Caos Fiscal: perspectivase desafios

João Ricardo Dias de Pinho

Nosso sistema fiscal é mesmo caótico?

Quais são nossos problemas?

Carga tributária ?

Contencioso?

Burocracia ?

Guerra Fiscal ?

Transparência Fiscal ?

Carga tributária

Carga tributária sobre o PIB (2013)0.00%5.00%

10.00%15.00%20.00%25.00%30.00%35.00%40.00%45.00%50.00%

BrasilArgentinaAustráliaDinamarcaEspanhaEstados UnidosUruguai

Fonte: Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário

Carga tributária

IDH (2013)0

0.10.20.30.40.50.60.70.80.9

1

BrasilArgentinaAustráliaDinamarcaEspanhaEstados UnidosUruguai

Carga tributária

IRBES (2013)125

130

135

140

145

150

155

160

165

BrasilArgentinaAustráliaDinamarcaEspanhaEstados UnidosUruguai

“...o contencioso tributário no Brasil é mais de 50 vezes superior ao padrão mundial”

Por BERNARD APPY E LORREINE MESSIAS (17 Março 2014 )

Guerra fiscal

ou competição fiscal?

Países como EUA, Canadá, Finlândia, Itália, Japão e outros também têm competição fiscal entre os governos subnacionais.

A diferença é que essa competição em boa parte se dá entre os tributos incidentes sob a renda, e não sobre o consumo.

No Brasil a competição se dá em tributos que oneram a produção e o consumo (ICMS e ISS)

A competição assume foros de 'guerra' no caso do ICMS, quando o incentivo fiscal (ilegal) é combatido com glosa de créditos (ilegal), gerando insegurança para o contribuinte que é quem poderá ser punido.

em burocraciaN⁰ 1

Num rol de 189 países somos aquele em que mais tempo se gasta para realizar pagamento dos tributos. Total = 2.600 horas

Fonte: Doing Bussines (2015) Banco Mundial

Transparência Fiscal- Ausência de transparência não é só nos gastos, é nas

receitas;- Complexidade no cálculo da partilha do ICMS com os

Municípios, que inibe um controle mais acurado sobre a correção dos índices aplicados;

- Base de cálculo ‘por dentro’ do ICMS: disfarçando a alíquota ‘real’;

- Regimes especiais de tributação: paga menos quem pode mais

- A prática reiterada (e nefasta) das remissões e anistias fiscais (REFIS e outros programas).

Quem paga tributo no Brasil ?

- assalariado e consumidor;

- imposto sobre patrimônio baixo, impostos sobre a renda mal distribuído e imposto sobre o consumo alto...

A estrutura fiscal do Estado brasileiro

DIVISÃO DAS COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS

União Estados e DF Municípios

Impostos I.R.; IPI; IOF; ITRImportação; Exportação; G. Fortunas; Residuais e Extr. (guerra)

ICMS; ITCD e IPVA IPTU; ITBI e ISS

Taxas Ser. PúblicosFiscalização

Ser. PúblicosFiscalização

Ser. PúblicosFiscalização

Contribuições Melhoria; Sociais (PIS/COFINS/CSLL/CPP/FUNRURAL e Previdenciárias); Interesse de categorias profissionais ou econômicas eIntervenção no domínio econômico

Melhoria e Previdenciárias (regime próprio)

Melhoria; Previdenciárias (regime próprio) e Iluminação pública

Empréstimos Compulsórios

Calamidade pública; Guerra e Investimento urgente e relevante

____ ____

DIVISÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIASUnião Estados e

DFMunicípios Fundo

EstadualFundo Municipal

Fundo regional

IOF-ouro ___

30 % Estado de origem

70 % Município de origem

___

IR Total das receitas após repartição

100% do IR retido na fonte

100% do IR retido na fonte

21,5% (descontada repartição do IR- Fonte)

24,5% * (descontada repartição do IR- Fonte)

3% (Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste)

ITR 50% ou 0%* 50% ou 100%*

___ ___ ___ ___

IPI Total das receitas após repartição

7,5% (exportação)

2,5% (exportação)

21,5% (descontada repartição do IR- Fonte)

24,5% * (descontada repartição do IR- Fonte)

3% (Regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste)

IPVA ___ 50 % 50 % ___ ___ ___

ICMS ___ 75% 25% (3/4 cf agregação e 1/4 cf lei)

CIDE 21,75 (comb.)

7,25 (comb.)

Como chegamos nesse lugar?

Centralização fiscal que teve início no regime militar

Relativa descentralização com a CF 88, acompanhada de aumento de gastos e impacto direto no aumento das contribuições

Evolução despesas por unidades federativas(R$ bilhões)

Extraído do Estudo uma ‘Reforma Tributária Viável’ do NEF/GV

Evolução despesas federais por tipo (R$ bilhões)

Extraído do Estudo uma ‘Reforma Tributária Viável’ do NEF/GV

Evolução despesas estaduais por tipo (R$ bilhões)

Extraído do Estudo uma ‘Reforma Tributária Viável’ do NEF/GV

Evolução despesas municipais por tipo (R$ bilhões)

Extraído do Estudo uma ‘Reforma Tributária Viável’ do NEF/GV

Diminuição da carga tributária só se faz com diminuição dos gastos

Destaques de algumas propostas

Eliminar o cálculo do ICMS ‘por dentro’, aumentando sua alíquota para representar a ‘real’ contribuição do cidadão, valorizando a transparência fiscal Uniformização do contenciosos administrativo fiscal em uma única legislação nacional

Destaques de algumas propostas

Unificação do sistema de cobrança do ICMS, IPI, ISS, PIS e COFINSRepartir os “dividendos tributários” com a sociedadeDestinar parte de todas as receitas de contribuições (exceto previdenciárias) aos fundos municipais e estaduais

Instituir o IVA-nacional (substituindo o ICMS, ISS, IPI, PIS e COFINS), com autonomia dos entes federados para definir as alíquotas dentro de certos limites, inclusive a União, tributado no destinoCriar o imposto sobre grandes fortunas (especialmente sobre patrimônio imobiliário) ou extingui-lo e aumentar as alíquotas máximas do ITCD

Destaques de algumas propostas

Instituir a Execução Fiscal AdministrativaCriar mais faixas de alíquotas para o Imposto de RendaSeguir, na mudança de matriz tributária, a seguinte proporção: para cada unidade monetária prevista com o aumento do ônus fiscal sobre a renda e o patrimônio, diminuir uma unidade monetária no ônus fiscal sobre o consumo

Destaques de algumas propostas

jr.pinho@terra.com.br