responsabilidade por fato de terceiro
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5/11/2018 Responsabilidade Por Fato de Terceiro - slidepdf.com
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1- Disserte sobre a responsabilidade por fato de terceiro.
A responsabilidade civil indireta ou por fato de terceiro diz-se, segundo Pablo
Stolze Gagliano e Rodolfo Pamplona Filho, da possibilidade de um sujeito ser chamado
a responder civilmente por ato de terceiro, ligado a si por algum vínculo jurídico-
contratual ou legal. Note-se pelo conceito que não há culpa do responsável, o que
configura responsabilidade objetiva, o que não obsta analisar a culpa daquele que
efetivamente praticou o ato.
Aqueles que podem ser responsabilizados por ato de terceiro estão arrolados no
art.932 do Código Civil. O primeiro deles refere-se aos pais que se responsabilizarão
pelos atos de seus filhos, na medida em que o pai possui o incapaz em sua companhia,
ou seja, tem uma convivência com ele e, ademais, exerce sob o mesmo autoridade.
Portanto, em regra são os pais que respondem por seus filhos incapazes, mas existem
exceções.
O art. 928CC, atribui ao incapaz responsabilidade civil, desde que seus
responsáveis não tenham a obrigação de indenizar ou não dispuserem de meios para
tanto. Entretanto, a indenização a que se refere o artigo anteriormente citado, deverá ser
equitativa e não poderá ser aplicada se privar do necessário o incapaz ou as pessoas quedele dependem.
Há que se falar dos efeitos que a emancipação dos menores possuem na
responsabilidade civil. A emancipação judicial e legal afastam a responsabilidade dos
pais para com os filhos, entretanto, no que se refere à emancipação voluntária, mesmo
após ser emancipado os pais responderão civilmente pelos atos de seu filho.
O segundo caso de responsabilização indireta é a dos tutores e curadores pelos
tutelados e curatelados: tanto o tutor quanto o curador respondem objetivamente pelos
tutelados e curatelados. Mas, eventualmente como já explicitado, o incapaz poderá vir a
responder e, equitativamente será analisada o valor da indenização que não poderá
afetar o suficiente para manter o incapaz e aqueles que dele dependam.
O art.932 inciso III trata da responsabilidade do empregador ou comitente sob
os atos dos seus empregados, serviçais ou prepostos. Segundo Stolze e Pamplona Filho,
existe para tanto, um negócio jurídico entre o sujeito responsabilizado (empregador ou
comitente) e o autor do dano que o praticava no exercício do trabalho a que foi
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compelido. O art. 934 dá direito de regresso àquele que indenizou o dano causado por
terceiro, entretanto, no que tange às relações de trabalho, o CLT restringe as
possibilidades de regresso para duas, quais sejam: culpa do empregado se prevista no
contrato de trabalho e, por óbvio, dolo do mesmo.
Outro tipo de responsabilidade por fato de terceiro refere-se aos donos de hotéis,
hospedarias e estabelecimentos educacionais que se responsabilizarão, objetivamente
pelos danos causados à terceiros por seus hóspedes e alunos.
O último tipo de responsabilidade a que atribui o art. 932 trata-se daqueles que,
gratuitamente participaram do produto de crime. Todos os envolvidos responderão
solidariamente, de acordo com seu aproveitamento na prática criminosa.
Por fim, faz-se mister ressaltar que, todos os casos de responsabilidade indireta
têm natureza objetiva, pois não se analisa a culpa do responsável pelo dano, já que se
trata de terceiro. Ademais, o direito de regresso cabe em todos os casos aqui referidos,
ressalvadas as peculiaridades das relações trabalhistas e, outrossim, segundo o art. 934
do Código Civil, não se pode pedir regresso para aquele causador do dano se este for
descendente absolutamente ou relativamente incapaz do responsável.
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REFERÊNCIAS:
GAGLIANO, Pablo Stolze. PAMPLONA FILHO, Rodolfo. Novo Curso de Direito
Civil: Responsabilidade Civil. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2007
RODRIGUES, Silvio. Direito Civil – Responsabilidade Civil. 18. ed. São Paulo:
Saraiva, 2001. v. 5.