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Universidade Ibirapuera Arquitetura e Urbanismo CONFORTO AMBIENTAL: INSOLAÇÃO E ILUMINAÇÃO Docente: Claudete Gebara J. Callegaro 2º semestre de 2014 Aplicação da Geometria Descritiva e da Carta Solar para determinação do Sombreamento REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE SOMBRAS

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Universidade Ibirapuera

Arquitetura e Urbanismo

CONFORTO AMBIENTAL: INSOLAÇÃO E ILUMINAÇÃO

Docente: Claudete Gebara J. Callegaro

2º semestre de 2014

Aplicação da Geometria Descritiva e da Carta Solar

para determinação do Sombreamento

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DE SOMBRAS

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PROJEÇÕES CILÍNDRICO-ORTOGONAIS

- GEOMETRIA DESCRITIVA

- ÉPURA

Relembrando !!!

A projeção de um objeto é sua

REPRESENTAÇÃO GRÁFICA num plano.

Os elementos básicos da projeção são:

Plano de projeção em que se quer

representar o objeto (o papel, p. ex.);

Objeto no espaço a ser representado

(ponto, reta, plano, sólido);

Projetante, ou raio projetante: oblíquo ou

ortogonal ao plano de projeção;

Centro de projeção: localizado a uma

distância finita (uma lâmpada, p. ex.) ou

infinita (o Sol, p. ex.).

plano de projeção

raio projetante

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PROJEÇÃO CÔNICA

centro de projeção a uma distância finita

centro de projeção

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

PROJEÇÃO CILÍNDRICA

centro de projeção a uma distância infinita

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PROJEÇÃO CILÍNDRICA

Raios projetantes são paralelos entre si

(encontram-se no infinito).

OBLÍQUA ORTOGONAL

90°

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Projeções são um modo de representar um

objeto real, mas têm suas limitações, dentre elas:

•distorção,

•multiplicidade.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Quando o Objeto não está paralelo ao Plano de Projeção,

sua representação gráfica se distorce e não mais representa as

proporções do objeto representado.

http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2 http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_5t.php

É importante escolher bem os planos aonde projetar o objeto,

para que o desenho represente, de fato, o que se deseja.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Uma projeção pode

representar mais de um Objeto.

http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

A projeção de um objeto em um único plano

não é suficiente para a determinação

da forma e da posição deste objeto no espaço.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Os problemas de distorção e de multiplicidade foram resolvidos com a criação de um sistema duplo de projeções ortogonais, conhecido como Sistema Mongeano de Projeção, que é a base de todo desenho técnico e da Geometria Descritiva. Esse método foi criado na segunda metade do século XVIII por Gaspard Monge, matemático francês, permanecendo por um tempo como segredo de estado para uso na engenharia militar. No século XIX, em face da necessidade de sistematização da produção de maquinário para expansão industrial, o método de Monge foi aberto à sociedade civil. Entre o final do século XIX e início do século XX, o sistema mongeano foi aprimorado por Gino Loria, matemático italiano, que introduziu um terceiro plano de projeção.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A Geometria Descritiva como hoje é concebida, consiste em associação de 2 ou mais projeções

cilíndricas ortogonais de um mesmo objeto, sobre planos estrategicamente escolhidos.

Parte-se de um Plano Horizontal (PH) e de um Plano Vertical (PV), perpendiculares entre si, que se

interceptam no espaço.

Sua intercessão é denominada Linha de Terra (LT). Cada quadrante é

denominado

Diedro.

http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PROJEÇÕES DE OBJETOS POSICIONADOS NO 1º DIEDRO

PV

PH

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A representação de objetos tridimensionais num plano bidimensional é feita mediante um artifício mongeano: o REBATIMENTO.

Rebatimento é a rotação de 90° do PH sobre PV, de maneira a ambos

ficarem no mesmo plano de representação. A essa representação denomina-se ÉPURA.

PV

LT linha de chamada

PH

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PV – Corte | Elevação

PH - Planta

PH - Planta

PV – Corte | Elevação

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PV

LT PH

ÉPURA REPRESENTAÇÃO NO 1º DIEDRO

Para o estudo de sombras, usa-se projeções cilíndricas ortogonais e o objeto em análise é posicionado no 1º diedro (PV acima do PH).

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A introdução de um 3º plano de projeção π (Pi),

ortogonal a PH e PV, constitui um Triedro, em geral introduzido para que se veja pelo menos mais uma face em VG.

REPRESENTAÇÃO EM TRIEDRO

ÉPURA REBATIMENTO SOBRE PV (poderia ter sido sobre PH)

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

PH

PV π

LT

linhas de chamada

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

VG

VG

VG

VG

Intervenção da autora sobre imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A aresta vermelha AG não está paralela a nenhum dos planos.

De suas projeções em PV e PH, nenhuma está em Verdadeira Grandeza.

Imagens obtidas em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/proj.htm#2

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Sugestões para relembrar Geometria Descritiva, com exercícios de projeção: http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/convmon.htm http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_5t.php

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

PROJEÇÃO DE SOMBRAS COM

BASE NA CARTA SOLAR

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

Quando um Observador necessita ver um Objeto em Verdadeira Grandeza,

ou seja, com sua forma e posição reais,

ele se movimenta ao redor do Objeto,

ou, conforme o caso, gira o Objeto

registrando as imagens dos “melhores ângulos”.

Em outras palavras, busca posições estratégicas em que possa olhar

perpendicularmente para as faces do Objeto que mais o caracterizam.

Na linguagem arquitetônica, esses registros são feitos em

épura, resultando em Plantas, Cortes, Vistas.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A transferência dos dados da Carta Solar para a épura segue esse

mesmo raciocínio;

ou seja,

busca-se o melhor ângulo para desenhar o raio de Sol incidindo

sobre determinada superfície ou abertura

num determinado momento.

A altura solar é transferida para PV e aparecerá em Corte ou Vista.

O azimute solar é transferido para PH e aparecerá em Planta.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

ALTURAS SOLARES

AZIMUTES

A CARTA DE TRAJETÓRIA SOLAR É SEMPRE CONSTRUÍDA PARA DETERMINADA

LATITUDE.

ALTURA SOLAR

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A sombra começa, sempre, no próprio

objeto que obstrui a luz; encobre tudo o

que estiver atrás desse objeto, desde que

dentro do cone ou do cilindro de projeção.

Neste exemplo, a sombra (cinza) está delimitada

pela haste (vermelha), pelo raio de luz que

passa pelo topo da haste (amarelo) e por PH.

O plano da sombra é perpendicular ao PH e,

assim, sua projeção em PH passa a ser um

segmento de reta, sobre o qual coincidem as

projeções das 3 arestas do triângulo da sombra.

A aresta azul é a única em VG.

O plano da sombra é oblíquo ao PV e sua

projeção permanece triangular, porém

distorcida. A aresta vermelha é a única em VG.

Falta descobrir a VG da aresta amarela, para se

conhecer o formato e o tamanho da sombra.

VG

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

VG

A verdadeira grandeza da aresta amarela é determinada no PV, pelo

rebatimento da aresta azul (PH) sobre a linha de terra, encontrando-se,

assim, o ponto em que o raio de luz atinge o solo (fim da sombra).

Agora, todo o desenho da

sombra é visto em VG, no PV.

No PH, a sombra continua

sendo um segmento de reta.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

1º passo: Alinhar N-S da planta com N-S da Carta Solar

O TRAÇADO DE SOMBRAS DEPENDE DA LATITUDE E DA ORIENTAÇÃO EM

RELAÇÃO AO NORTE SOLAR

ELEVAÇÃO PLANTA

Considerar cada aresta do edifício como uma haste e

aplicar o mesmo raciocínio de leitura da carta solar e

determinação da sombra em cada aresta.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

3º passo: Transferir a altura solar (ângulo berilo) para PV, a partir do topo da aresta de referência.

2º passo: Transferir o azimute (ângulo verde) para PH. Sombra em PH (linha verde) = azimute + 180°

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

4º passo: Rebater a altura solar em PV para a linha de sombra em PH. Ficam, assim, definidos, em épura: •o comprimento da sombra em PH (linha verde) e •a inclinação da projeção da sombra em PV (linha azul).

O 4º passo é necessário no desenho técnico,

para representação em épura.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

N

ELEVAÇÃO PLANTA

DADOS DO PROJETO

EXERCÍCIO RESOLVIDO:

Desenhe no plano horizontal e no plano vertical a sombra do edifício a seguir,

localizado na latitude 24°Sul, no solstício de inverno às 8 horas e ao meio-dia e

no solstício de verão às 11 horas e às 14 horas.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

O primeiro passo é SEMPRE alinhar

o Norte do Projeto com o Norte da Carta Solar.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

DEFINIÇÃO DOS LIMITES DA PROJEÇÃO DO SOL SOBRE O EDIFÍCIO E

REPRESENTAÇÃO DA SOMBRA EM ÉPURA 24°S

solstício de inverno

Exercício 1a

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

DEFINIÇÃO DOS LIMITES DA PROJEÇÃO DO SOL SOBRE O EDIFÍCIO E

REPRESENTAÇÃO DA SOMBRA EM ÉPURA 24°S

solstício de verão

Exercício 1 b

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

A mesma técnica utilizada para determinação de sombras é aplicada na determinação da insolação de áreas internas.

CARVALHO, 1970:41

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.

FONTES CONSULTADAS

BARISON, Maria Bernardete. Geometria Descritiva – Estudo da Reta. Apostila on line, s/ data. Acessível em http://www.mat.uel.br/geometrica/php/gd_t/gd_5t.php.

CARVALHO, Benjamin de A. Técnica da Orientação dos Edifícios: Insolação, Iluminação, Ventilação. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1970.

FROTA, Anésia Barros. Geometria da Insolação. São Paulo: Geros, 2004.

GIUNTA, Maria Antonio Benutti; VALENTE, Vânia C. P. N. Projeções. Apostila on line postada em 10/09/2005. Acessível em http://www4.faac.unesp.br/pesquisa/hypergeo/capa.htm.

CAII - Profª Claudete Gebara J. Callegaro. Última alteração em 24/09/2014.