aula 08 - resenha crÍtica - pronta

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O QUE É UMA RESENHA / resumo crítico? Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

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Material produzido pela Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

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Page 1: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

O QUE É UMA RESENHA / resumo crítico?

Professora Sílvia Cláudia Marques Lima

Page 2: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

• DEFINIÇÃO: A resenha – também conhecida como crítica – é um texto

geralmente jornalístico, de opinião, que procura fazer uma avaliação

elogiosa, construtiva ou negativa de um objeto sociocultural, como um

show, um DVD, um filme, um espetáculo, um livro, etc.

• Sua estrutura divide-se em duas partes, sendo a primeira um pequeno

resumo ou visão geral do autor do objeto avaliado. Na segunda

parte, o resenhista desfila sua crítica, com critério e impessoalidade.

CONCEITO DE RESENHA

Page 3: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

RESENHA - TIPOLOGIA

• Informativa ou descritiva: apenas expõe o conteúdo do texto. O enfoque está na obra. O resenhista não aprofunda a análise do texto, limitando-se a narrar a estrutura do mesmo.

Crítica: expõe o conteúdo e tece uma análise profunda do pensamento teórico do autor.

Faz relação do conteúdo do texto com a produção teórica da área. Explicita juízo de valor sobre a qualidade do texto.

Crítico-informativa: Apresenta a obra ao mesmo tempo tecendo comentários críticos sobre esta.

Page 4: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Requisitos BásicosSalvador (1979, p. 139) aponta alguns requisitos para a

elaboração de uma resenha:

a) Conhecimento completo da obra;

b) Competência na matéria;

c) Capacidade de juízo de valor;

d) Fidelidade ao pensamento do autor.

Page 5: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

RESENHA DE TEXTO

Objetivo: elaborar comentários sobre um texto para publicação ou divulgação.

Formatação: A resenha inicia-se com a abertura de um cabeçalho onde

transcreve-se os dados bibliográficos completos da obra resenhada.

Estrutura da resenha:

Introdução – Exposição sintética do conteúdo do texto. Apresentação de sua estrutura.

Desenvolvimento – Análise temática. Apresenta ideias principais, argumentos, etc.

Conclusão – Comentário sobre o texto. Faz-se uma avaliação da obra que se resenhou.

Page 6: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Modelo de Resenha

AUTOR (SOBRENOME);

Nome. Título da Obra; n da edição; local de edição; editora e ano de publicação.

Credenciais do autor:

Quem é? Títulos. De onde é? Onde faz pesquisa? Onde leciona? O que

publicou? Qual sua área/linha de pesquisa?

Resumo da obra: De que trata a obra? Qual sua característica principal?

Qual a perspectiva de tratamento do tema? Qual o problema focalizado?

Qual o objetivo do autor? Descrição do conteúdo.

Page 7: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

ASPECTOS QUE PODEM SER ANALISADOS

Page 8: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Resenha CríticaApreciação do resenhista:

Qual a contribuição da obra para a área?

Qual sua coerência interna?

Qual a originalidade do texto?

Qual o alcance do texto?

Qual a relevância do texto?

A conclusão está apoiada em argumentos/fatos?

Indicações do Resenhista

A quem é dirigida a obra? Exige conhecimento mais aprofundado do

assunto? Linguagem é acessível?

Page 9: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

1° parágrafo: cabeçalho (Informações técnicas da obra: Título, autor ou diretor,

editora, cidade, duração p/ filme );

2° parágrafo- resumo da obra:

3°, 4°, 5°... parágrafos- analisando: (Cada item em um parágrafo diferente)

• Identificar os pontos positivos e negativos da obra;

• Como é a linguagem empregada e que tipo de público deseja atingir?

• Quais os pontos que mais chamaram sua atenção; quê?

• Qual o contexto histórico e social abordado; mesmo autor);

• Quais as mensagens subliminares;

PASSOS PARA OBRAS DE FICÇÃO (FILMES, LIVROS): ROTEIRO

Page 10: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Exercitando...

Page 11: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

MEMÓRIA - ricas lembranças de um precioso modo de vida

O Diário de uma garota (Record, Maria Julieta Drummond de Andrade) consiste

em um texto que comove de tão bonito. Nele o leitor encontra o registro amoroso

e miúdo dos pequenos nadas que preencheram os dias de uma adolescente em

férias, no verão antigo de 41 para 42.

Acabados os exames, Maria Julieta começa seu diário, anotado em um

caderno de capa dura que ela ganha já usado até a página 49. É a partir daí que o

espaço é todo da menina, que se propõe a registrar nele os principais

acontecimentos destas férias para mais tarde recordar coisas já esquecidas.

O resultado final dá conta plena do recado e ultrapassa em muito a

proclamada modéstia do texto que, ao ser concebido, tinha como destinatária

única a mãe da autora, a quem o caderno deveria ser entregue quando acabado.

Page 12: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

E quais foram os afazeres de Maria Julieta naquele longínquo verão?

Foram muitos, pontilhados de muita comilança e de muita leitura:

cinema, doce-de-leite, novena, o Tico-Tico, doce-de-banana, teatrinho,

visita, picolés, missa, rosca, cinema de novo, sapatos novos de camurça

branca, o Cruzeiro, bem-casados, romances franceses, comunhão,

recorte de gravuras, espiar casamentos, bolinho de legumes, festas de

aniversário, Missa do galo, carta para a família, dor-de-barriga, desenho

de aquarela, mingau, indigestão ... Tudo parecia pouco para encher os

dias de uma garota carioca em férias mineiras, das quais regressa

sozinha, de avião.

MEMÓRIA - ricas lembranças de um precioso modo de vida

Page 13: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Tantas e tão preciosas evocações resgatam do esquecimento um modo de

vida que é hoje apenas um dolorido retrato na parede. Retrato, entretanto, que,

graças à arte de Julieta, escapa da moldura, ganha movimentos, cheiros, risos e

vida.

O livro, no entanto, guarda ainda outras riquezas: por exemplo, o tom

autêntico de sua linguagem, que, se comprometeu sua autora, evita as pompas,

guarda, no entanto, o sotaque antigo do tempo em que os adolescentes que

faziam diários dominavam os pronomes cujo / a / os / as, conheciam a

impessoalidade do verbo haver no sentido de existir e empregavam, sem

pestanejar, o mais-que-perfeito do indicativo quando de direito ...

MEMÓRIA - ricas lembranças de um precioso modo de vida

Page 14: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Outra e não menor riqueza do livro é o acerto de seu projeto

gráfico, aos cuidados de Raquel Braga. Aproveitando para

ilustração recortes que Maria Julieta pregava em seu diário e

reproduzindo na capa do livro a capa marmorizada do caderno,

com sua lombada e cantoneiras imitando couro, o resultado é um

trabalho em que forma e conteúdo se casam tão bem casados

que este Diário de uma garota acaba constituindo uma grande

festa para seus leitores. Marisa Lajolo - Jornal da Tarde, 18 jan. 1986.

MEMÓRIA - ricas lembranças de um precioso modo de vida

Page 15: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Comentário

O texto é uma resenha crítica, pois nele a resenhadora apresenta

um breve resumo da obra, mas também faz uma apreciação do

seu valor (exemplo, 1º período do 1º parágrafo, 3º parágrafo).

Ao comentar a linguagem do livro (6º parágrafo), emite um juízo de

valor sobre ela, estabelecendo um paralelo entre os adolescentes

da década de 40 e os de hoje do ponto de vista da capacidade de

se expressar por escrito. No último parágrafo comenta o projeto

gráfico da obra e faz uma apreciação a respeito dele.

No resumo da obra, a resenhadora faz uma indicação sucinta do

conteúdo global da obra ("registro amoroso e miúdo dos pequenos

nadas que preencheram os dias de uma adolescente em férias, no

verão antigo de 41 para 42"), mostra o gênero utilizado pela autora

(diário) e, depois, relata os pontos essenciais do livro (um rol dos

pequenos acontecimentos da vida da adolescente em férias).

A parte descritiva é reduzida ao mínimo indispensável. Apenas o título

completo da obra, a editora e o nome da autora são indicados.

Estamos diante de uma resenha muito bem-feita, pois se atém apenas

aos elementos pertinentes para a finalidade a que se destina: informar

o público leitor sobre a existência e as qualificações do livro.

(SAVIOLI, F.P. & FIORIN, J.L. Para entender o texto. 7º ed. São Paulo. Ática. 1993)

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Resumo X Resenha

São Iguais?

Page 17: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

RESUMO

• É uma apresentação sintética e seletiva das ideias de um

texto, ressaltando a progressão e articulação delas. Nele deve

aparecer as principais ideias do autor no texto (Medeiros, 2005).

• O resumo tem por objetivo dar uma visão rápida ao leitor, para

que ele possa decidir sobre a conveniência da leitura do texto

inteiro.

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Características do Resumo

• Redigido em linguagem objetiva;

• Não há repetição de frases inteiras do original;

• Respeita a ordem em que as ideias ou fatos são apresentados.

Atenção: Não apresenta juízo de valor

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RESENHA

Também chamada de recensão ou análise bibliográfica.

É um tipo de resumo crítico, contudo mais abrangente: permite

comentários e opiniões, incluindo julgamento de valor, comparações

com outras obras da mesma área e avaliação da obra (Andrade apud

Medeiros, 2005);

É uma síntese (não é resumo) ou comentário de obras publicadas.

Page 20: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

Compreender as partes essenciais do texto1º. Leia o texto inteiro ininterruptamente e responda: do que o texto trata?

2º. Releia o texto e compreenda melhor o significado das palavras difíceis. Recorra ao dicionário se necessário. Identifique o sentido de frases mais complexas; Faça um glossário do texto para agilizar sua leitura; Estabeleça a progressão em que as partes do texto se sucedem A correlação entre cada uma dessas partes

PASSOS PARA ELABORAR UM RESUMO:

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Exercitando a Resenha...

Page 22: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

1001 discos para ouvir antes de morrerLivro compensa pela ampla seleção, que vai do glam ao synth-pop

O nome do livro não é dos mais surpreendentes. 1001 Discos Para

Ouvir Antes de Morrer, catatau de 960 páginas, entra na esteira de

publicações que elegem os melhores filmes para assistir e lugares para

conhecer antes de bater as botas. Apesar do nome inspirar certa

desconfiança, a proposta é honesta: reunir 90 críticos e jornalistas

musicais para peneirar os lançamentos essenciais da música nos últimos

50 anos. O livro foi lançado no Brasil pela Sextante, em tradução para o

português de Portugal, e tem edição geral de Robert Dimery.

Page 23: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

•O tratamento gráfico é vistoso, bem caprichado. A capa é ilustrada

com uma foto de Sid Vicious - ex-baixista dos Sex Pistols - em um

de seus arroubos de estrelismo, e as páginas internas são

recheadas por imagens de discos e de artistas fazendo poses.

•A divisão do livro é feita por décadas, e cada início de capítulo traz pequenas

pílulas de contextualização história, informando alguns dos principais

acontecimentos daqueles anos. Assim como toda lista de melhores filmes

sempre trará Cidadão Kane no topo, espere muitas obviedades, como uma

overdose de Beatles, Radiohead e a presença de brasileiros como Caetano

Veloso e Mutantes. Mas num geral, a coletânea é coerente e equilibrada,

lembrando o trabalho de gente como o Einsturzende Neubaten e Missy Elliot,

por exemplo.

Page 24: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

O PIANISTA

Baseado em fatos reais, O Pianista, filme escrito e dirigido pelo cineasta Roman

Polanski, narra a história de um pianista polonês judeu que, contando com a sorte, por

meio de uma série de coincidências e com muita obstinação, consegue sobreviver ao

massacre de seu povo pelos alemães, nos guetos e nas ruas de Varsóvia, durante a 2ª

Grande Guerra.

O que faz dessa película especial está na abordagem peculiar de situar a crueldade

de determinadas cenas. Momentos em que a condição de violência e humilhação a

qual o povo judeu fora submetido. Retratada de forma tão direta e crua. Tamanha

crueldade filmada por Polanski parece não está em um contexto cinematográfico.

Como se não tivesse sido preparada. A cena é seca, surpreendente, naturalizada, sem

propósito, conforme o fora concebida e implementada pelos nazistas.

Page 25: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

O PIANISTA

Em um primeiro momento, a abordagem coletiva, engloba o drama geral para a

população de judeus; nos dois terços finais, o diretor desloca o centro para um

drama individual, em que se assiste abismado um ser humano se tornar um

farrapo, representado pelo ator Adrien Brody. O personagem busca sobreviver

àquela insensata perseguição.

Entretanto, o personagem central assume uma posição dúbia: mesmo

indignado, abandona lutas coletivas de resistência. Tenta uma sua saída e de sua

família, no entando os seus morrem nos campos de concentração. Não há como

culpar as opções individuais em meio ao caos. Polanski não instaura um

relativismo de isenção absoluta. Deixa dúvidas sobre as possibilidades de julgar as

opções subjetivas em meio a tamanho conflito social.

Page 26: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

O conflito entre a arte e a guerra surge de forma esplêndida. O pianista

utiliza sua notoriedade artística para estabelecer uma rede de

solidariedades que o ajudaram enquanto foi possível.

Há duas cenas centrais, no que se refere ao papel da arte: um

momento em que o ator protagonista toca imaginariamente um piano, já

que deveria se manter em silêncio. A segunda quando ao tocar piano

para o oficial alemão, como se sua arte estivesse no último recôndito de

dignidade. A arte, em última instância, revela-se o baluarte da dignidade

humana.

O PIANISTA

Page 27: AULA 08 - RESENHA CRÍTICA - PRONTA

O ponto central na abordagem do diretor consite no fato de que, mesmo com um

final esperado (o “herói” se salva). As questões que permeiam o filme não encontram

respostas lineares e fáceis, instando a sociedade a pensar nos caminhos possíveis para

evitar os conflitos de guerra, que acabam por instaurar a irracionalidade, tornar as

pessoas não em humanos, mas em bichos em busca da sobrevivência.

Enfim, O Pianista, aborda a coragem de reler feridas já tão remexidas, com

originalidade, profundidade e veemência. Esse filme constitui um alerta e um épico de

esperança para que a humanidade não se esqueça que em uma guerra são pessoas

comuns que perdem suas vidas. Humanos inocentes dos ardis de poderosos e seus

projetos de controle mundial.

O PIANISTA