responsabilidade por fato de terceiro

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 1- Disserte sobr e a responsa bilidade por fato de te rceiro. A responsabilidade civil indireta ou por fato de terceiro diz-se, segundo Pablo Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, da possibilidade de um sujeito ser chamado a responder civilmente por ato de terceiro, ligado a si por algum vínculo jurídico- contratual ou legal. Note-se pelo conceito que não há culpa do responsável, o que con figura res pon sab ili dade obj eti va, o que não obs ta analis ar a cul pa daq uel e que efetivamente praticou o ato. Aqueles que podem ser responsabilizados por ato de terceiro estão arrolados no art.932 do Código Civil. O primeiro deles refere-se aos pais que se responsabilizarão  pelos atos de seus filhos, na medida em que o pai possui o incapaz em sua companhia, ou seja, tem uma convivência com ele e, ademais, exerce sob o mesmo autoridade. Portanto, em regra são os pais que respondem por seus filhos incapazes, mas existem exceções. O art. 928CC, at rib ui ao incapaz res po ns abil idade civ il , de sde que seus responsáveis não tenham a obrigação de indenizar ou não dispuserem de meios para tanto. Entretanto, a indenização a que se refere o artigo anteriormente citado, deverá ser equitativa e não poderá ser aplicada se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. que se fal ar do s ef eit os que a emancip açã o dos menores poss uem na responsabilidade civil. A emancipação judicial e legal afastam a responsabilidade dos  pais para com os filhos, entretan to, no que se refere à emanci pação voluntá ria, mesmo após ser emancipado os pais responderão civilmente pelos atos de seu filho. O segundo caso de responsabilização indireta é a dos tutores e curadores pelos tutelados e curatelados: tanto o tutor quanto o curado r respo ndem objetiv amente pelos tutelados e curatelados. Mas, eventualmente como já explicitado, o incapaz poderá vir a responder e, equitativamente será analisada o valor da indenização que não poderá afetar o suficiente para manter o incapaz e aqueles que dele dependam. O art.932 incis o III trata da respons abilid ade do empregado r ou comit ente sob os atos dos seus empregados, serviçais ou prepostos. Segundo Stolze e Pamplona Filho, existe para tanto, um negócio jurídico entre o sujeito responsabilizado (empregador ou comi ten te) e o autor do dano que o pr at icava no exer cio do tr abal ho a qu e foi

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5/11/2018 Responsabilidade Por Fato de Terceiro - slidepdf.com

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1- Disserte sobre a responsabilidade por fato de terceiro.

A responsabilidade civil indireta ou por fato de terceiro diz-se, segundo Pablo

Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, da possibilidade de um sujeito ser chamado

a responder civilmente por ato de terceiro, ligado a si por algum vínculo jurídico-

contratual ou legal. Note-se pelo conceito que não há culpa do responsável, o que

configura responsabilidade objetiva, o que não obsta analisar a culpa daquele que

efetivamente praticou o ato.

Aqueles que podem ser responsabilizados por ato de terceiro estão arrolados no

art.932 do Código Civil. O primeiro deles refere-se aos pais que se responsabilizarão

 pelos atos de seus filhos, na medida em que o pai possui o incapaz em sua companhia,

ou seja, tem uma convivência com ele e, ademais, exerce sob o mesmo autoridade.

Portanto, em regra são os pais que respondem por seus filhos incapazes, mas existem

exceções.

O art. 928CC, atribui ao incapaz responsabilidade civil, desde que seus

responsáveis não tenham a obrigação de indenizar ou não dispuserem de meios para

tanto. Entretanto, a indenização a que se refere o artigo anteriormente citado, deverá ser 

equitativa e não poderá ser aplicada se privar do necessário o incapaz ou as pessoas quedele dependem.

Há que se falar dos efeitos que a emancipação dos menores possuem na

responsabilidade civil. A emancipação judicial e legal afastam a responsabilidade dos

 pais para com os filhos, entretanto, no que se refere à emancipação voluntária, mesmo

após ser emancipado os pais responderão civilmente pelos atos de seu filho.

O segundo caso de responsabilização indireta é a dos tutores e curadores pelos

tutelados e curatelados: tanto o tutor quanto o curador respondem objetivamente pelos

tutelados e curatelados. Mas, eventualmente como já explicitado, o incapaz poderá vir a

responder e, equitativamente será analisada o valor da indenização que não poderá

afetar o suficiente para manter o incapaz e aqueles que dele dependam.

O art.932 inciso III trata da responsabilidade do empregador ou comitente sob

os atos dos seus empregados, serviçais ou prepostos. Segundo Stolze e Pamplona Filho,

existe para tanto, um negócio jurídico entre o sujeito responsabilizado (empregador ou

comitente) e o autor do dano que o praticava no exercício do trabalho a que foi

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compelido. O art. 934 dá direito de regresso àquele que indenizou o dano causado por 

terceiro, entretanto, no que tange às relações de trabalho, o CLT restringe as

 possibilidades de regresso para duas, quais sejam: culpa do empregado se prevista no

contrato de trabalho e, por óbvio, dolo do mesmo.

Outro tipo de responsabilidade por fato de terceiro refere-se aos donos de hotéis,

hospedarias e estabelecimentos educacionais que se responsabilizarão, objetivamente

 pelos danos causados à terceiros por seus hóspedes e alunos.

O último tipo de responsabilidade a que atribui o art. 932 trata-se daqueles que,

gratuitamente participaram do produto de crime. Todos os envolvidos responderão

solidariamente, de acordo com seu aproveitamento na prática criminosa.

Por fim, faz-se mister ressaltar que, todos os casos de responsabilidade indireta

têm natureza objetiva, pois não se analisa a culpa do responsável pelo dano, já que se

trata de terceiro. Ademais, o direito de regresso cabe em todos os casos aqui referidos,

ressalvadas as peculiaridades das relações trabalhistas e, outrossim, segundo o art. 934

do Código Civil, não se pode pedir regresso para aquele causador do dano se este for 

descendente absolutamente ou relativamente incapaz do responsável.

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REFERÊNCIAS:

GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito

Civil: Responsabilidade Civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007

RODRIGUES, Silvio. Direito Civil – Responsabilidade Civil. 18. ed. São Paulo:

Saraiva, 2001. v. 5.