reforma tributária em angola - novos códigos tributários

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Novos Códigos Tributários – Principais alterações © 2014 KPMG Angola – Audit, Tax, Advisory, S.A., a firma Angolana membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. O nome KPMG, o logótipo e “cutting through complexity” são marcas registadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”). REFORMA TRIBUTÁRIA EM ANGOLA NOVOS CÓDIGOS TRIBUTÁRIOS NOVEMBRO DE 2014 No âmbito do processo da reforma tributária em curso, foi recentemente publicado em Diário da República um importante conjunto de novos códigos tributários, designadamente: Código do Imposto Industrial (aprovado pela Lei n.º 19/14, de 22 de Outubro); Código do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (aprovado pela Lei n.º 18/14, de 22 de Outubro); Código do Imposto sobre a Aplicação de Capitais (aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 2/14, de 20 de Outubro); Código do Imposto do Selo (aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial n.º 3/14, de 21 de Outubro). A par da introdução de alterações profundas nos diversos impostos Angolanos, os referidos diplomas revogam toda a legislação que os contrarie, nomeadamente a que se encontra em vigor. Com o objectivo de permitir que os nossos Clientes conheçam as principais alterações em causa, preparámos o presente documento cujo conteúdo esperamos que seja útil. Como sempre, a KPMG apoiará os seus clientes na adopção deste novo e importante quadro fiscal. ÍNDICE Imposto Industrial ................................ 2 Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (IRT) ................................ 9 Imposto sobre a Aplicação de Capitais (IAC) .................................... 12 Imposto do Selo................................. 15

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Reforma tributaria angolana, para quem deseja investir em Angola e conhecer as modalidades de tributação.

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  • Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    2014 KPMG Angola Audit, Tax, Advisory, S.A., a firma Angolana membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (KPMG International), uma entidade sua. O nome KPMG, o logtipo e cutting through complexity so marcas registadas da KPMG International Cooperative (KPMG International).

    REFORMA TRIBUTRIA EM ANGOLA

    NOVOS CDIGOS TRIBUTRIOS

    NOVEMBRO DE 2014

    No mbito do processo da reforma tributria em curso, foi recentemente

    publicado em Dirio da Repblica um importante conjunto de novos cdigos

    tributrios, designadamente:

    Cdigo do Imposto Industrial (aprovado pela Lei n. 19/14, de 22 de Outubro);

    Cdigo do Imposto sobre os Rendimentos do Trabalho (aprovado pela Lei n. 18/14, de 22 de Outubro);

    Cdigo do Imposto sobre a Aplicao de Capitais (aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial n. 2/14, de 20 de Outubro);

    Cdigo do Imposto do Selo (aprovado pelo Decreto Legislativo Presidencial n. 3/14, de 21 de Outubro).

    A par da introduo de alteraes profundas nos diversos impostos

    Angolanos, os referidos diplomas revogam toda a legislao que os contrarie,

    nomeadamente a que se encontra em vigor.

    Com o objectivo de permitir que os nossos Clientes conheam as principais

    alteraes em causa, preparmos o presente documento cujo contedo

    esperamos que seja til.

    Como sempre, a KPMG apoiar os seus clientes na adopo deste novo e

    importante quadro fiscal.

    NDICE

    Imposto Industrial ................................ 2

    Imposto sobre os Rendimentos

    do Trabalho (IRT) ................................ 9

    Imposto sobre a Aplicao de

    Capitais (IAC) .................................... 12

    Imposto do Selo ................................. 15

  • 2 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    IMPOSTO INDUSTRIAL

    Em sede de Imposto Industrial so introduzidas diversas alteraes que visam uma

    actualizao deste imposto por forma a (i) dar resposta crescente complexidade das

    operaes efectuadas pelos sujeitos passivos em Angola e (ii) promover uma relao

    tributria justa e eficiente entre a Administrao Tributria e os contribuintes. Com a

    publicao de um novo Cdigo do Imposto Industrial pretende-se dar incio a um novo

    paradigma no tratamento fiscal dos rendimentos resultantes de operaes comerciais

    e/ou industriais e aportar formalidade econmica a essas mesmas operaes,

    assegurando uma transio, que se pretende suave, para outros modelos de tributao

    mais evoludos a implementar no futuro.

    O novo Cdigo do Imposto Industrial entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015 (com

    excepo do regime de tributao autnoma, cuja data de produo de efeitos 1 de

    Janeiro de 2017).

    Regime transitrio

    estabelecido um regime transitrio que define que a taxa de Imposto Industrial aplicvel

    ao exerccio de 2014 reduzida para 30%.

    Adicionalmente, esclarece-se que a taxa de reteno na fonte sobre as empreitadas,

    subempreitadas e prestaes de servios para o exerccio de 2014 ser mantida em 3,5%

    e 5,25%, respectivamente.

    Incidncia

    Prev-se expressamente que devem ser considerados como lucros derivados do

    exerccio de actividades de natureza comercial ou industrial e, dessa forma, sujeitos a

    Imposto Industrial, os lucros gerados pelo exerccio (i) das actividades reguladas pela

    Entidade de Superviso de Jogos, pelo Banco Nacional de Angola e pela Comisso do

    Mercado de Capitais, (ii) actividades desenvolvidas por sociedades cuja actividade

    consista na mera gesto de uma carteira de imveis, participaes sociais ou outros

    ttulos, assim como (iii) actividades de fundaes, fundos autnomos, cooperativas e

    associaes de beneficncia.

    Isenes

    A generalidade das isenes subjectivas automticas que actualmente se encontram

    previstas no Cdigo do Imposto Industrial so eliminadas.

    No entanto, as isenes e benefcios fiscais resultantes de acordos celebrados com o

    Estado ou outra entidade pblica legalmente competente para o efeito mantm-se em

    vigor nos termos em que foram atribudos.

    Grupos de tributao

    Passam a existir apenas dois grupos de tributao (Grupos A e B), deixando de ser

    sujeitos a Imposto Industrial e passando a ser tributados em sede de Imposto sobre os

    Rendimentos do Trabalho os rendimentos obtidos por pessoas singulares no mbito de

    actividades exercidas por conta prpria (actualmente includos no Grupo C).

    Os limites das entidades obrigatoriamente includas no Grupo A so actualizados para um

    capital social superior a AKZ 2.000.000 ou proveitos totais superiores a AKZ 500.000.000.

    Podem optar pela incluso no Grupo A todos os contribuintes que at ao final de

    Fevereiro do ano a que o imposto respeite (actualmente Janeiro) o solicitem por escrito na

    repartio fiscal competente.

  • 3 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    O regime de tributao do Grupo B mantm-se como regime subsidirio, sendo aplicvel

    a todos os contribuintes que no sejam abrangidos pelos critrios do Grupo A.

    Proveitos ou ganhos

    Passam a ser considerados como proveitos tributveis, entre outros, os perdes de dvida

    e as variaes patrimoniais positivas, com excepo das entradas de capital e coberturas

    de prejuzos realizadas pelos titulares do capital ou crditos de imposto.

    Determina-se que os proveitos gerados no mbito de operaes de natureza financeira,

    tais como juros, dividendos, participaes em lucros de sociedades, prmios de emisso

    de aces ou obrigaes, entre outros, s sero tributados em sede de Imposto Industrial

    quando no o forem em sede de outro imposto.

    eliminada a norma que fazia depender o reconhecimento dos proveitos ou ganhos

    relativos aos valores de construes, equipamentos ou outros bens de investimento

    produzidos e utilizados na prpria empresa na exacta medida dos respectivos encargos

    reconhecidos como custo do exerccio.

    Custos ou perdas

    So introduzidas alteraes ao elenco dos custos no aceites fiscalmente, passando a ser

    considerados como tal, nomeadamente, as multas pela prtica de infraces de natureza

    econmica ou administrativa e os prmios de seguros de vida e sade cujo benefcio no

    seja atribudo generalidade dos trabalhadores.

    No so, tambm, aceites como custo fiscal os juros de emprstimos sob qualquer

    forma dos detentores do capital ou de suprimentos, presumindo-se dolosas e

    sancionadas com pena de multa, nos termos do Cdigo Geral Tributrio, as prticas

    contabilsticas que no permitam o correcto apuramento destes custos.

    Do mesmo modo, no so dedutveis para efeitos fiscais os encargos de conservao e

    reparao de imveis relevados como custo para efeitos de apuramento do Imposto

    Predial Urbano, as correces da matria colectvel relativas a exerccios anteriores e as

    correces extraordinrias do exerccio.

    Prev-se que a prtica de procedimentos contabilsticos destinados a omitir custos no

    aceites para efeitos fiscais sancionada nos termos do Cdigo Geral Tributrio.

    Importa, finalmente, sublinhar a ausncia de uma norma relativa dedutibilidade das

    variaes patrimoniais negativas.

    Documentao de custos

    So introduzidas trs categorias de custos no aceites para efeitos fiscais e sujeitos a

    tributao autnoma, nos seguintes termos:

    Custos indevidamente documentados 2%; Custos no documentados 4%; Custos incorridos com despesas confidenciais 30% / esta taxa elevada para 50%

    quando as mesmas digam respeito a um sujeito passivo isento ou no sujeito a

    Imposto Industrial.

    O regime de tributao autnoma entra em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2017. Importa

    salientar que esta matria requer uma articulao com o disposto no Regime Jurdico das

    Facturas e Documentos Equivalentes, em vigor desde finais de 2013.

  • 4 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    Custos ou gastos com assistncia social

    Apesar de se manter a dedutibilidade fiscal dos gastos suportados com assistncia

    mdica, creches, cantinas, bibliotecas e escolas, a mesma passa a estar dependente da

    sua disponibilizao generalidade dos colaboradores. Os gastos suportados com a

    atribuio destes benefcios aos familiares dos colaboradores deixam de relevar para

    efeitos fiscais.

    Donativos e outras liberalidades

    Clarifica-se que o regime fiscal dos donativos se deve reger pela Lei do Mecenato (em

    vigor desde 1 de Janeiro de 2012).

    Paralelamente, estabelece-se que, para alm de no serem aceites para efeitos fiscais,

    os donativos que no sejam enquadrveis na referida Lei ficam sujeitos a tributao

    autnoma taxa de 15% (norma em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2017).

    Amortizaes e depreciaes

    So introduzidas diversas regras destinadas a regulamentar o regime fiscal das

    amortizaes e depreciaes, sendo de destacar a: (i) no dedutibilidade das

    amortizaes de viaturas ligeiras de passageiros ou mistas quando calculadas sobre a

    parte do custo inicial ou do custo revalorizado que exceda os AKZ 7.000.000; (ii)

    deferimento tcito dos pedidos de desvalorizaes extraordinrias caso a repartio fiscal

    no responda no prazo de 45 dias e (iii) no dedutibilidade de amortizaes e

    depreciaes de bens que no constem de mapas de amortizao e depreciao

    devidamente elaborados.

    Regime intensivo de laborao

    Prev-se que a taxa de amortizao dos bens do activo imobilizado corpreo em regime

    de laborao em dois turnos possa ser majorada em 25% ou, em caso de laborao

    contnua, em 50%.

    Imveis

    No que respeita aos imveis que tenham sido adquiridos sem indicao expressa do valor

    referente ao terreno, passa a ser atribuvel a esta componente um valor correspondente a

    20% (actualmente 25%) do valor global do imvel, excepto se o sujeito passivo estimar

    outro valor com base em clculos tecnicamente elaborados e fundamentados por

    entidade independente e previamente aceites pela Direco Nacional de Impostos.

    Obras em propriedade alheia

    semelhana dos critrios para reconhecimento das amortizaes com grandes

    reparaes, prev-se que os custos com obras efectuadas em propriedades alheias

    sejam amortizados com base no perodo de utilidade esperado, podendo ser corrigido

    pela Direco Nacional de Impostos quando esta considere que tal perodo inferior ao

    que objectivamente deveria ter sido estimado.

    Imobilizaes incorpreas

    Os activos do imobilizado incorpreo, quando sujeitos a deperecimento efectivo, podem

    ser amortizados durante o perodo de utilidade esperada, ou, caso este no seja

    determinvel, durante um perodo de 5 anos, com excepo dos programas informticos

    que podero ser amortizados por um perodo de 3 anos.

  • 5 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    Bens de reduzido valor

    Passam a poder ser totalmente amortizados no exerccio em que entram em vigor os

    activos amortizveis cujo custo individualizado no exceda AKZ 30.000, excepto se os

    activos amortizveis fizerem parte integrante de um conjunto de bens e elementos que

    devam ser amortizados como um todo, no sendo susceptveis de avaliao e utilizao

    individualizada.

    Pedidos de desvalorizao excepcional

    No regime dos pedidos de desvalorizao excepcional dos activos amortizveis

    introduzido um prazo mximo de 45 dias para resposta da repartio fiscal, aps o qual o

    pedido se presume tacitamente deferido. O pedido devidamente fundamentado dever ser

    submetido at ao fim do ms seguinte ao da ocorrncia do facto que determinou a

    desvalorizao excepcional.

    Tabela das Taxas de Reintegraes e Amortizaes

    Aguarda-se a publicao de uma nova Tabela das Taxas de Reintegraes e

    Amortizaes em diploma prprio, a qual dever substituir a tabela actual aprovada pela

    Portaria n. 755/72, de 26 de Outubro.

    Regularizao de amortizaes

    As amortizaes que num dado exerccio no sejam consideradas como custos ou perdas

    para efeitos fiscais por excederem a amortizao mxima permitida passam a poder ser

    consideradas como custos ou perdas dos exerccios seguintes, quando aceites nos

    termos do Cdigo do Imposto Industrial e desde que seja efectuada a adequada

    regularizao contabilstica.

    Documentao de amortizaes

    So elencados os elementos que devem constar dos mapas de reintegraes e

    amortizaes, prevendo-se a possibilidade de aprovao e publicao, por Decreto

    Executivo do Ministro das Finanas, de um modelo oficial. Adicionalmente, estabelecido

    que, caso a Direco Nacional de Impostos ou a repartio fiscal competente solicitem os

    referidos mapas, estes devero ser entregues em formato informtico.

    Estabelece-se que a no apresentao do mapa de amortizaes nos termos

    estabelecidos pode condicionar a dedutibilidade fiscal das amortizaes do exerccio.

    Norma transitria

    Determina-se que as regras relativas a amortizaes apenas sero aplicveis aos bens

    do activo imobilizado que entrarem em funcionamento aps a data de entrada em vigor

    desta legislao.

    Revogao

    At publicao de uma nova Tabela das Taxas de Reintegraes e Amortizaes, a

    tabela actual aprovada pela Portaria n. 755/72, de 26 de Outubro permanece em vigor.

  • 6 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    Provises

    Encargos com acidentes de trabalho e doenas profissionais

    Deixam de ser dedutveis para efeitos fiscais as provises que visem a cobertura de

    encargos com acidentes de trabalho e doenas profissionais suportados pela entidade

    patronal, sempre que essas responsabilidades no sejam transferidas para um terceiro.

    Taxas e limites fiscais das provises

    As taxas e limites aplicveis s provises aceites para efeitos fiscais devem ser

    publicadas at 90 dias aps a entrada em vigor do presente Cdigo.

    Crditos incobrveis

    A dedutibilidade fiscal dos crditos incobrveis passa a depender da obteno de uma

    certido pblica documentando o processo de execuo, falncia ou insolvncia.

    Dedues matria colectvel

    Na determinao da matria colectvel, deduzir-se-o ao lucro lquido apurado nos

    termos do Cdigo do Imposto Industrial, e at sua concorrncia, os proveitos sujeitos a

    Imposto Predial Urbano e a Imposto sobre a Aplicao de Capitais.

    Prejuzos fiscais

    O perodo de reporte de prejuzos fiscais permanece em trs anos.

    Passa a estar expressamente previsto que os prejuzos fiscais apurados em perodos de

    iseno ou reduo de taxa no podem ser deduzidos aos lucros tributveis apurados

    depois de terminado o perodo de iseno.

    Investimento de reservas voluntrias

    A deduo ao lucro tributvel dos lucros levados a reservas de reinvestimento (que dentro

    dos trs exerccios seguintes tenham sido reinvestidos) passa a estar limitada a metade

    do seu valor, ainda que resultem da realizao de mais-valias.

    Esta deduo continua a estar dependente do deferimento de requerimento a apresentar

    por parte do sujeito passivo junto da Direco Nacional de Impostos.

    Relaes especiais e regras de preos de transferncia

    Mantm-se a obrigatoriedade de cumprimento do princpio de plena concorrncia como

    referencial de base nas operaes com entidades relacionadas.

    Assim, a Direco Nacional de Impostos pode efectuar as correces que sejam

    necessrias para a determinao da matria colectvel sempre que, em virtude de

    relaes especiais entre o contribuinte e outra entidade (residente ou no residente e

    sujeita ou no a Imposto Industrial), tenham sido estabelecidas para as suas operaes

    condies diferentes das que seriam normalmente acordadas nas operaes entre

    entidades independentes, conduzindo a que o lucro apurado com base na contabilidade

    seja diverso daquele que se apuraria na ausncia dessas relaes.

    Prev-se a possibilidade de serem consagradas em legislao avulsa obrigaes

    declarativas especficas para contribuintes destinadas ao controlo das condies a

    observar no mbito das relaes especiais.

  • 7 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    Fuso ou ciso de sociedades

    introduzido um regime de neutralidade fiscal aplicvel a operaes de fuso ou ciso

    por incorporao de sociedades sujeitas a Imposto Industrial e classificadas como

    Grandes Contribuintes (aprovado pelo Decreto Presidencial n. 147/13, de 1 de Outubro),

    nos termos do qual no resultar qualquer impacto em sede de Imposto Industrial para as

    entidades envolvidas na operao, desde que cumpridos determinados requisitos e

    formalismos.

    A aplicao do regime de neutralidade fiscal depende da demonstrao que a fuso ou

    ciso realizada por razes econmicas vlidas, devendo ser fornecidos Administrao

    Tributria todos os elementos necessrios ao conhecimento da operao visada.

    Ao abrigo deste regime, podero ser concedidos, mediante autorizao prvia do Ministro

    das Finanas, incentivos fiscais na modalidade de deduo de prejuzos fiscais das

    sociedades fundidas ou cindidas, caso a sociedade subsistente ou a nova sociedade

    apresente lucros tributveis nos seis exerccios posteriores a que os mesmos se

    reportam.

    Regime especial de tributao de servios acidentais

    Revoga-se a Lei n. 7/97, de 10 de Outubro, e introduz-se um regime aplicvel s

    pessoas colectivas sem sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel em Angola

    que a aufiram rendimentos resultantes de prestao de servios, independentemente do

    local da sua prestao ou da sua natureza, os quais passam a ser sujeitos a tributao

    taxa de 6,5% devida por reteno na fonte a efectuar pela entidade devedora dos

    referidos rendimentos.

    No mbito deste regime, a matria colectvel corresponder ao valor global do servio

    prestado.

    Sendo o regime tambm aplicvel a transaces efectuadas entre entidades

    relacionadas, tal como definidas no Estatuto dos Grandes Contribuintes, no se prevem

    regras especficas aplicveis a estas transaces, nomeadamente no que respeita a

    operaes de redbito de custos (contrariamente ao que se observa no regime de

    liquidao provisria sobre prestaes de servios).

    Note-se que ao abrigo do regime transitrio, as taxas de reteno na fonte sobre as

    empreitadas, subempreitadas e prestaes de servios para o exerccio de 2014 so

    mantidas em 3,5% e 5,25%, respectivamente.

    Taxas

    reduzida de 35% para 30% a taxa geral do Imposto Industrial, podendo esta ser, ainda,

    objecto de reduo no mbito de projectos de investimento privado devidamente

    licenciados. Nos termos do regime transitrio, a taxa de Imposto Industrial de 30% j

    aplicvel ao exerccio de 2014.

    No que se refere aos rendimentos provenientes de actividades de explorao agrcola,

    aqucolas, avcola, pecurias, piscatrias e silvcolas passa a aplicar-se uma taxa de 15%;

    no normativo actual a taxa actual de 20%, no fazendo meno expressa s actividades

    piscatrias, aqucolas e avcola.

    Liquidaes provisrias

    O regime das liquidaes provisrias reformulado, passando a apresentar regras

    distintas relativamente s actividades de vendas e de prestaes de servios, conforme

    se passa a resumir:

  • 8 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto

    Industrial

    Vendas

    As liquidaes provisrias passam a ser devidas at ao final dos meses de Agosto (Grupo

    A) e Julho (Grupo B) com referncia ao prprio exerccio fiscal, correspondendo a 2%

    sobre o total das vendas realizadas pelo contribuinte nos primeiros seis meses do

    exerccio.

    So definidas regras especficas para aplicao deste regime por parte dos contribuintes

    sujeitos superviso do Banco Nacional de Angola, Instituto de Superviso de Seguros,

    Instituto de Superviso de Jogos e da Comisso de Mercado de Capitais.

    Prestaes de servios

    O regime previsto na Lei n. 7/97, de 10 de Outubro, revogado, passando os

    contribuintes do Grupo A e B que exeram actividades de prestao de servios de

    qualquer natureza, a estar sujeitos a imposto taxa de 6,5%, devida por reteno na

    fonte a efectuar pela entidade devedora do rendimento.

    No mbito deste regime, a matria colectvel corresponder ao valor global dos servios,

    deduzido do custo com as matrias-primas ou materiais necessrios prestao dos

    servios, quando devidamente documentado. Note-se, ainda, que se encontram previstas

    regras especficas aplicveis s transaces abrangidas por este regime efectuadas entre

    entidades relacionadas, nomeadamente no que respeita a operaes de redbito de

    custos.

    O montante de liquidao provisria que no seja dedutvel por insuficincia de colecta

    poder ser deduzido em exerccios futuros, desde que dentro do prazo geral de

    caducidade do direito liquidao do imposto (5 anos).

    O regime transitrio tambm aplicvel s empreitadas, subempreitadas e servios

    prestados por entidades residentes em Angola no exerccio de 2014.

    Obrigaes declarativas

    As sociedades integrantes do Grupo A passam a estar obrigadas, por fora do prprio

    Cdigo do Imposto Industrial, a ter as suas demonstraes financeiras auditadas por

    perito contabilista, devendo apresentar, juntamente com a declarao de rendimentos

    Modelo 1, o relatrio e o parecer do referido perito sobre tais demonstraes financeiras.

    So tambm introduzidas alteraes no plano da documentao a arquivar juntamente

    com a declarao de rendimentos Modelo 1, sendo de destacar a conservao de um

    mapa contendo o detalhe de todos os impostos pagos no decurso do exerccio.

    Passa a estar prevista a possibilidade de submisso das declaraes de rendimentos por

    meios electrnicos, em termos a regulamentar.

    A par do que j constava no Cdigo Geral Tributrio em vigor at ao final de 2014, inclui-

    -se no prprio Cdigo do Imposto Industrial a obrigao de as declaraes a apresentar

    pelos contribuintes, bem como todos os documentos que as acompanham e os

    respectivos suportes contabilsticos, serem escritos em lngua portuguesa (e os valores

    que neles constem expressos em moeda nacional).

    Entrada em vigor

    Sem prejuzo do regime transitrio previsto na Lei n. 19/14, de 22 de Outubro, o Cdigo

    do Imposto Industrial entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015.

  • 9 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IRT

    IMPOSTO SOBRE OS RENDIMENTOS DO TRABALHO (IRT)

    Incidncia subjectiva

    Clarifica-se que o IRT devido pelas pessoas singulares independentemente da

    respectiva residncia cujos rendimentos decorram de servios prestados (directa ou

    indirectamente) a pessoas singulares ou colectivas com domiclio, sede, direco efectiva

    ou estabelecimento estvel em Angola.

    Incidncia objectiva

    Passam a estar expressamente sujeitas a tributao em sede de IRT, as remuneraes

    pagas por partidos polticos e outras organizaes de carcter poltico ou social.

    Alteraes ao mbito de delimitao negativa do IRT

    Clarifica-se que no constituem matria colectvel em sede de IRT as prestaes sociais

    pagas pelo Instituto Nacional da Segurana Social, no mbito da proteco social

    obrigatria.

    Passa a prever-se que o abono de famlia pago pela entidade empregadora no se

    encontra sujeito a IRT at ao limite de 5% do ordenado base mensal do trabalhador.

    Limita-se a no sujeio a IRT das compensaes pagas a trabalhadores por resciso

    contratual (independentemente de causa objectiva) aos valores mximos previstos na Lei

    Geral do Trabalho.

    Determina-se que no constituem matria colectvel em sede de IRT, os subsdios

    dirios, de representao, de viagens e de deslocao quando atribudos aos funcionrios

    do Estado e desde que no ultrapassem os limites legais estabelecidos para os mesmos.

    Passa a prever-se que no se encontram sujeitos a IRT os subsdios dirios de

    alimentao e transporte, pagos a trabalhadores dependentes, at ao limite total

    AKZ 30.000.

    Passa a estar expressamente excludo de IRT o reembolso de despesas incorridas pelos

    trabalhadores dependentes de entidades sujeitas a Imposto Industrial (ou a outros

    regimes especiais de tributao), quando deslocados ao servio da entidade patronal e

    desde que estas despesas se encontrem devidamente documentadas.

    Clarifica-se que no constituem matria colectvel as gratificaes de frias e o subsdio

    de Natal, at ao limite de 100% do salrio base do trabalhador.

    Mantm-se a excluso de tributao do subsdio de renda de casa at ao limite de 50%

    do valor do contrato de arrendamento, desde que o interessado entregue uma cpia do

    referido contrato na repartio fiscal competente, no prazo de 15 dias a contar da

    respectiva assinatura. A falta de entrega da cpia do contrato passa a determinar, na

    esfera do trabalhador, a tributao, na totalidade, do subsdio de renda auferido.

    Grupos de tributao

    Os rendimentos passam a estar segmentados em trs grupos de tributao:

    Grupo A compreende as remuneraes dos trabalhadores por conta de outrem (e pagas por uma entidade patronal ao abrigo de vnculo laboral celebrado nos termos

    da Lei Geral do Trabalho), bem como os rendimentos dos trabalhadores enquadrados

    no regime da funo pblica;

  • 10 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IRT

    Grupo B inclui as remuneraes auferidas pelos trabalhadores por conta prpria que desempenhem alguma das actividades constantes da lista de profisses anexa

    do Cdigo do IRT, bem como os rendimentos auferidos pelos titulares de cargos de

    gerncia ou administrao ou outros rgos sociais de sociedades;

    Grupo C engloba todas as remuneraes auferidas pelo desempenho de actividades industriais e comerciais, conforme disposto na Tabela de Lucros Mnimos.

    Determinao da matria colectvel

    So introduzidas regras especficas de determinao da matria colectvel para cada

    grupo de tributao:

    Grupo A

    A determinao da matria colectvel faz-se pela deduo aos rendimentos brutos das

    contribuies obrigatrias para a Segurana Social e das componentes remuneratrias

    no sujeitas ou isentas de IRT.

    Esta regra , igualmente, aplicvel aos rendimentos dos titulares de cargos de gerncia e

    administrao ou titulares de rgos sociais (ainda que os mesmos se encontrem

    enquadrados no Grupo B de tributao).

    Clarifica-se, ainda, que no aceite a transferncia do encargo fiscal do trabalhador para

    a esfera da entidade patronal, no podendo ser atribudo ao trabalhador um rendimento

    lquido superior ao que resulta do respectivo contrato de trabalho (sob pena de ser

    aplicada uma multa e de ser liquidado imposto adicional sobre este benefcio).

    Grupo B

    O rendimento colectvel corresponde a 70% dos rendimentos auferidos, tratando-se de

    rendimentos pagos por pessoas colectivas ou singulares que disponham de contabilidade

    organizada; apura-se, para os restantes casos, com base na contabilidade, ou nos

    registos contabilsticos do sujeito passivo, ou com base nos registos disponveis sobre

    compras e vendas e servios prestados, ou ainda com base nos dados que a

    Administrao Tributria disponha.

    Mantm-se, para estes casos, a possibilidade de deduzir alguns encargos inerentes

    respectiva actividade (expressamente previstos no Cdigo), com o limite de 30% do

    rendimento bruto do contribuinte.

    Grupo C

    O rendimento colectvel corresponder ao constante da Tabela dos Lucros Mnimos,

    salvo algumas excepes, casos em que o rendimento corresponder ao valor das

    vendas e prestaes de servios.

    Taxas

    matria colectvel aplicam-se as seguintes taxas:

    Grupo A taxas progressivas de IRT constantes da tabela anexa ao Cdigo, com o mximo de 17%;

    Grupo B taxa nica de 15%; Grupo C taxa de 30% nos casos em que o rendimento colectvel corresponda ao

    constante da Tabela dos Lucros Mnimos e, nos restantes casos, a taxa de 6,5%

    (harmonizao com as regras do Imposto Industrial).

  • 11 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IRT

    Penalidades

    A generalidade das infraces em sede de IRT, incluindo a falta, inexactido e omisses

    declarativas, passam a ser punidas nos termos do Cdigo Geral Tributrio.

    So, ainda, actualizados os montantes das multas previstas neste Cdigo,

    designadamente, para as infraces relativas ao atraso nas declaraes, a no

    conservao de documentos, a falta de reteno, a falta de entrega do imposto, fixando-

    -se os respectivos quantitativos em AKZ (actualmente os montantes encontram-se fixados

    por referncia a UCF).

    Revogaes

    revogado o Cdigo do IRT actualmente em vigor (aprovado pela Lei n. 10/99, de 29 de

    Outubro), bem como o Decreto Executivo n. 80/09, de 7 de Agosto.

    Entrada em vigor

    O novo Cdigo do IRT entra em vigor a 1 de Janeiro de 2015.

  • 12 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IAC

    IMPOSTO SOBRE A APLICAO DE CAPITAIS (IAC)

    Incidncia objectiva e taxas Seco B

    Atribuio de lucros aos scios ou accionistas e repatriamento de lucros imputveis a

    estabelecimentos estveis de no residentes

    Passam a estar compreendidos na base de incidncia do IAC, para alm dos lucros

    atribudos aos scios ou accionistas, o repatriamento de lucros imputveis a

    estabelecimentos estveis em Angola de entidades no residentes.

    semelhana dos lucros atribudos aos scios ou accionistas de sociedades comerciais

    ou civis sobre a forma comercial, a taxa aplicvel no repatriamento de lucros imputveis a

    estabelecimentos estveis de no residentes de 10%.

    Prev-se a aplicao de uma taxa de 5% na atribuio de lucros quando as participaes

    sociais a que digam respeito os lucros se encontrem admitidas negociao em mercado

    regulamentado (taxa reduzida aplicvel apenas durante cinco anos aps a entrada em

    vigor do presente diploma).

    Rendimentos de ttulos de dvida pblica e privada

    Clarifica-se que so sujeitos a IAC, para alm dos juros, os prmios de amortizao ou

    reembolso e outras formas de remunerao das obrigaes, ttulos de participaes ou

    outros ttulos anlogos emitidos por qualquer sociedade, assim como os prmios de

    amortizao ou reembolso e outras formas de remunerao dos ttulos de dvida pblica

    (i.e., Bilhetes do Tesouro, das Obrigaes do Tesouro e dos Ttulos do Banco Central).

    Passam a estar sujeitos a IAC os juros contveis desde a data do ltimo vencimento, ou

    da emisso, primeira colocao ou endosso, se ainda no tiver acontecido qualquer

    vencimento, at data da transmisso dos ttulos de dvida privada e pblica acima

    referidos, bem como os respectivos prmios de amortizaes ou reembolso e as outras

    formas de remunerao, na parte correspondente queles perodos.

    A taxa de IAC incidente sobre estes rendimentos de 10%, salvo quando os ttulos a que

    digam respeito se encontrem admitidos negociao em mercado regulamentado e

    possuam uma maturidade igual ou superior a trs anos, situao em que aplicvel uma

    taxa de 5%.

    Mais-valias e menos-valias realizadas decorrentes da alienao de participaes sociais

    ou de outros instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC

    Passa a estar sujeito a IAC o saldo positivo, apurado em cada ano, entre as mais-valias e

    menos-valias realizadas decorrentes da alienao de participaes sociais ou outros

    instrumentos que gerem rendimentos sujeitos a IAC (anteriormente, apenas eram

    consideradas as mais-valias para efeitos da tributao em sede de IAC).

    Adicionalmente, as despesas de transaco inerentes aquisio e alienao dos ttulos

    passam a ser deduzidas para efeitos do apuramento das mais-valias e menos-valias

    (anteriormente, o clculo das mais-valias resultava da diferena positiva entre o preo de

    alienao e o preo de aquisio dos ttulos).

    As mais-valias ou menos-valias decorrentes da alienao de ttulos de dvida privada e

    ttulos de dvida pblica, com uma maturidade igual ou superior a trs anos e realizadas

    em mercado regulamentado, apenas relevam para efeitos do saldo positivo sujeito a IAC

    em 50% do seu valor. Este regime extensvel s mais-valias ou menos-valias

    resultantes da alienao de participaes sociais, quando realizadas em mercado

    regulamentado.

  • 13 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IAC

    Indemnizaes pela suspenso da actividade de empresas singulares ou colectivas

    alterao de taxa

    Reduz-se para 5% a taxa de IAC incidente sobre as importncias atribudas a empresas

    singulares ou colectivas a ttulo de indemnizao pela suspenso da sua actividade

    (anteriormente sujeitas taxa de 15%).

    Isenes Seco B

    A Associao Angolana de Bancos (ABANC) deixa de se pronunciar perante a Direco

    Nacional dos Impostos relativamente aprovao de instrumentos que se destinem a

    fomentar a poupana, cujos juros beneficiam de uma iseno de IAC (sendo apenas

    ouvido o Banco Nacional de Angola).

    Liquidao de imposto Seco A

    A liquidao do IAC relativamente a rendimentos enquadrveis na seco A passa a ser

    uma responsabilidade dos devedores dos rendimentos quando estes sejam pessoas

    colectivas ou singulares com contabilidade organizada e o titular do rendimento seja uma

    pessoa singular.

    Liquidao de imposto Seco B

    Liquidao do imposto por reteno na fonte

    Com excepo da emisso de aces com reserva de preferncia na subscrio, a

    liquidao do IAC efectuada, atravs de reteno na fonte, pelas entidades a quem

    incumbe o pagamento do rendimento. Exceptuam-se os casos em que tais entidades no

    tenham em Angola residncia, sede, direco efectiva ou estabelecimento estvel a que

    os pagamentos sejam imputveis, situao em que cabe ao beneficirio do rendimento a

    obrigao de liquidao do imposto.

    Face ao normativo anterior, salientamos a incluso das mais-valias e quaisquer outros

    rendimentos derivados da simples aplicao de capitais (no compreendidos na Seco

    A) no conjunto de rendimentos cuja liquidao do imposto se passa a efectuar, regra

    geral, por reteno na fonte.

    Iseno de IAC nos rendimentos decorrentes de ttulos de dvida obrigaes acessrias

    Tratando-se de ttulos admitidos negociao em mercado regulamentado de que sejam

    titulares entidades isentas de IAC, compete s instituies financeiras atravs das quais

    esses ttulos sejam detidos instruir os respectivos emitentes no sentido de no ser

    efectuada a respectiva reteno na fonte.

    Nestas situaes, a instituio financeira dever identificar perante os respectivos

    emitentes a quantidade de ttulos em questo, bem como possuir e manter documentao

    que comprove a iseno subjectiva das entidades que beneficiem de dispensa de

    reteno na fonte.

    No caso do quantitativo dos juros contveis at data da transmisso dos ttulos de

    dvida privada e pblica acima referidos, bem como os respectivos prmios de

    amortizaes ou reembolso e as outras formas de remunerao, estabelece-se que as

    entidades isentas de IAC devem manter uma conta corrente com o Estado para registar o

    imposto correspondente s transaces efectuadas relativamente aos ttulos

    mencionados.

  • 14 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    IAC

    Penalidades

    A generalidade das infraces em sede de IAC, incluindo falta de liquidao de imposto,

    falta de prestao de informao, omisses declarativas, falta de pagamento de imposto e

    entrega de imposto fora de prazo, passam a ser punidas nos termos do Cdigo Geral

    Tributrio.

    Entrada em vigor

    O Decreto Legislativo Presidencial n. 2/14, de 20 de Outubro entra em vigor 30 dias aps

    a sua publicao (i.e. 19 de Novembro de 2014).

  • 15 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto do Selo

    IMPOSTO DO SELO

    Incidncia

    Arrendamento e subarrendamento

    Nos contratos de arrendamento e subarrendamento, o sujeito passivo do imposto passa a

    ser o locador e o sublocador, respectivamente, recaindo sobre estes a responsabilidade

    pela liquidao e entrega do imposto nos cofres do Estado. Esta responsabilidade

    pertencia anteriormente ao arrendatrio e subarrendatrio.

    Isenes

    Crdito habitao

    Os juros, comisses e contraprestaes devidas no mbito de contratos de financiamento

    destinados ao crdito habitao passam a estar isentos de Imposto do Selo.

    Obrigaes de tesouro

    Clarifica-se que os juros provenientes de obrigaes de tesouro se encontram isentos de

    Imposto do Selo.

    Depsito-cauo

    alargado o mbito de iseno no depsito-cauo, sendo que passa a estar isento de

    Imposto do Selo o depsito-cauo constitudo a favor do Estado e outros organismos

    pblicos, com excepo das empresas pblicas.

    Ttulos negociveis

    Os ttulos negociveis passam a estar isentos de Imposto do Selo, quando vendidos em

    mercado regulamentado.

    Transmisso de imveis

    A transmisso de imveis no mbito de processos de fuso, ciso ou incorporao, nos

    termos da Lei das Sociedades Comerciais, desde que necessrios e previamente

    autorizados pela Direco Nacional dos Impostos, beneficia de iseno em sede de

    Imposto do Selo.

    Contratos de trabalho

    Os contratos de trabalho passam a estar isentos de Imposto do Selo.

    Transmisses gratuitas de propriedade entre pais e filhos

    Passam a estar isentas de Imposto do Selo as transmisses gratuitas de direito de

    propriedade que se operem entre pais e filhos.

    Valor tributvel

    Valor representado em moeda estrangeira

    Na determinao do valor tributvel, sempre que os elementos necessrios

    determinao do valor tributvel no sejam expressos em moeda nacional, a sua

    equivalncia reajustada pela cotao mdia do trimestre anterior ao da liquidao, ao

    invs da aplicao da taxa de cmbio diria do Banco Nacional de Angola.

  • 16 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto do Selo

    Liquidao

    Entidades no residentes

    As entidades residentes em Angola que contratem com entidades no residentes passam

    a ser responsveis pela liquidao e entrega do imposto devido nas situaes em que tal

    obrigao recaia sobre as entidades no residentes.

    Estado e organismos pblicos

    Nos contratos em que o Estado ou os demais organismos pblicos, com excepo das

    empresas pblicas, sejam parte, a liquidao do imposto dever ser efectuada no

    momento do pagamento da prestao, devendo o imposto liquidado ser transferido ou

    depositado na Conta nica do Tesouro, at ao dia 15 do ms seguinte ao da

    arrecadao, atravs de Documento de Arrecadao de Receita.

    Garantias

    Anulao e compensao do imposto

    Ao contrrio da anterior legislao, em que a compensao do imposto apenas poderia

    ser efectuada sobre operaes enquadrveis no mesmo artigo da Tabela do Imposto do

    Selo, passa a ser agora possvel a compensao com o imposto devido a ttulo de

    qualquer verba da Tabela.

    Tabela do Imposto do Selo

    Destacamos de seguida as principais alteraes verificadas na Tabela do Imposto do

    Selo:

    arrendamento e subarrendamento:

    sobre o valor, aumento da renda ou prorrogao do contrato de arrendamento e subarrendamento para fins habitacionais 0,1%;

    sobre o valor, aumento da renda ou prorrogao do contrato de arrendamento e subarrendamento destinados a estabelecimento comercial, industrial, exerccio

    de profisso em regime independente 0,4%;

    contratos no especialmente previstos nesta tabela, incluindo os efectuados perante entidades pblicas por cada um AKZ 1.000;

    garantias das obrigaes, qualquer que seja a sua natureza ou forma, designadamente o aval, a cauo, a garantia bancria autnoma, a fiana, a

    hipoteca, o penhor e o seguro-cauo, salvo quando materialmente acessrias de

    contratos especialmente tributados na presente tabela, considerando-se como tal as

    que sejam constitudas at 90 dias aps a celebrao do contrato constitutivo da

    obrigao garantida ainda que em instrumentos ou ttulos deferentes, ou no caso de

    penhor de bens futuros desde que o mesmo seja inscrito no contrato principal - sobre

    o respectivo valor, em funo do prazo, considerando-se sempre como nova

    operao a prorrogao do prazo do contrato;

    operaes aduaneiras sobre o valor aduaneiro das exportaes:

    exportaes de marfins e seus plos e desperdcios, etc.; de peles com plo em bruto; peles de vision, etc.; peles com plo curtidas ou acabadas, etc.; vesturio

    e seus acessrios e outros artefactos de peles com plo; peles com plos

    artificiais e suas obras 0,5%;

  • 17 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Imposto do Selo

    cartazes ou anncios afixados ou expostos em suportes fixos ou mveis na via pblica ou destinados a serem vistos na via pblica que faam propaganda de

    produtos, servios ou de qualquer indstria, comerciais ou divertimentos com

    excluso dos identificativos do prprio estabelecimento comercial onde se encontrem

    afixados - por cada metro quadrado ou fraco e em cada ano civil AKZ 1.000;

    publicidade feita em revista, jornais, catlogos, programas radiofnicos ou televisivos, reclamos, etiquetas e outros impressos que se destinem distribuio pblica (por

    cada edio de 1000 exemplares) AKZ 25.000;

    registos e averbamentos em conservatrias de bens mveis:

    aeronaves AKZ 45.000;

    barcos AKZ 23.000;

    motas de gua AKZ 18.000;

    motociclos, veculos ligeiros e mistos de passageiros e veculos pesados, excepto ambulncias e carros funerrios: novos e at 3 anos AKZ 5.000;

    motociclos, veculos ligeiros e mistos de passageiros e veculos pesados, excepto ambulncias e carros funerrios: usados com mais de 3 anos

    AKZ 7.000;

    recibo de quitao pelo efectivo recebimento de crditos resultantes do exerccio da actividade comercial ou industrial, em dinheiro ou em espcie, com excepo dos

    resultantes exclusivamente do arrendamento habitacional feito por pessoas

    singulares 1%;

    abertura de crdito, por escrito particular ou instrumento pblico 0,1%.

    Entrada em vigor

    O Decreto Legislativo Presidencial n. 3/14, de 21 de Outubro entrou em vigor na data da

    sua publicao (i.e. 21 de Outubro de 2014).

    Sociedades de Investimento em Patrimnio Imobilirio (OE)

    Sociedades de Investimento em Patrimnio Imobilirio (OE)

  • 18 Novos Cdigos Tributrios Principais alteraes

    Contactos

    Lus Magalhes

    Head of Tax

    [email protected]

    Amrico Coelho

    Tax Partner

    [email protected]

    Pedro Marques

    Tax Partner

    [email protected]

    Gustavo Amaral

    Tax Associate Partner

    [email protected]

    A informao contida neste documento de natureza geral e no se aplica a nenhuma entidade ou situao particular. Apesar de fazermos todos os possveis para fornecer

    informao precisa e actual, no podemos garantir que tal informao seja precisa na data em que for recebida/conhecida ou que continuar a ser precisa no futuro. Ningum

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    2014 KPMG Angola Audit, Tax, Advisory, S.A., a firma angolana membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG InternationalCooperative(KPMG International), uma entidade sua. Todos os direitos reservados. O nome KPMG, o logtipo e cuttingthroughcomplexity so marcas registadas da KPMG InternationalCooperative(KPMG International).

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    Jorge Tanha

    Tax Partner

    [email protected]