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Responsabilidade Administrativa:
1) Principais Bases Legais ensejadoras das Responsabilidades
Administrativas Ambientais
Plano Federal:
- Constituição Federal de 1988, art. 225, § 3º
- Lei Federal n. 9605/1998 (Arts. 70 a 76)
- Decreto Federal 6514/2008 (Infrações, Sanções e Processo Administrativo) Estado de São Paulo: - Lei Estadual 997/76 - Decreto Estadual 8468/76
2) Competências: Quem pode exercer a
fiscalização administrativa que dá ensejo às
Responsabilidades? - Órgãos Administrativos do SISNAMA da União,
Estados, Municípios e Distrito Federal (Art. 23, VI, VII da CF – Art. 70, § 1º da Lei Federal 9605/98 )
- Lei Complementar 140/2011 (Competências para as Ações Administrativas)
- Art. 17: Órgão que realiza o Licenciamento é o órgão competente para a Autuação.
3) Infrações Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)
Conceito:
Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental,
toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de
uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio
ambiente, conforme o disposto na Seção III deste
Capítulo.
Previsões Específicas (Federais): Artigos 24 a 93
(Legalidade)
Atenção: não exige a ocorrência de dano – considerada a
infração pelo descumprimento da legislação ou termos da
licença ambiental.
4) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)
Art. 3 ͦ. As infrações administrativas são punidas com as seguintes
sanções:
I - advertência;
II - multa simples;
III - multa diária;
IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e
flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de
qualquer natureza utilizados na infração;
V - destruição ou inutilização do produto;
VI - suspensão de venda e fabricação do produto;
VII - embargo de obra ou atividade;
VIII - demolição de obra;
IX - suspensão parcial ou total de atividades;
X - restritiva de direitos.
4) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008,
Art. 4◦)
Critérios a serem observados pelo agente autuante
para a indicação da sanção administrativa:
I - gravidade dos fatos
II - antecedentes do infrator
III - situação econômica do infrator
5) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)
Multa Simples
Art. 8o A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico,
quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, metro quadrado,
dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de
acordo com o objeto jurídico lesado.
Art. 9o O valor da multa de que trata este Decreto será corrigido,
periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação
pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o
máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).
Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três
mil reais) por indivíduo.
Art. 29 (Decreto n. 6.514/2008). Praticar ato de abuso,
maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos
ou domesticados, nativos ou exóticos:
Exemplos de Infrações Administrativas e
Respectiva Sanção (Multa Simples)
Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou
fração.
Art. 51 (Decreto n. 6.514/2008). Destruir, desmatar, danificar
ou explorar floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou
de espécies nativas plantadas, em área de reserva legal ou
servidão florestal, de domínio público ou privado, sem
aprovação prévia do órgão ambiental competente ou em
desacordo com a aprovação concedida, inclusive em planos
de manejo florestal sustentável:
Exemplos de Infrações Administrativas e
Respectiva Sanção (Multa Simples)
5) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)
Demolição de Obra
Art. 19. A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada pela
autoridade ambiental, após o contraditório e ampla defesa, quando:
I - verificada a construção de obra em área ambientalmente protegida
em desacordo com a legislação ambiental; ou
II - quando a obra ou construção realizada não atenda às
condicionantes da legislação ambiental e não seja passível de
regularização.
Excepcionalidade: Art. 112. A demolição de obra, edificação ou construção não
habitada e utilizada diretamente para a infração ambiental dar-se-á
excepcionalmente no ato da fiscalização nos casos em que se constatar
que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento
do dano ambiental ou de graves riscos à saúde.
Constatada a ocorrência de infração
administrativa ambiental, será lavrado auto de
infração, do qual deverá ser dado ciência ao
autuado, assegurando-se o contraditório e a
ampla defesa. (Art. 96 do Decreto n. 6514/2008 e
art. 5 ˚, LV, da CF)
5) Processo Administrativo Ambiental
Art. 113 . § 1o (Decreto n. 6.514/2008) O órgão
ambiental responsável aplicará o desconto de
30% (trinta por cento), sempre que o autuado
decidir efetuar o pagamento da penalidade no
prazo previsto para apresentar defesa (20 dias)
5) Processo Administrativo Ambiental –
Pagamento da Multa
20 (vinte) dias para recorrer em 2ª instância a partir da data
do recebimento da notificação sobre a decisão do primeiro
julgamento. (Art. 127 do Decreto)
A partir da data da ciência do Auto de Infração Ambiental
o autuado tem
20 (vinte) dias para recorrer em 1ª instância (Art. 113
do Decreto)
5) Processo Administrativo Ambiental –
Posições do Órgão Ambiental Julgador:
- Julgar totalmente improcedente o recurso,
mantendo a Penalidade Administrativa do Auto de Infração
(Cobrança da Sanção – Possibilidade de Discussão
Judicial)
- Julgar procedente o recurso, arquivando-se o Auto
de Infração;
-
- Facultar ao “Acusado” um Termo de Compromisso
de Recuperação Ambiental da área afetada.
5) Processo Administrativo Ambiental –
Prescrição Administrativa Ambiental
Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da
administração objetivando apurar a prática de
infrações contra o meio ambiente, contada da data
da prática do ato, ou, no caso de infração
permanente ou continuada, do dia em que esta
tiver cessado.
6) Situação Aplicada 2:
Entendimento jurisprudencial atual – afastamento da
responsabilidade administrativa ambiental de distribuidora de
combustível por vazamento causado pela empresa
transportadora – entendimento do STJ (Superior Tribunal de
Justiça) da natureza subjetiva da responsabilidade administrativa
ambiental (ocorrência de ação ou omissão para sua
caracterização).
(AgRg no REsp 62.584 - 2015)
Uma empresa proprietária de uma carga de combustível
poderia ser responsabilizada administrativamente pela
infração ambiental cometida pela empresa
transportadora?
Responsabilidade Civil Ambiental:
“É o poluidor obrigado, independente da existência
de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados
ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua
atividade.”
art. 14, § 1º, Lei 6.938/81 (Política Nacional do
Meio Ambiente)
TEORIA DO RISCO INTEGRAL # POSIÇÃO STJ:
DIREITO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA
POR DANO AMBIENTAL PRIVADO.
O particular que deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a
céu aberto, em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de
sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de outros
particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente
pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido,
ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com
os resíduos. (...)
A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da
teoria do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo a não
ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o
abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, força maior).
Nesse mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, na
responsabilidade civil pelo dano ambiental, não são aceitas as
excludentes de fato de terceiro, de culpa da vítima, de caso
fortuito ou de força maior. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso
Sanseverino, julgado em 6/5/2014
Responsabilidade Criminal (Lei Federal n. 9.605/98)
em matéria Ambiental:
“ Art. 225, § 3º da CF - As condutas e atividades
consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os
infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.”
• Sistematização com a Lei 9.605/98 (Lei de Crimes
Ambientais).
• Aplicação Subsidiária do Sistema Penal Geral:
“Art. 79 – Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as
disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.”
Responsabilidade Criminal – Fundamentos Gerais
Art. 6º . Para imposição e gradação da penalidade, a
autoridade competente observará:
I. a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas
conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;
II. os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da
legislação de interesse ambiental;
III. a situação econômica do infrator, no caso de multa.
LEI FEDERAL Nº 9.605, DE FEVEREIRO DE 1998 -
Dosimetria
• Penas Aplicáveis às Pessoas Físicas:
• Penas privativas de Liberdade (Reclusão e Detenção).
(Arts. 16 e 17 – Suspensão da Pena – não superior a 3 anos e Reparação do Dano)
• Penas Restritivas de Direitos (art. 8 ͦ da LC):
• Prestação de Serviços à Comunidade; Interdição Temporária de Direitos; Suspensão Parcial ou Total das Atividades; .
• Pena de Multa (Critérios do Código Penal – art. 49).
Sanções Penais Ambientais
Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.
Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em
níveis tais que resultem ou possam resultar em
danos à saúde humana, ou que provoquem a
mortandade de animais ou a destruição
significativa da flora
Tipos de Crimes Ambientais (LCA – 9605/98 – Art. 29 a
69)
• Art. 37 de LCA - Não é crime o abate de animal:
• I - em estado de necessidade;
• II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória;
• III - Vetado
• IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente;
Causas Excludentes de Antijuridicidade
Casos Excludentes de Ilicitude
Competência para Julgamento – Crimes
contra a Fauna e Flora
CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 27.848 - SÃO
PAULO (1999/0099352-7).
CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIMES CONTRA A
FAUNA. INEXISTÊNCIA DE LESÃO A BENS,
SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO.
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.
• Fundamento Constitucional: art. 225, § 3º da CF
• Fundamento na Lei de Crimes Ambientais: Art. 3º
• Penas Aplicáveis à Pessoa Jurídica: i) Pena de Multa (art. 21); ii) Restritiva de Direitos (art. 22); iii) Prestação de Serviços à Comunidades (art. 23); Liquidação Forçada (art. 24).
Responsabilidade Penal Ambiental da Pessoa
Jurídica
RESPONSABILIDADE CRIMINAL DA PESSOA JURÍDICA #
“#POSIÇÃO DO STF
“É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime
ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de
cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática
criminosa.” (...) “Ao se condicionar a responsabilização da pessoa
jurídica à física, estaria ocorrendo a subordinação da
responsabilização jurídico-criminal do ente coletivo à efetiva
condenação da pessoa física, o que não seria objetivo previsto no
mandamento constitucional de criminalização contido no § 3º do art.
225 da CF/88”.
Julgado de 6/8/2013, em sede de Recurso Extraordinário (RE
548181/PR), relatora Ministra Rosa Weber. Ementa: Crime
ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de
pessoa jurídica.