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Emanuelle Silva Pereira Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e qualidade de sono, e os componentes da atenção em universitários Natal 2019 Dissertação apresentada à Universidade do Rio Grande do Norte, para a obtenção do título de Mestre em Psicobiologia.

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Emanuelle Silva Pereira

Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e

os hábitos e qualidade de sono, e os componentes da

atenção em universitários

Natal

2019

Dissertação apresentada à

Universidade do Rio Grande do

Norte, para a obtenção do título de

Mestre em Psicobiologia.

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Emanuelle Silva Pereira

Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e

os hábitos e qualidade de sono, e os componentes de

atenção em universitários

Orientadora: Dra. Carolina Virginia Macêdo de Azevedo

Co-orientador: Dr. Pablo Valdez Ramírez

Natal

2019

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Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN

Sistema de Bibliotecas - SISBI

Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Central Zila Mamede

Pereira, Emanuelle Silva.

Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os

hábitos e qualidade de sono, e os componentes da atenção em

universitários / Emanuelle Silva Pereira. - 2019. 77f.: il.

Dissertação (mestrado) - Universidade Federal do Rio Grande do

Norte, Centro de Biociências, Programa de Pós-graduação em Psicobiologia, Natal, RN, 2019.

Orientadora: Profa. Dra. Carolina Virginia Macêdo de Azevedo.

Coorientador: Prof. Dr. Pablo Valdez Ramírez.

1. Ciclo sono e vigília - Dissertação. 2. Adolescentes -

Dissertação. 3. Sono - Dissertação. 4. Hábitos de sono. 5.

Qualidade de sono - Dissertação. 6. Componentes da atenção -

Dissertação. I. Azevedo, Carolina Virginia Macêdo de. II.

Ramírez, Pablo Valdez. III. Título.

RN/UF/BCZM CDU 159.963.273

Elaborado por Ana Cristina Cavalcanti Tinôco - CRB-15/262

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Título:

RELAÇÃO ENTRE O NÍVEL DE CONHECIMENTO SOBRE O SONO E OS

HÁBITOS E QUALIDADE DE SONO, E OS COMPONENTES DE ATENÇÃO

EM UNIVERSITÁRIOS.

Autora:

Emanuelle Silva Pereira

Data de defesa:

26/03/2019

Banca Examinadora:

Prof. Dr. Fernando Mazzili Louzada

Universidade Federal do Paraná, PR

Prof. Dr. Mario André Leocadio Miguel

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

Profa. Dra. Carolina Virginia Macêdo de Azevedo

Universidade Federal do Rio Grande do Norte, RN

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Agradecimentos

Inicialmente a Deus por ter me dado a oportunidade de realizar o mestrado e por

tudo o que aprendi durantes esses dois anos.

Aos meus pais, Maria das Graças e Manoel José, por todo o amor e por sempre

acreditarem mais em mim do que eu mesma. Só os senhores sabem o quanto abdiquei

para chegar até aqui. Obrigada, mainha por estar sempre ao meu lado, cuidando de mim,

me colocando em suas orações e segurando minha mão nos momentos de incertezas.

Obrigada, painho por sempre estar disposto a me deixar e buscar na parada do ônibus

quando Rafael não pode. Quantas sestas tiveram que ser interrompidas ou adiadas pra me

socorrer naqueles dias em que eu achava que não iria chegar a tempo na reunião com

Carol.

Ao meu esposo, Rafael Santana, por me apoiar a continuar estudando e assim,

poder me qualificar profissionalmente. Por aguentar o meus picos de estresse nos

momentos em que eu achava que não iria dar conta da pós e por mostrar os seu amor nas

coisas mais simples do dia a dia. Obrigada por ser meu parceiro de vida e por comemorar

minhas conquistas como se também fossem suas. Te amo!

À minha orientadora Carol, primeiro, por ter permitido que eu participasse das

reuniões da base. Graças a sua paciência, dedicação e amor pela profissão, nesses quatro

anos, venho aprendendo sobre a importância da cronobiologia não somente para a

qualidade de vida dos seres humanos, mas também para a permanência dos outros seres

vivos na Terra. Obrigada, por me incentivar a querer ser uma pessoa e profissional que

olha o outro pelo o que ele é e não pelo o que tem. Obrigada por acreditar de verdade no

potencial de seus discentes e orientandos e vibrar com a conquista que cada um deles.

Ao meu co-orientador, Pablo Valdez. Obrigada pelas valiosas sugestões que me

fizeram ampliar meus pensamentos e observar outras formas de relacionar as variáveis

que estudei neste trabalho.

À Maria Luiza, por, antes de qualquer coisa, ter me ajudado a pensar na questão

chave da minha pesquisa, por ter aceitado que eu usasse dados dos seus voluntários e se

prontificado a me ajudar a analisar e entender meus resultados, seja através de encontros

no CB, seja, por redes sociais. Muito obrigada, pelas vezes em que “tirou” um tempinho

do seu dia para me ajudar a resolver problemas simples, mas que para mim, praticamente

não tinham solução.

À Sabinne, por estar sempre disponível a “clarear” meus pensamentos e me ajudar

a entender um pouco mais sobre a cronobiologia e sua relação com nossa vida.

Aos meus colegas da base. Obrigada por terem se prontificado a acordar mais cedo

para me ajudarem na coleta dos dados, por terem abdicado algumas horas do seu dia para

me ajudarem a tabular os dados (vocês não sabem o quanto isso foi importante!). Mas

principalmente, obrigada pelas palavras de apoio, nos momentos em que vocês nem

sabiam, e que me ajudaram a seguir firme nesta caminhada: Júnior, Hudson, Karlyne,

Camila, Luana, Rayane e Fernanda.

À todos os jovens que pacientemente participaram de todas as etapas da pesquisa.

Muito obrigada!

Aos professores do programa de Pós-graduação em Psicobiologia. Sem dúvida

vocês contribuíram para o meu aprendizado e crescimento.

E à CNPq, pelo apoio financeiro que permitiu a realização dessa pesquisa.

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Resumo

O atraso de fase do sono, caracterizado por horários mais tardios de dormir e acordar,

visto na adolescência, pode persistir após o ingresso dos jovens na universidade. Esse

atraso resulta no encurtamento da duração do sono dos estudantes que estudam pela

manhã, uma vez que são obrigados a adiantar o horário de acordar na semana letiva. Esse

comportamento pode modificar os hábitos e qualidade de sono e assim, ocasionar prejuízo

na atenção daqueles do turno matutino. Sabendo que a atenção é um processo básico

capaz de interferir em outros processos cognitivos e que o conhecimento atua na tomada

de decisões, investigamos a relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os

hábitos e a qualidade de sono, e os componentes da atenção de jovens de uma

universidade pública do RN. Os 35 participantes (19,8 ±1,9 anos - 27 mulheres e 8

homens) responderam aos questionários: A Saúde e o Sono, Índice de Qualidade de Sono

de Pittsburgh, Escala de Sonolência de Epworth, Questionário de Matutinidade-

Vespertinidade de Horne & Östberg; preencheram o Diário de Sono e usaram um

actímetro por 10 dias, e realizaram uma Tarefa de Execução Contínua. No geral, o G2

(grupo com maior nível de conhecimento sobre o sono) relatou melhores hábitos do sono

quando comparado ao G1 (grupo com menor nível de conhecimento sobre o sono), tais

como: menor uso do celular e maior frequência de despertares espontâneos nos dias de

aula; menor consumo de cafeína antes de dormir e menor irregularidade no tempo total

de sono entre semana e fim de semana. Independente do grupo, alguns hábitos de sono

diferiram entre os dias de aula e os dias livres. Os horários de deitar, dormir, acordar e

levantar ocorreram mais cedo nos dias de aula (Anova, p<0,05), o tempo total na cama e

o tempo total de sono foram menores nos dias de aula (Anova, p<0,05), porém o número

de despertares após o início do sono foi maior nos dias livres (Anova, p<0,05). A

qualidade de sono não diferiu em função do conhecimento sobre o sono, enquanto os

escores de sonolência diurna foram correlacionados negativamente com o número de

acertos nas alternativas sobre o sono (r=-0,35, p<0,05). Além disso, a sonolência diurna

excessiva foi relatada com maior frequência pelo G1 (X2, p<0,05), que tendeu a ter

escores médios superiores de sonolência diurna (Mann-Whitney, p=0,07). Ao despertar,

a sonolência diferiu apenas entre os dias de aula e os dias livres (Anova, p<0,05). O

desempenho na tarefa que avalia os quatro componentes da atenção diferiu do esperado,

visto que não houve relação entre o conhecimento e o desempenho atencional. A maior

parte dos indicadores e componentes de atenção não difeririam entre os grupos. Houve

apenas uma tendência do G2 em apresentar uma redução no percentual de respostas

corretas ao longo da tarefa (Anova, p=0,09), sugerindo uma menor atenção sustentada

neste grupo. Portanto, sugere-se que o conhecimento sobre o sono esteja relacionado à

prática de melhores hábitos de sono e menor sonolência diurna. Porém, não foram

observadas relações entre o conhecimento, a qualidade de sono e o desempenho na tarefa

de atenção. Portanto, faz-se necessário ampliar a amostra para avaliar melhor a relação

entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e a qualidade de sono, e os

componentes da atenção em universitários.

Palavras-chave: Ciclo sono e vigília, adolescentes, conhecimento sobre o sono, hábitos

de sono, qualidade de sono, componentes da atenção.

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Abstract

The delayed sleep phase, characterized by later sleeping and waking hours, seen in

adolescence, may persist after the youths' entry into university. This delay is associated

to a reduction on sleep duration in students of morning shift, since they must wake-up

earlier on school days. This behavior can modify the habits and quality of sleep and thus,

cause damage in the attention of those of the morning shift. Knowing that attention is a

basic process capable of interfering in other cognitive processes and that knowledge acts

in decision making, we investigate the relationship between the level of knowledge about

sleep and habits and the quality of sleep, and the components of attention in young people

from an RN public university. The 35 participants (19.8 ± 1.9 years old - 27 women and

8 men) answered the questionnaires: Health and Sleep, Pittsburgh Sleep Quality Index,

Epworth Sleepiness Scale, Morningness-Eveningness Questionnaire & Östberg; filled out

the Sleep Diary and used an actiwatch for 10 days, and performed a Continuous Execution

Task. Overall, G2 (group with higher level of knowledge about sleep) reported better

sleep habits when compared to G1 (group with lower level of knowledge about sleep),

such as: lower cell phone use and higher frequency of spontaneously awakening on school

days, lower caffeine intake before sleep and irregularity in total sleep time between week

and weekend days. Regardless of the group, some sleep habits differed between school

days and free days. The bedtimes, sleep onset, wake-up times and get up times occurred

earlier in school days (Anova, p <0.05) and the total time in bed and total sleep time were

shorter on school days (Anova, p <0.05). However, the number of awakenings after sleep

onset was greater on the days off (Anova, p <0.05). The quality of sleep did not differ

according to the knowledge about sleep whereas daytime sleepiness scores were

negatively correlated with the number of correct sleep alternatives (r = -0.35, p <0.05).

Daytime sleepiness was reported more frequently by G1 (X2, p <0.05) who tended to

have higher means of sleepiness scores (Mann-Whitney, p =0.07). At wake-up time, the

sleepiness differed only between class and free days (Anova, p <0.05). The performance

in the task that evaluates the four components of attention differed from that expected,

since there was no relationship between performance and sleep knowledge. Most

indicators of the components of attention did not differ. There was only a tendency for

G2 to present a reduction in the percentage of correct responses throughout the task

(Anova, p = 0.09), suggesting a trend towards a lower sustained attention. Therefore, it is

suggested that knowledge about sleep is related to the practice of better sleep habits and

lower diurnal sleepiness. However, no relationship was observed regarding knowledge,

sleep quality and performance in the attention task. Therefore, it is necessary to expand

the sample to clarify the relationship between the levels of knowledge about sleep and

sleep habits and quality, and the components of attention in college students.

Keywords: Sleep and wake cycle, adolescents, knowledge about sleep, sleep habits, sleep

quality, components of attention.

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Sumário 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 1

1.1. O ciclo sono e vigília dos adolescentes ........................................................................... 1

1.2. Hábitos e qualidade do sono e o nível de conhecimento sobre o sono de jovens

universitários ................................................................................................................. 4

1.3. Atenção .......................................................................................................................... 9

2. OBJETIVOS ...................................................................................................................................... 12

2.1. Objetivo geral ................................................................................................................ 12

2.2. Objetivos específicos .................................................................................................... 12

2.3. Hipóteses e predições ................................................................................................... 13

3. METODOLOGIA ............................................................................................................................. 13

3.1. Participantes da pesquisa ............................................................................................. 13

3.2. Critérios de inclusão ................................................................................................................... 13

3.3. Critérios de exclusão................................................................................................................... 14

3.4. Procedimentos prévios à coleta de dados .................................................................... 14

3.5. Coleta de dados ........................................................................................................................... 14

3.6. Avaliação do conhecimento sobre o sono e dos hábitos e qualidade de sono ............................. 15

3.6.1. Questionário a saúde e o sono ........................................................................................... 15

3.6.2. Índice da qualidade de sono de Pittsburgh ........................................................................ 16

3.6.3. Escala de sonolência de Epworth ..................................................................................... 16

3.6.4. Questionário de avaliação de cronotipo de Horne & Östberg ......................................... 16

3.6.5. Diário de sono .................................................................................................................... 17

3.6.6. Actimetria ........................................................................................................................... 17

3.6.7. Tarefa de execução contínua - CPT .................................................................................. 17

3.7. ANÁLISE DE DADOS ............................................................................................................. 18

3.7.1. Variáveis ........................................................................................................................... 18

3.7.2. Testes estatísticos .............................................................................................................. 20

4. RESULTADOS .................................................................................................................................. 22

4.1. Características gerais .................................................................................................................. 22

4.2. Hábitos de sono entre os grupos ................................................................................................ 23

4.2.1. Tempo usando o celular após às 18 horas ........................................................................ 23

4.2.3. O que fazia antes de dormir ............................................................................................... 23

4.2.4. Hábitos praticados antes de dormir e após acordar ......................................................... 24

4.2.5. Forma de acordar .............................................................................................................. 25

4.2.6. Motivo para acordar .......................................................................................................... 25

4.2.7. Sentir sono ao longo do dia ............................................................................................... 26

4.2.8. Uso de óculos escuros no percurso até a universidade; Prática de atividade física;

Computador ou laptop e televisão no quarto ..................................................................... 26

4.3. Padrões temporais de sono ......................................................................................................... 27

4.3.1. Diário de sono .................................................................................................................... 27

4.3.2. Actimetria........................................................................................................................... 29

4.4. Sonolência diurna excessiva e Sonolência ao acordar ............................................................... 31

4.5. Qualidade e eficiência de sono .................................................................................................. 32

4.6. Avaliação dos componentes de atenção entre os grupos ............................................................ 33

5. DISCUSSÃO ...................................................................................................................................... 35

6. CONCLUSÃO ................................................................................................................................... 42

REFERÊNCIAS ................................................................................................................................ 42

ANEXOS ............................................................................................................................................ 51

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1

1. INTRODUÇÃO:

1.1. O ciclo sono/vigília dos adolescentes

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2015, o ingresso

nas universidades se dá geralmente no final da adolescência. Fase esta que, segundo a

Organização Mundial da Saúde, ocorre dos 10 aos 19 anos de idade, enquanto a juventude

se estende até os 24 anos (Touitou, Touitou, & Reinberg, 2017). Nesse período, ocorrem

mudanças fisiológicas e comportamentais. Dentre as comportamentais, há o atraso de fase

do sono, caracterizado por horários mais tardios de início e fim do sono noturno (Andrade

et al., 1993). Este atraso aumenta com a idade e a maturação puberal (Taylor, Jenni,

Acebo & Carskadon, 2005).

Segundo o modelo proposto por Borbély (1982), a regulação do sono ocorre por

meio de dois processos: o homeostático (S) e o circadiano (C). O componente S, referente

à propensão ao sono, é influenciado pela duração do sono e da vigília prévios, de modo

que a propensão ao sono aumenta durante a vigília e declina ao longo do sono, enquanto

o componente C, responsável pela propensão ao alerta, relaciona-se com o ciclo claro-

escuro da Terra, favorecendo a vigília durante a fase clara do dia e o sono na fase de

escuro para as espécies diurnas (Borbély & Achermann, 1999; Borbély, Daan, Wirz-

Justice, & Deboer, 2016; Duffy & Czeisler, 2009).

O sistema circadiano, responsável por regular o processo C é autossustentável, e

assim, capaz de promover a regulação dos ritmos circadianos endógenos mesmo na

ausência de pistas ambientais (Crowley, Tarokh, & Carskadon, 2014; Czeisler & Gooley,

2007). Nos mamíferos, esses ritmos são controlados pelo núcleo supraquiasmático

(SCN), composto por um grupo de neurônios localizado no hipotálamo (Edgar, Dement

& Fuller, 1993). Em condições normais, o sistema de temporização circadiano, nos

humanos, é sincronizado principalmente através de variações na intensidade da luz

ambiental (Czeisler,1994). A entrada e transmissão da pista luminosa são possíveis

devido a um grupo de células ganglionares da retina (RGCs), que se projetam até o SCN

(Gooley, Lu, Chou, Scammell & Saper, 2001). Estas, por sua vez, contêm o fotopigmento

melanopsina, cuja maior sensibilidade ocorre frente à luz com comprimento de onda de

aproximadamente 480nm (equivalente à luz azul), sendo assim menos perceptível ao

sistema visual, já que este é mais eficiente a partir da exposição a comprimentos de luz

próximos à 550nm (Stevens & Zhu, 2014).

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Os ritmos circadianos da espécie humana, cujo período intrínseco é próximo a

24,18 horas (Czeisler et al., 1999) quando sincronizados ao ritmo do ciclo claro-escuro

natural, permitem a antecipação dos processos fisiológicos necessários para iniciar o dia

e a noite (Stevens & Zhu, 2014) e assim, a expressão de comportamentos, como, as

interações sociais, na fase ambiental mais propícia (Hagenauer, Perryman, Lee, &

Carskadon, 2009; Czeisler et al., 1999).

Os componentes homeostático e circadiano interagem entre si para promover a

continuidade do sono e da vigília (Achermann & Borbély, 2011). Desse modo, o

indivíduo é estimulado a acordar pela manhã, em razão do baixo nível de propensão

homeostática ao sono, atribuído à dissipação da pressão ao sono enquanto dormia e à alta

propensão circadiana ao alerta em decorrência da fase clara do dia. Ao longo da vigília a

propensão homeostática ao sono começa a aumentar, porém o indivíduo se mantém

acordado devido à propensão ao alerta gerada pelo componente circadiano. O sono

noturno ocorre após o componente S atingir o limite máximo de propensão ao sono,

enquanto o processo C atua promovendo a continuidade do sono a partir da segunda

metade da noite, momento este em que a pressão homeostática já se encontra em níveis

baixos (Borbély et al., 2016; Achermann & Borbély, 2011; Dijk & Czeisler,1995).

Para observar como esses processos se comportam ao longo da vida e frente a

pressões ambientais, as pesquisas muitas vezes fazem uso de marcadores biológicos. No

que se refere ao mecanismo homeostático, os estudos utilizam a atividade de ondas lentas

(SWA) como marcador deste processo, haja vista a relação entre eles (Achermann &

Borbély, 2011). Ambas, a pressão homeostática e a SWA encontram-se em níveis

máximos no início do episódio de sono noturno, tendem a dissipar ao longo da noite e

aumentar novamente durante a vigília (Dijk, Brunner, Beersma, & Borbély, 1990).

Em relação ao mecanismo circadiano, um dos seus marcadores é o ritmo da

melatonina, haja vista que apresenta características que podem ser usadas para medir a

fase do sistema circadiano. Em condições normais (ciclo claro/escuro de 24h) a

melatonina começa a ser secretada entre 1 e 2 horas antes do início do sono e declina a

níveis basais entre 1 e 2 horas depois do indivíduo acordar. Outros ritmos endógenos

utilizados como marcadores circadianos são o ritmo da temperatura corporal e a secreção

de cortisol (Skene & Arendt, 2006).

Esses marcadores podem ser usados em pesquisas que se propõem a encontrar

evidências relacionadas às hipóteses levantadas para explicar o atraso de fase observado

na adolescência. Uma destas hipóteses diz respeito a mudanças no sistema homeostático.

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De acordo com esta, a facilidade dos adolescentes mais velhos em atrasar o horário de ir

dormir é ocasionada pela maior lentidão em acumular a pressão homeostática ao sono ao

longo da vigília (Crowley, Wolfson, Tarokh, Carskadon, 2018). Em concordância com

esta hipótese, Taylor, Jenni, Acebo & Carskadon (2005) verificaram que adolescentes

mais novos (11,1 anos) adormeceram mais rápido do que os mais velhos (13,9 anos) após

passarem por uma vigília prolongada de 14,5 e 16,5 h. Este comportamento estaria,

portanto, relacionado a menor velocidade em acumular a propensão homeostática ao sono

por parte dos mais velhos (Jenni, Achermann, & Carskadon, 2005; Crowley et al., 2014).

As pesquisas realizadas até o momento reforçam esta hipótese (Crowley, Wolfson,

Tarokh, Carskadon, 2018).

Em contrapartida, estudos têm mostrado que a velocidade de dissipação da

propensão homeostática ao longo do episódio de sono não é modificada ao longo da

adolescência (Jenni & Carskadon, 2004; Tarokh, Carskadon, & Achermann, 2012).

Logo, a necessidade de sono não muda durante esta fase da vida, assim como observado

por Carskadon et al. (1982). Neste estudo foi verificado que adolescentes com estágios

maturacionais e idades diferentes (10 e 17 anos) dormiram em média 9,25h, mesmo com

uma oportunidade de sono de 10h.

Outras hipóteses para o atraso de fase dos adolescentes estão relacionadas ao

período circadiano e à sensibilidade à luz. A primeira, teoriza que o atraso de fase

ocorreria devido ao aumento no período circadiano (Crowley, Wolfson, Tarokh,

Carskadon, 2018). Estudos como o de Carskadon & Acebo (2005), corroboram com esta

hipótese, haja vista que ao comparar o período endógeno entre adolescentes e adultos, as

autoras observaram que os primeiros apresentaram um período circadiano maior. Em

contrapartida, resultados mais recentes observados por Crowley & Eastman (2018)

indicam evidências desfavoráveis, pois estas autoras verificaram que a média do período

endógeno entre jovens (14,3 e 17,8 anos) e adultos (30,8 e 45,8 anos) foi a mesma, isto é,

de aproximadamente 24,2 horas.

Quanto a hipótese sobre a sensibilidade à luz, esta propõe que os adolescentes

mais velhos poderiam ser mais sensíveis à luz no início da noite subjetiva, levando-os ao

atraso de fase, ou apresentar menor sensibilidade à luz no início do dia subjetivo,

dificultando o avanço de fase (Crowley, Wolfson, Tarokh, Carskadon, 2018). Embora,

tenham sido encontradas evidências favoráveis com um modelo animal – ratos de

diferentes idades - (Weinert & Kompauerova, 1998), o estudo realizado por Crowley et

al. (2015) identificou evidências desfavoráveis quanto às modificações na sensibilidade

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à luz no início da noite subjetiva. Diferente do proposto pela hipótese, estes autores

observaram que a sensibilidade à luz no início da noite biológica foi maior nos

adolescentes mais novos (estágio Tanner 1-3) quando comparado aos mais velhos

(estágio Tanner 4-5). Os mesmos avaliaram ainda a sensibilidade à luz no início do dia

biológico. Os resultados encontrados indicaram uma tendência para os adolescentes mais

novos (início e meio da puberdade) apresentarem maior sensibilidade à luz nessa fase do

dia quando comparados aos mais velhos. Embora não tenham observado diferenças

significativas, este estudo apresentou indícios que suportam a hipótese de que

adolescentes mais velhos são menos sensíveis à luz no início do dia biológico do que os

mais novos. Logo, os adolescentes mais velhos seriam menos sensíveis à luz no início da

noite e do dia biológicos quando comparados aos mais novos.

A partir dessas evidências, sugere-se que o atraso de fase observado na

adolescência pode ser ocasionado por modificações quanto ao acúmulo da propensão

homeostática ao sono, as quais refletem no sistema circadiano. Ou seja, devido a maior

lentidão em acumular a propensão homeostática ao sono, os adolescentes tendem a

estender a vigília até horários mais tardios da noite, aumentando assim, a sua exposição

à luz artificial nesta fase. Este comportamento, por sua vez, contribui para o atraso de fase

circadiano, na medida em que desloca a fase de sono para horários mais tardios no dia

seguinte à exposição. Esse atraso de fase pode ser potencializado pela maior autonomia

em torno dos fatores comportamentais e sociais, capazes de influenciar a escolha sobre

os horários de dormir e acordar (Carskadon, Acebo, & Jenni, 2004).

1.2. Hábitos/qualidade do sono e sua relação com o nível de conhecimento sobre

o sono de jovens universitários:

Assim como a nutrição, o sono é considerado uma necessidade biológica a todos

os animais (Czeisler & Gooley, 2007), pois é fundamental para a consolidação da

aprendizagem e da memória (Krueger & Obal, 2003) e para a homeostase metabólica.

Sua função reparadora provavelmente está associada à remoção dos resíduos

neurotóxicos acumulados pelo sistema nervoso central durante a vigília (Xie et al., 2013).

Há indícios ainda de sua importância no controle glicêmico, haja vista que os distúrbios

de sono podem favorecer o aparecimento da resistência à insulina (Spiegel, Knutson,

Leproult, Tasali, & Cauter, 2005).

Apesar das diferenças interindividuais em torno da quantidade de sono (Touitou

et al., 2017), pesquisas sugerem que os adolescentes devem dormir entre 8h e 10h por

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noite para garantir um bom rendimento escolar (Hirshkowitz et al., 2015). Todavia,

muitos indivíduos que estudam ou trabalham pela manhã têm dificuldade em manter essa

duração de sono ao longo da semana. Isto ocorre pois as mudanças nos sistemas

homeostático e circadiano (maior lentidão em acumular a pressão homeostática ao sono

e o atraso de fase, respectivamente) agem atrasando o horário de dormir dos adolescentes.

Este atraso é influenciado por pressões psicossociais, tais como: maior autonomia em

relação aos horários de dormir e ao uso de dispositivos de mídia, além da pressão

acadêmica. As pressões bioreguladora e psicossocial podem ainda interagir entre si,

aumentando esse atraso (Crowley, Wolfson, Tarokh, Carskadon, 2018). Como

consequência, os indivíduos tendem a acordar mais tarde. Entretanto, devido a pressão

social, principalmente, ao horário de início das aulas do turno matutino, os estudantes

precisam adiantar o horário de levantar e, com isto, encurtam a duração do sono na

semana letiva (Carskadon, 2011).

Essa redução na duração do sono caracteriza um quadro de privação parcial

crônica de sono, haja vista, em que esta é ocasionada pela redução na quantidade de horas

de sono noturno ao longo de vários dias consecutivos (Banks & Dinges, 2007; Banks &

Dinges, 2011). Em contrapartida, nos fins de semana, os jovens tendem a expressar a fase

endógena, isto é, passam a atrasar o horário de dormir e, devido à falta da obrigação em

acordar cedo para ir à escola, tendem a estender a fase de sono até horários mais tardios

do dia, num mecanismo de compensação da privação de sono sofrida na semana de aula

(Crowley & Carskadon, 2010). Desse modo, passam a apresentar um padrão de restrição-

expansão do sono entre semana e fim de semana, o que leva ao aumento da irregularidade

nos horários de sono (Silva, 2010; Hershner & Chervin, 2014).

Valdez, Ramírez e Garcia (1996) sugeriam, então, que a maior duração de sono

nos finais de semana entre estudantes universitários ocorreria devido à redução do sono

sofrida na semana, enquanto o atraso no horário de dormir parecia estar associado à

tendência do sistema circadiano em manter o atraso de fase. A dificuldade em ir para a

cama mais cedo pode estar relacionada ainda à fatores sociais, como, atividades

recreativas e ocupacionais (Alhola & Polo-kantola, 2007; Banks & Dinges, 2007), que

muitas vezes são realizadas à noite.

Muitos jovens reportam o uso de estimulantes à base de cafeína, álcool e drogas

ilícitas como estratégia para diminuir os efeitos da sonolência diurna e melhorar o alerta

e desempenho cognitivo (Owens, 2014). Foi possível observar em alguns estudos, a

relação entre o consumo de bebidas alcóolicas pelos jovens e prejuízos na quantidade e

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qualidade de sono, devido à fragmentação deste na segunda metade da noite (Pereira,

2013; Hershner & Chervin, 2014), assim como uma correlação entre o uso de cafeína e o

aumento da latência de sono e de despertares noturnos (Landolt, Dijk, Gaus, & Borbély,

1995; Pollak & Bright, 2003). Calamaro, Mason e Ratcliffe (2009) observaram a

dificuldade dos adolescentes em manter o alerta ao longo do dia após o uso conjunto de

múltiplos dispositivos tecnológicos e de cafeína na noite prévia.

Enquanto os jovens que estudam ou trabalham pela manhã são obrigados a acordar

mais cedo durante a semana, os fatores endógenos e sociais tendem a conduzi-los em

direção à vespertinidade, ou seja, a atrasar os horários de início e fim do sono. Por

conseguinte, esse conflito entre os fatores externos e internos causa maior irregularidade

e privação de sono, o que pode resultar no aumento da sonolência diurna, maior incidência

de cochilos ao longo do dia, prejuízo no desempenho acadêmico e problemas

comportamentais e emocionais (Sousa, Araújo, Azevedo, 2007; Medeiros, Mendes,

Lima, & Araujo, 2010; Jean-Louis, GIzycki, Zizi, & Nunes, 1998).

Além da idade, o cronotipo é capaz de influenciar a preferência circadiana dos

indivíduos (Willingham, 2013). Este, segundo Horne & Östberg (1977), é o termo

utilizado para caracterizar as preferências individuais quanto aos horários do dia para

realização das atividades. Além de vespertinos - indivíduos com preferência por dormir

e acordar tarde - os adolescentes podem ser matutinos, ou seja, terem preferência por

dormir e acordar cedo; ou intermediários, os quais preferem horários intermediários de

sono. Mais recentemente, Martynhak, Louzada, Pedrazolli, Araujo, (2010), sugeriram a

presença também do cronotipo bimodal. Logo, alguns adolescentes com perfil

intermediário, podem preferir realizar algumas atividades pela manhã e outras, à tarde.

As mudanças dos hábitos de sono ocorridas na juventude podem influenciar ainda

a qualidade de sono desses indivíduos (Clegg-Kraynok, McBean, & Montgomery-

Downs, 2011). Este é um componente do sono que afeta diretamente a qualidade de vida

do ser humano, haja vista sua relação com a latência, a eficiência, a regularidade e a

duração do sono, a qualidade do estado de repouso e a arquitetura do sono (Araújo, et al,

2013; Sai, 2007). Tanto a arquitetura quanto a fisiologia do sono são processos

necessários para a manutenção da saúde física e cognitiva dos indivíduos, logo, a má

qualidade de sono pode acarretar em depressão, ansiedade, quadros hipertensivos,

obesidade, além de comprometer a atenção, a memória, a capacidade de resolver

problemas e o desempenho acadêmico dos estudantes (Araújo, et al, 2013; Almondes,

2007; Crispim et al., 2007; Alessi, 2002).

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Independentemente da nacionalidade, a má qualidade de sono pode acometer entre

5% a 71% dos jovens universitários, (Araújo, et al., 2013). Neste contexto, são

importantes as pesquisas como as realizadas por Medeiros et al. (2001) e Lund et al.,

(2010), os quais observaram prejuízos na qualidade de sono daqueles estudantes privados

de sono e com irregularidade do ciclo sono/vigília. Além destes fatores, Adeosun, Asa,

Babalola & Akanmu (2008) verificaram uma correlação negativa entre a qualidade de

sono e o Índice de Rendimento Acadêmico de graduandos que praticavam atividade de

leitura à noite. É importante frisar que muitos jovens podem enfrentar mudanças nos

padrões de sono desde o primeiro ano da graduação, devido ao estresse provocado pela

transição do ensino básico para o superior (Hicks & Heastie, 2008). Lund et al., (2010)

indicaram o estresse e a tensão como os fatores que mais impactam a qualidade de sono

dos jovens.

Em resumo, Medeiros et al. (2010) propuseram que fatores exógenos, tais como,

as demandas e horários acadêmicos, associados àqueles biológicos, influenciam o ciclo

sono e vigília e a qualidade de sono dos universitários. Dessa forma, a irregularidade nos

horários de dormir e acordar, juntamente com a privação e a má qualidade de sono,

parecem agir sobre o desempenho acadêmico dos mesmos. Todavia, muitos jovens que

apresentam dificuldades acadêmicas não percebem que a prática de maus hábitos de sono

pode contribuir para o afloramento desses problemas (Buboltz, Brown & Soper, 2001).

O conhecimento acerca do conjunto de comportamentos relacionados à promoção

de um sono eficiente parece influenciar os hábitos e a qualidade de sono dos indivíduos

(Ellis, Hampson & Cropley, 2002). Dentre os comportamentos associados à higiene do

sono, estão: o consumo de cafeína, nicotina e álcool, a regularidade nos padrões do ciclo

sono e vigília, a duração dos cochilos diurnos, o uso de medicamentos para dormir, a

prática regular de atividade física e o cultivo de um ambiente de sono confortável (Suen,

Tam & Hon, 2010).

Pesquisas têm evidenciado que estudantes com hábitos de sono pouco saudáveis

apresentam menor conhecimento sobre os comportamentos promotores do sono (Hicks,

Lucero-Gorman & Bautista, 1999). Brown, Buboltz, & Soper (2006) indicaram como

prováveis concepções sobre o sono entre os jovens, a crença de que a falta de sono durante

a semana pode ser compensada no fim de semana e ainda que dormir durante 8 horas é

um comportamento saudável em qualquer momento do dia. Esses mesmos autores

observaram que, após um programa de intervenção, os universitários que adquiriram

conhecimento sobre o sono, passaram a praticar bons hábitos de sono, tais como, redução

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dos cochilos, ir dormir sem fome e menor ingestão de cafeína, os quais persistiram por 6

semanas após a intervenção.

Outros estudos observaram ainda a relação entre o conhecimento sobre o sono e

os horários de ir para a cama e de levantar. Sousa, Souza, Louzada e Azevedo (2013)

verificaram que após a intervenção de um programa de higiene do sono, os adolescentes

tenderam a avançar o horário de ir para a cama e a atrasar o horário de levantar na semana

letiva. Além disso, os mesmos adiantaram, em mais de 1 hora, os horários de ir para a

cama e de levantar nos fins de semana. A partir desses resultados, os autores sugeriram

que essas mudanças, contribuíram para a redução da irregularidade nos horários de ir para

a cama e de levantar, em cerca de 30 minutos. Esses indícios sugerem que o conhecimento

sobre o sono está relacionado a prática de melhores hábitos de sono. Contudo, estudos

como os de Gallasch & Gradisar (2007) e LeBourgeois et al. (2005), não encontraram

uma relação direta entre o conhecimento sobre o sono e a qualidade de sono, mas sim,

observaram que a qualidade de sono está associada à prática de bons hábitos de sono. Isto

ocorre, provavelmente, pelo o fato do conhecimento nem sempre ser acompanhado de

mudança comportamental.

Uma das possíveis causas que dificultam a transposição do conhecimento em

prática é a cultura. Ao comparar a prática de hábitos de sono entre adolescentes italianos

e americanos, LeBourgeois et al. (2005) verificaram que os primeiros praticavam menos

hábitos ruins de sono do que os americanos. Os autores então sugeriram que a prática de

melhores hábitos de sono por parte dos italianos estaria associada a um maior nível de

conhecimento acerca do sono destes jovens. Além da cultura, a motivação do indivíduo

pode influenciar sua decisão em querer mudar a partir do conhecimento adquirido. Os

jovens podem reduzir sua motivação, caso não acreditem que as recomendações para boas

práticas de sono resultem em efeitos positivos ao seu próprio sono, ou ainda duvidem da

sua capacidade em realizar essas recomendações por achar que as mesmas são difíceis de

serem implementadas no seu dia a dia (Digdon, 2010).

Outra provável causa dessa dificuldade estaria nas crenças em torno do sono.

Muitos estudantes acreditam que seu próprio sono não é afetado pela prática de maus

hábitos de sono, de modo semelhante à população em geral. Digdon (2010) observou que

hábitos, como: fazer refeições pesadas, estudar ou assistir TV no quarto perto da hora de

dormir, dormir pouco na semana, estender o sono nos fins de semana e alongar o tempo

na cama, não são considerados, por alguns graduandos, como hábitos prejudiciais ao seu

sono. A partir desse resultado, o autor supõe que os estudantes não estariam cientes ou

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seriam resistentes aos efeitos negativos dos maus hábitos de sono, o que diminuiria a

vontade destes em transpor o conhecimento em prática de sono.

1.3. Atenção

A atenção é um processo cognitivo básico e que, portanto, pode modular o

desempenho em muitas tarefas (Valdez et al., 2010), tais como: operações aritméticas,

compreensão da linguagem, tempo de reação, memória e que requerem habilidade de

planejamento e tomada de decisão (Zentall et al., 1994; Petros et al.,1990; Vaurio,

Simmonds e Mostofsky, 2009; Kempton et al., 1999; Barkley et al., 2002). Contudo, não

há um consenso entre os pesquisadores quanto a sua definição (Berlyne, 1969).

Algumas teorias conceituam a atenção como um processo de capacidade limitada

(Tejero, 1999), pois pressupõem que a mesma seria um processo cognitivo unitário, isto

é, capaz de filtrar as informações sem apresentar qualquer relação com as funções

cerebrais (Roselló, 1997; Valdez et al. 2005). Todavia, essas teorias implicam em

identificar o momento em que ocorre o filtro atencional (Valdez, 2005). Para Broadbent

(1962), a limitação atencional estaria na entrada de determinada informação sensorial

que, por sua vez, limitaria a entrada de outras informações, enquanto Egeth & Vantis

(1997) e Johnsto & Dark (1986) propõem que essa limitação se encontraria na capacidade

de selecionar os estímulos mais relevantes em cada ocasião.

Outros autores, no entanto, indicam a atenção como um processo multifatorial,

haja vista que a mesma estaria relacionada com a ativação de determinadas áreas cerebrais

e que poderia ser definida por meio de seus componentes (Sweets, 1970). Cohen (1993)

então, definiu a atenção como um processo cognitivo responsável por permitir ao

indivíduo o aumento da sua capacidade em responder ao meio, a partir da seleção de

estímulos sensoriais, os quais seriam processados de forma mais rápida e eficaz, de modo

a gerar respostas específicas para cada situação. Ainda, segundo este autor, o processo

atencional capacitaria o indivíduo a sustentar a atenção ao longo do tempo.

Como não é possível observar a atenção de forma direta, modelos neuropsicológicos

foram desenvolvidos com o intuito de identificar os indicadores e os parâmetros que

precisam ser usados para mensurar o processo atencional (Valdez et al., 2005). Um destes

modelos foi proposto por Posner e Rafal (1987). Para estes, a atenção compreende três

componentes. O primeiro, denominado de alerta, corresponde a um estado físico e mental

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de excitação e assim, prepara o indivíduo para responder a determinado estímulo. Este

componente é subdividido em: alerta tônico, o qual atua permitindo o alerta em diferentes

momentos do dia, devido a sua relação com os ritmos circadianos, tais como, o ritmo do

cortisol sanguíneo e da temperatura corporal; e o alerta fásico, cuja função é promover

rapidamente o aumento da atenção logo após a transmissão de um sinal de aviso. O

segundo componente é a atenção seletiva, que é responsável por facilitar o processamento

de determinadas informações, de modo a permitir que o indivíduo foque sua atenção a

um estímulo em especial e desconsidere os outros presentes no meio; e por fim, a

vigilância, a qual se refere à quantidade de esforço mental investido em uma determinada

tarefa ao longo do tempo, desde que este tempo não ultrapasse o limite em que a tarefa

possa ser sustentada. A vigilância pode ser influenciada por informações armazenadas na

memória, pelo comportamento e por níveis de consciência.

Posteriormente, com base no modelo proposto por Posner e Rafal (1987), Valdez et

al. (2005) sugeriram algumas modificações na definição e avaliação de cada um dos

componentes de atenção. Nesta proposta, a atenção passou a ser composta por quatro

componentes: o alerta tônico, o qual permite ao indivíduo responder a qualquer estímulo

ambiental, sendo, portanto, o componente mais basal; o alerta fásico, que capacita o

indivíduo a responder a um estímulo ambiental após um sinal de aviso; a atenção seletiva,

que é a capacidade do indivíduo em abstrair os estímulos ambientais ao seu redor

enquanto responde a um estímulo específico; e a atenção sustentada, denominada também

de vigilância e concentração, que consiste na capacidade de se manter responsivo ao

ambiente enquanto o estímulo permanecer (Valdez et al., 2005).

De acordo com esse modelo neuropsicológico, o alerta tônico depende da ativação

do córtex pré-frontal e do sistema reticular ascendente, sendo a atividade deste sistema

importante também para o alerta fásico. A atenção seletiva e a sustentada necessitam da

ativação do córtex pré-frontal, contudo, a primeira é influenciada ainda pela atividade dos

lobos parietais posterior e inferior, enquanto a atenção sustentada é dependente também

da atividade do sistema ativador reticular ascendente (Valdez et al., 2005).

Essas mesmas áreas cerebrais estão associadas à manutenção do ciclo sono e vigília,

sendo a atividade do sistema ativador reticular ascendente diretamente relacionada à

manutenção da vigília (Lim & Dinges, 2008). Isto é de grande relevância, pois, assim

como o desempenho nas tarefas, os componentes de atenção parecem ser modulados pelas

variações diárias ocorridas nos processos homeostático e circadiano (Carrier & Monk,

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2000). O processo homeostático influencia o desempenho, tornando alto o nível da

eficiência na execução da tarefa durante o dia e diminuindo este na medida em que a

vigília é estendida, devido ao aumento da pressão homeostática ao sono (Wyatt et al.,

1999). Por sermos uma espécie diurna, as variações circadianas tendem a promover um

melhor desempenho durante o dia e o decaimento deste no decorrer da noite (Carrier &

Monk, 2000). O padrão oscilatório do desempenho, gerado pela influência circadiana

pode estar associado à fase do dia e possuir relação de fase com um marcador fisiológico

do sistema circadiano, tais como, os ritmos de temperatura corporal e de secreção de

melatonina (Jewett & Kronauer, 1999). Referente aos componentes da atenção, estudos

observaram modificações homeostáticas e circadianas no alerta tônico (Graw et al.,

2004), alerta fásico (Valdez et al., 2005), atenção seletiva (Sagaspe et al., 2006) e atenção

sustentada (Valdez et al., 2010), após a aplicação de diferentes protocolos

(dessincronização forçada, rotina constante e privação de sono), os quais atuam

promovendo a dissociação dos ritmos circadianos ao ciclo claro e escuro e mudanças

quanto à duração da vigília.

A privação parcial crônica do sono, presente no cotidiano de muitos jovens, além de

aumentar a sonolência, a fadiga e a irritabilidade, (Dinges et al., 1997; Herscovitch &

Broughton, 1981), pode estar associada à maior incidência de lapsos de atenção (Banks

& Dinges, 2007), à redução da memória, da aprendizagem, do processamento verbal e do

raciocínio lógico (Dinges et al., 2003). Pilcher e Huffcutt (1996) observaram que a

privação parcial crônica de sono (< 5 horas/dia) afeta em maior proporção o desempenho

cognitivo dos sujeitos quando comparado à privação total de sono de curto prazo (< ou

igual a 45 horas) e à privação total de sono de longo prazo (> 45 horas). Em relação ao

desempenho em tarefas de atenção, estudos sugerem que a restrição do sono prejudica o

alerta tônico e a atenção seletiva (Thomas et al., 2000). Associado a isso, a fadiga, gerada

pelo acúmulo da pressão homeostática ao sono, é capaz de reduzir a atenção sustentada

dos indivíduos (Gillberg & Åkerstedt, 1998). O impacto da privação do sono sobre os

componentes da atenção parece ocorrer desde a infância. Belísio et al. (2016) observaram

que a antecipação de 1:30h no horário de levantar, na semana de aula, foi associada a

redução na eficiência da atenção sustentada em crianças da educação infantil que

estudavam pela manhã.

O desempenho cognitivo geralmente está relacionado à prática de bons hábitos e

qualidade de sono (Trockel, Barnes, & Egget, 2010; Bicho, 2013). Entretanto, a vida

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universitária muitas vezes vem acompanhada de comportamentos de sono não saudáveis

(Gomes, Tavares, Azevedo, 2009), em especial para aqueles cujas aulas iniciam às 7:00h

da manhã. Segundo o estudo realizado por Silva (2010), os graduandos que iniciavam as

aulas nesse horário, apresentaram maior irregularidade e má qualidade de sono, além de

pior desempenho cognitivo comparado àqueles que estudavam a partir das 8:00h da

manhã. Dentre os déficits cognitivos resultantes da dificuldade em manter uma

regularidade do ciclo sono e vigília estão os lapsos de atenção (Banks & Dinges, 2007),

os quais possuem uma relação negativa com o processo de aprendizagem. Por sua vez, os

hábitos e a qualidade de sono podem ser influenciados pelo nível de conhecimento sobre

o sono (Brown, Buboltz, & Soper, 2006). Considerando que o conhecimento permite a

apropriação de saberes e a autonomia do indivíduo para que o mesmo venha a tomar as

decisões mais adequadas a sua realidade, inclusive sobre a saúde (Mansano & Rossi,

2009), o presente estudo propõe caracterizar o nível de conhecimento acerca do sono e

avaliar sua relação com os hábitos e a qualidade de sono, além da relação entre estes e os

componentes de atenção de graduandos matriculados em cursos ministrados no turno

matutino numa universidade pública de Natal/RN.

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo Geral

Investigar a relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e

qualidade de sono, e os componentes da atenção em jovens universitários.

2.2. Objetivos específicos:

Descrever o nível de conhecimento sobre o sono, os hábitos de sono, tais como: os

hábitos antes de dormir e após acordar, a presença de dispositivos que emitem luz

(computador, laptop e tv) no quarto, o horário de deitar, dormir, acordar e levantar,

tempo total na cama e tempo total de sono e a irregularidade nos horários de deitar,

dormir, acordar e levantar, no tempo total na cama e no tempo total de sono, além da

qualidade de sono de graduandos;

Avaliar os componentes da atenção dos adolescentes numa tarefa cognitiva realizada

pela manhã;

Avaliar a relação entre e os hábitos e a qualidade de sono dos jovens universitários.

Avaliar a relação entre o nível de conhecimento a respeito do sono e os componentes

da atenção dos discentes numa tarefa cognitiva realizada pela manhã.

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2.3. HIPÓTESES E PREDIÇÕES:

Hipótese 1: Os hábitos e qualidade de sono variam de acordo com o nível de

conhecimento relacionado ao sono dos graduandos.

Predição 1: Os graduandos com maior nível de conhecimento sobre o sono

praticam bons hábitos de sono antes de dormir e após acordar, não possuem dispositivos

que emitem luz (computador, laptop e tv) no quarto, irão para a cama e dormirão mais

cedo, assim como terão horários mais adiantados de acordar e levantar durante os dias de

aula, e apresentarão maior tempo total na cama, maior tempo total de sono e maior

regularidade nos horários de sono.

Predição 2: Os graduandos com maior nível de conhecimento sobre o sono

apresentarão melhor qualidade de sono.

Hipótese 2: O desempenho na tarefa de atenção pela manhã varia de acordo

com os hábitos e qualidade de sono dos jovens, que varia em função do conhecimento

sobre o sono.

Predição 1: Os jovens com melhor nível de conhecimento sobre o sono praticam

bons hábitos e têm melhor qualidade de sono, apresentando melhor desempenho na tarefa

de atenção pela manhã.

3. METODOLOGIA

3.1. Participantes da pesquisa

O estudo foi desenvolvido com a participação de 35 estudantes de uma

universidade pública do Rio Grande do Norte. Os dados foram coletados entre fevereiro

e setembro de 2018. Após a apresentação da pesquisa, 86 discentes assinaram o Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido, 61 preencheram os questionários e destes, 51

realizaram a tarefa de atenção. Após a aplicação dos critérios de exclusão, a amostra final

foi composta por 35 jovens (27 mulheres e 8 homens) com idade média de 19,8 (±1,9)

anos.

3.2. Critérios de inclusão

Foram incluídos na pesquisa, discentes de uma universidade pública do Rio

Grande do Norte, matriculados em cursos das áreas das ciências da saúde e biológicas do

turno matutino/vespertino (MT), com idade entre 17 e 25 anos, de ambos os sexos e que

aceitaram participar voluntariamente da pesquisa.

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3.3. Critérios de exclusão

Foram excluídos da amostra aqueles que relataram por meio do questionário “A

Saúde e o Sono”, distúrbio neurológico ou de sono, deficiência visual e/ou o uso de

psicofármacos que pudessem interferir no desempenho e na percepção sensorial durante

a execução da tarefa cognitiva.

3.4. Procedimentos prévios à coleta de dados

O presente estudo faz parte de um projeto de pesquisa maior aprovado pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da UFRN – CEP (parecer número 2.165.576)

(Anexo1)

Apresentação dos objetivos e da metodologia da pesquisa ao público alvo, a fim

de recrutar participantes para a pesquisa, por meio de visitas às salas de aula,

abordagem aos alunos nos intervalos entre às aulas e explanação do estudo via

meios de comunicação (televisão e jornal online);

Obtenção da assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (assinado

por aqueles maiores de 18 anos ou responsáveis pelos menores de idade) e do

Termo de Assentimento (assinado apenas pelos menores de 18 anos) por parte

daqueles que aceitaram participar voluntariamente da pesquisa. Ambos os termos

continham as informações sobre os objetivos e metodologia da pesquisa.

3.5. Coleta de dados

Com o intuito de caracterizar os hábitos, a qualidade de sono e os componentes

da atenção em função do nível de conhecimento sobre o sono dos discentes da graduação,

a coleta de dados foi realizada em três etapas, por meio dos instrumentos descritos no

Quadro 1.

Inicialmente, houve a apresentação dos objetivos e metodologias do estudo, e a

entrega do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de Assentimento

aos estudantes que desejaram participar da pesquisa. Em seguida, realizou-se um

levantamento acerca da saúde, hábitos e qualidade de sono, sonolência diurna, cronotipo

e nível de conhecimento sobre o sono, através do preenchimento de questionários.

Posteriormente, os estudantes receberam um diário de sono e um actímetro para registrar

de forma subjetiva e objetiva, respectivamente, seus padrões de sono durante 10 dias, a

começar no sábado, relatando o horário em que deitou na sexta, e finalizar 10 dias depois,

anotando a que horas acordou na segunda. Dentro desses 10 dias, os voluntários

escolheram um único horário (7:00 às 08:00h, 08:00 às 09:00h ou 09:00 às 10:00h da

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manhã) entre terça-feira e sexta-feira, para realizar a última etapa da coleta: a avaliação

dos componentes de atenção (Valdez et al., 2005). Este procedimento ocorreu em uma

sala destinada apenas a coleta de dados relacionados à atenção, sendo, portanto, um local

capaz de reduzir os estímulos externos. Optamos por excluir a segunda-feira desta etapa

para diminuir a influência da transição do fim de semana para a semana no alerta dos

jovens. Além disso, com o intuito de reduzir a influência que os feriados têm sobre os

horários de sono dos jovens, não aplicamos a tarefa de atenção em semanas com feriados.

Quadro 1: Atividades, instrumentos utilizados e a duração necessária em cada etapa.

3.6.Avaliação do conhecimento sobre o sono e dos hábitos e qualidade de sono

3.6.1. Questionário “A Saúde e o Sono” (Anexo 2):

Permitiu a compreensão acerca do nível de conhecimento dos discentes em

relação ao sono. Para isto, foi observado o número de acertos obtido na questão 13, a qual

apresentava 20 afirmações sobre o sono e deveriam ser respondidas com “verdadeiro”,

“falso” ou “não sei”. Dentre estas, havia afirmações corretas, tais como: “dormir pouco

nos torna mais irritadiços e agressivos”; e falsas, como, por exemplo: “a qualidade do

sono é a mesma, independe do horário que vamos dormir” Havia ainda algumas

afirmações que podiam confundir os participantes devido a concepções alternativas, tais

como: “todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite” e “somos mais

produtivos quando acordamos cedo”.

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Além disso, esse questionário forneceu informações sobre os hábitos de sono e da

saúde geral dos graduandos, o qual foi necessário para a aplicação dos critérios de

inclusão e exclusão. Vale salientar que foi utilizada a versão modificada do questionário

“A Saúde e o Sono” (Mathias, Mendonça & Andrade, 2006).

3.6.2. Índice de qualidade de sono de Pittsburgh (IQSP) (Anexo 3):

Avalia a qualidade subjetiva do sono do mês prévio ao qual o indivíduo se

encontra. Este questionário apresenta questões referentes aos horários de dormir, acordar,

latência, duração e distúrbios de sono, além do uso de medicamentos para dormir. A

pontuação varia entre 0 e 21 pontos, sendo a má qualidade de sono indicada por valores

acima de 5 pontos (Buysse et al., 1989).

3.6.3. Escala de Sonolência de Epworth (Anexo 4)

A escala de sonolência de Epworth é composta por 8 questões relacionadas a

situações cotidianas hipotéticas que permitem medir o grau de sonolência diurna do

indivíduo (Johns, 1991). A pontuação para cada questão varia de 0 (menor possibilidade

de adormecer) a 3 (maior possibilidade de adormecer) pontos e os escores, de 0 a 24

pontos, sendo os valores abaixo de 10 pontos considerados indícios de pouca sonolência

e aqueles acima de 10 pontos, indícios de sonolência diurna excessiva. Esta escala foi

utilizada para verificar a porcentagem de estudantes que apresentavam pouca sonolência

e sonolência diurna excessiva.

3.6.4. Questionário de Matutinidade-Vespertinidade de Horne & Östberg

(cronotipo) (Anexo 5):

Foi utilizado o questionário desenvolvido por Horne e Östberg (1977), adaptado

ao público brasileiro por Benedito-Silva e colaboradores (1990), o qual apresenta

questões referentes à preferência pessoal quanto à realização das atividades ao longo de

um dia. Este questionário permite, por meio de um escore, classificar os indivíduos em

quatro categorias de cronotipo: vespertino, matutino, intermediário e numa proposta mais

recente, sugerida por Martynhak, Louzada, Pedrazolli & Araujo (2010), o cronotipo

bimodal. Por conseguinte, os menores escores são dos participantes com tendência à

vespertinidade, enquanto os maiores, à matutinidade. As pontuações intermediárias

definem o cronotipo intermediário, e os voluntários que variam entre os escores referentes

ao vespertino e ao matutino, são denominados bimodais.

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17

3.6.5. Diário do Sono (Anexo 6):

Permitiu registrar os hábitos de sono, tais como: os horários de dormir, acordar e

o tempo total na cama, a forma de despertar, assim como o número de cochilos durante o

dia e de despertares noturnos ao longo de 10 dias. A fim de avaliar a sonolência dos

estudantes ao acordar, este diário continha também a Escala de Sonolência com faces de

Maldonado et al. (2004), adaptada por Belísio (2014).

3.6.6. Actimetria

Os actímetros se assemelham a relógios de punho e são capazes de registrar a

atividade motora em intervalos de um minuto, além de monitorar a exposição à luz através

de um sensor encontrado na porção superior. Os participantes utilizaram o modelo

ActTrust, da empresa Condor instruments, no punho da mão não dominante durante os

10 dias de coleta.

3.7.Tarefa de Execução Contínua – CPT

Com o propósito de avaliar os componentes da atenção, usamos a versão da tarefa

modificada por Valdez et al. (2005). Para realiza-la, os voluntários devem sentar a uma

distância de 60 cm de um computador, cuja tela apresenta medição de 15 polegadas, a

qual exibe estímulos numéricos, com fonte Arial 60, no centro da tela branca.

Para responder a tarefa é necessário que o voluntário utilize as teclas 1, 2 e 3 com

auxílio dos dedos indicador, médio e anelar, respectivamente. Por conseguinte, o dígito 1

deve ser pressionado quando no centro da tela aparecer os números entre 0 e 8, enquanto

o 2 é acionado sempre que for exibido o número 9 e por fim, o dígito 3 deve ser

pressionado todas as vezes que o número 4 aparecer após o 9.

A duração total da tarefa é de 12 minutos e 12 segundos. Ao longo deste tempo

são apresentados 540 estímulos, divididos em 27 blocos de 20 estímulos. Destes, 14

estímulos são diferentes de “9”, 4 estímulos são iguais a “9” e 2 estímulos consistem do

“4” depois do “9”. Cada estímulo permanece na tela durante 100 milissegundos e o

intervalo entre os estímulos varia entre 1000 a 1400 milissegundos.

Essa tarefa permite a avaliação dos quatro componentes da atenção, de modo que

o voluntário faz uso do alerta tônico no momento em que responde aos estímulos entre 0

e 8, utiliza a atenção seletiva quando responde ao estímulo 9, usa o alerta fásico sempre

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que responde ao estímulo 4 após o 9, e a atenção sustentada ou vigilância é necessária

para que o indivíduo mantenha o foco ao longo dos 12 minutos e 12 segundos da tarefa.

Para ter certeza do entendimento quanto as regras da tarefa, os participantes

passaram inicialmente por um treino de 2 etapas: na primeira parte, a velocidade em que

os estímulos apareciam era controlada pelo aplicador e na segunda, os voluntários

realizavam uma pequena simulação referente à execução da tarefa. Os resultados do treino

não foram incluídos na análise dos dados.

3.8.Análise de dados

3.8.1. Variáveis

A fim de atender aos objetivos da pesquisa, descrevemos a seguir sobre as

variáveis analisadas, a começar pela variável independente: o nível de conhecimento

acerca do sono, o qual foi avaliado por meio das respostas corretas às 20 alternativas de

uma questão presente no questionário “A Saúde e o sono”. Todas as outras variáveis de

interesse, juntamente com os instrumentos utilizados para medi-las, estão organizadas no

Quadro 2.

Os hábitos de sono foram caracterizados a partir de dados subjetivos, por meio do

diário de sono e objetivos, através do actímetro. A primeira ferramenta permitiu a

obtenção dos horários de deitar e levantar, os quais foram utilizados para identificar o

tempo total na cama nos dias de aula e nos dias livres. Foram calculadas também as

irregularidades de sono, por meio do desvio padrão dos horários de deitar e levantar no

decorrer dos dias de coleta, além da irregularidade no tempo total na cama, a qual foi

medida através da diferença entre a média do tempo total na cama no fim de semana em

relação à semana. Por fim, o diário de sono proporcionou a obtenção da frequência e dos

horários de início, fim e duração média dos cochilos ocorridos ao longo dos dias de aula

e dos dias livres. Com o auxílio do actímetro, obtivemos os dados referentes aos horários

de dormir e acordar, à eficiência de sono, ao número de despertares noturnos e ao tempo

total dos despertares noturnos (WASO). Através deste equipamento, identificamos ainda

o tempo total na cama e o tempo total de sono dos voluntários no decorrer dos dias de

aula e dos dias livres. As fórmulas matemáticas utilizadas para identificar as

irregularidades nos horários de dormir e acordar, foram as mesmas usadas para calcular

as irregularidades nos horários de deitar e levantar. O mesmo ocorreu com as

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irregularidades no tempo total na cama e no tempo total de sono coletadas por meio do

actímetro.

A qualidade de sono foi avaliada de forma subjetiva, através do escore e da

frequência de boa e má qualidade de sono, ambos obtidos pelo Índice de Pittsburgh; e de

modo objetivo, por meio da eficiência de sono, do número de despertares noturnos e do

WASO registrada via actímetro.

A sonolência diurna foi analisada a partir do escore e da frequência de pouca

sonolência e sonolência diurna excessiva, ambos gerados pela escala de sonolência de

Epworth, enquanto a sonolência ao acordar a cada dia da coleta foi avaliada através da

escala de sonolência de Maldonado, presente no diário de sono.

Os hábitos praticados antes de ir para a cama, como, “após às 18 horas, por quanto

tempo você usou o celular” e “o que estava fazendo antes de dormir?” e ainda, aqueles

praticados ao acordar: “por que você acordou nesse horário?” e “como foi acordado(a)

pela manhã?”, foram auto relatados no decorrer dos 10 dias de coleta, por meio do diário

de sono. Os outros hábitos analisados no trabalho: “você pratica atividade física?”, “você

usa óculos escuros no caminho de casa para a universidade?”, “tem TV no quarto?”, “tem

computador ou laptop no quarto?”, “hábito praticado na hora de dormir ou até duas horas

antes de dormir”, “hábito praticado na hora de acordar ou até duas horas depois de

acordar”, “o que você costuma fazer quando está com fome antes de dormir?”, “você se

sente sonolento durante o dia? Em qual horário?”, foram relatados pelos voluntários ao

preencherem o questionário A Saúde e o Sono.

Finalmente, o desempenho na tarefa de atenção foi avaliado através dos escores

do tempo de reação, do percentual de respostas corretas, erradas e de omissões para os

quatro componentes da atenção, obtidos na Tarefa de Execução Contínua. Vale salientar

que para a atenção sustentada, analisamos também os escores de estabilidade geral,

calculados pelo desvio padrão das respostas corretas e do tempo de reação entre os blocos;

e aqueles referentes à estabilidade ao longo da tarefa, os quais são calculados por meio

da regressão linear da porcentagem de respostas corretas e do tempo de reação no decorrer

da tarefa.

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20

Quadro 2: Variáveis de interesse, dependentes e instrumentos utilizados

3.8.2. Testes estatísticos

A análise de dados do presente trabalho foi realizada a partir da divisão da amostra

em dois grupos em função do número de acertos na questão sobre o conhecimento acerca

do sono. Após verificarmos que o número total de acertos variou de 10 a 18 pontos,

realizamos uma estatística descritiva para identificar as medidas de tendência central. Por

conseguinte, optamos por agrupar os indivíduos tomando como referência a mediana

desse conjunto de valores (Md = 14,0). Sendo assim, o grupo 1 (G1) compreendeu aqueles

indivíduos que acertaram entre 10 e 14 afirmações, e o grupo 2 (G2), os que fizeram de

15 a 18 pontos. Então denominamos: o G1 como o grupo de menor nível de conhecimento

sobre o sono e o G2 como aquele de maior nível de conhecimento sobre o sono.

Para testar a hipótese de que os hábitos de sono (horário de deitar, levantar,

dormir, acordar, tempo na cama e tempo de sono nos 10 dias de coleta) variam de acordo

com o nível de conhecimento sobre o sono foram realizados testes ANOVA Fatorial, em

que os fatores usados foram os grupos e os dias (dias de aula e dias livres).

As irregularidades nos horários de deitar, dormir e acordar foram analisadas

através do teste Mann-Whitney, enquanto a irregularidade nos horários de levantar e no

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tempo total na cama e de sono foram comparadas entre os grupos pelo teste ANOVA

One-Way.

Para avaliar a relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e a qualidade

de sono dos graduandos, analisamos a eficiência de sono por meio de uma ANOVA

Fatorial, cujos fatores foram os grupos e os dias, enquanto a frequência de boa e má

qualidade de sono entre os grupos foi avaliada através do teste Qui-quadrado (X2). Os

escores gerados pelo Índice de Pittsburgh foram analisados de duas formas: realizou-se o

teste ANOVA One-Way para comparar a qualidade de sono entre os grupos e uma

correlação de Pearson, a fim correlacionar os escores com o número de acertos na questão

sobre o conhecimento acerca do sono.

No que diz respeito à sonolência diurna excessiva, verificamos a frequência de

participantes com pouca sonolência e sonolência diurna excessiva entre os grupos, através

do teste Qui-quadrado (X2). A partir dos escores obtidos pela Escala de Epworth,

comparamos esses valores entre os grupos por meio do teste Mann-Whitney, e

correlacionamos esses escores com o número de acertos na questão sobre o conhecimento

acerca do sono, utilizando o teste de correlação de Spearman. Quanto à sonolência ao

acordar no decorrer dos dias de coleta, realizamos o teste ANOVA Fatorial em que os

fatores foram os grupos e os dias.

Os hábitos praticados antes de ir para a cama e após levantar, assim como a

presença de dispositivos de mídia (computador/laptop e televisão) no quarto foram

comparados entre os grupos a partir do teste Qui-quadrado (X2), exceto a questão “após

às 18 horas, por quanto tempo você usou o celular?”. Esta foi analisada através do teste

Mann-Whitney, em que comparamos a duração total de uso do celular nos dias de aula e

nos dias livres entre os grupos.

Por fim, a hipótese de que o desempenho na tarefa de atenção varia de acordo com

o conhecimento sobre o sono e consequentemente com os hábitos e a qualidade de sono,

foi avaliada por meio da comparação dos escores de cada componente em função dos

grupos, através do teste não paramétrico Mann-Whitney para as variáveis que não

apresentaram distribuição normal no teste Kolmogorov-Smirnov, e do teste ANOVA

One-way para aquelas com distribuição normal.

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4. Resultados:

4.1. Características gerais

Ao comparar o sexo e as médias de idade entre os dois grupos, encontramos

apenas uma tendência do grupo com maior nível de conhecimento sobre o sono (G2) em

apresentar uma maior proporção de mulheres quando comparado àquele com menor nível

de conhecimento sobre o sono (G1) (Qui-quadrado, p=0,08). Todavia, a média de idades

não diferiu entre os grupos (Mann-Whitney, p>0,05).

Tabela 1 – Percentual de indivíduos por sexo, média e desvio da idade em relação aos

grupos sobre o conhecimento acerca do sono.

Variáveis Grupo 1

(n=19)

Grupo 2

(n=16) p

Sexo (%)

Feminino

Masculino

Idade (Anos)

73,68%

26,31%

19,73 ± 1,62

81,25%

18,75%

19,87 ± 2,21

p=0,08#

p=0,89**

Qui-quadrado, #p<0,10; Mann-Whitney, **p>0,05.

Na comparação da distribuição do cronotipo entre os grupos, encontramos um

maior percentual de indivíduos do G2 com escores maiores, tendendo à matutinidade, e

do G1 com escores menores, mostrando uma tendência desses participantes à

vespertinidade (X2=99,18, p<0,05).

Figura 1 – Distribuição do cronotipo dos jovens de cada grupo.

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4.2. Hábitos de sono entre os grupos

4.2.1. Tempo usando o celular após às 18:00h

Durante os dias de aula, o G2 teve um menor tempo total de uso do celular após

às 18:00h quando comparado ao G1: o G2 apresentou uma duração média de 2:07h

(±01:37), enquanto o G1 utilizou o celular por 2:27h (±01:25) (Mann-Whitney, p=0,03).

Os grupos não diferiram nos dias livres (Mann-Whitney, p=0,29).

Figura 2- Tempo total de uso do celular pelos jovens de cada grupo após às 18 horas (média

erro padrão): A) Semana; B) Fim de semana (Mann-Whitney, *p<0,05).

4.2.2. O que fazia antes de dormir

Os voluntários do G2 relataram utilizar o computador num maior percentual e

assistir televisão em menor proporção do que o G1 nos dias de aula. Foi observado que

ambos os grupos utilizaram o celular em maior proporção nestes dias (X2=13,27, p<0,05).

Nos dias livres, o G2 continuou relatando o uso do computador numa maior proporção e

assistir televisão num menor percentual do que o G1. Além disso, o uso do celular foi

similar entre os grupos e o de videogame foi observado apenas entre os indivíduos do G2

(X2=19,10, p<0,05).

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Figura 3- Frequência dos hábitos realizados pelos jovens de cada grupo antes de dormir: A)

Semana; B) Fim de semana (X2, *p<0,05).

4.2.3. Hábitos praticados antes dormir e após acordar:

O G2 relatou ingerir mais de dois copos de água ou de outro tipo de líquido em

menor proporção do que o G1 e foi o único grupo a relatar ingerir refrigerante do tipo

cola, enquanto apenas os voluntários do G1 relataram tomar café e bebidas alcóolicas

antes de dormir (X2=29,84, p<0,05). Os grupos não diferiram quanto ao hábito praticado

antes de dormir, caso sintam fome (X2=2,45, p>0,05). Todavia, ao acordar, ambos os

grupos relataram ingerir café numa porcentagem similar, o G2 relatou o hábito de ingerir

achocolatado em maior proporção do que o G1, e foi o único grupo com voluntários que

relataram fazer uso de cigarro neste momento (X2=15,27, p<0,05).

Figura 4 - Frequência dos hábitos realizados pelos jovens de cada grupo antes de dormir e após

acordar: A) Hábitos praticados em até duas horas antes de dormir; B) Hábitos praticados, caso

sinta fome antes de dormir; C) Hábitos praticados após acordar (X2, *p<0,05).

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4.2.4. Forma de despertar

Grande parte do G2 relatou acordar de forma espontânea nos dias de aula e uma

menor proporção relatou necessitar do uso de despertador para acordar nestes dias quando

comparado ao G1 (X2=6,90, p<0,05). Não houve diferença entre os grupos quanto aos

dias livres (X2=0,67, p>0,05), momento em que a maioria relatou despertar

espontaneamente.

Figura 5 – Frequência dos relatos da forma de despertar dos jovens de cada grupo: A) Semana;

B) Fim de semana (X2, *p<0,05).

4.2.5. Motivos para acordar

Uma menor proporção de indivíduos do G2 relatou o horário das aulas como

motivo para acordar nos dias de aula e uma maior porcentagem destes indivíduos relatou

outros motivos para acordar nestes dias (X2=8,92, p<0,05). Todavia, uma maior

proporção de indivíduos do G2 relatou o horário de aula como motivo para acordar nos

dias livres e a atividade física/esportiva foi relatada apenas por indivíduos do G1

(X2=20,54, p<0,05).

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Figura 6 – Frequência dos relatos dos motivos para acordar dos jovens de cada grupo: A) Semana;

B) Fim de semana (X2, *p<0,05).

4.2.6. Sentir sono ao longo do dia

Nos dias de aula, um menor percentual de indivíduos do G2 relatou sentir sono

entre 08:00 e 10:00h da manhã, enquanto a maioria relatou sentir sono entre 14:00 e

16:00h quando comparado ao G1 (X2=14,69, p<0,05). Nos dias livres, nenhum voluntário

do G2 relatou sentir sono ao longo de toda a manhã, o que não ocorreu com o G1. Além

disso, o G1 relatou sentir sono em horários matutinos, vespertinos e noturnos tanto nos

dias de aula quanto nos dias livres (X2=26,62, p<0,05).

Figura 7 – Frequência dos relatos de cada grupo sobre o horário que os jovens sentem sono no

decorrer do dia: A) Semana; B) Fim de semana (X2, *p<0,05).

4.2.7. Uso de óculos escuros no percurso até a universidade; Prática de atividade física;

Computador ou laptop e televisão no quarto

A maioria dos voluntários do G2 relatou não fazer uso de óculos escuros no

percurso para a universidade diferentemente do G1 (X2=4,40, p<0,05). Quanto à prática

de atividade física, não houve diferença entre os grupos (X2=0,87, p>0,05). A maioria dos

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indivíduos do G2 relatou possuir computador ou laptop no quarto comparado ao G1

(X2=4,06, p<0,05). Entretanto, os grupos não diferiram quanto a presença de televisão

neste cômodo (X2=0,08, p>0,05).

Figura 8 – Frequência dos relatos de alguns hábitos de sono por grupo: A) Uso de óculos escuros

no percurso até a universidade; B) Prática de atividade física; C) Presença de computador ou

laptop no quarto D) Presença de televisão no quarto (X2, *p<0,05).

4.3. Padrões temporais de sono

4.3.1. Diário de Sono

Horários de deitar e levantar, tempo total da cama e irregularidades

No geral, o G2 tendeu a deitar cerca de 35 minutos mais cedo do que o G1 (F (1,346)

= 2,79, p=0,09) e independente do grupo, os indivíduos deitaram cerca de 52 minutos

mais cedo nos dias de aula do que nos dias livres (F(1,346) = 5,83, p<0,05). Embora não

tenha sido observada interação entre grupos e dias (F(1,346) = 1,94, p>0,05), no pós-teste,

encontramos diferença apenas entre os indivíduos do G2. Estes deitaram mais tarde nos

dias livres quando comparado aos dias de aula (Tukey, p < 0,05).

Independente do grupo, os indivíduos levantaram cerca de 2:02h mais tarde nos

dias livres comparado aos dias de aula (F(1,346) = 103,70, p<0,05). Contudo, não foi

observada diferença entre os grupos (F(1,346) = 1,75, p>0,05) e nem interação entre grupos

e dias (F(1,346) = 0,37, p>0,05).

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De maneira geral, os voluntários passaram cerca de 1:05h a menos na cama nos

dias de aula comparado aos dias livres (Anova F(1,345) = 20,57, p<0,05). Entretanto, os

grupos não diferiram em razão do tempo total na cama (F(1,345) = 0,61, p>0,05) e mesmo

não encontrando interação entre grupos e dias (F(1,345) = 1,21, p>0,05), observamos no

pós-teste que apenas os voluntários do G1 passaram mais tempo na cama nos dias livres

do que nos dias de aula (Tukey, p < 0,05).

Os grupos não diferiram quanto à irregularidade nos horários de deitar (Mann-

Whitney, p>0,05), levantar (F(1,33) = 0,75, p>0,05) e do tempo total na cama (F(1,32) = 0,65,

p>0,05).

Cochilos

A frequência de cochilos não diferiu entre os grupos nos dias de aula (X2=2,27,

p>0,05) e nos dias livres (X2=0,90, p>0,05). Da mesma forma, não foi observada

diferença quanto ao início (F(1,346) = 0,49, p>0,05), ao fim (F(1,346) = 0,64, p>0,05) e a

duração dos cochilos (F(1,346) = 1,89, p>0,05) entre os grupos. No geral, os indivíduos não

diferiram em função do início (F(1,346) = 1,07, p>0,05), do fim (F(1,346) = 1,08, p>0,05) e

da duração dos cochilos (F(1,346) = 0,75, p>0,05) entre os dias de aula e os dias livres,

assim como não houve interação entre grupos e dias em razão do início (F(1,346) = 1,71,

p>0,05), do fim (F(1,346) = 1,62, p>0,05) e da duração do cochilo (F(1,346) = 0,55, p>0,05).

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Tabela 2 - Médias e desvio padrão dos horários de sono, frequência e duração dos

cochilos obtidos a partir do preenchimento do diário de sono.

1Qui-quadrado G1 x G2; 2Anova Fatorial; 3Mann-Whitney; 4Anova One-way.

4.3.2. Actimetria

Horários de dormir e acordar, tempo total na cama, tempo total de sono e

irregularidades

De forma geral, os grupos não diferiram em função dos horários de dormir (F(1,322)

= 0,23, p>0,05). No entanto, os indivíduos dormiram cerca de 57 minutos mais cedo nos

dias de aula quando comparado aos dias livres (F(1,322) = 20,48, p<0,05), sem interação

entre grupos e dias (F(1,322) = 0,32, p>0,05).

Independente do dia, os voluntários do G2 acordaram cerca de 35 minutos mais

cedo do que aqueles do G1 (F(1,322) = 5,79, p<0,05) e de modo geral, os participantes

acordaram cerca de 2:03h mais tarde nos dias livres comparado aos dias de aula (F(1,322)

= 138,10, p<0,05), sem interação entre grupos e dias (F(1,322) = 0,78, p=0,37).

No geral, os indivíduos passaram cerca de 1:10h a mais na cama nos dias livres

do que nos dias de aula (Anova F(1,322) = 29,79, p<0,05). Todavia, o tempo total na cama

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não diferiu entre os grupos (Anova F(1,322) = 2,30, p>0,05), sem interação entre grupos e

dias (Anova F(1,322) = 1,60, p>0,05).

De forma geral, o tempo total de sono dos indivíduos foi cerca de 1:04h a mais

nos dias livres do que nos dias de aula (Anova F(1,322) = 26,17, p<0,05) e, independente

dos dias, houve uma tendência do G2 em apresentar cerca de 19 minutos a menos no

tempo total de sono do que o G1 (Anova F(1,322) = 2,86, p=0,09), sem interação entre

grupos e dias (Anova F(1,322) = 2,59, p>0,05).

Os grupos não diferiram quanto à irregularidade nos horários de dormir (Mann-

Whitney, p>0,05) e acordar (Mann-Whitney, p>0,05). Contudo, a irregularidade no

tempo total de sono do G2 foi 1:14h menor (F(1,33) = 4,60, p=0,03) e a irregularidade no

tempo total na cama tendeu a ser 1:15h menor quando comparados ao G1 (F(1,33) = 3,38,

p=0,07).

Número de despertares noturnos e Tempo total de despertares noturnos – WASO

Não foi encontrada diferença em relação ao número de despertares noturnos entre

os grupos (F(1,322) = 0,45, p>0,05). Contudo, os participantes despertaram mais vezes nos

dias livres do que nos dias de aula (F(1,322) = 3,61, p≤0,05), sem interação entre grupos e

dias (F(1,322) = 0,67, p>0,05).

Em relação ao WASO, não foi observada diferença entre os grupos (F(1,322) = 0,00,

p>0,05) e os dias (F(1,322) = 2,42, p>0,05), nem interação entre grupos e dias (F(1,322) =

0,00, p>0,05).

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31

Tabela 3 - Médias e desvio padrão dos horários de sono, número de despertares e tempo

total de despertares (WASO) obtidos a partir dos dados da actimetria.

1Anova Fatorial; 2Mann-Whitney; 3Anova One-way.

4.4. Sonolência diurna excessiva e Sonolência ao acordar

De forma geral, foi encontrada uma correlação negativa entre o número de acertos

nas questões a respeito do conhecimento sobre o sono e a sonolência diurna (Spearman

R(-0,352) = -2,16, p<0,05), ou seja, observamos que os indivíduos com maior número de

acertos apresentaram menor sonolência diurna. Ao comparar os grupos, o G2 tendeu a

apresentar uma menor sonolência diurna do que o G1 (Mann-Whitney, p=0,07). Além

disso, verificou-se que o G2 apresentou um menor percentual de indivíduos com

sonolência diurna quando comparado ao G1 (X2=15,67, p<0,05).

De forma geral, observamos que os indivíduos relataram maior sonolência ao

acordar nos dias de aula quando comparado aos dias livres (F(1,335) = 23,12, p<0,05). No

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32

entanto, não encontramos diferença entre os grupos (F(1,335) = 0,75, p>0,05) e não houve

interação entre grupos e dias (F(1,335) = 0,15, p>0,05).

Figura 9 – Sonolência diurna excessiva dos jovens, A) em função do número de acertos sobre o

sono, B) por grupo.

Tabela 4 - Sonolência diurna excessiva e sonolência ao acordar em função

dos grupos e dias

1Anova Fatorial; 2Mann-Whitney.

Figura 10 – Sonolência ao acordar (média erro padrão) dos jovens de cada grupo ao longo dos

10 dias (Anova, *p<0,05).

4.5. Qualidade e eficiência de sono

Não foi observada correlação entre o número de acertos e a qualidade de sono

(Pearson, r = -0,13, p>0,05). Além disso, não houve diferença nos escores médios de

Número de acertos

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33

qualidade de sono (F(1,28) = 0,252, p>0,05) e no percentual de indivíduos com qualidade

boa ou ruim de sono (X2=0,89, p>0,05) entre os grupos.

A eficiência de sono não diferiu entre os grupos (F(1,322) = 0,51, p>0,05) e entre os

dias (F(1,322) = 0,08, p>0,05), sem interação entre grupos e dias (F(1,322) = 0,88, p>0,05).

Figura 11 – Qualidade de sono dos jovens, A) em função do número de acertos sobre o sono, B)

por grupo.

Tabela 5 - Médias e desvio padrão da qualidade e eficiência do sono em função dos

grupos e dias

1Anova Fatorial; 2Anova One-way.

4.6. Avaliação dos componentes de atenção entre os grupos

Não foram observadas diferenças entre os grupos quando a medida avaliada foi o

tempo de reação geral para cada um dos quatro componentes da atenção (Anova, p>0,05).

Da mesma forma, os grupos não diferiram em relação ao tempo de reação das respostas

corretas nos quatro componentes da atenção (Anova, p>0,05), e ao percentual de

respostas corretas para a atenção sustentada (F(1,30) = 0,11, p>0,05), a atenção seletiva

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34

(F(1,30) = 0,29, p>0,05), o alerta tônico (Mann-Whitney, p>0,05) e o alerta fásico (F(1,30) =

0,30, p>0,05).

Figura 12 – A) Percentual de respostas corretas (média erro padrão) e B) Tempo de reação

(média erro padrão) para os componentes de atenção por grupo.

Além disso, não houve diferença em relação ao tempo de reação das respostas

erradas para a atenção sustentada (F(1,30) = 1,02, p>0,05), a atenção seletiva (Mann-

Whitney, p>0,05), o alerta tônico (F(1,28) = 0,81, p>0,05) e o alerta fásico (F(1,30) = 0,29,

p>0,05), assim como, no percentual de respostas erradas para a atenção sustentada (F(1,30)

= 0,59, p>0,05) e seletiva (F(1,30) = 0,94, p>0,05), e do alerta tônico (F(1,28) = 0,17, p>0,05)

e fásico (Mann-Whitney, p>0,05); e para as omissões em cada um dos quatro

componentes da atenção (Mann-Whitney, p>0,05).

Figura 13 – A) Percentual de respostas erradas (média erro padrão) e B) Tempo de reação

(média erro padrão) para os componentes de atenção por grupo.

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35

Figura 14 – Percentual de omissões (média erro padrão) em cada componente de atenção por

grupo.

No que diz respeito aos outros indicadores da atenção sustentada, verificamos

apenas uma tendência do G2 em apresentar uma menor estabilidade quanto a

porcentagem de respostas corretas ao longo da tarefa quando comparado ao G1 (F(1,31) =

3,33, p=0,07). Todavia, os grupos não diferiram em função do tempo de reação (F(1,30) =

2,15, p>0,05) e da estabilidade geral (F(1,30) = 0,20, p=0,65) no decorrer da tarefa.

Figura 15 – Indicadores de atenção sustentada em cada grupo: A) Estabilidade geral (média erro

padrão): desvio padrão das respostas corretas e do tempo de reação entre os blocos; B) Regressão

linear (média erro padrão): porcentagem de respostas corretas e do tempo de reação no decorrer

da tarefa (#Anova, p<0,10).

4. Discussão

Esse trabalho se propôs a investigar a relação entre o nível de conhecimento sobre

o sono e os hábitos e qualidade de sono, e o desempenho matutino numa tarefa de atenção

de jovens matriculados em uma universidade pública de Natal/RN. Os hábitos e a

qualidade de sono foram avaliados de forma subjetiva, na medida em que consideramos

o auto relato dos voluntários, através do preenchimento de questionários; e de forma

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objetiva por meio dos dados obtidos pela actimetria. O nível de conhecimento sobre o

sono foi verificado através do número de acertos em uma questão composta por 20

afirmações sobre o tema, presente no questionário “A Saúde e o sono”. Por fim, o

desempenho cognitivo foi avaliado de forma objetiva por meio de numa tarefa capaz de

avaliar os quatro componentes de atenção.

Observamos que o grupo com maior nível de conhecimento sobre o sono (G2)

apresentou melhores hábitos de sono quando comparado àquele com menor nível de

conhecimento sobre o sono (G1), contudo, não encontramos diferença ao analisar a

qualidade de sono em função do conhecimento acerca do sono dos universitários. Esses

resultados são semelhantes aos encontrados por Revathi, Manjula & Sujitha (2016) ao

correlacionar essas variáveis numa amostra de estudantes de enfermagem. Brown,

Buboltz & Soper (2002) sugeriram, portanto, que o conhecimento sobre o sono está

relacionado à prática de melhores hábitos de sono, mas não diretamente à qualidade de

sono dos indivíduos. Esta, por sua vez, apresenta uma associação mais forte com a prática

de higiene do sono.

O fato de alguns comportamentos serem praticados mais facilmente do que outros,

pode explicar a ausência de relação entre o conhecimento acerca do sono e a qualidade

de sono. Deixar de tomar um copo com água antes de ir para a cama (hábito relativamente

fácil de mudar) quando não associado com a redução das preocupações ao deitar para

dormir (hábito difícil de mudar) pode ser insuficiente para melhorar a qualidade de sono

dos jovens (Brown, Buboltz & Soper, 2002). Vale salientar que neste estudo, a qualidade

de sono foi medida de forma subjetiva, através do IQSP, e de forma objetiva, por meio

da eficiência do sono, do número de despertares e do WASO. A única variável associada

à qualidade de sono que apresentou diferença entre os dias de aula e os dias livres foi o

número de despertares. De forma geral, todos os estudantes despertaram mais vezes após

o início do sono nos dias livres. Uma vez que, estudos como o de Rosipala, Lewandowski

& Dorffner (2013) indicam que o número de despertares noturnos relaciona-se

negativamente com a qualidade de sono, esperávamos que os jovens despertassem menos

nos dias livres. Entretanto, esse comportamento pode estar associado a fatores sociais,

tais como, o consumo de bebidas alcóolicas e cafeinadas; e a fatores psicológicos, tais

como, o estresse e a tensão, tendo em vista que esses fatores têm sido relacionados a má

qualidade de sono em jovens (Pereira, 2013; Pollak & Bright, 2003; Lund et al., 2010).

Todavia, os instrumentos utilizados no presente estudo não nos permitiram avaliar a

relação entre essas variáveis.

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Embora a prática de bons hábitos de sono tenha sido relatada em maior proporção

pelos indivíduos do G2 quando comparado àqueles do G1, verificamos que os primeiros

apresentaram alguns maus hábitos de sono, tais como: usar o computador antes de dormir,

fumar ao acordar e ingerir cafeína ao acordar. Logo, mesmo praticando hábitos

relativamente bons de sono, os estudantes tendem a manter outros hábitos ruins (Brown

et al., 2002). Isto indica que o conhecimento sobre o sono nem sempre está associado à

prática de bons hábitos (Sousa, Souza, Louzada e Azevedo, 2013).

Alguns fatores parecem dificultar a mudança e manutenção dos hábitos de sono

mesmo quando o indivíduo é apresentado aos benefícios que estas mudanças podem

trazer para a sua qualidade de vida. Muitos jovens acreditam que ingerir cafeína à noite,

não é um comportamento prejudicial para a boa qualidade do seu sono e,

consequentemente, continuam a praticar este hábito. Isto pode ocorrer, pois a dificuldade

em adormecer, promovida pela ingestão de cafeína à noite parece diferir geneticamente

entre os indivíduos em razão da sensibilidade ao estimulante (Luciano et al., 2007).

Contudo, os efeitos negativos dos maus hábitos de sono podem não ser percebidos pelos

jovens e nem associados à redução do seu desempenho cognitivo (Van Dongen et al.,

2003). Outra diferença individual que parece influenciar a mudança de comportamento é

a preferência circadiana. Os indivíduos vespertinos são mais propensos a ter concepções

alternativas em relação aos fatores que afetam o sono da população, a praticar hábitos

inadequados de sono e a apresentar má qualidade de sono quando comparados aos

matutinos e intermediários (Adan, Fabbri, Natale & Prat, 2006; Giannotti, Cortesi,

Sebastiani & Ottaviano, 2002; Carney et al., 2006).

Algumas pessoas podem ainda priorizar a realização de atividades acadêmicas,

profissionais ou sociais, permanecendo acordados até horários mais tardios da noite, ao

invés de manter um horário regular de sono (Digdon, 2010). O estudo realizado por

Manber et al. (1996) observou que embora os universitários tenham reduzido a sonolência

diurna devido à regularidade dos seus horários de sono, os mesmos voltaram a apresentar

horários irregulares de sono na medida em que o estudo progredia. Outros estudos que

fornecem conhecimento acerca do sono, através de programas de educação sobre o sono,

não encontraram diferença nos horários de sono, na sonolência e na regularidade dos

horários de sono dos indivíduos em função do conhecimento adquirido (Brown et al.,

1996; Souza et al., 2016).

Como esperado, o G2 teve uma menor irregularidade no tempo total de sono e

tendeu a apresentar uma menor irregularidade no tempo total na cama do que o G1,

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38

embora os grupos não tenham diferido quanto a irregularidade dos horários de dormir e

acordar. Isso pode estar associado a menor frequência de indivíduos, no G2, com

sonolência diurna quando comparado ao G1, haja vista que hábitos, como manter horários

regulares de sono, podem auxiliar na redução da sonolência diurna excessiva (Kaur &

Singh, 2017).

Observamos que todos os voluntários, independentemente do grupo, deitaram,

dormiram, acordaram e levantaram mais cedo, tiveram um menor tempo de sono e um

menor tempo na cama e relataram sentir mais sono ao acordar, nos dias de aula. Estes

hábitos, adicionados ao fato de que mais de 80% dos indivíduos de cada grupo relatou o

horário da aula como motivo para acordar na semana letiva, nos permite sugerir que este

fator social, assim como proposto por Carskadon (2011), promoveu a antecipação do

horário de acordar e levantar dos voluntários nos dias de aula. Este comportamento, por

sua vez, pode ter reduzido o tempo total de sono e o tempo total na cama, tendo como

consequência negativa, a sonolência ao acordar na semana letiva. Todavia, uma de nossas

limitações refere-se à ausência da coleta dos dados acerca do horário de início das aulas

dos estudantes. Esta variável é de grande relevância, pois a amostra foi composta por

graduandos matriculados no turno manhã-tarde (MT) e, por isto, podiam iniciar suas aulas

em horários diferenciados no decorrer da semana letiva. Logo, não podemos afirmar que

as reduções no tempo total de sono e no tempo total na cama, observadas nos dias de aula,

foram influenciadas principalmente pelo horário de início das aulas matutinas.

O comportamento de reduzir parcialmente o sono ao longo dos dias de aula e

compensá-lo, aumentando a duração do sono, nos dias livres, é comum entre a população

universitária (Hawkins & Shaw, 1992). Esta compensação do sono é ocasionada pelo

acúmulo da pressão homeostática ao sono produzido na semana letiva (Deboer, 2018;

Crowley & Carskadon, 2010). Entretanto, a privação de sono observada em todos os

indivíduos, independente do grupo ao qual pertenciam, parece ter sido maior entre os

voluntários do G1. Embora tenham acordado mais tarde e apresentado uma tendência em

ter mais tempo de sono, uma maior proporção de indivíduos deste grupo, relatou não

conseguir acordar de forma espontânea e sentir sono entre 8:00 e 10:00h da manhã nos

dias de aula. Os mesmos relataram ainda sentir sono em horários matutinos, vespertinos

e noturnos, nos dias livres, enquanto nenhum voluntário do G2 relatou sentir sono pela

manhã nestes dias. Sendo a privação de sono associada positivamente à sonolência diurna

(Carskadon, Wolfson, Acebo, Tzischinsky, & Seifer, 1998), podemos sugerir a partir

desses resultados que a redução do sono encontrada também entre os indivíduos do G2,

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39

teve um menor impacto neste grupo, haja vista que uma menor frequência destes

indivíduos apresentou sonolência diurna excessiva quando comparado ao G1.

É provável então que a prática de bons hábitos de sono e a menor sonolência

diurna dos voluntários do G2 sejam reflexo do nível de conhecimento sobre o sono, uma

vez que estes compõem o grupo com maior número de acertos na questão sobre o sono.

O dado obtido por meio da Correlação de Spearman pode reforçar esses resultados. Ao

realizar esse teste, verificamos uma correlação negativa entre o número de acertos acerca

do sono e os escores de sonolência diurna. Considerando que os menores escores referem-

se à pouca sonolência diurna (Johns, 1991), observamos, que quanto maior foi o número

de acertos na questão sobre o sono, menor foi a sonolência diurna excessiva dos jovens.

Outra possível causa referente às diferenças encontradas nos hábitos de sono entre

os grupos pode estar relacionada ao cronotipo dos indivíduos, uma vez que os voluntários

do G2 tendem à matutinidade enquanto aqueles do G1, à vespertinidade. De acordo com

Korczak et al. (2008), a expressão da ritmicidade circadiana sofre impacto dos horários

sociais, mas, no entanto, a proporção deste impacto, depende do cronotipo do indivíduo.

Isto poderia explicar o porquê da redução do sono, observada em todos os voluntários nos

dias de aula, não ter sido associada a efeitos negativos sobre o alerta dos voluntários do

G2. Provavelmente, a tendência matutina destes jovens levou à baixa sonolência diurna

excessiva e a menor frequência de indivíduos deste grupo que relatou sentir sono pela

manhã nos dias de aula, além da ausência destes relatos nos dias livres. Os hábitos de

sono relacionados a este cronotipo (Roenneberg, Wirz-Justice & Merrow, 2003) foram

observados entre os voluntários do G2. Estes tenderam a deitar e acordaram mais cedo

em relação àqueles do G1 nos dias de aula e nos dias livres, o que pode estar associado a

maior regularidade no tempo total de sono e uma tendência à maior regularidade no tempo

total na cama (Korczak et al., 2008) por parte do G2. Entretanto, estes indivíduos

tenderam a apresentar menor tempo de sono comparados ao G1, comportamento este que

não foi encontrado entre os matutinos no estudo realizado por Korczak et al. (2008).

Sugerimos então, que essa tendência pode estar relacionada a diferenças individuais

quanto à duração do sono, haja vista que os jovens do G2 relataram menor frequência de

sonolência diurna do que o G1.

Embora a sonolência diurna excessiva e os relatos quanto a sentir sono pela manhã

nos dias de aula e nos dias livres tenham sido mais frequentes no G1, todos os voluntários,

independentemente do grupo, tiveram uma duração de sono, nos dias de aula, menor do

que a recomendada para a faixa etária em questão (17 a 25 anos de idade), isto é,

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dormiram menos de 7 horas nos dias letivos. Em relação aos dias livres, o G1 atingiu a

recomendação mínima para a duração de sono de jovens adultos, dormindo cerca de 7:11h

(01:47), enquanto o tempo total de sono do G2 permaneceu de acordo com o mínimo

apropriado, ou seja, uma duração de sono maior que 6 horas (Hirshkowitz et al., 2015).

O encurtamento do sono desses jovens para próximo de 6 horas por noite, nos dias de

aula, foi semelhante àquele aplicado no estudo de Van Dongen et al. (2003) com adultos

saudáveis. Segundo esses autores, uma privação parcial crônica de sono de 6 horas ou

menos durante 2 semanas pode acarretar em prejuízos cognitivos como, déficits na

atenção sustentada, na memória de trabalho e no rendimento cognitivo, equivalentes a 2

noites de privação total de sono. Além disso, sugeriram a ocorrência de uma dissociação

entre a percepção subjetiva de sonolência e o real desempenho cognitivo, tendo em vista

que os índices de sonolência indicaram que os voluntários não tinham ciência dos seus

crescentes déficits cognitivos.

Diferente do esperado, o desempenho na tarefa de atenção não foi associado ao

conhecimento sobre o sono. Não encontramos diferença na maior parte dos indicadores

de atenção, apenas uma tendência à menor atenção sustentada por parte dos estudantes

do grupo com maior nível de conhecimento sobre o sono. Este resultado refuta a nossa

predição de que os indivíduos que têm maior nível de conhecimento sobre o sono,

praticam bons hábitos de sono e têm melhor qualidade de sono, apresentam melhor

desempenho na tarefa de atenção. Logo, podemos sugerir que mesmo que os jovens do

G2 tenham maior conhecimento sobre o sono e pratiquem bons hábitos, isto não foi

suficiente para proporcionar melhora no desempenho atencional dos integrantes do G2,

assim como, o conhecimento não resultou em melhora da qualidade de sono destes

indivíduos. Outra possibilidade é o pequeno tamanho amostral analisado no presente

estudo, o que pode ter impossibilitado observarmos diferenças significativas entre

algumas variáveis de interesse, como, por exemplo, aquelas relacionadas à qualidade de

sono e aos componentes de atenção.

Portanto, para que pesquisas futuras obtenham resultados mais precisos ao

relacionar as variáveis discutidas neste trabalho, faz-se necessário realizar algumas

mudanças no protocolo atual. Uma delas diz respeito à ampliação do tamanho amostral.

Muitos graduandos optaram por não participar da pesquisa quando eram informados que

precisariam realizar a tarefa de atenção pela manhã, momento em que estariam na sala de

aula. Logo, uma estratégia que poderia aumentar a aceitação dos jovens estaria na

participação, em conjunto, dos pesquisadores e do professor responsável pelas aulas da

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41

manhã. Esta parceria poderia deixar os discentes mais à vontade para se ausentarem, por

alguns minutos, da sala de aula e não perderem conteúdos importantes. Além disso, como

os universitários que são matriculados no turno MT, muitas vezes, têm autonomia para

escolher os horários de aula, os mesmos podem assistir suas aulas em horários diferentes

durante a semana letiva. Sendo assim, é necessário que trabalhos futuros coletem os dados

sobre os horários das aulas dos voluntários, para que o efeito destes horários seja melhor

relacionado às variáveis de interesse.

Apesar dessas limitações, podemos sugerir que o nível de conhecimento sobre o

sono foi relacionado positivamente à prática de bons hábitos de sono, tais como: a menor

duração quanto ao uso do celular após as 18 horas nos dias de aula, a maior frequência de

indivíduos que não utilizam despertador para acordar pela manhã nos dias de aula e a

menor irregularidade no tempo total de sono. No entanto, há indícios de que a

transposição deste conhecimento em práticas comportamentais pode ser dificultada

devido a diferenças individuais, crenças, cultura e motivação do indivíduo frente às

recomendações de boas práticas de sono. Observamos ainda que as diferenças nos

horários de deitar, dormir, acordar e levantar, no tempo total na cama e de sono, e do

número de despertares noturnos, foram influenciadas pelos dias (dias de aula e dias livres)

e não pelo nível de conhecimento acerca do sono. Portanto, sugerimos que parte dos

hábitos de sono observados no presente trabalho podem estar relacionados ao

conhecimento sobre o sono. E, embora não tenhamos avaliado a relação entre os hábitos

de sono e o cronotipo, as diferenças individuais e o horário de início das aulas da manhã,

propomos que estes fatores também podem estar relacionados aos hábitos de sono, sendo

os horários escolares matutinos o fator de maior impacto.

Por fim, a prática de bons hábitos de sono por parte daqueles do grupo com maior

nível de conhecimento sobre o sono (G2) não foi acompanhada pelo melhor desempenho

destes jovens na tarefa que avalia os quatro componentes de atenção. Sendo assim,

estudos futuros são necessários para esclarecer a relação entre o conhecimento sobre o

sono e os hábitos e qualidade de sono, e os componentes de atenção em estudantes

universitários.

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42

6. CONCLUSÃO

A partir desses resultados podemos sugerir que:

O conhecimento sobre o sono foi associado a alguns bons hábitos de sono, tais

como: o menor uso de celular e maior frequência de despertar espontâneo nos dias

de aula, o baixo consumo de cafeína antes de dormir, o menor uso óculos escuros

no percurso até a universidade e a menor irregularidade no tempo total de sono.

Enquanto outros, tais como: horários de deitar, dormir, levantar e acordar, o

número de despertares e o tempo total de sono e na cama, foram relacionados aos

dias, ou seja, diferiram entre os dias de aula e os dias livres, o que pode estar

relacionado ao horário escolar matutino.

O conhecimento sobre o sono não foi associado à melhor qualidade de sono dos

universitários. Diferente do esperado, os jovens apresentaram uma maior

frequência no número de despertares após o início do sono nos dias livres.

A prática de bons hábitos de sono por parte do grupo com maior nível de

conhecimento sobre o sono não foi relacionada a um melhor desempenho destes

discentes na tarefa que avalia os quatro componentes da atenção.

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ANEXOS

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UFRN - UNIVERSIDADEFEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE - LAGOA NOVA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

Pesquisador:

Título da Pesquisa:

Instituição Proponente:

Versão:

CAAE:

Efeito do uso noturno do telefone celular sobre o ciclo sono-vigília, respostaautonômica e processamento cognitivo matutino em adolescentes universitários.

Carolina Virginia Macêdo de Azevedo

Centro de Biociências

1

69855817.9.0000.5537

Área Temática:

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA

Número do Parecer: 2.165.576

DADOS DO PARECER

Trata-se de um projeto de pesquisa, coordenado pela Professora Dra. Carolina Virginia Macêdo de Azevedo

e sua orientanda Maria Luíza Cruz de Oliveira, ambas do Programa de Pós-graduação em Psicobiologia,

Departamento de Fisiologia do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Apresentação do Projeto:

O objetivo primário da pesquisa é avaliar a relação entre o uso do telefone celular antes e durante o

episódio de sono com o ciclo sono-vigília, resposta autonômica e cognitivo de adolescentes pela manhã.

Objetivo da Pesquisa:

Riscos:

Durante a realização da coleta de dados a previsão de riscos é mínima ou inexistente, semelhante àquele

sentido num exame físico ou psicológico de rotina, uma vez que a pesquisa consiste em preenchimento de

questionários, do monitoramento cardíaco, da condutância da pele e do registro eletroencefalográfico, e da

realização de tarefas em computador.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:

Financiamento PróprioPatrocinador Principal:

59.078-970

(84)3215-3135 E-mail: [email protected]

Endereço:Bairro: CEP:

Telefone:

Av. Senador Salgado Filho, 3000Lagoa Nova

UF: Município:RN NATAL

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UFRN - UNIVERSIDADEFEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE - LAGOA NOVA

Continuação do Parecer: 2.165.576

Benefícios:

Os participantes terão como benefício a descrição de seus hábitos e qualidade de sono, níveis de

sonolência diurna e desempenho cognitivo em função do uso noturno do celular, o que fornecerá

informações para o desenvolvimento de cursos de higiene do sono favorecendo a melhora da qualidade de

vida e saúde.

Serão incluídos na pesquisa, estudantes do primeiro semestre de cursos da área das ciências da saúde e

biológicas, de ambos os sexos, com idade de 16 até 19 anos, cujas aulas iniciem as 07 horas da manhã e

que aceitem participar voluntariamente da pesquisa por meio da assinatura do termo de assentimento e pelo

termo consentimento livre e esclarecido, para maiores de 18 anos. O estudo deverá ser realizado com a

participação de 200 alunos de ambos os sexos, com idade entre 16 e 19 anos, que cursem o primeiro

semestre dos cursos de graduação ofertados pelo Centro de Biociências da UFRN e frequentar as aulas a

partir das 07:00 da manhã. Com o objetivo de caracterizar os hábitos e qualidade de sono, sonolência

diurna, resposta autonômica e desempenho cognitivo em função do uso noturno de celular, a coleta de

dados será realizada em quatro etapas, utilizando os instrumentos descritos de acordo com o Quadro 1,

sendo elas: 1 – recrutamento em sala de aula, quando ocorrerá a divulgação da pesquisa, entrega do Termo

de Consentimento Livre e Esclarecido e o Termo de Assentimento (contendo informações sobre

metodologia e contatos da equipe envolvida com a pesquisa) e aquisição dos contatos dos alunos

interessados em participar; 2 – preenchimento de questionários de hábitos gerais de sono e saúde,

qualidade de sono, sonolência diurna, cronotipo e socioeconômico, além de entrega de material para

acompanhamento de registro dos padrões de sono; 3 – registro, ao longo de 11 dias (2 finais de semana e 5

dias da semana) dos hábitos de sono e sonolência diurna por meio de diário de sono, bem como do uso de

actímetros para registro objetivo dos padrão de atividade e repouso dos participantes; 4 – aplicação, dentro

dos 11 dias de acompanhamento, de um questionário de uso de uso de dispositivos eletrônicos, com

questões sobre o uso do celular durante a noite de sono prévia à coleta de dados de resposta autonômica e

desempenho cognitivo. Durante a etapa 4, os participantes serão submetidos a uma rotina de medidas

psicofisiológicas enquanto realizam uma tarefa computadorizada para avaliação do desempenho atencional

(Tarefa de Execução contínua); memória operacional, através do subteste de dígitos (Baddeley, 1992;

Alhola & Polo-Kantola, 2007; Baddeley, 2012); e inibição e flexibilidade cognitiva, através do teste de Stroop

computadorizado (García et al., 2012). Estes procedimentos serão realizados no Laboratório de

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:

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eurobiologia e Ritmicidade biológica (LNRB), do Departamento de Fisiologia.Com o objetivo de avaliar o

efeito do uso noturno do celular sobre variáveis de sono, processamento cognitivo e resposta autonômica

pela manhã, reduzindo o efeito da variabilidade entre indivíduos, durante a realização da fase 2 de coleta,

as etapas 1, 2 e 3 serão iguais as da fase anterior. A etapa 4 apresentará diferenças em relação à duração,

uma vez que cada indivíduo será acompanhado por 15 dias, durante os quais preencherá do diário de sono

e utilizará actímetro para registro objetivo dessas variáveis. Dentro desse intervalo, os participantes deverão

comparecer duas vezes ao laboratório para coleta de variáveis de resposta autonômica e de desempenho

cognitivo. Na noite da véspera de cada ida ao laboratório a condição de uso noturno do telefone celular dos

indivíduos será controlada, de modo que em uma dessas noites, o indivíduo será orientado a não utilizar o

telefone a partir de 2 horas antes do horário de dormir, enquanto que na outra noite à coleta, o indivíduo

será orientado a usar o telefone, inclusive, durante o episódio de sono. Para aleatorizar os possíveis efeitos

das condições de uso noturno de celular, a amostra será dividida em dois grupos (balanceados para sexo,

idade, curso, condição socioeconômica e cronotipo), será solicitado aos indivíduos de um grupo que utilizem

o celular na primeira noite e restrinjam o uso na segunda noite de coleta, enquanto o outro grupo realizará o

procedimento da sequência inversa. Os indivíduos participantes dessa etapa deverão ser selecionados a

partir de uma conversa prévia para esclarecimento da metodologia, juntamente com a aplicação de um

questionário que vise identificar os hábitos de uso de dispositivos eletrônicos a noite, convidando os

voluntários que já tenham relatado levar o celular ligado para o quarto e utilizá-lo durante despertares

noturnos.

Todos os termos apresentados, atendendo à Resolução que corresponde.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:

Cumpre ao pesquisador enviar os relatórios parcial e final da pesquisa. Ver modelos em

<www.cep.propesq.ufrn.br>.

Qualquer mudança no protocolo aprovado, antes deve ser solicitada através de emenda, via Plataforma

Brasil. Ver manuais em <www.cep.propesq.ufrn.br>.

Recomendações:

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Após revisão ética do protocolo em questão, concluímos que o mesmo se encontra bem instruído e

obedecendo às normas e diretrizes regulamentadoras de pesquisas envolvendo o ser humano.

Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:

Em conformidade com a Resolução 466/12 do Conselho Nacional de Saúde - CNS e Manual Operacional

para Comitês de Ética - CONEP é da responsabilidade do pesquisador responsável:

1. elaborar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE em duas vias, rubricadas em todas as

suas páginas e assinadas, ao seu término, pelo convidado a participar da pesquisa, ou por seu

representante legal, assim como pelo pesquisador responsável, ou pela (s) pessoa (s) por ele delegada(s),

devendo as páginas de assinatura estar na mesma folha (Res. 466/12 - CNS, item IV.5d);

2. desenvolver o projeto conforme o delineado (Res. 466/12 - CNS, item XI.2c);

3. apresentar ao CEP eventuais emendas ou extensões com justificativa (Manual Operacional para Comitês

de Ética - CONEP, Brasília - 2007, p. 41);

4. descontinuar o estudo somente após análise e manifestação, por parte do Sistema CEP/CONEP/CNS/MS

que o aprovou, das razões dessa descontinuidade, a não ser em casos de justificada urgência em benefício

de seus participantes (Res. 446/12 - CNS, item III.2u) ;

5. elaborar e apresentar os relatórios parciais e finais (Res. 446/12 - CNS, item XI.2d);

6. manter os dados da pesquisa em arquivo, físico ou digital, sob sua guarda e responsabilidade, por um

período de 5 anos após o término da pesquisa (Res. 446/12 - CNS, item XI.2f);

7. encaminhar os resultados da pesquisa para publicação, com os devidos créditos aos pesquisadores

associados e ao pessoal técnico integrante do projeto (Res. 446/12 - CNS, item XI.2g) e,

8. justificar fundamentadamente, perante o CEP ou a CONEP, interrupção do projeto ou não publicação dos

resultados (Res. 446/12 - CNS, item XI.2h).

Considerações Finais a critério do CEP:

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:

Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação

Informações Básicasdo Projeto

PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_939164.pdf

12/06/201710:21:10

Aceito

Outros Termo_de_confidencialidade.docx 12/06/201710:20:27

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

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Outros Formulario_CEP_CENTRAL_UFRN.docx

09/06/201718:23:30

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros Formulario_CEP.pdf 09/06/201718:22:31

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Projeto Detalhado /BrochuraInvestigador

Projeto_Uso_Noturno_Celular_Adolescentes_Universitarios.docx

09/06/201715:31:57

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 7_Uso_de_telefone_celular.docx 09/06/201715:22:08

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 6_Questionario_sobre_comportamentos_previos_ao_horario_de_deitar.docx

09/06/201715:21:36

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 5_Pittsburgh.docx 09/06/201715:20:03

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Aceito

Outros 4_diario_do_sono.docx 09/06/201715:18:33

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 3_HO.doc 09/06/201715:17:19

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 2_EPWORTH.doc 09/06/201715:16:53

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros 1_A_saude_e_o_sono.doc 09/06/201715:14:47

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros Declaracao_de_nao_inicio.docx 09/06/201715:13:33

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros Carta_de_anuencia.docx 09/06/201715:11:14

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLE_etapa_2.docx 09/06/201715:09:44

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Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TCLE_etapa_1.docx 09/06/201715:09:09

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TALE_etapa_2.docx 09/06/201715:08:51

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

TCLE / Termos deAssentimento /Justificativa deAusência

TALE_etapa_1.docx 09/06/201715:08:30

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros carta_de_anuencia.pdf 08/06/201715:40:35

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros Declaracao_de_nao_inicio.pdf 08/06/201715:39:50

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Outros Termo_de_confidencialidade.pdf 08/06/2017 Maria Luiza Cruz de Aceito

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NATAL, 10 de Julho de 2017

Daniella Regina Arantes Martins Salha(Coordenador)

Assinado por:

Outros Termo_de_confidencialidade.pdf 15:35:47 Oliveira Aceito

Folha de Rosto folha_de_rosto.pdf 08/06/201715:17:47

Maria Luiza Cruz deOliveira

Aceito

Situação do Parecer:Aprovado

Necessita Apreciação da CONEP:Não

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1

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

DEPARTAMENTO DE FISIOLOGIA

LABORATÓRIO DE CRONOBIOLOGIA

Questionário: A Saúde e O Sono

Adaptado de Mathias et al. Incentivar hábitos de sono adequados: um desafio para os educadores. In: Pinho, SZ, Saglietti, JRC. orgs.

Núcleos de Ensino da Unesp. São Paulo: Unesp, 2006; 718-731. LeBourgeois et al. The relationship between reported sleep quality

and sleep hygiene in Italian and American adolescents. Pediatrics 2005; 115: 257-265.

Essa pesquisa pretende conhecer alguns aspectos do cotidiano de estudantes como você, os hábitos de sono e as condições de saúde. Responda com sinceridade e precisão. Se você tiver alguma dúvida pergunte ao pesquisador. A sua colaboração é muito importante para nós. Obrigado! 1. Nome completo:___________________________________________________ Telefone: _____________

2. Sexo: M F

3. Data de nascimento: / /

4. Ano no qual você estuda: Ano Turma

5. Endereço:

6. Quantas pessoas moram em sua casa? Eu moro com mais pessoas

7. Quantas pessoas dormem no mesmo cômodo que você?

a) Eu durmo sozinho 0 pessoas

b) Eu durmo com mais pessoa(s)

8. Marque com um "x" qual (is) desses itens existem em sua casa e indique a quantidade:

Itens Número de itens possuídos

0 1 2 3 4 5 6 ou mais

A Banheiros

B Empregados domésticos

C Automóveis

D Microcomputador (de mesa, notebook, laptop, netbook)

E Lava louça

F Geladeira simples

G Freezer (considerar como freezer a geladeira duplex)

H Lava roupa

I DVD / Bluray player

J Micro-ondas

K Motocicleta

L Secadora de roupa

9. Onde você mora existe: Sim Não

a) Água encanada

b) Rua pavimentada

10. Você trabalha? (em caso negativo pule para a pergunta 11) Sim Não

11. Se você trabalha, responda as horas em que você trabalha:

A Segunda-feira às

B Terça-feira às

C Quarta-feira às

D Quinta-feira às

E Sexta-feira às

F sábado às

G Domingo às

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2

12. Marque um "x" na letra correspondente ao grau de escolaridade do chefe de família (considere o chefe de família aquele(a) que mais contribui com a renda familiar): A Não alfabetizado B Estudou até ______ano do Ensino Fundamental (1ª a 8ª série do ginásio) C Estudou até ______ano do Ensino Médio (1ª a 3ª série do colegial) D Estudou até ______ano do Ensino Superior (Universidade/Faculdade)

E Completou o Ensino Superior

13. Em sua opinião essas frases estão corretas? Marque "V" (verdadeira), "F" (falsa) ou “NS” (Não sei).

A Tomar um copo de leite com chocolate antes de dormir ajuda a pegar no sono.

B Todos os adultos devem dormir cerca de 8 horas por noite.

C Comer muito antes de dormir nos faz acordar por muitas vezes durante a noite.

D Nosso coração bate mais devagar quando dormimos.

E Somos mais produtivos quando acordamos cedo.

F Atividade física intensa antes de dormir nos faz adormecer mais facilmente.

G Crianças dormem mais que adolescentes.

H Dormir quinze minutos depois do almoço nos deixa mais alertas durante a tarde.

I A qualidade do sono é a mesma, independente do horário que vamos dormir.

J Ingerir bebida alcoólica à noite prejudica a qualidade do nosso sono.

K Dormir pouco nos torna mais irritadiços e agressivos.

L Podemos dormir com a mesma facilidade em qualquer horário do dia e da noite.

M Dormir pouco diminui a nossa capacidade de manter a concentração.

N "Desligamos" o nosso cérebro quando dormimos.

O Ficar sem dormir por muitos dias nos faz adoecer.

P Dormir e acordar em horários diferentes a cada dia nos torna sonolentos.

Q Podemos guardar mais informações quando passamos a noite estudando.

R Podemos compensar uma redução na quantidade de sono dormindo mais na noite seguinte.

S Expor-se à luz a noite não interfere no horário de dormir

T Adolescentes necessitam dormir mais que adultos.

14. Como é sua freqüência na escola: (marque apenas uma alternativa)

A Nunca ou raramente falto às aulas.

B Falto às aulas cerca de uma vez por mês.

C Falto às aulas cerca de uma vez por semana.

D Falto às aulas mais de uma vez por semana.

15. Avalie o seu desempenho escolar: (Faça um risco vertical na reta abaixo) Muito ruim Muito bom

16. Na hora de DORMIR ou até duas horas antes de dormir, você costuma:

A Fumar.

B Tomar café.

C Tomar chá (preto ou mate).

D Tomar refrigerante do tipo cola (ex : coca-cola) e guaraná.

E Tomar bebidas alcóolicas.

F Tomar mais de 2 copos de água ou outro tipo de líquido

G Nenhuma das alternativas anteriores.

17. Quando você está com fome antes de dormir, você costuma:

A Tomar um copo de leite

B Fazer uma refeição leve

C Fazer uma refeição pesada

D Dormir com fome

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18. Você pratica atividade física (ex: caminhadas, musculação, basquete, etc.)?

19. Qual o horário mais freqüente em que você realiza esta atividade física?

Das horas minutos às horas minutos

20. Se você faz algum curso fora da escola, marque os dias e os horários das aulas.

A Segunda-feira às

B Terça-feira às

C Quarta-feira às

D Quinta-feira às

E Sexta-feira às

F sábado às

G Domingo às

21. Sobre seu local de dormir, você o considera:

Bom

Ruim Se ruim, por quê?

A É muito claro.

B É muito barulhento.

C É muito movimentado.

D É muito quente.

E É muito abafado.

F Outros ______________________________________

22. Você apresentou algum desses problemas no último mês? (marque UMA opção para cada uma das

alternativas)

Não Uma vez por mês

De 2 a 3 vezes/mês

De 1 a 2 vezes por semana

De 3 a 6 vezes por semana

Todos os dias

A Levar mais do que 30 minutos para adormecer.

B Acordar à noite e ter dificuldade em voltar a dormir.

C Acordar muito cedo e ter dificuldade em voltar a dormir.

D Sentir sono durante o dia.

E Falta de ar enquanto dorme.

F Pesadelos.

G Ter câimbra dormindo ou ao acordar.

H Roncar.

I Andar dormindo.

J Chutar as pernas dormindo.

L Bater a cabeça dormindo.

M Falar dormindo.

N Gritar dormindo.

O Ranger os dentes dormindo.

P Se mexer muito dormindo.

23. Você gostaria de mudar algum aspecto do seu hábito de sono? (Pode marcar mais de uma alternativa) Durante a semana Finais de semana

A Dormir mais cedo.

B Dormir mais tarde.

C Acordar mais cedo.

D Acordar mais tarde.

E Dormir por mais tempo.

F Dormir por menos tempo.

G Não mudaria nada.

A Não

B Sim Qual? Com que freqüência? a Diariamente.

b Várias vezes por semana.

c Uma vez por semana.

d Ocasionalmente.

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4

24. É comum acontecer com você: Durante a semana

Finais de semana

A Antes de dormir, ir para a cama e ficar fazendo coisas que lhe mantêm acordado (assistir TV, ler, jogar vídeo game, usar o celular)

B Ao deitar, não conseguir dormir pensando nas coisas a fazer

C Ao deitar, ficar relembrando os eventos do dia

D Olhar as horas no relógio várias vezes por noite

E Usar a cama para outras coisas (falar ao telefone, estudar, ver TV, jogar vídeo game, usar celular/computador/tablet)

F Não conseguir dormir e ficar na cama por mais de 1h

G Fazer uso de medicamentos para conseguir dormir

H Acordar e ficar na cama por mais de 30 minutos

25. Na hora de ACORDAR ou até duas horas depois de acordar, você costuma:

A Fumar.

B Tomar café.

C Tomar chá (preto ou mate).

D Tomar refrigerante do tipo cola (ex : coca-cola) e guaraná.

E Tomar achocolatado (ex.: toddynho).

F Tomar energético (ex.: redbull).

G Nenhuma das alternativas anteriores.

26. Você costuma se sentir sonolento durante o dia? (marque apenas UMA alternativa para os dias de semana e uma alternativa para os finais de semana)

Durante a semana Finais de semana

A Não.

B Sim, das 08 às 10 horas.

C Sim, das 10 às 12 horas.

D Sim, das 12 às 14 horas.

E Sim, das 14 às 16 horas.

F Sim, das 16 às 18 horas.

G Sim, das 18 às 20 horas.

27. Que meio de transporte você usa para ir para a escola todos os dias ?

Carro ônibus a pé outros Quais?___________

28. Quanto tempo você leva para ir da sua casa até a escola? Eu levo aproximadamente _____ horas e ______ minutos. 29. Você usa óculos escuros no caminho de casa para a escola?

A Não

B Sim Com que freqüência? a Diariamente.

b Pelo menos 3 vezes por semana.

c Uma vez por semana.

d Ocasionalmente.

30. Você:

a) Se incomoda com alguma coisa no quarto quando está dormindo (ruído, luz, rádio, tv, irmãos)

( ) Não ( ) Sim. Qual (is)? _____

b) Tem TV no quarto ( ) Não ( ) Sim

c) Tem computador ou laptop no quarto ( ) Não ( ) Sim

31. Você:

a) Apresenta algum problema de saúde ( ) Não ( ) Sim. Qual?_______________

b) Está tomando algum remédio ( ) Não ( ) Sim

c) Está fazendo algum tratamento médico ( ) Não ( ) Sim

d) Tem ou teve: (Caso você não tenha ou teve essas doenças, por favor, marque a opção nenhuma ao lado)

( ) Hipertensão ( ) Meningite ( ) Embolia ( ) Insônia ( ) Diabetes ( ) Encefalite ( ) Derrame cerebral ( ) Obesidade ( ) Dor de cabeça ( ) Déficit de atenção ( ) Dificuldade para falar

( ) Transtorno de aprendizagem ( ) Tumor cerebral ( ) Câncer ( ) Epilepsia (convulsões) ( ) Coma ( ) Infarto cardíaco ( ) Infarto cerebral ( ) Asma ( ) Nenhuma ( ) Outras. Qual?___________

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e) Bateu forte com a cabeça ( ) Não ( ) Sim Perdeu a consciência? ( ) Não ( ) Sim Por quanto tempo?__________ Vomitou? ( ) Não ( ) Sim Foi ao hospital? ( ) Não ( ) Sim Teve fratura craniana? ( ) Não ( ) Sim

f) Fez alguma operação no cérebro ( ) Não ( ) Sim

g) Desmaiou no último mês ( ) Não ( ) Sim

h) Urinou ou evacuou por acidente no último mês

( ) Não ( ) Sim

i) Se perde frequentemente ( ) Não ( ) Sim

j) Às vezes vê ou escuta coisas que outras pessoas não percebem

( ) Não ( ) Sim

k) Em alguns momentos não responde ao que estão dizendo

( ) Não ( ) Sim

32. Você gostaria de saber alguma informação a respeito do sono? Qual? _______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

_______________________________________________________________________________________

___________________________________________________________________________________

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Nome completo: _____________________________________________________________

Idade: _______ Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino Série: __________________

Escola: _____________________________________________________________________

ÍNDICE DE QUALIDADE DE SONO DE PITTSBURGH

INSTRUÇÕES: As questões a seguir referem-se aos seus hábitos de sono apenas durante o

mês passado. Suas respostas devem indicar o mais corretamente possível o que ocorreu na

maioria dos dias e noites do mês passado. Por favor, responda a todas as questões.

OBRIGADA!

1. Durante o mês passado à que horas você foi deitar à noite na maioria das vezes?

Hora de deitar: __________

2. Durante o mês passado, quanto tempo (em minutos) você demorou a pegar no sono

na maioria das vezes?

Quantos minutos demorou para pegar no sono __________

3. Durante o mês passado, a que horas você levantou pela manhã, na maioria das

vezes?

Horário de acordar: ____________

4. Durante o mês passado, quantas horas de sono por noite você dormiu? (pode ser

diferente do número de horas que você ficou na cama)

Horas de sono por noite: _____________

Para cada uma das questões que seguem, escolha apenas uma única resposta que você ache

mais correta. Por favor, responda todas as questões.

5. Durante o mês passado, quantas vezes você teve problemas, dificuldades para

dormir, por causa de:

a) Demorar mais de 30 minutos (meia hora) para pegar no sono.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

b) Acordar no meio da noite ou pela manhã muito cedo.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

c) Levantar para ir ao banheiro.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

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d) Ter dificuldades para respirar.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

e) Tossir ou roncar muito alto.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

f) Sentir muito frio.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

g) Sentir muito calor.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

h) Ter sonhos ruins ou pesadelos.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

i) Sentir dores.

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

j) Descreva outras razões, se existirem, que tragam dificuldades para você

dormir.

____________________________________________________________________________

____________________________________________________________________________

__________

k) Quantas vezes você teve problemas para dormir pela (s) razão(ões) acima

citada (as), durante o mês passado?

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

6. Durante o mês passado, como você classificaria a qualidade do seu sono?

( ) Muito boa ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Muito ruim

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7. Durante o mês passado, você tomou algum remédio para dormir, receitado pelo

médico ou indicado por outra pessoa (farmacêutico, amigo, familiar) ou mesmo por

sua conta?

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

8. Durante o mês passado, se você teve problemas para ficar acordado enquanto

estava dirigindo, fazendo suas refeições ou participando de quaisquer outras

atividades sociais, quantas vezes isso aconteceu?

( ) Nenhuma vez ( ) Menos de uma vez por semana

( ) Uma ou duas vezes por semana ( ) Três vezes por semana ou mais

9. Durante o mês passado, você sentiu indisposição ou falta de entusiasmo para

realizar suas atividades diárias?

( ) Nenhuma indisposição, nem falta de entusiasmo

( ) Indisposição e falta de entusiasmo moderadas

( ) Pequena indisposição e falta de entusiasmo

( ) Muita indisposição e falta de entusiasmo

10. Para você o sono é:

( ) Um prazer ( ) Uma necessidade ( ) Outro Qual? ______________________

11. Você cochila:

( ) Sim ( ) Não

12. Para você cochilar é:

( ) Um prazer ( ) Uma necessidade ( ) Outro. Qual? ______________________

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Nome: data: / / .

Escola da pesquisa: .

Avaliação da sonolência (Johns, 1991)

Gostaríamos de saber qual a possibilidade de você cochilar ou mesmo dormir nas

situações seguintes (não estamos falando de CANSAÇO e sim de SONOLÊNCIA). Tais

situações referem-se a seu modo de vida usual e em termos recentes. Ainda que não

tenha passado por uma dessas situações ultimamente tente imaginar como você teria

agido.

Use a seguinte escala para escolher o número mais apropriado para cada situação:

0 = NÃO COCHILARIA NUNCA

1 = PEQUENA CHANCE DE COCHILAR

2 = MODERADA CHANCE DE COCHILAR

3 = GRANDE CHANCE DE COCHILAR

SITUAÇÃO

CHANCE DE

COCHILAR

1. Sentado, lendo.

2. Assistindo TV.

3. Sentado e passivo em lugar público (teatro, reuniões, aulas etc.).

4. Como passageiro numa viagem sem paradas, com duração de uma hora.

5. Deitado para descansar à tarde, quando as circunstâncias permitem.

6. Sentado, conversando com alguém.

7. Sentado tranquilamente após um almoço, sem ingestão de bebida alcoólica.

8. No carro, enquanto parado por alguns minutos no tráfego.

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QUESTIONÁRIO DE MATUTINIDADE/VESPERTINIDADE

Nome: _________________________________________________________________ Sexo: __________

Escola da pesquisa: ___________________________________________________

Idade: ____________ Data de nascimento: ___/___/___

INSTRUÇÕES:

1. Use caneta esferográfica para responder às questões.

2. Leia com atenção cada questão antes de responder.

3. Responda a todas as questões.

4. As questões devem ser respondidas na seqüência da numeração e não podem ser alteradas.

5. Para cada questão coloque apenas uma resposta.

6. Responda a cada questão com toda a honestidade possível. Suas respostas e os resultados são

confidenciais.

1. Considerando apenas o seu bem-estar pessoal e

com liberdade total de planejar seu dia, a que horas

você se levantaria?

a) 05h00 – 06h30

b) 06h30 – 07h45

c) 07h45 – 09h45

d) 09h45 – 11h00

e) 11h00 – 12h00

2. Considerando apenas seu bem-estar pessoal e com

liberdade total de planejar sua noite, a que horas você

se deitaria?

a) 20h00 – 21h00

b) 21h00 – 22h15

c) 22h15 – 24h30

d) 24h30 – 01h45

e) 01h45 – 03h00

3. Até que ponto você depende do despertador para

acordar de manhã?

a) nada dependente

b) não muito dependente

c) razoavelmente dependente

d) muito dependente

4. Você acha fácil acordar de manhã ?

a) nada fácil

b) não muito fácil

c) razoavelmente fácil

d) muito fácil

5. Você se sente alerta durante a primeira meia hora

depois de acordar?

a) nada alerta

b) não muito alerta

c) razoavelmente alerta

d) muito alerta

6. Como é o seu apetite durante a primeira meia hora

depois de acordar?

a) muito ruim

b) não muito ruim

c) razoavelmente bom

d) muito bom

7. Durante a primeira meia hora depois de acordar

você se sente cansado?

a) muito cansado

b) não muito cansado

c) razoavelmente em forma

d) em plena forma

8. Se você não tem compromisso no dia seguinte e

comparando com sua hora habitual, a que horas você

gostaria de ir deitar?

a) nunca mais tarde

b) menos que uma hora mais tarde

c) entre uma e duas horas mais tarde

d) mais do que duas horas mais tarde

9. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo

sugeriu o horário das 07h00 às 08h00 da manhã, duas

vezes por semana. Considerando apenas seu bem-

estar pessoal, o que você acha de fazer exercícios

nesse horário?

a) estaria em boa forma

b) estaria razoavelmente em forma

c) acharia isso difícil

d) acharia isso muito difícil.

10. A que horas da noite você se sente cansado e com

vontade de dormir?

a) 20h00 – 21h00

b) 21h00 – 22h15

c) 22h15 – 00h45

d) 00h45 – 02h00

e) 02h00 – 03h00

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11. Você quer estar no máximo de sua forma para

fazer um teste que dura duas horas e que você sabe

que é mentalmente cansativo. Considerando apenas o

seu bem-estar pessoal, qual desses horários você

escolheria para fazer esse teste?

a) das 08:00 às 10:00

b) das 11:00 às 13:00

c) das 15:00 às 17:00

d) das 19:00 às 21:00

12. Se você fosse deitar às 23:00 horas em que nível

de cansaço você se sentiria?

a) nada cansado

b) um pouco cansado

c) razoavelmente cansado

d) muito cansado

13. Por alguma razão você foi dormir várias horas

mais tarde do que é seu costume. Se no dia seguinte

você não tiver hora certa para acordar, o que

aconteceria com você?

a) acordaria na hora normal sem sono

b) acordaria na hora normal, com sono

c) acordaria na hora normal e dormiria

novamente

d) acordaria mais tarde do que seu costume

14. Se você tiver que ficar acordado das 04:00 às

06:00 horas para realizar uma tarefa e não tiver

compromissos no dia seguinte, o que você faria?

a) Só dormiria depois de fazer a tarefa

b) Tiraria uma soneca antes da tarefa e dormiria

depois

c) Dormiria bastante antes e tiraria uma soneca

depois

d) Só dormiria antes de fazer a tarefa

15. Se você tiver que fazer duas horas de exercício

físico pesado e considerando apenas o seu bem-estar

pessoal, qual destes horários você escolheria?

a) das 08:00 às 10:00

b) das 11:00 às 13:00

c) das 15:00 às 17:00

d) das 19:00 às 21:00

16. Você decidiu fazer exercícios físicos. Um amigo

sugeriu o horário das 22:00 às 23:00 horas, duas

vezes por semana. Considerando apenas o seu bem-

estar pessoal o que você acha de fazer exercícios

nesse horário?

a) estaria em boa forma

b) estaria razoavelmente em forma

c) acharia isso difícil

d) acharia isso muito difícil

17. Suponha que você possa escolher o seu próprio horário de trabalho e que você deva trabalhar cinco horas

seguidas por dia. Imagine que seja um serviço interessante e que você ganhe por produção. Qual o horário

que você escolheria? (Marque a hora do início)

12:00

1:00 2:00 3:00 4:00 5:00 6:00 7:00 8:00 9:00 10:00 11:0000:00

13:00 14:00 15:00 16:00 17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00

18. A que hora do dia você atinge seu melhor

momento de bem-estar?

a) 24h00 – 05h00

b) 05h00 – 08h00

c) 08h00 – 10h00

d) 10h00 – 17h00

e) 17h00 – 22h00

f) 22h00 – 24h00

19. Fala-se em pessoas matutinas e vespertinas (as

primeiras gostam de acordar cedo e dormir cedo, as

segundas de acordar tarde e dormir tarde). Com qual

desses tipos você se identifica?

a) tipo matutino

b) mais matutino que vespertino

c) mais vespertino que matutino

d) tipo vespertino

Page 77: Relação entre o nível de conhecimento sobre o sono e os hábitos e … · 2019-08-11 · de sono entre semana e fim de semana. Independente do grupo, alguns hábitos de sono diferiram

Nome do aluno(a)_________________________________________

Data: Dia:_____ Mês:_______ ano:_____. Dia da semana:________

1. A que horas você foi deitar ontem? _______

2. O que você estava fazendo antes de dormir?

a) Estava assistindo TV.

b) Estava usando o computador.

c) Estava usando videogame/jogos eletrônicos.

d) Estava estudando/fazendo atividade da escola

_____________

e) Estava no trabalho

f) Estava em uma festa

g) Estava usando o celular

h) Outra atividade. Qual (is)?______

3. Após as 18 horas, por quanto tempo você usou o celular? _______

4. Você acordou durante a noite?

Não ( ) Sim ( ) Quantas vezes ? ______

5. Você foi acordado pelo telefone a noite?

Não ( ) Sim ( ) Quantas vezes ? ______

6. A que horas você acordou hoje? _______

7. Por que você acordou nesse horário?

a) Por causa do horário da escola

b) Por causa de atividades físicas/esportivas

c) Para viajar

d) Para participar de atividades religiosas

e) Para passear ou ir ao praia/clube/parque.

f) Outro motivo. Qual (is)? _________

8. Como você foi acordado (a) pela manhã:

a) Pelo despertador ( ) b) Alguém chamou ( ) c) Sozinho ( )

9. Como você está se sentindo ao despertar? (Marque com um X)

10. Você cochilou durante o dia? Hora de Início Hora de término

Não ( )

Sim ( ) Quantas vezes ? ____

11. Uso do Actímetro:

Horários em que tirou o actímetro Horários em que colocou o actímetro

Nome do aluno(a)_________________________________________

Data: Dia:_____ Mês:_______ ano:_____. Dia da semana:________

1. A que horas você foi deitar ontem?_______

2. O que você estava fazendo antes de dormir?

a) Estava assistindo TV.

b) Estava usando o computador.

c) Estava usando videogame/jogos eletrônicos.

d) Estava estudando/fazendo atividade da escola

_____________

e) Estava no trabalho

f) Estava em uma festa

g) Estava usando o celular

h) Outra atividade. Qual (is)?______

3. Após as 18 horas, por quanto tempo você usou o celular? _______

4. Você acordou durante a noite?

Não ( ) Sim ( ) Quantas vezes ? ______

12. Você foi acordado pelo telefone a noite?

Não ( ) Sim ( ) Quantas vezes ? ______

5. A que horas você acordou hoje? _______

6. Por que você acordou nesse horário?

a) Por causa do horário da escola

b) Por causa de atividades físicas/esportivas

c) Para viajar

d) Para participar de atividades religiosas

e) Para passear ou ir ao praia/clube/parque.

f) Outro motivo. Qual (is)? _________

7. Como você foi acordado (a) pela manhã:

a) Pelo despertador ( ) b) Alguém chamou ( ) c) Sozinho ( )

8. Como você está se sentindo ao despertar? (Marque com um X)

9. Você cochilou durante o dia? Hora de Início Hora de término

Não ( )

Sim ( ) Quantas vezes ? ____

10. Uso do Actímetro:

Horários em que tirou o actímetro Horários em que colocou o actímetro