livreto esquema-resumo história do brasil v1

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Prof. Eduardo F. Sallenave Livreto esquema-resumo de História do Brasil Material de apoio para as aulas e revisão do conteúdo Brasil Colonial 1500-1822 Brasil Imperial 1822-1889 República Velha 1889-1930 Era Vargas 1930-1945 Período Democrático 1945-1964 Ditadura Militar 1964-1985 Nova República 1985 em diante Versão 1.0 - 2012 Professor Eduardo Federizzi Sallenave

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Prof. Eduardo F. Sallenave

Livreto esquema-resumo de História do Brasil

Material de apoio para as aulas e revisão do conteúdo

Brasil Colonial 1500-1822

Brasil Imperial 1822-1889

República Velha 1889-1930

Era Vargas 1930-1945

Período Democrático 1945-1964

Ditadura Militar 1964-1985

Nova República 1985 em diante

Versão 1.0 - 2012

Professor Eduardo Federizzi Sallenave

Prof. Eduardo F. Sallenave

Brasil Colonial 1500-1822

A Expansão Marítima

Europa do século XV: transição para a Idade Moderna; emergência

de mentalidade humanista; antropocentrismo; centralização política

(Estado Absolutista); crescimento demográfico; desafios para o

renascimento comercial: escassez de metais preciosos; intermediários

muçulmanos no comércio com o Oriente.

Navegações Portuguesas:

Por que Portugal foi pioneiro?

Longa experiência no comércio de longa distância;

posição geográfica; reino unificado precocemente;

técnicas de navegação; investimentos genoveses e

florentinos.

Buscavam ouro e especiarias.

Lento processo de navegação pela costa africana; feitorias; ocupação

de ilhas do Atlântico.

Tratado de Tordesilhas em 1494.

Procura de uma rota para a Índia; “achamento” do Brasil em

1500.

Período Inicial da Colônia (1500-1549)

Inicialmente (até 1530): desinteresse; feitorias no litoral; pau-brasil;

escambo.

Índios: tupis-guaranis e tapuias; vitimados por doenças.

Pirataria; território ameaçado; expedições guarda-costas; expedição de

Martim Afonso (1530); necessidade de efetiva ocupação da terra.

Capitanias Hereditárias (1534): fracasso. Exceções: São Vicente e

Pernambuco.

Saída encontrada: navegações; explorar novas regiões!

Capitanias Hereditárias: intransferíveis; sistema colonizador

descentralizado; capital privado; concedidas mediante Carta de

Doação Foral.

Prof. Eduardo F. Sallenave

O Governo Geral e a Consolidação da Colonização

Passo importante na organização administrativa da Colônia.

Tomé de Souza (1549-1553), primeiro governador geral; primeiros

jesuítas; fundação de Salvador, capital.

Duarte da Costa (1553-1556): ocupação da Guanabara pelos franceses;

França Antártica contexto de guerras religiosas na Europa

(huguenotes x católicos).

Mem de Sá (1558-1572): expulsão dos franceses.

Estrutura Administrativa:

Governador Geral representante máximo da Coroa no

Brasil.

Donatários poder regional.

Justiça: Tribunais da Relação; ouvidor-mor.

Fazenda: Junta da Fazenda; provedor-mor.

Defesa: tropas regulares e milícias; capitão-mor.

Câmaras Municipais poder local; participavam apenas os

“homens bons”.

Estado e Igreja: padroado real; subordinação da Igreja à Coroa

lusa.

Estado patrimonialista indefinição da esfera pública e

privada.

Estrutura Econômica:

Mercantilismo e Exclusivo Colonial:

Mercantilismo: prática e lógica econômica dos

Estados europeus entre os séc. XV – XVIII. Balança

comercial favorável: conseguir metais preciosos e

retê-los. O ganho de um Estado é o prejuízo do

outro. Ampla intervenção do Estado na economia:

monopólios, protecionismo, etc.

Exclusivo Colonial: colônias estruturar sua

produção para o enriquecimento da metrópole.

Comércio externo da colônia: monopolizado pela

metrópole a seu favor.

Características Gerais:

Grande propriedade (latifúndio)

Monocultura

Produção voltada para exportação

Mão de obra escrava (negra e indígena)

Mão de Obra: por que optar pelo trabalho compulsório?

Não havia oferta de trabalhadores dispostos

a emigrar.

O trabalho assalariado não era conveniente

Atenção! Apesar do aparelho administrativo, havia limitações da

autoridade real: lentidão das comunicações; choques entre as

autoridades coloniais (sobreposição de poderes); ordens religiosas

muito autônomas (Estado dentro do Estado).

Plantation

Relativizar o “exclusivo”: Portugal não foi capaz de manter

rígido monopólio comercial sobre suas colônias!

Prof. Eduardo F. Sallenave

para os fins da colonização.

O tráfico de escravos tornou-se lucrativa

atividade econômica.

Índios e Negros: por que a opção pelo africano?

Oposição da Igreja à escravidão indígena

(daí o conflito entre colonos e jesuítas).

Leis da Coroa contra a escravidão indígena

(muitas vezes letra morta).

Já se utilizavam escravos africanos nas ilhas

do Atlântico.

Racismo: negro visto como racialmente

inferior.

Doenças vitimavam os índios.

A produtividade dos cativos africanos era

maior: já trabalhavam com agricultura

intensiva, pecuária e metais.

Atividades Econômicas:

Açúcar

Principais regiões produtoras: Pernambuco e Bahia.

Início da produção: 1530-1540.

Engenho: unidade produtiva; escravos; senzala; canavial;

moenda; sr. de engenho; casa grande.

A produção impulsionou o tráfico de escravos africanos: em

1574 representavam 7% da força de trabalho; em 1591, 37%;

em torno de 1638, a totalidade.

Altos e baixos da produção: 1570-1620 expansão sem

concorrência; a partir de 1630, concorrência antilhana,

abalando a produção brasileira. Apesar disso, o açúcar

sempre ocupou o 1º lugar até meados do séc. XIX.

Portugal não controlava as praças comerciais da Europa;

assim, o comércio final do açúcar ficava principalmente em

mãos holandesas.

Fumo

Principal região produtora: Recôncavo Baiano.

Moeda de troca na costa da África.

Pecuária

Contribuiu para a interiorização da colônia (Nordeste e Sul);

produção de couro e carne-seca.

Sociedade Colonial:

Preconceito com cristãos-novos. Visitações do Santo Ofício à Bahia e

a Pernambuco em fins do séc. XVI.

Escravos: responsáveis pelos trabalhos pesados. Trabalho manual

desprezado como “coisa de negro”. Havia grande número de negros

e mulatos livres ou libertos. “Escravos de ganho”.

Escravidão: instituição que penetrou toda sociedade; até mesmo

escravos libertos chegaram a ter escravos!

Religião: clero pouco regrado; sincretismo religioso; festividades

religiosas.

Elite Colonial: grandes proprietários rurais; grandes comerciantes

ligados ao comércio exterior; traficantes de escravos; altos

funcionários da administração. “Homens bons”: brancos, de posses,

cristãos.

Sociedade machista e patriarcal.

Houve uma

passagem da mão de

obra índia para negra

que variou no tempo

e espaço. Em SP foi

mais tardia; nos

núcleos açucareiros,

mais rápida.

Prof. Eduardo F. Sallenave Povoação litorânea; “Sertão”: interior pouco explorado da colônia

(menor presença administrativa e legal da Coroa).

Língua-geral: misto de tupi-guarani e português (predominante até

fins do séc. XVIII).

A União Ibérica e as Invasões Holandesas

Dom Sebastião some na batalha de Alcácer-Quibir. Crise sucessória

em Portugal: Felipe II, rei da Espanha, assume trono português.

União Ibérica: de 1580 a 1640.

Com a união dos reinos, o conflito aberto entre Espanha e Holanda

compromete o comércio holandês de açúcar brasileiro.

As invasões:

Cia. das Índias Ocidentais: ocupação das zonas produtoras no

Nordeste; controle do suprimento de escravos na costa

africana.

1ª invasão: 1624-25, Salvador, Bahia.

2ª invasão: 1630, Pernambuco. Fases: 1) 1630-37: combates

até o controle da região pelos holandeses; 2) 1637-44: relativa

paz, governo de Maurício de Nassau; 3) 1645-54: reconquista;

Batalhas dos Guararapes. Consequências: desestruturação da infraestrutura produtiva

do Nordeste; estabelecimento de produção açucareira

holandesa nas Antilhas.

Quilombos: povoações de negros fugidos

onde se recompunham formas de organização

social semelhantes às africanas. Forma de

resistência à escravidão!

Prof. Eduardo F. Sallenave

Expansão territorial

A colonização do Norte:

Pouco interesse pela região até a ocupação francesa em 1612

(fundação de São Luiz; França Equinocial).

Administração espanhola estabelece, em 1621, o Estado do

Maranhão e Grão-Pará, dividido do Estado do Brasil.

Economia do Norte: produtos da floresta, cacau, baunilha

(drogas do sertão); mão de obra indígena.

Conflito entre jesuítas e colonos.

A colonização do Sudeste e do Centro-Sul:

Fundação da povoação de São Paulo em 1561; padres

Nóbrega e Anchieta.

Características: fraqueza da agricultura de exportação; forte

presença de índios; colonos x missionários; escassez de

moeda; influência indígena; criação de gado; cultivo de trigo.

As Bandeiras: apresamento de índios e busca de metais preciosos;

força militar: atacar quilombos; contribuíram para a

interiorização da colônia; bandeirantes: idealizados pelos

paulistas na primeira metade do séc. XX.

Restauração da Monarquia portuguesa (1640)

Portugal em crise econômica: perda de posses no Oriente; perda do

monopólio de escravos africanos para a América espanhola; passou

a depender majoritariamente dos impostos do comércio brasileiro.

A administração da Coroa torna-se mais presente no Brasil.

Ouro!

Impactos da descoberta de ouro e diamantes: 1ª grande corrente

migratória para o Brasil; deslocamento do eixo administrativo

colonial do Nordeste para o Centro-Sul (capital transferida para o

Rio de Janeiro em 1763); fomento do comércio interprovincial;

urbanização (Ouro Preto, Mariana, São João Del Rey); inflação dos

preços na colônia.

A Coroa e o controle das minas: esforço de regulamentação:

Impostos: quinto e capitação.

Casas de Fundição; Intendência das Minas cobrar o “quinto”.

Distrito Diamantino.

Formas de extração do ouro: datas; lavras ou lavagens;

faiscação.

A sociedade das minas:

Sociedade mais diversificada: mineradores, escravos, artesãos,

burocratas, militares, padres, advogados, prostitutas,

aventureiros. Pessoas com os interesses estritamente

vinculados à Colônia.

Irmandades religiosas.

Expressões artísticas: barroco, arcadismo.

Proliferação de quilombos.

Guerra dos Emboabas (1709): paulistas x estrangeiros e

baianos.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Apogeu do ouro: 1733-1748.

Com quem ficava o ouro das minas?

Dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra

(Tratado de Methuen, 1703). Ouro das minas: equilibrar a

balança comercial negativa com a Inglaterra; gastos da Corte

e com obras grandiosas; pirataria.

Direta e indiretamente: para a Inglaterra.

A Crise do Antigo Regime

Novas ideias: pensamento ilustrado: princípio da razão; direito natural,

direito à insurreição; liberalismo (iniciativa individual, ideia de

progresso, direito de representação, Constituição, defesa da

propriedade, contra os privilégios de nascimento, meritocracia).

Contexto internacional: Independência dos EUA em 1776; Revolução

Francesa em 1789; processo de industrialização na Inglaterra

(incentivo ao “livre comércio” e combate às práticas mercantilistas).

Simplificadamente: formação do capitalismo industrial e

ascensão política da burguesia.

Administração Pombalina (1750-1777):

Esforço de tornar mais eficaz a administração portuguesa:

combinava absolutismo ilustrado e tentativa de aplicação

consequente das doutrinas mercantilistas.

Criação de companhias privilegiadas de comércio.

Incentivo à instalação de manufaturas.

Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil

(centralização administrativa da Coroa).

Políticas de integração dos índios (escravidão índia

extinta em 1757).

Fronteira Sul: Guerras dos Guaranis, de 1754 a 1756;

Colônia do Sacramento (1680); Tratado de Madri,

1750; Tratando de Santo Ildefonso, 1777.

“Viradeira”: fim do época pombalina.

Movimentos de Rebeldia: revoltas regionais e não nacionais!

Inconfidência Mineira (1789): fins do séc. XVIII → declínio

econômico. Membros da elite mineira endividados com a

Coroa.

Novo governador Barbacena: derrama!

Conspiradores: influência estadunidense (1776) e

iluminista; proclamar uma República; escravidão:

pondo polêmico entre os inconfidentes.

Conspiração debelada: banimentos e enforcamento de

Tiradentes.

Conjuração dos Alfaiates: Bahia, 1798, caráter popular,

Cipriano Barata. Defesa da República, fim da escravidão.

Influência da Rev. Francesa. Duramente reprimidos.

A transformação da figura de Tiradentes em

herói nacional só ocorre após a proclamação da

República, em 1889.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Processo de Independência

Vinda da Família Real (1808):

Situação na Europa: invasões napoleônicas; bloqueio continental.

Transferência da Corte para o Brasil sob proteção inglesa

(1808).

Abertura dos Portos: quebra do exclusivo colonial.

Tratado de Navegação e Comércio com a Inglaterra,

1810: tarifas alfandegárias vantajosas para a

Inglaterra (leva à decadência dos comerciantes lusos

da metrópole). Pressões inglesas pelo fim da

escravidão.

Anexação da Província Cisplatina em 1821.

A Corte no RJ: maior efervescência cultural, política

e econômica. Revolução Pernambucana de 1817: motivações: desigualdades

regionais e sentimento antilusitano. Proclamou-se a

República, não se tocou na escravidão. Reprimidos após

dois meses.

Elevação do Brasil à condição de Reino Unido em 1815.

Fator externo decisivo: Revolução Liberal de 1820.

Comerciantes e militares portugueses descontentes com a

permanência do rei no RJ; comerciantes metropolitanos em

crise; excessiva subordinação à Inglaterra. Exigem a volta de

Dom João VI e a instauração de uma Monarquia Constitucional.

Convocam as Cortes para elaborar uma Constituição.

As Cortes apresentavam uma intenção recolonizadora que

desagradava aos deputados brasileiros, unindo-os.

Facções políticas:

“Partido” Português manutenção dos laços com a

metrópole, retorno do regime colonial.

“Partido” Brasileiro exportadores de produtos

tropicais que desejavam comerciar diretamente com

os consumidores europeus.

“Partido” Liberal-radical republicanos; classe

média urbana; forças mais populares. Dom João retorna a Portugal; o Príncipe Dom Pedro

permanece no Brasil. Exige-se também seu retorno: Dia do

Fico, janeiro de 1822. Novos despachos de Lisboa exigindo

seu retorno: ruptura definitiva (“grito do Ipiranga”).

Estabelecimento de uma Monarquia centralizadora sem

grandes transformações sociais, garantindo a

permanência da ordem escravista (medo do haitianismo).

Prof. Eduardo F. Sallenave

Brasil Imperial 1822-1889

Primeiro Reinado (1822-1831)

Consolidação da Independência:

Conflitos militares: Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina.

Império: recrutamento de mercenários estrangeiros. 1823: todos

focos de resistência eliminados.

Transição sem abalos: sem maiores alterações na ordem social e

econômica.

Reconhecimento: EUA em 1824 (Doutrina Monroe); Portugal e

Inglaterra em 1825. Empréstimo de 2 milhões de libras com

Inglaterra Indenizar Portugal.

Constituinte:

Assembleia Constituinte: “partido” liberal-radical excluído;

“portugueses” (absolutismo: executivo forte; intenções

recolonizadoras) x “brasileiros” (limitação do poder do imperador;

sentimento antilusitano).

Assembleia dissolvida pelo Imperador com ajuda do Exército.

Constituição Outorgada de 1824: monarquia constitucional hereditária;

Padroado; 4 poderes: moderador, legislativo, judiciário e executivo;

voto indireto e censitário (analfabetos votavam); assegurava direitos

individuais: liberdade de pensamento e manifestação, “liberdade”

religiosa.

Confederação do Equador (1824):

Foco em Pernambuco: reação ao centralismo imperial; revolução

republicana e separatista; ampla mobilização popular; Frei Caneca;

questão da escravidão: ponto de ruptura entre os revoltosos.

Revolução duramente reprimida após dois meses.

Abdicação de Dom Pedro I:

Crise financeira: déficit comercial com a Inglaterra; dívida externa;

contratos comerciais de 1827: compromisso de acabar com o tráfico

de escravos em 1830 desagradou aos proprietários rurais.

Direitos individuais não cumpridos; perseguições políticas.

Ameaça recolonizadora; cargos e ministérios: preferência para os

lusos; rivalidades entre lusos e brasileiros: “noite das garrafadas”.

Guerra na Cisplatina: recrutamento forçado, impopular.

Interesse de Dom Pedro I no trono português: disputa com o irmão

Miguel Guerra Civil em Portugal.

Abdicação em 7 de abril de 1831.

Atenção: não havia uma elite política homogênea com um

projeto claro para a nova nação. Os conflitos político-militares

do período regencial evidenciam as disputas pelo poder!

Prof. Eduardo F. Sallenave

Período Regencial (1831-1840)

Unidade territorial ameaçada; disputas entre centralização e

descentralização do poder; abdicação representa vitória dos liberais

moderados (nacionalização da independência); consolidação do Estado

nacional.

Grupos políticos: liberais exaltados ou “farroupilhas”; restauradores ou

“caramurus”; liberais moderados.

Reformas institucionais liberalizantes Durante as duas regências

trinas e a regência una do Padre Feijó:

Código do Processo Penal (1832).

Ato Adicional de 1834: instituiu a Regência Una; princípios

federalistas; Assembleias Legislativas Provinciais (maior

autonomia para as províncias); extinção do Conselho de

Estado.

Guarda Nacional: manter a ordem local.

Revoltas Provinciais:

Cabanagem: liderança de Eduardo Angelim, rebelião

popular; dura repressão.

Sabinada: liderança de Sabino Barroso, ideias federalistas e

republicanas, derrotada pelo governo.

Balaiada: revolta popular, reprimida.

Guerra dos Farrapos: concorrência do charque platino,

liderança das elites estancieiras, República de Piratini,

liderança de Bento Gonçalves, paz sem punições para os

gaúchos.

Revolta dos Malês (1835): revolta de escravos muçulmanos em

Salvador; reprimidos.

Regência de Araújo Lima (1837-1840) Regresso: “Lei de

Interpretação” (1840) do Ato Adicional; reforma do Código do Processo.

Golpe da Maioridade: promovido pelos liberais.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Segundo Reinado (1840-1889)

Política:

Consolidação da Monarquia centralizadora:

Revoltas Liberais de 1842: SP e MG.

Revolução Praieira (1848): antilusitana; contra os

conservadores que controlavam a província;

vinculação de algumas ideias “socialistas”.

“Parlamentarismo”: acordo tácito entre as elites políticas.

Liberais e conservadores: rodízio no poder.

Restauração do Poder Moderador; amplos

poderes para o imperador intervir no

Legislativo.

“Parlamentarismo às avessas”.

Estrutura socioeconomia:

Economia cafeeira: principal produto de exportação depois de

aproximadamente 1830; deslocou definitivamente o polo

dinâmico do país para o Centro-Sul.

Tráfico de escravos:

Aumento do tráfico depois da independência:

cativos para lavouras cafeeiras do Vale do Paraíba.

Pressões inglesas: lei de 1831 “para inglês ver”

apego à escravidão pelos grupos dominantes pois: 1)

ainda não havia alternativa viável; 2) inexistência de

rebeliões generalizadas.

Bill Aberdeen: navios ingleses poderiam prender

navios negreiros.

Lei Eusébio de Queiros 1850: extinção do tráfico. Por

que a lei pegou? Incremento da pressão inglesa;

mercado interno de cativos abastecido; fazendeiros

fluminenses endividados com traficantes.

Fim do tráfico atlântico: incentivo ao tráfico

interprovincial: do Nordeste para as regiões cafeeiras.

Inicialmente: Vale do Paraíba (auge 1850); Barões

do Café (base social de apoio da Monarquia); decadência

devido à falta de terras produtivas.

Depois: Oeste Paulista; “Burguesia do Café”;

disponibilidade de terras; arado e despolpador;

imigrantes; rede de núcleos urbanos.

"Nada mais conservador

que um liberal no poder.

Nada mais liberal que

um conservador na

oposição.”

Prof. Eduardo F. Sallenave

Modernização capitalista: fim da importação de escravos libera

capitais; acumulação de capitais (exportação de café);

diversificação econômica: investimentos em indústrias, bancos,

empresas de transportes, investimentos estrangeiros na

infraestrutura do país (ferrovias). Figura emblemática: Barão

de Mauá.

Imigração:

Lei de Terras 1850: terras públicas vendidas e não

doadas; evitar acesso à terra aos futuros imigrantes.

Inicialmente: sistema de parceria fracassou.

A partir de 1871: imigração subsidiada.

Chegada em grande número a partir da década de

1880: portugueses, italianos, espanhóis, alemães.

Política Externa:

Guerra contra Oribe e Rosas década de 1850.

Guerra do Paraguai (1864-1870):

Diversas interpretações:

Versão tradicional brasileira: exaltação dos

heróis militares brasileiros (Caxias e

Tamandaré); Solano Lopez

megalomaníaco.

Paraguaia: país independente atacado por

agressivos vizinhos; glorificar no presente o

ditador Stroessner do partido colorado.

Historiografia de esquerda (1960-70): conflito

fomentado pelo imperialismo inglês.

Interpretações recentes: dinâmica própria das

relações internacionais dos países latino-

americanos.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Dinâmica Geopolítica na Bacia do Prata

Década de 1850

Década de 1860

Consequências da guerra: destruição do Paraguai; no

Brasil: emergência do Exército, dívida externa,

impopularidade da Monarquia.

Crise do Segundo Reinado (1870-1889):

Fatores secundários:

Fim da escravidão: Lei do Ventre Livre (1871); forte movimento

abolicionista a partir de 1880; Lei dos Sexagenários ou Lei

Saraiva-Cotejipe (1885); Abolição em 13 de maio de 1888.

Grande número de negros livres e libertos no final do

Império: 1872 73% da população negra,

representando 43% da população total do país (a

alforria suavizava o choque racial direto).

Monarquia perde apoio dos Barões do Vale do

Paraíba ferrenhos escravocratas.

A Abolição não significou efetiva integração do

negro como cidadão.

Questão Religiosa: tensão entre Estado e Igreja Bispo de

Olinda (ordens papais) restrições à maçonaria.

Fatores principais:

Republicanismo: fundação do Partido Republicano Paulista em

1873 (defesa do federalismo); no Rio de Janeiro não chegou a

se formar um partido.

Base social: burguesia cafeeira, profissionais liberais,

jornalistas e outras figuras do meio urbano.

Questão Militar: Exército sai fortalecido enquanto instituição

da Guerra do Paraguai reivindica maior prestígio e

atenção do governo. Clube Militar: liderança de Deodoro da

Fonseca na defesa dos interesses militares.

Influência das ideias positivistas: tecnicismo;

executivo forte; modernização conservadora.

Uruguai: BR apoia

colorados; Arg

(Rosas) apoia

blancos (Oribe)

Brasil: livre navegação Intervenção

brasileira nos

dois países:

caem Rosas e

blancos

Paraguai: aliança com

províncias federalistas

argentinas e com

blancos uruguaios

Liderança geopolítica

na região autonomia

frente ARG e BR;

acesso ao Atlântico. pretendia

Em 1863, BR intervém no

Uruguai contra os blancos.

Paraguai sente-se

ameaçado.

GUERRA! Formação da

Tríplice Aliança

Arg: controle alfandegário

Prof. Eduardo F. Sallenave

Queda da Monarquia:

Em 15 de novembro de 1889, Deodoro marcha para

o Ministério da Guerra; o movimento foi

basicamente militar e em defesa dos interesses

militares; com incentivo e apoio dos republicanos.

Intenção de Deodoro: derrubar o ministério ou a

Monarquia? Proclamar a República? Diz-se que a

monarquia caiu de madura;

Não houve participação popular: “O povo assistiu a

tudo bestializado”.

Após a queda, disputas pelo poder:

Militares: poder executivo forte, unidade nacional,

pouca autonomia provincial.

Republicanos: federalismo (inspirado nos EUA e

modelo que triunfou na Constituição de 1891),

autonomia para as províncias.

A proclamação da República não significou ampliação dos direitos da

cidadania!

Prof. Eduardo F. Sallenave

República Velha 1889-1930

Qual República?

Após a queda da Monarquia, não havia unanimidade sobre como seria

organizada a nova República! Projetos em disputa:

Militares: adversários do liberalismo; a favor de um Estado forte e

centralizado; acentuada influência positivista.

Elites civis (principalmente cafeicultores paulistas e mineiros):

República federativa (ampla autonomia para os estados); influência

do modelo liberal estadunidense.

Jacobinos (setores da população urbana e da baixa classe média):

República de ampla democracia; influência da Primeira República

Francesa de 1792-1794.

A República da Espada (1889-1894)

Governo do Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891)

Governo provisório (1889-1891) Governo constitucional (1891), eleito

indiretamente pelo Congresso Nacional.

Constituição de 1891: elaborada por Assembleia Constituinte;

inspirada no modelo dos EUA; República federativa (ampla

autonomia para os estados); divisão em três poderes (Legislativo,

Executivo, Judiciário); voto universal masculino (excluíam-se

mulheres, mendigos, analfabetos, soldados e padres); Estado laico

(Registro Civil).

Grande naturalização: integrar os imigrantes.

Encilhamento: política econômica emissionista; objetivo: aumentar o

meio circulante e o crédito para o desenvolvimento industrial do

país. Resultado: febre especulativa e inflação.

A queda de Deodoro: autoritarismo, choques com o Congresso e

membros de seu governo; oposição de republicanos e membros do

Exército (florianistas); denúncias de corrupção; Revolta da Esquadra

Renúncia.

Governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894)

Apoio dos republicanos radicais (jacobinos), dos positivistas e dos

cafeicultores. Políticas paternalistas, discurso nacionalista.

Revolta da Armada (1893): Marinha de tendência monarquista e

rivalidade com o Exército; almirante Custódio de Melo aspirava à

presidência desde 1891.

Revolução Federalista no RS (1893-1895): pica-paus (situação; apoio da

União; Partido Republicano Rio-grandense; positivistas; liderança

de Júlio de Castilhos) x maragatos (Partido Federalista; evitar a

recorrente reeleição do governador do estado; mais poder para o

Legislativo; uniram-se, em SC, aos membros da Revolta da

Armada).

O art. 65 assegurava aos estados quaisquer prerrogativas desde

que estas não fossem negadas no texto constitucional. Poderiam

ter forças militares próprias, contrair empréstimos no exterior e

organizar a própria justiça!

Prof. Eduardo F. Sallenave

Domínio Oligárquico (governo de poucos)

FederalPolítica do café com

leite

EstadualPolítica dos

governadores

Municipal Coronelismo

A consolidação do poder civil – A República Oligárquica

Sequência de três presidentes civis e paulistas.

Declínio da atividade política dos militares, dos jacobinos e dos

positivistas. Consolidação da República "Liberal": poder das elites

regionais com SP à frente.

Política do Café com Leite (a partir de 1898): aliança política entre SP

(poder econômico) e MG (maior número de eleitores e deputados)

para assumir e controlar o governo federal.

Política dos governadores: a União apoiava as elites mais fortes dos

estados em troca do apoio de seus deputados e senadores ao

governo federal.

Coronelismo: poder dos grandes senhores rurais; práticas clientelistas;

apoiavam os partidos republicanos regionais em troca de benefícios

para manter seu controle local.

Eleições fraudulentas: voto não secreto; voto de cabresto (currais

eleitorais); Comissão Verificadora de Poderes.

Interregno da política Café com Leite: governo Hermes da Fonseca

A partir do racha entre SP e MG em 1909, elege-se o marechal

Hermes da Fonseca do RS. Ascensão política do RS.

Política das Salvações: intervenções nos estados para substituir grupos

oligárquicos adversários por outros aliados. Reação no Ceará:

Revolução Cearense de 1914 (com apoio do padre Cícero).

Economia e sociedade

Crise financeira: crescimento da dívida externa, do déficit público,

desvalorização do café. Saída para saldar a dívida externa: funding

loan (1898).

Principal produto de exportação: café. Desvalorização do produto

devido ao excesso de produção. Solução: adotar uma política de

valorização do café apoiada pelo Estado Convênio de Taubaté (1906).

Dilema do governo federal: sanar as finanças federais ou defender

financeiramente os cafeicultores?

Estados: empréstimos no exterior e compra

do excedente

Diminuição da oferta e expectativa de

aumento dos preços futuramente

Venda se conjuntura favorável

Destruição (socialização das

perdas)

Prof. Eduardo F. Sallenave Ciclo da borracha (1880-1910): matéria-prima para pneus; migração

para a Amazônia; melhoramentos urbanos em Belém e Manaus;

Questão do Acre: anexado em troca de indenização financeira à

Bolívia (Tratado de Petrópolis, 1903). Rápida decadência:

concorrência asiática.

Outros produtos: cacau na Bahia; pecuária e alimentos no RS

(frigoríficos); algodão em SP; açúcar no Nordeste (os engenhos

tornaram-se usinas).

Ingresso de capitais estrangeiros: empréstimos e investimentos (cias. de

transporte, de serviços e bancos). A partir do início do século XX:

mais investimentos dos EUA do que da Inglaterra.

Industrialização: principalmente no Rio e São Paulo. Processo de

substituição de importações (bens de consumo: têxteis e alimentos);

acentuado durante a 1ª Guerra Mundial. Carência de uma indústria

de base. Surgimento de uma burguesia industrial e do operariado.

Imigração, urbanização e crescimento demográfico.

Movimentos sociais e conflitos

Guerra de Canudos (1896-97), BA: movimento messiânico, liderança de

Antônio Conselheiro (defensor da Monarquia e da Igreja Católica);

carência social e misticismo religioso. O arraial derrotou duas

expedições do governo federal até ser destruído. Na ótica das elites

urbanas: civilização contra a barbárie. Cronista: Euclides da Cunha,

"Os sertões".

Guerra do Contestado (1912-1916): movimento messiânico; região

limítrofe entre PR e SC; carência social e misticismo religioso;

trabalhadores desempregados após a construção de uma ferrovia;

liderança de José Maria; formação de comunidades místicas.

Duramente reprimidos.

Cangaço: nordeste; banditismo social; movimento idealizado pela

esquerda nos anos de 1960 (cangaço justiceiro contra o latifúndio).

Revolta da Vacina (1904): contexto reformas urbanas no RJ;

discurso científico e higienista; problema social é um problema

médico; demolição de cortiços. Revolta: reação à vacinação

obrigatória.

Revolta da Chibata (1910): reação dos marinheiros, liderados por João

Cândido, contra os castigos físicos na Marinha. Ameaça de

bombardear o RJ. Depois de se desmobilizarem, os marinheiros

foram presos; muitos morreram devido aos maus-tratos.

Revolução de 1923, RS: desdobramento da Revolução Federalista;

maragatos x chimangos (pica-paus); contra a reeleição pela quinta vez

de Borges de Medeiros, do PRR. Fim do conflito, Pacto de Pedras

Altas: proibidas as reeleições.

Movimento operário: RJ, sindicalismo de resultados; SP, anarco-

sindicalismo (ideias vindas com os imigrantes); sindicatos amarelos:

ganhos para os trabalhadores, colaborando com os patrões. Ciclo de

greves entre 1917-1920 (influência da Revolução Russa de 1917).

Fundação do PCB em 1922 e consequente declínio do anarquismo. Anarquistas Marxistas (PCB)

Emancipação pelos próprios trabalhadores

Negação do Estado

Negação do processo eleitoral

Revolução que levasse diretamente à

sociedade igualitária sem Estado

Internacionalistas

Emancipação guiada pelo Partido

Valorização do Estado

Participação no jogo político

Fase de transição, "ditadura do proletariado",

antes da sociedade comunista

Atuação no âmbito nacional

Prof. Eduardo F. Sallenave

Cultura: movimento modernista

Ruptura com os modelos vigentes na arte e com a imitação dos

padrões europeus; criação de novas formas de expressão baseadas

no futurismo, primitivismo, surrealismo entre outras. Movimento

antropofágico: "devorar" as influências europeias e buscar uma arte

autenticamente brasileira. Semana de Arte Moderna (1922). Verde-

amarelismo: nacionalismo xenófobo.

Crise da República Velha

Tenentismo

Descontentamento dos jovens oficiais do Exército; simpatia da classe

média urbana. Buscavam: moralização eleitoral; maior centralização

política; modernização do Exército e maior profissionalismo; projeto

de modernização conservadora para o país (viés autoritário).

Episódio das "cartas falsas" atribuídas a Arthur Bernardes (1921).

Contexto das disputas eleitorais de 1921 Reação Republicana

(oligarquias dissidentes; discurso: contenção da inflação, ataques à

política de valorização do café, moralização política) versus Arthur

Bernardes (candidato de SP e MG).

Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922): impedir a posse de

Arthur Bernardes. Massacrados.

Revolução Paulista de 1924: objetivo de derrubar o governo Arthur

Bernardes; uniu-se aos rebelados liderados por Luis Carlos Prestes

no RS; formação da Coluna Prestes-Miguel Costa Símbolo de

oposição à ordem oligárquica.

Fragmentação do movimento tenentista após 1930: apoio ao

movimento revolucionário de 1930; adesão à extrema direita; adesão

ao PCB.

Ao mesmo tempo que criticavam a influência europeia, os modernistas

apropriavam-se dos vanguardismos europeus e passavam longos

períodos na Europa.

Caráter elitista do movimento: rejeição à mobilização popular.

Prof. Eduardo F. Sallenave

A Revolução de 1930

Antecedentes:

Divisões políticas em SP com a fundação do PD (Partido

Democrático); ascensão política do RS.

Racha entre SP e MG nas eleições de 1929: insistência de

Washington Luís em indicar outro paulista para sua

sucessão. Formação da Aliança Liberal (oligarquias

dissidentes, RS e MG, apoio do PD): Getúlio Vargas para

presidente, João Pessoa para vice.

Programa da AL: aspirações das elites regionais não ligadas

ao café; combate à política de valorização do café; algumas

medidas de proteção aos trabalhadores; reforma política;

anistia para os tenentes.

Crise de 1929: abalou a cafeicultura.

Vitória do paulista Júlio Prestes.

Processo revolucionário:

Assassinato de João Pessoa: explorado politicamente (estopim

da revolução). Rearticulação da Aliança Liberal (jovens

políticos das oligarquias dissidentes + tenentes).

Insurreições em MG, Paraíba e RS.

Em 24 de outubro de 1930, o alto comando das Forças

Armadas depõe W. Luís e impede a posse de Júlio Prestes.

Pouco depois, Getúlio Vargas chega ao RJ acompanhado de

soldados gaúchos e assume a liderança do governo

revolucionário.

Sequência de presidentes durante a República Velha:

1889-1891 – Marechal Deodoro da Fonseca

1891-1894 – Marechal Floriano Peixoto

1894-1898 – Prudente de Morais

1898-1902 – Campos Sales

1902-1906 – Rodrigues Alves

1906-1909 – Afonso Pena

1909-1910 – Nilo Peçanha

1910-1914 – Hermes da Fonseca

1914-1918 – Wenceslau Brás

1918-1919 – Delfim Moreira

1919-1922 – Epitácio Pessoa

1922-1926 – Arthur Bernardes

1926-1930 – Washington Luís

A Revolução de 1930 não representou uma ruptura na história

brasileira, porém trouxe uma base social mais complexa para a

liderança do governo, que se tornou mais centralizado.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Era Vargas 1930-1945

Governo Provisório (1930-1934)

Crise do Estado oligárquico: os cafeicultores não foram abandonados,

mas deixaram de exercer hegemonicamente o poder. Uma

heterogênea base formava o novo governo:

Centralismo político: nomeação de interventores tenentes nos estados;

limitação do poder militar das forças estaduais; dissolução do

Legislativo; intervenção do Estado na economia (promover a

industrialização); política de valorização do café nas mãos do

governo federal (Dep. Nacional do Café, 1933).

A cafeicultura recuperou-se com relativa facilidade da depressão de

1929.

Movimento tenentista: enfraquecimento e fragmentação do

movimento (parte aderiu ao governo, parte à extrema direita, parte à

esquerda).

Educação: criação do Ministério da Educação e Saúde (1930); criação

de universidades; intensos debates entre educadores católicos e

reformadores liberais (Manifesto da Escola Nova, 1933).

Revolução Constitucionalista de 1932: desencadeantes: elite política de

SP marginalizada, nomeação de interventores à sua revelia; PD +

PRP Frente Única Paulista. Reivindicações: nomeação de um

interventor civil paulista e constitucionalização do país. Vitória

militar da União após três meses de combate. Conciliação com os

paulistas derrotados.

Código Eleitoral de 1932: voto secreto obrigatório, voto feminino,

justiça eleitoral, deputados classistas.

Constituição de 1934: baseada na Constituição de Weimar; república

federativa, separação dos três poderes, eleição direta, incorporação

do Código Eleitoral, criação do Tribunal do Trabalho, legislação

trabalhista, possibilidade de nacionalização de empresas

estrangeiras, monopólio estatal sobre determinadas indústrias,

criação do Conselho Superior de Segurança Nacional; eleição pelo

voto indireto do 1º presidente pela Assembleia Constituinte.

Governo Constitucional (1934-1937)

Contexto de radicalização ideológica e polarização política:

Ação Integralista Brasileira Aliança Nacional Libertadora

Inspiração fascista; liderança: Plínio Salgado;

apelo nacionalista; defesa de um governo

autoritário e da hierarquia; desfiles e ampla

simbologia; mobilização de massas; lema:

"Deus, pátria e família"; combatiam:

socialismo, liberalismo, capitalismo

financeiro internacional.

Frente ampla de oposição ao fascismo;

predomínio do PCB; defesa de reformas

sociais (reforma agrária); suspensão da dívida

externa; nacionalização das empresas

estrangeiras; apoio de Prestes; logo colocada

na ilegalidade.

República Velha: oligarquia cafeeira

Pós-1930: oligarquias dissidentes, classes médias, burguesia

urbana, Exército/tenentes.

Prof. Eduardo F. Sallenave Intentona Comunista (1935): iniciada dentro dos quartéis; apoio

soviético; levante fracassado. Pretexto para implementação de

medidas repressivas: declaração de estado de sítio, depois de estado

de guerra. Criação do Tribunal de Segurança Nacional e da

Comissão de Repressão ao Comunismo.

Golpe do Estado Novo (novembro de 1937): pretexto: divulgação de

um falso plano de golpe dos comunistas (Plano Cohen). Fechamento

do congresso, extinção dos partidos políticos, suspensão da

campanha presidencial e da Constituição. Mínima oposição ao

golpe.

Estado Novo (1937-1945)

Consolidação de tendências que já se esboçavam desde 1930:

Constituição outorgada de 1937 (Polaca): extinção do Legislativo;

centralização política; governar por meio de decretos-lei; indicação

dos governadores. Legislação trabalhista: baseada na Carta Del

Lavoro fascista.

Fortalecimento das Forças Armadas.

Intentona Integralista (1938): motivo: os integralistas foram mantidos

à margem do processo político. Ataque fracassado ao Palácio

Guanabara.

Projeto industrializante: promover a industrialização do país sem

grandes abalos sociais por meio da ação do Estado:

Criação de institutos (açúcar, álcool, chá, mate, sal...), de

órgãos de coordenação e de grandes estatais (indústria de

base: CSN; Vale do Rio Doce; Fábrica Nacional de Motores;

Cia. Hidrelétrica do Valo do São Francisco...).

Cooptação do operariado: 1) vasta legislação trabalhista com

ganhos efetivos para os trabalhadores (CLT); 2) atrelamento

dos sindicatos ao Estado.

Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP): controle

sobre os meios de comunicação (censura); exaltação da figura de

Vargas ("pai dos pobres"); ampla difusão dos valores do regime.

Nacional-estatismo

Modernização conservadora

Protagonismo do Estado

Industrialização

Centralismo

Personalismo

Populismo

Estadania

Trata-se de um autogolpe empreendido pelo governo varguista

com o objetivo de ampliar seus poderes e implementar sem

oposição seu projeto de modernização conservadora.

Prof. Eduardo F. Sallenave Profissionalização da burocracia pública: criação do Departamento

Administrativo do Serviço Público (DASP).

Política externa: pragmatismo; acordos comerciais com Alemanha e

EUA. Segunda Guerra Mundial: posição ambígua até 1942, quando

engaja-se ao lado dos Aliados. Envio da FEB à Itália.

Crise do Estado Novo

Contradição entre a política externa e interna; Manifesto dos Mineiros

(1943); perda de apoio na cúpula das Forças Armadas.

Emenda constitucional (1945): tentativa de controlar a

redemocratização; formação de partidos políticos, previsão de

eleições.

Partido Características

PTB Sindicatos controlados por Vargas, burocracia do Ministério do

Trabalho

PSD Interventores dos estados, burocracia estatal

UDN Oposição liberal

PCB Apoio a Vargas (orientações de Moscou apoiar governos que

combateram o fascismo)

Movimento Queremista: apoio ao continuísmo de Vargas (não se quer

a ditadura, mas se quer o ditador).

Golpe em outubro de 1945 depondo Vargas; ação sob a liderança do

general Góis Monteiro garantir eleições sem a participação de

Vargas.

O Estado Novo foi um período de restrição dos direitos civis

e políticos, porém de ampliação dos direitos sociais

(apresentados como um presente do Estado)

Prof. Eduardo F. Sallenave

Período Democrático 1945-1964

Governo Erico Gaspar Dutra (1946-51)

Eleições de 1945: 55% Dutra (coligação PSD+PTB), 35% Eduardo

Gomes (UDN), 10% Fiúza (PCB). O anúncio de apoio de Vargas à

candidatura de Dutra foi decisivo na eleição.

Constituição de 1946: caráter liberal-democrático; divisão dos poderes

(Legislativo, Executivo e Judiciário); voto secreto universal: maiores

de 18 anos, alfabetizados, de ambos os sexos; mantiveram-se os

direitos trabalhistas da Era Vargas; artigo importante para os

desdobramentos no governo Jango: reforma agrária somente mediante

indenização em dinheiro aos proprietários.

Atuação no governo: suposta defesa da legalidade constitucional;

perseguição aos comunistas (PCB na ilegalidade), intervenções nos

sindicatos, ataque ao direito de greve.

Economia: inicialmente, tendência liberal (menor intervenção

estatal), incentivo a livre importação de bens de consumo não

duráveis. Consequência: esgotamentos das divisas nacionais

acumuladas durante a 2ª Guerra. Mudança na política econômica a

partir de 1947: restrição à importação de bens de consumo.

Crescimento do PIB (média de 8% entre 1948-50) e do custo de vida.

Plano Salte: investimento do Estado em saúde, alimentação,

transporte e energia ficou em grande parte no papel.

Política externa: aproximação dos EUA.

Governo Getúlio Vargas (1951-54)

Eleições de 1950: 48% Getúlio (PTB + parte do PSD + PSP de Ademar

de Barros), 29,7% Eduardo Gomes (UDN), 21% Cristiano Machado

(PSD).

O contexto de polarização da Guerra Fria refletiu-se no debate

político brasileiro e no interior das Forças Armadas:

Inclinação do governo Vargas: nacionalismo e aproximação dos

trabalhadores urbanos. Criação do BNDE (1952) e da Petrobrás

(1953). Jango como Ministro do Trabalho: anúncio de aumento de

100% do salário mínimo ferrenha oposição, Manifesto dos Coroneis

contra o que chamavam de "república sindicalista".

Atentado contra Carlos Lacerda as investigação apontam para o

envolvimento do chefe da guarda presidencial. Enorme pressão da

UND e de setores do Exército pela renúncia de Vargas. Suicídio de

Vargas em 24 de agosto de 1954; a reação popular contra os opositores

impede qualquer tentativa de golpe conservador.

Projeto Liberal

Entrada de capital

estrangeiro

Taxados de entreguistas

UDN

Escola Superior de Guerra

Projeto Nacionalista

Defesa da ação do Estado

Taxados de comunistas

PTB

PCB

Prof. Eduardo F. Sallenave Governo do vice Café Filho (1954-55): eleições: 36% Juscelino

Kubitschek (PSD + PTB, Jango como vice), 30% Juarez Távora (UDN)

e 26% Ademar de Barros (PSP). A UDN contesta o resultado e

defende abertamente um golpe militar; divulgação da falsa Carta

Brandi, denunciando que Jango armaria milícias operárias. Golpe

preventivo do general Lott: assegurar a manutenção da legalidade

democrática e a posse de JK.

Governo Juscelino Kubitschek (1956-61)

Desenvolvimentismo: promover o crescimento industrial nacional

atraindo capitais estrangeiros (empresas multinacionais);

fortalecimento da indústria de bens de consumo duráveis

(principalmente automóveis).

Plano de Metas: energia, transporte, indústria, alimentação,

educação. Resultado: grande crescimento industrial e do

PIB.

Construção de Brasília.

Ônus: crescimento do déficit orçamentário do governo

federal, da dívida externa e da inflação. Ruptura com o FMI

em fins de 1959 (apelo nacionalista).

O período JK ficou marcado como uma época de otimismo (50 anos em

5) e estabilidade política. Cultura: bossa nova, cinema novo.

Governo Jânio Quadros (1961)

Eleição de 1960: 48% Jânio Quadros (político independente com apoio

da UDN), 32% General Lott (PSD + PTB), 20% Ademar de Barros

(PSP). Como vice, foi eleito Jango, da chapa de Lott. Campanha de

JQ: moralização política (vassourinha contra a corrupção), transmitir

a imagem de um homem simples.

Atuação no governo: preocupação com assuntos menores (proibição

das brigas de galo, do biquíni e do lança-perfume). Governou

distante do legislativo e rompeu com a UDN.

Política econômica: medidas ortodoxas para conter a inflação: corte

de gastos do governo, corte nos subsídios do trigo e do petróleo.

Política externa independente: condecorou Che Guevara com a

Ordem do Cruzeiro do Sul.

Renúncia: "forças terríveis".

Sucessão de Jânio: oposição contrária à posse de Jango, em visita à

China comunista. Movimento pela Legalidade: Brizola, governador do

RS, e o comandante do III Exército. Solução de compromisso:

parlamentarismo (Jango assume com poderes reduzidos).

Governo João Goulart (Jango) (1961-64)

Herdeiro político de Getúlio Vargas: retomada do esquema

populista. Metas de governo: promover as Reformas de Base

(estruturais e profundas) Reforma agrária e urbana, direito de voto

para os analfabetos e subalternos das Forças Armadas, postura

nacionalista na economia (controle da remessa de lucros para o

exterior, estatizações).

Intensa politização e mobilização da sociedade civil: UNE, sindicatos

(CGT), greves de cunho político, Ligas Camponesas, setores

progressistas da Igreja Católica.

Prof. Eduardo F. Sallenave Vitória do presidencialismo no plebiscito de janeiro de 1963.

Quadro de crise econômica e inflação: tentativa fracassada de

solução Plano Trienal de 1963.

Direitos trabalhistas chegam ao campo: Estatuto do Trabalhador Rural

(1963).

Política: polarização entre a Frente Parlamentar Nacionalista

(governista: PTB + ala "bossa nova" da UDN + parte do PSD) e a

Ação Democrática Parlamentarista (oposição: maioria da UDN e

setores conservadores da sociedade). Racha entre os comunistas

(reflexo do racha entre a URSS e a China), fundação do PC do B, de

linha maoista.

Nova estratégia do governo: realizar as Reformas de Base por meio

de decretos. Comício da Central do Brasil: defesa da reforma agrária e

da reforma urbana. O governo esperava contar com o apoio do

aparelho sindical e dos militares legalistas/nacionalistas.

Reação da oposição: Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em

SP, reuniu 500 mil pessoas.

A adesão dos militares ao caminho golpista: o governo Jango teria sido

complacente com a Revolta dos Sargentos (1963) e dos Fuzileiros

(1964) A quebra da hierarquia militar ameaçava a essência das

Forças Armadas! Fundamento ideológico: Doutrina de Segurança

Nacional (gestada na Escola Superior de Guerra, no contexto

geopolítico da Guerra Fria); IPES e IBAD (financiamento da CIA).

O golpe: No dia 1º de abril o golpe é consumado pelos militares: não

houve resistência, Jango se exila no Uruguai. O golpe contou com o

apoio dos governadores dos principais estados, de significativa

parcela da sociedade civil e do governo dos EUA (Operação Brother

Sam).

O Congresso rejeita, em outubro de 1963, a ementa

constitucional que permitiria a execução da reforma agrária

sem prévia indenização em dinheiro.

Clima de tensão: a democracia não estava no horizonte nem da

direita nem da esquerda radicais!

Para a esquerda: a democracia formal estava a serviço dos

privilegiados "Reforma agrária na lei ou na marra!"

Para a direita: manter seus privilégios à custa da

democracia; afastar a ameaça comunista a todo custo!

Prof. Eduardo F. Sallenave

Aliança Renovadora

Nacional (Arena) -governista

Movimento Democrático

Brasileiro (MDB) -oposição

Ditadura Militar 1964-1985 AI-1 (abril de 1964): eleições indiretas para presidente; possibilidade

de alterações constitucionais por maioria simples no Congresso;

suspensão de direitos políticos de opositores; suspensão temporária

da estabilidade no serviço público.

Primeiros dias: combate aos subversivos; torturas e perseguições

(universidades, UNE, sindicatos); dura repressão no campo;

expurgo no serviço público e nas Forças Armadas.

Governo Castello Branco (1964-67)

1º objetivo: estabilizar a economia Plano de Ação Econômica do

Governo (PAEG):

Combater o déficit público: conter os gastos excessivos das

estatais; aumentar impostos. Indexação da economia

(correção pela ORTN). Arrocho salarial. Contou com apoio

de recursos da Aliança para o Progresso (EUA).

O plano conteve a inflação e o déficit público.

Criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1964.

Política: derrota dos candidatos do governo nas eleições para

prefeito e governadores em 1965. AI-2 (1965): vitória da linha dura;

fortalecimento do Executivo (o presidente poderia decretar o recesso

do Legislativo); fim dos partidos políticos existentes (criação de outros

dois):

AI-3 (1966): governadores e prefeitos das capitais eleitos

indiretamente.

AI-4 (1967): reconvocou o Congresso para aprovar a nova

Constituição, que incorporou a legislação que ampliava os poderes

do Executivo.

Governo Costa e Silva (1967-1969)

Rearticulação da oposição: UNE, setores progressistas da Igreja,

influência da conjuntura internacional de agitação no ano de 1968,

protestos decorrentes da morte do estudante Edson Luís, passeata

dos 100 mil no RJ, greves em Contagem e Osasco, formação da

Frente Ampla no exílio (JK, Jango e Carlos Lacerda). Artes: Teatro

do Oprimido, Cinema Novo. MPB.

Luta armada (influência da Revolução Cubana de 1959): Aliança

Nacional Libertadora (ALN), Movimento Revolucionário 8 de

Outubro (MR-8) e Vanguarda Popular Revolucionário (VPR).

Apesar das medidas autoritárias, uma das características da

Ditadura Militar foi tentar manter uma fachada democrática (o

Legislativo não foi suprimido e havia "eleições").

Prof. Eduardo F. Sallenave Recrudescimento do autoritarismo, AI-5 (1968): suspendeu

imunidades parlamentares e direitos civis; nova onda de expurgos;

tortura e censura.

Em fins de 1968, Costa e Silva sofre um derrame e uma junta militar

assume o poder.

Governo Garrastazu Medici (1969-1974)

Anos de chumbo: período mais duro da Ditadura. Luta armada:

guerrilha rural (Araguaia), guerrilha urbana (Carlos Marighella).

Crescimento dos órgãos de informação: CIEX, Cenimar, Cisa, SNI,

DOI-CODI tortura! Operação Bandeirantes (Oban), 1969:

financiamento de industriais e homens de negócios. Oposição

armada esmagada!

O "Milagre Brasileiro" (1969-1973): ingresso de capitais estrangeiros

(multinacionais, principalmente indústria automobilística); aumento

de poder de consumo da classe média e arrocho salarial para o

povão. Intervenção do Estado na economia.

Obras faraônicas: ponte Rio-Niterói, Transamazônica,

hidrelétrica de Itaipu (esta já no gov. Geisel).

Crescimento enorme do PIB: "crescer o bolo para depois

dividi-lo". O bolo apenas cresceu aumentou a desigualdade

de renda.

Conjuntura econômica internacional favorável:

disponibilidade de recursos para investimentos.

Diversificação da pauta de exportações: entre 1947-64, o café

representou 57% das exportações; entre 1972-75, apenas

15%.

Período de otimismo e ufanismo: "Ninguém segura este país!", "Pra

frente Brasil!", "Brasil, ame-o ou deixe-o.". Conquista do

tricampeonato mundial de futebol em 1970 no México. Propaganda

do governo: televisão, TV Globo.

Governo Ernesto Geisel (1974-1979)

Início do processo de abertura política: "lenta, gradual e segura";

conflito entre o governo e a linha-dura.

Enfraquecimento do aparato repressivo e dos órgãos de

inteligência.

Assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel

Fiel Filho em dependências militares: onda de pressão da

opinião pública.

Avanço do MDB nas eleições legislativas de 1974 reação

do governo: Lei Falcão (impedia o acesso ao rádio e à

televisão dos candidatos nas eleições municipais de 1976).

Pacote de abril (1977): criava os senadores biônicos; alterava

os critérios de representação na Câmara para os estados do

Nordeste, onde a Arena era forte, terem mais peso;

restrições da Lei Falcão para outras eleições; aumento do

mandato presidencial de 5 para 6 anos.

Revogação do AI-5 em 1979.

O governo Geisel combinou medidas

liberalizantes com medidas repressivas.

Prof. Eduardo F. Sallenave Política econômica: II Plano Nacional de Desenvolvimento substituir

importações (energia e bens de capital): incentivo à produção

nacional de álcool, máquinas, ferramentas e energia nuclear,

construção de hidrelétricas.

Investimentos em grandes estatais: Embratel, Eletrobrás e

Petrobrás. Intervencionismo do Estado na economia.

Crescimento da dívida externa. Conjuntura internacional

desfavorável (segunda crise do petróleo em 1979). Esgotamento

do "milagre brasileiro".

Movimentos sociais: crescimento da sindicalização no campo;

ressurgimento do movimento sindical operário Indústria

automobilística do ABC paulista (novas lideranças, Lula; grandes

greves de 1978-79).

Governo João Figueiredo (1979-1985)

Continuação do processo de abertura: Lei da Anistia (1979).

Resistência da linha dura: atentados (Riocentro, 1981).

Nova Lei Orgânica dos Partidos (1979): fim do bipartidarismo,

surgimento de novos partidos uma das metas do militares era

dividir a oposição.

PMDB - Partido do Movimento

Democrático Brasileiro

Antigo MDB, destaque para

Ulysses Guimarães

PDS - Partido Democrático Social Antiga Arena

PDT - Partido Democrático

Trabalhista

Liderança de Brizola, reabilitação do

antigo trabalhismo varguista

PT - Partido dos Trabalhadores Ligado aos movimentos sociais e a

intelectuais e artistas

PP - Partido Popular Oposição conservadora

Campanha das "Diretas Já!": a favor da eleição direta para presidente

da República. Mobilização dos partidos e da sociedade civil.

Emenda Dante de Oliveira (1984): não foi aprovada pela

Câmara.

Sucessão presidencial: decidida pelo Colégio Eleitoral

(indiretamente): disputa coligação chamada de Aliança

Democrática: Partido da Frente Liberal (PFL, dissidência do PDS, lançou

José Sarney como vice) + PMDB (que lançou Tancredo Neves para

presidente) x PDS (Paulo Maluf como candidato). Vitória de Tancredo

Neves.

Devido ao falecimento de Tancredo Neves antes da posse, assume a

presidência, em 1985, José Sarney, antigo político da Arena e

colaborador do regime militar.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Nova República 1985 em diante

Governo José Sarney (1985-1990)

Economia:

Cenário de hiperinflação.

Plano Cruzado (1986): objetivo de conter a inflação substituir o

desvalorizado cruzeiro; congelamento dos preços por 1 ano (conter a

inflação inercial); gatilho salarial: quando a inflação chegasse a 20%;

fim da correção monetária; "fiscais do Sarney".

Consequências: redução drástica da inflação, porém seguida

de um aumento desenfreado do consumo, gerando

desabastecimento.

Plano Cruzado II: descongelamento dos preços disparada da

inflação.

Declaração de moratória em 1987: não havia mais dinheiro para

saldar a dívida externa.

Novas e fracassadas medidas para conter a inflação: Plano Bresser

(1987), Plano Verão (1989).

Repressão a greves: CSN (1988). Assassinato do líder seringueiro

Chico Mendes.

Política:

Legalização do PCB e do PC do B.

Assembleia Constituinte eleita em 1986 formação de dois blocos:

Bloco Progressista (PT, PCB, PC do B, PDT, PV e PSB) e o chamado

Centrão (PFL, PDS, PL, PTB). PMDB dividido.

Constituição de 1988

Democracia liberal com equilíbrio e independência entre os 3

poderes.

Voto obrigatório entre 18-70 anos, facultativo para analfabetos,

pessoas entre 16-18 anos e maiores de 70 anos.

Afirmação de amplos direitos sociais.

Direitos civis contra a arbitrariedade do Estado.

Garantias constitucionais: habeas corpus, habeas-data, mandado

de segurança, ação popular.

Igualdade de direitos para homens e mulheres.

Criminalização do racismo.

Fim da censura.

Eleições em dois turnos; mandatos de 4 anos (presidente,

governador e prefeitos), possibilidade de uma reeleição.

Ampliação dos poderes do Congresso Nacional: atuar em

Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), votar o Orçamento

Geral da União, reformar a Constituição com 3/5 dos votos.

Proteção ao índio.

Proteção ao meio ambiente.

Sucessão presidencial: campanha de Collor: exaltação da sua

jovialidade; discurso moralista: "caçador de marajás"; Partido da

Reconstrução Nacional (criado para apoiar sua candidatura).

Venceu Lula no segundo turno: 42,75% para Collor, 37,86% para

Lula.

Prof. Eduardo F. Sallenave

Governo Fernando Collor (1990-1992)

Política neoliberal: defesa do livre mercado e da diminuição do papel

do Estado; privatizações, demissão de funcionários públicos;

aumento de impostos; abriu o mercado brasileiro para produtos

importados.

Plano Collor: tentativa de conter a inflação; confisco de poupanças.

Denúncias de corrupção: mobilização de sociedade civil pedindo

seu afastamento (movimento dos caras pintadas). Collor sofre

Impeachment em 1992.

Governo Itamar Franco (1992-1995)

Plano Real (1994): conteve a inflação ministro da fazenda: Fernando

Henrique Cardoso (vitorioso no primeiro turno na eleição de 1994).

Privatização da Companhia Siderúrgica Nacional.

Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003)

Adoção de políticas neoliberais: privatizações (companhia de

mineração Vale do Rio Doce; setor de telecomunicações); corte de

gastos com programas sociais.

Alteração constitucional permitindo a reeleição FHC reeleito em

1998.

Crescimento da dívida externa.

Movimentos sociais: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)

pela reforma agrária repressão: massacre de Eldorado dos Carajás

(1996), no estado do Pará.

Governo Lula (2003-2011)

Programas de transferência de renda: Bolsa Família.

Denúncias de corrupção: "mensalão", 2005.

Estabilidade e crescimento econômico.

PAC Programa de Aceleração do Crescimento: obras de

infraestrutura.

Política externa: busca de maior projeção do país no cenário

internacional.

Ampliação do crédito e redução dos impostos para bens de

consumo: incentivar o consumismo.

Bibliografia

DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História para o ensino médio.

São Paulo: Atual, 2008.

FAUSTO. Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.

FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e

do Brasil. São Paulo: Herbra, 2011.

LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma

interpretação. São Paulo: Editora Senac SP, 2008.

MARANHÃO, Ricardo; MENDES JÚNIOR, Antônio Mendes; RONCARI,

Luiz (Orgs.). Brasil História: texto e consulta. 4 volumes. São Paulo:

Hucitec, 1991.

SCHMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2007.