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RESPONSABILIDADES AMBIENTAIS PROF . DR. RAFAEL COSTA FREIRIA

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RESPONSABILIDADES AMBIENTAIS

PROF. DR. RAFAEL COSTA FREIRIA

Responsabilidade Administrativa:

1) Principais Bases Legais ensejadoras das Responsabilidades

Administrativas Ambientais

Plano Federal:

- Constituição Federal de 1988, art. 225, § 3º

- Lei Federal n. 9605/1998 (Arts. 70 a 76)

- Decreto Federal 6514/2008 (Infrações, Sanções e Processo Administrativo) Estado de São Paulo: - Lei Estadual 997/76 - Decreto Estadual 8468/76

2) Competências: Quem pode exercer a

fiscalização administrativa que dá ensejo às

Responsabilidades? - Órgãos Administrativos do SISNAMA da União,

Estados, Municípios e Distrito Federal (Art. 23, VI, VII da CF – Art. 70, § 1º da Lei Federal 9605/98 )

- Lei Complementar 140/2011 (Competências para as Ações Administrativas)

- Art. 17: Órgão que realiza o Licenciamento é o órgão competente para a Autuação.

3) Infrações Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)

Conceito:

Art. 2o Considera-se infração administrativa ambiental,

toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas de

uso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meio

ambiente, conforme o disposto na Seção III deste

Capítulo.

Previsões Específicas (Federais): Artigos 24 a 93

(Legalidade)

Atenção: não exige a ocorrência de dano – considerada a

infração pelo descumprimento da legislação ou termos da

licença ambiental.

4) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)

Art. 3 ͦ. As infrações administrativas são punidas com as seguintes

sanções:

I - advertência;

II - multa simples;

III - multa diária;

IV - apreensão dos animais, produtos e subprodutos da fauna e

flora, instrumentos, petrechos, equipamentos ou veículos de

qualquer natureza utilizados na infração;

V - destruição ou inutilização do produto;

VI - suspensão de venda e fabricação do produto;

VII - embargo de obra ou atividade;

VIII - demolição de obra;

IX - suspensão parcial ou total de atividades;

X - restritiva de direitos.

4) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008,

Art. 4◦)

Critérios a serem observados pelo agente autuante

para a indicação da sanção administrativa:

I - gravidade dos fatos

II - antecedentes do infrator

III - situação econômica do infrator

5) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)

Multa Simples

Art. 8o A multa terá por base a unidade, hectare, metro cúbico,

quilograma, metro de carvão-mdc, estéreo, metro quadrado,

dúzia, estipe, cento, milheiros ou outra medida pertinente, de

acordo com o objeto jurídico lesado.

Art. 9o O valor da multa de que trata este Decreto será corrigido,

periodicamente, com base nos índices estabelecidos na legislação

pertinente, sendo o mínimo de R$ 50,00 (cinqüenta reais) e o

máximo de R$ 50.000.000,00 (cinqüenta milhões de reais).

Multa de R$ 500,00 (quinhentos reais) a R$ 3.000,00 (três

mil reais) por indivíduo.

Art. 29 (Decreto n. 6.514/2008). Praticar ato de abuso,

maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos

ou domesticados, nativos ou exóticos:

Exemplos de Infrações Administrativas e

Respectiva Sanção (Multa Simples)

Multa de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) por hectare ou

fração.

Art. 51 (Decreto n. 6.514/2008). Destruir, desmatar, danificar

ou explorar floresta ou qualquer tipo de vegetação nativa ou

de espécies nativas plantadas, em área de reserva legal ou

servidão florestal, de domínio público ou privado, sem

aprovação prévia do órgão ambiental competente ou em

desacordo com a aprovação concedida, inclusive em planos

de manejo florestal sustentável:

Exemplos de Infrações Administrativas e

Respectiva Sanção (Multa Simples)

5) Sanções Administrativas (Decreto n. 6.514/2008)

Demolição de Obra

Art. 19. A sanção de demolição de obra poderá ser aplicada pela

autoridade ambiental, após o contraditório e ampla defesa, quando:

I - verificada a construção de obra em área ambientalmente protegida

em desacordo com a legislação ambiental; ou

II - quando a obra ou construção realizada não atenda às

condicionantes da legislação ambiental e não seja passível de

regularização.

Excepcionalidade: Art. 112. A demolição de obra, edificação ou construção não

habitada e utilizada diretamente para a infração ambiental dar-se-á

excepcionalmente no ato da fiscalização nos casos em que se constatar

que a ausência da demolição importa em iminente risco de agravamento

do dano ambiental ou de graves riscos à saúde.

Constatada a ocorrência de infração

administrativa ambiental, será lavrado auto de

infração, do qual deverá ser dado ciência ao

autuado, assegurando-se o contraditório e a

ampla defesa. (Art. 96 do Decreto n. 6514/2008 e

art. 5 ˚, LV, da CF)

5) Processo Administrativo Ambiental

Art. 113 . § 1o (Decreto n. 6.514/2008) O órgão

ambiental responsável aplicará o desconto de

30% (trinta por cento), sempre que o autuado

decidir efetuar o pagamento da penalidade no

prazo previsto para apresentar defesa (20 dias)

5) Processo Administrativo Ambiental –

Pagamento da Multa

20 (vinte) dias para recorrer em 2ª instância a partir da data

do recebimento da notificação sobre a decisão do primeiro

julgamento. (Art. 127 do Decreto)

A partir da data da ciência do Auto de Infração Ambiental

o autuado tem

20 (vinte) dias para recorrer em 1ª instância (Art. 113

do Decreto)

5) Processo Administrativo Ambiental –

Posições do Órgão Ambiental Julgador:

- Julgar totalmente improcedente o recurso,

mantendo a Penalidade Administrativa do Auto de Infração

(Cobrança da Sanção – Possibilidade de Discussão

Judicial)

- Julgar procedente o recurso, arquivando-se o Auto

de Infração;

-

- Facultar ao “Acusado” um Termo de Compromisso

de Recuperação Ambiental da área afetada.

5) Processo Administrativo Ambiental –

Prescrição Administrativa Ambiental

Art. 21. Prescreve em cinco anos a ação da

administração objetivando apurar a prática de

infrações contra o meio ambiente, contada da data

da prática do ato, ou, no caso de infração

permanente ou continuada, do dia em que esta

tiver cessado.

6) Situação Aplicada 2:

Entendimento jurisprudencial atual – afastamento da

responsabilidade administrativa ambiental de distribuidora de

combustível por vazamento causado pela empresa

transportadora – entendimento do STJ (Superior Tribunal de

Justiça) da natureza subjetiva da responsabilidade administrativa

ambiental (ocorrência de ação ou omissão para sua

caracterização).

(AgRg no REsp 62.584 - 2015)

Uma empresa proprietária de uma carga de combustível

poderia ser responsabilizada administrativamente pela

infração ambiental cometida pela empresa

transportadora?

Responsabilidade Civil Ambiental:

“É o poluidor obrigado, independente da existência

de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados

ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua

atividade.”

art. 14, § 1º, Lei 6.938/81 (Política Nacional do

Meio Ambiente)

TEORIA DO RISCO INTEGRAL # POSIÇÃO STJ:

DIREITO AMBIENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL OBJETIVA

POR DANO AMBIENTAL PRIVADO.

O particular que deposite resíduos tóxicos em seu terreno, expondo-os a

céu aberto, em local onde, apesar da existência de cerca e de placas de

sinalização informando a presença de material orgânico, o acesso de outros

particulares seja fácil, consentido e costumeiro, responde objetivamente

pelos danos sofridos por pessoa que, por conduta não dolosa, tenha sofrido,

ao entrar na propriedade, graves queimaduras decorrentes de contato com

os resíduos. (...)

A teoria do risco integral constitui uma modalidade extremada da

teoria do risco em que o nexo causal é fortalecido de modo a não

ser rompido pelo implemento das causas que normalmente o

abalariam (v.g. culpa da vítima; fato de terceiro, força maior).

Nesse mesmo sentido, extrai-se da doutrina que, na

responsabilidade civil pelo dano ambiental, não são aceitas as

excludentes de fato de terceiro, de culpa da vítima, de caso

fortuito ou de força maior. REsp 1.373.788-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso

Sanseverino, julgado em 6/5/2014

Responsabilidade Criminal (Lei Federal n. 9.605/98)

em matéria Ambiental:

“ Art. 225, § 3º da CF - As condutas e atividades

consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os

infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções

penais e administrativas, independentemente da

obrigação de reparar os danos causados.”

• Sistematização com a Lei 9.605/98 (Lei de Crimes

Ambientais).

• Aplicação Subsidiária do Sistema Penal Geral:

“Art. 79 – Aplicam-se subsidiariamente a esta Lei as

disposições do Código Penal e do Código de Processo Penal.”

Responsabilidade Criminal – Fundamentos Gerais

Art. 6º . Para imposição e gradação da penalidade, a

autoridade competente observará:

I. a gravidade do fato, tendo em vista os motivos da infração e suas

conseqüências para a saúde pública e para o meio ambiente;

II. os antecedentes do infrator quanto ao cumprimento da

legislação de interesse ambiental;

III. a situação econômica do infrator, no caso de multa.

LEI FEDERAL Nº 9.605, DE FEVEREIRO DE 1998 -

Dosimetria

• Penas Aplicáveis às Pessoas Físicas:

• Penas privativas de Liberdade (Reclusão e Detenção).

(Arts. 16 e 17 – Suspensão da Pena – não superior a 3 anos e Reparação do Dano)

• Penas Restritivas de Direitos (art. 8 ͦ da LC):

• Prestação de Serviços à Comunidade; Interdição Temporária de Direitos; Suspensão Parcial ou Total das Atividades; .

• Pena de Multa (Critérios do Código Penal – art. 49).

Sanções Penais Ambientais

Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa.

Art. 54. Causar poluição de qualquer natureza em

níveis tais que resultem ou possam resultar em

danos à saúde humana, ou que provoquem a

mortandade de animais ou a destruição

significativa da flora

Tipos de Crimes Ambientais (LCA – 9605/98 – Art. 29 a

69)

• Art. 37 de LCA - Não é crime o abate de animal:

• I - em estado de necessidade;

• II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória;

• III - Vetado

• IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão competente;

Causas Excludentes de Antijuridicidade

Casos Excludentes de Ilicitude

Competência para Julgamento – Crimes

contra a Fauna e Flora

CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 27.848 - SÃO

PAULO (1999/0099352-7).

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. CRIMES CONTRA A

FAUNA. INEXISTÊNCIA DE LESÃO A BENS,

SERVIÇOS OU INTERESSES DA UNIÃO.

COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL.

• Fundamento Constitucional: art. 225, § 3º da CF

• Fundamento na Lei de Crimes Ambientais: Art. 3º

• Penas Aplicáveis à Pessoa Jurídica: i) Pena de Multa (art. 21); ii) Restritiva de Direitos (art. 22); iii) Prestação de Serviços à Comunidades (art. 23); Liquidação Forçada (art. 24).

Responsabilidade Penal Ambiental da Pessoa

Jurídica

RESPONSABILIDADE CRIMINAL DA PESSOA JURÍDICA #

“#POSIÇÃO DO STF

“É admissível a condenação de pessoa jurídica pela prática de crime

ambiental, ainda que absolvidas as pessoas físicas ocupantes de

cargo de presidência ou de direção do órgão responsável pela prática

criminosa.” (...) “Ao se condicionar a responsabilização da pessoa

jurídica à física, estaria ocorrendo a subordinação da

responsabilização jurídico-criminal do ente coletivo à efetiva

condenação da pessoa física, o que não seria objetivo previsto no

mandamento constitucional de criminalização contido no § 3º do art.

225 da CF/88”.

Julgado de 6/8/2013, em sede de Recurso Extraordinário (RE

548181/PR), relatora Ministra Rosa Weber. Ementa: Crime

ambiental: absolvição de pessoa física e responsabilidade penal de

pessoa jurídica.