros pequenos reinos subordinados ao Imprio austraco. No centro, havia reinos ligados ao papa e no Sul o reino das duas Siclias, de carter francamente absolutista.

    . As revolues de 1830 e 1848: Nessas duas revolues, o lder Mazzini lutou pela unio da Itlia. Em ambas revoltas, a ustria interviu sufocando o movimento.

    . Guerra de Piemonte com a ustria: Em 1859, o reino de Piemonte se alia Frana conta a ustria, anexando um territrio no Norte e no Centro do pas e entregando uma parte do territrio de Piemonte para a Frana. o incio do processo de unificao, sendo que Veneza continuava nas mos da ustria.

    . Campanha de Garibaldi: O republicano Garibaldi, lder dos camisas vermelhas inicia uma marcha no Sul em 1860 e derrota a monarquia da regio, unindo o Sul ao territrio de Piemonte.

    . Fim da unificao: Em 1866 com a guerra austro-prussiana, a Itlia se alia Prssia e toma Veneza e em 1870 invade Roma, que era posse da Igreja, concluindo o processo. O papa no aceita a invaso e estabelece-se a questo romana resolvida apenas em 1929 com a criao do Estado do Vaticano.

    . Conseqncias da unificao: O norte do pas se industrializou depois da unificao e o Sul continuou miservel, com grandes crises de fome, criando levas de imigrao para a Amrica e dando origem s mfias.

    2. A unificao alem: . Carter geral: Diferentemente da Itlia, a unio alem foi mais autoritria e deu-se atravs de trs

    guerras, dando origem a um forte e industrializado pas. Um personagem importante para unificao foi o primeiro-ministro Otto von Binsmarck que articulou a poltica externa da unificao, forjando as guerras.

    . Origens: No Congresso de Viena, ficou decidida a criao da Confederao Alem, formada pela ustria, a Prssia e uma srie de pequenos reinos que existiam na regio do atual territrio alemo. Ainda, a Prssia anexa a rica regio do Reno e comea a disputa com a ustria pela anexao dos pequenos reinos.

    . A Prssia: O estado prussiano era centralizado e tinha um poderoso exrcito. H uma aliana entre uma classe de proprietrios, os junkers com a burguesia nacional, aliana esta em proveito do desenvolvimento do pas.

    . O Zollverein e as ferrovias: Em 1834, a Prssia e os pequenos estados alemes fazem um pacto criando um mercado comum, o Zollverein. Esse mercado seria consolidado com uma ampla rede de ferrovias ligando suas regies, o que facilitar a integrao econmica e a movimentao das tropas nas guerras de unificao.

    . Guerra com a Dinamarca: Sob desculpa de que o Sul da Dinamarca continha uma populao germnica, em 1864, Prssia e ustria invadem o pas e dividem o tal territrio em dois, um pedao para cada.

    . Guerra contra a ustria: Alegando que a administrao austraca na regio dinamarquesa ocupada era mal feita, a Prssia declara guerra ustria, tomando a regio dinamarquesa e os reinos do Norte.

    . Guerra com a Frana: Como a Frana no permitia a anexao prussiana de reinos independentes da Confederao Germnica, a Prssia inventa outro argumento estapafrdio para fazer a guerra com aquele pas, obtendo outra fcil e rpida vitria. Toma os reinos ao Sul da Alemanha, a Alscia e a Lorena da Frana e ainda uma pesada indenizao de guerra, trazendo a humilhao da nao francesa.

    . Conseqncias: Em 1871 a Alemanha totalmente unificada pela Prssia. Tem continuao um processo extremamente rpido de industrializao, a mais rpida e voraz da Europa. Porm, a Alemanha no dispe de uma poderosa marinha, o que atrapalhar sua expanso no Imperialismo e fica temendo o revanchismo francs, fazendo diversas alianas contra aquele pas. A guerra franco-prussiana vai ser uma das mais importantes causas da Primeira Guerra Mundial.

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    Aula de Histria Geral - Aula no 19 - A Guerra de Secesso e o expansionismo norte-americano

    1. Quadro geral dos EUA antes da guerra: . Herana colonial: At 1861, incio da guerra civil, a sociedade norte-americana no tinha modificado

    muito as suas estruturas sociais da poca da colonizao, apesar do grande desenvolvimento do pas desde ento. Ficava ainda ntida a diferena entre as sociedades do Norte e do Sul.

    . Norte: A colonizao nesta regio se deu com pequenas propriedades usando trabalho livre de forma geral. Isso criou um mercado na regio que foi se dinamizando com o tempo. Antes da guerra civil, tratava-se de uma economia quase industrial, com muitas manufaturas e ferrovias ligando as suas diversas localidades.

    . Sul: Essa regio teve uma colonizao diferente, com grandes propriedades usando mo-de-obra escrava produzindo produtos para exportao. Isso teve continuidade aps a independncia com a cultura do algodo, em que a maior parte era exportada para a Inglaterra, suprindo as fbricas britnicas desde o incio da Revoluo Industrial, e tambm uma certa parte ia para as manufaturas do Norte.

    . Oeste: As terras conseguidas a Oeste dos treze estados originais atravs de guerras e compras eram disputados por grandes proprietrios sulistas e capitalistas nortistas. Cada um defendia um modelo de colonizao da regio. Os nortistas desejavam um regime de terra livre ou barata que levasse imigrantes para a regio suprindo o Norte de produtos bsicos e comprando dos mesmos os seus produtos manufaturados. O Sul defendia que as terras tivessem preo alto para que s grandes proprietrios pudessem comprar e que fosse permitido o trabalho escravo na regio. Aconteceu que diferentes estados do Oeste seguiram os modelos do Norte e do Sul. O Texas, por exemplo, segue o modelo do Sul e o estado de Michigan o modelo do Norte.

    2. Causas da guerra: . A escravido: So vrias as causas da guerra diretas ou indiretas, mas uma diferena fundamental entre

    as sociedades do Norte e do Sul explica todas essas causas: a escravido. Tratava-se de duas sociedades diferentes, uma escravista e outra capitalista, por causa dessa contradio fundamental houve a guerra.

    . A balana comercial: O Norte desejava defender a sua indstria, por isso defendia altas taxas de importao. Enquanto isso, o Sul defendia baixas taxas de importao, pois queriam comprar os manufaturados ingleses por um preo baixo, j que no h indstrias no Sul.

    . Terras no Oeste e equilbrio no Congresso: As brigas pelo trabalho livre ou escravo no Oeste criaram grandes discusses no Senado e na Cmara, que geralmente tinham em certa igualdade de representao entre nortistas e sulistas. Esse