responsabilidade pelo fato do produto

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INFORMAÇÕES SOBRE A RESPONSABILIDADE PELO FATO DO PRODUTO.

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  • DIREITO DO CONSUMIDOR E AES CORRELATASAula 2 Responsabilidade pelo Fato do Produto

    Direito do Consumidor e Aes Direito do Consumidor e Aes CorrelatasCorrelatas

    Aula 2 Aula 2 Responsabilidade pelo Fato Responsabilidade pelo Fato do Produtodo Produtodo Produtodo Produto

    Professor: Joo Joo AguirreAguirre

  • DIREITO DO CONSUMIDOR E AES CORRELATASAula 2 Responsabilidade pelo Fato do Produto

    OBJETIVOS

    Este material servir de complemento para sua videoaula.Bom estudo!

  • DIREITO DO CONSUMIDOR E AES CORRELATASAula 2 Responsabilidade pelo Fato do Produto

    Nesta aula voc pde assistir sobre o conceito de consumidor. Acerca desse tema importante ainda falarmos sobre as teorias desse conceito.

    O artigo 2 do Cdigo de Defesa do Consumidor traz o conceito de

    Apresentao

    O artigo 2 do Cdigo de Defesa do Consumidor traz o conceito de consumidor: Consumidor toda pessoa fsica ou jurdica que adquire ou utiliza produto ou servio como destinatrio final.

    A discusso que se d sobre esse tema para tentar entender o que o legislador quis dizer com a expresso consumidor destinatrio final. Para explicar esse assunto, surgiram trs teorias.

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    Para essa teoria, basta que a pessoa retire o bem da cadeia de consumo para se tornar um destinatrio ftico e, portanto, um consumidor, no importando se a pessoa adquire ou utiliza o produto ou servio para o uso privado ou para o uso profissional, ou seja, se ser reintroduzido na cadeia produtiva e de consumo com a finalidade de obter o lucro.

    Teoria Maximalista

    cadeia produtiva e de consumo com a finalidade de obter o lucro.

    Vale dizer, que destinatrio final, para essa teoria o destinatrio ftico do produto ou servio, ou seja, aquele que adquire ou retira do mercado o produto ou servio, no importando se para uso prprio ou com finalidade de lucro.

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    A principal crtica que se tem concepo maximalista que ao adotar a mais ampla interpretao possvel do conceito de consumidor, acaba ela por fazer com que o Cdigo de Defesa do Consumidor perca sua finalidade que a de uma legislao especial destinada proteo de determinados sujeitos nas relaes consumeristas, passando regular de

    Teoria Maximalista

    determinados sujeitos nas relaes consumeristas, passando regular de forma geral, todo e qualquer contrato de aquisio de bens ou servios.

    Dessa forma, diante do que foi exposto, percebemos que a vulnerabilidade no possui relevncia alguma para essa teoria, e acaba fazendo com que o CDC no proteja a parte mais fraca nas relaes de consumo.

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    Teoria Finalista

    A teoria finalista traz o que o conceito de consumidor est baseado na ideia em que destinatrio final, envolvendo no apenas o destinatrio ftico, mas tambm destinatrio econmico do bem ou servio, ou seja, destinatrio final para essa teoria aquele que retira do mercado de consumo o produto ou servio, para uso prprio, sem fins lucrativos ou consumo o produto ou servio, para uso prprio, sem fins lucrativos ou de reintroduo na cadeia produtiva.

    Dessa forma, destinatrio final (e, portanto, consumidor) aquele que retira o produto ou servio do mercado de consumo, sem o objetivo de reintegr-lo novamente no mercado, ou seja, que no o aplica na sua cadeia produtiva, utilizando-o como insumo.

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    Essa teoria busca uma conceituao do consumidor de forma a alcanar a real aplicao protetiva das relaes consumeristas a que se destina o Cdigo de Defesa do Consumidor, alcanando assim, a finalidade para o qual foi criado, ou seja, a proteo da parte mais fraca na relao de consumo.

    Teoria Finalista

    consumo.

    A crtica que se faz a concepo finalista de que o sistema consumerista tem como objetivo a proteo do vulnervel e, assim, no poderiam ser considerados consumidores vulnerveis (do ponto de vista tcnico, jurdico e ftico) pessoas jurdicas e profissionais que adquirem produtos ou servios com finalidade lucrativa. Ou seja, para essa teoria a pessoa jurdica estaria excluda do conceito de destinatrio final, uma vez que no possui vulnerabilidade econmica, jurdica e tcnica.

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    Diante disto percebemos que essa teoria muito restrita e acaba deixando de proteger, por exemplo, micro ou pequenas empresas, ou ainda profissionais liberais. Um exemplo disso a de uma empresa que produz remdios, que compra tinta para impressoras, e essas vem com um vcio. Para essa teoria no poderia essa pessoa jurdica ser protegida,

    Teoria Finalista

    um vcio. Para essa teoria no poderia essa pessoa jurdica ser protegida, porque no considerada vulnervel, entretanto, podemos perceber nesse caso, que h vulnerabilidade dessa empresa nessa relao, haja vista que a tinta da impressora no foi comprada como insumo.

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    Tambm chamada de finalista mista, moderada ou temperada, essa teoria defende que possvel considerar a pessoa jurdica e o profissional consumidor se, no caso concreto, for demonstrada a sua vulnerabilidade (tcnica, jurdica ou ftica), elemento esse essencial nas relaes de consumo.

    Teoria Finalista Aprofundada

    relaes de consumo.

    Para essa teoria, o destinatrio final a pessoa que adquire o produto ou o servio para o uso prprio, porm, admitindo-se esta utilizao em atividade de produo, com a finalidade de desenvolver atividade comercial ou profissional, desde que seja provada a vulnerabilidade desta pessoa fsica ou jurdica que est adquirindo o produto ou contratando o servio.

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    Esta corrente, entre as trs j mencionadas, apresenta mais concordncia com o princpio fundamental do Cdigo de Defesa do Consumidor, que a proteo dos mais fracos perante os mais fortes, daqueles que so, portanto, notadamente, vulnerveis.

    O entendimento do Superior Tribunal de Justia, atualmente, adota a

    Teoria Finalista Aprofundada

    O entendimento do Superior Tribunal de Justia, atualmente, adota a teoria finalista aprofundada, conforme podemos verificar no Informativo 510, de 2012, do STJ, a seguir.

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    No ostenta a qualidade de consumidor a pessoa fsica ou jurdica que no destinatria ftica ou econmica do bem ou servio, salvo se caracterizada a sua vulnerabilidade frente ao fornecedor. A determinao da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita

    Direito do Consumidor. Consumo Intermedirio. Vulnerabilidade. Finalismo Aprofundado

    determinao da qualidade de consumidor deve, em regra, ser feita mediante aplicao da teoria finalista, que, numa exegese restritiva do art. 2 do CDC, considera destinatrio final to somente o destinatrio ftico e econmico do bem ou servio, seja ele pessoa fsica ou jurdica. Dessa forma, fica excludo da proteo do CDC o consumo intermedirio, assim entendido como aquele cujo produto retorna para as cadeias de produo e distribuio, compondo o custo (e, portanto, o preo final) de um novo bem ou servio.

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    Vale dizer, s pode ser considerado consumidor, para fins de tutela pelo CDC, aquele que exaure a funo econmica do bem ou servio, excluindo-o de forma definitiva do mercado de consumo. Todavia, a jurisprudncia do STJ, tomando por base o conceito de consumidor por equiparao previsto no art. 29 do CDC, tem evoludo para uma

    Direito do Consumidor. Consumo Intermedirio. Vulnerabilidade. Finalismo Aprofundado

    equiparao previsto no art. 29 do CDC, tem evoludo para uma aplicao temperada da teoria finalista frente s pessoas jurdicas, num processo que a doutrina vem denominando finalismo aprofundado. Assim, tem se admitido que, em determinadas hipteses, a pessoa jurdica adquirente de um produto ou servio possa ser equiparada condio de consumidora, por apresentar frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade, que constitui o princpio-motor da poltica nacional das relaes de consumo, premissa expressamente fixada no art. 4, I, do CDC, que legitima toda a proteo conferida ao consumidor.

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    A doutrina tradicionalmente aponta a existncia de trs modalidades de vulnerabilidade: tcnica (ausncia de conhecimento especfico acerca do produto ou servio objeto de consumo), jurdica (falta de conhecimento jurdico, contbil ou econmico e de seus reflexos na relao de consumo) e ftica (situaes em que a insuficincia econmica, fsica ou

    Direito do Consumidor. Consumo Intermedirio. Vulnerabilidade. Finalismo Aprofundado

    consumo) e ftica (situaes em que a insuficincia econmica, fsica ou at mesmo psicolgica do consumidor o coloca em p de desigualdade frente ao fornecedor). Mais recentemente, tem se includo tambm a vulnerabilidade informacional (dados insuficientes sobre o produto ou servio capazes de influenciar no processo decisrio de compra). Alm disso, a casustica poder apresentar novas formas de vulnerabilidade aptas a atrair a incidncia do CDC relao de consumo.

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    Numa relao interempresarial, para alm das hipteses de vulnerabilidade j consagradas pela doutrina e pela jurisprudncia, a relao de dependncia de uma das partes frente outra pode, conforme o caso, caracterizar uma vulnerabilidade legitimadora da aplicao do CDC, mitigando os rigores da teoria finalista e autorizando

    Direito do Consumidor. Consumo Intermedirio. Vulnerabilidade. Finalismo Aprofundado

    aplicao do CDC, mitigando os rigores da teoria finalista e autorizando a equiparao da pessoa jurdica compradora condio de consumidora. Precedentes citados: REsp 1.196.951-PI, DJe 9/4/2012, e REsp 1.027.165-ES, DJe 14/6/2011. REsp 1.195.642-RJ, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 13/11/2012.

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    Parabns! Voc finalizou a aula Responsabilidade pelo Fato

    do Servio.

    Lembre-se de realizar os exerccios de fixao e praticar os conceitos observados no FORBIT, Simulador de Prtica

    Forense exclusivo do LFG.

    Sucesso!