regimes contributivos especiais em vigor … · taxas das contribuições para o regime geral são...

45
REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR NA SEGURANÇA SOCIAL Julho de 2006

Upload: truongque

Post on 04-Oct-2018

220 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

Page 1: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR NA

SEGURANÇA SOCIAL

Julho de 2006

Page 2: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

ÍNDICE

1. A Taxa Social Única

2. Fixação de Taxas Contributivas Mais Favoráveis

3. Taxas Contributivas em Vigor:

3.1. Em Função do Âmbito Material

3.2. Em Função da Natureza da Entidade Empregadora

3.3. Em Função de Actividades Economicamente Débeis

3.4. De Estímulo ao Emprego

3.5. Em Situações de Inexistência de Entidade Empregadora

4. Custo das Taxas Reduzidas para o Sistema

2 de 45

Page 3: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

INTRODUÇÃO

Sem ter a ambição de ser exaustivos nesta matéria, a importância da definição da taxa contributiva para a segurança social, principal fonte de financiamento do sistema, justifica que se trace uma resenha da evolução do quadro normativo respeitante a este tema. A Lei n.º 28/84, primeira Lei de Bases da Segurança Social, estabeleceu que "as taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no orçamento da Segurança Social", orçamento este que, constitui parte integrante do Orçamento do Estado, cuja aprovação pertence em exclusivo à Assembleia da República.

A mesma Lei decreta no seu artigo 69º, a subsistência transitória de regimes especiais, dispondo que os regimes especiais de segurança social serão gradualmente integrados no regime geral. Esta Lei era aplicável tanto no Continente como nas Regiões Autónomas, onde, no respeito pelo princípio da universalidade do sistema, devem ser aplicadas as mesmas taxas contributivas. Nesta sequência, e em cumprimento do estabelecido na Lei de Bases da Segurança Social então em vigor, a Lei n.º 9/86 de 30 de Abril, que aprovou o Orçamento de Estado para esse mesmo ano, autorizou o Governo, através do seu artigo 74.º, a “instituir a taxa social única, mediante a extinção das quotizações para o Fundo de Desemprego e o aumento, ou criação, se for caso disso, das taxas das contribuições para a Segurança Social”. O mesmo artigo estabeleceu ainda a desagregação da taxa social única em contribuições a cargo da entidade empregadora, 24%, e a quotização do trabalhador em 11%. Na sequência desta autorização legislativa foi publicado o Decreto-Lei n.º 140-D/86 de 14 de Junho. Posteriormente, de novo em sede de aprovação do Orçamento de Estado, a Lei n.º 87-B/98 de 31 de Dezembro veio autorizar o Governo a “proceder à revisão do Decreto-Lei n.º 140-D/86 de Junho, que instituiu a taxa social única, na redacção que lhe foi dada pelo Decreto-Lei n.º 295/86 de 19 de Setembro, e pela Lei n.º 39-B/94 de 27 de Dezembro, no sentido de prever a fixação de taxas contributivas mais favoráveis nas situações seguintes:

a. Inexistência da entidade empregadora; b. Redução do esquema material do regime geral; c. Actividades prosseguidas por entidades sem fins lucrativos; d. Sectores de actividade economicamente débeis.”

3 de 45

Page 4: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Devendo esta fixação ter em devida conta:

i. Os custos das eventualidades protegidas; ii. A relação custo/benefício das taxas mais favoráveis a fixar.

O Governo ficou, ainda, autorizado a estabelecer:

Taxas mais favoráveis e medidas de isenção contributiva, total ou parcial, que sirvam de estímulo ao emprego e favoreçam o acesso à formação profissional;

Taxas mais favoráveis como incentivo às boas práticas em matéria de

segurança, higiene e saúde no trabalho, quando certificados em termos a regulamentar;

Medidas excepcionais de duração limitada, sob a forma de isenção

contributiva, total ou parcial, tendo em vista o aumento de postos de trabalho ou a redução de encargos não salariais em situações de catástrofe ou calamidade pública.

Nesta sequência, foram publicados o Decreto-Lei n.º 199/99 e o Decreto-Lei n.º 200/99.

4 de 45

Page 5: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

1. A Taxa Social Única O Decreto-Lei n.º 140-D/86 de 14 de Junho veio consagrar uma taxa contributiva única para o regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, ao proceder à unificação das contribuições para a Segurança Social com as quotizações para o Fundo de Desemprego. A taxa contributiva global foi posteriormente revista em sede do Orçamento de Estado para o ano de 1995, fixando-se a taxa global em 34,75%, sendo de 23,75% a taxa a cargo da entidade patronal e 11% a taxa a suportar pelo trabalhador. Esta fusão numa taxa única desagregada por eventualidade através do Decreto-Lei n.º 326/93 de 25 de Setembro, posteriormente actualizada pelo Decreto-Lei n.º 200/99 de 8 de Junho, veio clarificar não só o âmbito material da cobertura desta taxa mas também, o valor das componentes da taxa contributiva global, tendo em vista definir os princípios gerais a que devem obedecer a fixação de taxas contributivas mais favoráveis.

5 de 45

Page 6: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

2. Fixação de Taxas Contributivas Mais Favoráveis A existência de situações diferenciadas no que concerne aos contribuintes da Segurança Social, justificou no passado a criação de taxas contributivas mais favoráveis que decorrem essencialmente de especificidades dos trabalhadores abrangidos, das entidades empregadoras ou ainda das actividades desenvolvidas dando origem a um variado leque de taxas contributivas. Aquando da criação da taxa social única, o Decreto-Lei n.º 140-D/86 veio reconhecer o “carácter desajustado à manutenção de certo tipo de isenções que têm vigorado nas contribuições para o Fundo de Desemprego”. Mais adiante refere ainda que a “eliminação imediata da totalidade das isenções em vigor seria susceptível de determinar efeitos particularmente gravosos em determinados casos” motivo pelo qual se terá optado então, pela manutenção de taxas contributivas reduzidas em alguns casos especiais. A definição das taxas contributivas mais favoráveis actualmente em vigor, plasmadas no Decreto-Lei n.º 199/99 de 8 de Junho e outra legislação avulsa, obedece aos seguintes critérios: 2.1. Redução do Âmbito Material de Protecção A redução das eventualidades cobertas no âmbito do regime geral da Segurança Social, estabelecida para determinadas actividades, trabalhadores ou situações especiais determina a diminuição da respectiva taxa contributiva por relação ao custo das eventualidades não cobertas. 2.2. Natureza da Entidade Empregadora A verificação da natureza de entidade sem fins lucrativos determina a redução da taxa contributiva global, na componente relativa à solidariedade laboral correspondente ao âmbito material da protecção garantida. 2.3. Actividades Economicamente Débeis A existência de sectores de actividade considerados economicamente débeis tais como a agricultura e a pesca determinam a redução da taxa contributiva aplicável. Esta redução visa o desagravamento dos custos com pessoal em actividades

6 de 45

Page 7: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

fundamentais à sociedade cujo desenvolvimento é frequentemente sujeito a estrangulamentos por razões de vária ordem, não imputáveis a quem a desenvolve. 2.4. Incentivos ao Emprego A existência de faixas de trabalhadores em relação aos quais se verifica menor procura de mercado determina a redução da taxa contributiva aplicável à entidade empregadora que pode ir no limite, até à sua isenção total durante determinado período estabelecido na Lei. 2.5. Inexistência de Entidade Empregadora Em situações especiais, em que não existindo vínculo laboral o trabalhador pretenda continuar a contribuir para o regime geral da Segurança Social por forma a melhorar a sua protecção, a taxa contributiva aplicável é determinada em função do custo das eventualidades cobertas às quais é deduzida a componente relativa à solidariedade laboral e despesas de administração. As situações especiais determinantes da aplicação de taxas contributivas mais favoráveis elencadas acarretam, com excepção das situações em que a taxa contributiva resulta efectivamente de uma menor cobertura da protecção garantida, um custo para o sistema, que de acordo com a Lei de Bases da Segurança Social, Lei n.º 32/2002, de 20 de Dezembro, conjugada com as actuais regras de financiamento da Segurança Social, deve ser suportado pelo Orçamento de Estado em 50%.

7 de 45

Page 8: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

3. Taxas Contributivas e Regimes Especiais em Vigor

Procede-se de seguida à descrição das taxas actualmente em vigor determinadas em função dos critérios definidos no ponto anterior e em legislação anterior à publicação do Decreto-Lei n.º 199/99, desenvolvendo a fundamentação que esteve subjacente à sua criação e indicando sempre que possível o custo destas taxas reduzidas para o sistema. I. Trabalhadores por Conta de Outrem 1. Em função da redução do âmbito material de protecção Membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas

Até à publicação do Decreto-Lei n.º 327/93, de 25 de Setembro, os membros dos órgãos estatutários encontravam-se enquadrados no regime geral dos trabalhadores por conta própria. A razão que motivou o seu enquadramento no regime geral dos trabalhadores por conta de outrem foi, essencialmente, o facto de haver distinção entre a pessoa colectiva, dotada de personalidade jurídica própria, e os seus sócios, sejam ou não gerentes. Esta distinção leva necessariamente à separação entre esfera de direitos e deveres de cada uma dessas pessoas, de onde resulta que a pessoa colectiva deve ser considerada como entidade patronal e o sócio, que para ela trabalha, como trabalhador.

Esta relação especial entre a entidade patronal e o seu sócio trabalhador que exerce as funções de gerente/administrador fez com que do âmbito material de protecção fosse retirado o desemprego, motivo pelo qual a taxa contributiva aplicada aos membros dos órgãos estatutários das pessoas colectivas e entidades equiparadas é reduzida face à taxa contributiva global. Assim, a taxa inicialmente fixada em 35,5% (24,5% a cargo da entidade empregadora e 11% a cargo do trabalhador), foi revista pelo Decreto-Lei n.º 103/94 de 20 de Abril, para 32%, cabendo 22% à entidade empregadora e 10% ao trabalhador, inferior portanto à taxa que normalmente é suportada pelo trabalhador.

Tendo em conta as especificidades que caracterizam o estatuto profissional destes beneficiários, foram introduzidos alguns ajustamentos no âmbito do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem no que diz respeito às obrigações contributivas. Embora a base de incidência contributiva corresponda ao valor da remuneração

8 de 45

Page 9: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

efectivamente auferida, o Decreto-Lei n.º 327/93 de 25 de Setembro veio introduzir um limite mínimo igual ao valor da remuneração mínima garantida e um limite máximo de 12 vezes o valor da mesma remuneração mínima.

O membro de órgãos estatutários pode no entanto, optar por uma base de incidência contributiva com base no valor real das remunerações quando estas excedam o limite máximo, sendo que a opção tem de ser exercida até aos 55 anos e ser comprovado que o beneficiário está capaz para o exercício da sua actividade. O Decreto-Lei n.º 571/99 de 24 de Dezembro veio clarificar a aplicação deste limite máximo, que passou a ser aferido tendo em conta o conjunto das remunerações auferidas nas várias pessoas colectivas em que exerçam actividades, situação que pode determinar a isenção contributiva para a entidade patronal sempre que se verifique a acumulação de cargos em várias pessoas colectivas.

O Decreto-Lei n.º 103/94 veio ainda dispensar da obrigação contributiva pelo limite mínimo acima referido, sempre que os beneficiários deste regime se encontrem abrangidos por regime obrigatório de protecção social, pelo exercício em acumulação, de outra actividade.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares

MEMBROS DOS ORGÃOS Doença

ESTATUTÁRIOS DAS Doença Profissional

PESSOAS COLECTIVAS Maternidade 21,25% 10% 31,25% 318.750

( Artº 13º) Invalidez Velhice

Morte

Trabalhadores no domicílio O regime jurídico dos trabalhadores no domicílio foi criado pelo Decreto-Lei n.º 440/91 de 14 de Novembro, que fixou a taxa contributiva aplicável assim como um período transitório de três anos durante o qual a taxa seria incrementada anualmente até atingir 30% em 1995. Os trabalhadores no domicílio que não se encontram juridicamente subordinados à entidade que contrata o serviço prestado, beneficiam de uma taxa reduzida por esta não incluir a protecção no desemprego e na doença.

9 de 45

Page 10: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Com a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 392/98 de 4 de Dezembro, a protecção social concedida aos trabalhadores no domicílio foi alargada passando a integrar a eventualidade da doença, tendo a respectiva taxa sido mantida nos 30%. Em 2004 este regime foi revisto pela Lei n.º 35/2004 de 29 de Julho que regulamenta o Código do Trabalho, tendo sido reposto pelo Decreto-Lei n.º 98/2005, mantendo-se as taxas contributivas em vigor.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares

TRABALHADORES Maternidade

NO DOMICÍLIO Doença Profissional 18,50% 8,50% 27,00% 10

( Artº 14º) Invalidez

Velhice

Morte

Doença 20,70% 9,30% 30,00% 346

Jogadores profissionais de futebol e de basquetebol A taxa contributiva aplicável aos profissionais de desporto aqui abrangidos, fixada no Decreto-Lei 300/89 e republicada no Decreto-Lei n.º 199/99 de 8 de Junho, abrange todas as eventualidades excepto a doença. Não corresponde contudo, à soma do custo das eventualidades publicada no Decreto-Lei n.º 200/99 de 8 de Junho. Este grupo profissional beneficia de uma redução na taxa contributiva, garantindo a protecção nas eventualidades referidas a um custo para a entidade patronal, inferior ao custo total para o sistema. No que diz respeito à base de incidência contributiva que consta do artigo 4.º do Decreto-Lei n.º 300/89 (estendido aos jogadores profissionais de basquetebol pela portaria 457/97) e que está fixada em um quinto do valor das remunerações efectivas estabelecidas no contrato, incluindo os prémios de assinatura de contrato, a sua fundamentação histórica já não permanece na actualidade. Na verdade, o principal argumento de sustentação desta redução à base de incidência contributiva poderia residir no facto destes trabalhadores auferirem remunerações muito elevadas num período muito concentrado no início da sua carreira. As contribuições sobre estas remunerações não se traduziam assim, na formação de qualquer direito adicional para as prestações diferidas, visto que apenas eram

10 de 45

Page 11: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

consideradas as remunerações dos melhores dez dos últimos quinze anos da carreira. Em suma esta redução da base de incidência contributiva poderia fundamentar-se no facto de estes trabalhadores saírem da lógica habitual de crescendo da linha de remunerações ao longo da carreira contributiva. Com a entrada em vigor da nova regra de cálculo das pensões, esta fundamentação já não existe, visto que estes trabalhadores passam a beneficiar de todas as remunerações auferidas ao longo da carreira porque todos os descontos serão considerados na formação da pensão. Verificam-se, pois, argumentos que justificam o alargamento da base de incidência em defesa dos direitos destes trabalhadores e por razões de tratamento equitativo com os demais trabalhadores por conta de outrem que auferem igualmente de salários elevados.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares Doença Profissional

JOGADORES PROFISSIONAIS

Maternidade 17,50% 11,00% 28,50% 2.303

DE FUTEBOL E DE BASQUETEBOL

Desemprego

( Artº 15º) Invalidez Velhice

Morte

Trabalhadores activos em condições de acesso à pensão completa O regime da flexibilização da idade de acesso à pensão de reforma, introduziu com o Decreto-Lei n.º 9/99 de 8 de Janeiro, uma bonificação no cálculo da pensão aplicável aos beneficiários que, reunindo as condições legalmente exigidas para atribuição de uma pensão completa, optem por adiar o momento de requerer a sua reforma. Assim, os trabalhadores que tenham já completado uma carreira de 40 anos e verifiquem simultaneamente a idade legal de reforma para acesso à pensão completa, 65 anos, podem descontar para a Segurança Social com base numa taxa mais favorável, prevista no Decreto-Lei n.º 199/99, que resulta da redução da protecção garantida, designadamente no que concerne as eventualidades de desemprego e invalidez, visto que em caso de ocorrência destas eventualidades, o beneficiário passa automaticamente à situação de pensionista por velhice.

11 de 45

Page 12: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares TRABALHADORES

ACTIVOS COM PELO Doença

MENOS 65 ANOS DE

IDADE E CARREIRA E Doença Profissional 17,90% 8,30% 26,20% 25

CARREIRA CONTRIBUTIVA NÃO

Maternidade

INFERIOR A 40 ANOS Velhice

( Artº 16º) Morte

Pensionistas em actividade Aos pensionistas de qualquer regime de protecção social que exerçam uma actividade profissional em simultâneo com a condição de pensionista, é aplicada uma taxa contributiva mais favorável, conforme determinado pelo Despacho n.º 126/SESS/91. A redução concedida na taxa publicada no Decreto-Lei n.º 199/99, é diferenciada caso se trate de pensionistas de invalidez ou de velhice, e resulta do facto destes contribuintes não verificarem as condições para aceder à protecção em algumas eventualidades que determinam a substituição dos rendimentos do trabalho com um carácter temporário. É o caso da protecção no desemprego e na doença.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99) Eventualidades Cobertas

Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

PENSIONISTAS EM

ACTIVIDADE: Encargos Familiares

Doença Profissional Maternidade

- INVALIDEZ Invalidez 18,20% 8,30% 26,50% 2.233

( nº 1 Artº 17º) Velhice

Morte

Encargos Familiares Doença Profissional

- VELHICE Maternidade 15,30% 7,80% 23,10% 30.087

(nº 2 Artº 17º) Velhice

Morte

Docentes contratados pelo Ministério da Educação Com a publicação do Decreto-lei n.º 67/2000, de 26 de Abril, o pessoal contratado para o exercício de funções docentes nos estabelecimentos de educação e ensino

12 de 45

Page 13: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

públicos, foram enquadrados no âmbito do regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, relativamente à eventualidade desemprego. Pela Portaria 989/2000, de 26 de Abril, foi fixada em 4,9% a taxa contributiva a cargo da entidade patronal. Esta taxa traduz-se na aplicação do Decreto-Lei n.º 199/99 e 200/99, porquanto corresponde à eventualidade desemprego deduzida da solidariedade laboral que não se aplica ao Estado, por constituir entidade sem fins lucrativos.

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (67/00)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Docentes contratados em regime Desemprego 4,90% 0% 4,90% 40.725

de contrato administrativo

Militares em regime de voluntariado ou de contrato O Regulamento de Incentivos à Prestação de Serviço Militar nos Regimes de Contrato e de Voluntariado aprovado pelo Decreto-Lei n.º 320-A/2000, de 15 de Dezembro, veio estabelecer o quadro de incentivos ao ingresso de jovens na carreira militar, em particular os incentivos à reinserção no mercado de trabalho e à protecção garantida finda a prestação do serviço militar. Este regime permite assim, o direito à cobertura na eventualidade de desemprego, mediante o pagamento de uma taxa contributiva de 3% a cargo da entidade patronal. Este grupo profissional beneficia pois, de uma redução na taxa contributiva praticada face ao custo efectivo desta eventualidade superior à que resultaria da dedução da componente de solidariedade social que não é aplicável às entidades das Administrações Públicas. Com vista a apoiar a contratação de ex-militares é ainda concedido pelo sistema de segurança social uma majoração de um ano à isenção no pagamento de contribuições para além do período concedido aos desempregados de longa duração e jovens à procura de 1º emprego. O direito a este apoio caduca seis anos após a data do termo do contrato. Acresce ainda o facto deste diploma estabelecer especificidades no período de concessão das prestações de desemprego a estes cidadãos, que tem duração idêntica à duração do serviço prestado, não podendo porém ultrapassar os 30 meses.

13 de 45

Page 14: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99) Eventualidades Cobertas

Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

MILITARES Desemprego 3,00% 0% 3,00% 25.174 ( Artº 18º)

Docentes dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo

O Decreto-lei n.º 327/85, de 8 de Agosto definiu o enquadramento do pessoal docente do ensino superior, particular ou cooperativo, na Caixa Geral de Aposentações e no Montepio dos Servidores do Estado, sendo que idêntico regime foi consagrado para o pessoal docente do ensino não superior, particular ou cooperativo, pelo Decreto-Lei n.º 321/88, de 22 de Setembro.

O reconhecimento do interesse público das funções exercidas por estes profissionais conduziu à necessidade de harmonizar a protecção social conferida com aquela que é garantida a profissionais da mesma actividade no âmbito da função pública. Tendo em conta que na função pública as prestações imediatas são asseguradas directamente pelo Estado, situação que não se verifica com estes docentes que “estão vinculados por contratos individuais de trabalho a entidades empregadoras de direito privado”, impunha-se definir com clareza o seu enquadramento parcial no regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, por forma a garantir a protecção social nas eventualidades imediatas, daqui resultando um regime misto de protecção.

O Decreto-Lei n.º 179/90, de 5 de Junho, estabelece a taxa contributiva aplicável nesta condições, no pressuposto de que as entidades empregadoras e os trabalhadores não deveriam ser obrigados a assumir encargos contributivos globais com os dois regimes superiores aos que teriam se fossem abrangidos apenas pelo regime geral da segurança social. Daqui resultou a definição de uma taxa contributiva de 10%, a suportar pela entidade patronal, que em termos globais perfaz uma taxa contributiva de 30% para garantir a protecção em todas as eventualidades (20% a cargo da entidade patronal sendo 10% para a Caixa Geral de Aposentações e 10% para a Segurança Social e 10% a cargo do trabalhador, pagos à Caixa Geral de Aposentações).

Esta taxa contributiva foi mantida pelo Decreto-Lei n.º 199/99. Contudo, em face da aprovação da Lei n.º 60/2005, de 29 de Dezembro e do Decreto-Lei n.º 55/2006, de 15 de Março deve entender-se que o disposto nos artigos 19.º e 20.º do Decreto-Lei n.º 199/99 se encontram revogados para futuro, sendo actualmente as taxas contributivas em vigor para os inscritos a partir de 1 de Janeiro de 2006 as seguintes: 34,75%,

14 de 45

Page 15: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

31,60% ou 30,60% consoante se trate, respectivamente, de estabelecimento com fins lucrativos, sem fins lucrativos ou de IPSS.

Taxas Contributivas em Vigor

Taxa (DL 199/99) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

DOCENTES Encargos Familiares -Do ensino particular e

cooperativo, abrangidos Doença

pelos Decretos Lei nºs

321/88, de 22 de Setembro, Doença Profissional 10,00% 0% 10,00% 22.926

de 22 de Setembro, 179/90, de 5 de Junho, 327/85, de 8 de Junho, 327/85, de 8 de

Maternidade

Agosto e 109/93 de 7 de Abril

Desemprego

(Artº 19º)

Trabalhadores abrangidos pela Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Portuguesa Rádio Marconi O Decreto-Lei n.º 140-D/86, procedeu à integração da eventualidade de desemprego na taxa contributiva global. Nesta sequência, o referido diploma concretiza igualmente a taxa contributiva aplicável aos trabalhadores abrangidos pela Caixa de Previdência do Pessoal da Companhia Portuguesa Rádio Marconi e entidades patronais por forma a garantir o acesso a esta eventualidade e que correspondia a 3% e 3,5% respectivamente. A uma taxa reduzida de 7% corresponde actualmente a garantia da protecção nas eventualidades de desemprego e de doenças profissionais, não se tendo verificado contudo, durante o ano de 2005 qualquer beneficiário desta taxa contributiva especial.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

TRABALHADORES DA COMPANHIA

Doença Profissional

PORTUGUESA RÁDIO MARCONI

Desemprego 4,00% 3,00% 7,00% 0

( Artº 21º)

15 de 45

Page 16: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas ao serviço da Lusoponte O Decreto-Lei n.º 168/94 de 15 de Junho que aprova as bases da concessão, exploração e manutenção da nova travessia sobre o Tejo em Lisboa consagrou na base XLV a obrigatoriedade da concessionária a admitir nos seus quadros ou a impor à operadora que admita, os trabalhadores da Junta Autónoma de Estradas afectos à exploração desta travessia quando estes assim o pretendessem. Por forma a garantir a estes trabalhadores os mesmos direitos e regalias de que beneficiavam na qualidade de funcionários públicos, o Despacho Normativo n.º 61/95 de 11 de Outubro procedeu à integração destes trabalhadores no regime da segurança social a partir de 1 de Janeiro de 1996, no que concerne a cobertura das eventualidades cuja protecção não é assegurada pela Caixa Geral de Aposentações.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares TRABALHADORES

DA Doença JAE AO SERVIÇO DA Doença Profissional 10,60% 0% 10,60% 0

LUSOPONTE Maternidade

( Artº 22º) Desemprego

Bonificação do tempo de serviço Existem actualmente três regimes que mediante o pagamento de contribuições à taxa legal aplicável conferem uma bonificação da carreira contributiva para efeitos de pensão: i. Bombeiros O regime foi criado pelo Decreto-Lei n.º 241/89 de 3 de Agosto que estabelece o direito dos bombeiros abrangidos por regimes contributivos de segurança social a uma bonificação de pensão, determinada em função do tempo de serviço prestado na qualidade de bombeiro. A taxa contributiva aplicável foi concretizada na Portaria n.º 621/89 de 5 de Agosto que determina que a bonificação a conceder corresponde ao aumento da carreira contributiva em 25% do tempo de serviço mediante o pagamento de uma taxa contributiva adicional de 4%. O Decreto-Lei n.º 297/2000 de 17 de Novembro de manteve a possibilidade de bonificação da carreira, sendo a respectiva taxa mantida pela Portaria n.º 395/2002 de 15 de Abril.

16 de 45

Page 17: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

O montante das contribuições adicionais a pagar, para efeito da bonificação da pensão, é apurado por aplicação da taxa acima referida à remuneração mínima mensal garantida para a generalidade dos trabalhadores, em vigor à data do respectivo requerimento e incide sobre o n.º de meses que acrescem à respectiva carreira contributiva resultante da aplicação da percentagem de 25%. ii. Serviço militar obrigatório prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo O Decreto-Lei n.º 311/97 de 13 de Novembro veio equiparar no regime geral da Segurança Social, a relevância dada pela Caixa Geral de Aposentações aos períodos de serviço militar obrigatório. Com efeito, com a sua entrada em vigor passou a ser possível aos beneficiários da segurança social, mediante o pagamento de uma taxa contributiva de 18%, contabilizar os períodos de serviço militar obrigatório prestado em condições especiais de dificuldade ou perigo para efeitos de determinação da pensão, podendo estes períodos serm ainda objecto de bonificação para efeitos de cálculo da pensão. As contribuições referentes ao período da bonificação são calculadas pela aplicação da taxa de 18% ao valor médio dos últimos 12 meses com registo de remunerações que precedem a data da apresentação do requerimento, devidamente actualizadas. iii. Eleitos LocaisO Estatuto dos Eleitos Locais, consagrado na Lei n.º 29/87 de 30 de Junho concede através do artigo 18.º uma bonificação no tempo de serviço prestado pelos eleitos locais, que consiste na contagem deste tempo de serviço, desde que em regime de permanência, a dobrar até ao limite máximo de 20 anos, desde que fossem cumpridos seis anos seguidos ou interpolados no exercício dessas funções. Esta bonificação foi posteriormente alterada pela Lei n.º 97/89 de 15 de Dezembro, sendo o tempo de serviço prestado para além dos 10 anos contado em singelo para efeitos de reforma. Uma posterior alteração ao Estatuto dos Eleitos Locais, consubstanciada na Lei n.º 11/91 de 17 de Maio veio introduzir a obrigatoriedade do pagamento de contribuições à segurança social relativas ao período de bonificação invocado, remetendo a definição da taxa contributiva a aplicar para a Portaria n.º 62/92 de 16 de Janeiro, que a fixou em 18%. Desde então foram introduzidas novas alterações ao regime, no sentido de condicionar o acesso a esta bonificação de carreira apenas aos eleitos que acumulassem pelo menos 8 anos no desempenho do cargo, introduzindo um limite de 12 nos para efeitos de majoração do tempo de serviço. A taxa aplicável foi mantida no Decreto-Lei n.º 199/99. Com a publicação da Lei n.º 52-A/2005 de 10 de Outubro este regime especial foi revogado.

17 de 45

Page 18: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

BONIFICAÇÃO DO TEMPO DE SERVIÇO:

- Bombeiros Invalidez 0% 4,00% 4,00% 6 ( nº 1 Artº 23º) Velhice

- Restantes situações Morte 0% 18,00% 18,00% 0 ( nº 2 Artº 23º)

Bancários O Decreto-Lei n.º 140-D/86 fixou a taxa contributiva relativa aos trabalhadores abrangidos pela Caixa de Abono de Família dos Empregados Bancários em 3% e 10,5%, respectivamente para os trabalhadores e para as entidades empregadoras às quais acresce 0,5% destinada ao financiamento do risco de doença profissional a suportar pela entidade patronal. Desta forma, integram o âmbito material de protecção pelo pagamento desta taxa reduzida, as prestações familiares bem como a cobertura nas eventualidades de desemprego e de doenças profissionais. Esta taxa embora não inicialmente prevista no Decreto-Lei n.º 199/99, foi posteriormente aditada com a Lei n.º 3-B/2000 relativa ao Orçamento de Estado para 2000.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (Lei 3-B/00)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

BANCÁRIOS Encargos Familiares

(Artº 20º - A) Doença Profissional 11% 3% 14% 40.656

(aditado ao D.L. Desemprego 199/99, pela Lei do OE-

2000)

2. Em função da natureza não lucrativa das entidades empregadoras As entidades sem fins lucrativos, desenvolvem iniciativas solidárias da sociedade civil. O entendimento de que estas organizações desempenham um importante papel na sociedade substituindo-se muitas vezes ao Estado, tem justificado um tratamento diferenciado em matéria fiscal e parafiscal, que no âmbito da Segurança Social, se concretiza numa redução da taxa contributiva.

18 de 45

Page 19: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Importa contudo distinguir duas amplas categorias de entidades aqui abrangidas. Um primeiro grupo engloba organizações que servem públicos específicos. Embora cumpram alguma finalidade pública, estas entidades atendem a interesses de carácter mais limitado. O segundo grupo é formado sobretudo por organizações que existem exclusivamente para servir ao público em geral. Essa distinção entre organizações que servem públicos específicos e organizações que servem ao público em geral encontra reflexo formal na definição da taxa contributiva que lhes é aplicável. Entidades sem fins lucrativos Com a unificação das taxas contributivas para o regime da segurança social e Fundo de Desemprego operada no Decreto-Lei n.º 140-D/86, de 14 de Junho, ficou estabelecido no artigo 12.º deste diploma que os contribuintes cuja actividade não visasse fins lucrativos poderiam beneficiar da redução da taxa contributiva aplicável ao trabalho que lhes fosse prestado, sendo contudo omisso neste diploma qual a amplitude ou critério para esta redução. O Decreto-Lei n.º 295/86 de 19 de Setembro vem clarificar o critério de redução, estabelecendo que as entidades do universo aqui abrangido beneficiam de uma redução de 3,5% na taxa contributiva. Esta regra vigorou até à publicação do Decreto-Lei n.º 199/99 que veio manter a lógica de redução da taxa contributiva aplicável às instituições que prosseguem fins não lucrativos, substituindo no entanto, a dedução do valor fixo de 3,5% pela dedução da parcela relativa à solidariedade laboral na taxa contributiva global, correspondente ao respectivo âmbito material. Assim, a dedução passou a corresponder a 3,2% desde a entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 199/99. No caso especial das Instituições Particulares de Solidariedade Social, tendo em conta que a actividade que desenvolvem corresponde à prossecução de serviços de utilidade pública, complementando e por vezes substituindo o Estado nas suas responsabilidades, estas entidades beneficiam, para além da dedução da componente de solidariedade laboral, de uma redução de 1%, à taxa contributiva global, taxa esta que garante aos seus beneficiários o mesmo âmbito material da protecção garantido à generalidade dos trabalhadores.

19 de 45

Page 20: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

ENTIDADES SEM Encargos Familiares FINS LUCRATIVOS: Doença

- OUTRAS Doença Profissional 20,60% 11,00% 31,60% 195.567 ( Artº 27º) Maternidade

Desemprego - I.P.S.S. Invalidez 19,60% 11,00% 30,60% 122.805

( Artº 30º) Velhice

Morte

Funcionários Públicos A Lei n.º 60/2005 de 29 de Dezembro que estabelece os mecanismos de convergência entre o regime de protecção social dos funcionários públicos e o regime geral da segurança social, consagrou, no seu artigo 2.º a obrigatoriedade de inscrição dos novos funcionários públicos na segurança social, a partir de 1 de Janeiro de 2006. Nesta sequência, foi publicado o Decreto-Lei n.º 55/2006 de 15 de Março, fixando para estes novos beneficiários uma taxa contributiva específica, determinada em função do âmbito material da protecção e tendo em conta a natureza não lucrativa da entidade patronal.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 55/2006)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares FUNCIONÁRIOS Invalidez 12,08% 11,00% 23,08% -

PÚBLICOS Velhice

Morte

Profissionais do Serviço Doméstico

O Decreto Regulamentar n.º 43/82 de 22 de Julho procedeu à revisão do regime do pessoal do serviço doméstico considerado então já demasiado generoso, o que conduziu a um crescimento significativo dos beneficiários inscritos neste regime. Este incremento resultava do facto deste regime se tratar de um “regime contributivo extremamente económico no qual uma contribuição puramente simbólica dá acesso a um esquema completo de prestações de segurança social”. A remuneração então estabelecida como base de incidência contributiva correspondia a cerca de 57.04% do valor da retribuição mínima garantida neste sector, pelo que se procedeu ao seu

20 de 45

Page 21: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

ajustamento para 70% do valor estabelecido para a retribuição mínima, ainda hoje em vigor.

A taxa contributiva praticada neste regime é reduzida não só em função da natureza da entidade patronal mas também em função do âmbito material de protecção garantida. Os beneficiários deste regime podem optar pela cobertura da eventualidade de desemprego, desde que a base de incidência contributiva corresponda a remunerações efectivas. Caso contrário, a taxa contributiva de 26,7% é aplicada a uma remuneração convencional que corresponde a 70% da remuneração mínima mensal garantida.

Tendo em conta a importância que esta actividade tem vindo a assumir e a relação que se verifica entre a taxa praticada e a protecção garantida, não existem na actualidade, quaisquer razões que justifiquem o afastamento da taxa fixada daquela que resultaria do critério do âmbito material da protecção, nem para a sua redução em função da natureza não lucrativa da entidade contribuinte.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares Doença

PROFISSIONAIS Doença Profissional DO SERVIÇO Maternidade 17,40% 9,30% 26,70% 147.538 DOMÉSTICO Invalidez

( Artº 28º) Velhice

Morte

Desemprego 20,60% 11,00% 31,60% 1.810

Membros das Igrejas, associações e confissões religiosas

Conforme o preâmbulo do Decreto Regulamentar n.º5/83, de 31 de Janeiro, a fundamentação para a atribuição de uma taxa contributiva inferior à do regime geral ao grupo abrangido por este regime, residiu no «facto de estar demonstrada uma sensivelmente menor utilização das prestações sociais face ao comum dos beneficiários.»

Assim, os contribuintes deste regime beneficiam, além da redução da componente de solidariedade laboral, deduzida a todas as entidades sem fins lucrativos, e do âmbito material de protecção que exclui a eventualidade de desemprego, de uma redução na

21 de 45

Page 22: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

taxa contributiva em mais de 50%, que garante aos seus beneficiários uma protecção material com um custo para o sistema acima daquele que por eles é suportado.

Além de uma taxa reduzida, podem ainda descontar sobre uma remuneração convencional mínima de 70% da remuneração mínima mensal garantida, podendo optar por descontar até três vezes a remuneração mínima mensal garantida. Alterações à base de incidência contributiva não podem ocorrer nos 70 meses que antecedem a idade mínima para a reforma por velhice.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

MEMBROS DAS Encargos Familiares IGREJAS,

ASSOCIAÇÕES Doença E CONFISSÕES

RELIGIOSAS Doença Profissional 8,00% 4,00% 12,00% 5.218 ( Artº 29º) Maternidade

Invalidez Velhice

Morte

Docentes não abrangidos pela Caixa Geral de Aposentações O pessoal docente que exerça as suas funções em regime de tempo parcial ou ao abrigo de mero contrato de prestação de serviços, não é inscrito na Caixa Geral de Aposentações, conforme disposto no n.º 2 do artigo 2º do Decreto-Lei n.º 327/85 (docentes do ensino superior particular e cooperativo), e no n.º 2 do artigo 1º do Decreto-Lei n.º 321/88 (docentes do ensino não superior). Para estes docentes consagrou-se pelo Despacho n.º 132/SESS/89 de 10 de Janeiro mais tarde revisto pelo Despacho n.º59-I/SESSRL/98 de 11 de Novembro uma taxa contributiva reduzida. Esta taxa foi reafirmada no artigo 31º do Decreto-Lei n.º 199/99, que estabeleceu que «a taxa contributiva aplicável ao pessoal docente contratado pelo Ministério da Educação é de 29,00%, sendo, respectivamente de 21,00% e de 8,00% para as entidades empregadoras e para os trabalhadores.» O n.º 2 do mesmo artigo estabelece que «A taxa contributiva referida no número anterior é excepcionalmente aplicável aos docentes de estabelecimentos de ensino particular ou cooperativo, superior ou não superior integrado no sistema nacional de ensino que não reúnam as condições de inscrição na Caixa Geral de Aposentações.»

22 de 45

Page 23: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Assim, por princípio, para o pessoal docente contratado pelo Ministério da Educação ao abrigo de contratos de prestação de serviço ou a tempo parcial aplica-se uma taxa de 29,00%, excepcionalmente aos docentes dos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo não lucrativos que não reúnam condições para inscrição na Caixa Geral de Aposentações.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

DOCENTES NÃO

ABRANGIDOS PELA Encargos Familiares CAIXA GERAL DE APOSENTAÇÕES: Doença

( Artº 31º) Doença Profissional - Contratados pelo

ME Maternidade 21,00% 8,00% 29,00% 3.595 - De estabelecimentos de ensino particular

ou Desemprego cooperativo, superior

ou não superior, Invalidez integrados no sistema

nacional de ensino que Velhice

não reúnam condições de inscrição

na C.G.A . Morte

3. Em função de actividades economicamente débeis Trabalhadores agrícolas O Decreto-Lei n.º 295/86, de 19 de Setembro, fixou as taxas contributivas devidas pelos trabalhadores agrícolas e respectivas entidades patronais, diferenciando a taxa aplicável à entidade patronal e ao trabalhador em função destes últimos terem vínculo permanente ou não. No mesmo ano, o Decreto-Lei n.º 401/86 veio definir um regime contributivo especial para todos os trabalhadores agrícolas e respectivas entidades patronais, tendo em consideração tratar-se de um sector economicamente débil, fixando bases de incidência e taxas de contribuições mais baixas do que as do regime geral da segurança social.

23 de 45

Page 24: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Estas taxas foram mantidas com a publicação do Decreto-Lei n.º 199/99, tendo continuado a não corresponder à soma das eventualidades por se considerar que constitui uma actividade débil à semelhança do que sucede com a pesca.

A Lei n.º 87-B/98 de 31 de Dezembro concedeu autorização aos Governos Regionais para proceder à revisão do Decreto-Lei n.º 140-D/86 na redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 295/86 e pela Lei n.º 39-B/94, no sentido de fixar taxas mais favoráveis, designadamente no que respeita a sectores de actividade considerados economicamente débeis. Tendo em conta que, o Decreto-Lei n.º 199/99 estabelece, que as taxas contributivas dele constantes se aplicam a todo o território nacional, tornou-se necessário estabelecer um regime de aproximação progressiva às taxas aplicáveis nas Regiões Autónomas àquelas que a partir de 1999 passaram a vigorar no Continente. Assim, e conforme estabelecido no Decreto-Lei n.º 464/99 de 5 de Novembro, a convergência para as taxas constantes do quadro abaixo, será concluída na Região Autónoma da Madeira até ao ano de 2013.

Taxas Contributivas em Vigor

Taxa (DL 199/99) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

TRABALHADORES Encargos Familiares AGRÍCOLAS: Doença

- Diferenciados Doença Profissional 23,00% 9,50% 32,50% 23.813 ( nº 1 Artº 33º) Maternidade

Desemprego - Indiferenciados Invalidez 21,00% 8,00% 29,00% 48.717

( nº2 Artº 33º) Velhice

Morte

Trabalhadores da pesca local

O Decreto-Lei n.º 140-D/86 estabelece uma redução global nas contribuições devidas pela actividade da pesca artesanal correspondente à eliminação da anterior incidência de quotizações para o Fundo de Desemprego. O Decreto-Lei n.º 295/86 veio posteriormente fixar em 10% a taxa contributiva aplicável aos pescadores da pesca artesanal.

Os pescadores são abrangidos pelo regime geral com excepção dos trabalhadores inscritos marítimos que exerçam actividade na pesca local que podem contribuir mediante a aplicação de uma taxa de 10,00% sobre o valor do produto bruto do pescado vendido em lota. Este regime é igualmente aplicável aos trabalhadores inscritos marítimos que exerçam a sua actividade a bordo de embarcações de pesca costeira que à data da entrada em vigor do Decreto-Lei n.º 199/99, fossem objecto,

24 de 45

Page 25: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

para efeitos de taxa contributiva, do regime de retenção na lota de 10% do valor do pescado bruto, assim como aos trabalhadores que exerçam a actividade de pesca local quando se verifique o pagamento nos termos gerais.

O âmbito material da protecção garantida apenas inclui a eventualidade do desemprego se o beneficiário não for dono de embarcação.

A diferenciação de taxa para este grupo profissional assenta em três critérios: lota, regime geral e taxa mais favorável para a pesca local, fundamentando-se esta diferenciação e redução face à taxa contributiva global na debilidade económica da actividade.

Taxas Contributivas em Vigor

Taxa (DL 199/99) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

GRUPOS DE BENEFICIÁRIOS/

INSCRITOS MARÍTIMOS Encargos Familiares

· da Pesca Local ( Artº 34º): Doença - Regime de retenção na lota (nº 1) Doença Profissional

10,00% do valor doproduto bruto do pescado vendido em lota

15.737 Maternidade - Regime geral (nº 3) Desemprego (c) 21,00% 8,00% 29,00% Invalidez · da Pesca Costeira ( Artº 34º, nº2) Velhice - Regime de retenção na lota à Morte data da entrada em vigor do

DL 199/99

10,00% do valor doproduto bruto do pescado vendido em lota

· Regime geral ( Artº 3º) 23,75% 11,00% 34,75%

- Pesca Costeira (d)

- Pesca Industrial (d)

4. Incentivos ao emprego Trabalhadores Deficientes No âmbito da política de reabilitação e integração das pessoas com deficiência o Decreto-Lei n.º 40/83, de 25 de Janeiro, relativo ao emprego protegido, veio estabelecer medidas especiais de apoio no que respeita à inserção laboral deste público, visando assegurar a sua valorização pessoal e profissional e facilitar a sua passagem para um emprego não protegido.

25 de 45

Page 26: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Assim, em linha com as medidas adoptadas visando o estímulo ao primeiro emprego, entendeu-se adoptar algumas medidas incentivadoras de aceitação dos trabalhadores com deficiência por parte das empresas, em particular através da redução substancial dos encargos contributivos das empresas que contratem trabalhadores com deficiência. O Decreto-Lei n.º 299/86, de 19 de Setembro, estabeleceu que as entidades empregadoras que contratassem, por tempo indeterminado, trabalhadores com capacidade para o trabalho inferior a 80% beneficiam de uma redução da taxa social única, a qual, nestes casos, passou a ser de 12,5 %. A redução da taxa contributiva não é extensiva aos trabalhadores, uma vez que estes se mantêm, em relação ao regime de segurança social, em posição idêntica aos restantes trabalhadores beneficiando da mesma protecção garantida. O Decreto-Lei n.º 299/86 foi reposto pelo Decreto-Lei n.º 125/91 de 21 de Março. O Decreto-Lei n.º 199/99, de 8 de Junho, que revê as taxas contributivas do regime geral de segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, reafirma no artigo 36º o regime mais favorável para empregadores que mantenham trabalhadores com deficiência.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares Doença Doença Profissional TRABALHADORES Maternidade 12,50% 11,00% 23,50% 3.332

DEFICIENTES Desemprego ( Artº 36º) Invalidez

Velhice

Morte

Jovens à procura de primeiro emprego e desempregados de longa duração As medidas de apoio à criação de novos postos de trabalho no âmbito da segurança social, mediante desoneração das empresas, por um período temporário, dos encargos patronais relativos ao pagamento de contribuições surgiu com o Decreto-Lei n.º 17-D/86 de 6 de Fevereiro. A fundamentação para a concessão de uma isenção contributiva por um período de 24 meses assentava essencialmente no efeito de dinamização esperado no mercado de trabalho, desenvolvendo desta forma condições para a criação de novos postos de trabalho.

26 de 45

Page 27: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

O Decreto-Lei n.º 257/86 de 27 de Agosto veio introduzir algumas alterações ao anterior diploma alargando a idade máxima dos jovens abrangidos dos 25 anos para 30 anos. Este diploma vigorou até 1995, ano em que foi aprovado o Decreto-Lei n.º 89/95, de 6 de Maio, que veio estabelecer a concessão de incentivos no âmbito da Segurança Social tendo em vista a integração no mercado de trabalho das pessoas que apresentam uma maior dificuldade como é o caso das pessoas que pela primeira vez procuram essa oportunidade assim como os que se encontram em situação de desemprego prolongado. Os incentivos atribuídos traduzem-se na dispensa por um período máximo de 36 meses, do pagamento de contribuições para as empresas que contratem por tempo indeterminado desempregados de longa duração que estejam disponíveis para o trabalho e inscritos no Centro de Emprego há mais de 12 meses e jovens à procura de primeiro emprego, com idade igual ou superior a 16 anos e inferior a 30 anos que nunca tiveram actividade profissional ao abrigo do contrato de trabalho sem termo. Esta medida foi prorrogada com a publicação do Decreto-Lei n.º 199/99. Uma situação específica neste âmbito corresponde aos jovens militares. O Decreto-Lei n.º 118/2004, de 21 de Maio, estabelece uma majoração ao incentivo aqui previsto em um ano de dispensa temporária do pagamento de contribuições para a segurança social, às entidades empregadoras que contratem jovens à procura de primeiro emprego, que tenham prestado serviço efectivo em regime de contrato pelo período mínimo de 5 anos e que no termo do respectivo contrato se encontrem em situação de desemprego.

Taxas Contributivas em Vigor Taxa (DL 199/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

Encargos Familiares JOVENS À

PROCURA DE Doença 1º EMPREGO Doença Profissional

E Maternidade 0% 11,00% 11,00% 90.058 DESEMPREGADOS Desemprego

DE LONGA DURAÇÃO Invalidez ( Artº 37º) Velhice

Morte

Rotação/Emprego/Formação A medida designada de Rotação – Emprego - Formação foi criada pelo Decreto-Lei n.º 51/99, tendo em vista proporcionar incentivos às empresas para fomentar a

27 de 45

Page 28: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

participação dos seus trabalhadores em acções de formação profissional, melhorando desta forma a qualificação dos trabalhadores portugueses, como elemento fulcral para enfrentar as necessidades de modernização tecnológica e organizacional, sobretudo das empresas de menor dimensão. Esta medida concretiza-se quando uma empresa proporciona uma oportunidade de formação contínua aos seus trabalhadores e, em simultâneo permite a desempregados inscritos no centro de emprego uma experiência profissional no âmbito das funções desempenhadas pelos trabalhadores em formação. Nestas circunstâncias é concedida à empresa uma isenção de contribuições para a segurança social referente aos trabalhadores substituídos, enquanto durarem as respectivas acções de formação, podendo ser alargada até ao termo do contrato celebrado com o trabalhador substituto.

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (51/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares Doença Trabalhadores substituídos Doença Profissional durante o período de duração acções de formação Maternidade 11,00% 11,00% 145 Desemprego Invalidez Velhice

Morte

Programa de emprego e protecção social Criado pelo Decreto-Lei n.º 168/2003 de 29 de Julho, este programa estabeleceu várias medidas de apoio ao emprego e à criação de postos de trabalho, entre as quais se encontra a concessão das seguintes isenções e reduções contributivas:

Redução da taxa contributiva em 50% para as entidades empregadoras que contratem desempregados em situação de tempo parcial, em situação de teletrabalho ou em situação de trabalho no domicílio, desde que estes contratos resultem na criação líquida de postos de trabalho;

Redução da taxa contributiva suportada pela entidade empregadora em 40% durante o primeiro ano e de 20% durante o segundo ano de contrato no que se refere aos contratos a termo convertidos em contratos sem termo. Esta redução apenas foi concedida a contratos a termo celebrados até 31 de Dezembro de 2002.

28 de 45

Page 29: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

A Portaria n.º 1252/2003 de 31 de Outubro que regulamenta a concessão das medidas temporárias previstas no referido diploma, estabelece nos seus artigos 18.º e 19.º que as reduções da taxa contributiva acima referidas são compensadas pelo IEFP no montante correspondente à diferença entre o valor resultante da redução e o da taxa legalmente devida.

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (168/03)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

- Contrato a tempo parcial e Encargos Familiares

teletrabalho Doença 11,88% 11,00% 22,88%

Doença Profissional

Maternidade

Desemprego Invalidez 14,25% 11,00% 25,25% - Conversão de contratos de trabalho Velhice

a termo em contratos sem termo Morte

19,00% 11,00% 30,00%

Incentivos ao trabalho parcial para partilha e criação de postos de trabalho A Lei n.º 103/99 de 26 de Julho define o regime jurídico do trabalho a tempo parcial e estabelece incentivos à sua dinamização. Entre esses incentivos encontram-se reduções temporárias da taxa contributiva a cargo da entidade empregadora de 25% e 50% aplicável à contratação a termo e sem termo respectivamente, de trabalhadores a tempo parcial de desempregados de longa duração ou jovens à procura do primeiro emprego ou ainda outros trabalhadores. A alteração do tempo de trabalho de completo para parcial confere igualmente uma redução para o trabalhador cuja quotização desce para 6%. O diploma estabelece ainda a dispensa temporária de contribuições para as entidades empregadoras que celebrem contratos sem termo com jovens à procura do primeiro emprego ou desempregados de longa duração a tempo parcial no âmbito da alteração do tempo de trabalho de completo para parcial, de trabalhadores ao seu serviço para partilha de postos de trabalho e da contratação de trabalhadores com criação de postos de trabalho.

29 de 45

Page 30: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em vigor

Taxa DL (103/99) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total Beneficiários Totais

em 2005

Encargos Familiares

- Contrato a termo Doença 17,8% 11,00% 28,8% 3

Doença Profissional

Maternidade - Contrato sem termo Desemprego 11,9% 11,00% 22,9% 190 Invalidez - Conversão de contratos de trabalho Velhice a tempo completo em parcial Morte 23,75% 6,0% 29,8% 65

5. Inexistência de entidade empregadora Este regime foi instituído pelo Decreto-Lei n.º 199/99 e na sequência da aprovação do Decreto-Lei 9/99, que instituiu a flexibilidade da idade de acesso à reforma, onde se admitia que os pensionistas de pensão antecipada com valor reduzido pudessem melhorar o valor da sua pensão através do pagamento de contribuições. Integram o âmbito pessoal deste regime:

Os pensionistas de pensão antecipada por velhice que não exerçam actividade obrigatoriamente abrangida pelo regime geral da segurança social;

Outras situações em que se verifique que a obrigação contributiva se encontra prescrita ou a mesma não existiu pelo facto de, à data da prestação de trabalho a actividade não se encontrar obrigatoriamente abrangida pelo sistema da segurança social;

Quando haja bonificação dos períodos contributivos para efeito da taxa de formação.

A taxa contributiva de 17.5% que cobre as eventualidades de velhice e morte é aplicável à primeira situação aqui descrita. Aos restantes casos a taxa aplicada é de 20% a que corresponde um custo efectivo para o sistema de 23.1%.

30 de 45

Page 31: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em Vigor

Taxa (DL 199/99) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

- Quando a obrigação

contributiva se encontra Invalidez

prescrita ou não existiu Velhice 0% 20,00% 20,00% 0

( nº 1 Artº 40º) Morte

- No âmbito do instituto da flexibilização da idade

Velhice

de acesso à pensão Morte 0% 17,50% 17,50% 0

( nº 2 Artº 40º)

6. Outras situações Regime de pré-reforma O Decreto-Lei n.º 140-D/86 estabeleceu uma redução global nas contribuições devidas pelas atribuições pecuniárias qualificadas de pré-reforma, correspondente à eliminação da anterior incidência de quotizações para o Fundo de Desemprego. Assim, através do artigo 7.º deste diploma foram consagradas as taxas de 7% e 14,6% que vigoravam então desde o Despacho Normativo n.º 103/85 de 23 de Setembro. Mais tarde o Decreto-Lei n.º 261/91 estabeleceu o regime de pré-reforma, definindo taxas contributivas específicas, para os trabalhadores e entidades empregadoras enquadrados neste regime, diferenciadas em função da carreira contributiva do trabalhador:

▫ Carreira superior a 37 anos: 7% para a entidade empregadora e 3% para o trabalhador

▫ Carreira inferior a 37 anos: 14,6% para a entidade empregadora e 7% para o trabalhador

Apesar de nenhuma das taxas acima referidas corresponder a todas as eventualidades garantidas pelo sistema de segurança social, a redução verificada na taxa não corresponde à dedução do custo das eventualidades que não são cobertas, traduzindo-se num benefício concedido quer às empresas quer aos trabalhadores.

31 de 45

Page 32: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (26/91)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Encargos Familiares - Com 37 e mais anos de contribuições

Doença Profissional 7,00% 3,00% 10,00% 2.688

Invalidez - Restantes Situações Velhice 14,60% 7,00% 21,60% 3.7.86

Morte

Combate à desertificação e recuperação do desenvolvimento nas áreas do interior As isenções e reduções contributivas concedidas neste âmbito inserem-se num vasto pacote de medidas de combate à desertificação e recuperação do desenvolvimento nas áreas do interior criado com a Lei n.º 171/99. Com vista a promover o investimento e a criação de emprego nas zonas abrangidas por este diploma a Segurança Social concede uma isenção contributiva às entidades empregadoras durante os primeiros três anos dos contratos sem termo celebrados que constituam criação líquida de postos de trabalho. No quarto ano a taxa contributiva é reduzida para um terço e no quinto para dois terços. No caso de empresas criadas por jovens empresários, a isenção é estendida aos primeiros cinco anos.

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (171/99)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários em 2005

Trabalhadores contratados sem Encargos Familiares

Termo (criação líquida de postos de Doença

Trabalho a manter durante 5 anos, Doença Profissional

prorrogada até Dezembro de 2006, Maternidade 11,00% 11,00% 3.497 conforme artº 29º da Lei nº 55-B/ Desemprego 2004, de 30 de Dezembro (OE 2005) Invalidez Velhice

Morte

Reintegração social de reclusos Com o intuito de fomentar a criação de postos de trabalho à população reclusa, promovendo desta forma para a sua inserção sócio-profissional, o Despacho

32 de 45

Page 33: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Conjunto n.º 561/2001 veio instituir medidas de incentivo às entidades empregadoras que admitam ao seu serviço reclusos em regime aberto. Assim, com carácter temporário e excepcional, mas sem horizonte temporal definido, foi criada uma isenção contributiva por um período de 36 meses aplicável às entidades empregadoras que celebrem contratos de trabalho sem termo com trabalhadores reclusos. Às entidades que celebrem contratos de trabalho a termo o benefício assume a forma de uma redução em 50% das contribuições pelo período do contrato que pode ser convertida numa isenção se o contrato de trabalho a termo der origem a um contrato sem termo, não podendo nunca o efeito conjugado dos dois ultrapassar um período de dispensa de contribuições de 36 meses.

Taxas Contributivas em vigor Taxa DL (561/01)

Eventualidades Cobertas Emp. Trab. Total

Beneficiários Totais em 2005

Trabalhadores reclusos em regime Encargos Familiares

aberto: Doença

- Contrato sem termo Doença Profissional 11,00% 11,00%

Maternidade

Desemprego - Contrato a termo Invalidez 11,90% 11,00% 22,90% 423 Velhice

Morte

Bordadeiras As bordadeiras da Região Autónoma da Madeira e dos Açores foram integradas num regime especial de segurança social, criado para atender à especificidade da actividade e das suas condições remuneratórias, pelas Portarias n.º 775/73 de 8 de Novembro e 780/73 de 9 de Novembro respectivamente. A estas profissionais é garantido o direito a todas as eventualidades do regime geral da segurança social dos trabalhadores por conta de outrem, incluindo o subsídio de desemprego nos termos da lei. A taxa contributiva aplicável que lhes confere o direito à protecção material atrás referido corresponde a 12%, sendo 10% suportado pelo dador do trabalho e 2% pela bordadeira da casa.

33 de 45

Page 34: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxas Contributivas em vigor

Taxa DLR (22/98/M e ??) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total Beneficiários

Totais em 2005

Encargos Familiares Doença Bordadeiras RAM Doença Profissional 10,0% 2,0% 2,0% 6 Maternidade Desemprego Bordadeiras RAA Invalidez 11,00% 11,0% 5 Velhice Morte

Incentivos ao investimento na Região Autónoma da Madeira Na sequência da criação da zona franca da Madeira, o Governo procedeu à revisão dos benefícios fiscais de âmbito regional a conceder às empresas que se instalem na Região Autónoma da Madeira tendo em vista a captação de novos investimentos, indispensáveis para o desenvolvimento económico e social daquela Região. Foi com este propósito que se estabeleceu a concessão de isenções contributivas às entidades patronais das empresas estabelecidas na Região, no que concerne as remunerações de trabalhadores admitidos com menos de 22 anos em regime de estágio ou aprendizagem, até que atinjam aquela idade.

Taxas Contributivas em vigor

Taxa DL (165/86) Eventualidades

Cobertas Emp. Trab. Total Beneficiários

Totais em 2005

Encargos Familiares Doença Doença Profissional Incentivos ao Investimento na Maternidade Região Autónoma da Madeira Desemprego 0 11,00% 11,00% 16 Invalidez Velhice Morte

II. Trabalhadores Independentes Regime geral dos trabalhadores independentes

34 de 45

Page 35: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Com a publicação do Decreto-Lei n.º 8/82, de 18 de Janeiro, foi reformulado o regime de segurança social dos trabalhadores independentes integrados na segurança social pela Portaria n.º 115/77 de 9 de Março, aproximando-os do regime geral dos trabalhadores por conta de outrem. A taxa foi fixada em 15% è generalidade dos trabalhadores independentes, sendo posteriormente reduzida para alguns grupos profissionais de condição económica mais débil como é o caso dos agricultores, dos ajudantes familiares, entre outros. O Decreto-Lei n.º 328/93, de 25 de Setembro, procedeu a uma profunda revisão do regime destes trabalhadores, adequando as taxas contributivas que lhes vinham sendo aplicadas ao custo da protecção garantida, tendo em vista a garantia do equilíbrio financeiro neste regime. Nesse sentido foram estabelecidos dois esquemas de prestações: um mais restritivo com carácter obrigatório, e outro mais alargado que, para além da protecção obrigatória prevista no primeiro regime, garante a protecção num conjunto de eventualidades adicionais com carácter facultativo. A estas alternativas correspondem taxas contributivas diferenciadas, que visam adequar as contribuições pagas ao custo actuarial da protecção material garantida. A convergência das taxas em vigor à data (15%, 12% e 8%) para estas taxas foi feita de forma progressiva, sendo o diferimento no tempo mais acentuado nos casos em que as taxas anteriormente em vigor eram mais baixas, evitando desta forma um aumento brusco das contribuições sociais. O processo de transição ficou concluído em 2000, ano a partir do qual todos os beneficiários destes regimes passaram a descontar pelas taxas actualmente em vigor, que foram reafirmadas no Decreto-Lei n.º 199/99. Relativamente à base de incidência contributiva, a utilização de uma remuneração convencional foi introduzida pela Portaria n.º 115/77, que estabeleceu taxas de contribuição diferenciadas em função dos rendimentos colectáveis dos trabalhadores independentes. Com a introdução do Decreto-Lei n.º 8/82 a taxa contributiva passou a incidir sobre as remunerações reais, sempre que provada a sua autenticidade, sendo nos restantes casos aplicada a remunerações convencionais indexadas à remuneração mínima mensal. Este mesmo diploma introduziu também a obrigatoriedade de contribuição por parte da empresa, enquanto entidades económicas beneficiárias da prestação de serviços. A base de incidência contributiva dos trabalhadores independentes foi novamente alterada pelo Decreto-Lei n.º 328/93, instituindo a remuneração convencional, que permite ao trabalhador optar pela base de incidência mais adequada à sua situação particular. O diploma estabeleceu igualmente o limite mínimo de uma remuneração

35 de 45

Page 36: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

mínima mensal e o nível máximo de doze remunerações mínimas mensais, que vigoraram até à publicação do Decreto-Lei n.º 119/2005 de 22 de Julho que procedeu ao aumento em 50% do escalão convencional mínimo de desconto. O Decreto-Lei n.º 328/93 estabelece ainda as condições em que um trabalhador qualificado de independente está isento da obrigação contributiva. Determinam o direito à isenção de contribuir as seguintes condições:

A acumulação do exercício de actividade por conta própria com actividade por conta de outrem, abrangida por regime obrigatório de protecção social que cubra a totalidade de eventualidades obrigatoriamente abrangidas pelo regime dos trabalhadores independentes;

O valor da remuneração média mensal considerada para o outro regime nos

últimos seis meses ser igual ou superior ao valor da remuneração mínima mensal mais elevada garantida por lei ou em alternativa, o duodécimo do rendimento líquida da actividade exercida por conta própria, declarada para efeitos fiscais no ano anterior, ser inferior a 50% do valor da remuneração mínima mensal garantida por lei;

A acumulação do exercício de actividade por conta própria com a situação de

pensionista de invalidez ou velhice que exerçam actividade legalmente cumulável com as respectivas pensões;

Ser cônjuge de trabalhador independente, desde que o duodécimo do

rendimento líquido declarado para efeitos fiscais pelos respectivos trabalhadores independentes seja inferior a 50% do valor da remuneração mínima mensal garantida por lei.

Mais tarde, o Decreto-Lei n.º 240/96 de 14 de Dezembro veio alterar os limites mínimos para os rendimentos anuais ilíquidos abaixo do qual o enquadramento neste regime deixa de se verificar, salvo por interesse do beneficiário. Uma vez enquadrados neste regime, passou a facultar-se aos indivíduos com rendimentos ilíquidos anuais inferiores a 12 vezes a remuneração mínima mensal garantida que lhes seja considerada como base de incidência o duodécimo dos rendimentos ilíquidos anuais auferidos na actividade por conta própria, com o limite mínimo de 50% daquela remuneração mínima mensal. Paralelamente, como medida de incentivo à criação do próprio emprego, o enquadramento dos trabalhadores independentes neste regime fica isento de contribuições nos primeiros 12 meses da actividade como independente.

36 de 45

Page 37: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

O Decreto-Lei n.º 397/99 de 13 de Outubro introduz algumas alterações ao regime nomeadamente no que concerne ao regime de isenção contributiva, antecipando-se a data de início da produção de efeitos, no caso dos pensionistas e eliminando-se a obrigatoriedade de desconto em simultâneo durante seis meses para ambos os regimes de segurança social como condição prévia ao reconhecimento do direito à isenção no caso de acumulação com o exercício de actividade profissional por conta de outrem.

Taxa DL (328/95) Eventualidades

Cobertas Taxas Contributivas em vigor

Beneficiários Totais em 2005

Doença Profissional

Maternidade - Esquema Obrigatório Invalidez 25,4% 98.839 Velhice

Morte

Encargos Familiares

Doença

Doença Profissional

- Esquema Alargado Maternidade 32,00% 283.754 Invalidez Velhice

Morte

Produtores agrícolas e respectivos cônjuges O Decreto-Lei n.º 81/85 de 28 de Março definiu o enquadramento dos agricultores no regime dos trabalhadores por conta de outrem para os quais fora criado um regime especial, determinando que os trabalhadores agrícolas que exercendo actividade por conta própria e os respectivos cônjuges que com eles trabalhem não abrangidos no referido regime seriam enquadrados no regime geral dos trabalhadores independentes. O Decreto-Lei n.º 401/86 de 2 de Dezembro veio estabelecer taxas contributivas para os trabalhadores independentes das actividades agrícolas, diferenciadas consoante o rendimento líquido mensal da respectiva produção agrícola fosse superior ou inferior à remuneração mínima garantida. No primeiro caso, a taxa aplicável era de 15%, no segundo era reduzida para 8%. Mais tarde, a revisão efectuada ao regime dos trabalhadores independentes produziu alterações a estas taxas, que resultou no aumento gradual das taxas aplicáveis até ao ano de 2000.

37 de 45

Page 38: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Tendo em conta os condicionamentos impostos a este sector de actividade, decorrentes dos compromissos comunitários e por imperativas necessidades de reestruturação das explorações agrícolas, constatou-se a dificuldade dos produtores agrícolas em suportar os encargos com a segurança social. Assim, e em consonância com o legislado para os trabalhadores agrícolas abrangidos pelo regime geral dos trabalhadores por conta de outrem, atenta a debilidade económica verificada neste sector, procedeu-se à fixação no Decreto-Lei n.º 159/2001 de 18 de Maio, de taxas contributivas mais favoráveis para os produtores agrícolas e respectivos cônjuges abrangidos pelo regime dos trabalhadores independentes, cujos rendimentos provenham exclusivamente da actividade agrícola. Aos restantes trabalhadores agrícolas que acumulem outras actividades continua a aplicar-se o regime geral dos trabalhadores independentes. A medida visa assim, inverter o fenómeno de abandono do sistema por parte dos produtores de mais baixos rendimentos, dada a incapacidade de suportarem tais encargos, na expectativa de obter um efeito financeiro relevante ao incentivar a contributividade. Conforme disposto no Decreto-Lei n.º 40/2001 de 9 e Fevereiro, as taxas aplicáveis na Região Autónoma a Madeira serão gradualmente incrementadas até 2013, ano que a convergência com as taxas aplicadas no continente ficará completa.

Taxa DL (159/01) Eventualidades

Cobertas Taxas Contributivas em vigor

Beneficiários Totais em 2005

Maternidade - Esquema Obrigatório Invalidez 23,75% 974 Velhice

Morte

Encargos Familiares

Doença

Doença Profissional

- Esquema Alargado Maternidade 30,40% 41.898 Invalidez Velhice

Morte

38 de 45

Page 39: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

III. Outros Regimes Seguro social voluntário Este regime foi criado para permitir a pessoas que não sejam enquadráveis em qualquer regime de protecção social, uma oportunidade de garantir a sua protecção face à possibilidade de ocorrência de determinadas eventualidades. Sendo um regime voluntário os seus beneficiários podem escolher entre uma protecção que abrange as eventualidades imediatas e diferidas ou apenas a cobertura das eventualidades diferidas. No que diz respeito às prestações imediatas as taxas aplicadas não correspondem à actual desagregação da taxa, e no que concerne a protecção das eventualidades diferidas, a taxa aplicada aos beneficiários deste regime é significativamente inferior à praticada no regime geral sem que se encontrem razões que justifiquem tal disparidade. Esta taxa é mesmo inferior à praticada noutras situações de contribuição voluntária como é o caso dos trabalhadores que continuam a descontar para além dos 40 anos de carreira ou no caso dos pensionistas em actividade. A base de incidência contributiva é fixada pelo beneficiário correspondendo a múltiplos da remuneração mínima mensal garantida, com um mínimo de um e um máximo de quatro. A alteração da base de incidência contributiva para escalão inferior é sempre permitida. Para escalão imediatamente superior só é permitida quando tenham sido pagas contribuições em função do mesmo escalão durante pelo menos 24 meses consecutivos e o beneficiário tenha menos de 50 anos. Para a totalidade das eventualidades cobertas a taxa correspondente deveria ser de 29.5%. Enquanto que relativamente às eventualidades imediatas as taxas não correspondem ao custo implícito na actual desagregação da taxa, no que concerne as eventualidades diferidas a taxa aplicada aos beneficiários deste regime é significativamente inferior à praticada no regime geral sem que se encontrem razões que justifiquem tal disparidade, até quando comparado com outras situações de contribuição voluntária como é o caso dos trabalhadores que continuam a descontar para além dos 40 anos de carreira ou no caso dos pensionistas em actividade.

39 de 45

Page 40: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

Taxa DL (40/89) Eventualidades

Cobertas Taxas Contributivas

em vigor

Beneficiários em 2005

Invalidez

Pessoas que não se enquadram de forma Velhice 16% 4.793

obrigatória no âmbito de Morte regimes de protecção social

Encargos Familiares

3%

Doença e Maternidade 3,5%

Doença Profissional 0,5%

3.865

Produtores agrícolas abrangidos pelo Programa Operacional de Emparcelamento Rural e Cessação da Actividade O Regulamento da CEE n.º 2079/92 de 30 de Junho, veio estabelecer ajudas a atribuir aos agricultores com vista a garantir um rendimento adequado aos produtores agrícolas que optassem por cessar a respectiva actividade. Para evitar que a cessação de actividade implicasse o termo de formação de direitos à protecção no âmbito da segurança social, designadamente em matéria de reforma, tornou-se necessário definir mecanismos apropriados que permitissem a manutenção do vínculo à segurança social. O Decreto-Lei n.º 257/93 de 16 de Julho vem regular a situação contributiva dos agriicultores abrangidos pelo Programa Operacional de Emparcelamento Rural e Cessação da Actividade Agrícola, com idade igual ou superior a 55 anos, estabelecendo a manutenção do enquadramento no regime da segurança social em que se encontravam inscritos à data da cessação da actividade (por conta de outrem ou independente), fixando-lhes a taxa contributiva em vigor à data da publicação daquele diploma, que não foram portanto, sujeitas aos ajustamentos previstos no Decreto-Lei n.º 328/93 para os independentes. Para os trabalhadores agrícolas e familiares e equiparados dos produtores agrícolas, as contribuições passaram a ser calculadas a partir dessa data pela aplicação da taxa contributiva de 7%. O Decreto-Lei n.º 217/95 de 26 de Agosto veio introduzir ajustamentos neste regime, por força das novas regras consagradas no Regulamento da CEE n.º 2082/93 de 20 de Julho. Nesta conformidade, aos produtores agrícolas e respectivos cônjuges e familiares ou equiparados assim como os trabalhadores agrícolas ao seu serviço, passou a ser aplicável o regime dos trabalhadores independentes com algumas particularidades. Este diploma abrange os produtores agrícolas e respectivos cônjuges e familiares ou equiparados assim como os trabalhadores agrícolas ao seu serviço, que

40 de 45

Page 41: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

ao cessar a actividade agrícola tiveram direito às ajudas pecuniárias substitutivas de rendimentos do trabalho ao abrigo do Decreto-Lei n.º 31/94 de 5 de Fevereiro. Para estes beneficiários foi criada uma taxa específica que abrange as eventualidades de invalidez, velhice e morte, sendo o âmbito material da protecção alargado à eventualidade de encargos familiares os beneficiários que à data da cessação de actividade estivessem já cobertos por esta eventualidade. As taxas contributivas aplicáveis ao cálculo das contribuições dos produtores agrícolas e respectivos cônjuges abrangidos por este regime especial são as correspondentes ao esquema pelo qual se encontravam abrangidos à data da cessação da actividade, tendo lhes aplicável os ajustamentos anuais previstos no Decreto-Lei n.º 328/93. No que concerne os familiares e trabalhadores ao serviço a taxa aplicável corresponde a:

8% no caso de trabalhadores indiferenciados; 9,5% no caso de trabalhadores diferenciados.

não sendo também estas taxas objecto dos ajustamentos progressivos referidos no Decreto-Lei n.º 328/93. Este é hoje um regime fechado.

Taxa DL () Eventualidades

Cobertas Taxas Contributivas

em vigor

Beneficiários em 2005

Invalidez

Pessoas que não se enquadram de forma Velhice 8%

obrigatória no âmbito de Morte 9.5% 77 regimes de protecção social

Encargos Familiares

Beneficiários do Plano de Desenvolvimento Rural (RURIS) O Decreto-Lei n.º 34/2002 de 19 de Fevereiro veio regular a situação perante a segurança social, dos beneficiários do Plano de Desenvolvimento Rural (RURIS) que instituiu a intervenção Reforma Antecipada, para o período de 2000 a 2006, tendo sido o quadro legal de referência estabelecido pelo Decreto-Lei n.º 8/2001, de 22 de Janeiro, e pelo Regulamento de Aplicação aprovado pela Portaria n.º 99/2001, de 16 de Fevereiro. Os benefícios concedidos pelo sistema de segurança social passam pela redução da taxa contributiva aplicável tendo em vista reduzir os encargos com a

41 de 45

Page 42: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

segurança social aos agricultores idosos que decidam cessar a sua actividade, bem como aos agricultores idosos que trabalhem em explorações agrícolas pertencentes a agricultores que decidam cessar a sua própria actividade. Assim, aos agricultores com pelo menos 55 anos que tenham decidido cessar a actividade profissional, no âmbito deste plano, é atribuída uma ajuda financeira, paga pelo IFADAP, que constitui uma indemnização pela perda de rendimentos da actividade agrícola. A potencial redução do rendimento dos agricultores terá conduzido à decisão de reduzir a taxa contributiva aplicável por for a garantir-lhes um rendimento adequado no final da carreira contributiva. Este regime especial abrange os produtores agrícolas, e respectivos cônjuges, familiares ou equiparados, nos termos do artigo 6.º do Decreto Regulamentar n.º 75/86, de 30 de Dezembro assim como os trabalhadores agrícolas ao serviço destes produtores que tenham optado por cessar definitivamente a actividade agrícola e tenham direito ao regime de ajudas previsto no Regulamento de Aplicação aprovado pela Portaria n.º 99/2001, de 16 de Fevereiro.

Por força do referido diploma os beneficiários mantêm o direito à protecção social nas eventualidades de maternidade, paternidade e adopção, invalidez, velhice e morte, e o direito à cobertura de encargos familiares se estivessem cobertos por esta eventualidade à data da cessação da actividade. Mantém igualmente a base de incidência sobre a qual descontavam à data da cessação da respectiva actividade.

Para manter estes direitos o mesmo diploma veio estabelecer que a taxa aplicável a cargo destes beneficiários seria de:

23,90%; 26% para o beneficiários com direito à protecção no âmbito dos encargos

familiares.

Taxas Contributivas em vigor

Taxa DL (34/2002) Eventualidades Cobertas

Beneficiários Totais em 2005

Maternidade RURIS Invalidez 23,9% 122

Velhice Morte

Encargos Familiares 26,0% 115

42 de 45

Page 43: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

43 de 45

Page 44: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

5. Custo Total das Taxas Reduzidas para o Sistema Euros

Beneficiários Remunerações Custo para Sistema 2005

TOTAL 4.345.951 34.031.712.928 271.866.439

Regime Geral dos Trabalhadores por Conta de Outrém 3.892.157 32.280.820.426 246.753.245 Taxa Contributiva Global (TSU) 2.788.263 23.980.218.036 0 Taxas Mais Favoráveis do Regime dos Trabalhadores por Conta de Outrém 1.103.894 8.300.602.390 246.753.245

1. Taxas reduzidas em função do âmbito material de protecção 402.477 4.159.279.069 12.333.356 2. Taxas reduzidas em função da natureza não lucrativa das entidades empregadoras 476.533 2.896.591.881 103.520.537 3. Taxas reduzidas em função de actividades economicamente débeis 89.859 317.087.650 12.949.221 4. Incentivos ao emprego 94.273 505.467.459 116.577.547 5. Inexistência de entidade empregadora 0 0 0 6. Outras situações 40.752 422.176.330 1.372.584

Regime Geral dos Trabalhadores Independentes 434.320 1.566.956.448 7.425.147

1. Trabalhadores Independentes com obrigação contributiva 382.593 1.441.527.50 0 2. Produtores agrícolas e cônjuges 51.490 124.652.212 7.411.158 4. Beneficiários do Plano de Desenvolvimento Rural (RURIS) 237 777.185 13.989

Outras Taxas 19.474 183.936.054 17.688.046

1. Seguro Social Voluntário 8.658 39.825.455 504.243 2. Regime de Pré-reforma 6.474 121.696.728 11.860.509 3. Combate à desertificação e recuperação do desenvolvimento nas áreas do interior 4.006 21.227.173 5.041.454 4. Reintegração social de reclusos 336 1.186.698 281.841

Page 45: REGIMES CONTRIBUTIVOS ESPECIAIS EM VIGOR … · taxas das contribuições para o regime geral são fixadas no ... laboral e despesas de ... Esta relação especial entre a entidade

Regimes contributivos especiais em vigor na Segurança Social

45 de 45