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RELATÓRIO DE CONJUNTURA:
TARIFAS
Julho de 2009
Nivalde J. de Castro Márcio Bruno F. Silveira
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS–FINANCEIRAS DO SETOR ELÉTRICO
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PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES
SOBRE O SETOR ELÉTRICO
RELATÓRIO MENSAL
ACOMPANHAMENTO da CONJUNTURA: TARIFAS
JULHO de 2009
Nivalde J. de Castro Márcio Bruno F. Silveira
PROJETO PROVEDOR DE INFORMAÇÕES ECONÔMICAS – FINANCEIRAS DO SETOR
ELÉTRICO
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Índice
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4 1 – REAJUSTE E REVISÕES TARIFÁRIAS DAS EMPRESAS............................. 4 2 – COMPONENTES DAS TARIFAS ....................................................................... 13 3 – QUESTÕES GERAIS ............................................................................................ 14
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Relatório de Conjuntural: Tarifas(1)
Nivalde J. de Castro(2)
Márcio Bruno F. Silveira3)
INTRODUÇÃO
O objetivo deste Relatório é sistematizar os principais fatos, dados, informações e ações
públicas que ocorreram no mês de Julho de 2009, que afetam diretamente as tarifas de
energia elétrica. A partir deste objetivo, o relatório está estruturado em três tópicos:
reajuste e revisões tarifárias das empresas, componentes das tarifas e questões gerais.
Dentro do primeiro tópico as informações em forma de notícia estão ordenadas por
ordem cronológica, partindo-se do início do mês. Já o segundo e o terceiro tópico
aparecem na forma de texto, com o desenvolvimento das informações importantes do
mês.
1 – REAJUSTE E REVISÕES TARIFÁRIAS DAS EMPRESAS
AES Eletropaulo: reajuste médio de 13,03%
A Aneel aprovou nesta terça-feira (30/6) reajuste médio de 13,03% para as tarifas da
AES Eletropaulo. O novo índice, que entra em vigor no próximo sábado (4/7) e vai até
3 de julho de 2010, será aplicado para 5,8 milhões de unidades consumidoras em 24
municípios da região metropolitana de São Paulo, incluindo a capital. Segundo a vice-
presidente de Assuntos Regulatórios da AES Eletropaulo, Sheilly Contente, o reajuste
será de 12,96% para os consumidores que recebem energia em baixa tensão, como
residências e comércios. Para as indústrias, o aumento será de 13,16%. Para os
consumidores livres, o reajuste médio será de 7,26%. Os índices refletem custos como
impostos, encargos setoriais, transmissão e compra de energia (custos não-
(1) Participaram da elaboração deste relatório como pesquisadores Roberto Brandão, Bruna de Souza Turques, Rafhael dos Santos Resende, Diogo Chauke de Souza Magalhães, Débora de Melo Cunha e Luciano Análio Ribeiro. (2) Professor do Instituto de Economia - UFRJ e coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico.
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administráveis). O preço da energia de Itaipu, que é cotada em dólar, também teria
estimulado o reajuste. (30.06.2009)
AES Eletropaulo: reajuste foi fortemente influenciado pela Parcela A
O reajuste da AES Eletropaulo foi fortemente influenciado pela Parcela A, que
correspondeu a 8,16% do índice, e pelos componentes financeiros de 6,63%. A Parcela
B, que remunera a distribuidora, ficou em 0,09%. O fator preponderante no aumento
concedido a empresa foi a compra de energia, que significa 4,55% da Parcela A. A
energia de Itaipu contribuiu com 2,71% dessa fatia, em decorrência, da alta do dolár e
do reajuste da tarifa da hidrelétrica binacional. Segundo a vice-presidente de assuntos
regulatórios da distribuidora, Sheilly Contente, o dólar médio subiu de R$ 1,63, em
2008, para R$ 1,93, este ano. Além disso, a tarifa de Itaipu subiu de US$ 22,03 por
MWh para US$ 25,03/MWh."Isso significa um aumento de 28% no custo da compra da
energia de Itaipu, que corresponde a um quarto da energia adquirida pela Eletropaulo",
explicou a executiva. O Encargo de Serviço do Sistema teve alta de 127% no período,
pulando de R$ 103 milhões para R$ 234 milhões entre 2008 e 2009. "O ESS
correspondeu a 1,53% do aumento da Parcela A", observou. Nos componentes
financeiros, de novo, a energia tem um peso significativo. "Os componentes financeiros
significam a remuneração por um gasto a maior, que não estava estipulado na tarifa",
salientou Sheilly. No componente financiero de 6,63%, 3,18% são compra de energia,
dos quais 2,80% Itaipu. Os subsídios são 1,67% e o ESS, 0,81%. (30.06.2009)
Light: Conta de luz ficará mais barata em julho
A conta de luz das residências vai ficar 2,82% mais barata a partir desta quarta-feira
(01). Segundo a distribuidora de energia elétrica Light, a redução é devido ao término
do prazo de cobrança da Recomposição Tarifária Extraordinária (RTE), encargo
implantado na época do racionamento de energia no País em 2001. De acordo com a
Light, os clientes pertencentes às classes rural e de iluminação pública também pagarão
2,82% a menos. As demais classes - comercial, industrial, poder público e serviços
públicos - terão redução de 7,32%. Os consumidores começarão a sentir o impacto da
redução a partir da conta de julho, de forma proporcional, de acordo com a data de
leitura. A Light estima que cerca de 3,2 milhões serão beneficiados com a retirada da
RTE da conta de energia elétrica e informa que a alteração não valerá para os clientes de
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baixa renda e livres, já que não há cobrança da RTE para estes consumidores.
(30.06.2009)
Aneel aprova redução de 5,5% para Celtins
A Aneel aprovou nesta terça-feira (30) a redução média de 5,50% para as tarifas da
Celtins. De acordo com a Agência, a queda será de 5,82% para os consumidores
residenciais e comerciais (baixa tensão) e de 4,35% para as indústrias (que recebem
energia de alta tensão). O reajuste nas tarifas entra em vigor no próximo sábado (4) e
vai beneficiar 395 mil unidades consumidoras em 139 municípios de Tocantis. A
redução foi possível porque a Celtins não compra energia da hidrelétrica de Itaipu,
cotada em dólar, além da contribuição de um ajuste feito na revisão tarifária da
distribuidora ocorrida em 2008. (30.06.2009)
Consumidores da Copel receberão descontos na conta de luz
Os consumidores adimplentes no pagamento da conta de luz da Copel receberão
desconto equivalente ao reajuste tarifário recentemente autorizado pela Aneel. Segundo
a empresa, a decisão garantirá aos 3,5 milhões de consumidores servidos pela Copel o
privilégio de ter reajuste zero nas faturas de energia elétrica. "Com essa medida, o
governo do Paraná e a Copel estão protegendo o poder de compra da população,
ampliando a competitividade da economia do Estado, (...) e incentivando a vinda de
novos empreendimentos que queiram se beneficiar da menor tarifa de energia elétrica
do país", disse o presidente da companhia, Rubens Ghilardi. O desconto já foi utilizado
pela empresa entre 2003 e 2006. Devido ao momento de instabilidade decorrente dos
efeitos da crise econômica internacional, a Copel solicitou à Aneel a postergação do
reajuste de suas tarifas, mas o pleito não foi aprovado. A companhia foi autorizada a
elevar suas tarifas desde o último dia 24 de junho em diferentes percentuais.
(30.06.2009)
Aneel realiza audiência pública para segunda revisão tarifária da Cepisa
A Aneel realizará na próxima sexta-feira (10), em Teresina, no Piauí, a etapa presencial
da audiência pública da segunda revisão tarifária da distribuidora Companhia Energética
do Piauí (Cepisa). A proposta com os índices preliminares do processo está disponível
no site da Aneel desde o dia 4 de junho. A proposta em audiência prevê aumento para os
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clientes residenciais, que recebem energia de baixa tensão, de 2,09%, e de 3,07%, em
média, para os consumidores industriais (alta tensão). O objetivo da audiência é colher
contribuições de consumidores e representantes de instituições públicas e privadas, de
órgãos de defesa do consumidor, de associações de moradores e demais segmentos da
sociedade civil para o processo de revisão da concessionária. (03.07.2009)
Energisa Paraíba e Ceal têm audiência pública presencial para revisão tarifária
A Aneel realizará na próxima semana a etapa presencial de audiência pública sobre a
segunda revisão tarifária da Energisa Paraíba e da Ceal. O objetivo é colher
contribuições para o processo de revisão das distribuidoras. Na próxima quinta-feira, 16
de julho, acontecerá a sessão pública para a Energisa, que tem como efeito médio
preliminar da revisão tarifária -12,31% para consumidores de baixa tensão. Já a
audiência da Ceal será realizada na próxima sexta-feira, 17 de julho. O efeito médio da
companhia é de -14,8%. O índice definitivo de correção das tarifas das duas empresas
entrará em vigor no próximo dia 28 de agosto. (10.07.2009)
Eletropaulo eleva tarifa de energia em 14,9% A Eletropaulo, maior distribuidora de eletricidade do país, disse nesta terça-feira ter
obtido a autorização da Aneel para um aumento de 14,9 por cento na tarifa. A
Eletropaulo, unidade brasileira da AES Corp., espera que o aumento tenha um impacto
de 6 milhões de reais no resultado do segundo trimestre de 2009, disse a companhia em
comunicado à Comissão de Valores Mobiliários. O aumento entrou em vigor em 4 de
julho, disse a Eletropaulo. (15.07.2009)
Revisão tarifária: Celesc-D tem reposicionamento definitivo de -9,16%
A Celesc-D teve homologado os resultados definitivos da segunda revisão tarifária
durante reunião da diretoria da Aneel, que aconteceu nesta terça-feira, 14 de julho. A
agência decidiu aplicar um reposicionamento tarifário de -9,16% a ser aplicado nas
tarifas de fornecimento de energia elétrica e nas Tusd.Os resultados provisórios da
segunda revisão tarifária da companhia, aprovados em maio de 2008, indicavam um
reposicionamento tarifário de -8,65%. De acordo com a diretora-relatora do processo,
Joísa Campanher Dutra, a diferença entre os índices do reposicionamento tarifário se
deve a redução significativa da Parcela A. Para o componente Xe do Fator X foi
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definido um índice de 0,5% a ser considerado nos reajustes de 2009 até 2011. Além
disso, a diretora definiu para as perdas técnicas um índice de 6,17% e para as perdas não
técnicas de 4,27% sobre o mercado de baixa tensão. (14.07.2009)
Tarifa da Celesc cai 9,16%
A Aneel aprovou a revisão tarifária definitiva da Celesc. As tarifas da distribuidora
catarinense tiveram redução de 9,16%, a ser aplicada no período 2009-2011. A decisão
foi anunciada em reunião da diretoria da Aneel desta terça (14/7). Antes do
aperfeiçoamento da metodologia de cálculo, a Aneel havia aprovado, em maio de 2008,
uma redução provisória para a Celesc de 8,65%. A diferença entre os valores definitivo
(-9,16%) e provisório (-8,65%) entrará como atenuante financeiro no reajuste deste ano,
que deverá ser definido até dia 7 de agosto. (15.07.2009)
Nova tarifa para EPB
A Aneel promoveu ontem (16/7) uma audiência pública ao vivo com o objetivo de
aperfeiçoar a definição de critérios para a revisão tarifária periódica da Energisa Paraíba
(EPB). Cerca de 150 pessoas assistiram à sessão presidida pelo diretor da Aneel,
Edvaldo Santana, na capital João Pessoa. Os participantes reclamaram da alta carga
tributária e da oscilação de preços de um ano para outro, bem como sugeriram que as
tarifas fossem distintas para setores como saúde e água. A proposta da Aneel para a
EPB prevê redução de 12,31% para as tarifas dos consumidores atendidos em baixa
tensão (residenciais) e um aumento médio de 1,06% para as tarifas dos consumidores
atendidos em alta tensão (indústrias). O índice definitivo entrará em vigor no dia 28 de
agosto deste ano, após análise das contribuições recebidas durante o processo de
audiência pública, finalizada com a sessão ao vivo. (17.07.2009)
Revisão tarifária da Cemar encerra audiência pública
A Aneel encerra na próxima quarta-feira o período de envio de audiência pública por
intercâmbio documental para a segunda revisão tarifária da Cemar. Os interessados
podem enviar contribuições sobre a proposta de aumento médio de 4,99%. No dia 23 de
julho a agência promove etapa presencial em São Luís. O índice definitivo entra em
vigor no próximo dia 28 de agosto. Durante a audiência presencial, também serão
apresentadas e discutidas as metas dos indicadores de continuidade que medem a
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duração e a freqüência de interrupções no fornecimento de energia elétrica para os
próximos quatro anos. (20.07.2009)
Celpa tem homologado resultado definitivo da segunda revisão tarifária
A Celpa teve homologado o resultado definitivo da segunda revisão tarifária durante
reunião da diretoria da Aneel, que aconteceu nesta terça-feira. A agência decidiu aplicar
um reposicionamento tarifário de -8,38% a ser aplicado nas tarifas de fornecimento de
energia elétrica e na Tusd. Para o componente Xe do Fator X foi definido um índice de
0,43% a ser considerado nos reajustes de 2008 até 2010. Além disso, o diretor-relator do
processo, Romeu Donizete Rufino, definiu para as perdas técnicas um índice de 9,95% e
para as perdas não-técnicas foi estabelecida uma trajetória que se inicia em 40,11% e
termina em 31,82% no último ano do ciclo. Os investimentos considerados no período
chegaram a R$ 709 milhões. (21.07.2009)
Revisão tarifária: Iguaçu Energia tem reposicionamento de -4,01%
A Aneel homologou na última terça-feira os resultados definitivos da segunda revisão
tarifária da Iguaçu Energia (SC). Ficou decidido reposicionamento tarifário de -4,01%,
cujo índice será aplicado nas tarifas de fornecimento de energia e nas Tusd. O diretor-
relator do processo, Romeu Donizete Rufino, determinou para o componente Xe do
Fator X, um percentual de 2,3% a ser aplicado nos reajustes de 2009 a 2011. Para as
perdas técnicas foi estabelecido um índice de 8,32%, enquanto as perdas não técnicas
foi definida uma trajetória iniciando-se em 8,59% até chegar em 6,01% no final do
período da revisão. Os investimentos considerados para o período chegam a R$ 9,13
milhões. (22.07.2009)
Aneel realiza audiência pública para revisão tarifária da Cemar
A Aneel cumpriu ontem mais uma etapa da audiência pública da segunda revisão
tarifária periódica da Cemar. O efeito médio preliminar para o consumidor, apresentado
na reunião, é de um aumento de 4,99%, que será aplicado de forma diferenciada por
classe de consumo.Para os clientes que recebem energia de baixa tensão o efeito médio
preliminar é de 5,89%. Já o reajuste para os consumidores de alta tensão varia de uma
redução de 22,83% nas tarifas até um aumento de 4,4%.A audiência foi presidida pelo
diretor da Aneel, Romeu Donizete Rufino, e contou com a participação de 135 pessoas,
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entre consumidores, representantes de associações de moradores e do conselho de
consumidores, vereadores e representantes da CREA-MA. (23.07.2009)
Copel divulga reajuste de 18,04% em tarifas
A Copel divulgou ontem reajuste médio de 18,04% em suas tarifas de fornecimento e
distribuição de energia. De acordo com comunicado ao mercado, 11,42% do total
correspondem a reajuste tarifário anual, e outros 6,62% são relativos a "componentes
financeiros pertinentes". Segundo a companhia, o reajuste para o consumidor final deve
ficar em 12,98%. (24.07.2009)
Copel repassará o reajuste tarifário concedido pela Aneel
A assembléia geral extraordinária dos acionistas da Copel decidiu repassar a partir desta
sexta-feira, 24 de julho, o reajuste tarifário concedido pela Aneel há um mês. As tarifas,
portanto, aumentam 18,04%, em média. No entanto, a empresa vai dar um desconto
correspondente ao efeito médio de cada subgrupo consumidor, anulando o efeito para os
clientes. O efeito médio do reajuste é de 12,98% para os consumidores cativos da
empresa. A Copel salientou que o desconto será para os clientes adimplemente. Além
disso, a empresa ressaltou que a concessão do desconto poderá ser reduzida ou
descontinuada a qualquer momento. (24.07.2009)
Tarifa da Celg-D em pauta
A Aneel vai realizar na próxima quinta (30/7), em Goiânia (GO), a etapa presencial da
audiência pública que trata do processo da segunda revisão tarifária da Celg
Distribuição (Celg - D). O objetivo da audiência é colher contribuições de consumidores
e representantes de instituições públicas e privadas, de órgãos de defesa do consumidor,
de associações de moradores e demais segmentos da sociedade civil para o processo de
revisão da concessionária. A proposta em audiência prevê aumento médio de 7,12%
para as tarifas dos consumidores caso a distribuidora quite o pagamento de diversos
encargos do setor elétrico. Os índices serão aplicados de forma diferenciada por classe
de consumo: 4,55% para baixa tensão (abaixo de 2,3 kv) e 12,62% para alta tensão. As
contribuições por escrito ao processo da Celg - D poderão ser enviadas até a próxima
quarta-feira (29/07) para o e-mail '[email protected]', pelo fax nº (61)
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2192.8839 ou pelo correio para o endereço SGAN, Quadra 603, Módulo I, Térreo,
Protocolo Geral da Aneel, CEP 70.830-030, Brasília-DF. (24.07.2009)
Índice definitivo para Escelsa
A Aneel aprovou reposicionamento médio negativo definitivo de 6,44% para as tarifas
da Escelsa, relativo à quarta revisão tarifária da empresa, realizada em 2007 e que tinha
como índice preliminar negativo de 6,92%. A decisão considerou os investimentos de
R$ 377 milhões da companhia capixaba no período de 2007 a 2010. A decisão foi
anunciada nesta terça-feira (28/7), na reunião da diretoria da agência. O processo
considerou ainda 7,20% de perdas técnicas, além da singularidade de o ciclo de revisão
tarifára da Escelsa ocorrer a cada três anos. O próximo ciclo de revisão tarifária da
Escelsa ocorrerá em agosto de 2010 e, dada a proximadade com os resultados do
reajuste 2008/2009, o efeito médio a ser percebido pelos consumidores será considerado
apenas no próximo processo. (28.07.2009)
Sem reajustar tarifa, Copel terá impacto de 10% no lucro
A decisão do governo do Estado do Paraná em não aplicar o reajuste de cerca de 13%
nas tarifas de energia elétrica na área de concessão da Copel vai reduzir em R$ 108
milhões o lucro líquido consolidado da empresa neste ano. Esse valor representa 10%
do resultado registrado em 2008. O desconto nas tarifas acabou sendo aprovado pela
maioria de votos dos conselheiros da empresa. A justificativa dada pelo governo
paranaense para não repassar o reajuste aprovado pela Aneel foi a da crise econômica
global. Entende que deve resguardar as condições econômicas da população. E assim o
reajuste de cerca de 13% será repassado às contas. A previsão de investimentos para
este ano é de R$ 1,1 bilhão. No último balanço divulgado, com os números do primeiro
trimestre, a disponibilidade da empresa beirava R$ 1 bilhão. (29.07.2009)
Proposta de revisão tarifária da Celg é apresentada em audiência pública
A Aneel promoveu hoje (30/07), em Goiânia, a etapa presencial da audiência pública
para apresentar a proposta com o índice preliminar da segunda revisão tarifária
periódica da Celg Distribuição S/A (Celg - D). O efeito médio preliminar da proposta
para os consumidores da Celg é de um aumento de 7,13%, caso a distribuidora se torne
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adimplente com o pagamento de diversos encargos do setor elétrico. Os índices serão
aplicados de forma diferenciada por classe de consumo. (30.07.2009)
Desconto para tarifas de hídricas
A Aneel autorizou a redução em 50% da Tusd e Tust incidente sobre a produção de
energia de duas PCHs e duas UHEs mineiras. Os empreendimentos, da Vale Sul
Alumínio S/A, totalizam 57,52 MW. O novo percentual vigora a partir de hoje (30/07),
para as PCHs Mello (10,68MW) no rio Santana, município de Rio Preto, e Nova
Maurício (29 MW) no rio Novo, município de Leopoldina. A redução é válida ainda
para as UHEs Glória (13,8MW) no rio Glória em Muriaé, e Ituerê (4,04MW) no rio
Pomba, no município de mesmo nome. A tarifa reduzida permanecerá enquanto a
potência injetada for menor ou igual a 30 MW. (30.07.2009)
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2 – COMPONENTES DAS TARIFAS
No mês de Julho, alguns assuntos vieram à tona de maneira mais efetiva a
respeito dos componentes das tarifas de energia elétrica, por muitos vistos como os
responsáveis pelas tarifas elevadas de energia, além do questionamento referente ao
destino e uso do dinheiro arrecadado com os encargos setoriais.
Nesse contexto, o GESEL admitiu a possibilidade do uso do CDE (Conta de
Desenvolvimento Energético), um encargo cobrado na conta de luz de todo consumidor,
para o subsídio das tarifas de energia para populações carentes, principalmente nas
regiões menos desenvolvidas do país, onde as tarifas são mais altas. A recomendação
consta de proposta do GESEL/UFRJ apresentada à Aneel, durante o Fórum de
Assimetria Tarifária. O estudo também recomenda que a CDE tenha mais recursos para
poder financiar o gasto adicional que existirá para diminuir a diferença entre as tarifas
da baixa renda, sem que isso onere mais o consumidor brasileiro.
Além disso, a CDE, segundo a Abrace (Associação Brasileira de Grandes
Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres), necessita de um
aumento na divulgação de informações sobre a utilização do encargo. Essas discussões
entram em pauta num momento no qual o MME (Ministério de Minas e Energia)
divulgou que o CDE foi um dos maiores encargos setoriais no ano passado, com
29,48% de participação. Essa parcela somente é menor que a da CCC (Conta de
Consumo de Combustíveis Fósseis), que aparece com 34,14% de participação nas
receitas das distribuidoras. Na comparação entre 2001 e 2008, a participação da CCC na
receita requerida caiu de 4,963% para 3,789%. A CDE aumentou de 2,034%, em 2003,
para 3,272% no ano passado.
A CCC é questionada por vários analistas do setor e, no mês de julho, a Abrace
demonstrou preocupação com a prorrogação desse encargo, visto que o mesmo deverá
ser extinto após a conexão dos sistemas isolados ao sistema interligado, segundo o
diretor-executivo da Anace, Lúcio Reis. Porém, em função da receita que os estados têm
com o ICMS, por conta da venda de combustíveis pela CCC, existe este receio.
Além disso, a Medida Provisória nº 466, assinada no dia 30 de julho, pelo
presidente Lula, deverá onerar ainda mais o consumidor brasileiro. De acordo com o
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presidente da Abrace, Ricardo Lima, a medida aumentará em praticamente 100% o
valor da CCC. Segundo ele, esse aumento se deve, principalmente porque o ICMS sobre
o combustível que deixaria de ser pago pela CCC voltaria para a conta do consumidor.
A Anace (Associação Brasileira dos Consumidores de Energia) questionou no
mês de julho a existência da RGR (Reserva Global de Reversão), que deveria ter sido
extinta, já que outros encargos têm sido arrecadados com o mesmo objetivo da RGR. A
expectativa da Anace é que a RGR não passe de 2010.
Já a Apine (Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia)
reiterou que os benefícios do ESS (Encargo de Serviço do Sistema) devem ser pagos
por consumidores, pois considera que a segurança adicional ao sistema elétrico, deve ser
paga pelo consumidor, que é quem se beneficia do quadro.
3 – QUESTÕES GERAIS
Dentre os assuntos do mês de julho relativos à tarifas estão o estudo que vendo
sendo feito pela Aneel a respeito de uma ampla reestruturação do sistema de tarifas de
energia elétrica do País. Uma das ideias é estimular, pelo bolso, a mudança de hábitos
do consumidor visando ao uso mais eficiente da energia. A agência analisa a hipótese de
fazer com que as distribuidoras cobrem dos clientes residenciais tarifas diferenciadas, de
acordo com o horário, como ocorre com a telefonia. Isso hoje não é possível pelo modo
como funciona o setor, em que as tarifas da baixa tensão são unificadas dentro de área
de cada empresa. A maneira como é definida a tarifa de uma distribuidora e como seus
reajustes tarifários são efetuados, definidos por lei e conseqüentemente acontecendo
sem levar em conta o momento da economia no período de reajuste é alvo de críticas
constantemente.
Outro tema polêmico e discutido no mês de julho diz respeito à assimetria
tarifária que há nas diferentes regiões do Brasil fazendo com que nas regiões mais ricas,
as tarifas de energia sejam menores, enquanto que, nas regiões mais pobres, as tarifas
são mais elevadas. O Maranhão, por exemplo, tem a segunda menor renda per capita do
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Brasil, mas sua população paga a maior tarifa de energia dentre as 64 distribuidoras
instaladas no país. A tarifa da Cemar, distribuidora local, é 72% maior do que a da CEB
em Brasília, que tem o maior PIB per capita do país e onde a energia é a mais barata (o
preço só é menor no Amapá por razões atípicas, pois a Aneel não autoriza reajustes da
distribuidora porque ela está inadimplente com geradoras). Assim, o diretor-geral da
Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), Nelson Hubner, demonstrou a
preocupação em reduzir essa “assimetria” de preço entre as várias concessionárias. Em
vista disso, o governo estuda mudanças, como subsídios e novas regras de concessão,
para reduzir a diferença. O desequilíbrio decorre das próprias características do mercado
de cada distribuidora. As concessionárias em regiões mais ricas têm mais consumidores
concentrados num espaço menor. Ou seja, uma rede menor atende a um número maior
de usuários, o que reduz os investimentos. O GESEL analisou essa assimetria e colocou
como uma das possíveis soluções, a captura de receita, sem que sejam criados novos
encargos para a sociedade. O coordenador do GESEL, Nivalde de Castro, colocou que a
reação das distribuidoras de energia elétrica ao projeto foi positiva, já que elas também
serão beneficiadas. A “assimetria” gera um alerta já que esse fato pode ser prejudicial
ao desenvolvimento econômico e social do país, visto que a energia elétrica é um
insumo básico para a atividade econômica e para as famílias.
Representantes das empresas distribuidoras de energia elétrica e dos
trabalhadores do setor elétrico aprovaram a iniciativa da Aneel de estudar o possível
estabelecimento de tarifas diferenciadas, por horário, para o consumo residencial de
energia. A Aneel avalia a hipótese de aplicar preços distintos para a energia dependendo
do horário em que ocorre o consumo. Para o diretor técnico e regulatório da Associação
Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Fernando Maia, o estudo da
Aneel é bem-vindo e representa uma disposição para modernizar o sistema tarifário
brasileiro, que data de 1982. Dentre esses mecanismos de modernização, a Aneel tbm
estuda como minimizar impacto para o consumidor brasileiro do reajuste anual das
tarifas de energia elétrica. A intenção é evitar variações muito grandes entre um reajuste
e outro, como vem ocorrendo.
A Light e a Prefeitura do Rio de Janeiro, por sua vez, por meio da Secretaria
Municipal de Assistência Social, assinam nesta quinta-feira um termo de cooperação
técnica que visa aumentar o número de beneficiados com a tarifa social. Com o
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benefício, o cliente pode pagar a conta de energia até 60% mais barata. O benefício é
concedido automaticamente a todo cliente que morar em uma residência com ligação
monofásica, tiver a média de consumo dos últimos 12 meses até 80 kWh e não possuir
mais de um consumo superior a 120 kWh durante este período. Novas regras na Tarifa
Social de Energia Elétrica foram aprovadas pelo Plenário do Senado. Assim, até 22
milhões de pessoas de baixa renda podem ser beneficiadas, incluindo índios e
quilombolas. Se a Câmara dos Deputados aprovar o texto que passou no Senado, os
descontos vão variar de 10% a 100%. Para evitar que consumidores de alta e média
renda pudessem vir a beneficiar-se da tarifa social, estabeleceu-se que os descontos
fossem concedidos unicamente em função do critério de renda, e não do consumo
mensal. As famílias indígenas e quilombolas terão direito a desconto de 100% até o
limite de consumo de 50 kWh/mês, a ser custeado pela CDE. Sobre o consumo
excedente ao limite estabelecido para essa categoria não será aplicado desconto. Para se
beneficiarem, os consumidores terão de estar inscritos no Cadastro Único.
Outro possível barateamento da energia diz respeito ao uso da rede elétrica para
serviço de banda larga será condicionado à redução de custo da luz a consumidores.
Proposta da área técnica da Aneel, que examina o assunto, prevê que 90% da receita
obtida pelas distribuidoras de energia com o aluguel dos fios para as empresas de
internet terá de ser empregada na redução de tarifas de eletricidade. A resolução que
definirá as regras para o uso da internet pela rede elétrica deve ser votada pela diretoria
da Aneel ainda neste mês.
Já relativo ao encarecimento das tarifas de energia elétrica, as concessões do
Brasil ao Paraguai podem significar um reajuste de 2% a 3% nas contas de energia
elétrica dos consumidores brasileiros atendidos pela usina de Itaipu, conforme cálculos
de técnicos do grupo Eletrobrás. Segundo analistas privados, em uma conta preliminar,
representa um aumento total de R$ 1,4 bilhão a R$ 2,1 bilhões. Além disso, o Copom
do Banco Central aumentou a previsão de reajuste das tarifas de energia elétrica para
2009 de 4,7% para 5%. A informação preliminar do Governo é de que essa conta será
paga pelo Tesouro brasileiro, ao invés de ser repassada para a conta de luz.