resenha crÍtica-12 anos de escravidÃo

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Apresentação de Resenha Crítica- Filme 12 anos de Escravidão. Disciplina:Sociologia e relações humanas Curso:Tecnologia em Segurança no Trabalho FATESP

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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

Violoncelista Solomon Northup(Chiwetel Ejiofor) que em 1841 tinhauma vida livre com sua esposa e filhos nacidade de Nova York;

É convidado (por seus amigos detrabalho) a apresentar-se em Washington,assim sendo enganado e acaba por sersequestrado e vendido como escravo paraWilliam Ford (Benedict Cumberbatch), afim de trabalhar em sua plantação decana-de-açúcar;

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É vendido novamente, indo parar dessa vez napropriedade do temível Edwin Epps (MichaelFassbender), para trabalhar em suasplantações de algodão;

Se chamará pois de Platt – precisarasobreviver àquela tão lastimável vida, tendoque disfarçar sua condição de homem culto afim de que não sofra represálias maiores porparte de seu “mestre”.

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O foco da narrativa se aloca na vidapessoal de Northup;

o roteirista John Ridley e o diretorSteve McQueen mostram de formaabsolutamente eficiente o processo deescravidão americana, sobretudo noperíodo em que passa o filme;

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Porém, é bastante eficaz o fato do filmecomeçar com Northup já escravo e daífazer uma retrospectiva da vida doprotagonista até ali. Desde o primeirocontato com os raptores passando pela“venda” de Northup (que será rebatizadode Platt por “parecer mais adequado” a umescravo), McQueen mostra, como osescravos eram “preparados” para seremapresentados aos seus potenciais“compradores”.

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As diferentes personalidades dos senhoresescravistas, como, por exemplo, William Ford, quemesmo mostrando-se gentil e piedoso em relaçãoaos seus escravos, não esconde, sua “fama” deescravista ao compactuar. Desta maneira, éfundamental a manutenção daquela “fama”.

Neste contexto, mesmo admirando e defendendoNorthup, em certo ponto da trama, Ford não hesiteem “vende-lo” a Epps, mesmo sabendo que esteúltimo não é tão “piedoso” quanto Ford.

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Outro aspecto plausível, dizrespeito ao uso do discursoreligioso, feito sobretudo por Forde Epps em momentos distintos,para subsidiar e justificar o uso daescravidão. Ironia, ver os doissenhores “catequizando” seus“escravos” e utilizando-se depassagens específicas da bíblia paraexplicar o estado das coisas.

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Ford cita trechos que o colocam comoo “bom senhor”, Epps, por outro lado,incorpora o próprio discurso ao secolocar como uma espécie de “ungido”que, por causa disso, tem o “direito”de castigar seus escravos se este assimo julgar. Epps, diferencia-se de Fordapenas em termos de comportamento,mas não de ideologia.

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Num primeiro momento Madame Ford esforça-se, em parecer piedosacom uma escrava que acabara de se separar de sua filha dizendo “vocêem breve a esquecerá”, esta frase não esconde a mesma ideologiaperversa do marido, algo que fica muito claro na cena onde, enquantoFord lê a bíblia para seus escravos, ao fundo temos Eliza, a escrava quese separou de sua filha, aos prantos, o que leva Madame Ford acomentar “quando isso vai parar? Não quero esta depressão pra minhacasa...”! Ou seja, a piedade aparente não passa de um completodesprezo revelado nesses poucos diálogos

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E se as esposas dos senhores deescravos refletem a ideologia dosmaridos, os subalternos destes, apenaspor serem brancos, rogam-se no direitode humilhar os escravos, algo refletidona relação beligerante entre Northup e ocapataz Tibeats (Paul Dano), levandoaos escravos numa eterna postura de

resignação.

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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

Uma certa cena , um escravo discursa sobre resistência, vemos essemesmo escravo se abraçando a um potencial comprador, apenasporque esse comprador, assim como Ford, aparenta ser mais“bondoso” que os demais. O fascinante nesta cena é que em nenhummomento antipatizamos com aquele personagem, pois sabemos quesua postura naquele contexto, é eminentemente clara.

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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

Northup, tendo o adicional que opersonagem é claramente maisastuto e inteligente que a maioriados personagens ali. Fascinante,por exemplo, os esforços dele emtentar ocultar esta inteligência,mostrando.

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Outro momento excelente é o exato instante em que ele diz a Epps, numa cena em particular: “você ainda será castigado por isso”. E se Northup opta pela resignação, sua expressão porém deflagra um desespero aterrador, como na cena em que ele testemunha a execução de dois escravos ou na fantástica cena onde precisa convencer Epps de que não escrevera uma carta. Nada mais reconfortante para esse protagonista, neste sentido, o choro decorrente da cena final, um momento raro de felicidade e alívio.

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A escrava novata Lupita Nyong’o em suapersonagem comove o público pelo sofrimentoque passa. Além de ter que lidar com o assédiodo patrão, precisa lidar com o ódio e os maus-tratos vindos da esposa. Sua entrega para opersonagem é imensurável. E basta a vermos,de relance, com os olhos vermelhosprovenientes de algum machucado querecebera, o que nos deixa em prantos detamanho mal trato

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É dela o destaque em duas cenas seminais: aprimeira o momento em que ela pede,desesperada, um favor à Northup e a outra, aforte cena onde, num plano longuíssimo, avemos ser chicoteada a mando de Epps. E setoda a sequência nos choca e nos devasta, acena seguinte das costas literalmente rasgadasda personagem sendo limpa por outrosescravos enquanto Patsy geme e baba de dor, oque provoca uma imensa comoção. Cena estaque deve sempre ser relembrada.

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Por fim a cena mais prazerosa éa volta de Northup à sua casa,onde lá reencontra toda suafamília, ponto este em que nosdeixa bastante emocionados,afinal ali acabara os 12 anos deescravidão.

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No entanto, o que fica marcado em mente,mesmo nos revelando fatos históricosocorridos em há tempos , mostra-sealtamente atual por nos revelar umarelação que ainda hoje ocorre, só que bemmais mascarado. O filme se destacouclaramente e teve como prêmio o Oscarpor ter muito mais haver com anecessidade da Academia de parecerpolitizada e sem preconceitos.

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12 ANOS DE ESCRAVIDÃO

A história contada no filme é imensuravelmente inexplicável e deveser vista por todo o mundo, como um exemplo de melhor filmeproduzido e melhor roteiro, afinal a escravidão é assunto bastantepolêmico e que deveria não mais existir. Eis um clássico filme de 12anos de escravidão.

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