arte e crítica de arte - resenha 2011
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Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa.Ciência das Artes e do Património
Disciplina Teoria das Artes I – 1º sem.Professora Doutora Margarida Calado
Recensão Crítica
Arte e Crítica de Arte – Giulio Carlo Argan
Camila Mortari Remonatto
n5267Janeiro de 13
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Indice
1. Apresentação do Trabalho..............................................................................................................1
1.1- Credenciais do Autor....................................................................................................................1
1.2- Organização da Obra “Arte e Crítica de Arte”...........................................................................2
Referência Bibliográfica.......................................................................................................................2
2.Desenvolvimento...................................................................................................................................2
2.1 Introdução.......................................................................................................................................2
2.2 A Critica de Arte.............................................................................................................................4
2.2.1 Tarefa e significado da Crítica..............................................................................................4
2.2.2 Crítica Militante.......................................................................................................................5
2.2.3 A Critica de arte e a história da Arte....................................................................................9
2.2.4- A Crise da Crítica e a Crise da Arte......................................................................................14
3- Conclusão...........................................................................................................................................14
Bibliografia................................................................................................................................................15
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1. Apresentação do Trabalho
O presente trabalho constituísse por uma recensão crítica do livro Arte e
Crítica de Arte do autor Giulio Carlo Argan (1988), em especial da segunda parte do
livro intitulada por Crítica de Arte.
O trabalho organiza-se de maneira a primeiro introduzir o autor, depois
introduzir a obra como um todo, para por fim apresentar a recensão crítica da parte já
referida.
1.1- Credenciais do Autor
Giulio Carlo Argan:
Teórico da Estética, Ensaísta e Crítico de Arte, é considerado, até os nossos
dias, como um dos mais expressivos historiadores da Arte do Século XX. Muito
embora tenha nascido em Turim no ano de 1909, foi em Roma que iniciou seus
trabalhos na área literária escrevendo sobre a Arte Medieval e Renascentista. No
entanto, foi a sua obra sobre Arte Contemporânea que ganhou o reconhecimento
internacional sendo referida como bibliografia indispensável nos cursos de formação
em Artes de todo o Mundo. Giulio Argan não envolveu-se somente com o meio literário
e com o mundo das Artes, é também reconhecida suas contribuições junto aos
estudos urbanísticos onde pode utilizar com profundidade os seus conceitos sobre
Estética. Giulio Carlo Argan definiu a existência de duas correntes históricas da
arquitectura moderna. Uma delas denominou de racionalista e como seus
representantes destacou os arquitectos Le Corbusier, Walter Gropius, Marcel Breuer,
Pier Luigi Nervi, Mies van der Rohe, Theo van Doesburg, do grupo De Stijl. A segunda
corrente chamou-a de orgânica sendo seu maior expoente o norte-americano Frank
Lloyd Wright. Giulio Argan envolveu-se também na política tendo sido eleito prefeito de
Roma em 1976 e em 1982, senador.
Apresentamos aqui algumas de suas obras mais conhecidas:
"Walter Gropius e a Bauhaus" (1951); “Studi e note”, Roma (1955); “Salvezza e
caduta nell'arte moderna”, Milano (1964); “Progetto e destino”, Milano (1965);
"História da Arte como História da Cidade", Roma (1983); “Da Hogarth a Picasso”,
Milano (1983); "Clássico e anticlássico", Milão (1984); “Immagine e persuasione”,
Milano (1986);"Arte Moderna" (1992); "História da Arte Italiana" (2002).“Progetto e
oggetto. Scritti sul design”, Milano (2003) (Gamba,2012.)
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1.2- Organização da Obra “Arte e Crítica de Arte”
Referência Bibliográfica
Autor: Giulio Carlo Argan
Título: Arte e Crítica de Arte; Título Original: Arte e Critica d’Arte
Tradução: Helena Gubernatis
1ª Edição: Editorial Estampa, Localidade: Lisboa; Data: 1988
Número de páginas – 175; ISBN: 972-33-0899-1
A Obra em questão está dividida em duas partes e é precedida de uma Nota
Introdutória do Autor.
Arte no Século XX é a denominação da primeira parte. É formada por 10
capítulos que abordam temáticas específicas sem, contudo, perder o fio condutor da
obra. Os assuntos abordados englobam a arte novecentista (pp. 21-26), os
movimentos artísticos (pp. 27-34), os bens culturais (pp. 35-38), os movimentos
americanos (pp. 49-54), a relação com a ciência, a literatura, o teatro e o cinema
(pp. 55-78), a arte e a história (pp. 79-90), a crise das técnicas artísticas (pp. 91-
104), a crise da representação (pp. 105-119) e a objectualidade e conceptualidade
(pp. 120- 126).
A segunda parte denominada Crítica de Arte é composta por 4 capítulos,
procura esclarecer sobre a tarefa e o significado da crítica (pp. 127-130), a crítica
militante (pp. 131-140), a crítica da Arte e a história da Arte (pp. 141-158), a crise
da crítica e a crise da arte (pp. 159- 162).
2.Desenvolvimento
2.1 Introdução
A Introdução da obra “Arte e Crítica de Arte” caracteriza-se por ser uma
análise em forma de relato do autor não no intuito de apresentação da obra (embora a
obra em questão seja o resultado do que o autor aborda em sua Introdução) mas sim
com o objectivo de fomentar uma reflexão sobre a produção do conhecimento e o
papel das Enciclopédias neste processo. Remete-nos ao mundo da organização do
saber e como este é seleccionado, reflectido e apresentado. O autor nos aproxima de
uma vertente, por vezes desconhecida do leitor comum, que reflecte as implicações
metodológicas e ideológicas na construção de referências literárias sobre diversas
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áreas do conhecimento, de modo específico das Enciclopédias. Estas, segundo o
autor, declaram-se imparciais e pluralistas mas, na realidade, acabam por constituir-se
verdadeiros “grupos de poder”. Detém esta autoridade uma vez que podem
seleccionar – em conformidade com o que desejam – os autores e a forma de
apresentação das “entradas” sobre os diferentes assuntos que compõem uma
determinada obra. Por outro lado, explicita o que chama de um “certo mal-estar” por
parte dos autores que temem ver suas disciplinas fragmentadas e coladas em uma
estrutura fixa, fechada, como o é em uma enciclopédia. Evidencia ainda a dificuldade
de manter actualizada as informações uma vez que o conhecimento é dinâmico e a
objectividade referente a um determinado tema pode, por vezes, torná-lo temporário
para não dizer ultrapassado.
Durante toda a introdução o autor nos confronta com distintas possibilidades de
olhar e de modo específico suscita questionamentos sobre a produção considerada
científica e não científica e, de modo especial, a forma de desenvolvê-las. Esclarece-
nos que independente das estratégias metodológicas utilizadas pelos organizadores
ou pelos pesquisadores, estes estarão sempre seleccionando um determinado
conhecimento em detrimento de outro, e a forma como irão apresentá-lo pode adoptar
uma abordagem dogmática, histórica, crítica, ou puramente “científica”. Daí a
necessidade de rever as formas de apresentação do conhecimento.
Argan fala-nos então da iniciativa do Instituto dell’Enciclopedia Italiana na
confecção de uma enciclopédia que pudesse converter-se em um […] ágil organismo
dialéctico. Neste empreendimento, a harmonia ou as simetrias do sistema não deviam
certamente ser dadas a priori como verdades dogmáticas deviam, pelo contrário,
convergir no termo de uma resenha crítica das ideias e dos factos do século (p. 16) .
Com a consciência de que em um tempo denominado pós-moderno uma Enciclopédia
dita Moderna, poderia nascer obsoleta, o autor ressalta a iniciativa deste
empreendimento que buscou envolver autores que não mais fariam resenhas do saber
mas sim procurariam sustentar […] mesmo polemicamente que a cultura
estruturalmente historicista podia renovar-se reformulando as suas metodologias e
tecnologias; a superação por parte de uma cultura diversamente estruturada e
equipada era certamente possível, mas se aquela cultura tivesse tentado ultrapassar a
antiga sem a criticar, ter-se-ia esgotado no tecnicismo da sua própria tecnologia.
Foi com este espírito que o autor desenvolve a sua obra que, como ele a
denomina, é um balanço da arte contemporânea e da crítica que constituía o
respectivo complemento conceptual, onde buscou fazer o “seu melhor” dentro do que
acreditava ser uma análise da modernidade constitutiva da cultura moderna, mais
especificamente de seu agitado devir […].
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2.2 A Critica de Arte
A Critica de Arte foi a denominação dada à 2ª parte do livro “Arte e Crítica de
Arte” de Giulio Argan (1988) e é sobre ela que incide este trabalho. Dividida em três
momentos distintos, esta parte da obra nos leva a reflectir sobre: a Tarefa e significado
da Crítica; a Crítica Militante e a Crítica e História da Arte.
2.2.1 Tarefa e significado da Crítica
Sobre a Tarefa e Significado da Crítica, o autor começa por apresentar a
Crítica da Arte como uma disciplina, reconhecida como tal a partir do séc. XVIII e do
Iluminismo. Identifica que sua origem remonta a séculos anteriores, junto a uma
diversificada produção literária que sempre esteve presente no contexto artístico. No
entanto, observa que somente com o aprofundamento dos aspectos filosóficos,
literários, historiográficos informativo, jornalístico e muitas vezes polémicos, a Crítica
de Arte se firmou como disciplina crítica, autónoma e especializada nos estudos das
artes na contemporaneidade.
O autor ressalta que as obras de Arte são consideradas por suas
especificidades e pertencentes a um determinado domínio do património cultural o
qual deverá ser preservado para que futuras gerações possam ter acesso. Neste
contexto, indica que a Crítica de Arte ao objectivar interpretar e avaliar as obras, o faz
atribuindo-lhes juízo de valor. De tal modo, uma obra de arte tanto pode ser
valorizadas pela crítica quanto menosprezadas por esta e, uma vez desconsideradas,
a tendência não mais é a preservação mas a destruição e sua substituição. Esta
questão também é evidenciada por Carchia & D’Angelo (2003, p. 85) quando ao
abordarem o significado do vocábulo “crítica” o associam a estética e posteriormente a
um juízo estético. Este juízo estético é na maioria das vezes emitido por aquilo que
se sente, ou seja, seu fundamento é antes de tudo subjectivo (idem, ibidem, pp.221-
222)
A Crítica de Arte, em função de seu alto grau de especialização e sua inserção
junto à construção do património cultural, é considerada um importante e necessário
ponto de referência que pode interferir na apreciação de uma obra. Diz-se que, desde
a metade do século passada até os dias actuais, é efectivamente impossível entender
o sentido e o alcance dos factos e dos movimentos artísticos contemporâneos sem ter
em conta a literatura crítica que a eles se refere (p128). Isto deve-se, em grande parte,
pela expansão literária, desenvolvida muitas vezes pelos próprios artistas, com o
intuito de “acompanhar, justificar e sustentar uma obra”. Neste sentido, Argan nos
apresenta a crítica também sob a vertente da Mediação.
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[…] na situação actual da cultura, a crítica ser necessária à produção e
afirmação da arte, legitima a hipótese de uma espécie de carácter inacabado
ou, pelo menos, de uma comunicabilidade não imediata da obra de arte: a
crítica desempenharia assim uma função mediadora, lançaria uma ponte sobre
o vazio que se tem vindo a criar entre os artistas e o público, ou seja entre os
produtores e os fruidores dos valores artísticos (p 128).
A crítica pode ser considerada uma mediação necessária para a promoção de
uma maior acessibilidade à fruição, compreensão e ao consumo dos produtos
artísticos e culturais, oferecendo a todos os níveis sociais uma interpretação justa ou
mesmo científica da obra. Argan reflecte, no entanto, que esta crítica vale-se muito de
léxico próprio, específico e considerado de difícil compreensão por aqueles que não
pertencem ao campo das artes. Entende ainda que a crítica não deve ser considerada
apenas explicativa e divulgadora, caso contrário não receberia o título de disciplina e
não contribuiria para a projecção das Artes.
Para Argan, a necessidade da Crítica está directamente relacionada com a
situação de “crise das artes contemporâneas” – tema abordado na primeira parte de
sua obra – das dificuldades em integrar-se junto ao sistema cultural actual e em
função da ruptura da relação funcional entre as artes e outras actividades sociais. O
autor argumenta que esta relação foi desfeita com o advento da revolução industrial
que trouxe consigo o desenvolvimento de novas tecnologias, novas estruturas de
organização económica e social e propiciou uma mutação radical da morfologia dos
objectos e do próprio ambiente material da existência. Deste conjunto de factores
surge o problema da relação entre a arte, como actividade em que a função estética é
dominante (J. Mukarovsky), e as outras actividades "normais" da sociedade, quer
sejam estéticas (mas não artísticas) ou não estéticas (p. 129). Assim toda nova obra
de arte acaba por ter que provar que realmente é uma “obra artística” e explicitar qual
a sua relação e inserção em um contexto social específico.
Sob esta perspectiva, infere-se que a função da crítica contemporânea é antes
demonstrar que, o que é apresentado como arte, é verdadeiramente arte e, por ser
arte, está associada organicamente a outras actividades (artísticas ou não) inserindo-
se no sistema geral de cultura. Isto pode justificar a utilização de uma linguagem
diferenciada, repleta de termos técnicos e científicos, como de termos relacionados às
esferas literária, sociológica e política. O estabelecimento de uma “ponte” entre arte e
sociedade faz-se então necessário, no entanto, esta ponte deve construir-se partindo
da esfera artística para a esfera social (e não inversamente). Ao olharmos sobre esta
perspectiva, a crítica acaba por ser um prolongamento da própria obra.
2.2.2 Crítica Militante
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A abordagem sobre a temática da Crítica Militante leva-nos a transitar por
diferentes vertentes da Crítica de Arte em função dos períodos e contextos existentes.
Logo ao início, o autor nos recorda que a origem da crítica remonta ao século XVI,
sendo que seu teor residia nas impressões sobre as reacções emocionais perante
uma obra de arte. Ao destacar o que considera primeiro acto de crítica, o exemplifica
com o facto de que, naquele momento e contexto, as pinturas Venezianas eram
caracterizadas por afastarem-se dos princípios teóricos e normativos da arte toscana e
romana. Enquanto a arte é concebida como sendo regida por uma teoria, através de
um conjunto de preceitos, a única avaliação possível da obra de arte é a verificação da
conformidade da prática à teoria (p. 131). O autor ressalta que se uma obra não está
em conformidade com uma determinada teoria ela deixa de ser um fazer artístico e
passa a ser vista somente como um fazer. É certo no entanto que este fazer é
diferente de um fazer qualquer pois é suscitado por um furor interno, ou seja, pelo
sentimento, por um estado de agitação emocional ou afectiva (p. 131). Para Argan, é
este estado emocional que deve ser transmitido pela obra e não o dogma de uma
teoria que a subsidia. O autor evidencia ainda que o intérprete deve saber então
separar os motivos causadores de sua emoção, reconhecendo-os como artísticos ou
não artísticos, só desta forma poderá fruir a obra de arte com “obra de arte” e não um
ensinamento moral ou acto devocional. Percebe-se então que, desde a sua origem, a
crítica busca dar veracidade ou explicitar o carácter artístico de uma obra. Em função
desta característica, a crítica (ou o crítico) acaba por assumir um papel de poder uma
vez que exerce influência entre os indivíduos directamente envolvidos com a
encomenda, aquisição e comercialização de obras de arte. Este facto torna-se mais
evidente ao longo da história pois a cada momento a crítica acaba por reforçar ou
minimizar determinadas ideologias e ou valores. Assim é possível identificar na
Contra-Reforma o estímulo a uma crítica de convencimento que de algum modo
pudesse ser controlada. O autor ressalta o comportamento dos críticos Romanos do
século XVII como exemplo do poder de persuasão ideológica: reclamam-se de uma
teoria da arte e das normas consequentes, não porque estejam persuadidos de que só
reflectindo a teoria é que as obras podem ser verdadeiramente obras de arte, mas
porque querem que também na arte seja obrigatória a obediência aos princípios de
autoridade (p. 132). Sob este enfoque elucida-nos com outro exemplo: G. P. Bellori e
G. Mancini compreendem a importância de Caravaggio, mas desaprovam-no como
rebelde à autoridade da ideia e da história, pelo que preferem e recomendam Annibale
Carracci cuja pintura, menos traumatizante, age positivamente sobre a imaginação e
sobre o sentimento, sem criar problemas (p.132). Desta forma, os críticos
demonstram, neste período e contexto, um foco de análise mais centrado em uma
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retórica do discurso pictórico, como poder de persuasão, do que nos conteúdos da
mensagem figurativa.
A caracterização da Crítica como disciplina especializada e científica acontece
somente no século XVIII em Inglaterra, e foi fortemente influenciada por toda uma
cultura iluminista própria daquele contexto histórico. Esta crítica recusava qualquer
dogmatismo e negava o valor das teorias da arte e do belo bem como distanciava-se
da autoridade do modelo histórico do antigo, defendiam que somente a partir da
análise do contexto, ou seja, do modo com que foi desenvolvida, uma obra poderá ser
creditada como verdadeiramente artística. A grande mudança que podemos ver neste
período, recai novamente no foco da análise, ou seja, a partir deste momento o
conceito de “qualidade” assume o lugar do conceito de “belo”para a definição do valor
artístico de uma obra. Este conceito é até hoje fundamental na crítica.
Em função desta possibilidade de análise, a obra de Arte passa a ser
concebida como um processo e a crítica é deduzida da análise dos procedimentos ou
dos comportamentos dos artistas que produzem uma obra “autenticamente” artística.
É interessante destacar que a autenticidade aqui está directamente relacionada a
qualidade, e é esta que será reconhecida pelo crítico.
Na leitura da obra de Argan é possível perceber que o “movimento da crítica” é
dinâmico, e que está a ser constantemente revisto (ainda hoje). Desde o início o autor
apresenta-nos distintos posicionamentos que muitas vezes confrontam-se ou
superam-se. Assim é possível reconhecer que várias das verdades de uma época
deixam de ser verdades em outra, ou então que mesmo em um mesmo período
convivem pensamentos diferentes. A questão da autenticidade pode ser um exemplo:
W. Hogarth, o fundador da escola pictórica inglesa, tinha da autenticidade uma
ideia mais vasta que não a da assinatura, da feitura genuína, da atribuição correcta. A
conformidade às regras, aos modelos, às convenções excluem a autenticidade, como a
excluem o alegorismo forçado, a oratória celebrativa, a adulação elogiosa (p.134).
Também a questão da apreciação pode ser posta de modo diferenciado:
J. Reynolds[…] afirma que a crítica não é apenas a reflexão sobre a obra
realizada, mas também uma componente estrutural e determinante da arte que, ao
fazer-se, não é senão uma sucessão de escolhas de gosto. A arte, no pensamento de
Reynolds" não procede das teorias nem da inspiração, mas do conhecimento e do juízo
sobre a arte do passado (p.135).
O autor cita ainda J. B. Dubos e D. Diderot quando indicam a passionalidade
das escolhas de gosto e na necessidade de que a obra "toque" o observador (135). No
entanto este toque já não objectivava persuadir mas comunicar, tirar o observador da
passividade frente a obra e, consequentemente, frente a vida. Nesta concepção o
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crítico é o que está mais próximo do artista e, de tal modo, é por meio dele que a
sociedade pode ter acesso e utilizar-se da energia criativa da arte.
Já no século XIX escritores não artistas começam a desenvolver ensaios sobre
a arte e a trabalhar com alguns conceitos que deverão subsidiar as análises críticas.
Argan nos cita Ruskin e sua vastíssima obra em que torna explícito o critério de
autenticidade ideal, em um primeiro momento, e autenticidade absoluta, em um
segundo momento; Para Argan
A crítica ruskiniana é apologética, exortante, polémica: reevoca o carácter ético
e a humildade religiosa do trabalho artístico dos antigos mestres, deplora que o
advento da indústria tenha destruído, na consciência do povo, não só a experiência
estética como o sentimento profundo da vida, o impulso de criar. (p. 136)
Na linha de pensamento de Ruskin, Argan apresenta-nos W. Morris que de
modo enfático denuncia as contradições entre um trabalho artístico e um trabalho
industrial. Em sua abordagem Morris evidencia as condições de subordinação do
artista a um “mercado” o que retira-lhe toda autonomia e criatividade, evidencia a
influência que um carácter não estético da arte tem sobre a formação do indivíduo. É
interessante ressaltar que as ideias de Morris eram tanto sobre a arte quanto sobre
política. Argan destaca então que, sobre esta abordagem a crítica pode tornar-se
[…] intervenção activa numa situação social e política, porque o
desaparecimento da finalidade estética, já associada a todos os actos do trabalho e da
existência, compromete a dignidade e a liberdade dos trabalhadores, reduzidos a
meros instrumentos e submetidos à exploração dos empresários. (p.136)
Sob outro enfoque Argan expõe o pensamento de Baudelaire. Para este, a
critica deveria ser "parcial, apaixonada, política", feita de um ponto de vista "exclusivo",
mas de modo a abrir os mais largos horizontes (p.136). Na perspectiva deste poeta,
qualidade na arte é sinónimo de actualidade.
Outras personalidades têm um espaço na obra de Argan: S. Mallarmé com sua poesia
visual e concepção global de arte como vida que busca aproximar os trabalhos
artísticos e literários; E.Fromentin que estabelece um olhar, sob a perspectiva do
artista moderno, para a arte do passado, onde este deve revisitar as obras de antigos
mestres não para reproduzi-las mas para compreender como estes artistas resolveram
os “seus problemas” que muitas vezes assemelham-se aos problemas dos artistas
modernos. A arte passa então a ser vista como prosseguimento de sua história.
Projecta-se então o que Argan chama de uma crítica de corrente: do realismo
(T . Thoré, J. Champfleury, J. A. Castagnary), do impressionismo (E. Zola, L. E.
Duranty, J. Riviere, J. Laforgue), do simbolismo (G. A. Aurier), do neo-impressionismo
(F. Fénéon) (p. 138.
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A questão recai agora sobre as intenções e orientações dos artistas, suas
opções culturais estão directamente relacionadas com a influência que querem
exercer sobre o meio em vivem. Assim, neste momento, a crítica não se preocupa em
analisar a poética, pois esta não possui um carácter normativo, mas a capacidade
poética que sustenta o esforço criativo. O crítico aproxima-se assim cada vez mais do
artista, e contribui com este em diferentes sentidos, desde a elucidação de sua obra,
até a polemizar seus trabalhos. A arte neste momento assume um papel de vanguarda
frente as proposições de mudanças culturais e sociais. O crítico, neste contexto, não
só participa dos movimentos artísticos contemporâneos como os promove e os
estimula, é uma presença necessária no seio das "vanguardas"(p. 38). Assim,
personalidades literárias, em função de sua aproximação com as chamadas
vanguardas, por meio de seus escritos chegam quase a antever as correntes
artísticas. Foi assim com o cubismo (G. Apollinaire), o futurista (F.T. Marinetti), o
surrealismo (A. Breton, L. Aragon, J. Cocteau), as correntes não formalistas francesas
(Ponge, Paulhan, R. Queneau), o nouveau réalisme francês (P. Restany), o
expressionismo abstracto americano (H. Rosenberg). Todas estas foram objectos de
produção literária em suas épocas.
Até hoje a crítica mantém um papel de destaque no debate sobre as correntes
artísticas, e sendo assim pode contribuir tanto para exaltar quanto para destruir. É
neste sentido que Argan nos chama a atenção para uma crítica da própria crítica. Da
mesma forma que pode acelerar o consumo de um bem, pode facilmente sugerir
substituí-lo. Pode por vezes associar-se a uma estrutura de mercado onde, (em um
mundo capitalista que é o que nós vivemos) passa a influenciar o valor de uma obra
não em função de suas características artísticas mas em função de interesses
comerciais. Como pode também fazer circular objectos artísticos em função de seu
valor como tal e em função disto agregar um valor económico condizente.
Enfim, Argan nos indica que uma crítica que se diz militante deverá ser capaz
de eliminar a circulação de falsos valores e de fazer com que, correspondendo o valor
económico ao valor artístico, a arte se integre na economia das actividades sociais
(140).
2.2.3 A Critica de arte e a história da Arte
Argan inicia este terceiro capítulo nos indagando: Qual é a relação entre crítica
e história da arte? Será correcto dizer que a crítica se ocupa da arte contemporânea e
a história se ocupa da arte do passado (p.140). Questiona ainda se a historigrafia da
arte sustenta-se como não crítica sendo que a construção da história é um processo
crítico? A questão então é compreender que se a história da Arte aborda a história das
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obras de artes, esta disciplina deve certificar-se da autenticidade da obra que é
objecto de seu estudo. Assim tanto para a história da arte quanto para a crítica de arte
a autenticidade do objecto artístico é imprescindível e será verificada de modo distinto
nos diferentes campos de estudo. O que se sabe, no entanto, que a repetição pode
representar uma não autenticidade visto que evidencia uma possível paragem ou
demora no desenvolvimento de novos projectos artísticos. Assim, o historiador vai
excluir as reproduções de suas análises por considerá-los insignificantes tanto para a
história quanto para as artes. Busca desvelar o novo, sendo esta novidade,
característica da originalidade e factor constituinte de uma obra artística.
Argan nos esclarece que a história da arte inicia seus trabalhos referenciando o
contexto em que uma obra era desenvolvida, incluindo neste entorno, algumas
características do autor da obra. Neste sentido foi considerada por um tempo como
complemento ou auxílio aos estudos políticos e religiosos, oferecendo a estes
depoimentos icónicos de factos não artísticos (p.141). Com o advento da crítica mais
especificamente dos conhecedores de arte, o olhar da história da arte passou para o
seu interior, ou seja deixou de ser somente circunscrito à obra passando a evidenciar
seu conteúdo. Assim passou a caracterizar questões tais como o entrelaçamento das
questões culturais vividas pelo autor junto a sua obra, os processos que deram origem
a determinada obra, e para isto desenvolveu uma metodologia diferenciada da que até
então se utilizava nas pesquisas historiográficas habituais, ou seja […] as obras de
arte não eram apenas os documentos primeiros e fundamentais, mas também os
próprios factos dos quais se devia fazer a história (p. 142).
2.2.3.1- A Critica da Forma
É com a proposição de G. Morelli para que o conhecedor de arte – crítico –
passasse a ter uma finalidade definida e um método rigoroso de análise que a crítica
passa a ser considerada uma actividade científica. A principal característica da
metodologia proposta por G.Morelli foi não mais se ter um juízo sobre o belo ou a
veracidade do objecto artístico mas buscar a inserção da obra na coerência da
personalidade artística. Esta coerência era dada em função da constância com que o
autor desenvolvia seus trabalhos caracterizando assim seus maneirismos ou algumas
de suas peculiaridades. Este procedimento acabou sendo reconhecido tanto pelas
suas limitações, pois dependia muito mais da perspicácia do crítico em reconhecer na
obra estas características do autor, do que do emprego do próprio método. No entanto
Argan nos fala que a grande importância deste momento foi a indicação de que uma
pesquisa sobre a arte é realizada analisando directamente a obra de arte, no seu
contexto estilístico e técnico. Sobre este critério científico é então fundada a Escola de
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Viena de história da arte que teve como objectivo primeiro catalogar, cientificamente
os materiais. Esta escola está relacionada directamente com o serviço austríaco de
Classificação e Protecção do Património Monumental e Artístico. Neste período (não
só em Viena mas também na Itália) diferentes autores contribuíram, por meio de
ensaios, para evidenciar que a cultura tinha sido elaborada na arte e que não era
possível fazer história da civilização sem inserir a história da arte.
No início do século XX duas tendências de estudo sobre as artes ficam
demarcadas: uma historicista e outra científica. A primeira firma-se na Itália e França e
objectiva reconstituir principalmente as personalidades históricas, a segunda,
desenvolve-se com mais evidência na Alemanha e volta-se para a obra como
fenómeno puro ou documento visual. Em função dos estudos directos das obras de
arte, grandes dissertações históricas são desenvolvidas e mudam profundamente a
histórica tradicional. Argan destaca algumas personalidades e suas proposições tais
como as estéticas anti idealistas de J.F.Herbat e o positivismo de G. Semper. Assinala
ainda que com o tempo, as explicações por causas extra-artísticas deste positivista,
foram superadas pelas ideias de C. Fiedler que, tinha por base os princípios kantianos
de uma teoria de “pura visibilidade” onde a arte se afirma como contemplação
expressiva e produtiva (p. 145). Os críticos passam então a procurar os princípios
estruturais das formas e isolá-los do contexto da obra. Acreditavam que assim
estariam separando os conteúdos significativos das formas dos das coisas
representadas. Argan nos indica que neste período, a história da arte firmava-se na
história das formas e ainda, que foi por meio dos estudos de A. Riegl, que a história da
arte passa a ser considerada a única ciência possível para a arte. Por meio da crítica
da “pura visibilidade” pode-se perceber que a arte é um processo mediante o qual se
elabora uma cultura à parte, cujo fundamento é a percepção, cujos instrumentos são
as técnicas, cuja função consiste substancialmente em saldar a experiência que tem
do mundo com um fazer que visa mudar-lhe os vários aspectos, recriá-lo. (p.147)
Uma vez que são as formas que mudam a história da arte, distintas
personalidades desenvolveram uma série de investigações históricas sobre as formas
e suas causas: W. Wundt, Riegl e Fiedler evidenciam o reconhecimento do impulso
voluntarista e a vontade artística; M. Dvorák, concebe uma história da arte em sentido
universal como uma história do espírito; com W. Worringer percebe-se a dificuldade de
explicar a constância e a mutação das categorias das formas artísticas no entanto
concebe-se duas categorias distintas a da abstracção e a da empatia correspondentes
a atitudes diferentes e antitéticas do homem perante a realidade ambiental. Assim
parecia que toda arte estava dividida ou na esfera antitética do equilíbrio e da tensão
ou na esfera da representação e da vontade.
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Neste período o campo fenoménico da arte foi ampliado e isto é evidente pelos
trabalhos de J. Strzygowski sobre a história da arte nórdica. Os trabalhos de H.
Wõlfflin em Kunstgeschichtliche Grundbegrif.fe (1915) contribuem para a fixação de
categorias no entanto agora sob a evidência de processos do linear ao pictórico, da
superfície à profundidade, da forma fechada à forma aberta; da multiplicidade à
unidade; da clareza à não-clareza. Também neste período foi proposta uma outra
mudança de olhar, pois acreditava-se que as categorias não eram dadas a priori mas
eram produto da experiência e deveriam ser entendidas como premissas culturais.
Venturi definia a cultura artística com o termo “gosto” e defende que é este que
permite agrupar os artistas ao longo da história pois constituía-se de um conjunto de
escolhas intencionais, tendo em vista a obra a realizar, a arte a fazer. Argan nos
mostra que a Storia della critica d' arte, publicada por Venturi em 1938, apresentava
agora uma história de uma cultura artística. Deste modo surge a "crítica da crítica"
como uma nova perspectiva metodológica da história da arte, concebida como a
história interna da origem da obra de arte na consciência e no fazer do artista. O
objectivo da crítica passa então a ser o de estabelecer que tipo de cultura é feito
própria e exclusivamente com a arte e qual é a estrutura exclusivamente artística.
2.2.3.2 A Crítica da Imagem
A Critica da imagem vem nos mostrar que embora as formas tenham um
conteúdo semântico independente do conteúdo narrativo e expositivo, não se deve
negar que uma obra de arte seja uma imagem ou um conjunto de imagens cuja
história é tão legítima quanto a sua forma. Sob esta concepção Panofky desenvolve
um estudo metodológico, tendo por base a filosofia das formas simbólicas de E.
Cassirer cujo objectivo era reconhecer o significado da mensagem de uma obra que
não era uma mera construção objectiva mas uma representação simbólica do espaço,
ou seja uma imagem.
É a partir deste novo princípio que a história das formas passa a ser vista como
a história das imagens. Panofky no entanto tem o cuidado de identificar que tradição
imagética emerge segundo processos não puramente mecânicos e por meio do estudo
de grandes figuras históricas, procura explicar como a imaginação elabora os seus
materiais. Assim procura distinguir a mutação de significados da iconografia como uma
repetição de imagens o que lhe permite demonstrar que na transmissão de um tema
icónico se produzem mutações qualitativas sobre as quais é sempre possível produzir
juízos de valor (p. 154)
2.2.3.3- A Crítica das Motivações
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A crítica das motivações Argan vai nos apresentar que a crítica desenvolvida
em uma linha sociológica estuda as relações entre as actividades artísticas e o meio
social, pois entende que a obra de arte é um produto da situação social e cultural. O
foco principal da análise passa a ser as condições de trabalho artístico desde sua
situação económica até suas relações de mercado. Enfim, refere-se à relação dos
procedimentos operativos da arte com a tecnologia do seu tempo e especialmente
com outras técnicas produtoras de imagens (como a fotografia e o cinema),
demonstrando como essas incidem sobre os mesmos critérios de valor. Para tanto
Argan destaca o trabalho de W. Benjamin sobre o estatuto da obra de arte.
Já em uma perspectiva sociológica, Argan nos esclarece sobre as
características relativas a representação espacial e cultural da imagem vinculada a
experiência visual da sociedade no seu tempo. P. Francastel é a personalidade
destacada por Argan neste período. Evidencia ainda que o método sociológico
transpõe para a arte os procedimentos de análise iguais aos estudados na economia,
ou seja apontando o consumo como factor determinante da produção. Para Argan
alguns dos principais campos de estudo afectos a pesquisa sociológica não foram
explorados, a saber a relação entre trabalho artístico e produção económica, entre as
técnicas artísticas e as tecnologias produtivas, as artes aplicadas e industriais, a arte
popular etc. As pesquisas sociológicas contribuíram para que se procurasse
estabelecer uma estratégia de fruição das artes para todos os indivíduos e não apenas
para uma pequena classe. Assim chega-se à sua generalização por meio da
percepção. No entanto Argan ressalta que a percepção sempre esteve condicionada a
um conjunto de costumes ou normas, sendo a própria arte um instrumento para isto.
Assim a crítica alia-se à psicologia e por meio de seus estudos comportamentais,
passa-se a conceber que a arte deva educar para uma experiência directa,
despreconceituada e construtiva da realidade: em suma, a uma percepção que seja já
acto da consciência. (p. 156)
A crítica no entanto, não fica vinculada a psicologia por muito tempo, e ao
desvincular-se dos estudos comportamentais volta-se para os processos de
informação e comunicação.
2.2.3.4- A Crítica dos signos
Argan nos apresenta que na crítica dos signos a atenção recai no que
passou-se a considerar o “factor comum o elemento não ulteriormente redutível que se
pode isolar em todas as manifestações artísticas: o signo(p.156). Há aqui a vinculação
da crítica aos estudos da Semiótica passando os problemas a serem vistos sobre as
questões de redutibilidade ou irredutibilidade da arte no sistema de comunicação e a
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possibilidade de diferenciar um nível estético no contexto da comunicação. Destaca
diferentes autores de referência tais como C. Brandi, U. Eco, E. Garroni, G. della Volpe
entre outros.
2.2.4- A Crise da Crítica e a Crise da Arte
Neste capítulo Argan evidencia o momento em que a crítica recusa o papel de
juiz pois todo juízo é um juízo de valor e a arte não quer ser valor nem produzir
valores. Procura-se então evitar proceder a crítica como forma de ratificar a arte junto
ao um sistema institucionalizado. Argan vem nos esclarecer que a crise radical das
artes no mundo é um produto da própria crítica, uma vez que ao tentar explicar, de
diferentes formas e por distintas metodologias, o que a arte queria dizer acabou por
destituí-la de sua essência artística. Passa-se então a aventar duas hipóteses: ou a
arte passa a ser arte em si mesma, ou passa aser um modo de totalizar a unidade do
saber. Esta segunda hipótese leva a arte a trilhar um caminho não artístico cuja
finalidade também não é a arte uma vez que esta estaria ligada a um sistema global
de valores característicos de um determinado tempo e sociedade. No entanto a
primeira hipótese associa a arte à tese estruturalista que nega-se a dar qualquer
explicação histórica da realidade humana. Neste sentido é a arte pela arte sendo muito
difícil conceituá-la sem que se faça um juízo de valor e principalmente sem destituí-la
do que é: Arte.
Assim Argan anuncia a inevitável morte da Arte pois se considerarmos a
primeira hipótese, a crítica seria o agente determinante da morte da arte em sentido
hegeliano, ou seja, a dissolução do conhecimento artístico no conhecimento filosófico;
considerando a segunda, a arte determinaria "criticamente" a sua própria morte,
excluindo-se de qualquer possibilidade de relação com a realidade do mundo.
3- Conclusão
A realização desta recensão permitiu verificar como podem ser conflituosa as
relações entre Arte e Crítica e o quanto elas ultrapassam os domínios artísticos
inserindo-se junto as questões culturais, sociais e políticas. Argan consegue construir,
com esta obra, uma crítica no sentido de edificar, levar a refletir e, embora argumente
uma possível morte da Arte, em nossa opinião está buscando evidenciar o quanto ela
ainda é viva e presente junto a nós. Cabe-nos então a responsabilidade de mantê-la
presente.
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Bibliografia
Argan, G. C. (1988). Arte e Critica de Arte. (H. Gubernatis, Trad.) Lisboa: Editorial Estampa.
Carchia, G., & D'Angelo, P. (2003). Dicionário de Estética. Lisboa: Edições 70.
Gamba, C. (s/d). Breve profilo biografico di Argan. Obtido em novembro de 2012, de Giulio Carlo Argan - home page: http://www.giuliocarloargan.org/argan_profilo.htm