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Atenção: Este é um arquivo digital para consulta. O original deste Relatório Técnico, impresso em papel com a marca d’água IPT e devidamente assinado, é o único documento que possui validade legal. RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL 159 752-205 Prefeitura Municipal de Guarujá 26 de março de 2020 ESTUDOS TÉCNICOS PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO (UC) NA SERRA DE SANTO AMARO, GUARUJÁ, SP. INTERESSADOS Prefeitura Municipal de Guarujá UNIDADES RESPONSÁVEIS Centro de Tecnologia de Recursos Florestais CT-Floresta Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais SSRF Centro de Tecnologias Geoambientais CTGeo Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental Labgeo Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais SIRDEN

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Atenção: Este é um arquivo digital para consulta. O original deste Relatório Técnico, impresso em papel com a marca d’água IPT e devidamente assinado, é o único documento que possui validade legal.

RELATÓRIO TÉCNICO PARCIAL

159 752-205

Prefeitura Municipal de Guarujá

26 de março de 2020

ESTUDOS TÉCNICOS PARA A CRIAÇÃO DE UNIDADE DE

CONSERVAÇÃO (UC) NA SERRA DE SANTO AMARO, GUARUJÁ, SP.

INTERESSADOS Prefeitura Municipal de Guarujá

UNIDADES RESPONSÁVEIS

Centro de Tecnologia de Recursos Florestais – CT-Floresta Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais – SSRF

Centro de Tecnologias Geoambientais – CTGeo

Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental – Labgeo Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais – SIRDEN

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - i

RESUMO

O projeto “Estudos técnicos para criação de Unidade de Conservação na Serra

de Santo Amaro” refere-se à Proposta IPT no 860.600/19 e tem o objetivo de subsidiar

a criação de uma Unidade de Conservação (UC) na Serra de Santo Amaro, localizada

no município de Guarujá, com vistas a proteger os remanescentes florestais e demais

ecossistemas naturais do município. Este relatório apresenta os resultados da Etapa II

do projeto que contempla o diagnóstico socioambiental da área de estudo elaborado

por meio de dados secundários. O diagnóstico está dividido por temas ambientais dos

meios biótico, físico e antrópico e é finalizado com uma análise integrada em forma de

matriz. As informações organizadas neste documento técnico subsidirão a criação da

Unidade de Conservação na área de estudo e também servirá ao governo municipal

para elaborar ações estratégicas para a melhoria da qualidade de vida da população

municipal. Os dados compilados neste relatório serão utilizados para definir as

informações a serem coletadas em campo e nas oficinas participativas para

complementar a caracterização da área de estudo para a criação da Unidade de

Conservação

Palavras Chave: Diagnóstico Socioambiental, Criação de Unidade de Conservação,

Guarujá, Serra de Santo Amaro.

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Relatório Técnico n° 159 752-205- ii

SUMÁRIO

RESUMO .......................................................................................................................... I

SUMÁRIO ........................................................................................................................ II

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2. OBJETIVOS ............................................................................................................. 2

2.1. Objetivos Específicos ...................................................................................... 2

3. ÁREA DE ESTUDO ................................................................................................. 3

3.1. SERRA DE SANTO AMARO E A FLORESTA URBANA DO GUARUJÁ ........ 5

3.2. CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ......................................................................... 7

4. MEIO BIÓTICO ...................................................................................................... 14

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E FLORA ....................... 14

4.1.1. Formações vegetais .................................................................................... 14

4.1.2. Flora local .................................................................................................... 22

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA .................................................................... 27

4.2.1. Herpetofauna (répteis e anfíbios) .............................................................. 29

4.2.2. Avifauna ....................................................................................................... 39

4.2.3. Mastofauna .................................................................................................. 43

4.2.4. Fauna aquática ............................................................................................ 48

4.3. VETORES DE PRESSÃO SOBRE A FAUNA E FLORA ................................ 51

5. MEIO FÍSICO ......................................................................................................... 54

5.1. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E PEDOLOGIA .......................................... 54

5.1.1. Geologia ....................................................................................................... 54

5.1.2. Geomorfologia ............................................................................................. 57

5.1.3. Pedologia ..................................................................................................... 60

5.1.4. Hipsometria e declividade .......................................................................... 62

5.1.5. Carta de Suscetibilidade ............................................................................. 65

5.1.6. Carta Geotécnica ......................................................................................... 67

5.1.7. Mapeamento das Áreas de Risco .............................................................. 72

5.2. RECURSOS HÍDRICOS ................................................................................... 77

5.3. CLIMA .............................................................................................................. 82

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Relatório Técnico n° 159 752-205- iii

6. MEIO ANTRÓPICO ................................................................................................ 85

6.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS ....................................................................... 85

6.1.1. População total ........................................................................................... 85

6.1.2. População Urbana e Rural .......................................................................... 87

6.1.3. População por Faixa Etária ........................................................................ 87

6.1.4. Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA ..................................... 90

6.1.5. Taxa de Natalidade, Taxa de Fecundidade e Índice de Envelhecimento 90

6.1.6. Taxa de Mortalidade .................................................................................... 92

6.2. CONDIÇÕES DE VIDA .................................................................................... 95

6.2.1. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM ........................... 95

6.2.2. IPRS - Índice Paulista de Responsabilidade Social ................................. 97

6.3. PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL ................................... 99

6.3.1. Sítios Arqueológicos .................................................................................. 99

6.3.2. Bens Tombados ........................................................................................ 100

6.3.3. Artesanato ................................................................................................. 101

6.3.4. Manifestações culturais ............................................................................ 103

6.3.5. Comunidades tradicionais ....................................................................... 103

6.4. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA ................................................................................ 104

6.5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE AO PROJETO .......................... 107

7. DIAGNÓSTICO INTEGRADO .............................................................................. 116

8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 126

EQUIPE TÉCNICA ...................................................................................................... 127

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 128

ANEXO A – ATA REUNIÃO DO DIA 11/10/2019 COM A COMISSÃO TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO .......................................................................... 1

ANEXO B – ATA REUNIÃO DO DIA 18/12/2019 COM A COMISSÃO TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO .......................................................................... 1

ANEXO C – TABELAS DADOS SECUNDÁRIOS FAUNA ............................................. 1

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RELATÓRIO TÉCNICO N° 159 752-205

Título: Estudos técnicos para criação de Unidade de Conservação na Serra de

Santo Amaro.

1. INTRODUÇÃO

O projeto “Estudos técnicos para criação de Unidade de Conservação na

Serra de Santo Amaro” refere-se à Proposta IPT no 860.600/19, aprovada pela

Prefeitura Municipal de Guarujá, a ser executado pelo Instituto de Pesquisas

Tecnológicas do Estado de São Paulo – IPT, conforme Contrato N° 252/2019 de

22/07/2019.

O Projeto tem o objetivo de subsidiar a criação de uma Unidade de

Conservação (UC) na Serra de Santo Amaro, localizada no município de Guarujá,

com vistas a proteger os remanescentes florestais e demais ecossistemas naturais

do município.

Este documento se refere ao Relatório Parcial, composto pelos resultados da

Etapa II do projeto e visa apresentar o diagnóstico socioambiental da área de estudo

elaborado por meio de dados secundários. Também estava prevista a apresentação

dos resultados da Etapa III. Entretanto, os resultados dessa etapa serão

apresentados em um Relatório Adicional ao projeto, já que os trabalhos de campo e

oficinas participativas previstas para o período tiveram que ser adiados por conta

dos eventos climatológicos extremos do início do ano, que resultaram em

deslizamentos de encostas naturais na área de estudo e por conta do período de

quarentena imposto à população do estado de SP por conta da disseminação

mundial do vírus COVID-19. De acodo com os seguintes decretos: Decreto estadual

nº 64.879, de 20 de março de 2020, que reconhece o estado de calamidade pública

decorrente da pandemia do COVID-19, que atinge o Estado de São Paulo e dá

providências correlatas; Decreto estadual nº 64.881, de 22 de março de 2020, que

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 2/135

decreta quarentena no estado de São Paulo, no contexto da pandemia do COVID-

19 (Novo Coronavírus), e dá providências complementares.

Este documento objetiva organizar as informações já disponíveis sobre os

meios físico, biótico e antrópico da área de estudo, com vistas a consolidar o

conhecimento dos recursos naturais nesta área que inclui a Serra de Santo Amaro e

embasar a criação da UC e a definição da categoria de UC mais adequada. Esta

etapa foi realizada combinando-se a análise da literatura existente para a área

estudada e reuniões técnicas complementada com a interação da equipe do IPT

com a Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação, em reuniões de

alinhamento e coleta de informações, realizadas nos dias 11/10/2019 e 18/12/2019.

As atas dessas reuniões estão apresentadas, respectivamente, no Anexo A e B.

2. OBJETIVOS

O objetivo do projeto é fornecer subsídios técnicos à criação de uma UC na

Serra de Santo Amaro, visando à proteção de extensa área de vegetação natural.

2.1. Objetivos Específicos

Realizar diagnóstico dos meios biótico, físico e antrópico para embasar

tecnicamente as opções possíveis de categoria de UC a serem

consideradas na área de estudo;

Realizar Diagnóstico Rápido Participativo para agregar a leitura

comunitária sobre a condição atual dos recursos naturais da Serra de

Santo Amaro e sobre a visão de futuro para a área, considerando o uso

sustentável dos recursos naturais;

Propiciar a criação de um ambiente participativo para elaboração de

Políticas Públicas Locais, com foco ambiental, que venham evitar a

degradação na área de estudo, sugerindo ações para a busca de um

padrão de desenvolvimento sustentável e gestão compartilhada do

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 3/135

território, por meio da participação da população local no processo de

criação da UC;

Apresentar a localização, dimensão e delimitação da UC com base nos

resultados dos diagnósticos realizados para subsidiar a elaboração da

minuta do instrumento jurídico de criação da UC.

Nesse contexto, o objetivo do presente relatório é de apresentar o diagnóstico

socioambiental e participativo da área de estudo, bem como as potenciais

categorias de enquadramento da UC a ser criada.

3. ÁREA DE ESTUDO

O município de Guarujá é formado pela Ilha de Santo Amaro, abrangendo

uma área de 140 km² (IPT; IG, 1989). É limitado a norte pelo Canal de Bertioga, a

oeste pelo Canal do Porto de Santos, ao sul e leste pelo Oceano Atlântico. Essa

condição natural de ilha favorece a análise dos processos ambientais utilizando-se o

próprio limite político-administrativo do município, possibilitando uma análise

integrada dos fatores ambientais com os fatores socioeconômicos.

A área de estudo foi definida na Etapa I do projeto por meio da análise

técnica das particularidades geográficas da região da Serra de Santo Amaro (Figura

3.1). A área de estudo do projeto contempla o município de Guarujá/SP excetuando-

se a Área de Proteção Ambiental Serra do Guararu, tendo sido delimitada seguindo-

se marcos geográficos e físicos (Figura 3.1). Inclui-se na área de estudo a Serra de

Santo Amaro, área de interesse para a criação de uma UC Municipal (MELE; MELO;

SANTOS, 2015).

A área de estudo, mostrada na Figura 3.1, foi apresentada e aprovada em

reunião no Guarujá, no dia 11/10/2019, onde o Plano de Trabalho foi discutido entre

a equipe do IPT e a Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação, conforme

ata (Anexo A).

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Figura 3.1 – Localização da área de estudo

Na Tabela 3.1 é apresentada a ficha técnica da área de estudo.

Tabela 3.1 – Ficha técnica da área de estudo

Dados gerais

Área total (ha): 11377,67

Perímetro (km): 75,92

Coordenadas geográficas – SIRGAS 2000: 372660, 7349208

Marcos geográficos referenciais dos limites:

Limite Leste: APA da Serra do Guararu Limite Sul: Oceano Limite Oeste: Limite Município de Guarujá Limite Norte: Limite Município de Guarujá

Bioma: Mata Atlântica

Destaques:

O limite administrativo do município de Guarujá é naturalmente

delimitado pela condição natural de ilha, possibilitando uma análise

integrada dos fatores ambientais com os fatores socioeconômicos;

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3.1. SERRA DE SANTO AMARO E A FLORESTA URBANA DO GUARUJÁ

A Serra de Santo Amaro constitui-se por um conjunto de morros localizado no

Centro Sul do munícipio do Guarujá (Figura 3.1). Com área aproximada de 1165 ha,

a Serra de Santo Amaro caracteriza-se por ser uma vasta área verde em meio à

área urbanizada do Guarujá. Por esse aspecto, é um notório elemento da floresta

urbana1 do município, importante para a provisão de serviços ecossistêmicos para a

qualidade de vida local, relacionados principalmente à proteção dos recursos

hídricos e à manutenção da biodiversidade. Sobre essa questão, Starzynski e

Simões (2015) ressaltam a importância dos serviços ecossistêmicos prestados

pelas florestas para as populações urbanas, já que amenizam o clima, oferecem a

estabilização das encostas, dando melhor proteção aos moradores de áreas

críticas, e regulam o fluxo dos mananciais garantindo o suprimento de água em

aspectos quantitativos e qualitativos. Como exemplo de serviços ecossistêmicos

providos pela floresta urbana do Guarujá, Parmigiani e Sansolo (2017) citam a

regulação do microclima (com redução de temperatura e aumento da umidade) e a

oferta de atrativos com potencial turístico (principal atividade econômica do

município).

Segundo Parmigiani e Sansolo (2017), a floresta urbana do Guarujá abrange

92 fragmentos de Floresta Ombrófila Densa, que somados apresentam área três

vezes maior que a área total do Parque Estadual Xixová Japuí, localizado na

Baixada Santista, o que ressalta a importância da floresta urbana do município em

termos de área. A distribuição desses fragmentos no município é tal que permite a

conexão de fragmentos maiores (maiores que 50 ha) por meio de fragmentos

médios (entre 10 e 50 ha) e pequenos (menores que 50 ha), formando uma rede de

pontos de ligação (stepping stones) de Mata Atlântica na matriz urbana. A Serra de

Santo Amaro é um dos seis maiores fragmentos do Guarujá, que têm a

1 Utilizou-se a definição de Floresta Urbana desenvolvida pelo Departamento de Recursos Naturais

dos Estados Unidos (McFarland, 1994): A Floresta Urbana é uma paisagem dentro e no entorno de áreas sob intensa influência humana, que é ocupada ou potencialmente ocupada por vegetação.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 6/135

característica de estarem próximos fisicamente e que, juntamente com os demais

fragmentos, conferem uma alta conectividade estrutural à floresta urbana do

município (PARMIGIANI; SANSOLO, 2017). Esta característica é muito relevante

para a conservação da biodiversidade, já que a conectividade foi adotada como um

dos indicadores utilizados na avaliação de áreas prioritárias para a conservação da

Mata Atlântica na Serra do Mar pelo Instituto Florestal de São Paulo, já que favorece

o fluxo gênico na paisagem (DURIGAN et al., 2009).

A Serra de Santo Amaro é contígua a APA Municipal Serra de Guararu,

permitindo o fluxo gênico de fauna e flora entre essa UC e o restante dos

fragmentos de vegetação nativa distribuídos no território do município, além de

funcionar como área de amortecimento entre a APA e a área urbanizada. Também é

contígua a área de manguezal, formando barreira protetora contra a expansão de

ocupação irregular nessa frágil fitofisionomia.

Destaques:

Notório elemento da floresta urbana do Guarujá;

Grande área verde em meio à área urbanizada sendo importante para

a provisão de serviços ecossistêmicos para a qualidade de vida no

município;

A floresta urbana do Guarujá abrange 92 fragmentos de Floresta

Ombrófila Densa, formando uma rede de pontos de ligação (stepping

stones) de Mata Atlântica na matriz urbana;

A Serra de Santo Amaro é um dos seis maiores fragmentos da floresta

urbana do Guarujá, que apresentam uma alta conectividade estrutural,

favorecendo o fluxo gênico na paisagem.

Área contígua a APA Municipal Serra de Guararu, permitindo o fluxo

gênico de fauna e flora entre a UC e o restante dos fragmentos de

vegetação nativa distribuídos no território do município, além de

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 7/135

funcionar como área de amortecimento entre a APA e a área

urbanizada;

Área é contígua a manguezal, formando barreira protetora contra a

expansão de ocupação irregular;

Área permite a manutenção da permeabilidade da paisagem,

importante para manter o fluxo gênico da fauna e flora na região.

Área é contígua a manguezal, formando barreira protetora contra a

expansão de ocupação irregular;

3.2. CONSERVAÇÃO AMBIENTAL

Segundo Santos (2009), o processo de ocupação da Baixada Santista se

iniciou desde a implantação de lavouras de subsistência no Brasil Colônia, até a

ocupação mais recente causada pela industrialização nas áreas planas e ocupação

dos manguezais e encostas por pessoas atraídas pelo emprego nas indústrias e

setor da construção civil, bem como a especulação imobiliária e instalação de

propriedades de alta renda em áreas de preservação permanente resultando em um

processo de verticalização das praias.

Esse processo de intensa ocupação da Baixada Santista, segundo Mele

(2014), originou grande adensamento urbano na orla, por condomínios e

loteamentos de alto padrão e assentamentos subnormais nas áreas ambientalmente

mais frágeis, como as encostas de morros e manguezais, onde o controle sobre a

ocupação do território era menor, apesar de serem locais protegidos pelo código

florestal brasileiro.

A Tabela 3.2 apresenta os resultados do estudo de Kawashima et al. (2015)

referente à mudança do uso do solo na Baixada Santista, ao longo do tempo, com

destaque para o período mais recente. No período de 1985 a 2013 (28 anos),

constata-se o aumento da impermeabilização da região pela expansão da área

urbanizada, com taxa anual média de 2,72%. As classes de uso do solo mais

afetadas pela urbanização na Baixada Santista foram: Floresta, que primeiro se

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 8/135

transforma em campo e depois em área urbana; Campo; e Solo. A classe Água

diminuiu devido à construção de terminal portuário. A maior influência para novas

áreas construídas (novas ocupações) em florestas foi observada nas faixas de até

300 m de distância de vias secundárias e de 500 m de distância da área urbana

(KAWASHIMA et al., 2015a).

Sobre a mudança do uso do solo no período mais recente, de 2005 a 2013 (8

anos), Kawashima et al. (2016) indicam o aumento da impermeabilização pela

expansão da área urbanizada, ainda que em menor taxa anual média (1,25%) em

comparação ao período mais longo. A maior influência para novas áreas

construídas (novas ocupações) em florestas no período mais recente referem-se às

faixas de até 300 m de distância da hidrografia e de até 200 m de distância de vias

secundárias. No caso das áreas de mangue, a maior influência para novas áreas

construídas (novas ocupações) referem-se às faixas de até 500 m de distância das

rodovias e de até 400 m de distância de vias secundárias.

Tabela 3.2 – Mudança do uso do solo na Baixada Santista, nos períodos de 1985 a 2013 e de 2005 a 2013.

classe de uso do solo diferença de área

1985-2013 (%) 2005-2013 (%)

área urbana 68 10

floresta -14 -2

mangue -13 -3

campo -19 -9

Solo 40 9

Água -4 -4 Fonte: Modificado de Kawashima et al. (2015a).

Kawashima et al. (2016) também simularam a mudança de uso do solo

futura, para o período de 2013 a 2024, considerando novos empreendimentos

projetados (empreendimentos em licenciamento, relacionados à operação portuária,

terminais de petróleo e terminais retroportuários). O resultado da simulação indica

que haverá redução de 3,73% da classe Floresta e de redução de 6,9% da classe

Mangue. As áreas mais afetadas pelo desmatamento serão as próximas a regiões

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 9/135

estuarinas e na porção continental dos municípios de Santos, Guarujá, Cubatão e

São Vicente (KAWASHIMA et al., 2016).

O processo de ocupação da Serra de Santo Amaro no município de Guarujá

seguiu o mesmo caminho apresentado para a Baixada Santista tendo como marco

histórico de ocupação a construção da Rodovia Cônego Domênico Rangoni (antiga

Piaçaguera-Guarujá) na década de 1970, a qual facilitou a ligação da Ilha de Santo

Amaro diretamente à Via Anchieta, sobrecarregando o município com um

crescimento populacional desordenado (MELE, 2009). Segundo o autor, as

encostas do maciço da Serra de Santo Amaro vêm sendo ocupadas paulatinamente

desde 1970, tendo atualmente mais da metade de sua extensão tomada pelas

ocupações irregulares em ambas as faces da serra.

Esse processo de ocupação promoveu uma transformação da paisagem

natural, tornando-a fragmentada, sendo que os principais remanescentes se

encontram sob alguma forma de proteção legal (SÃO PAULO, 2010). Dentre esses

remanescentes se destacam as áreas protegidas na forma de Unidades de

Conservação (UCs).

Segundo consulta no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação

(BRASIL, 2019), o município de Guarujá já possui três UCs cadastradas no sistema

Federal: Área de Proteção Ambiental (APA) Marinha do Litoral Centro, Área de

Proteção Ambiental (APA) Municipal da Serra de Guararu e Reserva Particular do

Patrimônio Natural (RPPN) Marina do Conde. Contando com os municípios do

entorno, a lista de UCs se completa com os Parques Estaduais: da Serra do Mar

(protege áreas em 25 municípios paulistas, conectando as florestas da Serra do Mar

desde o Rio de Janeiro e Vale do Ribeira, até o litoral sul do estado), Xixová-Japuí

(localizado em São Vicente e Praia Grande) e Restinga de Bertioga (localizado em

Bertioga) (Figura 3.2).

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 10/135

Figura 3.2 – Localização das Unidades de Conservação no entorno da área de estudo do projeto.

O documento do ICMBIO (2018) traz alguns exemplos de boas práticas na

gestão em UCs Federais que demonstram um elevado potencial das UCs para o

desenvolvimento social, ambiental e econômico de territórios. No Guarujá, a gestão

da APA da Serra do Guararu foi considerada um dos três melhores modelos de

eficácia em Governança Ambiental do País, segundo seleção feita por meio do

Projeto Áreas Protegidas Locais, implementado pela Deutsche Gesellschaft für

Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH, em parceria com o ICLEI – Governos

Locais pela Sustentabilidade e a União Internacional para a Conservação da

Natureza. Segundo a carta de premiação, “os três casos selecionados representam

iniciativas locais de conservação ambiental que denotam um importante avanço na

gestão do território, destacando a configuração de sistemas de governança,

representado por atores no nível local, regional e nacional que se articulam para a

gestão sustentável de suas ações” (GUARUJÁ, 2019).

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 11/135

Além das UCs, o município conta, ainda, com três áreas naturais tombadas

pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico

do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT): o Morro do Botelho; os Morros do

Monduba, do Pinto (Toca do Índio) e do Icanhema (Ponte Rasa); e a Serra do

Guararu (SÃO PAULO, 1984, 1985, 1992). O tombamento do Morro do Botelho

abrange área incluída na zona verde do zoneamento de uso do solo e sistema viário

do município (SÃO PAULO, 1984). Os Morros do Monduba, do Pinto (Toca do Índio)

e do Icanhema (Ponte Rasa) foram tombados por serem considerados bens de

relevante interesse ecológico, paisagístico e turístico (SÃO PAULO, 1985). Já a

Serra do Guararu foi tombada como bem cultural de interesse paisagístico,

ambiental e científico, por estar predominantemente coberta por Mata Atlântica –

bioma considerado patrimônio nacional ameaçado –, de forma a proteger seus

recursos naturais e disciplinar o uso de seu território (SÃO PAULO, 1992).

Ainda na temática de conservação ambiental, foram analisados os dados

oficiais de áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade a nível federal,

por meio do mapeamento do MMA (2018) (Figura 3.3), e de áreas prioritárias para

criação de unidades de conservação a nível estadual, por meio do estudo da

BIOTA/FAPESP (2008) (Figura 3.4). No contexto federal, considera-se que como o

município do Guarujá está cercado por áreas definidas como Muito Alta e

Extremamente Alta prioridade de conservação (Figura 3.3), o que sugere a

importância da manutenção da vegetação natural do município para a conservação

da biodiversidade. Essa análise é reforçada quando se verifica o contexto estadual

apresentado na Figura 3.4, na qual observa-se que a área da fitofisionomia

identificada pelo IF (2005) como Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea de

Terrenos Marinhos Lodosos (mangues) tem de 51 % a 80 % de indicação para a

criação de unidades de conservação no mapeamento do BIOTA/FAPESP (2008),

seguida pela Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea de Sedimentos Marinhos

Recentes (Restingas) com 26 a 50% de indicação. Isso demonstra a

representatividade dessas fitofisionomias a nível estadual.

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Figura 3.3 – Localização das áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade a nível federal (MMA, 2018) no entorno da área de estudo do projeto.

Figura 3.4 – Localização das áreas prioritárias para criação de Unidades de Conservação a nível estadual (BIOTA/FAPESP, 2008) na área de estudo do projeto

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Destaques:

A Baixada Santista foi alvo de intensa urbanização e verticalização, com

ocupação, inclusive em áreas consideradas de preservação permanente

pelo código florestal brasileiro, promovendo, também, a fragmentação da

vegetação natural da região;

De 1985 a 2013, houve aumento da área impermeabilizada da Baixada

Santista pela expansão da área urbanizada em 68% no período, com taxa

anual média de 2,72%;

De 1985 a 2013, a classe Água diminuiu 4% de sua área na Baixada

Santista devido à construção de terminal portuário;

De 1985 a 2013, as classes Floresta, Mangue e Campo apresentaram

redução de área de 14%, 13% e 19%, respectivamente, na Baixada

Santista;

As simulações para o período de 2013 a 2024 para a mudança de uso do

solo na Baixada Santista indicam para a redução de 3,73% da classe

Floresta e de 6,9% da classe Mangue;

A Serra de Santo Amaro foi alvo de ocupação irregular de suas encostas,

devido ao crescimento populacional desordenado;

O Guarujá possui três UCs cadastradas no sistema Federal: a APA

Marinha do Litoral Centro, a APA Municipal da Serra de Guararu e a RPPN

Marina do Conde;

O Guarujá possui três áreas naturais tombadas pelo CONDEPHAAT: o

Morro do Botelho; os Morros do Monduba, do Pinto (Toca do Índio) e do

Icanhema (Ponte Rasa); e a Serra do Guararu e Vila da Prainha Branca;

Nos municípios do entorno do Guarujá há importantes UCs, como os

Parques Estaduais da Serra do Mar, Xixová-Japuí e Restinga de Bertioga;

A gestão da APA da Serra do Guararu foi considerada modelo de eficácia

em Governança Ambiental do País, segundo seleção feita por meio do

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Projeto Áreas Protegidas Locais, implementado por instituições

internacionais voltadas ao desenvolvimento sustentável.

Pode-se considerar que a conservação da vegetação nativa na área de

estudo é prioritária a nível estadual e importante a nível federal, conforme

mapeamentos oficiais.

4. MEIO BIÓTICO

4.1. CARACTERIZAÇÃO DA COBERTURA VEGETAL E FLORA

4.1.1. Formações vegetais

O município do Guarujá está inserido no domínio do bioma da Mata Atlântica,

composto por um mosaico de fitofisionomias bastante diversificadas, cujo conceito

definido pela Lei n° 11.428/2006, engloba as fitofisionomias de Floresta Ombrófila

Densa; Aberta e Mista; Floresta Estacional Decidual; e Semidecidual, bem como os

ecossistemas associados, sendo estes os manguezais, as vegetações de restingas,

os campos de altitude, os brejos interioranos e os encraves florestais do Nordeste.

A variedade de ecossistemas existentes no bioma Mata Atlântica é

responsável pela alta biodiversidade, abrigando mais de 60 % de todas as espécies

terrestres do planeta, além de possuir um grande número de espécies endêmicas. A

Mata Atlântica é um dos biomas mais devastados e ameaçados, restando apenas

12,4 % de sua extensão original e um número significativo de espécies ameaçadas

de extinção. No Brasil, das 633 espécies de animais ameaçadas de extinção, mais

de 60% ocorrem nesse bioma (SOS MATA ATLÂNTICA, 2020).

Além disso, é na Mata Atlântica que ocorre uma concentração excepcional de

espécies endêmicas, as quais estão submetidas a uma perda de habitats elevada,

decorrente das pressões sobre esse bioma, destacando o impacto ambiental

causado pela população que habita sua área; desmatamentos sucessivos;

agropecuária; exploração predatória; industrialização e expansão urbana

desordenada e consumo excessivo (SOS MATA ATLÂNTICA, 2020).

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Esse cenário de ampla diversificação ambiental propiciou a evolução de um

complexo biótico de natureza vegetal altamente rico e com uma ampla diversidade

biológica, e grande quantidade de endemismos (MANTOVANI; TABARELLI, 1999,

CAPOBIANCO; LIMA, 1997). No estado de São Paulo, a Floresta Atlântica, ocorre

no sentido da costa para o interior, sendo denominada de floresta ombrófila ou

floresta pluvial, quando associada ao clima mais úmido das regiões serranas do

litoral; e floresta estacional semidecídua, ou floresta semidecídua do interior, quando

associada ao clima mais estacional das regiões interioranas (INSTITUTO

BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012).

Esse tipo de formação vegetal está caracterizado por fanerófitos, numerosas

subformas de vida, representadas pelos arbustos ou árvores, lianas lenhosas

(cipós) e epífitas; diferenciando das outras classes de formações. Porém, sua

característica ecológica principal está relacionada a fatores climáticos tropicais de

elevadas temperaturas (médias de 25ºC) e de alta precipitação, bem distribuída

durante o ano (de 0 a 60 dias secos), o que determina uma situação ecológica

praticamente sem período biologicamente seco (INSTITUTO BRASILEIRO DE

GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2012).

Segundo a metodologia de mapeamento realizada no Estado de São Paulo

(SÃO PAULO, 2005), em função de gradientes altitudinais, a Floresta Ombrófila

Densa, bem como sua vegetação secundária, está dividida em quatro categorias:

Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas; Floresta Ombrófila Densa Submontana;

Floresta Ombrófila Densa Montana e Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana.

Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas: de 0 a 50 metros. Situada em

áreas de terrenos sedimentares, terraços, planícies costeiras e superfícies

não suscetíveis a inundações, apresentando uma florística muito típica

caracterizada pelos gêneros Ficus, Alchornea, Handroanthus, Tapirira

guianensis;

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Floresta Ombrófila Densa Submontana: de 50 a 500 metros. Situada nas

encostas dos planaltos e/ou serras, composta principalmente por

fanerófitos de alto porte. Integrada à submata estão as plântulas de

regeneração natural, além da presença de palmeiras de pequeno porte e

lianas herbáceas em grande quantidade;

Floresta Ombrófila Densa Montana: de 500 a 1.500 metros. Situada no alto

dos planaltos e serras. Nesta formação, a estrutura florestal do dossel é

uniforme (20 metros) e os fanerófitos se apresentam menores.

Floresta Ombrófila Densa Alto-Montana: situada em gradientes acima dos

1.500 metros, com vegetação arbórea aproximada de 20 metros de altura,

localizada no cume das montanhas. A estrutura dessa formação é

integrada por fanerófitos com troncos e galhos finos, folhas miúdas,

coriáceas e casca grossa com fissuras. Esta formação também é

conhecida por “mata nuvigena” ou “mata nebular”, que ocorre em locais

onde a evaporação da água se condensa em neblina, precipitando sobre

as áreas elevadas.

É na Mata Atlântica que ocorre uma concentração excepcional de espécies

endêmicas, mas que estão submetidas a uma perda de habitats muito elevada,

decorrente das pressões sobre esse bioma, destacando o impacto ambiental

causado pela população que habita sua área; desmatamentos sucessivos;

agropecuárias; exploração predatória; industrialização e expansão urbana

desordenada e consumo excessivo (SOS MATA ATLÂNTICA, 2020). Assim, por

apresentar biodiversidade abundante, alta taxa de endemismo e alto grau de

ameaça, a Mata Atlântica é considerada pela Conservation International (CI) um dos

34 hotspots da biodiversidade mundiais, configurando-se uma das áreas prioritárias

para conservação.

Nesse mosaico de fitofisionomias, a cobertura vegetal do município de

Guarujá está representada pela Floresta Ombrófila Densa, também conhecida como

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Floresta Pluvial Tropical, em suas formações primárias e pela alta biodiversidade de

espécies da flora e fauna, e formações secundárias e seus estágios sucessionais,

marcadas por algum grau de alteração. Nas encostas e sopés de morros ocorrem

as formações menos alteradas, com estrutura florestal definida; nas proximidades

dos assentamentos urbanos e situadas na baixada litorânea, as formações se

mostram com altos graus de antropismos.

Assim, de acordo com o Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado

de São Paulo (SÃO PAULO, 2005), o município de Guarujá possuía,

aproximadamente, 47,3% do seu território ocupado por cobertura vegetal nativa,

incluindo as formações secundárias (capoeiras), totalizando 192 fragmentos

florestais, a maior parte deles pequenos, com menos de 10 ha (Figura 4.1). Apesar

de bastante reduzidos, esses fragmentos apresentam grande importância para a

conservação da biodiversidade, além de promover a proteção das áreas de

mananciais.

Figura 4.1 – Quantidade de fragmentos de vegetação natural por classe de superfície.

Fonte: Elaborado com dados de SÃO PAULO (2005).

Já no Inventário Florestal da Vegetação Natural do Estado de São Paulo: Regiões

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Administrativas de São José dos Campos (Litoral), Baixada Santista e Registro (SÃO

PAULO, 2007), no município do Guarujá, a Floresta Ombrófila Densa encontra-se dividida

em três categorias conforme hierarquia topográfica de Veloso et al. (1991): Floresta

Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa Submontana e Floresta Ombrófila

Densa de Terras Baixas, as quais ocorrem associadas à Vegetação Secundária da Floresta

Ombrófila Densa (Quadro 4.1).

Quadro 4.1 – Área ocupada por categoria de vegetação no município do Guarujá (2004-2005).

Formação Vegetal Área Ocupada no Município

Hectares %

Floresta Ombrófila Densa 4.268,8 30,54

Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa 39,4 28,19

Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea 2.846,8 20,36

Total 7.155,00 79,09

Fonte: Elaborado com dados de SÃO PAULO (2007).

Já a Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea ocorre em dois contextos: Formação

Arbórea/Arbustiva-Herbácea de Terrenos Marinhos Lodosos (mangues) Formação

Arbórea/Arbustiva-Herbácea sobre Sedimentos Marinhos Recentes (Restingas), totalizando

seis categorias de vegetação, onde a Floresta Ombrófila Densa Submontana possui maior

expressão em área seguida pela vegetação de restinga (Quadro 4.2).

Quadro 4.2 – Área ocupada por categoria de vegetação no município do Guarujá (2004-2005).

Categoria de Vegetação Área Ocupada no Município

Hectares %

Floresta Ombrófila Densa Submontana 3.472,9 24,84

Terras Baixas 795,9 5,69

Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa

Submontana 17,6 1,25

Terras Baixas 21,8 1,55

Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea

Mangue 1.074,90 7,69

Restinga 1.771,90 12,67

Total 7.155,00 53,69

Fonte: Elaborado com dados de SÃO PAULO (2007).

No entanto, na mais recente atualização do Inventário Florestal da Vegetação

Natural do Estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2010), elaborado a partir de

fotointerpretação de imagens de satélite ALOS (período 2008-2009; escala

1:25.000), as classes de fitofisionomias foram reduzidas para apenas três: Floresta

Ombrófila Densa e Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa; Formação

Arbórea/Arbustiva–Herbácea de região de várzea e Formação Arbórea/Arbustiva–

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Herbácea de terrenos marinhos lodosos (mangue ou manguezal). Essa informação

vai ser validada em trabalho de campo.

Floresta Ombrófila Densa e Vegetação Secundária da Floresta Ombrófila Densa

A característica ombrotérmica dessa floresta está ligada a fatores climáticos

tropicais de temperaturas elevadas, com médias de 25oC e com alta precipitação

pluviométrica bem distribuída durante o ano, de 0 a 60 dias secos, sem período

biologicamente seco. A Floresta Ombrófila Densa está caracterizada por fanerófitos,

subformas de vida, bem numerosas, representadas pelos arbustos ou árvores,

trepadeiras lenhosas, representadas pelos cipós e lianas, e epífitas em abundância,

diferenciando das outras classes de formações.

Formação Arbórea/Arbustiva–Herbácea de região de várzea (vegetação de várzea)

Essa formação compreende comunidades vegetais das planícies aluviais que

refletem os efeitos das cheias dos rios nas épocas chuvosas ou das depressões

alagáveis todos os anos. Nesses terrenos aluvionares, as comunidades vegetais se

distribuem conforme a quantidade de água empoçada e ainda o tempo que ela

permanece na área. Nos brejos, áreas permanentemente alagadas, o gênero Typha

(taboa) fica confinado a um ambiente especializado, diferente dos gêneros Cyperus

e Juncus, exclusivos das áreas pantanosas dos trópicos.

Nas planícies alagáveis, mais bem drenadas, ocorrem comunidades

campestres e, os gêneros Panicum e Paspalum dominam em meio ao gênero

Thalia. Nos terraços mais secos, dominam os gêneros Acacia e Mimosa, ao lado de

várias famílias pioneiras, tais como: Solanaceae, Compositae, Myrtaceae e outras

de menor importância sociológica

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Formação Arbórea/Arbustiva–Herbácea de terrenos marinhos lodosos (mangue ou manguezal)

Comunidade de ambiente salobro, situada na desembocadura de rios e

regatos do mar, onde, nos solos limosos cresce uma vegetação especializada,

adaptada à salinidade das águas. A Figura 4.2 apresenta a distribuição da cobertura

vegetal no munícipio do Guarujá.

Figura 4.2 – Mapa da cobertura vegetal do município do Guarujá.

Especificamente sobre o mangue, de acordo com a Lei Federal nº 12.651, de

25 de maio de 2012, o manguezal, consiste em ecossistema litorâneo que ocorre

em terrenos baixos, sujeitos à ação das marés. É formado por vasas lodosas

recentes ou arenosas, às quais se associa, predominantemente, a vegetação

natural conhecida como mangue, com influência fluviomarinha, típica de solos

limosos de regiões estuarinas e com dispersão descontínua ao longo da costa

brasileira, entre os Estados do Amapá e de Santa Catarina.

Segundo o Atlas dos Manguezais do Brasil (ICMBio, 2018), os manguezais,

são vulneráveis a uma série de ameaças, destacando a perda e fragmentação da

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 21/135

cobertura vegetal; a deterioração da qualidade dos habitats aquáticos decorrente da

ocupação; à poluição e às mudanças na hidrodinâmica, que promovem a diminuição

na oferta de recursos necessários à sobrevivência de muitas comunidades e de

setores da economia como a pesca artesanal, o extrativismo e a coleta de marisco e

o turismo.

Ainda segundo o ICMBIO (2018), a relevância dos manguezais para o

desenvolvimento humano está evidenciada pela principal opção de se estabelecer

unidades de conservação de uso sustentável para sua conservação, entendendo o

ecossistema manguezal como um dos mais produtivos e ricos da terra, sendo um

espaço de relação dinâmica com o homem, nas dimensões social, cultural e

econômico. Assim a conservação dos manguezais é de extrema importância, haja

vista, as ameaças e vetores que incidem sobre os manguezais conforme mostra o

Quadro 4.3.

Quadro 4.3 – Ameaças e vetores de pressão sobre os manguezais

Ameaças Vetores de Pressão

Aquicultura

A carcinicultura afeta negativamente os mangueais por meio da construção de tanques, especialmente para criação de camarões e de barragens que modificam os corpos d’água naturais, alterando o fluxo hídrico e perturbando o equilíbrio hidrológico das áreas. Quanto aos danos sobre os manguezais, estes decorrem da poluição da água por derramamento químico, pela introdução de agentes patogênicos e parasitas, aumento da concorrência entre espécies endêmicas e exóticas e por alterações genéticas provocadas na fauna local por espécies exóticas. A carcinicultura, em alguns casos, provoca o deslocamento e a exclusão de comunidades humanas de seus territórios tradicionais de pesca.

Agricultura

As plantações de arroz e cana-de-açúcar em microbacias localizadas ao longo da costa produz impacto negativo sobre os manguezais e as plantações localizadas imediatamente à montante dos manguezais são responsáveis pela redução da quantidade e qualidade da água, induzindo alterações no equilíbrio hidrológico, levando ao aumento da sedimentação, erosão e ao assoreamento.

Exploração de Madeiras

O uso das espécies Rizhophora mangle e Laguncularia racemosa na construção de

pontes, cercas, barcos e casas, constitui-se muitas vezes, como única fonte de madeira disponível nas áreas de manguezal. A despeito da legislação existente, a extração de madeira não observa os níveis ou técnicas sustentáveis de sua extração e raramente conta com planos de manejo florestal.

Indústria Pesqueira

A pressão sobre os estuários e aos manguezais a eles associados ameaça espécies importantes, como o caranguejo-uçá, incluído na lista de espécies exploradas e o guaiamum, criticamente ameaçada (Portaria MMA 445/2014), os quais cumprem papel fundamental nas funções dos manguezais e, seu esgotamento afeta o equilíbrio de nutrientes e, consequentemente, o número e os tipos de espécies capazes de prosperar nesse ecossistema. O uso de dinamite e outras práticas ilegais levam a sobrepesca e destruição de habitats com perda da biodiversidade costeira. Quanto a pesca de arrasto, prática generalizada nos estuários, resulta no aumento da captura de indivíduos juvenis e de espécies não visadas.

Continua...

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 22/135

Quadro 4.3 – Ameaças e vetores de pressão sobre os manguezais (Continuação)

Ameaças Vetores de Pressão

Instalações Urbanas,

Industriais e Turísticas

Os empreendimentos ocasionam desmatamento, aterramento dos manguezais, erosão, sedimentação, eutrofização e mudanças imprevisíveis no regime hidrológico dos manguezais. Os habitats aquáticos também são afetados pelos impactos decorrentes da infiltração e do lançamento de esgoto sem tratamento adequado; de poluentes domésticos e industriais (bacteriológicos e virais); de metais pesados e de outros produtos tóxicos. Ainda que esses impactos ocorram em ambiente urbano, a expansão de empreendimentos turísticos em áreas costeiras vem ganhando força nos últimos anos.

Mudança do Clima

O aumento da frequência das tempestades e as mudanças nas correntes, aliadas ao aumento do nível do mar, podem levar a um recuo dos manguezais à medida que as espécies migrem terra adentro buscando as condições ideais. A impossibilidade de ocupar esses espaços pela inexistência de obstáculos físicos construídos, prevê-se ampla perda de habitat e de serviços de proteção e regulação fornecidos pelos manguezais aos ecossistemas de terra firme e à infraestrutura costeira reduzindo sua resiliência a impactos adicionais induzidos pelas mudanças climáticas.

Fonte: Modificado de MMA (2018).

4.1.2. Flora local

De acordo com estudos realizados para a flora brasileira, as angiospermas

apresentam entre 40.000 e 50.000 espécies, enquanto que as pteridófitas

apresentam entre 1.200 e 1.300 espécies (SHEPHERD, 2002; PRADO, 1998).

Levantamentos preliminares sobre a Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo,

realizados nos herbários do estado, apontam aproximadamente 7.500 espécies de

plantas fanerógamas (WANDERLEY et al., 2007), das quais 999 estão ameaçadas

de extinção (MAMEDE et al., 2007), e para as pteridófitas são estimadas cerca de

500 a 600 espécies (PRADO, 1998).

No sentido sensu lato, no país, a Mata Atlântica, apresenta uma lista de 2.410

espécies arbóreas (SCUDELLER, 2002). Trabalhos comparando levantamentos

florísticos realizados nas florestas em São Paulo, apresenta uma lista de 788

espécies para a floresta ombrófila densa e 474 espécies para a floresta estacional

semidecidual (OLIVEIRA, 2006).

Com o objetivo de conhecer a riqueza de espécies da flora do município de

Guarujá, analisaram-se dados secundários de levantamentos florísticos e

fitossociológicos da região.

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Assim, de acordo com as informações disponibilizadas no Estudo de Impacto

Ambiental (EIA) elaborado pela ITAITI CONSULTORES AMBIENTAIS (2016), os

estudos realizados na sub-bacia hidrografica da Ilha de Santo Amaro (município de

Guarujá), foram identificadas 367 espécies vegetais, as quais estão distribuídas

em100 famílias botânicas. O Quadro 4.4 mostra as famílias botânicas que teve

maior representatividade de espécies vegetais, que juntas correspondem a 18% das

espécies amostradas no estudo.

Quadro 4.4 – Famílias botânicas mais representativas.

Fonte: ITAITI CONSULTORES AMBIENTAIS (2016).

O Quadro 4.5 apresenta as espécies vegetais com algum grau de ameaça

com base na Portaria MMA no 443/2014 Resolução Conama SMA no 57/2016 e na

lista Oficial do Instituto de Botânica do levantamento da Itaiti Consultores Ambientais

(2016).

Quadro 4.5 – Status das espécies com algum de ameaça.

Família Nome Científico Nome Popular Status

MMA* SMA** IBot***

Arecaceae Euterpe edulis palmito-juçara VU VU VU

Cyperaceae Pleurostachys pilulifera - CR

Dicksoniaceae Dicksonia sellowiana xaxim

- EN VU

Hymenophyllaceae Didymoglossum ovale -

Monimiaceae Mollinedia ovata - EN

Myristicaceae Virola bicuhyba bicuiba-branca EN VU

Continua...

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Quadro 4.5 – Status das espécies com algum de ameaça.(Continuação)

Família Nome Científico Nome Popular Status

MMA* SMA** IBot***

Myrtaceaes Eugenia brasiliensis grumixama EN EN

Orchidaceae Bifrenaria racemosa orquídea VU

Orchidaceae Cattleya tigrina orquídea EX

Orchidaceae Houlletia brocklehurstiana

orquídea VU EW

Piperaceae Peperomia guarujana peperomia EN EN

Sapindaceae Cupania furfuracea camboatá CR EX

Fonte: ITAITI CONSULTORES AMBIENTAIS (2016).

(*) Portaria MMA no 443/2014; (**) Resolução SMA no 57/2016; Lista Oficial do Instituto de Botânica. EN - Em Perigo; VU – Vulnerável; EW – Presumivelmente Extinta na Natureza; EX – Presumivelmente Extinta; CR – Criticamente em Perigo

Duas das 12 espécies enquadradas em alguma categoria de ameaça estão

presentes nas três listas: Euterpe edulis – palmito-juçara e Cupania furfuracea –

camboatã – “vulneráveis” pelas listas do MMA e da SMA e “em perigo” pela lista do

Instituto de Botânica. Apenas a família Orchidaceae apresentou mais de uma

espécie ameaçada de extinção, sendo uma delas considerada presumivelmente

extinta na natureza (EW) pela Resolução SMA no 57/2016 – Cattleya tigrina –

orquídea. Esta resolução ainda classifica como presumivelmente extinta (EX) as

espécies Bifrenaria racemosa – orquídea e Peperomia guarujana – peperomia, que

está categorizada como criticamente em perigo (CR) pela Portaria MMA no

443/2014, assim como a ciperacea Pleurostachys pilulifera (ITAITI CONSULTORES

AMBIENTAIS, 2016).

Sob a perspectiva da ecologia da paisagem, estudos realizados por

Parmigiani e Sansolo (2017) mostram a qualidade dos fragmentos florestais da

Floresta Ombrófila Densa (FOD) existentes no município do Guarujá. Assim, a partir

do uso de técnicas de geoprocessamento, os autores identificaram 92 fragmentos

da FOD, cobrindo uma área total da paisagem de 33,08 %, os quais foram divididos

por classes de tamanho, sendo: pequeno (< 10 ha); médios (entre 10 – 50 ha) e

grande (> 50 ha). O estudo também contemplou uma análise das formas dos

fragmentos, cuja métrica indica efeitos de borda sofridos pelos fragmentos. A

Tabela 4.1 mostra os resultados obtidos da análise de algumas das métricas por

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 25/135

classe de vegetação, indicando que os fragmentos classificados como grandes, são

os mais irregulares e os que mais sofrem com o efeito de borda, se comparados

com os de classe pequena e média.

Tabela 4.1 – Área e forma dos fragmentos por classe.

Classes de Tamanho (FOD ha)

Área Ocupada No de

Fragmentos Índice de Forma

ha % Média Amplitude

Pequeno < 10 271,3594 6 61 1,52 1,07 – 2,41

Médio 10 – 50 416,6192 9,20 20 1,8 1,10 – 2,82

Grande > 50 3846,6505 84,80 11 3,06 1,82 – 5,17

Total 4534,6291 92 1,76 –

Fonte: Modificado de Parmigiani; Sansolo (2017).

De acordo com Parmigiani e Sansolo (2017), os remanescentes de Mata

Atlântica, identificados no município do Guarujá, possuem uma estrutura espacial de

relevante interesse ecológico. A análise realizada por meio da ecologia da paisagem

indicou que na floresta urbana do Guarujá há existência de áreas de FOD de

tamanho considerável e com uma conectividade que favorece a sobrevivência de

populações nesses remanescentes.

Ainda segundo os autores, essa paisagem florestada tem potencial de gerar

diversos benefícios, tais como: saúde, educação e turismo, além de fornecer uma

série de serviços ecossistêmicos ao homem, indicando a importância de se

conservar esses remanescentes em benefícios do homem, flora e fauna.

Destaques:

Por apresentar biodiversidade abundante, alta taxa de endemismo e alto

grau de ameaça, a Mata Atlântica é considerada pela Conservation

International (CI) um dos 34 hotspots da biodiversidade mundiais,

configurando-se uma das áreas prioritárias para conservação;

Nas encostas e sopés de morros do município do Guarujá ocorrem as

formações de Floresta Ombrófila Densa menos alteradas, com estrutura

florestal definida; nas proximidades dos assentamentos urbanos e

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 26/135

situadas na baixada litorânea, as formações se mostram com altos graus

de antropismos;

Segundo levantamento do Instituto Florestal (IF, 2005), o município de

Guarujá possuía aproximadamente 47,3 % do seu território ocupado por

cobertura vegetal nativa, incluindo as formações secundárias (capoeiras),

totalizando 192 fragmentos florestais, a maior parte deles pequenos, com

menos de 10 ha;

Nos mapeamentos do Instituto Florestal (IF 2005 e 2010), as

fitofisionomias para a área de estudo em 2005 foram definidas em 5

classes: Floresta Ombrófila Densa Montana, Floresta Ombrófila Densa

Submontana, as quais ocorrem associadas à Vegetação Secundária da

Floresta Ombrófila Densa, Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea de

Terrenos Marinhos Lodosos (mangues) e Formação Arbórea/Arbustiva-

Herbácea sobre Sedimentos Marinhos Recentes (Restingas). Já no

mapeamento de 2010 as classes de fitofisionomias foram reduzidas para

apenas três: Floresta Ombrófila Densa, Vegetação Secundária da Floresta

Ombrófila Densa e Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea de Terrenos

Marinhos Lodosos (mangues). Essas classificações serão valiadas em

trabalho de campo;

Os manguezais são vulneráveis a uma série de ameaças, destacando a

perda e fragmentação da cobertura vegetal; a deterioração da qualidade

dos habitats aquáticos decorrente da ocupação; à poluição e às

mudanças na hidrodinâmica, que promovem a diminuição na oferta de

recursos necessários à sobrevivência de muitas comunidades e de

setores da economia como a pesca artesanal, o extrativismo e a coleta de

marisco e o turismo;

A relevância dos manguezais para o desenvolvimento humano está

evidenciada pela principal opção de se estabelecer unidades de

conservação de uso sustentável para sua conservação, entendendo o

ecossistema manguezal como um dos mais produtivos e ricos da terra,

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 27/135

sendo um espaço de relação dinâmica com o homem, nas dimensões

social, cultural e econômico;

Foram encontrados registros na área de estudo de ao menos 12 espécies

de flora enquadradas em algum nível de ameaça de extinção em listas

internacional, nacional e estadual;

Os remanescentes de Mata Atlântica, identificados no município do

Guarujá, possuem uma estrutura espacial de relevante interesse

ecológico, com áreas de Floresta Ombrófila Densa de tamanho

considerável e com uma conectividade que favorece a sobrevivência de

populações nesses remanescentes.

4.2. CARACTERIZAÇÃO DA FAUNA

A caracterização da fauna do Guarujá contemplou os grupos de Fauna

Terrestre – Herpetofauna, Avifauna e Mastofauna - e Fauna Aquática – Crustáceos,

Moluscos e Peixes - e foi realizada a partir da compilação de oito estudos, sendo

seis realizados no município do Guarujá e dois realizados em Santos, município

vizinho, conforme ilustrado na Figura 4.3. Além desses estudos, que foram comuns

para todos os grupos de fauna, também foram utilizadas publicações específicas de

acordo com o grupo estudado.

Os estudos utilizados como referência para todos os grupos foram: 1 -

Geobrasilis (2012), 2 – Itaiti (2016), 3 – Consórcio Prime & Etel (2013), 4 - Caruso

Jr. (2015), 5 - CPEA/Satos Brasil (2014), 6 - CPEA/ITSEMAP (2009), 7 - Geotec

(2019) e 8 - Ambiental Consulting (2017). Especificamente para herpetofauna foram

usadas as seguintes bibliografias complementares: Forti et al. (2019), Parreira et al.

(2019) e CPEA/COMGÁS (2019), bem como entrevistas com moradores. Para

peixes serviram como base, complementarmente as seguintes referências: Dal

Negro (2014), Barbanti et al (2013) e Cesar (2013).

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Figura 4.3 - Mapa da área de estudo para criação de Unidade de Conservação da Serra do Santo Amaro e os pontos de referência dos trabalhos utilizados como referência para o Levantamento de Fauna do Guarujá.

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4.2.1. Herpetofauna (répteis e anfíbios)

Os anfíbios, com a maior diversidade de modos reprodutivos de qualquer

outro vertebrado terrestre, (DUELLMAN, 1994; ROSSA-FERES, et al. 2008), além

de alta especificidade de habitat, baixa capacidade de deslocamento e dependência

de água ou de micro habitats úmidos para reprodução, entre outros fatores, são

extremamente vulneráveis a mudanças ambientais e portanto, considerados

indicadores ecológicos de qualidade do ambiente (ROSSA-FERES, et al. 2008).

Os répteis são também especialmente sensíveis a mudanças ambientais

causadas pelo homem (ROSSA-FERES, et al. 2008). Assim como os anfíbios, os

répteis também podem ser bons indicadores de qualidade ambiental (FARIA et al.,

2007).

No Anexo C é apresentada a compilação dos registros de herpetofauna. A

taxocenose da herpetofauna de provável ocorrência para o Guarujá, a partir dos

trabalhos consultados para o município e entorno resulta, ao todo, em 72 espécies,

sendo 45 de anfíbios anuros e 27 de répteis (sendo uma espécie de crocodiliano,

um anfísbenídeo, 10 lagartos e 14 serpentes um cágado e uma tartaruga-marinha).

Sem considerar a tartaruga-marinha, dessas, 44 espécies são consideradas nativas

para a área de estudo e endêmicas da Mata Atlântica e outras 5 aparecem como

tendo esse bioma como habitat preferencial, ou seja, 69% das espécies de répteis e

anfíbios de possível ocorrência na região apresentam hábitos de vida associados à

esse bioma, sendo alguns de forma mais restrita.

A comunidade de anfíbios de Guarujá é composta em sua maioria por

espécies de preferência por áreas florestadas, demonstrando que possuem forte

relação com a preservação e integridade ambiental. Os anfíbios registrados estão

distribuídos em 11 famílias, o que representa alta diversidade, com táxons

associados a diferentes hábitos.

Quanto ao hábito dessas espécies, que corresponde onde forrageam e

buscam abrigo, a maioria é arborícola (e.g. todas as espécies da família Hylidae,

como a perereca-castanhola Itapotihyla langsdorffii, Figura 4.10 e a perereca-

grudenta Trachycephalus mesophaeus, Figura 4.12), seguido das espécies que tem

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 30/135

hábito criptozoico, que se escondem em galerias ou em cavidades do solo (e.g. as

rãzinhas-de-folhiço Physalaemus bookermanni, Figura 4.13 e Ischnocnema parva,

Figura 4.4) e por fim as espécies fossoriais, que vivem em meio ao solo (e.g.

sapinho-guarda Elachistocleis ovalis, Figura 4.14). Além dessas também constam

as espécies terrícolas (a rã-de-costão Thoropa taophora, Figura 4.6) e as reofílicas,

associadas à riachos e ambientes rochosos (e.g. sapinho-de-riacho Cycloramphus

boraceiensis Figura 4.5 e rã-de-corredeira Hylodes sp.).

Os diferentes hábitos demonstram que a assembleia de anfíbios registrada

contempla espécies associadas aos mais diferentes ecossistemas e micro-hábitats

da área de estudo. Sendo que algumas dessas espécies apresentam dependência

de determinados ambientes para sua sobrevivência, como a rã-de-corredeira e o

sapinho-de-riacho, que habitam essencialmente pedras das margens de riachos,

possuindo modo de vida e requerimentos ambientais especializados, sendo mais

sensíveis às modificações ambientais. Essas espécies, além de hábitos

especializados possuem distribuição restrita à Mata Atlântica da Serra do Mar.

A perereca-grudenta Trachycephalus mesophaeus, a rã-de-costão Thoropa

miliaris e T. taophora também se destacam por apresentarem seu ciclo de vida

fortemente restrito a áreas de corpos hídricos e alagadas, sendo também bastante

sensíveis a alterações na qualidade ambiental desses ambientes. As espécies

endêmicas de Mata Atlântica de hábito criptozoico rãzinha-de-folhiço Physalaemus

bookermanni e sapo-de-chifres Proceratophrys melanopogon são espécies

consideradas raras e estritamente associadas à ambientes florestais minimamente

preservados, sendo, portanto, mais sensíveis.

Além das espécies destacadas, espécies muito comuns e abundantes no

litoral sudeste e no município do Guarujá, mas não menos importantes do que as

espécies raras, por também cumprirem seu papel ecológico nos ecossistemas em

que ocupam, destacam-se as pererecas-verde Aplastodiscus leucopygius (Figura

4.7) e Boana albomarginata (Figura 4.8), a pererequinha-do-brejo Dendropsophus

werneri e a perereca-do-litoral Ololygon littoralis (Figura 4.11).

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Para os anfíbios não foram registradas espécies ameaçadas de extinção,

porém a taxocenose desse grupo é representada por alto número de endemismo

para o bioma Mata Atlântica, e para algumas espécies o endemismo se restringe à

Mata Atlântica da Serra do Mar. Isso demonstra que a composição taxonômica de

anfíbios em Guarujá é representada por alta riqueza, com a maioria das espécies

florestais e alta diversidade de hábitos e requerimentos ambientais, demonstrando a

dependência dessas espécies da integridade de tais ambientes para a obtenção de

recursos necessários para sobrevivência e recrutamento.

Quanto à origem das espécies, foram registradas duas espécies exóticas, a

rã-touro Lithobates castebeianus e a pererequinha-de-bromélia Phyllodytes luteolus.

A rã-touro é nativa da América do Norte e tem sido registrada em todo o sudeste do

Brasil. Essa espécie, por ser generalistas e oportunista e por se alimentar

majoritamente de pequenos invertebrados e vertebrados, podem impactar

comunidades de espécies nativas por meio da predação e da competição por

recursos, sendo a sua influência negativa sobre espécies nativas já comprovada em

estudos científicos sobre interações ecológicas dessa espécie com espécies nativas

do sudeste do Brasil.

A pererequinha-de-bromélia P. luteolus é endêmica do bioma Mata Atlântica,

no entanto é exótica invasora para o município de Guarujá, visto que a região de

ocorrência natural dessa espécie é do Rio de Janeiro até a Paraíba. As espécies

exóticas invasoras podem trazer impactos negativos a outras espécies que ocupam

os mesmos microhabitats e, indiretamente, ao ecossistema, o que faz, entre outras

coisas, com que sejam consideradas uma das maiores causas de perda da

biodiversidade no planeta.

As Figuras 4.4 a 4.14 ilustram algumas espécies que compõem a

comunidade de anfíbios do município do Guarujá.

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Figura 4.4 - Rãzinha-do-folhiço Ischnocnema parva. Fonte: CPEA.

Figura 4.5 - Sapinho de riacho Cycloramphus boraceiensis. Fonte: CPEA.

Figura 4.6 - Rã-de-costão Thoropa taophora. Fonte: CPEA.

Figura 4.7 Perereca-verde Aplastodiscus leucopygius. Fonte: CPEA.

Figura 4.8 - Perereca verde Boana albomarginata em amplexo. Fonte: CPEA.

Figura 4.9 - Macho de pererequinha-do-brejo Dendropsophus werneri em atividade de vocalização. Fonte: CPEA.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 33/135

Figura 4.10 - Perereca castanhola Itapotihyla langsdorffii. Fonte: CPEA.

Figura 4.11 - Perereca-do-litoral Ololygon littoralis. Fonte: CPEA.

Figura 4.12 - Perereca-grudenta Trachycephalus mesophaeus. Fonte: CPEA.

Figura 4.13 - Rãzinha-do-folhiço Physalaemus bookermanni. Fonte: CPEA.

Figura 4.14 - Sapo-guarda Elachistocleis ovalis. Fonte: CPEA.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 34/135

A maioria da comunidade de répteis de Guarujá catalogadas no presente

estudo, assim como dos anfíbios, apresenta restrição e/ou preferência por

ambientes de áreas florestadas. Os répteis registrados estão distribuídos em três

ordens e 18 famílias, indicando alta diversidade para esse grupo na área de estudo.

Quanto aos hábitos, estão presentes táxons associados a diferentes hábitos.

A maior parte das espécies é terrícola, como os lagartos teiú Salvator merianae

(Figura 4.19) e cobra-de-vidro (Figura 4.17) e as serpentes jararaca Bothrops

jararaca (Figura 4.26) e a jararacuçu B. jararacussu (4.27). Foram também

observadas espécies de atividade arborícola como o lagartinho Placosoma

glabellum e a cobra-cipó Chironius bicarinatus (Figuras 4.20 e 4.21), fossorial, a

cobra-coral-verdadeira Micrurus coralinus (Figura 4.23), de atividade aquática,

como o cágado-de-pescoço-comprido Hydromedusa tectifera (Figura 4.28) e as

cobras-d’água Erythrolamprus miliaris e Helicops carinicaudus (Figura 4.22), de

atividade croptozóica, como a serpente Taeniophallus bilineatus e também espécies

que são tanto arborícolas quanto terrícolas, como a serpente caninana Spillotes

pulatus (Figuras 4.24 e 4.25) e a cobra-cipó Chironius fuscus.

Além disso, a espécie semi-aquática jacaré-do-papo-amarelo está presente

ao longo do estuário de Santos, habitando também os rios e mangues de Guarujá

(Figura 4.15). Essa espécie é eventualmente avistada em áreas urbanas, em canais

e até mesmo em vias urbanas, principalmente em ocasiões de ocorrência de fortes

chuvas. E, por fim, a tartaruga-marinha Chelonia mydas (Figura 4.29) é comumente

registrada ao longo das águas marinhas do Guarujá, principalmente nos costões

rochosos das praias, onde possui oferta de recurso alimentar, estando presente nas

praias das Astúrias, Pitangueiras, Tombo, Guaiuba, Enseada, entre outras. É

provável a ocorrência de outras espécies de tartarugas-marinhas ao longo das

áreas marinhas do Guarujá, porém, para o presente estudo apenas C. mydas teve

ocorrência registrada.

Assim, como para anfíbios, o fato de serem registradas espécies com

diferentes hábitos e requerimentos ecológicos demonstra a capacidade do ambiente

de suportar uma heterogeneidade de diferentes adaptações interespécies. Além

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 35/135

disso, muitas espécies de répteis registradas são endêmicas de Mata Atlântica ou

tem esse bioma como habitat preferencial, o que representa a dependência para

muitas espécies de áreas florestadas e íntegras. Destacam-se as espécies

estritamente florestais, com requerimentos ambientais mais especializados e

endêmicos de Mata Atlântica, os lagartos papa-vento Enyalius iheringii e o

lagartinho Placosoma glabellum e as serpentes cobra-cipó Chironius bicarinatus e

caninana Spilotes pullatus, e também o jacaré-do-papo amarelo, que possui

dependência das áreas florestadas para sua reprodução.

Quanto às espécies de répteis exóticas do Guarujá foram registradas a

lagartixa-de-parede Hemidactylus mabouia, de origem africana, e o lagarto cubano

Anolis porcatus, o qual tem se mostrado um invasor potencial para todo o litoral

sudeste, sendo sua distribuição ampliada rapidamente desde os primeiros registros

na região. Invasora já conhecida, a lagartixa-de-parede pode causar impactos

negativos em áreas florestais, por predação e ou competição por recursos, assim

como o A. porcatus, cujos estudos em outros países onde a espécie é invasora já

demonstraram o impacto causado por essa espécie.

Dos répteis, a espécie de tartaruga-marinha Chelonia mydas é ameaçada de

extinção nas três esferas, estadual, federal e mundial. Quanto às espécies de

importância comercial, todas as espécies do gênero Salvator foram classificadas no

Apêndice II do CITES (CITES, 2019), onde se enquadra as espécies cujo comércio

deve ser controlado a fim de evitar usos incompatíveis com sua sobrevivência. No

presente estudo uma das espécies de répteis mais frequentes é o teiú Salvator

merianae. Além disso, o jacaré-do-papo amarelo Caiman latirostris consta no

Apêndice I, cujo comércio somente será permitido em circunstâncias excepcionais.

É conhecido que ambas as espécies de répteis são muitos caçadas no Brasil.

As Figuras 4.15 a 4.29 ilustram algumas das espécies que compõem a

comunidade de répteis do município do Guarujá.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 36/135

Figura 4.15 - Jacaré-do-papo-amarelo Caiman latirostris. Fonte: CPEA.

Figura 4.16 - Lagarto-verde Anolis porcatus. Fonte: Ivan Nunes.

Figura 4.17 - Cobra-de-vidro Ophiodes fragilis. Fonte: CPEA.

Figura 4.18 - Papa-vento. Enyalius iheringii. Fonte: CPEA.

Figura 4.19 - Teiú Salvator merianae. Fonte: CPEA.

Figura 4.20 - Cobra-cipó Chironius bicarinatus. Fonte: CPEA.

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Figura 4.21 - Cobra-cipó Chironius bicarinatus. Fonte: CPEA.

Figura 4.22 - Cobra d’água Helicops carinicaudus Fonte: CPEA.

Figura 4.23 - Cobra-coral Micrurus corallinus. Fonte: CPEA.

Figura 4.24 - Caninana Spillotes pulatus. Fonte: CPEA.

Figura 4.25 - Caninana Spillotes pulatus. Fonte: CPEA.

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Figura 4.26 - Jararaca Bothrops jararaca. Fonte: CPEA.

Figura 4.27 - Jararacussu Bothrops jararacussu. Fonte: CPEA.

Figura 4.28 - Cágado-pescoço-de-cobra Hydromedusa tectifera. Fonte: CPEA.

Figura 4.29 - Tartaruga-verde Chelonia mydas. Fonte: CPEA.

A complexidade estrutural da vegetação no município do Guarujá, com

extensas áreas florestais em planície e morros, juntamente com os ambientes

aquáticos propiciam diversos microhabitats para espécies com diferentes

requerimentos ambientais, sendo essencial que os remanescentes sejam mantidos

e áreas degradadas sejam recuperadas, a fim de assegurar a integridade da

taxocenose da herpetofauna no município.

Considerando que as maiores ameaças para os anfíbios e répteis são a

alteração e perda de habitat (e.g. intervenção em corpos d’água que servem de

sítios reprodutivos para os anfíbios; supressão de vegetação), comprometendo a

integridade dos hábitat utilizados para abrigo e forrageamento, é essencial que as

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 39/135

áreas naturais do Guarujá sejam legalmente protegidas e preservadas, visto que

compreendem diversificados ecossistemas, os quais estão associados à alta

diversidade de répteis e anfíbios que abrigam a área de estudo.

4.2.2. Avifauna

Entre os diferentes grupos de animais, as aves se destacam por prover

importantes serviços ecossistêmicos ao ser humano (SEKERCIOGLU et al., 2016).

Ao atuarem como organismos-chave no equilíbrio ecológico geral dos ecossistemas

onde vivem, as aves acabam sendo particularmente importantes nos processos de

ciclagem de nutrientes, polinização e dispersão de sementes de espécies vegetais,

decomposição de carcaças e restos de alimento, controle de pragas (insetos e

roedores), entre outros (SEKERCIOGLU et al., 2016). Por serem animais

carismáticos e de fácil observação na natureza, as aves são também consideradas

importantes provedores de serviços culturais, uma vez que agregam valor

ambiental, social e econômico em atividades recreativas relacionadas ao ecoturismo

e birdwatching - observação recreativa de aves silvestres na natureza

(ALEXANDRINO et al. 2019).

No município do Guarujá, a compilação de oito estudos técnicos de 2012 até

2019, revela um total de 302 espécies de aves com ocorrência nas áreas do

município e seu entorno, cerca de 38 % do número de espécies que ocorre em todo

o Estado de São Paulo (Anexo C).

Entre estas espécies levantadas, 68 são espécies endêmicas de Mata

Atlântica; 21 apresentam algum grau de ameaça de extinção em listas estaduais

(SMA/SP, 2018), nacionais (MMA, 2018) e internacionais (IUCN, 2020); 9 são

espécies com hábitos migratórios, maior parte espécies com hábitos aquáticos; e 3

são espécies exóticas (não-nativas do Brasil).

Em âmbito sanitário, uma espécie, o urubu-de-cabeça-preta Coragyps

atratus, apresenta relevância especial, uma vez que grandes aglomerações de

indivíduos dessa espécie em torno de lixões ou carcaças podem favorecer a

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 40/135

proliferação de doenças ao ser humano. Em relação às aves florestais, pode-se

destacar o urú Odontophorus capueira, a jucupemba Penelope superciliaris, o

macuco Tinamus solitarius e a saracura-três-potes Aramides cajanea como

espécies com baixa capacidade de voo e geralmente procuradas por caçadores.

Entre estas, o macuco Tinamus solitarius é considerado “quase ameaçado” (NT-

near threatened) de extinção pela IUCN (2018) e “vulnerável” no Estado de São

Paulo (SMA/SP, 2018).

Algumas das espécies de aves que ocorrem na região da área de estudo

apresentam funções ecológicas especiais, como as frugívoras. Estas espécies, por

preencherem a importante função de dispersar sementes de plantas, acabam não

apenas ajudando na manutenção da dinâmica natural das populações vegetais, mas

também favorecendo na regeneração das florestas (CARLO & MORALES, 2016).

Entre as espécies frugívoras, destaca-se a araponga Procnias nudicolis e o

pavó Pyroderus scutatus (Figura 4.33), ambas espécies que vivem no dossel das

florestas. A araponga apesar de não ser enquadrada em nenhuma lista nacional ou

estadual, é considerada como “Vulnerável” em escala global (IUCN, 2018). Além

desses, os sabiás (gênero Turdus) e os sanhaços e saíras (gênero Tangara), e as

espécies representantes do gênero Euphonia são particularmente importantes no

processo de regeneração natural das florestas, pois atuam como dispersores de

sementes de plantas nas áreas de transição entre floresta e áreas abandonadas

(BARROS et al., 2019).

Entre as espécies insetívoras que habitam o extrato médio das florestas (sub-

bosque), destaca-se a choquinha-cinzenta Myrmotherula unicolor. Esta espécie, que

se mostrou frequente nos estudos avaliados, habita florestas de restingas ou

ombrófilas de até 500 m de altitude, enquadrada na categoria “Quase Ameaçada”

em nível global (IUCN 2018).

Entre as espécies endêmicas de Mata Atlântica, o tiê-sangue Ramphocelus

bresilius (Figura 4.30) ganha destaque pela plumagem vermelha intensa dos

indivíduos machos e pela ocorrência frequente em florestas de restinga. Entre as

demais espécies ameaçadas que ocorre na área de estudo, o gavião-pombo-

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 41/135

pequeno Amadonastur lacernulatus, espécie florestal considerada “Vulnerável” a

extinção âmbito estadual, nacional e também internacional (IUCN), deve ganhar

atenção especial, pois é bastante sensível à perda de habitat florestal. Pode-se

destacar também o papagaio-moleiro Amazona farinosa, espécie de ave frugívora

considerada “Criticamente Ameaçada” no estado de São Paulo.

Com base nas informações levantadas, (1) a elevada diversidade de

espécies, (2) as importantes funções e serviços ecossistêmicos desempenhados, e

(3) a presença de 21 espécies enquadradas em algum nível de ameaça de extinção

em listas internacional, nacional e estadual, tornam a avifauna local uma sólida

justificativa para a necessidade de criação de instrumentos legais que orientem a

utilização dessas áreas de maneira racional, ou seja, que respeitem e alinhem

valores ambientais, econômicos e sociais. Assim, a conservação e/ou uso

sustentável dos serviços providos pelas aves na UC Serra de Santo Amaro, pode ter

como estratégia a manutenção dos habitats florestais intactos, o que pode ser

favorecido pelo estímulo às práticas sustentáveis que agregam valor ambiental às

áreas naturais.

Complementarmente, ressalta-se que o estímulo ao ecoturismo e o

birdwatching podem servir como instrumentos úteis, uma vez que, além de

agregarem valor conservacionista às áreas naturais dentro da UC, ajudam também

a promover a educação ambiental e a ciência cidadã - atividade comunitária que

gera informações abertas sobre a ocorrência de espécies de aves de maneira

voluntária e sem custos financeiros.

As Figuras 4.30 a 4.35 ilustram algumas das espécies que compõem a

avifauna do município do Guarujá.

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Figura 4.30 - Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius), espécie endêmica da Mata Atlântica, típica de floresta de restinga. Fonte: CPEA.

Figura 4.31 - Cambacica (Coereba flaveola), espécie que atua na polinização de plantas. Fonte: CPEA.

Figura 4.32 - Coruja-orelhuda (Asio clamator), espécie que apresenta potencial de controle de roedores praga. Fonte: CPEA.

Figura 4.33 - Pavó (Pyroderus scutatus), espécie frugívora que habita o dossel das florestas. Fonte: CPEA.

Figura 4.34 - Sabiá-coleira (Tudus albicolis), espécie frugívora que habita o sub bosque das florestas. Fonte: CPEA.

Figura 4.35 - Saíra-amarela (Tangara cayana) se alimentando de frutos de Embaúba (Cecropia sp), espécie de planta pioneira, importante para regeneração das florestas. Fonte: CPEA.

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4.2.3. Mastofauna

A caracterização da mastofauna compreendeu pequenos mamíferos

terrestres não-voadores e voadores (quirópteros) e médios e grandes mamíferos

terrestres. No Anexo C está apresentada a compilação dos registros de

mastofauna. Tendo como base os trabalhos consultados para o levantamento desse

grupo faunístico no munícipio do Guarujá e em regiões próximas, são estimadas 69

espécies com provável ocorrência na área, dentre os quais estão inclusos

mamíferos terrestres de pequeno, médio e grande porte (58 espécies) e mamíferos

voadores (11 espécies).

Dentre as espécies mais citadas, encontram-se o gambá-de-orelhas-pretas

Didelphis aurita e o mão-pelada Procyon cancrivorus (Figura 4.38), espécies estas

de hábitos prioritamente carnívoros e que desempenham forte papel ecológico no

controle de populações de presas como roedores, aves, répteis, invertebrados,

entre outros, os quais tendem a passar por um aumento populacional exponencial

com o desaparecimento de mamíferos carnívoros predadores. Além de espécies

carnívoras, espécies de hábitos prioritamente herbívoros e frugívoros, como o

veado-mateiro Mazama americana, o tatu-galinha Dasypus novemcinctus e os

morcegos Sturnira lilium (Figura 4.44) e Artibeus lituratus (Figura 4.45), por

exemplo, também desempenham papéis ecológicos de extrema importância no

ambiente, tanto nos processos zoocóricos de dispersão de sementes quanto no

controle do crescimento de plântulas.

Algumas espécies registradas nos estudos consultados, como o gambá-de-

orelhas-pretas, a catita Marmosops incanus, o bicho-preguiça Bradypus variegatus,

o bugio-ruivo Alouatta guariba, o macaco-prego Sapajus nigritus e algumas

espécies de ratos-do-mato como Akodon serrensis, Euryoryzomys russatus,

Thaptomys nigrita e Trinomys iheringi, são consideradas endêmicas de Mata

Atlântica, ou seja, apresentam ocorrência restrita a esse bioma. Dessas, destaca-se

para a região o bicho-preguiça, que é uma espécie estritamente florestal, e é

comumente avistada nas áreas florestadas do município de Guarujá. O esquilo

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Garlinguetus ingrami (Figura 4.42), espécie também arborícola, comumente é visto

nas áreas de mata do Guarujá.

O ouriço-cacheiro Sphiggurus villosus (Figura 4.36) é uma espécie de

sensibilidade-média e também é frequentemente avistada no Guarujá. No entanto,

essa espécie eventualmente é avistada em áreas urbanizadas, por vezes, se

deslocando em fios de eletricidade. Observações em áreas alteradas podem estar

associadas à ausência de dossel, estrutura florestal formada pelo fechamento da

copa das árvores, uma vez que são arborícolas.

Das espécies que compõe a taxocenose de mamíferos do presente estudo,

18 espécies encontram-se ameaçadas de extinção, seja no estado de São Paulo

(SMA, 2018) e/ou no Brasil (MMA, 2014), sendo dez médios e grandes mamíferos e

oito pequenos mamíferos. Além disso, duas espécies estão com Dados Deficientes

(DD) nas listas supracitadas.

Das espécies ameaçadas, destacam-se os médios e grandes mamíferos que

possuem uma área de vida extensa, precisando de grandes áreas florestais para a

sua sobrevivência (e.g. o veado-mateiro Mazama americana, Figura 4.39; o primata

bugio-ruivo Alouatta guariba; e os felinos gato-do-mato-pequeno Leopardus

guttulus, jaguatirica L. pardalis, gato-maracajá L. wiedii e onça-parda Puma

concolor). Já a lontra Lontra longicaudis, a qual possui hábitos associados a

ambientes aquáticos, necessita de áreas aquáticas e florestais minimamente

preservadas que forneçam os recursos necessários da espécie. Dessas espécies

supracitadas, quanto à sensibilidade a alterações ambientais, exceto a jaguatirica,

que possuem média sensibilidade as demais espécies tem alta sensibilidade, o que

representa que são vulneráveis à interferências ambientais.

Dos oito pequenos mamíferos que constam em alguma das listas de

espécies ameaçadas, três são cuícas e cinco são ratos-do-mato, como exemplo

destaca-se o rato-pitoco Thaptomys nigrita (Figura 4.43), endêmico do bioma Mata

Atlântica e “Quase Ameaçado” no estado de São Paulo (SMA, 2018). A principal

ameaça para a sobrevivência desse grupo é a perda e a degradação de habitats e

sistemas naturais, o que promove a crescente perda de presas e áreas de vida.

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Dentre as espécies listadas com status de exóticas invasoras, incluem-se

espécies diretamente relacionadas com atividades e bem-estar do homem, como o

cachorro-doméstico Canis lupus familiaris e o gato-doméstico Felis catus

domesticus, e espécies de hábitos de menor contato com o homem, como o javali

Sus scrofa e os roedores Rattus norvegicus e Rattus sp. A introdução de mamíferos

exóticos no ambiente representa um grande risco, pois devido a sua facilidade de

adaptação ao ambiente, podem se comportar como predadores de populações

nativas e como competidores de outras espécies de hábitos predadores, além de

prejudicar o recrutamento de plântulas em remanescentes florestais e de dificultar a

recuperação de áreas degradadas.

Dadas as características da mastofauna, hábitos comportamentais, restrições

geográficas e funções ecológicas intrínsecas a esse grupo faunístico, a preservação

dos remanescentes florestais se faz necessária para a preservação dos espécimes

da mastofauna regional e para a integridade dos processos ecológicos na área.

Ainda, com o crescente processo de urbanização da cidade, populações de

mamíferos ainda persistem na região mesmo após diversas pressões como a caça

e o desmatamento ilegal, sendo, portanto, uma pressão já excessiva para o grupo,

de forma que o restante das áreas naturais que abrigam essas espécies é essencial

para a sobrevivência deste grupo na região.

Vale destacar que devido à pressão da caça, a falta de predadores de topo

faz com que aumente demasiadamente o número das espécies presas, o que

acarreta indiretamente em desequilíbrio ecológico para o ecossistema. Importante

considerar que para os grandes mamíferos, como os felinos, que possuem extensa

área de vida, os corredores ecológicos formados entre os morros localizados no

Guarujá, situados na área prevista para a UC Serra do Santo Amaro com a Serra do

Guararu, se fazem imprescindíveis para o deslocamento necessário e consequente

sobrevivência dessas espécies, garantindo o fluxo gênico.

Figura 4.36 - Ouriço-cacheiro Sphiggurus villosus. Fonte: CPEA.

Figura 4.37 - Cutia Dasyprocta leporina. Fonte: CPEA.

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Figura 4.38 - Rastro de Mão-pelada Procyon cancrivorus. Fonte: CPEA.

Figura 4.39 - Veado-catingueiro Mazama gouazoubira. Fonte: CPEA.

Figura 4.40 - Cachorro-do-mato Cerdocyon thous. Fonte: CPEA.

Figura 4.41 - Jaguarundi Herpailurus yagouaroundi. Fonte: CPEA.

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Figura 4.42 - Esquilo. Garlinguetus ingrami. Fonte: CPEA.

Figura 4.43 - Rato-pitoco Thaptomys nigrita. Fonte: CPEA.

4.44 - Morcego-fruteiro Sturnira lilium. Fonte: CPEA.

4.45 - Morcego-da-fruta Artibeus lituratus. Fonte: CPEA.

4.46 - Morcego-beija-flor Anoura caudifer. Fonte: CPEA.

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4.2.4. Fauna aquática

A fauna dos ambientes aquáticos do Guarujá é composta de uma vasta

diversidade de espécies que abrange peixes, crustáceos, moluscos, entre outros,

que pode ser atribuída ao complexo de ecossistemas aquáticos da região, incluindo

a ampla área de manguezais, de rios e de riachos costeiros.

No Anexo C é apresentada a compilação dos registros de fauna aquática. Os

trabalhos consultados para o levantamento da fauna aquática da região mais

próxima a Ilha de Santo Amaro descreveram 182 espécies, sendo a maioria

composta por peixes (157), e o restante por sirís, camarões, caranguejos, lulas,

moluscos, entre outros.

Conhecidos mundialmente como berçário natural da vida aquática, os

manguezais são ecossistemas capazes de reter por meio das raízes de suas

árvores a matéria orgânica e o sedimento que vem dos rios e riachos continentais, e

que servem de recurso pra pequenos invertebrados, sirís, caranguejos, entre outros

residentes da biota. Adicionalmente, as raízes também oferecem áreas de

alimentação e de proteção para alevinos de espécies de peixes e de adultos de

pequeno porte, que utilizam o ecossistema para se reproduzirem e se alimentarem

dos organismos que ali vivem. Sendo assim, o manguezal é um ecossistema que

une os ambientes marinhos e limnológicos, e nutre a diversidade de espécies da

vida aquática.

Mas seu papel não é apenas ecológico. Uma vez que o manguezal contribui

com a fauna de peixes e crustáceos, também promove subsistência para as

comunidades locais que utilizam desses recursos pesqueiros como fonte de renda e

sobrevivência. Diversas espécies de peixes levantadas são importantes para a

economia local, como o robalo (Centropomus parallelus e C. undecimalis), a betara

(Menticirrhus americanus e M. littoralis), a corvina (Micropogonias furnieri), o espada

(Trichiurus lepturus), pescadas (Ctenosciaena gracilicirrhus, Cynoscion virescens,

Macrodon ancylodon, etc..), o parati (Mugil curema), a tainha (Mugil liza), entre

outros espécimes da ictiofauna, bem como diversos sirís (Arenaeus cribrarius,

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Callinectes danae, C. ornatus, C. sapidus, Achelous spinimanus), camarões

(Artemesia longinaris, Penaeus brasiliensis, P. schmitti, Rimapenaeus constrictus,

Xiphopenaeus kroyeri) e caranguejos (Persephona brasiliensis, P. lichtensteinii,

Menippe nodifrons e Ucides cordatus).

Além das áreas de manguezais, os rios de água doce também exercem

função ecológica fundamental para toda a diversidade limnologica, estuarina e

marinha. Além de permitir um maior aporte de matéria orgânica ao longo de corpos

hídricos e de promover uma maior diluição da contaminação possivelmente

encontrada mais em seus deságues, os rios de água doce são comumente alvo de

espécies de peixes anádromas que migram rio acima para se reproduzirem. Na

região, o robalo é o principal exemplo de espécie anádroma, mas também há outros

exemplos como bagres, corvinas e tainhas. Logo, a integridade dos ecossistemas

dulcícolas e manguezais se fazem fundamentais para toda a vida aquática, e

possuindo elevada importância na preservação de espécies tanto dos rios, como da

vida marinha.

Os ecossistemas naturais marinhos e dulciaquícolas do Guarujá também

representam grande importância na conservação de espécies ameaçadas de

extinção e de maior sensibilidade. Foram levantadas 64 espécies citadas nas

listagens oficiais de espécies ameaçadas do estado de São Paulo (SMA, 2018) e do

Brasil (MMA, 2014), com ênfase nas espécies consideradas ameaçadas –

Epinephelus marginatus (garoupa), Hippocampus reidi (cavalo-marinho), Genidens

barbus (bagre-branco) e Rioraja agassizi (raia-santa) – e criticamente ameaçada de

extinção - Pogonias cromis (miraguaia).

Dentre as espécies de peixes reportadas em estudos realizados no município

e nas suas proximidades, uma parcela é de espécies típicas de ambientes de águas

doce, encontradas em pequenos riachos costeiros da região, apesar da quantidade

de informação sobre esses ambientes serem escassos para o município. Algumas

das espécies de peixes de água doce, como a tuvira (Gymnotus pantherinus),

lambaris-listrados (Hollandichthys multifasciatus) e os rivulídeos (Atlantirivulus

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santensis), são altamente sensíveis por necessitarem de uma água mais límpida,

com elevada oxigenação e maior integridade ambiental, como margens mais

preservadas, baixa erosão e maior nutrição a partir da decomposição de matéria

orgânica, de insetos (larvas e adultos), folhas, frutos e outros restos de vegetação

da margem.

No entanto, também se constatou em ambientes de água doce a detetecção

de espécies exóticas como a carpa (Cyprinus carpio), o espadinha (Xiphophorus

helleri), e a tilápia-do-nilo (Oreochromis niloticus), que podem causar o declínio

populacional de espécies nativas, pela predação e competição por outros recursos.

A introdução de espécies em ambientes de água doce é geralmente associada a

solturas por moradores que interrompem suas atividades de aquarofilia (aquários e

fonte artificiais) e destinam os peixes aos corpos d’água mais próximos, tornando

importante a realização de identificação e monitoramento de atividades desse tipo

na área em questão.

Dada as informações levantadas quanto à riqueza, identificação de espécies

ameaçadas e sensíveis, além de espécies exóticas e introduzidas, é importante

ressaltar, por fim, que são diversas as pressões nos ambientes aquáticos realizadas

pela população que reside no Guarujá e também pelo turismo, como ocupação para

construção de moradia, corte de vegetação marginal ripária, lançamento irregular de

esgoto de moradias conhecidas como palafitas, lançamento de resíduo sólido nos

rios, riachos e no estuário, pesca irregular, entre outras que precisam ser avaliadas

e monitoradas, para que haja real conhecimento dos ambientes limnológicos, e

fundamentalmente, para subsidiar ações que garantam a conservação dessas áreas

de grande importância ambiental.

Destaques:

a fauna terrestre e aquática do município do Guarujá compreende alta

diversidade de espécies e a maioria das espécies estão associadas a

ambientes florestais e ambientes aquáticos preservados;

foram observados os mais variados hábitos das espécies, o que

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 51/135

demonstra alta complexidade dos ambientes aos quais as espécies

estão intimamente associadas;

registrou-se espécies endêmicas para bioma Mata Atlântica, sobretudo

para herpetofauna, sendo que algumas as espécies deste grupo

também são endêmicas das montanhas da Serra do Mar;

a avifauna e mastofauna registrada apresentam espécies que constam

nas listas de espécies ameaçadas de extinção, seja em São Paulo

quanto no Brasil. E, sobretudo, muitas espécies são

consideravelmente sensíveis às interferências e alterações nos

ambientais naturais onde vivem;

a criação de instrumentos legais que visem a conservação e

manutenção das áreas florestais e dos ambientes aquáticos naturais

deste município, alinhando valores ambientais, econômicos e sociais

se faz necessária, para que sejam mantidas as populações de fauna

terrestre e aquática da região;

ressalta-se a importância da criação desta UC para a manutenção do

corredor ecológico existente desde o Guarujá até Bertioga,

preservando o fluxo das espécies ao longo das áreas naturais e,

portanto, a biodiversidade da fauna.

4.3. VETORES DE PRESSÃO SOBRE A FAUNA E FLORA Foram identificados na área de estudo os seguintes vetores de pressão para a flora

e fauna citados na literatura consultada:

Ocupações irregulares: o município foi alvo de intensa urbanização ao

longo do tempo, inclusive em áreas de preservação permanente, o que

ameaça a manutenção da vegetação natural do município. Dessa forma,

torna-se importante manter a continuidade de ações de fiscalização e de

disciplinamento do uso do solo no entorno dos remanescentes de vegetação

natural;

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Turismo predatório: o Guarujá recebe grande quantidade de turistas em

feriados e finais de semana por estar próximo à Região Metropolitana de

São Paulo e por seus atrativos turísticos. Esse grande volume de turistas

ameaça a conservação dos remanescentes de vegetação natural,

sobrecarregando-os pela demanda por passeios em trilhas, por exemplo,

que pode gerar a abertura de trilhas sem planejamento, levando ao aumento

de áreas desmatadas. Outras consequências da grande quantidade de

turistas podem ser citadas, como: a disposição inadequada de resíduos

sólidos, vandalismo, coleta de material vegetal e aumento da poluição

sonora, do ar e da água. Dessa forma, é importante fiscalizar e disciplinar a

atividade turística, além de manter e fortalecer ações de educação ambiental

da população local e de turistas;

Mudanças climáticas: o município do Guarujá está localizado no nível do

mar e, portanto, será afetado pela elevação do seu nível. A vegetação

natural também será ameaçada por essa elevação do nível do mar

resultante das mudanças climáticas, grande parte podendo ficar submersa,

principalmente as fitofisionomias localizadas em áreas mais baixas, como a

restinga, o mangue e parte da Floresta Ombrófila Densa. Assim, é

importante monitorar o aumento do nível do mar e seus impactos para

possibilitar a indicação de medidas mitigadoras dos impactos para a

conservação da Mata Atlântica.

Perda de hábitat e perda de conectividade na paisagem: a expansão da

atividade portuária (Complexo Portuário) e de petróleo (relacionadas à

descoberta de petróleo no Pré-sal da Bacia de Santos) estão induzindo o

planejamento de novos empreendimentos na Baixada Santista. As áreas

mais afetadas pelo desmatamento serão as próximas a regiões estuarinas e

na porção continental de Santos, Guarujá, Cubatão e São Vicente. Os

empreendimentos em processo de licenciamento estão relacionados à

operação portuária, terminais de petróleo e terminais retroportuários,

ameaçando reduzir a área de mangue e florestas, inclusive do município de

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 53/135

Guarujá. Assim, é necessário conservar a maior parte dos remanescentes de

mangue e floresta em UC para proteger esses habitats e manter a

conectividade da floresta urbana do município, importantes para a

conservação da biodiversidade local e fornecimento de serviços

ecossistêmicos para a população do Guarujá.

Poluição dos ambientes aquáticos: a poluição dos ambientes aquáticos

afetam as comunidades aquáticas, incluindo os recursos pesqueiros

consumidos pela população local. Ações de controle e fiscalização de fontes

de poluição devem ser intensificadas para minimizar seus impactos

negativos na biodiversidade e qualidade ambiental de ambientes aquáticos.

Introdução de espécies exóticas invasoras: as espécies exóticas

ameaçam a biodiversidade local, por meio da competição por recursos,

predação de espécies nativas e ocupação de habitat. Dessa forma, sua

presença nos remanescentes de ecossistemas naturais do Guarujá deve ser

estudada e monitorada a fim de planejar ações de mitigação para promover

a conservação da biodiversidade local.

Pesca e extração irregular (para comunidades aquáticas): a prática

irregular de pesca e extrativismo em ambientes aquáticos do município afeta

os estoques de recursos naturais de ambientes aquáticos consumidos pela

população, ameaçando seu uso sustentável, com impactos negativos na

biodiversidade de comunidades aquáticas. Torna-se importante fiscalizar

essas atividades e fortalecer ações de educação ambiental junto à

população local para que a pesca e extrativismo em ambientes aquáticos

sejam sustentáveis, benefiando a população local e a biodiversidade.

Captura e caça: para comércio de pássaros canoros, a exportação

clandestina para o mercado internacional de animais de estimação e a caça,

com destaque para o réptil jacaré-do-papo-amarelo, o lagarto teiú e para os

médios e grandes mamíferos. Dessa forma, é impotante fiscalizar essas

práticas que afetam a fauna local de modo a dimunui-las. També é

importante fortalecer ações de educação ambiental junto à população local

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 54/135

para aumentar a conscientização sobre os impactos dessas práticas para a

biodiversidade.

5. MEIO FÍSICO

Neste item apresenta-se a caracterização do meio físico da área de estudo

que contempla a Serra de Santo Amaro. Foram descritas a geologia,

geomorfologia/padrões de relevo, hipsometria e declividade, cartas de

suscetibilidade, geotécnica e risco, hidrografia, clima e mineração.

5.1. GEOLOGIA, GEOMORFOLOGIA E PEDOLOGIA

Neste item apresentam-se os aspectos da Geologia, Geomorfologia e

Pedologia da área de estudo, bem como a integração desses temas nas análises

estruturadas na forma das cartas de suscetibilidade, geotécnica e na atualização do

mapeamento das áreas de risco realizado em 2016.

5.1.1. Geologia

O substrato da região do Município de Guarujá está incluído na Província

Mantiqueira, representada pelas rochas do Complexo Costeiro e por granitos do

orógeno Araçuaí-Rio Doce. As unidades mais recentes, cenozoicas, resultam da

combinação do tectonismo que originou a Serra do Mar e das variações do nível do

mar e flutuações climáticas regionais, cujos principais eventos resumem-se na

formação do relevo, presença de clima tropical úmido, invasão marinha e deposição

de sequências sedimentares associadas à Formação Cananeia. A esta se associa

externamente os sedimentos continentais coluvionares indiferenciados, os

sedimentos marinhos e mistos, atuais e subatuais, e os sedimentos aluvionares de

terraços e de calhas fluviais.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 55/135

Uma faixa de rochas cristalinas aparece na porção central do município, com

orientação NE-SW, pertencentes à Unidade Paragnáissica (NPccgp) do Complexo

Costeiro (Província Mantiqueira), sendo constituída por gnaisse kinzigítico com

núcleos antigos como restitos biotíticos, rochas calcissilicáticas e anfibolito. A leste

ocorrem, de forma pontual, rochas da Unidade Ortognáissica (NPccog), do

Complexo Costeiro, representadas por ortognaisse migmatítico cálcio-alcalino,

(hornblenda) biotita granitoide gnáissico porfiróide e augen gnaisse.

Na porção sul-sudoeste do município ocorrem rochas relacionadas ao

magmatismo relacionado ao Orógeno Araçuaí-Rio Doce, representadas pelos

granitos indiferenciados quimicamente: Guarujá-Santos (ƐaƔ4gs).

O levantamento efetuado pelo IPT (2007) nos morros da Baixada Santista

indica que as rochas predominantes na região do Município de Guarujá são

migmatitos estromatíticos e oftálmicos com porções xistosas e/ou gnáissicas que

formam o maciço que sustenta a Serra de Santo Amaro e morros adjacentes. As

demais áreas apresentam-se cobertas em grande parte por sedimentos arenosos do

Quaternário, de origem marinha e mista. Os sedimentos marinhos e mistos são de

origem flúvio/marinho/lacustre e foram retrabalhados por ação fluvial e/ou eólica,

assim como os depósitos de mangues mais modernos. A espessura destes

sedimentos chega a alcançar mais de 50 m.

Os sedimentos continentais coluvionares indiferenciados são constituídos de

depósitos detríticos, mal selecionados e imaturos: cascalhos, areias e argilas, em

proporções variáveis. Existem também nesta área camadas de solos que cobrem

rochas do embasamento, cuja granulação, mineralogia e espessura variam de

acordo com o tipo de rocha subjacente. Assim, solos mais finos, mais argilosos,

mais micáceos e mais espessos capeiam migmatitos, enquanto solos areno-siltosos

e menos espessos recobrem os granitos.

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De acordo com o Mapa Geológico do Estado de São Paulo, de Perrotta et al.

(2006) (Figura 5.1), os sedimentos quaternários correspondem aos Depósitos

Litorâneos Indiferenciados (Qli), representados por areia, silte e argila, e às

Coberturas Detríticas Indiferenciadas (Qdi), representadas por areia, silte, argila, e

cascalhos inconsolidados. Estes sedimentos perfazem a maior parte da área do

município.

As áreas de risco localizadas nos trechos sedimentares estão associadas

principalmente aos processos de solapamento de margens e, subordinadamente,

aos movimentos de massa deflagrados pela intervenção antrópica inadequada ao

terreno.

As estruturas metamórficas, anteriormente citadas, podem influenciar a

estabilidade dos taludes, pois esses elementos planares constituem planos de

fraqueza que podem condicionar a formação de superfícies de rupturas quando

posicionados de forma desfavorável em relação aos cortes executados nos taludes

(quando o plano de foliação se apresenta mergulhando, transversalmente, para fora

do corte). Esse tipo de estrutura torna ainda mais suscetíveis os terrenos a eventos

de escorregamentos, quando submetidos à ação das águas de superfície e de

subsuperfície, pois formam planos preferenciais de percolação. Por outro lado,

quando as estruturas residuais da rocha, e reliquiares em solos estruturados, estão

voltadas para “dentro do talude”, a resistência do terreno tende a aumentar. Outros

fatores que influenciam a ocorrência de escorregamentos são: a geomorfologia, o

clima, a infraestrutura urbana e os tipos de intervenção antrópica.

A Figura 5.1 apresenta a distribuição das unidades litoestratigráficas no

município, de acordo com Perrotta et al. (2006).

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Figura 5.1 – Mapa geológico simplificado da área de estudo.

5.1.2. Geomorfologia

No relevo da região costeira paulista destaca-se a Serra do Mar, por seu forte

e abrupto desnível, das porções do interior do continente para a baixada,

constituindo o que se denomina Província Costeira. É uma unidade geomorfológica

caracterizada pela drenagem escoando diretamente para o mar. Aparece como uma

estreita faixa no Litoral Norte, delimitada pela linha da costa e a borda da Serra do

Mar; alarga-se no Litoral Sul, em ampla reentrância que avança pelo baixo vale do

rio Ribeira de Iguape até alcançar a borda da Serra de Paranapiacaba. Esta

província está dividida em três zonas: Serrania Costeira, Baixadas Litorâneas e

Morraria Costeira (IPT, 1981).

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A área do Município de Guarujá está inserida no contexto das Baixadas

Litorâneas, as quais correspondem às porções baixas e têm altitudes que, em geral,

não ultrapassam 70 m (IPT, 1981).

Os relevos de agradação geram planícies litorâneas, terraços marinhos e

mangues, por meio de ações construtivas marinhas, fluviais e mistas. As planícies

litorâneas ou costeiras constituem-se por terrenos baixos e mais ou menos planos

(declividades inferiores a 2 %), próximos ao nível do mar, com baixa densidade de

drenagem, padrão meandrante, localmente anastomosado (IPT, 1981).

São formadas por sedimentos areno-argilosos inconsolidados, tanto marinhos

como fluviais e, como formas subordinadas ocorrem cordões (praias, dunas, etc.).

A planície litorânea pode ser considerada frágil por conter sedimentos não

consolidados e lençol freático pouco profundo e estar sujeita a inundações e, ainda,

por abarcar manguezais. As planícies litorâneas, na área de estudo, correspondem

à Planície Santista, a qual abrange Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande.

Os mangues estão em planícies rebaixadas em interação com o relevo, solo

e cobertura vegetal, e influência diária das marés. Estão associados a depósitos

marinhos retrabalhados por processos fluviais e aporta sedimentos finos lodosos

continentais, por sedimentação causada por floculação no contato com águas

salinas provenientes do mar nas marés altas.

A área de manguezais de toda costa do Estado de São Paulo perfaz 231 km².

A área de manguezais da bacia hidrográfica da Baixada Santista tem cerca de 120

km², o que corresponde a 52 % deste total. As áreas de manguezais no Município

de Guarujá equivalem a 12 % dentro da Baixada Santista.

Os terraços marinhos são terrenos mais ou menos planos, poucos metros

acima das planícies costeiras, com drenagem superficial ausente. Presença de

antigos cordões (praias, dunas, etc.). Os terraços marinhos, embora se vinculem às

planícies costeiras, são mais elevados.

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Desta forma, a região de Guarujá encontra-se na Planície Litorânea Santista,

com sistema de relevo de Planícies Costeiras, já descritos anteriormente, e Morros

Isolados.

Os Morros isolados apresentam topos arredondados nivelados em torno de

100 m a 300 m, vertentes ravinadas de perfis convexos a retilíneos. A rede de

drenagem é de média a alta densidade, com padrão dendrítico e vales fechados.

Ocorrem isolados nas planícies costeiras.

As características geotécnicas esperadas para o município referem-se aos

depósitos acumulados no sopé ou em saliências e reentrâncias à meia encosta,

com declividade, espessura e extensão variadas, em função da morfologia do vale.

São constituídos por blocos e fragmentos de rocha alterada, em matriz argilo-

arenosa e areno-argilosa. Os terrenos apresentam-se altamente instáveis frente a

modificações da geometria, principalmente de sua porção basal e, também, frente a

alterações no sistema de infiltração e circulação de águas. São esperadas

ocorrências de fenômenos erosivos, rolamento e queda de blocos superficiais por

descalçamento e escorregamentos.

A Figura 5.2 apresenta o mapa com os padrões de relevo na área de estudo.

Na área ocorre o predomínio das planícies e terraços fluviais e marinhos e as

planícies fluviomarinhas (mangues). Os Morros Altos em termos de extensão são a

segunda classe predominante, destacando-se nesse contexto a Serra de Santo

Amaro (IPT, 2015).

As planícies apresentam amplitudes inferiores a 20 m e declividade média

inferior a 5º. Os Morros Altos possuem amplitudes que variam de 140 a 200 m e

declividade média superior a 16º.

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Figura 5.2– Mapa de padrões de relevo da área de estudo.

5.1.3. Pedologia

Na área de estudo estão presentes os cambissolos, espodossolos, gleissolos

e os neossolos.

Conforme pode ser observado na Figura 5.3, ocorre uma predominância de

cambissolos na Serra de Santo Amaro e dos espodossolos nas planícies.

Os Cambissolos são solos constituídos por material mineral com horizonte B

incipiente subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial (exceto hístico com 40

cm ou mais de espessura) ou horizonte A chernozêmico quando o B incipiente

apresentar argila de atividade alta e saturação por bases alta. Plintita e/ou

petroplintita, horizonte glei ou horizonte vértico, se presentes, não satisfazem aos

requisitos para Plintossolos, Gleissolos ou Vertissolos, respectivamente.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 61/135

Os Espodossolos são solos constituídos por material mineral, apresentando

horizonte B espódico imediatamente abaixo de horizonte E, A ou horizonte hístico

dentro de 200 cm a partir da superfície do solo ou de 400 cm se a soma dos

horizontes A+E ou dos horizontes hístico (com menos de 40 cm) + E ultrapassar

200 cm de profundidade.

Os Gleissolos são solos constituídos por material mineral com horizonte glei

iniciando-se dentro dos primeiros 50 cm a partir da superfície do solo, ou a

profundidade maior que 50 cm e menor ou igual a 150 cm desde que imediatamente

abaixo de horizonte A ou E ou de horizonte hístico com espessura insuficiente para

definir a classe dos Organossolos. Não apresentam horizonte vértico em posição

diagnóstica para Vertissolos ou textura exclusivamente areia ou areia franca em

todos os horizontes até a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou

até um contato lítico ou lítico fragmentário. Horizonte plânico, horizonte plíntico,

horizonte concrecionário ou horizonte litoplíntico, se presentes, devem estar à

profundidade maior que 200 cm a partir da superfície do solo.

Os Neossolos são solos pouco evoluídos, constituídos por material mineral

ou por material orgânico com menos de 20 cm de espessura, não apresentando

nenhum tipo de horizonte B diagnóstico. Horizontes glei, plíntico, vértico e A

chernozêmico, quando presentes, não ocorrem em condição diagnóstica para as

classes Gleissolos, Plintossolos, Vertissolos e Chernossolos, respectivamente.

Os cambissolos háplicos ocorrem em uma Associação de Cambissolo

Háplico textura argilosa ou média + Neossolo Litólico textura média, substrato

granitoides, ambos Tb distrófico a moderado, fase rochoso e não rochoso, relevo

forte ondulado e montanhoso. O Espodossolo Humilúvico/ferri-humilúvico,

hidromórfico ou não hidromórfico distrófico, fase relevo plano e suave ondulado.

O gleissolo sálico ocorre em Associação de Gleissolo Sálico ou Tiomórfico +

Neossolo Quartzarênico Hidromórfico sálico, fase relevo plano. Já os Gleissolos

Háplicos ocorrem em grupamento indiscriminado de Gleissolo Háplico ou Melânico

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e Cambissolo Háplico Tb Distrófico a moderado ou proeminente, textura

indiscriminada, bem a imperfeitamente drenado, todos fase relevo plano.

Figura 5.3 – Mapa pedológico da área de estudo.

5.1.4. Hipsometria e declividade

A amplitude topográfica na área é de aproximadamente 340 m (Figura 5.4).

As cotas topográficas mais altas estão localizadas na Serra de Santo Amaro, Morro

do Botelho, Morro do Pitiú, Morro do Sorocotuba, Morro do Pinto, Morro do Maluf,

Morro do Monduba, Morro de Icanhema, Morro da Península, Morro da Barra e

Morro do Stéfano.

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Figura 5.4 – Carta hipsométrica da área de estudo.

A declividade predominante na área na porção das planícies é inferior a 10º.

Na Serra de Sorocutuba e Morros as declividades são superiores a 25º (

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Figura ).

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Figura 5.5 – Mapa de declividade da área de estudo.

5.1.5. Carta de Suscetibilidade

A Carta de Suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e

inundação para o município do Guarujá foi elaborada em 2015, segundo a

metodologia desenvolvida pelo instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) para o

Serviço Geológico do Brasil (CPRM) (IPT; CPRM, 2014). A abordagem adotada

para este trabalho apoiou-se nos fatores permanentes, ou seja, nas condições

predisponentes dos terrenos, principalmente nas características geológicas,

topográficas e morfológicas das bacias hidrográficas que tendem a favorecer o

transbordamento do nível d’água e aos movimentos de massa, por ocasião de

chuvas intensas.

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Na área de estudo predomina a classe de suscetibilidade alta para inundação

nas planícies e movimentos de massa na porção de morros altos, como pode ser

visualizado na Figura 5.6 ao longo de toda a Serra de Santo Amaro.

Figura 5.6 – Carta de suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundações.

Os solos superficiais nas áreas de morros e na Serra de Santo Amaro

apresentam alta suscetibilidade a erosão, contudo as planícies possuem baixa

suscetibilidade a erosão (Figura 5.7).

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Figura 5.7 - Carta de suscetibilidade aos processos erosivos.

5.1.6. Carta Geotécnica

Foram delimitadas nove unidades homogêneas, quanto ao comportamento

esperado frente às solicitações impostas pela ocupação, sendo elas: sedimentos de

mangue (I), sedimentos flúvio-lagunares e de baía (II), sedimentos marinhos (III),

faixas de sopé de encostas (IV), depósitos detríticos e alveolares (V – VA e VB),

encostas com declividades abaixo de 60% (VI – VIA e VIB) e encostas com

declividades acima de 60% (VII) (Figura 5.8) (IPT;IG, 1989). Todas as nove

unidades estão presentes na área de estudo. Segue abaixo a descrição dessas

unidades.

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Figura 5.8 - Carta geotécnica com as unidades homogêneas presentes na área de estudo.

A unidade I engloba os sedimentos de mangue, terrenos baixos e planos,

sujeitos a períodos cíclicos de inundação, conforme a variação das marés. Os

terrenos são impróprios à ocupação, destinados à preservação, inclusive de áreas

próximas, cuja ocupação possa afetar o equilíbrio do mangue, enquanto

ecossistema.

A unidade homogênea II composta por sedimentos flúvio-lagunares e de

baía, ocorrem em terrenos de baixíssima declividade, entre 1,0 e 2,5 m, acima do

nível médio das marés. Os terrenos são aptos à ocupação urbana, desde que

adotadas obras e medidas específicas, voltadas principalmente à drenagem e

fundação. Também são aptos à ocupação industrial, desde que sejam impostas

restrições ligadas à poluição, principalmente das águas.

A unidade III engloba os terrenos de baixa declividade, constituídos

essencialmente por areias, formados por terraços elevados com cotas de 5 m a 13

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m acima do nível do mar, antigos cordões litorâneos, depressões areno-turfosas e

praias atuais. O nível d’água situa-se próximo à superfície, com cerca de 2 m de

profundidade. Podem ocorrer problemas eventuais de fundação ligados

principalmente a recalques em edificações de maior porte. Nas áreas de cotas mais

baixas há dificuldade de escoamento das águas superficiais e servidas e ocorrem

enchentes localizadas decorrentes da deficiência no sistema de captação e adução

de águas servidas e pluviais. Os terrenos são aptos à ocupação urbana, porém

podem ocorrer problemas localizados de drenagem e saneamento.

A unidade IV que engloba uma faixa que abrange o pé das encostas e áreas

da baixada litorânea, situadas imediatamente abaixo de zonas potencialmente

instáveis, com possibilidade de existência de blocos, tanto em superfície quanto em

profundidade envolvidos por sedimentos finos. Os problemas possíveis envolvendo

esta situação são: de impacto e deposição dos materiais provenientes de

deslizamentos das áreas de montante; recalque em fundações; e dificuldade na

implantação de infraestrutura subterrânea. Os terrenos são impróprios à ocupação,

salvo quando cada área for liberada por estudos específicos e/ou forem adotadas

obras e medidas de proteção e estabilização.

Na Unidade VA, os depósitos detríticos ocorrem acumulados no sopé ou em

saliências e reentrâncias a meia encosta, com espessuras e extensão variadas,

constituídos por blocos e fragmentos de rocha em matriz argilo-arenosa a areno-

argilosa. Os problemas associados são: deslizamentos localizados em função de

cortes e saturações de porções restritas do terreno, envolvendo, ou não, acúmulo

de lixo doméstico. Podem ocorrer, também, rolamento e queda de blocos

superficiais, eventuais deslizamentos mais significativos em consequência de cortes

na porção basal dos depósitos e/ou incremento expressivo na infiltração de água e

recalques diferenciais em fundações. Outros possíveis problemas estão associados

à implantação de infraestrutura subterrânea e poluição dos cursos d’água. Os

terrenos são aptos preferencialmente à ocupação por habitações unifamiliares,

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desde que adotadas obras e medidas específicas, voltadas principalmente à

drenagem do lote e da área de depósito.

A unidade VB desenvolve-se a montante de soleiras litológicas e/ou

estruturais, em vales de cursos d’água localizados no alto das serras e morros.

Constituídos por blocos e fragmentos de rocha alterada, com matriz areno-argilosa,

podem estar recobertos por colúvios. Os problemas que podem ocorrer nessa área

são: recalques diferenciais em fundações apoiadas em blocos e matacões;

dificuldade na implantação de infraestruturas subterrâneas; e poluição dos cursos

d’água por lixo e águas servidas. Os terrenos são aptos à ocupação urbana, com

dificuldades variáveis na implantação de vias de acesso.

A unidade VIA, engloba as encostas predominantemente retilíneas e

convexas bastante recortadas por linhas de drenagem (faixas descontínuas de

isodeclividade), com cobertura de solo coluvionar e laterizada. O solo de alteração

tem espessura variada em função, principalmente, de presença de zona de

descontinuidades (foliação metamórfica e/ou faixas de faturamento e/ou presença

de diques de rochas básicas) predominantemente mais espesso nas encostas

convexas e granulometria variando de areno-siltosa a silto-arenosa, pouco argilosa,

dependendo do substrato rochoso. Observa-se também nas encostas retilíneas

afloramento rochoso. Diques decimétricos a métricos de rochas básicas também

ocorrem, geralmente em avançado grau de alteração. Esta unidade é suscetível à

ocorrência de deslizamentos em menor proporção comparativamente à Unidade VIB

que ocorre na região. Os problemas envolvem incremento dos processos de erosão

e assoreamento de drenagem, instabilidade em áreas de empréstimo e aumento do

risco nos assentamentos subnormais em função do adensamento das ocupações

nos setores mais íngremes das encostas. Os terrenos são aptos à ocupação

urbana, desde que obras e medidas usuais de drenagem, contenção e proteção

superficial sejam implantadas adequadamente.

Na unidade VIB, as encostas são predominantemente retilíneas e pouco

recortadas por linhas de drenagem, com cobertura de solo coluvionar pouco

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frequente com até 2 m de espessura, pouco laterizada e com blocos de rocha.

Ocorre, também, solo de alteração pouco desenvolvido (até 2 m), arenoso, com

blocos de rocha alterada em contato brusco com o embasamento rochoso.

Localmente ocorre solo de alteração mais espesso (2 m a 6 m) em encostas

convexas, condicionado à presença de zonas de descontinuidade, representadas

por faixas de foliação metamórfica e/ou faixas de fraturamento intenso, associadas

ou não à Falha de Bertioga. Afloramentos rochosos são frequentes em encostas

retilíneas. Observam-se, ainda, diques decimétricos ou métricos de rochas básicas

em avançado grau de alteração. Surgências d´água normalmente ocorrem próximas

ao contato solo de alteração/rocha. Esta unidade é suscetível à ocorrência de

deslizamentos, predominando os que envolvem a cobertura de solo com blocos,

causados por episódios de saturação de porções deste solo junto ao seu contato

com a rocha subjacente. Podem ocorrer rupturas de aterros causadas

principalmente por saturação junto ao seu contato com o embasamento e/ou por

deficiência do sistema de drenagem. O solo de alteração é bastante suscetível à

erosão. As áreas são potencialmente problemáticas, porém passíveis de ocupação

urbana, desde que sejam necessariamente implantadas obras e medidas

especialmente concebidas para cada situação.

Encostas com declividades acima de 60 % (Unidade VII) abrangendo todos

os tipos de rochas cristalinas do município, predominando encostas retilíneas com

cobertura de solo coluvionar rara ou pouco espessa, solo de alteração em geral

pouco espesso e afloramentos rochosos muito frequentes. Os problemas esperados

envolvem: deslizamentos ligados principalmente a grotas ou cabeceiras de

drenagem, deslizamentos de solo próximo ao contato solo/rocha e queda de blocos

com controle estrutural. Pode também ocorrer deslizamentos induzidos por

descalçamento da encosta devido a cortes de vias de acesso e deficiência do

sistema de drenagem. Os terrenos são impróprios à ocupação urbana.

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5.1.7. Mapeamento das Áreas de Risco

Considerando o histórico de ocorrências de deslizamentos e com base no

mapeamento de áreas de risco do ano de 2007, foram identificadas 15 áreas de

risco para atualização e duas novas para o mapeamento (GRJ-16 e GRJ-17).

O Quadro 5.1 apresenta as 17 (dezessete) áreas de risco selecionadas para

mapeamento, sendo que 15 delas fizeram parte do mapeamento de 2007. Em

função disso, optou-se por manter a mesma nomenclatura adotada anteriormente.

Quadro 5.1 – Lista das áreas selecionadas para atualização do PMRR no município de Guarujá.

Sigla Áreas Sigla Áreas

GRJ-01 Perequê GRJ-10 Jardim Bela Vista

GRJ-02 Nova Perequê GRJ-11 Vila Edna

GRJ-03 Morro do Bio GRJ-12 Morro do Engenho

GRJ-04 Canta Galo GRJ-13 Morro da Cachoeira

GRJ-05 Barreira do João Guarda GRJ-14 Morro do Outeiro

GRJ-06 Vila Baiana GRJ-15 Praia do Góes

GRJ-07 Jardim Três Marias GRJ-16 Sítio Cachoeira

GRJ-08 Vale da Morte GRJ-17 Prainha Branca

GRJ-09 Vila Júlia

A Tabela 5.1 apresenta o resultado da atualização do mapeamento das áreas

de risco do município de Guarujá. Foram delimitados 14 setores de risco Alto, com

um total de 1.644 moradias nesses setores.

Tabela 5.1 – Distribuição dos setores mapeados em 2016 por área de risco.

Área Nº Setores Grau de risco Nº moradias

por setor

Perequê

(GRJ-01) 1 R3 - Alto 83

Nova Perequê

(GRJ-02) Área de Monitoramento

Morro do Bio

(GRJ-03) 1 R3 – Alto 25

Canta Galo

(GRJ-04) 1 R3 – Alto 36

Continua...

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Tabela 5.1 – Distribuição dos setores mapeados em 2016 por área de risco. (Continuação)

Área Nº Setores Grau de risco Nº moradias

por setor

Barreira do João Guarda

(GRJ-05) 1 R3 – Alto 42

Vila Baiana

(GRJ-06) 1 R3 – Alto 313

Jd. Três Marias

(GRJ-07) 1 R3 – Alto 11

Vale da Morte

(GRJ-08) 1 R3 – Alto 130

Vila Júlia

(GRJ-09) 1 R3 – Alto 170

Jd. Bela Vista - Morro do Macaco Molhado

(GRJ-10) 1 R3 – Alto 225

Vila Edna

(GRJ-11) 1 R3 – Alto 52

Morro do Engenho

(GRJ-12) 1 R3 – Alto 307

Morro da Cachoeira

(GRJ-13) 2

R3 – Alto 221

R3 – Alto 17

Morro do Outeiro

(GRJ-14) Área de Monitoramento

Praia do Góes

(GRJ-15) 1 R3 - Alto 12

Sítio Cachoeira

(GRJ-16) Área de Monitoramento

Prainha Branca

(GRJ-17) Área de Monitoramento

TOTAIS 14 R3 - Alto 1644

A Figura 5.9 apresenta a distribuição espacial das áreas de risco mapeadas

que estão inseridas na área de estudo. Assim temos das 17 áreas mapeadas para o

município, 13 localizadas na área de estudo. Na Serra de Santo Amaro estão

inseridas 10 áreas de risco, sendo que em todas, tem-se a ocorrência de setores de

alto risco (R3), como Canta Galo, Barreira do João Guarda, Vila Baiana, Jardim Três

Marias, Vale da Morte, Vila Júlia, Jardim Bela Vista/Macaco Molhado, Vila Edna,

Morro do Engenho e Morro da Cachoeira.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 74/135

Figura 5.9 – Localização das áreas de risco mapeadas que estão inseridas na área de estudo.

Dessas áreas de risco alto, mapeadas na Serra de Santo Amaro, três tiveram

eventos de escorregamento de encosta natural no início de março de 2020: Barreira

do João Guarda, Vila Baiana e Macaco Molhado, conforme imagens tiradas com o

apoio de veículo aéreo não tripulado (VANT) mostradas na Figura 5.10. Além das

perdas humanas e materiais, com base nas fotos tiradas com o VANT e do

mapeamento da vegetação natural do Instituto Florestal (IF, 2010) foi possível

estimar que uma área de mais de 19.000 m² de Floresta Ombrófila Densa foi

impactada pelo evento natural.

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Figura 5.10 – Imagens aéreas dos eventos de escorregamentos de encostas naturais obtidas com apoio de veículo aéreo não tripulado (VANT): a) Vila Baiana; b) João Guarda; c) Macaco Molhado.

Foto: IPT, março 2020

Destaques:

As áreas de risco localizadas nos trechos sedimentares estão

associadas principalmente aos processos de solapamento de margens

e aos movimentos de massa deflagrados pela intervenção antrópica

inadequada ao terreno, o que demonstra a fragilidade natural desse

ambiente. As áreas das encostas dos morros estão sujeitas aos

movimentos de massa deflagrados pela intervenção antrópica

inadequada do terreno bem como nas porções de encosta natural.

As áreas de manguezais no Município de Guarujá equivalem a 12 %

da área de manguezais de toda Baixada Santista;

Os terrenos apresentam-se altamente instáveis frente a modificações da

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 76/135

geometria, sendo esperadas ocorrências de fenômenos erosivos,

rolamento e queda de blocos superficiais por descalçamento e

escorregamentos;

Em relação à pedologia na área de estudo ocorre uma predominância de

cambissolos na Serra de Santo Amaro e dos espodossolos nas

planícies.

Grande distinção entre as declividades predominantes na área na

porção das planícies, que é inferior a 10º em relação as declividades

na Serra de Sorocutuba e Morros que são superiores a 25º;

Na área de estudo predomina a classe de suscetibilidade alta para

inundação nas planícies e movimentos de massa na porção de morros

altos;

Os solos superficiais nas áreas de morros e na Serra de Santo Amaro

apresentam alta suscetibilidade a erosão;

A unidade geotécnica definida como sedimentos de mangue, é

caracterizada por terrenos baixos e planos, sujeitos a períodos cíclicos

de inundação, conforme a variação das marés, sendo impróprios à

ocupação, destinados à preservação, inclusive de áreas próximas, cuja

ocupação possa afetar o equilíbrio do mangue, enquanto ecossistema;

Nas encostas com declividades acima de 60 % são esperados

problemas envolvendo deslizamentos de massa, sendo terrenos

impróprios à ocupação urbana;

Na Serra de Santo Amaro estão inseridas 10 áreas de risco, sendo

que em todas, tem-se a ocorrência de setores de alto risco. Dessas

áreas, três tiveram eventos de escorregamento de encosta natural no

início de março de 2020.

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5.2. RECURSOS HÍDRICOS

O município do Guarujá integra a Unidade de Gerenciamento de Recursos

Hídricos da Baixada Santista (UGRHI 7). Contudo, por ser uma ilha,

geograficamente compõe uma unidade hiodrográfica específica isolada do

continente.

A Bacia Hidrográfica da Baixada Santista, localizada na Região Hidrográfica

do Atlântico Sul, limita-se a nordeste com a UGRHI 3 (Litoral Norte), a leste e sul

com o Oceano Atlântico, a sudoeste com a UGRHI 11 (Rio Ribeira de Iguape e

Litoral Sul), e ao norte e noroeste com a UGRHI 6 (Alto Tietê).

O município está estabelecido na Ilha de Santo Amaro (sub-bacia 13) que

possui uma “espinha dorsal” constituída por um conjunto de morros que se

estendem de leste a oeste do município, do canal de Bertioga a baía de Santos.

Este divisor de águas contrasta com a baixa declividade das planícies marinhas em

ambos os lados do maciço das Serras de Santo Amaro e do Guararú.

Com nascentes localizadas nas Serras, os cursos d’água nas planícies

marinhas apresentam baixas velocidades de escoamento, meandros e elevada

sedimentação. Assim, pode-se considerar que os limites físicos da ilha impõem uma

condição de rios pouco extensos que nascem na Serra ou Planície Litorânea (ou

costeira) e que deságuam no oceano, em complexos estuarinos.

Ambientes costeiros importantes, pois representam regiões de transição entre

o continente e o mar, onde a natureza manifesta-se, sob influência de rios, mangues

e cursos d’água, em contraste à ação das marés e de outras influências oceânicas.

Caracterizados por suas funcionalidades biológicas e geoquímicas, pelos regimes

hidrológicos e oceanográficos, são ambientes diversos e complexos, além de

sensíveis às ações e impactos antropogênicos Figura 5.11.

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Figura 5.11 – Rede hidrográfica presentes na área de estudo.

Os seguintes rios correm pelo território de Guarujá: Rio de Santo Amaro; Rio

do Meio; Rio Icanhema; Rio do Peixe; Rio do Pote; Rio Acaraú; Rio Comprido e Rio

dos Patos (Figura 5.11). Esses rios de água doce são de domínio do estado de São

Paulo e as águas salgadas (marítimas) são de domínio da União. As águas

costeiras e as salobras (rios ou braços de rios de água doce em confluência com a

maré) assim como as estuarinas têm sua dominialidade em discussão. Muitos

assuntos têm sido tratados a partir do Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro

do Estado de São Paulo, Lei Estadual nº 10.019/1998, e do que consta no

Zoneamento Ecológico Econômico – ZEE – Setor Costeiro da Baixada Santista,

definido pelo Decreto Estadual 58.996/2013.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 79/135

O monitoramento da qualidade das águas superficiais do município acontece

em um único ponto no rio Santo Amaro e é realizado pela Companhia Ambiental do

Estado de São Paulo (Cetesb). No resultado apresentado no último Relatório de

Situação da UGRIH 7 o ponto do Rio Santo Amaro foi classificado como ruim,

evidenciando a influência do despejo de esgoto “in natura” provenientes dos

aglomerados subnormais à montante desses pontos de monitoramento.

O abastecimento do município de Guarujá é realizado pelo Sistema Produtor

Jurubatuba, composto por dois mananciais superficiais na Serra do Mar, o Rio

Jurubatuba e um dos seus afluentes pela margem direita, o Rio Jurubatuba-Mirim. O

sistema tem a capacidade de adução de 2.000 L/s. O sistema produtor local é

complementado pelo Sistema Cubatão (Sistema Integrado Santos, São Vicente e

Cubatão), por meio de uma interligação com Santos que atravessa o canal do Porto

de Santos (travessia subaquática) para garantir o abastecimento em períodos

críticos, seja durante a estiagem ou na alta temporada.

A ETA Jurubatuba encontra-se implantada desde 2014, bem como os

reservatórios de água tratada (+10.000m³) e ampliação da reservação de Vicente de

Carvalho (+5.000m³) em 2016. Após o tratamento na ETA Jurubatuba, segue

bombeamento que se estende por 12,5 Km até os reservatórios R1 e R1A

(Guarujá), pela margem direita da Rodovia SP-55 e, bombeamento da ETA

Jurubatuba até os reservatórios de Vicente de Carvalho. Depois segue por

gravidade, paralelas às margens da Rodovia SP-55 em direção à malha urbana de

Guarujá.

O Município de Guarujá, incluindo o distrito sede e o distrito de Vicente de

Carvalho, possui sete centros de reservação, apresentados no Quadro 5.2.

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Quadro 5.2 – Centro de reservação de água para abastecimento público de Guarujá.

Fonte: Sabesb, 2016.

A capacidade total de reservação é de 50.400 m³. Segundo as análises

efetuadas no Plano Diretor de Abastecimento de Água da Baixada Santista, volume

insuficiente para atendimento satisfatório da região, que necessitaria de um volume

mínimo da ordem de 56.500 m³.

O Plano Municipal de Macrodrenagem do município (Lei Municipal

Complementar Nº 227/2018) delimita13 bacias hidrográficas no município: Bacia do

Rio Icanhema; Bacia do Rio Guaiúba; Bacia do Rio do Meio; Bacia do Bairro

Pitangueiras; Bacia da Praia da Enseada; Bacia do Rio Santo Amaro; Bacia do

Bairro Boa Esperança; Bacia do Rio Crumaú; Bacia do Rio Acaraú; Bacia do

Estuário de Santos; Bacia do Rio Perequê; e Bacia do Bairro Boa Esperança.

Os rios da Ilha de Santo Amaro interagem com a malha urbana e são

elementos fundamentais do sistema de drenagem. Necessitam permanentemente

de dragagem para desassoreamento do Sistema de drenagem de águas pluviais. O

sistema de drenagem existente é composto por canais e galerias de características

diversas. Citam-se: canais revestidos em concreto, de forma retangular, trapezoidal

e quadrada, tubulações de concreto, galerias em concreto e canais sem

revestimento. Embora não exista um cadastro das redes de micro e

macrodrenagem, sabe-se que a rede de microdrenagem abrange 92% das vias

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 81/135

públicas da área urbana do município. A configuração deste sistema de drenagem

urbana faz com que os cursos d’água da Ilha drenem nas porções urbanizadas de

forma retificada para o oceano ou estuário do Canal de Bertioga e Baía de Santos.

No município ocorrem situações de ocupações irregulares nas regiões de

nascente, avanço urbano sobre áreas de mangues e ocupações com alto grau de

verticalização em áreas de fragilidade ambiental (RIBEIRO; OLIVEIRA, 2011). A

impermeabilização do solo ocorre em grande extensão da Planície, resultante do

processo de ocupação urbana. As áreas mais problemáticas estão nas regiões que

sofreram um intenso processo de urbanização, em grande parte verticalizada, na

qual houve o aterramento das várzeas e a canalização dos rios, intensificando o

escoamento superficial.

Em períodos de alta temporada a população do município triplica e com isso

os impactos gerados no ambiente, especialmente quanto à falta de infraestrutura

suficiente em saneamento básico (FERREIRA, 2015).

O Relatório de Situação dos Recursos Hídricos não traz informações

referentes a regiões suscetíveis à inundação na área de estudo, apesar de toda a

planície do Guarujá ter sido identificada com risco à inundação na Carta de

suscetibilidade a movimentos gravitacionais de massa e inundação do Município de

Guarujá – SP (IPT; CPRM, 2014) e esta problemática pode ser um dos principais

dilemas vivenciados pela população, como consequência da ocupação das várzeas

e zonas costeiras, onde as dinâmicas naturais de escoamento e deposição são

acrescidas de importante influência marinha.

Destaques:

O município do Guarujá integra a Unidade de Gerenciamento de

Recursos Hídricos da Baixada Santista (UGRHI 7). Contudo, por ser

uma ilha, geograficamente compõe uma unidade hiodrográfica

específica isolada do continente;

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 82/135

O município está estabelecido na Ilha de Santo Amaro (sub-bacia 13)

que possui uma “espinha dorsal” constituída por um conjunto de

morros que se estendem de leste a oeste do município, do canal de

Bertioga a baía de Santos. Este divisor de águas contrasta com a

baixa declividade das planícies marinhas em ambos os lados do

maciço das Serras de Santo Amaro e do Guararú;

Os limites físicos da ilha impõem uma condição de rios pouco extensos

que nascem na Serra ou Planície Litorânea (ou costeira) e que

deságuam no oceano, em complexos estuarinos;

No resultado apresentado no último Relatório de Situação da UGRIH 7

o ponto de monitoramento de qualidade da água no Rio Santo Amaro

foi classificado como ruim, evidenciando a influência do despejo de

esgoto “in natura” provenientes dos aglomerados subnormais à

montante desses pontos de monitoramento;

No município ocorrem situações de ocupações irregulares nas regiões

de nascente, avanço urbano sobre áreas de mangues e ocupações

com alto grau de verticalização em áreas de fragilidade ambiental

Nas regiões que sofreram um intenso processo de urbanização, em

grande parte verticalizada, houve o aterramento das várzeas e a

canalização dos rios, intensificando o escoamento superficial;

Em períodos de alta temporada a população do município triplica e

com isso os impactos gerados no ambiente, especialmente quanto à

falta de infraestrutura suficiente em saneamento básico.

5.3. CLIMA

O município do Guarujá possui clima tropical úmido, onde predominam

temperaturas superiores a 18º e índices pluviométricos anuais superiores a 2000

mm, que se distribuem ao longo do ano, com concentração no verão (IPT; IG,

1989), representando cerca de 70% da precipitação média anual, que varia de 2.000

a 4.000 mm de um local para outro devido ao efeito orográfico. A região está sob

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 83/135

influência, principalmente, da chuva do tipo convectiva, com precipitação causada

pelo movimento vertical de uma massa de ar ascendente, que é mais quente do que

o meio ambiente, usualmente mais intensa que a orográfica, mas de menor duração

e frequentemente acompanhada de trovões.

Os postos utilizados para a análise climatológica do município do Guarujá

pertencem ao Departamento de Água e Energia Elétrica (DAEE). Foram

selecionados três postos que estão inseridos na área de estudo em função da série

histórica disponível (Figura 5.12).

Figura 5.12 - Localização dos postos pluviométricos na área de estudo.

Conforme pode ser observado nas Figuras 5.13 e 5.14 o período chuvoso no

município vai de dezembro a março e o período de seca vai de junho a agosto. O

mês de janeiro é o mais chuvoso com média histórica de 296 mm (Posto E3-045).

E3-070

E3-045

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Figura 5.13 - Média histórica mensal par o posto E3-045.

Fonte: DAEE

Figura 5.14 - Média histórica mensal par o posto E3-070.

Fonte: DAEE

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Destaques:

O período chuvoso no município do Guarujá vai de dezembro a março

e o período de seca vai de junho a agosto. O mês de janeiro é o mais

chuvoso com média histórica de 296 mm.

6. MEIO ANTRÓPICO

6.1. ASPECTOS DEMOGRÁFICOS

A caracterização demográfica consistiu do levantamento de dados referentes

ao número de habitantes residentes no município de Guarujá (considerando a

população total, urbana e rural; e população por faixa etária); as taxas de

natalidade, fecundidade e índice de envelhecimento; a taxa de mortalidade; a Taxa

Geométrica de Crescimento Anual – TGCA; e os principais indicadores de

condições de vida. Os dados foram coletados em março de 2020 na Fundação

Seade (Informações dos Municípios Paulistas)2, com base nos censos demográficos

do IBGE relativos às décadas de 1980, 1991, 2000 e 2010, além da estimativa de

população para 2019.

6.1.1. População total

De acordo com os dados da Figura 6.1, observa-se que o município de

Guarujá apresentou um crescimento mais acentuado de sua população no período

entre as décadas de 1980 a 1991, com diminuição gradativa de crescimento nas

décadas subsequentes.

2 Fundação Seade (http://www.imp.seade.gov.br/frontend/#/). Acesso em: mar. 2020.

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Figura 6.1 - Evolução da população total do município de Guarujá no período de 1980 a 2019.

O Quadro 6.1 mostra a evolução da população total do município de Guarujá,

da Região Metropolitana da Baixada Santista - RMBS e do Estado de São Paulo -

ESP. Conforme dados do censo de 2010, Guarujá registrava um total de 290.526

habitantes, compreendendo cerca de 17 % da população da RMBS e 0,7 % da

população do ESP.

Quadro 6.1 - Evolução da população total no período de 1980 a 2019 para o município de Guarujá, RMBS e ESP.

Unidade Territorial

População total (nº de habitantes)

1980 1991 2000 2010 2019

Estado de São Paulo

24.953.238 31.436.273 36.974.378 41.223.683 44.314.930

RM da Baixada Santista

- - 1.473.912 1.662.392 1.814.949

Município de Guarujá

150.347 208.818 264.235 290.526 313.756

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6.1.2. População Urbana e Rural

O Quadro 6.2 apresenta os dados referentes à população urbana e rural, à

densidade demográfica e à taxa de urbanização do município de Guarujá.

Os dados do Quadro 6.2 mostram que a população do Município é

praticamente urbana, uma vez que sua população rural inexistia no censo de 1980 e

representa menos que 0,03 % da população total nos demais censos e estimativa.

Esse fato é corroborado pela alta taxa de urbanização do Município.

Quadro 6.2 - Distribuição da População Urbana e Rural, Densidade Demográfica e Taxa de Urbanização do município de Guarujá no período de 1980 a 2019.

Censo 1980 1991 2000 2010 2019

População Urbana (nº hab.)

150.347 208.803 264.156 290.470 313.696

População Rural (nº hab.) - 15 79 56 60

Dens. Demogr. (hab./km2) 1.054,41 1.464,47 1.853,12 2.025,28 2.166,97

Taxa de Urbanização (%) 100 99,99 99,97 99,98 99,98

6.1.3. População por Faixa Etária

Conforme dados da Figura 6.2 e Quadro 6.3, na década de 1980 havia predomínio

de população situada na faixa etária entre 0 e 4 anos (22.815 habitantes), seguido

da faixa etária entre 5 e 9 anos, com 18.378 pessoas. A população situada nas

faixas etárias seguintes, com idade entre 10 e 24 anos, mostra um comportamento

semelhante, em torno dos 16.000 em cada faixa. A partir da faixa dos 25 anos nota-

se um decréscimo gradativo do número de habitantes em cada faixa etária, até

alcançar a última faixa (75 anos e mais), que apresentava apenas 1.020 pessoas.

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Figura 6.2 - Distribuição da População de Guarujá por Faixas Etárias, no período de 1980 a 2019.

Na década de 1991 as três primeiras faixas etárias, compreendidas entre 0 e

14 anos, tiveram um comportamento semelhante, com população em torno de

23.500 habitantes. As duas faixas etárias seguintes, entre 15 e 24 anos, também

mostraram dados semelhantes, em cerca de 21.000 pessoas. Nas faixas etárias

seguintes nota-se um decréscimo gradativo de habitantes, até a última faixa etária.

A década de 2000 mostra uma concentração de população nas faixas etárias

entre 0 e 29 anos, com decréscimo gradativo nas faixas compreendidas entre 30 e

64 anos. É possível observar um aumento significativo no número de pessoas das

últimas faixas etárias, a partir dos 65 anos até a faixa dos 75 anos e Mais.

Em 2010 nota-se que a população passa a se concentrar entre as faixas de

10 a 44 anos, com gradação de queda até a faixa etária de 64 anos. Verifica-se

aumento considerável de pessoas a partir da faixa etária de 65 anos e mais.

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A estimativa para 2019 mostra equilíbrio entre as faixas etárias de 0 a 14

anos e concentração de pessoas entre as faixas de 15 a 54 anos. A população

situada nas faixas de 65 anos e mais continua a aumentar.

Quadro 6.3 - Distribuição da População de Guarujá por Faixas Etárias, no período de 1980 a 2019.

Faixa Etária/ Ano 1980 1991 2000 2010 2019

0 a 4 Anos 22.815 23.325 26.378 21.422 22.049

5 a 9 Anos 18.378 24.082 25.300 22.810 22.099

10 a 14 Anos 16.585 23.137 25.887 26.555 21.662

15 a 19 Anos 16.618 21.190 26.815 25.443 23.485

20 a 24 Anos 16.000 21.289 25.951 25.388 26.250

25 a 29 Anos 13.568 20.304 24.009 25.659 25.301

30 a 34 Anos 10.633 17.572 22.640 24.620 25.188

35 a 39 Anos 8.288 14.719 20.803 22.909 25.071

40 a 44 Anos 7.291 11.421 17.484 21.400 23.794

45 a 49 Anos 5.954 8.469 13.828 18.928 21.975

50 a 54 Anos 4.683 6.932 10.396 16.172 20.037

55 a 59 Anos 3.532 5.368 7.609 12.487 17.258

60 a 64 Anos 2.408 4.290 6.056 9.198 14.018

65 a 69 Anos 1628 2971 4356 6491 10243

70 a 74 Anos 946 1.812 3.181 4.854 6.990

75 Anos e Mais 1.020 1.937 3.542 6.190 8.336

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 90/135

6.1.4. Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA

A Taxa Geométrica de Crescimento Anual - TGCA é o percentual de

incremento médio anual da população residente em determinado lugar. O valor

refere-se à média anual obtida para um período de anos compreendidos entre dois

momentos, em geral correspondentes aos censos demográficos.

O Quadro 6.4 mostra as TGCAs para o Estado de São Paulo, RMBS e

município de Guarujá, no período de 1980 a 2010 e estimativa para 2020. Observa-

se que até 2000 o Município registrou TGCA superior ao ESP e RMBS. De 2000 a

2010 ocorre o inverso, pois a TGCA de Guarujá é menor que as das demais

unidades territoriais. Na estimativa para 2020 nota-se que Guarujá terá TGCA maior

que a do Estado de São Paulo e menor que a TGCA da Região Metropolitana da

Baixada Santista.

Quadro 6.4 - Taxas Geométricas de Crescimento Anual - TGCAs registradas no período de 1980 a 2019, para o município de Guarujá, RMBS e ESP.

Unidade Territorial Taxa Geométrica de Crescimento Anual (% a.a.)

1980/1991 1991/2000 2000/2010 2010/2019

Estado de São Paulo

2,12 1,82 1,09 0,80

Região Metropolitana da Baixada Santista

- 2,17 1,21 0,98

Município de Guarujá

3,03 2,65 0,95 0,86

6.1.5. Taxa de Natalidade, Taxa de Fecundidade e Índice de Envelhecimento

A taxa de natalidade é determinada pelo número de nascidos vivos a cada mil

habitantes em um dado espaço geográfico, por um período de tempo, em geral um

ano. Calcula-se pela divisão do número de nascidos vivos pela população total.

Conforme dados do Quadro 6.5, a taxa de natalidade de Guarujá está diminuindo

gradualmente no período considerado, seguindo a tendência do Estado de São

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Paulo e da RMBS, que apresentaram, em 2018, taxas de natalidade de 13,77 e

13,33, respectivamente. Mesmo em declínio, ainda se observa que o Município

mostra taxa de natalidade de 14,44 em 2018, portanto, superior às demais unidades

territoriais.

Quadro 6.5 - Taxa de Natalidade, Taxa de Fecundidade Geral e Índice de Envelhecimento em Guarujá, no período de 1980 a 2018.

Período Taxa de

Natalidade (Por mil habitantes)

Taxa de Fecundidade Geral (Por mil mulheres entre 15 e 49 anos)

Índice de Envelhecimento

(Em %)

1980 33,32 133,34 10,39

1991 21,19 77,71 15,61

2000 21,45 73,96 22,09

2010 15,63 54,04 37,77

2018 14,44 51,68 57,34

A taxa de fecundidade é uma estimativa do número médio de filhos que uma

mulher teria até o fim de seu período reprodutivo, mantidas constantes as taxas

observadas na referida data. Assim, esse indicador expressa a condição reprodutiva

média das mulheres de um determinado local, sendo um dado importantíssimo para

a análise da dinâmica demográfica.

A taxa de fecundidade de Guarujá também está caindo paulatinamente, como

pode se observar no Quadro 6.5. Mesmo assim, o Município apresenta taxa de

fecundidade superior às do Estado de São Paulo e Região Metropolitana da

Baixada Santista em 2018, cujos valores foram 50,23 e 49,57, respectivamente.

O índice de envelhecimento consiste no número de pessoas de 60 anos e

mais de idade, para cada 100 pessoas menores de 15 anos de idade, na população

residente em determinado espaço geográfico, por ano considerado. Esse índice é

muito importante para subsidiar a formulação, gestão e avaliação de políticas

públicas nas áreas de saúde e de previdência social.

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De acordo com os dados do Quadro 6.5, o índice de envelhecimento de

Guarujá está aumentando gradativamente no período analisado. O Município

acompanha a tendência de aumento no índice de envelhecimento verificado no

Estado de São Paulo e na RMBS, porém essas unidades territoriais apresentam

índices mais elevados, de 75,25 e 78,23, respectivamente, em 2018.

6.1.6. Taxa de Mortalidade

A taxa de mortalidade é o índice que reflete o número de mortes registradas,

em média por mil habitantes, sendo expressa em unidades de morte por 1000

pessoas ao ano. As causas das mortes podem ser naturais, ou seja, por doenças

(nesta análise considerou-se a AIDS) ou por complicações em partos (que não teve

registros no período analisado); e por causas externas, isto é, acidentes de

transporte e violência, neste caso sendo considerados agressão e suicídio. O

Quadro 6.6 mostra as taxas de mortalidade geral em Guarujá no período de 1980 a

2010.

Conforme dados do Quadro 6.6, a mortalidade geral apresentou decréscimo

considerável na década de 1991 e leve aumento a partir da década de 2000. A

mortalidade por AIDS, registrada apenas a partir de 1991, teve pequeno decréscimo

na década de 2000 e queda significativa em 2010. As mortes por causas externas

caíram levemente em 1991, seguidas de um aumento considerável em 2000,

voltando a decrescer abruptamente em 2010. A mortalidade por agressões

aumentou moderadamente em 1991, registrou crescimento bastante acentuado em

2000 e diminuiu de forma notável em 2010. Quanto aos suicídios, mostram valores

baixos e decrescentes de 1980 a 2000, apresentando leve crescimento em 2010. As

mortes causadas por acidentes de transporte oscilaram no período analisado, com

aumento considerável na década de 1991, seguido de acentuado decréscimo em

2000, voltando a aumentar em 2010.

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Quadro 6.6 - Taxas de Mortalidade geral e por causa no município de Guarujá, no período de 1980 a 2010.

Causa/ Período 1980 1991 2000 2010

Mortalidade Geral (por local de residência)

8,17 5,81 6,45 6,76

Mortalidade por AIDS (Por cem mil

habitantes) - 19,63 18,92 12,39

Causas Externas (Por cem mil habitantes)

97,11 94,82 132,08 65,4

Agressões (Por cem mil habitantes)

15,96 26,34 60,93 17,21

Suicídio (Por cem mil habitantes)

3,99 3,83 3,03 5,16

Acidentes de Transportes (Por

cem mil habitantes) 11,97 24,42 9,84 13,42

Os dados referentes à mortalidade infantil estão sintetizados no Quadro 6.7.

As taxas de mortalidade na infância (morte de menores de 5 anos de vida);

mortalidade infantil (morte no primeiro ano de vida); mortalidade neonatal (morte de

menores entre 0 e 28 dias incompletos de vida); e neonatal precoce (morte de

recém-nascido antes de 7 dias completos de vida) registraram queda bastante

significativa entre as décadas de 1980 e 2000, mantendo queda leve até 2018.

A taxa de mortalidade neonatal tardia (morte de menores depois de 7 dias e

antes de 28 dias de vida) mostrou decréscimo significativo entre 1980 e 1991,

aumento gradativo entre 1991 e 2010 e leve queda em 2018. Quanto à mortalidade

pós-neonatal (óbito de crianças entre 28 a 364 dias completos de vida), nota-se

queda muito expressiva entre 1980 e 1991, mantendo queda leve a partir daquela

década. A taxa de mortalidade perinatal (período que começa em 22 semanas

completas de gestação e termina aos 7 dias completos de vida) registrou

decréscimo gradativo entre as décadas de 1980 e 2010, mantendo-se no mesmo

patamar em 2018.

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Quadro 6.7 - Taxas de Mortalidade na infância no município de Guarujá, no período de 1980 a 2018.

Causa/ Período 1980 1991 2000 2010 2018

Mortalidade na Infância (morte de menores de 5 anos) (Por mil nascidos

vivos)

76,85 41,82 24,17 22,46 20,7

Mortalidade Infantil (morte no primeiro ano de vida) (Por mil nascidos vivos)

64,87 35,26 21,88 19,15 18,03

Neonatal (Por mil nascidos vivos)

33,73 22,83 14,11 13,43 12,47

Neonatal Precoce (Por mil nascidos vivos)

26,35 19,89 10,06 7,27 6,68

Neonatal Tardia (Por mil nascidos vivos)

7,39 2,94 4,06 6,16 5,79

Pós Neonatal (Por mil nascidos vivos)

31,14 12,43 7,76 5,72 5,57

Perinatal (Por mil nascidos vivos ou mortos)

39,39 34,3 21,96 17,43 17,4

Destaques:

Observa-se que até 2000 o Município registrou taxa crescimento

populacional superior ao ESP e RMBS. De 2000 a 2010 ocorre o inverso.

Já na estimativa para 2020 nota-se que Guarujá terá taxa de crescimento

populacional maior que a do Estado de São Paulo e menor que a da

Região Metropolitana da Baixada Santista;

Mesmo em declínio, ainda se observa que o Município mostra taxa de

natalidade superior às demais unidades territoriais;

Taxa de fecundidade de Guarujá também está caindo paulatinamente,

mesmo assim, apresenta taxa de fecundidade superior às do Estado de

São Paulo e Região Metropolitana da Baixada Santista em 2018;

Índice de envelhecimento de Guarujá está aumentando gradativamente no

período analisado;

Mortalidade geral apresentou decréscimo considerável na década de 1991

e leve aumento a partir da década de 2000. A mortalidade por agressões

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aumentou moderadamente em 1991, registrou crescimento bastante

acentuado em 2000 e diminuiu de forma notável em 2010.

6.2. CONDIÇÕES DE VIDA

Apresentam-se alguns dos indicadores sociais que refletem as condições de

vida da população.

6.2.1. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM

O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é um indicador

formulado a partir das dimensões longevidade, educação e renda, seguindo as

mesmas três dimensões utilizadas para o cálculo do Índice de Desenvolvimento

Humano global, adequando a metodologia ao contexto brasileiro. O IDHM situa-se

entre 0 (zero) e 1 (um) e os valores mais próximos de 1 indicam níveis superiores de

desenvolvimento humano. Segundo classificação do PNUD (2013)3, os valores se

distribuem em cinco categorias:

Muito Baixo Desenvolvimento Humano: IDHM de 0 a 0,499;

Baixo Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,500 a 0,599;

Médio Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,600 a 0,699;

Alto Desenvolvimento Humano: IDHM de 0,700 a 0,799; e

Muito Alto Desenvolvimento Humano: IDHM acima de 0,800.

O IDHM é definido pelo Seade como a “posição ocupada pelo município em

relação aos outros municípios do Estado de São Paulo no que se refere ao

desenvolvimento humano”. O município que apresenta melhor desempenho é

3 PNUD - PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO. O Índice de

Desenvolvimento Humano Municipal brasileiro. Brasília: PNUD/ Ipea/ FJP, 2013. 96 p. (Série Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013). Disponível em: <http://www.pnud.org.br/arquivos/idhm-brasileiro-atlas-2013.pdf>. Acesso em: 15 set. 2016.

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considerado o número 1. Assim, quanto mais distante do “número 1” no ranking

entre os municípios, pior é o Índice de Desenvolvimento Humano da localidade.

O Quadro 6.8 mostra o IDHM de Guarujá e do Estado de São Paulo, nos

anos de 1991, 2000 e 2010. Em 1991 o IDHM do município estava inserido na

categoria de Muito Baixo desenvolvimento humano, com o valor de 0,497; em 2000

o IDHM atingiu o valor de 0,636, passando para à categoria de Médio

desenvolvimento humano; e em 2010 Guarujá alcança a categoria de Alto

desenvolvimento humano, com IDHM de 0,751.

Conforme dados do Quadro 6.8, o Índice de Desenvolvimento Humano

Municipal - IDHM para Guarujá foi inferior ao do Estado de São Paulo em todo o

período considerado. Em 1991, Guarujá ocupava a 319ª posição no ranking dos

municípios paulistas, desceu para a 366ª posição em 2000 e voltou a subir em

2010, passando a ocupar a 219ª posição. Esses dados mostram que o município

vem apresentando melhora significativa no IDHM, em relação a outros municípios

do Estado de São Paulo, na década de 2010.

Quadro 6.8 - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal – IDHM para Guarujá e Estado de São Paulo.

Unidade Territorial

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM

1991 2000 2010

Guarujá 0,497 0,636 0,751

Estado de São Paulo 0,578 0,702 0,783

Posição do município no Ranking do ESP

319ª 366ª 219ª

Quanto às dimensões que compõem o IDHM, os dados encontram-se

sintetizados no Quadro 6.9. Todas as dimensões apresentaram melhora no período

considerado, apesar de manterem valores inferiores aos verificados para o Estado

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de São Paulo, exceto na dimensão longevidade de Guarujá, em 2010, que

apresentou IDHM superior ao do ESP.

Quadro 6.9 - IDHM nas dimensões longevidade, educação e renda para o município de Guarujá, no período de 1991 a 2010.

Dimensão

Índice de Desenvolvimento Humano Municipal - IDHM

1991 2000 2010

Longevidade 0,689 0,768 0,854

Educação 0,272 0,481 0,679

Renda 0,654 0,698 0,729

6.2.2. IPRS - Índice Paulista de Responsabilidade Social

Outro importante indicador das condições de vida é o Índice Paulista de

Responsabilidade Social - IPRS, instituído como uma ferramenta de planejamento

para o desenvolvimento do Estado de São Paulo, por meio de diagnóstico da

situação de seus 645 municípios, com vistas à formulação de políticas públicas. O

IPRS é expresso pelas mesmas dimensões utilizadas no IDHM (riqueza,

longevidade e escolaridade), porém considera variáveis distintas, que permitem a

mensuração dessas dimensões em períodos mais curtos que o IDHM, cujas fontes

de informação são os censos demográficos.

A última versão do IPRS, de 2018, apresenta dados consolidados de 2014 e

2016, bem como estimativa para 2018. Essa versão traz nova classificação dos

municípios, pois, em vez de números de 1 a 5, como era antes, os grupos agora

recebem denominações: Dinâmicos, Desiguais, Equitativos, Em Transição e

Vulneráveis.

Nas edições de 2014, 2016 e estimativa para 2018, Guarujá está classificado

no grupo “desiguais”, constituído pelos municípios que apresentam níveis elevados

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de riqueza, mas indicadores sociais insatisfatórios (longevidade e/ou escolaridade

baixa).

Conforme dados do Quadro 6.10, na dimensão riqueza Guarujá mostrou leve

queda entre 2014 e 2016 e acompanha os valores verificados para o ESP. Na

dimensão longevidade, o Município registrou melhora a partir de 2016, mas

encontra-se abaixo dos valores para o ESP. Quanto à escolaridade, Guarujá

apresentou índice baixo em 2014, com melhora significativa a partir de 2016, porém

seus índices estão abaixo dos registrados para o Estado de São Paulo, que vem

mostrando melhora paulatina nessa dimensão.

Quadro 6.10 - Dimensões do IPRS para o ESP e município de Guarujá, no período de 2014 a 2018.

Dimensão do IPRS

Período e Unidade territorial

2014 2016 2018

ESP Guarujá ESP Guarujá ESP Guarujá

Riqueza 46 46 44 44 44 44

Longevidade 70 59 72 63 72 63

Escolaridade 45 33 51 41 53 47

Destaques:

Guarujá apresentou um crescimento mais acentuado de sua população no

período entre as décadas de 1980 a 1991, com diminuição gradativa de

crescimento nas décadas subsequentes;

Guarujá registrava um total de 290.526 habitantes, compreendendo cerca

de 17 % da população da RMBS e 0,7 % da população do ESP;

A população do Município é praticamente urbana, a população rural

representa menos que 0,03 % da população total nos censos e estimativa;

Pela pirâmide etária do município é possível observar um aumento

significativo no número de pessoas das últimas faixas etárias, a partir dos

65 anos;

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Houve melhora significativa no índice de Desenvolvimento Humano do

município de Guarujá, pois em 1991 o município estava inserido na

categoria de Muito Baixo desenvolvimento humano, em 2000 atingiu a

categoria de Médio desenvolvimento humano; e em 2010 alcança a

categoria de Alto desenvolvimento humano. O que demonstra uma

melhoria nos indicadores de longevidade, educação e renda.

Guarujá está classificado no grupo “desiguais”, constituído pelos

municípios que apresentam níveis elevados de riqueza, mas indicadores

sociais insatisfatórios (longevidade e/ou escolaridade baixa).

6.3. PATRIMÔNIO CULTURAL MATERIAL E IMATERIAL

O patrimônio cultural do Guarujá é composto por atrativos como fortes,

fortalezas, igrejas, museus e mirantes, alguns deles tombados, além de sítios

arqueológicos, feiras de artesanato e diversos grupos e entidades culturais, que tem

por objetivo manter viva a cultura e resgatar a tradição do município.

A coleta de informações sobre o patrimônio cultural material e imaterial do

Guarujá foi feita a partir de dados secundários, disponíveis em documentos oficiais

como Plano Diretor Municipal e Plano Municipal de Turismo do Guarujá, além de

consultas aos websites de entidades como do Instituto do Patrimônio Histórico e

Artístico Nacional (IPHAN) e do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico,

Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT).

6.3.1. Sítios Arqueológicos

No município do Guarujá foram identificados oito sítios arqueológicos. Um dos

sítios é considerado histórico e foi registrado em 1899 com a denominação de

“Armação de óleo de baleia de Bertioga”, onde foram encontrados vestígios de

construções relacionadas com a industrialização do óleo de baleia, sendo tombado

pelo IPHAN e CONDEPHAAT.

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Os outros sete sítios são do período pré-colonial e foram registrados entre

2008 e 2012, apresentando-se como alta relevância arqueológica, exibindo indícios

de antigas ocupações humanas, denominadas sambaquis. Eles estão localizados

nas margens do Canal de Bertioga, em áreas públicas e privadas, protegidas por

Unidade de Conservação. Apesar do potencial turístico, não ocorrem visitações pela

dificuldade de acesso e falta de sinalização. Os sambaquis identificados estão

localizados na área de estudo, conforme Figura 6.3.

Figura 6.3 – Localização dos Sítios Arqueológicos no município do Guarujá

6.3.2. Bens Tombados

Após pesquisa realizada no CONDEPHAAT e IPHAN, verificamos nove bens

tombados no município do Guarujá:

Edifício Sobre as Ondas e Casa de Pedra;

EE Pastor Francisco Paiva de Figueiredo (antiga EEPG Conceiçãozinha);

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Ermida de Santo Antônio de Guaíbe;

Fortaleza de Itapema, Farol e Anexos;

Fortaleza de Santo Amaro da Barra Grande;

Fortaleza de São Felipe;

Morro do Botelho;

Morros do Monduba, do Pinto e do Icanhema; e

Serra do Guararú e Vila da Prainha Branca.

No Plano Diretor Municipal estão identificadas as Zonas Especiais de Interesse

do Patrimônio - ZEIPAT que são definidas como “áreas formadas por sítios, ruínas e

conjuntos de relevante expressão arquitetônica, histórica, cultural e paisagística,

cuja manutenção seja necessária à preservação do patrimônio cultural do

Município”. Além dos bens tombados citados anteriormente, o Plano Diretor

Municipal também indica outras áreas como de interesse do patrimônio, listadas a

seguir:

Forte da Barra Grande, inclusive o Fortim da Praia do Góes, o Portão

Espanhol e toda a área que os envolve;

Capela do Santo Amaro; e

Instituto Santa Emília.

Grande parte destes bens não está aberta à visitação, ou por serem imóveis

particulares ou por falta de infraestrutura, porém tem grande potencial para visitação

turística.

6.3.3. Artesanato

O Artesanato local no Guarujá mantém as características de cidade litorânea

com influência da cultura tradicional caiçara. Os artesãos utilizam diferentes

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técnicas, baseadas em produtos típicos como: escamas e couro de peixe, conchas,

casca de coco, folha de bananeira, taboa, madeira, entre outros.

O município conta com seis feiras de artesanato registradas na Secretaria de

Cultura, localizadas conforme Figura 6.4, são elas:

Feira de Artesanato da Praça das Bandeiras – Pitangueiras;

Feira de Artesanato da Praça Abilio dos Santos Branco (Brunella) – Enseada;

Feira de Artesanato da Praça Mario da Silva – Barra Funda/Pitangueiras;

Feira de Artesanato da Praça 14 Bis – Vicente de Carvalho;

Feira de Artesanato Pitangueiras (Feirinha Hippie Pitangueiras);

Feira de Artesanato das Astúrias (Feirinha Hippie Asturias).

Figura 6.2 – Localização das feiras de Artesanato no município do Guarujá

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6.3.4. Manifestações culturais

O município é sede de diversas entidades e grupos culturais, com

manifestações que variam entre dança e cultura popular, cujo objetivo é resgatar e

manter viva a tradição e cultura do Guarujá. Também conta com Orquestra e Coral

Municipal, com ampla agenda de apresentações. Os grupos de dança realizam

apresentações com diferentes formatos e público, utilizando-se de diversas

influências e estilos musicais.

6.3.5. Comunidades tradicionais

Após pesquisa realizada na Fundação Cultural Palmares, verificou-se que

não existe nenhuma comunidade remanescente de quilombos no município. No

Guarujá também não existem terras indígenas demarcadas oficialmente, conforme

verificação obtida na Fundação Nacional do Índio (Funai).

O plano diretor municipal do Guarujá considera como comunidades

tradicionais caiçaras as ocupações antigas da Ilha de Santo Amaro que:

“conservam algumas de suas características históricas e culturais

e são residentes na Prainha Branca, na Ponta da Armação, no

Sítio Cachoeira, no Sítio Limoeiro, no Sítio Pedrinha, no Sítio Bom

Jardim, no Sítio Tijucopava, na Ponta Grossa e no Sítio Sambaqui,

no Canal de Bertioga, em parte da Praia do Perequê, assim como

na Praia do Góes, na Praia de Santa Cruz dos Navegantes e no

Sítio Conceiçãozinha”.

Destaques:

Pelo menos seis sambaquis seriam protegidos pela nova Unidade de

Conservação e também seriam locais com potencial para visitação;

A maioria dos outros atrativos fica em áreas amplamente urbanizadas,

que não seriam abrangidas pela unidade de conservação.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 104/135

Existem na área de estudo algumas comunidades caiçaras identificadas

como comunidades tradicionais pelo Plano Diretor do Guarujá, que

poderiam se beneficiar da criação de uma de Unidade de Conservação.

6.4. SITUAÇÃO FUNDIÁRIA

O município do Guarujá possui vários núcleos irregulares em relação a sua

situação fundiária, muitos em situação de precariedade em infraestrutura e

adequação ambiental. Parte dos núcleos, implantados em áreas particulares

declaradas de utilidade pública e desapropriadas pela municipalidade, permanecem

sem ser transferida ao domínio público municipal devido a contestações à ação

expropriatória, fazendo que significativa parcela destas comunidades não possam

ter acesso a regularização fundiária.

Outra parte dos núcleos, somados aos impeditivos de comprovação da

propriedade da terra, também necessitam da modificação do loteamento original,

através da execução e aprovação de um novo plano urbanístico e auto de

regularização, conforme o Decreto Municipal n.º 11.878/2016.

Contíguos nas encostas do maciço geomorfológico denominado Serra de

Santo Amaro, alvo dos estudos técnicos para a criação de unidade de conservação,

concentram-se asentamentos urbanos subnormais ainda mais precários que, além

de apresentarem os impeditivos urbanísticos discutidos anteriormente, também

apresentam o agravante de encontrar-se em áreas de riscos a deslizamentos e

movimentos de massa e em desconformidade com a legislação ambiental.

Uma estimativa realizada pelo Projeto Litoral Sustentável aponta que uma

área de 50,58 km², equivalente a 35,37% da área total do município, pode ser

enquadrada como área de preservação permanente conforme definido nos incisos I,

V e VI do artigo 4º do Novo Código Florestal. Sendo que as áreas com declividades

superiores a 45º representam 28,45% das tipologias de APP analisadas no trabalho.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 105/135

57,27 % dizem respeito às APP de margem de rio e 14,26 % representam as áreas

de manguezais. Destas 0,34 km² são ocupações irregulares em encostas de

morros, expostas a riscos geológicos. 4,37 km² são ocupações em APP de margens

de rios e 7,21 km² ocupados pela urbanização em áreas de mangues. A situação

fundiária quanto aos riscos geológicos e à adequação a legislação ambiental são

dois itens necessários para obtenção da “Declaração de Conformidade Urbanística

e Ambiental” requerida para a regularização fundiária de interesse social e ou de

interesse específico, conforme Lei Federal nº 13.465/2017.

O Poder Público Municipal para prover a regularização fundiária e viabilizar

projetos que combatam a precariedade presente nos assentamentos subnormais,

busca recursos na esfera estadual e federal, além de disponibilizar recursos do

tesouro municipal para as contrapartidas necessárias. Os projetos têm o cunho de

urbanização integrada, com ações de produção habitacional, onde haja necessidade

de remoção de famílias, ações de qualificação urbana no sentido de implantação de

infraestrutura de adequação ambiental, aliadas a um trabalho social envolvendo as

comunidades, buscando ao final a devida regularização fundiária.

São exemplos de projetos urbanísticos próximos à área de estudo da

proposta de criação da Unidade de Conservação da Serra de Santo Amaro os

executados em parcerias com as outras esferas governamentais como:

a "Elaboração de Estudos e Projetos de Contenção de Encostas dos

Assentamentos Subnormais da Serra de Santo Amaro";

o contrato firmado entre a Prefeitura e o Ministério das Cidades, que

tem como objeto "Execução de Obras de Infraestrutura. Urbanização

do Projeto Enseada", prevendo a produção habitacional a ser

destinada as famílias moradoras das áreas de risco dos morros da Vila

Júlia, Vale da Morte, Jardim Três Marias e Vila Baiana;

a "Urbanização do Complexo Cachoeira", que compreende ações de

urbanização integrada e produção habitacional, destinadas ao

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 106/135

reassentamento de famílias dos núcleos Cachoeira, Vila da Noite e

Santa Clara, boa parte situada as margens do rio Santo Amaro, a

serem atendidas no âmbito das intervenções do projeto;

o “Programa Cidade Legal”, que auxilia na regularização dos núcleos

habitacionais implantados em desconformidade com a lei. Como o

caso do núcleo Morrinhos III que até 2018 recebeu 1.429 títulos de

propriedade e possuia 2.247 lotes com Declaração de Conformidade

Urbanística e Ambiental (DCUA) em fase de titulação. Ao todo, o

município apresenta 24 núcleos habitacionais conveniados com a

iniciativa, com 33.307 lotes cadastrados; e

o "Projeto Desenvolvimento Sustentável do Litoral Paulista", firmado

com o Governo do Estado de São Paulo, que atenderá famílias que

vivem em áreas de risco socioambiental, envolvendo ações de

remoção e reassentamento, implantação de infraestrutura,

recuperação ambiental e fiscalização de todos os assentamentos

situados na Serra de Santo Amaro.

Destaques:

Uma área de 50,58 km², equivalente a 35,37 % da área total do

município, pode ser enquadrada como área de preservação

permanente. Destas 0,34 km² são ocupações irregulares em encostas

de morros, expostas a riscos geológicos; 4,37 km² são ocupações em

APP de margens de rios e 7,21 km² ocupados pela urbanização em

áreas de mangues;

O Poder Público Municipal para prover a regularização fundiária e

viabilizar projetos que combatam a precariedade presente nos

assentamentos subnormais, busca recursos na esfera estadual e

federal, além de disponibilizar recursos do tesouro municipal para as

contrapartidas necessárias.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 107/135

6.5. LEGISLAÇÃO AMBIENTAL PERTINENTE AO PROJETO

Os principais dispositivos legais aplicados às UCs no âmbito Federal,

Estadual e Municipal, bem como os dispositivos legais relacionados às Leis de

Crimes Ambientais, com enfoque específico sobre a proteção de florestas e outras

formas de vegetação e fauna, que foram pesquisados para subsidiar este

documento, estão sintetizados nos Quadros 6.11 e 6.12. Apresentam-se ainda para

a flora e fauna nativa, os dispositivos legais aplicados às espécies consideradas

ameaçadas de extinção relacionadas nas chamadas listas vermelhas, homologadas

por órgãos ambientais e instâncias federal e estadual.

Quadro 6.11 – Dispositivos legais de interesse direto do projeto

Dispositivos Legais Âmbito Descrição

Lei no 6.766, de 19/12/1979.

Federal Dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano e dá outras Providências.

Lei no 9.985, de 18/07/2000

Federal Institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza.

Lei no 10.257, de 10/07/2001

Federal

Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências.

Lei nº 11.428, de 22/12/2006

Federal Dispõe sobre a utilização e proteção da vegetação nativa do Bioma Mata Atlântica.

Resolução Conama nº 428 de 17/12/10

Federal

Regulamenta os procedimentos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental que afetem as UCs ou suas zonas de amortecimento.

Lei Complementar Nº 140, de 8 de dezembro de 2011

Federal

Fixa normas para a cooperação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios para promover a proteção das paisagens naturais notáveis, à proteção do meio ambiente, ao combate à poluição em qualquer de suas formas e à preservação das florestas, da fauna e da flora.

Lei no 12.651, de

25/05/12 Federal

Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa.

Continua...

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 108/135

Quadro 6.11 – Dispositivos legais de interesse direto do projeto. (Continuação) Dispositivos Legais Âmbito Descrição

Lei nº 13.465, de 11/07/2017

Federal Dispõe sobre a regularização fundiária rural e urbana.

Decreto Nº 52.052, de 13/08/2007

Estadual

Institui o Programa Estadual de Regularização de Núcleos Habitacionais - Cidade Legal, no âmbito da Secretaria da Habitação e dá providências correlatas

Decreto Nº 58.996, de 25/03/2013

Estadual Dispõe sobre o Zoneamento ecológico-econômico do setor da Baixada Santista e dá providências correlatas

Decreto nº 60.029/2014

Estadual

Regulamenta a execução do Projeto Desenvolvimento Sustentável do Litoral Paulista de que trata o item 2 do § 1º do artigo 1º da Lei nº 14.990, de 29 de abril de 2013, e dá providências correlatas

Lei Estadual Nº 10.019, de 03/07/1998

Estadual Dispõe sobre o Plano Estadual de Gerenciamento Costeiro

Lei nº 14.982, de 08/04/2013

Estadual

Altera os limites da Estação Ecológica da Jureia-Itatins na forma que especifica, e dá outras providências. Indica as áreas marinhas a compor a APA Marinha do Litoral Centro.

Resolução da Secretaria de Estado da Cultura n.º 15 de 01/08/84

Estadual Dispõe sobre o tombamento do Morro do Botelho, no município do Guarujá.

Resolução da Secretaria de Estado da Cultura n.º 48 de 18/12/92

Estadual Dispõe sobre o tombamento da Serra do Guararu, no município do Guarujá.

Resolução da Secretaria de Estado da Cultura n.º 66 de 10/12/85

Estadual

Dispõe sobre o tombamento dos Morros do Monduba, do Pinto (Toca do Índio) e do Icanhema (Ponte Rasa), no município do Guarujá.

Resolução da Secretaria de Estado de Meio Ambiente n.º 13 de 13/02/2013

Estadual Reconhece a Reserva Particular do Patrimônio Natural “Marina do Conde” localizada no Município de Guarujá/SP.

Lei Municipal Nº 1.259, de 21/12/1975

Municipal Institui o Código de Edificaçãoes e Instalações do Município de Guarujá e dá outras providências.

Continua...

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 109/135

Quadro 6.11 – Dispositivos legais de interesse direto do projeto. (Continuação) Dispositivos Legais Âmbito Descrição

Lei Municipal Complementar Nº 44, de 24/12/1998

Municipal Institui o Código de Posturas do Município de Guarujá.

Decreto Nº 9.948. de 28/06/2012

Municipal Cria a Área de Proteção Ambiental Municipal da Serra do Guararu e dá outras providências.

Lei Municipal nº 4004/2013,

Municipal Denomina as Secretarias Municipais e define suas atribuições e funções, incluindo a Secretaria do Meio Ambiente.

Decreto Nº 12.249. de 28/06/2017

Municipal Aprova o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental Municipal da Serra do Guararu e dá outras providências.

Lei Municipal Complementar Nº 227, de 24/12/2018

Municipal Aprova o Plano Diretor de Macrodrenagem do Município de Guarujá e dá outras providências.

Decreto Nº 12776/2018 16 de agosto de 2018

Municipal

Destina área pública municipal para instalação de equipamentos públicos voltados ao controle ambiental e de trafego portuário, prevendo ações de monitoramento, estudos, prevenção e proteção ao meio ambiente e dá outras providências

Decreto Nº 12.766/2018 03 de agosto de 2018

Municipal Regulamenta o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos do Município e dá outras providências.

Decreto Nº 12.744/2018 20 de julho de 2018

Municipal

Confere permissão de uso a título precário de próprio público municipal à COOPERBEN - Cooperativa de Beneficiamento de Materiais Recicláveis e Educação Ambiental - CBMREA, para os fins que especifica, e dá outras providências.

Decreto Nº 12.714/2018 29 de junho de 2018.

Municipal

Cria Grupo Condutor para tratar das ações relacionadas aos riscos decorrentes de contaminação por poluição ambiental na região do Sítio Conceiçãozinha, e dá outras providências

Decreto Nº 12.665/2018 02 de maio de 2018.

Municipal

Dispõe sobre a composição do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais - COMPDEVIDA, e dá outras providências.

Continua...

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Quadro 6.11 – Dispositivos legais de interesse direto do projeto. (Continuação) Dispositivos Legais Âmbito Descrição

Decreto Nº 13.294/2019. 20 de setembro de 2019.

Municipal Cria Grupo de Trabalho para elaboração do Plano Municipal de Educação Ambiental e dá outras providências

Decreto Nº 13.291/2019. 19 de setembro de 2019

Municipal

Confere permissão de uso de bem público municipal para fins de fomento turístico, social e cultural, e dá outras providências.

Decreto Nº 13.262/2019. 29 de agosto de 2019

Municipal

Institui Grupo Técnico Intersetorial de Trabalho, destinado à elaboração e execução de um Plano de Gestão Compartilhado, considerando a necessidade de se estabelecer a regulamentação da propriedade da área, a formulação de diretrizes de uso e as competências legais, com base na legislação pertinente em vigor, para o Sítio Arqueológico da Armação das Baleias, Ruínas do Forte São Felipe e Ermida.

Decreto Nº 13.258/2019. 28 de agosto de 2019.

Municipal

Confere permissão de uso de bens públicos municipais à Organização Social Pró-Vida, para os fins que especifica e dá outras providências.

Decreto Nº 13.216/2019 18 de julho de 2019

Municipal

Institui Grupo de Trabalho destinado a fiscalizar, vistoriar e acompanhar as obras e serviços realizados pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo - SABESP no Município, e dá outras providências

Decreto Nº 13.174/2019 06 de junho de 2019

Municipal

Institui Comissão para Estudos de Elaboração do Plano Municipal de Recuperação e Conservação da Mata Atlântica - PMMA, nomeia seus membros e dá outras providências

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 111/135

Quadro 6.12 – Dispositivos legais que caracterizam crimes ambientais específicos para flora e/ou floresta e para fauna

TEMA Dispositivos Legais Âmbito Descrição

Flora e/ou

Floresta

Portaria no 37-N, de

03/04/92 (IBAMA, 1992))

Federal Reconhece como lista oficial das espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção a relação que apresenta. Aplica-se às espécies ocorrentes na área de estudo e/ou entorno constantes dessa lista

Resolução no 48, de

21/09/04 (SMA) (SÃO PAULO, 2004a).

Estadual Publica a lista oficial das espécies da flora do Estado de São Paulo ameaçadas de extinção, seguindo recomendação do Instituto de Botânica de São Paulo. Aplica-se às espécies ocorrentes na área de estudo e/ou entorno constantes dessa lista.

Lei no 9.605, de

12/02/98 – Cap. V – Crimes contra o Meio Ambiente (Seção II) BRASIL, 1998).

Federal Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Crimes contra a Flora (Art. 38, Art. 39, Art. 40 § 3

o, Art. 44, Art, 48, Art.

50).

Instrução Normativa n

o 6, de 23/09/08,

(MMA, 2008).

Federal Reconhece como espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção aquelas constantes da lista que apresenta. Reconhece como espécies da flora brasileira com deficiência de dados àquelas constantes da lista que apresenta. Entende-se por espécies as ameaçadas de extinção e com deficiência de dados. A inobservância dessa Instrução Normativa sujeitará o infrator às penalidades e sanções previstas na legislação específica.

Fauna Instrução Normativa n

o 3, de 27/05/03,

(MMA, 2003).

Federal Reconhece como espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, aquelas constantes da lista que apresenta. Tais espécies ficam protegidas de modo integral. A inobservância dessa Instrução Normativa sujeitará o infrator às penalidades previstas nas Leis n

os 5.197, de 03/01/67; 9.605, de 12/02/98 e

Decreto no 3.179, de 21/09/02

Decreto Estadual no

42.838, de 04/02/98 (SÃO PAULO, 1998).

Estadual Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de conduta e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências. Declara as espécies da fauna silvestre ameaçadas de extinção e as provavelmente ameaçadas de extinção no estado de São Paulo e dá providências correlatas.

Lei no 9.605, de

12/02/98 – Cap. V – Crimes contra o Meio Ambiente (Seção I, Art. 33) (BRASIL, 1998).

Federal Provocar, pela emissão de efluentes ou carreamento de materiais, o perecimento de espécimes da fauna aquática existentes em rios, lagos, açudes, lagoas, baias ou águas jurisdicionais brasileiras.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 112/135

A Serra de Santo Amaro é o limite divisor de três regiões administrativas do

município do Guarujá (Distrito Sede/região administrativa I, região III e região IV) e

compõe, em sua maior porção, o Setor de Preservação Ambiental da Macrozona de

Proteção Ambiental. Porções menores ocupam áreas dos Setores de Recuperação

Ambiental, Desenvolvimento Compatível e Ocupação Dirigida.

Em sua porção oeste a Serra de Santo Amaro está circundada pelos setores

de Qualificação Urbana e Recuperação Urbana da Macrozona Urbana e afeta

inúmeras zonas especiais de interesse social 1 e 2 (ZEIS 1 e ZEIS 2). Os

parâmetros utilizados para a classificação dos setores e zonas na macrozona

urbana, fundamentalmente, levaram em consideração indicadores da situação

fundiária, da densidade construída, da infraestrutura, do uso predominante e dos

equipamentos públicos. Já para a classificação dos setores e zonas da Macrozona

de Proteção Ambiental foram considerados parâmetros de restrição: a ocupação,

valor paisagístico, grau de preservação, cobertura vegetal e potencial de uso.

O zoneamento referente à ocupação do solo do Plano Diretor do município

classifica as áreas contíguas ao maciço da Serra de Santo Amaro majoritariamente

como Zonas de Baixa Densidade (ZBD). Cabe destacar, contudo, a Zona Especial

de Interesse Turístico (ZEIT) delimitada na região denominada como Saco do Funil,

onde está localizada a Subsestação Domênico Rangoni conectada às linhas de

transmissão LT 345kV e LT 138kV. Destaca-se também do Mapa de Zoneamento

de Ocupação do Solo, apesar de não contíguas ao maciço principal da Serra, as

áreas tombadas pelo CONDEPHAAT dos morros do Botelho, do Icanhema, do

Monduba, do Pinto e a Serra do Guararú.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 113/135

Referente ao Zoneamento de Uso do Solo, as zonas estabelecidas no Plano

Diretor circundantes ao maciço da Serra de Santo Amaro dividem-se em duas

categorias principais: Zona Mista - sede Guarujá na vertente sul e Zona Mista -

distrito de Vicente de Carvalho na vertente norte. Destacando a Zona Especial de

Interesse Turístico do Saco do Funil na vertente norte e as Zonas Residenciais da

praia da Enseada na vertente sul do maciço.

Normatizam o estabelecido no Plano Diretor do município outros instrumentos

e legislações federais como a Lei Lehmann (Lei Federal 6.766/1979) e o Estatuto

das Cidades (Lei Federal 10.257/2001). O Plano também é complementado e reflete

o instituído nos Códigos de Obras do Município (Lei Municipal 1.259, de 21/12/1975)

e de Posturas (Lei Municipal Complementar 44, de 24/12/1998).

Assim como o Plano Diretor, o Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE da

Baixada Santista é outro instrumento que incide no município do Guarujá elaborado

para promover o ordenamento territorial e disciplinar os usos dos recursos naturais,

de modo a assegurar a qualidade ambiental, o desenvolvimento sustentável e a

melhoria das condições de vida da população. Este instrumento foi regulamentado

pelo Decreto Estadual nº 58.996, de 25 de março de 2013 e é resultado do trabalho

de um colegiado tripartite composto por representantes do estado, das prefeituras

locais e da sociedade civil, com o objetivo de orientar os agentes públicos e

privados da região na aplicação de suas políticas setoriais e no direcionamento de

seus investimentos, em continuidade ao processo de institucionalização do Plano

Estadual de Gerenciamento Costeiro do Estado de São Paulo.

Referente ao Zoneamento Ecológico Econômico (Figura 6.5) as zonas

estabelecidas em áreas próximas ao maciço da Serra de Santo Amaro foram

classificadas, na ampla maioria, como Z5 - zona que apresenta a maior parte dos

componentes dos ecossistemas primitivos, degradada ou suprimida, com

organização funcional eliminada. Restando ainda nas áreas circundantes ao maciço

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 114/135

uma área, localizada no lado leste da Serra já próximo a Serra do Guararú,

classificada como Z2 - zona que apresenta alterações na organização funcional dos

ecossistemas primitivos, mas é capacitada para manter em equilíbrio uma

comunidade de organismos em graus variados de diversidade, mesmo com a

ocorrência de atividades humanas intermitentes ou de baixos impactos, podendo

apresentar, em áreas terrestres, assentamentos humanos dispersos e pouco

populosos, com pouca integração entre si. Também há uma pequena área na

vertente sul da Serra voltada para a praia da Enseada classificada como Z4 - zona

que apresenta os ecossistemas primitivos significativamente modificados pela

supressão de componentes, descaracterização dos substratos terrestres e

marinhos, alteração das drenagens ou da hidrodinâmica, bem como pela ocorrência,

em áreas terrestres, de assentamentos rurais ou periurbanos descontínuos

interligados, necessitando de intervenções para sua regeneração parcial. E uma

área localizada na vertente norte da Serra também próxima a APA da Serra do

Guararú classificada como Z3 - zona que apresenta os ecossistemas primitivos

parcialmente modificados, com dificuldades de regeneração natural, pela

exploração, supressão ou substituição de algum de seus componentes, em razão da

ocorrência de áreas de assentamentos humanos com maior integração entre si.

Corroborando o estabelecido no Plano Diretor Municipal o Zoneamento

Ecolôgico Econômico classifica o maciço da Serra de Santo Amaro como Z1 - zona

que mantém os ecossistemas primitivos em pleno equilíbrio ambiental, ocorrendo

uma diversificada composição de espécies e uma organização funcional capazes de

manter, de forma sustentada, uma comunidade de organismos balanceada,

integrada e adaptada, podendo ocorrer atividades humanas de baixos efeitos

impactantes.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 115/135

Figura 6.5 – Zoneamento Ecológico-Econômico – ZEE da área de estudo estabelecido pelo Decreto Estadual nº 58.996, de 25 de março de 2013.

Destaques:

A Serra de Santo Amaro é o limite divisor de três regiões

administrativas do município do Guarujá e compõe, em sua maior

porção, o Setor de Preservação Ambiental da Macrozona de Proteção

Ambiental;

Porções menores da Serra de Santo Amaro ocupam áreas dos

Setores de Recuperação Ambiental, Desenvolvimento Compatível e

Ocupação Dirigida;

O zoneamento referente à ocupação do solo do Plano Diretor do

município classifica as áreas contíguas ao maciço da Serra de Santo

Amaro majoritariamente como Zonas de Baixa Densidade (ZBD);

Corroborando o estabelecido no Plano Diretor Municipal o Zoneamento

Ecolôgico Econômico da Baixada Santista classifica o maciço da Serra

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 116/135

de Santo Amaro como Z1 - zona que mantém os ecossistemas

primitivos em pleno equilíbrio ambiental, ocorrendo uma diversificada

composição de espécies e uma organização funcional capazes de

manter, de forma sustentada, uma comunidade de organismos

balanceada, integrada e adaptada, podendo ocorrer atividades

humanas de baixos efeitos impactantes.

7. DIAGNÓSTICO INTEGRADO

Para a análise conjunta de todos os aspectos levantados no Diagnóstico

Socioambiental e Diagnóstico Rápido Participativo, foi utilizada uma técnica de

diagnóstico integrado das informações, desenvolvida para a criação de Unidade de

Conservação no município de Mairiporã (IPT, 2017) adaptada à situação da área de

estudo na Serra de Santo Amaro no Guarujá.

A metodologia, que originalmente era composta de 17 critérios (IPT, 2017),

foi ampliada para abarcar 19 critérios para tomada de decisão quanto à importância

de criação de Unidade de Conservação na área de estudo, conforme matriz de

diagnóstico integrado do Quadro 7.1.

O preenchimento e análise conjunta da matriz foi realizado por meio de 3

reuniões técnicas da equipe do IPT nos dias 26/11/2019, 06/02/2020, 23/03/2020 e

uma reunião com a comissão técnica de acompanhamento e avaliação em

18/12/2019. Ressalta-se que essa análise ainda está em fase de construção e será

complementada com os trabalhos de campo e com as oficinas participativas.

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 117/135

Quadro 7.1 – Matriz de Diagnóstico Integrado para Criação de Unidade de Conservação na Serra de Santo Amaro, Guarujá, SP (Continuação)

TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Fragilidade ambiental

Os manguezais, são vulneráveis a uma série de ameaças, destacando a perda e fragmentação da cobertura vegetal; a deterioração da qualidade dos habitats aquáticos decorrente da ocupação; à poluição e às mudanças na hidrodinâmica. Além disso, as outras fitofisionomias da área de estudo sofrem impactos das ocupações irregulares e loteamentos. Há evidências ainda que a fauna da região sofre uma pressão de caça e captura na área

As áreas de risco localizadas nos trechos sedimentares estão associadas principalmente aos processos de solapamento de margens e aos movimentos de massa deflagrados pela intervenção antrópica inadequada ao terreno, o que demonstra a fragilidade natural desse ambiente. Os terrenos apresentam-se altamente instáveis frente a modificações da geometria, sendo esperadas ocorrências de fenômenos erosivos, rolamento e queda de blocos superficiais por descalçamento e escorregamentos. Suscetibilidade alta também para inundação nas planícies, sendo que o setor de sedimentos de mangue, está sujeito a períodos cíclicos de inundação. Na Serra de Santo Amaro estão inseridas 10 áreas de risco, sendo que em todas, tem-se a ocorrência de setores de alto risco. Dessas áreas, três tiveram eventos de escorregamento de encosta natural no início de março de 2020

Uma área de 50,58 km², equivalente a 35,37 % da área total do município, pode ser enquadrada como área de preservação permanente. Destas 0,34 km² são ocupações irregulares em encostas de morros, expostas a riscos geológicos. 4,37 km² são ocupações em APP de margens de rios e 7,21 km² ocupados pela urbanização em áreas de mangues;

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Quadro 7.1 – Matriz de Diagnóstico Integrado para Criação de Unidade de Conservação na Serra de Santo Amaro, Guarujá, SP (Continuação)

TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Variabilidade de ecossistemas

A área de estudo apresenta variabiliadade de fitofisionomias: Floresta Ombrófila Densa, Formação Arbórea/Arbustiva-Herbácea de Terrenos Marinhos Lodosos (mangues) e Sedimentos Marinhos Recentes (Restingas), sendo que essas duas últimas categorias são classificadas com o nível mais alto de prioridade para a conservação no estado de São Paulo

Grande distinção entre as declividades predominantes na área na porção das planícies, que é inferior a 10º em relação as declividades na Serra de Sorocutuba e Morros que são superiores a 25º

Presença de remanescentes florestais em bom estado de conservação

A fauna terrestre e aquática do município do Guarujá compreende alta diversidade de espécies e a maioria das espécies associadas à ambientes florestais e ambientes aquáticos preservados, o que demonstra alta complexidade dos ambientes aos quais as espécies estão intimamente associadas

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TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Alta diversidade biológica/abundância de ecossistemas ou espécies

Por apresentar biodiversidade abundante, alta taxa de endemismo e alto grau de ameaça, o bioma da Mata Atlântica, no qual Guarujá está inserido, é considerada pela Conservation International (CI) um dos 34 hotspots da biodiversidade mundiais; parte da cobertura vegetal do município de Guarujá está representada pela Floresta Ombrófila Densa, também conhecida pela alta biodiversidade de espécies da flora e fauna. Além disso, a fauna terrestre e aquática do município do Guarujá compreende alta diversidade de espécies, sendo que a maioria das espécies estão associadas a ambientes florestais e ambientes aquáticos preservados

Presença de espécies ameaçadas, raras, migratórias, endêmicas

Foram encontrados registros de ao menos 12 espécies de flora, 21 espécies de avifauna, 18 espécies de mastofauna e 64 espécies de fauna aquática enquadradas em algum nível de ameaça de extinção em listas internacional, nacional e estadual. Registrou-se espécies endêmicas para bioma Mata Atlântica, sobretudo para herpetofauna.

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TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Área prioritária para a conservação da biodiversidade

Pode-se considerar que a conservação da vegetação nativa na área de estudo é prioritária a nível estadual e importante a nível federal, conforme mapeamentos oficiais

A Serra de Santo Amaro é o limite divisor de três regiões administrativas do município do Guarujá e compõe, em sua maior porção, o Setor de Preservação Ambiental da Macrozona de Proteção Ambiental. Além disso, no ZEE da Baixada Santista a Serra de Santo Amaro é classificada como zona que mantém os ecossistemas primitivos em pleno equilíbrio ambiental

Presença de sítios naturais raros, singulares ou de grande beleza cênica

A área dos morros tem grande potencial para ser utilizada como um mirante para a visada da Planície costeira, de grande beleza cênica

Presença de sítios arqueológicos ou patrimônios culturais/naturais, ou áreas naturais tombadas

A área de estudo contempla áreas naturais tombadas que ainda não são protegidos por UC: Morro do Botelho; morros do Monduba, do Pinto e do Icanhema. Além disso, pelo menos seis sambaquis seriam protegidos pela nova Unidade de Conservação e também seriam locais com potencial para visitação

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TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Potencial para ecoturismo (atrativos para visitação pública)

Há diversidade de ecossistemas potenciais para a criação de trilhas de aventura, contemplação, interpretativa, entre outras. Além disso, as aves são consideradas importantes para o ecoturismo, uma vez que agregam valor ambiental, social e econômico em atividades recreativas relacionadas ao birdwatching - observação recreativa de aves silvestres na natureza

Pelo menos seis sambaquis seriam protegidos pela nova Unidade de Conservação e também seriam locais com potencial para visitação; Não foram encontrados trilhas no diagnóstico com dados secundários, mas há várias lugares potenciais para a criação de trilhas de aventura, contemplação, interpretativa, entre outras. Essa informação será checada no trabalho de campo e oficinas participativas

Importante para conservação dos recursos hídricos

A Serra de Santo Amaro é um divisor de águas do município, de onde originam diversas nascentes, onde também ocorrem situações de ocupações irregulares. A qualidade das águas do rio Santo Amaro foi classificada como ruim, evidenciando a influência do despejo de esgoto “in natura” provenientes dos aglomerados subnormais à montante desses pontos de monitoramento. Além disso, foi registrada presença de aterramento das várzeas e a canalização dos rios, intensificando o escoamento superficial. Portanto, as áreas que ainda preservam condições naturais tem um importante papel para frear o processo de poluição dos recursos hídricos

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TEMA DESTAQUES DO DIAGNÓSTICO INTEGRADO DO ESTUDO DE CRIAÇÃO DE UC NA SERRA DE SANTO AMARO

meio biótico meio físico meio antrópico

Produção de água para o abastecimento público

Caracterizados por rios pouco extensos que nascem na Serra ou Planície Litorânea e que deságuam no oceano, os recursos hídricos da área de estudo não são utilizados para o abastecimento público do municipio.

Atributos geográficos importantes como gradientes ambientais

Grande distinção entre as declividades predominantes na área na porção das planícies, em relação as declividades dos morros. A Serra de Santo Amaro pode ser descrita como uma “espinha dorsal” constituída por um conjunto de morros que se estendem de leste a oeste do município, do canal de Bertioga a baía de Santos, contrastando com a baixa declividade das planícies marinhas

Potencial para pesquisa científica e educação ambiental

Ainda existem lacunas no conhecimento das espécies de fauna na área de estudo, principalmente da herpetofauna. Por abrigar 12% da área de manguezais da baixada Santista, a área é relevante para o estudo das dinâmicas dessa fitofisionomia

O próprio território do município do Guarujá por ser uma ilha geograficamente e compor uma unidade hiodrográfica específica isolada do continente, torna a área relevante para pesquisas científicas sobre dinâmicas hidrológicas e também estudos sobre mudanças climáticas

Como uma das portas de entrada para a colonização portuguesa, a área de estudo abriga em si o histórico do Brasil colônia e deve ser visto como um importante território para as pesquisas científicas nessa área

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meio biótico meio físico meio antrópico

Disponibilidade de recursos naturais para uso sustentável

A preservação dos manguezais é relevante sob o ponto de vista de desenvolvimento humano, uma vez que esse ecossistema é um dos mais produtivos e ricos da terra, sendo um espaço de relação dinâmica com o homem, nas dimensões social, cultural e econômico. Além disso, diversas espécies de peixes levantadas para a área são importantes para a economia local, bem como diversos sirís, camarões e caranguejos

Diversas opções podem ser fomentadas na região para aproveitar o grande número de turistas que já visitam o município por conta das praias. Esse turista pode ser levado a conhecer outras opções dentro da área de estudo, o que se reverteria em geração de emprego e renda aos moradores. A criação da UC pode fomentar as discussões dessas questões nas reuniões do futuro conselho gestor, bem como ações podem ser desenvolvidas para o fomento da utilização dos recursos naturais para o turismo sustentável

Utilização dos recursos naturais por comunidades tradicionais

As comunidades tradicionais podem se beneficiar das atividades de pesca dos peixes existentes na área e extrativismo de sururu, siri e caranguejo. Para tanto, a integridade dos ecossistemas dulcícolas e manguezais se fazem fundamentais para toda a vida aquática, por possuírem elevada importância na preservação de espécies tanto dos rios, como da vida marinha

Existem no município algumas comunidades caiçaras identificadas como comunidades tradicionais pelo Plano Diretor do Guarujá, que poderiam se beneficiar da criação de uma de Unidade de Conservação

Populações residentes na área

Existe na área de estudo populações residentes em moradias subnormais nos morros e mangue, e em bairros consolidados na planície

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meio biótico meio físico meio antrópico

Isenção de áreas de concessão de lavras ou autorização de pesquisa mineral

A área de estudo é isenta de áreas de concessão de lavras, conforme buscas realizadas em bases oficiais

Potencial para gestão que minimize processos de pressão e ameaça, de forma a assegurar a persistência dos ecossistemas e espécies ao longo do tempo

Na gestão da floresta urbana do Guarujá é importante ressaltar que 47,3 % do território do município é ocupado por cobertura vegetal nativa, totalizando 192 fragmentos florestais, a maior parte deles pequenos, com menos de 10 ha, importante para a conectividade da paisagem. A criação desta UC é importante para a manutenção do corredor ecológico existente desde o Guarujá até Bertioga, preservando o fluxo das espécies ao longo das áreas naturais e, portanto o fluxo gênico, a sobrevivência das espécies e a biodiversidade da fauna

O Poder Público Municipal para prover a regularização fundiária e viabilizar projetos que combatam a precariedade presente nos assentamentos subnormais, busca recursos na esfera estadual e federal, além de disponibilizar recursos do tesouro municipal para as contrapartidas necessárias. Isso demonstra pró atividade da prefeitura municipal em resolver as questões de conflito pelo uso do solo em seu território

Resiliência às mudanças climáticas

As mudanças climáticas podem afetar principalmente os ecossistemas de mangue e florestas baixas por esses serem extremamente sensíveis ao aumento do nível do mar e às mudanças nos padrões de temperatura e precipitação

O aumento de eventos extremos podem potencializar a fragilidade dos ecossistemas

Já há populações residentes nos mangues e planícies, que sofrerão impacto direto de uma possível elevação do nível do mar e do aumento da periodicidade de eventos extremos

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Quadro 7.1 – Matriz de Diagnóstico Integrado para Criação de Unidade de Conservação na Serra de Santo Amaro, Guarujá, SP (Continuação)

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meio biótico meio físico meio antrópico

Representatividade das fitofisionomias

As áreas de manguezais no Município de Guarujá equivalem a 12 % da área de manguezais de toda Baixada Santista. Além disso, as florestas de terras baixas são o ecossistema menos protegidos por unidades de conservação no país.

Possibilidade de traçar os limites da UC seguindo delimitação natural do ecossistema

A condição natural de ilha mostra uma provável tendência ao endemismo das espécies principalmente anfíbios, pela baixa capacidade de deslocamento dessas espécies e sua dependência da água ou de micro habitas úmidos para reprodução.

O município do Guarujá, por ser uma ilha, geograficamente compõe uma unidade hiodrográfica específica isolada do continente

Modos de vida único, comunidades que moram em ilhas criam grupos isolados e distintos

Possibilita a manutenção da conectividade entre fragmentos florestais e outras vegetações naturais

A análise realizada por meio da ecologia da paisagem indicou que na floresta urbana do Guarujá há existência de áreas florestais de tamanho considerável e com uma conectividade que favorece a sobrevivência de populações nesses remanescentes. Além disso, a Serra de Santo Amaro permite a conectividade e fluxo da fauna entre as florestas altas e baixas com os mangues, bem como a manutenção do corredor ecológico existente desde o Guarujá até Bertioga, preservando o fluxo das espécies ao longo das áreas naturais e, portanto, a biodiversidade.

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8. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As informações organizadas neste documento técnico subsidirão a criação da

Unidade de Conservação na área de estudo e também servirá ao governo municipal

para elaborar ações estratégicas para a melhoria da qualidade de vida da população

do Guarujá, já que sintetiza os desafios e potencialidades diretamente relacionados

ao desenvolvimento local. As informações aqui contidas poderão ainda ser

utilizadas em diversas ações de educação ambiental da prefeitura, o que colaborará

para o envolvimento da população nas atividades futuras.

Os dados compilados neste relatório serão utilizados para definir as

informações a serem coletadas em campo e nas oficinas participativas para

complementar a caracterização da área de estudo para a criação da Unidade de

Conservação.

São Paulo, 26 de março de 2020.

CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais

CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais

Engª Ambiental Doutora Aline Ribeiro Machado Eng. Florestal Mestre Ana Paula de Souza Silva Gerente do Projeto Chefe da Seção

CREA SP Nº 5069048762 - RE n° 8969 CREA-SP 5069264422 - RE nº 8782

CENTRO DE TECNOLOGIAS GEOAMBIENTAIS CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS

Bióloga Dra. Cláudia Echevenguá Teixeira Química Doutora Maria Luiza Otero D’Almeida Diretora Diretora

CRBio Nº 009240-0 - RE Nº 08577 CRQ nº 04201949 - RE 2497

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EQUIPE TÉCNICA

INSTITUTO DE PESQUISAS TECNOLÓGICAS - IPT

CENTRO DE TECNOLOGIA DE RECURSOS FLORESTAIS - CT-FLORESTA Seção de Sustentabilidade de Recursos Florestais – SSRF

Aline Ribeiro Machado – Engenheira Ambiental, Doutora

Ana Paula de Souza Silva – Engenheira Florestal, Mestre

Caroline Almeida Souza – Engenheira Florestal, Mestre

Maria Lucia Solera – Bióloga, Doutora

Mariana Hortelani Carneseca Longo – Bióloga, Mestre

Rafael Pires Spassapan – Estagiário de Biologia

CENTRO DE TECNOLOGIAS GEOAMBIENTAIS – CTGEO Laboratório de Recursos Hídricos e Avaliação Geoambiental – Labgeo

Ana Candida Melo Cavani Monteiro – Matemática, Mestre

Ana Maria de Azevedo Dantas Marins – Técnica de Geologia

Carlos Geraldo Luz de Freitas – Geólogo, Doutor

Guilherme de Paula Santos Cutolo Cortez – Gestor Ambiental

Nadia Franqueiro Correa - Geóloga

Priscilla Moreira Argentin – Geógrafa, Especialista

Seção de Investigações, Riscos e Desastres Naturais – SIRDEN

Alessandra Cristina Corsi – Geóloga, Doutora

Apoio Administrativo

Stephanie Marinho Cordeiro – Técnico Administrativo

CPEA – EMPRESA CONTRATADA PARA LEVANTAMENTOS DE FAUNA

Mariana Masutti – Gerente

Daniela Cambeses - Coordenadora técnica

Caroline Nunes Parreira - Analista ambiental

Jéssica Teixeira - Analista ambiental

Marcos Vinícius Pereira Borges de Campos - Técnico ambiental

Adeildo Messias - Técnico ambiental

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - A1

ANEXO A – ATA REUNIÃO DO DIA 11/10/2019 COM A COMISSÃO TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

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ATA DE REUNIÃO

Local: Sede do Instituto de Segurança Socioambiental – ISSA, no Guarujá.

Data: 11/10/2019

Horário: 10h00 – 12h30m

Participantes: IPT – Alessandra, Ana Candida, Caroline, Guilherme, Maria Lucia;

Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação – Cleiton Jordão Santos, João

Leonardo Mele, Sidnei Aranha; ISSA – Rebeka Alves e Selma Oliveira.

O objetivo da reunião foi apresentar o plano de trabalho entregue à prefeitura em

25/09/2019 (1º produto do projeto). A pauta incluiu: apresentação da equipe do IPT do

projeto; plano de trabalho e método de monitoramento do projeto, conforme

apresentado na Figura 1. A reunião contou com a participação de cinco representantes

da equipe do IPT e de três representantes da Comissão Técnica de Acompanhamento

e Avaliação, incluindo o Secretário do Meio Ambiente do Guarujá, Sr. Sidnei Aranha, e

o fiscal do projeto, Sr. Cleiton Jordão Santos, conforme a lista de presença (Figura 2).

A reunião foi a primeira interação entre a equipe do IPT e a Comissão Técnica de

Acompanhamento e Avaliação após o início oficial do projeto, sendo uma oportunidade

de troca de informações e percepções sobre a criação da Unidade de Conservação

(UC) na Serra de Santo Amaro. A Figura 3 ilustra a interação dos participantes na

reunião.

Após apresentação do plano de trabalho, discutiram-se os seguintes pontos principais:

Preocupação com o prazo de entrega dos produtos do projeto:

o A Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação gostaria de ter o

máximo de informações o mais rápido possível para evitar interferência

do ano eleitoral no processo de criação da UC;

o Caroline esclareceu que a equipe do IPT sempre alimentará a comissão

com informações e resultados parciais do projeto para possibilitar as

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discussões para a criação da UC no COMDEMA e demais fóruns de

discussão;

o É desejável ter um primeiro produto técnico em fevereiro de 2020 para

discussão com o COMDEMA que se reúne toda 1ª quarta-feira do mês,

sendo que o IPT foi convidado a participar das reuniões quando

pertinente;

Criação da UC:

o Está associada a um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) do Ministério

Público;

o O plano diretor vigente incentiva à conservação acima da cota 10;

o A população local deve integrar o conselho gestor da futura UC;

o A estratégia de criação deve considerar que há receio da população em

perder sua moradia com a criação da UC;

o A população utiliza os recursos naturais da Serra de Santo Amaro para

subsistência (ex.: caça);

o Os limites da UC devem conciliar a maior extensão possível com o menor

conflito possível com a população. Foi ressaltado que há conflito na Vila

Baiana e na Vila Sapo. A região de Morrinhos é o “calcanhar de Aquiles”;

o É importante definir o instrumento jurídico mais apropriado para a criação

da UC para este começar a ser construído em maio (desejável) para não

sofrer interferência do processo eleitoral;

Solicitação de documentos/informações importantes para o projeto:

o O IPT se comprometeu a listar todos os documentos importantes para o

projeto, dentre os quais foram citados os seguintes:

Litoral sustentável – plano habitacional;

Áreas de risco;

Plano diretor (2013);

Projeto macrodrenagem;

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Plano de mobilidade;

Plano diretor de turismo;

Plano de manejo da APA do Guararu e demais UC;

Iniciativas ambientais de destaque no Guarujá:

o Plano Municipal de Conservação e Restauração da Mata Atlântica

(PMMA): teve início em 2015 pela prefeitura, com confluência com a

legislação de planejamento (coerente com o plano diretor), mas o

processo de elaboração foi paralisado. O ISSA assumiu a

responsabilidade de concluir este processo. O PMMA em elaboração pelo

ISSA se baseia na setorização ambiental do município. No que se refere

à arborização urbana, dentre os objetivos, se destaca o de substituição

das espécies exóticas por nativas. O PMMA também trata da criação de

UC no município;

o A praia do Tombo possui certificação ambiental internacional Bandeira

Azul, pelo 10º ano consecutivo, atendendo a diversos critérios ambientais.

A reunião foi encerrada após a equipe do IPT presente se comprometer a

repassar as informações para toda a equipe do IPT e a elaborar lista de documentos

para que a prefeitura possa enviar ao IPT.

Figura 1 – Apresentação utilizada na reunião de apresentação do plano de trabalho

para a Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação, realizada em 11/10/2019,

no Guarujá.

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Figura 2 – Lista de presença da reunião de apresentação do plano de trabalho para a

Comissão Técnica de Acompanhamento e Avaliação, realizada em 11/10/2019, no

Guarujá.

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Figura 3 – Fotos da reunião de apresentação do plano de trabalho para a Comissão

Técnica de Acompanhamento e Avaliação, realizada em 11/10/2019, no Guarujá.

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Relatório Técnico n° 150 283-205 - F1

ANEXO B – ATA REUNIÃO DO DIA 18/12/2019 COM A COMISSÃO TÉCNICA DE ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO

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ATA DE REUNIÃO

Local: IPT (São Paulo, SP)

Horário: 10:30 – 12:30h

O objetivo da reunião foi de alinhamento entre o IPT e a Comissão Técnica de

Acompanhamento e Avaliação do projeto quanto às expectativas sobre a etapa de

diagnóstico socioambiental para a criação da unidade de conservação (UC) na Serra

de Santo Amaro, no Guarujá. Dessa forma, a pauta (Anexo A) incluiu: a apresentação

da proposta de diagnóstico integrado da área de estudo; a discussão sobre os

aspectos importantes a levantar no diagnóstico para atender ao objetivo de criação da

UC; a discussão sobre as percepções sobre a área de estudo para orientar o

planejamento do levantamento primário de dados (trabalho de campo), bem como

discutir sobre a situação atual da Estação Ecológica de Sorocotuba.

A reunião teve início com uma breve apresentação dos participantes, dentre os

quais estavam o Secretário do Meio Ambiente do Guarujá, Sidnei Aranha e o fiscal do

projeto, Cleiton Jordão Santos. Estavam presentes, também, representantes de

instituições do Governo do Estado de São Paulo e da sociedade civil com atuação no

município de Guarujá, conforme lista de presença (Figura 1).

O primeiro assunto tratado foi o alinhamento sobre as expectativas quanto à

criação da UC, nesse sentido, os principais pontos levantados foram os seguintes:

A criação da UC não prevê a remoção de pessoas da Serra de Santo Amaro.

Acredita-se que remoção de moradias deva ser motivada por estar em área de

risco e não pela criação da UC;

Há expectativa de que criar a UC facilitará a implementação do programa Litoral

Sustentável no Guarujá;

Há expectativa de que criar a UC facilitará a gestão social e ambiental da Serra

de Santo Amaro;

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Há expectativa de que a proteção ambiental aliada ao fortalecimento da

participação social justifique a criação da UC na Serra de Santo Amaro;

Ressaltou-se que há convergência entre os objetivos da criação da UC, do

programa Litoral Sustentável e da regularização de moradias (Termo de Ajuste

de Conduta do Ministério Público);

Ressaltou-se que o ganho social que a criação da UC trará será a criação do

conselho gestor, que integrará as demandas da população local com o

fortalecimento e a participação popular na conservação ambiental e gestão do

território, trazendo possíveis impactos positivos à qualidade de vida local.

Em seguida foram discutidas as percepções sobre a área de estudo para

orientar o planejamento do trabalho de campo da etapa de diagnóstico socioambiental

do projeto. A equipe do IPT apresentou as primeiras percepções obtidas no

levantamento secundário de dados socioambientais sobre a área de estudo. As

principais questões para a o planejamento do trabalho de campo, ressaltadas pela

equipe do IPT estavam relacionadas a:

Estado de conservação da vegetação da Serra de Santo Amaro;

Apoio e segurança para a realização do trabalho de campo;

Apoio na definição de pontos amostrais para o trabalho de campo;

Processo de tombamento da Serra de Santo Amaro;

Ações socioambientais realizadas na área de estudo; e

E. E. Sorocotuba.

Foram discutidos a existência de dados na Prefeitura do Guarujá que serão enviado ao

IPT para a inclusão no diagnóstico Socioambiental, são eles:

Estudos com levantamento do meio biótico da região:

• EIA-Rima de empreendimentos na região da Serra de Santo Amaro e no

Guarujá – Marjorie Prado (prolongamento da Dom Pedro, Parque Prado,

linha de transmissão de energia para o porto);

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• Estudo de criação da APA Serra do Guararu – Dados de vegetação

mapeados (shapefile, kmz, entre outros);

• Plano de Manejo da APA Serra do Guararu (Dados de vegetação

mapeados (shapefile, kmz, entre outros);

• Estudos de outras UCs do município (RPPNs por exemplo);

• Dados secundários que estão sendo utilizados para a elaboração do

PMMA.

Estudos com levantamento do meio Meio antrópico:

• levantamentos, cadastros e dados demográficos atualizados das

Secretarias de Habitação e Assistência Social quanto aos assentamentos

informais e comunidades tradicionais da área de estudo/área pretendida

para implantação da UC;

• Plano Diretor de Macro-drenagem do Guarujá;

• Plano Local de Habitação de Interesse Social;

Os participantes da reunião ressaltaram os seguintes pontos:

O programa Litoral Sustentável pode fornecer dados sobre a região;

A prefeitura tem contatos com líderes comunitários das comunidades da Serra

de Santo Amaro, que podem facilitar a condução dos trabalhos em campo;

A prefeitura apoiará a equipe do IPT na realização dos trabalhos de campo,

acompanhando a equipe e fornecendo barco para reconhecimento do

manguezal da área de estudo, onde há lacuna de informações secundárias;

Os dados secundários sobre o estado de conservação da vegetação da Serra de

Santo Amaro estão coerentes com a realidade;

A vegetação da Serra de Santo Amaro é uma extensão da existente na APA

Serra do Guararu;

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O manguezal da área de estudo tem áreas com sambaquis, com dados

disponíveis no IPHAN;

O processo de tombamento da Serra de Santo Amaro se iniciou há décadas por

meio de inquérito civil, porém foi substituído pelo compromisso de criação da UC

por parte da prefeitura, assunto que foi incluído no inquérito civil. É possível

agendar vistas ao processo para auxiliar no diagnóstico socioambiental da área

de estudo;

Há dados sobre gestão ambiental referentes ao Programa Município Verde Azul

que serão disponibilizados à equipe do IPT para o diagnóstico socioambiental da

área de estudo;

A região retroportuária sofreu alterações antrópicas diversas (ex.: criação de

búfalo e exploração madeireira) e sua vegetação varia de estágio inicial a médio

(há árvores remanescentes de maior porte);

O Guarujá tem programa de Agenda 21 escolar, com escolas consideradas Eco

escolas;

A Serra de Santo Amaro é bem fiscalizada, mas o quartel será em outro local;

O setor de cadastro da prefeitura pode disponibilizar o mapeamento de áreas

públicas na área de estudo;

As ações de pesquisa e de visitação na Serra de Santo Amaro são dificultadas

pela condição de insegurança;

A opção de ampliar a APA de Guararu ao invés de criar a UC na Serra de Santo

Amaro não foi adotada por questões culturais que são distintas (as comunidades

que moram em ilhas criam grupos isolados e distintos);

A E. E. Sorocotuba foi vistoriada pela equipe da prefeitura, que considerou não

haver atributos para ser uma Estação Experimental. A prefeitura tem a intenção

de recategorizar essa UC e deve finalizar o processo antes do término do estudo

da UC de Santo Amaro.

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Encerrando a reunião, a gerente do projeto, informou que o trabalho de campo será

realizado em janeiro e sua organização será realizada no primeiro dia de trabalho de

campo, em reunião prévia na Secretaria do Meio Ambiente de Guarujá (SEMAM).

A Figura 2 apresenta as fotos da reunião realizada no IPT.

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Figura 1 – Lista de presença da reunião no IPT, em 18/12/2019.

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Figura 2 – Fotos da reunião no IPT, em 18/12/2019.

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Anexo A: Apresentação utilizada na reunião no IPT, em 18/12/2019

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 12/135

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 13/135

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 14/135

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Relatório Técnico n° 150 283-205 - F1

ANEXO C – TABELAS DADOS SECUNDÁRIOS FAUNA

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Relatório Técnico n° 150 283-205 - F1

Tabela 1 - Compilação dos Dados Secundários da Herpetofauna. Fontes: EIAs = 1 - GEOBRASILIS (2012), 2 - ITAITI (2016), 3 - CONSÓRCIO PRIME & ETEL (2013), 4 - CARUJO JR. (2015), 5 - CPEA/SANTOS BRASIL (2014), 6 - CPEA/ITSEMAP (2009), 7 - GEOTEC (2019), 8 - AMBIENTAL CONSULTING (2017) e 11 – CPEA/COMGÁS (2019). Publicações Científicas = 9 – FORTI et al. 2019, 10 – PARREIRA et al. (2019).

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

AMPHIBIA

ANURA

Brachycephalidae

Ischnocnema guentheri END rãzinha-do-folhiço Nativa - - 2, 4, 5 Áreas florestadas Criptozóico e Arborícola

Ischnocnema parva END rãzinha-do-folhiço Nativa - - 2 Áreas florestadas Criptozóica

Bufonidae

Rhinella hoogmoedi sapo-cururu Nativa - - 4 Áreas florestadas Terrícola

Rhinella ornata END cururuzinho Nativa - - 2, 4, 7, 8 Áreas abertas ou florestadas Terrícola

Centrolenidae

Vitreorana uranoscopa END rã-de-vidro Nativa - - 2 Áreas florestadas Arborícola

Craugastoridae

Haddadus binotatus END rã-do-folhiço Nativa - - 2, 4, 7 Áreas florestadas Criptozóica

Cycloramphidae

Cycloramphus cf. boraceiensis END sapinho-de-riacho Nativa - - 4 Áreas florestadas Reofílica

Thoropa miliaris rã-do-costão Nativa - - 8 Áreas florestadas Terrícola

Thoropa taophora END rã-de-costão Nativa - - 4, 7 Áreas florestadas Terrícola

Hylidae

Aplastodiscus albofrenatus END perereca Nativa - - 8 Áreas florestadas Arborícola

Aplastodiscus leucopygius END perereca Nativa - - 4 Áreas florestadas Arborícola

Boana albomarginata END perereca-araponga Nativa - - 1, 2, 4, 7, 8 Áreas abertas Arborícola

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 2/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

Boana albopunctata perereca-cabrinha Nativa - - 1, 4 Áreas abertas Arborícola

Boana faber END sapo-ferreiro Nativa - - 1, 2, 4, 7, 8 Áreas abertas ou florestadas Arborícola

Boana semilineata END perereca Nativa - - 4, 7 Áreas florestadas Arborícola

Dendropsophus aff. decipiens pererequinha-do-brejo Nativa - - 2 Áreas abertas ou florestadas Arborícola

Dendropsophus berthalutzae END pererequinha Nativa - - 4, 7 Áreas florestadas Arborícola

Dendropsophus elegans END perereca-de-moldura Nativa - - 1, 2, 4 Áreas abertas Arborícola

Dendropsophus minutus pererequinha-do-brejo Nativa - - 8 Áreas abertas Arborícola

Dendropsophus sanborni pererequinha-do-brejo Nativa - - 1 Áreas abertas Arborícola

Dendropsophus werneri END pererequinha-do-brejo Nativa - - 2, 4, 7 Áreas abertas Arborícola

Itapotihyla langsdorffii END perereca-castanhola Nativa - - 2, 4, 7 Áreas florestadas Arborícola

Ololygon argyreornata END perereca Nativa - - 2 Áreas florestadas Arborícola

Ololygon littoralis END perereca-do-litoral Nativa - - 2, 4, 7 Áreas florestadas Arborícola

Ololygon perpusilla END perereca Nativa - - 2 Áreas florestadas Arborícola

Phyllodytes luteolusEX

pererequinha-de-bromélia Exótica 9 Áreas florestadas Arborícola

Scinax cf. alter END raspa-cuia Nativa - - 2 Áreas abertas Arborícola

Scinax fuscovarius raspa-cuia Nativa - - 1, 2, 8 Áreas abertas Arborícola

Scinax hayii END perereca-de-banheiro Nativa - - 2 Áreas florestadas Arborícola

Scinax imbegue END pererequinha Nativa - - 7 Áreas abertas Arborícola

Scinax perereca END perereca Nativa - - 4 Áreas abertas ou florestadas Arborícola

Scinax sp. perereca Nativa - - 5 - -

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 3/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

Scinax tymbamirim END perereca Nativa - - 4 Áreas abertas Arborícola

Trachycephalus mesophaeus END perereca-grudenta Nativa - - 4 Áreas florestadas Arborícola

Hylodidae

Hylodes sp. rã-de-corredeira Nativa - - 4 Áreas florestadas Reofílica

Leptodactylidae

Adenomera marmorata END rãzinha-piadeira Nativa - - 2, 4, 5, 7 Áreas abertas ou florestadas Criptozóica

Leptodactylus latrans rã-manteiga Nativa - - 1, 2, 4, 7 Áreas abertas ou florestadas Terrícola

Physalaemus atlanticus END rãzinha-de-folhiço Nativa - - 4 Áreas florestadas Criptozóica

Physalaemus bokermanni END rãzinha-de-folhiço Nativa - - 4, 7 Áreas florestadas Criptozóica

Physalaemus moreirae END rãzinha Nativa - - 4 Áreas florestadas Criptozóica

Physalaemus olfersii rãzinha-de-folhiço Nativa - - 4 Áreas florestadas Criptozóica

Microhylidae

Elachistocleis ovalis sapo-guarda Nativa - - 1 Áreas abertas Fossorial

Elachistocleis sp. apito-do-campo Nativa - - 4 Áreas abertas Fossorial

Odontophrynidae

Proceratophrys melanopogon END sapo-de-chifres Nativa - - 4 Áreas florestadas Criptozóica

Ranidae

Lithobates catesbeianus rã-touro Exótica - - 2 Áreas abertas ou florestadas Aquática e terrícola

REPTILIA

CROCODYLIA

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 4/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

Alligatoridae

Caiman latirostris* jacaré-do-papo-amarelo Nativa 11 Áreas florestadas Semi-aquática

SQUAMATA - Lagartos

Dactyloidae

Dactyloa sp. lagarto-verde Nativa - - 6 - -

Anolis porcatus* lagarto-verde Exótica 10 Áreas abertas e florestadas Arborícola

Diploglossidae

Ophiodes fragilis END cobra-de-vidro Nativa - - 6 Áreas florestadas Terrícola

Gekkonidae

Hemidactylus mabouia lagartixa-de-parede Exótica - - 7 Áreas abertas ou florestadas Arborícola e terrícola

Gymnopthalminae

Placosoma glabellum END lagartinho Nativa - - 8 Áreas florestadas Arborícola

Leiosauridae

Enyalius iheringii END papa-vento Nativa - - 8 Áreas florestadas Arborícola

Teiidae

Salvator merianae END teiú Nativa - - 1, 2, 4, 5, 7,

8 Áreas florestadas Terrícola

Tupinambis sp. teiú Nativa - - 6 - -

Tropiduridae

Tropidurus torquatus* calango Nativa - - 5, 7 Áreas abertas ou florestadas Terrícola

SQUAMATA - Serpentes

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 5/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

Colubridae

Chironius bicarinatus END cobra-cipó Nativa - - 8 Áreas florestadas Arborícola

Chironius fuscus MA cobra-cipó Nativa - - 4 Áreas florestadas Arborícola e terrícola

Spilotes pullatus END caninana Nativa - - 8 Áreas florestadas Arborícola e terrícola

Dipsadidae

Dipsas indica MA dormideira Nativa - - 2 Áreas abertas ou florestadas Arborícola e terrícola

Erythrolamprus miliaris END cobra-d’água Nativa - - 2, 4, 7, 8 Áreas florestadas Aquática e terrícola

Helicops carinicaudus END cobra-d’água Nativa - - 6 Áreas florestadas Aquática

Oxyrhopus petolarius MA cobra-coral Nativa - - 8 Áreas florestadas Terrícola

Sibynomorphus mikanii dormideira Nativa - - 2 Áreas abertas ou florestadas Terrícola

Siphlophis pulcher END dorme-dorme Nativa - - 2, 8 Áreas florestadas Arborícola

Sordellina punctata END cobra-d’água Nativa - - 8 Áreas florestadas Aquática

Taeniophallus bilineatus END - Nativa - - 8 Áreas florestadas Criptozóica

Elapidae

Micrurus corallinus END coral-verdadeira Nativa - - 8 Áreas florestadas Subterrânea

Viperidae

Bothrops jararaca* END jararaca Nativa - - 4, 5, 8 Áreas florestadas Terrícola

Bothrops jararacussu MA jararacussu Nativa - - 2, 8 Áreas florestadas Terrícola

TESTUDINES

Chelidae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 6/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte Habitat Atividade

SMA (2018) MMA (2014)

Hydromedusa tectifera cagado-de-pescoço-comprido Nativa - - 4 Áreas florestadas Aquática

Cágado não identificado - - - - 2 - -

Chellonidae

Chelonia mydas* tartaruga-verde Nativa 11 Áreas florestadas Aquática

Legenda: END Endêmico de Mata Atlântica. Fonte: END Endemismo, hábito e hábitat: Haddad et al. (2013); Marques et al. (2009). Origem: SMA (2009). Status de Ameaça: SMA (2018) = Lista de espécies ameaçadas do estado de São Paulo (SÃO PAULO, 2018), MMA (2018) = Lista de espécies ameaçadas do Brasil (MMA, 2018). (*) Relatos e evidências de moradores.

Tabela 2. Compilação dos Dados Secundários da Avifauna. Fontes: 1 - GEOBRASILIS (2012), 2 - ITAITI (2016), 3 - CONSÓRCIO PRIME & ETEL (2013), 4 - CARUJO JR. (2015), 5 - CPEA/SANTOS BRASIL (2014), 6 - CPEA/ITSEMAP (2009), 7 - GEOTEC (2019) e 8 - AMBIENTAL CONSULTING (2017).

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

TINAMIFORMES

Tinamidae

Tinamus solitarius* macuco NT - VU MA F 8

Crypturellus obsoletus inambuguaçu LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Crypturellus tataupa inambu-chintã LC - - - F 4, 8

ANSERIFORMES

Anatidae

Dendrocygna viduata irerê LC - - - D 1, 5

Dendrocygna autumnalis marreca-cabocla LC - - - F 7

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 7/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Cairina moschata pato-do-mato LC - - - F 7

Amazonetta brasiliensis ananaí LC - - - D e F 1, 2, 3

Anas bahamensis marreca-toicinho LC - - - D 1

GALLIFORMES

Cracidae

Penelope superciliaris* jacupemba LC - QA - F 8

Penelope obscura jacuguaçu LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Odontophoridae

Odontophorus capueira* uru LC - QA MA F 4

PODICIPEDIFORMES

Podicipedidae

Tachybaptus dominicus mergulhão-pequeno LC - - - D 1

Podicephorus major mergulhão-grande LC - - - D 1

SULIFORMES

Fregatidae

Fregata magnificens tesourão LC - - - D e F 1, 5, 8

Sulidae

Sula leucogaster atobá LC - - - F 8

Phalacrocoracidae

Nannopterum brasilianus biguá LC - - - D e F 1, 2, 4, 6, 7, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 8/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Anhingidae

Anhinga anhinga biguatinga LC - - - F 6

PELECANIFORMES

Ardeidae

Tigrisoma lineatum socó-boi LC - - - D e F 1, 2, 8

Botaurus pinnatus socó-boi-baio LC - - - F 8

Nycticorax nycticorax socó-dorminhoco LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7, 8

Nyctanassa violacea savacu-de-coroa LC - - - D e F 1, 6, 7, 8

Butorides striata socozinho LC - - - D e F 2, 4, 6, 7

Bubulcus ibis garça-vaqueira LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 6, 7

Ardea cocoi garça-moura LC - - - D e F 1, 4, 7

Ardea alba garça-branca LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8

Syrigma sibilatrix maria-faceira LC - - - D 1, 2

Pilherodius pileatus garça-real LC - - - F 4

Egretta thula garça-branca-pequena LC - - - D e F 1, 2, 4, 6, 7, 8

Egretta caerulea garça-azul LC - - - D e F 1, 4, 6, 7, 8

Threskiornithidae

Eudocimus ruber guará LC - - - F 4, 6, 7, 8

Mesembrinibis cayennensis coró-coró LC - - - D e F 2, 4

Phimosus infuscatus tapicuru LC - - - F 7

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 9/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Platalea ajaja colhereiro LC - - - D e F 1, 4, 5, 6, 7

CATHARTIFORMES

Cathartidae

Cathartes aura urubu-de-cabeça-vermelha LC - - - D e F 2, 4, 8

Coragyps atratus urubu LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8

ACCIPITRIFORMES

Pandionidae

Pandion haliaetus águia-pescadora LC - - VN F 8

Accipitridae

Leptodon cayanensis gavião-gato LC - - - D 2

Chondrohierax uncinatus caracoleiro LC - - - D 2

Elanoides forficatus gavião-tesoura LC - - VN F 8

Accipiter striatus tauató-miúdo LC - - - F 8

Ictinia plumbea sovi LC - - - F 8

Geranospiza caerulescens gavião-pernilongo LC - - - F 4

Amadonastur lacernulatus* gavião-pombo-pequeno VU VU VU MA F 4, 8

Rupornis magnirostris gavião-carijó LC - - - D e F 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Parabuteo unicinctus gavião-asa-de-telha LC - - - D 1

Geranoaetus albicaudatus gavião-de-rabo-branco LC - - - D 1

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 10/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Buteo brachyurus gavião-de-cauda-curta LC - - - F 4

GRUIFORMES

Aramidae

Aramus guarauna carão LC - - - D 1, 2

Rallidae

Aramides cajaneus* saracura-três-potes LC - VU - D e F 1, 7, 8

Aramides saracura saracura-do-mato LC - - MA D e F 2, 4, 8

Amaurolimnas concolor saracura-lisa LC - - - D e F 1, 2, 4, 8

Laterallus melanophaius sanã-parda LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7, 8

Laterallus exilis sanã-do-capim LC - - - F 4

Mustelirallus albicollis sanã-carijó LC - - - D 1, 2

Pardirallus nigricans saracura-sanã LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7

Gallinula galeata galinha-d'água LC - - - D e F 1, 2, 3, 6, 7

CHARADRIIFORMES

Charadriidae

Vanellus chilensis quero-quero LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Charadrius semipalmatus batuíra-de-bando LC - - VN F 4, 6, 7, 8

Charadrius collaris batuíra-de-coleira LC - - - D 1

Recurvirostridae

Himantopus melanurus pernilongo-de-costas-brancas LC - - VN F 7

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 11/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Scolopacidae

Gallinago paraguaiae narceja LC - - - D 1

Actitis macularius maçarico-pintado LC - - VN D e F 1, 4, 8

Tringa melanoleuca maçarico-grande-de-perna-amarela LC - - VN F 4, 7

Tringa flavipes maçarico-de-perna-amarela LC - - VN D e F 1, 4, 7

Calidris fuscicollis maçarico-de-sobre-branco LC - - VN F 7

Jacanidae

Jacana jacana jaçanã LC - - - D e F 2, 3, 4, 7, 8

Laridae

Larus dominicanus gaivotão LC - - - D e F 1, 8

Sternidae

Sterna hirundinacea* trinta-réis-de-bico-vermelho LC VU VU - D 1

Thalasseus maximus* trinta-réis-real LC EN EN - F 7

COLUMBIFORMES

Columbidae

Columbina talpacoti rolinha LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Columba livia pombo-doméstico LC - - - D e F 1, 3, 4, 8

Patagioenas picazuro asa-branca LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8

Patagioenas cayennensis pomba-galega LC - - - D e F 2, 5, 7, 8

Patagioenas plumbea pomba-amargosa LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 12/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Leptotila verreauxi juriti-pupu LC - - - D e F 1, 2, 4, 7, 8

Leptotila rufaxilla juriti-de-testa-branca LC - - - D e F 1, 2, 4

Geotrygon montana pariri LC - - - F 4, 8

CUCULIFORMES

Cuculidae

Piaya cayana alma-de-gato LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 8

Coccyzus melacoryphus papa-lagarta LC - - - F 8

Crotophaga ani anu-preto LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 6, 8

Guira guira anu-branco LC - - - D e F 1, 6, 8

Tapera naevia saci LC - - - D e F 1, 4

STRIGIFORMES

Tytonidae

Tyto furcata suindara LC - - - D 1

Strigidae

Megascops choliba corujinha-do-mato LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 8

Pulsatrix koeniswaldiana murucututu-de-barriga-amarela LC - - - F 8

Strix virgata coruja-do-mato LC - - - D e F 2, 3, 4, 8

Athene cunicularia coruja-buraqueira LC - - - D e F 1, 2, 8

Asio clamator coruja-orelhuda LC - - - D e F 1, 8

NYCTIBIIFORMES

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 13/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Nyctibiidae

Nyctibius griseus urutau LC - - - F 4, 8

CAPRIMULGIFORMES

Caprimulgidae

Lurocalis semitorquatus tuju LC - - - D e F 2, 8

Nyctidromus albicollis bacurau LC - - - D e F 1, 4, 8

Hydropsalis torquata bacurau-tesoura LC - - - F 4

APODIFORMES

Apodidae

Streptoprocne zonaris taperuçu-de-coleira-branca LC - - - F 4, 6

Streptoprocne biscutata taperuçu-de-coleira-falha LC - - - F 4

Chaetura cinereiventris andorinhão-de-sobre-cinzento LC - - - D e F 1, 2, 8

Chaetura meridionalis andorinhão-do-temporal LC - - - D e F 4, 5, 8

Trochilidae

Ramphodon naevius beija-flor-rajado NT - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Glaucis hirsutus balança-rabo-de-bico-torto LC - - - D 2

Phaethornis ruber rabo-branco-rubro LC - - - D e F 4, 5, 7, 8

Phaethornis pretrei rabo-branco-acanelado LC - - - D e F 4, 5

Phaethornis eurynome rabo-branco-de-garganta-rajada LC - - MA D e F 2, 8

Eupetomena macroura beija-flor-tesoura LC - - - D e F 1, 2, 3, 6, 7, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 14/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Aphantochroa cirrochloris beija-flor-cinza LC - - MA F 4, 7

Florisuga fusca beija-flor-preto LC - - MA D e F 2, 4, 8

Anthracothorax nigricollis beija-flor-de-veste-preta LC - - - F 4

Lophornis chalybeus* topetinho-verde NT - - - F 8

Chlorostilbon lucidus besourinho-de-bico-vermelho LC - - - D 5

Thalurania glaucopis beija-flor-de-fronte-violeta LC - - MA D e F 2, 4, 5, 8

Hylocharis cyanus beija-flor-roxo LC - - - D e F 2, 5, 8

Leucochloris albicollis beija-flor-de-papo-branco LC - - MA D 5

Polytmus guainumbi beija-flor-de-bico-curvo LC - - - F 8

Amazilia versicolor beija-flor-de-banda-branca LC - - - D e F 1, 4

Amazilia fimbriata beija-flor-de-garganta-verde LC - - - D e F 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Amazilia lactea beija-flor-de-peito-azul LC - - - D e F 5, 8

TROGONIFORMES

Trogonidae

Trogon viridis surucuá-de-barriga-amarela LC - - - D e F 2, 4, 8

Trogon rufus surucuá-dourado LC - - - F 4

CORACIIFORMES

Alcedinidae

Megaceryle torquata martim-pescador-grande LC - - - D e F 1, 2, 4, 7, 8

Chloroceryle amazona martim-pescador-verde LC - - - D e F 1, 4, 7, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 15/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Chloroceryle americana martim-pescador-pequeno LC - - - D e F 1, 2, 4, 6, 7, 8

Chloroceryle inda* martim-pescador-da-mata LC - - - F 8

Momotidae

Baryphthengus ruficapillus juruva LC -

MA F 4, 8

GALBULIFORMES

Bucconidae

LC

Malacoptila striata* barbudo-rajado NT - - MA F 8

PICIFORMES

Ramphastidae

Ramphastos vitellinus* tucano-de-bico-preto VU - - - F 4, 7, 8

Ramphastos dicolorus tucano-de-bico-verde LC - - MA D e F 1, 2, 8

Selenidera maculirostris* araçari-poca LC - VU MA F 8

Pteroglossus bailloni* araçari-banana NT - VU MA F 8

Picidae

Picumnus cirratus picapauzinho-barrado LC - - - D e F 2, 4, 8

Picumnus temminckii picapauzinho-de-coleira LC - - MA D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Melanerpes flavifrons benedito-de-testa-amarela LC - - MA F 4

Veniliornis spilogaster picapauzinho-verde-carijó LC - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Piculus flavigula pica-pau-bufador LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Colaptes campestris pica-pau-do-campo LC - - - D e F 1, 4

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 16/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Celeus flavescens pica-pau-de-cabeça-amarela LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 8

Dryocopus lineatus pica-pau-de-banda-branca LC - - - D e F 2, 5, 7

Campephilus robustus pica-pau-rei LC - - MA F 8

FALCONIFORMES

Falconidae

Caracara plancus carcará LC - - - D e F 1, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Milvago chimachima carrapateiro LC - - - D e F 1, 4, 5, 7, 8

Herpetotheres cachinnans acauã LC - - - D e F 2, 8

Micrastur semitorquatus falcão-relógio LC - - - D e F 1, 4

Falco sparverius quiriquiri LC - - - D e F 1, 8

Falco femoralis falcão-de-coleira LC - - - D 1

PSITTACIFORMES

Psittacidae

Pyrrhura frontalis tiriba LC - - MA F 4, 8

Forpus xanthopterygius tuim LC - - - D e F 2, 3, 4, 5, 7, 8

Brotogeris tirica periquito-verde LC - - MA D e F 1, 2, 3, 4, 8

Pionopsitta pileata cuiú-cuiú LC - - MA F 4, 8

Pionus maximiliani maitaca LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Amazona farinosa* papagaio-moleiro NT - CR - D 1, 5

Amazona aestiva papagaio LC - - - D e F 2, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 17/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Triclaria malachitacea* sabiá-cica NT - - MA F 8

PASSERIFORMES

Thamnophilidae

Terenura maculata zidedê LC - - MA F 4

Myrmotherula unicolor* choquinha-cinzenta NT - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Rhopias gularis choquinha-de-garganta-pintada LC - - MA F 4, 8

Dysithamnus stictothorax* choquinha-de-peito-pintado NT - - MA F 4, 8

Dysithamnus mentalis choquinha-lisa LC - - - D e F 2, 4, 8

Herpsilochmus rufimarginatus chorozinho-de-asa-vermelha LC - - - D e F 2, 4, 5, 7, 8

Thamnophilus caerulescens choca-da-mata LC - - - F 4, 7, 8

Hypoedaleus guttatus chocão-carijó LC - - MA F 4

Mackenziaena leachii borralhara-assobiadora LC - - MA F 4

Myrmoderus squamosus papa-formiga-de-grota LC - - MA D e F 2, 4, 8

Pyriglena leucoptera papa-taoca-do-sul LC - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Drymophila ferruginea trovoada LC - - MA D e F 4, 5, 8

Drymophila squamata pintadinho LC - - MA D e F 5, 8

Conopophagidae

Conopophaga lineata chupa-dente LC - - MA D e F 4, 5

Conopophaga melanops cuspidor-de-máscara-preta LC - - MA D e F 2, 4, 8

Rhinocryptidae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 18/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Merulaxis ater* entufado NT - - MA F 4, 8

Formicariidae

Formicarius colma galinha-do-mato LC - - - D e F 2, 4, 5, 7, 8

Chamaeza campanisona tovaca-campainha LC - - - F 8

Scleruridae

Sclerurus scansor vira-folha

- - MA D e F 4, 5, 8

Dendrocolaptidae

LC

Dendrocincla turdina arapaçu-liso LC - - MA D e F 2, 4, 8

Sittasomus griseicapillus arapaçu-verde LC - - - D e F 4, 5, 8

Xiphorhynchus fuscus arapaçu-rajado LC - - MA D e F 2, 4, 5, 8

Lepidocolaptes squamatus arapaçu-escamoso LC - - MA F 8

Dendrocolaptes platyrostris arapaçu-grande LC - - - F 8

Xiphocolaptes albicollis arapaçu-de-garganta-branca LC - - - F 4

Xenopidae

LC

Xenops minutus bico-virado-miúdo LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Xenops rutilans bico-virado-carijó LC - - - F 4, 8

Furnariidae

LC

Furnarius rufus joão-de-barro LC - - - D e F 2, 3, 4, 5, 7, 8

Lochmias nematura joão-porca LC - - - F 8

Automolus leucophthalmus barranqueiro-de-olho-branco LC - - MA F 4, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 19/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo LC - - MA F 4

Anabacerthia lichtensteini limpa-folha-ocráceo LC - - MA F 8

Philydor atricapillus limpa-folha-coroado LC - - MA D e F 4, 5, 6, 7, 8

Philydor rufum limpa-folha-de-testa-baia LC - - - F 4, 8

Cichlocolaptes leucophrus trepador-sobrancelha LC - - MA F 4

Phacellodomus erythrophthalmus joão-botina-da-mata LC - - MA F 4

Phacellodomus ferrugineigula joão-botina-do-brejo LC - - MA F 4

Certhiaxis cinnamomeus curutié LC - - - D e F 2, 3, 4, 6, 7

Synallaxis ruficapilla pichororé LC - - MA F 4, 7, 8

Synallaxis spixi joão-teneném LC - - - D e F 2, 3, 4, 7, 8

Cranioleuca pallida arredio-pálido LC - - MA D 2

Pipridae

Manacus manacus rendeira LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Chiroxiphia caudata tangará LC - - MA D e F 4, 5, 8

Onychorhynchidae

Myiobius barbatus assanhadinho LC - - - F 4, 8

Tityridae

Schiffornis virescens flautim LC - - MA F 4

Pachyramphus castaneus caneleiro LC - - - F 4

Pachyramphus polychopterus caneleiro-preto LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 20/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Pachyramphus marginatus caneleiro-bordado LC - - - F 4

Pachyramphus validus caneleiro-de-chapéu-preto LC - - - D e F 2, 5, 8

Cotingidae

Pyroderus scutatus pavó LC - - MA D e F 2, 4, 8

Procnias nudicollis* araponga VU - - MA F 8

Platyrinchidae

Platyrinchus mystaceus patinho LC - - - F 4

Rhynchocyclidae

Mionectes rufiventris abre-asa-de-cabeça-cinza LC - - MA F 4, 8

Leptopogon amaurocephalus cabeçudo LC - - - D e F 2, 4, 5, 7, 8

Tolmomyias sulphurescens bico-chato-de-orelha-preta LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Tolmomyias flaviventris bico-chato-amarelo LC - - - F 8

Todirostrum poliocephalum teque-teque LC - - MA D e F 2, 3, 4, 5

Todirostrum cinereum ferreirinho-relógio LC - - - D e F 1, 4, 7, 8

Myiornis auricularis miudinho LC - - - F 4, 8

Hemitriccus diops olho-falso LC - - MA D 5

Hemitriccus orbitatus* tiririzinho-do-mato NT - - MA F 4, 8

Tyrannidae

Hirundinea ferruginea gibão-de-couro LC - - - D e F 1, 4, 7

Camptostoma obsoletum risadinha LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 21/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Elaenia flavogaster guaracava-de-barriga-amarela LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7, 8

Serpophaga subcristata alegrinho LC - - - D 2

Attila rufus capitão-de-saíra LC - - MA D e F 2, 4, 8

Legatus leucophaius bem-te-vi-pirata LC - - - D e F 2, 4, 8

Myiarchus swainsoni irré LC - - - F 4

Myiarchus ferox maria-cavaleira LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 8

Sirystes sibilator gritador LC - - - F 8

Pitangus sulphuratus bem-te-vi LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Machetornis rixosa suiriri-cavaleiro LC - - - D e F 1, 2, 6, 8

Myiodynastes maculatus bem-te-vi-rajado LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Megarynchus pitangua neinei LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Myiozetetes cayanensis bentevizinho-de-asa-ferrugínea LC - - - F 8

Myiozetetes similis bentevizinho-de-penacho-vermelho LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8

Tyrannus melancholicus suiriri LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Tyrannus savana tesourinha LC - - - D e F 1, 4, 6

Empidonomus varius peitica LC - - - D e F 2, 4, 5, 8

Myiophobus fasciatus filipe LC - - - D e F 2, 4

Pyrocephalus rubinus príncipe LC - - VS D e F 2, 3

Fluvicola nengeta lavadeira-mascarada LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Arundinicola leucocephala freirinha LC - - - D e F 1, 7

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 22/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Cnemotriccus fuscatus guaracavuçu LC - - - D 5

Lathrotriccus euleri enferrujado LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Satrapa icterophrys suiriri-pequeno LC - - - D 1

Vireonidae

Cyclarhis gujanensis pitiguari LC - - - D e F 3, 4, 5, 8

Vireo chivi juruviara LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Corvidae

Cyanocorax chrysops gralha-picaça LC - - - D 5

Hirundinidae

Pygochelidon cyanoleuca andorinha-pequena-de-casa LC - - - D e F 1, 2, 3, 5, 6, 7, 8

Stelgidopteryx ruficollis andorinha-serradora LC - - - D e F 5, 7, 8

Progne tapera andorinha-do-campo LC - - - D e F 1, 6

Progne chalybea andorinha-grande LC - - - D e F 1, 2, 6, 8

Tachycineta leucorrhoa andorinha-de-sobre-branco LC - - - D 1

Troglodytidae

Troglodytes musculus corruíra LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Cantorchilus longirostris garrinchão-de-bico-grande LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Polioptilidae

Ramphocaenus melanurus chirito LC - - - F 4

Turdidae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 23/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Turdus flavipes sabiá-una LC - - - D e F 2, 8

Turdus leucomelas sabiá-branco LC - - - D e F 1, 2, 4, 7, 8

Turdus rufiventris sabiá-laranjeira LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Turdus amaurochalinus sabiá-poca LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8

Turdus albicollis sabiá-coleira LC - - - F 4, 8

Mimidae

Mimus saturninus sabiá-do-campo LC - - - F 6

Motacillidae

Anthus lutescens caminheiro-zumbidor LC - - - D 1

Passerellidae

Zonotrichia capensis tico-tico LC - - - D e F 1, 4, 5, 6, 7, 8

Parulidae

Setophaga pitiayumi mariquita LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 7, 8

Geothlypis aequinoctialis pia-cobra LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 8

Basileuterus culicivorus pula-pula LC - - - D e F 4, 5, 7, 8

Myiothlypis rivularis pula-pula-ribeirinho LC - - - F 4, 7

Icteridae

Cacicus haemorrhous guaxe LC - - - D e F 2, 4, 5, 7, 8

Icterus pyrrhopterus encontro LC - - - D 2

Gnorimopsar chopi pássaro-preto LC - - - D 1

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 24/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Agelasticus cyanopus carretão LC - - - F 7

Chrysomus ruficapillus garibaldi LC - - - F 7

Molothrus bonariensis chupim LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7, 8

Sturnella superciliaris polícia-inglesa-do-sul LC - - - D 1

Thraupidae

Pipraeidea melanonota saíra-viúva LC - - - D e F 2, 4, 5

Tangara seledon saíra-sete-cores LC - - MA F 4, 7, 8

Tangara cyanocephala saíra-militar LC - - MA F 4, 7

Tangara sayaca sanhaço-cinzento LC - - - D e F 1, 2, 4, 5, 6, 7, 8

Tangara cyanoptera* sanhaço-de-encontro-azul NT - - MA D e F 4, 5

Tangara palmarum sanhaço-do-coqueiro LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8

Tangara cayana saíra-amarela LC - - - D e F 2, 3, 4

Conirostrum speciosum figuinha-de-rabo-castanho LC - - - F 4, 8

Conirostrum bicolor* figuinha-do-mangue NT - VU - D e F 1, 6, 7

Sicalis flaveola canário-da-terra LC - - - D e F 1, 2, 4, 6, 7, 8

Haplospiza unicolor cigarra-bambu LC - - MA F 8

Hemithraupis ruficapilla saíra-ferrugem LC - - MA D e F 2, 4, 8

Volatinia jacarina tiziu LC - - - D e F 1, 4, 8

Trichothraupis melanops tiê-de-topete LC - - - F 4

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 25/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Lanio cristatus tiê-galo LC - - - D e F 2, 4, 5

Lanio cristatus tiê-galo LC - - - F 8

Tachyphonus coronatus tiê-preto LC - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Ramphocelus bresilius tiê-sangue LC - - MA D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8

Tersina viridis saí-andorinha LC - - - F 8

Dacnis cayana saí-azul LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 7, 8

Coereba flaveola cambacica LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8

Tiaris fuliginosus cigarra-preta LC - - - F 4, 8

Sporophila lineola bigodinho LC - - - F 4

Sporophila falcirostris* cigarra VU VU EN MA F 8

Sporophila caerulescens coleirinho LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 8

Sporophila leucoptera chorão LC - - - F 7

Sporophila angolensis curió LC - - - F 4

Embernagra platensis sabiá-do-banhado LC - - - F 6

Saltator similis trinca-ferro LC - - - D e F 2, 8

Saltator fuliginosus bico-de-pimenta LC - - MA F 4, 8

Thlypopsis sordida saí-canário LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 7, 8

Cardinalidae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 26/135

Táxon Nome Popular Status Ameaça Migração/Endemismo Local Referência

IUCN MMA SMA

Habia rubica tiê-de-bando LC - - - D e F 2, 4, 8

Fringillidae

Euphonia chlorotica fim-fim LC - - - D e F 1, 2, 8

Euphonia violacea gaturamo LC - - - D e F 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8

Euphonia pectoralis ferro-velho LC - - MA D e F 2, 4, 5, 7, 8

Estrildidae

Estrilda astrild bico-de-lacre LC - - - D e F 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7,

8

Passeridae

Passer domesticus pardal LC - - - D e F 1, 3, 5, 7, 8

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Relatório Técnico n° 150 283-205 - F1

Tabela 3 – Compilação dos Dados Secundários da Mastofauna. Fontes: 1 - GEOBRASILIS (2012), 2 - ITAITI (2016), 3 - CONSÓRCIO PRIME & ETEL (2013), 4 - CARUJO JR. (2015), 5 - CPEA/SANTOS BRASIL (2014), 6 - CPEA/ITSEMAP (2009), 7 - GEOTEC (2019) e 8 - AMBIENTAL CONSULTING (2017).

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

ARTIODACTYLA

Cervidae

Mazama americana Veado-mateiro Nativa EN - 4, 8

Mazama gouazoubira Veado-catingueiro Nativa - - 8

Suidae

Sus scrofa Javali

Exótica - - 4

CARNIVORA

Canidae

Canis lupus familiaris Cachorro doméstico

Exótica - - 4, 5, 6, 7

Cerdocyon thous Cachorro-do-mato Nativa - - 2, 4, 5, 7, 8

Felidae

Felis catus domesticus Gato-doméstico

Exótica - - 5

Herpailurus yagouaroundi Jaguarundi Nativa - - 4

Leopardus guttulus Gato-do-mato-pequeno Nativa VU VU 4

Leopardus pardalis Jaguatirica Nativa VU - 2, 5, 8

Leopardus tigrinus Gato-do-mato Nativa - - 2

Leopardus wiedii Gato-maracajá Nativa EN VU 8

Puma concolor Onça-parda Nativa VU VU 5, 8

Mustelidae

Eira barbara Irara Nativa - - 8

Galictis cuja Furão-pequeno Nativa - - 8

Lontra longicaudis Lontra Nativa VU - 8

Procyonidae

Nasua nasua Quati Nativa - - 2, 8

Procyon cancrivorus Mão-pelada Nativa - - 1, 2, 4, 5, 6, 7,

8

CHIROPTERA

Molossidae

Molossus molossus Morcego-de-cauda-grossa Nativa - - 4

Noctilionidae

Noctilio cf. leporinus Morcego-pescador Nativa - - 1

Phyllostomidae

Anoura caudifer Morcego-beija-flor Nativa - - 4

Artibeus lituratus Morcego-da-fruta Nativa - - 4

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 2/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Artibeus sp. Morcego-da-fruta Nativa - - 5

Carollia perspicillata Morcego-de-cauda-curta Nativa - - 4

Desmodus rotundus Morcego-vampiro Nativa - - 4

Glossophaga soricina Morcego-beija-flor Nativa - - 4

Sturnira lilium Morcego-fruteiro Nativa - - 4

Vespertilionidae

Myotis albescens Morcego Nativa - - 4

Myotis nigricans Morcego Nativa - - 4

CINGULATA

Dasypodidae

Cabassous unicinctus Tatu-de-rabo-mole Nativa - - 8

Dasypus novemcinctus Tatu-galinha Nativa - - 1, 2, 4, 5, 7, 8

Euphractus sexcinctus Tatu-peba Nativa - - 2

DIDELPHIMORPHIA

Didelphidae

Chironectes minimus Cuíca-d'água Nativa QA - 2, 8

Didelphis aurita END Gambá-de-orelhas-pretas Nativa - - 1, 2, 4, 5, 6, 7,

8

Marmosa paraguayana Catita-cinza Nativa - - 8

Marmosops incanus END Catita Nativa QA - 8

Metachirus nudicaudatus Cuíca-marrom Nativa QA - 2, 8

Philander frenatus Cuíca-de-quatro-olhos-cinzenta Nativa - - 8

LAGOMORPHA

Leporidae

Sylvilagus brasiliensis Tapeti Nativa DD - 8

PILOSA

Bradypodidae

Bradypus variegatus END Bicho-preguiça Nativa DD - 2, 8

Myrmecophagidae

Tamandua tetradactyla Tamanduá-mirim Nativa - - 1, 2, 8

PRIMATES

Atelidae

Alouatta guariba END Bugio-ruivo Nativa EN VU 2, 4, 7, 8

Callitrichidae

Callithrix jacchus Sagui-de-tufos-brancos Nativa - - 2

Cebidae

Sapajus nigritus END Macaco-prego Nativa - - 2, 4, 7, 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 3/135

Táxon Nome popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

RODENTIA

Caviidae

Cavia aperea Preá Nativa - - 8

Cavia sp. Preá Nativa - - 1, 7

Hydrochoerus hydrochaeris Capivara Nativa - - 2, 5, 6, 7, 8

Cricetidae

Akodon cursor Rato-do-chão Nativa - - 4, 8

Akodon montensis Rato-do-mato Nativa - - 4

Akodon serrensis END Rato-do-mato Nativa - - 4

Euryoryzomys russatus END Rato-do-arroz Nativa QA - 4

Juliomys pictipes Rato-do-dorso-vermelho Nativa QA - 4

Nectomys squamipes Rato-d'água Nativa - - 8

Oligoryzomys flavescens Camundongo-amarelo Nativa - - 4

Oligoryzomys nigripes Camundongo-de-pé-preto Nativa - - 4

Oxymycterus dasytrichus Rato-do-brejo Nativa - - 4

Thaptomys nigrita END Rato-pitoco Nativa QA - 4

Cuniculidae

Cuniculus paca Paca Nativa QA - 2, 8

Dasyproctidae

Dasyprocta leporina Cutia Nativa QA - 2, 4, 7, 8

Dasyprocta azarae Cutia Nativa - - 2, 5

Dasyprocta sp. Cutia Nativa - - 2

Echimyidae

Kannabateomys amblyonyx Rato-da-taquara Nativa QA - 8

Trinomys iheringi END Rato-de-espinho Nativa QA - 8

Erethizontidae

Sphiggurus villosus Ouriço-cacheiro Nativa - - 8

Muridae

Rattus norvegicus Rato-marrom

Exótica - - 1

Rattus sp. Ratazana

Exótica - - 6

Myocastoridae

Myocastor coypus Ratão-do-banhado Nativa - - 1, 2

Sciuridae

Guerlinguetus brasiliensis Esquilo Nativa - - 7

Sciurus ingrami Caxinguelê Nativa - - 8

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 4/135

Tabela 4.2.4. Compilação dos Dados Secundários da Biota Aquática. Fontes: 1 - GEOBRASILIS (2012), 2 - ITAITI (2016), 3 - CONSÓRCIO PRIME & ETEL (2013), 4 - CARUJO JR. (2015), 5 - CPEA/SANTOS BRASIL (2014), 6 - CPEA/ITSEMAP (2009), 7 - GEOTEC (2019), 8 - AMBIENTAL CONSULTING (2017), 9 - DAL NEGRO (2014), 10 - BARBANTI et al (2013) e 11 - CESAR (2013).

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

CRUSTÁCEOS

DECAPODA

Aethridae

Hepatus pudibundus Sirí-baú Nativa - - 1, 3

Diogenidae

Clibanarius vittatus Caranguejo-ermitão Nativa - - 3

Dardanus arrosor Ermita-de-recife-vermelho Nativa - - 1, 3

Petrochirus diogenes Ermitão-da-areia Nativa - - 3

Epialtidae

Libinia ferreirae Caranguejo-aranha Nativa - - 3

Hippidae

Emerita brasiliensis Tatuíra Nativa - - 3

Leucosiidae

Persephona brasiliensis Caranguejo Nativa - - 3

Persephona lichtensteinii Caranguejo Nativa - - 1, 3

Menippidae

Menippe nodifrons Guaiá-açu Nativa - - 1, 3

Ocypodidae

Ucides cordatus Caranguejo-uçá Nativa - - 3

Penaeidae

Artemesia longinaris Camarão-barba-ruça Nativa - - 3

Penaeus brasiliensis Camarão-rosa Nativa - - 11

Penaeus (Litopenaeus) schmitti Camarão-branco Nativa - - 1, 3, 11

Rimapenaeus constrictus Camarão‐ferrinho Nativa - - 3

Xiphopenaeus kroyeri Camarão-sete-barbas Nativa - - 1, 3

Pseudorhombilidae

Cyrtoplax spinidentata Caranguejo Nativa - - 3

Portunidae

Arenaeus cribrarius Sirí-pintado Nativa - - 3

Callinectes danae Sirí-açu Nativa - - 1, 3

Callinectes ornatus Sirí-azul Nativa - - 1, 3

Callinectes sapidus Sirí-azul Nativa - - 3

Achelous (Portunus) spinimanus Sirí-canela Nativa - - 1, 3

Sergestidae

Acetes americanus Camarão Nativa - - 3

MOLUSCOS

BIVALVIA

Lucininae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 5/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Phacoides (Lucina) pectinata Lambreta Nativa - - 1

Mytilidae

Mytella falcata Sururu Nativa - - 1

CEPHALOPODA

Loliginidae

Lolliguncula (Lolliguncula) brevis Lula-curta Nativa - - 1

PEIXES (Ictiofauna)

ACTINOPTERYGII

ALBULIFORMES

Albulidae

Albula vulpes Ubarana-focinho-de-rato Nativa DD - 10

ANGUILLIFORMES

Muraenidae

Gymnothorax ocellatus Moreia-pintada Nativa DD - 1, 3

Ophichthidae

Mirophis punctatus Moréia Nativa - - 1

Ophichthus gomesii Muçum Nativa - - 3, 7

ATHERINIFORMES

Atherinopsidae

Atherinella brasiliensis Peixe-rei Nativa - - 3, 10

AULOPIFORMES

Synodontidae

Synodus foetens Peixe-lagarto Nativa - - 3, 10

BATRACHOIDIFORMES

Batrachoididae

Opsanus beta Mamangá Nativa - - 3, 7

Opsanus brasiliensis Peixe-sapo Nativa - - 1, 3

Porichthys porosissimus Mamangá-liso Nativa - - 3, 10

BELONIFORMES

Belonidae

Strongylura marina Agulhão Nativa DD - 3, 7, 10

Strongylura timucu Peixe-agulha Nativa DD - 10

Hemiramphidae

Hyporhamphus unifasciatus Panaguaiú Nativa DD - 3

BERYCIFORMES

Holocentridae

Holocentrus adscensionis Jaguareça Nativa - - 10

CHARACIFORMES

Characidae

Hollandichthys multifasciatus Lambari-listrado Nativa - - 8, 9

Erythrinidae

Hoplias malabaricus Traira Nativa - - 9

CLUPEIFORMES

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 6/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Clupeidae

Brevoortia pectinata Savelha Nativa DD - 1, 3

Harengula clupeola Sardinha-cascuda Nativa - - 3, 7, 10

Opisthonema oglinum Sardinha-bandeira Nativa - - 1, 3

Platanichthys platana Sardinha Nativa - - 1

Sardinella brasiliensis Sardinha-azul Nativa QA - 10

Sardinella janeiro Sardinha‐verdadeira Nativa - - 3

Engraulidae

Anchoa filifera Manjuba Nativa DD - 1

Anchoa januaria Manjuba-branca Nativa - - 3

Anchoa lyolepis Anchova Nativa DD - 3

Anchoa marinii Arenque Nativa - - 7

Anchoa spinifer Manjuba-prata Nativa - - 3

Anchoviella lepidentostole Manjubinha Nativa QA - 3, 10

Cetengraulis edentulus Manjuba-savelha Nativa - - 3

Lycengraulis grossidens Manjubão Nativa - - 1, 3, 10

Pristigasteridae

Chirocentrodon bleekerianus Sardinha Nativa - - 3

Pellona harroweri Sardinha-branca Nativa - - 3

CYPRINIFORMES

Cyprinidae

Cyprinus carpio Carpa Exótica - - 8

CYPRINODONTIFORMES

Poeciliidae

Phalloceros cf. reisi Barrigudinho Nativa - - 8

Phalloceros harpagos Barrigudinho Nativa - - 9

Xiphophorus helleri Espadinha Exótica - - 8, 9

Rivulidae

Atlantirivulus santensis Rivulo Nativa - - 8

ELOPIFORMES

Elopidae

Elops saurus Ubarana Nativa - - 3

GADIFORMES

Phycidae

Urophycis brasiliensis Abrotea Nativa QA - 3

GYMNOTIFORMES

Gymnotidae

Gymnotus pantherinus Tuvira Nativa - - 8, 9

LOPHIIFORMES

Ogcocephalidae

Ogcocephalus vespertilio Peixe-morcego Nativa - - 1, 3, 10

MUGILIFORMES

Mugilidae

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 7/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Mugil curema Parati-olho-de-fogo Nativa - - 3, 10

Mugil liza Tainha Nativa VU*ord

- 3, 10

Mugil sp. Parati - - - 7

PERCIFORMES

Carangidae

Caranx crysos Carapau Nativa - - 3

Caranx latus Guaricema Nativa DD - 3, 7, 10

Chloroscombrus chrysurus Palombeta Nativa - - 1, 3, 10

Hemicaranx amblyrhynchus Palombeta-do-alto Nativa - - 10

Oligoplites palometa Guaivira Nativa DD - 7, 10

Oligoplites saliens Guaivira-salteira Nativa - - 3, 10

Oligoplites saurus Tibiro-branco Nativa - - 3

Selene setapinnis Peixe-galo Nativa QA - 3, 10

Selene vomer Peixe-galo-de-penacho Nativa QA - 3, 10

Trachinotus carolinus Pampo Nativa - - 3, 10

Trachinotus falcatus Garabebéu Nativa DD - 10

Centropomidae

Centropomus parallelus Robalo-peva Nativa QA - 1, 3, 7, 10

Centropomus undecimalis Robalo-flecha Nativa QA - 3, 10

Chaetodontidae

Chaetodon striatus Peixe-borboleta Nativa - - 10

Cichlidae

Geophagus brasiliensis Acará Nativa - - 3, 8

Oreochromis niloticus Tilápia-do-Nilo Exótica - - 8, 9

Ephippidae

Chaetodipterus faber Paru Nativa - - 1, 3, 7, 10,

11

Eleotridae

Eleotris pisonis Amoré-preto Nativa - - 8, 9

Guavina guavina Amoré Nativa DD - 8, 9

Gerreidae

Diapterus rhombeus Carapeba-branca Nativa - - 1, 3, 10

Eucinostomus argenteus Carapicu-pena Nativa - - 1, 3

Eucinostomus gula Carapicu Nativa DD - 3, 7

Eucinostomus melanopterus Carapicu-branco Nativa DD - 3, 7, 10, 11

Eugerres brasilianus Carapeba-listrada Nativa DD - 10

Gerreidae N.I. - - - - 7

Gobiidae

Awaous tajasica Peixe-areia Nativa - - 8, 9

Bathygobius soporator Góbio Nativa - - 3, 8, 9, 10

Ctenogobius smaragdus Góbio-esmeralda Nativa DD - 8, 9

Gobionellus oceanicus Moré-de-areia Nativa - - 3

Gobionellus stomatus Maria-da-toca Nativa - - 11

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 8/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Gobionellus stigmaticus Maria-da-toca Nativa - - 11

Haemulidae

Anisotremus surinamensis Beiçudo Nativa - - 10

Anisotremus virginicus Salema-branca Nativa - - 10

Conodon nobilis Rocandor Nativa - - 3, 10

Genyatremus luteus Cará Nativa - - 10

Haemulon steindachneri Cambuba Nativa - - 10

Orthopristis ruber Corcoroca Nativa QA - 3, 10

Pomadasys corvinaeformis Coró Nativa - - 1, 3, 10

Kyphosidae

Kyphosus sectatrix Pirajica Nativa - - 10

Labrisomidae

Labrisomus nuchipinnis Guavina Nativa - - 10

Lobotidae

Lobotes surinamensis Pijareba Nativa DD - 3, 10

Lutjanidae

Lutjanus synagris Vermelho Nativa - - 3

Polynemidae

Polydactylus virginicus Barbudo-amarelo Nativa - - 3, 10

Pomacentridae

Abudefduf saxatilis Cará-das-pedras Nativa - - 10

Pomatomidae

Pomatomus saltatrix Anchova Nativa VU*ord

- 3, 10

Sciaenidae

Bairdiella ronchus Cangoa Nativa QA - 3, 7, 10

Ctenosciaena gracilicirrhus Pescada-cascuda Nativa - - 3

Cynoscion acoupa Cambuçu Nativa QA - 3, 7, 10

Cynoscion guatucupa Maria-mole Nativa VU*ord

- 3

Cynoscion jamaicensis Gorete-de-pedra Nativa VU*ord

- 1, 3

Cynoscion leiarchus Curumbeba Nativa QA - 3

Cynoscion microlepidotus Pirambeba Nativa DD - 3, 10

Cynoscion virescens Pescada-cambuçu Nativa VU*ord

- 3

Isopisthus parvipinnis Dentuça Nativa - - 1, 3, 10

Larimus breviceps Camanguá Nativa - - 1, 3, 10

Macrodon ancylodon Pescada-foguete Nativa - - 3, 7

Menticirrhus americanus Betara Nativa QA - 3, 7, 10

Menticirrhus littoralis Betara-branca Nativa QA - 3

Micropogonias furnieri Corvina Nativa VU*ord

- 1, 3, 10

Ophioscion punctatissimus Canguá Nativa QA - 3

Paralonchurus brasiliensis Maria-Luísa Nativa QA - 1, 3, 11

Pogonias cromis Miraguaia Nativa CR EN 3

Stellifer brasiliensis Cabeçudo Nativa - - 1

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 9/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

Stellifer rastrifer Cangoá Nativa - - 1, 3, 10

Stellifer sp. Cangoá Nativa - - 1

Stellifer stellifer Cangoá Nativa - - 3

Umbrina coroides Betara Nativa DD - 10

Scombridae

Scomberomorus brasiliensis Cavala-pintada Nativa QA - 10

Serranidae

Diplectrum radiale Michole-de-areia Nativa - - 3, 10

Epinephelus marginatus Garoupa-verdadeira Nativa EN*ord

VU 10

Mycteroperca acutirostris Badejo-mira Nativa QA - 10

Serranus flaviventris Mariquita Nativa DD - 10

Sparidae

Diplodus argenteus Marimbá Nativa - - 10

Stromateidae

Peprilus paru Gordinho Nativa - - 1, 3, 10

Trichiuridae

Trichiurus lepturus Peixe-espada Nativa - - 1, 3, 10

PLEURONECTIFORMES

Achiridae

Achirus declivis Solha-redonda Nativa - - 3

Achirus lineatus Linguado Nativa - - 3, 10

Catathyridium garmani Linguado-lixa Nativa DD - 1, 3

Trinectes microphthalmus Linguado Nativa DD - 3

Trinectes paulistanus Linguado Nativa - - 1, 3

Cynoglossidae

Symphurus plagusia Linguado Nativa - - 1, 3

Symphurus tesselatus Língua-de-mulata Nativa - - 3, 10

Paralichthyidae

Citharichthys macrops Linguado Nativa DD - 3

Citharichthys spilopterus Solha-linguada Nativa - - 3, 10

Etropus crossotus Solha-urumaçara Nativa - - 1, 3, 10

Paralichthys patagonicus Linguado Nativa VU*ord

- 3

Syacium micrurum Linguado-da-areia Nativa VU*ord

- 3, 7

Syacium papillosum Linguado-da-areia Nativa VU*ord

- 3

SCORPAENIFORMES

Dactylopteridae

Dactylopterus volitans Coió Nativa - - 3

Scorpaenidae

Scorpaena plumieri Mangangá Nativa - - 1, 3

Triglidae

Prionotus nudigula Cabrinha Nativa - - 3

Prionotus punctatus Cascudo Nativa - - 1, 3, 7, 10

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Relatório Técnico n° 159 752-205 - 10/135

Táxon Nome Popular Origem Status de Ameaça Fonte

SMA (2018) MMA (2014)

SILURIFORMES

Ariidae

Aspistor luniscutis Bagre-de-areia Nativa DD - 1, 3, 10

Bagre bagre Bagre-bandeira Nativa DD - 10

Bagre marinus Bagre-mandim Nativa VU - 3

Cathorops spixii Bagre-amarelo Nativa DD - 1, 3, 7, 10

Genidens barbus Bagre-branco Nativa VU*ord

EN 3, 10

Genidens genidens Bagre-urutu Nativa QA - 1, 3, 7, 10

Sciades parkeri Cangatá Nativa - VU 3

Callichthyidae

Callichthys callichthys Tamboatá Nativa - - 8, 9, 10

SYNBRANCHIFORMES

Synbranchidae

Synbranchus marmoratus Piramboia Nativa - - 8, 9

SYNGNATHIFORMES

Syngnathidae

Hippocampus reidi Cavalo-marinho Nativa EN VU 1

Microphis lineatus Trombeta Nativa - - 8, 9

Syngnathus folletti Peixe-cachimbo Nativa DD - 10

TETRAODONTIFORMES

Balistidae

Balistes capriscus Peixe-porco Nativa VU*ord

- 3

Diodontidae

Chilomycterus spinosus Baiacu Nativa - - 3, 10

Monacanthidae

Aluterus monoceros Peixe-porco Nativa DD - 10

Stephanolepis hispidus Cangulo Nativa - - 3

Tetraodontidae

Lagocephalus laevigatus Baiacu-arara Nativa - - 1, 3, 10

Sphoeroides greeleyi Baiacu-pintado Nativa - - 10

Sphoeroides testudineus Baiacu-mirim Nativa - - 3, 7, 10, 11

ELASMOBRANCHII

RAJIFORMES

Arhynchobatidae

Rioraja agassizi Raia-santa Nativa EN EN 3

RHINOPRISTIFORMES

Rhinobatidae

Rhinobatos percellens Raia-viola Nativa - - 3

Trygonorrhinidae

Zapteryx brevirostris Raia-viola-de-cara-curta Nativa - VU 3