repÚblica federativa do brasil supremo tribunal … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e...

144
DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL N°: 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro de 2009 Publicação: quinta-feira, 24 de setembro de 2009 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Praça dos Três Poderes Brasília - DF CEP: 70175-900 Telefone: (61) 3217-3000 www.stf.jus.br Ministro Gilmar Mendes Presidente Ministro Cezar Peluso Vice-Presidente Alcides Diniz da Silva Diretor-Geral ©2009 PRESIDÊNCIA PORTARIA Nº 197, DE 18 DE SETEMBRO DE 2009 O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no uso de suas atribuições e com base no art. 236 da Lei nº 8.112/1990, RESOLVE: Art. 1º Transferir para 30 de outubro, sexta-feira, as comemorações alusivas ao Dia do Servidor Público. Art. 2º Comunicar que nessa data não haverá expediente na Secretaria do Tribunal. Art. 3º Os prazos que porventura devam iniciar-se ou completar-se nesse dia ficam automaticamente prorrogados para o dia 3 subsequente (terça-feira). Ministro GILMAR MENDES DISTRIBUIÇÃO Ata da Centésima Octogésima Primeira Distribuição realizada em 18 de setembro de 2009. Foram distribuídos os seguintes feitos, pelo sistema de processamento de dados: AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 18-5 (1) PROCED. : DISTRITO FEDERAL ORIGEM : ADC - 164911 - STF RELATOR : MIN. CELSO DE MELLO REQTE.(S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO INTDO.(A/S) : FIEMT - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO DE MATO GROSSO ADV.(A/S) : VICTOR HUMBERTO MAIZMAN INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNI ADV.(A/S) : CASSIO AUGUSTO MUNIZ BORGES E OUTRO (A/S) INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNC ADV.(A/S) : BRUNO MURAT DO PILLAR INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE - CNT ADV.(A/S) : MARCO ANDRÉ DUNLEY GOMES E OUTROS INTDO.(A/S) : ESTADO DO ACRE ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACRE INTDO.(A/S) : ESTADO DO AMAZONAS ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS INTDO.(A/S) :ESTADO DA BAHIA ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIA INTDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁ ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁ INTDO.(A/S) : ESTADO DE GOIÁS ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS INTDO.(A/S) :ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL INTDO.(A/S) :ESTADO DO PARÁ ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁ INTDO.(A/S) :ESTADO DA PARAÍBA ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA ADV.(A/S) : RODRIGO DE SÁ QUEIROGA E OUTRO INTDO.(A/S) : ESTADO DE PERNAMBUCO ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO INTDO.(A/S) : ESTADO DO PIAUÍ ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ INTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIRO ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO INTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE INTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL INTDO.(A/S) :ESTADO DE SANTA CATARINA ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA INTDO.(A/S) :ESTADO DE SÃO PAULO ADV.(A/S) :PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO INTDO.(A/S) : ESTADO DE SERGIPE ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SERGIPE INTDO.(A/S) : DISTRITO FEDERAL ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL REDISTRIBUÍDO AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.301-3 (2) PROCED. : DISTRITO FEDERAL ORIGEM : ADI - 116529 - STF RELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSA REQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA REQDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO REQDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.302-1 (3) PROCED. : MATO GROSSO DO SUL ORIGEM : ADI - 116807 - STF RELATOR :MIN. CARLOS BRITTO REQTE.(S) : CONFEDERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO BRASIL - CSPB ADV.(A/S) : JOSÉ OSMIR BERTAZZONI E OUTRO (A/S) REQDO.(A/S) :GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL REQDO.(A/S) :ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL AÇÃO ORIGINÁRIA 1.575-8 (4) PROCED. : PARÁ ORIGEM : AO - 116540 - STF RELATOR :MIN. CARLOS BRITTO AUTOR(A/S)(ES) : LUCIO VICENTE CASTIGLIONI ADV.(A/S) : ANDRÉ DOS SANTOS DE MENDONÇA Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Upload: vodiep

Post on 02-Dec-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

N°: 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro de 2009 Publicação: quinta-feira, 24 de setembro de 2009

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Praça dos Três PoderesBrasília - DF

CEP: 70175-900Telefone: (61) 3217-3000

www.stf.jus.br

Ministro Gilmar MendesPresidente

Ministro Cezar PelusoVice-Presidente

Alcides Diniz da SilvaDiretor-Geral

©2009

PRESIDÊNCIA

PORTARIA Nº 197, DE 18 DE SETEMBRO DE 2009

O PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, no uso de suas atribuições e com base no art. 236 da Lei nº 8.112/1990,

RESOLVE:

Art. 1º Transferir para 30 de outubro, sexta-feira, as comemorações alusivas ao Dia do Servidor Público.

Art. 2º Comunicar que nessa data não haverá expediente na Secretaria do Tribunal.

Art. 3º Os prazos que porventura devam iniciar-se ou completar-se nesse dia ficam automaticamente prorrogados para o dia 3 subsequente (terça-feira).

Ministro GILMAR MENDES

DISTRIBUIÇÃO

Ata da Centésima Octogésima Primeira Distribuição realizada em 18 de setembro de 2009.

Foram distribuídos os seguintes feitos, pelo sistema de processamento de dados:

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 18-5 (1)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : ADC - 164911 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : FIEMT - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO

DE MATO GROSSOADV.(A/S) : VICTOR HUMBERTO MAIZMANINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNIADV.(A/S) : CASSIO AUGUSTO MUNIZ BORGES E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNCADV.(A/S) : BRUNO MURAT DO PILLARINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE - CNTADV.(A/S) : MARCO ANDRÉ DUNLEY GOMES E OUTROSINTDO.(A/S) : ESTADO DO ACRE

ADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACREINTDO.(A/S) : ESTADO DO AMAZONASADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO AMAZONASINTDO.(A/S) : ESTADO DA BAHIAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIAINTDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁINTDO.(A/S) : ESTADO DE GOIÁSADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁSINTDO.(A/S) : ESTADO DO MATO GROSSO DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DO PARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁINTDO.(A/S) : ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : RODRIGO DE SÁ QUEIROGA E OUTROINTDO.(A/S) : ESTADO DE PERNAMBUCOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCOINTDO.(A/S) : ESTADO DO PIAUÍADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTEINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOINTDO.(A/S) : ESTADO DE SERGIPEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SERGIPEINTDO.(A/S) : DISTRITO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL

REDISTRIBUÍDO

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.301-3 (2)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : ADI - 116529 - STFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREQDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.302-1 (3)PROCED. : MATO GROSSO DO SULORIGEM : ADI - 116807 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOREQTE.(S) : CONFEDERAÇÃO DOS SERVIDORES PÚBLICOS DO

BRASIL - CSPBADV.(A/S) : JOSÉ OSMIR BERTAZZONI E OUTRO (A/S)REQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO

SULREQDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO

GROSSO DO SUL

AÇÃO ORIGINÁRIA 1.575-8 (4)PROCED. : PARÁORIGEM : AO - 116540 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAUTOR(A/S)(ES) : LUCIO VICENTE CASTIGLIONIADV.(A/S) : ANDRÉ DOS SANTOS DE MENDONÇA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 2: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 2

REU(É)(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.915-9 (5)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AMS - 2000660000068020 - TRFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : JOÃO MARCOS TEIXEIRAADV.(A/S) : SÍLVIA CHRISTINA DE CARVALHO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.258-2 (6)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 200703990010999 - TRFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : KERRY DO BRASIL LTDAADV.(A/S) : MILTON CARMO DE ASSIS JR E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.657-7 (7)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 3029465700 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE SANTOSADV.(A/S) : JOCIANA J DE MEDEIROS MACEDOAGDO.(A/S) : EDISON GERALDO TAGLIETA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FERNANDO JOSÉ FIGUEIREDO ROCHA E OUTRO

(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.676-1 (8)PROCED. : PIAUÍORIGEM : AC - 60001658 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍADV.(A/S) : PGE-PI - LUIZ GONZAGA SOARES VIANA FILHOAGDO.(A/S) : ZENILDE DE OLIVEIRA MOURA DA CUNHA E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : FÁBIO RENATO BOMFIM VELOSO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.759-2 (9)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 96030374202 - TRFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : ELETROFITAS COMERCIAL LTDAADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ SENNE E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 744.338-5 (10)PROCED. : ESPÍRITO SANTOORIGEM : MS - 100040006320 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ESTADO DO ESPÍRITO SANTOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO

SANTOAGDO.(A/S) : ARLINDO CUSTÓDIO DO NASCIMENTO FILHO E

OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FERNANDO ANTÔNIO DOS REIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.567-6 (11)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70017869314 - TJERELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : FUNDAÇÃO BANRISUL DE SEGURIDADE SOCIALADV.(A/S) : JULIANO MARTINS RANGEL E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : SÉRGIO ROBERTO FONTOURA JUCHEMAGDO.(A/S) : REJANE DA COSTA BRIÃOADV.(A/S) : NORBERTO BARUFFALDI E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.663-3 (12)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70017913039 - TJERELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : FUNDAÇÃO BRTPREVADV.(A/S) : FABRÍCIO ZIR BOTHOMÉ E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : RICARDO ALBUQUERQUE DE VASCONCELOSADV.(A/S) : RICARDO BARROS CANTALICE E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.208-9 (13)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : ERR - 73534200390004008 - TST

RELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : LUIZ LOPES LODER E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ELISÂNGELA DA SILVA NOGUEIRA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MARTHIUS SÁVIO CAVALCANTE LOBATOAGDO.(A/S) : PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁSADV.(A/S) : JOENY GOMIDE SANTOS E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : FUNDAÇÃO PETROBRAS DE SEGURIDADE SOCIAL -

PETROSADV.(A/S) : RONNE CRISTIAN NUNES E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.499-7 (14)PROCED. : ACREORIGEM : RESP - 628886 - STJRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO ACREADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACREAGDO.(A/S) : TELECOMUNICAÇÕES DO ACRE S/A - TELEACREADV.(A/S) : ALBERTO DE MEDEIROS FILHO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.923-6 (15)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : PROC - 70026061861 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULAGDO.(A/S) : RODRIGO DA SILVA SOUZA PINTOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.968-8 (16)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 200038010011640 - TRFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : THEMA VEÍCULOS LTDAADV.(A/S) : FRANCISCO XAVIER AMARAL E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.041-0 (17)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 9504365400 - TRFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CURTUME KERN-MATTES S/AADV.(A/S) : ANTONIO AUGUSTO VIEIRA FALCÃO E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.042-7 (18)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AC - 200672000023938 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : JOSÉ LUCIOADV.(A/S) : JOSÉ DARCI DA ROSA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.043-4 (19)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70024871691 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : RIO GRANDE ENERGIA S/AADV.(A/S) : LUIS RENATO FERREIRA DA SILVAADV.(A/S) : TOM BRENNERAGDO.(A/S) : ALDACIR JOSÉ DA SILVA - ME E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ALEX SANDRO CAVALEIRO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.044-1 (20)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 6557365900 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA MUNICIPAL DE SÃO

PAULO - IPREMPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULOAGDO.(A/S) : ESPÓLIO DE MOTAURY MOREIRA PORTOADV.(A/S) : JOÃO MARQUES DA CUNHA E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.047-3 (21)PROCED. : PARÁORIGEM : MS - 20089022022 - TR.CÍVEL E CRIM

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 3: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 3

RELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : BANCO DO ESTADO DO PARÁ S/AADV.(A/S) : CLÍSTENES DA SILVA VITAL E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : SARANILZA SAPUCAIA DOS SANTOSADV.(A/S) : MARCO AURÉLIO DE JESUS MENDES E OUTRO

(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.048-1 (22)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200671000067277 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MACHRY INDUSTRIA DO VESTUÁRIO LTDAADV.(A/S) : GILMAR DOS SANTOS DIASADV.(A/S) : STELA MARIS DA SILVA AZEVEDOAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.049-8 (23)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : AI - 200800239197 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE RIO DAS OSTRASADV.(A/S) : MAICON NUNES DA CRUZAGDO.(A/S) : ANTONIO DE AZEVEDO TERRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.050-9 (24)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : PROC - 70027765890 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULAGDO.(A/S) : DILMAR DE LIMAADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.051-6 (25)PROCED. : MATO GROSSOORIGEM : RELEIT - 35652 - TSERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : FRANCISCO CARLOS CARLINHOS DO NASCIMENTOADV.(A/S) : LUIZ ANTONIO POSSAS DE CARVALHO E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : COLIGAÇÃO JUNTOS POR PARANATINGA

(PRP/PR/DEM/PV/PT/PTN)ADV.(A/S) : BERTOLINA ALVES DE LIMA E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.052-3 (26)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70025014739 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : LUCIANO KNOLL PILARADV.(A/S) : EDISON PILAR E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : RENAULT DO BRASIL S/AADV.(A/S) : ALEXANDRE SERPA TRINDADEAGDO.(A/S) : IESA VEÍCULOS LTDAADV.(A/S) : GABRIEL DE FREITAS MELRO MAGADANADV.(A/S) : PAULA MALTZINTDO.(A/S) : ABN AMRO ARRENDAMENTO MERCANTIL S/AADV.(A/S) : RAIMUNDO KLEBER XAVIER

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.053-1 (27)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : PROC - 70024465577 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ÉDISON FREITAS DE SIQUEIRAADV.(A/S) : ÉDISON FREITAS DE SIQUEIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ CARLOS TARASCONIAGDO.(A/S) : LUCIANE MENDONÇA FERREIRAADV.(A/S) : FLÁVIO CAVALLI E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.055-5 (28)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200571000393565 - TRFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : GILNEI DA ROSAADV.(A/S) : ROBERTA PAPPEN DA SILVA E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.056-2 (29)PROCED. : RIO GRANDE DO SUL

ORIGEM : PROC - 70028277234 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULAGDO.(A/S) : JAMIR OLIVEIRA DA SILVAADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.058-7 (30)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : PROC - 20085151040359901 - TRJEFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : RONALDO AZEVEDO PINTOADV.(A/S) : IZABEL CRISTINA V DE ASSUMPÇÃO E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.059-4 (31)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 3672499 - TRIB. ALÇADARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : DEUSDANTE BORGES DA SILVEIRAADV.(A/S) : RAIMUNDO CANDIDO JÚNIOR E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : SINOMAR FREITAS SILVEIRAADV.(A/S) : BERTOLDO JOSÉ BATISTA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.060-5 (32)PROCED. : PARANÁORIGEM : AMS - 200570000244375 - TRFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, SECCIONAL

DO PARANÁADV.(A/S) : JULIANA MAIA BENATO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : LUCIANA GOMESADV.(A/S) : MARCOS GLÜCK

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.061-2 (33)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : PROC - 633 - TJERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : COMPANHIA DO METROPOLITANO DE SÃO PAULO -

METRÔADV.(A/S) : ADEMIR LOPES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : JULIA PONCIANO SAPIAADV.(A/S) : CELSO MARTINS FERREIRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.062-0 (34)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200471040132958 - TRFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ILMO SCHMITT E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ADRIANO MARCELO RAMBO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : BANCO DO BRASIL S/AADV.(A/S) : ÁLISSON DOS SANTOS CAPPELLARI E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.063-7 (35)PROCED. : MATO GROSSO DO SULORIGEM : AC - 20050154470 - TJERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : CASA SHOPPING COMÉRCIO E MATERIAIS DE

CONSTRUÇÃO LTDAADV.(A/S) : JOÃO ROBERTO GIACOMINI E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : DELSON DARQUE DE FREITASAGDO.(A/S) : SAMIA BICHARA SASSINE DE FREITASADV.(A/S) : AGUINALDO MARQUES FILHO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.064-4 (36)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : RESP - 708335 - STJRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : EMBREEX INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDAADV.(A/S) : MARCOS PAULO ANDRADE JÚNIOR E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.065-1 (37)PROCED. : RIO GRANDE DO SUL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 4: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 4

ORIGEM : AC - 200371000520396 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : SUCESSÃO DE RAIMUNDO DE ALMEIDA SANTOSADV.(A/S) : LEILA GREHS CASTILHO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.066-9 (38)PROCED. : PIAUÍORIGEM : APCRIM - 70023603 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : FRANCISCO RIVALDO OLIVEIRA PINHEIROADV.(A/S) : MILTON GUSTAVO VASCONCELOS BARBOSA E

OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PIAUÍPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

PIAUÍ

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.070-1 (39)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : AC - 200800159936 - TJERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : SENDAS DISTRIBUIDORA S/AADV.(A/S) : VALÉRIA ARAÚJO REGO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.072-6 (40)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 37892993 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : BANCO DO ESTADO DE MINAS GERAIS S/AADV.(A/S) : JOÃO ALVES DA SILVA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MARCIA GODINHO PERPETUO SOARESADV.(A/S) : ANA PAULA MONTEIRO VASCONCELOS E OUTRO

(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.075-8 (41)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 10024043904184001 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : COMPANHIA BRASILEIRA DE DISTRIBUIÇÃOADV.(A/S) : PAULO RICARDO VAZ DE MELO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : TELEMAR NORTE LESTE S/AADV.(A/S) : IGOR MAULLER SANTIAGO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.076-5 (42)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : AC - 200800144488 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : PLARCON ENGENHARIA S/AADV.(A/S) : FERNANDO FREELAND NEVES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ÁGUAS E ESGOTOS -

CEDAEADV.(A/S) : LUIZ CARLOS ZVEITER E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.077-2 (43)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MS - 13250 - STJRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : MARCOS AURÉLIO SOARES BOMFIMADV.(A/S) : JOSÉ GERALDO LOUZÃ PRADO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.078-0 (44)PROCED. : MATO GROSSO DO SULORIGEM : AC - 20080075214000100 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ALES MARQUES E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MÁRIO SÉRGIO ROSAAGDO.(A/S) : ESTADO DO MATO GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO

GROSSO DO SUL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.081-5 (45)PROCED. : CEARÁORIGEM : AI - 855098 - STJRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : GRENDENE SOBRAL S/A E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ANTÔNIO DE ROSA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.082-2 (46)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200371000413762 - TRFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA -

CEEEADV.(A/S) : SIMONE RODRIGUES FERREIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : VALDECIR BAGATINIADV.(A/S) : LORENZO ALBERTO PAULO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.083-0 (47)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70025685330 - TJERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULAGDO.(A/S) : GENI PIRESADV.(A/S) : MARÍLIA PINHEIRO MACHADO BUCHABQUI E OUTRO

(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.084-7 (48)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 10105041154235007 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARESPROC.(A/S)(ES) : JOSÉ NILO DE CASTROAGDO.(A/S) : CARLOS ROBERTO MARCIANO DE OLIVEIRAADV.(A/S) : RÔMULO DOS SANTOS MENDES E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.085-4 (49)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : APCRIM - 199934000243310 - TRFRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ABRAÃO CAVALCANTE LIMAADV.(A/S) : GILSON LUCAS DE LUCENA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.086-1 (50)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70027301837 - TJERELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULAGDO.(A/S) : JOSIANE BEATRIZ PREUSSADV.(A/S) : LEONARDO JACQUES DE OLIVEIRA FILHO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.088-6 (51)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : PROC - 200351015272502 - TRFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : EDUARDO CARLOS CASSARADV.(A/S) : JOSEF ALEXANDRE GERSTELAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.089-3 (52)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AMS - 200270000632581 - TRFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : ADIR ROBERTO STAATSADV.(A/S) : FERNANDA SILVA ZILIOTTO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.091-1 (53)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AI - 4665687 - TJERELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MÔNICA CATTABRIGA DE BARROS ARAÚJOADV.(A/S) : HÉLCIO DA CONCEIÇÃO ARAÚJO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FELIPE ROCHA SILVEIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MARIA BERNADETTE DE MELLO DUMONTADV.(A/S) : FELIPE ROCHA SILVEIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ROSALVO AUTOMÓVEIS LTDAADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO RESENDE MACHADO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.093-6 (54)PROCED. : RIO DE JANEIRO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 5: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 5

ORIGEM : AC - 199902010587588 - TRFRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ESAL EMPRESA DE SUPERMERCADOS ANGRA LTDAADV.(A/S) : JOSÉ OSWALDO CORRÊA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,

NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL - INMETRO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.096-8 (55)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AI - 200804000388207 - TRFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : A OSTEN E CIA LTDAADV.(A/S) : ANA PAULA IANKILEVICH E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.099-0 (56)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 3365895000 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : LUIZ KOSUGEADV.(A/S) : MARIA CRISTINA LAPENTA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.100-2 (57)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 10024074501503002 - TJERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : MORENA DO CARMO MALAQUIAS E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : LAURA MARIA CAMPOMIZZIADV.(A/S) : LEONARDO FIALHO PINTOAGDO.(A/S) : VALESKA PIRES DO CARMOADV.(A/S) : JOÃO BOSCO DE MOURA LARA RESENDE

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.101-0 (58)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : APCRIM - 200750010122098 - TRFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MARIA HELENA XIBLE SALLES RAMOSADV.(A/S) : FERNANDO AUGUSTO FERNANDES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.104-1 (59)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : RESP - 723015 - STJRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : INDÚSTRIA TÊXTIL OESTE LTDAADV.(A/S) : CÉLIA C. GASCHO CASSULI E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.110-9 (60)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AMS - 200572010026786 - TRFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : CLÍNICA DE REABILITAÇÃO FISIOVILLE LTDAADV.(A/S) : RODRIGO DO AMARAL FONSECA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.114-8 (61)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : PROC - 24081426140 - TRCJERELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PAULO CESAR CARDOSOADV.(A/S) : LOURIVAL FÉLIX DE MATOS SÁAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.115-5 (62)PROCED. : PARANÁORIGEM : RESP - 864792 - STJRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : OURO VERDE TRANSPORTE E LOCAÇÃO LTDAADV.(A/S) : ARNALDO CONCEIÇÃO JUNIORADV.(A/S) : ALTIVO JOSÉ SENISKI E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE CURITIBAADV.(A/S) : HERON ARZUA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.117-0 (63)PROCED. : PARANÁORIGEM : RESP - 1066333 - STJRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : TORRES, POPENGA & CIA LTDAADV.(A/S) : MAURÍCIO MONTEIRO DE BARROS VIEIRA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.118-7 (64)PROCED. : ESPÍRITO SANTOORIGEM : PROC - 1318207 - CRJECÍVELRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : COIMEX ADMINISTRAÇÃO DE CONSÓRCIOS LTDAADV.(A/S) : LARISSA BERMUDES DAMACENO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : PEDRO DE SOUZA FILHOADV.(A/S) : ERNANDES GOMES PINHEIRO E OUTRO (A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.119-4 (65)PROCED. : RONDÔNIAORIGEM : AC - 10000120080116247 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE PORTO VELHOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO

VELHOAGDO.(A/S) : ALDILEIA DE OLIVEIRA PEREIRAAGDO.(A/S) : SALDAME MENDONÇA SILVAADV.(A/S) : ZOIL BATISTA MAGALHÃES NETO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.121-2 (66)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AMS - 200772000053558 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : FERNANDES FERREIRA INDUSTRIAL LTDAADV.(A/S) : GILBERTO CASSULIADV.(A/S) : CÉLIA CELINA GASCHO CASSULIADV.(A/S) : JOÃO CARLOS CASSULI JRAGDO.(A/S) : CENTRAIS ELÉTRICAS DE SANTA CATARINA S/A E

OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MILENE ELISA GOEDERT DE BARROS E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEELPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.122-0 (67)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : APCRIM - 200050010079812 - TRFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : RONALDO MUNIZ FREIRE ALVESAGTE.(S) : MAURO MURADADV.(A/S) : WALMIR ANTONIO BARROSO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 191-9

(68)

PROCED. : GOIÁSORIGEM : ADPF - 116515 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEARGTE.(S) : PARTIDO DA REPÚBLICA - PRADV.(A/S) : ANA DANIELA LEITE E AGUIARARGDO.(A/S) : CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁSARGDO.(A/S) : COMISSÃO DE SELEÇÃO E TREINAMENTO DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

EXTRADIÇÃO 1.126-0 (69)PROCED. : REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHAORIGEM : EXT - 72798 - STFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAREQTE.(S) : GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHAEXTDO.(A/S) : MANFRED WILLADV.(A/S) : EVA INGRID REICHEL BISCHOFF

REDISTRIBUÍDO

HABEAS CORPUS 98.842-3 (70)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 46720 - STF

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 6: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 6

RELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : MARCO ANTONIO KIREMITZIAN OU MARCO ANTONIO

KIREMITIZIANIMPTE.(S) : GUILHERME TAVARES MARQUES RODRIGUESCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 112.885 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

REDISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 100.755-8 (71)PROCED. : ACREORIGEM : HC - 116294 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : SÉRGIO LUIZ CORDEIRO OU SÉRGIO LUIZ

CORDEIRO LANAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.756-6 (72)PROCED. : GOIÁSORIGEM : HC - 116467 - STFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ANTÔNIO BELARMINO DA SILVA OU ANTÔNIO

BELARMINO ALVES DA SILVAIMPTE.(S) : DANIEL DA SILVA OLIVEIRA JUNIOR E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 138.733 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.757-4 (73)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116455 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : MARLON JOSÉ DE SOUZA ROSAIMPTE.(S) : MARLON JOSÉ DE SOUZA ROSAADV.(A/S) : ALESSANDRA APARECIDA DESTEFANICOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 124.930 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 100.758-2 (74)PROCED. : CEARÁORIGEM : HC - 116436 - STFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : FRANCISCO FRANCINÉ CARNEIROIMPTE.(S) : MARIA ERBENIA RODRIGUES E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 100.759-1 (75)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : HC - 116475 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : RUDINEI CARVALHO QUEVEDOIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1082858 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.760-4 (76)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116520 - STFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : ANDRÉ ROBERTO MOREIRAIMPTE.(S) : ANDRÉ ROBERTO MOREIRACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE DRACENA

HABEAS CORPUS 100.761-2 (77)PROCED. : PARAÍBAORIGEM : HC - 116518 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : MARCOS ANTÔNIO SOUTO MAIORIMPTE.(S) : JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMINCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 100.762-1 (78)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116513 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : JOÃO LEITE DE AZEVEDOIMPTE.(S) : JOÃO LEITE DE AZEVEDOCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE RIO CLARO

HABEAS CORPUS 100.763-9 (79)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : HC - 116545 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : ADER RENATO BARBOSA DA SILVAIMPTE.(S) : ADER RENATO BARBOSA DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 136449 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇACOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E

TERRITÓRIOSCOATOR(A/S)(ES) : JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL E DELITOS

DE TRÂNSITO PLANALTINA

HABEAS CORPUS 100.764-7 (80)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116537 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : UIRES PAULINO DA SILVAIMPTE.(S) : UIRES PAULINO DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 86.989 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇACOATOR(A/S)(ES) : PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAISCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES DA

COMARCA DE CONTAGEM

HABEAS CORPUS 100.765-5 (81)PROCED. : PARANÁORIGEM : HC - 116536 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : CELSO DA SILVAIMPTE.(S) : CELSO DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁCOATOR(A/S)(ES) : JUÍZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE EXECUÇÕES

PENAIS DE CURITIBA

HABEAS CORPUS 100.766-3 (82)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116501 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : MANOEL MESSIAS GOMES DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : MANOEL MESSIAS GOMES DE OLIVEIRACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE LIMEIRA

HABEAS CORPUS 100.767-1 (83)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116532 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : JOSÉ FRANCISCO CABRALIMPTE.(S) : CARLOS MÁRIO DA SILVA VELLOSO FILHOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 100.770-1 (84)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : HC - 0 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : RAVIK DE BARROS BELLO RIBEIROIMPTE.(S) : ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA E OUTRO

(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.771-0 (85)PROCED. : GOIÁSORIGEM : HC - 116689 - STFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : ANTONIO FERNANDO LANDÓ CONTARTIMPTE.(S) : ROBERTO SERRA DA SILVA MAIACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.772-8 (86)PROCED. : GOIÁS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 7: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 7

ORIGEM : HC - 116690 - STFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : CARLOS VITAL CARVALHO GARCIAPACTE.(S) : MÁRCIO JOSÉ DE BASTOSIMPTE.(S) : ROBERTO SERRA DA SILVA MAIACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.773-6 (87)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116516 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : FABRÍCIO MARINS BARBOSAIMPTE.(S) : FABRÍCIO MARINS BARBOSA

HABEAS CORPUS 100.774-4 (88)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116510 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : EDSON BEZERRA DE GOUVÊIAIMPTE.(S) : EDSON BEZERRA DE GOUVÊIACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES DE

PRESIDENTE PRUDENTE

HABEAS CORPUS 100.776-1 (89)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116502 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : WESLEY RODRIGUES MOREIRAIMPTE.(S) : WESLEY RODRIGUES MOREIRACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE TEÓFILO OTÔNI

HABEAS CORPUS 100.777-9 (90)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116514 - STFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ADILSON MOREIRA DA SILVAIMPTE.(S) : ADILSON MOREIRA DA SILVA

HABEAS CORPUS 100.778-7 (91)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 116500 - STFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : LUIZ HENRIQUE VIUDESIMPTE.(S) : LUIZ HENRIQUE VIUDES

HABEAS CORPUS 100.779-5 (92)PROCED. : SERGIPEORIGEM : HC - 116875 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : CARLOS BATISTA FREIREIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.780-9 (93)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116493 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : LUCAS LEONEL DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : LUCAS LEONEL DE OLIVEIRA

HABEAS CORPUS 100.781-7 (94)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : HC - 116868 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : GIL GLAUBERT MARTINSIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.783-3 (95)PROCED. : PARANÁORIGEM : HC - 116969 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : CHAFIC ESPER KALLAS NETOIMPTE.(S) : GABRIEL BERTIN DE ALMEIDACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 144.299 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.784-1 (96)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : HC - 116948 - STF

RELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : TIAGO FLORIANO CAETANOIMPTE.(S) : DEFENSORIA-PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROADV.(A/S) : DEFENSOR-PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 123.400 E 144890

DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.785-0 (97)PROCED. : RORAIMAORIGEM : HC - 116953 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : DORCÍLIO ERIK CÍCERO DE SOUZAIMPTE.(S) : JOÃO CARLOS PIMENTEL FERREIRA E OUTRO

(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.786-8 (98)PROCED. : ESPÍRITO SANTOORIGEM : HC - 117088 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : JOSÉ AUGUSTO FREGONAZZIPACTE.(S) : JOÃO LUIZ FREGONAZZIIMPTE.(S) : MAURIZIO COLOMBACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 146.907 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 100.787-6 (99)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : HC - 117098 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : TIMÓTEO MARCOLINO DE FRANÇA OU TIMÓTEO

MARCELINO DE FRANÇA NETOIMPTE.(S) : TIMÓTEO MARCOLINO DE FRANÇACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

INQUÉRITO 2.857-6 (100)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : PROC - 0710090191036 - JDRELATOR :MIN. EROS GRAUAUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAISINDIC.(A/S) : ANTÔNIO EUSTÁQUIO ANDRADE FERREIRA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

INQUÉRITO 2.858-4 (101)PROCED. : PARÁORIGEM : PROC - 200520019462 - JDRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAINDIC.(A/S) : JOAQUIM DE LIRA MAIAADV.(A/S) : MARCELO ANTONIO DE ANDRADE E OUTRO (A/S)

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.881-2 (102)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116395 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAIMPTE.(S) : ASSOCIAÇÃO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA

AVALIADORES FEDERAIS NO ESTADO DE SERGIPE - ASSOJAF/SE

ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.882-1 (103)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116445 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEIMPTE.(S) : ANTONIO CARLOS CANDREVAADV.(A/S) : ERIK GUEDES NAVROCKY E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 8: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 8

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.883-9 (104)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116405 - STFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOIMPTE.(S) : SINDICATO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA

ELEITORAL DO ESTADO DO CEARÁ - SINJEADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.884-7 (105)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116404 - STFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAIMPTE.(S) : SINDICATO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA

ELEITORAL DO ESTADO DO CEARÁ - SINJEADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.885-5 (106)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116399 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAIMPTE.(S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES DO PODER

JUDICIÁRIO FEDERAL NO ESTADO DE MINAS GERAIS - SITRAEMG

ADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.886-3 (107)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116462 - STFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAIMPTE.(S) : MILTON JOAO IZOLANADV.(A/S) : RAQUEL WIEBBELLING E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : CARLOS HENRIQUE WIEBBELLINGIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.887-1 (108)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116644 - STFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAIMPTE.(S) : CRISTINA MARIA DO NASCIMENTO MANHÃES

MILOSKYADV.(A/S) : HERBERT SALLES DE SOUZAIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.888-0 (109)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116658 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : RICARDO CUSATOADV.(A/S) : LARISSA FIALHO MACIEL LONGO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOS

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.889-8 (110)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116672 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEIMPTE.(S) : JUAN OSCAR ALARCON ABORNOADV.(A/S) : LARISSA FIALHO MACIEL LONGO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOS

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.890-1 (111)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116683 - STFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIO

IMPTE.(S) : NATALINO DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : NATALINO FRAGOSO CARLOSIMPTE.(S) : ROGÉRIO DA SILVA RESENDEIMPTE.(S) : ULISES ALEJANDRO CASTANEDA BUSTAMANTEADV.(A/S) : ANTÔNIO SILVA FILHOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.891-0 (112)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116684 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOIMPTE.(S) : ELISABETE MARIA MIGUEL DA SILVAIMPTE.(S) : EMANUEL JORGE CORREA DA SILVAIMPTE.(S) : FÁTIMA ASSIS DE ALMEIDA BENTHERIMPTE.(S) : GERSON MARTINS DA MOTTAIMPTE.(S) : HELOISA ASSIS DE ALMEIDAIMPTE.(S) : ISA MARIA MONTEIRO DA SILVA BELOIMPTE.(S) : JOCEMAR AMARO DE PAULAIMPTE.(S) : LETICIA SCHETTINIIMPTE.(S) : MARCUS FERREIRA PESSÔAIMPTE.(S) : PAULO CARLOS SOARESADV.(A/S) : ANTÔNIO SILVA FILHOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.892-8 (113)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116682 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEIMPTE.(S) : ANA PAULA LIMA DOS SANTOSIMPTE.(S) : ANDRÉIA DE OLIVEIRA PAIMIMPTE.(S) : ANGELA MARIA DIASIMPTE.(S) : ANTONIO CARLOS CRIVELLA PEREIRAIMPTE.(S) : ANDRÉ LUIS DOS SANTOS ROCHAIMPTE.(S) : CARLOS ALBERTO GOMES DA ROCHAIMPTE.(S) : CARLOS ROBERTO DO NASCIMENTOIMPTE.(S) : CLÓVIS RAMOS DE FREITASIMPTE.(S) : SILMA DIAS GONÇALVES DA SILVAADV.(A/S) : ANTÔNIO SILVA FILHOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.893-6 (114)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MI - 116681 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAIMPTE.(S) : EVANDRO CÉSAR MANOELIMPTE.(S) : JORGE LONGARETTI DE QUEIROZIMPTE.(S) : JOSE CARLOS TEIXEIRA PIMENTELIMPTE.(S) : MÁRCIA CRISTINA COSTA DE AZEVEDOIMPTE.(S) : MOACIR GOMES ROSAIMPTE.(S) : NEI ROBSON DA SILVA RIBEIROIMPTE.(S) : NILTON ALVES RIBEIROIMPTE.(S) : RENATO DE CARVALHO BORGESIMPTE.(S) : ROSANGELA MOURA HERDYIMPTE.(S) : ROSEANE DE ANDRADE TEIXEIRAADV.(A/S) : ANTÔNIO SILVA FILHOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

MANDADO DE SEGURANÇA 28.136-7 (115)PROCED. : PERNAMBUCOORIGEM : MS - 88541 - STFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIIMPTE.(S) : ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES

DO ESTADO DE PERNAMBUCO - ANOREGADV.(A/S) : ISRAEL DOURADO GUERRA FILHOIMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PCA Nº

2008.10.00.002837-4)

REDISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

PETIÇÃO 4.660-9 (116)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : PET - 116546 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : UNIBANCO - UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/AADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO PINHEIRO CARNEIRO FILHO E

OUTRO (A/S)REQDO.(A/S) : TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE

JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RECURSO EXTRAORDINÁRIO CÍVEL Nº 2009.134.07311)

INTDO.(A/S) : JOÃO LUIZ MARQUESADV.(A/S) : HELOISA MARCARENHAS GALAXE E OUTRO (A/S)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 9: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 9

RECLAMAÇÃO 7.429-3 (117)PROCED. : PERNAMBUCOORIGEM : RCL - 179880 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECLTE.(S) : ESTADO DE PERNAMBUCOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 01059-2007-009-06-00-4)INTDO.(A/S) : MARIA DA PENHA DA SILVAADV.(A/S) : FLÁVIO JOSÉ DA SILVAINTDO.(A/S) : DINAMÉRICA SERVIÇOS GERAIS LTDAADV.(A/S) : JOÃO DE DEUS PEREIRA DA SILVA

REDISTRIBUÍDO

RECLAMAÇÃO 8.997-5 (118)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : RCL - 116460 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE UNAÍPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE UNAÍRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (PROCESSO Nº

22/2008-096-03-40.7)INTDO.(A/S) : GERALDO EVANGELHO MESQUITA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : RENATO DE OLIVEIRA E SILVA

RECLAMAÇÃO 8.998-3 (119)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : RCL - 116486 - STFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECLTE.(S) : JAIRO APARECIDO BATISTAADV.(A/S) : PAULO SERGIO CURTI E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : JUÍZA DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE MONTE ALTO (PROCESSO Nº 368.01.2009.002937-7/000000-000 - CONTROLE Nº 167/2009)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO E OUTRO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

RECLAMAÇÃO 8.999-1 (120)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : RCL - 116512 - STFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : COMPANHIA CATARINENSE DE ÁGUAS E

SANEAMENTO - CASANADV.(A/S) : CRISTIANO CONSORTE ZAPELINI E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 00981-2008-007-12-00-0)INTDO.(A/S) : SEBASTIÃO CÂNDIDO FERREIRAADV.(A/S) : HEVERTON DA SILVA LINS E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : EBV - EMPRESA BRASILEIRA DE VIGILÂNCIA

RECLAMAÇÃO 9.000-1 (121)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : RCL - 116485 - STFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECLTE.(S) : KRENIR PEREIRAADV.(A/S) : RICARDO BRANDT NASCHENWENG E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA (PROCESSO Nº 2008.042787-7)INTDO.(A/S) : MINSTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA

CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SANTA CATARINA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECLAMAÇÃO 9.001-9 (122)PROCED. : PERNAMBUCOORIGEM : RCL - 116527 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : JOSÉ RAWLINSON FERRAZADV.(A/S) : HÉLCIO FRANÇA E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : DELEGADO DE POLÍCIA DA DELEGACIA DE POLÍCIA

DA 165ª CIRCUNSCRIÇÃO - MUNICÍPIO DE INAJÁ (IPL Nº 053/2009)

RECLDO.(A/S) : JUÍZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE INAJÁ (IPL Nº 053/2009)

RECLAMAÇÃO 9.002-7 (123)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : RCL - 116488 - STFRELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : TÉCNICA INDUSTRIAL TIPH S/AADV.(A/S) : DANIELA DE FARIA MOTA PIRES CITINO E OUTRO

(A/S)RECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(AG/RE Nº 30548)INTDO.(A/S) : EMPRESA ELÉTRICA BRAGANTINA S/AADV.(A/S) : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO (A/S)

RECLAMAÇÃO 9.003-5 (124)PROCED. : BAHIAORIGEM : RCL - 116628 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : IVONILDO MARCELINO DE ALMEIDAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DA BAHIARECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE SENHOR DO BOMFIM (PROCESSO Nº 276.3888-5/2009)

RECLAMAÇÃO 9.004-3 (125)PROCED. : BAHIAORIGEM : RCL - 116639 - STFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECLTE.(S) : ROSELI SANTOS DO ROSARIOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DA BAHIARECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE SENHOR DO BOMFIM (PROCESSO Nº 2570266-6/2009)

RECLAMAÇÃO 9.005-1 (126)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : RCL - 116970 - STFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECLTE.(S) : JOSÉ DOS SANTOS LIMAADV.(A/S) : RICARDO APARECIDO BUENO GODOYRECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

RIO CLARO (PROCESSO Nº 1576/2008)INTDO.(A/S) : GIOVANA GONZALES ROLIM

RECLAMAÇÃO 9.006-0 (127)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : RCL - 116926 - STFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE CANELAADV.(A/S) : WAGNER ADILSON KOCH E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 01386-2007-351-04-00-7)INTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO CANELENSE DE APOIO À SAÚDEINTDO.(A/S) : TEREZINHA JOAQUINA DE MACEDOADV.(A/S) : ARI STOPASSOLA

RECLAMAÇÃO 9.007-8 (128)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : RCL - 116984 - STFRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECLTE.(S) : REINALDO CUSTÓDIO DA SILVARECLTE.(S) : MARIA CARMEM MARTINS MARQUESRECLTE.(S) : FUADE PEDRO ELIASADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO PEDROTTI DE ANDRADE E

OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

PALMITAL (AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 673/09)INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

RECLAMAÇÃO 9.008-6 (129)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : RCL - 117007 - STFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL (AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 70031354533)INTDO.(A/S) : MARCELO DOS SANTOS MAGALHÃES

RECLAMAÇÃO 9.009-4 (130)PROCED. : RIO GRANDE DO NORTE

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 10: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 10

ORIGEM : RCL - 116882 - STFRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE MACAUADV.(A/S) : SAULO PAULO BEZERRA GERMANO E OUTRO

(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE

MACAU (PROCESSOS NºS 00846-2009-021-21-00-2; 00845-2009-021-21-00-8; 00844-2009-021-21-00-3; 00847-2009-021-21-00-7; 00848-2009-021-21-00-1)

INTDO.(A/S) : ANTONIA VIANA ROCHA ALVESADV.(A/S) : SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : MARIA DAS GRAÇAS ALVES DA SILVAADV.(A/S) : SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : RAQUEL DE LIMA TRINDADEADV.(A/S) : SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : ROSÂNGELA DE SOUZA XAVIERADV.(A/S) : SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : PAULO EDUARDO LEOPOLDO DE MELOADV.(A/S) : SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA E OUTRO (A/S)

EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 518.871-0 (131)PROCED. : PIAUÍORIGEM : MS - 7188 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLOEMBTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍEMBDO.(A/S) : ANTÔNIO FRANCISCO DE SOUSA SILVA E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : FRANCISCO ANTONIO RODRIGUES MADUREIRA E

OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.704-9 (132)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AC - 20040161530 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : BANCO DO BRASIL (SUCESSOR DO BANCO DO

ESTADO DE SANTA CATARINA S/A - BESC)ADV.(A/S) : ENEIDA DE VARGAS E BERNARDES E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : VALDIR MARCO MEZZAROBAADV.(A/S) : DENYSSON FERLIN E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.759-1 (133)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MS - 781897 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E

TERRITÓRIOSRECDO.(A/S) : PAULO CÉSAR PEREIRA DE MENDONÇA E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : VERÔNICA BALBINO DE SOUZA E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.799-0 (134)PROCED. : PARANÁORIGEM : AC - 9604310798 - TRFRELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : ALMIR RUBENS GOTTARDI E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : IZABEL DILOHÊ PISKE SILVÉRIO

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.091-5 (135)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AMS - 200038000098506 - TRFRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : COOPERATIVA DE SERVIÇOS MÉDICOS LTDA -

SANCOOPADV.(A/S) : EMANUEL M S GARCIA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.121-1 (136)PROCED. : ACREORIGEM : AC - 20005202 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : TELECOMUNICAÇÕES DO ACRE S/A - TELEACREADV.(A/S) : HORÁCIO BERNARDES NETO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DO ACREPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.150-4 (137)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : PROC - 672082731520 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : WINICIUS DINIZ GONÇALVESADV.(A/S) : AURÉLIO RAIDER MELO NOGUEIRARECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.151-2 (138)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : APCRIM - 200572120001991 - TRFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : NILSON ANDOLFATTOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAINTDO.(A/S) : MAURÍCIO ANDRÉ FRIZONADV.(A/S) : FABIANO FRANCISCO CAITANO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.152-1 (139)PROCED. : BAHIAORIGEM : MS - 200733007102892 - TRFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : MARINA FRANCISCA DO ROSÁRIOADV.(A/S) : RUY OTTO TRINDADE NETO E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.153-9 (140)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 2252245100 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : MUNICÍPIO DE CABREÚVAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CABREÚVARECDO.(A/S) : EDES GIACOMINIADV.(A/S) : CLEUSA MARIA SCALET

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.154-7 (141)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 4169415000 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÃO DOS

SERVIDORES PÚBLICO DO MUNICÍPIO DE GARÇA - IAPEN

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GARÇARECDO.(A/S) : MARIA APARECIDA BATISTA JERONIMO E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : ALFREDO TADASHI MIYAZAWA E OUTRO (A/S)

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.155-5 (142)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 70004202768 - TJERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - IPERGSRECTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULRECDO.(A/S) : LUCIANE ILGES MIONADV.(A/S) : MARCUS VINÍCIUS MARTINS ANTUNES E OUTRO

(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.156-3 (143)PROCED. : PARANÁORIGEM : APCRIM - 200570090020571 - TRFRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : ELISANDRO DOS SANTOS JACQUES COELHOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.157-1 (144)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200171130031169 - TRFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : BANCO CENTRAL DO BRASILPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL DO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 11: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 11

BRASILRECDO.(A/S) : JANES MARIA NEDEFF COLAO MERLO E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : AVELINO BELTRAME E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.158-0 (145)PROCED. : PARANÁORIGEM : PROC - 200170000046031 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : DILSO SANTOS ROSSIADV.(A/S) : GILBERTO LUIZ DO AMARAL E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.162-8 (146)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200371000391780 - TRFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : RENY STROHSCHOEN MARTINS DE MELLOADV.(A/S) : MIRIAM WINTER E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.163-6 (147)PROCED. : PARANÁORIGEM : MS - 4115322 - TJERELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁRECDO.(A/S) : CORUJÃO COMÉRCIO DE AUTOMÓVEIS LTDAADV.(A/S) : MARILENE DARCI DALMOLIN VENSÃO E OUTRO

(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.166-1 (148)PROCED. : RIO DE JANEIROORIGEM : AC - 200400130129 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : DISBARRA - DISTRIBUIDORA BARRA DE VEÍCULOS

LTDAADV.(A/S) : ANDRÉ FURTADO E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.168-7 (149)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : AC - 20030110187517 - TJERELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E

TERRITÓRIOSRECDO.(A/S) : TOP ALIMENTOS LTDAADV.(A/S) : IVAN SOARES RASLAN E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.169-5 (150)PROCED. : MINAS GERAISORIGEM : AC - 10024045194610001 - TJERELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : LUIZ MACARIO PEREIRAADV.(A/S) : HÉLIO BATISTA BOLOGNANIRECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MINAS

GERAIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.170-9 (151)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200771000413421 - TRFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : HENRIQUE NASCHOLDADV.(A/S) : SIRLEI BERNADETE ZUCCHETTO TEIXEIRA E OUTRO

(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.171-7 (152)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AI - 101135905 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : AMANCO BRASIL LTDAADV.(A/S) : MARCOS ANTONIO MARTINSRECDO.(A/S) : IVANILDO ELIAS MARREIROADV.(A/S) : MARLI TOCCOLI E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.172-5 (153)PROCED. : PERNAMBUCOORIGEM : PROC - 93765501 - TJERELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : VLADEMIR JOSE DE ASSISADV.(A/S) : MAURÍCIO LACERDA SOBRINHO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE PERNAMBUCOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

PERNAMBUCO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.173-3 (154)PROCED. : MARANHÃOORIGEM : AI - 326212005 - TJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : COLONIAL ASSESSORIA LTDAADV.(A/S) : GLAUCE RIBEIRO DA SILVA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO LUÍSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.174-1 (155)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AI - 3027595300 - TJERELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : MUNICÍPIO DE SANTO ANDRÉADV.(A/S) : SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJALADV.(A/S) : SÉRGIO RABELLO TAMM RENAULTRECDO.(A/S) : EVALDO GOMES BRAGANÇA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ NORBERTO DE TOLEDO

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.176-8 (156)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AMS - 200271000207501 - TRFRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : ROSEMA TRANSPORTES ROSEMBERG LTDAADV.(A/S) : DENNIS BARIANI KOCH E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.178-4 (157)PROCED. : BAHIAORIGEM : MS - 200733007090689 - TRJEFRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : DIONÍSIO FERREIRA DOS SANTOSADV.(A/S) : VICTOR HUGO LOPES DA SILVEIRA E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.180-6 (158)PROCED. : SERGIPEORIGEM : AC - 14482009 - TJERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECDO.(A/S) : MARIA DA PUREZA ALCANTARA MOREIRA E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : ANTONIO FERNANDO VALERIANO E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.181-4 (159)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AMS - 20047206001052 - TRFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : SOFIA INDUSTRIAL E EXPORTADORA LTDAADV.(A/S) : IVAR LUIZ NUNES PIAZZETA E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.182-2 (160)PROCED. : BAHIAORIGEM : MS - 200733007060919 - TRCJERELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA 5ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL

FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.183-1 (161)PROCED. : RIO GRANDE DO SULORIGEM : AC - 200171020002461 - TRFRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 12: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 12

RECDO.(A/S) : RENI PARNOWADV.(A/S) : MARCOS ERNANI SENGER

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.184-9 (162)PROCED. : SANTA CATARINAORIGEM : AI - 200104010396875 - TRFRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO FRANCISCO DO SULADV.(A/S) : PAULO HENRIQUE HOSTIN SILVARECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAINTDO.(A/S) : DALMIR CARLOS BONETTOADV.(A/S) : MÁRCIO LUIZ TEIXIERAINTDO.(A/S) : ANTONIO ALVES DE MOURA FILHO E OUTRO (A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.185-7 (163)PROCED. : SÃO PAULOORIGEM : AC - 200203990027448 - TRFRELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : CARAIGÁ VEÍCULOS LTDAADV.(A/S) : MARCELO BAETA IPPOLITO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃO E OUTRO (A/S)PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.251-1 (164)PROCED. : DISTRITO FEDERALORIGEM : MS - 13657 - STJRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : OTÁVIO LEITE OU OTÁVIO SANTOS SILVA LEITEADV.(A/S) : CARLOS BASTIDE HORBACHRECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

MINISTRO DISTR REDIST TOT

MIN. CELSO DE MELLO 18 2 20

MIN. MARCO AURÉLIO 17 0 17

MIN. ELLEN GRACIE 22 0 22

MIN. CEZAR PELUSO 14 0 14

MIN. CARLOS BRITTO 15 0 15

MIN. JOAQUIM BARBOSA 17 1 18

MIN. EROS GRAU 19 0 19

MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 13 2 15

MIN. CÁRMEN LÚCIA 24 0 24

TOTAL 159 5 164

Nada mais havendo, foi encerrada a presente Ata de Distribuição. PATRICIA PEREIRA DE MOURA MARTINS, Coordenadora de Processamento Inicial Substituta , ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária.

Brasília, 18 de setembro de 2009.

DECISÕES E DESPACHOS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 728.496-5 (165)PROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : SOLANGE FREITAS DA SILVA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: O Ministro Marco Aurélio encaminhou estes autos com o seguinte despacho (fl. 878):

Constato que, em 3 de junho de 2008, foi distribuído ao ministro Eros Grau o Agravo de Instrumento n.º 717.368/AL, cujo objetivo era obter o processamento do extraordinário interposto contra o acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça, relativo à mesma causa. O agravo regimental interposto foi desprovido pela 2ª Turma. Assim, tem-se a prevenção.

O presente recurso extraordinário e o AI n.º 717.368 têm a mesma origem. Referido agravo foi distribuído, em 3.6.2008, para o Ministro Eros

Grau, que lhe negou provimento. Contra referida decisão monocrática foi interposto agravo regimental, que teve provimento negado pela Segunda Turma, em acórdão publicado em 7.8.2009.

Este agravo de instrumento foi distribuído em 2.10.2008, quando já estava em tramitação neste Tribunal o AI n.º 717.368.

Nos termos do art. 69, do RISTF, o Ministro Eros Grau encontra-se prevento para o conhecimento do presente recurso.

Diante do exposto, determino a redistribuição do presente feito para o Ministro Eros Grau, por prevenção decorrente do conhecimento do AI n.º 717.368.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 46-6 (166)PROCED. : DISTRITO FEDERALPROPTE.(S) : DAVID ANTONIO DE CASTRO JÚNIOR

DECISÃO: Em parecer de fls. 15/16, a Comissão de Jurisprudência manifestou-se pelo arquivamento da presente proposta de edição de súmula vinculante, nos seguintes termos:

1. Trata-se de pedido de edição de súmula vinculante formulado por David Antonio de Castro Júnior, em matéria de apuração do teto salarial no Serviço Público.

2. Cabe a esta Comissão de Jurisprudência, nos termos do art. 1º da Resolução STF 388, de 05.12.2008, verificar a adequação formal da presente proposta de edição de súmula vinculante.

Verifica-se, inicialmente, que a petição inicial não foi subscrita por profissional da Advocacia legalmente habilitado, faltando ao peticionário, portanto, capacidade para postular perante esta Suprema Corte por seu próprio nome.

Além disso, o proponente não possui legitimidade ativa ad causam, uma vez que, conforme dispõem o art. 103-A, § 2º, da Constituição Federal, e o art. 3º da Lei 11.417/2006, somente estão autorizadas a requerer a edição de novas súmulas vinculantes as autoridades e entidades legitimadas a ajuizar ações diretas de inconstitucionalidade (art. 103 da Constituição), bem como o Defensor Público-Geral da União, os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, os Tribunais Regionais Federais, do Trabalho e Eleitorais, os Tribunais Militares e os Municípios, nos processos em que sejam parte (art. 3º, VI e XI, da Lei 11.417/2006).

3. Ante o exposto, por não ter sido satisfeito requisito formal indispensável para sua regular tramitação, manifesta-se esta Comissão de Jurisprudência pelo imediato arquivamento da presente proposta de edição de súmula vinculante.

Ante o exposto, acolho o parecer da Comissão de Jurisprudência e determino o arquivamento desta proposta de edição de súmula vinculante.

Publique-se.Arquive-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.132-1 (167)PROCED. : MINAS GERAISRECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : ANTÔNIO GERALDO SANTOSADV.(A/S) : ANTÔNIO CHAGAS FILHO E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e seu trânsito em julgado, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 24 de agosto de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PETIÇÕES AVULSAS

PETIÇÃO AVULSA 75.952/2009 (168)REQTE.(S) : MARCO AURÉLIO AGUIAR BARRETO

DECISÃO: Na Petição no 75.952/2009, MARCO AURÉLIO AGUIAR BARRETO menciona não estar legitimado na forma do artigo 103 da Constituição Federal e pede que o Supremo Tribunal Federal (STF) proponha, de ofício, a edição de súmula vinculante destinada a fixar o entendimento de que é aplicável, na Justiça do Trabalho, a prescrição intercorrente.

O peticionante não possui legitimidade para propor a edição de enunciado de súmula vinculante segundo o disposto no artigo 3º da Lei no

11.417/2006. No entanto, a deliberação sobre a edição de enunciado de súmula a

respeito do assunto tratado dependeria da atual existência de uma inequívoca

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 13: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 13

consolidação jurisprudencial da matéria no sentido pretendido pelo proponente.

Falta, no caso, o apontamento de reiteradas decisões desta Corte sobre essa questão que pudessem embasar a edição de uma súmula vinculante.

Considerando a ausência desse requisito formal, não cabe ao STF a propositura da edição de súmula vinculante sobre o tema versado na Petição no 75.952/2009.

Ante o exposto, arquive-se a Petição no 75.952/2009.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DA PRESIDÊNCIA

AG.REG.NA SUSPENSÃO LIMINAR 96-9 (169)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEAGTE.(S) : BCP S/AADV.(A/S) : JOSÉ CARLOS TANNURI VELLOSO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : AMÉRICO TAKAHASHIADV.(A/S) : BRENNO FERRARI GONTIJO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : PREFEITURA MUNICIPAL DE COTIA

DECISÃO:Trata-se de agravo regimental, interposto por BCP S/A, contra decisão desta Presidência (fl. 276) que negou seguimento ao pedido de suspensão da liminar proferida pelo Juízo da 3ª Vara Cível da Comarca de Cotia/SP, nos autos do processo 152.01.2004.017200-6.

Em despacho de 5.5.2009, requeri informações ao agravante quanto ao interesse no prosseguimento do feito.

Na petição 64.510/2009 (fl. 381), o agravante informa sobre sentença proferida no sentido de julgar improcedente a ação e aponta a perda de objeto da presente suspensão.

Em consulta ao sítio do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, verifico que a liminar foi revogada no bojo da sentença proferida pelo Juízo da Vara Cível da Comarca de Cotia/SP e que tal decisão transitou em julgado.

Ante do exposto, julgo prejudicado o presente agravo regimental pela perda superveniente de seu objeto (art. 297, § 3º, c/c o art. 21, IX, do RISTF).

Publique-se.Arquivem-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PETIÇÃO 4.657-9 (170)PROCED. : TOCANTINSRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE TOCANTINSADV.(A/S) : ANDRÉ FRANCISCO NEVES SILVA DA CUNHA E

OUTRO (A/S)REQDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (RCED Nº 698/TO)

DECISÃO: Trata-se de pedido de “suspensão de execução de decisão”, autuado como petição, formulado por Marcelo de Carvalho Miranda, com base no art. 4°, § 2º, da Lei nº 4.348/1964 (revogada pela Lei nº 12.016/2009), a fim de obter a sustação dos efeitos da decisão proferida pelo Tribunal Superior Eleitoral, que, nos autos do Recurso contra Expedição de Diploma nº 698/TO, determinou o imediato afastamento do requerente do cargo de Governador do Estado de Tocantins.

Alega o requerente que o Tribunal Superior Eleitoral não teria competência para o julgamento do mencionado recurso, que, em verdade, deveria ter sido apreciado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Estado de Tocantins.

Afirma, também, que o imediato cumprimento da decisão proferida pela Corte Eleitoral geraria quadro de instabilidade institucional, tendo em vista a possibilidade de sua posterior revisão por este Supremo Tribunal Federal.

Decido. A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Lei nº

12.016/2009, Lei nº 9.494/1997, Lei 8.437/1992 e art. 297 do RI/STF) permite que a Presidência deste Supremo Tribunal Federal suspenda, em despacho fundamentado, a execução de decisões concessivas de segurança, de medida cautelar, de tutela antecipada ou de liminares, proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Verifica-se, pois, que nem toda decisão judicial enseja a formulação de pedido de contracautela perante a Presidência deste Supremo Tribunal Federal.

Em regra, os pedidos de suspensão somente podem ser formulados em face de decisões cautelares ou antecipatórias, decorrentes, portanto, de cognição apenas superficial dos elementos da causa.

Todas as vezes em que o legislador pretendeu atribuir à Presidência dos Tribunais Superiores, Regionais Federais ou de Justiça, a competência

para suspender os efeitos de decisões de mérito, o fez expressamente. É o que se extrai do disposto no art. 15 da Lei nº 12.016/2009, que

atribui à Presidência dos referidos órgãos jurisdicionais a competência para a sustação dos efeitos “da liminar e da sentença” proferidas em mandado de segurança individual ou coletivo. O art. 297 do RI/STF também menciona expressamente “a execução de liminar ou da decisão concessiva do mandado de segurança”.

Do mesmo modo, o art. 4º, § 1º, da Lei nº 8.437/1992 dispõe acerca da possibilidade de se determinar a suspensão da eficácia da “sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado”.

No caso, verifica-se que a decisão impugnada não se subsume a nenhuma das hipóteses acima mencionadas. Não se trata de liminar, tutela antecipada, sentença proferida em mandado de segurança, ação cautelar inominada, ação popular ou ação civil pública.

Por conseguinte, não possui a Presidência deste Supremo Tribunal Federal competência para suspender a eficácia da decisão impugnada, proferida pelo Tribunal Superior Eleitoral no âmbito de ação eleitoral típica denominada “recurso contra expedição de diploma”.

Por fim, cumpre salientar que os mesmos argumentos suscitados neste incidente de contracautela também serviram de fundamento para a Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental nº 167, Rel. Eros Grau, no âmbito da qual ainda pende de apreciação pedido de medida cautelar, a fim de que sejam suspensos os “recursos contra expedição de diploma” em curso perante o TSE, referentes às eleições estaduais e federais.

Incidentalmente à mencionada ADPF, o requerente também ajuizou a Ação Cautelar nº 2.431, com o intuito de obter provimento judicial idêntico ao ora pleiteado, ou seja, a suspensão dos efeitos da decisão que lhe cassara o mandato. A referida ação cautelar, no entanto, foi extinta, sem resolução do mérito, em 24 de agosto de 2009, por entender o Relator, Min. Eros Grau, que a via processual escolhida não era a adequada.

Pelos motivos acima expostos, tampouco se revela adequada a via do incidente de contracautela.

Ante o exposto, tendo em vista o disposto no art. 21, § 1º, do RI/STF, nego seguimento à presente petição.

Comunique-se.Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.550-3 (171)PROCED. : PIAUÍRELATOR :MINISTRO PRESIDENTERECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE TERESINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TERESINARECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ

(APELAÇÃO Nº 07.002197-0)

DECISÃO: Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo Município de Teresina/PI contra duas decisões monocráticas proferidas nos autos da Remessa de ofício/Apelação n.º 07.002197-0, em trâmite no Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, com alegação de desrespeito à autoridade da decisão do Supremo Tribunal Federal na Suspensão de Tutela Antecipada (STA) n.º 89/PI.

Inicialmente, o Ministério Público do Estado do Piauí e o PROCON/PI ajuizaram ação civil pública perante a 1ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Teresina/PI (processo n.º 204.090.2005), requerendo a condenação do Município de Teresina/PI para realizar a licitação do sistema de transporte coletivo urbano da capital. O processo foi julgado procedente em 19.4.2006, determinando-se o início imediato dos procedimentos prévios de licitação pública para a concessão de todas as linhas de transporte urbano (fls. 84-94).

Segundo informa o reclamante, em 24.5.2006 as empresas que atualmente exploram as referidas linhas de transporte urbano ajuizaram outra ação (processo n.º 119912006), com pedido de tutela antecipada, requerendo a prorrogação de seus contratos por sete anos. O Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Teresina/PI deferiu a antecipação da tutela e determinou a prorrogação dos referidos contratos (fls. 96-101).

O Município de Teresina/PI ajuizou suspensão de tutela antecipada ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí. A liminar foi deferida para suspender a decisão impugnada no processo n.º 119912006.

Contra essa decisão da Presidência as empresas interpuseram agravo regimental, que foi provido, restaurando-se a decisão de primeiro grau.

Em seguida, o Ministério Público Federal ajuizou, perante o Supremo Tribunal Federal, a Suspensão de Tutela Antecipada n.º 89/PI, que foi deferida para suspender a decisão interlocutória impugnada, em razão da existência de sentença, no processo n.º 204.090.2005, determinando a imediata realização de licitação (fls. 106-112). Na decisão, a Ministra Ellen Gracie considerou o seguinte:

“7.Em juízo mínimo de delibação (SS 846-AgR/DF, rel. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 08.11.1996; e SS 1.272-AgR/RJ, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 18.5.2001), entendo que a decisão impugnada ofende, em princípio, o que dispõem os arts. 37, caput e XXI, e 175, caput, da

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 14: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 14

Constituição da República, ao impedir a realização de procedimento licitatório para a imediata concessão do serviço público de transporte urbano da cidade de Teresina, ao prorrogar os contratos de concessão de serviço público firmados com as autoras, empresas de transporte urbano, pelo prazo de sete anos.

Encontra-se devidamente demonstrada a grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordens jurídico-constitucional e jurídico-processual, porque a decisão em tela impede a plena eficácia do princípio da obrigatoriedade da realização de licitação para a concessão de serviços públicos. Ademais, ao que pude perceber, em juízo preliminar, as ações em questão têm o mesmo objeto, qual seja, a concessão de serviço público de transporte urbano na cidade de Teresina, certo que a ação civil pública foi proposta anteriormente àquela cuja decisão se pretende aqui suspender.

Não pode o Município de Teresina estar sujeito a duas decisões antagônicas, uma que determina o início imediato dos procedimentos prévios para a realização de licitação pública e outra que prorroga, por sete anos, os contratos de concessão atuais, sob pena de lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem administrativa.

(...)8. Ante o exposto, defiro o pedido de suspensão da execução da

decisão proferida pelo Juízo de Direito da 2ª Vara dos Feitos da Fazenda Pública da Comarca de Teresina nos autos da Ação de Conhecimento pelo Procedimento Ordinário n.º 119912006.” (STA n.º 89, Min. Ellen Gracie, DJ 5.2.2007; grifos nossos).

Após, foi interposto agravo regimental contra essa decisão. O recurso foi improvido nos termos da seguinte ementa:

“AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA. TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL. LICITAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA.

1. Ocorrência de grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem jurídico-constitucional.

2. Existência de precedentes do Supremo Tribunal Federal no sentido da impossibilidade de prestação de serviços de transporte de passageiros a título precário, sem a observância do devido procedimento licitatório.

3. Cabimento do presente pedido de suspensão, que se subsume à hipótese elencada no art. 4º, § 3º e § 4º, da Lei 8.437/92.

4. Agravo regimental improvido”. (STA 89-AgR, rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ 15.2.2008; grifo nosso)

Em 15.2.2007, o Juízo da 2ª Vara da Fazenda Pública da Comarca de Teresina prolatou sentença de mérito no processo n.º 119912006, julgando procedente a ação e confirmando a decisão de antecipação da tutela (fls. 114-125). Na sentença, foram expressamente afastados os argumentos de conexão com o processo n.º 204.090.2005, de prevenção do Juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública e de conflito de competência (fls. 119-121).

A questão chegou ao Tribunal de Justiça do Estado do Piauí por meio da Remessa de Ofício/Apelação n.º 07.002197-0, que tramita em segredo de justiça, e na qual o Desembargador Relator proferiu as duas decisões reclamadas.

Na primeira, de 20.10.2008, determinou ao Presidente da Câmara Municipal de Teresina a suspensão da discussão da matéria até o fim do trâmite das ações em curso (fl. 173). Diante da notícia de descumprimento dessa decisão, prolatou a segunda, em 18.12.2008, na qual determinou ao Prefeito a abstenção da prática de qualquer ato concernente ao procedimento da referida licitação (fl. 178).

O Município requereu extensão da decisão proferida na STA n.º 89/PI a essas duas novas decisões do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí, sendo o pedido negado em razão do trânsito em julgado da STA (DJ 26.3.2009).

Daí a presente reclamação, com pedido liminar, por suposta violação à autoridade da decisão do STF.

No que se refere à plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris), o reclamante aduz o seguinte:

“A necessidade do presente provimento liminar exsurge do fato de que as decisões atacadas, na prática, inviabilizam a realização de licitação do sistema de transporte público urbano de Teresina, o que representa uma repercussão social enorme, privilegiando, por via transversa, a prestação precária do serviço do transporte coletivo urbano.

Tal precarização é repelida fortemente pela jurisprudência desta Suprema Corte:

(...) [RE 264.621, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 8.4.2005]Outro não foi o pronunciamento do STF quando da análise da STA

89, cuja decisão esta reclamação pretende preservar:AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA.

TRANSPORTE PÚBLICO MUNICIPAL. LICITAÇÃO. OBRIGATORIEDADE. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA. 1. Ocorrência de grave lesão à ordem pública, considerada em termos de ordem jurídico-constitucional. 2. Existência de precedentes do Supremo Tribunal Federal no sentido da impossibilidade de prestação de serviços de transporte de passageiros a título precário, sem a observância do devido procedimento licitatório. 3. Cabimento do presente pedido de suspensão, que se subsume à hipótese elencada no art. 4º, § 3º e § 4º, da Lei 8.437/92. 4. Agravo regimental improvido. (STA 89-AgR, rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJ 15.2.2008)

Constata-se, portanto, que as decisões em análise, além de contrariar decisum do STF, são manifestamente ilegítimas e contrárias ao interesse público, abalando gravemente a segurança e a ordem públicas, o que justifica a concessão de medida liminar, de forma inaudita altera pars, para sustar imediatamente os seus efeitos”. – (fls. 13-14; grifo no original)

Assim, o Município de Teresina requer a concessão da medida liminar para suspender as decisões impugnadas.

Decido.A reclamação, prevista no art. 102, inciso I, alínea “l”, da Constituição

da República, destina-se à preservação da competência e à garantia da autoridade das decisões deste Supremo Tribunal Federal.

Portanto, as decisões reclamadas devem ser cotejadas com o decidido na STA n.º 89/PI, para averiguar possível violação da autoridade de decisão desta Corte.

As decisões judiciais reclamadas foram proferidas nos autos da Remessa de Ofício/Apelação n.º 07.002197-0. Transcreve-se, a seguir, o teor da primeira:

“A parte Apelada na presente Apelação Cível peticionou comunicando que a Câmara Municipal de Teresina pretende realizar Sessão no dia 21.10.2008 a fim de tratar da matéria Licitação das Linhas de Transportes Municipais de Teresina. Afirma, também, que estão tramitando neste Tribunal, especificamente sob a relatoria deste Desembargador, três ações versando sobre o tema das licitações das linhas de ônibus urbanos de Teresina, encontrando-se sub judice a presente matéria. E, por essa razão, requer a abstenção de quaisquer atos, votações, sessões tratando da licitação de transportes urbanos de Teresina.

De fato tramitam neste Egrégio Tribunal de Justiça três ações versando sobre a questão da licitação dos ônibus, de modo que se afigura mais razoável e prudente aguardar a tramitação das demandas para só posteriormente realizar as providências pertinentes ao tema, a fim de prevenir e evitar futuras controvérsias.

Diante da comunicação da Sessão Legislativa que será realizada na Câmara Municipal de Teresina em 21.10.2008 e de estar sub judice a presente questão, determino seja oficiado o Presidente da Câmara Municipal de Teresina por entender ser mais prudente que se aguarde a tramitação das ações em curso neste Tribunal.

Outrossim, intime-se a parte Apelante, Município de Teresina, acerca do teor da presente decisão, e preste informações que entenda necessárias sobre a matéria.

Intime-se. Publique-se. Cumpra-se.Teresina, 20 de outubro de 2008.Des. JOSÉ RIBAMAR OLIVEIRARelator” – (fl. 173; grifo nosso)Em face da realização da sessão legislativa na Câmara Municipal, foi

prolatada a segunda decisão:“Em decisão proferida em 20.10.2008, diante da comunicação de

realização de Sessão Legislativa, determinou-se o aguardo do trâmite do presente Processo, bem como os demais processos de relatoria deste Desembargador acerca da mesma matéria.

Inobstante a referida decisão, foi votada em Sessão Legislativa a permissão de realização de licitações sobre o transporte urbano municipal de Teresina – PI.

Dessa forma, por entender ser conveniente e mais prudente aguardar o desfecho das vertentes demandas, determino seja oficiado o Sr. Prefeito Municipal de Teresina – PI, Dr. Sílvio Mendes, a fim de que o mesmo se abstenha de praticar qualquer ato referente ao procedimento de licitação do Sistema de Transportes Coletivos Urbanos de Teresina até o julgamento das Ações e Recursos em trâmite neste Tribunal de Justiça.

Intime-se. Publique-se. Cumpra-se.Teresina, 18 de dezembro de 2008.Des. JOSÉ RIBAMAR OLIVEIRARelator” – (fl. 178; grifo nosso)Entendo prejudicado o pedido no tocante à primeira decisão, em

razão da perda de seu objeto.Apreende-se do excerto acima transcrito que a segunda decisão

impugnada determinou a suspensão dos procedimentos referentes à realização da licitação dos serviços de transporte público coletivo urbano na cidade de Teresina/PI.

Ocorre que essa determinação contraria o que foi decidido pelo Supremo Tribunal Federal.

Na STA n.º 89/PI, suspenderam-se os efeitos da decisão proferida na ação ordinária n.º 119912006, que havia antecipado os efeitos da tutela com vistas à “imediata prorrogação dos contratos firmados com as empresas Requerentes, correspondentes a todas as linhas de ônibus exploradas atualmente pelas mesmas e detalhadas às fls. 04/09, pelo prazo de 07 (SETE) anos (...)” (fls. 100-101).

O regramento do regime de contracautela contido nas Leis n.º 12.016/09, 8.437/92 e 9.494/97 não deixa dúvidas de que o pedido de suspensão se estende até o trânsito em julgado da ação principal. A Súmula 626 desta Corte assim dispõe:

“A suspensão da liminar em mandado de segurança, salvo determinação em contrário da decisão que a deferir, vigorará até o trânsito em julgado da decisão definitiva de concessão da segurança ou, havendo recurso, até a sua manutenção pelo Supremo Tribunal Federal, desde que o

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 15: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 15

objeto da liminar deferida coincida, total ou parcialmente, com o da impetração.”

No julgamento da STA n.º 89/PI, não houve determinação em contrário a essa regra geral, devendo a decisão vigorar até o trânsito em julgado, conforme pacífico entendimento desta Corte, do qual se destaca o seguinte precedente:

“E M E N T A: RECLAMAÇÃO - LIMINAR MANDAMENTAL CONCEDIDA POR DESEMBARGADOR-RELATOR - SUSPENSÃO DA EFICÁCIA EXECUTIVA DESSE PROVIMENTO LIMINAR, DERIVADA DA OUTORGA, PELO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DE MEDIDA DE CONTRACAUTELA (LEI N.º 4.348/64, ART. 4º) - POSTERIOR CONCESSÃO, PELO TRIBUNAL DE JUSTIÇA, DO PRÓPRIO MANDADO DE SEGURANÇA - ACÓRDÃO CONCESSIVO QUE, NÃO OBSTANTE A MEDIDA DE CONTRACAUTELA PREVIAMENTE DEFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, TORNA EFETIVO O PROVIMENTO LIMINAR ANTERIORMENTE SUSPENSO - EFEITO PROSPECTIVO QUE RESULTA DA DECISÃO EMANADA DO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, EM SEDE DE CONTRACAUTELA (LEI N.º 4.348/64, ART. 4º, C/C A LEI N.º 8.038/90, ART. 25) - DESRESPEITO À AUTORIDADE DECISÓRIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL - RECLAMAÇÃO PROCEDENTE. - A eficácia da decisão do Presidente do Supremo Tribunal Federal, proferida no exercício do poder de contracautela (Lei n.º 4.348/64, art. 4º), não obstante inicialmente limitada à suspensão de liminar mandamental, também paralisa, por efeito da prospectividade que lhe é inerente, todas as conseqüências jurídicas decorrentes da ulterior concessão do mandado de segurança, desde que o conteúdo daquele provimento liminar revele-se idêntico ao do acórdão que deferiu o "writ" constitucional. Esse efeito prospectivo - que inibe a produção da carga eficacial resultante do deferimento do mandado de segurança - perdurará até que sobrevenha o trânsito em julgado do acórdão que concedeu a ordem mandamental. Precedente.” (Reclamação n.º 718-9/PA, Rel. Min. Celso de Mello, Pleno, DJ 3.10.2003)

Ao cotejar as razões da presente reclamação com o disposto na referida STA, apreende-se que a decisão ora reclamada contraria o que foi decidido por esta Corte.

Os fundamentos declinados nos autos da STA n.º 89/PI permitem concluir que a decisão de 1ª instância foi suspensa em razão da impossibilidade de estar o Município obrigado a cumprir dois comandos contraditórios: um no sentido da realização dos procedimentos prévios à licitação dos serviços públicos de transporte urbano coletivo, e outro determinando a prorrogação dos atuais contratos administrativos.

Ademais, no julgamento do Agravo Regimental, levantou-se a questão da impossibilidade de prestação desse serviço público de forma precária, conforme se depreende de trecho da ementa do agravo regimental julgado:

“(...)2. Existência de precedentes do Supremo Tribunal Federal no sentido

da impossibilidade de prestação de serviços de transporte de passageiros a título precário, sem a observância do devido procedimento licitatório.”

A segunda decisão reclamada determinou, entretanto, a abstenção da prática de qualquer ato referente à licitação do sistema de transportes coletivos urbanos de Teresina/PI até o julgamento da questão no Tribunal de Justiça.

Ante o exposto, defiro parcialmente o pedido liminar para suspender, até o julgamento final desta reclamação, os efeitos da decisão proferida em 18.12.2008 pelo Desembargador José Ribamar Oliveira, nos autos da Remessa de Ofício/Apelação n.º 07.002197-0.

Requisitem-se informações à autoridade reclamada.Após, dê-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República. Comunique-se com urgência. Publique-se.Brasília, 3 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SEGUNDO AG.REG. NA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.456-1 (172)PROCED. : PARÁRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEAGTE.(S) : ESTADO DO PARÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARÁAGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS SERVIDORES TEMPORÁRIOS DO

ESTADO DO PARÁADV.(A/S) : ELIANA DE NAZARÉ CHAVES UCHÔA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS DEFENSORES PÚBLICOS DO

ESTADO DO PARÁ - ADPEPADV.(A/S) : MARCELO GUIMARÃES RODRIGUES E OUTRO

(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo regimental interposto pelo Estado do Pará em face de decisão formalizada pela Ministra Ellen Gracie, então Presidente desta Corte, que, reconsiderando ato anterior, indeferiu o pleito de suspensão.

O Estado do Pará, mediante a Petição/STF n.º 112.983/2009,

subscrita por Procurador de Estado, manifesta desistência deste recurso, ante a perda superveniente do objeto, tendo em vista o provimento da Apelação n.º 2009.3.003633-7, julgada pelo Tribunal de Justiça daquele Estado.

Ante o exposto, homologo o pedido de desistência (art. 21, VIII, do RI-STF).

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE LIMINAR 313-5 (173)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : MUNICÍPIO DE SANTANA DE PARNAÍBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTANA

DE PARNAÍBAREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVOS DE INSTRUMENTO NºS 839.968-5/8-00 E 839.797-5/7-00)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de liminar, formulado pelo Município de Santana do Parnaíba, em face dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (fls. 18-27 e fls. 28-36), nos autos dos Agravos de Instrumento n.º 839968-5/8-00 e n.º 839797-5/7-00, que, confirmando a decisão de primeiro grau, anteciparam os efeitos da tutela para que o Município requerente abstenha-se de promover qualquer nova nomeação para cargos em comissão e promova a adequação e invalidação de nomeação de funcionários que exerçam funções de confiança que extrapolam as condições impostas pelo art. 37, V, da Constituição Federal.

Na origem, o Ministério Público do Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública objetivando suspender a eficácia de leis municipais (LC 6/97, LC 8/97, LC 9/97, LC 103/98 e LC 2.147/99), por entender que as normas impugnadas, ao fixarem o preenchimento de “cargos de caráter estritamente profissional ou burocrático que não exigem dos agentes nenhum vínculo de especial confiança ou fidelidade com o Prefeito Municipal” (fl. 42), bem como o elevado percentual – cerca de 50% (fl. 54) - de cargos em comissão para funções administrativas, violam o princípio constitucional do concurso público. Pleiteou o Ministério Público que 90% dos cargos em comissão fossem ocupados por servidores de carreira (fl. 60).

O Juízo de 1º grau, às fls. 88-91, concedeu parcialmente a antecipação dos efeitos da tutela, apenas considerado o item “a” do pedido constante da inicial. Eis o teor do mencionado item:

“a) – abstenção de qualquer nova nomeação para os cargo referidos na inicial, sem a prévia adequação da legislação municipal à constituição federal, que assegure o prévio concurso público para provimento dos mesmos ou a nomeação em comissão, condicionada à escolha a funcionários integrantes das respectivas carreiras dos cargos de direção, chefia ou assessoramento, em percentual não inferior a 90%, que reflita efetivamente o caráter excepcional da escolha de pessoa fora da carreira e a preferência pelos funcionários concursados.” (fl. 64)

Contra essa decisão o Município de Santana do Parnaíba e o Ministério Público estadual interpuseram agravos de instrumento sob os respectivos n.os 839.968 e 839.797.

A ementa do acórdão resultante do julgamento do AI 839.968, interposto pelo Município, assim dispõe:

“NULIDADE DA DECISÃO – INOBSERVÂNCIA DE LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO – INOCORRÊNCIA – A OCUPAÇÃO DE CARGOS EM COMISSÃO, COM DEMISSIBILIDADE AD NUTUM, NÃO GERA DIREITO SUBJETIVO AO CARGO, NO QUE NÃO HÁ QUE SE FALAR EM LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO – PRELIMINAR REJEITADA.

AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE OBRIGOU O MUNICÍPIO A SE ABSTER DO PROVIMENTO DE CARGOS EM COMISSÃO – ALEGADO PERICULUM IN MORA DA ADMINISTRAÇÃO, NA MEDIDA EM QUE ESTARIA EM RISCO A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS PÚBLICOS – DESCABIMENTO – ALEGADA ARBITRARIEDADE NA FIXAÇÃO DO PERCENTUAL DE SERVIDORES DE CARREIRA PARA OCUPAR OS CARGOS EM COMISSÃO – INADMISSIBILIDADE – INCIDÊNCIA DA PRINCIPIOLOGIA QUE REGE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INTELIGÊNCIA DO ART. 37, CAPUT E V DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – AGRAVO DESPROVIDO. (fl. 19)

Quanto ao AI 839.797, interposto pelo Ministério Público, o relator deferiu parcialmente o pleito liminar, nos seguintes termos:

“IV. Insurge-se o MINISTÉRIO PÚBLICO contra o indeferimento da liminar no que tange à invalidação administrativa de todos os funcionários para os cargos referidos na inicial, no prazo de dez meses, vez que presentes o fumus boni iuris e o periculum in mora, caracterizados pela afronta ao art. 37, caput e inciso V, da Constituição Federal e, por prejuízos irreparáveis à moralidade pública e a um número indeterminado de pessoas impedidas de acesso aos cargos públicos.

V. Processe-se o recurso, que é tempestivo, deferido parcialmente o efeito suspensivo, ante a existência dos requisitos autorizadores apontados

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 16: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 16

pelo agravante, a fim de que a PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTANA DO PARNAÍBA promova a adequação de todos os cargos em comissão referidos na inicial da presente ação civil pública as condições impostas pelo art. 37, inciso V, da Constituição Federal, obedecidos os princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Nos casos em que não for possível a adequação aos critérios constitucionais estabelecidos, deverá a Administração invalidar as referidas nomeações e, caso necessário, promover concursos públicos para o preenchimento dos cargos nos termos do preceito constitucional supra citado. A adequação e eventual invalidação dos funcionários nomeados para as funções de confiança e os cargos em comissão referidos na inicial às condições impostas pelo art. 37, V, da Constituição Federal deverá se dar no prazo máximo de 1 (um) ano, a partir da ciência desta decisão pela Municipalidade de Santana de Parnaíba.” (fls. 133 e 134)

No julgamento do mérito desse agravo de instrumento (839.797), a liminar foi mantida, e do voto extraem-se os seguintes trechos:

“Com efeito, ao oportunizar à Municipalidade 01 ano – frise-se, dois meses a mais do que o pedido feito pelo parquet – a partir da ciência, pelo Município, da decisão interlocutória, para a invalidação administrativa das nomeação realizadas ao arrepio do art. 37, V, da CF/88, esvazia-se qualquer argumento amparado no prejuízo financeiro ao Município ou em empecilho à regular continuidade das atividades exercidas pelos servidores nomeados no âmbito da Administração, e prestigia-se tanto o princípio da moralidade administrativa quanto o direito subjetivo de pessoas indeterminadas, de terem acesso ao cargo público.

(...)Portanto, violar o art. 37 da CF/88 é desmoralizar o próprio serviço

público, pois, como sentenciou o juízo a quo, ‘estar-se-á continuando a impedir que pessoas diversas possam participar de concursos públicos e ter acesso a cargo dentro da administração municipal’, o que vulnera, por sua vez o art. 21, II, da Declaração Universal de Direitos Humanos, de 1948, da qual o Brasil é signatário:

‘Art. 21, II – Toda pessoa tem igual direito de acesso ao serviço público de seu país.’

No intento de extirpar velhas e nefastas práticas, relacionadas ao festival de nomeação, cujo exemplo típico encontra-se nos presentes autos, pretendeu o constituinte fazer com que a Administração Pública se subordinasse a uma série de princípios, dentre os quais a legalidade, a moralidade, a proporcionalidade e a razoabilidade emergem com notável destaque.

Esse o espírito do art. 37 da CF, que faz depender de prévia aprovação em concurso público de provas ou títulos a investidura em cargo ou emprego público, não caracterizados como de direção, chefia ou assessoramento. Ele é um servidor extraordinário, por assim dizer. Não prestou concurso. Não ingressou no funcionalismo pelo recrutamento baseado em avaliação objetiva do conhecimento. Ingressou porque o titular da função que tem direito a cargos de confiança nele confia.

Por esses fundamentos, dá-se parcial provimento ao agravo, apenas para estender em 02 meses o prazo contido no pedido liminar do parquet.” (fls. 28-36)

E, na respectiva ementa, está disposto que o prazo para a adequação imposta inicia-se com a ciência da decisão interlocutória. Eis o teor:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – DECISÃO INTERLOCUTÓRIA QUE INDEFERIU O PEDIDO LIMINAR DE INVALIDAÇÃO DE TODOS OS FUNCIONÁRIOS PARA OS CARGOS REFERIDOS NA INICIAL, NO PRAZO DE 10 MESES – DESCABIMENTO – ALEGADO RISCO DE DANO IRREPARÁVEL À SOCIEDADE – ADUZIDA INEXISTÊNCIA DE RISCO DE DANO FINANCEIRO OU À CONTINUIDADE DAS ATIVIDADES PARA A ADMINISTRAÇÃO – ADMISSIBILIDADE – INCIDÊNCIA DA PRINCIPIOLOGIA QUE REGE A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – INTELIGÊNCIA DO ART. 37, CAPUT E V DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – AGRAVO PARCIALMENTE PROVIDO APENAS PARA ESTENDER EM 02 MESES, A PARTIR DA CIÊNCIA DA DECISÃO INTERLOCUTÓRIA, QUE CONCEDEU PARCIALMENTE O EFEITO SUSPENSIVO AO AGRAVO DO MINISTÉRIO PÚBLICO. (fl. 29)

Esclarece que contra essa decisão interpôs embargos de declaração. A Prefeitura de Santana do Parnaíba aduz que, nesses embargos, “demonstrou que apesar de não haver lei municipal para os fins do art. 37, inciso V, da Carta da República, ela já destinava cerca de 11% dos cargos de livre provimento para servidores efetivos. Por tal razão, questionou a Prefeitura nos declaratórios se esse percentual – que atende ao princípio da discricionariedade – já era suficiente para atendimento do mandamento constitucional. Todavia, os embargos foram rejeitados, sob o argumento de serem incabíveis contra decisão concessiva de efeito suspensivo” (fl. 9), o que ensejou a interposição de recursos especial e extraordinário, os quais pendem de exame.

O Município de Santana do Parnaíba requer a suspensão dos efeitos dos acórdãos acima mencionados, baseado em argumentos de grave lesão à ordem e à economia públicas. O requerente enfatiza que os acórdãos impugnados violam a ordem pública, pois impossibilitam a execução das funções públicas ao determinarem que, até 10.11.2009, sejam exonerados 1.257 servidores ocupantes de cargos em comissão, o que equivale a 24% do funcionalismo municipal (fl. 7).

Esclarece que o Tribunal de Justiça estadual determinou que, no

prazo de 12 meses, a contar da publicação da decisão que concedeu eficácia suspensiva ao Agravo de Instrumento n.º 839.797, o Município adequasse ou anulasse as nomeações dos ocupantes de cargos em comissão para que as respectivas funções fossem exercidas por servidores efetivos. Aduz que a decisão que concedeu a eficácia suspensiva ativa ao agravo foi publicada em 10.11.2008, e respectivo acórdão em 15.8.2009. Considerado esse fato, o Município sustenta ser impossível promover a adequação das nomeações dos servidores ocupantes de cargo de confiança e a nomeação de servidores efetivos para esses cargos no prazo de três meses, inclusive pelo fato de que “para abrir concurso se dependerá de lei específica da Câmara Municipal (que sequer é parte no feito) extinguindo os cargos em comissão e criando em seu lugar cargos efetivos e, depois, a realização do próprio concurso público” (fl. 8).

Quanto à alegação de grave lesão à economia pública, nada discorreu.

Ao final, cita precedentes do Supremo Tribunal Federal e sustenta que a decisão é incompatível com a Constituição Federal, nos seguintes termos:

“Com a mais elevada vênia, nem o Ministério Público e nem o Poder Judiciário podem fixar aleatoriamente qual o percentual de servidores efetivos para cargos em comissão que determinado Município deve adotar para cumprimento do art. 37, inciso V, da Constituição da República, em face da necessidade de lei local.” (fl. 12)

“Ainda que seja possível fixar aleatoriamente a proporção de servidores efetivos para cargos em comissão, o percentual de 90% é demasiadamente exagerado. A jurisprudência do STF considera aceitável entre 20% e 50%.” (fl. 13)

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/2009, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Na origem, sustenta-se que leis municipais são inconstitucionais por possível violação ao artigo 37, V, da Constituição Federal. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

Nesse caso, adstrito às limitações temáticas do pedido de suspensão de liminar, entendo não estar demonstrada a ocorrência de grave lesão à ordem.

Apesar de o requerente ter trazido aos autos notícia de que 11% dos cargos de livre provimento seriam destinados a servidores efetivos (fl. 9) e de ter demonstrado que 24% (vinte e quatro por cento) do total de servidores municipais seriam exonerados com a determinação judicial ora impugnada, vislumbra-se que o Município manteve-se inerte por quase 10 meses sem que tenha procedido qualquer ato para se adequar ou invalidar nomeação de funcionários que exercem cargos de confiança, considerado o disposto no art. 37, v, da CF, conforme a decisão publicada em 10.11.2008.

O Município não trouxe qualquer argumento plausível para justificar a inércia e, agora, faltando menos de três meses para o término do prazo concedido pelo Tribunal de origem, requer a suspensão dos efeitos da decisão que determinou o referido ajuste.

No caso dos autos, vê-se que a grave lesão à ordem alegada pelo Município não se dá pela decisão proferida pelo Tribunal de origem, mas, sim, pela inércia do Município em cumprir a referida decisão judicial.

Assim, não ficou devidamente demonstrada, de forma clara e inequívoca, a potencialidade danosa da decisão impugnada, nos termos da jurisprudência desta Corte.

Nesse sentido, inclusive, já se manifestou este Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o Agravo Regimental na Suspensão de Liminar n.º 38:

“AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE LIMINAR REQUERIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL. TERRA INDÍGENA RAPOSA SERRA DO SOL. PORTARIA Nº 820/98, DO MINISTÉRIO DA JUSTIÇA. AÇÃO POPULAR. LIMINARES CONCEDIDAS EM AMBAS AS INSTÂNCIAS DA JUSTIÇA FEDERAL. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DE GRAVE LESÃO À ORDEM, À SAÚDE, À SEGURANÇA OU À ECONOMIA. PEDIDO DE SUSPENSÃO INDEFERIDO.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 17: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 17

1 - Ficou ressaltado na decisão agravada que as liminares impugnadas avaliaram, com base na ordem jurídica legal e constitucional, a necessidade da parcial e cautelar suspensão dos efeitos da Portaria nº 820/98 até a decisão final a ser proferida nos autos da ação popular ajuizada perante a Justiça Federal no Estado de Roraima.

2 - Ao contrário do que afirma o agravante, as liminares proferidas na primeira e na segunda instância da Justiça Federal não negaram vigência ao art. 231 da CF, porquanto tomadas com o propósito de evitar uma mudança radical e de difícil restabelecimento no atual estado de fato da região envolvida, num momento em que o ato administrativo em exame passa por um legítimo controle jurisdicional de legalidade, podendo estar presentes outros interesses igualmente resguardáveis pela ordem constitucional brasileira.

Agravo regimental improvido.” (SL-AgR 38, Ministra Ellen Gracie, DJ 17.9.2004 – grifo nosso)

Neste ponto, o pedido formulado tem nítida natureza de recurso, que contraria o entendimento assente desta Corte acerca da impossibilidade do pedido de suspensão como sucedâneo recursal, do qual se destacam os seguintes julgados: SL 14/MG, rel. Maurício Corrêa, DJ 03.10.2003; SL 80/SP, rel. Nelson Jobim, DJ 19.10.2005; 56-AgR/DF, rel. Ellen Gracie, DJ 23.6.2006.

Portanto, não vislumbro a ocorrência de grave lesão à ordem pública, a autorizar o deferimento do pedido de suspensão.

Ante o exposto, indefiro este pedido de suspensão.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE LIMINAR 314-3 (174)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : MUNICÍPIO DE SANTANA DE PARNAÍBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTANA

DE PARNAÍBAREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVOS DE INSTRUMENTO NºS 839.968-5/8-00 E 839.797-5/7-00)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de liminar, formulado pelo Município de Santana do Parnaíba, em face dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (fls. 18-27 e fls. 28-36), nos autos dos Agravos de Instrumento n.º 839968-5/8-00 e n.º 839797-5/7-00, que, confirmando a decisão de primeiro grau, anteciparam os efeitos da tutela para que o Município requerente abstenha-se de promover qualquer nova nomeação para cargos em comissão e promova a adequação ou invalidação de nomeação de funcionários que exerçam funções de confiança que extrapolam as condições impostas pelo art. 37, V, da Constituição Federal.

Inicialmente, o pleito foi ajuizado perante o Superior Tribunal de Justiça, que, ao analisá-lo, determinou a remessa ao Supremo Tribunal Federal, ante a matéria constitucional neles versada.

Ao compulsar os documentos constantes destes autos, verifiquei a existência de pedido suspensão de liminar (n.º 313), formulado pelo Município de Santana do Parnaíba, de idêntico objeto e protocolado no Supremo Tribunal Federal em data anterior (31.8.2009).

Ante o exposto, nego seguimento ao pedido formalizado nestes autos, considerado o art. 267, V, do CPC.

Publique-se.Arquive-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.903-2 (175)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : MUNICÍPIO DE MANAUSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE MANAUSREQDO.(A/S) : RELATOR DO MANDADO DE SEGURANÇA Nº

2009.002972-2 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

IMPTE.(S) : JULIANA PEDROSA DE MORAES REGO FIGUEIREDOADV.(A/S) : EDSON PEREIRA DUARTE E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança ajuizado pelo Município de Manaus contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança n.º 2009.002972-2, mediante a qual se determinou a imediata nomeação e posse da impetrante no cargo de Cirurgiã-Dentista.

Em 25.8.2009, determinei a intimação do Município requerente, nos seguintes termos (fl. 78):

“DESPACHO: Trata-se de suspensão de segurança, ajuizada pelo

Município de Manaus, contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança no

2009.002972-2, que determinou a imediata nomeação e posse da impetrante no cargo de Cirurgião-Dentista.

À inicial da suspensão, o Município de Manaus não anexou a íntegra da decisão impugnada.

Assim, determino seja o Município de Manaus intimado para, no prazo de cinco dias, juntar a decisão formalizada pelo Desembargador Arnaldo Campelo Carpinteiro Peres, integrante do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança nº 2009.002972-2, sob pena de indeferimento da inicial (art. 284, CPC).”

A intimação desse ato deu-se em 1º.9.2009 (fl. 79). A Secretaria Judiciária certificou, à fl. 87, que o prazo para o cumprimento das determinações transcorreu sem manifestação do Município de Manaus.

Ademais, a interessada Juliana Pedrosa de Moraes Rego Figueiredo informa, à fl. 80, que o pedido inicial perdeu o objeto, uma vez que já foi “nomeada pelo Prefeito Municipal de Manaus para exercer o cargo efetivo de CIRURGIÃ DENTISTA, de forma regular nos termos do Decreto Municipal de 07 de agosto de 2009”. Apresenta cópia desse ato.

Ante o exposto, indefiro a petição inicial, nos termos do art. 284, parágrafo único, do CPC.

Arquivem-se os autos.Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.954-7 (176)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADOS DE SEGURANÇA NºS 2008.005404-5, 2008.005190-8, 2009.000476-8 E 2008.005428-9)

IMPTE.(S) : ANTONIO CLÁUDIO BEZERRAADV.(A/S) : RENATA ANDREA CABRAL PESTANA VIEIRAIMPTE.(S) : FÉLIX GERALDO DA COSTAADV.(A/S) : FERNANDO VALENTE PEREIRA E OUTRO (A/S)IMPTE.(S) : JOSINO PAIXÃO ALBUQUERQUE TINOCOADV.(A/S) : RENATA ANDREA CABRAL PESTANA VIEIRAIMPTE.(S) : FRANCISCO AUGUSTO DOS SANTOS RAMOSADV.(A/S) : RENATA ANDREA CABRAL PESTANA VIEIRA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, ajuizado pelo Estado do Amazonas contra acórdãos proferidos pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos dos mandados de segurança nos 2008.005404-5, 2008.005190-8, 2009.000476-8 e 2008.005428-9.

A pretensão dos impetrantes consistia na atualização do valor da vantagem pessoal denominada adicional por tempo de serviço, pleiteando que passe a incidir sobre a integralidade de suas remunerações atuais, alegando direito adquirido decorrente das disposições do Estatuto dos Funcionários da Polícia Civil do Estado do Amazonas – Lei Estadual n. 2.271/94 (fls. 21-30, 81-88, 148-156 e 216-225 e).

O Tribunal de Justiça do Amazonas concedeu as seguranças para determinar o reajuste do percentual referente ao adicional por tempo de serviço, tendo por base de cálculo a soma dos valores atuais do vencimento básico e da Gratificação de Exercício Policial (fls. 55-59, 105-125, 190-195 e 259-278).

Contra esses acórdãos, o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão da execução dos acórdãos impugnados.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis,

8.437/92, 9.494/97, 12.016/09 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Nos mandados de segurança originários, as impetrações fundamentam-se na garantia do direito adquirido (art. 5º, XXXVI da Constituição), que restou acolhida pelo Tribunal de Justiça, para reajustar as vantagens pleiteadas, utilizando como base de cálculo os vencimentos atualmente pagos no serviço público estadual. Não há dúvida, portanto, de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 18: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 18

que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional. Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido,

o que faço apenas e tão-somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15, da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

Na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução dos acórdãos em apreço, com a concessão do aumento de vantagens, antes do trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução orçamentária estadual, diante da multiplicidade de ações a serem intentadas.

A corroborar tal entendimento há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3137/AM DJ 21.03.2007, rel. Ellen Gracie; SS-AgR 2985/AM DJ 04.12.2006; SS-AgR 3.009/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056/AM DJ 29.6.2007; rel. Ellen Gracie, Plenário.

Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do denominado “efeito multiplicador” (SS-AgR 1.836/RJ, rel. Carlos Velloso, Plenário, DJ 11.10.2001), ante a possibilidade de aumento de demandas que contenham o mesmo objeto.

Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido não são objeto de análise em profundidade no pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito dos mandados de segurança (SS 1.918-AgR/DF, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução dos acórdãos proferidos pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos dos mandados de segurança nos 2008.005404-5, 2008.005190-8, 2009.000476-8 e 2008.005428-9.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.958-0 (177)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008.005312-2)IMPTE.(S) : ELIANA MARIA DE SOUZA RIBEIROADV.(A/S) : EMERSON FABRICIO NOBRE DOS SANTOS

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de acórdão ajuizado pelo Estado do Amazonas contra acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado nos autos do Mandado de Segurança nº 2008.005312-2.

O acórdão impugnado assegurou à impetrante a atualização da vantagem pessoal denominada Adicional de Tempo de Serviço (quinquênio), que fora incorporada como vantagem individual nominalmente identificada, em conformidade com os parâmetros remuneratórios atualmente pagos aos servidores públicos estaduais ativos.

O Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas concedeu a segurança, determinando ao impetrado o pagamento do adicional por tempo de serviço, tendo como base de cálculo a soma do vencimento básico e das vantagens permanentes. Extrai-se da fundamentação do acórdão (fls. 57-59):

O cerne da questão cinge-se ao cálculo do adicional por tempo de serviço, mais especificamente, se o mesmo deve ou não ser calculado sobre o total dos vencimentos.

(...)O tema ora debatido já foi tema de discussão por esta Corte,

pacificando-se o entendimento no sentido de que as vantagens pessoais, como o adicional por tempo de serviço, são calculados sob a totalidade da remuneração do servidor e não sobre os vencimentos básicos.

(...)Portanto, não é juridicamente compreensível que o abuso da forma

adotada para recompor o vencimento possa ser utilizado para restringir direito à parcela remuneratória incorporada aos ganhos do impetrante.

(...) voto pela concessão da segurança para efeito de incidir o adicional por tempo de serviço sobre a totalidade da remuneração do impetrante, devendo ser abrangido, para fins de execução, as parcelas

devidas desde a data da impetração desta ação mandamental. Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente

pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, sustenta-se a tese do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição), acolhida pelo TJAM para atualizar a vantagem pleiteada, mais especificamente os “quinquênios”. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR 846, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS-AgR 1.272, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15 da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No caso, deve-se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, ao conceder a extensão ou atualização de vantagens, antes do seu trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução do orçamento estadual, diante da multiplicidade de ações sobre a mesma matéria que podem ser intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3.137, DJ 21.3.2007; SS-AgR 2.985, DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056, DJ 29.6.2007, todos de relatoria da Ministra Ellen Gracie, no período em que Sua Excelência exerceu a Presidência da Corte.

Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido não são objeto de análise aprofundada no presente pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito do mandado de segurança (SS-AgR 1.918, Rel. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança nº 2008.005312-2.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.959-8 (178)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : RELATORA DO MANDADO DE SEGURANÇA Nº

2009.003255-4 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

IMPTE.(S) : MARIA LÚCIA SOUZA PASCOAL ROCHA E OUTRO (A/S)

ADV.(A/S) : RENATA ANDRÉA CABRAL PESTANA VIEIRA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de liminar, formulado pelo Estado do Amazonas, com a finalidade de sustar os efeitos da medida

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 19: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 19

liminar deferida pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos do Mandado de Segurança 2009.003255-4 (fls. 2-14).

A decisão impugnada assegurou aos impetrantes a atualização da vantagem pessoal denominada Adicional de Tempo de Serviço (quinquênio), que fora incorporada como vantagem individual nominalmente identificada, em conformidade com os parâmetros remuneratórios atualmente pagos aos servidores públicos estaduais ativos.

A relatora do mandamus concedeu a liminar requerida, nos seguintes termos:

“(..)convenço-me da verossimilhança do bom direito em favor da impetrante e dos prejuízos que vem sofrendo com o ato dos impetrados, concedo a liminar requerida, para o fim de determinar que as autoridades impetradas atualizem o valor por tempo adicional de serviço ‘qüinqüênio’ da impetrante, para a quantia de 10% (dez por cento) de seus vencimentos atuais (...)” (fl. 34).

Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, sustenta-se a tese do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição), acolhida pelo TJAM para atualizar a vantagem pleiteada, mais especificamente os “quiquênios”. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR 846, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS-AgR 1.272, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15 da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No caso, deve-se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, ao conceder a extensão ou atualização de vantagens, antes do seu trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução do orçamento estadual, diante da multiplicidade de ações sobre a mesma matéria que podem ser intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3.137, DJ 21.3.2007; SS-AgR 2.985, DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056, DJ 29.6.2007, todos de relatoria da Ministra Ellen Gracie, no período em que Sua Excelência exerceu a Presidência da Corte.

Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido não são objeto de análise aprofundada no presente pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito do mandado de segurança (SS-AgR 1.918, Rel. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução da decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança n.º 2009.003255-4.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.960-1 (179)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009.000474-4)IMPTE.(S) : DONALBER MACHADO DA COSTAADV.(A/S) : RENATA ANDRÉA CABRAL PESTANA VIEIRA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, ajuizado pelo Estado do Amazonas, contra acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça daquele Estado nos autos do Mandado de Segurança nº 2009.000474-4.

Na origem, o impetrante pede a atualização do valor da vantagem pessoal denominada adicional por tempo de serviço, para que passe a incidir sobre sua remuneração total. (fls. 21-29).

O Tribunal de Justiça do Amazonas concedeu a segurança, determinando ao impetrado o pagamento do adicional por tempo de serviço, tendo como base de cálculo a soma do vencimento básico e das vantagens permanentes. Eis o teor da ementa do acórdão (fls. 65):

DIREITO CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. SERVIDOR PÚBLICO. ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. BASE DE CÁLCULO DA INCIDÊNCIA. REMUNERAÇÃO TOTAL.

O cálculo do adicional por tempo se serviço incide sobre a totalidade dos ganhos do servidor, ou seja, sobre os vencimentos mais as demais incorporações da composição remuneratória. Precedentes do Supremo Tribunal Federal. Mandado de Segurança concedido.

Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis nos

8.437/92, 9.494/97, 12.016/09 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 6.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, a impetração fundamenta-se na garantia do direito adquirido (art. 5º, XXXVI da Constituição), acolhida pelo Tribunal de Justiça para reajustar a vantagem pleiteada, utilizando como base de cálculo os vencimentos atualmente pagos no serviço público estadual. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O impetrante, servidor efetivo do quadro de pessoal da Polícia Civil do Estado, sustenta ter direito ao adicional por tempo de serviço em virtude das Leis Estaduais nos 2.271/94 e 1.762/86. A concessão da segurança deferiu, portanto, a atualização da vantagem paga ao impetrante a título de adicional por tempo de serviço.

O art. 15 da Lei nº 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

Na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, com a concessão do aumento de vantagem, antes do trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei nº 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução orçamentária estadual, diante da multiplicidade de ações a serem intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3137/AM DJ 21.3.2007, rel. Ellen Gracie; SS-AgR 2985/AM DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011/AM

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 20: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 20

DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034/AM DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056/AM DJ 29.6.2007; rel. Min. Ellen Gracie, Plenário.

Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do denominado “efeito multiplicador” (SS-AgR 1.836/RJ, rel. Carlos Velloso, Plenário, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de demandas que contenham o mesmo objeto.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança nº 2009.000474-4.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.961-0 (180)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008.003029-6)IMPTE.(S) : PEDRO CÂMARAADV.(A/S) : HELCIO RODRIGUES MOTTA

DECISÃO: Trata-se de Suspensão de Segurança, formulada pelo Estado do Amazonas, contra o acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado nos autos do Mandado de Segurança n.º 2008.003029-6.

Na origem, o impetrante pleiteia o recebimento de seus proventos e vantagens de natureza pessoal incorporadas sem a incidência do subteto remuneratório, previsto no inciso XI, do art. 37, da Constituição Federal (fls. 36-64).

A segurança foi concedida nos termos da seguinte ementa:EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA – TETO REMUNERATÓRIO

– VANTAGENS PESSOAIS – EXCLUSÃO DO CÔMPUTO.Já se encontra pacificado no Excelso Pretório o entendimento de que

as vantagens de natureza pessoal devem ser excluídas do cômputo do teto remuneratório determinado na Constituição Federal vigente, em situações anteriores à Emenda Constitucional 41/03, como sói ser o caso do Impetrante.

Tendo o impetrante aposentado-se em 1987, não pode ter seus proventos reduzidos, por se tratar de direito adquirido e ato jurídico perfeito.

II- Segurança concedida. (fl. 98)Contra esse acórdão o Estado do Amazonas opôs embargos de

declaração (fls. 107-113), os quais foram rejeitados pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas (fls. 114-117).

O Estado do Amazonas formula, então, o presente pedido de suspensão. Alega que a manutenção do ato decisório impugnado, ao afastar a aplicação do subteto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, afronta a ordem e a economia públicas.

Afirma, ademais, o potencial efeito multiplicador do provimento judicial impugnado, apto a gerar graves prejuízos às finanças estaduais.

Assevera que o art. 9º da Emenda Constitucional 41/2003, ao determinar a aplicação do art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, impede a invocação de direito adquirido quanto a vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria, vantagens e adicionais percebidos em desconformidade com a Constituição.

Pede, ao final, a suspensão dos efeitos do acórdão impugnado.Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

8.437/92, 9.494/97, 12.016/09 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança de origem, discute-se a aplicação do art. 37, XI, da Constituição Federal, com a redação dada pela Emenda Constitucional n.º 41/2003, em face do princípio constitucional do direito adquirido. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ

29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.Na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte

de que a lesão à ordem pública resta configurada no caso de descumprimento da regra do art. 37, XI, da Constituição da República. Nesse sentido, os seguintes julgados: o SS-AgR 2.583; SS-AgR 2.973; SS-AgR 2.663; SS-Agr 2.932; e SS-AgR 2.447, Rel. Ellen Gracie, DJ 25.4.2008, este último com ementa assim anotada:

AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA, CONSIDERADA EM TERMOS DE ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL. TETO. SUBTETO. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. DECRETO ESTADUAL 48.407/04.

1. Os agravantes não lograram infirmar ou mesmo elidir os fundamentos adotados para o deferimento do pedido de suspensão.

2. No presente caso, a imediata execução da decisão impugnada impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no art. 37, XI, da Constituição da República, que integra o conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003.

3. Na suspensão de segurança não se aprecia o mérito do processo principal, mas tão-somente a ocorrência dos aspectos relacionados à potencialidade lesiva do ato decisório em face dos interesses públicos relevantes consagrados em lei, quais sejam, a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas.

4. Possibilidade de ocorrência do denominado "efeito multiplicador".5. Precedentes do Plenário.6. Agravo regimental improvido.Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do

denominado “efeito multiplicador” (SS-AgR 1.836, Rel. Carlos Velloso, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de demandas que contenham o mesmo objeto.

Em razão do exposto, defiro o pedido para suspender os efeitos da acórdão prolatado nos autos do Mandado de Segurança n.º 2008.003029-6, em tramitação no Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.975-0 (181)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2007.000528-3)IMPTE.(S) : BENÍCIO MOREIRA ALVESADV.(A/S) : MARTHA MAFRA GONZALEZ E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, formulado pelo Estado do Amazonas, com a finalidade de sustar os efeitos de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos do Mandado de Segurança 2007.000528-3.

A decisão impugnada assegurou ao impetrante a atualização da vantagem pessoal decorrente da incorporação do adicional pelo exercício de função gratificada, que fora transformada em vantagem individual nominalmente identificada, em conformidade com os parâmetros remuneratórios pagos aos servidores públicos que hoje exercem a respectiva função gratificada.

A segurança foi concedida em acórdão que traz a seguinte fundamentação:

Quanto ao mérito, verifico que o Impetrante comprova, através da documentação trazida aos autos, que tem direito à vantagem pessoal de 5/5 (cinco quintos) da diferença entre a remuneração do cargo comissionada de Detentor da Carga, Simbologia GF-3 (...).

A Certidão é auto-explicativa, comprovando o direito do Impetrante de perceber a vantagem conquistada atualizada, pelos anos em exercício de função gratificada, conforme explícito na Certidão de Tempo Efetivo em Funções Gratificadas, fls. 34. (fls. 82-83).

Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 21: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 21

competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, sustenta-se a tese do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição), acolhida pelo TJAM para atualizar a vantagem pleiteada. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR 846, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS-AgR 1.272, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15 da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No caso, deve-se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, ao conceder a atualização de vantagens, antes do seu trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução do orçamento estadual, diante da multiplicidade de ações sobre a mesma matéria que podem ser intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3.137, DJ 21.3.2007; SS-AgR 2.985, DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056, DJ 29.6.2007, todos de relatoria da Ministra Ellen Gracie, no período em que Sua Excelência exerceu a Presidência da Corte.

Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido não são objeto de análise aprofundada no presente pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito do mandado de segurança (SS-AgR 1.918, Rel. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança 2007.000528-3.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.976-8 (182)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(MANDADO DE SEGURNAÇA Nº 2004.002031-7)IMPTE.(S) : RAIMUNDO GUARACY DE ALMEIDA DUARTE E

OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MÁRCIO SILVA TEIXEIRA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, formulado pelo Estado do Amazonas, com a finalidade de sustar os efeitos de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos do Mandado de Segurança 2004.002031-7.

A decisão impugnada assegurou aos impetrantes a atualização da vantagem pessoal decorrente da incorporação do adicional pelo exercício de função gratificada, que fora transformada em vantagem individual nominalmente identificada, em conformidade com os parâmetros remuneratórios pagos aos servidores públicos que hoje exercem a respectiva função gratificada.

A segurança foi concedida em acórdão que traz a seguinte fundamentação:

Assim sendo, por meio dos mencionados documentos, resta comprovado que à função em que se baseou a aquisição de quintos pelo primeiro Impetrante hoje é atribuída uma gratificação no valor de R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais), que deveria ser a base de cálculo adotada para fins de pagamento dos seus 5/5 quintos.

No caso da segunda Impetrante, também ficou demonstrado, à luz do conjunto probatório, que ao cargo em comissão que serviu de parâmetro para aquisição da vantagem em comento, hoje é atribuída uma gratificação de R$ 2.000,00 (dois mil reais), que deveria, também, repercutir no cálculo de seus

5/5, demonstrando, assim, o direito líquido e certo dos Impetrantes à percepção da gratificação em questão, determinada à base de cálculo aplicável aos servidores ativos que exercem o cargo resultante da transformação.

Isto porque, inobstante a Emenda Constitucional n.º 41/2003 tenha modificado a redação do artigo 40, § 8º, da Constituição Federal, o seu artigo 7º cuidou de assegurar aos inativos, em atenção à disciplina de paridade até então vigente, o direito adquirido à extensão de vantagens posteriormente concedida aos servidores em atividade, pois é certo que dita alteração, à toda evidência, não pode retroceder no tempo e alcançar situação jurídica consolidada sob a égide de legislação pretérita, razão pela qual se mostra violado o direito vindicado nesta ação mandamental (fl. 87).

Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, sustenta-se a tese do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição), acolhida pelo TJAM para atualizar a vantagem pleiteada. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR 846, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS-AgR 1.272, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15 da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No caso, deve-se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, ao conceder a atualização de vantagens, antes do seu trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução do orçamento estadual, diante da multiplicidade de ações sobre a mesma matéria que podem ser intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3.137, DJ 21.3.2007; SS-AgR 2.985, DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056, DJ 29.6.2007, todos de relatoria da Ministra Ellen Gracie, no período em que Sua Excelência exerceu a Presidência da Corte.

Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência de direito adquirido não são objeto de análise aprofundada no presente pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito do mandado de segurança (SS-AgR 1.918, Rel. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança 2004.002031-7.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.978-4 (183)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 22: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 22

REQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2006.000879-8)

INTDO.(A/S) : MARIA CELESTE DA COSTA FREITASADV.(A/S) : NILSON RIBEIRO

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, formulado pelo Estado do Amazonas, com a finalidade de sustar os efeitos de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos do Mandado de Segurança 2006.000879-8.

A decisão impugnada assegurou à impetrante a atualização da vantagem pessoal decorrente da incorporação do adicional pelo exercício de função gratificada, que fora transformada em vantagem individual nominalmente identificada, em conformidade com os parâmetros remuneratórios pagos aos servidores públicos que hoje exercem a respectiva função gratificada.

A segurança foi concedida em acórdão que traz a seguinte fundamentação:

Ademais, acrescente-se que a impetrante já havia incorporado ao seu patrimônio financeiro a vantagem pessoal ora discutida a que aludia o art. 82, da Lei 1.762/86, na totalidade de 5/5 (cinco quintos) correspondente à diferença do seu cargo efetivo e do cargo de Chefe do Setor de simbologia GF-1, encontrando-se, portanto, materializado o efetivo direito daquela à percepção da gratificação, não podendo a Administração quando do reajuste do valor daquelas, suprimir um benefício que à luz do artigo 40, § 8º da Constituição, lhe é certamente assegurado.

Outrossim, por se tratar de dispositivo de eficácia imediata, impõe-se a revisão dos vencimentos da impetrante, com os acréscimos de quaisquer benefícios e vantagens posteriormente concedidos aos servidores ocupantes do mesmo cargo a que a impetrante encontra-se. Desta feita, ficam sem ressonância as alegações das autoridades coatoras, pois se verifica que a lesão ao direito líquido e certo está configurado (fls. 92-93).

Contra essa decisão o Estado do Amazonas apresenta o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção dessa decisão ensejaria grave lesão à ordem e à economia públicas, tudo somado ao potencial efeito multiplicador, caracterizando ameaça às finanças do Estado, além de significar manifesta contrariedade à ordem constitucional. Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl-AgR 497, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS-AgR 2.187, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança originário, sustenta-se a tese do direito adquirido (art. 5º, XXXVI, da Constituição), acolhida pelo TJAM para atualizar a vantagem pleiteada. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR 846, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS-AgR 1.272, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 15 da Lei n.º 12.016/09 autoriza o deferimento do pedido de suspensão de segurança concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No caso, deve-se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a execução do acórdão em apreço, ao conceder a atualização de vantagens, antes do seu trânsito em julgado, configura grave lesão à ordem pública, por violação ao disposto no art. 15, caput, da Lei n.º 12.016/09.

Está demonstrada, ainda, a grave lesão à economia pública, consubstanciada na ausência de previsão orçamentária para as despesas em questão, que poderão comprometer a execução do orçamento estadual, diante da multiplicidade de ações sobre a mesma matéria que podem ser intentadas.

A corroborar tal entendimento, há reiterados julgados nesta Corte no mesmo sentido, dos quais se destacam os seguintes: SS 3.137, DJ 21.3.2007; SS-AgR 2.985, DJ 4.12.2006; SS-AgR 3.009, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.010, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.011, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.012, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.034, DJ 29.6.2007; SS-AgR 3.056, DJ 29.6.2007, todos de relatoria da Ministra Ellen Gracie, no período em que Sua Excelência

exerceu a Presidência da Corte.Finalmente, ressalte-se que os argumentos relacionados à existência

de direito adquirido não são objeto de análise aprofundada no presente pedido de suspensão, porque dizem respeito ao mérito do mandado de segurança (SS-AgR 1.918, Rel. Maurício Corrêa, DJ 30.4.2004).

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas, nos autos do Mandado de Segurança 2006.000879-8.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.982-2 (184)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO (MS Nº 2008.004.00922)IMPTE.(S) : PAULO CASTAÑAR FERREIRAADV.(A/S) : FERNANDA CASTRO CAVALCANTI GUERRA E

OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança ajuizado pelo Estado do Rio de Janeiro em face de acórdão proferido nos autos do Mandado de Segurança n.º 2008.004.00922, pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, no qual se determinou a cessação dos descontos efetuados a título de teto remuneratório instituído pela EC 41/03.

Na origem, Paulo Castanar Ferreira impetrou mandado de segurança, sustentando ter jus ao pagamento de seus proventos com a devida incorporação de todas as vantagens de carreira garantidas por lei, sem que esses sofram quaisquer descontos ou redução com base na Emenda Constitucional nº. 41/2003.

O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro concedeu a segurança, cuja ementa assim dispõe:

“MANDADO DE SEGURANÇA ADMINISTRATIVO-CONSTITUCIONAL. TETO REMUNERATÓRIO. EMENDA CONSTITUCINAL 41/03. OFENSA A DIREITO ADQUIRIDO. SITUAÇÃO JURÍDICA ESTABELECIDA. CLÁUSULA PÉTREA. LIMITAÇÃO DO PODER CONSTITUINTE DERIVADO. CONCESSÃO DA ORDEM. O ordenamento jurídico, como um conjunto de normas que devem ser interpretadas harmonicamente, visa assegurar aos indivíduos meios de proteção contra abusos e arbitrariedades de todos os poderes e níveis de governo. A elaboração e evolução do Direito Constitucional, instituindo uma lei maior que deva servir de parâmetro, não pode ceder diante de uma norma que tenda a extirpar a segurança jurídica dos súditos de uma nação, mesmo que sob o augúrio da moralidade. Direito adquirido e situação jurídica estabelecida que devem ser garantidos. Concessão da ordem.” (fl. 159)

Contra referido acórdão o Estado do Rio de Janeiro formula este pedido de suspensão, alegando, em síntese, que a manutenção do ato decisório impugnado, ao afastar a aplicação do teto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, afronta a ordem e a economia públicas. Sustenta, ainda, o potencial efeito multiplicador do provimento judicial impugnado, apto a gerar graves prejuízos às finanças estaduais.

Assevera que o art. 9º da Emenda Constitucional n.º 41/2003, ao determinar a aplicação do art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, impede a invocação de direito adquirido quanto a vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria, vantagens e adicionais percebidos em desconformidade com a Constituição.

Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS 2.187-AgR, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança de origem, discute-se a aplicação do art. 37, XI, da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 41/2003, em face dos princípios constitucionais do direito adquirido e da segurança jurídica. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

No caso dos autos, verifico a existência de plausibilidade jurídica a justificar o exercício do poder geral de contracautela por esta Presidência.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 23: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 23

Assim, na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a lesão à ordem pública resta configurada no caso de descumprimento da regra do art. 37, XI, da Constituição da República. Nesse sentido, cite-se o SS-AgR 2583; SS 2973-Agr; SS 2663-Agr; SS 2932-Agr; e SS 2447-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Ellen Gracie, DJ 25.4.2008, este último com ementa assim anotada:

“AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA, CONSIDERADA EM TERMOS DE ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL. TETO. SUBTETO. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. DECRETO ESTADUAL 48.407/04.

1. Os agravantes não lograram infirmar ou mesmo elidir os fundamentos adotados para o deferimento do pedido de suspensão.

2. No presente caso, a imediata execução da decisão impugnada impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no art. 37, XI, da Constituição da República, que integra o conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003.

3. Na suspensão de segurança não se aprecia o mérito do processo principal, mas tão-somente a ocorrência dos aspectos relacionados à potencialidade lesiva do ato decisório em face dos interesses públicos relevantes consagrados em lei, quais sejam, a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas.

4. Possibilidade de ocorrência do denominado "efeito multiplicador".5. Precedentes do Plenário.6. Agravo regimental improvido.” Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do

denominado “efeito multiplicador” (SS 1.836-AgR/RJ, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, unânime, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de medidas liminares em demandas que contenham idêntico objeto.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender os efeitos do acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, nos autos do Mandado de Segurança n.º 2008.004.00922.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 244-1 (185)PROCED. : PARANÁRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DO PARANÁADV.(A/S) : PGE-PR - CÉSAR AUGUSTO BINDER E OUTRO

(A/S)REQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ

(AGRAVO REGIMENTAL Nº 454.365-5/01 NA SUSPENSÃO DE LIMINAR Nº 454.365-5 NA AÇÃO ORDINÁRIA Nº 3064/2007)

INTDO.(A/S) : WESLEY DE OLIVEIRA XAVIER (REPRESENTADO POR MARCIELE SOCORRO DE OLIVEIRA)

ADV.(A/S) : ALESSANDRA POSSENTI BONAZZA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada, ajuizado pelo Estado do Paraná, em face da decisão proferida pelo juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba, nos autos da ação ordinária 003.064/2007, mantida pelo Tribunal de Justiça do Paraná no julgamento do Agravo Regimental na Suspensão de Liminar nº 454.365-5/01, que determinou o fornecimento do medicamento Naglazyme (Galsulfase) por tempo indeterminado.

Na origem, o menor Wesley de Oliveira Xavier ajuizou ação ordinária, com pedido de tutela antecipada, contra o Estado do Paraná, com o fim de obter o fornecimento do medicamento NAGLAZYME (Galsulfase), na posologia de 3 frascos de 5ml por semana, por tempo indeterminado, necessário para o tratamento da doença Mucopolissacaridose do Tipo VI. (fls. 39-53).

O Juízo da 1ª Vara da Fazenda Pública de Curitiba deferiu a antecipação de tutela postulada, fixando multa diária no valor de R$ 200,00 em caso de descumprimento (fls. 66-68).

O Estado do Paraná requereu a suspensão da liminar ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado (fls. 17-35).

O Presidente do Tribunal deferiu a suspensão da execução de liminar, sob a fundamentação de que o medicamento não consta da Relação de Medicamentos Excepcionais do Ministério da Saúde, não é registrado na ANVISA e, consequentemente, não possui comercialização autorizada no país (fls. 82-86).

O autor da ação originária interpôs Agravo Regimental requerendo a cassação da decisão monocrática que suspendeu a tutela antecipada (fls. 92-137).

O Órgão Especial do Tribunal, por maioria, deu provimento ao Agravo Regimental, cassando a decisão monocrática do Presidente do Tribunal e restabelecendo a tutela antecipada (fls. 248-262).

O Estado do Paraná apresenta novo pedido de suspensão de tutela antecipada a esta Suprema Corte. Alega, em síntese, que o medicamento não foi registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária e, portanto, não

pode ser comercializado no Brasil. Infere que o Poder Público não pode servir de amparo para experimentos de laboratórios e indústrias farmacêuticas e que cabe ao Poder Executivo elaborar as políticas públicas de saúde, estabelecendo instrumentos e critérios de dispensação de medicamentos à população. Aduz que o Estado não se nega a tratar o autor, mas que é necessário que o menor se submeta à prévia avaliação do SUS para que seja receitado o tratamento disponível. Defende que as prestações de saúde devem ser executadas dentro da “reserva do possível” e que o Estado do Paraná gasta, em razão de decisões judiciais, mais de treze milhões de reais e que só com o autor gastará R$ 18.000,00 dólares por mês, sem que haja a respectiva fonte de custeio. Sustenta a ocorrência de grave lesão à ordem pública e a possibilidade do “efeito multiplicador” da decisão.

Decido. A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis nos

12.016/2009, 8.437/1992, 9.494/1997 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte.

No presente caso, reconheço que a controvérsia instaurada na ação em apreço evidencia a existência de matéria constitucional: alegação de ofensa aos arts. 2º, 6º, caput, 167, 196 e 198 da Constituição.

Destaco que a suspensão da execução de ato judicial constitui medida excepcional, a ser deferida, caso a caso, somente quando atendidos os requisitos autorizadores (grave lesão à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas). Nesse sentido, confira-se trecho de decisão proferida pela Ministra Ellen Gracie no julgamento da STA no 138/RN:

“[...] os pedidos de contracautela formulados em situações como a que ensejou a antecipação da tutela ora impugnada devem ser analisados, caso a caso, de forma concreta, e não de forma abstrata e genérica, certo, ainda, que as decisões proferidas em pedido de suspensão se restringem ao caso específico analisado, não se estendendo os seus efeitos e as suas razões a outros casos, por se tratar de medida tópica, pontual” – (STA no 138/RN, Presidente Min. Ellen Gracie, DJ 19.9.2007).

Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS-AgR no 846/DF, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 8.11.1996 e SS-AgR no 1.272/RJ, Rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 4º da Lei no 8.437/1992 c/c art. 1º da Lei 9.494/1997 autoriza o deferimento do pedido de suspensão da execução da tutela antecipada concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

A decisão liminar que o Estado do Paraná busca suspender, ao deferir a antecipação da tutela, determinando que o Estado fornecesse o medicamento Naglazyme (Galsulfase) ao menor Wesley de Oliveira Xavier, fundamentou-se na aplicação imediata do direito fundamental social à saúde, na Lei nº 8.080/90 e na jurisprudência do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná.

O direito à saúde é estabelecido pelo artigo 196 da Constituição Federal como (1) “direito de todos” e (2) “dever do Estado”, (3) garantido mediante “políticas sociais e econômicas (4) que visem à redução do risco de doenças e de outros agravos”, (5) regido pelo princípio do “acesso universal e igualitário” (6) “às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação”.

A doutrina constitucional brasileira há muito se dedica à interpretação do artigo 196 da Constituição. Teses, muitas vezes antagônicas, proliferaram-se em todas as instâncias do Poder Judiciário e na seara acadêmica. Tais teses buscam definir se, como e em que medida o direito constitucional à saúde se traduz em um direito subjetivo público a prestações positivas do Estado, passível de garantia pela via judicial.

O fato é que a judicialização do direito à saúde ganhou tamanha importância teórica e prática que envolve não apenas os operadores do Direito, mas também os gestores públicos, os profissionais da área de saúde e a sociedade civil como um todo.

Se, por um lado, a atuação do Poder Judiciário é fundamental para o exercício efetivo da cidadania e para a realização do direito à saúde, por outro as decisões judiciais têm significado um forte ponto de tensão perante os elaboradores e executores das políticas públicas, que se veem compelidos a garantir prestações de direitos sociais das mais diversas, muitas vezes contrastantes com a política estabelecida pelos governos para a área da saúde e além das possibilidades orçamentárias.

Em 5 de março de 2009, convoquei Audiência Pública em razão dos diversos pedidos de suspensão de segurança, de suspensão de tutela antecipada e de suspensão de liminar em trâmite no âmbito desta Presidência, com vistas a suspender a execução de medidas cautelares que

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 24: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 24

condenam a Fazenda Pública ao fornecimento das mais variadas prestações de saúde (fornecimento de medicamentos, suplementos alimentares, órteses e próteses; criação de vagas de UTIs e leitos hospitalares; contratação de servidores de saúde; realização de cirurgias e exames; custeio de tratamento fora do domicílio, inclusive no exterior, entre outros).

Após ouvir os depoimentos prestados pelos representantes dos diversos setores envolvidos, entendo ser necessário redimensionar a questão da judicialização do direito à saúde no Brasil. Isso porque, na maioria dos casos, a intervenção judicial não ocorre em razão de uma omissão absoluta em matéria de políticas públicas voltadas à proteção do direito à saúde, mas tendo em vista uma necessária determinação judicial para o cumprimento de políticas já estabelecidas. Portanto, não se cogita do problema da interferência judicial em âmbitos de livre apreciação ou de ampla discricionariedade de outros Poderes quanto à formulação de políticas públicas.

Esse dado pode ser importante para a construção de um critério ou parâmetro para a decisão em casos como este, no qual se discute, primordialmente, o problema da interferência do Poder Judiciário na esfera dos outros Poderes.

O primeiro dado a ser considerado é a existência, ou não, de política estatal que abranja a prestação de saúde pleiteada pela parte. Ao deferir uma prestação de saúde incluída entre as políticas sociais e econômicas formuladas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Judiciário não está criando política pública, mas apenas determinando o seu cumprimento. Nesses casos, a existência de um direito subjetivo público a determinada política pública de saúde parece ser evidente.

Se a prestação de saúde pleiteada não estiver entre as políticas do SUS, é imprescindível distinguir se a não prestação decorre de uma omissão legislativa ou administrativa, de uma decisão administrativa de não fornecê-la ou de uma vedação legal a sua dispensação.

Não raro, busca-se no Poder Judiciário a condenação do Estado ao fornecimento de prestação de saúde não registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Como ficou claro nos depoimentos prestados na Audiência Pública, é vedado à Administração Pública fornecer fármaco que não possua registro na ANVISA.

A Lei Federal nº 6.360/76, ao dispor sobre a vigilância sanitária a que ficam sujeitos os Medicamentos, as drogas, os insumos farmacêuticos e correlatos, determina em seu artigo 12 que “nenhum dos produtos de que trata esta Lei, inclusive os importados, poderá ser industrializado, exposto à venda ou entregue ao consumo antes de registrado no Ministério da Saúde”. O artigo 16 da referida Lei estabelece os requisitos para a obtenção do registro, entre eles, que o produto seja reconhecido como seguro e eficaz para o uso a que se propõe. O Art. 18 ainda determina que, em se tratando de medicamento de procedência estrangeira, deverá ser comprovada a existência de registro válido no país de origem.

O registro de medicamento, como lembrado pelo Procurador-Geral da República, é uma garantia à saúde pública. E, como ressaltou o Diretor-Presidente da ANVISA, a agência, por força da lei de sua criação, também realiza a regulação econômica dos fármacos. Após verificar a eficácia, segurança e qualidade do produto e conceder o registro, a ANVISA passa a analisar a fixação do preço definido, levando em consideração o benefício clínico e o custo do tratamento. Havendo produto assemelhado, se o novo medicamento não trouxer benefício adicional, não poderá custar mais caro do que o medicamento já existente com a mesma indicação.

Por tudo isso, o registro na ANVISA mostra-se como condição necessária para atestar a segurança e o benefício do produto, sendo a primeira condição para que o Sistema Único de Saúde possa considerar sua incorporação.

Claro que essa não é uma regra absoluta. Em casos excepcionais, a importação de medicamento não registrado poderá ser autorizada pela ANVISA. A Lei nº 9.782/99, que criou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), permite que a Agência dispense de “registro” medicamentos adquiridos por intermédio de organismos multilaterais internacionais, para uso de programas em saúde pública pelo Ministério da Saúde.

O segundo dado a ser considerado é a existência de motivação para o não fornecimento de determinada ação de saúde pelo SUS. Há casos em que se ajuíza ação com o objetivo de garantir prestação de saúde que o SUS decidiu não custear por entender que inexistem evidências científicas suficientes para autorizar sua inclusão.

Nessa hipótese, podem ocorrer, ainda, duas situações distintas: 1º) o SUS fornece tratamento alternativo, mas não adequado a determinado paciente; 2º) o SUS não tem nenhum tratamento específico para determinada patologia.

A princípio, pode-se inferir que a obrigação do Estado, à luz do disposto no artigo 196 da Constituição, restringe-se ao fornecimento das políticas sociais e econômicas por ele formuladas para a promoção, proteção e recuperação da saúde.

Isso porque o Sistema Único de Saúde filiou-se à corrente da “Medicina com base em evidências”. Com isso, adotaram-se os “Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas”, que consistem num conjunto de critérios que permitem determinar o diagnóstico de doenças e o tratamento correspondente com os medicamentos disponíveis e as respectivas doses.

Assim, um medicamento ou tratamento em desconformidade com o Protocolo deve ser visto com cautela, pois tende a contrariar um consenso científico vigente.

Ademais, não se pode esquecer de que a gestão do Sistema Único de Saúde, obrigado a observar o princípio constitucional do acesso universal e igualitário às ações e prestações de saúde, só torna-se viável mediante a elaboração de políticas públicas que repartam os recursos (naturalmente escassos) da forma mais eficiente possível. Obrigar a rede pública a financiar toda e qualquer ação e prestação de saúde existente geraria grave lesão à ordem administrativa e levaria ao comprometimento do SUS, de modo a prejudicar ainda mais o atendimento médico da parcela da população mais necessitada. Dessa forma, podemos concluir que, em geral, deverá ser privilegiado o tratamento fornecido pelo SUS em detrimento de opção diversa escolhida pelo paciente, sempre que não for comprovada a ineficácia ou a impropriedade da política de saúde existente.

Essa conclusão não afasta, contudo, a possibilidade de o Poder Judiciário, ou de a própria Administração, decidir que medida diferente da custeada pelo SUS deve ser fornecida a determinada pessoa que, por razões específicas do seu organismo, comprove que o tratamento fornecido não é eficaz no seu caso. Inclusive, como ressaltado pelo próprio Ministro da Saúde na Audiência Pública, há necessidade de revisão periódica dos protocolos existentes e de elaboração de novos protocolos. Assim, não se pode afirmar que os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas do SUS são inquestionáveis, o que permite sua contestação judicial.

Situação diferente é a que envolve a inexistência de tratamento na rede pública. Nesses casos, é preciso diferenciar os tratamentos puramente experimentais dos novos tratamentos ainda não testados pelo Sistema de Saúde brasileiro.

Os tratamentos experimentais (sem comprovação científica de sua eficácia) são realizados por laboratórios ou centros médicos de ponta, consubstanciando-se em pesquisas clínicas. A participação nesses tratamentos rege-se pelas normas que regulam a pesquisa médica e, portanto, o Estado não pode ser condenado a fornecê-los.

Como esclarecido pelo Médico Paulo Hoff na Audiência Pública realizada, Diretor Clínico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, essas drogas não podem ser compradas em nenhum país, porque nunca foram aprovadas ou avaliadas, e o acesso a elas deve ser disponibilizado apenas no âmbito de estudos clínicos ou programas de acesso expandido, não sendo possível obrigar o SUS a custeá-las. No entanto, é preciso que o laboratório que realiza a pesquisa continue a fornecer o tratamento aos pacientes que participaram do estudo clínico, mesmo após seu término.

Quanto aos novos tratamentos (ainda não incorporados pelo SUS), é preciso que se tenha cuidado redobrado na apreciação da matéria. Como frisado pelos especialistas ouvidos na Audiência Pública, o conhecimento médico não é estanque, sua evolução é muito rápida e dificilmente acompanhável pela burocracia administrativa.

Se, por um lado, a elaboração dos Protocolos Clínicos e das Diretrizes Terapêuticas privilegia a melhor distribuição de recursos públicos e a segurança dos pacientes, por outro a aprovação de novas indicações terapêuticas pode ser muito lenta e, assim, acabar por excluir o acesso de pacientes do SUS a tratamento há muito prestado pela iniciativa privada.

Parece certo que a inexistência de Protocolo Clínico no SUS não pode significar violação ao princípio da integralidade do sistema, nem justificar a diferença entre as opções acessíveis aos usuários da rede pública e as disponíveis aos usuários da rede privada. Nesses casos, a omissão administrativa no tratamento de determinada patologia poderá ser objeto de impugnação judicial, tanto por ações individuais como coletivas. No entanto, é imprescindível que haja instrução processual, com ampla produção de provas, o que poderá configurar-se um obstáculo à concessão de medida cautelar.

Portanto, independentemente da hipótese levada à consideração do Poder Judiciário, as premissas analisadas deixam clara a necessidade de instrução das demandas de saúde para que não ocorra a produção padronizada de iniciais, contestações e sentenças, peças processuais que, muitas vezes, não contemplam as especificidades do caso concreto examinado, impedindo que o julgador concilie a dimensão subjetiva (individual e coletiva) com a dimensão objetiva do direito à saúde.

Dos documentos acostados aos autos, ressalto os seguintes dados fáticos como imprescindíveis para a análise do pleito:

a) segundo consta do relatório médico assinado pelo Dr. Salmo Raskin (CRM/PR 11162), Wesley de Oliveira Xavier, com 7 anos de idade, foi diagnosticado em 2003 como sendo paciente afetado pela Mucopolissacaridose de Tipo VI, apresentando deformidades esqueléticas, hérnias umbilical e inguinal e opacidade da córnea (fl. 57);

b) ainda, segundo o relatório médico, houve significativa piora dos sintomas clínicos nos últimos meses, estando com “déficit de 95% na visão esquerda, respiração extremamente dificultada, hepatoesplenomegalia, acentuada dificuldade motora e apatia” (fl. 57);

c) os exames de fls. 58-61 comprovam que o diagnóstico enzimático (dosagem da enzima Arilsulfatase de 10nmoles/h/mg proteína) foi confirmado pela análise molecular do gene ARSB, revelando a presença de duas mutações (D54N e L 72R);

d) o médico prescreveu, de acordo com o diagnóstico e o caráter progressivo da doença, a medicação Naglazyme (Galsulfase), 3 frascos de 5ML por semana (EV bomba de infusão), por tempo indeterminado (fl. 62);

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 25: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 25

e) a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná informou que, por não constar da Portaria GM/MS 2577/2006, o medicamento não é fornecido pela Farmácia Especial (fl. 63);

f) segundo o Parecer Técnico nº 134/07, da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, o medicamento Naglazyme (Galsufase) não está registrado na ANVISA, sua comercialização não está autorizada pela ANVISA e não faz parte dos medicamentos gerenciados pelo CEMEPAR (fl. 73);

g) ainda segundo o Parecer Técnico, há indicação na bula do Naglazyme para tratamento de substituição enzimática prolongada em doentes com diagnóstico de Mucopolissacaridose VI (Síndrome de Maroteaux-Lamy), tendo sido designado medicamento órfão para o tratamento da doença em 14 de fevereiro de 2001 (fls. 73 e 76);

h) “Em 24 de Janeiro de 2006, a Comissão Européia concedeu à BioMarin Europe Ltd uma Autorização de Introdução no Mercado para o Naglazyme, válida para toda a União Européia” (fl. 75);

i) o custo mensal do tratamento está orçado em US$ 18.000,00 (fl. 9); e

j) o Estado do Paraná alega que, hoje, destina R$ 13.000.000,00 (treze milhões de reais) para cumprir decisões judiciais envolvendo fornecimento de medicamentos (fl. 7).

O argumento central apontado pelo Estado do Paraná reside na falta de registro do medicamento Naglazyme (Galsulfase) na Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA e, consequentemente, a proibição de sua comercialização no Brasil.

No caso, à época da interposição da ação pelo Ministério Público Federal, o medicamento Naglazyme ainda não se encontrava registrado na ANVISA.

A importância da ação regulamentadora, controladora e fiscalizadora da ANVISA para a proteção e promoção da saúde da população, ao garantir a segurança sanitária dos produtos e serviços, fica evidente ao se analisar o Relatório Europeu de Avaliação Pública (EMEA/H/C/640), da Agência Reguladora Européia (EMEA), citado pelo Parecer Técnico da Secretaria de Saúde Estadual, que aprovou a introdução do medicamento na União Européia.

No Relatório Europeu, constam os cuidados necessários para a administração do medicamento e seus possíveis efeitos colaterais:

“(...) O Naglazyme é administrado na forma de uma perfusão de 4 horas, uma vez por semana. O Naglazyme deve ser administrado por um médico com experiência neste tipo de tratamento. Antes da cada perfusão, os doentes devem receber um anti-histamínico (para reduzir qualquer reação alérgica) e podem ainda receber um antipirético (para prevenir a febre).

(...) Os efeitos secundários mais freqüentes (mais de 1 em 10 doentes nos estudos clínicos) são causados pela perfusão e não pelo medicamento. Estas reações incluíram urticária (uma reação cutânea) da face e do pescoço e problemas respiratórios. Os efeitos secundários mais freqüentes observados nos estudos clínicos foram dores de cabeça, febre, artralgia (dores nas articulações), vômitos, constipações, dores abdominais (dores de barriga), diarréia, dores de oubidos, tosse e infecções nos ouvidos. O Naglazyme não deve ser utilizado em pessoas que possam apresentar hipersensibilidade (ser alérgicas) à galsulfase ou a qualquer dos seus componentes.

(...) O Naglazyme foi autorizado em ‘Circunstâncias Excepcionais’ porque, como se trata de uma doença rara, não foi possível obter informações completas sobre o medicamento. A Agência Européia do Medicamento (EMEA) reavaliará anualmente quaisquer novas informações sobre o medicamento e atualizará o presente resumo conforme necessário. (...) A empresa que fabrica o Naglazyme irá efetuar estudos para investigar a utilização de Naglazyme em crianças com idade inferior a 5 anos, para monitorar se os doentes desenvolvem anticorpos (proteínas que são produzidas pelo organismo em resposta ao Naglazyme) que possam afetar a resposta ao tratamento, bem como para determinar a dosagem ótima a administrar numa base regular a longo prazo. (...) A empresa que fabrica o Naglazyme está a implementar um plano para monitorar a segurança e a eficácia do medicamento a longo prazo, recolhendo todos os dados necessários dos doentes tratados com o medicamento.” (http://www.emea.eu.int)

Assim, a decisão monocrática proferida pelo Presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, ao decidir o pedido de suspensão de liminar nº 454.365, bem analisou a questão:

“(...)Ademais, de acordo com o teor do Parecer Técnico nº 13407,

subscrito pela Auditora Médica do CEMEPAR (fls. 58/61), o fármaco pretendido, além de não fazer parte dos medicamentos fornecidos pelo Estado do Paraná, não é registrado na ANVISA, e, consequentemente, não possui sua comercialização autorizada pelo referido Órgão do Ministério da Saúde. Logo, não tem a sua eficácia terapêutica comprovada.

Com efeito, consoante se infere no Parecer referido, embora o medicamento Naglazyme (Galsulfase) esteja indicado para terapêutica de substituição enzimática prolongada em doentes com diagnóstico confirmado de Mucopolissacaridose VI (indicação da bula), observa-se que tal recomendação não esta baseada em estudos científicos aprovados pela ANVISA, Órgão este responsável por tal procedimento no Brasil, tratando-se, portanto, na linguagem médica, de remédio meramente experimental.

Sendo assim, permitir o fornecimento de medicamento, em

contrariedade às normas estabelecidas pela comunidade médica científica, através dos Protocolos Clínicos (o remédio solicitado sequer é aprovado pela ANVISA não existindo, portanto, Protocolo específico para a sua distribuição), representa sérios riscos não só à saúde do paciente Wesley, como também à ordem e economia pública (o Estado se vê obrigado a adquirir medicamento que não possui comercialização autorizada no Brasil). Revela-se no contexto a respeito da não-evidência de risco de morte do paciente, ao cessar o uso do citado remédio. Seria mister a realização de perícia, não valendo unilateral relatório médico (fl. 42).” (fls.84-85)

No entanto, em consulta ao sítio da ANVISA na internet, verifiquei que o medicamento Naglazyme (princípio ativo Galsulfase), produzido pela empresa BIOMARIN Brasil Farmacêutica, possui registro (nº 173330001) válido até 02/2014.

O medicamento Naglazyme, ademais, não consta dos Protocolos e Diretrizes Terapêuticas do SUS, sendo medicamento de alto custo não contemplado pela Política Farmacêutica da rede pública.

Apesar de o Estado do Paraná alegar a ineficácia do uso de Naglazyme para o tratamento da doença de Mucopolissacaridose Tipo VI, não comprovou a impropriedade do fármaco, limitando-se a inferir a inexistência de Protocolo Clínico do SUS.

Como relatado pelo Presidente da Associação Brasileira de Mucopolissacaridoses (MPS) na Audiência Pública, a Terapia de Reposição Enzimática, único tratamento específico para a patologia em questão, não é experimental, uma vez que os fármacos Laronidase (prescrito para MPS Tipo I), Indursulfase (prescrito para MPS Tipo II) e Naglasyme (prescrito para MPS Tipo VI) estão registrados na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e na Agência Européia de Medicamentos (EMEA).

Apesar disso, nenhuma das três enzimas são contempladas pela Política de Medicamentos Excepcionais do Sistema Único de Saúde, que não possui tratamento alternativo específico para a doença Mucopolissacaridose.

Ademais, o relatório médico de fl. 156 atesta que “a terapia de reposição enzimática (NAGLAZYME) constitui o único tratamento eficaz para a doença, e é o único tratamento que pode salvar o paciente de complicações graves”.

Ressalte-se, ainda, que o alto custo do medicamento não é, por si só, motivo para o seu não fornecimento, visto que a Política de Dispensação de Medicamentos excepcionais visa a contemplar justamente o acesso da população acometida por enfermidades raras aos tratamentos disponíveis.

Inocorrentes os pressupostos contidos no art. 4º da Lei no 8.437/1992, verifico que a suspensão da decisão representa periculum in mora inverso, podendo a falta do medicamento solicitado resultar em graves e irreparáveis danos à saúde e à vida do paciente.

Assim, não é possível vislumbrar grave ofensa à ordem, à saúde, à segurança ou à economia públicas a ensejar a adoção da medida excepcional de suspensão de tutela antecipada.

Ante o exposto, indefiro o pedido de suspensão.Publique-se.Brasília, 18 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 338-3 (186)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO Nº 750.842-5/5-00 NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 98/2007)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada ajuizado pelo Estado de São Paulo contra decisão formalizada pelo Tribunal de Justiça daquele Estado, nos autos da Apelação na Ação Civil Pública n.º 750.842-5/5-00, mediante a qual se determinou ao Estado requerente o imediato preenchimento de vagas para os cargos de policial civil e policial militar estadual, no prazo de um ano, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais). A execução da multa tinha como prazo de início o dia 21 de julho de 2009.

Na origem, o Ministério Público estadual ajuizou a Ação Civil Pública n.º 98/2007, pleiteando que fosse determinado ao Estado de São Paulo: “preenchimento de todos os cargos e funções vagas da polícia civil nos municípios de Patrocínio Paulista e Itirapuã; (...) aumento do efetivo da polícia militar no município de Patrocínio Paulista para treze policiais militares e para oito milicianos no município de Itirapuã; (...) fixação do prazo de noventa dias para o cumprimento das obrigações sobreditas; (...) pena de multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) por dia de atraso, que será revertida para o fundo especial de reparação dos interesses difusos lesados” (fl. 28). O Ministério Público fundamentou o pedido no art. 144 da Constituição Federal, que dispõe ser dever do Estado a promoção da segurança pública (fl. 22).

O Juízo de Direito da Comarca de Franca – SP deferiu parcialmente o pedido de tutela antecipada, nos seguintes termos:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 26: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 26

“Portanto a tutela antecipada é DEFERIDA PARCIALMENTE para ordenar que no prazo de 03 (três) dias, sob pena de multa de R$ 100.000,00 (cem mil reais) por dia de atraso, as unidades policiais locais efetivamente funcionem:

a) Polícia Civil de Patrocínio Paulista: 01 (um) Delegado, 03 (três) Escrivães (de um total de 05), 03 Investigadores (de um total de 06), 01 agente policial. Diante da inexistência de Cadeia Pública no local, não vejo urgência na designação de carcereiros para a unidade, pese a previsão nos quadros;

b) Polícia Civil de Itirapuã: 01 (um) Delegado, 01 (um) Escrivão (do total de 02) e 01 (um) investigador (do total de 02), além de 06 (seis) carcereiros, que já é o quadro atual e, portanto, não haverá necessidade de modificações;

C) Polícia Militar de Patrocínio Paulista: 10 homens;d) Polícia Militar de Itirapuã: 08 homens.Nas férias, licenças e afastamentos dos policiais deverão ser

designados novos servidores em substituição.” (fl. 35)Contra essa decisão o Estado de São Paulo ajuizou, perante o

Tribunal de Justiça estadual, pedido de suspensão de tutela antecipada (Processo 145.618.0/9), que foi deferida pelo respectivo Presidente (fls. 38-41) até que aquela Corte se pronunciasse sobre o mérito.

Às fls. 43-62, está acostada a sentença proferida pelo Juízo de Direito, que julgou parcialmente procedente o pedido inicial, nos seguintes termos:

“Posto isso, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a presente ação para, confirmando parcialmente a tutela antecipada antes deferida, determinar que a requerida, no prazo de 180 (cento e oitenta dias) a contar de eventual confirmação desta decisão pela superior instância, sob pena de multa diária de R$ 5.000,00 por dia de atraso, providencie o provimento dos cargos e mantenha em funcionamento efetivo as seguintes unidades policiais nas seguintes condições: a) Delegacia de Polícia Civil de Patrocínio Paulista: um Delegado de Polícia, 03 Escrivães, 03 investigadores e 01 agente policial; b) Delegacia de Polícia Civil de Itirapuã: 02 escrivães, 02 investigadores de polícia e 06 carcereiros (só e quando a Cadeia Pública voltar a funcionar); c) Destacamento da Polícia Militar de Patrocínio Paulista: 13 PMs, sendo ao menos um deles oficial (tenente); e d) Destacamento da Polícia Militar de Itirapuã: manutenção dos 08 (oito) PMs já existentes; e ainda faço com julgamento do mérito, nos termos do art. 269, I, do Código de Processo Civil.” (fl. 62)

O Estado de São Paulo e o Ministério Público apresentaram apelação, que foi parcialmente provida, em 9 de junho de 2008, tendo sido concluído:

“Assim, no que diz respeito à criação de cargos a ação não pode prosperar, porém, no que se refere ao provimento de cargos existentes, em prazo razoável deverá o Poder Executivo cuidar de provê-los ou de declarar sua desnecessidade.

Ante o exposto, dá-se parcial provimento a ambos os recursos, para que no prazo de um ano a contar desta data a Fazenda do Estado providencie o provimento ou a extinção ou declaração de desnecessidade dos cargos existentes indicados nos autos, afastada a condenação à criação de cargos inexistentes.” (fl. 70)

Contra essa decisão o Estado interpôs recursos extraordinário e especial, que tiveram os trânsitos negados, tendo sido interpostos agravos de instrumento aos respectivos Tribunais, os quais pendem de exame.

E, agora, o Estado ajuizou este pedido de suspensão de tutela antecipada alegando, em síntese, grave lesão à ordem, à segurança e à economia públicas.

Sustenta que a decisão impugnada violou a ordem pública, em virtude de a nomeação de servidor público estadual ser “uma das mais importantes atribuições privativas do Governador do Estado, nos termos do inciso I, § 2º, do artigo 24, e do inciso V do artigo 47, ambos da Constituição Paulista; bem por isso também é de atribuição privativa da referida autoridade a declaração de extinção de funções e de cargos públicos, quando vagos (inciso XIX)” (fl. 8). O Estado, esclarecendo ser esse ato privativo do administrador público que procede à análise conforme a conveniência e a oportunidade pública, alega que a decisão impugnada extrapola os limites de intervenção jurisdicional nos atos de competência do Poder Executivo, violando, consequentemente, o art. 2º da CF, que dispõe sobre a separação dos Poderes. Aduz, ainda, que a manutenção da decisão impugnada comprometerá o devido exercício das funções da Administração pelas autoridades constituídas (fl. 11).

Quanto à alegação de grave lesão à segurança pública, aduz que é impossível “distribuir o efetivo policial conforme o número de servidores disponíveis e a necessidade de cada município, o que somente é possível fazer mediante uma visão de conjunto e jamais de uma localidade isoladamente” (fl. 6). Assim, esclarece o Estado que a segurança pública ficará abalada, uma vez que a Secretaria de Segurança Pública, que tem como razão promover a organização dos serviços de segurança, trabalha “com base em dados técnicos, que congregam a atuação conjunta das polícias civil e militar, com abrangência em todo o território do Estado, considerando as necessidades da população de todos os municípios e regiões” (fls. 9 e 10), colocando um efetivo maior nas áreas que, de acordo com os estudos, mais necessitem. Conclui reportando-se ao que foi consignado pelo Presidente do Tribunal de Justiça, nos autos da suspensão

de tutela antecipada (Processo 145.618.0/9):“A E. Presidência do Tribunal de Justiça Paulista, quando da

suspensão de tutela antecipada concedida nos presentes autos, analisou a delicada questão sob o enfoque da razoabilidade que o deve nortear, tendo destacado, na oportunidade, que: ‘...risco de lesão poderá ocorrer à segurança pública, pois, com visão mais ampla, para além dos limites da Comarca de Patrocínio Paulista, inevitável verificar o desfalque de Policiais em outra urbes para atendimento ao comando judicial. A abrupta transferência de contingente para os Municípios de mencionada Comarca, por certo, terá como conseqüência o enfraquecimento da segurança pública de outras cidades, o que não se pode aceitar. O tumulto à ordem pública será inevitável, porém, não bastasse o atentado à autonomia dos poderes, que não recomenda flexibilização pontual para atendimento às necessidades de determinada localidade em prejuízo de outras, o cumprimento da decisão judicial provoca grave ingerência na Administração pública, para todo o Estado de São Paulo’” (fl. 15)

No que se refere à grave lesão à economia pública, o Estado afirma que não há previsão orçamentária para o fim de preenchimento das mencionadas vagas, bem como para o pagamento da multa imposta, o que fere inclusive a lei de responsabilidade fiscal (fl. 10).

Sustenta, ainda, a probabilidade de ocorrência de efeito multiplicador, tendo em vista que outras demandas semelhantes poderão ser propostas (fl. 6). Assevera que é “de se prever que nas centenas de municípios paulistas ações civis públicas venham doravante a ser intentadas (pela Procuradoria de Justiça ou outros entes legitimados) com o objetivo de obrigar o Estado, liminarmente, sob pena de multa diária, a prover ou a extinguir os cargos vagos na área de segurança pública, da justiça e cidadania, educação, habitação, transportes públicos (...)” (fl. 16)

O Estado de São Paulo informa que a Administração Pública não tem se furtado de realizar concurso público de seleção de policiais civis e militares. Para tanto, transcreve trecho do Ofício n.º 191/09, encaminhado ao Governador do Estado pelo Secretário de Segurança Pública:

“’Acrescente-se o fato de que os concursos para a seleção de policiais, sejam eles civis ou militares, contêm inúmeras etapas e se estendem por aproximadamente dez meses. Devido ao reduzido aproveitamento dos candidatos, impõe-se constante realização de certames para manutenção dos cargos providos e a isso não tem se furtado a Administração, como demonstrado nos anexos.

Desta forma, a suspensão dos efeitos da r.decisão em questão é imperiosa, a fim de que não haja sério e irreversível prejuízo à ordem e à segurança pública, principalmente em razão de seu efeito multiplicador.’” (fls. 13 e 14)

Por fim, o Estado de São Paulo pleiteia que sejam suspensos os efeitos da decisão que antecipou a tutela até o trânsito em julgado da decisão de mérito.

O Min. Marco Aurélio, no exercício da Presidência desta Corte, instou o Ministério Público do Estado de São Paulo a manifestar-se sobre o pedido formulado na inicial.

Às fls. 129 e 130, está acostada cópia da carta de ordem expedida com a finalidade de intimar o órgão, não constando destes autos o retorno da determinação devidamente cumprida, tão pouco de manifestação do Ministério Público.

Todavia, às fls. 138-143, o Estado de São Paulo reitera o pedido de suspensão dos efeitos da decisão impugnada, alegando ser desnecessária e sem previsão legal a oitiva anterior da parte contrária. Consigna que a Presidência do Supremo Tribunal Federal vem adotando esse entendimento, tendo em vista que não abre vista a parte contrária (fl. 140).

Esclarece que, passado mais de um mês da data da distribuição, o pedido pende de exame, razão por que solicitam que o requerimento, inclusive na parte relativa à imposição da multa, seja analisado de modo retroativo à data do ajuizamento deste pedido, 13.7.2009.

Reitera que está em tramitação concurso público para provimento de cargos de escrivão de polícia e investigador de polícia, enquanto, para os cargos de delegado de polícia, perito criminal, médico legista, desenhista técnico-policial e auxiliar de necropsia, o concurso já se encontra em cumprimento da etapa de formação técnico-profissional (fl. 141).

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/2009, 9.494/97 e 12.016/2009 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Na ação civil pública em tramitação na origem, o Ministério Público fundou o pedido na violação ao art. 144 da Constituição Federal (dever do Estado em garantir a segurança pública), enquanto o Estado de São Paulo sustentou, em sede de contestação e de recursos, que as decisões

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 27: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 27

eventualmente impugnadas afrontaram o princípio da Separação dos Poderes (art. 2º da CF). Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

No caso, quando o TJSP determinou ao Estado o preenchimento de vagas na área de segurança pública nos Municípios de Patrocínio Paulista e de Itirapuã, pretendeu garantir à população o direito previsto no art. 144 da CF. Ressalte-se que nada impede o Judiciário de promover decisões contrárias ao Estado, nem se configura violação ao princípio da Separação dos Poderes. Lê-se o seguinte trecho na decisão impugnada:

“De fato, não mais prevalece o dogma absoluto da incensurabilidade dos atos da Administração Pública pelo Judiciário, assim como não se admite a mera sobreposição de um juízo valorativo judicial ao do administrador. Admite-se, como lembrou a sentença, reportando-se à lição de Cândido R. Dinamarco (Fundamentos do Processo Civil Moderno, 3ª Ed. Malheiros, 2000, v. 1, p 434/435), a ‘criteriosa invasão substancial do ato administrativo pelo judiciário, como fator de eliminação de lesão a direitos subjetivos ou interesses legítimos’, porque, como anotado pelo STJ (REsp n. 736.524-SP, 1ª T, rel. Min. Luiz Fux, 21.03.06, ref. fls. 246/248), não se pode tolerar sejam relegados a segundo plano ‘direitos consagrados constitucionalmente, inspirados nos mais altos valores éticos e morais da nação’, ao dever do Estado corresponde o direito subjetivo do cidadão e a este direito subjetivo corresponde uma ação que obriga o Poder Judiciário a não apenas declarar, mas também a dar eficácia à vontade do legislador.

Reconhecer e garantir a efetividade de direitos não implica ingerência indevida do Poder Judiciário na área de atuação de outro Poder, mas efetivo cumprimento de seu próprio dever constitucional que deve ser exercido mesmo contra o Estado.

Não pode o Poder Judiciário intervir nas previsões orçamentárias, mas é inevitável assegurar o exercício de direito cuja existência força o Estado a fazer essas previsões, posto que não é dado à Administração ignorar as determinações constitucionais e legais que lhe são dirigidas e estabelecer discriminações entre os contribuintes e destinatários dos serviços públicos. Mesmo as normas programáticas condicionam a atividade discricionária da Administração e do Judiciário.”

A par desse aspecto, conforme comprovado pelo Estado de São Paulo, existem concursos públicos em andamento para saneamento do problema. À fl. 141, lê-se:

“Em pleno andamento os concursos de ingresso para:(a) Escrivão de Polícia – EP/2008 – 864 vagas – sendo 895

candidatos disputando a última fase (oral);(b) Investigador de Polícia – IP 1/2008 – 1.449 vagas – sendo

somente 547 os candidatos que estão no momento disputando a última fase (oral);

(c) Investigador de Polícia – IP 1/2009 – em fase de inscrição.Dentre os concursos em andamento, há vários que demandam o

cumprimento da etapa de formação técnico-profissional com prazos de término previsto somente para os próximos meses:

(a) Delegado de Polícia – 184 alunos – término do curso de formação previsto para dezembro pf.;

(b) Perito Criminal – 68 alunos – término previsto para março de 2010;

(c) Médico Legista – 51 alunos – término previsto para janeiro de 2010;

(d) Desenhista Técnico-Profissional – 22 alunos – término previsto para dezembro pf.;

(e) Auxiliar de Necropsia – 42 alunos – término previsto para janeiro de 2010.” (fl. 141)

Observa-se que o Estado de São Paulo não se manteve inerte no período concedido pelo Tribunal de Justiça estadual para o preenchimento das vagas. Ocorre que o prazo determinado não conseguiu ser cumprido, conforme sustenta, porque o período foi curto, tendo em vista que o procedimento de concurso demora em média 10 meses (fl. 13). Além disso, a título de exemplo e conforme demonstrado, um pequeno número de candidatos logrou a aprovação para o cargo de investigador de polícia, o que, no caso, gerou a abertura de novo certame (fl. 141).

Nesse contexto, entendo que a fixação de multa diária de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) pelo descumprimento da decisão proferida na apelação da ação civil pública revela-se despropositada e atentatória à economia pública. Para se chegar a essa constatação, basta observar que a fixação de multa em valor elevado e sem limitação constitui ônus excessivo ao Poder Público e à coletividade, pois impõe o contingenciamento e o remanejamento de recursos financeiros, em detrimento de outras políticas públicas de alta prioridade.

Por fim, também está presente a probabilidade de concretização do denominado “efeito multiplicador” (SS-AgR 1.836, Rel. Carlos Velloso, DJ

11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de demandas que contenham idêntico objeto, com a fixação de multa.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender os efeitos da decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos autos Apelação na Ação Civil Pública n.º 750.842-5/5-00, apenas no que se refere à aplicação da multa diária de R$ 5.000,00, a contar do ajuizamento deste pleito.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 346-4 (187)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(APELAÇÃO CÍVEL Nº 800.771-5/9-00 NA AÇÃO ORDINÁRIA Nº 583.53.2007.127230-2)

INTDO.(A/S) : JAIME RIBEIRO DA SILVA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : JORGE ZAIDEN E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido do Estado de São Paulo com vistas à suspensão de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos autos da Apelação Cível n.º 800.771-5/9-00.

Na origem, três agentes fiscais de rendas aposentados (ex-servidores da Secretaria da Fazenda) insurgem-se contra o novo teto salarial instituído pela Emenda Constitucional nº. 41, de 19 de dezembro de 2003, cuja implementação vem implicando descontos em suas remunerações; pleiteam, então, a concessão de tutela antecipada contra a fazenda do Estado de São Paulo, visando à cessação dos descontos.

O Juízo de primeiro grau, além de não conceder a antecipação de tutela antecipada, ao proferir a sentença de mérito, também julgou improcedente o pedido dos autores.

Contudo, o recurso de apelação foi provido, com reversão do julgado perante o Tribunal de Justiça. No acórdão, contra o qual já foi apresentado recurso extraordinário, determinou-se a imediata cessação dos descontos (fls. 45-51).

Contra referido acórdão o Estado de São Paulo formulou o presente pedido de suspensão, alegando, em síntese, que a manutenção do ato decisório impugnado, ao afastar a aplicação do teto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, afronta a ordem e a economia públicas. Sustenta, ainda, o potencial efeito multiplicador do provimento judicial impugnado, apto a gerar graves prejuízos às finanças estaduais.

Assevera que o art. 9º da Emenda Constitucional n.º 41/2003, ao determinar a aplicação do art. 17 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, impede a invocação de direito adquirido quanto a vencimentos, remuneração, proventos de aposentadoria, vantagens e adicionais percebidos em desconformidade com a Constituição.

Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS 2.187-AgR, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança de origem, discute-se a aplicação do art. 37, XI, da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 41/2003, em face dos princípios constitucionais do direito adquirido e da segurança jurídica. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

No caso dos autos, verifico a existência de plausibilidade jurídica a justificar o exercício do poder geral de contracautela por esta Presidência.

Assim, na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a lesão à ordem pública resta configurada no caso de descumprimento da regra do art. 37, XI, da Constituição da República. Nesse sentido, cite-se o SS-AgR 2583; SS 2973-Agr; SS 2663-Agr; SS 2932-Agr; e SS 2447-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Ellen Gracie, DJ 25.4.2008, este último com ementa assim anotada:

AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA, CONSIDERADA EM TERMOS DE ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL. TETO. SUBTETO. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. DECRETO ESTADUAL 48.407/04.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 28: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 28

1. Os agravantes não lograram infirmar ou mesmo elidir os fundamentos adotados para o deferimento do pedido de suspensão.

2. No presente caso, a imediata execução da decisão impugnada impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no art. 37, XI, da Constituição da República, que integra o conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003.

3. Na suspensão de segurança não se aprecia o mérito do processo principal, mas tão-somente a ocorrência dos aspectos relacionados à potencialidade lesiva do ato decisório em face dos interesses públicos relevantes consagrados em lei, quais sejam, a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas.

4. Possibilidade de ocorrência do denominado "efeito multiplicador".5. Precedentes do Plenário.6. Agravo regimental improvido. Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do

denominado “efeito multiplicador” (SS 1.836-AgR/RJ, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, unânime, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de medidas liminares em demandas que contenham idêntico objeto.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender o acórdão proferido pela Segunda Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos autos da Apelação Cível com revisão nº. 800.771-5/9-00.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 347-2 (188)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009.04.00.001650-3)INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada, formulado pela União Federal, contra decisão proferida pelo Juízo Federal da 2ª Vara Federal de Florianópolis/SC, que antecipou os efeitos da tutela, nos autos da Ação Civil Pública n.º 2009.72.00.012168-4, com objetivo de determinar à União que contratasse noventa e dois servidores da área médica para atuação no Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina ou autorizasse o referido hospital a contratá-los.

Registre-se que essa decisão foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nos autos da Suspensão de Antecipação de Tutela n.º 2009.04.00.001839-1 e do Agravo de Instrumento n.º 2009.04.00.001650-3.

Na origem, o Ministério Público Federal ajuizou a Ação Civil Pública n.º 2008.72.00.012168-4, com pedido de tutela antecipada, para que, no prazo máximo de até 45 (quarenta e cinco) dias, fosse determinada a adoção de todos os atos necessários à urgente e imediata contratação de profissionais para a ativação de toda a capacidade de leitos atualmente existentes no HU/UFSC, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 (mil reais).

O Juízo da 2ª Vara Federal de Florianópolis/SC concedeu o pedido de antecipação dos efeitos da tutela, nos seguintes termos:

“Ante o exposto, DEFIRO o pedido de antecipação da tutela requerido pelo MPF. Por conseguinte

1) DETERMINO à União que, no prazo de 3 meses contados da intimação desta decisão – CONTRATE ou AUTORIZE a UFSC a contrata por até um ano:

- 19 médicos;- 13 enfermeiros;- 43 técnicos de enfermagem;- 2 anestesistas;- 10 assistentes administrativos;- 1 fisioterapeuta;- 3 técnicos de laboratório; e- 1 farmacêutico bioquímico; para atenderem à necessidade

temporária de excepcional interesse público, consubstanciada na ativação de toda a capacidade de leitos do Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) com satisfação das exigências da Lei n.º 8.745/93;

2) RESSALTO que dos quantitativos de profissionais indicados no item 1 poderão ser reduzidos os compatíveis (isto é, da mesma categoria profissional dos acima) com os previstos para serem preenchidos em caráter efetivo, em função de Concurso deflagrado pelo Edital n.º 018/DDPP/08, referido à fl. 81;

3) DETERMINO à União, em até 90 dias que adote as medidas necessárias para a realização do concurso público para o provimento em caráter efetivo dos mesmos cargos, a serem preenchidos nos termos dos itens 1 e 2 retro, com previsão de os aprovados estarem em exercício ao termo do prazo dos contratos temporários, o que significa dizer que a União terá o prazo dos contratos temporários, o que significa dizer que a União terá o prazo de até 1 ano e 3 meses contados da intimação desta decisão para

promover ou autorizar a substituição dos profissionais temporários;4) DEVERÁ, ainda a União, em até 90 dias contados da intimação

desta decisão:4.1) apresentar o rol dos profissionais a serem preenchidos pelo

concurso público para o provimento definitivo dos cargos, já efetuadas as deduções referidas no item 2 retro;

4.2) apresentar cronograma das diversas etapas necessárias ao cumprimento do item 3 retro;

4.3) especificar quais foram os valores investidos especificamente nas reformas e instalações do HU;

4.4) esclarecer se estava prevista a contratação de pessoal para ativar estas mesmas unidades instaladas e quais eram os custos estimados anuais com esse mesmo pessoal;

4.5) apresentar uma estimativa dos custos atuais com a guarda e conservação das unidades instaladas e ociosas;

4.6) relacionar e especificar equipamentos instalados nas unidades ociosas que correm o risco de obsolescência;

5) Para o fiel cumprimento das determinações retro, estabeleço MULTA diária de R$ 300,00 a ser paga individualmente por qualquer dos agentes da União que tenha a incumbência formal de agir no cumprimento desta liminar e comprovadamente tenha se omitido. Justifico este valor aquém do requerido pelo MPF, porque a inadimplência por 30 dias, por exemplo, já significará R$ 9.000,00, que para um agente público – ainda ao nível de Ministro – comprometeria parcela apreciável dos subsídios líquidos mostrando-se suficiente para que não ignore a responsabilidade que lhes pesa no fiel cumprimento desta liminar.” (fls. 57-59)

Contra essa decisão a União ajuizou pedido de suspensão de tutela antecipada e interpôs agravo de instrumento perante o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, que indeferiu o primeiro e negou provimento ao segundo.

A União ajuíza este pleito de suspensão, sustentando, em síntese, a violação à ordem pública, na acepção ordem-administrativa (concebida como normal execução de serviços públicos), implicando indevida intromissão do Poder Executivo, e consequente afronta à ordem jurídico-constitucional, que se assenta no princípio da Separação dos Poderes. Assim, caberia à Administração, que possui as informações necessárias e conhece o panorama geral da questão, decidir sobre o modo de distribuição de verbas da saúde pública e sobre a necessidade e conveniência de contratação de pessoal.

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/2009, 9.494/97 e 12.016/2009 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Na ação civil pública em tramitação na origem, o Ministério Público fundou o pedido na violação ao art. 196 da Constituição Federal (dever do Estado em garantir a saúde pública), enquanto a União sustentou que as decisões eventualmente impugnadas afrontaram o princípio da Separação dos Poderes (art. 2º da CF). Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

No caso, quando o Juízo Federal, em decisão confirmada pelo TRF da 4ª Região, determinou à União a contratação de profissionais da saúde para a atuação no Hospital Universitário da UFSC, pretendeu garantir à população o direito previsto no art. 196 da CF. Ressalte-se que nada impede o Judiciário de promover decisões contrárias ao Estado, nem se configura violação ao princípio da Separação dos Poderes e da Autonomia e Independência dos Poderes. Leem-se os seguintes trechos na decisão proferida pelo Juízo Federal:

“A União defende que, em face do princípio da independência e harmonia entre os Poderes (art. 3º da Constituição Federal de 1988), há vedação de o Poder Judiciário examinar o pedido feito nesta ação.

Porém, tal defesa é focada numa visão tradicional e inadequada frente o nosso Estado Democrático de Direito no qual o PODER ESTATAL deve ser visto como UNO (porque emana do Povo e para o Povo, que é o seu único titular) e DIVISÍVEL apenas para facilitação e efetivação das suas funções, ou seja, sendo mais próprio dizer que existe uma tripartição de competências precípuas até para que se evite a sempre perigosa

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 29: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 29

concentração de poder, pois que o detém tende a dele abusar.Por isso, o princípio da autonomia e independência entre os poderes

da República não está concebido com caráter absoluto, como de resto a maioria dos princípios constitucionais. Tampouco está concebido para permitir excessos de um, sem o controle de outro, sobre bens relevantes como é o caso da VIDA, da SAÚDE, da EDUCAÇÃO (ou de quaisquer outros direitos e garantias fundamentais), que constituem objetivos de destaque do Estado Brasileiro. Ao contrário. A separação e harmonia entre os poderes foi concebida e estabelecida para potencializar e fiscalizar as ações de um pelos demais e, assim, evitar cometimento de abusos e/ou de ilegalidades.

Neste caso, a situação justifica plenamente a provocação judicial ora efetuada pelo MPF em nome de toda a sociedade, pois este demonstra com diversas provas (como será analisado adiante, que:

- o Poder Executivo está omisso por não ter viabilizado a reposição do pessoal que trabalhava na ilegalidade no HU (por intermédio de fundações) e por não prover os cargos necessários para as novas unidades inauguradas, mesmo após ser insistentemente agitado o Ministério da Educação;

(...)- mesmo provocados esses dois poderes pela Direção do HU, com

demonstrativos analíticos dos crescentes números de atendimentos e da sobrecarga de trabalho dos profissionais existentes – não conseguiram solucionar a questão. Ora, neste contexto, no qual se alega que os outros dois poderes já falharam, e em tratando de uma questão que envolve direitos fundamentais, certamente o Poder Judiciário não estará usurpando dos outros poderes se decidir a questão, pois está sendo o último a ser provocado e a Constituição Federal assegura o direito de acesso a este poder para decidir sobre qualquer tipo de lesão ou ameaça de direito.

Esta ação não foi proposta para discutir direitos de menor importância cuja solução possa ficar indefinidamente à mercê de conveniência e oportunidade do Administrador ou Legislador, que podem não estar sensibilizados para com as necessidades sociais de seu povo, notadamente as das áreas de SAÚDE e da EDUCAÇÃO.” (fls. 49 e 50)

Conclui-se, no caso, que a contratação emergenciail de pessoal e o posterior provimento dos cargos mediante realização de concurso público requeridos na ação e determinados na decisão atacada não resultam propriamente de uma indevida interferência do Ministério Público Federal ou do Poder Judiciário na atividade administrativa, tomando para si atribuições que seriam da Administração, tais como decidir sobre como, onde e quando aplicar os recursos públicos na saúde.

Assim, na perspectiva da ordem pública administrativa, a determinação de contratação de profissionais da saúde seria medida complementar necessária e decorrência lógica dos investimentos efetuados , por decisão da Administração, nas instalações físicas e nos equipamentos do Hospital Universitário, a não ser que se entendesse que a ociosidade, a subutilização, a obsolescência e a deterioração – enfim, o desperdício dos recursos públicos destinados à saúde – sejam compatíveis com essa ordem.

Essa particularidade do caso em tela, em que a decisão judicial impugnada tem em vista não a ampliação dos serviços de saúde oferecidos a uma determinada parcela da população, provavelmente em detrimento de outra, mas, sim, o pleno aproveitamento dos recursos públicos já investidos na dimensão material do Hospital, afasta também a alegação de violação ao principio da Separação dos Poderes e de dano à ordem econômica, não sendo de todo infundado se pensar, quanto a este último tópico, que mais lesiva seria a não contratação de pessoal, tornando inúteis aqueles investimentos.

Contudo, entendo que a fixação de multa diária de R$ 300,00 (trezentos reais) pelo descumprimento da decisão proferida na ação civil pública revela-se despropositada e atentatória à economia pública. Para se chegar a essa constatação, basta observar que a fixação de multa em valor elevado e sem limitação constitui ônus excessivo ao Poder Público e à coletividade, pois impõe o contingenciamento e o remanejamento de recursos financeiros, em detrimento de outras políticas públicas de alta prioridade.

Ante o exposto, defiro parcialmente o pedido para suspender os efeitos da decisão proferida pelo Juízo Federal da 2ª Vara de Florianópolis, nos autos da Ação Civil Pública n.º 2009.72.00.012168-4, e confirmada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nos autos do Agravo de Instrumento n.º 2009.04.00.001650-3, apenas no que se refere à aplicação da multa diária de R$ 300,00 (trezentos reais).

Publique-se. Comunique-se com urgência.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 356-1 (189)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009.04.00.006214-8)INTDO.(A/S) : RÁDIO ARARANGUÁ LTDAADV.(A/S) : ANGELA IGNÁCIO MARTINELLI SPILERE E OUTRO

(A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada ajuizada pela União contra acórdão proferido pela Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, nos autos do Agravo de Instrumento n.º 2009.04.00.006214-8/SC (fls. 108-133).

Na origem, a Rádio Araranguá Ltda propôs ação declaratória, com pedido de antecipação de tutela (fls. 21-35), para que pudesse transmitir o programa “A Voz do Brasil” em horário alternativo, no decorrer da programação da emissora, possibilitando a transmissão ao vivo de acontecimentos jornalísticos, e de jogos, principalmente os disputados pelo Criciúma Esporte Clube. Salienta, inclusive, que sofre grave prejuízo financeiro, uma vez que deixa de lucrar com anúncios comerciais no período das 19 às 20 horas, horário em que as pessoas saem do trabalho e poderiam estar ouvindo a mencionada rádio. Para tanto, alegou-se que o disposto no art. 38, alínea e, da Lei nº 4.117/1962 fere os arts. 21, XII, e 220, caput e §§ 1º e 5º, da Constituição Federal.

Em decisão de fls. 43-65, o Juízo Federal da 2ª Vara da Subseção de Criciúma deferiu o pedido de antecipação de tutela, para, “permitir à autora a transmissão do programa ‘A voz do Brasil’, em horário alternativo, desde que veiculado no mesmo dia, até as 24 (vinte e quatro) horas.” (fl. 65).

Interposto agravo de instrumento pela União Federal, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região a ele negou provimento (fls. 108-133), conforme a ementa a seguir:

“ADMINISTRATIVO. A VOZ DO BRASIL. TRANSMISSÃO EM HORÁRIO ALTERNATIVO.

O serviço de radiodifusão é de natureza pública, competindo à União Federal explorá-lo, diretamente ou sob autorização, concessão ou permissão (art. 21, XII, ‘a’, da CF). Em consonância com a supramencionada diretriz constitucional, que as rádio-emissoras não se podem eximir do dever de transmitir o programa oficial denominado ‘A Voz do Brasil’, embora possam fazê-lo em horário alternativo.” (fl. 131).

Contra esse acórdão, a União Federal ajuíza o presente pedido de suspensão de tutela antecipada, baseado em argumentos de grave lesão à ordem pública (cf. fls. 7-16), em sua acepção jurídico-constitucional e administrativa.

Quanto à ordem jurídico-constitucional, sustenta-se que haveria violação ao artigo 97 da Constituição Federal, uma vez que o acórdão impugnado declarou de forma implícita a inconstitucionalidade do disposto na Lei nº 4.117/1962, em desrespeito à cláusula de reserva de plenário. Ademais, o acórdão ofenderia as leis nº 4.117/1964, 9.472/1997 e o Decreto nº 52.795/1963.

Alega-se, ainda, que o acórdão viola o direito de cidadania concretizado no acesso a informações institucionais relacionadas aos diversos Poderes da República (fl. 8), pois o programa reveste-se de “indiscutível interesse público, cuja finalidade é noticiar as atividades desenvolvidas pelos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, harmonizando-se com o regime juspublicista, bem como com o princípio da complementaridade dos sistemas privados, público e estatal, insculpido no artigo 223, caput, da CF/88” (fl. 9).

Aponta-se grave lesão à ordem administrativa, no sentido de o acórdão impugnado estar causando desordem à regular prestação dos serviços públicos de radiodifusão (fl. 8).

Por fim, a requerente afirma haver a possibilidade de ocorrência de efeito multiplicador, uma vez que, potencialmente, todas as outras empresas de radiodifusão poderão buscar a mesma tutela judicial (fl. 8).

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis

12.016/2009, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RI/STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Na ação originária, discutem-se as regras de concessão de serviços de radiodifusão (art. 21, XII, CF/88) e o exercício de liberdade de comunicação (art. 220, §1º e §5º, CF/88), em contraposição à suposta inconstitucionalidade da Lei nº 4.117/62 (art. 38, alínea “e”), que obriga as emissoras de rádio a transmitir o programa chamado “A Voz do Brasil”, no horário das 19 horas às 20 horas. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão-somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

O art. 4º da Lei 8.437/92, c/c o art. 1º da Lei 9.494/97, autoriza o

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 30: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 30

deferimento do pedido de suspensão da execução da tutela antecipada concedida nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

No julgamento da STA nº 27, Min. Nelson Jobim, DJ 02.02.2005, fixou-se o entendimento de que há grave lesão à ordem pública quando a decisão judicial desobriga a transmissão do programa “A Voz do Brasil”, em violação à disposição expressa em lei, conforme se vê a seguir:

“[...]Esta Presidência é competente para examinar o pedido, pois se

questiona, na ação principal (fls. 15/43), a constitucionalidade da alínea “e” do art. 38 da Lei federal nº 4.117/62.

Embora a AGERT alegue a inconstitucionalidade da Lei nº 4.117/62, esta não foi declarada inconstitucional.

A referida lei federal obriga às emissoras de radio difusão retransmitirem o programa a “voz do Brasil” diariamente, exceto aos sábados, domingos e feriados, no horário de 19 (dezenove) às 20 (vinte) horas.

O acórdão do TRF da 4ª Região, nos termos em que proferido, descumpriu a mencionada lei.

[...]” ()grifo nosso)Acrescente-se a esse entendimento o que por mim decidido na STA

314, DJ 4.5.2009.A decisão ora impugnada desobriga uma empresa concessionária de

serviços de radiodifusão de Criciúma a transmitir o programa “A Voz do Brasil” no horário estipulado pela Lei Federal nº 4.117/62 (art. 38, alínea “e”), para que o transmita em horário alternativo e não definido, mas dentro de sua programação diária.

Nesse sentido, está demonstrada a grave lesão à ordem pública, pois a decisão judicial estipulou novas condições para o regime de concessão de serviços de radiodifusão, limitando a atuação fiscalizadora e executória do Poder Concedente em relação ao cumprimento de transmissão do programa “A Voz do Brasil”. Ademais, o processo ainda não transitou em julgado, conforme demonstrado com o documento de fl. 135.

Nada impede que, em casos excepcionais, a concessionária requeira ao Poder Concedente, de forma fundamentada, a autorização para transmissão do referido programa em horário alternativo, seja por um dia ou por um determinado período de tempo. Entretanto, a determinação judicial atemporal para esse fim viola a ordem pública, em termos de ordem administrativa, pois dificulta sobremaneira a fiscalização da transmissão do referido programa pelo Poder Concedente e deixa a cargo da concessionária definir, diariamente, quando transmitirá o programa “A Voz do Brasil”, em desacordo com a regra da lei nº 4.117/62.

Verifica-se, na espécie, o denominado “efeito multiplicador”, consubstanciado no risco de proliferação de demandas idênticas, haja vista a existência de inúmeras outras concessionárias de serviços de radiodifusão que podem requerer a mesma concessão judicial, para aferir vantagens econômicas e concorrenciais.

Por fim, esclareço que não compete à Presidência deste Supremo Tribunal Federal, em sede de pedido de suspensão, eventual análise acerca da constitucionalidade da Lei Federal nº 4.117/62 e da questão da isonomia de tratamento entre as concessionárias de serviços de radiodifusão. Isso porque, conforme reiterada jurisprudência desta Corte, não é cabível, nesta sede processual, exame aprofundado da matéria de mérito analisada na origem.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução da tutela antecipada concedida no julgamento do Agravo de Instrumento n.º 2009.04.00.006214-8.

Publique-se.Comunique-se com urgência. Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 359-6 (190)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTEREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

GERAIS (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.0024.08.284.166-9/002)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAISINTDO.(A/S) : RENATA BECHELANY DUTRA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de tutela antecipada apresentado pelo Município de Belo Horizonte contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que confirmou decisão de antecipação de tutela proferida nos autos de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Estadual.

Narra a inicial que a referida ação civil pública foi proposta com base

nos seguintes fatos:a) a Prof. Cristiana Fortini, examinadora do concurso na área de

Direito Ambiental e Urbanístico, teria ministrado aulas de Direito Administrativo, entre 25.04.2008 e 28.05.2008, em módulo denominado ‘atualização em Direito’, preparatório para concursos públicos, promovido pela instituição de ensino Praetorium;

b) o Prof. Rúsvel Beltrame Rocha, cônjuge da citada examinadora, que é procurador do Município de Belo Horizonte, ministrou aulas da disciplina Direito Urbanístico, em cursos preparatórios para concursos de Procuradorias Públicas (cargos de Procurador do Município de Belo Horizonte e Procurador da Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais), na instituição de ensino Aprobatum Anamages. (fl. 3)

Tais fatos, conforme aduzido na ação civil pública, violariam os princípios relacionados à lisura do certame, quais sejam: republicano, democrático, da isonomia e igualdade, da impessoalidade, supremacia do interesse público, da razoabilidade e da moralidade (fl.3).

Segundo o requerente, o fundamento da ação civil pública limita-se à violação de dimensão objetiva de princípios constitucionais, na medida em que “sequer foi alegado pelo Ministério Público ter havido fraude ou beneficiamento deste ou daquele grupo de candidatos. Pretendeu-se, de repetir, que o fato em si, de examinador da banca ter lecionado em cursos jurídicos violaria objetivamente o certame.” (fl. 4)

Na origem, o juízo da 6ª Vara da Fazenda Pública Municipal deferiu o pedido de tutela antecipada para que o Município de Belo Horizonte “se abstenha de praticar qualquer ato relacionado à nomeação, posse e exercício dos candidatos aprovados, até decisão definitiva” (fl. 123). Segundo o magistrado de primeira instância,

Frente os fatos acima descritos, entendo que se criou, ainda que apenas potencialmente, ambiente hábil a desigualar candidatos iguais.

Parafraseando um ditado popular, não basta o concurso público ser legítimo, ele tem que parecer legítimo!

Ocorre que o simples fato de um integrante de uma banca de concurso público na área jurídica dar aulas em cursinhos preparatórios para concursos também da área jurídica já é suficiente para lançar sobre o certame uma sombra de dúvidas hábil a maculá-lo irremediavelmente. (fl. 121)

O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao negar provimento ao agravo de instrumento interposto contra essa decisão, acolheu a tese de que “do ponto de vista objetivo das situações citadas, as coincidências fáticas apontadas são suficientes para promover a ‘contaminação’ do certame, impondo a sua suspensão, nos termos da decisão recorrida.” (fl. 32)

Contra tal decisão, a Municipalidade apresentou pedido de suspensão no STF.

O Município de Belo Horizonte apresenta decisão do Pleno do Supremo Tribunal Federal sustentando semelhança com o caso em apreço, a fim de rechaçar a tese de que seria possível presumir a ilegalidade ou fraude em concurso público:

Ocorre que este Colendo Supremo Tribunal Federal, em caso bastante assemelhado ao dos autos, decidiu recentemente que ‘NÃO É POSSÍVEL PRESUMIR A EXISTÊNCIA DE MÁ-FÉ OU A OCORRÊNCIA DE IRREGULARIDADES PELO SIMPLES FATO DE QUE DUAS DAS CANDIDATAS APROVADAS TEREM SIDO ASSESSORAS DE DESEMBARGADORES INTEGRANTES DA BANCA EXAMINADORA’ (MS 26.700-RO, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe n. 117, de 26.06.2008).

Com efeito, o caso julgado pelo Supremo Tribunal Federal envolvia a seguinte situação fática: o TJ e o Estado de Rondônia impetraram mandado de segurança contra decisão administrativa do CNJ em que se decidiu pela anulação de concurso de juiz, ao fundamento de violação aos princípios da impessoalidade e moralidade, porque na terceira fase (prova oral) teriam sido aprovadas duas candidatas que exerciam o cargo de assessor de desembargadores integrantes da comissão de concurso.

No referido precedente, a anulação administrativa do concurso se deu com base em suspeita de fraude ou presunção de favorecimento, já que não se comprovou efetivamente qualquer tipo de beneficiamento. Partiu-se de um dado objetivo – candidato aprovado assessor de desembargador integrante da banca – e chegou-se à conclusão de suspeita de fraude. Raciocínio idêntico foi feito nesta ação: membro da banca professor de curso jurídico levou à conclusão de suspeita de fraude ou violação da isonomia.

Dentro desse contexto, o Pleno do Supremo Tribunal Federal decidiu, no citado MS 26.700-RO, pela inviabilidade de se anular um concurso público com base em simples presunção ou suspeita de ilegalidade ou fraude, conforme se extrai de excertos do voto do Relator, MIn. Ricardo Lewandowski:

[...]a realidade fática dos autos e do concurso público, reconhecida pelo

acórdão do TJMG, mostra exatamente a inexistência de qualquer tipo de favorecimento, tanto que, repita-se, deu-se pela suspensão do concurso pelo isolado argumento de suspeita de violação da moralidade em razão de membro da banca examinadora ter ministrado aulas em curso preparatório que sequer guarda relação com a matéria em que funcionou como examinadora. (fls. 10-12)

Aduz, também que:a) não houve qualquer indicação concreta, por parte do Ministério

Público, de aluno da professora que teria sido aprovado e se beneficiado com a suposta fraude (fl. 12);

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 31: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 31

b) “as três aulas ministradas pela Professora Cristiana Fortini, em outra disciplina, foram gravadas e que o simples fato de o examinador lecionar em curso preparatório, não pode induzir nulidade automática do certame (fl 13);

c) “como comprovado nos autos, nenhum dos alunos do membro da banca logrou aprovação no concurso público dentro do número de vagas” (fl. 13).

Quanto à alegação de grave lesão à ordem, à segurança e à economia públicas, o requerente demonstra que “o quadro de Procuradores da Municipalidade está desfalcado em substancial percentual, próximo de 15% (quinze por cento) dos cargos, situação que, a rigor, já seria suficiente para a concretização de funcionamento inadequado da Administração” (fl. 19). Afirma, ainda, que os procuradores municipais em atividade são responsáveis por cerca de “154.000 (cento e cinqüenta e quatro mil) processos, conforme declaração anexa, resta especificado o número de feitos por gerência” (fl. 19).

Em seguida, sustenta que a nomeação dos 11 (onze) candidatos aprovados é imprescindível para que o Município esteja preparado a “distribuir e acompanhar as novas execuções fiscais, que representarão, de forma estimada, mais de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) para os cofres municipais (fl. 22).

Por fim, requer sejam suspensos os efeitos do acórdão do Agravo de Instrumento n.º 0024.08.284.166-9/002, “para possibilitar ao Requerente efetivar os atos necessários à nomeação, posse e exercício dos candidatos aprovados no concurso para o provimento de cargo de Procurador Municipal, integrante do plano de carreira da área de atividades jurídicas da Administração Direta do Poder Executivo do Município de Belo Horizonte (edital 04/2008)” (fl. 25).

Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/2009, 9.494/97 e 12.016/2009 e art. 297 do RI-STF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR/RS, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, DJ 06.4.2001; SS 2.187-AgR/SC, rel. Min. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465/SC, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

Na ação civil pública em tramitação na origem, o Ministério Público fundou o pedido na violação aos seguintes princípios (fls. 108-112): republicano e democrático (arts. 1º e 34, VII, “a”, CF); igualdade e isonomia (art. 37, I, CF); impessoalidade; supremacia do interesse público; razoabilidade e moralidade administrativa. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

Feitas essas considerações preliminares, passo à análise do pedido, o que faço apenas e tão somente com base nas diretrizes normativas que disciplinam as medidas de contracautela. Ressalte-se, não obstante, que, na análise do pedido de suspensão de decisão judicial, não é vedado ao Presidente do Supremo Tribunal Federal proferir um juízo mínimo de delibação a respeito das questões jurídicas presentes na ação principal, conforme tem entendido a jurisprudência desta Corte, da qual se destacam os seguintes julgados: SS 846-AgR/DF, rel. Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 29.5.96; SS 1.272-AgR/RJ, rel. Ministro Carlos Velloso, DJ 18.5.2001.

No caso, quando o TJMG negou provimento ao agravo de instrumento mantendo a liminar deferida pelo Juízo da 6ª Vara da Fazenda Pública Municipal, confirmou-se a tese de que seria prescindível demonstrar a efetiva violação ao princípio da impessoalidade ou ao da moralidade, na medida em que a “excessiva proximidade de posições entre aquele que figura como examinador no concurso e aquele que prepara o candidato, configura objetivamente situação de imoralidade, insustentável no Estado Democrático de Direito” (fls. 33-34).

Outro trecho do julgado revela esse entendimento:Constata-se que a professora Cristiana Fortini ainda ministrava aulas

no ‘Curso Praetorium’, preparatório para concursos, quando da realização das provas abertas do certame neste feito.

Demonstrada a coincidência temporal, ganham relevo, então, as alegações de que o curso não era preparatório para o concurso ora impugnado, e de que tais aulas não versavam sobre a disciplina da qual a Professora Cristiana Fortini seria examinadora do concurso.

Mas, vale registrar que a violação constitucional que se encontra em foco, antes dos princípios da isonomia ou da impessoalidade, diz respeito ao princípio da moralidade administrativa.

Não se está aqui levantando quaisquer suspeitas de cunho subjetivo em relação à Professora Cristiana Fortini, de conduta reconhecidamente ilibada.

Mas, do ponto de vista objetivo das situações citadas, as coincidências fáticas apontadas são suficientes para promover a ‘contaminação’ do certame, impondo a sua suspensão, nos termos da decisão recorrida. (fl. 31-32)

Ocorre que, conforme aduzido na inicial, esta Suprema Corte já refutou a tese de que uma análise meramente objetiva, com base na

moralidade, seja suficiente a obstar o curso de certame público. Em outras palavras, sem que haja demonstração de que, efetivamente, tenha ocorrido benefício a determinados candidatos, descabe suspender o concurso público.

Eis o precedente desta Suprema Corte:EMENTA: MANDADO DE SEGURANÇA. CONSELHO NACIONAL

DE JUSTIÇA. ANULAÇÃO DO XVIII CONCURSO PARA INGRESSO NA MAGISTRATURA DO ESTADO DE RONDÔNIA. OFENSA AOS PRINCÍPIOS DA MORALIDADE E IMPESSOALIDADE. INOCORRÊNCIA. CONCESSÃO DA SEGURANÇA. I - O exame dos documentos que instruem os PCAs 371, 382 e 397 não autoriza a conclusão de que teria ocorrido afronta aos princípios da moralidade e da impessoalidade na realização do XVIII concurso para ingresso na carreira inicial da magistratura do Estado de Rondônia. II - Não é possível presumir a existência de má-fé ou a ocorrência de irregularidades pelo simples fato de que duas das candidatas aprovadas terem sido assessoras de desembargadores integrantes da banca examinadora. III - Segurança concedida.(MS 26700, Relator(a): Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 21/05/2008, DJe-117 DIVULG 26-06-2008 PUBLIC 27-06-2008 EMENT VOL-02325-01 PP-00142 LEXSTF v. 30, n. 358, 2008, p. 206-224)

No caso desta suspensão de tutela antecipada, o acórdão do TJMG não faz menção, por exemplo, à degravação das aulas ou a depoimentos de candidatos que pudessem, em cotejo com a questão formulada pela professora, revelar minimamente violação à moralidade administrativa no caso concreto.

Assim, a despeito de não ser recomendável, em princípio, que o professor indicado para elaborar questão de prova também seja professor de curso preparatório para o concurso, não se pode suspender todo o certame com fundamento em presunção de violação à moralidade, à impessoalidade, à isonomia ou em suposição de fraude. É indispensável, em hipóteses tais, demonstração concreta e fundamentada, conforme citado julgado desta Suprema Corte. Levado ao extremo, o entendimento em sentido oposto poderia praticamente inviabilizar a realização de concursos públicos com a participação de acadêmicos.

Quanto à existência de risco de grave lesão à ordem e à economia públicas, o requerente, mediante os documentos apresentados, revelou ser indispensável a nomeação dos aprovados no certame. Primeiro, em razão de o número de vagas corresponder a aproximadamente 15% do total de procuradores municipais. Segundo, em decorrência do elevado número de processos sob a responsabilidade dos servidores (154.000 processos – fl. 19). Terceiro, por causa do comprometimento da arrecadação municipal (fl. 20).

Quanto ao último aspecto, o requerente afirma:Segundo declaração anexada, acompanhada de gráficos indicativos,

há na Gerência de Atividades de Execução Fiscal (GAEF) 120.616 (CENTO E VINTE MIL, SEISCENTOS E DEZESSEIS) processos ativos de execução fiscal.

Diante da elevada demanda em outras áreas, somente foi possível alocar para a referida gerência 11 (onze) procuradores. Portanto, há, em média, 10.965 (dez mil, novecentos e sessenta e cinco) processos sob a responsabilidade de cada Procurador lotado na Especializada.

Ocorre que o número de processos será elevado em aproximadamente 30% (trinta por cento) nos próximos 60 dias, em virtude da distribuição de mais de 40.000 execuções fiscais. É que devido a problemas no sistema atual – SIATU houve a paralisação de remessa de CDA´s (certidões de dívida ativa) pela Secretaria de Finanças, conforme demonstra a certidão da Secretaria (docs. anexos).

Assim, em virtude das circunstâncias referidas, o Município DEIXOU DE AJUIZAR, somente nos últimos três anos, CERCA DE 40.000 (QUARENTA MIL) execuções fiscais.

Com a iminente resolução dos problemas relatados, prevista para o mês de dezembro, restará caracterizado o caos naquela especializada, tendo em vista o incremento de no mínimo 30% (trinta por cento) na demanda de cada Procurador e da Procuradoria em geral.

A sobrecarga de trabalho a ser imposta aos Procuradores induzirá, sem dúvida alguma, risco de prescrição dos créditos tributários da Municipalidade e, consequentemente, considerável perda financeira ao ente público.

A nomeação dos novos procuradores municipais é imprescindível para que o Município de Belo Horizonte esteja preparado para distribuir e acompanhar as novas execuções fiscais, que representarão, de forma estimada, mais de R$ 100.000.000,00 (cem milhões de reais) para os cofres municipais. (fl. 21-22)

Revela-se evidente, pois, a existência de grave lesão à ordem pública, em sua acepção jurídico-administrativa, tendo em vista que o acórdão impugnado compromete a atividade da Procuradoria do Município de Belo Horizonte, especialmente considerando o contexto acima relatado.

Isso porque a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a fim de fixar o que se deve entender por ordem pública no pedido de suspensão, tem adotado entendimento formado ainda no âmbito do Tribunal Federal de Recursos, a partir do julgamento da SS 4.405, Rel. Néri da Silveira, segundo o qual, estaria inserto no conceito de ordem pública o de ordem administrativa em geral, concebida como a normal execução dos serviços públicos, o regular andamento das obras públicas e o devido exercício das funções da Administração pelas autoridades constituídas.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 32: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 32

Assim, representa violação à ordem pública provimento judicial que obstaculiza ou dificulta, sem causa legítima, o adequado exercício dos serviços pela Administração Pública ou pelos seus delegados (Nesse sentido: STA n. 275, DJ 10.10.08 e STA n. 242, DJ 4.8.08). Revela-se também evidente o risco à economia pública, tendo em vista que, nos termos do relatório produzido pelo Requerente, há expressiva demanda para ajuizamento de execuções fiscais.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender os efeitos do acórdão do agravo de instrumento nº 1.0024.08.284.166-9/002, do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Comunique-se. Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PLENÁRIO

Decisões

Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade

(PUBLICAÇÃO DETERMINADA PELA LEI Nº 9.868, DE 10.11.1999)

JULGAMENTOS

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 18-5 (191)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : FIEMT - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO

DE MATO GROSSOADV.(A/S) : VICTOR HUMBERTO MAIZMANINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNIADV.(A/S) : CASSIO AUGUSTO MUNIZ BORGES E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNCADV.(A/S) : BRUNO MURAT DO PILLARINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE - CNTADV.(A/S) : MARCO ANDRÉ DUNLEY GOMES E OUTROSINTDO.(A/S) : ESTADO DO ACREADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACREINTDO.(A/S) : ESTADO DO AMAZONASADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO AMAZONASINTDO.(A/S) : ESTADO DA BAHIAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIAINTDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁINTDO.(A/S) : ESTADO DE GOIÁSADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁSINTDO.(A/S) : ESTADO DO MATO GROSSO DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DO PARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁINTDO.(A/S) : ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : RODRIGO DE SÁ QUEIROGA E OUTROINTDO.(A/S) : ESTADO DE PERNAMBUCOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCOINTDO.(A/S) : ESTADO DO PIAUÍADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTEINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOINTDO.(A/S) : ESTADO DE SERGIPEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SERGIPEINTDO.(A/S) : DISTRITO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 509-0 (192)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS -

AMBADV. : LUDOVICO ANTONIO MERIGHIREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSOREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO

GROSSO

Decisão: Por proposta do Senhor Ministro Marco Aurélio, o Tribunal deliberou adiar o julgamento. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 01.08.2008.

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.247-9 (193)PROCED. : PARÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.381-5 (194)PROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOASADV. : ALUISIO LUNDGREN CORRÊA REGIS E OUTROREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ALAGOAS

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.763-8 (195)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNCADVDA. : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZADVDOS. : LILIANA RODRIGUES E OUTROSREQDO. : PRESIDENTE DA REPÚBLICAREQDO. : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.158-3 (196)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS -

AMBADVDOS. : ALBERTO PAVIE RIBEIRO E OUTROSREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADVDOS. : MÁRCIA DIEGUEZ LEUZINGUER E OUTROSREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.189-3 (197)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 33: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 33

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.352-7 (198)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISADVDOS. : PGE-MG - ISABEL DE ABREU MACHADO DERZI E

OUTROSREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.575-9 (199)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PARTIDO SOCIAL LIBERAL - PSLADV. : WLADIMIR SÉRGIO REALEREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.616-0 (200)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADVDA. : PGE-PR - MÁRCIA CARLA PEREIRA RIBEIROREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.650-0 (201)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : MESA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE

GOIÁSADVDOS. : ADIR CLAUDIO CAMPOS E OUTROREQDO. : PRESIDENTE DA REPÚBLICAREQDO. : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.497-9 (202)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREQDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.550-9 (203)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.588-6 (204)PROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADV.(A/S) : PGE-PR - CÉSAR AUGUSTO BINDERREQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.609-2 (205)PROCED. : ACRERELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ACRE

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.725-1 (206)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO NOVO

ESTADO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : FERNANDO BARBOSA MARCONDES DE CARVALHO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.813-3 (207)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES DE ARROZEIROS DO

RIO GRANDE DO SUL - FEDERARROZADV.(A/S) : PLINIO ETCHEPARE GUERRA

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.852-4 (208)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : PGE-SC - ADRIANO ZANOTTOREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.977-6 (209)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL - PC DO BADV.(A/S) : WESLEY RICARDO BENTOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIAINTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE

CONTAS DO BRASIL - ATRICONADV.(A/S) : RUY REMY RECH

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.203-3 (210)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO

MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMPADV.(A/S) : ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA E OUTRO

(A/S)REQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.232-7 (211)PROCED. : RIO DE JANEIRO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 34: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 34

RELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS

ESTADUAIS - ANAMAGESADV.(A/S) : GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO

(A/S)REQDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

SECRETARIA JUDICIÁRIAROSEMARY DE ALMEIDA

SECRETÁRIA

SESSÃO EXTRAORDINÁRIA

Ata da 27ª (vigésima sétima) sessão extraordinária, realizada em 10 de setembro de 2009.

Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Presentes à sessão os Senhores Ministros Marco Aurélio, Ellen Gracie, Cezar Peluso, Carlos Britto, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Cármen Lúcia.

Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau.

Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos e, Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo Duprat de Brito Pereira.

Secretário, Luiz Tomimatsu.Abriu-se a sessão às quatorze horas, sendo lida e aprovada a ata da

sessão anterior.REGISTROO SR. MINISTRO GILMAR MENDES (PRESIDENTE) – Senhores

Ministros, registro a presença, no Plenário, de militares-alunos do curso de habilitação para oficiais do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, Acre e Amapá, que estão participando do Curso de Formação de Oficiais. Sejam bem-vindos.

JULGAMENTOS

AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.192-0 (212)PROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. MENEZES DIREITOAUTOR(A/S)(ES) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTEADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERALREU(É)(S) : MUNICÍPIO DE NATALADV.(A/S) : HERBERT ALVES MARINHO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 18-5 (213)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : FIEMT - FEDERAÇÃO DAS INDÚSTRIAS NO ESTADO

DE MATO GROSSOADV.(A/S) : VICTOR HUMBERTO MAIZMANINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNIADV.(A/S) : CASSIO AUGUSTO MUNIZ BORGES E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNCADV.(A/S) : BRUNO MURAT DO PILLARINTDO.(A/S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO TRANSPORTE - CNTADV.(A/S) : MARCO ANDRÉ DUNLEY GOMES E OUTROSINTDO.(A/S) : ESTADO DO ACREADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACREINTDO.(A/S) : ESTADO DO AMAZONASADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO AMAZONASINTDO.(A/S) : ESTADO DA BAHIAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIAINTDO.(A/S) : ESTADO DO CEARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁINTDO.(A/S) : ESTADO DE GOIÁSADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁSINTDO.(A/S) : ESTADO DO MATO GROSSO DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DO PARÁADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁ

INTDO.(A/S) : ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA PARAÍBAADV.(A/S) : RODRIGO DE SÁ QUEIROGA E OUTROINTDO.(A/S) : ESTADO DE PERNAMBUCOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCOINTDO.(A/S) : ESTADO DO PIAUÍADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTEINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOINTDO.(A/S) : ESTADO DE SERGIPEADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SERGIPEINTDO.(A/S) : DISTRITO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 509-0 (214)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS -

AMBADV. : LUDOVICO ANTONIO MERIGHIREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSOREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO

GROSSO

Decisão: Por proposta do Senhor Ministro Marco Aurélio, o Tribunal deliberou adiar o julgamento. Ausente, justificadamente, o Senhor Ministro Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 01.08.2008.

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.247-9 (215)PROCED. : PARÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.381-5 (216)PROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DE ALAGOASADV. : ALUISIO LUNDGREN CORRÊA REGIS E OUTROREQDO. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ALAGOAS

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.763-8 (217)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO - CNCADVDA. : FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZADVDOS. : LILIANA RODRIGUES E OUTROSREQDO. : PRESIDENTE DA REPÚBLICAREQDO. : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 35: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 35

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.158-3 (218)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS -

AMBADVDOS. : ALBERTO PAVIE RIBEIRO E OUTROSREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADVDOS. : MÁRCIA DIEGUEZ LEUZINGUER E OUTROSREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.189-3 (219)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.352-7 (220)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DE MINAS GERAISADVDOS. : PGE-MG - ISABEL DE ABREU MACHADO DERZI E

OUTROSREQDO. : GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.575-9 (221)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : PARTIDO SOCIAL LIBERAL - PSLADV. : WLADIMIR SÉRGIO REALEREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.616-0 (222)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADVDA. : PGE-PR - MÁRCIA CARLA PEREIRA RIBEIROREQDA. : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.650-0 (223)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE. : MESA DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE

GOIÁSADVDOS. : ADIR CLAUDIO CAMPOS E OUTROREQDO. : PRESIDENTE DA REPÚBLICAREQDO. : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.497-9 (224)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREQDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.550-9 (225)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.588-6 (226)PROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁADV.(A/S) : PGE-PR - CÉSAR AUGUSTO BINDERREQDO.(A/S) : GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO

NORTE

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.609-2 (227)PROCED. : ACRERELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ACRE

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.725-1 (228)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS PROCURADORES DO NOVO

ESTADO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : FERNANDO BARBOSA MARCONDES DE CARVALHO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.813-3 (229)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : FEDERAÇÃO DE ASSOCIAÇÕES DE ARROZEIROS DO

RIO GRANDE DO SUL - FEDERARROZADV.(A/S) : PLINIO ETCHEPARE GUERRA

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.852-4 (230)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : PGE-SC - ADRIANO ZANOTTOREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.977-6 (231)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL - PC DO BADV.(A/S) : WESLEY RICARDO BENTOREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIAINTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO DOS MEMBROS DOS TRIBUNAIS DE

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 36: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 36

CONTAS DO BRASIL - ATRICONADV.(A/S) : RUY REMY RECH

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.203-3 (232)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO

MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMPADV.(A/S) : ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA E OUTRO

(A/S)REQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.232-7 (233)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MAGISTRADOS

ESTADUAIS - ANAMAGESADV.(A/S) : GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES E OUTRO

(A/S)REQDO.(A/S) : ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AÇÃO ORIGINÁRIA ESPECIAL 21-8 (234)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOAUTOR : RICARDO ZARATTINI FILHOADVDOS. : SID H RIEDEL FIGUEIREDO E OUTROSRÉ : UNIÃO FEDERALADV. : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.939-1 (235)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : FABÍOLA LEITE ORLANDELLIAGDO.(A/S) : AMINES MARTA CARNEIRO BRACONARO E OUTRO

(A/S)

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.944-1 (236)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOAGTE.(S) : SUELI BRANCO SPUZZILLO DE OLIVEIRAADV.(A/S) : BERNARDINO LOPES FIGUEIRAAGDO.(A/S) : BANCO FRANCÊS E BRASILEIRO S/A

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.979-6 (237)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOAGTE.(S) : SINDICATO DOS VENDEDORES DE JORNAIS E

REVISTAS E EMPREGADOS EM EMPRESAS DISTRIBUIDORAS DE JORNAIS E REVISTAS DO ESTADO DA BAHIA

ADV.(A/S) : HÉLIO MARIANO RIBEIRO DE SANTANA E OUTRO (A/S)

AGDO.(A/S) : DISTRIBUIDORA CASTRO ALVES DE PUBLICAÇÕES LTDA

AGDO.(A/S) : FERNANDO CHINAGLIA DISTRIBUIDORA S/A

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EMB.DECL.NA AÇÃO ORIGINÁRIA 1.395-0 (238)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOEMBTE.(S) : LIBIA MARTINS CARREIRO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : LIBIA MARTINS CARREIROADV.(A/S) : NATÁLIA QUEIROZ CABRAL RODRIGUESEMBDO.(A/S) : PRESIDENTE DA COMISSÃO DO VII CONCURSO

PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO DA 17ª REGIÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

LIT.PAS.(A/S) : ALVINO MARCHIORI JUNIORLIT.PAS.(A/S) : AMANDA QUINTÃO NEUBERTLIT.PAS.(A/S) : ANNA KARENINA MENDES GÓESLIT.PAS.(A/S) : AUDREY CHOUCAIIR VAZLIT.PAS.(A/S) : BRENO GUMIERO PEREIRALIT.PAS.(A/S) : BRUNO FERNANDES ALBUQUERQUELIT.PAS.(A/S) : CARIN HUHNLIT.PAS.(A/S) : DANIEL CORDEIRO GAZOLALIT.PAS.(A/S) : DENISE ALVES TUMOLI FERREIRALIT.PAS.(A/S) : ENOQUE RIBEIRO DOS SANTOSLIT.PAS.(A/S) : GERALDO LUÍS STEELE RODRIGUESLIT.PAS.(A/S) : HELDER JOSÉ MENDES DA SILVALIT.PAS.(A/S) : ISABELA MÁRCIA DE ALCÂNTARA FABIANOLIT.PAS.(A/S) : JULIANA CARLESSO LOZERLIT.PAS.(A/S) : LÉCIO MAURO PAULINO SANTOSLIT.PAS.(A/S) : LEONARDO DO N. LOPES DOS SANTOSLIT.PAS.(A/S) : MARCIO POLITO FONTESLIT.PAS.(A/S) : MARIA CÂNDIDA ROSMANINHO SOARESLIT.PAS.(A/S) : MARIANA DOURADO WANDERLEYLIT.PAS.(A/S) : RENATA VENTORIM VAGOLIT.PAS.(A/S) : SANDRO CAMILO DE PÁDUA BORGESLIT.PAS.(A/S) : SEBASTIÃO ABREU DE ALMEIDA

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EMB.DECL.NA AÇÃO ORIGINÁRIA 1.412-3 (239)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MENEZES DIREITOEMBTE.(S) : LÚCIO PEREIRA DE SOUZAADV.(A/S) : HELEN CRISTINA VITORASSO SOUZA E OUTRO

(A/S)EMBDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EMB.DECL.NO INQUÉRITO 2.584-4 (240)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOEMBTE.(S) : EDMAR BATISTA MOREIRAADV.(A/S) : OTÁVIO HENRIQUE MENEZES DE NORONHAADV.(A/S) : GUILHERME OTÁVIO SANTOS RODRIGUESADV.(A/S) : MARIO EDUARDO ALVESADV.(A/S) : JOAO RIBEIRO COSTAEMBTE.(S) : JULIA FERNANDES MOREIRAADV.(A/S) : MARIO EDUARDO ALVESEMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, rejeitou os embargos de declaração. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EMB.DECL.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.056-3 (241)PROCED. : PARÁRELATOR :MIN. MENEZES DIREITOEMBTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : LÍVIA CARDOSO VIANA GONÇALVESEMBDO.(A/S) : DARCI DA SILVA CORREAADV.(A/S) : MARIA DE FÁTIMA PINHEIRO DE OLIVEIRAEMBDO.(A/S) : ESPÓLIO DE MARIA SALOMÉ BARROS VIDAL

Decisão: Retirado de mesa por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 37: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 37

Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EXTRADIÇÃO 1.126-0 (242)PROCED. : REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHARELATOR :MIN. MENEZES DIREITOREQTE.(S) : GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHAEXTDO.(A/S) : MANFRED WILLADV.(A/S) : EVA INGRID REICHEL BISCHOFF

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

EXTRADIÇÃO 1.139-1 (243)PROCED. : REPÚBLICA PORTUGUESARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEREQTE.(S) : GOVERNO DE PORTUGALEXTDO.(A/S) : DOMINGOS ALFREDO CELAS PINTO OU DOMINGOS

ALFREDO CELAS OU DOMINGOS CELAS PINTOADV.(A/S) : ROBERTO COSTA DOS PASSOS

Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto da Relatora, deferiu parcialmente o pedido de extradição. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 99.402-4 (244)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : JOAQUIM LOPES FRANCISCOIMPTE.(S) : FRANCISCO LUDGERO FERNANDES DE OLIVEIRA E

OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DA EXTRADIÇÃO Nº 1159 DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

Decisão: O Tribunal, por unanimidade e nos termos do voto do Relator, indeferiu o pedido de liminar. Impedido o Senhor Ministro Ricardo Lewandowski. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidiu o julgamento o Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

MANDADO DE SEGURANÇA 26.794-1 (245)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOIMPTE.(S) : AMAMSUL - ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS DE

MATO GROSSO DO SULADV.(A/S) : RODRIGO MARQUES MOREIRA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : VLADIMIR ROSSI LOURENÇO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO

DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 484/2007)

Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Marco Aurélio (Relator), que declarava válida a distribuição e dava pela ilegitimidade da impetrante quanto aos aposentados e pensionistas, porque não integram o quadro societário da impetrante, deferindo parcialmente a segurança, pediu vista dos autos a Senhora Ministra Cármen Lúcia. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Falou pela impetrante o Dr. José Eduardo Rangel de Alckmin. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

MANDADO DE SEGURANÇA 27.260-1 (246)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : CLÁUDIA GOMESADV.(A/S) : ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA E OUTROSADV.(A/S) : LIA RAQUEL RODRIGUES DE ARAÚJOIMPDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Decisão: O Tribunal adiou o julgamento atendendo ao pedido do advogado, para efeito de sustentação oral. Ausentes, justificadamente, o Senhor Ministro Gilmar Mendes (Presidente), em representação do Tribunal no exterior, e a Senhora Ministra Ellen Gracie. Presidência do Senhor Ministro Cezar Peluso (Vice-Presidente). Plenário, 15.04.2009.

Decisão: Após o voto do Senhor Ministro Carlos Britto (Relator), deferindo o mandado de segurança, e os votos dos Senhores Ministros Cármen Lúcia, Joaquim Barbosa, Ricardo Lewandowski e Cezar Peluso, indeferindo-o, o julgamento foi suspenso. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello, Eros Grau e, neste julgamento, os Senhores Ministros Marco Aurélio e Ellen Gracie. Falaram, pela impetrante, o Dr. Aristides Junqueira Alvarenga e, pelo Ministério Público Federal, a Vice-Procuradora-Geral da República, Dra. Deborah Macedo Duprat de Britto Pereira. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

RECLAMAÇÃO 4.895-1 (247)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MENEZES DIREITORECLTE.(S) : RAUL BELENS JUNGMANN PINTOADV.(A/S) : DOUGLAS FERNANDES DE MOURA E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : JUÍZA FEDERAL DA 17º VARA FEDERAL DA SEÇÃO

JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL (PROCESSO Nº 2006.34.00.037843-0)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALINTDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAADV.(A/S) : VALDEZ ADRIANI FARIASINTDO.(A/S) : FLÁVIA PIRES TORREÃOINTDO.(A/S) : ERNESTO LINCOLN MARINHO MAGALHÃESINTDO.(A/S) : ALMIR FREITAS DE SOUZAINTDO.(A/S) : ELINEY PEDROSO FAULSTICHINTDO.(A/S) : ALBA ROSAS COSTA CHACONINTDO.(A/S) : REBECA SCATRUTINTDO.(A/S) : RRN COMUNICAÇÃO E MARKETING S/C LTDA -

INFORME COMUNICAÇÃOINTDO.(A/S) : CASABLANCA COMUNICAÇÃO E MARKETING LTDAINTDO.(A/S) : JULIANO TORRES SALESINTDO.(A/S) : ARTPLAN COMUNICAÇÃO S/AINTDO.(A/S) : ROBERTO MEDINA

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 422.591-3 (248)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MENEZES DIREITORECTE.(S) : MUNICÍPIO DE CABO FRIOADV.(A/S) : LUIZ ALBERTO BETTIOLRECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

Decisão: A Turma decidiu afetar o julgamento do presente recurso extraordinário para o Tribunal Pleno. Unânime. 1ª Turma, 28.04.2009.

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 441.280-2 (249)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MENEZES DIREITORECTE.(S) : FROTA DE PETROLEIROS DO SUL LTDA - PETROSUL

E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ANA FRAZÃO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁSADV.(A/S) : CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO E OUTRO

(A/S)

Decisão: Por maioria de votos, a Turma, em questão de ordem, resolveu julgar o recurso extraordinário; vencidos os Ministros Carlos Britto e Marco Aurélio, Presidente. No mérito, após os votos dos Ministros Menezes Direito, Relator, e Ricardo Lewandowski, que negavam provimento ao recurso extraordinário e da Ministra Cármen Lúcia e do Ministro Carlos Britto, que lhe davam provimento, pediu vista do processo o Ministro Marco Aurélio, Presidente. Falaram: o Dr. Pedro Gordilho, pelas recorrentes, e o Dr. Rafael de Matos, pela recorrida. 1ª Turma, 30.09.2008.

Decisão: A Turma, preliminarmente, por proposta do Ministro Marco Aurélio, em continuidade do julgamento, quando de seu voto vista, decidiu afetar o julgamento do presente recurso extraordinário ao Tribunal Pleno. Unânime. 1ª Turma, 12.05.2009.

Decisão: Retirado de pauta por indicação da Presidência. Ausentes, justificadamente, os Senhores Ministros Celso de Mello e Eros Grau. Presidência do Senhor Ministro Gilmar Mendes. Plenário, 10.09.2009.

COMUNICAÇÃO

O SENHOR MINISTRO CARLOS AYRES BRITTO – Senhor Presidente, se Vossa Excelência me permite, estaremos prestando uma homenagem póstuma, no Tribunal Superior Eleitoral, a partir das 18 horas e 30 minutos, ao ex-Ministro da Casa, Menezes Direito. Reitero o convite para os Ministros que puderem comparecer lá àquela Casa de Justiça especializada.

Brasília, 10 de setembro de 2009.Luiz Tomimatsu

Secretário

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 38: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 38

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Decisões e Despachos dos Relatores

PROCESSOS ORIGINÁRIOS

MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 2.407-2 (250)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) : UGO MILANESIREQTE.(S) : FABRIZIO MILANESIREQTE.(S) : DANIELE MILANESIADV.(A/S) : MIRIAN RIBEIRO RODRIGUES DE MELLOREQDO.(A/S) : GABRIELA GIANNA MAZZAADV.(A/S) : PAULO LAITANO TAVORA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de “medida cautelar inominada”, com pedido de medida liminar, na qual se pretende que esta Suprema Corte determine, até o trânsito em julgado da decisão a ser proferida no AI 730.117/DF, de que sou Relator, a indisponibilidade e o bloqueio, junto ao Cartório do 1º Ofício do Registro de Imóveis, do imóvel residencial indicado pelos autores desta ação (fls. 11).

Os ora requerentes buscam a outorga de provimento cautelar, em ordem a garantir a eficácia de acórdão, que, emanado do E. Tribunal de Justiça do Distrito Federal, negou provimento ao recurso de apelação interposto pela parte ora requerida, e manteve a sentença que julgou procedente a ação de petição de herança ajuizada pelos autores da presente medida cautelar.

Contra esse acórdão, a ora requerida interpôs recurso extraordinário que sofreu, no entanto, juízo negativo de admissibilidade na origem. Em conseqüência da denegação de processamento do apelo extremo, deduziu-se o pertinente agravo de instrumento (AI 730.117/DF), ao qual neguei provimento e que, por efeito de interposição de agravo regimental, ainda se acha em curso de exame nesta Suprema Corte.

Passo a apreciar o pedido formulado na presente sede processual.Como se sabe, a concessão de medida cautelar, pelo Supremo

Tribunal Federal, quando requerida na perspectiva de recurso extraordinário interposto pela parte interessada, supõe, para legitimar-se, a conjugação necessária dos seguintes requisitos: (a)que tenha sido instaurada a jurisdição cautelar do Supremo Tribunal Federal (existência de juízo positivo de admissibilidade do recurso extraordinário, consubstanciado em decisão proferida pelo Presidente do Tribunal de origem ou resultante do provimento do recurso de agravo); (b) que o recurso extraordinário interposto possua viabilidade processual, caracterizada, dentre outras, pelas notas da tempestividade, do prequestionamento explícito da matéria constitucional e da ocorrência de ofensa direta e imediata ao texto da Constituição; (c) que a postulação de direito material deduzida pela parte recorrente tenha plausibilidade jurídica; e (d) que se demonstre, objetivamente, a ocorrência de situação configuradora do “periculum in mora” (RTJ 174/437-438, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Isso significa, portanto, que, presente situação em que já formulado juízo negativo de admissibilidade do recurso extraordinário (como sucede na espécie), não se revelará cabível a outorga, por esta Corte, de provimento cautelar destinado a garantir a eficácia do acórdão objeto do apelo extremo denegado na origem, como o Supremo Tribunal Federal tem reiteradamente proclamado (RTJ 191/483, v.g.):

“- A concessão de efeito suspensivo, seja a recurso extraordinário ainda não admitido, seja àquele cujo trânsito já foi recusado na instância de origem, seja, também, a agravo de instrumento interposto contra a decisão que negou processamento ao apelo extremo, não se mostra processualmente viável, pois a instauração da jurisdição cautelar do Supremo Tribunal Federal supõe, em caráter necessário, além de outros requisitos (RTJ174/437-438), a formulação, na instância judiciária de origem, de juízo positivo de admissibilidade. Precedentes.”

(RTJ 191/123-124, Rel. Min. CELSO DE MELLO)É que, ausente o necessário juízo positivo de admissibilidade do

recurso extraordinário, não se instaura a jurisdição cautelar do Supremo Tribunal Federal, consoante reiterados precedentes que esta Suprema Corte firmou na matéria (RTJ 191/483, Rel. Min. CELSO DE MELLO– AC 1.508-AgR/SC, Rel. Min. EROS GRAU – AC 1.509-ED/SC, Rel. Min. ELLEN GRACIE, v.g.).

É por isso – ausência de instauração da jurisdição cautelar do Supremo Tribunal Federal - que tenho por insuscetível de acolhimento a pretensão cautelar ora formulada pelos requerentes na presente sede processual.

Sendo assim, em face das razões expostas, não conheço da presente “medida cautelar inominada”, julgando prejudicado, em conseqüência, o exame do pedido de medida liminar.

Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORELATOR

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.300-5 (251)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES

DO BRASIL - ANOREG/BRADV.(A/S) : MAURÍCIO ZOCKUNADV.(A/S) : FREDERICO HENRIQUE VIEGAS DE LIMAREQDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: A Associação dos Notários e Registradores do Brasil – ANOREG/BR propõe ação direta, com pedido de medida cautelar, objetivando a declaração de inconstitucionalidade do artigo 1º, caput e §§ 1º e 2º; artigo 2º, caput e parágrafo único; artigo 3º, caput e § 4º; artigo 4º, parágrafo único, alínea “c”; artigo 5º, caput; artigo 7º, § 2º, alínea “f”; artigo 9º, §§ 1º e 2º; artigo 10, caput e parágrafo único, artigo 11, caput, todos da Resolução n. 80, de 9 de junho de 2009, do Conselho Nacional de Justiça. Postula ainda a declaração de inconstitucionalidade do artigo 1º, caput e § 2º; artigo 2º, caput; artigo 3º, caput; artigo 5º, caput e parágrafo único; artigo 8º, caput; artigo 14, caput, da Resolução n. 81, de 9 junho de 2009, do Conselho Nacional de Justiça.

2.A requerente alega violação ao disposto no artigo 236, § 3º, e artigo 24, §§ 1º a 4º, da Constituição do Brasil.

3.A hipótese reveste-se de indiscutível relevância. Entendo deva ser a ela aplicado o preceito veiculado pelo artigo 12 da Lei n. 9.868, de 10 de novembro de 1.999, a fim de que a decisão venha a ser tomada em caráter definitivo e não nesta fase de análise cautelar.

Colham-se as informações da autoridade requerida e, em seguida, ouçam-se, sucessivamente, no prazo legal, o Advogado-Geral da União e o Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau-Relator-

AG.REG.NA RECLAMAÇÃO 5.839-5 (252)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIAADV.(A/S) : ROMES DA MOTA SOARESAGDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE SÃO

FÉLIX DO ARAGUAIA (AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 00491.2007.061.23.00-8)

INTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MATO GROSSO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO

INTDO.(A/S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO MATO GROSSO

PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de agravo regimental interposto pelo Ministério Público do

Trabalho contra decisão pela qual julguei procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da Ação Civil Pública nº 00491-2007-061-23-00-8.

2. Pois bem, inadmissível o presente recurso. É que, conforme assentou este Supremo Tribunal Federal, o Ministério Público do Trabalho não tem legitimidade para oficiar perante esta nossa Corte, tarefa que compete ao Procurador-Geral da República. Procurador que, intimado da decisão ora atacada, disse nada ter a requerer (fls. 364). Nesse sentido, confiram-se os seguintes arestos:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. RECLAMAÇÃO AJUIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO REGIMENTAL DE DECISÃO DE RELATOR. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO PARA ATUAR PERANTE A SUPREMA CORTE. ATRIBUIÇÃO PRIVATIVA DO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA. HIPÓTESE DE NÃO-CONHECIMENTO DO AGRAVO REGIMENTAL.

1. Incumbe ao Procurador-Geral da República exercer as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal, nos termos do art. 46 da Lei Complementar 75/93.

2. Existência de precedentes do Tribunal em casos análogos.3. O exercício das atribuições do Ministério Público do Trabalho se

circunscreve aos órgãos da Justiça do Trabalho, consoante se infere dos arts. 83, 90, 107 e 110 da Lei Complementar 75/93.

4. Agravo regimental interposto pelo Ministério Público do Trabalho contra decisão proferida em reclamação ajuizada nesta Casa.

5. Processo que não está sujeito à competência da Justiça do

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 39: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 39

Trabalho, mas sim do próprio Supremo Tribunal Federal, motivo por que não pode o Ministério Público do Trabalho nele atuar, sob pena de usurpação de atribuição conferida privativamente ao Procurador-Geral da República.

6. Parecer da própria Procuradoria-Geral da República nesse sentido.7. Agravo regimental não conhecido.” (Rcl 4.453-MC-AgR-AgR, Rel.

Min. Ellen Gracie)“EMENTA: EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM RECLAMAÇÃO.

MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. SUPOSTA CONTRATAÇÃO IRREGULAR DE SERVIDORES PÚBLICOS TEMPORÁRIOS. INEXISTÊNCIA DE OMISSÃO.

1. Cabe ao Procurador-Geral da República exercer as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal (art. 46 da Lei Complementar nº 75/93). Declaração nos autos de que “nada tem a requerer”.

(...)4. Embargos de declaração de que não se conhece.” (Rcl 5.381-ED,

Rel. Min. Carlos Britto) 3. Ante o exposto, nego seguimento ao agravo, o que faço com

fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF.Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 90.040-2 (253)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : LUCIANO DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : LUIZ CARLOS BENTO E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. Acórdão que validou a prisão preventiva do paciente, dado que “evidenciada a ocorrência de ameaça a testemunha por parte do réu” (fls. 280).

2. Pois bem, os impetrantes alegam que a prisão preventiva do paciente não se encontra regularmente fundamentada, nos termos do artigo 312 do CPP. Isto porque não há prova sobre a responsabilidade criminal do acusado, bem como não se demonstrou se a respectiva “liberdade realmente representa ameaça ao tranquilo caminhar e julgamento da ação penal...” (fls. 18).

3. Após um amplo revolvimento dos atos instrutórios, os acionantes concluem que os depoimentos prestados pelo irmão da vítima (Antônio Leme Filho) são contraditórios e não se prestam para sustentar a acusação contra o paciente. Pelo que é de se proclamar a “inocência do Pacte., porquanto todas as testemunhas ouvidas nos presentes autos nada souberam dizer acerca da identidade do autor dos disparos que levaram a vítima a óbito...”. Noutros termos: “a acusação se resume em presunções e ilações, nada havendo de concreto em desfavor do Pacte., devendo sua prisão preventiva ser imediatamente revogada...” (fls. 25/26).

4. Presente esta moldura, ou seja, não comprovada a autoria do crime de homicídio que é imputada ao acusado, a defesa postula a imediata expedição de alvará de soltura do paciente. No mérito, pleiteia a concessão da ordem para a revogação do decreto prisional.

5. Indeferi a medida liminar requestada, à falta dos respectivos pressupostos. Oportunidade em que requisitei informações ao Juízo de Direito da Comarca de Orlândia/SP.

6. Na seqüência, abri vista dos autos ao Ministério Público Federal. Órgão que opinou pelo indeferimento do habeas corpus.

7. Por meio da petição nº 96.638, os impetrantes requereram preferência para o julgamento deste processo, até mesmo pelo excesso de prazo na custódia processual do acusado.

8. Feita esta aligeirada síntese do feito, passo a decidir. Fazendo-o, anoto, de saída, que o tema do excesso de prazo na custódia processual do paciente não é de ser conhecido por esta Suprema Corte. Isto porque se trata de matéria que não foi suscitada perante o Superior Tribunal de Justiça, conforme revela a simples leitura do acórdão de fls. 278/281.

9. Não bastasse, averbo que a superveniência da decisão de pronúncia constituiu, no caso dos autos, novo título justificador da custódia preventiva do acusado. Título, esse, que não passou pelo crivo do Superior Tribunal de Justiça, autoridade impetrada. É dizer: modificada a situação processual posta a exame do STJ, fica prejudicada a análise per saltum da matéria nesta Suprema Corte, sob pena de indevida supressão de instância. Para cimentar esse ponto de vista, cito os HCs 91.572 (Ministra Cármem Lúcia) e 91.205 (Ministro Menezes Direito). Deste último, colho o seguinte trecho da ementa:

“(...)2. A sentença de pronúncia que traz fundamentos novos ou

complementares constitui, ao contrário, título de prisão cautelar autônomo que, por isso, deve ser atacado em via própria, cumprindo assim reconhecer prejudicado o writ anteriormente impetrado.

(...)”10. Por outra volta, as peças que instruem esta ação constitucional

não me permitem enxergar, de plano, a flagrante ilegalidade apontada na

impetração. Tudo a recomendar que se aguarde o exame das teses defensivas perante as instâncias próprias (no caso, o TJ/SP e o STJ), evitando-se uma dupla, e indevida, supressão de instâncias. O que faço até para impedir que eventual denegação da ordem prejudique os interesses do paciente, que já não poderá reagitar as matérias nas instâncias de origem.

11. Por tudo quanto posto, julgo prejudicado o presente habeas corpus, com apoio no inciso IX do art. 21 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 93.449-8 (254)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : JESUS ANTONIO DA SILVAIMPTE.(S) : MARCOS CLAUDINEI PEREIRA GIMENESCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 95851 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado contra decisão da Ministra Maria Thereza de Assis Moura, do STJ, que indeferiu, sumariamente, habeas corpus impetrado contra decisão de Relator, do TRF da 3ª Região, que indeferiu pleito cautelar em idêntica via processual (fls. 38/41).

2.A decisão ora impugnada foi proferida em 29 de novembro de 2007. Posteriormente, em 4 de dezembro de 2007, o Tribunal Regional Federal julgou o mérito do habeas corpus que havia ensejado a impetração no Superior Tribunal de Justiça. A ementa desse julgado restou assim redigida (fl. 73):

“HABEAS CORPUS. PRISÃO PREVENTIVA. PRESENÇA DOS PRESSUPOSTOS PREVISTOS NO ARTIGO 312 DO CPP. INDÍCIOS DE AUTORIA E MATERIALIDADE DELINEADOS NOS AUTOS. EXCESSO DE PRAZO NÃO CONFIGURADO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL PARA A PRISÃO DOMICILIAR. ORDEM DENEGADA.

1. Prisão do paciente decretada em razão das investigações realizadas pela Polícia Federal de Assis/SP, que instaurou inquérito policial para apurar as condutas delitivas praticadas por funcionários públicos, no exercício de suas funções ou em razão delas.

2. Diligências empreendidas para apurar a prática dos crimes de prevaricação, peculato, concussão, advocacia administrativa, corrupção ativa e passiva, venda de informações privilegiadas, escuta telefônica ilegal, extorsão mediante seqüestro e lavagem de dinheiro.

3. Prisão preventiva decretada com fundamento na garantia da ordem pública e aplicação da lei penal.

4. Excesso de prazo não configurado. Os prazos procedimentais previstos na lei não são peremptórios. A complexidade da operação policial, a quantidade de réus e testemunhas justificam eventual excesso.

5. Ausência de previsão legal para a prisão domiciliar.Ordem parcialmente concedida.”3.O impetrante, em vez de protocolar novo habeas corpus no STJ,

em face da decisão de mérito proferida pelo TRF da 3ª Região, impetrou o presente writ, em 18 de dezembro de 2008.

4.Ora, não tendo o STJ examinado os fundamentos do acórdão proferido pelo TRF da 3ª Região, o conhecimento desta impetração traduz nítida supressão de instância.

Nego seguimento ao writ, com fundamento no artigo 38 da Lei n. 8.038/90.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 97.370-1 (255)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : WALLACE PEREIRA VERÍSSIMO DE SOUZAIMPTE.(S) : FRANCISCO AMBRÓSIO LEITE BASTOSCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: O Subprocurador-Geral da República Wagner Gonçalves manifesta-se nestes termos (fls. 25/27):

“1. Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de Wallace Pereira Veríssimo de Souza, que aponta como autoridade coatora o Superior Tribunal de Justiça.

2. Neste writ, a defesa relata que:‘(...) O paciente, impetrou uma ordem de habeas corpus perante o

Superior Tribunal de Justiça contra acórdão do Tribunal de justiça do Estado do rio de Janeiro, que negou provimento ao recurso de apelação interposto em favor do mesmo, visando em preliminar, à anulação do processo e no mérito, à sua absolvição.

O paciente foi condenado à pena total de 69 anos de reclusão, sendo 60 anos em regime integralmente fechado pela prática dos delitos descritos no Art. 157, § 3º, c/c Art. 29 (duas vezes), na forma do art. 70, parte final, art.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 40: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 40

288, parágrafo único, e art. 148, § 1º todos do Estatuto Penal Repressivo.O egrégio Superior Tribunal de Justiça por sua vez, concedeu

parcialmente a ordem, para anular a sentença, bem como para reformar o acórdão do TJRJ, para que outra sentença fosse prolatada com observância dos critério do Art. 59 do CP. Mantendo a condenação em dois crimes de latrocínio. (...)’ (sic – fl. 3)

3. Alega que ‘a sentença condenatória, ora combatida, baseou-se, em última análise, somente em supostos depoimentos de duas ‘testemunhas’ na fase inquisitorial e que em juízo, estas, simplesmente desaparecerem, não compareceram para depor’ (fl. 4). Além disso, sustenta que ‘conclusões prévias das autoridade policiais, e testemunhos extrajudiciais produzidos em circunstâncias não esclarecidas não podem servir, por si sós, de lastro para a condenação, quando não corroboradas por outras provas produzidas em sede judicial’ (sic – fl. 5).

4. Afirma, ainda, que ‘o Superior Tribunal de Justiça, apesar de anular a sentença, manteve a condenação, o que trouxe prejuízo ao paciente, pois, o mesmo havia sido condenado por dois crimes de latrocínio, quando na verdade trata-se de crime único, apesar de duas pessoas terem sido mortas’ (fl. 5).

5. Ao final, requer ‘que seja anulado o processo em relação ao paciente e determinado que o mesmo seja submetido a novo julgamento para que desta vez, prove o Ministério Público o que alega, convocando as ‘supostas testemunhas’ para procederem em juízo’ (sic – fl. 6). Subsidiariamente, pleiteia ‘pela redução da pena aplicada, reconhecendo-se a continuidade delitiva’ (fl. 6).

6. Não há pedido liminar.7. Solicitadas as informações ao Eg. STJ, o Min. Relator Napoleão

Nunes Maia Filho manifestou-se nos seguintes termos:‘Em atenção e resposta ao Ofício 450/R, recebido neste Gabinete

nesta dada, solicitando informações sobre o HC 124.560/RJ, a mim distribuído em 18/12/2008, tenho a honra de informar a Vossa Excelência que, em 18/12/2008, solicitaram-se informações à autoridade apontada como coatora e, após, determinou-se a vista dos autos ao douto Ministério Público Federal, para parecer de estilo.

Registro, por oportuno, que ainda estão sendo aguardadas as informações a serem prestadas pelo egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, para posterior remessa dos autos ao Parquet Federal.’ (fl. 19) (grifo nosso)

É o relatório.8. A presente impetração não deve ser conhecida.9. Inicialmente, cumpre ressaltar que a defesa apontou o Superior

Tribunal de Justiça como autoridade coatora, no entanto, não identificou à qual processo/decisão refere-se a exordial. Tampouco juntou cópia do acórdão/decisão ora combatido, nem de qualquer outro documento que possa comprovar as teses alegadas, o que impossibilidade a análise de seus fundamentos.

10. Cumpre ressaltar que o habeas corpus é ação de rito célere, onde se exige a demonstração inequívoca do constrangimento ilegal de plano. Nesse passo, é dever do impetrante instruir os autos adequadamente, de modo a viabilizar o acolhimento de sua pretensão, o que não ocorreu no caso.

11. Ademais, adotando-se o entendimento do Superior Tribunal de Justiça de que os autos voltam-se conta o HC nº 124.560/RJ lá impetrado, deve-se observar que, até a presente data, nenhuma decisão foi proferida por aquele Tribunal Superior, não havendo, portanto, qualquer ato a ser atacado (andamento processual anexo).

12. Por fim, consulta feita ao ‘sítio’ do Eg. STJ revela que além do HC nº 124.560/RJ, existem outros dois mandamus impetrados em favor do paciente, sendo certo que nos autos do HC nº 89.896/RJ também não foi proferida nenhuma decisão e que o HC nº 66.339 transitou em julgado em 14 de agosto de 2007 (andamentos processuais em anexo).

13. Ex positis, o parecer é pelo não conhecimento deste habeas corpus; se conhecido, pela denegação.”

2.Acolho o parecer ministerial e, com fundamento no art. 38 da Lei n. 8.038/90, nego seguimento à impetração.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 99.864-0 (256)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : OTÁVIO RAMAN NEVESIMPTE.(S) : PAULO ROGÉRIO ARANTESCOATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE

INQUÉRITO (CPI DA PEDOFILIA)

DECISÃOHABEAS CORPUS – PERDA DE OBJETO.1.À folha 49, formalizei o seguinte despacho:HABEAS CORPUS – PREJUÍZO - ELUCIDAÇÃO.1. O pedido formulado nesta impetração está circunscrito ao direito

do paciente de permanecer em silêncio durante a audiência designada para 14 de julho de 2009, quando ele compareceria para depor perante a

Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada para apurar práticas de pedofilia.

2. Em face do transcurso da data designada para a realização da audiência, diga o impetrante sobre a persistência do interesse no prosseguimento deste habeas.

3. Publiquem.Brasília, 19 de agosto de 2009.Conforme a certidão de folha 51, o impetrante quedou silente.2.Ante o quadro, declaro a perda do objeto deste habeas.3.Publiquem.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 99.899-2 (257)PROCED. : PARAÍBARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : FRANCISCO AMARO FLORIMPTE.(S) : RAYLENE MARINS JOSECOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 137787 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática que indeferiu pedido de liminar do writ anteriormente aforado perante o Superior Tribunal de Justiça (HC 137.787/PB).

Narra a inicial que o paciente foi preso preventivamente no ano de 2005, por intermédio da decisão proferida pelo Juiz de Direito da Comarca de Lucena/PB.

Contra tal ato, impetrou-se habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba, que denegou a ordem pleiteada. Irresignada, a defesa do paciente impetrou o HC 137.787/PB ao Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu o pedido de liminar.

Argumenta a impetrante, em síntese, o excesso de prazo para formação da culpa, uma vez que “decorridos cerca de quatro anos, desde o recolhimento do paciente à custódia prisional, sem que a instrução criminal tenha qualquer andamento na forma prevista no Código de Processo Penal” (fl. 04).

2. Em 21.07.2009, o eminente Ministro Celso de Mello, no eventual exercício da Presidência, solicitou informações ao Juízo de Direito da Comarca de Lucena/PB e ao Tribunal de Justiça do Estado da Paraíba (fl. 41).

3. O Ministério Público Federal opinou pela prejudicialidade do presente writ (fls. 75-76).

4.Em consulta ao site do Superior Tribunal de Justiça na internet (www.stj.jus.br), verifico que a Colenda Sexta Turma, em sessão de julgamento realizada em 03.09.2009, concedeu a ordem pleiteada no HC 137.787/PB.

5.Desse modo, tendo em conta que não mais subsiste o constrangimento ilegal apontado na inicial, fica evidente a perda de objeto do presente habeas corpus, razão por que o julgo prejudicado (RISTF, art. 21, IX).

Publique-se. Arquive-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 100.512-1 (258)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : ALEX HOLANDAIMPTE.(S) : FÁBIO TOFIC SIMANTOB E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 145.419 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Neguei seguimento à impetração por não visualizar situação teratológica ou consubstanciadora e flagrante constrangimento ilegal a ensejar exceção à Súmula 691 desta Corte (fls. 76/79).

Os impetrantes protocolaram, sexta-feira, às dezessete horas e quarenta e seis minutos, petição requerendo fosse a decisão reconsiderada a fim de suspender a sessão de julgamento do Tribunal do Júri, designada para as treze horas do dia 8 de setembro.

O pedido encontra-se prejudicado, por perda de seu objeto.Nego seguimento ao writ, com fundamento no art. 21, inc. IX do

RISTF.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.560-1 (259)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : GUSTAVO FRANCISCO BUENOIMPTE.(S) : HÉLIO PESSÔA OLIVEIRA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 41: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 41

COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DA EXTRADIÇÃO Nº 1170 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra a relatora da extradição 1170. O que diz a impetração? Fala que:

“(...) o requerente possui 59 anos de idade e se encontra doente, recolhido em cela da Superintendência Regional da Polícia Federal do Pará, precisando ser avaliado imediatamente por um médico, haja vista que é portador de doença crônica na garganta, e traumatismo em uma de suas pernas e mais região torácica, a fim de que lhe assegurado o direito a saúde.

Acontece senhor Ministro que o local onde o requerente se encontra preso não oferece mínimas condições de salubridade, contrariando o princípio da dignidade humana garantido pela Constituição Federal de 1988.” (fls. 24)

2. Pois bem, o caso é de não conhecimento do habeas corpus. É que a impetração não permite aferir se a pretensão do impetrante foi submetida ao relator da extradição 1170, o que atrai para a causa a incidência da Súmula 692 do STF, verbis:

“Não se conhece de ‘habeas corpus’ contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito”

(Sem destaques no original)Esse o quadro, nego seguimento ao pedido e determino o

arquivamento dos autos.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.565-2 (260)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : JOSÉ VASCONCELOS SANTOS JUNIORIMPTE.(S) : HUGO JUSTINIANO DA SILVA JUNIORCOATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática que indeferiu pedido de liminar em habeas corpus anteriormente aforado perante o Superior Tribunal de Justiça sob o fundamento da inadmissibilidade do writ contra indeferimento do pedido de liminar na Corte Estadual.

2. Narra a inicial que o paciente foi denunciado pela suposta prática do crime tipificado no art. 168, § 1º, III, do Código Penal, por ter “se apropriado da importância de R$ 100,00 (cem reais) que teria percebido a título de honorários profissionais” (fl. 217).

O pedido de revogação da segregação cautelar foi indeferido pelo magistrado de primeira instância. Contra essa decisão impetrou-se habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que indeferiu o pedido de liminar. Inconformada, a defesa impetrou outro writ ao Superior Tribunal de Justiça, que, nos autos do HC 143.357/MG, também indeferiu a medida excepcional.

Argumenta o impetrante, em síntese: a) possibilidade de abrandamento da Súmula 691/STF; b) existência de circunstâncias favoráveis ao paciente como primariedade e bons antecedentes; e c) ausência dos pressupostos autorizadores da prisão preventiva.

Requer, assim, a concessão do provimento liminar, para que seja expedido o “competente contramandado de prisão” (fl. 220).

3. A decisão impugnada pelo presente habeas corpus, da lavra do Ministro Cesar Asfor Rocha, Presidente do Superior Tribunal de Justiça, encampou orientação jurisprudencial pacificada no âmbito do STJ no sentido do não-cabimento do writ contra indeferimento de pedido liminar em outro habeas corpus, salvo nos casos de flagrante ilegalidade ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata, sob pena de supressão de instância (fl. 210).

4. Vale frisar, portanto, que o rigor na aplicação da Súmula 691/STF – segundo a qual “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar” – tem sido abrandado por julgados desta Corte apenas em hipóteses excepcionais de flagrante ilegalidade ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata. Nesses termos, enumero as decisões colegiadas: HC 84.014/MG, 1ª Turma, unânime, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 25.06.2004; HC 85.185/SP, Pleno, por maioria, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 1º.09.2006; e HC 88.229/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, maioria, julgado em 10.10.2006.

5. Contudo, não vislumbro a presença de qualquer um dos pressupostos que autorizam o afastamento da orientação contida na Súmula 691/STF, sob pena de dupla supressão de instância.

6. Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente writ. Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.590-3 (261)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : MÁRCIO OLIVEIRA DOS REISIMPTE.(S) : CARLOS HENRIQUE DE LIMA SANTOS E OUTRO

(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 146.028 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: A conduta do paciente, denunciado pelo crime de tráfico de entorpecentes, foi desclassificada para a do artigo 16 da Lei n. 6.368/76.

2.O Tribunal de Justiça do Distrito Federal proveu recurso de apelação do Ministério Público para reformar a sentença. O paciente foi condenado a 3 (três) anos de reclusão pelo delito tipificado no art. 12 da Lei n. 6.368/76.

3.A prisão foi efetivada após o trânsito em julgado da sentença (fl. 99 do apenso).

4.O Juiz da Execução, em pedido da defesa, reduziu a pena a 1 (um) ano e 8 (oito) meses de reclusão, mantido o regime inicial de cumprimento fechado (fl. 147 do apenso).

5.Seguiu-se impetração de habeas corpus, com pedido de liminar, no TJ/DF, objetivando à substituição da pena privativa de liberdade por outra restritiva de direitos, porquanto satisfeitos os requisitos do art. 44 do Código Penal, ou, alternativamente, o direito ao início do cumprimento no regime aberto (fl. 50 do apenso).

6.Ante o indeferimento da liminar, foi impetrado novo HC no STJ que, igualmente, indeferiu a liminar.

7.Daí este habeas corpus no qual reiterados os argumentos lançados nas impetrações anteriores.

8.Afirmando tratar-se de situação que justifica exceção à Súmula 691 deste Tribunal, o impetrante requer a concessão de liminar para suspender a execução da pena até o julgamento definitivo deste habeas corpus.

9.É o relatório.10.Decido.11.Tenho, à primeira vista, que o paciente preenche os requisitos

necessários à substituição da pena privativa de liberdade por outra restritiva de direitos, bem assim ao direito ao regime inicial aberto.

Afasto a Súmula 691 desta Corte e concedo a liminar a fim de sustar a execução penal em curso no Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal.

Comunique-se.Estando os autos suficientemente instruídos, dê-se vista ao Ministério

Público Federal.Expeça-se alvará de soltura.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.609-8 (262)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : CYPRIAN UZODIMMA NWAKAIMPTE.(S) : EDITE ESPINOZA PIMENTA DA SILVA E OUTRO

(A/S)COATOR(A/S)(ES) : MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra ato do Ministro da Justiça. Ato que redundou na expulsão do paciente do território nacional (Portaria nº 1286, publicada no DOU de 10.07.2008).

2. Pois bem, os impetrantes sustentam a ilegalidade do ato de expulsão do cidadão nigeriano Cyprian Uzodimma Nwaka. Ilegalidade decorrente da constatação de que o estrangeiro é pai de duas cidadãs brasileiras, menores de idade e dele dependentes economicamente. Aduz que a competência para o ato expulsório é do Presidente da República, “ficando cristalina a incompetência da autoridade coatora para o ato” (fls. 3). Daí o pedido de revogação do decreto de expulsão, permitindo-se o reingresso do paciente no Brasil.

3. Feita esta síntese do pedido, decido. Fazendo-o, anoto, de saída, que, o ato supostamente coator é a Portaria nº 1286, baixada pelo Ministro de Estado da Justiça, em 09 de julho de 2008. Pelo que a competência para apreciar o presente HC não é deste STF, mas do Superior Tribunal de Justiça, à luz da alínea “c” do inciso I do art. 105 da CF/88. Tudo conforme a pacífica jurisprudência deste excelso Tribunal, da qual pinço os seguintes precedentes: HC 86.372, Relatora a Ministra Ellen Gracie; HC 86.425, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence; HC 81.952, Relator o Ministro Maurício Corrêa; e HC 82.910, Relator o Ministro Nelson Jobim.

Isso posto, determino a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça. Remessa a ser efetivada independentemente da publicação desta decisão.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 42: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 42

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.611-0 (263)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : RAÚL ZEGARRA SOTEROIMPTE.(S) : RAÚL ZEGARRA SOTERO

DECISÃO: O impetrante/paciente, sem indicar a autoridade coatora, alega ter cumprido tempo superior ao da pena que lhe foi imposta.

Sem indicação da autoridade coatora não há como firmar a competência deste Tribunal.

Nego seguimento ao writ, com fundamento no art. 38 da Lei n. 8.038/90.

Determino a expedição de ofício à Defensoria Pública do Rio de Janeiro, acompanhado de cópia da inicial e da peça acostada à fl. 3, a fim de que seja examinada a situação jurídica do paciente.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.622-5 (264)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : JAYME GONÇALVES DE AZEVEDOIMPTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 145.355 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado contra decisão da Ministra Laurita Vaz, do STJ, que indeferiu pleito cautelar em idêntica via processual, cujo teor é o seguinte (fl. 135):

“Trata-se de habeas corpus, com pedido liminar, impetrado em favor de JAYME GONÇALVES DE AZEVEDO, condenado como incurso no crime do art. 304 do Código penal, à pena de 05 anos, 01 mês e 20 dias de reclusão, em regime fechado, contra acórdão proferido, em sede de apelação, pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro.

Sustenta o impetrante, em suma, que a fixação da pena-base acima do mínimo legal violou os ‘princípios da presunção de inocência, da individualização das penas e da motivação das decisões judiciais’ (fl. 10). Requer, pois, liminarmente e no mérito, a concessão da ordem para adequar a individualização da pena do Paciente.

Relatei. Decido.Não estão presentes os pressupostos autorizativos para a concessão

da medida urgente requerida que, aliás, se confunde com o próprio mérito da impetração. Sem vislumbrar, estreme de dúvidas, ilegalidade patente, reservo ao colegiado, depois de instruído o feito, o pronunciamento definitivo sobre o mérito.

Ante o exposto, INDEFIRO o pedido de liminar.[...].” 2.Os impetrantes reiteram as razões postas a exame do STJ,

requerem seja excepcionada a Súmula 691 desta Corte e concedida a liminar a fim de que o paciente aguarde em liberdade o julgamento do mérito deste habeas corpus.

3.É o relatório.4.Decido.5.Não visualizo, no ato impugnado, situação teratológica ou

consubstanciadora de flagrante constrangimento ilegal a ensejar exceção à Súmula 691 desta Corte. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que não há nulidade na decisão que majora a pena-base à consideração de circunstâncias judiciais desfavoráveis [HC n. 93.818, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 16.05.08], não sendo o habeas corpus via idônea para ponderar, em concreto, as circunstâncias judiciais do artigo 59 do Código Penal [HC n. 92.396, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 11.04.08 e HC n. 94.557, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 25.9.08].

Nego seguimento à impetração, com fundamento na Súmula 691/STF.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.628-4 (265)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : DANIEL DE LIMAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Cuida-se habeas corpus, aparelhado com pedido de medida liminar,

impetrado contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça. Acórdão cuja ementa é a seguinte:

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. DOIS FURTOS QUALIFICADOS. PRISÃO PREVENTIVA. RÉU QUE, CITADO, NÃO COMPARECEU EM JUÍZO NEM CONSTITUIU ADVOGADO, MANTENDO-SE FORAGIDO DA JUSTIÇA PÚBLICA POR CINCO MESES. NECESSIDADE DA CUSTÓDIA CAUTELAR EVIDENCIADA. APLICAÇÃO DA LEI PENAL E CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL.

1. A prisão preventiva foi satisfatoriamente motivada na necessidade da segregação do acusado para garantia da instrução criminal e da futura aplicação da lei penal, uma vez que o Paciente, após os fatos evadiu-se do local da culpa.

2. Habeas corpus denegado.”2. Pois bem, a Defensoria Pública da União alega que o caso é de

aplicação do princípio da insignificância penal. Isto porque o dano patrimonial meramente simbólico não tem a força de gerar uma futura aplicação de pena privativa de liberdade. Argumenta que o Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o RHC 89.624 (Ministra Cármen Lúcia), adotou o princípio da irrelevância penal em caso de furto de bens avaliados em R$ 154,57 (cento e cinqüenta e quatro reais e cinquenta e sete centavos). Daí o pedido de medida cautelar, formulado para cassar o acórdão recorrido e determinar a imediata expedição de alvará de soltura do paciente. No mérito, pede a concessão da ordem para o reconhecimento da atipicidade das condutas imputadas ao paciente, absolvendo-o com a aplicação do princípio da insignificância penal.

3. Feito este breve relato da causa, decido. Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo prefacial em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade do direito (fumus boni juris) e do perigo na demora da prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que lhe dão suporte, sob pena de antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

4. No caso, não estão configurados, de plano, os pressupostos autorizadores da antecipação cautelar requerida. E a primeira dificuldade que encontro está na consideração de que a impetração nem sequer explicita o montante dos objetos supostamente subtraídos pelo acusado. O que dificulta o imediato acatamento da tese de irrelevância penal das condutas imputadas ao paciente. Tese, essa, que também não foi submetida a exame do Superior Tribunal de Justiça. Pelo que o presente habeas corpus corre o sério risco de não ser conhecido, no ponto.

5. Por outra volta, a análise provisória do quadro empírico da causa não me permite acatar, desde logo, a suposta ilegalidade da prisão processual do acusado. Quadro empírico assim retratado pelo acórdão impugnado (fls. 111/112 do apenso):

“(...)Nas informações prestadas ao Tribunal de origem, o magistrado de

primeiro grau ressaltou que o acusado responde a duas outras ações penais por furto, revelando-se um delinqüente contumaz, devendo a ordem pública ser acautelada diante do risco de que ele, em liberdade, volte a praticar subtrações.

(...)Apesar do acórdão ter considerado tais informações, o que deve ser

ressaltado é que a motivação do decreto de prisão preventiva, com base no fato de o paciente ter se evadido do distrito da culpa e sequer ter nomeado defensor, mostrou-se idônea para justificar a custódia cautelar.

(...)”6. Por tudo quanto posto, indefiro a liminar requestada; reservando-

me, é claro, a um mais detido exame da causa por ocasião do julgamento de mérito deste habeas corpus.

7. Requisitem-se, com a máxima urgência, informações à autoridade apontada como coatora, bem como ao Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Aquidauana/MS; facultada a prestação de esclarecimentos sobre a petição inicial deste writ (cuja cópia acompanhará o expediente).

Publique-se.Intime-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.631-4 (266)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : FABIANO RAMOS DE MELOIMPTE.(S) : FABIANO MEDEIROS PINTO E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO RECURSO Nº 020907074389-0 DA

TURMA RECURSAL DO GRUPO JURISDICIONAL DE CURVELO

DECISÃO: O Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC n. 86.834-7/

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 43: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 43

MG, Relator o Ministro Marco Aurélio (Sessão Plenária do dia 23/8/2006), decidiu, por maioria de votos, que não é competente para conhecer de habeas corpus impetrado contra ato de Turma Recursal de Juizado Especial.

Declino da competência para o Tribunal de Justiça de Minas Gerais.Remetam-se os autos.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.649-7 (267)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : CARLOS AUGUSTO RIBEIROIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 110.968 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DESPACHO: Solicitem-se informações; após, dê-se vista ao Ministério Público Federal.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.661-6 (268)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : JÚLIO VIEIRA DE SOUZAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 107.792 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Solicitem-se informações; após, dê-se vista ao Ministério Público Federal.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.668-3 (269)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : ANDERSON CARLOS FERREIRAPACTE.(S) : JORGE ALESSANDRO VIEIRAPACTE.(S) : RENATA CRISTINA FERREIRAIMPTE.(S) : HÉLIO DA SILVA SANCHESCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 145.946 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇACOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE SOROCABA

DECISÃO: Vistos, etc.Cuida-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra decisão singular de Ministra do Superior Tribunal de Justiça (HC 145.946). Decisão que indeferiu o provimento cautelar ali requestado, à falta dos respectivos pressupostos.

2. Pois bem, antes mesmo do julgamento do mérito dos habeas corpus ajuizados tanto no TJ/SP quanto no Superior Tribunal de Justiça, o impetrante postula a imediata expedição de alvará de soltura dos pacientes. Pacientes presos “há mais de 385 dias”, acusados de associação para o tráfico (artigo 35 da Lei 11.343/2006). Argumenta que os corréus Valdete Proença de Lara e Dorival Antonio de Lara foram beneficiados com a revogação da prisão preventiva, por excesso de prazo. Pelo que é de se aplicar aos pacientes a regra do artigo 580 do CPP, com a extensão da medida concessiva. Daí requerer o deferimento de medida liminar com a imediata expedição de alvará de soltura dos acusados. No mérito, o pedido é de concessão da ordem para determinar a extensão do benefício deferido aos corréus, nos termos do artigo 580 do CPP.

3. Ultimada esta síntese do pedido, decido. Fazendo-o, acentuo a pacífica jurisprudência deste STF no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento definitivo do HC anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, Rel. Min. Moreira Alves; HC 76.347-QO, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.238, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.748, Rel. Min. Celso de Mello; e HC 79.775, Rel. Min. Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.

4. É certo que tal jurisprudência comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de

ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). Mas não me parece ser este o caso dos autos. E a primeira dificuldade que encontro está na consideração de que a decisão singular impugnada não se me afigura teratológica, ou patentemente desfundamentada, tal como alegado na impetração. O que dificulta a pronta superação do óbice da Súmula 691 deste STF. Para cimentar esse meu ponto de vista, colho a seguinte passagem (fls. 16/17):

“(...)A princípio, é importante salientar que a presente impetração se

insurge contra decisão que indeferiu pleito liminar formulado em prévio writ, o que, a teor da jurisprudência desta Corte e do enunciado nº 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, ensejaria, inclusive, o indeferimento liminar deste habeas corpus .

Confiram-se, a propósito, os seguintes precedentes: HC 45.744/SE, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJ de 5/12/2005; HC 52.187/MS, Rel. Min. HÉLIO QUAGLIA BARBOSA, DJ de 15/5/2006.

No presente caso, ao menos em um juízo de cognição sumária, entendo que não se justifica a atuação desta Corte Superior antes do julgamento do mérito do prévio writ pelo Tribunal de origem.

Isto porque, de pronto, verifica-se que a impetração não se encontra acompanhada do acórdão proferido nos autos do HC nº 990.09.126410-5, cujos efeitos pretende sejam estendidos em favor dos pacientes, o que torna inviável a aferição do alegado constrangimento ilegal por eles sofrido.

Ainda que assim não fosse, a questão a ser analisada no presente mandamus se confunde com o próprio mérito da impetração, cuja resolução demanda análise pormenorizada dos autos e julgamento pelo Órgão Colegiado, juiz natural da causa. Nesse sentido:

[...] a provisão cautelar não se presta à apreciação da questão de mérito do writ, por implicar em exame prematuro da matéria de fundo da ação de habeas corpus, de competência da turma julgadora, que não pode ser apreciada nos limites da cognição sumária do Relator. Por outras palavras, no writ, não cabe medida satisfativa antecipada. (HC 17.579/RS, Rel. Min. Hamilton Carvalhido, DJ 09.08.2001.)

Não comparecem, pois, os requisitos para o deferimento do pleito prefacial.

Ante o exposto, indefiro a liminar.”(Sem destaques no original)5. Nessa contextura, fica difícil desqualificar, de plano, os motivos que

levaram o Juízo processante da causa – bem mais próximo da realidade dos autos - a dar pela necessidade da manutenção da segregação cautelar dos pacientes. A recomendar, então, que se aguarde o pronunciamento de mérito das instâncias judicantes competentes (no caso, o TJ/SP e o STJ), evitando uma dupla, e indevida, supressão de instâncias.

6. Por tudo quanto posto, nego seguimento ao habeas corpus (§ 1º do artigo 21 do RI/STF). O que faço até para impedir que eventual denegação da ordem impeça que os pacientes rediscutam as matérias veiculadas neste processo perante as instâncias próprias.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.672-1 (270)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : ANDERSON HENRIQUE DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : ANDERSON HENRIQUE DE OLIVEIRACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE CAMPINAS

DECISÃO: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de habeas corpus impetrado contra ato de Juiz de Direito (Constituição do Brasil, art. 102, I, i).

Declino da competência para o Tribunal de Justiça de São Paulo.Remetam-se os autos.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 100.689-6 (271)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : CLAUDIO RODRIGUESIMPTE.(S) : LUIZ CARLOS FERREIRA

DECISÃOHABEAS CORPUS. FALTA DE INDICAÇÃO DA AUTORIDADE

COATORA: DESCABIMENTO. HABEAS CORPUS AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

1. Habeas Corpus, sem pedido de medida liminar, impetrado por LUIZ CARLOS FERREIRA em benefício de CLAUDIO RODRIGUES.

2. O Impetrante não indicou a autoridade coatora, limitando-se a alegar que o Paciente não teria cometido os delitos que lhe são imputados,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 44: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 44

que não estariam presentes os pressupostos para a decretação da prisão preventiva e que caberia, na espécie vertente, a prisão domiciliar.

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. Sem dados que possam ser minimamente analisados para se ter

ciência ao menos do que ocorreu em termos processuais, o presente habeas corpus não pode ter seguimento, pois carente dos requisitos necessários para tanto, conforme prevê o art. 654 do Código de Processo Penal.

4. Pelo exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus (art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Comunique-se ao Paciente os termos desta decisão e dê-se-lhe ciência de que tem direito a um defensor público para o exercício de seus direitos, se não puder pagar pelos serviços de um advogado de sua livre escolha.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

HABEAS CORPUS 100.702-7 (272)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : FRANCISCO DE PAULA SANTOS DE FREITASIMPTE.(S) : FRANCISCO DE PAULA SANTOS DE FREITASCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DA RECLAMAÇÃO Nº 3436 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, em que se alega a “ineficiência e procrastinação da prestação jurisdicional” da relatora da reclamação 3436/STJ.

2. Pois bem, de saída, anoto que em consulta ao sítio eletrônico do Superior Tribunal de Justiça observei que a reclamação 3436/STJ já foi julgada. Pelo que o pedido aqui formulado se acha prejudicado.

3. De toda sorte, remetam-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para o exame do pedido de revisão da decisão que indeferiu a transferência do paciente para o regime prisional aberto. Remessa a ser efetivada antes mesmo da publicação desta decisão.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.711-6 (273)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : GLÁUCIO DIAS DA SILVAIMPTE.(S) : LEANDRO BALCONE PEREIRACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 142.359 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra decisão do relator do HC 142.359/STJ. Decisão que indeferiu o provimento cautelar ali requestado.

2. Pois bem, antes mesmo do julgamento do mérito do habeas corpus ajuizado no Superior Tribunal de Justiça, o impetrante postula o relaxamento da prisão em flagrante do paciente. Prisão em flagrante que se deu pelo suposto delito de porte ilegal de arma de fogo com numeração raspada ou suprimida. Para tanto, alega, nos termos do art. 32 da Lei 10.826/2003, a atipicidade da conduta que lhe é increpada. Até porque, é o que diz, a arma apreendida em poder do paciente no momento de uma revista policial estaria desmuniciada.

3. Feita esta síntese do pedido, decido. Fazendo-o, acentuo a pacífica jurisprudência deste STF no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento definitivo do HC anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, Rel. Min. Moreira Alves; HC 76.347-QO, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.238, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.748, Rel. Min. Celso de Mello; e HC 79.775, Rel. Min. Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que deu origem à Súmula 691/STF, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.

4. É certo que tal jurisprudência comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). Mas não me parece ser este o caso dos autos. E a primeira dificuldade que encontro está na consideração de que a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal é firme ao distinguir as hipóteses de posse e porte de arma. Hipóteses que receberam do Estatuto do Desarmamento tratamento diverso.

5. Mais: o exame prefacial dos documentos que instruem a inicial não evidencia qualquer ilegalidade no auto de prisão em flagrante. O que impede o acolhimento do pedido de seu relaxamento. Pedido, esse, que sequer foi manejado perante o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. A recomendar, então, que se aguarde o pronunciamento de mérito do Superior

Tribunal de Justiça (HC 142.359).7. Por tudo quanto posto, nego seguimento ao habeas corpus (§ 1º do

artigo 21 do RI/STF). O que faço até para impedir que eventual denegação da ordem impeça que o paciente rediscuta as matérias veiculadas neste processo perante a instância judicante competente.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.713-2 (274)PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : JOSÉ PEDRO FERREIRAIMPTE.(S) : JULIANO ISOTON SAMPAIOCOATOR(A/S)(ES) : JUÍZA DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE UNIÃO DA VITÓRIA

DECISÃOCONSTITUCIONAL. HABEAS CORPUS. INCOMPETÊNCIA DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE JUÍZA. HABEAS CORPUS AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO E DECLINA-SE A COMPETÊNCIA.

Relatório1. Habeas corpus, sem pedido de medida liminar, impetrado por

JULIANO ISOTON SAMPAIO, estagiário de direito, em benefício de JOSÉ PEDRO FERREIRA, contra ato da Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de União da Vitória/PR.

2. O Impetrante alega excesso de prazo da prisão e “que o Paciente é pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer processo crime” (fl. 3).

Este o teor dos pedidos:“Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, vem

requerer seja concedida a ordem impetrada de OFÍCIO em favor do Paciente, diante do flagrante excesso de prazo, conforme artigos 647 e 648, inciso II do Código de Processo Penal, decretando-se a revogação da prisão preventiva decretada e expedição do Alvará de Soltura” (fl. 5).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. A espécie não comporta ato processual válido a ser adotado pelo

Supremo Tribunal Federal contra a autoridade apontada pelo Impetrante como coatora, a qual não se insere no rol daqueles cujos atos são suscetíveis de processamento e julgamento originários pelo Supremo Tribunal.

A Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de União da Vitória/PR não tem os seus atos judiciais sujeitos à apreciação direta e originária do Supremo Tribunal Federal.

4. Como plenamente consabido, a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar habeas corpus é determinada constitucionalmente em razão do paciente ou da autoridade coatora (art. 102, inc. I, alínea i, da Constituição da República).

No rol constitucionalmente afirmado, não se inclui a atribuição do Supremo Tribunal para processar e julgar, originariamente, ação de habeas corpus na qual figure como autoridade coatora juíza de direito.

A matéria não comporta discussão mínima por se cuidar de regra de competência constitucional expressa, que não possibilita interpretação extensiva.

5. Pelo exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus neste Supremo Tribunal e determino a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Paraná (art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Comunique-se ao Paciente os termos desta decisão e dê-se-lhe ciência de que tem direito a um defensor público para o exercício de seus direitos, se não puder pagar pelos serviços de um advogado de sua livre escolha.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

HABEAS CORPUS 100.715-9 (275)PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : VILMA INÊS ROSALINOIMPTE.(S) : JULIANO ISOTON SAMPAIOCOATOR(A/S)(ES) : JUÍZA DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE UNIÃO DA VITÓRIA

DECISÃOCONSTITUCIONAL. HABEAS CORPUS. INCOMPETÊNCIA DO

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PARA PROCESSAR E JULGAR HABEAS CORPUS CONTRA ATO DE JUÍZA. HABEAS CORPUS AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO E DECLINA-SE A COMPETÊNCIA.

Relatório1. Habeas corpus, sem pedido de medida liminar, impetrado por

JULIANO ISOTON SAMPAIO, estagiário de direito, em benefício de VILMA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 45: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 45

INÊS ROSALINO, contra ato da Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de União da Vitória/PR.

2. O Impetrante alega excesso de prazo da prisão e “que a Paciente é pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer processo crime” (fl. 3).

Este o teor dos pedidos:“Diante do exposto, em face da verdadeira coação ilegal, vem

requerer seja concedida a ordem impetrada de OFÍCIO em favor da Paciente, diante do flagrante excesso de prazo, conforme artigos 647 e 648, inciso II do Código de Processo Penal, decretando-se a revogação da prisão preventiva decretada e expedição do Alvará de Soltura” (fl. 5).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. A espécie não comporta ato processual válido a ser adotado pelo

Supremo Tribunal Federal contra a autoridade apontada pelo Impetrante como coatora, a qual não se insere no rol daqueles cujos atos são suscetíveis de processamento e julgamento originários pelo Supremo Tribunal.

A Juíza de Direito da Vara Criminal da Comarca de União da Vitória/PR não tem os seus atos judiciais sujeitos à apreciação direta e originária do Supremo Tribunal Federal.

4. Como plenamente consabido, a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar habeas corpus é determinada constitucionalmente em razão do paciente ou da autoridade coatora (art. 102, inc. I, alínea i, da Constituição da República).

No rol constitucionalmente afirmado, não se inclui a atribuição do Supremo Tribunal para processar e julgar, originariamente, ação de habeas corpus na qual figure como autoridade coatora juíza de direito.

A matéria não comporta discussão mínima por se cuidar de regra de competência constitucional expressa, que não possibilita interpretação extensiva.

5. Pelo exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus neste Supremo Tribunal e determino a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Paraná (art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Comunique-se à Paciente os termos desta decisão e dê-se-lhe ciência de que tem direito a um defensor público para o exercício de seus direitos, se não puder pagar pelos serviços de um advogado de sua livre escolha.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

HABEAS CORPUS 100.718-3 (276)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : FRANCISCO DE PAULA SANTOS DE FREITASIMPTE.(S) : FRANCISCO DE PAULA SANTOS DE FREITASCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 107468 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.O caso é este: habeas corpus contra suposto ato ilegal do Juiz de

Direito da Vara de Execuções Criminais da Comarca de São Paulo/SP. Ato, esse, consistente no indeferimento de pedido de progressão de regime prisional, formulado pelo ora paciente. Esse o quadro, não se trata de matéria da competência originária deste Supremo Tribunal, motivo pelo qual determino a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Remessa a se efetivar independentemente da publicação desta decisão.

Publique-se. Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.721-3 (277)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAPACTE.(S) : VILSON PEREIRA AMARALIMPTE.(S) : VILSON PEREIRA AMARAL

DECISÃOHABEAS CORPUS. FALTA DE INDICAÇÃO DA AUTORIDADE

COATORA: DESCABIMENTO. HABEAS CORPUS AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

1. Habeas Corpus, sem pedido de medida liminar, impetrado por VILSON PEREIRA AMARAL em benefício próprio.

2. O Paciente/Impetrante não indicou a autoridade coatora, limitando-se a alegar que tem direito à “comutação de pena, uma vez que cumpriu o requisito objeto e subjetivo” (fl. 3 v. – transcrição conforme o original).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. Sem dados que possam ser minimamente analisados para se ter

ciência ao menos do que ocorreu em termos processuais, o presente habeas corpus não pode ter seguimento, pois carente dos requisitos necessários para tanto, conforme prevê o art. 654 do Código de Processo Penal.

4. Pelo exposto, nego seguimento ao presente habeas corpus (art.

21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).Comunique-se ao Paciente/Impetrante os termos desta decisão e

dê-se-lhe ciência de que tem direito a um defensor público para o exercício de seus direitos, se não puder pagar pelos serviços de um advogado de sua livre escolha.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

HABEAS CORPUS 100.725-6 (278)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : SAMI SABBAD GUEDESIMPTE.(S) : SAMI SABBAD GUEDESADV.(A/S) : RAMON P. GUEDES DE MORAESCOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO

DECISÃO: Vistos, etc.O caso é este: habeas corpus impetrado contra suposto ato ilegal do

Tribunal Regional Federal da 2ª Região. Sendo assim, não se trata de matéria da competência originária deste Supremo Tribunal Federal, motivo pelo qual determino a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça. Remessa a ser efetivada antes mesmo da publicação desta decisão.

Encaminhe-se cópia integral do pedido à Defensoria Pública da União.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

HABEAS CORPUS 100.733-7 (279)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : ANDRÉ BRAZ GUIMARÃESIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Solicite-se ao Juízo da 2ª Vara Criminal de Juazeiro/BA cópia da decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória do paciente.

Após, examinarei o pleito cautelar.Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.734-5 (280)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : ALEXANDRE CARDOSO SIMÃOIMPTE.(S) : MAURO VIOTTO E OUTRO (A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 143.888 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União, que, em sede de outra ação de “habeas corpus” ainda em curso no Superior Tribunal de Justiça (HC143.888/PR), denegou medida liminar que lhe havia sido requerida em favor do ora paciente.

Presente tal contexto, impende verificar, desde logo, se a situação processual versada nestes autos justifica, ou não, o afastamento, sempre excepcional, da Súmula 691/STF.

O exame dos presentes autos, no entanto, evidencia que não se registra, na espécie, situação de flagrante ilegalidade ou de abuso de poder, cuja ocorrência, uma vez constatada, teria o condão de afastar, “hic et nunc”, a incidência da Súmula 691/STF.

Como se sabe, em situações como a que se verifica nesta causa, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, fundada em decisões colegiadas de ambas as Turmas desta Corte (RTJ 174/233, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 79.238/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES - HC79.775/AP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), repele a possibilidade jurídico-processual de determinado Tribunal vir a ser prematuramente substituído pelo Supremo Tribunal Federal:

“A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que é insuscetível de conhecimento, por esta Suprema Corte, a ação de ‘habeas corpus’ promovida contra decisão de Relator, que, em sede de outro processo de ‘habeas corpus’, ainda em curso perante Tribunal Superior da União, indeferiu pedido de medida liminar deduzido em favor do paciente. Precedentes.”

(RTJ 186/588, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Vê-se, pois, que se revela processualmente inviável a impetração

de “habeas corpus”, perante este Tribunal, quando vem ela a ser deduzida, como o foi no presente caso, contra a mera denegação de liminar em sede

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 46: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 46

de outra ação de “habeas corpus” (HC 79.350/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES – HC 79.545/RJ, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI – HC79.555/RJ, Rel. Min. NELSON JOBIM – HC 79.763/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 80.006/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - HC 80.170/BA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Tais considerações bem demonstram que é inviável o próprio conhecimento da pretensão deduzida na presente sede processual, eis que não se registra, na espécie, situação de flagrante ilegalidadeapta a ensejar o afastamento - sempre excepcional - da Súmula 691/STF.

Sendo assim, em face das razões expostas, e considerando, notadamente, o que se contém no Enunciado nº 691 da Súmula do Supremo Tribunal Federal, não conheço da presente ação de “habeas corpus”.

Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.735-3 (281)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : NEIDE CORREA DA SILVAIMPTE.(S) : JOSÉ RUBENS DO AMARAL LINCOLNCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 111.371 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Não tendo, à primeira vista, por configurados seus requisitos, indefiro a liminar.

Solicitem-se informações; após, dê-se vista ao Ministério Público Federal.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.745-1 (282)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : DIOGO CORREA TEIXEIRAIMPTE.(S) : MARCELO GONZAGACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 146.583 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado contra ato do Superior Tribunal de Justiça consubstanciado em decisão que indeferiu pleito cautelar em idêntica via processual.

2.O paciente foi preso em flagrante com 452,4g de maconha.3.O pedido de liberdade provisória restou indeferido.4.O impetrante alega que o Juiz indeferiu a liberdade provisória com

fundamento no artigo 44 da Lei n. 11.343/06, sem apresentar qualquer justificativa cautelar apta à manutenção da custódia do paciente.

5.Requer seja afastada a Súmula 691 deste Tribunal e concedida a liminar a fim de que o paciente seja posto em liberdade.

4.É o relatório.5.O Supremo Tribunal Federal vem adotando o entendimento de que

o preso em flagrante por tráfico de entorpecentes não tem direito à liberdade provisória, por expressa vedação do artigo 44 da Lei n. 11.343/06.

6.O Ministro Celso de Mello, no entanto, ao deferir a liminar requerida no HC n. 97.976-MG, DJ de 11/3/09, observou que o tema está a merecer reflexão por esta Corte. Eis, em síntese, a decisão de Sua Excelência:

“EMENTA: “HABEAS CORPUS”. VEDAÇÃO LEGAL ABSOLUTA, EM CARÁTER APRIORÍSTICO, DA CONCESSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. LEI DE DROGAS (ART. 44). INCONSTITUCIONALIDADE. OFENSA AOS POSTULADOS CONSTITUCIONAIS DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA, DO ‘DUE PROCESS OF LAW’, DA DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E DA PROPORCIONALIDADE, VISTO SOB A PERSPECTIVA DA ‘PROIBIÇÃO DO EXCESSO’: FATOR DE CONTENÇÃO E CONFORMAÇÃO DA PRÓPRIA ATIVIDADE NORMATIVA DO ESTADO. PRECEDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ADI 3.112/DF (ESTATUTO DO DESARMAMENTO, ART. 21). CARÁTER EXTRAORDINÁRIO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE INDIVIDUAL. NÃO SE DECRETA PRISÃO CAUTELAR, SEM QUE HAJA REAL NECESSIDADE DE SUA EFETIVAÇÃO, SOB PENA DE OFENSA AO ‘STATUS LIBERTATIS’ DAQUELE QUE A SOFRE. IRRELEVÂNCIA, PARA O EFEITO DE CONTROLE DA LEGALIDADE DO DECRETO DE PRISÃO CAUTELAR, DE EVENTUAL REFORÇO DE ARGUMENTAÇÃO ACRESCIDO POR TRIBUNAIS DE JURISDIÇÃO SUPERIOR. PRECEDENTES. MEDIDA CAUTELAR DEFERIDA.”

7.A vedação da concessão de liberdade provisória ao preso em flagrante por tráfico de entorpecentes, veiculada pelo art. 44 da Lei n. 11.343/06, é expressiva de afronta aos princípios da presunção de inocência, do devido processo legal e da dignidade da pessoa humana (arts. 1º, III, e 5º, LIV e LVII da Constituição do Brasil). Daí resultar inadmissível, em face

dessas garantias constitucionais, possa alguém ser compelido a cumprir pena sem decisão transitada em julgado, além do mais impossibilitado de usufruir benefícios da execução penal. A inconstitucionalidade do preceito legal me parece inquestionável.

8.O Juiz negou a liberdade provisória ao paciente fundado tão-somente no artigo 44 da Lei n. 11.343/06 (fl. 25 do apenso --– numeração do STJ).

Excepciono a Súmula 691/STF e concedo a liminar a fim de que o paciente seja posto imediatamente em liberdade, até o julgamento definitivo deste habeas corpus.

Comunique-se.Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.750-7 (283)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : JERRI ADRIANI CORREIA DE SOUZAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão emanada da Quinta Turma do E.Superior Tribunal de Justiça, consubstanciada em acórdão assim ementado (Apenso, fls. 130/131):

“‘HABEAS CORPUS’ LIBERATÓRIO. HOMICÍDIO QUALIFICADO E HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. PRISÃO EM FLAGRANTE EM09.07.2008. INDEFERIMENTO DE EXTENSÃO DE LIBERDADE PROVISÓRIA FUNDADO NA NECESSIDADE DE GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. ‘MODUS OPERANDI’ (PACIENTE SUPOSTAMENTE INTEGRA ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA RESPONSÁVEL PELA CHACINA DE MUSSURUNGA). CONDIÇÕES PESSOAIS FAVORÁVEIS. IRRELEVÂNCIA. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO. INSTRUÇÃO ENCERRADA. SÚMULA 52/STJ. PARECER DO MPF PELA DENEGAÇÃO DO ‘WRIT’. ORDEM DENEGADA.

1. A real periculosidade do réu, evidenciada no ‘modus operandi’ (paciente que supostamente integra organização criminosa responsável pela chamada Chacina de Mussurunga, respondendo pelo homicídio qualificado - sete vezes - e homicídio qualificado tentado - três vezes), constitui motivação idônea e suficiente à manutenção da segregação provisória, como forma de garantir a ordem pública. Precedentes do STF e do STJ.

2. A preservação da ordem pública não se restringe às medidas preventivas da irrupção de conflitos e tumultos, mas abrange também a promoção daquelas providências de resguardo à integridade das instituições, à sua credibilidade social e ao aumento da confiança da população nos mecanismos oficiais de repressão às diversas formas de delinqüência.

3. Eventuais condições subjetivas favoráveis, tais como primariedade, bons antecedentes, residência fixa e trabalho lícito, por si sós, não obstam a segregação cautelar, se há nos autos elementos hábeis a recomendar a sua manutenção, como se verifica no caso em tela. Precedente do STF.

4. Encerrada a instrução criminal, resta superado o alegado excesso de prazo, ‘ex vi’ da Súmula 52 desta Corte.

5. Ordem denegada, em conformidade com o parecer ministerial.”(HC 130.916/BA, Rel. Min. NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO –

grifei)O exame dos fundamentos que deram suporte à decisão ora

impugnada parece descaracterizar, ao menos em juízo de sumária cognição, a plausibilidade jurídica da pretensão deduzida nesta sede processual.

Sendo assim, e sem prejuízo do reexame ulterior da matéria em causa, indefiro o pedido de medida cautelar.

2. Ouça-se a douta Procuradoria Geral da República.Publique-se.Brasília, 18 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.176-1 (284)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : SINDICATO DOS OFICIAIS DE JUSTIÇA AVALIADORES

DO ESTADO DO CEARÁ - SINCOJUST-CEADV.(A/S) : RUDI MEIRA CASSEL E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção coletivo, impetrado pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça Avaliadores do Estado do Ceará –

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 47: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 47

SINCOJUST-CE. 2.O impetrante alega que os substituídos são servidores públicos que

exercem ou exerceram suas funções em ambientes insalubres, perigosos, e/ou penosos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de direito à aposentadoria especial, do qual os substituídos são titulares.

4.Em decisão de fl. 147, determinei fossem solicitadas informações às autoridades impetradas.

5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, dos substituídos, a ter suas situações analisadas pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção o impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de direito à aposentadoria especial, de que os substituídos neste mandado de injunção são titulares.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o

Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última, posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 48: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 48

constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito

natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, os impetrantes solicitam seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos --- substituídos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pelos substituídos neste mandado de injunção, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.203-2 (285)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : LIANA MARIA AVIBAR PAGNAN SANTOSADV.(A/S) : LARISSA F MACIEL LONGO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção impetrado por Liana

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 49: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 49

Maria Avibar Pagnan Santos, servidora pública municipal. 2.A impetrante alega estar lotada no Hospital Municipal Dr. Arthur

Ribeiro de Saboya e desempenhar a função de médica, que, segundo ela, seria de caráter insalubre. Sustenta estar trabalhando nessas condições há mais de 20 [vinte] anos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

4.Em decisão de fl. 12 determinei fossem solicitadas informações à autoridade impetrada.

5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, da impetrante, a ter sua situação analisada pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção a impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o

Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última, posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 50: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 50

constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito

natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, o impetrante solicita seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pela impetrante, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.271-7 (286)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : LÍDIO ALBERTO VARGASADV.(A/S) : LUCIANA SHERER SOARESIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção, com pedido de medida

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 51: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 51

cautelar, impetrado por servidor público estadual do Estado do Rio Grande do Sul.

2.O impetrante alega ter exercido o cargo de escrivão de Polícia Civil e desempenhado a função de laborista clínico-químico, que, segundo ele, seria de caráter insalubre. Sustenta estar trabalhando nestas condições há mais de 30 [trinta] anos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

4.Em decisão de fl. 16 neguei, com respaldo na jurisprudência, o pedido de medida cautelar, vez que o mandado de injunção é incompatível com a concessão de liminares. Determinei ainda fossem solicitadas informações às autoridades impetradas.

5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, do impetrante, a ter sua situação analisada pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção o impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que

cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 52: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 52

posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, o impetrante solicita seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pelo impetrante, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.288-1 (287)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : ANDRÉ LUIZ DE ABREU PORTOADV.(A/S) : LARISSA F. MACIEL LONGO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 53: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 53

IMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção, impetrado por servidor público do Estado do Rio Grande do Sul.

2.O impetrante alega desempenhar a função de farmacêutico, que, segundo ele, seria de caráter insalubre. Sustenta estar trabalhando nestas condições há mais de 20 [vinte] anos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

4.Determinei fossem solicitadas informações à autoridade reclamada. 5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes

autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, do impetrante, a ter sua situação analisada pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção o impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País

decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última, posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 54: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 54

diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção

e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, o impetrante solicita seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pelo impetrante, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.305-5 (288)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : FRANCISCO CARLOS MELATTIADV.(A/S) : ANDRÉA GUIMARÃES MELATTI E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção impetrado por servidor público do Estado do Paraná.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 55: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 55

2.O impetrante alega estar atuando na Assistência Jurídica dos sentenciados que cumprem pena na Penitenciária Estadual e desempenhar a função de advogado público, que, segundo ele, seria de caráter perigoso e insalubre. Sustenta estar trabalhando nessas condições há mais de 30 [trinta] anos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

4.Determinei fossem solicitadas informações à autoridade reclamada [fl. 31].

5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, do impetrante, a ter sua situação analisada pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção o impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o

Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última, posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 56: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 56

constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito

natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, o impetrante solicita seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pelo impetrante, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.498-1 (289)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : LUIZA DULCE GARAVELLO MARTINSADV.(A/S) : MARIA DA CONCEIÇÃO CARREIRA ALVIM E OUTRO

(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: Trata-se de Mandado de Injunção impetrado por Luiza Dulce Garavello Martins, servidora pública federal.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 57: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 57

2.A impetrante alega estar lotada no Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais e desempenhar a função de técnica em radiologia, que, segundo ela, seria de caráter insalubre. Sustenta estar trabalhando nessas condições há mais de 20 [vinte] anos.

3.Afirma no mandado de injunção que a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil --- [é] vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar --- torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

4.Em decisão de fl. 16 o Ministro Marco Aurélio determinou fossem solicitadas informações ao Presidente da República.

5.O Procurador-Geral da República, afirmando que a hipótese destes autos é idêntica à do MI n. 758, opina pela procedência parcial do pleito. Alega que deve ser reconhecido o direito, da impetrante, a ter sua situação analisada pela autoridade competente à luz da Lei n. 8.213/91, no que se refere especificamente ao pedido de concessão da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

6.É o relatório. Decido. 7.Neste mandado de injunção a impetrante sustenta que a ausência

da lei complementar prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil torna inviável o exercício de seu direito à aposentadoria especial.

8.Reproduzo inicialmente observações do Ministro CELSO DE MELLO no MI n. 20:

“[e]ssa situação de inércia do aparelho de Estado faz emergir, em favor do beneficiário do comando constitucional, o direito de exigir uma atividade estatal devida pelo Poder Público, em ordem a evitar que a abstenção voluntária do Estado frustre, a partir desse comportamento omissivo, a aplicabilidade e a efetividade do direito que lhe foi reconhecido pelo próprio texto da Lei Fundamental.

O Poder Legislativo, nesse contexto, está vinculado institucionalmente à concretização da atividade governamental que lhe foi imposta pela Constituição, ainda que o efetivo desempenho dessa incumbência constitucional não esteja sujeito a prazos pré-fixados” [fl. 129].

9.Esta Corte mais de uma vez reconheceu a omissão do Congresso Nacional no que respeita ao dever, que lhe incumbe, de dar concreção ao preceito constitucional. Nesse sentido valho-me ainda de afirmação do Ministro CELSO DE MELLO, como segue:

“Desse modo, a inexistência da lei complementar reclamada pela Constituição reflete, forma veemente e concreta, a inobservância, pelo Poder Legislativo, dentro do contexto temporal referido, do seu dever de editar o ato legislativo em questão, com evidente desapreço pelo comando constitucional, frustrando, dessa maneira, a necessidade de regulamentar o texto da Lei Maior, o que demonstra a legitimidade do reconhecimento, por esta Suprema Corte, da omissão congressual apontada” [fl. 131].

10.No julgamento do MI n. 721, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 30.11.2007, o STF examinou esta questão, julgando parcialmente procedente o pedido para assegurar à impetrante o direito à aposentadoria especial [artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil], direito a ser exercido nos termos do texto do artigo 571 da Lei n. 8.213 de 24 de julho de 1.991, que dispõe sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social. Proferi voto-vista quanto ao MI n. 721, acompanhando o Relator.

11.O entendimento foi reafirmado na ocasião do julgamento do MI n. 758, também de relatoria do Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 26.9.2008.

“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa da ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

12.Havendo, portanto, sem qualquer dúvida, mora legislativa na regulamentação do preceito veiculado pelo artigo 40, § 4º, a questão que se coloca é a seguinte: presta-se, esta Corte, quando se trate da apreciação de mandados de injunção, a emitir decisões desnutridas de eficácia?

13.Esta é a questão fundamental a considerarmos. Já não se trata de saber se o texto normativo de que se cuida --- Artigo 40, § 4º --- é dotado de eficácia. Importa verificarmos é se o Supremo Tribunal Federal emite decisões ineficazes; decisões que se bastam em solicitar ao Poder Legislativo que cumpra o seu dever, inutilmente. Se é admissível o entendimento segundo o qual, nas palavras do Ministro NÉRI DA SILVEIRA, "a Suprema Corte do País decid[e] sem que seu julgado tenha eficácia". Ou, alternativamente, se o Supremo Tribunal Federal deve emitir decisões que efetivamente surtam

efeito, no sentido de suprir aquela omissão. Daí porque passo a desenvolver considerações a propósito do instituto do mandado de injunção.

14.Toda a exposição que segue neste apartado do meu voto é extraída de justificativa de autoria do Professor JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA a anteprojeto de lei por ele elaborado, que foi publicado inicialmente no jornal O Estado de São Paulo, de 26 de agosto de 1.989, e, posteriormente, foi convertido no Projeto de Lei n. 4.679, de 1.990, que o repetiu na íntegra, inclusive a sua justificativa [Diário do Congresso Nacional de 17.04.1990, página 2.824 e segs.].

15.Diz o eminente Professor Titular da Faculdade de Direito da USP:"1. É princípio assente em nosso direito positivo que, não havendo

norma legal ou sendo omissa a norma existente, cumprirá ao juiz decidir o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais do direito (Lei de Introdução ao Cód. Civil, art. 4º; Cód. Proc. Civil, art. 126). Assim, o que pode tornar inviável o exercício de algum direito, liberdade ou prerrogativa constitucionalmente assegurados não será nunca a 'falta de norma regulamentadora' mas, sim, a existência de alguma regra ou princípio que proíba ao juiz recorrer à analogia, aos costumes ou aos princípios de direito para suprir a falta de norma regulamentadora.

Havendo tal proibição, configura-se a hipótese de impossibilidade jurídica do pedido, diante da qual o juiz é obrigado a extinguir o processo sem julgamento de mérito (Cód. Proc. Civil, art. 267, VI), o que tornará inviável o exercício do direito, liberdade ou prerrogativa assegurados pela Constituição.

O caso, pois, em que cabe o mandado de injunção é exatamente o oposto daquele em que cabe o mandado de segurança. Vale dizer, é o caso em que o requerente não tem direito de pretender a tutela jurisdicional e em que requerido teria o direito líquido e certo de resistir a essa pretensão, se acaso fosse ela deduzida em Juízo.

Esta constatação --- prossegue BOTELHO DE MESQUITA --- é de primordial importância para o conhecimento da natureza e dos fins do mandado de injunção. Dela deriva a determinação dos casos em que se pode admitir o mandado de injunção e também dos objetivos que, por meio dele, podem ser alcançados".

O mandado de injunção "[d]estina-se, apenas, à remoção da obstáculo criado pela omissão do poder competente para a norma regulamentadora. A remoção desse obstáculo se realiza mediante a formação supletiva da norma regulamentadora faltante. É este o resultado prático que se pode esperar do julgamento da mandado de injunção.

A intervenção supletiva do Poder Judiciário deve subordinar-se, porém, ao princípio da independência e da harmonia entre os Poderes (CB, art. 2º). A autorização constitucional para a formação de normas supletivas não importa permissão ao Poder Judiciário para imiscuir-se indiscriminadamente no que é da competência dos demais Poderes. Trata-se apenas de dar remédio para omissão do poder competente. Para que tal omissão se configure, é preciso que norma regulamentadora não tenha sido elaborada e posta em vigor no prazo constitucional ou legalmente estabelecido, quando houver, ou na sua falta, no prazo que o tribunal competente entenda razoável. Antes de decorrido tal prazo não há que falar em omissão do poder competente, eis que a demora se incluirá dentro da previsão constitucional e assim também a provisória impossibilidade do exercício dos direitos, liberdades ou prerrogativas garantidos pelo preceito ainda não regulamentado. O que é danoso para os direitos, liberdades e prerrogativas constitucionais não é a demora, em si mesma considerada, mas a demora incompatível com o que se possa ter como previsto e programado pela Constituição.

[...]O cabimento do mandado de injunção pressupõe, por isto, um ato de

resistência ao cumprimento do dispositivo constitucional, que não tenha outro fundamento senão a falta de norma regulamentadora.

[...] O conteúdo e os efeitos da decisão que julga o mandado de injunção,

e bem assim os efeitos do seu trânsito em julgado, devem ser estabelecidos a partir de uma clara determinação do escopo do mandado de injunção exatamente o que falta no texto constitucional. Pelo que do dispositivo constitucional consta, sabe-se quando cabe o mandado de injunção, mas não se sabe para o que serve; sabe-se qual o problema prático que visa a resolver, mas não se sabe como deverá ser resolvido.

[...] O que cabe ao órgão da jurisdição não é, pois constranger alguém a

dar cumprimento ao preceito constitucional, mas, sim, suprir a falta de norma regulamentadora, criando, a partir daí, uma coação da mesma natureza daquela que estaria contida na norma regulamentadora. O ilícito constitucional (o ato anticonstitucional) é algo que só poderá existir depois de julgado procedente o mandado de injunção e, por isto, não constitui matéria que possa ser objeto de decisão no julgamento do próprio mandado.

Fixados estes limites desponta o problema da compreensão da hipótese da norma que será supletivamente formulada pelo tribunal. Deverá ela regular apenas o caso concreto submetido ao tribunal, ou abranger a totalidade dos casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos, embora entre sujeitos diferentes? Dentre essas alternativas, é de se optar pela última, posto que atividade normativa é dominada pelo princípio da isonomia, que exclui a possibilidade de se criarem tantas normas regulamentadoras diferentes quantos sejam os casos concretos submetidos ao mesmo preceito constitucional. Também aqui é preciso ter presente que não cumpre ao

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 58: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 58

tribunal remover um obstáculo que só diga respeito ao caso concreto, mas a todos os casos constituídos pelos mesmos elementos objetivos".

16.A mora, no caso, é evidente. Trata-se, nitidamente, de mora incompatível com o previsto pela Constituição do Brasil no seu artigo 40, § 4º.

17.Salvo a hipótese de --- como observei anteriormente2, lembrando FERNANDO PESSOA --- transformarmos a Constituição em papel "pintado com tinta" e aplicá-la em "uma coisa em que está indistinta a distinção entre nada e coisa nenhuma", constitui dever-poder deste Tribunal a formação supletiva, no caso, da norma regulamentadora faltante.

18.O argumento de que a Corte estaria então a legislar --- o que se afiguraria inconcebível, por ferir a independência e harmonia entre os poderes [art. 2o da Constituição do Brasil] e a separação dos poderes [art. 60, § 4o, III] --- é insubsistente.

19.Pois é certo que este Tribunal exercerá, ao formular supletivamente a norma regulamentadora de que carece o artigo 40, § 4º, da Constituição, função normativa, porém não legislativa.

20.Explico-me.21.A classificação mais freqüentemente adotada das funções estatais

concerne aos ofícios ou às autoridades que as exercem. Trata-se da classificação que se denomina orgânica ou institucional. Tais funções são, segundo ela, a legislativa, a executiva e a jurisdicional. Se, porém, pretendermos classificá-las segundo o critério material, teremos: a função normativa --- de produção das normas jurídicas [= textos normativos]; a função administrativa --- de execução das normas jurídicas; a função jurisdicional --- de aplicação das normas jurídicas.

22.Na menção aos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário estamos a referir centros ativos de funções --- da função legislativa, da função executiva e da função jurisdicional. Essa classificação de funções estatais decorre da aplicação de um critério subjetivo; estão elas assim alinhadas não em razão da consideração de seus aspectos materiais.

23.Entenda-se por função estatal a expressão do poder estatal --- tomando-se aqui a expressão “poder estatal” no seu aspecto material --- enquanto preordenado a finalidades de interesse coletivo e objeto de um dever jurídico.

24.A consideração do poder estatal desde esse aspecto liberta-nos da tradicional classificação das funções estatais segundo o critério orgânico ou institucional. Nesta última, porque o poder estatal é visualizado desde a perspectiva subjetiva, alinham-se a função legislativa, a executiva e a jurisdicional, às quais são vocacionados, respectivamente, os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário.

25.Afastado, contudo o critério tradicional de classificação das funções estatais, cumpre fixarmo-nos naquele outro, que conduz à seguinte enunciação:

[i] função normativa - de produção das normas jurídicas [= textos normativos];

[ii] função administrativa - de execução das normas jurídicas;[iii] função jurisdicional - de aplicação das normas jurídicas. 26.A função legislativa é maior e menor do que a função normativa.

Maior porque abrange a produção de atos administrativos sob a forma de leis [lei apenas em sentido formal, lei que não é norma, entendidas essas como preceito primário que se integra no ordenamento jurídico inovando-o]; menor porque a função normativa abrange não apenas normas jurídicas contidas em lei, mas também nos regimentos editados pelo Poder Judiciário e nos regulamentos expedidos pelo Poder Executivo.

27.Daí que a função normativa compreende a função legislativa [enquanto produção de textos normativos], a função regimental e a função regulamentar.

28.Quanto à regimental, não é a única atribuída, como dever-poder, ao Poder Judiciário, visto incumbir-lhe também, e por imposição da Constituição, a de formular supletivamente, nas hipóteses de concessão do mandado de injunção, a norma regulamentadora reclamada. Aqui o Judiciário --- na dicção de JOSÉ IGNÁCIO BOTELHO DE MESQUITA --- remove o obstáculo criado pela omissão do poder competente para editar a norma regulamentadora faltante, essa remoção realizando-se mediante a sua formulação supletiva.

29.De resto, é ainda certo que, no caso de concessão do mandado de injunção, o Poder Judiciário formula a própria norma aplicável ao caso, embora ela atue como novo texto normativo.

30Apenas para explicitar, lembro que texto e norma não se identificam3. O que em verdade se interpreta são os textos normativos; da interpretação dos textos resultam as normas. A norma é a interpretação do texto normativo. A interpretação é atividade que se presta a transformar textos --- disposições, preceitos, enunciados --- em normas.

31.O Poder Judiciário, no mandado de injunção, produz norma. Interpreta o direito, na sua totalidade, para produzir a norma de decisão aplicável à omissão. É inevitável, porém, no caso, seja essa norma tomada como texto normativo que se incorpora ao ordenamento jurídico, a ser interpretado/aplicado. Dá-se, aqui, algo semelhante ao que se há de passar com a súmula vinculante, que, editada, atuará como texto normativo a ser interpretado/aplicado.

32.Ademais, não há que falar em agressão à "separação dos poderes", mesmo porque é a Constituição que institui o mandado de injunção e não existe uma assim chamada "separação dos poderes" provinda do direito natural. Ela existe, na Constituição do Brasil, tal como nela definida. Nada

mais. No Brasil vale, em matéria de independência e harmonia entre os poderes e de “separação dos poderes”, o que está escrito na Constituição, não esta ou aquela doutrina em geral mal digerida por quem não leu Montesquieu no original.

33.De resto, o Judiciário está vinculado pelo dever-poder de, no mandado de injunção, formular supletivamente a norma regulamentadora faltante. Note-se bem que não se trata de simples poder, mas de dever-poder, idéia já formulada por JEAN DOMAT4 no final do século XVII, após retomada por LEÓN DUGUIT5 e, entre nós, por RUI BARBOSA6, mais recentemente por CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO7.

34.A este Tribunal incumbirá --- permito-me repetir --- se concedida a injunção, remover o obstáculo decorrente da omissão, definindo a norma adequada à regulação do caso concreto, norma enunciada como texto normativo, logo sujeito a interpretação pelo seu aplicador.

35.No caso, o impetrante solicita seja julgada procedente a ação e, declarada a omissão do Poder Legislativo, determinada a supressão da lacuna legislativa mediante a regulamentação do artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, que dispõe a propósito da aposentadoria especial de servidores públicos.

36.Esses parâmetros hão de ser definidos por esta Corte de modo abstrato e geral, para regular todos os casos análogos, visto que norma jurídica é o preceito, abstrato, genérico e inovador --- tendente a regular o comportamento social de sujeitos associados --- que se integra no ordenamento jurídico8 e não se dá norma para um só.

37.No mandado de injunção o Poder Judiciário não define norma de decisão, mas enuncia a norma regulamentadora que faltava para, no caso, tornar viável o exercício do direito da impetrante, servidora pública, à aposentadoria especial.

38.Na Sessão do dia 15 de abril passado, seguindo a nova orientação jurisprudencial, o Tribunal julgou procedente pedido formulado no MI n. 795, Relatora a Ministra CÁRMEN LÚCIA, reconhecendo a mora legislativa. Decidiu-se no sentido de suprir a falta da norma regulamentadora disposta no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, aplicando-se à hipótese, no que couber, disposto no artigo 57 da Lei n. 8.213/91, atendidos os requisitos legais. Foram citados, no julgamento, nesse mesmo sentido, os seguintes precedentes: o MI n. 670, DJE de 31.10.08, o MI n. 708, DJE de 31.10.08; o MI n. 712, DJE de 31.10. 08, e o MI n. 715, DJU de 4.3.05.

39.Na ocasião, o Tribunal, analisando questão de ordem, entendeu ser possível aos relatores o exame monocrático dos mandados de injunção cujo objeto seja a ausência da lei complementar referida no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil.

Julgo parcialmente procedente o pedido deste mandado de injunção, para, reconhecendo a falta de norma regulamentadora do direito à aposentadoria especial dos servidores públicos, remover o obstáculo criado por essa omissão e, supletivamente, tornar viável o exercício, pela impetrante, do direito consagrado no artigo 40, § 4º, da Constituição do Brasil, nos termos do artigo 57 da Lei n. 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

____________________________1 Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário-de-benefício. (Redação dada pela Lei nº 9.032, de 1995).2 Direito, conceitos e normas jurídicas, Editora Revista dos Tribunais, São Paulo, 1.988, p. 124.3 Vide meu Ensaio e discurso sobre a interpretação/aplicação do direito, 5ª edição, Malheiros Editores, 2009, pp. 84 e ss. 4 Oeuvres de J. DOMAT, Paris, Firmin Didot Père et Fils, 1.829, p. 362 e ss.5 El pragmatismo juridico, Madrid, Francisco Beltrán, 1.924, p. 111.6 Comentários à Constituição Federal Brasileira, volume I, coligidos e ordenados por Homero Pires, São Paulo, Saraiva & Cia., 1.932, p. 153.7 “Verba de representação”, in RT 591/43, janeiro de 1.985.8 Vide meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª edição, Malheiros Editores, São Paulo, 2.008, p. 239.

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.511-2 (290)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : LIZETE PESSINI PEZZIADV.(A/S) : LARISSA F MACIEL LONGO E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERAL

DECISÃO: Vistos, etc. Trata-se de mandado de injunção, impetrado por servidor público, sob

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 59: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 59

alegação de mora legislativa na regulamentação do § 4º do art. 40 da Constituição Federal.

2. Pois bem, de saída, transcrevo o inciso LXXI do art. 5º da Constituição Federal:

“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.”

3. A seu turno, o atual § 4º do art. 40 da Carta Republicana tem a seguinte redação:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;II – que exerçam atividades de risco;III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que

prejudiquem a saúde ou a integridade física.”4. Prossigo para anotar que, no julgamento do MI 721, sob a relatoria

do ministro Marco Aurélio, o Supremo Tribunal Federal avançou um novo olhar sobre os dispositivos acima transcritos, dando-lhes maior concretude. Ao fazê-lo, reconheceu o direito do servidor público à contagem diferenciada do tempo de serviço em atividade insalubre, após a implantação do regime estatutário.

5. Naquela ocasião, acompanhei, confortavelmente, o voto do eminente relator. E o fiz com as seguintes palavras:

Senhora Presidente, acompanho, lembrando que, nas discussões anteriores, observei que somente cabe mandado de injunção perante uma norma constitucional de eficácia limitada. Sendo assim, não faz sentido proferir uma decisão judicial também de eficácia limitada. É uma contradição nos termos. A decisão judicial há de ser pleno-operante, marcada pela sua carga de real concretude; ou seja, tem de se revestir de caráter mandamental, como é da natureza da ação constitucional agora sob julgamento.

6. Muito bem. Na Sessão de 15.04.2009, esta Suprema Corte manteve a nova orientação, ao julgar os MIs 795, 797, 809, 828, 841, 850, 857, 879, 905, 927, 938, 962, 998 (sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia), bem como os MIs 788, 796, 808 e 825 (sob a minha própria relatoria). Mais: o Plenário, resolvendo questão de ordem, autorizou o julgamento monocrático dos casos semelhantes.

Ora, diante deste quadro decisório, a refletir uma nova e mais arejada postura de concretização constitucional, julgo parcialmente procedente o pedido para remover o obstáculo da falta de lei complementar disciplinadora das hipóteses arroladas nos três incisos do § 4º do art. 40 da Magna Carta. Quanto à presença das demais condições, necessárias ao deferimento da almejada aposentadoria especial, é de ser aferida no bojo do respectivo processo administrativo e na forma da Lei nº 8.213/91.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 27.335-6 (291)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : ADMILSON RODRIGUES FERREIRAADV.(A/S) : ADMILSON RODRIGUES FERREIRAIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

DECISÃO: (Referente à Petição nº 114.582)Junte-se. Indefiro, porquanto este mandado de segurança sequer foi

conhecido, já havendo, inclusive, o Plenário deste Supremo Tribunal Federal negado provimento a agravo regimental interposto pelo autor.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MED. CAUT. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.196-1 (292)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : WELITON MILITÃO DOS SANTOSADV.(A/S) : THIAGO NAVES E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (REVISÃO

DISCIPLINAR Nº 200810000030617)

DECISÃO: Vistos, etc.Weliton Militão dos Santos impetra mandado de segurança,

aparelhado com pedido de medida liminar, contra ato do Conselho Nacional de Justiça, que lhe aplicou pena de censura em processo de revisão disciplinar de sindicância (Revisão Disciplinar nº 2008.10.00.003061-7).

2. Afirma o autor que a decisão do CNJ afrontou diversos “institutos” jurídicos: a) o procedimento foi aberto em 16/05/2007, pelo que a prescrição fulminou a pretensão punitiva em 12/11/2007; b) tese reforçada em função do ingresso da revisão disciplinar no CNJ somente em 26/11/2008; c) exauriu-se o prazo prescricional de 02 (dois) anos, ainda que se equipare a pena de

censura (aplicável a Magistrados) à sanção de suspensão (Lei 8.112/90); d) os requisitos da revisão disciplinar não estariam configurados, porquanto o Tribunal Regional Federal da 1ª Região analisou a prova produzida e decidiu como de direito; e) a prova dos autos levaria à conclusão da inocência do impetrante. Pelo que pede o deferimento da medida liminar para suspender a eficácia do acórdão condenatório, prolatado na Revisão Disciplinar nº 2008.10.00.003061-7.

3. Na outra ponta, o Conselho Nacional de Justiça prestou as seguintes informações: a) cabe revisão de processo disciplinar nos casos de arquivamento por ausência de quorum no tribunal de origem; b) a autuação da revisão disciplinar no CNJ deu-se no período estabelecido pelo inc. V do § 4º do art. 103B da Constituição Federal; c) as provas constantes do procedimento demonstram que o magistrado “agrediu um menor de idade”, “deu voz de prisão mais de uma vez a mais de um cidadão sem fundamentos para tanto”, “agrediu uma pessoa para obrigá-la a testemunhar a seu favor sobre fatos que nem sequer presenciara”, “invadiu domicílio alheio”; d) o TRF da 1ª Região decidiu pelo arquivamento do processo por ausência de quórum, mesmo reconhecendo a necessidade da aplicação da pena de censura; e) os atos do juiz caracterizam violação do dever funcional posto no inc. VIII do art. 35 da LOMAN (manter conduta irrepreensível na vida pública e particular).

4. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo provisório em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris) e do perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que a este dão suporte, senão incorrendo em antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

5. No caso, não tenho como presentes os requisitos necessários à concessão da medida liminar. É que a decisão do CNJ, ora impugnada, foi prolatada em procedimento que possibilitou a discussão de todo o complexo conteúdo probatório da causa para se chegar a um juízo de valor sobre a conduta do magistrado. Disso decorre um primeiro óbice ao conhecimento da própria ação: o mandado de segurança não é meio adequado para a reavaliação das provas colhidas em procedimento disciplinar (RMS 25627), ou seja, a via processualmente contida do mandado de segurança não se revela idônea para elucidação a posteriori de fatos. Esta é a jurisprudência consolidada deste nosso Supremo Tribunal, tal como está no MS 24.786: “não é possível esclarecer, na via estreita do mandado de segurança, questão controversa”.

6. Averbo, ainda, que a pena de censura da LOMAN é equiparável à pena de suspensão da Lei 8.112/1990. Portanto, é aplicável à espécie o prazo prescricional de 02 (dois) anos. A respeito, transcrevo elucidativo precedente do Superior Tribunal de Justiça:

EMENTA: ADMINISTRATIVO. MAGISTRADO ESTADUAL. PENALIDADE. CENSURA. PRESCRIÇÃO. PRAZO. LEGISLAÇÃO. APLICAÇÃO SUBSIDIÁRIA DA LEI Nº 8.112/90. GARANTIA. UNICIDADE. TRATAMENTO. MAGISTRATURA NACIONAL. I - A Lei Orgânica da Magistratura Nacional - LOMAN é silente acerca da prescrição administrativa das penalidades nela previstas. Nessa hipótese, o Superior Tribunal de Justiça decidiu ser possível a aplicação analógica da Lei nº 8.112/90 a magistrado federal. Na ocasião concluiu, também, que o lapso a ser observado em relação à pena de censura, previsto no referido Estatuto da Magistratura, seria semelhante àquele relativo à pena de suspensão, elencada no Regime Jurídico Único dos Servidores Públicos Civis da União. [...] IV - A questão da prescrição das penalidades cometidas por magistrado, sem dúvida, por estar diretamente ligada ao exercício do cargo, é matéria a ser tratada no Estatuto da Magistratura. Entretanto, por ser a atual legislação vigente omissa quanto a esse aspecto e, sendo necessário o tratamento uniforme da matéria, é aplicável subsidiariamente o Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União, ainda que se trate de juiz estadual. V - Interpretando o artigo 142 e demais artigos relativos ao tema, insertos na Lei nº 8.112/90, o Supremo Tribunal Federal concluiu que, embora haja a interrupção da prescrição com a instauração do processo administrativo, recomeçará o início da fluência do lapso prescricional quando ultrapassados 140 (cento e quarenta) dias sem que tenha havido a conclusão do processo disciplinar, porquanto esse seria o prazo legal para seu término. VI - In casu, ocorreu a instauração da representação em 13 de agosto de 1997, por decisão da Corte Superior do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, sendo que, adicionando 140 dias à data, temos que o direito de punir tinha como prazo final o dia 30 de dezembro de 1999. VII - O julgamento definitivo ocorreu em 27 de outubro de 1999, com a publicação da decisão em 17 de dezembro do mesmo ano, tendo sido, portanto, proferido antes que houvesse a prescrição. Recurso desprovido. (RMS 13439) (grifos meus)

7. Nesse fluxo de ideias, tenho que o prazo de prescrição começa a contar da data em que o fato se tornou conhecido (§ 1º do art. 142 da Lei 8.112/1990). Prazo que se interrompe com a abertura do processo disciplinar e retoma sua fluência quando ultrapassados 140 (cento e quarenta) dias sem que tenha havido a conclusão do processo disciplinar (MS 23299). Ora, segundo informa o próprio impetrante, o processo disciplinar foi aberto em

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 60: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 60

16/05/2007. Daí que a o prazo de prescrição recomeçaria a fluir a partir de 03/10/2007 e consumar-se-ia tão somente em 02/10/2009.

8. À derradeira, é juridicamente plausível que o Conselho Nacional de Justiça, em sua função constitucional de revisão dos processos disciplinares de Juízos e de membros de Tribunais julgados a menos de um ano (inc. V do § 4º do art. 103B da CF), possa exercer sua competência no caso de sanção disciplinar não aplicada pelo arquivamento do processo disciplinar por falta de quorum. É o que me parece cabível, pelo menos neste juízo prefacial das coisas.

9. Pelo exposto, indefiro o pedido de medida liminar.10. Publique-se. Após, dê-se vista ao Exmo. Sr. Procurador-Geral da

República.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 28.230-4 (293)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : LUIZ EMIVAL BORGES ANDRADEADV.(A/S) : NÉVIO CAMPOS SALGADOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHO (PROCESSO 00693-2005-018-10-00-77)

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de mandado de segurança, aparelhado com pedido de

medida liminar, impetrado por Luiz Emival Borges Andrade, contra decisão do Juízo da 18ª Vara do Trabalho de Brasília.

2. Verifico, desde logo, a incompetência originária deste Supremo Tribunal Federal para conhecer da ação. É que a autoridade apontada como coatora não faz parte daquelas constantes da alínea “d” do inciso I do art. 102 da Constituição Federal. Mais exatamente, compete ao TRT da 10ª Região apreciar o pedido contido na inicial, bem como a própria viabilidade da ação. A jurisprudência deste Pretório Excelso é pacífica: Súmula nº 624; MS 25.170-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso; MS 24.285-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches; MS 22.041-AgR, Rel. Min. Celso de Mello.

3. Ante o exposto, com fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF, não conheço do presente mandado de segurança e determino o encaminhamento dos autos ao Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, a quem compete a apreciação originária desta ação mandamental.

Publique-se. Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 28.250-9 (294)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : RICARDO ZACARIAS ATTIÊADV.(A/S) : WALDEMAR SOARES LIMA JÚNIOR E OUTRO (A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

DECISÃO: Mandado de segurança impetrado por Ricardo Zacarias Attiê contra ato do Presidente do Supremo Tribunal Federal, ato consubstanciado na portaria n. 177, de 26 de novembro de 2007.

2.O recurso de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu seu recurso extraordinário foi devolvido pela Secretaria desta Corte ao Superior Tribunal de Justiça porque a matéria de fundo está submetida à análise de repercussão geral nos autos do RE n. 598.365. A devolução dos autos deu-se nos termos do disposto no artigo 1º da mencionada portaria.

3.O impetrante afirma que tomou conhecimento da portaria somente na data em que foi intimado do ato praticado pelo STJ, em 10.9.09.

4.Sustenta que “todas as pessoas [...] tem [sic] o direito líquido e certo de ver observado o devido processo legal, o contraditório e a ampla defesa e a prestação da tutela jurisdicional, tal o contido no art. 5º, incisos XXXV, LIV e LV, da CF” [fl. 3]. A portaria violaria o direito do impetrante à prestação da tutela jurisdicional.

5.Requer liminarmente, o sobrestamento do processo em tramitação no Superior Tribunal de Justiça [AI n. 1.074.127] até decisão final no presente writ. No mérito, pede a concessão da ordem para que o recurso de agravo de instrumento seja apreciado por esta Corte.

6.É o relatório. Decido. 7.A portaria n. 177 foi publicada no Diário da Justiça eletrônico do dia

30 de novembro de 2007.8.O ato impugnado é dotado de caráter normativo, disciplinando

situações gerais e abstratas. Produz efeitos análogos ao de uma “lei em tese”, contra a qual não cabe mandado de segurança [Súmula n. 266 desta Corte].

9.A lei em tese, qual anota HELY LOPES MEIRELLES, “como norma abstrata de conduta, não é atacável por mandado de segurança [STF Súmula 266], pela óbvia razão de que não lesa, por si só, qualquer direito individual. Necessária se torna a conversão da norma abstrata em ato concreto para expor-se à impetração, mas nada impede que, na sua execução, venha a ser declarada inconstitucional pela via do mandamus.” [Mandado de segurança, ação popular, ação civil pública, mandado de injunção, ‘habeas data’, ação

direta de inconstitucionalidade, ação declaratória de constitucionalidade e argüição de descumprimento de preceito fundamental, 25ª ed., São Paulo, Malheiros, 2003, p. 39].

10.O ato normativo "não tem efeitos concretos. É dizer, não tem operatividade imediata, necessitando, para a sua individualização, da expedição de ato administrativo" [RMS n. 24.266, Relator o Ministro CARLOS VELLOSO, DJ 24.10.2003].

11.Nesse sentido a jurisprudência desta Corte, nos termos do precedente do MS n. 25.615, Relator a Ministra ELLEN GRACIE, DJ 09.12.2005.

12.A publicação do ato normativo no Diário Oficial impede que o impetrante alegue desconhecimento de seu inteiro teor [artigo 3º da Lei de Introdução ao Código Civil].

13.O aforismo ignorantia legis non excusat, uma ficção, é imperativo do qual depende a lógica interna do sistema jurídico. É injusto? Não importa, pois sem a presunção de que o direito seja conhecido e sabido a ordem jurídica corrente não poderia funcionar [meu O direito posto e o direito pressuposto, 7ª ed., São Paulo, Malheiros, 2008, p. 188].

Nego seguimento ao mandado de segurança. Publique-se. Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

PETIÇÃO 4.360-0 (295)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : JORGE DE FARIA MALULYREQDO.(A/S) : RONI VON GÓES DE ANDRADEREQDO.(A/S) : MAURO BRAGATO

DESPACHO: Oficie-se ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo no sentido de encaminhar a esta Corte, com urgência, copia da prestação de contas relativa à campanha eleitoral do candidato a Deputado Federal JORGE DE FARIA MALULY no pleito de 2006.

Determino, ainda, seja retificada a autuação, fazendo-se dela constar o nome de JORGE DE FARIA MALULY, em lugar de JORGE MALULY NETO.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECLAMAÇÃO 6.854-4 (296)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICARECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 993.08.028742-2)INTDO.(A/S) : LEONARDO VICENTE DA SILVAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULO

DECISÃO: Reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo Ministério Público Federal contra acórdão da 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos autos do Agravo em Execução n. 993.08.028742-2.

2.O reclamante afirma que a autoridade reclamada afrontou o disposto na Súmula Vinculante n. 9.

3.Sustenta que o Juízo da Vara das Execuções Criminais da Comarca de São Paulo declarou a perda dos dias remidos de Leonardo Vicente da Silva em razão de falta disciplinar de natureza grave, com fundamento no disposto no artigo 127 da Lei n. 7.210/84, Lei de Execução Penal.

4.Informa que a defesa interpôs agravo em execução contra esta decisão e a 12ª Câmara de Direito Criminal deu provimento ao recurso para restabelecer os dias remidos e determinar a elaboração de novo cálculo da pena.

5.Requer a concessão de medida liminar.6.O Ministério Público Federal opinou pela procedência do pedido e

requereu a sua admissão como autor da demanda [fls. 152/157].7.À fl. 160 determinei a retificação da autuação para admitir o

Procurador Geral da República como autor.8.É o relatório. Decido.9.Não procede o quanto definido no acórdão reclamado, no sentido

da inaplicabilidade da Súmula Vinculante n. 9 a faltas graves cometidas anteriormente a sua publicação por ofensa a garantia constitucional da irretroatividade da lei penal mais rigorosa.

10.A Constituição do Brasil estabelece que a súmula aprovada nos termos do artigo 103-A, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta.

11.O acórdão reclamado foi proferido em 13.8.08, data posterior à

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 61: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 61

publicação da referida súmula, sendo, portanto, cabível a reclamação.12.Da análise do mérito vê-se a distinção entre a orientação da

mencionada súmula e o acórdão proferido pelo órgão fracionário do TJ/SP, que deu provimento a agravo em execução para restabelecer os dias remidos do interessado.

13.A prática de falta grave durante o cumprimento de pena autoriza a decretação da perda dos dias remidos, entendimento confirmado pela Súmula Vinculante n. 9:

“O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58”.

14.Nesse mesmo sentido as seguintes decisões proferidas monocraticamente: RCL n. 8.061, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 13.8.09; RCL n. 7.359, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 29.6.09; RCL n. 7.130, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 19.6.09; RCL n. 6.950, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 22.6.09, entre outras.

Julgo procedente a reclamação para cassar o acórdão proferido pela 12ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos autos do Agravo em Execução n. 993.08.028742-2 [artigo 161, parágrafo único, do RISTF].

Arquivem-se estes autos.Comunique-se.Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECLAMAÇÃO 8.112-5 (297)PROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ -

FUESPIADV.(A/S) : MARIA DO AMPARO SOARES LIMA E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO

(RO NºS 00640-2007-106-22-00-0, 00641-2007-106-22-00-5, 00642-2007-106-22-00-0, 00643-2007-106-22-00-4, 00644-2007-106-22-00-9, 00645-2007-106-00-3, 00646-2007-106-22-00-8, 00647-2007-106-22-00-2, 00650-2007-106-22-00-6, 00661-2007-106-22-00-0)

INTDO.(A/S) : MARIA DO SOCORRO EUFRÁSIO REISINTDO.(A/S) : LEOPOLDINA AZEVEDO REZENDEINTDO.(A/S) : LÚCIA MARIA PINTO DE OLIVEIRAINTDO.(A/S) : TERESINHA VILANI VASCONCELOS DE LIMA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pela Fundação Universidade Estadual do Piauí (FUESPI), contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região (RO’s 00640-2007-106-22-00-0; 00641-2007-106-22-00-5; 00642-2007-106-22-00-0; 00643-2007-106-22-00-4; 00644-2007-106-22-00-9; 00645-2007-106-22-00-3; 00646-2007-106-22-00-8; 00647-2007-106-22-00-2; 00650-2007-106-22-00-6; 00661-2007-106-22-00-0).

2. Argui a reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por professores substitutos do seu quadro provisório, que mantinham com o reclamante vínculos de natureza jurídico-administrativa (Lei estadual nº 5.309/2003). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a incompetência da Justiça do Trabalho, com a consequente nulidade das decisões reclamadas.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 47/49. Dei, então, vista dos autos ao Procurador-Geral da República. Procurador que opinou pela procedência da reclamação.

4. Prossigo neste reavivar das coisas, agora para anotar que solicitei novas informações ao reclamado, e o fiz para o esclarecimento de eventuais decisões transitadas em julgado. Novas informações foram prestadas e esclarecem que diversos acórdãos transitaram em julgado antes do ajuizamento da presente reclamação constitucional (23/04/2009): 640/2007 (em 30/03/2009); 641/2007 (em 27/02/2009); 645/2007 (27/02/2009); 646/2007 (em 29/10/2008); 647/2007 (em 26/02/2009); 650/2007 (em 02/04/2009) e 661/2007 (em 21/04/2009).

5. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência

para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

6. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

7. No caso, tenho que procede o pleito da reclamante, ainda que de maneira parcial. É que as contratações dos professores substitutos foram temporárias, precedidas por concurso público e regidas pela Lei estadual nº 5.309/2003, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal.

8. Quanto à alegação de que se trataria, na espécie, de contratação irregular em função do desvirtuamento na aplicação da autorização dada pela Lei estadual nº 5.309/2003, já se assentou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações temporárias realizadas pelo Poder Público” (Rcl 4.785-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes). Ademais, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Rcl 4.489, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, entendeu que “se, apesar de o pedido [da reclamação trabalhista] ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício na relação administrativa a descaracterizá-la”.

9. Por fim, como está consignado nos autos (certidão de fls. 95), diversas decisões transitaram em julgado antes do ajuizamento da presente reclamação constitucional. Nos termos do que foi sumulado por este nosso Supremo Tribunal Federal (Súmula 734), “não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal”. É o quanto me basta para negar seguimento à ação relativamente às RT’s 00640-2007-106-22-00-0; 00641-2007-106-22-00-5; 00645-2007-106-22-00-3; 00646-2007-106-22-00-8; 00647-2007-106-22-00-2; 00650-2007-106-22-00-6; 00661-2007-106-22-00-0, o que faço com fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF.

10. À derradeira, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento das RT’s nºs 00642-2007-106-22-00-0; 00643-2007-106-22-00-4; 00644-2007-106-22-00-9. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos dos processos. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.251-2 (298)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 00665-2008-081-03-00-7)INTDO.(A/S) : JOSÉ DOS REIS DA SILVAADV.(A/S) : PAULO AFONSO MARQUES

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado de Minas Gerais, contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

2. Argui o reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 62: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 62

Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por José dos Reis da Silva, designado para atuar como defensor dativo em processo cível (Reclamação Trabalhista nº 00665-2008-081-03-00-7). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade dos atos do processo em trâmite na Justiça Obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 138/139.

4. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão da liminar. Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo delibatório em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris) e do perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que a este dão suporte, senão incorrendo em antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

5. No caso, não tenho como presentes os requisitos necessários à concessão da liminar. É que a demanda em trâmite na Justiça trabalhista não envolve servidor público. O que se observa dos autos é que o interessado, após atuar como defensor dativo em processo judicial de natureza cível, requereu tão-somente o pagamento de seus honorários advocatícios. Não se pleiteia nenhuma verba trabalhista, nem o reconhecimento da condição de servidor público, a qualquer título. Ora, o que daí se conclui, neste juízo provisório, é que não houve qualquer afronta ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC.

6. Explico: no âmbito desta ação reclamatória, é de se perquirir apenas o desrespeito da decisão reclamada ao acórdão tido por paradigmático. E o fato é que a ADI 3.395-MC cuidou apenas de afastar a interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição Federal que abrangesse “as causas instauradas entre o Poder Público e o servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. Não se tratando, portanto, de causa que envolva questão relacionada a servidor público , não há como se violar a decisão da ADI 3.395-MC. Do contrário, este Supremo Tribunal Federal extrapolaria os estreitos limites de cognição da ação reclamatória. Assim decidiu o Plenário deste Supremo Tribunal Federal em causa semelhante (Rcl 4.761, de minha relatoria, cujo acórdão está pendente de publicação).

7. Ante o exposto, indefiro a liminar, sem prejuízo de u’a mais detida análise quando do julgamento do mérito.

8. Tendo em vista já haver o Procurador-Geral da República emitido parecer (fls. 142/144), voltem os autos conclusos.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.318-7 (299)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICARECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL Nº 990.08.012428-5)INTDO.(A/S) : JEFFERSON SANTOS MOREIRA

DECISÃO: Reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo Ministério Público Federal contra acórdão da 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos autos do Agravo em Execução n. 990.08.012428-5/50000.

2.O reclamante afirma que a autoridade reclamada afrontou o disposto na Súmula Vinculante n. 9.

3.Sustenta que o Juízo da Vara das Execuções Criminais declarou a perda dos dias remidos de Jefferson Santos Moreira em razão de falta disciplinar de natureza grave, com fundamento no disposto no artigo 127 da Lei n. 7.210/84, Lei de Execução Penal.

4.Informa que a defesa interpôs agravo em execução contra esta decisão e a 7ª Câmara de Direito Criminal deu provimento ao recurso para restabelecer os dias remidos e determinar a elaboração de novo cálculo da pena.

5.Requer a concessão de medida liminar.6.O Ministério Público Federal opinou pela procedência do pedido e

requereu a sua admissão como autor da demanda [fls. 64/70].7.À fl. 72 determinei a retificação da autuação para admitir o

Procurador Geral da República como autor.8.É o relatório. Decido.9.Não procede o quanto definido no acórdão reclamado, no sentido

da inaplicabilidade da Súmula Vinculante n. 9 a faltas graves cometidas anteriormente a sua publicação por ofensa a garantia constitucional da irretroatividade da lei penal mais rigorosa.

10.A Constituição do Brasil estabelece que a súmula aprovada nos termos do artigo 103-A, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública Direta e Indireta.

11.O acórdão reclamado foi proferido em 12.3.09, data posterior à publicação da referida súmula, sendo, portanto, cabível a reclamação.

12.Da análise do mérito vê-se a distinção entre a orientação da mencionada súmula e o acórdão proferido pelo órgão fracionário do TJ/SP, que deu provimento a agravo em execução para restabelecer os dias remidos do interessado.

13.A prática de falta grave durante o cumprimento de pena autoriza a decretação da perda dos dias remidos, entendimento confirmado pela Súmula Vinculante n. 9:

“O disposto no artigo 127 da Lei nº 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) foi recebido pela ordem constitucional vigente, e não se lhe aplica o limite temporal previsto no caput do artigo 58”.

14.Nesse mesmo sentido as seguintes decisões proferidas monocraticamente: RCL n. 8.061, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 13.8.09; RCL n. 7.359, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 29.6.09; RCL n. 7.130, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 19.6.09; RCL n. 6.950, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 22.6.09, entre outras.

Julgo procedente a reclamação para cassar o acórdão proferido pela 7ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos autos do Agravo em Execução n. 990.08.012428-5/50000 [artigo 161, parágrafo único, do RISTF].

Arquivem-se estes autos.Comunique-se.Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.412-4 (300)PROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ

(AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2004.0008.7325-3)INTDO.(A/S) : AUTARQUIA MUNICIPAL DE TRÂNSITO, SERVIÇO

PÚBLICO E CIDADANIA DE FORTALEZAADV.(A/S) : CAMILA DOS REIS BARROSOINTDO.(A/S) : JOSÉ EDUARDO GIRÃO NETOADV.(A/S) : MOACIR CARNEIRO DO NASCIMENTO E OUTRO

(A/S)

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Ministério Público do Estado do Ceará, contra acórdão do Tribunal de Justiça daquele Estado.

2. Argui o autor que a Terceira Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará, ao negar provimento ao Agravo de Instrumento nº 2004.0008.7325-3/0, afastou a aplicabilidade do § 2º do art. 131 do Código de Trânsito Brasileiro. Isto sem que houvesse pronunciamento do Plenário do tribunal acerca da inconstitucionalidade do dispositivo legal. Alega, assim, desrespeito à Súmula Vinculante nº 10 deste Supremo Tribunal Federal. Daí requerer a concessão de liminar para suspender os efeitos do acórdão impugnado.

3. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo delibatório em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris) e do perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que a este dão suporte, senão incorrendo em antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

4. No caso, não tenho como presentes os requisitos necessários à concessão da medida liminar. É que o acórdão reclamado fez expressa remissão à Súmula nº 28 do Tribunal de Justiça do Estado do Ceará. E o fato é que essa súmula foi objeto de análise pelo Plenário do Tribunal em 02 de dezembro de 2004. Não houve, portanto, nenhuma violação à reserva de plenário (art. 97 da Constituição Federal). Digo isto porque me parece, neste juízo provisório, aplicável ao caso a disciplina do parágrafo único do art. 481 do Código de Processo Civil, in verbis:

“Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”

5. Ante o exposto, indefiro a liminar, sem prejuízo de u’a mais detida análise quando do julgamento do mérito.

6. Solicitem-se, mais uma vez, informações ao reclamado. Após, dê-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 63: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 63

Intime-se.Publique-se.Brasília, 18 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.477-9 (301)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASRECLDO.(A/S) : RELATORA DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº

104.815 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAINTDO.(A/S) : JUCILENE DE QUEIROZ FEITOSAADV.(A/S) : NILDO NOGUEIRA NUNES E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo Estado do Amazonas contra ato da Relatora do Conflito de Competência n. 104.815, em curso perante o Superior Tribunal de Justiça, que conheceu do conflito negativo e declarou a competência da Justiça do Trabalho para apreciar a demanda.

2.O reclamante alega que o ato reclamado usurpou a competência do Supremo Tribunal Federal para processar e julgar conflito de competência entre o Tribunal Superior do Trabalho e o Juízo comum de primeiro grau [CB/88, art. 102, I, “o”].

3.Sustenta que o ato reclamado também teria afrontado a autoridade do acórdão prolatado por esta Corte na ADI n. 3.395.

4.A autoridade reclamada prestou informações às fls. 54/57, informando que “[n]o julgamento de agravo regimental interposto pelo Estado do Amazonas, réu na ação originária, foi reconsiderada a decisão que declarara a competência do Juízo suscitante para julgar a lide, de forma a não conhecer do conflito e determinar a remessa dos autos ao Colendo Supremo Tribunal Federal, tendo em vista sua competência para dirimir conflito de competência estabelecido entre tribunal superior (Tribunal Superior do Trabalho) e juízo vinculado a tribunal diverso (Juízo de Direito de Anori/AM), a teor do art. 102, I, o, da Constituição da República” [fl. 54].

5.É o relatório. Decido.6.A insubsistência do ato reclamado importa em perda de objeto da

reclamação. O entendimento do Tribunal é no sentido de que a superação do ato impugnado importa a extinção da ação reclamatória:

“RECLAMAÇÃO - ATO IMPUGNADO - REVOGAÇÃO - PERDA DE OBJETO. A revogação do ato tido, no pedido inicial da reclamação, como discrepante de certa decisão implica o prejuízo da reclamação, julgando-se extinto o processo sem apreciação do tema de fundo.”

[Rcl-QO n. 2496, Relator o Ministro MARCO AURÉLIO, DJ de 22.10.04]

7.Há ainda decisões monocráticas no mesmo sentido, Rcl n. 4.972, Relator o Ministro GILMAR MENDES, DJ de 23.4.07; Rcl n. 4.822, de que fui relator, DJ de 15.3.07; Rcl n. 4.244, Relator o Ministro JOAQUIM BARBOSA, DJ de 19.5.06, dentre outras.

Julgo prejudicado o pedido formulado na presente reclamação e determino o seu arquivamento, nos termos do disposto no artigo 21, inciso IX, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.587-2 (302)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 00188-2009-081-03-00-0)INTDO.(A/S) : ANTÔNIO JOÃO SALVADORADV.(A/S) : ANTÔNIO JOÃO SALVADOR

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado de Minas Gerais, contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

2. Argui o reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por Antônio João Salvador, designado para atuar como defensor dativo em processo cível (Reclamação Trabalhista nº 00188-2009-081-03-00-0). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade dos atos do processo em trâmite na Justiça Obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei

informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 125/126.4. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão da liminar.

Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo delibatório em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris) e do perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que a este dão suporte, senão incorrendo em antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

5. No caso, não tenho como presentes os requisitos necessários à concessão da liminar. É que a demanda em trâmite na Justiça trabalhista não envolve servidor público. O que se observa dos autos é que o interessado, após atuar como defensor dativo em processo judicial de natureza cível, requereu tão-somente o pagamento de seus honorários advocatícios. Não se pleiteia nenhuma verba trabalhista, nem o reconhecimento da condição de servidor público, a qualquer título. Ora, o que daí se conclui, neste juízo provisório, é que não houve qualquer afronta ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC.

6. Explico: no âmbito desta ação reclamatória, é de se perquirir apenas o desrespeito da decisão reclamada ao acórdão tido por paradigmático. E o fato é que a ADI 3.395-MC cuidou apenas de afastar a interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição Federal que abrangesse “as causas instauradas entre o Poder Público e o servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. Não se tratando, portanto, de causa que envolva questão relacionada a servidor público , não há como se violar a decisão da ADI 3.395-MC. Do contrário, este Supremo Tribunal Federal extrapolaria os estreitos limites de cognição da ação reclamatória. Assim decidiu o Plenário deste Supremo Tribunal Federal em causa semelhante (Rcl 4.761, de minha relatoria, cujo acórdão está pendente de publicação).

7. Ante o exposto, indefiro a liminar, sem prejuízo de u’a mais detida análise quando do julgamento do mérito.

8. Tendo em vista já haver o Procurador-Geral da República emitido parecer (fls. 130/132), voltem os autos conclusos.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.591-1 (303)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 01641-2008-081-03-00-5)INTDO.(A/S) : PEDRO MÁRCIO BUENOADV.(A/S) : PEDRO MÁRCIO BUENO

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado de Minas Gerais, contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região.

2. Argui o reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por Pedro Márcio Bueno, designado para atuar como defensor dativo em processo cível (Reclamação Trabalhista nº 01641-2008-081-03-00-5). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade dos atos do processo em trâmite na Justiça Obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 121/122.

4. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão da liminar. Fazendo-o, pontuo, de saída, que o poder de cautela dos magistrados é exercido num juízo delibatório em que se mesclam num mesmo tom a urgência da decisão e a impossibilidade de aprofundamento analítico do caso. Se se prefere, impõe-se aos magistrados condicionar seus provimentos acautelatórios à presença, nos autos, dos requisitos da plausibilidade jurídica do pedido (fumus boni juris) e do perigo da demora na prestação jurisdicional (periculum in mora), perceptíveis de plano. Requisitos a ser aferidos primo oculi, portanto. Não sendo de se exigir, do julgador, uma aprofundada incursão no mérito do pedido ou na dissecação dos fatos que a este dão suporte, senão incorrendo em antecipação do próprio conteúdo da decisão definitiva.

5. No caso, não tenho como presentes os requisitos necessários à concessão da liminar. É que a demanda em trâmite na Justiça trabalhista não envolve servidor público. O que se observa dos autos é que o interessado, após atuar como defensor dativo em processo judicial de natureza cível, requereu tão-somente o pagamento de seus honorários advocatícios. Não se

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 64: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 64

pleiteia nenhuma verba trabalhista, nem o reconhecimento da condição de servidor público, a qualquer título. Ora, o que daí se conclui, neste juízo provisório, é que não houve qualquer afronta ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC.

6. Explico: no âmbito desta ação reclamatória, é de se perquirir apenas o desrespeito da decisão reclamada ao acórdão tido por paradigmático. E o fato é que a ADI 3.395-MC cuidou apenas de afastar a interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição Federal que abrangesse “as causas instauradas entre o Poder Público e o servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. Não se tratando, portanto, de causa que envolva questão relacionada a servidor público , não há como se violar a decisão da ADI 3.395-MC. Do contrário, este Supremo Tribunal Federal extrapolaria os estreitos limites de cognição da ação reclamatória. Assim decidiu o Plenário deste Supremo Tribunal Federal em causa semelhante (Rcl 4.761, de minha relatoria, cujo acórdão está pendente de publicação).

7. Ante o exposto, indefiro a liminar, sem prejuízo de u’a mais detida análise quando do julgamento do mérito.

8. Tendo em vista já haver o Procurador-Geral da República emitido parecer (fls. 125/127), voltem os autos conclusos.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.601-1 (304)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (PROC. Nº

18428/2005-011-11-40.0)INTDO.(A/S) : ANTÔNIO RAIMUNDO ALVES MONTEIROINTDO.(A/S) : SERV MAX DA AMAZÔNIA TÉCNICA EM QUALIDADE E

SERVIÇOS LTDA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado do Amazonas, contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho.

2. Argui o autor que a Sétima Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao negar provimento a agravo de instrumento em recurso de revista, afastou a aplicabilidade do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/93. Isto sem que houvesse pronunciamento do Plenário do tribunal acerca da inconstitucionalidade do dispositivo legal. Alega, assim, desrespeito à Súmula Vinculante nº 10 deste Supremo Tribunal Federal. Daí requerer a procedência da ação para cassar o acórdão reclamado.

3. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, não merecer seguimento a presente reclamação. É que o acórdão reclamado fez expressa remissão à Súmula nº 331 do TST. E o fato é que essa súmula foi objeto de análise pelo Plenário do Tribunal Superior do Trabalho no Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 297.751/96, em 11 de setembro de 2000. Não houve, portanto, nenhuma violação à reserva de plenário (art. 97 da Constituição Federal). Aplicável ao caso o parágrafo único do art. 481 do Código de Processo Civil, in verbis:

“Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”

4. Nesse sentido foram as decisões dos Ministros Cezar Peluso, Joaquim Barbosa, Cármen Lúcia e Ricardo Lewandowsski nas Reclamações 6.969, 7.847, 8.180-ED e 7.223, respectivamente. Assim também decidi nas Reclamações 7.345, 7.289, 7.882, 7.812 e 8.020.

5. Ante o exposto, nego seguimento à reclamação, o que faço com fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.622-4 (305)PROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DE PERNAMBUCOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCO E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 00227-2008-351-06-00-5)INTDO.(A/S) : JOSÉ RONALDO ARAÚJO DA COSTAADV.(A/S) : OSWALDO LEMOS DE ALBUQUERQUE

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado de Pernambuco, contra o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região.

2. Argui o reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou o entendimento de que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por servidor público temporário que mantinha com o reclamante um vínculo de natureza jurídico-administrativa (Reclamação Trabalhista nº 00227-2008-351-06-00-5). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade do processo em trâmite na Justiça obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 55/57. Instado a se manifestar, o Procurador-Geral da República opinou pela procedência da reclamação.

4. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

5. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

6. No caso, anoto que procede o pleito do reclamante. É que, conforme averbou o próprio interessado na petição inicial da reclamação trabalhista, ele foi admitido pelo Estado de Pernambuco “através de contrato de direito administrativo para atender necessidade temporária de excepcional interesse público”. Ademais, diz o inciso II do art. 9º da Lei estadual nº 10.954/93 que “o regime jurídico do pessoal temporário será (...) do direito administrativo, em sua vinculação com órgãos e entidades da administração direta, autárquica e fundacional do Estado”. Já o § 1º do mesmo artigo assevera que, “ao servidor contratado na forma do inciso II deste artigo, aplicam-se os dispositivos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado, relativos a remuneração, férias, aposentadoria por invalidez e, no que couber, ao regime disciplinar”.

7. Nesse diapasão, embora não se possa afirmar que o vínculo entre contratante e contratado fosse genuinamente estatutário, quer-me parecer que a relação jurídica travada entre o interessado e o Poder Público ostentava um nítido caráter administrativo. Ademais, consta no apenso destes autos cópia do contrato assinado entre as partes, com expressa remissão ao regime jurídico de natureza administrativa.

8. Por fim, quanto à alegação de que se trataria, na espécie, de contratação irregular, já se assentou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações temporárias realizadas pelo Poder Público” (Rcl 4.785-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes). Ademais, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Rcl 4.489, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, entendeu que “se, apesar de o pedido [da reclamação trabalhista] ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício na relação administrativa a descaracterizá-la”.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 65: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 65

9. Ante o exposto, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da Reclamação Trabalhista nº 00227-2008-351-06-00-5. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos do processo, resultando prejudicada a análise da medida liminar. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.650-0 (306)PROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE BRASILEIRAADV.(A/S) : JOSÉ BEZERRA PEREIRA E OUTRO (A/S)RECLDO.(A/S) : JUÍZA DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE

PIRIPIRI (PROCESSO Nº 00516-2008-105-22-00-0)INTDO.(A/S) : FRANCISCO DAS CHAGAS DOS SANTOS SILVAADV.(A/S) : FLÁVIO ALMEIDA MARTINS

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Município de Brasileira/PI contra ato do Juízo da Vara Federal do Trabalho de Piripiri/PI (RT 00516-2008-105-22-00-0).

2. Argui a reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária (Lei municipal nº 045/2005). E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por agente comunitário de saúde, que mantinha com o reclamante vínculo de natureza estatutária. Daí requerer a procedência da ação para que se declare a incompetência da Justiça do Trabalho, com a consequente cassação da decisão reclamada.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 81/82. Dei, então, vista dos autos ao Procurador-Geral da República. Procurador que opinou pela procedência da reclamação.

4. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

5. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

6. No caso, tenho que procede o pleito da reclamante. É que a contratação da servidora foi regida pela Lei municipal nº 45/2005.

7. Quanto à alegação de que se trataria, na espécie, de contratação irregular em função da inconstitucionalidade da Lei municipal nº 45/2005, já se assentou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações temporárias realizadas pelo Poder Público” (Rcl 4.785-

MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes). Ademais, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Rcl 4.489, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, entendeu que “se, apesar de o pedido [da reclamação trabalhista] ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício na relação administrativa a descaracterizá-la”.

8. Este o quadro, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da RT nº00516-2008-105-22-00-0. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos dos processos. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.725-5 (307)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DA BAHIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIARECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO

TRABALHO DA 5ª REGIÃO (RO Nº 01001-2007-651-05-00-0)

INTDO.(A/S) : NOÉ DONATOADV.(A/S) : JOÃO CARLOS SAMBÜC E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado da Bahia, contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região.

2. Argui o reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou o entendimento de que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por servidor público temporário que mantinha com o reclamante um vínculo de natureza jurídico-administrativa (Reclamação Trabalhista nº 01001-2007-651-05-00-0). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade do processo em trâmite na Justiça obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 168/169. Instado a se manifestar, o Procurador-Geral da República opinou pela procedência da reclamação.

4. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

5. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 66: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 66

entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

6. No caso, anoto que procede o pleito do reclamante. É que a contratação do interessado pelo Estado da Bahia se deu com fundamento na Lei estadual nº 6.677/94 (Estatuto dos Servidores Públicos Civis do Estado da Bahia) e no Decreto nº 8.112/2002, que regulamentam a contratação por tempo determinado para atender necessidade temporária de excepcional interesse público (inciso IX do art. 37 da CF/88). E o certo é que esses atos normativos trataram de fixar o regime jurídico da contratação temporária e estabeleceram, por exemplo, o prazo máximo dessas contratações, a remuneração a ser percebida, os direitos e deveres dos contratados, as hipóteses de extinção dos contratos, etc.

7. Nesse diapasão, embora não se possa afirmar que o vínculo entre contratante e contratado fosse genuinamente estatutário, quer-me parecer que a relação jurídica travada entre o interessado e o Poder Público ostentava um nítido caráter administrativo.

8. Por fim, quanto à alegação de que se trataria, na espécie, de contratação irregular, já se assentou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações temporárias realizadas pelo Poder Público” (Rcl 4.785-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes). Ademais, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Rcl 4.489, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, entendeu que “se, apesar de o pedido [da reclamação trabalhista] ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício na relação administrativa a descaracterizá-la”.

9. Ante o exposto, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da Reclamação Trabalhista nº 01001-2007-651-05-00-0. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos do processo, resultando prejudicada a análise da medida liminar. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.731-0 (308)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DO BAHIAADV.(A/S) : PGE-BA - LUIZ PAULO ROMANORECLDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO

TRABALHO DA 5ª REGIÃO (RO Nº 01920-2007-581-05-00-8)

INTDO.(A/S) : TÂNIA LOPES DOS SANTOSADV.(A/S) : EMERSON SANTANA DOS SANTOS

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado da Bahia contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (RT 01920-2007-581-05-00-8).

2. Argui a reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária (Lei estadual nº 6.677/94). E o fato é que, no caso, segundo o requerente, o Juízo trabalhista teria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por servidora temporária, que mantinha com o reclamante vínculo de natureza jurídico-administrativa. Daí requerer a procedência da ação para que se declare a incompetência da Justiça do Trabalho, com a consequente cassação da decisão reclamada.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 134/135. Dei, então, vista dos autos ao Procurador-Geral da República. Procurador que opinou pela procedência da reclamação.

4. Feito este aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE

INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

5. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

6. No caso, tenho que procede o pleito da reclamante. É que a contratação da servidora foi temporária e regida pela Lei estadual nº 6.677/94, nos termos do inciso IX do art. 37 da Constituição Federal.

7. Quanto à alegação de que se trataria, na espécie, de contratação irregular em função do desvirtuamento na aplicação da autorização dada pela Lei estadual nº 6.677/1994, já se assentou que “não compete ao Supremo Tribunal Federal, no âmbito estreito de cognição próprio da reclamação constitucional, analisar a regularidade constitucional e legal das investiduras em cargos efetivos ou comissionados ou das contratações temporárias realizadas pelo Poder Público” (Rcl 4.785-MC-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes). Ademais, este Supremo Tribunal Federal, no julgamento da Rcl 4.489, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, entendeu que “se, apesar de o pedido [da reclamação trabalhista] ser relativo a direitos trabalhistas, os autores da ação suscitam a descaracterização da contratação temporária ou do provimento comissionado, antes de se tratar de um problema de direito trabalhista a questão deve ser resolvida no âmbito do direito administrativo, pois para o reconhecimento da relação trabalhista terá o juiz que decidir se teria havido vício na relação administrativa a descaracterizá-la”.

8. Por fim, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da RT nº 01920-2007-581-05-00-8. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos dos processos. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 16 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.810-3 (309)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA - ANEELPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE

BRASÍLIA (PROCESSO Nº 00480-2009-002-010-00-3)INTDO.(A/S) : TILNEY TEIXEIRAADV.(A/S) : JOSE IVAN CLAUDINO

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), contra ato do Juízo da 2ª Vara do Trabalho de Brasília.

2. Argui a reclamante violação ao acórdão deste Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC, por meio do qual se pacificou que o inciso I do art. 114 da Constituição Federal “não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária”. E o fato é que, no caso, segundo a requerente, o Juízo trabalhista haveria fixado sua competência para conhecer de ação proposta por servidor público temporário que mantinha com a reclamante um vínculo de natureza jurídico-administrativa (Reclamação Trabalhista nº 00480-2009-002-10-00-3). Daí requerer a procedência da ação para que se declare a competência da Justiça Comum, com a consequente nulidade do processo em trâmite na Justiça obreira.

3. Pois bem, antes de apreciar o pedido de medida liminar, solicitei informações ao reclamado. Informações que foram prestadas às fls. 25/26. Instado a se manifestar, o Procurador-Geral da República opinou pela procedência da reclamação.

4. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, que este Supremo Tribunal Federal, ao referendar a liminar concedida pelo Ministro Nelson Jobim na ADI 3.395, afastou qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da Constituição da República, incluído

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 67: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 67

pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, que reputasse de competência da Justiça do Trabalho o julgamento das causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores vinculados por relação jurídico-estatutária. Em outras palavras, estando o servidor protegido por um regime estatutário ou, ao menos, por um vínculo de natureza jurídico-administrativa, a competência para solucionar as lides é da Justiça Comum, estadual ou federal. Assim já decidiu este Supremo Tribunal Federal na Rcl 4.762, de relatoria da Ministra Cármen Lúcia, verbis:

“EMENTA: RECLAMAÇÃO. CONTRATO TEMPORÁRIO. REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO. DESCUMPRIMENTO DA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL. 1. Contrato firmado entre a Anatel e a Interessada tem natureza jurídica temporária e submete-se ao regime jurídico administrativo, nos moldes da Lei n. 8.745/93; do inc. XXIII do art. 19 da Lei n. 9.472/97 e do Decreto n. 2.424/97. 2. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que lhe sejam vinculados por relação jurídico-administrativa. Precedentes. 3. Reclamação julgada procedente.”

5. Tema já pacificado pelo Plenário desta nossa Corte na Rcl 5.381, de minha relatoria:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA. 1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do artigo 114 da CF (na redação da EC 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo. 2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados. 3. Procedência do pedido. 4. Agravo regimental prejudicado.”

6. No caso, anoto que procede o pleito da reclamante. É que a contratação do interessado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) se deu com fundamento na Lei federal nº 8.745/93, que dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público (inciso IX do art. 37 da CF/88). E o certo é que esse diploma legislativo tratou de fixar o regime jurídico da contratação temporária e estabeleceu, por exemplo, o prazo máximo dessas contratações (art. 4º), a remuneração a ser percebida (art. 7º), os direitos e deveres dos contratados (art. 9º), as hipóteses de extinção dos contratos (art. 12), etc.

7. Nesse diapasão, embora não se possa afirmar que o vínculo entre contratante e contratado fosse genuinamente estatutário, quer-me parecer que a relação jurídica travada entre o interessado e o Poder Público ostentava um nítido caráter administrativo.

8. Ante o exposto, julgo procedente a reclamação, fixando a competência da Justiça Comum para o julgamento da Reclamação Trabalhista nº 00480-2009-002-10-00-3. Pelo que determino a remessa dos autos ao Juízo competente e declaro a nulidade dos atos do processo. O que faço com fundamento no parágrafo único do art. 161 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 17 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECLAMAÇÃO 8.917-7 (310)PROCED. : SERGIPERELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECLTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECLDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (AGRAVO DE

INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Nº 754/2004-005-20-40.9)

INTDO.(A/S) : JOSIVAN DOS SANTOS MOURAADV.(A/S) : ARNALDO DE AGUIAR MACHADO JÚNIOR E OUTRO

(A/S)INTDO.(A/S) : ORGANIZAÇÕES DAS NAÇÕES UNIDAS - ONUADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de reclamação constitucional, aparelhada com pedido de

medida liminar, proposta pelo Estado de Sergipe, contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho.

2. Argui o autor que a Quarta Turma do Tribunal Superior do Trabalho, ao negar provimento a agravo de instrumento em recurso de revista, afastou a aplicabilidade do § 1º do art. 71 da Lei nº 8.666/93. Isto sem que houvesse pronunciamento do Plenário do tribunal acerca da inconstitucionalidade do dispositivo legal. Alega, assim, desrespeito à Súmula Vinculante nº 10 deste Supremo Tribunal Federal. Daí requerer a procedência da ação para cassar o acórdão reclamado.

3. Feito esse aligeirado relato da causa, passo à decisão. Fazendo-o, pontuo, de saída, não merecer seguimento a presente reclamação. É que o acórdão reclamado fez expressa remissão à Súmula nº 331 do TST. E o fato é

que essa súmula foi objeto de análise pelo Plenário do Tribunal Superior do Trabalho no Incidente de Uniformização de Jurisprudência nº 297.751/96, em 11 de setembro de 2000. Não houve, portanto, nenhuma violação à reserva de plenário (art. 97 da Constituição Federal). Aplicável ao caso o parágrafo único do art. 481 do Código de Processo Civil, in verbis:

“Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário, ou ao órgão especial, a argüição de inconstitucionalidade, quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.”

4. Nesse sentido foram as decisões dos Ministros Cezar Peluso e Joaquim Barbosa nas Reclamações 6.969 e 7.847, respectivamente. Assim também decidi nas Reclamações 7.345, 7.289, 7.882, 7.812 e 8.020.

5. Ante o exposto, nego seguimento à reclamação, o que faço com fundamento no § 1º do art. 21 do RI/STF.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.943-6 (311)PROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECLTE.(S) : AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES -

ANATELPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 4ª VARA DO TRABALHO DE

FORTALEZA (PROCESSO Nº 01950-2008-004-07-00-4)INTDO.(A/S) : TICIANA ALEXANDRE COSTA SOUSAADV.(A/S) : JOSÉ ALEXANDRE DE SOUSA JÚNIOR

DECISÃO: Trata-se de reclamação formulada com o objetivo de fazer preservar a autoridade de decisão, que, referendada pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal (ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min.CEZAR PELUSO), suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Constituição Federal (na redação dada pela ECnº45/2004) “(...) que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a ‘(...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo’” (grifei).

A parte ora reclamante alega que o órgão jurisdicional reclamado (RT nº 01950/2008-004-07-00-4) - ao reconhecer-se competente para apreciar litígio alcançado pelos efeitos da providência cautelar emanada desta Suprema Corte – teria desrespeitado a eficácia vinculante que é inerente aos pronunciamentos do Supremo Tribunal Federal em sede de fiscalização normativa abstrata (ADI 3.395/DF), comprometendo, desse modo, a integridade de tal ato decisório.

O Supremo Tribunal Federal tem enfatizado, em sucessivas decisões, que a reclamação reveste-se de idoneidade jurídico-processual, quando utilizada, como na espécie, com o objetivo de fazer prevalecer a autoridade decisória dos julgamentos emanados desta Corte, notadamente quando impregnados de eficácia vinculante, como sucede com aqueles que deferem provimentos cautelares em sede de fiscalização normativa abstrata (RTJ 169/383-384 – RTJ 183/1173-1174):

“O DESRESPEITO À EFICÁCIA VINCULANTE, DERIVADA DE DECISÃO EMANADA DO PLENÁRIO DA SUPREMA CORTE, AUTORIZA O USO DA RECLAMAÇÃO.

- O descumprimento, por quaisquer juízes ou Tribunais, de decisões proferidas com efeito vinculante, pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal, em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade, autoriza a utilização da via reclamatória, também vocacionada, em sua específica função processual, a resguardar e a fazer prevalecer, no que concerne à Suprema Corte, a integridade, a autoridade e a eficácia subordinante dos comandos que emergem de seus atos decisórios. Precedente: Rcl1.722/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO (Pleno).”

(RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)Cabe examinar, de outro lado, se terceiros – que não intervieram

no processo objetivo de controle normativo abstrato – dispõem, ou não, de legitimidade ativa para o ajuizamento de reclamação perante o Supremo Tribunal Federal, quando promovida com o objetivo de fazer restaurar o “imperium” inerente às decisões emanadas desta Corte, proferidas em sede de ação direta de inconstitucionalidade ou de ação declaratória de constitucionalidade.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, a propósito de tal questão, ao analisar o alcance da norma inscrita no art.28 da Leinº 9.868/99 (Rcl 1.880-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), firmou orientação que reconhece, a terceiros, qualidade para agir, em sede reclamatória, quando necessário se torne assegurar o efetivo respeito aos julgamentos desta Suprema Corte, proferidos no âmbito de processos de controle normativo abstrato:

“(...) LEGITIMIDADE ATIVA PARA A RECLAMAÇÃO NA HIPÓTESE DE INOBSERVÂNCIA DO EFEITO VINCULANTE.

- Assiste plena legitimidade ativa, em sede de reclamação, àquele – particular ou não – que venha a ser afetado, em sua esfera jurídica, por

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 68: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 68

decisões de outros magistrados ou Tribunais que se revelem contrárias ao entendimento fixado, em caráter vinculante, pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento dos processos objetivos de controle normativo abstrato instaurados mediante ajuizamento, quer de ação direta de inconstitucionalidade, quer de ação declaratória de constitucionalidade. Precedente. (...).”

(RTJ 187/151, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)Vê-se, portanto, que assiste, à parte ora reclamante, plena

legitimidade ativa “ad causam” para fazer instaurar este processo reclamatório.

Cumpre verificar, agora, se a situação exposta na presente reclamação pode traduzir, ou não, hipótese de ofensa à autoridade do julgamento que o Supremo Tribunal Federal proferiu, com eficácia vinculante, em sede de fiscalização normativa abstrata.

Ao proceder a tal indagação, devo registrar que eminentes Ministros desta Suprema Corte, em contexto rigorosamente idêntico ao que emerge deste processo (contratações temporárias), têm vislumbrado a possível ocorrência de transgressão à autoridade da decisão que o Supremo Tribunal Federal proferiu, em sede cautelar, na ADI 3.395/DF (Rcl 4.091-MC/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE - Rcl 4.494--MC/GO, Rel. Min. ELLEN GRACIE – Rcl4.528-MC/GO, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - Rcl 4.807-MC/GO, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA - Rcl 4.816-MC/GO, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.), o que confere plausibilidade jurídica à pretensão ora deduzida pela parte reclamante.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, em recentes julgamentos, e apreciando controvérsia idêntica à versada na presente reclamação, entendeu ocorrente, naqueles casos, situação de desrespeito à autoridade da decisão que esta Corte proferiu no exame da ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO, vindo, em conseqüência, a julgar procedentes as reclamações ajuizadas perante este Tribunal – que tratavam de questões referentes a contratações temporárias e por tempo determinado (Rcl 4.489-AgR/PA, Rel. p/ o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl4.501/BA, Rel. Min. CARLOS BRITTO – Rcl 4.904/SE, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA), inclusive aquelas efetuadas pela ANATEL (Rcl5.171/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 5.264/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 5.475/DF, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 5.548/DF, Rel. Min.CÁRMEN LÚCIA), a ações civis públicas propostas pelo Ministério Público do Trabalho (Rcl 4.012-AgR/MT, Rel. p/ o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl 4.054-AgR/AM, Rel. p/ o acórdão Min. CÁRMEN LÚCIA – Rcl4.872/GO, Rel. p/ o acórdão Min. MENEZES DIREITO) e a nomeação para cargo em comissão (Rcl 4.752/SE, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA).

Sendo assim, em face das razões expostas e em juízo de estrita delibação, defiro o pedido de medida cautelar, em ordem a suspender a tramitação da RT nº 01950/2008-004-07-00-4, ora em curso perante o Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Fortaleza/CE.

Comunique-se, com urgência, transmitindo-se cópia da presente decisão ao Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Fortaleza/CE (RTnº01950/2008-004-07-00-4).

2. Requisitem-se informações ao Juízo da 4ª Vara do Trabalho de Fortaleza/CE (RT nº 01950/2008-004-07-00-4).

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSOS

AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 524.891-7 (312)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : MARIA ESTANILA SANTOS DE CASTROADV.(A/S) : ADEMÁRIO DO ROSÁRIO AZEVEDO E OUTRO (A/S)

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo regimental contra decisão por mim proferida ao examinar

agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra julgado no qual se discutem os efeitos da nulidade de contratação no serviço público sem concurso público e o direito ao pagamento da contraprestação limitado aos dias efetivamente trabalhados ou a inclusão de outros créditos trabalhistas, mais especificamente o FGTS, nos termos da Súmula 363 do Tribunal Superior do Trabalho e dos arts. 19-A e 20, inc. II, da Lei n. 8.036/90.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.478,

Relator o Ministro Eros Grau, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste

recurso extraordinário que, ademais, é objeto de julgamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.127.

3. O reconhecimento da repercussão geral do tema constitucional torna dispensável a determinação de subida do recurso extraordinário ou de conversão deste agravo de instrumento naquele recurso, pois os autos principais deverão aguardar na origem o julgamento de mérito do Recurso Extraordinário n. 596.478, a teor do que dispõe o art. 543-B do Código de Processo Civil.

4. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

5. Pelo exposto, em juízo de reconsideração, anulo a decisão agravada e dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário, devendo ser observado quanto a este o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Retornem os autos deste agravo de instrumento à origem para que sejam apensados aos autos principais.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 740.665-1 (313)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ZARIFE ABU KAMEL COSTAADV.(A/S) : MARCOS CHAVES VIANA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Trata-se de agravo regimental, interposto contra despacho que, em 2/4/2009, determinou a devolução desses autos ao Tribunal de origem observado o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil, diante da repercussão geral reconhecida no RE 573.540-RG/MG, Rel. Min. Gilmar Mendes (fl. 177).

O agravante sustenta, em suma, que a matéria discutida nos autos é diversa da tratada no RE 573.540-RG/MG.

Não assiste razão à agravante. É que o entendimento desta Corte é firme no sentido de que é incabível recurso contra decisão que determina a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que seja observado o disposto no art. 543-B do CPC. Isso por tratar-se de mero despacho, cujo conteúdo não é impugnável por recurso (art. 504, CPC).

Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, dentre outras: RE 593.078-AgR/PR, Rel. Min. Eros Grau; AI 705.038/MS, Rel. Min Ellen Gracie; AI 696.454-AgR/MS, Rel. Min. Celso de Mello; AI 630.083-AgR/PR, de minha relatoria.

Por fim, a admissão do recurso e a devolução dos autos a origem não causam qualquer prejuízo às partes, visto que tão logo julgado o mérito do extraordinário submetido à apreciação do Plenário do STF os Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais poderão declarar prejudicados os demais recursos atinentes à mesma questão ou retratar-se.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.963-9 (314)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA - CNIADV.(A/S) : VIVIANE COSER VIANNA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : NEY TEIXEIRA CASTELLO BRANCOADV.(A/S) : JORGE LUIZ DE AZEVEDO DA CUNHA

DECISÃO: Reconsidero a decisão agravada em face dos argumentos deduzidos na petição de fls. 498-500 e torno sem efeito a decisão de fl. 495.

Dou provimento ao agravo e determino a subida do recurso extraordinário, devidamente processado, para melhor exame.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 756.260-3 (315)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : CENTRAIS ELÉTRICAS DO NORTE DO BRASIL S/A -

ELETRONORTEADV.(A/S) : ANDREI BRAGA MENDES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : SILAS AUGUSTO DE SOUZA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 69: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 69

ADV.(A/S) : ANTONIO ARCURI FILHO

DECISÃO: Reconsidero a decisão agravada em face dos argumentos deduzidos na petição de fls. 755-760 e torno sem efeito a decisão de fl. 752.

Dou provimento ao agravo e determino a subida do recurso extraordinário, devidamente processado, para melhor exame.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 759.251-8 (316)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CARLOS ALVES GUNDIM JÚNIORADV.(A/S) : THALES JOSÉ JAYME E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão em que neguei seguimento ao agravo de instrumento, nos seguintes termos:

“Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, LIV e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que a parte agravante, na petição do recurso extraordinário, não demonstrou, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. Como tem consignado o Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, a alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Isso posto, nego seguimento ao recurso” (fl. 178).A Procuradoria-Geral da República opinou pelo não provimento do

agravo regimental (fls. 202-204).Bem examinados os autos, entendo que o agravo regimental é

manifestamente improcedente.Isso porque, como já ressaltado na decisão agravada, o agravante,

na petição do recurso extraordinário, não demonstrou, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

O Tribunal, ao julgar Questão de Ordem no AI 664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, decidiu que

“a exigência da demonstração formal e fundamentada no recurso extraordinário da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007” (DJ de 6/9/2007).

No mesmo sentido decidiu o Plenário desta Corte, no julgamento do RE 569.476-AgR/SC, Rel. Min. Ellen Gracie.

Ademais, constato que o agravante não atacou o fundamento da decisão agravada relativo à ofensa reflexa a Constituição. Incumbe ao agravante o dever de impugnar, de forma específica, os fundamentos da decisão recorrida, sob pena de não seguimento do recurso (AI 589.978-AgR/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia).

Inescusável, portanto, a deficiência na elaboração da peça recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 287 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, dentre outras: AI 580.361-AgR/RS, de minha relatoria; AI 407.427/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 590.913-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; AI 466.398-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 519.396/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.

Ressalte-se, ainda, que o Plenário deste Tribunal reconheceu a validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar seguimento, por meio de decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando inadmissíveis, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante deste Supremo Tribunal:

“A tese dos impetrantes, da suposta incompetência do relator para denegar seguimento a mandado de segurança, encontra firme repúdio neste Tribunal. A Lei 8.038/90, art. 38, confere-lhe poderes processuais, para, na direção e condução do processo, assim agir. Agravo regimental improvido” (MS 21.734-AgR/MS, Rel. Min. Ilmar Galvão).

Nesse sentido, nos termos do art. 21, § 1º, do RISTF, poderá o Relator:

“negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente

inadmissível, improcedente ou contrário à jurisprudência dominante ou a Súmula do Tribunal, deles não conhecer em caso de incompetência manifesta, encaminhando os autos ao órgão que repute competente, bem como cassar ou reformar, liminarmente, acórdão contrário à orientação firmada nos termos do art. 543-B do Código de Processo Civil” (grifei).

Isso posto, nego provimento ao agravo regimental (art. 21, § 1º, do RISTF), assentando seu caráter protelatório.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 395.460-1 (317)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : UNIMED COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO DO

PLANALTO NORTE DE SANTA CATARINAADV.(A/S) : CLEUDIR MARIA GOEDERT BECKHAUSER E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo regimental contra decisão do teor seguinte:

“1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão de Tribunal Regional Federal que deu por legítima a revogação, pela MP nº 1.858-6/99, da isenção prevista na Lei Complementar nº 70/91, relativamente ao pagamento da COFINS pelas sociedades cooperativas.

Sustenta a recorrente, com base no art. 102, III, a, violação aos arts. 5º, XVIII, 154, I, 174, § 2º, e 195, § 4º, da Constituição Federal.

2.Inconsistente o recurso.Esta Corte, no julgamento do RE nº 377.457 (Rel. Min. GILMAR

MENDES, DJE de 29.9.2008), assentou o entendimento, nos termos da orientação fixada na ADC nº 1/DF (Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 16.6.1995), de que a Lei Complementar nº 70/91 é materialmente ordinária, e, como tal, passível de alteração por texto normativo ordinário (leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias).

Válida e eficaz, portanto, a revogação, por medida provisória (MP nº 1.858-6/99 e suas reedições), do art. 6º, inc. I, da Lei Complementar nº 70/91, que isentava do pagamento da COFINS as sociedades cooperativas.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).” (fl. 329).

Alega a parte agravante que o que faz jus à imunidade prevista no art. 6º, I, da Lei Complementar nº 70/91.

2.Esta Corte, no julgamento do RE nº 483.994-AgR-QO (Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJE de 20.11.2008), decidiu estender a todos os agravos regimentais e embargos de declaração anteriores a 20.8.2008, interpostos de decisões monocráticas proferidas em processos cujo tema foi reconhecido como de repercussão geral, a seguinte solução: reconsiderar a decisão agravada e determinar a devolução dos autos ao Tribunal de origem, ficando prejudicado o agravo regimental ou os embargos de declaração.

No caso, trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral foi reconhecida na análise do RE nº 598.085 (Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 21.8.2009).

3.Ante o exposto, reconsidero a decisão agravada e, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC, ficando prejudicado o agravo regimental.

Publique-se. Int..Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 408.225-0 (318)PROCED. : CEARÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : LOCATUR - FAMAS LOCADORA DE VEÍCULOS LTDAADV.(A/S) : ANDRÉA VIANA ARRAIS MAIA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : LIZETE GUIMARÃES DE OLIVEIRA PARREIRAAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo regimental contra decisão por mim proferida ao examinar

recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra acórdão no qual se discute a constitucionalidade do art. 38 da Lei 8.880/94, que dispõe sobre a correção

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 70: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 70

monetária das demonstrações financeiras nos meses de julho e agosto de 1994.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 595.107,

Relator o Ministro Menezes Direito, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, em juízo de reconsideração, anulo a decisão agravada, mantendo a matéria sub judice, e determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 1º de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 471.015-3 (319)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PGE-SP - JOSÉ MAURÍCIO CAMARGO LAETAGDO.(A/S) : SOCIEDADE TORRE DE VIGIA DE BÍBLIAS E

TRATADOSADV.(A/S) : WELTON CHARLES BRITO MACÊDO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ ANTÔNIO COZZI

DESPACHOManifeste-se a Agravada sobre as razões do Agravo Regimental

de fl. 427.Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 509.751-0 (320)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ERGOFLEX MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDAAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Petição/STF nº 108.090/2009DESPACHOMANDATO – RENÚNCIA AOS PODERES OUTORGADOS –

AUTUAÇÃO – RETIFICAÇÃO – INTIMAÇÃO DA PARTE.1. Juntem.2.Eis as informações prestadas pelo Gabinete:O advogado Édson Freitas de Siqueira e demais advogados

associados informam haver renunciado ao mandato outorgado por Ergoflex Móveis para Escritório Ltda. Apresentam cópia de documento para comprovar a notificação prevista no artigo 45 do Código de Processo Civil.

Consigno a ausência de outros patronos constituídos.O processo está no Gabinete.3.Observem as renúncias, alterando a autuação. Ante a inexistência

de profissional da advocacia habilitado, intimem a agravante, via postado com aviso de recebimento, para, querendo, proceder a novo credenciamento.

4.Publiquem.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

Em consequência, fica intimado o Dr. Édson Freitas de Siqueira do despacho acima.

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.660-9 (321)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : CARGILL AGRÍCOLA S/A E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MARCOS JOAQUIM GONÇALVES ALVES E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo regimental contra decisão do teor seguinte:

“1. Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão proferido por Tribunal Regional Federal, acerca da constitucionalidade de dispositivos da Lei nº 9.718/98.

2.Consistente, em parte, o recurso.Uma das teses do acórdão recorrido está em aberta divergência com

a orientação da Corte, cujo Plenário, em data recente, consolidou, com nosso voto vencedor declarado, o entendimento de inconstitucionalidade apenas do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98, que ampliou o conceito de receita bruta, violando assim a noção de faturamento pressuposta na redação original do art. 195, I, b, da Constituição da República, e cujo significado é o estrito de receita bruta das vendas de mercadorias e da prestação de serviços de qualquer natureza, ou seja, soma das receitas oriundas do exercício das atividades empresariais (cf. RE nº 346.084-PR, Rel. orig. Min. ILMAR GALVÃO; RE nº 357.950-RS, RE nº 358.273-RS e RE nº 390.840-MG, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, todos julgados em 09.11.2005. Ver Informativo STF nº 408, p. 1).

No mesmo julgamento, o Plenário afastou a argüição de inconstitucionalidade da Lei nº 9.715/98, bem como do art. 8º da Lei nº 9.718/98, que prevê majoração da alíquota da COFINS de 2% para 3%. E estabeleceu, ainda, que, ante a exigência contida no art. 195, § 6º, da Constituição Federal, a Lei nº 9.718/98 entrou a produzir efeitos a partir de 1º de fevereiro de 1999.

No que toca à compensação facultada à pessoa jurídica pelo § 1º do art. 8º da Lei nº 9.718/98, esta Corte, no julgamento do RE nº 336.134 (Pleno, Rel. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 16.05.2003), reputou-a constitucional, ao afastar alegada ofensa ao princípio da isonomia.

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 557, § 1º-A, do CPC, conheço do recurso e dou-lhe parcial provimento, para excluir, da base de incidência do PIS e da COFINS, receita estranha ao faturamento da recorrente, entendido esse nos termos já suso enunciados. Custas em proporção.” (fl. 719/720).

Alegam as agravantes ser inconstitucional a majoração da alíquota da COFINS de 2% para 3%.

2.Esta Corte, no julgamento do RE nº 483.994-AgR-QO (Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJE de 20.11.2008), decidiu estender a todos os agravos regimentais e embargos de declaração anteriores a 20.8.2008, interpostos de decisões monocráticas proferidas em processos cujo tema foi reconhecido como de repercussão geral, a seguinte solução: reconsiderar a decisão agravada e determinar a devolução dos autos ao Tribunal de origem, ficando prejudicado o agravo regimental ou os embargos de declaração.

No caso, trata-se de recurso extraordinário que, dentre outros temas, versa sobre questão cuja repercussão geral foi reconhecida na análise do AI nº 715.423-QO (Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJe de 5.9.2008).

3.Ante o exposto, reconsidero parcialmente a decisão agravada, apenas no que toca à majoração da alíquota da COFINS, e, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC, ficando prejudicado o agravo regimental.

Publique-se. Int..Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.708-8 (322)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : MATISSE ARTES E JÓIAS LTDAADV.(A/S) : ADRIANA ZANNI FERREIRA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Discute-se nos autos a constitucionalidade do disposto nos artigos 8º e 3º, § 1º, da Lei n. 9.718/98.

2.O Supremo Tribunal Federal, ao julgar os Recursos Extraordinários ns. 346.084, 358.273, 357.950 e 390.840, declarou a inconstitucionalidade do § 1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98 na parte em que acrescentou receitas diversas daquelas do produto da venda de mercadoria, de mercadoria e serviços e de serviço de qualquer natureza ao conceito de receita bruta ao contribuinte. Eis o teor da ementa:

“CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE – ARTIGO 3º, § 1º, DA LEI Nº 9.718, DE 27 DE NOVEMBRO DE 1998 – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 20, DE 15 DE DEZEMBRO DE 1998. O sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente.

TRIBUTÁRIO – INSTITUTOS – EXPRESSÕES E VOCÁBULOS – SENTIDO. A norma pedagógica do artigo 110 do Código Tributário Nacional ressalta a impossibilidade de a lei tributária alterar a definição, o conteúdo e o alcance de consagrados institutos, conceitos e formas de direito privado utilizados expressa ou implicitamente. Sobrepões-se ao aspecto formal o princípio da realidade, considerados os elementos tributários.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL – PIS – RECEITA BRUTA – NOÇÃO – INCONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ARTIGO 3º DA LEI Nº 9.718/98. A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 71: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 71

anterior à Emenda Constitucional nº 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e faturamento como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei n º 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada.”

3.Esse entendimento foi confirmado pelo Pleno desta Corte, na Sessão do dia 10 de setembro de 2008, ao apreciar questão de ordem no RE n. 585.235, Relator o Ministro Cezar Peluso.

4.No que respeita ao artigo 8º da Lei n. 9.718/98 --- majoração da alíquota de 2% para 3% ---, o Supremo Tribunal Federal, em recente pronunciamento, ao apreciar o RE n. 527.602, de que fui Relator, com ressalva de meu entendimento, fixou entendimento no sentido da validade jurídico-constitucional do referido dispositivo.

Assim, dou parcial provimento ao recurso extraordinário, com esteio no artigo 557, § 1º-A, do CPC, para determinar a exclusão do alargamento da base de cálculo prevista no § 1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98, pois declarada a inconstitucionalidade desse texto normativo por este Tribunal. Afasto o sobrestamento e julgo prejudicado o agravo regimental.

Publique-se.Brasília, 31 de agosto de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.616-0 (323)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : WHITE MARTINS GASES INDUSTRIAIS S/AADV.(A/S) : PEDRO LUCIANO MARREY JÚNIOR E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo regimental contra decisão por mim proferida ao examinar

recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discute a incidência de imposto de renda sobre resultados financeiros decorrentes de contratos de swap para fins de hedge (art. 5º da Lei n. 9.779/99).

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.286,

Relator o Ministro Marco Aurélio, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, em juízo de reconsideração, anulo a decisão agravada, mantendo a matéria sub judice, e determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG.NOS EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.490-4

(324)

PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JONIS MACHADO SANTOSADV.(A/S) : MOISÉS ELIAS PEREIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Trata-se de agravo regimental interposto contra decisão que rejeitou embargos de declaração opostos de acórdão da Primeira Turma desta Corte que negou provimento ao agravo regimental. Os embargos foram rejeitados por inexistir, na decisão recorrida, qualquer dos vícios que autorizam a sua interposição (fls. 145-146).

O primeiro regimental foi interposto de decisão que negou seguimento a agravo de instrumento (fl. 106-107), porque o acórdão recorrido,

proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, encontra-se em consonância com a jurisprudência desta Casa.

Neste agravo regimental, fundado no art. 557, § 1º do CPC, alegou-se que

“houve equívoco ao deixar de apreciar corretamente o pedido, não constatando que o Agravante quando ingressou na PM não tinha 30 anos de idade, uma vez que estava servindo na Corporação quando completou 30 anos, consequentemente, não deveria aplicar o contido na Lei 5301/69, no entanto, deixou de verificar este detalhe que na certa decidiria de forma diferente, data venia” (fl. 156).

O recurso não merece acolhida. Com efeito, esta Corte firmou entendimento no sentido de que o limite

de idade para inscrição em concurso público só se legitima quando previsto em lei e possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.

Além disso, a alegação de que o agravante estava dentro do limite de idade previsto na Lei traduz inovação insuscetível de ser apreciada nesta oportunidade, vez que a questão suscitada no agravo regimental não fez parte das razões do recurso extraordinário.

Assim, o agravante insiste na reforma da decisão, sem, contudo, apresentar argumentos capazes de infirmar os fundamentos nele inclusos.

Esse o quadro, impende registrar que a jurisprudência desta Corte reconhece a competência do Relator para monocraticamente julgar recurso quando manifestamente improcedente ou contrário à jurisprudência consolidada deste Tribunal. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RcL 5.909/AL e SS 3.641/AM, Rel. Min. Gilmar Mendes; RcL 7.840-AgR/MG, RcL 7.740/AM, AC 2.116-AgR/ES, de minha relatoria; ACO 741/SP, Rel. Min. Menezes Direito.

Evidente a intenção do agravante em prolongar indefinidamente o exercício da jurisdição, mediante a interposição dos inúmeros recursos e petições desprovidos de qualquer razão e notoriamente incabíveis.

Isso posto, nego seguimento ao agravo regimental nos termos do artigo 21, § 1º, do RISTF e condeno o agravante ao pagamento de multa de 5% (um por cento) do valor corrigido da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 588.046-8 (325)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE JUNDIAÍADV.(A/S) : MARCELA CRISTIANE PUPINAGDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: A parte ora agravante foi intimada do acórdão impugnado em sede recursal extraordinária em 02/05/2005, segunda-feira (fls. 61). Desse modo, o termo final do prazo para a oportuna interposição do apelo extremo em questão recaiu no dia 17/05/2005, terça-feira.

Ocorre, no entanto, que o recurso extraordinário - a que se refere o presente agravo de instrumento - somente veio a ser interposto em 31/05/2005 (fls. 62), data em que já se consumara o trânsito em julgado do acórdão emanado do Tribunal de origem.

É importante salientar, neste ponto, que a norma inscrita no art. 188 do CPC não se aplica ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, consoante evidenciam julgamentos proferidos no âmbito desta Suprema Corte (RE 556.331/MG, Rel. Min.MARCO AURÉLIO – RE 560.197/RJ, Rel. Min. EROS GRAU – RE568.354/PR, Rel. Min. CEZAR PELUSO – RE 594.709/SP, Rel. Min.CÁRMEN LÚCIA – AI 726.763/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.):

“NÃO HÁ PRAZO RECURSAL EM DOBRO NO PROCESSO DE CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE.

- Não se aplica, ao processo objetivo de controle abstrato de constitucionalidade, a norma inscrita no art.188 do CPC, cuja incidência restringe-se, unicamente, ao domínio dos processos subjetivos, que se caracterizam pelo fato de admitirem, em seu âmbito, a discussão de situações concretas e individuais. Precedente.

Inexiste, desse modo, em sede de controle normativo abstrato, a possibilidade de o prazo recursal ser computado em dobro, ainda que a parte recorrente disponha dessa prerrogativa especial nos processos de índole subjetiva.”

(RTJ 181/535, Rel. Min. CELSO DE MELLO)“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. PRAZOS

RECURSAIS.As normas gerais disciplinadoras dos feitos de índole subjetiva, de

ordinário, não se aplicam às ações da espécie, de natureza objetiva, nas quais, ademais, não se cuida de interesse jurídico da Fazenda Pública.

Assim, nas ações da espécie não cabem prazos recursais em dobro (art. 188 do CPC), privilégio de que não goza nenhuma das partes nelas envolvidas, a saber: o requerente; o órgão requerido, responsável pela edição do ato normativo impugnado; o Advogado-Geral da União; e o Procurador-Geral da República.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 72: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 72

Agravo regimental não conhecido.”(ADI 1.797-AgR/PE, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – grifei)Isso significa, portanto, considerado o magistério jurisprudencial

em referência, que, nos processos de fiscalização normativa abstrata (inclusive naqueles instaurados, como na espécie, com fundamento no art. 125, § 2º, da Constituição, perante os Tribunais de Justiça), não há a prerrogativa processual dos prazos em dobro, mesmo para efeito de interposição de recurso extraordinário dirigido a esta Suprema Corte.

Essa diretriz jurisprudencial nada mais reflete senão o entendimento de que o processo de fiscalização normativa abstrata ostenta, ordinariamente, posição de autonomia em relação aos institutos peculiares aos processos de índole meramente subjetiva.

É por tal razão que VITALINO CANAS (“Os Processos de Fiscalização da Constitucionalidade e Legalidade pelo Tribunal Constitucional - Natureza e Princípios Estruturantes”, p. 87/89, 1986, Coimbra Editora) acentua que o processo de controle de constitucionalidade, quando analisado em seus lineamentos fundamentais, apresenta-se irredutível à generalidade das normas que se aplicam ao processo comum.

Daí a advertência constante do autorizado magistério desse publicista português (“op. loc. cit.”), que, ao distinguir entre o processo constitucional de controle abstrato, de índole marcadamente objetiva, e o processo comum ou geral, de caráter eminentemente subjetivo, assinala:

“De tudo o que escrevemos nas páginas anteriores só se pode extrair uma conclusão: o direito processual constitucional não pode deixar de ser um direito processual autônomo, regido por princípios próprios, necessariamente pouco fungíveis com os dos processos jurisdicionais típicos.

Estes últimos têm por fim resolver lides ou conflitos intersubjectivos de interesses que se manifestem em concreto. E se não se quiser ficar preso no conceito, porventura demasiado rígido, de lide, pelo menos terá de se reconhecer que nesses processos vêm sempre envolvidos interesses subjectivos.

.......................................................Diferentemente, os processos de fiscalização da

constitucionalidade (...) são processos objectivos, já que não visam ao julgamento de lides ou até mesmo de simples controvérsias (embora por vezes haja controvérsia sobre a questão; isso não é, porém, indispensável ou inevitável), mas sim de questões de constitucionalidade suscitadas em abstracto (...).

.......................................................Por esse motivo, os princípios processuais a que está submetido o

processo constitucional não são os mesmos que regem, por natureza, os processos jurisdicionais.

.......................................................O processo constitucional exige, portanto, um corpo próprio de

regras de processo (...)........................................................Esta última condição requer do Tribunal Constitucional uma

constante vigília, de modo a evitar tentativas de aplicação contra naturam das regras do processo civil a situações em que elas não podem ser aplicadas.” (grifei)

Vê-se, portanto - considerados os fundamentos ora expostos-, a razão por que o Plenário do Supremo Tribunal Federal veio a assinalar, nos dois (2) julgamentos já referidos, que os prazos recursais, em sede de controle normativo abstrato, são singulares, não se lhes aplicando, em conseqüência, a norma excepcional inscrita no art. 188 do CPC.

Torna-se lícito concluir, desse modo - especialmente se se considerar que os prazos recursais são peremptórios e preclusivos (RT 473/200 - RT 504/217 - RT 611/155 – RT 698/209 – RF 251/244) -, que se extinguiu, “pleno jure”, no caso, com a fluência, “in albis”, do respectivo lapso temporal, o direito de a parte sucumbente deduzir o recurso pertinente:

“- Os prazos recursais são peremptórios e preclusivos (RT473/200 - RT 504/217 - RT 611/155 – RT 698/209 – RF251/244). Com o decurso, ‘in albis’, do prazo legal, extingue-se, de pleno direito, quanto à parte sucumbente, a faculdade processual de interpor, em tempo legalmente oportuno, o recurso pertinente.

- A tempestividade – que se qualifica como pressuposto objetivo inerente a qualquer modalidade recursal – constitui matéria de ordem pública, passível, por isso mesmo, de conhecimento ‘ex officio’ pelos juízes e Tribunais. A inobservância desse requisito de ordem temporal, pela parte recorrente, provoca, como necessário efeito de caráter processual, a incognoscibilidade do recurso interposto.”

(RTJ 203/416, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, e pelas razões expostas, nego provimento ao agravo

de instrumento, eis que manifestamente intempestivo o recurso extraordinário a que ele se refere.

Publique-se.Brasília, 31 de agosto de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 591.213-0 (326)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MENEZES DIREITO

AGTE.(S) : ESPÓLIO DE MÁRIO DE ESPERANÇAADV.(A/S) : ANTONIO APARECIDO PASCOTTOAGDO.(A/S) : MARIA DAS GRAÇAS ANDRADEADV.(A/S) : JOSÉ WAGNER BARRUECO SENRA E OUTRO (A/S)

DECISÃOVistos.Espólio de Mário de Esperança interpõe agravo de instrumento contra

a decisão que não admitiu recurso extraordinário assentado em contrariedade ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal.

Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Sexta Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado:

“Processual civil – Alegada nulidade da sentença por falta de motivação – Inocorrência – Decisão sucinta, deficiente ou até mal fundamentada não é nula – Ausência, ademais, de oportuna interposição de embargos declaratórios – Preliminar de nulidade rejeitada.

União estável – Partilha de bens adquiridos antes da entrada em vigor da lei 9278/96 – Alegada retroatividade – Inocorrência – Caso de aplicação imediata da lei a todas as situações nela descritas – Ensinamentos doutrinários – Recurso desprovido, no particular.

União estável – Partilha de bens adquiridos com o produto de outros havidos antes da união – Subrogação prevista no art. 5º, § 1º, da lei 9278/96 – Inocorrência – Falta de prova cabal da subrogação, mormente diante da prova de que a parte contrária levou para a união bens e valores usados na constituição do patrimônio – Recurso desprovido, no particular.

União estável – Contrato escrito afastando a comunhão até sua formação – Admissibilidade – Coação moral não comprovada – Inexigibilidade de escritura pública na espécie – Irrelevância das partes terem mantido a união por mais alguns anos depois do documento – Nova união formada a partir de então – Recurso provido em parte resultando em sucumbência recíproca” (fl. 443).

Opostos embargos de declaração (fls. 469 a 472), foram rejeitados (fls. 477 a 481).

Sustenta o agravante, em suma, que o artigo 5º da Lei nº 9.278/96, que dispõe sobre o regime patrimonial da união estável não alcança os efeitos jurídicos já produzidos, ou seja, não abrange os bens que até a data do início da vigência da referida norma já integravam o patrimônio individual do agravante e que, portanto, são incomunicáveis.

DecidoPara melhor exame, dou provimento ao agravo.Subam os autos.Publique-se.Brasília, 4 de agosto de 2009.

Ministro MENEZES DIREITORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 597.038-5 (327)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : THIAGO LEITE DE CAMARGOADV.(A/S) : SÔNIA COCHRANE RÁO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 5º, XLVI, LIV e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que não houve o devido prequestionamento da matéria constitucional em relação à suposta ofensa ao art. 5º, XLVI, da Constituição Federal. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Além disso, a violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, em regra, não dispensa o exame da matéria sob o ponto de vista processual.

Com esse entendimento, a orientação do Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 73: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 73

- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.864-1 (328)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : SCHOFFEN ASSESSORIA EMPRESARIAL S/C LTDAADV.(A/S) : EUGÊNIO SCHOFFEN E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Superior Tribunal de Justiça que considerou sociedade civil de profissão regulamentada isenta da tributação pela Cofins.

Por ocasião do julgamento do RE 377.457 e do RE 381.964 (rel. min. Gilmar Mendes, j. 17.09.2008), o Plenário do Supremo Tribunal Federal, por maioria, considerou constitucional o art. 56 da Lei 9.430/1996, que revogou o art. 6º, II, da Lei Complementar 70/1991. Decidiu-se que inexiste hierarquia necessária entre lei complementar e lei ordinária em matéria tributária, uma vez que a reserva para utilização do instrumento legislativo previsto no art. 59, II, da Constituição é definida em razão da matéria (art. 146 da Constituição). Portanto, não há óbice constitucional a que a isenção concedida por lei complementar seja revogada por lei ordinária.

A Corte afastou, ainda, a modulação temporal dos efeitos da decisão (isto é, deixou de aplicar efeitos meramente prospectivos – cf. Informativo STF 436, 452, 459 e 520).

Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.Diante do exposto e com base no art. 544, § 3º e § 4º, do Código de

Processo Civil, dou provimento ao agravo e o converto em recurso extraordinário, nos termos do art. 557, § 1º-A, do referido diploma legal, para dar-lhe provimento.

Sem honorários (Súmula 512/STF).Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 616.416-9 (329)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

PARANÁAGDO.(A/S) : JEAN FRANCISCO SCHAMPOSKI MACENOADV.(A/S) : EUROLINO SECHINEL DOS REIS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ademais, não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. Além disso, o mencionado dispositivo constitucional não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 650.861-3 (330)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : WILTON ALONSO LOPES E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FERNANDA DONNABELLA CAMANO DE SOUZA E

OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, II, 37, caput, e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir a omissão relativa aos arts. 5º, II, e 37, caput, da Constituição, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido decidiu a questão com base em normas processuais, sendo pacífico na jurisprudência desta Corte o não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de má interpretação, aplicação ou inobservância dessas normas. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 562.212/RS, de minha relatoria; AI 592.110/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 645.007/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 524.388/RS, Rel. Min. Marco Aurélio.

Além disso, a apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Outrossim, o Tribunal entende não ser cabível a interposição de RE por contrariedade ao art. 5º, II, da Constituição Federal, quando a verificação da ofensa envolva a reapreciação de interpretação dada a normas infraconstitucionais pelo Tribunal a quo (Súmula 636 do STF).

Por fim, a exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 702.351-3 (331)PROCED. : RORAIMARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : LUPERSINA ALVES DE MORAISADV.(A/S) : RONALDO MAURO COSTA PAIVA E OUTRO (A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. REPERCUSSÃO GERAL DA

QUESTÃO CONSTITUCIONAL. QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discutem os efeitos da nulidade de contratação no serviço público sem concurso público e o direito ao pagamento da contraprestação limitado aos dias efetivamente trabalhados ou a inclusão de outros créditos trabalhistas, mais especificamente o FGTS, nos termos da Súmula 363 do Tribunal Superior do Trabalho e dos arts. 19-A e 20, inc. II, da Lei n. 8.036/90.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.478,

Relator o Ministro Eros Grau, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário que, ademais, é objeto de julgamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.127.

3. O reconhecimento da repercussão geral do tema constitucional torna dispensável a determinação de subida do recurso extraordinário ou de conversão deste agravo de instrumento naquele recurso, pois os autos principais deverão aguardar na origem o julgamento de mérito do Recurso Extraordinário n. 596.478, a teor do que dispõe o art. 543-B do Código de Processo Civil.

No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário, devendo ser observado quanto a este o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Retornem os autos deste agravo de instrumento à origem para que sejam apensados aos autos principais.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 74: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 74

AGRAVO DE INSTRUMENTO 703.831-2 (332)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MARIMEX DESPACHOS TRANSPORTES E SERVIÇOS

LTDAADV.(A/S) : MARIA CAROLINA ANTUNES DE SOUZA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SANTOSADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTOS

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de decisão em que o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo não reconheceu a imunidade tributária em relação ao IPTU à agravante, arrendatária de terrenos da União.

Alega-se violação do disposto nos arts. 5°, XXXV e LV; 20, VII; 21, XII, f; 150, VI, a; 156, I, e 173, § 2°, da Constituição federal.

Inexiste a alegada ofensa ao art. 5°, XXXV e LV, da Constituição, pois o acórdão recorrido inequivocamente prestou jurisdição, em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa, tendo enfrentado as questões suscitadas com a devida fundamentação, ainda que com ela não concorde o município.

Apesar de o acórdão recorrido estar fundamentado em entendimento quanto à extensão da imunidade prevista no art. 150, VI, a, da Carta Magna, observo que nele há fundamento infraconstitucional suficiente não afastado pela via própria do recurso especial (acordo de parcelamento de dívida – confissão irretratável do débito fiscal – preclusão lógica; fls. 84), sendo aplicável o disposto na Súmula 283 desta Corte.

Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.Publique-se.Brasília, 7 de agosto de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.494-8 (333)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS - SUSAMPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : NEIRY FREITAS RODRIGUESADV.(A/S) : FLÁVIO DA CONCEIÇÃO FERREIRA OLIVEIRA E

OUTRO (A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. REPERCUSSÃO GERAL DA

QUESTÃO CONSTITUCIONAL. QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discutem os efeitos da nulidade de contratação no serviço público sem concurso público e o direito ao pagamento da contraprestação limitado aos dias efetivamente trabalhados ou a inclusão de outros créditos trabalhistas, mais especificamente o FGTS, nos termos da Súmula 363 do Tribunal Superior do Trabalho e dos arts. 19-A e 20, inc. II, da Lei n. 8.036/90.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.478,

Relator o Ministro Eros Grau, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário que, ademais, é objeto de julgamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.127.

3. O reconhecimento da repercussão geral do tema constitucional torna dispensável a determinação de subida do recurso extraordinário ou de conversão deste agravo de instrumento naquele recurso, pois os autos principais deverão aguardar na origem o julgamento de mérito do Recurso Extraordinário n. 596.478, a teor do que dispõe o art. 543-B do Código de Processo Civil.

No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário, devendo ser observado quanto a este o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Retornem os autos deste agravo de instrumento à origem para que sejam apensados aos autos principais.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIA

Relatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.124-2 (334)PROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : ASSOCIAÇÃO DE PRAÇAS DO ESTADO DE SANTA

CATARINA - APRASCADV.(A/S) : PEDRO AUGUSTO LEMOS CARCERERI E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO.(A/S) : AMAURI SOARES E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : LUÍS CLÁUDIO FRITZEN E OUTRO (A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário em que se discute pagamento de indenização por danos morais, em razão de reprodução em outdoors do manifesto: “Enquanto os presos estão sendo soltos, policiais estão sendo presos por denunciar o estado de insegurança”, por entender que, além da ausência de prequestionamento das normas constitucionais tidas como violadas, a análise da questão exige o reexame de contexto fático-probatório (fls. 280-282).

2.O Tribunal de origem concluiu que a imagem e a honra objetiva da Administração Pública Estadual foram feridas, em acórdão cuja ementa possui o seguinte teor (227-233):

“AÇÃO INDENIZATÓRIA – DANO MORAL – PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO (ESTADO E MUNICÍPIO) – POSSIBILIDADE – SÚMULA 22 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA – PUBLICAÇÃO EM OUTDOORS DE FRASE OFENSIVA À HONRA OBJETIVA E À IMAGEM – JUS PUNIENDI POSTO À PROVA – OBRIGAÇÃO DE RESSARCIR – EXEGESE DO ART. 5º, X, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA.

As pessoas jurídicas de direito público podem sofrer abalo imaterial, consoante o entendimento fixado pelo Superior Tribunal de Justiça na Súmula n. 227.

Devida é a compensação do prejuízo anímico pelo malferimento da honra e da imagem do Estado Membro, quando veiculada matéria que coloca em descrédito a sua atuação no que tange ao direito/dever de punir, a teor do que dispõe o art. 5º, X, da CRFB.”

3.O agravo não merece prosperar, pois, como bem assentado na decisão agravada, concluir de modo diverso da Corte de origem implica o reexame de fatos e de provas, procedimento vedado em sede extraordinária (Súmula STF 279). Veja-se o AI 676.697-AgR/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, unânime, DJe 07.08.2009; o AI 645.863-AgR/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJe 20.03.2009; e o AI 709.019-AgR/SP, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 27.02.2009.

4.Ademais, esta Corte já fixou entendimento segundo o qual a análise sobre a indenização por danos morais limita-se ao âmbito de interpretação de matéria infraconstitucional, que, por sua vez, ficou preclusa, uma vez que não foi interposto recurso especial do acórdão recorrido. Incide no caso, mutatis mutandis, a Súmula STF 283.

5.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 726.431-1 (335)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESPADV.(A/S) : ANA CAROLINA MARTINS SEVERO DE ALMEIDA E

OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : NEUZA FARIA DE AMORIM ANTONIOADV.(A/S) : CYNTHIALICE HÓSS ROCHA E OUTRO (A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão denegatória de recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute admissibilidade de recurso.

2.Esta Corte manifestou-se pela inexistência de repercussão geral da matéria no RE 598.365, rel. Min. Carlos Britto.

3.Conforme estabelecem os artigos 543-A, § 5º, do Código de Processo Civil, e 326 e 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, a decisão de inexistência de repercussão geral proferida por este Tribunal valerá para todos os recursos sobre questão idêntica.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 26 de agosto de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 726.903-4 (336)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 75: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 75

MILITARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS - IPSMADV.(A/S) : JOÃO ALEXANDRE DE ÁVILA AGUIARAGDO.(A/S) : OTAVIANO ANACLETO PORTOADV.(A/S) : JOSÉ MAURÍCIO DE CASTRO E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido entendeu que é irregular a cobrança da contribuição previdenciária de inativos, salvo sobre a importância que exceder o limite constitucional de isenção.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa aos arts. 41, §§ 4º e 5º, 42, e 190, § 5º, da mesma Carta, e aos arts. 40, §§ 12, 18, e 20 da EC 41/2003.

O agravo não merece acolhida. Verifico que o agravante não atacou os fundamentos da decisão agravada, limitando-se a repetir as razões do recurso extraordinário. Incumbe ao agravante o dever de impugnar, de forma específica, os fundamentos da decisão recorrida, sob pena de não seguimento do recurso (AI 589.978-AgR/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia).

Inviável, portanto, o presente recurso, a teor da Súmula 287 do STF. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 580.361-AgR/RS, de minha relatoria; AI 407.427/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 590.913-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; AI 466.398-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 519.396/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 731.051-3 (337)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MATIAS AMARAL FRANCISCO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : AGNA RÔMULA SOUZAAGDO.(A/S) : ESTADO DO GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“MANDADO DE SEGURANÇA. CURSO DE HABILITAÇÃO NO QUADRO DE OFICIAIS AUXILIARES DA POLÍCIA MILITAR. PORTARIA 138-GRH/3-2005. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. NÃO DEMONSTRADO. TEORIA DO FATO CONSUMADO. IMPOSSIBILIDADE.

I - Não viola o princípio da isonomia a portaria 138-GRH/3-2005 que proíbe os oficiais do quadro de especialistas de realizar exame para o curso de habilitação para oficial do quadro de oficiais auxiliares.

II - Não se aplica a teoria do fato consumado uma vez que a qualificação prevista em lei deveria ser satisfeita ao tempo do início do exercício da respectiva função.

Recurso desprovido” (fl. 1.097).No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição,

alegou-se ofensa aos arts. 1º, II e III, 5º, caput, e XXXVI, e 37, caput, e I, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. À exceção do art. 5º, caput, da Constituição, os demais dispositivos não foram prequestionados. Assim, como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que para se chegar ao exame da alegada ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas infraconstitucionais locais (Leis Estaduais 11.596/1991 e 15.704/2006), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do STF.

Nesse sentido, trago à colação trecho do acórdão recorrido:“que os recorrentes não atendem às disposições da Lei Estadual nº

11.596/91 - e, conseqüentemente, não preencheram o inciso VII do art. 4º da Portaria nº 006-GRH/3-2005 – porquanto pertenceram à qualificação policial militar auxiliar de saúde, que possui Quadro de Oficiais próprio, a ser ocupado na forma do art. 46 e § 1º do Decreto Estadual nº 886/76, não permitindo o acesso ao Quadro de Oficiais Auxiliares (...)” (fl. 1.093)

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.035-7 (338)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : FRANCISCO MARCELO DE SOUSA QUEIROGAADV.(A/S) : LEONARDO PICOLI GAGNO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, LIV, LV, LVII, LXVI e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. O acórdão recorrido decidiu a questão com base em normas processuais, sendo pacífico na jurisprudência desta Corte o não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de má interpretação, aplicação ou inobservância dessas normas. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 562.212/RS, de minha relatoria; AI 592.110/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 645.007/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 524.388/RS, Rel. Min. Marco Aurélio.

Ademais, a violação aos princípios do contraditório e da ampla defesa, em regra, não dispensa o exame da matéria sob o ponto de vista processual.

Com esse entendimento, a orientação do Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Além disso, a exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara as razões de seu convencimento, tal como ocorreu.

Por fim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.721-0 (339)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ASSIST ASSESSORIA TRIBUTÁRIA S/C LTDA E

OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MILTON CARMO DE ASSIS JÚNIOR E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso”.

3.Discute-se nestes autos a constitucionalidade das restrições impostas pela Lei n. 9.317/96 à adesão de contribuinte ao Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte – SIMPLES.

4.O recurso não merece prosperar. A constitucionalidade do mencionado texto normativo foi reconhecida pelo Supremo no julgamento da ADI n. 1.643, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 14.3.03:

[...]“3. Por disposição constitucional (CF, artigo 179), as microempresas e

as empresas de pequeno porte devem ser beneficiadas, nos termos da lei, pela ‘simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas’ (CF, artigo 179).

4. Não há ofensa ao princípio da isonomia tributária se a lei, por motivos extrafiscais, imprime tratamento desigual a microempresas e empresas de pequeno porte de capacidade contributiva distinta, afastando do regime do SIMPLES aquelas cujos sócios têm condição de disputar o mercado de trabalho sem assistência do Estado.

Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente”.Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo

21, § 1o, do RISTF.Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 740.190-6 (340)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 76: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 76

AGTE.(S) : SETAL ENGENHARIA CONSTRUÇÕES E PERFURAÇÕES S/A

ADV.(A/S) : PAULO ROBERTO VIGNA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : COOPERATIVA DOS INSPETORES DE ENSAIOS NÃO

DESTRUTIVOS AUTÔNOMOS DO ESTADO DA BAHIA LTDA - COOEND

ADV.(A/S) : ÁLVARO TREVISIOLI E OUTRO (A/S)

Petição 45.980/2009-STFSetal Engenharia Construções e Perfurações S/A requer a

reconsideração da decisão de fl. 151.A pretensão não merece acolhida, uma vez que a apresentação de

pedido de reconsideração não tem amparo legal e, assim, não suspende, nem interrompe prazo recursal. O recurso legalmente cabível, no caso, seria o agravo regimental (arts. 557, § 1º, do CPC, e 317 do RISTF). Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 590.183/SP, Rel. Min. Celso de Mello, AI 335.512-AgR-ED/SP, Rel. Min. Ellen Gracie.

Isso posto, não conheço do pedido de reconsideração.À Secretaria para certificar o trânsito em julgado da decisão de fl.

151.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 744.021-1 (341)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE ANGRA

DOS REISAGDO.(A/S) : LAURO DE OLIVEIRA SANTANAADV.(A/S) : JACINTA MARIA R. T. LIMA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA – AUSÊNCIA

DE PREQUESTIONAMENTO - INVIABILIDADE - DESPROVIMENTO DO AGRAVO.

1.O Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro negou provimento a pedido formulado em apelação, ante fundamentos assim sintetizados (folha 171):

Recurso de apelação. Administrativo. Mandado de segurança. Concurso Público. Cargo de agente operacional. Edital que prevê 24 (vinte e quatro) vagas para candidatos do sexo masculino e 2 (duas) vagas para candidatas do sexo feminino, bem como que “caso não haja preenchimento das vagas reservadas para o sexo feminino serão revertidas aos candidatos do sexo masculino e vice-versa”. Convocação de 19 (dezenove) homens, restando cinco vagas masculinas, existindo candidatos do sexo masculino aprovados aguardando sua convocação. Existindo número de vagas destinadas aos candidatos masculinos, estas não poderiam ser preenchidas por candidata que logrou ocupar o terceiro lugar das vagas destinadas às mulheres, eis que a estas a lei do certame destinava apenas duas vagas que foram preenchidas. Afronta às normas do edital. Sentença de procedência. Desprovimento do recurso.

A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, na maioria das vezes procedida mediante o recurso por excelência - a apelação. Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos

ao acórdão atacado, buscando-se, em última análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso.

Os argumentos expendidos no recurso não foram enfrentados pelo órgão julgador. Assim, padece o recurso da ausência de prequestionamento, esbarrando nos Verbetes nºs 282 e 356 da Súmula desta Corte.

2.Conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 27 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 746.231-8 (342)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ELIZABETH MARIA NICOLAU MACEDO FIDELISADV.(A/S) : MARCOS DOS SANTOS ARAÚJO MALAQUIAS E

OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : BANCO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO S/AADV.(A/S) : VICTOR RUSSOMANO JUNIOR E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS

LEGAIS – INVIABILIDADE.1.O Tribunal Superior do Trabalho não conheceu de recurso de

revista, ante fundamentos assim resumidos (folha 42):RECURSO DE REVISTA DO BANCO BANERJ S.A. SUCESSÃO. O recurso de revista do Banco Banerj, neste item, restou prejudicado,

tendo em vista que, na petição de fls. 421, ao requerer que a lide continuasse exclusivamente contra ele, o Banco Banerj praticou ato incompatível com o ato de recorrer, quanto a este tema, de acordo com o que determina o art. 503 do CPC, de aplicação subsidiária no processo do trabalho.

ACORDO COLETIVO 91/92 - "PLANO BRESSER". "BANERJ. Plano Bresser. Acordo Coletivo de Trabalho de 1991. Não

é norma programática. É de eficácia plena e imediata o 'caput' da cláusula 5ª do Acordo Coletivo de Trabalho de 1991/1992, celebrado pelo Banerj, contemplando o pagamento de diferenças salariais do Plano Bresser, sendo devido o percentual de 26,06% nos meses de janeiro a agosto de 1992, inclusive (Orientação Jurisprudencial Transitória nº 26 da SBDI-1). Recurso de revista não conhecido.

LIMITAÇÃO DO REAJUSTE À DATA-BASE DA CATEGORIA. Quanto ao tema, sequer há prova do seu prequestionamento, na

forma do Enunciado nº 297 desta Corte, segundo o qual "1. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito; 2. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão; 3. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante opostos embargos de declaração". Recurso de revista não conhecido.

O acórdão impugnado mediante o extraordinário revela interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a ofensa à Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte recurso que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal.

A par desse aspecto, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses cuja solução se exaure na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica.

Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo utilizado no exame de outro processo.

2.Conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 747.943-1 (343)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : EBCM - EMPRESA BRASILEIRA DE CLIMATIZAÇÃO E

MONTAGENS LTDAAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

Em análise dos autos, observa-se que os advogados da agravante renunciaram os poderes que lhe foram outorgados nos autos deste recurso (fl. 647).

Em 22/4/2009 intimei a EBCM – Empresa Brasileira de Climatização e Montagens, ora agravante, para regularizar sua representação processual, pois com a renúncia de seus procuradores, não restou nos autos advogados constituídos (fl. 658).

Devido à ausência de manifestação pela agravante, certificada pela Secretaria Judiciária (fl. 659), determinei nova intimação para regularização de sua representação processual (fl. 661) que novamente quedou inerte (fl. 675).

Isso posto, não tendo a agravante dado regular andamento ao processo e por não possuir capacidade postulatória para o presente feito, nego seguimento ao recurso, com base no art. 267, III e IV, do CPC.

Publique-se. Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.642-2 (344)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESP

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 77: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 77

ADV.(A/S) : ALESSANDRA TEREZA PAGI CHAVES E OUTRO (A/S)

AGDO.(A/S) : MÁRCIA FRANCESCHINIADV.(A/S) : RUBENS GARCIA FILHO E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – CONTROVÉRSIA SOBRE

CABIMENTO DE RECURSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – IMPROPRIEDADE.

1.Nota-se que o não-processamento do recurso extraordinário pelo Tribunal Superior do Trabalho vem desaguando, com verdadeira automaticidade, na interposição de agravo. Para tanto, articula-se com a ofensa à Carta da República, quando, na realidade, o acórdão impugnado na via excepcional faz-se alicerçado em interpretação de normas estritamente legais – as que regem os recursos trabalhistas. No caso dos autos, deu-se essa prática.

Em momento algum, a Corte de origem adotou entendimento conflitante com a Constituição Federal. O que se observa é a tentativa de transformar o Supremo em órgão simplesmente revisor das decisões prolatadas na última instância do Judiciário Trabalhista. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria ser utilizado no exame de outro processo.

Vale ressaltar, com relação à suposta nulidade do julgado por negativa de prestação jurisdicional, não ter o agravante colaborado com o Judiciário na defesa dos próprios interesses, deixando de protocolar embargos de declaração. A apreciação de todo e qualquer recurso de natureza extraordinária dá-se à luz do que decidido pela Corte de origem. A conclusão sobre o aperfeiçoamento da jurisdição pressupõe cotejo, que há de se fazer considerados os parâmetros da decisão proferida e os dispositivos constitucionais tidos por inobservados.

2.Ante o quadro, conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.727-1 (345)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ANTÔNIO ARAÚJO DA SILVA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOS E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S/A -

EMBASAADV.(A/S) : VICTOR RUSSOMANO JÚNIOR E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – CONTROVÉRSIA SOBRE

CABIMENTO DE RECURSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – IMPROPRIEDADE.

1.Nota-se que o não-processamento do recurso extraordinário pelo Tribunal Superior do Trabalho vem desaguando, com verdadeira automaticidade, na interposição de agravo. Para tanto, articula-se com a ofensa à Carta da República, quando, na realidade, o acórdão impugnado na via excepcional faz-se alicerçado em interpretação de normas estritamente legais – as que regem os recursos trabalhistas. No caso dos autos, deu-se essa prática.

Em momento algum, a Corte de origem adotou entendimento conflitante com a Constituição Federal. O que se observa é a tentativa de transformar o Supremo em órgão simplesmente revisor das decisões prolatadas na última instância do Judiciário Trabalhista. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria ser utilizado no exame de outro processo.

2.Ante o quadro, conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.327-7 (346)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CARLOS LOURENÇO DA SILVAADV.(A/S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, XLVI e XLVIII, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravo de instrumento é intempestivo. A publicação da decisão que inadmitiu o recurso extraordinário ocorreu em 14/1/2009 (fl. 152) e a peça

recursal foi protocolada em 26/1/2009 (fl. 2). Segundo o teor da Súmula 699 do Supremo Tribunal Federal, o prazo para a interposição de agravo de instrumento criminal é de cinco dias, o que fixa o termo final do prazo recursal no dia 19/1/2009.

Não obstante a intempestividade do agravo de instrumento, constato que a petição do recurso extraordinário, não demonstrou, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

O Tribunal, ao julgar Questão de Ordem no AI 664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, decidiu que

“a exigência da demonstração formal e fundamentada no recurso extraordinário da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007” (DJ de 6/9/2007).

No mesmo sentido decidiu o Plenário desta Corte, no julgamento do RE 569.476-AgR/SC, Rel. Min. Ellen Gracie.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.492-5 (347)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : BANCO DO BRASIL S/AADV.(A/S) : VALNEI DAL BEM E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : JANE DA SILVA FIGUEIREDO VASCONCELOSPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SUL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

O presente recurso perdeu o objeto. Com efeito, o Superior Tribunal de Justiça deu parcial provimento ao

recurso especial para afastar a limitação dos juros remuneratórios (Ag 771.276/MS, com trânsito em julgado em 2/1/2009, fls. 432-435).

Isso posto, julgo prejudicado o recurso (RISTF, art. 21, X).Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.609-0 (348)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : RONALD MOURA FIUZAADV.(A/S) : LEOBERTO BAGGIO CAON E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA

CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SANTA CATARINAINTDO.(A/S) : AZIZE DIBO NETO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa aos arts. 5º, II, LV e 37, caput, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante não atacou o fundamento da decisão agravada relativo à ofensa reflexa à Constituição e a incidência da Súmula 636 do STF. Incumbe ao agravante o dever de impugnar, de forma específica, os argumentos da decisão recorrida, sob pena de não seguimento do recurso (AI 589.978-AgR/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia).

Inescusável, portanto, a deficiência na elaboração da peça recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 287 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, dentre outras: AI 580.361-AgR/RS, de minha relatoria; AI 407.427/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 590.913-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; AI 466.398-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 519.396/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido decidiu a questão com base em normas processuais, sendo pacífico na jurisprudência desta Corte o não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de má interpretação, aplicação ou inobservância dessas normas. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 562.212/RS, de minha relatoria; AI 592.110/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 645.007/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 524.388/RS, Rel. Min. Marco Aurélio.

Por fim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 78: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 78

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.865-0 (349)PROCED. : TOCANTINSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MOISÉS COSTA LIMAADV.(A/S) : JÚLIO SOLIMAR ROSA CAVALCANTI E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 109, IV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravo de instrumento é intempestivo. A publicação da decisão que inadmitiu o recurso extraordinário ocorreu em 26/1/2007 (fl. 111) e a peça recursal foi protocolada em 7/2/2007 (fl. 2). Segundo o teor da Súmula 699 do Supremo Tribunal Federal, o prazo para a interposição de agravo de instrumento criminal é de cinco dias, o que fixa o termo final do prazo recursal no dia 2/2/2007.

Não obstante a intempestividade do recurso, constato que o agravo de instrumento foi interposto, por fac-símile, em 7/2/2007, contudo não consta nos autos o protocolo do original realizado dentro do prazo determinado no art. 2º, caput, da Lei 9.800/99.

Assim, consoante orientação estabelecida por ambas as Turmas desta Corte, é inexistente o recurso interposto por fax e não apresentado o original no prazo legal.

Nesse sentido, transcrevo a ementa do AI 647239-AgR/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. INTERPOSIÇÃO DA PETIÇÃO DE RECURSO POR FAC-SÍMILE (FAX) NO PRAZO LEGAL, SEM AS PEÇAS OBRIGATÓRIAS. IMPOSSIBILIDADE DE VERIFICAÇÃO DA REGULARIDADE FORMAL. PETIÇÃO ORIGINAL PROTOCOLADA APÓS O QUINQUÍDIO ADICIONAL INSTITUÍDO PELO ART. 2º DA LEI N. 9.800/99. INTEMPESTIVIDADE. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. Interposto o recurso por fac-símile no prazo legal, impõe-se que a petição original seja apresentada dentro do quinquídio adicional instituído pelo art. 2º da Lei n. 9.800/99, sob pena de ser considerado intempestivo ou inexistente. Precedentes. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a contagem do prazo para a apresentação da petição recursal original é contínua e improrrogável. 3. As peças que compõem o agravo devem acompanhar a petição recursal enviada por fax, para que se fiscalize a regularidade formal do instrumento”.

No mesmo sentido, menciono as seguintes decisões entre outras: AI 596.910-AgR/SE, Rel. Min. Joaquim Barbosa; AI 726.841-AgR/PA, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 656.417-AgR-ED-AgR/RS, Rel. Min. Menezes Direito; AI 703.629-AgR/SP, de minha relatoria.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 752.345-4 (350)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : BANCO SANTANDER BRASIL S/AADV.(A/S) : MARIA HELENA DE CARVALHO ROS E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : RENATO ANDRADEADV.(A/S) : MILENE ANDRADE E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

2.O agravo não merece provimento. A jurisprudência do STF, relativamente ao “Plano Collor II”, fixou-se no sentido de reconhecer a depositantes em caderneta de poupança direito à correção monetária do saldo de suas contas pelo índice vigente no início do período contratual [RE n. 200.514, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 18.10.96; RE n. 203.762, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 18.4.97; RE n. 204.769, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 14.3.97, RE n. 175.127-AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6.2.98, RE n. 278.980, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 27.6.02, e RE n. 473.095, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 10.4.06].

3.No que toca à legimitidade da recorrente, o Supremo decidiu que a “[q]uestão da legitimidade passiva do Banco Central, em ação sobre correção

monetária de depósito em caderneta de poupança, quando sancionada à luz da Lei nº 8.024/90, não envolve ofensa direta à CF e, pois, não autoriza recurso extraordinário” [AI n. 552.501, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 8.9.06]. No mesmo sentido: AI n. 207.672-AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 25.6.04, e AI n. 244.548-AgR, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 20.2.04.

4.Ademais, este Tribunal fixou entendimento no sentido de que “a relação jurídica contratual no tocante à caderneta de poupança é entre o estabelecimento bancário e o poupador que não tem nada que ver com a União” [AI n. 408.325, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ de 1º.4.03].

Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.538-5 (351)PROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JÚLIO DA CUNHA PEIXOTO FILHOADV.(A/S) : EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMESAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, XXXIII, XXXIV, LIV e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos verifico que o agravante deixou de juntar cópia do inteiro teor da petição do recurso extraordinário, o que inviabiliza a análise do instrumento.

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e também com as necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo com base no art. 21, § 1º, do RISTF, e no art. 28, § 1º, da Lei 8.038/90.

Ademais, verifico o acerto da decisão agravada, uma vez que, de fato, o agravante, na petição do recurso extraordinário constante nos autos, não demonstrou, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

O Tribunal, ao julgar Questão de Ordem no AI 664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, decidiu que

“a exigência da demonstração formal e fundamentada no recurso extraordinário da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007” (DJ de 6/9/2007).

No mesmo sentido decidiu o Plenário desta Corte, no julgamento do RE 569.476-AgR/SC, Rel. Min. Ellen Gracie.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.756-4 (352)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : VOLKSWAGEN DO BRASIL INDÚSTRIA DE VEÍCULOS

AUTOMOTORES LTDAADV.(A/S) : CRISTIANE DALLE CARBONARE ANDRADE GENTIL E

OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ PEREIRA DOS SANTOSADV.(A/S) : ANACAN JOSÉ RODRIGUES DA SILVA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : PÉROLA COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDAADV.(A/S) : LILIAN IZABEL LEITE MOZARDO E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – CONTROVÉRSIA SOBRE

CABIMENTO DE RECURSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – IMPROPRIEDADE.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS – INVIABILIDADE.

1.Nota-se que o não-processamento do recurso extraordinário pelo Tribunal Superior do Trabalho vem desaguando, com verdadeira automaticidade, na interposição de agravo. Para tanto, articula-se com a ofensa à Carta da República, quando, na realidade, o que se observa é a tentativa de transformar a Suprema Corte em órgão simplesmente revisor das decisões prolatadas na última instância do Judiciário Trabalhista.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 79: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 79

A par desse aspecto, o acórdão impugnado mediante o extraordinário revela interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência ao Diploma Maior, pretende-se guindar a esta Corte recurso que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo utilizado em exame de processo da competência da Corte.

2.Ante o quadro, conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 29 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.806-8 (353)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CÉSAR VALDEMAR DOS SANTOS DIASADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO LUCERA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAINTDO.(A/S) : WILSON ALFREDO PERPETUOADV.(A/S) : PAULO CLAUDIO SANTANAINTDO.(A/S) : LUIZ CLAUDIO SANTANAADV.(A/S) : LUIZ VICENTE RIBEIRO CORREAINTDO.(A/S) : CARLOS ALBERTO FERREIRA GUIMARÃESADV.(A/S) : LEONARDO AFONSO PONTESINTDO.(A/S) : JOSE BOCAMINOADV.(A/S) : ANTONIO CELSO GALDINO FRAGAINTDO.(A/S) : ANTONIO FRANCISCO PEDRO ROLOADV.(A/S) : HELIO ROMUALDO ROCHAINTDO.(A/S) : FAUZI JOSE SAAB JUNIORADV.(A/S) : GLAUCIA MARIA MARTINS DE MELLO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, LVI, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante deixou de juntar a procuração originária por ele outorgada ao advogado substabelecente. O substabelecimento não é instrumento autônomo, necessário, portanto, o mandato judicial originário para legitimar a atuação do advogado substabelecido (AI 129.024-AgR/RJ, Rel. Min. Sydney Sanches; AI 163.476-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello).

Nesse sentido, ainda, o AI 630.051-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, do qual extraio o seguinte trecho do voto:

“Assim, faltando ao traslado a procuração originária, em decorrência do qual se outorgou poderes à advogada do agravado, ou, se inexistente tal mandato nos autos principias, a certidão comprobatória de sua ausência, não merece prosperar a irresignação do agravante, por ser o substabelecimento acessório em relação ao mandato originário conforme pacífico entendimento deste Tribunal” (grifos meus).

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e também com as necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo, com base no § 1º do art. 21 do RISTF e no art. 557 do CPC.

Vale lembrar que esta Corte orienta-se no sentido de que o recurso interposto por advogado sem procuração nos autos constitui ato processual juridicamente inexistente. Nesse sentido: RE 162.093/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão; RE 182.808-AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio; AI 166.617-AgR/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão; RE 171.759-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello; AI 156.327-AgR/RJ, Francisco Rezek.

Contudo, ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. Isso porque a apreciação dos temas constitucionais demanda o

prévio exame de legislação infraconstitucional (Lei 9.296/96). A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões: AI 699.439/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 668.433/RS, Rel. Min. Menezes Direito; AI 643.988/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa.

Isso posto, nego seguimento ao recurso. Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.527-6 (354)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE SETE LAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SETE

LAGOASAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA ESTADO DE

MINAS GERAIS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 2º, e 215 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional em embargos de declaração, não supre o prequestionamento.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido faz-se necessário o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 756.983-6 (355)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

GOIÁSAGDO.(A/S) : ADRIANÍSIO ARAÚJO SOUSAADV.(A/S) : ODAIR DE MENESES

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, XL, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante na petição de recurso extraordinário não demonstrou, em preliminar devidamente fundamentada, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF, limitando-se a afirmar que

“Relativamente à exigência do § 3º inserido no artigo 102 da Constituição Federal, bem como no artigo 543-A do Código de Processo Civil, observa que o assunto discutido tem repercussão geral, uma vez que se discute aplicação do direito penal em tese” (fl. 181).

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria.Observo, que o agravante não impugnou todos os fundamentos do

acórdão recorrido, limitando-se a discorrer acerca da extinção da punibilidade pela retroatividade de lei benéfica ao réu. Restou, portanto, não atacado o fundamento do acórdão impugnado, referente à absorção do crime de posse irregular de arma de fogo pelo crime de roubo qualificado. Incide, na espécie, o óbice da Súmula 283 do STF. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 476.566-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Britto; RE 460.381-AgR/BA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 459.061-AgR/ED, Rel. Min. Cezar Peluso.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 758.030-2 (356)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTEAGDO.(A/S) : RICARDO LAGE SANTOSADV.(A/S) : EDUARDO MACHADO DIAS E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto em oposição a acórdão que decidiu pela ilegitimidade do recolhimento de contribuição previdenciária incidente sobre o abono de incentivo à participação em reuniões pedagógicas.

2.Deixo de apreciar a existência da repercussão geral, vez que o artigo 323, § 1º, do RISTF dispõe que "[t]al procedimento não terá lugar, quando o recurso versar questão cuja repercussão já houver sido reconhecida pelo Tribunal, ou quando impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante, casos em que se presume a existência de repercussão geral”.

3. Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que somente as parcelas incorporáveis ao salário do servidor sofrem a incidência da contribuição previdenciária. Nesse sentido, o RE n. 345.458, 2a Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 11.3.05, e o RE n. 389.903-AgR, 1a

Turma, de minha relatoria, DJ de 5.5.06, ementado nos seguintes termos:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE HORAS EXTRAS E TERÇO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 80: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 80

CONSTITUCIONAL DE FÉRIAS. IMPOSSIBILIDADE.Somente as parcelas incorporáveis ao salário do servidor sofrem a

incidência da contribuição previdenciária.Agravo regimental a que se nega provimento.”Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo

21, § 1º, do RISTF.Publique-se.Brasília, 21 de agosto de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 758.394-6 (357)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : AILTON DA SILVA FREITASADV.(A/S) : JOÃO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY E

OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.O agravo não merece provimento. A recorrente interpôs recurso extraordinário contra decisão monocrática suscetível de impugnação na via recursal ordinária.

3.O recurso extraordinário, nos termos do disposto no inciso III do artigo 102 da Constituição do Brasil, apenas cabe contra decisão de única ou última instância. Aqui incide a Súmula n. 281 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.433-3 (358)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : VOLKSWAGEN DO BRASIL LTDAADV.(A/S) : URSULINO SANTOS FILHO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MARCOS JOSÉ FARIA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ADRIANA ANDRADE TERRA E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido, com base na Orientação Jurisprudencial do TST, item 270 da SDI-1, afastou a quitação de verbas trabalhistas decorrentes da adesão ao plano de demissão voluntária - PDV e determinou o retorno dos autos ao Tribunal de origem.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa aos arts. 5º, XXXVI, 7°, I, XXVI, e 8°, III, VI, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. É que o acórdão recorrido decidiu a causa à luz da legislação trabalhista e da jurisprudência do TST. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Ademais, a apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais relativa ao plano de demissão voluntária - PDV. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário, de acordo com o decidido pela Primeira Turma do Tribunal, no julgamento do AI 644.315-AgR/MS, Rel. Min. Menezes Direito:

“Agravo regimental. Agravo de instrumento. Trabalhista. Plano de Incentivo à Demissão Voluntária - PDV. Ofensa reflexa à Constituição. Precedentes. 1. Controvérsia decidida à luz da legislação infraconstitucional pertinente, a cujo exame não se presta o recurso extraordinário.

2. Agravo regimental desprovido”.No mesmo sentido menciono as seguintes decisões, entre outras: RE

550.503-AgR/AM, Relator Min. Cezar Peluso; AI 628.086-AgR/PR, Rel. Min. Joaquim Barbosa; AI 668.876-AgR/DF, Rel. Min. Menezes Direito; AI 653.465-AgR/MS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence.

Por fim, para dissentir da conclusão a que chegou o acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso. Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.575-9 (359)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PAULO EDUARDO DE SOUZA MARINHO NERYAGTE.(S) : SUHEIL RAMAN NEVES

ADV.(A/S) : SIMÃO GUIMARÃES DE SOUSAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação aos arts. 5º, XXXV e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que os agravantes deixaram de juntar a procuração originária por ele outorgada ao advogado substabelecente. O substabelecimento não é instrumento autônomo, necessário, portanto, o mandato judicial originário para legitimar a atuação do advogado substabelecido (AI 129.024-AgR/RJ, Rel. Min. Sydney Sanches; AI 163.476-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello).

Nesse sentido, ainda, o AI 630.051-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, do qual extraio o seguinte trecho do voto:

“Assim, faltando ao traslado a procuração originária, em decorrência do qual se outorgou poderes à advogada do agravado, ou, se inexistente tal mandato nos autos principias, a certidão comprobatória de sua ausência, não merece prosperar a irresignação do agravante, por ser o substabelecimento acessório em relação ao mandato originário conforme pacífico entendimento deste Tribunal” (grifos meus).

Além disso, não se encontra no instrumento a cópia das contrarrazões ao recurso extraordinário ou de certidão que ateste o transcurso do prazo para o seu oferecimento.

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e também com as necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo, com base no § 1º do art. 21 do RISTF e no art. 557 do CPC.

Contudo, ainda que superados tais óbices, o recurso não prosperaria. Constato que os agravantes não atacaram o fundamento da decisão

agravada relativo à ausência de preliminar de repercussão geral. Incumbe aos agravantes o dever de impugnar, de forma específica, os fundamentos da decisão recorrida, sob pena de não seguimento do recurso (AI 589.978-AgR/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia).

Inescusável, portanto, a deficiência na elaboração da peça recursal, o que faz incidir o teor da Súmula 287 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, dentre outras: AI 580.361-AgR/RS, de minha relatoria; AI 407.427/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 590.913-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; AI 466.398-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 519.396/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.

Contudo, verifico o acerto da decisão agravada, uma vez que, de fato, os agravantes, na petição do recurso extraordinário, não demonstraram, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

O Tribunal, ao julgar Questão de Ordem no AI 664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, decidiu que

“a exigência da demonstração formal e fundamentada no recurso extraordinário da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007” (DJ de 6/9/2007).

No mesmo sentido decidiu o Plenário desta Corte, no julgamento do RE 569.476-AgR/SC, Rel. Min. Ellen Gracie.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.846-3 (360)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : BANCO SANTANDER S/A (ATUAL DENOMINAÇÃO DE

BANCO SANTANDER BANESPA S/A)ADV.(A/S) : CLAUDIO MERTEN E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGOADV.(A/S) : OTÁVIO HENRIQUE ALVES E OUTRO (A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

SERVIÇOS – ISS. SERVIÇOS BANCÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“APELAÇÃO CÍVEL. EXECUÇÃO FISCAL. EMBARGOS. ISSO SOBRE SERVIÇOS BANCÁRIOS.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 81: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 81

O item 96 da lista de serviço anexa ao Decreto-lei n.º 406/68 não afasta a incidência do ISS sobre a cobrança dos serviços de manutenção de conta corrente ativa e inativa, conta poupança, tarifa sobre saque 24 horas. Sendo assim, correto o lançamento fiscal objetivando a constituição de crédito tributário.

Apelação desprovida. Voto vencido” (fl. 192).3. A decisão agravada teve como fundamento para a

inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 281-283).

4. O Agravante alega que “em flagrante contrariedade ao art. 156, inc. III, da CF, o r. acórdão recorrido julgou improcedentes os embargos à execução fiscal, acolhendo a pretensão do Município Agravado de exigir o ISS sobre as rubricas contábeis denominadas ‘Rendas de Administração de Fundos de Investimentos’, ‘Rendas de Serviços de Custódia’ e ‘Rendas de Outros Serviços’, onde se encontram registrados valores oriundos de ‘manutenção de conta corrente’, ‘manutenção de poupança’ e ‘operações ativas’, atividades que não caracterizam, em absoluto, hipóteses de incidência do ISS” (fl. 7).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Inicialmente, cumpre anotar que o Agravante foi intimado do

acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento n. 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

6. No mérito, razão jurídica assiste ao Agravante. 7. Na espécie vertente, para verificar se as atividades desenvolvidas

pelo Agravante estariam dentre as previstas no Decreto-lei n. 406/68, seria necessário o exame prévio dessa legislação infraconstitucional. A ofensa à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta.

8. Ademais, concluir de forma diversa do acórdão recorrido demandaria o reexame de provas, o que não viabiliza o recurso extraordinário. Incide, no caso em pauta, a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS - ISS. SERVIÇOS BANCÁRIOS. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA 279). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 682.832-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 26.6.2009).

E:“EMENTA: TRIBUTÁRIO. ISS. INCIDÊNCIA. SERVIÇOS

BANCÁRIOS. DL 406/68. LC 56/87. INTERPRETAÇÃO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. I - O acórdão recorrido decidiu a questão com base no DL 406/68 e LC 56/87. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. II - Agravo regimental improvido” (AI 672.478-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).

Não há, pois, divergência entre a decisão agravada, embasada nos dados constantes do acórdão recorrido, e a jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal.

9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de agosto de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 761.309-7 (361)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ALVER KLEIN INDUSTRIALADV.(A/S) : MARTA BAUERMANNAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido porta a seguinte ementa:

“EXECUÇÃO FISCAL. SUCESSÃO TRIBUTÁRIA. REDIRECIONAMENTO. MULTA.

A existência de fortes indícios que aportem para a ocorrência de sucessão, ensejam o redirecionamento da execução à empresa tida como sucessora. Primeiro, porque os sócios da sucedia deixaram esta para, em seguida, responsabilizarem-se pela sucessora. Segundo, porque o endereço de uma já foi o mesmo da outra. Terceiro, por que grande parte dos empregados da primeira migraram para a segunda. Por fim, porque em outra execução fiscal contra a sucedida esta ofertou à penhora bens da sucessora.

As multas que integram o crédito tributário, em execução, foram aplicadas em face da falta de pagamento do tributo, razão pela qual, sendo a ele acessórias, seguem-no para integrar o crédito tributário em seu todo e para terem a responsabilidade por seu pagamento também transmitida à empresa sucessora” (fl. 8).

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 150, I, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais, Lei 5.172/66 - CTN. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Por fim, com a negativa de seguimento do agravo de instrumento pelo Superior Tribunal de Justiça (Ag 1.128.196/SC, com trânsito em julgado em 22/5/2009), tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.126-1 (362)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : SEBASTIÃO RODRIGUES FURTADOADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, XXXV e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante deixou de juntar a procuração originária por ele outorgada ao advogado substabelecente. O substabelecimento não é instrumento autônomo, necessário, portanto, o mandato judicial originário para legitimar a atuação do advogado substabelecido (AI 129.024-AgR/RJ, Rel. Min. Sydney Sanches; AI 163.476-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello).

Nesse sentido, ainda, o AI 630.051-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, do qual extraio o seguinte trecho do voto:

“Assim, faltando ao traslado a procuração originária, em decorrência do qual se outorgou poderes à advogada do agravado, ou, se inexistente tal mandato nos autos principias, a certidão comprobatória de sua ausência, não merece prosperar a irresignação do agravante, por ser o substabelecimento acessório em relação ao mandato originário conforme pacífico entendimento deste Tribunal” (grifos meus).

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e também com as necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo, com base no § 1º do art. 21 do RISTF e no art. 557 do CPC.

Vale lembrar que esta Corte orienta-se no sentido de que o recurso interposto por advogado sem procuração nos autos constitui ato processual juridicamente inexistente. Nesse sentido: RE 162.093/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão; RE 182.808-AgR/DF, Rel. Min. Marco Aurélio; AI 166.617-AgR/SP, Rel. Min. Ilmar Galvão; RE 171.759-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello; AI 156.327-AgR/RJ, Francisco Rezek.

Ademais, a decisão agravada está em consonância com a remansosa jurisprudência desta Corte, no sentido de que não cabe rever, em recurso extraordinário, questões processuais de natureza infraconstitucional relativas aos requisitos de admissibilidade de recurso da competência do Superior Tribunal de Justiça. Nesse sentido, transcrevo a ementa do AI 442.654-AgR/PE, Rel. Min. Celso de Mello:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CARTA POLÍTICA - REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL (STJ) - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - RECURSO IMPROVIDO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a discussão em torno dos requisitos de admissibilidade do recurso especial, dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, não viabiliza o acesso à via recursal extraordinária, por tratar-se de tema de caráter eminentemente infraconstitucional, exceto se o julgamento emanado dessa Alta Corte judiciária apoiar-se em premissas que conflitem, diretamente, com o que dispõe o art. 105, III, da Carta Política. Precedentes” (AI 442.654-AgR/PE, Rel. Min. Celso de Mello).

No mesmo sentido, menciono os seguintes precedentes, entre outros: AI 399.530-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 521.875-AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa; AI 551.506-AgR/RJ, Rel. Min. Eros Grau; AI 626.814-ED/MG, Rel. Min. Menezes Direito.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 82: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 82

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.139-0 (363)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JACKSON LUIZ SANTOS VASCONCELOSADV.(A/S) : FABRÍCIO MASSARI SANT' ANNA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação aos arts. 5º, XXXIV, LIV, LV e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravo de instrumento é intempestivo. A publicação da decisão que inadmitiu o recurso extraordinário ocorreu em 27/5/2009 (fl. 79) e a peça recursal foi protocolada em 8/6/2009 (fl. 2). Segundo o teor da Súmula 699 do Supremo Tribunal Federal, o prazo para a interposição de agravo de instrumento criminal é de cinco dias, o que fixa o termo final do prazo recursal no dia 2/6/2009.

Não fosse esse argumento suficiente, verifico o acerto da decisão agravada ao afirmar que o recorrente não apresentou preliminar devidamente fundamentada de repercussão geral na peça do RE, limitando-se a afirmar que

“Para cumprimento do § 3º do art. 102 da Constituição Federal, descumpriram-se garantias constitucionais fundamentais, e a permanecer a decisão de condenação do recorrente, não se estará tão somente cometendo injustiça no caso concreto, mas principalmente permitindo que se abra precedentes para que novas arbitrariedades ocorram nos processos criminais brasileiros” (fl. 41).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.372-5 (364)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : EDILSON RODRIGUES DA SILVAADV.(A/S) : CRISTIENE PEREIRA SILVAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

GOIÁS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, XXXV, XLI, XLVI e LVII, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravo de instrumento é intempestivo. A publicação da decisão que inadmitiu o recurso extraordinário ocorreu em 13/1/2009 (fl. 114) e a peça recursal foi protocolada em 23/1/2009 (fl. 2). Segundo o teor da Súmula 699 do Supremo Tribunal Federal, o prazo para a interposição de agravo de instrumento criminal é de cinco dias, o que fixa o termo final do prazo recursal no dia 19/1/2009.

Não obstante a intempestividade do agravo de instrumento, constato que a petição do recurso extraordinário, não demonstrou, em preliminar, a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso, consoante determina o art. 543-A, § 2º, do CPC, introduzido pela Lei 11.418/2006, e o art. 327, § 1º, do RISTF.

O Tribunal, ao julgar Questão de Ordem no AI 664.567/RS, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, decidiu que

“a exigência da demonstração formal e fundamentada no recurso extraordinário da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007” (DJ de 6/9/2007).

No mesmo sentido decidiu o Plenário desta Corte, no julgamento do RE 569.476-AgR/SC, Rel. Min. Ellen Gracie.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.450-3 (365)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : LEONARDO BATISTA XAVIERADV.(A/S) : GUIZÉLIA DUNICE BRITOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO DISTRITO FEDERAL E

TERRITÓRIOSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 93, IX, da mesma Carta, sustentado que não houve fundamentação na dosimetria da pena fixada.

O agravo não merece acolhida. O acórdão recorrido decidiu a questão com base em normas processuais, sendo pacífico na jurisprudência desta Corte o não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de má interpretação, aplicação ou inobservância dessas normas. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 562.212/RS, de minha relatoria; AI 592.110/RJ, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 645.007/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 524.388/RS, Rel. Min. Marco Aurélio.

Ademais, a exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.484-1 (366)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : FRANCO ROGERIO MURANAKAADV.(A/S) : PAULO SILLAS LACERDAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO

GROSSOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MATO GROSSO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante não instruiu adequadamente o agravo com as peças obrigatórias para a sua formação, uma vez que deixou de juntar cópia do acórdão recorrido e sua certidão de publicação, bem como, da petição do recurso extraordinário, o que impede qualquer análise do instrumento.

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo, com base no art. 21, § 1º, do RISTF e no art. 28, § 1º, da Lei 8.038/90.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.487-3 (367)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ÂNGELO DA COSTA MATOSADV.(A/S) : HELLISON DE ALMEIDA BEZERRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ESPÍRITO

SANTOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

ESPÍRITO SANTO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que o agravante não instruiu adequadamente o agravo com as peças obrigatórias para a sua formação, uma vez que deixou de juntar cópia das certidões de publicação do acórdão recorrido, do acórdão dos embargos de declaração e da decisão agravada. Além disso, não se encontra no instrumento a cópia das contrarrazões ao recurso extraordinário ou da certidão que ateste o transcurso do prazo para o seu oferecimento.

Segundo a jurisprudência deste Tribunal, o agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas (Súmula 288 do STF). A falta de qualquer delas autoriza o relator a negar seguimento ao agravo, com base no art. 21, § 1º, do RISTF e no art. 28, § 1º, da Lei 8.038/90.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 83: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 83

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.647-9 (368)PROCED. : BAHIARELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ESTADO DA BAHIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIAAGDO.(A/S) : ENEILSON DOS SANTOS DE JESUS E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FABIANO SAMARTIN FERNANDES

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.O recurso não merece provimento. Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição somente se daria de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

3.Este Tribunal fixou o entendimento de que “as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição”, circunstância que não viabiliza o acesso à instância extraordinária [AI n. 238.917-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20.10.00].

Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 3 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.793-7 (369)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : IGREJA CRISTÃ MARANATA - PRESBITÉRIO ESPIRITO

SANTENSEADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO MARTINS E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE PONTA GROSSAADV.(A/S) : SUELI MARIA ZDEBSKI E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“ANULATÓRIA DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO – IPTU – IMUNIDADE TRIBUTÁRIA – ART. 150, VI, ‘B’ E § 4º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – IMÓVEL NÃO EDIFICADO – DESTINAÇÃO A FINALIDADES ESSENCIAIS – AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO – RECURSO PROVIDO.

Para que a instituição religiosa possa gozar da imunidade do IPTU trazida pela regra da não-incidência tributária, prevista no art. 150, VI, ‘b’, e § 4º da Constituição Federal, deve demonstrar que utiliza o imóvel nas suas finalidades essenciais, finalidade essa que não se comprova ante a escritura de doação e a ausência de edificação no terreno” (fl. 105).

No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, ofensa ao art. 150, VI, b, da mesma Carta.

A questão é relevante.Assim, preenchidos os requisitos de admissibilidade do recurso, dou

provimento ao agravo de instrumento e determino a subida dos autos principais para melhor exame da matéria.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.857-6 (370)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MANOEL NETO TOLENTINOADV.(A/S) : GUSTAVO SOARES DA SILVEIRA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESPÓLIO DE GERALDO SALES PINTOADV.(A/S) : FRANCISCO ROGÉRIO MOTA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA –

INTERPRETAÇÃO DE NORMAS LEGAIS – FALTA DE PREQUESTIONAMENTO – INVIABILIDADE - AGRAVO DESPROVIDO.

1.O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais negou acolhida a pedido formulado em apelação, ante fundamentos assim sintetizados (folha 61):

APELAÇÃO - CONTRATO DE LOCAÇÃO - SIMULAÇÃO. Incumbirá ao credor ou beneficiário do negócio o ônus de provar a regularidade jurídica das correspondentes obrigações, sempre que demonstrada pelo prejudicado, ou pelas circunstâncias do caso, a incerteza de suas alegações. O sistema

jurídico não permite que o credor se aposse do bem que o devedor oferece como garantia do contrato de mútuo. Apelação não provida.

2.A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, na maioria das vezes procedida mediante o recurso por excelência - a apelação. Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos

ao acórdão atacado, buscando-se, em última análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso.

3.A par desse aspecto, o acórdão impugnado mediante o extraordinário revela interpretação de normas estritamente legais, não ensejando campo ao acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte matéria que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal.

4.Acresce que, no caso dos autos, o que sustentado nas razões do extraordinário não foi enfrentado pelo órgão julgador. Apesar da interposição de embargos de declaração, não houve debate e decisão prévios sobre a alegada violação ao artigo 5º, inciso XXXVI, da Constituição Federal. Frise-se, por oportuno, que o recorrente não argüiu o vício de procedimento. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo utilizado no exame de outro processo.

5.Conheço do agravo e o desprovejo.6.Publiquem.Brasília, 31 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.873-0 (371)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : IARA CRISTINA CAVALCANTE DOS SANTOSADV.(A/S) : MARIA CRISTINA DA COSTA FONSECA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : JARDIM ESCOLA MORADA DO CAMPO GRANDE LTDAADV.(A/S) : PAULO CESAR DE MATTOS GONÇALVES CRUZ

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – CONTROVÉRSIA SOBRE

CABIMENTO DE RECURSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – IMPROPRIEDADE.

1.Nota-se que o não-processamento do recurso extraordinário pelo Tribunal Superior do Trabalho vem desaguando, com verdadeira automaticidade, na interposição de agravo. Para tanto, articula-se com a ofensa à Carta da República, quando, na realidade, o acórdão impugnado na via excepcional faz-se alicerçado em interpretação de normas estritamente legais – as que regem os recursos trabalhistas. No caso dos autos, deu-se essa prática.

Em momento algum, a Corte de origem adotou entendimento conflitante com a Constituição Federal. O que se observa é a tentativa de transformar o Supremo em órgão simplesmente revisor das decisões prolatadas na última instância do Judiciário Trabalhista. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria ser utilizado no exame de outro processo.

2.Ante o quadro, conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.960-7 (372)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : BANCO DA AMAZÔNIA S/A - BASAADV.(A/S) : DÉCIO FREIRE E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : CAIXA DE PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR DO

BANCO DA AMAZÔNIA - CAPAFADV.(A/S) : MÁRIO SOUZA DA SILVAAGDO.(A/S) : NATHAN DA SILVA BASTOSADV.(A/S) : ANTÔNIO PINHEIRO DE OLIVEIRA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – CONTROVÉRSIA SOBRE

CABIMENTO DE RECURSO DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO – IMPROPRIEDADE.

1.Nota-se que o não-processamento do recurso extraordinário pelo Tribunal Superior do Trabalho vem desaguando, com verdadeira automaticidade, na interposição de agravo. Para tanto, articula-se com a ofensa à Carta da República, quando, na realidade, o acórdão impugnado na via excepcional faz-se alicerçado em interpretação de normas estritamente

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 84: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 84

legais – as que regem os recursos trabalhistas. No caso dos autos, deu-se essa prática.

Em momento algum, a Corte de origem adotou entendimento conflitante com a Constituição Federal. O que se observa é a tentativa de transformar o Supremo em órgão simplesmente revisor das decisões prolatadas na última instância do Judiciário Trabalhista. Este agravo somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria ser utilizado no exame de outro processo.

2.Ante o quadro, conheço do agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.965-3 (373)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : MARCO ANTÔNIO RODRIGUES DIASADV.(A/S) : PEDRO SAMPAIO DE LACERDA NETO E OUTRO

(A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. LEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM. SERVIDOR DE INSTITUIÇÃO FEDERAL DE ENSINO. QUINTOS INCORPORADOS ANTERIORMENTE À LEI Nº 8.168/91. DECADÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO EM REVER SEUS ATOS ADMINISTRATIVOS (LEI Nº 9.784/99, ART. 54). LEGALIDADE DA PORTARIA MEC Nº 474/87.

1. ‘Autarquia, com personalidade jurídica própria e distinta da União Federal, é a única legitimada a figurar no pólo passivo de demanda na qual se discute a incorporação dos ‘quintos’/décimos de função comissionada, segundo os valores estabelecidos pela Portaria MEC nº 474/87’ (AMS 2001.39.00.011043-3/PA, Rel. Desembargadora Federal Assusete Magalhães, DJU 30.03.2004).

2. Ocorrência de decadência administrativa, em face do preceituado no art. 54, caput, da Lei nº 9.784/99, a qual delimita o prazo qüinqüenal à Administração Pública para a prática de atos anulatórios. Precedentes deste Tribunal e do STJ.

3. Legalidade da Portaria MEC nº 474/87, tendo em vista que a mesma foi baixada nos termos do art. 64 do Decreto nº 94.664/87, que regulamentou a Lei nº 7.596/87.

4. Ressalva do entendimento da Relatora em sentido contrário.5. Preliminar de ilegitimidade passiva ad causam da FUB rejeitada.6. Apelação da FUB e remessa oficial improvidas.7. Apelação do impetrante provida” (fl. 88).No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição,

alegou-se violação aos arts. 5º, XXXV, 48, X, 61, § 1º, II, a, e 102, I, da mesma Carta, bem como aos arts. 43, V, e 57, II, da CF/1967, com a redação dada pela EC 1/69.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. Isso porque o acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, conforme se observa do julgamento do RE 497.141-AgR/MG, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, cuja ementa segue transcrita:

“1. Servidor público: os chamados ‘quintos’ ou ‘décimos’, incorporados durante a vigência da L. 7.596/87, em decorrência do exercício das Funções Comissionadas e Gratificadas estabelecidas pela Portaria nº 474/87, do MEC, constituem direito adquirido, não sujeitos à redução perpetrada pela L. 8.168/91. Precedentes.

2. Agravo regimental: inviável, em agravo regimental, inovar a causa com questões que não foram objeto da decisão impugnada”.

No mesmo sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 293.568/SE, Ministro Carlos Velloso; RE 431.716/PA, Rel. Min. Cezar Peluso; RE 476.765/PR e RE 471.360/MG, Rel. Min. Carlos Britto; RE 474.974/MG e RE 398.492/BA, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; RE 471.204/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie.

Além disso, a apreciação do recurso extraordinário, no caso, depende do prévio exame das normas infraconstitucionais pertinentes ao caso. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Por fim, com a negativa de seguimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 880.080/DF, com trânsito em julgado em 9/6/2009), tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.982-4 (374)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PARANAPREVIDÊNCIAADV.(A/S) : ANDRÉA CRISTINE ARCEGO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : EMA ANTUNES KENCHICOSKIADV.(A/S) : SERGIO NEY CUÉLLAR TRAMUJAS E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido reconheceu, em favor dos ora agravados, o direito de enquadrar-se nos níveis em que se aposentaram, independentemente da não ocorrência de diminuição em seus proventos com a nova reclassificação.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, XXXVI, e 40, § 8º, da mesma carta.

O agravo merece acolhida. É pacífica a jurisprudência deste Tribunal no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, não havendo falar, portanto, em violação do direito adquirido e do princípio da isonomia se a Administração altera o escalonamento hierárquico da carreira a que pertence o servidor inativo, criando novos níveis para a progressão de servidores da ativa, desde que não implique em redução dos proventos do servidor inativo. Nesse sentido:

“EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Desacerto da decisão não demonstrado. 3. Direito adquirido à regime jurídico. Inexistência. Irredutibilidade de vencimentos. Não-ocorrência. Precedentes. 4. Reenquadramento de servidores inativos na última referência no plano de cargos e salários. Impossibilidade. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 603.036-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes).

“EMENTA: I. Magistério do Estado do Paraná: reenquadramento na sistemática da LC 77/96: extensão aos inativos que preencherem os requisitos individuais exigidos. II. Servidor público: é da jurisprudência do Supremo Tribunal que não há direito adquirido a regime jurídico, no qual se inclui o nível hierárquico que o servidor ocupa na carreira. III. Recurso extraordinário: inviabilidade para o reexame dos fatos da causa, que devem ser considerados ‘na versão do acórdão recorrido’. Precedentes” (AI 598.229-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

Menciono, ainda, as seguintes decisões, entre outras: RE 560.504/DF, e RE 460.765/DF-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso.

Isso posto, com base no art. 544, § 3º e § 4º, do CPC, dou provimento ao agravo de instrumento para conhecer do recurso extraordinário e dar-lhe provimento. Honorários a serem fixados pelo Juízo de Execução, nos termos da legislação processual.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.042-4 (375)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESPADV.(A/S) : ARYSTÓBULO DE OLIVEIRA FREITAS E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO

ESTADO DE SÃO PAULO - DER/SPPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário em oposição ao acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado:

“Bem Público – Cobrança pelo uso – Levantamento – Possível a cobrança pelo uso de bem de uso comum do Povo, nos termos do artigo 103, do Código Civil em vigor. Inviável se deferir levantamento de quantia depositada por força de liminar concedida pelo Egrégio Superior Tribunal de Justiça. Recursos improvidos.”

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.A parte agravante alega, no extraordinário, ofensa ao disposto nos artigos 59, 145, II, e 150, I, da CB/88 e assevera que ao instituir “preço” pelo uso de bem comum do povo [estradas] a autarquia teria criado um verdadeiro tributo [taxa] sem a competência legislativa para tanto e sem qualquer previsão legal.

4.Preliminarmente, quanto ao requerimento de sobrestamento do feito [Pet. STF n. 102789/2009] indefiro o pedido. Cabe consignar que a previsão legal do § 1º do artigo 543 do Código de Processo Civil não pode estar dissociada do que se contém no seu caput. Diz expressamente o artigo 543

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 85: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 85

do Código de Processo Civil que “admitidos ambos os recursos, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça”. Logo, a previsão legal do § 1º do referido artigo somente tem aplicação quando os recursos especial e extraordinário forem admitidos, o que não se deu na espécie.

5.Dessa forma, nos termos do artigo 21, § 1o do RISTF, “poderá o Relator arquivar ou negar seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo, incabível ou improcedente e, ainda, quando contrariar a jurisprudência predominante do Tribunal, ou for evidente a sua incompetência”.

6.Ademais, conforme consignado na Constituição do Brasil, compete ao Superior Tribunal de Justiça apreciar eventual ofensa à legislação infraconstitucional. Por outro lado, cabe ao Supremo Tribunal Federal analisar afronta aos ditames constitucionais.

7.Quanto ao juízo de admissibilidade, tem-se que o agravo não merece provimento. O acórdão recorrido dirimiu a controvérsia com a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie --- Código Civil, Decreto n. 26.673/87 e Lei n. 9.472/97, além das resoluções do governo local. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

8.Ademais, o Tribunal a quo entendeu que a cobrança de preço pela utilização das estradas [bem de uso comum do povo] se deu com fundamento em permissivo estabelecido nas cláusulas do contrato de concessão, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame das cláusulas contratuais que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 454 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 3 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.125-9 (376)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : JOSÉ LUIZ SANTOS NOGUEIRAADV.(A/S) : ANTONIO INÊS RODRIGUESAGDO.(A/S) : JÚNIA MARIA VIEIRA SANTOS NOGUEIRAADV.(A/S) : MARIA APARECIDA CAETANO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário.

2.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, os embargos de declaração são ineficazes para ventilar matéria não arguida oportunamente. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

3.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99; e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

4.Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; o AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

5.Por fim, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.127-3 (377)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : GLAUCI MARI DA SILVAADV.(A/S) : ANA PAULA DELGADO DE SOUZA BARROSO E

OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : BANCO ITAULEASING S/AADV.(A/S) : IONÉIA ILDA VERONEZE E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, os embargos de declaração são ineficazes para ventilar matéria não arguida oportunamente. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

4.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

5.Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; o AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

6.Quanto à alegação de ofensa ao disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição do Brasil, a jurisprudência deste Tribunal fixou-se no sentido de que a verificação, em cada caso concreto, da ocorrência, ou não, de violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada situa-se no campo infraconstitucional [AI n. 135.632-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 3.9.99, AI n. 551.002-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 16.12.05].

7.Por fim, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.255-3 (378)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : GERALDO REZENDE NETOADV.(A/S) : HÉLIO BATISTA BOLOGNANI E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido porta a seguinte ementa:

“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO – SERVIDOR PÚBLICO - ACRÉSCIMOS PECUNIÁRIOS - ARTIGO 37, INCISO XIV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - NORMA DE EFICÁCIA LIMITADA - AUSÊNCIA DE REGULAMENTAÇÃO ESPECÍFICA - RESOLUÇÃO Nº 007/1999 – INAPLICABILIDADE ‘A norma contida no art. 37, inciso XIV, da Constituição da República, segundo a qual ‘os acréscimos pecuniários percebidos por servidor público não serão computados nem acumulados para fins de concessão de acréscimos posteriores tem eficácia limitada, dependendo de regulamentação para que esteja apta a produzir os seus regulares efeitos. A alteração da base de cálculo, por força da Resolução nº 007/1999, para efeito de incidência dos adicionais por tempo de serviço do servidor, encontra-se à margem da Constituição da República, possuindo o agente fiscal o direito ao cálculo do qüinqüênio sobre a remuneração (vencimento básico + GEPI)” (fl. 112).

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 37, caput e XIV, da mesma Carta.

No caso, o recurso extraordinário versa sobre matéria ¾ se a base de cálculo de adicional por tempo de serviço é a remuneração ou vencimento básico ¾ cuja repercussão geral já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 563.708-RG/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia).

Isso posto, preenchidos os demais requisitos de admissibilidade, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário e, com base no art. 328, parágrafo único do RISTF, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado, quanto ao recurso extraordinário, o disposto no art. 543-B do CPC, visto que nele discute-se questão idêntica à apreciada no RE 563.708-RG/MS.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.397-9 (379)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 86: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 86

AGTE.(S) : CHRISTIAN DAIUTO LEÃO NOALADV.(A/S) : EDSON ROBERTO BAPTISTA DE OLIVEIRA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário criminal.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se, em suma, violação ao art. 5º, LIV e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Além disso, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Por fim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.577-7 (380)PROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : OTÁVIO BATISTA DO BELÉMADV.(A/S) : FELIPE CARLOS SCHWINGEL E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário, cuja matéria constitucional nele veiculada – revisão geral anual – teve repercussão geral já reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 565.089/SP, Rel. Min. Marco Aurélio).

Isso posto, uma vez que preenchidos os demais requisitos de admissibilidade, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário e, com base no art. 328, parágrafo único do RISTF, determino a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado, quanto ao recurso extraordinário, o disposto no art. 543-B do CPC.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.585-9 (381)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : REMINGTON INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE SISTEMAS

PARA ESCRITÓRIO S/AADV.(A/S) : DOMINGOS NOVELLI VAZ E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

1.A hipótese dos autos envolve os juros de mora no período compreendido entre a data do cálculo de liquidação e a data da expedição da requisição do precatório.

2.Esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da matéria no RE 579.431-QO/RS, de minha relatoria, pub. DJE 24.10.2008 e, julgando o RE 540.410-QO/RS, rel. Min. Cezar Peluso, pub. DJE 12.9.2008, determinou a devolução daqueles autos e de todos os recursos extraordinários e agravos de instrumento que versem sobre mesma matéria ao Tribunal de origem, para os fins previstos no artigo 543-B do CPC.

3.Dessa forma, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário e, nos termos do art. 328 do RISTF, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao RE interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.630-6 (382)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : REGINA MARIA DA CUNHA PEREIRAADV.(A/S) : AROLDO PLÍNIO GONÇALVES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ CEZARINO DOS SANTOS E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ROSANA RODRIGUES MATHEUS E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso”.

3.Alega-se, no extraordinário, violação do disposto nos artigos 93, IX e 183 da Constituição do Brasil.

4.O agravo não merece provimento. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento de que "a ofensa à Constituição, que autoriza admissão do recurso extraordinário, é a ofensa direta, frontal, e não a ofensa indireta, reflexa. Se, para demonstrar a contrariedade à Constituição, tem-se, antes, de demonstrar a ofensa à norma infraconstitucional, é esta que conta para a admissibilidade do recurso" [AI n. 204.153-AgR, 1ª Turma, DJ de 30.6.00, e AI n. 231.836-AgR, 2ª Turma, DJ de 3.9.99].

5.A jurisprudência do Supremo fixou-se no sentido de que “as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição”, circunstância que não viabiliza o acesso à instância extraordinária [AI n. 238.917-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20.10.00].

6.Cabe enfatizar que não houve negativa de prestação jurisdicional. As instâncias ordinárias decidiram a causa com a motivação pertinente, nem se diga que faltou fundamentação à decisão recorrida a ponto de violar o artigo 93, inciso IX, da Constituição do Brasil. A decisão fundamentada, embora contrária à expectativa da parte, não importa em negativa de prestação jurisdicional.

7.Por fim, para dissentir-se do acórdão recorrido quanto à comprovação, ou não, do preenchimento dos requisitos necessários à configuração da usucapião urbana especial, seria necessário o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.701-0 (383)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : BANCO VOLKSWAGEN S/AADV.(A/S) : FELIPE HERNANDEZ MARQUES E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : SENA E LUCARELLI LTDA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 5º, XXII, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido decidiu a questão com base na legislação ordinária aplicável à espécie (Lei 10.931/2004). A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário (RE 271.276/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; RE 428.709/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 158.700/RJ e RE 111.441/MG, Rel. Min. Néri da Silveira; RE 485.414/RJ, Rel. Min. Ricardo Lewandowski.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.702-7 (384)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MARIA DAS GRAÇAS DE PAIVA OCLEYSADV.(A/S) : MARA DO CARMO SILVA SOUZA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAIS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 87: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 87

ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido porta a seguinte ementa:

“AÇÃO ORDINÁRIA – RECOMPOSIÇÃO SALARIAL – CONVERSÃO CRUZEIRO REAL PARA URV – AUSÊNCIA DE PERDAS – PEDIDO JULGADO IMPROCEDENTE – RECURSO IMPROVIDO. ‘Não ocorrendo as efetivas perdas salariais quando de conversão da URV, o pedido de recomposição salarial deve ser julgado improcedente’ ” (fl. 39).

No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, alegou-se violação aos arts. 5°, LV e 168 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Verifica-se que o acórdão recorrido decidiu, com respaldo em prova pericial, que a conversão dos vencimentos efetivada conforme a Lei Estadual Mineira 11.510/94 – em detrimento da sistemática prevista na Lei Federal 8.880/94 -, ensejou prejuízos aos servidores públicos estaduais, ainda que oriundos do Poder Executivo. Assim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, e de normas infraconstitucionais locais, o que atrai a incidência das Súmulas 279 e 280 do STF. Nesse sentido: AI 712.814/MG, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 645.567/MG, Rel. Min. Carlos Britto.

Por fim, observa-se que, com a negativa de provimento do agravo de instrumento pelo Superior Tribunal de Justiça (Ag 1.087.125/MG, com trânsito em julgado em 10/2/2009), tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.042-9 (385)PROCED. : MARANHÃORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ESTADO DO MARANHÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃOAGDO.(A/S) : MARGUSA - MARANHÃO GUSA S/AADV.(A/S) : JULIANA ARAÚJO ALMEIDA AYOUB E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil.

2.O acórdão recorrido entendeu que não ofende o artigo 93, IX da Constituição a sentença que usa o mesmo fundamento para julgar a ação principal e a ação cautelar quando tal fundamentação servir para ambas as sentenças proferidas num só corpo.

3.O agravante alega, no extraordinário, ofensa ao disposto no artigo 93, IX, da CB/88, e assevera que as sentenças devem ter fundamentação própria, sob pena de violação do citado dispositivo constitucional.

4.O agravo não merece provimento. A jurisprudência do Supremo fixou-se no sentido de que “as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição”, circunstância que não viabiliza o acesso à instância extraordinária [AI n. 238.917-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20.10.00].

5.Cabe enfatizar que não houve negativa de prestação jurisdicional. As instâncias ordinárias decidiram a causa com a motivação pertinente, nem se diga que faltou fundamentação à decisão recorrida a ponto de violar o artigo 93, inciso IX, da Constituição do Brasil. A decisão fundamentada, embora contrária à expectativa da parte, não importa em negativa de prestação jurisdicional.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.097-7 (386)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

UBERLÂNDIA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : PAULO CURY NETOADV.(A/S) : JOSÉ AUGUSTO NETO E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 5º, XXXII, XXXIV, e LXIX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A pretendida discussão em torno dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança possui natureza meramente processual, que envolve a apreciação de normas infraconstitucionais (RE 225.953/SP, Rel. Min. Celso de Mello; RE 212.537/SP e AI 556.279/MG, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 372.686/PA, Rel. Min. Ellen Gracie).

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido faz-se necessário o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 279 do STF.

Por fim, com a negativa de seguimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça, tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.175-5 (387)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULAGDO.(A/S) : VITÓRIA BERNARDES FERREIRAADV.(A/S) : MARCO ANTONIO COSTA SOUZA E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido entendeu que houve inaceitável omissão estatal geradora do dever de indenizar, vez que a inoperância do Estado retirou da vítima a possibilidade de conhecer o autor do disparo e ajuizar as medidas cabíveis, cuja ementa segue transcrita:

“EMBARGOS INFRINGENTES. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA POR DANOS MORAIS E MATERIAIS, CUMULADA COM PEDIDO DE PENSÃO. ASSALTO DE ARMAZÉM. VÍTIMA QUE FICOU TETRAPLÉGICA. OMISSÃO DO ESTADO EM INVESTIGAR O OCORRIDO. TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. (...)” (fl. 151).

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 37, § 6º, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. É que para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência das Súmulas 279 do STF (AI 636.661-AgR-ED/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia; RE 556.461-AgR/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.264-7 (388)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : MINA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS E

AGROPASTORIS LTDAADV.(A/S) : EDMAR TEIXEIRA DE PAULA JÚNIOR E OUTRO

(A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, II, LIV e LV, 93, IX, e 184, § 2º, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais (Lei 8.629/1993). A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Além disso, o Tribunal entende não ser cabível a interposição de RE por contrariedade ao art. 5º, II, da Constituição Federal, quando a verificação da ofensa envolva a reapreciação de interpretação dada a normas infraconstitucionais pelo Tribunal a quo (Súmula 636 do STF).

Outrossim, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, XXXV, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Ademais, não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso;

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 88: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 88

AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.Por fim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão

recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.359-2 (389)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : ANA BEATRIZ DE BARROS ZANELLA BEDINADV.(A/S) : MARITZA REGINA VALLE DE BARROS E OUTRO

(A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 41, caput, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que a apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.396-6 (390)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : CATARINA APARECIDA DOS REIS GUEDESADV.(A/S) : SÉRGIO MURILO DINIZ BRAGA E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, recurso extraordinário, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa aos arts. 2º, 5º, LIV, 37, IX, 40, III, e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada, à exceção do art. 40, III, da Constituição, não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso nao prosperaria. É que para se chegar ao exame da alegada ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas infraconstitucionais locais, o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do STF.

Por fim, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, LIV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Ademais, não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Isso posto, nego seguimento a recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.756-2 (391)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁAGDO.(A/S) : FLORIVALDO PALÁCIOS

ADV.(A/S) : SÉRGIO NEY CUÉLLAR TRAMUJAS

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido reconheceu, em favor do ora agravado, o direito de reenquadramento na função que efetivamente exercia, anteriormente à Lei Estadual 13.666/2002, preservando-se o nível que ostentava, quando da sua aposentadoria ocorrida na vigência da Lei Estadual 7.424/1980.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 40, § 8º, da mesma carta.

O agravo merece acolhida. É pacífica a jurisprudência deste Tribunal no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, não havendo falar, portanto, em violação do direito adquirido e do princípio da isonomia se a Administração altera o escalonamento hierárquico da carreira a que pertence o servidor inativo, criando novos níveis para a progressão de servidores da ativa, desde que não implique em redução dos proventos do servidor inativo. Nesse sentido:

“EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Desacerto da decisão não demonstrado. 3. Direito adquirido à regime jurídico. Inexistência. Irredutibilidade de vencimentos. Não-ocorrência. Precedentes. 4. Reenquadramento de servidores inativos na última referência no plano de cargos e salários. Impossibilidade. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 603.036-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes).

“EMENTA: I. Magistério do Estado do Paraná: reenquadramento na sistemática da LC 77/96: extensão aos inativos que preencherem os requisitos individuais exigidos. II. Servidor público: é da jurisprudência do Supremo Tribunal que não há direito adquirido a regime jurídico, no qual se inclui o nível hierárquico que o servidor ocupa na carreira. III. Recurso extraordinário: inviabilidade para o reexame dos fatos da causa, que devem ser considerados ‘na versão do acórdão recorrido’. Precedentes” (AI 598.229-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

Cito ainda, as seguintes decisões, entre outras: RE 560.504/DF, e RE 460.765/DF-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso.

Isso posto, com base no art. 544, § 3º e § 4º, do CPC, dou provimento ao agravo de instrumento para conhecer do recurso extraordinário e dar-lhe provimento. Honorários a serem fixados pelo Juízo de Execução, nos termos da legislação processual.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.904-7 (392)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ZENIRA ALVES PEREIRAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : MARILZA DA SILVA ECCARDADV.(A/S) : PAULO MARCUS PEREIRA NUNES

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.A Segunda Turma Recursal do Conselho dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Estado do Rio de Janeiro manteve a decisão prolatada em sentença pelos seus próprios fundamentos conforme disposição no art. 46 da Lei n. 9.099/95.

4.A agravante alega violação do disposto nos artigos 1º, III, 5º, XXXII, XXXV, LIV e LV, 7º, X, e 93, IX, da Constituição do Brasil.

5.O agravo não merece provimento. A controvérsia foi decidida no plano da legislação infraconstitucional. Trata-se, portanto, de ofensa indireta à Constituição, insuficiente para desafiar a via extraordinária.

6.Este Tribunal fixou jurisprudência no sentido de que “a ofensa à Constituição, que autoriza admissão do recurso extraordinário, é a ofensa direta, frontal, e não a ofensa indireta, reflexa. Se, para demonstrar a contrariedade à Constituição, tem-se, antes, de demonstrar a ofensa à norma infraconstitucional, é esta que conta para a admissibilidade do recurso” [AI n. 204.153–AgR, 1ª Turma, DJ de 30.6.00, e AI n. 231.836–AgR, 2ª Turma, DJ de 3.9.99].

7.Por fim, esta Corte fixou entendimento de que não fere o art. 93, IX, a decisão proferida por turma recursal que confirma a sentença proferida pelos seus próprios fundamentos. Nesse sentido, o AI n. 453.483-AgR, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ 8.6.07, assim ementado:

“DECISÃO - TURMA RECURSAL - FUNDAMENTAÇÃO. A Lei nº 9.099/95 viabiliza a adoção pela turma recursal dos fundamentos contidos na sentença proferida, não cabendo cogitar de transgressão do artigo 93, inciso IX, da Constituição Federal”.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 89: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 89

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.940-3 (393)PROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : FUNDAÇÃO DE APOSENTADORIAS E PENSÕES DO

ESTADO DE PERNAMBUCOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCOAGDO.(A/S) : MARIA BETÂNIA CAVALCANTI JARDIM E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ OMAR DE MELO JÚNIOR

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.O agravo não merece conhecimento. Não há carimbo de protocolo na petição de recurso extraordinário, o que impede a verificação de sua tempestividade. Aqui incide a Súmula n. 639 do STF.

3.Este Tribunal fixou entendimento no sentido de que o ônus de fiscalizar a correta formação do instrumento é exclusivo do agravante [AI n. 237.361-AgR, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 1º.10.99].

Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.708-0 (394)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PARANAPREVIDÊNCIAADV.(A/S) : ANDRÉA CRISTINE ARCEGO E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : VALENTIM DE REZENDEADV.(A/S) : SERGIO NEY CUÉLLAR TRAMUJAS E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido reconheceu, em favor do ora agravado, o direito de enquadrar-se no último nível funcional da carreira de Agente de Execução, instituído pela Lei 13.666/2002.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 40, § 8º, da mesma carta.

O agravo merece acolhida. É pacífica a jurisprudência deste Tribunal no sentido de que não há direito adquirido a regime jurídico, não havendo falar, portanto, em violação do direito adquirido e do princípio da isonomia se a Administração altera o escalonamento hierárquico da carreira a que pertence o servidor inativo, criando novos níveis para a progressão de servidores da ativa, desde que não implique em redução dos proventos do servidor inativo. Nesse sentido:

“EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Desacerto da decisão não demonstrado. 3. Direito adquirido à regime jurídico. Inexistência. Irredutibilidade de vencimentos. Não-ocorrência. Precedentes. 4. Reenquadramento de servidores inativos na última referência no plano de cargos e salários. Impossibilidade. Precedentes. 5. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 603.036-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes).

“EMENTA: I. Magistério do Estado do Paraná: reenquadramento na sistemática da LC 77/96: extensão aos inativos que preencherem os requisitos individuais exigidos. II. Servidor público: é da jurisprudência do Supremo Tribunal que não há direito adquirido a regime jurídico, no qual se inclui o nível hierárquico que o servidor ocupa na carreira. III. Recurso extraordinário: inviabilidade para o reexame dos fatos da causa, que devem ser considerados ‘na versão do acórdão recorrido’. Precedentes” (AI 598.229-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

Menciono, ainda, as seguintes decisões, entre outras: RE 560.504/DF, e RE 460.765/DF-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso.

Isso posto, com base no art. 544, § 3º e § 4º, do CPC, dou provimento ao agravo de instrumento para conhecer do recurso extraordinário e dar-lhe provimento. Honorários a serem fixados pelo Juízo de Execução, nos termos da legislação processual.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.138-1 (395)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE MURIAÉPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE MURÍAÉ

AGDO.(A/S) : GILMAR LOPES DE FARIAADV.(A/S) : TÚLIO SANTOS SYGILIÃO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil.

2.Alega-se, no recurso extraordinário, ofensa ao disposto nos artigos 5º, caput, e 201, § 9º, da CB/88.

3.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

4.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, não foram opostos embargos de declaração para suprir eventual omissão. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do STF.

5.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

6.A controvérsia foi decidida com amparo na legislação local --- Lei Municipal n. 1.468/92 e artigo 36, § 7º, da Constituição do Estado de Minas Gerais. Incide aqui a Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário [AI n. 204.153-AgR, DJ de 30.6.00, e AI n. 231.836-AgR, DJ de 3.9.99].

7.Por fim, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.570-0 (396)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PAULO HENRIQUE DE SOUSA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : DAVID ODISIO HISSA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. RETRIBUIÇÃO ADICIONAL VARIÁVEL – RAV. TÉCNICOS DO TESOURO NACIONAL - TTN. AUDITORES FISCAIS DO TESOURO NACIONAL - AFTN. MEDIDA PROVISÓRIA 831, DE 1995, ART. 8º.

1. O art. 8º da Medida Provisória 831, de 1995, apenas determinou o limite máximo para o valor a ser pago da Retribuição Adicional Variável – RAV, não fixando esse limite máximo como percentual único da RAV, nem determinou que as categorias de AFTN e TTN recebessem o mesmo percentual.

2. Os Auditores Fiscais do Tesouro Nacional – AFTN e os Técnicos do Tesouro Nacional – TTN são categorias distintas, não existindo qualquer vinculação do percentual da RAV paga aos TTN e à devida aos AFTN.

3. Precedente da Segunda Turma do TRF-1: AMS 1998.01.00.064686-0/DF, rel. Juíza Assusete Magalhães (DJ 29.11.2000).

4. Ação provida” (fl. 115).No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, alegou-se

ofensa aos arts. 5º, XXXV, LV, 37, XIII, e 93, IX, da mesma Carta.O agravo não merece acolhida. Verifico que os fundamentos e o

pedido trazidos na petição de recurso extraordinário são pela procedência de ação rescisória proposta pelos recorrentes, no entanto, como se conclui da ementa citada, a ação rescisória julgada procedente pelo acórdão recorrido foi proposta pela outra parte, a União. Desse modo está caracterizada a deficiência de fundamentação do RE, tornando inviável o seu conhecimento a teor da Súmula 284 do STF. No mesmo sentido: AI 497.740/PA e RE 560.972/RN, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 730.851/SP, Rel. Min. Cezar Peluso.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. Como tem consignado o Tribunal, por meio de remansosa jurisprudência, a alegada violação ao art. 5º, XXXV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Ademais, não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 90: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 90

Mello.Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.744-1 (397)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : BANCO SANTANDER S/AADV.(A/S) : CARLA FABIANA RODRIGUES DA SILVA E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : JORGE MANOEL DE OLIVEIRAADV.(A/S) : RENATO FLORES CERQUEIRA

DECISÃO: Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, artigo 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, artigo 102, III, § 3º].

2.Alega-se, no recurso extraordinário, ofensa ao disposto no artigo 5º, incisos XXXV e XXXVI, da Constituição do Brasil.

3.O agravo não merece provimento. A controvérsia foi decidida no plano da legislação infraconstitucional --- Lei n. 8.078/90, Código de Defesa do Consumidor. Trata-se, portanto, de ofensa indireta à Constituição, insuficiente para desafiar a via extraordinária.

4.Este Tribunal fixou jurisprudência no sentido de que “a ofensa à Constituição, que autoriza admissão do recurso extraordinário, é a ofensa direta, frontal, e não a ofensa indireta, reflexa. Se, para demonstrar a contrariedade à Constituição, tem-se, antes, de demonstrar a ofensa à norma infraconstitucional, é esta que conta para a admissibilidade do recurso” [AI n. 204.153–AgR, 1ª Turma, DJ de 30.6.00, e AI n. 231.836–AgR, 2ª Turma, DJ de 3.9.99].

5.Ademais, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame de fatos e provas e a análise de cláusulas de contrato, o que é vedado nesta instância, em face do óbice das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.831-8 (398)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : GERMANO PIMENTEL MARTINS DE CASTROADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento ao recurso extraordinário.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, os embargos de declaração são ineficazes para ventilar matéria não arguida oportunamente. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

4.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

5.Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; o AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

6.Por fim, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido implicaria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.852-8 (399)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : JANICE MARIA SALGADOADV.(A/S) : DALMO ROGÉRIO SOUZA DE ALBUQUERQUE E

OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.O agravo não merece provimento. A Administração Pública poderia alterar a sistemática de cálculo da Gratificação de Produção Suplementar – GPS --- com fundamento na Súmula 473 do STF --- desde que essa alteração não implicasse redução da remuneração dos agravados. Nesse sentido: RE n. 241.884, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 12.9.03.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.318-3 (400)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : TELET S/AADV.(A/S) : LUANA PUGGINA CONCLI E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SANTA

CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SANTA CATARINA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, c e d, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 22, IV, 93, IX, e 109, I, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Outrossim, a exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu.

Por fim, verifico que o acórdão recorrido não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. Incabível, portanto, o recurso pela alínea c do art. 102, III, da Constituição. Nesse sentido: AI 559.324/RJ; AI 488.107/SP, entre outros.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.346-8 (401)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : EUGENIO MORANDADV.(A/S) : MARCELO JOSÉ FERREIRA SOARES E OUTRO

(A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 2º, 5º, XXXVI, 37, XIV, e 40 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 91: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 91

constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir a omissão relativa aos arts. 2º, e 5º, XXXVI, da Constituição, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido faz-se necessário analisar normas infraconstitucionais locais (Lei Estadual 2.565/96) e o conjunto fático-probatório constante dos autos, o que inviabiliza o extraordinário, a teor das Súmulas 279 e 280 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.347-5 (402)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JOÃO MARIA PEREIRAADV.(A/S) : TICIANE DALLA VECCHIAAGDO.(A/S) : COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPELADV.(A/S) : FABRÍCIO FABIANI PEREIRA E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a e c, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, LV, e 93, IX, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Além disso, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, XXXV, LIV e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Ademais, não há contrariedade ao art. 93, IX, da mesma Carta, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Por fim, verifico que o acórdão recorrido não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. Incabível, portanto, o recurso pela alínea c do art. 102, III, da Constituição. Nesse sentido: AI 559.324/RJ; AI 488.107/SP, entre outros.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.362-1 (403)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : ROBERTO ZANETTEADV.(A/S) : SILVINO JOAQUIM LOPES NETO E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 5º, XXXVI, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais (Lei 8.112/90). A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Além disso, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Cabe, por oportuno, transcrever trecho do acórdão recorrido:“Como salienta o recurso, de setembro de 1999 a agosto de 2005, o

servidor permaneceu por 47 meses em licença.(...)Deste modo, temos o reconhecimento da Administração, ao lado do

histórico apresentado, mostrando que o autor desde 1999 não tem maios condições de trabalhar, o que prova que deveria ter sido anteriormente aposentado” (fl. 133).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.

Brasília, 15 de setembro de 2009.Ministro RICARDO LEWANDOWSKI

- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.370-3 (404)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERALAGDO.(A/S) : IVONE MARTINS DE MORAESADV.(A/S) : LUIZA RODRIGUES PEREIRA E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, XXXV, 25, 32, § 1º, e 37 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, não opostos embargos declaratórios para suprir a omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É pacífico o entendimento nesta Corte de que não cabe rever, em recurso extraordinário, questões processuais de natureza infraconstitucional relativas aos requisitos de admissibilidade de recurso da competência do Superior Tribunal de Justiça. Nesse sentido, menciono julgados de ambas as Turmas desta Corte:

“Recurso extraordinário: inadmissibilidade: acórdão que decidiu questão relativa ao cabimento de embargos de divergência em recurso especial, que se esgota no âmbito da jurisdição do Superior Tribunal de Justiça; ausência de prequestionamento do dispositivo constitucional tido por violado” (AI 245.920-AgR/CE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. A decisão do Superior Tribunal de Justiça, que dá provimento a embargos de divergência para conhecer do recurso especial e determina o retorno dos autos à Primeira Turma daquele Tribunal para continuidade do julgamento, diz respeito às normas processuais de natureza infraconstitucional, circunstância impeditiva da subida do extraordinário. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 591.815-AgR/PR, Rel. Min. Eros Grau).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGADA VIOLAÇÃO A PRECEITOS INSCRITOS NA CARTA POLÍTICA - REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE DO RECURSO ESPECIAL (STJ) - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - RECURSO IMPROVIDO. - A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a discussão em torno dos requisitos de admissibilidade do recurso especial, dirigido ao Superior Tribunal de Justiça, não viabiliza o acesso à via recursal extraordinária, por tratar-se de tema de caráter eminentemente infraconstitucional, exceto se o julgamento emanado dessa Alta Corte judiciária apoiar-se em premissas que conflitem, diretamente, com o que dispõe o art. 105, III, da Carta Política. Precedentes” (AI 442.654-AgR/PE, Rel. Min. Celso de Mello).

Cito, ainda, entre outros precedentes: AI 399.530-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 521.875-AgR/SP, Rel. Min. Joaquim Barbosa; AI 551.506-AgR/RJ, Rel. Min. Eros Grau; AI 626.814-ED/MG, Rel. Min. Menezes Direito.

Além disso, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, XXXV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.425-3 (405)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO

BANCO DO BRASIL - PREVIADV.(A/S) : JOSÉ FRANCISCO DE OLIVEIRA SANTOS E OUTRO

(A/S)AGDO.(A/S) : ADILSON CRUZ PIRES RIBEIRO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ MOTA SANTOS E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido porta a seguinte

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 92: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 92

ementa:“AÇÃO ORDINÁRIA - PREVIDÊNCIA PRIVADA - REGULAMENTO -

DÚVIDA - INTERPRETAÇÃO A FAVOR DO ASSOCIADO. O regulamento da previdência social privada deve ser claro e específico, e, no caso de dúvida, contradição ou obscuridade, a interpretação deve ser feita a favor do associado” (fl. 113).

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, XXXVI, 40, 195, § 5º, e 202, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. À exceção do art. 202, da Constituição, os demais dispositivos não foram prequestionados. Assim, como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional em embargos de declaração, não supre o prequestionamento.

Além disso, a apreciação do RE demanda o exame de matéria de fato e a interpretação de cláusulas contratuais, o que atrai a incidência das Súmulas 279 e 454 do STF.

Por fim, com a negativa de provimento ao agravo de instrumento pelo Superior Tribunal de Justiça (Ag 1.078.311/MG, com trânsito em julgado em 17/8/2009), tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.444-9 (406)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : CORREIO DO ESTADO S/AADV.(A/S) : LAÉRCIO ARRUDA GUILHEM E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : TACIANA TATIANA FARIASADV.(A/S) : JOSUÉ FERREIRAINTDO.(A/S) : TV GLOBO LTDAADV.(A/S) : MARCOS VINÍCIUS LUCCA BOLIGON E OUTRO

(A/S)INTDO.(A/S) : TVSBT - CANAL 4 DE SÃO PAULO S/AADV.(A/S) : LAÉRCIO ARRUDA GUILHEMINTDO.(A/S) : EDITORA ABRIL S/AADV.(A/S) : LOURIVAL J SANTOS E OUTRO (A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário. O acórdão recorrido entendeu que a falta de nova publicação, pela imprensa, de notícias com destaque equivalente ao da reportagem anterior, esclarecendo que, com o desenrolar das averiguações, descobriu-se que a autora não tinha nenhum envolvimento com o fato divulgado, acarreta dano moral indenizável.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, IV, IX, XIV, XXXIII, e 220, §§ 1º e 2º, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. É que a discussão acerca da existência de dano moral indenizável demanda o exame de matéria de fato, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.569-3 (407)PROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : BANCO BRADESCO S/AADV.(A/S) : EDUARDO ARRUDA ALVIMAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MATO

GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MATO GROSSO DO SULINTDO.(A/S) : BANCO DO BRASIL S/A

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5°, caput, LIV, 24, I, 30, I, II, 48, XIII, 127, 129, 170, IV e 192 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. À exceção dos arts. 48, XIII e 192, da Constituição, os demais dispositivos não foram prequestionados. Assim, como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência do Tribunal, conforme se observa da ementa do RE 432.789/SC, Rel. Min. Eros Grau, a

seguir transcrita: “RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.

CONSUMIDOR. INSTITUIÇÃO BANCÁRIA. ATENDIMENTO AO PÚBLICO. FILA. TEMPO DE ESPERA. LEI MUNICIPAL. NORMA DE INTERESSE LOCAL. LEGITIMIDADE.

Lei Municipal n. 4.188/01. Banco. Atendimento ao público e tempo máximo de espera na fila. Matéria que não se confunde com a atinente às atividades-fim das instituições bancárias. Matéria de interesse local e de proteção ao consumidor. Competência legislativa do Município.

Recurso extraordinário conhecido e provido.” No mesmo sentido: AI 427.373-AgR/RS, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI

695.895/MT, Rel. Min. Celso de Mello. Além disso, a orientação desta Corte, por meio de remansosa

jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, LIV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.683-8 (408)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : COMPANHIA SIDERÚRGICA NACIONALADV.(A/S) : BRUNO PINHEIRO BARATAAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa ao art. 5º, XXXIII e XXXV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. O acórdão recorrido decidiu a causa à luz da legislação trabalhista. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 539.736/SP, Rel. Min. Celso de Mello; AI 586.372/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 580.066/SC, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 523.714/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Além disso, a apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Quanto ao art. 5º, XXXV, da Constituição, observe-se que julgamento contrário aos interesses da parte não basta à configuração da negativa de prestação jurisdicional.

Por fim, a discussão acerca das perícias a serem realizadas, demanda o exame de matéria de fato, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 677.039-8

(409)

PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMBTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAEMBDO.(A/S) : RENATO PEREIRA DA COSTAADV.(A/S) : PAULO GUSTAVO LOUREIRO OURICURI E OUTRO

(A/S)

Trata-se de embargos de declaração de caráter nitidamente infringente do julgado.

A garantia constitucional do contraditório impõe que se ouça previamente o embargado.

Assim, abra-se vista, pelo prazo de 5 (cinco) dias.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.188-1

(410)

PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMBTE.(S) : RIO BRANCO ALIMENTOS S/AADV.(A/S) : SORAYA DE ALMEIDA CLEMENTINO E OUTRO

(A/S)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 93: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 93

ADV.(A/S) : GLEISY ANDRADE MORAISEMBDO.(A/S) : MAYER DE SOUZA LEMOSADV.(A/S) : MARCO ANTONIO MARTINS DE CARVALHOEMBDO.(A/S) : LVM PRODOTTI ALIMENTARI LTDA

Trata-se de embargos de declaração opostos contra acórdão da Primeira Turma que negou seguimento ao agravo regimental.

Insurgiu-se a embargante contra suposta omissão no acórdão embargado.

Passo a decidir.Bem examinados os autos, verifico que o presente recurso foi

interposto extemporaneamente. É que os embargos de declaração foram protocolizados em 21/5/2009 (fl. 106), antes da publicação do acórdão recorrido que se deu em 5/6/2009 (fl. 104).

Esta Corte firmou entendimento no sentido de considerar extemporâneo o recurso interposto antes da publicação do acórdão de que se recorre, sem que haja a devida ratificação do ato. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, dentre outras: AI 699.165-AgR/BA, Rel. Min. Eros Grau; AI 693.244-ED/SC e RE 320.440-AgR/RJ, Rel. Min. Ellen Gracie; AI 502.004-AgR/MG, Rel. Min. Carlos Britto; AI 375.124-AgR-ED/MG, Rel. Min. Celso de Mello; AI 255.654-AgR/MG, Rel. Min. Sydney Sanches.

Isso posto, rejeito, desde logo, os presentes embargos declaratórios (art. 21, § 1º, do RISTF).

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.147-1

(411)

PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMBTE.(S) : VASILI UZUMADV.(A/S) : VASILI UZUMEMBDO.(A/S) : CREUSA GARCIA DA CRUZ UZUMADV.(A/S) : SANTO FAZZIO NETTO E OUTRO (A/S)

Trata-se de embargos de declaração opostos contra decisão que negou provimento ao agravo regimental.

O recurso não deve ser conhecido.É que, na decisão agravada, aplicou-se multa ao ora agravante no

valor de 5% (cinco por cento) do valor corrigido da causa e condicionou-se a interposição de qualquer outro recurso ao depósito do respectivo valor. No entanto, o referido depósito não foi efetuado, como se constata da certidão de fl. 290.

A ausência do prévio recolhimento da multa importa o não-conhecimento do recurso, uma vez que esse atua como pressuposto objetivo de recorribilidade. Nesse sentido, é o entendimento de ambas as Turmas: RE 246.337-AgR-ED/RS, Rel. Min. Celso de Mello; AI 491.764-AgR-ED/MG, Rel. Min. Cezar Peluso, e AI 233.671-AgR-ED/SC, Rel. para acórdão Min. Maurício Corrêa.

Isso posto, não conheço dos embargos de declaração opostos.Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 299.605-0

(412)

PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEEMBTE.(S) : EQUITEL S/A EQUIPAMENTOS E SISTEMAS DE

TELECOMUNICAÇÕESADVDOS. : LUIS HENRIQUE DA SILVA E OUTROSEMBDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Tendo em vista a oposição de embargos de declaração com pedido de efeito modificativo (fls. 407-415), manifeste-se a União, ora embargada, no prazo de dez dias.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.926-0

(413)

PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUEMBTE.(S) : CAIXA BENEFICENTE DA POLÍCIA MILITAR DO

ESTADOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOEMBDO.(A/S) : HILDA MARIA LACERDA JARDIM AUGUSTO E OUTRO

(A/S)

ADV.(A/S) : NATÁLIA TRINDADE VARELA DUTRA E OUTRO (A/S)

DESPACHO: Dê-se vista à PGR para elaboração de parecer.Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 730.451-1 (414)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIEMBTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOEMBDO.(A/S) : EUFRASIO FERREIRA DOS SANTOSADV.(A/S) : RAUL SCHWINDEN JÚNIOR E OUTRO (A/S)

Trata-se de embargos de declaração opostos contra decisão que deu provimento ao agravo de instrumento para conhecer e dar provimento ao recurso extraordinário.

Assiste razão ao embargante ao sustentar, em suma, que se mostra omissa a decisão quanto ao estabelecimento dos honorários de sucumbência.

Isso posto, acolho os embargos de declaração para determinar que os honorários devem ser fixados pelo Juízo da execução, nos termos da legislação processual.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

EMB.DECL.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.259-3 (415)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. EROS GRAUEMBTE.(S) : MADEIREIRA MAYER LTDAADV.(A/S) : SILVIO LUIZ DE COSTA E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Trata-se de embargos de declaração contra decisão que determinou a devolução dos autos ao Tribunal de origem, observado o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

2.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da questão constitucional nele suscitada.

3.A devolução dos autos ao Tribunal de origem não causa prejuízo às partes, visto que tão-logo julgado o mérito do extraordinário submetido à apreciação do Plenário do STF os Tribunais, Turmas de Uniformização ou Turmas Recursais poderão declarar prejudicados os demais recursos atinentes à mesma questão ou retratar-se [CPC, artigo 543-B, § 3º].

4.Além disso, a decisão que determina a devolução dos autos não é dotada de caráter decisório, consubstancia ato de mero encaminhamento deles ao Tribunal de origem.

Nego seguimento ao recurso [art. 21, § 1º, do RISTF] e determino a imediata a devolução dos autos à origem, para que seja observado o disposto no artigo 543-B e seus parágrafos do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

EMB.DIV.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 685.071-0 (416)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : ROBSON ANTUNESADV.(A/S) : NEIDE MACIEL CORDEIROEMBDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

DECISÃOEMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS

ESPECIAIS. CORONÉIS DA POLÍCIA MILITAR E DO CORPO DE BOMBEIROS. INEXISTÊNCIA DE DIVERGÊNCIA. EMBARGOS NÃO ADMITIDOS.

Relatório1. Embargos de divergência opostos contra o seguinte julgado da

Segunda Turma deste Supremo Tribunal Federal:“AGRAVO DE INSTRUMENTO – GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS

ESPECIAIS – CONCESSÃO AOS CORONÉIS DA POLÍCIA MILITAR E DO CORPO DE BOMBEIROS – PRETENDIDA EXTENSÃO JURISDICIONAL A MILITARES DE PATENTE DISTINTAS – INADMISSIBILIDADE – RESERVA DE LEI E POSTULADO DA SEPARAÇÃO DE PODERES – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.” (fl. 86).

2. O Embargante alega que “o nomen iuris da vantagem não tem o condão de transformar a sua natureza. Não é pelo nome que uma vantagem

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 94: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 94

de caráter geral, decorrente do exercício de funções regulares de um cargo de carreira, e estendida a todos aqueles que o ocuparam, passará a se enquadrar como vantagem pessoal. São as características da vantagem, sua causa, e o fato gerador do direito à sua percepção que servem de critérios para a definição de sua natureza jurídica. A vantagem pessoal diz respeito à pessoa e não ao cargo. Se a parcela for devida a todos os integrantes de um cargo de carreira, sem interferência da condição pessoal para a sua aquisição, deixa de ser pessoal e fica submetida aos preceitos constitucionais previstos nos arts. 37, X (ativos), e 40, § 4º (inativos), da Constituição Federal.” (fl. 96-97).

Afirma, também, que “configurou-se dissimulada a majoração da remuneração dos coronéis estaduais, de forma a contrariar o princípio da generalidade e da universalidade de reajustamento assegurado no artigo 37, inciso X, da Constituição Federal, na redação vigente no ano em que se concedido o aludido benefício pelo Processo Administrativo E-12/790/94.” (fl. 97-98).

Requer sejam acolhidos os embargos de divergência para que seja conhecido o recurso extraordinário.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Embargante.Os embargos de divergência são cabíveis de decisão de Turma deste

Supremo Tribunal que divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário (art. 330 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

4. No caso presente, o Embargante limita-se a recorrer das decisões da Segunda Turma, pretendendo discutir o seu acerto, sem demonstrar a existência de divergência entre o que decidido por aquele colegiado e decisões proferidas pela Primeira Turma ou pelo Plenário deste Supremo Tribunal, única hipótese de cabimento dos embargos de divergência.

5. Ademais, na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a caracterização do conflito jurisprudencial depende da demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e os paradigmas apontados como divergentes, não bastando apenas a citação desses últimos:

“... - O acórdão-paradigma, para legitimar a oposição de embargos de divergência, deve referir-se a situações, que, considerados os elementos essenciais a ela inerentes, permitam estabelecer, ante a especificidade de que se revestem, a necessária relação de pertinência com a tese jurídica que a decisão embargada, em frontal dissenso com o padrão de confronto invocado, veio a acolher no julgamento da causa. Inocorrência, no caso ora em exame, desse específico pressuposto de admissibilidade dos embargos de divergência.

- A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento dos embargos de divergência - ou de não-conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão-paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou que tornam assemelhados os casos em confronto, não bastando, para os fins a que se refere o art. 331 do RISTF, a mera transcrição das ementas dos acórdãos invocados como referências paradigmáticas, nem simples alegações genéricas pertinentes à suposta ocorrência de dissenso pretoriano. Precedentes.” (grifei - RE 255.328-ED-EDv-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJ 30.5.2003)

No mesmo sentido, Recursos Extraordinários n. 107.510-EDv, DJ 27.10.1994, e 113.259-EDv, DJ 3.2.1995, ambos proferidos pelo Plenário e relatados pelo Ministro Celso de Mello, além das decisões monocráticas proferidas no Agravos de Instrumento n. 615.686-AgR-EDv, de minha relatoria, divulgada no DJe em 8.10.2008, e 691.221-AgR-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 3.4.2009, e no Recurso Extraordinário n. 505.919-AgR-ED-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 4.8.2009. Neste último, o eminente Relator destacou que:

“Revela-se legítima, desse modo, a recusa liminar de processamento dos embargos de divergência, sempre que a parte que deles se utilizar descumprir, como no caso, a obrigação formal de proceder ao confronto analítico entre as decisões invocadas como referência paradigmática, de um lado, e o acórdão embargado, de outro:

‘A utilização adequada dos embargos de divergência impõe ao recorrente o dever de demonstrar, de maneira objetiva e analítica, o dissídio interpretativo alegado, reproduzindo, para efeito de sua caracterização, os trechos que configuram a divergência indicada e mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto. O desatendimento desse dever processual legitima o indeferimento liminar da petição recursal ou justifica, quando já admitidos, o não-conhecimento dos embargos de divergência.’

(RTJ 157/975-976, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)‘A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento

dos embargos de divergência - ou de não- -conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em

confronto.’(RTJ 186/715, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)A inviabilidade dos presentes embargos de divergência, em

decorrência das razões ora mencionadas, impõe uma observação adicional: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar.

Cumpre acentuar, neste ponto, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175).

Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO).”

6. Pelo exposto, não admito os embargos de divergência (art. 335 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DIV.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 693.491-9 (417)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : HOSPITAL SÃO LUCAS LTDAADV.(A/S) : MÚCIO RICARDO CALEIRO ACERBI E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : SERVIÇO SOCIAL DO COMÉRCIO - SESC/ARMG E

OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ROBERTO ROSAS E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICRO E

PEQUENAS EMPRESAS - SEBRAEADV.(A/S) : LARISSA MOREIRA COSTA E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOEMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CONTRIBUIÇÃO AO SESC E

SENAC. EMPRESAS EXCLUSIVAMENTE PRESTADORAS DE SERVIÇO. DEMOSTRAÇÃO ANALÍTICA DA DIVERGÊNCIA. EMBARGOS NÃO ADMITIDOS.

Relatório1. Embargos de divergência opostos contra o seguinte julgado da

Segunda Turma deste Supremo Tribunal Federal:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE ISNTRUMENTO.

TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO SESC E SENAC. EMPRESAS EXCLUSIVAMENTE PRESTADORAS DE SERVIÇOS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. INVIABILIDADE. SÚMULA N. 636 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.

1. Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição. Inviabilidade do extraordinário.

2. Incidência da Súmula n. 636 do STF: ‘não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando sua verificação pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida’.” (fl. 250).

2. O Embargante alega que “as contribuições destinadas ao SESC e SENAC, estão adstritas à sua vinculação sindical” sendo as referidas contribuições “previstas pelas precisas disposições do Decreto-Lei nº 9.853, de 13 de setembro de 1946, e do Decreto-Lei nº 8.621, de 10 de janeiro de 1946.” (fl. 257).

Afirma, também, que “convém ressaltar que a Confederação Nacional de Saúde (CNS), instituída a partir de 1994, é a entidade legítima para representar os sindicatos ligados à área da saúde, e, portanto, a pessoa capaz para o recebimento da contribuição que hoje é destinada ao SESC, SENAC e SEBRAE.” (fl. 259).

Requer o provimento dos embargos de divergência para que seja provido o recurso.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Embargante.Os embargos de divergência são cabíveis de decisão de Turma deste

Supremo Tribunal que divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário (art. 330 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

4. No caso presente, o Embargante limita-se a recorrer das decisões da Segunda Turma, pretendendo discutir o seu acerto, sem demonstrar a existência de divergência entre o que decidido por aquele colegiado e decisões proferidas pela Primeira Turma ou pelo Plenário deste Supremo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 95: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 95

Tribunal, única hipótese de cabimento dos embargos de divergência.5. Ademais, na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal

Federal, a caracterização do conflito jurisprudencial depende da demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e os paradigmas apontados como divergentes, não bastando apenas a citação desses últimos:

“... - O acórdão-paradigma, para legitimar a oposição de embargos de divergência, deve referir-se a situações, que, considerados os elementos essenciais a ela inerentes, permitam estabelecer, ante a especificidade de que se revestem, a necessária relação de pertinência com a tese jurídica que a decisão embargada, em frontal dissenso com o padrão de confronto invocado, veio a acolher no julgamento da causa. Inocorrência, no caso ora em exame, desse específico pressuposto de admissibilidade dos embargos de divergência.

- A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento dos embargos de divergência - ou de não-conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão-paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou que tornam assemelhados os casos em confronto, não bastando, para os fins a que se refere o art. 331 do RISTF, a mera transcrição das ementas dos acórdãos invocados como referências paradigmáticas, nem simples alegações genéricas pertinentes à suposta ocorrência de dissenso pretoriano. Precedentes.” (grifei - RE 255.328-ED-EDv-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJ 30.5.2003)

No mesmo sentido, Recursos Extraordinários n. 107.510-EDv, DJ 27.10.1994, e 113.259-EDv, DJ 3.2.1995, ambos proferidos pelo Plenário e relatados pelo Ministro Celso de Mello, além das decisões monocráticas proferidas no Agravos de Instrumento n. 615.686-AgR-EDv, de minha relatoria, divulgada no DJe em 8.10.2008, e 691.221-AgR-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 3.4.2009, e no Recurso Extraordinário n. 505.919-AgR-ED-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 4.8.2009. Neste último, o eminente Relator destacou que:

“Revela-se legítima, desse modo, a recusa liminar de processamento dos embargos de divergência, sempre que a parte que deles se utilizar descumprir, como no caso, a obrigação formal de proceder ao confronto analítico entre as decisões invocadas como referência paradigmática, de um lado, e o acórdão embargado, de outro:

‘A utilização adequada dos embargos de divergência impõe ao recorrente o dever de demonstrar, de maneira objetiva e analítica, o dissídio interpretativo alegado, reproduzindo, para efeito de sua caracterização, os trechos que configuram a divergência indicada e mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto. O desatendimento desse dever processual legitima o indeferimento liminar da petição recursal ou justifica, quando já admitidos, o não-conhecimento dos embargos de divergência.’

(RTJ 157/975-976, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)‘A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento

dos embargos de divergência - ou de não- -conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto.’

(RTJ 186/715, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)A inviabilidade dos presentes embargos de divergência, em

decorrência das razões ora mencionadas, impõe uma observação adicional: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar.

Cumpre acentuar, neste ponto, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175).

Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO).”

6. Pelo exposto, não admito os embargos de divergência (art. 335 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.393-5 (418)PROCED. : PIAUÍRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : ESTADO DO PIAUÍPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍEMBDO.(A/S) : JOSUÉ CARVALHO DA CRUZADV.(A/S) : RICARDO ILTON CORREIA DOS SANTOS E OUTRO

(A/S)

DECISÃOEMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA ASSENTADA

NESTE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEMOSTRAÇÃO ANALÍTICA DA DIVERGÊNCIA. AUSÊNCIA. EMBARGOS NÃO ADMITIDOS.

Relatório1. Embargos de divergência opostos contra o seguinte julgado da

Segunda Turma deste Supremo Tribunal Federal:“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência

assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte.” (fl. 198).

2. O Embargante alega que “a Assembléia Legislativa violou o disposto no artigo 2º da Constituição Federal, posto que julgou-se competente para reconhecer a violação dos direitos dos servidores que aderiram ao Programa de Desligamento Voluntário. Competência essa, atribuída ao Poder Judiciário. O Decreto nº 179, alem disto, excluiu do Judiciário o seu direito de apreciação à suposta ameaça de lesão ao direito, violando o disposto no artigo 5º, inciso XXXV, da CF.” (fl. 202).

Afirma, também, que “o Decreto Legislativo simultaneamente criou cargos e empregos públicos quando previu a possibilidade de absorção de ex-empregados de empresas públicas e sociedades de economia mista, fundações, administração direta, fazendo uma transposição de cargos e empregos já extintos pelo PDV, violando o disposto artigo 37, inciso II, e 61, parágrafo 1º, inciso II, alíneas ‘a’ e ‘c’, ambos da Constituição Federal.” (fl. 203).

Requer o provimento dos embargos de divergência para que seja provido o recurso.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Embargante.Os embargos de divergência são cabíveis de decisão de Turma deste

Supremo Tribunal que divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário (art. 330 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

4. No caso presente, o Embargante limita-se a recorrer das decisões da Segunda Turma, pretendendo discutir o seu acerto, sem demonstrar a existência de divergência entre o que decidido por aquele colegiado e decisões proferidas pela Primeira Turma ou pelo Plenário deste Supremo Tribunal, única hipótese de cabimento dos embargos de divergência.

5. Ademais, na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a caracterização do conflito jurisprudencial depende da demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e os paradigmas apontados como divergentes, não bastando apenas a citação desses últimos:

“... - O acórdão-paradigma, para legitimar a oposição de embargos de divergência, deve referir-se a situações, que, considerados os elementos essenciais a ela inerentes, permitam estabelecer, ante a especificidade de que se revestem, a necessária relação de pertinência com a tese jurídica que a decisão embargada, em frontal dissenso com o padrão de confronto invocado, veio a acolher no julgamento da causa. Inocorrência, no caso ora em exame, desse específico pressuposto de admissibilidade dos embargos de divergência.

- A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento dos embargos de divergência - ou de não-conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão-paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou que tornam assemelhados os casos em confronto, não bastando, para os fins a que se refere o art. 331 do RISTF, a mera transcrição das ementas dos acórdãos invocados como referências paradigmáticas, nem simples alegações genéricas pertinentes à suposta ocorrência de dissenso pretoriano. Precedentes.” (grifei - RE 255.328-ED-EDv-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJ 30.5.2003)

No mesmo sentido, Recursos Extraordinários n. 107.510-EDv, DJ 27.10.1994, e 113.259-EDv, DJ 3.2.1995, ambos proferidos pelo Plenário e relatados pelo Ministro Celso de Mello, além das decisões monocráticas proferidas no Agravos de Instrumento n. 615.686-AgR-EDv, de minha relatoria, divulgada no DJe em 8.10.2008, e 691.221-AgR-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 3.4.2009, e no Recurso Extraordinário n. 505.919-AgR-ED-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 4.8.2009. Neste último, o eminente Relator destacou que:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 96: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 96

“Revela-se legítima, desse modo, a recusa liminar de processamento dos embargos de divergência, sempre que a parte que deles se utilizar descumprir, como no caso, a obrigação formal de proceder ao confronto analítico entre as decisões invocadas como referência paradigmática, de um lado, e o acórdão embargado, de outro:

‘A utilização adequada dos embargos de divergência impõe ao recorrente o dever de demonstrar, de maneira objetiva e analítica, o dissídio interpretativo alegado, reproduzindo, para efeito de sua caracterização, os trechos que configuram a divergência indicada e mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto. O desatendimento desse dever processual legitima o indeferimento liminar da petição recursal ou justifica, quando já admitidos, o não-conhecimento dos embargos de divergência.’

(RTJ 157/975-976, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)‘A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento

dos embargos de divergência - ou de não- -conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto.’

(RTJ 186/715, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)A inviabilidade dos presentes embargos de divergência, em

decorrência das razões ora mencionadas, impõe uma observação adicional: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar.

Cumpre acentuar, neste ponto, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175).

Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO).”

6. Pelo exposto, não admito os embargos de divergência (art. 335 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.483-8 (419)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : HELENO VAZ DE MESQUITAADV.(A/S) : RENATO GUANABARA LEAL DE ARAÚJO E OUTRO

(A/S)EMBDO.(A/S) : INÁCIO ALVES TORRESADV.(A/S) : CHRYSTIAN JUNQUEIRA ROSSATO E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : BRASEX IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA

DECISÃOEMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. CASO DOS AUTOS DIFERENTE

DO CASO DOS PARADIGMAS. EMBARGOS NÃO ADMITIDOS. Relatório1. Embargos de divergência opostos contra o seguinte julgado da

Segunda Turma deste Supremo Tribunal Federal:“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência

assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte” (fl. 327).

2. O Embargante alega que “é de se reconhecer que o acórdão embargado conferiu ao tema uma visão diferente, bastando que se invoque como paradigma para demonstrar a divergência, dentre outros, aresto que proclamou, conheceu e deu provimento a Recurso Extraordinário em Medida Cautelar, enquanto que o Superior Tribunal de Justiça tinha considerado o recurso intempestivo” (fl. 341).

Afirma, também, que “a situação de fato emoldurada no mencionado precedente, se não é absolutamente idêntica, é, no entanto, iniludivelmente semelhante ao caso versado nestes embargos. No caso constante do aresto paradigma, entendeu-se que o Agravo Regimental interposto por uma das partes, no caso, pelo Ministério Público era intempestivo” (fl. 344).

Sustenta, ainda, que “de modo absolutamente semelhante, os Embargos de Terceiro protocolizados no ‘pronto atendimento justiça do Trabalho’ (drive-thru) foram considerados intempestivos, uma vez que só no dia seguinte foram enviados ao Protocolo Geral do Tribunal por demora da própria Justiça do Trabalho”

Requer o provimento dos embargos de divergência para que seja provido o recurso.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Embargante.Os embargos de divergência são cabíveis de decisão de Turma deste

Supremo Tribunal que divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário (art. 330 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

4. O próprio Embargante afirma que “a situação de fato emoldurada no mencionado precedente, se não é absolutamente idêntica, é, no entanto, iniludivelmente semelhante ao caso versado nestes embargos”, não sendo, portanto, cabíveis os embargos de divergência.

Todavia, para a demonstração da divergência é indispensável que os paradigmas invocados digam respeito a situação jurídica idêntica ao apreciado pelo acórdão embargado e, no caso, o Embargante aponta julgados proferidos em situações distintas. Nesse sentido:

“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – (...) DESCUMPRIMENTO, PELA PARTE EMBARGANTE, DO DEVER PROCESSUAL DE PROCEDER AO CONFRONTO ANALÍTICO ENTRE OS ACÓRDÃOS DADOS COMO DIVERGENTES, DE UM LADO, E A DECISÃO EMBARGADA, DE OUTRO – INSUFICIÊNCIA DA MERA TRANSCRIÇÃO DAS EMENTAS PERTINENTES AOS ACÓRDÃOS INVOCADOS COMO REFERÊNCIA PARADIGMÁTICA – PADRÕES DE CONFRONTO QUE NÃO GUARDAM ESPECIFICIDADE COM A SITUAÇÃO EXAMINADA PELO ACÓRDÃO EMBARGADO – RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO.

(...)- O acórdão-paradigma, para legitimar a oposição de embargos de

divergência, de referir-se a situações, que, considerados os elementos essenciais a ela inerentes, permitam estabelecer, ante a especificidade de que se revestem, a necessária relação de pertinência com a tese jurídica que a decisão embargada, em frontal dissenso com o padrão de confronto invocado, veio a acolher no julgamento da causa. Inocorrência, no caso ora em exame, desse específico pressuposto de admissibilidade dos embargos de divergência.

- A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento dos embargos de divergência - ou de não-conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão-paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou que tornam assemelhados os casos em confronto, não bastando, para os fins a que se refere o art. 331 do RISTF, a mera transcrição das ementas dos acórdãos invocados como referências paradigmáticas, nem simples alegações genéricas pertinentes à suposta ocorrência de dissenso pretoriano. Precedentes.” (RE 255.328-ED-EDv-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJ 30.5.2003)

5. Pelo exposto, não admito os embargos de divergência (art. 335 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DIV.NOS EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 550.668-1

(420)

PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : COOPERATIVA DE CAFEICULTORES E

AGROPECUARISTAS DE MARINGÁ LTDA - COCAMARADV.(A/S) : KÁTIA PACHECO E OUTRO (A/S)EMBDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃOEMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. ICMS. PRINCÍPIO DA NÃO-

CUMULATIVIDADE. ESTORNO PROPORCIONAL. BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DEMOSTRAÇÃO ANALÍTICA DA DIVERGÊNCIA: AUSÊNCIA. EMBARGOS NÃO ADMITIDOS.

Relatório1. Embargos de divergência opostos contra o seguinte julgado da

Segunda Turma deste Supremo Tribunal Federal:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS.

ESTORNO PROPORCIONAL. BASE DE CÁLCULO REDUZIDA.1. O entendimento do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de

que não ofende o princípio da não-cumulatividade a exigência de estorno proporcional de crédito de ICMS relativo à entrada de mercadorias que, posteriormente, têm sua saída tributada com base de cálculo ou alíquota inferior [RE n. 174.478, Redator para o acórdão o Ministro Cezar Peluso, DJ

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 97: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 97

de 30.9.05].Agravo regimental a que se nega provimento.” (fl. 772).2. A Embargante alega que “a embargada não prequestionou o

acórdão por Embargos Declaratórios, para exaurir os recursos pertinentes ao Tribunal de Justiça e preparatório ao Recurso Extraordinário. Neste contexto, nota-se que não restou preenchido o requisito de cabimento do recurso extraordinário, porquanto, ao contrário do preceituado na Súmula 356 STF e no dispositivo constitucional autorizador do recurso extraordinário, a Embargada, em seu incomformismo, não recorreu no preceitos da lei.” (fl. 827).

Requer o provimento dos embargos de divergência para que seja provido o recurso.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.Os embargos de divergência são cabíveis de decisão de Turma deste

Supremo Tribunal que divergir de julgado de outra Turma ou do Plenário (art. 330 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

4. No caso presente, a Embargante limita-se a recorrer das decisões da Segunda Turma, pretendendo discutir o seu acerto, sem demonstrar a existência de divergência entre o que decidido por aquele colegiado e decisões proferidas pela Primeira Turma ou pelo Plenário deste Supremo Tribunal, única hipótese de cabimento dos embargos de divergência.

5. Ademais, na linha da jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal, a caracterização do conflito jurisprudencial depende da demonstração explícita do conflito entre a decisão embargada e os paradigmas apontados como divergentes, não bastando apenas a citação desses últimos:

“... - O acórdão-paradigma, para legitimar a oposição de embargos de divergência, deve referir-se a situações, que, considerados os elementos essenciais a ela inerentes, permitam estabelecer, ante a especificidade de que se revestem, a necessária relação de pertinência com a tese jurídica que a decisão embargada, em frontal dissenso com o padrão de confronto invocado, veio a acolher no julgamento da causa. Inocorrência, no caso ora em exame, desse específico pressuposto de admissibilidade dos embargos de divergência.

- A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento dos embargos de divergência - ou de não-conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão-paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou que tornam assemelhados os casos em confronto, não bastando, para os fins a que se refere o art. 331 do RISTF, a mera transcrição das ementas dos acórdãos invocados como referências paradigmáticas, nem simples alegações genéricas pertinentes à suposta ocorrência de dissenso pretoriano. Precedentes.” (grifei - RE 255.328-ED-EDv-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJ 30.5.2003)

No mesmo sentido, Recursos Extraordinários n. 107.510-EDv, DJ 27.10.1994, e 113.259-EDv, DJ 3.2.1995, ambos proferidos pelo Plenário e relatados pelo Ministro Celso de Mello, além das decisões monocráticas proferidas no Agravos de Instrumento n. 615.686-AgR-EDv, de minha relatoria, divulgada no DJe em 8.10.2008, e 691.221-AgR-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 3.4.2009, e no Recurso Extraordinário n. 505.919-AgR-ED-EDv, Relator o Ministro Celso de Mello, divulgada no DJe em 4.8.2009. Neste último, o eminente Relator destacou que:

“Revela-se legítima, desse modo, a recusa liminar de processamento dos embargos de divergência, sempre que a parte que deles se utilizar descumprir, como no caso, a obrigação formal de proceder ao confronto analítico entre as decisões invocadas como referência paradigmática, de um lado, e o acórdão embargado, de outro:

‘A utilização adequada dos embargos de divergência impõe ao recorrente o dever de demonstrar, de maneira objetiva e analítica, o dissídio interpretativo alegado, reproduzindo, para efeito de sua caracterização, os trechos que configuram a divergência indicada e mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto. O desatendimento desse dever processual legitima o indeferimento liminar da petição recursal ou justifica, quando já admitidos, o não-conhecimento dos embargos de divergência.’

(RTJ 157/975-976, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)‘A parte embargante, sob pena de recusa liminar de processamento

dos embargos de divergência - ou de não- -conhecimento destes, quando já admitidos - deve demonstrar, de maneira objetiva, mediante análise comparativa entre o acórdão paradigma e a decisão embargada, a existência do alegado dissídio jurisprudencial, impondo-se-lhe reproduzir, na petição recursal, para efeito de caracterização do conflito interpretativo, os trechos que configuram a divergência indicada, mencionando, ainda, as circunstâncias que identificam ou tornam assemelhados os casos em confronto.’

(RTJ 186/715, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)A inviabilidade dos presentes embargos de divergência, em

decorrência das razões ora mencionadas, impõe uma observação adicional: no desempenho dos poderes processuais de que dispõe, assiste, ao Ministro-Relator, competência plena para exercer, monocraticamente, o controle das

ações, pedidos ou recursos dirigidos ao Supremo Tribunal Federal, legitimando-se, em conseqüência, os atos decisórios que, nessa condição, venha a praticar.

Cumpre acentuar, neste ponto, que o Pleno do Supremo Tribunal Federal reconheceu a inteira validade constitucional da norma legal que inclui, na esfera de atribuições do Relator, a competência para negar trânsito, em decisão monocrática, a recursos, pedidos ou ações, quando incabíveis, estranhos à competência desta Corte, intempestivos, sem objeto ou que veiculem pretensão incompatível com a jurisprudência predominante do Tribunal (RTJ 139/53 - RTJ 168/174-175).

Nem se alegue que esse preceito legal implicaria transgressão ao princípio da colegialidade, eis que o postulado em questão sempre restará preservado ante a possibilidade de submissão da decisão singular ao controle recursal dos órgãos colegiados no âmbito do Supremo Tribunal Federal, consoante esta Corte tem reiteradamente proclamado (RTJ 181/1133-1134, Rel. Min. CARLOS VELLOSO - AI 159.892-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO).”

6. Pelo exposto, não admito os embargos de divergência (art. 335 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 198.220-9 (421)PROCED. : PARÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : BANCO DA AMAZÔNIA S/AADV.(A/S) : NILTON CORREIA E OUTROSRECDO.(A/S) : RAIMUNDO LUILSON MOREIRA GOMESADV.(A/S) : ANGELO DEMETRIUS DE ALBUQUERQUE

CARRASCOSA

DECISÃO : Trata-se de recurso extraordinário de acórdão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que entendeu que a pretensão do recorrente (demonstrar que o cargo ocupado pelo recorrido não possui natureza técnica ou científica – art. 37, XVI, b, da Constituição) exige a análise de matéria fática.

Na origem, o Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região afirmou que, por mais que o cargo ocupado pelo recorrido exigisse apenas formação de nível médio, as funções exercidas no emprego indicavam natureza técnica (fls. 17-18):

“Como bem decidiu a ilustrada Junta, o reclamante é técnico graduado em contadoria, exercendo função técnica de alto nível. Como se observa, trata-se de um técnico de alto nível profissional, embora não exija seu cargo formação universitária pelo banco”.

De fato, essa conclusão só poderia ser revista com a reapreciação das provas produzidas perante o tribunal competente (Súmula 279). No mesmo sentido: AI 442.737-AgR, rel. min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 03.02.2006; RE 246.859-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 12.12.2003; AI 407.529-AgR, rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 19.12.2002; RE 431.994-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJ 03.03.2006.

Do exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário.Publique-se.Brasília, 03 de agosto de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 355.509-0 (422)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULORECTE.(S) : USINA DA BARRA S/A - AÇÚCAR E ÁLCOOLADV.(A/S) : HAMILTON DIAS DE SOUZA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : OS MESMOS

DECISÃORECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. TRIBUTÁRIO. ICMS. ÍNDICE DE

ATUALIZAÇÃO DA UFESP. PRIMEIRO RECURSO: NECESSIDADE DE ANÁLISE PRÉVIA DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. IMPOSSIBILIDADE. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SEGUNDO RECURSO: MANUTENÇÃO DO ACÓRDÃO PROFERIDO PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO. NEGA-SE SEGUIMENTO AO PRIMEIRO RECURSO E JULGA-SE PREJUDICADO O SEGUNDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

Relatório1. Recursos extraordinários, o primeiro interposto pelo Estado de São

Paulo, com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, que julgou recurso especial, nos termos seguintes:

“ICM – BASE DE CÁLCULO – COMPETÊNCIA ESTADUAL – UFESP – INPC.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 98: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 98

A Constituição assegurou autonomia aos Estados e lhes conferiu competência para legislar, concorrentemente, sobre direito tributário e financeiro. A União estabelece somente normas gerais. A Fazenda Estadual não pode é aplicar índice não criado por lei federal.

Recurso provido para reformar o venerando aresto e declarar que a UFESP deve ser atualizada pelo INPC e não pelo IPC da FIPE” (fl. 234).

Foram opostos embargos declaratórios que restaram assim decididos:

(...)Dois são os embargos de declaração a serem apreciados. Os de fls.

567/568, da Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool e os do Estado de São Paulo (fls. 573/578). Nos primeiros, assiste razão à embargante. Constou do voto condutor do acórdão, de minha lavra (fls. 558/559), que: ‘A base de cálculo do tributo só pode ser estabelecida por lei (artigo 97, inciso IV do CTN) e, no caso do ICM ela é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria (Decreto-lei n. 406/68, artigo 2º, inciso I e Lei Estadual n. 440/74, artigo 19, inciso I). Não pode a recorrida, por simples portaria e resolução, fixar este valor com base em pauta de valor fiscal, ao arrepio da legislação citada que fixa a base de cálculo como sendo o valor da operação’ (fls. 558).

Assim, foi reconhecido não poder a Fazenda Estadual, por simples Portaria e Resolução, fixar este valor, com base em pauta de valor fiscal, ao arrepio da legislação que fixa a base de cálculo como sendo o valor da operação. Nesta parte, o recurso especial procede, devendo o resultado final ser: Dou provimento ao recurso para reformar o v. aresto recorrido e declarar que não pode a recorrida, por simples Portaria ou Resolução, fixar este valor, com base em pauta de valor fiscal e declarar que a UFESP deve ser atualizada pelo INP e não pelo IPC da FIPE.

Com referência à questão abordada pelo Estado, não há no acórdão embargado nenhuma obscuridade, dúvida, contradição ou omissão. Está claro pelo voto condutor do acórdão, de minha relatoria (fls. 557/562), que o Estado de São Paulo pode atualizar os seus créditos pela Unidade Fiscal do Estado de São Paulo – UFESP, mas não pode aplicar índice não criado por lei federal, por competir privativamente à União legislar sobre sistema monetário (art. 22, VI da CF), não podendo reajustar os seus créditos com o IPC da FIPE.

Na realidade, pretende o Estado sejam dados efeitos modificativos a seus embargos, mas isso só é possível em casos excepcionais e nestes não se inclui a hipótese vertente

Rejeito os embargos” (fls. 585-586).2. O Estado de São Paulo alega que o Superior Tribunal de Justiça

teria afrontado os arts. 1º, 5º, inc. LV, 24, inc. I, 25, 146 e 163, da Constituição.Argumenta que:“Com a adoção do IPC da FIPE como padrão de atualização da

UFESP, o Decreto 32.951/91 só veio atender, como lhe competia, o comando legal superior a que está adstrito, já que, abolido o índice que antes servia de base para a correção da UFESP, o Poder Executivo não só estava autorizado, como deveria (‘fixará...’) eleger outro, em condições de substituí-lo, dentro das mesmas finalidades, ou seja, manter o fluxo normal da arrecadação, garantindo, ao mesmo tempo, o restabelecimento do valor real do débito corroído pelo processo inflacionário” (fl. 604).

3. O segundo recurso extraordinário foi interposto pela Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool, com base no art. 102, inc. III, alíneas a e c, da Constituição da República, contra acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo que julgou apelação em embargos à execução, nos termos seguintes:

“(...)Pelos mesmos fundamentos aduzidos na erudita manifestação da

ilustrada Procuradoria Geral de Justiça, afasta-se a pretendida ilegalidade da base de cálculo adotada pela Fazenda do Estado para exigir o imposto sonegado e de há muito repassado ao consumidor final.

No que diz respeito à correção monetária do crédito fiscal, hoje não mais se discute sobre a legitimidade da adoção dos índices de variação da UFESP para esse fim.

(...)Por último, a verba honorária, de 15% sobre o valor do débito

atualizado foi arbitrado com moderação e, assim, fica mantido. Se pelo simples ajuizamento da execução a devedora foi condenada a pagar 10% de honorários advocatícios, o douto prolator da sentença impugnada foi até parcimonioso em acrescer apenas 5% pela sucumbência nos embargos.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso” (fls. 302-303).4. A Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool alega que o Tribunal de

Justiça de São Paulo teria afrontado os arts. 5º, inc. II e 150, inc. I, da Constituição.

Sustenta que:“Como se vê, pretende a Fazenda arrecadar o ICM da cana

calculando-o, não com base no valor da operação de venda de cana, mas sim mediante a fixação de um montante por saca de açúcar.

Vale dizer, presumindo que para todos os contribuintes do Estado, em todas as operações realizadas, e mesmo que a cana tivesse sido adquirida há meses e por preços distintos, o ICM respectivo seria sempre o mesmo, uniformemente devido.

Ao assim dispor, criou-se figura em tudo semelhante às pautas fiscais já derrubadas pelo judiciário, com a agravante que, no caso concreto, nem mesmo se determina o cálculo do ICM com base em elementos atinentes à aquisição de cana mas sim, determinando-se o pagamento por saca de

açúcar vendida sem estabelecer-se perfeita correspondência entre a tonelagem de cana adquirida e o número de sacas de açúcar com ela fabricados.

Assim, tem-se como diretamente infringido o princípio constitucional da legalidade.

(...)

Portanto, não sendo o IPC-FIPE índice oficial, desatendendo desta forma o disposto no art. 113, parágrafo 1º da Lei n. 6.374/89, e ainda por não existir lei estadual que o institua como indexador oficial da UFESP, não pode o mesmo ser aplicado para a finalidade a que vem sendo, de forma que merece se afastado de plano.

A exigência de correção monetária calculada de acordo com o IPC do FIPE é, portanto, ilegal” (fls. 381-382 e 387).

Apreciadas as matérias trazidas na espécie, DECIDO.5. Primeiramente, analiso o recurso extraordinário interposto pelo

Estado de São Paulo.Razão jurídica não assiste ao Recorrente.O reexame do acórdão impugnado demandaria a análise prévia da

legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.

Nesse sentido:“Agravo regimental. - O acórdão recorrido, a luz apenas do exame em

face a legislação infraconstitucional, orientou-se no sentido de que os índices calculados pela FIPE eram oficiais e que por isso podiam servir de base a UFESP para a correção monetária do ICMS. - Assim, sendo esses índices oficiais, podem eles, com base na competência concorrente dos Estados para legislar sobre direito tributário, financeiro e econômico (art. 24, I, da Constituição Federal), ser usados para a correção monetária do ICMS devido ao Estado-membro, porquanto, não tendo havido, por parte de legislação federal, a desindexação total dos tributos, podem os Estados-membros, a falta de índice especifico federal, adotar índices oficiais próprios (e isso foi decidido, apenas com base na legislação infraconstitucional, como salientei acima) para essa correção, sem violação ao sistema monetário federal, que continuou a admitir a indexação. Agravo a que se nega provimento” (AI 161.793-AgR, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 13.6.1995 – grifei).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Estado de São Paulo.

6. Passo, agora, ao exame do recurso extraordinário interposto pela Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool, em respeito ao princípio da celeridade processual.

Por ser inviável o recurso extraordinário interposto contra o acórdão do Superior Tribunal de Justiça, o recurso extraordinário interposto pela União da Barra está prejudicado, por perda superveniente do objeto, pois o Recurso Especial 81.684, interposto concomitantemente àquele recurso foi provido, operando a substituição do acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo, nos termos do art. 512 do Código de Processo Civil.

Nesse sentido:“RECURSO EXTRAORDINÁRIO E RECURSO ESPECIAL.

INTERPOSIÇÃO SIMULTANEA. PROVIMENTO DO RECURSO ESPECIAL PELO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PERDA DE OBJETO DO EXTRAORDINÁRIO. CPC, ART. 512. Provido o recurso especial interposto contra acórdão de segunda instância, o recurso extraordinário simultaneamente interposto, versando a mesma matéria, perdeu objeto, posto que a decisão contra a qual fora ajuizado resultou reformada pelo aresto do Superior Tribunal de Justiça, tendo havido substituição do provimento judicial a que se refere o art. 512 do Código de Processo Civil. Agravo Regimental improvido” (AI 142.696-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ 17.3.1995 - grifei).

Nada há a prover, portanto, quanto às alegações da parte recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário

interposto pelo Estado de São Paulo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal) e, consequentemente, julgo prejudicado o recurso extraordinário interposto pela Usina da Barra S/A Açúcar e Álcool, por perda superveniente de objeto (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 383.588-2 (423)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : GRANINTER TRANSPORTES MARÍTIMOS DE

GRANÉIS S/AADV.(A/S) : EMILIANA SIQUEIRA SILVA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : CARLOS HENRIQUE TRANJAN BECHARARECDO.(A/S) : UNIÃO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 99: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 99

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE

RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. LIMITAÇÃO ANUAL EM 30% A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1995. CONSTITUCIONALIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República.2. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região julgou apelação em

mandado de segurança, nos termos seguintes:“TRIBUTÁRIO – IMPOSTO DE RENDA – ARTS. 42 E 58 DA LEI N.

8.981/95 E 15 DA LEI N. 9.065/95 – CONSTITUCIONALIDADE.I – O Plenário desta Corte entende não serem inconstitucionais os

arts. 42 e 58 da Lei n. 8.981/95 e 15 da Lei n. 9.065/95.II – Apelação e remessa providas” (fl. 225).3. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado os arts. 5º,

caput, 93, inc. IX, 145, § 1º, 150, inc. I, II e IV, e 153, inc. III, da Constituição.Argumenta que:“No caso da Recorrente, em se mantendo a decisão que ora se

recorre, a mesma estará recebendo tratamento tributário diferenciado de outras empresas que se encontram em situação igual, senão vejamos.

Uma empresa que não possui prejuízos fiscais acumulados, ao compor a base de cálculo atual do imposto de Renda e da Contribuição Social incidente sobre o Lucro Líquido, recolherá a exação sobre um lucro realmente auferido e que espelha a real situação fática da vida da empresa. A base de cálculo, neste caso, não é mascarada.

Já em relação à Recorrente, que está diante da mesma situação, ao adotar as limitações mantidas pelo acórdão recorrido, estará distorcendo a base imponível do IRPJ e Contribuição Social pela desconsideração dos prejuízos fiscais excedentes a 30% (trinta por cento) do lucro real, e, via de conseqüência, estará sendo tributada sobre um lucro irreal, fictício, recebendo tratamento desigual em relação a uma mesma situação fática.

Resta demonstrada assim, nítida violação ao princípio constitucional da isonomia pelo Acórdão que ora se recorre, pois que a Recorrente sofre uma majoração nas bases de cálculo do Imposto de Renda e da Contribuição Social sobre o Lucro, o que não ocorre com outras empresas que se encontram na mesma situação de igualdade, impondo-se o provimento do Recurso Extraordinário” (fls. 286-287).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Recorrente.Inicialmente, cumpre afastar a alegação de nulidade do acórdão por

ofensa ao art. 93, inc. IX, da Constituição da República. Embora em sentido contrário à pretensão do Recorrente, o acórdão recorrido apresentou suficiente fundamentação. Como afirma a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, “o que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional” (Recurso Extraordinário n. 140.370, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 150/269).

5. Quanto ao mérito, ao julgar o Recurso Extraordinário 344.994, Redator para o acórdão o Ministro Eros Grau, o Plenário do Supremo Tribunal apreciou tese idêntica à que se contém neste processo e entendeu pela constitucionalidade da limitação de 30% à compensação dos prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a partir de 1º de janeiro de 1995, nos termos seguintes:

“Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, desproveu recurso extraordinário interposto contra acórdão do TRF da 4ª Região, que reconhecera a validade da limitação da compensação incidente sobre o lucro real, bem como da limitação da compensação para determinação da base de cálculo da contribuição social, conforme estabelecem os artigos 42 e 58 da Medida Provisória 812/94, posteriormente convertida na Lei 8.981/95 (‘Art. 42. A partir de 1º de janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento. ... Art. 58. Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por compensação da base de cálculo negativa, apurada em períodos-base anteriores em, no máximo, trinta por cento.’) — v. Informativo 369. Entendeu-se que a lei em exame veio assegurar às empresas um benefício fiscal que viabilizou a compensação de prejuízos apurados em exercícios anteriores” (Informativo n. 540).

Em seu voto-vista, a Ministra Ellen Gracie esclareceu:“tratar-se, na espécie, de utilização dos prejuízos acumulados até

31.12.94 e não de dedução de prejuízos correspondentes ao exercício corrente. Observou que, em relação aos prejuízos verificados no ano-base/91, haveria possibilidade de compensação em até 4 anos-calendário subseqüentes (Decreto-lei 1.598/77); no ano-base/92, sem fixação de prazo

(Lei 8.383/91); no ano-base/93, em até 4 anos-calendário subseqüentes (Lei 8.541/92), não tendo sido alterada essa estrutura pela Lei 8.981/95, que apenas impôs restrição à proporção com que os prejuízos poderiam ser apropriados a cada apuração do lucro real. Salientou que, em matéria de imposto de renda, a lei aplicável é a vigente na data do encerramento do exercício fiscal e que os recorrentes tiveram modificada pela Lei 8.981/95 uma mera expectativa de direito. Asseverou que o conceito de lucro é o que a lei define, não necessariamente o que corresponde às perspectivas societárias ou econômicas. Assim, o Regulamento do Imposto de Renda - RIR, que antes permitia o desconto de 100% dos prejuízos fiscais, para efeito de apuração do lucro real, passou, com a Lei 8.981/95, a limitar essas compensações a 30% do lucro real apurado no exercício correspondente. Aduziu ser somente por benesse da política fiscal que se estabelecem mecanismos como o ora analisado, por meio dos quais se autoriza o abatimento de prejuízos verificados, mais além do exercício social em que constatados. Frisou que, como todo favor fiscal, ele se limita às condições fixadas em lei, a qual definirá se o benefício será calculado sobre totalidade, ou não, do lucro líquido. Em razão disso, até que encerrado o exercício fiscal, ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do imposto de renda, o contribuinte possui mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados pela legislação que regia os exercícios anteriores. Considerou não se estar diante, portanto, de qualquer alteração de base de cálculo do tributo, a exigir lei complementar, nem de empréstimo compulsório, não havendo ofensa aos princípios da irretroatividade ou do direito adquirido. Concluiu que a Lei 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência e que os prejuízos havidos em exercícios anteriores não são fato gerador algum, mas meras deduções cuja projeção para exercícios futuros foi autorizada nos termos da lei, a qual poderá ampliar ou reduzir a proporção de seu aproveitamento. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que dava provimento ao recurso, para declarar a inconstitucionalidade do art. 42 da citada lei, no que postergou a compensação dos prejuízos” (Informativo n. 540 – grifei).

O acórdão recorrido está em harmonia com a jurisprudência deste Supremo Tribunal, razão pela qual nada há a prover quanto às alegações da parte recorrente.

6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 384.866-6 (424)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : IRENE AMORIM KNUPP MIRANDA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : JOSÉ VIERA DE ABREUADV.(A/S) : OVÍDIO INÁCIO FERREIRA E OUTRO (A/S)

Petições/STF nº 91.534/2009 e 100.599/2009 DECISÃOPROCESSO SUBJETIVO – INTERVENÇÃO DE TERCEIRO -

IMPROPRIEDADE. 1.O Gabinete assim retratou o pedido formulado pelo profissional da

advocacia Dr. Jairo Andrade de Miranda:O advogado Jairo Andrade de Miranda, mediante a Petição/STF nº

91.534/2009, requer a admissão no processo como amicus curiae. Alega patrocinar centenas de ações contra a Caixa Econômica Federal, buscando o ressarcimento dos expurgos inflacionários das contas do FGTS. Afirma existirem muitos recursos sobrestados aguardando o julgamento do extraordinário acima identificado. Pede, ainda, que Vossa Excelência solicite ao Ministro Cezar Peluso a devolução do processo para a continuação do julgamento na próxima sessão ordinária, ante o exaurimento do prazo estabelecido no Regimento Interno do Tribunal.

A Caixa Econômica Federal, na Petição/STF nº 100.599, pleiteia seja indeferido o pedido de admissão como amicus curiae formulado pelo advogado Jairo Andrade de Miranda. Sustenta que este não preenche o requisito da representatividade, porquanto não representa qualquer entidade ou órgão, tendo apenas interesse individual. Apresenta procuração.

O processo encontra-se com o Ministro Cezar Peluso, em face do pedido de vista formalizado na Sessão Plenária de 10 de agosto de 2006.

2.Surgem dois óbices ao acolhimento da pretensão. O simples fato de certo profissional da advocacia ser patrono de causas em andamento não respalda o pleito de intervenção como terceiro em processo subjetivo diverso. Além do mais, ainda que uma das partes dos processos em curso viesse a requerer admissão como terceiro, haveria a natureza indireta do interesse.

3.Indefiro o pedido formulado. Com isso, fica prejudicado o pleito de sequência do extraordinário em tramitação no Supremo.

4.Publiquem.Brasília ― residência ―, 30 de agosto de 2009, às 18h15.

Ministro MARCO AURÉLIO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 100: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 100

Relator

Em consequência, ficam intimados os Drs. André Banhara Barbosa de Oliveira e Jairo Andrade de Miranda.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 385.976-5 (425)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : COMPANHIA HISPANO-BRASILEIRA DE PELOTIZAÇÃO

- HISPANOBRÁSADV.(A/S) : GUIDO VINCI E OUTRO (A/S)

1.Trata-se de recurso extraordinário por alegada ofensa aos arts. 7º, XI, e 201, § 4º, da Constituição Federal, contra acórdão assim ementado (fls. 138-142):

“CONSTITUCIONAL – PREVIDENCIÁRIO – APELAÇÃO CÍVEL – EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS DA EMPRESA – INEXIGIBILIDADE DO TÍTULO EXECUTIVO – ART. 7º, XI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

I – Não tendo natureza remuneratória a distribuição de lucro da empresa a empregados, é ilegal a cobrança de contribuição previdenciária sobre essa parcela.

II – Recurso e remessa improvidos. Sentença mantida.”O recorrente afirma, em síntese (fls. 145-148), que a eficácia da

norma constitucional do inciso XI do art. 7º somente ocorreu a partir da edição da Medida Provisória 794, de 29.12.94.

2.A Procuradoria Geral da República opinou pelo provimento do recurso extraordinário (fls. 181-185).

3.Com efeito, nos termos do entendimento firmado pelo Plenário desta Corte no julgamento do MI 102/PE, red. para o acórdão Min. Carlos Velloso, DJ 25.10.2002, é de se concluir que a regulamentação do art. 7o, XI, da Constituição somente ocorreu com a edição da Medida Provisória 794/94, que programou o direito dos trabalhadores na participação nos lucros da empresa.

Desse modo, a participação nos lucros somente pode ser considerada “desvinculada da remuneração” após a edição da citada Medida Provisória. Portanto, verifica-se ser possível a cobrança de contribuição previdenciária antes da regulamentação do dispositivo constitucional, pois integrava a remuneração.

Nesse sentido, RE 398.284/RJ, rel. Min. Menezes Direito, 1ª Turma, DJe 19.12.2008; e RE 393.764-AgR/RS, da minha relatoria, 2ª Turma, DJe 19.12.2008.

4.Ante o exposto, conheço e dou provimento ao recurso extraordinário para reconhecer a exigência da contribuição previdenciária sobre a parcela paga a título de participação nos lucros da empresa no período anterior à edição da Medida Provisória 794, de 29 de dezembro de 1994 (CPC, art. 557, § 1o-A). Ficam invertidos os ônus da sucumbência.

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 393.392-2 (426)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : SANDRA MARIA FERREIRA CHIARI E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MARIA EPHIGÊNIA NETTO SALLES E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL.

ESTABILIDADE ANÔMALA OU ESPECIAL. REQUISITO TEMPORAL: CINCO ANOS DE EXERCÍCIO EFETIVO E CONTÍNUO. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“EMENTA: EMBARGOS INFRINGENTES – SERVIDOR PÚBLICO – ESTABILIDADE – ART. 19 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

Configura obstáculo para o benefício da estabilidade extraordinária a interrupção por longos períodos no exercício de atividades para as quais o servidor público foi convocado” (fl. 218).

2. As Recorrentes alegam que teria sido contrariado o art. 19, caput e § 2º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias.

Sustentam que “Merece ser reformada a decisão recorrida, uma vez que não foi dada a correta interpretação ao artigo 19, caput e seu § 2º, do ADCT da Carta da República, já que as Recorrentes não ocupam cargos temporários, de confiança, em comissão ou mesmo de livre exoneração, e, ainda, não são exigidos cinco anos de serviços ‘ininterruptos’, mas ‘continuados’, para que o servidor tenha direito á estabilidade concedida pelo

constituinte de 1988” (fl. 229).3. No parecer de fls. 246-259, a Procuradoria-Geral da República

opinou pelo não provimento do recurso, por não ter sido cumprido o requisito temporal previsto no art. 19, caput, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (exercício da atividade por pelo menos cinco anos continuados).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão de direito não assiste às Recorrentes.5. O Supremo Tribunal Federal manifestou-se sobre os requisitos

para obtenção da estabilidade anômala ou especial no julgamento do Recurso Extraordinário 144.768, em 8.8.1995, do qual se extrai o seguinte excerto do voto do Ministro Celso de Mello, redator para o acórdão:

“Convém referir, neste ponto, a interpretação dispensada por Adilson Abreu Dallari ‘(...) Também não é estável quem, naquela data, tinha menos de cinco anos de efetivo exercício ou, então, tinha mais de cinco anos, porém não continuados, ou seja, com interrupções’. Com efeito, a norma transitória requer um tempo de serviço realmente exercido. Os tempos fictos consideram-se incompatíveis com a finalidade da norma cuja excepcionalidade é evidente, especialmente em face do postulado da exigência de concurso público.” (fl. 228).

E, ainda, do voto do Ministro Moreira Alves:“Considero que esse princípio excepcional se baseou justamente no

tempo de exercício efetivo para, em face da existência de uma situação por cinco ou mais anos de exercício efetivo e continuado, afastar o princípio constitucional permanente que é o da exigência de concurso público” (grifos nossos).

Confira-se, também, o seguinte julgado:“DIREITO ADMINISTRATIVO. ESTABILIDADE EXCEPCIONAL DO

ART. 19, § 2º, DO ADCT. SERVIDOR SUBSTITUTO. 1. A Constituição de 1988 estabeleceu que a investidura em cargo depende da aprovação em concurso público. Essa regra garante o respeito a vários princípios constitucionais de direito administrativo, entre eles, o da impessoalidade e o da isonomia. O constituinte, todavia, inseriu norma transitória criando a estabilidade excepcional para servidores não concursados da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios que, ao tempo da promulgação da Carta Federal, contassem com, no mínimo, cinco anos ininterruptos de serviço público. 2. O fato de a servidora estar no exercício de substituição não lhe retira o direito à estabilidade. As únicas exceções previstas para a aquisição da estabilidade, nessa situação, dizem respeito "aos ocupantes de cargos, funções e empregos de confiança ou em comissão" ou "aos que a lei declare de livre exoneração" (art. 19, § 2º, do ADCT). 3. Reurso conhecido e desprovido” (RE 319.156, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 25.11.2005 – grifos nossos).

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 407.883-0 (427)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : JAM ENGENHARIA LTDA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : FLÁVIO DE MENDONÇA CAMPOS E OUTRO (A/S)RECTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTERECDO.(A/S) : OS MESMOS

DECISÃORECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. PROCESSUAL CIVIL E

TRIBUTÁRIO. 1. PRIMEIRO RECURSO - MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE: RECURSO EXTEMPORÂNEO. INTERPOSIÇÃO ANTERIOR À PUBLICAÇÃO DO JULGAMENTO DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AUSÊNCIA DE RATIFICAÇÃO. PRECEDENTES. 2. SEGUNDO RECURSO - JAM ENGENHARIA E OUTROS. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO – IPTU. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS: IMÓVEIS EDIFICADOS, NÃO EDIFICADOS, RESIDENCIAIS E COMERCIAIS. AUSÊNCIA DE PROGRESSIVIDADE. PRECEDENTES. RECURSOS AOS QUAIS SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recursos extraordinários interpostos, o primeiro, pelo Município de

Belo Horizonte, com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República e o segundo, por Jam Engenharia Ltda. e outros com base no art. 102, inc. III, alíneas a e c, da Constituição, ambos contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“EMENTA: IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO – NATUREZA REAL – INCONSTITUCIONALIDADE – LEI Nº 5.641/89, DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE – ADOÇÃO DE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS – CONSTITUCIONALIDADE LEIS Nº 7.242/96 E 7.633/98 – INOCORRÊNCIA DE PROGRESSIVIDADE – ADOÇÃO DE CRITÉRIO DE SELETIVIDADE – INCONSTITUCIONALIDADE DA TAXA DE LIMPEZA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 101: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 101

PÚBLICA, INSTITUÍDA PELA LEI Nº 5.641/89, ARTIGOS 30 A 32, POR ABRANGER ALÉM DA COLETA DOMICILIAR DO LIXO, OUTROS SERVIÇOS, DE CAPINA, VARRIÇÃO DE RUAS, DESINFECÇÃO DE LOGRADOUROS, LIMPEZA E DESOBSTRUÇÃO DE BOCAS DE LOBO E GALERIAS PLUVIAIS, HIPÓTESES QUE SE APRESENTAM COMO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ‘UTI UNIVERSI’ – PRESCRIÇÃO.

Os tributos (IPTU e TLP) referentes ao exercício de 1995, cujos fatos geradores ocorreram em 1º.01.95 e os pagamentos em 16.01.95, não podem estar sob discussão, visando declaração judicial para conseqüente restituição dos mesmos, porquanto, em relação a esses, consolidou-se a prescrição, anteriormente à propositura da ação, esta ocorrida, em 17.01.2000, com a citação válida da Ré em 25 do mesmo dia e ano” (fl. 382).

2. O Município de Belo Horizonte alega que teriam sido contrariados os arts. 145, inc. II e § 2º, e 156, § 1º, da Constituição da República.

Afirma que “inexiste vedação constitucional á inclusão da área do imóvel dentre os elementos integrantes da base de cálculo das taxas, e, consequentemente, inocorre a pretendida colidência entre a base de cálculo das taxas e a do IPTU” (fl. 786).

Ainda com relação à cobrança da taxa de limpeza pública, afirma que o serviço prestado seria específico e divisível.

Quanto ao Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU alega que partir da edição da Lei n. 7.633/1998 sua cobrança de daria de forma seletiva em conformidade do o disposto no art. 156, § 1º, da Constituição.

3. Jam Engenharia e outros alegam que teriam sido contrariados os arts. 145, § 1º, 156, § 1º, e 182, § 4º, inc. II, da Constituição da República.

Afirmam que a Lei n. 7.633/1998 não teria abolido a progressividade como entendido pelo Tribunal de origem, mas, adotado a progressividade extrafiscal.

Argumentam que “quando se tributa com maior ou menor intensidade um imóvel, pelo fato dele ser edificado ou não, está-se diante de progressividade extrafiscal” (fl. 508).

Asseveram que “no tocante à progressividade extrafiscal, esta só seria admissível se observados os requisitos do art. 182, § 4º, da CF/88, o que pressuporia a prévia edição de Lei Federal (Nacional) disciplinando o conceito de função social da propriedade, bem como a disciplina da matéria no Plano Diretor e em Lei Municipal específica e a observância da sequência dos meios de constrangimento previstos nos incisos daquele § 4º(...) Na medida em que não existe ainda Lei Nacional disciplinando o conceito de função social da propriedade, tem-se que hoje é inconstitucional qualquer progressividade em sede de IPTU, seja fiscal, seja extrafiscal” (fl. 511).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. O recurso extraordinário do Município de Belo Horizonte é

extemporâneo, pois foi interposto em 4.11.2002 (fl. 466), e a decisão dos embargos de declaração foi publicada em 7.2.2003 (fl. 501), não havendo ratificação posterior.

Nesse sentido:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO EXTEMPORÂNEO. INTERPOSIÇÃO ANTERIOR À PUBLICAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO NO ÓRGÃO OFICIAL. AUSÊNCIA DE RATIFICAÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 502.313-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 7.8.2009).

“Segundo reiterada orientação do Supremo Tribunal e conforme já afirmado no despacho agravado, não é admissível recurso extraordinário interposto antes do julgamento do acórdão proferido em grau de embargos de declaração, sem a necessária ratificação. Assim, protocolado o apelo extremo quando ainda pendia o julgamento e a publicação do acórdão dos declaratórios - que integra o acórdão recorrido, formando com este decisão de última instância, - e não ratificado, mesmo que interpostos pela parte contrária e não tenham sido acolhidos, advém a sua extemporaneidade, principalmente a partir da vigência da Lei 8.950/94, segundo a qual fica interrompido o prazo para outros recursos com a oposição de embargos de declaração. Nesse sentido, o AI 329.359-AgR, STF, Rel. Min. Ilmar Galvão, 1a. Turma, unânime, DJ de 14/12/01 e o AI 363.390-AgR, STF, de minha relatoria, 1ª. Turma, unânime, DJ de 21/03/03” (AI 402.716-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma DJ 18.2.2005).

5. Quanto ao recurso extraordinário interposto pelas empresas contribuintes, sua pretensão não pode ser acolhida, pois razão jurídica não lhes assiste.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a aplicação de alíquotas diferenciadas com fundamento em critérios que não considerem a capacidade contributiva não configura progressividade. Nesse sentido os seguintes julgados:

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IPTU. MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO. LEI Nº 5.447/93, ART. 25, REDAÇÃO DA LEI Nº 5.722/94. ALEGADA OFENSA AO ART. 156 DA CONSTITUIÇÃO. Simples duplicidade de alíquotas, em razão de encontrar-se, ou não, edificado o imóvel urbano, que não se confunde com a progressividade do tributo, que o STF tem por inconstitucional quando não atendido o disposto no art. 156, § 1º, aplicado com as limitações expressamente constantes dos §§ 2º e 4º do art. 182 da Carta de 1988. Recurso não conhecido” (RE 229.233, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ 25.6.1999).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPTU. DIVERSIDADE DE ALÍQUOTAS. PROGRESSIVIDADE. ALEGAÇÃO IMPROCEDENTE. Diversidade de alíquotas para a cobrança do IPTU, em virtude de tratar-se de imóvel edificado, não-edificado, residencial ou comercial. Progressividade de tributo. Alegação improcedente. Precedente. Agravo regimental não provido” (RE 469.360-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 21.9.2007).

6. Inadmissível também o recurso extraordinário pela alínea c do inc. III do art. 102 da Constituição da República, pois o Tribunal de origem não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição da República. Incide, na espécie, a Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:“Recurso extraordinário. - Inocorrência da hipótese prevista na alínea

‘c’ do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. Falta de fundamentação, por isso mesmo, a esse respeito. Aplicação da Súmula 284” (RE 148.355, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 5.3.1993).

7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações dos Recorrentes.8. Pelo exposto, nego seguimento aos recursos extraordinários

(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 8 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 420.408-8 (428)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : USINAS SIDERÚRGICAS DE MINAS GERAIS S/A -

USIMINASADV.(A/S) : JOAQUIM RUIZ DE GAMBOA NETTO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado no qual se discute a constitucionalidade da majoração de alíquota do imposto de renda incidente sobre exportações incentivadas a partir do exercício financeiro de 1.990, correspondente ao ano-base de 1.989, conforme o art. 1º, inc. I, da Lei n. 7.988/1989.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 592.396,

Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 428.827-3 (429)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : REINOLDO DOMINGOS RAMOS E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : LUIZ FERNANDO KREMER

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região.

2. Da leitura dos autos, observo que o Tribunal de origem, em sede

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 102: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 102

de agravo de instrumento, manteve decisão que deferira a antecipação da tutela recursal.

3. Pois bem, a parte recorrente alega violação ao inciso I do art. 5º, ao art. 97, ao § 1º do art. 145, ao inciso VI do art. 150, todos da Magna Carta.

4. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral Roberto Monteiro Gurgel Santos, opina pelo desprovimento do recurso.

5. Tenho que o apelo extremo não merece acolhida, por não preencher o requisito do inciso III do art. 102 da Carta Magna. Dispositivo que prevê a competência do Supremo Tribunal Federal para julgar, “mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou última instância [...]”.

6. Nesse mesmo sentido, leia-se o seguinte trecho da ementa do AI 597.618-AgR, da relatoria do ministro Celso de Mello:

“Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam a antecipação dos efeitos da tutela jurisdicional ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios —— precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do ‘periculum in mora’ e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada —— não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes.”

7. Confiram-se, também: AI 252.382-AgR e RE 315.052, da relatoria do ministro Moreira Alves; RE 239.874-AgR, da relatoria do ministro Maurício Corrêa; AI 467.603-AgR, da relatoria do ministro Carlos Velloso; REs 158.439 e 263.038, da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; e AC 410, da minha relatoria.

8. Incide, no caso, a Súmula 735 do STF.Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1o do art. 21

do RI/STF, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 26 de agosto de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 436.604-5 (430)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : SUL AMÉRICA SEGUROS PATRIMONIAIS S/AADV.(A/S) : ANDRÉ DE LAMARE BIOLCHINI E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. NÃO AFRONTA O

PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA ISONOMIA TRIBUTÁRIA A COBRANÇA DE ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO – EMENDA CONSTITUCIONAL N. 10/96. LEI 9.316. A integração de parcela do produto da arrecadação da Contribuição Social sobre o Lucro ao Fundo Social de Emergência (hoje Fundo de Estabilização Fiscal), estabelecida pela art. 72, III, do ADCT, com a redação dada pela EC n. 10/96, não desnaturou a natureza jurídica do tributo, já que o custeio da Seguridade Social é finalidade básica do Fundo (art. 71 do ADCT). O tratamento tributário diferenciado, procedido pela EC n.. 10/96 e pelo art. 2º da Lei 9.316, caracterizado pela fixação de alíquotas diferentes da Contribuição Social sobre o Lucro para empresas de natureza diversa, não ofende o princípio da isonomia. O tratamento diferencial torna efetivo o princípio da capacidade econômica do contribuinte, aferido segundo a ótica do legislador, que, sem ofensa a Constituição, resolveu prestigiar as empresas que atuam no setor produtivo, tratando de modo diverso as atividades não produtivas. Apelação desprovida. Sentença confirmada” (fl. 177).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado os arts. 5º, caput, 145, § 1º, 150, caput e inc. II e IV, e 153, § 2º e inc. I, da Constituição da República.

Afirma que tem o direito líquido e certo de “calcular a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) com base na alíquota prevista no caput do artigo 19 da Lei n. 9.249/95, deixando, assim, de cumprir o disposto no artigo 2ª da Lei n. 9.316/96, quer durante a vigência da Emenda Constitucional n. 10/96, quer após o termo final nela fixado” (fl. 227).

Argumenta que “inexiste argumento sustentável que convalide o desejo da União de tributar as seguradoras de maneira mais gravosa que as pessoas jurídicas em geral, acabando as normas questionadas por agredir diretamente os princípios constitucionais da isonomia, da proporcionalidade segundo a capacidade contributiva e da progressividade e da vedação ao confisco” (fl. 229).

Sustenta que “a norma inscrita no artigo 2º da Lei n. 9.316/96 é flagrantemente inconstitucional, não podendo prosperar, pois fere o inatacável princípio da isonomia, agredindo a proporcionalidade em razão da capacidade contributiva e violando a progressividade e o princípio do não confisco” (fl. 240).

3. O Subprocurador-Geral da República opinou pela negativa de seguimento do recurso extraordinário, nos termos seguintes:

“Constitucional. Tributário. CSL. Alíquotas diferenciadas. Possibilidade. Acórdão que se conforma com precedente do Supremo Tribunal Federal. Parecer recomendando que se negue seguimento ao recurso extraordinário” (fl. 274).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Recorrente.5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que a instituição de alíquotas diferenciadas da Contribuição sobre o Lucro Líquido não contraria o princípio constitucional da isonomia, desde que se observem os princípios da razoabilidade e da capacidade contributiva. Firmou, ainda, que não cabe ao Poder Judiciário atuar como legislador para conceder isenções tributárias.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS. ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS. ISONOMIA. EQUIPARAÇÃO OU SUPRESSÃO. IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO. 1. A declaração de inconstitucionalidade dos textos normativos que estabelecem distinção entre as alíquotas recolhidas, a título de contribuição social, das instituições financeiras e aquelas oriundas das empresas jurídicas em geral teria como conseqüência normativa ou a equiparação dos percentuais ou a sua supressão. Ambas as hipóteses devem ser afastadas, dado que o STF não pode atuar como legislador positivo nem conceder isenções tributárias. Daí a impossibilidade jurídica do pedido formulado no recurso extraordinário. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 370.590, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 16.5.2008).

E:“EMENTA: CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. LEI Nº 7.856, DE 25 DE

OUTUBRO DE 1989, QUE, NO ART. 2º, ELEVOU A RESPECTIVA ALÍQUOTA DE 8 PARA 10%. LEGITIMIDADE DA APLICAÇÃO DA NOVA ALÍQUOTA SOBRE O LUCRO APURADO NO BALANÇO DO CONTRIBUINTE ENCERRADO EM 31 DE DEZEMBRO DO MESMO ANO. Tratando-se de lei de conversão da Medida Provisória nº 86, de 25 de setembro de 1989, da data da edição desta é que flui o prazo de noventa dias previsto no art. 195, § 6º, da CF, o qual, no caso, teve por termo final o dia 24 de dezembro do mesmo ano, possibilitando o cálculo do tributo, pela nova alíquota, sobre o lucro da recorrente, apurado no balanço do próprio exercício de 1989. Recurso não conhecido” (RE 197.790, Rel. Min. Ilmar Galvão, Plenário, DJ 21.1.1997).

6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 439.397-2 (431)PROCED. : PERNAMBUCORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : FÁBRICA DE SACOS MONTANHA LTDARECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. INCENTIVO FISCAL.

IMPOSSIBILIDADE DE VERIFICAÇÃO DE AFRONTA AO DIREITO ADQUIRIDO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL. INCENTIVO FISCAL DA SUDENE. LEI N. 4.239/63, ART. 14. EXCLUSÃO DOS RESULTADOS NÃO OPERACIONAIS NO CÁLCULO DO LUCRO DA EXPLORAÇÃO. INTELIGÊNCIA DO ART. 19 DO DL N. 1.598 DE 26.12.77. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO. I – Com a edição do DL 1.598/77, que invocou a sistemática do cálculo da base isencional, criando a figura do lucro da exploração, a abrangência do art. 14 da Lei n. 4.239/63 ficou restrita aos resultados operacionais. II – Ação visando à anulação de débito fiscal relativo ao exercício de 1987. Incidência da isenção inserta no art. 14 da Lei n. 4.239, por força da prorrogação de que trata o art. 58 da Lei n. 7.450/85. III – As prorrogações do prazo previsto no art. 14 da Lei n. 4.239/63, ocorridas após 26.12.77, já levaram em conta as alterações advindas com o DL n.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 103: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 103

1.598/77. Inaplicação do art. 178 do CTN. Inexistência de direito adquirido ao gozo do benefício nos moldes da legislação anterior. IV – Impossibilidade de dar-se interpretação extensiva à legislação isencional, ex vi do art. 111, II, do CTN” (fl. 115).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da República.

Sustenta que, “se a isenção foi concedida por prazo certo e sob condição onerosa, as prorrogações sucessivas não descaracterizaram estas qualidades” (fl. 142).

Assevera que “obteve, simultaneamente, incorporado ao seu patrimônio, o direito adquirido de ser beneficiada, por tempo certo e a título oneroso, o favor fiscal, não podendo o DL 1598/77 retroagir em detrimento deste direito” (fl. 143).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que

as alegações de afronta aos princípios do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“A jurisprudência da Corte é no sentido de que a alegada violação ao

art. 5º, XXXV e LV, da Constituição, pode configurar, quando muito, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária. Precedentes. III - Agravo regimental improvido” (AI 685.866-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 22.5.2009).

E:“3. A verificação, no caso concreto, da ocorrência, ou não, de

violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada situa-se no campo infraconstitucional. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 745.970-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 7.8.2009).

5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 439.796-0 (432)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : FF CLAUDINO & COMPANHIA LTDAADV.(A/S) : MAÇAZUMI FURTADO NIWARECDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁASSIST.(S) : COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA E

DIAGNÓSTICO POR IMAGEMASSIST.(S) : SINDICATO DOS HOSPITAIS E CLÍNICAS DE PORTO

ALEGRE - SINDIHOSPAADV.(A/S) : ULISSES ANDRÉ JUNG

DECISÃO : Com a Petição avulsa 109.934/2009 (Fls. 358-361), o estado-recorrido requer que este recurso extraordinário seja retirado de pauta, de modo a permitir o julgamento prioritário do RE 594.996, de relatoria do eminente Ministro Eros Grau, em que reconhecida a repercussão geral do tema constitucional que será debatido (incidência do ICMS sobre operações de importação de bens após a EC 33/2001). Para tanto, diz que o julgamento deste recurso antes da apreciação do RE 594.996 surpreenderá os estados federados, que não terão oportunidade de manifestação na qualidade de amici curiae.

Em que pese a preocupação do Estado do Paraná, são infundados seus temores. Este RE 439.796 tem o julgamento previsto para ocorrer conjuntamente com o RE 474.267, também de minha relatoria. O julgamento do RE 439.796 foi afetado ao Pleno pela Segunda Turma desta Corte na sessão de 15.08.2006. A propósito, o julgamento dos aludidos recursos já esteve previsto para ocorrer em duas sessões diferentes.

Por outro lado, a circunstância de a matéria de fundo ter a repercussão geral reconhecida em outro recurso não impede que a Corte examine estes recursos extraordinários.

Ante o exposto, considero ausente o óbice ao julgamento do RE 439.796, apontado pelo estado-recorrido.

Com a petição avulsa 110.454/2009 (Fls. 363-366), a Companhia Brasileira de Meios de Pagamento requer seu ingresso neste recurso, na qualidade de assistente (art. 50 do Código de Processo Civil). Para justificar seu interesse jurídico, aponta ser parte em cinco recursos cuja apreciação pende nesta Corte (Fls. 365).

Ocorre que, no caso em exame, os postulantes não se apresentam como entidades colegiadas ou associativas. Portanto, falta-lhes o potencial para representar, de modo amplo, o interesse de uma classe ou de um grupo de jurisdicionados.

Ante o exposto, ausentes os pressupostos, indefiro o pedido para

intervenção do postulante nestes autos, na qualidade de assistente simples.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 450.479-1 (433)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : BMG LEASING S/A - ARRENDAMENTO MERCANTILADV.(A/S) : AUGUSTO VILLELA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

TRIBUTÁRIO. 1) CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INSTITUÍDA PELA LEI COMPLEMENTAR N. 84/96, ART. 1º, INC. I: CONSTITUCIONALIDADE. 2) LEI N. 8.212/91, ART. 22, § 1º. ALÍQUOTA DIFERENCIADA. CONSTITUCIONALIDADE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra os seguintes julgados do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“PREVIDENCIÁRIO. LEI COMPLEMENTAR n. 84/96. CONSTITUCIONALIDADE.

1. Inexiste ofensa ao art. 154, I, da Constituição se a nova contribuição foi instituída por lei complementar e não tem o mesmo fato gerador e a mesa base de cálculo de outra contribuição já existente.

2. Recurso improvido” (fl. 204).“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA: AUTÔNOMOS E AVULSOS. LEI COMPLEMENTAR Nº 84/96. LEI Nº 8.212/91 (...). EMBARGOS ACOLHIDOS EM PARTE, MAS SEM MODIFICAÇÃO DA CONCLUSÃO DO ACÓRDÃO.

(...)3. Não há quebra dos princípios da isonomia e da capacidade

contributiva quando o artigo 22, § 1º da Lei nº 8.212/91 estabelece nova alíquota de contribuição. Entendimento da Corte.

4. Embargos de declaração acolhidos em parte, mas sem modificação da conclusão do acórdão” (fl. 257).

2. A Recorrente afirma que a contribuição prevista no inc. I do art. 1º da Lei Complementar n. 84/96 ofenderia os arts. 154, inc. I, e 195, § 4º, da Constituição da República.

Assevera que a alíquota adicional de 2,5% cobrada das empresas de arrendamento mercantil seria contrária aos arts. 5º, caput e inc. XIII, 145, § 1º, 150, inc. II, e 157, inc. II, da Constituição.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. No julgamento do Recurso Extraordinário 228.321, Relator o

Ministro Carlos Velloso, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade do art. 1º, inc. I, da Lei Complementar n. 84/1996:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: EMPRESÁRIOS. AUTÔNOMOS e AVULSOS. Lei Complementar nº 84, de 18.01.96: CONSTITUCIONALIDADE. I. - Contribuição social instituída pela Lei Complementar nº 84, de 1996: constitucionalidade. II. - R.E. não conhecido” (DJ 30.5.2003).

No mesmo sentido: AI 671.802-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 21.11.2008; RE 565.795-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 21.11.2008; RE 441.662-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 25.8.2006; AI 488.773-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 24.2.2006; AI 522.040-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 24.2.2006; AI 528.058-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ 4.11.2005; AI 407.671, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; AI 448.875-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; AI 486.288-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; RE 454.880-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 26.8.2005.

5. O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que é constitucional a alíquota adicional de 2,5% de contribuição social cobrada das empresas de arrendamento mercantil e das instituições financeiras, nos termos do art. 3º, § 2º, da Lei n. 7.787/89 e do art. 22, § 1º, da Lei n. 8.212/91.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMENTA: PROCESSO CIVIL. MEDIDA CAUTELAR. EFEITO

SUSPENSIVO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. ADICIONAL. § 1º DO ART. 22 DA LEI N. 8.212/91. A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia tributária, ante a expressa previsão constitucional (Emenda de Revisão n. 1/94 e Emenda Constitucional n. 20/98, que inseriu o § 9º no art. 195 do Texto permanente). Liminar a que se nega referendo. Processo extinto” (AC 1.109-MC, Rel. Min. Carlos Britto, Plenário, DJe 19.10.2007).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 104: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 104

“EMENTA: Embargos de declaração recebidos para, suprindo a omissão apontada, negar provimento ao recurso extraordinário na parte que argúi a inconstitucionalidade do art. 3º, § 2º, da L. 7.787/89” (RE 209.014-ED, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 4.6.2004).

6. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o julgado recorrido.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 450.480-4 (434)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIMED TRÊS CORAÇÕES- COOPERATIVA DE

TRABALHO MEDICO LTDAADV.(A/S) : MARIA INÊS CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MUNGEL

E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

TRIBUTÁRIO. LEI COMPLEMENTAR N. 84/96, ART. 1º, INC. I E II. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS A CARGO DAS COOPERATIVAS. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL INCIDENTE SOBRE A REMUNERAÇÃO DE AVULSOS, AUTÔNOMOS E ADMINISTRADORES. LEI COMPLEMENTAR N. 84/96. COOPERATIVAS. RECOLHIMENTO SOBRE OS VALORES PAGOS A SEUS ASSOCIADOS. CONSTITUCIONALIDADE.

1. Segundo decisão do STF, às contribuições sociais não se aplica o preceito do art. 154, I, da CF, que veda a criação de impostos com mesma base de cálculo ou mesmo fato gerador. Não restam ofendidos, portanto, os princípios da não-cumulatividade e da bitributação.

2. A referida exação reveste-se dos requisitos constitucionais formais exigidos para a sua criação, sanando os vícios de inconstitucionalidade da legislação anterior que disciplinava a matéria (Lei 7.787/89, art. 3º, I e Lei 8.212/91, art. 22, I).

3. Também as cooperativas estão obrigadas ao recolhimento da contribuição social incidente sobre os pagamentos efetuados a seus cooperados e demais autônomos, por força dos incisos I e II do art. 1º da Lei Complementar nº 84/96, que não vulneram a CF/88.

4. Apelo da autora improvido” (fl. 97).2. A Recorrente afirma que a contribuição prevista no inc. II do art. 1º

da Lei Complementar n. 84/96 ofenderia os arts. 5º, 146, inc. III, 150, inc. II, e 174, § 2º, da Constituição da República, pois “não só não dispensou ao ato cooperativo das cooperativas de trabalho um adequado tratamento tributário, como onerou essa espécie societária mais que qualquer outra pessoa jurídica, inclusive de fins lucrativos” (fl. 117).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. No julgamento do Recurso Extraordinário 228.321, Relator o

Ministro Carlos Velloso, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reconheceu a constitucionalidade da Lei Complementar n. 84/1996:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS: EMPRESÁRIOS. AUTÔNOMOS e AVULSOS. Lei Complementar nº 84, de 18.01.96: CONSTITUCIONALIDADE. I. - Contribuição social instituída pela Lei Complementar nº 84, de 1996: constitucionalidade. II. - R.E. não conhecido” (DJ 30.5.2003).

Em diversos julgamentos posteriores, o Supremo Tribunal Federal aplicou o mesmo entendimento firmado nesse precedente, quando se impugnou especificamente a constitucionalidade do inc. II do art. 1º daquela lei: AI 671.802-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 21.11.2008; RE 565.795-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 21.11.2008; RE 441.662-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 25.8.2006; AI 488.773-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 24.2.2006; AI 522.040-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 24.2.2006; AI 528.058-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ 4.11.2005; AI 407.671, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; AI 448.875-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; AI 486.288-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 20.5.2005; RE 454.880-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 26.8.2005.

5. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o julgado recorrido.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 474.372-8 (435)PROCED. : BAHIARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : TRANSPORTADORA DOIS DE JULHO LTDAADV.(A/S) : BRUNO ROMERO PEDROSA MONTEIRO E OUTRO

(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. CONTROLE

DE CONSTITUCIONALIDADE NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INTERPRETAÇÃO CONFORME À CONSTITUIÇÃO: RESERVA DE PLENÁRIO. ART. 97 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

“TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. COMPENSAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. LIMITES PERCENTUAIS. INAPLICABILIDADE.

1. A Primeira Seção adotou o entendimento segundo o qual os limites percentuais à compensação, de que tratam as Leis 9.032/95 e 9.129/95, são inaplicáveis quando se tratar de compensação de créditos por indevido pagamento de tributos declarados inconstitucionais pelo STF.

2. Agravo regimental a que se nega provimento” (fl. 316).Consta do voto condutor do julgado recorrido:“A decisão agravada está de acordo com a orientação jurisprudencial

prevalente no âmbito da 1ª Seção desta Superior Corte de Justiça, a exemplo dos julgados que se seguem:

‘TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O PRÓ-LABORE. ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS. COMPENSAÇÃO. LIMITES. LEIS 9.032⁄95 E 9.129⁄95. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUROS DE MORA. PRESCRIÇÃO.

(...)2. Revendo sua posição, o mesmo órgão julgador, no EREsp nº

189.052⁄SP DJU de 03.11.03, concluiu que, em se tratando de créditos advindos de recolhimento de contribuição declarada inconstitucional pela Suprema Corte, fica afastada a limitação. E isto porque, com a declaração de inconstitucionalidade, surge o direito à restituição in totum ante à ineficácia plena da lei que instituiu o tributo. Precedentes.

Omissis.8. Recurso Especial improvido’ (RESP 465.694⁄SP, 2ª Turma, Rel.

Min. Castro Meira, DJ de 15.3.2004)‘TRIBUTÁRIO. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. TRIBUTO SUJEITO A

LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. PRESCRIÇÃO. NOVA ORIENTAÇÃO FIRMADA PELA 1ª SEÇÃO DO STJ, NA APRECIAÇÃO DO ERESP 435.835⁄SC. PARCELAS VENCIDAS E VINCENDAS. LIMITES PERCENTUAIS À COMPENSAÇÃO. INAPLICABILIDADE. RESSALVA DO PONTO DE VISTA DO RELATOR. JUROS.

Omissis.3. Restou pacificado, no âmbito da 1ª Seção, no julgamento do

ERESP 432.793⁄SP, Min. Peçanha Martins, em 11.06.2003, o entendimento segundo o qual os limites estabelecidos pelas Leis 9.032/95 e 9.129/95 não são aplicáveis quando se tratar de compensação de créditos por indevido pagamento de tributos declarados inconstitucionais pelo STF, como é o caso das contribuições em exame. Ressalva do posicionamento pessoal do relator.

Omissis.6. Recursos especiais parcialmente providos." (RESP 639.401⁄CE, 1ª

Turma, Rel. Min. Teori Albino Zavascki, DJ de 30.8.2004) Tal entendimento decorre do fato de que a norma declarada

inconstitucional — como é o caso das Leis 7.787/89 e 8.212/91, no que se refere à contribuição previdenciária incidente sobre a remuneração paga aos administradores, autônomos e avulsos — será considerada inexistente desde o seu nascimento, não produzindo, desse modo, qualquer efeito.

(...)Por tais fundamentos, torna-se desnecessária a análise da tese em

torno do direito adquirido à compensação.Com mais razão, é de se salientar, no que tange à pretensão de que

se exprima posicionamento referente ao direito adquirido à compensação, que este Tribunal tem o dever de dar solução à controvérsia, na medida em que lhe é devolvida. No caso dos autos o mérito da causa já foi devidamente resolvido, não se prestando esta Corte à resposta de quesitos, como se fosse possível comparar a decisão judicial a um laudo de perícia técnica. Assim, conforma-se o sistema com o deslinde da matéria, o que ocorreu de forma suficiente na questão em exame.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 105: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 105

Desse modo, não merece reforma a decisão recorrida, pois foi apreciada toda a matéria recursal posta nos autos, de acordo com as peculiaridades do caso concreto.

(...)Por derradeiro, cumpre assinalar que a matéria foi decidida no âmbito

infraconstitucional, de forma que não houve declaração de inconstitucionalidade das Leis 9.032/95 e 9.129/95, mas tão somente o reconhecimento de sua não aplicação, no que se refere aos limites à compensação, em casos determinados de tributos cuja inconstitucionalidade foi reconhecida pelo STF. Destarte, desnecessária é a observância da cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição Federal. Em face do exposto, não havendo novas razões capazes de infirmar a decisão agravada, nega-se provimento ao agravo regimental. É o voto” (fls. 312-314 – grifos nossos).

2. O Recorrente sustenta que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. XXXVI, e 97 da Constituição da República.

Sustenta que “a tese defendida pela autarquia é de que a compensação requerida está sujeita à aplicação dos limites percentuais a partir da publicação das Leis 9.032/95 e 9.129/95, para os créditos remanescentes, cujos débitos venceram-se posteriormente” (fl. 327).

Afirma que “o próprio aresto deixou assentado o entendimento de que não havia ofensa ao direito adquirido quanto ao regime de compensação, na medida em que a declaração de inconstitucionalidade do tributo torna inaplicáveis os limites estabelecidos pelas Leis 9.032/95 e 9.129/95, e que era ‘desnecessária a observância da cláusula de reserva de plenário, prevista no art. 97 da Constituição” (fl. 322).

Requer o provimento do recurso para cassar o acórdão recorrido ou para que, “caso assim não se entenda, se reforme a decisão para assentar a aplicação dos limites impostos pelas Leis 9.032/95 e 9.129/95 na compensação de créditos tributários” (fl. 332).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste ao Recorrente.Na espécie vertente, o Superior Tribunal de Justiça afastou as Leis

9.032/95 e 9.129/95 com base em princípios constitucionais, conforme evidenciam os precedentes da Primeira Seção citados no acórdão recorrido:

“TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – ADMINISTRADORES E AUTÔNOMOS – LEIS 7.787/89 (ART. 3º, I) E 8.212/91 (ART. 22, I) – INCONSTITUCIONALIDADE – COMPENSAÇÃO – LIMITES PERCENTUAIS – LEIS 9.032 E 9.129/95 – INAPLICABILIDADE – PRECEDENTE DA EG. 1ª SEÇÃO (ERESP. 189.052⁄SP).

- Declarada a inconstitucionalidade da contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre os pagamentos a administradores, autônomos e empregados avulsos, os valores a esse título recolhidos anteriormente à edição das Leis 9.032/95 e 9.129/95, ao serem compensados, não estão sujeitos às limitações percentuais por elas impostas, em face do princípio constitucional do direito adquirido.

- Embargos de divergência rejeitados” (REsp 432.793-EDv, Rel. Min. Francisco Peçanha Martins, DJ 6.6.2005 – grifos nossos).

E “TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AUTÔNOMOS,

AVULSOS E ADMINISTRADORES. PROVA DA NÃO REPERCUSSÃO. DESNECESSIDADE. TRIBUTO DIRETO. PRECEDENTES. COMPENSAÇÃO. LIMITES INSTITUÍDOS PELAS LEIS 9.032 E 9.129 DE 1995. INAPLICABILIDADE. EXAÇÃO DECLARADA INCONSTITUCIONAL. EFEITOS DA DECLARAÇÃO.

A jurisprudência recente desta Corte adotou posicionamento de que a contribuição em tela possui natureza de tributo direto, sendo admissível a repetição do indébito e a compensação, sem a exigência de prova do não repasse.

(...).Diversa será, no entanto, a situação quando houver declaração de

inconstitucionalidade do tributo, tendo em vista que tal declaração expunge do mundo jurídico a norma, que será considerada inexistente ab initio. Sua nulidade contamina, ab ovo, a exação por ela criada, que será considerada, a partir da declaração de inconstitucionalidade, devido aos seus efeitos erga omnes, como se nunca tivesse existido.

O direito à restituição do indébito que emana deste ato de pagar tributo inexistente dar-se-á, na espécie, por meio de compensação tributária, não podendo, em hipótese alguma, ser limitado, sob pena de ofensa ao primado da supremacia da Constituição. E isso porque, o limite à compensação, seja de 25% ou 30%, torna parte do pagamento válido, concedendo, assim, eficácia parcial a lei nula de pleno direito.

Embargos de divergência rejeitados” (REsp 189.052-EDv, Rel. Min. Paulo Medina, DJ 3.11.2003 – grifos nossos).

4. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que se reputa “declaratório de inconstitucionalidade o acórdão que – embora sem o explicitar – afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide para decidi-la sob critérios alegadamente extraídos da Constituição” (RE 240.096, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 30.3.1999).

A jurisprudência do Supremo Tribunal também se consolidou no sentido de que a declaração de inconstitucionalidade por órgão fracionário de Tribunal, sem que tenha havido anterior declaração pelo órgão especial ou pelo plenário, ofende o art. 97 da Constituição da República.

Nesse sentido:

“Ementa: Controle incidente de constitucionalidade de normas: reserva de plenário (CF, art. 97): viola o dispositivo constitucional o acórdão proferido por órgão fracionário, que declara a inconstitucionalidade de lei, ainda que parcial, sem que haja declaração anterior proferida por órgão especial ou plenário”.

Consta no voto do Relator:“Os artigos 3º e 4º da LC 118/05 são de clareza inequívoca no

sentido de sua aplicação retroativa de modo a considerar prescrita a pretensão de repetição de indébito tributário, na hipótese de lançamento por homologação, passados cinco anos do pagamento antecipado.

(...)A inaplicação dos dispositivos questionados da LC 118/05 a todos

processos pendentes reclamava, pois, a declaração de sua inconstitucionalidade, ainda que parcial.

Foi o que fez, na verdade, o acórdão recorrido.Não importa que o precedente invocado da Primeira Seção do

Tribunal a quo , EREsp 327.043 tenha declarado incidir a lei nova nas ações propostas a partir de sua vigência.

O distinguo - dada a irretroatividade irrestrita preceituada nos arts. 3º e 4º da LC 118/05 - importou na declaração de inconstitucionalidade parcial deles, malgrado sem redução do texto.

Estou, pois, em que, assim decidindo - com fundamento em precedente da Seção e não, do Órgão Especial -, o acórdão recorrido contrariou efetivamente a norma constitucional da 'reserva de plenário', do art. 97 da Lei Fundamental” (grifos nossos).

E, ainda, no mesmo sentido:“RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO

REGIMENTAL: PREJUÍZO. ANÁLISE, DESDE LOGO, DO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. AFASTAMENTO DOS LIMITES FIXADOS PELAS LEIS 9.032 E 9.129/95. RESERVA DE PLENÁRIO: NECESSIDADE. ARTIGO 97 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. SÚMULA VINCULANTE N. 10 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO E RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDOS” (AI 700.299-AgR, de minha relatoria, decisão monocrática, DJe 26.5.2009).

5. Ademais, em 18 de junho de 2008, o Supremo Tribunal editou a Súmula com efeito vinculante n. 10, na qual se tem:

“VIOLA A CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO (CF, ART. 97) A DECISÃO DE ÓRGÃO FRACIONÁRIO DE TRIBUNAL QUE, EMBORA NÃO DECLARE EXPRESSAMENTE A INCONSTITUCIONALIDADE DE LEI OU ATO NORMATIVO DO PODER PÚBLICO, AFASTA SUA INCIDÊNCIA, NO TODO OU EM PARTE”.

Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.6. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário, nos

termos do art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, para cassar o acórdão recorrido e determinar o retorno dos autos ao Superior Tribunal de Justiça para que decida como entender de direito.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 475.967-5 (436)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS E

OUTRO (A/S)PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : ELSON'S PRODUTOS ALIMENTÍCIOS LTDAADV.(A/S) : JOÃO ESTEVÃO SILVEIRA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.

SALÁRIO-EDUCAÇÃO. 1. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. 2. INCIDÊNCIA SOBRE REMUNERAÇÃO DOS AUTÔNOMOS, ADMINISTRADORES E AVULSOS: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. CONSTITUCIONALIDADE.

- Ação objetivando a declaração de inexistência de relação jurídica no que se refere à cobrança da contribuição social do salário-educação.

– O Decreto-Lei n° 1.422/75, regulado pelo Decreto n° 87.043/82, que sucederam a Lei n° 4.440/60, instituidora do salário-educação, foi recepcionado pela nova Constituição, no seu artigo 212, § 5°.

– O art. 25 do ADCT não invalida os atos praticados sob a ordem constitucional precedente, revogando, apenas, a delegação de competência anteriormente concedida ao Poder Executivo, sem efeito retroativo.

– Desnecessária a edição de lei complementar para a exigência da contribuição social em tela, eis que a mesma foi integralmente mantida pelo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 106: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 106

novo texto constitucional.– Inexistência de qualquer inconstitucionalidade quanto à

contribuição em tela.– Compensação das parcelas relativas às importâncias

indevidamente recolhidas a título de salário-educação incidente sobre a remuneração paga a administradores, trabalhadores avulsos e autônomos.

– Honorários a favor da União Federal fixados em 5% (cinco por cento) sobre o valor da causa” (fl. 335).

No voto condutor do acórdão recorrido tem-se que:“é perfeitamente legítima a compensação dos valores recolhidos a

título de salário-educação incidente sobre a folha de salário, relativamente à remuneração dos empregados. Como se sabe, o Supremo Tribunal Federal considerou inconstitucional a contribuição social relativamente à remuneração de autônomos e empresários, e, com o mesmo raciocínio, deve ser reconhecida a inconstitucionalidade do salário-educação sobre a parcela referente à remuneração dos autônomos e administradores e empresários.

Entretanto, impõe-se aqui fazer uma ressalva.De fato, as Leis ns. 7.787 e 8.212 já foram declaradas

inconstitucionais pelo STF. Veio, então, a Lei Complementar n. 84/96, em substituição àquelas, passando a tratar da matéria relativa à contribuição social paga pela empresa ao segurado empresário, autônomo ou avulso, sendo esta constitucional.

Portanto, a compensação das parcelas indevidamente recolhidas a título de contribuição social tem como termo final a vigência da Lei Complementar 84” (fls. 326-327).

2. Os Recorrentes alegam que teria sido afrontado o art. 212, § 5°, da Constituição da República.

Afirmam que “a declaração de inconstitucionalidade das expressões ‘empresários e autônomos’, que se encontravam dispostas no art. 3º, I, da Lei n. 7.787/89 e inciso I do art. 22, da Lei n. 8.212/91, não têm qualquer relação com a incidência do salário-educação sobre as remunerações dos administradores e dos trabalhadores autônomos e avulsos, uma vez que esta é uma contribuição que se destina ao ensino fundamental, não padecendo de nenhum vício de inconstitucionalidade, o que não ocorrera com a contribuição para a seguridade social, que, nos termos do Supremo Tribunal Federal, a aludida contribuição não poderia ser instituída por lei ordinária, mas tão-só por lei complementar, nos termos do § 4º do art. 195 da CF/88” (fl. 697).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. Inicialmente, quanto à preliminar de repercussão geral, é de se

anotar que os então Recorrentes foram intimados do acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

4. Razão de direito assiste aos Recorrentes. 5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que a incidência da contribuição para salário-educação sobre a remuneração de autônomos, avulsos e administradores é constitucional. Saliente-se que, ao adotar esse entendimento, o Supremo Tribunal Federal não limitou a constitucionalidade da cobrança ao período posterior à edição da Lei Complementar n. 84/96.

Nesse sentido:“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Salário-educação:

Decreto-Lei nº 1.422/75 e Lei nº 9.424/96. Incidência. Remuneração paga a autônomos, avulsos e administradores. Constitucionalidade. Agravo regimental não provido. Precedentes. Agravo regimental improvido. É constitucional a contribuição denominada salário-educação sobre a remuneração paga a autônomos, avulsos e administradores” (AI 523.308-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 27.5.05).

“1. Salário-educação: validade em face da Carta de 1969 e recepção pela Constituição de 1988, conforme o entendimento adotado pelo plenário do Tribunal no RE 290.079 (Galvão, Pleno, j. 17.10.2001, DJ 4.4.2003). 2. Salário-educação: incidência sobre a remuneração paga a autônomos, avulsos e administradores: precedentes” (AI 496.771-AgR, Rel Min. Sepúlveda Pertence, DJ 26.11.04).

O acórdão recorrido divergiu dessa orientação.6. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 488.535-2 (437)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULRECDO.(A/S) : TRANSPORTADORA TEGON VALENTI S/AADV.(A/S) : VINÍCIUS VIEIRA MELO E OUTRO (A/S)

DECISÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. SAÍDAS REALIZADAS COM REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. ESTORNO PROPORCIONAL DO CRÉDITO RELATIVO ÀS OPERAÇÕES ANTERIORES. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“EMBARGOS INFRINGENTES. ICMS. EXECUÇÃO FISCAL. SISTEMA DE REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO. APROPRIAÇÃO DE CRÉDITOS SOBRE A BASE REDUZIDA. POSSIBILIDADE. DESCARACTERIZAÇÃO DO TÍTULO EXECUTIVO.

1. A Constituição, para o fim de concretizar o princípio da não cumulatividade do ICMS, determina o sistema de compensação por creditamento. Conflita, por isso, com a Carta Magna, a adoção de qualquer outro sistema, como, por exemplo, o da redução da base de cálculo, mesmo que seja por opção do contribuinte, desimportando inclusive o resultado pecuniário. É que, no caso, o sistema eleito pela Carta Magna traduz o próprio conteúdo da garantia que ela assegura, que é, em substância, de proveito integral. Exegese do art. 155, § 2º, I, da CF. Precedentes desta Corte e também do STF.

2. Embargos infringentes desacolhidos” (fl. 423 – grifos nossos).Tem-se no voto condutor desse julgado:“A embargada, relativamente ao ICMS, optou pelo regime da base de

cálculo reduzida para 80%, ou seja, redução de 20%, mas apropriou-se de supostos créditos sobre os 80%, ou seja, sobre a base reduzida” (fl. 425).

O Tribunal a quo confirmou o seguinte julgado, proferido em apelação:

“TRIBUTÁRIO. ICMS. EMPRESAS PRESTADORAS DE SERVIÇOS DE TRANSPORTE. BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. DIREITO DE CRÉDITO PROPORCIONAL. PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE” (fl. 364 – grifos nossos).

2. O Recorrente afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 5º, inc. II, 150, inc. II, 155, § 2º, inc. I e II, alíneas a e b, e XII, alíneas c e g, da Constituição da República e o art. 34, § 8º, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT.

Assevera que:“A questão diz com a possibilidade, ou não, de utilização de créditos

fiscais relativos a entradas tributadas, ainda que haja ocorrido a opção pela redução da base de cálculo do ICMS (...). O v. acórdão invectivado considerou, no entanto, que, embora tenha o contribuinte optado pelo benefício de calcular o ICMS com base de cálculo reduzida, por força do Convênio n. 38/89, ainda assim pode utilizar créditos fiscais relativos às entradas tributadas, sob pena de restar malferido o princípio constitucional da não cumulatividade” (fls. 461-462).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. O Supremo Tribunal Federal consolidou o entendimento de que a

redução da base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS corresponde à isenção parcial e que, nessa hipótese, o estorno de crédito relativo às operações anteriores – proporcional àquela redução - é constitucional.

Nesse sentido:“EMENTA: TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias.

ICMS. Créditos relativos à entrada de insumos usados em industrialização de produtos cujas saídas foram realizadas com redução da base de cálculo. Caso de isenção fiscal parcial. Previsão de estorno proporcional. Art. 41, inc. IV, da Lei estadual nº 6.374/89, e art. 32, inc. II, do Convênio ICMS nº 66/88. Constitucionalidade reconhecida. Segurança denegada. Improvimento ao recurso. Aplicação do art. 155, § 2º, inc. II, letra "b", da CF. Voto vencido. São constitucionais o art. 41, inc. IV, da Lei nº 6.374/89, do Estado de São Paulo, e o art. 32, incs. I e II, do Convênio ICMS nº 66/88” (RE 174.478, Rel. Min. Marco Aurélio, Redator para o acórdão o Ministro Cezar Peluso, DJ 17.3.2005 - grifos nossos).

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. CONSTITUCIONAL. COMPENSAÇÃO DE ICMS CALCULADO MEDIANTE BASE DE CÁLCULO REDUZIDA. ESTORNO PROPORCIONAL. POSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - No julgamento do RE 174.478/SP, Rel. para o acórdão o Min. Cezar Peluso, o Tribunal passou a entender pela impossibilidade da compensação dos créditos relativos à entrada de insumos realizada com redução da base de cálculo, uma vez que consubstancia isenção fiscal parcial. Precedentes. II - Recurso protelatório. Aplicação de multa. III - Agravo regimental improvido” (AI 558.290-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 21.8.2009 – grifos nossos).

“IMPOSTO SOBRE CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS - PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE - REDUÇÃO DA BASE DE CÁLCULO - PRECEDENTE DO PLENÁRIO. O Plenário, apreciando o Recurso Extraordinário nº 174.478-2/SP, considerou harmônica com a Carta da República a exigência de estorno proporcional do crédito do ICMS relativo à entrada de insumos usados na fabricação de produtos cujas saídas foram realizadas com redução da base de cálculo. AGRAVO - ARTIGO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 107: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 107

557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé” (AI 539.382-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 20.3.2009 – grifos nossos).

“EMENTA: Embargos de declaração em agravo de instrumento. 2. Decisão monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. ICMS. Princípio da não-cumulatividade. Estorno dos créditos proporcional à redução da base de cálculo concedida ao contribuinte. Orientação jurisprudencial pacificada nesta Corte. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 449.612-ED, Rel. Min. Carlos Veloso, Redator para o acórdão o Ministro GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJe 5.6.2009 – grifos nossos).

5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 491.369-1 (438)PROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : M S & CIA LTDAADV.(A/S) : PAULO R. KALEF E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região e assim ementado:

“TRIBUTÁRIO. FINSOCIAL. INCONSTITUCIONALIDADE. REPETIÇÃO. PRELIMINAR. COISA JULGADA.

1. A doutrina vislumbra duas espécies de mandado de segurança: o ortodoxo, bem delineado na Lei 1.533/51, que ataca crédito tributário e requer prova do ato coator, e o pretoriano, construção da jurisprudência, que ataca obrigação tributária sem necessidade de prova do ato coator. Naquele, o que há é espancamento de ato concreto e ilegal e/ou abusivo. Neste, há um provimento judicial de natureza preventiva e de efeitos declaratórios. Esses efeitos declaratórios fazem coisa julgada, consoante entendimento remansoso dos pretórios federais e nacionais.

2. Havendo, como há, decisão transitada em julgado em prol do Fisco, incabe a prolação de novo provimento judicial, agora em favor do contribuinte, pena de maltrato à coisa julgada e ao instituto da rescisória, além da usurpação de competência do órgão ad quem competente para rescindir decisão prolatada no juízo a quo.

3. Honorários em 10% sobre o valor da causa a cargo da autora.4. Apelação e remessa oficial providas.” (fl. 201).Sustenta a recorrente, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 5º,

XXXVI, da Constituição Federal.2.Inconsistente o recurso. É que o recurso especial já foi parcialmente provido pelo Superior

Tribunal de Justiça e, constando da decisão transitada em julgado:“Realmente, no que tange à restituição do montante que excede o

valor devido pela alíquota de 0,5%, referente aos depósitos convertidos em renda da União, no curso do mandado de Segurança supracitado, tal matéria encontra-se protegida pelo manto da coisa julgada. Já em relação aos pagamentos da exação realizados pela recorrente, na parte que excede o referido percentual, em período diverso da referida ação mandamental, tenho que não se aplica o instituto da coisa julgada.

Desse modo, tendo em vista que na presente ação a recorrente pretende o reconhecimento da inconstitucionalidade dos aumentos de alíquota da contribuição para o FINSOCIAL, cumulada com o pedido de restituição dos valores pagos a maior, e na ação mandamental o objeto da lide era o reconhecimento do direito da impetrante (ora recorrente) em não recolher a contribuição relativamente aos fatos geradores ocorridos a partir do mês de agosto de 1991, tenho que inexiste identidade entre as ações, não se operando, portanto, o instituto da coisa julgada.

(...)Ante o exposto, DOU PARCIAL PROVIMENTO ao presente recurso

especial, para determinar o retorno dos autos, com a análise da pretensão não atingida pela coisa julgada.” (fl. 254/254).

Nesse ponto, está, pois, prejudicado o extraordinário. Quanto ao mais, verifico que a análise da questão relativa à

incidência da coisa julgada é de índole infraconstitucional, de modo que eventual ofensa à Constituição Federal seria, aqui, apenas indireta.

Ainda que assim não fosse, suposta violação ao art. 5º, XXXVI configuraria, aqui, o que se chama mera ofensa reflexa, também dita indireta, à Constituição da República, porque eventual juízo sobre sua caracterização dependeria de reexame prévio do caso à luz das normas infraconstitucionais, em cuja incidência e interpretação, para o decidir, se apoiou o acórdão impugnado.

É, ao propósito, velhíssima a postura desta Corte no sentido de que,

se, para provar contrariedade à Constituição, se deva, antes, demonstrar ofensa à lei ordinária, então é esta que conta para efeito de juízo de admissibilidade do recurso extraordinário (cf., por todos, RE nº 92.264-SP, Rel. Min. DECIO MIRANDA, in RTJ 94/462-464). E este enunciado sintetiza raciocínio de certa simplicidade, que está no seguinte.

É natural que, propondo-se a Constituição como fundamento jurídico último, formal e material, do ordenamento, toda questão jurídico-normativa apresente ângulos ou aspectos de algum modo constitucionais, em coerência com os predicados da unidade e da lógica que permeiam toda a ordem jurídica.

Mas tal fenômeno não autoriza que, para efeitos de admissibilidade de recurso extraordinário, sempre se dê relevo ou prevalência à dimensão constitucional da quaestio iuris, sob pretexto de a aplicação da norma ordinária encobrir ofensa à Constituição, porque esse corte epistemológico de natureza absoluta equivaleria à adoção de um atalho que, de um lado, degradaria o valor referencial da Carta, barateando-lhe a eficácia, e, de outro, aniquilaria todo o alcance teórico das normas infraconstitucionais, enquanto materialização e desdobramento necessário do ordenamento, destinadas, que são, a dar atualidade, conseqüência e sentido prático ao conteúdo normativo inscrito nas disposições constitucionais.

Tal preponderância só quadra à hipótese de o recurso alegar e demonstrar que o significado normativo atribuído pela decisão ao texto da lei subalterna, no ato de aplicá-la ao caso, guarde possibilidade teórica de afronta a princípio ou regra constitucional objeto de discussão na causa. E, ainda assim, sem descurar-se da falácia de conhecido estratagema retórico que, no recurso, invoca, desnecessariamente, norma constitucional para justificar pretensão de releitura da norma infraconstitucional aplicada, quando, na instância ordinária, não se discutiu ou, o que é mais, nem se delineie eventual incompatibilidade entre ambas. É coisa que não escapou a velho precedente da Corte, do qual consta o seguinte:

“(...) Observo, com relação [à questão constitucional], que é incomum que, para se interpretar um texto infraconstitucional, haja necessidade de, para reforçar a exegese, se invocarem textos constitucionais, exceto quando seja preciso conciliar a lei ordinária com a Constituição por meio da técnica da interpretação conforme a Carta Magna” (voto do Min. MOREIRA ALVES no RE nº 147.684, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, in RTJ 148/2).

Neste caso, não há questão constitucional capaz de tornar admissível o recurso extraordinário, porque o que, no fundo, sustenta a recorrente é que, aplicando normas subalternas, revestidas de incontroversa constitucionalidade formal e material, a fatos insuscetíveis de rediscussão nesta via, quando não poderia tê-lo feito, porque tais fatos não corresponderiam às suas fattispecie abstratas, teria o tribunal a quo proferido decisão errônea (error in iudicando), cujo resultado prático implicaria violação de normas constitucionais. É hipótese típica do que se costuma definir como ofensa reflexa ou indireta, que, a bem ver, não tipifica ofensa alguma à Constituição.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 495.680-2 (439)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ANTÔNIO CAMILLO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MARIA AMÉLIA CORDEIRO TUPYNAMBÁRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região e assim ementado:

“PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA (PELA UFIR) DA TABELA PROGRESSIVA DO IMPOSTO DE RENDA PESSOA FÍSICA (LEI Nº 9.250/95) E DOS LIMITES DE DEDUÇÃO: IMPOSSIBILIDADE – NECESSIDADE DE LEI EXPRESSA: O JUDICIÁRIO NÃO LEGISLA.

1. Não pode o Judiciário, a quem é vedado legislar, determinar a atualização monetária da tabela progressiva do imposto de renda pessoa física (e limites de dedução) por critérios, métodos ou indexadores outros que não os previstos na legislação de regência (Lei nº 9.250/95 e alterações).

2. Apelação não provida: pedido improcedente.3. Peças liberadas pela Relatora, em 23/08/2005, para publicação do

acórdão (fl.96). Sustenta o recorrente, com base no art. 102, III, a, ter havido violação

aos arts. 145, §1º, e 150, I, II e IV, da Constituição Federal.2.Inviável o recurso.O acórdão impugnado decidiu em estrita conformidade com a

jurisprudência assentada da Corte sobre o tema, como se pode ver à seguinte ementa exemplar:

“Imposto de Renda: tabela progressiva instituída pela L. 9.250/95: ausente previsão legal, é vedado ao Poder Judiciário impor a correção monetária. Precedentes” (RE nº 415.322-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Primeira Turma, DJ de 13.5.2005. Grifos nossos). No mesmo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 108: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 108

sentido, cf. RE nº 421.837, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 14.9.2005; RE nº 434.170, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 16.8.2005; RE nº 420.662, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 15.8.2005; RE nº 424.573, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 3.6.2005; RE nº 426.842, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 27.5.2005; RE nº 445.315, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 10.5.2005; RE nº 408.616, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 3.2.2005.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, §1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.594-8 (440)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : EMPRESA DE ÔNIBUS PÁSSARO MARRON LTDA.ADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ SENNE

DESPACHO (Petição STF n. 84.611/2007)1. Em 11 de junho de 2007, determinei que a ora Recorrida

regularizasse a representação processual, para, na sequência, examinar o pedido de renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação - Petição 84.611/2007 (fls. 304-305 e 307).

Essa decisão foi publicada no Diário da Justiça Eletrônico de 27.6.2007.

2. Os autos vieram-me conclusos em 3.8.2007, sem que houvesse manifestação da Recorrida (certidão de fl. 308).

Em consulta ao Diário da Justiça Eletrônico n. 45/2007 (p. 179), verificou-se que a publicação da decisão de fls. 304-305 ocorreu em nome de advogado diverso do que requerido à fl. 282.

3. À Secretaria Judiciária, para que proceda à nova autuação, para constar José Luiz Senne, OAB/SP 43.373, como representante da Empresa de Ônibus Pássaro Marron S/A, ora Recorrida.

Na sequência, intime-se a Recorrida para, no prazo de 15 (quinze) dias, regularizar a representação processual, nos termos do art. 38 do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 500.137-7 (441)PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : MUNICÍPIO DE CURITIBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBARECDO.(A/S) : MONARCA EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS LTDAADV.(A/S) : RODRIGO DA ROCHA ROSA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 1) IMPOSTO

PREDIAL E TERRITORIAL URBANO. PROGRESSIVIDADE DE ALÍQUOTAS ANTES DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 29/2000: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 668 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2) TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA E DE COLETA DE LIXO: INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. 3) TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 670 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Paraná:

“APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DECLARATÓRIA DE NULIDADE DE DÉBITO FISCAL CUMULADA COM REPETIÇÃO DE INDÉBITO - LANÇAMENTOS DE IPTU REFERENTE AOS EXERCÍCIOS DE 1995 A 1999 COM BASE EM LEI COMPLEMENTAR MUNICIPAL QUE AUTORIZA PROGRESSIVIDADE FISCAL - LEIS ANTERIORES À EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000 - INCONSTITUCIONALIDADE DOS LANÇAMENTOS - IPTU É TRIBUTO DE NATUREZA REAL- INVIABILIDADE DA PROGRESSIVIDADE FISCAL - AFRONTA AO PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE, DA CAPACIDADE CONTRIBUTIVA E DA ISONOMIA - TAXA DE CONSERVAÇÃO E LIMPEZA, TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA E TAXA DE COLETA DE LIXO - SERVIÇO UTI UNIVERSI - NÃO CABIMENTO DE TAXA.

1. No que concerne ao lançamento referente ao exercício de 1995 já se operou a prescrição.

2. Antes da Emenda Constitucional 29/2000 não existia a possibilidade de se instituir a progressividade fiscal do IPTU. Ademais a Emenda não retroage para fim de validar as leis anteriores. A Lei Complementar que nasce inconstitucional, padece de vício originário, é tida

como inexistente e, portanto, não pode ser convalidada por superveniente Emenda Constitucional. Nulidades dos lançamentos realizados com base na lei inconstitucional.

3. As taxas de iluminação pública, de conservação e limpeza, bem como a de coleta de lixo são inconstitucionais, eis que tais serviços não possuem a natureza de específicos e divisíveis, de modo que não podem ser lançadas pela Prefeitura juntamente com o IPTU.

4. Apelação do Município de Curitiba desprovida. Apelação de Monarca Empreendimentos Imobiliários parcialmente” (fls. 1552-1553 – grifos nossos).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“No que concerne à cobrança da taxa de coleta de lixo, assim como a

taxa de iluminação pública vale lembrar que as taxas consistem em tributos que têm como fato gerador o exercício do poder de polícia ou a utilização efetiva ou potencial de serviços públicos, específicos e divisíveis.

A divisibilidade está relacionada à prestação de atuação estatal direcionado a determinado sujeito passivo. A especificidade caracteriza-se quando o serviço pode ser individualizado, de forma que se possa separar a atuação estatal para cada sujeito.

O recolhimento de lixo, consiste em serviço público prestado uti universi, que carece dos requisitos de especificidade e divisibilidade. Aliás este é o entendimento reiterado da jurisprudência.

"TRIBUTÁRIO. ESTADO DO RIO DE JANEIRO. TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA. EXERCÍCIO DE 1995. LEI Nº 691/84, COM ALTERAÇÕES INTRODUZIDAS PELA LEI Nº 1513/89. ACÓRDÃO QUE RECONHECEU A LEGITIMIDADE DA EXAÇÃO. ALEGADA OFENSA AO ART.145, INC, II, DA CF. Tributo vinculado não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à limpeza de logradouros públicos, hipótese em que os serviços são executados em benefício da população em geral (uti universi), sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários e, consequentemente, da referibilidade a contribuintes determinados, não se prestando para custeio mediante taxa. Impossibilidade no caso de separação das duas parcelas. Recurso conhecido e provido." (STF, RE 249-070-9, Rel. Min. Ilmar Galvão, 1ª Turma, DJU 17.12.1999, p.33)” (fl. 1558 – grifos nossos).

2. O Recorrente afirma que as alíquotas de Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU previstas na legislação local não seriam progressivas, mas sim seletivas.

Assevera que “quanto maior o patrimônio a ser tributado, maior a capacidade econômica do contribuinte, devendo, dessa forma ser maior a alíquota do IPTU a incidir sobre o mesmo. O mesmo raciocínio se aplica para a localização geográfica do imóvel a ser tributado, posto que (sic) imóveis situados em regiões centrais ou periféricas retratam uma capacidade econômica maior ou menor do seu proprietário” (fl. 1585).

Alega, ainda, que “tanto os serviços de limpeza e conservação como a coleta de lixo e iluminação pública são prestados de forma individual e divisível” (fl. 1593).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. No julgamento da Questão de Ordem no Agravo de Instrumento

712.743, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJe 8.5.2009, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reafirmou o entendimento consolidado no sentido da inconstitucionalidade das alíquotas progressivas de IPTU antes da Emenda Constitucional n. 29/2000:

“QUESTÃO DE ORDEM. AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONVERSÃO EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO (CPC, ART. 544, PARÁGRAFOS 3º E 4º). IPTU. INCIDÊNCIA DE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS ATÉ A EC 29/2000. RELEVÂNCIA ECONÔMICA, SOCIAL E JURÍDICA DA CONTROVÉRSIA. RECONHECIMENTO DA EXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO DEDUZIDA NO APELO EXTREMO INTERPOSTO. PRECEDENTES DESTA CORTE A RESPEITO DA INCONSTITUCIONALIDADE DA COBRANÇA PROGRESSIVA DO IPTU ANTES DA CITADA EMENDA. SÚMULA 668 DESTE TRIBUNAL. RATIFICAÇÃO DO ENTENDIMENTO. POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DA REPERCUSSÃO GERAL (CPC, ART. 543-B). 1. Mostram-se atendidos todos os pressupostos de admissibilidade, inclusive quanto à formal e expressa defesa pela repercussão geral da matéria submetida a esta Corte Suprema. Da mesma forma, o instrumento formado traz consigo todos os subsídios necessários ao perfeito exame do mérito da controvérsia. Conveniência da conversão dos autos em recurso extraordinário. 2. A cobrança progressiva de IPTU antes da EC 29/2000 – assunto de indiscutível relevância econômica, social e jurídica – já teve a sua inconstitucionalidade reconhecida por esta Corte, tendo sido, inclusive, editada a Súmula 668 deste Tribunal. 3. Ratificado o entendimento firmado por este Supremo Tribunal Federal, aplicam-se aos recursos extraordinários os mecanismos previstos no parágrafo 1º do art. 543-B, do CPC. 4. Questão de ordem resolvida, com a conversão do agravo de instrumento em recurso extraordinário, o reconhecimento da existência da repercussão geral da questão constitucional nele discutida, bem como ratificada a jurisprudência desta Corte a respeito da matéria, a fim de possibilitar a aplicação do art. 543-B, do CPC” (grifos nossos).

5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido da inconstitucionalidade da taxa de limpeza pública e da taxa de coleta de lixo, essa última quando vinculada à primeira:

“E M E N T A: TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA -

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 109: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 109

INCONSTITUCIONALIDADE - PRECEDENTES - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO” (AI 684.607-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJe 19.9.2008).

“É ilegítima a cobrança da Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública - TCLLP, porquanto não está vinculada apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também a serviço de caráter universal e indivisível, como a limpeza de logradouros públicos” (RE 380.427-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ 22.6.2007 – grifos nossos).

"EMENTA: MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. TRIBUTÁRIO. LEI Nº 10.921/90, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AOS ARTS. 7º, 87 E INCS. I E II, E 94 DA LEI Nº 6.989/66, DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA. TAXAS DE LIMPEZA PÚBLICA E DE CONSERVAÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS.

Inconstitucionalidade dos dispositivos sob enfoque.(...)Os demais, por haverem violado a norma do art. 145, § 2º, ao

tomarem para base de cálculo das taxas de limpeza e conservação de ruas elemento que o STF tem por fator componente da base de cálculo do IPTU, qual seja, a área de imóvel e a extensão deste no seu limite com o logradouro público.

Taxas que, de qualquer modo, no entendimento deste Relator, tem por fato gerador prestação de serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, não tendo de ser custeado senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais.

Não-conhecimento do recurso da Municipalidade. Conhecimento e provimento do recurso da contribuinte” (RE n. 204.827, Rel. Min. Ilmar Galvão, Tribunal Pleno, DJ 25.4.1997 – grifos nossos).

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO PREDIAL E TERRITORIAL URBANO - IPTU. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. RENDA PROVENIENTE DA LOCAÇÃO DE IMÓVEL. DESTINAÇÃO ÀS FINALIDADES ESSENCIAIS. REEXAME DE FATOS E PROVAS. ÓBICE DA SÚMULA 279-STF. TAXA DE LIMPEZA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE. LEI MUNICIPAL 5.641/89. INCONSTITUCIONALIDADE. Para se chegar a conclusão diversa daquela a que chegou o acórdão recorrido, seria necessário reexaminar os fatos e provas da causa, procedimento vedado na esfera do recurso extraordinário, de acordo com a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. A decisão agravada está em conformidade com o entendimento firmado por ambas as Turmas desta Corte de que a cobrança da Taxa de Limpeza Pública, instituída pela Lei 5.641/89 do Município de Belo Horizonte, é inviável. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 485.805-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 14.12.2007 – grifos nossos).

E ainda: AI 613.379-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJ 30.3.2007; RE 542.516, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, decisão monocrática, DJ 29.5.2007; RE 419.816/MG, Rel. Min. Eros Grau, decisão monocrática, DJ 23.11.2006; e AI 551.560, Rel. Min. Joaquim Barbosa, decisão monocrática, DJ 18.8.2005.

6. O entendimento do Supremo Tribunal no sentido da inconstitucionalidade da taxa de iluminação pública foi consolidado na Súmula 670:

“O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa”.

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 506.955-9 (442)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECTE.(S) : MUNICÍPIO DE GOVERNADOR VALADARESADV.(A/S) : JOSÉ NILO DE CASTRORECDO.(A/S) : CARMOSITA ALVES DE CARVALHOADV.(A/S) : RODRIGO RABELO DE FARIA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR

PÚBLICO. MAGISTÉRIO. IMPOSSIBILIDADE DE ACUMULAÇÃO DE PROVENTOS DE DOIS CARGOS DE PROFESSOR COM VENCIMENTOS DE UM TERCEIRO. ACÓRDÃO RECORRIDO EM DESARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSOS PROVIDOS.

Relatório1. Recursos extraordinários interpostos pelo Município de Governador

Valadares e pelo Estado de Minas Gerais, ambos com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O Tribunal de Justiça de Minas Gerais julgou apelação em ação ordinária, nos termos seguintes:

“Apelação. Ação ordinária. Acumulação de dois cargos de professora do Estado e do Município de Governador Valadares, mais uma aposentadoria, tudo antes da EC n° 20/98. Possibilidade de tal acumulação, em vista do disposto no art. 11 da referida Emenda. Apelo provido, para julgar procedente a ação. Acumulação possível, diante da ressalva do art. 11 da EC n° 20/98, ao excetuar a vedação do art. 37, X, da CF, sem se referir a número de cargos, ressalvada a impossibilidade de acumulação de mais de uma aposentadoria” (fl. 310).

3. O Município de Governador Valadares alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 37, inc. XVI, da Constituição.

Argumenta que:“Resta evidente, à luz do art. 37, inciso XVI, da Constituição da

República, que as exceções indicadas na referida norma permitem a acumulação remunerada de apenas dois cargos públicos, não abrangendo os proventos de aposentadoria, de forma que o servidor inativo, que não deixa de ter a posse do cargo, considerando o recebimento de proventos como forma de remuneração, equipara-se ao servidor ativo, para fins de acumulação de cargos, estendendo-se, também, àquele, a vedação constitucional.

4. O Estado de Minas Gerais sustenta que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. XXXV, LIV e LV, 37, inc. XVI, XVII e § 10, e 40, § 6º, e 93, inc. IX, da Constituição.

Assevera que:“(...) a acumulação de dois cargos públicos com proventos de

inatividade decorrentes de aposentadoria em um terceiro cargo público encontra óbice na jurisprudência do Egrégio TJMG, bem como no STF e na Constituição da República de 1988, ainda que obtidos em data anterior à Emenda Constitucional n. 20, devendo ser mantida a r. decisão de primeira instância” (fl. 377).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Diante da identidade de pedidos nos recursos extraordinários

interpostos, analiso-os conjuntamente. 5. Razão jurídica assiste aos Recorrentes.Na espécie vertente, a ora Recorrida pretende acumular proventos de

dois cargos de professor com vencimentos de um terceiro cargo, para o qual foi aprovada em concurso público em data anterior à vigência da Emenda Constitucional n. 20/98.

A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido da impossibilidade de acumulação de proventos com vencimentos quando envolvidos cargos inacumuláveis na atividade.

Nesse sentido:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

MAGISTÉRIO. ACUMULAÇÃO TRÍPLICE DE PROVENTOS E VENCIMENTOS. SUPERVENIÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98. INAPLICABILIDADE.

1. A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição do Brasil.

2. Inaplicabilidade, no caso, da Emenda Constitucional n. 20/98, vez que inadmissível, na ativa, a acumulação de três cargos de magistério. Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 567.707-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJ 23.6.2006 - grifei).

E, ainda:“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO.

MAGISTÉRIO. PROVENTOS E VENCIMENTOS: ACUMULAÇÃO TRÍPLICE. Art. 37, XVI e XVII. SUPERVENIÊNCIA DA EC 20/98. INAPLICABILIDADE.

I. - A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida quando se tratar de cargos, funções ou empregos acumuláveis na atividade, na forma permitida pela Constituição.

II. - Inaplicabilidade à espécie da EC 20/98, porquanto não admitida a acumulação, na ativa, de três cargos de professora.

III. - Precedente do Plenário: RE 163.204/SP.IV. - Agravo não provido” (AI 419.426-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso,

Segunda Turma, DJ 7.5.2004 - grifei).O acórdão recorrido está em desarmonia com a jurisprudência deste

Supremo Tribunal.6. Pelo exposto, dou provimento aos recursos extraordinários (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Invertidos os ônus da sucumbência, com a ressalva de eventual concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos dos arts. 4º e 12 da Lei n. 1.060/1950.

Publique-se.Brasília, 3 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 527.997-9 (443)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : CONCREBRÁS S/AADV.(A/S) : LEO KRAKOWIAK E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 110: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 110

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE

RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. LIMITAÇÃO ANUAL EM 30% A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1995: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“EMENTA:I – TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE A RENDA. COMPENSAÇÃO

DE LUCROS, NO BALANÇO FISCAL, COM PREJUÍZOS APURADOS EM PERÍODOS- BASE ANTERIORES. ABOLIÇÃO DA LIMITAÇÃO TEMPORAL DO ART. 12 DA LEI 8.541/92 (LEI 8.981/95, ART. 117, INC. I). CRIAÇÃO DE LIMITE DE 30% AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE COMPENSAR (LEI 8.981/92, ART. 42). EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DECORRENTE DE ILEGAL MORATÓRIA ‘PRO FISCO’, INSTITUÍDA PELO LEGISLADOR ORDINÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO DO CTN.

II – TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. COMPENSAÇÃO DE LUCROS NO BALANÇO FISCAL, COM BASES NEGATIVAS APURADAS EM PERÍODOS-BASE ANTERIORES. ABOLIÇÃO DA LIMITAÇÃO TEMPORAL DO ART. 44, PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI Nº 8.383/91 (LEI Nº 8.981/95, ART. 117, INC. II). CRIAÇÃO DE LIMITE DE 30% AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE COMPENSAR (LEI Nº 8.981/95, ART. 58). EMPRÉSTIMO COMPULSÓRIO DECORRENTE DE ILEGAL MORATÓRIA ‘PRO FISCO’, INSTITUÍDA PELO LEGISLADOR ORDINÁRIO SEM AUTORIZAÇÃO DO CTN” (fl. 686).

2. A Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc. LV, 93, inc. IX, 146, inc. III, 148, 150, inc. III, alíneas a e b, 153, inc. III, e 195, inc. I e § 6º, da Constituição da República.

Argumenta, em síntese, que seria inconstitucional a limitação de 30% imposta pela Lei n. 8.981/95 à compensação de prejuízos fiscais e bases negativas apuradas até 31.12.1994.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. Ao julgar o Recurso Extraordinário 344.994, Redator para o

acórdão o Ministro Eros Grau, o Plenário do Supremo Tribunal apreciou tese idêntica à que se contém neste processo e entendeu pela constitucionalidade da limitação de 30% à compensação dos prejuízos fiscais do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a partir de 1º de janeiro de 1995, nos termos seguintes:

“Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, desproveu recurso extraordinário interposto contra acórdão do TRF da 4ª Região, que reconhecera a validade da limitação da compensação incidente sobre o lucro real, bem como da limitação da compensação para determinação da base de cálculo da contribuição social, conforme estabelecem os artigos 42 e 58 da Medida Provisória 812/94, posteriormente convertida na Lei 8.981/95 (“Art. 42. A partir de 1º de janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento. ... Art. 58. Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por compensação da base de cálculo negativa, apurada em períodos-base anteriores em, no máximo, trinta por cento.”) — v. Informativo 369. Entendeu-se que a lei em exame veio assegurar às empresas um benefício fiscal que viabilizou a compensação de prejuízos apurados em exercícios anteriores” (Informativo n. 540).

Em seu voto-vista, a Ministra Ellen Gracie esclareceu:“tratar-se, na espécie, de utilização dos prejuízos acumulados até

31.12.94 e não de dedução de prejuízos correspondentes ao exercício corrente. Observou que, em relação aos prejuízos verificados no ano-base/91, haveria possibilidade de compensação em até 4 anos-calendário subseqüentes (Decreto-lei 1.598/77); no ano-base/92, sem fixação de prazo (Lei 8.383/91); no ano-base/93, em até 4 anos-calendário subseqüentes (Lei 8.541/92), não tendo sido alterada essa estrutura pela Lei 8.981/95, que apenas impôs restrição à proporção com que os prejuízos poderiam ser apropriados a cada apuração do lucro real. Salientou que, em matéria de imposto de renda, a lei aplicável é a vigente na data do encerramento do exercício fiscal e que os recorrentes tiveram modificada pela Lei 8.981/95 uma mera expectativa de direito. Asseverou que o conceito de lucro é o que a lei define, não necessariamente o que corresponde às perspectivas societárias ou econômicas. Assim, o Regulamento do Imposto de Renda - RIR, que antes permitia o desconto de 100% dos prejuízos fiscais, para efeito de apuração do lucro real, passou, com a Lei 8.981/95, a limitar essas compensações a 30% do lucro real apurado no exercício correspondente. Aduziu ser somente por benesse da política fiscal que se estabelecem mecanismos como o ora analisado, por meio dos quais se autoriza o abatimento de prejuízos verificados, mais além do exercício social em que constatados. Frisou que, como todo favor fiscal, ele se limita às condições fixadas em lei, a qual definirá se o benefício será calculado sobre totalidade, ou não, do lucro

líquido. Em razão disso, até que encerrado o exercício fiscal, ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do imposto de renda, o contribuinte possui mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados pela legislação que regia os exercícios anteriores. Considerou não se estar diante, portanto, de qualquer alteração de base de cálculo do tributo, a exigir lei complementar, nem de empréstimo compulsório, não havendo ofensa aos princípios da irretroatividade ou do direito adquirido. Concluiu que a Lei 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência e que os prejuízos havidos em exercícios anteriores não são fato gerador algum, mas meras deduções cuja projeção para exercícios futuros foi autorizada nos termos da lei, a qual poderá ampliar ou reduzir a proporção de seu aproveitamento. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que dava provimento ao recurso, para declarar a inconstitucionalidade do art. 42 da citada lei, no que postergou a compensação dos prejuízos” (Informativo n. 540 – grifos nossos).

Não há, pois, o que prover quanto as alegações da Recorrente.5. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 540.827-2 (444)PROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : AUTO POSTO TIJUCAS LTDAADV.(A/S) : ELEANDRO ANGELO BIONDORECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA

DO DEVIDO PREQUESTIONAMNETO DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL TRAZIDA NA ESPÉCIE. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República.2. O Tribunal Regional Federal da 4ª Região julgou apelação em

mandado de segurança, nos termos seguintes:“TRIBUTÁRIO. PIS. COFINS. OPERAÇÕES ENVOLVENDO

DERIVADOS DE PETRÓLEO. SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA. RESTITUIÇAO PREFERENCIAL E IMEDIATA. INTELIGÊNCIA DO ART. 150, § 7º, DA CF. NÃO-CUMULATIVIDADE.

1. O PIS e a COFINS, na sistemática de substituição tributária, admitem a restituição imediata, conforme o mecanismo de preços. Entretanto, tal regime de recolhimento não implica transformá-los em não-cumulativos.

2. Desimporta, no âmbito fiscal, que o preço de revenda seja inferior ao do fato gerador presumido, eis que, realizado o fato imponível, surge desde logo a obrigação tributária, sendo dever do substituto cumpri-la.

3. Apenas nos casos em que não ocorrido o fato gerador a Constituição possibilita a restituição que, no caso de ser buscada pelo substituído, interessado econômico, sê-lo-á na via judicial.

4. O e. STF já reconheceu que o fato gerador presumido é definitivo, não dando ensejo a restituição ou complementação do imposto pago quando a base de cálculo efetiva configurar-se menor do que a eleita pelo legislador.

5. Apelação desprovida” (fl. 98).3. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 150,

inc. I, da Constituição.Argumenta que:“A questão central e que até a presente etapa não foi enfrentada

pelos Julgadores é pertinente à validade frente ao ordenamento jurídico da instituição do mecanismo de substituição tributária nos moldes do artigo 4º da Lei n. 9.718/98 e que diz respeito, não a substituição tributária considerada de per si, mas sim com a presença de requisitos que são essenciais para a instituição de qualquer espécie tributária (...)” (fl. 104).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.A análise do mérito do recurso extraordinário fica prejudicada ante a

ausência do devido prequestionamento - que traduz elemento indispensável ao conhecimento do recurso extraordinário – e que decorre da oportuna formulação, em momento procedimentalmente adequado, do tema de direito constitucional positivo. O art. 150, inc. I, da Constituição, não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem, tampouco foram opostos embargos de declaração para esse fim. Tem-se, portanto, nos termos da legislação vigente e da pacífica jurisprudência deste Supremo Tribunal como ausente o requisito do prequestionamento. Incidem, na espécie, as Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 111: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 111

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A matéria constitucional contida no recurso extraordinário não foi objeto de debate e exame prévios no Tribunal a quo. Tampouco foi suscitada em embargos de declaração, o que não viabiliza o extraordinário, em razão da ausência do necessário prequestionamento. 2. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 703.365-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 3.4.2009 - grifei).

Nada há a prover quanto às alegações da parte recorrente.5. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 541.517-1 (445)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : PORCHER DO BRASIL TECIDOS DE VIDRO LTDAADV.(A/S) : DÁRCIO FRANCISCO DOS SANTOS E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE

RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. LIMITAÇÃO ANUAL EM 30% A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1995. CONSTITUCIONALIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República.2. O Tribunal Regional Federal da 2ª Região julgou apelação em

mandado de segurança, nos termos seguintes:“TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS FISCAIS

LIMITADA A TRINTA POR CENTO. IRPJ E CSSL. LEIS 8.981/95 E 9.065/95. CONSTITUCIONALIDADE DA LIMITAÇÃO, COM RESSALVA DO PERÍODO DE APLICAÇÃO RELATIVO À CSSL, EM OBSERVÂNCIA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL.

1. A medida provisória é instrumento apto a regulamentar matéria tributária.

2. As disposições da Lei 8.981/95, resultado da conversão da medida provisória 812, devem ser observadas no ano-exercício de 1994 para o cálculo do imposto de renda e, a partir de 1º de abril de 1995, quanto à base de cálculo da contribuição social sobre o lucro.

3. Em 1994, havia apenas expectativa de direito de deduzir integralmente os prejuízos fiscais.

4. A limitação à dedução dos prejuízos fiscais faz parte da política fiscal.

5. As Leis em debate não impediram a compensação integral dos prejuízos, mas possibilitaram-na de forma gradual.

6. Sendo constitucional a limitação, não há ofensa ao art. 110 do CTN.

7. Não está caracterizada ofensa aos princípios da capacidade contributiva e do não-confisco.

8. Apelação provida em parte” (fl. 257).3. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado os arts. 5º,

inc. XXXVI, 145, § 1º, 150, inc. II e alínea b, da Constituição.Argumenta que:“(...) a limitação da compensação dos prejuízos de uma empresa em

30% do lucro auferido implica em tratar igualmente aos desiguais, posto que uma empresa que tenha tido prejuízo, sem compensá-lo com o lucro auferido no ano seguinte, estaria sendo tributado da mesma forma que uma empresa que auferiu lucros em anos seguidos.

O tratamento idêntico dispensado aos contribuintes em situações distintas fere, em primeiro lugar o princípio da isonomia. Todavia, a aplicação deste princípio na seara do direito tributário é indissociável do princípio da capacidade contributiva” (fl. 318).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.Ao julgar o Recurso Extraordinário 344.994, Redator para o acórdão o

Ministro Eros Grau, o Plenário deste Supremo Tribunal apreciou tese idêntica à que se contém neste processo e entendeu pela constitucionalidade da limitação de 30% à compensação dos prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre a Pessoa Jurídica e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, a partir de 1º de janeiro de 1995, nos termos seguintes:

“Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, desproveu recurso extraordinário interposto contra acórdão do TRF da 4ª Região, que reconhecera a validade da limitação da compensação incidente sobre o lucro real, bem como da limitação da compensação para determinação da base de

cálculo da contribuição social, conforme estabelecem os artigos 42 e 58 da Medida Provisória 812/94, posteriormente convertida na Lei 8.981/95 (‘Art. 42. A partir de 1º de janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento. ... Art. 58. Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por compensação da base de cálculo negativa, apurada em períodos-base anteriores em, no máximo, trinta por cento.’) — v. Informativo 369. Entendeu-se que a lei em exame veio assegurar às empresas um benefício fiscal que viabilizou a compensação de prejuízos apurados em exercícios anteriores” (Informativo n. 540).

Em seu voto-vista, a Ministra Ellen Gracie esclareceu:“tratar-se, na espécie, de utilização dos prejuízos acumulados até

31.12.94 e não de dedução de prejuízos correspondentes ao exercício corrente. Observou que, em relação aos prejuízos verificados no ano-base/91, haveria possibilidade de compensação em até 4 anos-calendário subseqüentes (Decreto-lei 1.598/77); no ano-base/92, sem fixação de prazo (Lei 8.383/91); no ano-base/93, em até 4 anos-calendário subseqüentes (Lei 8.541/92), não tendo sido alterada essa estrutura pela Lei 8.981/95, que apenas impôs restrição à proporção com que os prejuízos poderiam ser apropriados a cada apuração do lucro real. Salientou que, em matéria de imposto de renda, a lei aplicável é a vigente na data do encerramento do exercício fiscal e que os recorrentes tiveram modificada pela Lei 8.981/95 uma mera expectativa de direito. Asseverou que o conceito de lucro é o que a lei define, não necessariamente o que corresponde às perspectivas societárias ou econômicas. Assim, o Regulamento do Imposto de Renda - RIR, que antes permitia o desconto de 100% dos prejuízos fiscais, para efeito de apuração do lucro real, passou, com a Lei 8.981/95, a limitar essas compensações a 30% do lucro real apurado no exercício correspondente. Aduziu ser somente por benesse da política fiscal que se estabelecem mecanismos como o ora analisado, por meio dos quais se autoriza o abatimento de prejuízos verificados, mais além do exercício social em que constatados. Frisou que, como todo favor fiscal, ele se limita às condições fixadas em lei, a qual definirá se o benefício será calculado sobre totalidade, ou não, do lucro líquido. Em razão disso, até que encerrado o exercício fiscal, ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do imposto de renda, o contribuinte possui mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados pela legislação que regia os exercícios anteriores. Considerou não se estar diante, portanto, de qualquer alteração de base de cálculo do tributo, a exigir lei complementar, nem de empréstimo compulsório, não havendo ofensa aos princípios da irretroatividade ou do direito adquirido. Concluiu que a Lei 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência e que os prejuízos havidos em exercícios anteriores não são fato gerador algum, mas meras deduções cuja projeção para exercícios futuros foi autorizada nos termos da lei, a qual poderá ampliar ou reduzir a proporção de seu aproveitamento. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que dava provimento ao recurso, para declarar a inconstitucionalidade do art. 42 da citada lei, no que postergou a compensação dos prejuízos” (Informativo n. 540 – grifei).

O acórdão recorrido está em harmonia com a jurisprudência deste Supremo Tribunal, razão pela qual nada há a prover quanto às alegações da parte recorrente.

6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 543.633-1 (446)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : NEXTEL TELECOMUNICAÇÕES LTDAADV.(A/S) : MARCELO REINECKEN DE ARAUJO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MÁRCIO CALVET NEVESRECDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

DECISÃO: 1. Trata-se recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro e assim ementado:

“ICMS. VENDA ABAIXO DO CUSTO. PRINCÍPIO DA NÃO-CUMULATIVIDADE. RECEITA PÚBLICA.

1 – O princípio constitucional da não-cumulatividade considerada cada etapa econômica da circulação da mercadoria, impede que o valor do imposto da operação anterior adicione-se à base de cálculo do imposto devido nas operações seguintes.

2 – Nesse sistema, o valor do imposto da operação anterior transforma-se em crédito fiscal para ser deduzido do tributo a pagar na operação seguinte.

3 – A norma estadual que permite a escrituração dos valores dos tributos nas operações de entrada e saída de um mesmo produto e apenas

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 112: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 112

anula o crédito resultante da diferença decorrente da sua alienação por preço abaixo do de custo, por venda subsidiada, harmoniza-se com o princípio constitucional da não-cumulatividade desse imposto a atende à sua finalidade de servir como instrumento de receita pública.

4 – Nessas circunstâncias, a base de cálculo do ICMS na alienação do produto por preço abaixo de seu custo, até este limite, continua sem adicionar o valor do imposto da anterior operação de entrada.

5 – Nesse aspecto, a permissão de crédito dessa diferença de impostos ofenderia à finalidade do tributo servir como instrumento de receita pública”. (fl. 311).

A recorrente alega, com base no art. 102, III, a, violação ao art. art. 155, § 2º, I, da Constituição Federal.

2.Inviável o recurso.Com efeito, suposta violação ao art. 155, § 2º, I, da CF/88

configuraria, aqui, o que se chama mera ofensa reflexa, também dita indireta, à Constituição da República, porque eventual juízo sobre sua caracterização dependeria de reexame prévio do caso à luz das normas infraconstitucionais, em cuja incidência e interpretação, para o decidir, se apoiou o acórdão impugnado, designadamente o art. 37, § 1º, da Lei estadual nº 2.657/96.

É, ao propósito, velhíssima a postura desta Corte no sentido de que, se, para provar contrariedade à Constituição, se deva, antes, demonstrar ofensa à lei ordinária, então é esta que conta para efeito de juízo de admissibilidade do recurso extraordinário (cf., por todos, RE nº 92.264-SP, Rel. Min. DECIO MIRANDA, in RTJ 94/462-464). E este enunciado sintetiza raciocínio de certa simplicidade, que está no seguinte.

É natural que, propondo-se a Constituição como fundamento jurídico último, formal e material, do ordenamento, toda questão jurídico-normativa apresente ângulos ou aspectos de algum modo constitucionais, em coerência com os predicados da unidade e da lógica que permeiam toda a ordem jurídica.

Mas tal fenômeno não autoriza que, para efeitos de admissibilidade de recurso extraordinário, sempre se dê relevo ou prevalência à dimensão constitucional da quaestio iuris, sob pretexto de a aplicação da norma ordinária encobrir ofensa à Constituição, porque esse corte epistemológico de natureza absoluta equivaleria à adoção de um atalho que, de um lado, degradaria o valor referencial da Carta, barateando-lhe a eficácia, e, de outro, aniquilaria todo o alcance teórico das normas infraconstitucionais, enquanto materialização e desdobramento necessário do ordenamento, destinadas, que são, a dar atualidade, conseqüência e sentido prático ao conteúdo normativo inscrito nas disposições constitucionais.

Tal preponderância só quadra à hipótese de o recurso alegar e demonstrar que o significado normativo atribuído pela decisão ao texto da lei subalterna, no ato de aplicá-la ao caso, guarde possibilidade teórica de afronta a princípio ou regra constitucional objeto de discussão na causa. E, ainda assim, sem descurar-se da falácia de conhecido estratagema retórico que, no recurso, invoca, desnecessariamente, norma constitucional para justificar pretensão de releitura da norma infraconstitucional aplicada, quando, na instância ordinária, não se discutiu ou, o que é mais, nem se delineie eventual incompatibilidade entre ambas. É coisa que não escapou a velho precedente da Corte, do qual consta o seguinte:

“(...) Observo, com relação [à questão constitucional], que é incomum que, para se interpretar um texto infraconstitucional, haja necessidade de, para reforçar a exegese, se invocarem textos constitucionais, exceto quando seja preciso conciliar a lei ordinária com a Constituição por meio da técnica da interpretação conforme a Carta Magna” (voto do Min. MOREIRA ALVES no RE nº 147.684, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, in RTJ 148/2).

Neste caso, não há questão constitucional capaz de tornar admissível o recurso extraordinário, porque o que, no fundo, sustenta a recorrente é que, aplicando normas subalternas, revestidas de incontroversa constitucionalidade formal e material, a fatos insuscetíveis de rediscussão nesta via, quando não poderia tê-lo feito, porque tais fatos não corresponderiam às suas fattispecie abstratas, teria o tribunal a quo proferido decisão errônea (error in iudicando), cujo resultado prático implicaria violação de normas constitucionais. É hipótese típica do que se costuma definir como ofensa reflexa ou indireta, que, a bem ver, não tipifica ofensa alguma à Constituição.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 4 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 543.701-9 (447)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA

CONCEIÇÃO DO BRASILADV.(A/S) : LUANA POLLO GIOSA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. ENTIDADE SEM FINS

LUCRATIVOS. IMPOSTO SOBRE A RENDA. NÃO INCIDÊNCIA SOBRE APLICAÇÕES FINANCEIRAS. ACÓRDÃO RECORRIDO EM HARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e b, da Constituição da República.2. O Tribunal Regional Federal da 3ª Região julgou apelação em

mandado de segurança, nos termos seguintes:“TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE. ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS.

ART. 150, INCISO VI, ALÍNEA C, DA CF. ART. 14 DO CTN. LEI 9.532/97.1. Para gozar da imunidade estipulada no art. 150, os contribuintes

devem ser entidades de educação e assistência social sem fins lucrativos. Devem, ainda, preencher os requisitos estipulados no art. 14 do CTN.

2. Enquadrando-se nos patamares estabelecidos, a instituição tem direito à imunidade, não podendo, o ente público, exigir dela outros pressupostos além desses já previstos em lei.

3. O parágrafo primeiro do art. 12 da Lei 9.532/97 impede, expressamente, que a imunidade compreenda os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável.

4. A vedação, entretanto, além de conter vício formal por disciplinar limitação ao poder de tributar por meio de lei ordinária, contém uma visão distorcida sobre as aplicações financeiras realizadas pelas instituições sem fins lucrativos.

5. A pessoa jurídica não pode ter como finalidade ou objetivo lucrar, mas isso não significa que esteja impedida de otimizar suas atividades, auferindo renda que possa ser revertida para proveito e incremento da própria instituição.

6. O STF pacificou o entendimento de que o § 1º do art. 12, assim como o art. 13, caput, e o art. 14 da lei 9.532/97 não podem ser aplicados ao suspender a eficácia de tais dispositivos legais.

7. Apelação da União Federal e remessa oficial, tida por ocorrida, desprovidas” (fls. 191-192).

3. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 150, inc. VI, alínea c, e § 4º, da Constituição.

Argumenta que:“Depreende-se da leitura do dispositivo constitucional em foco que a

exegese esposada no v. Acórdão acaba por trazer contrariedade ao comando contido no mesmo, pois as entidades de assistência social, para que possam estar ao abrigo da imunidade aqui prevista, devem preencher os requisitos legais pertinentes.

Assim, no tocante à tributação incidente sobre atividades especulativas dessas entidades, incide in totum a disposição contida no § 4º do dispositivo em questão, que restringe o alcance da imunidade em comento ao patrimônio, renda e serviços, relacionados com as finalidades essenciais desses entes” (fl. 198).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Recorrente.No julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta de

Inconstitucionalidade 1.802, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, o Supremo Tribunal Federal deferiu parcialmente a medida para suspender a vigência do § 1º e da alínea f do § 2º do art. 12 da Lei n. 9.532/97, que excepcionava da imunidade prevista no art. 150, inc. VI, alínea c, da Constituição “os rendimentos e ganhos de capital auferidos em aplicações financeiras de renda fixa ou de renda variável”:

“I. Ação direta de inconstitucionalidade: Confederação Nacional de Saúde: qualificação reconhecida, uma vez adaptados os seus estatutos ao molde legal das confederações sindicais; pertinência temática concorrente no caso, uma vez que a categoria econômica representada pela autora abrange entidades de fins não lucrativos, pois sua característica não é a ausência de atividade econômica, mas o fato de não destinarem os seus resultados positivos à distribuição de lucros.

II. Imunidade tributária (CF, art. 150, VI, c, e 146, II): ‘instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei’: delimitação dos âmbitos da matéria reservada, no ponto, à intermediação da lei complementar e da lei ordinária: análise, a partir daí, dos preceitos impugnados (L. 9.532/97, arts. 12 a 14): cautelar parcialmente deferida.

1. Conforme precedente no STF (RE 93.770, Muñoz, RTJ 102/304) e na linha da melhor doutrina, o que a Constituição remete à lei ordinária, no tocante à imunidade tributária considerada, é a fixação de normas sobre a constituição e o funcionamento da entidade educacional ou assistencial imune; não, o que diga respeito aos lindes da imunidade, que, quando susceptíveis de disciplina infraconstitucional, ficou reservado à lei complementar.

2. À luz desse critério distintivo, parece ficarem incólumes à eiva da inconstitucionalidade formal arguida os arts. 12 e §§ 2º (salvo a alínea f) e 3º, assim como o parágrafo único do art. 13; ao contrário, é densa a plausibilidade da alegação de invalidez dos arts. 12, § 2º, f; 13, caput, e 14 e, finalmente, se afigura chapada a inconstitucionalidade não só formal mas também material do § 1º do art. 12, da lei questionada.

3. Reserva à decisão definitiva de controvérsias acerca do conceito da entidade de assistência social, para o fim da declaração da imunidade

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 113: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 113

discutida - como as relativas à exigência ou não da gratuidade dos serviços prestados ou à compreensão ou não das instituições beneficentes de clientelas restritas e das organizações de previdência privada: matérias que, embora não suscitadas pela requerente, dizem com a validade do art. 12, caput, da L. 9.532/97 e, por isso, devem ser consideradas na decisão definitiva, mas cuja delibação não é necessária à decisão cautelar da ação direta” (DJ 9.9.1998 – grifei).

No mesmo sentido, as decisões monocráticas seguintes: AI 519.185, de minha relatoria, DJe 12.6.2008; RE 475.571, Rel. Min. Eros Grau, DJ 3.8.2006; RE 424.506, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ 31.5.2006; e RE 446.286, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 13.10.2005.

O acórdão recorrido está em harmonia com a jurisprudência deste Supremo Tribunal, razão pela qual nada há a prover quanto às alegações da parte recorrente.

5. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.341-4 (448)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : TRADIMAQ LTDAADV.(A/S) : HENRIQUE AUGUSTO MOURÃO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS - ICMS. IMPOSSIBILIDADE DE VERIFICAR NO CASO CONCRETO SE A RECORRENTE É, OU NÃO, CONTRIBUINTE DO IMPOSTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“E M E N T A: TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO EM MANDADO DE SEGURANÇA. LIBERAÇÃO DE MERCADORIAS. PERDIMENTO DE BENS. ICMS. A impetração tem por escopo o desembaraço aduaneiro de mercadoria importada por ato da fiscalização federal, sem que haja qualquer comando, na sentença agravada, que determine a abstenção, por parte do Ente da Federação a quem se destina à receita da arrecadação do tributo, de se abster da sua cobrança. A legitimidade passiva é determinada de acordo com o disposto na Súmula 510 do STF. A EC 33, de 12.12.01, estabeleceu que o ICMS incidiria, também, sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço. Posteriormente, sobreveio a LC 114, de 16.12.2002, dando nova redação ao art. 12, IX, dispondo que se considera ocorrido o fato gerador do ICMS no momento do desembaraço aduaneiro de mercadorias ou bens importados do exterior. No âmbito do Excelso Pretório o entendimento firmado é no sentido de considerar que o ICMS é indevido apenas no caso de importação feita por sociedade civil de médicos para prestação de serviços e no caso de importação feita por pessoa física. A impetrante sustenta que as máquinas importadas são destinadas ao seu ativo fixo, sem objetivar a comercialização ou a circulação dos bens em questão, pelo que não incidiria o ICMS no desembaraço aduaneiro. Da leitura da alteração contratual da Tradimaq Ltda., verifica-se que se trata de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sociedade tipicamente comercial, cuja atividade é a locação e assistência técnica em máquinas e equipamentos para indústria, empreiteiras e mineração. Assim, carece de fundamentação legal a pretensão de empresa comercial de se equiparar a sociedade civil para se eximir de recolher o ICMS devido quando da liberação de mercadorias ou bens provenientes do exterior. Dado provimento à Remessa Necessária e à Apelação. Custas na forma da lei. Sem condenação em honorários (Súmulas 512/STF e 105/STJ)” (fls. 227-228).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 155, § 2º, inc. IX, alínea a, da Constituição da República.

Argumenta que “na qualidade de real prestadora de serviço, a Recorrente não é contribuinte do ICMS, tendo em vista que o referido imposto tem como fato gerador operação de natureza mercantil ou assemelhada, tal como definida pelo Direito Comercial, cuja prática cinge-se ao produtor, industrial ou comerciante” (fl. 235).

Sustenta que, “embora seja uma sociedade de responsabilidade limitada, não exerce nenhuma atividade mercantil e, portanto, não é contribuinte do ICMS” (fl. 238).

Assevera que “é empresa prestadora de serviços, sujeita ao ISS, e,

portanto, não contribuinte do ICMS que importou máquinas para incorporar ao seu ativo fixo, a fim de prestar os serviços de locação e de assistência técnica. E com tal objeto social, a Recorrente não pratica qualquer operação de natureza mercantil ou assemelhada, que é o fato gerador do ICMS” (fl. 254).

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. O Tribunal a quo assentou que:“Na petição inicial a impetrante sustenta que as máquinas importadas

são destinadas ao seu ativo fixo, sem objetivar a comercialização ou a circulação dos bens em questão, pelo que não incidiria o ICMS no desembaraço aduaneiro. Entretanto, da leitura da alteração contratual da Tradimaq Ltda., à fl. 27, verifica-se que se trata de uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada, sociedade tipicamente comercial, cuja atividade é a locação e assistência técnica em máquinas e equipamentos para indústria, empreiteiras e mineração. Assim, carece de fundamentação legal a pretensão de empresa comercial de se equiparar a sociedade civil para se eximir de recolher o ICMS devido quando da liberação de mercadorias ou bens provenientes do exterior” (fls. 223-224).

Concluir de forma diversa do que foi decidido pelas instâncias originárias demandaria o reexame do conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. ICMS. OPERAÇÃO DE IMPORTAÇÃO. PLATAFORMA DE PETRÓLEO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA 279). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 610.574-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 14.8.2009).

E:“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. AQUISIÇÃO

DE BENS PARA UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL. DIFERENCIAL DE ALÍQUOTA. ALEGADA OFENSA AO ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO. SÚMULA 279 DO STF. I - As empresas de construção civil por serem, em regra, contribuintes do ISS, ao adquirir, em outros Estados, materiais para empregar em suas obras, não estão compelidas a satisfazer a diferença em virtude de alíquota maior do ICMS cobrada pelo Estado destinatário. Precedentes. II - Não há contrariedade ao art. 93, IX, da Constituição, quando o acórdão recorrido encontra-se suficientemente fundamentado. III - Para entender em sentido diverso do acórdão recorrido quanto à utilização dos insumos adquiridos nas obras de construção civil da empresa agravada, faz-se necessário o reexame do conjunto fático-probatório dos autos, o que inviável, a teor da Súmula 279 do STF. IV - Agravo improvido” (RE 572.811-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 19.6.2009).

5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.579-4 (449)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : M N CONSTRUÇÃO E ADMINISTRAÇÃO DE IMÓVEIS

LTDAADV.(A/S) : RICARDO LACAZ MARTINS E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE

RENDA DE PESSOA JURÍDICA E CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS. LIMITAÇÃO ANUAL EM TRINTA POR CENTO A PARTIR DE 1º DE JANEIRO DE 1995: CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e c, da Constituição da República, contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO DE PREJUÍZOS – IMPOSTO DE RENDA – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO. LEI 8981/95. LIMITAÇÃO.

1. Não pode o juiz sobrepor-se à norma jurídica dotada de validade e eficácia, até mesmo em relação a outro, o direito da Fazenda Pública em receber tudo o que lhe é devido, segundo a lei vigente no átimo de apuração, no período-base dos prejuízos fiscais.

2. A Lei nº 8.981, de 20.01.95, é fruto da conversão da Medida Provisória nº 812/94 que, de acordo com entendimento do Colendo Supremo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 114: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 114

Tribunal Federal, constitui instrumento hábil para instituir ou majorar tributos, sendo publicada no dia 31.12.94, data na qual começa a viger, logo antes de findo o exercício financeiro.

3. Assim sendo, a partir de 1º.01.95, para a compensação dos prejuízos fiscais e das bases negativas relativas aos anos findos e períodos-base anteriores, há que se atender à limitação de 30% (trinta por cento) imposta pelos artigos 42 e 58 da Lei nº 8.981/95. Ilegalidade afastada.

4. Apelação da União Federal e remessa oficial providas” (fl. 204).2. A Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc.

XXXVI, 145, § 1º, e 148 da Constituição da República.Afirma que:“o conceito dinâmico de renda toma a vida da empresa como uma

atividade contínua, em função do princípio, contábil e de Direito Comercial, da continuidade da exploração financeira. Dentro deste contexto, o mecanismo do transporte dos prejuízos para frente (compensação) reconstrói a unidade de tempo, durante a qual a atividade da empresa continua. A contraposição ao conceito dinâmico é, precisamente o conceito estático de renda, fruto da periodização para fins de tributação. Sua aplicação, sem a devida cautela, gera distorções como as observadas na MP nº 812/94 e na Lei nº 8.981/95. De fato, ao fracionar uma atividade que é necessariamente contínua, a periodização gera distorções que atentam contra a capacidade contributiva ou capacidade econômica” (fl. 253).

Sustenta, ainda, que:“ao estabelecer um limite de 30% à compensação a MP nº 812/94 e a

Lei nº 8.981/95 criaram verdadeiro empréstimo compulsório, na medida que impõem ao contribuinte a situação de, embora tendo prejuízos compensáveis, ser obrigado ao pagamento de URPJ e de CSSL sobre uma base de cálculo indevida, resguardando-se no futuro o direito de ser ressarcido deste pagamento, através da dedução dos 70% (setenta por cento) restantes a título de prejuízo fiscal. No caso, o que se configura é uma modalidade de empréstimo compulsório, já que com a dedução paulatina dos prejuízos fiscais apurados, os 70% (setenta por cento) restantes, representam, na verdade, a devolução dos valores pagos a maior (sem a devida compensação), sem que se observasse os requisitos impostos através do artigo 148 da Constituição” (fl. 255).

Ressalta, ao final, que teria direito adquirido à compensação sem as limitações impostas pela Lei n. 8.981/1995.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. Ao julgar o Recurso Extraordinário n. 344.994, Redator para o

acórdão o Ministro Eros Grau, o Plenário do Supremo Tribunal apreciou tese idêntica à que se contém neste processo e entendeu pela constitucionalidade da limitação em 30% da compensação dos prejuízos fiscais do Imposto de Renda sobre de Pessoa Jurídica – IRPJ e da base de cálculo negativa da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSL, a partir de 1º de janeiro de 1995, nos termos seguintes:

“Em conclusão de julgamento, o Tribunal, por maioria, desproveu recurso extraordinário interposto contra acórdão do TRF da 4ª Região, que reconhecera a validade da limitação da compensação incidente sobre o lucro real, bem como da limitação da compensação para determinação da base de cálculo da contribuição social, conforme estabelecem os artigos 42 e 58 da Medida Provisória 812/94, posteriormente convertida na Lei 8.981/95 (“Art. 42. A partir de 1º de janeiro de 1995, para efeito de determinar o lucro real, o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas ou autorizadas pela legislação do Imposto de Renda, poderá ser reduzido em, no máximo, trinta por cento. ... Art. 58. Para efeito de determinação da base de cálculo da contribuição social sobre o lucro, o lucro líquido ajustado poderá ser reduzido por compensação da base de cálculo negativa, apurada em períodos-base anteriores em, no máximo, trinta por cento.”) — v. Informativo 369. Entendeu-se que a lei em exame veio assegurar às empresas um benefício fiscal que viabilizou a compensação de prejuízos apurados em exercícios anteriores” (Informativo n. 540).

Em seu voto-vista a Ministra Ellen Gracie esclareceu:“tratar-se, na espécie, de utilização dos prejuízos acumulados até

31.12.94 e não de dedução de prejuízos correspondentes ao exercício corrente. Observou que, em relação aos prejuízos verificados no ano-base/91, haveria possibilidade de compensação em até 4 anos-calendário subseqüentes (Decreto-lei 1.598/77); no ano-base/92, sem fixação de prazo (Lei 8.383/91); no ano-base/93, em até 4 anos-calendário subseqüentes (Lei 8.541/92), não tendo sido alterada essa estrutura pela Lei 8.981/95, que apenas impôs restrição à proporção com que os prejuízos poderiam ser apropriados a cada apuração do lucro real. Salientou que, em matéria de imposto de renda, a lei aplicável é a vigente na data do encerramento do exercício fiscal e que os recorrentes tiveram modificada pela Lei 8.981/95 uma mera expectativa de direito. Asseverou que o conceito de lucro é o que a lei define, não necessariamente o que corresponde às perspectivas societárias ou econômicas. Assim, o Regulamento do Imposto de Renda - RIR, que antes permitia o desconto de 100% dos prejuízos fiscais, para efeito de apuração do lucro real, passou, com a Lei 8.981/95, a limitar essas compensações a 30% do lucro real apurado no exercício correspondente. Aduziu ser somente por benesse da política fiscal que se estabelecem mecanismos como o ora analisado, por meio dos quais se autoriza o abatimento de prejuízos verificados, mais além do exercício social em que constatados. Frisou que, como todo favor fiscal, ele se limita às condições fixadas em lei, a qual

definirá se o benefício será calculado sobre totalidade, ou não, do lucro líquido. Em razão disso, até que encerrado o exercício fiscal, ao longo do qual se forma e se conforma o fato gerador do imposto de renda, o contribuinte possui mera expectativa de direito quanto à manutenção dos patamares fixados pela legislação que regia os exercícios anteriores. Considerou não se estar diante, portanto, de qualquer alteração de base de cálculo do tributo, a exigir lei complementar, nem de empréstimo compulsório, não havendo ofensa aos princípios da irretroatividade ou do direito adquirido. Concluiu que a Lei 8.981/95 não incide sobre fatos geradores ocorridos antes do início de sua vigência e que os prejuízos havidos em exercícios anteriores não são fato gerador algum, mas meras deduções cuja projeção para exercícios futuros foi autorizada nos termos da lei, a qual poderá ampliar ou reduzir a proporção de seu aproveitamento. Vencido o Min. Marco Aurélio, relator, que dava provimento ao recurso, para declarar a inconstitucionalidade do art. 42 da citada lei, no que postergou a compensação dos prejuízos” (Informativo n. 540 – grifos nossos).

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.5. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 1º de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 552.575-9 (450)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : PRODUÇÕES CINEMATOGRÁFICAS RF FARIAS LTDAADV.(A/S) : RICARDO CIDADE BAPTISTA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que afastou a aplicação de efeitos prospectivos (ex nunc) à declaração incidental de inconstitucionalidade de lei municipal.

Alega o recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, violação aos arts. 1º, 6º, 30, V, VI e VII, da Constituição Federal.

Alega ser necessária a atribuição de eficácia ex nunc à declaração incidental de inconstitucionalidade da lei municipal, em razão da existência de relevante interesse social e da necessidade de preservação da segurança jurídica e da boa-fé, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99.

2. Inviável o recurso.É que esta Corte tem, reiteradamente, negado a pretensão do

Município do Rio de Janeiro de atribuir efeitos prospectivos (ex nunc) à declaração incidental de inconstitucionalidade ou de não recepção da lei municipal que instituiu a cobrança do IPTU com alíquotas progressivas, bem como das leis que instituíram a cobrança das taxas de iluminação pública e de coleta de lixo e limpeza pública.

É o que se verifica de inúmeros precedentes de ambas as Turmas: RE nº 392.139-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 13.5.2005; AI nº 533.800-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 9.9.2005; RE nº 446.911-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 13.10.2006; RE nº 436.414-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 6.10.2006; RE nº 598.070-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 11.6.2007; RE nº 458.404-AgR, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 4.8.2006; RE nº 395.654-AgR-ED, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 23.6.2006; RE nº 410.954-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 31.8.2007; AI nº 449.535-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 24.4.2005; AI nº 453.071-Agr-ED, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 9.2.2007; RE nº 395.902-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 25.8.2006; RE nº 353.508-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 29.6.2007; AI nº 513.178-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJ de 3.8.2007.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.521-0 (451)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : NIFE BRASIL SISTEMAS ELÉTRICOS LTDAADV.(A/S) : IVAR LUIZ NUNES PIAZZETAADV.(A/S) : LUIZ FERNANDO MUSSOLINI JÚNIOR E OUTRO

(A/S)RECDO.(A/S) : COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO

DE SÃO PAULO - SABESPADV.(A/S) : FÁBIO ANTÔNIO MARTIGNONI E OUTRO (A/S)

DECISÃO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 115: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 115

RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. DESAPROPRIAÇÃO. JUROS COMPENSATÓRIOS. AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.332. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 618 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“SERVIDÃO DE PASSAGEM – Indenização – Juros compensatórios – Redução à taxa de 6% ao ano – Previsão em Medida Provisória – Admissibilidade – Eficácia jurídica – Embargos infringentes rejeitados” (fl. 345).

2. A Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 5º, inc. XXII e XXIV, da Constituição da República.

Sustenta que “os juros compensatórios fazem parte do conceito de justa indenização ao proprietário do imóvel, correspondendo aos frutos que este deixou de receber pela perda antecipada da posse do bem (...) E como justa indenização, dando interpretação ao dispositivo do Texto Constitucional pertinente, este Colendo Supremo Tribunal Federal entendeu que a fixação desta parte da justa indenização, ou seja, os juros compensatórios, deve ser calculada no percentual de 12% (doze por cento) ao ano, sobre o valor do imóvel expropriado” (fl. 381).

3. No parecer de fls. 509-512, a Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo provimento do recurso nos termos seguintes:

“A Medida Provisória n. 1.577/97, durante 56 edições, além dessa numeração, já possui inúmeras outras − MPs n. 1.632/97; 1.658/98; 1.703/98; 1.774/98; 1.901/99; 1.997/99; 2.027/2000; 2.109/2000 − e sua última versão, a MP 2.183/2001 teve sua edição final em 24.8.2001 e está atualmente em vigor, nos termos da EC 32, de 11.9.2001.

O egrégio Supremo Tribunal Federal decidiu suspender a expressão ‘de até seis por cento’ constante do artigo 1º da referida Medida Provisória, que introduziu o artigo 15-A no Decreto-Lei 3.365/41 e, bem assim, suspendeu cautelarmente seus parágrafos 1º e 2º, ‘que determinam que os juros compensatórios se destinam, apenas, a compensar a perda de renda comprovadamente sofrida pelos proprietários e que os mesmos não serão devidos quando o imóvel possuir graus de utilização da terra e de eficiência na exploração iguais a zero’ (ADInMC 2.332/DF, Rel. Min. Moreira Alves, julgado em 5.9.2001, Informativo STF n. 240).

Desse modo, prevalece na jurisprudência o entendimento no sentido de que ‘na desapropriação direta ou indireta, a taxa dos juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano’ (Súmula n. 618, do Supremo Tribunal Federal)” (fl. 511).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão de direito assiste à Recorrente.5. Na assentada de 5.10.2001, no julgamento da Medida Cautelar na

Ação Direta de Inconstitucionalidade 2.332, Relator o Ministro Moreira Alves, o Plenário do Supremo Tribunal Federal suspendeu a eficácia do artigo 1º da Medida Provisória n. 2.027-43, de 27 de setembro de 2000, que inovara o art. 15-A do Decreto-Lei n. 3.365/1941 e fez incidir, nesse julgado, a Súmula 618 do Supremo Tribunal, que fixa a taxa dos juros compensatórios em 12% ao ano. Nesse sentido:

“EMENTA: Agravo regimental. - Quanto à indenização das matas de preservação permanente, a jurisprudência predominante é no sentido do que se decidiu no RE 134297, relativo à mesma Reserva Florestal do Estado de São Paulo na Serra do Mar. - A questão dos juros compensatórios, no caso, foi decidida com base na jurisprudência do S.T.J. fundada em princípios infraconstitucionais. - Além de a norma do artigo 462 do C.P.C. não ser aplicável a recurso extraordinário, exceto em hipóteses absolutamente excepcionais como a de alteração de competência jurisdicional, o que não ocorre no caso, o certo é que o Plenário desta Corte, ao examinar o pedido de liminar na ADIN 2332, suspendeu, no art. 15-A do Decreto-Lei 3365/41, introduzido pelo art. 1º da Medida Provisória 2027-43, a eficácia da expressão ‘de até seis por cento ao ano’ em face do disposto na súmula 618 desta Corte. Agravo a que se nega provimento” (AI 278.029-AgR, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 5.4.2002 - grifos nossos).

Ao decidir nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal reafirmou o disposto na Súmula 618: “na desapropriação, direta ou indireta, a taxa de juros compensatórios é de 12% (doze por cento) ao ano”.

6. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.013-8 (452)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : FUNDAÇÃO DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE

RODAGEM DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO - FUNDERJ

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : LAELIO GOMES DE ANDRADE E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ROSEMARY NASCIMENTO ROSA

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão que estendeu aos servidores públicos da Fundação Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Rio de Janeiro (Funderj), o direito à percepção da gratificação de encargos especiais, instituída pela Lei estadual nº 1.718, e concedida aos servidores da administração direita e autárquica.

Sustenta o recorrente, com base no art. 102, III, a, violação aos arts. 2º, 37, X, XIII e XIV e, 40, § 4º, da Constituição Federal. Aduz, em suma, que a gratificação instituída pela Lei fluminense nº 1.718/90 teria sido absorvida pelo abono previsto no Decreto estadual nº 16.717/91.

2.Inadmissível o recurso.O acórdão impugnado encontra fundamentação suficiente na

legislação infraconstitucional (Lei nº 1.718/91), de modo que eventual ofensa à Constituição seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República (súmula 280).

É o que esta Corte reconheceu em caso idêntico, como se vê à seguinte ementa exemplar:

“Recurso extraordinário: descabimento: controvérsia atinente à extensão de revisão geral de vencimentos, cuja solução, como posta, não prescinde do reexame de legislação estadual específica (Decretos 16.717/91, 16.950/91 e L. 2005/92): incidência da Súmula 280.”. (RE nº 218.297-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJE de 31.8.2007. No mesmo sentido: AI nº 630.306-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJE de 15.6.2007, AI nº 611.456-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJE de 30.11.2007).

3.Do exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int.. Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.784-1 (453)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : ADHELMIR COELHO DA SILVA FILHO E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : FERNANDO ANSELMO RODRIGUES E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo que julgou válido o limite de remuneração de servidores públicos estabelecido no art. 93 da Lei 12.477/1997 do município de São Paulo.

Alegam os recorrentes que, não estando regulamentado o art. 37, XI, da CF/1988, com a redação conferida pela Emenda Constitucional 19/1998, devem ser sustados os descontos a título de excesso legal. Subsidiariamente, argumentam que o teto remuneratório, inclusive para os municípios, deve ser fixado com base no subsídio mensal dos ministros do Supremo Tribunal Federal. Ilegítimo seria, portanto, o valor estabelecido como subteto pela legislação local.

Lembro, inicialmente, que a controvérsia é anterior à Emenda Constitucional 41, de 19.12.2003, não cabendo falar na aplicação do art. 8º da referida emenda.

Como se sabe, esta Corte, em sessão administrativa de 24.06.1998, entendeu que as normas da Emenda Constitucional 19/1998 referentes a teto remuneratório não possuíam auto-aplicabilidade. Assim, a regulamentação anterior à emenda seria válida até que lei fixando o subsídio dos ministros desta Corte fosse editada, conforme estabelece o art. 48, XV, da Constituição federal.

Ademais, enfatize-se que, por ocasião do julgamento do RE 228.080, o Plenário decidiu ser possível o estabelecimento de subtetos por meio de legislação estadual.

Em caso análogo, relativo à Lei 6.995/1990, do estado de São Paulo, a Primeira Turma (RE 419.862-AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 10.09.2004) assim se pronunciou, em 30.06.2004:

“EMENTA: I. Servidor público do Estado de São Paulo: teto de vencimentos: fixação em montante inferior ao previsto no art. 37, XI, da Constituição, em sua redação originária: possibilidade, conforme entendimento firmado pelo plenário do Supremo Tribunal no julgamento do RE 228.080 (Pertence, DJ 21.08.98).”

No mesmo sentido, as decisões monocráticas proferidas no RE 419.761, rel. min. Carlos Velloso; no RE 426.817, rel. min. Sepúlveda Pertence; nos RE 420.456 e 419.845, rel. min. Cezar Peluso, e nos RE 418.891, 429.468 e 417.360, rel. min. Eros Grau.

Do exposto, com base no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao recurso.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 116: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 116

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 571.809-3 (454)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULRECDO.(A/S) : UNIÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA -

UBEAADV.(A/S) : FABIO BRUN GOLDSCHMIDT

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul e assim ementado:

“APELAÇÃO E REEXAME NECESSÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. MANDADO DE SEGURANÇA. ICMS. IMPORTAÇÃO.

Tratando-se de entidade filantrópica prestadora de serviços de ensino e assistência social, sem intuito comercial, indevida a exigência de recolhimento do ICMS de equipamento importados, observada a imunidade constitucionalmente assegurada. Disposições do art. 150, VI,”c”, da Constituição Federal. Precedentes do TJRS e do STF.

RECURSO DESPROVIDO, MANTIDA A SENTENÇA EM REEXAME NECESSÁRIO (fl.195).

Alega o recorrente, com base no art. 102, III, a, violação ao disposto no art. 150, VI, c, da Constituição Federal.

2.Inconsistente o recurso.A tese do acórdão recorrido está em harmonia com a orientação

desta Corte, nos termos destas ementas que assim a sintetizam:“ICMS. IMUNIDADE. (ART. 150, VI, C, DA CF). AQUISIÇÃO DE

MERCADORIAS E SERVIÇOS NO MERCADO INTERNO. ENTIDADE BENEFICENTE. 1. A imunidade tributária prevista no art. 150, VI, c, da Constituição, compreende as aquisições de produtos no mercado interno, desde que os bens adquiridos integrem o patrimônio dessas entidades beneficentes. 2. Agravo regimental improvido.” (RE nº 535.922, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ 14.11.2008).

“TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE. OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA REALIZADA POR ENTIDADE DE ASSISTÊNCIA SOCIAL. AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprudência da Corte é no sentido de que a imunidade prevista no art. 150, VI, c, da Constituição Federal abrange o ICMS incidente sobre a importação de mercadorias utilizadas na prestação de seus serviços específicos. II - Agravo improvido.” (RE nº 669.257, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ 17.04.2009)

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INSTITUIÇÃO DE EDUCAÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS. C.F., art. 150, VI, c. I. - Não há invocar, para o fim de ser restringida a aplicação da imunidade, critérios de classificação dos impostos adotados por normas infraconstitucionais, mesmo porque não é adequado distinguir entre bens e patrimônio, dado que este se constitui do conjunto daqueles. O que cumpre perquirir, portanto, é se o bem adquirido, no mercado interno ou externo, integra o patrimônio da entidade abrangida pela imunidade. II. - Precedentes do STF. III. - R.E. não conhecido. (RE nº 203.755, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ 08.11.96)

3.Do exposto, nego seguimento ao recurso (art. 21, § 1º, do RISTF, art. 38 da Lei nº 8.038, de 28.05.90, e art. 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.497-1 (455)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : CHIC E DISCRETA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES

LTDA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO E

DECADÊNCIA MATÉRIAS RESERVADAS A LEI COMPLEMENTAR. ART. 46 DA LEI N. 8.212/91: INCONSTITUCIONALIDADE. SÚMULA VINCULANTE N. 8 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“EMENTA: EXECUÇÃO FISCAL - ART. 46 DA LEI Nº 8.212/91 - INCONSTITUCIONALIDADE - DECRETAÇÃO, DE OFÍCIO, DA PRESCRIÇÃO - ADMISSIBILIDADE - LEI Nº 11.051/2004. 1 - É inconstitucional o art. 46 da Lei n. 8.212/91, pois invadiu matéria reservada à

lei complementar, violando, consequentemente, o artigo 146, III, ‘b’, da Constituição Federal. A partir da CF/88, as contribuições sociais voltaram a ter natureza de tributo, sujeitando-se às regras do Código Tributário Nacional, inclusive no tocante à decadência e à prescrição. 2 - O art. 6º da Lei nº 11.051/2004 introduziu um parágrafo quarto no art. 40 da Lei nº 6.830/80, dispondo que ‘se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de imediato’. 3 - Esse dispositivo não altera o prazo de prescrição previsto no art. 174 do CTN, nem interfere na natureza do instituto. Essa regra apenas relativiza o princípio dispositivo (arts. 2º e 128 do CPC), de caráter processual, permitindo que o juiz, ouvida a parte interessada, reconheça de ofício a prescrição, instituto cujo prazo e regras aplicáveis estão previsto em Lei Complementar. 4 - Hipótese em que, observada a formalidade da prévia oitiva da parte exeqüente, possível a decretação, de ofício, da prescrição” (fl. 53).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 146, inc. III, alínea b, da Constituição da República.

Sustenta que “o v. acórdão recorrido declarou a inconstitucionalidade do artigo 46 da Lei 8.212/91, ao julgar que o prazo prescricional para as contribuições previdenciárias operar-se-ia em cinco anos, e não em dez anos” (fl. 96).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. Em 11 de junho de 2008, o Plenário do Supremo Tribunal julgou o

Recurso Extraordinário n. 559.943, de minha relatoria, com repercussão geral reconhecida, e concluiu que apenas lei complementar pode dispor sobre normas gerais em matéria tributária, incluindo-se aí a relativa às contribuições, donde a inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei n. 8.212/1991, nos quais havia sido fixado o prazo de dez anos para a prescrição das contribuições da seguridade social e a decadência do direito à sua cobrança.

Naquela assentada, nos Recursos Extraordinários ns. 560.626 e 556.664, Relator o eminente Ministro Gilmar Mendes, foi reafirmada a declaração de inconstitucionalidade dos arts. 45 e 46 da Lei n. 8.212/91 e foi também afirmada a incompatibilidade constitucional do parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei n. 1.569/77, que determinava que o arquivamento das execuções fiscais de créditos tributários de pequeno valor seria causa de suspensão do curso do prazo prescricional.

5. Em 12 de junho de 2008, o Supremo Tribunal editou a Súmula com efeito vinculante n. 8, na qual se tem:

“São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-lei 1569/77 e os artigos 45 e 46 da Lei 8.212/91, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário”.

6. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.580-2 (456)PROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : ANDRÉ YOKOMIZO ACEIRO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça.

2. Da leitura dos autos, observo que o Tribunal de origem entendeu que o Ministério Público tem legitimidade para propor ação civil pública na defesa de interesses individuais homogêneos atinentes aos contratos de mútuo vinculados ao Sistema Financeiro de Habitação.

3. Pois bem, a parte recorrente aponta violação aos incisos XXII, XXIII e LIV do art. 5º da Carta Magna.

4. A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Paulo da Rocha Campos, opina pelo não conhecimento e, se conhecido, pelo desprovimento do recurso.

5. Tenho que a insurgência não merece acolhida. É que a alegada ofensa às garantias do processo, se existente, apenas ocorreria de modo reflexo ou indireto, o que não autoriza a abertura da via extraordinária. No mesmo sentido é a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, de que são exemplos o AI 517.643-AgR, da relatoria do ministro Celso de Mello; e o AI 273.604-AgR, da relatoria do ministro Moreira Alves.

6. De mais a mais, observo que o acórdão recorrido afina com a jurisprudência desta colenda Corte. Confira-se, nesse sentido, a ementa do RE 470.135-AgR-ED, sob a relatoria do ministro Cezar Peluso:

“1. LEGITIMIDADE PARA A CAUSA. Ativa. Caracterização. Ministério Público. Ação civil pública. Demanda sobre contratos de financiamento firmados no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação -

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 117: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 117

SFH. Tutela de direitos ou interesses individuais homogêneos. Matéria de alto relevo social. Pertinência ao perfil institucional do MP. Inteligência dos arts. 127 e 129, incs. III e IX, da CF. Precedentes. O Ministério público tem legitimação para ação civil pública em tutela de interesses individuais homogêneos dotados de alto relevo social, como os de mutuários em contratos de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação.

2. RECURSO. Embargos de declaração. Acórdão. Correção de erro material na ementa. Revogação de condenação ao pagamento de multa por litigância de má-fé. Embargos acolhidos, em parte, para esses fins. Embargos de declaração servem para corrigir erro material na redação da ementa do acórdão embargado, bem como para excluir condenação ao pagamento de multa, quando descaracterizada litigância de má-fe.”

Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1o do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 31 de agosto de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.182-4 (457)PROCED. : PERNAMBUCORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : FAZENDA BATALHA S/AADV.(A/S) : JOSÉ HENRIQUE WANDERLEY FILHO E OUTRO

(A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO CIVIL. 1. CERCEAMENTO

DO DIREITO DE DEFESA, AFRONTA AO DIREITO ADQUIRIDO E VERIFICAÇÃO NO CASO CONCRETO DA PRESCRIÇÃO. MATÉRIAS INFRACONSTITUCIONAIS: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. 2. APLICAÇÃO DA TAXA REFERENCIAL COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA EM CONTRATOS FIRMADOS APÓS A VIGÊNCIA DA LEI N. 8.177/1991. PRECEDENTE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“CIVIL. PROJETO APROVADO PELA SUDENE NA SISTEMÁTICA DE SUBSCRIÇÃO DE AÇÔES. IMPLANTAÇÃO LEGAL POSTERIOR DE NOVA FORMA DE PARTICIPAÇÃO. LEI nº 8.167/91 (DEBÊNTURES). ALEGAÇÃO DE COAÇÃO. INCARACTERIZAÇÃO. ART. 147, II, DO CCIV. PRESCRIÇÃO. TR/TRD. CONTRATOS POSTERIORES À LEI n. 8.177/91. APLICABILIDADE. ATUALIZAÇÃO DE DEBÊNTURES NO SISTEMA FINOR/SUDENE/BNB. TEMPO. INÍCIO DA FASE OPERACIONAL. LEI n. 8.167/91, ART. 5º, § 7º. ILEGALIDADE DO ART. 7°, IV, DO DECRETO nº101/91. 1. A mudança da forma de participação da SUDENE nos projetos regionais de desenvolvimento, prevista na Lei n. 8.167/91, que substituiu o sistema de subscrição de ações pela emissão de debêntures, pode ser questionada pelas empresas beneficiárias dos incentivos, desde que o façam dentro dos limites temporais que a ordem jurídica estabelece para impugnação de atos administrativos. 2. A coação, como vício do ato jurídico, não o torna nulo, mas apenas anulável, nos termos do ad. 147, II, do Código Civil, de sorte que a ação em que a parte busca a sua anulação deve ser proposta no prazo do art. 178, § 9°, V, ‘a’, do mesmo Código, contado do dia em que cessou o dito constrangimento da vontade, se não exercida a ação nesse prazo, acolhe-se a alegação de prescrição. 3. A TRD pode ser utilizada como índice de atualização do valor das debêntures emitidas pelas empresas beneficiadas com incentivos fiscais do Sistema FINOR/SUDENE/BNB, desde que os contratos sejam posteriores à Lei n. 8.177/91, porque o Excelso Pretório já decidiu que a TRD só não valerá com relação aos contratos preexistentes à referida Lei (ADIn 493/DF). 4. De acordo com o ad. 5º, § 7º, da Lei n. 8.167/91, o termo final da atualização das debêntures do Sistema FINOR/SUDENE/BNB coincide com o início da fase operacional do projeto, atestado pela SUDENE, daí ser ilegal o art. 7°, IV, do Decreto n. 101/91, que fixou a mesma atualização no prazo de implantação do projeto. 5. O Decreto executivo não pode, no sistema jurídico, dispor em adversidade à lei que visa regulamentar, em virtude da hierarquia entre os dois provimentos. PARCIAL PROVIMENTO DAS APELAÇÕES” (fls. 345-346).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. II, XXXI e LV, 84, inc. IV, 93, inc. IX, da Constituição da República.

Argumenta que, “ao negar os efeitos infringentes aos Embargos de Declaração e, em consequência, negar à Recorrente o seu direito de produzir as provas que requereu e ver julgado, à luz dessas provas, o seu pedido, o aresto recorrido negou-se a prestar a jurisdição a que estava obrigado, descumprindo diretamente o art. 5º inciso XXXV da Constituição” (fl. 486).

Afirma que “o aresto recorrido fere ainda o art. 93, inciso IX, também da Constituição, que exige a fundamentação de todas as decisões proferidas pelos Órgãos do Poder Judiciário. Com efeito, ao negar-se a apreciar a omissão apontada nos Embargos de Declaração, sob o argumento de que

não seria possível atribuir-lhes efeitos infringentes, ‘mesmo que errônea estivesse a decisão embargada’, o Tribunal a quo furtou-se ao dever de fundamentar sua decisão” (fl. 487).

Sustenta que, “ao modificar as regras anteriormente fixadas, sem qualquer respeito pelo direito adquirido, decorrente de ato jurídico perfeito, como se caracteriza a aprovação do projeto da Recorrente, os Recorridos infringiram de forma direta o art. 5º inciso XXXVI, da Constituição da República” (fl. 491).

Ressalta que, “com relação à prescrição do direito ora invocado, acolhida na sentença de primeiro grau e confirmada no aresto recorrido, não há como prevalecer porquanto, como já exposto, enquanto a Recorrente dependeu financeiramente dos Recorridos, ou seja, enquanto recebeu os recursos do Finor, sua vontade estava viciada, uma vez que não podia ingressar com a demanda judicial sob pena de perder os citados recursos e inviabilizar a definitiva implantação do seu projeto” (fl. 493).

Assevera que “a Lei 8.177/91 não pode se aplicada, insiste a Recorrente, porque a correção monetária não foi ‘pactuada’ entre as partes, como ocorre numa relação contratual civil. A correção monetária foi imposta pela Lei n. 8.167/91, com base na BTNF e, posteriormente, com a criação da TRD, pretenderam os recorridos impor o novo índice através do Decreto n. 101/91, embora a TRD não se prestasse para medir a variação da inflação” (fl. 502).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. Razão de direito não assiste à Recorrente.4. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da Constituição da

República, é de se ponderar que não se exige do órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa apresentados pela Recorrente, mas apenas fundamentação das razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE 463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 18.5.2001).

5. O Tribunal de origem considerou as provas produzidas suficientes para a formação de seu convencimento, não entendendo necessária ou útil a realização de provas suplementares, como pretendido pela ora Recorrente.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme no sentido de que a alegação de cerceamento de defesa, se dependente do prévio exame de norma infraconstitucional, como na espécie vertente, caracteriza-se como ofensa constitucional indireta, hipótese que afasta o cabimento do recurso extraordinário.

Nesse sentido, os seguintes julgados: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. PROCESSUAL. AUSÊNCIA DE PROVA PERICIAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 632.600-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJ 6.2.2009).

E o AI 557.383-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 4.8.2006.

6. O Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“A jurisprudência da Corte é no sentido de que a alegada violação ao

art. 5º, XXXV e LV, da Constituição, pode configurar, quando muito, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária. Precedentes. III - Agravo regimental improvido” (AI 685.866-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 22.5.2009).

E o AI 745.970-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 7.8.2009.

7. Concluir de forma diversa do que foi decidido pelas instâncias originárias, quanto à ocorrência, ou não, da prescrição da pretensão da Recorrente, demandaria a análise prévia de legislação infraconstitucional aplicável à espécie. Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 662.747-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.5.2009).

E o AI 670.142-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 18.4.2008.

8. No que se refere à Taxa Referencial, o Tribunal a quo assentou que:

“Concordo também com o ilustre Relator ao dar provimento ao apelo da SUDENE para reformar a sentença no ponto em que afirmou que a TR/TRD não poderia ser utilizada no contrato firmado entre as partes. Como é cediço, o col. STF não acolheu a inconstitucionalidade de tais índices, mas

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 118: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 118

apenas entendeu que não poderia haver ofensa ao ato jurídico perfeito em contrato relativo ao SFH, em que fora utilizado outro parâmetro. No caso, porém, não se cuida de tal hipótese, pois os atos aqui referidos foram posteriores à edição da Lei n. 8.177/91” (fl. 338-339).

Esse entendimento não diverge da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que se firmou no sentido de que é inconstitucional a aplicação da Taxa Referencial a contratos anteriores à Lei n. 8.177/91, podendo, entretanto, ser imposta aos contratos firmados posteriormente a essa lei, como ocorreu na espécie, conforme assentado pelas instâncias ordinárias.

Nesse sentido, o seguinte julgado: “EMENTA: 1. Recurso extraordinário: descabimento: falta de

prequestionamento dos dispositivos constitucionais tidos como violados, exigência que se faz ainda que a violação à Constituição tenha surgido no acórdão recorrido: incidência das Súmulas 282 e 356. 2. Correção monetária: decidiu o Supremo Tribunal na ADIn 493, Moreira Alves, RTJ 143/724, que a inconstitucionalidade da aplicação da TR (ou TRD) como índice de indexação é relativa apenas aos contratos anteriores à L. 8.177/91” (AI 556.169-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 2.6.2006).

9. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Recorrente.10. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.606-2 (458)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - IPERGSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULRECDO.(A/S) : ROSANE ORIGOITE DE MELLOADV.(A/S) : CRISTIANO CAJU FREITAS

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e assim ementado;

“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO. PREVIDÊNCIA PÚBLICA. PARCELAS VENCIDAS ENTRE A IMPETRAÇÃO DO MANDADO DE SEGURANÇA E O RESTABELECIMENTO DA PENSÃO. AJUIZAMENTO DE PROCESSO EXECUTÓRIO. BLOQUEIO DE VALORES.

Em instaurado o devido procedimento executório para a cobrança dos valores devidos desde a impetração do mandado de segurança que determinou o restabelecimento da pensão por morte, e até o efetivo cumprimento da decisão, impõem-se que se pague à pensionista, imediatamente, os valores devidos quando inferiores ao limite imposto na EC nº 37/02.

Possibilidade de bloqueio de valores quando a autarquia descumpre reiteradamente as decisões judiciais.

Precedentes da Corte.Agravo de instrumento provido.” (fl. 336)O recorrente sustenta, com base no art. 102, III, a, violação aos arts.

5º, XXXV e 100, da Constituição Federal.2.Inconsistente o recurso.Com efeito, os temas constitucionais suscitados no recurso

extraordinário não foram objeto de consideração no acórdão recorrido, faltando-lhes, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

Em caso análogo o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE assim ponderou:

“(...)Os dispositivos constitucionais tidos como violados não foram

utilizados nas razões de decidir do acórdão recorrido. Ausente, portanto, o prequestionamento das normas invocadas no recurso extraordinário, sendo, pois, inútil a tentativa do ora recorrente de forçar, nos embargos declaratórios, a adoção desse fundamento pelo tribunal a quo.

(...)” (AI nº 490.457, DJ de 14.5.2004).Ademais, o acórdão impugnado decidiu a causa com base na

legislação infraconstitucional pertinente e no conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 586.642-4 (459)PROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTERECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

Despacho referente à Petição n.º 87972/2008:Junte-se. Sim quanto às intimações e ao pedido de vista, que defiro

pelo prazo legal.Publique-se.Brasília, 23 de junho de 2008.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.742-6 (460)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ANTÔNIO CARLOS DE ABREU VALADARESADV.(A/S) : OTÁVIO PIVA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL -

UFRSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DESISTÊNCIA. E RENÚNCIA AO

DIREITO SOBRE O QUAL SE FUNDA A AÇÃO. AUSÊNCIA DE PODERES ESPECIAIS PARA RENUNCIAR. NECESSIDADE DE REGULARIZAÇÃO.

1. Em 10 de dezembro de 2007, Antônio Carlos de Abreu Valadares, ora Recorrente, protocolizou petição no Superior Tribunal de Justiça (Petição n. 246.696) para requerer a renúncia ao direito sobre o qual se funda a ação e a desistência dos recursos especial e extraordinário (fl. 294).

2. O Superior Tribunal de Justiça homologou a desistência do recurso especial, nos termos do art. 501 do Código de Processo Civil (fl. 297).

3. O advogado subscritor da petição tem poderes especiais apenas para desistir (fl. 27).

4. Pelo exposto, regularize o Recorrente, querendo, a representação processual para renunciar ao direito sobre o qual se funda a ação, nos termos do art. 269, inc. V, do Código de Processo Civil.

Na sequência, examinarei os pedidos de desistência e renúncia (art. 38 do Código de Processo Civil).

5. À Secretaria Judiciária, para providências.Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.755-8 (461)PROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DE GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁSRECDO.(A/S) : TRANSBRASILIANA ENCOMENDAS E CARGAS LTDA

E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : WALQUIRES TIBÚRCIO DE FARIA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás e assim ementado:

“PRODUTOS E INSUMOS DESTINADOS AO ATIVO PERMANENTE. BENS DE USO E CONSUMO. ICMS. CREDITAMENTO. RESTRIÇÃO TEMPORAL. É legítimo o creditamento do ICMS oriundo da aquisição de bens destinados ao ativo permanente, uso e consumo. Por aplicação do princípio constitucional da não-cumulatividade do ICMS, pode o aproveitamento do crédito ser efetivado, mostrando-se inconstitucionais quaisquer restrições temporais impostas, por ser um direito existente e assegurado desde a Constituição Federal de 1988. É cabível a correção monetária, caso o creditamento se faça tardiamente. Decisão unânime”. (fl. 2.669)

2.Consistente o recurso.A tese do acórdão recorrido está em desconformidade com o decidido

pela Primeira Turma desta Corte no julgamento do RE nº 354.935-AgR (Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 17.12.2002), cuja ementa reza:

“Segundo jurisprudência desta Corte, o contribuinte do ICMS não tem direito a se creditar do imposto pago na aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo.

Precedentes: AI 250.852-AgR e RE 195.894.Agravo Regimental improvido”.3. Ante o exposto, nos termos do art. 557, § 1º-A, do CPC, dou

provimento ao recurso extraordinário, invertidos, no ponto, os ônus da sucumbência.

Publique-se. Int..Brasília, 8 de setembro de 2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 119: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 119

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.782-5 (462)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : CATULO JADER CURTINAZ JENISCH E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : THIAGO CECCHINI BRUNETTO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICADO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o qual manteve sentença que entendeu indevida a fixação de honorários advocatícios em execução individual não embargada de sentença proferida em ação coletiva.

2. Contra essa decisão os Recorrentes interpuseram recursos especial e extraordinário, ambos admitidos na origem (fls. 166-167).

3. Nas razões do recurso extraordinário sustentam que “a MP n. 2.180-35/01, na parte que inseriu o art. 1º-D na Lei n. 9.494/97, não pode incidir em execuções individuais que se tenham originado de ações coletivas” (fl. 130).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. O recurso extraordinário está prejudicado, por perda superveniente

do objeto.5. O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao Recurso

Especial n. 932.572, nos termos seguintes:“Recurso Especial. Processo Civil. Execução não-embargada contra

a Fazenda Pública. Ação Coletiva proposta por sindicato. Honorários Advocatícios. Cabimento. Recurso Provido” (fl. 171).

Contra essa decisão a União interpôs recurso extraordinário (fls. 207-215).

6. O Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao recurso extraordinário interposto pela União, ao fundamento de que a Recorrente a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 244-245).

Contra essa decisão a empresa interpôs agravo de instrumento, conforme pesquisa realizada no sítio do Superior Tribunal de Justiça.

Esse agravo de instrumento foi protocolizado sob o n. 716.936 e foi-me distribuído por prevenção, conforme pesquisa realizada no Sistema de Acompanhamento Processual do Supremo Tribunal Federal, e negado seguimento em 2.9.2009.

7. O acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região foi substituído pela decisão do Superior Tribunal de Justiça e mantido pelo Agravo de Instrumento 716.936. Assim, o recurso extraordinário interposto contra o acórdão do Tribunal Regional ficou prejudicado, por perda superveniente de objeto.

Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. SUBSTITUIÇÃO DO ARESTO

IMPUGNADO PELA DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PERDA DE OBJETO DO APELO EXTREMO. O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial interposto simultaneamente com o apelo extremo. Decisão essa que substituiu o acórdão proferido pelo Tribunal de origem. Logo, o recurso extraordinário se encontra prejudicado. Precedente: AI 227.510, sob a relatoria do ministro Marco Aurélio. Agravo regimental manifestamente infundado, ao qual se nega provimento. Condenação da parte agravante a pagar à parte agravada multa de 10% (dez por cento) do valor atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. Isso com lastro no § 2º do art. 557 do Código de Processo Civil” (RE 529.439-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJE 17.10.2008).

8. Pelo exposto, julgo prejudicado o presente recurso extraordinário, por perda do objeto, e determino a baixa dos autos à origem (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.019-8 (463)PROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : CLÍNICA DR MARCELO S/C LTDAADV.(A/S) : ELEANDRO ROBERTO BRUSTOLIN E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

1.Ante o provimento do recurso especial da recorrente pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 666.406/SC, rel. Min. Franciulli Netto, DJ de 14.3.2005 – fls. 179-185), bem como o trânsito em julgado do AI 591.806-AgR/SC, julgo prejudicado o presente recurso extraordinário (art. 21, IX, do RISTF).

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.099-6 (464)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASRECDO.(A/S) : WALDEMAR MANCINIADV.(A/S) : JOSÉ MURILO GADELHA HOLLANDA E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : AUTA DE AMORIM GAGLIARDI MADEIRA

DESPACHO: A matéria discutida neste recurso (Teto remuneratório. Ajuste do vencimento ao teto. Emenda Constitucional 41/2003. Vantagens pessoais. Direito adquirido e segurança jurídica) aguarda apreciação pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal (RE 477.274-AgR, rel. min. Eros Grau).

Assim, determino o sobrestamento deste feito até o julgamento do referido recurso extraordinário, devendo os autos aguardar na Secretaria Judiciária.

Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.192-5 (465)PROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : MUNICÍPIO DE VOTORANTIMPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

VOTORANTIMADV.(A/S) : GLAUCIA MIRANDA E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : JOÃO ANTONIO DE SOUZA

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discute a existência de interesse de agir da Fazenda Pública nas execuções fiscais de pequeno valor.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 591.033,

Relator o Ministro Ellen Gracie, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.452-5 (466)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : CRISCIUMA COMERCIAL E CONSTRUTORA LTDAADV.(A/S) : CELECINO CALIXTO DOS REIS E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 120: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 120

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que entendeu legítima a cobrança da contribuição destinada ao FUNRURAL/INCRA, de empresa urbana.

Alega a recorrente, com fundamento no art. 102,III, a, violação ao art. 150, I, da Constituição Federal.

2.Inadmissível o recurso.O tema constitucional suscitado no recurso extraordinário (art. 150, I)

não foi objeto de consideração no acórdão recorrido, faltando-lhe, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

E ainda que assim não fosse, ambas as Turmas desta Corte já fixaram entendimento no seguinte sentido:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA E AO FUNRURAL. EMPRESA URBANA. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a contribuição destinada ao INCRA e ao FUNRURAL é devida por empresa urbana, porque destina-se a cobrir os riscos aos quais está sujeita toda a coletividade de trabalhadores. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 663.176-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, Segunda Turma, DJ de 14.11.2007);

“EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Cobrança de contribuição social, de empresa urbana, destinada ao INCRA. Não ocorrência de impedimento. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 423.856-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJ de 11.10.2007);

“EMENTA: Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Cobrança de contribuição social destinada ao INCRA no percentual de 0,2%. Não ocorrência de impedimento. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 415.918-ED, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJ de 12.5.2006);

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA. EXIGIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE nº 474.600-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJE de 4.4.2008);

“EMENTA: CONTRIBUIÇÃO AO FUNRURAL E AO INCRA: EMPRESAS URBANAS. O aresto impugnado não diverge da jurisprudência desta colenda Corte de que não há óbice à cobrança, de empresa urbana, da referida contribuição. Precedentes: AI 334.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; RE 211.442-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes; e RE 418.059, Rel. Min. Sepúlveda Pertence. Agravo desprovido” (AI nº 548.733-AgR, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, DJ de 10.8.2006).

Confiram-se, no mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: AI nº 632.127, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 19.3.2007; AI nº 607.202, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 23.10.2006; AI nº 455.800, Rel. Min. SEPÙLVEDA PERTENCE, DJ de 18.5.2006; AI nº 724.063, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJE de 12.9.2008; AI nº 720.153, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJE de 17.9.2008; AI nº 674.595, Rel. Min. MENEZES DIREITO, DJE de 25.3.2008; RE nº 474.600, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJ de 8.8.2007.

3.Adotando, pois, os fundamentos dos precedentes, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.229-3 (467)PROCED. : CEARÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : REGINA CLÉA GRADVOHL DE MACÊDO E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : MARCELO RIBEIRO UCHÔA E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - UFCPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL

INATIVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. REPETIÇÃO DE INDÉBITO. MEDIDA PROVISÓRIA NÃO REEDITADA. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“PROCESSUAL CIVIL E CONSTITUCIONAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL. SERVIDORES PÚBLICOS INATIVOS. ALEGAÇÃO DE PERDA DE OBJETO. AUSÊNCIA. CARACTERIZAÇÃO.

1. A cobrança da contribuição previdenciária dos inativos para o

Plano de Seguridade Social, nos moldes da Medida Provisória de nº 1415/96, cujo texto ‘a posteriori’ foi reeditado pela Medida Provisória nº 1.463/96, também alvo de sucessivas reedições, tornou-se descabida, isto porque deixou de constar quando da vigésima quinta reedição da MP nº 1.463/96, publicada em 28/04/98.

2. O STF já se pronunciou quanto à inconstitucionalidade da disposição constante da Lei nº 9.783/99, que novamente os incluiu dentre os contribuintes do Sistema da Seguridade Social (ADIN nº 2.010-2/DF).

3. Em que pese tenha o pronunciamento posterior do Supremo Tribunal Federal na ADIN nº 2.010-2/DF o poder de suspender os descontos da contribuição social dos servidores inativos em todo o território nacional, continuam os impetrantes com interesse no desfecho da presente ação mandamental, seja porque fora intentada antes de tal pronunciamento, seja porque estes têm interesse na obtenção de título que lhes assegure o ressarcimento das quantias porventura descontadas durante o trâmite do ‘mandamus’, não caracterizando, pois a perda do objeto.

4. Apelações da Universidade Federal do Ceará, da União Federal e remessa oficial improvidas” (fl. 117).

2. A Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 5º, caput, da Constituição da República.

Argumenta que “não se trata de hipótese de pagamento de tributo indevido, uma vez que os servidores inativos que contribuíram para a Previdência Social, assim o fizeram em conformidade com as disposições da MP 1.415/96, tendo sido aquele apenas expressamente revogado pela Lei nº 9.630/98, ressalvadas, entretanto, as situações consolidadas anteriormente à conversão da MP em Lei, as quais foram claramente ratificadas” (fl. 127).

Afirma, ainda, que “é necessário que se tenha em mente que mesmo 684.866que a medida provisória em apreço não houvesse ainda sido convertida em lei mereceria reforma o r. acórdão recorrido, sendo legítimos os descontos efetuados até 31 de março de 1998 sob a égide da MP 1415/96 e de suas sucessoras” (fl. 127).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. Na espécie vertente, a Recorrente pretende, em síntese,

desconstituir acórdão que entendeu cabível a repetição dos valores descontados dos proventos dos inativos no período entre a vigência da Medida Provisória 1.415/96 e a Lei n. 9.536/98.

5. O Supremo Tribunal Federal assentou que “a exação imposta pelo art. 7º, da MP 1.415/96, foi extirpada do ordenamento jurídico pelo art. 1º, parágrafo único, da L. 9.630/98 e não reeditada, em seguida, pela MP 1.463-25, de 28.4.98, ficando, assim, desconstituída desde a sua origem” (RE 447.526-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 7. 4.2006).

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. IMPUGNAÇÃO A DESPACHO

QUE NEGOU SEGUIMENTO AO RECURSO EM RAZÃO DE FATO SUPERVENIENTE QUE LHE ACARRETOU A PREJUDICIALIDADE. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. INATIVOS. MP 1.415/96 E MP 1.463/96. LEI N. 9.630/98. Perda de objeto do recurso extraordinário que dizia respeito à constitucionalidade da cobrança da contribuição para o Plano de Seguridade Social dos servidores públicos inativos instituída pelo art. 7º da MP 1.415/96, reeditada pela MP 1.463/96, objeto de sucessivas reedições, se houve a derrogação em virtude do art. 1º e seu parágrafo único da Lei n. 9.630/98. Desconstituição retroativa da norma, desde a edição originária, por não haver sido reeditada pela MP 1.463-25, de 28.04.98, que não mais incluiu a disposição que estendera aos inativos a incidência da contribuição previdenciária. Agravo regimental improvido” (RE 228.454-AgR, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ 10.3.2000).

“EMENTA: Contribuição Previdenciária. Inativos. Artigo 7º da Medida Provisória 1415, derrogado em virtude do artigo 1º e seu parágrafo único da Lei 9.630/98, e não reeditado, em seguida, pela Medida Provisória 1463-25, ficando, assim, desconstituído desde sua origem. Perda de objeto do recurso extraordinário que dizia respeito ao momento em que se completaria o período de anterioridade mitigado (art. 195, § 6º, da Constituição) para poder-se exigir essa contribuição. Recurso extraordinário que se julga prejudicado” (RE 234.347, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 10.12.1999).

6. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.623-0 (468)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ELAINE CONCEIÇÃO BITTENCOURT E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : THIAGO CECCHINI BRUNETTO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 121: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 121

EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICADO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, o qual manteve sentença que entendeu indevida a fixação de honorários advocatícios em execução individual não embargada de sentença proferida em ação coletiva.

2. Contra essa decisão os Recorrentes interpuseram recursos especial e extraordinário, ambos admitidos na origem (fls. 228-229).

3. Nas razões do recurso extraordinário sustentam que “a MP n. 2.180-35/01, na parte que inseriu o art. 1º-D na Lei n. 9.494/97, não pode incidir em execuções individuais que se tenham originado de ações coletivas” (fl. 186).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. O recurso extraordinário está prejudicado, por perda superveniente

do objeto.5. O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao Recurso

Especial n. 956.456, nos termos seguintes:“Recurso Especial. Processo Civil. Arts. 458 e 535 do CPC. Ausência

de violação. Execução não-embargada contra a Fazenda Pública. Ação Coletiva proposta por sindicato. Honorários Advocatícios. Cabimento. Recurso Provido” (fl. 233).

Contra essa decisão a Instituto Nacional do Seguro Social - INSS interpôs recurso extraordinário (fls. 271-278).

6. O Vice-Presidente do Superior Tribunal de Justiça negou seguimento ao recurso extraordinário interposto pelo INSS, ao fundamento de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 315-316).

Contra essa decisão a empresa interpôs agravo de instrumento, conforme pesquisa realizada no sítio do Superior Tribunal de Justiça.

Esse agravo de instrumento foi protocolizado sob o n. 721.088 e foi-me distribuído por prevenção, conforme pesquisa realizada no Sistema de Acompanhamento Processual do Supremo Tribunal Federal, e convertido no Recurso Extraordinário 599.903 para submissão ao procedimento da repercussão geral.

Em 28 de agosto de 2009, o Plenário Virtual do Supremo Tribunal Federal acolheu a manifestação pela recusa do recurso extraordinário pela ausência de repercussão geral por entender que controvérsia seria de natureza infraconstitucional.

7. O acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região foi substituído pela decisão do Superior Tribunal de Justiça e mantido pelo Recurso Extraordinário 599.903. Assim, o recurso extraordinário interposto contra o acórdão do Tribunal Regional ficou prejudicado, por perda superveniente de objeto.

Confira-se, a propósito, o seguinte julgado:“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. SUBSTITUIÇÃO DO ARESTO

IMPUGNADO PELA DECISÃO DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. PERDA DE OBJETO DO APELO EXTREMO. O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial interposto simultaneamente com o apelo extremo. Decisão essa que substituiu o acórdão proferido pelo Tribunal de origem. Logo, o recurso extraordinário se encontra prejudicado. Precedente: AI 227.510, sob a relatoria do ministro Marco Aurélio. Agravo regimental manifestamente infundado, ao qual se nega provimento. Condenação da parte agravante a pagar à parte agravada multa de 10% (dez por cento) do valor atualizado da causa, ficando a interposição de qualquer outro recurso condicionada ao depósito do respectivo valor. Isso com lastro no § 2º do art. 557 do Código de Processo Civil” (RE 529.439-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJE 17.10.2008).

8. Pelo exposto, julgo prejudicado o presente recurso extraordinário, por perda do objeto, e determino a baixa dos autos à origem (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.829-1 (469)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CAMBUÍ E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : DENILSON MARCONDES VENÂNCIORECDO.(A/S) : PRESIDENTE CÂMARA MUNICIPAL DE CAMBUÍADV.(A/S) : RICARDO LAMBERT DEL'AGNOLO

Petições/STF nº 136.284/2008 e 87.744/2009 DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – ADMISSÃO DE TERCEIRO -

IMPROPRIEDADE. 1.Eis como o Gabinete retratou requerimentos formalizados por

cidadãos que não integram a relação processual:Adilson Luiz de Souza e Moema Oliveira Silva, mediante a

Petição/STF nº 136.284/2008, requerem a juntada de procuração,

substabelecimento, declaração de serem juridicamente pobres bem como cópia de documentos pessoais e comprobatórios de serem servidores da Prefeitura Municipal de Cambuí. Indicam o nome do Dr. José Márcio da Rosa Lopes para constar das futuras intimações.

Já na Petição/STF nº 87.744/2009, Adilson Luiz de Souza pleiteia a admissão no processo como amicus curiae, nos termos do artigo 131, § 1º, do Regimento Interno deste Tribunal. Alega ser servidor público do Município de Cambuí, tendo interesse no desfecho da lide. Pede a juntada de parecer jurídico elaborado pelo Dr. André Ramos Tavares bem como o deferimento do pedido de sustentação oral, cujo advogado será nomeado em momento oportuno. Por fim, indica os nomes dos Drs. Benedito Luiz de Souza, Marco Aurélio de Souza e Murilo Lessa Braga para constar das futuras intimações.

Os Drs. Benedito Luiz de Souza e Murilo Lessa Braga não se encontram credenciados pelo requerente.

A Petição/STF nº 136.284/2008 foi protocolada no Agravo de Instrumento nº 673.637 - o qual veio a ser provido e convertido no Recurso Extraordinário nº 590.829 -, tendo sido recebida no Gabinete em 13 de agosto de 2009.

O processo está com vista à Procuradoria Geral da República.2.Observem a organicidade do Direito. O simples fato de ter-se, na

origem, relação jurídica de prestação de serviços com uma das partes do processo não direciona à conclusão sobre o interesse jurídico. Mais do que isso, está-se em sede extraordinária, quando se examinará o merecimento do acórdão impugnado tal como proferido, ou seja, segundo as balizas objetivas e subjetivas nele reveladas.

3.Indefiro os pleitos.4.Devolvam as peças aos requerentes.5.Publiquem.Brasília – residência –, 30 de agosto de 2009, às 18h25.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

Em consequência, fica intimado o Dr. Marco Aurélio de Souza da decisão acima.

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.417-8 (470)PROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : JORGE LUIS SOUZA PASCOALADV.(A/S) : MARCELO MATEDI ALVES E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que versa sobre o reajuste da vantagem pecuniária denominada “indenização de campo”, no mesmo percentual pago a título de reajuste de diárias.

2. Ocorre que há, nesta Corte, número suficiente de representativos dessa controvérsia (cf., dentre outros, AAII nos 726.633, 743.681 e 752.903, Rel. Min. CEZAR PELUSO), de modo que, com fundamento nos arts. 544, §§ 3º e 4º, do CPC, e 328, § único, do RISTF, converto o agravo de instrumento em recurso extraordinário e, desde logo, determino sua devolução para sobrestamento no Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.560-9 (471)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : VIAÇÃO PRINCESA DO SUL LTDA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVA E OUTRO

(A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região que entendeu que é devida por empresa urbana a contribuição destinada ao INCRA.

Alegam os recorrentes, com fundamento no art. 102, III, a, violação ao art. 195, I, da Constituição Federal.

2.Inconsistente o recurso.Ambas as Turmas desta Corte já fixaram entendimento no seguinte

sentido:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. CONTRIBUIÇÃO AO INCRA E AO FUNRURAL. EMPRESA URBANA. 1. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a contribuição destinada ao INCRA e ao FUNRURAL é devida por empresa urbana, porque destina-se a cobrir os riscos aos quais está sujeita toda a coletividade de trabalhadores. Precedentes. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 663.176-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, Segunda Turma, DJ de 14.11.2007);

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 122: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 122

“EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Cobrança de contribuição social, de empresa urbana, destinada ao INCRA. Não ocorrência de impedimento. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 423.856-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJ de 11.10.2007);

“EMENTA: Embargos de declaração em recurso extraordinário. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Cobrança de contribuição social destinada ao INCRA no percentual de 0,2%. Não ocorrência de impedimento. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 415.918-ED, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJ de 12.5.2006);

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTRIBUIÇÃO AO INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA - INCRA. EXIGIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE nº 474.600-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJE de 4.4.2008);

“EMENTA: CONTRIBUIÇÃO AO FUNRURAL E AO INCRA: EMPRESAS URBANAS. O aresto impugnado não diverge da jurisprudência desta colenda Corte de que não há óbice à cobrança, de empresa urbana, da referida contribuição. Precedentes: AI 334.360-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; RE 211.442-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes; e RE 418.059, Rel. Min. Sepúlveda Pertence. Agravo desprovido” (AI nº 548.733-AgR, Rel. Min. CARLOS BRITTO, Primeira Turma, DJ de 10.8.2006).

Confiram-se, no mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: AI nº 632.127, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 19.3.2007; AI nº 607.202, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 23.10.2006; AI nº 455.800, Rel. Min. SEPÙLVEDA PERTENCE, DJ de 18.5.2006; AI nº 724.063, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJE de 12.9.2008; AI nº 720.153, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJE de 17.9.2008; AI nº 674.595, Rel. Min. MENEZES DIREITO, DJE de 25.3.2008; RE nº 474.600, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJ de 8.8.2007.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.778-4 (472)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULORECDO.(A/S) : ESPÓLIO DE LUIZ SAIAADV.(A/S) : JEREMIAS ALVES PEREIRA FILHO E OUTRO (A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo negou a compensação dos juros moratórios e compensatórios incluídos em precatório já pago.

A recorrente sustenta, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 33, do ADCT.

2.Inconsistente o recurso.O tema constitucional suscitado no recurso extraordinário não foi

objeto de consideração no acórdão recorrido, faltando-lhe, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

Em caso análogo o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE assim ponderou:

“(...)Os dispositivos constitucionais tidos como violados não foram

utilizados nas razões de decidir do acórdão recorrido. Ausente, portanto, o prequestionamento das normas invocadas no recurso extraordinário, sendo, pois, inútil a tentativa do ora recorrente de forçar, nos embargos declaratórios, a adoção desse fundamento pelo tribunal a quo.

(...)” (AI nº 490.457, DJ de 14.5.2004).Ademais, o acórdão impugnado decidiu a causa com base na

legislação infraconstitucional pertinente e no conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.818-7 (473)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIA

RECTE.(S) : AMERICAN BANKNOTE LTDA (NOVA DENOMINAÇÃO DE AMERICAN BANK NOTE COMPANY GRÁFICA E SERVIÇOS LTDA)

ADV.(A/S) : MÁRCIO GOMES LEAL E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : ANDRÉ SIGELMANNRECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO À

SEGURIDADE SOCIAL. ART. 31 DA LEI N. 8.212/91 (COM A ALTERAÇÃO DA LEI N. 9.711/98): CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“E M E N T A: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – RETENÇÃO DE 11% - ART. 23 DA LEI 9711/88 – CONSTITUCIONALIDADE. I – A Corte Especial deste Egrégio Tribunal, na sessão do dia 08.05.03, em julgamento de Incidente de Inconstitucionalidade, processo n. 2001.02.01.015691-4, decidiu pela constitucionalidade da retenção de 11%, decorrente do disposto no art. 31 da Lei n. 8.212/91, com a redação advinda do art. 23 da Lei n. 9.711/98. II – Agravo inominado improvido” (fl. 503).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. LIV, 84, inc. IV, 93, inc. IX, 154, inc. I, e 195, § 4º, da Constituição da República.

Argumenta que “o Tribunal a quo não apreciou ou, por outra, não motivou, nenhum dos pontos arguidos pela Recorrente” (fl. 530).

Sustenta que “o art. 31 da Lei n. 8.212/91 – na redação da Lei n. 9.711/98 – extrapolou a base de cálculo que a CF/88 autoriza à típica contribuição previdenciária (folha de salários) e passou a incidir sobre esfera reservada a outras contribuições (faturamento), o que caracteriza bis in idem desautorizado pela Carta Magna e descaracteriza, por completo, a matriz constitucional do ‘tributo’ em tela” (fl. 535).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da Constituição da

República, é de se ponderar que não se exige do órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa apresentados pelo Recorrente, mas apenas fundamentação das razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE 463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 18.5.2001).

5. O julgado recorrido está em harmonia com a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que se firmou pela constitucionalidade do art. 31 da Lei n. 8.212/1991, com a alteração da Lei n. 9.711/1998:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL: SEGURIDADE. RETENÇÃO DE 11% SOBRE O VALOR BRUTO DA NOTA FISCAL OU DA FATURA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO. Lei 8.212/91, art. 31, com a redação da Lei 9.711/98. I. - Empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra: obrigação de reter onze por cento do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e recolher a importância retida até o dia 2 do mês subseqüente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou fatura, em nome da empresa cedente da mão-de-obra: inocorrência de ofensa ao disposto no art. 150, § 7º, art. 150, IV, art. 195, § 4º, art. 154, I, e art. 148 da CF. II. - R.E. conhecido e improvido” (RE 393.946, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 1º.4.2005).

E:“EMENTA: RECURSO. Extraordinário. Admissibilidade. Contribuição

previdenciária. Retenção de 11% sobre o valor das notas fiscais ou faturas de prestação de serviço. Constitucionalidade do art. 31 da Lei nº 8.212/91, com a redação da Lei nº 9.711/98. Jurisprudência assentada. Ausência de razões novas. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões novas, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (AI 522.427-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Primeira Turma, DJ 17.6.2005).

E ainda:“EMENTA: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - VALIDADE JURÍDICO-

CONSTITUCIONAL DO ARTIGO 31 DA LEI Nº 8.212/91, NA REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº 9.711/98 - LEGITIMIDADE DA RETENÇÃO, PELO TOMADOR DE SERVIÇO, PARA FINS DE CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA, DO PERCENTUAL DE 11% SOBRE O VALOR BRUTO DA NOTA FISCAL OU DA FATURA DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS - PRECEDENTE (PLENÁRIO) - RECURSO IMPROVIDO” (RE 438.856-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 2.6.2006).

6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 123: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 123

7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 14 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.756-9 (474)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERALRECDO.(A/S) : MARCO ANTÔNIO LOPES DOS SANTOS E OUTRO

(A/S)ADV.(A/S) : ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA JÚNIOR

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO.

CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. SERVIDORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL. MEDIDA PROVISÓRIA N. 560/94: CONSTITUCIONALIDADE. EXIGÊNCIA DE QUE SEJA OBSERVADO O PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE NONAGESIMAL. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios:

“ADMINISTRATIVO – CONSTITUCIONAL – TRIBUTÁRIO – CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA – AUTORIDADE QUE AO APLICAR A INSTRUÇÃO NORMATIVA ASSUME A COAÇÃO – LEGITIMIDADE PASSIVA – MEDIDA PROVISÓRIA – INSTRUMENTO INIDÔNEO PARA DISPOR SOBRE MATÉRIA TRIBUTÁRIA – CONTROLE DIFUSO DA CONSTITUCIONALIDADE – Ordem concedida.

A autoridade ao aplicar a Instrução Normativa impugnada assume a autoria da coação, daí ser parte legítima para responder ao mandamus.

Como as contribuições sociais estabelecidas pelo art. 195, da CF têm natureza tributária, a MP não é instrumento idôneo para delas dispor porque não é lei ordinária em sentido estrito, além do mais porque ao não ser convertida em lei perdeu a sua eficácia.

O recolhimento de percentual fixado por MP que perdeu a eficácia é ilegal e abusivo.

Ordem concedida para retornar o desconto de 6% (seis por cento) nos vencimentos dos Impetrantes” (fls. 116-117).

2. O Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 62, caput e parágrafo único, 84, inc. XXVI, 150, inc. I, e 195, §§ 4º e 6º, da Constituição da República.

Sustenta que, “ao considerar inconstitucional a Medida Provisória nº 560/94 e deixar de aplicá-la à espécie, o v. aresto recorrido contrariou os arts. 62 e § único, 84, inc. XXVI e 150, inc. I, todos da Constituição Federal, que facultam a edição de MP’s pelo Presidente da República, com força de lei, pois medida provisória pode ser reeditada − se não rejeitada expressamente pelo Congresso Nacional − e pode dispor sobre matéria tributária, certo que, in casu, inexistiu majoração de tributo, mas manutenção do percentual que já vinha sendo exigido” (fl. 200).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste ao Recorrente.4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

da constitucionalidade da Medida Provisória n. 560/1994 e suas reedições e, portanto, assentou que é aplicável ao servidores do Distrito Federal o percentual de 12% relativo à contribuição previdenciária.

Nesse sentido, os julgados seguintes:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

SERVIDORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL. MEDIDA PROVISÓRIA N. 560/94. APLICABILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 433.418-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2008).

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MEDIDA PROVISÓRIA 560/1994 E SUCESSIVAS REEDIÇÕES. CONSTITUCIONALIDADE. APLICABILIDADE AOS SERVIDORES PÚBLICOS DO DISTRITO FEDERAL. A decisão agravada está em perfeita consonância com o entendimento firmado por este Tribunal quanto à constitucionalidade da Medida Provisória 560/1994 e sucessivas reedições desde que observada a regra da anterioridade mitigada do § 6º do art. 195 da Constituição federal. Aplicabilidade aos servidores do Distrito Federal, conforme reiteradas decisões de ambas as Turmas desta Corte. Embargos de declaração rejeitados” (RE 292.792-ED, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 31.1.2008).

5. Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.6. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário,

determinando a aplicação da Medida Provisória n. 560/94, mas somente decorridos 90 dias da sua edição, nos termos da jurisprudência deste Supremo Tribunal (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Considerando-se a Súmula 512 do Supremo Tribunal Federal, deixo de condenar ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.389-5 (475)PROCED. : SERGIPERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECDO.(A/S) : JOÃO CORDEIRO DOS SANTOSADV.(A/S) : GUILHERME SOBRAL SANTOS

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO E

PREVIDENCIÁRIO. CONTROVÉRSIA SOBRE O PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS PARA O RECEBIMENTO DO ABONO DE PERMANÊNCIA (ART. 40, § 19, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA): INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Sergipe:

“Apelação Cível. Ação de Cobrança. Abono de Permanência. Art. 40, §19 CF. Norma de eficácia plena. Entrada em vigor da EC 41/2003 a partir de sua publicação. I - O § 19 do art. 40 da Constituição Federal é norma de eficácia plena, não necessita de lei infraconstitucional para sua regulamentação. II - A EC 41/03 assegurou o direito ao abono desde a sua entrada em vigor aos servidores que naquela data já tivessem cumprido os requisitos necessários à sua percepção. III - A EC 41/03 entrou em vigor em 31/12/2003, data de sua publicação. Recurso conhecido e parcialmente provido. Decisão unânime” (fl. 110).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“A EC 41/03 assegurou o direito ao abono desde a sua entrada em

vigor aos servidores que naquela data já tivessem cumprido os requisitos necessários à sua percepção. A opção a que se refere o legislador constituinte consiste em não requerer a aposentadoria voluntária, somente. Não se exige o requerimento administrativo do servidor para o preenchimento dos requisitos necessários à percepção do benefício.

Observe-se que se o pagamento não for imediatamente implementado em folha, diante de qualquer peculiaridade do caso concreto, sê-lo-á à vista de requerimento do interessado; porém, o pagamento deverá ocorrer retroativamente, desde que o direito a sua percepção tenha sido implementado.

O Apelado preencheu os requisitos para a concessão de sua aposentadoria em data anterior à publicação da Emenda Constitucional nº 41/2003 (fato que não se discute, posto que o Estado não se insurgiu quanto a esta questão, mas apenas com relação ao termo inicial de pagamento)” (fl. 113).

2. O Recorrente assevera que:“O fato de não exigir legislação infraconstitucional para a sua fruição

[do abono de permanência] não significa que o servidor possui o direito a recebê-lo assim que completa os requisitos, esquivando-se de informar sua situação funcional à Administração Pública.

Ao revés, para ver implementado em seu contracheque tal benesse, deverá o servidor demonstrar que preenche todos os requisitos elencados na Constituição para angariar tal abono” (fl. 120 – grifos nossos).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido o

Recorrente intimado depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso.

4. O Tribunal a quo afirmou expressamente que o Recorrido preencheu os requisitos necessários ao recebimento do abono de permanência previsto no art. 40, § 19, da Constituição.

Assim, a alegação de que “deverá o servidor demonstrar que preenche todos os requisitos” (fl. 120) atrai a incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal e não viabiliza o recurso extraordinário:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma infraconstitucional e nas provas contidas nos autos” (RE 376.599-AgR, de minha relatoria, DJ 2.2.2007).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 124: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 124

“EMENTA: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Reexame de fatos e provas. Aplicação das súmulas nº 279. Agravo regimental improvido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto o simples reexame de fatos e provas. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 3. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE 330.907-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 9.5.2008 – grifos nossos).

5. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.438-7 (476)PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁRECDO.(A/S) : SAN RAFAEL SEMENTES E CEREAIS LTDAADV.(A/S) : CARLOS JOSÉ DAL PIVA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS – ICMS. CRÉDITOS ESCRITURAIS. ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. ACÓRDÃO RECORRIDO EM DESARMONIA COM A JURISPRUDÊNCIA DESTE SUPREMO TRIBUNAL. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, inc.

III, alínea a, da Constituição da República.2. O Tribunal de Justiça do Paraná julgou agravo regimental em

apelação em ação ordinária, nos termos seguintes:“AGRAVO INOMINADO. CRÉDITOS DE ICMS. CORREÇÃO

MONETÁRIA. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. INCIDÊNCIA. POSICIONAMENTO PACÍFICO DESTA CORTE. DECISÃO MONOCRÁTICA DO RELATOR. POSSIBILIDADE. INTELIGÊNCIA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. DECISÃO MANTIDA. RECURSO NÃO CONHECIDO, COM IMPOSIÇÃO DE MULTA, PORQUANTO MANIFESTAMETNE INFUNDADO.

1. Mesmo na ausência de previsão legal específica, é devida a correção monetária dos créditos de ICMS, por força dos princípios constitucionais da isonomia e da não-cumulatividade e a fim de evitar o enriquecimento ilícito do Fisco.

2. ‘Em sede de agravo interno (art. 557, § 1º do CPC), cabe ao agravante tentar demonstrar que o caso concreto não admitia a decisão isolada, pena de não conhecimento do recurso’ (Agravo 332.753-9/01, Rel. Des. Ruy Cunha Sobrinho, DJ 12.05.2006)” (fl. 254).

3. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado os arts. 2º, 5º, caput, e 155, § 2º, inc. I, da Constituição.

Argumenta que:“(...) não há divisar vulneração ao princípio da isonomia ou da não-

cumulatividade de ICMS em a lei permitir correção monetária apenas dos débitos de ICMS, vedando-a quanto aos créditos escriturais, por isso que não existe semelhança alguma entre estes e aqueles.

O acórdão interpretou de maneira tão equivocada os citados preceitos constitucionais, que, aplicando-os, acabou por vulnerá-los na letra e na essência.

Além disso, ao conceder a correção monetária, mesmo admitindo inexistir lei que a autorizasse, Tribunal funcionou como se fora legislador positivo, o que encontra vedação na regra do artigo 2º, da Constituição Federal, que estabelece o princípio da separação dos poderes” (fl. 271).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica assiste ao Recorrente.A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido da

impossibilidade de correção monetária quanto aos créditos escriturais do ICMS.

Nesse sentido:“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS.

IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. A incidência de correção monetária sobre o crédito foi objeto de apreciação anterior deste Supremo Tribunal, concluindo-se no sentido de que, em se tratando de irregular lançamento de crédito em decorrência do recolhimento do ICMS, não há incidência de correção no momento da compensação com o

tributo devido. 2. Essas operações de creditamento têm natureza meramente contábil: são os chamados créditos escriturais. Aplica-se a eles técnica de contabilização para viabilizar a equação entre débitos e créditos, para fazer valer o princípio da não-cumulatividade” (RE 386.475, de que fui Redatora para acórdão, Tribunal Pleno, DJ 22.6.2007 - grifei).

O acórdão recorrido está em desarmonia com a jurisprudência deste Supremo Tribunal.

5. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Ficam invertidos os ônus da sucumbência e seu valor será o mesmo fixado pelo juízo de primeiro grau de jurisdição na sentença prolatada.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.792-1 (477)PROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : MATILDE DE OLIVEIRAADV.(A/S) : ANNIE OZGA RICARDO E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário formado contra acórdão que, confirmando a sentença, julgou improcedente pedido de pagamento de benefício de pensão por morte, no percentual de 100% do salário-de-benefício, com base na Lei 8.213/91, com a redação dada pela Lei 9.032/95.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 415.454 e do RE 416.827, rel. min. Gilmar Mendes, bem como dos demais recursos de idêntica natureza constantes da pauta de processos julgados pelo Plenário no dia 9 de fevereiro de 2007 (dentre os quais destaco: RE 493.890, rel. min. Carlos Britto, RE 454.437, rel. min. Cezar Peluso, RE 421.340, rel. min. Sepúlveda Pertence), considerou contrária à Constituição (arts. 5º, XXXVI e 195, § 5o) a decisão concessiva de revisão para 100% do salário-de-benefício, nas hipóteses de pensão por morte, aposentadoria por invalidez e aposentadoria especial, instituídas em período anterior ao da vigência da Lei 9.032/95, que modificou os arts. 44, 57, § 1º e 75, da Lei 8.213/91 (Informativo 455, de 14.02.2007).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de setembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.149-9 (478)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : TELEVISÃO LONDRINA LTDAADV.(A/S) : ANTUNES DOS SANTOS JUNIOR E OUTRO (A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário que versa sobre a incidência da contribuição social, destinada ao INCRA, sobre as empresas urbanas.

2.Incognoscível o recurso.É que esta Corte rejeitou a existência de repercussão geral do tema

(RE nº 578.635, Rel. Min. MENEZES DIREITO).3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, e 327, §

1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, c.c. arts. 102, § 3º, da CF, e 543-A, § 5º, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.390-4 (479)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : MUNICÍPIO DE CAMPO AZULADV.(A/S) : RENATA CAROLINA SILVA ANDRADERECDO.(A/S) : CLÉIA FERREIRA MENDESADV.(A/S) : DAVIDSON DE OLIVEIRA ANTUNES E OUTRO (A/S)

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 37, II e § 2º, e 114, I, da Constituição federal.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 125: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 125

A agravada ajuizou ação de cobrança requerendo a condenação do Município ao pagamento de salário, férias, 13º salário e PIS.

O acórdão recorrido manteve a sentença no sentido de deferir ao servidor, que fora irregularmente contratado em regime temporário, o pagamento das “férias proporcionais de 2004; 13º salário proporcional de 2004; salário de dezembro de 2004 e PIS de março de 2004 a dezembro de 2004 na proporção de um salário por ano de trabalho, isto com os legais acréscimos tudo com as devidas correções” (cf. fls. 22).

Rejeito a alegação de violação ao art. 114, I, fundada na suposta incompetência da Justiça comum, pois o Tribunal a quo entendeu que a agravada estava submetida ao regime estatutário. Assim, a decisão recorrida não destoa da orientação firmada por essa Corte na ADI 3.395-MC.

No que tange ao reconhecimento da nulidade do contrato de trabalho em razão da ausência do pressuposto formal de validade, qual seja, prévia aprovação em concurso público, a decisão mantida pelo Tribunal a quo está alinhada com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É o que se depreende, mutatis mutandis, da Súmula 685 desta Corte, verbis:

“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.” (Grifei.)

Observo, porém, que a verba indenizatória, nos moldes em que fixada, não se ajusta com a orientação firmada por esta Corte. Não obstante a nulidade do contrato de trabalho, porque não observada a exigência de prévio concurso público, a Administração não deve se eximir do pagamento de salários, o que, do contrário, configuraria enriquecimento ilícito do ente público.

Nesse particular, a Corte tem sistematicamente decidido que o único efeito jurídico válido é a percepção dos salários, visto que a nulidade do contrato de trabalho não gera efeitos trabalhistas. Nesse sentido: AI 322.524-AgR (rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ de 19.12.2002), AI 361.878-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 23.04.2004), AI 497.984-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 30.09.2005), RE 454.409-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 16.12.2005), AI 221.454-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 03.02.2006) e AI 680.939-AgR (rel. min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe de 01.02.2008).

Assim, a indenização haverá de se restringir à percepção do saldo de salários correspondentes à função exercida de forma indevida e pelos dias efetivamente trabalhados.

Do exposto, dou parcial provimento ao recurso, para reformar o acórdão recorrido e condenar a parte recorrente ao pagamento, a título de indenização, tão-somente do saldo dos salários correspondentes à função exercida de forma indevida e pelos dias efetivamente trabalhados, deduzidos os eventuais pagamentos já realizados.

Determino sejam proporcionalmente distribuídos os ônus da sucumbência, ressalvada a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Publique-se.Brasília, 7 de agosto de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.601-6 (480)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : HIRAM PEREIRA CACHOEIRAADV.(A/S) : THIAGO CECCHINI BRUNETTO E OUTRO (A/S)

DESPACHO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA

PÚBLICA: PARTE INCONTROVERSA. ENUNCIADO N. 31 DA ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO. MANIFESTE-SE A UNIÃO.

1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra acórdão no qual se discute a possibilidade de se expedir requisição de pequeno valor relativo a montante não embargado (parte incontroversa dos valores) antes do trânsito em julgado de embargos à execução.

2. Em 9 de junho de 2008, a Advocacia-Geral da União editou o Enunciado AGU n. 31 com o seguinte teor: “É cabível a expedição de precatório referente a parte incontroversa, em sede de execução ajuizada em face da Fazenda Pública.”

3.Dessa forma, manifeste-se a União sobre a eventual prejudicialidade do presente recurso extraordinário ou a existência de interesse no prosseguimento do feito.

Publique-se.Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.991-1 (481)PROCED. : CEARÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIA

RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : CÂMARA MUNICIPAL DE ITAPIPOCAADV.(A/S) : LUÍS CARLOS BRASILIENSE CANUTO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. AGENTES POLÍTICOS. DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DA ALÍNEA H DO INC. I DO ART. 12 DA LEI N. 8.212/91. ALEGAÇÃO DE CONSTITUCIONALIZAÇÃO EM VIRTUDE DA EDIÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL N. 20/98: IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTE DO PLENÁRIO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“MANDADO DE SEGURANÇA. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA INCIDENTE SOBRE OS SUBSÍDIOS DE AGENTES POLÍTICOS MUNICIPAIS. LEI Nº 8.212/91, ARTIGO 12, I, ‘H’, COM REDAÇÃO DADA PELO ART. 13, § 1º DA LEI Nº 9.506/97. ILEGITIMIDADE ATIVA DA CÂMARA DOS VEREADORES MUNICIPAIS. LITISCONSÓRCIO DESNECESSÁRIO DOS AGENTES POLÍTICOS. CONSTITUCIONALIDADE SUPERVENIENTE DA COBRANÇA COM O ADVENTO DA EC Nº 20/98.

- A Câmara dos Vereadores Municipais, embora desprovida de personalidade jurídica, goza de personalidade judiciária excepcional, podendo legitimamente figurar no polo ativo de relação processual para defesa de suas atribuições constitucionais. Hipótese diversa. Legitimidade, na espécie, do Município. Ilegitimidade ativa ad causam do Poder Legislativo Municipal.

- O litisconsórcio dos agentes políticos é desnecessário.- A Lei nº 9.506/97, que introduziu o art. 12, I, ‘h’ na Lei n. 8.212/91,

tornando os agentes políticos segurados obrigatórios do regime geral de previdência, quando não vinculados a regime próprio, editada em 30.10.1997, não encontra fundamento de validade na LC 84/96, tampouco na redação vigente do art. 195, CF. Apenas com o advento da EC n. 20, de 15.12.1998, que deu nova redação ao art. 195, I, ‘h’, fora constitucionalizada supervenientemente.

- Apelação parcialmente provida” (fl. 162).2. O Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 195 da

Constituição da República (redação originária da norma).Sustenta que:“A redação original do artigo supra, inciso I, se referia a contribuição

social dos empregadores, incidentes sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro. Perfeitamente enquadrável no conceito de folha de salários são os subsídios pagos aos agentes políticos, sendo apenas uma espécie do gênero salário (quantia recebida em razão do trabalho prestado). Dessa forma, não há como negar validade à incidência da contribuição previdenciária sobre os subsídios pagos aos agentes políticos que não estejam vinculados a regime próprio de previdência, matéria que independe de lei complementar, muito menos da LC 84/96 (...) não há motivo legal que justifique retirar o caráter de vigência da Lei nº 9.506/97 no período anterior à publicação da Emenda Constitucional nº 20/98, como determina o acórdão, pois, como foi demonstrado a citada Lei nunca foi excluída de nosso ordenamento jurídico, permanecendo, assim, sempre com os seus atributos de validade, vigência e eficácia” (fls. 126-127).

Apreciada a matéria trazida nos autos, DECIDO.3. Razão de direito não assiste ao Recorrente.4. No julgamento do Recurso Extraordinário 351.717, Relator o

Ministro Carlos Velloso, o Plenário do Supremo Tribunal decidiu que, por não se enquadrar no conceito de trabalhador, previsto no art. 195, inc. II, da Constituição da República (redação originária), o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal não poderia ser incluído como segurado obrigatório do regime geral de previdência social por meio de legislação ordinária:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. PREVIDÊNCIA SOCIAL. CONTRIBUIÇÃO SOCIAL: PARLAMENTAR: EXERCENTE DE MANDATO ELETIVO FEDERAL, ESTADUAL ou MUNICIPAL. Lei 9.506, de 30.10.97. Lei 8.212, de 24.7.91. C.F., art. 195, II, sem a EC 20/98; art. 195, § 4º; art. 154, I. I. - A Lei 9.506/97, § 1º do art. 13, acrescentou a alínea h ao inc. I do art. 12 da Lei 8.212/91, tornando segurado obrigatório do regime geral de previdência social o exercente de mandato eletivo, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social. II. - Todavia, não poderia a lei criar figura nova de segurado obrigatório da previdência social, tendo em vista o disposto no art. 195, II, C.F. Ademais, a Lei 9.506/97, § 1º do art. 13, ao criar figura nova de segurado obrigatório, instituiu fonte nova de custeio da seguridade social, instituindo contribuição social sobre o subsídio de agente político. A instituição dessa nova contribuição, que não estaria incidindo sobre ‘a folha de salários, o faturamento e os lucros’ (C.F., art. 195, I, sem a EC 20/98), exigiria a técnica da competência residual da União, art. 154, I, ex vi do disposto no art. 195, § 4º, ambos da C.F. É dizer, somente por lei complementar poderia ser instituída citada contribuição. III. - Inconstitucionalidade da alínea h do inc. I do art. 12 da Lei 8.212/91, introduzida pela Lei 9.506/97, § 1º do art. 13. IV. - R.E. conhecido e provido”

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 126: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 126

(DJ 21.11.2003).5. É de se realçar, ainda, que a inconstitucionalidade da Lei n.

9.506/97 não foi sanada com a alteração do art. 195, inc. II, da Constituição pela Emenda Constitucional n. 20/1998, pois o Supremo Tribunal Federal entende que “o sistema jurídico brasileiro não contempla a figura da constitucionalidade superveniente” (RE 390.840, Rel. Min. Marco Aurélio, Plenário, DJ 15.8.2006).

6. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.606-8 (482)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : GRANDARRELL MG LTDAADV.(A/S) : FERNANDO GUEDES FERREIRA FILHO E OUTRO

(A/S)RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTE

DECISÃO: O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, firmou entendimento, posteriormente confirmado no julgamento do RE 540.410-QO/RS, Rel. Min.CEZAR PELUSO, no sentido de que também se aplica o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil aos recursos deduzidos contra acórdãos publicados antes de 03 de maio de 2007 e que veiculem tema em relação ao qual já foi reconhecida a existência de repercussão geral.

Esta Suprema Corte, resolvendo questão de ordem formulada no AI712.743/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE, reconheceu existente a repercussão geral da questão constitucional nele suscitada, e que coincide, em todos os seus aspectos, com a mesma controvérsia jurídica ora versada na presente causa.

O tema objeto do recurso representativo de mencionada controvérsia jurídica, passível de se reproduzir em múltiplos feitos, refere-se à discussão em torno da constitucionalidade, ou não, do critério de progressividade das alíquotas do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU) instituído por legislação municipal editada antes da promulgação da EC29/2000.

Isso significa que se impõe, nos termos do art. 328 do RISTF, na redação dada pela Emenda Regimental nº 21/2007, a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, para que, neste, seja observado o disposto no art. 543-B e respectivos parágrafos do CPC (Lei nº 11.418/2006).

Publique-se.Brasília, 02 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.830-3 (483)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERALRECDO.(A/S) : ANCELMO DOS SANTOS LIMAADV.(A/S) : MARIA APARECIDA SILVA E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RAZÕES DO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO DISSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DO JULGADO RECORRIDO: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios:

“TRIBUTÁRIO E PREVIDENCIÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA. MEDIDA PROVISÓRIA Nº 560/94. INCONSTITUCIONALIDADE. LEI DISTRITAL 260/92. INAPLICABILIDADE. TERMO FINAL. ALÍQUOTA DE 6%. 27 DE ABRIL DE 1999.

1 - As contribuições previdenciárias têm natureza tributária, e devem, necessariamente, obedecer aos princípios da reserva legal e da anterioridade contidos nos arts. 150, I, e 195, § 6º, da Constituição Federal.

2 - Expirado o prazo de vigência da Lei nº 8.688/93, que teve caráter transitório (30.06.94), foram restaurados os Decretos 83.081/79 e 90.817/85, voltando a ter eficácia a alíquota de 6%, que não poderia validamente ser elevada para 12% pela MP 560/94, sob pena de violação aos arts. 150, I, e 195, §4º, todos da Constituição Federal.

3 - Encontra-se pacificado nessa Corte de Justiça que a Lei Distrital

nº 260/92 não se aplica aos casos da espécie, frente à não regulamentação e à não criação do IPASFE - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Distrito Federal, órgão captador não estruturado pelo Governo local.

4 - No âmbito do Distrito Federal a alíquota de 6% é devida, a título de contribuição previdenciária, até o decurso de 90 (noventa) dias da publicação da Lei nº 196/99, ou seja, 27 de abril de 1999.

5 - Recurso parcialmente provido” (FL. 134).Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“A discussão nos autos cinge-se à determinação da legislação

aplicável ao caso, e já foi debatida inúmeras vezes em nossa Corte. A apelação do Distrito Federal argüiu a aplicabilidade da MP 560/94, a ensejar a majoração da alíquota de desconto para a previdência, bem como sobre a aplicabilidade da Lei 260/92 do Distrito Federal.

O Poder Executivo, visando evitar o vácuo jurídico decorrente da perda de vigência da Lei nº 8.688/93, editou a Medida Provisória nº 560, de 26.07.94, preservando o valor da contribuição do servidor público para a seguridade social, nos moldes estabelecidos na lei temporária.

Entretanto, o referido dispositivo não foi convertido em lei, mas sim foi por diversas vezes reeditado, até o advento da Lei nº 9.630 de 23.04.98, que, finalmente, fixou a alíquota previdenciária em 11%.

Essa lei foi recebida no ordenamento jurídico local pela Lei Distrital nº 196, de 27.01.99, atualmente disciplinada pela Lei Complementar nº 232 de 13.07.99.

(...)Certo é, portanto, que não se mostra idônea a aplicabilidade da MP

560/94 e suas sucessoras no âmbito do Distrito Federal, vez que não houve, senão quando da edição da Lei complementar nº 196/99, lei distrital que a integrasse ao ordenamento jurídico do Distrito Federal.

De outra sorte, a Lei nº 8.112/90, no seu artigo 249, determinou que os servidores públicos deveriam contribuir para a previdência nos percentuais estabelecidos em seus próprios estatutos, até edição da lei especificada no art. 231, § 1º, do mesmo diploma.

Em razão dessa determinação, o Distrito Federal editou a Lei Distrital nº 260, de 05.05.92, autorizando a criação do Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Distrito Federal, e o desconto da contribuição previdenciária com alíquota no percentual de 10%. Entretanto, apenas houve a autorização e não a efetiva criação do IPASFE.

O fato de o sujeito ativo da contribuição ser o Distrito Federal não afasta o argumento de que desnecessária, para a aplicação da alíquota de 10%, nela prevista, a implantação do Instituto de Previdência IPASFE, já que a Constituição Federal determina, em seu artigo 195, § 5º, a impossibilidade de majoração de benefícios previdenciários sem fonte de custeio total para mantê-los.

Ante a omissão do Poder Executivo local em regulamentar a Lei nº 260/92, a Lei Orgânica do Distrito Federal, promulgada em 1993, no art. 17 das Disposições Transitórias, formalmente criou a autarquia, estabelecendo no §1º que a regulamentação da estrutura, funcionamento e atribuições desse Instituto, seria fixada no prazo máximo de sessenta dias, o que também não ocorreu, persistindo a omissão.

Verifica-se ainda que, em relação à Lei Complementar nº 260/92, nosso Tribunal tem sido unânime em reconhecer a impossibilidade de auto-aplicação do referido diploma, em face da ausência de lei regulamentadora e da não criação do IPASFE - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Distrito Federal, órgão captador não estruturado pelo Distrito Federal.

Assim, no âmbito do Distrito Federal tenho que é devida a alíquota de 6%, a título de contribuição previdenciária, até o decurso de 90 (noventa) dias da publicação da Lei nº 196/99, ou seja, 27 de abril de 1999. E ainda não há falar em aplicação da Lei nº 260/92 à hipótese ante a ausência de lei regulamentadora e da não criação do IPASFE - Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Distrito Federal” (fls. 138-140 – grifos nossos).

2. O Recorrente alega que:“O prazo de noventa dias, na fase de instituição da contribuição, que

foi feita pela Lei n. 8.688/93, foi devidamente observado, conforme se vê do § 1º do artigo 2º da referida lei, não sendo obrigatória a sua repetição nas medidas provisórias que a sucederam, pois o princípio da anterioriedade ínsito no § 6º do artigo 195 da CF tem por finalidade evitar que o contribuinte seja surpreendido com a criação ou majoração de tributo, hipótese que não ocorreu no caso sob exame, conforme explanado anteriormente, eis que a Medida Provisória n. 560/94 e suas reedições mantiveram os mesmos percentuais adotados pela Lei n. 8.688/93.

(...)O acórdão ora impugnado, ao declarar incidentalmente a

inconstitucionalidade do artigo 1º da Medida Provisória n. 560/94, divergiu manifestamente de outras decisões proferidas por outros tribunais, dando ensejo ao presente recurso pela alínea b do inciso III do artigo 102 da Lei Maior” (fls. 169-170).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido o

Recorrente intimado depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 127: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 127

Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso.

4. O Tribunal a quo fundamentou-se na inaplicabilidade da Medida Provisória n. 560/94 ao servidores públicos distritais.

O Recorrente, no entanto, limita-se a discorrer sobre a desnecessidade de observância da noventena em relação àquela medida provisória, pois ela apenas manteria a cobrança prevista em lei anterior.

Essa circunstância atrai a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal e não viabiliza o recurso extraordinário. Nesse sentido:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACOU OS FUNDAMENTOS DO ARESTO IMPUGNADO, NEM PROCEDEU À INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE TERIA SIDO VIOLADO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 283 E 284 DO STF. Agravo regimental desprovido” (AI 552.131-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 17.11.2006 – grifos nossos).

“EMENTA: 1. RECURSO. Embargos de declaração. Deficiência na fundamentação do recurso. Súmula 284. Embargos rejeitados. Há fundamentação deficiente de recurso, quando não revele correlação entre as suas razões e os fundamentos da decisão recorrida. 2. RECURSO. Embargos de declaração. Caráter meramente protelatório. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 538, § único, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a oposição de embargos de declaração manifestamente protelatórios, deve o Tribunal condenar o embargante a pagar multa ao embargado” (RE 511.693-ED, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 19.12.2008 – grifos nossos).

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO IMPROVIDO. I - É inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido (Súmulas 282 e 356 do STF). II - Recurso extraordinário que não ataca especificamente os fundamentos do acórdão recorrido, o que impede o seu conhecimento, a teor da Súmula 284 do STF. III - Agravo regimental improvido” (RE 477.752-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 31.10.2007 – grifos nossos).

5. Além disso, o Tribunal a quo não declarou a inconstitucionalidade de tratado ou de lei federal, o que não viabiliza a interposição de recurso extraordinário pela alínea b do inc. III do art. 102 da Constituição da República. Nesse sentido:

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DISPOSITIVO AUTORIZADOR DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INDICAÇÃO. AUSÊNCIA. CONSTITUCIONAL. RECURSO INTERPOSTO COM BASE NO ART. 102, III, B. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A indicação correta do dispositivo constitucional autorizador do recurso extraordinário - artigo, inciso e alínea - é requisito indispensável ao seu conhecimento, a teor do art. 321 do RISTF e da pacífica jurisprudência do Tribunal. II - O Tribunal a quo não declarou inconstitucional lei federal ou tratado, incabível a interposição de recurso extraordinário com base na alínea b do art. 102, III, da Constituição. III - Agravo regimental improvido” (AI 687.167-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 6.3.2009 - grifos nossos).

“EMENTAS: 1. Salário-maternidade. Requerimento extemporâneo. Correção monetária desde a data do parto até a da apuração do valor devido. Matéria infraconstitucional. Ofensa constitucional indireta. Precedentes. Recurso extraordinário não admitido. Não cabe recurso extraordinário que teria por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, inobservância de direito local, seria apenas indireta à Constituição da República. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Interposição com base na alínea "b". Acórdão impugnado que não declarou a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, na forma do art. 97 da Constituição Federal. Não cabimento. Não se admite recurso extraordinário interposto com base na alínea "b" contra acórdão que não contém declaração de inconstitucionalidade de tratado ou lei federal” (RE 565.643, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 1º.8.2008 - grifos nossos).

6. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 598.202-5 (484)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : PERCILA SHOLZ LINDEMANN

ADV.(A/S) : PAULO FRANCISCO SARMENTO ESTEVES E OUTRO (A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS

LEGAIS – INVIABILIDADE – FALTA DE PREQUESTIONAMENTO.1.O Tribunal Regional Federal da 4ª Região, ao revogar decisão que

implicara a antecipação de tutela, consignou (folha 144-verso):Diante da inexistência da verossimilhança do direito alegado pela

parte autora, em face dos fundamentos acima expendidos, revogo a antecipação da tutela concedida nos autos do Agravo de Instrumento nº 2006.04.00.020163-9 (fls. 84-85), com base na previsão inserta no art. 273, § 4º, do CPC.

Observo, no entanto, não ser devida a devolução dos valores recebidos pela segurada em razão da decisão concessiva da tutela, pelo caráter alimentar intrínseco aos benefícios previdenciários, e especialmente pela presunção de legitimidade da decisão judicial concessória dessa vantagem, sem qualquer mácula de ilegalidade ou fraude pelo segurado. Neste sentido decidiu a 3ª Seção deste Tribunal (AR n.º 2002.04.01.049702-7/RS, Rel. Des. Federal Nylson Paim de Abreu, j. 13-11-2003) e o STJ, consoante o seguinte precedente:

AGRAVO REGIMENTAL. DEVOLUÇÃO DE DIFERENÇAS RELATIVAS A PRESTAÇÃO ALIMENTAR . DESCABIDA. O caráter eminentemente alimentar dos benefícios previdenciários faz com que tais benefícios, quando recebidos a maior em boa-fé, não sejam passíveis de devolução. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no Resp nº 705.249/SC, Rel. Ministro Paulo Medina, DJ de 20-02-2006, p. 381)

Assim, não cabe a restituição ou o desconto dos valores recebidos pela apelante em razão da decisão proferida no referido Agravo de Instrumento.

O acórdão impugnado mediante o extraordinário revela interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte recurso que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal.

2.Acresce que, no caso dos autos, o que sustentado nas razões do extraordinário não foi enfrentado pelo órgão julgador. Assim, padece o recurso da ausência de prequestionamento, esbarrando nos Verbetes nºs 282 e 356 da Súmula desta Corte.

3.Nego seguimento a este extraordinário.4.Publiquem.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.063-0 (485)PROCED. : RONDÔNIARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE RONDÔNIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMARECDO.(A/S) : CARLOS SCHRAMM DE SOUZAADV.(A/S) : DANIELLE ROSAS GARCEZ BONIFÁCIO DE MELO

DIAS

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. DESVIO DE

FUNÇÃO. CONTROVÉRSIA SOBRE DIREITO À DIFERENÇA DE REMUNERAÇÃO: INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Rondônia:

“Servidor público estadual. Desvio de função. Direito à percepção de diferenças salariais. Possibilidade. Prestação de trato sucessivo. Prescrição quinquenal. Requerimento administrativo. Suspensão” (fl. 317).

2. O Recorrente assevera que:“O Recorrido somente tem direito (...) aos vencimentos de que se

tornou titular por força de investidura legal, ainda que de fato tenha exercido atividades de outro cargo, sob pena de estar corrrompendo de maneira oblíqua o previsto no art. 37, inc. I e II, da Constituição Federal” (fl. 361).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. No julgamento do Recurso Extraordinário 578.657, Relator o

Ministro Menezes Direito, DJe 6.6.2008, o Plenário do Supremo Tribunal Federal afirmou a inexistência de repercussão geral da questão discutida nestes autos:

“EMENTA: ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. DESVIO DE FUNÇÃO. DISCUSSÃO ACERCA DO DIREITO À DIFERENÇA DE REMUNERAÇÃO. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL”.

5. Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários que suscitarem a mesma questão constitucional podem ter o seu seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 128: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 128

6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 2 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.328-1 (486)PROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICARECDO.(A/S) : SIPAL COLONIZADORA LTDAADV.(A/S) : JAIR ANTÔNIO WIEBELLINGRECDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. RAZÕES DO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO DISSOCIADAS DOS FUNDAMENTOS DO JULGADO RECORRIDO: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“ADMINISTRATIVO. DESAPROPRIAÇÃO. IMÓVEIS EM FAIXA DE FRONTEIRA. PRESUNÇÃO DE LEGITIMIDADE DOS TÍTULOS REGISTRADOS NO SERVIÇO DE REGISTRO IMOBILIÁRIO. DISCUSSÃO ACERCA DO DOMÍNIO. INACESSÍVEL NO ÂMBITO DA DESAPROPRIATÓRIA.

1. A derrogação da dominialidade plena sobre o território brasileiro pelo Governo Imperial, denunciada pela memória histórico-jurídica descrita, faz superar a premissa comumente alardeada de que os imóveis situados na faixa de fronteira incluem-se no domínio patrimonial da União.

2. Vigora, por isso, a presunção de legitimidade dos títulos registrados no Serviço de Registro Imobiliário, qualificação que só poderá ser ilidida por sentença judicial a ser proferida em ação autônoma.

3. O debate acerca da propriedade dos imóveis indicados à desapropriação e da validade dos respectivos títulos não pode ser travado nos domínios da ação expropriatória.

4. Não pode subsistir a sentença posta sob controle, uma vez que alicerçada na invalidade dos títulos dominiais, questão estranha ao objeto da causa” (fl. 312 – grifos nossos).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“Trata-se de apelações aviadas em face de sentença que declarou

extinto o processo de desapropriação, com julgamento do mérito, julgando procedente a ação para consolidar a propriedade das áreas em favor do INCRA, uma vez que reputados nulos de pleno direito os títulos de propriedade dos expropriados.

(...)Mas, então, resta perguntar: Quando e em que sede travar-se-ia a

discussão sobre a validade do título? A resposta é simples: a União deveria ajuizar ação dominial, em que buscaria, além do reconhecimento de sua propriedade, o desfazimento do título de propriedade e cancelamento do respectivo registro. Os títulos de propriedade que os expropriados possuem não podem ser olimpicamente desconsiderados. São papéis públicos, a que se deve fé enquanto não tornados insubsistentes por decisão judicial.

Cediço ser inacessível a discussão acerca do domínio no âmbito da ação de desapropriação (...).

(...)O debate acerca da propriedade dos imóveis indicados à

desapropriação e da validade dos respectivos títulos, então, não pode ser travado nos domínios da ação expropriatória. Dissente do seu objeto, não se podendo acerca de tais tópicos deliberar sob pena de incidir no vício de ser extra petita o julgado .

(...)Não pode subsistir, pois, a sentença posta sob controle, uma vez que

alicerçada na invalidade dos títulos dominiais, questão, como anotado, estranha ao objeto da causa. Deve o processo expropriatório prosseguir normalmente, deliberando-se sobre a transferência da propriedade e o direito à justa indenização.

A prejudicial acerca do domínio, como visto, deverá ser solvida em demanda autônoma.

Ante o exposto, voto no sentido de, ex officio, cassar a sentença, dando por prejudicados os apelos” (fls. 305-310 – grifos nossos).

2. Os Recorrentes sustentam ofensa aos arts. 5º, inc. XXIV, 20, § 1º e § 2º, e 184 da Constituição da República.

Asseveram que seria incabível o pagamento de indenização, pois a terra na qual se situa a propriedade da expropriada (Sipal Colonizadora Ltda.)

pertenceria à União.Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste aos Recorrentes.4. O Tribunal a quo não julgou a ação de desapropriação nem

condenou o Instituto de Colonização e Reforma Agrária – INCRA ao pagamento de qualquer indenização.

Com base em fundamento processual – impossibilidade de discussão sobre domínio na ação de desapropriação, sob pena de julgamento extra petita -, o Tribunal de origem anulou a sentença e determinou o prosseguimento do processo, “deliberando-se sobre a transferência da propriedade e o direito à justa indenização” (fl. 309 v.).

Assim, as alegações de ofensas constitucionais formuladas pelos Recorrentes atraem a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal e não viabilizam o recurso extraordinário. Nesse sentido:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACOU OS FUNDAMENTOS DO ARESTO IMPUGNADO, NEM PROCEDEU À INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE TERIA SIDO VIOLADO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 283 E 284 DO STF. Agravo regimental desprovido” (AI 552.131-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 17.11.2006 – grifos nossos).

“EMENTA: 1. RECURSO. Embargos de declaração. Deficiência na fundamentação do recurso. Súmula 284. Embargos rejeitados. Há fundamentação deficiente de recurso, quando não revele correlação entre as suas razões e os fundamentos da decisão recorrida. 2. RECURSO. Embargos de declaração. Caráter meramente protelatório. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 538, § único, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a oposição de embargos de declaração manifestamente protelatórios, deve o Tribunal condenar o embargante a pagar multa ao embargado” (RE 511.693-ED, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJE 19.12.2008 – grifos nossos).

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO IMPROVIDO. I - É inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido (Súmulas 282 e 356 do STF). II - Recurso extraordinário que não ataca especificamente os fundamentos do acórdão recorrido, o que impede o seu conhecimento, a teor da Súmula 284 do STF. III - Agravo regimental improvido” (RE 477.752-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJE 31.10.2007 – grifos nossos).

5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações dos Recorrentes.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 28 de agosto de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.343-4 (487)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULORECDO.(A/S) : IVO MATIAS BEZERRAADV.(A/S) : LILIAN MAZZOLA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo que entendeu ser descabida a pretensão do Estado de condicionar a liberação de veículo apreendido em situação irregular, ao pagamento das multas de trânsito.

Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fl. 115).Sustenta o recorrente, com base no art. 102, III, a, violação aos arts.

5º, LIV, e 30, V, a, da Constituição Federal.2.Inviável o recurso.O acórdão impugnado decidiu a causa com base no conjunto fático-

probatório e na legislação infraconstitucional atinente, de modo que eventual ofensa à Constituição Federal seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República.

Quanto à alegação de ofensa ao art. 5º, LIV, da Constituição Federal, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de que

“(...) as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário” (AI nº 360.265-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 20.9.2002).

Ainda que assim não fosse, o acórdão recorrido decidiu a causa de acordo com a orientação já assentada por esta Corte, em hipóteses análogas, no sentido de que a imposição, ao arbítrio de agente fiscal, de restrições de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 129: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 129

caráter punitivo, por inadimplência do infrator, contraria o disposto nas súmulas 70, 323 e 547 (Nesse sentido: RE nº 216.983-AgR, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 13.11.98; Pet nº 2.772-MC, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 24.10.2002; e RE nº 361.003, da minha relatoria, DJ de 7.2.2006).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, §1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 10 de setembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.391-4 (488)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : PRÓ-SALUTE - SERVIÇOS PARA A SAÚDE LTDAADV.(A/S) : AUREANE RODRIGUES DA SILVA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : MARCIO CHARCON DAINESIRECDO.(A/S) : AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR - ANSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. OPERADORAS

DE PLANOS DE SAÚDE. RESSARCIMENTO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. ART. 32 DA LEI N. 9.656/98: INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“ADMINISTRATIVO – PLANO DE SAÚDE PRIVADO – REPASSE DE VERBAS AO SUS – ART. 32 DA LEI 9.656/98 – AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE – PRECEDENTES DO STF – APLICAÇÃO AOS PLANOS PREEXISTENTES – RETROATIVIDADE – INEXISTÊNCIA – RESOLUÇÕES EDITADAS PELA ANS – EXERCÍCIO DO PODER REGULAMENTAR – ASPECTOS DE ORDEM CONTRATUAL – NULIDADE – INEXISTÊNCIA – DEMANDA JUDICIAL – INSCRIÇÃO NO CADIN – SUSPENSÃO INDEVIDA – ART. 7º, DA LEI Nº 10.522/2002.

I - Já decidiu o Eg. STF, quando do julgamento da ADI 1931 MC/DF, da Relatoria do Exmo. Ministro Maurício Corrêa, pela constitucionalidade do artigo 32, da Lei nº 9.656/98, cumpre adotar o posicionamento esposado pela Corte Suprema, órgão de cúpula no que tange à interpretação de matéria de índole constitucional.

II – No que se refere à aplicação do dispositivo legal impugnado aos planos preexistentes é certo que, ao reconhecer sua constitucionalidade, o STF não fez qualquer ressalva nesse sentido, até porque não houve modificação daquelas avenças, eis que o novo dispositivo legal disciplinou outra relação jurídica existente entre o Sistema Único de Saúde e as Operadoras, não se havendo falar, portanto, em aplicação retroativa da norma” (fl. 969 – grifos nossos).

2. A Recorrente afirma que o art. 32 da Lei n. 9.656/98 ofenderia os arts. 154, inc. I, 195, § 4º, 196, caput, e 198, § 1º, da Constituição da República.

Assevera que as resoluções que regulamentaram a Lei n. 9.656/98 teriam extrapolado o conteúdo da norma legal, razão pela qual seriam contrárias ao art. 5º, inc. II, da Constituição.

Alega, ainda, que aquelas resoluções ofenderiam o art. 5º, inc. LV, da Constituição, pois, ao disciplinarem “o processo administrativo de glosa e impugnação às contas hospitalares referentes ao ressarcimento ao SUS, não foram respeitados os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa” (fl. 1041).

Sustenta, ao final, que “a prática da cobrança do ressarcimento ao SUS incidente em contratos que não se sujeitam às disposições da Lei 9.656/98 viola o princípio constitucional da irretroatividade das normas jurídicas previsto no inciso XXXVI do artigo 5º da Constituição da República” (fl. 1044).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. No julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta de

Inconstitucionalidade 1.931, Relator o Ministro Maurício Corrêa, o Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu pela constitucionalidade do art. 32 da Lei n. 9.656/98. Confira-se:

“EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ORDINÁRIA 9656/98. PLANOS DE SEGUROS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. MEDIDA PROVISÓRIA 1730/98. PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE ATIVA. INEXISTÊNCIA. AÇÃO CONHECIDA. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAIS E OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO E AO ATO JURÍDICO PERFEITO.

(...)4.Prestação de serviço médico pela rede do SUS e instituições

conveniadas, em virtude da impossibilidade de atendimento pela operadora de Plano de Saúde. Ressarcimento à Administração Pública mediante condições preestabelecidas em resoluções internas da Câmara de Saúde

Complementar. Ofensa ao devido processo legal. Alegação improcedente. Norma programática pertinente à realização de políticas públicas. Conveniência da manutenção da vigência da norma impugnada. (...)” (DJ 21.8.2003).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RESSARCIMENTO AO SUS. ARTIGO 32 DA LEI N. 9.656/98. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI n. 1.931-MC, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 28.5.04, decidiu pela constitucionalidade do ressarcimento ao SUS instituído pela Lei n. 9.656/98. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 488.026-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 6.6.2008).

No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: RE 581.020, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 18.4.2008; RE 493.217, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 22.11.2006; RE 511.338, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 16.2.2007; RE 540.152, Rel. Min. Eros Grau, DJ 3.8.2007; e RE 583.548, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 10.6.2008.

Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o julgado recorrido.5. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a

alegação de afronta ao art. 5º, inc. II e LV, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, da Lei n. 9.656/98 e das resoluções que a regulamentaram -, não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“EMENTA: PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“EMENTA: (...) 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

6. A alegação de ofensa ao princípio da irretroatividade das normas atrai a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal e não viabiliza o recurso extraordinário.

Isso porque o art. 32 da Lei n. 9.656/98 prevê uma relação obrigacional entre a Recorrente e as instituições integrantes do Sistema Único de Saúde, a qual não se confunde com a relação jurídica contratual firmada entre a Recorrente e os contratantes de plano de saúde – os direitos e as obrigações dispostos nos contratos permanecem inalterados.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMENTA: 1. RECURSO. Embargos de declaração. Deficiência na

fundamentação do recurso. Súmula 284. Embargos rejeitados. Há fundamentação deficiente de recurso, quando não revele correlação entre as suas razões e os fundamentos da decisão recorrida. 2. RECURSO. Embargos de declaração. Caráter meramente protelatório. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 538, § único, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a oposição de embargos de declaração manifestamente protelatórios, deve o Tribunal condenar o embargante a pagar multa ao embargado” (RE 511.693-ED, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 19.12.2008 – grifos nossos).

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO IMPROVIDO. I - É inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido (Súmulas 282 e 356 do STF). II - Recurso extraordinário que não ataca especificamente os fundamentos do acórdão recorrido, o que impede o seu conhecimento, a teor da Súmula 284 do STF. III - Agravo regimental improvido” (RE 477.752-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 31.10.2007 – grifos nossos).

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 3 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 130: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 130

Relatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.810-0 (489)PROCED. : PARAÍBARELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JOÃO

PESSOAADV.(A/S) : ALUISIO LUNDGREN CORRÊA REGISRECDO.(A/S) : INSTITUTO WALFREDO GUEDES PEREIRAADV.(A/S) : ANDRÉ WANDERLEY SOARES E OUTRO (A/S)

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente recurso extraordinário, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceitos inscritos na Constituição da República.

Cumpre ressaltar que a suposta ofensa ao texto constitucional, acaso existente, apresentar-se-ia por via reflexa, eis que a sua constatação reclamaria - para que se configurasse - a formulação de juízo prévio de legalidade fundado na vulneração e infringência de dispositivos de ordem meramente legal. Não se tratando de conflito direto e frontal com o texto da Constituição, como exigido pela jurisprudência da Corte (RTJ120/912, Rel. Min.SYDNEY SANCHES - RTJ 132/455, Rel. Min. CELSO DE MELLO), torna-se inviável o trânsito do recurso extraordinário.

De outro lado, o acórdão recorrido decidiu a controvérsia à luz dos fatos e das provas existentes nos autos, fundando-se, ainda, para resolver o litígio, em interpretação de cláusula contratual, circunstância esta que obsta o próprio conhecimento do apelo extremo, em face do que se contém nas Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal.

Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 03 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.075-7 (490)PROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECDO.(A/S) : ANTÔNIO DE SOUZAADV.(A/S) : CÉSAR ROMERO DO CARMO E OUTRO (A/S)INTDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES

MILITARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS - IPSMADV.(A/S) : ARILDO RICARDO E OUTRO (A/S)

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que julgou inconstitucional a cobrança de contribuição previdenciária sobre pensões e proventos de militares inativos entre a EC 20/98 e a EC 41/03, e legítima a cobrança a partir da EC 41/03.

Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se ofensa aos arts. 40, § 12, § 18 e § 20, 42, caput, § 1º e § 2º, 142, § 3º, X, e 195, § 5º, II, da mesma Carta.

No caso, o recurso extraordinário versa sobre matéria ¾ contribuição previdenciária sobre proventos de militar inativo e seus pensionistas ¾ cuja repercussão geral já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 596.701-RG/MG, de minha relatoria).

Isso posto, determino, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado o disposto no art. 543-B do CPC, visto que no presente extraordinário discute-se questão idêntica à apreciada no RE 596.701-RG/MG.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.226-1 (491)PROCED. : RONDÔNIARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMARECDO.(A/S) : RAPHAEL MORAES PEREIRAADV.(A/S) : JOSIMAR SANTOS BATISTA

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que reconheceu o direito subjetivo à nomeação de candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas constante do edital.

Neste RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição Federal, alegou-se, em suma, violação ao princípio da separação dos poderes, disposto no art. 2º da mesma Carta.

No caso, o recurso extraordinário versa sobre matéria – concurso público e direito à nomeação de candidato aprovado dentro do número de vagas previsto no edital – cuja repercussão geral já foi reconhecida pelo

Supremo Tribunal Federal (RE 598.099-RG/MS, Rel. Min. Menezes Direito).Isso posto, determino, com fundamento no art. 328, parágrafo único,

do RISTF, a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado o disposto no art. 543-B do CPC, visto que no presente extraordinário discute-se questão idêntica à apreciada no RE 598.099-RG/MS.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.150-3 (492)PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : DOCTOR CLIN CLÍNICA MÉDICA LTDAADV.(A/S) : JORGE DAMIÃO PEREIRA E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : DAGOBERTO JOSÉ STEINMEYER LIMARECDO.(A/S) : AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR - ANSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE SAÚDE

SUPLEMENTAR. 1) ALEGAÇÃO DE COBRANÇA EM RELAÇÃO A FATOS GERADORES OCORRIDOS EM DATA ANTERIOR À VIGÊNCIA DA LEI N. 9.961/2000: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2) AUSÊNCIA DAS RAZÕES DA ALEGAÇÃO DE OFENSA AO PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 284 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“EMENTA: TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL – MANDADO DE SEGURANÇA – TAXA DE SAÚDE SUPLEMENTAR – ALEGAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE – LEI Nº 9.961/2000 - PODER DE POLÍCIA.

1.A Agência Nacional de Saúde Suplementar foi criada pela Lei nº 9.961, de 28/01/2000, na forma de autarquia sob regime especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com atuação em todo o território nacional, com objetivo de fiscalizar e controlar a atuação dos agentes fornecedores do serviço de assistência suplementar à saúde, para o bom funcionamento da máquina administrativa.

2.A Taxa de Saúde Suplementar foi criada pela Medida Provisória 1.928/99 e, posteriormente, convertida na Lei nº 9.961/00. De acordo com o entendimento do STF, medida provisória é instrumento hábil para a instituição de tributos, sendo o termo inicial do prazo de anterioridade a data de sua primitiva edição” (fl. 276).

2. A Recorrente sustenta ofensa aos arts. 5º, inc. XXXVI (princípio da irretroatividade das leis), e 150, inc. I e III, alíneas a e b, da Constituição da República.

Assevera que:“É notória, por tais razões, a inconstitucionalidade da exigência de

pagamento de taxa em razão de fatos geradores ocorridos antes do início de vigência da Lei n. 9.961 (...).

(...) A cobrança da Taxa de Saúde Suplementar somente alcança os requerimentos de registros feitos a partir de 1º.1.2000, a inadimplência acusada pela Recorrida diz respeito a registros requeridos antes da data em questão (...). A lei não pode retroagir para alcançar fatos pretéritos” (fl. 325 – grifos nossos).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido a

Recorrente intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso.

4. A alegação de que teria sido cobrada a Taxa de Saúde Suplementar em relação a fatos geradores ocorridos em data anterior à vigência da Lei n. 9.961/2000 demanda o exame de fatos e provas, o que atrai a incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal e não viabiliza o recurso extraordinário:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma infraconstitucional e nas provas contidas nos autos” (RE 376.599-AgR, de minha relatoria, DJ 2.2.2007).

“EMENTA: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Reexame de fatos e provas. Aplicação das súmulas nº 279. Agravo regimental improvido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto o simples

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 131: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 131

reexame de fatos e provas. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 3. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE 330.907-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 9.5.2008 – grifos nossos).

5. Além disso, a Recorrente não expôs as razões da alegação de ofensa ao princípio da anterioridade, o que atrai a incidência da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal e não viabiliza o recurso extraordinário. Nesse sentido:

“EMENTA: - Recurso extraordinário. Contribuição para financiar o FUNRURAL. - Tem entendido esta Corte que se da leitura do recurso extraordinário se extrair inequivocamente que ele, sem declará-lo, se funda também na letra "a" do inciso III do artigo 102 da Carta Magna, deverá ser examinado como se esse fundamento tivesse sido invocado. No caso, isso não ocorre com todos os artigos da Emenda Constitucional 1/69 e da atual Constituição, exceto o 153, § 29, da referida Emenda Constitucional, os quais foram referidos sem qualquer indicação de que a intenção da recorrente era atacá-los com base na mencionada letra "a", como bem demonstra o parecer da Procuradoria-Geral da República, até porque a petição de recurso extraordinário não faz qualquer demonstração de afronta aos dispositivos constitucionais enumerados, quando trata da inexigibilidade da exação em causa e da inconstitucionalidade dela, sendo de aplicar-se, pois, o enunciado da súmula 284 desta Corte. - Aplicação da súmula 284 às questões relacionadas com os dispositivos constitucionais apenas enumerados na petição de recurso extraordinário para demonstrar a ocorrência do fundamento incabível deste na letra "c" do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. - No tocante à alegação de afronta ao artigo 153, § 29, da Emenda Constitucional nº 1/69, trata-se de alegação de ofensa indireta ou reflexa, não dando margem, assim, ao cabimento do recurso extraordinário. Recurso extraordinário não conhecido” (RE 240647, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 13.9.2002 – grifos nossos).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE NÃO ATACOU OS FUNDAMENTOS DO ARESTO IMPUGNADO, NEM PROCEDEU À INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL QUE TERIA SIDO VIOLADO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 283 E 284 DO STF. Agravo regimental desprovido” (AI 552.131-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ 17.11.2006 – grifos nossos).

“EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. DEFICIÊNCIA NA FUNDAMENTAÇÃO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AGRAVO IMPROVIDO. I - É inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido (Súmulas 282 e 356 do STF). II - Recurso extraordinário que não ataca especificamente os fundamentos do acórdão recorrido, o que impede o seu conhecimento, a teor da Súmula 284 do STF. III - Agravo regimental improvido” (RE 477.752-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 31.10.2007 – grifos nossos).

“Se o acórdão recorrido entendeu que a palavra "nominal" contida no inciso I, do art. 20, da Lei nº 8.880/94 ofendeu os princípios constitucionais inscritos nos artigos 5º, XXXVI, e 201, § 2º, o recurso extraordinário deveria tentar repelir a interpretação conferida pelo Tribunal a quo a todos estes dispostivos da Lei Maior, sem o que mostra-se carente de fundamentação, fazendo incidir as Súmulas STF nº 283 e 284. Agravo regimental improvido” (RE 347.947-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 8.11.2002 – grifos nossos).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.339-5 (493)PROCED. : PERNAMBUCORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ADERBAL QUEIROZ MONTEIRO E OUTRO (A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ HENRIQUE WANDERLEY FILHO E OUTRO

(A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DE PERNAMBUCOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE

PERNAMBUCO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR

PÚBLICO. ESTABILIDADE FINANCEIRA. POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO EM VANTAGEM PESSOAL

NOMINALMENTE IDENTIFICÁVEL. AUSÊNCIA DE OFENSA À GARANTIA DA IRREDUTIBILIDADE DA REMUNERAÇÃO E DE DIREITO ADQUIRIDO À FORMA DE CÁLCULO DE REMUNERAÇÃO. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Pernambuco:

“EMENTA: Constitucional e Administrativo. Carência de interesse. Preliminar rejeitada: 1 – A incorporação aos vencimentos da gratificação pretendida pelos demandantes diz respeito à restauração de situação jurídica anterior. Resistência do demandado ao cumprimento do direito alegado configura utilidade a ser obtida com o processo.

2 – A incorporação aos vencimentos dos servidores das gratificações ou comissões recebidas por cinco anos ininterruptos ou sete anos intercalados integra o patrimônio jurídico do servidor se a alteração na forma de composição salarial não diminui o quantum remuneratório.

3 – Ante a preservação do valor dos vencimentos, em que pese a redução do percentual da gratificação de 120% para 100% do vencimento base, não configura o ato administrativo atacado, violação ao direito adquirido dos apelados. Recurso provido em reexame necessário, prejudicado o apelo” (fl. 158).

2. Os Recorrentes alegam que teria sido contrariado o art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da República.

Suscitam preliminar na qual defendem a repercussão geral da questão constitucional.

Argumentam que, “No caso, não se trata de estabilidade financeira do servidor público sobre remuneração de cargo comissionado ou função gratificada exercidos temporariamente, mas sobre a parcela dos próprios vencimentos do servidor, hipótese diversa dos precedentes jurisprudenciais referidos no julgado recorrido” (fl. 193).

Afirmam, ainda, que, “Aqui, não se aplica a conclusão sedimentada nesta Excelsa Corte, de que o servidor público não tem direito adquirido a regime jurídico” (fl. 193).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão de direito não assiste aos Recorrentes.4. A matéria constitucional suscitada no recurso extraordinário refere-

se ao instituto da estabilidade financeira de servidor público que tenha incorporado à sua remuneração adicionais por tempo de serviço ou parcela relativa a função ou cargo comissionado por ele exercido.

O Tribunal a quo julgou possível e em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal a alteração, por lei, da forma de cálculo das parcelas incorporadas sem redução remuneratória.

5. O Supremo Tribunal Federal já assentou entendimento sobre essa matéria, sendo exemplo de sua afirmação jurisprudencial o julgamento Plenário do Recurso Extraordinário 226.462, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 25.5.2001, nos seguintes termos:

“II. ‘Estabilidade financeira’: inexistência de direito adquirido de servidores ativos e inativos à permanência do regime legal de reajuste de vantagem correspondente.

1. Pacífico no STF a inexistência de conflito entre a chamada ‘estabilidade financeira’ e o art. 37, XIII, CF, que proíbe vinculação entre vencimentos (cf. precedentes citados), daí não se segue, contudo, o direito adquirido do servidor beneficiários da vantagem à preservação do regime legal de atrelamento do valor dela ao vencimento do respectivo cargo em comissão: donde a legitimidade e a aplicabilidade imediata da lei que desvincule o reajuste futuro da vantagem àqueles vencimentos do cargo em comissão, submetendo-a aos critérios das revisões gerais dos vencimentos do funcionalismo.

2. Nessa hipótese, o paradigma do inativo aposentado com a ‘estabilidade financeira’, para os efeitos do art. 40, § 4º, CF, não é o ocupante atual do respectivo cargo em comissão, mas sim o servidor efetivo igualmente beneficiário, na ativa, da vantagem decorrente do exercício anterior dele.

3. Dada a garantia de irredutibilidade, da alteração do regime legal de cálculo ou reajuste de vencimentos ou vantagens funcionais jamais poderá ocorrer a diminuição do quanto já percebido conforme o regime anterior, não obstante a ausência de direito adquirido à sua preservação” (grifos nossos).

No mesmo sentido, RE 223.425, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ 1º.9.2000.

6. Dessa forma, apesar da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira, o servidor não tem direito adquirido a regime jurídico de reajuste de gratificação incorporada. Assim, não afronta a Constituição lei que transforma as gratificações incorporadas em vantagem pessoal nominalmente identificada, reajustável pelos índices gerais de revisão dos vencimentos dos servidores públicos.

Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o acórdão recorrido.7. É de se realçar que esse entendimento foi reafirmado pelo Plenário

do Supremo Tribunal Federal no julgamento do Recurso Extraordinário n. 563.965, de minha relatoria, ocorrido em 11.2.2009, no qual havia sido reconhecida a repercussão geral do tema constitucional em debate (Informativo/STF n. 535).

8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 132: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 132

Publique-se.Brasília, 4 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.726-9 (494)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : SÉRGIO DEPPE DE SOUZAADV.(A/S) : JORGE NILTON XAVIER DE SOUZAINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão que afastou a aplicação da segunda parte do art. 4º da Lei Complementar 118/2005.

Neste RE, fundado no art. 102, III, b, da Constituição Federal, alegou-se, em suma, a constitucionalidade do dispositivo mencionado.

No caso, o recurso extraordinário versa sobre matéria – prazo prescricional das ações alusivas à repetição de indébito de tributos sujeitos ao lançamento por homologação – cuja repercussão geral já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 561.908-RG/RS, Rel. Min. Marco Aurélio).

Isso posto, determino, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, a devolução destes autos ao Tribunal de origem para que seja observado o disposto no art. 543-B do CPC, visto que no presente extraordinário discute-se questão idêntica à apreciada no RE 561.908-RG/RS.

Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.956-3 (495)PROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULRECDO.(A/S) : ÉVERTON LUÍS RODRIGUES GILADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL

DECISÃO: O Superior Tribunal de Justiça, ao apreciar a matéria de sua competência, deu provimento ao recurso especial interposto pelos ora recorrentes.

Julgo prejudicado o presente recurso por perda do seu objeto [artigo 21, IX, do RISTF].

Publique-se.Brasília, 19 de agosto de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.668-3 (496)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : CONGREGAÇÃO SÃO VICENTE PALLOTTI - IRMÃS

PALOTINASADV.(A/S) : MARLI SOARES BORGES

DECISÃO: O presente recurso extraordinário revela-se processualmente inviável, eis que se insurge contra acórdão que decidiu a causa em conformidade com a orientação jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria em exame.

Com efeito, a Colenda Primeira Turma desta Suprema Corte, ao julgar o RE 241.090/SP, Rel. Min. MOREIRA ALVES, fixou entendimento que desautoriza a pretensão de direito material deduzida pela parte ora recorrente:

“- Recurso extraordinário. Entidade de assistência social. IOF. Imunidade tributária. Art. 150, VI, ‘c’.

- No tocante às entidades de assistência social, que atendam aos requisitos atendidos pela ora recorrida, esta Corte tem reconhecido em favor delas a imunidade tributária prevista no artigo 150, VI, ‘c’, sendo que, especificamente quanto ao IOF, a Segunda Turma, no AGRRE 232.080, relator o eminente Ministro Nelson Jobim, reconheceu a aplicação dessa imunidade, citando, inclusive, a decisão tomada nos EDAGRE 183.216, onde se salientou que ‘... o fato de a entidade proceder à aplicação de recursos não significa atuação fora do que previsto no ato de sua constituição’.

Recurso extraordinário não conhecido.”Cumpre ressaltar, por necessário, que esse entendimento vem

sendo observado em sucessivos julgamentos, monocráticos e colegiados, que, proferidos no âmbito desta Corte, versaram questões assemelhadas à que ora se examina nesta sede recursal (RTJ 180/744-746, Rel. Min. NELSON JOBIM - RE 228.525-AgR/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO – RE230.128/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 416.376/SC, Rel. Min. EROS GRAU, v.g.).

O exame da causa evidencia, tal como precedentemente referido, que o acórdão impugnado ajusta-se à diretriz jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na análise da controvérsia constitucional suscitada pela parte ora recorrente.

Sendo assim, e pelas razões expostas, conheço do presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento.

Publique-se.Brasília, 04 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.701-9 (497)PROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASRECDO.(A/S) : JOSÉ REBELO DE MENDONÇAADV.(A/S) : JOSÉ REBELO DE MENDONÇA

DECISÃO: A decisão da presente causa está a depender do julgamento, pelo Plenário desta Corte, de processo já incluído em pauta (RE 477.274-AgR/MG, Rel. Min. EROS GRAU). Aguarde-se, portanto, a realização do mencionado julgamento.

Sendo assim, impõe-se o sobrestamento dos presentes autos, que permanecerão na Secretaria desta Corte, até final julgamento do mencionado recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 04 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.709-4 (498)PROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA - FUB/UNBPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : CAMILA LINO MARTINSADV.(A/S) : MOACYR AMANCIO DE SOUZA E OUTRO (A/S)

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente recurso extraordinário, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceitos inscritos na Constituição da República.

Cumpre ressaltar que a suposta ofensa ao texto constitucional, acaso existente, apresentar-se-ia por via reflexa, eis que a sua constatação reclamaria - para que se configurasse - a formulação de juízo prévio de legalidade, fundado na vulneração e infringência de dispositivos de ordem meramente legal. Não se tratando de conflito direto e frontal com o texto da Constituição, como exigido pela jurisprudência da Corte (RTJ 120/912, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - RTJ 132/455, Rel. Min. CELSO DE MELLO), torna-se inviável o acesso à via recursal extraordinária.

De outro lado, o acórdão recorrido decidiu a controvérsia à luz dos fatos e das provas existentes nos autos, circunstância esta que obsta o próprio conhecimento do apelo extremo, em face do que se contém na Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.

Sendo assim, e pelas razões expostas, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 04 de setembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.966-6 (499)PROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULORECDO.(A/S) : EDMILSON COSTA DA SILVAADV.(A/S) : FÁBIO PIRES ALONSO

Trata-se de recurso extraordinário criminal, interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, contra acórdão que deu parcial provimento ao apelo da defesa para estabelecer o cumprimento inicial da pena no regime fechado, ressalvando-se, o direito a progressão.

Neste RE, interposto com base no art. 102, III, b, da Constituição, alegou-se que a decisão recorrida contrariou e negou vigência ao art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, bem como sustentou a constitucionalidade da execução da reprimenda em regime integralmente fechado, uma vez que não contraria o

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 133: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 133

princípio da individualização da pena.A pretensão recursal não merece acolhida. É que o Plenário do

Supremo Tribunal Federal, ao julgar o HC 82.959/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, declarou a inconstitucionalidade do parágrafo 1º do art. 2º da Lei 8.072/90, cessando, a partir de então, a vedação à progressão de regime aos condenados pela prática de crimes hediondos.

O acórdão recorrido não divergiu desse entendimento.Ademais, a partir da edição da Lei 11.464/2007, foi modificada a

redação do art. 2º, § 1º, da Lei 8.072/90, que dispôs que a pena para os crimes hediondos e assemelhados será cumprida inicialmente em regime fechado. Trata-se, portanto, de norma penal benéfica ao réu, devendo retroagir no tempo, consoante art. 5º, XL, da Constituição Federal.

Isso posto, nego seguimento ao recurso (art. 557, caput, do CPC).Publique-se.Brasília, 15 de setembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

Processos com Despachos Idênticos:RELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 653.151-2 (500)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : SANDRA MARIA DA GLORIA GANDRA RODRIGUESADV.(A/S) : ALDEMIR ALMEIDA BATISTA

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. REPERCUSSÃO GERAL DA

QUESTÃO CONSTITUCIONAL. QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discutem os efeitos da nulidade de contratação no serviço público sem concurso público e o direito ao pagamento da contraprestação limitado aos dias efetivamente trabalhados ou a inclusão de outros créditos trabalhistas, mais especificamente o FGTS, nos termos da Súmula 363 do Tribunal Superior do Trabalho e dos arts. 19-A e 20, inc. II, da Lei n. 8.036/90.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.478,

Relator o Ministro Eros Grau, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário que, ademais, é objeto de julgamento na Ação Direta de Inconstitucionalidade n. 3.127.

3. O reconhecimento da repercussão geral do tema constitucional torna dispensável a determinação de subida do recurso extraordinário ou de conversão deste agravo de instrumento naquele recurso, pois os autos principais deverão aguardar na origem o julgamento de mérito do Recurso Extraordinário n. 596.478, a teor do que dispõe o art. 543-B do Código de Processo Civil.

No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário, devendo ser observado quanto a este o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Retornem os autos deste agravo de instrumento à origem para que sejam apensados aos autos principais.

Publique-se.Brasília, 11 de setembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 672.530-7 (501)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASAGTE.(S) : SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO E

QUALIDADE DE ENSINO - SEDUCPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : MARIA LAIRES QUEIROZ PEREIRA

Despacho: Idêntico ao de nº 500

AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.582-6 (502)PROCED. : RORAIMARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : MARIA DIAS DE SOUZAADV.(A/S) : RONALDO MAURO COSTA PAIVA E OUTRO (A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 11ª REGIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Despacho: Idêntico ao de nº 500

AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.386-1 (503)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : LUZIA DA SILVA GAMAADV.(A/S) : JOÃO BATISTA AUGUSTO ESTEVES

Despacho: Idêntico ao de nº 500

AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.292-2 (504)PROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : MESSIAS FELIX VIEIRAADV.(A/S) : JOSÉ CARLOS BARBOSA CAVALCANTE

Despacho: Idêntico ao de nº 500

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária.

Brasília, 21 de setembro de 2009.

SECRETARIA DO TRIBUNAL

GABINETE DO DIRETOR-GERAL

PORTARIA Nº 311, DE 21 DE SETEMBRO DE 2009

O DIRETOR-GERAL DA SECRETARIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, com base no disposto na alínea “b” do inciso IX do artigo 65 do Regulamento da Secretaria,

RESOLVE:

Art. 1º Comunicar que não haverá expediente na Secretaria do Tribunal no dia 2 de novembro de 2009 (segunda-feira), em virtude do disposto no inciso IV do artigo 62 da Lei nº 5.010, de 30 de maio de 1966.

Art. 2º Os prazos que porventura devam iniciar-se ou completar-se nesse dia ficam automaticamente prorrogados para o dia 3 subsequente (terça-feira).

ALCIDES DINIZ DA SILVA

ÍNDICE DE PESQUISA

(RISTF, art. 82 e seu § 5º)

NOME DO ADVOGADO (OU PARTE, QUANDO NÃO HOUVER ADVOGADO)

ADEMÁRIO DO ROSÁRIO AZEVEDO (312)ADEMIR LOPES (33)ADER RENATO BARBOSA DA SILVA(79) (79)ADILSON MOREIRA DA SILVA(90) (90)ADIR CLAUDIO CAMPOS(201) (223)ADMILSON RODRIGUES FERREIRA (291)ADRIANA ANDRADE TERRA (358)ADRIANA ZANNI FERREIRA (322)ADRIANO MARCELO RAMBO (34)ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO(1) (2) (4) (5) (18) (34) (37) (43) (102) (103)(104) (105) (106) (107) (108) (109) (110) (134) (162) (164)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 134: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 134

(165) (188) (189) (191) (202) (213) (224) (234) (239) (284)(285) (286) (287) (288) (289) (290) (310) (330) (380) (389)(396) (399) (403) (429) (457) (467) (477) (480)ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS(298) (302) (303) (313) (324) (336) (378) (384) (390) (426)(442) (448) (459) (490)AGNA RÔMULA SOUZA (337)AGUINALDO MARQUES FILHO (35)ALBA ROSAS COSTA CHACON (247)ALBERTO DE MEDEIROS FILHO (14)ALBERTO PAVIE RIBEIRO(196) (218)ALDEMIR ALMEIDA BATISTA (500)ALDILEIA DE OLIVEIRA PEREIRA (65)ALESSANDRA APARECIDA DESTEFANI (73)ALESSANDRA POSSENTI BONAZZA (185)ALESSANDRA TEREZA PAGI CHAVES (344)ALEX HOLANDA (258)ALEX SANDRO CAVALEIRO (19)ALEXANDRE CARDOSO SIMÃO (280)ALEXANDRE SERPA TRINDADE (26)ALFREDO TADASHI MIYAZAWA (141)ÁLISSON DOS SANTOS CAPPELLARI (34)ALMIR FREITAS DE SOUZA (247)ALTIVO JOSÉ SENISKI (62)ALUISIO LUNDGREN CORRÊA REGIS(194) (216) (489)ÁLVARO TREVISIOLI (340)ALVINO MARCHIORI JUNIOR (238)AMANDA QUINTÃO NEUBERT (238)AMINES MARTA CARNEIRO BRACONARO (235)ANA CAROLINA MARTINS SEVERO DE ALMEIDA (335)ANA DANIELA LEITE E AGUIAR (68)ANA FRAZÃO (249)ANA PAULA DELGADO DE SOUZA BARROSO (377)ANA PAULA IANKILEVICH (55)ANA PAULA LIMA DOS SANTOS (113)ANA PAULA MONTEIRO VASCONCELOS (40)ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOS (345)ANACAN JOSÉ RODRIGUES DA SILVA (352)ANDERSON CARLOS FERREIRA (269)ANDERSON HENRIQUE DE OLIVEIRA(270) (270)ANDRÉ BANHARA BARBOSA DE OLIVEIRA (424)ANDRÉ BRAZ GUIMARÃES (279)ANDRÉ DE LAMARE BIOLCHINI (430)ANDRÉ DOS SANTOS DE MENDONÇA (4)ANDRÉ FRANCISCO NEVES SILVA DA CUNHA (170)ANDRÉ FURTADO (148)ANDRÉ LUIS DOS SANTOS ROCHA (113)ANDRÉ ROBERTO MOREIRA(76) (76)ANDRÉ SIGELMANN (473)ANDRÉ WANDERLEY SOARES (489)ANDRÉ YOKOMIZO ACEIRO (456)ANDRÉA CRISTINE ARCEGO(374) (394)ANDRÉA GUIMARÃES MELATTI (288)ANDRÉA VIANA ARRAIS MAIA (318)ANDREI BRAGA MENDES (315)ANDRÉIA DE OLIVEIRA PAIM (113)ANGELA IGNÁCIO MARTINELLI SPILERE (189)ANGELA MARIA DIAS (113)ANGELO DEMETRIUS DE ALBUQUERQUE CARRASCOSA (421)ANNA KARENINA MENDES GÓES (238)ANNIE OZGA RICARDO (477)ANTONIO ALVES DE MOURA FILHO (162)ANTONIO APARECIDO PASCOTTO (326)ANTONIO ARCURI FILHO (315)ANTONIO AUGUSTO VIEIRA FALCÃO (17)ANTÔNIO BELARMINO DA SILVA OU ANTÔNIO BELARMINO ALVES DA SILVA

(72)

ANTONIO CARLOS CRIVELLA PEREIRA (113)ANTONIO CELSO GALDINO FRAGA (353)ANTÔNIO CHAGAS FILHO (167)ANTONIO DE AZEVEDO TERRA (23)ANTÔNIO DE ROSA (45)ANTÔNIO EUSTÁQUIO ANDRADE FERREIRA (100)ANTONIO FERNANDO LANDÓ CONTART (85)ANTONIO FERNANDO VALERIANO (158)ANTONIO INÊS RODRIGUES (376)ANTÔNIO JOÃO SALVADOR (302)ANTÔNIO PINHEIRO DE OLIVEIRA (372)ANTÔNIO RAIMUNDO ALVES MONTEIRO (304)

ANTÔNIO SILVA FILHO(111) (112) (113) (114)ANTUNES DOS SANTOS JUNIOR (478)ARI STOPASSOLA (127)ARILDO RICARDO (490)ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA(84) (210) (232) (246)ARNALDO CONCEIÇÃO JUNIOR (62)ARNALDO DE AGUIAR MACHADO JÚNIOR (310)AROLDO PLÍNIO GONÇALVES (382)ARTPLAN COMUNICAÇÃO S/A (247)ARYSTÓBULO DE OLIVEIRA FREITAS (375)ASDRUBAL NASCIMENTO LIMA JÚNIOR (474)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE ALAGOAS(194) (216)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO(192) (214)ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

(3)

ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA(208) (230)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO ACRE(205) (227)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARÁ(193) (215)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO PARANÁ(196) (197) (199) (200) (218) (219) (221) (222)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(203) (206) (210) (225) (228) (232)ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(211) (233)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(207) (229)ASSOCIAÇÃO CANELENSE DE APOIO À SAÚDE (127)AUDREY CHOUCAIIR VAZ (238)AUGUSTO VILLELA (433)AUREANE RODRIGUES DA SILVA (488)AURÉLIO RAIDER MELO NOGUEIRA (137)AUTA DE AMORIM GAGLIARDI MADEIRA (464)AVELINO BELTRAME (144)AZIZE DIBO NETO (348)BANCO DO BRASIL S/A (407)BANCO FRANCÊS E BRASILEIRO S/A (236)BERNARDINO LOPES FIGUEIRA (236)BERTOLDO JOSÉ BATISTA (31)BERTOLINA ALVES DE LIMA (25)BRASEX IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA (419)BRENNO FERRARI GONTIJO (169)BRENO GUMIERO PEREIRA (238)BRUNO FERNANDES ALBUQUERQUE (238)BRUNO MURAT DO PILLAR(1) (191) (213)BRUNO PINHEIRO BARATA (408)BRUNO RODRIGUES (362)BRUNO ROMERO PEDROSA MONTEIRO (435)CÂMARA DOS DEPUTADOS(109) (110) (285) (287) (290)CAMILA DOS REIS BARROSO (300)CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO (249)CARIN HUHN (238)CARLA FABIANA RODRIGUES DA SILVA (397)CARLOS ALBERTO GOMES DA ROCHA (113)CARLOS ALBERTO PEDROTTI DE ANDRADE (128)CARLOS ALBERTO PINHEIRO CARNEIRO FILHO (116)CARLOS ALBERTO RESENDE MACHADO (53)CARLOS AUGUSTO RIBEIRO (267)CARLOS BASTIDE HORBACH (164)CARLOS BATISTA FREIRE (92)CARLOS EDUARDO LUCERA (353)CARLOS HENRIQUE DE LIMA SANTOS (261)CARLOS HENRIQUE TRANJAN BECHARA (423)CARLOS HENRIQUE WIEBBELLING (107)CARLOS JOSÉ DAL PIVA (476)CARLOS MÁRIO DA SILVA VELLOSO FILHO (83)CARLOS ROBERTO DO NASCIMENTO (113)CARLOS ROBERTO MARTINS (369)CARLOS VITAL CARVALHO GARCIA (86)CASABLANCA COMUNICAÇÃO E MARKETING LTDA (247)CASSIO AUGUSTO MUNIZ BORGES(1) (191) (213)CELECINO CALIXTO DOS REIS (466)CÉLIA C. GASCHO CASSULI (59)CÉLIA CELINA GASCHO CASSULI (66)CELSO DA SILVA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 135: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 135

(81) (81)CELSO MARTINS FERREIRA (33)CÉSAR ROMERO DO CARMO (490)CHAFIC ESPER KALLAS NETO (95)CHIC E DISCRETA COMÉRCIO E REPRESENTAÇÕES LTDA (455)CHRYSTIAN JUNQUEIRA ROSSATO (419)CLAUDIO MERTEN (360)CLAUDIO RODRIGUES (271)CLEUDIR MARIA GOEDERT BECKHAUSER (317)CLEUSA MARIA SCALET (140)CLÍSTENES DA SILVA VITAL (21)CLÓVIS RAMOS DE FREITAS (113)COLÉGIO BRASILEIRO DE RADIOLOGIA E DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

(432)

COMISSÃO DE SELEÇÃO E TREINAMENTO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

(68)

CONGRESSO NACIONAL(2) (111) (112) (113) (114) (195) (201) (202) (217) (223)(224)CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (251)CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PCA Nº 2008.10.00.002837-4) (115)CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 484/2007)

(245)

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (REVISÃO DISCIPLINAR Nº 200810000030617)

(292)

CONSELHO SUPERIOR DA MAGISTRATURA DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

(68)

CRISTIANE DALLE CARBONARE ANDRADE GENTIL (352)CRISTIANO CAJU FREITAS (458)CRISTIANO CONSORTE ZAPELINI (120)CRISTIENE PEREIRA SILVA (364)CYNTHIALICE HÓSS ROCHA (335)CYPRIAN UZODIMMA NWAKA (262)DAGOBERTO JOSÉ STEINMEYER LIMA (492)DALMO ROGÉRIO SOUZA DE ALBUQUERQUE (399)DANIEL CORDEIRO GAZOLA (238)DANIEL DA SILVA OLIVEIRA JUNIOR (72)DANIEL DE LIMA (265)DANIELA DE FARIA MOTA PIRES CITINO (123)DANIELLE ROSAS GARCEZ BONIFÁCIO DE MELO DIAS (485)DÁRCIO FRANCISCO DOS SANTOS (445)DAVID ANTONIO DE CASTRO JÚNIOR (166)DAVID GONÇALVES DE ANDRADE SILVA (471)DAVID ODISIO HISSA (396)DAVIDSON DE OLIVEIRA ANTUNES (479)DÉCIO FREIRE (372)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO(71) (92) (94) (138) (143) (265) (267) (268) (279) (283)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DA BAHIA(124) (125)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO (296)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO (252)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL

(347)

DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(392) (398)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(15) (24) (29) (75) (495)DEFENSOR-PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (96)DELEGADO DE POLÍCIA DA DELEGACIA DE POLÍCIA DA 165ª CIRCUNSCRIÇÃO - MUNICÍPIO DE INAJÁ (IPL Nº 053/2009)

(122)

DELSON DARQUE DE FREITAS (35)DENILSON MARCONDES VENÂNCIO (469)DENISE ALVES TUMOLI FERREIRA (238)DENNIS BARIANI KOCH (156)DENYSSON FERLIN (132)DIOGO CORREA TEIXEIRA (282)DISTRIBUIDORA CASTRO ALVES DE PUBLICAÇÕES LTDA (237)DOMINGOS NOVELLI VAZ (381)DORCÍLIO ERIK CÍCERO DE SOUZA (97)DOUGLAS FERNANDES DE MOURA (247)EBCM - EMPRESA BRASILEIRA DE CLIMATIZAÇÃO E MONTAGENS LTDA

(343)

EBV - EMPRESA BRASILEIRA DE VIGILÂNCIA (120)ÉDISON FREITAS DE SIQUEIRA (27) (320)EDISON PILAR (26)EDITE ESPINOZA PIMENTA DA SILVA (262)EDMAR TEIXEIRA DE PAULA JÚNIOR (388)EDSON BEZERRA DE GOUVÊIA(88) (88)EDSON PEREIRA DUARTE (175)EDSON ROBERTO BAPTISTA DE OLIVEIRA (379)EDUARDO ARRUDA ALVIM (407)

EDUARDO MACHADO DIAS (356)ELEANDRO ANGELO BIONDO (444)ELEANDRO ROBERTO BRUSTOLIN (463)ELIANA DE NAZARÉ CHAVES UCHÔA (172)ELINEY PEDROSO FAULSTICH (247)ELISABETE MARIA MIGUEL DA SILVA (112)ELISÂNGELA DA SILVA NOGUEIRA (13)EMANUEL JORGE CORREA DA SILVA (112)EMANUEL M S GARCIA (135)EMERSON DAVIS LEÔNIDAS GOMES (351)EMERSON FABRICIO NOBRE DOS SANTOS (177)EMERSON SANTANA DOS SANTOS (308)EMILIANA SIQUEIRA SILVA (423)ENEIDA DE VARGAS E BERNARDES (132)ENOQUE RIBEIRO DOS SANTOS (238)ERGOFLEX MÓVEIS PARA ESCRITÓRIO LTDA (320)ERIK GUEDES NAVROCKY (103)ERNANDES GOMES PINHEIRO (64)ERNESTO LINCOLN MARINHO MAGALHÃES (247)ESPÓLIO DE MARIA SALOMÉ BARROS VIDAL (241)ESTADO DO AMAZONAS (501)EUGÊNIO SCHOFFEN (328)EUROLINO SECHINEL DOS REIS (329)EVA INGRID REICHEL BISCHOFF(69) (242)EVANDRO CÉSAR MANOEL (114)FABIANO FRANCISCO CAITANO (138)FABIANO MEDEIROS PINTO (266)FABIANO RAMOS DE MELO (266)FABIANO SAMARTIN FERNANDES (368)FÁBIO ANTÔNIO MARTIGNONI (451)FABIO BRUN GOLDSCHMIDT (454)FÁBIO PIRES ALONSO (499)FÁBIO RENATO BOMFIM VELOSO (8)FÁBIO TOFIC SIMANTOB (258)FABÍOLA LEITE ORLANDELLI (235)FÁBRICA DE SACOS MONTANHA LTDA (431)FABRÍCIO FABIANI PEREIRA (402)FABRÍCIO MARINS BARBOSA(87) (87)FABRÍCIO MASSARI SANT' ANNA (363)FABRÍCIO ZIR BOTHOMÉ (12)FABRIZIO MILANESI (250)FÁTIMA ASSIS DE ALMEIDA BENTHER (112)FELIPE CARLOS SCHWINGEL (380)FELIPE HERNANDEZ MARQUES (383)FELIPE ROCHA SILVEIRA(53) (53)FERNANDA CASTRO CAVALCANTI GUERRA (184)FERNANDA DONNABELLA CAMANO DE SOUZA (330)FERNANDA GUIMARÃES HERNANDEZ(195) (217)FERNANDA SILVA ZILIOTTO (52)FERNANDO ANSELMO RODRIGUES (453)FERNANDO ANTÔNIO DOS REIS (10)FERNANDO AUGUSTO FERNANDES (58)FERNANDO BARBOSA MARCONDES DE CARVALHO(206) (228)FERNANDO CHINAGLIA DISTRIBUIDORA S/A (237)FERNANDO FREELAND NEVES (42)FERNANDO GUEDES FERREIRA FILHO (482)FERNANDO JOSÉ FIGUEIREDO ROCHA (7)FERNANDO VALENTE PEREIRA (176)FLÁVIA PIRES TORREÃO (247)FLÁVIO ALMEIDA MARTINS (306)FLÁVIO CAVALLI (27)FLÁVIO DA CONCEIÇÃO FERREIRA OLIVEIRA (333)FLÁVIO DE MENDONÇA CAMPOS (427)FLÁVIO JOSÉ DA SILVA (117)FRANCISCO AMARO FLOR (257)FRANCISCO AMBRÓSIO LEITE BASTOS (255)FRANCISCO ANTONIO RODRIGUES MADUREIRA (131)FRANCISCO DE PAULA SANTOS DE FREITAS(272) (272) (276) (276)FRANCISCO FRANCINÉ CARNEIRO (74)FRANCISCO LUDGERO FERNANDES DE OLIVEIRA (244)FRANCISCO ROGÉRIO MOTA (370)FRANCISCO XAVIER AMARAL (16)FREDERICO HENRIQUE VIEGAS DE LIMA (251)GABRIEL BERTIN DE ALMEIDA (95)GABRIEL DE FREITAS MELRO MAGADAN (26)GERALDO LUÍS STEELE RODRIGUES (238)GERSON MARTINS DA MOTTA (112)GIL GLAUBERT MARTINS (94)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 136: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 136

GILBERTO CASSULI (66)GILBERTO LUIZ DO AMARAL (145)GILMAR DOS SANTOS DIAS (22)GILSON LUCAS DE LUCENA (49)GIOVANA GONZALES ROLIM (126)GLAUCE RIBEIRO DA SILVA (154)GLAUCIA MARIA MARTINS DE MELLO (353)GLAUCIA MIRANDA (465)GLÁUCIO DIAS DA SILVA (273)GLEISY ANDRADE MORAIS (410)GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO(192) (214)GOVERNADOR DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (3)GOVERNADOR DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO(198) (220)GOVERNADOR DO ESTADO DO PARÁ(193) (215)GOVERNADOR DO ESTADO DO PARANÁ(197) (219)GOVERNADOR DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE(204) (226)GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(203) (206) (225) (228)GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA(69) (242)GOVERNO DE PORTUGAL (243)GUIDO VINCI (425)GUILHERME OTÁVIO SANTOS RODRIGUES (240)GUILHERME SOBRAL SANTOS (475)GUILHERME TAVARES MARQUES RODRIGUES (70)GUIZÉLIA DUNICE BRITO (365)GUSTAVO ALEXANDRE MAGALHÃES(211) (233)GUSTAVO FRANCISCO BUENO (259)GUSTAVO SOARES DA SILVEIRA (370)HAMILTON DIAS DE SOUZA (422)HÉLCIO DA CONCEIÇÃO ARAÚJO (53)HÉLCIO FRANÇA (122)HELCIO RODRIGUES MOTTA (180)HELDER JOSÉ MENDES DA SILVA (238)HELEN CRISTINA VITORASSO SOUZA (239)HÉLIO BATISTA BOLOGNANI(150) (378)HÉLIO DA SILVA SANCHES (269)HÉLIO MARIANO RIBEIRO DE SANTANA (237)HÉLIO PESSÔA OLIVEIRA (259)HELIO ROMUALDO ROCHA (353)HELLISON DE ALMEIDA BEZERRA (367)HELOISA ASSIS DE ALMEIDA (112)HELOISA MARCARENHAS GALAXE (116)HENRIQUE AUGUSTO MOURÃO (448)HERBERT ALVES MARINHO (212)HERBERT SALLES DE SOUZA (108)HERON ARZUA (62)HEVERTON DA SILVA LINS (120)HORÁCIO BERNARDES NETO (136)HUGO JUSTINIANO DA SILVA JUNIOR (260)IGOR MAULLER SANTIAGO (41)INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - IPERGS

(142)

IONÉIA ILDA VERONEZE (377)IRENE AMORIM KNUPP MIRANDA (424)ISA MARIA MONTEIRO DA SILVA BELO (112)ISABELA MÁRCIA DE ALCÂNTARA FABIANO (238)ISRAEL DOURADO GUERRA FILHO (115)IVAN SOARES RASLAN (149)IVAR LUIZ NUNES PIAZZETA(159) (451)IZABEL CRISTINA V DE ASSUMPÇÃO (30)IZABEL DILOHÊ PISKE SILVÉRIO (134)JACINTA MARIA R. T. LIMA (341)JAIR ANTÔNIO WIEBELLING (486)JAIRO ANDRADE DE MIRANDA (424)JAYME GONÇALVES DE AZEVEDO (264)JEFFERSON SANTOS MOREIRA (299)JEREMIAS ALVES PEREIRA FILHO (472)JERRI ADRIANI CORREIA DE SOUZA (283)JESUS ANTONIO DA SILVA (254)JOÃO ALEXANDRE DE ÁVILA AGUIAR (336)JOÃO ALVES DA SILVA (40)JOÃO ANTONIO DE SOUZA (465)JOÃO BATISTA AUGUSTO ESTEVES (503)JOÃO BOSCO DE MOURA LARA RESENDE (57)JOÃO CARLOS CASSULI JR (66)

JOÃO CARLOS PIMENTEL FERREIRA (97)JOÃO CARLOS SAMBÜC (307)JOÃO DE DEUS PEREIRA DA SILVA (117)JOÃO ESTEVÃO SILVEIRA (436)JOÃO FELIPE DE MELO CALMON HOLLIDAY (357)JOÃO LEITE DE AZEVEDO(78) (78)JOÃO LUIZ FREGONAZZI (98)JOÃO MARQUES DA CUNHA (20)JOAO RIBEIRO COSTA (240)JOÃO ROBERTO GIACOMINI (35)JOAQUIM LOPES FRANCISCO (244)JOAQUIM RUIZ DE GAMBOA NETTO (428)JOCEMAR AMARO DE PAULA (112)JOCIANA J DE MEDEIROS MACEDO (7)JOENY GOMIDE SANTOS (13)JORGE ALESSANDRO VIEIRA (269)JORGE DAMIÃO PEREIRA (492)JORGE DE FARIA MALULY (295)JORGE LONGARETTI DE QUEIROZ (114)JORGE LUIZ DE AZEVEDO DA CUNHA (314)JORGE NILTON XAVIER DE SOUZA (494)JORGE ZAIDEN (187)JOSÉ ALEXANDRE DE SOUSA JÚNIOR (311)JOSÉ ANTÔNIO COZZI (319)JOSÉ AUGUSTO FREGONAZZI (98)JOSÉ AUGUSTO NETO (386)JOSÉ BEZERRA PEREIRA (306)JOSÉ CARLOS BARBOSA CAVALCANTE (504)JOSÉ CARLOS TANNURI VELLOSO (169)JOSÉ CARLOS TARASCONI (27)JOSE CARLOS TEIXEIRA PIMENTEL (114)JOSÉ DARCI DA ROSA (18)JOSÉ EDUARDO RANGEL DE ALCKMIN (77)JOSÉ FRANCISCO CABRAL (83)JOSÉ FRANCISCO DE OLIVEIRA SANTOS (405)JOSÉ GERALDO LOUZÃ PRADO (43)JOSÉ HENRIQUE WANDERLEY FILHO(457) (493)JOSE IVAN CLAUDINO (309)JOSÉ LUIZ SENNE(9) (440)JOSÉ MAURÍCIO DE CASTRO (336)JOSÉ MOTA SANTOS (405)JOSÉ MURILO GADELHA HOLLANDA (464)JOSÉ NILO DE CASTRO(48) (442)JOSÉ NORBERTO DE TOLEDO (155)JOSÉ OMAR DE MELO JÚNIOR (393)JOSÉ OSMIR BERTAZZONI (3)JOSÉ OSWALDO CORRÊA (54)JOSÉ PEDRO FERREIRA (274)JOSÉ REBELO DE MENDONÇA (497)JOSÉ RUBENS DO AMARAL LINCOLN (281)JOSÉ VASCONCELOS SANTOS JUNIOR (260)JOSÉ WAGNER BARRUECO SENRA (326)JOSEF ALEXANDRE GERSTEL (51)JOSIMAR SANTOS BATISTA (491)JOSUÉ FERREIRA (406)JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE LIMEIRA

(82)

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE TEÓFILO OTÔNI

(89)

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE PALMITAL (AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 673/09)

(128)

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE RIO CLARO (PROCESSO Nº 1576/2008)

(126)

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CAMPINAS

(270)

JUÍZ DE DIREITO DA 2ª VARA DE EXECUÇÕES PENAIS DE CURITIBA

(81)

JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SOROCABA

(269)

JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SENHOR DO BOMFIM (PROCESSO Nº 2570266-6/2009)

(125)

JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE SENHOR DO BOMFIM (PROCESSO Nº 276.3888-5/2009)

(124)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE DRACENA

(76)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE RIO CLARO

(78)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES DA COMARCA DE CONTAGEM

(80)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÕES DE PRESIDENTE (88)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 137: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 137

PRUDENTEJUÍZ DE DIREITO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE INAJÁ (IPL Nº 053/2009)

(122)

JUIZ DO TRABALHO DA 2ª VARA DO TRABALHO DE BRASÍLIA (PROCESSO Nº 00480-2009-002-010-00-3)

(309)

JUIZ DO TRABALHO DA 4ª VARA DO TRABALHO DE FORTALEZA (PROCESSO Nº 01950-2008-004-07-00-4)

(311)

JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE MACAU (PROCESSOS NºS 00846-2009-021-21-00-2; 00845-2009-021-21-00-8; 00844-2009-021-21-00-3; 00847-2009-021-21-00-7; 00848-2009-021-21-00-1)

(130)

JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE SÃO FÉLIX DO ARAGUAIA (AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 00491.2007.061.23.00-8)

(252)

JUIZ FEDERAL DA 5ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DA BAHIA

(160)

JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL E DELITOS DE TRÂNSITO PLANALTINA

(79)

JUÍZA DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MONTE ALTO (PROCESSO Nº 368.01.2009.002937-7/000000-000 - CONTROLE Nº 167/2009)

(119)

JUÍZA DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE UNIÃO DA VITÓRIA(274) (275)JUÍZA DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE PIRIPIRI (PROCESSO Nº 00516-2008-105-22-00-0)

(306)

JUÍZA FEDERAL DA 17º VARA FEDERAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DO DISTRITO FEDERAL (PROCESSO Nº 2006.34.00.037843-0)

(247)

JULIANA ARAÚJO ALMEIDA AYOUB (385)JULIANA CARLESSO LOZER (238)JULIANA MAIA BENATO (32)JULIANO ISOTON SAMPAIO(274) (275)JULIANO MARTINS RANGEL (11)JULIANO TORRES SALES (247)JÚLIO SOLIMAR ROSA CAVALCANTI (349)JÚLIO VIEIRA DE SOUZA (268)KÁTIA PACHECO (420)LAÉRCIO ARRUDA GUILHEM(406) (406)LARISSA BERMUDES DAMACENO (64)LARISSA F MACIEL LONGO(285) (290)LARISSA F. MACIEL LONGO (287)LARISSA FIALHO MACIEL LONGO(109) (110)LARISSA MOREIRA COSTA (417)LAURA MARIA CAMPOMIZZI (57)LEANDRO BALCONE PEREIRA (273)LÉCIO MAURO PAULINO SANTOS (238)LEILA GREHS CASTILHO (37)LEO KRAKOWIAK (443)LEOBERTO BAGGIO CAON (348)LEONARDO AFONSO PONTES (353)LEONARDO DO N. LOPES DOS SANTOS (238)LEONARDO FIALHO PINTO (57)LEONARDO JACQUES DE OLIVEIRA FILHO (50)LEONARDO PICOLI GAGNO (338)LEOPOLDINA AZEVEDO REZENDE (297)LETICIA SCHETTINI (112)LIA RAQUEL RODRIGUES DE ARAÚJO (246)LIBIA MARTINS CARREIRO (238)LILIAN IZABEL LEITE MOZARDO (352)LILIAN MAZZOLA (487)LILIANA RODRIGUES(195) (217)LÍVIA CARDOSO VIANA GONÇALVES (241)LIZETE GUIMARÃES DE OLIVEIRA PARREIRA (318)LORENZO ALBERTO PAULO (46)LOURIVAL FÉLIX DE MATOS SÁ (61)LOURIVAL J SANTOS (406)LUANA POLLO GIOSA (447)LUANA PUGGINA CONCLI (400)LUCAS LEONEL DE OLIVEIRA(93) (93)LÚCIA MARIA PINTO DE OLIVEIRA (297)LUCIANA SHERER SOARES (286)LUCIANO DE OLIVEIRA (253)LUDOVICO ANTONIO MERIGHI(192) (214)LUÍS CARLOS BRASILIENSE CANUTO (481)LUÍS CLÁUDIO FRITZEN (334)LUIS HENRIQUE DA SILVA (412)LUIS RENATO FERREIRA DA SILVA (19)LUIZ ALBERTO BETTIOL (248)

LUIZ ANTONIO POSSAS DE CARVALHO (25)LUIZ CARLOS BENTO (253)LUIZ CARLOS DA SILVA NETO(264) (346)LUIZ CARLOS FERREIRA (271)LUIZ CARLOS ZVEITER (42)LUIZ FERNANDO KREMER (429)LUIZ FERNANDO MUSSOLINI JÚNIOR (451)LUIZ HENRIQUE VIUDES(91) (91)LUIZ VICENTE RIBEIRO CORREA (353)LUIZA RODRIGUES PEREIRA (404)LVM PRODOTTI ALIMENTARI LTDA (410)LYCURGO LEITE NETO (123)MAÇAZUMI FURTADO NIWA (432)MAICON NUNES DA CRUZ (23)MANOEL MESSIAS GOMES DE OLIVEIRA(82) (82)MARA DO CARMO SILVA SOUZA (384)MARCELA CRISTIANE PUPIN (325)MARCELO ANTONIO DE ANDRADE (101)MARCELO BAETA IPPOLITO (163)MARCELO DOS SANTOS MAGALHÃES (129)MARCELO GONZAGA (282)MARCELO GUIMARÃES RODRIGUES (172)MARCELO JOSÉ FERREIRA SOARES (401)MARCELO MATEDI ALVES (470)MARCELO REINECKEN DE ARAUJO (446)MARCELO RIBEIRO UCHÔA (467)MÁRCIA CRISTINA COSTA DE AZEVEDO (114)MÁRCIA DIEGUEZ LEUZINGUER(196) (218)MÁRCIO CALVET NEVES (446)MARCIO CHARCON DAINESI (488)MÁRCIO GOMES LEAL (473)MÁRCIO JOSÉ DE BASTOS (86)MÁRCIO LUIZ TEIXIERA (162)MÁRCIO OLIVEIRA DOS REIS (261)MARCIO POLITO FONTES (238)MÁRCIO SILVA TEIXEIRA (182)MARCO ANDRÉ DUNLEY GOMES(1) (191) (213)MARCO ANTONIO COSTA SOUZA (387)MARCO ANTONIO KIREMITZIAN OU MARCO ANTONIO KIREMITIZIAN

(70)

MARCO ANTONIO MARTINS DE CARVALHO (410)MARCO AURÉLIO AGUIAR BARRETO (168)MARCO AURÉLIO DE JESUS MENDES (21)MARCO AURÉLIO DE SOUZA (469)MARCOS ANTONIO MARTINS (152)MARCOS ANTÔNIO SOUTO MAIOR (77)MARCOS CHAVES VIANA (313)MARCOS CLAUDINEI PEREIRA GIMENES (254)MARCOS DOS SANTOS ARAÚJO MALAQUIAS (342)MARCOS ERNANI SENGER (161)MARCOS GLÜCK (32)MARCOS JOAQUIM GONÇALVES ALVES (321)MARCOS PAULO ANDRADE JÚNIOR (36)MARCOS VINÍCIUS LUCCA BOLIGON (406)MARCUS FERREIRA PESSÔA (112)MARCUS VINÍCIUS MARTINS ANTUNES (142)MARIA AMÉLIA CORDEIRO TUPYNAMBÁ (439)MARIA APARECIDA CAETANO (376)MARIA APARECIDA SILVA (483)MARIA CÂNDIDA ROSMANINHO SOARES (238)MARIA CARMEM MARTINS MARQUES (128)MARIA CAROLINA ANTUNES DE SOUZA (332)MARIA CRISTINA DA COSTA FONSECA (371)MARIA CRISTINA LAPENTA (56)MARIA DA CONCEIÇÃO CARREIRA ALVIM (289)MARIA DE FÁTIMA PINHEIRO DE OLIVEIRA (241)MARIA DO AMPARO SOARES LIMA (297)MARIA DO SOCORRO EUFRÁSIO REIS (297)MARIA EPHIGÊNIA NETTO SALLES (426)MARIA ERBENIA RODRIGUES (74)MARIA HELENA DE CARVALHO ROS (350)MARIA INÊS CALDEIRA PEREIRA DA SILVA MUNGEL (434)MARIA LAIRES QUEIROZ PEREIRA (501)MARIANA DOURADO WANDERLEY (238)MARILENE DARCI DALMOLIN VENSÃO (147)MARÍLIA PINHEIRO MACHADO BUCHABQUI (47)MARIO EDUARDO ALVES(240) (240)MÁRIO SÉRGIO ROSA (44)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 138: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 138

MÁRIO SOUZA DA SILVA (372)MARITZA REGINA VALLE DE BARROS (389)MARLI SOARES BORGES (496)MARLI TOCCOLI (152)MARLON JOSÉ DE SOUZA ROSA (73)MARTA BAUERMANN (361)MARTHA MAFRA GONZALEZ (181)MARTHIUS SÁVIO CAVALCANTE LOBATO (13)MAURÍCIO LACERDA SOBRINHO (153)MAURÍCIO MONTEIRO DE BARROS VIEIRA (63)MAURÍCIO ZOCKUN (251)MAURIZIO COLOMBA (98)MAURO BRAGATO (295)MAURO VIOTTO (280)MILENE ANDRADE (350)MILENE ELISA GOEDERT DE BARROS (66)MILTON CARMO DE ASSIS JR (6)MILTON CARMO DE ASSIS JÚNIOR (339)MILTON GUSTAVO VASCONCELOS BARBOSA (38)MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ (300)MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(210) (232) (248)MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL(240) (247)MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA (262)MIRIAM WINTER (146)MIRIAN RIBEIRO RODRIGUES DE MELLO (250)MOACIR CARNEIRO DO NASCIMENTO (300)MOACIR GOMES ROSA (114)MOACYR AMANCIO DE SOUZA (498)MOISÉS ELIAS PEREIRA (324)MÚCIO RICARDO CALEIRO ACERBI (417)NATÁLIA QUEIROZ CABRAL RODRIGUES (238)NATÁLIA TRINDADE VARELA DUTRA (413)NATALINO DE OLIVEIRA (111)NATALINO FRAGOSO CARLOS (111)NEI ROBSON DA SILVA RIBEIRO (114)NEIDE CORREA DA SILVA (281)NEIDE MACIEL CORDEIRO (416)NÉVIO CAMPOS SALGADO (293)NILDO NOGUEIRA NUNES (301)NILSON RIBEIRO (183)NILTON ALVES RIBEIRO (114)NILTON CORREIA (421)NORBERTO BARUFFALDI (11)ODAIR DE MENESES (355)OS MESMOS(422) (427)OSWALDO LEMOS DE ALBUQUERQUE (305)OTÁVIO HENRIQUE ALVES (360)OTÁVIO HENRIQUE MENEZES DE NORONHA (240)OTÁVIO PIVA (460)OTÁVIO RAMAN NEVES (256)OVÍDIO INÁCIO FERREIRA (424)PAULA MALTZ (26)PAULO AFONSO MARQUES (298)PAULO CESAR DE MATTOS GONÇALVES CRUZ (371)PAULO CLAUDIO SANTANA (353)PAULO EDUARDO DE SOUZA MARINHO NERY (359)PAULO FRANCISCO SARMENTO ESTEVES (484)PAULO GUSTAVO LOUREIRO OURICURI (409)PAULO HENRIQUE HOSTIN SILVA (162)PAULO LAITANO TAVORA (250)PAULO MARCUS PEREIRA NUNES (392)PAULO R. KALEF (438)PAULO RICARDO VAZ DE MELO (41)PAULO ROBERTO VIGNA (340)PAULO ROGÉRIO ARANTES (256)PAULO SERGIO CURTI (119)PAULO SILLAS LACERDA (366)PEDRO AUGUSTO LEMOS CARCERERI (334)PEDRO LUCIANO MARREY JÚNIOR (323)PEDRO MÁRCIO BUENO (303)PEDRO SAMPAIO DE LACERDA NETO (373)PGE-BA - LUIZ PAULO ROMANO (308)PGE-MG - ISABEL DE ABREU MACHADO DERZI(198) (220)PGE-PI - LUIZ GONZAGA SOARES VIANA FILHO (8)PGE-PR - CÉSAR AUGUSTO BINDER(185) (204) (226)PGE-PR - MÁRCIA CARLA PEREIRA RIBEIRO(200) (222)PGE-SC - ADRIANO ZANOTTO(208) (230)

PGE-SP - JOSÉ MAURÍCIO CAMARGO LAET (319)PLINIO ETCHEPARE GUERRA(207) (229)PREFEITURA MUNICIPAL DE COTIA (169)PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS(102) (103) (104) (105) (106) (284) (286)PRESIDENTE DA COMISSÃO DO VII CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO DA 17ª REGIÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO

(238)

PRESIDENTE DA COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO (CPI DA PEDOFILIA)

(256)

PRESIDENTE DA REPÚBLICA(195) (201) (217) (223)PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL(102) (103) (104) (105) (106) (284) (286)PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (260)PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (AG/RE Nº 30548)

(123)

PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL(291) (294)PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO (RO Nº 01001-2007-651-05-00-0)

(307)

PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO (RO Nº 01920-2007-581-05-00-8)

(308)

PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (PROCESSO 00693-2005-018-10-00-77)

(293)

PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS

(80)

PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL(16) (17) (22) (28) (36) (45) (52) (55) (59) (60)(63) (135) (151) (156) (159) (163) (317) (318) (321) (322)(323) (328) (339) (343) (361) (381) (412) (415) (417) (423)(425) (428) (430) (431) (433) (434) (435) (436) (438) (439)(440) (443) (444) (445) (447) (449) (455) (463) (466) (467)(473) (478) (481) (492) (494) (496)PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA(2) (49) (51) (58) (67) (101) (138) (143) (145) (162)(188) (193) (197) (202) (203) (205) (206) (207) (215) (219)(224) (225) (227) (228) (229) (246) (252) (295) (296) (299)(316) (338) (346) (349) (351) (353) (359) (362) (363) (365)(409) (456) (486) (502)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA (325)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS(355) (364)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO

(366)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

(407)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS(61) (100) (137) (190)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE PERNAMBUCO

(153)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA(121) (348) (400)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO(119) (128) (173) (174) (186) (327) (379) (499)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

(367)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO MATO GROSSO

(252)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ (329)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ (38)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(15) (24) (29) (129) (495)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA ESTADO DE MINAS GERAIS (354)PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (144)PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL(404) (474) (483)PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS(133) (149)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(47) (50) (142)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIA(307) (368)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁS(337) (461)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (44)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS (150)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO(117) (305) (393) (493)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMA(331) (485) (491) (502) (504)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA (334)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 139: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 139

PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO(56) (186) (187) (375) (413) (414) (422)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE(158) (310) (475)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ACRE(14) (136)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS(176) (177) (178) (179) (180) (181) (182) (183) (301) (304)(312) (333) (464) (497) (500) (501) (503)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO (10)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO (385)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARÁ (172)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ(147) (374) (391) (394) (432) (476) (486)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ(131) (418)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(39) (184) (398) (401) (416) (446) (452)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(387) (420) (437) (454) (458) (494)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE ANGRA DOS REIS (341)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE(190) (356) (427) (459) (482)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CABREÚVA (140)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBA (441)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GARÇA (141)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JOÃO PESSOA (489)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE MANAUS (175)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE MURÍAÉ (395)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO (65)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTANA DE PARNAÍBA(173) (174)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SANTOS (332)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO LUÍS (154)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO(20) (453) (472) (487)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SETE LAGOAS (354)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TERESINA (171)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE UBERLÂNDIA (386)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE UNAÍ (118)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE VOTORANTIM (465)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO(148) (450)PROCURADOR-GERAL FEDERAL(30) (54) (66) (139) (146) (157) (160) (161) (167) (309)(311) (320) (357) (373) (388) (408) (429) (460) (462) (466)(468) (470) (471) (477) (478) (484) (486) (488) (498)PROCURADORIA GERAL DO DISTRITO FEDERAL(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA BAHIA(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DA PARAÍBA(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE GOIÁS(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE PERNAMBUCO(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DE SERGIPE(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO ACRE(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO CEARÁ(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PARÁ(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO PIAUÍ(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE(1) (191) (213)PROCURADORIA GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(1) (191) (213)PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL(6) (9)PROCURADORIA-GERAL FEDERAL (212)

RAIMUNDO CANDIDO JÚNIOR (31)RAIMUNDO KLEBER XAVIER (26)RAMON P. GUEDES DE MORAES (278)RAQUEL WIEBBELLING (107)RAUL SCHWINDEN JÚNIOR (414)RAÚL ZEGARRA SOTERO(263) (263)RAVIK DE BARROS BELLO RIBEIRO (84)RAYLENE MARINS JOSE (257)REBECA SCATRUT (247)REINALDO CUSTÓDIO DA SILVA (128)RELATOR DA EXTRADIÇÃO Nº 1159 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(244)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 123.400 E 144890 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(96)

RELATOR DO HC 110.968 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (267)RELATOR DO HC Nº 146.583 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(282)

RELATOR DO HC Nº 107.792 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(268)

RELATOR DO HC Nº 111.371 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(281)

RELATOR DO HC Nº 112.885 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(70)

RELATOR DO HC Nº 124.930 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(73)

RELATOR DO HC Nº 136449 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(79)

RELATOR DO HC Nº 142.359 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(273)

RELATOR DO HC Nº 143.888 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(280)

RELATOR DO HC Nº 144.299 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(95)

RELATOR DO HC Nº 146.028 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(261)

RELATOR DO HC Nº 146.907 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(98)

RELATOR DO HC Nº 86.989 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (80)RELATOR DO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009.002972-2 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(175)

RELATOR DO RESP Nº 1082858 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(75)

RELATORA DA EXTRADIÇÃO Nº 1170 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(259)

RELATORA DA RECLAMAÇÃO Nº 3436 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(272)

RELATORA DO CONFLITO DE COMPETÊNCIA Nº 104.815 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(301)

RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 107468 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(276)

RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 137787 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(257)

RELATORA DO HC Nº 138.733 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(72)

RELATORA DO HC Nº 145.355 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(264)

RELATORA DO HC Nº 145.419 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(258)

RELATORA DO HC Nº 145.946 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(269)

RELATORA DO HC Nº 95851 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(254)

RELATORA DO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009.003255-4 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS

(178)

RELATORA DO RECURSO Nº 020907074389-0 DA TURMA RECURSAL DO GRUPO JURISDICIONAL DE CURVELO

(266)

RENATA ANDREA CABRAL PESTANA VIEIRA(176) (176) (176)RENATA ANDRÉA CABRAL PESTANA VIEIRA(178) (179)RENATA BECHELANY DUTRA (190)RENATA CAROLINA SILVA ANDRADE (479)RENATA CRISTINA FERREIRA (269)RENATA VENTORIM VAGO (238)RENATO DE CARVALHO BORGES (114)RENATO DE OLIVEIRA E SILVA (118)RENATO FLORES CERQUEIRA (397)RENATO GUANABARA LEAL DE ARAÚJO (419)RICARDO ANDRÉ BANDEIRA MARQUES (165)RICARDO APARECIDO BUENO GODOY (126)RICARDO BARROS CANTALICE (12)RICARDO BRANDT NASCHENWENG (121)RICARDO CIDADE BAPTISTA (450)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 140: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 140

RICARDO ILTON CORREIA DOS SANTOS (418)RICARDO LACAZ MARTINS (449)RICARDO LAMBERT DEL'AGNOLO (469)ROBERTA PAPPEN DA SILVA (28)ROBERTO COSTA DOS PASSOS (243)ROBERTO MEDINA (247)ROBERTO ROSAS (417)ROBERTO SERRA DA SILVA MAIA(85) (86)RODRIGO DA ROCHA ROSA (441)RODRIGO DE SÁ QUEIROGA(1) (191) (213)RODRIGO DO AMARAL FONSECA (60)RODRIGO MARQUES MOREIRA (245)RODRIGO RABELO DE FARIA (442)ROGÉRIO DA SILVA RESENDE (111)ROMES DA MOTA SOARES (252)RÔMULO DOS SANTOS MENDES (48)RONALDO MAURO COSTA PAIVA(331) (502)RONALDO MUNIZ FREIRE ALVES (67)RONI VON GÓES DE ANDRADE (295)RONNE CRISTIAN NUNES (13)ROSANA RODRIGUES MATHEUS (382)ROSANGELA MOURA HERDY (114)ROSEMARY NASCIMENTO ROSA (452)RRN COMUNICAÇÃO E MARKETING S/C LTDA - INFORME COMUNICAÇÃO

(247)

RUBENS GARCIA FILHO (344)RUDI MEIRA CASSEL(102) (104) (105) (106) (284)RUDINEI CARVALHO QUEVEDO (75)RUY OTTO TRINDADE NETO (139)RUY REMY RECH(209) (231)SAMI SABBAD GUEDES (278)SANDRO CAMILO DE PÁDUA BORGES (238)SANTO FAZZIO NETTO (411)SAULO PAULO BEZERRA GERMANO (130)SEBASTIÃO ABREU DE ALMEIDA (238)SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL (155)SEBASTIÃO VALÉRIO DA FONSECA(130) (130) (130) (130) (130)SENA E LUCARELLI LTDA (383)SENADO FEDERAL(109) (110) (285) (287) (290)SÉRGIO LUIZ CORDEIRO OU SÉRGIO LUIZ CORDEIRO LANA (71)SÉRGIO MURILO DINIZ BRAGA (390)SÉRGIO NEY CUÉLLAR TRAMUJAS (391)SERGIO NEY CUÉLLAR TRAMUJAS(374) (394)SÉRGIO RABELLO TAMM RENAULT (155)SÉRGIO ROBERTO FONTOURA JUCHEM (11)SERV MAX DA AMAZÔNIA TÉCNICA EM QUALIDADE E SERVIÇOS LTDA

(304)

SID H RIEDEL FIGUEIREDO (234)SÍLVIA CHRISTINA DE CARVALHO (5)SILVINO JOAQUIM LOPES NETO (403)SILVIO LUIZ DE COSTA (415)SIMÃO GUIMARÃES DE SOUSA (359)SIMONE RODRIGUES FERREIRA (46)SIRLEI BERNADETE ZUCCHETTO TEIXEIRA (151)SÔNIA COCHRANE RÁO (327)SORAYA DE ALMEIDA CLEMENTINO (410)STELA MARIS DA SILVA AZEVEDO (22)SUELI MARIA ZDEBSKI (369)SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA(71) (74) (77) (83) (84) (85) (86) (92) (94) (97)(99) (253) (255) (265) (279) (283)TERCEIRA VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (RECURSO EXTRAORDINÁRIO CÍVEL Nº 2009.134.07311)

(116)

TERESINHA VILANI VASCONCELOS DE LIMA (297)THALES JOSÉ JAYME (316)THIAGO CECCHINI BRUNETTO(462) (468) (480)THIAGO NAVES (292)TIAGO FLORIANO CAETANO (96)TICIANE DALLA VECCHIA (402)TIMÓTEO MARCOLINO DE FRANÇA (99)TIMÓTEO MARCOLINO DE FRANÇA OU TIMÓTEO MARCELINO DE FRANÇA NETO

(99)

TOM BRENNER (19)TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DA BAHIA

(209) (231)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E TERRITÓRIOS (79)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.0024.08.284.166-9/002)

(190)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA (PROCESSO Nº 2008.042787-7)

(121)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (269)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 993.08.028742-2)

(296)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL Nº 990.08.012428-5)

(299)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (AGRAVOS DE INSTRUMENTO NºS 839.968-5/8-00 E 839.797-5/7-00)(173) (174)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (APELAÇÃO CÍVEL COM REVISÃO Nº 750.842-5/5-00 NA AÇÃO CIVIL PÚBLICA Nº 98/2007)

(186)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (APELAÇÃO CÍVEL Nº 800.771-5/9-00 NA AÇÃO ORDINÁRIA Nº 583.53.2007.127230-2)

(187)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2006.000879-8)

(183)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2007.000528-3)

(181)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008.003029-6)

(180)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2008.005312-2)

(177)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 2009.000474-4)

(179)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADO DE SEGURNAÇA Nº 2004.002031-7)

(182)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO AMAZONAS (MANDADOS DE SEGURANÇA NºS 2008.005404-5, 2008.005190-8, 2009.000476-8 E 2008.005428-9)

(176)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2004.0008.7325-3)

(300)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ (81)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ (AGRAVO REGIMENTAL Nº 454.365-5/01 NA SUSPENSÃO DE LIMINAR Nº 454.365-5 NA AÇÃO ORDINÁRIA Nº 3064/2007)

(185)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PIAUÍ (APELAÇÃO Nº 07.002197-0)

(171)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (MS Nº 2008.004.00922)

(184)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 70031354533)

(129)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO (PROCESSO Nº 00981-2008-007-12-00-0)

(120)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO (RO NºS 00640-2007-106-22-00-0, 00641-2007-106-22-00-5, 00642-2007-106-22-00-0, 00643-2007-106-22-00-4, 00644-2007-106-22-00-9, 00645-2007-106-00-3, 00646-2007-106-22-00-8,

(297)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (PROCESSO Nº 00188-2009-081-03-00-0)

(302)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (PROCESSO Nº 00665-2008-081-03-00-7)

(298)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (PROCESSO Nº 01641-2008-081-03-00-5)

(303)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 4ª REGIÃO (PROCESSO Nº 01386-2007-351-04-00-7)

(127)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO (PROCESSO Nº 00227-2008-351-06-00-5)

(305)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 6ª REGIÃO (PROCESSO Nº 01059-2007-009-06-00-4)

(117)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO (278)TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009.04.00.001650-3)

(188)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO (AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 2009.04.00.006214-8)

(189)

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA Nº 754/2004-005-20-40.9)

(310)

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (PROC. Nº 18428/2005-011-11-40.0)

(304)

TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (PROCESSO Nº 22/2008-096-03-40.7)

(118)

TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (RCED Nº 698/TO) (170)TÚLIO SANTOS SYGILIÃO (395)UGO MILANESI (250)UIRES PAULINO DA SILVA(80) (80)ULISSES ANDRÉ JUNG (432)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 141: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 141

URSULINO SANTOS FILHO (358)VALDEZ ADRIANI FARIAS (247)VALÉRIA ARAÚJO REGO (39)VALNEI DAL BEM (347)VASILI UZUM (411)VERÔNICA BALBINO DE SOUZA (133)VICTOR HUGO LOPES DA SILVEIRA (157)VICTOR HUMBERTO MAIZMAN(1) (191) (213)VICTOR RUSSOMANO JUNIOR (342)VICTOR RUSSOMANO JÚNIOR (345)VILMA INÊS ROSALINO (275)VILSON PEREIRA AMARAL(277) (277)VINÍCIUS VIEIRA MELO (437)VIVIANE COSER VIANNA (314)VLADIMIR ROSSI LOURENÇO (245)WAGNER ADILSON KOCH (127)WALDEMAR SOARES LIMA JÚNIOR (294)WALLACE PEREIRA VERÍSSIMO DE SOUZA (255)WALMIR ANTONIO BARROSO (67)WALQUIRES TIBÚRCIO DE FARIA (461)WELTON CHARLES BRITO MACÊDO (319)WESLEY RICARDO BENTO(209) (231)WESLEY RODRIGUES MOREIRA(89) (89)WLADIMIR SÉRGIO REALE(199) (221)ZOIL BATISTA MAGALHÃES NETO (65)

PETIÇÃO AVULSA/PROTOCOLO/CLASSE E NÚMERO DO PROCESSO

PETIÇÃO AVULSA 75.952/2009 (168)AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.192-0 (212)AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE 18-5(1) (191) (213)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 509-0(192) (214)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.247-9(193) (215)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.381-5(194) (216)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 1.763-8(195) (217)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.158-3(196) (218)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.189-3(197) (219)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.352-7(198) (220)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.575-9(199) (221)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.616-0(200) (222)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.650-0(201) (223)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.497-9(202) (224)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.550-9(203) (225)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.588-6(204) (226)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.609-2(205) (227)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.725-1(206) (228)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.813-3(207) (229)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.852-4(208) (230)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.977-6(209) (231)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.203-3(210) (232)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.232-7(211) (233)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.300-5 (251)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.301-3 (2)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.302-1 (3)AÇÃO ORIGINÁRIA 1.575-8 (4)

AÇÃO ORIGINÁRIA ESPECIAL 21-8 (234)AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.939-1 (235)AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.944-1 (236)AG.REG.NA AÇÃO RESCISÓRIA 1.979-6 (237)AG.REG.NA RECLAMAÇÃO 5.839-5 (252)AG.REG.NA SUSPENSÃO LIMINAR 96-9 (169)AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 524.891-7 (312)AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 740.665-1 (313)AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.963-9 (314)AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 756.260-3 (315)AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 759.251-8 (316)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 395.460-1 (317)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 408.225-0 (318)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 471.015-3 (319)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 509.751-0 (320)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.660-9 (321)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.708-8 (322)AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.616-0 (323)AG.REG.NOS EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.490-4

(324)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 588.046-8 (325)AGRAVO DE INSTRUMENTO 591.213-0 (326)AGRAVO DE INSTRUMENTO 597.038-5 (327)AGRAVO DE INSTRUMENTO 610.864-1 (328)AGRAVO DE INSTRUMENTO 616.416-9 (329)AGRAVO DE INSTRUMENTO 650.861-3 (330)AGRAVO DE INSTRUMENTO 653.151-2 (500)AGRAVO DE INSTRUMENTO 672.530-7 (501)AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.582-6 (502)AGRAVO DE INSTRUMENTO 702.351-3 (331)AGRAVO DE INSTRUMENTO 703.831-2 (332)AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.386-1 (503)AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.494-8 (333)AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.292-2 (504)AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.124-2 (334)AGRAVO DE INSTRUMENTO 726.431-1 (335)AGRAVO DE INSTRUMENTO 726.903-4 (336)AGRAVO DE INSTRUMENTO 728.496-5 (165)AGRAVO DE INSTRUMENTO 731.051-3 (337)AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.915-9 (5)AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.035-7 (338)AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.258-2 (6)AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.657-7 (7)AGRAVO DE INSTRUMENTO 737.721-0 (339)AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.676-1 (8)AGRAVO DE INSTRUMENTO 740.190-6 (340)AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.759-2 (9)AGRAVO DE INSTRUMENTO 744.021-1 (341)AGRAVO DE INSTRUMENTO 744.338-5 (10)AGRAVO DE INSTRUMENTO 746.231-8 (342)AGRAVO DE INSTRUMENTO 747.943-1 (343)AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.642-2 (344)AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.727-1 (345)AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.327-7 (346)AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.492-5 (347)AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.609-0 (348)AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.865-0 (349)AGRAVO DE INSTRUMENTO 752.345-4 (350)AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.538-5 (351)AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.756-4 (352)AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.806-8 (353)AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.527-6 (354)AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.567-6 (11)AGRAVO DE INSTRUMENTO 756.983-6 (355)AGRAVO DE INSTRUMENTO 758.030-2 (356)AGRAVO DE INSTRUMENTO 758.394-6 (357)AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.433-3 (358)AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.575-9 (359)AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.663-3 (12)AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.846-3 (360)AGRAVO DE INSTRUMENTO 761.309-7 (361)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.126-1 (362)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.139-0 (363)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.208-9 (13)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.372-5 (364)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.450-3 (365)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.484-1 (366)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.487-3 (367)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.647-9 (368)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.793-7 (369)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.857-6 (370)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.873-0 (371)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.960-7 (372)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.965-3 (373)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 142: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 142

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.982-4 (374)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.042-4 (375)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.125-9 (376)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.127-3 (377)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.255-3 (378)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.397-9 (379)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.577-7 (380)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.585-9 (381)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.630-6 (382)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.701-0 (383)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.702-7 (384)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.042-9 (385)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.097-7 (386)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.175-5 (387)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.264-7 (388)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.359-2 (389)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.396-6 (390)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.756-2 (391)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.904-7 (392)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.940-3 (393)AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.708-0 (394)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.138-1 (395)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.570-0 (396)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.744-1 (397)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.831-8 (398)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.852-8 (399)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.318-3 (400)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.346-8 (401)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.347-5 (402)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.362-1 (403)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.370-3 (404)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.425-3 (405)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.444-9 (406)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.499-7 (14)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.569-3 (407)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.683-8 (408)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.923-6 (15)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.968-8 (16)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.041-0 (17)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.042-7 (18)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.043-4 (19)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.044-1 (20)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.047-3 (21)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.048-1 (22)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.049-8 (23)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.050-9 (24)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.051-6 (25)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.052-3 (26)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.053-1 (27)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.055-5 (28)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.056-2 (29)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.058-7 (30)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.059-4 (31)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.060-5 (32)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.061-2 (33)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.062-0 (34)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.063-7 (35)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.064-4 (36)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.065-1 (37)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.066-9 (38)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.070-1 (39)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.072-6 (40)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.075-8 (41)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.076-5 (42)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.077-2 (43)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.078-0 (44)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.081-5 (45)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.082-2 (46)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.083-0 (47)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.084-7 (48)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.085-4 (49)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.086-1 (50)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.088-6 (51)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.089-3 (52)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.091-1 (53)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.093-6 (54)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.096-8 (55)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.099-0 (56)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.100-2 (57)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.101-0 (58)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.104-1 (59)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.110-9 (60)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.114-8 (61)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.115-5 (62)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.117-0 (63)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.118-7 (64)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.119-4 (65)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.121-2 (66)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.122-0 (67)ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 191-9

(68)

EMB.DECL.NA AÇÃO ORIGINÁRIA 1.395-0 (238)EMB.DECL.NA AÇÃO ORIGINÁRIA 1.412-3 (239)EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 677.039-8 (409)EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.188-1 (410)EMB.DECL.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.147-1 (411)EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 299.605-0

(412)

EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.926-0

(413)

EMB.DECL.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 730.451-1 (414)EMB.DECL.NO INQUÉRITO 2.584-4 (240)EMB.DECL.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.056-3 (241)EMB.DECL.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.259-3 (415)EMB.DIV.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 685.071-0 (416)EMB.DIV.NO AG.REG.NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 693.491-9 (417)EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 518.871-0 (131)EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.393-5 (418)EMB.DIV.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 584.483-8 (419)EMB.DIV.NOS EMB.DECL.NO AG.REG.NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 550.668-1

(420)

EXTRADIÇÃO 1.126-0(69) (242)EXTRADIÇÃO 1.139-1 (243)HABEAS CORPUS 90.040-2 (253)HABEAS CORPUS 93.449-8 (254)HABEAS CORPUS 97.370-1 (255)HABEAS CORPUS 98.842-3 (70)HABEAS CORPUS 99.864-0 (256)HABEAS CORPUS 99.899-2 (257)HABEAS CORPUS 100.512-1 (258)HABEAS CORPUS 100.560-1 (259)HABEAS CORPUS 100.565-2 (260)HABEAS CORPUS 100.609-8 (262)HABEAS CORPUS 100.611-0 (263)HABEAS CORPUS 100.631-4 (266)HABEAS CORPUS 100.649-7 (267)HABEAS CORPUS 100.661-6 (268)HABEAS CORPUS 100.668-3 (269)HABEAS CORPUS 100.672-1 (270)HABEAS CORPUS 100.689-6 (271)HABEAS CORPUS 100.702-7 (272)HABEAS CORPUS 100.711-6 (273)HABEAS CORPUS 100.713-2 (274)HABEAS CORPUS 100.715-9 (275)HABEAS CORPUS 100.718-3 (276)HABEAS CORPUS 100.721-3 (277)HABEAS CORPUS 100.725-6 (278)HABEAS CORPUS 100.733-7 (279)HABEAS CORPUS 100.755-8 (71)HABEAS CORPUS 100.756-6 (72)HABEAS CORPUS 100.757-4 (73)HABEAS CORPUS 100.758-2 (74)HABEAS CORPUS 100.759-1 (75)HABEAS CORPUS 100.760-4 (76)HABEAS CORPUS 100.761-2 (77)HABEAS CORPUS 100.762-1 (78)HABEAS CORPUS 100.763-9 (79)HABEAS CORPUS 100.764-7 (80)HABEAS CORPUS 100.765-5 (81)HABEAS CORPUS 100.766-3 (82)HABEAS CORPUS 100.767-1 (83)HABEAS CORPUS 100.770-1 (84)HABEAS CORPUS 100.771-0 (85)HABEAS CORPUS 100.772-8 (86)HABEAS CORPUS 100.773-6 (87)HABEAS CORPUS 100.774-4 (88)HABEAS CORPUS 100.776-1 (89)HABEAS CORPUS 100.777-9 (90)HABEAS CORPUS 100.778-7 (91)HABEAS CORPUS 100.779-5 (92)HABEAS CORPUS 100.780-9 (93)HABEAS CORPUS 100.781-7 (94)HABEAS CORPUS 100.783-3 (95)HABEAS CORPUS 100.784-1 (96)HABEAS CORPUS 100.785-0 (97)HABEAS CORPUS 100.786-8 (98)HABEAS CORPUS 100.787-6 (99)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 143: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 143

INQUÉRITO 2.857-6 (100)INQUÉRITO 2.858-4 (101)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.176-1 (284)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.203-2 (285)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.271-7 (286)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.288-1 (287)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.305-5 (288)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.498-1 (289)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.511-2 (290)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.881-2 (102)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.882-1 (103)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.883-9 (104)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.884-7 (105)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.885-5 (106)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.886-3 (107)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.887-1 (108)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.888-0 (109)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.889-8 (110)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.890-1 (111)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.891-0 (112)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.892-8 (113)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.893-6 (114)MANDADO DE SEGURANÇA 26.794-1 (245)MANDADO DE SEGURANÇA 27.260-1 (246)MANDADO DE SEGURANÇA 27.335-6 (291)MANDADO DE SEGURANÇA 28.136-7 (115)MANDADO DE SEGURANÇA 28.230-4 (293)MANDADO DE SEGURANÇA 28.250-9 (294)MED. CAUT. EM AÇÃO CAUTELAR 2.407-2 (250)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 99.402-4 (244)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.590-3 (261)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.622-5 (264)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.628-4 (265)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.734-5 (280)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.735-3 (281)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.745-1 (282)MED. CAUT. EM HABEAS CORPUS 100.750-7 (283)MED. CAUT. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.196-1 (292)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.251-2 (298)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.412-4 (300)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.550-3 (171)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.587-2 (302)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.591-1 (303)MED. CAUT. EM RECLAMAÇÃO 8.943-6 (311)PETIÇÃO 4.360-0 (295)PETIÇÃO 4.657-9 (170)PETIÇÃO 4.660-9 (116)PROPOSTA DE SÚMULA VINCULANTE 46-6 (166)RECLAMAÇÃO 4.895-1 (247)RECLAMAÇÃO 6.854-4 (296)RECLAMAÇÃO 7.429-3 (117)RECLAMAÇÃO 8.112-5 (297)RECLAMAÇÃO 8.318-7 (299)RECLAMAÇÃO 8.477-9 (301)RECLAMAÇÃO 8.601-1 (304)RECLAMAÇÃO 8.622-4 (305)RECLAMAÇÃO 8.650-0 (306)RECLAMAÇÃO 8.725-5 (307)RECLAMAÇÃO 8.731-0 (308)RECLAMAÇÃO 8.810-3 (309)RECLAMAÇÃO 8.917-7 (310)RECLAMAÇÃO 8.997-5 (118)RECLAMAÇÃO 8.998-3 (119)RECLAMAÇÃO 8.999-1 (120)RECLAMAÇÃO 9.000-1 (121)RECLAMAÇÃO 9.001-9 (122)RECLAMAÇÃO 9.002-7 (123)RECLAMAÇÃO 9.003-5 (124)RECLAMAÇÃO 9.004-3 (125)RECLAMAÇÃO 9.005-1 (126)RECLAMAÇÃO 9.006-0 (127)RECLAMAÇÃO 9.007-8 (128)RECLAMAÇÃO 9.008-6 (129)RECLAMAÇÃO 9.009-4 (130)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 198.220-9 (421)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 355.509-0 (422)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 383.588-2 (423)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 384.866-6 (424)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 385.976-5 (425)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 393.392-2 (426)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 407.883-0 (427)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 420.408-8 (428)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 422.591-3 (248)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 428.827-3 (429)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 436.604-5 (430)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 439.397-2 (431)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 439.796-0 (432)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 441.280-2 (249)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 450.479-1 (433)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 450.480-4 (434)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 474.372-8 (435)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 475.967-5 (436)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 488.535-2 (437)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 491.369-1 (438)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 495.680-2 (439)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 499.594-8 (440)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 500.137-7 (441)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 506.955-9 (442)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 527.997-9 (443)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 540.827-2 (444)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 541.517-1 (445)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 543.633-1 (446)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 543.701-9 (447)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.341-4 (448)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 547.579-4 (449)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 552.575-9 (450)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.521-0 (451)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.013-8 (452)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 565.784-1 (453)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 571.809-3 (454)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.497-1 (455)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 579.580-2 (456)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.182-4 (457)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.606-2 (458)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 586.642-4 (459)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.742-6 (460)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.755-8 (461)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 587.782-5 (462)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.019-8 (463)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.099-6 (464)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.192-5 (465)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 589.452-5 (466)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.229-3 (467)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.623-0 (468)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.829-1 (469)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.417-8 (470)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.560-9 (471)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.778-4 (472)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.818-7 (473)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 593.756-9 (474)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.389-5 (475)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.438-7 (476)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 594.792-1 (477)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.149-9 (478)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.390-4 (479)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.601-6 (480)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 595.991-1 (481)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.606-8 (482)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.830-3 (483)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 598.202-5 (484)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.063-0 (485)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.328-1 (486)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.343-4 (487)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.391-4 (488)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.704-9 (132)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.810-0 (489)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.075-7 (490)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.226-1 (491)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.150-3 (492)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.339-5 (493)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.726-9 (494)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.956-3 (495)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.132-1 (167)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.668-3 (496)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.701-9 (497)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.709-4 (498)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.759-1 (133)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.799-0 (134)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.966-6 (499)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.091-5 (135)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.121-1 (136)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.150-4 (137)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.151-2 (138)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.152-1 (139)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.153-9 (140)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.154-7 (141)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.155-5 (142)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.156-3 (143)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326

Page 144: REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL … · adv.(a/s) :marco andrÉ dunley gomes e outros intdo.(a/s) : ... procuradoria-geral da fazenda nacional agravo de ... adv.(a/s)

STF - DJe nº 180/2009 Divulgação: quarta-feira, 23 de setembro Publicação: quinta-feira, 24 de setembro 144

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.157-1 (144)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.158-0 (145)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.162-8 (146)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.163-6 (147)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.166-1 (148)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.168-7 (149)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.169-5 (150)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.170-9 (151)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.171-7 (152)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.172-5 (153)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.173-3 (154)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.174-1 (155)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.176-8 (156)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.178-4 (157)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.180-6 (158)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.181-4 (159)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.182-2 (160)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.183-1 (161)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.184-9 (162)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.185-7 (163)RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.251-1 (164)SEGUNDO AG.REG. NA SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.456-1 (172)SUSPENSÃO DE LIMINAR 313-5 (173)SUSPENSÃO DE LIMINAR 314-3 (174)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.903-2 (175)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.954-7 (176)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.958-0 (177)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.959-8 (178)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.960-1 (179)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.961-0 (180)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.975-0 (181)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.976-8 (182)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.978-4 (183)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 3.982-2 (184)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 244-1 (185)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 338-3 (186)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 346-4 (187)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 347-2 (188)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 356-1 (189)SUSPENSÃO DE TUTELA ANTECIPADA 359-6 (190)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 423326