resenha crítica do documentário
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Professor Alysson Garcia.
Disciplina: Temas de história da África.
Aluno Marcos Paulo Arantes Ferro.
Resenha crítica do documentário: A cor do dinheiro.
Como parte da comemoração do bicentenário da Lei de Abolição ao Tráfico de
Escravos (1807), a BBC 4, dentro da chamada "Abolition Season", exibiu uma série composta
por três episódios, independentes entre si, abordando a história e os aspectos do racismo pelo
mundo. Os episódios são: A Cor do Dinheiro, Impactos Fatais, Um Legado Selvagem. Esta
resenha tratará somente do primeiro episódio que foi trabalhado pelo professor conosco em
sala de aula.
O documentário trata sobre a questão do racismo, fazendo um histórico de quando
surgiu esse tema e quem foram os principais responsáveis pela propagação de que as pessoas
de pele negra eram inferiores aos brancos.
O filme faz uma volta a antiguidade para explicar a origem da escravidão e como
o conceito moldado antes mesmo do inicio da civilização foi alterado pelos europeus do
período das navegações, que usaram um preceito bíblico para justificar sua barbárie: A
maldição que Noé pôs sobre seu filho Cam, que segundo a interpretação religiosa da época,
daria o aval aos Europeus para escravizarem os negros visto serem estes descendentes diretos
de Cam, portanto seres amaldiçoados.
Assim munidos de uma justificativa religiosa que os isentava de culpa por seus
atos os Europeus incentivavam as guerras na África com objetivo de conseguir um maior
número de cativos para levar a América, necessitada de braços armados. Cabe ressaltar que a
escravidão já existia na África, antes da chegada dos navegadores, mas que está era bem
menor em números do que após a vinda dos Europeus, onde sistematizou se as guerras de
conquista pois se precisava dos produtos Europeus que se tornaram status de poder e das
armas por eles vendidas para poder se defender dos ataques de outras tribos inimigas.
Uma líder africana que foi capaz de vencer aos europeus por duas vezes foi
Nzinga Mbundi que durante um período de guerras com os portugueses conseguiu faze los ter
de negociar e quando estes não cumpriram com os acordos com ela estabelecidos, reuniu uma
poderosa frente de combate que contava com: yagas, quimbares, cativos fugidos, kongos e até
holandeses. Ocupou a área onde os europeus estavam e reforçou suas tropas, fazendo os voltar
as mesas de negociações.
“Inúmeros historiadores apresentam Nzinga Mbundi como um exemplo de mulher
combatente, no entanto é bom frisar que ela foi sempre um expoente de uma elite senhorial
envolvida no tráfico escravista. Sua resistência visava manter o monopólio das rotas
escravistas.”
Uma das maiores lideranças africanas da época ser uma senhora de escravos que
queria a manutenção dessa ordem, não é algo para se julgar como mal, ou perverso, por que
os reinos africanos após a chegada dos europeus precisavam destes para se manter, não que a
presença do Europeu tenha sido aceita, houve resistências por parte dos africanos como o
próprio relato sobre a Nzinga demonstra mas o comércio de pessoas era lucrativo para ambos
os lados e somente com um contexto de mercado diferente essas relações viriam a mudar.
Como o documentário trata do período das navegações e da colonização da
América além da África o filme vai tratar dos índios ao longo de todo o continente onde os
europeus tinham aportado recentemente com propósitos malignos de sugar tudo o que
puderem e levar para seu continente.
Primeiramente vamos tratar da relação que os Europeus tinham para com os
índios no norte do continente americano.
Os colonos no norte tinham um relacionamento com os índios conturbado onde
somente aqueles que aceitavam se curvar perante ao europeu eram aceitos, sendo
incorporados a margem da sociedade, quanto aos demais que não aceitavam se curvar perante
ao Europeu iniciou se uma guerra para extermina – los. Mas mesmo aqueles que se
submeteram acabaram morrendo das doenças que os brancos tinham que para os indígenas
eram letais, tal como a gripe.
Ou seja morria se aceitando o mundo dos “civilizados” e morria se tentando
defender os seus valores.
Ao contrário do sistema rígido do norte do continente mas ao sul as relações de
raça são mais frouxas, sendo bastante comum, índias e negras se deitarem com seus patrões,
gerando um novo elemento na população: os mulatos, que acabam por ser um meio termo
entre aqueles que detinham o poder e os que foram subjugados.
Mas ao retratar a relação que se tem até hoje com as diferenças raciais o
documentário deixa claro que há um desigualdade gritante e que mesmo após a instalação da
democracia nos países do sul, se criou uma elite branca predominante enquanto as demais
raças foram delegadas a papéis subalternos, no documentário retrata que apesar de o norte ser
mais rígido em sua postura lá pelo menos já se conseguiu chegar a um sistema político –
econômico, justo e igualitário, o que no sul não acontece.
Análise (Pontos negativos)
O documentário é muito focado quando trata dos africanos e os afro- descendentes
já na América, como simples agentes de um processo que eram levados a tal pela
superioridade do Europeu o que é algo que não me agradou quando vi todos os três episódios.
Além disso o filme por ser feito por ingleses acaba por suavizar suas ações
tornando os mais limpos do que realmente são, principalmente no que tange ao tratamento dos
escravos em navios negreiros e nas fazendas.
Outro ponto que me desagradou profundamente está no fato de que a sempre uma
superioridade do norte americano, sobre o sul predominantemente ibero português, mesmo
quando se faz elogios ao sul se compara com o norte e diz que os americanos são melhores,
novamente ai entra o fato de que o documentário tenha sido feito por ingleses daí a
preferência pelos americanos, que no passado foram colônia deles.
Análise ( pontos positivos)
O filme traz novos conceitos, aborda outras temáticas, traz para suas discussões a
presença de grandes historiadores africanos, europeus e americanos o que dá uma melhor
visão dos acontecimentos, além de enriquecer a película.
As imagens e depoimentos que são mostrados uma forma bastante didática
ajudando a complementar as análises tecidas pelos historiadores.
Referências bibliográficas:
http://direitoetec.blogspot.com.br/2011/06/racismo-uma-historia.html; visitado as treze horas e vinte e cinco minutos do dia 11 de junho de 2013.
http://civilizacoesafricanas.blogspot.com.br/2009/12/o-reino-de-ndongo.html; visitado as treze horas e cinqüenta e oito minutos do dia 11 de junho de 2013.
http://www.youtube.com/watch?v=yxtNfOuxL4o; visitado as quinze horas e doze minutos do dia 11 de junho de 2013