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RELATRIO DE GESTO DA ANCINE

2007

Ministro da Cultura Gilberto Passos Gil Moreira Diretor-Presidente da Agncia Nacional do Cinema Manoel Rangel Neto Diretores da Agncia Nacional do Cinema Nilson Rodrigues da Fonseca Mario Diamante Leopoldo Nunes da Silva Filho Superintendente de Acompanhamento de Mercado Vera Zaverucha Superintendente de Desenvolvimento Econmico Lcia Helena Tavares Viegas Superintendente de Fiscalizao Anna Suely Macedo Samico Superintendente de Fomento Luiz Fernando Noel de Souza Superintendente de Registro Ruth Figueiredo de Albuquerque Secretrio de Gesto Interna Carlos Frederico Ribeiro Gonalves Gerente Administrativo Ronaldo Leite Pacheco Amaral Gerente de Planejamento, Oramento e Finanas Emanuel de Melo Vieira Gerente de Recursos Humanos Maria Pedrinha de Barros Gerente de Tecnologia da Informao Ricardo Paiva Cavalcante Equipe responsvel pela elaborao do Relatrio Elisa Akemi Nagatani Ricardo Przemyslaw Pessoa Leandro Valrio Nascimento Veroza da Silva Capa Luciana Monteiro Peralva

RELATRIO DE GESTO DA ANCINE

2007

Rio de Janeiro, RJ

2008

SUMRIO

1. Apresentao 008

2. Dados Gerais sobre a ANCINE 011

3. A Poltica do Setor de Audiovisual e O Papel da ANCINE 013

3.1. Responsabilidade Institucional 016

3.2. Estratgia de Atuao 020

3.3. A Estrutura 021

4. Descrio das Atividades e Anlise Crtica 022

4.1. Fomento 025

4.1.1. Fomento Direto 025

4.1.2. Fomento Indireto 032

4.2. Fiscalizao 046

4.3. Registro 051

4.4. Desenvolvimento Econmico 053

4.5. Acompanhamento de Mercado 062

4.6. Gesto Interna 067

4.6.1. Gesto de Oramento e Finanas 068

4.6.2.Gesto da Tecnologia da Informao 087

4.6.3. Gesto da Infraestrutura 089

4.6.4. Gesto de Pessoas 091

5. Desempenho Operacional 094

Anexo I Demonstrativo de tomadas de contas especiais 101

Anexo II Demonstrativo de perdas, extravios ou outras

irregularidades

103

Anexo III Despesas com carto de crdito corporativo 105

Anexo IV Recomendaes de rgos de controle 107

Anexo V Transferncias realizadas em 2007 124

Anexo VI Demonstrativo de Termos Firmados em 2007 129

Anexo VII Demonstrativos de empresas contempladas pelo

Prmio Adicional de Renda

172

Anexo VIII Demonstrativo de projetos aprovados por

renncia fiscal

178

Anexo IX - Atos de admisso, desligamento, concesso de

aposentadoria e penso praticados no exerccio

189

8| Relatrio de Gesto 2007

1. Apresentao

Ao estabelecer para a ANCINE competncias de fomentoAo estabelecer para a ANCINE competncias de fomentoAo estabelecer para a ANCINE competncias de fomentoAo estabelecer para a ANCINE competncias de fomento, regulao e fiscalizao da indstria

cinematogrfica e videofonogrfica, a Medida Provisria 2.228-1, de 6 de setembro de 2001,

idealizou um novo modelo de atuao para uma agncia que pudesse exercer a funo de

regulao no sentido o mais amplo possvel.

Essas trs competncias esto interligadas numa cadeia equilibrada e complementar, pois na

medida em que so criados novos regramentos para o setor de audiovisual a partir do

trabalho contnuo de anlise do comportamento de mercado, a fiscalizao verifica e impe o

seu cumprimento e o fomento estimula o desenvolvimento da indstria cinematogrfica e

videofonogrfica nacional por meio dos mecanismos de apoio financeiro.

Grande avano para esse desenvolvimento foi a Lei n 11.437 de 28 de dezembro de 2006 que

destinou as receitas decorrentes da Contribuio para o Desenvolvimento da Indstria

Cinematogrfica Nacional - CONDECINE para o financiamento de programas e projetos

voltados para o desenvolvimento das atividades audiovisuais e alterou a Medida Provisria no

2.228-1, de 6 de setembro de 2001, e a Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, prorrogando e

instituindo mecanismos de fomento atividade audiovisual.

Dessa forma, podemos destacar como principal ganho para o setor a criao do Fundo Setorial

do Audiovisual com recursos da ordem de R$ 37.000.000,00 (trinta e sete milhes de reais),

inaugurando novos mecanismos de financiamento de programas e projetos da indstria

audiovisual brasileira, utilizando os recursos da CONDECINE, sem que nenhuma taxa nova

fosse criada.

Ainda com relao ao Fundo Setorial do Audiovisual, suas novas diretrizes e regramentos so

estabelecidos pelo seu Comit Gestor, cujos membros so indicados pelo Conselho Superior de

Cinema de modo a expressarem os diversos interesses da atividade. A gesto destes

expressivos recursos fez da ANCINE uma partcipe importante, devido sua insero legal por

fora da Medida Provisria n 2.228-1/01, que define a Agncia como gestora e arrecadadora

destes recursos oriundos da CONDECINE.

Tambm se configura uma conquista neste exerccio o Decreto n 6.304, de 12 de dezembro

de 2007, que regulamenta a Lei no 8.685, de 20 de julho de 1993, e cria mecanismos de

fomento atividade audiovisual. Por meio desses mecanismos, o contribuinte poder deduzir

do imposto sobre a renda devido as quantias referentes a investimento em produo de obra

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 9

audiovisual cinematogrfica brasileira de produo independente ou projetos especficos da

rea audiovisual, cinematogrfica de exibio, distribuio e infra-estrutura tcnica,

previamente aprovados pela ANCINE.

Visando cumprir a atribuio da cobrana de contribuies em atraso, que geram recursos a

serem utilizados nas aes de fomento, a ANCINE reestruturou a rea de Fiscalizao, criando

um setor prprio para a fiscalizao tributria. Essa atuao teve um impacto direto de

aproximadamente 10% na arrecadao. A rea de fiscalizao tambm tem atuado juntamente

com outros rgos no combate pirataria de obras audiovisuais.

Por outro lado, as parcerias dentro do pas permearam todas as reas de atuao ensejando

diversos trabalhos conjuntos com vrios rgos pblicos, como por exemplo, as atividades de

conservao da filmografia brasileira.

Com relao s parcerias externas, estas resultaram em acordos de co-produo internacional

e a participao e exibio de trabalhos brasileiros em vrios pases. Trinta e quatro festivais

internacionais em diferentes pases foram palcos para as apresentaes de setenta e um filmes

brasileiros e vinte e um projetos foram distribudos nos pases ibero-americanos.

Em termos prticos, no ano de 2007, a ANCINE realizou as seguintes aes pontuais, a fim de

estimular a realizao de co-produes internacionais: reviso e atualizao, junto aos

governos e rgos oficiais dos pases parceiros, dos acordos de co-produo bilaterais j

firmados pelo Brasil (acordos de co-produo cinematogrfica Brasil-Frana e Brasil-Itlia);

negociao e assinatura, junto aos governos e rgos oficiais de outros pases, de novos

acordos bilaterais de co-produo (acordos de co-produo audiovisual Brasil-China e Brasil-

ndia); atualizao e regulamentao dos acordos multilaterais de co-produo

(particularmente ibero-americanos), no seio das organizaes multilaterais de cooperao

cinematogrfica; e negociao e implementao de acordos internacionais de cooperao

financeira para o fomento s co-produes internacionais.

Com relao a 2006, em 2007 trinta por cento a mais de empresas produtoras, distribuidoras e

exibidoras foram beneficiadas em suas atividades relacionadas com a produo independente

apoiadas pelo projeto Prmio Adicional de Renda. Tambm aumentou em mais de trinta por

cento o valor do apoio pelo mecanismo do Fomento Direto.

Para a dotao da capacidade institucional foi implantado um curso corporativo em parceria

com o Instituto de economia da UFRJ, o Curso de Especializao em Regulao do Audiovisual,

contratado em 2007 para incio ainda no primeiro trimestre de 2008.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 10

Contemplou-se tambm a melhoria dos processos de trabalho da Agncia, resultando em

maior proximidade com o pblico externo, fato que se traduziu no intenso e efetivo uso do

canal da Ouvidoria e no aperfeioamento dos mecanismos de acesso aos seus servios.

Nas pginas seguintes, ao longo do presente relatrio, sero descritos em detalhes as aes e

a anlise dos resultados da gesto de 2007.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 11

2. Dados Gerais sobre a ANCINE

Nome completo Agncia Nacional do Cinema ANCINE

Natureza Jurdica Autarquia do Poder Executivo (Especial)

Vinculao Ministerial Ministrio da Cultura

Normas

Lei de Criao e

Finalidade

A Agncia Nacional do Cinema - ANCINE, autarquia sob regime especial, criada pelo art. 5 da Medida Provisria n 2.228-1, de 06 de setembro de 2001, dotada de autonomia administrativa e financeira, vinculada ao Ministrio da Cultura pelo Decreto n. 4858, de 13 de outubro de 2003, com prazo de durao indeterminado, tem por objetivo institucional o fomento, a regulao e a fiscalizao das atividades cinematogrficas e videofonogrficas, de acordo com o estabelecido pelo Decreto n 4.121, de 07 de fevereiro de 2002, e nas polticas e diretrizes emanadas do Conselho Superior do Cinema.

Da estrutura orgnica da

Agncia

1. Medida Provisria N. 2.228-1, de 06/09/2001, que estabelece os princpios gerais da Poltica Nacional do Cinema, cria o Conselho Superior do Cinema e a Agncia Nacional do Cinema - ANCINE, institui o Programa de Apoio ao Desenvolvimento do Cinema Nacional - PRODECINE, autoriza a criao de Fundos de Financiamento da Indstria Cinematogrfica Nacional - FUNCINES, altera a legislao sobre a Contribuio para o Desenvolvimento da Indstria Cinematogrfica Nacional e d outras providncias.

2. Decreto N. 4.121, de 07/02/2002 Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos Comissionados e dos Cargos Comissionados Tcnicos da ANCINE.

3. Decreto N. 4.858, de 13/10/2003, que dispe sobre a composio e funcionamento do Conselho Superior do Cinema.

4. Regimento Interno, aprovado pela Resoluo de Diretoria Colegiada N. 22, de 08/08/2006.

Nmero do CNPJ 04.884.574/0001-20

Cdigo no SIAFI e Nome 20203 - AGNCIA NACIONAL DO CINEMA

Endereo Completo

ESCRITRIO SEDE: SRTV Sul Conjunto E Ed. Palcio do Rdio I, Bloco I Cobertura

CEP 70340-901 Braslia DF

Tel: (61) 3325-8786 Fax : (61) 3325-8779

ESCRITRIO CENTRAL: Avenida Graa Aranha, 35, Centro Rio de Janeiro RJ

CEP: 20030-002

Tel: (21) 2240-1030 e (21) 2240-1049

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 12

Pgina Institucional da Internet

www.ancine.gov.br

Situao da Unidade Em funcionamento

Funo de Governo Predominante

Cultura

Tipo de Atividade Regulao, Fomento e Fiscalizao

Unidades Gestoras utilizadas no SIAFI

Unidade Gestora Gesto

203003 - ANCINE 20203

* 340004 FSA/FNC - MINC 00001

* Criada para controle das receitas vinculadas ao FSA, aplicaes financeiras das receitas da fonte 150.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 13

3. A Poltica do Setor de Audiovisual e o Papel da

ANCINE

O setor audiovisual brasileiro tem se renovado institucionalmente, nos ltimos anos. Da

constituio e consolidao da ANCINE estrutura de incentivos fiscais, o poder pblico

organiza-se para o exerccio das funes de regulao e planejamento, orientado para uma

economia competitiva e inovadora.

A gesto poltica do setor audiovisual na esfera pblica foi concebida a partir de trs

organismos independentes e complementares: o Conselho Superior do Cinema, a Secretaria

do Audiovisual do Ministrio da Cultura e a Agncia Nacional do Cinema. Mesmo carente ainda

de fortalecimento institucional, essa estrutura define referncias polticas para o setor,

revelando um perfil democrtico e preocupado com refletir a complexidade dos desafios do

audiovisual.

1. Conselho Superior do Cinema - rgo colegiado, integrante da estrutura da Casa Civil da

Presidncia da Repblica, define as diretrizes polticas para o audiovisual brasileiro e

formado por 18 membros, em composio paritria entre Ministros de Estado e representantes

da sociedade civil e da indstria audiovisual .

2. Secretaria do Audiovisual 2. Secretaria do Audiovisual 2. Secretaria do Audiovisual 2. Secretaria do Audiovisual SAv SAv SAv SAv - rgo auxiliar do Ministro da Cultura na elaborao das

polticas audiovisuais trata especialmente da preservao e a difuso da memria audiovisual

do Pas, por meio da Cinemateca Brasileira e do Centro Tcnivo do Audiovisual, CTAv.

2.1. A Cinemateca Brasileira a instituio responsvel pela preservao da produo

audiovisual brasileira. Desenvolve atividades de difuso e restaurao de seu acervo,

um dos maiores da Amrica Latina.

2.2. O Centro Tcnivo do Audiovisual - CTAv, por sua vez, apia o desenvolvimento

da produo cinematogrfica independente de curtas, mdias e, eventualmente,

longas-metragens e atua na formao, capacitao e aperfeioamento de pessoal

tcnico e como rgo difusor de tecnologia cinematogrfica para ncleos regionais de

produo.

3. Agncia Nacional do Cinema - ANCINE, autarquia especial, vinculada ao Ministrio da

Cultura e dotada de autonomia administrativa e financeira, o rgo de fomento, regulao e

fiscalizao da indstria cinematogrfica e videofonogrfica.

Princpios Gerais da Poltica Nacional do Cinema:

O esforo de reconstruo institucional da rea cinematogrfica e audiovisual tomou impulso

efetivo com a Medida Provisria n2.228-1, de 2001. Alm da organizao da gesto pblica

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 14

para o setor com a criao do Conselho Superior do Cinema e da ANCINE e da estruturao do

suporte financeiro atividade audiovisual, essa norma estabeleceu os princpios gerais da

poltica nacional do cinema:

A promoo da cultura nacional e da lngua portuguesa mediante o estmulo ao

desenvolvimento da indstria cinematogrfica e audiovisual nacional;

A garantia da presena de obras cinematogrficas e videofonogrficas nacionais nos

diversos segmentos de mercado;

A programao e distribuio de obras audiovisuais de qualquer origem nos meios

eletrnicos de comunicao de massa sob obrigatria e exclusiva responsabilidade,

inclusive editorial, de empresas brasileiras; e

O respeito ao direito autoral sobre obras audiovisuais nacionais e estrangeiras.

O contedo cinematogrfico e audiovisual brasileiro um ativo de importncia cada dia mais

estratgico na vida nacional e na insero global do pas. A emergncia de novos meios de

difuso digital, especialmente a televiso e a internet de banda larga, oferece uma

oportunidade decisiva para a distribuio e a exibio da produo audiovisual em lngua

portuguesa.

A ANCINE tem o enorme desafio de apoiar a produo e a distribuio desses contedos

nacionais e de regular a atividade econmica, para garantir espao e competitividade

produo de todo o territrio.

Como a ANCINE j nasceu neste cenrio extremamente dinmico, a sua lei de instituio, a

Medida Provisria n 2.228-1/01, define como uma das suas atribuies atualizar seus

conceitos de modo a acompanhar a evoluo tecnolgica, ou seja, este investimento permite

ANCINE preparar-se para a chegada do contedo intangvel, alm do suporte fsico, de modo a

evoluir e aumentar seu volume de responsabilidade social ao contribuir para a universalizao

do acesso cultura.

O papel da ANCINE dentro deste contexto e aplicao das Polticas do Setor de Audiovisual

consiste em exercer as atividades que traduzam os princpios gerais anteriormente

comentados.

Sabemos que cada vez mais os setores regulados querem participar das decises daqueles que

os regula. Neste sentido a Ouvidoria, por meio do mecanismo de consulta pblica, impositivo

no caso de uma agncia reguladora, representou para o setor cinematogrfico e audiovisual

uma forma de comunicao eficiente e de total transparncia de seus atos normativos. Desde

sua implantao este canal de comunicao com a sociedade permitiu uma interao entre

agentes econmicos e o Estado, representando um grande amadurecimento da prtica da

cidadania.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 15

3.1. RESPONSABILIDADE INSTITUCIONAL

A ANCINE, por ser uma autarquia de atribuio composta, ou seja, de regular, fomentar e

fiscalizar o mercado cinematogrfico simultaneamente, teve que se valer de instrumentos

igualmente complexos para a sua atuao. Bom exemplo o fomento que visa dotar de

competitividade a produo independente. Ou seja, alm dos instrumentos de regulao

tpicos, como a Cota de Tela, a ANCINE teve que criar servios de interesse social e

desenvolver mtodos de regulao do mercado cinematogrfico e audiovisual que

promovessem a gerao de emprego e renda, como os diversos mecanismos de fomento que

este relatrio expe e analisa mais adiante.

Como mtodos inovadores da ANCINE, temos os mecanismos de fomento, como por exemplo,

o Prmio Adicional de Renda - PAR, que um mecanismo de fomento automtico e no-

seletivo que apia a atividade de mdio porte e um importante mecanismo de apoio a

distribuio de obras brasileiras no mercado, j que vincula resultados de bilheteria ao valor do

prmio.

Com relao sua comunicao externa, cabe acrescentar que, a ANCINE buscou atualizar seus

procedimentos no sentido da impessoalizao, tanto para fora como para dentro da agncia, o

que lhe conferiu mais rapidez e transparncia e melhorou a percepo do pblico de como

utiliz-la. Um bom indicador desta maior proximidade com o seu pblico a espontnea

ampliao da funo do canal da Ouvidoria. Alm de ter registrado, em 2007, um aumento

anual de 140% nas demandas e comunicaes (sendo maioria as demandas por informaes e

esclarecimentos sobre os procedimentos da ANCINE), a Ouvidoria pde se desincumbir

autonomamente de 70% delas. Isto demonstra no s transparncia e rapidez, como,

principalmente, eficcia e efetividade na interao com um pblico que est se acostumando a

contar com a Agncia como referncia.

Em suma, a prtica sistemtica de consultas pblicas teve como resultado o aprimoramento

dessas ferramentas de ao.

3.1.1. Misso Institucional

Proporcionar condies isonmicas de competio nas relaes dos agentes econmicos da

atividade cinematogrfica e videofonogrfica no Pas.

3.1.2. Objetivos Estratgicos

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 16

Ampliar e fortalecer os instrumentos regulatrios da ANCINE para os diferentes elos da

cadeia produtiva cinematogrfica e videofonogrfica;

Aplicar parmetros econmicos na atividade cinematogrfica e videofonogrfica

brasileira;

Promover o desenvolvimento da atividade cinematogrfica e videofonogrfica brasileira

com vistas sua maior competitividade nos diferentes segmentos do mercado;

Ampliar o acesso do pblico s obras cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras;

e

Estimular a presena das obras cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras nos

diferentes segmentos de mercados mundiais.

3.1.3. Atribuies Legais

A Medida Provisria n. 2.228-1, de 2001, modificada pela Lei n 10.454, de 13.05.2002 e

regulamentada pelo Decreto n. 4.121, de 2002, que aprova a Estrutura Regimental e o Quadro

Demonstrativo dos Cargos Comissionados, fixou objetivos gerais e competncias para a

ANCINE, abrangendo trs grandes reas de atuao: regulao, fomento e fiscalizao das

atividades cinematogrficas e videofonogrficas.

Regulao:

Regular, na forma da lei, as atividades de fomento e proteo indstria

cinematogrfica e videofonogrfica nacional, resguardando a livre manifestao do

pensamento, da criao, da expresso e da informao;

Efetuar o registro de todas as obras cinematogrficas e videofonogrficas destinadas

veiculao no Brasil, nos diversos segmentos de mercado;

Facilitar a participao das obras cinematogrficas e videofonogrficas de produo

nacional em todos os segmentos do mercado interno e estimul-la no mercado

externo;

Fornecer o Certificado de Produto Brasileiro s obras cinematogrficas e

videofonogrficas;

Regular o procedimento para a realizao das filmagens e gravaes estrangeiras no

territrio nacional;

Fixar critrios para aplicao dos recursos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento

do Cinema Nacional - PRODECINE;

Atualizar, em consonncia com a evoluo tecnolgica, as definies referidas no art.

1 da Medida Provisria n. 2.228-1, de 06 de setembro de 2001.

Fomento:

Aprovar e acompanhar a execuo de projetos de produo, co-produo, distribuio,

exibio e infra-estrutura tcnica a serem realizados com recursos pblicos e

incentivos fiscais, ressalvadas as competncias dos Ministrios da Cultura e das

Comunicaes;

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 17

Aprovar e acompanhar a execuo de projetos de comercializao de obras

cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras de produo independente a serem

realizados no mbito do PRODECINE;

Estabelecer critrios e diretrizes para a aplicao de recursos de fomento e

financiamento indstria cinematogrfica e videofonogrfica nacional;

Gerir programas e mecanismos de fomento indstria cinematogrfica e

videofonogrfica nacional

Fiscalizao:

Aferir, semestralmente, o cumprimento da obrigatoriedade de as empresas

proprietrias, locatrias ou arrendatrias de salas, espaos ou locais de exibio

pblica comercial exibir obras cinematogrficas brasileiras de longa metragem;

Aferir, anualmente, o cumprimento da obrigatoriedade de lanamento comercial em

vdeo domstico, de obras brasileiras cinematogrficas e videofonogrficas, por parte

das empresas de distribuio neste segmento;

Arrecadar e fiscalizar a Contribuio para o Desenvolvimento da Indstria

Cinematogrfica Nacional CONDECINE;

Fiscalizar o cumprimento da legislao referente atividade cinematogrfica e

videofonogrfica nacional e estrangeira nos diversos segmentos de mercados;

Gerir o Sistema de Informaes e Monitoramento da Indstria Cinematogrfica e

Videofonogrfica nos seus diversos meios de produo, distribuio, exibio e

difuso;

Estabelecer diretrizes gerais para fiscalizao da aplicao de recursos incentivados em

projetos audiovisuais;

Zelar pelo respeito ao direito autoral sobre obras audiovisuais nacionais e estrangeiras;

Promover o combate pirataria de obras audiovisuais, inclusive em articulao com

rgos governamentais e associaes privadas.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 18

3.2. ESTRATGIA DE ATUAO

A ao institucional da ANCINE, lastreada em seus objetivos e atribuies, desenvolveu-se, em

2007, a partir de necessidades operacionais e normativas postas, especialmente, pela edio

da Lei n. 11.437, de 2006, e da Lei n. 11.505, de 2007. O primeiro documento legal

modificou a Medida Provisria n. 2.228-1, de 2001 e a Lei n. 8.685, de 1993, particularmente

em dispositivos relativos aos mecanismos de incentivo fiscal atividade audiovisual. Alm

disso, criou o Fundo Setorial do Audiovisual, uma categoria de programao especfica do

Fundo Nacional da Cultura, organizado em torno dos recursos da Condecine para o

fortalecimento e valorizao da competitividade das empresas do setor. A Lei n. 11.505/07,

por sua vez, introduziu os programas especiais de fomento na Lei 8.685, um novo instrumento

para a realizao de aes integradas da ANCINE.

Os principais temas que determinaram o foco de ao da ANCINE em 2007 podem ser

resumidos nos seguintes pontos:

Reviso do regulamento dos mecanismos federais de incentivo fiscal atividade

audiovisual com a edio do Decreto n. 6.304/07 e a revogao do Decreto n. 974,

de1993;

Implantao do mecanismo de incentivo ao audiovisual institudo pelo artigo 1-A da

Lei n. 8.685, de 1993, com o deslocamento dos projetos com incentivos da Lei n.

8.313, de 1991, para o novo mecanismo;

Implantao do Fundo Setorial do Audiovisual, destacadamente pela sua

regulamentao por meio do Decreto n. 6.299/07 e pelo credenciamento da

Financiadora de Estudos e Projetos FINEP como seu agente financeiro;

Normatizao dos programas especiais de fomento, institudos pelo artigo 1-A, 5,

da Lei n. 8.685, de 1993, por meio da Instruo Normativa n66;

Capacitao do corpo funcional para gerir as atividades em expanso, por meio,

especialmente, de curso de qualificao dos agentes;

Normatizao do procedimento de envio de relatrios pelas empresas distribuidoras

em cumprimento obrigao do artigo 18 da Medida Provisria n. 2.228-1, de 2001;

Poltica de ampla reviso dos procedimentos, visando a simplificao dos processos;

Intensificao da atividade de Fiscalizao; e

Incremento da participao da indstria cinematogrfica brasileira nos mercados

internacionais.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 19

3.3. A ESTRUTURA

Para dar cumprimento s suas atribuies legais, a ANCINE est hierarquizada na forma de

Diretoria, Secretaria de Gesto Interna e Gerncias, responsveis pela rea-meio e

Superintendncias, responsveis pela rea-fim. As subunidades dos nveis Superintendncia e

Gerncia so denominadas Coordenaes, existindo ainda o Ncleo de Gesto da Informao e

Ncleo de Assuntos Regulatrios, dois Comits e uma unidade correspondente ao Escritrio-

Sede.

A Diretoria Colegiada a unidade superior de deliberao, a instncia mxima responsvel pela

anlise e deciso sobre as propostas de ao encaminhadas pelas unidades executivas, em

especial no tocante s decises de carter regulatrio e de fomento, aos assuntos estratgicos

e da rotina operacional e administrativa da Agncia. Os diretores da Agncia so indicados pelo

Presidente da Repblica e aps terem seus nomes aprovados pelo Senado Federal, so por ele

nomeados.

Como unidades de suporte e assessoramento tcnico nas suas reas de competncia, a

Agncia dispe de Procuradoria-Geral, Auditoria Interna e Ouvidoria-Geral, alm de trs

Assessorias Institucionais: de Comunicao, Internacional e Parlamentar.

A atividade finalstica da ANCINE est segmentada em unidades organizacionais denominadas

Superintendncias, subordinadas Diretoria Colegiada na forma do Regimento Interno e

composta de: Superintendncia de Acompanhamento de Mercado (SAM), Superintendncia de

Desenvolvimento Econmico (SDE), Superintendncia de Fiscalizao (SFI), Superintendncia de

Fomento (SFO) e Superintendncia de Registro (SRE).

Para dar suporte s aes finalsticas, a ANCINE conta com uma unidade organizacional

denominada Secretaria de Gesto Interna - SGI, vinculada diretamente ao Diretor-Presidente e

estruturada na forma de quatro Gerncias: Gerncia de Planejamento, Oramento e Finanas

GPO, Gerncia de Recursos Humanos GRH, Gerncia de Administrao GAD e Gerncia de

Tecnologia da Informao GTI.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 20

4. Descrio das Atividades e Anlise Crtica

Para exercer as competncias de fomento, regulao e fiscalizao da indstria Para exercer as competncias de fomento, regulao e fiscalizao da indstria Para exercer as competncias de fomento, regulao e fiscalizao da indstria Para exercer as competncias de fomento, regulao e fiscalizao da indstria

cinematogrfica e videofonogrfica nacionalcinematogrfica e videofonogrfica nacionalcinematogrfica e videofonogrfica nacionalcinematogrfica e videofonogrfica nacional nos diversos segmentos de mercado, a ANCINE se

estruturou em cinco reas finalsticas.

A seguir descrevemos as competncias definidas pelo Regimento Interno para cada uma das

reas finalsticas e na sequncia as principais atividades no ano de 2007.

1. Fomento:

a) analisar os projetos de fomento pertinentes indstria audiovisual apresentados ANCINE,

para aprovao pela Diretoria Colegiada;

b) propor os critrios e executar as atividades relacionadas ao desenvolvimento de programas

de incentivo, apoio, fomento e financiamento das atividades audiovisuais, no mbito nacional e

internacional;

c) propor critrios e parmetros de avaliao para a classificao de empresas;

d) coletar e sistematizar informaes sobre custos e condies de produes audiovisuais;

e) acompanhar fsica e financeiramente a execuo dos projetos;

f) emitir parecer sobre as prestaes de contas dos projetos;

g) acompanhar e sistematizar os dados relativos aos instrumentos de fomento promovidos por

instituies pblicas e outros organismos nacionais e internacionais de atividades audiovisuais

e

h) propor a primeira liberao dos recursos depositados nas contas de captao.

2. Fiscalizao:

a) monitorar as atividades da indstria e do mercado audiovisual brasileiro, verificando sua

conformidade com as obrigaes legais;

b) promover as atividades de fiscalizao dos agentes econmicos do mercado audiovisual

brasileiro;

c) propor aes educativas, elucidativas e de sensibilizao, junto aos agentes de mercado, em

relao ao cumprimento das obrigaes legais;

d) promover o aprimoramento de ferramentas e metodologias especficas para o

monitoramento e a fiscalizao das atividades audiovisuais;

e) apurar as denncias encaminhadas pelos diversos setores da sociedade, assim como de

outras unidades organizacionais da Agncia;

f) lavrar multas ou interagir com terceiros conveniados para o desempenho de tais funes;

g) desempenhar atividades decorrentes do poder de polcia;

h) proferir deciso nos processos administrativos oriundos dos autos de infrao, observadas

as disposies contidas em norma especfica;

i) homologar, juntamente com a Gerncia de Tecnologia da Informao, os sistemas

automticos de controle de bilheteria.

3. Registro:

a) promover o registro das obras audiovisuais, dos contratos e das empresas que atuam no

mercado e na indstria audiovisual brasileira;

b) emitir o Certificado de Produto Brasileiro e outros certificados;

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 21

c) examinar e classificar as obras audiovisuais com requerimento de reduo ou iseno do

valor da CONDECINE, procedendo ao seu registro;

d) processar pedido de repetio de indbito, de complementao, de restituio e de

compensao de valor pago, referentes CONDECINE;

e) autorizar os requerimentos de importao de matrizes e cpias de obras cinematogrficas;

f) autorizar os pedidos de filmagem e gravao de obras estrangeiras no territrio nacional;

g) autorizar a adaptao no Brasil de obras audiovisuais estrangeiras de natureza publicitria;

h) classificar a obra audiovisual, para efeito de pagamento da CONDECINE, promovendo o

respectivo registro;

i) identificar, por meio da atividade de registro, o conhecimento dos perfis dos agentes

econmicos que atuam no mercado audiovisual Brasileiro.

4. Desenvolvimento Econmico:

a) promover aes para o desenvolvimento da indstria e do mercado audiovisual brasileiro,

bem como o aumento da competitividade;

b) executar as atividades de monitoramento dos valores recolhidos por meio de incentivos

fiscais s atividades cinematogrfica e audiovisual e receitas institucionais;

c) promover parcerias institucionais que otimizem recursos e aes de promoo para a

indstria audiovisual nacional;

d) estimular novas prticas de mercado, objetivando maior sustentabilidade s atividades

audiovisuais brasileiras;

e) propor novos mecanismos de financiamento indstria audiovisual brasileira;

f) apoiar aes empresariais na promoo do audiovisual brasileiro em outros pases;

g) elaborar diagnsticos sobre a atividade audiovisual, propondo medidas que visem seu

equilbrio;

h) apoiar a criao de comisses estaduais e municipais de suporte logstico a produes

audiovisuais nacionais e internacionais e

i) autorizar as liberaes posteriores de recursos das contas de captao.

5. Acompanhamento de Mercado:

a) acompanhar, por meio do gerenciamento de informaes, os dados sobre o mercado

audiovisual e respectivos agentes econmicos, sistematizando as informaes, com vistas

regulao e gerao do conhecimento;

b) executar as atividades de controle e acompanhamento das receitas da explorao comercial

de obras audiovisuais sob regulao da ANCINE;

c) promover acordos e convnios com entidades pblicas ou privadas, visando agregar ao

Banco de Dados corporativo da ANCINE informaes do mercado audiovisual nacional e

internacional;

d) homologar, em conjunto com a Gerncia de Tecnologia da Informao, os sistemas de

controle de veiculao de obras audiovisuais;

e) propor e elaborar, a partir da sistematizao dos dados, medidas de carter regulatrio que

busquem maior equilbrio entre os agentes econmicos atuantes no mercado audiovisual

brasileiro;

f) propor e realizar, a partir da sistematizao dos dados, estudos sobre a conjuntura nacional

da indstria audiovisual, como subsdio para a implantao de polticas de regulao.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 22

4.1 FOMENTO

As atividades da ANCINE como rgo fomentador das atividades cinematogrficas e

videofonogrfica e gestor de programas e mecanismos de fomento ao setor audiovisual

nacional so divididas em duas aes distintas, a saber: o Fomento Direto e o Fomento Indireto

(Incentivo Fiscal).

4.1.1. Fomento Direto

A ANCINE classifica como fomento direto o apoio a projetos audiovisuais com recursos

provenientes do seu prprio oramento. Esses recursos so repassados por meio de uma

seleo cujas regras so estabelecidas em editais publicados no Dirio Oficial da Unio. Os

editais podem ser de natureza seletiva ou automtica.

Em 2007 foram investidos aproximadamente16 milhes de reais nesta ao. O objetivo destes

investimentos impulsionar segmentos onde foram identificados gargalos e, portanto, que

esto em desequilbrio em relao a outros segmentos deste mesmo mercado; ou seja, trata-se

de um fomento que, alm de complementar os recursos investidos de forma indireta, por meio

das leis de incentivo, capaz de incrementar a atividade at que a mesma tenha condies de

atingir sua auto-sustentabilidade.

Dentre as reas finalsticas, na atividade de Fomento que aplicado o maior volume de

recursos oriundo do Oramento Fiscal e so contempladas as principais aes da ANCINE.

Abarcadas por duas aes principais esto as atividades de Fomento Direto Automtico (Prmio

Adicional de Renda e Programa ANCINE de Incentivo Qualidade do Cinema Brasileiro) e

Fomento Direto Seletivo (Editais de Apoio s produes audiovisuais), implementadas por meio

de contribuies financeiras.

Assim, o Fomento Direto subdivide-se em Fomento Direto Automtico, Fomento Direto Seletivo

e outras formas de Fomento Direto, conforme definies abaixo:

4.1.1.1. Fomento Direto Automtico

Mecanismos automticos de fomento s atividades cinematogrficas so instrumentos

utilizados em vrios pases para estimular os cinemas nacionais, levando em considerao

duas premissas bsicas:

Os critrios para a concesso dos recursos baseiam-se no desempenho de mercado

que produtores, distribuidores ou exibidores obtiveram com as obras nacionais e;

Os recursos concedidos devem ser usados, necessariamente, nas atividades

cinematogrficas, beneficiando toda a cadeia produtiva do cinema, assim como a toda

a sociedade, na medida em que apia a produo de mais filmes, amplia sua

distribuio e proporciona melhorias das salas de exibio.

O Prmio Adicional de Renda

Trata-se de mecanismo de fomento indstria cinematogrfica brasileira, referenciado no

desempenho de mercado de empresas produtoras, distribuidoras e exibidoras de obras

cinematogrficas de longa-metragem brasileiras de produo independente, que concedido

na forma de apoio financeiro, cuja aplicao dever ser direcionada s atividades

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 23

cinematogrficas brasileiras. Os apoios concedidos devero ser utilizados, necessariamente, no

fomento das atividades audiovisuais, retroalimentando toda a cadeia produtiva.

O valor do prmio depositado em conta bloqueada, no Banco do Brasil S/A, sendo liberado

pela ANCINE quando forem cumpridos os pr-requisitos estabelecidos no Edital. A autorizao

de utilizao dos recursos se d mediante apresentao simplificada de projetos especficos

para produtores, distribuidores e exibidores, que devem, tambm, apresentar, em prazo

determinado, a prestao de contas relativa realizao dos projetos beneficiados com os

recursos do Prmio.

O Edital de 2007 foi lanado em 18 de junho e premiou 60 empresas, das quais 30 so

produtoras, 20, exibidoras (com uma/duas salas) e 10, distribuidoras, conforme detalhado no

Anexo VII.

Programa ANCINE de Incentivo Qualidade - PAQ

Criado em 2006, o Programa ANCINE de Incentivo Qualidade do Cinema Brasileiro - PAQ um

mecanismo de apoio financeiro indstria cinematogrfica brasileira em razo da seleo,

indicao e premiao de obras cinematogrficas brasileiras de longametragem de produo

independente em festivais nacionais, internacionais e seus congneres. O Edital do ano de

2007 foi lanado em 18 de junho e premiou 5 empresas produtoras, a saber:

Empresas Produtoras Premiadas PAQ

Interessado Projeto Valor R$1,00

Processo

Taiga filmes e vdeos ltda. Quase dois irmos

100.000 01580.031680/2007-77

Radiante filmes ltda. Vida de menina

100.000 01580.031678/2007-06

Rec produtores associados ltda.

Cinema, aspirinas e urubus

100.000

01580.031671/2007-86

Scena filmes ltda. Gaijin - Ama-me como

sou

100.000 01580.031677/2007-53

Videofilmes produes artsticas ltda.

Cidade baixa

100.000 01580.031673/2007-75

TOTAL 5 projetos 500.000,00

4.1.1.2. Fomento Direto Seletivo

Trata-se de mecanismo que se efetiva por meio de editais pblicos que determinam as

especificaes dos projetos aptos a se submeterem ao processo seletivo. Esse processo

realizado por comisses formadas pelo corpo tcnico especializado da Agncia ou por

pessoas de notrio conhecimento, responsveis pela anlise e seleo dos projetos.

Dando prosseguimento s aes de Fomento Direto Seletivo, em 2007 a Agncia promoveu os

seguintes editais:

Edital n 1/2007 de Produo e Finalizao de obras cinematogrficas de longa-

metragem

Edital de Co-produo Brasil - Portugal

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 24

Projetos aprovados pelo Edital n 1/2007 de Produo e Finalizao de obras

cinematogrficas de longa-metragem

Em 2007 a ANCINE realizou o Edital de Fomento para apoio produo e finalizao de obras

cinematogrficas de longa-metragem, alm daquele previsto no Acordo de Co-produo Brasil-

Portugal.

O Edital n. 01, de 14 de setembro de 2007, que visou conceder apoio financeiro produo e

finalizao de obras cinematogrficas de longa-metragem, selecionou 8 projetos, no valor

total de R$ 3.695.370,26, conforme tabela abaixo:

Projetos de Finalizao/Produo Selecionados

Interessado Categoria Projeto Valor R$1,00

Processo

Conspirao filmes Finalizao Era Uma Vez No Rio

De Janeiro 400.000 01580.044402/2007-80

Buriti filmes Produo Lutas 500.000 01580.044404/2007-79

Good ju-ju Finalizao O Homem Que

Engarrafava Nuvens 500.000 01580.044411/2007-71

Mac comunicao e produo ltda.

Finalizao A Casa Da Me

Joana 470.000 01580.044252/2007-12

Agravo produes ltda.

Produo Territrio Livre 331.670 01580.044400/2007-91

Bananeira filmes Finalizao Feliz Natal 493.701 01580.044399/2007-02

Melodrama filmes Finalizao Orquestra Dos

Meninos 500.000 01580.044368/2007-43

Sincrocine produes cinematogrficas

Produo Tain 3 500.000 01580.044359/2007-52

TOTAL 8 Projetos 3.695.370,26

Edital de Co-Produo Brasil - Portugal

O Edital de Co-Produo Brasil-Portugal visa concesso de apoio financeiro, com observncia

ao Acordo de Co-Produo existente entre os dois pases, a projetos de produo de obras

cinematogrficas de longa-metragem de produo independente, cujas filmagens ainda no

tenham sido iniciadas. Desde 2003 a ANCINE promove, atravs do referido Edital, a seleo de

02 projetos audiovisuais de co-produo de longa-metragem luso-brasileiros, do gnero fico,

apresentados por empresas produtoras brasileiras, que participem da obra na qualidade de co-

produtoras minoritrias. Em 2007, alm de obras de fico, tradicionalmente contempladas por

este edital, foram aceitos, tambm, projetos de documentrios e de filmes de animao.

O Edital 2007 foi lanado em 12 de julho e premiou os projetos co-produzidos

minoritariamente por empresa brasileira, conforme listados na tabela abaixo, que apresenta,

ainda, os dois projetos premiados em 2006, cujas ltimas parcelas do apoio financeiro foram

transferidas no exerccio de 2007:

Projetos Luso-Brasileiros Premiados

Interessado Projeto Valor R$1,00

Processo

CCFBR produes audiovisuais ltda. Naturezas mortas 180.000 01580.045832/2006-38

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 25

Interessado Projeto Valor R$1,00

Processo

Lagoa Cultural Esportiva Ltda. Call girl 180.000 01580.045842/2006-73

Subtotal 2006 2 Projetos 360.000,00

Plateau Marketing E Produes Culturais

Entre os dedos 172.350 01580.040399/2007-25

Dezenove Som e Imagens Produes Ltda.

Amrica 172.350 01580.040396/2007-91

Subtotal 2007 2 Projetos 344.700,00

TOTAL 4 Projetos 704.700,00

4.1.1.3. Outras formas de Fomento Direto

Alm de coordenar todas as etapas relacionadas aos editais de fomento, desde a criao dos

instrumentos convocatrios de seleo at a gesto dos contratos e anlise da prestao de

contas dos apoios financeidos concedidos, a Superintendncia de Fomento tambm

implementa outras modalidades de ao relativas a Fomento Direto: acompanha os trmites

para o repasse anual da cota de participao do Brasil para o Ibermedia e responsvel pela

gesto do programa de Apoio Participao de Fimes Brasileiros em Festivais no Exterior.

Programa Ibermedia

O Fundo Ibero-americano - Ibermedia um programa de estmulo promoo e distribuio

de filmes Ibero-americanos e faz parte da poltica audiovisual da Conferncia de Autoridades

Cinematogrficas Ibero-americanas (CACI). Foi criado em novembro de 1997 sob as bases das

decises adotadas pela Cimeira Ibero-americana dos Chefes de Estado e de Governo realizada

nas Ilhas Margarita, Venezuela. Entre seus objetivos esto:

Reforar e estimular a distribuio dos produtos audiovisuais nos pases Ibero-

americanos;

Fomentar a integrao em redes supranacionais de empresas de distribuio Ibero-

americanas;

Incrementar a promoo.

Na 1 convocatria foram selecionados 09 projetos brasileiros e na 2 convocatria, 12

projetos (incluindo os de participao minoritria), conforme quadro a seguir:

Projetos Ibermedia

(US$ 1.00) 1 Convocatria 2 Convocatria

Projetos Ajuda outorgada Projetos Ajuda outorgada

Projetos De Co-Produo Brasil Majoritrio 3 220.000 3 390.000

Projetos De Co-Produo Brasil Minoritrio 2 250.000 3 350.000

Projetos De Desenvolvimento Brasileiros 4 58.997 6 77.912

Fonte: Superintendncia de Fomento SFO/ANCINE

Apoio Participao de Filmes Brasileiros no Exterior

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 26

Desde 2002 a ANCINE vem executando uma ao prevista no PPA, denominada Apoio

Participao de Filmes Brasileiros no Exterior, que tem o objetivo de promover a participao

de obras cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras em eventos de cinema internacionais.

O apoio pode incluir confeco de cpia legendada, remessa da cpia e emisso de passagem

area internacional para um representante do filme.

A partir de agosto de 2006, o Programa passou a ser gerido pela prpria ANCINE, que manteve

a parceria com o CTAv Centro Tcnico do Audiovisual, rgo vinculado Secretria do

Audiovisual do Ministrio da Cultura para a execuo do Programa. O CTAv o responsvel

pela confeco das cpias junto ao laboratrio, envios, guarda e manuteno do acervo de

cpias em 35 mm da Agncia.

Em 2007 foram concedidos 71 apoios em 34 eventos, sendo que 30 apoios foram destinados a

curtas-metragens e 41 apoios a longas-metragens. Vale ressaltar que um mesmo filme pode

ser apoiado em diferentes festivais.

Os trinta e quatro Festivais e o apoio concedido encontram-se abaixo relacionados:

Participao de Filmes Brasileiros em Festivais no Exterior

Festival Filmes Cpias legendadas Envio de cpias Passagens areas

Amsterd - IDFA 1 1 1 1

Berlim 5 4 4 5

Biarritz 5 5 3 5

Biarritz - FIPA 1 1 1 0

Bilbao 2 2 2 2

Bogot 3 2 3 0

Cannes 6 5 0 6

Cartagena 2 2 0 1

Clermont Ferrand 2 2 0 2

Guadalajara 6 5 5 5

Hamburgo 1 1 1 1

Havana 9 5 5 5

Huelva 3 3 3 0

Huesca 5 5 1 5

Kiev 1 0 1 0

Los Angeles 3 1 0 3

Mannheim Heidelberg 1 0 1 0

Mar del Plata 1 0 1 1

Melbourne 2 0 0 2

Miami 4 1 1 4

Munique 1 0 1 0

Oberhausen 2 1 1 2

Rotterdam 3 2 3 1

San Francisco 1 1 0 0

San Sebastian 4 3 1 1

Santa Maria 8 5 0 5

Shangai 2 1 2 0

Sundance 3 3 0 3

Tampere 1 1 1 1

Toronto 1 1 0 1

Toulouse 4 4 4 0

Tribeca 2 0 2 0

Veneza 4 2 0 4

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 27

Festival Filmes Cpias legendadas Envio de cpias Passagens areas

Vina del Mar 2 0 0 2

TOTAL 101 69 48 68 Fonte: Superintendncia de Fomento SFO/ANCINE

Filmes Brasileiros Premiados em Festivais no Exterior

Filme Festival Metragem Prmios

Mutum Bogot Longa

1)Premio Feisal; 2)Premio de critica; 3)Terceiro lugar; 4)Crculo Precolombino de Plata a la mejor pelcula.

Serras da desordem Santa Maria Longa

1)Melhor Filme; 2)Prmio da Critica; 3)Prmio dos Cineclubes; 4)Prmio do Pblico

A Casa de Alice Guadalajara Longa 1)Melhor atriz; 2)Prmio Especial do Jri 3)Seleo para o Globo de Ouro 2008.

Proibido Proibir Bogot Longa

1)Premio de critica; 2)Primer lugar; 3)Crculo Precolombino de Oro a la mejor pelcula a Prohibido Prohibir de Jorge Duran.

Deserto feliz Guadalajara Longa 1)Melhor diretor (Paulo Caldas); 2)Seleo para o Globo de Ouro 2008

No por acaso Huelva Longa 1)Coln de Plata al Mejor Actor a Leonardo Medeiros; 2)Prmio paralelo REE

O ano em que meus pais saram de frias

Havana Longa 1)Premio Coral longa metragem de fico 2)Segundo prmio, Msica Original

A peste de Janice Huelva Curta 1)Mencin especial a la Mejor Direccin para Rafael Figuereido

A casa de Alice Miami Longa 1)Special Grand Jury Mention to actress Carla Ribas

Agtux Oberhausen Curta 1)Prize of the International Short Film Festival

Baixio das bestas Rotterdam Longa 1)Tiger Awards - melhor filme

Deserto feliz Santa Maria Longa 1)Melhor atriz para Nash Laila

Dez centavos Bilbao Curta 1)Prmio UNICEF

Mutum Santa Maria Longa 1)Premio Especial do Jri

O cheiro do ralo Guadalajara Longa 1)Melhor ator - Selton Mello

Outono Santa Maria Curta 1)Meno Honrosa Jri

4.1.2. Incentivo Fiscal (Fomento Indireto)

A ANCINE a responsvel pela aprovao, acompanhamento e fiscalizao dos projetos

audiovisuais apoiados pelas leis federais de incentivo fiscal, conforme diviso de competncias

estabelecidas pelo Decreto n 4.456/02. O incentivo fiscal a principal forma de captao de

recursos para a viabilizao da produo de obras audiovisuais no Brasil.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 28

A atuao central da ANCINE, no tocante gesto dos mecanismos de incentivo fiscal,

fundamentalmente direcionada para a resposta s demandas do setor, por meio da anlise dos

projetos apresentados com o objetivo de obter autorizao de captao de recursos

incentivados federais e demais solicitaes por parte dos proponentes de projetos j

aprovados.

Classificao para Captao de Incentivos

Para se tornar apta a submeter projetos para captao de recursos federais incentivados, a

empresa produtora de obras audiovisuais deve previamente solicitar sua Classificao de Nvel

junto a ANCINE. Essa classificao, desde 02 de maio de 2006, regida pelos critrios

dispostos na Instruo Normativa ANCINE n 54, que enquadra as empresas proponentes, com

base na avaliao de seus currculos, em um dos 7 nveis, cada um correspondente a uma faixa

de limite mximo para captao de recursos incentivados.

Projetos Apoiados pelas Leis de Incentivo

Em comparao com o nmero de projetos protocolados na ANCINE em 2006, quando a

ANCINE recebeu 474 novos projetos, o ano de 2007 apresentou um incremento de

aproximadamente 13%, com 536 projetos apresentados. Dos projetos protocolados, 32 foram

para a Coordenao de Fomento Direto, 180 foram arquivados e 18, encaminhados para

anlise pela SAV/MinC, por serem de competncia daquele rgo. No total, foram examinados

306 projetos visando ao enquadramento nos mecanismos federais de fomento, incluindo

aqueles protocolados no fim de 2007, sendo autorizados a captar recursos incentivados 293

projetos. No Anexo VIII encontram-se relacionados os projetos de Incentivo Fiscal com a

situao atual e os valores aprovados.

Abaixo so relacionados os diversos mecanismos de incentivo e, mais frente, as

normatizaes, suas caractersticas e valores captados.

1.1.1.1. Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)

Artigo 18

Artigo 25

2.2.2.2. Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)

Artigo 1

Artigo 1- A

Artigo 3

Artigo 3- A

3.3.3.3. Iseno da Iseno da Iseno da Iseno da CONDECINE (Medida Provisria n. 2.228/CONDECINE (Medida Provisria n. 2.228/CONDECINE (Medida Provisria n. 2.228/CONDECINE (Medida Provisria n. 2.228/01 01 01 01 ---- Artigo 39) Artigo 39) Artigo 39) Artigo 39)

4.4.4.4. FUNCINES (MFUNCINES (MFUNCINES (MFUNCINES (Medida Provisria n. edida Provisria n. edida Provisria n. edida Provisria n. 2.2282.2282.2282.228----1/01 1/01 1/01 1/01 ---- Artigo 41) Artigo 41) Artigo 41) Artigo 41)

Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 29

Normatizao:

Lei n. 8.313/91

Lei n. 9.874/99

Decreto n. 4.456/02

Decreto n. 5.761/06

Medida Provisria n. 2.228/01

Instruo Normativa n. 22/2003 da ANCINE

Tambm chamada de Lei de Incentivo Cultura, foi criada para apoiar projetos culturais

brasileiros de qualquer tipo, no apenas os audiovisuais. A Ancine responsvel pela gesto

de algumas modalidades de projetos audiovisuais a serem aprovadas pela Lei n. 8.313/91,

conforme delegao de competncias estabelecidas no Decreto 4.456/02.

Artigo 18 Artigo 18 Artigo 18 Artigo 18 ---- Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)

Normatizao:

Lei n. 8.313/91

Lei n. 9.874/99

Decreto n. 4.456/02

Decreto n. 5.761/06

Medida Provisria n. 2.228/01

Instruo Normativa n. 22/2003 da ANCINE

Pelo art. 18 da Lei Rouanet, a ANCINE responsvel pela aprovao e acompanhamento de

projetos de festivais de filmes brasileiros realizados no exterior e de produo de obras de

curta e mdia-metragem (no caso das obras, somente se o projeto utilizar concomitantemente

outros mecanismos de incentivo geridos pela ANCINE).

Este mecanismo permite a pessoas fsicas ou jurdicas o abatimento no Imposto de Renda

devido de 100% dos recursos investidos em projetos audiovisuais aprovados pela ANCINE, que

nele se enquadrem. Os produtores audiovisuais tm a vantagem de no precisarem apresentar

contrapartidas para usufruir do benefcio.

Atualmente, a maior parte dos projetos aprovados na ANCINE pelo mecanismo de projetos de

festivais de filmes brasileiros realizados no exterior. So festivais tradicionais, como o Festival

de Cinema Brasileiro de Miami, que no ano passado realizou sua 11 edio, e tambm

iniciantes, como o Festival de Cinema Brasileiro no Canad. No total, em 2007, havia 22

projetos de festivais ativos.

Artigo 25 Artigo 25 Artigo 25 Artigo 25 ---- Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)Lei Rouanet (Lei n. 8.313/91)

Normatizao:

Lei n. 8.313/91

Lei n. 9.874/99

Decreto n. 4.456/02

Decreto n. 5.761/06

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 30

Medida Provisria n. 2.228/01

Instruo Normativa n. 22/2003 da ANCINE

Em virtude de modificao introduzida pela Medida Provisria n. 2.228-1/01, desde 1 de

janeiro de 2007 o art. 25 da Lei Rouanet deixou de ser aplicvel para projetos de produo de

filmes de longa-metragem de fico, que representam a maior parte dos projetos aprovados

pela ANCINE. Com isso, o volume total das captaes computadas por este mecanismo no ano

de 2007 foi bastante reduzido.

O mecanismo permite o abatimento de 30% do valor destinado ao patrocnio dos projetos no

Imposto de Renda devido, limitado a 4% no caso de pessoas jurdicas. No caso das pessoas

fsicas, o abatimento de 60% do valor destinado ao patrocnio dos projetos, no Imposto de

Renda devido, limitado a 6%. O contribuinte pode ainda, deduzir os valores das doaes e

patrocnios como despesa operacional.

Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)

Normatizao:

Lei n. 8685/93

Lei n. 11.437/06

Medida Provisria n. 2.228-1/01

Decreto n. 6.304/07

Lei n. 11.505/2007

Instruo normativa n. 22 da Ancine

Instruo Normativa n. 59 da Ancine

Instruo Normativa n. 61 da Ancine

Instruo normativa n. 260 da Comisso de Valores Mobilirios

A Lei n 8.685/93, chamada Lei do Audiovisual estabelece diferentes mecanismos de incentivos

fiscais que possibilitam no apenas a produo de obras audiovisuais brasileiras de produo

independente, como tambm a realizao de projetos nas reas de exibio, distribuio e

infra-estrutura tcnica.

Artigo 1 Artigo 1 Artigo 1 Artigo 1 ---- Lei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93) n. 8.685/93) n. 8.685/93) n. 8.685/93)

Normatizao

Lei n. 8685/93

Decreto n. 6.304/07

Medida Provisria n. 2.228-1/01

Lei n. 11.437/06

Instruo normativa n. 22 da ANCINE

Instruo Normativa n. 59 da ANCINE

Instruo Normativa n. 61 da ANCINE

Instruo normativa n. 260 da Comisso de Valores Mobilirios

O artigo 1 da Lei do Audiovisual permite a pessoas fsicas ou jurdicas o abatimento no

Imposto de Renda devido de 100% dos recursos investidos em projetos audiovisuais aprovados

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 31

pela ANCINE, limitados a 3% do imposto de renda devido, no caso de pessoa jurdica, e 6% no

caso de pessoa fsica. No caso de pessoa jurdica que recolhe o imposto de renda com base no

lucro real possvel, tambm, abater o total dos investimentos como despesa operacional,

aumentando o valor da deduo final.

A vantagem do abatimento integral no Imposto de Renda do valor investido tornou este

mecanismo de incentivo um dos mais atrativos aos empresrios brasileiros e tambm um dos

mais procurados pelos proponentes o que rendeu s produes independentes nacionais

investimentos de cerca de R$ 250 milhes nos ltimos 5 anos.

Outra vantagem para o investidor que transferncia dos recursos feita atravs da aquisio

de certificados de investimento representativos dos direitos de comercializao de obras

cinematogrficas de produo independente, que do direito a percentagem da receita lquida

auferida pelo produtor audiovisual.

Este mecanismo pode ser utilizado em projetos de obras audiovisuais cinematogrficas

brasileiras de longa, mdia e curta-metragem de produo independente e projetos nas reas

de distribuio, exibio e infra-estrutura.

Para enquadrar seu projeto, a empresa proponente responsvel dever respeitar a

contrapartida mnima obrigatria de 5% sobre o valor total do oramento. Alm disso, o limite

mximo de aporte de recursos por projeto para a soma dos incentivos previstos nos artigos 1

e 1-A dever ser de R$ 4 milhes.

O art. 1 um mecanismo criado para ajudar a indstria audiovisual brasileira a alcanar a

sustentabilidade. Por isso, provisrio, com prazo de vigncia at 2010.

Artigo 1 Artigo 1 Artigo 1 Artigo 1 ---- A A A A ---- Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)

Normatizao:

Lei n. 8685/93

Decreto n. 6.304/07

Lei n. 11.437/06

Lei n. 11.505/2007

Instruo normativa n. 22 da ANCINE

Instruo Normativa n. 59 da ANCINE

Instruo Normativa n. 61 da ANCINE

Instruo Normativa n. 66 da ANCINE

O Art. 1-A foi includo na Lei do Audiovisual pela Lei n. 11.437/06 e regulamentado pela

Instruo Normativa n. 59/2007 da ANCINE.

Este mecanismo permite a pessoas fsicas ou jurdicas o abatimento no Imposto de Renda

devido de 100% dos recursos investidos em projetos audiovisuais aprovados pela ANCINE, que

neles se enquadrem. O valor total a ser investido pelo patrocinador no pode ultrapassar o

limite de 4% do imposto de renda devido, no caso de pessoa jurdica, e 6%, no caso de pessoa

fsica.

Em seu primeiro ano de existncia, 2007, este mecanismo foi responsvel pelo aporte de R$

31.530.535,04 aos projetos audiovisuais aprovados pela ANCINE (dados de 26/02/2008).

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 32

Para enquadrar seu projeto a empresa proponente responsvel dever respeitar a contrapartida

mnima obrigatria de 5% sobre o valor total do oramento. Alm disso, o limite mximo de

aporte de recursos por projeto para a soma dos incentivos previstos nos artigos 1 e 1-A da

Lei do Audiovisual deve ser de R$ 4 milhes.

O mecanismo pode ser utilizado na produo de longas, mdias e curtas-metragens, projetos

de infra-estrutura tcnica, e na produo de obras audiovisuais voltadas para o mercado de TV

por assinatura e TVs pblicas alm de projetos de distribuio e exibio de obras

audiovisuais. A ANCINE criou Grupo de Trabalho para regulamentar a aplicao desse

mecanismo.

O Art. 1-A tambm prev a criao de Programas Especiais de Fomento (PEF) para o

desenvolvimento da atividade audiovisual brasileira, que utilizaro recursos oriundos deste

mecanismo. A ANCINE, por meio da Instruo Normativa n. 66, estabeleceu as regras gerais

para a instituio dos programas.

Artigo 3 Artigo 3 Artigo 3 Artigo 3 ---- Lei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (LeiLei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93) n. 8.685/93) n. 8.685/93) n. 8.685/93)

Normatizao:

Lei n 8.685/93

Lei n 11.437/06

Lei n 11.505/07

Decreto n. 6.304/07

Instruo Normativa n 22 da ANCINE

Instruo Normativa n 49 da ANCINE

O artigo 3 da Lei n. 8685/93 um estmulo para que as distribuidoras estrangeiras,

responsveis pelo lanamento da maior parte dos filmes que ocupam as salas de cinema do

Brasil, passem a apoiar a produo de obras nacionais, aumentando a produo local e

promovendo a associao entre as chamadas majors (distribuidoras vinculadas aos grandes

estdios internacionais) e os produtores independentes brasileiros.

O mecanismo permite que a empresa estrangeira, contribuinte do Imposto de Renda pago

sobre o crdito ou a remessa de rendimentos decorrentes da explorao de obras audiovisuais

no mercado brasileiro, abata 70% do imposto de renda devido, desde que invista o referido

valor no:

Desenvolvimento de projetos de produo de obras cinematogrficas brasileiras de

longa-metragem de produo independente;

Co-produo de obras cinematogrficas brasileiras de curta, mdia e longa metragens,

de produo independente;

Co-produo de telefilmes e minissries brasileiras de produo independente.

O mecanismo, que alm da renncia fiscal proporciona ao investidor tornar-se co-produtor da

obra, detendo parte de seus direitos patrimoniais, utilizado em larga escala pelas empresas

distribuidoras estrangeiras. Cada vez mais, as majors associam-se aos filmes brasileiros de

maior apelo comercial. O art. 3 atualmente o mecanismo que mais transfere recursos s

produes nacionais.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 33

O produtor que pretende captar por este mecanismo de incentivo dever respeitar a

contrapartida mnima obrigatria de 5% sobre o valor total do oramento. Alm disso, o limite

de captao por projeto da soma dos artigos 3 e 3A de R$ 3.000.000,00.

Artigo 3 Artigo 3 Artigo 3 Artigo 3 ---- A A A A ---- Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)Lei do Audiovisual (Lei n. 8.685/93)

Normatizao:

Lei n 8.685/93

Lei n 11.437/06

Lei n 11.505/07

Decreto n. 6.304/07

A publicao da Lei n 11.437 em 28 de dezembro de 2006 introduziu na Lei n 8.685/93 o

mecanismo disposto no art. 3-A, que tem a finalidade promover a aproximao das emissoras

de televiso e programadoras de TV por assinatura nacional com a produo independente

brasileira.

Esse novo dispositivo de fomento permitir que as empresas de radiodifuso de sons e

imagens e servio de comunicao eletrnica de massa por assinaturas brasileiras destinem,

para produes independentes nacionas, 70% do imposto que incide sobre a remessa ao

exterior a ttulo de aquisio de programao estrangeira, desde que estes recursos sejam

investidos em:

Desenvolvimento de projetos de produo de obras cinematogrficas brasileiras de

longa-metragem de produo independente;

Co-produo de obras cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras de produo

independente de curta, mdia e longas-metragens, documentrios, telefilmes e

minissries.

As empresas de radiodifuso e programadoras nacionais de televiso por assinatura tero

preferncia na utilizao dos recursos recolhidos, mediante a comprovao por meio de

dispositivo contratual ou constituio de documento especfico para estes fins. O Decreto de

regulamentao foi aprovado em dezembro de 2007, no havendo, portanto projetos

aprovados ou captaes realizadas pelo art. 3-A nesse exerccio.

Iseno da Iseno da Iseno da Iseno da CONDECINCONDECINCONDECINCONDECINE (MP 2.228/E (MP 2.228/E (MP 2.228/E (MP 2.228/01 01 01 01 ---- Artigo 39) Artigo 39) Artigo 39) Artigo 39)

Normatizao:

Medida Provisria 2.228-1/01

Decreto n. 6.304/07

Instruo Normativa n 22

Instruo Normativa n 46

A Medida Provisria n 2.228-1, de 2001, modificada pela Lei n 10.454, de 2002, cria no

pargrafo nico do artigo 32 e no 2 do art. 33, uma contribuio cuja alquota de 11% incide

sobre o pagamento, o crdito, o emprego, a remessa ou a entrega aos produtores,

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 34

distribuidores, intermedirios no exterior, de importncias relativas a rendimento decorrente

da explorao de obras cinematogrficas e videofonogrficas ou por sua aquisio ou

importao a preo fixo.

O inciso X do artigo 39 da MP n 2.228-1, de 2001, permite que programadoras internacionais

de televiso por assinatura sejam isentas da CONDECINE, desde que optem por aplicar 3% do

valor do crdito ou da remessa, em projetos de produo de obras cinematogrficas e

videofonogrficas brasileiras de longa, mdia e curta metragens de produo independente, de

co-produo de obras cinematogrficas e videofonogrficas brasileiras de produo

independente, de telefilmes, minissries, documentais, ficcionais, animaes e de programas

de televiso de carter educativo e cultural, brasileiros de produo independente, aprovados

pela ANCINE.

No ato da remessa de recursos ao exterior, as programadoras interessadas em utilizar o

benefcio depositam os 3% em conta-corrente de recolhimento, bloqueada, cuja movimentao

somente pode ocorrer por ordem da ANCINE. A partir da data do depsito, a programadora

tem 270 dias para destinar os recursos ao projeto audiovisual brasileiro de produo

independente no qual deseja investir.

Desde que o mecanismo foi criado, quase 70 produes utilizaram estes recursos. Nos ltimos

5 anos, cerca de R$ 60 milhes foram canalizados para a produo audiovisual brasileira por

meio do art. 39. Entre os projetos concludos com o benefcio deste mecanismo, encontram-se

programas bem-sucedidos em audincia e crtica, como as sries Mandrake (Conspirao

Filmes/HBO), Chico Buarque Especial (RWR Comunicaes/Directv), Filhos do Carnaval

(O2/HBO) e Avassaladoras a srie (Total/Fox).

Para submeter o projeto aprovao por parte da ANCINE, a empresa produtora necessita

apresentar, alm da documentao comum ao todos os projetos, carta de interesse de uma

programadora estrangeira. O produtor deve, ainda, comprometer-se a arcar com contrapartida

obrigatria de, no mnimo, 5% do total do oramento.

FUNCINES (MP 2.228FUNCINES (MP 2.228FUNCINES (MP 2.228FUNCINES (MP 2.228----1/01 1/01 1/01 1/01 ---- Artigo 41) Artigo 41) Artigo 41) Artigo 41)

Normatizao:

MP 2.228-1/01

Lei n. 11.437/06

Decreto n. 6.304/07

Instruo Normativa n. 17 da ANCINE

Instruo Normativa n. 61 da ANCINE

Instruo normativa n. 398 da CVM

Os FUNCINES Fundos de Financiamento da Indstria Cinematogrfica Nacional j estavam

previstos no advento da ANCINE, constando no texto da Medida Provisria 2.228 de 2001.

Entretanto, a regulamentao que permitiu sua efetiva utilizao s veio a vigorar em 2003,

com a publicao da Instruo Normativa n 17 da ANCINE e da Instruo n 398 da CVM . Em

fins de 2006, a publicao da Lei n 11.437 trouxe alteraes para o mecanismo, cuja nova

normatizao pela ANCINE est em curso neste momento.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 35

Esses fundos de investimento devem ser constitudos sob a forma de condomnio fechado, sem

personalidade jurdica e administrados por instituio financeira autorizadas pelas instituies

competentes.

Aps a publicao da Lei n. 11.437, de 2006, o investidor pode adquirir cotas do fundo e

abater os valores despendidos integralmente do seu imposto de renda devido at os limites de

3% (Pessoa Jurdica) e 6% (Pessoa Fsica). A partir das mudanas introduzidas pela Lei n

11.437/06, a renncia fiscal passou a 100% do montante investido.

O Funcines um dos instrumentos de maior abrangncia no tocante s possibilidades de

investimento, atingindo toda a cadeia produtiva audiovisual. Podem receber seus recursos

projetos de produo, de comercializao e distribuio de obras audiovisuais brasileiras de

produo independente, projetos de construo, reforma e recuperao de salas de exibio;

projetos de infra-estrutura e, ainda, operaes de aquisio de aes de empresas brasileiras

que atuam no setor audiovisual.

At o momento, alm dos que envolvem produo, distribuio e comercializao de obras,

apenas os projetos de construo e recuperao de sala de exibio cinematogrfica tambm

tm Normatizao da ANCINE e podem usufruir do mecanismo.

Atualmente os fundos de financiamento encontram-se em plena expanso. O ano de 2007 viu

seu nmero saltar de 2 para 5 fundos. Aos pioneiros BB Cine e Rio Bravo juntaram-se os fundos

Mercatto, Fator Funcine, HSBC Multimercado, Lacan-Downtown e FIDES Cinema I.

No aspecto da produo, comercializao e distribuio, foram transferidos para projetos de

produo/distribuio de obras audiovisuais na ordem de R$ 2 milhes. Em 2007, nenhum

projeto de reforma ou construo de sala de exibio foi apresentado ANCINE.

Captao por mecanismo de incentivo - 2007

Mecanismo * Valores (R$1,00)

Artigo 1 36.038.004,00

Artigo 1- A 31.530.535,04 Lei do Audiovisual - Lei 8.685/93

Artigo 3 36.032.842,47

Lei Rouanet - Lei 8.313/91 9.907.552,47

Iseno da CONDECINE - ART. 39 da MP 2228-1/01 21.046.107,31

FUNCINES - Art. 41 da MP 2228-1/01 1.923.000,00

TOTAL 136.478.041,29

Fontes: SFO e SDE * Os valores aqui informados so suscetveis a constantes atualizaes pelo sistema de acompanhamento, uma vez que seus registros e alteraes so on-line. O panorama acima apresentado refere-se aos dados verificados em 26 de fevereiro de 2008.

Liberao de Recursos

Para a movimentao dos recursos depositados nas contas-correntes bloqueadas abertas a

pedido da ANCINE no Banco do Brasil para fins exclusivos de captao por parte dos projetos

audiovisuais aprovados pela Agncia, necessrio que o produtor comprove a integralizao

de pelo menos 50% dos recursos para a realizao da obra, conforme especificado na Instruo

Normativa n 22. Aps esta comprovao a ANCINE autoriza a transferncia dos recursos da

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 36

conta de captao para a conta de movimentao aberta pelos proponentes em qualquer

instituio bancria de sua escolha.

Os volumes desses procedimentos encontram-se listados abaixo:

Quantidade de projetos com liberao de recursos - 2007

Perodo Projetos Liberados

* Valores Liberados R$ 1,00

1 Semestre 65 44.300.024,25

2 Semestre 50 41.131.692,71

Total 115 85.431.716,96

Fonte: SALIC (Sistema de acompanhamento das leis de incentivo cultura)

(*) Incluem os todos os valores captados pelos projetos que obtiveram autorizao para

movimentao de recursos, independente da data de captao e da data em que foi liberado o

recurso. Ou seja, reflete os valores captados pelos projetos que obtiveram primeira autorizao

em 2007.

Prorrogaes dos Prazos de Captao

As proponentes de projetos audiovisuais aprovados nas leis federais de incentivo devem, a

cada encerramento de exerccio fiscal, solicitar ANCINE a prorrogao, para o exerccio

seguinte, do prazo de captao de recursos incentivados dos projetos que ainda necessitem de

aporte financeiro.

As prorrogaes classificam-se em ordinrias - aquelas concedidas por at trs exerccios

sucessivos ao da aprovao inicial - e extraordinrias, aquelas concedidas aps esse perodo e

conforme critrios da Instruo Normativa ANCINE n 22/2003. O quadro a seguir mostra as

situaes das prorrogaes analisadas pela ANCINE ao longo do exerccio de 2007.

Prorrogaes de prazo para captao 2006 x 2007

Tipo 2006 2007 %

Ordinria 343 501 46%

Extraordinria 156 77 -51%

Total 499 578 16%

Fonte: SALIC (Sistema de acompanhamento das leis de incentivo cultura)

A existncia de projetos em situao de prorrogao extraordinria decorre do fato de que,

muitas vezes, boa parte do projeto j foi executada, faltando, porm, recursos financeiros para

a sua concluso. Diante dessa situao, o proponente solicita nova prorrogao, de modo a

conclu-lo, dando assim uma adequada destinao aos recursos pblicos incentivados j

canalizados para o projeto.

Redimensionamento

O redimensionamento de um projeto ocorre quando h alterao no valor do oramento global

aprovado pela ANCINE. Essas alteraes podem ser ocasionadas por diversos fatores, como

reformulao do projeto ou do roteiro, variao de custos ou incorporao de inovaes

tecnolgicas no decorrer do processo de captao e execuo. Considerando-se que o perodo

entre a aprovao do projeto e o incio de sua execuo varia, em mdia, de dois a trs anos,

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 37

plausvel a divergncia entre custos previstos e executados, o que justifica uma readequao

oramentria.

Redimensionamento de projetos 2007

Projetos Redimensionados

2007

1 Semestre 11

2 Semestre 26

Total ano 37

Fonte: Superintendncia de Fomento SFO/ANCINE e Dirio Oficial da Unio DOU

Remanejamento

O Remanejamento ocorre quando h alterao de valores entre as fontes de receitas aprovadas

para o projeto de captao de recursos incentivados, sem que haja alterao no valor global do

oramento. Este tipo de solicitao muito comum, dado que em diferentes etapas do projeto

surgem novas oportunidades de captao pelos diversos mecanismos de incentivo fiscal

existentes, ou mesmo entre outras fontes de receita, como editais dos diversos entes da

federao, apoios e prmios internacionais.

Comparativo do remanejamento de valores entre projetos 2005 a 2007

Remanejados realizados

2005 2006 2007

Total 110 188 425

Fonte: Superintendncia de Fomento SFO/ANCINE e Dirio Oficial da Unio DOU

Em 2007, houve mais remanejamentos aprovados do que na soma dos anos de 2005 e 2006.

Isto se deve, sobretudo, s alteraes na legislao de incentivos fiscais ocorridas

recentemente, notadamente a criao do art. 1-A da Lei n 8.685/93, em dezembro de 2006, e

o fim dos incentivos previstos na Lei n 8.313/91 (Rouanet) para obras cinematogrficas de

longa-metragem de fico (principal tipo de projeto inscrito na ANCINE), desde 1 de janeiro de

2007, como estava previsto no art. 52 da Medida Provisria 2228-1/01.

Prestao de Contas Final e Parcial

As empresas proponentes, depois de concludos os projetos beneficiados com recursos fiscais

incentivados, devem apresentar ANCINE sua prestao de contas final. Este processo tem

sido acompanhado da verificao de documentao in loco, conforme recomendao feita pelo

TCU, alm da necessidade de parecer sobre a qualidade tcnica da cpia do filme encaminhada

para preservao na Fundao Cinemateca Brasileira (CB). No ano 2007, foram concludas as

anlises de Prestao de Contas de 89 projetos:

Prestao de Contas Realizadas 2007

Tipo Quantidade

PC Parcial 43 Leis de Incentivo PC Final 35

Edital PC Final 11

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 38

Tipo Quantidade

Total 89

Fonte: SFO - aplicativo COPCOPREC

Ao longo do projeto, ao ser processado um redimensionamento, remanejamento, liberao de

recursos ou prorrogao extraordinria, so executadas prestaes de contas parciais que

possibilitam o acompanhamento da execuo financeira do projeto durante sua realizao.

Tomadas de Contas Especiais (TCE)

A Tomada de Contas Especial (TCE) um processo excepcional, de natureza administrativa,

que visa apurar responsabilidade, quando so esgotadas todas as medidas para resolver as

dificuldades relativas obteno da prestao de contas de projetos beneficiados com a

utilizao de recursos incentivados.

A ANCINE, ao longo de 2007, no instaurou Tomadas de Contas Especiais, nem mesmo aquelas

cujo valor tenha sido inferior ao estabelecido pelo Tribunal de Contas da Unio, em normativo

especfico, de conformidade com o inciso I do art. 7 da IN TCU n 13/1996, razo pela qual

deixa-se de apresentar o demonstrativo sinttico, na forma preconizada pelo item 15 do Anexo

II da DN/TCU n 81/2006.

Com relao ao disposto no item 16 do Anexo II da mesma Deciso Normativa, inexistiu, no

ano de 2007, ocorrncia de Tomadas de Contas Especiais, em que, antes de serem

encaminhadas ao Tribunal de Contas da Unio, tenha ocorrido a aprovao da prestao de

contas de recursos financeiros repassados.

Por outro lado, a ANCINE recebeu do Tribunal de Contas da Unio, cinco processos, os quais

haviam sido objeto de Tomada de Contas Especial, por iniciativa da SAV/MinC, e que

retornaram Agncia no ano de 2007 por recomendao do TCU, para execuo de novas

anlises e/ou anlises complementares, referentes a sua prestao de contas.

Tomada de Contas Especiais que retornaram ANCINE para anlise em 2007

Processo Proponente Projeto Instaurao da

TCE

01400.002420/1994-06 Techne Comunicaes Ltda O Caso Morel 2003

00000.001382/2003-01 Lapa Produes Cinematogrficas

Ltda ME A Paz Dourada 2005

01400.007479/1996-90 Cooperativa Cinema & Mdias

Digitais Imprios 2005

00000.016512/2003-04 Carlos Hugo Christensen Produes

Cinematogrficas A Casa de Acar 2003

01400.005703/1997-71 Emc2 Marketing e Comunicao

Ltda O Rei do Samba 2003

Fonte: Superintendncia de Fomento SFO/ANCINE

39| Relatrio de Gesto 2007

4.2. FISCALIZAO

A atividade de fiscalizao consiste em atos administrativos individuais de verificao da

conformidade de um agente econmico em relao regulamentao vigente, adotando nos

casos de no conformidade as medidas corretivas, que podem ensejar ou no aplicao de

penalidades. A unidade responsvel pelas aes de fiscalizao da ANCINE empreendeu, a

partir do ms de maro de 2007, um processo de reorganizao, objetivando:

Conferir melhor clareza s suas atribuies;

Otimizar o aproveitamento da equipe com capacidade para realizar essas atividades;

Atender demanda de fiscalizao j acumulada; e

Iniciar um processo de induo que leve os procedimentos de fiscalizao a operarem

com mais efetividade no futuro prximo.

importante no perder de vista que toda atividade fiscalizatria possui um problema inerente

prpria atividade, qual seja: a impossibilidade de fiscalizar todos os agentes durante todo

tempo, uma vez que dificilmente se teria todos os recursos tcnicos para isso, pois certo que

seus custos seriam excessivamente altos. O desafio da ANCINE , de um lado, maximizar sua

capacidade de efetuar a fiscalizao e de outro, criar estratgias mais abrangentes de inibio

da ocorrncia de irregularidades, o que exige aes para alm dos efeitos das punies

individuais.

Para tanto, a Fiscalizao da ANCINE est organizada a partir de trs focos: o regulatrio, o

tributrio e o de projetos especiais, com detalhamentos abaixo:

4.2.1. Aspecto Regulatrio

Relativo verificao contnua e planejada da conformidade do Mercado Audiovisual s normas

e regulamentos do Setor e da ANCINE Processo Administrativo Sancionador;

O eixo Regulatrio est subdividido em dois segmentos ou funes: Salas de Exibio e Vdeo

Domstico e Televiso e Outro Mercados, conforme abaixo:

Salas de Exibio e Vdeo Domstico

O segmento de Salas de Exibio e Vdeo Domstico busca detectar obras e empresas

irregulares em revistas especializadas deste mercado, sites de comrcio eletrnico e

ocasionalmente em pontos de venda fsicos. Essas fontes so utilizadas tambm para apurar

dados adicionais que ajudem a diferenciar obras homnimas, tais como tipo de obra, durao,

diretor, elenco, durao, ano de produo e pas de origem.

Salas de Exibio: Neste segmento aferido o cumprimento dos dias fixados

anualmente em Decreto Presidencial, acompanhando o envio pelos exibidores dos

relatrios de cumprimento semestral da cota mnima de exibio de filmes brasileiros

(Cota de Tela), ferramenta indispensvel para a aquisio de dados que possibilitem a

fiscalizao do cumprimento da obrigatoriedade. O segmento de Salas de Exibio

responsvel tambm pela fiscalizao do registro de ttulo dos filmes exibidos nos

cinemas e do registro das empresas exibidoras.

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 40

Aes de Fiscalizao em Salas de Exibio 2007

Ato Fiscalizado Ofcios Autos de infrao

Registro de Ttulos e Empresa 95 51

Cota de Tela (2004 / 2005/ 2006) 523 63

TOTAL 618 114

Fonte: SFI Coordenao de Fiscalizao Planejada - CFP/ANCINE.

Vdeo Domstico: As aes fiscalizatrias no segmento de Vdeo Domstico em

qualquer suporte se iniciam com o levantamento das obras em stios na internet e na

revista mensal Jornal do Vdeo. Por meio de consulta ao Sistema de Registro de

Ttulos, verifica-se a existncia de infrao e quais foram cometidas. Detectadas as

infraes de falta de registro de empresa ou a comercializao de ttulos no mercado

de vdeo domstico sem recolhimento de CONDECINE ou sem registro, so enviadas

notificaes de reparao, informando da necessidade de regularizar a situao da

empresa ou obra.

Aes de Fiscalizao em Vdeo Domstico 2007

Tipo de Comunicao Quantidade Infraes Notificaes 877 877 Ofcios 1.200 3.438 Autos de infrao 181 442

Fonte: SFI/ANCINE

Obs.: No quadro acima, alguns ofcios e autos de infrao foram emitidos fazendo referncia a

mais de uma obra irregular.

Televiso e Outros Mercados

Compreende a fiscalizao de infraes administrativas em trs segmentos de mercado:

Servio Eletrnico de Massa por Assinatura (TV paga), Radiodifuso de Sons e Imagens (TV

aberta) e Outros Mercados.

Durante o ano de 2007, o segmento de TV e Outros Mercados ampliou e intensificou a

utilizao do sistema digital da Rede Nacional de Radiovideometria (RNR) como ferramenta de

fiscalizao. Trata-se de um sistema digital da Agncia Nacional de Telecomunicaes

(ANATEL), que permite o agendamento e a gravao das imagens efetivamente veiculadas nas

emissoras de TV aberta de todas as capitais do pas, e funciona em razo de um convnio

firmado entre a ANCINE e aquela agncia. Tanto as obras audiovisuais publicitrias e no-

publicitrias veiculadas no Servio de Radiodifuso de Sons e Imagens (TV aberta) quanto as

veiculadas no Servio de Comunicao de Massa por Assinatura (TV paga), esto sendo

fiscalizadas com o auxlio deste sistema, embora no caso da TV paga, no haja captura de

imagens veiculadas em todas as capitais do pas.

No ano de 2007, foram realizadas 4.277 capturas por meio do RNR, que resultaram nas

seguintes aes de fiscalizao:

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 41

Aes de Fiscalizao em TV e Outros Mercados- 2007

Tipo de Comunicao Total Notificaes 95 Ofcios 535 Autos de Infrao 83 Fonte: SFI/ANCINE.

O segmento de Outros Mercados atualmente realiza estudos para a efetiva implantao da

fiscalizao.

4.2.2. Aspecto tributrio

Relativo aos procedimentos de cobrana da CONDECINE por via de Notificao Fiscal de

Lanamento - NFL e Processo Administrativo Fiscal;

Controle Cobrana da CONDECINE

A atuao da ANCINE no procedimento administrativo para cobrana da CONDECINE em atraso,

aplicao de sanes e apreciao de impugnaes e recursos instituda no art. 37 da MP

2.228-1/2001, e foi regulamentada pela Instruo Normativa n 60, de 17 de abril de 2007.

Objetivando se estruturar para a consecuo dessas atribuies, empenhou grande esforo,

inclusive cognitivo, na medida em que se trata de matria altamente especializada e os

recursos humanos disponveis eram recentes e com muita pouca vivncia nesse tipo de

processo administrativo. Mesmo assim, todos os processos foram analisados e um conjunto de

procedimentos de trabalho foi implantado que resultou em exame de mais de 2.500 processos.

De incio, a prioridade dos trabalhos foi analisar 1.479 casos do ano de 2002 que estavam

ameaados de decadncia, o que significaria que a ANCINE perderia o direito de cobrar o

crdito tributrio referente quele exerccio. Um conjunto de processos de trabalho foi

implantado e resultou no s na expedio das Notificaes Fiscais de Lanamento - NFL de

todo o ano de 2002 em menos de 30 dias, como tambm foram expedidas as NFLs relativas

ao ano de 2003, conforme abaixo:

Aes de Fiscalizao Tributria 2002 / 2003

Ano Referncia Atividade

2002 2003 Total

Comunicados de Regularizao Espontnea 714 2.190 2.904 Notificaes Fiscais de Lanamento 431 1.621 2.102 Total 1.145 3.811 5.006

Fonte: SFI/ANCINE.

Ressalte-se que essa atuao mais incisiva da Fiscalizao na cobrana do tributo pode ser

sentida na arrecadao, cujo impacto direto resultou num aumento significativo. Isso se deu

graas aos mecanismos de coero provocados com a constituio do crdito tributrio pela

Notificao Fiscal de Lanamento e tambm pelo pagamento espontneo do dbito que se

ampliou a partir da percepo do regulado dessa atuao mais dinmica.

4.2.3. Os projetos especiais

ANCINE Agncia Nacional do Cinema | 42

Relativos s aes de Combate Pirataria e s rotinas e procedimentos para concesso de

iseno de CONDECINE para Mostras e Festivais Parcerias, Acordos de Cooperao e Processo

Administrativo de Autorizao.

Mostras e Festivais

A legislao brasileira do cinema e do audiovisual trata a exibio de obras no mbito de

Mostras e Festivais de forma destacada, traduzida pela iseno de CONDECINE prevista no art.

39, inciso I da MP 2.228/01. Esse tratamento especial conseqncia do reconhecimento, de

que os festivais so espaos especiais da exibio cinematogrfica e tm uma funo

estimuladora, potencializadora e arregimentadora do audiovisual.

A partir de um entendimento que ao lado de uma posio flexibilizadora para Mostras e

Festivais, tambm se fazia necessria a institucionalizao de procedimentos mnimos que

evidenciasse com transparncia o processo de iseno da CONDECINE, foi inaugurado um

trabalho de orientao do mercado, juntamente com a organizao e estruturao dos

procedimentos administrativos devidos para que se pudesse aplicar de forma clara e eficiente a

iseno da CONDECINE prevista para o setor. Assim, foram emitidos cerca de 6.000 ofcios de

esclarecimentos ao mercado audiovisual brasileiro.

Os procedimentos passaram a ser adotados de forma sistemtica e esto atualmente

disponveis no portal da ANCINE e sua divulgao provocou um