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www.cnc.org.br Agosto de 2013 n° 159, ano XIII E mais: Regulamentação de novos meios de pagamento página 35 Ministro do Trabalho e Emprego em reunião na CNC página 43 Nó a ser desfeito Empresários defendem fim da multa adicional de 10% do FGTS

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Revista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC)

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Page 1: CNC Notícias 159

www.cnc.org.br

Agosto de 2013n° 159, ano XIII

E mais:Regulamentação de novos meios de pagamentopágina 35

Ministro do Trabalho e Emprego em reunião na CNCpágina 43

Nó a ser desfeitoEmpresários defendem fim da multa adicional de 10% do FGTS

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LiderançaO cenário não poderia ser mais inspirador. Entre as montanhas

que emolduram a cidade histórica de Ouro Preto, nas confortáveis instalações do hotel administrado pelo Sesc-MG, os presidentes dos sindicatos patronais do comércio de bens, serviços e turismo da re-gião Sudeste se reuniram, durante três dias, para debater os rumos das entidades representativas dos empresários do setor.

Foi o terceiro encontro do Congresso Regional do Sicomércio, que vem se consolidando como uma poderosa iniciativa para o fortaleci-mento da liderança e do associativismo no âmbito do nosso sistema. As regiões Sul e Nordeste já haviam sediado – em Florianópolis e no Recife, respectivamente, e com o mesmo sucesso – os eventos voltados aos líderes dos sindicatos integrados ao Sicomércio.

A cada encontro realizado, consolida-se a certeza de que soment e com sindicatos e lideranças fortes será possível levar o setor aos ní-veis de excelência requeridos pelo contexto de atuação em que as entidades estão inseridas. E é preciso acreditar sempre no poder de transformação proporcionado pelo conhecimento, pelo intercâmbio de ideias e pela troca de experiências.

Ao promover eventos como os Congressos do Sicomércio e as reu-niões regionais da Comissão de Negociação Coletiva do Comércio (CNCC), em um contexto de várias outras iniciativas, a CNC, com a valiosa parceria das Fecomércios, reafirma o compromisso de fortale-cer a representação e a representatividade dos empresários que fazem parte de um dos setores vitais para o desenvolvimento do Brasil.

Um setor que vem se mobilizando na defesa do fim da multa adi-cional de 10% do FGTS para demissões sem justa causa, criada para recompor o desequilíbrio do Fundo causado por planos econômicos da década de 1990.

Como mostra a reportagem de capa desta edição, a dívida já foi paga. Transformar a multa em mais um componente do orçamento federal, conforme tem defendido o governo, é um erro que contraria tudo o que vem sendo exaustivamente debatido sobre a necessidade de diminuir a sobrecarga tributária do setor produtivo.

Boa leitura!

EDITORIAL

1CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 1

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28Negociação coletiva e questões trabalhistas

Um nó apertado

O ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis de Paula, em entrevista à CNC Notícias, ressaltou a importância da negociação entre trabalhadores e empresários, abordando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a necessidade de regulamentar o trabalho terceirizado.

CNC está mobilizada em prol do fim da multa de 10% do FGTS, previsto no PLP 200/2012. Entenda os argumentos e a – legítima – posição dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo.

Presidente: Antonio Oliveira Santos

Vice-presidentes: 1º ‑ José Roberto Tadros; 2º ‑ Darci Piana; 3º ‑ José Arteiro da Silva; Abram Szajman, Adelmir Araújo San‑tana, Bruno Breithaupt, Carlos Fernando Amaral, José Evaristo dos Santos, José Marconi Medeiros de Souza, Laércio José de Oliveira e Leandro Domingos Teixeira Pinto.

Vice-presidente Administrativo: Josias Silva de Albuquerque

Vice-presidente Financeiro: Luiz Gil Siuffo Pereira

Diretores: Alexandre Sampaio de Abreu, Antonio Airton Oli‑veira Dias, Antonio Osório, Carlos Marx Tonini, Daniel Mansano, Edison Ferreira de Araújo, Euclides Carli, Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Hugo de Carvalho, Hugo Lima França, José Lino Sepulcri, Ladislao Pedroso Monte, Lázaro Luiz Gonzaga, Luiz Gastão Bittencourt da Silva, Marcelo Fernandes de Queiroz, Marco Aurélio Sprovieri Rodrigues, Pedro Jamil Nadaf, Raniery Araújo Coelho, Valdir Pietrobon, Wilton Malta de Almeida, Zildo De Marchi Conselho Fiscal: Arnaldo Soter Braga Cardoso, Lélio Vieira Carneiro e Valdemir Alves do Nascimento

CNC NOTÍCIASRevista mensal da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Ano XIII, nº 159, 2013Gabinete da Presidência:

Lenoura Schmidt (Chefe)Assessoria de Comunicação (Ascom):

[email protected]ção:

Cristina Calmon (editora‑chefe) e Celso Chagas (editor executivo – Mtb 30683)

Reportagem e redação:Celso Chagas, Geraldo Roque, Edson Chaves, Joanna Marini,

Luciana Neto e Marcos NascimentoDesign:

Programação Visual/AscomRevisão:

Elineth CamposImpressão:Gráfica MCE

Colaboradores da CNC Notícias de agosto de 2013: Alain Mac Gregor (DS/CNC), Renata Vizin (Apel/CNC), Cácito Esteves (DJ/CNC), Simone Sandre (Fecomércio‑ES), Carlos Fiel (Fecomércio‑SE), Lucila Nastassia (Fecomércio‑PE), André Ribeiro e Ana Cláudia Coellho (Sesc‑PI).

Créditos fotográficos: Christina Bocayuva (Páginas 7, 8, 9, 11, 25, 39 e 42), Divulgação/Secovi‑SP (Página 4), Eliseu Da‑masceno (Páginas 10 e 29), Paulo Negreiros (Páginas 15, 16 e 17), Eliseu Damasceno, Isadora Pena Silva e Tino Ansaloni (Páginas 30, 31, 32 e 33), Carolina Braga (Páginas 27, 34 e 45), Carlos Terra (Páginas 37 e 43), Cristiano Costa (Página 39), Divulgação/Fecomércio‑RS (Página 41), César Vilas Boas (Página 46), Ivo Lima (Página 46), Divulgação/Sesc‑PI (Página 47), Divulgação/Fecomércio‑ES (Página 47), Sérgio Moraes/Reuters (História em Imagem).

Ilustrações: Marcelo Vital (Capa, Páginas 2, 6, 7, 8, 9 e 10), Carolina Braga (Páginas 4, 19, 21, 23, 35, 36, 40, 44 e 48).

Projeto Gráfico: Programação Visual/Ascom‑CNC

A CNC Notícias adota a nova ortografia.

CNC - BrasíliaSBN Quadra 1 Bl. B ‑ n° 14 CEP.: 70041‑902PABX: (61) 3329‑9500/3329‑9501

CNC - Rio de JaneiroAv. General Justo, 307 CEP.: 20021‑130PABX: (21) 3804‑9200

4 FIQUEPORDENTRO

5 BOADICA

6 CAPA - FGTS: no fundo, o direito é do trabalhador

12 OPINIÃO - Antonio Oliveira Santos

14 REUNIÃODEDIRETORIA - Bernardo Cabral analisa processo político no Brasil

18 PESQUISASCNC - ICF: Intenção de consumo no menor patamar da série - Peic: Famílias mais endividadas em julho - Icec: Confiança dos empresários do varejo em alta

24 CONJUNTURAECONÔMICA - Índice de insatisfação urbana

Capa 06

CNC NotíciasAgosto 2013 n°15922

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Errata: Na página 41 da edição nº 158 da CNC Notícias, o nome correto do ex-aluno da Escola Sesc é Geraldo Pereira Neto.

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Medida Provisória miranovos meios de pagamento

Eventos no Sudeste reforçam união do Sistema

Os prós e contras dasubstituição tributária

Com o avanço das tecnologias, MP 615/2013, em tramitação no Congresso, busca regulamentar novos métodos de pagamento como

cartões de crédito e de débito e transações via celular. De acordo com a medida, esses meios podem passar a fazer parte do Sistema de

Pagamentos Brasileiro, com fiscalização do Banco Central.

Ouro Preto, cidade histórica de Minas Gerais, foi a sede do Encontro Regional de Negociadores da CNCC e do Congresso Regional do Sicomércio, eventos realizados pela CNC com o objetivo de capacitar os sindicatos e reforçar o sentido do associativismo nos participantes.

Heron Arzua, advogado e consultor da Fecomércio-PR, promove palestra sobre a substituição tributária na CNC em Brasília, com debate sobre o tema com presidentes,

diretores e assessores das Federações do Comércio de todo o País.

S U M Á R I O

26 ARTIGO - Cid Heraclito de Queiroz: As passeatas e o déficit zero

28 ENTREVISTA - Carlos Alberto Reis de Paula, presidente do TST

30 INSTITUCIONAL - Sicomércio Sudeste: sindicatos se preparam para o futuro - CNCC Sudeste prepara negociadores sindicais - Conselho Técnico debate incertezas da economia

35 EMFOCO - Medida Provisória mira novos meios de pagamento - Sites ainda não se ajustaram à Lei do e-commerce - Os prós e contras da substituição tributária - Publicação esclarece pontos polêmicos da terceirização - Fecomércio-DF terá assessoria para gestão das representações - Balança comercial deve ter primeiro déficit desde 2000 - Setor de materiais de construção quer ampliar atuação nos Estados

41 PRODUTOSCNC - Segs integra rede de programas da FNQ

42 TURISMO - Conselho de Turismo: Escolhas sustentáveis - Turismo quer avanços na contratação temporária - Competitividade no turismo

45 SISTEMACOMÉRCIO - Assessores de Comunicação do Sistema Comércio se reú-

nem na Bahia - Prêmios destacam empresários em todo o Brasil - Sesc Lucimar Veiga é ampliado - Um Refis para o setor no Espírito Santo - Venda de combustíveis tem alta de 10% em 2012 - Fecomércio-SE finaliza o seu planejamento estratégico

3CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 3

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Missão empresarial à China e à Coreia do Sul

Convenção Secovi chega à sua 10ª edição em 2013

A Fecomércio-PE, em parceria com a CNC e o Sebrae-PE, realizará sua 18ª Missão Empresarial, com destino à Coreia do Sul e à China, entre os dias 3 e 20 de outubro. O objetivo dessa missão é pro-porcionar o conhecimento do potencial de comér-cio dos produtos brasileiros na China e na Coreia do Sul, assim como dos investimentos desses países no Brasil. Durante a missão, serão realizados semi-nários sobre oportunidades de negócios, visitas téc-nicas e participação na Canton Fair, maior feira de importação e exportação do mundo. As inscrições podem ser feitas no site da Fecomércio-PE (www.fecomercio-pe.com.br). A Federação espera reunir

80 participantes, entre empresários de diversos segmentos, representantes governamentais, entidades sindicais, acadêmicos e imprensa, entre outros.

Entre os dias 18 e 21 de setembro, o Secovi-SP promove a Convenção Secovi 2013, que, este ano, chega à sua décima edição. Serão painéis, visitas técnicas e palestras voltados para os profissionais dos setores imobiliário, de engenharia civil, de urbanismo e áreas relaciona-das. Além disso, será realizado, simultaneamente, o Fórum Urbanístico Internacional, com experiências e novidades sobre planejamento urbano e mobilidade no Brasil e no mundo, e o Real Estate Showcase, rodada de negócios entre empresários e profissionais do setor imo-biliário e investidores locais e internacionais. Estão con-firmados o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, e os jornalistas Ricardo Amo-rim e Mauro Betting, entre outros palestrantes e deba-tedores. Para se inscrever, basta acessar www.sema-naimobiliaria.com.br.

Telefonia e internet foram os piores serviços da JMJUm levantamento da Embratur mostra que 30,6% dos turistas estrangeiros que vi-

sitaram o Brasil durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) consideraram ruins ou péssimos os serviços de telefonia e acesso à internet. Esse foi o item com pior avaliação, segundo o instituto, seguido por limpeza pública, com reprovação de 13,3% dos entre-vistados. Segundo Flávio Dino, presidente da Embratur, a solução para esse problema é o aumento de investimentos. “Não tem outra saída. As empresas estão perdendo usuários e dinheiro por não investirem em melhorias”, afirmou.

Os itens com melhor avaliação foram a sinalização no Rio de Janeiro (79,4% conside-raram ótimo ou bom), aeroportos (76,5%) e segurança pública (73,2%). De acordo com a pesquisa, os serviços turísticos que tiveram o maior número de críticas foram câmbio (30,1% avaliaram como ruim ou péssimo) e menus em outras línguas (29,3%).

Os dados mostram, também, que quatro em cada dez estrangeiros que vieram para a JMJ viajaram de ônibus, e 58%, de avião. Mais de 89% das pessoas deixaram o País satisfeitas ou muito satisfeitas, e quase todas declararam que querem voltar ao Brasil.

FIQUE POR DENTRO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°15944

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BOA DICA

Antônio Ermírio de Moraes - Memórias de um diário confidencial

Vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2012/2013

Um dos mais importantes empreendedores do País, An-tônio Ermírio de Moraes acaba de ganhar uma biografia escrita pelo professor da USP José Pastore, seu amigo pessoal há 35 anos. Moraes acompanhou de perto gran-des acontecimentos da história do Brasil e foi sempre admirado por administrar suas empresas com seriedade, ética e humildade, além de manter um permanent e en-volvimento com relevantes projetos sociais, em espe-cial nas áreas da saúde e da educação. Publicado pela Editora Planeta, Antônio Ermírio de Moraes – Me-mórias de um diário confidencial foi lançado em 15 de agosto na CNC no Rio de Janeiro.

Os dois títulos vencedores do Prêmio Sesc de Lite-ratura 2012/2013 foram lançados pela Editora Record. O premiado na categoria Conto foi Noveleletas, de João Paulo Vereza, que reúne cinco histórias fictícias bem brasileiras, com cenários e personagens típicos, em que a linguagem e a musicalidade são tão impor-tantes quanto a trama em si. No conto Canção de Mané Cotó, por exemplo, Vereza revela sua versão para a descoberta do ouro no Brasil colonial.

Já O evangelho segundo Hitler, de Marcos Pe-res, foi o vencedor na categoria Romance. No livro, o autor cria uma ligação entre o escritor argentino Jorge Luis Borges – um de seus ídolos pessoais –, os fatos e mitos que cercaram o nazismo, seus sím-bolos e ideologias e o próprio Adolf Hitler.

Ambos os autores estiveram na 10ª Feira Li-terária Internacional de Paraty (Flip), em julho, divulgando suas respectivas obras. O Prêmio Sesc de Literatura completou dez anos em 2013 e segue com as inscrições abertas para a edição 2013/2014 até 30 de agosto.

5CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 5

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CNC está mobilizada para o fim da multa de 10% sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) em demissões sem

justa causa. Entenda os argumentos e a – legítima – posição do setor

No fundo, o direito

é do trabalhador

CAPA

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CAPA

7CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 7

Na sessão deliberativa ordinária do Plenário da Câmara dos Deputa-dos do dia 3 de julho, depois de

intensa mobilização de todo o setor empre-sarial brasileiro, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar (PLP) 200/2012, que extinguia a contribuição social de 10% so-bre todo o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), devida pelos empregadores no caso de demissão sem justa causa.

Entretanto, contrariando a opinião da grande maioria dos deputados federais e senadores e, principalmente, de toda a class e empresarial brasileira, a Presidên-cia da República, no dia 15 do mesmo mês, vetou integralmente a proposição, que estabelecia o fim da referida contri-buição (até o fechamento desta edição, o Congress o não havia apreciado a matéria).

A partir de então, diversas entidades representativas dos segmentos produtivos do País, como a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo (CNC), estão mobilizadas em torno do assunto. “Resta à classe empresarial apoiar o Congresso Nacional na tentativa de derrubar esse veto presidencial ao PLP 200/2012, que passou a tramitar no Con-gresso Nacional como VET nº 27/2013”, escreveu o presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, em circular enviada, no dia 1º de agosto, aos presidentes das Fe-derações do Comércio em todo o Brasil, com a recomendação para que cada líder se mobilize junto à bancada de deputados federais e aos senadores do seu estado no sentido de derrubar o VET nº 23/2013, de forma a restabelecer os interesses legíti-mos do empresariado brasileiro.

O assunto não é novidade para o presi-dente da CNC. “Antonio Oliveira Santos

teve e tem papel importante para ajudar a salvar o Fundo de Garantia, que estava quebrado em função do plano Bresser, do plano Collor e do plano Verão. Represen-tando as Confederações, ele assumiu um compromisso perante o governo de ser o porta-voz da classe empresarial nesse de-safio, e foi articulada a alteração da con-tribuição mensal empresarial de 8% para 8,5%, e nas demissões sem justa causa o percentual passaria de 40% para 50%, sendo 40% para o trabalhador e os 10% restantes para o governo”, explica Laér-cio Oliveira, Deputado federal (PR-SE) e vice-presidente da Confederação.

Ou seja: foi de importância decisiva a atuação sistemática das lideranças em-presariais no Congresso Nacional para salvar o Fundo. Agora, essas lideranças demonstraram que os expurgos inflacio-nários dos planos econômicos implemen-tados na década de 1990 já tinham sido repostos, e tampouco o patrimônio do FGTS seria deficitário, diante do enorme volume arrecadado durante todos esses anos em que vigorou a cobrança da “pro-visória” contribuição.

Em artigo publicado dia 12 de de-zembro de 2001, intitulado Os lucros do FGTS pertencem aos trabalhadores, o president e da CNC já deixava claro que mudanças na destinação dos lucros do FGTS seriam uma violação à própria es-sência do Fundo, um direito social dos tra-balhadores previsto na Constituição Fede-ral (art. 7º, III) e, assim, uma das garantias fundamentais que constituem as cláusulas pétreas, as quais, por força do artigo 60, § 4º, IV, não podem ser revogadas ou altera-das nem mesmo por emenda constitucio-nal. “Desviá-los [o total dos depósitos nas contas vinculadas dos trabalhadores] para

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CAPA

CNC NotíciasAgosto 2013 n°15988

outros fins é confis-car o patrimônio dos tra-

balhadores”, afirmou Oliveira Santos no texto, o primeiro de vários

publicados na imprensa (leia o mais re-cente ao fim desta matéria). “Em artigo que publiquei no Jornal do Commercio-RJ de 30 de agosto de 2006, propus que fosse creditado às contas vinculadas dos trabalhadores, proporcionalmente aos respectivos saldos, o superávit obtido com a aplicação do produto dos depósi-tos a eles pertencentes na forma da Lei. Sem dúvida, o superávit constitui o lucro obtid o com a aplicação do dinheiro dos trabalhadores. Como o FGTS é o resul-tado da soma dos depósitos nas contas vinculadas dos trabalhadores, pertencem a estes os lucros obtidos com a aplicação de tais recursos”, escreveu Oliveira San-tos em texto de 16 de dezembro do ano passado, também publicado no Jornal do Commercio-RJ (todos os artigos do pre-sidente da CNC estão disponíveis no site da Confederação).

A sistemática de contas bancárias vinculadas e centralizadas na Caixa Eco-nômica Federal permite, a cada traba-lhador, visua lizar, em extratos periódi-cos, a poupança acumulada, mês a mês,

em seu nome e originada pelos depósitos correspon dentes a 8% da remuneração mensal, efetuados pelos respectivos em-pregadores. Os saldos das contas são mo-netariamente corrigidos de acordo com os índices aplicados às contas de poupança e abonados de juros, capitalizados numa es-cala prefixada, o que, no entanto, tem im-portado em perdas anuais para os trabalha-dores (a rentabili dade tem sido inferior às taxas de inflação). O conjunt o das contas é que forma o Fundo. Os trabalhadores têm direito de levantar os saldos dessas contas, nos casos previstos na Lei.

Não é assim que pensa o governo, que, percebendo o tamanho do esforço da ini-ciativa privada, trabalhava com eventuais saídas para a questão, como a apresenta-ção de uma proposta de sobrevivência transitória da multa adicional de 10% em quatro anos. “No entanto, ela não prospe-rou. E isso é bom, porque transitório, no Brasil, tem sido permanente. Mas o líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha, apresentou um projeto de lei complemen-tar que, na prática, passa a atual multa de 40% para 50%, ou seja, em plena peleja para derrubar o veto, surge uma proposta que incorpora os 10% de modo definitivo”, contextualiza Roberto Nogueira Ferreira,

O governo desonera a folha para tornar o País mais competitivo, para reduzir os encargos, e luta, desesperadamente, para preservar essa contribuição, que não deixa de ser um imposto

Laércio Oliveira Deputado federal e vice-presidente da CNC

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CAPA

9CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 9

consultor da Presidência da CNC. “O go-verno a utiliza para financiar projetos que deveriam ser rentáveis para manter o pa-trimônio dos trabalhadores e aumentá-l o com os ganhos financeiros. Quando da edição da LC 110, de 2001, a CNC teve, como sempre tem, um posicionamento res-ponsável e, uma vez mais, defendendo o interess e dos trabalhadores.”

O consultor destaca, também, que, se os recursos do Fundo foram mal administrados e não receberam a correção adequada da in-flação nos planos econômicos da segunda metade da década de 1980 e da década de 1990, a responsabilidade do presidente foi endossá-lo, para evitar o mal maior, que se-ria o calote ao trabalhador. “Mas, naquele momento, em se tratand o do adicional da multa rescisória por dispensa imotivada, o que se fez foi um pacto moral, de honra, da palavra empenhada, o qual, lamentavel-mente, não foi cumprido por uma das par-tes. O pacto era simples: acabou o ‘rombo’, acaba a multa de 10%, mas ela continuou e passou a gerar recursos para o Tesouro Na-cional usá-los em qualquer fim”, comple-menta Nogueira.

DesoneraçãoO deputado Laércio Oliveira resume

bem o pensamento do empresariado: o go-verno desonera a folha para tornar o País mais competitivo, para reduzir os encargos,

e luta desesperadamente para preservar essa contribuição, que não deixa de ser um imposto. No mesmo sentido opina Roberto Velloso, chefe da Assessoria junto ao Po-der Legislativo (Apel) da CNC. Para ele, o setor empresarial precisa se contrapor a in-formações imprecisas de prejuízo aos pro-gramas governamentais, e também deve deixar claro que o fim da contribuição so-cial de 10% não representará “maior facili-dade” para demissão pelo empresário. “O que se busca, primeiramente, é garantir credibilidade aos acordos tripartites firmados. Empresários, governo e trabalhadores firmaram um acordo com fim especificado. Empresá-rios e trabalhadores respeitaram a sua parte e deram a sua contri-buição para a quitação dos ex-purgos dos planos econômicos, não sendo justa a continuidade da arrecadação para fins outros que não aqueles previstos em acordo”, argumenta. “A deso-neração do setor produtivo tem sido apresentada pelo próprio governo como uma ferramenta importante para a estabilidade econômica do País. A manutenção indefinida dessa contribuição vai contra esse entendimento e os legí-timos interesses do setor empresarial”, aponta Velloso.

Qualquer profissional medianamen-te informado sobre finanças públicas sabe que multa não compõe nem pode compor o orçamento nem ge-rar expectativa de receita para cobrir gastos correntes

Roberto Nogueira Ferreira Consultor da Presidência da CNC

Page 12: CNC Notícias 159

CAPA

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1591010

É importante frisar que, para os tra-balhadores, a desoneração não geraria

qualquer impacto negativo, em fun-ção da retomada do crescimento econômico, da valorização da moeda nacional a partir da im-plantação do Plano Real, dos ganhos de produtividade do trabalho e do notório aumento real da folha salarial de inúme-ras categorias profissionais ob-tidos durante esse período.

Acompanhamento O professor de Relações do

Trabalho da USP e consultor, José Pastore, em sua palestra no Congres-

so do Sicomércio, em 9 de agosto, clas-sificou como de extrema necessidade a

atenção dos empresários ao PLP 200/2012, que dispõe sobre os 10% sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa (leia mais sobre o Sicomércio na página 30).

Sobre o veto integral da presidente Dilma Rousseff ao Projeto, Pastore afirmou que o as-sunto merece acompanhamento, por se tratar de uma alta tributação indevida, uma vez que ela foi criada para sanar um déficit no FGTS que se extinguiu em 2012. “Essa é a hora de o empre-sariado se unir. O governo federal afirma que não pode dispensar os 10%, que representam cerca de R$ 3 bilhões no orçamento, mas esse

valor não é parte do orçamento do governo, e sim parte de uma dívida que já foi paga”, explicou Pastore, reafirmando a importân-cia da aproximação com parlamentares.

Na ocasião, o especialista lembrou que o adicional de 10% foi criado para cobrir um déficit no FGTS. “Havia uma dívida dos empresários, pois eles estariam pa-gando menos do que deveriam no passa-do. Em 2012, ficou concluído que todo o déficit já havia sido coberto por esses pa-gamentos efetuados ao longo dos anos”, disse. Pastore informa que o governo não quer dispensar os 10%, que representam cerca de R$ 3 bilhões, os quais seriam utilizados no programa Minha Casa, Minha Vida.

Em artigo publicado na edição de 16 de julho do jornal O Estado de S. Paulo, o especialista já mencionava que, sanad o o déficit do Fundo, o adicional de 10% perdeu a razão de existir, e deve ser ex-tinto. “Tudo o mais se resume a manobras oportunistas”, diz o texto.

Perda para os cofres?A alegação do governo de que o fim

da multa representaria a perda de R$ 3 bilhões/ano para os cofres federais não procede. “Qualquer profissional mediana-mente informado sobre finanças públicas sabe que multa não compõe e nem pode

A manutenção indefinida dessa contribuição vai contra o entendimento e os legítimos interesses do setor empresarial

Roberto Velloso Chefe da Assessoria Parlamentar da CNC

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CAPA

11CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 11

O governo entende que a multa faz parte do orçamento geral, mas esse valor não é parte do orçamento do governo, e sim parte de uma dívida que já foi paga

José PastoreEspecialista em Relações do Trabalho

compor o orçamento nem gerar expectativ a de receita para cobrir gastos correntes. Simplesmente porque o que qualquer so-ciedade almeja é não ter receita originária em multa, porque ela é resultant e de uma situação que não deveria ocorrer”, expli-ca Roberto Nogueira Ferreira, assessor da presidência da CNC.

Quando o empresário demite sem jus-ta causa, é punido com o pagamento da mult a de 40% sobre o FGTS do demitido, e esses 40% são pagos ao trabalhador. Já os 10% não. “Havia um prazo de valida-de, que foi descumprido. Era um compro-misso entre a sociedade e o Estado, mas parece que foi visto como um compro-misso entre a sociedade e um governo que já se foi. Portanto, alguém pode ter inter-pretado que já não há mais nenhum com-promisso. Foi-se a palavra empenhad a, ficou a receita”, complementa o consultor da CNC.

Facilidade para demissão? O fim da contribuição social de 10%

não representará “maior facilidade” para

demissão pelo empresário, como talvez queiram fazer pensar algumas vozes. “Isso seria o mesmo que admitir que uma mul-ta de 100%, 200%, impediria a demissão imotivada. Ninguém gosta de demitir, mas, às vezes, se vê obrigado, por razões de na-tureza econômica, incapacidade profissio-nal, incompatibilidade ou qualquer outro fator. Quando isso ocorre, há a convenção de pagamento da multa de 40%. Quando ela subiu para 50%, as razões para a de-missão imotivada continuaram as mes-mas, os níveis, os mesmos, as mesmas circunstâncias, ou seja, não há relação de causa e efeito entre os fatos. O argument o da ‘maior facilidade’, se existe, vem das mesmas vozes que insistem em se manter na vanguarda do atraso, contra a terceirização, a modernização da legislação traba-lhista, num mundo em que o exer-cício do trabalho e o emprego não guardam nenhum parentesco com o período da instituição da Consoli-dação das Leis do Trabalho (CLT)”, finaliza Nogueira.

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O veto presidencial ao fim da multa de

10% do FGTS

Atendendo, indubitavelmente, a proposta da área financeira do governo, a Presidenta da Repú-

blica apôs o veto ao Projeto de Lei Com-plementar nº 200, de 2012 (nº 198/2007 no Senado Federal), que, acrescentando um parágrafo ao artigo 1º da Lei Comple-mentar (LC) nº 110, de 29/06/2001, esta-belecia a extinção da chamada “multa de 10% do FGTS”, calculada sobre o saldo da conta vinculada do trabalhador, devi-da pelo empregador no caso de despedida sem justa causa.

Essa multa foi criada pela citada Lei Complementar nº 110/2001, em função de uma negociação entre o governo federal, os empresários e os trabalhadores, com a finalidade exclusiva de custear um passivo – estimado, à época, em R$ 42 bilhões – gerado por decisões do Judiciário segundo as quais os saldos das contas vinculadas dos trabalhadores foram corrigidos a me-nor, em virtude do Plano Verão, de 1989, e do Plano Collor, de 1990. Em outras pa-lavras, os empregadores assumiram o en-cargo de cobrir um passivo do FGTS de-corrente de planos econômicos do próprio governo federal.

Por uma inexplicável falha legisla-tiva, a mencionada LC nº 110/2001 não prescreveu, como de elementar justiça, a revogação da multa de 10% quando esti-

vesse liquidado o passivo decorrente dos planos econômicos do governo.

Considerando-se que tal passivo foi ex-tinto em 2007, e buscando sanar a inexpli-cável lacuna legislativa, o Projeto de Lei Complementar, aprovado pelas duas Casas do Congresso Nacional depois de seis anos de discussão, revogaria a multa em foco, se não houvesse o veto presidencial.

Essa superior decisão causou imensa decepção nos empregadores em geral, não só o empresariado, como os próprios empregadores domésticos, agora também sujeitos ao recolhimento da Contribuição ao FGTS relativa a seus empregados (co-zinheiras, copeiras, jardineiros, cuidado-res, babás, etc.) e sujeitos às contribuições de 40% e de 10%, no caso de despedida sem justa causa.

Surpreendentemente, e revelando a origem da proposta – área financeira – que orientou a decisão presidencial, as Razões do Veto são meramente financei-ras, importando na confissão de que os recursos provenientes da multa de 10% há muito tempo vem sendo utilizados em despesas que nada têm a ver com o passi-vo do FGTS.

Conforme as Razões do Veto, “a ex-tinção da cobrança da contribuição social geraria um impacto superior a R $ 3.000.000.000,00 (três bilhões reais)

OPINIÃO

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por ano nas contas do Fundo de Garan-tia do Tempo de Serviço ...”, e, adiante, “a sanção do texto levaria à redução de investimentos em importantes programas sociais e em ações estratégicas de infraes-trutura ...”, destacando, ainda, que “par-ticularmente, a medida impactaria forte-mente o desenvolvimento do programa Minha Casa, Minha Vida”.

Como se vê, as Razões do Veto re-velam que os recursos provenientes da chamada “multa de 10%” (instituída sob a denominação de “contribuição”) não estão sendo, nem serão doravante, utili-zados na eliminação do passivo do FGTS decorrente dos planos econômicos gover-namentais. Tal passivo já foi extinto.

É oportuno salientar que, segundo as Demonstrações Contábeis do FGTS rela-tivas ao Exercício de 2012, organizadas e recentemente publicadas pela Caixa Econômica Federal, nesse exercício “a arrecadação bruta de contribuições foi de R$ 83 bilhões, por meio de cerca de R$ 56,4 milhões de guias de recolhiment o”, e a arrecadação da contribuição de 10% (“multa”) foi de R$ 3,1 bilhões, valor ex-pressivo para ser desviado das finalidades básicas do Fundo. O ativo do Fundo mon-ta a R$ 325,8 bilhões, o patrimônio líqui-do, a R$ 55,3 bilhões, e o lucro líquido do exercício, a R$ 5,1 bilhões.

De 2010 a 2012, R$ 57 bilhões do FGTS foram aplicados no programa Mi-nha Casa, Minha Vida. Portanto, é evident e o descompasso entre a ratio legis da Lei Complementar nº 110/2001 e sua execução pelo governo federal, matéria passível de controle pelo Judiciário.

Em tais condições, e sem prejuízo do firme apoio sempre dispensado às ações do atual governo federal, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, que congrega 34 federações, 976 sindicatos e cinco milhões de empre-sas, confia em que o Congresso Nacional recusará o veto presidencial, de modo a que o Projeto se converta em lei comple-mentar, para extinguir a “multa” de 10% do FGTS, como de inteira justiça.

Ao finalizar, cabe que seja reiterad a nossa proposta constante de artigo pu-blicado no Jornal do Commercio de 12/12/2011 (Os lucros do FGTS perten-cem aos trabalhadores), no sentido de que seja “creditado às contas vinculadas dos trabalhadores, proporcionalmente, o superávit existente no Fundo obtido com a aplicação do saldo dos depósitos a eles pertencentes na forma da Lei. Afinal, o superávit constitui o lucro obtido com a aplicação do dinheiro dos trabalhadores”.

Antonio Oliveira SantosPresidente da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo

Artigo publicado no Jornal do Commercio – RJ, em 5 de agosto de 2013.

OPINIÃO

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Page 16: CNC Notícias 159

Bernardo Cabral analisa processo

político no Brasil

Em um ano pré-eleitoral e já marca-do pelas manifestações populares em todo o País, com reivindicações

de diversos setores da sociedade, o relator-geral da Constituinte de 1988 e atual con-sultor da Presidência da CNC, Bernardo Cabral, proferiu palestra na reunião de Di-retoria da CNC realizada dia 18 de julho, em Brasília. Cabral apresentou uma análi-se histórica do processo político brasileiro.

O presidente da CNC, Antonio Oliveira Santos, destacou a importância estratégica das informações. “O assunto precisa ser abordado por quem realmente o conhece, para que todos nós, que representamos os setores da economia nos nossos estados, nos nossos meios, possamos ter uma ideia de como Bernardo Cabral pode nos orien-tar nas palestras, nos entendimentos que temos com os sindicatos, com os nossos empresários, porque muita gente espera, e com razão, que um presidente de federação estadual ou nacional detenha informações de interesse geral às quais nem sempre um estado ou outro está atento ou tem disponi-bilidade para isso”, afirmou.

Dentre os diversos aspectos abordados em sua palestra, Cabral afirmou que não existiria amparo legal para a convocação de uma assembleia nacional constituinte exclusiva para fazer a reforma política, como propôs a Presidência da República em junho – segundo o especialista, a Cons-tituinte só cabe quando há ruptura político-institucional ou algo muito grave esteja acontecendo no País, como são os casos da queda de um presidente da República ou de golpe militar. “Num quadro de ruptura, ela deve, obrigatoriamente, ser convocada,

porque a Nação precisa sair da excepciona-lidade institucional para o reordenamento constitucional”, sustentou. “Mas não há ruptura político-institucional para que se convoque uma assembleia constituinte. A presidente Dilma Rousseff continua no poder, e os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo funcionam normalmente. Por-tanto, não temos sequer a possibilidade de falar em miniconstituinte.”

Para Cabral, enquanto o País tiver um sistema presidencialista não haverá maneir a de se fazer a reforma política. “O povo brasileiro não está pensando em re-forma política. O povo está gritando, em alto e bom som, que, antes disso, quer uma reforma urgente nos políticos, nesses que estão muito mais voltados para as suas am-bições pessoais do que para os interesses da coletividade”, afirmou.

Em relação à possibilidade de realiza-ção de um plebiscito, cogitada em junho pelo governo federal para ouvir a popula-ção sobre a reforma política, o consultor destacou que a convocação é de competên-cia exclusiva do Congresso. “Quando aler-taram a presidente sobre isso, ela elencou quais as medidas que gostaria que funcio-nassem no plebiscito, mas a norma diz que deve ser feita apenas uma pergunta direta ao eleitor”, disse.

O povo, de acordo com Cabral, reclama da incompetência na administração pública. “Observem que, logo no começo, com o chamado movimento social, com essa tur-ba não só de depredadores, mas também de anarquistas que se infiltraram no grupo de manifestantes, os protestos de rua afetaram o comércio. Só o segmento varejista – o

REUNIÃO DE DIRETORIA

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movimento dos hotéis e de restaurantes, as vendas das lojas, etc. – chegou a cair 70%. Verifiquei que, desde o início desses protes-tos, o comércio varejista sofreu um prejuízo de aproximadamente R$ 3 bilhões por se-mana”, apontou.

Bernardo Cabral alertou os presidentes de federação, “que têm a responsabilidade de gerir, nos seus estados, uma das maio-res organizações que eu conheço, que é a Federação do Comércio”. “Como disse, o povo brasileiro não está pensando em reforma política, e sim na mudança nos políticos que se distanciam dos interesses coletivos do País. “Entre outros pontos, estão mascarando algo que a Constituição previu: o poder público tem a obrigação de oferecer segurança pública, mas tam-bém de preservar o patrimônio privado”, apontou. “Não se pode, portanto, confun-dir aparência com realidade. A turba que está indo às ruas para reclamar sobre os serviços públicos está insatisfeita. Acon-tece que os infiltrados estão acabando com esse movimento, que é pacífico e com o qual todos nós concordamos, no começo. Não podemos concordar é com essa forma pela qual se dilapida o patri-mônio privado. Não é possível concordar com isso”, complementou.

O mais importante para o País, além da segurança, além do patrimônio, é a segurança do próprio País, disse Cabral. “E esta Confe-deração tem dado uma colaboração perma-nente ao governo. Impõe-se, portanto, a re-forma dos políticos”, pontuou. “Quero dizer com isso que essa rentabilidade que o Estado atravessa é resultado das medidas ditadas pela Constituição”, finalizou o consultor.

Sete vice-presidentes da CNC e pre-sidentes de federação se revezaram para comentar a palestra de Bernardo Cabral. O presidente, Antonio Oliveira Santos, anun-ciou que será feita uma plaquete da palestra, a ser distribuída aos presidentes de federa-ção, para que a divulguem entre empresá-rios e dirigentes de sindicatos.

Brasil crescerá menosO chefe da Divisão Econômica da

CNC, Carlos Thadeu de Freitas, analisou o cenário econômico mundial e as expec-tativas no Brasil, na reunião de Diretoria da Confederação. Em sua opinião, a ges-tão macroeconômica do governo teve er-ros, “que estão tentando consertar agora. Mas o resultado desses erros, agravados por um quadro internacional perverso, serão observados até o final deste ano: o País vai crescer muito menos, talvez abai-xo de 2,0%”.

Um dos principais erros foi insistir na desvalorização do dólar, visando incen-tivar a indústria: “O Brasil ainda conta com bons fundamentos – a dívida exter-na está sob controle, e temos boa reservas cambiais”. Mas Carlos Thadeu observou que é preciso que o Banco Central atue para reverter a alta do dólar. “Se o real seguir em trajetória de desvalorização em relação ao dólar, vai gerar uma perspec-tiva inflacionária grande, podendo levar à fuga de capitais.” Para o economista, o governo está atento, e, o Banco Central, apesar do recuo da inflação em junho e julho, deu sinais de que continuará com a política monetária austera para garantir o controle da taxa.

Para Bernardo Cabral (à direita), consultor da Presidência da CNC, Constituinte só cabe quando há ruptura político-institucional

REUNIÃO DE DIRETORIA

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Page 18: CNC Notícias 159

Terceirização: o debate continua

Senac brilha na Olimpíada Mundial do Conhecimento

O vice-presidente da CNC e deputado federal Laércio Oliveira relatou o andamento, no Congresso Nacional, de temas de alto interesse do comércio. O primeiro foi o Projeto de Lei da terceirização, cujo substitutivo vem sendo discutido, com avanços, por um grupo quadripartite, do qual participam represen-tantes das centrais sindicais, do governo, da Câmara dos Deputados e dos empregadores. O parlamentar aproveitou a ocasião para apresentar aos diretores a publicação Terceirização – Mitos e Verdades (veja detalhes na página 38), que ele considerou “uma de-monstração de força de todas as Confederações pa-tronais”. O material será distribuído na Câmara.

O vice-presidente da CNC Adelmir Santana des-tacou artigo do Professor José Pastore publicado no Jornal de Brasília e no Correio Braziliense que faz referência à Olimpíada Mundial do Conhecimento. “A instituição Senac se fez presente, por meio de alunos do Ceará, de Minas Gerais, do Paraná e do Distrito Federal, que ganharam três medalhas internacionais. Ao fazer referência ao Senac, ele disse: ‘O modelo de gestão pragmático do Senai e do Senac está aí para ser estudado e praticado’.”

ECOS DA DIRETORIA

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Turismo brasileiro em CubaAlexandre Sampaio, diretor da CNC, falou sobre al-

moço realizado em julho pela Federação Nacional de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares (FNHRBS), em Brasília, com o ministro do Turismo de Cuba, Manuel Marrero Cruz. “Cuba está oferecendo um hotel total-mente pronto para hoteleiros brasileiros que queiram operar naquele país. Basta fazer o contrato de gestão e ser sócio do governo cubano. Isso demonstra não só o interesse que eles têm em que brasileiros visitem Cuba, mas também o reconhecimento da expertise da gestão dos hoteleiros brasileiros”, destacou.

Equilíbrio da Nação está na Carta Magna

José Roberto Tadros, 1º vice-presidente da CNC, comentou a palestra de Bernardo Cabral: “A Consti-tuição determina que um país e um povo que se dão ao respeito não admitem viver senão num regime democrático. Essa é a nossa característica funda-mental. Nós nascemos livres, e esses são princípios do Iluminismo francês, que nos inspirou. De manei-ra que o grande equilíbrio da Nação está exatamen-te na Carta Magna, que temos o dever de preservar, acima de tudo, porque é a nossa garantia”, declarou.

ECOS DA DIRETORIA

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Page 20: CNC Notícias 159

PESQUISAS NACIONAIS CNC

Indicador Julho/2013 Variação mensal Variação anual

Emprego Atual 132,6 -0,7% -1,3%

Perspectiva Profissional 121,9 -4,9% -8,9%

Renda Atual 138,1 -1,7% -3,3%

Compras a Prazo 132,3 -3,6% -9,8%

Nível de Consumo Atual 100,5 -2,7% -9,0%

Perspectiva de Consumo 127,2 -5,2% -11,0%

Momento para Duráveis 122,0 -0,9% -11,1%

ICF 124,9 -4,0% -7,7%

Fonte: Pesquisa CNC

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1591818

Intenção de consumo no menor patamar da série

Incertezas quanto à inflação e à desvalorização do real – além dos impactos das manifestações por todo o País – levaram

novamente a uma queda do otimismo das famílias

A Intenção de Consumo das Famílias (ICF), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e

Turismo (CNC), apresentou, em julho, re-cuo de 4,0% (124,9 pontos) na compara-ção com o mês imediatamente anterior e queda de 7,7% em relação a julho de 2012.

O índice encontra-se no menor nível da série iniciada em janeiro de 2010. A per-sistência do maior comprometimento da rend a advinda do alto endividamento, além dos impactos das manifestações ocorridas nas últimas semanas, influenciou negativa-mente o resultado da ICF. O menor otimis-mo quanto ao emprego e à renda também vêm se refletindo nos números – fato cons-tante nos últimos períodos. Apesar do re-sultado, o índice mantém-se acima da zona de indiferença (100,0 pontos), indicando um nível favorável de consumo.

Na comparação mensal todos os com-ponentes relacionados ao mercado de trabalho e ao consumo apresentaram va-riações negativas. “Não só as incertezas quanto às condições econômicas no cur-

to prazo, como também as manifestações ocorridas em todo o País provocaram uma menor confiança e disposição ao consumo para o mês de julho”, afirma Bruno Fer-nandes, economista da CNC.

Na comparação anual, a ICF apresen-tou variação negativa (-7,7%), puxada por todos os componentes da pesquisa na mesma base de comparação. A persistência do aumento do custo de vida, além de um crescimento menor das contratações e da renda real, vem impactando negativamente a confiança das famílias. Além disso, a sus-tentação de um nível mais elevado de endi-vidamento e inadimplência fez com que a disposição ao consumo se situasse em um patamar inferior ao de junho de 2012.

Por faixas de renda, os cortes mostram que o resultado do índice na comparação mensal foi sustentado principalmente pela retração da confiança das famílias com renda acima de dez salários mínimos, com recuo de 5,7%. As famílias com renda abaixo de dez salários mínimos apresenta-ram variação negativa de 3,7%. O índice

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PESQUISAS NACIONAIS CNC

19CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 19

das famílias mais ricas encontra-se em 130,5 pon-tos, e o das demais, em 124,0 pontos.

Na mesma base comparativa, os dados regionais revelaram que a queda do índice nacional foi puxada principalmente pelas capitais do Sudeste e do Sul, que registra-ram, respectivamente, variações de -6,9% e -3,7%. Assim, essas regiões apresenta-ram níveis de confiança de 119,5 e 137,8 pontos, na ordem respectiva.

Mercado de trabalhoO componente Emprego Atual da ICF

registrou variação negativa (-0,7%) em re-lação a junho e queda de 1,3% na compara-ção com o mesmo período do ano passado.

Um maior percentual de famílias aind a se sentiu mais seguro em relação ao Empre-go Atual (46,2%). “Apesar do esfriamento do mercado de trabalho, a manutenção de uma baixa taxa de desemprego vem ali-mentando o nível de confiança em um pata-mar favorável”, explica Bruno Fernandes.

O componente relacionado à renda apresentou queda de 1,7% na comparação mensal. Em relação a julho de 2012, o item Renda Atual obteve recuo de 3,3%.

ConsumoO componente Nível de Consumo

Atua l apresentou queda de 2,7% na com-

paração mensal. Em relação a julho de 2012 o item recuou 9,0%. O ín-dice (100,5 pontos) foi o menor pata-mar da série, resultado também verificado em maio de 2013. O maior percentual de famílias declarou estar com o nível de con-sumo igual ao do ano passado (35,1%). O alto comprometimento da renda, além do nível mais elevado de preços e do crédito mais caro, impactou negativamente o ní-vel de consum o no mês.

ExpectativasEm julho, as famílias mostraram-se

menos otimistas em relação ao mercad o de trabalho nas comparações mensal (-4,9%) e anual (-8,9%). Apesar do re-cuo, a maior parte das famílias (56,5%) considera positivo o cenário para os pró-ximos seis meses. O índice situou-se em 121,9 pontos, indicando um nível favo-rável de satisfação. Entre as classes de renda, destaque para a redução de 12,5% nas expectativas das famílias com renda acima de dez salários mínimos na base de comparação anual. A previsão da CNC é que o volume de vendas do vare-jo obtenha um crescimento ao redor de 4,5% em 2013.

Page 22: CNC Notícias 159

Famílias mais endividadas em julho

Percentuais de famílias brasileiras com dívidas e contas em atraso e de famílias sem condições de pagar

apresentaram alta nas comparações mensal e anual

O percentual de famílias brasileiras que relataram ter dívidas entre che-que pré-datado, cartão de crédito,

cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro alcan-çou 65,2% em julho deste ano, elevando-se em relação aos 63,0% observados em junho. Na comparação anual, o número de endividados ficou em patamar superior aos 57,6% observados em julho de 2012. Os dados são da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

O número de endividados também au-mentou na comparação anual, alcançando 7,6 pontos percentuais acima dos 57,6% observados em julho de 2012.

O percentual de famílias com dívidas ou contas em atraso aumentou tanto em relação ao mês anterior como na compara-ção com o mesmo período de 2012. O per-centual de famílias inadimplentes alcançou 22,4% em julho de 2013, ante 20,3% em junho de 2013 e 21,0% em julho de 2012. O percentual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso apresentou trajetória se-melhante, alcançando 7,4% em julho de

2013, ante 7,2% em junho de 2013 e 7,3% em julho de 2012.

O aumento do número de famílias endi-vidadas na comparação com o mês imedia-tamente anterior foi observado em ambos os grupos de renda. Na comparação anual, houve elevação em ambos os grupos de renda. Para as famílias que ganham até dez salários mínimos, o percentual de famí-lias com dívidas alcançou 66,4% em julho de 2013, ante 64,7% em junho de 2013 e 58,6% em julho de 2012. Para as famílias com renda acima de dez salários mínimos, o percentual de famílias endividadas pas-sou de 55,1%, em junho, para 58,9% em julho de 2013. Em julho de 2012 o percen-tual de famílias com dívidas nesse grupo de renda era de 50,5%.

O aumento do número de famílias com contas ou dívidas em atraso entre os meses de junho e julho ocorreu em ambas as fai-xas de renda. Na comparação anual o avan-ço se deu apenas na faixa abaixo de dez sa-lários mínimos. Na faixa de menor renda, o percentual de famílias com contas ou dívi-das em atraso passou de 22,5%, em junho, para 25,0% em julho de 2013. Em julho de 2012, 22,4% das famílias nessa faixa de renda haviam declarado ter contas em

PESQUISAS NACIONAIS CNC

Peic - Síntese dos resultados (% em relação ao total de famílias)

Total de endividados

Dívidas ou contas em atraso

Não terão condições de pagar

Julho/2012 57,6% 21,0% 7,3%

Junho/2013 63,0% 20,3% 7,2%

Julho/2013 65,2% 22,4% 7,4%Fonte: Pesquisa CNC

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1592020

Page 23: CNC Notícias 159

atraso. Já no grupo com renda superior a dez salários mínimos, o percentual de inadimplentes alcançou 10,8% em ju-lho de 2013, ante 10,7% em junho de 2013 e 11,4% em julho de 2012.

A análise por faixa de renda do percen-tual de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas em atraso também mostrou comportamento distinto entre os grupos pesquisados. Na faixa de maior renda, o indicador reduziu-se tanto na comparação mensal quanto na anual, alcançando 1,8% em julho de 2013, ante 3,0% em junho e 2,7% em julho de 2012. Para o grupo com renda até dez salários mínimos, o percentual de famílias sem condições de quitar seus débitos aumen-tou de 8,3%, em junho, para 9,3% em ju-lho de 2013. Em relação a julho de 2012 houve alta de 1,3 ponto percentual.

A proporção das famílias que se de-clararam muito endividadas aumentou em julho pelo quinto mês consecutivo, alcan-çando 13,3%. No entanto, o percentual muito envidado não superou o patamar observado em julho de 2012, correspon-dente a 14,1%.

Na comparação entre julho de 2012 e julho de 2013, a parcela que declarou es-tar mais ou menos endividada passou de 20,6% para 24,5%, e a parcela pouco en-dividada passou de 23,0% para 27,3% do total dos endividados.

Entre as fa-mílias com contas ou dívidas em atraso, o tempo médio de atraso foi de 60,2 dias em julho de 2013 – acima dos 59,3 dias de julho de 2012. O tempo médio de comprometimento com dívidas entre as famílias endividadas foi de 6,5 meses, sendo que 29,3% estão comprome-tidas com dívidas até três meses, e 27,8%, por mais de um ano.

Ainda entre as famílias endividadas, a parcela média da renda comprometida com dívidas reduziu-se na comparação anual, passando de 29,4% para 29,2%, e 19,8% delas afirmaram ter mais da metade de sua renda mensal comprometida com pagament o de dívidas.

O cartão de crédito foi apontado como um dos principais tipos de dívida por 75,2% das famílias endividadas, seguido por car-nês, para 17,9%, e, em terceiro, por financia-mento de carro, para 12,1%. Para as famílias com renda até dez salários mínimos, cartão de crédito, por 76,3%, carnês, por 19,6%, e crédito pessoal, por 10,4%, são os principais tipos de dívida apontados. Já para famílias com renda acima de dez salários mínimos, os principais tipos de dívida apontados em julho de 2013 foram: cartão de crédito, para 70,9%, financiamento de carro, para 24,9%, e financiamento de casa, para 13,8%.

PESQUISAS NACIONAIS CNC

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Page 24: CNC Notícias 159

Confiança dos empresários do varejo em alta

Apesar do resultado positivo, a base de comparação é muito baixa, uma vez que o índice apurado em julho de 2012 foi o

mais baixo de toda a série histórica do Icec

Dados do Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec), da Confederação Nacional do

Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que o nível de confian-ça dos empresários do comércio cresceu 0,6% em julho na comparação com o mes-mo mês do ano passado, apresentando o primeiro resultado positivo desde junho de 2012.

A reversão das 12 quedas anuais an-teriores do índice deu-se em função do aumento na satisfação com as condições correntes no setor e na empresa dos entre-vistados. As expectativas também volta-ram a reagir positivamente (+1,0%), após três meses de quedas na comparação in-teranual. A discreta melhoria desses dois

subíndices, no entanto, não foi suficiente para impulsionar a intenção de investimen-tos, que acusou queda de 1,0% – movimen-to que não ocorria desde agosto de 2012. Dois em cada três empresários entrevista-dos perceberam piora na economia.

Condições atuais Segundo o subíndice de Condições

Atuais do Empresário do Comércio (Icae c), a desaceleração do nível de ati-vidade no comércio nos últimos meses levou a maioria dos empresários a relatar insatisfação com as condições atuais do setor. Mesmo diante da discreta melhora desse item do Icaec (+2,7% em relação a julho de 2012), a avaliação do qua-dro atual do setor manteve-se no campo

PESQUISAS NACIONAIS CNC

Fonte: Pesquisa CNC

ÍndiceJulho /2013

Variação mensal

Variação anual

Condições Atuais do Empresário do Comércio 88,1 -12,0% +2,2%

Economia 69,8 -19,8% -12,4%

Setor 85,9 -11,1% +2,7%

Empresa 108,6 -7,0% +14,0%

Expectativas do Empresário do Comércio 150,3 -5,4% +1,0%

Economia 140,2 -8,3% -2,2%

Setor 150,8 -4,6% +2,2%

Empresa 159,7 -3,4% +2,9%

Investimentos do Empresário do Comércio 111,1 -3,0% -1,0%

Expectativa de contratação de funcionários 126,7 -4,0% +1,1%

Nível de investimento das empresas 110,9 -4,8% -3,2%

Situação atual dos estoques 95,6 +0,6% -1,2%

Icec 116,5 -6,4% +0,6%

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1592222

Page 25: CNC Notícias 159

da insatisfação (abaixo dos cem pontos) pelo quinto mês consecutivo.

Nem mesmo a melhoria expressiva na percepção das condições correntes nas em-presas dos entrevistados (alta de 14,0%) pode ser interpretada como uma recupe-ração robusta do comércio brasileiro, uma vez que, em julho do ano passado, esse item registrou o menor valor da série histórica.

Apesar do quadro atual pouco favo-rável ao nível de atividade no comércio, ainda há um forte contraste entre as ava-liações do setor e da economia como um todo, que, em julho, registrou o menor pa-tamar da série histórica da pesquisa (69,8 pontos). Para 67,5% dos empresários, houve piora no cenário econômico do País (30,4% perceberam piora acentuada). No mês passado essa era a avaliação de 55,4% dos entrevistados.

Expectativas Apesar do patamar ainda elevado, o

item que mede as expectativas (Índice de Expectativas do Empresário do Comércio – IEEC) encontra-se no menor nível da série histórica da pesquisa (150,3 pontos), tendência que deverá se manter até que haja uma retomada mais robusta do nível geral de atividade.

Assim como na avaliação das condições correntes, as expectativas expõem o con-traste entre a percepção futura da economia e a do comércio, que, em julho, acusaram

evoluções di-vergentes. O maior ní-vel de otimismo foi registrado nas regiões Norte (162,2 pontos) e Centro-Oeste (160,2).

InvestimentosO investimento em capital, que apre-

sentou a sexta taxa negativa consecutiva (-3,2%), foi o maior responsável pela que-da do Índice de Investimento do Empresá-rio do Comércio (IIEC) em julho (-1,0%). Para 40,5% dos entrevistados, os investi-mentos na aquisição de máquinas e equi-pamentos deverão ser menores nos pró-ximos meses (em junho, esse percentua l era de 35,7%). A avaliação dos estoques segue predominantemente desfavorável, uma vez que 20,5% dos empresários con-sideram o nível médio atual acima do ade-quado, ao passo que 16,1% o consideram abaixo do nível adequado.

A intenção de contratação – único item com avaliação positiva neste subín-dice – tem mostrado clara tendência de desaceleração, variando 1,1% ante as in-tenções de julho de 2012. Nesse quesito, especificamente, novamente lideram as intenções as regiões Norte (134,9 pontos) e Centro-Oeste (134,2 pontos). A previ-são da CNC é que o varejo abra 295 mil novas vagas em 2013 – 85 mil a menos que em 2012.

PESQUISAS NACIONAIS CNC

23CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 23

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ARTIGOCONJUNTURAECONÔMICA

CONJUNTURAECONÔMICA

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1592424

Índice de insatisfação urbana

Em artigo, o consultor Econômico da CNC, Ernane Galvêas, destaca, entre outros pontos que aborda sobre o cenário

nacional, que o País precisa estimular investimentos nacionais e estrangeiros para crescer

Dois fatos notórios estão tendo grande repercussão na mídia e na opinião pública: 1) a queda de po-

pularidade da Presidente Dilma e 2) os mo-vimentos de rua em protestos contra a bai-xa qualidade dos serviços públicos (saúde, educação, transporte urbano, etc.).

A análise desses fatos comporta mais de uma explicação, mas uma coisa é possí-vel de ser afirmada: nenhuma das ocorrên-cias se deve, aparentemente, à inflação, ao desemprego, à queda do PIB ou à desva-lorização cambial. E é fácil entender isso. Primeiro, porque a inflação está paralisa-da (não sob controle) e com tendência de queda; o desemprego situa-se na mais bai-xa taxa histórica; a expansão do PIB entre 1,5% e 2% neste ano não chega a ser uma preocupação generalizada da população; e a taxa de câmbio é questão do conheci-mento limitado a alguns grupos de pessoas e de pouco interesse geral.

Sobra, então, como uma explicação razoável, a revolta contra a má qualidade dos serviços públicos, especialmente saú-de, educação e transportes urbanos, o que poderia configurar um elevado “índice de insatisfação urbana”, como salienta o em-baixador Botafogo Gonçalves.

Definições necessáriasO pior cenário imaginável para a eco-

nomia brasileira é a estagflação, uma com-binação de inflação elevada e baixo cresci-mento econômico, como advertem muitos economistas. A nosso ver, o PIB nacional tanto pode permanecer baixo como pode retomar um curso de rápido crescimento, dependendo da capacidade do governo de

implementar o colossal quadro de investi-mentos previstos no PAC infraestrutura e no setor petrolífero. Como o governo não tem recursos (nem capacidade) para tocar esses empreendimentos, terá que criar con-dições para atrair os investidores nacionais e estrangeiros. Isso requer a criação de um clima de confiança política, na base do qual está a segurança jurídica, que não existe, neste momento.

O governo atual, assim como o anterior, introduziu um clima de incertezas e de des-confiança no cenário político-econômico, tanto na ordem interna como na externa. O governo tem sido mal assessorado por mi-litantes de esquerda que, na área externa, procuram construir uma aliança indesejá-vel com Venezuela, Bolívia e Argentina, com incompreensível simpatia por Síria, Irã e certas ditaduras africanas. No campo interno, ao lado de uma militância petista que não esconde seus propósitos de insta-lar no País um sistema socialista, modelo cubano, atuam os aproveitadores, que pro-curam vantagens financeiras por meio de todas as formas de corrupção.

A situação econômica do Brasil, e possivelmente a política, a partir do 2º semestre, vai depender do resultado dos grandes leilões dos projetos de infraes-trutura: Poço Libra na área do pré-sal, terminais portuários, rodovias, ferrovias, hidrelétricas. Se tudo correr bem, a par-tir do leilão de 15 de outubro (pré-sal), a credibilidade do governo Dilma ganha um precioso reforço, com chances de superar os efeitos negativos dos movimentos de rua. Se fracassar, é sinal de que a con-fiança do empresariado privado, nacional

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Ernane GalvêasConsultor Econômico da CNC

CONJUNTURAECONÔMICA

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e estrangeir o, atingiu um perigoso ponto, capaz de comprometer qualquer esforço de recuperação econômica e até mesmo de complicar seriamente a reeleição da Presidente Dilma, em 2014. Como pano de fundo, temos a histórica oposição do PT a toda proposta de privatização.

Apesar de ter assumido todos os riscos do projeto, o governo teve de adiar, pela terceira vez, o leilão do Trem Bala (TAV), por falta de interessados.

Não vai ser fácil mobilizar recursos para todos esses projetos. Só para o pré-sal serão cerca de US$ 300 bilhões, em um prazo aproximado de quatro a cinco anos.

Imagine-se que esse cenário vai se de-senrolar em 2014, junto com a campanha eleitoral e a Copa do Mundo.

Os caminhos do desgovernoÉ evidente que o tamanho do Estado

no Brasil ultrapassou os limites do razoá-vel, chegando próximo de 40% do PIB. Comparada com a maioria dos países ci-vilizados, essa é uma situação inaceitá-vel, ainda mais se considerarmos a baixa qualidade dos serviços públicos, especial-mente nas áreas da saúde, da educação, dos transportes urbanos e da segurança.

Para sustentar essa máquina colossal, a carga tributária brasileira já chega a 38% do PIB – a maior carga tributária do mundo, à exceção dos países escan-dinavos. Além disso, o governo se endi-vida permanentemente, e a dívida bruta do setor público vai se aproximando de 60% do PIB.

Há situações particulares que chegam à irresponsabilidade fiscal e burocrática,

como é o caso, por exemplo, da Câmara Municipal de São Paulo, onde cada Ve-reador tem 35 assistentes, e da Prefeitura de Maricá, no Estado do Rio, que conta com 30 secretarias, para uma população de 127 mil habitantes do Município.

Por outro lado, há pelo menos três ve-tores da política econômica, pela forma ideológica com que são administrados, que estão contribuindo complementar-mente para frear as atividades econô-micas. São eles: 1) a política ambiental, cujo braço mais retrógado e atuante é o Ibama; 2) a política indígena, conduzi-da pela Funai, sob os auspícios do Cimi, da Igreja Católica; e 3) a obsessão com uma falsa política de direitos humanos que apenas deixa transparecer um sen-timento de vingança contra o governo Militar de 1964.

Controle da inflaçãoNa opinião do governo, a inflação está

sob rigoroso controle. Em nossa opinião, essa é uma afirmativa que não correspond e á realidade. A inflação está paralisada em torno de 6%, ora sobe ora desce, mas nin-guém tem controle sobre a inflação, nem o Ministério da Fazenda nem o Banco Cen-tral. Como se sabe, a inflação atua l resulta de três causas básicas: o déficit fiscal, os reajustes reais de salários e a expansão de crédito nos bancos oficiais. Pergunta-se: alguém está controlando o déficit fiscal, os reajustes de salários e a expansão do crédito no BNDES, na Caixa Econômica e no Banco do Brasil? Se esse raciocínio estiver correto, qual a lógica da elevação da taxa Selic para “controlar” a inflação?

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ARTIGO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1592626

As passeatas e o déficit zero

“A desejada melhoria dos serviços públicos depende, primeiramente, da redução do tamanho da administração”,

afirma Cid Heraclito de Queiroz em artigo

Estenderam-se por todo o País, com amplo sucesso, as passeatas dos estudantes, com a adesão da classe

média, o apoio de toda a Nação e, infe-lizmente, a infiltração de vândalos ama-dores e profissionais. O objetivo central era, inicialmente, a anulação do aumento das passagens dos transportes públicos – ônibus, metrô, trens, etc. –, alcançada em poucos dias. Subsistiram, então, os pro-pósitos mais genéricos, como a melhoria na prestação dos serviços públicos, espe-cialmente o sistema hospitalar e o ensi-no público, a eliminação da burocracia, o combate à corrupção e o fim da despesa pública com finalidades supérfluas, nos três níveis de governo e nos três Poderes.

Como solução de urgência, o gover-no federal cogitou de uma impraticável Constituinte e propôs um inoportuno e descabido plebiscito que não importa em nenhuma ação imediata, mas numa consulta, complexa para o eleitorado, a respeito de temas que nem sequer foram mencionados nas passeatas. “O plebiscito feito com poucas opções é golpe, e feito com muitas opções é impraticável”, sinte-tizou, enfaticamente, o consagrado sena-dor Francisco Dornelles (PP-RJ). Ora, o clamor público já indicou as ações que o governo tem de desfechar, sem plebiscito, sem demora, sem consultas, sem reuniõe s, e que dependem apenas de medidas provi-sórias, decretos e ordens verbais.

A administração pública no Brasil re-ge-se, entre outras, por uma lei inexorá-vel: quanto maior for o tamanho da admi-

nistração pública, maior será a corrupção, maior será a produção de normas legais ou regulamentares, maior será a burocra-cia, maior será a lentidão da ação admi-nistrativa, maior será a despesa pública e menor será a sua força. Poderia ser cha-mada de “Lei Golias”.

Portanto, a desejada melhoria dos ser-viços públicos depende, primeiramente, da redução do tamanho da administração, com a consequente redução da corrupção. A presidente não pode continuar cercada por 39 ministros (nos EUA, são apenas 17). Podem ser imediatamente extintos os sete ministérios supérfluos – Meio Am-biente, Desenvolvimento Agrário, De-senvolvimento Social e Combate à Fome, Esporte, Turismo, Integração Nacional e Pesca e Aquicultura –, cujos encargos seriam reincorporados às pastas de onde provieram. Os Ministérios das Comunica-ções, de Minas e Energia e dos Transpor-tes podem ser agrupados num Ministério da Infraestrutura. O corte poderia atingir, ainda, sete desnecessárias secretarias da Presidência. A direção da autarquia Banco Central deve caber a um presidente, nunca a um ministro. Restariam, ainda, 24 minis-tros. Uma emenda constitucional tem de limitar o número de ministros, bem assim, em função das respectivas populações, o de secretários de estados e de municípios, nos quais os abusos são intoleráveis.

Além disso, a administração pública federal abrange 303 autarquias, funda-ções e empresas estatais – enquanto, nos EUA, são apenas 62. A maior parte das

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Cid Heraclito de QueirozAdvogado e ex-procurador da Fazenda

ARTIGO

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45 autarquias não educacionais e das 14 fundações poderia ser transformada em superintendências dos Ministérios a que estejam vinculadas, e 100 das 141 em-presas estatais poderiam ser extintas ou privatizadas. Essas medidas importariam, ainda, na cessação de numerosas despesas de custeio, como as relativas a cargos em comissão; gratificações; locação de imó-veis; aquisição de computadores, máqui-nas, equipamentos, mobiliário, automó-veis e materiais de escritório; passagens e diárias; edição de revistas e boletins.

No que concerne à burocracia, le-vantamento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário concluiu que “a União, os Estados e os Municípios editam, em média, 776 normas a cada dia útil, entre leis, medidas provisórias, decretos e outras”, e, no total, “13 mi-lhões de palavras foram escritas desde a Constituição de 1988 para tentar reger o País, publicadas na forma de 4,4 milhões de normas”. Essa loucura só cessará se as fontes – ministérios, secretarias, au-tarquias, conselhos, departamentos, etc. – forem extintas ou reduzidas.

Além disso, o povo clama pelo “corte” das despesas supérfluas no Orçamento da União. É oportuno lembrar que o orça-mento público nasceu com a Magna Carta de 1215. Ela foi imposta ao rei João sem Terra, da Inglaterra, para que a despesa real fosse limitada pela receita autorizada. Foi imposta para fazer cessar o abuso real consistente no aumento arbitrário da des-pesa e na criação de tributos para custeá-

la. O orçamento público nasceu, portanto, sob o signo do déficit zero.

A propósito, uma semana antes das passeatas populares, o eminente professor Delfim Netto, antevendo, ao que parece, a eclosão do movimento popular, voltou a defender, como em 2005, o “déficit nomi-nal zero”, um lema substancioso para a ne-cessidade essencial de que as contas públi-cas não continuem a apresentar sucessivos déficits anuais, encobertos pela fantasia do superávit primário, aquele que ignora as obrigações relativas aos juros da dívida pública. Na ocasião, em palestra divulgad a pela Carta Mensal, da Confederação Na-cional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), e pela Revista Forense, citamos diversas medidas para ensejar, em curto prazo, o ideal do déficit zero.

O governo está anunciando “cortes” no Orçamento, mas, na própria semana das primeiras passeatas, o Diário Oficial da União (de 21/06) revelou, espantosa-mente, que a erradicação da corrupção no plano federal dependia de dinheiro. Tanto assim que o governo obteve autorização do Senado para contrair um empréstimo de US$ 18 milhões no Banco Interame-ricano de Desenvolvimento (BID) para “financiamento parcial do Programa de Fortalecimento da Prevenção e Combate à Corrupção da Gestão Pública Brasilei-ra”! Quanto à gastança, foi sancionada, na mesma semana, a Lei nº 12.834, que, em plena crise, institui um fundo contábil para o caju, com recursos orçamentários!

Que Deus ilumine o governo.

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Carlos Alberto Reis de PaulaENTREVISTA

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1592828

Negociação coletiva é o caminho para

questões trabalhistas O ministro Carlos Alberto Reis de Paula, presidente do Tribunal

Superior do Trabalho (TST), participou do Congresso Regional do Sicomércio - Região Sudeste, realizado de 7 a 9 de agosto, em Ouro

Preto, Minas Gerais (ver matéria na página 30). Na ocasião, ele concedeu uma entrevista à CNC Notícias e ressaltou a importância

da negociação entre trabalhadores e empresários, abordando a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e a necessidade de

regulamentar o trabalho terceirizado.

Setenta anos depois, como o senhor vê a Consolidação das Leis do Trabalho?

O grande aspecto da CLT é a proteção. Ela tem esse princípio, mas proteção não significa tutela. Ela protege no sentido de evitar a exploração, mas não no sentido de tutelar. Precisamos descobrir o que é pos-sível construir para esta CLT, mas sempre observando seus princípios. A Consolida-ção é um texto básico para toda uma es-truturação do Brasil, um Brasil que exige reflexão e que está se redesenhando, com outras conotações e novas realidades. En-tão, observo a CLT olhando para o passado, para conhecer suas origens, mas também olhando para o futuro, pensando em como ela pode ser atualizada, modernizada. Como um texto trabalhista básico, a CLT tem que manter o diálogo com a sociedad e. Então, vejo esse diploma legal como um grande desafio para toda a sociedade, à medida que deve provocar reflexões para que nós a atualizemos.

O que pode ser feito para aperfeiçoar a CLT?

A CLT tem vários aspectos que me-recem atualização. A terceirização é uma realidade, e não há nenhum dispositivo

legal sobre isso. O Brasil tem 55 milhões de empregos formais. Destes, 11 milhões são terceirizados, ou seja, 22%. A terceiri-zação é um fato, o caminho pelo qual todos os países estão seguindo; e está na hora de o Brasil regulamentar o setor. A CLT tem vários aspectos, e é preciso descobrir, também, o trabalho como uma forma de afirmação para aquele que trabalha, mas também, e sobretudo, como uma forma de colocar o trabalhador na construção de um Brasil que efetivamente concorra, do ponto de vista da economia, com os demais paí-ses e seus vários segmentos.

O que o senhor veria como mais neces-sário e urgente de ser atualizado na CLT?

Eu até diria a você que, hoje, ando des-cobrindo que a CLT tem um conteúdo que até hoje não foi descoberto em sua essên-cia. Porque, se ela proclama a indispensa-bilidade e a relevância de uma concilia-ção, está dizendo que as partes envolvidas numa relação de trabalho devem se enten-der. Dito isso, o que diz a Constituição? A Constituição da República de 1988 con-sagra a negociação coletiva. Então, o que eu considero, hoje, indispensável é que empregado e empregador descubram a ne-

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Carlos Alberto Reis de Paula ENTREVISTA

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gociação coletiva como o grande caminho de soluções para as questões trabalhistas. Essa é uma tese que me impressiona muit o e que tenho defendido com insistência. Porque costuma-s e dizer – e é verdade – que o Brasil é um país de cultura positi-vista. Aqui, nós defendemos muito a legis-lação, mas é necessário que descubramos que também somos capazes de escrever nosso caminho. E esse caminho, na área trabalhista, tem que ser traçado por meio da negociação coletiva.

Seria redescobrir a vocação para o diá-logo que a CLT propõe?

Exatamente; redescobrir esse cami-nho, que eu considero um grande fato e pouco valorizado. Mas, neste momento de grandes mutações, acho que é hora de redescobrirmos a CLT sob esse aspecto do diálogo.

Qual a avaliação que o senhor faz do Congresso do Sicomércio, iniciativa da CNC, em parceria com as Federações do Comércio, que pretende ser um es-paço de troca de ideias e de fomento das lideranças sindicais?

Fiquei impressionado com o número expressivo de participantes. A impressão

que tenho é das mais positivas. Primeiro, porque se redescobre o valor da associa-ção e que devemos manter intercâmbio; que precisamos conversar. Uma categoria tão importante como a dos empresários do comércio se reunindo significa que es-tamos caminhando, e caminhando bem, a partir do momento em que valorizarmos as associações, valorizarmos a categoria por meio de suas representações, como as federações, que são os fóruns adequados para o debate, com os sindicatos presentes. Penso que esse é um caminho altamente positivo. Não podemos pensar num Brasil grande sem um comércio forte, conscient e e envolvido na visão de um país que se quer construir.

Como o senhor vê a maior participação dos empresários nas negociações coletivas?

A participação dos empresários é de grande importância. E lembro que é pre-ciso fundamentar os questionamentos e as conclusões das negociações coletivas. Precisamos que nos mostrem não apenas os resultados, mas como se chegou a es-ses resultados, qual foi o caminho seguido, para que possamos compreender e ter as informações necessárias.

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Em cenário histórico, sindicatos do Sudeste se preparam para o futuro

Sicomércio chega a sua 3ª edição, promovendo o encontro dos líderes das entidades da região em Ouro Preto, Minas Gerais, e

reforçando o sentido do associativismo nos participantes

Foram três dias de convivência em um ambiente cordial e próprio à reflexão. Na Estalagem das Minas

Gerais, hotel administrado pelo Sesc-MG, em Ouro Preto, os participantes do Congresso Regional do Sicomércio – Re-gião Sudeste puderam se atualizar sobre o atual estágio do sindicalismo patronal, as transformações e os principais desafios do setor. “Este debate é muito importante para que possamos rever o estatuto do Si-comércio e readequar as necessidades de cada estado que foram surgindo ao longo desses anos”, afirmou, na abertura dos tra-balhos, Lázaro Luiz Gonzaga, presidente da Fecomércio-MG.

Para o presidente da Fecomércio-ES, José Lino Sepulcri, o momento que o Bra-sil está vivendo, com os anseios por me-lhorias no País, reflete-se nesse cenário de mudanças do sindicalismo brasileiro. “Nós temos a maior carga tributária do mundo. Precisamos aproveitar este con-gresso para debater sobre as nossas difi-culdades e necessidades, além de atuali-zar as nossas instituições”, disse Sepulcri.

Pedro Nadaf, diretor-secretário da CNC, representando o presidente da Con-federação, Antonio Oliveira Santos, res-saltou a importância da regionalização do

Congresso do Sicomércio. “Esse evento foi formatado em cinco congressos re-gionais para aproximar as regiões brasi-leiras, construir uma identidade regional, já que cada estado tem suas qualidades, deficiências e necessidades próprias”, disse Nadaf.

Dorothea Werneck representou o governadorPresente ao jantar de abertura, a se-

cretária de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais, Dorothea Werneck, fa-lou em nome do governador do Estado, Antônio Anastasia (PSDB). “O grande desafio é repensar de que forma o Siste-ma Comércio pode contribuir para este momento que estamos vivendo”, disse Dorothea Werneck.

Nas sessões de trabalho, os presiden-tes de sindicatos tiveram oportunidade de ouvir alguns dos maiores especialistas do País. Carlos Thadeu de Freitas, chefe da Divisão Econômica da CNC, alertou os empresários do comércio que evitem a for-mação de níveis altos de estoque. Humber-to Ribeiro, secretário de Comércio e Ser-viços do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), fez um balanço das ações do Plano Brasil

Líderes sindicais durante o

Congresso, realizado no hotel do Sesc, em Ouro Preto. À direita,

Alberto Portugal e Patricia Duque

INSTITUCIONAL

30 CNC NotíciasAgosto 2013 n°15930

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Maior. De Minas também veio o case em-presarial de sucesso, com uma apresenta-ção do diretor Comercial da Tambasa Ata-cadistas, Alberto Portugal. Mediadora da apresentação, a chefe da Divisão Sindical da CNC, Patrícia Duque, destacou que o sucesso da Tambasa não ocorre por acaso. “Vimos, aqui, que a empresa trata de todos os aspectos relevantes à sua existência: li-derança, ética, o envolvimento e a motiva-ção dos funcionários”, observou.

O consultor Sindical da Presidên-cia CNC, Renato Rodrigues, enfatizou a importância da liderança como forma de melhoria da representatividade e da representação sindical, enquanto Daniel Lopez, chefe do Departamento de Pla-nejamento da CNC, falou sobre as ações e os resultados do Plano Estratégico CNC 2007-2020. A chefe da Assesso-ria de Comunicação, Cristina Calmon, e o designer da Confederação, Marcelo Vital, mostraram o trabalho feito na im-plantação da nova identidade visual das entidades do Sistema e a importância da adesão dos sindicatos ao novo padrão. Dinâmicas de grupo complementaram as atividades dos participantes.

Custos trabalhistas e os 70 anos da CLTDois nomes de expressão da área de

relações do trabalho enriqueceram os co-

nhecimentos dos presidentes dos sindica-tos patronais do Sicomércio presentes em Ouro Preto: o presidente do Tribunal Su-perior do Trabalho (TST), Carlos Alberto Reis de Paula, e o consultor José Pastore.

O presidente do TST, ao fazer um breve histórico dos 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), destacou a impor-tância da negociação entre empregados e trabalhadores. E estimulou os empresários a desempenhar um papel ativo nos ajustes e nas adequações que eventualmente se façam necessárias nas Leis trabalhistas. “Tenham no TST uma casa em que os se-nhores serão ouvidos”, disse.

Pastore chamou a atenção para o im-pacto das decisões judiciais, como as Súmulas do TST, no aumento dos custos trabalhistas. “Medir esse impacto eco-nômico não é fácil. Essas súmulas têm a capacidad e de impedir as partes de praticar a negociação para que ambos saiam ga-nhando. Também inibe novos investimen-tos, impedindo o crescimento econômico. Gera aumento direto no custo de trabalho e incertezas decorrentes das mudanças nas regras do jogo”, disse José Pastore, que também estimulou a mobilização dos líde-res sindicais sobre duas questões de extre-ma importância para os empresários: o fim da multa de 10% sobre o FGTS em caso de demissão sem justa causa e o Projeto de Lei 4.330/2004, sobre a terceirização.

Na abertura dos trabalhos, Lázaro Luiz Gonzaga, Pedro Nadaf e José Lino Sepulcri: fortalecimento do sindicalismo patronal

Pedro Nadaf (E), Lázaro Luiz Gonzaga, Humberto Ribeiro, Dorothea Werneck, José Pastore e Carlos Alberto Reis de Paula: temas de interesse apresentados por especialistas

INSTITUCIONAL

31CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 31

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CNCC Sudeste prepara negociadores sindicais

Promovido pela Confederação Nacio-nal do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), com apoio da

Fecomércio-MG, o 4º Encontro Regional da Comissão de Negociação Coletiva do Comércio (CNCC) foi realizado em Ouro Preto, Minas Gerais, nos dias 16 e 17 de julho. O evento, que reuniu presidentes e representantes de sindicatos e Federações do Comércio estaduais e Nacionais, teve como anfitrião o presidente da Fecomércio-MG, Lázaro Luiz Gonzaga. Na abertura, o 1º vice-presidente da CNC, José Roberto Tadros, explicou a escolha de Ouro Preto como sede do encontro da CNCC: “Nesta região começou a brasilidade e o sentimen-

to nacionalista. Mor-reram aqui figuras que representaram a inde-pendência do País”.

O encontro teve iní-cio com a 6ª Reunião Ordinária, destinada a discutir a Ata da últi-ma reunião e assuntos gerais, como a pro-posta de padronizar a nomenclatura das cláu-sulas nos instrumentos coletivos de trabalho, apresentada por Ro-berto Lopes, advogad o

da Divisão Sindical da Confederação. Pa-trícia Duque, chefe da mesma Divisão, e Alain Mac Gregor, advogado da CNC, an-teciparam ações a serem implementadas para facilitar o trabalho dos negociadores do comércio. “A CNC está elaborando um software com as súmulas, as pesquisas, as redações e os demais documentos que ser-virão para consulta e orientação nas nego-ciações”, explicou Duque.

Como em todos os encontros, os presidentes das Federações de Piauí, Sergipe e Ceará relataram experiências pessoai s de negociação.

Cartilha de Negociação Coletiva do Comércio

Elaborada pela CNC e distribuída aos negociadores presentes, a cartilha busca, por exemplo, fornecer ao líder empresarial sindical condições para que aperfeiçoe sua capacidade de negociação. “É um instru-mento que pretende uniformizar o conhe-cimento de todos acerca do que é a nego-ciação coletiva”, disse Lidiane Nogueira, advogada da CNC.

Cases de negociação coletivaNo segundo dia do evento, a advogada

Regina Almeida de Queiroz, assessora ju-rídica do Sindicato do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios da Grande Floria-

Lázaro Gonzaga (à direita) recepciona

convidados ao lado do vice-presidente da CNC, Roberto Tadros,

e de Patrícia Duque, da Divisão Sindical

da CNC

4º Encontro Regional da Comissão de Negociação Coletiva do Comércio, realizado em Minas Gerais, aborda princípios de negociação e simula práticas

INSTITUCIONAL

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1593232 CNC NotíciasAgosto 2013 n°15932

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nópolis, apresentou Cases de Negociação Coletiva, descrevendo o perfil do negocia-dor e os principais requisitos para exercer a atividade de negociação, entre eles: co-nhecer as condições do setor que represen-ta (econômica e mercadológica); escutar com paciência e demonstrar interesse nos pontos a serem negociados; dar foco às cláusulas de interesse do setor; e inspirar credibilidade nos participantes.

Segundo a assessora, é muito impor-tante demonstrar interesse na negociação. “Lembremo-nos de não subestimar o nego-ciador à nossa frente. Ele está ali para con-seguir algo melhor do que já tem”, alertou.

Princípios de negociação Os Aspectos comportamentais da ne-

gociação coletiva foram abordados por Alencar Naul Rossi, diretor da Alencar Rossi Negociações Coletivas, consulto-ria especializada em negócios sindicais, e Magnus Ribas Apostólico, diretor de Rela-ções do Trabalho da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

Entre outros, o timing foi apontado como um dos princípios de negociação. “O comportamento do negociador faz toda a diferença. Há hora de apresentar a pro-posta e de concluir a negociação”, disse Alencar. Além disso, os palestrantes en-fatizaram a importância de aprender com o outro lado; dar credibilidade ao outro; demonstrar clareza e conhecimento dos detalhes; ter respeito institucional; e ter paciência. “É preciso ter muita paciência. Negociação é construir tijolo por tijolo”, disse Magnus.

Dinâmica encerra o 4º Encontro O 4º Encontro Regional da CNCC foi

encerrado com uma oficina de negocia-

ção promovida pelos palestrantes Alencar Naul Rossi e Magnus Ribas Apostólico.

“Esse é um exercício importante, pois desenvolve a percepção de que o planeja-mento é essencial. Além disso, ao se colo-car do outro lado, o negociador vivencia situações que jamais imaginou e começa a trabalhar com os pés no chão. E mais: du-rante esse trabalho, ele tem a oportunidade de exercer o ato de negociar e superar o conflito. A negociação é algo natural do ser humano, e só ele o faz. Essa oportunidade propicia um momento empolgante aos par-ticipantes”, explicou Alencar.

Presidentes das Federações de PI, SE e CE – Francisco Valdeci de Sousa Cavalcante, Abel Gomes da Rocha Filho e Luiz Gastão Bittencourt – palestraram sobre Experiências de Negociação

INSTITUCIONAL

33CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 3333CNC NotíciasAgosto 2013 n°159

Page 36: CNC Notícias 159

Roberto Fendt e Ernane Galvêas nos

debates do Conselho Técnico da CNC:

riscos de agravamento da situação fiscal e

monetária

Conselho Técnico debate incertezas da economia

Cenário representa ameaça aos investimentos que poderiam ajudar o País a sair da situação de virtual

estagnação, avalia o órgão consultivo da CNC

A inflação e o baixo crescimento econômico do Brasil foram dois dos temas tratados pelo Conselho

Técnico da CNC nas reuniões de julho e agosto. A conclusão dos debates é que o governo precisa fazer uma correção de ru-mos, sob pena de agravar a situação fiscal e monetária do País.

O economista Roberto Fendt e o con-sultor Econômico da Presidência da CNC Ernane Galvêas mediaram um debate so-bre o tema Eficácia da política monetária. Para Fendt, no atual cenário de economia com baixo crescimento, a expansão do cré-dito no patamar superior a 15% é exagera-da e contribui para manter a inflação. Ele pediu atenção para um instrumento que vem sendo utilizado pelo governo, a cha-mada Conta Movimento, extinta nos anos 1980. “O Tesouro Nacional emite títulos da dívida pública e adianta os recursos para o BNDES, o Banco do Brasil e a Cai-xa Econômica Federal, que, por sua vez, expandem empréstimos e a oferta mone-tária, uma coisa absolutamente peculiar.”

Para Ernane Galvêas, há uma crise de confiança que está freando os inves-timentos. “O governo não tem recursos para investir nos projetos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e os

empresários não sentem segurança jurídica para fazer os investimentos necessários”, disse Galvêas, observando, também, que há demasiada interferência nos processos de licitação de infraestrutura, com uma taxa de retorno pouco atrativa. Em relação às taxas de juros, o consultor da CNC acha que o aumento da Selic agrava o déficit fis-cal. “Como o déficit fiscal é uma das cau-sas primárias da inflação no Brasil, isso, a meu ver, é contraproducente.”

O assunto continuou na pauta da reu-nião seguinte, com uma apresentação do economista Claudio Contador. Lembran-do a famosa frase do estrategista do Parti-do Democrata americano, James Carville, para explicar a vitória de Bill Clinton nas eleições de 1997 (“É a economia, estúpi-do”), Contador fez uma análise do con-texto econômico em que ocorreram as manifestações de rua, que provocaram uma queda expressiva na popularidade do governo da presidente Dilma. Para o economista, o argumento de Carville não funcionou na realidade brasileira. “A mé-dia mensal da inflação do governo Dilma (0,4%), por exemplo, está entre as me-nores desde a Primeira República”, disse Contador. “As causas das manifestações no Brasil não são econômicas.”

INSTITUCIONAL

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1593434

Page 37: CNC Notícias 159

MP mira novos meios de pagamentoCartões de crédito e débito e transações via celular podem fazer parte do Sistema de Pagamentos Brasileiro

Crédito ou débito? Essa pergunta já faz parte do cotidiano de boa parte dos brasileiros na hora de efetuar

algum pagamento. Uma pesquisa da Asso-ciação Brasileira das Empresas de Cartão de Crédito e Serviços (Abecs) mostrou que, em 2012, 75% dos brasileiros possuía algum tipo de cartão de pagamentos, entre crédito, débito ou de loja. Ou seja: menos pessoas estão utilizando o dinheiro em papel.

O crescimento desses meios de paga-mento é um dos alvos da Medida Provisó-ria (MP) 615/2013, que prevê uma mudan-ça no Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB), de forma que esse e outros novos métodos surgidos no século XXI possam ser regulados pelo Banco Central (BC) e pelo Conselho Monetário Nacional. Atual-mente, o BC não vê as operações com cartões como atividades financeiras, mas como intermediárias entre compradores e vendedores.

A medida prevê que o SPB aceite tam-bém os pagamentos efetuados via smart-phones e tablets, reconhecendo esses métodos como úteis ao consumidor, além de incluir uma parcela da população sem acesso a contas bancárias. “O aparelho ce-lular deverá se transformar em uma opção de carteira eletrônica, através da qual o usuário poderá receber e pagar contas com a mesma facilidade com que carrega um crédito no aparelho ou envia uma mensa-gem de texto”, afirmou a presidente Dilma Rousseff em sua coluna Conversa com a Presidenta do dia 23 de julho.

Essa é uma realidade cada vez mais pre-sente. Em maio, foi lançado o Zuum, projet o da Mobile Financial Service (MSF), grupo formado por Mastercard Worldwide e Te-lefônica, que é um serviço de pagamento em que o usuário pode carregar uma conta pré-paga no celular e fazer movimentações financeiras, como transferências e compras – independentemente de contas bancárias. O serviço é oferecido pela Vivo em seis ci-dades, mas deve se expandir em breve.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) vê a MP de forma positiva, mas observa que a falta de concorrência pode ser um entrave ao seu funcionamento. “Se as empresas do setor de telecomunicação optarem por atuar como meras prestadoras de serviços tecnológi-cos, em associação com as atuais operado-ras de cartões, a tão esperada concorrência não acontecerá”, afirma Cácito Esteves, da Divisão Jurídica da CNC. A falta de concor-rência é um dos principais motivos das altas tarifas praticadas no mercado nacional.

Apesar da ressalva, as disposições da MP 615/2013 são vistas como boas e oportunas pela CNC e atendem aos interesses dos con-sumidores e das empresas do comércio de bens, serviços e turismo, desde que a inicia-tiva facilite a concorrência.

O texto está em tramitação na Câmara dos Deputados e, se aprovado, pode signifi-car um avanço na regulamentação dos meios de pagamento no Brasil, com consumidores pagando cada vez mais suas contas com um toque no celular.

EM FOCO

35CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 35

Page 38: CNC Notícias 159

Sites não se ajustaram à Lei do e-commerce

Estudo mostra que o Decreto 7.962/2013, que define as regras para as empresas de vendas on-line, ainda não é praticado

No fim de junho, a Secretaria Nacio-nal do Consumidor do Ministério da Justiça (Senacon-MJ) notificou

as 13 principais empresas de comércio ele-trônico. O motivo: a falta de adequação ao Decreto 7.962/2013, que estabelece as regras para compras on-line. Um levanta-mento realizado pelo Instituto Ibero-Bra-sileiro de Relacionamento com o Cliente (IBRC), realizado com 30 sites de compras em seis segmentos (loja virtual, turismo, entretenimento, aviação civil, transportes terrestres e compras coletivas), mostrou que 70% das empresas não cumpriam a Lei, e outros 23% cumpriam apenas parte dos requisitos. Somente 7% cumpriam a Lei em sua totalidade.

O setor de Entretenimento foi o que mais se adequou, com 75% de conformi-dade. No entanto, para o IBRC, esse núme-ro ainda não está de acordo com o mínimo esperado, assim como o valor registrado pelos outros setores (veja gráfico abaixo). O instituto avaliou as empresas com base em 15 itens estabelecidos na Lei, como,

por exemplo, discriminação de despesas adicionais, informação de endereço fixo, nome e CNPJ, confirmação imediata da compra e atendimento on-line.

Para Amaury Oliva, diretor do Depar-tamento de Proteção e Defesa do Consu-midor do MJ, esse ponto é imprescindível para o funcionamento dessas empresas. “O objetivo é que o consumidor saiba o que se vende, quem vende e como vende. Se um site tem um canal de vendas 24 horas, ele tem que ter um atendimento também 24 horas”, afirmou Oliva ao jornal O Globo.

A cobrança do governo garante o cum-primento das regras, mas as empresas têm se empenhado para a adequação, segundo o presidente da Câmara Brasileira de Co-mércio Eletrônico (Câmara-e.net), Ludovi-no Lopes. “Acho que todas já estão com as estruturas montadas para responder a todos os pontos do Decreto. A notificação é um exercício importante do cumprimento da Lei, que tem a meta de encontrar as melho-res práticas e de trabalhar em conjunto”, finalizou Lopes.

EM FOCO

@

75% 75% 75%71%

63%59%

Ranking por segmento

Entretenimento TransportesTerrestres

Lojas Virtuais Turismo ComprasColetivas

Aviação Civil

Os setores que mais se adéquam à Lei cumprem, em média, 75% dela, o que já está na faixa da não conformidade. Turismo cumpre um pouco menos, 71%; compras coletivas e aviação civil, apenas 63% e 59%, respectivamente.

Fonte: IBRC

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1593636

Page 39: CNC Notícias 159

Os prós e contras dasubstituição tributáriaFecomércio-PR promove palestra com advogado Heron Arzua,em Brasília, para debater o tema com dirigentes do comércio

Por iniciativa do presidente da Fede-ração do Comércio do Paraná (Fe-comércio-PR), Darci Piana, presi-

dentes, diretores, consultores e assessores de federações de quase todos os Estados ouviram palestra sobre temas tributários, seguida de debate, realizada pelo advo-gado Heron Arzua, consultor da entidade. O evento foi realizado em 17 de julho na CNC em Brasília.

Arzua, ex-procurador-geral da Fazen-da Nacional e ex-secretário da Fazenda do Paraná, deu destaque à questão da substi-tuição tributária, instrumento que vem sen-do adotado em larga escala por quase todos os Estados e que se constitui em um dos tormentos empresariais no que diz respeito à tributação em geral e, especificamente, a micros e pequenos negócios.

A substituição tributária penaliza as empresas optantes pelo Simples Nacio-nal, ao fazer com que, na prática, o Im-posto sobre Circulação de Mercadorias e

Serviços (ICMS) termine por incidir em duplicidad e. Arzua, que é autor de livros sobre sua especialidade, o Direito Tributá-rio, citou o Projeto de Lei do Senado (PLS 201/2013), de autoria do senador Roberto Requião (PMDB-PR). A proposta altera a legislação em vigor e dá às micros e pe-quenas empresas, nos casos de aquisição de produtos sujeitos à substituição tributá-ria, o direito de pagar ICMS pela alíquota máxima a elas aplicáveis, tendo como base de cálculo o valor real da operação.

O debate evidenciou o interesse de to-dos pelas questões tributárias, até mesmo além da substituição tributária. Houve consenso entre os participantes quanto à necessidade de a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ter um canal permanente de interlocução e discussão sobre a matéria, conforme des-tacou o presidente Darci Piana, que levará essa intenção ao presidente da CNC, Anto-nio Oliveira Santos.

Heron Arzua (centro) disse que a substituição é um tormento, principalmente para micros e pequenos empresários

EM FOCO

37CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 37

Page 40: CNC Notícias 159

Publicação esclarece pontospolêmicos da terceirização

Divisão Sindical da CNC lança a publicação Terceirização: mitos e verdades, mostrando que a prática é uma realidade mundial que objetiva ganhos de eficiência e produtividade

A Divisão Sindical apresentou, durante a última reunião de Diretoria da CNC, em Brasília, a publicação Terceiriza-

ção: Mitos e Verdades, com o objetivo de esclarecer pontos polêmicos sobre a regula-mentação do Projeto de Lei (PL) 4.330/2004, em tramitação na Câmar a dos Deputados. O material, produzido pela CNC em conjunto com as Confederações nacionais da Indústria (CNI), da Agricultura (CNA), do Transporte (CNT), do Sistema Financeiro (Consif) e da Saúde (CNS), apresenta contrapontos ao que têm divulgado as centrais sindicais, contrá-rias à aprovação do PL.

Um dos principais questionamentos das centrais sindicais é sobre a retirada ou redução de direitos dos trabalhadores. Trata-se, de acordo com a publicação, de uma suposição falsa, porque, ao contrário, os empregados das empresas contratantes

e contratadas terão assegurados os salários e todos os outros direitos e garantias esta-belecidos na legislação trabalhista.

É falso, também, o conceito de que o PL vai promover o trabalho precário. O Pro-jeto protege os empregados terceirizados, pois estabelece que a empresa contratante fiscalize o cumprimento das obrigações tra-balhistas que cabem à empresa contratada. Determina, ainda, que, se a contratada não cumprir as obrigações trabalhistas e previ-denciárias, a contratante deverá cumpri-las.

A proposição prevê, portanto, dupla ga-rantia aos terceirizados. A responsabilidade subsidiária obriga, simultaneamente, a con-tratante e a contratada a garantir os direi-tos dos empregados. E há outras proteções. Uma delas é a obrigação de a empresa con-tratada ter capital social integralizado pro-porcional ao número de empregados. Ela também terá que mostrar capacidade téc-nica para realizar os serviços. “Isso afasta empresas de aventureiros que, na hora de pagar as verbas rescisórias, fecham as por-tas e desaparecem”, informa a publicação.

O Projeto de Lei só admite a contrata-ção de atividades executadas por empresas especializadas, afastando as chamadas em-presas “guarda-chuva”, que fazem tudo e oferecem serviços como mera intermedia-ção de mão de obra. Garante, ainda, aos

empregados das empresas contratadas o direito de utilizar facilidades ofe-

recidas pelas contratantes a seus próprios funcionários, como

refeitórios, serviço médico interno e transporte.

A publicação sustenta que a terceirização “é uma realidade mun-

dial, que objetiva ganhos de especialida-de, qualidade, eficiência, produtividade e competitividade. Tudo isso gera riqueza para o País, que, por sua vez, cria mais oportunidades de emprego”.

O Projeto do deputado Sandro Mabel (PMDB-GO),

relatado pelo deputado Arthur Oliveira Maia

(PMDB-BA) , prevê dupla garantia a terceirizados. A

responsabilidade subsidiária obriga empresas contratantes e contratadas a garantir os direitos

dos empregados

Veja mais em http://bit.ly/CBST-CNC

EM FOCO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1593838

Page 41: CNC Notícias 159

Fecomércio-DF terá assessoria para gestão das representações

Balança comercial deve ter primeiro déficit desde 2000

A Federação do Comércio do Distrito Federal (Fecomércio-DF) deu início à im-plantação do modelo de gestão de represen-tações, à semelhança do que já é feito em cinco estados. A novidade foi anunciada pelo presidente da entidade, Adelmir San-tana, durante a 100ª reunião de Diretoria, em 23 de julho, na qual a chefe da Asses-soria de Gestão das Representações (AGR) da CNC, Wany Pasquarelli, fez a apresenta-ção das ações e resultados da área.

“Fazer representação é falar por uma coletividade. Daí a sua importância”, afir-mou Wany. A defesa de interesses, desta-cou, “não é questão de escolha, mas de so-brevivência no mundo globalizado”.

A chefe da AGR citou iniciativas da área, como participação no Fórum das Confederações, no aperfeiçoamento do Siscoserv e no Conselho de Combate à Pi-rataria, no qual a CNC gerencia o projeto

A Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB) revisou a balança comercial para 2013. As novas projeções reduziram as exportações em 5%, para US$ 230,511 bilhões, aumentando em 4,2% as importa-ções, que chegariam a US$ 232,519 bilhões.

Segundo a AEB, o resultado seria um déficit de US$ 2 bilhões – o primeiro des-de 2000 –, contra o superávit de US$ 14,6 bilhões projetado na estimativa anterior da entidade, divulgada em dezembro de 2012.

A redução das exportações deve-se à aceleração da queda das cotações das com-modities em geral, aliada à diminuição do quantitativo de petróleo, óleos combustí-veis, milho e algodão.

No caso das importações, a entidade destaca que “o aumento verificado no pri-

estratégico Comércio contra a Pirataria. Ela destacou, ainda, a criação do Grupo Técnico de Trabalho Meio Ambiente.

Cristiano Costa, assessor técnico, deta-lhou a atuação da AGR e os benefícios que ela gera para a representação.

meiro semestre é resultado da menor taxa cambial vigente, da regularização dos re-gistros de importação de petróleo e deri-vados, da expectativa de expansão do con-sumo interno e da manutenção do elevado Custo Brasil, em contrapartida ao menor crescimento das importações previsto para o segundo semestre, decorrente de patamar mais elevado da taxa cambial e de sinais de redução do consumo interno”.

Segundo o presidente da AEB, José Augusto de Castro, esse cenário amplia a importância de iniciativas que au-mentem a competi-tividade das expor-tações brasileiras.

Adelmir Santana e Wany Pasquarelli (ao centro), com técnicos da AGR, após palestraaos diretores da Federação

José Augusto de Castro, presidente da AEB: cenário exige mais iniciativas que aumentem a competitividade das

exportações brasileiras

EM FOCO

3939CNC NotíciasAgosto 2013 n°159

Page 42: CNC Notícias 159

Setor de materiais de construção quer ampliar

atuação nos EstadosCâmara Brasileira de Materiais de Construção debate

substituição tributária e pretende incentivar a criação de câmaras do segmento nas Fecomércios

A Câmara Brasileira de Materiais de Construção (CBMC), da Confe-deração Nacional do Comércio de

Bens, Serviços e Turismo (CNC), pretende incentivar a criação de câmaras estaduai s nas Fecomércios, para ampliar a atua ção dos empresários do segmento com infor-mações específicas de cada região. A de-manda surgiu na primeira reunião do ano da CBMC, realizada no Rio de Janeiro em 8 de agosto. Sob a coordenação do empre-sário Roberto Breithaupt, a Câmara tratou de temas como substituição tributária, an-tidumping de porcelanato, Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), qualifica-ção de mão de obra e logística reversa.

A substituição tributária (ST) foi ques-tionada pelos comerciantes de materiais de construção devido a grande quantidade de alíquotas, algumas altas em relação ao preço praticado pelo varejo. Já no caso do antidumping do porcelanato, a preocupa-ção da Câmara é que ele gere o encareci-mento do produto final, o que pode preju-dicar o poder aquisitivo da população.

Para o coordenador da CBMC, é pre-ciso identificar as necessidades de cada região para negociar. “Os Estados têm le-gislações tributárias diferentes, e a políti-ca nacional também tem reflexos diversos nas região. Por isso, esse é trabalho preci-sa acontecer nos Estados.” Como encami-nhamento desse e de outros temas aborda-

dos, surgiu a necessidade de incentivar a formação das câmaras estaduais.

A CBMC pretende encaminhar à Divi-são Econômica da CNC o pedido de pes-quisas sobre o setor. “A negociação muda, se pudermos afirmar que reduzir um ponto percentual em certo imposto pode gerar mais empregos”, acredita Breithaupt. Ou-tro assunto abordado foi a qualificação de mão de obra para lojas e aplicadores de materiais de construção, em que a Câmara identificou a oportunidade de desenvolvi-mento de parcerias com o Senac.

O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Cons-trução (Anamaco), Cláudio Elias Conz, apresentou um informe sobre o IPI do se-tor e afirmou acreditar que o governo vai prorrogar a isenção. “Existem centenas de projetos do Minha Casa, Minha Vida que teriam que ser renegociados com o aumento do IPI, já que a margem de lu-cro é de 6%, e o aumento seria de 8% nos materiais de construção”, afirma.

Os empresários debateram, ainda, a lo-gística reversa de materiais de construção, parte da Política Nacional de Resíduos Só-lidos, que impõe aos comerciantes a obri-gação de recolher resíduos como latas de tinta, e que passa a valer em 2014. O tema será esclarecido pelo Grupo de Técnico de Trabalho Meio Ambiente, da CNC, na pró-xima reunião da CBMC.

EM FOCO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1594040

Page 43: CNC Notícias 159

Segs integra rede de programas da FNQVoltado para a gestão sindical, o Segs passa a fazer parte da Rede QPC, portfólio de programas da Fundação Nacional da Qualidade direcionados à competitividade

O Sistema de Excelência em Gestão Sindical (Segs) passou a integrar o portfólio de serviços da Rede de

Qualidade, Produtividade e Competitivi-dade (Rede QPC), que faz parte da Fun-dação Nacional da Qualidade (FNQ). A Rede QCP conta com programas setoriais e estaduais que têm o objetivo de aumen-tar a competitividade das organizações e do País por meio de melhorias na gestão. Atual mente, o grupo é formado por 18 pro-gramas estaduais e nove programas seto-riais, incluindo o Segs.

O gerente de Programas Externos da CNC, Rodrigo Wepster, apresentou o Segs aos participantes do 61º Fórum da Rede de Qualidade, Produtividade e Competitivi-dade, realizado em 17 de junho na Fede-ração do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomér-cio-RS). No encontro, estiveram presentes executivos e gestores de diversos progra-mas estaduais e setoriais.

Segundo Wepster, o Segs é um pro-grama que incentiva o desenvolvimento da excelência na gestão das federações e dos sindicatos filiados ao Sistema Confederativo da Representação Sindical do Comércio (Sicomér-cio), por meio de critérios basea dos nos fundamen-tos do PNQ.

O programa permi-te identificar o grau de desenvolvimento das entidades sindicais nos aspectos associativismo, representatividade, es-trutura diretiva, gestão

financeira e produtos e serviços ofereci-dos, capacita os líderes em práticas ge-renciais, possibilita o compartilhamento de práticas de sucesso (benchmarking) e proporciona o crescimento individual dos líderes e executivos sindicais e, conse-quentemente, das entidades e das empre-sas representadas.

Segundo o superintendente geral da FNQ, Jairo Martins, a ideia é disseminar a qualidade em todos os Estados brasilei-ros por meio de programas como o Segs e também dos que atendem outros setores. “Assim como temos programas de quali-dade direcionados para a saúde e para o transporte, agora também temos um que foca a questão sindical. É mais uma forma de disseminar e tentar customizar um mo-delo que atenda a determinadas necessida-des e problemas setoriais. Depois de toda essa movimentação da população brasilei-ra buscando mais qualidade em diferentes campos, fica claro que temos que definir procedimentos de gestão de diversos seto-res para as empresas, entre eles o sindical”, afirmou Martins.

Jairo Martins (à esq.), superintendente da FNQ, e Rodrigo Wepster, gerente de Programas Externos da CNC, no fórum realizado na sede da Fecomércio-RS

PRODUTOS CNC

41CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 41

Page 44: CNC Notícias 159

Escolhas sustentáveisConselho de Turismo da CNC discute a percepção do

turista sobre a sustentabilidade

Até que ponto o turista, no Brasil e no mundo, leva em consideração requisitos de sustentabilidade ao

fazer suas escolhas de destino turístico, hospedagem e restaurante, entre outras. Para responder a essa questão, o Conse-lho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) recebeu, em 10 de julho, no Rio de Janeiro, o jornalista José Eduardo Camar-go para falar sobre a percepção do turista e suas escolhas sustentáveis. José Eduard o é redator-chefe do Guia Quatro Rodas, do portal ViajeAqui e da revista Hotel Pro, além de gerir os aplicativos para celular dos veículos Guia Quatro Rodas, Viagem e Tu-rismo e Planeta Sustentável.

José Eduardo apresentou pesquisas re-centes que mostram números favoráveis à ideia de que a sustentabilidade é um item importante na escolha dos turistas. Segundo pesquisa realizada pelo grupo Accor, cerca de 58% dos hóspedes brasileiros entrevis-tados levam em consideração, no momento de escolher um produto ou hotel, se existe alguma política de sustentabilidade, como medidas de redução de energia elétrica e de água, produtos de limpeza biodegradáveis e alimentos orgânicos e sustentáveis. Ou-tra pesquisa da Trip Advisor, realizada em vários países, afirma que 79% dos clientes consideram, em suas escolhas, se os em-preendimentos realizam práticas ambiental-mente corretas. Quanto aos hoteleiros, 91% consideram a sustentabilidade importante, mas, entre estes, apenas 77% realizam ações

nos seus empreendimentos. “Ainda não há muitas pesquisas no mundo que verificam a sustentabilidade como item de escolha do turista”, afirma José Eduardo. O jornalis-ta propôs ao Conselho que se engaje para realizar uma pesquisa, em parceria com os veí culos em que trabalha, a fim de avaliar o olhar do consumidor e o que ele espera encontrar no quesito sustentabilidade.

CertificaçãoAs iniciativas de certificação existentes

avaliam aspectos como eficiência energé-tica, reaproveitamento de água, trabalho social realizado com as comunidades do entorno do empreendimento, reaproveita-mento de resíduos orgânicos, reciclagem de resíduos sólidos e capacitação de funcioná-rios, entre outros itens. José Eduardo acre-dita que a eficiência energética é a princi-pal frente que deve nortear os empresários quando pensam em implementar a susten-tabilidade, porque também significa dimi-nuição de gastos. “Os itens de sustentabi-lidade necessários vão mudar de lugar para lugar, mas a eficiência no uso da água e da luz é um dos itens básicos”, afirma. Para os empreen dimentos que buscam a certifi-cação, ele indica a norma brasileira NBR 15401, da Associação Brasileira de Nor-mas Técnicas (ABNT). “Ela é auditada e reconhecida pelo mercado, além de ser uti-lizada para a concessão de benefícios pelo govern o e por bancos como o BNDES. A partir de 2014, também será utilizada pelo Guia Quatro Rodas, conclui o jornalista.

Jornalista especializado em

turismo, José Eduardo Camargo, fala em

reunião do Conselho de Turismo da CNC

TURISMO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1594242

Page 45: CNC Notícias 159

Turismo quer avanços na contratação temporáriaMinistro do Trabalho e Emprego afirma, em reunião da CET, que o diálogo é o caminho para as demandas de contratação temporária

A Câmara Empresarial de Turismo (CET), da Confederação Nacio-nal do Comércio de Bens, Ser-

viços e Turismo (CNC), encaminhou ao ministro do Trabalho e Emprego, Mano-el Dias, em reunião realizada em 1º de agosto, na CNC em Brasília, pedidos para flexibilizar a legislação trabalhista, com foco no trabalho temporário, intermitente, interjornada e contrato de curtíssima du-ração. Segundo os empresários, as ativi-dades relacionadas ao turismo dependem da sazonalidade, com períodos de maior ou menor ocupação, e, com a flexibiliza-ção, será possível gerar mais oportunida-des, melhorar a remuneração e as condi-ções de trabalho no setor.

A proposta da CET é testar um modelo de contratação temporária que funciona-ria até 2015, a partir de acordo entre tra-balhadores, empregadores e governo. O ministro Manoel Dias disse que os plei-tos sobre o trabalho intermitente e tem-porário, encaminhados por empresários da Câmara, liderados pelo coordenador Alexandre Sampaio, já estão sendo ana-lisados pelo Ministério. “É possível que as propostas sejam encaminhadas, porque vão ao encontro das demandas e necessi-dades que o País está enfrentando hoje, especialmente em decorrência dos grandes eventos que temos pela frente”, afirmou.

Exemplos de flexibilização Os empresários foram unâ-

nimes em afirmar que, para o turismo nacional se tornar mais competitivo, é preciso pensar em alternativas às limitações da legislação trabalhista. Alain Bal-dacci, representante do segmento de parques temáticos, apresentou

modelos de contratação que já funcionam em outros países. “Nos Estados Unidos, eles dispõem de um sistema que comunica aos funcionários se devem ir ao trabalho ou não. Eles recebem quando trabalham, mas têm uma bolsa, com valor mínimo, que ga-nham quando não trabalham. Esse sistema pode ser custeado por diferentes empresas para as quais o trabalhador presta servi-ços”, explicou Baldacci.

Após ouvir o setor produtivo do tu-rismo, o ministro afirmou que não existe a possibilidade de alterar a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) no Congress o, e, por isso, o caminho que propõe é o do diálogo. “A terceirização é uma questão fundamental. Ela existe, não adianta negar. Agora, é preciso regular. Por isso a criação da comissão quadripartite, para avançar no sentido de alcançar consensos.

Segundo Alexandre Sampaio, o ministro convocou o setor para uma reunião no dia 18 de agosto. “Vamos dar continuidade a este debate em uma comissão do Ministério”, concluiu. A reunião da CET contou, ainda, com a presença do novo secretário Executivo do MTur, Sérgio Braune, e do vice-presiden-te Financeiro da CNC, Luiz Gil Siuffo.

Alexandre Sampaio (E), ministro Manoel Dias (C) e Luiz Gil Siuffo (D) em reunião da CET/CNC

Veja mais em http://bit.ly/CET-CNC

TURISMO

4343CNC NotíciasAgosto 2013 n°159

Page 46: CNC Notícias 159

Governo e representantes dos empresários debatem como aumentar a capacidade de

concorrência do setor

Com os grandes eventos mundiais, o Brasil tem a oportunidade de divulgar seus destinos turísticos e ultrapassar

o fluxo de visitantes internacionais, que, há oito anos, não rompe a barreira dos quase 6 milhões (de 5,4 em 2005 a 5,8 em 2012). Para isso, é preciso ofertar serviços e produtos de qualidade a preços justos, promovendo a com-petitividade, assunto constante de debates en-tre o setor produtivo do turismo e o governo.

Nesse aspecto, representantes do em-presariado tem sido questionados sobre as tarifas da hotelaria e das passagens áereas, como ocorreu em evento sobre turismo e competitividade promovido pelo Instituto Brasileiro de Turismo (Embratur) em 9 de julho, em Brasília. Na ocasião, o presidente do Conselho de Turismo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Alexandre Sampaio, afirmou que a metodologia de pesquisa de preços da Embratur analisa a venda feita na internet, onde a hotelaria negocia quartos residuais com valores superiores ao oferta-do para agências e operadores hoteleiros.

Custo BrasilSampaio apresentou, ainda, estudo rea-

lizado pela Resorts Brasil que compara cus-tos da atividade no País e no Caribe. Quesitos como mão de obra, energia elétrica e insumos básicos demonstraram que o custo Brasil é 20% a 25% superior. “Essa é a comprovação de que a operação de um resort no Brasil é significativamente mais cara do que o mesmo empreendimento no Caribe”, disse. O presi-

dente da Associação Brasileira de Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, mostrou com números por que as passagens aéreas custam os valores classificados como pouco competitivos pela Embratur. “Se a compa-nhia aérea mais eficaz da Europa viesse ope-rar no Brasil, ela, automaticamente, custaria 27% mais. Isso por conta da nossa infraestru-tura”, explicou.

Para promover a competitividade, o se-tor produtivo do turismo encaminhou di-versas demandas ao governo. Entre os pe-didos da hotelaria estão a alteração da base de cálculo do ICMS na conta de energia, para que corresponda ao consumo, e não à demanda contratada, levando-se em consi-deração a sazonalidade da atividade e que a energia é o segundo maior custo do setor. As empresas aéreas, por sua vez, pedem a padronização da tributação do querose-ne de aviação em alíquota única de 12%, o que evita um planejamento de rotas em função do preço do combustível em cada estado. O segmento de alimentação fora do lar e o de parques e atrações turísticas pedem a desoneração da folha de paga-mento e a inclusão no Plano Brasil Maior.

Os pleitos dos empresários ainda não ti-veram uma resposta do governo, e o Brasil segue ocupando a 51ª posição entre 140 paí-ses, segundo o Fórum Econômico Mundial. Entre as categorias apontadas com a mais baixa competitividade estão os preços, as políticas públicas do setor e o efeito negati-vo da tributação sobre os negócios.

TURISMO

Competitividade no turismo

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1594444

Page 47: CNC Notícias 159

Comunicação em sintoniaAssessores de Comunicação do Sistema Comércio se reúnem na Bahia para alinhamento estratégico de ações

A Casa do Comércio, sede da Fecomércio-BA, em Salvador, foi o cenário do V Encontro de Assessores de Comunicação do Sistema Comércio, realizado entre 22 e 24 de julho, reunindo profissionais da comunica-

ção da CNC, dos Departamentos Nacionais do Sesc e do Senac e de federações estaduais e nacionais.

Carlos Amaral, presidente da federação anfitriã, discursou na abertura do evento. “É muito importante para as entidades do Sistema Comércio o alinha-mento de ações e estratégias”, afirmou.

Entre os palestrantes, a consultora de Comunicação Corporativa Cristina Mello abordou, no dia 22, o valor de uma marca e a reputação do Sistema. Cristina afirmou que a marca é um dos principais bens de uma empresa, pois tem o dever de transmitir a identidade que se relacionará com o público. Já no dia 23, o gerente de Programas Externos da CNC, Rodrigo Wepster, falou sobre a comunicação no âmbito da gestão sindical e como ela pode ser utilizada de forma estratégica nas entidades sindicais. Além disso, Wepster mostrou como os principais produtos e serviços oferecidos pela CNC podem auxiliar na comu-nicação entre federações e sindicatos.

Bate-papo e economiaA manhã do dia 24 foi dedicada à Economia, com um de-

bate com os jornalistas Paola Moura, do Valor Econômico, e Vicente Nunes, do Correio Braziliense, sobre a importância do setor de comércio de bens, serviços e turismo para o jor-nalismo econômico. Eles abordaram as nuances dessa área do jornalismo e a melhor maneira de se relacionar com repórteres no dia-a-dia dos jornais impressos e on-line.

Em seguida, foi a vez do economista da CNC Fábio Bentes falar sobre as pesquisas realizadas pela Divisão Econômica da Confederação e o retorno delas na mídia. Encerrando o ciclo de palestras, a assessora da InPress Jacqueline Breitinger falou sobre o retorno financeiro e de imagem de ações de comunica-ção nos diversos veículos.

Logo abaixo: Carlos Amaral (à dir.) discursa na abertura do encontro, que reuniu cerca de 50 assessores do Sistema

PONTO DE VISTASISTEMA COMÉRCIO

45CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 45

Page 48: CNC Notícias 159

Prêmios destacam empresários em

todo o BrasilComerciante do Ano (BA), Guerreiro do Comércio (PR) e Mérito

Jessé Freire (RN) exaltam a importância dos empresários do comércio de bens, serviços e turismo

Reconhecimento aos empresários de destaque em seus estados, as pre-miações promovidas pelas federa-

ções do comércio já se tornaram tradição. É o caso das cerimônias realizadas no Pa-raná, na Bahia e no Rio Grande do Norte.

Em 16 de julho, a Fecomércio-BA pro-moveu a entrega do título de Comerciante do Ano, marcando a passagem do Dia do Comerciante. O presidente Carlos Amaral concedeu o título e fez a outorga da me-dalha Visconde de Cairu ao empresário lojista Eliezer Schnitman, da rede Lar-shopping. O prêmio é entregue sempre na data de nascimento do baiano José da Silva Lisboa, o Visconde de Cairu, responsável

pela abertura dos portos para o comércio no Brasil Império.

Guerreiro do Comércio A Fecomércio-PR realizou, em 19 de

julho, a oitava edição do Troféu Guerreir o do Comércio, premiando 48 empresários de sucesso no Paraná. Os empreendedore s são indicados seguindo critérios de tempo de mercado, projeção, reconhecimento da comunidade e notoriedade empresarial e destaca os empresários que geraram oportunidades de trabalho, ajudando a impulsionar o desenvolvimento do Para-ná. “Estes empresários são homens e mu-lheres que todos os dias batalham na ma-nutenção e crescimento de seus negócios, ao mesmo tempo em que proporcionam bem-estar aos seus colaboradores e clien-tes”, enfatizou o presidente da Fecomér-cio-PR, Darci Piana.

Mérito Jessé FreireJá em 1º de agosto, a Fecomércio-RN

promoveu a décima edição do Mérito Jes-sé Freire, concedendo a honraria a cinco empreendedores do Rio Grande do Norte nas categorias Empreendedor do Ano (Co-mércio, Serviços e Turismo), Jovem Em-preendedor e Experiência Empresarial.

Abaixo, Carlos Amaral entrega a outorga de Comerciante do Ano.

Na foto maior, os premiados no Troféu

Guerreiro do Comércio

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46 CNC NotíciasAgosto 2013 n°15946

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Sesc Lucimar Veiga é ampliado

Um Refis para o setor no Espírito Santo

Autoridades políticas, empresariais e sociais do Piauí participaram da soleni-dade de inauguração dos 40 novos apar-tamentos do Centro de Turismo e Lazer Lucimar Veiga, realizada na noite de 13 de julho no Município de Luís Correia.

Na ocasião, o presidente do Sistema Fecomércio-Sesc-Senac no Piauí, Valdec i Cavalcante, destacou o legado que o em-presário Lucimar Veiga deixou para o Sesc e falou dos novos empreendimentos que as entidades vão implantar no Piauí, como os centros de atividades do Sesc que se-rão construídos nos Municípios de Bom Jesus e de Oeiras, além da ampliação do Senac nos Municípios de Parnaíba e São Raimundo Nonato. O presidente da Feco-mércio-PI anunciou, ainda, para outubro a inauguração das novas instalações do Sesc Beira-Rio, em Parnaíba.

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turis-mo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio-ES), José Lino Sepulcri, pediu ao governador do Estado, Renato Casagrande, a abertura de um Programa de Recuperação Fiscal (Refis). Segundo Sepulcri, as penali-dades respondem por mais de 50% do valor devido.

A proposta foi apresentada em 25 de julho, em reunião do conse-lho de presidentes de Sindicatos da Fecomércio, que também contou com representantes de outras entidades ligadas ao setor. Segundo a Fecomércio-ES, a categoria vem enfrentando, diariamente, dificulda-des econômicas. “Em alguns segmentos, as vendas caíram 40% nos últimos dois meses. O Refis viria para dar fôlego ao comerciante”, destacou o presidente da Fecomércio ES.

Com o programa, busca-se dar um estímulo à classe empresarial capixaba, principalmente aos micros e pequenos empresários, que hoje respondem por 95% do comércio do Estado. A Federação também pleiteia desconto nas mul-tas aplicadas aos comerciantes em dívida com o governo estadual. “Vou aguardar o parecer técnico do grupo de trabalho da Secretaria para tomar uma decisão. Não há um prazo, mas o Refis do comércio está em avaliação”, disse o governador, que sinalizou com possibilidade de ajudar de outras formas.

Unidade conta com 5 mil m² de área gramada e 400 m² de área urbanizada

No alto, José Lino Sepulcri repassa ao governador Renato Casagrande (ao lado)

os pleitos do comércio capixaba

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47CNC NotíciasAgosto 2013 n°159 47

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Venda de combustíveis tem alta de 10% em 2012

Fecomércio-SE finaliza o seu planejamento estratégico

O faturamento com a venda de combustíveis no Brasil, em 2012, registrou alta de 10% em relação ao ano anterior, alcançando um total de R$ 244,4 bilhões e ampliando a participação do

segmento para 5,55% do PIB. Os dados foram apresentados pela Fede-ração Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fe-combustíveis) em 12 de julho, durante o lançamento do Relatório Anual da Revenda de Combustíveis 2013, realizado na Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) no Rio de Janeiro.

Segundo a Fecombustíveis, o desafio do setor em 2012 foi garantir o abastecimento nos postos de todo o País, já que a infraestrutura nacional não conseguiu acompanhar o ritmo do consumo. “Se, por um lado, o crescimento da renda e do nível de emprego permitiu que os brasileiros comprassem mais carros e, por tabela, consumissem mais combustíveis, por outro, a falta de infraestrutura do País e a chegada de novas tecno-logias impõem desafios constantes aos postos”, afirmou o presidente da entidade, Paulo Miranda Soares. O Relatório faz uma leitura do atual cenário nacional, buscando sinalizar oportunidades de mercado para os empresários do setor. Miranda cita como exemplo a Lei do Descanso para os caminhoneiros (Lei 12.269/2012), que, com a construção de estacionamentos como negócios independentes dos postos, pode gerar receitas extras.

O Relatório, em sua quinta edição, mostra o comportamento do segmento de combustíveis, sob a perspectiva dos postos de serviço, apresentando uma análise do mercado em 2012 e previsões para os próximos anos. A publicação apresenta um capítulo para cada segmen-to, como gasolina, etanol, diesel, biodiesel, GNV, GLP e lubrificantes, com diagnósticos do setor, além de tratar temas referentes à legislação e à sustentabilidade. Confira a publicação na íntegra em www.fecom-bustiveis.org.br/relatorio2013/.

O assessor da Gerência de Programas Externos da CNC Leonardo Fonseca este-ve, em 27 de junho, na sede da Federação do Comércio do Estado de Sergipe (Feco-mércio-SE) para apresentar a finalização do processo de elaboração do Planejament o Estratégico da entidade, iniciado em maio deste ano. A apresentação foi feita durante a reunião de Diretoria da Federação. Foi realizada a validação oficial, para que o planejamento, que tem ações previstas até 2020, seja colocado em prática.

Com o Planejamento Estratégico de-finido, a Fecomércio-SE, agora, trabalha com ações alinhadas aos objetivos deseja-dos. “Elaborar o planejamento estratégico

de uma entidade não é fácil e depende do trabalho das pessoas. Em Sergipe, além do engajamento dos diretores e colaboradores, todos entenderam, desde o início, qual era a finalidade do trabalho”, afirmou Leonar-do Fonseca. As ações do Plano Estratégico da Fecomérico-SE serão de curto, médio e longo prazos, com uma visão até 2020. “O ideal é que, de tempos em tempos, haja uma revisão. O que vai determinar a efetividade do Plano é a execução das ações previstas.”

Os assessores da CNC auxiliam as en-tidades sindicais ligadas ao Sicomércio a realizar seus planejamentos estratégicos desde 2008, por meio do Sistema de Exce-lência em Gestão Sindical (Segs).

SISTEMA COMÉRCIO

CNC NotíciasAgosto 2013 n°1594848

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HISTÓRIA EM IMAGEM

Turismo da féA histórica visita do Papa Francisco ao Brasil, a primeira que fez

como pontífice, mobilizou milhões de pessoas e transformou a paisa-gem do Rio de Janeiro, que recebeu peregrinos de todo o mundo. Se-gundo pesquisa divulgada pelo Ministério do Turismo, o gasto médio no tempo de permanência dos estrangeiros no País foi de R$ 1.830, e entre os brasileiros, de R$ 1.370. Os estrangeiros ficaram, em mé-dia, 12 dias no País, e os brasileiros, sete dias no Rio. O impacto da JMJ na economia do Rio de Janeiro foi de R$ 1,285 bilhão. Ao todo, a Jornada Mundial da Juventude reuniu 617 mil turistas, sendo 405 mil brasileiros e 212 mil estrangeiros. Calcula-se que 3,7 milhões de pessoas participaram da JMJ. Números expressivos, que o carisma de Francisco ajudou a reforçar.

(REUTERS/Sergio Moraes)

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