livreto esquema-resumo história do brasil v1
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Prof. Eduardo F. Sallenave
Livreto esquema-resumo de História do Brasil
Material de apoio para as aulas e revisão do conteúdo
Brasil Colonial 1500-1822
Brasil Imperial 1822-1889
República Velha 1889-1930
Era Vargas 1930-1945
Período Democrático 1945-1964
Ditadura Militar 1964-1985
Nova República 1985 em diante
Versão 1.0 - 2012
Professor Eduardo Federizzi Sallenave
Prof. Eduardo F. Sallenave
Brasil Colonial 1500-1822
A Expansão Marítima
Europa do século XV: transição para a Idade Moderna; emergência
de mentalidade humanista; antropocentrismo; centralização política
(Estado Absolutista); crescimento demográfico; desafios para o
renascimento comercial: escassez de metais preciosos; intermediários
muçulmanos no comércio com o Oriente.
Navegações Portuguesas:
Por que Portugal foi pioneiro?
Longa experiência no comércio de longa distância;
posição geográfica; reino unificado precocemente;
técnicas de navegação; investimentos genoveses e
florentinos.
Buscavam ouro e especiarias.
Lento processo de navegação pela costa africana; feitorias; ocupação
de ilhas do Atlântico.
Tratado de Tordesilhas em 1494.
Procura de uma rota para a Índia; “achamento” do Brasil em
1500.
Período Inicial da Colônia (1500-1549)
Inicialmente (até 1530): desinteresse; feitorias no litoral; pau-brasil;
escambo.
Índios: tupis-guaranis e tapuias; vitimados por doenças.
Pirataria; território ameaçado; expedições guarda-costas; expedição de
Martim Afonso (1530); necessidade de efetiva ocupação da terra.
Capitanias Hereditárias (1534): fracasso. Exceções: São Vicente e
Pernambuco.
Saída encontrada: navegações; explorar novas regiões!
Capitanias Hereditárias: intransferíveis; sistema colonizador
descentralizado; capital privado; concedidas mediante Carta de
Doação Foral.
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O Governo Geral e a Consolidação da Colonização
Passo importante na organização administrativa da Colônia.
Tomé de Souza (1549-1553), primeiro governador geral; primeiros
jesuítas; fundação de Salvador, capital.
Duarte da Costa (1553-1556): ocupação da Guanabara pelos franceses;
França Antártica contexto de guerras religiosas na Europa
(huguenotes x católicos).
Mem de Sá (1558-1572): expulsão dos franceses.
Estrutura Administrativa:
Governador Geral representante máximo da Coroa no
Brasil.
Donatários poder regional.
Justiça: Tribunais da Relação; ouvidor-mor.
Fazenda: Junta da Fazenda; provedor-mor.
Defesa: tropas regulares e milícias; capitão-mor.
Câmaras Municipais poder local; participavam apenas os
“homens bons”.
Estado e Igreja: padroado real; subordinação da Igreja à Coroa
lusa.
Estado patrimonialista indefinição da esfera pública e
privada.
Estrutura Econômica:
Mercantilismo e Exclusivo Colonial:
Mercantilismo: prática e lógica econômica dos
Estados europeus entre os séc. XV – XVIII. Balança
comercial favorável: conseguir metais preciosos e
retê-los. O ganho de um Estado é o prejuízo do
outro. Ampla intervenção do Estado na economia:
monopólios, protecionismo, etc.
Exclusivo Colonial: colônias estruturar sua
produção para o enriquecimento da metrópole.
Comércio externo da colônia: monopolizado pela
metrópole a seu favor.
Características Gerais:
Grande propriedade (latifúndio)
Monocultura
Produção voltada para exportação
Mão de obra escrava (negra e indígena)
Mão de Obra: por que optar pelo trabalho compulsório?
Não havia oferta de trabalhadores dispostos
a emigrar.
O trabalho assalariado não era conveniente
Atenção! Apesar do aparelho administrativo, havia limitações da
autoridade real: lentidão das comunicações; choques entre as
autoridades coloniais (sobreposição de poderes); ordens religiosas
muito autônomas (Estado dentro do Estado).
Plantation
Relativizar o “exclusivo”: Portugal não foi capaz de manter
rígido monopólio comercial sobre suas colônias!
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para os fins da colonização.
O tráfico de escravos tornou-se lucrativa
atividade econômica.
Índios e Negros: por que a opção pelo africano?
Oposição da Igreja à escravidão indígena
(daí o conflito entre colonos e jesuítas).
Leis da Coroa contra a escravidão indígena
(muitas vezes letra morta).
Já se utilizavam escravos africanos nas ilhas
do Atlântico.
Racismo: negro visto como racialmente
inferior.
Doenças vitimavam os índios.
A produtividade dos cativos africanos era
maior: já trabalhavam com agricultura
intensiva, pecuária e metais.
Atividades Econômicas:
Açúcar
Principais regiões produtoras: Pernambuco e Bahia.
Início da produção: 1530-1540.
Engenho: unidade produtiva; escravos; senzala; canavial;
moenda; sr. de engenho; casa grande.
A produção impulsionou o tráfico de escravos africanos: em
1574 representavam 7% da força de trabalho; em 1591, 37%;
em torno de 1638, a totalidade.
Altos e baixos da produção: 1570-1620 expansão sem
concorrência; a partir de 1630, concorrência antilhana,
abalando a produção brasileira. Apesar disso, o açúcar
sempre ocupou o 1º lugar até meados do séc. XIX.
Portugal não controlava as praças comerciais da Europa;
assim, o comércio final do açúcar ficava principalmente em
mãos holandesas.
Fumo
Principal região produtora: Recôncavo Baiano.
Moeda de troca na costa da África.
Pecuária
Contribuiu para a interiorização da colônia (Nordeste e Sul);
produção de couro e carne-seca.
Sociedade Colonial:
Preconceito com cristãos-novos. Visitações do Santo Ofício à Bahia e
a Pernambuco em fins do séc. XVI.
Escravos: responsáveis pelos trabalhos pesados. Trabalho manual
desprezado como “coisa de negro”. Havia grande número de negros
e mulatos livres ou libertos. “Escravos de ganho”.
Escravidão: instituição que penetrou toda sociedade; até mesmo
escravos libertos chegaram a ter escravos!
Religião: clero pouco regrado; sincretismo religioso; festividades
religiosas.
Elite Colonial: grandes proprietários rurais; grandes comerciantes
ligados ao comércio exterior; traficantes de escravos; altos
funcionários da administração. “Homens bons”: brancos, de posses,
cristãos.
Sociedade machista e patriarcal.
Houve uma
passagem da mão de
obra índia para negra
que variou no tempo
e espaço. Em SP foi
mais tardia; nos
núcleos açucareiros,
mais rápida.
Prof. Eduardo F. Sallenave Povoação litorânea; “Sertão”: interior pouco explorado da colônia
(menor presença administrativa e legal da Coroa).
Língua-geral: misto de tupi-guarani e português (predominante até
fins do séc. XVIII).
A União Ibérica e as Invasões Holandesas
Dom Sebastião some na batalha de Alcácer-Quibir. Crise sucessória
em Portugal: Felipe II, rei da Espanha, assume trono português.
União Ibérica: de 1580 a 1640.
Com a união dos reinos, o conflito aberto entre Espanha e Holanda
compromete o comércio holandês de açúcar brasileiro.
As invasões:
Cia. das Índias Ocidentais: ocupação das zonas produtoras no
Nordeste; controle do suprimento de escravos na costa
africana.
1ª invasão: 1624-25, Salvador, Bahia.
2ª invasão: 1630, Pernambuco. Fases: 1) 1630-37: combates
até o controle da região pelos holandeses; 2) 1637-44: relativa
paz, governo de Maurício de Nassau; 3) 1645-54: reconquista;
Batalhas dos Guararapes. Consequências: desestruturação da infraestrutura produtiva
do Nordeste; estabelecimento de produção açucareira
holandesa nas Antilhas.
Quilombos: povoações de negros fugidos
onde se recompunham formas de organização
social semelhantes às africanas. Forma de
resistência à escravidão!
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Expansão territorial
A colonização do Norte:
Pouco interesse pela região até a ocupação francesa em 1612
(fundação de São Luiz; França Equinocial).
Administração espanhola estabelece, em 1621, o Estado do
Maranhão e Grão-Pará, dividido do Estado do Brasil.
Economia do Norte: produtos da floresta, cacau, baunilha
(drogas do sertão); mão de obra indígena.
Conflito entre jesuítas e colonos.
A colonização do Sudeste e do Centro-Sul:
Fundação da povoação de São Paulo em 1561; padres
Nóbrega e Anchieta.
Características: fraqueza da agricultura de exportação; forte
presença de índios; colonos x missionários; escassez de
moeda; influência indígena; criação de gado; cultivo de trigo.
As Bandeiras: apresamento de índios e busca de metais preciosos;
força militar: atacar quilombos; contribuíram para a
interiorização da colônia; bandeirantes: idealizados pelos
paulistas na primeira metade do séc. XX.
Restauração da Monarquia portuguesa (1640)
Portugal em crise econômica: perda de posses no Oriente; perda do
monopólio de escravos africanos para a América espanhola; passou
a depender majoritariamente dos impostos do comércio brasileiro.
A administração da Coroa torna-se mais presente no Brasil.
Ouro!
Impactos da descoberta de ouro e diamantes: 1ª grande corrente
migratória para o Brasil; deslocamento do eixo administrativo
colonial do Nordeste para o Centro-Sul (capital transferida para o
Rio de Janeiro em 1763); fomento do comércio interprovincial;
urbanização (Ouro Preto, Mariana, São João Del Rey); inflação dos
preços na colônia.
A Coroa e o controle das minas: esforço de regulamentação:
Impostos: quinto e capitação.
Casas de Fundição; Intendência das Minas cobrar o “quinto”.
Distrito Diamantino.
Formas de extração do ouro: datas; lavras ou lavagens;
faiscação.
A sociedade das minas:
Sociedade mais diversificada: mineradores, escravos, artesãos,
burocratas, militares, padres, advogados, prostitutas,
aventureiros. Pessoas com os interesses estritamente
vinculados à Colônia.
Irmandades religiosas.
Expressões artísticas: barroco, arcadismo.
Proliferação de quilombos.
Guerra dos Emboabas (1709): paulistas x estrangeiros e
baianos.
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Apogeu do ouro: 1733-1748.
Com quem ficava o ouro das minas?
Dependência econômica de Portugal em relação à Inglaterra
(Tratado de Methuen, 1703). Ouro das minas: equilibrar a
balança comercial negativa com a Inglaterra; gastos da Corte
e com obras grandiosas; pirataria.
Direta e indiretamente: para a Inglaterra.
A Crise do Antigo Regime
Novas ideias: pensamento ilustrado: princípio da razão; direito natural,
direito à insurreição; liberalismo (iniciativa individual, ideia de
progresso, direito de representação, Constituição, defesa da
propriedade, contra os privilégios de nascimento, meritocracia).
Contexto internacional: Independência dos EUA em 1776; Revolução
Francesa em 1789; processo de industrialização na Inglaterra
(incentivo ao “livre comércio” e combate às práticas mercantilistas).
Simplificadamente: formação do capitalismo industrial e
ascensão política da burguesia.
Administração Pombalina (1750-1777):
Esforço de tornar mais eficaz a administração portuguesa:
combinava absolutismo ilustrado e tentativa de aplicação
consequente das doutrinas mercantilistas.
Criação de companhias privilegiadas de comércio.
Incentivo à instalação de manufaturas.
Expulsão dos jesuítas de Portugal e do Brasil
(centralização administrativa da Coroa).
Políticas de integração dos índios (escravidão índia
extinta em 1757).
Fronteira Sul: Guerras dos Guaranis, de 1754 a 1756;
Colônia do Sacramento (1680); Tratado de Madri,
1750; Tratando de Santo Ildefonso, 1777.
“Viradeira”: fim do época pombalina.
Movimentos de Rebeldia: revoltas regionais e não nacionais!
Inconfidência Mineira (1789): fins do séc. XVIII → declínio
econômico. Membros da elite mineira endividados com a
Coroa.
Novo governador Barbacena: derrama!
Conspiradores: influência estadunidense (1776) e
iluminista; proclamar uma República; escravidão:
pondo polêmico entre os inconfidentes.
Conspiração debelada: banimentos e enforcamento de
Tiradentes.
Conjuração dos Alfaiates: Bahia, 1798, caráter popular,
Cipriano Barata. Defesa da República, fim da escravidão.
Influência da Rev. Francesa. Duramente reprimidos.
A transformação da figura de Tiradentes em
herói nacional só ocorre após a proclamação da
República, em 1889.
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Processo de Independência
Vinda da Família Real (1808):
Situação na Europa: invasões napoleônicas; bloqueio continental.
Transferência da Corte para o Brasil sob proteção inglesa
(1808).
Abertura dos Portos: quebra do exclusivo colonial.
Tratado de Navegação e Comércio com a Inglaterra,
1810: tarifas alfandegárias vantajosas para a
Inglaterra (leva à decadência dos comerciantes lusos
da metrópole). Pressões inglesas pelo fim da
escravidão.
Anexação da Província Cisplatina em 1821.
A Corte no RJ: maior efervescência cultural, política
e econômica. Revolução Pernambucana de 1817: motivações: desigualdades
regionais e sentimento antilusitano. Proclamou-se a
República, não se tocou na escravidão. Reprimidos após
dois meses.
Elevação do Brasil à condição de Reino Unido em 1815.
Fator externo decisivo: Revolução Liberal de 1820.
Comerciantes e militares portugueses descontentes com a
permanência do rei no RJ; comerciantes metropolitanos em
crise; excessiva subordinação à Inglaterra. Exigem a volta de
Dom João VI e a instauração de uma Monarquia Constitucional.
Convocam as Cortes para elaborar uma Constituição.
As Cortes apresentavam uma intenção recolonizadora que
desagradava aos deputados brasileiros, unindo-os.
Facções políticas:
“Partido” Português manutenção dos laços com a
metrópole, retorno do regime colonial.
“Partido” Brasileiro exportadores de produtos
tropicais que desejavam comerciar diretamente com
os consumidores europeus.
“Partido” Liberal-radical republicanos; classe
média urbana; forças mais populares. Dom João retorna a Portugal; o Príncipe Dom Pedro
permanece no Brasil. Exige-se também seu retorno: Dia do
Fico, janeiro de 1822. Novos despachos de Lisboa exigindo
seu retorno: ruptura definitiva (“grito do Ipiranga”).
Estabelecimento de uma Monarquia centralizadora sem
grandes transformações sociais, garantindo a
permanência da ordem escravista (medo do haitianismo).
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Brasil Imperial 1822-1889
Primeiro Reinado (1822-1831)
Consolidação da Independência:
Conflitos militares: Bahia, Maranhão, Piauí, Grão-Pará e Cisplatina.
Império: recrutamento de mercenários estrangeiros. 1823: todos
focos de resistência eliminados.
Transição sem abalos: sem maiores alterações na ordem social e
econômica.
Reconhecimento: EUA em 1824 (Doutrina Monroe); Portugal e
Inglaterra em 1825. Empréstimo de 2 milhões de libras com
Inglaterra Indenizar Portugal.
Constituinte:
Assembleia Constituinte: “partido” liberal-radical excluído;
“portugueses” (absolutismo: executivo forte; intenções
recolonizadoras) x “brasileiros” (limitação do poder do imperador;
sentimento antilusitano).
Assembleia dissolvida pelo Imperador com ajuda do Exército.
Constituição Outorgada de 1824: monarquia constitucional hereditária;
Padroado; 4 poderes: moderador, legislativo, judiciário e executivo;
voto indireto e censitário (analfabetos votavam); assegurava direitos
individuais: liberdade de pensamento e manifestação, “liberdade”
religiosa.
Confederação do Equador (1824):
Foco em Pernambuco: reação ao centralismo imperial; revolução
republicana e separatista; ampla mobilização popular; Frei Caneca;
questão da escravidão: ponto de ruptura entre os revoltosos.
Revolução duramente reprimida após dois meses.
Abdicação de Dom Pedro I:
Crise financeira: déficit comercial com a Inglaterra; dívida externa;
contratos comerciais de 1827: compromisso de acabar com o tráfico
de escravos em 1830 desagradou aos proprietários rurais.
Direitos individuais não cumpridos; perseguições políticas.
Ameaça recolonizadora; cargos e ministérios: preferência para os
lusos; rivalidades entre lusos e brasileiros: “noite das garrafadas”.
Guerra na Cisplatina: recrutamento forçado, impopular.
Interesse de Dom Pedro I no trono português: disputa com o irmão
Miguel Guerra Civil em Portugal.
Abdicação em 7 de abril de 1831.
Atenção: não havia uma elite política homogênea com um
projeto claro para a nova nação. Os conflitos político-militares
do período regencial evidenciam as disputas pelo poder!
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Período Regencial (1831-1840)
Unidade territorial ameaçada; disputas entre centralização e
descentralização do poder; abdicação representa vitória dos liberais
moderados (nacionalização da independência); consolidação do Estado
nacional.
Grupos políticos: liberais exaltados ou “farroupilhas”; restauradores ou
“caramurus”; liberais moderados.
Reformas institucionais liberalizantes Durante as duas regências
trinas e a regência una do Padre Feijó:
Código do Processo Penal (1832).
Ato Adicional de 1834: instituiu a Regência Una; princípios
federalistas; Assembleias Legislativas Provinciais (maior
autonomia para as províncias); extinção do Conselho de
Estado.
Guarda Nacional: manter a ordem local.
Revoltas Provinciais:
Cabanagem: liderança de Eduardo Angelim, rebelião
popular; dura repressão.
Sabinada: liderança de Sabino Barroso, ideias federalistas e
republicanas, derrotada pelo governo.
Balaiada: revolta popular, reprimida.
Guerra dos Farrapos: concorrência do charque platino,
liderança das elites estancieiras, República de Piratini,
liderança de Bento Gonçalves, paz sem punições para os
gaúchos.
Revolta dos Malês (1835): revolta de escravos muçulmanos em
Salvador; reprimidos.
Regência de Araújo Lima (1837-1840) Regresso: “Lei de
Interpretação” (1840) do Ato Adicional; reforma do Código do Processo.
Golpe da Maioridade: promovido pelos liberais.
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Segundo Reinado (1840-1889)
Política:
Consolidação da Monarquia centralizadora:
Revoltas Liberais de 1842: SP e MG.
Revolução Praieira (1848): antilusitana; contra os
conservadores que controlavam a província;
vinculação de algumas ideias “socialistas”.
“Parlamentarismo”: acordo tácito entre as elites políticas.
Liberais e conservadores: rodízio no poder.
Restauração do Poder Moderador; amplos
poderes para o imperador intervir no
Legislativo.
“Parlamentarismo às avessas”.
Estrutura socioeconomia:
Economia cafeeira: principal produto de exportação depois de
aproximadamente 1830; deslocou definitivamente o polo
dinâmico do país para o Centro-Sul.
Tráfico de escravos:
Aumento do tráfico depois da independência:
cativos para lavouras cafeeiras do Vale do Paraíba.
Pressões inglesas: lei de 1831 “para inglês ver”
apego à escravidão pelos grupos dominantes pois: 1)
ainda não havia alternativa viável; 2) inexistência de
rebeliões generalizadas.
Bill Aberdeen: navios ingleses poderiam prender
navios negreiros.
Lei Eusébio de Queiros 1850: extinção do tráfico. Por
que a lei pegou? Incremento da pressão inglesa;
mercado interno de cativos abastecido; fazendeiros
fluminenses endividados com traficantes.
Fim do tráfico atlântico: incentivo ao tráfico
interprovincial: do Nordeste para as regiões cafeeiras.
Inicialmente: Vale do Paraíba (auge 1850); Barões
do Café (base social de apoio da Monarquia); decadência
devido à falta de terras produtivas.
Depois: Oeste Paulista; “Burguesia do Café”;
disponibilidade de terras; arado e despolpador;
imigrantes; rede de núcleos urbanos.
"Nada mais conservador
que um liberal no poder.
Nada mais liberal que
um conservador na
oposição.”
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Modernização capitalista: fim da importação de escravos libera
capitais; acumulação de capitais (exportação de café);
diversificação econômica: investimentos em indústrias, bancos,
empresas de transportes, investimentos estrangeiros na
infraestrutura do país (ferrovias). Figura emblemática: Barão
de Mauá.
Imigração:
Lei de Terras 1850: terras públicas vendidas e não
doadas; evitar acesso à terra aos futuros imigrantes.
Inicialmente: sistema de parceria fracassou.
A partir de 1871: imigração subsidiada.
Chegada em grande número a partir da década de
1880: portugueses, italianos, espanhóis, alemães.
Política Externa:
Guerra contra Oribe e Rosas década de 1850.
Guerra do Paraguai (1864-1870):
Diversas interpretações:
Versão tradicional brasileira: exaltação dos
heróis militares brasileiros (Caxias e
Tamandaré); Solano Lopez
megalomaníaco.
Paraguaia: país independente atacado por
agressivos vizinhos; glorificar no presente o
ditador Stroessner do partido colorado.
Historiografia de esquerda (1960-70): conflito
fomentado pelo imperialismo inglês.
Interpretações recentes: dinâmica própria das
relações internacionais dos países latino-
americanos.
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Dinâmica Geopolítica na Bacia do Prata
Década de 1850
Década de 1860
Consequências da guerra: destruição do Paraguai; no
Brasil: emergência do Exército, dívida externa,
impopularidade da Monarquia.
Crise do Segundo Reinado (1870-1889):
Fatores secundários:
Fim da escravidão: Lei do Ventre Livre (1871); forte movimento
abolicionista a partir de 1880; Lei dos Sexagenários ou Lei
Saraiva-Cotejipe (1885); Abolição em 13 de maio de 1888.
Grande número de negros livres e libertos no final do
Império: 1872 73% da população negra,
representando 43% da população total do país (a
alforria suavizava o choque racial direto).
Monarquia perde apoio dos Barões do Vale do
Paraíba ferrenhos escravocratas.
A Abolição não significou efetiva integração do
negro como cidadão.
Questão Religiosa: tensão entre Estado e Igreja Bispo de
Olinda (ordens papais) restrições à maçonaria.
Fatores principais:
Republicanismo: fundação do Partido Republicano Paulista em
1873 (defesa do federalismo); no Rio de Janeiro não chegou a
se formar um partido.
Base social: burguesia cafeeira, profissionais liberais,
jornalistas e outras figuras do meio urbano.
Questão Militar: Exército sai fortalecido enquanto instituição
da Guerra do Paraguai reivindica maior prestígio e
atenção do governo. Clube Militar: liderança de Deodoro da
Fonseca na defesa dos interesses militares.
Influência das ideias positivistas: tecnicismo;
executivo forte; modernização conservadora.
Uruguai: BR apoia
colorados; Arg
(Rosas) apoia
blancos (Oribe)
Brasil: livre navegação Intervenção
brasileira nos
dois países:
caem Rosas e
blancos
Paraguai: aliança com
províncias federalistas
argentinas e com
blancos uruguaios
Liderança geopolítica
na região autonomia
frente ARG e BR;
acesso ao Atlântico. pretendia
Em 1863, BR intervém no
Uruguai contra os blancos.
Paraguai sente-se
ameaçado.
GUERRA! Formação da
Tríplice Aliança
Arg: controle alfandegário
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Queda da Monarquia:
Em 15 de novembro de 1889, Deodoro marcha para
o Ministério da Guerra; o movimento foi
basicamente militar e em defesa dos interesses
militares; com incentivo e apoio dos republicanos.
Intenção de Deodoro: derrubar o ministério ou a
Monarquia? Proclamar a República? Diz-se que a
monarquia caiu de madura;
Não houve participação popular: “O povo assistiu a
tudo bestializado”.
Após a queda, disputas pelo poder:
Militares: poder executivo forte, unidade nacional,
pouca autonomia provincial.
Republicanos: federalismo (inspirado nos EUA e
modelo que triunfou na Constituição de 1891),
autonomia para as províncias.
A proclamação da República não significou ampliação dos direitos da
cidadania!
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República Velha 1889-1930
Qual República?
Após a queda da Monarquia, não havia unanimidade sobre como seria
organizada a nova República! Projetos em disputa:
Militares: adversários do liberalismo; a favor de um Estado forte e
centralizado; acentuada influência positivista.
Elites civis (principalmente cafeicultores paulistas e mineiros):
República federativa (ampla autonomia para os estados); influência
do modelo liberal estadunidense.
Jacobinos (setores da população urbana e da baixa classe média):
República de ampla democracia; influência da Primeira República
Francesa de 1792-1794.
A República da Espada (1889-1894)
Governo do Marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891)
Governo provisório (1889-1891) Governo constitucional (1891), eleito
indiretamente pelo Congresso Nacional.
Constituição de 1891: elaborada por Assembleia Constituinte;
inspirada no modelo dos EUA; República federativa (ampla
autonomia para os estados); divisão em três poderes (Legislativo,
Executivo, Judiciário); voto universal masculino (excluíam-se
mulheres, mendigos, analfabetos, soldados e padres); Estado laico
(Registro Civil).
Grande naturalização: integrar os imigrantes.
Encilhamento: política econômica emissionista; objetivo: aumentar o
meio circulante e o crédito para o desenvolvimento industrial do
país. Resultado: febre especulativa e inflação.
A queda de Deodoro: autoritarismo, choques com o Congresso e
membros de seu governo; oposição de republicanos e membros do
Exército (florianistas); denúncias de corrupção; Revolta da Esquadra
Renúncia.
Governo do Marechal Floriano Peixoto (1891-1894)
Apoio dos republicanos radicais (jacobinos), dos positivistas e dos
cafeicultores. Políticas paternalistas, discurso nacionalista.
Revolta da Armada (1893): Marinha de tendência monarquista e
rivalidade com o Exército; almirante Custódio de Melo aspirava à
presidência desde 1891.
Revolução Federalista no RS (1893-1895): pica-paus (situação; apoio da
União; Partido Republicano Rio-grandense; positivistas; liderança
de Júlio de Castilhos) x maragatos (Partido Federalista; evitar a
recorrente reeleição do governador do estado; mais poder para o
Legislativo; uniram-se, em SC, aos membros da Revolta da
Armada).
O art. 65 assegurava aos estados quaisquer prerrogativas desde
que estas não fossem negadas no texto constitucional. Poderiam
ter forças militares próprias, contrair empréstimos no exterior e
organizar a própria justiça!
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Domínio Oligárquico (governo de poucos)
FederalPolítica do café com
leite
EstadualPolítica dos
governadores
Municipal Coronelismo
A consolidação do poder civil – A República Oligárquica
Sequência de três presidentes civis e paulistas.
Declínio da atividade política dos militares, dos jacobinos e dos
positivistas. Consolidação da República "Liberal": poder das elites
regionais com SP à frente.
Política do Café com Leite (a partir de 1898): aliança política entre SP
(poder econômico) e MG (maior número de eleitores e deputados)
para assumir e controlar o governo federal.
Política dos governadores: a União apoiava as elites mais fortes dos
estados em troca do apoio de seus deputados e senadores ao
governo federal.
Coronelismo: poder dos grandes senhores rurais; práticas clientelistas;
apoiavam os partidos republicanos regionais em troca de benefícios
para manter seu controle local.
Eleições fraudulentas: voto não secreto; voto de cabresto (currais
eleitorais); Comissão Verificadora de Poderes.
Interregno da política Café com Leite: governo Hermes da Fonseca
A partir do racha entre SP e MG em 1909, elege-se o marechal
Hermes da Fonseca do RS. Ascensão política do RS.
Política das Salvações: intervenções nos estados para substituir grupos
oligárquicos adversários por outros aliados. Reação no Ceará:
Revolução Cearense de 1914 (com apoio do padre Cícero).
Economia e sociedade
Crise financeira: crescimento da dívida externa, do déficit público,
desvalorização do café. Saída para saldar a dívida externa: funding
loan (1898).
Principal produto de exportação: café. Desvalorização do produto
devido ao excesso de produção. Solução: adotar uma política de
valorização do café apoiada pelo Estado Convênio de Taubaté (1906).
Dilema do governo federal: sanar as finanças federais ou defender
financeiramente os cafeicultores?
Estados: empréstimos no exterior e compra
do excedente
Diminuição da oferta e expectativa de
aumento dos preços futuramente
Venda se conjuntura favorável
Destruição (socialização das
perdas)
Prof. Eduardo F. Sallenave Ciclo da borracha (1880-1910): matéria-prima para pneus; migração
para a Amazônia; melhoramentos urbanos em Belém e Manaus;
Questão do Acre: anexado em troca de indenização financeira à
Bolívia (Tratado de Petrópolis, 1903). Rápida decadência:
concorrência asiática.
Outros produtos: cacau na Bahia; pecuária e alimentos no RS
(frigoríficos); algodão em SP; açúcar no Nordeste (os engenhos
tornaram-se usinas).
Ingresso de capitais estrangeiros: empréstimos e investimentos (cias. de
transporte, de serviços e bancos). A partir do início do século XX:
mais investimentos dos EUA do que da Inglaterra.
Industrialização: principalmente no Rio e São Paulo. Processo de
substituição de importações (bens de consumo: têxteis e alimentos);
acentuado durante a 1ª Guerra Mundial. Carência de uma indústria
de base. Surgimento de uma burguesia industrial e do operariado.
Imigração, urbanização e crescimento demográfico.
Movimentos sociais e conflitos
Guerra de Canudos (1896-97), BA: movimento messiânico, liderança de
Antônio Conselheiro (defensor da Monarquia e da Igreja Católica);
carência social e misticismo religioso. O arraial derrotou duas
expedições do governo federal até ser destruído. Na ótica das elites
urbanas: civilização contra a barbárie. Cronista: Euclides da Cunha,
"Os sertões".
Guerra do Contestado (1912-1916): movimento messiânico; região
limítrofe entre PR e SC; carência social e misticismo religioso;
trabalhadores desempregados após a construção de uma ferrovia;
liderança de José Maria; formação de comunidades místicas.
Duramente reprimidos.
Cangaço: nordeste; banditismo social; movimento idealizado pela
esquerda nos anos de 1960 (cangaço justiceiro contra o latifúndio).
Revolta da Vacina (1904): contexto reformas urbanas no RJ;
discurso científico e higienista; problema social é um problema
médico; demolição de cortiços. Revolta: reação à vacinação
obrigatória.
Revolta da Chibata (1910): reação dos marinheiros, liderados por João
Cândido, contra os castigos físicos na Marinha. Ameaça de
bombardear o RJ. Depois de se desmobilizarem, os marinheiros
foram presos; muitos morreram devido aos maus-tratos.
Revolução de 1923, RS: desdobramento da Revolução Federalista;
maragatos x chimangos (pica-paus); contra a reeleição pela quinta vez
de Borges de Medeiros, do PRR. Fim do conflito, Pacto de Pedras
Altas: proibidas as reeleições.
Movimento operário: RJ, sindicalismo de resultados; SP, anarco-
sindicalismo (ideias vindas com os imigrantes); sindicatos amarelos:
ganhos para os trabalhadores, colaborando com os patrões. Ciclo de
greves entre 1917-1920 (influência da Revolução Russa de 1917).
Fundação do PCB em 1922 e consequente declínio do anarquismo. Anarquistas Marxistas (PCB)
Emancipação pelos próprios trabalhadores
Negação do Estado
Negação do processo eleitoral
Revolução que levasse diretamente à
sociedade igualitária sem Estado
Internacionalistas
Emancipação guiada pelo Partido
Valorização do Estado
Participação no jogo político
Fase de transição, "ditadura do proletariado",
antes da sociedade comunista
Atuação no âmbito nacional
Prof. Eduardo F. Sallenave
Cultura: movimento modernista
Ruptura com os modelos vigentes na arte e com a imitação dos
padrões europeus; criação de novas formas de expressão baseadas
no futurismo, primitivismo, surrealismo entre outras. Movimento
antropofágico: "devorar" as influências europeias e buscar uma arte
autenticamente brasileira. Semana de Arte Moderna (1922). Verde-
amarelismo: nacionalismo xenófobo.
Crise da República Velha
Tenentismo
Descontentamento dos jovens oficiais do Exército; simpatia da classe
média urbana. Buscavam: moralização eleitoral; maior centralização
política; modernização do Exército e maior profissionalismo; projeto
de modernização conservadora para o país (viés autoritário).
Episódio das "cartas falsas" atribuídas a Arthur Bernardes (1921).
Contexto das disputas eleitorais de 1921 Reação Republicana
(oligarquias dissidentes; discurso: contenção da inflação, ataques à
política de valorização do café, moralização política) versus Arthur
Bernardes (candidato de SP e MG).
Revolta dos 18 do Forte de Copacabana (1922): impedir a posse de
Arthur Bernardes. Massacrados.
Revolução Paulista de 1924: objetivo de derrubar o governo Arthur
Bernardes; uniu-se aos rebelados liderados por Luis Carlos Prestes
no RS; formação da Coluna Prestes-Miguel Costa Símbolo de
oposição à ordem oligárquica.
Fragmentação do movimento tenentista após 1930: apoio ao
movimento revolucionário de 1930; adesão à extrema direita; adesão
ao PCB.
Ao mesmo tempo que criticavam a influência europeia, os modernistas
apropriavam-se dos vanguardismos europeus e passavam longos
períodos na Europa.
Caráter elitista do movimento: rejeição à mobilização popular.
Prof. Eduardo F. Sallenave
A Revolução de 1930
Antecedentes:
Divisões políticas em SP com a fundação do PD (Partido
Democrático); ascensão política do RS.
Racha entre SP e MG nas eleições de 1929: insistência de
Washington Luís em indicar outro paulista para sua
sucessão. Formação da Aliança Liberal (oligarquias
dissidentes, RS e MG, apoio do PD): Getúlio Vargas para
presidente, João Pessoa para vice.
Programa da AL: aspirações das elites regionais não ligadas
ao café; combate à política de valorização do café; algumas
medidas de proteção aos trabalhadores; reforma política;
anistia para os tenentes.
Crise de 1929: abalou a cafeicultura.
Vitória do paulista Júlio Prestes.
Processo revolucionário:
Assassinato de João Pessoa: explorado politicamente (estopim
da revolução). Rearticulação da Aliança Liberal (jovens
políticos das oligarquias dissidentes + tenentes).
Insurreições em MG, Paraíba e RS.
Em 24 de outubro de 1930, o alto comando das Forças
Armadas depõe W. Luís e impede a posse de Júlio Prestes.
Pouco depois, Getúlio Vargas chega ao RJ acompanhado de
soldados gaúchos e assume a liderança do governo
revolucionário.
Sequência de presidentes durante a República Velha:
1889-1891 – Marechal Deodoro da Fonseca
1891-1894 – Marechal Floriano Peixoto
1894-1898 – Prudente de Morais
1898-1902 – Campos Sales
1902-1906 – Rodrigues Alves
1906-1909 – Afonso Pena
1909-1910 – Nilo Peçanha
1910-1914 – Hermes da Fonseca
1914-1918 – Wenceslau Brás
1918-1919 – Delfim Moreira
1919-1922 – Epitácio Pessoa
1922-1926 – Arthur Bernardes
1926-1930 – Washington Luís
A Revolução de 1930 não representou uma ruptura na história
brasileira, porém trouxe uma base social mais complexa para a
liderança do governo, que se tornou mais centralizado.
Prof. Eduardo F. Sallenave
Era Vargas 1930-1945
Governo Provisório (1930-1934)
Crise do Estado oligárquico: os cafeicultores não foram abandonados,
mas deixaram de exercer hegemonicamente o poder. Uma
heterogênea base formava o novo governo:
Centralismo político: nomeação de interventores tenentes nos estados;
limitação do poder militar das forças estaduais; dissolução do
Legislativo; intervenção do Estado na economia (promover a
industrialização); política de valorização do café nas mãos do
governo federal (Dep. Nacional do Café, 1933).
A cafeicultura recuperou-se com relativa facilidade da depressão de
1929.
Movimento tenentista: enfraquecimento e fragmentação do
movimento (parte aderiu ao governo, parte à extrema direita, parte à
esquerda).
Educação: criação do Ministério da Educação e Saúde (1930); criação
de universidades; intensos debates entre educadores católicos e
reformadores liberais (Manifesto da Escola Nova, 1933).
Revolução Constitucionalista de 1932: desencadeantes: elite política de
SP marginalizada, nomeação de interventores à sua revelia; PD +
PRP Frente Única Paulista. Reivindicações: nomeação de um
interventor civil paulista e constitucionalização do país. Vitória
militar da União após três meses de combate. Conciliação com os
paulistas derrotados.
Código Eleitoral de 1932: voto secreto obrigatório, voto feminino,
justiça eleitoral, deputados classistas.
Constituição de 1934: baseada na Constituição de Weimar; república
federativa, separação dos três poderes, eleição direta, incorporação
do Código Eleitoral, criação do Tribunal do Trabalho, legislação
trabalhista, possibilidade de nacionalização de empresas
estrangeiras, monopólio estatal sobre determinadas indústrias,
criação do Conselho Superior de Segurança Nacional; eleição pelo
voto indireto do 1º presidente pela Assembleia Constituinte.
Governo Constitucional (1934-1937)
Contexto de radicalização ideológica e polarização política:
Ação Integralista Brasileira Aliança Nacional Libertadora
Inspiração fascista; liderança: Plínio Salgado;
apelo nacionalista; defesa de um governo
autoritário e da hierarquia; desfiles e ampla
simbologia; mobilização de massas; lema:
"Deus, pátria e família"; combatiam:
socialismo, liberalismo, capitalismo
financeiro internacional.
Frente ampla de oposição ao fascismo;
predomínio do PCB; defesa de reformas
sociais (reforma agrária); suspensão da dívida
externa; nacionalização das empresas
estrangeiras; apoio de Prestes; logo colocada
na ilegalidade.
República Velha: oligarquia cafeeira
Pós-1930: oligarquias dissidentes, classes médias, burguesia
urbana, Exército/tenentes.
Prof. Eduardo F. Sallenave Intentona Comunista (1935): iniciada dentro dos quartéis; apoio
soviético; levante fracassado. Pretexto para implementação de
medidas repressivas: declaração de estado de sítio, depois de estado
de guerra. Criação do Tribunal de Segurança Nacional e da
Comissão de Repressão ao Comunismo.
Golpe do Estado Novo (novembro de 1937): pretexto: divulgação de
um falso plano de golpe dos comunistas (Plano Cohen). Fechamento
do congresso, extinção dos partidos políticos, suspensão da
campanha presidencial e da Constituição. Mínima oposição ao
golpe.
Estado Novo (1937-1945)
Consolidação de tendências que já se esboçavam desde 1930:
Constituição outorgada de 1937 (Polaca): extinção do Legislativo;
centralização política; governar por meio de decretos-lei; indicação
dos governadores. Legislação trabalhista: baseada na Carta Del
Lavoro fascista.
Fortalecimento das Forças Armadas.
Intentona Integralista (1938): motivo: os integralistas foram mantidos
à margem do processo político. Ataque fracassado ao Palácio
Guanabara.
Projeto industrializante: promover a industrialização do país sem
grandes abalos sociais por meio da ação do Estado:
Criação de institutos (açúcar, álcool, chá, mate, sal...), de
órgãos de coordenação e de grandes estatais (indústria de
base: CSN; Vale do Rio Doce; Fábrica Nacional de Motores;
Cia. Hidrelétrica do Valo do São Francisco...).
Cooptação do operariado: 1) vasta legislação trabalhista com
ganhos efetivos para os trabalhadores (CLT); 2) atrelamento
dos sindicatos ao Estado.
Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP): controle
sobre os meios de comunicação (censura); exaltação da figura de
Vargas ("pai dos pobres"); ampla difusão dos valores do regime.
Nacional-estatismo
Modernização conservadora
Protagonismo do Estado
Industrialização
Centralismo
Personalismo
Populismo
Estadania
Trata-se de um autogolpe empreendido pelo governo varguista
com o objetivo de ampliar seus poderes e implementar sem
oposição seu projeto de modernização conservadora.
Prof. Eduardo F. Sallenave Profissionalização da burocracia pública: criação do Departamento
Administrativo do Serviço Público (DASP).
Política externa: pragmatismo; acordos comerciais com Alemanha e
EUA. Segunda Guerra Mundial: posição ambígua até 1942, quando
engaja-se ao lado dos Aliados. Envio da FEB à Itália.
Crise do Estado Novo
Contradição entre a política externa e interna; Manifesto dos Mineiros
(1943); perda de apoio na cúpula das Forças Armadas.
Emenda constitucional (1945): tentativa de controlar a
redemocratização; formação de partidos políticos, previsão de
eleições.
Partido Características
PTB Sindicatos controlados por Vargas, burocracia do Ministério do
Trabalho
PSD Interventores dos estados, burocracia estatal
UDN Oposição liberal
PCB Apoio a Vargas (orientações de Moscou apoiar governos que
combateram o fascismo)
Movimento Queremista: apoio ao continuísmo de Vargas (não se quer
a ditadura, mas se quer o ditador).
Golpe em outubro de 1945 depondo Vargas; ação sob a liderança do
general Góis Monteiro garantir eleições sem a participação de
Vargas.
O Estado Novo foi um período de restrição dos direitos civis
e políticos, porém de ampliação dos direitos sociais
(apresentados como um presente do Estado)
Prof. Eduardo F. Sallenave
Período Democrático 1945-1964
Governo Erico Gaspar Dutra (1946-51)
Eleições de 1945: 55% Dutra (coligação PSD+PTB), 35% Eduardo
Gomes (UDN), 10% Fiúza (PCB). O anúncio de apoio de Vargas à
candidatura de Dutra foi decisivo na eleição.
Constituição de 1946: caráter liberal-democrático; divisão dos poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário); voto secreto universal: maiores
de 18 anos, alfabetizados, de ambos os sexos; mantiveram-se os
direitos trabalhistas da Era Vargas; artigo importante para os
desdobramentos no governo Jango: reforma agrária somente mediante
indenização em dinheiro aos proprietários.
Atuação no governo: suposta defesa da legalidade constitucional;
perseguição aos comunistas (PCB na ilegalidade), intervenções nos
sindicatos, ataque ao direito de greve.
Economia: inicialmente, tendência liberal (menor intervenção
estatal), incentivo a livre importação de bens de consumo não
duráveis. Consequência: esgotamentos das divisas nacionais
acumuladas durante a 2ª Guerra. Mudança na política econômica a
partir de 1947: restrição à importação de bens de consumo.
Crescimento do PIB (média de 8% entre 1948-50) e do custo de vida.
Plano Salte: investimento do Estado em saúde, alimentação,
transporte e energia ficou em grande parte no papel.
Política externa: aproximação dos EUA.
Governo Getúlio Vargas (1951-54)
Eleições de 1950: 48% Getúlio (PTB + parte do PSD + PSP de Ademar
de Barros), 29,7% Eduardo Gomes (UDN), 21% Cristiano Machado
(PSD).
O contexto de polarização da Guerra Fria refletiu-se no debate
político brasileiro e no interior das Forças Armadas:
Inclinação do governo Vargas: nacionalismo e aproximação dos
trabalhadores urbanos. Criação do BNDE (1952) e da Petrobrás
(1953). Jango como Ministro do Trabalho: anúncio de aumento de
100% do salário mínimo ferrenha oposição, Manifesto dos Coroneis
contra o que chamavam de "república sindicalista".
Atentado contra Carlos Lacerda as investigação apontam para o
envolvimento do chefe da guarda presidencial. Enorme pressão da
UND e de setores do Exército pela renúncia de Vargas. Suicídio de
Vargas em 24 de agosto de 1954; a reação popular contra os opositores
impede qualquer tentativa de golpe conservador.
Projeto Liberal
Entrada de capital
estrangeiro
Taxados de entreguistas
UDN
Escola Superior de Guerra
Projeto Nacionalista
Defesa da ação do Estado
Taxados de comunistas
PTB
PCB
Prof. Eduardo F. Sallenave Governo do vice Café Filho (1954-55): eleições: 36% Juscelino
Kubitschek (PSD + PTB, Jango como vice), 30% Juarez Távora (UDN)
e 26% Ademar de Barros (PSP). A UDN contesta o resultado e
defende abertamente um golpe militar; divulgação da falsa Carta
Brandi, denunciando que Jango armaria milícias operárias. Golpe
preventivo do general Lott: assegurar a manutenção da legalidade
democrática e a posse de JK.
Governo Juscelino Kubitschek (1956-61)
Desenvolvimentismo: promover o crescimento industrial nacional
atraindo capitais estrangeiros (empresas multinacionais);
fortalecimento da indústria de bens de consumo duráveis
(principalmente automóveis).
Plano de Metas: energia, transporte, indústria, alimentação,
educação. Resultado: grande crescimento industrial e do
PIB.
Construção de Brasília.
Ônus: crescimento do déficit orçamentário do governo
federal, da dívida externa e da inflação. Ruptura com o FMI
em fins de 1959 (apelo nacionalista).
O período JK ficou marcado como uma época de otimismo (50 anos em
5) e estabilidade política. Cultura: bossa nova, cinema novo.
Governo Jânio Quadros (1961)
Eleição de 1960: 48% Jânio Quadros (político independente com apoio
da UDN), 32% General Lott (PSD + PTB), 20% Ademar de Barros
(PSP). Como vice, foi eleito Jango, da chapa de Lott. Campanha de
JQ: moralização política (vassourinha contra a corrupção), transmitir
a imagem de um homem simples.
Atuação no governo: preocupação com assuntos menores (proibição
das brigas de galo, do biquíni e do lança-perfume). Governou
distante do legislativo e rompeu com a UDN.
Política econômica: medidas ortodoxas para conter a inflação: corte
de gastos do governo, corte nos subsídios do trigo e do petróleo.
Política externa independente: condecorou Che Guevara com a
Ordem do Cruzeiro do Sul.
Renúncia: "forças terríveis".
Sucessão de Jânio: oposição contrária à posse de Jango, em visita à
China comunista. Movimento pela Legalidade: Brizola, governador do
RS, e o comandante do III Exército. Solução de compromisso:
parlamentarismo (Jango assume com poderes reduzidos).
Governo João Goulart (Jango) (1961-64)
Herdeiro político de Getúlio Vargas: retomada do esquema
populista. Metas de governo: promover as Reformas de Base
(estruturais e profundas) Reforma agrária e urbana, direito de voto
para os analfabetos e subalternos das Forças Armadas, postura
nacionalista na economia (controle da remessa de lucros para o
exterior, estatizações).
Intensa politização e mobilização da sociedade civil: UNE, sindicatos
(CGT), greves de cunho político, Ligas Camponesas, setores
progressistas da Igreja Católica.
Prof. Eduardo F. Sallenave Vitória do presidencialismo no plebiscito de janeiro de 1963.
Quadro de crise econômica e inflação: tentativa fracassada de
solução Plano Trienal de 1963.
Direitos trabalhistas chegam ao campo: Estatuto do Trabalhador Rural
(1963).
Política: polarização entre a Frente Parlamentar Nacionalista
(governista: PTB + ala "bossa nova" da UDN + parte do PSD) e a
Ação Democrática Parlamentarista (oposição: maioria da UDN e
setores conservadores da sociedade). Racha entre os comunistas
(reflexo do racha entre a URSS e a China), fundação do PC do B, de
linha maoista.
Nova estratégia do governo: realizar as Reformas de Base por meio
de decretos. Comício da Central do Brasil: defesa da reforma agrária e
da reforma urbana. O governo esperava contar com o apoio do
aparelho sindical e dos militares legalistas/nacionalistas.
Reação da oposição: Marcha da Família com Deus pela Liberdade, em
SP, reuniu 500 mil pessoas.
A adesão dos militares ao caminho golpista: o governo Jango teria sido
complacente com a Revolta dos Sargentos (1963) e dos Fuzileiros
(1964) A quebra da hierarquia militar ameaçava a essência das
Forças Armadas! Fundamento ideológico: Doutrina de Segurança
Nacional (gestada na Escola Superior de Guerra, no contexto
geopolítico da Guerra Fria); IPES e IBAD (financiamento da CIA).
O golpe: No dia 1º de abril o golpe é consumado pelos militares: não
houve resistência, Jango se exila no Uruguai. O golpe contou com o
apoio dos governadores dos principais estados, de significativa
parcela da sociedade civil e do governo dos EUA (Operação Brother
Sam).
O Congresso rejeita, em outubro de 1963, a ementa
constitucional que permitiria a execução da reforma agrária
sem prévia indenização em dinheiro.
Clima de tensão: a democracia não estava no horizonte nem da
direita nem da esquerda radicais!
Para a esquerda: a democracia formal estava a serviço dos
privilegiados "Reforma agrária na lei ou na marra!"
Para a direita: manter seus privilégios à custa da
democracia; afastar a ameaça comunista a todo custo!
Prof. Eduardo F. Sallenave
Aliança Renovadora
Nacional (Arena) -governista
Movimento Democrático
Brasileiro (MDB) -oposição
Ditadura Militar 1964-1985 AI-1 (abril de 1964): eleições indiretas para presidente; possibilidade
de alterações constitucionais por maioria simples no Congresso;
suspensão de direitos políticos de opositores; suspensão temporária
da estabilidade no serviço público.
Primeiros dias: combate aos subversivos; torturas e perseguições
(universidades, UNE, sindicatos); dura repressão no campo;
expurgo no serviço público e nas Forças Armadas.
Governo Castello Branco (1964-67)
1º objetivo: estabilizar a economia Plano de Ação Econômica do
Governo (PAEG):
Combater o déficit público: conter os gastos excessivos das
estatais; aumentar impostos. Indexação da economia
(correção pela ORTN). Arrocho salarial. Contou com apoio
de recursos da Aliança para o Progresso (EUA).
O plano conteve a inflação e o déficit público.
Criação do Serviço Nacional de Informações (SNI), em 1964.
Política: derrota dos candidatos do governo nas eleições para
prefeito e governadores em 1965. AI-2 (1965): vitória da linha dura;
fortalecimento do Executivo (o presidente poderia decretar o recesso
do Legislativo); fim dos partidos políticos existentes (criação de outros
dois):
AI-3 (1966): governadores e prefeitos das capitais eleitos
indiretamente.
AI-4 (1967): reconvocou o Congresso para aprovar a nova
Constituição, que incorporou a legislação que ampliava os poderes
do Executivo.
Governo Costa e Silva (1967-1969)
Rearticulação da oposição: UNE, setores progressistas da Igreja,
influência da conjuntura internacional de agitação no ano de 1968,
protestos decorrentes da morte do estudante Edson Luís, passeata
dos 100 mil no RJ, greves em Contagem e Osasco, formação da
Frente Ampla no exílio (JK, Jango e Carlos Lacerda). Artes: Teatro
do Oprimido, Cinema Novo. MPB.
Luta armada (influência da Revolução Cubana de 1959): Aliança
Nacional Libertadora (ALN), Movimento Revolucionário 8 de
Outubro (MR-8) e Vanguarda Popular Revolucionário (VPR).
Apesar das medidas autoritárias, uma das características da
Ditadura Militar foi tentar manter uma fachada democrática (o
Legislativo não foi suprimido e havia "eleições").
Prof. Eduardo F. Sallenave Recrudescimento do autoritarismo, AI-5 (1968): suspendeu
imunidades parlamentares e direitos civis; nova onda de expurgos;
tortura e censura.
Em fins de 1968, Costa e Silva sofre um derrame e uma junta militar
assume o poder.
Governo Garrastazu Medici (1969-1974)
Anos de chumbo: período mais duro da Ditadura. Luta armada:
guerrilha rural (Araguaia), guerrilha urbana (Carlos Marighella).
Crescimento dos órgãos de informação: CIEX, Cenimar, Cisa, SNI,
DOI-CODI tortura! Operação Bandeirantes (Oban), 1969:
financiamento de industriais e homens de negócios. Oposição
armada esmagada!
O "Milagre Brasileiro" (1969-1973): ingresso de capitais estrangeiros
(multinacionais, principalmente indústria automobilística); aumento
de poder de consumo da classe média e arrocho salarial para o
povão. Intervenção do Estado na economia.
Obras faraônicas: ponte Rio-Niterói, Transamazônica,
hidrelétrica de Itaipu (esta já no gov. Geisel).
Crescimento enorme do PIB: "crescer o bolo para depois
dividi-lo". O bolo apenas cresceu aumentou a desigualdade
de renda.
Conjuntura econômica internacional favorável:
disponibilidade de recursos para investimentos.
Diversificação da pauta de exportações: entre 1947-64, o café
representou 57% das exportações; entre 1972-75, apenas
15%.
Período de otimismo e ufanismo: "Ninguém segura este país!", "Pra
frente Brasil!", "Brasil, ame-o ou deixe-o.". Conquista do
tricampeonato mundial de futebol em 1970 no México. Propaganda
do governo: televisão, TV Globo.
Governo Ernesto Geisel (1974-1979)
Início do processo de abertura política: "lenta, gradual e segura";
conflito entre o governo e a linha-dura.
Enfraquecimento do aparato repressivo e dos órgãos de
inteligência.
Assassinatos do jornalista Vladimir Herzog e do operário Manuel
Fiel Filho em dependências militares: onda de pressão da
opinião pública.
Avanço do MDB nas eleições legislativas de 1974 reação
do governo: Lei Falcão (impedia o acesso ao rádio e à
televisão dos candidatos nas eleições municipais de 1976).
Pacote de abril (1977): criava os senadores biônicos; alterava
os critérios de representação na Câmara para os estados do
Nordeste, onde a Arena era forte, terem mais peso;
restrições da Lei Falcão para outras eleições; aumento do
mandato presidencial de 5 para 6 anos.
Revogação do AI-5 em 1979.
O governo Geisel combinou medidas
liberalizantes com medidas repressivas.
Prof. Eduardo F. Sallenave Política econômica: II Plano Nacional de Desenvolvimento substituir
importações (energia e bens de capital): incentivo à produção
nacional de álcool, máquinas, ferramentas e energia nuclear,
construção de hidrelétricas.
Investimentos em grandes estatais: Embratel, Eletrobrás e
Petrobrás. Intervencionismo do Estado na economia.
Crescimento da dívida externa. Conjuntura internacional
desfavorável (segunda crise do petróleo em 1979). Esgotamento
do "milagre brasileiro".
Movimentos sociais: crescimento da sindicalização no campo;
ressurgimento do movimento sindical operário Indústria
automobilística do ABC paulista (novas lideranças, Lula; grandes
greves de 1978-79).
Governo João Figueiredo (1979-1985)
Continuação do processo de abertura: Lei da Anistia (1979).
Resistência da linha dura: atentados (Riocentro, 1981).
Nova Lei Orgânica dos Partidos (1979): fim do bipartidarismo,
surgimento de novos partidos uma das metas do militares era
dividir a oposição.
PMDB - Partido do Movimento
Democrático Brasileiro
Antigo MDB, destaque para
Ulysses Guimarães
PDS - Partido Democrático Social Antiga Arena
PDT - Partido Democrático
Trabalhista
Liderança de Brizola, reabilitação do
antigo trabalhismo varguista
PT - Partido dos Trabalhadores Ligado aos movimentos sociais e a
intelectuais e artistas
PP - Partido Popular Oposição conservadora
Campanha das "Diretas Já!": a favor da eleição direta para presidente
da República. Mobilização dos partidos e da sociedade civil.
Emenda Dante de Oliveira (1984): não foi aprovada pela
Câmara.
Sucessão presidencial: decidida pelo Colégio Eleitoral
(indiretamente): disputa coligação chamada de Aliança
Democrática: Partido da Frente Liberal (PFL, dissidência do PDS, lançou
José Sarney como vice) + PMDB (que lançou Tancredo Neves para
presidente) x PDS (Paulo Maluf como candidato). Vitória de Tancredo
Neves.
Devido ao falecimento de Tancredo Neves antes da posse, assume a
presidência, em 1985, José Sarney, antigo político da Arena e
colaborador do regime militar.
Prof. Eduardo F. Sallenave
Nova República 1985 em diante
Governo José Sarney (1985-1990)
Economia:
Cenário de hiperinflação.
Plano Cruzado (1986): objetivo de conter a inflação substituir o
desvalorizado cruzeiro; congelamento dos preços por 1 ano (conter a
inflação inercial); gatilho salarial: quando a inflação chegasse a 20%;
fim da correção monetária; "fiscais do Sarney".
Consequências: redução drástica da inflação, porém seguida
de um aumento desenfreado do consumo, gerando
desabastecimento.
Plano Cruzado II: descongelamento dos preços disparada da
inflação.
Declaração de moratória em 1987: não havia mais dinheiro para
saldar a dívida externa.
Novas e fracassadas medidas para conter a inflação: Plano Bresser
(1987), Plano Verão (1989).
Repressão a greves: CSN (1988). Assassinato do líder seringueiro
Chico Mendes.
Política:
Legalização do PCB e do PC do B.
Assembleia Constituinte eleita em 1986 formação de dois blocos:
Bloco Progressista (PT, PCB, PC do B, PDT, PV e PSB) e o chamado
Centrão (PFL, PDS, PL, PTB). PMDB dividido.
Constituição de 1988
Democracia liberal com equilíbrio e independência entre os 3
poderes.
Voto obrigatório entre 18-70 anos, facultativo para analfabetos,
pessoas entre 16-18 anos e maiores de 70 anos.
Afirmação de amplos direitos sociais.
Direitos civis contra a arbitrariedade do Estado.
Garantias constitucionais: habeas corpus, habeas-data, mandado
de segurança, ação popular.
Igualdade de direitos para homens e mulheres.
Criminalização do racismo.
Fim da censura.
Eleições em dois turnos; mandatos de 4 anos (presidente,
governador e prefeitos), possibilidade de uma reeleição.
Ampliação dos poderes do Congresso Nacional: atuar em
Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs), votar o Orçamento
Geral da União, reformar a Constituição com 3/5 dos votos.
Proteção ao índio.
Proteção ao meio ambiente.
Sucessão presidencial: campanha de Collor: exaltação da sua
jovialidade; discurso moralista: "caçador de marajás"; Partido da
Reconstrução Nacional (criado para apoiar sua candidatura).
Venceu Lula no segundo turno: 42,75% para Collor, 37,86% para
Lula.
Prof. Eduardo F. Sallenave
Governo Fernando Collor (1990-1992)
Política neoliberal: defesa do livre mercado e da diminuição do papel
do Estado; privatizações, demissão de funcionários públicos;
aumento de impostos; abriu o mercado brasileiro para produtos
importados.
Plano Collor: tentativa de conter a inflação; confisco de poupanças.
Denúncias de corrupção: mobilização de sociedade civil pedindo
seu afastamento (movimento dos caras pintadas). Collor sofre
Impeachment em 1992.
Governo Itamar Franco (1992-1995)
Plano Real (1994): conteve a inflação ministro da fazenda: Fernando
Henrique Cardoso (vitorioso no primeiro turno na eleição de 1994).
Privatização da Companhia Siderúrgica Nacional.
Governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2003)
Adoção de políticas neoliberais: privatizações (companhia de
mineração Vale do Rio Doce; setor de telecomunicações); corte de
gastos com programas sociais.
Alteração constitucional permitindo a reeleição FHC reeleito em
1998.
Crescimento da dívida externa.
Movimentos sociais: Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST)
pela reforma agrária repressão: massacre de Eldorado dos Carajás
(1996), no estado do Pará.
Governo Lula (2003-2011)
Programas de transferência de renda: Bolsa Família.
Denúncias de corrupção: "mensalão", 2005.
Estabilidade e crescimento econômico.
PAC Programa de Aceleração do Crescimento: obras de
infraestrutura.
Política externa: busca de maior projeção do país no cenário
internacional.
Ampliação do crédito e redução dos impostos para bens de
consumo: incentivar o consumismo.
Bibliografia
DORIGO, Gianpaolo; VICENTINO, Cláudio. História para o ensino médio.
São Paulo: Atual, 2008.
FAUSTO. Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2009.
FREITAS NETO, José Alves de; TASINAFO, Célio Ricardo. História Geral e
do Brasil. São Paulo: Herbra, 2011.
LOPEZ, Adriana; MOTA, Carlos Guilherme. História do Brasil: uma
interpretação. São Paulo: Editora Senac SP, 2008.
MARANHÃO, Ricardo; MENDES JÚNIOR, Antônio Mendes; RONCARI,
Luiz (Orgs.). Brasil História: texto e consulta. 4 volumes. São Paulo:
Hucitec, 1991.
SCHMIDT, Mário. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, 2007.